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PSIQUISMO
SOBRE FETAL:
FETAL: CONSIDE
A INFLUÊNCIACONSIDERAÇÕES
RAÇÕES DA
DAS EMOÇÕES
MÃE NO DESENVOLVIMENTO DO FETO
Publicado em 03 de May de 2010 por Michelle Viég! V"g!
V"g!

Re!#$"
Este artigo propõe uma reflexão acerca dos estudos da vida intra-uterina assunto recentemente
explorado por psicanalistas psic!logos e profissionais de diversas "reas# $rata-se de uma busca do
con%ecimento do psi&uismo fetal considerando atrav's de pes&uisas reali(adas &ue )" desde o
ventre materno o feto capta emo*ões &ue a mãe este)a vivenciando em seu dia a dia tem uma vida
emocional sugerindo uma poss+vel continuidade das experi,ncias vividas no per+odo pr'-natal &ue
ressurgiriam inconscientemente ap!s o nascimento#  Psicologia pr'-natal surgiu aproximadamente
%" trinta anos e com o advento das novas tecnologias como o ultra-som pode-se perceber o .tero
como ambiente natural e relacional do feto# /urante a gesta*ão fa(-se importante o estabelecimento
dos v+nculos afetivos mãe-feto#
Pl%&!'ch%e Psicologia Pr'-natal# Psi&uismo etal# id
idaa intra-uterina# +nculo mãe-f
mãe-feto#
eto#
 presente artigo tem ob)etivo de aprofundar reflexões relacionadas ao Psi&uismo etal tema
apenas muito recentemente abra*ado# $rata-se do estudo do comportamento e do desenvolvimento
tanto evolutivo como psico-afetivo-emocional do indiv+duo no per+odo anterior ao seu nascimento#
Pode-se destacar nesse sentido pes&uisas reali(adas pela psicanalista italiana lessandra Piontelli
41552 p#167 em &ue declara 8Meus ac%ados sugerem a exist,ncia de not"vel continuidade em
aspectos da vida pr' e p!s-natal#8 Pes&uisas v,m sendo feitas em v"rias partes do mundo 9
sobretudo na m'rica do :orte e no continente europeu 9 nas "reas tanto da biologia e da
psicologia do desenvolvimento &uanto da psican"lise#
"[...] O conhecimento da psicologia pré-natal é importante tanto para a psicologia evolutiva como
para a psicanálise,
psicanálise, cujo objeto pprimord
rimordial
ial de estudo é o inconsciente. C
Com
om efeito, se con
considerarmos
siderarmos
ue todos os fatos ocorridos com o ser antes de ele nascer a! recebem registro mnmico, b! ue
este registro fica guardado apenas no plano do inconsciente, c! ue todas as vivncias pelas uais
passa o ser no per#odo ppré-natal
ré-natal ir$o fa%er parte de sua bagagem inconsciente,
inconsciente, e&ercendo
e&ercendo
influncia tanto sobre a sua personalidade p's-natal como sobresobre a sua conduta e o seu
comportamento, e d! ue o estudo do inconsciente é o objeto por e&celncia da psicanálise,
conclui-se ue o estudo da psicologia pré-natal é de import(ncia fundamental para ela [...]"
)*++/, 0110, pg. 23!.
;om o advento das tecnologias como o ultra-som o aprimoramento do microsc!pio eletr<nico as
t'cnicas de fecunda*ão in vitro
vitro o desenvolvimento da fotografia intra-uterina e importantes
contribui*ões e descobertas feitas no campo da psiconeuro-endocrino-imunologia bem como a
amplia*ão do entendimento da forma*ão e funcionamento do psi&uismo %umano uma lu( tem sido
lan*ada sobre a vida fetal permitindo ampliar o con%ecimento acerca do comportamento e
desenvolvimento do feto#
=endo a Psicologia da vida intra-uterina um estudo ainda pouco explorado e con%ecido busca-se
alcan*ar atrav'sa de
a&ui de c%egar pes&uisa
certe(as bibliogr"fica
e respostas maiores
definitivas esclarecimentos
mas sobre o assunto#
a uma leitura interessante :ãonovas
&ue abra se trata
perspectivas neste campo ainda complexo &ue pode nos levar a pensar o feto sob um novo ol%ar#
:umerosos e variados estudos emp+ricos revolucionaram a visão tradicional e largamente difundida
do meio ambiente intra-uterino como sendo um lugar &uente escuro e silencioso isolado do mundo
externo e protegido das interfer,ncias de estimula*ões associando-o a id'ia decorrente de
const>ncia %omogeneidade conforto e seguran*a# =abemos agora &ue o mundo intra-uterino longe
de ser um universo est"tico ' su)eito a muitas mudan*as e pode apresentar in.meras varia*ões
individuais observ"veis em cada gravide( em si 4P?:$E@@? 15527#
=egundo a psicanalista brasileira Aoanna Bil%eim 42002 p#207 o feto 8C###D tem uma vida afetiva e
emocional estreitamente vinculada  sua experi,ncia relacional com a sua mãe captando os seus
estados emocionais e a sua disposi*ão afetiva com ele C###D8# ;onstatamos experi,ncias %o)e e novas
informa*ões antes impens"veis a respeito da exist,ncia da vida intra-uterina em fun*ão
principalmente de o .tero ser um lugar silencioso 8C###D o .tero por sua ve( era considerado um
lugar absolutamente silencioso recluso e sem movimentos C###D8 escreve Aoanna Bil%eim 42002
p#207# @ugar seguro sendo o feto entendido por sua ve( como vivendo em e m um mundo
impenetr"vel totalmente neutrali(ado e indiferente ao ambiente fora do .tero estando protegido e
em um estado de completa satisfa*ão#
 partir de estudos e do uso de novas tecnologias sabe-se &ue o .tero não ' o lugar ideali(ado de
trinta anos atr"s#  estresse materno no per+odo gestacional subst>ncias neuro-%ormonais da mãe e
altera*ões no seu estado emocional pode atravessar a placenta e atingir o feto# s ru+dos intestinais
da mãe os batimentos card+acos todos esses con)untos de sons soam fortemente ao feto )untamente
ao fluxo de sangue dos grandes vasos &ue abastecem o .tero e a placenta# =abe-se tamb'm &ue
sendo o .tero o ambiente natural do feto ele reage aos est+mulos externos devido s transforma*ões
do sistema nervoso da mãe &ue libera subst>ncias &u+micas na corrente sangu+nea e atingem seu
8ambiente8# Então o feto ' tomado por um estado de alarme &ue pode aumentar ou diminuir seus
batimentos card+acos# Ele busca 8mecanismos de defesa8 para 8al+vio das tensões8# Para mel%or
compreendermos esse movimento segue-se
"[...] 4a busca do al#vio das tens5es, desenvolvem-se meca
mecanismos
nismos ps#uicos de defesa e ue s$o
e&pressos através de movimenta65es hiperativas do corpo. 7$o rea65es parecidas com as do recém-
nascido em sofrimento ue se contorce, grita, chora, esperneia, para livrar-se do ue lhe causa
desespero.
desesper o. Ou, ao contrário, se a situa6$o estressante
estressante torna-se cr8nica, o feto "substitui" o
mecanismo de defesa ue n$o percebe mais como aliviador de tens$o, e ocorre a diminui6$o das
atividades motoras ou hipoatividade, ue suger
sugeree a possibilidade de depress$
depress$oo e de decréscimo de
energia
ener gia vital. nuanto durar o dist9rbio emocional da gestante, a atividade fetal continuará a um
n#vel elevado [...]" ):+CO, 7;<!.
Estas experi,ncias vividas pelo feto em seu ambiente geram sentimentos de ansiedade ang.stia
medo e situa*ões de estresse em conson>ncia com o &ue a mãe este)a enfrentando e isto pode
coloc"-lo em sofrimento# 8$udo o &ue acontece durante esse per+odo ' es&uecido ao nascer por'm
fica registrado no inconsciente8 4F?; =G/7#
A" sabemos &ue o feto tem uma vida emocional ' um ser &ue sente tem emo*ões experimenta
pra(er e despra(er ang.stia e bem-estar nos prim!rdios da vida intra-uterina no fim do segundo
trimestre de gesta*ão 4EF:H
4EF:H 15I17# Em suas observa*ões ultra-sonogr"ficas lessandra
Piontelli 415527 descreve
"[...] O ue chamava minha aten6$o nessa ocasi$o )durante um ano observei semanalmente
semanalmente várias
gesta65es! era a riue%a e a comple&idade dos movimentos ue se podiam observar desde os
estágios mais iniciais. /uito antes das m$es poderem perceber ualuer desses movimentos, os
seus bebs eram capa%es de sugar, espregui6ar, co6ar, bocejar, esfregar as m$os e os pés. =ambém
me surpreendeu, nesses estágios iniciais, a liberdade de movimentos ue cada feto era capa% de
desfrutar no l#uido amni'tico. Com o pleno impacto da for6a da gravidade no nascimento, essa
liberdade dei&a de e&istir, pelo menos por algum tempo, e, nesse sentido, um beb torna-se um ser
muito mais impotente do ue era antes [...]" )>+O4=+, 2??0, pg. 0@!.
Muito antes de nascer o feto pode perceber lu( 8C###D alguma lu( pode provavelmente atravessar as
paredes abdominais da mãe e portanto o meio ambiente intra-uterino não ' completamente escuro
C###D8 4P?:$E@@? 1552 pg# JI7# Pode perceber o som e ' capa( de engolir ter paladar escol%er
posi*ões registrar sensa*ões e mensagens sensoriais recon%ecer a vo( da mãe brincar com a
placenta e com o cordão umbilical captar os estados emocionais da mãe e ter intelig,ncia
"[...] os investigadores ue acompanham o desenvolvimento das capacidades do feto concordam
em di%er ue o beb já antes de nascer é um ser inteligente, sens#vel, apresentando
apresentando tra6os de
personalidade pr'prios e bbem
em definidos [...]" )*++/, 0110, pg. 001!.
1!.
Para exemplificarmos uma poss+vel 8intelig,ncia8 do feto lan*aremos mão de um relato de Piontelli
415527 uma meninin%a observada atrav's de ultra-som desde o in+cio da gravide( se mostrava um
feto muito ativo movimentava-se bastante brincava com a placenta e o cordão umbilical# Kma de
suas brincadeiras era manipular com os dedin%os a placenta num movimento de &uerer descol"-la#
Esta manipula*ão acabou provocando um forte sangramento#  mãe correu o risco de perder o beb,
e foi colocada em repouso absoluto at' o fim da gravide(#  menina passou a ficar absolutamente
im!vel enfiada em um canto do .tero at' o fim da gravide(# Ela %avia aprendido &ue a sua
movimenta*ão %avia posto em risco a sua vida#
$amb'm Piontelli 415527 descobriu o &ue muitos pais sempre pensaram &ue cada feto assim como
cada rec'm-nascido ' um ser altamente individuali(ado pois
"[...] A medida ue minha e&perincia se desenvolv
desenvolvia,
ia, ficava cada ve% mais impactada pela
individualidade dos movimentos de cada feto, pelas suas posturas e rea65es preferidas.
preferidas. 4$o podia
mais considerar os fetos observados por mim como n$o sendo pessoas, uma ve% ue cada um deles
parecia
pare cia já como sendo
sendo um indiv#duo ccom
om personalidade
personalidade pr'pria, preferncias
preferncias e rrea65es.
ea65es. Ca
Cada
da feto
também parecia relacionar-se de formas diferentes com o seu pr'prio ambiente e os vários
componentes ue fa%iam parte dele [...]" )>+O4=+, 2??0, pg. 0@!.
=obre esses componentes refere-se aos principais ob)etos de rela*ão do feto a placenta e o cordão
umbilical
"[...] o cord$o umbilical aumenta de um modo lento e constante de comprimento, provavelmente
provavelmente
em fun6$o de for6as de tra6$o e&ercidas pelo feto e, apresenta diferen6as notáveis e consistentes
em tamanho [...]" )>+O4=+, 2??0, pg. B?!.
 placenta tamb'm se apresenta diferente em taman%o e nas variedades das diferen*as individuais
de cada feto# ivendo dentro de um saco amini!tico &ue o acolc%oa 8C###D o feto engole diariamente
grandes &uantidades de l+&uido amini!tico e responde ao l+&uido amini!tico aromati(ado engolindo
maiores &uantidades %avendo uma diminui*ão nos movimentos de engolir ap!s ter sido in)etada
uma subst>ncia amarga C###D8 4P?:$E@@? 1552 pg# J57#
L nesse ambiente flutuante e sem peso &ue o feto tem amplo espa*o para se movimentar com suas
articula*ões flex+veis facilidade de movimentar a cabe*a os bra*os e o tronco 4B?@E?M 20027#
Esta movimenta*ão se mant'm sem muita altera*ão por todo o tempo da gesta*ão# L uma
movimenta*ão graciosa e espont>nea 8C###D rticula*ões dos bra*os e pernas al'm de c%utar e virar
os p's# L capa( de movimentar os bra*os )untamente com as pernas e s ve(es pode-se ver o feto
com as mão(in%as levantadas C###D8 4B?@E?M 2002 pg# 327# Mas a partir do oitavo m,s o
ambiente torna-se mais apertado e &uase todo o espa*o dispon+vel est" por ele ocupado# L a+ &ue se
iniciam os movimentos preparat!rios necess"rios para o seu nascimento explica Aoanna Bil%eim
420027#
/urante todo processo gestacional perdura uma comunica*ão entre mãe e feto com in+cio no dese)o
da mãe em gerar uma crian*a na &ual a comunica*ão se desdobra nas mais variadas manifesta*ões
dentre elas a 8intui*ão8 sobre o sexo do beb,#
/estaca-se a comunica*ão mãe-feto durante todo o per+odo gestacional por meio da via fisiol!gica
atrav's da &ual as emo*ões da mãe são veiculadas ao beb, al'm do comportamento e da afetividade
4B?@E?M 20027# Mesmo anteriormente 4&uando pensado o .tero como lugar indiferente7 )" se
sabia &ue &uais&uer subst>ncias t!xicas ingeridas pela mãe eram passadas ao feto pois a placenta
não filtra essas subst>ncias e não ' uma barreira protetora como se pensava por onde passavam
apenas os nutrientes# ssim confirma-se &ue o fumo o "lcool e as drogas atravessam a placenta e
afetam o feto pois
"[...] num organismo ainda em forma6$o, a nicotina e outras drogas, euivalem a uma dolorosa
chicotada.  crian6a sofre uma perda de o&ignio sangu#neo, e outras altera65es metab'licas ue
s$o penosas para ela [...]" )DE7 e D>+4F:, 7;<!.
Em fun*ão disto as perturba*ões emocionais da mãe provocam altera*ões bio&u+micas provocando
um aumento nas subst>ncias neuro-%ormonais pois 8C###D suas c'lulas nervosas passam a secretar
&uantidades maiores de determinadas subst>ncias neuro-%ormonais do &ue a&uelas &ue são
normalmente secretadas &uando ela est" tran&Nila C###D8 4B?@E?M 2002 pg# 6I7 sendo lan*ados
em sua corrente sangu+nea atingindo o feto atrav's do cordão umbilical# ?sso acontece &uando a mãe
se encontra em um estado de tensão denominado estresse# ;om o aumento dessas subst>ncias
neuro-%ormonais encontra-se a con%ecida adrenalina e eleva*ão da cortisona#  feto reage como
um 8escudo protetor8
"[...] a eleva6$o do n#vel de cortisol, ue, lan6ado na corrente circulat'r
circulat'ria,
ia, pode afetar
fisiologicamente o feto ou provocar nele uma rea6$o do Gfechar-seG em uma espécie de Gescudo
protetorG para ficar aaoo abrigo do efe
protetorG efeito
ito doloroso
doloroso causado ppor
or tais subst(ncias
subst(ncias [...]" )*++/,
0110, pg. H?!.
Para mel%or compreendemos esse processo Aoanna Bil%eim 420027 assim o descreve
"[...] Outras catecolaminas menos conhecidas por pessoas leigas s$o a noradrenalina
noradrenalina,, a
serotonina, a o&itocina, a epinefrina, a norepinefrina e a dopamina. =odas elas, uma ve% lan6adas
na corrente sangu#nea, produ%em sensa65es psicol'gicas associadas ao temor e I ang9stia.
Juando presentes na corrente sangu#nea da m$e, atravessam a barreira placentária entrando na
corrente
corr ente sangu#nea ue abastece o feto por meio do cord$o umbilical. O feto irá ent$o sentir a
mesma perturba6$o emocional
emocional sentida pela m$eK temor e ang9stia. >ortanto, o temor e a ang9stia
transmitidos ao feto pela m$e tm, na sua origem, um caráter eminentemente fisiol'gico[...]"
fisiol'gico[...]"
)*++/, 0110, pg. H3!.
l'm de o feto ser afetado fisiologicamente existe um fator na comunica*ão mãe-feto &ue '
emp"tica estabelecendo uma 8disponibilidade afetiva8#
"[...] a disponibilidade afetiva L ue fa% parte da via de comunica6$o empática L parece ser de
fundamental import(ncia para o feto. =udo leva a crer ue ele necessita de ajuda da m$e para
processar
proc essar as impure%as
impure%as e to&in
to&inas
as por ela pr
produ%idas
odu%idas e por
por ela a ele passadas,
passadas, das uais
uais ele sente
necessidade de se livrar mediante uma desinto&ica6$o reali%ada
reali%ada pela sua m$e para ele [...]"
)*++/ 0110, pg. H?!.
Então o feto necessita da a)uda da mãe para processar as sensa*ões inc<modas vividas no decorrer
do dia-a-dia a partir das triste(as da mãe# Mas se a mãe se encontra em estados de depressão
melancolia triste(a baixa auto-estima ela 8es&uece8 &ue est" gr"vida e deixa de lado os cuidados
com o futuro beb, deixa de estar dispon+vel para ele deixando-o 8so(in%o8# =obre isto Aoanna
Bil%eim 42002 pg# 657 di( 8C###D a mãe solicitada pela sua triste(a profunda ou entregue  sua
depressão deixa de estar afetivamente dispon+vel para ele deixando-o s! C###D8#  mãe não
favorecendo tal disponibilidade afetiva devido seu estado emocional 8C###D retira sua libido do
contato com este %!spede passageiro &ue ela se disp<s a albergar ela o deixa abandonado a uma
situa*ão de in)usta sobrecarga e desamparo C###D8 4B?@E?M 2002 p#657# =o(in%o o feto não '
capa( de lidar com esses sentimentos da mãe &ue o afetam e essa disponibilidade afetiva ' de
fundamental import>ncia no desenvolvimento do feto-beb,-crian*a est"gios &ue exigem cuidados
prote*ão e muito carin%o#
=egundo Bil%eim 420027 cabe  mãe durante sua gesta*ão conversar com seu futuro beb, dedicar
aten*ão falar &uando estiver acontecendo algo explicar suas preocupa*ões cotidianas e seus
momentos de tensão# s pais se sentem ainda sem )eito para conversar com a barriga mas se fa(
necess"rio pois dentro do ventre materno )" se encontra um ser em forma*ão &ue precisa de
carin%o cuidados para &ue se sinta desde )" amado e dese)ado pelos pais#  vo( materna ' de grande
import>ncia para o feto# ;ontar %ist!rias ou cantar uma m.sica são formas de familiari(ar esse ser
&ue ao nascer ao ouvir esta mesma vo( a recon%ecer" ao ouvir a mesma m.sica e a mesma
%ist!ria# ssim o beb, demonstrar" tran&Nilidade e se sentir" parte dessa fam+liaO principalmente se
estiver c%orando p"ra no exato momento em &ue escuta essas %ist!rias e m.sicas# s rec'm-
nascidos preferem a vo( de sua mãe a outras vo(es# 8=egundo estudiosos do assunto o feto ouve a
vo( de sua mãe )" no &uarto m,s de gesta*ão e a &ualidade desta comunica*ão pode influenciar no
futuro seu dese)o de comunicar-se8 4B?@E?M 2002 p#3I7# inda segundo Bil%eim
Bil%eim 42002
pg#357 8C###D caso a vo( da mãe se)a cronicamente "spera e (angada poder" ficar associada a uma
experi,ncia desagrad"vel e afetar a sua futura disposi*ão para a escuta e a comunica*ão C###D8#
bservou-se atrav's do ultra-som &ue o feto demonstra um desagrado perante aos sons mais
violentos como filmes de guerra desastres ou m.sicas barul%entas e reage com pontap's e
movimentos maiores# 8C###D s pontap's e a %iperatividade são rea*ões pelas &uais comunicam
desagrado pelo som de uma m.sica mais violenta ao bater de tambores a filmes de guerra ou de
viol,ncia a desastres naturais ou situa*ões traum"ticas vividas pela mãe C###D8 4B?@E?M 2002
pg# 357#
:os estudos reali(ados pelo psi&uiatra canadense $%omas erny
erny 415I17 especialista em psicologia
pr'-natal fa( bem  mãe ouvir m.sica sendo o mel%or ritmo a m.sica cl"ssica especialmente os
movimentos lentos de compositores barrocos como Mo(art# Ele explica &ue esses movimentos
lentos t,m cerca de 0 a 6 batidas por minuto# Esse ' o ritmo do cora*ão materno em descanso o
&ue cria um ambiente de pa( para o beb,# 8Mas a mãe precisa gostar# ;aso contr"rio a m.sica
tamb'm vai estress"-la#
estress "-la# =e a mul%er consegue relaxar com samba tudo bem8 4EF:H
4EF:H 15I17#
oi com o advento da psican"lise &ue se come*ou a ol%ar para a primeira inf>ncia atribuindo aos
beb,s sentimentos e emo*ões# Entretanto de fundamental import>ncia encontra-se o trabal%o
reali(ado nessa "rea por Melanie Qlein entre outros# Em suas pes&uisas sobre o psi&uismo fetal
Piontelli 41552 p#3J7 declara 8C###D Min%a ,nfase a&ui centra-se na import>ncia de &ue a an"lise de
crian*as possa ter para o estudo da vida fetal C###D8#
=eguindo esse pensamento Bil%eim 420027 comenta
"[...] lguns dos meus pacientes mais "regredidos" pareciam estar vivendo como se ainda
estivessem num estado n$o-nascido, fechados dentro de um "ventre mental" e ue ficavam uase
totalmente impenetráveis I vida no mundo e&terno. =al tipo de regress$o chamava particularmente
a aten6$o em um de meus pacientes adultos em uem eu costumava pensar como "o grande feto",
uma ve% ue, entre outras manifesta65es, embora sendo alto e robusto, costumava enrolar-se como
um enorme feto em meu div$, enuanto declarava enfaticamente seu desejo e inten6$o de entrar em
mim com todo o seu corpo[...]" )*++/, 0110, p.2?!.
Piontelli 415527 em suas pes&uisas busca informa*ões na Medicina e na Riologia pois considera
&ue ao nos aproximarmos do campo da vida mental fetal não podemos cair em meras
especula*ões# ssim as manifesta*ões som"ticas do feto observadas atrav's do ultra-som são
consideradas fundamentais 8C###D :ão obstante existam mais coisas relacionadas com a mente do
&ue apenas movimento ' basicamente atrav's das manifesta*ões som"ticas do feto &ue se pode
pretender inferir algo do seu prov"vel funcionamento mental C###D8 4P?:$E@@? 1552 pg# 357#
dianta ela
"[...] O ue os meus achados sugerem é ue a intera6$o entre inato e aduirido come6a muito mais
cedo do ue normalmente se considera, e de ue certas e&perincias
e&perincias pré-natais podem ter efeito
emocional profundo sobre a crian6a, especialmente se tais acontecimentos s$o refor6ados pelas
e&perincias p's-natais [...]" )>+O4=+, 2??0, pg. 2H!.
=eguindo em sua lin%a de pensamento recon%ece o seguinte
"[...] um dos debates mais intensos dentro dos meios psicanal#ticos está em torno do nascimento
psicol'gico do bebM
bebM sua capac
capacidade
idade para viver
viver mental e emocionalmente
emocionalmente no mumundo
ndo e&terno, uma
uma

ve% fora dos ue


consideram estreitos
o beblimites do ventre
n$o está materno.
nascido >or um lado
psicologicamente nose&istem os psicanalistas
primeiros meses de suaue
vida p's-
natal e consideram-no como uma criatura sem ego ue continua vivendo numa espécie de ventre
p's-natal. >or outro
outro lado e&istem aueles psicanalistas ue
ue consideram
consideram ue a vida me
mental
ntal está
operando desde o nascimento, e para a maioria deles, o nascimento em si é considerado como
sendo o ponto de guinada ue p5e em movimento o funcionamento mental [...]" )>+O4=+,
2??0, pp. @2.@0!.
 c'rebro de um feto não se forma so(in%o ' preciso da &ualidade e &uantidade dos nutrientes do
sangue materno# Por isso a import>ncia de uma boa alimenta*ão durante a gravide( sabendo-se
%o)e &ue uma desnutri*ão pode ser causadora de problemas na aprendi(agem da futura crian*a# E
tamb'm ' preciso cuidado com o estresse pois tudo o &ue a mãe sente pensa intui veicula
%ormonalmente pelo sangue torna-se um perigo na 8forma*ão do c'rebro do feto8# ssim '
colocada essa &uestão
"[...] O alimento ue o cérebro recebe n$o é s' feito de calorias, sais minerais e vitaminas. =udo o
ue a m$e sente, pensa, sonha e intui é veiculado hormonalmente pelo sangue. ssim a cortisona
oriunda de um estresse cont#nuo sofrido pela m$e, se torna um verdadeiro venenoM ela impede, por
e&emplo, a forma6$o de um cérebro h#gido [...]" )DE7 e D>+4F:, 7;<!.
/e acordo ernandes 4sGd7 em seu artigo "Dma investiga6$o sobre as diversas formas de
comunica6$o entre m$e e feto" )s;d!
)s;d!  ' not"vel &ue todo processo gestacional se)a um momento
muito delicado para os envolvidos principalmente para a mul%er &ue precisa de apoio
compreensão e carin%o para poder ter subs+dios &ue a levem a um desenrolar f+sico e psicol!gico o
mais favoravelmente poss+vel# =egundo a autora
"[...] as atitudes maternas n$o pertencem ao dom#nio do instinto, mas continua-se a pensar ue o
amor da m$e é t$o forte ue talve% tenha liga6$o com a nature%a. Dm amor dotado de
diversidades, sendo um sentimento humano, e como tal, frágil e imperfeito. 4$o sendo portanto um
sentimento inato, mas ue se desenvolve através das oscila65es s'cio-econ8micas e culturais da
hist'ria [...]" )N:44<7, 7;<!.
Entramos a&ui na import>ncia &ue estes autores atribuem  &ualidade de maternagem destacando
seu enla*amento %ist!rico desde a ntiguidade at' os dias de %o)e# =obre isto Paula ;orina
ernandes nos di(
"[...] até o século P+++, pela alta ta&a de mortalidade infantil, a m$e se mostrava indifer
indiferente
ente a seu
filho, como uma coura6a sentimental inconsciente, contra o risco de ver seu objeto de ternura
desaparecer. Outra forma de indiferen6a veio com a emancipa6$o das mulheres, ue precisavam
ter o poder ue antes era e&clusivo dos homens, e os bebs eram vistos como obstáculos, podendo
ser cuidados por outros )amas, governantas, internatos!.  escolha do ser m$e passa a ser da
mulher, ue n$o tem s' o papel de gerar herdeiros, mas também encontrar seu caminho dentro da
sociedade. Noi no 9ltimo ter6o do século P+++ ue aconteceu uma mudan6a das mentalidades, a
imagem da m$e passa a ser vista como fundamental, na ual asm$es passam a cuidar
pessoalmente de de seus filhos, se
sendo
ndo valori%ada
valori%ada a sobr
sobrevivncia
evivncia das crian6as [...
[...]"
]" )N:44<7,
7;<!.
;on%ecendo essa tra)et!ria da mul%er podemos pensar mel%or os cuidados com o per+odo
gestacional# $%omas erny
erny 415I17 nos leva a pensar a import>ncia da preven*ão prim"ria
assegurando &ue a gravide( segue da mel%or maneira poss+vel &uando as mães tem mais apoio
especialmente as mul%eres com baixa condi*ão econ<mica# Ele ressalta &ue os primeiros seis meses
são mais importantes &ue os tr,s .ltimos por&ue ' &uando se d" o maior crescimento do c'rebro do
beb,#
 ser &ue se encontra em seu ventre não tem condi*ões de assimilar o &ue vai inundando seu
ambiente &ue ' o .tero 8C###D o pe&ueno ser &ue não conta ainda com recursos pr!prios para
discernimento ou discrimina*ão experimenta uma sensa*ão muito radical de ani&uilamento ou de
amea*a de exterm+nio total C###D8 4B?@E?M 2002 pg# 07# ?mportante a mãe dispor de recursos )"
mencionados anteriormente como conversar com o feto buscando explicar o &ue est" acontecendo
na&uele momento o &ue a est" deixando nervosa falando bem baixin%o sobre suas atividades
ocorridas no dia a dia# bserva Aoanna Bil%eim 42002 p#07 8C###D as conversas tran&Nili(adoras
&ue a mãe pode ter com seu beb, visam restituir a ele a sensa*ão de seguran*a otimismo e
esperan*a refor*ando e reassegurando a perman,ncia do v+nculo de vida entre ambos C###D8#
Em sentido contr"rio tamb'm acredita &ue os sentimentos de desamparo abandono desesperan*a e
outros correlacionados a esses encontram sua base na experi,ncia pr'-natal desde o in+cio da vida
biol!gica nas experi,ncias de rec%a*o fisiol!gico e re)ei*ão imunol!gica deixando marcas
negativas# E ao longo da vida o su)eito não se sente dese)ado &uerido aceito pela sociedade não
pertencente ao mundo e não aceito pelos outros# Explica Aoanna Bil%eim 420027
"[...] Os sentimentos negativos de abandono, desampar
desamparo,
o, pessimismo, desesperan6a, desconfian6a
tm suas ra#%es fincadas
f incadas na e&perincia pré-natal. embre-se de ue, desde as primeiras situa65es
da vida biol'gica, houve e&perincia de recha6o fisiol'gico e rejei6$o imunol'gica, ue também
receberam imprints, dei&ando marcas negativas.  partir destas, no decorrer da vida, s$o emitidos
sinais negativos do tipoK "n$o sou desejado", "n$o sou uerido", "n$o sou aceito", "n$o sou
acolhido", "n$o perten6o", reprodu%indo, em outro n#vel, a ang9stia sentida pelo ser por ocasi$o
do primeiro registro pré-natal [...]" )*++/, 0110, pp. Q1.Q2!.
Evidenciam-se a+ sentimentos e registros da experi,ncia intra-uterina de modo &ue 8C###D neste
per+odo absolutamente inicial da exist,ncia a todo trauma biol!gico corresponde um correlato
ps+&uico C###D8 4B?@E?M 2002 p#17# /esde a forma*ão de cada uma das c'lulas do feto
experi,ncias são registradas na mem!ria celular
"[...] tudo ue ocorre com o ser, desde os prim'rdios de sua e&istncia biol'gica L portanto, desde
ue foi 'vulo por um lado e espermato%'ide por outro lado L tem registro, e ue este registro, feito
por meio de uma
uma mem'ria celular
celular,, está guardado
guardado nos nossos
nossos ar
aruivos
uivos de mem'
mem'ria,
ria, uma espéc
espécie
ie de
banco de dados inconsciente [...]". )*++/, 0110, p.0B!.

/iversos profissionais da sa.de v,m constatando evid,ncias de registros traum"ticos relacionados


ao per+odo inicial da exist,ncia# Esses registros traum"ticos acontecem no per+odo entre a pr'-
concep*ão e o nascimento
nasc imento denominado de 8mem!ria celular8# Bil%eim 42002 pg# 1037 nos fa(
compreender por 8mem!ria celular8 8C###D experi,ncias biol!gicas ocorridas com o ser desde a
forma*ão de cada uma de suas duas c'lulas b"sicas componentes o espermato(!ide e o !vulo C###D8#
;ontinua
"[...] R minha opini$o ue precisamente nos pontos de registros traumáticos pré-natais é ue se
encontram estabelecidas as ra#%es mais profundas de determinadas psicopatologias, bem como de
afec65es psicossomáticas,
psicossomáticas, objeto por e&celncia da psicanálise. Considero ue todas as
e&perincias biol'gicas
biol'gicas pelas uais passa o ser desde a sua concep6$o até o seu nascimento, ficam
registradas
registr adas em uma matri% básica inconsciente [...]". )*++/, 0110, p.HB!

=abemos &ue dese)ar ter um fil%o ' condi*ão fundamental para uma gravide( sadia#L preciso &uerer
ser pai &uerer ser mãe 8C###D  importante ' ter certe(a de &ue realmente &uer ter um fil%o# Esse ' o
bom momento# Mas ' muito importante &ue o pai ta tamb'm
mb'm &ueira C###D8 4EF:H
4EF:H 15I17#  casal
partil%a dessa vontade e se prepara em todos os sentidos emocionais econ<micos sociaisO se
tornam pais antes mesmo do nascimento desse beb, esperado dese)ado e amado# Eles desenvolvem
condi*ões para serem pais# 8S lu( dos estudos do psicanalista Aac&ues @acan podemos pensar o
fil%o en&uanto Tfruto da met"fora do casalT8 4R/: =G/7#
Para compreender mel%or o &ue &uer di(er 8fruto da met"fora do casal8 bdon 4sGd7 descreve 8
ser %umano demanda um outro#  crian*a então nasce na 'gide do narcisismo dos pais# Ela '
antecedida de um dese)o dos pais8# Perante essa observa*ão ' importante sabermos o efeito disso
na futura vida da crian*a# Mais adiante bdon 4sGd7 seguindo o pensamento de @acan di( 8ao
mesmo tempo em &ue o su)eito surge de uma demanda da fam+lia a fam+lia tamb'm existe
en&uanto demanda do su)eito uma ve( &ue ' ele &ue a TalimentaT e a mant'm viva8# crescenta
"[...] R interessante, portanto, perceber, antes de ualuer coisa, o lugar ue o filho ocupa na
fam#lia e nos desejos dos seus pais, para entender sua subjetividade. <a# a import(ncia de
refletirmos as fun65es paternas e maternas, n$o procurando entend-las enuanto fun65es isoladas
e independentes, mas como constituintes do sujeito na fam#lia [...]" )S<O4, 7;<!.
$udo o &ue a crian*a experimenta desde a concep*ão constr!i seu corpo# ?sso inclui o c'rebro# =! '
poss+vel construir um 8bom8 c'rebro &uando est" conectado com outro ser %umano# L muito
importante para os pais come*arem a se relacionar com os fil%os desde a concep*ão#  ar&uitetura
do c'rebro depende dos est+mulos 4EF:H
4EF:H 15I17#
=egundo Fico 4sGd7 embora alguns pais sintam-se exclu+dos fisiologicamente desta rela*ão
emocionalmente estão tão ligados &uanto a figura materna e ' de extrema import>ncia &ue ad&uiram
esta compreensão para &ue a rela*ão familiar possa se desenvolver com maior %armonia e união#
8=e tudo o &ue toca a mãe toca-o tamb'm muito cedo o feto percebe a influ,ncia &ue o pai exerce
sobre ela e conse&Nentemente sobre ele8# $amb'm o pai não fica imune s ang.stias durante a
gesta*ão de seu fil%o e elas tamb'm podem ser expressas atrav's de son%os distra*ões e
es&uecimentos &ue provocam grandes tensões entre o casal 4Fico sGd7#
ssim observa-se &ue paralelamente ao per+odo gestacional enfati(a-se a pr'-concep*ão# ;omo foi
pensada a vinda de uma crian*a para os paisU  crian*a foi dese)adaU
s eu rtigo  vida emocional do feto
Fico 4sGd7 em seu feto escreve &ue 8muitos casais em crise con)ugal
ao se depararem com uma gravide( não plane)ada tornam este per+odo um verdadeiro caos
emocional muitas ve(es culminando com a separa*ão8#
Em breve observa*ão a pr'-concep*ão ainda ' um tema tabu &uase nunca mencionado no nosso
mundo ocidental relata @u(es e Kplinger 4sGd7 no rtigo Cincia no +n#cio da Pida
Pida &ue fa( men*ão
a grupos com esta finalidade reali(ados na ;alif!rnia# :estes grupos casais &ue estão pensando em
ter fil%os são reunidos a fim de refletirem e serem estimulados a pensar os motivos pelos &uais
&uerem ser pais# Muitos casais c%egam  conclusão de &ue &uerem um fil%o mas entendem &ue a
complexa bagagem ps+&uica &ue tra(em no momento ainda merece conscienti(a*ão e o mel%or '
esperar#
 relev>ncia social do tema ' de ordem preventiva pois com a investiga*ão da intensa intera*ão
ps+&uica entre mãe-feto desde a gravide( a reali(a*ão de trabal%os na comunidade tais como

palestras acompan%amento
pais ob)etivariam psicol!gico
uma mel%ora duranteeaconse&Nente
nestas rela*ões gravide( grupo de gestantesdeorienta*ão
aprimoramento um para os
desenvolvimento mais sadio dos envolvidos 4EF::/E= sGd7#
=abe-se &ue situa*ões de perturba*ões emocionais e desencontros são inevit"veis no cotidiano de
uma mul%er gr"vida#
;onsiderando todo o processo de cria*ão do ser %umano 8de c'lula a feto8 destaca tamb'm
Bil%eim 420027 &ue
"[...] as estat#sticas informam ue cerca de THU dos 'vulos fecundados s$o destru#dos na trompa
antes de alcan6arem o 9tero. >ortanto, aueles ue o alcan6am L e isso se refere a todos n's ue
estamos no mundo L podem ser considerados sobresobreviventes
viventes [...]" )*++/, 0110, pg. 03!.
s pes&uisas ainda destacam de maneira breve &ue um novo con%ecimento de grande import>ncia
na "rea da medicina ' a medicina fetal pela &ual ' poss+vel verificar &ue o feto sente dor e isso '
de extrema import>ncia a ser considerado nas v"rias modalidades de interven*ões cir.rgicas intra-
uterinas mediante os avan*os da tecnologia &ue v,m sendo praticadas com fre&N,ncia
"[...] a partir da sétima semana gestacional est$o instalados os receptores
receptores sensoriais
sensoriais e as vias de
condu6$o do est#mulo nervoso, em fun6$o do ue, desde muito cedo, o feto é sens#vel I dor [...]"
)*++/, 0110, pg. ?1!.
Partindo para novas contribui*ões &ue vem surgindo em torno do estudo e das pr"ticas relacionadas
com o psi&uismo fetal encontra-se a aptonomia# =urgiu na Europa %" cerca de trinta anos com o
%oland,s rans eldman
"[...] no grego as palavras hapsis L ue significa o toue, o ressentir, o sentimento.  nomos L ue
significa a lei, a regra
regra,, a normaM hapto do verbo haptein, uer di%er "eu toco", "eu re9no", "eu
estabele6o relacionamentos" [...]" )*++/, 0110, pg. 22@!.
Pode-se di(er &ue a %aptonomia ' o estabelecimento 8t"ctil8 de um contato para a)udar a ficar
saud"vel a curar# =egundo eldman
eldman ' o 8C###D con)unto de leis &ue regem o campo do nosso cora*ão
dos nossos sentimentos C###D8 4B?@E?M 2002 pg# 1137#  aplica*ão da %aptonomia durante a
gesta*ão acontece da seguinte forma
"[...] Os pais s$o ensinados a pousarem suas m$os leve e ternamente sobre o ventre da m$e. >ara
promover
promo ver o enco
encontro
ntro co
com
m o beb, P
Peldman
eldman chama a aten6$o
aten6$o para o fato de ue além do t8nus
muscular, o importante é ue os sentimentos afetivos entrem em atividade. Juando surge de repente
em suas faces o esbo6o de um sorriso ou um brilho no olhar, é porue o encontro acabou de
acontecer. P-se o ventre ondularM o beb atendeu ao convite e veio ao encontro da m$o afetuosa e
acolhedora. 7eguindo um suave embalo e com um jeito pr'prio de cada um, a m$o vai desli%ando
para a direita,
direita, depois para a esuerda
esuerda e o beb a acompanha, como
como num jogo l9dico
l9dico [...]"
)*++/, 0110, pg. 22B!.
Essa pes&uisa tem mostrado &ue depois de nascer a crian*a espera e busca prolongamento dos
contatos %apton<micos tais como os experimentados durante o tempo em &ue viveu no ventre de
sua mãe#
Perante todas essas informa*ões uma &uestão muito especial se fa( presente no decorrer dessa
tra)et!ria 8o beb, adotado8# ?magina-se um beb, &ue ao nascer ao sair do corpo de sua mãe depois
de um per+odo de sua exist,ncia ser" privado de retomar o contato com ela#

"[...] =odo ser humano tem a necessidade de sentir uma continuidade do seu ser, para estabelecer a
sua identidade e as condi65es necessárias para isto lhe s$o dadas pelo contato com os pais.  dor
ue a ruptura deste contato produ% na alma do beb é muito grandeM uma dor ue ele sente sem
entender o ue sente, porue lhe faltam as "ferramentas" para ele poder "se pensar".  brutal
ruptura na continuidade de ser deste beb ue é separado de sua m$e ao nascer precisa ser
preenchida
preenchida por da
dados
dos o mais pr'
pr'&imos
&imos da ver
verdade
dade [...]" )*++/, 0110,
0110, pp. 213.2
213.21?!.
1?!.
Essa verdade refere-se ao fato de &ue 8C###D a crian*a dada para ado*ão est" com o seu mundo
interno carregado de 8não ditos8# Estes precisam ser preenc%idos por uma palavra pren%e de
verdade &ue se refere &uele ser e s suas origens pr' e perinatais C###D8 4B?@E?M 2002 pg# 1057#
 crian*a precisa de a)uda para reconstituir a sua %ist!ria# =endo assim cabe aos pais adotivos
primeiramente fa(er uma acol%ida necessidade b"sica para a mente %umana# Eles dentro do
poss+vel devem proceder como os pais biol!gicos 8C###D contato pele-a-pele ol%o-no-ol%oO palavras
ditas preenc%endo os não-ditos resgatando para o beb, os aspectos amorosos de vida existentes na
primeira rela*ão com a mãe biol!gica C###D8 4B?@E?M 2002 pg#11pg#1117#
17# s pais adotivos devem
conversar com o beb, o motivo pelo &ual a mãe biol!gica não teve condi*ões para proporcionar
uma vida mel%or para ele#  ideal seria logo depois de nascer o beb, sentir o c%eiro do corpo de
sua mãe biol!gica e depois ser colocado em contato com o corpo pele-a-pele de sua mãe adotiva#
$amb'm seria vi"vel &ue o pe&ueno ser levasse )unto uma pe*a de roupa de sua mãe biol!gica ou
uma fita gravada com a vo( da mãe explicando o motivo pelo &ual precisou deix"-lo 4B?@E?M
20027#
;aso o beb, este)a em uma institui*ão aguardando ado*ão dever" ser individuali(ado sempre
atendido pelas mesmas pessoas &ue devem conversar com ele# /eve-se manter um registro di"rio
desta crian*a durante o tempo de sua perman,ncia na institui*ão fotos ob)etos &ue ele ten%a usado
informa*ões de sua fam+lia de origem para &ue o a)udem com esses ob)etos na constitui*ão e
montagem de sua %ist!ria de vida#  mãe adotiva dever" contar desde cedo a %ist!ria de seu
nascimento# Mas
"[...] é importante lembrar ue o beb precisará primeiro elaborar a perda de sua fam#lia de
origem ou daueles ue dele cuidaram, para depois ter condi65es de estabelecer novos v#nculos
com os pais adotivos [...]" )*++/, 0110, pg. 2220!.
20!.
=omos seres de vincula*ão seres de afetos# E assim somos desde &ue fomos constitu+dos# :ão
devemos es&uecer &ue a primeira rela*ão pr'-natal com a mãe biol!gica 8C###D ' uma rela*ão de
paixãoO ela estabelece os sulcos sobre as &uais todas as demais paixões na vida serão buscadas e
irão se moldar#  ser %umano vai passar a vida buscando reencontrar esta paixão perdida C###D8
observa Aoanna Bil%eim 42002 pg# 1127#
;onsidera*ões inais
Muito pouca refer,ncia pode ser encontrada na literatura tanto na lin%a te!rica da psican"lise
&uanto em outras lin%as te!ricas da psicologia a respeito da origem da vida mental do feto e das
poss+veis implica*ões deste est"gio anterior a vida fetal# Em debates e estudos aumentam as
dificuldades ob)etivas para estud"-la# =er" certamente preciso reali(ar mais pes&uisas antes &ue se
possa estabelecer par>metros para o comportamento e desenvolvimento fetal não apenas para
movimentos f+sicos mas tamb'm para um poss+vel desenvolvimento psicol!gico 8normal8 durante
a vida fetal )" &ue parece poss+vel &ue certas forma*ões patol!gicas e defensivas possam come*ar
a se desenvolver no .tero 4P?:$E@@? 15527# Em sua pioneira pes&uisa na observa*ão de fetos
lessandra Piontelli depois de feito o seu treinamento psicanal+tico na ?nglaterra dedicou-se anos 
t'cnica de observa*ão de beb,s desenvolvida pela psicanalista Vleiniana inglesa Ester RicV na
d'cada de 150# correu-l%e então estender a observa*ão de beb,s ao per+odo pr'-natal
observando 11 fetos 43 singulares e J pares de g,meos7 dentro do .tero usando o ultra-somO em
seguida acompan%ou o desenvolvimento destes beb,s em casa desde o nascimento at' a idade de
&uatro anos# /escreve
"[...] /eus achados, tanto para as crian6as ue observei antes e depois do nascimento, como para
auelas ue tratei psicanaliticamente, sugerem ue, embora pare6a pouco provável ue as crian6as
se "lembrem" de suas e&perincias dentro do ventre e de seus nascimentos, tais e&perincias s$o
constantementes revividas e reelaboradas I medida ue elas crescem e se desenvolvem [...]"
)>+O4=+, 2??0, pp. 0@T.0@3!.
Ela não pode provar ou refutar %ip!teses mas seu ac%ado central ' de &ue existe uma not"vel e sutil
continuidade de comportamento antes e depois do nascimento# :o decorrer de suas pes&uisas
415527 referente  observa*ão de fetos lessandra Piontelli depara-se com os seguintes resultados
as g,meas Marisa e Reatri( batem no ventre uma da outra e continuam a fa(,-lo depois do
nascimento# s g,meos lice e @uca acariciavam-se no ventre atrav's da membrana divis!ria e
com um ano de idade o seu )ogo preferido era o de se acariciarem mutuamente atrav's de uma
cortina# Marco &ue enterrava seu rosto na placenta como se fosse um travesseiro &uatro anos mais
tarde insistia para &ue sua mãe l%e arran)asse um esto)o para l"pis em forma de travesseiro# Pina o
feto mais ousado pois ela era um feto ativo &ue se movimentava muito ao ponto de deslocar a
placenta acarretando uma amea*a de aborto# ;om isso ela ficou im!vel dentro do .tero# presentou
um padrão semel%ante ap!s o nascimento grande ousadia muita atividade e animada mas
acompan%ada de muitos medos e ang.stias claustrof!bicas# Esses são exemplos de uma poss+vel
continuidade ps+&uica na vida p!s-natal# 8C###D Por &ue certas crian*as não conseguem es&uecer o seu
passado pr'-natalU Por &ue outras a ele retornam sempre &ue as circunst>ncias externas se l%es
configuram adversasU C###D8 4B?@E?M 2002 pg# J37#
Entretanto em rela*ão aos efeitos da influ,ncia materna sobre o feto durante a gesta*ão conclui-se
&ue as emo*ões maternas podem ter um forte impacto sobre o feto e conse&Nentemente podem
determinar o resultado de sua personalidade ou suas patologias futuras na &ual a mãe pode deixar
suas impressões# Piontelli 41552 pg# 2J27 conclui
"[...] /inha hip'tese é a de ue algum fator biou#mico possa estar envolvido no caso de emo65es
maternas, e ue é poss#vel ue apenas emo65es muito fortes e de relativa longa dura6$o ue afetem

o feto [...]".
;ertamente o efeito das emo*ões maternas sobre o feto merece estudos outros e mais sistem"ticos#
"á muito mais continuidade entre a vida intra-uterina
e a primeira inf(ncia do ue
a impressionante cesura do ato do nascimento
nos permite saber"
)N:D<, 2?0Q!.
FEEFW:;?= R?R@?XFY?;=
R/: Xlaucy 8 import(ncia
import(ncia da fun6$o do pai e da m$e para
para a constitui6$
constitui6$oo do novo sujeito
sob uma perspectiva psicanal#tica".
/ispon+vel em %ttpGGZZZ
%ttpGGZZZ#portalcienciaevida#com#brGE=P=GedicoesG2JGartigo[0526-1#aspUEmail\
#portalcienciaevida#com#brGE=P=GedicoesG2JGartigo[0526-1#aspUEmail\
cesso em 12 de agosto de 200I#
8Dma investiga6$o sobre as diversas formas de comunica6$o entre
EF::/E= Paula ;orina 8Dma
m$e e feto".
/ispon+vel em %ttpGGZZZ
%ttpGGZZZ#psicologia#org#brGinternacionalGpscl30#%tm
#psicologia#org#brGinternacionalGpscl30#%tm
cesso em 10 de agosto de 200I#
P?:$E@@? lessandra# De Feto a Criança:
Criança: Um Estudo Obse
Observacional Psicanalítico( $radu*ão
rvacional e Psicanalítico
Aoanna Bil%eim :icia @yra
@yra Xomes e =onia Maria de Xodoy# Fio de )aneiro Ed# ?mago 1552#
8Fravide% 7adia L sentindo emo65es dentro do ventre materno".
F:@? A<nia 8Fravide%
/ispon+vel em %ttpGGZZZ
%ttpGGZZZ#)oniaranali#com#brGgravide(sadia#%tm
#)oniaranali#com#brGgravide(sadia#%tm
cesso em 12 de agosto de 200I#
FE?=$ ;?W:;? E ?/ on-line# /ispon+vel em
%ttpGGZZZ#pensamentoecologico#orgGrevista#%tm#
%ttpGGZZZ #pensamentoecologico#orgGrevista#%tm# @K]E= Eleonora Madruga e KP@?:XEF
@aura# 8 Cincia no +n#cio da P
Pida".
ida".
cesso em 02 de setembro de 200I#
F?; na Maria Moratelli da =ilva " comunica6$o verbal na gesta6$o".
%ttpGGguiadobebe#uol#com#brGpsicgestanteGa^comunicacao^verbal^na^gestacao#%tm#
cesso em 10 de agosto de 200I#
F?; na Maria Moratelli da =ilva 8 vida emocional
emocional do feto".
/ispon+vel em %ttpGGguiadobebe#uol#com#brGpsicgestanteGa^vida^emocional^do^
%ttpGGguiadobebe#uol#com#brGpsicgestanteGa^vida^emocional^do^feto#%tm
feto#%tm
cesso em 10 de agosto de 200I#
EF:H $%oma
EF:H $%omas#
s# A vida
vida secreta da criança antes de nascer# =ão Paulo Ed# ;#A# =almi 15I1#

B?@E?M Aoanna# O que é psicologia Prénatal# 3 ed# =ão Paulo ;asa do Psic!logo 2002#

onte %ttpsGGZZZ#Zebartigos#comGartigosGpsi&uismo-fetal-consideracoes-sobre-a-influencia-das-
emocoes-da-mae-no-desenvolvimento-do-fetoG3[1I2

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