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Edições Loyola
Dicionário Nietzsche
Edições Loyo/a
ISBN 978-85-15-04384-2
© EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2016
Prefácio 17
Os livros publicados 37
por Nietzsche
Verbetes 101
Os autores 457
Português -Alemão
Eu (/eh) 219
Experimento ( Versuch) 220
Extemporâneo (Unzeitgemass) 222
Fatalismo (Fatalismus) 223
Filisteu da cultura 226
(Bildungsphilister, Philister der Bildung)
Filologia (Phi/ologie) 228
Filosofia (Philosophie) 230
Filósofos do futuro (Philosophen der Zukunft) 233
Finalidade (Zweckmassigkeit) 234
Fisiologia (Physíologie) 236
Ver Fisiopsicologia (Physio-Psychologie)
Fisiopsicologia (Physio-Psychologie) 236
Força (Kraft) 238
Formação (Bildung) 240
Ver Cultura (Bildung, Kultur)
Forte (stark) 240
Fraco (schwach) 243
Ver Forte (stark)
Genealogia (Genealogie) 243
Gênio ( Genie) 245
Grande política (grosse Politik) 247
Grande saúde (grasse Gesundheit} 249
Hereditariedade ( Vererbung) 251
Hierarquia (Rangordnung) 253
História (Geschichte, Historie} 255
Homem superior (hoherer Mensd1) 258
Humanidade (Menschheit) 260
Idealismo (ldealismus) 261
Igualdade (Gleichheit) 263
Ilusão (lllusion, Tauschung) 264
Imoralista (lmmoralist) 266
Imperativo (lmperativ) 268
Impulso (Trieb) 270
Instinto (lnstinkt) 271
Interpretação (Aus/egung, lnterpretation) 273
Jovialidade (Heiterkeit) 276
Judaísmo (Judentum) 278
Justiça (Gerechtigkeit) 280
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Alemão - Português
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***
recusóvel busca de sentido: autobiografia intelectual . São Paulo, ljuí: Ateliê Editorial.
UNIJUf. 2004, especialmente p. 184- 188.
18
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20
8
Todos os números dos Cadernos Nietzsche encontram-se na página http://www.
cadernosnietzsche .unifesp.br/.
9
Uma lista dos títulos está disponível em http://www.cadernosnietzsche.unifesp.br/
GEN/pt/sendas-e-veredas/titulos-publicados.
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***
1
º Cf. MARTON, Scarlett. GEN - uma experiência de formação, p. 312.
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Eder Corbanezi
Emmanuel Salanskis
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Scarlett Martor
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O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA
(Die Geburt derTragõdie)
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Bibliografia
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ais Erzieher). Esse texto, que foi elaborado a partir das notas para sexta
e sétima conferências de Sobre o Futuro de nossos Estabelecimen-
tos de Ensino (Ueber die Zukunft unserer Bildungsanstalten), ataca
de forma agressiva a mentalidade e as instituições universitárias da
Alemanha da segunda metade do século XIX. Segundo o filósofo, o
ensino superior de sua época tinha o propósito de formar homens
subordinados e medíocres que viriam a servir às instituições e ao
Estado. Isso porque, conforme a mentalidade dominante da época,
o Estado seria o alvo máximo da humanidade. Em outras palavras,
nenhuma meta poderia ser entendida como superior à preservação
da existência do Estado. Esse sistema educacional seria, portanto,
eficaz para engendrar "tipos" resignados como o "erudito" estéril,
o "funcionário de Estado", o "negociante" e o "filisteu da cultura".
Todavia, esse mesmo sistema seria incapaz - e até mesmo impe-
diria - o florescimento e o desenvolvimento de indivíduos com ta-
lentos geniais. No entender de Nietzsche, todavia, uma verdadeira
educação deveria empenhar-se no "nascimento e maturação" do gê-
nio. No desenvolvimento do seu argumento, Nietzsche caracteriza,
ainda, dois tipos antagônicos, a saber, os "servidores filosóficos" e
os filósofos. O primeiro, integrado ao sistema educacional vigente,
caracterizar-se-ia por possuir um pensar domesticado e comprome:-
tido com os interesses do Estado - provedor de sua subsistência. O
"servidor filosófico" seria o erudito profissional perito em história da
filosofia que, especializado em "repensar" o pensamento dos gran-
des filósofos, impede o florescimento do verdadeiro filósofo. Este úl-
timo seria um livre pensador que retira de si mesmo as suas próprias
verdades sem intermediários.
A quarta e última consideração extemporânea, Richard Wag-
ner em Bayreuth (Richard Wagner in Bayreuth), foi publicada por
ocasião da inauguração do Festspielhaus, a sala de espetáculos de-
dicada à apresentação da obra de Wagner, construída na cidade de
Bayreuth, na Alemanha. O texto em questão, ao mesmo tempo em
que rende homenagem a Wagner, consiste também numa severa
crítica à decadência cultural da Europa. Esse declínio cultural poderia
ser observado através do exame da arte moderna alemã, sobretudo,
das instituições teatrais. Para Nietzsche, o público que frequentava
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Bibliografia
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da ruptura intempestiva, não devem ser lidas tão somente como re-
flexos de uma manobra egocêntrica que busca, oportunamente, dei-
xar um autor mais confiável e palatável aos seus leitores. Pois não
estamos diante da gestação de uma nova fase, mas de uma decisão
de tornar público o que já se encontrava em estado latente numa
enorme massa de anotações privadas. O enaltecimento dos pontos
de vista das ciências naturais, da teoria do conhecimento e da filo-
sofia da linguagem, do realismo, do criticismo e do ceticismo - os
pontos de vista norteadores de Humano, demasiado Humano -,
permeia grande parte do espólio nietzschiano entre o final da década
de 1860 e início da década de 1870. Além do mais, essa obra não
somente corrobora posicionamentos filosóficos que já se encontra-
vam praticamente prontos, mas confere·também organização à pro-
dução que lhe sucede, caucionando um todo unificado e coerente.
Nietzsche almejava publicar Humano, demasiado Humano, incluindo
seus apêndices, com Aurora e A gaia Ciência numa única edição em
dois volumes que se chamaria, num primeiro momento, Vademecum
Vadetecum, e, depois, A Relha do Arado; ele também considerava
os livros Genealogia da Moral e Para além de Bem e Mal enquanto
retomadas da obra de 1878. Assim, Humano, demasiado Humano
não representa exatamente uma mudança súbita e pontual provoca-
da pelo acúmulo de vicissitudes, como as experiências das andanças
em Sorrento, os diálogos com Paul Rée ou o adoecimento. Com efei-
to, é o propagandista da causa de Bayreuth, que toma a palavra em
O Nascimento da Tragédia e as Considerações Extemporâneas, um
personagem moldado pelas expectativas de um público bastante pe-
culiar, que deve ser visto como um tipo de desvio inesperado de um
caminho que estava sendo trilhado. Perante esse cenário, o mais acer-
tado seria acolher o desejo expresso por Nietzsche ao seu editor de pu-
blicar Humano, demasiado Humano sob o pseudônimo de Bernhard
Cron não como um desejo de fugir de si, mas o inverso: tratar-se-ia de
uma estratégia para escapar de um nome banalizado que somente
referendava as idiossincrasias do wagnerianismo, ou seja, daquilo
que não lhe pertencia.
É em Humano, demasiado Humano que, portanto, Nietzsche
traz a público a sua filosofia. O nome dessa filosofia é mosofia histó-
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Bibliografia
ITAPARICA, André Luís Mota. Nietzsche: Estilo e Moral. São Paulo, ljuí:
Discurso Editorial. Editora Unijuí, 2002. (Col. Sendas & Veredas)
SALANSKIS, Emmanuel. Moralistes darwiniens: les psychologies évolu-
tionnistes de Nietzsche et Paul Rée. Nietzsche-Studien , v. 42, n.
1. p. 44-66, 2013.
Eduardo Nasser
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AURORA. Pensamentos
sobre os preconceitos morais
(Morgenrothe. Gedanken
über die moralischen Vorurtheile)
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Bibliografia
Clademir Araldi
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Gfj
Bibliografia
Emmanuel Salanskis
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_,J
dt1ncia do autor, um livro com três partes, tam~m roi rcn ead r
el . E a obra consagrada pela posteridade, um livro com quatro p r·
t s, não chegou a ser por ele autorizada.
As primeiras linhas do preíácio a Assim falava Zaratustra reto-
rnam ipsis litteris a última seção da quarta parte de A gaia Ciência
(§342). Se nela Nietzsche já põe em cena Zaratustra, na penúltima
seção, intitulada "O mais pesado dos pesos" (§ 341). expressa pela
primeira vez em seus escritos o pensamento do eterno retorno do
mesmo. Publicadas imediatamente antes da redação de Assim falava
Zaratustra, as duas seções antecipam o que virá a constituir o prota-
gonista central e a concepção básica da obra. As diíerentes atitudes
do protagonista esclarecem o que ele tem a dizer; seu pensamento
rnais abissal lança luz sobre quem deve anunciá-lo. Aliás, é o autor
mesmo quem fornece essa chave de leitura em fcce Homo.
Assim falava Zaratustra abre-se com o anúncio da transforma-
ção por que o protagonista acaba de passar. Durante dez anos, ele
viveu na solidão de sua caverna e de sua montanha, mas seu coração
transformou-se; ele teve conhecimento da morte de Deus. É para
partilhar sua sabedoria que Zaratustra desce em direção ao vale.
Uma vez na cidade, anuncia ao povo reunido na praça do mercado
que vem ensinar o além-do-homem . Se Deus está morto, será preci-
so substituir a concepção de homem como uma criatura em relação
a um Criador pela concepção de além-do-homem. Durante séculos,
o ser humano, dilacerado, acreditou ser composto de corpo e alma.
Agora, não mais se definindo em relação à divindade, ele deixa de
existir. Se o apogeu da humanidade, seu meio-dia, ocorre quando
desaparece o dualismo entre mundo verdadeiro e mundo aparente,
o homem que se supera identifica-se com o mundo.
Zaratustra apresenta-se como o promotor de uma completa re-
viravolta na nossa cultura. Desvalorizando este mundo em nome de
outro, que seria essencial, imutável e eterno, a cultura socrático-ju-
daico-cristã revela-se niilista desde a base. É a morte de Deus que
permitirá a Zaratustra fazer a travessia do niilismo. Se os valores en-
contraram sua legitimidade no mundo suprassensível. trata-se agora
de eliminar o solo a partir do qual foram estabelecidos para engen-
drar outros valores. É a morte de Deus que possibilitará a Zaratustra
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mestre do eterno retorno", faz cair por terra o dualismo cnlrc mundo
verdadeiro e aparente. Inscreve-se assim de outro modo no mundo
e permite que através de si mesmo ele se expresse, para encarnar
0 caráter dionisíaco de toda existência. Intimando-se a converter-se
no que é, Zaratustra, "o que não em vao disse a si mesmo: 'torna-te
quem tu és"', abraça de modo incondicional o próprio destino. Eas-
sim assume o amor fati, para pôr-se dionisíacamente diante da vida.
Nos atributos a que ele recorre para apresentar-se, encontram-se os
temas centrais da filosofia nietzschiana da maturidade: a superação
do niilismo e o projeto de transvaloração dos valores, o conceito de
vontade de potência e a doutrina do eterno retorno do mesmo, oca-
ráter dionisíaco da existência e a ideia de amor lati.
ÉZaratustra quem assim fala. Ao contrário do profeta báctrio,
que teria introduzido no mundo os princípios de bem e mal, subme-
tendo a cosmologia à moral, o Zaratustra de Nietzsche quer precisa-
mente implodir a dicotomia dos valores para recuperar a inocência do
vir-a-ser. Éenquanto uma espécie de alter ego de Nietzsche que ele
conta refazer a obra do Zoroastro histórico.
Aqui quem fala é Zaratustra, aquele que vem para desvincular
a metafísica e a moral. É pela necessidade de doar e partilhar que ele
fala. E fala assim: através de discursos e monólogos, do canto e so-
bretudo do silêncio. Este é um livro para todos e ninguém. Zaratus-
tra começa discursando para o povo reunido na praça do mercado;
termina entretendo-se apenas com si mesmo. Criticando os valores
vigentes de sua época. Nietzsche é levado a assumir a condição de
extemporâneo. Portanto, enquanto o título do livro revela seu projeto
filosófico, o subtítulo traz à luz sua relação com os leitores.
De todas as suas obras, é aAssim falava Zaratustra que Nietz-
sche atribui maior importância. Na correspondência, deixa entrever
que o livro poderia ser visto como uma sinfonia ou uma espécie de
pregação moral, uma poesia ou um quinto Evangelho; em suma,
como algo para o qual não se tem nome. Ele tem ciência das múl-
tiplas implicações do estilo que adota; bem mais, está ciente das
dificuldades em encontrar a linguagem que julga adequada para
o que tem a dizer. Nesse livro, o autor recusa-se a conferir caráter
monolítico ao texto; o protagonista nega-se a pôr-se como senhor
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Bibliografia
Scarlett Marton
Otl
exposta no livro anterior. Essa íntima relaç~o entre c1 c.Juas ot)r,1) jl1
havia sido apontada de forma explícita num primeiro e boço para o
prólogo de Para além de Bem e Mal, redigido na primavera do rnc •
mo ano de sua publicação. Livro composto por muitos textos qu,
tiveram uma primeira redação já em 1881 , mas também por texto
redigidos no momento mesmo da escrita da primeira parte cie Assim
falava Zaratustra, entre 1882 e 1883, Para além de Bem e Mal,
segundo o filósofo, foi concebido sobretudo a partir de anotações
feitas nos entreatos da redação do conjunto das partes que vieram a
compor olaratustra. Longe de ser um comentário do seu livro mais
célebre, a nova obra teria a função de lançar luz sobre as inovações
conceituais trazidas por Zaratustra, abordadas agora numa forma
mais tradicional, com aforismos, máximas, dissertações e um poe-
ma. Noutras palavras, esta obra que, no limite, apenas esclarece, e,
portanto, trata do mesmo rol de questões, complementa a anterior
ao não mirar ao longe, mas ao ter o entorno como foco. Concebendo
esse escrito como sendo no essencial uma crítica da modernidade, o
filósofo entende ser necessário aniquilar todos os móveis metafísicos
que atingem em sua época seus desdobramentos máximos nas ciên-
cias, artes e política modernas. Acredita ainda que com este aniqui-
lamento as condições estariam dadas para possibilitar a transvalora-
ção de todos os valores, propiciando uma mudança efetiva daquilo
que havia anunciado em seu Zaratustra.
Perseguindo esse objetivo, Nietzsche perfaz em Para além de
Bem e Mal um caminho aberto a partir de uma problemática kan-
tiana, que procura imbricar aquilo que entendemos por teoria do
conhecimento e moral, ao estruturar o seu livro a partir desses dois
eixos, sendo que um deles se subsumirá ao outro. O filósofo conce-
be então sua obra com partes que se encadeiam numa sequência
lógica, visando à defesa de uma ideia muito precisa, qual seja, a de
uma civilização não decadente, pautada pela "grande política". Ter-
minando com um poema como epílogo, "Desde as elevadas monta-
nhas", que remete ao seu Zaratustra, Para além de Bem e Mal, que
é composto de nove capítulos, inicia-se com um prólogo que sinaliza
claramente os intentos da obra. Considerando que a modernidade
elevou a um grau exponencial a metafísica do povo, o cristianismo,
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00
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os
Bibliografia
ITAPARICA, André Luís Mota. Nietzsche: Estilo e Moral. São Paulo, ljuí:
Discurso Editorial, Editora Unijuí, 2002. (Col. Sendas & Veredas)
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João Mayer (orgs.). Nietzsche. on lnstinct and Language. Berlim:
De Gruyter, 2011 , p. 167-185.
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Bibliografia
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. . 0 t a de i tzsch a dissolução
E ED . \Ia111a ur . .. , do moro/. 2 ,
Paulo. ljuí: Discurso Editorial. Editora U1111u1. 2003. (Col. Sen. j
74
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p1 senlJ .ão e ni ae dü gestuallclí1de, a rnú ic:J wí1 ~r1cri;,r1:Jt rir.ontr,i 1
Bibliografia
Eder Corbanezi
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i nckJe a µolítica, é apresentada como exemplo da decadência fisio-
1· i -1 da modem idade em "Incursões de um extemporâneo".
i tz clle, em "O que devo aos antigos", sempre numa pers·
P ti_c1 fi iop ic~lógica, apresenta aquilo do mundo antigo a que ele,
Sei t1v_m~nte, d1ss Sim. Afirma que O Nascimento da Tragédia foi
ua pnrne1ra transw1loraçào de todos os valores considerando-se o
últim di cípulo do filósofo Dioniso e o mestre d~ eterno retorno.
Bibliografia
Livro que Nietzsche pretendia publicar depois de Ecce Homo, sua pri-
meira impressão ocorreu sete anos após o colapso psíquico do filó-
sofo. A versão de 1895, todavia, levada a termo por sua irmã, con-
tinha diversas falsificações do texto original - o qual somente veio a
público em sua íntegra no ano de 1961 , na edição realizada por Erich
F. Podach. Texto concluído em 30 de setembro de 1888, ele foi re-
digido num período em que Nietzsche se empenhava na elaboração
de uma obra intitulada "A transvaloração de todos os valores" (Um-
werthung a/ler Werthe), dividida em quatro tomos: "O Anticristo. En-
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Bibliografia
Luís Rubira
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Bibliografia
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Bibliografia
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Edições
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Bibliografia
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AFIRMAÇÃO (Bejahung)
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Afirmaç:m
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Bibliografia
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ALÉM-DO-HOMEM (Übennensch)
Homo ele retorna a relação com o eterno retorno do me rno élO pen
saro além-do-homem pela via do imoralismo. Équondo, cnt, o, .•.
clarece que colocou tal expressão na boca de Zaratustra, o aniquila·
dor da moral, para designar um tipo antagônico aos homens mod r-
nos, aos bons, aos cristãos e a "outros niilistas".
Bibliografia
MARTON, Scarlett. Assim falava Zaratustra. A obra ao mesmo tempo
consagrada e renegada. ln: - -. Nietzsche e a Arte de decifrar
Enigmas. São Paulo: Edições Loyola, 2014, p. 107-134. (Col. Sen-
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São Paulo: Barcarolla, 2009, p. 69-84. (Col. Sendas & Veredas)
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MARTON, Scarlett. Nietzsche: Consciência e inconsciente. ln: - -
Extravagóncias. Ensaios sobre a Filosofia de Nietzsche. 3ª ed. São
Paulo: Barcarolla, 2009, p. 167-182. (Col. Sendas & Veredas)
Por amor fali, antiga expressão latina cujo sentido literal é amor ao
fado (destino) ou amor à fatalidade, Nietzsche compreende o amor
109
,.. n 110 e111ono cJr. 1UH 1, nouco depois de ter o pensamento doe~r-
110 retorno elo mesmo. Trata-se, como ele explicitará anos dep01,
un / u.r J(nmo, de uma fórmula para medir~ gr~nd~~ da vonta~
,111rrn,1llvn cJo homr.m, sua capacidade de aqu1escencia incondicional
<ll;Jnl r. ele Lodos as coisas inscritas na ordem do tempo. Ou seja, não
q1Jcrr.r nada de ouLro modo: seja em relação ao passado (amar tudo
, quilo que já ocorreu e que não poderia ter ocorrido de outra manei-
m) ou ,10 futuro (amar tudo o que há de vir), seja em relação à eterni-
cJJdr. (amar o instante, posto que cada momento pode repetir-se de
forma idêntica, o eterno retorno do mesmo).
ÉlmnorL3nLe obseNar que já no primeiro momento em que uti-
liza a expressão, Nietzsche considera o amor foti como um imperati-
vo que ele mesmo define em sua anotação como: amo aquilo que é
necec;sário. Nas obras publicadas, apresenta o amor foti apenas ern
A gala Ciência e em Ecce Homo. Nesses dois momentos separados
nor 1.Jm ínLervalo de seis anos, é de modo diferente que ele se refere
ao amor fali em 1882 e o aborda em 1888.
Em A gaía Cíéncia, quando vem diagnosticar a "morte de Deus"
e anresenLar o nensamento do eterno retorno do mesmo, Nietzsche
inLrocJuz o amor fati na abertura do Livro IV na forma de um pedido
<JianLc <Jo ano que inicia: gostaria de, dali em diante, amar as coisas
lrll como elas se apresentam, sem julgar e abstendo-se de condenar
o que ocorre, desejando ser apenas "alguém que diz Sim!". Já em
Ecce Nomo, ele vincula o amor fati ao pensamento do eterno retorno
cJo rnesmo e considera o amor fatí não como algo que sua vontade
go;it.aría cJe conquistar, mas sim como aquilo que lhe é mais imanen-
W. Fórmula que r:iossui um vínculo estreito com a possibilidade de
rcnr.lição cíclica de todos os acontecimentos, amar o que é neces-
f/lrio irnr>lica , em sua radicalidade, em amar a possibilidade eterna
cJc retorno do próprio niilismo. Concepção que anula as noções de
"cao'.)", "contingência", "liberdade da vontade", "finalidade", oamor
fali é um cJíonisíaco cJizer Sim ao mundo, tal como ele é, sem des-
conto, exceçõo ou seleção .
110
Bibliografia
AZEREDO. Vânia Dutra de. Nietzsche e a Aurora de uma nova Ética.
São Paulo, ljuí: Humanitas, Fapesp, Unijuí, 2008.
MARTON, Scarlett. Nietzsche: a celebração da vida. ln: SANTOS, Ma-
rio Vitor (org.) . Pensadores. São Paulo: Casa do Saber & Realejo
Livros, 2016, p. 262-279.
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ção de todos os Valores . São Paulo: Barcarolla, Discurso, 201 O.
(Col. Sendas & Veredas)
Luís Rubira
ANARQUISMO (Anarchismus)
111
Animal do robonho
Bibliografia
FREZZATTI Jr., Wilson Antonio. A Fisiologia de Nietzsche: a Superação
da Dualidade Cultura/Biologia. ljuí: Unijuí, 2006.
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TÂNCIO, João (orgs.). Sujeito, Décadence e Arte: Nietzsche ea
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ra alemã. São Paulo, ljuí: Discurso, Unijuí, 2007. (Col. Sendas &
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1
••
1 ·, ,11, 1: 1,1 rit1r/ ulli Jr 1· o lltcn) 11111 rl'li,111110 l111111i1110, ;10 '. ,111irir111r
i.1 J_ if , 1 11 íl Ili r, rquicas <!lltl(' m, if1(livích10~.: ~1ir1i11', cfr.•,o !/10
1\ ,1! ri tl ~) dil omprii ão Píll d COIII 10(10., (b !,Ofr irnelllO', (! il r< !iVlrt
" 1 um i ualdade dos direitos político•,. Nit!l/'1< t11: JX! r1 1;d qu,:
111. d e modo, de promovtir 11111 tx~m (!Slíir Er tfi/11io ,io dtir1rio
11 d que inspirJm os indivíduos fort e . -,s porqu , <!IC or))e o tio
1 r 1-,rnimal de rebanho ao llorn -1111-;mirnal ele rí1pir1, . por ex1!rnplo
l 3 da primeira dissertação de Genealogia cJu Moral, oncJ•o icJ1al
·11 mern do ressentimento" é assimilJdo no (l I ovclt1a qu . tcriarn
rancor das aves de rapina. Emborn Nielzsct1 n, tome P<ru,lo cJe
m do incondicional pela rapina, ele certamente omb<te a cJinfüri i
t1istórica que levou à dominação do l1ornem de rcbanl10.
O§ 24 2 de Para além de Bem e Malfaz urnJ ob crvJç o ' _ n-
cial nessa perspectiva. As condições culturais que criam um llorncrn d 1
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ARISTOCRACIA (Aristokratie)
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se .., 5 •a :-i s.
e se co a · m às virtu
i ·ã . A hierarquia inc1d ..,.,,,
t,.
,.1
s e s. so e o problema do ho ~~
u. ereia · s_. ?e~
~e as qua_is o no~re lena P•• :
es iri uai qua o fis1 1 _g,ca. A a~s ocrac,a do tu ro
e 5 as n 'as virt des e caracterls cas própnas, é quem P<XL ·
esta :ecer O q e é m ou ruim. enfim , novos valores que brota"'
da · a ascen ente. Diante da a_ mea~a da decadência do homem. es
novos nobres, distintos entre sr. tenam a grande responsabihdacti1
de assumir o futuro criador do homem a partir de si mesmos. Es;
é o caráter indefinido e promissor das tarefas de cultivar o si mes
superior e de estabelecer uma nova hierarquia entre os homens a
partir da própria época que negava a nobreza.
Bibliografia
Clademir Araldi
ARTE (Kunst)
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d1 111t1 110«1 como déicla • por i o. con lilUi urna "péc1e cJ,,! a1i0rri
1
l'1t111ir <lo qual o hló oro desenvolve uas reflexões. Ncs< ~n 11- • 1
od mo d11cr que o ateísmo de Nietzsche assume o papel de P<i ·
p,o \ n o d , unia conclusão que tenha sido derivada de uma lon~
deduç<io. A questões que eirarn em torno da "morte de Deus·. r,-1
e mplo. e tão ligadasàs consequências morais que esse advento tra-
na ~ civili1açào ocidental. Em outros termos, a morte de Deus s6 co 5-
litui um problema porque traz consigo o niilismo a uma civilização Que.
de de seus primórdios, teve sua moral norteada pela ideia de queu ,
ente todo poderoso e benéfico julga as ações dos homens.
No contexto do pensamento nietzschiano. o ateísmo é entend do
ainda como um desdobramento dos próprios princípios cristãos.
ótica de Nietzsche, a honestidade intelectual seria uma virtude cons-
Lltutiva do homem de ciência. Isso porque a mentalidade científica do
Ocidente teria herdado do cristianismo a exigência de obediênciaà
veracidade. Para o filósofo, essa exigência levaria a uma contradição
moral incontornável, pois afirmar a existência do principal fundamen
to da moral cristã - isto é. Deus - em pleno século XIX seria contra-
riar a própria cobrança de probidade imposta pela consciência cien-
tífica. Em outras palavras. não seria honesto continuar afirmandoa
existência de Deus e, ao mesmo tempo, acolher os resultados da ciên-
cia. Ora. essa incongruência entre Deus e ciência teria levado o cris-
tianismo a um colapso. Isso porque a exigência de obediência mora
para com a verdade se voltaria contra o próprio fundamento da mo-
ral cristã, a saber, a fé em Deus. O dogmatismo moral do Ocidene
teria. portanto. perecido pela justeza moral para com a verdade que
é exigida pela própria moral cristã. Em suma. a última consequênrn
do cristianismo seria o ateísmo.
Nietzsche defende ainda a tese de que o ateísmo é inversamente
proporcional ao sentimento de culpa. Em outros termos. quanto mJ·s
diminui a fé em Deus. mais diminui o sentimento de culpa.
120
\ tw,1,
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,nt •1~1.111 l'l lt' · 1111 ' ·, 11. la. 11<10 é b rn assim: se o povo reserva
,1 ,, .b 111 ,1 ,1IJ ,·1 1 ~ ,,r,, il i ~º t11o comple o e múltiplo. semelhante
1· • , ·t·it :ul Jll\~ 11hu 1lrnent) os filósofos.
i\ ,t.,•:-"I '. 1r . u., p;i11r . julgél ter sido o primeiro a descrever a
ll' l t'. n:, '. Para el , longe de constituir uma unidade, o
~ .-. 1-'' 1.1 v nt,1 rLi te em uma pluralidade de sentimentos, à
rt c1mento, nomeadamente o pensamento que
. mando. 'esse ponto, toca-se em outro as-
y ·t .1 m► !exi:io dc1 vontade: um homem que quer é aquele que
·. --, , nso 110 1. m i mesmo, esperando obediência - isto é, um ho-
: 1. nk.sm tempo ordena e obedece. Dessa dualidade, porém,
l.1rg'- mo conceito sintético de "eu", dando origem assim
, 1 -1,s; s 'ne?ts e a avaliações falsas a respeito da vontade.
s fil ·s f s faltaram rigor e exigência ao "constatarem" suas
-• .r S-.1 ::- .. rte as imediatas", que no final das contas se revelaram
, l r 21s :1r1it- s de fé, a própria crença em "certezas imediatas· repou-
. . 'ef n e r fim o autor de Para além de Bem e Mal, em uma in-
- :)nui 21 m ral: que a verdade tenha mais valor do que a aparência
n:'- 21S$21 e um preconceito moral e de uma suposição indemons-
tra .. , uma vez que nenhuma vida subsistiria sem estimativas e apa-
rer "ias rs e tivísticas.
Sobre CERTEZA IMEDIATA, consultar BM § 16, § 17, § 19 e§ 34; FP 35 (35)
de mai junho de 1885; FP 38 (8) de junho/julho de 1885; FP 40 (20), (23),
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J)Jícl c1 ~UJ 'fC:IÇc)O I J)ílítl íJ elCV,lÇ,10 d,I ítllltH,), JJ<W,, fl, t <1V1li/,1r,,),,, tri
do o e rorço '!.il,1o apllu1cJ01, no nl,1•,lr,irrH!rll<> <J,, rlf1uu1'•11fo.
H~ umél co11trc1diç,io r,1dlc,1I cntw ,1 <.1vll11,1ç, o e,, tlt!v,1~:,<,,~,
homem . A noçJo cJ, proHre!/,O, :io la<Jo d1! ot1!rd', d, 11,1 1, rtl()( l,:rn.,·, 11
igualdade de direito~. a l1urnnnicJíJcJ '. íJ c.0111p,11x, o, ,1 dt rtl(Kr,JC,,l, ,1
loler~ncia. a cmancipaç:lo rcrnlnir1;1, a forrn;Jç,1o pop11l,1r). n,)o ~ ,,,r
de elevaçJo do homem, rrlél!, 'lntorna dt rn or t,í<l,HJe. cJ,, <:nír,1q 11
cimento ou de decadênciél de seui, lmpul',O~,. cJ;1 rcprt'.',:10 t ,1,n,1
sarnento dos instintos humano:>. A ivili1,1ç, o é wn !,ir11, rri,1 q111\ , 0
mesmo tempo, provoca e üproíuncJa a dcc,1cJ~n iit, p Jt', t!I.J 1mr,:,1,:
através da educação e das leis, a scleç:,o (Züclltufl!J) de llpry, rni11; íY;
tentes e criativos, como o gênio e o gramJ I t1orn 'rrl : t ia prornov 1 n,v.
lamento e mediocridacJe.
A civilização enquanto dornesticaç:Jo vai on t1tuir o nt<1eo ,)·
mo propriamente nietzschiano contra J cultura 111v cJa. L~c ant,l•
gonismo está relacionado diretamente corri íl crítiCJ , ullurJ I co
o projeto de uma nova cultura. Napolctw vparcc ·, n s a r fl ,1o 1
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COMPAIXÃO (Mitleid)
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CONCEITO (Begriffl
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L11t11n•,, 11 11/\( IH' ern111111 1c11H1,ll1•.. 111cl< o< or1< t•ilo r11 ,rn,11 ·r ,i ri , 1
!(• lldllll,llil .i,.,o cl.i•, ( ri pei( 1(1,1( 1(11, ( OfllllllV,111, rwn< , ir,( l<J () prn , 1
<11 1 ll dll',ln1111.i '() ( 1(• 1,\, 11., (tl l)tl{ l( lt1<IC 1 p<'lo oltl,H ( Ili w~ncr1lo ,l,J [ rr,
11
l'i110 uh 111 , ,, , /11•111 , , tvlul, 1111111,1 cll'fiw~, o q11(• ~,, d ~'> ~m •Ih,, r1 <lri•,
l)l lllH' II ()\ 1( ln,, tl lllllld (llH' ()~ ({)Jl((• il o ~ ~,lO 'illl li 1m 1 i •n PJr
1,
gI1q u, dt'l t' llllllltl<lo•, (lt• l'll'1d ÇOC!,. Ü (OJl C<' II O, (1•~ a P rc;p Cl1•1..i ,
~11q11 dd l)t'c t'\'ilcl,HI(• 1111111,llld (lt OrntlrllCdÇc·10 ern c,ua bu Cc p r sr;
1 1
(
1 11111111n clll< li. e cio q11c Nict1 cl1 cl1arn a de semiótica, visa a trazer à
1011i1 ;1<'111 , íl •ncin cios µroe . os qu d sencadeararn a forrnação do
011ceilo e él q11c' fi11é1lic1í1d ,1 i'ltend li. O processo de simplificação
elo q11c1l rc' 111111111 os 011 ito r vclé111ma línguéJ de signos (Zeichen-
_pmc/1e) OIillllíld (l(' llOSSO llllllldO lógico-psíquico (logisc/J-psychi-
• /Je 11 We/1) . ss,1 lí11H11t1d ~signos q11 trr1d t1z o processos psíquicos
11,10 , lgo dc' qu 1 po . ·11110s nos livrc1r. Ni 1 tzscl1 . porém, combJte
,1. con. i j c 1llÇt>CS lll 'rc I n ' Ili ' lógic S da llc Lur L do l1omem. Antes,
IP (11 gt 1111c111:1q11c ílS fon11t1s lógi as o conh cimento por elas ex-
1
pr t'~ o . i10 11111 , •fl "Xo de nos o 111undo d 11saçõ s, que o filó ofo
tle no 111iné1 p1 t'C011ceitos do nlido , p1 , 0 11 ilo p icol gico (Sinnen-
Vo11111/lrJi/p '!Jt /10/o_qis /ir~Von11tl1r il) . Ni ~1zscl1 t1nali a J concepção
lll<'CcllliCiSlil do llllllldO C con·id ra Qll ela op riJ 0 117 fie Õ 'S, rn,111i-
l( Slcl lll( Ili (' (ÜlilS: os COIKC'il o. dr 111ovi111c 111 0 ctc Jt 1170. 0 pri111e1ro
(' 101n.1clo dn li11pt1él{J 1 111 1, 110.. o scnli<I ·: o segundo, or iundo Ul1
1105. d l' j)('I i 'llCi;i P- Í(llliCíl. P,1r,1 poder Olll [H", pr j dlllO do on
< <'11( ( !(' l111iCl,1CI 1, qup (j(~I iV,l lo (1 ll ). _d C p ' l i ' 11Cié1 i11te111J, P)í
IIH 'iO <ld (l ll,ll llt'(J1llllO." () no c10 Cl(l "e li " ' rolttVld, .ifirrntl Ni 'lL IIL',
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1\l '1l'd IIV( 'I !,, l'. 1, CPI11 li (!(li 11!1)( 1 l, nnl mi rinto, 011':erva-",e nr,lfti o U'/) cJ;i
lllt ':,11111 ,•:,lidl nl.i: 0 (llt)• ,ofo ovl<lnncln o qur, !'.C r.nt.cncJc_n_ ormalmr:ntF;
p )1 ( ()1 llH 'Clll H'III () j)rll d ( nl, () .ril Ir.rir lnl c:onmr>Çr: Otm<J1c1onal e Clf)h-
( 11111 0 qiu', 11!11111 vnr, ,ln fnlo cnw,Ul1JI aquilo que cornumcnte ~ con-
:1ld111011 rn11l11:cln1rn110.
Di::,( ln :)rn mp111nnl1 o'.) r.:,c:rllo.)~ rmlr.s rnc.)mo, nortanto, de con-
lt 1111 i10 1on nll ()(ln v:1lor o:; contornos q1Jc rcccherá posteriormente -.
Nl(lli:;riHi nl>o1cln o 1r:rnn <Jo c:onl1cxlmcnlo crn Lermos axiológicos. e
11no Ili> l('f\h,110 clci 1J11111 l(!CHln elo conhccirncnto supostamente pura. É
11i,i1h11 q11u, lof•.o clr. lnfclo, p<!rn1m1.ri pelo valor do conhecimento e colo-
ri1 <!111 q11()!,I no II t),11 lrnnl.lvn .iuriremn a ele reservada. bem como as ili-
11111 ;Hln:; piulnnim(is 11eln deposiLacJas. Nesse conLexto, como se lê em
( Nw:r/111c·11/c,r./o Tm,r;é<Jio, ócmLcs íigura como um caso paradigmá-
llrn (J 11111 nlvo privllegimlo - na medida cm que, com seu otimismo
I<' li lrn, ;1c1<:<lil nvn na po,)sibilicladc ele conhecer a natureza da existên-
rln (J ítlr. 1nc1~i1110. pelo saber. ele corriç,Ha. Nielzsche, por sua vez. vê no
n •1 1,o <i illinllmlo linp1ilso rlo conhccimcnLo um perigo para a cultura e.
110 li111iiu. p;m, n viela, qw~rc!pousa crn ilusões. Éao filósofo do conhe-
ci111(11110 11 nnico qw! c;lt)crfl clornrir nquele impulso. restituindo à arte
sou di1 cilo <ln clda<lnnia e forncnLaneJo uma nova forma de vida.
Mns Nicl7sd1e nr: o concebe o conhecimenlo apenas como um
p 1igo 1xm1 íl viela 01i, ao rnenos, para Lodo modo de vida. Se não
1
152
nur ·" ll v. ,,, IOtllld', (h! º"'" j 1t11,~11t, ), quo fl, ON,Hfl MI: <:rJl;i() r)t;U !',~
~\11t1~•. D! qu:ilq111•r ,111nolr,1, a con ,ip<;~o o,, 11111 ontl1!r.irru:r110 ,:m
. 1, tll)c,oluto t! ln oncll< lon:ido, 1110·,1 rn ~"! nty,u,cJn, pol•,, corno r, / /; •
v •ra o liló!>OfO e111 G1.•11<:v1kxJ/a <lo Moro/, 10<10 c:ontic er (: f)(:rrir,1 liVÍ', 1
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d. Ar..~im falava Zorotu tm r' poncl, t1 prol)lr11h li ,)11 • 'fl 1.11". t 111
particular morai' "Pi t rn lógl ,b, que (\1rc1 lt'111.i111 • l' 111 c •, 1n
1
,
term .diárior, ~(' Í fl •x '.}J par ·rn J I l)íll tlí (} ll'lfl fl HlU 1 ,, ..,1
1 gia da vontr1cJc de pot n ia ocupc1r,1 n, ~ obr ,1 •• cl , m.111111 1,1 ll'.
- No âmbito moral. Nietz eh '.l Je 1Jíorç( pt1r,1 ornt),1lt11 ) · 1rt·
conceito morai "que levararn a interpr •1, çô 1.1 rr ôn('d. to e1,p
humano. O §86 de Aurora critica, a irn, o rro cio. intcrpr 'lt'. ·11.
tào que fizeram do corpo um fenômeno morJI e r llgio.,o,
seus estados fisiológico apontassem parc1 o divino. • pr i ·o v •n e,
essas representações ao naturalizar o l1omern, no •nticJo cio § 1O dt1
A goia Ciência. Tal perspectiva inclui aquele de urnJ tr,,nsfo111h1 , o
dos nossos sentimentos mornis. Por isso, Nielzs 11 tlJml rn rn l11l,)
sobre os processos de incorporação [Einvcrlailmng) p lo qu,,i$ um,
tendência consciente e voluntária chegJ a ser inslintivJ e i nt,)nf\l,
eventualmente através do princípio lamnrckiJno d 11 r "Clil, ri' t,,ct'
1
j pef)as uma palavra P-ara algo do corpo, ou seja, o corpo él t'ini J r:-.,1-
_lidade do homem e dos ser es vivos. Vale destacar que Ni tz cll n~o
concebe essa realidade de modo substancialista ou llk t )rinlistcl. O cor-
po é uma organização pulsional IJierarq~izado, que ob dece \'I I ui \1
~a vontade de potência. e não é menos psicológic'- do qu fi iol gi J .
159
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Emmanuel Salanskis
CRIAÇÃO (Schaffung)
1
(l llllll~I111<!I1lo do jovem Nietzsche, a criação possui um caráter emi-
lll'lll(1111eI1Ie a1Uslico: o artista lrágico abandona sua individualidade
IHl ,110 dt~e,k1çJo, ao fundir-se com o deus artista Dioniso. O autor de
Nox i111c 111lo da Tragédia eléJbora uma "metafisica de artista", à me-
di(i.1q11c visrl a superar os males advindos da individuação, por meio de
11111,1 i111 1Is, o 110 dionisíaco Uno-Primordial. Nietzsche reinterpreta a
oposiç,io 111eI~1física schopeni1éJueriana, entre coisa-em-si e fenômeno,
lx)111 roI110 a rnelaff ica déJ música do filósofo pessimista, de modo a
,1lil lll, ir o prJzer primordial que sobressai nas criações do gênio artís-
lirn. pr prio mundo é visto orno uma obra de arte que engendra e
Pt 11 '111,1a si 111esrno, sem referências à metafrsica transcendente.
O cone lito nietzscl1iano ele criação, no entanto, tem sua eiabora-
ç;1 111;1is 111~1dura corn a vonladc de poLência. É um sentido amplo de
ri, ç~ o, llJ medida ern que al1;1r a o mundo em seu todo. O caráter
h, sico do mundo é o éJOS, no nlido de acúmulo, resistência e con-
11011I 11tI as forças. Entr lílrllo, o qu sobresséJi nas forças em relação
1 v ntJd ince nt d rit1Çt o e d transmutação, no sentido da in-
t n if i JÇ o d polên ia. Com i so, e, dél entro de força logra dar for-
m Jo ir uncJanl . Na nrt •, prin ip1lrnentc, mas também no co-
161
162
11111n;inidíld ' . Com isso, s ria possível atingir uma postura criativa,
inter~ r ILlliva e afirmativa no mundo único do vir-a-ser.
Bibliografia
Clademir Araldi
CRISTIANISMO (Christentum)
163
por seu turno. a função de dar aos oprimidos cristao ~ n" <;,10
força. felicidade e conforto. No além. os ·oons cnstJos rccc rldrn,
como consolo pelas dores sofridas. a recompensa da ?cm-avcn u.
rança no Reino de Deus. Lá, eles seriam finalmente felizes e a s, 4
riam aos · maus" - bem logrados na vida terrena - pagarem P0f
suas · maldades". Enfim, o sofrimento, a invídia e a sensação de 1m.
potência seriam os elementos a partir dos quais teria sido engendra4
da a revanche fictícia do cristianismo. Além de promover a vingança
e o consolo. as noções de jufzo final e de vida eterna no além também
teriam a função de legitimar um modo de vida proposto pela doutrina
cristã. Isso porque a esperança de redenção do sofrimento terreno e
a expectativa de recompensa transcendente garantiriam a obediên4
eia moral dos sofredores. Uma vez que no Reino de Deus as virtudes
cristãs seriam, enfim, recompensadas, viver de acordo com essas ·r.
tudes - ascetismo, resignação, compaixão etc. - ganhou sentido.
Assim, o além passou a servir como justificativa para uma vida ter-
rena conforme os preceitos morais do cristianismo. Essa obediência
moral. contudo, teria conduzido quase toda a civilização ocidental à
negação da vida terrena. Isso porque o "embuste" cristão teria feito
o homem ocidental viver esta vida em função de uma vida ilusória.
Uma vez que deslocou o "centro de gravidade" desta vida para uma
vida fictícia num além-mundo, o "estratagema cristão" teria esva-
ziado a vida terrena de significado. Comparada à promessa de vida
eterna, a vida terrena pareceu não ter mais sentido nela mesma. Em
suma, o cristianismo contaminou o Ocidente com sua décadence.
pois fez proliferar uma vontade de perecimento.
No entender de Nietzsche, Paulo de lasso teria sido o maior res-
pon~vel pela disseminação do cristianismo assim compreendido. Po-
pularizado pelo apóstolo na cultura pagã, o "argumento do além·
mundo" teria contagiado todo o imaginário moral da civilização oci-
~ent.~I. O _ "medo" e a "esperança" suscitados pelas noções de •juízo
final e "vida eterna .. tenam
· ··
prop1c1ado um domínio cristão sobre a
cultura _p~gã_. Nietz_s~he sustenta, contudo, que há uma diferença en·
O
tre c_ nstiarnsmo vivido pelo próprio Cristo e o cristianismo difundido
no Oc1dente, poisª · fi rma que Cnsto
· não foi um ressentido, mas ape-
nas ~m décadent. Nesse sentido, Jesus seria um exemplo de um tipo
de vida sofredora que nega a si mesma enquanto vida. Apesar d r
164
165
110c, > :1que lfJrimn clí1rJo f!mlJ:1 í)n1cnto rnctafí5íco a uma ~tíca d(:r.o.
1
cle11t ,. ·, ondo l~i',O <J rri rr 1•nl <!, Nict1. )ctlc dcíericJc que o cristiani',rrirJ
!,e,ili urna e',pé Ir, de pl,1lor1i ,mo adapwcJo bs ma~sas, pois essa rei,.
gl1 o t ri, populriri1íJd0 urn ;irg1Jmcnto retórico que já se encontrava
no p 1rbJrncnto rJc PlíJtno.
Sobro CRISTIANISMO, consultor IDP 1§ 3, li § 6 e § 11; A § 71 e § 72; ZA 1
"Dos ultromundonos" o "Dos virtuosos"; BM § 46; GM 1§ 8, § 14 e § 15,111
§ 11, § 13, § 27 o§ 28; CI "Incursões do um extemporâneo" § 5, § 34 e§ 47 e
"Mo rol como contranatureza " § 4; AC§ 24, § 27, § 29, § 32-§ 42, § 44, § 45,
§ 47, § 61 o§ 68; FP 7 158) do final de 1886/primavera de 1887; FP 11 13751
do novombro do 1887/março de 1888.
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Discurso, Unijuí, 2002. (Col. Sendas & Veredas)
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ção dos instintos. ln: - -. Nietzsche e a Arte de decifrar Enig-
mas. São Paulo: Edições Loyola, 2014, p. 227-244. (Col. Sendas
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CRÍTICA (Kritik)
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, ., l\11111, ll11í: Ph1.t11'10 Edll orlal, Editora Unijuí, 2003. (Col. Se -
d,I'•, \l\ 1lt'd 11,)
CULPA (Schulcn
111. 1 tice> (líl noçc o de "dívida", Nietzsche vai tentar explicar a orige
t'.l'l\l'dl( {~I .a da ··culpa" a partir de uma primitiva relação contra uai
1·11111' C1( dor e rJcvedor. Em tempos remotos, o devedor afiançava
1
169
,1 d1vmi1a ,)o de.. e. .in t • t,.ib, N1ct1 ,rlH! ron<h1 q11 • 11n1•r1,.111 in1i
1
di indnc1, única r 11,Htor,1 cl<' IO<lo 11111 t'r !,O t'lt'v0t 1<"1',c 1 '1( 1ntlrn,•, 110 ,,
lllt -..:imo crtl ll. É por t'. '.~,1 1,1/, O (lllt', p.lld O,,, ~
,oro. ,1ll1 IÔ11,1(l,1Clt I
11
da/culpél t 'rid cl1eg,1do ,10 se11 , pin' ·0111 ,,s n<><. 111 cio r eu•, ju 1,11
cri 110 cio pccJdo originéll. De11s, o rt'cfor. l<'r1.1cl,l(I0 il ti }fll'rn
a vida e o Jardim do -d ' ll, cnq11;m10 qw' o l1onH'lll r l11t)1 11 , .,1 cJ.\
1
Bibliografia
CULTIVO (Züchtung)
A noção~de Züclltu11g, que é diffcil trad tuir por urn t'lnict1 J JI ivr,1 111
portueues, aparece crn fragmento pó turno do 111 'io dtl d J 1.1 d'
170
171
172
Bibliografia
Emmanuel Salanskis
A palavra latina cultura, que deu origem às suas equivalentes nas lín-
guas europeias, significava os processos que envolviam o trato do
homem com a natureza, tornando-a adequada à vida humana. Cícero
associou a cultura ao espírito: a alma assemelha-se a um terreno que
não pode ser produtivo sem cultivo adequado. Na França iluminista
do século XVIII, o sentido de ação desloca-se para o do estado do
espírito cultivado pela educação. Assim, o termo adquire o signifi-
cado de oposição à natureza. Ao espírito com cultura opõe-se um
espírito natural e sem cultura. Essa dualidade da palavra, que envolve
tanto o estado propriamente humano (intelectual] quanto o proces-
so para atingi-lo, provoca a intersecção dos termos cultura (Kultur)
e formação (Bildung) . O quadro torna-se ainda mais complicado,
quando consideramos que as palavras cultura e civilização também
coincidem em alguns de seus vários sentidos. Em Nietzsche, esses
173
174
, toe. p11ill1tll t'lt'Vt1Clo (,1t1vicl,l( lf!11 lnll'l(1( 111111'., ,1rl •111c,1•it rf'l,(W>',rl',}
1
l' L ,t l l' to l'>-ll'rior <' !,11p1:1 fl 1111d, vlcl 11111111,111,1 (,1t1v1<l,1,1,,,1 pr:,, 1
Sobro CULTURA, C(111!Jllltur Ct,.l:x1. 1n1 li,, í'; Cu.( xt. li'•
10; 2A "Prl)l()(J(JH
§5e l "Do novo ldolo";AC ~ 20, '• [11, '• !,"/ 11 ~ 00; f:ll "Cr11p1'1 ,;ulo do l,JolrJ1:
como filosofar u nolputt do m111tolo" ~ 2; FP i 101do vnr ,o/outono cfo 1882;
FP 7 171 do prlmnvoro/vur o do 1003; l~P :.! 11 í'OI 11 1MUI do ,,11ton,, d() lfjljS/
outono do 1880; FP !) l138I o 11421, 101211, llfll II ll 'lOJ do uutnrm d111fjlj7; FP
141301 do prlmnv0ru do 1080; FP 10 lül <111 prlrn11vm11/v11rf10 do lOUH.
Bibliografia
DARWINISMO (Dnrwlnlsmus)
luç~o de Charles Darwin ou rn<!.irno <Je outra., teoriíl 1 <N lu loni. ld'1 ,
17
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Bibliografia
178
179
Bibliografia
DEMOCRACIA (Demokratie)
180
101
u 1tr e o llorncns parece não ter lugar num meio que preza a igual-
cJíJcJ lornral entre todos os membros de um grupo; compreende
J
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MARTON, Scarlett. Nietzsche e a crítica da democracia. Dissertatio, v.
33, p. 17-33, 2011.
DESENVOLVIMENTO {Entwicklung)
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Herbert Spence r, entre outro ·J. qu ' urna ' nren> ·,o cJo muJ0 ,1,
e, isténc,a cnstão dominante e decadente n Eurorr cJr < lo' 1
pode-se. por e emplo. mostrar que. n 'SS ' conlin •nt '. nJo t1 ,:· r,
lução, mas decadência.
os últimos textos. no contexlO do conceito d von ·1<J'! cJ ! vf
I
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DITIRAMBO (Dithyrambus)
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Luís Rubira
DOENÇA (Krankheit)
Ver SAÚDE (Gesundheit)
DOMESTICAÇÃO (Ziihmung)
Ver CIVILIZAÇÃO (Clvllisation) e DÉCADENCE (Décadence)
193
0
~ni J uma interrogação sobre o íuturo do ensino
. fil l ~j a na Alemanha.
E · s ·srumas do final da década de 1860, o jovern
\ ·..:i:::$.C e mite, mo Schopenhauer, a invariabilidade fundamentai
''" ::1 er ir ivi uai. Segundo Nietzsche, não existe nenhuma liber-
-'" 2 J , . 1 a e ou dos pensamentos que permitiria transformar sua
ij en i _ e em profundidade. Isso coloca em questão a possibilidade
e I an e da educação. num sentido afetivo e não simplesmente in-
ele-- uai. De fato, alguns textos de 1870 concebem o processo edu-
a i,· como um desenvolvimento necessário do que somos, no qual
a infl uencia do educador é limitada. Em particular, a educação não
e dar gênio a um indivíduo que não pertença à "aristocracia ina-
ta do espírito" . Essa concepção de um fatum individual permanecerá
presente nas obras da maturidade, embora com um estatuto relativi-
zado pelo pensamento da hereditariedade: o§ 231 de Para além de
Bem e Mal ainda sugere que existe em nós um "granito de fatum es-
piritual " que se recusa a aprender, e o §264 acrescenta que a melhor
educação só pode dissimular uma hereditariedade inferior ou ple-
beia. A máxima pindárica de "tornar-se o que se é", subtítulo de Ecce
Homo, também pode ser entendida à luz dessas considerações.
Apesar dos limites principais da educação, o jovem Nietzsche
não deixa, no plano prático, de tomar posição sobre as questões
educativas de seu tempo. Isso se explica, em parte, pela convicção
de que a aristocracia natural do espírito precisa, também ela. de uma
educação adequada. Além disso. Nietzsche é levado a refletir sobre
sua experiência pedagógica enquanto professor de filologia na Uni-
versidade de Basileia, para pronunciar-se sobre a pretensão educa-
tiva tradicional da filologia. Nesse sentido, as conferências de 1872
intituladas Sobre o Futuro de nossos Estabelecimentos de Ensino de-
fendem uma concepção de formação (Bildung} que atribui um papel
fundamental ao conceito de disciplina (Zucht}. contra as orientações
científicas e pedagógicas dominantes que Nietzsche percebe no sis-
194
Bibliografia
195
Emmanuel Salans~13
100
Bibliografia
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ERRO (lrrthum)
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ESPAÇO (Raum)
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Eduardo Nasser
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lll d
n alta e baila. Contrapondo-se à maneira de proc •
us par s. que se deixam contaminar pelo espírito de peso,
11 concebe a atividade filosófica como uma reflexão dotada
ria e 1 ,eza, como um gai saber.
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Esquecimento
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ESQUECIMENTO ( Vergessen)
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ESTADO (Staat}
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Sobre ESTILO, consultar HH 1§ 35 e§ 188; OS§ 127, § 128 e§ 168; AS§ 131
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§ l48; 2A l "Do ler e escrever"; BM § 28 e§ 268; CI "Incursões de um ex-
temporâneo" § 26; EH "Por que escrevo tão bons livros" § 4; FP 201 31do
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;, )I< ,1d< 1<'l,1"11101tecl•Dcu ",a abcr,adc valoriLacâo
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FILISTEU DA CULTURA
(Bildungsphilister, Philister der Bildung)
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Bibliografia
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FILOLOGIA (Philologie)
bir suas inclinações realistas. Por fim, o filólogo com con c11n 1.1 d1
caráter intransponível de sua vivência, desenvolv 1 urna 1r1 1011111 11'
~purada para reconhecer que o passado só pode . 1 r a 1 • KI ,1 p,H
trr do presente, o que leva a uma situação for ço ·J 111 1 1H, l111t11I 111 1"
228
1
•••
1
ndcl que aquele que chamamos Homero n5o pai.s: <l •
• ,11
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,, 1 1 \.
11 t,11eluc1dc1ção não se faz somente no
•
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sível re hcrlf(rl
"
-
(1
· :, , . ,
11 e :1t1v1sta infiltrada nos estudos clássico~. ma u • éJbr.
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Eduardo Nasser
FILOSOFIA (Philosophle)
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ARALDI. Clademir Luís. Nülismo. Criação. Aniquilamento: ietzscheeo
Filosofia dos Extremos. São Paulo. ljuí: Discurso Editorial. Ed1ora
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MARTON, Scarlett. Nietzsche: Das Forças cósmicas aos Valores huma-
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FISIOLOGIA (Physiologie}
FISIOPSICOLOGIA (Physio-Psychologie}
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quo sou têo séblo" §6, "Porque sou tão inteligente"§ 1 e§ 2, "Por qu881 .
cravo livros tão bons"§ 3; FP 19 (50) do verão de 1872/início de 1873; FP 27
(81 do verão/inverno de 1884; FP 37 (4) de junho/julho de 1885; FP 40 (2ll
de agosto/setembro de 1885; FP 2 [761 outono de 1885/outono de 1886; FP
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FORMAÇÃO (Bildung)
FORTE (stark)
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Emmanuel Salanskis
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f1tAC0 (schwach)
RTE (start)
\ ' f()
OGIA (Genealogie)
GENEAL
oia consiste no estudo e no conhecimento da criação e das
gem~a 1og .
. . de criação dos valores. enquanto procedimento que colo-
1d1çoes -
róprios valores em questao quando pergunta pelo valor deles.
ca ~strodp uzir na filosofia os conceitos de sentido e de valor. Nietzsche
AOlíl A • • d .
e a exclusão de fenomenos morais e intra uz uma interpre-
promo - . , "
. moral dos fenômenos. Ora, se nao existem ,enomenos morais
ra~o ,. _
simuma interpretação moral dos fenomenos, então deve haver al-
e émque interpreta e avalia. A interpretação, assim, deve constituir-
: como postulação de uma avaliação, como estabelecimento de um
valor. Analisar a procedência desse valor remete necessariamente
às suas condições de criação, por isso a pergunta "quem?" aparece
como fundamental em Nietzsche, mostrando a genealogia como pro-
cedimento norteador, que permite desvendar as perspectivas impli-
cadas nas avaliações e. estabelecer o valor dos próprios valores. Os
valores, de um lado, norteiam uma avaliação e, de outro, procedem
de uma avaliação. Se o problema crítico é problema da criação, en-
tão aquestão central seria: de onde procede esta avaliação? A per-
gunta feita é "quem?" Esse tipo de questionamento aponta para o
procedimento genealógico enquanto caminho para uma análise nas
profundezas, já que a crítica, referida aos valores, não se contentaria
em perguntar que valor está por trás dessa avaliação, mas que ava-
liação determina o valor desse valor. A partir da genealogia, o fi ló-
sofo entende que os valores decorrem do nobre e do vil, e esses são
os elementos que determinam a proveniência da avaliação, por ex-
pressarem o modo de ser daqueles que avaliam. Por isso, não são
Propriamente valores, mas constituem o elemento diferencial do qual
decorre o vaIor dos valores morais. . Os valores, enquanto refendas .
ªº
is seu nasomento,· podem provir tanto do nobre quanto do vil. Por
eso, encontram-se avaliações divergentes com relação à moralidade
aosseus vai ores, por decorrerem de modos distintos • • · A
de avalwr.
244
Bibliografia
AZEREDO. Vânia Outra de. Nietzsche e a Aurora de uma nova Ética.
São Paulo. ljuí: Humanitas, Fapesp, Unijuí, 2008.
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Eduardo Nasser
247
7'10
Bibliografia
Luís Rubira
249
b l rt la , ncCC" iHI, m ·n r:
1 lllt' lll ( <lt' pol ri 11 , lr~o 'l lJW fiJr r '
d1••,,1w,ut. vt'I , íl vo1H,Idn cl , pot n I a< pira ao~ ofrim cnto, q ':
llt(' per1111t1, Lo , N, orno tlllrrnn o frnemcnto 26 127 1 do ve-
ltll /t lll OIIO d 1UlVt. N •~.
1 1
•nlldo, o p, pcl cJa doença na grana~
~.1(1de 11i 'll -I1lt111, pocl ria cr, ' Ili part , aquele de uma rcc:1stên-
1,, , , ~ l'r uµ 11,1d1 ,
, intudo, íJ p,nnde ·núde LJmt)ém tem uma runção na hlo:of,a
cto ultirno Ni it, · 11 ': 1 liJ lll o ) simplesmente um fim em si, embora o
111 • oi (o11f ,..s ', 110 § ,, do preíócio de Humano, demasiado Huma-
no, qrn' ~11,1 L>rtt t 111111uilO J ver com uma "vontade de saúde". Nos
1
260
. ·por que sou tão sábio", e sugere que a grande saúde per-
GJ ,w1ºuma maneira de . ser saa·10 no ,undamento".
,.
n1 nece
GRANDE SAÚDE, consultar GC "Prefácio" §3, § 120 e§ 382; HH 1
50breá . ,, § 4. EH "Por que sou tão sábio" § 2 e" Assim falava Zaratustra"
,pref CIO •
§l; FP 26127 5) do verão/outono de 1884.
Bibliografia
MARTON. Scarlett. Nietzsche, das Forças cósmicas aos Valores huma-
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Emmanuel Salanskis
HEREDITARIEDADE ( Vererbung)
252
8
b O HEREDITARIEDADE, con ultar HH 1116, 118, 134, 143, 145, t 107 8
' ômo
sor . ZA 1•00 filho do m ntnm '· •, 111•0n nnt,g' s o d s novas tábuas•
1 24
: 2.8M 1224, 1251, 1262 t 264; GM 111 1 11 ; CI • tncur óo do um o><tom-
~rÁnoo· t 33 147; Et~ · Po r qu · u t o bio '" 1 J; FP 12 (521 do outono
de 1881; rP 91451do ut n d 1 7.
Bibliogrnf i
F \TTlJr . l :. e , t n Domm
1, . amplia-
, .a.,.. L , . O1, (Cal n s Veredas)
The Dato oi Ethics: une
íl(I l~ e ,) nc r. ,ts et savoirs, n.
1
1 - 't
1
1
Emmanuel Salanskis
HIERARQUIA (Rangordnung)
que pensa de forma diferente do que se espe ra dele, por ter-se lit'~r-
tado de sua proveniência. de seu meio ambiente ou das opiniõe tra.
dicionais (§225) . Ele também era suscetível a "ter razão" ou "con ~-
cera verdade". Em 1886. a formulação do problema da hierarquia
visa a conciliar a libertação do espfrito com a manutenção de uma e~
cala de valores sem postulara existência de uma verdade objetiva. Eis
porque Nietzsche lembra no prefácio as grandes linhas do seu Ders.
pectivismo: esse implica que toda avaliação provém de uma perspec.
tiva em certa medida injusta. que pertence a um determinado tipo de
vida . Isso posto. trata-se de entender como é possível hierarquizar as
avaliações num âmbito perspectivístico, para evitar cair num relativis-
mo axiológico. Tal problemática diferencia a filosofia nietzschiana de
qualquer ceticismo ordinário, como sugerem o fragmento 35 [43] de
maio/julho de 1885 e o§ 208 de Para além de Bem e Mal.
A resposta nietzschiana ao problema da hierarquia envolve uma
concepção de justiça psicológica, que repousa na doutrina da vonta-
de de potência. No§ 7 do prefácio de Humano, demasiado Huma-
no, Nietzsche sublinha que experimentou pessoalmente numerosas
avaliações e perspectivas humanas. o que lhe permite medi-las e
compará-las. Isso supõe um critério de medida, que o§ 6 identiA-
ca, conjuntamente, com a potência e a envergadura de perspectiva:
uma riqueza perspectiva maior corresponde a um grau de potência
superior. Desse modo, Nietzsche pode hierarquizar as perspectivas
das quais fez a experiência em função de sua potência interpretativa.
Porém, na medida em que as perspectivas e avaliações estão asso-
ciadas a impulsos, tal comparação exige dominar a parcialidade de
cada impulso, pois cada um se esforça para prevalecer sobre os ou-
tros de modo injusto. Em outras palavras, o problema da hierarquia
remete a uma justiça psicológica, que também se poderia chamar de
domínio sobre si, uma vez que requer um "poder sobre [seus] próse
contras". o que é a verdadeira liberdade de espírito.
Dois outros aspectos do problema da hierarquia, respectivamen-
te genealógico e político, são explicitados no§ 257 de Para além de
B~m e ~~I. Nietzsche observa que. de modo geral, são as sociedades
ª: 1stocraticas _que promoveram o pensamento hierárquico, por acre-
dit~re~ em ~1ferenças de valor entre os homens. Assim. toda t1ierar-
quia axiológica parece genealogicamente vinculada a uma hierarqui-
254
Bibliografia
MARTON, Scarlett. Nietzsche, das Forças cósmicas aos Valores huma-
nos. 3ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 201 O. Capítulo 1.
SALANSKIS, Emmanuel. Nietzsche. Paris: Les Belles Lettres, 2015. Ca-
pítulo 2.
Emmanuel Salanskis
"º
Ili 1 11, 111 lllllll 'lll,1I 1 pr 1!1')Í I ,1 IJtJ'1 i l ttmpo l(J(J <J<: rnr/J'!lr/, ':
lll' tr ) llci 'li 11lrt1CIO!, 110 pr '!, 'rlW, lJj;i IJlllÍ(JíJcJe rrl íll(J( f;',r,í 1; r,
~t 'r qu, l 1 grl1nc1 ,,a, 0111rora cxi• rente, for PO' '1 Ívtl urna w:.,.
~ l , • 0 1,1 S<1Clo I de'· ri LO e w i,imilíJ<lO orno <J1w10 <fo 1rn1-:i-
) r 1pr d11çl . MJs e r, t1islória, na vi.>áo de Nic115 t1c. •n0,:r~.
) , um tip d I t10111ern ülivo e grvncJio!,O que t,uc,cJ na h1J ón-1
m d ,1 111, tr e para inspirJ-lo na r uü éJluélçllo no presente. A
l1is1 r'iíl Jrlliquária carncteriza-sc por urna espécie de piedade q ~
f,r 111 qu ) o oltiar e volte para LrJs com ficJclicJade pela sua pró-
priJ prnveni ncia. Éo cuidado com tudo que existe de antigo, v,san-
d J pr;, ervação para os vindouros. A característica precípua da h1s-
t riJ r111tiqu ria está cm promover a preservação e a veneração a
servi o da vida. De modo inverso, ela degenera. A história crítica.
enquanto terceiro modo positivo de o homem considerar o passado
e nsiste em ter a força para implodir o próprio passado. De tempos
m t mpos, preciso colocá-lo sub judice, isto é, necessita-se sub-
metê-lo a um rigoroso tribunal que possa passar da inquirição ao
c ndenamento como condição de poder viver. Trata-se de aniquilar
pa do para promover o presente. pois no julgamento do preté-
rito o presente ganha força e vigor e, com isso, serve à vida . No pen-
samento nietzschiano, a única forma de a história ser vista de rorma
afirmativa é estando a serviço da vida, seja em sua forma monumen-
tal, antiquária ou crítica. Nietzsche relaciona o histórico, enquanto a
serviço da vida, ao a-histórico, isto é, a história, quando promove a
vida , está justamente expressando um poder a-histórico. Ern vista
disso, a história não poder se constituir autonomamente como urna
ciência, uma vez que abandonaria justamente seu poder a-t1istónco
em busca de um histórico que levaria a vida e a própria t1istória à de-
generação. Em Humano, demasiado Humano, ao aproximar-se do
positivismo Nietzsche empreende uma crítica contundente da meta-
física e vale-se da história para recl1açar a compreensão metafísica
do mundo. Nesse momento, conferir carMer ternporal aos aconteci·
mcntos permite recusar a pcrcnidélde que o sustento no discurso me·
tafísico. Vendo na noção de processo lrt1zida pela t1istória i1 ct1 1Vt1
250
Bibliografia
257
258
10s e
scritos tardios, Nietzsche
. d
elabora
, a oposição entre homens
. res e iníeriores a partir o metodo genealógico. o palhas da
.t
)pe no h d . .
. dos grandes omens evena guiar para a elevação do po
d1 rJncIa Entretanto, o homem é o animal . .
ainda não fixado. Por isso
11 mem. d d .
msuperior tem de escer a elevação de seu gosto superior
o110me . t d - .
me m do conhecImen o, e exceçao, e entrar com interesse
deh0 ,
·gativo no mundo do homem do rebanho, mesmo que sinta
,nvestl , i: •
. por ele. Para essa tare,a, o homem supenor recorre à ajuda do
rastio
.. mo grosseiro ou ·1. Enquan to fi sIO
sutI . , logo da moral ele const.at.a
(11115 . . '
cínicos a honestidade de reconhecer em s, mesmos a vulgarida-
nos á. D .
de do animal greg n~.·- o~n~1a ~· ao mesm? t~mpo, promissora. é a
oexistência de uma intelIgenc1a de exceçao em uma constituição
~siopsicológica vulgar. Com cinismo e ironia, Nietzsche critica t.am-
bém aidiossincrasia típica dos psicólogos ingleses da moral. no seu
modo de valorar o homem superior. Essa oscilação entre o pathos
da distância e a imersão no estudo do homem do rebanho constitui a
própria ambiguidade do homem superior; ele é tanto monstro quan-
to além-do-homem; ele é besta e mais que homem. Esse é o proble-
ma para aconstrução de um tipo superior de homem; toda elevação
do homem ocorre simultaneamente com o aumento do que há nele
de mais profundo e de mais terrível. Hierarquizar uma profusão de
impulsos conflitantes é condição para atingir o homem superior. Ele
poderia assumir, assim, a prerrogativa de legislar, com base no do-
mínio de si mesmo por ele alcançado.
Sobre HOMEM SUPERIOR, consultar HH 1§ 72; GC § 297 e§ 301; ZA IV •Do
homem superior"; BM § 26; GM 1§ 2; FP 9 [154) do outono de 1887.
Bibliografia
Clademir Araldi
259
HUMANIDADE (M n1cltht1/t)
1,,\t'lll Ntt'I ::\ · l1t' h' '.1t'll\'tll\l' 11111i1 rt'fl' ,)o ~ot>rc <1 íir1,1l1cJ 1J,!<1 1
t' \ 1:-l t l h' l.l l.1 llllll),ll)lcl.ldl' logo 1)() lrlÍ( 10 cl,l cJ ( tida cJ ' 1n/O f:.s ,.}
1t'llt'\ \ h'lll 1()I' ,)111llltO lllll,l (IOlllllll,l cio H'rllO <J 1nsp1r(1 ,)o SC
~ nll.H1t'11, 11 1.1 lllL' L ,1p1t'!'l •111,1d,1. no1,1clt1111entc. 'm Scho n 'rr
1
200
.......
Digitalizado com CamScanner
Idealismo
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___......
Digitalizado com CamScanner
1
1
1 1Õ1 1
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Bibliografia
IMORALISTA (lmmoralist)
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Imperativo
Bibliografia
AZEREDO. Vânia Dutra de. Nietzsche e a Dissolução da Moral. 2ª ed.
São Paulo, ljuf: Discurso Editorial, Editora Unijuí, 2003. (Col. Sen-
das & Veredas)
MARTON, Scarlett. Nietzsche. das Forças cósmicas aos Valores huma-
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Luís Rubira
IMPERATIVO {lmperativ)
268
269
Bibliografia
IMPULSO ( Trieb)
270
111 l1MI
, 1.
1 111
hl f '. ' 11lt1r, , (J \ l t«lCtJ
'I J lllll hl{'M J lrti
.1 ir 1~ • '' . p I e,1.mo llt t1n6li proprinrn nt P 1. ,/
"'; ,1_ ,1• m t1,\ 1 ) ht111w11a . corno ocon , com Lkl onJI, cJo •
1,_ ~~itiment 1 lll Ccncnlogia c~a Affora/. ln ft11o qu Ni lz eh .
•nthl l d fl'n r d ) um pr J 'lo rmturali ta. qu 1 r rnct nossr1
~. \:. nt,1 mcntai íl es fundo íisiolóeico.
im~ ,1- . a. im. 1c111to um fenóm 110 fisiológico quanto psi o-
,. . e ,~ t1Jda m is . do que um compl o de impulsos emcom-
L\lt - ~ ri tr1nte ntr si, o que pode significar uma constituição bem ar- J
~, ia u umíl emdest1g1 gaçào. Maso psicológico tambémé produto
_:,es im uJsos, que se apresentam ná fom,a de sentimentos, pensa- ,
1 ent se aret9s. A própria vor!tade. tal como Nietzsche a entende, é
j stáme~te um con1plexo de sentimentos, pensamentos e afetos. /
,
Sobre IMPULSO, consultar BM § 12, § 13, § 36 e§ 230; GM 1§ 13 e 111 § 7; FP
25 460) do inicio de 1884; FP 27 (59) do verão/outono de 1884; FP 36 (31)
do junho/julho de 1885; FP 39 (6) e 40 (37) de agosto/setembro de 1885~
Bibliografia
INSTINTO (lnstlnkt)
271
'
1
No contexto da doutrina da vontade de potência. a noção de ín
• , tinto tem O mesmo sentido das noções de ímpul5? (Trieb). areto Wfekt)
/ e força (Kron-), ou seja, instinto pode ser entendido como quantum de
_potência que vem a ser enquanto tendência a aumento de potência.
Desse modo, o instinto não é algo fixo, um elemento primeiro. material
ou espiritual, ou ainda algum tipo de mónada, mas um processo, um
movimento contínuo de tendência de crescimento de potência ou de
autossuperação. Ele declina ou ascende em potência e luta contra ou--
tros instintos por dominação e expressão. Écomum o termo aparecer
na obra nietzschiana nos excertos em que o âmbito humano. indivi-
dual ou cultural. ou o âmbito animal está em foco.
Cada instinto expressa certa necessidade (Bedürfniss) de do-
minação. formada em meio a determinadas circunstâncias ou ~~n-
dições de existência. a qual. estabelecida e inconsciente. avali~ sob
determinada perspectiva o que impede ou o que propicia a elevaçáo
de potência. Os instintos. portanto. não representam uma natureza
ou uma essência humana. sendo que novos podem ser formados é
1
antigos podem ser suprimídos. As etapas de formação de um instin-•
272
______.
Digitalizado com CamScanner
,1H' h rl' P l1 1l ~ , t' 1,11Hl11 J\q111ln q111• ,, 1111111 I'" l1I,· 1,11" .11111 ri,
·e 'lll' l,l 1i ) )l i d 1l d lllt''.,ll d~, o do ll',11111,
\\ r111111 t,c 111 AI l: l O, CIVILI/AÇAO, (;0111'0, HJIIÇA, 1111111\IIOI JII\, IMf'l JI,
SO, NECESSIOAOI , oi ,GANIUMO, !llN IOMA, VON IAllf nt f'Ol rN .IA
Bibliogrnfiu
F , L \11 1Jr .. Wll~.011 Âlll<mlo . Cc>11:,c l~11cl,11: 111 011' ,c 1t·11t1• 110 cli'. 111 ·.11
"Dos d(!sp1<•1;1tlort•~ cio< or po" (h' 1\ 1, 1,lrr, fuln u l wut11·.t1t1 11r11,1
p ,, 1 ctiv;1p~,icoli~lo161',I< ;, cio rrftiu , 11if't11 li t111d o1 ·,1111•11 u ln
AI~ 1 N. Cill 1 1l: 1il~i\N . ' M,li lt1 Jo, () Milyl'r: )N 11 rA ( 1
1
1
Jojo (ores.). uJC'ito. U<'x (1( /rn<.<' <· 11, I<·: Nif't1•. 1,,, ,, n r-. 1, 11.,,,, tc1//1 •.
Li boa: li11léJclt1 l1i11;:i, 10111, p. (i l ~J/ .
FREZZATTI Jr.. Wilson ÂIII011io. /\ / i!,/()/(J(J/(I (/(• Ni li',( Ili' A , li/ ,,f(/ ,t (I
da Ouolirlmlc C11//1110/lliolo{liU . lj11í: lJ11lj11f. 00 J .
MARTON. S ;1r1 ,11 . 0 /\ntinisto . rii,tla11b 110: cl, 111 r,1 101 i1t1 , rn1111p
ç5o dos i11sti1110~;. 111 : . NiC'l1 · Ju, r: o /\1tc rlt• <lt~ if,,,,
r,,,,,
mas. S.io Pa1 1lo: Edic;O(!ij I oyol,1, , O11,. p. ')') 7- 1,1, . 1 < 1. 11 11•,
& Vercdíls)
Introduzir a interpr CLaçl o nos (lo111í11i cio 111umlc l, P 11111 <it' ur11d
interprctaç5o foi o excr ·r io lilo.,óíi o d 1 Niet7ii li 1 , orl'il'1llfl 1> ,t 1ll
empenl10 :> rn aniquilar a~ r1 0<; '. (J fi1to , (le lun<ldrrl 'rito. 1r lld·
1
~ 11,11 t' UI ,l lll l'q 1\.11,l \ll . lll <10 C lllL) tJet é designado
, • 1 1 l ,h \ t':,,,~t' l JCI l SL llli r r lsult,rnte. A questão
1 1
274
275
. A"'ALIAÇÃO
Vertambém.v. •
FISIOPSICOLOGIA, IMPULSO, LINGUAGEM' ll.JT.A,
ORGANISMO, PERSPECTIVISMO, REALIDADE, SINTOMA, VIR-A-SER.
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JOVIALIDADE (Heiterkeit)
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JUDAÍSMO (Judentum)
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AZEREDO. Vánia Outra de. Nietzsche e o Dissolução da Moral. 2~ed.
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280
281 1
I
Digitalizado com CamScanner
Leg,slaçao, Legislador
Bibliografia
MARTON, Scarlett. Nietzsche, das Forças cósmicas aos Valores huma-
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Emmanuel Salanskis
LEGISLAÇÃO ( Gesetzgebung)
LEGISLADOR ( Gesetzgeber)
282
.............
Digitalizado com CamScanner
Lrboralismo
Bibliografia
LIBERALISMO (Liberalismus)
283
de socialismo. Tanto uma como outra são criticadas pelo fato de se-
rem formadas a partir de certas "ideias modernas". quais sejam, ali-
berdade e a igualdade. No caso da noção de socialismo, a ideia Que
predomina é a de igualdade; no caso da noção do liberalismo, há a
predominância da ideia de liberdade. Não por acaso, Nietzsche tra-
balha no parágrafo 38, intitulado "O meu conceito de liberdade", do
capítulo "Incursões de um extemporâneo" do livro Crepúsculo dos
Ido/os. a noção de liberalismo. Longe das duas concepções que se
desenvolveram na Alemanha, que preconizavam, de um lado, um
governo constitucional e um estado mínimo, e, de outro, visavam a
um Estado forte e à unidade nacional, Nietzsche afirma de modo sur-
preendente no referido parágrafo ser o liberalismo uma "animaliza-
ção em rebanho". Ainda mais: assevera que foi na luta para se atin-
gir uma situação liberal que uma efetiva liberdade teria sido fo~ada.
Afirma igualmente que as instituições liberais deixam de ser liberais
tão logo são alcançadas. Nessas considerações, Nietzsche trabalha
evidentemente com duas concepções de liberdade. De um lado, ele
pressupõe a noção de liberdade que teria procedência nas "ideias
modernas" e, portanto, teria uma forte conotação metafísica, haja
vista ter parâmetros de natureza suprassensível; de outro, elabora
a sua própria concepção: liberdade como a prevalência dos instintos
viris sobre outros. Definindo a liberdade a partir de uma base instin-
tual, Nietzsche compreende essa noção como plena e incondicional
afirmação de certos instintos sobre outros; ainda mais, entende que
ela enseja a luta ininterruptamente. Pensa, por extensão, que é jus-
tamente o predomínio dos instintos viris que permite o advento do
liberalismo. No entanto, passado esse momento de instauração do
liberalismo, o embate que animava a busca pela conquista se inter-
rompe. No lugar do embate, um estado de apaziguamento acaba
por se produzir. Com a supressão da luta, Nietzsche julga que passa
a vigorar aquela "ideia moderna" de liberdade, que justamente faz
com que o liberalismo seja compreendido como uma "animalização
em rebanho", com a erradição total da beligerância. Nietzsche enten-
de que essa noção de liberdade, nuclear para o liberalismo, tal como
aparece no pensamento econômico de sua época, encontra então o
~eu lugar, interditando aquela liberdade que, na sua acepção, teria
Justamente dado luz ao liberalismo. Não por outra razão, o íilósofo
284
. ,,.1' 1,1 cw, ll,l ,1 ll. d ' .mm ~ 'ílH?- P;}íc) íl ~ua onO!í>';,io dr~"
, d qu , J trl t1tu1ç
. .Ao rcm ai ,inc:i
éli ra1s. , ,r,. ( r o
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1
i 111.1, •
111 1dad • IJ rn sma1 suprimida. •
Conclui ntIJo qu , 1 ,. _
n
, . 0 do liberal! mo em soo alemao é a derrota cJo-- instinto v ,,.
ll J , tl . . líl .
• JJ " z. contra o l1beral1smo, ele procura investir num aristocr _
r l1 • l . .b .
ue podena contn u1r para que a sua concepção de liberd dP
,. no, Q . .
, c,e J imperar. Ele entende, portanto, que o liberalismo impede 0
\ ~- . .
Jd, ento da liberdade: soment~ com a anstocrac1a, a liberdade. a seu
1
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f 11 ,\ de hll,lh 1,l 1•. 1c. ' llll ''\l , ll, Ulll,l 1· ltl O r , ipr cl ,n
ln.' 1 11 t'lll ' llllll l 1 . t1 11\ 'Ili 'rnunct · ' tl Í 'lcl lll r' 1Pí0Ct"Hll ,ntr..
,\ 1.l lllll 1.\l l · \ ct' lllllíl i Ht 'lll l1f1Ctl t d · F, 7Cndo parte d for:
,\Sl'lll illll'll •I \ ,) • ll 111 '11\ lilllll>Clll ,r lllíl muclnnçcl no tOdo. As-
:im, ;1 , , · nll, l'í él 11 • l' i tr1d' qu imp •rt1 ol>r toda a co, ~
ll · nll , ·e ~t' t,Hlll ' Ili a in ,fi 1,Cit cl todo imp rativo qu proponh~
111 n1 tui ,1 e h•:s , 111 00 nceu o fado. 1 norílr todo esse procc~so e
1
n:i ll'I ,1r-. , e 1110 um li unitário. dotado de uma vontade que de-
ll'I min u 11: i •nt , , m1tonornamente a ua própria ação. e como
111~ 1 ~11i . que ct 'li iní io a llíllrl série causal independente de qual-
qut'r ctfller mina , o. sim pi mente um erro de interpretação. ietz.
_ 1 e qul'. ti nn o onc •ito cie livre-arbítrio enquanto produto de uma
v ntn te. n p:1rtir díl qual determinaríamos conscientemente nossas
11 • • __a no ,)o ct , livr -arbítrio e a concepção de eu a ela vincula-
c11 1,'I •mpr , r cusudas por Nietzscl1e. Mas isso não significa que
i ' l s 11 , j •it " t1 e pontaneidade da ação; baseado na já mencio-
11,1ctn <Hl li · cta vontade. ele conclui que os processos envolvidos em
um a Jo ·,o mais complexos do que costumamos acreditar.
Sobre LIVRE-ARBITRIO, consultar FH; LF; HH 1§ 18 e§ 39; BM § 19 e§ 21:CI
"Os quatro grande erros" § 8 e "Moral como contra natureza"§ 6.
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METAFISICA (Metaphysik)
302
11
:s··•:, • 1110 1,vro. ietzscl1e afirma que, tanto na história da hu•
1
\ t'. ·t' : u:into na do indivíduo. verificam-se diferentes rases: pri-
.._,r J 1; iosa. depois a metafísica e, por fim , a científica. A f1lo-
r•t' ª re tanto atender às necessidades, antes satisfeitas pela rei,-
• _"J : contribuir para suprimi-las. No primeiro caso, o homem.
1
f Jt · enÃndo-se com as verdades últimas e definitivas, está fazendo
nrt\. Ur- d _
~ . •ca· 110 último, mostran o que as representaçoes do mundo
r•e a ,sr '
. tão fo~adas não passam de erros da razão, já se acha na fase
~.ee; ca. Abraçando a crítica positivista da metafísica, Nietzsche
, €,tenta que só a ciência poderá combatê-la, por mostrar que seus
·:;ssupostos são infundados. Ao tratar das relações entre religião.
etaffsica, arte e ciência, acaba sempre por privilegiar esta última.
E, ende que o ser humano concebeu o mundo erroneamente, enca-
rando-o com pretensões religiosas. metafísicas ou morais. mas. com
conhecimento científico, delas virá a libertar-se.
'os textos da maturidade, Nietzsche retoma a partir de ou-
traperspectiva as investidas contra a metafísica. No quinto livro de
Agoia Ciência, ele diagnostica, na base da ciência, a incondicional
vontade de verdade, que, além de moralizá-la, irá torná-la cúmplice
da metafísica. Esquecendo-se que a falsidade também faz parte de
distintas condições de existência. opõe-se o saber à vida; na senda
platônica. cria-se. em contrapartida deste mundo. um outro para
abrigar a verdade. No Crepúsculo dos Ídolos. Nietzsche faz ver que
metafísica e linguagem se acham intimamente ligadas. As convic-
ções metafísicas contribuem para legitimar a crença na identidade
entresere discurso; as palavras e os conceitos apreenderiam a reali-
dade tal como ela é. Os conceitos e as palavras. por sua vez. concor-
rem para propagar as convicções metafísicas; induzem a pensar que
correspondem a algo no mundo verdadeiro. Assim é que as wcerte-
zas" metafísicas constituem o prolongamento da crença na gramática
enada mais fazem do que justificar, de maneira retroativa. a confiança
nas e5truturas gramaticais.
No combate à metafísica Nietzsche ataca a distinção que ela
<:Slabelece entre mundo sensív~I e inteligível. Se a metafísica postul
aex,sté .
ncra de um mundo verdadeiro. é por desprezar o que ocorre
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Scarlett Marton
METÁFORA (Metaphen
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Bibliografia
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Ih) dllll 'Uidtld l w Htl: l nwnrto d 1' vencJrir ()', Wilf,H,IW;m,1·, <l,i rl,,1
1 t,c , p ~rmil qu s llJ IGdo udáv I pr •domine e fornr:~rJ ,1• rr;r,r1
der1cJdJs 11 cc ria para a m nutcnção de sua t11 ~rcrqu,a 1w, ,nr 11,11
Aliás. con idera que a situação da Europa hodicrn , de mu, ar r!n·.,;,~
e de esgotamento vital. favorece essa tarefa, qual s i , a d ultrr1
passar a época moderna. tributária dos ardis da dialética so rá , ,3 _
Dito de outro modo, Niellsche acredita que a modernidade a inge ()
ponto máximo da exigência pela igualdade. democracia. l1berdad~
etc., não podendo mais dar respostas às suas demandas e questio-
namentos. A expressão "vontade de verdade " demonstra bem essa
ideia, qual seja, a de que a exigência cada vez maior de verdade ter-
mina por implodir a noção mesma de verdade na medida em que
exaure a busca pelo veraz e explicita o que o move: uma vontade de
supremacia e de dominação que se traveste de valores metafísicos.
religiosos ou científicos. Tal estado permite ao filósofo vislumbrar o
ultrapassamento da modernidade inaugurada na antiguidade clássi-
ca. Não temendo adotar um ponto de vista anacrônico, ele volta-se
para o passado em busca de um modelo de mundo bem constituído,
o mundo grego, pois considera que a magnificência da arte grega
pode proporcionar um melhoramento dos valores morais e políticos.
Não vê , portanto. nenhum anacronismo em ter de recorrer a uma vi-
são de mundo que se refere, ou credita sua constituição, a condições
radicalmente diferentes daquelas do século XIX europeu .
Se assim considera, é em razão de sua visão de mundo, expressa
pelo conceito de vontade de potência, que está em pleno acordo com
as linhas mestras do que ele julga encontrar no mundo grego, mais
precisamente, no pré-socrático. Trata-se para ele de recuperar a ma-
neira de pensar. agir e sentir presente no mundo pré-socrático que foi
suplantado pela dialética introduzida por Sócrates; trata-se de se co-
locar para além de bem e mal e instaurar uma filosofia do futuro.
308
MORAL (Moran
JO
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MORTE(Toc/J
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Eduardo Nasser
MÚSICA (Musík)
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\ I'( l':,o. ll', I()!,, 11111 pr111ll'H0 fll()fll( !lllo, O f1l(oifo dlrilJlJI ,1(] l,J urn
1
1 >O ,i,vo. i1 ~11,1 j1 1vt n11,dc, 11!11<le-•,r1;J(, r1,KI<>r1,Jli·,rno ;Jo l;u',.-
·nti 1 1 . r· . 111
r uni,, \ il111,1c1lcrn, , pro ur.i, íl ,l\ f!íll vow, rJt:',<J,1 <J frrn rJrJ
I
f,V XVIII t'lll olo éllcr11;10. Apoia íl g1wrrí1U>rllr:J íl Átr>lfl:J , rt, f/J·
t1IO/ , J B' k l
· r1t1niento cstra1ég1cos < e 1:,rrr;ir . , ·u o otJJelrvo r: ra urwJ:Jt:JrJ
I
1
e111o11,,,., 1da AlernJnl1c1 : narticlpa <J • WUPO', litJcrai p1ja an,~1.;ir;jo
1
•
1 1 ,
ru ,ana da Saxónia_e sustenta D.J PO!,iÇc''><!.!1 cJo hi~,tori:Jdor n:JCron.:J-
i,5ta Heinrich von Trertschk~: ~orna parte allvarncntrJ ,w, q,jr,6,~J 1
15
para O Reichslag constrlU1nte cJa ConfederaçDo da Alernanha do
~orte. aliando-se aos liberais nacionalistas. Pa sa , no entanto, a r .
1
udiar a polftica partidária depois do íracasso do Partido Liberal a-
~ional no pleito há pouco referido, f)Ois julea que os valore clássicos
unham sido deíormados 11elo nacionalismo e que a cultura tinha sido
transformada pelo filisteísrno.
Abandonando a defesa do nacionalismo a partir da Primeira
consideração Extemporânea, Nietzsche 11assa a defender a unidade
da Europa. Ele considera então que a unidade de uma nação, que
possibilitaria a identidade alemã, é nociva. Essa mudança de posição
está, no entanto, estreitamente ligadJ à sua concepção de cultura.
O filósofo atenta para o falo de que, com o nacionalismo, o capital
se organizava mais facilmente e, 11or ex tensão, colocava a cultura
em perigo. Modificando o seu 11onlo de vista, acredita que a unida-
deeuropeia seria mais útil para a cultura. Essa mudança de posiÇdO
em relação ao nacionalismo não acarreta, contudo, o abandono da
tradição em que ele eslava inserido, qual seja, aquela que encontra
na Grécia antiga a chave para os males modernos. E isto porque o
universo grego propiciava ntlo apenas elementos àquele que procu-
ravam construir urna nüção, que desejavam ter urna "alma alemã" .
mas também, e talvez paradoxalmente. elementos éldequado ao
cosmopolitismo. Ao se autodenominar espírito livre, Nictzsctie itua-
~e nesta perspectiva cJos "cosmopolitas do espfrito" . Eos grego sJo
paradigmáticos desse cosrnonolilisrno, rnalerado c1 di tância com que
urn erego se põe crn relação a urn bárbaro por on iderar-s sup •
319
320
Bibliografia
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Ivo da SilvaJr.
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~
.;ii:
etos, odlíl • rro, a tradrçao. O pro; to qu se rm • nr- se-
1 • • _ ' se J de acoll era arte como_ um consolo peran e a n es-
1 O
,,., ir ~ rso agensdos dramas trágicos. que enfrentam de form
0
,e,a..0' nagumento nuclear é que as ações não são vistas como neces-
1"'€ ar ..
· o~que se supõe su1eItos portadores da facuidade da von a e
53 r;asP . .
Contudo, a vontade livre nao passa de uma concepção simpl,-
/ \ra sendo, assim, errônea a crença de que os acontecimentos
;~ mo ·idos por motivos e por agentes responsáveis. Logo, tudo
e,ese dar por necessidade.
Porém, não se deve confundir necessidade com determinismo.
\ f tzSche vê anecessidade determinista como uma necessidade apa-
rente, sendo forçoso, portanto, desfazer a antinomia livre-arbítrio -
cativoarbítrio. Existem ao menos três problemas que se impõem.
Pnmeiro, a necessidade determinista pressupõe uma vontade cons-
trangida; porém, não há vontade, nem livre e nem não livre. Segun-
do. odeterminismo é obtido graças à causalidade, que também não
passa de uma ficção. Por fim, a causalidade não se opõe à vontade
livre, poisé da crença em fatos interiores, nomeadamente no ato da
1
ontade como causa, seguida da consciência e do sujeito como cau-
sas, que surge a projeção de esquemas causais.
Conforme o elo entre necessidade e causalidade é desfeito, de-
vo/ e-se oacaso, ou a inocência, aos acontecimentos. Dessa forma.
0
uni erso grego da moira e ananxe é revivido, o universo regido por
uma concepção muito singular de necessidade: a necessidade como
oque se dá arbitrariamente, como um jogo de dados. O essencial
Queseráretido por Nietzsche é que as causas não contêm seus efe1-
os. las não se deve assumir que estamos diante de urn quéldro pJ~
'ªª 0 1
ª na medida em que a concepção de acaso não PJ t1 cl l um l
35
~011111 NI ,E'i~IOAOE, r.on ullor FH; Co.Exl. Ili § 4; HH 1§ 18, § 102, § 107 e
\ 111; 0:J • 33; A~~ 01; A§ 130; GC § 109; BM § 18, § 19 8 § 21; CI "Os qua.
tro urnmh urro " ~ o; r-P 11 I20I do vorão de 1875; FP 4 (288I do verão de
11JUO; 11' 'n I1I do vorõo/oulono do 1884.
BI blloo ru fiu
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, rARIST
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Eder Corbanezi
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.....__
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1 , corno diz. IF1p1dnrrn 'lllC.o I rpf, lo ílt' p 1m ,1',1/, 111 rI,1 I 11 1,n
pe onstitui condição d tocta v1ctíl.
eMaf,c fI í)
cumpre observar que, , í1 em llííl IH11ll,lnt1, Nlt'IA< 111 , 11110
. de, por outro lado. enfilt11élr e omplt'Xl(l'lclP 'l'tt',•111 1,. , , (l1,111·
deixa
a expressão teo geral. Délnclo, er o ,lr,1lt'r llltlltll do,·
sob urn . f'ló f . ll
ceitodeperspect1va,o 1 sooot1 . 1i r1r1 s " s onc,1 110,,, 11 ,li,,
eimpulso corno tamb m o. d v r1t,1 lti clt) pot II lil <' fnt~il, 110
10
rnesrno ternpo e~ QU o(: inrula lc 11 1 ) 1~1 ~lljt)IIO, dllllt'HIO 11
ticada. ora, e o 1d c1I d conl1 . 1111 1 1110 t 1111 !-l i !)l' rt~Vt'lil 111,~1u,<1n 0
1
se Nietzscti cone élP llclS 11111 conlH' lllll'lll p •r. pti .IIVL II o, ldl
corno asse ra 111 Cen '(I/OfJIO ( /(1 t\ f< 1(1/, l'lll. l jll',lillll(!flle d (IIVl)I
sidade da p )1. 1 Cl l\',L (' (1íl llll 'I pr 'lcl l '~ cios i1ft!I )\ (lllt' ~,(l(lt Ví!
usar 111 b 1i1l1 10 (Jc co11l1tc1111 1 1110 d,1i, 1111 ve, tlí' 11111 ,1 "lt!orl.i <lo
conl1 cilll >rll •. ( hlc. l) 1 '11 li, t'Hll lHIO lllll Íld(\lll 11110 p()•,turno
de 18B7, lll UI li! "e; tn 11 < h I ., I (I os (/(l'; Ofl.'IO .•. 1: ti1111l l<'l r11
ne e 1nt1 1ll 1 , t 1r 1G111 1/c /,a ela I te ai, o i1utor 1nc11·i1 o qtH!, ;1
seu ,er. e 1rt1111 1 ·e l / 1 1<1,Hh•· < t• c1lno 1 1111 do rnntr, rio ele con-
figurar u1n • n 1 111~ 1,1 , ) e t'. 1111 ~ ''l 1cl,1•. tl •ot>J 1 t1V1cl,1cle", em
ua n ,·a;1 e~ >• . 0 ,1 11111. eo 1p!1 1 .111,1111 •clld,1ern q11 , 11wls ílfe
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Eder Corbanezi
PESSIMISMO (Pessimismus)
338
339
PRAZER (Lust)
341
,\
1 d mir Arnldi
PROBIDADE (Redlichkeit)
E, b0-, :'I r, ii,l;ll i , ,, r ict t1 ', rll ~ncii it, 1110 v )racidíld ou
0ne. tiJ.l t~. rUittn u111 irnp 'rllliv m mi i'llltiquíssimo, ribor 0
se , c1i fi LI 11 111 r1i 1 \ 'C' • • d 'f nd ) 1 i tzs h , sua completíl
~ s·, cir1 11 rc1ti ri lêi . 11r1 fil ofia llíl rcligiio, mi po-
1.nc:1 r mr1 é r1 tro êJlll . 111 qu pr domine íl ciis imulaçào.
A a:i é. rn f it . um \'irtude 1110 só r e nt como r7irís-
~ a:~ ;i , irtu Zaratu tra. píri tos livr s, "nos êl virtude·,
escre,e enfim aut r Po~ ai ·111 d B 111 1\lfal. las não têm
es, si6 nifica a pr bidad como e, ig ncia moral e ri probi-
ade er uant , irtu d s espíritos livres, que. ao contrário, e ige
a r fun a ríti a da moral. 'esse caso, como em outros tantos,
~ie - he altera sentido do conceito, fazendo-o voltar-se contra o
tra ici nal de que brota: é a e igência moral de probidade que
zà nega ão da própria moral.
O e se seja probo em relação a si mesmo. aos outros e ao efe-
, u rea l. eis o que exige reiteradamente ietzsche. Onde quer
eprocure probidade. porém, não a encontra. Ela sempre se mos-
tra alheia, p r e em pio, aos fundadores e propagadores de religiões,
Q ealimentam uma fé cega em si mesmos e, como sele no Livro IV
de A gaia Ciência. nunca e, aminam com rigor suas próprias vivên-
cjas. procurando afastar o engano dos sentidos e a fantasia em_geral.
mas antes, pouco e igentes, mostram-se propensos a se sat1 sfaz~-
rem com considerações contrárias à razão, como milagres, renasc,-
343
men se v zes de a j s. Pa se ta
entre as virtu es s · as e e e - . d \ ::.._ • r
- ~
344
Bibliografia
PROGRESSO (Fortschritt}
346
347
PSICOLOGIA (Psychologie)
348
dt' 1.11( ,1111.1 lllt' t'lll cf1ft'lt'lllt' . ~( 1( 1(1,l(I ", (' 1r,trr1i1rn <11
l ' li l,t' li. lll t . l' ,l t'll cll c)I d psi OIOl(l1l orn p,,rtr. cJ,)
1
·: 1' ·:i· ,1•1,l;, ;~11'1,'~ "llt' cl 11 l'I ! <:lll i(•ncia (Ili I iri eStl(l,I rl Ofl ·
• ., ' .1 I· t s Íl'lll llll'll S lll l1ll~.
, 1' i5 t 1,l • ,
t·: . ~' . t ~ ·nlt s il' 1mm, 1('1/ . 11(' ('lll ('~ l,H'( C'r (Jll él p<;1COIORll,
· 1 . 1·d '. 11.,) . t' e 11fu11ct' omJ ot . rv,1ç,)o d, 1m mo
::· ,· (. ' 1.1 1 1111111d . J oncto-. i'l divi. 1. ocr,itica. nJo acJm1t
. 'I , :- ,lll 1 . .
1' 1 c,i inlcri1i1 J s.•1 1,lr ci1rnt111c pilr,1 íl aç,)o. • por i somes-
, 1l L • · .
J,, ' , 1 ll' elll vill lllílr l1lO . Ir f'l11am nt e) p ICOlogia à história.
11
,. \ 1 • .
·' •
_impl 1 íl u11111 1 de dél do . n,,o
" aceita. que os fatos
, , ~ s. illll li )1111r íl O11ci11ti1 llum;ina. Nem a introspecção
\ • 1 ji,~ d mundo b:t tarn p:irr1 foni cer o critério moral. A estrei-
349
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nos. 3ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 201 O. Capítulo li.
Scarlett Marton
RAÇA (Rasse)
350
.0 qu, (· 1101>11' ?" . poii, Nh:t1'1 I~ ' julga tipi arnente pi tJeia a cren;a
il<' q,,, o 111d1vf(hH) cornu,i1 on~reo mesmo, ab tréJçào feita de qual-
q1J •r lfl er,ç;,o 11 ·rcclilMia e t1i. tórica. O conceito nietzschiano de raça
1
1./.' op(>r "<:~~;1cr ·nçí1 po ui urna dimensão genealógica. uma vez
qlll' ,r,111tt' ;1vi1liar proveniências a fim de estabelecer hierarquias: há
r,,ç 1 ~ nol>re!> rí1Çrl!> !>ubrnctidas, raças mais fortes, mais puras ou até
1
351
Bibliografia
i\ 1IS. Emmanuel. ietzsclle. P ns: L O,11 L 'l r 'S, 20 l S e,1_
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SALANS IS. Emmanuel. Sobre o eugenismo e sua just,flC çJo m <h _
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Emmanuel Salans 1s
RAZÃO ( Vemunft)
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REALIDADE (Rea/itat)
354
111 . u ,e .
115c1,e. com alguma
,. .
requenc,a, tende a caracterizar a
• , 1.1r Q d mundo das aparencras como menos real ou, na melhor
O
c.1'' ade como um outro tipo de realidade.
pÓ teses,
J 111 !ta de 1872, Nietzsche passa a tomar a realidade em con-
p0rvo _ . ..
. minclinaçoes fortemente antropom6rficas e relat1v1stas.
' noa co -
• na ão há outro mundo senao aquele das sensações, ergue-se
oado que nconcepção de realidade, aquela construída pelo homem.
manovante no mesmo penodo,
u .
, .
contudo, surge um outro tipo de tra-
0ra carne . .
r ,, do problema, antrantropormórfico, quando se assegura que
ramento _
rdade do tempo ou das mudanças nao pode ser negada.
ªrea ~ma nova etapa se inicia ao final da década de 1870, sobretudo
década de 1880, quando Nietzsche enfrent.a de maneira corrosiva a
naeraffsica. Nesse momento, entende-se por realidade o assim chama-
: mundo das aparências em detrimento do mundo met.afísico, que
passa, então, a ser tratado como ilusório. Atorment.ados pelo sofrimen-
to com O mundo concreto, real, e dele desejando escapar, os metafí-
sicosforam capturados por uma aberração lógica - se A existe, deve
então existir B, o seu oposto -, alienando-se da única realidade.
A eleição do concreto como o único real não deve ser confundi-
da, contudo, com um assentimento a uma visão cientificista ou ma-
terialista de mundo. Pois a caracterização da realidade como consti-
tuída por átomos, matéria, espaço etc., não é a realidade mesma; a
única realidade é a do vir-a-ser. Essa revelação traz um impasse cog-
nitivo, pois nada no real corresponderia às categorias do conhecimen-
to. Nietzsche procurará contornar essa dificuldade evocando catego-
rias da física dinâmica, sobretudo a concepção de força, na esperança
de oferecer uma melhor interpretação da realidade. Nessa direção,
deve-se entender a concepção de vontade de potência como uma
tentativa de alargar essa interpretação dinamista do real.
. . Por vezes Nietzsche parece mais propenso a adotar o termo efe-
tw,dade (Wirx!ichxeitJ , ao invés de realidade (RealitéitJ, como o mais
~propriado para designar o mundo do vir-a-ser. Em 1873 o filósofo
1ªaprova a distinção realizada por Schopenhauer entre efetividade e
realidade· E',et·1v1dade
· . da
expressa com maior exatidão o caráter ativo
matéria po· lé . .
· isa m de serdot.ada de caráterespacral. substancral, a ma-
355
Bibliografia
Eduardo Nasser
356
--
Digitalizado com CamScanner
sMO (Reslismus)
~fALl
e 1110 ocorre com o idealismo, Nietzsche nào f
~-1' .. - . az, no decorrer
bra uma ut111zaçao exaustiva desse termo e bo
5u1 · . , rn ra se pos-
. ,tificar em seus escntos um extenso diálogo co
e1 . _ m a temática
• 1 ta De um lado, Nietzsche se opoe resolutamente .
eJ,1S · . ao realismo
e afisico, segundo . . o qual
. existe urna realidade independen te das
l"\Âcidades cogrnt1vas, interesses e valores humanos N'ietz h
r- . . .. · se e en-
ntra nessa doutnna realista uma dificuldade: a legitimação d ._
e . fi _ os cn
tériOSque sustenta~1a~ _ª a rmaça? de que a realidade possui uma
detenninada const1tu1çao. Para Nietzsche, ao contrário, toda afü-
n,ação sobre o mundo já é determinada pelas faculdades cognitivas,
interesses e valores humanos. De outro lado, em sua polêmica com
0 idealismo, Nietzsche defende posições realistas. Segundo esse se-
gundo ponto de vista, a realidade deve ser compreendida como vir-a-
ser: amudança, a instabilidade e a multiplicidade não são as marcas
de um mundo aparente, ao qual se oporia uma realidade metafisica
caracterizada pela permanência, estabilidade e unidade. Com isso.
'ietzsche, no entanto, enquanto um realista do vir-a-ser, tem de en-
frentar amesma dificuldade que ele aponta em qualquer doutrina re-
alista. Se o perspectivismo interdita a possibilidade de um ponto de
vista exterior a todas as perspectivas, Nietzsche parece também não
estar autorizado a considerar a realidade como um vir-a-ser nem a
privilegiar as propriedades dessa forma de realidade.
Em Nietzsche, e isso desde os seus primeiros escritos, a noção
de realismo está relacionada à admissão da coisa-em-si, que para ele
constituiria um resíduo dogmático da filosofia de Kant. Assim, o de-
bate de Nietzsche com o realismo e os problemas enfrentados por
suas próprias afirmações realistas se desenvolverão tendo como pano
de fundo a filosofia kantiana. A questão é que a crítica nietzschiam,
da coisa-em-si é mais eficiente no campo da moral, em que é defen-
sável a afirmação de que Kant separaria um mundo inteligível e um
mundo empírico; ela não se aplica de forma inteiramente juSlificéldt1,
contudo, ao campo da filosofia teórica, em que coisa-em-si pode ser
entendida em sentido negativo, como conceito-limite, corno um e'.i.te
meramente pensado como abstraído das condições transcenctentt1i ·
357
d ç11 , 1 l m-~, ,1t,. t11do p 11 • (' I u11llr,11 lllc'lllO. lt••, 11 10 ,1','11111 , ri ",t, 1
l
,lllld,l ,l qu1'~t. l d, (Jlll' , ' . .tl tld1 1Hlt 'I .l Il i '1 ,1 (lt' (J lll' ti rt •irlul,Hlr• 1'
1 1
um , 11-.1 ' f ·,H tr( l lt' llli1l1:1111hl!) p,1.,'-.IHl'll 111 lw,1v1' UHl ,l(lt•r,Hlo
m 111,ll •~J, 11i1 tt d,11 e,. pt• ·t1vi1). Ntl'I/!,< lw 11,io ('!,l,111,1n' '< 111,111
d . ft 1111,11111 11lll', ,1 e 11 • 'pç,)o tlt: u111i1 li. i1 (•111 ~1.
111,11 --i, )11 , 1 .1 t1 1,11,1 t•ss" i1po11i1 c1i1 r110:,or1i1 cl<' , •11•1111 1
' r ·ur11r · mpr ) nd -IL orno d 'Íl'llSOf cl ' 11111 i111trrr1•i1l1. rno, qu :
1 1
Bibliografia
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lot,1. i t eh car d
Rrol,smo. T m ' 00 fll r.óf,co I rc,
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BARROS, Fernando R. de Moraes. O drama da redenção: a crítica de Nietz-
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RELATIVISMO (Relativismus)
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Eder Corbanezi
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BARROS. Fernando R. de Moraes. A Maldição Tronsvoloroda: O Pro-
blema da Civilização em O Anticristo de Nietzsche. São Paulo. ljuí:
Discurso. Unijuí, 2002. (Col. Sendas & Veredas)
RESSENTIMENTO (Ressentiment)
304
365
Bibliografia
ROMANTISMO (Romantlk)
300
367
Bibliografia
368
,DE (Gesundheit}
sAU
- da saúde e da doença desempenha um papel relevante na
uestao _ _ .
. Q fi de Nietzsche, em sua conexao com as relaçoes entre vida e
A
:ar
filoso isso, uma reflexão sobre os conceitos filosóficos de saúde
eobra.
de doença deve, nesse caso, ~er prece d'd d 'd -
I a . e co~s1 era_çoes so-
tuto da relação entre vida e obra na filosofia de Nietzsche.
bre oesta _ .
T ta-se, na realidade, de uma questao bastante complexa, Já que
n;~ se pode nem dar um relevo excessivo à biografia de Nietzsche,
oque poderia produzir uma falácia genética, uma "patologização"
da própria obra ou a apresentação de argumentos ad hominem, nem
lhe dar um peso demasiado pequeno, já que Nietzsche efetivamente
refletiu sobre a questão da relação entre saúde e doença a partir de
sua própria experiência. A solução para que se evite cometer as duas
formas de equívocos é compreender a questão da biografia em ter-
mos estritamente filosóficos. como uma tematização conceituai de
Nietzsche. Assim, em vez de dar demasiada importância ao quadro
clínico de Nietzsche, com sua saúde precária, como uma espécie de
inspiração para sua obra filosófica, mais importante é sua reflexão
sobre sua condição, que não se restringe ao seu estado de saúde
Particular. mas a uma reflexão filosófica sobre a saúde e a doença
qu_e transcende a redução somática da doença no âmbito médico.
Afinal. para Nietzsche, a doença não é compreendida estritamen-
t~ e,~q_uanto um fenômeno somático (do corpo reduzido à fisiologia
'º
b og,ca o 'd·
ad ume 1ca}. Ele adota um ponto de vista mais amplo sobre
.oe~ça, em que o corpo já é compreendido como um complexo
fisiops,col' · • .
texto og,~o. no interior de sua teoria dos impulsos. Nesse con-
pu•am' Para Nietzsche. apesar de sua condição enferma (em termos
,, ente m, d.
e icos), ele se considera fundamentalmente saudável.
369
Sobre SAÚDE, consultar GC "Prefácio" § 2 e§ 3, § 382; EH" Por que sou tão
sábio" § 1 e§ 2; FP 2 [97] do outono de 1885/outono de 1886; FP 14 (65] do
início de 1888; FP 22 [18] de setembro/outubro de 1888; FP 6 [26] do verão
de 1886/inlcio de 1887.
370
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a interpretaçao e o gang uller-Lauter. Cadernos Nietzsche
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SELEÇÃO (Se/ektion)
371
Bibliografia
372
-
Digitalizado com CamScanner
Sensação
SENSAÇÃO {Empfindung}
373
imagens. um proce o qu, ,nco11t1.J d 'Lhl .__111i1lr Hid 111i1i: concr 1ll111<1
campo içàode imngens provoc.Jdlt · porvilJ1,lÇ > 'S~tll10111 · solm1 plct·
GlS cobe1téls com areia (o "', pe1ir11 11lo · d' ·111s1 lll.1l111I). 1:. o ,,~-
1
nifica que dJ sensaç5o l k o ~ pod, trill1i1r o p 'lrlll !iO i11~ l1s St111 · Cclll·
sas. A ensnção é um rcnôrn 110 pr i11101dli1I, 11Jo s 'l1<1o lícito pcnSJr o
1
que não ensnçào. Ounlqu 't' l1ipótes-1 qu vlslu111ln ' '-1 possibillc1cl·
1
de de tratnr as sens lÇôes e mo Jconl ir11 1 11!0 c'-1u ··ido · por cois.1s,
:'l
mesmos déldos orno s 11 JÇO . Tal t:1orit1 di:l -111 açJo forn :'lc . 11-
fim. um irnport< 111 -,porte pílrél o antropo11101fi 1110. o r lativismo do
homem mediâa. enquanto unw po içê pist :1111ict1 basilar.
Contucjo, 'SS 1111tropomorfisnio n o i11transp llÍ\P I. P is nes-
sa rnesmél µom. µrov,w 1111 11t estirnul·1do p I u 11alismo do
vir-<1- er que. nu,o, irrornµ . Ni t cl1 011 id n a p s ·ibilidad de
umn c1ce11ttiaç,10 cios sc11tid s com rip i i -1xp-1ri111e11l · forneci-
dos por linl1íls progr'ssist, s dos i 11 ia dr111;1lu1 _} ~- Es · experi-
mentos, poptllílrirndos por I ílrl Em t v 11 Ba ::ir, i11v ti 1a111 a 1:)l'l ão
entre a vclociciacic cias p;;,T:lp 6:l ;; íl p-1rc p i d r alid ad;;. O es-
querrlél que se i111pól' o s~gui11t ): qt1t1nt lllílis I rada per ep-
çao. r11aior íl ilus:10 <io p '1rna11e11te. qt1 1110 111íli d J el rada , mai r
é-l p \rrcpçLio clíls IIHK1c 11ç<1s. Esse L ·litim , s dev :ir ll1id 111
urn aperi içoél11H~11to cio, píl1'L'll10 p )rceplivo: nel ;; 111 ·tra que 111
sc11 rnrc t 'I p1i111itivo ;1s sensílçôes dcs 111l1e em pr priedad s espa-
iais. rn1110 a justclposiç1·10 L1 ,1 si1nultil11eici,1 1 . T nn- plausivel a -
"l
t>;iixo clclíls e istl'111 ílSSL'IISd ÇL l'S t1111 L'Stddo bruto qu :l - ·, i111 :1 1µr l .
t ·r 'o novo e111110111t' elo v 'lll . L'.\ luindo. ,1ssi111. lu1dlil.Lt 1) d,1
1
s~11 ç es ll' llici1 s. I· s 11lL'llll' -1p s 'SS~l i111plili Li j
1
u ·e ,1 l
374
menta, nesse caso, seria inviável: e isso porque ltá urna di p.,r,cli1d
entre conhecimento e vir-a-ser. Logo, não se pode di7 r, 111 rnlÃt·
1
37t>
Bibliografia
Eduardo Nasser
376
377 1
1
1
Di gitalizado com CamScanner
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Bibliografia
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SILVA Jr., Ivo da. A História como influxo. Cadernos Nietzsche, v. 26,
p. 97- 106, 201 O.
SINTOMA (Symptom)
Sintomas são sinais (Zeichen) de algo mais profundo do que está apa-
rente ou do que se consegue ou se quer considerar. O termo ocorre
corn mais frequência nos últimos textos de Nietzsche, ligado aos con-
ceitos de vontade de potência e de fisiologia enquanto dinâmica pul-
ionJI. A fisiopsicologia nielzschiana, enquanto morfologia e doutrina
do desenvolvimento (Enlwicklungslehre) da vontade de potência, e o
378
zrd
Digitalizado com CamScanner
, JI i r )t n em ln\ st, ar d
u f rça r meio de seu . ,a nos IC,)r c0nfJ.
. s1n om s ,s o é
:1u . Essa produção estt1belec · . · r
. e uma rei ao co
e ta o cnténo para decidir sobre a sa ·d m
. . .. u e ou a morb,da
ga1ismo. um Ind1 1duo ou uma cultura ~ . ·
•,· - , . a11rma a da en-
.,. :.-: ~sso continuo de autossuperação, ele é po ente. alta-
• .era u1zado e. portanto. saudável· se nega é •
··::'" • . · . 1mpo en e
: ; ~i • rtanto. doente. Assim . emos a moral a fil ~ ·
. 4 . . . . . • oso11a meta-
; -.• a :e 1a, o cnst1anismo etc., como sintomas de doe d
-• · . d I' . nça. eca-
c2 .. : 3 . egeneraçao, ec 1rn~ de potência ou fadiga fisiológica. Os
:~=-., sa\'anços da m~dem'.dade (humanização, direitos iguais en-
72 '"'' 1e se mul~eres. Jornalismo, educação pública etc.). que. se-
~-',. ~ ~1·~o~o. nt elam_o ho~em._também são sintomas de configu-
s ~;):S fis1o!ogIcas doentias. Filosofias como as do próprio lietzsche,
J~ taigne e de Heráclito são vistas como sintomas de saúde.
A sintomatologia é um sistema de sinais ou uma linguagem, im-
. aido uma determinada interpretação; por exemplo, a ciência e a
1 ral típicas do século XIX. Não existem, segundo ietzsche, fatos
1 rais: a moral cristã é uma sintomatologia ou uma interpretação de
379
Bibliografia
SINTOMATOLOGIA (Symptomatologie)
SOCIALISMO (Sozialismus)
380
Bibliografin
381
O t rmo rc1t c;rno ocorr •qtJ,1 ! ,1r •1i1 , , tt' IO', 1 :, J r, ,1O ' ✓1 -
,, ntodaTm xto, mtx (1o c•u scnt1CJOp< tlll,l .1. cJr~,l' {tllllfíl( Jo,
em tooa a o ra n tlSC llkl .1. o !)()Cí tl l l' rllO (' 11 C,lf,)( ('(Í(, l(,l ((' r) rc11(1)
ct I ura cx:rát1CJ ou t ónc, , n,1qual pr do 11111.1o nr,1/('í <f coo :e, r .
a Ilusão de poder cur,ir por e ) as cfo,es dc1 •x1st •nc,c1. A~ <'.r1r d : • .<.1
ilusão estimular o homem av, •r, lt prodtu urn,l buS<.t1 1nt n<x .m
hm pelo conhec,mcnw. nao ~ ncJo capaz de d,Jr s,enit1C, do suf 1c e
à e 1stênc1c1 tiumana. O !>OCrJt15rno é rcsponsá cl pele_ dcstru, ,,o da
tragédia clássica, mas n~o !>C situa cxcluJ1v rnentc n< Gréc1 Jn ,r,a,
estando ao lado de todo o pcnS<Jrnento rncwfísico e sendo tam me, •
racterística imporwntc ua<Jccadência europeia do século XIX.
Eurípedcs, sob a influência cJc Sócratc cm ua cornpos1çJo a •
tística, destrói a especial unitlo entre os irnpuLo apolíneo d1onisiaco
na tragédia quando transforma o coro cm mai uma personagem. O
diálogo não representa mais a música: ele põe •m cena o cot1d1ano e
não o mito. O princípio do socratismo estético, ·tudo de e ser inteligí-
vel para ser belo", corrcsr>ondc à máxima , ocrática -~ó o conhecedor é
virtuoso". Para Sócrates. só o que é racional e consciente é bom e belo.
Dessa forma. o socratismo tem um caráter anlidioni~íaco e contráno
ao trágico, produzindo urna cultura que não tem um mito original, que
se guia por abstrações teóricas e está condenada a r uma mistura
de outras culturas. Embora seja antic.Jionísíaco. el não é apolíneo: o
socratismo nega todo e qué.llqucr valor estético. le m is antigo qu
Sócrates. pois a tendência de sur>rimir a música já existia nas tragédias
de Sófocles, responsável pela intrcxJuçào do deuteragonista.
A rejeição do dionisíaco é a rejeição dor instintos, da v rdadeira
arte, da vida, o que indica que o socratisrno é produto de uni processo
de degeneração (Enlartung) . Nesse contexto, a docnca de Sócrates é 1
uma inversão do que ocorre no r,ree,o saudável: ele aee por meio da
razão e pondera com seus instintos [o daimon ). Sócrates via .,tarrecido
seus contemporâneos agirem por instinto.,, e, por isso. lançou rn ~o do
racionalismo. Hj um otimismo teórico que acredita na lógica e n~ e is-
tência de coisas fixas que podem ser conl1ccidas. Pos->ui uma seriedJ·
382
Bibliografia
383
SOLIDÃO (Einsamkeiti
384
Bibliografia
MARTON, Scarlett. Silêncio, solidão. ln:--. Nietzsche, seus Leitores
esuas Leituras. São Paulo: Barcarolla, 201 O. p. 65-85.
Scarlett Marton
SUBSTÂNCIA (Substanz)
385
Bibliografia
Eduardo Nasser
386
387
r '· i:,r., r~ ': !y/0 : ::':? a r':cs::: -Ji,j~ ~ S-a ,. "0 ·ai.,,,
(] .,': rJ
'1~: 'Y. ~~. t; V: ':' ~ J • e rua d½ d z 1 ': .~if.> •. P0" cr: V ':';' J':'
3 r 131~ ri':::m o ag'::: ~ dt: 3 a~r,i, :: J".lJ
':' r:11./:' r; r_0 ,!Ia , ,3 0 ' 1 'a~~'J rad e.ai m 9:r_ho '= fL':'. • ~:a
rJ-- · r; rr; rJr; ;, t:..a u:.al da1i; fa ;:;3· o c.ap' u '0 ·0s r ' a 0 g él ..-t::
r: r/ ·~• ~'= Crt:pú:cu/o d½ Ída/if, .
S'/ Jf0 q ':: a pa ·r da comprf:ens,30 sobre as f0rç;;5 e a ••·_.,
l.hrJ r; dC; f/.i ~nc1a h Y..a inaugurar um racicdnío onwióg;co de: µ Cr
• rJr1 <Jr; rnr;f.í3 fí: ír.;;,, r:lt; abandona a suposição de um su/:ito , r,·co '-=
,jr;;,I a c0m a hipóte~e de uma pluralidade de ·sujeitos-. e ·a cc r,-
t)1n~~r1 rj r0 k:.Gria e Juta p':rmanente constituem o próprio ·ru da-
rnr:n o· <Jo:; pensarn~ntor P. da conscifncia humana.
Sobro SUJEITO,consultar: BM "Prefácio~§4, § 12, § 16, § 17, § 19, §20, §34,
~ 36" ~ 54; CI "Oo quatro grandes erros"§ 3; FP 11 [140), [268), [270), [321)
'J (330] da prímavera/outono de 1881; FP 36 [26), [36) e [38) de junho/julho
do 1885; FP 39 (13J o 40 [6), [111, [16J, [20), [21 ), [23), (31) e (42) de agosto/
1Jl'lmbro do 1885; FP 7 [601 do fim de 1886/primavera de 1887; FP 9 [791,
(891, [91), (981, [106J, [108J, [144) e [169) e 10 [19) do outono de 1887; FP 11
(113J o (120J do novembro de 1887/março de 18881; FP 12 [1) do início de
1888; FP 14 [79J, [981, (122J e (186J; FP 15 (53) da Primavera de 1888; FP22
(221 do rmtombro/outubro de 1888.
Bihliogrnfia
300
í R b1rn
TEMPO (Zeit)
38
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ções Loyola. 2015. (Col. Sendas & Veredas)
Eduardo Nasser
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TEORIA DO CONHECIMENTO
(Erkenntnistheorie)
392
Bibliografia
Eduardo Nasser
393
TIPO ( Typus)
394
~~:ni en~i ainda uma configuração definitiva, de modo que dois caminhos
possíveis: a degeneração do homem ou o seu fortalecimento
se;evação. por meio da disciplina, do acúmulo e da intensificação de
e rças. Esse é o caráter fl~ido d_a "trans~utação", da incessante "au-
rossuperação do homem . O tipo superior de homem, as naturezas
mais elevadas e fortes, no entanto, logram uma síntese de traços de
duração relativa, na forma de uma hierarquização de impulsos por
meio de sua marca própria, dos traços típicos de seu caráter. Em con-
traposição, o tipo da décadence apresenta uma multiplicidade de im-
pulsos contraditórios, nos quais já não há mais um impulso ordena-
dor. o tipo do sacerdote ascético ainda é forte o bastante para domi-
nar os homens doentes, e submetê-los a um ideal e a uma vontade de
nada. Com o declínio das sociedades e culturas aristocráticas ocorre a
profusão e a dissolução dos tipos. O tipo Jesus possui um caráter pró-
prio. no modo como Nietzsche vê nele a mistura de sublime, doentio
einfantil, semelhante ao idiota de Dostoievski. No tipo psicológico do
salvador, expressa-se a décadence; no cristianismo fo~ado por Paulo,
entretanto, triunfa o tipo de moral de animal do rebanho, tido como o
maior impedimento para atingir a elevação do homem.
Tanto o sábio quanto o que há de animal no homem são neces-
sários para o engendramento de um novo tipo. O tipo de animal de
rapina, desse modo, não seria negado, mas fortalecido e elevado no
tipo superior de homem. Com o termo tipo Nietzsche expressa não
só a constituição fisiopsicológica de um indivíduo ou de um grupo
de indivíduos, mas também o longo e complexo processo de forma-
ção e fixação das características da espécie humana, nos processos
culturais, históricos, com hábitos herdados de nossos antecessores
e,com a interiorização dos impulsos. À diferença dos conceitos imu-
tavei5, o tipo pode transformar-se, tanto no sentido de seu fortaleci-
mento, quanto no sentido de seu enfraquecimento. O tipo superior
de homem não constitui o exemplar de uma nova espécie biológica,
mas é a organização hierárquica de uma grande complexidíld d
395
Bibliografia
F =ZZATTI Jr. . í s n Ano io. ,\ 'ietzsche contra Danrin. 2ª ed. amplia-
da e re ista. São Paulo: Lo ola. 2014. (Col. Sendas & eredas)
Clademir Araldi
TIPOLOGIA ( Typologie)
396
397
398
-
Digitalizado com CamScanner
Transvaloraçao do tOdo"
J os va 1oro
por fi m, podemos
. . dizer que
. aquele que
. afirma ,·ncond·1c1onal-
.
existência tena a capacidade de dizer sim ao eterno ret
ente a . fi . orno
1 esmo. ou seJa, a a r:maça~ presente na doutrina do eterno re-
dO rn do mesmo é uma afirmaçao trágica.
torT1°
TRÁGICO, consultar: NT § 7, § 8, § 16 e § 17; GC § 276 8 § 34 l · 2A IV NA
50br~ be"bada" § 10; CI "O que devo aos antigos"§ 5 "A 'razão' n' a f'I
nÇSO • ' 1OSO·
ca • 6e "Incursões de um extemporaneo" § 24; EH "O Nascimento da Tra-
fia. .§• § "Por que sou t ao· ·in t e1,gente
• " §
10; FP 7 (38) do final de 18861
1 20
9~ ª era de 1887; FP 17 [3] de maio/junho de 1888.
pnrnav
Bibliografia
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em Nietzsche. São Paulo, ljuí: Discurso, Unijuí, 2006. (Col. Sendas
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MELO NETO, João Evangelista Tude de. O eterno retorno do diferente?
Sobre a interpretação de Deleuze acerca da doutrina nietzschiana
do eterno retorno do mesmo. Perspectiva Filosofica, v. 1, p. 95-
116, 2012.
399
400
,, i111hl ,, (111d ( u 'l f rt1, qu_ d1 ichrt t1 Ili lórtc1 cl,1 llumi1111cl,1 1'('rn <h, i ,
1\lf l -
e nrnt1rl, ur 1m . '
nto da crcJnd ')Olitic
t l I'
Trd 1,1· 1 rt,Hl
11 e; 111 nte d urna prdica de d struiç<10 tiltr...,n:
1
17
, oriundos do cnst1an1 rno, .º plt1lonismo pJrl1 0 po o, d,l filo
_oflJ, e rnpr end1dél ern eu coniunto corno rnovim nto nilli ri1 . m,1
de todOS o \lolor l1Urnanos,_posto qu ietzscll vi à cl stru, c)o
J ultra passamento do própno fenômeno que sempre s mJnif '. tou
eni todas as épocas, pov~s e _lug~res: a moral - razJo pela quêll 1
ecompreende como o pnme,ro 1morotista da história. ou s jn, como
aquele que, simulla~eamente ªº.ato da destruição, também propô
urna nova perspectiva para a criação de valores a partir do pensa-
mento do eterno retorno do mesmo.
A transvaloração de todos os valores é a tarefa central da filoso-
fia de Nietzsche. Sua com preensão requer não apenas a reconstru.
ção conceituai da parte afirmativa de sua filosofia contida em ; im
falava Zaratustra, mas também da parte negativa presente nas obras
finais. Esta última oferece desafios, pois, dos quatro livros penSéldos
para o projeto, somente o primeiro foi levado a termo: O Anticn'sto,
finalizado em 30 de setembro de 1888. Considerado pelo próprio
filósofo, durante certo período, como a obra que representa a tow-
lidade da transvaloração, seu título chegou a ser concebido como O
Anticristo: lransvaloração de todos os valores . Tal subtítulo, toda i ,
é substituído pouco tempo depois por maldição ao cristianismo. lu-
danças finais que sinalizam a complexidade do tema da transvalora-
ção de todos os valores no pensamento nietzschiano.
401 1
Luís Rubira
402
Bibliografia
MARTON, Scarlett. Em busca do discípulo tão amado. ln: - -. ietz-
sche, seus Leitores e suas Leituras. São Paulo: Barcarolla, 20 l O, p.
87- 106.
Luís Rubira
UTILITARISMO (Utilitarismus)
403
n . t L11 e 1 o u 1h 1, ' m o •q
1o 1 m t ri or natur z rocur r o r.
Par 1 1 tzsc e. razer e desprazer não con itu m o mo i O'" d ,.
1
404
( • I \ r
1
.x.;CUlíl C, rn 1ím()
n' 1clt'frlllclO él ílÇ .
, oi) O il P Clo d Ul1licJacJe n
e _, , o n ga-
inur que q11c apar ' ) orno útil em um caso esp ci·r .- r:
11 • . 1co seia nr'-
Ct'~~111élrncnl ) ut1I ' lll geral. -
Ao isé)r à utilidade e à felicidade para O rna·ior n,
. umero e ao
rc up r a 1cualdadc dos _agentes, o prindpio moral dos utilitaris-
tJS apélrcce aos 0ll1os de Nietzsche como um produto do instint d
. l . o e
ic anilo. _cond1zen e com um l1po medíocre de homem; não é por
acaso. pois, que encontrou tamanha acolhida no gosto mediano dos
europeus de seu tempo. Com efeito, os utilitaristas, maus genealo-
e,istas. não se libertaram da crença nos valores cuja origem se pro-
punham a investigar.
Épreciso levar em conta, por outro lado. que o próprio ietz-
schc faz um certo uso do conceito de utilidade, que não se pretende,
cntrct.anlo, associado ao utilitarismo. Emprega-o, por exemplo. para
criticar a ideia de que o conhecimento constituiria um fim em si mes-
mo eseria pautado por questões puramente teóricas, completamente
desvinculadas de interesses práticos. Julgando funesta a própria dis-
tinção entre teoria e prática, o filósofo defende que o assim chamado
conhecimento consiste apenas em um meio útil para a conservação e
o aumento de potência de uma determinada espécie de vida.
Daí não se segue, porém, que Nietzsche faça da utilidade um
critério absoluto. Como não temos nenhum órgão para conhecer a
verdade, aquilo que, consciente ou inconscientemente, se considera
útil não é mais do que uma crença, que pode, por fim , conduzir até
mesmo ao perecimento. Além do mais, dado que não existe uma
utilidade em si, algo só aparece como útil em relação a uma deter-
minada espécie de vida, não necessariamente estimada como su-
perior por Nietzsche.
Sobre UTILITARISMO consultar HH 1§ 92; AS § 40; A§ 37, § 132, § 23o8
§ 360; GC § 84 e§ 110; ~M § 190, § 225, § 228 e§ 253; GM 1 § 2 e§ 3; CI MMá-
ximas e setas"§ 12· FP 27 (151 do verão/outono de 1884; FP 9 (381 e 171 1
do outono de 1887; ~p 11 (731.I111 I e 11271 de novembro de 1887/março ~e
1888; FP 14 (1221 e 1142] da primavera de 1888; FP 22 (11 de setembro/o ·
tubro de 1888.
405
Bibf íografia
.:-::".. _-r'F.t:. Niqz;-chq: Das Forças ct5smir:as aos 1/alare; humr;-
TI. ~• 1:ct_ &: o 11Jriz'Jnt':: F1AG. 201 .
Eder Corbanezi
VALOR l Werth)
-2í~I r.o f:j1:ris1 11:n .rJ d': 1 íi::tzsch1::, a noção de 1/alor está preSP.n-
-== ~e '. Grg0 ..1: x pi::rrur50. Assim é que, em Humano, demasíado
' mar.o, tratand0 dF. i 11~s ·g;jr n0 que consistem os 1alores morais,
'J ;";iés:fo ãt 1a s:r p0ssí iel tra,;ar uma dupla pré-história de bem e
r.ê1: ~ní primF.íro lug-:ir, "ni:í alm,1 das ra as e clas5€s dominantes" e,
~r.; S:gi ri<:10. "na almã d0s aprímirj0s, dos impotentes". Da perspPC-
~17;. ... 0 iíTi r:t1.;n r., m.:;u é quF.m causa temor e bom deve ser aquele
CE .. ,...e I tã0 á nãda ã .ffnF.r; numa palavra, mau é o forte e bom o
-:-~cs . Da pF.rsp1:di·1a daqui:IE que: domina, bom é quem quer a lura
': r ... i I q 1..1:m n~0 é dign0 d': participar dela; numa palavra. bom é o
csr...= ': IJ; , ~ o fraco .
.' .í1:tz.sch1:: r1::t0mará es::as reflexões em Assím falava Zarotus-
TrJ , Para a/4m dq 8qm e Mal e, ainda com maior clareza, na Ceneo-
/0gíGda tl!0ral. Entã0, a0 e,.r.iminar a dupla proveníéncia dos valores
rr,r;ra:s. 1:!1:: faz 111:r qu': bF.m e mal foram postos pelos fortes e pelos
~rar:r;s de n aneíra rarJícalmi:nte distinta. O fraco concebe primeiro a
/Jea de " au" (b0:e], com que dEsigna os nobres, os corajo o . o<;
r.a:s f0rte~ r:10 q '= eli:; - e entA , a partir des.,a ideia, chega corno
;;i 1:':f;_f: a C()nr:1:pção de -hom" (gut}. que se atribuí a i mesmo.
406
407
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Scarlett Marton
VERDADE ( Wahrheit)
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VIDA (Leben)
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Bibliografia
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Scarlett Marton
VINGANÇA (Rache)
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Bibliografia
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VIR-A-SER ( Werden)
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Bi bl iog rafi a
Eduardo Nasser
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VIRTUDE ( Tugenc/J
418
...~ .. 1-5 J , r-
.,.;
º egtS odadécodence.Asv, jes 1 r,d 31~
~~ e 11 : 0 a arJas. co ? a modera ão e a j s · a, fX)Ss em um ca-
ve
,., ..,r e samt;n e ai. E 0 sse S';íl ido qu~ são críf adas também
as\ dt:S do l,s . q ~ b s a o meio termo da virtude aris otél:ca a
r: .) :;:n adi; do desi:jar, tendendo assim à estup:dez. Mas foi O cris ·a-
'; trans rmou o servilismo e o sentimento de culpa em virtu-
:;::S. ., as ·rtudes cristãs triunfaria o movimento de mediocriz.ação do
r .:-:-::, 1, r: q ai os impulsos e paixões são degradados em virtudes mo-
6 :. crrr a ca ·dade, a compaiY.âo e a humildade. As virtudes do ho-
,.,i; litf:rtar-s::; elas são virtudes, à medida que o detentor delas se as-
J: n ,0reia para fi,.ar seus novos modos de existir e valorar. São neces-
s/2 i1' muit;:,s gerações para a aquisição, o cultivo e a incorporação das
· í Jd~ do filó:ofo do futuro. Éassim que o grau de potência se torna
u 11 W/ta irtude, como qualidade dos valores do homem bem logrado.
uo5 virtud::s, no entanto, são consequência de sua felicidade, de sua
c.ap;,cídad1:: de descarregar criativamente sua tensão de forças.
Sobre VIRTUDE, consultar NT § 14; Co.Ext. l § 8; HH 1§ 99; OS§ 91;A § 18, § 29
e§ 3a; ZA l "Da virtude dadivosa"; BM § 227, § 228 e§ 284; GM Ili§ 9; CI "O pro•
blema de Sócrates" § 4 e 10; AC§ 2, § 11 e§ 44; FP 10 [50) outono de 1887.
Bibliografia
Clademir Araldi
'119
C ntral n pen Jm nt nictz chia no. a noç~o de viv :incia passa a rc-
ce ruma ab rd 1 m hlosófica a partir de Aurora. Então. Nietzsche
ustenta qu as vivências têm inscrição no corpo; é ele que. segundo
as circunstJncias, as digere bem ou mal. A maneira pela qual o indiví-
duo encara o que lhe acontece depende de sua configuração pulsio-
nal. de sua condição de vida. Por isso mesmo, as vivências não podem
ter caráter universal: elas são sempre singulares. Em A gaia Ci~ncia,
ietzsche introduz novo elemento: enquanto os rundadores de reli-
gião não têm ciência das vivências que lhes são próprias, os verdadei-
ros filósofos perscrutam a fundo as suas. Experimentadores no mais
alto grau. eles querem converter-se em cobaias e experimentos.
A partir de 1886, Nietzsche amplia a abrangência da noção de
vivência. No preíácio ao segundo volume de Humano. demasiado
Humano, deixa claro que, embora singulares, suas vivências não são
individuais. Ao relacioná-las com a história de uma doença e de uma
cura, entende que elas não são apenas suas, mas se acham intima-
mente ligadas à maneira pela qual ele vive o seu tempo. Em O Caso
Wagner, convencido de que é preciso ir fundo na própria época para
superá-la, acredita que o filósofo, enquanto médico da civilização,
tem de ser a má consciência de seu tempo. Em Para além de Bem
e Mal, estabelece ainda uma estreita relação entre vivência e lingua-
gem. Faz ver que, para comunicar, é preciso partir de um solo co-
mum. Não basta ter as mesmas ideias, abraçar as mesmas concep-
ções. Tampouco basta atribuir às palavras o mesmo sentido ou recor-
rer aos mesmos procedimentos lógicos. Épreciso bem mais; é preciso
partilhar vivências. No limite. todo comunicar é tornar-comum.
Mas é sobretudo em Assim falava Zaratustra e em Ecce Homo
que a noção de vivência será tematizada. Em seu livro mais dileto,
Nietzsche jamais lança mão da linguagem conceituai. As posições
que Zaratustra avança não se baseiam em argumentos ou razões;
assentam-se em vivências. No decorrer de sua obra. o autor não ces-
sa de buscar quem é do seu feitio; de igual modo, o protagonista ao
longo do livro. Nietzsche sublinha a ideia de que só se pode ter vi-
vências de si mesmo: Zaratustra ressalta que somente a quem do
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Scarlett Marton
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cJ ) t lurr~
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1, ,. p 6•
't ( • 1:)
, ,r ,, rJ,1or /1 cJ r pr '·' O ídll O', qu ' tliJ ente/ clJ 'J/(J cJ , Ari > Ó C 'S
,, , 0 cr~1 r n1ell h1·1n de vontJde cJ , potência on titu, um do:
r, rr1 r1-1 1:, pr n r ~, cJ ' rupturJ •rn rei ç o tradição lilo-:iófica.
! t,,c VOflf/\DE DE POTÊNCIA, consultor ZA li "Do superação do si·· BM
, n e , 30; f ~ 30131 I o 381121 do Junho/julho de 1885; FP 21761 do ou;ono
c1 H;U!J/outono do 1000; FP 36_116) do molo/julho de 1885; FP 37141 de ju-
riho(iulho do lUOG; FP '101211 o f42J _
do ooosto/setombro de 1885; FP ( 104)
f.1 I1!.,1I do outono do 1887; FP f4 179) do primavera de 1888.
Bíblioyrofia
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~ ;r; <;ritr..: rirJcr de Nietz ...che, a civilização ocidental teve corno un~do
0
'./; .,, el~rnc.:nto'.> formadores uma "educação para a verdJ~c· · ~
'..:',,'/J r..:1pres~o. o f116 ofo tem em mente urn tipo de doutrina rno_ ra
1J1: C Aípr;rn platónico-cristã que adotou a verdade como urn VJlor _in-
,, · cício de Url k 11(11·
q,;'. :', 1r;n~ 1el e que. por esse motivo. ensinou o excr )
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~~llaçào: . '.~ ' ~' · ' r11t't,1 ~'. 1t.1·,1-.,o. í\ 1frt tn Lt\ rt', [ 1 'rim no,
,,.. • ~ 1111\l, 1 ' !·
1 f 1~1 psi 1 1,1, ' 'r1t\ 1I 11<). ti, tór11,
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. Tr,rns, ,li"r,1 ·,1 c1e t - Civilização: Cri tit1ni mo. Cru 1 1 .-.. .
~-•s ,'~\ ,li' s. Ultilll H"111t 111, Vcll r. Cultiv ultllrcl, De. mtcn '· De íl\'0I·
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tum . Forte, lrnpul o, Instinto. M r-
Bom Europeu: Cristi:mis111 . Espfrit 11id:1de, Moral, Natureza, Prot)r ~ o,
Li, re. E.\ crnr0ràne . File'. s f s d Fu- Sele ão, Sintoma.
r1.: . Gra, de P líti a. Lcgislad r. 1\ 1o- Compaixão: Animal de Rebanho, As-
llcn iua e. 1\ 1 ral. Na ionalismo. Nii- cetismo, Cristianismo. Crueldade. Dar-
1;s J. Vai r. winismo, Drrad nce, Egofsrno. Ex em-
Budismo: Ascetism . Cristianismo. porâneo, Forte, Genealogia, M ral. Pra-
CulP<J. Cultura. Impulso. Instinto. Nii- zer, Progresso, Ressentimento. Saúde.
lismo. Pessimismo. Religião. Ressen- Vida, Vingançn.
imento. Conceito: Alma, Causalidade, Cont1e-
Burguesia: Aristocracia. Cultura. De- cimento, Esquecimento, Eu. Finalidade.
ocracia. Estado. Filisteu da Cultura, Genealogia, Ilusão, Linguagem. Ló0 ica,
Liberalismo. 1\ lodernidade. Moral dos Mentira, Metáfora, Moral, Pensamento.
Senhores e dos Escravos. Nacionalis- Realidade, Sensação, Verdade.
mo. Socialismo. Conhecimento: Certeza Imediata.
Ciência, Conceito, Consciência. Erro. Ex-
Castigo: Afeto. Ascetismo. Consciência perimento, Filosofia. Ilusão, Impulso.
1oral. Cristianismo. Crueldade, Culpa, Interpretação, Linguagem, Lógica, Me-
Esquecimento. Eticidade do Costume, tafísica, Metáforn, Objetividade. Pers-
Genealogia. Impulso, Instinto, Má Cons- pectivismo, Relativismo, Sensação. Sa-
ciência. Memória. Prazer, Vingança. cra tismo, Substância, Teoria do Co-
Causalidade: Aparência. Certeza Ime- nl1ecirnento, Utiliwrismo, Valor, Vida.
diata. Conceito. Erro, Eu. Fatalismo, Fi- Vontade de Potência.
nalidade. Força. Linguagem. Livre-Ar- Consciência: Avaliação, Cont1ecirnen-
bítrio. Lógica. Metáfora, Necessidade, to, Consciênciil Moral, Finnlidad , Im-
Pensamento, Realidade, Substância, pulso, Instinto, Linguagem. Má Cons-
Sujeito. Tempo, Vir-a-Ser, Vontade. ciência, Memória. Metafísica, N e s i-
Certeza Imediata: Afeto, Aparência, dnde, Organismo. Pensar11ento. Rel1giJo.
Avaliação. Causalidade, Conhecimento, Ressentimento, Sensaç~o. T ori do
Eu. Lógica . Metafísica. Moral. Pensa- conl1ecimento, Valor.
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Con I nela Mor 1: A .ti mo. C<J . • Jus · ( , 'i Cow ícn i , M~rnórla, Mr►
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d, d1• ul1, . Et cldt'.ltl 'do Costume, Vingança.
lm1\ r,ltiv , 1111 111 o. 1á Consciência. Culpa: Ascetismo, Ateísmo. Bud1~mo,
, 111 ria, M r.il, R ssentirnento. Castigo, Consciência Moral, Cristianis-
Corpo: ,\! to, Ahrrmç.ão. Alma, Asce- mo, Crueldade, Deus, Genealogia, Ju-
ti mo, ult1vo. Cultura. Eu. Fisiopsico· daísmo.Livre-Arbítrio, Má Consciência,
1 g,a, F rtc, Hereditariedade, Impulso, Moral, Redenção, Religião, Vingança,
ln tinto, Metáfora, Natureza, Organis- Vir-a-Ser.
mo. P nsamento, Psicologia, Raça, Ra- Cultivo: Animal de Rebanho, Aristo-
zl\o, ~1lJd . Subswncia, Vida, Vontade cracia, Civilização, Corpo, Cristianismo.
d Pot ·ncia. Crueldade, Cultura. Darwinismo, Edu-
Criaçio: Afinnaçào, Aristocracia, Arte, cação, Eticidade do Costume. Forte,
Crítica, Deus. Dionisíaco, Esquecimen- Gênio, Hereditariedade, Humanidade,
to, Estilo, Experimento, Finalidade, Forte, Instinto, Legislador, Moral, Raça, Se-
Genealogia, Gênio, Hierarquia, Inter- leção, Tipo.
pretação, Mentira, Música, Prazer, Rea- Cultura:Afirmação, Alma. Arte, Budis-
lismo. Redenção, Ressentimento, Tipo, mo, Burguesia, Civilização, Corpo, Cultivo.
Valor, Vontade de Potência. Décadence, Democracia, Educação, Es-
Cristianismo: Animal de Rebanho, tado, Estilo, Eticidade do Costume, Fi-
Antissemitismo, Ascetismo, Ateísmo, listeu da Cultura. Filologia, Forte, Gênio,
Bom Europeu, Budismo. Castigo, Civi- Hereditariedade, Hierarquia, Ilusão,
lização, Compaixão, Consciência Moral, Impulso. Interpretação, Legislador. Má
Culpa, Cultivo, Darwinismo, Décadence, Consciência, Moral, Música, Nacionalis-
Democracia, Deus, Egoísmo, Estoicis- mo, Pathos da Distância. Raça. Seleção,
mo, Humanidade, Judaísmo, Má Cons- Socialismo, Valor, Vontade de Potência.
ciência, Metafísica, Modernidade, Mo-
ral, Moral dos Senhores e dos Escravos, Darwinismo: Compaixão, Cristianis-
Niilismo, Pessimismo, Probidade, Pro- mo, Cultivo, Desenvolvimento, Egoísmo,
gresso, Redenção, Religião, Ressenti- Forte, Hereditariedade, Impulso, Mo-
mento, Seleção, Socratismo, Transva- ral dos Senhores e dos Escravos, Natu-
loração de Todos os Valores, Vingança, reza. Organismo, Progresso, Seleção,
Virtude, Vontade de Verdade. Tipo, Vida.
Critica: Animal de Rebanho, Avaliação, Décadence: Afirmação, Além-do-Ho-
Criação, Dionisíaco, Espírito Livre, Fi- mem, Anarquismo, Ascetismo, Civiliza-
lologia, Filosofia, Filósofos do Futuro, ção, Compaixão, Cristianismo, Cultura,
Finalidade, Genealogia, Impulso, Legis- Desenvolvimento, Egoísmo, Estado,
lador, Metafísica, Moral, Pessimismo, Estilo, Extemporâneo, Fatalismo, Gran-
Probidade, Valor, Verdade, Vida. de Política, Grande Saúde, Hierarquia,
Crueldade: Castigo, Civilização, Com- Instinto, Judaísmo, Metafisica, Moder-
paixão, Consciência Moral, Culpa, Cul- nidade, Moral dos Senhores e do Es-
tjvo, EticidadcdoCostume, Genealogia, cravos, Niilismo, Pessimismo, Progres o,
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Realidade: Amor rou, A 1, nC1,1, , J
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t 1.:, \ ', 1. Von t1 d Pot nc,a. Vontade ld ali mo, llu o, lntcrpr tar,,)o, Lóg1-
t v r ad . ca, Materialismo, Mentira, M afh r .
pessimismo: Afirmação, Arte, Avalia- MetMora, Morte, N tureza, ObJ~ ivi-
~o. Budismo. Cristianismo, Crítica, dade, Realismo. R la tivismo, Sensar~o.
().."cod nce. Dionisíaco. Espírito Livre, Substância, Tempo, Vir-a-Ser, Vontade
For a. Forte. Jovialidade, Niilismo, Ro- de Potência, Vontade de Verdade.
mantismo. Vida . Realismo: Animal de Rebanho, Apa~
prazer: Apolíneo, Castigo, Compaixão, rência, Criação, Idealismo. Interpretação,
Cria ão. Crueldade, Dionisíaco, Força, Materialismo, Metafísica, Moral, Obje-
impulso, Interpretação, Luta, Perspec- tividade, Perspectivismo, Realidade, Re-
ti ·smo. Sensação, Trágico, Utilitarismo, lativismo, Sensação, Valor, Verdade, Vir-
v,r-a-Ser. Vontade de Potência. a-Ser, Vontade de Potência.
Probidade: Ateísmo, Cristianismo, Crí- Redenção: Afirmação, Amor Foti, Apa-
tica. Espírito Livre. Filologia, Ilusão, Inter- rência, Criação, Cristianismo, Culpa, Ex-
pretação, Mentira, Moral, Religião, Valor, perimento, Gênio, Grande Saúde. Má
Verdade. Virtude, Vontade de Verdade. Consciência, Religião, Ressentimen o,
Progresso: Civilização, Compaixão, Cris- Tempo, Trágico, Transvaloraçàode l o-
tianismo, Darwinismo, Décadence, De- dos os Valores, Vingança.
mocracia, Desenvolvimento, Extempo- Relativismo: Conhecimento, Filosofia.
râneo, Finalidade, Humanidade, Igual- Perspectivismo. Realidade, Realismo,
dade, Ilusão, Impulso, Modernidade, Verdade.
Moral, Organismo, Seleção, Vir-a-Ser. Religião: Antissemitismo, Ascetismo.
Psicologia: Afeto, Alma, Aristocracia, Budismo, Consciência, Cristianismo, Cul-
Avaliação, Ciência, Corpo, Crueldade, Fi- pa, Deus, Extemporâneo. Força, Lingua-
siopsicologia, Genealogia, Grande Saú- gem, Metafísica, Moral, Niilismo. Probi-
de, Hereditariedade, História, Impulso, dade, Psicologia, Redenção. Romantis-
Justiça, Memória, Metafísica, Moral, mo, Solidão, Tipo, Vontade de Potência.
Pensamento, Religião, Ressentimento, Ressentimento: Animal de Rebanho,
Saúde, Teoria do Conhecimento, Tipo, Ascetismo, Avaliação, Budismo, Com-
Valor, Vontade. paixão, Consciência, Consciência Mo-
ral , Criação, Cristianismo, Crueldade,
Raça: Antissemitismo, Corpo, Cultivo, Esquecimento, Fatalismo, Força , Impul-
Cultura, Genealogia, Hierarquia, Histó- so, Judaísmo, Justiça, Memória, Moral
ria, Modernidade, Moral, Nacionalismo, dos Senhores e dos Escravos. Psicolo-
Tipo, Vontade de Potência. gia, Redenção, Saúde, Sintam . Tipo,
Razão: Afeto, Alma, Arte, Ciência, Cor- Vida, Vingança.
íX), Erro, Estoicismo, Filosofia, Fisiopsico- Romantismo: Arte, Décodence, Dio-
log,a, Impulso, Instinto, Lógica, Natureza, nisíaco, Força, Gênio, Jovi lidJd , Me--
Pensamento, Sentido Histórico, Socra- taíísica, Música. N tureza, P' imi mo,
usrno, T oria do Conh cimento. Vida. Religião. Saúde, Trágico, V1
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,· .Prc1zer. R e ão. Romantismo, guagem, Lóg1ca, M n ,, . ~ ~ 0,
·i li.n . ratismo. Vida. Modernidade, Moral. ObJr. ,virJa1rJ:
Transvaloração de Todos os Valores: Perspectivismo, Probidade, R ak:.mo.
rma ão. Além-do-Homem. Amor Relativismo, Utilitarismo, Vida, Vo arJ~
Foti. Arte. Avaliação. Cristianismo, Dio- de Potência , Vontade de Verdade.
1isíaco, Eterno Retomo do Mesmo, Fi- Vida: Afirmação, Alma, Aparênoa, Arte,
1 5 ·a. Filósofos do Futuro, Grande Po- Avaliação, Certeza Imediata. Ciência,
lítica. Imoralista. Judaísmo, Metafísica , Compaixão, Conhecimento. CorpJ, Criti-
Moral. Niilismo, Redenção, Seleção, Va- ca, Darwinismo, Décodence, D:onisíaco,
lor. vontade de Potência. Erro, Espírito de Peso, Estoicismo. É ca.
Experimento, Rlosofia, Finalidade, Força.
último Homem: Além-do-Homem, Genealogia, Grande Saúde, Hereditarie-
Animal de Rebanho, Avaliação, Homem dade, Hierarquia. História, Igualdade,
Superior. Humanidade, Igualdade, Moral, Ilusão, Imperativo, Impulso, Jovialidade.
Niilismo, Valor, Vontade de Potência. Liberalismo. Luta, Mentira. Metafisica.
Utilitarismo: Animal de Rebanho, Aris- Moral, Morte, Natureza, Organismo,
tocracia, Conhecimento, Egoísmo, Igual- Perspectivismo, Pessimismo, Raz.ão. Res-
dade, Moral. Prazer, Sensação, Valor. sentimento, Romantismo, Saúde. Seleçao.
Verdade, Vida, Vontade de Potência. Sentido Histórico, Sintoma, Socialismo,
Socratismo, Trágico, Utilitarismo, Valor.
Valor: Afirmação, Aristocracia, Avalia- Verdade, Vivência, Vontade, Vontade de
ção, Bom Europeu, Conhecimento, Cons- Potência, Vontade de Verdade.
ciência, Criação, Crítica, Cultura, Dioni- Vingança: Castigo, Compaixão, Cris-
síaco, Erro, Espírito de Peso, Espírito tianismo. Crueldade, Culpa, Egoísmo.
Livre. Estilo. Eterno Retorno do Mesmo, Esquecimento, Igualdade, Judaísmo.
Ética. Experimento, Filosofia, Filósofos Justiça, Má Consciência, Memória, Re-
doFuturo, Forte, Genealogia, Heredita- denção, Ressentimento. Tempo, Tipo,
riedade, Hierarquia, História, Judaísmo, Vir-a-Ser, Virtude, Vontade.
Legislador. Lógica, Luta, Metafísica, Vir-a-Ser: Aparência. Causalidade, Cul-
Moral, Moral Dos Senhores e dos Es- pa, Desenvolvimento. Dionisíaco. Espa-
cravos, Natureza, Niilismo, Organismo, ço, Eterno Retorno do Mesmo, Força,
Pothos da Distância, Perspectivismo, História, Idealismo, lnterpret ão. Lut .
Probidade, Psicologia. Realismo, Res- Materialismo, Mentira, Metafísica, Mú~
sentimento, Sensação, Solidão, Trans- sica, Prazer, Progresso. Realid de, Re -
valoração de Todos os Valores, Último !ismo, Sentido Histórico, Sub t nci .
Homem, Utilitarismo, Vida, Virtude. Sujeito. Tempo, Vingan a,
Verdade: Aparência, Certeza Imediata, Virtude: Cristianismo. E pírito Livr .
Conceito, Conhecimento, Crítica, Deus. Eticidade do Co tume. Fone. Gen JJlo-
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Série Ensaios
E.xtravagáncias:
ensaios sobre a filosofia de Nietzsehe (3ª eo.)
Scar1ett Marton
Conhecer é criar:
Um ensaio a partir de F. Nietzsche (2ª ed.)
Gilvan Fogel
A maldição transvalorada:
O problema da civilização em O Anticristo de Nietzsche
Fernando de Moraes Barros
Nietzsche e a música
Rosa Maria Dias
As móscaras de Dioniso:
Filosofia e tragédia em Nietzsche
Márcio José Silveira Lima
462
Série Recepção
Nietzsche na Alemanha
Scarlett Marton (org.)
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