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Luis Filipe Maciel - 00244416

É possível resistir a perda de pessoas importantes, a doenças, as adversidades na


velhice sem crer em Deus? “Dona Zilda, memórias compartilhadas” é um espetáculo que
pretende investigar essas questões à luz de diálogos entre Luis Filipe Maciel Jacinto, diretor e
produtor do espetáculo, e sua bisavó, Zilda Goes Porciuncula, mulher negra e crente. A
proposta além de retratar essa relação, também será composta por depoimentos que revelarão
outras perspectivas sobre Zilda.
Tendo em vista que ambos, bisneto e bisavó, guardam ou guardaram relação com a
Igreja evangélica, especificamente de matriz Pentencostal, a proposta contemplará
cenicamente elementos litúrgicos do culto pentecostal. A figura do pastor, do coral, da
oração, do testemunho e dos cânticos serão trabalhados de forma a criar uma ambientação
espiritual e nostálgica na qual memórias, fatos, e reflexões filosóficas serão mesclados numa
única narrativa. Além de elementos litúrgicos próprios dos cultos pentecostais das igrejas
brasileiras, também serão adotados elementos de outras igrejas cristãs, como das igrejas
batistas norte-americanas numa tentativa de casar esteticamente o universo pentecostal
brasileiro ao universo black gospel norte americano.
A trilha será composta por louvores clássicos como “Amazing Grace” que serão
cantados tanto em coral, quanto individualmente pelos atores. O espetáculo inteiro será
acompanhado por um tecladista que solará as melodias e fará interferências pontuais na
dramaturgia. A cenografia será composta basicamente por uma cadeira de balanço, abajur,
dispositivos portáteis de luz, figurinos e um púlpito. O intuito é mesclar objetos do
imaginário familiar de Zilda com elementos litúrgicos. A iluminação transitará entre
momentos íntimos, os quais Zilda será representada enquanto personagem, com momentos
“culto”´, mais narrativos, no qual uma luz ampla e “espetacular” será utilizada. O estilo de
atuação terá como base os cultos que estimulam um “espírito comunitário” ou a irmandade.
No culto todos são irmãos em Cristo, todos compartilham de adversidades semelhantes e
buscam consolação e acolhimento na igreja. Logo, os atores trocarão diretamente com
público, como se estivessem em uma grande santa ceia, que ora transita através de momentos
de “quebrantamento”, ora através de momentos festivos, de celebração. Os figurinos serão de
dois tipos: neutros ou que ajudem a compor imageticamente um coral uno, e, inspirados na
biografia de Zilda e/ou no universo black gospel norte-americano.

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