Você está na página 1de 134

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/239938091

Medicamentos a partir de plantas medicinais no Brasil

Book · January 1998

CITATIONS READS
59 24,692

7 authors, including:

Lauro Barata Sergio Salles-Filho


University of Campinas University of Campinas
101 PUBLICATIONS 1,933 CITATIONS 92 PUBLICATIONS 1,005 CITATIONS

SEE PROFILE SEE PROFILE

Sergio Queiroz
University of Campinas
35 PUBLICATIONS 661 CITATIONS

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Rosana Icassatti Corazza on 09 March 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


MEDICAMENTOS A PARTIR
DE
PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL

Equipe Principal:
Sérgio H. Ferreira (Supervisor)
Lauro E. S. Barata (Coordenador)
Sérgio L. M. Salles Fº
Sérgio R. R. de Queiroz

Auxiliares:

Rosana Corazza (auxiliar de pesquisa)

Reus Coutinho Farias (consultor)

Projeto financiado pela Academia Brasileira de Ciências e

Ministério da Ciência e Tecnolgia-MCT (1997)

Livro Publicado pela Academia Brasileira de Ciências

1998

OBS: A edição deste livro está esgotada. Uma nova edição está sendo preparada. Cópias cuja
comercialização é proibida, podem ser feitas á partir deste arquivo. É vedado o uso do todo ou de
parte desta obra, sem a expressa licença do seu Coordenador (lbarata@iqm.unicamp.br). Pede-se
citar a fonte.

2
MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E DE FITOTERÁPICOS 4

2.1 As mudanças recentes na indústria farmacêutica mundial 4

2.2 A indústria de fitoterápicos: quadro internacional 6

2.3 A produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais 12

3. A PESQUISA DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS 22

3.1 O processo de desenvolvimento de novos medicamentos 22

3.2 A pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil 28

3.3 Avaliação dos estudos experimentais com plantas medicinais 32

4. A AÇÃO GOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO


DE FITOFÁRMACOS 51

5. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER A PRODUÇÃO DE


MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS 65

5.1 Quem são os atores e como eles interagem 65

5.2 Vantagens e obstáculos para o desenvolvimento da área de produtos


naturais 67

5.3 Proposta para uma estratégia para desenvolver a produção de


medicamentos a partir de plantas medicinais 70
MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL

1. INTRODUÇÃO
A nossa proposta inicial era de realizar uma análise ampla dos problemas associados ao
desenvolvimento de medicamentos no Brasil com o intuito de promover o incentivo desta área.
Esta proposta se impunha pelo fato do Brasil, apesar da enorme diferença de poder aquisitivo de
suas camadas sociais, encontrar-se, já há alguns anos, entre os dez maiores consumidores de
medicamentos do mundo.

Neste estudo, todavia, restringimos nosso enfoque para o desenvolvimento de medicamentos a


partir de plantas medicinais. Em parte, porque em análise anteriormente realizada sobre a
competitividade da indústria de fármacos brasileira (Coutinho e Ferraz, 1994), ficou demonstrado
que o Brasil teria enormes dificuldades de atuar na área de medicamentos sintéticos. Além disso, a
recente implantação da lei de patentes enfraqueceu substancialmente as perspectivas da indústria
química brasileira.

Grande parte dos medicamentos que estão no mercado originam-se de produtos naturais, em
especial, de plantas. Entre as vinte drogas mais vendidas nos EUA em 1988, apenas sete não
derivavam diretamente de produtos naturais. Ainda assim, estes participaram em algum momento
da história farmacológica dessas drogas. Naturalmente, o Brasil, com a sua enorme biodiversidade,
pode contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos produzidos a partir de plantas. O
grande problema consiste em saber que parcela desse esforço de desenvolvimento caberá aos
cientistas e às empresas brasileiras.

A nação já fez um considerável investimento na formação de investigadores e montagem de


laboratórios. Houve um estímulo continuado no estudo de propriedades farmacológicas, na sua
maioria, tentando comprovar a validade do uso popular de plantas medicinais. A idéia que presidia
estes estudos era de utilizar os produtos naturais como substituição barata à terapia convencional.
Embora várias plantas estejam sendo utilizadas com fins terapêuticos (e mesmo comercializadas) a
grande maioria não possui dados científicos que comprovem a sua eficácia e seu espectro
toxicológico no homem, assim como garantia de qualidade do produto ou de sua produção. Apesar
de três ou quatro décadas de estudos, pode-se dizer que até esta data não houve um processo
coordenado de todos os atores do processo (indústria, farmacólogos, fitoquímicos, químicos de
síntese, toxicólogos, investigadores clínicos, etc) visando o desenvolvimento de drogas a partir de
plantas. Permanece a questão: até quando um país com a rica biodiversidade como a do Brasil
continuará deixando de explorar este potencial para descoberta de novos medicamentos?
2
Estas considerações fizeram com que enfocássemos neste trabalho os aspectos da P&D, produção e
ações governamentais relacionadas ao desenvolvimento de medicamentos a partir de plantas
medicinais. Espera-se que este estudo possa fornecer a pesquisadores, empresas e policy-makers,
entre outros, dados para tomar decisões de investimento em termos de prazos, recursos, projetos e
esforços nessa área.

Neste relatório foi levantado um conjunto amplo de dados quantitativos através de pesquisa
bibliográfica e consulta a bases de dados informatizadas. Essas informações foram organizadas em
um banco de dados bibliográficos, com acesso por assunto ou por autor, cuja estrutura é apresentada
no Anexo 1.

Também fez parte da metodologia utilizada no trabalho a aplicação de questionários (vide Anexo 2)
dirigidos a empresas, cientistas e órgãos do governo. O objetivo básico destes questionários era
obter dados qualitativos a respeito do quadro nacional na produção, na pesquisa e no apoio do
governo a atividades na área de plantas medicinais. Esse mesmo objetivo foi também buscado
através de entrevistas com empresários, cientistas e agentes governamentais, visando reforçar
alguns pontos deste relatório que poderiam vir a ser polemizados.

Uma grande dificuldade que pode ser percebida durante a pesquisa foi a falta de dados estatísticos
da área de negócios, bem como problemas para extrair informações de fontes oficiais. As empresas,
além de não disporem dos dados, têm uma grande dificuldade de produzi-los quando instadas a
fazê-lo.

Com relação à estrutura do trabalho, no capítulo 2 discute-se a indústria de fitoterápicos dentro de


seu contexto, a indústria farmacêutica. Primeiramente, são apresentadas algumas das principais
transformações mundiais por que vem passando esta última. Em seguida, analisa-se o quadro
internacional da indústria de fitoterápicos. Por fim, a análise se volta para o caso brasileiro.

O capítulo 3, também dividido em três seções, analisa a pesquisa de medicamentos a partir de


plantas. Na primeira seção, destaca-se o processo de desenvolvimento de novos medicamentos, de
modo geral. A segunda trata da pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil. Finalmente, é
feita uma avaliação de estudos experimentais com plantas medicinais produzidos nas universidades
brasileiras.

O capítulo 4 discute as principais ações governamentais para o desenvolvimento de fitofármacos.

O capítulo final pretende esboçar uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a
partir de plantas medicinais no Brasil.

3
Definições utilizadas neste trabalho:

Plantas medicinais
São plantas que têm atividade biológica, possuindo um ou mais princípios ativos, úteis à saúde
humana. Muitas delas são hoje usadas em cosméticos e neste caso se denominam cosmecêuticos (do
inglês, cosmetics + pharmaceuticals).

Fitoterápicos ou Fitomedicamentos
A expressão fitoterapia é atribuída a medicamentos originados exclusivamente de material botânico
integral ou seus extratos usados com o propósito de tratamento médico1.

Fitoterápicos são classificados como medicamentos e como suplemento alimentar. Podem ser:

1) Plantas Medicinais - no Brasil são consideradas como produtos não-éticos e tratados em muitos
casos como suplemento alimentar. Podem ser adquiridas em Farmácias de Manipulação,
Supermercados ou Feiras Livres; são regulamentadas pelo DINAL (Ministério da Saúde); o
controle de qualidade é precário ou não existente; não há necessidade de registro no MS ou
qualquer outro órgão controlador para o comércio e venda de plantas medicinais, a granel ou
embalados como chás em saquinhos. Esta situação deve mudar em janeiro de 2000 com a
entrada em vigor da Portaria nº 6, de 31 de janeiro de 1995, da Secretaria de Vigilância Sanitária
do MS.

2) Extratos de Plantas - são muitas vezes produzidos por empresas não cadastradas. Produtos
técnicos produzidos por empresas respeitadas (ex. Sanofi, Sanrisil) são adquiridas por outras
empresas que frequentemente adulteram o produto final ao consumidor.

Fitofármaco
É a substância medicamentosa isolada de extratos de plantas, como a rutina e a pilocarpina, alguns
dos raros fitofármacos produzidos no Brasil.

1
Diferentes outras expressões aparecem em jornais e revistas estrangeiros para designar os medicamentos originados de
plantas medicinais: herbal drugs, medicinals & botanicals, etc.

4
2. INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E DE FITOTERÁPICOS

2.1 As mudanças recentes na indústria farmacêutica mundial


A indústria farmacêutica caracteriza-se pela alta tecnologia e rápido crescimento. Nos anos recentes
ela tem sofrido intensa pressão por parte dos governos dos países industrializados, preocupados com
os custos de seus sistemas de saúde. Em particular, os EUA, cujos gastos com atendimento à saúde
chegaram a 14% do PNB em 1994 - 40% a mais que Canadá, Japão ou UE -, vêm forçando uma
redução dos preços dos medicamentos. Estes não são, certamente, os únicos responsáveis pelos
elevados gastos em saúde, mas podem dar sua contribuição para reduzir os custos na área.

Desse modo, as margens de lucro da indústria farmacêutica - usualmente bastante elevadas - vêm
sendo comprimidas. A isto soma-se ainda o aumento dos custos de inovação. O custo médio da
P&D de um novo medicamento passou de US$ 1,5-2,0 milhões no período 1956-62 para US$ 20-22
milhões entre 1966 e 1972 (dólar de 1973), segundo Rigoni (1985). Em 1985 o autor estimava esse
custo em torno de US$ 100 milhões, valor que no início da década de 90 teria mais do que
dobrado2. As despesas em P&D como percentagem do faturamento passaram de algo como 10%
nos anos 60 e 70 para um valor acima de 15% nos anos 80. Como se pode ver no Quadro 2.1, a
média do gasto em P&D nos principais países atingia quase 16% em 1991, com números
significativamente maiores em alguns casos (Reino Unido, Suíça e Suécia).

Quadro 2.1 - Gasto em P&D farmacêutica no mundo em 1991


País Gasto em P&D % das vendas (1)
(US$ milhões)
EUA 9.056 18,39
Japão 4.665 12,11
Alemanha 3.126 16,13
Reino Unido 2.845 28,17
França 2.529 14,82
Suíça 1.644 28,77
Itália 1.545 10,36
Suécia 617 23,23
Países baixos 285 8,60
Bélgica 272 8,32
Dinamarca 262 15,52
Espanha 167 2,80
Total 27.013 15,72
(1) vendas domésticas mais exportação
Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.

2
Segundo outras fontes, o valor poderia chegar a US$ 300 milhões por medicamento.

5
O Quadro 2.2 mostra o gasto em P&D por empresa, confirmando os dados apresentados acima.

Quadro 2.2 - As 11 maiores companhias farmacêuticas em gasto em P&D, em 1991-92(1)


Companhia País Vendas Farmacêuticas Gasto em P&D P&D como
(US$ milhões) (US$ milhões) % de vendas
Merck (2) EUA 7225,1 1100,0 15,2
Glaxo Reino Unido 7247,0 1052,7 14,5
Roche Suíça 4119,9 953,3 23,1
Bristol-Myers Squibb EUA 5908,0 845,0 14,3
Hoechst (3) Alemanha 6263,9 785,8 12,5
Bay er (4) Alemanha 5306,4 688,8 13,0
Ciba-Geigy (5) Suíça 4052,3 677,8 16,7
Sandoz Suíça 4440,7 675,0 15,2
Smithkline Beecham EUA /Reino Unido 4370,1 654,6 15,0
Johnson & Johnson EUA 3795,0 569,0 15,0
Boehringer Ingelheim Alemanha 2534,5 462,8 18,3
(1) Números para ano terminado em dez/91, exceto Glaxo (jun/92) e Johnson&Johnson (jan/92)
(2) estimativa
(3) inclui cosméticos
(4) inclui diagnósticos
(5) somente produtos éticos
Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.

O efeito combinado dos gastos crescentes com P&D e aperto nas margens de lucro vêm
estimulando uma onda de fusões e incorporações na indústria farmacêutica, iniciada na década de
80 e que prossegue até hoje. O Quadro 2.3 mostra as 15 maiores empresas do setor em 1991.
Aparecem nesta lista a terceira (Bristol-Myers Squibb), sétima (SmithKline Beecham) e décima-
segunda (Rhône-Poulenc Rorer) como resultado de fusões. Desde então a Glaxo comprou a
Welcome, a Ciba-Geigy (quinta da lista) fundiu-se com a Sandoz (sexta) e a Roche comprou a
Sintex, para ficar nos maiores negócios apenas.

(1)
Quadro 2.3 - As 15 maiores companhias farmacêuticas em vendas no mundo, 1991-92
Companhia Vendas Farmacêuticas (US$ milhões) % do total de vendas
1 Glaxo (UK) 7.247 100,0
2 Merck (US) 7.225 84,0
3 Bristol-Myers Squibb (US) 5.908 52,9
4 Hoechst (Ger) 5.429 19,1
5 Ciba-Geigy (Sw) 4.612 31,4
6 Sandoz (Sw) 4.441 47,4
7 SmithKline Beecham (UK/US) 4.370 52,7
8 Bayer (Ger) 4.309 16,9
9 Roche (Sw) 4.120 51,6
10 Eli Lilly (US) 4.031 70,4
11 American Home (US) 4.018 56,8
12 Rhône-Poulenc Rorer (Fra/US) 3.824 100,0
13 Johnson & Johnson (US) 3.795 30,5
14 Pfizer (US) 3.771 54,3
15 Abbott (US) 3.512 51,1
(1) Números para ano terminado em dez/91, exceto Glaxo (jun/92) e Johnson&Johnson (jan/92)
Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.
6
Pode-se afirmar, portanto, que a indústria farmacêutica internacional passa por transformações
importantes. As fusões e incorporações estão criando empresas gigantescas, com enorme
capacidade de investimento em P&D, tornando ainda mais difícil a participação nesse mercado de
países como o Brasil. Conforme apontado em Queiroz (1993), a competitividade da indústria
químico-farmacêutica brasileira é praticamente nula no caso dos produtos patenteados. O aumento
de escala da P&D deixa ainda mais remota a possibilidade de reverter esse quadro em um horizonte
de tempo previsível.

Além disto, as empresas buscam também novas oportunidades de diversificação e, como veremos
adiante, o segmento de fitoterápicos tem se mostrado atraente.

2.2 A indústria de fitoterápicos: quadro internacional

Mercado mundial de fitoterápicos: dimensões


As estimativas de mercado para produtos farmacêuticos derivados de plantas variam
consideravelmente em função das distintas definições adotadas em cada análise. Tomando-se, por
exemplo, o trabalho de Jörg Grünwald (1995), baseado em dados do IMS e do Herbal Medical
Database, o mercado mundial de fitoterápicos (herbal remedies) está avaliado em US$ 12,4 bilhões,
divididos segundo o Quadro 2.4. Isto representaria aproximadamente 5% do mercado mundial de
produtos farmacêuticos.

Quadro 2.4 - Mercado mundial de fitoterápicos


Região US$ milhões
União européia 6.000
Resto da Europa 500
Ásia 2.300
Japão 2.100
EUA 1.500
Total 12.400
Fonte: IMS 1994 e The Herbal Medical Database 1993,
apud Jörg Grünwald (1995)

Segundo outras estimativas, este mercado poderia ser bem maior. O Departamento de Comércio
americano apresenta, apenas para os EUA, os seguintes dados de vendas de medicinals/botanicals:

7
Quadro 2.5 - Mercado americano de produtos farmacêuticos e de fitoterápicos
Item 1987 1988 1989 1990 1991 1992(2) 1993(3)
Vendas (1) 35.283 39.532 43.796 47.832 51.880 55.607 58.428
Medicinals & botanicals 4.224 4.948 5.393 5.789 6.647 6.898 7.116
(1) Valor de produtos classificados na indústria farmacêutica produzidos por todas as indústrias.
(2) Estimativa, exceto exportações e importações.
(3) Estimativa
Fonte: Bureau of the Census - U.S. Department of Commerce

Estes dados indicam valores quase cinco vezes maiores para o mercado dos EUA em relação aos
dados do Quadro 2.4. Pode estar havendo diferenças nas definições empregadas pelo Departamento
de Comércio dos EUA (medicinals/botanicals) e por Jörg Grünwald (herbal remedies). Mas a
discrepância entre os dados também pode decorrer do fato de que este último autor utiliza dados de
venda no varejo (Retail Sales Price - RSP), que deixam de incluir vendas efetivadas através de
outros canais ou vendas dirigidas a outros segmentos da indústria , inclusive exportações. De todo
modo, não se pode ignorar as dificuldades na delimitação do mercado de fitoterápicos.

As diferenças entre países são também pronunciadas. A Alemanha é, de longe, o maior mercado
mundial de herbal drugs, com vendas de US$ 3 bilhões, isto é, metade do mercado da UE
apresentado no Quadro 2.4, e um consumo anual por habitante de US$ 39. A França, com US$ 1,6
bilhões e 26,5% do mercado da UE, vem em segundo.

Em termos do peso desse segmento no conjunto da indústria farmacêutica as variações também são
grandes. Na Alemanha, os fitoterápicos representavam aproximadamente 25% do mercado
farmacêutico total em 1990. Naquele país, 27% dos medicamentos que não exigiam receita médica
(OTC) em 1993 eram produtos de plantas, cabendo aí a divisão entre os que eram receitados e
reembolsados pelo sistema de seguridade de saúde (12%) e desse modo modo poderiam ser
classificados como “semi-éticos”, e os que eram OTC “puros” (15%).

Crescimento do mercado de fitoterápicos


In 1993, as vendas de medicinals/botanicals nos EUA aumentaram mais de 7%, atingindo US$ 7
bilhões (aumento de 1,8% em dólares constantes). Como aponta o Departamento de Comércio dos
EUA (1994), “o mercado americano de herbal products é relativamente novo, tendo iniciado seu
crescimento nos anos 60. Desde essa época, a indústria deixou uma posição marginal para se
integrar ao mainstream do mercado biomédico. Com o crescente interesse do consumidor em
produtos naturais, as companhias estão ampliando a adição de ingredientes botânicos em seus
produtos...à medida que a indústria (farmacêutica) continua a procurar meios de conter preços, a
participação de mercado dos medicamentos de plantas deverá crescer”.
8
Esta é também a posição de Jörg Grünwald acerca do potencial dos fitoterápicos. Na Europa o
mercado destes produtos está crescendo a uma taxa mais elevada do que a do mercado farmacêutico
como um todo, como mostra o Quadro 2.6.

Quadro 2.6 - Crescimento do mercado de fitoterápicos em países


selecionados em 1993
País %
Espanha 35
Alemanha 15
Itália 11
Reino Unido 10
Fonte: Nicolas Hall Company (1994)

O Quadro 2.7 mostra que esse crescimento, além de expressivo, é bastante generalizado:

Quadro 2.7 - Taxas de crescimento anual por região (%)


Região Crescimento Crescimento Projeção
1985-1991 1991-1992 1993-1998
EUA 10 12 12
União Européia 10 5 8
Resto da Europa 12 8 12
Japão 18 15 15
Sudeste da Ásia 15 12 12
India e Paquistão 12 15 15
Fonte: The Herbal Medical Database 1993, apud Jörg Grünwald (1995)

Um fator importante para explicar esse dinamismo é o aparecimento da “onda verde”. Desde o final
dos anos 60, com o movimento hippie, grupos diferenciados da sociedade começaram a buscar
modos de vida mais em harmonia com a natureza e processos e produtos mais naturais. Nos anos
80, o mercado de consumo na Europa e EUA absorve esta tendência que leva a sociedade a exigir
alimentos sem contaminação de pesticidas e outras substâncias tóxicas. Este movimento da
sociedade conhecido como “onda verde” (green wave) está ampliando significativamente o
interesse em produtos terapêuticos derivados de plantas como uma alternativa “natural” aos
medicamentos sintéticos com sua costumeira lista de efeitos colaterais. Os consumidores típicos
dessa medicina complementar, a maior parte deles com níveis educacionais e de renda acima da
média (Jörg Grünwald, 1995), crêem que ela pode aumentar a resistência a doenças. Esta “onda”
tem levado empresas de distribuição de plantas medicinais na Europa a buscar em toda parte
“produtos novos” para atender o mercado em expansão, inclusive para aplicação em cosméticos.

9
Características do mercado
A Europa é bastante representativa do mercado global de fitoterápicos, respondendo por
aproximadamente metade das vendas registradas no mundo3. Naquela região, os medicamentos
originados de plantas distribuem-se pelas principais categorias terapêuticas conforme o Gráfico 2.1.

Gráfico 2.1 - Categorias terapêuticas de fitomedicamentos na Europa

Tônicos Outros
14% 12%
Hipnótico/sedativo
9%

Uso tópico Cardiovascular


7% 28%

Respiratório
15% Digestivo
15%

Fonte: Jörg Grünwald (1995)

O mercado é, portanto, razoavelmente bem distribuído entre as classes terapêuticas, analogamente


ao mercado farmacêutico em geral (o que não significa que as distribuições entre ambos sejam as
mesmas). A predominância dos produtos com efeito cardiovascular também é coerente com o
quadro nosológico do mundo desenvolvido, onde as doenças crônico-degenerativas ganham
importância com o progressivo envelhecimento da população.

Um fato muito importante com relação ao mercado de fitoterápicos é a entrada de novos


participantes, notadamente grandes empresas farmacêuticas. Isto está associado ao ponto levantado
acima acerca da aproximação ao mainstream. Na Europa o recurso à medicina complementar está
em franco progresso, sendo que os fitomedicamentos bem documentados cientificamente são cada
vez mais aceitos e apreciados por pacientes e médicos. Na Alemanha, em particular, mais de 80%
dos médicos utilizam regularmente medicamentos a base de plantas. O Tebonin (extrato de Ginkgo
biloba), da Dr. Schwabe’s, principal produtora alemã de fitoterápicos, é o produto farmacêutico
mais vendido naquele país.

3
Vale observar que boa parte do comércio de fitoterápicos nos países periféricos não é formalizado. Considerando
ainda que esses países devem consumir proporcionalmente mais fitoterápicos que os países desenvolvidos, pode-se
concluir que o valor das vendas registradas no mundo está subestimado.
10
Nos EUA, apesar de o próprio Departamento de Comércio ter observado que desde os anos 60 a
indústria de herbal products vem deixando sua posição marginal, a situação ainda difere bastante. A
medicina complementar e a medicina convencional continuam pertencendo a mundos distintos.
Mas, como aponta Jörg Grünwald (1995), essa situação deve mudar rapidamente à medida que as
autoridades de saúde daquele país vão se apercebendo da crescente demanda da população por
alternativas seguras de tratamento médico. As diferenças que ainda permanecem podem ser
ilustradas pela Figura 2.1.

Figura 2.1 - Medicinas convencional e complementar nos EUA e Europa


EUA

Medicina convencional Fito Medicina


medicamentos complementar

Europa

Medicina convencional Fito Medicina


medicamentos complementar

Fonte: Jörg Grünwald (1995)

Como sugere o esquema acima para o caso europeu, “fitomedicamentos podem ser vistos como
fechando a brecha entre a medicina complementar de base tradicional e a medicina convencional
altamente científica” (Jörg Grünwald, 1995). Como mostra a Figura 2.1 esta ligação é melhor
estabelecida no sistema de saúde europeu. Na Alemanha, por exemplo, 80% dos médicos
prescrevem regularmente preparações fitoterápicas. Na Europa a fitoterapia vem crescendo
significativamente, como mostrado no Quadro 2.7, revelando uma aceitação cada vez maior não só
dos pacientes mas também dos médicos. Já nos EUA a situação da medicina convencional e da
fitoterápica é de flagrante separação, sendo esta última compreendida como uma medicina à parte,

11
apenas complementar. Esta situação de confronto tem raízes históricas e na desinformação por parte
dos médicos americanos.

Mudanças na estrutura da indústria de fitoterápicos


A aproximação entre as duas práticas médicas acima mencionada é uma das razões principais para o
movimento que se observa desde a década passada das grandes multinacionais farmacêuticas
adquirindo empresas produtoras de fitoterápicos. O Quadro 2.8 mostra as recentes incorporações
destas últimas por companhias do setor farmacêutico.

Quadro 2.8 - Aquisições recentes de empresas de fitoterápicos por


multinacionais farmacêuticas
Multinacional farmacêutica Empresa produtora de fitoterápicos
American Home Products Dr. Much (Alemanha)
Boehringer Ingelheim Pharmaton (Suíça)
Quest (Canadá)
Boots Kanoldt (Alemanha)
Bausch and Lomb Dr. Mann (Alemanha)
Ciba-Geigy Valverde (Suíça)
Degussa Asta Medica (Alemanha)
Ferrosan Healthcrafts (Reino Unido)
Nature’s Best (Reino Unido)
Fujisawa Klinge Pharma (Alemanha)
Hoechst Iberica S.A. Laboratórios Veterin S. A.
Johnson & Johnson/Merck Woelm Pharma (Alemanha)
Merck & Co. Britcair Ltd. (Reino Unido)
Pfizer Mack (Alemanha)
Rhône-Poulenc Rorer Nattermann (Alemanha)
Sandoz Dietisa S. A. (Espanha)
Sanofi Plantorgan (Alemanha)
Searle Heumann (Alemanha)
SmithKline Beecham Fink (Alemanha)
Solvay Kali Chemie (C)
Fontes: Jörg Grünwald (1995) e McAlpine, Thorpe & Warrier (1992)

Um grande número de multinacionais farmacêuticas já vendia medicamentos de plantas, como se


pode ver no Quadro 2.9:

Quadro 2.9 - Vendas de fitoterápicos de empresas


farmacêuticas selecionadas
Empresa farmacêutica Vendas de fitoterápicos
em 1990 (US$ milhões)
Rhône-Poulenc Rorer 52
Johnson & Johnson 25-30
Fujisawa 22
Fisons 22
Sanofi/Sterling 21
Sandoz 9
Fonte: Scrip, nº 1756, set/92

12
A novidade está no maior envolvimento dessas empresas com a indústria de fitomedicamentos,
expandindo a atuação nessa direção e/ou adquirindo empresas já existentes.

Não menos importante é o efeito dessa entrada das multinacionais farmacêuticas em termos de
revolucionar as técnicas de marketing e distribuição do setor de medicamentos de plantas. Muitas
empresas desse segmento adquiriram sofisticada capacitação tecnológica mas não dispõem de
capital para comercializar seus produtos em nível mundial. Surge então uma oportunidade
vislumbrada pelas companhias farmacêuticas que compram essas empresas, rebatizam seus
produtos e fazem seu marketing e comercialização através da enorme rede de que já dispõem.

O resultado esperado é, portanto, uma maior profissionalização da área de produtos naturais,


reforçada pela abordagem crescentemente científica que vem recebendo. Diversos desses produtos
começam a ser licenciados para venda no mercado ético, que exige prescrição médica, a partir de
estudos científicos. Por exemplo, o “Efamol” (óleo de Evening Primrose), para tratamento de
eczema, a partir de pesquisas da equipe de Sir James Black (Prêmio Nobel por suas pesquisas com
beta-bloqueadores na ICI). É também o caso do “Kwai Garlic”, para manutenção da circulação das
artérias coronárias, cuja validade foi sustentada por mais de vinte testes clínicos na Europa.

Em suma, a indústria internacional de fitoterápicos está passando por um processo de transformação


importante. Além da expansão do mercado de seus produtos, está havendo uma aproximação das
práticas das empresas farmacêuticas tanto no que diz respeito a atividades técnicas e científicas
como nas de produção e marketing. Aliás, em diversos casos essa aproximação tem sido causada
simplesmente pela absorção de empresas tradicionais de fitoterápicos por grandes multinacionais do
setor farmacêutico.

A principal lição que parece ficar desse processo é a de que a fase do “amadorismo” na área dos
produtos naturais está sendo deixada para trás rapidamente. É bastante provável que as empresas
que não promoverem mudanças no sentido apontado enfrentem dificuldades de sobreviver no futuro
ou, na melhor das hipóteses, deixem de usufruir do dinamismo que deverá continuar caracterizando
o mercado de fitomedicamentos pelos próximos anos.

2.3 A produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais

Cabe agora mostrar o quadro nacional na área de fitoterápicos e fitofármacos. Inicialmente, vamos
apresentar alguns dados básicos a respeito de faturamento, comércio exterior, principais produtos e
produtores. Ao final, buscaremos avaliar como esse quadro pode ser impactado pelas mudanças
internacionais discutidas acima.

13
Em 1994 as vendas de medicamentos em farmácia somaram US$ 3.831 milhões, dos quais US$ 212
milhões, em torno de 5,5% daquele valor, correspondiam a produtos contendo exclusivamente
princípios ativos de origem vegetal (ver Anexo 3). Tomando como base esse percentual e
considerando um mercado global de produtos farmacêuticos de US$ 6.410 milhões naquele ano4,
chega-se a US$ 355 milhões como estimativa do mercado de medicamentos produzidos a partir de
plantas no Brasil. Se incluirmos ainda os medicamentos com princípios ativos de origem vegetal
associados a princípios ativos de outra natureza podemos concluir que o mercado é ainda maior do
que esta estimativa 5.

Como mostra o Quadro 2.10, os 25 principais medicamentos contendo apenas princípios ativos de
origem vegetal venderam em farmácias US$ 145 milhões (representando 68% do total de vendas
desse tipo de produto).

4
A diferença de US$ 2.579 milhões entre o mercado global de US$ 6.410 e os US$ 3.831 milhões vendidos em
farmácia corresponde a consumo em hospitais e postos de saúde, distribuição governamental, etc.
5
As vendas de medicamentos associados somadas às vendas dos não-associados chega a 15,6% do total, o que
representaria vendas globais de US$ 999 milhões. Mas esse número significaria uma estimativa exagerada do mercado
de produtos obtidos a partir de plantas já que nos medicamentos associados estes podem ter uma participação marginal.

14
Quadro 2.10 - Medicamentos com princípios ativos de origem vegetal
vendidos em farmácias
PRODUTO LABORATORIO US$ mil (*)
VICK VAPORUB LEP.M BIOLAB/SEARLE 14.742
HYDERGINE SANDOZ 14.374
FLORATIL MERCK S.A. 11.560
DIGOXINA WELLCOME ZENECA 10.459
TEBONIN BYK QUIMICA E FARM 8.399
VENOCUR TRIPLEX KNOLL 8.391
TAMARINE BARRENNE 7.379
TANAKAN KNOLL 6.136
TRANSPULMIN ASTA MEDICA 5.766
VALDA CANONNE 5.687
EPAREMA BYK QUIMICA E FARM 5.662
NATURETTI MERRELL/LEPETIT 5.050
PASSIFLORINE MILLET-ROUX 5.043
GIAMEBIL HEBRON 3.823
METAMUCIL BIOLAB/SEARLE 3.544
NICOTINELL TTS BIOGALENICA 3.424
TANAKAN F KNOLL 3.334
CHOPHYTOL MILLET-ROUX 3.314
BUSCOPAN BOEHRINGER ANGELI 3.195
LEGALON BYK QUIMICA E FARM 3.110
POLYTAR STIEFEL 2.753
PASALIX MARJAN 2.421
AGIOLAX BYK QUIMICA E FARM 2.409
PROSTEM PLUS BALDACCI 2.396
HYDROCARE ALLERGAN-LOK 2.336
Total 144.707
(*) Vendas em farmácia de medicamento contendo um ou mais princípios
ativos de origem vegetal exclusivamente
Fonte: IMS, 1994.

Com respeito ao comércio exterior, como se pode observar no Quadro 2.11, as exportações
brasileiras de produtos naturais em 1995 e 1996 foram de US$ 47,8 milhões e US$ 53,9 milhões,
respectivamente.

Essas vendas ao exterior estão fortemente concentradas em apenas dois fitofármacos - pilocarpina e
rutina -, que respondiam por 57% do total em 1995 e 48% em 1996 (vide Anexo 4). Se
considerarmos que o Grupo Merck é o grande exportador de rutina e pilocarpina, podemos inferir
que a concentração também é alta em termos do número de exportadores (um único grupo industrial
responde por grande parcela do total exportado de produtos naturais).

15
Quadro 2.11 - Exportações de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos
CAPÍTULO NBM 1995 1996
US$FOB US$FOB
CAP. 12 – SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E 5.757.699 5.855.260
FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E
FORRAGENS
CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 3.647.512 7.490.165
CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 30.789.912 34.082.718
CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS 7.205.023 6.331.910
CAP. 35 - M ATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS 433.963 104.395
OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

Total 47.834.109 53.864.448


Fonte: Secex

Como mostra o Quadro 2.12, as importações brasileiras de produtos naturais foram de US$ 193,3
milhões em 1995 e US$ 178,0 milhões em jan-out/1996.

Essas importações estão melhor distribuídas por diversos produtos. O único item que ultrapassa
10% do total nos dois anos é o Acetato de ciproterona (vide Anexo 4).

Quadro 2.12 - Import ações de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos


CAPÍTULO NBM 1995 1996 (Jan-Out)
US$FOB US$FOB
CAP. 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E 4.401.979 3.827.216
FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E
FORRAGENS
CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 19.461.961 18.122.378
CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 160.700.015 147.398.934
CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS 7.671.632 8.434.958
CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU 1.040.674 242.935
DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

Total 193.276.261 178.026.421


Fonte: Secex

Chama a atenção a disparidade entre os níveis de exportação e importação registrados nos Quadros
2.11 e 2.12. O Quadro 2.13, com o balanço comercial, mostra o déficit existente em quatro dos
cinco capítulos da NBM selecionados, com destaque para o capítulo 29 (Produtos Químicos
Orgânicos).

16
Quadro 2.13 - Balanço do comércio exterior para as categorias de produtos de origem vegetal
aplicados a medicamentos
CAPÍTULO NBM 1995 1996 (estimativa)
US$FOB US$FOB
CAP. 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E 1.355.720 1.262.601
FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E
FORRAGENS
CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS (15.814.449) (14.256.689)
CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS (129.910.103) (142.796.003)
CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS (466.609) (3.790.040)
CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS (606.711) (187.127)
OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

Total (145.442.152) (159.767.257)


Fonte: Secex

O Quadro 2.14 mostra as 25 maiores empresas por faturamento em medic amentos contendo
exclusivamente princípios ativos de origem vegetal.

Quadro 2.14 - 25 maiores empresas por vendas em farmácia de medicamentos


contendo exclusivamente princípios ativos de origem vegetal
Empresa Vendas Totais Vendas de m.o.v. (*) % das Vendas
US$ mil US$ mil Totais
BYK QUIMICA E FARM 102.076 21.132 21
BIOLAB/SEARLE 87.123 19.570 22
KNOLL 80.673 17.861 22
SANDOZ 99.358 14.671 15
MERCK S.A. 72.999 12.770 17
WELLCOME ZENECA 82.475 11.137 13
MILLET-ROUX 16.018 9.386 59
BARRENNE 8.371 8.371 100
STIEFEL 33.544 6.574 20
ASTA MEDICA 75.986 6.043 8
CANONNE 5.687 5.687 100
MERRELL/LEPETIT 132.672 5.050 4
FRUMTOST 35.549 4.011 11
HEBRON 10.209 3.968 39
INFABRA 4.822 3.733 77
VIRTUS 21.083 3.536 17
BIOGALENICA 220.445 3.424 2
BALDACCI 16.355 3.353 20
CATARINENSE 10.854 3.339 31
BOEHRINGER ANGELI 132.284 3.195 2
MARJAN 19.155 3.017 16
ALLERGAN-LOK 16.425 2.695 16
BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 2.530 1
LUITPOLD 9.778 2.386 24
FONTOVIT 3.287 2.229 68
Total Geral 1.550.075 179.668
(*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente
Fonte: IMS, 1994.

17
A partir do Quadro 2.14, podemos montar os Quadros 2.15 e 2.16. No Quadro 2.15 estão 11
empresas que figuram entre as 25 maiores empresas farmacêuticas por faturamento total (Quadro
2.17), indicando que as grandes empresas têm forte presença no mercado de medicamentos obtidos
a partir de plantas, com vendas variando entre 2,5 e 21 US$ milhões. Pode-se notar também que a
participação desses medicamentos no total de vendas é pequena (máximo de 22%; 9% em média).

O Quadro 2.16 é composto pelos 7 laboratórios cujas vendas de m.o.v. representam mais de 30%
das vendas totais, isto é, por aqueles que estão mais fortemente direcionados para
fitomedicamentos. Como se pode notar, são empresas farmacêuticas de menor porte, nenhuma das 7
aparecendo na lista das 25 maiores.

Quadro 2.15 - Empresas do Quadro 2.14 com vendas em farmácia superiores a


US$ 70 milhões
Empresa Vendas Totais Vendas de m.o.v. (*) % das Vendas
US$ mil US$ mil Totais
BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 2.530 1
BIOGALENICA 220.445 3.424 2
MERRELL/LEPETIT 132.672 5.050 4
BOEHRINGER ANGELI 132.284 3.195 2
BYK QUIMICA E FARM 102.076 21.132 21
SANDOZ 99.358 14.671 15
BIOLAB/SEARLE 87.123 19.570 22
WELLCOME ZENECA 82.475 11.137 13
KNOLL 80.673 17.861 22
ASTA MEDICA 75.986 6.043 8
MERCK S.A. 72.999 12.770 17
(*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente
Fonte: IMS, 1994.

Quadro 2.16 - Empresas do Quadro 2.14 com participação de m.o.v. nas


vendas em farmácia superior a 30%
Empresa Vendas Totais Vendas de m.o.v. (*) % das Vendas
US$ mil US$ mil Totais
BARRENNE 8.371 8.371 100
CANONNE 5.687 5.687 100
INFABRA 4.822 3.733 77
FONTOVIT 3.287 2.229 68
MILLET-ROUX 16.018 9.386 59
HEBRON 10.209 3.968 39
CATARINENSE 10.854 3.339 31
(*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente
Fonte: IMS

18
Quadro 2.17 - 25 maiores empresas farmacêuticas em vendas em farmácia
EMPRESA US$ mil
BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847
ACHE 237.700
BIOGALENICA 220.445
ROCHE 198.229
WYETH 153.832
MERRELL/LEPETIT 132.672
BOEHRINGER ANGELI 132.284
PRODOME 128.261
LILLY 113.575
SCHERING PLOUGH 105.493
SANOFI WINTHROP 102.669
BYK QUIMICA E FARM 102.076
RHODIA 101.174
SANDOZ 99.358
HOECHST 94.648
MERCK SHARP DOHME 88.483
BIOLAB/SEARLE 87.123
WELLCOME ZENECA 82.475
KNOLL 80.673
ASTA MEDICA 75.986
MERCK S.A. 72.999
CILAG FARM.LTDA 72.709
ORGANON 67.697
ABBOTT 65.777
FARMASA 57.414
Total 2.926.599
Fonte: IMS

Os Quadros acima sugerem a existência de pelo menos dois grupos distintos de empresas entre as
maiores fabricantes de medicamentos de origem vegetal no Brasil. De um lado, grandes empresas
farmacêuticas, cujo peso nesse mercado específico na verdade reflete seu porte e atuação no
conjunto da indústria farmacêutica. A maior parte de suas vendas (na média, mais de 90%)
concentra-se em produtos sintéticos e a pequena parcela dos medicamentos de origem vegetal é
composta principalmente de produtos cujos princípios ativos são obtidos por extração
(fitofármacos). De outro lado, estão os laboratórios menores, com produção direcionada mais
fortemente para medicamentos de origem vegetal, entre os quais, possivelmente, seja maior a
participação de fitoterápicos em relação a fitofármacos.

As do segundo grupo são, de modo geral, pequenas e médias empresas familiares. Dentre estas,
apenas algumas poucas se destacam pelo profissionalismo e seriedade com que atuam na área de
produtos naturais. Por exemplo, uma das empresas entrevistadas possui uma área de P&D
estruturada, com 8 farmacêuticos, 2 químicos, 1 engenheiro químico e 3 técnicos, em grande

19
medida voltada para pesquisa em produtos naturais 6. Seu faturamento está na casa dos US$ 17
milhões (1994), dos quais aproximadamente 65% correspondem a produtos naturais puros ou
associados (percentagem que vem crescendo continuamente desde 1990, quando atingia 45%). Essa
empresa mantém acordos de cooperação com universidades, basicamente voltados para a realização
de pesquisas pré-clínicas e clínicas com o objetivo de comprovar a eficácia terapêutica dos produtos
e garantir sua qualidade e segurança desde o cultivo da planta até a extração dos princípios ativos.
De todo modo, o exemplo acima deve ser encarado antes como a exceção do que a regra entre as
empresas desse primeiro grupo.

As do primeiro grupo não se distinguem de outras empresas farmacêuticas que trabalham


unicamente com produtos sintéticos. Costumam especializar-se em determinadas classes
terapêuticas que, em certos casos, pode implicar um maior número de produtos de origem natural,
sem restringir necessariamente o uso de moléculas obtidas por outros meios - síntese química ou
biotecnologia. As principais empresas desse tipo são multinacionais que preferem privilegiar um
modelo que, sem descartar os fitofármacos, tem apreço relativamente pequeno pelos fitoterápicos.
A principal restrição decorre da dificuldade de lidar com produtos que contenham uma grande
quantidade de componentes, alguns dos quais, além de inefetivos, podem ser perigosos. Habituadas
a um ambiente onde são severamente fiscalizadas pelas autoridades sanitárias, muitas empresas
internacionais preferem a segurança de trabalhar com substâncias isoladas, descartando os
fitoterápicos.

O exemplo da Merck é ilustrativo. A empresa, uma das mais importantes em produtos naturais do
país, possui plantações próprias de jaborandi e de fava d’anta para extração da pilocarpina e rutina,
que comercializa como substâncias puras, principalmente no mercado externo7. Entretanto, os
produtos naturais representam pouco mais de 20% das vendas da empresa, os sintéticos somando
quase 80%, segundo dados da empresa8.

Esse ponto deve ser destacado na análise das dificuldades para desenvolver a produção de
medicamentos a partir de produtos naturais. As firmas, de modo geral, encaram esse segmento

6
As atividades incluem otimização dos processos de extração, processos de separação, isolamento, identificação e
doseamento dos princípios ativos das plantas e do produto acabado, busca de comprovação científica das atividades
terapêuticas e segurança do produto, entre outras.

7
Vale registrar a balança comercial positiva da Merck, atestada no Quadro 4, fato pouco usual na indústria farmacêutica
brasileira.
8
O dado do Quadro 2.15, limitado a vendas em farmácia, é de 17% para vendas de produtos de origem vegetal.

20
como marginal e concentram-se fundamentalmente na produção de sintéticos. Uma grande empresa
farmacêutica nacional, apesar de revelar um grande interesse na área de produtos naturais,
acompanhando os desenvolvimentos internacionais, realiza menos de 3% de suas vendas com esses
produtos.

Por outro lado, os laboratórios que concentram suas vendas (acima de 30%) em produtos naturais
são, quase sempre, pequenos e com baixa capacidade de investir no desenvolvimento da área. Não
por acaso, a Portaria 123 de 1º de outubro de 1994 do Ministério da Saúde, regulamentando a
comercialização de fitoterápicos, encontra forte resistência entre as empresas - com exceção de uma
única, já mencionada acima como caso raro de empresa que investe em P&D e mantém acordos de
cooperação com universidades.

O principal argumento utilizado pelas empresas questionando a Portaria é a dificuldade inerente ao


processo de caracterização química e farmacológica dos princípios ativos contidos nos materiais
vegetais, o que exige tempo e recursos apreciáveis. Na verdade, essa reclamação atesta a
incapacidade técnica e econômica dessas empresas para se enquadrar em um ambiente de maiores
níveis de exigência, exagerados para os atuais padrões brasileiros, mas adequados ao quadro
internacional.

Em síntese, vários problemas dificultam a atuação das empresas farmacêuticas brasileiras na área de
produtos naturais:

1) O elevado grau de internacionalização da indústria farmacêutica (algo como 70% das vendas
pertencem a empresas estrangeiras) define uma orientação dada pelas matrizes dessas grandes
multinacionais. Como vimos acima, de modo geral, essa orientação privilegia as substâncias
isoladas e obtidas por síntese. Embora, como apontado na seção anterior, essas grandes firmas
revelem um interesse crescente pelos produtos naturais, os efeitos das mudanças em curso (como as
aquisições do Quadro 2.8) ainda levarão algum tempo para repercutir no Brasil.

2) São diminutos os investimentos em P&D. Isto também decorre, em parte, da orientação dada
pelas grandes firmas internacionais. Estas tendem a concentrar suas atividades de P&D nas
matrizes, diversificando no máximo para um segundo centro (em geral na Europa, quando se trata
de firmas americanas, e nos EUA, quando são firmas européias). As firmas nacionais, que
tenderiam a fazer pesquisa no país, simplesmente não têm porte suficiente para realizar os
investimentos necessários (porte esse que, como apontado no capítulo 2, é cada vez mais
expressivo). Tudo isto acaba favorecendo a aquisição de pacotes tecnológicos prontos.

21
3) Os baixos investimentos em P&D limitam drasticamente a interação universidade-empresa. Não
existem mecanismos de comunicação eficientes entre essas instituições, a exemplo do que ocorre
nos países desenvolvidos. Tecnologias simples, muitas vezes disponíveis na universidade, acabam
não se tornando acessíveis a empresas que teriam a possibilidade de explorá-las.

4) É baixa a qualificação dos recursos humanos. A oferta de pessoal técnico de bom nível é muito
restrita e a disponibilidade de recursos das empresas para treinamento é limitada.

5) Existem dificuldades no suprimento, armazenamento, padronização e cumprimento de prazos de


entrega de matérias-primas. Os produtores de plantas medicinais não estão organizados e não
mantêm um controle botânico de qualidade adequado. Além disto, o extrativismo destrutivo
compromete o abastecimento futuro e leva a adulterações frequentes.

Concluindo, a indústria nacional necessita realizar um grande esforço para atingir os padrões de
qualidade que estão sendo exigidos mundialmente e até mesmo no país, a partir de medidas como a
Portaria 123. Em um primeiro momento as empresas podem considerar impossível o atendimento
de todas as exigências da Portaria, mas o fato é que se não caminharem rapidamente na direção por
ela sinalizada estarão na contra-mão das tendências internacionais.

A partir daí, pode-se imaginar alguns desdobramentos possíveis. Caso os investimentos das
empresas em pesquisa, melhor controle de qualidade, etc, não venham a ocorrer, a defasagem em
relação às empresas de fitoterápicos de outros países irá se ampliar. Como estas empresas estão se
internacionalizando, eventualmente associadas ou incorporadas a multinacionais do setor
farmacêutico, é razoável supor que o futuro da produção brasileira de fitomedicamentos dependerá
diretamente das estratégias das grandes empresas. A exemplo do que já ocorreu no segmento de
medicamentos sintéticos, tenderá a haver uma internacionalização da produção, com a atuação das
empresas nacionais restrita a nichos de mercado e com participação marginal.

22
3. A PESQUISA DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS

3.1 O processo de desenvolvimento de novos medicamentos

Plantas medicinais para pesquisa de novas drogas


O rápido desenvolvimento da biotecnologia e da biologia molecular a partir da década de 70 parecia
tornar obsoleto o método tradicional de pesquisa de novos medicamentos através do screening de
extratos de plantas. A compreensão dos mecanismos causadores das enfermidades em nível
molecular e a capacidade de desenhar proteínas, com auxílio de novas ferramentas computacionais
que também se desenvolviam rapidamente, abria a perspectiva de sintetizar novas drogas com muito
maior eficácia, partindo apenas do saber científico acumulado. Por conta disto, diversas empresas
farmacêuticas redirecionaram seus esforços de pesquisa, assignando um papel secundário ao
screening.

Essa percepção do screening como método ultrapassado, ou em vias de obsolescência, vêm se


revelando precipitada nos anos recentes. Observa-se uma retomada por parte das empresas das
pesquisas que partem de plantas medicinais, até mesmo em função das novas técnicas disponíveis.
Novos ensaios biológicos, ditos robotizados, (High trougthput screening) permitem escrutinar
dezenas de milhares de compostos por ano com esforço muito menor do que o despendido nos
testes tradicionais.

Esse movimento de “volta às raízes” (Scientific American, jan/1993) também decorre da


comprensão de que a biotecnologia ainda não está em condições de competir com a natureza na
formulação de moléculas com atividade terapêutica:

“Nós ainda não atingimos o avanço científico que permita desenhar drogas rotineiramente a
partir de princípios básicos, sem quaisquer pistas” (Lynn Caporale, diretor de avaliação
científica da Merck, citado em Science, vol. 256, 22/5/1992).

As empresas internacionais não esperam “descobrir” novos compostos de uso terapêutico a partir de
plantas medicinais, ainda que isto tenha uma pequena chance de ocorrer. Elas procuram, na
verdade, modelos na natureza (templates) que lhes permitam utilizar como ponto de partida para o
desenho de drogas. Trata-se, portanto, de uma combinação de técnicas novas com o screening, e
não a sua substituição.

A SmithKline Beecham acaba de lançar no mercado um medicamento derivado de planta, o


topotecam, para tratamento de câncer no ovário (FSP, jun/96). Essa droga é um análogo do
23
camptotecin, um composto extraído de árvores na China e na India (Camptotheca acuminata),
descoberto nos anos 60 pelo Instituto Nacional do Câncer e considerado muito tóxico para tratar
pacientes de câncer. A SmithKline e a Rhône-Poulenc criaram a partir da C. acuminata produtos
similares, solúveis em água, e menos tóxicos.

A Glaxo também está estudando análogos do camptotecin e está pesquisando novas plantas
medicinais como parte de um consórcio de pesquisa com a Universidade de Illinois, Chicago, um
dos mais importantes centros acadêmicos na área.

O enfoque dessas grandes empresas farmacêuticas está na identificação de princípios ativos, e não
na utilização direta de plantas medicinais. Estas podem eventualmente ser a matéria-prima para
extração das substâncias puras (fitofármacos), embora as empresas naturalmente busquem
desenvolver métodos de síntese. Mas o que deve ser sublinhado aqui é a importância renovada das
plantas medicinais na descoberta desses novos princípios ativos, seja por utilização direta, hemi-
síntese ou síntese.

Das 250.000 espécies de plantas no mundo, menos de 10% foram exaustivamente investigadas com
vistas ao descobrimento de propriedades terapêuticas (Scientific American, jan/93 - segundo outras
estimativas, o número de plantas investigadas é muito menor, inferior a 0,5%). A pesquisa desse
enorme acervo, longe de ser relegada a segundo plano, ganha impulso com as novas técnicas
biotecnológicas.

Em um trabalho que busca estimar o valor de fármacos ainda não descobertos nas florestas
tropicais, onde se encontram metade das plantas do mundo, Mendelsohn e Balick (1995) calculam
em 375 o número potencial de drogas existentes naquelas florestas. Desse total, 47 já teriam sido
descobertas, como a vincristina, vinblastina, curare, quinino, codeína e pilocarpina.

Esta seguramente é uma das razões para que 125 das maiores empresas farmacêuticas mundiais, que
não tinham qualquer projeto com plantas medicinais há cerca de 15 anos, estejam agora
empenhadas em pesquisas nessa área.

O desenvolvimento de novos medicamentos e as competências requeridas


A Figura 3.1 mostra esquematicamente como são pesquisados, desenvolvidos, testados, produzidos
e formulados medicamentos, incluindo o estudo de marketing. O esquema pode ser aplicado ao
estudo integral de plantas medicinais visando novos medic amentos.

Os conjuntos A e B existem eventualmente nas universidades, o conjunto C na indústria química e o


conjunto D na indústria farmacêutica. Em nenhuma empresa, instituto de pesquisa ou universidade
24
estão presentes todos os quatro conjuntos, o que sublinha a necessidade de articulação e integração
entre esses distintos elementos.

Existem inúmeras dificuldades no percurso que vai da idéia de um medicamento até o mercado:
tempo longo, custo alto, necessidade de domínio de tecnologias avançadas e de equipes bem
treinadas e multidisciplinares. Isto faz com que apenas empresas grandes, competentes e com
grande disponibilidade de recursos para investimento desenvolvam medicamentos.

25
Figura 3.1 - a produção de novos medicamentos: da idéia ao mercado

Idéia A
ê

Pesquisa em laboratório
î

ê Screening B
P&D ê

ê C Ensaios pré-clínicos

Produção piloto ê

Ensaios clínicos

ê í

Produção industrial

Formulação D
ê marketing

Mercado

Tomemos como exemplo as metodologias de P&D de medicamentos (que podem ser aplicáveis à
P&D de qualquer outro produto derivado do metabolismo secundário de plantas, sejam inseticidas,
cosméticos, corantes, etc.). Desde a idéia inicial até o produto ser colocado no mercado, consome-
se entre 7 a 20 anos. A média dos últimos anos (McChesney, 1993) atingiu 12,6 anos nos EUA e
segundo outras fontes o valor pode chegar a US$ 600 milhões/medicamento, aí incluídos os custos
com marketing, e demorados estudos biológicos, conforme já apontado na seção 2.1. Esses

26
números indicam que essa atividade é restrita a poucas e grandes empresas multinacionais
farmacêuticas.

Vários pesquisadores afirmam que quando um medicamento é originado de plantas medicinais o


custo pode ser bem menor. McChesney (1993) mostra que um produto desenvolvido na University
of Mississipi, Research Institute of Pharmaceutical Sciences custou US$ 35 milhões.

Os 4 conjuntos A, B, C e D (Figura 3.1) raramente são executados pelo mesmo organismo mesmo
na área empresarial. Na China há informações de que isto é algumas vezes realizado com base em
decisões políticas de governo.

No Brasil a P&D e produção piloto (conjunto C) raramente são realizadas, exceções feitas a
algumas cópias de medicamentos sintéticos comerciais, desenvolvidas no passado pela Codetec e
algumas poucas empresas brasileiras.

A multidisciplinaridade e a interinstitucionalidade são fatores exigidos se se pretende desenvolver


medicamentos à base de plantas, principalmente fitofármacos.

Existe uma razoável capacitação técnica, mas a interação entre os atores principais é muito
deficiente.

Joint-venture para a descoberta de fitofármacos


Nos anos 90 as companhias farmacêuticas se lançaram fortemente nas cooperações para a
descoberta de novos produtos farmacêuticos (Drug Discovery Alliance).

Empresas médias fizeram aquisições, fusões, mas sobretudo joint-ventures e acordos de cooperação
para conseguir seus objetivos e metas.

Metodologia para a descoberta de fitofármacos


Vários métodos são usados por empresas internacionais farmacêuticas para a pesquisa de
medicamentos de plantas medicinais:

• Etnofarmacologia

• Triagem e Erro

• Estudos Micromoleculares

• Busca em Banco de Dados

27
A etnofarmacologia é uma ciência ainda mal desenvolvida e mal compreendida no Brasil, onde há
poucos profissionais que se definem como etnofarmacólogos e a disciplina praticamente não existe
nos cursos de pós-graduação. Além isso é pouco acreditada por amplos setores da ciência oficial.
No entanto a etnofarmacologia é um elemento metodológico hoje fundamental para empresas dos
EUA e Europa buscar medicamentos de plantas nos trópicos.

A empresa inglesa Hutton Molecular Development e a Shaman Pharmaceuticals dos EUA, adotam a
etnofarmacologia para a sua estratégia de pesquisar medicamentos. O NIH nos anos 90 publicou
um edital internacional o seu interesse de pesquisar plantas medicinais das áreas tropicais para
AIDS e Câncer .O mais interessante é que o edital exigia a pesquisa de informações diretamente
com curandeiros e outros profissionais não reconhecidos pela ciência ortodoxa.

Com relação aos estudos micromoleculares, são quase sempre estudos de fitoquímica clássica:
extração, isolamento, purificação e identificação de substâncias naturais de plantas. São também
chamados, “estudos de substâncias do metabolismo secundário”, como os alcalóides, glicosídeos,
esteróides, terpenos, flavonóides, e outras moléculas de baixo peso molecular (< 1000), e que
frequentemente são os princípios ativos das plantas medicinais.

Os estudos micromoleculares aliados a botânica algumas vezes são advogados (Gottlieb, 1993)
como uma metodologia alternativa para a busca de fitofármacos. No entanto, não foi demonstrado,
até agora, que esta metodologia possa substituir os meios ortodoxos como a etnofarmacologia e
etnobiologia aliada à busca on-line em banco de dados.

Banco de dados bem organizados e acessíveis como o NAPRALERT da Univ. de Illinois (Prof. N.
Farnsworth), tem sido usados por importantes empresas estrangeiras na área de Produtos Naturais,
para a descoberta (drug discovery) de novos medicamentos (Seidl, 1993)

Triagem e erro e estudos micromoleculares têm sido usados em pequena escala por empresas
farmacêuticas usando medicamentos naturais.

No Simpósio Brasileiro de Plantas Medicinais, sediado em Florianópolis, em setembro de 1996, o


Dr. Michael Tempesta, da empresa Farmacêutica LAREX (EUA), informou que sua empresa está
fazendo um amplo estudo fitoquímico de plantas farmacologicamente ativas. Larex desenvolveu
um processo quimio-mecânico que permite o isolamento e a separação em larga escala (tons de
plantas/hora) de 200 até 500.000 diferentes moleculas de baixo peso molecular(<1000amu). De
cada planta é possivel retirar 100 diferentes moleculas que serão oferecidas a empresas
farmacêuticas para o desenvolvimento de ensaios biológicos. Este é um exemplo de empresa que

28
poderia proliferar no Brasil, já que, como veremos, não falta ao país competência científica, mas
objetivos e metas.

3.2 A pesquisa científica em plantas me dicinais no Brasil

Infraestrutura
O Brasil possui a maior base universitária e técnica das Américas, excluindo os EUA. Nossos
cientistas publicam nas melhores revistas internacionais. O sistema de pós-graduação tem bom
nível, com 36.000 bolsas de estudos no país e 4.000 no exterior (Barreto de Castro, 1993).

Há uma inegável capacitação científica, nas áreas de química de produtos naturais (pelo menor 900
profissionais) e farmacologia (pelo menos 1500 outros), que permite o desenvolvimento de
fitofármacos. As outras áreas afins como medicina, botânica, farmácia e engenharias, estão
igualmente bem qualificadas e em número adequado.

São aproximadamente 70 os grupos lidando com a pesquisa de produtos naturais no Brasil,


especializados em química e farmacologia. Alguns destes grupos estudam especificamente plantas
medicinais.

Recursos
Embora regrados, nos últimos anos os recursos para a pesquisa de plantas medicinais existem, como
se pode observar pelo que foi dispendido pela CEME-MS desde a sua criação.

Em 1995 o MCT teve um orçamento de US$ 1 bilhão, sendo US$ 550 milhões atribuídos ao CNPq.

Outros recursos para a pesquisa científica foram fornecidos pelas FAP’s, FINEP, CAPES, FIPEC,
PADCT, e outros internacionais. No capítulo 4 estão indicados os valores destinados à área de
produtos naturais e afins. Infelizmente, não foi possível destacar desse total quanto foi alocado para
a pesquisa de plantas medicinais.

O parque de equipamentos analíticos nas universidades brasileiras é, em alguns casos, equivalente


aos das melhores universidades estrangeiras.

Apesar dessa razoável base científica, a distância necessária para realizar P&D de compostos bio-
ativos é ainda muito grande. Conforme apontado acima, os custos de desenvolvimento são muito
altos, o tempo é longo e são exigidas equipes multidisciplinares e competentes para a tarefa
específica. Devido à complexidade e custo para colocar um novo medicamento no mercado, quase
sempre são as multinacionais as que conseguem desenvolver novos produtos farmacêuticos. O fator

29
limitante, e isto transparece das entrevistas feitas, não são os recursos alocados mas outros fatores
como a vontade política de fazer medicamentos e a cooperação entre grupos multidisciplinares.

Base técnico-científica brasileira


A universidade brasileira é o centro de pesquisas e eventualmente do desenvolvimento de
medicamentos de plantas medicinais. As empresas brasileiras, como vimos na seção 2.3, não
apresenta capacidade de pesquisa na medida das necessidades do setor.

Sem dúvida, a massa crítica capaz de desenvolver pesquisas em plantas úteis/medicinais está nas
universidades (Redwood, 1995). As universidades e institutos de pesquisa brasileiros, apesar das
dificuldades, têm contribuído fortemente para a descoberta de novas moléculas que poderão vir a
ser aproveitadas para a pesquisa fitofarmacêutica de plantas medicinais.

Os modernos métodos de prospecção disponíveis hoje para a identificação de micromoléculas


(Gottlieb, 1993) assim como outras metodologias químicas permitiram um avanço considerável nos
últimos anos, levando à descoberta de protótipos (synthons e templates), moléculas modelo para a
produção de fitofarmacêuticos.

Muitas patentes que deram origem a medicamentos hoje comercializados por empresas
multinacionais tiveram origem em universidades brasileiras, através de pesquisas financiadas pelo
governo brasileiro (Gottlieb, 1980; Pharma 1994; Napralert, 1995).

Inclusive, muitas plantas que não são consideradas medicinais podem vir a ser a base de novas
moléculas biologicamente ativas, se exploradas dentro de um programa adequado voltado para a
P&D e produção de novos fármacos (Barata, 1976 e 1994). Para um programa deste tipo é
necessário um trabalho multidisciplinar, envolvendo botânicos, biólogos, farmacológos, médicos,
agrônomos, economistas, químicos e engenheiros químicos, mas ainda isto não é suficiente. É
necessário uma metodologia adequada e objetivos e metas bem definidas.

Não existem no Brasil institutos de pesquisa como a Caltech e o MIT (EUA), ou de apoio como o
BTG (Inglaterra), dirigidos à pesquisa aplicada/tecnológica, e a universidade brasileira, cuja
competência para produzir recursos humanos é inegável, não revela o mesmo dinamismo na
pesquisa aplicada. Entretanto, ela poderia ser mobilizada nesta direção, como indicam os cerca de
70 grupos de pesquisa em química e farmacologia de produtos naturais no Brasil que poderiam
participar do esforço da produção de medicamentos no país (Quadro 3.1).

30
Quadro 3.1 - Grupos de pesquisa em química de produtos naturais, botânica e farmacologia.
Amapá IRDA - ex-Icomi, atual Grupo CAEMI
Museu Costa Lima SEPLAN Gov. Estado
Pará UFPa - Depto. Química
POEMA - Eng. Química
MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi
Instituto Evando Chagas
Embrapa - PA
Amazonas INPA (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazonia)
UFAm
Embrapa - AM
Ceará UFCe - Inst. Química
Instituto de Biologia
PADETEC
Embrapa - CE
Paraíba UFPb: IQ e LTF (Laboratório Tecnologia Farmacêutica)
UFPb – FCM (Faculdade de Ciências Médicas)
Pernambuco UFPe: IQ e Instituto de Antibióticos
Embrapa – PE
Alagoas UFAL - Grupo de Biotecnologia
Bahia UFBa-IQ
EMBRAPA-BA
Minas Gerais UFMG: IQ e Fac. Farmácia
Univer.Fed. Viçosa
FIOCRUZ Inst. Reneé Rachou
Embrapa-M G
Brasília UNB-IQ
CENARGEM
EMBRAPA
Rio de Janeiro UFRJ: NPPN; Instituto Carlos Chagas e Instituto Biofísica
FIOCRUZ-RJ
UFF-IQ
UFRRJ-Rural
UERJ
EMBRAPA-RJ
São Paulo USP- SP: IQ; IB; Fac. Farmácia; RP-
USP-RP: Fac. Farmácia e FCM
USP – S. Carlos
UNESP: Botucatu e Araraquara
UNESP-
ESALQ-Piracicaba
UNICAMP: IQ; IB; FCM; HC;CPQBA e FEA - Lab. Óleos e Gorduras
IAC-(Instituto Agronômico de Campinas) Grupos de Fitoquímica e Plantas Medicinais
EPM (atual UFSP)
EMBRAPA- Jaguariuna
ITAL
Instituto Butantã
Instituto Adolpho Lutz
Instituto Florestal
Instituto Biológico
UF São Carlos - IQ
Univ. MetodistaPiracicaba-UNIMEP
Paraná UFPr: IQ e Fac. de Farmácia
UE Maringá
Santa Catarina UFSC - Depto. de Química e Farmacologia
Rio Grande do Sul UFRGS: IQ e IB
Sta Maria
Mato Grosso UFMT - Inst. Biologia

31
Goiás UFGo

Perfil dos grupos de pesquisa


Na área química, Seidl (1991) aponta que 27,6% dos orientadores de projetos atuam em química
orgânica, e destes 31,2% estão em produtos naturais e 35,8% em sínteses orgânicas. A absoluta
maioria (99,9%) seriam doutores em tempo integral na academia.

São aproximadamente 45 os grupos de Fitoquímica no Brasil. (Quadro 3.1). Estão distribuídos pelo
Norte, Nordeste (15 grupos) Sudeste (25) e alguns poucos no Sul (5). Estão localizados sobretudo
nas universidades e apenas 10 em instituições governamentais e outras. Estão sediados sobretudo
nos institutos de química mas também em faculdades de farmácia, e mais raramente nos institutos
de biologia. Na sua imensa maioria fazem parte do sistema de pós-graduação e como consequência
geram teses de mestrado e doutorado, além de publicações.

A imensa maioria dos grupos é coordenada por pesquisadores seniors com titulação mínima de
doutor em ciência, muitos com pós-doutorado no exterior.

São fitoquímicos com pós-graduação no país sendo formados em diferentes cursos de graduação,
sobretudo química mas também farmácia e biologia além de outras.

Das equipes fazem parte um vasto número de bolsistas de iniciação científica9, mestrandos,
doutorandos e técnicos. Mas são raros os contratados como free-lancer para projetos específicos. As
bolsas de especialização são muito difíceis de obter e em S. Paulo o Programa RHAE-CNPq é sub-
utilizado.

As condições de trabalho variam enormemente, de laboratórios de excelente qualidade estrutural a


outros com condições até precárias. No entanto, a qualidade acadêmica do trabalho é boa, mesmo a
dos grupos abrigados em laboratórios que deixam a desejar.

Os grupos de pesquisa de produtos naturais quase sempre fazem parte dos departamentos de
química orgânica, distribuídos por 15 universidades e outras instituições governamentais. De fato,
um terço dos orientadores na área de química orgânica pertence a grupos de produtos naturais
(SEIDL, 1991)10.

9
Em 1995, havia em todo o país aproximadamente 15.000 bolsistas de I.C. do CNPq e menos que 1000 da FAPESP.
10
SEIDL, P.R. - Potencial da Pesquisa Química nas Universidades Brasileiras, Estudos e documentos no 17, CNPq
(1991)
32
Há registro de apenas alguns poucos grupos de pesquisa e desenvolvimento de produtos naturais
ligado a empresas ( ex.: CAEMI, ex-ICOMI, Brasmazon ,Estado do Amapá e Centroflora -SP). É
certo que outras empresas eventualmente fazem convênios ou contratos com universidades para
estudos específicos, mas estes dados não puderam ser levantados. Há ainda um competente exemplo
na Universidade do Ceará (UFCe), coordenado p/ Prof. Afranio Aragão Craveiro, que instalou
várias empresas de Produtos Naturais numa incubadora dentro da Universidade. São empresas que
já tem produtos no mercado como a empresa Selachii. Muitos dos empresários são originados da
área de pesquisa da própria Universidade.

Em Belém-PA, na UFPa, o Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica, coordenado


pelo Prof. Gonzalo Enriquez, é um caso interessante a citar por estar desenvolvendo a cooperação
Universidade-Empresa na Amazônia. No entanto, este projeto, mesmo já tendo 5 empresas
instaladas no local, ainda está longe de ter o sucesso de sua correspondente na UFCe.

Quadro 3.2 - Relações já existentes entre empresas -universidades na área de


produtos naturais
empresa universidade
The Body Shop UFPa, Dpto. Química
IRDA, CAEMI FEA-UNICAMP e Nucleo de Produtos Naturais da
FIOCRUZ-Rio
Laboratório Catarinense UFSC, Dpto. Química e Farmacologia e Unicamp
Rhodia CPQBA e IQ UNICAMP e UFPb
Aché UNICAMP – CPQBA
Diversas Empresas Incubadora de Empresas-UFPa
Diversas empresas PADETEC, UFCe
PHYTOpharmaceuticals (EUA) ESALQ - Lab. Biotecnologia da ESALQ,Piracicaba

3.3 Avaliação dos estudos experimentais com plantas medicinais


O item 3.2 mostrou que a pesquisa com produtos naturais no Brasil está praticamente vinculada às
instituições universitárias, onde são desenvolvidas as pesquisas com plantas medicinais. Tais
instituições apresentam recursos técnicos e pessoal capacitado, além de razoável apoio financeiro.
Baseado nesses fatos, nosso objetivo principal neste item 3.3, foi apontar, através de análise das
publicações em eventos nacionais, as linhas de pesquisa preponderantes, as instituições e
pesquisadores envolvidos, bem como a divulgação dos resultados em revistas internacionais
indexadas.

33
Metodologia
Realizou-se uma análise quantitativa dos trabalhos de pesquisa experimental com plantas medic-
inais no Brasil, assim como as instituições que desenvolveram esses trabalhos e as áreas que
despertaram maior interesse nesse tipo de pesquisa. Para isso montou-se um banco de dados dos
trabalhos publicados no Brasil que foram desenvolvidos em universidades, por pesquisadores
seniores, estudantes de graduação e pós-graduação.

Como em qualquer área de pesquisa, esses trabalhos na sua maioria são divulgados em congressos e
simpósios regionais e nacionais, sob forma de pôsters e/ou comunicações orais. Por isso, os
números obtidos e os resultados apresentados em seguida são baseados em trabalhos coletados de
livros de resumos de eventos de divulgação científica ocorridos a nível nacional, no período de
1986 até 1995.

Alguns resumos não foram computados devido a dificuldade de obtenção de alguns livros ou por
alguns eventos não ocorrerem anualmente.

Foram escolhidos todos os resumos nos quais constatou-se a presença de trabalhos experimentais
com substâncias extraídas de plantas e que apresentaram uma possibilidade de aplicação futura nas
diversas áreas ligadas a saúde. Não foram datados resumos referentes à pesquisa em nutrição, ou
aspectos de aproveitamento dessas plantas como alimento. A atenção voltou-se para os resumos dos
trabalhos de pesquisa básica ou clínica que tiveram importância em farmacologia, toxicologia e
terapêutica.

Realizou-se o levantamento através da leitura e seleção de resumos publicados em 7 eventos


nacionais importantes que apresentaram de trabalhos com plantas medicinais, dentre esses eventos
cita-se:

Congresso Nacional de Botânica - BOT.

Reunião Anual da FESBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental) - FESBE.

Congresso Nacional de Genética - GEN.

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - QUI.

Reunião Anual Sobre Evolução, Sistemática e Ecologia Micromoleculares - RESEM.

Congressos da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência - SBPC.

Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil - SPM.

34
Os quadros a seguir mostram a quantidade de resumos analisados, assim como os respectivos anos
em que os trabalhos dos diversos grupos de pesquisa em plantas medicinais foram divulgados nos
eventos científicos.

Quadro 3.3 - Número total de resumos referentes a plantas medicinais


classificados por congressos/simpósios e ano de publicação
Classificação dos Resumos Nºde publicações Anos de Publicação

BOT 47 1988,1989,1991,1994,1995

FESBE 655 1986,1987,1988,1989,1990,1991,1992,1993,1994,


1995
GEN 45 1990, 1993,1994, 1995

QUI 150 (1) 1992,1993,1994,1995

RESEM 85 1987,1988,1989,1994,1995

SBPC 475 1986,1987,1989,1990,1991,1992,1993,1994

SPM 506 (2) 1986,1988,1990,1994

OBS.: (1) Os resumos do congresso de química eram apresentados até o ano de 1991 junto com os da SBPC.
(2) O congresso da SPM é bianual.

Quadro 3.4 - Número de resumos referentes a plantas medicinais, em eventos nacionais por ano de
publicação.

NOME DOS ANO DE PUBLICAÇÃO NÚMERO DE


RESUMOS RESU MOS

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

BOT -- -- 05 07 -- 09 -- -- 16 10 047

FESBE 32 39 54 57 64 86 78 79 37 129 655

GEN -- -- -- -- 10 -- -- 23 12 -- 45

QUI -- -- -- -- -- -- 31 23 35 60 150

RESEM -- 19 30 17 -- -- -- -- 03 04 85

SBPC 158 112 -- 173 07 02 02 11 10 -- 475

SPM 81 -- 115 -- 114 -- -- -- 196 -- 506

TOTAL 271 170 204 254 195 97 11 136 309 203 1 950
RESUMOS

35
Os resumos analisados foram divididos em 4 grandes categorias destacando-se fitoquimica,
toxicologia e farmacologia e ação em sistemas

1. FITOQUÍMICA

A.Substâncias Químicas Isoladas

B. Screening Químico

C. Ambos

2. TOXICOLOGIA

A. Geral

B. Mutagênese

C. Ambas

3. FARMACOLOGIA

A. Inflamação

I. Antiinflamatórios/Antipiréticos.

II. Antiinflamatórios/Analgésicos

III. Antiinflamatórios/Cutâneos

IV. Cicatrizantes

V. Outros (Agentes Flogísticos)

B- Anticancerígenos

C- Antiparasitários/antibacterianos/antifúngicos.

D- Antialérgicos

4- ACÃO EM SISTEMAS

A- Sistema Cardiovascular

I. Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca

II. Coagulação/Ateroesclerose

III. Infarto/Perfusão

IV. Outros

B- Trato Gastro-Intestinal (TGI)


36
I Gastro-Protetores

II. Antidiarréicos

IV. Outros

C- Sistema Nervoso Central (S.N.C.)

I. Anticonvulsivantes

II. Analgésicos

III. Neuroprotetores

IV. Psicoestimulantes

V. Antidepressivos

VI. Outros

D- Sistema Renal e Urogenital

I. Musculatura Lisa Urogenita

II. Filtração/Excreção/etc.

III. Outros

E- Hepático

I. Secreção/Metabolismo

II. Outros

F- Sistema Respiratório

I. Antiasmático/Broncodilatador

II. Outros

G- Sistema Imunológico

I. Imunologia Celular

II. Imunologia Humoral

III. Outros

H- Reprodutor

I. Fertilizantes

37
II. Anticoncepcionais

III. Outros

I- Endócrino

I. Eixo Hipotálamo-Hipófise

II. Glândulas

III. Outros

Resultados
Seguindo a ordem de classificação apresentada acima, os gráficos a seguir indicam o número de
resumos distribuídos nas categorias que mais se destacaram - número de resumos superior a 20 - o
que corresponde aproximadamente a 1% do total de resumos (1950). A percentagem que
corresponde ao número de resumos em relação ao total levantado apresenta-se entre parênteses.
Também é mostrado número de resumos e o percentual das respectivas subdivisões dentro das
categorias analisadas. Os números indicativos das categorias de Antiparasitários / antibacterinos /
antifúngicos e Antialérgicos, foram irrelevantes.

Cada resumo classificado pode aparecer em mais de uma categoria, por exemplo: um resumo de
trabalho publicado por um grupo de pesquisa que realizou a análise fitoquímica de uma planta, pode
somar-se aos resultados de outros grupos que pesquisaram os efeitos toxicológicos das substâncias
ativas dessa planta, assim como as ações antiinflamatórias das substâncias isoladas.

FITOQUÍMICA 1103 resumos (56,56%)

"Screening" Ambos (93)


químico (303) 8,43%
27,47%

Substância
química isolada
(707) 64,10%

38
TOXICOLOGIA 187 resumos (9,59%)

Mutagênese (57) Ambos (10)


30,48% 5,35%

Geral (120)
64,17%

INFLAMAÇÃO 235 resumos (12,05%)

Antiinflamatório Antiinflamatório
Agentes flogísticos antipirético (22) cutâneo (13) 6%
(45) 10%
Cicatrizantes (07)
20% 3,17%

Antiinflamatório
analgésico (134)
61%

ANTICANCERÍGENOS 40 resumos (2,05%)

ambos
49%

in vivo
28%

in vitro
23%

39
CARDIOVASCULAR 120 resumos (6,15%)

Coagulação Infarto/Perfusão P. Arterial/F.


Aterosclerose (16) (06) 12,50% Cardíaca (67)
33,33% 14,58%

Outros (19)
39,58%

TRATO GASTRO-INTESTINAL 136 resumos (6,97%)

Antidiarréicos (22)
17%
Outros (44) 35%

Gastro-Protetores
(60)
48%

40
SNC 112 resumos (5,74%)

Psicoestimulan- Neuroprotetores
tes (13) 12% (06) 5%
Outros (05) 4%
Anticonvulsivan- Antidepressivos
tes (32) 28% (01) 0,88%

Analgésicos (56)
49,56%

RENAL/UROGENITAL 64 resumos (3,28%)

Musculatura lisa
urogenital (25) Outros (07)
40,98% 11,48%

Filtração/
Excreção (29)
47,54%

SISTEMA RESPIRATÓRIO 40 resumos (2,05%)

Antiasmático (19)
44%

Outros (24)
55,81%

41
SISTEMA IMUNE 80 resumos (4,1%)

Imunologia
Humoral (09) Outros (07)
12,68%
9,86%

Imunologia
Celular (55)
77,46%

SISTEMA REPRODUTOR 33 resumos (1,69%)

Fertilizantes (03)
9,38%
Outros (14)
43,75%

Anticoncepcio-
nais (15) 47%

42
SISTEMA ENDÓCRINO 23 resumos (1,18%)

Eixo Hipotálamo-
Hipófise (01)
18,52%
Outros (10)
37,04%

Gândulas (12)
44,44%

As categorias de fitoquímica, inflamação, toxicologia, sistema cardiovascular, TGI e SNC


apresentaram um número de resumos superior a 100. Na categoria Inflamação, computou-se mais
trabalhos em áreas de pesquisa relacionadas à antiinflamatórios (cerca de 80%), sendo que 61%
com atividade analgésica, 10% com atividade antipirética, 6% como antiinflamatório cutâneo e 3%
como cicatrizantes. Em Toxicologia constatou-se uma maior número de resumos em linhas de
pesquisa com toxicologia geral (61%), ou seja, trabalhos experimentais realizados apenas para
verificar efeitos tóxicos sistêmicos de extratos de plantas consideradas medicinais, como
hepatoxicidade, cardiotoxicicidade e grau de letalidade (DL 50) etc em cobaios. Do sistema
Cardiovascular, os trabalhos evidenciaram mais a parte cardiológica, do que a vascular, com
trabalhos experimentais in vivo, in situ e com órgão isolado, relacionados a Pressão Arterial,
Frequência Cardíaca e Força de Contração. Do TGI, destacaram-se estudos com substâncias
extraídas de plantas com ações gastro-protetoras e anti-diarréicas. No SNC, observou-se um número
maior de resumos que apontam principalmente pesquisas com analgésicos e anticonvulsivantes. Em
relação aos sistemas urogenital, hepático, respiratório, imune, reprodutor e endócrino, houve um
número de resumos abaixo de cem.

Os resultados demonstram que a maior percentagem de resumos apresentados está relacionada à


Fitoquímica (~56%), ou seja, a maioria dos grupos que pesquisaram plantas medicinais fizeram-no
objetivando isolar substancias destas plantas, não indicando necessariamente que os “principios
ativos” foram procurados ou isolados, ou que sofreram algum tipo ensaio biológico.

Os resultados a seguir apresentam a relação entre a quantidade de resumos que referem-se a


trabalhos que realizaram a “fitoquímica”, analisando a composição química dos extratos dessas
plantas e identificando as substâncias com atividade biológica através de bioensaios pertinentes.
Para isso, as categorias que mais apresentaram resumos (>100), em ordem decrescente (Inflamação,
235; Toxicologia 187; TGI,136; Cardiovascular, 120 e SNC, 112) foram avaliadas quanto a
43
realização dos bioensaios com os compostos isolados das plantas. O número de resumos, e o
percentual mostrado em cada figura corresponde ao total de resumos apresentado pela categoria
principal, cruzado com a categoria fitoquímica. Por exemplo: A categoria inflamação apresentou
235 resumos, destes levantou-se quantos apresentaram estudos com fitoquímica (95 resumos),
assim como as respectivas subdivisões, dentro desse levantamento.

INFLAMAÇÃO + FITOQUÍMICA 91 resumos (38,7%)

Agentes flogísticos Cicatrizantes (06) Antiinflamatório


6,59% Cutâneo (03)
(23)
3,30% Antiinflamatório
25,27%
Antipirético (02)
2%

Antiinflamatório
analgésico (57)
62,64%

TOXICOLOGIA + FITOQUÍMICA 64 resumos (34,2%)

Mutagênese (08)
12,90% Ambos (05)
8,06%

Geral (49)
79,03%

44
TGI + FITOQUÍMICA 138 resumos (30,8%)

Antidiarreicos
Outros (44) (22) 11,90%
40,48%

Gastro-
protetores (60)
47,62%

CARDIOVASCULAR + FITOQUÍMICA 43 resumos (35,8%)

Coagulação
Outros (19) Aterosclerose (16)
7% 19%

P. Arterial
F. Cardíaca (67)
74%

45
SNC + FITOQUIMICA 57 resumos (50,8%)

Neuroprotetores
Psicoestimulan-tes (01) 3%
Outros (02) 6%
(06) 19%
Antidepressivos
(01) 3%

Analgésicos (08)
26%

Anticonvulsivan-
tes (13) 43%

Nota-se que percentualmente nenhuma das 5 categorias apontadas anteriormente, apresentou um


percentual acima de 50%, sendo que apenas 38,7 % dos trabalhos apresentados em inflamação
realizaram experimentos com as substâncias químicas isoladas, para a constatação ou não de sua
atividade biológica; dentro dessa categoria foidada maior atenção a antiinflamatórios analgésicos
(62,64%). Em relação a toxicologia, a maioria dos resumos apontou uma maior preocupação com
estudo de efeitos toxicológicos gerais (79,03%), dos princípios ativos isolados. Na categorria de
TGI, os estudos voltaram-se mais para efeitos gastro-protetores (47,62%). No sistema
cardiovascular, houve uma acentuada atenção nas substâncias isoladas de plantas que agiam a nível
de pressão arterial e frequência cardíaca (agentes antihipertensivos). Finalmente os resultados de
SNC apontam um maior percentual de pesquisa em anti-convulsivantes e analgésicos, 43 e 26 %
respectivamente.

Outro parâmetro investigado foi que autores mais publicaram resumos (acima de 30) nos eventos
nacionais, e paralelamente quais os trabalhos desses autores que apresentados em forma de resumos
transformaram-se em trabalhos publicados em revistas de divulgação científica indexadas, no
mesmo intervalo de tempo (1986-1995). O gráfico ilustra que os pesquisadores mais atuantes não
transformam o material de estudo em uma publicação que possa ser acessada pelos sistemas
internacionais de informação literária e científica (“medline”, “index medicus”, “current contents”).
Numa análise qualitativa observou-se que, com raras exceções, a maioria destes trabalho foram
realizados por químicos, que apresentaram pequeno ou nenhum interesse pelas propriedades
farmacoterapêuticas de seus produtos isolados.

46
O gráfico a seguir mostra, a correlação entre o número de resumos dos autores que mais publicaram
trabalhos com plantas medicinais (barras escuras) e o número de trabalhos publicados em revistas
científicas indexadas - “papers” (barras claras).

Gráfico 3.1 - Número de publicações em eventos nacionais e em revistas científicas indexadas, dos 18
autores que mais apresentaram resumos de trabalhos a nível nacional.

Número de publicações por autor


120
100
80

Resumos
60

Papers
40
20
0

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R

As instituições de pesquisa que mais publicaram trabalhos sobre plantas medicinais em eventos
nacionais
O gráfico a seguir mostra as instituições que mais se destacaram na publicação de resumos em
eventos nacionais são apresentadas a seguir. Os resultados demonstraram que a Universidade de
São Paulo - USP (REPRESENTADAS POR São Paulo, Ribeirão Preto, São Carlos E
Pirassununga) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), acima de 200 resumos.

47
400
USP

UFC
300

UFRJ

UFPB

UFSC
200

UNICAMP

UFMG
100

UFPE

UNIFESP
0

Faz-se necessário observar que as bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq, para projetos de
fitofármacos se concentra mais nas áreas de Química e Farmacologia (vide adiante quadro 4.8, pp.)
e a distribuição dessas bolsas por regiões concentra-se mais nas Sudeste e Nordeste (quadro 4.9,
pp.).

O volume de financiamento versus produção de trabalhos (resumos) demonstram forte


disparidade.por ex. observa-se dos graficos que a ufc recebeu um auxílio por área de conhecimento
quase 10 vezes superior à usp ( veja tabela cap), que no entanto publicou tanto quanto nos
congressos nacionais.

CONCLUSÕES
Apesar de existirem grupos altamente capacitados na realização de bioensaios com plantas
medicinais, são ainda poucos os grupos que associam Fitoquímica À caracterizacao
farmacologica dos produtos isolados. Talvez porque na historia recente quimicos e farmacólogos
raramente se associaram para desenvolver um prototipo ou um produto.

Colaborações em Pesquisa e Desenvolvimento


Existe uma razoável colaboração inter-grupos EM projetos acadêmicos. Esta experiência, se
estendida multidisciplinarmente, poderá ser eficaz na descoberta de novos medicamentos.

A cooperação internacional entre cientistas e técnicos é ainda insuficiente. Quando se trata de áreas
altamente dinâmicas como a pesquisa de novos princípios ativos, esta cooperação é fundamental.

48
A comunicação entre grupos de pesquisadores, tão necessária para o desenvolvimento de produtos,
é ainda pequena mas pode melhorar com a RNP e Internet.

A multidisciplinaridade nos projetos científicos e tecnológicos não é exercitada com muita


freqüência. É certo, no entanto, que com os estímulos dos financiamento da FAPESP e CNPq para
projetos temáticos, este problema vem sendo aos poucos reduzido. Esta deverá ser uma tendência:
o governo financiando projetos multidisciplinares na área de plantas medicinais e as empresas
buscando as universidades para a P&D de medicamentos.

Os financiamentos a universidades, principalmente nos últimos anos, diminuíram (exceção feita a


São Paulo) e quase sempre são descontínuos, o que afeta muito as pesquisas em curso.

A universidade, parece claro, não tem competência para desenvolver sozinha produtos para a
sociedade. Para isto é necessária a participação das empresas.

A Lei de Patentes, assinada há pouco, e a recente portaria do Ministério da Saúde (Secretaria de


Vigilância Sanitária), deverão levar a universidade a reforçar sua relação com as empresas.

Dificuldades
Existem diferentes problemas que afetam os que lidam com a química e a farmacologia de produtos
naturais.

1) São poucos os grupos explicitamente desenvolvendo estudos de plantas medicinais, mesmo os


estudos de composição química (fitoquímica) de plantas medicinais.

2) O estudo puramente fitoquímico de plantas medicinais, acrescenta preciosas informações


químicas ao estudo de plantas medicinais mas isto raramente significa que o princípio ativo da
planta esteja sendo buscado. Na maior parte dos trabalhos publicados, o aspecto medicinal é apenas
ligeiramente relatado na introdução e referências

3)As competentes empresas multinacionais têm obtido os maiores proveitos dos estudos feitos com
os recursos governamentais.Quase sempre não há o cuidado de se proteger os inventos com patentes
ou mesmo resguarda-los com o necessario sigilo,mesmo que temporário.Neste caso,as empresas
ligadas á área farmacêutica se apropriam legitimamente das informações, que publicadas são de
uso irestrito.Estas empresas dispoem de equipes treinadas especificamente para obter da literatura
evidências que apontem à descoberta de novos fármacos.

4) Os cursos de pós-graduação em química orgânica recebem cada vez menos estudantes na área de
fitoquímica e os profissionais desta área têm frequentemente mudado para a área de síntese.

49
Outrossim, os poucos profissionais da área fitoquímica raramente pesquisam plantas medicinais e
quando isto ocorre não realizam os necessários ensaios biológicos que conduzam ao isolamento dos
princípios ativos.

Conclusões Finais
- A pesquisa e desenvolvimento (P&D) de fitoterápicos e fitofármacos, em uma base moderna,
praticamente não existe no Brasil. Existem esforços nesta direção vindos principalmente da
universidade, que raramente está associada a empresas. Sem empresas não há caminho viável na
descoberta e P&D de fitofármacos e fitoterápicos.

- As várias competências nessas áreas para a P&D de um fármaco existem no Brasil. No entanto,
são localizadas em diferentes bolsões, quase excludentes, nas universidades e IPQs e empresas que
não se comunicam entre si.

- A maioria das empresas nacionais na área de fitoterápicos são pequenas e médias e praticamente
não investem em pesquisas. A portaria da Vigilância Sanitária deve mudar estas tendências para um
apoio ao desenvolvimento dos fitoterápicos.

- Existem muitas dificuldades para a pesquisa científica de plantas medicinais, principalmente:


recursos financeiros para pesquisa; ausência de instalações adequadas, infra-estrutura deficiente,
falta de massa crítica em áreas como a toxicologia e clínica, falta de informações, bibliotecas,
dificuldades de comunicações, baixo nível de comunicação interna e externa.

- Existem excepcionais oportunidades na exuberante biodiversidade, no conhecimento pré-cientifico


e uso de plantas medicinais pela população brasileira , na entrada de novos consumidores da classe
média, nas pesquisas científicas de plantas medicinais. No interesse de algumas empresas nacionais
na P&D de medicamentos, na abertura e interesse dos mercados europeu, americano e asiático para
novos produtos de plantas para a área medicinal e cosmética,na base técnico-científica existentes,
no sistema de pós-graduação melhor estruturado das Américas do Sul e Central e na razoável
massa crítica disponível em química e farmacologia.

- Os recursos financeiros não são a condição sine qua non para a P&D de drogas a partir de plantas.
Antes disso, há que considerar a necessidade de juntar os esforços dos atores necessários para este
fim (Figura 3.1).

- Os dados nos fazem supor que us$ 100 milhões de dólares foram aplicados nos ultimos 10 anos na
pesquisa cientifica relacionada a produtos naturais e apesar disso nemhum medicamento baseado

50
em plantas medicinais foi desenvolvido no pais.nem mesmo a ceme-ms que pesquisou 72 plantas
medicinais chegou a qualquer fitomedicamento.

51
4. A AÇÃO GOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE FITOFÁRMACOS
Apesar da riqueza da flora brasileira -com cerca de 55 mil espécies- e da ampla utilização de plantas
medicinais pela população, existe consenso sobre a insuficiência de estudos científicos sobre o
assunto. Pouca atenção foi dada tradicionalmente a esta área de conhecimento pelas instituições
acadêmicas e pelas agências governamentais de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de
fitofármacos. Com os recentes avanços na área de biologia molecular e com o crescente interesse
das grandes corporações farmacêuticas pelo potencial de mercado dos produtos naturais, é
imprescindível dar maior atenção ao aprofundamento do conhecimento das propriedades das
espécies vegetais e sua utilização na formulação de medicamentos. Neste capítulo apresentam-se as
ações das principais agências públicas envolvidas no apoio ao aprimoramento do conhecimento
científico, do desenvolvimento tecnológico e da produção industrial de fitofármacos nos últimos
anos. Essas ações serão apresentadas por instituição, com atenção à Central de Medicamentos -
CEME, à FINEP e ao CNPq, comentando-se ainda as atividades de outras agências como a
Fundação Banco do Brasil e a CAPES.

Central de Medicamentos
A Central de Medicamentos - CEME, além de sua atribuição principal de compra e distribuição de
medicamentos, tem apoiado sistematicamente atividades de pesquisa em produtos fitofarmacêuticos
nas últimas duas décadas. Já em 1973 foram realizados alguns estudos pioneiros com plantas
medicinais no âmbito da CEME, como o “Screening farmacológico de plantas brasileiras”,
executado pela Escola Paulista de Medicina, mas a função de assistir instituições governamentais na
formulação, coordenação e execução de políticas e programas de desenvolvimento tecnológico e
industrial do setor químico-farmacêutico só seria atribuída formalmente ao órgão pelo decreto
presidencial No 75.985 de 17 de julho de 1975.

Nos primeiros anos não existia uma política clara para orientar a seleção de projetos, sendo uma
atividade de “balcão”, em que os apoios eram concedidos na medida da disponibilidade dos
recursos. Em 1982, visando uma orientação mais consistente para suas ações na área, a CEME
promoveu um Encontro sobre Plantas Medicinais, que resultou na elaboração do Programa de
Pesquisas em Plantas Medicinais -PPPM.

Este Programa começou a operar em 1983. Seu objetivo era promover a investigação científica
sobre as propriedades terapêuticas de espécies vegetais utilizadas pela população brasileira,
favorecendo o futuro desenvolvimento de medicamentos, assim como orientar a população sobre o

52
verdadeiro potencial terapêutico e os possíveis efeitos tóxicos destas plantas, normalmente
utilizadas de forma pouco criteriosa. O Projeto visava à criação de uma alternativa medicamentosa
de baixo custo, principalmente para os 50 milhões de brasileiros que não têm acesso a
medicamentos. Foram privilegiados projetos de rápido retorno, com um prazo médio de execução
de 1 a 2 anos. Uma das metas do programa foi a constituição de um banco de dados com cerca de
9.000 informações sobre plantas medicinais.

Os estudos se concentraram em testes toxicológicos e de eficácia terapêutica das plantas medicinais.


Foram realizados testes com animais de laboratório e ensaios clínicos com seres humanos. Na Fase
I as pesquisas empregaram a planta inteira (“abafado” ou chá); na Fase II, ora em andamento,
tenciona-se isolar os princípios ativos das espécies com ação terapêutica comprovada.

No início, foram selecionadas 21 espécies para estudo a partir de critérios médicos, antropológico-
sociais, botânico-agronômicos e econômicos. Essa seleção foi feita por um Comitê formado pelos
melhores profissionais da área. Entre elas estavam: quebra-pedra, funcho, maracujá, capim-cidrão,
espinheira-santa, abacateiro, alho, guaco, confrei, artemísia, hortelã, jambolão, etc. Em 1986 as
espécies selecionadas foram ampliadas para 74 (ver Quadro A.1 no Anexo 6).

Na denominada Fase I do Programa, de 1983 a 1993, foram executados 95 projetos, cuja


distribuição por ano aparece no Quadro 4.1 e por região no Gráfico 4.1 (a informação detalhada
sobre os objetivos e as intituições envolvidas em cada projeto é apresentada no Quadro A.2, Anexo
6).

Quadro 4.1 - Número de projetos executados pela CEME na Fase I do Programa


de Pesquisa de Plantas Medicinais (1983-1993)
o
Ano N de projetos
1983 21
1984 4
1985 9
1986 32
1987 8
1988 15
1989 5
1990 -
1991 1
Total 95

53
Gráfico 4.1 - Distribuição dos projetos executados pela CEME (1983-1993) por região

Nordeste Norte
11% 7% Sul
Centro-Oeste 11%
9%

Sudeste
62%

Vemos que houve uma intensa atividade nos anos 80, mas o programa praticamente parou nos anos
90. Este arrefecimento correspondeu a um brusco corte orçamentário, como pode ser constatado na
Quadro 4.2, em razão das reformas impostas durante o governo Collor.

Quadro 4.2 - Recursos liberados pela CEME para o Pro grama de


Pesquisas de Plantas Medicinais
Ano Liberações
(US$ mil de 1995)
1983 434,18
1984 268,41
1985 231,89
1986 678,18
1987 1.377,68
1988 863,45
1989 323,05
1990 808,22
1991 112,98
1992 -
1993 28,87
1994 95,59
1995 1.710,74
Total 6.610,52

54
Gráfico 4.2 - Recursos liberados pela CEME para o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais

1800
1600
1400
1200
de 1995
US$ mil

1000
800
600
400
200
0
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

O Gráfico 4.2 permite uma melhor visualização dos dados do Quadro 4.2. Observa-se que os
recursos globais da Fase I (de 1983 a 1993) foram da ordem de US$ 5 milhões. Nos últimos dois
anos o Programa parece ter tomado novo impulso, depois de ter passado por três anos em que a
maioria dos trabalhos precisou ser interrompida, em razão da desativação de várias funções do
Estado promovidas pelo governo Collor. Hoje existem 13 projetos em andamento, mas a maioria
das propostas apresentadas nos anos 90 não foi ainda implementada, havendo 19 projetos em
carteira, conforme pode ser visto no Quadro 4.3.

55
Quadro 4.3 - Projetos em carteira no Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Ceme
Título do projeto Ano Instituição
“Verificação do possível efeito adaptógeno ou resistógeno
de plantas brasileiras. Parte II. Pfaffia e Catuaba”. 1994 EPM/UNIFESP
“Avaliação clínico-laboratorial de plantas medicinais como
possíveis agentes diuréticos, antihipertensivos e 1995 UERJ
eumetabólicos”.
“Identificação de antiparasitários de origem vegetal e
desenvolvimento de formas farmacêuticas”. 1991 UFRS
“Avaliação da ação tóxica de plantas medicinais em ensaios
biológicos”. 1991 USP
“Endoscopia funcional nasal e cirurgia funcional sinusal
associadas à avaliação da Luffa opercutata (cabacinha) no 1989 EPM/UNIFESP
tratamento das patologias nasosinusais”.
“Estabelecimento de bases analíticas para estandartização de 1991 UFPA
chás medicinais”.
“Ensaio de atividade de Amaranthus viridis e Luffa
cilindrica contra helmintos parasitas de galinhas e cães”. 1991 UNESP
“Analise farmacológica dos extratos brutos de Bacharis 1991 UFSC
trimera”.
“Estresse oxidativo hepático: Modulação por produtos 1991 USP
naturais da flora brasileira”.
“Extração e identificaçào de substâncias com atividade 1991 UFMG
antiúlcera de Maytenus ilicifolia”.
“Determinação do efeito farmacológico potencial de extratos 1991 UFRS
vegetais utilizados em medicina popular”.
“Investigação farmacológica da atividade central de plantas 1991 EFSC
medicinais”.
“Esquemas terapêuticos alternativos, farmacologia e química 1991 UFPB
de novas drogas de origem vegetal”.
“Determinação de componentes polifenólicos 1991 USP
farmacologicamente ativos obtidos de vegetais”.
“Avaliação toxicológica de vegetais empregados em 1991 UNESP
medicina pop ular”.
“Estudo toxicológico pré-clínico do B-mirceno: Substância 1991 FIOCRUZ
analgésica encontrada no capim-cidrão”.
“Núcleo de fornecimento de plantas medicinais selecionadas 1990 UFMA
pela CEME”.
“Estudo fitoquímico e fitorápico de plantas brasileiras”. 1991 FIOCRUZ
“Coleta e conservação de plantas medicinais”. 1991 EMBRAPA

Observa-se que apenas três projetos envolvem extração de principios ativos de plantas medicinais,
ou seja, estudos fitoquímicos farmacológicos. Maciçamente os projetos concentram-se no estudo de
chás ou no máximo extratos de plantas.

Os primeiros resultados do programa foram publicados em 1985, correspondendo à conclusão do


estudo de Cymbopogon citratus (capim-cidrão)11. Em 1993 tinham sido concluídas as pesquisa com

11
Carlini E. L. (Coordenador) Farmacologia pré-clínica, clínica e toxicologia do capim-cidrão, Cymbopogum citratus,
Brasília, CEME, 1985.

56
28 espécies vegetais, cujos resultados aparecem na série de publicações “Programa de Pesquisa em
Plantas Medicinais” da CEME. Em alguns casos as plantas medicinais não provaram ter efeitos
significativos, em outros revelaram-se tóxicas, enquanto certas espécies confirmaram ação
terapéutica, sendo as duas principais Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) e Phyllantus niruri
(quebra-pedra). Após a conclusão das pesquisas para testar o real efeito das diversas espécies
procurar-se-ía aprimorar as técnicas de cultivo para posterior industrialização.

De acordo com entrevista realizada na CEME, existem atualmente cinco medicamentos em


condições de scale-up para produção industrial, tendo como base farmacológica as seguintes
espécies: Mikania glomerata (guaco), Phyllantus niruri (quebra-pedra), Maytenus ilicifolia
(espinheira-santa) e Cecropia glazioui (embaúba). Sua produção será realizada por laboratórios
oficiais. Pretende-se patentear esses medicamentos tão logo seja aprovada a legislação em tal
sentido.

O Programa tem atuado co-financiando Projetos de Pesquisa através de contratos e convênios com
instituições públicas e privadas. Na realidade, a grande maioria dos estudos foi realizada pelas
universidades federais e estaduais, sendo pouco significativa a participação de empresas privadas.

Há 23 instituições vinculadas ao Programa, existindo núcleos de pesquisa importantes em diversas


regiões do país, como os grupos de Belém (UFPA) na região Norte, de Fortaleza (UFCE) no
Nordeste e Santa Catarina (UFSC) no Sul (ver Quadro 4.4). Na região Sudeste a participação da
UFRJ, e na área de testes clínicos e pré-clínicos a Escola Paulista de Medicina, que foi responsável
por 27 dos 95 projetos executados. O Centro Nacional de Recursos Genéticos (CENARGEM) da
EMBRAPA também realizou alguns estudos. A CEME financia os projetos, com exceção do salário
dos pesqisadores.

Quadro 4.4 - No de projetos executados na Fase I (1983-1993) do


Progama de Pesquisa de Plantas Medicinais da
CEME, por região
o
Região N de projetos
Sul 12
Sudeste 60
Centro-oeste 9
Nordeste 10
Norte 3

FINEP
A FINEP atua no financiamento a projetos de fitofármacos através, principalmente, de três
Departamentos: Agropecuária, Ciências Biológicas e da Saúde, e Ciências da Natureza. Nos últimos
57
10 anos os projetos vêm sendo apoiados fundamentalmente com recursos do PADCT (Porgrama de
Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e, em menor monta, com recursos do FNDCT
(Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A seguir, apresentamos uma breve
avaliação dos financiamentos da FINEP nessa área, nos três Departamentos citados.

Desde 1985 o Departamento de Agropecuária vem operando o Programa de Cultivos Pioneiros


(PROCULT). Este programa promoveu o estudo integral de 20 espécies de interesse, em sua
maioria nativas. Entre essas espécies, três foram selecionadas pelo seu poder medicinal: Digitalis
lanata (Dedaleira), Cephaelis ipecacuanha (Ipeca) e Pilocarpus microphyllus (Jaborandi), sendo as
restantes escolhidas pelo seu potencial alimentício, oleaginoso, laticífero (produção de látex), etc.

Estimava-se que o tempo necessário para transformar uma espécie em planta cultivada seria de 5 a
10 anos. Assim, foram privilegiados cultivos que pudessem se de fácil e rápida adoção pelo sistema
produtivo nacional. Pretendia-se sistematizar o conhecimento necessário para o cultivo dessas
espécies, uma vez que a maioria tem sido explorada só pelo sistema extrativista, chegando, em
alguns casos, à quase extinção. Os principais objetivos do Programa eram:

-criar oportunidades técnicas e científicas para aproveitamento de espécies vegetais nativas e


exóticas de interesse econômico e social.

-promover a diversificação da agricultura brasileira em bases ecológicas e culturais,


economicamente sustentáveis.

-Incorporar ao sistema produtivo plantas não tradicionalmente cultivadas, criando inclusive


alternativas de produção para áreas até então inexploradas.

-Promover e/ou intensificar as pesquisas com espécies vegetais de uso já popularizado e de


potencialidade econômica e social destacadas, com vistas à sua transformação em plantas
cultivadas.

-Conservar a variabilidade genética das espécies selecionadas.

-Promover o conhecimento científico-tecnológico sobre a propagação, manejo e obtenção do


produto econômico das espécies selecionadas.

-Promover a difusão controlada das pesquisas bem como desencadear o processo de


desenvolvimento dos novos cultivos no país.

As pesquisas desenvolvidas incluíram linhas relativas à botânica, ecologia, recursos genéticos,


biologia, utilização e processamento, e estudos sócio-econômicos das espécies selecionadas.
58
Tratava-se de estudos de caráter interdisciplinar que exigiam a participação de várias instituições.
No caso de espécies de plantas medicinais, as instituições participantes foram:

a) Digitalis lanata (Dedaleira): Instituto Agronômico de Campinas.

b) Cephaelis ipecacuanha (Ipeca): Instituto Agronômico de Campinas, SEICT/RO -Secretaria de


Estado de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, UEPAE/RO -Unidade de Execução de
Pesquisa de Âmbito Estadual e Territorial, UFMT -Universidade Federal de Mato Grosso,
EMPA/MT -Empresa Matogorssense de Pesquisa Agropecuária, Universidade federal do Rio de
Janeiro/Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais.

c) Pilocarpus microphyllus (jaborandi): UNICAMP, Universidade Federal do Rio de Janeiro,


CENARGEN/EMBRAPA.

Para assessoramento à FINEP e ao CNPq na implementação do Programa de apoio a Cultivos


Pioneiros constituiu-se um grupo formado por: um representante do CNPq; um representante do
Comitê Assessor de Agronomia do CNPq; um representante da FINEP; quatro representantes da
Comunidade Científica; e dois representantes da Iniciativa Privada. Esse grupo participou na
avaliação das propostas de projetos, pedidos de auxílios e bolsas. Para o acompanhamento dos
projetos foram contratados consultores especializados.

Ao CNPq coube outorgar bolsas de pesquisa e de formação, financiar a contratação de consultores


internacionais e possibilitar a public ação dos resultados do programa. À FINEP correspondeu
financiar o investimento necessário para a realização dos projetos. O custeio para fomento e
acompanhamento das pesquisas foi compartilhado em partes iguais pelas duas instituições.

O detalhe dos projetos realizados dentro do Programa Cultivos Pioneiros, no relativo a plantas
medicinais, aparece no Quadro 4.5.

59
Quadro 4.5 - Projetos de pesquisa em plantas medicinais realizados com o apoio do Programa Cultivos
Pioneiros (PROCULT) da FINEP/CNPq
Título Objetivos Instituição Ano do Recursos
convênio aproximados
(US$)
“Biologia, cultivo Estudar a biologia e estimular o seu UNICAMP/CP
experimental e cultivo QBA 1988 24.500,00
aspectos sócio-
econômicos de
ipecacuanha”
“Coleta e conservação Coleta de germoplasma para EMBRAPA/
de germoplasma de domesticação da espécie e CENARGEN 1988 21.000,00
ipecacuanha” estabelecimento de Banco de
Germoplasma
* Estabelecer o cultivo racional de UNICAMP/CP
jaborandi, com plantas de QBA
caraterísticas uniformes e 1990 5.000,00
produtivas, visando ao fornecimento
de matéria-prima para a indústria de
sais de pilocarpina
*sem título

Além das atividades do Departamento de Agropecúaria, a FINEP tem concedido financiamento a


projetos de fitofármacos pelo seus Departamentos de Ciências Biológicas e da Saúde e de Ciências
da Natureza. A maior parte desses recuros foi outorgada através do Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico -PADCT. Desde 1985 foram implementados por esta
via 31 projetos, cujos objetivos e instituições envolvidas aparecem no Anexo 6 (Quadro A.3). A
seguir, apresentam-se os recursos envolvidos em 28 desses projetos, que incluem os dois
Departamentos (para o três projetos restantes não se dispõe da informação dos valores).

Quadro 4.6 - Financiamento de projetos em fitofármacos pelos Departamentos de Ciências Biológicas


e da Saúde e de Ciências da Natureza da FINEP
Ano do convênio No de projetos Total
(US$ 1995)
1985 2 145.964,18
1986 7 644.733,57
1987 6 613.659,12
1988 1 74.346,57
1990 1 17.536,7
1991 2 836.262,72
1992 4 1.381.283,6
1993 5 3.502.865,9
Total 28 6.528.646,67

Os auxílios na segunda metade da década de oitenta foram da ordem de US$ 1,5 milhões. Após
1990, coincidindo com a segunda fase do PADCT, esses auxílios cresceram significativamente.

60
A distribuição dos financiamentos por região é apresenta no Quadro 4.7. Observa-se que os auxílios
foram distribuídos a instituições de diversas regiões, destacando-se a participação de grupos da
UFRJ, UFSC, UFCE e UFPA, dos respectivos departamentos de química e farmacologia. Alguns
projetos visaram à criação de laboratórios para atender às demandas em nível regional, como por
exemplo, a implantação do Laboratório de Espectrometria (LEMAR) para atendimento multiusuário
na região Norte e Nordeste, em 1994.

Em certos casos, as pesquisas avançaram até a formulação de medicamentos e acordos com


empresas para sua produção. Tal foi o caso de um estudo realizado pela UFSC que resultou num
consórcio com a BIOBRÁS e a Microbiológica para o desenvolvimento de um medicamento que
bloqueia a ação da bradicinina, chegando à solicitação de pedido de patente junto ao INPI.

Todavia, na maioria dos casos, os resultados das pesquisas não tiveram aplicação comercial direta,
resultando basicamente na formação de recursos humanos com divulgação de resultados através de
congressos e publicações em periódicos nacionais e estrangeiros.

Quadro 4.7 - Projetos financiados pela FINEP segundo região de origem da instituição apoiada
Região No de projetos
Sul 5
Sudeste 6
Centro-Oeste 4
Nordeste 7
Norte 4
TOTAL 25

CNPq
Com relação à formação de Recursos Humanos especializados na área de fitofármacos, coube às
agências de financimento, como CNPq e CAPES, um papel destacado. A informação consolidada
dos auxílios concedidos no período 1992/1994 aparece nos Quadros 4.8 a 4.12. Como vemos nos
Quadros 4.11 e 4.12, coincidindo com o financiamento concedido pelas instituições acima
analisadas, destacam-se as participações da UFCE e da UFRJ no uso de bolsas e auxílios. A maior
parte das pesquisas foi desenvolvida pelos departamentos de química e farmacologia. Porém, no
caso da UFCE existe também participação dos departamentos de botânica, bioquímica e agronomia,
o que pode significar um tratamento mais integrado em relação ao tema. Nas bolsas e auxílios a
região Nordeste participou com cerca de 40% nesse período, o que também estaria indicando a
existência de uma significativa capacitação regional na área de fitofármacos. Além da UFCE,
também a UFPB teve uma participação importante.

61
Em nível nacional, destacam-se ainda a UFRJ e a UFMG, que o apoio das agências e instituições de
fomento criaram núcleos de pesquisa importantes na área de fitofármacos. Como pode ser visto no
Quadro 4.12, todas as modalidades de bolsas e auxílios foram utilizadas por essas instituições.
Observe-se que mais da metade dos auxílios concedidos correspondem à área de química.

Além da informação apresentada, tanto a CAPES como o CNPq oferecem auxílios na forma de
bolsas de mestrado e doutorado em áreas relacionadas com fitofármacos. Entretanto, este tipo de
auxílio não pode ser discriminado por corresponder a quotas de demanda social das instituições.

Quadro 4.8 - Bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq para projetos de fitofármacos de 1992 a 1994
Área do Bolsas Auxílios Total
conhecimento
No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$
Botânica 48 102.687,14 4 25.611,52 52 128.298,66
Farmácia 8 22.323,89 1 0,04 9 22.323,93
Farmacologia 54 196.089,60 11 90.961,28 65 287.050,88
Química 125 559.643,06 17 41.638,85 142 601.281,91
Genética 2 2.386,54 2 2.386,54
Bioquímica 3 29.993,14 1 2.675,62 4 32.668,76
Agronomia 3 2.231,15 1 0,02 4 2.231,17

Total Geral 243 915.354.52 35 160.887,33 278 1.076.241,85

Quadro 4.9 - Distribuição por região das bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq, de 1992 a 1994
Área do Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
conhecimento
No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$

Botânica 45 112.960,80 5 7.545.33 2 7.792,53

Farmácia 1 11.899,86 8 10.424,07


Farmacologia 1 1.060,23 15 87.213,76 5 17.207,75 27 145.635,45 17 35,933,69

Química 8 30.319,09 43 117.784,34 2 8.966,71 79 402.093,67 10 42.118,10

Genética 2 2.386,54
Bioquímica 2 20.208,17 1 10.958,24 1 1.502,35

Agronomia 2 843.04 2 1.388,13

Total 9 31.379,32 108 350.909,97 13 44.678,03 113 560.798,67 35 88.475,86

62
Quadro 4.10 - Bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq segundo modalidade, de 1992 a 1994
Tipo No de projetos Valor US$ correntes
Inic. Científica 159 223.374,54
Aperfeiçoamento 17 34.930,21
Pesquisa 52 526.258,66
Ap. Técnico 8 15.432,52
Exterior 7 115.358,59
Auxílios 35 160.887,33
Total 278 1.076.241,85

Quadro 4.11 - Distribuição dos auxílios do CNPq por área de conhecimento e por instituição, de 1992 a
1994
Institituição Botânica Farmácia Farmacol Química Bioquímica Agronomia Total Valor US$
No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro corrente

UFCE 4 2 2 1 1 10 38.026,82

UFPR 1 1 -
UFRS 2 2 4.448,98

UFPB 1 1 2 21.990,78

UFRJ 1 3 4 17.039,03
USP 1 1 2 4.717,21

UFSP 3 3 51.166,66

UFMG 1 1 2.288,37
UNICAMP 1 1 -

UFBA 2 2 4.228,74

UFSC 1 1 2.986,00
UFRRJ 2 2 1.649,34

UFPA 2 2 3.280,07

UFSCAR 1 1 6.115,44

INPA 1 1 2.949,74

TOTAL 4 1 11 17 1 1 35 160.887,33

63
Quadro 4.12 - Distribuição das bolsas concedidas pelo CNPq por área de conhecimento e por
instituição, de 1992 a 1994
Institituição Botânica Farmácia Farmacol Química Genética Bioquímica Agronomia Total Valor US$
No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro No Pro corrente

UFCE 30 3 25 1 59 150.985,98

UFPR 2 2 3.059,66
UFRS 7 10 1 18 37.354,48

UFPB 3 1 8 8 20 85.266,63

UFRJ 7 13 1 21 91.832,85

USP 1 12 13 49.394,40

UFSP 10 10 33.871,11

UFMG 2 17 19 45.694,19

UNICAMP 1 2 3 28.213,99

UFBA 3 1 1 5 26.804,34

UFSC 3 2 5 14.381,08
UFRRJ 6 6 58.427,55

UFPA 1 5 6 25.149,51

UFSCAR 3 2 5 35.028,22
UFMT 5 5 17.207,75

UFRPE 4 4 5.723,65

UFPE 1 1 2 10.481,31
UNESP 2 2 21.069,22

UF LAVRAS 2 2 1.388,13

UFF 6 6 7.114,39

Inst. Biológico 3 3 12.916,93

UFSM 5 5 25,224,24

UNB 2 2 8.966,71

FIOCRUZ 3 3 10.839,58

Ins. Botân. SP 1 1 6.668,50

U. ALFENAS 1 1 1.785,26
EMBRAPA 5 5 7.545,33

M. AGRICUL. 1 1 10.958,24

IME 1 1 12.349,60
UFAL 4 4 7.381,72

Univ. Caxias 1 1 1.021,38

Sem vínculo 3 3 61.228,59


Total 48 8 54 125 2 3 3 243 915.354,52

Outras instituições
Outra instituição que concedeu alguns auxílios na área de fitofármacos foi a Fundação Banco do
Brasil. No Quadro 4.13 apresenta-se informação sobre os auxílios solicitados a essa instituição.
Nota-se que a grande maioria dos pedidos não foi atendida, indicando, de um lado, pequeno

64
interesse da instituição nessa área e, de outro, que há uma demanda reprimida por estudos em
fitofármacos e produtos naturais.

Quadro 4.13 - Auxílios solicitados à Fundação Banco do Brasil, 1991-1995


Título do Projeto Instituição Período
“Workshop em biotecnologia de plantas” UFAL/D. Química 01/94 a 12/96
“Plantas medicinais brasileiras como fonte de UFRJ/Inst.Ciên.
substâncias imunomoduladoras, Antivirais e Bio.Dep.Bioquímica
indeferido
Antitumorais”
“Estudo do ecossistema floresta tropical Atlântica UFSC/Coord. Horto
visando ao aproveitamento dos recursos vegetais” Florestal
indeferido
“Aspectos ecofisiológicos das Cianofíneas
brasileiras: avaliação de toxicidade e aproveitamento
Fud. Bio-Rio indeferido
econômico”

“Montagem de laboratório de química farmacêutica Univ. Luterana do Brasil


da ULBRA” ULBRA
arquivado
“Pesquisas botânicas do Herbário Barbosa Herbario Barbosa indeferido
Rodrigues” Rodrigues
“Obtenção de fármacos anti-maláricos a partir de CPQBA-UNICAMP 06/95 a 04/97
Artemisia annua”

“Extração e obtenção de princípios bioativos de Fund.Bio-Rio/Lab. indeferido


plantas medicinais da localidade de Jaceruba-Reserva Biotecnologia de Plantas
Biológica de Tinguá”
“Controle da qualidade de plantas medicinais FIOCRUZ/Lab. Química indeferido
exógenas e brasileiras, empregadas no tratamento de de Produtos Naturais
infestações: parasitárias e viróticas” Farmanguinhos
“Estudo químico e farmacológico de plantas UFCE/Dep. Fisiol. indeferido
medicinais do Norte e Nordeste” Farmac.
“Caracterização de substâncias fitoterápicas da Flora UF Roraima / Dep. indeferido
Roraimense” Química
“Produtos naturais e sintéticos bioativos” UFPB/Lab. Tecnol. indeferido
Farmacêutica

65
5. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER A PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS
A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS
Partindo dos elementos discutidos nos capítulos anteriores, iremos, inicialmente, apresentar os
principais atores atuantes na P&D e produção de fitomedicamentos e, em seguida, resumir os
principais pontos favoráveis de que o Brasil dispõe para desenvolver essa área, assim como as
dificuldades existentes. Finalmente, apresentaremos uma proposta de estratégia de desenvolvimento
da produção de medicamentos a partir de plantas medicinais que contemple o aproveitamento das
oportunidades indicadas e ao mesmo tempo supere os obstáculos apontados.

5.1 Quem são os atores e como eles interagem


O estudo de plantas medicinais é realizado por fitoquímicos, farmacólogos, bioquímicos, botânicos,
etnológos, médicos e farmacêuticos na ampla área de medicina natural. Aqui, no entanto, vamos nos
ater aos principais grupos de pesquisadores atuando no Brasil. São eles, os fitoquímicos,
pesquisadores da área de química orgânica também denominados químicos de produtos naturais e
que raramente dominam a área farmacológica e os farmacólogos/ biólogos, profissionais originados
de diferentes áreas (médica, farmacêutica e biológica) e que raramente dominam a área química.

É muito raro que um mesmo indivíduo realize, ele mesmo, pesquisas fitoquímicas-
farmacológicas/biológicas necessárias para a descoberta de novos fármacos. Por isso, plantas
medicinais são estudadas do ponto de vista químico por fitoquímicos e do ponto de vista
farmacológico por farmacólogos, estabelecendo uma dicotomia perigosa. Cooperações
interdepartamentais, interinstitucionais e multidisciplinares, embora necessárias, raramente são
realizadas, comprometendo o sucesso do estudo de plantas medicinais

A relação entre fitoquímicos e biólogos


A área química de produtos naturais é ampla, abrangendo os estudos fitoquímicos (estudo da
composição química de plantas) zooquímicos (estudo químico de insetos) e o estudo químico de
organismos marinhos. Devido às dificuldades inerentes à área, os pesquisadores costumam se
restringir a uma área específica. Os grupos de fitoquímica raramente cooperam entre si ou com
grupos de farmacologia visando novos fitofármacos. É muito comum que as publicações na área
farmacológica se refiram a extratos brutos ou apenas ligeiramente purificados (veja p.ex. Anais da
SBFTE, Seção Produtos Naturais). Ou seja, o princípio ativo da planta em questão é raramente
isolado.

66
Químicos, por outro lado, raramente estudam a composição química de plantas em mistura (extratos
brutos). O comum é a purificação dos extratos, levando a frações e estas a substâncias puras. No
entanto, é muito comum que o princípio ativo de uma planta medicinal seja uma mistura de
substâncias. A separação de uma amostra em substâncias puras pode levar perder o efeito
farmacológico esperado. Quando a relação existe, os fitoquímicos produzem mais frações e
substâncias puras que o farmacólogo/biólogo pode testar.

Todos estes fatores, além de outros menores, geram tensão na relação química e biologia de modo
que dificilmente as relações progridem. Tampouco fluem as relações entre grupos universitários
para a pesquisa (obrigatoriamente) multidisciplinar na área de medicamentos de plantas medicinais.
Os pontos de vista de acadêmicos de diversas especialidades muitas vezes se confrontam.

Estes grupos, por sua vez, raramente tem cooperação com a área empresarial.

A relação entre universidade e empresas


Um dos maiores problemas detectados a partir dos questionários aplicados é que não há cooperação
entre os grupos acadêmicos da universidade e as empresas (nacionais ou não) para o
desenvolvimento de novos medicamentos. Isto acaba criando um paradoxo: a universidade
desenvolve pesquisas e divulga o conhecimento para a comunidade científica internacional e, como
nossa indústria não possui cultura e visão de desenvolvimento tecnológico, permite que as
industrias transnacionais façam uso deles. No nosso entender só é possível desenvolver
medicamentos em cooperação com empresas que finalmente vao comercializar o produto.

Há uma desconfiança que permeia as relações entre acadêmicos e empresas, de ambos os lados. O
empresário teme colocar recursos nas mãos dos cientistas acreditando que a relação custo/benefício
seja muito alta, além de exigir sigilo com relação ao projeto. Por outro lado, os cientistas a) não
apreciam trabalhar sob o cronograma apertado dos empresários, b) dificilmente aceitam
interferências em seu trabalho, c) não estão mobilizados para os trabalhos que visam produtos (vide
Tabela - Recursos do Estado FNDCT/CNPq/FAPESP), d) não aceitam produzir trabalhos que
tenham alguma restrição à publicação. Deste modo, as relações entre empresas-universidades,
dificilmente fluem. Os recursos para as pesquisas vem massivamente do Estado e só muito
raramente de empresas (vide Quadro 7).

67
5.2 Vantagens e obstáculos para o desenvolvimento da área de produtos naturais
As vantagens detectadas são a flora, o conhecimento popular, o conhecimento científico, a
disponibilidade de tecnologia, o interesse da área empresarial e o volume de recursos aplicados nos
últimos dez anos. Em seguida, detalharemos cada um destes pontos.

1. Entre os elementos favoráveis ao desenvolvimento de medicamentos a partir de produtos naturais


de que o Brasil dispõe está a riqueza de sua biodiversidade, particularmente concentrada na Mata
Atlântica e na Amazônia 12.

A região amazônica cobre 5 milhões de km2, com 33.000 espécies de plantas superiores, sendo pelo
menos 10.000 destas medicinais, aromáticas e úteis (Brown, 1992, Mors, 1966; Di Stasi, 1989;
Brito, 1993; Barata, 1994; Gottlieb, 1980), 300 espécies de frutas comestíveis (Cavalcante, 1988)
além de uma enorme fauna marinha, insetívora e animal, muitos dos quais usados na
etnofarmacologia, mas sem qualquer registro atual. Portanto, é maior o nú mero de plantas
13
medicinais/úteis nessa região que na India e China . Mesmo as plantas tóxicas existentes na região
(Da Silva, 1979) poderão se tornar importantes templates para a descoberta de novos produtos
terapêuticos. Além dos estudos com plantas medicinais, os estudos de venenos e toxinas de origem
animal abrem um novo horizonte para a compreensão de fenômenos moleculares complexos em
nível celular. (CALIXTO. DOC.)

Estes números justificam a opção de concentrar os estudos de plantas medicinais na região


amazônica, onde será muito maior a probabilidade de se encontrar produtos exploráveis de modo
sustentável. É aí também que as empresas farmacêuticas multinacionais concentram seus esforços
(APP, 1992; BUSW, 1992; Science, 1990). O Quadro 5.1 mostra algumas empresas nacionais ou
estrangeiras que transformam produtos naturais da Amazônia em produtos finais com alto valor
agregado (Scrip, 1992 e 1993).

12
A maior diversidade biológica do país se encontra na mata atlântica, da qual, lamentavelmente, não restam mais do
que 12%. Na Amazônia, restam ainda 90% de área florestal (Brown, 1991, 1992).
13
India e China, países tradicionais nesta área, contam com 5.000 e 2.500 espécies medicinais respectivamente.

68
Quadro 5.1 - Empresas que transformam produtos naturais da Amazônia.
Empresa Área Produtos comercializadas
Hutton Molecular Medicamentos Fitofármacos, agroquímicos
(Inglaterra) e veterinários
PHYTOpharmaceuticals Medicamentos Fitofármacos
(EUA)
Shaman Pharmaceuticals Medicamentos Fitofármacos
(EUA)
Xenova (Inglaterra) Medicamentos Fitofármacos
The Body Sh op Cosméticos Óleo de castanha do Pará,
(Inglaterra) óleo de Andiroba, etc
Rainforest Crunch Alimentos Amendoas, Castanha do
(USA) Pará
Natura Cosméticos Óleo Andiroba
(São Paulo)
Boticário Cosméticos Diferentes produtos em
(Curitiba) P&D
Nutrimental Alimentos Amendoas, Castanha do
(Curitiba) Pará
Irda Matérias-primas para cosméticos e Óleos Vegetais
(Amapá) medicamentos
Brasmazon Matérias-primas para cosméticos e Diferentes Produtos
(Amapá) medicamentos
Centroflora (São Paulo) Medicamentos Matérias-primas para
fitoterápicos e cosméticos
Sanrisil (São Paulo) Medicamentos Matérias-primas para
fitoterápicos e cosméticos

Por outro lado, um grande obstáculo ao aproveitamento do potencial associado à biodiversidade


brasileira está na destruição do meio-ambiente em ritmo acelerado, o equivalente a 10.000 Km2 por
ano (dados do INPE, 1995). Nichos ecológicos desaparecem como em Rondônia (80% da floresta
destruída) e rios são contaminados com mercúrio, como o Tapajós.

Desde o descobrimento, em 1500, plantas que adquirem valor econômico tendem a ser predadas até
seu esgotamento. Isto já aconteceu com o Pau-Brasil, e atualmente com o Sassafras (Ocotea
pretiosa), Pau-Rosa (Aniba rosaeodora), Jaborandi (Pilocarpus jaborandi), Pfaffia (Pfaffia
paniculatta) e muit as outras plantas selvagens comercializadas.

2. Outro fator que favorece a área de produtos naturais é o conhecimento etnobotânico e


etnofarmacológico da população brasileira, a miscigenação tendo sido um fator primordial para este
conhecimento. Negros e europeus trouxeram para o Brasil o seu conhecimento sobre o uso de
plantas que se somou ao dos índios. A difusão desse conhecimento no seio da população facilita a
aceitação popular de fitoterápicos e a aderência terapêutica.

Entretanto, é um sério problema a perda corrente do conhecimento etnomédico e do manejo das


plantas do ambiente devido, em grande medida, às migrações internas e ao desaparecimento físico
de indígenas que no descobrimento eram 2 milhões e hoje são apenas 250 mil. O conhecimento dos
69
mais jovens sobre plantas medicinais/ úteis está definhando como consequência da aculturação
desses povos. Desse modo, é preciso resgatar essas informações etnofarmacológicas e
etnobotânicas, inventariando-as em banco de dados que permitam seu acesso por cientistas e
empresas.

3. A simplicidade da tecnologia usada para extração de plantas medicinais constitui uma vantagem
adicional para explorar os recursos vegetais. Existem centenas de pequenos fabricantes, a maior
parte dos quais sequer registrada no Ministério da Saúde, cujos produtos são colocados a venda em
praças públicas, feiras e outros pontos. Até mesmo repartições públicas se ocupam dessas
atividades. Esta prática se ampliou enormemente nos últimos anos devido ao Programa “Plantas
medicinais no serviço público”, que recomenda o cultivo e produção de fitoterápicos por parte de
diversos organismos (prefeituras, ONGs, associações de bairro).

Por outro lado, a fabricação realizada muitas vezes em condições precárias e à margem da
Vigilância Sanitária pode representar um risco adicional pela falta de controle da qualidade dos
produtos distribuídos ou vendidos por essas organizações.

4. O patamar de desenvolvimento tecnológico-industrial alcançado pelas empresas farmacêuticas no


Brasil, embora deficiente, não é nulo e permite considerar pelo menos a possibilidade de que elas
reajam de modo positivo e passem a fazer desenvolvimento a partir de produtos naturais em ritmo
mais intenso do que o verificado até o presente.

5. A capacitação científica nacional, apresentada no capítulo 3, atingiu um nível de excelência


razoável, tornando mais factível a exploração dos conhecimentos originados da biodiversidade e da
etnofarmacologia. Os estudos já realizados no país sobre plantas medicinais, conforme visto no item
3.3, constituem um acervo de conhecimento significativo que deve ser explorado para o
desenvolvimento de uma tecnologia própria.

6. Os estudos já realizados no país sobre plantas medicinais, conforme visto no capítulo 4,


constituem um acervo de conhecimento significativo que deve ser explorado para o
desenvolvimento de uma tecnologia própria.

7. Financiamento: O PADCT III que vai vigorar de 1997-2000 deverá privilegiar projetos
tecnológicos, multidisciplinares de aplicação da ciência, permitindo realizar consórcios entre a
academia e empresas.

70
5.3 Proposta para uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a partir de
plantas medicinais
A seção acima mostrou o potencial e as dificuldades existentes no uso de plantas medicinais para a
produção de medicamentos, cosméticos, agroquímicos e intermediários químicos. Nesta seção
vamos propor uma estratégia voltada para o aproveitamento das potencialidades e superação das
dificuldades apontadas.

Propomos a formação de Laboratórios Integrados para Desenvolvimento de Fármacos (LIDF)


coordenados por um Núcleo Estratégico de Desenvolvimento de Fármacos. Este Núcleo teria as
seguintes responsabilidades:

- traça a política e define as estratégias para o setor

- faz diagnóstico da área

- estabelece objetivos e metas no tempo

- estrutura um banco de dados com informações da área

- constitui um corpo de assessores jurídicos encarregados do patenteamento e relacionamento


entre as partes contratantes

- coordena as relações academia / setor produtivo

- analisa projetos da comunidade e encontra os parceiros: cientistas e empresários

- estabelece um CA no CNPq específico para P&D de medicamentos

- ajuda a captar os financiamentos necessários

- qualifica as propostas e confere um “selo verde” que habilita o projeto à parceria e


financiamento

- acompanha e avalia as várias fases dos projetos

Este Núcleo, de caráter executivo, teria seu corpo constituído a partir de um Comitê independente
do qual participariam as comunidades científica (representantes das sociedades científicas e
cientistas independentes com forte tradição em P&D), empresarial (associações patronais e
empresários de destaque na área) e governamental (representantes das agências de financiamento,
CNPq, FINEP, FAPESP...)

Os LIDF estariam estrategicamente associados em um projeto de desenvolvimento de um


processo ou produto específico (ou conjunto de produtos terapeuticamente similares). Seriam

71
constituídos de laboratórios pré-existentes, com competência já demonstrada em P&D e que
ganhariam atribuições estabelecidas pelo Núcleo a partir de editais de chamadas específicos para o
desenvolvimento de tecnologia para fármacos.

Essa proposta é abrangente e não se restringe apenas aos fitofármacos. Todavia, pensamos que as
vantagens apontadas acima sugerem que as oportunidades são maiores dentro dessa área. Portanto,
seria um bom ponto de partida para implementar a estratégia.

Como virtudes desta proposta deverá ocorrer:

1) progressivo aumento da interação universidade-indústria, estabelecendo mecanismos de


comunicação entre os parceiros de projetos de descoberta de novos fármacos.

2) abordagens multidisciplinares dos estudos químicos e biológicos.

3) aumento do número de patentes obtidas pelas universidades e institutos de pesquisa

4) estabelecimento de projetos conjuntos estimulará o fortalecimento de cooperação internacional

Complementarmente, medidas como as descritas abaixo deverão ser tomadas:

Com relação à flora


- Criar um mecanismo de proteção no qual plantas e organismos originados da biodiversidade
brasileira serão registrados pelo governo para efeito de estudos, pesquisa e desenvolvimento.
Neste contexto poderão ser coletadas e trabalhadas por instituições de pesquisas ou empresas de
qualquer nacionalidade, que, em caso de exploração comercial futura de patentes descobertas,
deverão pagar royalties em benefício de uma Fundação Nacional da Biodiversidade,
possivelmente nos moldes do projeto da Merck Sharp & Dohme (USA) com o governo da Costa
Rica, que deveria ser estudado para verificar o quanto se aplica ao Brasil (B&DM, 1991).

- Conferir aos produtos originados da biodiversidade brasileira um “selo verde” como garantia de
qualidade e indicação de produto original e natural. Um comitê analisaria a qualidade dos
produtos/produtores como condição para outorgar o selo.

- o cultivo de culturas anuais/ perenes de plantas medicinais/ úteis nas áreas desmatadas do país
(500.000 km2).

72
Com relação ao gerenciamento de informações
- Inventariar, catalogar e organizar as informações antropológicas, etnológicas, ecológicas e
taxonômicas já existentes em um banco de dados (Brasilert), tornando-as acessíveis à
comunidade acadêmica e empresarial.

- Realizar estudos do tipo “Quem é quem” e “Onde e quanto custa” para projetos químicos e
biológicos de produtos naturais, cujos resultados também devem constituir um banco de dados;
a partir desses estudos poder-se-á identificar as competências acadêmicas (universidades,
institutos de pequisa) para desenvolvimento de projetos científicos/tecnológicos em
medicamentos, cosméticos e agroquímicos.

Com relação à formação de competências


- Estabelecer centros de referência de estudos em produtos naturais para a indústria de
medicamentos, cosméticos e agroquímicos e intermediários químicos. Estes centros deverão
contribuir para:

a) padronizar mecanismos de controle de qualidade de plantas medicinais comercializadas e


fitoterápicos consumidos pela população;

b) desenvolver estudos toxicológicos de produtos naturais;

c) desenvolver um sistema de avaliação (screening) e de ensaios farmacológicos de produtos


14
naturais , cuja estratégia geral está explicitada na Figura 5.2 (McChesney, 1993).

- Facilitar a permanência de pessoal de empresas (técnicos e estagiários) nos laboratórios das


universidades e institutos de pesquisas governamentais para o desenvolvimento de técnicas,
controle de qualidade e produtos.

- Treinamento de pessoal em instituições relacionadas com screening/ fitoquímica de plantas


medicinais/úteis (Universidade de Illinois, Pharmazeutische Institute Münich, prof. Wagner,
H.).

14
Caso a estratégia privilegie o mercado internacional, os estudos deverão abarcar as seguintes áreas: câncer,
mutagênesis, HIV, hepatite, cardiovascular, antifungos, doenças imuno-supressoras, doenças dermatológicas, diabetes,
alergias e mal de Alzheimer, especialidades que as empresas multinacionais farmacêuticas têm priorizado (ABNI, 1991)
e analgésicos.( vide anexo .........)

73
- Criar condições nos sistemas de PG do Brasil de realizar teses com caráter multidisciplinar na
área de medicamentos de plantas, que poderão ter caráter sigiloso por certo número de anos para
impedir cópias de processos e pesquisas (garantir patenteamento)

Com relação a financiamento


- Suprir as diferentes carências apontadas no item "dificuldades 3.3.2" isto é, financiar através de
programas de editais, como o PADCT, projetos multidisciplinares e específicos para o
descobrimento e P&D de drogas apenas quando houver empresas interessadas nos resultados
das pesquisas.

- Provocar a parceria da Universidade - Empresas através de financiamentos ligados a editais


específicos para a P&D de drogas.Criar uma política de fortalecimento da indústria nacional de
fitoterápicos para aproveitar a competência no fabrico de medicamentos Este incentivo seria
dado estimulando o estudo da eficácia clínica dos produtos já existentes no mercado (
portaria.....) e assim como de processos controle de qualidade.

- Gerar na universidade condições desburocratizadas para pesquisadores estabelecerem relações


formais com empresas permitindo uma flexibilização oficial do RDIDP e possibilidade de
ganhos financeiros ou royalties de processos ou produtos desenvolvidos em colaboração.

74
6. BIBLIOGRAFIA

ABNI (1991), Agr. Biotech. News Inf . 3, (1) 13

APP (1992), “Phytopharmaceuticals seeks plant derived pharmaceuticals”, Applied Genetic News.
out/92

B&DM (1991), “Screening plants for new drugs”, Biotech & Development Monitor, n° 9.

BARATA, L. E. S. (1976), “Isolamento e síntese de neolignanas de Virola surinamensis (Rol)


Warb”. Tese de Doutorado, IQ - UNICAMP.

BARATA, L. E. S.; DI STASI, LUIZ CLÁUDIO; TAMASHIRO, JORGE e MARQUES,


MÁRCIA O (1994) “Essential oil composition in Amazon plants”, Abstracts of IFEAT
Conferences, Avignon, France.

BARATA, L.E.S. e QUEIROZ, SÉRGIO R. R. , ( Out. 1995 ) “Contribuição efetiva ou potencial do


PADCT para o aproveitamento econômico sustentável da Biodiversidade”, Relatório ao MCT-
PADCT III.OBS: Em “Proposta do PGCT p/ o PADCT III, Anexo I, pg. XVI.

BARATA, L. E. S. (Set. 1996) “Diagnóstico dos medicamentos a partir de plantas medicinais no


Brasil”, XIV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, Florianópolis.

BARRETO DE CASTRO, L. A. (Ago. 1994), “Conclusions and recommendations”, in SEIDL, P.


(ed.), The use of biodiversity for sustainable development: investigation of bioactive products
and their commercial applications, Proceedings of a Workshop, Academia Brasileira de
Ciências & MCT, (pg 104), Manaus.

BEAL, J. L. e REINHARD, E. (1981)- “Natural products as medicinal agents”, Plenary Lectures of


the Int. Research Congress on Medicinal Plant Research, Strasbourg, Ed. Hippokrates Verlag
Stuttgart

BRITO, S. A. (1993), “Forty years of Brazilian medicinal plant research”, J. Etnopharmacology,


39, p. 53-67.

BROWN, K.S. Jr e BROWN.GEORGE G. (1992), “Habitat alteration and species loss in Brazilian
forests”, in Tropical deforestation and species extinction,Chapman & Hall, London.

75
BROWN, K.S. Jr ( 1991 ),-”Conservation of Neotropical environments: Insects as indicators”, in
The Conservation of insects and their habitats (R.E.S. Symposium XV),Academic
Press,London

BUSW (1992), “Phytopharmaceuticals initiates collaborative agreement to discover new plants


derived pharmaceuticals products”, Businesswire, 03 August.

CALIXTO, JOÃO B.; LAPA, ANTONIO J.et alli (1995), “Iniciativa mercosur para la
investigacion y desarollo de nuevos medicamentos y productos de aplicacion industrial de
origen natural,” Relatório de Punta del Este

CARLINI E. L. (1985) Farmacologia pré-clínica, clínica e toxicologia do capim-cidrão,


Cymbopogum citratus, Brasília, Relatório á CEME.

CAVALCANTE, P. (1988) Frutas comestíveis da Amazônia, 4 Ed. MCT/ CNPq, Belém, PA.

CHEMICAL & ENG. NEWS (1995) “Technology-based firms define new business approach to
drugs , Chemical & Eng. News, June 5, 17-25.

COUTINHO, L. & FERRAZ, J. C. (coords.) (1994), Estudo da Competitividade da Indústria


Brasileira, Papirus - Editora da Unicamp, Campinas, 1994.

CYTED (1993) Subprograma X, Química Farmacêutica, Reunião de Constituição UFC, Fortaleza,


Ceará, 1 a 3 de Setembro.

Da SILVA, M. et alii (1979), Plantas tóxicas da Amazônia, CNPq / INPA, Manaus, AM.

DI STASI, LUIZ CLÁUDIO, ( 1995 ) Plantas Medicinais:Arte & Ciência, Ed. UNESP São Paulo -
SP

DI STASI, LUIZ CLÁUDIO. et alii (1989), Plantas medicinais na Amazônia , Ed. UNESP, São
Paulo-SP.

GAZETA MERCANTIL (1996) Balanço Anual 96 / 97: Pará. Ano I, n° 1, Setembro

GILBERT, B. (1994), “Biodiversity: economic evaluation”, in SEIDL, P. (ed.), The use of


biodiversity for sustainable development: investigation of bioactive products and their
commercial applications, Proceedings of a Workshop, Academia Brasileira de Ciências &
MCT, Manaus, 25 de novembro.
76
GOTTLIEB, O. (1994) “Biodiversity as base for Angiosperma prospection”, in SEIDL, P. (ed.),
The use of biodiversity for sustainable development: investigation of bioactive products and
their commercial applications, Proceedings of a Workshop, Academia Brasileira de Ciências &
MCT, Manaus, 25 de novembro.

GOTTLIEB, O. e MORS, W. B. (1980), “Potential utilization of Brazilian wood extratives”, J.


Agric. Food. Chem., 28, p. 196-215.

GRÜNWALD, JORG. (1996), “The European phytotherapeutics market: figures, trends, analysis”,
Drugs made in Germany, 39 (1) p. 6-11.

GUPTA, MOHABIR P. (1995), 270 Plantas Medicinales IberoAmericanas, Editor CYTED,


Colombia.

Mc ALPINE, THORPE & WARRIER Ltd. (July 1992), Competitive positioning - Who’s doing
what in the herbal medical industry, Int. Management Consultants, Londres.

McALPINE, THORPE & WARRIER Ltd. (1996), Who’s Who in the world herbal medical industry
1995 - 1996: the complete guide to an analysis of the herbal medical industry, Publ. by the
Herbal Medical Database Ltd, Londres.

Mc CHESNEY, JAMES. (1993), “Biological and chemical diversity and the search for new
pharmaceuticals and other bioactive natural products”, in ACS Symposium Series534, Human
Medicinal Agents from plants, p. 38-47, ACS, Washington, DC

Mc CHESNEY, JAMES ( 1994) “Research infrastructure”, in Seidl, P. The use of Biodiversity for
sustainable development:Investigation of bioactive products and their commercial application,
Workshop da Academia Brasileira de Ciências e MCT, Manaus.

MENDELSOHN, ROBERT e BALICK, MICHAEL (1995)- “The value of undiscovered


pharmaceutical in tropicals forest”,Economic Botany 49, 223-228

MORS, W. e RIZZINI, C. (1995), Botânica econômica Brasileira, Ed. Ambito Cultural Ltda.,Rio
de Janeiro.

PHARMA ( 1994 ), “Tropical plants as a source of new pharmaceuticals”, Pharma manufact. Int. ,
p. 47-50.

77
QUEIROZ, SÉRGIO R. R. (1993), Estudo da competitividade da indústria Brasileira:
Competitividade da indústria de fármacos’, Relatório ao MCT,PADCT,FINEP

REDWOOD, H. (1995), “Brasil - O impacto futuro das patentes farmacêuticas”, Interfarma .

RIGONI, R. et alii (1985) Les Multinationales de la Pharmacie, IRM, Genebra, 1985

SCIENCE (1990), “Medicine from plants”, Science, 247.

SCIENCE (1992), “Drugs from third world plants: the future”, Science, 258, 203-204.

SCIENTIFIC AMERICAN (1993), “Back to roots”, Scientific American, jan-1993, p. 118.

SCRIP (1992), “Pharma industry set to absorb herbal sector”, Scrip Magazine, n° 1756, p. 13.

SCRIP (1993), “The natural approach to pharmaceuticals”, Scrip Magazine, dez-1993, p. 30.

SEIDL, P. (1991) “Potencial de Pesquisa Química nas Universidades Brasileiras”, Estudos e


Documentos, n° 17 CETEM, CNPq, ABQ. ISSN-0103-6319.

SEIDL, P. (1994), The use of biodiversity for sustainable development: investigation of bioactive
products and their commercial applications, Proceedings of a Workshop, Academia Brasileira
de Ciências & MCT, Manaus, 25 de novembro.

SEIDL, P. (1991)- Potencial de pesquisas químicas na Universidade Brasileira ABQ-CNPq-


CETEM, Estudos e Documentos no. 17

SIMDAMAZÔNIA (1992), Anais do Seminário Internacional s/ meio ambiente pobreza e


desenvolvimento na Amazônia, Belém.

CEME-SBIC (4-5 Nov 1983), Simpósio: Perspectivas de produção de medicamentos essenciais no


Brasil, São Paulo.

TEMPESTA, M. (1996), “New compound discovery program”, Anais do XVI Simpósio de Plantas
Medicinais do Brasi, Florianópolis-SCl.

THE LANCET (1994), “Pharmaceuticals from plants: great potential, new funds”, The Lancet, 343,
p. 1513-1515.

78
TWARDAWA, W. (1994), “The cosmetic and toiletries market in Europe”, Söfw. Journal, 120, p.
625-630.

79
ANEXO 1 - BANCO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS

O banco de dados “Produtos naturais.mdb”

A pesquisa bibliográfica que subsidiou a elaboração deste trabalho constitui levantamento de um


conjunto amplo de dados quantitativos e qualitativos, que abrangem material bibliográfico impresso
e bases de dados informatizadas de fontes raramente consultadas por químicos de produtos naturais
ou por biólogos. O material impresso inclui revistas especializadas (Scrip, Biofutur etc), revistas de
espectro mais amplo contendo matérias de interesse da pesquisa (Business Week, Science etc),
outras publicações especializadas (IMS) e artigos de jornal (Gazeta Mercantil, sobretudo). As bases
de dados consultadas pertencem ao DIALOG.

As informações foram organizadas em um banco de dados bibliográficos, confeccionado através do


software Microsoft Access e é apresentado em disquete que acompanha este relatório. Assim, este
banco de dados, que recebeu o nome de “Produtos naturais.mdb”, é uma coleção de dados
bibliográficos referentes à temática de medicamentos de origem vegetal.

A vantagem do emprego do banco de dados é permitir consultas orientadas de acordo com as


necessidades do usuário. A estrutura do banco de dados, apresentada a seguir, permite o acesso por
assunto ou por autor.

A estrutura do banco de dados

O banco de dados bibliográficos contém duzentas referências, armazenadas em forma de uma tabela
(table) que organiza e apresenta os dados segundo oito “campos”: índice, autor, título, referência,
ano, tipo, localização e assunto (nesta ordem).

O índice (“ID”) é o primeiro campo e tem a função de contador, ou seja, é o número que indica a
ordem segundo a qual a referência foi introduzida no banco de dados.

O campo “autor” apresenta o nome autor do documento bibliográfico ou, como na maioria dos
casos, o nome do periódico de onde o documento foi extraído.

O campo “título” corresponde, ao título do documento.

O campo “referência” traz a referência bibliográfica completa do documento, exceto título.


Exemplo: Chemical Business Newsbase,Pharma Japan (CBNB,PHRMJ) - April 5, 1992.

80
O “ano” indica o ano da publicação do documento, enquanto que o campo “tipo” indica se o
documento é artigo, livro, brief article, book review, report, editorial, etc.

A “localização” indica onde está o documento e o “assunto” apresenta algumas “palavras-chaves”


que dão uma idéia do conteúdo do documento, como ownership changes, R&D agreements,
corporate strategy, regulation, ou ainda refere-se aos países e/ou firmas envolvidos/tratados pelo
documento.

81
ANEXO 2 - QUESTIONÁRIOS

Este anexo apresenta os questionários utilizados para a obtenção de dados, sobretudo qualitativos,
utilizados no trabalho. A idéia foi obter, através de questionários bastante sintéticos e objetivos, um
conjunto básico de informações e uma orientação para as entrevistas, realizadas em um segundo
momento.

Foram utilizados três questionários distintos, dirigidos a cientistas, empresas e instituições atuantes
na área de produtos naturais no Brasil. Os questionários são apresentados nesta ordem:

1. questionário cientistas;

2. questionário empresas;

3. questionário instituições governamentais.

82
1. QUESTIONÁRIO CIENTISTAS

Informações Gerais:

1) Identificação do respondente:

Nome:

Cargo:

Endereço:

E-mail:

Telefone:

Fax:

2) Equipe atual:

Nome Qualificação Ano de ingresso

3) Projetos na área de produtos naturais:

Título Fonte de financiamento Valor (US$)

Questionário (responder um para cada projeto):

1) Título do projeto:

2) Objetivo do projeto:

3) Período de vigência:

83
4) Participantes do projeto:

Qualificação Número
Antropólogos
Botânicos
Farmacólogos
Biólogos
Médicos
Fitoquímicos
Químicos
Economistas
Outros (especificar)

5) Trabalhos científicos produzidos a partir do projeto:

Tipo Número
Papers nacionais
Papers internacionais
Teses
Relatórios
Outros (especificar)

6) O projeto gerou patentes? Quais? Onde estão depositadas?

7) O projeto contribui para a consolidação da equipe de pesquisa? Novos membros foram


incorporados a partir dele?

8) O projeto envolvia alguma parceria com empresas? Em caso afirmativo:

a) a empresa contribuiu para o financiamento do projeto

Totalmente Parcialmente Não contribuiu

b) como avalia a participação empresarial no projeto

Positiva Negativa Neutra

84
c) teve algum tipo de dificuldade com a participação da empresa no projeto

Nunca Sempre Às vezes

9) Órgãos do governo ligados à área de saúde acompanharam ou participaram do projeto? Quais?

10) Algum produto farmacêutico foi gerado no âmbito do projeto? Descreva.

11) O conhecimento gerado foi útil para o desenvolvimento de tecnologia para outros produtos
farmacêuticos? Comente.

12) O financiamento foi importante para o desenvolvimento do laboratório? Por que?

13) A equipe montada à época do projeto ainda poderia ser reunida se necessário?

85
2. QUESTIONÁRIO EMPRESAS

Informações Gerais:

1) Identificação do respondente:

Nome:

Cargo:

Endereço:

E-mail:

Telefone:

Fax:

2) Dados gerais da empresa:

Origem do capital:

Faturamento em 1994 (US$):

Nº de empregados em 1994:

Principais produtos (por ordem de importância):

Principais mercados em que atua (classes terapêuticas):

86
Questões:

1) Distribuição das vendas (1994):

Produtos %

sintéticos

naturais puros

naturais associados

2) Evolução da participação dos produtos naturais (puros e associados):

Ano % das vendas

1990

1991

1992

1993

1994

3) Qual a expectativa de participação nas vendas dos produtos naturais nos próximos cinco anos?

4) Origem das matérias-primas para fabricação de produtos naturais:

Brasil

Exterior

87
5) Grau de purificação das matérias-primas adquiridas para fabricação de produtos naturais:

Produtos Matéria-prima bruta Semi-purificada Pura

A:

B:

C:

D:

E:

6) Quais os principais concorrentes da empresa na área de produtos naturais?

7) A empresa faz P&D? Como está estruturada a área de P&D (posição funcional, pessoal ocupado,
qualificações, orçamento anual)

8) Quais atividades de P&D têm relação com produtos naturais? Explicar (escopo, objetivos e
resultados já alcançados).

9) A empresa tem acordos de cooperação com outras instituições (universidades, institutos de


pesquisa) para desenvolvimento de pesquisas relacionadas com produtos naturais? Explicar
(escopo, objetivos e resultados já alcançados).

10) Como avalia a cooperação com outras instituições:

Positiva Negativa Neutra

11) Quais as outras fontes de tecnologia a que a empresa recorre (licenciamento, acordos de
assistência técnica, etc)? Separar produtos naturais do restante.

88
Questões para o principal dirigente da empresa:

12) Como vê o desenvolvimento internacional da área de produtos naturais?

13) Como analisa o potencial da área no Brasil?

14) O que falta para o aproveitamento desse potencial?

15) Como avalia a política governamental existente para a área de produtos naturais?

16) Que medidas deveriam ser tomadas, no seu entender, para melhor direcionar essa política?

17) Que medidas de política em outros âmbitos seriam necessárias para desenvolver a área de
produtos naturais:

a) política de comércio exterior:

b) políticas monetária e fiscal:

c) política de saúde:

d) políticas especiais de fomento:

89
3. QUESTIONÁRIO INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

Nome da instituição_________________________________________________

__________________________________________________________________

Entrevistado _______________________________________________________

Função ___________________________________________________________

Formação _________________________________________________________

Data ____/___/____

Principal atividade da instituição


_______________________________________________________________

Quais atividades desenvolve na área de Produtos Naturais


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________

Qual é o número de funcionários e sua qualificação?


Nº total_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atuando com Produtos Naturais_________________________________________

___________________________________________________________________

Há quantos anos tem atividades relacionadas a Produtos Naturais?

_________________________________________________________________

90
Houve descontinuidades que levaram à paralisação das atividades nessa área? Quando e por
que?
_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Que recursos a instituição tem alocado para atividades com Produtos Naturais nos últimos 5
anos?
_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

No caso da instituição apoiar projetos de desenvolvimento de Produtos Naturais para a


comercialização, quais os principais critérios para o apoio?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
____________________

Há avaliação de mercado e de parceiros para comercialização dos produtos e processos a


serem apoiados? Como isto é feito?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

A instituição atende prioritariamente a equipes de universidades e instituições públicas de


pesquisa ou a empresas? Ou ainda a projetos conjuntos entre setor público e setor privado?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

91
Existe uma política deliberada por parte da instituição para estimular os acordos de
cooperação entre as empre sas e entre estas e os institutos públicos de pesquisa?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

Como se dá a participação de parceiros estrangeiros nas atividades da instituição voltadas a


Produtos Naturais?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

Há exemplos de produtos hoje em comercialização que tenham sido desenvolvidos a partir das
atividades da instituição?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

Como a instituição atua em relação à propriedade intelectual?


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

Há patentes saídas de projetos ou progrmas apoiados pela instituição? Quais?


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________

Há uma política explícita para Produtos Naturais no país? Qual?


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________

92
Quais deveriam ser, do seu ponto de vista, as prioridades de uma política nacional para
Produtos Naturais?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Quais os principais programas envolvendo Produtos Naturais conduzidos pela instituição?

-Título do programa/projeto

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

-Instituições envolvidas

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________
-Período de realização

_________________________________________________________________

-Recursos envolvidos

_________________________________________________________________

-Principais resultados

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

93
ANEXO 3 - VENDAS EM FARMÁCIA DE PRODUTOS NATURAIS
Este anexo é formado por duas tabelas, cada uma das quais é apresentada em cinco páginas. A
primeira delas apresenta dados de vendas em farmácia de medicamentos com origem em produtos
vegetais ordenados segundo o faturamento total do laboratório. A segunda apresenta os mesmos
dados ordenados segundo o percentual de vendas de medicamentos com origem em produtos
vegetais em relação ao faturamento total do laboratório.

MERCADO DE MEDICAMEN TOS COM ORIGEM EM PRODUTOS VEGETAIS - 1994


POR FATURAMENTO TOTAL DO LABORATÓRIO
(1/5)
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
BRISTOL MEYER 3.104 1,23 371 0,15 2.159 0,85 2.530 1,00 252.847
SQUIBB
ACHE 10.196 4,29 0 0,00 881 0,37 881 0,37 237.700
BIOGALENICA 772 0,35 0 0,00 3.424 1,55 3.424 1,55 220.445
ROCHE 446 0,22 0 0,00 1.373 0,69 1.373 0,69 198.229
WYETH 1.266 0,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153.832
MERRELL/LEPETIT 4.921 3,71 5.050 3,81 0 0,00 5.050 3,81 132.672
BOEHRINGER ANGELI 20.580 15,56 0 0,00 3.195 2,42 3.195 2,42 132.284
PRODOME 3.055 2,38 0 0,00 0 0,00 0 0,00 128.261
LILLY 0 0,00 0 0,00 1.191 1,05 1.191 1,05 113.575
SCHERING PLOUGH 1.594 1,51 226 0,21 576 0,55 802 0,76 105.493
SANOFI WINTHROP 4.364 4,25 1.120 1,09 1.005 0,98 2.125 2,07 102.669
BYK QUIMICA E FARM 18.454 18,08 9.259 9,07 11.873 11,63 21.132 20,70 102.076
RHODIA 1.575 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 101.174
SANDOZ 3.837 3,86 0 0,00 14.671 14,77 14.671 14,77 99.358
HOECHST 85 0,09 0 0,00 0 0,00 0 0,00 94.648
MERCK SHARP DOHME 1.471 1,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 88.483
BIOLAB/SEARLE 1.235 1,42 15.729 18,05 3.841 4,41 19.570 22,46 87.123
WELLCOME ZENECA 0 0,00 0 0,00 11.137 13,50 11.137 13,50 82.475
KNOLL 916 1,14 8.391 10,40 9.470 11,74 17.861 22,14 80.673
ASTA MEDICA 0 0,00 5.766 7,59 277 0,36 6.043 7,95 75.986
MERCK S.A. 666 0,91 1.210 1,66 11.560 15,84 12.770 17,49 72.999
CILAG FARM.LTDA 4.799 6,60 0 0,00 0 0,00 0 0,00 72.709
ORGANON 5.699 8,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 67.697
ABBOTT 4.195 6,38 1.196 1,82 534 0,81 1.730 2,63 65.777
FARMASA 1.525 2,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 57.414
SARSA 1.342 2,44 0 0,00 1.449 2,64 1.449 2,64 54.899
WHITEHALL 8.065 15,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 53.150
ALCON 0 0,00 724 1,47 1.068 2,17 1.792 3,64 49.180
IQC HOSBON 2.415 5,12 184 0,39 3 0,01 187 0,40 47.161
EMS 1.338 3,40 187 0,48 9 0,02 196 0,50 39.352
SINTOFARMA 4.449 11,84 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37.590
FRUMTOST 5.541 15,59 0 0,00 4.011 11,28 4.011 11,28 35.549
continua

Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

94
continuação (2/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
BIOSINTETICA 3.309 9,40 0 0,00 1.253 3,56 1.253 3,56 35.188
STIEFEL 665 1,98 3.538 10,55 3.036 9,05 6.574 19,60 33.544
LIBBS 47 0,15 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32.199
NEWLAB 16.267 54,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 29.991
FARMALAB I.Q.F. 233 0,97 217 0,90 0 0,00 217 0,90 24.054
ZAMBON 19 0,08 1 0,00 13 0,06 14 0,06 22.839
VIRTUS 3.225 15,30 2.056 9,75 1.480 7,02 3.536 16,77 21.083
DORSAY 8.984 43,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20.497
UPJOHN 470 2,37 0 0,00 772 3,90 772 3,90 19.798
MARJAN 0 0,00 3.017 15,75 0 0,00 3.017 15,75 19.155
EUROFARMA 4.059 24,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 16.458
ALLERGAN-LOK 2.313 14,08 0 0,00 2.695 16,41 2.695 16,41 16.425
BALDACCI 0 0,00 0 0,00 3.353 20,50 3.353 20,50 16.355
MILLET-ROUX 1.091 6,81 5.121 31,97 4.265 26,63 9.386 58,60 16.018
UNIAO QUIMICA F.N 393 2,61 4 0,03 34 0,23 38 0,25 15.084
SYNTHELABO 2.199 14,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14.689
DARROW 282 2,27 0 0,00 962 7,74 962 7,74 12.430
LEGRAND 2.475 21,38 0 0,00 207 1,79 207 1,79 11.575
CATARINENSE 2.620 24,14 1.024 9,43 2.315 21,33 3.339 30,76 10.854
NOVAQUIMICA 1.120 10,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10.832
ENILA 699 6,83 0 0,00 2.040 19,92 2.040 19,92 10.239
HEBRON 930 9,11 145 1,42 3.823 37,45 3.968 38,87 10.209
LUITPOLD 802 8,20 2.160 22,09 226 2,31 2.386 24,40 9.778
LUPER 1.402 14,58 166 1,73 0 0,00 166 1,73 9.616
BARRENNE 0 0,00 7.379 88,15 992 11,85 8.371 100,00 8.371
NIKKHO 801 11,39 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.034
CANONNE 0 0,00 5.687 100,00 0 0,00 5.687 100,00 5.687
GROSS 1.431 25,69 970 17,41 10 0,18 980 17,59 5.571
UCI-FARMA 101 1,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.519
HERTZ 147 2,67 94 1,71 311 5,66 405 7,37 5.498
JOHNSON+JOHNSON 3.606 71,63 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.034
INFABRA 30 0,62 2.863 59,37 870 18,04 3.733 77,42 4.822
Q.I.F. 1.634 34,10 134 2,80 0 0,00 134 2,80 4.792
SANVAL 148 3,52 74 1,76 58 1,38 132 3,14 4.204
INST. TEUTO 0 0,00 3 0,07 44 1,08 47 1,15 4.084
BRASILEIRO
FARMOQUIMICA 828 20,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4.028
CLIMAX 1.468 41,29 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3.555
ARISTON 248 7,05 8 0,23 454 12,90 462 13,13 3.520
FONTOVIT 0 0,00 0 0,00 2.229 67,81 2.229 67,81 3.287
DAUDT OLIVEIRA 1.958 61,32 438 13,72 0 0,00 438 13,72 3.193
ZURITA 1.132 35,69 312 9,84 0 0,00 312 9,84 3.172
BUNKER 0 0,00 25 0,79 0 0,00 25 0,79 3.145
SANUS 0 0,00 0 0,00 16 0,55 16 0,55 2.891
HERALD'S 157 5,83 60 2,23 644 23,93 704 26,16 2.691
continua

95
Notas:
(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (3/5)

96
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
OSORIO MORAES 0 0,00 55 2,17 1.898 74,75 1.953 76,92 2.539
GILTON 39 1,55 1.185 47,15 275 10,94 1.460 58,10 2.513
GRANADO 38 1,54 0 0,00 46 1,86 46 1,86 2.473
CIBRAN FARMA LDT 5 0,21 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.436
C.I.F. 280 12,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.208
VITACOS-PRARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.899
FRESENIUS 0 0,00 0 0,00 9 0,49 9 0,49 1.821
INST. BIOCHIMICO 3 0,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.813
PRIMA 1.319 73,98 4 0,22 0 0,00 4 0,22 1.783
HERUS 752 45,27 2 0,12 0 0,00 2 0,12 1.661
DANSK-FLAMA 0 0,00 0 0,00 20 1,22 20 1,22 1.639
NEOVITA 1.224 85,96 4 0,28 0 0,00 4 0,28 1.424
NATURIN 220 15,57 124 8,78 238 16,84 362 25,62 1.413
AUAD 1.396 99,93 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.397
HENFER 1.377 99,57 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.383
PROFARMIG 0 0,00 835 61,90 0 0,00 835 61,90 1.349
DE MAYO 666 51,59 87 6,74 0 0,00 87 6,74 1.291
LAB N INDICADO 0 0,00 575 46,45 70 5,65 645 52,10 1.238
HONORTERAPICA 0 0,00 0 0,00 6 0,51 6 0,51 1.173
SIBRAS 0 0,00 606 53,58 0 0,00 606 53,58 1.131
BETA ATALAIA 0 0,00 541 48,35 562 50,22 1.103 98,57 1.119
HALLER 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.116
FARMION 0 0,00 229 24,70 0 0,00 229 24,70 927
J.P. 0 0,00 0 0,00 88 9,77 88 9,77 901
BERGAMO 375 43,40 0 0,00 0 0,00 0 0,00 864
DELTA 4 0,47 0 0,00 0 0,00 0 0,00 847
QUIMICA E BIOLOGIA 1 0,13 0 0,00 0 0,00 0 0,00 784
GUNTHER 651 86,45 0 0,00 0 0,00 0 0,00 753
EVERSIL 148 19,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 751
MILLER 32 4,60 167 24,03 415 59,71 582 83,74 695
GEYER 0 0,00 0 0,00 8 1,16 8 1,16 691
SANITAS 0 0,00 190 29,73 444 69,48 634 99,22 639
BARUEL 0 0,00 226 35,87 0 0,00 226 35,87 630
BASA 0 0,00 0 0,00 65 10,33 65 10,33 629
REGIUS 77 12,69 1 0,16 0 0,00 1 0,16 607
DUCTO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 604
MADREVITA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 567
PHARMACIA 0 0,00 0 0,00 159 31,67 159 31,67 502
SEDABEL 70 14,49 0 0,00 8 1,66 8 1,66 483
HANEMAN.VERITAS 14 3,44 0 0,00 0 0,00 0 0,00 407
FLORA DA ÍNDIA 0 0,00 129 32,25 271 67,75 400 100,00 400
ELOFAR 1 0,26 0 0,00 0 0,00 0 0,00 382
MEDQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 374
continua

Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

97
continuação (4/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
LAB.N.I.PR.QUIM 0 0,00 0 0,00 10 2,69 10 2,69 372
FARMAVY 95 25,82 192 52,17 0 0,00 192 52,17 368
FARMAERVAS 0 0,00 340 100,00 0 0,00 340 100,00 340
LIFAR 0 0,00 143 46,13 11 3,55 154 49,68 310
KLEIN 0 0,00 35 11,48 0 0,00 35 11,48 305
DERMOPEN 43 14,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 302
LOPROFAR 71 24,74 47 16,38 0 0,00 47 16,38 287
NYTRAFARM 3 1,08 0 0,00 0 0,00 0 0,00 278
BRASTERAPICA 20 7,22 24 8,66 0 0,00 24 8,66 277
BREVES 238 86,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00 276
CAZI 0 0,00 69 25,37 0 0,00 69 25,37 272
CRISTALIA 0 0,00 0 0,00 226 85,93 226 85,93 263
PETROFARMA 0 0,00 0 0,00 263 100,00 263 100,00 263
LABORSIL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 244
SANIFER 0 0,00 0 0,00 64 31,37 64 31,37 204
BRASILEIRO DE 66 32,51 0 0,00 0 0,00 0 0,00 203
BIOLOGIA
ARAUJO PENA 0 0,00 0 0,00 200 100,00 200 100,00 200
MESQUITA 0 0,00 2 1,02 0 0,00 2 1,02 196
KINDER 30 15,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 191
PERNAMBUCO 0 0,00 0 0,00 48 25,40 48 25,40 189
DINIZ BRANDÃO 0 0,00 92 57,50 0 0,00 92 57,50 160
DINAFARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 156
MARTEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153
I.M.A. 108 72,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 150
ODONTUS 13 8,90 0 0,00 0 0,00 0 0,00 146
NECKERMAN 0 0,00 132 91,03 0 0,00 132 91,03 145
ODONTOFARMA 38 27,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 139
BRASMEDICA 8 5,88 13 9,56 0 0,00 13 9,56 136
FISIOQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 130
GEMBALLA 5 4,13 1 0,83 0 0,00 1 0,83 121
LOUFARCAM 4 3,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 117
INKAS 0 0,00 17 14,66 0 0,00 17 14,66 116
LABOLESSEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 112
CANGERI 0 0,00 0 0,00 9 8,41 9 8,41 107
DROGASIL 0 0,00 0 0,00 103 100,00 103 100,00 103
EDISON BEZERRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 99
SINTERAPICO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 97
IODO-SUMA 1 1,05 0 0,00 0 0,00 0 0,00 95
BELFAR 0 0,00 0 0,00 6 6,52 6 6,52 92
DIMECO LTDA 0 0,00 36 42,35 11 12,94 47 55,29 85
SOBRAL 19 24,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 77
NATURELL 0 0,00 0 0,00 59 93,65 59 93,65 63
PROFARB 7 11,48 1 1,64 0 0,00 1 1,64 61
SIMOES 0 0,00 0 0,00 17 29,82 17 29,82 57
continua

98
Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (5/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
HIPOLABOR 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 48
BARROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 44
PRECIFARMA 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 6,98 43
WALDEMIRO PEREIRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37
MAKROFARMA 0 0,00 1 2,78 20 55,56 21 58,33 36
CIMED 0 0,00 0 0,00 5 15,15 5 15,15 33
LABORATORIO FARIA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 25
LEOFARMA 13 65,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20
QUIMIOT. BRASILEIRA 17 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 17
WINDSON 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 13
SINTOMED LTDA 8 66,67 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12
MANTUIL 0 0,00 0 0,00 1 11,11 1 11,11 9
A LEIVAS LEITE 7 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7
LABORMAX 0 0,00 0 0,00 5 71,43 5 71,43 7
CIBECOL 0 0,00 1 16,67 0 0,00 1 16,67 6
BRASIFA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5
ANEMIOTONICO 0 0,00 0 0,00 4 100,00 4 100,00 4
COSMOFAR 2 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
JONAS GLADINO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
MAKROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
MILIAN 1 50,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
NATURABON 0 0,00 0 0,00 2 100,00 2 100,00 2
LABORBRAS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1
PAGE 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1
A NATUREZA 0 0 0 0 0
DAVAKAN 0 0 0 0 0
QUIMIOTERAPIA 0 0 0 0 0
SILVA ARAUJO 0 0 0 0 0

Total 194.707 91.015 121.458 212.473 3.831.179

Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

99
MERCADO DE MEDICAMENTOS COM ORIGEM EM PRODUTOS VEGETAIS (4) - 1994
POR PARTICIPAÇÃO NO TOTAL DO FATURAMENTO DOS LABORATÓRIOS
(1/5)
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
BARRENNE 0 0,00 7.379 88,15 992 11,85 8.371 100,00 8.371
CANONNE 0 0,00 5.687 100,00 0 0,00 5.687 100,00 5.687
FLORA DA ÍNDIA 0 0,00 129 32,25 271 67,75 400 100,00 400
FARMAERVAS 0 0,00 340 100,00 0 0,00 340 100,00 340
PETROFARMA 0 0,00 0 0,00 263 100,00 263 100,00 263
ARAUJO PENA 0 0,00 0 0,00 200 100,00 200 100,00 200
DROGASIL 0 0,00 0 0,00 103 100,00 103 100,00 103
ANEMIOTONICO 0 0,00 0 0,00 4 100,00 4 100,00 4
NATURABON 0 0,00 0 0,00 2 100,00 2 100,00 2
SANITAS 0 0,00 190 29,73 444 69,48 634 99,22 639
BETA ATALAIA 0 0,00 541 48,35 562 50,22 1.103 98,57 1.119
NATURELL 0 0,00 0 0,00 59 93,65 59 93,65 63
NECKERMAN 0 0,00 132 91,03 0 0,00 132 91,03 145
CRISTALIA 0 0,00 0 0,00 226 85,93 226 85,93 263
MILLER 32 4,60 167 24,03 415 59,71 582 83,74 695
INFABRA 30 0,62 2.863 59,37 870 18,04 3.733 77,42 4.822
OSORIO MORAES 0 0,00 55 2,17 1.898 74,75 1.953 76,92 2.539
LABORMAX 0 0,00 0 0,00 5 71,43 5 71,43 7
FONTOVIT 0 0,00 0 0,00 2.229 67,81 2.229 67,81 3.287
PROFARMIG 0 0,00 835 61,90 0 0,00 835 61,90 1.349
MILLET-ROUX 1.091 6,81 5.121 31,97 4.265 26,63 9.386 58,60 16.018
MAKROFARMA 0 0,00 1 2,78 20 55,56 21 58,33 36
GILTON 39 1,55 1.185 47,15 275 10,94 1.460 58,10 2.513
DINIZ BRANDÃO 0 0,00 92 57,50 0 0,00 92 57,50 160
DIMECO LTDA 0 0,00 36 42,35 11 12,94 47 55,29 85
SIBRAS 0 0,00 606 53,58 0 0,00 606 53,58 1.131
FARMAVY 95 25,82 192 52,17 0 0,00 192 52,17 368
LAB N INDICADO 0 0,00 575 46,45 70 5,65 645 52,10 1.238
LIFAR 0 0,00 143 46,13 11 3,55 154 49,68 310
HEBRON 930 9,11 145 1,42 3.823 37,45 3.968 38,87 10.209
BARUEL 0 0,00 226 35,87 0 0,00 226 35,87 630
PHARMACIA 0 0,00 0 0,00 159 31,67 159 31,67 502
SANIFER 0 0,00 0 0,00 64 31,37 64 31,37 204
CATARINENSE 2.620 24,14 1.024 9,43 2.315 21,33 3.339 30,76 10.854
SIMOES 0 0,00 0 0,00 17 29,82 17 29,82 57
HERALD'S 157 5,83 60 2,23 644 23,93 704 26,16 2.691
NATURIN 220 15,57 124 8,78 238 16,84 362 25,62 1.413
PERNAMBUCO 0 0,00 0 0,00 48 25,40 48 25,40 189
CAZI 0 0,00 69 25,37 0 0,00 69 25,37 272
FARMION 0 0,00 229 24,70 0 0,00 229 24,70 927
LUITPOLD 802 8,20 2.160 22,09 226 2,31 2.386 24,40 9.778
BIOLAB/SEARLE 1.235 1,42 15.729 18,05 3.841 4,41 19.570 22,46 87.123
continua

100
Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (2/5)

101
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
KNOLL 916 1,14 8.391 10,40 9.470 11,74 17.861 22,14 80.673
BYK QUIMICA E FARM 18.454 18,08 9.259 9,07 11.873 11,63 21.132 20,70 102.076
BALDACCI 0 0,00 0 0,00 3.353 20,50 3.353 20,50 16.355
ENILA 699 6,83 0 0,00 2.040 19,92 2.040 19,92 10.239
STIEFEL 665 1,98 3.538 10,55 3.036 9,05 6.574 19,60 33.544
GROSS 1.431 25,69 970 17,41 10 0,18 980 17,59 5.571
MERCK S.A. 666 0,91 1.210 1,66 11.560 15,84 12.770 17,49 72.999
VIRTUS 3.225 15,30 2.056 9,75 1.480 7,02 3.536 16,77 21.083
CIBECOL 0 0,00 1 16,67 0 0,00 1 16,67 6
ALLERGAN-LOK 2.313 14,08 0 0,00 2.695 16,41 2.695 16,41 16.425
LOPROFAR 71 24,74 47 16,38 0 0,00 47 16,38 287
MARJAN 0 0,00 3.017 15,75 0 0,00 3.017 15,75 19.155
CIMED 0 0,00 0 0,00 5 15,15 5 15,15 33
SANDOZ 3.837 3,86 0 0,00 14.671 14,77 14.671 14,77 99.358
INKAS 0 0,00 17 14,66 0 0,00 17 14,66 116
DAUDT OLIVEIRA 1.958 61,32 438 13,72 0 0,00 438 13,72 3.193
WELLCOME ZENECA 0 0,00 0 0,00 11.137 13,50 11.137 13,50 82.475
ARISTON 248 7,05 8 0,23 454 12,90 462 13,13 3.520
KLEIN 0 0,00 35 11,48 0 0,00 35 11,48 305
FRUMTOST 5.541 15,59 0 0,00 4.011 11,28 4.011 11,28 35.549
MANTUIL 0 0,00 0 0,00 1 11,11 1 11,11 9
BASA 0 0,00 0 0,00 65 10,33 65 10,33 629
ZURITA 1.132 35,69 312 9,84 0 0,00 312 9,84 3.172
J.P. 0 0,00 0 0,00 88 9,77 88 9,77 901
BRASMEDICA 8 5,88 13 9,56 0 0,00 13 9,56 136
BRASTERAPICA 20 7,22 24 8,66 0 0,00 24 8,66 277
CANGERI 0 0,00 0 0,00 9 8,41 9 8,41 107
ASTA MEDICA 0 0,00 5.766 7,59 277 0,36 6.043 7,95 75.986
DARROW 282 2,27 0 0,00 962 7,74 962 7,74 12.430
HERTZ 147 2,67 94 1,71 311 5,66 405 7,37 5.498
PRECIFARMA 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 6,98 43
DE MAYO 666 51,59 87 6,74 0 0,00 87 6,74 1.291
BELFAR 0 0,00 0 0,00 6 6,52 6 6,52 92
UPJOHN 470 2,37 0 0,00 772 3,90 772 3,90 19.798
MERRELL/LEPETIT 4.921 3,71 5.050 3,81 0 0,00 5.050 3,81 132.672
ALCON 0 0,00 724 1,47 1.068 2,17 1.792 3,64 49.180
BIOSINTETICA 3.309 9,40 0 0,00 1.253 3,56 1.253 3,56 35.188
SANVAL 148 3,52 74 1,76 58 1,38 132 3,14 4.204
Q.I.F. 1.634 34,10 134 2,80 0 0,00 134 2,80 4.792
LAB.N.I.PR.QUIM 0 0,00 0 0,00 10 2,69 10 2,69 372
SARSA 1.342 2,44 0 0,00 1.449 2,64 1.449 2,64 54.899
ABBOTT 4.195 6,38 1.196 1,82 534 0,81 1.730 2,63 65.777
BOEHRINGER ANGELI 20.580 15,56 0 0,00 3.195 2,42 3.195 2,42 132.284
SANOFI WINTHROP 4.364 4,25 1.120 1,09 1.005 0,98 2.125 2,07 102.669
GRANADO 38 1,54 0 0,00 46 1,86 46 1,86 2.473
continua

102
Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (3/5)

103
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
LEGRAND 2.475 21,38 0 0,00 207 1,79 207 1,79 11.575
LUPER 1.402 14,58 166 1,73 0 0,00 166 1,73 9.616
SEDABEL 70 14,49 0 0,00 8 1,66 8 1,66 483
PROFARB 7 11,48 1 1,64 0 0,00 1 1,64 61
BIOGALENICA 772 0,35 0 0,00 3.424 1,55 3.424 1,55 220.445
DANSK-FLAMA 0 0,00 0 0,00 20 1,22 20 1,22 1.639
GEYER 0 0,00 0 0,00 8 1,16 8 1,16 691
INST. TEUTO 0 0,00 3 0,07 44 1,08 47 1,15 4.084
BRASILEIRO
LILLY 0 0,00 0 0,00 1.191 1,05 1.191 1,05 113.575
MESQUITA 0 0,00 2 1,02 0 0,00 2 1,02 196
BRISTOL MEYER SQUIBB 3.104 1,23 371 0,15 2.159 0,85 2.530 1,00 252.847
FARMALAB I.Q.F. 233 0,97 217 0,90 0 0,00 217 0,90 24.054
GEMBALLA 5 4,13 1 0,83 0 0,00 1 0,83 121
BUNKER 0 0,00 25 0,79 0 0,00 25 0,79 3.145
SCHERING PLOUGH 1.594 1,51 226 0,21 576 0,55 802 0,76 105.493
ROCHE 446 0,22 0 0,00 1.373 0,69 1.373 0,69 198.229
SANUS 0 0,00 0 0,00 16 0,55 16 0,55 2.891
HONORTERAPICA 0 0,00 0 0,00 6 0,51 6 0,51 1.173
EMS 1.338 3,40 187 0,48 9 0,02 196 0,50 39.352
FRESENIUS 0 0,00 0 0,00 9 0,49 9 0,49 1.821
IQC HOSBON 2.415 5,12 184 0,39 3 0,01 187 0,40 47.161
ACHE 10.196 4,29 0 0,00 881 0,37 881 0,37 237.700
NEOVITA 1.224 85,96 4 0,28 0 0,00 4 0,28 1.424
UNIAO QUIMICA F.N 393 2,61 4 0,03 34 0,23 38 0,25 15.084
PRIMA 1.319 73,98 4 0,22 0 0,00 4 0,22 1.783
REGIUS 77 12,69 1 0,16 0 0,00 1 0,16 607
HERUS 752 45,27 2 0,12 0 0,00 2 0,12 1.661
ZAMBON 19 0,08 1 0,00 13 0,06 14 0,06 22.839
WYETH 1.266 0,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153.832
PRODOME 3.055 2,38 0 0,00 0 0,00 0 0,00 128.261
RHODIA 1.575 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 101.174
HOECHST 85 0,09 0 0,00 0 0,00 0 0,00 94.648
MERCK SHARP DOHME 1.471 1,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 88.483
CILAG FARM.LTDA Total 4.799 6,60 0 0,00 0 0,00 0 0,00 72.709
ORGANON 5.699 8,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 67.697
FARMASA 1.525 2,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 57.414
WHITEHALL 8.065 15,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 53.150
SINTOFARMA 4.449 11,84 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37.590
LIBBS 47 0,15 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32.199
NEWLAB 16.267 54,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 29.991
DORSAY 8.984 43,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20.497
EUROFARMA 4.059 24,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 16.458
SYNTHELABO 2.199 14,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14.689
NOVAQUIMICA 1.120 10,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10.832
continua

104
Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (4/5)

105
LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
NIKKHO 801 11,39 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.034
UCI-FARMA 101 1,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.519
JOHNSON+JOHNSON 3.606 71,63 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.034
FARMOQUIMICA 828 20,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4.028
CLIMAX 1.468 41,29 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3.555
CIBRAN FARMA LDT 5 0,21 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.436
C.I.F. 280 12,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.208
VITACOS-PRARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.899
INST. BIOCHIMICO 3 0,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.813
AUAD 1.396 99,93 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.397
HENFER 1.377 99,57 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.383
HALLER 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.116
BERGAMO 375 43,40 0 0,00 0 0,00 0 0,00 864
DELTA 4 0,47 0 0,00 0 0,00 0 0,00 847
QUIMICA E BIOLOGIA 1 0,13 0 0,00 0 0,00 0 0,00 784
GUNTHER 651 86,45 0 0,00 0 0,00 0 0,00 753
EVERSIL 148 19,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 751
DUCTO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 604
MADREVITA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 567
HANEMAN.VERITAS 14 3,44 0 0,00 0 0,00 0 0,00 407
ELOFAR 1 0,26 0 0,00 0 0,00 0 0,00 382
MEDQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 374
DERMOPEN 43 14,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 302
NYTRAFARM 3 1,08 0 0,00 0 0,00 0 0,00 278
BREVES 238 86,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00 276
LABORSIL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 244
BRASILEIRO DE 66 32,51 0 0,00 0 0,00 0 0,00 203
BIOLOGIA
KINDER 30 15,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 191
DINAFARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 156
MARTEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153
I.M.A. 108 72,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 150
ODONTUS 13 8,90 0 0,00 0 0,00 0 0,00 146
ODONTOFARMA 38 27,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 139
FISIOQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 130
LOUFARCAM 4 3,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 117
LABOLESSEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 112
EDISON BEZERRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 99
SINTERAPICO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 97
IODO-SUMA 1 1,05 0 0,00 0 0,00 0 0,00 95
SOBRAL 19 24,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 77
HIPOLABOR 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 48
BARROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 44
continua
Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

106
continuação (5/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB
WALDEMIRO PEREIRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37
LABORATORIO FARIA 0 0,0 0 0 0,00 0 0,00 0 0,00 25
LEOFARMA 13 65,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20
QUIMIOT. BRASILEIRA 17 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 17
WINDSON 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 13
SINTOMED LTDA 8 66,67 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12
A LEIVAS LEITE 7 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7
BRASIFA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5
COSMOFAR 2 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
JONAS GLADINO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
MAKROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
MILIAN 1 50,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2
LABORBRAS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1
PAGE 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1
A NATUREZA 0 0 0 0 0
DAVAKAN 0 0 0 0 0
QUIMIOTERAPIA 0 0 0 0 0
SILVA ARAUJO 0 0 0 0 0
Total 194.707 91.015 121.458 212.473 3.831.179

Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza;
(2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente;
(3) Medicamento contendo P.A. não associado.
(4) = (2) + (3)
% (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

107
ANEXO 4 - COMÉRCIO EXTERIOR DE PRODUTOS NATURAIS: EXPORTAÇÕES E
IMPORTAÇÕES

Este anexo apresenta os dados sobre importações e exportações de produtos naturais, através das
seguintes tabelas:

1. Capítulo 12 - Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas


industriais ou medicinais; palhas e forragens;

2. Capítulo 13 - Gomas, resinas e outros sucos e extratos vegetais;

3. Capítulo 29 - Produtos químicos orgânicos;

4. Capítulo 30 - Produtos farmacêuticos;

5. Capítulo 35 - Matérias albuminóides, produtos à base de amidos ou de féculas modificadas;


colas; enzimas.

108
CAPÍTULO 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS;
PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS
ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996
RAIZES DE ALCACUZ, 167.137 16.243 - -
FRESCAS/SECAS/MESMO CORTADAS/ETC.
RAIZES DE 56.415 109.660 225.882 75.772
"GINSENG",FRESCAS/SECAS/MESMO
CORTADAS/ETC.
ALTEIA FRESCA/SECA/MESMO 74 800 - -
CORTADA/TRITURADA/EM PO
ARNICA FRESCA/SECA/MESMO 12.695 9.817 17.713 71.786
CORTADA/TRITURADA/EM PO
BOLDO FRESCO/SECO/MESMO 166.908 146.416 3.614 5.370
CORTADO/TRITURADO/EM PO
CAMOMILA FRESCA/SECA/MESMO 548.491 486.237 4.788 -
CORTADA/TRITURADA/EM PO
CASCARA 125.271 116.641 3.580 30
SAGRADA,FRESCA/SECA/MESMO
CORTADA/TRITURADA/
CUMARU/FAVA-TONCA, 410 - 511.107 166.848
FRESCA/SECA/MESMO
CORTADA/TRITURADA/
GUARANA EM GRAO, DESIDRATADO 414 - 1.048.299 1.950.768
QQ.OUT.GUARANA 101.040 101 1.866.536 1.276.752
FRESCO/SECO,EXC.DESIDRATADO
IPECACUANHA FRESCA/SECA/MESMO 20.259 15.008 5.700 -
CORTADA/TRITURADA/EM PO
RUIBARBO FRESCO/SECO/MESMO 26.061 27.625 - -
CORTADO/TRITURADO/EM PO
ZIMBRO FRESCO/SECO/MESMO 22.517 8.447 - -
CORTADO/TRITURADO/EM PO
POS DE FOLHAS DE SENE 325.817 267.679 100 -
QQ.OUT.SENE FRESCO/SECO,MESMO 205.704 218.252 145.686 232.521
CORTADO/TRITURADO
MENTA (HORTELA-PIMENTA), 55.747 83.696 3.107 -
FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/ETC.
OUTS.PLANTAS/PARTES, 2.204.278 2.150.999 1.919.111 2.075.010
P/PERFUMARIA/MEDICINA/ETC.
ALGAS FRESCAS/SECAS,PARA MEDICINA 362.741 169.595 2.476 403
TOTAL DO CAP. 12 4.401.979 3.827.216 5.757.699 5.855.260

109
CAPÍTULO 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS
ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996
BALSAMO-DE-COPAIBA 21.957 14.189 554.245 336.246
BALSAMO-DO-PERU 51.854 72.081 - -
SUCOS E EXTRATOS, DE OPIO 86.306 58.750 - -
SUCOS E EXTRATOS, DE CASCARA 540 - - -
SAGRADA
SUCOS E EXTRATOS, DE GUARANA - - 816.631 1.213.246
(PAULINIA SORBILIA/CUPANA)
SUCOS E EXTRATOS, DE MAMAO 383.000 207.400 - -
(CARICA PAPAYA), SECO
SUCOS E EXTRATOS, DE PODOFILINA 18.489 25.422 - -
SUCOS E EXTRATOS, DE JABORANDI 693 1.140 3.573 -
SUCOS E EXTRATOS, DE GINGKO BILOBA 3.129.418 4.175.932 - -
OUTS.SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 4.608.156 3.703.800 2.111.560 5.625.296
AGAR-AGAR,POLIMERIZADO (ALTO 4.174 22.395 - -
POLIMERO/PLASTICO/ETC.)
AGAR-AGAR,EXCETO O POLIMERIZADO 1.161.176 1.018.224 129.794 152.191
MUSGOS-DA-IRLANDA ("CARRAGHEEN") 7.629.787 7.109.105 23.008 51.420
MUCILOIDE PSYLLIUM 735 - - -
GLUCOMANANO 205.430 107.270 6.651 -
OUTS.PRODS.MUCILAGINOSOS/ESPESSA 2.160.246 1.606.670 2.050 111.766
NTES,DERIVS.DE VEGETAIS
TOTAL DO CAP. 13 19.461.961 18.122.378 3.647.512 7.490.165

110
CAPÍTULO 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS
ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996

CITRONELOL E SEUS ISOMETOS 575.860 858.623 55.824 40.504


COLESTEROL 40.632 118.059 - 2.834
OUTS.ESTEROIS 1.612.959 414.605 - -
CRISAROBINA - - 2.784 -
ALCOOL CONIFERILICO - - - -
GUAIACOL 20.372 2.779 - -
EUGENOL E ISOEUGENOL 264.365 436.587 - 4.621
GUAIACOLSULFONATO DE POTASSIO 46.650 37.762 - -
PSEUDO-IONONAS 5.366 1.798 - -
CANFORA 302.687 966.179 2.351 19
BROMOCANFORA 4.275 59 - -
PALMITATO DE ISOPROPILA 442.015 287.868 1.875 5.725
ACIDO MALICO 32.204 53.788 - -
LEVODOPA 961.140 336.050 7.300 6.582
METILDOPA 3.522.579 323.803 1.606 1.082
VERAPAMIL 140.500 31.859 87 -
CLORIDRATO DE VERAPAMIL 3.173.542 3.705.636 - 8
QQ.OUT.SAL DE VERAPAMIL 27.809 229 - 615
CARBIDOPA 994.250 793.800 - -
CUMARINAS 1.110.736 1.351.448 - -
ETILCUMARINAS 212.869 545.475 - -
EUCALIPTOL 253.348 193.139 746 -
ISOSSAFROL (5-PROP-1-ENIL-1,3- 448 627.540 - -
BENZODIOXOL)
SAFROL (5-ALIL-1,3-BENZODIOXOL) 13.842 22 - -
PIPERONAL (HELIOTROPINA) 482.995 454.726 1.149.020 1.797.375
ROSOXACINO 156.000 195.000 - -
ETOXIQUINA 586.249 35.464 - -
PRIMAQUINA E SEUS SAIS 309 94.174 33 -
CLORIDRATO DE BUCLISINA 320.650 353.385 - -
TOCOFEROL 389.304 197.822 198.634 197.071
ACETATO DE TOCOFEROL 16.635.750 16.183.625 603.547 605.944
OUTS.VITAMINAS E E SEUS DERIVADOS 709.814 2.004.261 - 109.800
ACIDO NICOTINICO 1.865.730 1.552.398 350 1.319
CORTISONA 4.530 910 - -
HIDROCORTISONA 1.639.062 1.196.286 - 24.083
PREDNISONA (DEIDROCORTISONA) 1.523.446 1.111.880 - -
PREDNISOLONA 167.455 241.764 15.001 -
(DEIDROIDROCORTISONA)
ACETATO DE DEXAMETASONA 304.090 501.768 517.815 751.326
21-FOSFATO DE DEXAMETASONA 40.679 26.075 - -
21-FOSFATO DISSODICO DE 227.640 159.210 - -
DEXAMETASONA
continua

111
continuação (2/4)

METANOSSULFOBENZOATO SODICO DE - 7.700 - -


DEXAMETASONA
QQ.OUT.DEXAMETAZONA, SEUS 255.464 342.328 101.549 94.806
ESTERES E SEUS SAIS
17,21-DIPROPIONATO DE 637.300 723.885 - -
BETAMETASONA
17-VALERATO DE BETAMETASONA 1.226.104 1.465.475 - -
QQ.OUT.BETAMETASONA, SEUS ESTERES 2.799.649 4.294.178 - -
E SEUS SAIS
ACETONIDO DE TRIANCINOLONA 296.345 143.731 - -
21-CAPROATO DE FLUORCORTOLONA 102.694 74.250 - -
21-PIVALATO DE FLUORCORTOLONA 147.646 68.580 - -
VALERATO DE DIFLUORCORTOLONA 360.000 404.000 - -
QQ.OUT.FLUORCORTOLONA, SEUS - 1.562 - -
ESTERES E SEUS SAIS
ACETONIDO DE FLUOCINOLONA 31.000 46.650 - -
PIVALATO DE FLUMETASONA 230.604 557.302 - -
(LOCORTEN)
21-ACETATO DE METILPREDNISOLONA 355.197 61.909 - -
QQ.OUT.METILPREDNISOLONA/SEUS 581.829 796.330 - -
ESTERES/SEUS SAIS
ACETATO DE DEXAMETASONA - 13.500 - -
QQ.OUT.BETAMETASONA, SEUS ESTERES - 54.736 - -
E SEUS SAIS
21-ACETATO DE HIDROCORTISONA 299.300 256.518 - -
21-SUCCINATO SODICO DE 563.757 1.025.515 - -
HIDROCORTISONA
QQ.OUT.ESTER E SAIS, DE 67.199 63.200 - -
HIDROCORTISONA
OUTS.HORMONIOS CORTICOSSUPRA- 5.521.562 5.361.973 57.850 -
RENAIS E SEUS DERIVADOS
PROGESTERONA, SEUS ESTERES E SEUS 71.816 86.616 - -
SAIS
MEDROXIPROGESTERONA, SEUS 963.864 651.985 - -
ESTERES E SEUS SAIS
LINESTRENOL 25.000 50.000 - -
NORETINDRONA, SEUS ESTERES E SEUS 157.700 32.960 - -
SAIS
VALERATO DE ESTRADIOL 612.560 468.870 - -
ETINILESTRADIOL 69.350 72.050 - -
QQ.OUT.ESTRADIOL, SEUS ESTERES E 2.028.366 1.904.923 - -
SEUS SAIS
ESTRIOL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS - - - -
LEVONORGESTREL 3.598.652 2.995.413 - -
DL-NORGESTREL 1.297.000 1.424.000 28.800 -
QQ.OUT.NORGESTREL, SEUS ESTERES E 192.287 419.293 - -
SEUS SAIS
17-ALFA CAPROATO DE 25.740 - - -
HIDROXIPROGESTERONA
continua

112
continuação (3/4)

QQ.OUT.HIDROXIPROGESTERONA/SEUS 127.269 33.753 - -


ESTERES/SEUS SAIS
NORMETRANDONA 103.139 73.068 - -
(METILNORTESTOSTERONA), SEUS
ESTERES/SAIS
ACETATO DE NORETISTERONA 354.735 273.192 - -
OUTS.ESTROGENIOS E PROGESTOGENIOS 20.481.617 14.416.947 12.126 155.440
EPINEFRINA E SEUS SAIS 20.910 21.883 - -
ENANTATO DE TESTOSTERONA - - - -
FEMPROPIONATO DE TESTOSTERONA 179.841 100.173 - -
UNDECANOATO DE TESTOSTERONA 306.436 486.231 - -
QQ.OUT.TESTOSTERONA, SEUS ESTERES 1.557.513 785.222 - -
E SEUS SAIS
MESTEROLONA E SEUS SAIS 506.000 362.500 - -
OXIMETOLONA E SEUS SAIS 238.400 226.800 - -
ACETATO DE CIPROTERONA 23.555.223 20.409.020 - 3.104.195
QQ.OUT.CIPROTERONA, SEUS ESTERES E 56 - - -
SEUS SAIS
OUTS.HORMONIOS/DERIVS/OUTS.ESTERO 7.323.867 3.332.983 137.500 23.286
IDES COMO HORMONIOS
RUTOSIDIO (RUTINA) 3.866 169.016 12.668.862 12.310.159
DERIVADO DO RUTOSIDIO (RUTINA) 1.587.631 1.313.355 272.913 511.365
ALOINA 35.685 600.170 - 12.050
DIGITOXINAS 17.974 13.708 - -
GLICIRRIZINA 171.803 134.556 - 904
SAPONINA QUILAIA 54.106 44.114 1.564 1.560
QQ.OUT.SAPONINA 503.481 410.134 - -
DIOSMINA 1.306.232 1.924.048 - -
DESLANOSIDO 44.916 43.568 - -
DIGOXINA 399.764 489.496 3.079 6.299
HESPERIDINA 18.900 5.100 - 61
MORFINA E SEUS SAIS 368.243 272.417 - -
PAPAVERINA 540.299 1.340.111 - -
CLORIDRATO DE PAPAVERINA 574.655 435.240 - -
QQ.OUT.SAL DE PAPAVERINA - - 67 12
FOSFATO DE CODEINA 825 - - -
DESOMORFINA 18.700 - - -
OUTS.ALCALOIDES DE OPIO, SEUS 478.595 426.333 81.325 188.467
DERIVADOS E SEUS SAIS
QUININA 3.207 227 - 2.123
CLORIDRATO DE QUININA 436.898 351.401 - -
OUTS.SAIS DE QUININA 762.317 1.241.126 2.758 -
QUINIDINA - - - -
SULFATO DE QUINIDINA 187.620 129.385 2.190 -
SULFATO ACIDO DE QUINIDINA 58.653 88.796 696 -
OUTS.ALCALOIDES DE QUINA, SEUS 99.058 19.856 - -
DERIVADOS E SEUS SAIS
CAFEINA 7.855.982 7.525.086 12.084 1.644
continua

113
continuação (4/4)

SAIS DE CAFEINA - - - -
TEOFILINA 266.553 231.702 - 430
AMINOFILINA (TEOFILINA- 599.301 933.622 7.576 7.574
ETILENODIAMINA)
DERIVADO/SAIS DA TEOFILINA E 2.656.657 2.154.973 2.950 2.950
AMINOFILINA
MALEATO DE METILERGOMETRINA - - 146 -
MALEATO DE ERGOMETRINA 35.388 70 96 401
ERGOMETRINA (ERGONOVINA, - - - -
ARGOCLININA, SINTOMETRINA)
QQ.OUT.ERGOMETRINA E SEUS SAIS - - 91 -
ERGOTAMINA E SEUS SAIS 618.465 164.780 - -
ERGOCORNINA - - - -
MESILATO DE DIIDROERGOCORNINA 2.194.752 2.557.951 784 556
ALFAMESILATO DE 1.390.419 1.744.754 - -
DIIDROERGOCRIPTINA
BETAMESILATO DE 839.522 1.030.926 - -
DIIDROERGOCRIPTINA
QQ.OUT.SAL DE ERGOCRIPTINA 187.923 231.951 - 39.606
ERGOCRISTINA - 236.000 - -
MESILATO DE ERGOCRISTINA 170.000 19.473 - -
QQ.OUT.SAL DE ERGOCRISTINA 17.000 404.101 - -
MALEATO DE METILERGOMETRINA 444.675 241.307 - -
QQ.OUT.METILERGOMETRINA E SEUS - - - -
SAIS
OUTS.ALCALOIDES DA CRAVAGEM DO 1.939.445 4.627.591 - -
CENTEIO, DERIVADOS/SAIS
NICOTINA E SEUS SAIS 41 9.371 - -
ATROPINA 652 172 49 29
SULFATO DE ATROPINA 68.050 18.701 - -
QQ.OUT.SAL DE ATROPINA - 12 566 -
N-BUTILBROMETO DE 1.907.431 3.388.333 4.338 2.903
ESCOPOLARAMINA
QQ.OUT.ESCOPOLAMINA E SEUS SAIS 4.075.153 1.743.429 - 449
PILOCARPINA E SEUS SAIS 940 272 14.731.473 13.533.118
RESERPINA E SEUS SAIS - 4.058 13 -
TEOBROMINA E SEUS SAIS 985.305 1.965 - -
EMETINA E SEUS SAIS - 629 - -
VINCAMINA E SEUS SAIS 93.075 48.900 - -
QQ.OUT.ALCALOIDE EXTRAIDO DA - 150.000 100.100 -
PRESTONIA AMAZONICA/ETC.
QQ.OUT.ALCALOIDE EXTRAIDO DE - - 1.335 -
BANISTERIOPSIS CAAPI/ETC.
OUTS.ALCALOIDES VEGETAIS/SEUS 10.594.716 10.689.588 - 533.423
SAIS/SEUS ETERES/ESTERES/
QQ.OUT.CASUGAMICINA, SEUS - - 59 -
DERIVADOS E SEUS SAIS
TOTAL DO CAP. 29 160.700.015 147.398.934 30.789.912 34.082.718

114
CAPÍTULO 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS
ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996

MEDICAMENTO C/EXTR.DE PLANTA 72.335 570.849 131.498 100.232


MEDICINAL,S/HORMON.S/ANTIB
MEDICAMENTO C/OUT.ALCALOIDE 877.063 1.183.200 21.862 -
OUTS.MEDICAMENTOS C/EXTRATO DE 18.777 28.056 - -
PLANTA MEDICINAL
MEDICAMENTO C/EXTR.DE PLANTA 458.328 1.888.597 15.410 109.142
MED.S/HORM.S/ANTB.EM DOSES
MEDICAMENTO C/OUT.ALCALOIDE,EM 4.028.536 3.508.736 6.925.706 5.761.460
DOSES
M EDICAMENTO C/EXTRATO DE PLANTA 2.216.593 1.255.520 110.547 361.076
MEDICINAL,EM DOSES
TOTAL DO CAP. 30 7.671.632 8.434.958 7.205.023 6.331.910

CAPÍTULO 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS


OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS
ITEM Importações Exportações
1995 1996 (jan-out) 1995 1996

BROMELINA 727.964 58.532 4.696 -


PAPAINA 312.710 184.403 429.267 104.395
TOTAL DO CAP. 35 1.040.674 242.935 433.963 104.395

115
ANEXO 5 - QUADROS A.1, A.2, A.3
Este anexo é composto por três quadros: A.1, A.2, A.3. O primeiro traz uma lista das espécies
vegetais selecionadas para estudos no Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da CEME,
(1993). Na denominada Fase I do Programa (de 1983 a 1993), foram executados 95 projetos, cuja
distribuição por ano aparece no Quadro 4.1 e por região no Gráfico 4.1 do relatório final desta
pessquisa. As informações detalhadas sobre os objetivos e as intituições envolvidas em cada projeto
é apresentada no Quadro A.2. O Quadro A.3 apresenta os projetos de pesquisa em fitofármacos
financiados pelo PADCT-FNDCT, bem como seus objetivos.

QUADRO A.1 ESPÉCIES VEGETAIS SELECIONADAS PARA ESTUDOS NO P ROGRAMA DE P ESQUISA DE


PLANTAS MEDICINAIS DA CEME, 1993

(1/3)

Nome Científico Nome Nome Científico Nome Popular


Popular

01.Achirocline macela 39. Lippia gracillis alecrim

satureoides

02.Ageratum conyzoides menstrato 40. Lippia sidoides alecrim

03. Allium sativum alho 41. Luffa operculata cabacinha

04. Alpinia nutans colônia 42. Matricaria chamomila camomila

05. Amarantus viridis bredo 43. Maytenus ilicifolia espinheira santa

06. Anona muricata graviola 44. Melissa oficinalis erva cidreira

07. Anona squamosa pinha 45. Mentha piperita hortelã

08. Arrabidea chica pariri 46. Mentha spicata hortelã

09.Artemisia vulgaris artemisia 47. Mikania glomerata guaco

Continua

116
Continuação (2/3)

10.Astronium urundeuva aroeira 48. Momordica charantia melão de São Caetano

11. Baccharis trimera carqueja 49. Musa sp bananeira

12. Bauhinia affinis unha-de-vaca 50. Myrcia uniflora pedra-ume-caá

13. Bauhinia forficata unha-de-vaca 51. Nasturtium oficinale agrião

14. Bixa orellana urucu 52.Passiflora edulis maracujá

15. Boerhavia hirsuta pega pinto 53. Persea americana abacateiro

16. Brassica oleraceae couve 54. Petiveria alliacea tipi

17.Bryophyllum folha de 55. Phyllanthus niruri quebra-pedra

callicynum fortuna

18. Caesalpina ferrea jucá 56. Phytolaca dodecandra “endod”

19. Carapa guianensis andiroba 57. Piper callosum elixir paregórico

20. Cecropia glazioui embaúba 58. Plantago major tanchagem

21. Chenopodium mastruço 59. Polygonum acre erva de bicho


ambrosioides

22. Cissus sicyoides cipó-pucá 60. Portulaca pilosa amor crescido

23. Coleus barbatus boldo 61. Pothomorphe pelata caapeba do Norte

24. Costus spicatus cana do brejo 62. Pothomorphe caapeba


umbelata

25. Croton zehtnery canela de 63. Psidium guajava goiabeira


cunhã

26. Cucurbita máxima abóbora 64. Pterodon sucupira branca


Polygalaeflorus

Continua

117
Continuação (3/3)

27. Cuphea aperta sete sangrias 65. Schinus aroeira


terebentifolius

28. Cynbopogom citratus capim-cidrão 66. Scoparia dulcis vassourinha

29. Dalbergia subcymosa veronica 67. Sedum prealtum bálsamo

30. Dioclea violacea mucunha 68. Sollanum jurubeba


paniculatum

31. Elephantopus scaber língua-de- 69. Stachytarpheta gervão roxo


vaca cayenensis

32. Eleutherine plicata marupari 70. Striphnodendron barbatimão


barbatiman

33. Foeniculum vulgare funcho 71. Symphytum confrei


officinale

34. Hymenaea courbaryl jatobá 72. Syzygyum jambolão


jambolanum

35. Imperata exaltata sape 73. Tradescantia diuretica trapoeraba

36. Lantana camara cambará 74. Xilopia sericea embiriba

37.Leonotis nepetaefolia cordão de


frade

38. Lippia alba falsa melissa

118
QUADRO A.2 P ROJETOS EXECUTADOS NA FASE I (1983 A 1993) DO PROGRAMA DE PESQUISAS DE
PLANTAS MEDICINAIS DA CEME, POR ANO DE APRESENTAÇÃO

(1/7)

Ano Instituição Objetivos do Projeto

1983 UFSC Selecionar e estudar os extratos brutos e frações semi-


purificadas de duas plantas medicinais escolhidas a partir de um
número maior de espécies de familias diferentes

1983 UFPA Realizar os testes pré-clínicos referentes a ação antidiabética


com vista a dar embasamento científico ao uso popular

1983 MPEG (PA) Coleta, secagem, estabilização e distribuição de 7 espécies


selecionadas pela CEME para estudos farmacológicos

1983 AFIP/EPM Estudar a atividade farmacológica de capim-cidrão em testes


toxicológicos pré-clínicos e clínicos com a finalidade de, se
confirmada sua atividade, possibilitar o uso medicinal e
científico da planta

1983 UnB Realizar pesquisas no sentido de avaliar a existência de


princípios ativos e a segurança medicamentosa de plantas usadas
como antidiarréicas

1983 EMBRAPA/ Desenvolver metodologia para coleta, conservação e avaliação


CENARGEM de plantas medicinais para posterior aplicação em âmbito
nacional

1983 UFCE Coleta de plantas para ensaios pré-clínicos e clínicos do


Programa de pesquisas da CEME

1983 UFRJ Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados


pela CEME

continua

119
continuação(2/7)

1983 EPM Determinar os efeitos tóxicos em humanos, de doses crescentes


de PM e sua atividade metabólica e lítica sobre cálculos das vias
urinárias

1983 UFU Verificar a toxicidade aguda (até 24 hs) e crônica (30 dias) do
chá de funcho (F. vulgaris) em voluntários normais

1983 EPM Avaliar a eficácia terapêutica e toxicidade das plantas C. peltata


e C. antisyplhilitica no tratamento de pacientes hipertensos

1983 EPM Verificar clinicamente o real efeito hipoglicemiante oral das


plantas referidas confirmando ou não sua validade terapêutica

1983 UNICAMP Verificar a ação toxicológica aguda e crônica de extratos


aquosos de P. edulis (chás) em voluntários normais, e em
pacientes neuróticos

1983 UFPb Avaliar o uso popular de vegetais através de ensaios


farmacológicos, com o intuito de estimular com base científica
as práticas úteis e eficazes e desestimular as prejudiciais

1983 UNICAMP Avaliar a eficácia terapêutica e a tolerabilidade do A. conyzoides


L. em doença articular crônica

1983 EPM Estudar as propriedades farmacodinâmicas e tóxicas dos extratos


de plantas, empregadas popularmente nas afecções das vias
aéreas

1983 UNESP Determinar os efeitos tóxicos agudos e sub-agudos de vegetais


após administração oral e tópica em ratos e suínos

1983 UNESP Atualizar, à luz de metodologia moderna, conhecimentos sobre


duas espécies de vegetais classicamente reconhecidas como
antihelmínticos

continua

120
continuação (3/7)

1983 UnB Avaliação farmacológica e toxicológica de espécies brasileiras


de Phytolaccas

1983 UFRJ Estudo crítico da atividade farmacológica do extrato aquoso da


P. americana sobre a função renal

1983 UFRJ Avaliar a eficácia terapêutica (ensaios clínicos) das plantas M.


glomerata (guaco) e L. camara (cambará)

1984 MPEG Coleta, secagem, estabilização e distribuição de espécies


selecionadas pela CEME para estudos farmacológicos

1984 (não Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados


identificada) pela CEME

1984 (não Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados


identificada) pela CEME

1984 UFCE Manter, por cultivo em pequena escala, as principais espécies da


flora medicinal regional e atender os pedidos de fornecimento de
plantas para os projetos da CEME

1985 EPM Verificar as propriedades hipnóticas e/ou ansiolíticas do infuso


de plantas. Verificar também se estas preparações não
apresentam efeitos tóxicos

1984 EPM Estudos farmacodinâmicos e toxicológicos com os extratos


aquosos de L.camara L., M. glomerata, P. niruri, C. aperta,
Rohne e Cecropia glazioui

1985 EPM Verificar as propriedades de plantas em proteger animais contra


úlcera gástrica experimental. Testar a eventual ação tóxica de
plantas ativas em animais e no homem

continua

121
continuação (4/7)

1985 UERJ Investigar a atividade antimalárica da caá-peba (P.peltata) e


outras plantas com potencial atividade antimalárica

1985 UFSC Verificar a existência de efeito antidiabético em algumas plantas


medicinais empregadas popularmente com finalidade terapêutica

1985 UNESP Determinar os efeitos farmacológicos e toxicológicos induzidos


pelo infuso das folhas de P. callosum visando o seu eventual
emprego terapêutico

1985 EPM Avaliar o poder lítico bem como seu efeito sobre o manuseio
renal de elementos litogênicos

1985 EMBRAPA Conservar germoplasma, fornecer material vegetativo seco à


pesquisa farmacológica

1985 UFSC Ampliar os estudos farmacológicos de P. niruri e P. sellowianus

1985 FMRP/USP Verificar a eficácia do uso tópico como cicatrizante e antiséptico


de A. urundeuva

1986 EPM Verificar a eficácia terapêutica e toxicidade das plantas C.


peltata e C. antisyplhilitica no tratamento de pacientes
hipertensos

1986 UFRJ Fornecer material vegetal para núcleos de pesquisa


farmacológica

1986 EPM Verificar se a administração de duas doses diárias de espinheira-


santa terá efeitos terapêuticos benéficos em caso de úlcera
péptica e de dispepsias (quando comparada a dose de placebo)

1986 EPM Realizar estudos pre-clínicos farmacológicos e toxicodinâmicos


de 5 plantas medicinais escolhidas pela CEME

1986 MPEG Coleta, secagem, estabilização e distribuição de 7 espécies


selecionadas pela CEME

continua

122
continuação (5/7)

1986 UFMA Cultivar e coletar plantas para distribuição à CEME

1986 UFCE Fornecimento de espécies vegetais aos núcleos de pesquisas


farmacológicas

1986 FM/USP Verificação da eficácia dos chás de A. sativum e M. spicata no


tratamento de crianças parasitadas por A. lumbrigoides

1986 EPM Verificar se as preparações populares de aroeira têm efeitos


tóxicos em animais de laboratório e no homem e se é capaz de
proteger animais contra úlcera gástrica experimental

1986 UFMG Fornecimento de material vegetal aos centros de pesquisa


toxicológicas/farmacológicas

1986 EPM Estudo do efeito hipoglicemiante das plantas M. uniflora, B.


Rodr. (Myrtaceae) e da B. forficata Link (Leguminosa
caesalpinoideae) em pacientes diabéticos

1986 UFRJ Investigar a atividade antimalárica de C. maxima, da M.


charantia e outras plantas com potencial atividade antimalárica

1986 EPM Implantação de um centro de pesquisas em psicofarmacologia


clínica

1986 UnB Caraterização de atividades farmacológicas, inclusive DL-50,


“in vivo”, “in vitro” de plantas medicinais

1986 UFSC Análise farmacológica pré-clínica dos extratos de Leonotis


nepetaefolia e C. spicatus

1986 UFSC Determinar a ação farmacológica de algumas espécies vegetais

continua

123
continuação (6/7)

1986 UNESP Determinar os efeitos tóxicos agudos e sub-agudos de algumas


plantas medicinais

1986 UNESP Atualizar, à luz de metodologia adequada, conhecimentos sobre


duas espécies de vegetais popularmente conhecidas como anti-
helmínticas

1986 UFSC Avaliar através de testes específicos “in vivo” e “in vitro”, as
propriedades anticonceptiva, antiedematogênica, antitérmica,
antiespasmódica, diurética e hipotensora de E. scaber, P. acre H.
B. R. e P. pilosa

1986 UFPb Avaliar o uso popular de vegetais através de ensaios


farmacológicos, com o intuito de estimular ou não, com base
científica, a utilização dos mesmos

1986 UERJ Demonstrar as ações antiinflamatórias de plantas estudadas


(relacionadas pela CEME)

1986 FIOCRUZ Investigar a atividade sedativa e ou hipnótica de Cissus


sicyoides e Croton zehntnery

1987 UFU Avaliar o possível efeito ansiolítico e/ou sedativo-hipnótico do


Cissus sicyoides e Croton zehntnery

1986 FCFRP/USP Estudar as plantas P. major (tanchagem) P. acre (erva de bicho)


e S. barbatiman (barbatimão) realizando testes pré-clínicos,
toxicológicos e farmacológicos

1986 UFRS Verificar as atividades terapêuticas propostas pelo uso popular


para os vegetais P. alliaceae e S. cayenensis

1987 UNAERP Multiplicação em larga escala de plântulas idênticas


desenvolvidas “in vitro”

continua

124
continuação (7/7)

1986 UFC Avaliar o possível efeito protetor do extrato aquoso e alcoólico


de A. urundeuva Engl. em modelos experimentais de úlceras
gástricas

1987 EMBRAPA Coletar e conservar germoplasma de plantas medicinais e


fornecer material vegetal para pesquisas farmacológicas

1987 FMRP/USP Procura de fatores antidiabetogênicos em produtos de origem


vegetal

1986 UFPA Avaliação psicofarmacológica pré-clínica dos efeitos de C.


sicyoides

1986 FMVZ/USP Avaliar os efeitos psicofarmacológicos do Croton zehntnery

1986 UFCE Investigar as propriedades farmacológicas de A. speciosa e seus


efeitos em nível pré-clínico

1986 EPM Avaliar o efeito diurético de três produtos naturais e sua


toxicidade em voluntários normais

1987 EPM Avaliar o efeito analgésico de um produto natural em pacientes


com lombalgia

1986 EPM Avaliar a ação de N. officinale na dinâmica das vias aéreas de


asmáticos

1987 EPM Execução de testes farmacodinâmicos e toxicológicos de plantas


medicinais brasileiras

1987 UFRJ Avaliar em estudos pré-clínicos o extrato aquoso da M.


glomerata

1988 EPM Estudar a eventual toxicidade clínica e pré-clínica de A. vulgaris

1987 EPM Implantação do centro de pesquisa em psicofarmacologia clínica

continua

125
continuação ( / )

1988 UNICAMP Estudo agronômico de plantas brasileiras dotadas de atividade


farmacológica e fornecimento de material vegetal

1988 UFRS Verificar atividades terapêuticas propostas pelo uso popular das
espécies através de testes farmacológicos específicos

1988 UFSC Análise farmacológica pré-clínica dos extratos de H. courbaryl

1988 UFSC Caraterizar os efeitos do tratamento prolongado com P. alliacea

1988 UFCE Avaliar a atividade antiinflamatória e antiulcerogênica de A.


urundeuva

1988 FIOCRUZ Investigar a atividade antimalárica de M. charantia e Piper sp e


de outras espécies

1988 EPM Desenvolvimento de novo medicamento antiepiléptico: benzil-


eugenol

1986 UFPR Determinar a atividade intiinflamatória de A. chica

1988 UFPA Avaliar os efeitos anticonvulsivantes e hipnóticos do C.


sicyoides

1988 UNESP Avaliar efeitos tóxicos após administração oral e tópica em ratos
e suínos

1988 UNESP Avaliar as propriedades antihelmínticas das plantas Anona


squamosa e Musa sp

1988 UFGO Construção da estação biológica de Serra Dourada

1986 EPM Avaliar ação antihipertensiva a toxicológica aguda de espécies


medicinais

1989 UFMA Cultivar e coletar plantas para distribuição à CEME

1988 IQUEGO Cultivo de plantas medicinais

1989 EPM Realização de ensaios toxicológicos e farmacodinâmicos

continua

126
continuação ( / )

1989 PMEG Fornecimento de espécies vegetais aos núcleos de pesquisa


farmacológica

1988 EPM Avaliar a possível ação antiepiléptica da D. violacea

1989 FARMACOTÉ Verificar a viabilidade do cultivo econômico de plantas


CNICA medicinais

1989 UFRJ Coleta de mudas e sementes de espécies de interesse


farmacêutico, distribuição de plantas indicadas pela CEME

1991 EPM Verificar se plantas brasileiras possuem efeitos adaptógenos

127
QUADRO A.3 P ROJETOS DE PESQUISA EM FITOFÁRMACOS FINANCIADOS PELO PADCT-FNDCT

(1/3)

Ano do Instituição Título Recursos


convênio US$

1985 Inst. Nacional de “Químic a, farmacologia e ecologia do


Pesquisa da gênero Humirianthera”
7.845,00
Amazônia

1985 UFSC “Antagonista competitivo para a


bradicinia a partir de extrato bruto ou 99.324,00
frações semipurificadas de uma
Apocinaceae: análise química e
farmacológica”

“Fortalecimento e consolidação do grupo

1986 UFPA/ Dep. de pesquisa em química de produtos 85.395,00


QUÍMICA naturais da UFPA”

1986 “Elaboração de um medicamento


caritonico a partir das sementes de
28.600,00
Thevetia nerifolia”

1986 UFSM/NPPN “Constituintes químicos de laureaceas do 43.082,00


RGS”

1986 UFMS/Dep. “Estudo químico de plantas do MS” 43.074,00


QUÍMICA

1986 USP/RP/QUÍMIC “Invest. do mecanismo de reprodução em


A mercurio e da transformação por via 70.429,00
eletroquímica de um produto natural de
grande disponibilidade na flora”

continua

128
continuação (2/3)

1986 UFPA/Dep. “Determinantes de constantes físico- 20.989,00


QUÍMICA químicas de óleos vegetais regionais”

1987 Inst. Nac. de “Controle de pragas via meliaceae”


Pesquisa da
7.361,00
Amazonia

1986 UFCE/Dep. “Estudo químico de produtos naturais da


QUÍMICA flora nordestina, especialmente do Ceará” 194.289,00

1987 UFCE/Dep. “Sintese de substâncias valiosas a partir


QUÍMICA de produtos naturais e intermediários
16.676
abundantes na região”

1987 USP/Inst. “Estudo da potencialidade antialérgica de 180.716,00


QUÍMICA lignoides”

1987 UFCE/Dep. “Utilização de espectrometria de massa


QUÍMICA na determinação estrutural de
94.581,00
constituintes químicos orgânicos de
produtos naturais”

1987 UFSC/ Dep. “Identificação química e análise


QUÍMICA farmacológica de compostos inibidores 152.587,35
da bradicinina obtidos da Mandevilla
velutina”

1988 UFSC/ Dep. “Isolamento de compostos inibidores da


QUÍMICA bradicinina obtidos da Mandevila 57.633,00
velutina”

1988 UFPB/LTF “Plantas medicinais do Nordeste” -

continua

129
continuação (3/3)

1989 FUJB/NPPN/UFR “Programa de formação de RH ao nível


J de pós-graduação em química -
-
Subprojeto Química Orgânica”

1990 (não identificada) “Análise de princípios ativos de algumas 9.193,93


plantas de interesse nacional”

1991 UFRJ/ Dep. “Estudo da composição química de


QUÍMICA plantas brasileiras” 399.461,00

1991 FAPEU/UFSC “Obtenção de compostos anti-


inflamatórios e anti-alérgicos a partir de
produtos naturais abundantes” 341.250,00

1992 (não identificada) “Diagnóstico para produção de


medicamentos a partir de plantas
170.543,20
medicinais”

1992 UFSC/DEQ “Espécies de Phyllantus como como


ponto de partida para a obtenção de 256.599,00
novos medicamentos”

1992 FUJB/NPPN/UFR “Espécies de Phyllantus como como


J ponto de partida para a obtenção de 362.031,00
novos medicamentos”

1993 FUNDEP- “Consórcio para aquisição de


UFMG/DQ espectrômetro de RMN para atendimento
940.383,00
multiusuário em Minas Gerais”

1993 FUJB/NPPN/UFR “Manuntenção e aprimoramento de um


J sistema multiusuários de espectrometria
303.934,00
de massas”

continua

130
continuação

1993 FUNDEP “Programa de pesquisa e formação de


RH ao nível de pós-graduação na área de
173.380,00
Química -Subprojeto Química Orgânica

1993 UFCE/LPN “Criação de um sistema de


espectrometria de massas para 597.630,00
atendimento multiusuário”

1993 FUJB/NPPN/UFR “Síntese enantioseletiva e alcalóides de 240.408,00


J Aspidosperma”

1994 UFCE/DQ “Isolamento e síntese de componentes


fixos/voláteis de plantas medicinais do -
Nordeste: estudo químico farmacêutico”

131

View publication stats

Você também pode gostar