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RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES DO BOLSISTA PIBIC/FACEPE

(Refere-se às atividades realizadas no período de agosto de 2012 a julho de 2013)

TRATAMENTO DE ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS EM FERRO (Fe): RECUPERAÇÃO,


CONSERVAÇÃO E RESTAURO

MATEUS SANTANA RIZÉRIO


Bolsista

DR. LEANDRO SURYA C. DE O. SILVA


Orientador

Identificação
Instituição/área/Departamento: Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Colegiado de Arqueologia e
Preservação Patrimonial.
Período de vigência do projeto: Agosto de 2012 Julho de 2013
Aluno: Mateus Santana Rizério.
Curso: Arqueologia e Preservação Patrimonial.
Orientador: Prof. Dr. Leandro Surya C. de O. Silva
Número do processo no sistema 0536-7.04/12
AgilFAP/FACEPE:

SÃO RAIMUNDO NONATO


2013
SUMÁRIO

1 OBJETIVOS..........................................................................................................................................2
1.1 Objetivo Geral....................................................................................................................................2
1.2 Objetivos Específicos.........................................................................................................................2
2 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... ...............2
3 METODOLOGIA................................................................................................................. ...............4
3.1 Experimento 1....................................................................................................................................6
3.2 Experimento 2....................................................................................................................................9
3.3 Experimento 3..................................................................................................................................11
3.4 Experimento 4..................................................................................................................................13
3.5 Experimento 5..................................................................................................................................13
3.6 Experimento 6..................................................................................................................................15
3.7 Experimento 7..................................................................................................................................17
4 DIFICULDADES ENCONTRADAS................................................................................................21
5 RESULTADOS PARCIAIS...............................................................................................................21
6 CONCLUSÃO.....................................................................................................................................22
7 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................22
8 APÊNDICES........................................................................................................................................23

1 OBJETIVOS

1.1 Objetivo Geral

Analisar e aplicar os métodos e técnicas relacionadas a recuperação, conservação e restauro de artefatos


produzidos em Ferro de coleções de sítios arqueológicos do estado de Pernambuco.

1.2 Objetivos Específicos

a) Verificar e avaliar a eficiência dos métodos e técnicas relacionados à limpeza galvânica e redução
eletrolítica de baixa e alta amperagem para o tratamento de concreções e oxidações em amostras de
artefatos coletados em ambiente não aquoso de sítios arqueológicos do tipo a céu aberto;
b) Verificar e avaliar a eficiência dos métodos e técnicas relacionados à limpeza galvânica e redução
eletrolítica de baixa e alta amperagem para o tratamento de concreções e oxidações em amostras de
artefatos coletados em ambiente aquoso de sítios arqueológicos do tipo marítimo;
c) Identificar e desenvolver técnicas adequadas ao transporte e guarda de artefatos em ferro coletadas
em ambiente aquoso salino;
d) Contribuir para o incremento de métodos e técnicas ligados a gestão de coleções de materiais
arqueológicos no Brasil;
e) Servir como fonte de pesquisa para profissionais em áreas correlatas.

2 INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa teve como intuito analisar e aplicar os métodos e as técnicas relacionadas a
recuperação, conservação e restauro de artefatos arqueológicos. O ferro (Fe) é o mais popular e o mais
funcional dos metais utilizados pelo homem (RODGERS: 2004). Pode ser produzido basicamente por
três técnicas: ferro gusa, ferro fundido e ferro forjado.
O ferro gusa possui as técnicas mais rudimentares e seu fabrico se popularizou na Europa do século
XIV. É produzido por minério de ferro adicionado de carvão e calcário. Normalmente possui até 5% de
carbono, o que o torna quebradiço, além de fósforo e enxofre que facilitam a oxidação. Por conta destas
propriedades, ele não é muito utilizado para a produção de ferramentas ou artefatos, sendo empregado,
por exemplo, como lastro de embarcações, principalmente os navios de guerra (GOODWIN: 1997).
O ferro fundido é uma versão refinada do gusa. Ele contém uma alta concentração de carbono que varia
entre 2% a 6%. É quebradiço, mas seu uso aparece em partes de máquinas, panelas, potes, tubulações,
fogões, entre outros. A chave para se compreender a corrosão do ferro fundido numa perspectiva de
conservação arqueológica é que o metal, ao esfriar, forma uma matriz de carbono, dando-lhe uma
estrutura cristalina. Durante o processo de corrosão o ferro migra a partir desta estrutura, mantendo a
forma do artefato. No entanto, pode restar do artefato apenas uma camada muito macia de grafite,
significando que esta espécie de molde é a única forma de recuperá-lo.
O ferro forjado, ou ferro batido é a mais refinada versão do ferro. Possui uma pequena quantidade de
carbono, até 0,15%. Dentre suas propriedades apresenta resistência, maleabilidade e ductibilidade. Em
sua forma mais artesanal, pode ser aquecido em forja para em seguida ser martelado em uma bigorna
até atingir a forma pretendida (BEALER: 1995). O ferro forjado, assim como o aço, não aparece de
forma abundante no registro arqueológico até Henry Court desenvolver técnicas associadas ao refino de
grandes quantidades do metal no início de 1748 (RODGERS: 2004).
Artefatos feitos em aço podem ser distinguidos por sua coloração escura (próxima ao preto), sua dureza
e peso. Tanto o ferro como o aço possuem propriedades magnéticas e conduzem corrente elétrica. Um
dos efeitos mais comuns que o ferro apresenta é a corrosão, caracterizado pelo desprendimento de uma
espécie de pó alaranjado [FeO(OH)] que se espalha facilmente onde esteja depositado. Em solos
úmidos aerados este tipo de concreção torna-se uma massa amorfa de coloração marrom agregando
areia e cascalhos. Esta concreção geralmente apresenta semelhança com a forma do artefato. Já para o
ambiente subaquático este tipo de concreção é um pouco mais complexa e resulta no objeto
completamente envolto por uma camada de carbonato de cálcio e com forma distinta do objeto,
dificultando, desta forma, o seu reconhecimento.
O ferro é mais estável em sua forma natural como um óxido. Quando transformado em algo próximo ao
metal puro, o ferro irá corroer na tentativa de retornar a sua forma original de óxido. Este fenômeno
pode ser descrito a partir da seguinte reação:

4Fe0 + 2H2O + 3O2 = 4FeO(OH)

Todavia, constatou-se durante séculos de observação (por exemplo, na substituição das cavilhas de
embarcações feitas de cobre por outras feitas de metal) que existia uma taxa de corrosão muito alta para
o ferro quando exposto a ambientes diversos. Com o entendimento destes processos, foram percebidos
os efeitos do acoplamento galvânico (com o contato de dois metais), do diferencial de corrosão por
aeração - que para ocorrer a corrosão do metal, não necessita ser necessariamente de exposição a água e
oxigênio, e do efeito deletério ânion-cloreto nos metais. Resultando a compreensão de que a corrosão
passa por dois processos: A oxidação é o movimento dos elétrons tanto dentro do metal, quanto entre
ele e seus íons livres (suas partículas carregadas). A redução é o ajuntamento dos elétrons. Algo como
se o metal tornasse-se uma bateria com polos negativos e positivos. No lado positivo da bateria (+) (ou
ânodo), a reação poderia ser descrita pela seguinte reação:

Ânodo (+)
4 e0 = Fe+2 + 2 e-
O2 + 4e- + 2H2O + Fe+2 = 2FeO(OH) + 2H+

Enquanto que no polo negativo (-) (ou cátodo) seria descrito desta maneira:
Cátodo (-)
O2 + 2H2O + 4e- = 40H-

3 METODOLOGIA

Neste experimento, a referência é Bradley Rodgers, que explica o tratamento de redução eletrolítica no
livro The Archaeologist’s Manual for Conservation. A Guide to Non-Toxic, Minimal Intervention
Artifact Stabilization (O Manual para Conservação em Arqueologia. Um Guia de Mínima Intervenção
para Estabilização Não-Tóxica de Artefatos). O tratamento eletrolítico é uma experiência físico-
química, baseada no processo de oxirredução. Para um tratamento do ferro, cuja estrutura molecular
está oxidada, ou seja, com menos elétrons que prótons, é necessário bombardeá-lo com elétrons. Isso só
é possível através de um metal de sacrifício, que será oxidado em seu lugar. A essência do processo de
oxirredução é simples. Um metal de sacrifício, cuja localização na hierarquia galvânica está numa
posição menos nobre que o ferro, irá doar elétrons ao ferro. Com isso, este metal de sacrifício irá
oxidar, enquanto o ferro irá reduzir eletroliticamente.
Na tabela de metais galvânicos, o ferro está numa posição extremamente baixa. Só pode ser
considerado mais nobre que o Aço, Alumínio, Zinco e Magnésio. Ou seja, se ele entrar em contato com
os outros metais, eles é quem vão roubar seus elétrons, e não o contrário.

Tabela de Metais Galvânicos (Mais nobre no topo à esquerda)


Ouro Chumbo
Prata Pewter (50% de Chumbo)
Cobre Ferro Forjado
Níquel Ferro Fundido
Bronze Fraco Ferro Gusa
Bronze Forte Aço
Latão Fraco Alumínio
Latão Forte Zinco
Metal Muntz Minério de Magnésio
Estanho Magnésio

Portanto, o primeiro passo do tratamento foi encontrar amostras de aço, alumínio e zinco. O magnésio
foi deixado de lado, devido à dificuldade em encontra-lo. Uma vez munidos desses metais, ocorreram
ao todo, seis experiências, para ver como o processo ocorre e um tratamento de peças históricas
encontradas em contexto arqueológico subaquático.
O experimento ocorre da seguinte forma: Em um recipiente, é colocada uma solução destinada
ao transporte de corrente elétrica. Tal solução é uma mistura de água deionizada com uma proporção de
0,5% de Bicarbonato de Sódio em sua composição. Tal solução deve ser o suficiente para que cubra
completamente tanto o artefato de ferro que se queira tratar quanto o metal de sacrifício. Isso é
fundamental, pois é nessa solução que os elétrons são transportados do metal de sacrifício (ânodo) ao
artefato de ferro (cátodo). Segue uma tabela indicando as proporções utilizadas na solução.
Água Deionizada Bicarbonato de Sódio
100 ml 0,5 g
200 ml 1g
250 ml 1,25 g
300 ml 1,5 g
400 ml 2g
500 ml 2,5 g
600 ml 3g
700 ml 3,5 g
800 ml 4g
900 ml 4,5 g
1L 5g

Com o recipiente cheio, ânodo e cátodo são submersos na solução. Cada um deles é enrolado por um
arame, destinado a transportar a corrente elétrica por toda a superfície dos metais. Cada arame tem uma
de suas pontas ligadas a uma bateria. Os metais de sacrifício são ligados à carga positiva, enquanto os
artefatos são ligados à carga negativa. Isso ocorre de modo a fazer a corrente de elétrons deslocar-se
dos metais de sacrifício aos artefatos.

Imagem 1: Esquema representando o processo de redução eletrolítica.

Os seis primeiros experimentos foram feitos utilizando-se somente peças sem grande valor
histórico ou patrimonial. Isso para melhor conhecimento do processo, suas potencialidades e falhas. O
sétimo experimento foi feito com peças históricas encontrados num contexto arqueológico.
3.1 Experimento 1

Fotografia 1: Experimento 1. Na sequencia, as Cubas 1-P (placa de zinco como


ânodo), 2-P (folha de alumínio como ânodo) e 3-MP (parafuso de aço como
ânodo). No começo, ainda se usava muito arame, o que era um gasto excessivo.
Além disso, quanto maior a distância, mais energia era perdida.

Para a primeira experiência, utilizaram-se três pregos enferrujados. Cada um deles foi posto
numa cuba contendo um ânodo diferente: Uma lâmina de zinco, uma folha de alumínio enrolada, e um
parafuso de aço. Isso foi feito de modo a constatar qual era o ânodo que melhor reagia com o ferro.
Logo após a bateria ser ligada aos ânodos e cátodos, ocorreu uma reação. Os ânodos passaram a soltar
uma substância amarelada esverdeada, enquanto os artefatos soltavam bolhas. A substância saía dos
ânodos e se dirigia aos artefatos. Após um tempo, toda a substância ficava turva. Isso foi mais intenso
na cuba onde foi posta a folha de alumínio.

Fotografia 2: Cuba 1-MP, com ânodo de zinco. Notar a substância


amarelo-esverdeada que sai do ânodo e dirige-se ao cátodo.
Provavelmente um reflexo da corrente de elétrons.
Fotografia 3: Cuba 2-MP, com o ânodo de alumínio. Notar que a reação ocorre de
maneira muito mais intensa. A substância tem uma tonalidade esverdeada mais
forte que as demais.

Fotografia 4: Cuba 3-MP, com o ânodo de aço. Aqui, é mais fácil notar a
substância esverdeada migrando do ânodo ao cátodo.

Tais artefatos foram deixados sob essa reação por uma semana, sendo que se recolhiam
amostras de cada uma das três substâncias ocasionalmente, além de fotos. Cerca de um dia após a
bateria ser ligada, a solução estava decantada, com um pó marrom no fundo dos recipientes, e uma
solução límpida em cima. Artefatos e ânodos soltavam bolhas. Notou-se que, quanto mais próximo o
artefato estava do ânodo, mais bolhas ele soltava.
Uma semana depois, ao desligar-se a bateria, os artefatos imediatamente deixaram de soltar
bolhas. Ao retirar os pregos, foi constatado que eles estavam cobertos por um pó preto, de cheiro
metálico, chamado magnetita. Tal pó superficial desprendia-se do artefato ao ser tocado.
Compararam-se os ânodos. O parafuso de aço estava extremamente parecido à sua situação
inicial, com exceção de uma leve ferrugem na sua cabeça, mais próxima do artefato. A placa de zinco
estava enferrujada superficialmente. A folha de alumínio estava bastante degradada, desfazendo-se ao
toque. Com isso, pressupõe-se que o alumínio é o melhor ânodo a ser utilizado, tanto por sua reação
intensa quanto por sua facilidade de custo. O aço parece ser o menos indicado para a experiência.

Fotografia 5: Ânodo da Cuba 1-MP (placa de zinco) após a reação.


Pode-se ver que foi oxidado.

Fotografia 6: Ânodo da Cuba 2-MP (folha de alumínio enrolada) após


a reação. De todos os três, o mais oxidado, e em cuja cuba, a reação
ocorreu de forma mais intensa.
Fotografia 7: Ânodo da Cuba 3-MP (parafuso de aço) após a reação.
Curiosamente, só a ponta do parafuso (no canto esquerdo) foi oxidada.

3.2 Experimento 2

Na segunda experiência, utilizaram-se três amostras: um anel metálico e duas placas de ferro retorcido.
Folhas de alumínio enroladas foram escolhidas para realizar a reação. Com uma diferença. Uma das
placas de ferro foi ligada ao polo positivo, atuando como ânodo, enquanto o alumínio seria o cátodo. A
placa foi chamada de Ferro de Sacrifício. Assim, enquanto o anel de ferro seria reduzido normalmente,
as variáveis do experimento foram as duas placas de ferro. Uma foi reduzida, e a outra foi oxidada.
Neste caso, o ferro doou sua carga de elétrons à folha de alumínio.

Fotografia 7: Anel de ferro antes da reação.


Fotografia 8: Placa de ferro que serviu de ânodo (antes da reação).

Fotografia 9: Placa de ferro que recebeu o tratamento normal (antes da reação).

A reação ocorreu normalmente, com os artefatos soltando bolhas, e a substância amarronzada


sendo depositada no fundo das cubas. Ao final de uma semana, ao desligar-se a bateria, constatou-se
que esse ferro de sacrifício estava extremamente degradado, enquanto os outros artefatos de ferro
estavam cobertos novamente pela magnetita. Mas ambos pareciam mais rígidos. A folha de alumínio
que serviu de cátodo tinha uma aparência mais brilhante e polida. Também estava coberta por uma fina
camada de pó preto, mas em menor quantidade que os cátodos de ferro.
Fotografia 10: Cuba do anel de ferro. Notar os óxidos depositados ao
fundo da cuba, assim como as bolhas.

Fotografia 11: Folha de alumínio que serviu de cátodo. Ela estava bem
mais brilhante e polida, ao contrário das demais folhas, que serviram como
ânodos.

3.3 Experimento 3

O diferencial do terceiro experimento é que ele foi realizado em duas semanas, ao invés de uma. Foram
escolhidas duas amostras de placas de ferro, ambas dobradas irregularmente, com buracos de corrosão.
Um dia após, notou-se que um dos ânodos estava rodeado de uma substância esverdeada no fundo da
cuba. Com os dias, ambos os ânodos iam ficando cada vez mais degradados e soltando pedaços
esbranquiçados de si mesmos. Ao final de uma semana, colocou-se a seguinte variável: um dos ânodos
degradados foi trocado por um novo. Desta forma, ao final de mais uma semana, verificou-se qual era o
melhor para o artefato.
Claramente, constatou-se que trocado o ânodo, a reação ocorria com mais intensidade, enquanto que na
cuba onde o ânodo permaneceu pelas duas semanas, a reação foi ficando cada vez mais fraca. Quando
as duas placas de ferro foram retiradas, constatou-se que, o artefato que recebeu duas cargas, continha
mais dureza, e o pó negro que o cobria era pouco. O outro artefato também estava firme, mas em menor
escala, e o pó negro que o cobria tinha uma granulometria mais elevada.

Fotografia 12: Cuba 1-G, ao ser iniciado o experimento. Notar o ânodo


(lado direito da foto) e comparar com a seguinte foto.

Fotografia 13: Ânodo da Cuba 1-G após uma semana. Ao contrário da foto
número 12, onde estava em perfeito estado, aqui, ele já foi oxidado.
Fotografia 14: Cuba 3-MP. Nesta, o ânodo não foi trocado, e a reação passou a
ocorrer de modo cada vez mais fraco.

3.4 Experimento 4

Este experimento também foi realizado em duas semanas. Desta vez, a variável escolhida para
ser medida foi a seguinte: uma das cubas teria sua solução trocada ao final de uma semana. Verificar-
se-ia assim, se isso influenciaria na intensidade ou velocidade da reação. Foram postas em cada uma
das duas cubas, uma placa de ferro regularmente retangular. Novamente uma folha de alumínio
enrolada foi escolhida com ânodo para cada cuba.
Ao final de uma semana, trocaram-se ambos os ânodos das cubas, que estavam degradados em
extremo. Mas, seis dias depois, ocorreu um incidente. A velocidade de evaporação de uma das soluções
foi tamanha que se vaporizou por completo. Uma substância branca e dura estava cobrindo tanto o
ânodo quanto o cátodo. Ambos foram retirados. Outro fato curioso é que a outra cuba não demonstrou
ter ocorrido nenhuma reação. Ânodo e cátodo estavam em estado igual ao que eram antes da
experiência. Decidiu-se deixa-los por mais dois dias sob a ação da bateria. Estranhamente, a reação
passou a ocorrer logo após ligar-se novamente a bateria a essa única cuba. Ao final desses dois dias, o
cátodo estava mais firme e coberto com o pó preto. Este tinha uma granulometria média.

3.5 Experimento 5

Tal experimento foi uma repetição de experimento 4, devido ao incidente que aquele sofreu.
Como artefatos, utilizaram-se dois discos de ferro. Um deles estava dobrado e irregular. Outro era
extremamente enferrujado e frágil. Ao final de uma semana, os ânodos estavam bastante corroídos, e a
reação não dava mostras visíveis de estar ocorrendo. Neste experimento a solução vaporizava-se de
forma mais rápida que nas demais, o que exigiu uma reposição mais frequente da mesma.
Decidiu-se ampliar a escala do experimento. Até aqui, somente artefatos de pequeno porte. Então foi
posta uma coroa de bicicleta enferrujada, da mesma forma que os demais artefatos.
Fotografia 15: Coroa de bicicleta inserida na reação. Na cuba ao seu lado, um dos
discos de ferro bastante degradados.

Duas semanas após o início da experiência, notou-se uma curiosidade: a granulometria da


substância amarronzada no fundo das duas cubas menores era bastante grossa, razão pela qual foi
recolhida uma amostra.
Dois dias após, ela voltou à granulometria normal. E descobriu-se o motivo disso. Outro erro foi
cometido. A bateria não foi conectada às cubas. Assim, a reação não ocorreu nesses dois dias. Os dois
discos estavam mais frágeis e destruindo-se ao toque. Somente a coroa de bicicleta ainda continuava
parecida a seu estado anterior à reação. A maior degradação foi no arame que a cobria.

Fotografia 16: Um dos discos. Ele, que já estava degradado, acabou


ficando num estado mais frágil ainda.
3.6 Experimento 6

Neste, manteve-se a coroa de bicicleta, somente trocando seu ânodo. Duas placas de ferro,
irregulares e enferrujadas, foram postas em cubas. Mas, enquanto uma delas seria ligada normalmente a
um ânodo, a outra não seria ligada a nada, somente estando imersa na solução. Ao final de uma
semana, a placa que não possuía ânodo ou carga, mantinha-se estável, assim como a solução onde
estava imersa. Nas demais cubas, a reação manteve-se normalmente.
Uma semana após, a placa de ferro sob a reação foi desligada, posta em acetona para secar, e
depois ficou sob a luz do sol. Após isso, foi limpa com uma escova. Estava bastante firme, e não
possuía o pó negro cobrindo-a. Em seu lugar, na cuba, foi posta uma lata de sardinha, extremamente
oxidada e frágil, na forma de um paralelepípedo. Ela recebeu um ânodo, e a coroa de bicicleta ganhou
um novo. Além disso, um fragmento de placa ferro, também bastante oxidada, foi posta numa cuba sem
carga ou ânodo. Mas enquanto a primeira estava imersa na solução de água deionizada e bicarbonato de
sódio, esta somente estava imersa em água deionizada.
Ao final, a placa imersa em solução, sem ânodo, manteve-se estável. A placa imersa em água
deionizada parecia mais corroída. A água deionizada estava amarelada. A coroa de bicicleta estava
rígida, soltando um pó superficial. A lata de sardinha estava mais rígida, porém sua base ainda estava
um pouco frágil. Os ânodos estavam degradados, mas o da coroa ainda mantinha uma parte inalterada.

Fotografia 17: Coroa de bicicleta com o ânodo trocado e a nova placa de ferro em outra cuba, já
com o primeiro ânodo.
Fotografia 18: Placa imersa em solução, sem ânodo. Sem
nenhum efeito visível.

Fotografia 19: Placa imersa somente em água deionizada. Um


pouco de ferrugem se desprendeu da peça, e a solução ficou um
pouco amarelada após alguns dias.

Fotografia 20: Lata de sardinha antes de passar pelo


tratamento.
3.7 Experimento 7

Nesta última experiência, foram tratadas duas amostras arqueológicas encontradas no contexto
de um naufrágio da época do domínio holandês em Pernambuco. Ambas as peças tinham sido retiradas
de seu contexto aquoso, e portanto estavam bastante degradadas após quase quatro séculos.
A primeira peça, uma enxó, possuía grandes rachaduras na crosta, formando um mosaico de
placas superficiais. Algumas já tinham se soltado, e as outras estavam para se soltar. Por isso, ao ser
enrolada com o arame, extremo cuidado foi dedicado a esta peça, de modo a evitar novos
desprendimentos, e aproveitar a estrutura em arame para manter as placas coesas.

Fotografia 21: Enxó do período holandês. A superfície estava


rachada de modo a formar diversas placas, frágeis e
propensas a se soltarem. No canto inferior direito, se vê duas
dessas placas que se soltaram.

A outra peça é o fragmento de uma ferramenta irreconhecível. Isso pois é parte do local onde a
ferramenta é presa ao cabo. Talvez também seja um enxó. Parecia mais resistente que a primeira, mas
também foi fragmentada mais adiante.
Nos dois casos, as rachaduras são frutos da oxidação, que não ocorre apenas na superfície do
metal, mas em todo o seu conjunto. Ao serem retiradas da água, aceleraram o processo de oxidação e as
peças acabaram por explodir de dentro para fora, condição muito comum com objetos removidos de
contextos subaquáticos. Neste processo de redução eletrolítica é importante ressaltar que, ao
removermos as partes oxidadas da amostra, estas saem de sua estrutura por completo. Possivelmente,
se estas duas peças tivessem sido tratadas imediatamente após sua remoção, nenhum destes danos teria
ocorrido.
Fotografia 22: Fragmento de ferramenta desconhecida, do
período holandês. Também apresenta grandes rachaduras,
mas estava mais consistente que a primeira peça.

Ambas as peças foram ligadas à bateria. A reação ocorreu com uma velocidade muito maior do
que das outras vezes. Cinco dias após, nenhuma mostra da reação ocorria. Presumiu-se inicialmente
que era pelo fato das peças estarem extremamente oxidadas, mas também por termos aumentado a
voltagem no circuito elétrico utilizado. Uma semana após o início da experiência, os ânodos foram
trocados, quando se percebeu porque a reação não ocorria mais. Os arames que ligavam os ânodos à
bateria tinham sido rompidos, tamanho foi o grau da eletrólise. Sem a ligação, a reação tinha parado.
Imediatamente foram ligados novos ânodos.
Essa corrosão dos arames foi um problema constante durante este último experimento. Diversas vezes,
com um intervalo de no máximo três ou dois dias, os ânodos foram trocados, pelo fato de terem os
arames rompidos. Tentou-se formar um trançado de diversos fios de arame de modo a torna-los mais
resistentes á corrosão.

Fotografia 23: Ânodo corroído. Notar o trançado no


arame que o liga à bateria. Isso foi uma tentativa de
impedir que se rompesse.
Fotografia 24: Arame rompido. Nos primeiros dias, tinha-se de
trocar o ânodo constantemente por causa desse problema. Depois
notou-se que os ânodos só necessitavam ser religados à bateria.

Essa reação extremamente veloz gerou outros problemas. A solução evaporava muito mais
rápido, e tinha-se que tomar cuidado em manter os artefatos imersos. Algumas vezes, o artefato estava
com uma parte emersa ao ser verificado. Procurava-se sempre preparar mais solução para cobri-los.
Numa ocasião, a água deionizada acabou, e o primeiro artefato foi transferido para uma cuba menor de
modo que a solução cobrisse-o completamente.

Fotografias 25 e 26: Experimento antes e após a troca de cubas. Isso foi feito pois a solução era insuficiente para
imergir completamente o artefato e ânodo.

No entanto, foi encontrada uma solução ao problema do arame partido. Os ânodos foram postos
de modo a deixar uma de suas extremidades fora da solução. Por ser bem mais espesso que o arame,
não seria corroído tão facilmente. Foi um sucesso. Não ocorreram mais problemas relacionados ao
rompimento da corrente.
Fotografia 27: Cuba 2-G. Notar a extremidade emersa do ânodo (lado direito
da foto). Com isso, não ocorreram mais problemas relacionados ao
rompimento do arame.

Numa ocasião, três semanas após o início do experimento, retiraram-se os artefatos. A


ferramenta desconhecida se fragmentou ao ter o arame desenrolado. Por causa disso, o enxó foi
mantido com o arame. Decidiu-se deixar ambas as amostras na solução por mais um mês. Com
cuidado, a ferramenta teve seus fragmentos remontados e presos com o arame enrolado. Foram
novamente ligados à bateria.

Fotografia 28: Enxó. Pelo fato de ainda estar muito frágil, o arame não foi
desenrolado.
Fotografia 29: Ferramenta fragmentada. Essa ferramenta parecia a mais
robusta das duas. Não obstante, fragmentou-se ao ter o arame desenrolado.
Talvez fosse por causa da retirada das concreções marinhas.

57 dias após o início do experimento, os artefatos foram retirados das cubas e desidratados com
acetona. Ambos os artefatos tinham se fragmentado, mas todos os fragmentos pareciam mais rígidos.
Todos esses fragmentos foram imersos em parafina derretida, retirando-os logo em seguida para cobri-
los de modo a isolá-los do oxigênio e da umidade. Ainda nota-se algumas concreções de corais nos
fragmentos.
Por fim, os fragmentos serão remontados e preparados para exposição.

4 DIFICULDADES ENCONTRADAS

As principais dificuldades encontradas foram: a corrosão dos arames, mas esse problema foi
resolvido pela extremidade emersa dos ânodos; a disponibilidade de energia elétrica, visto que ela
costuma variar na cidade, ocorrendo apagões e mini apagões ocasionais, mas esta foi solucionada pela
inclusão de um transformador e carregador à bateria e; a oferta de água deionizada, uma vez que ela só
podia ser encontrada de forma barata e acessível em Petrolina, numa grande distância do local de
pesquisa. Recentemente, a universidade conseguiu um destilador para o campus, solucionando esse
problema, uma vez que a água destilada também pode ser utilizada para o tratamento.

5 RESULTADO FINAL

O tratamento eletrolítico funciona. Além disso, constata-se que, quanto maior o tempo da
reação, mais o metal será reduzido. Os ânodos devem ser trocados quando estiverem oxidados para que
a reação continue. Além disso, devem possuir uma extremidade emersa, sendo essa extremidade ligada
à bateria, para que o arame não seja rompido. E a solução onde ocorre a reação influencia no fato de ser
o meio onde a corrente elétrica irá correr. Sendo assim, ela não deve ser negligenciada, nem os
reagentes devem ser emersos, ou a reação não ocorrerá.
As peças históricas se diferenciam das experiências anteriores pelo fato da reação ocorrer com
maior intensidade. Ainda assim, elas devem permanecer por longos períodos de tempo, por estarem
extremamente oxidadas.

6 CONCLUSÃO

O tratamento de conservação de metais proposto por Bradley Rodgers demonstra funcionar de


forma exemplar. É relativamente barato e garante uma forma de tratar os metais encontrados em
contexto arqueológico. Dessa forma, muitos artefatos podem ser mantidos por um tempo a mais, de
modo a serem estudados. Como o ferro adquire estabilidade sob sua forma oxidada, este é um processo
que deve ser repetido ao longo do tempo. Espera-se que este método seja divulgado junto ao meio
científico. Peças históricas teriam assim oportunidade de serem expostas em museus, galerias e
laboratórios por muito mais tempo. Como o ferro só passou a ser utilizado no Brasil com a vinda dos
europeus, este tratamento pode ser de grande valia para o estudo e valorização da história de
Pernambuco (de onde as peças foram recebidas e tratadas por este método) e do Brasil como um todo.

7 REFERÊNCIAS

BEALER, Alex. Ther art of blacksmithing. Castle Books: Edison, NJ, 1995.

CASTRO, Ana Sampaio. FONSECA, Júlia. SEBASTIAN, Luís. A componente de conservação cerâmica na
intervenção arqueológica no Mosteiro de S. João de Tarouca:1998-2002. REVISTA PORTUGUESA DE
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Cronyn, J. M. The Elements of Archaeological Conservation. Routledge, London, 1990
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8 APÊNDICES

APÊNDICE I
DADOS DOS ARTEFATOS TRATADOS

Experimento 1

Amostra 1:
Ânodo: Zinco.
Tamanho: 6,5 cm.
Peso inicial: 8,3 g.
Peso final: 8,2 g.
Cuba: 1-P.
Origem: Indeterminada.
Período: aproximadamente entro final do século XX e início do XXI.
Descrição: Prego.
Dimensões: Cabeça:8,75mm; Corpo 1: 4,75mm; Corpo 2: 4,8mm.

Amostra 2:
Ânodo: Aço.
Tamanho: 6,0 cm.
Peso inicial: 8,7 g.
Peso final: 8,67g.
Cuba: 3-MP.
Origem: Indeterminada.
Período: aproximadamente entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Prego.
Dimensões: Cabeça: 9,1mm; Corpo1: 4,6mm; Corpo 2: 4,55mm.
Amostra 3:
Ânodo: Alumínio.
Tamanho: 4,5 cm.
Peso inicial: 4,1 g.
Peso final: 4,1 g.
Cuba: 2-P.
Origem: Indeterminado.
Período: Aproximadamente entre finais do século XX e início do XXI.
Descrição: Prego.
Dimensões: Cabeça: 7,25; Corpo 1: 3,3 mm; Corpo 2: 3,25 mm.

Experimento 2

Amostra 1:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 25,6 g.
Peso final: 25,3 g.
Cuba: 1-P.
Origem: Ferro-velho.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Anelar, com uma abertura maior e outra menor, como uma bacia com um buraco no fundo.
Dimensões: Diâmetro maior externo: 42,3 mm; Diâmetro menor: 22, 8 mm; Diâmetro maior interno:
37,1 mm; Profundidade: 12, 6 mm; Grossura da parede: 2,45 mm.

Amostra 2:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 69,5g.
Peso final: 69,7g.
Cuba: 1-G.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Placa de ferro, retorcida num dos lados, com um orifício circular próximo a outro lado.
Dimensões: Comprimento 1: 122 mm; Comprimento 2: 99,81 mm; Grossura: 1mm.

Amostra 3:
Ânodo: Alumínio;
Peso inicial: 59,3g.
Peso final: 59,3g
Cuba: 2-G.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI
Descrição: Placa de ferro, retorcida num dos lados, com dois orifícios, cada um num lado perpendicular
ao lado retorcido.
Dimensões: Comprimento 1: 116 mm; Comprimento 2: 96 mm; Grossura: 1mm.

Experimento 3

Amostra 1:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 49,9g.
Peso final: 50,1g.
Cuba: 1-G.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI
Descrição:
Dimensões:

Amostra 2:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: (não dispomos).
Peso final: 32,5g.
Cuba: 3-MP.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI
Descrição: Placa de ferro de formato retangular. Uma das extremidades é dobrada e alcança
aproximadamente metade da área da outra extremidade. Há alguns buracos e falhas.
Dimensões: Comprimento total: 78,8 mm; Largura maior: 67,1 mm; Largura menor: 56 mm;
Comprimento até falha: 48, 3 mm; Comprimento da falha: 29 mm; Largura da dobra: 56,1 mm;
Comprimento da dobra: 45,1 mm; Grossura: 0,8 mm.

Experimento 4

Amostra 1:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 33g.
Peso final: 32,7g.
Cuba: 3-MP
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Placa de ferro com buracos e irregularidades. Há um arrebite de aço.
Dimensões: Comprimento: 11,56 cm; Largura: 6,64 cm.

Amostra 2:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 34g.
Peso final: 34,7 g
Cuba: 4-MP
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Placa de ferro retangular regular.
Dimensões: Comprimento: 11,41 cm; Largura: 6,12 cm.
Observação: Esta cuba teve toda sua solução evaporada.

Experimento 5

Amostra 1:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 17,5g.
Peso final: 16,2g.
Cuba: 3-MP.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Material redondo, com lateral dobrada e fora do eixo circular. Alguns pequenos orifícios e
partes menos enferrujadas.
Dimensões: Diâmetro: 97,9 mm; Espessura: 0,45mm.

Amostra 2:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 11g.
Peso final: 8,4g.
Cuba: 4- MP
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Disco bastante enferrujado, com corpo dobrado no eixo central. Partes de sua borda estão
perdidas, dando-lhe um aspecto irregular. Uma parte não está enferrujada, mas sua consistência é frágil.
A crosta da ferrugem parece conter a maior parte de sua massa.
Dimensões: Diâmetro (das bordas que ainda existem, levando em conta a dobra): 90,7mm; Espessura:
0,9mm.

Amostra 3:
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 198,7g.
Peso final: 198,5g.
Cuba: 1-GG.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Coroa de bicicleta retorcida.
Dimensões: Espessura: 4,5mm; Diâmetro: 141,8mm;
Observação: Manteve-se também no Experimento 6.

Experimento 6

Amostra 1
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 27,3g.
Peso final: Não dispomos.
Cuba: 2-G
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Placa de ferro na forma de um polígono comprido e pouco largo. Um de seus lados é
retilíneo, e o outro, serrilhado. É um pouco dobrado ao longo do comprimento.
Dimensões: Comprimento: 129,1mm; Largura numa extremidade: 45 mm; Largura noutra extremidade:
43,5mm; Largura central: 65,8mm.

Amostra 2
Ânodo: Não haverá ânodo.
Peso inicial: 17,6 g.
Peso final: 17,9g.
Cuba: 4-MP.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Placa de ferro, em formato razoavelmente pentagonal. Um de seus lados está um pouco
dobrado.
Dimensões: Lado 1: 85,5mm; Lado 2: 44,2mm; Lado 3: 46,2mm; Lado 4: 71mm; Lado 5: 31,5mm.
Observação: Foi imerso sem ânodo, na solução de água deionizada e bicarbonato de sódio.

Amostra 4
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 34,7g.
Peso final: 34,3g.
Cuba: 2-G
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Lata de sardinha em paralelepípedo, sem uma parte da tampa numa extremidade. O fundo
este repleto de rachaduras, e ameaça desfazer-se a um toque mais forte. Peça em alto estado de
degradação.
Dimensões: Comprimento: 119,2mm; Largura: 59,6mm; Profundidade: 24,5mm; Profundidade interna:
16,1mm; Grossura da tampa: 0,7mm; Grossura do fundo: 1,7mm.

Amostra 5
Ânodo: Não haverá ânodo.
Peso inicial: Não dispomos.
Peso final: 1,4g.
Cuba: 3-MP.
Origem: Indeterminada.
Período: Entre final do século XX e início do XXI.
Descrição: Placa de ferro extremamente oxidada.
Dimensões: Não dispomos.
Observação: Foi imerso sem ânodo, na água deionizada.

Experimento 7

Amostra 1
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 435,6g.
Peso final: Não dispomos.
Cuba: 1-GG e depois 1-G
Origem: Navio holandês naufragado na costa pernambucana.
Período: Período do domínio holandês em Pernambuco, provavelmente no final da ocupação
(Primeiros decênios do século XVII).
Descrição: Resto de uma ferramenta, provavelmente um enxó. Há grandes rachaduras na crosta, esta se
desgastando rapidamente.
Dimensões: 154,4mm de comprimento; 67,6mm de largura (numa extremidade); 49,8mm de largura
(noutra extremidade); 48,8mm de profundidade do orifício; 4mm de grossura de uma extremidade;
Diâmetro do orifício: 31,2mm.
Amostra 2
Ânodo: Alumínio.
Peso inicial: 198g.
Peso final: Não dispomos.
Cuba: 2-G
Origem: Navio holandês naufragado na costa pernambucana.
Período: Período do domínio holandês em Pernambuco, provavelmente no final da ocupação
(Primeiros decênios do século XVII).
Descrição: Fragmento de uma ferramenta não identificada, provavelmente um enxó. O fragmento é a
parte que prende a ferramenta ao cabo.
Dimensões: Comprimento total: 70,1mm; Largura mínima da extremidade: 23,7mm; Largura máxima
da extremidade: 46mm; Abertura interna das “pinças”: 40,8mm; Abertura externa das “pinças”: 61mm;
Altura do centro: 41,4mm; Altura da extremidade: 31,3mm; Altura da pinça maior: 38,5mm.

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