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DRENAGEM LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO

Ezequiel Rubinstein
Márcio A. Cardoso
Os linfáticos do pescoço e da cabeça drenam para numerosos linfonodos dispostos em
grupos superficial e profundo. Muitos deles apresentam-se hipertrofiados em diversos
processos patológicos que atingem estruturas cervicais e da cabeça, como a faringe, a
traquéia, a tonsila palatina e a língua e podem ser atingidos em processos carcinomatosos.
Por esta razão, a palpação de linfonodos cervicais é uma prática de rotina no exame clínico
dos pacientes.
LINFONODOS SUPERFICIAIS
Diversos grupos de linfonodos superficiais, situados na junção da cabeça e do pescoço,
formam, em conjunto, o assim chamado colar linfático pericervical:
 os linfonodos occipitais se situam lateralmente às fibras superiores do trapézio e
drenam a parte posterior do couro cabeludo.
 os linfonodos retro-auriculares, são também chamados de mastóideos, por
localizarem-se lateralmente sobre o processo mastóide e drenam a porção lateral
da cabeça.
 os linfonodos parotídeos superficiais estão localizados ao nível da glândula parótida
e drenam a porção superior da face e a região temporal.
 os linfonodos submandibulares, situados entre a glândula submandibular e a face
medial da mandíbula, drenam a região submandibular e porção lateral da língua.
 os linfonodos submentais, localizados entre os ventres anteriores, divergentes, dos
mm. digástricos, drenam a gengiva, o lábio inferior e parte mediana da língua.
Os linfonodos cervicais superficiais estão presentes no trígono anterior, dispondo-se ao
longo do trajeto da v. jugular anterior e no trígono posterior, onde acompanham a v. jugular
externa e drenam as áreas vizinhas.
LINFONODOS PERIVISCERAIS
Os linfonodos que drenam algumas das estruturas mais profundas da cabeça e do pescoço,
como o ouvido médio, a cavidade nasal, os seios paranasais, a faringe, a glândula tireóide, a
traquéia e o esôfago são chamados, em conjunto, de linfonodos periviscerais. Os principais
grupos são:
 o grupo pré-laríngeo situado nas proximidades do ligamento cricotireóideo da
laringe
 o grupo pré-traqueal localizado no limite inferior da glândula tireóide
 o grupo paratraqueal situado no sulco entre a traquéia e o esôfago
 o grupo retrofaríngico situado no ângulo entre a parede posterior da nasofaringe e
os mm. pré-vertebrais.
LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS
Todos os vasos linfáticos da cabeça e pescoço drenam nos linfonodos cervicais profundos,
seja diretamente, seja passando, primeiramente, por um ou mais grupos de linfonodos
superficiais ou de periviscerais.
O grupo principal dos linfonodos cervicais profundos forma uma cadeia de dez a doze
linfonodos ao longo da v. jugular interna e costuma ser dividido em grupo superior e
inferior. Nestes grupos dois linfonodos recebem nomes específicos:
 o linfonodo júgulo-digástrico, situado no ponto em que a borda anterior do
esternocleidomastóideo cruza o ventre posterior do digástrico e que recebe os
vasos linfáticos aferentes do 1/3 posterior da língua, da tonsila palatina e da
orofaringe. Este linfonodo é facilmente palpável nos processos infecciosos que
atingem aquelas regiões, particularmente as faringites e amigdalites.
 o linfonodo júgulo-omo-hióideo, situado sobre a v. jugular interna no ponto em que o
m. omo-hióideo cruza o feixe vasculonervoso do pescoço. Entre seus vasos
aferentes alguns vêm diretamente da língua.
Também faz parte dos linfonodos profundos o grupo supraclavicular, de menor
importância, situado no trajeto da a. cervical transversa e que drena parte do trígono
posterior do pescoço.
Os vasos eferentes dos linfonodos cervicais profundos formam, por sua vez, de cada lado,
o tronco jugular. Este tronco, no lado esquerdo, desemboca, geralmente, no ducto torácico.
O do lado direito termina na junção da v. jugular interna com a v. subclávia ou, então, une-
se aos troncos subclávio e broncomediastinal para formar o ducto linfático direito que, por
sua vez, desemboca no ponto de junção das vv. jugular interna e subclávia direitas. A
formação do ducto linfático direito não é, entretanto, uma constante, sendo comuns as
variações na desembocadura dos troncos linfáticos ao nível do pescoço.
DUCTO TORÁCICO
A principal via de drenagem linfática do corpo é o ducto torácico que recolhe a linfa dos
membros inferiores, pelve, abdome, metade esquerda do tórax, membro superior esquerdo
e lado esquerdo da cabeça e pescoço. É, portanto, uma via de longo percurso, iniciando-se
ao nível da parte inferior do abdome e estendendo-se até a base do pescoço onde termina.
Vindo do tórax, o ducto torácico arqueia-se lateralmente ao nível da 7ª vértebra cervical e
vem se situar, no lado esquerdo, anteriormente à artéria vertebral, ao nervo frênico e ao
m. escaleno anterior e posteriormente à a. carótida comum, à v. jugular interna e ao n.
vago.
Neste seu curto trajeto cervical ele recebe o tronco jugular esquerdo e pode receber
também os troncos subclávio e broncomediastinal esquerdo. Sua terminação é bastante
variável e ele pode, inclusive, ser duplo ou triplo nesta terminação. Pode desembocar na v.
jugular interna esquerda ou desembocar no ângulo entre as vv. jugular interna e subclávia
esquerdas ou desembocar na v. braquiocefálica esquerda
A linfa do membro superior direito e da metade direita do tórax, pescoço e cabeça não é
drenada para o ducto torácico mas para o ducto linfático direito. Este pequeno tronco
linfático, de cerca de 1 cm de comprimento, não é, entretanto, constante. Pelo contrário, o
mais freqüente é que os troncos que o formam, jugular, subclávio e broncomediastinal
direitos desemboquem separadamente na v. jugular interna ou subclávia direitas. Quando o
ducto linfático direito existe ele desemboca no ângulo entre as vv. jugular interna e
subclávia direitas ou em uma destas veias.

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