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A aplicação prática, a

relação entre LL, ROE e o


valor da empresa
– Parte 2
1

Análise de sensibilidade e elaboração de cenários

Chamamos a atenção para algumas visões críticas a respeito da avaliação de projetos, quando
utilizada para fins de tomada de decisão estratégica.

Quando se fala da avaliação de investimentos, o analista, tipicamente, está avaliando


projeções de fluxos de caixa futuros, que naturalmente foram estimados tomando por base
uma série de premissas e suposições. Sendo assim, apesar de um VPL igual a zero ser
tecnicamente viável, esse nível de VPL não deixará o investidor em uma situação muito
confortável, pois qualquer desvio do esperado, ou erro nas projeções (para pior), fará que o
VPL se torne negativo e deixe de ser atraente ao investidor.

Um fato que acentua esse problema é a tendência do ser humano em ser otimista em suas
expectativas, um efeito altamente documentado na literatura sobre finanças comportamentais.
Isso sugere que as chances de os fluxos projetados estarem superestimados são, de fato,
reais. Sendo assim, na prática das decisões financeiras, busca-se aprovar projetos que aufiram
VPLs positivos, sendo muito questionáveis aqueles projetos de VPL nulo, pois não há qualquer
colchão de segurança para eventuais incertezas inerentes ao futuro.

Um exemplo desse caso são as construtoras brasileiras, que recentemente não previram o
aumento dos custos de mão de obra, dos preços dos terrenos, dos insumos (cimento, ferro,
entre outros), e a baixa nas demandas. A consequência foi o atraso nas obras e a demora na
entrada dos fluxos de caixa positivo dos projetos. Com isso, a realidade que se configurou foi
muito diferente das análises feitas inicialmente.

Para minimizar esses riscos, uma possível análise de cenários (otimista, moderado e
pessimista) da variação desses fluxos de caixa seria importante como etapa da análise dos
VPLs e TIRs dos projetos.

Para efetuar uma boa análise de cenários é preciso, antes de tudo, identificar quais são as
variáveis-chave na geração de valor e fluxos de caixa da empresa. Essas variáveis podem ser
consideradas as alavancas de geração − ou perda − de valor nesse projeto. Para auxiliar a
identificação dessas variáveis, podemos considerar a seguinte pergunta para reflexão: quais
são as variáveis mais relevantes para a determinação dos fluxos de caixa esperados nesse
projeto? E quais delas são aquelas com maior nível de incerteza associado?

Após essa reflexão, será possível então ajustar os fluxos futuros projetados para diferentes
cenários, considerando outras visões − mais otimistas ou mais pessimistas − de futuro, de
forma a verificar qual o nível de sensibilidade do VPL a essas possíveis variações de
premissas.

Ainda em relação ao exemplo de abertura de uma Revenda, considere os cenários alternativos


a seguir. Sugerimos que busque resolver o exercício e, somente depois, assista à videoaula
em que o professor irá discutir a resolução.
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Cenário 1. Custos fixos serão 50% maiores do que o previsto, a partir do Ano 1.

Cenário 2. Custos variáveis serão de 65% das vendas.

Cenário 3. A demanda será inferior à prevista (crescimento aprox. 10% inferior).

• Ano 1: R$90.000,00;

• Ano 2: R$252.000,00 (crescimento de 180%);

• Ano 3: R$365.000,00 (crescimento de 45%);

• Ano 4: R$438.000,00 (crescimento de 20%);

• Ano 5: R$474.000,00 (crescimento de 8,2%).

Nesses casos, como variam as conclusões?

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