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1970
O termo information literacy surgiu ainda na década de 1970, nos Estados Unidos,
ligada à concepção de sociedade da informação. Em um relatório elaborado pelo
americano e bibliotecário Paul Zurkowski, denominado The information service
environment relationships and priorities. O relatório descreve uma série de produtos e
serviços fornecidos por instituições privadas e suas relações com as bibliotecas.
1976
O conceito de information literacy se mostra mais abrangente, pois alcança uma série
de habilidades e conhecimentos e a informação passa a ser usada para a resolução
de problemas e tomadas de decisão. Ainda em 1976, um novo significado para
a informação literária surgiu a partir de dois autores, Hamelink e Owens, que a
defenderam como instrumento de emancipação política. Um panorama que traz um
novo conceito para a competência em informação no que tange a valores ligados à
cidadania.
1979
Entretanto, Dudziak (2003, p.24) relata que, em 1979, as habilidades técnicas ganham
ênfase na literatura com os autores Taylor e Garfield “que abordaram a questão da
capacitação em informação como sendo o domínio de técnicas e habilidades de uso
das ferramentas informacionais na modelagem de soluções para os problemas, um
dos requisitos para a competência”.
1987
Em 1987, surge no cenário a monografia de Karol C. Kuhlthau intitulada Information
Skills for an Information Society: a review of research (ERIC Document, 1987, EUA)
que lança as bases da information literacy education, ou seja, a educação voltada para
a information literacy, segundo dois eixos fundamentais:
● a integração da information literacy ao currículo, a partir da proficiência em
investigação, identificada como a meta das bibliotecas do ensino médio;
● o amplo acesso aos recursos informacionais, cruciais ao aprendizado
estudantil, a partir da apropriação das tecnologias de informação. Os estudantes usam
as tecnologias de informação como ferramentas na busca pelas informações mais
apropriadas ao seu aprendizado (DUDZIAK, 2003, p.25).
Cenário da década de 80: A década de 80 também foi marcada por mais dois
documentos fundamentais para a competência em informação, ambos enfocando o
papel educacional das bibliotecas acadêmicas e em programas educacionais
direcionados para a capacitação dos estudantes.
● O primeiro foi o livro editado por Patricia S. Breivik e E. Gordon
Gee5 intitulado "information literacy: Revolution in the Library".
● O segundo documento importante foi o da ALA - American Library
Association, PresentialCommitteoninformationliteracy: Final Report, preparado por
um grupo de bibliotecários e de educadores.
Evidenciando um novo modelo de aprendizado que só aconteceria a partir de uma
reestruturação curricular que privilegiasse o uso dos recursos informacionais
disponíveis, para a aprendizagem e resolução de problemas, estimulando, de forma
direta, os estudantes ao hábito de buscar e utilizar criticamente a informação e a
biblioteca.
1990
Em 1990, as definições da American Library Association (ALA) foram aceitas, surgindo
vários programas educacionais voltados à competência em informação que
começaram a ser implementados ao redor do mundo, principalmente a partir das
bibliotecas universitárias.
Num cenário em que, segundo Dudziak (2003, 26), “Os profissionais da informação,
estavam conscientes da necessidade de possibilitar o acesso rápido e fácil ao novo
universo informacional”. Objetivo de tornar os usuários em usuários da informação, ou
seja, em aprendizes independentes, enfatizando a integração curricular e a
cooperação com a comunidade.
1997
Em 1997, surgiu o Institute for information literacy da ALA - ACRL, com o objetivo,
prioritariamente, de treinar bibliotecários e dar suporte à implementação de programas
educacionais no ensino superior. Atualmente, oferece um programa de imersão para
treinamento e capacitação de bibliotecários a fim de torná-los agentes multiplicadores
de Information Literacy em suas instituições.
Outra organização que recebe suporte da ALA é a Library Instruction Round Table
LIRT, voltada para a information literacy, instrução e orientação bibliográfica,
disponibilizando um site com publicações, conferências, comitês e diversos links de
acesso a programas educacionais. A LOEX Clearinghouse for Library Instruction
promove a disseminação da orientação bibliográfica e da Information Literacy
fornecendo textos, exemplos de programas educacionais e tutoriais em Information
Literacy, organizando anualmente a LOEX Conference On Library Instruction.
1998
Em março de 1998, a American Library Association (ALA) lançou um relatório de
atualização. Nesse documento, delineia seis recomendações relativas ao assunto,
reafirmando a premissa de adequação de sistemas e de profissionais de informação
à realidade atual de multiplicidade de recursos e fontes informacionais e a
necessidade de atuação interdisciplinar, integrando também os ambientes
educacional e profissional.
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Para Santos e Carvalho (2009, p.52) “o uso da informação deve ser visto como
algo capaz de alterar de modo significativo à vida de um cidadão, já que a partir
dela podem se gerar novas informações”, pois:
A esse respeito Giannasi, (1999, p. 24 apud Dias 2005, p.23) afirma que,
Computadores e tecnologia de informação provêm uma infraestrutura que
possibilita o processamento e a distribuição da informação, permitindo o seu
manuseio numa escala sem precedentes históricos, facilitando as relações de
comércio instantâneo e em tempo real num estágio global. Tem sido
excepcionalmente rápido o crescimento do setor comercial da informação na
economia, ressaltando o crescimento explosivo de serviços, tais como os meios
de comunicação de massa (transmissão por satélite, cabo, vídeo) e as bases de
dados 1on-line.
1
On-line: Exprime a ideia de continuidade ou funcionamento em linha e ao mesmo
tempo.
Este ambiente informacional satura-nos com mensagens de natureza distintas;
esta extraordinária expansão do conteúdo informacional da vida moderna é uma
forte característica da sociedade da informação.
Dias (2005, p.27) expõe que a universidade tem grande importância nesse
cenário porque é formadora de pessoas, precisando redimensionar, atribuir
importância à sua relação com a Sociedade da Informação, promovendo maior
intercâmbio e integração entre os ramos da atividade humana, de tal forma que
fique evidenciado que tal investimento está sendo bem gerenciado, promovendo
retornos positivos na construção, não apenas da ciência e da tecnologia, mas,
especialmente, na formação dos seres humanos que a ela recorrem.
Vamos iniciar essa sessão com alguns conceitos importantes para se entender
o propósito da oferta de produtos e serviços de informação em bibliotecas.
Para entender uma biblioteca como um espaço que oferta serviços, Spudeit e
Fuhr (2011) afirmam que se faz necessário ter conhecimentos gerenciais para
conseguir identificar o contexto ao qual ela faz parte, bem como “identificar
pontos fortes e fracos para definir estratégias que serão executadas através de
um planejamento, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços
prestados” (SPUDEIT; FÜHR, 2011, p. 42). Rozados (2004, p. 25) denomina o
serviço de informação como “todo o processo de auxílio ao leitor na busca da
informação ou na satisfação de suas necessidades de informação”
Serviços para pessoas com deficiência: Serviços para pessoas com deficiência:
Solicitação de intérpretes da Língua Digitalização e/ou conversão de
Brasileira de Sinais (Libras). materiais bibliográficos em formatos
acessíveis; Transcrição de textos para o
Braille; Disponibilização de recursos de
tecnologias assistivas - Non Visual
Desktop Access (NVDA), DOSVOX,
ORCA; vídeo aula em Libras.
SERVIÇO DEFINIÇÃO
Serviço de referência e informação Referência é o termo que se aplica à
relação entre a biblioteca e o usuário,
em busca de uma informação; é a
orientação que o pessoal da biblioteca
pode oferecer ao usuário para que
este encontre a resposta procurada
em seu estudo ou pesquisa, ou, se a
biblioteca não dispuser de meios para
lhe oferecer essa resposta, deve-lhe
indicar onde poderá obtê-la, seja
através dos serviços de outra
biblioteca ou instituição congênere,
seja através da consulta à Internet.
Programa de formação e orientação Dentro deste programa deverão ser
de usuários oferecidos serviços e atividades
voltadas não só para divulgar a
biblioteca, mas também para orientar
e treinar os usuários no uso de seus
serviços automatizados e das demais
fontes de informações disponíveis.
[…] devem constar atividades tais
como: visitas guiadas (previamente
organizadas e realizadas a pedido dos
usuários ou por convite da biblioteca);
publicações como: manuais, guias,
folhetos ([...] não só para divulgar a
biblioteca e seus serviços, mas
também para orientar sua utilização);
realização de cursos e palestras.
Quanto aos produto de informação, Duarte et al. (2015, p. 608) afirma serem
palpáveis, algo que é construído por meio do uso de informação, como exemplo,
nós temos: “os catálogos, os informativos, os guias, entre outros meios. Vejam
vocês que o produto de informação é representado por algo já pronto por um
profissional que o idealizou e o projetou para existir materializadamente”.
Vejamos exemplos de tipos de produtos que podem ser ofertados ou adaptados
as bibliotecas de acordo com Duarte et al. (2015, p. 613-614):
1. Livro;
2. Periódico;
3. Folder;
4. Recurso em Braille;
5. Texto falado;
6. Videotexto;
7. Audiolivro;
8. Computador para consulta à base de dados;
9. Informações aos visitantes em forma de brindes;
10. Panfleto;
11. Clipagem;
12. Manual;
13. Catálogo;
14. Base de dados;
15. Inventário;
16. Lista;
17. Cartilha.
Nesse contexto, é necessário reforçar que as bibliotecas são muito mais que um
espaço que disponibiliza fontes de informação impressas, fazendo parte das
suas responsabilidades, contribuindo com a formação crítica e reflexiva de seus
usuários.