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HIGIENIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E VIDRAÇARIA EM

LABÓRATORIOS CLINICOS

Luciene Ribeiro de Oliveira


Juliana dos Santos Figueiredo
Kellen Cristhe Monteiro Medeiros
Mayke Line Rodrigues Silva
Marilia Gabriela de Paiva Farensena²

1. INTRODUÇÃO

O contexto teórico apresentado neste estudo refere-se a uma revisão bibliográfica em


relação a importância da Higienização adequada dos equipamentos e vidraçarias
utilizadas em laboratórios de analise clinicas, para a eficácia do estudo e analise das
amostras coletadas e também para a segurança dos profissionais que atuam nas analises
clinicas.
Neste contexto da segurança dos trabalhadores e qualidade dos resultados das análises e
compreensão do manejo dos equipamentos e a sua respectiva higienização deve ser
compreendidos para evitar riscos e dados e evitando assim preocupações sociais e
ambientais; tornando-se um estudo de suma importância para profissionais e
acadêmicos.
Ou, seja como contexto problematizador desta analise literária evidencia o auto índice
de contaminação dos trabalhadores que atuam em laboratórios bem como o índice de
erros nos exames realizados pela utilização dos equipamentos ou utensílios
contaminados.
Quando nos referimos a segurança do trabalhador, a área responsável pela orientação e
normatização dos protocolos de higienização estão ligados a Biossegurança. Seguindo
(Hirata; Mancini Filho, 2002), essas características e as orientações precisam de um
planejamento para atender as necessidades de seus usuários, “permitindo a realização de
suas atividades com toda a segurança” (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).
Como objetivos deste estudo, destaca-se: conhecer a organização e funcionamento de
um laboratório, quais a orientações da Anvisa em relação aos postura ética e realização
do trabalho dos profissionais que atuam diretamente com a manipulação das amostras;
quais os procedimentos para a higienização dos recipientes, conhecer o mapa de risco e
suas implicações nas atividades laboratoriais.
Para que haja uma compreensão em relação à organização estrutural e funcional do
laboratório se torna essencial prever o mobiliário, as comunicações, o tratamento
acústico, as linhas de serviços (gás, água, vácuo, ar comprimido, vapor, eletricidade,
esgotamento sanitário), “as barreiras de controle e de contenção, os equipamentos de
combate a incêndio, entre outras instalações”. (MENÉNDEZ-BOTET, 1993; SIMAS,
1998).
Em relação as vidraçarias, mais conhecidas como recipientes ou instrumentos
feitos de vidro, para a utilização nos procedimentos laboratoriais; são
apresentados como essenciais para os procedimentos de medições precisas,
misturas, aquecimento, armazenamento e observações visuais. As vidrarias
de laboratório são geralmente feitas de vidro borossilicato, que é resistente a
mudanças de temperatura e produtos químicos. As principais vidrarias usadas
em laboratórios incluem: Béquer, Erlenmeyer, Proveta, Pipeta, Tubo de
Ensaio, Balão Volumétrico, Cálice de Precipitação. A limpeza das vidrarias
de laboratório é crucial para evitar contaminação cruzada e resultados
imprecisos. A limpeza geralmente envolve os seguintes passos: Pré-lavagem,
Lavagem, enxague. Enxague com solvente, secagem e armazenamento .
(MENÉNDEZ-BOTET, 1993; SIMAS, 1998).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. AS VIDRARIAS DE LABORATÓRIOS
Quando se observa o histórico sobre os aparelhos de laboratórios, pode-se
destacar que eles eram feito de um “Grês” um material formado a partir de
uma argila com grãos mais finos, foram evoluindo mas a utilização do vidro
ocorreu apenas 5000 AC, mas ainda não era o vidro transparente que
utilizado atualmente, eram um vidro vulcânico. Os vidros transparentes foram
descobertos apenas no Século I, o denominado Vidro garrafa e aos
laboratórios por muito tempo ainda se utilizavam das técnicas antigas devido
ao alto custo das denominadas garrafas de vidro. E diante do processo de
criação do alemão Friedrich Otto Schott inventou em 1887, novos materiais
foram testados até os atuais utensílios que temos hoje. “Atualmente as
vidrarias de laboratório são produzidas com uma mistura de matéria-prima,
mas os principais componentes: Sílica, óxido de silício, óxido de cálcio,
carbonato de sódio, alumina ou óxido de alumínio, óxido de magnésio e
óxido de boro” (BATISTA, 2023 p.01)
Para a realização dos procedimentos laboratoriais as vidraçarias são
instrumentos importantes, são recursos materiais utilizados nos processos químicos para
misturas, reações e testes. Onde cada modelo tem uma funcionalidade no contexto
laboratorial. Apresentamos alguns:
Balão Fundo chato: Este equipamento é
utilizado no armazenamento de soluções,
pois facilita a homogeneização; seu formato
favorece o aquecimento brando e as reações
de gases.

Balão fundo Redondo: Os vidros em


formato de balão grande são apropriados
para substancias que precisam ser
aquecidas em elevadas temperaturas e um
aquecimento uniforme.
Balão de destilação: Neste recipiente se
armazenam misturas em processo de
destilação. Possibilitando assim que os
gases sejam separados.

Balão volumétrico: O balão Volumétrico é


mais utilizado no preparo de soluções que
tenham precisam de medidas exatas em
análise.

Bastão de vidro: É um equipamento que


possui haste é geralmente, está sendo usado
para direcionar um liquido de um recipiente
ao outro ou misturar substancia.

Bequér: Os Bequers foram um dos


recipientes mais utilizados nos laboratórios
e são utilizados para transferências de
líquidos, medidas e misturas.

Bureta: Geralmente um item da vidraçaria


utilizado para medir ou transferir líquidos.
Fonte: <https://www.todamateria.com.br/vidrarias-
laboratorio/>

2.2- NORMATIZAÇÃO DA BIOSSEGURANÇA

Ao longo dos tempos, foram se descobrindo a importância


das orientações em relação a manipulação e higienização
de utensílios corretos nos estabelecimentos de saúde para a
qualidade de vida dos trabalhadores, e o quanto essas
medidas de segurança podem evitar o adoecimento e a
eficácia dos resultados. Nasce neste contexto a
Biossegurança que é
(...) o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a
qualidade dos trabalhados envolvidos, orientando a manipulação e o descarte
de resíduos químicos, tóxicos e infectantes (VALLE, 2010 apud OLIVEIRA,
2020 p.08).

Pois os estabelecimentos que prestam serviços laboratoriais expõem seus profissionais a


uma grande variação de agentes e riscos ou ao contato de materiais e métodos
utilizados, que não são utilizados corretamente, causando dados físicos ou até mesmo
psicológicos, havendo assim a necessidade a criação de uma mapa de risco, também nas
atividades laboratoriais; o que evidencia a importância da biossegurança nesses
estabelecimentos.
As atividades realizadas em laboratório requerem do profissional uma série
de cuidados, justificada pelo risco à saúde, em função do manuseio de
material biológico contaminado, bem como da utilização de vidrarias,
equipamentos e produtos químicos. As boas práticas são fundamentais e
referem-se às normas de conduta que regem os trabalhos, de modo a garantir
a segurança individual e coletiva, bem como a reprodutibilidade da
metodologia e dos resultados obtidos. (OLIVEIRA, 2020 p.09).

2.2.1 NORMAS E PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO DOS


UTENSÍLIOS UTILIZADOS NAS ATIVIDADES
LABORATORIAIS.

Os cuidados pessoais no laboratório são essenciais para garantir a segurança e a


integridade dos experimentos, bem como prevenir acidentes. Alguns dos cuidados
pessoais mais importantes incluem, a utilização de uma vestimenta adequada composta
de caça comprida, jalecos e sapatos fechados; luvas apropriadas para cada substância,
ser assíduo e ter hábitos de higiene como: lavar as mãos corretamente; também são
importantes o descarte adequado dos produtos e os primeiros socorros com
equipamentos adequados em caso de emergência.
Seguir esses cuidados pessoais é fundamental para criar um ambiente de laboratório
seguro e minimizar riscos para os agentes, biomédico ou para os outros envolvidos nas
atividades de pesquisa ou análise.
2.2.1.1 DESCONTAMINAÇÃO, LIMPEZA E
ESTERILIZAÇÃO

O processo de higienização é fundamental para a prevenção da saúde e a eficácia


nos resultados. Bancadas e equipamentos e os equipamentos de segurança torna-se
fundamental nesse contexto.
2.2.2 ETAPAS BÁSICAS DE HIGIENE DAS VIDRAÇARIAS NOS
LABORATÓRIOS

As etapas básicas de higiene das vidrarias em laboratório são essenciais para garantir a
segurança e a qualidade dos experimentos realizados. O Ministério da Saúde e a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem um papel de monitoramento e
regulamentação das práticas de biossegurança, minimização dos riscos associados ao
trabalho.
Ou seja, com a implementação de protocolos de segurança houve a garantia da
qualidade dos resultados laboratoriais e a vida útil das vidrarias; tornando-se de extrema
importância seguir algumas etapas de higienização que incluem:
Pré-limpeza: Antes de iniciar a limpeza propriamente dita, é
importante observar e remover qualquer resíduo sólido
presente nas vidrarias, descartando qualquer conteúdo líquido
ou sólido, enxaguando as vidrarias com água para remover os
resíduos visíveis.
Limpeza Manual: A limpeza manual pode ser realizada
utilizando água e detergente. As vidrarias devem ser
completamente imersas na solução detergente e esfregadas
suavemente com uma escova macia ou espoja para remover
resíduos de substâncias. É importante lembrar de limpar
também as partes externas e os bocais das vidrarias, removendo
sujeiras e substancias aderidas.
Enxague: Após a limpeza manual, as vidrarias devem ser
enxaguadas completamente com água corrente. É necessário
enxaguar todas as partes das vidrarias para remover resíduos de
detergente.
Enxague com Solvente: Alguns casos, é necessário enxaguar
com o solvente adequado para remover substanciais insolúveis
em água.
Secagem: As vidrarias devem ser secas completamente antes
de serem utilizadas. A secagem pode ser feita deixando as
vidrarias escorrerem em uma grade de secagem ou em um
suporte adequado. É importante garantir que não haja acúmulo
de água nos locais ou em outras partes das vidrarias.
Armazenamento: Armazenar as vidrarias em locais secos,
protegendo-as de poeiras e contaminantes.
Esterilização: Em alguns casos é necessário esterilizar as
vidrarias para o uso de experimentos específicos. É importante
seguir os procedimentos específicos de esterilização
recomendados para cada tipo de vidraria. O manuseio correto
das vidrarias é essencial para garantir a segurança e a
integridade dos experimentos e prevenção de acidentes. É
fundamental inspecionar visualmente as vidrarias antes de
utiliza-las. Fissuras, trincas ou qualquer dano comprometem a
integridade do recipiente, podendo causar vazamentos ou
acidentes. (INSTITUDO BIOMEDICO 2023 p.01)

2.2.3 DESCARTE DAS VIDRAÇARIAS

O descarte das vidrarias deve ser feito de acordo com os protocolos estabelecidos pelo
laboratório. A primeira etapa do descarte é a limpeza das vidrarias, que envolve uma
lavagem com detergentes adequados ou esterilização por calor ou autoclave. “Após sua
limpeza as vidrarias devem ser armazenadas em local apropriado, separadas por tipo e
estado de contaminação. Seus recipientes devem ser identificados com informações
relevantes, como tipo de vidraria, resíduos presentes e data de descarte”. (INSTITUTO
BIOMEDICO 2023 p.01)
“Após o descarte final das vidrarias são necessários seguir as diretrizes estabelecidas
pelas autoridades locais ou pelas normas da instituição. Em termos gerais, é essencial
seguir um conjunto de medidas visando a proteção de riscos, perigos ou perdas as
pessoas ou coisas”. (INSTITUDO BIOMEDICO 2023 p.01). Portanto é fundamental que todos
sigam essas orientações e adotem as medidas adequadas de segurança das vidrarias em
laboratório.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Segundo os autores pesquisados observou-se que é de suma importância a


regulamentação e a realização das atividades normatizadas, para evitar risco de
adoecimentos e contaminação, bem como para a eficácia das análises. Essas normas
segundo Santos et al (2021 p.02) e Oliveira (2020) consistem em um conjunto de
procedimentos necessários aos profissionais que interagem com agentes
microbiológicos”; como se observam nas diversas pesquisas sobre a temática.
Neste contexto os equipamentos utilizados também precisam de uma atenção, em
relação a utilização e limpeza dos mesmos, como se observam nas orientações da
resolução (NR6 Portaria SIT nº194, de 07 de dezembro de 2010); que evidencia e
orienta como deve ser a higienização e descartes quando necessários das vidraçarias
utilizadas; passando pelas etapas adequadas que são: Pré-lavagem, limpeza manual,
enxague, enxague com solvente, secagem, armazenamento e esterilização. Minimizando
assim os riscos ocupacionais nos estabelecimentos voltados ao atendimento à saúde,
como evidenciam as colocações de (MAURO 2004).
Contudo, nesse processo de valorização da vida e minimização dos riscos aos
trabalhadores da saúde, a postura e os bons hábitos de higiene e assiduidade dos
próprios profissionais também precisam ser enfatizado, pois em muitas ações de
contagio e ineficácia das analises não esta ligado a falta de orientação e da criação de
um mapa de risco nos ambientes laboratoriais, mas sim da postura do próprio
trabalhador.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRASIL. PORTARIA SIT/DSST Nº 194 DE 07.12.2010/D.O.U.: 08.12.2010. Altera a


Norma Regulamentadora n.º 6 (Equipamentos de Proteção Individual - EPI).

BATISTA, Carolina. Vidrarias de laboratório. Acessado em 18/10/2023. Disponível:


<https://www.todamateria.com.br/vidrarias-laboratorio/>

HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J. Manual de biossegurança. São Paulo:


Manole, 2002.

INSTITUTO BIOMÉDICO. Comissão de Biossegurança do Instituto Biomédico.


Disponível em:<https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-
universitarios/regiaonordeste/hu.univasf/ensino.pesquisa/biblioteca/GuiadeBiossegura
naversofinal.pdf>

MENÉNDEZ-BOTET, C. Bioseguridad. In: Garantia de Clidad en el laboratório


clinico. Bogotá: Panamericana Formas e Impressos AS, Hipolito V. Ninõ, Luis A.
Barreira, 1993.

MAURO, M. Y. C. et al. Riscos Ocupacionais em Saúde. Rev. Enferm. UERJ. Rio de


Janeiro, 12: 338345,2004.

NORMA REGULAMENTADORA Nº6. Portaria SIT nº194, de 07 de dezembro de


2010.

NORMA REGULAMENTADORA Nº3. Segurança e saúde no Trabalho em Serviços


de Saúde.

NORMA REGULAMENTADORA Nº9. Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais.

NORMA REGULAMENTADORA Nº 26. Sinalização de Segurança.

OLIVEIRA, Marta Barros Leite de. (et Al). Guia de biossegurança e boas práticas
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SANTOS, Mariana Machado dos; SANTOS, Joice Sousa; Pereira, Ohanna


Cruz; Medrado, Alena Ribeiro Alves Peixoto. Percepção de discentes do curso de
Fisioterapia sobre as normas de biossegurança no ambiente hospitalar / Students'
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Fisioter. Bras ; 22(3): 365-384, Jul 15, 2021.Artigo em Português | LILACS |
ID: biblio-1284360.Biblioteca
responsável: BR1561.1<https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-
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TEIXEIRA, P., and VALLE, S., orgs. Biossegurança: uma abordagem


multidisciplinar [online]. 2nded. rev. and enl. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ,

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