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SEMINÁRIO E INSTITUTO BATISTA BEREIANO

Coordenação Acadêmica

ADMINISTRAÇÃO
DE
DEPARTAMENTO
ECLESIÁSTICO I

Prof. Pr. Antonio Carlos Miranda Dantas Junior


SEMINÁRIO E INSTITUTO BATISTA BEREIANO
Coordenação Acadêmica – Comissão de Currículo
Disciplina – Administração de Departamento Eclesiástico I
Professor – Pr. Antonio Carlos Miranda Dantas Junior
Semestre 2023.2 – Créditos 02

I. EMENTA
Um estudo dos conceitos de administração e organização em geral. O caráter conservador
da teoria e da prática da administração no Brasil, numa perspectiva eclesiástica. Ênfase nos
procedimentos teóricos e técnico-metodológicos dos aspectos jurídicos e contábeis. Organização
financeira da igreja local (princípios, procedimentos, planejamento). O orçamento da igreja

II. OBJETIVO GERAL


1. Preparar o aluno a desenvolver atividades administrativas e eclesiásticas de uma
organização cristã evangélica.

III. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


1. Conhecer os conceitos de administração e organização em geral numa perspectiva
eclesiástica, bem como, dominar os procedimentos de administração da Igreja local em si
e dos departamentos de senhoras, homens, jovens, Escola Bíblica Dominical e as diversas
comissões da Igreja Local.
2. Saber como organizar uma igreja local conhecendo os elementos essenciais na
administração.
3. Conhecer e dominar regras parlamentares.
4. Preparar material que sirva de modelo.
5. Conhecer noções básicas de normas legais, fiscais e tributárias aplicáveis à igreja.
6. Preparar para o desenvolvimento de Cerimônias Eclesiásticas.

IV. CONTEÚDO PROGRAMADO

Sem. Data Aula Conteúdo Tarefa


Apresentação da Ementa
1ª 01/08 1. Administração Eclesiásticas – Definições e
considerações iniciais.

2. A Igreja Universal e Local.



UNIDADE I

3. A missão da igreja
2ª 08/08 4. Características ideais de uma igreja
5. O que é uma igreja batista?

6. Distintivos dos batistas regulares


6. Governo eclesiástico
3ª 15/08
7. Requisitos para ser membro de uma igreja batista

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4ª 22/08 8. Disciplina na igreja


9. O que a igreja deve a seus membros:
5ª 29/08 10. O que um membro deve à sua igreja:
11. A igreja no novo testamento
10ª

11ª 12. Os oficiais da igreja

UNIDADE I
13. As ordenanças da igreja
6ª 05/09
14. O auxílio material da igreja
12ª 15. Organograma da Igreja

13ª
7ª 12/09 Prova I

14ª

15ª
1. A Igreja como Pessoa Jurídica
8ª 19/09 2. A Administração da Igreja – Departamentos (parte
1)
16ª

17ª
2. A Administração da Igreja – Departamentos (parte
UNIDADE II

9ª 26/09
2)
18ª

19ª
2. A Administração da Igreja – Departamentos (parte
10ª 03/10 3)
3. A Bandeira Nacional
20ª

11ª 10/10 21ª 4. Regras Parlamentares (parte 1)

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22ª

23ª
12ª 17/10 4. Regras Parlamentares (parte 2)

24ª

25ª
13ª 24/10 Prova II

26ª

27ª
1. A Igreja e sua Programação
14ª 31/10
2. A Igreja e seu Planejamento
28ª

29ª
3. Música na Igreja
15ª 07/11
4. A Igreja e o evangelismo
30ª

UNIDADE III
31ª
5. O programa missionário da Igreja
16ª 14/11 6. A comunhão de igrejas
7. Conselho de Igrejas
32ª

33ª 8. A Igreja e seu Orçamento


9. Credos da Igreja
17ª 21/11
10. Pacto, Artigos de Fé e Artigos de incorporação
34ª 11. Uma constituição de Igreja

35ª
Entrega dos
18ª 28/11 Prova III relatórios das
leituras
36ª

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V. TAREFAS E EXAMES
a. Leituras
i. Administração Eclesiástica, por Nemuel Kessler e Samuel Câmara
1. Páginas 9-170
ii. A Prática Da Igreja De Deus, por Marcos Granconato.
iii. A Igreja e a surpreendente ofensa do amor de Deus, por Jonathan
Leeman
b. Provas
i. 6 Semanas: Unidade I
ii. 12 Semanas: Unidade II
iii. 18 Semanas: Unidade III
VI. AVALIAÇÃO
A avaliação de cada aluno será realizada de modo contínuo, sendo a participação do aluno
de máxima importância na formação de sua nota. Todos os trabalhos e leituras levarão em conta
o interesse e a disposição do aluno.
A cada seção será realizada uma avaliação do conteúdo dado no período correspondente.
A nota de cada aluno será obtida pelo seguinte processo:
1. Leitura ....................................................................................................................................................... 40%
2. Provas .......................................................................................................................................................... 40%
3. Testes Semanais ..................................................................................................................................... 20%
TOTAL 100%
VII. OBRAS CONSULTADAS
✓ A BÍBLIA SAGRADA, Edição Revista e Atualizada no Brasil, com referências e anotações
de Dr. Charles C. Ryrie. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Ed. rev. e
atual. no Brasil.
 KESSLER, Nemuel; CÂMARA, Samuel. Administração Eclesiástica. – Rio de Janeiro :
CPAD, 1987.
 GRANCONATO, Marcos. A Prática da Igreja de Deus: A fé e o funcionamento da igreja
bíblica. – São Paulo : Hermeneia, 2015.
 LEEMAN, Jonathan. A Igreja e a surpreendente ofensa do amor de Deus:
Reintroduzindo as doutrinas sobre a membresia e a disciplina da Igreja. São Paulo: Fiel,
2013
• CLAGETT, John Y. Administração da Igreja Autônoma. – São Paulo : Editora Batista
Regular, 1989
• DEVER, Mark; ALEXANDER, Paul. A Igreja Intencional: Edificando seu ministério sobre o
Evangelho. – São José dos Campos, SP : Fiel, 2015.
• DE BRUYN, David. Building Conservative Churches: a practical ways to restore essential
christianity in the Church. Religious Affections Ministries, 2012.
• DUARTE, Cícero. Igrejas na mira da Lei. – São Paulo : Bompastor, 2003.
• FERREIRA, Ebenézer Soares. Manual da igreja e do obreiro. 7.ed. revista, atualizada e
ampliada. – Rio de Janeiro : JUERP, 1993.
• JACKSON, Paul R. The Doctrine and Administration of the church [A doutrina e
administração da igreja]. – Illinois : Regular Baptist Press, 1968.
• FAUSTINO, Inaldo. Administração Eclesiástica. SIBB/Departamento acadêmico, 2003.
81 p. Apostila.

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• RICARDO, Clóvis Gonçalves. Administração Eclesiástica. IBBJ/Departamento acadêmico,


????. 68 p. Apostila.

VIII. FREQUÊNCIA E ATRASO


- Conforme o Manual do Aluno, p. 2, 2013.

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UNIDADE I –
INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

I. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA - DEFINIÇÕES


A. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
a. “É o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que
tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que
serve” (KESSLER, p.13).
B. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA SOB O PONTO DE VISTA BÍBLICO
a. A Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios
administrativos.
b. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por
Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro (Êx 18.13-27). Vejamos
algumas verdades (KESSLER, p.13-15):

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c. Outros exemplos de organização e técnica administrativa são vistos nas


Escrituras:
1. A construção da arca (Gn 6-9);
2. O Sacerdócio Aarônico (1Cr 24);
3. José, o governador do Egito (Gn 39; 41);
4. Reconstrução dos muros com Esdras e Neemias;
5. No NT, o Senhor Jesus instrui os discípulos e envia-os;
6. A Igreja Primitiva institui os “servos” (diáconos) para servirem às
mesas, devido ao crescimento dos discípulos.
C. ADMINISTRAÇÃO/ADMINISTRAR
a. No Antigo Testamento, encontramos a palavra em grego (LXX)
“ ”, termo que significa “administração de uma casa”.
1. As ocorrências são poucas e centram ao redor do ofício de
mordomo de uma casa, um administrador de palácio (2Rs
18.18,37)
b. No Novo Testamento, há 20 ocorrências deste mesmo termo, incluindo
todas as suas derivações.
1. Um dos textos em que é utilizado o termo está na Parábola do
Mordomo Injusto, em Lucas 16.1-17.
2. O termo também é utilizado tanto por Paulo quanto por Pedro,
fazendo referência às suas tarefas apostólicas (1Coríntios 4.2; Tito
1.7; 1Pedro 4.10).
3. A relação do termo com a “casa” própria e a “Casa de Deus” são
nitidamente enfocadas por Paulo, como no caso de 1 Timóteo 3:4.
i. A conexão é de importância óbvia.
ii. As pessoas de Deus compõem a Igreja, a casa de Deus, que
precisa ser governada como se faz com o próprio lar.
iii. Deus confia a homens fiéis, chamados por ele, o cuidado
dos negócios domésticos, como bons mordomos dos bens
divinos.
iv. Assim, o Pastor é alguém que cuida das coisas da Casa de
Deus.
c. [Administração] Ato de administrar, gerenciar, dirigir negócios; servir,
repartir, dar, prover; a arte ou prática de realizar uma política no governo,
nos negócios ou nos assuntos públicos; o ato de administrar o governo do
dia.
d. [Administrar] “É a ciência de gerar um organismo retirando-o da inércia,
levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua
criação, com o menor dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro”
(KESSLER, p.17).
1. Distribuir responsabilidades e não executar todas (fazer mil
coisas);
2. Fazer com que todos participem do trabalho;
3. A realidade do trabalho do administrador é ajudar as pessoas a
crescer, ajuda-las a fazer o trabalho, em vez de executa-lo ele

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mesmo. Sua missão principal é motivar outras pessoas para o


trabalho.
4. Administrar é, a um só tempo:
i. Prever/Planejamento: predeterminar um curso de ação.
ii. Organizar: colocar as pessoas dentro de uma estrutura
para alcançar determinados objetivos.
iii. Comandar: fazer com que as pessoas ajam de forma efetiva.
iv. Coordenar: manter o organismo em funcionamento
homogêneo e integrado em suas diversas atividades.
v. Avaliar: avaliação do trabalho realizado, fazendo as
devidas correções.
e. O administrador é um especialista na arte de trabalhar com pessoas. Sente-
se vitorioso quando ajuda outros a fazer bem o seu trabalho.
f. Nenhuma igreja vive sem administração, assim como nenhuma empresa
sobrevive desorganizada.
D. OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO:
a. Simplificar o trabalho: há muitas maneiras de se fazer uma coisa. Porém
devemos procurar aquela que seja mais prática e eficiente, que melhor
corresponda à realidade.
b. Facilitar a produção: através da simplificação do trabalho, conseguimos
facilitar a sua produção e, consequentemente, produzir mais e melhor.
E. PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO:
a. Planejar
1. Predeterminar um curso de ação, Lc 14.28-30.
2. Como planejar?
i. Oração – Ore para que Deus lhe dê uma visão daquilo que
Ele quer que você faça, e lhe conceda criatividade para
colocá-la em prática, ou seja, sabedoria.
b. Definição de objetivos
1. Determinar o que deve ser realizado.
2. Estabelecer um alvo em direção ao qual você e os seus auxiliares
se empenharão.
3. Confie em Deus para garantir a execução do plano.
c. Programa
1. Determinar como os objetivos serão alcançados.
2. Estabelecer os passos necessário para ir de onde está até seus
objetivos.
3. Fazer uma lista das atividades necessárias e a ordem em que elas
devem acontecer.
4. Dê lugar a Deus para execução do programa.
d. Agenda
1. Determina quando as diferentes partes do plano devem
realizadas.
i. Quando deve começar e terminar;
2. Peça auxílio a Deus para ajudá-lo a cumprir a agenda.
e. Orçamento

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1. Determina quantas pessoas, recursos financeiros e outros valores


serão necessários e como eles devem ser supridos.
2. Não esqueça, se Deus o chamou para os objetivos no início do
plano, Ele irá suprir com os recursos necessários, Fp 4.19.
F. ADMINISTRAÇÃO DE DEPARTAMENTO ECLESIÁSTICO
a. O trabalho que desempenhamos na seara do Senhor não pode ser feito na
base do improviso.
1. O que é feito no improviso:
i. Não tem qualidade;
ii. Dificilmente atinge seus objetivos;
iii. Torna-se algo sem valor.
b. É necessário ter um “programa de qualidade” a fim de que a Igreja
desenvolva um trabalho de qualidade, sem improvisos.
1. Este programa de qualidade engloba quatro dimensões
fundamentais.

Avaliar Planejar
para para
• Melhorar • Mudar

Agir Organizar
para para
• Transformar • Atuar

2. Convém ressaltar que as quatro dimensões do “programa de


qualidade” formam um todo dinâmico e inter-relacionado. Elas
compõem um ciclo com fases distintas e continuadas, repetindo
sempre novas “voltas” no sentido de conduzir um trabalho de
qualidade alcançando patamares cada vez mais elevados de
excelência.

“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente” (Jr 48.10)

G. A FALTA DE ADMINISTRAÇÃO
a. Em geral, pastores reclamam que não têm uma boa administração de suas
igrejas por falta de tempo para fazê-lo.
b. Na verdade, o que se vê é o uso inadequado ou insatisfatório do tempo na

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perspectiva do pastor e líder ou da igreja.


c. Uma pesquisa feita em 21 países, com aproximadamente 2 mil executivos
de várias organizações, apresentou como desperdiçadores de tempo mais
comuns 37 itens.
d. Aproveitando esta pesquisa, façamos um paralelo sobre as causas para
desperdício de tempo entre os líderes de igrejas:
1. Falta de planejamento;
2. Telefonemas;
3. Distrações;
4. Visitas inesperadas;
5. Tarefas inacabadas ou falta de disciplina no cumprimento da
agenda;
6. Ausência de uma definição clara de objetivos na execução das
tarefas;
7. Falta de delegação ou centralização de poder;
8. Excesso de compromissos (Incapacidade de dizer “não”);
9. Menosprezo ou ênfase inadequada em certas atividades;
10. Indefinição de prioridades e cobrança incompleta e descontínua;
11. Excesso de reuniões (algumas desnecessárias) e burocracia
interna;
12. Má utilização de recursos (telefone, fax, computador, internet,
etc.);
13. Mesa entulhada ou desorganização pessoal;
14. Arquivamento ineficiente;
15. Procrastinação.
e. Para evitar tanto desperdício de tempo, considere as soluções abaixo:
1. Estabeleça metas anuais, mensais, semanais e diárias;
2. Programe suas tarefas e atividades da semana e do dia, em função
destas metas;
3. Faça as coisas em ordem de prioridade;
4. Saiba onde seu tempo é realmente empregado;
5. Estabeleça data e hora para início e fim de cada atividade;
6. Elimine desperdiçadores de tempo;
7. Utilize uma agenda ou um calendário de reuniões;
8. Crie uma lista de afazeres;
9. Organize melhor cada tarefa a ser executada;
10. Organize seu acesso com rapidez de informações usadas com
frequência.
11. Ao marcar reuniões, estabeleça objetivos, elabore uma pauta,
envolva somente os interessados, fixe o tempo de início e término,
mantenha o rumo das discussões, sintetize as conclusões e
acompanhe cada decisão tomada.
H. OBSERVAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
a. Quando tratamos da matéria administrativa relacionada com a igreja,
precisamos, de início, lembrar de que a igreja, pode ser considerada sob
dois aspectos fundamentais: como organismo e como organização.
b. A igreja é organismo, um Corpo vivo, espiritualmente falando. Esse é o

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aspecto que dá sentido as palavras de Cristo, quando disse: “Edificarei a


minha igreja” (Mt 16.18).
1. O apóstolo Paulo desenvolveu a ideia de igreja como um corpo,
valorizando assim a pessoa como membro deste corpo e
demonstrando como é importante a participação de cada um no
desenvolvimento total do corpo.
2. Nesse Corpo o cabeça é o Senhor Jesus Cristo, de quem devem
proceder todas as ordens e orientações.
c. A igreja também é uma organização, porque todo organismo vivo precisa
de um corpo físico para se expressar.
1. Como organização, a igreja tem os seus programas de ação, seus
métodos e suas maneiras de realizar as tarefas para as quais foi
criada.
2. Deve haver um equilíbrio entre as duas partes. Quanto mais vivo e
atuante o organismo, mais organizado e estruturado precisará ser.
3. Quando falamos em organização da igreja, estamos falando na
estruturação necessária para o bom desempenho das atribuições
dadas por Cristo à sua Igreja.
4. Quando a organização se torna um fim em si mesma, cria-se uma
“máquina” que pode funcionar muito bem, mas que não edifica.
5. Em qualquer atividade humana, o planejamento e organização
produzem resultados melhores
6. Numa igreja a organização utiliza todos os recursos disponíveis:
humano, financeiro e materiais, sendo tudo para a glória de Deus.
II. A IGREJA UNIVERSAL E LOCAL
A. Na linguagem comum, o vocábulo igreja tem um significado muito amplo:
a. É aplicado ao edifício em que se realiza o culto cristão;
b. A uma congregação de adoradores crentes;
c. Um estabelecimento religioso;
d. Determinado tipo de ordem eclesiástica;
e. Conjunto de todos os crentes em Cristo;
f. E um grupo local de discípulos cristãos associados num pacto com
propósitos religiosos (significado mais comum no Novo Testamento).
B. A ORIGEM DO TERMO
a. A palavra grega “ekklesia” (gr. εκκλησια), traduzida por igreja, derivado do
verbo kalew (gr. ), que significa “chamado”. Diante dos gregos, o
termo significava chamados para fora, sendo usada para indicar um grupo
chamado dentro de um ajuntamento maior e mais geral (grego clássico, At
19.32, 39, 41).
b. Os hebreus usavam o termo kahal (hb. lhq) para denotar as sus
assembleias (Dt 23.1-3; Nm 13.1; Lm 1.10). A LXX traduziu este termo por
ekklesia, mostrando que o povo de Israel apresentava-se solenemente
diante de Deus.
1. Kahal significa a congregação total de Israel.
c. No Novo Testamento, o termo ekklesia aparece cento e quatorze vezes.
Somente em cinco vezes o termo aparece com o sentido secular (At 7.38;

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19.32, 39, 41; Hb 2.12; 12.23).


1. Das 109 vezes em que o termo é empregado no sentido cristão,
podemos dizer que, referindo-se à igreja como grupo de crentes,
aparece 95 vezes.
2. Nas outras 14 vezes, o sentido é universal.
C. DEFINIÇÃO DO TERMO
a. Sendo assim, a “ekklesia” é um grupo de pessoas chamadas e separadas da
multidão comum, em virtude de uma vocação divina, escolhidas para
serem santas, investidas nos privilégios e incumbidas dos deveres de
cidadania no reino de Cristo.
b. De acordo com o Novo Testamento, uma igreja cristã é um grupo de
pessoas divinamente chamadas e separadas do mundo, batizadas sob
profissão de sua fé em Cristo, unidas sob pacto para o culto e o serviço
cristão, sob a suprema autoridade de Cristo, cuja palavra é sua única lei e
regra de vida em todas as questões de fé e pratica religiosa.
D. A IGREJA UNIVERSAL E LOCAL
a. A Igreja Universal
1. É o conjunto de todos os salvos (genuínos) em todas as épocas
(desde de Pentecostes até ao Arrebatamento) e lugares quer os que
já estão na glória quer os que estão sobre a terra. A Igreja de Cristo
independe de denominação.
b. A Igreja Local
1. Representa uma pequena parte da Igreja Universal. É formada pelo
conjunto de crentes professos em Cristo de um determinado local,
cidade, distrito ou município.
III. A MISSÃO DA IGREJA
A. Adoração (glorificação ao nome de Deus)
a. A Igreja é um precioso presente de Deus, e para Deus, na qual Ele se deleita
em sua adoração. Adorar e glorificar a Deus em espírito e em verdade é
uma missão da igreja. (Jo 3.23-24; At 13.1-3).
B. Edificação (aperfeiçoamento, fortalecimento, crescimento dos salvos)
a. Esta é uma missão qualitativa que a igreja tem para consigo mesma. O
ensino visa atender às necessidades dos membros e, desta maneira,
fortalecer e edificar a Igreja. (Ef 3.14-21; 4.11-16; Gl 4.19-20; Jo 17.15-23;
1 Pe 3.15; 2 Pe 3.18)
C. Evangelização (testemunho)
a. É anunciar o Evangelho e o seu poder, aumentando, assim o número de
salvos (At 1.8; Mt 28.18-20; Lc 24.47).
IV. CARACTERÍSTICAS IDEAIS DE UMA IGREJA
A. Estar presente e viver para desempenhar sua missão tríplice;
B. Liderança própria (nativa);
C. Reprodução própria;
D. Sustento próprio;
V. O QUE É UMA IGREJA BATISTA?1
A. É uma congregação local, composta de pessoas regeneradas e batizadas que,

1
Baseado no Manual da Igreja e do Obreiro, Ebenézer Soares, JUERP, 1993, p.37.

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voluntariamente, se reúnem sob as leis de Cristo, e procuram ser fieis na


proclamação do evangelho salvador.
B. Cristo é o Cabeça e seu único chefe supremo.
C. Em matéria de fé e prática, a igreja se subordina, unicamente, às Santas Escrituras.
D. Uma igreja é absolutamente livre e independente, não se sujeitando
hierarquicamente, ou de qualquer outra forma, a nenhuma organização
denominacional.
E. Uma igreja batista é completamente para dirigir seus próprios atos e ações de
acordo com os ensinos de Cristo.
F. O governo da igreja é “teo-democrático”. Cabe a congregação, orientada pelo
Espírito Santo, julgar os seus próprios atos.
G. A igreja é essencialmente separada do Estado, em virtude de seu caráter e de suas
funções espirituais.
H. Todos os membros possuem direitos e privilégios iguais.
I. Cada cristão é o seu próprio sacerdote.
J. Cada cristão tem completa liberdade de consciência.
K. Uma igreja batista não possui sacramentos, mas aceita o Batismo e a Ceia do Senhor
como ordenanças.
L. O pastor e os diáconos, como oficiais bíblicos, não tem autoridade sobre a igreja, a
não ser aquela que lhe foi concedida. Eles são despenseiros, servos da própria
igreja.
VI. DISTINTIVOS DOS BATISTAS REGULARES2
A. Bibliologia
a. A Autoridade e Infalibilidade da Palavra de Deus
B. Teologia
a. A Pessoa e Obra de Deus
C. Cristologia
a. A Pessoa e Obra de Jesus Cristo
D. Pneumatologia
a. A Pessoa e Obra do Espírito Santo
b. Os Dons Carismáticos
E. Antropologia e Hamartiologia
a. A Natureza e Queda do Homem
F. Soteriologia
a. A Salvação pela Graça de Deus
b. O Sacerdócio dos Santos
G. Angelologia e Demonologia
a. Os Anjos Bons e Maus
H. Eclesiologia
a. A Igreja Universal
b. A Igreja Local
c. As Ordenanças do Senhor
d. Os Oficiais da Igreja Local
e. A Autonomia da Igreja Local

2
Retirado do livro Os distintivos dos Batistas Regulares, EBR, 2003 (índice).

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f. A Separação entre Igreja e Estado


g. A Liberdade Individual da Alma
I. Prática Eclesiástica
a. A Separação Eclesiástica
b. A Separação Pessoal
c. A Disciplina Eclesiástica
d. O Culto Cristão
e. A Evangelização Mundial
J. Escatologia
a. O Retorno Pre-milenar e Pre-tribulacional de Cristo
VII. GOVERNO ECLESIÁSTICO
A. Monárquico
a. Aceita como seu chefe o supremo papa, que, falando ex cathedra, é infalível.
b. As decisões são tomadas pela hierarquia e o povo só tem que ouvir e
obedecer (“Roma locusta est, causa finita est”, isto é, “Roma falou, está
falado”).
B. Episcopal
a. O bispo tem a autoridade de administrar todas as coisas na igreja.
b. As igrejas Episcopais e Metodistas adotam esta forma.
C. Oligárquico
a. Um pequeno grupo controla toda a congregação.
b. O poder reside nas assembleias, sínodos, presbitérios e sessões.
c. Governo típico das igrejas escocesas, luteranas e nas várias presbiterianas.
D. Congregacional/Independente
a. Cada igreja local administra seu próprio governo mediante a voz dos
membros (2Co 2.6-7; At 6.2-5).
b. Ver citações de Nander e Moshiem (KESSLER, p.27)
VIII. REQUISITOS PARA SER MEMBRO DE UMA IGREJA BATISTA
A. Requisito Espiritual – deve ser um crente em Cristo Jesus.
B. Requisito Social – deve ser aceito por unanimidade pela Igreja, bem como ter um
bom testemunho para com os de fora.
C. Requisito Formal – precisa submeter-se ao batismo por imersão.
D. Outras maneiras de filiar-se à Igreja
a. Carta de transferência;
b. Reconciliação;
c. Declaração ou Aclamação;
E. Cancelamento de membresia
a. Por exclusão;
b. Por morte;
c. Por transferência;
IX. DISCIPLINA NA IGREJA
A. A disciplina é uma bênção e uma necessidade na igreja (At 5.1-11; 2Ts 3.6-14; Rm
16.17-18; 1Co 5).
B. Jesus falou sobre a disciplina (Mt 18.15-17).
C. Assim como Deus disciplina o filho a quem ama, a Igreja assim deve fazer (Hb 12.5-
11).

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D. Propósito da disciplina:
a. Não tem caráter negativo (castigo por parte da igreja). Antes tem caráter
positivo:
1. Corrigir uma má situação (2Co 7.9);
2. Restaurar o caído (Gl 6.1; Mt 6.14-15);
3. Manter o bom testemunho da igreja (1Tm 3.7; 2Tm 1.11);
4. Advertir os demais membros para que não se descuidem (1Co 5.6-
7);
5. Apelar à consciência do ofensor para que pense sobre sua conduta.
b. Motivos para disciplina
1. Conduta desordenada ou desaprovada da igreja (2Ts 3.11-15);
2. Imoralidade (1Co 5);
3. Contenciosidade – espírito faccioso (Rm 16.17-18; 2Co 13.1; 1Tm
3.15, 20);
4. Propagação de falsas doutrinas (Tt 3.10-11);
5. Filiação a organizações ou igrejas incompatíveis com o
cristianismo.
6. Outros...
c. Categoria de ofensas
1. Particulares (Mt 5.23-24; 18.15-16);
2. Publicas (1Co 5.3-5; 2Ts 3.6;
d. Valor da disciplina
1. A disciplina visa manter a igreja pura, preparando-a para seu
encontro com Cristo (Ef 5.25-27).
e. Tipos de disciplina
1. Disciplina formativa – esta disciplina tem a finalidade de formar o
caráter e a consciência dos crentes (Pregações, EBD, Treinamentos,
estudos, exortações);
2. Disciplina corretiva – esta disciplina tem a finalidade de corrigir o
irmão do seu caminho errado (Gl 6.1).
i. Avareza (Ef 3.5; Cl 3.5);
ii. Maledicência (Tg 3.1-11)
iii. Espírito faccioso;
iv. Inveja;
v. Orgulho;
vi. Mundanismo
vii. Entre outros...
3. A disciplina cirúrgica – assim como o médico amputa partes do
corpo que são prejudiciais ao mesmo, a igreja assim deve fazer.
Aplicando a disciplina, a igreja demonstra que ama o irmão e não
pactua com o pecado.
f. Método ou procedimento na disciplina (Mt 18.15-18)
1. Na medida do possível, deve –se tratar o problema entre as pessoas
afetadas.
2. Duas ou três testemunhas.
3. Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso, tomar proporções e

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chegar ao conhecimento de muitos, deve ser levado à igreja.


4. Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir
perdão, deve o ofensor ser excluído do rol de membros (Mt 18.18;
2Ts 3.14; 1Co 5.11).
5. Se o caso for de flagrante escândalo para igreja, ao ser comprovado,
deve ser imediatamente excluído, tudo, porém, com justiça
[Avaliar].
g. Como tratar a pessoa sob disciplina
1. Não o tratar como inimigo (2Ts 3.15);
2. Em vez disso devemos ganha-lo de novo (Tg 5.19-20);
3. Esta é uma tarefa para pessoas espirituais (Gl 6.1);
4. O disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que
se revele realmente arrependido.
h. Publicidade na disciplina
1. Não deve ser aplicada em secreto;
2. Toda a igreja deve decidir;
3. Sendo público, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua
conduta.
4. Ao voltar, tudo deve ficar sanado; ninguém tem o direito de trazer
à memória os fatos perdoados.
i. Atitude do pastor frente ao procedimento de disciplina do membro
1. Deve ministra-la com espírito de humildade e amor (Gl 6.1);
2. A disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar. Por isso,
se faz necessário o acompanhamento e discipulado com a pessoa
disciplinada.
3. Tudo o que tem espírito de represália ou revanche é carnal e
dificulta a submissão da pessoa a Palavra de Deus.
4. O bom pastor dá a vida... e deve estar ansioso pela volta da ovelha
que se perdeu, mesmo que seja em outra igreja.
5. A disciplina deve ser aplicada imparcialmente.
6. A disciplina nunca deve se transformar em arma nas mãos do
pastor ou do moderador, como meio de impor a sua própria
vontade:
i. Nada é mais reprovável que amedrontar membros com
disciplina para coloca-los na linha.
ii. O pastor não é um ditador.
iii. Ele é um guia e exemplo do redil (1Pe 5.1-3)
X. O QUE A IGREJA DEVE A SEUS MEMBROS:
A. Amor;
B. Oração;
C. Instrução;
D. Fortalecimento e compreensão;
E. Auxílio;
F. Laços de fraternidade;
XI. O QUE UM MEMBRO DEVE À SUA IGREJA:
A. Lealdade;
B. Generosidade;

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C. Serviço;
D. Amor;
E. Oração;
XII. A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO
A. Métodos de Evangelismo
a. Pregava-se o Evangelho nos países onde não era conhecido. Deixaram
Jerusalém e Antioquia e saíram à Ásia e à Europa, pregando a judeus e
gentios (2Co 8.1; 1Ts 2.14).
b. Pregava-se ao público geral.
c. Serviam-se da casa de um novo crente.
d. Usavam uma sinagoga ou escola (At 17.1).
e. Posteriormente, ao passar do tempo, escolhiam os anciãos/presbíteros e
diáconos para a direção.
B. Governo próprio
a. Desenvolvimento de ministros dentre os membros capacitados para
dirigir a igreja.
b. Homens cheios do Espírito Santo eram chamados.
c. A Igreja evangelizava por si mesma.
d. A igreja tinha seu sustento próprio.

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UNIDADE 2 –
A IGREJA E A LEGISLAÇÃO

I. A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA


A. O ESTATUTO
a. DEFINIÇÃO
1. “O estatuto é o documento fundamental constitutivo do grupo, isto
é, o conjunto de normas que estabelecem a estrutura e a
organização da sociedade ou do grupo” (KESSLER, p.45).
i. A Lei n° 8.906 de 04/07/1994 estabelece que o estatuto
seja assinado por um advogado.
2. O próprio Código Civil Brasileiro, em seus artigos 16 a 22,
estabeleceu que “nenhuma sociedade pode existir ou funcionar no
território nacional sem ser juridicamente constituída”, e prescreve
as condições para a constituição jurídica de qualquer sociedade de
natureza religiosa, cultural, etc.
b. POR QUE UMA IGREJA DEVE TER UM ESTATUTO?
1. Uma igreja sem estatuto é como uma igreja-fantasma, não existe
juridicamente e está sujeita a muitos perigos.
2. Uma igreja sem estatuto não pode ser representada juridicamente
(sem propriedade, sem direitos e sempre na dependência de
outras entidades).
i. Inciso XXII, do artigo 5° da Constituição Federal;
ii. Inciso VII, do artigo 5° da Constituição Federal;
iii. Inciso VI, do artigo 5° da Constituição Federal;
3. Uma igreja sem estatuto não pode ter inscrição no CGC / CNPJ
(Cadastro Geral de Contribuintes / Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica), não podendo assinar a CTPS (Carteira de Trabalho e
Previdência Social) e recolher o INSS dos seus funcionários.
i. Direito à isenção do Imposto de Renda;
ii. Direito à receber doação;
4. Um estatuto declarará independência entre a Igreja e seus
membros, de modo que seus bens não pertencem àqueles
individualmente, não podendo ser penhorados pelos mesmos para
assegurar pagamento individual de dívidas dos sócios (vice-versa).
5. Um estatuto bem elaborado é uma segurança para a igreja. Sem
estatuto, a igreja corre perigo de desvios doutrinários e
patrimoniais e fica mais sujeita a caprichos de lideranças mal
informadas ou mal-intencionadas.
AVISO: A primeira coisa que uma igreja deve fazer é aprovar os seus estatutos, passando a
existir também como pessoa jurídica.
c. DENOMINAÇÕES USUAIS EM ESTATUTOS (Artigo 120 da Lei n° 6.015/73)
1. NOME – com a finalidade de defini-lo
2. SEDE E FORO – onde terá sua atividade em caráter principal e onde
serão exercidos os seus direitos;

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3. FINALIDADES – as razões para a existência da sociedade, o que irá


fazer, o que pretende, até que ponto terá penetração na vida social.
4. DURAÇÃO – desde os prazos ilimitados aos determinados.
5. MEMBROS – suas finalidades, direitos, deveres perante o grupo,
condições para admissão e exclusão.
6. DIRETORIA – órgão que vai gerir os interesses e negócios do grupo,
ou que o representará.
7. ASSEMBLEIAS GERAIS – poderão ser ordinárias (datas fixadas pelo
estatuto), ou extraordinárias (datas diversas). Modo de
convocação, competência e meios.
8. QUÓRUM – número de membros necessariamente presentes nas
sessões para deliberar.
9. ELEIÇÕES – processo, período, duração dos mandatos e maioria
exigida para a eleição.
10. PATRIMÔNIO – seu capital.
11. MODIFICAÇÕES ESTATUTÁRIAS – regras para se evitarem
modificações constantes – exigência de dois terços.
12. DISPOSIÇÕES GERAIS – o que não foi explicado anteriormente.
NOTA: O estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter em estudos minuciosos. As
normas de trabalho estão estabelecidas no Regimento Interno.
d. COMPLEMENTOS DOS ESTATUTOS
1. Administração;
2. Responsabilidade;
3. Declaração formal de que a igreja não visa lucros;
4. Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas;
5. Destinação da sociedade em caso de cisão;
6. Definição genérica de tarefas da Diretoria;
7. Previsão de um Regimento Interno;
8. Declaração de que cabe ao pastor a presidência da Igreja;
9. Quórum para decisões vitais;
NOTA: O que não deve constar no estatuto pode fazer parte do Regimento Interno. Este não
precisa ser registrado, mas terá valor jurídico se for previsto no estatuto e aprovado pela
igreja.
1. Particularidades sobre os cultos.
2. Organizações internas da Igreja.
3. Métodos de trabalho, inclusive de contribuição.
4. Afirmações de caráter doutrinário.
5. Especificações sobre uso de propriedades.
6. Especificações sobre entidades filiadas à igreja (escolas, faculdades, etc.).
7. Especificação sobre o modo de recebimento ou exclusão de membros.
e. MODELO DE ESTATUTO
1. Consultar Kessler, página 48-53.
f. REGISTRO DO ESTATUTO
1. Após elaborado, deve ser feita uma convocação de uma Assembleia
Geral Extraordinária para a aprovação do estatuto.

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2. Havendo quórum (50% + 1) suficiente para a abertura da sessão, o


secretário fará a leitura do estatuto, capítulo por capítulo, e o
presidente pedirá a aprovação. Caso haja emendas, estas serão
registradas, seguindo-se a leitura até o final.
3. Aprovado na sua íntegra, deve o secretário transcrevê-lo no livro
de atas da Igreja, não incluindo as discussões, escrevendo somente
o preâmbulo e o texto do estatuto.
“Ata n° ... aos ... dias do mês de ..., do ano de ..., a Igreja ..., reunida em sessão convocada
especificamente para esse fim, aprovou o seguinte estatuto: “Estatuto da Igreja ... [transcrever
todo o estatuto]. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião com a oração do pastor ...,
lavrando-se, para constar, a presente ata, que vai ser assinada por mim, [nome do irmão],
secretário, e por todos os membros da Diretoria.
4. Toda a diretoria da Igreja deve assinar essa ata, que pode ser
aprovada na mesma sessão.
5. Para registro no Cartório, deve-se:
i. Datilografar a ata que contém a transcrição do estatuto em
3 vias, de preferência em papel timbrado da Igreja,
devendo ser assinada por toda a Diretoria.
ii. Deve ser redigido um ofício ao Cartório (ver Kessler, p.54).
iii. Datilografar uma relação com os nomes dos membros da
diretoria conforme descrito abaixo:
RELAÇÃO DOS MEMBROS DA DIRETORIA
Presidente: [nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa,
número do Registro Geral e origem, número do Cadastro de Pessoa Física]
Vice-Presidente: [idem]
1° Secretário: [idem]
2° Secretário: [idem]
1° Tesoureiro: [idem]
2° Tesoureiro: [idem]

iv. Datilografar um resumo do estatuto, com as seguintes


indicações:
“A Igreja ..., fundada em ..., tendo sua sede na ..., é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja
finalidade é ..., é composta de número ilimitado de membros que aceitam suas doutrinas e
disciplinas. Será administrada por uma diretoria eleita anualmente e representada pelo seu
presidente, tendo a Assembleia como órgão máximo, em que todos os membros têm voto e voz.
Em caso de dissolução, os bens remanescentes serão entregues à [...].

v. Juntas todos esses documentos e dar entrada no Cartório


de Registro das Pessoas Jurídicas.
g. REFORMA DO ESTATUTO
1. Justificativa:
i. Mudança de Nome;
ii. Atualização da metodologia;
iii. Imposições legais – se enquadrar nos dispositivos legais
[e.g. para isenção tributária];

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2. Procedimento:
i. Convocar uma Assembleia Geral, tendo como finalidade
específica a reforma do estatuto.
ii. Pode nomear-se uma “comissão de revisão do estatuto”
para facilitar a reforma.
iii. A Igreja reunida deve aprovar a reforma, sendo lavrada
uma ata contendo apenas os artigos reformados, mesmo
que a numeração seja toda alterada.
3. Registro:
i. Redigir em 3 vias a ata da Assembleia que reformou o
estatuto.
ii. Anexar um requerimento solicitando que seja registrada a
reforma do estatuto no referido cartório.
iii. O Cartório dará a certidão da reforma. O novo texto do
estatuto entra em vigor em seus próprios termos.
4. Divulgação
i. Após a reforma, deve ser providenciada a divulgação entre
os membros da igreja.
ii. Se não for possível a impressão, deve ser exposta uma
cópia, em local visível, para que todos possam ter acesso.
iii. Caso tenha sido alterado o nome da Igreja, é recomendável
enviar cartas, ou publicar na imprensa denominacional (se
tiver), a modificação para conhecimento das demais
igrejas.
B. REGIMENTO INTERNO
a. Não deve ser confundido com o estatuto.
b. Este é o conjunto de regras que a entidade estabelece e aprova para si
mesmo, nada tendo que ser caracterizado por lei do país e não pode
transgredir a regra do estatuto.
C. ATA
a. As atas correspondem ao diário da vida da Igreja.
b. É necessário que o secretário, responsável pela redação da ata, seja uma
pessoa hábil e capacitada, a fim de não perder nenhum detalhe da reunião.
c. Deve ser redigida com uma linguagem clara, de fácil entendimento, concisa
e correta, resumindo todos os assuntos tratados.
D. CADASTRO NACIONAL DE PESSOA JURÍDICA (CNPJ)3 4
a. O CNPJ compreende as informações cadastrais das entidades de interesse
das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
1. A administração do CNPJ compete à Secretaria da Receita Federal
do Brasil (RFB).
b. Documentos obrigatórios em qualquer pedido perante o CNPJ
1. São documentos do CNPJ:

3
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/cadastros/cadastro-nacional-de-pessoas-juridicas-
cnpj/informacoes-gerais-sobre-o-cnpj, acessado em 25 de agosto de 2015.
4
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/cnpj/ConvenJuntaBH/InscCNPJOrientacoes.htm, acessado
em 25 de agosto de 2015.

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FCPJ (Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica), que deverá ser


i.
preenchida por meio do Aplicativo de Coleta Web
diretamente no sítio da Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB), http://www.receita.fazenda.gov.br. A FCPJ
deverá ser acompanhada do QSA, no caso de sociedades;
ii. Quadro de Sócios e Administradores (QSA);
iii. Ficha Especifica, de interesse do órgão convenente: e
iv. Documento Básico de Entrada do CNPJ (DBE) ou Protocolo
de Transmissão, conforme modelos constantes dos Anexos
I E II da IN RFB nº 1.470, de 30 de maio de 2014.
2. No preenchimento destes formulários será solicitado:
i. Cópia (autenticada) ou original do Estatuto registrado;
ii. Cópia (autenticada) da ata de eleição e posse da Diretoria;
iii. Relação dos membros da diretoria (ver página 18);
iv. Contrato de locação ou prova de endereço do local de
funcionamento;
v. CPF e RG do Presidente;
vi. Prova de endereço do Presidente;
vii. Preenchimento da Ficha de Informação Cadastral – FIC.
c. Carimbo Padronizado
1. Uma vez inscrita, a Igreja deverá mandar confeccionar o Carimbo
padronizado, que deverá constar em todos as guias de
recolhimento de obrigações sociais e em outros documentos que
tragam explicitamente sua exigência.
E. LICENÇA DE FUNCIONAMENTO – PREFEITURA
F. LIVROS EXIGIDOS POR LEI
a. Livro Caixa ou Diário;
b. Livro de Atas;
c. Livro de registro dos empregados;
d. Livro de inspeção do trabalho.
G. ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA (ver Kessler, página 60)
a. Requerimento ao Delegado da Receita Federal, solicitando o
reconhecimento da isenção.
b. Cópia do Estatuto atualizado, autenticada.
c. Balanços contábeis e Demonstrativos da Receita e Despesas dos últimos
cinco anos, assinados por Contador ou Técnico de Contabilidade
registrado.
d. Número e ano de sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –
Ministério da Fazenda.
e. Prova de que publica a documentação da Receita obtida e da Despesa
realizada no período anterior.
f. Declaração:
1. De que aplica todos os recursos no atendimento de suas finalidades
sociais.
2. De que mantém escrita em livros revestidos das formalidades
legais.

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3. Deus que não remunera os membros da Diretoria, não distribui


lucros ou dividendos, sob nenhuma forma.
4. Relação da Diretoria nos últimos cinco anos.
5. Prova de que prestou as informações dos rendimentos pagos no
último quinquênio e recolheu o Imposto de Renda na fonte dos
rendimentos pagos a terceiros.
H. ISENÇÃO DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ver Kessler, página 61)
a. Documentos exigidos:
1. Requerimento ao Prefeito Municipal;
2. Estatutos registrados em Cartório de Registros Civil das pessoas
Jurídicas;
3. Atestado da Diretoria em exercício;
4. Número do CNPJ e número do INSS.
I. DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA
a. As igrejas são totalmente isentas de pagamento de imposto de renda.
b. Entretanto, o fato de gozar desta imunidade não as isenta de prestar
declaração.
1. É de caráter obrigatório.
2. Existe o formulário disponível no site da Receita, exclusivamente
preparado para as entidades jurídicas que gozam desta isenção.
i. Fazer download do formulário por meio do programa da
Receita Federal;
ii. Pegar o formulário diretamente na Receita Federal.
J. INSCRIÇÃO DO PASTOR NO INSS
a. Jaziel Guerreiro Martins, afirma no Manual do Pastor e da Igreja que “o
pastor, de acordo com as leis brasileiras, não pode ter carteira assinada,
pois a sua relação com a Igreja não se caracteriza como vínculo
empregatício” (MARTINS, 2002, p.286).
1. Para fins de ser reconhecido o vínculo trabalhista entre duas
pessoas, a relação deverá principalmente e primordialmente ter as
características enunciadas no artigo 3º, da Consolidação das Leis
do Trabalho, a saber:
i. Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário.
b. Entretanto, no Ministério do Trabalho e Emprego temos o reconhecimento
da profissão de Ministro de Culto Religioso5.
c. De qualquer forma, a Igreja está na responsabilidade de recolher o INSS do
pastor (caso ele não tenha a CTPS assinada).

II. A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA – DEPARTAMENTOS


A. SECRETARIA
a. Esta é um órgão de grande importância para o bom funcionamento de uma
igreja organizada. Ela poderá fornecer à direção, se bem atualizada nos

5
http://consulta.mte.gov.br/empregador/cbo/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=1&sg=9&gb=6, acessado em
25 de agosto de 2015.

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seus serviços, informações de todas as atividades programadas, bem como


atender às mais diversas solicitações.
b. Instalações da Secretaria
1. Para um perfeito desempenho de suas atividades, deve a Igreja
dispor de um local (sala) próprio para a Secretaria, e de fácil acesso
aos membros.
2. A sala deve ser bastante agradável, gerando boa impressão.
3. Geralmente, os ambientes de trabalho devem ser bastante
iluminados, para evitar cansaço e sonolência devidos ao esforço
provocado pela má iluminação.
4. Sempre que possível, deve a sala ter lâmpadas fluorescentes (luz
do dia) e as paredes de cor clara, para refletirem maior quantidade
de luz.
c. Mobiliário
1. Mesa do Secretário da Diretoria.
2. Mesa do (a) Secretário (a), funcionário (a).
3. Mesa (caso haja mais de um secretário de expediente).
4. Mesa para computador.
5. Computador.
6. Armário para a guarda de todo o material de escritório e livros.
7. Arquivos de aço para as fichas dos membros da igreja.
8. Máquina de xerox (similar).
d. Material de Escritório
1. Papel timbrado (A4 - 210x297; Ofício - 220x330)
2. Papel almaço, blocos, etc.
3. Envelopes
4. Pastas suspensas
5. Fichas
6. Grampeador, perfurador, cola, tesoura, porta-lápis, borracha,
elástico, canetas, etc.
e. Atribuições do Secretário (na Diretoria)
1. É de grande importância que o Secretário da Igreja possua
habilidade de profissional para o desempenho da função.
2. Dada a importância da função de secretário, deve ele possuir as
seguintes qualificações:
i. Maturidade espiritual
ii. Educação exemplar
iii. Boa caligrafia
iv. Boa redação
v. Ser zeloso
vi. Se possível, ter disponibilidade de tempo.
f. Variando, de acordo com o Estatuto, as principais atribuições de um
Secretário são:
1. Lavrar as atas das Assembleias, em livro próprio, assiná-las e
apresentá-las para aprovação nas assembleias seguintes.
2. Assinar, com o presidente, os documentos oficiais da Igreja.
3. Manter em dia o fichário de membros e todos os serviços afetos à

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Secretaria.
4. Confeccionar e expedir toda a correspondência sob sua
responsabilidade.
5. Manter atualizados todos os dados estatísticos na sua gestão.
6. Prestar relatório de suas atividades.
7. Tratar com urbanidade e amor cristão todas as pessoas que
necessitam de seus serviços.
8. Cumprir outras providências determinadas pela direção da Igreja.
Notas:
1) Devido ao tempo de uma sessão para outra, o secretário tem tempo hábil para redigir um
bom texto. Então, deve-se apontar os assuntos de maneira clara e objetiva. O trabalho torna-
se mais fácil quando o secretário recebe a ordem do dia.
2) O lançamento da ata deve ser feito na mesma semana da realização da Assembleia, pois o
tempo e as múltiplas ocupações apagam de nossa mente fatos importantes que, no
momento da sessão, não foram anotados.
3) Os apontamentos não devem ser feitos num pedaço de papel qualquer, para evitar o perigo
de extravio. Um bloco especial é o ideal. Tão logo termine a sessão, deve o bloco ser levado
à guarda da secretaria.
4) As dúvidas quanto a decisões tomadas devem ser tiradas no momento, com o pastor da
igreja.

g. Competência do Secretário (a), Funcionário (a)


1. A recepção de todos os membros e visitantes durante o expediente
da semana, que tenham algo a tratar.
2. A digitação de toda a correspondência de rotina.
3. O atendimento às solicitações da Diretoria.
4. A confecção do boletim da Escola Bíblica Dominical e da Igreja.
5. A fotocópia dos documentos a serem encaminhados às
Assembleias.
6. A confecção dos cartões de membros.
7. O atendimento telefônico durante o expediente, prestando as
informações pertinentes.
8. O controle de assentamentos nas fichas dos membros da igreja
(mudança, recomendação, exclusão, etc.)
9. Endereçar e postar cartas, impressos e pacotes.
10. Consultar listas telefônicas, dicionários, códigos postais, manuais.
11. Organizar e consultar arquivos por assunto, data ou ordem.
12. Receber, classificar, distribuir e arquivar a correspondência.
13. Atender a reclamações e pedidos; fazer encomendas.
14. Supervisionar e repassar instruções a outros funcionários,
15. Acompanhar e verificar o estoque de material.
16. Planejar a rotina do escritório.
h. Documentos da Secretaria
1. O Rol de Membros
i. A elaboração do Rol de membros de uma igreja é de grande
importância, pois através dele todas as informações serão

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obtidas prontamente.
ii. É ele o registro de todos os membros batizados nas águas.
iii. O Rol pode ser de membros.
• Ativos
• Inativos.
iv. Há o rol permanente, que revela quantos membros ao todo
já passaram pela igreja. Nele, são incluídos os nomes de
membros por ordem de chegada. Chama-se, também, o
livro de registro numérico dos membros da Igreja.
v. Rol Inativos
• É o que registra os nomes dos membros que, por
qualquer razão, se afastaram da igreja.
• Pode conter divisões;
1. Excluídos
2. Transferidos
3. Falecidos
2. O Livro de Atas
i. É nas atas que se farão os registros das ocorrências
verificadas durante as reuniões, e, por terem valor legal,
devem ser redigidas em livros próprios e jamais em folhas
avulsas. São, para o futuro, a base supletiva da organização
do grupo, pois irão conter a jurisprudência das decisões
adotadas pela presidência e pelo grupo, em grau de
recurso, nos casos em que os Estatutos e o Regimento
Interno sejam lacunosos ou omissos. As atas servem,
nestes casos, como suplemento do Regimento Interno.
ii. Aspectos do Livro de Atas:
• Deve ser registrado no Cartório de Registro de
Pessoas Jurídicas.
• Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas
(geralmente vêm numeradas).
• Deve conter o Termo de Abertura e Termo de
Encerramento.
• O livro de atas deve ser no tamanho 22x33cm,
sendo os textos manuscritos.
• Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos
acontecimentos para, mais tarde, consigná-los no
livro de Atas. Consideremos os pontos:
iii. Termos de Abertura
• “Contém este livro (50 ou 100 ou mais) folhas
tipograficamente numeradas e por mim rubricadas
com a rubrica (constar neste parêntese e rubrica)
que uso como 1º secretário, as quais servirão para
o registro das atas das sessões ordinárias (ou
extraordinárias) da Igreja Batista..., tomando este o
nº 01 (etc.).”

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iv. Local e data


v. Assinatura e carimbo da igreja.
vi. Termo de Encerramento
vii. Devem as atas conter o seguinte roteiro:
• A natureza da reunião.
• A hora, dia, mês, ano e local da sua realização.
• O nome de quem a presidiu.
• Os membros presentes e ausentes, com justificativa
(em Assembleia Gerais, não).
• O expediente recebido e remetido.
• A síntese das resoluções tomadas.
• O resultado das votações.
• Se solicitado, declaração de voto.
• Qualquer outro fato tratado na reunião.
• Encerramento ou Fecho
viii. Linguagem da Ata
• É necessário que haja fidelidade no resumo dos
assuntos, pois apesar de em alguns casos muito se
falar, realmente os fatos e decisões são poucos.
2. O Livro de Presença
i. De acordo com o disposto no Estatuto sobre as
Assembleias, que podem ser Ordinárias ou
Extraordinárias, deve o secretário observar:
• Assembleias Gerais Ordinárias
• Assembléias Gerais Extraordinárias
1. Eleição, posse e demissão de pastor.
2. Aquisição de imóveis.
3. Reforma de Estatuto e Regimento Interno.
4. Discussão do Balanço Anual.
ii. O livro de Presença não pode ser esquecido, procedendo-
se da mesma forma como o das Assembléias Gerais
Ordinárias.
3. O Livro de Registro de Matrimônio
i. A igreja pode dispor de dois livros para o registro dos
matrimônios que efetua:
• Um livro onde apenas constar a cerimônia de
realização do matrimônio, com o número de
ordem, data, nome dos noivos, quem efetuou o
casamento e o local.
• O livro especial para transcrição de termos de
casamento com efeito civil.
4. O Livro de Aniversariantes
5. O Livro de Registro de Nascimento e Apresentação de Criança
6. O Cartão de Membro
i. O cartão de membro serve como prova de que o membro
está em comunhão com a igreja.

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ii. Os dados que devem constar de um cartão de membro são


os seguintes:
• Timbre da igreja
• Registro nº
• Local para a foto (de preferência) 2x2
• Nome do membro
• Filiação
• Data de nascimento
• Naturalidade/Nacionalidade
• Data de batismo
• Cargo
• Membro desde
• Assinatura do portador
• Assinatura do presidente.
7. Formulários Diversos
i. Ficha de membro
ii. Carta de mudança (ou transferência)
iii. Carta de Recomendação.
8. Correspondência
i. Ofício – documento oficial, com ampla utilidade;
ii. Cartas – uma conversa longa entre pessoas ausentes;
porém, uma conversa escrita;
iii. Circulares – documento que tem por objetivo transmitir
determinações de ordem superior, e que não pressupõe
resposta;
iv. Edital – documento expedido por órgão ou empresa
privada com o objetivo de difundir uma informação, aviso
ou convocação.
v. Memorando – documento interno e externo, e emitido
pelos órgãos do serviço público;
vi. Procuração – documento que uma pessoa tem o direito
legal de conceder a outra de confiança, para agir em seu
nome.
vii. Relatório – é o papel que o funcionário dá conta e sua
atividade em função permanente ou missão extraordinária.
viii. Requerimento – documento usado para formalizar um
pedido a uma autoridade.
ix. Para outros tipos de documentos, consultar Kessler, p.122-
126
B. TESOURARIA
a. Toda igreja deve estabelecer um sistema que regule a participação dos
crentes na sua vida financeira. O assentamento de todo o movimento bem
como a apresentação de relatórios, exime de quaisquer dívidas os
responsáveis pela guarda do tesouro na Casa do Senhor.
b. Nada que dependa de material é feito sem dinheiro. Portanto, o tesoureiro
é o homem-chave na organização e, consequentemente, na gestão do

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dinheiro.
c. O tesoureiro é eleito dentre os membros da igreja local, por um período
regimental ou estatutário, cujas atribuições, entre muitas são:
1. Receber e guardar o dinheiro, depositando-o em agência bancária.
2. Efetuar pagamentos autorizados pelo presidente.
3. Registrar as entradas e saídas em livro próprio.
4. Manter em dia a escrituração da Tesouraria.
5. Assinar com o presidente ou pastor cheques e demais documentos
da tesouraria.
6. Organizar e apresentar à igreja balancete mensal e o balanço anual,
devidamente examinados pela Comissão de Contas ou Finanças.
d. Escrituração
1. Diário de Caixa
i. São impressos em duas vias, onde são lançados os
pagamentos (saídas), como também os recebimentos
encontrados. A primeira via, após escriturada, deve ser
destacada, juntando-se a ela os comprovantes nela
lançados; a segunda via, carbonada, fica presa ao próprio
livro.
ii. Preenchimento
• Primeira coluna: Usar o código de Plano de Contas
referente ao lançamento.
• Segunda coluna: É para o histórico do lançamento.
• Terceira coluna: Utilizada para o número do
lançamento, isto é, o número da página do Diário de
Caixa, separado por uma barra, seguindo o número
da sequência do lançamento.
• Quarta coluna: Para o registro da quantia de
entrada, conforme comprovante.
• Quinta coluna: Para o registro do valor de saída,
também conforme comprovante.
2. Livro Caixa
i. Deve ter suas páginas numeradas, termos de abertura e
encerramento, para o competente relatório mensal da
tesouraria. Pode ser registrado no Cartório de Registro
Civil das Pessoas Jurídicas.
3. Guarda de Documento
i. Deve-se manter da melhor maneira, guardados para a
devida comprovação, todos os documentos fiscais. É
aconselhável que os recibos sejam colocados em folha de
papel, em ordem cronológica de lançamento, e arquivados
em pastas próprias. Documentos referentes a impostos e
taxas, guias de recolhimento, etc., devem ser agrupados em
separado.
4. Relatório
i. É o documento emitido pelo tesoureiro, periodicamente,
compreendendo a soma de cada conta no período de

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janeiro a dezembro.
5. Balancete
i. É o documento que apresenta os saldos das contas para a
devida verificação.
6. Livro ou Relação de Dizimistas
Obs.: Exemplo de plano de contas na página 135, Kessler e Câmara.
e. Dízimo
1. “O primeiro e mais divinamente consagrado de todos os métodos
de angariar dinheiro para o trabalho de Deus entre os homens”.
(KESSLER, p.138)
2. A quem pertence o meu dinheiro?
i. A Bíblia dá uma resposta mais definida a esta pergunta:
Salmo 24.1 – somos apenas mordomos, o proprietário é
Deus.
3. O dízimo é uma forma do crente expressar que o Senhor é o dono
de tudo, e que ele [crente] depende do Senhor em todas as áreas,
inclusive nas finanças.
i. Deve ser dado segundo tiver proposto no coração (cf.
2Coríntios 9.6-15)
4. O que o crente não deve fazer com relação ao dízimo:
i. Pagar todas as suas contas sem restar dinheiro para o
dízimo (Deus não quer do que nos sobeja);
ii. Esperar ficar livre de todas as dívidas para dar o dízimo;
iii. Devolver o dízimo somente do líquido recebido;
iv. Pedir dinheiro emprestado para devolver o dízimo;
v. Dar ofertas em lugar do dízimo;
III. A BANDEIRA NACIONAL
A. DEFINIÇÃO
a. Peça de pano com cores e emblemas de uma nação, de uma instituição
religiosa, de uma agremiação política, recreativa ou desportiva, de formas
e apresentações variadas, símbolo de união ou comunhão de ideais ou
interesses.
B. BANDEIRAS DO BRASIL
a. Primeira – de 1500 a 1580 – Bandeira do Brasil Colônia Portuguesa
b. Segunda – de 1580 a 1645 – Bandeira do Brasil Colônia Espanhola
c. Terceira – de 1645 a 1808 – Bandeira do Brasil Colônia, Principado de
Portugal
d. Quarta – de 1808 a 1816 – Bandeira do Brasil, sede do Reino Portugal
e. Quinta – de 1816 a 1821 – Bandeira Reino Unido de Portugal e Algarves
f. Sexta – de 1821 a 1822 – Bandeira do Brasil Reino Unido Constitucional
g. Sétima – de 1822 a 15.11.1889 – Bandeira do Brasil Império
h. Oitava – de 15.11.1889 a 19.11.1889 – Bandeira Provisória da República
Brasileira, inspirada na bandeira americana
i. Nona – de 19.11.1889 – Bandeira Brasileira Atual
C. SÍMBOLOS NACIONAIS
a. A Bandeira Nacional
b. O Hino Nacional

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c. As Armas Nacionais
d. O Selo Nacional
D. APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA NACIONAL
a. Hasteada em mastro ou adriças – locais que lhe seja assegurado o devido
respeito;
b. Distendida e sem mastro, aplicada sobre parede ou presa a um horizontal;
c. Conduzida em formaturas, desfiles ou mesmo individualmente;
d. Distendido sobre ataúdes, até na ocasião do sepultamento
E. NORMAS SOBRE O USO DA BANDEIRA NACIONAL (observar Kessler, p.145-152)

IV. REGRAS PARLAMENTARES


A. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. O direito que o homem tem de participar, debater, deliberar, é intocável.
Entretanto, a falta de ordem dentro dos grupos pode gerar desunião.
b. As reuniões dos negócios da Igreja devem ser dentro do espírito de
devoção, sob o controle do Espírito Santo e senso do decoro e da santidade
que prendem a todos os interesses do reino de Cristo.
1. As reuniões devem ser abertas com leitura das Escrituras, canto e
oração;
2. Leitura, correção e aprova da ata da reunião anterior;
3. Assuntos em pautas não terminados ou constantes da ata da sessão
anterior, inclusive relatórios;
4. Novos assuntos que estão na pauta da própria reunião.
i. Qualquer membro pode apresentar novos assuntos.
ii. As questões importantes, porém, não devem ser
apresentadas sem consulta prévia com o pastor e os
diáconos.
Obs.:
1. Sessões extraordinárias ou especiais podem ser convocadas em qualquer ocasião, por
consentimento do pastor e dos diáconos, para tratar assuntos urgentes.
2. Cada membro está na obrigação, pela honra cristã, de não publicar e nem revelar, aos
de fora, as questões e negócios do plenário.

B. ORDEM
a. É a aplicação constante, invariável, das normas, durante todo o tempo que
durar a reunião;
b. Cabe à direção cuidar, para que os participantes que estão em uma reunião
tomem conhecimento prévio das matérias, a fim de estuda-las e preparar
sugestões a respeito.
c. Cada participante deve observar como se pede a palavra, uma vez que é
este o primeiro princípio essencial para a ordem.
1. Não significa gritar;
2. O procedimento ideal, em nossas reuniões, é levantando uma das
mãos.
3. Uma vez que o orador está com a palavra, deverá se dirigir não aos
outros, mas, sim, ao Presidente, dando ao debata uma constante
impessoalidade.

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C. QUESTÃO DE ORDEM
a. É toda dúvida ou erro na observância das normas regimentais, levantadas
por qualquer membro do grupo e resolvidos pelo presidente, não sendo
discutida, emendada, nem votada.
b. É bom notar que, para se levantar uma questão de ordem, observa-se a
mesma regra para pedir a palavra: “Senhor Presidente, para uma questão
de ordem”...
D. PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES
a. Ordem nos trabalhos
1. Toda reunião deve ter um horário de início e de termino.
2. Constituição da Mesa – havendo diretoria e em exercício de suas
funções, o início da reunião é imediato.
3. Quorum – é imprescindível a verificação do quórum para a
abertura dos trabalhos.
4. Ordem da Reunião
i. Verificação de quórum;
ii. Declaração de abertura da sessão pelo Presidente (Kessler,
p.155);
iii. Leitura da ata – sessão anterior;
iv. Leitura do expediente recebido
→ Avisos;
→ Relatórios das comissões;
→ Pedidos;
v. Ordem do dia
→ Questões pendentes;
→ Novos assuntos – sugestão do plenário;
→ Pauta do dia;
vi. Anúncios
→ Caso ultrapasse o horário estabelecido para o
termino da reunião, o Presidente, antes de
encerrá-la, faz os anúncios cabíveis e
relacionados com o período de recesso e com a
próxima reunião.
vii. Encerramento
Obs.:
1. Caso haja acréscimos de itens, este item deve ser denominado, na Ordem do Dia, como
“Assuntos Gerais”

b. Propostas
1. Todo negócio deve ser apresentado mediante uma proposta, feita
por um membro e apoiada por outro; caso seja exigido, a proposta
deve ser apresentada por escrito;
2. A discussão não pode ser regularmente iniciada enquanto a
proposta não for feita, apoiada, e repetida pelo presidente da mesa;
3. A proposta não pode ser retirada, após haver sido discutida, senão
pelo consentimento unânime da coletividade;

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4. Uma vez discutida a proposta, deve ser registrada em votação, a


não ser que seja retirada, posta sobre a mesa, recorrida ou adiada;
5. A proposta não aprovada não deve ser registrada, a não ser que
assim seja liberado pela coletividade na mesma ocasião.
6. A proposta não aprovada não pode ser renovada na mesma
reunião, a não ser por consentimento unânime.
7. Cada proposta deve conter uma única proposição.
8. Somente um assunto pode estar sob consideração a um só tempo.
Nenhuma segunda proposta deve interromper aquela que estiver
em discussão, a não ser que seja para emendar, substituir,
entregar, adiar, por sobre a mesa, para a prévia questão ou para
encerrar.
c. Tipos de propostas
1. Proposta Principal – é a que traduz a ideia sobre matéria constante
dos itens da ordem do dia da reunião do grupo.
i. Emendas a esta proposta só podem ser aceitas e
apresentadas durante o período da discussão.
2. Proposta acessória – é a que se prende a uma proposta principal
(objeção a proposta, divisão da proposta, retirada da proposta pelo
autor, encerramento da discussão para a votação imediata,
emendas).
i. Emendas:
→ São as que aparecem depois das propostas
principais.
→ Podem ser:
1. Supressiva – retira-se apenas parte da
proposta;
2. Substitutiva – substituir a proposta
parcialmente ou totalmente;
3. Modificativa – é a alteração da redação da
proposta principal, sem substituição, a fim
de melhorar a compreensão.
4. Aditiva – quando há acréscimos à proposta
principal.
3. Proposta eventual
i. É aquela que, podendo ou não se referir a outras, tem
características próprias que lhe permitem existir
isoladamente, dando-lhe caráter preferencial
(encerramento da reunião, esclarecimento, recesso,
adiamento, etc.).
d. Discussão
1. Após a proposta ser apoiada, abrir-se-á o tempo de discussão.
2. Neste período deve ser avaliada a proposta, sendo esta avaliação
de caráter impessoal e girando em torno da ideia contida na
proposta.
i. Aquele que usar de linguagem imprópria, introduzir
assuntos impróprios ou de qualquer outro modo fora de

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ordem, deve ser chamado a atenção pelo presidente da


mesa ou por qualquer outro membro, e deve conformar-se
com as regras, ou então se sentar;
ii. Se dois membros se levantam para falar ao mesmo tempo,
a preferência é usualmente dada ao que estiver mais
afastado da mesa, podendo ser usado outros requisitos,
como: idade, sexo, etc.
3. A finalidade da discussão é examinar a proposta sob todos os
ângulos possíveis, para que todos votem sabendo exatamente o
que estão votando.
4. A discussão pode ser interrompida por um vota para tomar a
questão prévia.
i. Isso significa que a questão original ou principal seja posta
imediatamente em votação, a despeito de emendas e
questões secundárias, e sem mais discussão. Geralmente
dois terços dos votos são necessários para determinar a
questão prévia.
→ Se a proposta de questão prévia passar, então
a questão principal deve ser votada
imediatamente, sem mais discussão.
→ Caso a questão prévia não seja aprovada, a
discussão prossegue.
→ Se a proposta de questão prévia for rejeitada,
não pode ser renovada em referência a mesma
questão, durante a mesma sessão.
5. A discussão pode ser “posta sobre a mesa”
i. Este artifício adia a ação imediata e decisiva sobre qualquer
questão em discussão (liquida provisoriamente todo o
assunto, e comumente representa sua liquidação final).
ii. Esta é aceita mediante votação da congregação.
iii. Qualquer membro tem o direito de solicitar que o assunto
seja colocado sobre a mesa, bem como também, de levantá-
lo novamente em ocasião posterior, ficando a critério da
congregação se deve ou não ser retirado da mesa.
→ Algumas vezes, entretanto, uma resolução é
posta na mesa por enquanto, ou até ocasião
determinada, para dar lugar a outros assuntos.
→ A proposta para pôr sobre a mesa há de se
referir a uma proposta em discussão ou a
outros documentos.
e. Votação
1. É a fase da deliberação.
i. O modo de votação é previsto pelo estatuto. Geralmente a
maioria dos votos é contabilizada em 50% + 1.
ii. Todos os membros devem votar, a não ser por motivos
justificados (não há justificativa para abstenção).
iii. Em alguns casos pode ser previsto unanimidade de votos.

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Mas isso também deve ser previsto pelo estatuto.


2. Tipos de Votação
i. Nominal:
→ Chamada dos membros pela lista de presença
ou pela lista de votação.
→ Os presentes respondem com “SIM” ou “NÃO”.
ii. Secreta:
→ Votação realizada mediante cédulas, sendo que
cada membro manifesta sua vontade na cédula,
dobrando-a e depositando-a na urna.
→ Deve ser apresentado um relatório ao final da
votação.
iii. Simbólica
→ Geralmente é feita pelo sinal (um dos braços
levantados).
3. Verificação de votação
i. É o pedido feito imediatamente após a proclamação do
resultado.
ii. Es te artifício serve para dá precisão no registro dos votos.
f. Encerramento
1. Uma igreja poderá encerrar a assembleia num tempo especificado.
Mas se nenhum tempo é mencionado, então, será subentendido
estar encerrada até o tempo da sua próxima reunião; ou, se
nenhum outro tempo tem sido determinado para uma reunião, um
encerramento sem data é equivalente a uma discussão.
2. Se a igreja vota para encerrar a assembleia a uma hora
especificada, não precisa de votação quando chegar àquela hora. O
moderador simplesmente anunciará que a reunião está encerrada.

Obs.: Ver trecho do livro “Manual da Igreja e do Obreiro”, de Ebenézer Soares Ferreira, JUERP,
1993, p.177-182

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UNIDADE 3 –
A IGREJA EM MOVIMENTO

I. A IGREJA E SUA PROGRAMAÇÃO


A. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. Karl Barth afirmou certa vez que o culto cristão é o ato mais importante, mais
relevante e mais glorioso na vida do homem. Dr Samuel D. Faircloth, citando
o Dr. George Peters, disse que “a fim de ministrar aos outros a igreja tem de
aprender a ministrar a si própria e a edificar-se num tipo de comunidade de
qualidade.”.
b. Todos nos empenhamos em prestar a mais excelsa das adorações, e a nossa
índole espiritual induz-nos a adorá-lo. Mas o que muitos não querem admitir é
que o culto, por mais simples e singelo, não prescinde da liturgia.
c. Alguns movimentos não toleram sequer a hipótese de uma liturgia no culto
cristão (pietistas, puritanos e algumas comunidades de fé pentecostal), achando
que a liturgia acabará pó destruir a espontaneidade, a modéstia e a beleza
espiritual. Todavia, mesmo sem o admitir, tem-se uma liturgia.
d. A liturgia tem início quando nos reunimos com o propósito de adorar a Deus
na beleza de sua santidade.
e. Só há uma maneira de se evita-la: deixar de se reunir e não mais celebrar
publicamente a bondade divina. Até mesmo a devoção individual reclama uma
liturgia. O mal não está na liturgia, e sim no formalismo que vem destruindo
igrejas e mumificando grandes movimentos.
B. O VERDADEIRO SENTIDO DA LITURGIA
a. A palavra liturgia é originada do grego leitourgia:
1. Leitos = Público
2. Ergon = Trabalho
b. Literalmente, significa serviço público. Na Antiga Grécia, o termo era usado
para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde sua
origem a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem
prestar ao rei.
c. O termo passou, com o tempo, a designar o culto público e oficial da Igreja
Cristã.
1. Na LXX usa essa palavra no contexto religioso;
2. No NT utiliza-se o termo seis vezes (Lc 1.23; 2Co 9.12; Fl 2.17,30; Hb
8.6; 9.21)
d. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido.
e. Numa linguagem mais técnica, a liturgia é o elenco de tudo o que concorre para
a boa condução de uma reunião religiosa. Teologicamente, a definição é
bastante simples: é tudo o que, diante de Deus, exprime a devoção de uma
comunidade de fé: cânticos, leituras bíblicas, testemunhos, pregação,
movimentos, etc.
C. A LITURGIA NO ANTIGO TESTAMENTO
a. O culto levítico era extremamente pomposo. Em virtude de seu harmonioso
elenco de sons e gestos, constituía-se num espetáculo de raríssima beleza. Haja
vista a observação da rainha de Sabá ao visitar o rei Salomão. A soberana do
país do Sul enalteceu a Jeová ao observar como os hebreus portavam-se na Casa
de Deus (1 Re 10.4-5).
b. Os ministros do altar não poupavam esforços nem minúcias na condução do
culto. Tudo tinha de sair perfeito; nenhum detalhe era esquecido. A
apresentação do sumo sacerdote, dos ministros da música e dos demais levitas
não contemplava a menor hipótese de falha.
D. A LITURGIA NO NOVO TESTAMENTO (1 CO 14.26)

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a. Apesar do Cristianismo não ser uma religião sacerdotal, é impossível dissociar


o seu culto da liturgia. O próprio Cristo ia à sinagoga e participava ativamente
dos serviços aí realizados (Lc 4.16-22). Mais tarde, o mesmo faria Paulo. O
primeiro lugar que o apóstolo visitava, ao chegar numa cidade era a sinagoga
(At 13.5). Em nenhum momento criticou o culto hebreu. Propôs-se até a fazer
um voto essencialmente judaico para não escandalizar a sua nação (At 21.23-
24).
b. Sendo hebreus os primeiros membros da igreja, o culto cristão, no início, em
nada diferia do culto judaico. As diferenças eram nos dias escolhidos para
reunião, que os cristãos o faziam no primeiro dia da semana a fim de rememorar
a ressurreição do Senhor (At 20.7) e em todas as reuniões celebravam a Santa
Ceia – a mais importante e solene cerimônia da Igreja.
c. O espírito do NT não é contrário à liturgia, entretanto é importante
entendermos que a liturgia não pode ser um fim em si mesma; é um acessório,
não a essência na adoração. Por isso temos de precaver-nos contra o
formalismo.
E. O FORMALISMO (LITURGISMO E RITUALISMO)
a. É a ênfase exagerada às formas externas da religião em detrimento de sua
essência: a plena comunhão com Deus. É a liturgia pela liturgia. O formalismo
foi muito combatido pelos profetas e por Nosso Senhor (Is 29.13; Mt 6.1-6),
por ser um obstáculo à expansão do Reino.
b. Como não cair no formalismo?
1. Sejamos, pois, equilibrados.
2. Se por um lado não podemos fazer da liturgia um fim em si mesma, por
outro não devemos desprezá-la como o faziam os sacerdotes do tempo
de Malaquias, que achavam um enfado o culto do Senhor (Ml 1.13). O
equilíbrio é fundamental. E se Paulo insta aos romanos a serem
fervorosos no espírito, não deixa de recomendar aos coríntios a que
tudo façam com decência e ordem (Rm 12.11; 1 Co. 14.40).
F. OS ELEMENTOS DO CULTO – “QUE QUEREIS DIZER COM ESTE CULTO”
(ÊX 12.26)
a. A liturgia da Igreja Primitiva, ao contrário do culto levítico, era simples e
carismática. Todas as coisas, porém eram feitas com decência e ordem.
1. O Início do Culto
i. Antes do Culto
→ Recomenda-se que nenhum trabalho seja realizado
durante a hora que precede o início do culto.
→ Este período deve ser dedicado à oração (feita em
voz baixa), à leitura bíblica e à reflexão individuais.
Enquanto isto, o pastor pode ficar na porta do templo
apenas para recepcionar os crentes, com
cumprimentos rápidos e à meia voz.
ii. O Momento do Culto
→ Deve ser pontual no começo.
→ Deve se fazer uma convocação com uma chamada à
oração ou um prelúdio de algum hino com um
instrumento suave como teclado ou órgão.
→ Os hinos cantados devem estar em ligação com a
mensagem a ser pregada.
2. A Leitura Bíblica
i. Deve ser feita logo após o primeiro hino.
ii. Deve estar em harmonia com o tema do culto.

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iii. É indispensável que o leitor saiba ler com reverência, pausa e


ritmo, para que a mensagem seja bem compreendida, podendo
ser:
→ Leitura responsiva – aquela na qual a congregação
repete os versículos lidos pelo pastor, não podendo
ser muito extensa para que não enfastie os presentes.
→ Leitura alternada – aquela na qual se lê um
versículo e a congregação lê o seguinte.
→ Leitura individual – feita apenas pelo pastor ou
dirigente do culto.
3. Oração
i. Logo após a leitura bíblica.
ii. Deve ser feita de maneira que toda a congregação possa ouvi-
la e confirma-la.
4. Os Cânticos Congregacionais e Avulsos
i. Devem estar selecionados previamente.
ii. Devem ser feitos em conexão com a mensagem pregada.
5. Testemunhos/Avisos
i. Dependendo do culto, podemos ter a participação de dois
irmãos dando testemunhos. É importante que estes não tomem
muito tempo. Em cinco minutos pode-se falar muita coisa.
Basta ser objetivo e claro.
6. A Proclamação do Evangelho
i. Deve-se dedicar pelo menos 50 minutos à exposição da Palavra
de Deus
7. O convite/desafio
i. Pode ser feito pelo pregador ou por outro obreiro.
ii. Não deve ser outra mensagem e nem destoar do que foi
pregado.
iii. Não deve ser apelativo, ao ponto de tornar-se puramente
emocional.
8. O Poslúdio
G. SÍMBOLOS DO CULTO
a. Vários símbolos foram utilizados na Antiguidade pelos cristãos. Alguns foram:
1. A cruz;
2. O peixe;
3. As letras IHS (Jesus Salvador dos Homens) e INRI (Jesus Nazareno,
Rei dos Judeus)
4. A W – letras gregas maiúsculas;
b. Outros símbolos são utilizados hoje em dia:
1. A cruz – sacrifico de Cristo;
2. A mesa da Ceia do Senhor – memorial;
3. O púlpito – testemunho;
4. A Bíblia – revelação de Deus;
5. A lira ou harpa – louvor;
6. O batistério – ressurreição;
c. Deve-se atentar para os riscos do uso dos símbolos, a fim destes não perderem
seus significados, tornando-se simples superstições.
Obs.: Ver trecho do livro “Manual da Igreja e do Obreiro”, de Ebenézer Soares Ferreira, JUERP,
1993, p.133-139

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II. A IGREJA E SEU PLANEJAMENTO


A. DEFINIÇÕES INICIAIS
a. Planejamento é o processo pelo qual são estabelecidos e comunicados, num
curso de ação funcional e prático a todos os envolvidos, a visão, o propósito, os
objetivos, os alvos, a declaração da missão e as tarefas.
1. O planejamento engloba a tomada de decisões, a localização de
impasses e a solução de problemas.
2. Ele proporciona uma perspectiva e quais os passos para a sua execução.
3. O planejamento fornece o "mapa de trabalho" para a organização.
b. O plano é um projeto utilizado para descrever como uma organização espera
atingir seus alvos. É um programa de ação ou uma estrutura de atividades para
comunicar como vamos fazer com que a visão se torne realidade, para
consumar o propósito e descrever a estratégia de como os objetivos e alvos
serão alcançados.
c. O visionar é o trampolim do qual deslancha o planejamento.
B. POR QUE DEVEMOS PLANEJAR?
a.
C. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. O corpo humano é um objeto complexo. É composto de muitas e diferentes
partes que tem algum modo de trabalhar juntas (cf. 1Co 14).
1. No corpo existem partes individuais que são claramente
interdependentes.
2. Também existem muitos subsistemas no corpo que podem ser
identificados separadamente, tais como: sistema auditivo, sistema
ocular, sistema nervoso, sistema circulatório, etc.
b. De forma análoga, a igreja local também é um sistema! Ela opera; ela faz
coisas; ela funciona; ela produz.
c. Esta ideia pode ser compreendida quando visualizamos uma máquina.

D. PROCESSOS INTERNOS
a. Enquanto a Igreja é o sistema, os processos internos são os programas da igreja
que fazem alguma coisa àqueles que entram na máquina.
b. Esses programas são subsistemas que são planejados para interagir com a
matéria prima a fim de produzir o desejado resultado.
c. Para a boa execução desses programas é importante entender o Ciclo de
Planejamento.
1. Este é um método organizado e sistemático de liderança de igreja.
2. É consistente com a natureza humana, com Deus e com a própria

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natureza da igreja local.


3. Caminha de maneira ordeira de um assunto para outro, e num
relacionamento de causa-e-efeito produz uma igreja eficiente, que
funciona bem e glorifica a Deus.

Missão

Provas Necessidade

Planos

d. Quando o ciclo de planejamento foi usado, muitos perigos serão evitados.


1. Conflitos que surgem de mal-entendidos quanto ao que temos para
fazer e porque tem de ser feito.
2. Duplicação e desperdício de esforços de pessoas bem-intencionadas
mas mal informadas.
3. Descontrole quanto ao progresso na direção dos alvos.
4. Desinteresse oriundo da falta de planejamento.
e. A aplicação do ciclo de planejamento pode ser feito em cada nível do programa
da igreja local. Deve-se lembrar que nesta situação o pastor deve estar ciente
do planejamento, e este deve estar imerso no planejamento da igreja.
f. Quando se emprega o ciclo de planejamento como norma para adoção de planos
e para a colocação de atividades no calendário anual, a igreja pode avançar com
um sendo claro de propósito, consciência de oportunidades e obrigações, alvos
claramente apresentados e entendidos, procedimentos e responsabilidades
cuidadosamente planejados, e meios para se descobrir realizações.
E. USANDO NOSSOS ALVOS E OBJETIVOS
a. Introdução
1. Em “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, Alice dizia ao
gato: “Por favor, você poderia me informar que caminho eu devo
seguir?” “Isso depende muito de onde você quer chegar”, respondeu o
gato. “Eu não me importo muito com isso”, dizia Alice. “Então não tem
importância o caminho que você vai tomar”, respondeu o gato.
2. Observando essa ilustração, vemos que muitas igrejas funcionam com
a mentalidade de Alice, indo para algum lugar, esforçando-se e
preocupando-se em ir, mas não tendo ideia clara para onde querem ir.
b. Definições
1. Alvo – é um estado para o qual a pessoa se dirige; é qualitativo na
natureza. A formulação de um conjunto de alvos deve ser seguida da
formulação de um conjunto de objetivos.
2. Objetivo – são passos dados para se chegar a um alvo. São quantitativos
na natureza, e a sua eficácia pode ser medida. Pode-se determinar se

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um objetivo foi alcançado ou não.

Declaração Alvos e
da Missão Objetivos

Programas
e esforços

i. Objetivos Primários – são as declarações de sua igreja quanto


a maneira pela qual ela deve buscar seus propósitos
organísmicos e comunitários.
ii. Objetivos Secundários – são as declarações dos tipos de
funções e recursos de apoio que deve ter a fim de cumprir seus
objetivos primários, a saber, recursos físicos, recursos
financeiros, organização e pessoal, e responsabilidade pública!

Objetivos Objetivos
Primários Secundários
•Como •Como
entendemos realizamos
nossa missão nossa missão

c. Entendendo a funcionalidade dos “alvos e objetivos”


1. O principal uso destes é que funcionem como marcos, orientando na
seleção e implementação de todos os subsistemas ou programas da
Igreja
i. Igrejas fazem o uso dos alvos e objetivos como marcos, como
indicadores e como lembretes de sua missão.
ii. Os alvos e objetivos das organizações vão determinar suas
formas.
2. Cada Igreja tem uma orientação para seu funcionamento geral. Lloyd
Perry define três tipos de orientação organizacional:
i. Orientação de Tarefa – Trata principalmente do funcionamento
e da atividade do momento. Expressa um nível de maturidade
baixa;
ii. Orientação de Controle – Relaciona-se com o governo, a
autoridade e as decisões, ficando os liderados dependentes
destes líderes e o crescimento da Igreja condicionado ao

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mesmo. Expressa um nível de maturidade mediana;


iii. Orientação de Alvo – Significa que tudo o que for feito tem de
contribuir par o alvo determinado. Expressa um nível de
maturidade avançada.
3. Estes servem para ajudar no processo de avaliação.
i. Se nossos alvos e objetivos são declarados em termos
avaliáveis podem ser muito úteis para nós.
ii. A avaliação pode ser feita, pelo menos, em duas perfis:
→ Quantidade;
→ Intervalos;
F. CONCLUSÃO
a. O planejamento cria a estratégia para alcançar nossos objetivos.
1. Alvos e objetivos claros auxiliam o líder implementar métodos e
procedimentos claros.
2. Objetivos claros tornam mais fácil medir o cumprimento do propósito
da organização. Ele nos mantém "na mira" para que não nos deviemos
do propósito.
3. Alvos objetivos claros capacitam a cada indivíduo a usar o seu tempo
de modo eficiente e produtivo. Onde os objetivos não são claros, perde-
se muito tempo na realização de tarefas que não se ateiem ao propósito
da organização.
4. Objetivos claros auxiliam a medir o desempenho dos trabalhadores.
Infelizmente, muitas vezes as pessoas não se esforçam para alcançar
qualidade em seu envolvimento com suas igrejas e ministérios do
mesmo modo como o fazem em seus negócios e empregos.
b. 1Coríntios 9.24-26 mostra claramente que Paulo tinha um plano e sabia onde
se encontrava a linha de chegada. Sabia por que estava correndo. Neemias é
outro exemplo de planejador.
c. O planejamento nos leva a viver e agir com ordem da maneira ensinada em 1Co
14.10. Jesus defendeu e claramente ensinou que devemos olhar para a frente,
planejar bem e ter objetivos claros (Lc 14.28-32).
d. Deus promete nos proporcionar direção e sabedoria para um bom planejamento
(Sl 32.8;37.23). Ele estabeleceu um plano para você e para mim que se
encaixam no seu plano-mestre. Você pode ver o quão importante é o planejar
para nossas vidas pessoais, bem como para as nossas organizações, pois
lidamos com um Deus que planeja muito bem. Não O desapontemos!
III. A IGREJA E SEU ORÇAMENTO
A. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. Talvez a áreas mais simples, mais importante e mais facilmente reconhecida
em que a administração é uma questão crítica seja a área da administração do
dinheiro.
b. A Bíblia tem muito a diz sobre o assunto, e nosso papel de mordomos
responsáveis exige que nos confrontemos com os seus ensinamentos.
1. O desejo de ter e o desejo de sentir-se financeiramente seguro são
sentimentos comuns, mas frequentemente competem com os nossos
sentimentos de confiança em Deus
2. Como mordomos, devemos administrar bem os recursos concedidos

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pelo Senhor, sabendo que um dia prestaremos contas a Ele (cf. Lc


19.11-27).
B. COMO ENSINAR A IGREJA A FAZER UM BOM ORÇAMENTO?
a. Ensine sobre contribuição
1. Quando os membros da igreja são devidamente ensinados a contribuir
estão sendo ensinados a honrar a Deus e a colocar Deus em primeiro
lugar nas suas vidas.
2. O ensino da mordomia financeira é tão importante quanto o ensino
de outras coisas e não deve ser negligenciado.
i. Uma das maneiras para ensinar que a contribuição é uma
prática importante ensinada na Bíblia é incluir um versículo
que trata da contribuição no boletim da Igreja todos os
domingos, caso tenha.
b. Ensine sobre santificação progressiva
C. IDEIAS PARA AJUDAR A AUMENTAR A CONTRIBUIÇÃO
a. Informe, semanalmente ou quinzenalmente, as necessidades urgentes que
foram planejadas.
1. Pode ser impresso:
i. No boletim da Igreja;
ii. Colocado no quadro de avisos;
iii. Entregue uma cópia a cada membro
b. Tenha bastante clareza no relatório financeiro, expondo como tem sido o fluxo
de entradas e saídas e qual a previsão para os meses futuros.
c. Contribuições recolhidas com fins específicos ou em datas especiais.
D. O ORÇAMENTO DA IGREJA
a. A igreja moderna necessita de um orçamento.
b. O orçamento é um plano de gasto. Não é uma conta que tem de ser paga.
c. Um orçamento para ser eficiente tem de ter o apoio da Igreja, não sendo
fragmentado a cada departamento, mas sendo unificado, sendo isto uma boa
vantagem para uma boa administração.
d. Quando a Igreja prepara o seu orçamento, ela mostra a si mesma quais as suas
prioridades e o que ela está fazendo para evangelizar a sua cidade, seu estado,
seu país e o mundo.
e. Para preparar um orçamento:
1. Nomear com antecedência uma comissão que represente todas as
organizações da Igreja.
2. A comissão deve analisar as contribuições atuais, fazendo uma
comparação com o potencial financeiro da Igreja.
3. Incluir cada organização da Igreja no orçamento.
4. Ampliar a visão evangelístico-missionária.
5. A comissão deve apresentar o orçamento a Igreja, para a sua votação.
f. Deve ser ressaltado que em um orçamento, o valor da saída deve ser igual ao
valor da entrada, para que não haja desequilíbrio nas finanças.
Obs.: Ver trecho do livro “Manual da Igreja e do Obreiro”, de Ebenézer Soares Ferreira, JUERP,
1993, p.151-158

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FINANÇAS, PLANEJAMENTO E CONTROLE


Pr. Silas Arbolato da Cunha

Texto básico: Provérbios 16.16


Texto devocional: Salmo 49.1-20

Versículo-chave: Provérbios 21.15


“Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza”

Alvo da lição:
Conduzir o aluno à prática de princípios bíblicos definidos: planejando bem os seus gastos e evitando
dívidas.

Introdução
Quem nunca teve problemas financeiros? Quem nunca passou “aperto” por falta de dinheiro?
Quem nunca se preocupou em ganhar dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? Se você
puder responder: “Eu”, parabéns? Esses são problemas antigos, pois o ser humano insiste, muitas vezes,
em dirigir a sua vida baseando-se em falsos valores e não nos valores de Deus. Há muito tempo a área
financeira tem provocado inúmeros problemas:
1. Distanciamento no relacionamento conjugal;
2. Insegurança familiar;
3. Irritação, tensão, saúde afetada;
4. Mau testemunho diante da sociedade, etc.
Isto se agrava mais em nossos dias, marcados pelo consumismo, pelo materialismo, pelo viver
na moda, pela procura de status, ou seja: uma vida apoiada sobre falsos valores. Que os princípios que
vamos estudar hoje nos orientem na manutenção ou recuperação de uma vida financeira equilibrada!

I. O princípio da honra a Deus (Pv 3.9-10)


Certamente, o equilíbrio e a bênção na vida financeira começam pelo reconhecimento de quem
Deus é. Honramos alguém quando tratamos essa pessoa conforme as expectativas dela, fazendo o que
ela deseja, como ela quer. A forma como empregamos nosso dinheiro também demonstra a realidade de
nosso amor por Deus. Devemos honrar a Deus com aquilo que produzimos, com integridade – “Dai a
César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17) e com alegria e gratidão.

II. O princípio da dedicação no trabalho


Há um ditado popular que diz: “O trabalho enobrece o homem”. Certamente, isto exclui
atividades ilícitas como tráfico de drogas, prostituição, etc. (Pv 12.12). A maneira bíblica de termos o
nosso sustento é trabalhando dignamente (2Ts 3.10-12).
Há duas atitudes em relação ao trabalho (Pv 6.6-11; 12.27).
1. Diligência (Pv 6.6-8)
Este texto nos faa ainda de inteligência, integridade e iniciativa. Estas são as atitudes
que Deus valoriza e quer ver reproduzidas em nosso caráter.
As vantagens:
a. Crescimento na carreira profissional, com promoções a cargos melhores (Pv
12.24).
b. Uma pessoa aplicada no seu trabalho, que não vive de sonhos e desejos
distantes, alcança satisfação dos seus anseios (Pv 13.4).

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2. Preguiça (Pv 6.9-11; 26.13-16; 28.19)


Encontramos algumas pessoas com tanta indisposição que nos fazem lembrar daquele
personagem de desenho animado resmungando: “Ó dia, ó vida, ó azar…”. Vivem dando
desculpas absurdas (um leão no caminho), não se esforçam (o máximo que fazem é virar-se na
cama), e não têm iniciativa (esperam que coloquem comida na sua boca).
As consequências:
a. Para si próprio: passa fome (19.15), sofre a vontade de ter sem nunca
conseguir (Pv 13.4; 21.25), perde o que tem (Pv. 10.4; 20.13), está sujeito a
trabalhos menos recompensados e que exigem maior esforço físico (Pv 12.24).
b. Para os outros: quem trabalha com o preguiçoso não o suporta, nem mesmo
a sua família (Pv 10.5,26).

III. O princípio da integridade e da honestidade (Pv 6.6-8)


Dizem que o autor de Sherlock Holmes, certa ocasião, escreveu um bilhete para oito de seus
amigos, e era só uma brincadeira. O bilhete dizia: “Tudo foi descoberto. Fuja rapidamente”. Em menos
de vinte e quatro horas, seis deles haviam fugido do país. Se você recebesse um bilhete como esse no
seu trabalho, o que faria?
É possível encontrarmos pessoas dispostas a sacrificar coisas importantes como consciência
limpa e o bom nome, colocando-se numa condição suspeita e de risco. Isto acontece porque possuem
uma perspectiva errada dos valores de Deus (Pv 11.1; 16.11). Alguns fazem uma paráfrase e dizem: “Fé,
fé, negócios à parte”. Esta dualidade não é admissível na vida cristã.
Alguém pode contra-argumentar: “Você não conhece a realidade do nosso país… Não sabe
quanto é cobrado de imposto… Nem como administrar um trabalhador… Não dá para agir como a Bíblia
diz”. Creia que o Deus a quem servimos é verdadeiro, poderoso, e que vale a pena viver dentro da Sua
vontade (leia Pv 11.18).

IV. O princípio da adaptação (Pv 21.17; 23.20-21)


É possível que você esteja entre aqueles que nos últimos dois anos continuam ganhando quase
a mesma coisa, e se tudo subiu de preço você não pode ter o mesmo padrão de vida. É preciso adaptar-
se aos novos tempos rapidamente. Disponha-se a “apertar o cinto”.
1. Confie na provisão de Deus para aquilo que é básico (Pv 10.3; Mt 6.25).
2. Contente-se com o que Deus lhe dá (Pv 30.7-9; Fp 4.11-12; 1Tm 6.7-8).
Caso você não observe isso, correrá o risco de transgredir o próximo princípio.

V. O princípio do não às dívidas (Pv 22.7)


O mercado produz e tenta convencê- lo: “Você tem de comprar. Faça em 12 vezes sem juros.
Alguns recebem uma carta dizendo que são clientes preferenciais. E, pior, acreditam mesmo serem
preferenciais. É ordem do Senhor não devermos cousa alguma a ninguém, exceto o amor (Rm 13.8). As
dívidas desgastam nossas emoções, nosso tempo, nossa família, nossa vida espiritual (cf. 2Rs 4.1-7).
Por isso:
1. Evite financiamentos e empréstimos, especialmente para bens de consumo (Pv 18.9)
Hoje, se você financia um bem em 12 vezes, você paga em média 70% a mais do que
ele vale. Em outras palavras, está jogando dinheiro fora. Os financiamentos para compra de
imóvel e de bens duráveis devem ser analisados criteriosamente e submetidos a Deus, em
oração.

2. Evite cartões de crédito


O pastor batista, Vernie Russel Jr., de Norfolk (EUA), disse que o cristão não pode

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servir ao Master (Senhor) e ao Mastercard ao mesmo tempo. Cuidado com os seus cartões de
crédito (ou de dívida?). Se você não consegue conviver bem com eles, é melhor não tê-los.

VI. O princípio do planejamento (Pv 21.15; Lc 14.28-30)


Se você não planejar o uso do seu dinheiro e gastar conforme seus impulsos, terá problemas. Se
estiver endividado, sair dessa situação começa com um bom planejamento. Em seguida, coloque-se
diante do Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore por isso. Se necessário, procure
ajuda do seu pastor ou de sua liderança na execução do seu planejamento.

VII. O princípio do que é necessário


Antes de comprar, faça algumas perguntas a si mesmo.
1. Eu realmente necessito do que estão me oferecendo?
2. O uso justifica a compra?
3. Tenho condições de pagar?
4. Como esse bem me ajuda a cumprir os propósitos de Deus para a minha vida?
5. Se eu não comprar, o propósito Dele estará prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas
que lhe são oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.

Provérbios para hoje: “consumir de propósito ou consumir com propósito?”

VIII. O princípio da poupança e do investimento


1. Visando tempos difíceis (Pv 30.25)
2. Para ter o que dar não somente aos seus filhos, mas também aos seus Netos (Pv 13.22; 19.14).
Todavia, não guarde mais do que deve.
3. Deus nos administrará a Sua graça com generosidade, à medida que formos generosos (Pv
19.17; 22.9; 28.27; Lc 6.38).

Isso não significa distribuir dinheiro indiscriminadamente, para qualquer um que pede, mas
“Informa-se o justo da causa dos pobres” (Pv 29.7).

Conclusão
David Livingstone afirmou: “Não darei valor a qualquer coisa que possua, a não ser à luz do
relacionamento com o reino de Deus. Utilizarei tudo o que possuir para promover a glória daquele a
quem devo toda a minha esperança no tempo e na eternidade.”
Provérbios para hoje: Que o Espírito Santo nos oriente pelo labirinto confuso e caótico do nosso
mundo, usando a bússola do livro de Provérbios!

Aplicações práticas
1. Faça uma avaliação da sua situação financeira hoje.
2. Verifique como você está ganhando e gastando os seus recursos.
3. Elabore um orçamento, mesmo que seja bem simples.

Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “Um Guia para Viver Bem”. Usado com permissão.
Fonte: CUNHA, Silas Arbolato da. Finanças, planejamento e controle. Editora Ultimato. Disponível em
http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/financas-planejamento-e-controle/. Acessado em 02 de
novembro de 2015.

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