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ATIVIDADE AVALIATIVA

Nome: Carolina Vanetti Ansani


Turma e Cidade: BH-03
Referente ao módulo: 10 - Psicologia e Educação
Como avaliação do módulo de Psicologia e Educação vocês deverão mobilizar as
experiências da aula, leituras e o filme para responder textualmente as 3 seguintes
questões:
1 - "O eu não é senhor de sua morada".
Explique essa famosa frase de Sigmund Freud a partir dos conceitos explanados na aula.
2 - Porque Piaget é considerado um construtivista e Vygotsky um interacionista?
3 - Como podemos pensar as principais proposições freudianas, apresentadas em aula,
na psicologia escolar?
Valor: Nota:

1 - "O eu não é senhor de sua morada". Explique essa famosa frase de Sigmund
Freud a partir dos conceitos explanados na aula.
Essa frase foi utilizada em aula para apresentar o conceito de "inconsciente".
Segundo (GARCIA-ROZA, 2009), o inconsciente é um lugar psíquico onde se
encontram representações simbólicas das pulsões e seus recalques. Esse lugar é formado
juntamente e em relação com o "consciente", lugar psíquico em que se formam as
representações de palavras e afetos.
As pessoas então possuem esses dois lugares psíquicos, ou sistemas, com seus
funcionamentos próprios e interrelações, e não se resumem apenas ao "eu" consciente.
Segundo Maria Regina Maciel (2005),
O Inconsciente é o conceito fundamental da psicanálise (...). Com esse conceito, podemos nos
conceber também como sujeitos do desconhecimento, no qual algo sempre escapa à pretensão
de controle consciente (MACIEL, 2005 p.334).

Garcia-Roza (2009), ao tratar sobre ego e id, também apresenta construção


semelhante:
O id é a parte inacessível do nosso psiquismo e suas características são descritas como opostas
às do ego. Apesar de topologicamente o ego não se achar nitidamente separado do id, pois
uma parte dele está fundida com o id, funcionalmente eles são bem distintos. Em um de seus
extremos, o id está aberto às influências somáticas e em seu interior abriga representantes
pulsionais que buscam satisfação, regulados exclusivamente pelo princípio do prazer. No id

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não há negação, obediência à não contradição, vontade coletiva, juízo de valor, bem, mal,
moralidade, assim como também não há temporalidade. (GARCIA-ROZA, 2009, p. 176).

Embora, segundo Gacia-Roza (2009), ego/id não são o mesmo que


consciente/inconsciente, é possível inferir pelas reflexões de ambos os autores que essa
entidade "eu", inicialmente reduzida a manifestações conscientes, é composta de mais
estruturas psíquicas que interferem em sua colocação no mundo e se manifestam em sua
relação consigo, não sendo, portanto senhora de sua morada.

2 - Porque Piaget é considerado um construtivista e Vygotsky um interacionista?


Segundo o material apresentado em aula, pelo contrutivismo o desenvolvimento
se dá a partir da interação do sujeito com o meio, e, portanto, não se resume à absorção ou
processamento de estímulos ambientais. O desenvolvimento é fruto da interpretação de
estímulos ambientais de maneira que ganhem um significado.
Piaget se encaixa nesse conceito, uma vez que sua teoria do desenvolvimento
infantil se baseia no processo de maturação física do corpo e em sua relação com o meio,
através dos processos de assimilação, acomodação e equilibração. Essa relação permite
então ao sujeito se desenvolver em uma linha contínua de desenvolvimento, pautada por
processos orgânicos e subjetivos.
Já para Vygostky, o processo de desenvolvimento se inicia antes mesmo do
nascimento, pois será constituído em grande parte pela cultura na qual esse sujeito estará
imerso. Segundo ele, a apropriação do mundo externo se dá através das relações sociais e
só posteriormente é que se forma o mundo interno, a individualidade. Assim, o
desenvolvimento não é fruto apenas de processos individuais/orgânicos, mas também
relacionais. Daí que se considera Vygotsky um interacionista.

3 - Como podemos pensar as principais proposições freudianas, apresentadas em


aula, na psicologia escolar?
A aula foi aberta com uma discussão sobre a necessidade dos/as educadores/as em
respeitar o mundo interno da criança, em entender que as crianças não têm um mundo
interno como o dos adultos, e que forçá-las a interagir e entender precocemente o mundo
adulto é uma violência.
Embora Freud não tenha se aprofundado na análise dos processos de aprendizado,
suas elaborações acerca do desenvolvimento da psique humana são importantes se
levarmos em conta que o/a professor/a, bem como o ambiente escolar também impactam o
desenvolvimento das crianças.

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Assim, é importante entender o desenvolvimento e funcionamento do mundo
interno da criança em suas diferentes fases/posições: conhecer as fases do desenvolvimento
da sexualidade infantil (oral, anal, fálica e genital) e suas implicações no posicionamento
dessa criança em relação ao mundo, bem como entender o processo de formação do
inconsciente, as pulsões e recalques, auxiliam a escola no desenvolvimento de um olhar
mais respeitoso e cuidadoso à individualidade de cada criança.
Por outro lado também é possível pensar o ambiente escolar como espaço de
relação entre as diferentes subjetividades, e em como essa relação pode ser transformadora,
potencializando o exercício do questionamento de si próprio/a, o desenvolvimento da
criatividade, da alteridade (MACIEL, 2005).
Dessa maneira, a psicanálise aliada à educação controi uma proposta de
(...) ensino que dê espaço a nosso potencial narrativo, sem esquecer que somos dependentes
uns dos outros na construção dessas narrativas, contribui para a existência de sujeitos mais
presentes e atuantes na experiência do mundo e de si próprios (MACIEL, 2005, p.340).

As contribuições freudianas à educação permitem então à escola ir além da


transmissão de conteúdos, se construindo também como um "espaço criativo de sujeitos
singulares" (MACIEL, 2005), críticos e transformadores.

Referências Bibliográficas

GARCIA-ROZA, Luís Alfredo. Freud e o Inconsciente. 24a ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor Ltda. 2009. 210p.
MACIEL, Maria Regina. Sobre a relação entre educação e psicanálise no contexto das
novas formas de subjetivação. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.17, p.333-42,
mar/ago 2005.

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