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De que forma a atitude consumista e egoísta diverge da vida que pensa nas futuras

gerações, e desconsidera a origem de tudo? Discorra sobre a importância de a religião se


envolver com questões do meio ambiente e a paz mundial.

O desenvolvimento tecnológico, o surgimento da imprensa, as revoluções científicas e industriais,


bem como a crise dos valores religiosos e o ostracismo filosófico deram lugar a um vazio
existencial do ser humano que permitiu o culto ao consumo, de tal modo que a prática se tornou tão
preocupante a ponto de receber um nome próprio: o consumismo. A atitude consumista, que se
traduz no consumo exagerado e irresponsável, também se revela egoísta e demonstra falta de
reflexão sobre a origem de tudo. O consumo desenfreado estimula o excesso de produção, que
demanda a extração cada vez maior de recursos naturais do meio ambiente que serão transformados
através de processos que demandarão ainda mais recursos, a fim de abastecer um mercado ávido por
produtos que, em breve, serão substituídos e, por fim, descartados na natureza, desconsiderando-se
o(s) ecossistema(s) e a relação de interdependência entre os seres vivos e demais elementos
naturais.
O que se chama de meio ambiente é o que viabiliza a vida neste planeta, inclusive a humana. O ser
humano faz parte da Natureza. Todo e qualquer produto ou recurso utilizado para a manutenção da
vida humana ou para seu conforto tem origem na natureza. Basta pensar no corpo humano, que
possui cerca de 70% (setenta por cento) de água e necessita desse recurso para as diversas reações
químicas que o mantém vivo. Ainda que se pense no produto mais tecnológico existente,
desenvolvido a partir de compostos artificiais, alguma matéria-prima ou recurso utilizado na
fabricação é de ordem natural.
A origem de tudo é natural e uma atitude consumista e egoísta desconsidera isso justamente ao fazer
o que foi dito no primeiro parágrafo: estimular uma prática que não é sustentável, que não viabiliza
a manutenção da vida no planeta. Essa atitude não pensa nas futuras gerações, não é justa. A
herança mais importante que se pode deixar não é financeira, pois o que é monetário não se come. É
a possibilidade de se viver e fazê-lo com qualidade, desfrutando de recursos e belezas naturais,
transmitindo essa possibilidade por gerações. Essa transmissão perpassa pela necessidade de
consciência de valores e condutas a serem internalizados e praticados pelos seres humanos.
É sobremaneira importante que a religião se envolva com questões do meio ambiente e até com a
paz mundial - também indispensável à manutenção do meio ambiente e da vida no planeta -, pois
ela tem um importante papel de resgate de valores e conscientização. Outro aspecto considerável é
que também viabiliza a expansão da consciência. A Seicho-No-Ie, por exemplo, destaca o
sentimento de unidade existente e a efetiva unidade de Deus, Natureza e seres humanos. Assim,
sugere, valoriza e difunde práticas que repercutem positivamente nas questões do meio ambiente e
da paz mundial, como a proposta de redução do consumo de carne vermelha, os clubes de horta
orgânica, de artesanato e de bicicleta, além da conscientização da identidade das religiões, da
igualdade dos povos e da promoção de correntes de oração pela paz mundial. São as ações que
impactam o meio em que vivemos.

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