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A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, garante a todos os cidadãos o

direito à saúde e ao bem-estar. Entretanto, no contexto hodierno, percebe-se que tal garantia
não se efetiva integralmente, haja vista que, nas escolas, a saúde mental é um problema, o
que contribui para a violência escolar associada à transtornos. Dessa forma, é válido destacar
as causas que estimulam essa realidade, dentre as quais se destacam a negligência
governamental e a alienação social, a fim de superar tal revés.

Nesse contexto, é evidente que a insuficiência estatal colabora para as agressões


escolares associadas à saúde mental. Sob essa ótica, Zygmunt Bauman, expoente sociólogo
polonês, em sua teoria das instituições zumbis, argumentou que algumas instituições, dentre
elas o Estado, perderam suas funções sociais, contribuindo para diversos impasses, como os
transtornos ligados à violência escolar. Nesse sentido, percebe-se que o contexto brasileiro se
enquadra no pensamento supracitado, visto que há um alto índice de agressões físicas e
mentais nas escolas sem que os órgãos responsáveis por promover uma vida melhor à
população atuem de forma considerável. Por consequência, os professores e alunos,
convivem, diariamente, em uma atmosfera de medo e vulnerabilidade, sem que tal realidade
seja modificada. Assim, é imprescindível combater a omissão governamental.

Outrossim, nota-se que a abstração social também colabora para a não erradicação
das agressões escolares ligadas à transtornos mentais. Sob esse viés, o musicólogo Vladmir
Jankelevitch, em sua obra “Paradoxo Moral”, exemplificou a cegueira do homem moderno
diante das dificuldades vividas pelo próximo, gerando uma realidade hostil, na qual problemas,
como a violência escolar, são observados. À vista disso, é evidente que o corpo social brasileiro
se assemelha ao descrito na obra, visto que a sociedade não se movimenta em prol da
supressão dos ataques ocorridos nas escolas, não mensurando o quão vulnerável se torna o
ambiente colegial, podendo gerar problemas à saúde mental de quem o frequenta. Por
conseguinte, cerca de 90% dos professores, segundo dados da revista Souza, em 2019,
souberam de casos de violência em suas escolas, número alarmante para a população. Logo, é
imprescindível combater o papel inerte da sociedade.

Em síntese, a criação de medidas de combate aos transtornos associados à violência


escolar faz-se necessária. Para tanto, cabe ao Governo, responsável pelo bem-estar de todos,
disponibilizar apoio aos professores e alunos, por meio do fornecimento de consultas com
psicólogos nas escolas, a fim de diminuir a porcentagem de agressões em tais locais. Ademais,
é dever das mídias, a exemplo da TV e das redes sociais, fomentar debates acerca dos ataques
ocorridos nas escolas, com a finalidade de conscientizar a população e instiga-la a agir.
Destarte, o Brasil estará mais perto do proposto no texto constitucional.

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