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A BIBLIOTECA ESCOLAR COMO UM ESPAÇO


DE INTERESSE DOS ALUNOS

Belo Horizonte
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - UEMG
2005
2

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A BIBLIOTECA ESCOLAR COMO UM ESPAÇO


DE INTERESSE DOS ALUNOS

Monografia apresentada à Faculdade de Educação da


Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG como
exigência parcial para a conclusão do Curso de Formação de
Professores – Veredas: Curso Normal Superior.
Orientadora: Áurea Regina Guimarães Thomazi

Belo Horizonte
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - UEMG
2005
3

RESUMO

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX. A biblioteca escolar como um espaço de interesse dos


alunos. 2005. Monografia. (Veredas – Curso de Formação Superior de Professores)
– Faculdade de Educação, Campus de Belo Horizonte, Universidade do Estado de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005.

Este trabalho visa investigar sobre a biblioteca escolar. Fundamentada nos teóricos
que tratam da biblioteca escolar, são abordados neste estudo enfoques variados
sobre a biblioteca, além de se analisar as práticas realizadas neste espaço. Mais
que um simples material pedagógico e acadêmico, este trabalho busca encontrar um
caminho para a volta da alegria ao ato de ler, conciliando prazer/leitura/biblioteca.
Uma reflexão sobre a situação da biblioteca embasada no referencial teórico e na
análise das enquetes, constatou-se que a teoria vista não encontra correspondência
com os dados contidos nas respostas dos questionários. O panorama biblioteca, aos
poucos vem modificando, definindo-se cada vez mais como lugar de encontro e
descobertas. Constatou-se neste estudo que a biblioteca vem cada vez mais
conquistando o seu espaço dentro do âmbito escolar e se tornando um importante
instrumento que já começa a ser utilizado pelo professor para estimular o prazer da
leitura nos alunos.

Palavras-chave: educação, leitura, biblioteca escolar.


4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................

2. SILÊNCIO ......................................................................................................

2.1. Considerações históricas sobre a biblioteca e o livro .................................

2.2. O prazer da leitura e a relação escola/biblioteca/leitura .............................

3. PESQUISA DE CAMPO ................................................................................

3.1. Análise de dados ........................................................................................

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................

ANEXOS ............................................................................................................
5

Agradecimentos

À minha família e aos amigos que tanto me ajudaram nessa jornada, sempre
me incentivando, dando-me forças para continuar.
À minha tutora, Áurea Regina, pelo carinho, atenção, dedicação e paciência,
além de ser a maior responsável pelo meu crescimento pessoal e profissional.
6

INTRODUÇÃO

A análise de temas propostos no curso VEREDAS deu origem a esta

monografia, direcionada pela curiosidade e um interesse sobre a biblioteca escolar.

O interesse surgiu da necessidade de se conhecer como a biblioteca e suas funções

se inserem no contexto escolar.

Selecionado o tema, foi realizado uma revisão bibliográfica com base em

alguns autores.

O tema “biblioteca” é muito amplo, sendo necessário definir os objetivos do

estudo. Optou-se por pesquisar a relação biblioteca/leitura/prazer.

Foi realizada uma pesquisa de campo nas escolas públicas da rede municipal

de ensino de Nova Lima, envolvendo bibliotecários, professores e alunos, em que se

procurou identificar e perceber como agem dentro deste espaço biblioteca escolar.

Após a escolha do tema da pesquisa, delimitou-se o objeto de estudo e definiu-se o

problema, elaborando-se a metodologia a ser utilizada na pesquisa de campo.

Bogdan (1994), coloca que a abordagem do tipo qualitativo de caráter de exploração

de campo e descritivo apresenta características essenciais.

Optou-se pela pesquisa qualitativa considerando que o objetivo é conhecer e

identificar se o espaço biblioteca escolar é, na realidade, cheio de significados e

motivações para a concretização da leitura prazerosa, procurando-se analisar que

lugar a biblioteca ocupa na escola, sob o ponto de vista de professores e alunos.

A primeira fase da investigação centrou-se em uma revisão bibliográfica em

que a busca por autores que conceituam a biblioteca escolar possibilitou o

embasamento teórico da investigação.


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Verificou-se durante a revisão bibliográfica que existem diversas concepções,

abordagens e enfoques acerca do espaço biblioteca escolar que apontam várias

causas e fatores possíveis de solução para as questões aqui investigadas.

Os passos da revisão bibliográfica foram: definição do objeto,

problematização e objetivos da pesquisa; identificação de fontes capazes de

fornecer dados sobre o problema proposto através de livros, artigos e revistas;

localização das fontes e obtenção do material: biblioteca da UEMG, bibliotecas

privadas, aquisição de livros e revistas especializadas no assunto; leitura do

material, identificação da informação e fichamentos.

Dentro dessa abordagem metodológica, optou-se como instrumento de

pesquisa, pelo uso do questionário, uma vez que o mesmo fornece respostas mais

rápidas e precisas, havendo menos riscos de distorções pela influência do

pesquisador e mais uniformidade na avaliação.

O questionário aplicado contém questões fechadas e semi-abertas sobre: tipo

de instituição, tempo de serviço, formação, apreciação da leitura, formação de

bibliotecários, atividades desenvolvidas, tempo dedicado à leitura e quantidade de

livros que lê; nas questões semi-abertas solicitou-se: estratégias de estímulos para a

atração pela leitura, acervo de livros, freqüência, localização; com a finalidade de se

conhecer o perfil do pesquisado e a percepção em relação a este espaço escolar.

O questionário foi aplicado em escolas municipais, estaduais e particulares do

município de Nova Lima. Os dados obtidos são analisados de acordo com a

tabulação a seguir.

Este estudo está apresenta uma revisão bibliográfica em que foram

consultados diversos autores que enfocam o tema biblioteca escolar e a sua relação

com o prazer da leitura e a formação do bibliotecário e também faz-se uma


8

abordagem histórica sobre a trajetória da biblioteca e dos livros ao longo da história

segundo Chartier (1994). A segunda parte do trabalho apresenta uma análise das

enquetes realizadas com os professores, bibliotecárias e alunos das redes de ensino

municipais, estaduais e particulares do município de Nova Lima.


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2. SILÊNCIO

Na área da educação tem-se notado o desinteresse e as dificuldades dos

alunos em relação à leitura e à falta de uma política pública na questão da biblioteca

escolar, o que reduz bastante o conhecimento.

Segundo Silva (1999), um dos problemas da escola é utilizar a leitura como

uma inclinação política atendendo a uma minoria de privilegiados, a uma elite de

leitores.

A infância é um período repleto de imaginação e fantasias, as quais

possibilitam trabalhar a leitura de forma prazerosa. A escola representa a última

oportunidade de ler que muitas crianças têm. Algumas escolas têm projetos de

leitura, mas infelizmente ainda há bibliotecas rigidamente estruturadas. É claro que

torna-se necessário uma educação direcionada ao aluno que o ajude a conviver com

o livro e ter acesso constante ao mesmo.

A grande maioria dos estudantes não desenvolvem o gosto e o hábito de ler.

Torna-se necessário uma efetiva política de incentivo à leitura. Há ainda o

despreparo da classe educadora para a formação do leitor. Observa-se ainda o

descaso da biblioteca escolar.

A escola é o contexto em que o caminho para a leitura deveria ser aberto e

incentivado. No entanto, na prática isso não acontece. Na concepção de que o

ensino da leitura e a biblioteca devam andar juntas, Filho (1994, p. 3), coloca que:

Ensino e biblioteca são instrumentos complementares (...); ensino e


biblioteca não se excluem, completam-se. Uma escola sem biblioteca é um
instrumento imperfeito. A biblioteca sem ensino, ou seja, sem a tentativa de
estimular, coordenar e organizar a leitura, será, por um lado, instrumento
vago e incerto”.
10

A biblioteca muitas vezes, se tornando um lugar vago e incerto, segundo o

autor, cai no silêncio e descaracteriza a sua função, tornando-se apenas um

depósito de livros. Algumas, para efeitos administrativos chegam a contar com um

punhado de livros, servindo também de um lugar de castigos ou, na melhor das

hipóteses, aparecem alguns alunos querendo copiar verbetes ou xerocar.

Segundo Silva (1999), o silêncio é a palavra característica da biblioteca.

Observa o autor o desprezo a qual está situada nos planos político, social,

pedagógico e científico. “Silêncio”, talvez seja essa palavra que mais simboliza a

situação real da biblioteca escolar no Brasil

No âmbito escolar nota-se com freqüência situações do espaço físico mínimo

das bibliotecas pouco procuradas, usadas como castigo para alunos-problema ou

ainda, de acordo com Silva (1999, p. 30), “a biblioteca é um armário trancado,

situado numa sala de aula”.

Conforme alguns defensores da causa da biblioteca escolar, citando Regina

Zilberman, Ezequiel Theodoro da Silva (2001), enfocar o problema e o contexto em

que está inserida torna-se necessário. E a partir daí dispensar maiores cuidados ao

acervo, à estrutura e à sua funcionalidade.

Afinal, as bibliotecas, se bem organizadas nos seus espaços, podem

desempenhar um importante papel na elevação cultural e crítica da população. A

biblioteca se reveste de suma importância quando se torna um lugar de interação e

troca de informação e cultura. A falta de conhecimento do real valor do papel de uma

biblioteca torna esse tema pouco abordado.

Para Tacyana Arce, em um artigo publicado no jornal Estado de Minas

(25/08/2003): “a biblioteca é artigo de luxo”, uma vez que adquirir livros custa muito

caro. Analisa a autora que a maioria dos municípios mineiros não tem biblioteca,
11

comparando a distribuição da riqueza cultural que tem os mesmos vícios da

concentração econômica.

A biblioteca é um tesouro a explorar, uma vez que os alunos, quando têm

acesso aos livros, descobrem esse mundo fantástico e enriquecedor. Está sob a

responsabilidade da escola a interação da criança com o mundo dos livros, nos

diversos contextos de linguagem.

Segundo os PCNs (1998), a leitura é sempre um meio e não um fim. O

espaço da biblioteca constitui um apoio ao processo de ensino aprendizagem e à

promoção pelo gosto e hábito da leitura.

É possível interromper o silêncio que impera nas bibliotecas e em todos os

envolvidos neste processo?

Os defensores da causa da biblioteca acreditam que sim, apresentando

trabalhos que enfocam a biblioteca escolar, o contexto e as possibilidades de

superação da problemática no âmbito em que está inserida.

Daí a importância de se investigar este espaço, uma vez que, constituindo-se

de uma fonte de prazer, de informação, cria oportunidades de formar cidadãos

criativos, críticos e aptos para o exercício da cidadania.

2.1. Considerações históricas sobre a biblioteca e o livro

Para compreender melhor o fenômeno do espaço da biblioteca escolar é

importante conhecer o que significa o termo biblioteca.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda, no dicionário, o termo biblioteca é

compreendido como: “uma coleção pública ou privada de livros ou de documentos

congêneres, organizados para estudo, leitura e consulta”.


12

Segundo Chartier (1994), a biblioteca até os fins da Idade Média significavam

um depósito de livros e eram consideradas sagradas. Após a revolução francesa de

1789, desenvolveu-se um novo conceito de biblioteca e a implantação da imprensa

régia em 1808 deu início, ainda que de modo restrito, à impressão de livros.

Pesquisadores como Chartier (1994), enfoca a questão de que a história dos

livros e a história das bibliotecas andam sempre juntas, pois os diferentes suportes

nos quais os livros se apresentam influenciam as diversas maneiras de ler ao longo

da história, acompanhando a evolução da sociedade. Depois do século XII surge,

nas escolas e nas universidades e, mais tarde, no meio das pessoas leigas, uma

nova forma de ler, cada vez mais fluente. A partir desse século, a escrita passou a

ter finalidade de uma leitura a ser entendida como um trabalho intelectual. Surge

então o modelo escolástico no lugar do modelo monástico.

Ainda segundo Chartier (1994), no modelo escolástico, depois do século

XVIII, a leitura passa a ser extensiva, surgindo então uma outra leitura que passou a

consumir diversos e numerosos impressos, que eram consumidos rapidamente. Na

idade moderna, a maior contribuição para a disseminação da leitura, segundo o

autor, foi de Ratke e Comenius, porém seu principal percursor foi Rousseau que

realizou no século XVIII uma verdadeira revolução na educação, colocando

definitivamente a criança como centro do processo pedagógico. A atenção então

que a escola passou a dar às novas formas de conhecimento, levou a uma rápida

disseminação e consumo da leitura.

A mudança entre os estilos monásticos e escolásticos de leitura, a partir da

metade do século XVIII, principalmente na Inglaterra, Alemanha e França, provocou

um crescimento na produção de livros e uma multiplicação e transformação dos


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jornais e, conseqüentemente a popularização dos livros e das sociedades de leitura,

reduzindo seu preço e as bibliotecas de empréstimos.

Porém, segundo Chartier (1998), em meados do século XIX o computador

surgiu, mas com a finalidade de ser utilizado para fazer contas. Foi então que, em

1973, Bill Gates criou uma linguagem que possibilitou uma revolução da leitura,

criando-se o texto eletrônico. Os textos eletrônicos então passara a ser novidade,

substituindo os livros em muitos casos, trazendo outra forma de leitura.

O livro não exerce mais o poder que teve; ele não é mais o mestre de
nossos raciocínios ou de nossos sentimentos em face de novos meios de
informação e de comunicação dos quais, a partir de agora, dispomos”.
(HENRI-JEAN MARTIN – Conferência feita à Academia de Ciências Morais
e Políticas – Paris, 15 de março de 1993. Apud CHARTIER, 1998).

No início do século XX, só os célebres manuais do educador Abílio César

Borges, que suprimiu os castigos físicos em sua escola, começaram a ser utilizados.

Através do Brasil, os livros do escritor Olavo Bilac e Manuel Bonfim também foram

usados. Traziam uma excessiva preocupação moral, sendo uma boa novidade na

época.

Iniciava-se o prazer, tão importante para o gosto da leitura, segundo os

estudiosos do assunto. A escola tem sido responsável pela formação de leitores,

tornando-os construtores críticos do mundo.

2.2. O prazer da leitura e a relação escola/biblioteca/leitura

De acordo com Silva (1983, p. 45), “todos os professores exigem a leitura;

todos os professores são responsáveis pelo incentivo e pelo desenvolvimento da

leitura em nossas escolas”. A formação e a dinâmica da leitura só se tornará prazer

a partir do momento de se ler e se sentir livre de interpretações e lições. A grande


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maioria dos estudantes não desenvolve o gosto e o hábito de ler, devido à falta de

incentivo da escola.

No Brasil, de acordo com Silva (1999), encontramos obstáculos

extrabibliotecários e intrabibliotecários que dificultam o uso da biblioteca e a

conseqüente atividade de leitura a se desenvolver nela.

Segundo Polke (2000), a biblioteca reune as melhores condições para

dinamizar materiais bibliográficos condizentes com as aptidões da leitura das

crianças. Uma biblioteca escolar, por menor que seja, deve contribuir para sua

função cultural e educativa.

Este espaço se constitui em atuar como apoio ao processo ensino-

aprendizagem e promover o gosto e o hábito de leitura (BARROSO, 1984).

Para Silva (1999), o que melhor caracteriza uma biblioteca pe a qualidade e a

funcionalidade da mesma. Uma biblioteca escolar deve contribuir par a sua função

cultural e educativa. Há ainda a necessidade de um bibliotecário desenvolvendo as

suas funções.

Como formar um cidadão crítico e aprazível com a leitura? Referindo-se a

este questionamento, em relação ao gosto e às aversões à leitura, registra-se a

visão do governo através dos PCNs (1998) de Português: “para se tornar os alunos

bons leitores – desenvolvendo a capacidade e o interesse com a leitura – a escola

terá de mobilizá-los internamente”.

Em relação a essa mobilização pela leitura, Sandroni (2000, p. 73), coloca

que:

O que ajudaria muito na formação do leitor seria uma política de divulgação


e recuperação das bibliotecas. As bibliotecas ficaram muito ligadas ao
estudo e à pesquisa. Não existe, por exemplo, propaganda do governo
apresentando as bibliotecas como mais uma opção de lazer”.
15

As exigências da educação para este século apontam para a autonomia do

aluno, desenvolvendo a habilidade de trabalhar com as mais variadas fontes do

conhecimento. Faz-se necessário refletir sobre como resgatar uma problemática

global da biblioteca/pesquisa/lazer, que permita definir práticas pedagógicas e fontes

lúdicas com liberdade.

Segundo Aguiar (1994, p. 90): “formação tem haver com liberdade. Livro tem

que ser tirado do currículo: forma-se leitor pelo lado afetivo, pelo lado lúdico, mas

não porque é obrigado”. Afinal, bem organizadas nos seus espaços, podem

desempenhar um importante papel na elevação cultural e crítica da população

brasileira.

Diante desses estudos vale ressaltar a importância de se conhecer o lugar

que a biblioteca tem ocupado na escola, e analisar o seu papel mediador entre o

livro e o leitor numa relação mais efetiva dentro desse espaço que se constitui

biblioteca escolar.
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3. PESQUISA DE CAMPO

2.2. Análise de dados

Tabela 1 – Rede de ensino

Rede f
Estadual 4
Municipal 8
12

A maioria dos professores que responderam ao questionário atuam em

escolas da rede municipal de ensino.

Tabela 2 – Tempo de Magistério

Tempo (anos) f
5 a 10 5
10 a 15 3
15 a 20 4
12

O número de professores com menos tempo de serviço se equilibrou aos que

possuem maior tempo de serviço.

Tabela 3 – Tipo de ensino

Tipo f
Seriação 1
Ciclo 9
Complementar de alfabetização 2
12

A maioria dos professores atuam nos ciclos do ensino fundamental.


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Tabela 4 – Formação escolar

Formação f
Superior incompleto 9
Superior completo 1
Ensino Médio 2
12

A maior parte dos professores concentra-se no curso superior incompleto, o

que indica uma melhor especialização para a fundamentação no compromisso com

a escola.

Tabela 5 – Hábito de leitura

Hábito f
Sim 9
Não 2

A maioria dos professores possuem o hábito da leitura. As exigências de um

melhor rendimento no trabalho, leva a uma constatação de que são professores

interessados em se fundamentar melhor no exercício do magistério e no

conhecimento em geral.

Tabela 6 – Cantinho de leitura

f
Sim 12
Não
12
18

A presença do cantinho de leitura em todas as salas de aula evidencia a

importância da leitura no contexto escolar.

Tabela 7 – Formação do bibliotecário

Formação f
Sim 4
Não 8
12

A maioria dos bibliotecários não possui formação para o exercício da

profissão. Esse resultado confirma a pouca importância dada ao espaço da

biblioteca.

De acordo com Neves (1998), o sucesso do espaço biblioteca escolar deve

atender ao requisito da qualificação do profissional da biblioteca, que deve aliar

conhecimentos da área de biblioteconomia e pedagogia e com essa formação atuar

na biblioteca, envolvendo-a com as atividades docentes.

Tabela 8 – Atividades na biblioteca

Atividades f
Hora do conto 3
Interpretação e produção 2
Leitura expontânea 1
Uso de projetos 5
Filmes 2
Pesquisas
Empréstimos/livros
Nenhuma
12
19

Os resultados demonstram atividades diversificadas desenvolvidas no âmbito

da biblioteca escolar. Alguns entrevistados citaram mais de uma atividade. Nenhum

deles citou a utilização da biblioteca para pesquisas e empréstimos de livros.

Tabela 9 – Tempo destinado à leitura

Tempo f
Suficiente 7
Insuficiente 4
Não tem 1
12

A maioria dos professores possuem um tempo suficiente dedicado à leitura,

apesar de um entrevistado apontar a falta da leitura em função da reforma da escola

e outro da falta de pessoal para atendimento.

Tabela 10 – Média de livros lidos mensalmente

Média f
1 a 4 8
5 a 10 2
Nenhum 1
Sem tempo 1
12

A maioria dos professores respondeu que lêem em média, de 1 a 4 livros por

mês. Devido à formação de alguns professores entrevistados, os livros do Veredas

foram apontados como os de maior interesse e leitura.


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Tabela 11 – Meios de incentivo à leitura ao aluno

Meios f
Dramatizações 5
Recontos 2
Vídeos 1
Poesias 2
Produção de textos 1
Poesia 1
12

Os meios de incentivo mais citados foram as dramatizações, por

considerarem que as mesmas despertam a criatividade das crianças e o prazer pela

leitura.

Tabela 12 – Tipos de livros oferecidos pela biblioteca da escola

Tipos f
Literários 6
Informativos 6
Recreativos 2
Didáticos 6
Enciclopédias 5
Outros 1

Segundo as respostas dos professores, o acervo da biblioteca se mostrou

bastante diversificado.
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De acordo com Abreu (2002), o acervo da biblioteca tem que ser formado e

desenvolvido com critério, levando-se em conta o projeto pedagógico da escola e o

contexto em que ela se insere.

Tabela 13 – Idas à biblioteca

f
Sim 9
Não 3
12

A maior parte dos professores respondeu que sempre vão à biblioteca. Foi

assinalado pelos professores a falta de pessoal para atendimento.

Tabela 14 – Apreciação pela biblioteca

Apreciação f
Prazer 8
Obrigação 1
Convívio social 2
outros 1
12

O local biblioteca tem se mostrado para a maioria dos professores como um

lugar aprazível para a suas atividades.

Os dados analisados abaixo referem-se a uma pesquisa de campo realizada

com bibliotecários de escolas públicas municipais e estaduais. Foram entrevistados

2 bibliotecários da rede municipal de ensino, 1 bibliotecário da rede estadual de

ensino e 1 bibliotecário da rede particular.


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Todos os bibliotecários são do sexo feminino. Concluindo-se que o sexo

feminino predomina na área da biblioteca na mesma proporção em que predomina

no corpo docente que atua nas séries iniciais do ensino fundamental.

Tabela 15 – Formação do bibliotecário

Formação f
Ensino Superior 2
Ensino Médio 2
4

A formação acadêmica está aumentando devido às exigências estabelecidas

pelo governo em relação á educação. Duas das entrevistadas informaram que

exercem o cargo de auxiliares de biblioteca e de professoras de Literatura.

Tabela 16 – Atividades realizadas na biblioteca

Atividades f
Leituras diversas (literatura, revistas)
Empréstimos de livros
Pesquisas
Vídeos/músicas
Empréstimos de materiais pedagógicos

De acordo com os dados da tabela acima, as atividades da biblioteca são

variadas.

Segundo Silva (1999, p. 76):

As atividades desenvolvidas pela biblioteca escolar precisam estar de


acordo com os interesses de sua clientela, particularmente dos alunos, o
23

que já pressupõe uma articulação com o trabalho desenvolvido pelo


professor”.

Tabela 17 – Quantidade de livros que fazem parte do acervo da biblioteca

Quantidade/nº registro f
19000/33538 1
30000/30000 1
27000/30000 1
22000/24000 1
4

Observa-se que a quantidade de livros existentes em todas as quatro

bibliotecas é bastante significativo e que de acordo com os tipos de livros oferecidos

informados na tabela 12, o material é vasto e capaz de ser de grande valia na

medida em que se utiliza este espaço.

Tabela 18 – Apreciação pelo espaço biblioteca escolar

Apreciação f
Prazer
Obrigação
Convívio social
Outros

O resultado mostrou que o espaço biblioteca é aprazível aos bibliotecários,

demonstrando o prazer de trabalhar na função.


24

Tabela 19 – Recursos utilizados para despertar o interesse dos alunos

Recursos f
Indicação de livros e revistas 2
Indicações de livros de pesquisa
Murais 3
Exposição de livros
Projetos de Literatura 2

Os recursos utilizados pelas bibliotecárias para despertar o interesse dos

alunos são: indicação de livros e revistas, murais e projetos de literatura.

Tabela 20 – Tipos de cartazes

Tipos f
Informação 4
Histórias 1
Outros (projetos, avisos, trabalhos de literatura) 4

Os tipos de cartazes citados pelas bibliotecárias foram: informação, projetos,

avisos e trabalhos de literatura.

Foi realizada uma enquête escolar aplicada pelos professores, em 10 alunos

do ensino fundamental.

De acordo com as respostas obtidas pelos alunos, constatou-se que:

- A maioria dos alunos (9 alunos) gosta de ir à biblioteca porque ela possui

bons livros de literatura e de pesquisa.

- Os livros mais procurados pelos alunos são os livros de literatura e os gibis.

- A maioria dos alunos que freqüentam a biblioteca realizam pesquisas

escolares.
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- Os alunos disseram que gostariam de freqüentar a biblioteca por mais tempo

e com mais freqüência. (De acordo com a enquête, 4 alunos a freqüentam 1

vez por mês, 3 alunos freqüentam 1 vez por semana e apenas 1 aluno a

freqüenta 2 vezes por semana).

- De acordo com as respostas dos alunos, as professoras gostam de utilizar a

biblioteca com a sua turma.

- Segundo os entrevistados, seus colegas também gostam de freqüentar a

biblioteca. Apenas 2 alunos afirmaram não saber.

- 5 alunos descrevem a biblioteca como grande e informam a existência de

estantes, cartazes, livros e cadeiras.

Esta análise nos permitiu constatar que a relação entre os professores,

alunos, bibliotecários e biblioteca escolar é de bastante cooperação e interesses

mútuos.
26

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo a análise dos dados obtidos nos questionários e entrevistas com

professores, bibliotecários e alunos das escolas municipais, estaduais e particulares

do município de Nova Lima, percebe-se que a biblioteca escolar começa a ocupar

um espaço mais significativo nas atividades de leitura desenvolvidas na escola e que

os professores e biblioteca têm proporcionado estímulos para desenvolverem nos

alunos o prazer da leitura.

Segundo Lajolo (1982, p. 52), a instituição escolar “é das que há mais tempo

e com maior eficiência vêm cumprindo o papel de avalista e fiadora da natureza e

valor literário dos livros em circulação”., isso porque tem procurado sensibilizar o

aluno para a leitura.

O espaço biblioteca escolar, de acordo com a pesquisa, está mais valorizado

e inserido no projeto pedagógico das escolas, onde professores e bibliotecários

estão procurando trabalhar de forma conjunta e levando os alunos a freqüentarem

também o mesmo espaço.

Essa constatação vai ao encontro das concepções de Silva (1999, p. 77), que

afirma: “a biblioteca escolar é um espaço democrático, conquistado e construído

através do fazer coletivo (alunos, professores e demais grupos sociais). Cabendo


27

ao profissional que atua na biblioteca torná-la espaço de participação para todos os

membros da comunidade escolar em que se insere.

Constata-se, então, que a biblioteca vem conquistando o seu espaço no

âmbito escolar e se fazendo afirmar o seu papel primeiro de proporcionar

entretenimento e prazer da leitura, levando o aluno ao mundo da fantasia, do

conhecimento, da busca pela informação com prazer.

BIBLIOGRAFIA

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BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC.

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1999.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & realidade brasileira. Porto Alegre: Mercado

Aberto. 1983.

ZILBERMAN, Regina e SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura: perspectivas

interdisciplinares. São Paulo: Ática. 2001.


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ANEXOS

ENQUETE ESCOLAR – ALUNO

1) Você gosta de ir à biblioteca? Por quê?

2) Que tipo de livros mais gosta?

3) Na biblioteca da sua escola você encontra esses livros?

4) O que você faz dentro da biblioteca?

5) Você gostaria de ficar mais tempo ou ir mais vezes à biblioteca? Por quê?

6) A sua professora gosta de ir à biblioteca com a sua turma? Por quê?

7) E os seus colegas? Eles gostam de ir à biblioteca? Por quê?

8) Você freqüenta a biblioteca:

( ) 1 vez por semana

( ) 2 vezes por semana

( ) de 15 em 15 dias

( ) 1 vez por mês

9) Descreva a biblioteca da sua escola (tamanho, cadeiras, estantes, cartazes e em

que sala fica).


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ENTREVISTA AO BIBLIOTECÁRIO

1) Formação:

2) Sexo: ( ) feminino ( ) masculino

3) Quais as atividades desenvolvidas na biblioteca?

4) Quantos livros há na biblioteca? No total? No registro?

5) Numere por ordem de quantidade de livros disponíveis na biblioteca.

( ) Literatura

( ) Didáticos

( ) Enciclopédias

( ) Informativos

( ) Revistas em quadrinhos

( ) Outros – Especificar

6) Há empréstimo de livros para casa? ( ) sim ( ) não

7) A biblioteca é um lugar de:

( ) prazer

( ) obrigação

( ) convívio social

( ) outros

8) Ser cidadão pleno passa pela leitura? ( ) sim ( ) não


31

9) Que meios você utiliza para atrair ou estimular o interesse dos alunos?

10) Tipos de cartazes

( ) Informação

( ) Histórias

( ) Outros – Especificar

ENQUETE ESCOLAR – PROFESSORES

1) Escola em que trabalha: ( ) municipal ( ) estadual

2) Tempo de magistério:

3) Formação

( ) 2º grau (Magistério)

( ) Superior completo

( ) Superior Incompleto

( ) Pós-graduação

4) Você gosta de ler? ( ) sim ( ) não

5) Na sua sala de aula tem cantinho de leitura? ( ) sim ( ) não

6) A bibliotecária é formada? ( ) sim ( ) não

7) Que atividades são desenvolvidas na biblioteca?

8) Tempo dedicado à leitura na biblioteca:

( ) suficiente

( ) insuficiente

9) Quantos livros você lê aproximadamente por mês?

10) Que meios você utiliza para atrair ou estimular o interesse dos alunos?

11) Que tipos de livros a biblioteca da escola oferece?

12) Você gosta de ir à biblioteca com a sua turma?


32

13) A biblioteca é um lugar de:

( ) prazer

( ) obrigação

( ) convívio social

( ) outros

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