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Copyright do texto © 2021 by Editora UnB.

Copyright das ilustrações © 2021 by Canva


Todos os direitos reservados.

PREPARAÇÃO
Ingrid Gonçalves

REVISÃO
Lais Cirilo

ILUSTRAÇÕES DE CAPA E DE MIOLO


Canva

ARTE DE CAPA
Lais Cirilo

CONTEÚDO ESCRITO
Letícia Vieira, Brenda Lamara, Lais Cirilo, Ingrid Gonçalves, Nathália Pradera

REVISÃO DE E-BOOK
Lais Cirilo

GERAÇÃO DE E-BOOK
Editora UnB

ISBN
00000-00001

Edição digital: 2021


1ªedição

Todos os direitos desta edição reservados à

EDITORA UNB LTDA.


UnB Universidade de Brasília, Centro de Vivência
Asa Norte,
Brasília - DF, 70910-900
Tel.: (61) 3107-1245
www.editoraunb.com.br

1
Esta obra é dedicada à Dra. Greyciane Lins
por nos orientar nesta jornada de criação,
esta admirável professora estará
sempre em nossos corações.

2
Sumário

Introdução _________________ 5

Biblio o quê? _________________ 6

Calouros _________________ 7

Veteranos _________________ 11

Formados _________________ 17

Docente _________________ 25

3
1 - Os livros são para serem usados

2 - A cada leitor o seu livro

3 - Para cada livro o seu leitor

4 - Poupe o tempo do leitor

5 - A biblioteca é um organismo

em crescimento

Ranganathan

4
Introdução

A seguinte obra disserta sobre o curso de Biblioteconomia, será


apresentado um breve resumo sobre o curso e suas aplicações,
juntamente com uma coletânea de entrevistas feitas com pessoas em
formação académica,formados ou exercendo a profissão de bibliotecário.
Tem como objetivo apresentar Biblioteconomia para leigos,expressar o
amor pelo curso e refletir sobre as experiências relatadas. Este livro foi
feito por futuras bibliotecárias para todos que tenham interesse em
conhecer este mundo maravilhoso da biblioteconomia.

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Biblio o quê?

O ser humano sempre deteve a necessidade de organizar-se, e com seus


conhecimentos não seria diferente, pois aprendemos com o passado a
nos aprimorar. Assim houve a necessidade de criação das bibliotecas,
todo conhecimento em forma física para ser acessado quando necessário,
mas seria preciso que este ambiente estivesse igualmente ordenado.
Inevitavelmente era preciso de um profissional para tal função
meticulosa: o bibliotecário. E para sua capacitação: a biblioteconomia.

Tendo seus primórdios a partir do século XIX, etimologicamente


“biblioteconomia é o conjunto de regras de acordo com as quais os livros
são organizados em espaços apropriados: estantes, salas, edifícios”
(FONSECA,2007, p.). A biblioteconomia começou a se tornar
reconhecida como uma área necessária e relevante para a sociedade.
Martin Schrettinger (1809-1829), defendeu que Biblioteconomia poderia
ser denominada como o resumo de todas as diretrizes teóricas
necessárias para a organização intencional de uma biblioteca, indicando
que o foco da Biblioteconomia é assegurar o acesso rápido e certo aos
documentos na biblioteca.

A Biblioteconomia possui relação direta com a Ciência da Informação e


Documentação, tem como objetivo planejar, organizar, recuperar e
disseminar a informação, sendo assim, seu campo de atuação vai além
das bibliotecas. O bibliotecário pode encarregar-se na gestão
documental, administração de acervos e banco de dados, catalogação,
pesquisa e conservação de acervo; em órgãos de gestão patrimonial ou
empresarial, centros de informação, livrarias, editoras e etc.

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1) Como você conheceu a Biblioteconomia e o que te fez
escolher o curso?

Eu sempre me rotulei como uma pessoa indecisa, perdida, por gostar


de muitas coisas e isso ficou mais na minha cabeça na época dos
vestibulares, mas o que eu descobri foi que eu não era uma pessoa
indecisa, eu era uma que gostava de aprender. E a partir daí que eu
mudei meus objetivos, eu não queria decidir uma área específica para
estudar, eu queria achar um curso que pudesse englobar tudo o que eu
gostava e ainda, pudesse compartilhar com o próximo. E foi aí que meus
pais me aconselharam a conversar com minha tia, Lívia, que além de
muito sábia e ótima conselheira, é formada em Biblioteconomia. Eu
conversei com ela e depois dessa conversa eu já estava apaixonada por
Biblioteconomia mas ela me disse para pesquisar mais para ver se era
isso que eu realmente queria e assim eu fiz. Eu li bastante sobre
Biblioteconomia, assim, desde o início do Ensino Médio eu já estava
certa que queria Biblioteconomia. Mesmo às vezes considerando outro
curso, Biblioteconomia estava sempre entre os "escolhidos".

2) Sua primeira impressão do curso correspondeu ao que


você esperava ou foi totalmente diferente?

O curso me surpreendeu, na verdade. Eu já tinha lido bastante acerca


da Biblioteconomia antes, mas parece que quando a gente entra no curso
de fato e fala com pessoas na área e ouve suas histórias e experiências
que entendemos de verdade o curso.

3) Você mudou sua ideia sobre a Biblioteconomia desde que


entrou no curso? Conte um pouco sobre o que conhecia do
assunto antes da faculdade, se possível.

Agora que eu estou dentro do curso, eu lembro do que eu lia sobre


Biblioteconomia antes e percebo que não existe muito conteúdo atual
sobre essa área. Eu até sabia que a Biblioteconomia tinha se atualizado
por causa da Revolução Tecnológica, mas não sabia que era tanto! E eu
só tive conhecimento disso quando comecei a cursar e de fato, me
surpreendeu positivamente. E acho que seria um ponto que abriria os
olhos de muitos futuros universitários para saber que a Biblioteconomia

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é mais do que técnicas de organização de livros como aparece
predominante nos sites populares.

4)‌Você tem boas expectativas para o seu futuro no curso?

Muito boas. Tenho grandes ambições e acho que o curso me ajudará


muito.

5)‌Você acredita que assim como você, seria legal que cada
vez mais futuros estudantes universitários conhecessem a
Biblioteconomia e que o curso fosse mais abordado fora da
nossa comunidade?

Sim! Como eu disse no tópico 3, eu percebi que não existem explicações


simples e, principalmente, conteúdos atualizados do que é
Biblioteconomia em sites populares. Então, seria muito bacana mostrar a
nova Biblioteconomia para futuros universitários, eles com certeza se
surpreenderiam.

D. C, caloura em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília.


1) Como você conheceu a Biblioteconomia e o que te fez
escolher o curso?

Eu conheci esse curso através de uma amiga minha, ela me falou que
esse curso era legal e as pessoas que são organizadas se dão bem. Foi
assim que eu escolhi esse curso.

2) Sua primeira impressão do curso correspondeu ao que


você esperava ou foi totalmente diferente?

A minha primeira impressão do curso foi totalmente diferente, eu já


imaginava que iria aprender tudo sobre biblioteca logo no 1 semestre

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3) Você mudou sua ideia sobre a Biblioteconomia desde que
entrou no curso? Conte um pouco sobre o que conhecia do
assunto antes da faculdade, se possível.

Então, eu entrei nesse curso com um pé atrás e outro na frente, eu não


conhecia muito sobre antes de entrar, só conheci mesmo um pouco mais
depois que iniciei. E sim, minha ideia sobre o curso mudou um pouco,no
início eu estava achando tudo desanimado, após um tempo eu comecei a
gostar mais.

4)‌Você tem boas expectativas para o seu futuro no curso?

Sim, minhas expectativas no futuro são de conseguir um emprego


nessa área, ser uma ótima profissional e também penso em fazer
concurso público.

G. B, graduanda em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília, 1°


semestre

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1) Como você conheceu o curso?

Conheci o curso quando estava no ensino médio pesquisando quais


cursos seriam interessantes eu fazer e exercer a profissão, foi pelo antigo
Matrícula Web.

2) Está sendo como você imaginava? O que mudou em sua


percepção desde o início do curso?

Não está sendo como imaginava. Eu no início do curso estava mais


animada e curiosa pela área.

3) Quais as suas expectativas agora que você está próximo


de exercer a profissão?

Minhas expectativas estão baixas, não tem concurso abrindo e quando


abre vaga de emprego, são poucas e exigindo experiência, sem ser
estágio.

4) Por fim, compartilhe um relato, um momento ou uma


história interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de Biblioteconomia.

Quando fiz introdução à filosofia, o professor foi o único de outras


áreas que tive aula que tinha um conhecimento mais concreto e realista
do que é Biblioteconomia e Ciência da Informação. As pessoas ainda não
sabem que a área é mais que bibliotecas e livros.

K.S, graduanda em biblioteconomia pela Universidade de Brasília, 9°


semestre

1) Como você conheceu o curso?

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Conheci o curso de Biblioteconomia através do site da Universidade de
Brasília. Quando no ensino médio, não tinha certeza do que eu queria e
então fui olhar a lista de cursos que a universidade oferecia e anotei
como uma possível opção devido ao perfil de aluno desejado que eles
explicitam.

2) Está sendo como você imaginava? O que mudou em sua


percepção desde o início do curso?

Por não ter tanto conhecimento sobre o curso e a área de atuação não
tinha expectativas específicas, apenas imaginava que envolveria
documentos, livros e acervos. Houve, então, uma grande mudança de
percepção, pois o curso aborda questões muito além do documento
físico, mas todo o ciclo da informação e seu impacto na sociedade.

3) Quais as suas expectativas agora que você está próximo


de exercer a profissão?

Agora que estou perto de exercer a profissão a expectativa maior é a


existência de vagas na área, em especial para lidar com aspectos
administrativos e gerenciais, que são os que mais possuo afinidade.

4) Por fim, compartilhe um relato, um momento ou uma


história interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de Biblioteconomia.

Por fim, posso dizer que a Biblioteconomia me proporcionou diversos


momentos interessantes tanto na universidade, como por exemplo
comemorações de turma, coffee breaks e até mesmo a espera entre uma
aula e outra, mas que com amigos se tornaram momentos descontraídos
e marcantes, como momentos vividos em estágios como celebrações de
aniversário, desenvolvimento de projetos, atendimento de usuário de
bibliotecas, entre outros.

V. C, graduando em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília, 8°


semestre

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...

1) Como você conheceu o curso?

Conheci o curso uns anos antes e ingressei na UnB, minha professora


de piano havia comentado que a irmã fez Biblioteconomia.

2) Está sendo como você imaginava? O que mudou em sua


percepção desde o início do curso?

Eu não tinha muitas expectativas com relação ao curso. Mas em meu


pensamento só iria mexer com livros, porém percebi que
Biblioteconomia vai além de livros, ela lida com informação, organiza e
destrincha dados.

3) Quais as suas expectativas agora que você está próximo


de exercer a profissão?

O curso abriu meus olhos para o mundo científico. Porém como a


maioria, almejo o concurso público. Então a ideia é ser concursada e
dedicar a pesquisa.

4) Por fim, compartilhe um relato, um momento ou uma


história interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de Biblioteconomia

O curso ofereceu diversas histórias que me marcaram, amizades e


professores que admiro muito. Para mim a disciplina Bibliografia abriu
um novo universo para mim, trabalhar com Indicadores, ver que existe
Metrias da informação mudou meu olhar e fez me apaixonar por biblio.
E o meu projeto de extensão, ver que a catalogação, ambientes digitais
podem ser bem interessantes, trabalhei com o Repositório Institucional
da UnB. Gostei tanto de trabalhar com o professor que hoje ele é meu
orientador de PIBIC.

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V. M, graduando em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília, 6º
semestre

1) Como você conheceu o curso?

Conheci o curso quando conheci uma bibliotecária que era da família


do meu cunhado. Então conversei bastante com ela sobre a profissão
dela, inclusive sobre ela ser concursada do Senado. A partir daí eu
pesquisei sobre o curso na internet e percebi que tinha muito a ver
comigo e com o que eu gosto de fazer. E então decidi fazer PAS e o
vestibular.

2) Está sendo como você imaginava? O que mudou em sua


percepção desde o início do curso?

No começo eu já me apaixonei de cara e realmente percebi que era


aquilo que eu queria ser e fazer da vida. Então isso fez com que eu tivesse
mais motivação para continuar o curso. Com o tempo a gente vai
conhecendo a desvalorização do profissional fora do concurso público. E
também que para ser um bibliotecário e fazer a diferença nos lugares
onde você trabalha, você tem que se esforçar muito e mostrar o seu valor.

3) Quais as suas expectativas agora que você está próximo


de exercer a profissão?

A minha grande expectativa é terminar logo mesmo. Se você não se


planejar para formar desde o início, isso acaba te atrapalhando no final.
E a pandemia acabou com todos os meus planos de formar ano passado.
Eu também fiz um curso a distância de pedagogia desde 2018 e já formei
antes mesmo de ‘biblio’. Então pretendo por agora passar no concurso da
secretaria de educação para trabalhar como professora. Para então
começar a estudar para algum concurso de Biblioteconomia.

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4) Por fim, compartilhe um relato, um momento ou uma
história interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de Biblioteconomia.

Um dos momentos mais marcantes para mim foi quando eu fiz o


estágio obrigatório em uma biblioteca escolar, trabalhei lá por quase 3
semanas. E foi uma experiência maravilhosa, o contato com as crianças
foi incrível!

B. K, graduanda em biblioteconomia pela Universidade de Brasília,


10º/11º semestre

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1)‌Como está sendo exercer a função (bibliotecário), condizia
com suas expectativas?

Costumo dizer que nossa formação é composta por uma ponte, onde de
um lado temos nossa vida antes da universidade e do outro nossa vida
após a conclusão de nossa formação. O que vivenciamos quando estamos
na travessia desta ponte determina consideravelmente nossa capacidade
de lidar com o que encontramos ao fim da travessia, ou seja, recebemos a
teoria e precisamos aplicá-la na prática. O curso atendeu as minhas
expectativas, uma vez que todas as dúvidas que tinha durante a
graduação foram transformadas em certeza de fazer o que nasci pra fazer
e não sabia: ser bibliotecária. No entanto, considero que a grade
curricular foi um tanto insuficiente para a realidade do mercado,
principalmente no aspecto tecnológico ao qual sempre tive apreço e que
atuo. É como aquele bordão que diz "na prática a teoria é outra".

2)‌Quanto a pandemia afetou em sua profissão?

A pandemia afetou consideravelmente minha atuação, mas de forma


positiva. Muitas empresas/instituições não priorizam o investimento em
bibliotecas e a atuação online, que vem se configurando em um
atendimento híbrido dos serviços e produtos da biblioteca, só se tornou
possível com a impossibilidade de permanecer no tradicional. A
aquisição de dispositivos eletrônicos e uso do whatsapp, por exemplo, foi
uma grande conquista para mim e o público que atendo diariamente, ou
seja, tive mais oportunidade de manter a biblioteca viva, atuante e
inovadora.

3)‌O que o seu trabalho nas redes sociais e com o YouTube


mudou na sua vida?

Absolutamente, tudo. As mídias sociais me possibilitaram conhecer


outros profissionais da área - estreitando laços e trocando saberes - e
conhecer mais acerca do mercado editorial e do hábito de leitura dos
brasileiros. A produção de conteúdo biblioteconômico e literário me
ajuda a estar sempre antenada nos últimos lançamentos de livros (o que
me ajuda muito no processo de seleção de obras para o acervo da

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biblioteca); a realizar parcerias e trabalhos para e com editoras; a
mostrar a Biblioteconomia para leigos, reforçando nossa importância
social e inspirando outras pessoas.

4)‌A quanto tempo você trabalha como criadora de conteúdo


digital sobre biblioteconomia, o que te motivou a criar o
“Biblioteca Híbrida”?

A vontade de produzir conteúdo online era antiga, mas se concretizou


em 2018 quando eu buscava uma válvula de escape da rotina. Então,
retomei meu hábito de leitura e criei um perfil no instagram para
compartilhar minhas opiniões e resenhas dos livros que lia. Nesses 3
anos, o “Biblioteca Híbrida” alcançou patamares que não imaginava nem
cobiçava inicialmente e sou muito feliz por ter o privilégio e a
oportunidade de fazer a diferença de alguma forma.

5) Por fim, compartilhe um relato, um momento ou uma


história interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de Biblioteconomia

Eu não queria cursar Biblioteconomia no início. Tentei transferência de


curso e até de universidade. Acredito muito em destino e interferência
divina na minha trajetória que não foi nada fácil, mas que valeu a pena
desde as dificuldades até as conquistas e posso dizer que não me vejo
fazendo outra coisa na vida.

A. G, formada em biblioteconomia pela Universidade de Brasília.


Produz conteúdo digital referente a biblioteconomia.

1) Como você conheceu o curso?

Eu conheci o curso quando eu já estudava na UnB, fazia Letras. Eu


queria mudar de curso, assim conheci Arquivologia, mas só tinha o

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período da noite, então acabei começando Biblio. Foi assim que eu
conheci, abandonei o curso de letra e fiz outro vestibular para Biblio.

2) Como foi sua experiência acadêmica, condiz com suas


expectativas?

A minha experiência acadêmica foi boa, mas poderia ter sido melhor.
Explico o porquê: O curso que eu fazia antes, de Letras, tinha o dobro de
créditos das matérias de Biblio, então eu vim de um ritmo muito insano,
umas 6/7 matérias por semestre, era um ritmo muito acelerado. Quando
cheguei em Biblio, por já ter alguns créditos de outras matérias, eu senti
meu ritmo desacelerar. No 1º semestre, por exemplo, eu fiquei só com 3
matérias, então eu peguei mais matérias no início para tentar manter o
ritmo que eu vinha antes.
A minha primeira impressão foi que seria um curso um pouco menos
profundo do que eu esperava. Conforme eu fui avançando no curso, fui
me interessando por algumas áreas como editoração gráfica, dados, etc.
Sempre fui boa aluna, tirei um único MS em todo o período e só tirava
SS, o que não significa que eu tive aproveitamento total em todas. Mas
eu esperava um pouco mais do curso, e eu sei que quem faz o curso é a
gente. Me arrependo de não ter entrado na iniciação científica para
ingressar no mestrado já.
No mais eu tive excelentes professores, que nunca vou esquecer, como
a professora Fernanda Moreno, a professora Rita, os “Márcios” - tanto o
de Base de Dados, quanto o de InfoDoc, o professor Rodrigo. Professores
que eu admiro muito e que acompanho o trabalho acadêmico deles,
formei amigos para a vida inteira, e tenho muito carinho pela faculdade
em si.
E se eu pudesse dar um conselho para quem está fazendo agora, seria
ingressar na área de dados mesmo, tanto análise quanto refinamento de
dados. Porque o mercado tem um déficit muito grande de profissionais
em si.
Esqueci de citar a professora Kelley Gasque, que foi super importante
para mim. A matéria de Estudo de Usuários foi o que me despertou para
essa questão da experiência do usuário, não só em bibliotecas e unidades
de informação, mas para softwares, interação humano-computador, etc.
Então o ponto de partida do meu interesse pelo estudo dos usuários e
comportamentos em si, veio da matéria de estudo dos usuários. Para

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mim o contato com essa matéria, com a pesquisa, com as entrevistas que
temos que fazer na disciplina, foi fundamental para despertar interesse
nessa área que eu gosto tanto.

3) Quais suas expectativas para o futuro, pretende seguir a


carreira na área?

Ingressar no mestrado. Agora estou fazendo uma pós-graduação em


Experiência do Usuário, mais voltado para o Design, design de sistema e
serviços. Não pretendo seguir na área de ‘biblio’, especificamente, mas
seguir na área de design de serviços, me especializar mais em gestão de
projetos ou no que eu estou fazendo atualmente, que é mais TI,
requisitos, qualidade de software. E apesar de não ser ciência da
informação, propriamente dita, conversa um pouco com ‘biblio’. Mas
caso eu siga algum dia, eu iria para uma área mais voltada para educação
ou ciência de dados mesmo, eu não gostaria de biblioteca em si, não
tenho muito interesse e também não vejo um crescimento muito grande
no mercado, pelo contrário, vejo um retrocesso e uma desvalorização
cada vez maior.
A ‘biblio’ é uma área muito rica, muito vasta, de ampla atuação, mas
que infelizmente não se atualiza. Temos uma gama imensa de
possibilidades, mas o curso em si não se atualiza. Eu entendo que são
questões profundas e muito burocráticas para que haja uma atualização
curricular do curso, mas é muito difícil você pegar a grade curricular do
curso hoje e tentar aplicar para as profissões atuais ou futuras. Na
realidade, se você por si mesmo não buscar, se atualizar, se aprofundar
no que está acontecendo no mundo hoje, no mercado profissional hoje, o
curso não vai te entregar. Eu entendi isso durante a faculdade e busquei
ir para áreas que, além de me identificar, eu pudesse ter sucesso
profissional. Foi aí que eu juntei minha habilidade gráfica de design,
meu olhar crítico, com a parte que eu amo, que são pessoas. Amo lidar
com pessoas, ser intermediadora, gosto de ser um meio, analisar as
experiências dos usuários, estudar esses usuários, e casando com esse
olhar crítico de design gráfico, foi perfeito para mim e é o que eu estou
tentando fazer hoje.

C. J, formada em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília.

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1)‌Como você conheceu o curso e como foi sua experiência
acadêmica?

Eu conheci o curso através de uma amiga. Minha experiência


acadêmica foi excelente, professores fantásticos. E quando comecei a
estudar ‘biblio’ comecei a atuar como auxiliar em uma biblioteca. Onde
pude ver na prática tudo que aprendia na parte teórica.

2)‌Está exercendo a função (bibliotecário)? condizia com


suas expectativas?

Atuo como bibliotecária há mais de 15 anos. Tive a oportunidade de


estar em bibliotecas acadêmicas, escolares, públicas e em arquivo de
jornal. Sempre fui muito feliz com a profissão. Hoje atuo como mentora
e palestrante.

3)‌A pandemia afetou a sua profissão?

Sim. Acredito que a todos.

4)‌A quanto tempo você trabalha como criadora de conteúdo


digital sobre biblioteconomia, o que te motivou a criá-lo?

Comecei este ano. O que me motivou foi justamente o fato de estarmos


em quarentena.

5)‌Por fim, compartilhe um relato, um momento ou uma


história interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de biblioteconomia ou na sua profissão.

Bom... Com o tempo que já estou atuando no mercado, com certeza


tenho muita história para contar. Rsrsrs
Mas gosto de contar a história de como minha autoridade mudou
quando comecei a gerir com liderança. Mudando a mentalidade de toda
uma instituição, uma cidade... sendo reconhecida e valorizada.

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K. M, formada em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Mato
Grosso. Produz conteúdo digital referente a Biblioteconomia


1)‌Como você conheceu o curso e como foi sua experiência
acadêmica?

Conheci o curso por indicação de um amigo da família. Pesquisei sobre


o curso, curti e resolvi arriscar. Minha experiência acadêmica foi muito
rica! Tive oportunidade de realizar várias atividades tanto em ensino,
quanto pesquisa e extensão. Fiz Iniciação Científica, Monitoria, organizei
um evento científico. Também fiz alguns estágios, como na Biblioteca da
Faculdade de Direito do Recife. Até fui atleta universitária.

2)‌Está exercendo a função (bibliotecário)? condizia com


suas expectativas?

Hoje atuo como bibliotecária enquanto empreendedora, com serviços


de normalização bibliográfica e consultoria. Também estou atualmente
no time de Gestão da Informação da Gerência de Planejamento da
Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco.

3)‌Quanto a pandemia afetou em sua profissão?

A pandemia mudou totalmente a minha atuação profissional. Saí da


chefia de uma biblioteca universitária privada e então comecei as
atividades de normalização.

4)‌A quanto tempo você trabalha como criadora de conteúdo


digital sobre biblioteconomia, o que te motivou a criá-lo?

Trabalho com conteúdo digital desde o início de 2021 e o que me


motivou foi a mudança de perspectiva na área de atuação e nas relações
humanas. Percebi que era uma maneira inevitável de formar conexões,
além de captar clientes.

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5)‌Compartilhe um relato, um momento ou uma história
interessante, marcante ou legal que você presenciou
envolvendo o curso de biblioteconomia ou na sua profissão.

Recordo de vários momentos marcantes, desafiadores e felizes durante


minhas vivências acadêmicas. Um deles foi a oportunidade de integrar a
Comissão Científica e Geral do Encontro Regional dos Estudantes de
Biblioteconomia, Documentação, Gestão e Ciência da Informação,
sediado em Recife, 2018. Atuei na estruturação dos temas, programação
do evento, comissão avaliadora e até mesmo na publicação do livro
digital resultante de todos os artigos que foram apresentados durante o
Encontro. Um momento de muita troca e desenvolvimento
pessoal/profissional compartilhado com estudantes e profissionais de
todo o Brasil.

K. L. F, Graduada em Biblioteconomia e Mestre em Ciência da


Informação pela Universidade Federal do Pernambuco.

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1)‌O que motivou você a dar aulas na área da
Biblioteconomia?

Eu sempre quis ser professora, e desde criança eu brincava de quadro e


giz e era muito atenta às aulas. Conversava com os professores, pedia
livros a mais para ler em casa. Minha mãe é professora, mas ela não
incentivava por causa do salário e estresse. Eu queria fazer filosofia na
graduação, e vi que o curso de Biblioteconomia tinha algo de filosofia
(lógica pra análise da informação, classificação). Fiz o curso, trabalhei
em bibliotecas, mas queria me aprofundar mais e fazer pesquisa. Fiz
mestrado e doutorado, continuei trabalhando em bibliotecas, mas fui dar
aula na área de tecnologia. Voltar para Biblioteconomia como professora
foi especial, porque depois de mais de 15 anos trabalhando em
bibliotecas, consultorias de acervos e editoras, vi que poderia ajudar os
estudantes com a prática que só se vê no mercado de trabalho.

2)‌Você enxerga que, ao longo dos seus anos no magistério,


os alunos e alunas têm se mostrado mais entusiasmados
com o curso?

Os alunos possuem diferentes entusiasmos, alguns amam o curso na


sua essência, outros gostam mais de tecnologia, outros estão por
interesse em fazer concursos. O que vejo são entusiasmos diferentes, e eu
e os colegas professores respeitamos todos eles, porque também temos
interesses diversos. O entusiasmo se dá uma vez que o estudante
encontra seu assunto preferido em alguma aula, e consegue se
aprofundar mais na temática com apoio do professor. Se não há interesse
ou se ainda não se encontrou, conversar com professores faz toda a
diferença.

3)‌Como você acredita que podemos ampliar o acesso ao


curso, no sentido de levar maior conhecimento sobre a
Biblioteconomia para quem é de fora da área?

A história das bibliotecas e dos livros é a história da humanidade. As


bibliotecas e arquivos surgem com a evolução dos suportes escritos do
pensamento humano. Não há nada mais belo na história da humanidade
do que a expressão da mente humana registrada nos livros. Os livros são

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objetos transcendentes (como diz Caetano Veloso na música Livros),
sagrados, símbolo do conhecimento e sabedoria. São a memória da nossa
vida, dos sábios, dos poetas.

O bibliotecário é o guardião dessa memória, junto com os colegas


arquivistas e museólogos.

Mesmo com todas as tecnologias, bibliotecários são necessários, e


ainda mais necessários exatamente por causa das tecnologias e a volta do
obscurantismo em que a sociedade se encontra. Acredito que levar essa
consciência para a população através das próprias bibliotecas públicas e
escolares é o primeiro passo, fazendo-se presente na sociedade. A
parceria entre professores dos ensinos fundamental e médio é uma boa
estratégia para divulgação da área.

4)‌O que você espera da profissão no futuro e dessa nova


geração de profissionais que está se formando agora?

Os estudantes estão muito mais críticos e atentos às mudanças e


necessidades sociais do que a minha geração. Espero que eles sejam
ouvidos pelo poder público e pelas instâncias superiores, que saibam se
colocar e fazerem com que as bibliotecas sejam respeitadas. Que
estudem muitos idiomas, tecnologias e que sejam felizes na profissão e
nunca deixem de estudar. A informação e a educação libertam a
sociedade da ignorância e o bibliotecário é essencial no suporte à
educação.

Bibliotecários são necessários, nunca se esqueçam.

G.S.L, professora Dra. em Ciência da Informação na Faculdade de


Ciência da Informação na Universidade de Brasília (UnB).

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