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Resumo Capítulo V e VI - A identidade cultural na pós-modernidade

Discente: Catherine Reis | Matrícula: 485155 | Professora: Liana Amaral

Em meio às complexidades da globalização e seus reflexos nas identidades


culturais na contemporaneidade, emerge uma narrativa intricada que desafia visões
simplistas. O diálogo entre o global e o local revela nuances, contradições e novas
articulações entre identidades universais e particulares. Contrariando temores de
homogeneização, Kevin Robins destaca a coexistência da homogeneização global
com um crescente interesse na diferença e na mercantilização da etnia. A
valorização do "local" não se confunde com identidades tradicionais enraizadas,
mas sim se insere na lógica global, explorando a diferenciação local em meio à
especialização flexível e à criação de "nichos" de mercado.
A distribuição desigual da globalização, denominada "geometria do poder"
por Doreen Massey, influencia como as identidades culturais são impactadas em
diferentes regiões e estratos sociais. Kevin Robins sugere que a globalização,
embora apresentada como transcultural, é, na prática, um processo de
ocidentalização, mantendo padrões de troca cultural desigual entre o Ocidente e o
resto. A noção de "Tradução" descreve identidades em constante transição e
interação com fronteiras culturais. Essas identidades híbridas não buscam pureza
cultural, mas habitam múltiplas linguagens e tradições, refletindo a complexidade do
mundo pós-moderno.
No âmbito do fundamentalismo, diáspora e hibridismo na pós-modernidade,
observa-se uma dinâmica complexa. O hibridismo cultural é visto tanto como uma
fonte de criatividade, ao fundir tradições culturais, quanto como um desafio,
podendo gerar indeterminação cultural e conflitos com identidades tradicionais.
O fundamentalismo, por sua vez, ressurge como reação à modernização
ocidental, buscando restaurar identidades culturais puras. Além disso, o
nacionalismo étnico ganha força, desafiando a ideia de que a globalização diluirá
identidades nacionais e culturais.
Em suma, a globalização instiga uma proliferação de identidades híbridas,
desafiando narrativas simplistas de homogeneização. O embate entre o universal e
o particular, o hibridismo e as reações fundamentalistas revelam uma paisagem
cultural multifacetada na era pós-moderna, onde a identidade é um processo
contínuo de negociação e tradução.
Nessa paisagem complexa da pós-modernidade, as identidades culturais se
veem envolvidas em um constante jogo de forças contraditórias. O fenômeno do
hibridismo, ao fundir tradições culturais diversas, é celebrado como uma fonte
dinâmica de criatividade, dando origem a expressões culturais mais adaptadas à
contemporaneidade. Salman Rushdie, defensor fervoroso desse processo, destaca
a importância da mistura, da transformação e da diversidade como elementos
intrínsecos ao mundo moderno.
Entretanto, a mesma força que impulsiona o hibridismo também suscita
críticas. Alguns argumentam que essa fusão cultural pode levar à indeterminação e
à perda de identidade. O exemplo de Salman Rushdie, acusado de blasfêmia por
fundamentalistas religiosos, ilustra como o hibridismo pode desafiar valores
tradicionais e provocar reações adversas.
Em paralelo, o ressurgimento do fundamentalismo apresenta-se como uma
resposta às rápidas mudanças trazidas pela modernização ocidental. Grupos
religiosos buscam restaurar identidades culturais puras e promover ortodoxias
religiosas como uma maneira de resistir à influência globalizada. O nacionalismo
étnico, por sua vez, emerge como uma tentativa de consolidar estados-nação
homogêneos, frequentemente marginalizando minorias étnicas e desafiando a
premissa de uma diluição das identidades em um mundo globalizado.
Assim, na era pós-moderna, as identidades culturais são moldadas por uma
teia intricada de forças, onde o hibridismo coexiste com reações que buscam
preservar tradições e valores específicos. Essa dinâmica complexa destaca a
natureza multifacetada da identidade, que não se encaixa em categorias simples de
global ou local, universal ou particular. A ideia de "Tradução" como forma de
descrever identidades em constante transição e interação com fronteiras culturais
torna-se crucial para compreender essa realidade. As identidades híbridas, longe de
buscar uma pureza cultural perdida, abraçam a negociação constante entre
diferentes culturas e a coexistência de múltiplas identidades.
Portanto, o desafio contemporâneo não reside apenas na preservação de
tradições culturais, mas na capacidade de as identidades se adaptarem e evoluírem
em um mundo onde as fronteiras culturais são permeáveis. Nesse contexto, a
identidade cultural é uma narrativa em constante construção, moldada por
influências diversas, um reflexo autêntico da complexidade e diversidade do cenário
pós-moderno.

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