No discurso feito durante a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), o deputado Ulyses Guimarães ressaltou o valor da Carta Magna para assegurar à sociedade os seus direitos. Nota-se, entretanto, a deturpação das premissas constitucionais, dado que à população brasileira não consegue reconhecer a importância da valorização da saúde mental no ambiente de trabalho, representando uma falha na garantia do acesso à saúde. À vista disso, destaca-se a omissão estatal e a escassez de discussões como causas dessa adversidade. Cabe ressaltar, diante de tal conjuntura, de que forma a negligência da administração pública contribui para existência do revés. A esse respeito, o pensador Thomas Hobby, em seu livro "Leviatá", defende a obrigação do Estado em proporcionar meios que garantam o progresso do corpo social. O governo brasileiro, contudo, vai de encontro a esse pensamento, visto que se mostra irresponsável ao não realizar ações que garantiriam às vítimas de doenças mentais maior visibilidade e um ambiente de trabalho saudável, a exemplo de políticas públicas de assistência social. Destarte não é justo que o Estado seja um dificultador do acesso à saúde. É preciso pontuar, além disso, o silenciamento e a sua influência nesse contratempo. A esse respeito, a escritora Djamila Ribeiro defende que, para atuar em uma situação, deve-se, antes de tudo, tirá-la da invisibilidade. O panorama brasileiro, no entanto, destoa da ideia da autora, já que à valorização da saúde mental no ambiente de trabalho não é amplamente enxergado pela sociedade, a discussão não é priorizada e a atuação sobre ele é difultada. Por conseguinte, sem o pleno acesso à saúde de qualidade, um segmento do corpo civil tem outros direitos afetados, como à segurança e o trabalho digno. Dessa forma, enquanto essa questão não for exposta e, posteriormente, combatida, o deleite social não poderá ser garantido à expressiva quantidade de brasileiros. Portanto, com intuito de mudanças substâncias, urge atenuar as bases dessa problemática. É indubitável, nessa perspectiva, que o governo, garantidor do bem- estar social, juntamente com o Ministério de Desenvolvimento Social deve promover e realizar campanhas educacionais de prevenção ao respeito, voltadas a população estudantil e à sociedade em geral, a fim de coibir que os papéis estereotipados legitimem e exacerbem o preconceito frente às pessoas com doenças mentais no ambiente de trabalho. Assim, o Brasil será uma nação permeada pela efetivação de um dos principais direitos elencados na Carta Magna: à saúde.
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