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Un i ver si d ad e Fed er a l d o Pi a u í

Fu n d ad a e m 1971

DISCIPLINA:
Comunicação e Antropologia

Resenha do texto “Breves Considerações


Acerca da Indústria da Cultura”, de Theodor
Adorno
DISCENTE:
Matheus Sousa Oliveira

Teresina, dezembro de 2023


ADORNO, Theodor Wiesengrund; AL, E. Indústria, cultura e sociedade. São
Paulo: Paz E Terra, 2002.

O capítulo "Breves Considerações Acerca da Indústria da Cultura" do


livro “Indústria, Cultura e Sociedade”, de Theodor Adorno, apresenta uma
análise crítica profunda sobre a influência e o impacto da indústria da cultura na
sociedade. Adorno e Max Horkheimer questionam a natureza da cultura de
massas, substituindo-a pelo conceito de "indústria da cultura" para enfatizar
sua produção planejada e seu efeito manipulador sobre as massas, fabricando
produtos e moldando o consumo das massas através de diferentes setores e
de forma ordenada.
No decorrer da análise de Adorno, a indústria da cultura é descrita como
um sistema que reorganiza hábitos já estabelecidos, fabricando produtos e
moldando o consumo em larga escala, privilegiando o lucro imediato em
detrimento da essência autônoma das obras de arte. Theodor ainda destaca a
integração das massas de forma imposta, questionando a real modificação
dessa mentalidade que transforma consumidores em mercadoria com uma
mentalidade conformista.
Dessa maneira, a busca incessante por consenso e a transformação da
cultura em mercadoria são apontadas como fatores que contribuem para a
regressão da consciência individual.
Adorno conclui ressaltando a necessidade de uma visão crítica da
indústria da cultura, considerando não apenas sua importância percebida na
formação da consciência, mas também questionando sua legitimidade e
impacto real. Sua análise finaliza com o receio de que a dependência e
sujeição promovidas pela indústria da cultura possam impedir o
desenvolvimento de indivíduos autônomos e conscientes.
No mais, a reflexão sobre a ideologia da indústria cultural como princípio
de ordem, ao mesmo tempo em que destrói autenticidade, revela uma
preocupação com a influência profunda exercida sobre a consciência e a
submissão das massas.
A mercantilização da vida acaba atingindo, com isso, setores da
sociedade que até então pareciam estar imunes a esse processo. O teatro, a
dança e as artes plásticas teriam, segundo essa perspectiva, sucumbido ao
desenvolvimento da racionalidade econômica.
Aqui, a produção cultural estaria articulada com os objetivos estruturais
do capital, isto é, os objetivos da produção cultural estariam determinados, em
grande medida, pela troca mercantil. Dessa forma, qualquer crítica à arte e à
cultura é quase completamente descartada, mostrando uma situação em que a
expressão artística e cultural se submete às regras do mercado, perdendo sua
autonomia e poder de questionamento.

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