A Method of Systematic Design

John Christopher Jones 1. Deixar a mente livre para produzir idéias,

soluções, intuições, conjecturas, a qualquer
momento, sem ser inibida pelas limitações

– Integrar duas abordagens de projeto (as novas práticas e sem confundir o processo de análise;

técnicas e a engenharia criativa) em um sistema 2. Oferecer um sistema de notação que registre

unificado, constituindo uma área entre os cada ítem da informação de projeto fora da

métodos tradicionais (baseado na intuição e na memória, deixando as necessidades de projeto e

experiência) e o rigor matemático ou tratamento as soluções completamente separadas uma das

lógico. outras e oferecer um meio sistemático de relatar

– Pretende dois efeitos: a) reduzir o erro de projeto, soluções para as necessidades, com o menor

o re-projeto ou a defasagem; b) tornar possível comprometimento possível. Isso significa que,

um projeto mais imaginativo e avançado. enquanto o pensamento se move da análise de

– O método pode ser útil aplicado aos problemas um problema para a busca de sua solução,

de projeto em áreas nas quais: enquanto for necessário, o registro se

desenvolve em três diferentes estágios:

1. Grande quantidade de informação de projeto

está disponível ou pode ser obtida; a) Análise: listagem de todas as necessidades de

2. A equipe de projeto tem responsabilidades projeto e a redução destas a uma relação completa

bem definidas, pode se concentrar no das especificações de desempenho logicamente

desenvolvimento do projeto e é livre de uma associadas (logically related performance

rotina; specifications);

3. É necessário abandonar projetos existentes. b) Síntese: encontrar soluções possíveis para cada
especificação de desempenho individual e

– Os métodos aqui sugeridos são melhor desenvolvimento de projetos completos a partir

observados como bases para investigações daqueles com o menor grau de comprometimento

futuras do que na aplicação do trabalho corrente possível;

de projeto. c) Avaliação: avaliar a precisão com as quais

projetos alternativos preenchem os requisitos de

– O método é, originalmente, um meio de se desempenho para operação, manufatura e venda

resolver o conflito que existe entre a análise antes do projeto final ser selecionado.

lógica e o pensamento criativo. A dificuldade está

no fato de que a imaginação não trabalha Todos os estágios do Projeto Sistemático estão

adequadamente a não ser que seja livre para listados abaixo. Detalhes de cada estágio são

alternar entre todos os aspectos do problema, descritos nas páginas seguintes:

em qualquer ordem e a qualquer hora, enquanto

a análise lógica falha se houver o menor
abandono de uma seqüência sistemática passo- 1. Análise

a-passo. 1.1.Lista aleatória de fatores

1.2.Classificação dos fatores

O projeto sistemático (Systematic Design) é 1.3.Fontes de informação

principalmente uma forma de manter a lógica e a 1.4.Interação entre fatores

imaginação separadas tanto nos seus significados 1.5.Especificações de desempenho

externos como nos internos. O método é: 1.6.Conformação (obtaining agreement)

2. Síntese
2.1.Pensamento criativo
2.2.Soluções parciais
2.3.Limites
2.4.Soluções combinadas
2.5.Representação da solução (Solution
plotting)
3. Avaliação
3.1.Métodos de avaliação
3.2.Avaliação para operação,
manufatura e para venda.
1.1.Lista aleatória de fatores
Em um primeiro momento, cada pessoa
monta uma lista de todas as idéias que lhe ocorrem
relacionadas com o problema. Cada pessoa lê em
voz alta sua lista e todos os itens são registrados em
série numa lista aleatória de fatores. Nenhum
esforço é feito para evitar duplicações ou omitir
idéias pouco práticas. Na discussão que se segue, é
proibido o comentário ou crítica às
produzidas. O objetivo é apresentar a maior
quantidade possível de informação em um período
curto de tempo, numa atmosfera em que todos
tenham certeza que nenhuma idéia será inibida ou
ridicularizada.
A discussão pode incluir, ou ser seguida por,
uma lista aleatória similar de críticas feitas enquanto
se observa os exemplos, desenhos e relatos de
projetos existentes, além de informações e idéias
coletadas a partir destes exemplos.
Uma vez que as reações iniciais
sentimentos sobre o problema são registrados, a
lista aleatória pode se estender até incluir cada fator
que pode ser pensado por influência do projeto. Isto
para que sejam incluídos todos os fatores óbvios,
que podem não ter sido mencionados na discussão
inicial.
A notação apropriada para a lista aleatória
de fatores é numerar cada fator na ordem na qual
ele é primeiramente considerado, por exemplo,
alguns dos fatores para o projeto de um motor
elétrico podem ser numerados com se segue: (ver p.
55 e 56)
1.2.Classificação dos fatores
Neste estágio, e em qualquer estágio em
que a informação apresenta-se desordenada
demais para indicar qualquer padrão, uma tabela de
para classificação pode ser usada para encontrar as
categorias alternativas em que cada fator se
encaixa: (ver p. 56)
Os fatores aleatórios são alocados em
categorias definindo uma título para a categoria para
o primeiro fator, em seguida outra categoria para o
fator 2, outra para o fator 3, etc, designando as
categorias nos cruzamentos (fator x categoria),
como apresentado (p. 56). Alguns fatores podem
seguir em categorias já definidas ou em mais de
uma categoria.
idéias Os fatores são então copiados em
formulários separados para cada categoria usando
os mesmo números (definidos na lista aleatória) (p.
57). Pode ser necessário montar uma nova tabela
de classificação para encontrar sub-divisões das
categorias que contenham muitos fatores.
Normalmente, o ato de descrever os fatores
em categorias separadas sugere novos acréscimos,
apresentando áreas onde são necessárias mais
informações.
e
Uma categoria especial deverá ser “idéias,
soluções, proposições de projeto, etc.”. Esta poderá
ser copiada em uma ficha separada, na qual muitas
outras idéias poderão ser acrescentadas enquanto o
trabalho se desenvolve. Fichas de idéias poderão
ser montadas, separadas das fichas de informações
e de exigências de projeto – até mesmo no lado
oposto da folha (p. 57).
 Um método alternativo é descrever cada
fator em uma ficha separada e dispor todas elas em
relações alternativas de categorias e sub-categorias
até que uma arranjo aceitável seja encontrado.
1.3.Fontes de informação
Os passos anteriores produziram, a partir do
conhecimento da equipe de projeto, uma quantidade
bem grande de informação, muito dela em conflito e
necessitando verificação. A classificação sugeriu
outros fatores, apresentou áreas onde
necessária informação adicional e pode sugerir
também áreas possíveis, por exemplo:
categoria “Manutenção” pode mostrar
desconhecimento sobre quais são as dificuldades de
manutenção e sugerir a consulta e a observação de
uma equipe de manutenção. Em qualquer categoria,
as possíveis fontes de informação são: literatura,
experiências pessoais, observações e experimentos.
Literatura
Bibliotecas e serviços de informação
Extrair informações relevantes
Pessoas experientes
Separando a opinião do fato
Limites de julgamento
Uma pessoa experiente, muitas vezes, reluta em
comprometer-se com respostas precisas e, em vez
disso, dá respostas gerais, que são de pouca ajuda
no projeto. A resposta aqui é pressionar pelo
julgamento (opinião) entre limites precisos, por
exemplo: um engenheiro de custos experiente pode
relutar em orçar qualquer esboço baseado em
pouca informação, mas se questionado sobre as
condições dos limites de sua incerteza ele estará
apto a dar um valor mínimo e máximo que poderá
ser uma orientação mais acurada que qualquer
suposição que aquele que questiona poderia fazer.
Quase qualquer experiência pode ser expressa
entre limites se a questão é apropriadamente
formulada em termos das quantias que afetarão o
projeto.
Encadeamento lógico de questões
Apesar das opiniões serem desnecessárias e inúteis
por elas mesmas, muitas vezes elas oferecem
subsídios baseados na experiência que podem ser
extraídos através de uma (corrente) cadeia de
questões relacionadas umas às outras numa
estrutura lógica, por exemplo:
Opinião: Os clientes não considerarão controles
eletrônicos em nenhuma circunstância.
Questão: Por que eles não irão considerar?
era Resposta: Porque estes controles não são
confiáveis.
uma Questão: Em que sentido eles não são confiáveis?
o Resposta: Eles estão sempre enguiçando.
Questão: Mas não existem modos do controle ir
enguiçando?
Resposta: Sim, mas temos tempo de fazer algo
sobre isso antes que a coisa esteja completamente
perdida.
Questão: Controles eletrônicos não dão sinal de que
estão falhando?
Resposta: Sim – suponho que seja isso – um
controle eletrônico que dê algum aviso seria
aceitável.
O encadeamento lógico das questões mapeou o fato
básico que deu origem à opinião inicial e, com isso,
mostrou um método possível de ir superando o que
parecia, num primeiro momento, uma opinião
irracional que evitava o progresso do projeto.
Observação
A dificuldade na observação é que, numa situação
prática, há muito o que ver e uma pessoa não pode
selecionar os fatos que são relevantes para um
único problema. Alguns métodos que pretendem
superar esta dificuldade são:
Registrando para análise posterior
Experimento
1.4.As relações entre os fatores

Muitos fatores que influem no projeto
relacionam-se uns com os outros e geram uma
situação complicada, o que pode ser verificado pela
experiência. Uma abordagem sistemática é usar
tabelas e diagramas, para nos certificarmos de que
todas as inter-relações possam ser descobertas,
tornando claro o padrão de relacionamentos.
Existem muitos métodos de diagrama e
matemáticos para fazer isso. Dois métodos
elementares, muito usados na busca de relações
em informações reunidas aleatoriamente, são
apresentados aqui.
Todas as combinações possíveis, por pares,
dos fatores 1, 2, 3, etc, aparece nos quadrados à
direita da linha diagonal na matriz de relação. Cada
par é considerado separadamente e, quando uma
relação é encontrada, é marcado por um “X”.
Exemplos do uso desta tabela são:
1. Descobrir todos os fatores que influenciam um
projeto existente listando, como fatores, todas as
partes deste projeto e todos os elementos com
os quais ele tem contato. Para cada par de
fatores encontrado deverá existir um requisito
que, mais tarde, será expresso como uma
especificação de desempenho (section 1.5). Este
procedimento é particularmente útil quando um
ou dois requisitos de projeto mudaram e é
necessário descobrir como estas mudanças
afetarão o resto do projeto. As vezes, esta
verificação tornará claro que todo o problema
mudou e um novo projeto completo é necessário.
(p. 61, tabela superior)
2. Quando o problema de projeto envolve a
conexão de muitos elementos, como no caso de
circuitos, tubulações, layout de edifícios,
sistemas de comunicação, etc. As ligações dos
requisitos podem ser verificados através da
listagem de todas as partes de um sistema como
fatores e definindo quando uma conexão é
necessária ou não em cada interação possível.
(p. 61, tabela superior)
Matrizes de interação podem também ser
usadas para estabelecer seqüências e ordens de
importância dos fatores. Neste caso, toda a área da
tabela é usada. (p. 61)
Cada “X” indica que o fator numa dada linha
é mais importante que o fator com que se relaciona
na coluna, por exemplo: o “X” no quadro entre os
fatores 1 e 2 (p. 61, tabela inferior) significa que o
fator na linha 1 vem antes do (é mais importante
que, afeta o) fator na coluna 2. Os totais indicam a
seqüência (a ordem) final dos fatores de 1 a 6.
Este método de estabelecer seqüências
pode ser aplicado em casos como:
1. Encontrar a seqüência de operação de um certo
número de controles. Neste caso, cada “X” indica
que o controle descrito na linha afeta a operação
do controle descrito na coluna, e não o contrário;
2. Dispor uma quantidade de requisitos de projeto
em ordem de importância. Este é um bom
método para conferir pesos prioritários para os
fatores nas tomadas de decisão.
Redes de interação: o padrão de
relacionamento entre um número de fatores que
interagem pode ser facilmente visualizado
reconfigurando a informação de uma matriz para
uma rede. (p. 62)
Cada número representa um fator e cada
linha representa um “X” de relação na matriz. A
relação ilustrada acima (p. 62) é obtida em dois
estágios.
1. Escrever os números em um círculo e desenhar
as conexões, correspondentes aos “X”, com o
mínimo de linhas possível – começando com os
números que possuem muitas conexões. (p. 61)
2. Redesenhar de forma ordenada, mantendo os
grupos de números interconectados separados
um dos outros e com o menor número de linhas
cruzadas possível, como no primeiro diagrama.
 Nos casos muito complicados, a confusão só 2in.
poderá ser desfeita com o uso de modelos - A dissipação de calor é entre 10% e 20% maior
tridimensionais. que em projetos existentes.

São exemplos do uso de redes de interação: Em todos os casos, o limite deve ser o mais distante
1. Tornar claro o padrão de interação entre todas as possível daqueles em acordo com os padrões de
especificações de desempenho em um problema desempenho pretendidos.
e então oferecer uma idéia das conseqüências
da modificação de qualquer necessidade 1.6.Conformação (obtaining agreement)
particular.
2. Tornar claro o padrão de conexão em qualquer A lista completa de Esp-D (Especificações de
problema que envolva a interconexão de muitas Desempenho) passa por todas as pessoas cuja
partes, por exemplo: circuitos, sistemas, planos participação no projeto final será necessária em um
de circulação, etc. estágio mais tarde. Nas reuniões e discussões
subseqüentes, todo esforço é feito para incorporar
1.5.Especificações de desempenho críticas válidas e omissões numa lista revisada.
Procura-se, neste ponto, descrever as
A completa separação de um problema da solução concordâncias de todos os tópicos envolvidos no
só pode ser obtida se os requisitos (as entendimento estrito de que o projeto prosseguirá
necessidades) são apresentados (expressos) nestas bases e todas as alterações e adições
apenas em termos de desempenho e sem quaisquer seguintes terão que ser contidas (reservada) para
indicações de forma, material ou desenho. Para incorporação (uso) em projetos futuros.
isso, cada requisito é re-escrito como uma
“Especificação de Desempenho” (ou Esp-D – no A finalização da lista de Esp-D apenas será possível
original, P-Spec), por exemplo: quando o trabalho preliminar estiver bem completo.
Enquanto este nível de completude não estiver
Especificação de projeto: Painel de controle a ser finalizado, erros e omissões significativas nas Esp-D
montado em 45° serão descobertas posteriormente. Nestes casos,
Esp-D: Painel de controle deve ser visível a partir de não será possível manter a separação entre o
todas as posições de operação problema e a solução e o Projeto Sistemático será
interrompido. Esta falha é mais provável de ocorrer
É difícil, para aqueles que estão acostumados a quando o Projeto Sistemático for empregado pela
trabalhar mais pela experiência do que pela análise, primeira vez em situações onde os métodos
pensar em termos exclusivos de desempenho. tradicionais são habituais. A grande dificuldade em
Muitas vezes, esta dificuldade pode ser superada introduzir o Projeto Sistemático é que suas
objetivando cada requisito através de um vantagens não são desfrutadas enquanto não for
Encadeamento lógico de questões (ver sessão 1.3) conduzida de forma mais bem mais completa que
nas primeiras tentativas. Aplicações bem sucedidas
Esp-D podem ser expressos, sempre que possível, são mais prováveis quando mudanças na
entre Limites (sessão 1.3). Organização foram introduzidas anteriormente.
Esp-D entre limites: Como no caso de novidades, este processo envolve
- Painéis de controle são visíveis dentro de mais ou um período de adaptação, durante o qual as coisas
menos 20° da normal a partir de todas as posições podem ficar piores antes de começar a melhorar.
dos olhos das pessoas com altura entre 5ft 3in e 6ft
2. Síntese
2.1.Pensamento criativo
Pouco se sabe sobre o que acontece na mente
durante o pensamento criativo, mas é claro que o
poder da imaginação, que qualquer pessoa pode
empregar na resolução de problemas de projeto,
depende de dois fatores externos:
1. Uma descrição clara do problema;
2. Uma atmosfera livre, na qual qualquer idéia,
tanto crua como ingênua, possa ser expressa a
qualquer hora, sem atentar para sua praticidade
(ser colocada em prática). O propósito dos
estágios anteriores é tornar possível uma
descrição clara do problema. Este trabalho irá
sugerir muitas idéias e soluções, que serão
reunidas em uma coleção separada de fichas,
como descrito na sessão 1.2. Quando as Esp-D
estiverem completas, podemos dar início a uma
busca mais cuidadosa por soluções.
Uma técnica útil é o chamado Brainstorming.
Aqueles envolvidos com o projeto e outras pessoas
de diferentes áreas e experiências são convidados a
um encontro informal. Depois que cada ítem das
especificações de desempenho ser lido, todos são
incentivados a comentar qualquer ideia, crítica ou
solução que venha à mente, por mais louca ou
excêntrica que ela possa parecer. O mediador não
faz nada, a não ser ler os problemas e manter a
ordem para que ninguém critique uma idéia de
forma alguma. Todas as idéias são registradas num
bloco de notas ou por gravação para análise
posterior.
O mesmo método de não inibir a apresentação de
idéias pode ser desenvolvido individualmente. Este
procedimento é válido como meio de liberar a
imaginação e assim obter um grande número de
idéias a partir de várias áreas de experiência em
pouco tempo. Deve ser seguido por um pensamento
mais lógico e cuidadoso, especialmente quanto aos
aspectos do problema em que não aparecem logo
as soluções óbvias. Nestes casos, se a imaginação
parece empacar e a nenhuma solução parece
possível, os seguintes métodos podem sugerir uma
solução:
1. Descrever as condições que podem tornar uma
solução possível;
2. Apresentar uma frase que descreva a dificuldade
encontrada e substituir cada palavra por
alternativas, por exemplo: ver página 64 e 65.
3. Descrever as conseqüências de não encontrar
uma solução para a dificuldade em questão.
Freqüentemente, isso mostrará que as
conseqüências podem ser toleradas ou sugerem
outras formas de evitá-las.
2.2.Soluções parciais
Métodos de projeto existentes, freqüentemente,
resultam em uma única solução que é tomada como
uma totalidade cujos detalhes são trabalhados mais
tarde. O Projeto Sistemático reverte este
procedimento. Uma ou mais soluções parciais para
cada Esp-D são primeiro buscadas e então
combinadas através da troca para oferecer várias
soluções alternativas.
Uma diferença vital entre este e outros métodos
existente é que cada solução parcial é considerada
como completamente independente de qualquer
outra. O objetivo é encontrar formas que respondam
cada Esp-D da melhor forma possível e não
considerar os conflitos que possam surgir entre
diferentes Esp-D, por exemplo: se uma Esp-D é
melhor satisfeita por um acesso aberto e outra Esp-
D é melhor satisfeita por uma opção restrita, as
duas soluções devem ser registradas em separado,
junto com uma estimativa da perda de desempenho
no caso do abandono do acesso completo e do
fechamento, respectivamente. Isto torna possível
encontrar soluções combinadas tendo os últimos
ajustes no estágio 2.4.
Fontes de soluções parciais são:
1. Um procura ao longo das idéias coletadas até
agora;
2. O uso do brainstorming, e outros métodos
lógicos descritos na sessão 2.1 e enumeradas
com pensamento criativo;
3. Observações e experiências com projetos
existentes e aparatos experimentos para medir o
grau com que cada Esp-D é satisfeito, sem
relação com qualquer outro.
Todas as soluções devem ser expressas em termos
de dimensionamento físico entre limites, como
descrito na próxima sessão.
2.3.Limites
Deve haver uma faixa de dimensões, formas e
variações das propriedades dos materiais que irá
satisfazer qualquer Esp-D em particular. É vital
expressar Soluções Parciais entre Limites, o que
mostrará claramente os extremos entre os quais
residem todas as soluções igualmente aceitáveis.
Isso significa o seguinte:
1. Todas as dimensões são seguidas pela
tolerância máxima aceitável, por exemplo: +1in.-
1in., +1in.-0in., +0in.-1in.;
2. Todas as formas são expressas como uma faixa
de formas, por exemplo: qualquer forma entre
um quadrado e um círculo;
3. As escolhas de materiais são expressas entre os
limites de suas propriedades, por exemplo:
qualquer material que tenha resistência A +/- a,
elasticidade b +/- b, etc.
2.4.Soluções combinadas
O propósito deste estágio é combinar as Soluções
parciais em Soluções combinadas com o menor
afastamento das especificações de desempenho
(Esp-D). Isso pode ser feito em certa extensão
olhando a lista de Soluções parciais e selecionando
de vista aqueles que parecem funcionar melhor
juntos. Como este processo envolve muito mais
alternativas do que a memória pode manejar sem se
confundir é necessário proceder em estágios.
1. Por exame e um pouco de tentativa e erro,
montar listas de
(a) Soluções parciais que são compatíveis, isto é,
que não entram em conflito;
(b) Soluções parciais que são incompatíveis, isto
é, em conflito.
Uma matriz de interação (1.4) pode ser usada
para verificar a compatibilidade de cada par de
soluções.
2. Verificar novamente as Interações entre fatores
(1.4) para encontrar seqüências lógicas nas
quais as Soluções parciais podem ser
combinadas. Por exemplo, no projeto de um
sistema de controle automático a Rede de
interação poderá apresentar o seguinte:
(1) O tipo do elemento de chaveamento depende
do:
(2) A freqüência do chaveamento, que depende
do:
(3) A velocidade de resposta, que depende do:
(4) O erro aceitável (tolerável), que depende do:
(5) Os custos relativos dos erros e dispositivos
de correção dos erros:
É correto começar com o fator mais independente,
neste caso é o custo dos erros, e combinar as
Soluções parciais na seqüência 4, 3, 2, 1, 5,
repetindo o processo até que o ótimo para o 5 ser
obtido. Desta forma podem ser obtidos relações de
soluções particulares compatíveis, que seguem
dentro dos Limites das suas respectivas Soluções
parciais.
As Soluções parciais compatíveis podem ser
tabuladas assim: (ver p. 67)
P12 é uma solução parcial. A figura 1 indica que ela
cai entre os limites dimensionais da solução parcial
para a Esp-D No. 1. A figura 2 indica que é
compatível com todas as outras soluções na relação
2 (set 2), compatibilidade descoberta por ambos ou
cada um dos métodos 1 e 2 acima. Pode ser mais
conveniente colocar pequenas ilustrações na tabela, desenhos de projetos anteriores são dispostos em
no lugar dos símbolos P12 e outros, e então será seqüência e informações são adicionadas em
possível ver de uma vez só o modo como as termos de razões para a mudança do projeto e
soluções particulares serão ajustadas umas com as detalhes de desempenho obtidos.
outras.
(Representação de tendências: ver tabela p. 68)
Como as caixas na tabela acima indicam, nenhuma
relação de soluções compatíveis satisfaz todas as Os espaços em branco (ver tabela p. 68) indicam
Especificações de desempenho (Esp-D). O aqueles anos onde não houve mudanças no projeto,
problema, então, é decidir quais combinações e ilustra a vida de cada projeto (design), além de ser
oferecem o menor ajuste e perda de desempenho. útil na indicação do grau de modificação de projeto
Freqüentemente a única maneira de fazer isso é apropriado para o tempo presente.
desenvolver várias listas (relações) no estágio onde
os desempenhos podem ser avaliados através da A Representação de uma nova solução é uma
tentativa e do experimento. maneira de comparar a (faixa de) variação de
soluções existentes, ou novas propostas, em
O método de projeto descrito até aqui ainda deixará relação à forma ou ao desempenho. Estas
uma grande quantidade detalhada de decisões para representações podem ser usadas para encontrar
serem feitas visualmente e pela experiência. áreas onde novas combinações de forma e
desempenho possam ser identificadas e irão
2.5.Representação da solução (Solution plotting) também mostras as áreas onde as soluções
existentes tendem a ser melhores. Novas
O projeto sistemático não procura apenas uma representações de solução, tanto para formas como
única solução, mas pretende encontrar uma relação para desempenhos, assumem a forma de gráficos,
de soluções e tornar claro de que modo cada uma nos quais as medidas das duas principais
se ajusta, ou não se ajusta, às especificações. características, forma e desempenho, são feitas ao
Finalmente, quando for necessário selecionar uma longo de eixos. Os pontos S1, S2, etc, marcam as
ou mais destas soluções para produção, a escolha características C1 e C2 das soluções. (ver gráfico p.
pode ser feita com total consciência dos resultados 68)
que podem ser esperados, e com uma grande
probabilidade de que soluções melhores não C1 e C2 podem ser de três tipos:
poderão ser encontradas com as fontes disponíveis. 1. Duas medidas de desempenho, por exemplo,
velocidade e confiabilidade, custo e capacidade.
A representação da solução é uma forma de tornar 2. Duas medidas de forma, por exemplo, largura e
clara as relações entre as soluções. Dois tipos de comprimento, volume e tipo de material.
relacionamento são considerados aqui: 3. Uma medida de desempenho e uma medida de
Tendências – ou seja, relações entre soluções forma, por exemplo, velocidade e largura,
anteriores; propriedade de manutenção e grau de
Novas soluções – relações entre todas as soluções isolamento.
alternativas possíveis.
As medidas usadas para quantificar as
A representação de uma tendência pode ser usada características de C1 e C2 são também escalas
para mostrar como a forma e o desempenho existentes, como comprimento e custo, ou índices
mudaram através dos anos. Fotografias ou obtidos através de estimativas e julgamentos entre
todo par de solução utilizando uma matriz de
interação (Seção 1.4) para dispor todas elas em
seqüência.
Os resultados da representação (plotting) de todas
as soluções existentes alternativas S1, S2, S3, etc.,
poderão ser padrões como aquele apresentado. No
exemplo acima, podemos concluir: que formas e
materiais existentes tendem a três tipos básicos de
projeto, representados pelos três grupos; aquele que
se localiza no centro de cada grupo pode ser o
melhor exemplo disponível de seu tipo; aqueles
exemplos isolados, como o S7, podem ser híbridos,
os quais irão em direção a um dos grupos vizinhos
se modificado pata incrementar alguma das
características C1, C2.
Quando a extensão das características desejáveis
são conhecidas, como mostrado em R1 e R2, a área
onde ambas ocorrem pode ser marcada na
representação de solução. Neste caso, a posição da
área hachurada mostra que apenas as soluções
periféricas S5, S10 e a solução híbrida S7 estão
incluídas. Isso pode sugerir a busca por um novo
grupo de projetos na direção superior e à direita da
área hachurada.
3. Avaliação
3.1.Métodos de avaliação
A avaliação é aqui compreendida como designação
de qualquer método pelo qual se possa detectar
deficiências nas soluções antes dos desenhos finais
de manufatura (construção) começarem a ser feitos,
antes do produtos ser vendido, antes de ser
instalado e antes de ser colocado em uso. O
propósito de qualquer método de avaliação é
detectar erros no estágio em que ele possa ser
corrigido ao menor custo, que é quando os
processos onerosos como o desenho, a manufatura,
a venda, a instalação e o uso não precisam ser
repetidos para se fazer uma correção.
O método tradicional de avaliação no projeto de
engenharia é feito através do bom senso e através
das referências de experiência de engenheiros e
desenhistas, enquanto o projeto está sobre a
prancheta. Quando o tipo certo de experiência está
disponível, e quando os métodos lógicos de
detecção de erros são muito caros ou consomem
muito tempo, este ainda é o método mais efetivo. O
desenho tradicional de engenharia pode, deste
modo, ser visto como um complicado modelo bi-
dimensional que permite antecipar os problemas de
manufatura, venda, instalação, operação e uso,
avaliando o projeto num estágio inicial.
Porém, nós já estamos nos aproximando de uma
situação onde a engenharia é chamada a projetar e
desenvolver equipamentos significativamente
complexos a partir de pouca ou nenhuma
experiência pré-existente e para as quais o desenho
de engenharia não oferece meios adequados de
avaliação. Ao mesmo tempo estamos ficando
acostumados a usar métodos de avaliação mais
dispendiosos, lógicos e exaustivos como
levantamentos de campo, pesquisas de mercado,
modelos, simuladores, computadores, pesquisas
operacionais, pré-produção, pré-engenharia e
planejamento do produto. O propósito desta e das
próximas seções é resumir o que é geralmente
conhecido entre estes novos métodos e mostrar
como se relacionam com as técnicas descritas
nestas notas.
Avaliação por Esp-D (especificações de
desempenho): A lista de especificações de
desempenho (seção 1.5) deve incluir uma grande
quantidade de itens a serem testados por avaliação.
A principal tarefa consiste em conceber testes,
processos ou outros métodos pelos quais cada
projeto é verificado diante cada requisito de
desempenho. Seria de grande ajuda se as Esp-D
fossem trabalhadas com estes testes em vista, por
exemplo: “acesso de tal forma que os terminais
possam ser verificados em menos de 1 minuto”;
“resistente de tal forma que que a parte A não
deforma mais que 0,01 inch em relação à parte B sobre as decisões de projeto. Sua
quando o carregamento máximo é repentinamente responsabilidade deverá ser listar as
aplicado”. A seção 1.3 é importante aqui. conseqüências possíveis das soluções e das
decisões submetidas ao comitê e predizer os
Avaliação por bom senso (julgamento): No projeto sub-problemas que cada solução ou decisão
de engenharia como ele é hoje - com novos e pode levantar.
estranhos métodos lógicos sendo usados aqui e ali, – Separação das decisões lógicas e julgamentos:
com uma demanda crescente para a integração dos Quando um método sistemático de projeto
componentes (outrora separados) em sistemas abrangente é usado poderá ser útil organizar
interativos complexos, com o surgimento contínuo uma nova “seção de projeto sistemático”,
de padrões de desempenho e eficiência, e com falta composta principalmente por jovens,
geral de tempo, fundos e informações que possam responsáveis pelo emprego do método e por
tornar as decisões lógicas possíveis - é necessário tomar todas as decisões de projeto, mas com a
usar uma mistura do bom senso experiente e das condição de que eles deverão estar aptos a
decisões lógicas na avaliação de qualquer projeto. demonstrar que todas as fontes disponíveis de
Estas notas podem ser vistas como uma tentativa experiência e julgamento foram consultadas -
de conectar o abismo considerável entre estes dois como no procedimento de revisão do projeto
métodos e superar as dificuldades inerentes do uso descrito acima.
da experiência e da lógica lado a lado em um
problema de projeto. Algumas sugestões para 3.2.Avaliação para operação, manufatura e vendas
misturar a experiência e lógica na avaliação são
dadas a seguir: Toda ciência e tecnologia pode ser vista como uma
– Tornando os julgamentos mais precisos: busca pelos meios exatos de prever o
estabelecer os julgamentos entre limites; comportamento das coisas físicas. Por este motivo,
estabelecer os julgamentos na forma negativa todos os métodos de cálculo e experimentação
(isto é, estabelecendo o que deve ser excluído); pelos quais o ensino da engenharia é composto são
colocar os julgamentos em ordem de importância relevantes para a avaliação de projetos e,
usando comparações pareadas em uma matriz obviamente, inclui muito mais do que pode ser
de relações; separar opiniões de fatos baseados resumido nestas notas.
na experiência consultando vários profissionais
ou por questões em cadeias lógicas. Todos estes No entanto, existe um aspecto principal do cálculo e
métodos foram indicados anteriormente. Outro do experimento que está bastante ausente no
procedimento é lista as conseqüências de ignorar ensino de engenharia atual e que é de central
cada julgamento. importância para um método de projeto sistemático.
– Ampliando a área do julgamento: O método Este aspecto é a predição do comportamento de
principal aqui é trazer a experiência de muitas muitos componentes relacionados, no decorrer de
pessoas para aquela avaliação que será feita. longos períodos de tempo. Cálculos tradicionais de
Isto pode ser feito por um comitê de revisão de engenharia são, muitas vezes, confinados à
projeto formado por pessoas experientes e predição de eventos isolados e em partes separadas
profissionais gabaritados, e talvez incluindo um de um problema de projeto, além de deixar para o
grupo de pessoas com experiência em campos julgamento (decisão) humano a ponderação do
fora da engenharia, como pesquisa científica, comportamento do projeto como um todo. Este pode
gerenciamento pessoal, contabilidade, saúde, ser o motivo pelo qual os engenheiros, atualmente,
etc. Este comitê não deve ter responsabilidade se deparam com tanto cálculo pesado.
 Pré-produção: o recurso necessário é uma pequena
“seção de produção”, separada das áreas de
Porém, nós estamos nos aproximando de uma produção principais, mas operando nos mesmos
situação na qual a avaliação e predição de padrões de precisão (ou imprecisão) e sob
desempenho dos projetos como um todo, e a limitações similares. Protótipos de produção e partes
extensão da sua vida útil, está caindo fora do devem ser feitas sem qualquer auxílio adicional ou
escopo da experiência. Novos e mais abrangentes adequação do tipo que é comum na produção de
métodos de cálculo estão surgindo, em muito devido protótipos. Esta etapa é orientada por uma equipe
à disposição de computadores de alta velocidade (!). de engenheiros treinados em projeto, estudo do
Mas, antes destes métodos sofisticados poderem método e engenharia de produção.
ser introduzidos em áreas de julgamento mais
incompreensíveis e complexas é tanto necessário Pré-venda (ver descrição, p. 72)
como possível dar início através de métodos de Pré-operação (ver descrição, p. 72)
avaliação lógica mais simples e “manuais”, como
estes que são descritos abaixo.
Esta abordagem “manual” ou semi-lógica para
avaliar pode ser a responsabilidade de uma “seção
sistemática de projeto”, comentada na seção 3.1.
Seu método básico de avaliação poderá ser:
1. Coleta e avaliação da experiência e do
julgamento (parecer) disponível (usando os
métodos descritos na seção 3.1);
2. Simulação (usando qualquer tipo de modelagem,
desenho, sistema de computação análogo e
experimento disponível e apropriado);
3. Predição lógica de todas as circunstâncias e
situações possíveis na qual o projeto poderá se
deparar ao longo de sua vida (usando matrizes
de interação e redes para verificar todas as
trocas e combinações);
4. Pré-produção em engenharia (Pre-engineering
development) (usando pequena escala mas
recursos reais para pré-produção, pré-venda e
pré-operação nas quais as dificuldades não
previstas são identificadas antes que uma
produção em larga escala, vendas e operações
tenham início).

A fase 4 apresenta uma relação de recursos

convenientemente elaborados, mas que não são
freqüentemente disponíveis nos estágios de
produção em engenharia, pelo menos até o
momento. Estes recursos são relacionados abaixo: