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O Papel Do Professor Na Educação A Distância Características, Desafios e Proposições
O Papel Do Professor Na Educação A Distância Características, Desafios e Proposições
desafios e proposições
Ulisses de Melo Furtado¹, Ângelo Gustavo Mendes Costa², Francisca Monteiro da
Silva Perez ³, Jéssica de Oliveira Fernandes 4, Kalyn Kegia Cardoso Bezerra 5
1 Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Núcleo de Educação a Distância,
ulisses.nead@ufersa.edu.br
2 Universidade Federal Rural do Semi- Árido, Núcleo de Educação a Distância,
angelogustavo@ufersa.edu.br
3 Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Núcleo de Educação a Distância,
francisca.perez@ufersa.edu.br
4 Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Núcleo de Educação a Distância,
jessicafernandes@ufersa.edu.br
5 Universidade Federal Rural do Semi-Árido , Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
kalynkegia2015@gmail.com
Abstract – With the expansion of Distance Education in the last decade, especially in
the provision of higher education courses, the teacher has to play a new role, acting
as a kind of coordinator, combining other actors with tasks, leading classes with great
of students and having to make use of tools that until very little time did not know. It
had to rethink its forms of planning and execution of classes and still today, many
think that the EAD came to replace the teacher, weakening it systematically. This
work presents the main characteristics that this professional should have and through
research with teachers of a Public Higher Education Institution, analyzes the role of
these professionals in ODL, presenting relevant and necessary characteristics in their work.
Key words: distance education, teaching, characteristics.
1. Introdução
Durante algum tempo, foi muito comum relatos de professores resistentes à modalidade,
vendo seu papel ameaçado ou mesmo já chegando com um pré-conceito causado especialmente
pelo desconhecimento. Com o passar dos anos, é fato que estes relatos diminuíram, mesmo assim,
ainda se tem muitas dúvidas em relação à qual é realmente o papel do professor na Educação
a Distância.
Com esta inquietação, este trabalho busca, a partir de um breve embasamento teórico
da experiência vivenciada em uma Instituição de Ensino Superior Pública e de pesquisa realizada
com docentes com atuação na EAD, apresentar algumas características que este profissional
deve dispor para que suas chances de êxito sejam amplificadas, não sendo um modelo ou
referência para a questão, mas sim, servindo como sugestão e base para novas reflexões
e debate sobre temática tão relevante no processo de ensino-aprendizagem a distância em
todas as regiões do país.
2. Contextualização teórica
Tomando como base o exposto acima, concordamos com Bigge (1977) que diz:
Um professor sem sólida orientação teórica dificilmente consegue ir além de
manter os alunos ocupados. É verdade que muitos professores atuam dessa
forma, utilizando uma mistura de métodos sem qualquer orientação teórica.
Entretanto, essa maneira confusa de ensinar é indubitavelmente responsável
por muitas das críticas negativas que são feitas atualmente à educação pública
(BIGGE, 1977, p. 6).
Nesse contexto, recorremos ao argumento de Demo (2008) que diz que aula é um
procedimento auxiliar da aprendizagem, não leva necessariamente à aprendizagem.
E, nisso, concordamos com ele. Pois, a sociedade da informação exige de seus indivíduos
competências e habilidades de acesso, avaliação e gestão da informação. Daí em face desse
cenário o papel do professor como sujeito da educação a distância ganha importância e
relevância que vai além da aula. Pois, como diz Fava (2014):
Percebe-se, assim, que a prática docente precisa ser significativa, embasada na concepção
política, social e prática que o educador tem do processo de ensino e aprendizagem. Nesse
contexto, dentre as implicações para o ensino e a aprendizagem, segundo uma
concepção de aprender e ensinar significativamente, Moreira sugere que o papel do
professor também ser á:
1) determinar a estrutura conceitual e proposicional da matéria de ensino. 2) identificar
quais os subsunçores (conceitos, proposições e ideias claras, precisas, estáveis) relevantes
à aprendizagem que o aluno deveria ter em sua estrutura cognitiva. 3) ensinar utilizando
recursos e princípios que facilitem a passagem da estrutura conceitual da matéria da matéria
de ensino para a estrutura cognitiva do aluno de uma maneira significativa. (MOREIRA,
1985, p. 71).
Dessa forma, percebemos que, na promoção de uma aprendizagem significativa,
o papel principal do professor é promover um ensino que seja significativo, pois só há
ensino quando acontece aprendizagem e esta deve ser expressiva.
3. Metodologia
A partir dessa contextualização, o presente artigo baseou-se numa exploração que parte
da prática pedagógica aliada a pesquisa bibliográfica e a pesquisa exploratória qualitativa,
considerando que, de acordo com Santos (2001), é muito importante o cultivo de uma
progressiva aproximação entre ensino e pesquisa, sobretudo no que se refere às pesquisas
voltadas para a educação e estratégias de ensino e aprendizagem.
No que concerne à pesquisa voltada para a EaD, Simonson et al. (2009) destacam a
evolução sobre pesquisa educacional ocorrida nas últimas décadas, e sugerem que a pesquisa
em EaD também está vivendo seu momento de amadurecimento agora, nesse início do século XXI.
Como observam, as investigações sobre EaD passam por redefinições, do mesmo modo que é
redefinida a própria modalidade, indicando que a agenda de pesquisa as na área da EaD também
caminha articulada com a evolução da própria área de estudo.
Nessa busca constante pelo aprimoramento de estratégias que unam teoria e prática
somando-se às possibilidades apresentadas pela tecnologia, o presente artigo resulta, ainda, de
de um levantamento de aprofundamento qualitativo com docentes que atuam na EAD, como
meio de apresentar discussões e proposições de mecanismos que amplifiquem a relação
professor-aluno e tornem a aprendizagem significativa, reforçando de forma enriquecedora
os benefícios da modalidade à distância.
Da soma do levantamento teórico, à prática pedagógica e às respostas apresentadas
em entrevista que dividiu-se entre questionamentos objetivos e discursivos para um
grupo de 9 professores de uma Universidade Federal pública brasileira, entre os dias 02 e 05
de maio de 2018, objetiva-se , sobretudo, o incentivo à reflexão e discussões acerca da temática
e de sua evolução, como veremos a seguir.
O papel do professor na EaD por muitas vezes é questionado, ou ainda, para aqueles
docentes que desconhecem as particularidades desta modalidade de ensino, podem achar sua
função enfraquecida ou não clara, pois, com a inserção de novos profissionais à docência passa
a ser compartilhada, sendo necessário um a integração entre todos os envolvidos. Entretanto,
Duarte (2016, p. 06) destaca que a “mudança da educação centralizada no professor para aquela
baseada no aluno não sugere que relegado a um segundo plano”.
Contudo, é fato, que o professor da EaD deve dispor de características diferenciadas,
que, de modo geral, seja um profissional atento aos recursos tecnológicos disponíveis
e analise a aplicação destas ferramentas aos conteúdos que deve ministrar, de forma a obter
o melhor proveito e ampliação da aprendizagem.
Nessa perspectiva, Ferreira (2013, p. 193) destaca que:
A elaboração de conteúdos dialógicos, interativos associados às tecnologias digitais
é uma das atribuições da docência na EAD que compreende um sistema
complexo e dinâmico, tendo o professor como um orientador intermediário
num processo de ação-reflexão-ação, que busca a efetivação do conhecimento,
associando teoria e prática.
Assim, muito além da transmissão do conhecimento ou de metodologias do
ensino presencial adaptadas, a EaD configura uma engrenagem de estratégias
particulares que devem ser pedagogicamente analisadas e embasadas em prol da
significação do conhecimento/conteúdo a ser apresentado em cada disciplina e/ou curso
das mais diversas áreas.
A nova configuração de educação, ensino e aprendizagem oferecida pela EaD
apresenta desafios constantes e essa é a base da pesquisa que apresentaremos e
discutiremos nos tópicos a seguir.
4.2. Proposições
Referências
DEMO, Pedro. Metodologia para quem quer aprender. São Paulo: Atlas, 2008.
DUARTE, Kátia Macêdo. Encontros e desencontros na formação aluno e do professor
na Educação a Distância. VIII Anais do Fórum Internacional de Pedagogia - FIPED.
Universidade Federal do Maranhão. 2016. Disponível em:
http://editorarealize.com.br/
revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1441_4af82db3c8
279819e5dfec4a9db2829c.pdf Acesso em: 13 de abril de 2018.
ROSA, Selma dos Santos. Modelos Pedagógicos de EaD: Influências das tecnologias
digitais de informação e comunicação. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.
SIMONSON, M.; SMALDINO, S.; ALBRIGHT, M.; ZVACEK, S. Research and Distance
Education. In: ______. Teaching and Learning at a Distance: foundations of distance
education. São Paulo: Pearson, 2009. p. 64-88.