Gabriela Pires e Beatriz Savoi

1. O Código de Nuremberg, estabelecido em 1947 após os Julgamentos de Médicos de

Nuremberg, foi um marco importante na história da ética da pesquisa médica e
científica, e teve um impacto significativo na proteção dos direitos individuais e da
autonomia dos participantes de pesquisa. O Código de Nuremberg introduziu
princípios éticos fundamentais que ainda são amplamente reconhecidos e
respeitados na pesquisa clínica e científica.

● O primeiro princípio do Código de Nuremberg estabelece que o consentimento

voluntário e informado do participante de pesquisa é absolutamente essencial. Isso
significa que os participantes devem dar seu consentimento livremente, sem coação,
e devem ser plenamente informados sobre os objetivos da pesquisa, os
procedimentos envolvidos, os riscos e benefícios potenciais. Essa ênfase na
autonomia e na proteção dos direitos individuais foi uma mudança significativa na
abordagem à pesquisa médica, que anteriormente tinha envolvido abusos flagrantes,
como os experimentos realizados pelos nazistas em campos de concentração.

● No entanto, quando se trata da questão dos direitos dos animais, a situação é

diferente. O Código de Nuremberg não tratou dos direitos dos animais,
concentrando-se exclusivamente na ética da pesquisa envolvendo seres humanos.
A proteção dos direitos dos animais é uma questão ética separada que tem sido
debatida ao longo dos anos em diversos contextos e em diferentes partes do mundo.

● A discussão sobre quem tem o direito de ter direitos é complexa e muitas vezes gera
debates éticos. Os direitos humanos são amplamente reconhecidos como uma base
fundamental para a proteção dos indivíduos, independentemente de sua raça,
religião, gênero ou outras características. No entanto, a extensão dos direitos
concedidos a diferentes grupos de seres vivos, como animais não humanos, é uma
questão que continua a evoluir e gerar debates.

● Em resumo, o Código de Nuremberg teve um papel importante na introdução de

normas éticas que consagraram os direitos individuais e a autonomia dos
participantes de pesquisa. No entanto, a questão dos direitos dos animais é uma
questão separada e em constante debate, e a determinação de quem tem o direito
de ter direitos varia de acordo com a perspectiva ética e filosófica adotada.