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TRABALHANDO COM PROJETOS

SUMÁRIO

1. ATIVIDADES BASEADAS EM PROJETOS.................................................................02


1.1 DEFINIÇÃO DE PROJETOS.................................................................................................02
1.2 TIPOLOGIA DE PROJETOS.................................................................................................02
1.2.1 Projetos de Intervenção.............................................................................................02
1.2.2 Projetos de Pesquisa..................................................................................................02
1.2.3 Projetos de Desenvolvimento (ou de Produto) ........................................................02
1.2.4 Projetos de Trabalho..................................................................................................02
1.3 TAMANHO, COMPLEXIDADE E INCERTEZA DE PROJETOS...............................................03

2. AS DIMENSÕES DE UM PROJETO: PLANEJAMENTO E GESTÃO......................03


2.1 O CICLO DE VIDA DE UM PROJETO..................................................................................03
2.2 A ESTRUTURA DO PLANO DE PROJETO...........................................................................03
2.2.1 ESCOPO......................................................................................................................03
2.2.2 PLANO DE AÇÃO........................................................................................................06

3. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE UM PROJETO.........................................12

4. RISCOS E INCERTEZAS NA REALIZAÇÃO DE PROJETOS......................................14

Referência Bibliográfica..................................................................................................14

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1. ATIVIDADES BASEADAS EM PROJETOS

1.1 DEFINIÇÃO DE PROJETOS:


Um projeto é um empreendimento com início e fim definidos, com objetivos claramente
estabelecidos em função de problemas, oportunidades, necessidades, desafios ou interesse de
um grupo ou uma organização, com finalidade de coordenar e executar ações voltadas para a
melhoria de processos e de formação humana, em seus diferentes níveis e contextos.

1.2 TIPOLOGIA DE PROJETOS:

1.2.1 Projetos de Intervenção


São projetos desenvolvidos no âmbito de um sistema educacional ou de uma
organização, com vistas a promover uma intervenção, propriamente dita, no contexto em foco,
através da introdução de modificações na estrutura (organização) e/ou dinâmica (operação) do
sistema ou organização, afetando positivamente seu desempenho em função de problemas
que resolve ou de necessidades que atende.

1.2.2 Projetos de Pesquisa


São projetos que tem por objetivo a obtenção de conhecimentos sobre
determinado problema, questão ou assunto, com garantia de verificação experimental (existem
diversos tipos de projetos de pesquisas, próprios dos setores acadêmicos e de instituições de
pesquisa, que podem ser estudados à parte através de uma literatura rica e abrangente).

1.2.3 Projetos de Desenvolvimento (ou de Produto)


São projetos que ocorrem no espaço de um sistema ou organização com a
finalidade de produção ou implantação de novas atividades, serviços ou “produtos”. Exemplos
de projetos deste tipo são: desenvolvimentos de novos materiais didáticos; desenvolvimento
de nova organização curricular; desenvolvimento de um novo curso; desenvolvimento de
softwares educacionais etc.

1.2.4 Projetos de Trabalho


São projetos desenvolvidos por estudantes em uma (ou mais) disciplina (s), no
contexto escolar, sob orientação de professor, e têm por objetivo a aprendizagem de conceitos
e desenvolvimento de competências e habilidades específicas. Esses projetos são conduzidos
de acordo com uma metodologia denominada Metodologia de Projetos, ou Pedagogia de
Projetos. Os projetos de trabalho são executados pelos estudantes sob orientação do professor
visando à aquisição de determinados conhecimentos, habilidades e valores.

Observação: os quatro tipos de projetos assinalados não são excludentes,


significando que podem existir situações em que os mesmos ocorrem de forma articulada ou
integrada.

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1.3 TAMANHO, COMPLEXIDADE E INCERTEZA DE PROJETOS
Projetos podem ser classificados quanto ao tamanho (porte do projeto), quanto à
complexidade e quanto ao grau de incerteza.
O tamanho ou porte de um projeto está relacionado com o volume de recursos físicos,
financeiros e humanos envolvidos na sua execução e com sua abrangência, em termos de
público-alvo e espaço geográfico envolvido. Assim os projetos podem ser classificados como
sendo de pequeno, médio ou grande porte.
A complexidade de um projeto está relacionada basicamente com: a quantidade de
variáveis envolvidas na concepção do projeto e a quantidade de inter-relações entre elas; a
dificuldade de compreensão dos conceitos e definições envolvidas; e a complexidade do
modelo de gestão requerida. Desse modo, os projetos podem ser classificados com simples,
modestos ou complexos.
A incerteza é uma característica inerente aos projetos. Todo projeto, por ser uma
atividade inovadora, apresenta um determinado grau de incerteza ou risco quanto ao alcance
dos objetivos e resultados previstos. A incerteza ou risco de um projeto relaciona-se a fatores
de comprometimento externo e a deficiências ou inadequações do plano de ação ou do
processo de sua execução. Desse modo, os projetos podem ser vistos com nível de incerteza
baixo, médio ou alto.

2. AS DIMENSÕES DE UM PROJETO: PLANEJAMENTO E GESTÃO

O planejamento é composto por um conjunto de documentos (definição do problema,


justificativa, objetivos, cronograma, entre outros) e a gestão é a parte de implementação, a
ação, técnica ou maneira de gerenciar, controlar ou conduzir o projeto. A gestão de um projeto
vai além da simples execução daquilo que está planejado, pois além de corrigir eventuais
desvios em relação ao planejamento, a gestão pode introduzir modificações no planejamento
inicial, em função das necessidades observadas durante a execução.

2.1 O CICLO DE VIDA DE UM PROJETO


O ciclo de vida de um projeto é composto por cinco (5) fases que não ocorrem, na
prática, de forma linear ou sequencial, que por sua vez, é caracterizada por um conjunto de
atividades distintas, das quais resultam diferentes produtos.

Atividades típicas das fases de um projeto Produtos


1 – INICIALIZAÇÃO • Visão geral do projeto e
Desenvolvimento de visão geral do projeto. decisão para seu
• Reconhecer que um projeto vale a pena ser feito planejamento.
• Identificar e definir o problema ou situação geradora
• Determinar o que o projeto vai realizar
• Definir a abrangência do projeto
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2 – PLANEJAMENTO • Desdobramento de
Definição de objetivos, resultados esperados, recursos, estimativa atividades e tarefas
de custos, prazos etc. • Cronograma
• Refinar e detalhar o escopo do projeto • Orçamento
• Usar as atividades e tarefas necessárias aos resultados • Documento do Plano de
desejados projeto
• Sequenciar as atividades da maneira mais eficiente possível
• Definir um cronograma e atribuir recursos a cada atividade
programada
3 – EXECUÇÃO • Atribuição de tarefas
Organização, coordenação e direção de equipes. • Produtos e serviços
• Organizar e coordenar equipes; atribuir tarefas realizados conforme
• Resolver conflitos e problemas planejamento
• Manter comunicação efetiva com os envolvidos no projeto
• Garantir o provimento de recursos para realizar o
planejamento
4 – CONTROLE • Relatórios de progresso
Acompanhamento da execução de projeto • Relatórios de avaliação
• Monitorar a execução e identificar desvios em relação ao • Alterações no
planejamento planejamento
• Adotar ações corretivas para manter o curso planejado
• Reescalonar as atividades do projeto na medida do
necessário
• Adequar recursos disponíveis e/ou abrangência do projeto
5 – ENCERRAMENTO • Relatórios de avaliação
Avaliação dos resultados do projeto • Resultados alcançados
• Verificar, analisar e avaliar os resultados alcançados
• Elaborar relatórios finais
• Disseminar os resultados alcançados
• Consolidar o aprendizado com o projeto; formular novas
propostas

2.2 A ESTRUTURA DO PLANO DE PROJETO


O Plano de Projeto é estruturado a partir de três componentes básicos:
a) Escopo
b) Plano de Ação
c) Plano de Controle e Avaliação

2.2.1 ESCOPO
É um conjunto de realizações que se pretende colocar sob a forma de um projeto.
Consiste na alma do projeto, pois expressa sua essência e identidade.
São elementos que constituem e definem a estrutura do escopo:

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• Definição do problema ou situação geradora do processo
(problema, necessidade, desafio, oportunidades). “De que trata o
projeto?”; “Qual situação, problema ou necessidade que deu
origem ao projeto?”.

• Justificativa (o porquê do projeto). Pode conter um diagnóstico


da situação inicial, também denominado de “linha de base”. “Por
que vale a pena investir no desenvolvimento do projeto?”.

• Objetivos geral e específico do projeto (a razão de ser e para que


Elementos do
o projeto?). “Para quais finalidades o projeto vai ser conduzido?”.
Escopo
• Resultados esperados com a realização do projeto (diretamente
relacionados com os objetivos específicos dele). “Quais
resultados e benefícios se pode esperar com a realização do
projeto?”.

• Abrangência do projeto (público-alvo e caracterização da


extensão e área de atuação do projeto). “Qual a área de atuação
do projeto?”; “Qual a sua dimensão em termos de público-alvo?”;
“Que volume de recursos deverá ser investido?”.

O Plano de Ação e o Plano de Controle e Avaliação só devem ser desenvolvidos após se


ter uma definição completa do Escopo do projeto.

Estabelecendo o escopo do projeto


A palavra escopo é de origem grega e significa olhar, mirar, observar, intencionar (MINI
AURÉLIO, 2000, p. 282) e, no âmbito de projetos, podemos afirmar que escopo significa
objetivo. Faz-se notar, portanto, que escopo não tem o mesmo significado que objetivo, o
escopo se refere ao campo de operação em que são alcançados um ou mais objetivos.
O escopo de um projeto é considerado a base para as etapas seguintes de
planejamento, acompanhamento (monitoração) e avaliação do projeto. Ele define quais são as
atividades necessárias e quando elas devem acontecer, ao longo do projeto, de forma que a
integração delas propicie atingir um objetivo em um determinado período de tempo.
Ao estabelecer o escopo de um projeto, devemos conhecer o significado e aplicação dos
conceitos de: situação geradora, justificativa, objetivos, abrangência e resultados esperados,
como elementos básicos do escopo de um projeto.

A definição do problema
Um dos requisitos mais importantes para o sucesso de um projeto é a clara definição do
problema ou situação geradora, a qual será a base para a etapa de elaboração dos objetivos e
dos resultados a serem alcançados no projeto.

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A justificativa do projeto
A justificativa representa um elemento importante na fase de negociação e apreciação
do projeto junto aos agentes apoiadores de sua realização. Ela pode ser considerada uma
extensão do item “situação geradora”, tendo como objetivo fundamentar ou aprofundar o que
foi colocado inicialmente. Ela contribui também para a compreensão da razão de ser do projeto
por parte dos seus executores e participantes.
Devemos considerar na elaboração da justificativa os critérios de redação geralmente
utilizados para trabalhos técnico-científicos, como a objetividade, precisão, concisão e clareza.

Os objetivos do projeto
Um objetivo é a expressão de um propósito, intenção ou fim que se deseja alcançar por
meio da realização de um projeto. Um projeto é composto por objetivo geral e objetivos
específicos. O objetivo geral é considerado como sendo uma declaração de caráter geral e
abrangente que expressa à intenção de resolver o problema ou necessidade que está escrita na
situação geradora do projeto. Assim, o objetivo geral expressa à razão de ser do projeto, ou
seja, refere-se ao para que o projeto será implementado. O objetivo específico é uma
declaração de caráter bem definido sobre o que se pretende realizar para alcançar aquilo que
está expresso no objetivo geral. Um projeto pode ter um ou mais objetivos específicos.
Entretanto, é importante considerar que um objetivo específico terá sempre uma hierarquia
menor do que o objetivo geral.

Os resultados esperados
Os resultados de um projeto dependerão muito do acerto na concepção, planejamento
e realização dos produtos desenvolvidos. Observe que a hipótese inicial (explícita ou não) do
projeto é de que a realização das atividades planejadas tenha, como consequência, a obtenção
dos resultados esperados. Assim, vemos que o êxito de um projeto não depende apenas da
execução daquilo que se planejou, mas, sobretudo, do acerto nas relações entre o que se
pretende alcançar (resultado), as estratégias escolhidas (plano) e a forma como foram
implementadas (execução).

A abrangência do projeto
A abrangência de um projeto expressa o conjunto de características que definem o
tamanho ou amplitude do projeto em termos de público-alvo, pessoas envolvidas na sua
execução e extensão da área de atuação do projeto que pode significar área de atuação
geográfica ou amplitude das realizações pretendidas com o projeto.

2.2.2 PLANO DE AÇÃO


É um documento que apresenta de forma estruturada todos os procedimentos e
recursos que serão mobilizados para a execução daquilo que foi expresso no escopo do projeto.
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O Plano de Ação de um projeto especifica ações, atividades, tarefas e recursos, logicamente
encadeados no tempo e no espaço, tendo em vista maximizar a eficiência na realização dos
objetivos do projeto.
Elementos de estrutura do Plano de Ação

• Desdobramento de atividades e tarefas (detalhamento de grandes


ações em pacotes de trabalho). “Como será realizado este projeto?
“Quais são as ações, atividades e tarefas que serão realizadas?”.

• Estimativas de custos e recursos (determinação de custos e recursos


físicos e humanos requeridos para a execução das diversas tarefas).
Elementos do
“Que recursos serão empregados?”.
Plano de Ação

• Cronograma (linha do tempo do projeto, com detalhamento de


início e fim de atividades e tarefas, atribuição de responsáveis etc.).
“Quanto tempo será necessário para a realização de cada ação,
atividade ou tarefa?”; “Quem serão os responsáveis por sua
execução?”.

Elaborando o plano de ação do projeto


O Plano de Ação de um projeto é um documento que apresenta, de forma estruturada,
os procedimentos e recursos que serão mobilizados para a execução daquilo que foi expresso
no escopo do projeto. Ele é uma espécie de “mapa do caminho a ser percorrido”, desde o início
até o fim e por meio dele são especificadas atividades, tarefas e recursos, logicamente
encadeados no tempo, tendo em vista a realização eficiente e efetiva dos objetivos e resultados
esperados.
Sem um bom Plano de Ação é muito difícil e arriscado iniciar um projeto, acompanhar
seu desenvolvimento e avaliar seus resultados.
Quanto maior o conhecimento e a experiência da equipe que desenvolve o projeto,
mais consistente e detalhado será o Plano de Ação.

Questões para o plano de ação


Após a elaboração do escopo, considerando especialmente a definição dos objetivos e
os resultados esperados em um projeto, as perguntas que devem ser respondidas, visando à
elaboração do Plano de Ação, são:
• Quais atividades serão necessárias para alcançar os objetivos e resultados
esperados?
• Quando acontecerá cada atividade?
• Quais serão os responsáveis por sua execução?
• Qual a melhor sequência para a realização das atividades?

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• Quais são as atividades críticas do projeto?
• Quais os produtos que serão gerados com a realização das atividades?
• Quais recursos serão necessários?

O planejamento como um processo


A elaboração do Plano de Ação de um projeto pode ser vista como um processo no qual
alguns aspectos devem ser tidos em conta, tais como:
• Planos de Ação são de natureza dinâmica e não estáticos. Significa que todo plano
pode (e, muitas vezes, deve) sofrer mudança ao longo da execução do projeto.
• Planejamento é um processo criativo. Atividades baseadas em projetos lidam com o
desenvolvimento de processos, atividades e soluções novas.
• Para ser efetivo, o Plano de Ação deve ser usado, revisado e mantido atualizado
constantemente.
• Planejar implica definir como, quanto, onde e com que recursos algo pode ser feito
através de um projeto. Trata-se de um exercício de previsão de tempo e recursos e
requer, muitas vezes, a elaboração de modelos de sistemas e processos para ajudar
na concepção do caminho a ser percorrido com o desenvolvimento do projeto.
• O planejamento não é uma ciência exata.

Preparo e organização para o planejamento


O planejamento é um processo interativo que deve ser repassado várias vezes através
de refinamentos sucessivos, até alcançar os requisitos necessários para uma versão final do
Plano de Ação.
Uma primeira versão do plano normalmente contém apenas indicações genéricas de
atividades, prazos e datas aproximadas, e uma estimativa inicial dos recursos necessários. Em
sua versão final, um bom planejamento deve conter detalhes de todas as atividades, previsão
confiável de datas e uma especificação completa de todos os recursos necessários.
Entretanto, é importante considerar que, na fase de execução do projeto, as atividades
e tarefas previstas no Plano de Ação passam, necessariamente, por um maior refinamento à
medida que o projeto se desenvolve.
Outra importante consideração é que os Planos de Ação sejam desenvolvidos de forma
ordenada. As recomendações apresentadas a seguir podem ser úteis no desenvolvimento do
Plano de Ação:
• Trabalhando de forma organizada: qualquer abordagem estruturada que possa ser
utilizada para orientar a equipe responsável pela elaboração do Plano de Ação é de
grande valor nesta fase. Podem ser utilizados recursos simples como gráficos,
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fluxogramas, esquemas, tabelas etc. Reuniões específicas das equipes de projetos
também devem ser incluídas como parte da metodologia de desenvolvimento do
Plano de Ação do projeto, propiciando comunicação e interação entre os
participantes.
• Uso da experiência dos interessados no projeto: normalmente, os interessados no
projeto têm muito a contribuir para o seu planejamento e desenvolvimento. A
função da equipe do projeto é criar um ambiente propício para receber esta
contribuição, na medida em que esta for possível e oportuna.
• Acesso à informação: durante o planejamento de projetos, as equipes necessitam de
informações relativas ao contexto no qual o projeto se desenvolve, essenciais para
tomar decisões, selecionar estratégias etc. e que devem estar disponíveis com
facilidade.

Transformando o projeto em tarefas executáveis


Um projeto pode ser visto como uma macro ação ou macro atividade, ou seja, como
um empreendimento único, de grandes proporções, com início, meio e fim. Entretanto, a
menos que seja um empreendimento extremamente pequeno e simples, o domínio e o
entendimento de sua complexidade, assim como o planejamento de sua realização, só podem
ser alcançados quando o projeto é divido em partes menores e mais simples.

Diferenças entre: Objetivo, Ação, Atividade e Tarefa.


Objetivo: um objetivo expressa um propósito, uma intenção ou fim que se deseja
alcançar por meio da realização de um projeto. Está fortemente ligado aos resultados
esperados, em termos de benefícios diretos obtidos, de soluções ou melhorias alcançadas.
Ação: uma ação indica a ocorrência de um conjunto de atividades, acontecimentos ou
sequência de acontecimentos que resultam em modificação significativa no desenvolvimento
do projeto e concorrem para a realização de seus objetivos. Uma ação representa, portanto,
algo significativo que deve ser concretizado para se alcançar os objetivos específicos do projeto.
Uma ação, como expressão de algo a ser concretizado, assinala um marco importante ao longo
da execução do projeto. Um marco, por sua vez, é considerado como um evento, ou seja, a
conclusão de várias atividades ou tarefas que conduzem a uma situação importante no
andamento do projeto. Um marco (ou evento) é, portanto, um ponto do projeto que merece
ser verificado ou avaliado.
Atividade: uma atividade indica a realização de trabalhos específicos, compostos por um
conjunto de tarefas. Geralmente uma atividade tem uma abrangência (tamanho) e
complexidade que ainda requer mais detalhamento para ser atribuída a uma pessoa ou grupo
de pessoas, de modo a permitir sua execução.
Tarefa: uma tarefa é a descrição de um trabalho específico a ser executado, geralmente
com pequeno grau de dificuldade, que requer algum esforço (mental ou físico), tempo e
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habilidades específicas. Sua descrição é clara, específica, pode ser atribuída, sem ambiguidades,
a uma pessoa ou grupo de pessoas e permite acompanhamento de sua realização e conclusão.
As tarefas representam desdobramentos ou divisões das ações e atividades previstas no
projeto. Se uma tarefa não puder atender aos requisitos anteriores, ela pode ser desdobrada
ou dividida em duas ou mais subtarefas até que tenha um nível de detalhamento operacional.

Exemplos
de
Objetivo Identificar os desperdícios de água ocorridos na Unidade Escolar durante o
período de agosto a dezembro de 2021.
Ação Capacitação dos participantes envolvidos no processo de identificação dos
desperdícios de água na Unidade Escolar.
Atividade - Realização de curso e/ou oficina de aperfeiçoamento para identificar
desperdícios de água na Unidade Escolar;
- Organização e implementação de grupos de estudos.
Tarefa - Contratação de um especialista em gerenciamento de desperdício de água
que oferecerá o curso e/ou oficina aos participantes do Projeto;
- Elaboração de formulário para serem anotados os desperdícios de água na
Unidade Escolar.
- A partir dos grupos de estudo, identificar as possíveis soluções para conter
os desperdícios de água na Unidade Escolar e de que forma prover a
sustentabilidade da água nesta Unidade Escolar.

É importante notar que há uma clara hierarquia entre os conceitos mencionados


anteriormente: a realização de tarefas representa uma atividade; a realização de atividades
representa uma ação; e a realização de ações concorre para a realização de um objetivo
específico do projeto. Portanto, ao passar dos objetivos para as tarefas, estamos aumentando o
nível de detalhamento daquilo que vai ser efetivamente realizado, por meio das tarefas
especificadas. O nível de detalhe de cada tarefa não deve ir além do necessário para sua clara
compreensão por quem deve executá-la. Caso contrário, corremos o risco de nos perder num
grande número de detalhes desnecessários.
Para esclarecer alguma dúvida que ainda possa existir entre os conceitos mencionados,
podemos acrescentar que um objetivo é uma intenção ou propósito cuja realização depende da
concretização de uma ou mais ações. Cada ação, por sua vez, depende da execução de
atividades e tarefas.
Além de saber o que deve ser realizado, o Plano de Ação requer uma estimativa de
quanto tempo será empregado em cada atividade ou tarefa.
O tempo necessário para executar uma atividade depende de vários fatores. Mesmo as
atividades executadas várias vezes pela mesma equipe podem sofrer variações no tempo de
execução. Atividades de rotina têm o tempo mais previsível, enquanto outras atividades sofrem
grandes variações.

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São fatores que afetam o tempo de execução de uma tarefa:
• Nível de habilidade e treinamento da equipe para a tarefa específica;
• Disponibilidade e desempenho de recursos tecnológicos;
• Disponibilidade de materiais, suprimentos e equipamentos;
• Ocorrência de eventos inesperados (problemas pessoais, acidentes, mudanças
na equipe, mudanças no contexto social, econômico etc.).
O problema da estimativa de tempo se deve à dificuldade em prever quando e com que
intensidade cada um desses fatores irá ocorrer e como afetará o desenvolvimento de uma
atividade ou o projeto como um todo. Para efeitos de estimativa, é conveniente recorrer à
experiência da equipe envolvida na execução de uma atividade ou, no caso de não existir a
experiência prévia, obter dados a partir de quem já executou atividades similares.

Estimativas de custos e recursos


O Plano de Ação deve especificar as estimativas dos recursos necessários e os
respectivos custos para que o orçamento dele seja elaborado. Em geral, podemos considerar
que os seguintes recursos são necessários em um produto:
• Pessoas: coordenadores, equipes, técnicos, especialistas e consultores;
• Recursos Financeiros: financiamentos, recursos de instituição etc.;
• Equipamentos: em função do tipo e objetivos do projeto;
• Instalações: infraestrutura, comunicação, ambiente de trabalho etc.;
• Materiais e Suprimentos: em função do tipo de projeto;
• Informação: bases de dados, documentos, arquivos etc.;
• Tecnologia: recursos específicos em função do tipo de projeto.
O planejamento de custos em um projeto envolve a identificação de todos os recursos
necessários para fins de elaboração de um orçamento para o projeto. Dependendo do tipo do
projeto, especialmente dos produtos que se espera que sejam desenvolvidos ao longo do
projeto, os recursos relacionados anteriormente podem ser agrupados em três categorias:
• Material permanente (bens, equipamentos, instalações etc.);
• Material de consumo (materiais, suprimentos etc.);
• Serviços (consultoria, serviços especializados etc.).

Cronograma (Construindo a Linha do Tempo do Projeto)


Um dos recursos utilizados com mais frequência no planejamento de projetos é o
cronograma. Este recurso é fácil de ser construído e compreendido, mesmo por pessoas com

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pouco conhecimentos técnicos. O cronograma é uma linha de tempo do projeto que mostra
quando cada atividade ou tarefa deve acontecer ao longo do desenvolvimento do projeto.
Há uma grande variedade de formato de apresentações de cronogramas. Também o
nível de detalhamento das informações que são registradas no cronograma pode variar
conforme a necessidade de cada projeto. Além das datas em que cada tarefa deve ser
executada, podemos acrescentar no cronograma informações adicionais, como equipes
responsáveis pela execução, recursos necessários, indicação de tarefas críticas etc.
O nível de detalhamento de um cronograma é uma escolha que a coordenação do
projeto faz em função de vários fatores. Um deles é a necessidade de detalhamento de fases
que estão perto de serem executadas. No início do projeto, o cronograma pode estar detalhado
em períodos de tempos maiores como, por exemplo: trimestral, semestral, ou até anual. À
medida que uma nova fase se aproxima, seu cronograma é detalhado, incluindo informações
adicionais de tarefas, responsabilidades, custos e prazos, para períodos menores de tempo,
como quinzenas ou semanas, por exemplo.
Uma última informação é que o cronograma é um importante instrumento de
monitoramento de projetos, pois os procedimentos de monitoramento (acompanhamento de
atividades e tarefas) baseiam-se em informações do cronograma do projeto.
Exemplo de Cronograma
Projeto (Nome do Projeto)
Cronograma detalhado referente às ações do objetivo

Prazo
Prazos de Execução
total
(meses)
da
ação Custo
Objetivo 1 2 3 4 5 total
Ação Tarefas Responsáveis
específico da
ação

3. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE UM PROJETO

Por que monitorar e avaliar projetos?


A complexidade do Plano de Monitoramento e Avaliação de um projeto depende do
tipo, do porte e da complexidade do projeto com um todo e, especificamente, do que foi
definido em seu escopo. Assim sendo, projetos de pequeno porte e de baixa complexidade são

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relativamente fáceis de acompanhar e avaliar, bastando para isso um Plano de Ação bem
elaborado o qual fornece informações essenciais ao acompanhamento das atividades e tarefas.
O mesmo não ocorre em projetos grandes e complexos, nos quais o acompanhamento e
avaliação precisam de dados e informações sobre inúmeras atividades e tarefas. Nesse caso,
torna-se indispensável à adoção de métodos e estratégias específicas de monitoramento e
avaliação.
A ideia fundamental que sustenta um Plano de Monitoramento e Avaliação é fornecer
aos coordenadores ou gerentes de Projeto um conjunto de recursos metodológicos que
facilitem as tarefas de acompanhar o andamento do Projeto em suas diversas fases e avaliar
seus resultados. Portanto, o monitoramento e avaliação de um projeto têm por finalidade
aumentar a eficiência e efetividades dos recursos financeiros, físicos e humanos empregados,
minimizando perdas e maximizando a obtenção dos resultados esperados.

Definições dos termos: monitoramento e avaliação


Monitorar significa acompanhar e verificar alguma coisa, especialmente dados obtidos
por algum sistema de medição; acompanhar o comportamento de processos ou sistemas,
visando detectar desvios. Avaliar é determinar o valor de algo, fazer a apreciação, analisar,
julgar, ponderar.
No contexto do Plano de Monitoramento e Avaliação de Projetos Educacionais,
adotaremos os seguintes conceitos básicos:

Monitoramento
É o acompanhamento contínuo e sistemático das atividades previstas, verificando se a
execução do projeto está ocorrendo conforme o planejado; o monitoramento acompanha o
trabalho que está sendo realizado (entradas + processos + saídas), com foco na eficiência do
projeto.
As ações de monitoramento se referem aos processos (conjuntos de tarefas)
desenvolvidos no projeto. Portanto, o monitoramento refere-se ao acompanhamento do
trabalho realizado, o que inclui os recursos necessários para este trabalho e seus respectivos
produtos. É através dele que se obtém o termômetro da eficiência do projeto. São perguntas
que devem ser realizadas no processo de monitoramento: Tudo que foi planejado foi realizado?
Executamos bem o que foi planejado?

Avaliação
É a análise dos resultados obtidos através da realização das atividades do projeto,
verificando em que medida os objetivos foram alcançados; a avaliação mede os resultados e
impactos, com foco na eficácia (ou efetividade) do projeto.
Quanto às ações de avaliação, estas se referem à análise dos resultados e impactos
produzidos pelo projeto, verificando em que medida os objetivos foram alcançados. Neste

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caso, a avaliação mede a eficácia do projeto e deve responder as perguntas do tipo: Chegamos
aos resultados que esperávamos? Chegamos aonde queríamos chegar? Se não, por quê?
Os procedimentos de monitoramento têm por base o Plano de
Ação do Projeto – sua principal função é fornecer dados e
informações sobre as atividades, produtos e serviços para o
processo de análise ou avaliação do desempenho do projeto. Os
procedimentos de avaliação têm por base o Escopo do Projeto;
não existe avaliação sem monitoramento, pois não haveria dados
ou informações para sustentar análises, comparações ou
julgamentos (BARBOSA; MOURA, 2013).

Os processos de monitoramento e avaliação são interdependentes e complementares.


Um ponto em comum é que ambos necessitam de dois elementos fundamentais: os dados e as
informações sobre atividades e resultados do projeto.

4. RISCOS E INCERTEZAS NA REALIZAÇÃO DE PROJETOS

Todo projeto tem em vista a produção de algo novo. Seus objetivos expressam aquilo
que se pretende realizar ou alcançar com sua realização. A justificativa, por sua vez, procura
esclarecer as razões por que se pretende realizar aquilo que está apresentando nos objetivos
do projeto. Na articulação desses elementos existe uma hipótese que pode estar colocada
implícita ou explicitamente, ou seja, assume-se no escopo do projeto que, “executando aquilo
que foi planejado como estratégia para se alcançar o (s) objetivo (s) do projeto, estaremos
alcançando aquilo que foi colocado como premissa ou justificativa na apresentação da situação
geradora do projeto”. Assim, tem-se como hipótese, implícita ou explícita, que “realizando-se
aquilo que está proposto, resolver-se-á aquilo que se colocou como problema, necessidade ou
desafio, que deu origem ao projeto”.
Para todo projeto haverá sempre um risco intrínseco que implicará na suposição de que
uma proposição é realmente uma solução, ou uma boa solução, para aquilo que deu origem e
justificação ao projeto.

Referência Bibliográfica

TRABALHANDO COM PROJETOS – Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais. Autores:


Dácio G. Moura e Eduardo F. Barbosa, editora Vozes, 6ªEd. Petrópolis, RJ, 2013.

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