Câmpus de Curitiba Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária
Disciplina: Tratamento de águas residuárias
Professor: Fernando Hermes Passig Aluna: Larissa Rios Lima
Resenha Simpósio Regional Sul sobre esgotamento sanitário - webinar 4
Emissário submarino para despejo de efluentes tratados
A princípio foi considerado pelo palestrante uma comparação natural e
antropogênica, poluente versus nutriente, onde o processo de mistura é uma relação de diluição que é igual a concentração de efluente sobre concentração ambiente (limite). Considerando o primeiro exemplo de mistura ambiental onde rios lançam bastante matéria orgânica entre outras substâncias para a região costeira com uma certa diluição nesse caso que geralmente é considerada fraca de pouca eficiência, pouca diluição (2 a 5 vezes). Considerando os emissários, dado o exemplo direto na margem da praia sobre a areia e o exemplo de um tubo submerso (mistura ativa), o segundo caso destaca-se como mais eficiente (100 ou mais vezes). E outro processo mencionado é o de biodegradação, dispõe de autodepuração ambiental que geralmente é devagar, especialmente em lugares rasos com pouca circulação/renovação, logo esses processos podem ser acelerados através das ETEs. Os critérios e tecnologias sugerem que após o tratamento do esgoto, o efluente precisa ser descartado de alguma forma, sendo assim, na tabela apresentada dispõe os requisitos qualitativos e quantitativos de diluição, por exemplo, a diluição de um esgoto bruto, efluente com concentração 300[mg.L¹]DBO para 10[mg.L¹]DBO, com 20% de eficiência no tratamento primário, e lembrando que um emissário eficiente consegue atingir fatores de até 100 vezes, sendo possível o lançamento então do esgoto bruto que o corpo receptor consegue diluir. No entanto, no caso de efluentes contendo alto índice de concentração de coliformes totais, mesmo seguidos os tratamentos primários, secundários e mistos a diluição não atinge o necessário, o que inviabiliza o lançamento desse efluente na praia pois geraria maior custo de tratamento também para que haja maior eficiência. Para a proteção de águas costeiras é necessário evitar efeitos agudos, ou seja, com um limite de lançamento na saída da Estação de Pré Condicionamento EPC/ETE regulamentado pela (CONAMA 430/11), evitar efeitos crônicos no corpo receptor, acumulação/concentração alta de poluentes, regulamentado pelos padrões de classe da (CONAMA 357/05) e evitar também problemas de saúde, critérios de balneabilidade (CONAMA 274/200) uma questão de posicionamento de emissários. Como percepção foi analisado que a sociedade aceita somente ETES muito caras, as quais não resolvem o problema de qualidade de água costeira, pois existe uma falta de análise integrada (tratamento e lançamento) e falta de identificar a fonte da poluição (muitas vezes sendo drenagem ou fontes difusas, não somente pontuais). Com um interessante exemplo de Santos foi mostrado que após feita análise de monitoramento da CETESB de porcentagem de praias impróprias, a maioria foram qualificadas como impróprias e mesmo com a instalação dos emissários observou-se uma pequena diminuição de poluentes, no entanto, a maior poluição se dava pelos canais de drenagem que eram distribuídos ao longo da praia, sendo assim, após colocadas comportas na drenagens todo o despejo de efluentes foi conduzido pelos emissários até o fundo do mar, podendo-se analisar então uma redução significativa de poluição na costa, pontuando sua maior eficiência em relação ao sistema anterior. Conclui-se que essa instalação exige uma avaliação rigorosa de campo e apresenta um custo muito elevado pois, para maior eficiência no processo de diluição do efluente, maior deve ser a profundidade e maior o comprimento do difusor, com isso maior o valor do projeto. Apesar do preço de instalação dos emissários ser bem maior que os demais sistemas, sua eficácia demonstra bons resultados principalmente em relação a quantidade de coliformes totais, como apresentado no modelo matemático no simpósio, e também ultrapassa a eficácia dos projetos de drenagem convencionais (mesmo com melhor tratamento) especialmente considerando grandes variações de vazões. Dito isso, a proteção de qualidade de água requer combinação de tecnologias e não somente tratamento ou a instalação de emissários, mas sim tratamento e a instalação de emissários; tratamento mínimo de dimensão de emissário não é universal, mas depende do local.