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Universidade Federal de Santa Maria

Departamento de Engenharia Mecânica


DEM 1008 – Transmissão de Calor

5- Fundamentos de Convecção

Prof. Eduardo Barreto Engenharia Aeroespacial UFSM / 2017


Universidade Federal de Santa Maria
Departamento de Engenharia Mecânica Introdução
DEM 1008 – Transmissão de Calor

A convecção é o mecanismo de transferência de calor através de um


fluido na presença do movimento de sua massa. Ela pode ser classificada como
convecção natural (ou livre) ou forçada, dependendo de como o movimento é
iniciado. Na convecção forçada, o fluido é forçado a escoar sobre a superfície ou
dentro de um tubo por meios externos como bomba ou ventilador. Na convecção
natural, qualquer movimento do fluido é causado por meios naturais como o
efeito empuxo, que se manifesta com fluidos quentes subindo e fluidos frios
descendo. A convecção é também classificada como externa ou interna,
dependendo de o fluido ser forçado a escoar sobre uma superfície ou dentro de
um duto.

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5.1 – Mecanismo Físico
Departamento de Engenharia Mecânica
da Convecção
DEM 1008 – Transmissão de Calor

A transferência de calor em um fluido ocorre por convecção na presença


de movimento e por condução, em sua ausência.

A taxa de transferência de calor em um fluido


é bem mais elevada por convecção que por condução.
Quanto maior a velocidade do fluido, maior a taxa de
transferência de calor. Da mesma forma outras proprie-
dades como m, k, r e cp além da velocidade do fluido
estão intimamente relacionadas com a convecção.

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5.1 – Mecanismo Físico
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da Convecção
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Ainda que complexa, verifica-se que a convecção está intimamente


ligada à diferença de temperatura, conforme descrita pela lei do resfriamento

qconv  hTs  T  ou Q conv  hAs Ts  T 

h pode ser definido como a taxa de


transferência de calor entre uma superfície
sólida e um fluido por unidade de área e por
unidade de diferença de temperatura.

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5.1 – Mecanismo Físico
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da Convecção
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Observações experimentais indicam que o fluido em movimento atinge


repouso na superfície por conta dos efeitos viscosos e não há escorregamento.
Essa condição é conhecida pela condição de não deslizamento. A camada
aderente à superfície atrasa o movimento da camada de fluido adjacente por
causa das forças viscosas entre os fluidos. Como consequência da condição de
não-deslizamento é que a velocidade do flui-
do em relação à superfície sólida é zero nos
pontos de contato, além de ocorrer o arrasto
que é a força exercida pelo fluido na superfí-
cie na direção do escoamento.

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5.1 – Mecanismo Físico
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A transferência de calor a partir da superfície sólida para a camada de


fluido adjacente à superfície ocorre por condução pura, já que a camada de fluido
é imóvel e pode ser expressa como:
T
qconv  qcond  k fluido
A transferência de calor por convec- y y 0

ção a partir de uma superfície sólida para um


fluido é a transferência de calor por condução
a partir da superfície sólida para a camada de
fluido adjacente à superfície.

 k fluido T / y y 0
h
Ts  T

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5.1 – Mecanismo Físico
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Número de Nusselt: trata-se da adimensionalização do coeficiente de


transferência de calor, expresso como:
hLc
Nu 
k

sendo k a condutividade térmica do fluido e Lc é o comprimento característico, o


significado físico do Número de Nusselt pode ser exemplificado pela camada de
fluido abaixo de espessura L e DT = T2 – T1

DT
qconv  hDT qcond  k
L

(†) Onde ocorre algum movimento do fluido a


transferência de calor dá-se por convecção e quando a camada
de fluido é inerte a transferência de calor dá-se por condução.

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5.1 – Mecanismo Físico
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a razão entre as duas formas de transferência de calor fica:

qconv. hDT hL
   Nu
qcond . k / L DT k

Assim, Nu representa o aumento da transferência de calor através da


camada de fluido como resultado da convecção em relação à condução do
mesmo fluido em toda a camada. Quanto maior Nu mais eficaz será a convecção.
Um valor de Nu = 1 para uma camada de fluido representa a transferência de
calor em toda a camada por condução pura.

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5.1 – Mecanismo Físico
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da Convecção
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Exemplo 5.1 – Durante o fluxo de ar a T∞ = 20℃ sobre a superfície de uma placa


mantida a uma temperatura constante de Ts = 160℃, o perfil de temperatura adimensional
dentro da camada de ar sobre a placa está determinado como

T ( y )  T
 e  ay
Ts  T

onde a = 3200 m-1 e y é a distância vertical medida a partir da superfície da placa em m.

Determine o fluxo de calor na superfície da placa e o coeficiente de transferência de calor

por convecção.

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5.2 – Classificação do Escoamento
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dos Fluidos
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o Regiões de escoamento viscoso versus não viscoso: duas camadas de fluido com
movimento relativo entre si desenvolvem uma força de atrito entre ambas. A camada
mais lenta tenta frear a mais rápida em função da propriedade definida por viscosidade.
Escoamentos viscosos são aqueles onde o efeito do atrito é significativo. Porém
existem regiões de determinados escoamentos onde os efeitos viscosos podem ser
desconsiderados simplificando a análise do escoamento sem perda significativa da
precisão.

o Escoamento interno versus externo: os escoamentos onde os fluidos são forçados a ser
confinados em um canal fechado (tubo ou duto) é chamado de escoamento interno. Já
no caso do escoamento sobre uma superfície como placa, fio ou tubo (parte externa) é
chamado escoamento externo.

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5.2 – Classificação do Escoamento
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dos Fluidos
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o Escoamento compressível versus incompressível: a variação da densidade do fluido


durante um escoamento define o mesmo como sendo compressível ou incompressível.
Gases cujas densidades variam menos que 5% durante um escoamento são
considerados como escoamento incompressível. Para valores de velocidade dos gases
maiores que 30% da velocidade do som no gás os efeitos de compressibilidade tornam-
se relevantes.

o Escoamento laminar versus turbulento: escoamentos com movimento de fluido


ordenado são chamados escoamentos laminares, ex: escoamentos de fluidos de alta
viscosidade como óleos a baixas velocidades. O movimento desordenado dos fluidos,
que ocorre normalmente a altas velocidades, com flutuações de velocidade, é chamado
turbulento. Escoamento de ar sob altas velocidades é tipicamente turbulento.

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5.2 – Classificação do Escoamento
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dos Fluidos
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o Escoamento natural (ou não forçado) versus forçado: no escoamento forçado o fluido
é forçado a escoar através de meios externos (bomba ou ventilador). No escoamento
natural a força motriz são meios naturais (empuxo, e.g.).

o Escoamento permanente versus transiente: escoamentos que não alteram com o


tempo são chamados permanente. Quando o escoamento varia com relação a contagem
do tempo trata-se de um escoamento transiente.

o Escoamento uni, bi e tridimensional: o campo de velocidades de um escoamento varia


em três dimensões. Porém, quando a variação de velocidade é insignificante com
relação a uma ou duas dimensões, o mesmo pode ser modelado como uni ou
bidimensional o que facilita, e muito, sua análise.

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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Considere o escoamento de um fluido ao longo de uma placa plana, conforme a


figura abaixo. A coordenada x é medida ao longo da superfície da placa desde o bordo de
ataque e y é medido a partir da superfície na direção normal. A velocidade das partículas
de fluido da primeira camada adjacente à placa torna-se nula em virtude da condição de
não deslizamento.

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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A camada imóvel freia as partículas de fluido da camada vizinha por conta do


atrito entre ambas. Essa camada de fluido freia a camada seguinte e assim
sucessivamente.

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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A presença da placa é, portanto, sentida até uma distância normal d a partir da


placa. A componente x da velocidade do fluido, u, varia de 0 em y = 0 para quase a
velocidade de corrente livre, V em y = d. Essa região de escoamento acima da placa
delimitada por d, onde os efeitos viscosos do fluido ganham destaque, é chamada de
camada limite hidrodinâmica. Trata-se da distância a partir da superfície até a posição, em
y, onde u = 0,99 V.

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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A linha hipotética, onde u = 0,99 V, divide o escoamento na placa em duas


regiões: a região da camada limite, onde as mudanças de velocidade e efeitos viscosos
são significativos, e a região de escoamento irrotacional, onde os efeitos de atrito são
desprezíveis e a velocidade permanece constante.

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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Tensão de cisalhamento: considere o escoamento do fluido sobre a superfície


da placa. A camada de fluido em contato com a superfície tenta arrastar a placa via atrito,
exercendo uma força de atrito. Esta força de atrito por unidade de área é chamada de
tensão de cisalhamento, t. Experimentalmente é comprovado que, a tensão de
cisalhamento na superfície da parede é expressa por:

u
tw  m
y y 0

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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onde m é a viscosidade dinâmica do fluido dado em kg/m.s


= N.s/m2 ou Pa.s = poise = 0,1 Pa.s. Fluidos que sofrem
deformações proporcionais às tensões de cisalhamento
aplicadas são chamados Fluidos Newtonianos (água, ar,
óleos, gasolina). Fluidos Não-Newtonianos são aqueles que
não obedecem essa ordem de proporcionalidade (misturas
de água e amido, ou água e areia do mar). A viscosidade
cinemática, n, é descrita como n = m/r dada em m2/s ou
stoke (cm2/s). A viscosidade dos líquidos é uma medida de
sua resistência ao escoamento e diminui com a temperatura.
Para o caso dos gases, a viscosidade é aumentada conforme
o aumento da temperatura.

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5.3 – Camada Limite
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Hidrodinâmica
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Uma abordagem mais prática para o escoamento externo, consiste em


relacionar o tw com a velocidade a montante V como
rV 2
tw  Cf
2
onde Cf é o coeficiente de atrito adimensional, cujo valor, na maioria dos casos é
determinado experimentalmente, e r é a densidade do fluido. O coeficiente de
atrito em geral varia com a localização ao longo da superfície. Determinado o
coeficiente médio de atrito, a força de atrito ao longo da superfície é dada como

rV 2
F f  C f As
2

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Departamento de Engenharia Mecânica 5.4 – Camada Limite Térmica
DEM 1008 – Transmissão de Calor

A camada limite térmica é a camada que desenvolve-se quando um


fluido, a uma dada temperatura, escoa ao longo de uma superfície que se
encontra a uma temperatura diferente. A região do escoamento sobre a superfície
em que a variação de temperatura na direção normal à superfície é significativa
denomina-se camada limite térmica.
A espessura da c.l.t, dt é definida como
a distância da superfície em que T – Ts equivale a
0,99 (T – Ts). A forma do perfil de temperatura
na c.l.t. define a transferência de calor por con -
vecção entre uma superfície sólida e o fluido que
escoa por ela.

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Departamento de Engenharia Mecânica 5.4 – Camada Limite Térmica
DEM 1008 – Transmissão de Calor

Número de Prandtl: trata-se da relação


entre as camadas limite hidrodinâmica e térmica.

difusividade de quantidade de movimento n mc p


Pr   
difusividade térmica  k

Para o caso dos gases, Pr  1, o que


significa que tanto a quantidade de movimento
quanto o calor dissipam-se através do fluido mais
ou menos na mesma taxa. O calor dissipa-se
rapidamente em metais líquidos (Pr<<1) e
lentamente em óleos (Pr >> 1) em relação à Q.M.
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5.5 – Escoamento Laminar
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e Turbulento
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o Escoamentos laminares: caracterizado por linhas de corrente suaves e


movimento altamente ordenado. Ex: escoamento de óleo em pequenos tubos.

o Escoamento turbulento: escoamento caótico, com linhas de correntes não-


ordenadas, flutuações tridimensionais. Ex: o escoamento externo do ar sobre
uma bola de golfe constitui um exemplo de escoamento turbulento.

o Número de Reynolds: número adimensional que relaciona as forças inerciais


de um escoamento com relação às forças viscosas. Constitui um dos principais
parâmetros na definição dos regimes de escoamento laminar e turbulento assim
como sua transição.
Forças de inércia VLc rVLc
Re   
Forças viscosas n m

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5.6 – Equações Diferenciais
Departamento de Engenharia Mecânica de Convecção
DEM 1008 – Transmissão de Calor

Considerando um escoamento permanente e bidimensional de um fluido


newtoniano com propriedades constantes. As equações governantes de convecção na
camada limite são:
u v
 0
x y
o Equação da continuidade:
 u u   2 u p
r  u  v   m 2 
o Equação da Q. M. na direção x:  x y  y x

 T T    2T  2T 
rc p  u v   k  2  2   m
o Equação de conservação da energia:  x y   x y 

 u  2  v  2   u v  2
onde , a função dissipação viscosa, é dada por:  2        
  y   y  x 
     
x 
A dissipação viscosa pode desempenhar papel dominante nos escoamentos de alta velocidade,
especialmente quando a viscosidade do fluido é elevada. Manifesta-se como aumento significativo da
temperatura do fluido em virtude da conversão de energia cinética do fluido em energia térmica.

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5.6 – Equações Diferenciais
Departamento de Engenharia Mecânica de Convecção
DEM 1008 – Transmissão de Calor

Exemplo 5.2 – O escoamento de óleo em mancal pode ser aproximado como um escoamento
paralelo entre duas grandes placas, sendo uma em movimento e a outra estacionária. Esses
escoamentos são conhecidos como escoamento de couette. Considere duas grandes placas
isotérmicas separadas por uma película de óleo de 2 mm de espessura. A placa superior se move a
uma velocidade constante de 12 m/s, enquanto a placa inferior é estacionária. Ambas as placas são
mantidas 20℃. (a) Obtenha as relações para distribuições de velocidade e temperatura no óleo. (b)
Determine a temperatura máxima do óleo e o fluxo de calor a partir do óleo para cada placa.

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Universidade Federal de Santa Maria 5.7 – Soluções das Equações
Departamento de Engenharia Mecânica de Convecção para
DEM 1008 – Transmissão de Calor Placa Plana

Considere o escoamento laminar do fluido sobre uma placa plana, na figura


abaixo. Quando a dissipação viscosa é desprezível, as equações da continuidade,
quantidade de movimento e de energia de escoamento laminar permanente e
incompressível de um fluido com propriedades ctes se reduzem a:

u v
Continuidade:  0
x y

u u  2u
Q. M.: u v n 2
x y y

T T  2T
Energia: u v  2
x y y

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Universidade Federal de Santa Maria 5.7 – Soluções das Equações
Departamento de Engenharia Mecânica de Convecção para
DEM 1008 – Transmissão de Calor Placa Plana

Considere o escoamento laminar do fluido sobre uma placa plana, na figura


abaixo. Quando a dissipação viscosa é desprezível, as equações da continuidade,
quantidade de movimento e de energia de escoamento laminar permanente e
incompressível de um fluido com propriedades ctes se reduzem a:

Com as seguintes condições de contorno:

x  0 : u (0, y )  V ; T (0, y )  T
y  0 : u ( x,0)  0; v( x,0)  0; T ( x,0)  Ts
y   : u ( x, )  V ; T ( x, )  T

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Universidade Federal de Santa Maria 5.7 – Soluções das Equações
Departamento de Engenharia Mecânica de Convecção para
DEM 1008 – Transmissão de Calor Placa Plana

Espessura da camada limite 4,91 4,91x


d 
hidrodinâmica V / nx Re x

Tensão de cisalhamento na rmV 0,332 rV 2


t w  0,332V  
parede x Re x
tw
Coeficiente de atrito local C f ,x   0,664 Re x1 / 2
rV / 22

Gradiente de temperatura na T V
 0,332 Pr 1 / 3 (T  Ts )
superfície y y 0
nx
Coeficiente de transferência q s  k (T / y ) y0 V
hx    0,332 Pr 1 / 3 k
de calor por convecção local Ts  T Ts  T nx
hx x
Número de Nusselt Nu x   0,332 Pr 1 / 3 Re1x/ 2
k

Espessura da camada limite d 4,91x


dt  
térmica Pr 1 / 3 Pr 1 / 3 Re x
Temperatura de película T f  (Ts  T ) / 2

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Universidade Federal de Santa Maria
5.8 – Equações Adimensionais
Departamento de Engenharia Mecânica
de Convecção e Semelhança
DEM 1008 – Transmissão de Calor

Para o caso de dissipação viscosa desprezível, as equações da continuidade,


quantidade de movimento e energia para escoamento permanente e incompressível de
fluido com propriedades constantes foram vistas anteriormente. Podemos
adimensionalizar tais equações a partir dos seguintes grupos adimensionais:

x y u v P T  Ts
x*  , y*  , u*  , v*  , P*  e T* 
L L V V rV 2 T  Ts

u * v*
Continuidade:  0
x* y *
u * * u
*
1  2u * dP *
Q. M.: u *
v   *
x *
y *
Re L y *2
dx

T * * T
*
1  2T *
Energia: u*
v 
x* y * Re L Pr y *2

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5.8 – Equações Adimensionais
Departamento de Engenharia Mecânica
de Convecção e Semelhança
DEM 1008 – Transmissão de Calor

Para o caso de dissipação viscosa desprezível, as equações da continuidade,


quantidade de movimento e energia para escoamento permanente e incompressível de
fluido com propriedades constantes foram vistas anteriormente. Podemos
adimensionalizar tais equações a partir dos seguintes grupos adimensionais:

x y u v P T  Ts
x*  , y*  , u*  , v*  , P*  e T* 
L L V V rV 2 T  Ts

Com as condições de contorno:

u * (0, y * )  1, u * ( x* ,0)  0, u * ( x* , )  1, v* ( x* ,0)  0,


T * (0, y * )  1, T * ( x* ,0)  0, T * ( x* , )  1

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Universidade Federal de Santa Maria 5.9 – Formas Funcionais dos
Departamento de Engenharia Mecânica Coeficientes de Atrito
DEM 1008 – Transmissão de Calor e Convecção

As três equações adimensionalizadas da camada limite envolvem três funções


desconhecidas, u*, v* e T*, duas variáveis independentes, x* e y*, e dois parâmetros, ReL e
Pr. A pressão P*(x*) depende da geometria envolvida (constante para placa plana) e tem o
mesmo valor dentro e fora da camada limite em determinado x*. Portanto, ela pode ser
determinada separadamente a partir das condições do escoamento livre e dP*/dx na eq. De
Q. M. Pode ser tratada como função de x*.

Para dada geometria, a solução de u* pode ser expressa como

u *  f1 ( x* , y * , Re L )
A tensão de cisalhamento na superfície torna-se:

u mV u * mV
tw  m   f 2 ( x* , Re L )
y y 0
L y *
y* 0
L

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Universidade Federal de Santa Maria 5.9 – Formas Funcionais dos
Departamento de Engenharia Mecânica Coeficientes de Atrito
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o coeficiente local de atrito fica:


tw mV / L 2
C f ,x   f ( x *
, Re )  f ( x *
, Re L )
rV 2 / 2 rV / 2
2 2 L 2
Re L

i.e., Cf,x pode ser expresso em termos de Re e da variável x*. A temperatura adimensional, T*
pode também ser expressa como:

T *  g1 ( x* , y * , Re L , Pr)

a partir da definição de T*, o coeficiente de transferência de calor por convecção, torna-se

 k (T / y ) y 0  k (T  Ts ) T * k T *
hx   
Ts  T L(Ts  T ) y * y* 0
L y * y* 0

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Universidade Federal de Santa Maria 5.9 – Formas Funcionais dos
Departamento de Engenharia Mecânica Coeficientes de Atrito
DEM 1008 – Transmissão de Calor e Convecção

substituindo o coeficiente de transferência de calor no Nu, tem-se

hx L T *
Nu x   *  g 2 ( x* , Re L , Pr)
k y y* 0

os dados experimentais para a transferência de calor são, muitas vezes, representados com
Razoável precisão por meio da simples relação de potência na forma:

Nu  C Re mL Pr n

onde m e n são constantes (normalmente entre 0 e 1), e o valor da constante C depende da


geometria .

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Universidade Federal de Santa Maria 5.10 – Analogias entre Quantidade
Departamento de Engenharia Mecânica de Movimento e Transferência
DEM 1008 – Transmissão de Calor de Calor

Na análise de convecção forçada, deseja-se determinar as quantidades


Cf (para calcular a tensão de cisalhamento na parede) e Nu (para calcular as taxas
de transferência de calor). Deseja-se dispor da relação entre Cf e Nu, para
calcularmos um quando o outro estiver disponível. Tais relações são baseadas na
similaridade entre quantidade de movimento e transferência de calor nas camadas
limite.

Reconsidere as equações adimensionalizadas da quantidade de


movimento e da energia para escoamento laminar permanente e incompressível
do fluido com propriedades constantes e dissipação viscosa desprezível. Quando
Pr = 1 (valor aproximado dos gases) e P*/x* = 0 (u = V – placa plana) tem-se

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Universidade Federal de Santa Maria 5.10 – Analogias entre Quantidade
Departamento de Engenharia Mecânica de Movimento e Transferência
DEM 1008 – Transmissão de Calor de Calor

u * * u
*
1  2u * dP *
u*
v   *
x *
y *
Re L y *2
dx

T * * T
*
1  2T *
u*
v 
x *
y *
Re L Pr y *2 que são exatamente da mesma
forma para velocidade u* e temperatura T* adimensionais. As condições de
contorno para u* e T* também são idênticas. Portanto, as funções para u* e T*
devem ser idênticas, e as primeiras derivadas de u* e T* na superfície devem ser
iguais entre si. u * T * Tem-se: Re L
 Nu x
 * C f ,x
y * y* 0
y y* 0
2

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Universidade Federal de Santa Maria 5.10 – Analogias entre Quantidade
Departamento de Engenharia Mecânica de Movimento e Transferência
DEM 1008 – Transmissão de Calor de Calor

O coeficiente de atrito e o número de Nusselt para placa plana foram


determinados como
C f , x  0,664 Re x 1/ 2 e Nu x  0,332 Pr1/ 3 Re1x/ 2

Tomando a razão e reorganizando, surge a relação conhecida como


analogia de Reynolds modificada ou analogia de Chilton-Colburn,

Re L
C f ,x  Nu x Pr 1/ 3
2

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Universidade Federal de Santa Maria 5.10 – Analogias entre Quantidade
Departamento de Engenharia Mecânica de Movimento e Transferência
DEM 1008 – Transmissão de Calor de Calor

Exemplo 5.3 – Uma placa plana de 2 m × 3 m é suspensa em uma sala e submetida a escoamento
de ar paralelo em sua superfície, ao longo do lado de 3 m de comprimento. A temperatura e a
velocidade do escoamento livre do ar são 20℃ e 7 m/s. A força de arrasto total agindo na placa é
medido como 0,86 N. Determine o coeficiente médio de transferência de calor por convecção para a
placa.

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