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Kierkegaard vem de uma família cristã luterana, seu pai altamente influenciado por sua
espiritualidade, influenciou seus filhos a estudarem teologia. O irmão mais velho de
Soren, Peter Christian Kierkegaard (1805-1888 ),chegou a ser bispo da igreja, enquanto
Kierkegaard desenvolve sua produção acadêmica.
Dentre suas publicações, me propus neste momento a falar de uma das obras
consideradas de difícil compreensão, O Conceito de Angustia. Obra esta, assinada pelo
pseudônimo Vigilius Haufnienses, ou O vigia de Conpenhague em 1844.
No titulo da obra já vemos a ironia que é tão cara ao Kierkegaard, que atribui a uma das
sua obras mais complexas a idéia de simplicidade. Pois bem, na introdução da obra o
autor vai fazer uma explanação que tem como objetivo ponderar sobre a importância de
cada conceito ser tratado dentro de sua perspectiva cientifica.
“Que cada problema cientifico tenha, dentro do vasto âmbito da ciência, seu lugar
determinado,..”(p.11)
Kierkegaard deixa claro que o pecado não é objeto da psicologia, bem como não é da
estética e nem da metafísica. O autor diz que os contornos da psicologia, isto é uma
espécie de angustia descobridora, se assemelha aos contornos do pecado
Essa relação tipificada por uma relação afetiva é que permite a psicologia tratar da
realidade do pecado dentro de uma perspectiva Érica. Ainda na introdução o autor
tratará da importância da dogmática como a detentora de uma ética ainda mais elevada
que a primeira, isto é uma ética ideal.
Adão é o representante da humanidade, a matriz que quando peca atinge a todos os seus
descendentes
“a inocência é algo que se anula por uma transcendência, justamente porque ela é
algo (ao contrario, a expressão mais correta para o imediato que é a que Hegel usa
para o puro ser, é nada), e por isso quando a inocência é anulada por uma
transcendência, surge algo completamente diferente, enquanto que a mediatidade é
precisamente a imediatidade”(P.40)
Esse salto qualitativo que faz com que o indivíduo perca a inocência, é a queda. Que
gera no individuo a consciência do bem e do mal. Segundo o Professor Jonas Roos,
Adão não está diante de uma tentação, e sim diante de uma possibilidade, a
possibilidade da liberdade
“No relato de Gênesis, como se sabe, Adão recebe uma proibição: Mas da arvore
do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela
comeres terás que morrer (Gn.2,17). As interpretações teológicas tradicionais
entenderam que essa proibição geraria o desejo de provar da fruta. Haufniensis,
contudo, vai na contramão dessa psicologia e entende que o que a proibição gera
não é desejo, mas angustia. A proibição o angustia, porque a proibição desperta
nele a possibilidade”(ROOS, 2021.p.52)
Encerro a fala citando uma síntese da mecânica da angustia pelo próprio autor