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Hunting
The BookTe
Lila – Livro 1 – Sarah Alderson
The Book Club Traduções
Sinopse:
Aos 17 anos, Lila tem dois segredos que está preparada para levar
ao túmulo. O primeiro é que pode mover as coisas apenas com o olhar. E o
segundo é que ela está completamente apaixonada por Alex, o melhor
amigo do seu irmão Jack.
Capítulo 1
S omente quando a ponta da faca começou a apontar contra o
Maria não estava quando eu cheguei em casa e nem meu pai. Ele
não estaria de volta em uma semana ou algo assim. A casa era tão imensa
e fria, como uma geladeira vazia. Eu tranquei a porta e me encostei
nela,respirando profundamente. Fui mancando até o banheiro no andar
de baixo, levantei a tampa do vaso e vomitei até que não houvesse nada
além de uma bile verde filamentosa. Minhas mãos tremiam com tanta
força que batiam no chão branco de porcelana. Encostei-me à parede,
abraçando meus joelhos no meu peito,tentando estabilizar minha
respiração.
Eu não poderia voltar à fazer isso -esse poder mental estranho que
eu não fazia idéia do que era- isso já estava demais para mim. Mas eu não
tinha a intenção de usá-lo em primeiro lugar.
Evidentemente que sou muito perigosa para andar pelas ruas do sul
de Londres. Possivelmente eu sou perturbada. Eu definitivamente não sou
normal.
Eu não usaria para abrir portas, nem para acender as luzes ou ligar a
torradeira, e certamente, nunca mais iria usá-lo para me defender de
ladrões adolescentes.
“Surpresa! Eu estou indo para Los Angeles. Meu vôo chega por volta
de meio-dia.Beijos, Lila”.
Isso soaria tão bem para ele quanto se eu confessasse que sou
apaixonada pelo seu melhor amigo durante praticamente toda a minha
vida.
Na recepção após o funeral, Alex não me soltou uma única vez. Não
foi atrás de Jack. Eu não sei porquê. Na realidade, era Jack quem precisava
mais ser cuidado e não eu. Mas Alex não tentou procurá-lo. Ele ficou
comigo. Ele me sentou em um sofá fora do caminho e ficou
comigo,respondendo educadamente quando rostos borrados apareciam
sussurrando palavras vazias. Foi Alex que me tirou do meio da multidão,
resmungando pelas escadas e me levou até o meu quarto. Ele me deitou,
colocou o edredom em cima de mim e sentou-se na beira da cama, com a
mãodescansando nas minhas costas até que eu estava finalmente
dormindo.
Mas, como quase tudo na vida, a não ser que você realmente se
esforce para conservar isso vivo, a raiva foi passando, e depois de alguns
meses a raiva se dissolveu, sendo completamente substituída pela dor de
perder Jack. Eu voltei a me comunicar com ele por email e falar com ele de
novo por telefone também, e percebi que não poderia me ressentir com
ele. Porque, se eu tivesse a opção de ficar com o Alex, eu teria feitoo
mesmo. Num piscar de olhos.
Capítulo 2
E u passei pela alfândega com cautela, tropeçando, um pouco por
culpa do sono e um pouco por causa do cansaço nas pernas. Olhei para os
rostos borrados tentando me concentrar nas portas de correr da entrada.
Eu não tinha certeza de que Jack estaria lá. E se estivesse, talvez fosse
apenas para me dar uma passagem de volta e ir diretamente ao balcão de
check-in.
- Lila!
Uma voz familiar me fez virar a cabeça. Jack estava abrindo caminho
através da multidão, sorrindo. Eu senti um alívio tão intenso que parecia
que eu ia entrar em colapso ali mesmo, me desfazer e deixar os pedaços
ali para ele recolher. Quando alcancei Jack e senti seus braços em volta de
mim, um soluço veio do nada. Ele se viu obrigado a dar um passo para
trás, tamanha era a força com que pressionava o meu rosto contra seu
ombro. Ele me conduziu, segurando a minha mala. Mepassou por baixo da
barreira e colocou o braço livre em volta da minha cintura, gentilmente
me guiando pela multidão.
-E então, bonvoyage?
Ele atraía as pessoas para ele, mas deixava apenas a miragem sua,
pairando atrás dele.
Jack usava jeans e uma camisa branca. Seus óculos de sol estavam
pendurados em seu pescoço. Quando finalmente saímos à alegre luz do
sol, ele colocou os óculos e abriu um sorriso para mim. “Sim, ele poderia
ter saído de um anúncio de propaganda óculos de sol, aqueles da Police”,
pensei com uma pontada familiar de inveja. Eu, por outro lado, me sentia
pálida e abatida nesta terra de pessoas bronzeadas e refinadas. Eu queria
ir para casa e tomar um banho. “Casa”, eu pensei, de repente me dando
conta de que eu já estava pensando naquele lugar como minha casa. E eu
tinha cruzado apenas o hall de chegada do LAX (Aeroporto de Los
Angeles).
- Sim, eu estou super abatida, disse eu. Fazem mais de 30 horas que
eu não durmo.
Ele fez uma pausa. Eu esperava que não fosse perguntar por quê.
Ele poderiaver que eu estava pensando nisso.Mas ele apenas disse:
Eu não respondi. Nos três anos desde a última vez que nos vimos eu
tinha crescido um pouco mais, mas ainda media menos de 1.60m. Meu
cabelo ainda era longo, mas já não era aquele saudável louro mel de
antes. A Inglaterra não tinha aquele sol de dourar os fios. Nós tínhamos
exatamente os mesmos olhos, verde escuros, com espessos cílios negros,
embora os dele eram ainda maismaiores e mais grossos do que os meus.
Havia, é claro, uma mudança ainda mais importante,mas não era uma
coisa física e já que ele não podia ler minha mente, eu tinha certeza de
que não ia falar sobre isso. Eu me mexi no meu lugar, tentando evitar
pensar naquele estranho poder.
Hunting Lila – Livro 1 – Sarah Alderson
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Quando ele foi trocar de marcha, algo chamou minha atenção e eu me
inclinei para tocar o seu braço acimada manga de sua camisa. Ele viu
minhas sobrancelhas subirem e se esticou para levantar a manga,
expondo seus bíceps e uma tatuagem preta de duas espadas cruzadas. As
palavras “SemperFi”estavam escritas sobre o desenho.
- Sim? Bem, ela não está por perto para ver, certo? - Ele abaixou a
manga e olhouna estrada à frente.
Eu me virei para olhar para fora da janela também. Não devia ter
falado de nossa mãe. Era óbvio que cinco anos não pareciam ter
amolecido o efeito de ouvir falar sobre ela. Eu podia ver os músculos de
sua mandíbula apertarem. Ele era tão fácil de ler, igual eu era também,
cada emoção transparecia em seu rosto como uma placa de néon. Não
conseguia acreditar que tinha conseguido irritar meu irmão em menos
meia hora desde que cheguei. Eu realmente precisava tomar mais cuidado
se eu quisesse ter alguma esperança de convencê-lo a me deixar ficar.
Um pensamento me ocorreu.
- Sim, é claro.
Meu coração acelerou. Eu tinha certeza que mais um pouco ele iria
pular para fora do meu peito, como nos desenhos animados. Olhei para o
meu irmão, mordendo o interior das minhas bochechas para controlar
meu inevitável sorriso. Eu não quero que ele perceba o quanto eu estou
em êxtase por causa dessa maravilhosa informação.
-Na verdade, é.
-Então, onde Alex vive? Estou surpresa que não são colegas de
quarto. – E com certeza eu precisava praticar muito mais a minha “voz
indiferente”.
Jack riu.
-Ei, não há problema - ele disse em voz baixa. Senti seus lábios
pressionadoscontra o topo da minha cabeça e então, depois ele se
afastou.
Capítulo 3
M esentei na ponta da cama, me sentindo estranha por causa da
Uma parte de mim, uma grande parte de mim queria correr para
fora do quarto e descer as escadas naquele segundo. A necessidade de vê-
lo, de repente, era avassaladora. Era como se eu tivesse ficado presa no
oceano durante os últimos três anos, sobrevivendo de uma respiração
profunda, e agora pudesse ver a superfície, ou um tanque de oxigênio, a
poucos metros de distância.
Alex riu.
- Faz muito tempo ... você está muito bem.- Alex disse quando
entramos na cozinha.
Talvez Jack tinha pedido para que ele fizesse essa pergunta. Embora
eu duvidava. Alex nunca faria nada que realmente não quisesse fazer.
- Ela está trabalhando. Ela disse que viria nos ver amanhã - disse
Jack sobre seu ombro.
-É uma pena. Ela está muito ansiosa para conhecê-la, Lila. Você vai
amar ela - disse Alex.
- Sara de quê? Eu não sei onde você guarda a mostarda. Não mude
de assunto.
-Vinte e seis. -Ele pegou o meu olhar. Um aviso para parar ali.
-Nós vivemos fora da base. Ela não. É melhor para ela estar na base.
Olhei para Jack e as palavras não saiam. Eu não sabia como dizer a
ele. O segredo. Escondido dentro de mim por tanto tempo que agora
simplesmente não conseguia dizer. Eu não sabia como encontrar palavras
para descrever. E eu estava com síndrome de abstinência. Não havia como
dizer. Eu poderia inventar mil desculpas mas a verdade era que eu não
podia suportar a idéia de Alex olhar para mim como umaaberração. Já era
ruim o suficiente ele olhar para mim como “a irmã de Jack”.
Eu respirei.
- Muito engraçado. Você está pegando fogo hoje à noite, Lila. Por
que você está olhando universidades aqui?
Ele não parecia feliz. Olhei para Alex, que tinha parado de comer e
agora observava cuidadosamente. Eu não poderia dizer o que ele estava
pensando. Droga, ele poderia ser tão reservado, às vezes.
-Lila ... não tenho certeza de que a Califórnia é uma boa idéia.
- Olha, não é que eu não quero você aqui. É que ... - Ele procurou
encontrar as palavras. -Há lugares mais seguros.
- É um menino?
Ele sabia sobre o Alex? Era tão óbvio? Estão ambos estavam me
seguindo ou monitorando a minha vida? Por anos eu estava planejando
minha fuga de volta pra cá, pensando que a faculdade seria a opção certae
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meu raciocínio não tinha nada a ver com a diversidade de opções de
estudo e tudo a ver com um cara. Embora ele não era tecnicamente um
menino mais.
- Então, por que a súbita pressa? Isso não poderia ter esperado? Você
não vai universidade antes de mais de 1 ano.
-Lila!
Jack parou.
-Eu disse que ia ser bom para você ... mas você tem que ligar amanhã
para ele na primeira hora.
Olhei para Alex. Sua expressão não mudou, ainda era indecifrável.
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Parecia que ele estava prestes a pular em meu socorro.
-Eu acho que ... não sei. Eu não sei o que faria.
-Lila.- Ele falou em voz baixa, quase um sussurro. - Você está bem?
- Ele não me quer aqui - Eu olhei para ele para me tranquilizar, mas
nem assim vinha o consolo.
-Lila, há quanto tempo eu conheço você? Você não acha que eu vejo
através de você em segundos?
O tempo que você precisa, disse ele. Hmmm, eu não acho que ele
percebia que poderia significar para sempre.
Alex estava certo, no entanto, eu tinha que falar com Jack. Ele tinha
que perceber que eu não era mais uma criança. E se eu decidir ir para uma
universidade aqui, eu realmente irei e ele não pode fazer nada. Até
voltaria para mais um ano de escola em Londres, se eu tivesse que ir, mas
retornaria aqui no mesmo dia que meu último exame terminasse. A coisa
era que eu queria que os dois me quisessem também aqui, caso contrário,
poderia muito bem ficar em Londres.
- Estou muito feliz por você estar aqui, Lila. -Ele beijou um lado da
minha cabeça. -Eu senti sua falta. Você pode ficar o tempo que quiser,
uma semana, duas semanas, o que for. Vamos conversar sobre isso
amanhã.
Capítulo 4
E ramapenas duas da manhã e eu estava sentada ereta na cama,
apertando os lençóis com os punhos. Meu coração batia forte, como se eu
tivesse acabado de fazer uma corrida em um campo aberto, eu podia
ouvir a corrente sanguínea desangue em meus ouvidos. Levei um tempo
para me concentrar em meu redor,deixando meus olhos se acostumarem
à escuridão.Minha freqüência cardíaca diminuiu quando eu reconheci
onde estava ea adrenalina começou a desacelerar. Eu levantei minhas
pernas sobre a cama e fiquei lá por um momento, olhando para a
escuridão completa.
Aqueles sonhos corriqueiros eram algo que eu já estava
acostumada. Depois que minha mãe morreu, eu tive o mesmo pesadelo
durante meses, minha mãe correndo empânico por nossa casa, com o
vestido manchado de vermelho. Nesses sonhos, euestava sempre atrás
dela, olhando-a afastar móveis do caminho, antes de tropeçar no degrau
mais alto da escada. Em seguida, ela olha para trás em direção a mim por
cima do ombro e começa a gritar e gritar na minha cara até que seus
gritos me acordam do sonho.
Mas hoje tive um pesadelo pior. O pesadelo habitual estava de
volta, mas parecia que desta vez estava em alta definição. Eu podia sentir
o cheiro de seu sangue. Era como ferrugem e cerejas já passadas. Eu podia
ver o grão de madeira em espiral na escada. De acordo com a regra, no
sonho, minha mãe tropeçava na escada, olhando para trás por cima do
ombro e gritando comigo. Mas em vez de despertar depois disso, como
sempre acontecia, o pesadelo mudou. Assim, eu não estava mais em
frente a ela, estava em cima dela, assistindo ela morrer. Euvestia
meuuniforme escolar com meias rasgadas e um rosto pálido, com os olhos
bem abertos, segurando a mesma faca que quase cegou o olho do ladrão
em Londres. O sangue corria ao longo da ponta serrilhada da faca e senti
ele escorrendo quente e pegajoso na minha mão. Então eu acordei.
Corri meus dedos pelo meu cabelo, soltando do prendedor que já
estava frouxo. Eu tinha que pegar um pouco de água. Eu tinha que apagar
a imagem na minha cabeça, e também parar de ficar obcecada sobre o
que quase havia feito ou não para aquele garoto de Londres.
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Eu andei na ponta dos pés pelo corredor. A luz do quarto de Jack
estava apagada. Eu não queriaacordá-lo, sabia que tinha de se levantar
cedo para ir trabalhar amanhã, então eu caminhei suavemente até as
escadas o mais silenciosamente que pude, o que não foi tão
silenciosamente já que as escadas rangiam o suficiente. Parei no meio do
caminho para ouvir ... nenhum som do seu quarto. Claramente enganar
um agente das Forças Especiais não era tão impossível.
Meus pés descalços alcançaram o chão de linóleo na cozinha, eu fui
em direção à geladeira e fiquei lá por cerca de cinco minutos olhando para
a foto da minha mãe rindo, tentando esquecer a imagem dela no meu
sonho. Talvez por isso Jack deixava a foto lá, em um esforço para apagar
as outras imagens, muito piores do que a imaginação poderia
produzir. Finalmente, eu abri a porta da geladeira e deixei o ar
condensado e frio para passar por cima de mim, apreciando a pele
arrepiada e picante de friona minha pele.
-Não está com fome, certo?
Deixei escapar um grito e então eu cobri minha boca com a mão
para me calar.
- Mas que? Você me assustou - eu disse em voz baixa, me apoiando
na porta do refrigerador, enquanto o meu coração se acalmava. Eu não
podia ter muito mais desses picos de adrenalina.
Alex estava à poucos centímetros de pé atrás de mim. Ele tinha
aparecido de sabe Deus de onde. Eu me virei lentamente, olhando para
ele, e cambaleando em direção à mesa.
- Desculpe - disse ele, olhando para mim com preocupação
enquanto acendia a luz do teto.
- Tudo bem- eu murmurei, piscando na luz repentina. –
Simplesmente não esperava vê-lo, isso é tudo. Eu pensei que você havia
voltado para a sua casa.
- Sim, nós, um ... - Ele hesitou e olhou para cima. -Tivemos um
pequenoproblema no trabalho, Jack tinha que ir e se encarregar disso,
então eu vim para dormir no sofá, caso você acordasse e não soubesse
para onde ele tinha ido.
Eu sorri e balancei a cabeça para ele.
- Normalmente um bilhete funciona muito bem.
Ele estava usando o mesmo jeans de antes, mas ele havia trocado a
camisa e estava vestindo apenas uma camiseta branca. Era fisicamente
doloroso para os meus olhos verem aquelesombros e braços. A mesma
tatuagem em tinta preta que eu tinha visto em Jack cobria a curva de seu
braço e eu queria pressionar os dedos contra ela e tocá-la com a minha
mão.
Quando eu consegui forçar a minha mente à voltar para a realidade,
eu percebi que ele estava olhando para baixo e seu rosto estava com uma
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expressão de interrogação. Com um sobressalto, lembrei-me que eu tinha
apenas vestido uma camiseta que mal chegava até a metade de minhas
coxas, apenas cobrindo o hematoma que eu tinha ganhado no dia do
incidente da faca. Mas não era para as minhas pernas nuas que ele estava
olhando, ou para a contusão.
- Ei, eu reconheço essa camisa!
Oh Deus. Dentro da minha cabeça eu me curvei, encolhendo os
ombros. Eu podia sentir oaumento de calor no meu rosto quando,
coincidentemente, com toda a indiferença que eu era capaz de juntar
dentro de mim, empurrei para a frente a camisa do meu corpo como se eu
também me perguntasse porque eu estava usando aquilo. Não que eu não
saiba de verdade. Como se eu não percebesse que apenas algumas horas
atrás eu vesti essa camisa e assimcomo eu fiz quase todas as noites. Sem
pensar, ou pelo menos não imaginei de jeito nenhum que a pessoa que
era o legítimo dono da própria camisa cruzaria comigo no meio da noite.
Eu tentei olhar inocentemente.
- O quê? Esta?
Ele estava franzindo a testa para o logotipo do Estado de
Washington que quasedesapareceu no meu peito. Gostaria que tivesse
desaparecido completamente.
-Sim, isso foi meu, eu tenho certeza disso.
-Ah, é mesmo? -Minha voz já tinha subido uma oitava. Eu baixei o
tom novamente – Pensei que era alguma antiga de Jack. Eu encontrei lá
fora um dia e de alguma forma eu adotei.
Arrisquei uma olhada para ele.
Alex olhou intrigado.
-É bom para dormir.
- Sim, eu posso ver isso.
Ele sorriu agora.
Eu me apressei. Precisava mudar de assunto antes que morresse.
-Então, você quer um pouco de chá?
- Sim, está bem, obrigado.
Eu enchi a chaleira, sentindo seus olhos ardendo em minhas costas.
- Foi realmente assim tão mau?
Virei-me, franzindo a testa.
- O que quer dizer?
- Londres. Viver lá com seu pai. Eu posso ver que você não é feliz. Eu
percebi em seus e-mails também. Diga-me o que está acontecendo.
A chaleira quase caiu fora das minhas mãos.
- Nada. Eu só não me sinto em casa, sabe?
Alex não disse nada, mas não tirava os olhos de cima de mim de
maneira nenhuma.
Urgh. Isso era tão difícil. Especialmente porque ele focou em mim
com tanta força que era como se ele estivesse tentando ver através de
mim. Era difícil manter uma linha de pensamento em ordem. Eu olhei para
o chão.
-Em Washington, eu sempre me senti parte de tudo. No meio de
uma família. Eu tive você e Jack. - Arrisquei olhar para ele. Ele sorriu
brevemente e depois permaneceu em um meio sorriso. - Em Londres não
conhecia ninguém que não fosse o meu pai e ele não estava muito perto
na maioria das vezes.
Eu não conseguia falar por um longo tempo, eu me sentia tão
entorpecida. Minha voz se quebrou. – Quando tudo aconteceu, eu só ... Eu
me senti tão estranha, tão diferente de todos os outros, como se não me
encaixasse. - Fiz uma pausa.
Haviam tantas coisas que não eu poderia dizer. Por exemplo,
quando eu disse a ele que me sentia diferente de todos, eu não estava
falando sobre ter um sotaque americano e uma mãe morta; eu estava
falando sobre ser capaz de, de repente e inexplicavelmente, mover coisas
apenas ao olhar para elas. Acho que isso me classifica com louvor na
categoria "diferente". Aliás, eu me colocaria até acima disso.
Houve um silêncio constrangedor. Eu me virei, liguei o fogão e
percorri a cozinha, procurando os saquinhos de chá na parte superior do
gabinete.
-Há tantas coisas que eu não sei sobre você.
Mordi o lábio. Ele não tinha idéia de quanto.
- Mas que?
Virei a cabeça para ver o que Alex estava xingando. Ele olhava para
a minha perna direita e fazia uma careta. Eu tentei com a minha mão livre
puxar a camisa para baixo para cobrir o machucado preto feio que se
espalhava ao longo de minha coxa.
Alex se inclinou, seus dedos vagaram sobre a minha mão quando ele
empurrou ela para o lado. Ele começou a desenhar a linha da contusão no
meu joelho, como um médico examinando um paciente. Foi rápido e
metódico sobre isso, e eu me perguntavase isso eraparte de algum
procedimento da Marinha para o qual foram treinados sempre que eles
vissem ferimentos. Se era assim eu tinha que me machucar com mais
freqüência. Eu respirava acelerado, não porque sentisse dor, mas porque
o toque dos seus dedos causavam descargas elétricas na minha pele.
Ele tirou a mão.
- Eu sinto muito.
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Na verdade, era eu que deveria estar lamentando. Eu poderia ter
ficado lá a noite toda e um pouco mais. Eu puxei a camisa para baixo e me
virei para que Alexnão pudesse ver a contusão, com vergonha de olhar na
cara dele e ele ver nos meus olhos as mentiras que eu estava prestes a
contar.
Mas Alex apenas caminhou silenciosamente até a geladeira, abriu-a
e tirou algo da bandeja do congelador. Então ele se virou, pegando uma
toalha. Ele envolveu o bloco de gelo na toalha e voltou, e então, com a
mão no meu ombro me sentou em uma cadeira. Ajoelhou-se e apertou a
toalha contra a minha perna. Eu gemia pelo frio repentino, mas ele me
ignorou, pegando a minha mão e colocando-ana toalha para que eu
segurasse.
Ele olhou para mim.
- O que aconteceu com você?
-Não é grande coisa - respondi.
Ele levantou-se lentamente.
-Então por que você não me contou? - Uma pequenalinha franzida
apareceu entre os olhos. O que aconteceu? Será que isso tem algo a ver
com o motivo pelo qual você está aqui?
Então eu percebi que eu não conseguiria sair com as minhas
nisso. Ele me conheciamuito bem para saber quando eu estava
mentindo. E talvez uma parte de mim, a parte enfraquecida pelo toque de
seus dedos em minha perna, queria contar a verdade.
-Ok, eu vou dizer sobre isso ... mas você tem que prometer que não
vai dizer uma palavra aJack ou então eu não direi nada disso.
- Eu não gosto de guardar segredos de Jack.
- O quê? Vocês são casados ... ou algo assim? Prometa, ou eu não
vou dizer –Como ele não disse nada, então eu fiz a tentativa de sair
da cadeira.
Levou metade de um passo em frente para ele vir me impedir.
-Ok, ok, eu não vou contar.
-Bem. - Fiz uma pausa-. Fui atacada. Dois meninos em bicicletas. Eles
colidiram contra mim. Não é importante.
Ele olhou para mim, seus olhos se estreitando.
- Então por que você não nos contou? - Ele perguntou em voz baixa.
Engoli em seco.
- Porque eu sei exatamente como Jack teria reagido. Você sabe que
ele iria querer pegar o próximo avião só para ir pegá-los. Você sabe como
ele é. – Respirei profundamente. - Olha, vocês dois não podem sair por aí
me protegendo toda a minha vida. Eu posso cuidar de mim mesma. Você
tem que fazer coisas especiais na Marinha ... você sabe, coisas
importantes, como a missão impossível de salvar o mundo. Eu não acho
Capítulo 5
A cordei tarde na manhã seguinte, já havia passado das 11 horas
da manhã. A luz quente do sol já entrava pela janela. Eu joguei as cobertas
e me estiquei, me sentindo acordada e deliciosamente relaxada. De
repente, a minha mão encostouem um pedaço de papel perto do meu
travesseiro. Apertei os olhos para a caligrafia familiar.
“Lila
Você disse que um bilhete era suficiente. Eu tive que sair e não
queriaacordá-la, você parecia tão tranquila. Jack já deverá estar em casa
no momento em quevocê ler este bilhete. Até logo.
Alex.”
Ele veio ao meu quarto! Fiz uma inspeção com o olhar. Os lençóis
estavam espalhados pelo chão. A minha – ou melhor, sua camiseta, subia
em um lado do meu quadril expondo um triângulo da partetrás e dando
uma boa visão da minha calcinha. Eu espero não ter sidovista chutando ou
gritando durante o sono, mas não me lembro de nenhum pesadelo. Eu li o
bilhete pela terceira vez. Ele tinha dito que eu parecia tranquila, por isso
espero que isso significasse silêncio. E paz. Ou talvez não. Eu não queria
ter um olhar angelical para ele ...queria ter um olhar sexy. E as duas coisas
juntas não eram compatíveis como adjetivos. Oh Deus, tinha que desligar
o interruptor na minha cabeça.
Eu decidi ir correr um pouco lá fora, em um esforço para reduzir o
ruído no meu cérebro. Me levantei, fiquei alguns minutos no banheiro e,
em seguida, vesti uma calça de lycra que cobria bem a minha contusão e
uma camiseta. Eu amarrei bem meus cadarços dos meus tênis de corrida e
desci as escadas, prendendo meus cabelos em um rabo de cavalo
enquanto descia.
- Jack? - Eu gritei. Minha voz ecoava pela casa.
A casa estava vazia, o silêncio extremo. Eu pensei que ele ainda
estava notrabalho, com certeza fazendo horas extras. Saí em meio aocalor
Capítulo 6
-Q uem é Suki, Jack?
- O quê?
Já haviam passado algumas horas e eu estava cortando os tomates
nobalcão da cozinha. Eu usava um avental por cima do meu vestido e
tinha recolhido meu cabelo em um rabo de cavalo para manter meus fios
longe do rosto. Jack tinha ido até seu quarto, se trocar. Quando ele voltou
para a cozinha, fiz apergunta tinha ficado gravada na minha mente desde
que ele tinha mencionado que Sara estava vindo esta noite.
-Suki. Quem é ela?
- O quê? - As sobrancelhas de Jack se ergueram em confusão.
-Deixe-me refrescar sua memória: japonesa, bonita, um pouco
estranha.
A confusão se foi no rosto de Jack, apenas para ser substituída
porum olhar que arrancou o sorriso dos meus lábios.
- Onde vocês se conheceram? - Ele exigiu bruscamente.
- Ela estava aqui antes. Quando voltei da minha corrida. Eu a peguei
olhando na caixa de correio. Ela estava te procurando.
Ele me segurou pelos ombros.
- Por que você não me disse antes? - Sua voz tinha um tom duro.
-Hum, você não estava no melhor dos humores?
-Lila, isso é importante. Que aspecto ela tinha?
-Eu acabei de dizer. Talvez você devesse tirar fotos das meninas com
quem costuma ficar, Jack, assim você disfarça o fracasso vergonhoso que é
a sua memória.
Seus dedos cravaram em meu ombro.
-Lila. Responda à pergunta. Como era ela?
-Eu lhe disse: japonesa, como uma modelo ou algo assim, e estava
vestindoroupas muito estranhaspara estar por aqui.
- Qual a altura? Alta assim?- Ele indicou uma altura de cinco
centímetros ou mais,mais baixa do que eu.
Eu tentava lembrardisso, tentando levar em conta os seus saltos
altos.
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-Sim, acho que sim.
- Seu cabelo cortado assim? - Ele estendeu a mão em um ângulo de
suaface.
Eu balancei a cabeça. Então ele a conhecia mesmo.
- Você falou com ela?
-Sim.
- O queela disse?
-Ela me perguntou se eu morava aqui, e quando soube que era sua
irmã parecia bastante aliviada. Assim eu imaginei que era alguém com
quem você tinha ... bem, você sabe.
Ele parecia não ouvir a última parte.
- Você disse a ela que era minha irmã? - Ele se afastou de mim,
tirando seu telefone do bolso traseiro.
- Quem é ela? - Eu estava muito confusa agora.
- Não é ninguém importante.
Eu levantei uma sobrancelha.
- Então, isso é algo que não deveria mencionar a Sara?
Ele fez uma pausa, prestes a discar um botão de discagem rápida, e
viroupara mim.
-Lila, não é isso que você pensa.
Senti que ele estava dizendo a verdade, então eu evitei dar meu
típicoolhar cético.
- Fique aqui - disse ele, caminhando pelo corredor.
Olhei ao redor da cozinha: o molho no fogão fervendo e a salada
estava apenas metade picada na tábua de frios. Eu não estava planejando
ir a lugar nenhum.
Cerca de dez minutos depois, Jack voltou. Ele veio até onde
euestava arrumando a mesa e colocou o braço em volta do meu ombro.
-Alex vai chegar em breve. Ele vai ficar com a gente.
Tentei agir indiferente, apesar das borboletas no meu estômago
que tinham começado a dar voltas.
-Vou colocar um outro lugar na mesa, então. Você acabou de
chamá-lo? É por causa da Suki?O que está acontecendo? - Perguntei
enquanto colocava mais um prato.
- Não é nada para se preocupar. Ela é alguém com quem nós
estamos interessados em conversar.
- Conversar? Eu vejo CSI, Jack, eu sei o que isso significa. O que ela
fez? – A curiosidade dominava minhas palavras. Afinal o que poderia ter
feito uma menina, baixinha e de saltos altos, para interessar à uma
Capítulo 7
E les se foram e a cozinha ficou em silêncio, com exceção de Alex
lavando as canecas e o próprio som da torneira aberta. Perguntei-me
comocomeçar.
Limpei a garganta.
- Sara é encantadora.
- Sim, ela é. Jack é um cara de sorte.
De repente, encontrei-me com o pensamento de que talvez tivesse
sido uma cega. Talvez Alex também tivesse sentimentos por Sara. Não,
isso não podia ser verdade. Me obriguei a manter a calma. A adrenalina
pulava em mim, e então conclui, por que não ser direta?
- E você? Porque sem namorada?
Pronto, a pergunta estava feita. Era uma pergunta comum, eu
imaginei. No entanto, eu não conseguia olhar para eleenquanto ele
respondia, então eu fui para a porta da geladeira e comecei a mexer nos
ímãs, tentandocom um deles, cobrir uma foto minha com o meu rosto de
quatorze anos de idade.
-Oficialmente não nos permitemnamorar.
Minha mão congelou. Essa não era a resposta que eu esperava.
- O que você faz? - Eu disse virando-me para ele.
Ele riu da minha reação.
-Oficialmente não nos permitem encontros constantes com a mesma
pessoa.
- Por quê? - Eu perguntei. Então, imediatamente já acrescentei mais
uma pergunta,-e permitiram que Jack namorasse então?
-É melhor, mais fácil, se não nos apegamos às pessoas. Temos que
estar em tantos lugaressempre, é difícil deixarquando você se apega à
alguém.
Eu balancei a cabeça sem entender.
- Mas e Sara?
- Ela trabalha na base. É uma de nós e sabe os riscos. Isto
éadmissível.
Houve uma pausa enquanto eu tentava assimilar tudo aquilo.
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- E você?
Eu olhei para cima.
- Eu?
-Sim. Sem um namorado?
Ele havia feito isso de novo, desviando o assunto, sempre
conseguindo me distrair.
-Hum, não. Não, eu disse a você. Não é assim em Londres. Além
disso, vou à uma escola só para garotas.
Além disso, eu estou apaixonada por você, eu adicionei
mentalmente. Não tinha tido nenhum namorado. Houveram beijos, sim,
mas não namorados. Um menino que morava na esquina, uma vez
queperguntou se eu queria ir ao cinema e eu disse que sim, pensando que
poderia me distrair e parar de sonhar acordada com um menino que
ninguém tinha idéia de que eu gostava. Mas no final, eu ficava imaginando
o filme inteiro que eu estava com Alex e que seu braço estava próximo ao
meu. Razão pela qual quando o rapaz se inclinou para me beijar, eu fechei
os olhos e o beijei de volta. Depois eu abri meus olhos e voltei à realidade
imediatamente. Ele não era Alex. Alex beijaria muito melhor.
O segundo beijo foi ainda pior. Meu pai tinha me arrastado para
uma festa de Natal no hospital e um estudante de medicina bêbado tinha
cismado comigo. Foi uma sorte que estivéssemos cercados por médicos e
enfermeiros, já que eleprecisou de três pontos em sua sobrancelha. Não
que eu tenha jogado o copo no rosto dele de propósito. O vidro
simplesmente voou sozinho. Aquela não foi a reação que nenhum de nós
esperava.
Portanto, nunca tive um namorado.
Alex mudou o assunto. Ele estava tentando me enrolar e aquilo me
incomodou.
- Então me diga, por que Jack não fala com o meu pai? Por que o
ódio de ambos?
Alex caminhou até onde eu estava de pé na geladeira. Mudou o ímã
de onde eu tinha colocado por cima da minha foto e, em seguida, olhou
para a outra foto. Como, pelo amor de Deus, ele tinha visto eu mudar
aquele imã? Eu balancei minha cabeça com relutância para olhar para a
foto da minha mãe.
-Por causa disso, Lila- ele disse e voltou os olhos azul-acinzentados
em minha direção.
Senti minha mandíbula apertar.
- Isso é um absurdo. Meu pai não matou minha mãe, Alex.
Ele me olhou por um momento, uma linha tênue se formou entre as
sobrancelhas de seus olhos.
- Venha, vamos sentar e conversar - ele disse finalmente.
Capítulo 8
A ssim que a porta do meu quarto fechou, caí na cama e
meenroleide um lado, abraçando um travesseiro contra o meu
peito. Havia sido um erro perguntar para Alex quem eles eram. Os nomes
não importavam, tampouco como eram. Por que ... apenas uma única
questão importava. O porquê. Precisava saber por que, por que alguém
iria querer matar uma mulher a sangue frio em sua própria casa em plena
luz do dia.
E o meu irmão e Alex sabiam o porquê, uma vez que conseguiram
descobrir os responsáveis. Com as informações obtidas em seu
trabalho. Nãofazia sentido para mim. Como eles conseguiam encontrar
informações cinco anosapós o fato quando nem a polícia havia sido capaz
de encontrar? Como eles souberam por onde começar a procurar? Afinal,
o que fazia essa tal Unidade?
Me estiquei a partir da posição fetal em que estava na cama e me
sentei. Isso era ruim. Muito ruim. Nós não estamos mais falando de
ladrões adolescentes. Agora se trata de assassinos. Eu não podia deixá-los
fazer isso. Eu tinha que falar com Alex e Jack sobre isso.
Capítulo 9
A lex me deixou coordenar o ritmo, o que foi sorte minha, porque
na minha corrida eu mal podia acompanhar o seu ritmo de trote. Lutei
contra a tentação de olhar, mantendo meus olhos no trecho muito menos
atraente de asfalto à frente.
Eu corri por um par de estradas laterais lotadas com casas idênticas
até chegarmos a uma trilha que levava ao longo do perímetro ocidental da
Base.
Nós não conversamos muito. Eu estava meditando sobre as
perguntas que eu queria fazer para ele, querendo saber por onde
começar. Uma vez que o caminho foi aberto, Alex diminuiu o ritmo para
correr comigo. O chão era irregular e tropecei uma vez ou duas vezes e ele
teve que estender a mão para me firmar.
- Cuidado com o degrau - disse ele - Eu não quero te levar de volta
com sua perna quebrada, não tenho um trenó dessa vez para levá-la de
volta.
- Ha há - eu respondi, imaginando como Alex poderia me levar de
volta se eu cair e quebrar o meu tornozelo. Eu já estava sofrendo muito só
por estar perto dele.
Eu levei a minha mente de volta para a tarefa em mãos e fiz uma
pergunta.
- Por que isso?
Alex continuou correndo, olhando para a frente. Eu esperei. Ele
muito ligeiramente acelerou os passos largos para chegar à frente de
mim. Apertei o passo para alcançá-lo.
- Se você sabe quem eles são, Alex, com certeza você sabe por que
eles fizeram isso.
Mais uma vez, nada, apenas o som dos nossos pés batendo no chão
como um trovão. Dei-lhe uma olhada. Seu rosto era de pedra. Ele foi para
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a frente novamente. Estendi a mão e segurei o seu braço. Eu queria que
ele desacelerasse. Mas, em vez disso, ele parou completamente. Eu estava
forte, ainda segurando. Ele virou-se para me encarar e eu encarei
também.
- Você sabe? - Eu disse.
- Sim.
- Então me diga-me – exigi.
Ficamos frente a frente no caminho estreito, cercados por arbustos
baixos e fendas da terra, algumas árvores aqui e ali, mas estávamos
completamente fora da vista dos edifícios ou pessoas.
- Lila, o que eu disser deve ser entre você e eu. Você tem que
prometer. Estou traindo Jack por lhe dizer. Ele não vai me perdoar
facilmente. Mas eu acho que você merece saber alguns detalhes. Eu não
posso dizer-lhe tudo, por isso não me pressione para eu dizer mais do que
eu estou disposto a lhe dizer.
Eu levantei meu queixo e o observei cuidadosamente, tentando ler
sua expressão.
- Venha, venha aqui.
Ele virou-se e caminhou alguns metros até uma rocha deitada ao
lado do caminho.
- Sente-se.
Corri até ele e então eu me inclinei contra a rocha. Ele ficou na
minha frente e eu tive que inclinar o pescoço para vê-lo.
- Você me perguntou ontem quem matou sua mãe. Eu não posso te
dizer quem. Mas posso dizer-lhe porquê.
Prendi a respiração. Alex fez uma pausa, a preocupação piscando
em seu rosto. Eu balancei a cabeça para ele continuar. Ele hesitou por
uma fração de segundo, e depois disse:
- Sua mãe foi assassinada por que sabia demais.
Olhei para ele. Ambos calados.
- Eu não entendo O que ela sabia?
Alex respirou.
- Você sabe o que sua mãe estava fazendo no trabalho?
- Sim, é claro. Por que pergunta isso? Ela trabalhou como consultora.
- Para quem?
- Para um senador de idade.
- Na verdade, era mais do que isso.
- Desculpe?
- Sim, ele era ligado à política. Mas mais ligado à algo em nome da
segurança nacional.
- O quê? Por quê? Por que ela faria isso? Minha mãe não sabia de
nada sobre segurança. Era assessora de assuntos políticos, trabalhando
em coisas ambientais.
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- Eu não posso lhe dar mais detalhes. A informação é altamente
confidencial.
Eu cerrei os dentes.
- Então, diga-me o que você pode.
Alex franziu a testa, os olhos implorando por misericórdia.
- Ela descobriu algo sobre um grupo de pessoas - Eu podia ver que
ele esforçava-se para censurar a informação ao máximo - Descobriu algo
que poderia ter enormes consequências para o governo. Não só o governo,
mas também para o público em geral.
Agora era a minha vez de fazer cara feia para ele.
- Parece o enredo de um filme ruim série B.
Alex mordeu o lábio inferior.
- Eu percebo como deve soar.
Eu levantei minhas sobrancelhas um pouco.
- Lila, apenas escute e depois julgue.
Eu tentei perder minha expressão cética.
- Sua mãe descobriu algo. E foi o suficiente para levar as pessoas a
que estava prestes a ... expor, vamos dizer ... matá-la.
Levei um minuto para absorver as palavras. Eu repensei elas,
tentando montar como um anagrama na minha cabeça, minha mente
repetindo a mesma lista anterior: drogas, a corrupção, o crime
organizado; mas não fazia sentido. O que ela poderia ter
descoberto? Tudo parecia tão absurdo.
- O que foi que descobriu? - Perguntei.
- Eu não posso te dizer.
Se ele voltasse a dizer isso novamente, eu acho que eu poderia
começar a jogar coisas inconscientemente, não que houvessem muitas
coisas para jogar, ao menos que eu tentasse arrancar a raiz de uma
árvore. Em seguida, a parte racional do meu cérebro de repente apareceu,
e meu coração batendo reagiu violentamente.
- Mas, Alex, se a minha mãe encontrou algo e foi morta por isso ...-
mal conseguia terminar a frase - ...o que acontece com você e Jack? Se
você sabe o que é também ... e quanto à vocês?
Ele me deu um meio sorriso que desapareceu no nada.
- Não há necessidade de se preocupar com a gente, Lila.
Olhei para ele, perguntando-me se ele sabia o quão louco aquilo
soava.
- Você contou para a polícia? Eles não deveriam contar a alguém? O
FBI, talvez? Para que eles possam fazer alguma coisa? - Eu já não estava
sentada na rocha, estava de pé olhando para ele gritando - Se você sabe
quem a matou e sabe por que ... por que não estão presos? Por que não
deixar o assunto para os profissionais?
Capítulo 10
N ão era exatamente o que eu tinha em mente quando manifestei
o desejo de pegar uma carona na moto de Alex. Eu estava muito
aterrorizada para assimilar sua proximidade. Fechei os olhos e deixei que
o barulho da moto sobrepusesse o da sirene, que rapidamente
desapareceu na distância. O vento soprava meu cabelo em volta do meu
rosto, mas eu não podia soltar as minhas mãos do corpo de Alex para
arrumá-lo. A dor na minha cabeça diminuiu, até que se tornou uma
vibração fraca contra meu crânio.
Depois do que pareceu apenas alguns minutos eu senti a moto
desacelerar. Ele virou um pouco e depois parou em um suave balanço.
Abri os olhos. Já estávamos na frente da casa de Jack. Senti a mão quente
de Alex encima da minha e percebi que estava segurando demais. Meus
dedos estavam cerrados com tanta força que ele precisou apertar minha
mãe um pouco para poder se soltar. Lentamente, ele virou-se para que ele
pudesse me ver.
- Você está bem?
- Acho que sim.
Ele desceu da moto. Eu não tinha certeza de como descer, eu estava
tão travada no assento que Alex me pegou como uma menina, o que
agora, me dava conta que era exatamente como ele me via. As palavras de
Rachel ainda picavam meus ouvidos.
- O que aconteceu? - Perguntei.
- Eu não tenho certeza. Era o alarme. Mas eu não tenho certeza o
que causou isso.
- Então, por que a grande fuga?
- Porque quando um alarme soa na Base, fugir é geralmente uma
boa idéia.
Eu fiz uma careta, então me lembrei de Jack.
- Onde está Jack? Será que ele vai ficar bem?
- Ele vai ficar bem.
Capítulo 11
À medida que Alex correu pela rua, eu pressionei meu corpo
contra o dele,apertando firmemente em torno de sua cintura. Ouch. Algo
estavapressionado contra o meu estômago, tinha a pressão e o volume de
metal pesado, então eu me afastei um centímetro quando eu percebi que
erauma arma. Eu tinha certeza de que Alex não estava usando uma arma
antes, eu teria sentido-então de onde ele tirou isso? E o mais
preocupante, por que ele tinhaconsiderado necessário trazer uma arma
quando estava me perseguindo? O que ele estava planejando fazer ...
atirar em mim se eu resistisse?
Ele reduziu a velocidade em frente à um moderno bloco de
apartamentos quebrilhava à luz do sol e deu uma guinada em direção a
um estacionamento subterrâneo. Alex digitou um código para abrir o
portão e, depois, já não via mais o sol da tarde deslumbrante e sim uma
escuridão úmida por baixo do edifício.
Ele andou com a motocicleta em torno de alguns pilares, estacionou
e parou no elevador. Ele desceu primeiro, mas eu pulei antes que ele
pudesse me ajudar. Ele se deteve e me olhou por alguns segundos
enquanto eu lutava com o capacete, e em seguida, deu um passo para
ajudar, reprimindo um sorriso.
A pergunta foi se formando em minha boca, mas ele já esperava.
-Aqui é omeu apartamento- ele disse simplesmente.
Eu balancei a cabeça. Claro, era exatamente o tipo de lugar que eu
tinhaimaginado.
- Venha - disse ele, entrando no elevador e apertando o
botãocorrespondente ao sexto andar.
Sara estava certa em sua descrição. O apartamento de Alex era
minimalista ao extremo. Os pisos eram de madeira clara. As paredes eram
brancas sem nada nelas. Tinha aquele ar de apartamento novo, recém
pintado.
Capítulo 12
U m zumbido alto me despertou, me assustando, enviando
vibrações atravésmeu corpo. Senti uma mão nas minhas costas e Alex saiu
do sofá onde ele estava sentado ao meu lado.Quando ele chegou à porta,
olhou para trás e disse:
- Não se preocupe, é apenas Jack e Sarah.
Eu estiquei meu corpo dolorido, chutando o cobertor longe de mim
e tirando meu cabelo da minha cara. O pôr do sol irradiava suas últimas
notas de cor no quarto. Eu me perguntei que horas eram e há quanto
tempo eu estava dormindo.Levantei-me, meu coração pulando ao ouvir a
voz de Jack nocorredor.
Ele entrou na sala de estar, Alex e Sara vinham em seguida. Jack
veiodiretamente para mim e me abraçou com força por um minuto ou
dois.
- Você está bem? - Ele sussurrou em meu cabelo.
Eu assentiu contra seu ombro.
-Então, o que você descobriu?- Alex tinha atravessado a sala em
direção à janela e fechou as cortinas. Ele apertou um interruptor e uma luz
lateral acendeu, lançando um brilho laranja quente ao redor da sala. Sara
sentouao meu lado no sofá, Jack se sentou no braço.
- Está tudo bem. Foi um alarme falso - disse ele. - Nós não sabemos
o que desencadeou isso, mas deve ter sido uma falha de energia,
porquenão houve violação da segurança. Todas as fitas de vigilância
foram verificadas e nãohaviam sinais de qualquer coisa incomum.
- Pelo menos sabemos que as fitas de vigilância funcionam - Alex
disse com um leve encolher de ombros.
-Sim, acho que sim - disse Jack. Olhei agora. - E você não precisase
preocupar com nada, Lila, você não está em perigo. Conseguimos captar a
trilha deles.Eles cruzaram a fronteira com o México.
Olhei para Alex. Isso significava que ele estava livre para me deixar
fora da vista de novo?
Capítulo 13
Capítulo 14
U ma batida na porta do meu quarto me despertou de meu
cochilo.Sara colocou a cabeça para dentro. Ela usava um vestido preto
com um detalhe dourado em torno da borda que refletia em sua pele,
fazendo-a brilhar. Ela também tinha uma pequena bolsa do tamanho de
uma pequena mala na mão.
-Você está linda – ela disse, se aproximando até parar ao meu lado.
Eu olhei no espelho. Eu estava usando um vestido de seda azul que
tinha trazido. Não que isso importasse em alguma coisa. Se a versão
“Barbie patroa” estivesse na festa, Alex sequer me notaria.
-Bem, vamos nos divertir - Sara disse, abrindo o broche de ouro de
sua bolsa. Estava cheia de maquiagem e sapatos. Nunca me senti tão grata
em toda minha vida. Agora eu poderia realmente ter uma chance de ser
notada. Alex não seria capaz de me ver como uma garotinha se eu
estivesse usando saltos e maquiagem, e se Rachel estivesse lá, talvez
tivesse que pensar duas vezes antesfazer outro comentário sobre ser
babá.
- Então, quando foi a última vez que vocês três estiveram assim,
reunidos juntos? - Sara perguntou, enquanto polvilhava pó em minhas
bochechas.
- Três anos - eu disse. Três longos anos.
-Isso foi em Washington, certo? - Ela parou o que estava fazendo
eajoelhou-se em frente a mim.
-Sim. Logo depois que Jack desistiu da faculdade. Meu pai voou até
aqui para tentar argumentar com Jack, e eu vim também.
- Sim, ele me contou sobre essa visita. Ele disse que seu pai estava
muito irritado.
Isso era um eufemismo. Meu pai estava completamente louco. Me
perguntei na época como Jack poderia ter causado tal reação. Mas eu não
podia reclamar, porque antes que eu me desse conta, estávamos em um
avião voltando para casa e eu estava desejando que Jack tivesse desistido
de tudo antes.
Capítulo 15
O Banheiro Feminino ficava na parte de trás do bar. Enquanto eu
caminhava para dentro, a porta se fechou atrás de mim com uma batida, e
eu ouvi o barulho de um trinco. Mevirei, meu coração em minha boca. Um
homem estava encostado na porta,sua mão descansando no trinco.
Meu primeiro e único pensamento foi que eles estavam
errados. Que os assassinos não tinham fugido para o México. Eles tinham
me encontrado e essa seria a vingança da qual Alex tinha me avisado.
Então o homem se virou para mim e eu o reconheci da Seven-
Eleven.Era o homem louco na parte do macarrão. Eu me inclinei contra a
parede oposta, os meus olhosvoando ao redor do banheiro procurando
algo para arremessar. Não havia nada. Apenas toalhas de papel: não iriam
fazer muito dano.
- Preciso de sua ajuda - disse o homem, vindo em minha direção.
- Quem é você? - Gaguejei.
- Eu ... -Ele deu mais um passo em minha direção e eu tremi. Olhei
para a porta, desejado mover o trinco. Ele não percebeu o meu olhar, e
deu mais um passopara mim, com as mãos levantadas defensivamente. Eu
consegui mover um pouco a trinca.
-Eu sou conhecido como Key. Preciso de sua ajuda, Lila.
A trava parou de se mover, quando eu ouvi ele dizer meu nome. Ele
não olhou para a porta, mas somente mantinha os olhos em mim.
- Como você sabe o meu nome? - Perguntei em um sussurro.
- Eu sei o seu nome, e sei quem você é. Eu sei o que você pode
fazer. Eu sei tudo sobre você e seu irmão - falou lentamente, deixando o
impacto de cada palavra me atingir.
- O quê? Quem é você? - Minha mente estava girando. O que ele
sabia? - Não entendo, o que você sabe sobre mim? Sobre Jack?
-Não entre em pânico. Eu não vou te machucar. Eu não sou um deles
- Suas mãos faziam um gesto de rendição.
- Um deles quem? - Eu disse timidamente.
Capítulo 16
S ubi as escadas da varanda. A luz de segurança acendeu enquanto
colocava a chave e abria a porta. Eu fui para o alarme e desativei tudo,
olhando para cima, pensando se Key estava lá em cima ...
Era assim que funcionava? Se ele estivesse por perto, ele poderia
entrar agora, sem o alarme disparar?
Tirei meus sapatos. Eu precisava me concentrar. Seria apenas uma
questão de tempo antes que alguém viesse atrás de mim e eu precisava
sumir dali antes disso.
Eu estava no começo das escadas, congelada. Nunca mais veria
Alexnovamente. As conseqüências de partir de repente pareciam mais
impossíveis de suportar do que as conseqüências de ficar. Fechei os olhos
e senti as paredes me asfixiando.
Meus olhos se abriram. Precisava encontrar todas as informações.
Depois eu me decidiria se partia ou ficava. Eu não tinha certeza do que eu
estava procurando, mas talvez quem sabe alguns papéis explicando por
que o governo tinha unidades autorizadas dedicadas a erradicar a nós
como um vírus da gripe desagradável. Ou sobre o que eles faziam com as
pessoas quando são capturadas.
-Com a gente - eu disse em voz alta –quando somos pegos.
Corri para a sala de estar. O laptop de Jack estava sobre a mesa e
eu liguei. Me pediu uma senha. Eu hesitei por alguns segundos e, em
seguida, tentei "Sara", mas um sinal sonoro enjoado apitou e pedia que eu
tentasse novamente. Eu digitei o código do alarme. Outro sinal sonoro
agudo e um aviso de que tinha apenas um mais uma chance antes de ter o
acesso bloqueado permanentemente. Amaldiçoei em voz alta. Então meus
olhos encararam a foto da minha mãe na estante. Eu olhei para o teclado
e escrevi o nome de minha mãe, Melissa.
Senha aceita.
Eu olhei para a tela em estado de choque por um momento. Então,
em seguida, eu rapidamente me concentrei em toda a área de trabalho
buscando os últimos documentos de Jack e cliquei no primeiro.
Se chamavaDemos.
Hunting Lila – Livro 1 – Sarah Alderson
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Eu levei um momento para descobrir a conexão. Então me lembrei
das palavras de Key e meu coração ficou preso. Demos era o homem que
Key disse que tinha levado seu filho. Aparentemente, o mesmo homem
que a Unidade havia conseguido rastrearaté o México.
Eu cliquei para abrir o arquivo, minhas mãos tremendo. Um rosto
apareceu na tela. A imagem estava granulada e fora de foco, foi difícil
distinguir claramente os detalhes. O que eu podia ver era um homem de
cabelo preto, um queixo quadrado, olhos azuis sem vida e uma barba
escura. Meus olhos se moveram para baixo para o que dizia o texto abaixo
da imagem.
Relação: Namorada.
Crimes: roubo, traição, conspiração para cometer traição, extorsão.
Sentença: Em processo.
Esta era a mulher que Demos queria de volta. Por ela eles poderiam
estar querendo me pegar para me negociar em troca. Eu estudei a foto
dela. "Contida” estava impresso sob ela.
- Contida - Eu disse em voz alta.
Parecia a palavra que os exterminadores usavam quando
conseguiam conter a proliferação de uma praga.
Rolei para baixo na lista.
A foto dele havia sido tirada com o zoom de uma lente, mas era de
melhorqualidade do que a de Demos. Era uma foto de perfil de um tipo
normal andando pela rua, quase trinta anos, cabelos longos, um jeito de
Hunting Lila – Livro 1 – Sarah Alderson
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menino esperto por causa da forma como o seu lábio sorria, como se
soubesse que era alguém especial. Tamizador? O que era isso? Por que
eles não podiam usar uma linguagem mais simples pelo amor de Deus ...
não era como se eu tivesse tempo deconsultar o dicionário e ficar
procurando todas as definições.
Esse era como eu. Outra pessoa que poderia mover todas as coisas
com sua mente. Eu deveria ter ficado entusiasmada com adescoberta,
mas fiquei horrorizada. O homem era um cão de combate, com o pescoço
tão largo e grande como a sua própria cabeça, que estava raspada. Eu fiz a
varredura de sua lista de crimes, era tão longa quanto a de
Ryder. Assassinato em primeiro grau era um dos delitos mais comuns
deles.
Após a sua ficha havia a de uma mulher. AmberStark. Ela tinha um
cabelo vermelho flamejante, lábios carnudos e vermelhos e pele tão
branca que chegava a ser pálida. A imagem fazia parecer que sua cabeça
era uma tocha de fogo. Ela parecia ter quase trinta, mas era difícil
dizer. Olhei mais de perto. Embaixo eu pude ver que a habilidade desta
menina foi classificada como “Leitora”. Claramentenada a ver com os
livros.
Após Amberhavia um homem chamado Thomas Taylor. Era descrito
como um “Projetor”. Thomas também havia sido contido. A informação de
Keyde que quando as pessoas eram pegas elas não retornavampelo que
pude notar era bastante precisa.
Abaixo de Thomas estava Harvey James. A foto mostrava um
homem decerca de trinta anos. Ele tinha um cigarro na boca e ele estava
usando um Ray-Ban. Pela sua aparência, ele poderia se passar por um dos
rapazesda Unidade. Era telecinético. A sua ficha relatava que ele era
acusado de assalto a banco, assalto agravado, roubo de residência e era
suspeito de assassinato. Quem não era? - Pensei. Impresso na parte
inferior da página estavam as palavras: escapou da prisão de San Quentin.
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A última imagem era de uma menina: japonesa, bonita e sorridente
como o gato Risonho (personagem da Alice no País das Maravilhas)
posando para Mario Testino. Eu olhei para o nome sob a imagem sentindo
como se o mundo estivesse desmoronando ao meu redor. Eu já estava
meio em ruínas, mas este foi o golpe finalpara fazer tudo desmoronar.
Capítulo 17
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Capítulo 18
Q uando eu abri meus olhos, eu estava olhando em direção ao
porta luvas do carro, a minha cabeça e o meu corpo torcido para o lado da
porta do carro e minha mão firmemente apoiada na maçaneta, como se
estivesse em meu sonho, tentando me esconder, ou fugir.
Olhei para cima e para fora da janela. O carro já não estava em
movimento, nós estávamos parados na estrada com o sol ao nosso
redor. Não havia nenhum movimento. Ninguém. Nem carros e nem
barulho ... era como uma pausa entre as respirações. Tentei reconhecer
onde estávamos.
Parecia o deserto, plano, árido, com o pó cobrindo o pára-brisas, e
mesmo a esta hora, ainda tão cedo, a estrada já tinha um brilho forte visto
a longa distância. Pela janela escura do carro, eu podia ver alguns
estabelecimentos, principalmente lojas de ferragens e de materiais de
construção espaçadas. Eu não tinha idéia do que estávamos fazendo ali,
exceto talvez que Alex tinha parado para dormir.
Me movi lentamente no meu lugar e me virei para ele. Ele estava
olhando pela janela e eu me senti tão aliviada que ele ainda estivesse ao
meu lado e logo depois senti um golpe de dor quando me lembrei de que
ele não estava aqui por amor ou amizade, mas por um código de honra
duvidoso. Isso foi o que ele quis dizer quando havia tinha dito que não
tinha escolha. Era tão óbvio. Era tão Alex.
Eu segui o olhar dele para o outro lado da rua. Estávamos parados
em frente a uma loja de carros usados. Haviam cerca de quarenta carros
"para a venda" alinhados, como o início de um comício.
Ficamos em silêncio no carro com o ar condicionado ligado, durante
uma hora e quarenta minutos. Nenhum dos dois disse uma
palavra. Levantei minhas pernas no banco e fiquei sentada abraçando as
pernas, congelando, mas com muito medo de tocar os botões do ar
condicionado do carro ou abrir a boca.
Eu puxei meu vestido para tentar cobrir e proteger minhas pernas e
percebi que a costura havia rasgado na altura da minha coxa. Meus
Capítulo 19
P elas placas na interestadual, vi que estávamos indo para o Norte
de Palm Springs. Alex, em algum momento durante a noite, havia revisado
os seus passos e se dirigia para o norte.
- O que estamos fazendo? – Perguntei - Qual é o plano? - Eu
esperava que ele tivesse um, e dos bons ... e que envolvesse ele vir
comigo todo o caminho, não apenas até um aeroporto. Então me lembrei
de que não tinha um passaporte. Alex poderia ter uma mala cheia de
todos os brinquedos úteis, dispositivos e documentos de identidade
falsos, mas não tinha um passaporte para mim. Então, eu não iria a lugar
nenhum.
- Vamos encontrar um motel e dormir um pouco.
Procurei não pensar na palavra motel.
- Tudo bem ... E depois? - Perguntei.
- Uma coisa de cada vez - Ele olhou para mim e eu senti meu
coração parar de bater.
Eu queria que ele me dissesse o que estava acontecendo e que eu
estava pensando.
Ele manteve a velocidade sempre perto do limite. Uma hora mais
tarde, no caminho para Palm Springs, parou em um motel, um dos vários
que cercavam a estrada. Este tinha palmeiras na frente e uma piscina
quadrada com corrimãos ao redor. Os quartos estavam dispostos em L em
dois andares. Ele entrou no estacionamento e parou ao lado de um carro
com um reboque, bem escondido da estrada.
- Vamos - ele disse, desligando o motor.
Ele pagou por um quarto com duas camas no piso térreo. Alex abriu
a porta, me deixando entrar primeiro. Eu parei no centro da sala, sem
saber o que fazer a seguir.
Ele se aproximou e colocou a mala e nossas sacolas na cadeira ao
lado da porta.
- Por que você não toma um banho? Tome - Alex entregou-me as
sacolas com minhas roupas dentro.
Capítulo 20
M antive meu olhar em Alex, minha respiração correndo rápido.
- Mentiram sobre mim? O que você quer dizer? - Gaguejei.
Alex balançou a cabeça.
- As coisas que eles me fizeram acreditar sobre pessoas como você...
já não faz sentido para mim. Eu olho para você e eu começo a questionar
tudo o que eles disseram.
Mais uma vez ele me deixou sem palavras. Obviamente, o quadro
que haviam pintado sobre nós era bem feio e distorcido. Eles realmente
acreditavam que caçavam monstros. E no caso de Demos obviamente
estavam certos.
- Mas você acreditou neles antes de ontem ... por quê?
Ele desviou o olhar de novo e eu podia ver a frustração em seu
rosto.
- Porque quando Jack e eu fomos recrutados em Washington, e nos
foi oferecida a oportunidade de uma vingança, nós acreditamos porque
queríamos acreditar.
- O que eles disseram? Como foram recrutados?
- Dois homens apareceram no campus um dia. Nós não fomos
informados para quem estavam trabalhando. No início supomos que fosse
a CIA, mas nós logo percebemos que não era o caso. Nos mostraram as
informações que tinham sobre Melissa, e eu sinto muito, sobre o assassino
de sua mãe. Eles nos mostraram tudo o que tinham sobre Demos:
fotografias, relatos de crimes, julgamentos à revelia, uma série de
relatórios e provas. No início, pensei que eles estavam inventando. Você
tem que entender... para nós, foi como descobrir que existem alienígenas
vivendo entre nós. Nós não acreditamos. Então, nós fomos levados para
Pendleton, uma Unidade, e nos provaram tudo o que diziam. Eles tinham
um, alguém tinha sido capturado. Vi com meus próprios olhos. Ele
conseguia fazer o mesmo que Key. Começamos a acreditar neles, a fazer
perguntas, fomos informados que a missão da Unidade era
capturarpessoas como os assassinos de sua mãe. Não precisou de nenhum
outro incentivo. Nós assinamos os papéis ali mesmo. Parece loucura agora,
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mas naquele tempo não havia outra opção para qualquer um de
nós. Tivemos que fazer.
Não parecia loucura de jeito nenhum. Amava os dois por isso. Só
desejava não terminar sendo parte de sua lista negra.
- Posso lhe fazer uma pergunta agora? - Alex olhou para mim, seus
olhos azuis penetrando através de mim. Eu me preparei - Como isso
aconteceu?
Eu me inclinei contra a cabeceira da cama e abracei os meus
joelhos.
- Eu não sei. Achei que você pode ser capaz de me dizer isso.
Ele pensou por um momento.
- Nós não sabemos. Tudo que conseguimos fazer foi isolar o
gene. Ainda que...Não temos certeza do que isso provoca. Algumas
pessoas têm o gene, mas eles simplesmente permanecem inativos.
Era genético? Uau. Então, por que Jack não era como eu?
- Quando isso começou? - Alex perguntou de repente.
Era tão estranho estar admitindo isso, falar sobre isso
abertamente. Mas, ao mesmo tempo, se havia alguém no planeta à quem
eu gostaria de contar, era Alex. Só não sob estas circunstâncias.
Tomei algumas respirações profundas e então eu comecei.
- Três anos atrás. Bem, na verdade houve um incidente antes disso
mas eu não sabia que era eu ...
Alex esperou que eu continuasse.
- Quando cheguei a Londres, foi muito difícil. Na minha primeira
semana de escola fiquei irritada com um professor. Ela, hum, ela ...-Eu
olhei para a cama, acariciando a borda com o meu dedo - Ela me pediu
para retirar a pulseira que você deu. Você se lembra? - Eu olhei para cima
e encontrei os olhos de Alex, mas ele não mostrou nenhum sinal de
reconhecimento. Talvez ele não tivesse nem aberto meu presente.
Segui.
- Eu disse que não. Ela me disse novamente para eu tirar ou iria ela
mesma cortar e disse que não. Ela veio até mim com a tesoura ... e eu não
sei o que aconteceu. Um minuto a tesoura estava na sua mão e no
próximo tinha voado no meio do caminho para o outro lado da sala e ficou
pregada na parede.
Olhei para Alex. Ele estava pressionando os lábios, se segurando
para não dizer o que quer que fosse que quisesse dizer. Foi realmente
muito irônico que a minha capacidade, de certa forma, tenha sido
acionada pelo seu presente.
Apressei-me para continuar.
- Eu não tinha idéia que o que tinha feito fosse possível. As outras
pessoas acharam estranho, mas sinceramente não tinha idéia de que era
eu.
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- E então?
Eu notei que tinha parado de falar. Eu relembrei tão firme aquele
momento e o rosto da professora quando a tesoura voou da sua mão. Eu
fiz uma careta para contar rapidamente quando eu fiz novamente
consciente do que realmente estava fazendo.
- Bem, da próxima vez que realmente aconteceu foi um ano depois,
mais ou menos. Na escola, no refeitório alguém fez um comentário sobre a
minha mãe e simplesmente perdi o controle.
Mordi o lábio. Não tinha necessidade de fazer ele pensar que eu era
instável ou incapaz de controlar a minha capacidade. Isso era a verdade,
mas ele não precisava saber.
- Eu não me importo com comentários em geral ... Quer dizer, eu
acho que me comportei um pouco estranha; um pouco distante,
indiferente, mas não foi um bom tempo para mim. Eu perdi minha mãe. Eu
perdi você e Jack. - Eu senti meu estômago apertar - Então uma garota
disse algo e eu joguei um rocambole de na sua cabeça. -Houve um
silêncio, então eu acrescentei - Sem usar as mãos, obviamente.
- Você fez o quê? - Ele soltou uma gargalhada. Não era a reação que
eu esperava.
Eu comecei a rir também.
- Sim, foi muito estúpido. Mas ela merecia. De qualquer forma,
depois disso, quase todo mundo me evitou. Eles realmente pensavam que
eu tinha atirado, que estava na minha mão. Qualquer um chegaria à essa
conclusão, certo? Entrei em problemas. Mas eu não me importo ... Eu
fiquei bastante surpresa de poder fazer isso, essa coisa. Então eu comecei
a praticar. Você sabe, com lápis e livros e coisas pequenas. Levei anos para
ganhar algum controle sobre isso. Pensei que talvez isso fosse criação da
minha mente, que eu estava imaginando, mas, em seguida, foi um pouco
como andar de bicicleta, um dia eu comecei a conseguir mover coisas sem,
hum..., realmente precisar tocar nelas, o que passou a ser a coisa mais
natural do mundo.
Não mencionei que era um pouco como andar numa bicicleta sem
freios, em um morro muito íngreme.
- E não tem nada a ver com o por que você veio aqui? Você
realmente foi assaltada?
- Sim. Essa é a verdade. Só não disse toda a história - Eu fiz um
pausa, Alex olhou para mim com um olhar fulminante - Eu ... eu não
queria feri-los.
- O que eles fizeram?
Eu percebi que ele não estava com raiva de mim, ele estava com
raiva deles.... Isso era bom... em qualquer lugar que sua raiva não fosse
dirigida à mim estava bom.
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
- Sim, tudo bem. Você poderia por favor parar com isso?
- Sinto muito.
Esperava que Demos tivesse bastante fé. Olhei ao redor para todos
os outros para ver o que eles achavam da conversa. Todos pareciam muito
focados e positivos. Talvez somente eu estivesse tremendo como uma
bola de nervos.
- Suki, eu preciso de você do meu lado. Eu preciso que você fale com
Alicia, certifique-se de que ela saiba o que está acontecendo. E vice-
versa. Eu preciso que você descubra o que estão planejando. Alicia estava
no carro com eles todo esse tempo, com certeza ela vai saber se eles estão
pensando em fazer algo inútil.
- Nate, por favor, fique para trás no ônibus, fora de perigo. Você tem
feito o suficiente já. Recupere as suas forças.
- Amber, Ryder ... fiquem com Lila. Tome ... Ele entregou uma arma
para Amber - pegue isso. Você está com a sua, Ryder?
Eu pulei.
- Ninguém vai ferir Jack ou Alex! - Eu exigi - Eles não vão apontar
uma arma para o meu irmão de novo. Ou para Alex. Ou fazer qualquer
controle da mente, também. Eles têm feito o que você pediu. Trouxeram a
Alicia e o Thomas. E apontar uma arma para eles não vai me ajudar a
colocá-los do nosso lado.
- Lila, eles ainda acreditam que fui eu que matou sua mãe. Eles
pensam que eu te sequestrei.
- O que estou dizendo é que não pode ser que eles não planejem
sair, e deixar as coisas seguirem o seu curso, uma vez que você esteja de
volta com eles. Eles não virão desarmados. Eu só quero estar
preparado. Você pode devolver as minhas armas? Por favor?
- Não.
- Bem, nós devemos nos assegurar de que você não vai sair saltando
em direção à Alex quando eles chegarem. Mas você tem armas. Eu não sei
como nós vamos lidar com essa situação agora.
- Sim. Eu prometo.
- Você escuta ela se vier ... elas tem tipo uma campainha.
- Sinto muito.
Eu fiquei na ponta dos pés e olhei por cima do ombro de Ryder para
ver como o carro se aproximava. Podia ouvir o motor e as rodas agora
rasgando o terreno acidentado.
- Vou tentar.
- Alicia está bem -Sukisussurrou para Demos - Ela diz que eles estão
focados em recuperar Lila. Não há outros planos. Ambos estão
armados. Mas ela diz temos que nos preocupar é com Jack. É volátil. Eu
posso ler seus pensamentos ... também. Eles ficam mudando
constantemente. Ele agora está concentrado, mas Alicia diz que ele mal
consegue manter o controle.
Meu coração saiu pela minha boca com a familiaridade de sua voz.
- Lila, deixe que te vejam - Demos disse, virando a cabeça para mim,
mas sem tirar os olhos deles.
- Você sabe, eu poderia tê-los antes que vocês pudessem fazer algo
sobre isso. Eu estou jogando limpo, porque eu prometi que o faria. Então,
tudo bem, vamos fazê-lo à sua maneira. Mas não estraguem tudo. Quero
que todo mundo tenha o que quer.
- Suki, diga à Alicia para não fazer nada. Diga a ela o que está
acontecendo.
Jack ajudou Alice a sair para fora do carro. Ligeiramente mais bruto
que o necessário. Deu um empurrão nela e começou a guiá-la em nossa
direção e, em seguida, quando ela percebeu que estava livre, ela correu,
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mas ainda um pouco torpe. Suas mãos estavam atadas atrás das
costas. Eu senti a tensão das pessoas ao meu redor em ondas pequenas.
Era Alex. O som de sua voz era tudo que eu precisava para que os
últimos arrepios de dor desaparecessem dentro de mim. Ryder soltou
meu braço e então, eu estava livre, correndo em sua direção.
Eu não consegui dizer mais nada porque sua boca estava sobre a
minha outra vez e as luzes dançavam na minha cabeça.
- Eu acho que a minha irmã está muito bem, não é? - Jack gritou do
outro lado do carro. Ele não parecia muito feliz. Embora ninguém parecia
estar tão feliz como eu estava agora.
- Eu estou bem, Jack - gritei de volta, tentando fazer com que minha
voz funcionasse corretamente.
- Lila!
- Não, tudo bem, Alex - Tentei contornar a situação -Eu tenho que
falar com você. Você precisa ouvir o que tenho a dizer.
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- Ele te machucou? - Jack apareceu vindo do outro lado do carro.
- Lila, o que você está dizendo? - Desta vez era Alex falando.
- Eles querem falar com você. Eles querem que você lute com eles.
- “Precisamos”?
Ele me agarrou pelo braço e me puxou para fora das mãos de Alex.
- Escute ela.
- Por favor, Jack ... por que você não pode me ouvir?
Capítulo 28
dedo no gatilho. Jack olhou para mim e me pareceu ver uma sombra de
dúvida queimar em seus olhos, ou talvez fosse apenas intenção
assassina. Sem dizer uma palavra, ele se virou e foi para a parte de trás do
carro e abriu o porta-malas. Ouvi passos atrás de mim e olhei por cima do
meu ombro. Os outros tinham vindo para ficar em um semicírculo para
trás de Demos. Ryder estava de volta também, eu notei.
Ela estava vestindo uma blusa branca e saia preta até o joelho e só
um sapato, tentando em vão ficar de pé toda ereta, o que deixava a
situação muito engraçada. Suas mãos estavam amarradas na frente e seu
cabelo loiro estava despenteado e caindo solto. Ainda estava linda, mas
como se tivesse sido tirada de dentro de uma secadora.
- Agora, você tem duas opções -, ele disse, sua voz calma e suave
como veludo - Você pode dizer a verdade sobre a Unidade para mim. Ou
vamos entregar você para Demos e você pode dizer à ele a verdade - Ele se
inclinou um pouco para a frente e sussurrou em seu ouvido - E não pense
que ele vai ser tão bom para você como nós somos.
Ele deu um passo para trás, deixando-a ver Demos, que sorriu para
ela de uma forma que deu arrepios até em mim. Eu vi o medo começar a
se acumular em seus olhos, embora ela manteve a voz calma e com
aquele tom de paquera. Eu queria entregar ela diretamente ao Demos.
- Não fizeram nada, o que é mais do que eu posso dizer que você
anda fazendo – eu a enfrentei e ouvi Alex bufar. Então eu percebi que eu
tinha feito uma bolsa voar.
-Você é uma deles - disse ela. Seus olhos voaram para Jack - Isso
deve ter sido uma surpresa, Jack - ela zombou e a expressão de Jack
escureceu.
Não importava que agora ela soubesse sobre mim. Ryder poderia
remover esse pequeno pedaço de informação mais tarde.
- Você está certo, Jack. Eu treinei você. Eu fiz você ser o que é. Diga-
me, nunca passou pela sua cabeça porque ambos foram recrutados? O que
faz de vocês dois tão especiais? Alguma vez você já se perguntou por que
ambos foram promovidos líderes de equipe acima de todos os outros? - Ela
deu uma risada estridente e eu agarrei a mão de Alex contra minha
cintura - Queríamos mantê-los perto, idiotas.
Suki engasgou tão alto que eu pensei que ela tinha sido baleada.
- Ela não está morta - Suki olhou para mim e Jack. Seu rosto estava
pálido, com os olhos brilhando - Ela não está morta.
- O quê?
- Eu vi. Quero dizer, eu ouvi. Sua mãe está viva. Está presa. Como
Thomas.
- Eu posso sentir.
- Droga - ele gritou - Vamos. Levem Rachel. Harvey, Bill ... vamos lá!
- Você pode ter o tempo que você quiser com ela depois que isso
acabar – disse Demos, se colocando entre eles - Agora, você precisa nos
deixar levá-la. Você pode nos seguir.
- Vamos, Jack, deixe eles levarem ela - disse Alex, puxando seu
braço.
Jack soltou com relutância óbvia e Rachel saiu arrastada por Ryder,
esperneando e gritando para dentro do ônibus e entrou.
- É tarde demais. Não vai dar tempo. Eles estão chegando muito
rápido.
- Quantos, Alicia?
- Suki?
- Não - disse Demos - Nós não podemos fugir deles. Se não for aqui,
será em outro lugar, há alguns quilômetros abaixo da estrada. Aqui temos
vantagem. Nós podemos lutar contra eles ... atrasá-los o suficiente para
que possamos ir embora e eles não possam nos seguir.
Jack interrompeu.
- Não - Eu corri para longe dele - Eu ficarei com eles - Olhei para os
outros aglomerados em torno de Demos. Virei-me para Alex, que estava
olhando para mim. Eu podia ver sua mandíbula apertando
furiosamente. Eu inclinei meus ombros e olhei desafiadoramente. Não
ficaria fora disso de maneira nenhuma. Principalmente se ele fosse ficar.
Lançar um carro? O que ele queria dizer ... capotá-lo? Olhei para
Harvey e Bill e, em seguida, engoli em seco.
- Vou tentar.
- Você não pode fazer nada por ele – Alex disse, antes de olhar para
trás sobre o capô do carro e começar a atirar.
Olhei para Demos. Ele ainda estava parado lá, imóvel. Então eu
percebi que ele não estava se movendo, porque não podia. Ele estava
Eu? Cobri-lo? Voltei-me para Alex. Ele olhou para Jack, agora
correndo no solo escuro. Ele xingou, então começaram a disparar uma
saraivada de balas na grossa escuridão. Jack chegou em Ryder e o
virou. Sua cabeça caiu para trás na terra e um fio de sangue negro se
derramava pelo queixo. Um frio repentino atingiu meu estômago.
Virei a cabeça para trás para ver que Alex estava atirando. Quatro
homens estavam vindo em nossa direção, tendo como objetivo Demos e
Jack. Enquanto eu contava, um deles caiu com um grito. Alex parou para
recarregar a arma.
- Abaixe-se!
Olhei para Alex, sem compreender, então olhei para Jack. Seus
olhos estavam abertos e ele estava olhando diretamente para mim. Fiquei
aliviada, mas fui rapidamente consumida pelo pânico. Eu não podia deixá-
lo. Então ele moveu um braço, a mão segurando sua arma. Ainda olhando
para mim, murmurou a palavra "vá", e em seguida, ergueu-se sobre os
cotovelos e começou a atirar.
Abri a porta, sem sequer olhar para ela. Então eu senti que havia
sido levantada do chão quando Alex veio rastejando e me pegou como um
saco perto da porta do carro e me jogou no banco da frente.
Eu forcei minha cabeça para virar, para olhar para Alex. Seus olhos
estavam queimando dentro dos meus.
- Não olhe para trás. Basta seguir olhando para mim. Ele vai ficar
bem - disse ele - Tudo vai ficar bem.
Epílogo
Faziam dois dias. Dois dias e duas noites sem saber mais nada. Dois
dias inteiros e duas noites completas relembrando a cena que deixamos
para trás no Parque Joshua Tree; as pessoas que deixamos para trás. Eu
sentia um forte golpe no estômago cada vez que eu lembrava de Jack
deitado no chão, sangrando, com Ryder morto ao seu lado.
Olhei para Alex. Ele usava seus óculos de sol, então eu não podia ver
as sombras escuras nos olhos e em seu olhar, o que me deixava
agradecida. Alex, geralmente tão impossível de ler, agora estava lutando
para esconder a sua preocupação. Ele continuou me assegurando de que
Jack ficaria bem, e eu estava me esforçando para acreditar, mas seus
olhos diziam o contrário.
- Eles vão vir - respondeu ele, como se não estivesse de bom humor
para debates.
Então, quando o sol estava perto do topo dos ramos das árvores ao
nosso redor, ouvimos o ranger das rodas e elevamos nossos olhares. Um
veículo todo sujo fazia barulho na estrada. Eu apertei o braço de
Alex. Notamos que ele veio para a parada de descanso.
Seu olho estava melhor, mas eu percebi a carranca que ela deu para
Alex. Bill parecia inquieto, como se quisesse fugir de tudo isso.
- Sim, estou bem - eu disse, minha voz rouca - E Jack? Você o viu? Ele
está vivo?
Meu rosto ficou sombrio. De que valeu toda essa espera, então?
Sério, o que ele estava fazendo aqui? Meus olhos voaram de Key
para Demos e em seguida, de volta para Key. Apenas alguns dias atrás Key
estava me alertando sobre Demos. Agora eles estavam do mesmo lado?
Percebi então.
Ele olhou para Nate e sorriu. Nate sorriu para o pai também.
- E sobre Jack? Você disse que viu o que aconteceu com ele.
- Ele foi levado de volta para a Base. Ele está no hospital militar lá. A
Unidade está sempre vigiando ele - Ele parou - Ele não está muito bem,
Lila.
Key fez uma pausa e captei o olhar que ele deu para Alex.
- Ele estava muito ferido. A bala não atingiu nenhum órgão vital,
mas se alojou perto de sua espinha. Eles operaram ele. Ele está bem, mas
está em coma. Eles não sabem qual será a extensão do dano até que ele
acorde.
Ele hesitou.
Olhei para ele, querendo uma resposta melhor do que isso, mas só
me encontrei olhando para meu próprio reflexo em seus óculos de sol. Eu
tinha a minha mão no quadril, meu cabelo caindo sobre meus ombros,
meus olhos ardendo. Eu me virei, chutando cascalho com meu sapato.
Eu me virei.
- Nós colocamos uma mordaça em sua boca- disse Suki – Ela quer
gritar e berrar o tempo todo e Demos não pode ficar o dia inteiro forçando
ela a se calar.
- E vamos - Demos virou-se para mim, com a voz baixa. Ele colocou a
mão no meu braço - Só não agora.
- Desculpe - eu me engasguei.
-Sim - Demos olhou para baixo - Ninguém mais ficou ferido - disse,
sob sua respiração.
- Espere.
Eu cambaleei para trás de seus braços e olhei para ele enquanto ele
caminhava de volta para o ônibus. Suki levantou a mão em
despedida. Nate puxou-a para ele e nos acenou um adeus triste. Eu os vi
ir, enquanto um aperto familiar e trêmulo de algo dentro de mim
começou a diminuir. Então eu me virei para Alex. Seus olhos estavam fixos
em mim, cheios de ansiedade e algo mais. Algo que agora
reconheci. Porque eu conhecia muito bem o sentimento, conhecia desde
o dia em que eu quebrei minha perna há 12 anos.
- Vamos, vamos.
Um sorriso saiu de sua boca. Eu fui puxada pelo braço até que
estava pressionada contra ele e depois ele se inclinou para me beijar na
boca.
E eu acreditei nele.
Fim
- SARAH ALDERSON –
Ela também escreve romances “new adult” para Pan Macmillan (UK)
/ Simon & Schuster (EUA) , sob o pseudônimo de Mila Gray.
ATENÇÃO:
SE VOCÊ LEU E GOSTOU DESSA OBRA, INCENTIVE O AUTOR E RECONHEÇA
TAMBÉM O SEU TRABALHO, DANDO-LHE SEU MÉRITO. DEIXE RESENHAS
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CONSIDERE A POSSIBILIDADE DE ADQUIRIR TAMBÉM O LIVRO FÍSICO
DESSA OBRA. ASSIM, O AUTOR RECEBE O INCENTIVO E APOIO
NECESSÁRIOS PARA SEGUIR ESCREVENDO OBRAS MARAVILHOSAS COMO
ESSA E NÓS RECEBEMOS O PRESENTE DE TER EM MÃOS ESSES LIVROS
FANTÁSTICOS.