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Psicologia 12º A e Bt e Bh

Ano letivo 2016/2017

Análise do filme: “O Menino Selvagem”

FICHA TÉCNICA

Título: O Menino Selvagem


(L ´enfant Sauvage)
Realização: François Truffaut e Jean - Pierre Cargol
Duração: 86 minutos

• Descreve a postura e o modo de locomoção da criança quando é encontrada.

Quando encontrada, a criança deslocava-se essencialmente sobre quatro "patas", caminhando


de uma forma grutesca. Quanto à sua postura, esta era muito curvada.

• Faz um breve registo dos seguintes comportamentos:

• Hábitos alimentares: O menino não mostrava grande vontade de comer doces ou carne,
apenas comia cogumelos, raízes e bolota, na fase inicial.

• Reações aos sons: O menino não reagia a sons de civilização como fechar portas, o que levou
a considerar ser surdo mudo, contudo este reagia ao quebrar de nozes, o que fez pensarem
que não reage a sons fortes. Na verdade, o menino apenas reagia aos sons da natureza, ou
seja àqueles a que está habituado.

• Reações ao calor e ao frio: O menino não possuia grande sensibilidade térmica, pelo que
conseguia até mesmo pegar em brasas ou tomar banhos de àgua a escaldar, sem se magoar.

• Reações à sua imagem no espelho: Peranto o espelho demonstrava ficar confuso, pensando
que o reflexo era uma entidade real e como tal pensando que estava alguma coisa à sua
frente, que não só um espelho.

• Outros comportamentos que consideres oportunos reter: Uso dos sentidos na ordem inversa
( "O olfato parece ser o mais desenvolvido depois o paladar, a visão e o tato."),
comportamento agressivo com outros seres humanos, gosto pela chuva, comportamentos
tipicos da selva (como se esconder no meio das folhas),...

• Faz um registo das reações do menino à integração no meio humano: utilização da roupa,
higiene, alimentação, contato com os outros.

As reações do menino podem dividir-se em duas fases. Na fase inicial o menino recusava-se a
usar roupas, fazias as necessidades onde calhava, não mostrava vontade em ter uma higiene assídua,
alimentava-se de acordo com aquilo que também consumia na selva (raízes, bolotas e cogumelos), e
mostrava-se extremamente agressivo com quem lhe tentava condicionar a sua vontade.
Numa segunda fase o menino foi adaptando-se ao contacto com os outros, principalmente como
o doutor e a ama, passou a aceitar vestir roupas, incluíndo calçado, praticava hábitos de higiéne sem
mostrar oposição e passou a ter uma alimentação mais abrangente, priorizando o leite e a água.

• Descreve os progressos conseguidos pelo jovem:

• Na coordenação motora: O jovem, ao longo do tempo, passou a conseguir caminhar sobre


dois pés, e começou a adoptar uma posição mais direita.

• No desenvolvimento da atenção: O jovem reduziu as suas crises, contudo a intensidade que


o professor tentava impor era muitas vezes superior ao que Victor conseguia aguentar. No
geral, apesar de todas as suas limitações, Victor tornou-se mais capaz de manter o foco nas
tarefas que estava a realizar.

• Na emissão de palavras: Apesar de alguns sons Victor ter sido incapaz de aprender, este ,
com a ajuda do professor, chegou mesmo a conseguir dizer a palavra "leite". No geral foi um
campo sem grande progresso.

• Nas expressões de afetividade: Talvez um dos campos de maior progresso, Victor passou a
demonstrar e a necessitar de receber afecto por parte do professor. Victor, também,
começou a demonstrar as suas emoções de forma mais humana como atráves do choro.

• “O homem não nasce com todas as aptidões mas é construído”

A hereditariedade tem uma papel muito importante na determinação do que é cada um


de nós. Esta oferece-nos as potencialidades para nos tornar-mos num vasto conjunto de
resultados possíveis. Contudo estas potencialidades não vão ser todas demonstradas, apenas
vão ser aquelas que se adaptarem ao confronto com o meio. Podemos então concluir que o
meio te um papel fundamental no que faz de cada um de nós aquilo que somos. Victor é um
excelente exemplo desta situação, este herdou dos seus pais todas as carateristicas necessárias
para a aprender tudo o que os outros meninos aprendem, contudo forçado a viver na selva, este
não revelou aptidões para leitura ou fala, porque simplesmente o ambiente exigia-lhe outro
conjunto de aptidões (outra das suas potencialidades) que era a capacidade de resistência na
selva.

Um ótimo resumo desta temática será o comentário de Lucien Malson: "Nem só de


genes vive o Homem (... )Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente
social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais
ilumina o rosto das crianças isoladas.”

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