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O supervisor:
Prof. Doutor Vicente A. Tembe
Maputo
2021
ÍNDICE
iii
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................v
DECLARAÇÃO DE HONRA..................................................................................................vi
DEDICATÓRIA......................................................................................................................vii
AGRADECIMENTOS...........................................................................................................viii
RESUMO..................................................................................................................................ix
ABSTRACT...............................................................................................................................x
CAPÍTULO I: Introdução e Problematização da Pesquisa......................................................11
1.1. Introdução..................................................................................................................11
1.2. Delimitação do Tema................................................................................................12
1.3. Problema de Pesquisa................................................................................................12
1.4. Justificativa................................................................................................................13
1.5. Objectivos..................................................................................................................13
CAPÍTULO II: Revisão da Literatura......................................................................................14
2.1. A Adolescência.............................................................................................................14
2.1.1. A Adolescência e suas características........................................................................14
2.1.2. Etapas e níveis da adolescência..................................................................................16
2.2.3. O corpo e a sua representação para os adolescentes..................................................16
2.2. A Imagem Corporal.......................................................................................................17
2.2.1. Percepção da Imagem Corporal.................................................................................17
2.3. A actividade física e sua relação com a formação e satisfação com a imagem corporal
..............................................................................................................................................18
2.4. Estudos Realizados........................................................................................................19
2.4.1. Estudo realizado por SAVANGUANA (2019)..........................................................19
2.4.2. Estudo realizado por CHIRIDA (2018).....................................................................20
2.4.3. Estudo realizado por FAFETINE (2020)...................................................................20
2.4.4. Estudo realizado por MANHICE (2019)...................................................................21
2.4.5. Estudo realizado por MAIBAZE (2019)....................................................................21
2.4.6. Estudo realizado por MENDES (2016)......................................................................22
2.4.7. Estudo realizado por BULO (2014)...........................................................................23
2.4.8. Estudo realizado por RODRIGUES (2015)...............................................................24
2.4.9. Estudo realizado por SAMPAIO (2010)....................................................................25
CAPÍTULO III: Metodologia..................................................................................................26
3.1. Tipo de Estudo..............................................................................................................26
3.2. Sujeitos..........................................................................................................................26
3.3. Procedimentos de recolha e tratamento de dados.........................................................27
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Etapas e níveis da adolescência ---------------------------------------------------------- 17
Tabela 2: Autores dos estudos usados para a pesquisa -------------------------------------------- 21
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que esta Monografia Científica é resultado da minha investigação pessoal sob
orientação do meu Supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente citadas no texto, e na bibliografia final.
Declaro ainda, que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
______________________________________________________
DEDICATÓRIA
Este trabalho é especialmente dedicado à minha mãe (Atália Come) e à minha família (meu
esposo Albânio Amad e os meus filhos, Nelton Albânio e Kiwanga Albânio) por serem a
força motriz para enfretar as batalhas da vida.
viii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer a Deus, pelo dom da vida, pela saúde e por tudo de bom que tem
feito por mim. Em segundo lugar, agradeço de forma especial à minha mãe (Atália Come)
pela humilde forma como conduziu o meu processo de formação humana, facto, que
contribuiu sobremaneira para que eu corresse atrás dos meus objectivos na vida.
Agradecimento extensivo a minha família (meu esposo Albanio Amad e os meus filhos,
Nelton Albânio e Kiwanga Albânio) pela sua compreensão nos momentos em que tive de me
dedicar menos a eles em prol dos compromissos profissionais e acadêmicos.
Vai o meu agradecimento especial ao meu supervisor, o Prof. Doutor Vicente Tembe por ter
aceite receber-me para com ele trabalhar. Pela forca, paciência, dedicação, ensinamento e que
continue proporcionando momento de interatividade com seus formandos e orientados.
Às minhas irmãs: Vilma da Iracema e Jesualda da Gloria personalidade cuja vida faz questão
de nos unir em todos lados, desde que nasci.
Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização
desde sonho.
ix
RESUMO
Introdução: A imagem corporal é a forma como o indivíduo se percebe e se sente em relação
ao próprio corpo. Os adolescentes idealizam um modelo de corpo que, normalmente, segue o
padrão de beleza divulgado pela mídia e quanto mais o corpo real se distanciar do corpo
idealizado, maior será a possibilidade de conflito e comprometimento da auto-estima.
Problema: Qual é a percepção dos adolescentes em torno da imagem corporal? Objectivo:
Avaliar a percepção das dimensões da imagem corporal nos adolescentes. Metodologia:
Quanto a natureza e abordagem do estudo, trata-se de um estudo qualitativo-bibliográfico.
Sujeitos: O presente trabalho é sustentado por nove estudos, dos quais três são internacionais
e seis são nacionais. Dentre esses estudos, três são dissertações de mestrado e os outros três
são monografias para a obtenção do grau de licenciatura. Resultados: (i) De acordo com os
estudos revistos, as dimensões mais valorizadas na imagem corporal são: a cabeça, a pele, os
membros (superiores e inferiores), o peso e a altura; (ii) Da revisão feita nos estudos sobre a
imagem corporal, destacam-se a prática de actividades físico-desportivas, a alimentação e a
mídia, como os principais factores que influenciam na satisfação ou insatisfação com a
imagem corporal. (iii) A prática regular de actividade física é um aspecto importante na
promoção da saúde e na qualidade de vida dos grupos populacionais, principalmente dos
adolescentes e pode estar relacionada à imagem corporal. Conclusão: (i) Os estudos
revisitados demonstram que dentre as dimensões da imagem corporal mais valorizadas pelos
adolescentes, a cabeça e o peso são as dimensões mais valorizadas, seguidas da pele, dos
membros (superiores e inferiores) e por fim altura (que de acordo com os estudos revistos é a
dimensão menos valorizada); (ii) A satisfação com a imagem corporal é mais positiva em
indivíduos que tem hábitos de praticar actividades físico-desportivas, em comparação com os
que não praticam qualquer tipo de actividade física. (iii) O hábito de praticar actividade física
é um importante auxiliar para o aprimoramento e desenvolvimento do adolescente, nos seus
aspectos morfofisiopsicológicos, podendo aperfeiçoar o potencial físico determinado pela
herança e adestrar o indivíduo para um melhor aproveitamento de suas possibilidades.
Palavras-chave: Adolescência, Imagem Corporal, Actividade Física.
x
ABSTRACT
Introduction: Body image i how the individual perceives and feels in relation to his own
body. Adolescents idealize a body model that normally follows the standard of beauty
released by the media and the more the real body distances itself from the idealized body, the
greater the possibility of conflict and compromised self-esteem. Starting question: What is
the adolescent’s perception of body image? General objective: To evaluate the perception of
body image in the adolescents. Methodology: As for the nature and approach, it is a
qualitative-bibliographic study. Subjects: The present work is supported by nine studies, of
which three internationals and six national. Among these studies, three are master’s
dissertations and the others three are monographs for obtaining a degree. Results: (i)
According to the studies revisited, the dimensions most valued are: the head, the skin, the
lower and upper limbs, the weight and the height; (ii) The practise of physical-sports
activities, the feeding and the media are the main factors that influence in the satisfaction or
dissatisfaction with the body image; (iii) Regular practice of physical activity is an important
aspect in promoting health and quality of life for population groups, especially adolescents
and may be related to the body image. Conclusion: (i) The revisited studies showed that
among the dimensions of body image most valued by adolescents, the head and the weight
are the most valued dimension, followed by skin, limbs (lower and upper), and finally the
height, which is the least valued dimension; (ii) Satisfaction with body image is more positive
in individual who have a culture of practicing physical activities; (iii) The habit of practicing
physical activity is an important auxiliary for the improvement and development of the
adolescent, in its morphophysiopsychological aspects, being able to improve determined by
the inheritance and train the individual for a better use of their possibilities.
Key words: Adolescence, Body Image, Physical Activities.
11
1.1. Introdução
A adolescência é um período da vida que vai desde a infância à idade adulta, sendo vista como
um crescimento biopsicossocial envolvendo imensas alterações na vida do jovem, onde vão
ocorrer transformações no corpo, no modo de agir, de pensar e na forma de se inserir na
comunidade o que, consequentemente, irá mudar a forma como se percebe enquanto ser humano
e a também a forma como lida com o meio em que se encontra. Estes aspectos vão conduzir a
grandes mudanças nas suas relações para com a família, amigos e conhecidos (COSTA, 2013).
Deste modo, SILVA (2000), considera que a maioria dos adolescentes idealizam um modelo de
corpo que, normalmente, segue o padrão de beleza divulgado pela mídia e quanto mais o corpo
real se distanciar do corpo idealizado, maior será a possibilidade de conflito e comprometimento
da autoestima devido a sua frustração. Tendo em conta que a imagem corporal é a forma como o
indivíduo se percebe e sente em relação ao próprio corpo, SILVA (2000) acrescenta que a
imagem do corpo funciona como um retrato formado pelo sujeito, expandindo-se com suas
experiências, em constante transformação. Para este autor, é provável que na adolescência
convivam diversos factores a influenciar a auto percepção corporal, como as características
raciais e étnicas e os distintos ideais culturais.
Num outro desenvolvimento, SILVA (2000) refere que, a prática regular de actividade física é
um aspecto importante na promoção da saúde e na qualidade de vida dos grupos populacionais e
pode estar relacionada à imagem corporal. A insatisfação com o próprio corpo não serve de
motivação para a adopção de comportamentos adequados de controlo de peso, como exercícios.
Assim, o presente estudo visa avaliar a percepção da imagem corporal nos adolescentes. Quanto
a natureza e abordagem do estudo, trata-se de um estudo qualitativo-bibliográfico
Em termos estruturais, para além deste capítulo introdutório, o trabalho corrente inclui mais
cinco capítulos, assim descritos:
12
Capítulo II: É reservado à revisão da literatura sobre a adolescência e a imagem corporal. Esta
revisão da literatura termina associando os estudos realizados sobre a imagem corporal, com
realce no seu relacionamento com a prática das actividades físicas e desportivas; Capítulo III: É
exclusivamente dedicado ao enquadramento metodológico utilizado no trabalho; Capítulo IV:
Refere-a apresentação, análise e discussão dos resultados. Capítulo V: É dedicado às
considerações finais em torno do estudo e o Capítulo VI é reservado às referências
bibliográficas.
Neste contexto, para o desenvolvimento deste estudo, o problema central é expresso pela
seguinte questão: Qual é a percepção dos adolescentes em torno da imagem corporal?
13
Para além do problema central, outras questões nortearão o desenvolvimento desta pesquisa,
conforme expresso abaixo:
i. A nível social: espera-se que este estudo traga ganhos significativos para a sociedade,
a medida em que irá procurar compreender a importância da valorização da percepção
imagem corporal nos adolescentes e consequentemente a manutenção do estado físico
e mental saudável.
ii. A nível pessoal: Com a vivência pessoal com desporto infantil evidenciou que a
valorização do individuo tende a estar presente na percepção da imagem corporal.
Contudo, essas conclusões dai resultantes, parecem que os contextos onde os
adolescentes vivem não obedecem um padrão sociocultural igual. Dai que com este
estudo procurará encontrar as reais percepções das dimensões da imagem corporal
nos adolescentes mencionados nos estudos da temática.
iii. No âmbito académico: espera-se que este trabalho enriqueça ainda mais o manancial
de conhecimentos através de novas descobertas quanto aos aspectos relativos à
percepção da imagem corporal nos adolescentes.
1.5. Objectivos
O presente trabalho é guiado pelo seguinte objectivo geral: Avaliar a percepção da imagem
corporal nos adolescentes mencionados na literatura e, especificamente:
2.1. A Adolescência
Etimologicamente, a palavra "adolescência" tem sua origem do Latim, onde “ad” significa "para
frente" e “dolescere” significa "crescer, com dores". Portanto um período de crescimento e
transformações que corresponde a um período da vida no qual o indivíduo perde direitos e
privilégios infantis e passa a assumir direitos e responsabilidades próximos dos adultos
(MUUSS, VELDER & PORTON, 1996).
Para MUNHOZ (2006), a adolescência é uma etapa de vida caracterizada por profundas
modificações físicas, psicológicas e sócio-emocionais. Essas mudanças associadas ao
crescimento e desenvolvimento que ocorrem no período da puberdade caracterizam esta fase de
vida, designadamente:
15
Etapas Níveis
Etapa: Adolescência inicial (10 aos 14 anos). Nível: Puberdade (12 aos 14 anos)
No essencial: Transformações corporais e suas consequências No essencial: Mudanças corporais.
psíquicas. O adolescente aprende a lidar com as fantasias e os
impulsos, e a aceitação de pares vai ser estimulada a partir das
competências adquiridas pelo adolescente, tanto interpessoais como
sociais.
Etapa: Adolescência média (14 e os 17 anos). Nível: Adolescência propriamente dita (15
e 17 anos).
No essencial: Caracterizada pelas questões relativas à sexualidade,
especialmente à passagem da bissexualidade para a No essencial: Características mais
heterossexualidade. marcantes referentes às mudanças do
âmbito psicológico.
Etapa: Adolescência final (17 e os 20 anos). Nível: Adolescência tardia (18 a 21 anos).
No essencial: Estabelecimento de novos vínculos com os pais, No essencial: Busca de identidade própria,
envolvendo ainda a questão profissional, a aceitação de um esquema não só individual e em grupo, mas sim
corporal novo e dos processos psíquicos do “mundo adulto”. Já também da identidade social.
adquiriu determinadas crenças, valores e normas que regem a sua
vida, os seus comportamentos e as suas atitudes.
os adolescentes se sintam aceites nos seus grupos, contudo, o modelo idealizado de beleza não
tem em consideração os aspectos relacionados à saúde e às diferentes constituições físicas de
cada sujeito (AERTS, MADEIRA e ZART, 2010). Esse padrão deturpado acarreta um número
de adolescentes que cada vez mais se submetem a dietas de emagrecimento, exagero no exercício
físico ou até mesmo cirurgias plásticas por insatisfação com a sua imagem corporal.
De acordo com CHIRIDA (2018), a percepção da imagem corporal é uma manifestação humana
multidimensional e complexa, que envolve aspectos cognitivos, afectivos, sociais, culturais e
motores, incluindo a competência desportiva, condição física, aparência e força física.
Assim, pode-se dizer que a imagem corporal compreende uma idealização física e subjetiva,
definida como a forma como o indivíduo percebe o seu corpo e se sente em relação a este.
Funciona como um retrato formado na mente, resultado de experiências e emoções (AERTS,
MADEIRA E ZART, 2010 citados por MENDES, 2016).
2.3. A actividade física e sua relação com a formação e satisfação com a imagem corporal
Segundo, NAHAS (2010) e CASPERSEN et al (1985), a actividade física, refere-se à qualquer
movimento corporal produzido pelo corpo humano (pelos músculos esqueléticos) cujo resultado
é gastar energia (uma simples caminhada, erguer uma caixa e varrer o chão já se encaixam como
uma actividade física).
TEMBE (2006), explica que a prática das actividades físico-desportivas constitui um dos
factores fundamentais e eficazes na educação corporal e psicológica e uma conformação básica
de preparação do homem para a vida com relevância significativa tanto para o trabalho, como
para todas as outras formas socialmente necessárias da actividade humana. Segundo este autor,
no desenrolar e desenvolvimento das acções das práticas desportivas, os indivíduos através dos
19
sentimentos que resultam do controlo que exercem sobre o seu próprio corpo encontram no
desporto um meio privilegiado para experimentarem alegria, satisfação e realização pessoal.
A cultura actual relaciona o ideal de corpo humano, por influência da comunicação social, uma
estética magra para as raparigas adolescentes e uma estética musculosa para rapazes adolescente
(MENDES, 2016). Deste modo, BATISTA (1995), afirma que o nível de satisfação com a
imagem corporal é mais positivo em indivíduos que tem a cultura e ou hábitos de praticar
actividades físico-desportivas, em comparação com os que não praticam qualquer tipo de
actividade física. Segundo este autor, existe ainda uma diferenciação entre os indivíduos
praticantes que entram em competições e os que apenas participam em actividades de lazer,
apresentando os primeiros satisfação com a imagem corporal inferior.
A conceptualização teórica possibilitou a compreensão da imagem corporal e a sua relação a
prática de actividades físicas. Entretanto, dado que o trabalho está relacionado com a revisão,
esses estudos serão tratados no capítulo de apresentação dos resultados.
2.4. Estudos Realizados
Na presente secção pretende-se apresentar, de forma sintética, os estudos realizados com
adolescentes, sobre a imagem corporal, que por sua vez, constituirão o corpus de análise e
discussão no capítulo IV.
Para estudar a satisfação com a imagem corporal, a satisfação com a vida, o nível de actividade
física habitual, foi aplicado um questionário aos jovens estudantes do ensino secundário
utilizando a Escala de Silhuetas de Stunkard, o questionário de DIENER (1984) e o questionário
de BAECKE (1982), respectivamente. Os dados foram analisados e apresentados como média ±
23
desvio-padrão (dp). Para verificação de possíveis diferenças entre sexo, praticante vs. não
praticante de desporto, e valor de IMC foi realizado o test t de student para amostras
independentes. Para análise de diferenças entre os graus de satisfação utilizou-se a análise de
variância a um fator (One-way ANOVA), sendo utilizado o post-hoc Bonferroni.
Adicionalmente, recorreu-se à correlação de Pearson para estudo da associação entre variáveis.
Foi utilizado o software Statiscal Package for the Social Sciences (SPSS) (v20.0) e adotado um
nível de significância de p < 0.05.
De acordo com GIL (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica
reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar directamente. Essa vantagem torna-se
particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo
espaço. (GIL, 2002)
3.2. Sujeitos
O presente trabalho é sustentado por nove estudos, dos quais três internacionais e seis nacionais.
É importante referenciar que estes documentos (nacionais) encontram-se disponíveis na
Biblioteca da Faculdade de Educação Física e Desporto e os estudos internacionais foram
obtidos a partir da plataforma digital (Google Académico).
Autor Ano
Estudos Nacionais
BULO, Ivan 2014
Estudos Internacionais
SAMPAIO, Daniel Ataíde Ferreira 2010
Em relação ao tratamento de dados, LÜDKE e ANDRÉ (1986), referem que este processo
significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos das
observações, as transcrições de entrevistas, as análises de documentos e as demais informações
disponíveis. Assim, no presente estudo, os dados colectados a partir da análise documental foram
tratados através do método de análise de conteúdo onde, primeiro fez a leitura flutuante do
material e de seguida a sua exploração atentando-se sempre na revisão da literatura em forma de
quadro sinóptico.
Neste capítulo, pretende-se fazer a apresentação dos resultados, bem como a sua análise e
discussão de acordo com o problema e os objectivos evocados para a pesquisa.
Tratando-se de um estudo bibliográfico, para a questão da imagem corporal, serão apresentados,
analisados e discutidos os resultados das pesquisas de SAMPAIO (2010), BULE (2014),
RODRIGUES (2015), MENDES (2016), CHIRIDA (2018), MAIBAZE (2019), MANHICE
(2019), SAVANGUANA (2019) e FAFETINE (2020).
Analisando os dados apresentados na tabela 3, pode-se notar que a cabeça e o peso são as
dimensões mais valorizadas, seguidas da pele, dos membros (superiores e inferiores) e por fim
altura (que de acordo com os estudos revistos é a dimensão menos valorizada).
na medida em que este autor, também defende que na adolescência, a construção da identidade
pessoal inclui inevitavelmente a relação com o próprio corpo e, essa relação faz-se através da
representação mental, que o adolescente detém do seu próprio corpo, ou seja, através da sua
imagem corporal. Nesta fase as raparigas apresentam-se mais insatisfeitas com o seu corpo e
com o seu peso do que os rapazes, SILVA (2007).
A aparência física é fundamental para que os adolescentes se sintam aceites nos seus grupos,
contudo, o modelo idealizado de beleza não tem em consideração os aspectos relacionados à
saúde e às diferentes constituições físicas de cada sujeito (AERTS, MADEIRA e ZART, 2010).
Estes autores, ainda sustentam que esse padrão deturpado acarreta um número de adolescentes
que cada vez mais se submetem a dietas de emagrecimento, exagero no exercício físico ou até
mesmo cirurgias plásticas por insatisfação com a sua imagem corporal.
Tembe (2006), defende que a prática das actividades desportivas constitui um dos factores
fundamentais e eficazes na educação corporal e psicológica e uma conformação básica de
preparação do homem para a vida com relevância significativa tanto para o trabalho, como para
todas as outras formas socialmente necessárias da actividade humana. Para este autor, no
desenrolar e desenvolvimento das acções das práticas desportivas, os indivíduos através dos
sentimentos que resultam do controlo que exercem sobre o seu próprio corpo encontram no
desporto um meio privilegiado para experimentarem alegria, satisfação e realização pessoal.
Corroborando com os resultados da pesquisa de MENDES (2006), BATISTA (1995), afirma que
o nível de satisfação com a imagem corporal é mais positivo em indivíduos que tem a cultura e
ou hábitos de praticar actividades físico-desportivas, em comparação com os que não praticam
qualquer tipo de actividade física. Segundo este autor, existe ainda uma diferenciação entre os
indivíduos praticantes que entram em competições e os que apenas participam em actividades de
lazer, apresentando os primeiros satisfação com a imagem corporal inferior.
Com isto, pode-se concluir que a prática regular de actividade física é um aspecto importante na
promoção da saúde e na qualidade de vida dos adolescentes e pode estar relacionada à imagem
corporal. A insatisfação com o próprio corpo não serve de motivação para a adopção de
comportamentos adequados de controlo de peso, como exercícios.
4.3. Relação entre a prática de actividades físicas e a satisfação ou não com a imagem
corporal nos adolescentes
Os resultados apresentados no tópico anterior, evidenciaram que a prática de actividades físicas é
um dos factores que grandemente influenciam na satisfação ou insatisfação com imagem
corporal. Deste modo, neste tópico, pretende-se estabelecer a relação entre a prática de
actividades físicas e a satisfação ou não com a imagem corporal nos adolescentes.
De acordo com BARROS (2003), o hábito de praticar actividade física é um importante auxiliar
para o aprimoramento e desenvolvimento do adolescente, nos seus aspectos
morfofisiopsicológicos, podendo aperfeiçoar o potencial físico determinado pela herança e
adestrar o indivíduo para um aproveitamento melhor de suas possibilidades.
Por seu turno, AZEVEDO Jr (2004), explica que entre os factores que favorecem a determinação
de estilos de vida activos no adulto está a experiência com actividade física na adolescência.
Segundo este autor, os adolescentes que se envolvem em actividades físicas têm maior
31
probabilidade de se tornarem adultos activos, melhorando a sua autoestima e imagem que têm de
si.
Numa outra abordagem, BARROS (1993), refere que os adolescentes praticam exercício por
várias razões, que se diferenciam de acordo com a idade. Os principais factores podem ser assim
agrupados: para adquirir autoconfiança e satisfação pessoal, para sair da rotina das actividades
curriculares (na escola), para se sociabilizar e para simular objectivos de vida, já que o desporto
pode ser um palco de situações a serem vivenciadas na idade adulta. BARROS (1993),
acrescenta que a grande preocupação com a imagem corporal geralmente é o estímulo que leva
muitos adolescentes a buscar actividades desportivas. Por esse aspecto que muitos jovens
acabam recorrendo as academias, onde tentam buscar a imagem perfeita.
32
CAPÍTULO V: Conclusão
“Revisão dos estudos sobre a percepção da imagem corporal e a concepção da cultura nos
adolescentes”, foi o tema abordado ao longo do presente trabalho de pesquisa, do qual colocou-
se como pergunta de partida: Qual é a percepção dos adolescentes em torno da imagem corporal
e a concepção da cultura? Decorrente da questão acima apresentada, colocou-se como objectivo
geral: Avaliar a percepção da imagem corporal e a concepção da cultura nos adolescentes. Com
a análise e discussão dos dados teóricos, chegou-se às seguintes conclusões:
De acordo com objectivo de identificar as dimensões da imagem corporal mais valorizadas pelos
adolescentes conclui-se que a cabeça e o peso são as dimensões mais valorizadas, seguidas da
pele, dos membros (superiores e inferiores) e por fim altura (que de acordo com os estudos
revistos é a dimensão menos valorizada).
Quanto ao terceiro objectivo especifico que era relação entre a prática de actividades físicas e a
satisfação ou insatisfação com a imagem corporal, conclui-se que prática regular de actividade
física é um aspecto importante na promoção da saúde e na qualidade de vida dos grupos
populacionais, principalmente dos adolescentes e pode estar relacionada à imagem corporal. A
insatisfação com o próprio corpo não serve de motivação para a adopção de comportamentos
adequados de controlo de peso, como exercícios. O hábito ou cultura de praticar actividade física
é um importante auxiliar para o aprimoramento e desenvolvimento do adolescente, nos seus
aspectos morfofisiopsicológicos, podendo aperfeiçoar o potencial físico determinado pela
herança e adestrar o indivíduo para um aproveitamento melhor de suas possibilidades.
33
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