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deve ser realizada até 30 dias antes da pastagem, por exemplo: capim-maran-
estação de monta (que pode coincidir du, capim-piatã, coast-cross e tifton;
com o protocolo de pré-indução), com
• Escolher, se possível, área de boa
aplicação de reforço entre 21 e 30 dias
fertilidade e realizar adubação ni-
após, no início da estação de monta ou
trogenada, no fim do período das
no primeiro dia (D0) do protocolo de
águas, antes do diferimento para
IATF (Figura 1).
maior produção de massa e eleva-
Para o controle de endoparasitos é ção do valor nutricional;
recomendada a utilização do esquema
• O diferimento deve durar de 60 a
5-7-9, enquanto para o controle de ecto-
90 dias, sendo realizado preferi-
parasitos é importante considerar o grau
velmente entre fevereiro e março.
de infestação dos animais, conforme
Orientações para o diferimento de
descrito no Calendário de Manejos.
pastagens podem ser encontradas
em Martha Jr. et al. (2003);
3) Manejo alimentar até a
primeira estação reprodutiva • A área deve ser de fácil acesso e ter
estrutura adequada de bebedouros
As recomendações de manejo ali- e cochos para suplementação. Os
mentar aqui definidas levam em consi- cochos de suplementação devem
deração o período entre a desmama e ser dimensionados para comportar
a primeira estação reprodutiva, sendo o suplementações de mais alto con-
peso corporal alvo mínimo de 260 kg no sumo, sendo desejável o espaço
início da estação reprodutiva. A intensi- linear de 15 cm por animal (protei-
dade do manejo alimentar irá variar de nado de baixo consumo) até 50 cm
acordo com a necessidade de ganho de por animal (semiconfinamento);
peso neste período, devendo ser mais
intensiva à medida que maior peso deve • Caso a propriedade tenha disponí-
ser ganho. O manejo alimentar conside- veis áreas de pastagens recém-re-
ra dois principais componentes: a pasta- formadas ou recuperadas ou mesmo
gem e a suplementação alimentar. de pastagem de integração lavoura
-pecuária, estas devem ser prioriza-
A) Área de pastagem: planejar o das, por apresentarem normalmente
manejo alimentar pós-desmama, ini- maior valor nutricional e propiciarem
ciando pela preparação de uma ou mais ganhos de peso maiores.
áreas de pastagens onde as fêmeas
permanecerão: B) Suplementação alimentar: a
suplementação alimentar deverá ser
• Recomenda-se ter a(s) área(s) defini- maior quanto menor for a qualidade
da(s) três meses antes da desmama; das pastagens e menor o peso corporal
• A área deve ser formada por gramí- à desmama. Considerando pastagens
neas próprias para o diferimento de de qualidade regular, o seguinte quadro
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pode ser utilizado para orientação, con- neste protocolo podem ser encontrados
siderando seis meses de período de em Gomes et al. (2018). Em fazendas
suplementação (Tabela 1): com histórico de peso a desmama abaixo
do recomendado, o uso de creep-feeding
Exemplos de fórmulas de suplementos
para as bezerras, na fase de aleitamento,
e rações totais misturadas para aplicação
pode ser indicado.
mineral ou suplemento mineral com ureia • Ser submetida a uma segunda esta-
(no período seco). O cuidado com as pri- ção de monta aos 24-26 meses de
míparas precoces dever ser similar aos idade, com intuito de atender à ne-
das primíparas de 3 anos, com utilização cessidade de reposição do rebanho
de pastagens com boa disponibilidade e de matrizes;
suplementação de acordo com o escore
• Ser vendida como gado magro para
de condição corporal.
reprodução ou engorda;
Em casos de animais com escores
• Ser terminada para abate e comer-
baixos durante a gestação, recomenda-
cialização como gado gordo.
se a suplementação proteico-energética
em 3 g/kg PV/dia até 60 dias pré-parto, Considerando que a manutenção de
ou mesmo a utilização da desmama fêmeas vazias na fazenda depende da
precoce. Maiores informações sobre necessidade de reposição do rebanho
desmama precoce podem ser obtidas de matrizes, que em um mesmo lote
em Oliveira et al. (2014). há animais de diferentes categorias fe-
notípicas de interesse (cabeceira, meio
b) Fêmeas vazias
e fundo) e que pode haver novilhas
O destino das fêmeas vazias é uma não submetidas ao Protocolo Embrapa
decisão econômica e se resume a prati- +Precoce P14, a seguintes matrizes de
camente três caminhos: decisão são recomendadas:
Tabela 2. Critérios prioritários para a seleção de touros para utilização no Protocolo Embrapa
+Precoce P14.
Figura 4. Passo a passo para a escolha de touros para a aplicação no Protocolo Embrapa
+Precoce P14.
Tabela 3. Resultados de prenhez nos lotes de fêmeas Nelore PO e Sistema A em duas estações
de monta consecutivas.
Prenhez (%)
Categoria Ano Qtde.
1ª IATF Final
+Precoce P14 PO 2020-2021 56 35,7 51,6
+Precoce P14 PO 2022-2023 41 36,5 65,8
+Precoce P14 Sistema A 2020-2021 28 46,4 63,1
+Precoce P14 Sistema A 2022-2023 31 37,5 64,5
Tabela 4. Peso ao desmame (210 dias), conformação frigorífica ao desmame e tempo de ges-
tação de novilhas precoces e convencionais.
* Silva (2000).
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Tabela 6. Taxa de prenhez de IATF e ao final da estação reprodutiva das matrizes precoces e
convencionais em 6 anos produtivos.
N 124 136 75 93 17 6 95 41
Final (%) 90,32 67,64 *** 74,66 56,99 * 64,71 66,67 ns 72,63 82,92 ns
Conv: convencional; Prec: precoce; P>F = probabilidade de um erro tipo I, considerando um nível de 5% de significância;
ns = não significativo, † = p<0,10, * = p<0,05, ** = p<0,01, *** = p<0,0001.
Figura 5. Pesos ao início da estação de monta de novilhas, primíparas e secundíparas dos tipos
precoce e convencional.
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Tabela 7. Peso a desmama de bezerros machos e fêmeas, filhos de primíparas das categorias
precoce e convencional.
Peso à desmama, kg
Tipo Sexo n
210 dias
Fêmea 74 163,6
Precoce
Macho 50 173,1
Fêmea 123 159,9
Convencional
Macho 125 172,1
Tabela 8. Taxas de prenhez por IATF e ao final da estação reprodutiva, e perdas gestacionais
em novilhas precoces em uma propriedade no município de Miranda, MS, em quatro estações
de monta consecutivas.
dianóstico de gestação aos 120 dias menos taxa de prenhez no diagnóstico de gestação aos 30 dias.ns = não significati-
vo, † = p<0,10, * = p<0,05, ** = p<0,01, *** = p<0,0001.
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