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Segundo os autores, após a busca pela retirada do mito das sociedades para
explicação do mundo natural, o Direito, visto como uma forma racionalizada de
perceber a realidade, acabar por tomar e lugar do mito, servindo de “símbolo” para
as sociedades. Desse modo, constituindo aquilo que chama de “mitologia jurídica”,
que de certa maneira esconde o uso privilegiado do poder fazendo com que se
acredite que o fenômeno jurídico se pauta na Razão Humana, sendo esta o maior
dos mitos, de acordo com os autores.
Ainda para dar bases á Episteme Contra-Mitológica trazida no livro, Chies realiza
considerações sobre a privação de liberdade enquanto modalidade jurídico-punitiva.
Baseando-se em Foucault, o autor afirma que a pena de prisão, ao longo da história
e do pensamento dos juristas reformadores, não era considerada da maneira que é
hoje, como base do sistema de punições, e nem mesmo foi planejada de maneira
racional e esquematizada.
Além do mais, a penalidade de prisão hoje é vista com naturalidade. Esse modo
natural de vê-la demonstra a incapacidade humana de encontrar respostas aos
paradoxos causados por tal punição - do mesmo modo que propõe meios de
dignificação do preso e seu retorno à sociedade, não apresenta estes resultados.
Para apoiar sua tese de que o Sistema falha ao resolver conflitos, Chies baseia-se
no fato já citado anteriormente de que o Direito trabalha como um sistema fechado,
deixando de lado os considerados “profanos”, o que dificulta a cognição e
operacionalização jurídicas, por não permitir uma visão total das situações.