Você está na página 1de 5

Palestra:

Amor conjugal: construção diária

As histórias que acabam com a frase: casaram-se e foram felizes


para sempre parece que foram escritas por pessoas que não têm a
mínima idéia do que seja casamento, não é mesmo?
Não quero dizer com isso, que não seja possível ser feliz depois
que se casa, mas a mensagem que é passada nessas histórias me
parece ser a de que até o casamento, houve um processo de
conquista, reconquista, desafios, que, a partir do momento do
casamento cessaram, e passando a viver num estado de
permanente enlevo, como que boiando, sem precisar fazer qualquer
esforço. Soa a absurdo? Mas há por aí umas pessoas que
acreditaram muito em histórias .... Resultado: frente a menor
dificuldade, aparecem as desilusões, pois suas expectativas foram
brutalmente frustradas.
Geralmente nos casamos apaixonados, o que quer dizer, que
perdemos um pouco a lucidez, a acuidade visual e auditiva:
ouvimos e vemos o que queremos e sequer pensamos com clareza
em assuntos que possam nos incomodar. Andamos nas nuvens.
Temos uma falsa esperança de que certos comportamentos do
nosso noivo ou noiva certamente mudarão quando começarmos a
conviver mais. Certamente ele/ela aprenderá comigo e perderá
essas manias que tanto me aborrecem, mas que agora nem quero
pensar muito, porque ando tão ocupado/a com os preparativos para
o casamento......
Mesmo que não tenha sido assim o nosso noivado, a verdade é que
depois de casarmos, não é possível ficar boiando, mas precisamos
nadar. Não em grandes competições esporádicas, mas
regularmente, todos os dias.
Que não fique nenhuma dúvida de que não existe o fator sorte no
casamento, nem azar......
Existe, isto sim, esforço para se construir o amor de forma
intencional, amadurecida. Os que experimentaram essa aventura
garantem que vale a pena porque a satisfação alcançada pela
conquista é muito gratificante.
Conquista
A cada dia, todos os dias da minha vida, dias de sol, animados, dias
de chuva, sombrios. Com energia, sem nenhum estímulo, quando
não custa e quando custa MUITO!!!!! Quando o outro reage, quando
o outro nem percebe, (sequer olha!....)
O objeto da minha conquista é o reconhecimento, a gratidão do
outro? Pode acontecer que sim, ou que não......
Nossa meta é SIM conquistar o outro a cada dia, mas existe um
motivo anterior e mais profundo, que é descobrir de verdade o que
é o AMOR.
Essa, sim é a grande descoberta, pois se nos entregamos,
superamos nossos egoismos, nossas pequenezes, SOMOS mais.
Haverá melhor laboratório para crescer como pessoa que num
casamento, numa continua exposição, testes e confirmações de
informações?
Amáveis
Se de verdade lutamos para amar mais, seremos mais AMÁVEIS,
vejam só!!!!! E a pessoa mais beneficiada da nossa presença
seremos nós mesmos.
Alegres
As pessoas que sempre procuram ocasião para dar pequenas
alegrias aos que convivem com elas, também usufruem dessas
satisfações e se tornam também mais alegres. Reparem nas
crianças, que tanto têm a nos ensinar, enquanto preparam uma
surpresa (das boas, claro!) Tudo é festa, divertimento.

Acertar o alvo
Conhecer as preferências do mercado parece fundamental para o
sucesso de um empreendimento. Elementar, não?
Ter essas informações atualizadas também, não é?
Não posso utilizar uma pesquisa feita há 5 anos para lançar hoje
um produto. Correponde à expectativa do meu público?
Conheço as preferências do meu marido, da minha esposa HOJE,
ou ainda utilizo as pequisas feitas durante o namoro? Que
inadequação!!!!!! Eficácia, pessoal!!!!!!
Olhar, prestar atenção, escutar....
A metodologia utilizada em Orientação Familiar deveria nos ajudar e
muito a aprender a observar os fatos que ocorrem ao nosso redor.
Mas para isso, é minimamente necessário desgrudarmos os olhos
dos celulares, Ipads, computadores e simplesmente OLHAR para o
outro. Olhar, prestando atenção. Esse é um movimento que exige
que saiamos de nós mesmos e nos detenhamos nesse ser com
quem nos casamos um dia e que......pasmem......muda!!!!!!
Mas que não é mudo!!!!!!! Fala, mas às vezes não escutamos pois
pressupomos que já sabemos o que tem a nos dizer.......Erro!!!
Intimidade
Percebemos hoje um aumento na erotização das relações, porém,
uma diminuição na expressão da afetividade. Se as relações
conjugais estiverem carentes de afetividade, que deve ser
manifestada constantemente e não apenas na hora H, perde-se
uma oportunidade excelente para se crescer em intimidade com o
cônjuge, que é o que importa, afinal.
Cria-se um clima de intimidade entre o casal através de pequenos
atos que, se vividos ao longo dos dias, de cada um dos nossos dias
podem ser um grande facilitador da vida a dois. Porém isso não se
dá de forma espontânea, mas deve ser cultivado.
Bom humor
Reaprender a dar risada, especialmente de si mesmo.
Levando a vida menos a sério, teremos mais facilidade para
desculpar os enganos cometidos pelos outros, especialmente as
pessoas com quem vivemos todos os dias.
Pequenas cavernas em nossa casa....
Há uma necessidade básica de todo ser humano que é a do
recolhimento e silêncio, mas numa família, o bom senso precisa
prevalecer pois coexistem as minhas necessidades e a dos demais.
Tendemos a nos isolar quando algo nos preocupa ou nos aborrece
e podemos ter a tendência de ficar lambendo as próprias feridas,
como fazem os cachorrinhos, numa atitude vitimista.
O vitimismo isola, faz crescer o egoismo e é um grande inimigo do
amor.
Ouvir uma opinião diferente da nossa tende a ser uma lufada de ar
fresco. Que tal experimentar?
Investir na estrutura
Se se economiza na estrutura de uma construção, pode ser que a
casa apresente rachaduras e, se não forem consertadas, as
consequências podem ser mais graves....
Pois é.....
Será que temos clara a idéia de que o marido e a esposa formam a
estrutura da vida familiar e que é fundamental investir seriamente
na sua construção e manutenção para que eles próprios e os seus
filhos possam se beneficiar?

Mas os filhos não devem estar em primeiro lugar?


Esse é um questionamento muito antigo e parece que ainda gera
dúvidas. Talvez se deva a uma interpretação equivocada da frase:
“Amar não é olhar um para o outro, mas ambos na mesma direção”,
que no caso seriam os filhos.
Amar é olhar um para o outro SIM!!!!!
Nossos filhos, sim, têm que olhar na mesma direção, isto é, para o
papai e a mamãe que, embora sendo diferentes, são
complementares e AMBOS absolutamente necessários à melhor
formação que os filhos podem ter.
Para que essa complementaridade seja absorvida de modo
excelente pelos filhos, os pais precisam se afinar todos os dias,
sempre, pois uma orquestra com os instrumentos desafinados, não
poderá ter bom desempenho.
Afinando nossas diferenças, complementando-nos em nossas
necessidades e amando o outro cada dia mais, só assim amaremos
os filhos de modo saudável, permanente, buscando o bem deles.
O grande investimento das nossas vidas está no Amor.
O amor, que foi o principal motivo que nos levou a desejar formar
uma família, é o seu motor.
Querer amar mais, não depois, amanhã, mas agora, com gestos
concretos, simples, que só exigem querer.
Sejam felizes!

Você também pode gostar