Você está na página 1de 15

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

CURSO: CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO


DISCIPLINA: CÁLCULO III

Rony Simão
63343

1/15
Objetivo do trabalho

Este trabalho tem por objetivo mostrar de maneira introdutória s aplicação das
séries/transformadas de Fourier, que tornam possível a tecnologia VoIP (Voice over Internet Protocol).

Figura 1(*)

(*) Figura 1 coletada do site: http://conhecimento.incubadora.fapesp.br/portal


VoIP e a Revolução na Telefonia - Segunda Parte

2/15
Breve História sobre VoIP

A Tecnologia VoIP teve início em Israel com Alon Cohen e Lior Haramaty (engenheiros saídos do
exército nacional) no ano de 1994, ano em que fundaram a Volcaltec, uma empresa que tinha como
missão produzir software, hardware e tecnologias para transmissão de áudio.
Em fevereiro de 1995, a empresa lançou o " Internet Phone", software pioneiro no mercado da
comunicação VoIP. Com seu funcionamento semelhante aos softwares atuais, o Internet Phone, podia
fazer ligações através da internet, fazendo uso de fones de ouvido e microfones, obviamente a
qualidade das chamadas era muito inferior a que se tem hoje em dia, devido entre outros fatores, a
inferioridade de banda da época. (Revista Info)

Figura 2(*)

(*) Figura 2 coletada do site: http://www.guiatech.com.br/category/internet/page/2/

3/15
Jean-Baptiste Joseph Fourier

Jean-Baptiste Joseph Fourier (Auxerre, 21 de Março de 1768 - Paris, 16


de Maio de 1830) foi um matemático e físico francês, celebrado por
iniciar a investigação das séries de Fourier e a sua aplicação aos
problemas da condução do calor. A Transformada de Fourier também foi
assim designada em sua homenagem.

Filho de um alfaiate, Fourier ficou órfão com a idade de oito anos. Encaminhado para a escola militar
dirigida por Beneditinos, logo mostrou sua genialidade. Com a idade de doze anos estava escrevendo
magníficos sermões que os chefes dignitários de Paris apresentavam como sendo seus. Aos treze anos,
petulante e endiabrado, teve seu primeiro encontro com a matemática e mudou como por um passe
de mágica. Para poder estudar matemática à noite ele recolhia pedaços de vela realizando seus estudos
secretos atrás de um biombo. Atendendo aos Beneditinos foi para a Abadia de São Benedito para o seu
noviciado, interrompido pela Revolução Francesa de 1789.

Em dezembro de 1789 Fourier foi a Paris para apresentar, na Academia, suas pesquisas para a solução
de equações numéricas, assunto que o interessou pelo resto da vida. Este trabalho ia além do que havia
sido feito por Lagrange (Matemática – Francês) e ainda hoje é válido. Foi um entusiasta da Revolução
por antever o renascimento da ciência e da cultura. Cedo desapontou-se. Ignorando o perigo para si
mesmo, protestou contra a brutalidade desnecessária.

Texto extraído na íntegra do site www.wikipedia.org

4/15
Um pouco mais sobre VoIP

Figura 3(*)

“A Comunicação de Voz em Redes IP, chamada de VoIP, consiste no uso das redes de
dados que utilizam o conjunto de protocolos das redes IP (TCP/UDP/IP) para a transmissão de
sinais de Voz em tempo real na forma de pacotes de dados.” [Huber Bernal Filho]

VoIP consiste na comunicação de "voz" através de redes de IP (Internet Protocol). Dentre


estas podem ser de 2 tipos:

Públicas: na qual a internet representa a rede IP, utilizada para comunicações VoIP, o
usuário deve, de preferência, ter uma conexão banda larga para poder se utilizar deste serviço.

Privadas: as redes corporativas da empresas representam as 'redes privadas', usadas para


comunicação VoIP. Estas podem ser desde uma pequena LAN (Local Area Network) até grandes
redes corporativas WAN (Wide Area Network).

Seu uso mais comum nos dias de hoje, consiste na comunicação Micro a Micro, utilizando
softwares específicos de conversação (Skype, Gtalk, etc) conectados à internet
(preferencialmente em banda larga).

Figura 4(*)

5/15
(*) Figura 3 coletada do site: http://conhecimento.incubadora.fapesp.br/portal
(*) Figura 4 coletada do site: http://www.teleco.com.br/voip.asp

Algumas Características de VoIP

 Positivas

 Baixo custo em chamadas telefônicas (principalmente em interurbanos)


 Existência de poderosos softwares no mercado (também freewares) para uso de
VoIP (p.ex. Skype, ATIvoip, VorxFone, Teleminas, Google Talk, Voipwebfone,
dentre outros).
 Ligações gratuitas de VoIP p/ VoIP
 Baixa incidência de impostos e taxas
 Total independência de operadoras tradicionais (Telefônica, Embratel, etc...). Não
obrigatoriedade de contratos para obtenção de tarifas promocionais.

 Negativas

 Algumas vezes ouve-se um “eco” ao fundo, de sua própria voz.


 (ou Jitter - variação do atraso da transmissão das informações, ou pacotes.
Causado pelas variações no tráfego e alterações no roteamento)
 Diferentemente do telefone que não necessita de energia elétrica (vale mais para
aparelhos um pouco mais antigos), os telefones baseados em IP, saem do ar em
falta de conexão à internet ou força elétrica (se o mesmo for baseado em head-
sets e similares conectados ao computador)
 Aparelhos de telefonia IP (similares ao normais usados hoje, mas com tecnologia
que suporta VoIP sem a necessidade do computador estar ligado) ainda são muito
mais caros.

Quanto a este último existe o seguinte paradoxo.

Paradoxo: Telefonia Convencional x VoIP

Característica Telefonia Convencional Telefonia VoIP

Conexão na casa do usuário Cabo de cobre (par trançado) Banda larga de Internet

Falta de Energia Elétrica Continua funcional Pára de funcionar

Mobilidade Limitada a casa do usuário Acesso em qualquer lugar do


mundo, desde que conectado a
Internet

Número Telefônico Associado ao domicílio do Associado à área local do


usuário número contratado

6/15
Chamadas locais Área local do domicílio do Área local do número contratado
usuário
(*) Tabela 1

(*) Tabela 1 coletada do site: http://www.teleco.com.br/voip.asp

Como VoIP trabalha

Muito bem, já vimos até aqui os seguintes tópicos:

o Um pouco da História de VoIP


o Quem foi Fourier
o Uma introdução do que é VoIP
o Tipos de comunicação VoIP (públicas e privadas)
o Algumas características tanto positivas como negativas de usar VoIP
o Um paradoxo sobre Telefonia Convencional x VoIP

Passaremos a falar agora de como efetivamente VoIP trabalha:

VoIP converte um sinal analógico (a fala humana por exemplo) em um sinal digital, sinal
este que pode ser transmitido via internet. A Figura 5, mostra a diferença destes 2 tipos de sinais
(ou ondas).

Figura 5 (*)

7/15
Notamos aqui que a diferença é gritante, visto que não existe nenhum tipo de padrão ou
marcação no sinal analógico enquanto no sinal digital (mesmo variando, como é o caso deste
apresentado aqui), nota-se facilmente uma padronização muito mais aceitável (pelo ou menos
visivelmente falando)

(*) Figura 5 coletada do site: http://arquivosevt.lncc.br/pdfs/voip.pdf


Mas como a primeira onda (analógica, sem padrão aparente), pôde e pode se transformar
na segunda (digital de mais fácil entendimento)? E o que Fourier contribui para essa
transformação?

Bom a resposta é a seguinte:

Como vimos na figura 5, o sinal analógico e digital são bastante diferentes, e possuem
propriedades diferentes, ou seja, não seriam (ou dificilmente) seriam transportados por um
mesmo método de encaminhamento.

Precisamos codificar o sinal (analógico para o digital), para fazer o encaminhamento dos
pacotes via internet, até o outro receptor. Neste tópico encontramos na Teoria da Informação, a
Lei de Shannon, que calcula a capacidade máxima de transmissão C (em bps – bits por segundo)
de um determinado canal de comunicação, na presença de ruído, é dada pela expressão:

C = B . Log 2 (1 + S/N)

Onde 'B' é a representação da banda de passagem do canal ( medida em Hz), e S/N,


consiste na relação 'Sinal-Ruído' obtida pela divisão da amplitude (ou potência) do sinal de 'S'
pela do ruído de 'N' no canal. Assim que definido o canal de comunicação (canal este que dita a
banda de passagem, para que seja melhorada a capacidade de transmissão) temos que brincar
com a relação sinal-ruído.

Nas comunicações digitais, o efeito do ruído no canal, é provocado por erros de


interpretação pelo receptor (alternações entre zeros e uns, e vice-versa).

Exemplo: Imaginemos um carro em uma determinada estrada, este carro será o nosso
receptor. Quanto mais fechadas e freqüentes as curvas nesta mesma estrada, maior será a
chance de derrapagem, correto!? O carro (receptor) precisa grudar na estrada (sinal), para evitar
derrapagens (erros de interpretação).

A fim de minimizar estas 'derrapagens' de recepção temos de diminuir a quantidade de


transições de estados (zeros para uns e uns para zeros, esta taxa de transição é denominada de
'baud rate').(*)

A parte que nos interessa é que, quanto menor o bit rate (número de bits transferidos por
unidade de tempo) do sinal a ser modulado, mais simples e baratas ficam as técnicas de
modulação que precisam ser usada para que seja atingido o 'baud rate' desejado. Este é o ponto
onde se encaixam as técnicas de codificação de sinal.

8/15
(*)BAUD RATE- O termo baud rate é utilizado como medida de velocidade de transmissão de informação
entre computadores através de linhas telefônicas. Baud rate é freqüentemente utilizado como
sinônimo de bits por segundo (bps), apesar de não ser tecnicamente verdadeiro. O nome baud vem de
J. M. Baudot, inventor do código telegráfico BaudotBAUD
Fonte: http://www.cliconnect.com/br/Glossario/Glossary_pt04.html

Técnicas de Codificação de Sinal

Técnicas (ou Métodos) de codificação de sinal são algoritmos que reduzem o bit rate,
comprimindo a quantidade original de bits do sinal da transmissão, e descomprimindo na
recepção.

Figura 6 (*)

Quando o assunto é informação de voz, não se pode fugir do fato de que no final, os
sinais são originados e recebidos por mecanismos biológicos (nós seres humanos!!! - a fala e o
sistema auditivo) que são 'analógicos'.

Nos extremos de qualquer mecanismo de transmissão e recepção de voz estão os


tradutores (microfones e auto-falantes), que irão converter sinais analógicos de pressão (a
informação SOM é codificada, de forma contínua no tempo, em ondas de pressão no ar) em
sinais analógicos de tensão ou corrente elétrica, e vice-versa.

Um sinal qualquer é representado como uma função do tempo s(t). Dependendo da


função e sua complexidade, se torna mais viável a representação da mesma através de somas de
outras funções mais simples que, dentro de certos limites, chegam por fim ao mesmo resultado
que a primeira função (a complexa). Tal manipulação é conhecida como expansão de séries de
funções.

Dentre estas está a expansão tema deste trabalho, a expansão em série das séries de
Fourier, que é representada (como a definição já apresentada) em uma soma infinita de funções

9/15
seno e co-seno. O que nos interessa dentro deste tema são as Transformadas de Fourier, sobre
as quais falaremos um pouco mais agora.

Segundo Fourier, qualquer função periódica (uma representação de ondas analógicas por
exemplo) poderia ser expressa por uma somatória de senos e co-senos. Os coeficientes a 0, ak e
bk são calculados por

Voltando agora às Transformadas de Fourier que possibilitam as conversões de sinais


analógicos (de voz por exemplo) em sinais digitais (para transporte via pacotes) temos o
seguinte a abordar:

Não serão detalhados aqui, os métodos utilizados para calcular a amplitude A (que
envolve cálculo integral). O que importa é que, se s(t) for periódica (com freqüência angular ωs
= 2.π.f, f = 1/T, onde T é o período), somente os termos correspondentes as freqüências
angulares que sejam múltiplos inteiros da freqüência angular de s(t) (ω = 0, ω=±ωs, ω±2.ωs,...)
terão amplitudes A diferentes de zero.

Entretanto, se s(t) não é periódica, podemos encontrar amplitudes A diferentes de zero


para 'qualquer valor real' de ω entre menos e mais infinito.

Cada um dos termos da somatória (das amplitudes diferentes de zero) é denominado um


componente da freqüência de s(t), e contribui para a soma total de acordo com a sua amplitude
A.

10/15
Se feito um gráfico das amplitudes dos componentes de freqüência de s(t), assim como
na função angular, será obtido uma outra função S(ω), que representa a contribuição de cada
componente de freqüência na formação de s(t). Precisamente, a função S(ω) é a 'transformada
de Fourier' de s(t). O processo para se obter s(t) a partir de S(ω) é denominado 'Transformação
Inversa de Fourier'. Como ilustra a figura a seguir.

Os gráficos apresentados são apenas esquemáticos, a título de ilustração dos conceitos


abordados, e não devem ser entendidos como representações exatas. Especialmente, a título de
simplificação, consideraremos apenas os valores positivos de ω.

Observemos o gráfico da freqüência de s(t) apresentado acima. Para todas as freqüências


maiores que ωc, S(ω) assume valores nulos. Isto significa que não existem componentes de
freqüência no espectro de s(t) acima da freqüência ω c. Isto é o mesmo que dizer que s(t) é
limitado em faixa na freqüência ωc.

Na Teoria da Informação, encontramos o teorema de Nyquist (teorema este que não será
abordado em detalhes neste trabalho): para qualquer sinal s(t) limitado em faixa na freqüência
ωc , o sinal original pode ser recuperado integralmente (ou seja, ele deixa seu formato digital, em
pacotes, e volta a ser analógico) a partir de amostras discretas de s(t), tomadas com freqüência
ωa≥2.ωc.

De maneira rápida tentaremos explicar o significado do teorema, vamos examinar, passo


a passo, o que acontece no domínio tempo e no domínio freqüência. O processo de amostragem
pode ser entendido como a multiplicação, no tempo, do sinal (analógico ou digital) s(t) por uma
função tem de impulsos a(t), com pulso de amplitude unitária e freqüência angular ωa = 2.ωc. O
resultado é o trem de amostrar p(t), conforme demonstra a figura a seguir.

11/15
O sinal p(t) é a versão PAM (pulse-amplitude modulation) de s(t).
A próxima figura dá uma boa idéia de como isto ocorre.

O que temos são várias "cópias" (daí o uso de séries, no caso a transformada de Fourier
como demonstrado acima) do espectro de freqüências de s(t).

Para que se possa recuperar o sinal original, basta passar p(t) por um filtro que
isole uma das "cópias" do espectro original.

Resumindo o que vimos até aqui: na transmissão geramos um sinal PAM, e na recepção
recuperamos o sinal original, por filtragem simples do sinal PAM. Mas o sinal PAM não é digital,
mas o que precisamos para o envio de pacotes pela tecnologia VoIP é exatamente o sinal digital
e agora aprenderemos um pouco como esta conversão acontece.

Como os sinais analógicos são convertidos em digitais

Rapidamente falando, a codificação (conversão) dos sinais analógicos para digitais é feita
através de equipamentos especiais chamados CODECS (dispositivos que além de codificar, irão
comprimir os dados). Os mais modernos além de comprimir ainda fazem supressão de silêncio e
cancelamento de eco.

Apresentaremos agora alguns tipos de CODECS:

o Codificação por forma de onda (waveform encoding) - Excelente qualidade, mas


compressão baixa.

o Codificação por síntese (synthesis enconding) - A Natureza do sinal (a voz) é essencial


para obter máxima compressão, o que é ótimo se pensarmos em conexões mais
lentas, porém existe uma sensível perda na qualidade.

o Codificação híbrida (hybrid enconding) - É uma intermediária entre as 2 anteriores,


buscando um equilíbrio entre compressão e qualidade.

12/15
(*) Figura 6 coletada do site: http://arquivosevt.lncc.br/pdfs/voip.pdf

A imagem a seguir mostra como ocorre o processo de captação do sinal analógico,


transformação do mesmo em sinal digital, e seu retorno ao formato analógico no final do
processo. Não será possível entrarmos mais a fundos em todos os passos deste magnífico
processo, isso ficará a cargo do leitor.

Figura 7 (*)
PAM - ( Pulse-Amplitude Modulation)

13/15
(*) Figura 7 coletada do site http://ww2.unilasalle.edu.br/cursos/graduacao/engtelecom/palestras/voip.pdf

CONCLUSÃO

Este trabalho teve por intuito fazer uma breve explanação sobre a tecnologia VoIP e mostrar
resumidamente alguns de seus princípios Físicos.

14/15
BIBLIOGRAFIA

- Coleção Info 2006 VoIP (Revista - eBook)

- Wikipedia (www.wikipedia.org)

- http://www.malima.com.br/

- http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/jose_smolka/cod_voz_01.html

- www.teleco.com.br

- http://www.tech-faq.com/

- http://arquivosevt.lncc.br/pdfs/voip.pdf

- http://ww2.unilasalle.edu.br/cursos/graduacao/engtelecom/palestras/voip.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-47442004000100006&script=sci_arttext&tlng=pt

15/15

Você também pode gostar