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PÓS GRADUAÇÃO

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CRIANDO NOVOS LEITORES E AUTORES

ADILSON FERREIRA SALES

ITATIBA

2021
INDICE

Apresentação. . . . . . . . 4

A necessidade . . . . . . . . 5

Língua falada x língua escrita . . . . . 5

Uma barreira a ser quebrada . . . . . . 6

A produção textual . . . . . . . 7

Formando leitores e escritores, passo a passo . . . 9

O texto: da ideia à execução . . . . . . 11

Conclusão. . . . . . . . . 12

Bibliografia . . . . . . . . 14
APRESENTAÇÃO

O ambiente escolar faz parte da minha vida, desde 2009. Mas a paixão pela educação
existia há muito tempo, pois sou cristão e a igreja é uma grande incentivadora da leitura bíblica
e da busca de conhecimento, fato que gosto de balizar com o relato paulino no contexto do
livro histórico de Atos, capítulo 17, versículos 1, 2, 10 e 11; onde lemos: “Tendo passado por
Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga judaica. Segundo o
seu costume, Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras,
... Logo que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Chegando ali, eles foram
à sinagoga judaica. Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a
mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era
assim mesmo.” Foi nesse ambiente religioso que passei a dar aula na escola bíblica dominical,
para jovens e adolescentes.

Após prestar concurso público para inspetor de alunos, em 2009 passei a trabalhar numa
escola pública no munícipio de Itatiba e foram tempos de grande aprendizado. Em 2014 me
formei no curso de pedagogia; prestei concurso novamente e em 2017 assumi minha primeira
turma de 3º ano, noutra escola do mesmo município como professor PEB I.

Em 2018, assumi outra turma de 3º ano, numa outra escola de Itatiba. Porém em
setembro do mesmo ano fui trabalhar por um período na Secretaria de Ação Social, onde fiquei
por 2 anos. Em dezembro de 2020 pedi para voltar para minha antiga função, com intenção de
começar o ano seguinte com uma nova turma, e provavelmente noutra unidade escolar.

O período em que estive fora do ambiente escolar, coincidiu a maior parte com a
pandemia de COVID-19 e sendo pai de três crianças de 9, 10 e 13 anos confesso que tive muita
dificuldade em conciliar ser pai e professor. Tinha esperanças de que ao retornar para o
ambiente escolar, as crianças já poderiam voltar para escola, mas está não é a realidade até
então, em julho de 2021.
A NECESSIDADE

Algo muito comum entre o ensino no ambiente religioso e não religioso é a dificuldade
em se expressar em palavras, de forma coerente e de acordo com as regras gramaticas e
ortográficas, aquilo que se deseja transmitir.

Falando de alunos de um modo geral, em contato com adolescentes já prestes a se


formar no ensino fundamental notava o medo de encarar novos desafios no ensino médio e
poucos manifestavam seu sonho ou desejo de cursar uma faculdade e grande parte desse medo
era gerado pela dificuldade de se classificar no processo através das produções textuais.

Grande parte dessa dificuldade é gerada pela falta de hábito da leitura, a “Agencia
Brasil”, num estudo de 11/09/2020 relata:

“O Brasil perdeu, nos últimos quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores, segundo dados da pesquisa Retratos
da Leitura no Brasil. De 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no Brasil caiu de 56% para 52%. Já os não
leitores, ou seja, brasileiros com mais de 5 anos que não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos últimos
três meses, representam 48% da população, o equivalente a cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de
brasileiros. “

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-09/brasil-perde-46-milhoes-de-leitores-em-quatro-anos

Nos meus tempos de estudante aprendi que a leitura nos ajuda a falar melhor e a escrever
melhor. Com praticamente metade da população sem o hábito da leitura, não é de admirar que
grande parte dos estudantes tenham dificuldade.

LÍNGUA FALADA x LÍNGUA ESCRITA

Embora a conversa flua muita bem dentro das salas de aula, mostrando que existe
capacidade de comunicação não podemos negar que no momento de formular uma resposta
adequada ou produzir um texto, muitos estudantes passem aperto. Isso se deve a dificuldade de
decodificar informações, julgar e produzir as sentenças.

A comunicação entre os pares, no campo da socialização é inerente ao ser humano. Por


outro lado, representar o pensamento, através da gramatica normativa ou até mesmo uma
conversa informal, mas com pessoa de elevado contexto social e/ou cultural que domina as
normas torna-se um desafio.

Não se trata apenas de escrever as palavras corretamente, mas é necessário haver


concordância, coesão, coerência e sinais de pontuação que nos ajudam a expressar aquilo que
não se pode colocar no papel, como: gestos, expressões corporais e faciais, entre outros e que
tornam o texto harmonioso e agradável ao ouvinte ou leitor. A falta de uso de itens tão simples
faz toda a diferença no momento da produção textual.

UMA BARREIRA A SER QUEBRADA

A forma tradicional com que as produções textuais são propostas aos alunos é uma
grande barreira a ser quebrada. Ela acontece da seguinte forma: o professor geralmente propõe
temas que não trazem desafio aos alunos, geralmente baseados em datas comemorativas ou as
últimas férias; e isso desanima. Até mesmo os professores sofrem com isso, pois se deparam
com textos pobres, revelando a falta de empenho dos alunos.

Isso se dá ao fato de que além dos temas não serem atuais e atrativos, o professor será
a única pessoa a ler as produções, algo que é pouco motivador para os alunos. Isso dificulta a
qualidade dos textos, e afasta ainda mais o propósito social da língua que é a interação dos
sujeitos em vários níveis culturais e sociais.

Uma nova proposta seria a produção textual de temas contemporâneos que fossem
compartilhados com outros da alunos dentro da sala de aula, ou até mesmo de outras salas e
fora do ambiente escolar. Essa seria uma maneira de motivar os alunos na produção de bons
textos para que outros possam ler.
Algo que seria de grande ajuda é a criação de hábitos de leitura, mas não apenas na
escola e por parte dos alunos. O que me foi inculcado, precisa ser através do exemplo dos pais,
em casa. Ainda me lembro da minha mãe, que apesar de escolarização baixa, tinha o costume
regular de ler sua bíblia. Não podemos cobrar os alunos de lerem, e fazer com que leiam na
escola se em casa eles não tem o mesmo exemplo.

Para que esse hábito da leitura seja desenvolvido, além do exemplo dos pais e
responsáveis em casa; também é necessário não limitar quais livros ou gêneros devem ser lidos,
os alunos devem ter liberdade e respeito ao seu ritmo para escolher a leitura que mais lhe
agrade. Me lembro que comecei meu prazer pela leitura através das histórias em quadrinhos:
Pato Donald, Mickey, Zé Carioca, Turma da Mônica e depois para os temas mais adolescentes,
como: Batman, Super Homem, Homem Aranha e outros. Depois passei aos livros de mais
conteúdo e menos desenhos, e no ensino fundamental II li quase toda a obra de Monteiro
Lobato.

Além do desenvolvimento cognitivo, ler e escrever também são importantes por


diversos motivos: desenvolvem a imaginação, aquisição de conhecimentos, isso faz com que
sejamos críticos por causa da nossa capacidade de interpretar fatos, sem julgar as pessoas. Essas
são qualidades essenciais ao mercado de trabalho, sendo o diferencial entre muitos candidatos:
vocabulário maior, conhecimentos gerais, raciocínio rápido e até mesmo redução do estresse.

A PRODUÇÃO TEXTUAL

De posse do conhecimento das normas gramaticais e tendo acesso à diversos gêneros


literários; após adquirir o hábito e o prazer pela leitura se torna tarefa simples produzir um bom
texto. Basta colocar a imaginação em ação, com todo seu poder criativo.

Alguns itens também são importantes para que os alunos possam produzir bons textos
que é ter claro para quem estão escrevendo, o que irão dizer para estes leitores, e qual gênero
textual expressa melhor seus pensamentos. Incentivar a ler e reler suas produções, a troca entre
os textos dos alunos da sala com a opinião sincera, crítica e respeitosa é de suma importância
para que haja as devidas correções e incorporadas ou suprimidas as considerações.

Daí surge a necessidade de estudar os gêneros textuais dentro e fora da escola, dando
preferência aos discursivos. Fazer com que o aluno tenha organização, planejamento de
tópicos, um pré-texto ou ideia elaborada para dar início à sua produção, seguidos da revisão e
da reescrita que deve ser usado constantemente, para que como diz o ditado “a prática leve à
perfeição”. Precisamos enfatizar a necessidade do uso do rascunho como parte importante do
processo de escrita, que estimule a visão de algo que pode ser melhorado, até que se alcance o
produto final desejado.

Outro fator muito importante e que é muitas vezes negligenciado é que a escrita não é
um ato em si, ou seja, ele não começa e termina numa aula ou numa atividade em que se sugere
escrever sobre determinado tema. Escrever é um processo que exige antes de tudo, reflexão
sobre o assunto, pensar no que se quer escrever, qual mensagem transmitir e quem terá acesso
a essa informação. Isso enriquece a produção, e os alunos devem ser guiados e instruídos a
adquirir este hábito que lhes será útil por toda a vida, já que existem diferentes usos para a
escrita no âmbito social, situações que eles vivenciarão fora da escola.

Para que o aluno desenvolva essa percepção de necessidade e usos da escrita, ela precisa
ser colocada em situações em que isso possa se desenvolver, através da leitura de notícias em
jornais ou até mesmo sites, depois levando-a a identificar algo no ambiente escolar, ou no seu
dia-a-dia que poderia ser noticiado, seja uma denúncia ou algo que seja digno de
reconhecimento. Escrever uma carta para um amigo contando uma grande conquista ou perda;
ou para algum órgão público solicitando a solução de um problema, etc. Cada uma dessas
situações coloca o aluno com a necessidade de um tipo específico de vocabulário a ser usado,
utilizando a forma culta ou coloquial, mas sempre criando um texto compreensível e agradável.
FORMANDO LEITORES E ESCRITORES, PASSO A PASSO

Em primeiro lugar temos que incentivar a leitura, mas fazer isso através do exemplo.
Ler com interesse, falar da leitura como quem realmente goste de ler, pois os alunos sentem e
percebem quando estamos sendo sinceros. Na escola, a leitura deve ter sempre um espaço
especial, tanto para leitura exclusivamente, momentos em que o professor pode ler sempre
diversificando os gêneros textuais, inclusive história em quadrinhos que são atraentes e
divertidas e incentivando os alunos a lerem também para os colegas e um espaço onde tenham
acesso fácil aos livros para os momentos em que estiverem ociosos, ao terminarem uma
atividade por exemplo. Incentivar os alunos a levarem livros para casa e estimular que peçam
aos pais que leiam para eles ou junto com eles é uma maneira de multiplicar essa prática.

Como falamos no início, muitos estudantes tem dificuldades em escrever porque


geralmente não tem o hábito da leitura, por simplesmente não serem incentivados a isso.
Precisamos respeitar o ritmo de cada um, estimular e valorizar as produções iniciais, criando
um ambiente onde haja confiança para que os estudantes possam expor suas dificuldades, fazer
seus questionamentos com o professor ou entre seus pares. Procurar fazer as correções e os
apontamentos de modo que não desvaloriza o que já foi feito, mas conduzindo o aluno na
reflexão do que pode ser aprimorado; e sempre num ambiente divertido, para que o aluno não
se sinta desestimulado. É muito importante o aluno entender que através da escrita ele pode
expressar suas ideias e também seus sentimentos.

Com o tempo e adquirido o hábito da leitura, torna-se mais fácil produzir um texto que
tem por objetivo comunicar o que foi estruturado no campo do pensamento. Por isso é
importante que o estudante domine o assunto sobre o qual irá escrever, tenha definido a
mensagem e escolha o melhor gênero textual para essa finalidade. Conforme já falamos
anteriormente, devemos respeitar o ritmo de cada aluno, bem como o nível escolar em que se
encontra, que é definido pelos anos escolares, tendo como base a idade da criança. Para cada
ano escolar espera-se que o aluno tenha um vocabulário condizente, bem como domínio de
gramática e bom uso da pontuação; compreensão dos gêneros textuais também é algo que vem
com o tempo, pois em cada ano escolar, estuda-se gêneros textuais diferentes e progressivos.

O professor deve orientar o estudante no assunto com que ele mais se identifica no
momento, ajudando-o a descobrir qual a melhor forma de transmitir essa mensagem, conduzi-
lo nas etapas do planejamento, num título que seja interessante e cause no leitor o desejo de
descobrir do que se trata o texto, quanto ao uso correto da gramática e pontuação, passando
pela primeira escrita, a correção e o feedback, para depois de uma análise sincera, o texto possa
ter reescrita sua versão final. Mesmo que o professor tenha mais conhecimentos e experiência,
deve estar aberto para a possibilidade e oportunidade de aprender algo novo, principalmente
pontos de vista, e se tratando de crianças tende a ser mais simples e verdadeiros, um rico
material para a criação de novos textos.

E não poderíamos deixar de mencionar a tecnologia, essa ferramenta de uso constante


e diário tanto por parte dos adultos, quanto pelas crianças. Temos que entender que a tecnologia
não é má em si mesma, mas o uso que fazemos dela; o que torna de suma importância mostrar
aos alunos que ela serve para muito mais coisas do que para assistir vídeos e jogar. Através da
internet temos acesso a uma infinidade de textos: noticias, charges, histórias em quadrinhos,
biografias, poesias, etc. Podemos acessar: imagens, vídeos, aulas, shows, debates, desenhos,
filmes, peças teatrais e muito mais, sobre quase todos os assuntos que possamos imaginar.

Enfim, temos em mente que a leitura é a mola que impulsiona o aluno para a ação de
escrever. Um bom leitor se tornará um bom escritor. A pesquisa de assunto dentro da sua área
de conhecimento irá fornecer o tema. O planejamento irá nos dizer qual melhor gênero textual
devemos usar. Dar liberdade à imaginação, com as indicações de qual melhor caminho seguir
levarão o estudante ao bom desenvolvimento do texto. A correção e o feedback entre o
professor e os alunos e entre este e seus pares, irá nortear a reescrita. Finalmente poderemos
definir o título e apresentar o texto aos leitores que devem ser o nosso alvo nesse caminho que
percorremos, afinal não faz sentido escrever sem que tenhamos em mente quem irá ler nossas
produções.
O TEXTO, DA IDÉIA À EXECUÇÃO

Os Parâmetros Curriculares Nacionais relacionam as etapas da produção textual, da


seguinte forma:

• Estabelecimento do tema;
• Levantamento de ideias e dados;
• Planejamento;
• Rascunho;
• Revisão;
• Versão final.

O ensino escolar consistia em aprender unidades menores de escrita: letra, sílaba,


palavra. Passando para as maiores: frase, oração, texto. E dentro dessas unidades maiores,
aplicar as regras gramaticais, ortográficas e pontuações. Essa forma de ensinar produziu o que
conhecemos como analfabetismo funcional, que significa:

“Analfabetismo funcional é a incapacidade de compreender textos e operações matemáticas simples e de


organizar as próprias ideias para expressar, por exemplo, uma argumentação.”

Fonte: https://www.significados.com.br/analfabetismo-funcional/

https://www.linkedin.com/pulse/analfabetismo-funcional-falta-de-aten%C3%A7%C3%A3o-ou-leitura-fernanda-bengezen
Conforme orientação dos PCNs o aluno deve usar a língua para as várias demandas
sociais e estar apto para se comunicar em qualquer situação, e isso vai muito além da
capacidade de conhecer o alfabeto, saber escrevê-lo (ou copia-lo) e aplicar regras. A escola
deve oferecer ao estudante condições de se posicionar diante das práticas sociais e gêneros
textuais que existam de fato, pois assim orienta os PCNs.

CONCLUSÃO

Quando passamos pela experiencia de nos apaixonar pela leitura e transpomos esse
prazer pela escrita, e nos divertimos com o manejo das palavras conseguimos nos esperançar
em nossos alunos. Já não nos entristecemos quando ouvimos frases tão comuns quanto: “Eu
não gosto de ler.”, ou “Eu leio por obrigação.”; e variações do tipo. Tomamos a atitude mais
comum de uma pessoa que descobre uma coisa muito boa, que é contar pra todos que estão à
sua volta, apresentamos aos alunos diversos tipos de gêneros textuais, viagens para lugares
novos, tanto do passado quanto do futuro, viajamos com tantos personagens, tão parecidos e
tão diferentes de nós, que fica difícil não se apaixonar.
Depois de “vendido o primeiro peixe”, que é o prazer pela leitura, lançamos o desafio
de que todos somos capazes de escrever. Lançamos propostas, apresentamos temas,
imaginamos épocas e criamos cenários e personagens. Contamos um dia agradável de uma
maneira que faça com que as pessoas tenham vontade de reviver esse dia conosco, contamos
algo triste de modo que as pessoas chorem só de imaginar a nossa dor. Inventamos o nosso “era
uma vez”, e criamos castelos com criados, onde podemos ser reis ou guerreiros, e quem sabe
um sapo ou o dragão. Projetamos o futuro, e nos imaginamos nele de uma maneira que até
possa acontecer, quem sabe, ou viajamos na ficção de carros que voam e outros planetas.
É claro que uma coisa assim não vai surgir da noite para o dia, mas temos o ano letivo
inteiro pela frente e depois desse o próximo. Precisamos de muita paciência para corrigir e
mostrar que uma linguagem pode ser culta e formal ou mesmo informal e coloquial, mas que
devemos respeitar as palavras não as jogando no papel de qualquer jeito. Mostrar que as
pontuações são necessárias e a falta delas pode gerar uma confusão enorme, até mesmo uma
simples vírgula colocada fora do lugar ou esquecida.
Ensinar que o rascunho é uma ferramenta que com o passar do tempo iremos utilizar
cada vez menos, mas a reescrita é ver o texto melhorando cada vez mais. E que o ponto alto do
prazer pela leitura, é ler os próprios textos!
BIBLIOGRAFIA

Apostila Produção Textual do curso de Pós graduação da Faculdade Dom Alberto

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