Você está na página 1de 6

Instituto Nossa Senhora Auxiliadora - Oratório

Professor Flávio Bustamante - 3°EM


João Gabriel Noronha e Felipe Santos Garcez

Trabalho para Av1 – Conflitos Contemporâneos

Cruzeiro, 2023
Geografia Conflitos
Conflitos Políticos
Conflito político é uma disputa, discordância ou confronto sobre questões
políticas, ideológicas ou de poder entre diferentes atores políticos, como
governos, partidos políticos, grupos de interesse ou movimentos sociais.
Pode assumir muitas formas, desde debates e negociações pacíficas até
conflitos violentos, como protestos, manifestações, greves ou guerra civil.
Ocorrem em diferentes níveis, desde local e nacional até internacional.
As causas são diversas e complexas. Incluem fatores como diferenças
ideológicas, disputas territoriais, rivalidades raciais ou religiosas,
desigualdades sociais e competição por poder político ou recursos
econômicos. Geralmente refletem tensões e divisões existentes nas
sociedades e podem ser motivados por uma necessidade de mudança,
percepção de injustiça, falta de representação ou violações dos direitos
humanos. Causam grandes impactos nas sociedades e indivíduos envolvidos.
Podem levar a mudanças políticas, reformas sociais, progresso democrático
ou, em casos extremos, repressão, violência, deslocamento populacional,
instabilidade institucional e danos econômicos.
Para resolvê-los é necessário que haja negociação, mediação, diálogo,
construção de consenso ou processos democráticos. A resolução é
fundamental para promover a estabilidade social e a justiça.
Conflitos Étnicos
Conflitos étnicos são disputas, tensões ou confrontos que ocorrem entre grupos
étnicos distintos. São motivados principalmente por diferenças culturais,
históricas, religiosas, linguísticas ou territoriais. Podem assumir diferentes
formas e intensidades, desde tensões e discriminação até violência aberta,
guerras civis ou genocídios. Ocorrem em diferentes níveis, desde conflitos
intraestatais, envolvendo grupos dentro de um mesmo país, até conflitos
interétnicos, que abrangem múltiplos países ou regiões.
Ocorrem pela competição por recursos escassos, disputas territoriais,
desigualdades socioeconômicas, discriminação, políticas de exclusão ou
marginalização, nacionalismo étnico, memórias históricas de conflitos passados
e manipulação política por parte de líderes ou grupos que buscam obter ou
manter o poder. Resultam em violações generalizadas dos direitos humanos,
deslocamentos forçados de populações, destruição de infraestruturas e perda
de vidas humana. A resolução destes requer abordagens complexas e
abrangentes, que envolvam o diálogo, a promoção da igualdade, a proteção
dos direitos humanos, a justiça transicional, o fortalecimento das instituições
democráticas e a construção de uma identidade coletiva inclusiva. A mediação
internacional e o apoio da comunidade internacional também desempenham
um papel importante na promoção da paz e na prevenção de conflitos étnicos.
Conflitos Religiosos
Conflitos religiosos são disputas, tensões ou confrontos que têm como base
diferenças religiosas entre grupos ou comunidades. Surgem quando questões
religiosas, crenças, práticas ou identidades se tornam fontes de divisão,
antagonismo ou competição entre diferentes grupos religiosos. Eles podem
ocorrer em diferentes contextos, desde níveis locais, envolvendo comunidades
próximas, até níveis nacionais e internacionais, envolvendo países ou regiões.
As causas incluem diferenças doutrinárias, disputas territoriais, rivalidades
históricas, competição por recursos, nacionalismo religioso, intolerância,
radicalização, manipulação política e questões de identidade. Têm impactos
significativos nas sociedades afetadas. Eles podem resultar em violações dos
direitos humanos, deslocamentos forçados de populações, destruição de locais
sagrados e perda de vidas humanas. Além disso, podem ter efeitos negativos
na estabilidade política e no desenvolvimento socioeconômico.
A resolução inclui diálogo inter-religioso, promoção da tolerância religiosa,
fortalecimento das instituições democráticas, respeito aos direitos humanos,
justiça transicional, esforços de reconciliação e programas de construção da
paz. A educação, o engajamento com líderes religiosos e a promoção de
valores de respeito, compreensão mútua e convivência pacífica são essenciais
na prevenção destes.

Custos dos Conflitos


Os custos morais dos conflitos, se referem às consequências negativas que
eles têm em termos de valores e ética. Podem levar a atitudes e ações
prejudiciais, como violência, discriminação e violações dos direitos humanos.
Isso afeta a dignidade das pessoas envolvidas, causando sofrimento e
injustiça.
Em relação aos custos culturais, os conflitos podem resultar na destruição ou
perda de patrimônio cultural, como monumentos, obras de arte e símbolos
históricos. Além disso, os conflitos muitas vezes acentuam as divisões entre
diferentes grupos culturais, levando à perda de diversidade cultural e à
diminuição do diálogo intercultural.
No que diz respeito aos custos financeiros, os conflitos têm um impacto
econômico significativo. Eles causam danos à infraestrutura, interrompem
atividades econômicas, gastam recursos que poderiam ser destinados à
melhoria das condições de vida para a gestão dos conflitos e para a
reconstrução. Também afetam negativamente o comércio e o investimento,
diminuindo o crescimento econômico e gerando desemprego e pobreza.
Faz-se fundamental buscar a resolução pacífica dos conflitos, promover o
diálogo e a compreensão mútua, e trabalhar na construção de sociedades mais
justas, inclusivas e prósperas.
Conflitos contemporâneos:

América:
A situação de fragilidade sociopolítica da Venezuela merece atenção
quando o assunto é conflitos da américa. A crise econômica é um dos aspectos
mais evidentes e preocupantes na Venezuela, sua inflação em 2018
ultrapassou 1.300.000%. O país possui uma forte dependência da indústria
petrolífera, e a queda dos preços do petróleo no mercado internacional afetou
severamente sua economia, em junho de 2014, o preço do barril de petróleo
era de US$111,87 e, em janeiro de 2015, o valor era de US$48,07. A má gestão
dos recursos petrolíferos, a corrupção generalizada e a falta de diversificação
econômica agravaram ainda mais a situação. A hiperinflação atingiu níveis
alarmantes, levando a uma escassez generalizada de alimentos,
medicamentos e bens básicos. Milhões de venezuelanos enfrentam uma grave
crise humanitária, com altas taxas de pobreza, desnutrição e falta de acesso a
serviços básicos. Um salário mínimo na Venezuela, convertido na moeda
brasileira equivale R$77.
A ascensão do falecido presidente Hugo Chávez e, posteriormente, de
seu sucessor, Nicolás Maduro, trouxe consigo um processo de concentração
de poder e uma erosão das instituições democráticas. Houve relatos de abusos
contra os direitos humanos, repressão da oposição política, censura da
imprensa e detenção arbitrária de críticos do governo. Isso resultou em um
clima de instabilidade política e polarização social, com protestos em massa e
confrontos violentos entre manifestantes e as forças de segurança.

África:
A África por ter sofrido por inúmeros processos colonização, exploração
e imperialismo em seu passado, atualmente lida com vários conflitos em todo
continente. Vamos falar aqui sobre um dos principais que acontece no Sudão e
Sudão do Sul.
O conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul é um tema complexo e
prolongado que envolve uma série de questões políticas, étnicas, territoriais e
econômicas. Após a independência do Sudão do Sul em julho de 2011, o
relacionamento entre os dois países tornou-se tenso, resultando em vários
conflitos armados. Uma das principais questões em disputa é a demarcação
das fronteiras e o controle de áreas ricas em recursos naturais, como petróleo.
Após a independência, o Sudão do Sul tornou-se o lar da maioria das reservas
de petróleo originalmente localizadas no Sudão. No entanto, divergências
surgiram em relação aos termos de partilha de receitas e ao pagamento de
tarifas para o transporte do petróleo através do território sudanês. Essas
disputas econômicas desencadearam confrontos violentos em várias ocasiões.
Esse conflito bélico, travado entre o governo do Sudão e rebeldes do sul, tinha
por objetivo a separação da região sul do Sudão. Essa guerra civil dizimou
cerca de meio milhão de pessoas.
A comunidade internacional tem desempenhado um papel importante na
mediação dos conflitos entre o Sudão e o Sudão do Sul. Através de
organizações como a União Africana, a ONU e a Autoridade
Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), foram realizados esforços
para promover o diálogo, a reconciliação e o apoio humanitário às populações
afetadas.
Ásia:
O conflito entre a Índia e o Paquistão pela região da Caxemira é uma
disputa territorial de longa data que remonta à independência da Índia e do
Paquistão em 1947. A Caxemira é uma região situada no subcontinente
indiano, dividida entre a Índia, o Paquistão e a China.
A Caxemira é considerada um problema complexo, pois tem um
significado estratégico, político e étnico para ambos os países. A Índia e o
Paquistão reivindicam a Caxemira na íntegra, mas atualmente cada um
controla uma parte da região. A Índia administra a Caxemira indiana, chamada
de Jammu e Caxemira, enquanto o Paquistão controla a Caxemira
paquistanesa, chamada de Azad Caxemira e Gilgit-Baltistão. A população da
Caxemira tem sido afetada pelas consequências do conflito, incluindo violações
dos direitos humanos, repressão política, detenções arbitrárias e confrontos
entre grupos separatistas e as forças de segurança. Além disso, a Caxemira
enfrenta desafios socioeconômicos, como pobreza, falta de desenvolvimento e
infraestrutura precária.
As diferenças culturais e religiosas passaram a afetar diretamente a
configuração política dos dois países e, por consequência, a relação entre um e
outro. Sendo assim, a Índia, onde predomina o hinduísmo, passou a rivalizar
com o Paquistão muçulmano.
Em resumo, o conflito entre a Índia e o Paquistão pela região da
Caxemira é uma disputa territorial complexa e duradoura. As tensões persistem
há décadas, com consequências significativas para a população local

Europa:
A guerra entre Rússia e Ucrânia foi um conflito que teve grande
repercussão recentemente. O marco inicial da guerra entre a Ucrânia e a
Rússia ocorreu em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma
invasão militar em grande escala ao território ucraniano. Foi um evento
significativo que marcou uma escalada dramática no conflito.
A Rússia justificou sua intervenção militar como uma "operação militar
especial" destinada a proteger os russos étnicos e os falantes de russo na
Ucrânia, bem como a "restaurar a ordem constitucional" no país. A invasão foi
caracterizada por ataques terrestres, aéreos e cibernéticos, com o objetivo de
controlar partes estratégicas da Ucrânia e enfraquecer o governo ucraniano.
O conflito na Ucrânia resultou em graves consequências humanitárias e
socioeconômicas. Milhares de pessoas morreram, incluindo civis e
combatentes, a Rússia sofreu 180 mil mortos e feridos, enquanto a Ucrânia
teve 100 mil mortos ou feridos em ação, juntamente com 30 mil mortes de civis
e houve um grande número de deslocamentos internos e refugiados. A
infraestrutura foi danificada e a economia da região afetada enfrenta
dificuldades significativas.
As negociações de paz têm sido realizadas, mas até o momento não houve
uma solução definitiva para o conflito. O futuro da Ucrânia e das relações entre
a Rússia e a Ucrânia permanece incerto, enquanto o conflito continua a afetar a
região e ter implicações geopolíticas mais amplas.

Oceania:
A Oceania é geralmente considerada uma região pacífica em termos de
conflitos armados, com poucos conflitos abertos em comparação com outras
partes do mundo. No entanto, existe uma situação em Papua Nova Guiné que
pode ser considerada um conflito contemporâneo na região.
Em Papua Nova Guiné, a região autônoma da Bougainville tem sido
palco de um longo conflito conhecido como a Crise de Bougainville. A disputa
teve início em 1988, quando os moradores de Bougainville protestaram contra
os impactos ambientais e socioeconômicos da mina de cobre Panguna,
operada por uma empresa estrangeira. O conflito se transformou em uma luta
pela independência e autonomia política da ilha.
Em 2001, foi alcançado um acordo de paz conhecido como Acordo de
Paz de Bougainville, mediado pela Austrália e a Nova Zelândia. O acordo
estabeleceu um processo de autodeterminação para Bougainville, permitindo
um referendo sobre a independência. Em 2019, a maioria esmagadora dos
eleitores votou a favor da independência, estabelecendo um caminho para a
separação de Papua Nova Guiné.

Você também pode gostar