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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
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LÍNGUA PORTUGUESA
Prof. Valter
RACIOCÍNIO LÓGICO
Prof. Eric Barbosa
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Prof. Augusto César
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Dias Sousa
CONTÉM:
Dicas e macetes
Exercícios por assunto
Questões de prova
2023
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Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si
mesmo naquilo que aprova. (Romanos 14)
Bem aventura o homem que não anda segundo o caminho dos ímpios, nem se detém no caminho
dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmo, 1.2 e 2)
Por isso vos digo que todas as coisas que pedires, orando, crede receber e tê-las-ei (Marcos, 11.24)
Coesão Lexical
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: COESÃO E A coesão lexical consiste na utilização de palavras que
COERÊNCIA possuem sentido aproximado ou que pertencem a um mesmo
A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes
na construção textual. genéricos, entre outros.
Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua Exemplo: Aquela escola não oferece as condições
mensagem é essencial que faça sentido para o leitor. mínimas de trabalho. A instituição está literalmente caindo aos
Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a pedaços.
mensagem flua de forma segura, natural e agradável aos
ouvidos. COERÊNCIA TEXTUAL
A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto
COESÃO TEXTUAL que decorre da sua argumentação - resultado especialmente
A coesão é resultado da disposição e da correta dos conhecimentos do transmissor da mensagem.
utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias
períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua iniciadas não são concluídas, é um texto incoerente. A
organização e ocorre por meio de palavras chamadas de incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e
conectivos. a eficácia da leitura.
Assim a incoerência não é só uma questão de
MECANISMOS DE COESÃO conhecimento, decorre também do uso de tempos verbais e da
A coesão pode ser obtida através de alguns emissão de ideias contrárias.
mecanismos: anáfora e catáfora. Exemplos:
A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa O relatório está pronto, porém o estou finalizando até
no texto e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas. agora. (processo verbal acabado e inacabado)
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado.
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. (os vegetarianos são assim classificados pelo fato de se
alimentar apenas de vegetais)
ALGUMAS REGRAS Fatores de Coerência
Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão São inúmeros os fatores que contribuem para a
textual: coerência de um texto, tendo em vista a sua abrangência.
Vejamos alguns:
Referência
Pessoal: utilização de pronomes pessoais e Conhecimento de Mundo
possessivos. Exemplo: João e Maria casaram. Eles são pais de É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo
Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica) da vida e que são arquivados na nossa memória.
Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos São os chamados frames (rótulos), esquemas (planos de
e advérbios. Exemplo: Fiz todas as tarefas, com exceção desta: funcionamento, como a rotina alimentar: café da amanhã,
arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal
catafórica) como jogar um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de
Comparativa: utilização de comparações através de etiqueta).
semelhanças. Exemplo: Mais um dia igual aos outros… Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos
(Referência comparativa endofórica) para o Carnaval!
Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração
acima é incoerente. Isso porque “peru, panetone, frutas e nozes”
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. AMEOSC - 2022 - Prefeitura de Itapiranga - SC - Técnico de
Enfermagem Socorrista) Paulo estava desapercebido hoje;
e coberto de vultuosidade.
Marque a opção CORRETA: Na tirinha acima, "uma caravana de rosas vagando num
A O sinônimo de "vultuosidade" é "riqueza". deserto inefável" é uma metáfora do amor.
B O sinônimo de "desapercebido" é "desprovido".
C O antônimo de "desapercebido" é "rico". Comparação
D O antônimo de "vultuosidade" é "pouco". Chamada de comparação explícita, ao contrário da
metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
02. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de São Marcos - RS – (como, assim, tal qual).
Operário) A palavra sublinhada em “Tinha um Exemplos:
vocabulário crasso.” pode ser substituída, sem prejuízo de Seus olhos são como jabuticabas.
sentido, por:
A Tosco.
B Erudito.
C Conveniente.
Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero de uma ideia feito
de maneira intencional.
Exemplos:
Na tirinha acima, uma parte (cabeças de gado) tem o Quase morri de estudar.
significado do todo (boi).
Catacrese
A catacrese representa o emprego impróprio de uma
palavra por não existir outra mais específica.
Exemplo:
Embarcou há pouco no avião. (Embarcar é colocar-se a
bordo de um barco, mas como não há um termo específico para Na tirinha acima, a expressão "morrendo de inveja" é
o avião, embarcar é o utilizado.) uma hipérbole.
Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
Exemplos:
Entregou a alma a Deus. (Nesta frase está sendo
informada a morte de alguém.)
Perífrase
A perífrase, também chamada de antonomásia, é a
substituição de uma ou mais palavras por outra que a
identifique.
Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se
afirma.
Exemplos:
É tão inteligente que não acerta nada.
Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de
forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).
Exemplos:
Nota-se o uso da ironia na charge acima. O personagem Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o
está zangado com alguém, a quem ele chama de "inteligente" ponto de total nervosismo. (Neste exemplo, acompanhamos a
de maneira irônica. progressão da tranquilidade até o nervosismo.)
Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de
qualidades e sentimentos humanos a objetos ou aos seres
irracionais.
Exemplos:
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
A personificação é expressa na última parte do Exemplos:
quadrinho, onde o Zé Lelé afirma que o espelho está lhe Ó céus, é preciso chover mais?
olhando. Assim, utilizou-se uma característica dos seres vivos
(olhar) em um ser inanimado (o espelho).
Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.
Exemplos:
Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
Na tirinha acima, notamos a ênfase no segundo
quadrinho: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar! O que faço!? É o
fim!"
FIGURAS DE SINTAXE
As figuras de sintaxe são usadas para tornar os textos
mais bonitos ou expressivos através da construção gramatical
das frases e orações.
Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de
forma fácil.
Exemplos:
Tomara você me entenda. (Tomara que você me
Na tirinha acima, há várias antíteses, ou seja, termos que entenda.)
têm sentidos opostos: positivo, negativo; mal, bem; paz e
guerra.
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos
opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).
Exemplos:
Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. (Como Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da
é possível alguém estar cego e ver?) elipse: "depois (ele começou) a comer sanduíches entre as
refeições...".
Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela
já ter sido usada antes.
Exemplos:
Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução,
ele fez a conclusão.)
Anacoluto
O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da
frase.
A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos Exemplos:
quadrinhos: "(você é) um descongestionante nasal para o meu Eu, parece que estou ficando zonzo. (A estrutura normal
nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!". da frase é: Parece que eu estou ficando zonzo.)
Magali, comer é o que ela mais gosta de fazer. (A
Hipérbato estrutura normal da frase é: O que a Magali mais gosta de fazer
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração. é comer.)
Exemplos:
São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são
como uns anjos.)
Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida
nela para intensificar o significado.
Exemplos:
A charge acima é um exemplo de hipérbato, porque a A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que
ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do isto está errado.)
Ipiranga, ouviram um brado retumbante de um povo heroico" ou
"Ouviram um brado retumbante de um povo heroico das
margens plácidas do Ipiranga".
Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos (e, ou,
nem).
Exemplos:
As crianças falavam e cantavam e riam felizes. Na tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma
vez que o verbo "sair" já significa "para fora".
Silepse
A silepse é a concordância com a ideia que se pretende
transmitir, e não com o que está implícito. Ela é classificada em:
silepse de gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de
gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o
A charge acima é um exemplo de polissíndeto, porque o produto. (silepse de número: A maioria dos clientes ficou
conectivo "se for" esta sendo repetido muitas vezes ("se for insatisfeita com o produto.)
eleitor", "se for deputado", "se for assessor). Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa:
neste caso concordância com nós, em vez de eles: Todos
Assíndeto terminaram os exercícios.)
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo
o contrário do polissíndeto.
Exemplos:
Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram
os rios.
Paronomásia
Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são
parecidos.
Exemplos:
O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela.
(cavaleiro = homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem
gentil)
Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de
forma regular.
Exemplos: A charge acima contém paronomásia, porque foram
Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se usados termos que possuem sons parecidos: "grama" e "grana".
você “qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre para você.
Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.
Exemplos:
"O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de
meu ser me deu." (Fernando Pessoa)
Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos seus tipos.
Figuras de Palavras Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou
Figuras de Pensamento
ou semânticas construção harmonia
• hipérbole
• elipse
• eufemismo
• metáfora • pleonasmo
• litote
• comparação • zeugma
• ironia • aliteração
• metonímia • hipérbato
• personificação ou • paronomásia
• catacrese • silepse
prosopopeia • assonância
• sinestesia • polissíndeto
• antítese • onomatopeia
• perífrase ou • assíndeto
• paradoxo ou oxímoro
antonomásia • anacoluto
• gradação ou clímax
• anáfora
• apóstrofe
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (FEPESE - 2022 - IGP-SC - Auxiliar Médico-Legal) Em que
alternativa é correta a indicação da figura de linguagem?
A Quem leu Machado de Assis sabe a qual Capitu eu me referi.
(antítese)
B Venceu na vida a custas de muito trabalho, muitas fadigas e
de muita paciência. (metáfora)
C A mim me parece exagerada a tua manifestação a favor da
correção das taxas de recolhimento de resíduos sólidos.
(pleonasmo)
D Meu amor é como uma caravana de rosas vagando pelo
deserto inflado de paixão. (metonímia)
E “O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você
precisa mais de relógio do que eu” – escreveu Rubem Braga.
Ao analisar a expressão “dedo indicador”, é possível perceber a
(prosopopeia)
presença de uma:
A metonímia
02. (Prefeitura de Bombinhas - SC - 2022 - Prefeitura de
B perífrase
Bombinhas - SC - Agente de Fiscalização de Temporada)
C metáfora
Leia a tirinha abaixo e responda a questão.
D sinestesia
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LÍNGUA PORTUGUESA 15
LEMBRE-SE: o acento agudo deixa o som da vogal mais
Gabarito: 01/C; 02/C aberto. O til faz com que o som fique anasalado. O
circunflexo faz com que o som fique fechado.
CLASSE GRAMATICAIS
CLASSES DE PALAVRAS: FUNÇÕES, GÊNERO,
NÚMERO, EMPREGO.
As palavras se distribuem em classes fora de contexto,
na forma como aparecem do dicionário. Já a função só pode ser
determinada a partir da análise de sua ocorrência em frases.
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LÍNGUA PORTUGUESA 19
ou imaginário. Exemplos: caneta, vampiro (entidade), São
Paulo (cidade), Ministério da Saúde (instituição).
• Abstrato: designam qualidades, ações, sentimentos,
estados, sensações. Exemplos: soberba, riso, solidão,
juventude, conforto.
ARTIGO
O artigo é a palavra que precede os substantivos a
fim de determiná-los, tanto de maneira particular, por meio
do uso de o, a, os, as, quanto de modo vago, ao utilizar um,
uma, uns, umas.
2. Predicado
O predicado é o conjunto de todos os termos da oração,
com exceção do sujeito e do vocativo. É tudo o que se declara
sobre o sujeito (quando ele existe).
– Em 2020, o mundo foi tomado por uma
pandemia. (sujeito: o mundo)
– Faz muito calor no Rio de Janeiro. (oração sem
sujeito – tudo é predicado)
O predicado pode ser classificado em:
a) Predicado nominal: é aquele cujo núcleo da
afirmação está contido no nome (substantivo, adjetivo,
pronome), não no verbo. É constituído sempre de: verbo de
ligação + predicativo do sujeito.
– Nossa casa é lindíssima!
b) Predicado verbal: é aquele cujo núcleo é qualquer
verbo que não seja de ligação, ou seja, apresenta verbo
nocional.
– Todos nós assistimos ao lançamento da Marvel.
c) Predicado verbo-nominal: é aquele cujos núcleos
são um verbo nocional + um nome (esse nome será
predicativo do sujeito ou do objeto).
– Os jogadores corriam exaustos.
1. Adjunto adnominal
O adjunto adnominal é o termo acessório que delimita
o sentido de um substantivo, caracterizando-o. É representado
pelas seguintes classes gramaticais: artigo, adjetivo, locução
adjetiva, pronome adjetivo, numeral adjetivo.
– O poeta inovador enviou dois longos trabalhos
ao seu amigo de infância.
O (artigo) e inovador (adjetivo) caracterizam o
substantivo poeta;
dois (numeral) e longos (adjetivo) caracterizam o
substantivo trabalhos;
o (artigo), seu (pronome adjetivo) e de infância
(locução adjetiva) caracterizam o substantivo amigo.
2. Adjunto adverbial
O adjunto adverbial é o termo que indica a
circunstância expressa pelo verbo. Na prática, todo advérbio e
toda locução adverbial exercem função sintática de adjunto
adverbial, o qual pode expressar muitas as circunstâncias, QUESTÕES DE CONCURSOS
sendo as mais comuns as de: tempo, modo, lugar, causa, 1.(FCC-TRT-CE-209) Na oração: “Foram chamados às
assunto, meio, instrumento, afirmação, negação, dúvida, pressas todos os vaqueiros da fazenda vizinha”, o
intensidade, finalidade, companhia, condição e concessão. núcleo do sujeito é:
– Hoje é feriado. (tempo) a) todos;
– Todos correram de medo. (causa) b) fazenda;
– A esposa trabalha bastante. (intensidade) c) vizinha;
d) vaqueiros;
3. Aposto e) pressas.
O aposto é um termo de valor substantivo que explica,
especifica, amplia ou resume um termo sintático antecedente. 2.(FCC-TRE-AL-2016) Assinale a alternativa em que o
Pode ser classificado em: sujeito está incorretamente classificado:
a) Aposto explicativo: amplia o significado do a) chegaram, de manhã, o mensageiro e o guia (sujeito
antecedente. Sempre vem isolado por pontuação. composto);
– Neymar, o maior jogador do Brasil hoje, atualmente b) fala-se muito neste assunto (sujeito indeterminado);
joga pelo Paris Saint-Germain. c) vai fazer frio à noite (sujeito inexistente);
b) Aposto especificativo: possui o mesmo valor d) haverá oportunidade para todos (sujeito inexistente);
semântico do antecedente e não é isolado por pontuação. e) não existem flores no vaso (sujeito inexistente).
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LÍNGUA PORTUGUESA 27
expressão “um ser racional” está entre vírgulas e, portanto, está
3.(FCC-TRE-MG-2012) Em “Éramos três velhos amigos, na generalizando todos os homens não apenas um.
praia quase deserta”, o sujeito desta oração é:
a) subentendido; 2) Orações subordinadas adverbiais
b) claro, composto e determinado; Podem ter 9 classificações:
c) indeterminado; ● Oração subordinada adverbial causal: expressa
d) inexistente; causa. Ex.: Não posso opinar, uma vez que não tenho
e) claro, simples e determinado. direito.
● Oração subordinada adverbial concessiva: indica
4.(FCC-TRE-CE-2015) Marque a oração em que o termo permissão. Ex.: Você pode fazer isso, mesmo que
destacado é sujeito: não tenha experiência.
a) houve muitas brigas no jogo; ● Oração subordinada adverbial condicional: expressa
b) Ia haver mortes, se a polícia não interviesse; condição. Ex.: Se você conseguir, ganhará uma
c) faz dois anos que há bons espetáculos; recompensa.
● Oração subordinada adverbial comparativa: indica
d) existem muitas pessoas desonestas;
uma comparação. Ex.: Os olhos azuis são bonitos
e) há muitas pessoas desonestas. como o do pai.
● Oração subordinada adverbial consecutiva: relação
Gabarito: 1.D; 2.E; 3.A 4.D
de causa e consequência. Ex.: Acordei tão atrasado
que não consegui entrar na faculdade.
● Oração subordinada adverbial final: indica uma
finalidade. Ex.: Eu fiz isso para subir na vida.
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E ● Oração subordinada adverbial temporal: expressa
SUBORDINAÇÃO tempo. Ex.: Chorei por você quando foi embora.
● Oração subordinada adverbial proporcional: indica
PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO proporção. Ex.: Fui amolecendo à medida que
Dentro da análise sintática, os períodos podem ser percebi que te amava.
classificados em: composto por coordenação, subordinação ou ● Oração subordinada adverbial conformativa:
coordenação e subordinação. expressa conformidade. Ex.: Fiz o que você pediu
O período de coordenação é composto por orações conforme as regras.
que são autônomas, independentes entre si, mas que juntas
complementam o sentido da frase. Exemplo: Eu dormi e sonhei
com você.
QUESTÕES DE CONCURSOS
Observe que ambas as orações são independentes, isto 1. (FCC-TRT-SP) No período "Penso, logo existo", oração
é, fazem sentido se fossem separadas. em destaque é:
Já o período composto por subordinação apresenta a) coordenada sindética conclusiva
orações que são dependentes entre si, são subordinadas. Veja: b) coordenada sindética aditiva
O bolo que ela fez ainda deixava lembranças. As duas orações c) coordenada sindética alternativa
não podem ser separadas. d) coordenada sindética adversativa
E ainda há o período composto por coordenação e e) n.d.a
subordinação que, nada mais é, a junção dos dois. Exemplo:
O juiz entrou na quadra e permitiu que o jogo começasse. Há 2. (FCC-SEDU-ES) "Os homens sempre se esquecem de que
três orações. As duas primeiras são coordenadas e a terceira é somos todos mortais." A oração destacada é:
subordinada. a) substantiva completiva nominal
Existem 5 tipos de classificações para orações b) substantiva objetiva indireta
coordenadas: c) substantiva predicativa
● Oração coordenada aditiva: acresce uma d) substantiva objetiva direta
informação. Ex.: Eu dormi e sonhei. e) substantiva subjetiva
● Oração coordenada adversativa: apresenta um
contraste. Ex.: Eu passei no vestibular, mas não sei 3. (FCC-TRE-SP) "Estou seguro de que a sabedoria dos
se é isso que quero. legisladores saberá encontrar meios para realizar
● Oração coordenada alternativa: apresenta semelhante medida." A oração em destaque é
alternância. Ex.: Ora você gosta de mim, ora você substantiva:
some. a) objetiva indireta
● Oração coordenada conclusiva: conclui a ideia. b) completiva nominal
Ex.: Não gosto daqui. Portanto, pedirei a minha c) objetiva direta
demissão. d) subjetiva
● Oração coordenada explicativa: tem como objetivo e) apositiva
explicar. Ex.: Você está errado porque tenho provas.
Já no período de subordinação há duas categorias: GABARITO: 1. A; 2. B; 3. B
orações subordinadas adjetivas (função de adjetivo) e orações
subordinadas adverbiais (função de advérbio).
QUESTÕES DE CONCURSOS
1. (FCC- MPU) A frase que NÃO admite transposição para a
voz passiva é:
(A) Fiquei observando a construção caprichosa da teia da
aranha.
(B) Os vegetarianos não fiquem aliviados.
(C) Tudo isso compõe uma trama de vida e morte.
(D) Eu teria reservado um melhor arremate para esta crônica.
(E) A natureza vai explicitando suas verdades o tempo todo.
[ (G → H) ∨ G] → H
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2 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
a) não p, sendo p: "π é um número racional".
V V V V V V V Solução
A operação lógica que devemos fazer é a negação,
V F F F V V F desta forma, a proposição ~p pode ser definida como "π
não é um número racional". Abaixo, apresentamos a tabela
verdade desta operação:
F V V F F V V
F V F F F V F
(G ⋁ H) ↔ (∼ G ∨ ∼ H) é um exemplo de
contradição. Se observar o resultado de sua tabela de Como "π é um número racional" é uma proposição
verdade abaixo, na coluna do operador principal, irá falsa, então, de acordo com a tabela verdade acima, o valor
notar que todas as linhas são falsas. lógico de ~p será verdadeiro.
F V V F V F F F V
F F F F V F V V F
TABELA VERDADE
Tabela verdade é um dispositivo utilizado no estudo Sendo a primeira proposição falsa e a segunda
da lógica matemática. Com o uso desta tabela é possível verdadeira, vemos, pela tabela verdade, que o valor lógico
definir o valor lógico de uma proposição, isto é, saber da proposição p^q será falso.
quando uma sentença é verdadeira ou falsa. c) π é um número racional ou é um número
Em lógica, as proposições representam irracional.
pensamentos completos e indicam afirmações de fatos ou Solução
ideias.
Considerando o conectivo de disjunção (p v q),
Utiliza-se a tabela verdade em proposições podemos indicar a seguinte tabela verdade:
compostas, ou seja, sentenças formadas por proposições
simples, sendo que o resultado do valor lógico depende
apenas do valor de cada proposição.
Para combinar proposições simples e formar
proposições compostas são utilizados conectivos lógicos.
Estes conectivos representam operações lógicas.
Na tabela abaixo, indicamos os principais
conectivos, os símbolos usados para representá-los, a
operação lógica que representam e o resultante valor
lógico.
Como q é uma proposição verdadeira, então o valor
lógico da proposição p v q também será verdadeiro
conforme podemos verificar na tabela verdade acima.
Exemplo
Indique o valor lógico (V ou F) de cada uma das
proposições abaixo:
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 3
Sendo a primeira falsa e a segunda verdadeira, pela B F, F, F, F, F.
tabela concluímos que o resultado desta operação lógica C V, V, V, F, V.
será verdadeiro. D F, F, F, V, F.
É importante notar que " é um número
irracional" não é consequência do fato de "π é um número 02. (IDECAN - 2016 - Prefeitura de Leopoldina - MG -
racional". O que o condicional representa é unicamente uma Motorista) Observe as sentenças a seguir. I. “Fernando
relação entre valores lógicos. fala inglês.”
PORQUE
e) π é um número racional se somente se é um II. “Fernando nasceu nos Estados Unidos.” Analisando
irracional. as sentenças, é correto afirmar que:
Solução A Se a primeira afirmativa for falsa, a segunda será
Neste item, temos a operação lógica . A verdadeira.
tabela verdade será igual a: B Se a primeira afirmativa for verdadeira, a segunda poderá
ser falsa.
C As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica
a primeira.
D Se a primeira afirmativa for verdadeira, a segunda
também será verdadeira.
A V, V, V, V, V.
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4 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
B algum aventureiro é candidato.
C nenhum aventureiro é candidato.
D nenhum candidato é aventureiro.
E algum candidato não é aventureiro.
RELACIONAMENTOS E ASSOCIAÇÕES
Com base na lógica proposicional, é possível dizer que, 01. (IDECAN - 2017 - Câmara de Coronel Fabriciano - MG
para completar a última coluna da tabela verdade, de - Auxiliar de Manutenção) “A incorporação da câmera
forma correta, os valores lógicos que faltam, na ordem fotográfica aos aparelhos de telefonia móvel têm
de cima para baixo, são: definitivamente levado a fotografia ao cotidiano
A V – V – V – V. particular do indivíduo.” Jadson está olhando a fotografia
B V – F – V – F. de alguém. Seu amigo pergunta quem é o homem do
C V – V – F – F. retrato, Jadson responde: “Irmãos e irmãs eu não tenho,
mas o pai deste cara é filho do meu pai”. Quem está na
D F – F – F – V.
fotografia?
E F – F – F – F.
A O pai de Jadson.
B O avô de Jadson.
Gabarito: 01/E; 02/D
C O filho de Jadson.
D O cunhado de Jadson.
VERDADES E MENTIRAS
01. (IDECAN - 2016 - Prefeitura de Damianópolis - GO - 02. (IDECAN - 2017 - Prefeitura de São Gonçalo do Rio
Auxiliar Administrativo) “Na entrada de uma festa, três Abaixo - MG - Assistente de Educação Básica) Três
convidados posicionaram-se em fila para informar qual irmãs: Lívia, Marina e Rita lecionam em uma mesma
o tipo preferido de bebida, dentre refrigerante, suco ou escola matérias diferentes e cada uma delas apresenta
cerveja. Sabe-se que o que bebe suco sempre diz a um estado civil. Considere as informações:
verdade; o que bebe refrigerante às vezes diz a
o marido de Lívia é engenheiro; uma das irmãs de Marina
verdade; e, o que bebe cerveja, sempre mente. O
perdeu o esposo em um acidente; e, a professora
convidado que está à frente na fila diz: ‘o convidado que
solteira leciona inglês e a viúva leciona geografia.
bebe suco está no meio’. O que está no meio diz: ‘eu
bebo refrigerante’. O que está atrás diz: ‘o convidado Se as matérias são inglês, matemática e geografia, então
imediatamente à minha frente bebe cerveja’. Logo, o as professoras que lecionam cada uma delas são,
convidado que está à frente bebe ___________; o que respectivamente:
está no meio bebe ___________; e o que está atrás A Marina, Rita e Lívia.
bebe ___________.” Assinale a alternativa que B Rita, Marina e Lívia.
completa correta e sequencialmente a afirmativa
C Lívia, Rita e Marina.
anterior.
D Marina, Lívia e Rita.
A suco / refrigerante / cerveja
B cerveja / suco / refrigerante
03. (DECAN - 2017 - Câmara de Natividade - RJ -
C refrigerante / cerveja / suco Controlador Interno) Dois casais têm, respectivamente,
D cerveja / refrigerante / suco um único filho e uma única filha que se casaram e
também tiveram um único filho. Os nomes e algumas
relações de parentesco dessas pessoas estão
02. (IDECAN - 2016 - UFPB - Administrador) Três formigas,
representados a seguir:
das quais duas carregam folhas, andam formando uma
fila. Sabe-se que a que carrega folha verde sempre diz • João é pai de Marcos e avô de José;
a verdade; a que carrega folha amarelada às vezes diz • Ana é esposa de Marcos e filha de Carlos; e,
a verdade; e a que não carrega qualquer folha sempre • Maria é avó de José e sogra de Marcos.
mente. A que está na frente diz “a formiga que carrega Márcia que é uma das pessoas e não foi citada acima é,
folha verde está no meio". A que está no meio diz “eu
portanto:
carrego a folha amarelada". A que está atrás diz “a
formiga que está no meio não carrega folha alguma". A Sogra de Ana e filha de Maria.
Logo, pode-se concluir que a formiga que B Avó de José e esposa de João.
A está atrás é a que sempre mente. C Mãe de Ana e sogra de Carlos.
B carrega a folha amarelada está no meio. D Mãe de Marcos e esposa de Carlos.
C carrega folha verde está atrás das outras duas.
D sempre mente está à frente daquela que carrega a folha 04. (IDECAN - 2016 - Prefeitura de Damianópolis - GO -
amarelada. Motorista II) Qual das alternativa,s a seguir pertence a
um grupo DIFERENTE das demais?
03. (IDECAN - 2014 - AGU - Administrador) Se é verdade A Tigre.
que “alguns candidatos são estudiosos” e que “nenhum B Zebra.
aventureiro é estudioso”, então, também é C Girafa.
necessariamente verdade que D Elefante.
A algum candidato é aventureiro.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 5
meio da linguagem.
Gabarito: 01/C; 02/C; 03/B; 04/A Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você
recebe um trecho com informações e precisa avaliar um
conjunto de afirmações, selecionando uma das possíveis
respostas:
COMPREENSÃO E ANÁLISE DA LÓGICA A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência
lógica das informações ou opiniões contidas no trecho) B –
DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO AS Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as
FUNÇÕES INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO informações ou opiniões contidas no trecho) C – Impossível
VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou
falsa sem mais informações)
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL,
ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, ESTRUTURAS LÓGICAS
FORMAÇÃO DE CONCEITOS, Precisamos antes de tudo compreender o que são
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. proposições. Chama-se proposição toda sentença
declarativa à qual podemos atri- buir um dos valores lógicos:
RACIOCÍNIO VERBAL verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de
Avalia a capacidade de interpretar informação uma sentença fechada.
escrita e tirar conclusões lógicas. Elas podem ser:
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de • Sentença aberta: quando não se pode atribuir
análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a
se candidatar a uma vaga. proposição!), portanto, não é considerada frase lógica.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou São consideradas sentenças abertas:
inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e - Frases interrogativas: Quando será prova? -
aplicação do conhecimento por meio da linguagem. Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
recebe um trecho com informações e precisa avaliar um
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. –
conjunto de afirmações, selecionando uma das possíveis
Desligue a televisão.
respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas,
lógica das informações ou opiniões contidas no paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa”
(expressão paradoxal) – O cachorro do meu
trecho)
vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa,
consideradas as informações ou opiniões • Sentença fechada: quando a proposição admitir
contidas no trecho) um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso,
nesse caso, será considerada uma frase, proposição ou
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a
sentença lógica.
afirmação é verdadeira ou falsa sem mais
informações)
Proposições simples e compostas
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E • Proposições simples (ou atômicas): aquela
TEMPORAL que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte
O raciocínio lógico sequencial ou orientação integrante de si mesma. As proposições simples são
sequencial vem normalmente com sequencias de designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s...,
números, letras, palavras ou figuras. chamadas letras proposicionais.
Já o raciocínio lógico espacial ou orientação • Proposições compostas (ou moleculares ou
espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de
espacial é uma habilidade importante que gera conceitos e duas ou mais proposições simples. As proposições
soluções para problemas que surgem em áreas como compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas
arquitetura, engenharia, ciências, matemática, arte, jogos, e P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
também no cotidiano. É preciso um bom raciocínio espacial ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas
para navegar pelas ruas, usar mapas, resolver quebra- são formadas por duas proposições simples.
cabeças ou jogar sinuca, decorar a casa, estudar geometria
e física, ou simplesmente decidir se é possível fazer um sofá Proposições Compostas – Conectivos
passar pela porta. As proposições compostas são formadas por
O raciocínio lógico temporal ou orientação proposições simples ligadas por conectivos, aos quais
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o formam um valor lógico, que po- demos vê na tabela a
tempo. seguir:
A solução destes tipos de questões envolve pouca Conectivos Lógicos
teoria, por isso, para adquirir conhecimento é necessário
fazer o máximo de questões possíveis. Operação Conectiv Estrutur Exemplos
o a Lógica
RACIOCÍNIO VERBAL Negação ¬ Não p A bicicleta não é
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita azul
e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de Conjunção ^ Peq Thiago é
análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao médico e João é
se candidatar a uma vaga. Raciocínio verbal é parte da Engenheiro
capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção,
aquisição, organização e aplicação do conhecimento por
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6 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
Disjunção v P ou q Thiago é P Q PvQ
Inclusiva médico ou João é
Engenheiro V V F
Disjunção v Ou p ou q Ou Thiago é V F V
Exclusiva Médico ou João é
Engenheiro F V V
Condicional → Se p Se Thiago é F F F
então q Médico então Joã • P: Irei Jogar Basquete
o é Engenheiro
• Q: Irei à casa de João
Bicondicion ↔ P se e Thiago é Observe a diferença entre a disjunção inclusiva e
al somente médico se e exclusiva! Como o próprio nome diz “exclusiva” a
se q somente se João proposição resultante da disjunção exclusiva só será “V” se
é Engenheiro uma das partes for “F” e a outra “V” (independentemente da
ordem) não podendo acontecer “V” nos dois casos, caso
Conjunção: Vimos pela tabela acima que a aconteça a proposição resultante desta operação será
operação da conjunção liga duas ou mais proposições falsa.
simples pelo conectivo “e”. Observemos o exemplo:
Irei ao cinema e ao clube. Vamos montar a tabela verdade
Condicional;
para a proposição composta destacando todas as
Vimos que a estrutura condicional refere-se a “Se p
valorações possíveis.
então q”.
Conjunção: p^q(p e q)
Ex:Se nasci em Salvador, então sou Baiano.
P Q P^Q • P: Nasci em salvador
V V V • Q: Sou Baiano
Nesta estrutura vale destacar os
V F F termos suficiente e necessário
Observe que:
F V F Se nasci em Salvador suficientemente sou Baiano,
F F F Agora, se sou Baiano necessariamente nasci em
Salvador
• P: Irei ao cinema Regra: O que esta a esquerda da seta é sempre
• Q: Irei ao clube condição suficiente e o que está à direita é sempre condição
Observamos que a proposição resultante da necessária. (p → q).
conjunção só será verdadeira quando as proposições Tabela Verdade da estrutura condicional.
simples individuais forem verdadeiras. Condicional: p → q (Se... então)
P Q P→Q
Disjunção Inclusiva:
Vimos que a operação da disjunção inclusiva liga V V V
duas ou mais proposições simples pelo conectivo “ou”.
Observemos o exemplo V F F
Dar-te-ei uma camisa ou um calção. Vamos montar
F V V
a tabela verdade para a proposição composta destacando
todas as valorações possíveis. F F V
Disjunção: p v q (p ou q)
Observe que a condicional só será falsa se a
P Q PvQ antecedente (lado esquerdo da seta) for verdadeiro e a
consequente (lado direito) da seta for falso.
V V V
V F V Bicondicional:
É a estrutura formada por duas condicionais... “ p se
F V V e somente se q”.
Observe que;
F F F Ex:
• P: Dar-te-ei uma camisa 4 é maior que 2 se e somente se 2 for menor que 4
.
• Q: Dar-te-ei um calção
Observamos que a proposição resultante da • P: 4 é maior que 2
disjunção inclusiva só será falsa quando as proposições • Q: 2 é menor que 4
simples individuais forem falsas.. Temos que a Bicondicional é equivalente á:
• P → Q (Se 4 é maior que 2, então 2 é menor que
Disjunção Exclusiva: 4)
Vimos que a estrutura da disjunção exclusiva é “ou • Q → P( Se 2 é menor que 4, então 4 é maior que
p ,ou q” 2)
Ex: Ou irei jogar basquete ou irei à casa de João A Bicondicional expressa uma condição suficiente e
Montando a tabela verdade teremos necessária.
Disjunção Exclusiva: p v q (ou p ou q)
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 7
4 ser maior que 2 é condição suficiente e necessária
para 2 ser menor do que 4. 02. (IDECAN - 2016 - Prefeitura de Damianópolis - GO -
Tabela Verdade Motorista II) Alice visita sua avó todas as semanas,
Bicondicional: p ↔ q ( p se e somente se q) sempre na quarta-feira.
P Q P↔Q Em determinado ano,Alice visitou sua avó no dia 8 de abril.
Qual foi a data da última visita que Alice fez a sua avó no
V V V referido ano?
A 28 de dezembro.
V F F
B 29 de dezembro.
F V F C 30 de dezembro.
F F V D 31 de dezembro.
C
Se o valor de x da figura 1 pode ser substituído na figura 2
e a soma dos valores de cada coluna e linha da figura 2
é 105, então A + B + X é igual a:
A 37.
B 47.
C 61.
D D 69.
04. (IDECAN - 2017 - Prefeitura de Manhumirim - MG - Qual das alternativas a seguir corresponde à figura central
Agente Comunitário de Saúde - PSF) Qual alternativa da sequência?
completa o diagrama lógico apresentado a seguir?
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 9
Exemplo 2
Represente os conjuntos C = {a, b, c, d}e D = {e, f, g,
h}.
Observe que a intersecção desses conjuntos é
vazia, pois não possui nenhum elemento que pertença
simultaneamente a ambos, ou seja:
C∩D={}
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10 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
Relação de inclusão
Exemplo:
A relação de inclusão permite-nos dizer se um
a) Considere os conjuntos A = {0, 2, 4, 6, 8, 10} e B
conjunto está contido ou não em outro conjunto.
= {1, 3, 5, 7, 9, 11}:
Quando um conjunto está contido em outro, dizemos que se
trata de um subconjunto. Para isso utilizamos os símbolos: A U B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11}
b) A = {x | x é um número par natural} e B {y | y é um
número ímpar natural}
A união de todos os pares naturais e todos os
ímpares naturais resulta em todo o conjunto dos números
Um exemplo disso é a relação entre conjunto naturais, logo, temos que:
dos números naturais e conjunto dos números inteiros.
Sabemos que o conjunto dos números naturais é
subconjunto do conjunto dos números inteiros, isto é, o
conjunto dos naturais está contido no conjunto dos Intersecção de conjuntos
inteiros. A intersecção entre dois ou mais conjuntos também
será um novo conjunto formado por elementos que
pertencem, ao mesmo tempo, a todos os conjuntos
envolvidos. Formalmente temos:
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 11
"Exemplo
a) Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, B =
{0, 2, 4, 6, 8, 10} e C = {0, –1, –2, –3}
A ∩ B = {2, 4, 6}
A∩C={}
Exemplo
B ∩ C = {0}
Considere os conjuntos A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B ={0,
O conjunto que não possui nenhum elemento é 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}.
chamado de conjunto vazio e pode ser represento de duas
O complementar de A em relação a B é:
formas.
Diferença de conjuntos
A diferença entre dois conjuntos, A e B, é dada pelos
elementos que pertencem a A e não pertencem a B. QUESTÕES ESTILO IDECAN
01. (IDECAN - 2019 - IF-AM - Bibliotecário Documentalista)
Considerando os conjuntos A = {0, 1, 3, 5, 7}, B = {0, 1,
No diagrama de Venn-Euler, a diferença entre os 4, 6, 8, 9} e N o conjunto dos números naturais, qual
conjuntos A e B é: conjunto representa o resultado de (A ∩ B) ∩ N?
A (0).
B (1).
C (0, 1, 3, 5, 7).
D N.
E (0 , 1).
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12 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
B {1, 2, 3}.
C {1, 3}. 10. (IDECAN - 2017 - Prefeitura de Manhumirim - MG -
D {0, 2}. Gestor Municipal de Contrato) Sejam os conjuntos A, B
e C representados a seguir.
E {0}.
Ponto
O ponto é representado na geometria por letras
maiúsculas sendo definido por Euclides como algo que não
possui partes nem dimensões.
Reta
A reta é formada por pontos reunidos formando uma
linha, sem largura e com comprimento. A reta é infinita para Área
os dois sentidos. Representamos uma reta na geometria por Área é uma medida usada para definir o tamanho da
letras minúsculas. superfície de uma figura. A área é calculada usando as
As retas podem ser apresentadas nas seguintes medidas de comprimento e largura das figuras geométricas.
posições:
• Vertical; Perímetro
• Horizontal; O perímetro é a medida equivalente à soma das
medidas dos lados de uma figura geométrica.
• Inclinada.
Triângulo
O triângulo é uma figura plana formada por três
Existem alguns conceitos que também são lados. Os lados são segmentos de retas unidos nos
estudados na geometria plana envolvendo as retas: vértices.
• Retas Concorrentes: são retas que se cruzam em
um ponto em comum;
• Retas Paralelas: são retas que não se cruzam e
estão a uma mesma distância no plano para
todos os pontos.
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14 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
• Triângulo Escaleno: triângulo em que todas as
medidas diferem;
Os triângulos também são classificados quanto aos
ângulos em: triângulo
retângulo, obtusângulo e acutângulo.
• Triângulo Retângulo: triângulo que possui um
ângulo de 90°;
• Triângulo Obtusângulo: triângulo que possui um
ângulo interno obtuso (maior que 90°);
• Triângulo Acutângulo: triângulo que todos os
ângulos internos são menores que 90°.
Trapézio
Quadrado
O trapézio é um polígono formado por duas bases
O quadrado é um paralelogramo formado por quatro paralelas e com medidas diferentes. A base de menor
lados, dois a dois paralelos e com ângulos internos medida é chamada “base menor”, a base de maior medida
congruentes e retos (90°). é chamada “base maior”.
Losango
O losango é um paralelogramo formado por quatro
lados, com lados opostos paralelos e congruentes. Os
ângulos opostos também são congruentes.
Círculo
O círculo é uma figura plana limitada pela
circunferência, e corresponde ao espaço interno formado
pelo conjunto de todos os pontos do plano. Também é
chamado disco.
GEOMETRIA ESPACIAL
A geometria espacial estuda as figuras com três
dimensões, a saber: largura, comprimento e altura. Na
geometria espacial é estudado o conceito de volume, sendo
a medida de capacidade dos sólidos geométricos.
Circunferência
A circunferência é formada por um conjunto de QUESTÕES IDECAN
pontos a uma mesma distância do centro equivalente à GEOMETRIA BÁSICA
medida do raio. 01. (IDECAN - 2017 - Câmara de Natividade - RJ - Agente
de Vigilância) Um terreno retangular tem o comprimento
medindo 20 metros e largura medindo 12 metros. Qual
será a área deste terreno?
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 15
A 60 m². É correto afirmar que a diferença entre as alturas desses
B 100 m². dois sólidos é igual a
C 120 m². A 9 cm.
D 240 m². B 10 cm.
C 12 cm.
02. (IDECAN - 2015 - PRODEB - Analista de TI - Sistemas D 14 cm.
- Administração de Dados) Seja a figura a seguir. E 16 cm.
Quando a pizza for quadrada, o tamanho representa a 07. (IDECAN - 2014 - EBSERH - Advogado) O quadrado no
medida do lado da pizza. Quando a pizza for tradicional centro da figura tem lado cuja medida corresponde a
circular, o tamanho representa a medida de seu dois terços da altura h de um dos triângulos.
diâmetro. Dessa forma, dentre as alternativa,s a seguir,
aquela que apresenta o melhor custo/benefício para o
cliente é a pizza (Considere π = 3)
A quadrada média.
B tradicional média.
C quadrada grande.
D tradicional grande.
E tradicional pequena.
B
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16 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
diâmetro. Dessa forma, dentre as alternativas a seguir,
aquela que apresenta o melhor custo/benefício para o
cliente é a pizza
(Considere π = 3.)
A quadrada média.
C
B tradicional média
C quadrada grande.
D tradicional grande
E tradicional pequena.
PROBLEMAS MATRICIAIS
E
MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS
LINEARES
1.MATRIZES E DETERMINANTES
As Matrizes e os Determinantes são conceitos
utilizados na matemática e em outras áreas como, por
08. (IDECAN - 2014 - Prefeitura de São Gonçalo do Rio exemplo, da informática.
Abaixo - MG - Agente de endemias) A área de um São representadas na forma de tabelas que
triângulo retângulo é igual a 6 cm2. Se um dos catetos correspondem a união de números reais ou complexos,
mede 3 cm, qual é a medida do outro cateto? organizados em linhas e colunas.
A 2 cm.
B 3 cm. 1.1 MATRIZ
A Matriz é um conjunto de elementos dispostos em
C 4 cm.
linhas e colunas. As linhas são representadas pela letra 'm'
D 5 cm. enquanto as colunas pela letra 'n', onde n ≥ 1 e m ≥ 1.
Nas matrizes podemos calcular as quatro
09. (IDECAN - 2014 - CNEN - Assistente Administrativo) operações: soma, subtração, divisão e multiplicação:
A seguir estão representados um triângulo equilátero e um Exemplos:
quadrado, cujos perímetros são iguais. Uma matriz de ordem m por n (m x n)
A = | 1 0 2 4 5|
Logo, A é uma matriz de ordem 1 (com 1 linha) por
5 (5 colunas)
Lê-se Matriz de 1 x 5
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas 17
• Sistema Impossível (SI): não é possível
apresentar qualquer tipo de solução.
As matrizes associadas a um sistema linear podem
ser completas ou incompletas. São completas as matrizes
que consideram os termos independentes das equações.
• Encontrar as diagonais e multiplicar os elementos, Os sistemas lineares são classificados como
não esquecendo de trocar o sinal no resultado da diagonal normais quando o número de equações é o mesmo que o
secundária: número de incógnitas. Além disso, quando o determinante
1.Diagonal principal (da esquerda para a direita): (1,- da matriz incompleta desse sistema não é igual a zero.
9,1) (5,6,3) (6,-7,2)
2.Diagonal secundária (da direita para a esquerda):
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
(5,-7,1) (1,6,2) (6,-9,3)
Portanto, o Determinante da matriz 3x3 = 182. Vamos resolver passo a passo cada equação a fim de
classificá-las em SPD, SPI ou SI.
Curiosidades
Exemplo 1 - Sistema Linear com 2 Equações
• Pierre Frédéric Sarrus (1798-1861) foi um
matemático francês que inventou um método para o
encontrar os determinantes das matrizes quadradas de
ordem 3 (3x3) conhecido como a "Regra de Sarrus".
• O "Teorema de Laplace", um método para calcular
o determinante de qualquer tipo de matriz quadrada, foi
inventado pelo matemático e físico francês Pierre Simon
Marquis de Laplace (1749-1827).
• Os determinantes considerados nulos são aqueles
em que a soma dos elementos de qualquer das diagonais
seja igual a zero.
• São tipos de Matrizes Quadradas: Matriz
Identidade, Matriz Inversa, Matriz Singular, Matriz
Simétrica, Matriz Positiva Definida e Matriz Negativa. Há
também as matrizes transpostas e opostas.
____________
Fonte: https://www.todamateria.com.br/matrizes-e-
Exemplo 2 - Sistema Linear com 3 Equações
determinantes/
2. SISTEMAS LINEARES
Sistemas Lineares são conjuntos de equações
associadas entre elas que apresentam a forma a seguir:
Classificação
Os sistemas lineares podem ser classificados
conforme o número de soluções possíveis. Lembrando que
a solução das equações é encontrada pela substituição das
variáveis por valores.
• Sistema Possível e Determinado (SPD): há
apenas uma solução possível, o que acontece
quando o determinante é diferente de zero (D ≠
Se D = 0, podemos estar diante de um SPI ou de um SI.
0).
• Sistema Possível e Indeterminado (SPI): as
soluções possíveis são infinitas.
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18 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO – Teoria resumida e questões de provas
QUESTÕES ESTILO IDECAN E9
01. (IDECAN - 2014 - Prefeitura de Ubatuba - SP -
Procurador Municipal) Uma rádio apresenta dois 04. (IDECAN - 2014 - AGU - Administrador) Se o
programas com músicas antigas das décadas de 60, 70 determinante de uma matriz é igual a um valor x,
e 80, cujos números de músicas de cada década são representamos como det(A) = x. Sendo B uma matriz
sempre iguais conforme indicado a seguir: quadrada de ordem 3 e det(B) = 4, é correto afirmar que
Programa A: cinco canções da década de 60, três da o valor de det (3B) será igual a
década de 70 e quatro da década de 80; e, A4
Programa B: oito canções da década de 60, duas da B 12
década de 70 e sete da década de 80. Considere que C 36
nos dois primeiros meses a partir das estreias desses D 96.
programas os mesmos foram apresentados
várias vezes: E 108.
1º mês: 50 programas A e 20 programas B; e,
2º mês: 30 programas A e 40 programas B. A matriz que 05. (DECAN - 2014 - AGU - Administrador) Dadas as
representa a quantidade de músicas exibidas nos dois matrizes A = ( aij)2x3 em que aij = i - j e B = ( bij)3x2 em
meses considerados é que bij = i2 - j. Seja a matriz C a matriz resultante do
produto das matrizes A e B, nesta ordem. Assim, o
elemento C11 será
A 17.
B 18.
C 19.
A D –18.
E –19.
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2 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
É o elemento de maior importância em equipamentos
eletrônicos. É responsável pelo processamento de todos os
tipos de dados e pela apresentação do resultado do
processamento.
Inicialmente, a CPU era composta por vários
componentes separados, mas evoluiu para um único circuito
integrado que recebeu o nome de microprocessador.
O microprocessador é um dispositivo programável de
entrada e saída de dados, que processa os dados digitais de
entrada e, associando as instruções armazenadas em sua
memória, fornece como saída os dados resultantes do
processamento.
Uma CPU é composta pelos seguintes componentes:
Hardware: placa de vídeo Geforce Unidade lógica e aritmética (ULA): executa as
Dentro dos Hardwares existem equipamentos com operações aritméticas e lógicas
diferentes tipos de uso. Há quem prefira uma placa-mãe com Unidade de controle (UC): extrai instruções da
melhor desempenho, memórias maiores, placa de vídeo mais memória através de uma comunicação que se estabelece com
potentes para quem gosta de videogames e mais. O mesmo essa memória (RAM).
ocorre com os Softwares, com as mais diferentes configurações OBS: BARRAMENTO (BUS) é como se chama a
para os gostos dos usuários. Os teclados e mouses também são comunicação entre o processador e os vários
considerados Hardwares e equipamentos periféricos de entrada. dispositivos conectados ao computador.
A maior parte dos equipamentos eletrônicos digitais precisa Registradores e Memória cache: armazena dados
de hardwares e softwares básicos para funcionar, e eles
para o processamento
normalmente já vêm de fábrica. Então, eles estão presentes em
A velocidade de processamento das informações em um
diferentes dispositivos do dia a dia, como celulares,
computador está diretamente relacionada à velocidade do
computadores, relógios inteligentes, câmeras digitais, e até Smart processador. Quanto mais rápido o processador, maior a
TVs. Depois, os usuários podem incrementar e alterar os
velocidade de processamento.
softwares, dependendo do dispositivo, baixando novos
Intel e AMD são as principais empresas fabricantes
programas pelo computador e mais. O mesmo pode ser feito com
mundiais de processadores.
o hardware, caso tenha o conhecimento mais específico, para
aumentar a capacidade da memória RAM, armazenamento
Clock interno
interno, dentre outras funções. O conjunto de hardware e software
Em um computador, todas as atividades necessitam de
geram diferentes produtos, cada um com funcionamento
sincronização. O clock interno (ou apenas clock) serve
particular, como MACs, PCs e mais. justamente a este fim, ou seja, basicamente, atua como um
Muitos dos problemas em computadores podem ser
sinal para sincronismo. Quando os dispositivos do
indicados pelo mal funcionamento de um software, em caso de
computador recebem o sinal de executar suas atividades, dá-
travamentos por exemplo, ou de uma das peças do hardware. É
se a esse acontecimento o nome de "pulso de clock". Em cada
possível retirar um software de funcionamento por meio da pulso, os dispositivos executam suas tarefas, param e vão
desinstalação, na qual os dados dele são apagados. No caso do
para o próximo ciclo de clock.
sistema operacional, é possível também fazer uma recuperação
A medição do clock é feita em hertz (Hz), a unidade
de dados. Para isso, precisa apenas de alguns comandos, cliques
padrão de medidas de frequência, que indica o número de
e ponto. Tudo está feito. Já para trocar ou retirar um hardware do oscilações ou ciclos que ocorre dentro de uma determinada
computador, por exemplo, o usuário precisa colocar a mão na
medida de tempo, no caso, segundos. Assim, se um
massa, desplugar os cabos, retirar a peça física e fazer a
processador trabalha à 800 Hz, por exemplo, significa que ele
substituição.
é capaz de lidar com 800 operações de ciclos de clock por
Basicamente o Hardware de um computador se divide em segundo.
CPU, MEMÓRIAS e PERIFÉRICOS. Vejamos a seguir
Repare que, para fins práticos, a palavra kilohertz (KHz)
informações sobre cada parte.
é utilizada para indicar 1000 Hz, assim como o
termo megahertz (MHz) é usado para referenciar 1000 KHz
(ou 1 milhão de hertz). De igual forma, gigahertz (GHz) é a
denominação usada quando se tem 1000 MHz e assim por
diante. Com isso, se um processador conta com, por exemplo,
uma frequência de 800 MHz, significa que pode trabalhar com
800 milhões de ciclos por segundo.
Neste ponto, você provavelmente deve ter entendido
que é daqui que vem expressões como "processador Intel
Core i5 de 2,8 GHz", por exemplo.
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4 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
maior - 8 MB ou mais - e, ao mesmo tempo, compartilhado por tempo. Além disso, apesar de serem tecnicamente iguais, é
todos os seus quatros núcleos. possível fazer com que determinados núcleos funcionem de
maneira alterada em relação aos outros.
Um exemplo disso é a tecnologia Turbo Boost, da Intel:
se um processador quad core, por exemplo, tiver dois núcleos
ociosos, os demais podem entrar automaticamente em um
modo "turbo" para que suas frequências sejam aumentadas,
acelerando a execução do processo em que trabalham.
A imagem abaixo exibe uma montagem que ilustra o
interior de um processador Intel Core 2 Extreme Quad Core
(núcleos destacado na cor amarela):
Processador Core i7 3770
Mas o cache L3 não é, necessariamente, novidade: a
AMD chegou a ter um processador em 1999 chamado K6-III
que contava com cache L1 e L2 internamente, característica
incomum à época, já que naquele tempo o cache L2 se
localizava na placa-mãe, como já explicado. Com isso, esta
última acabou assumindo o papel de cache L3.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 5
trabalhar com periféricos básicos como por exemplo a
unidade de disquete...
POST (Power - On Self Test) - Autoteste de
Inicialização realizada sempre que o micro é reinicializado.
Esse autoteste executa as seguintes rotinas: Memória DIMM 128MB 133 MHz de 168 pinos
✓ Identifica configuração instalada.
✓ Inicializa todos circuitos periféricos de apoio da UNIDADE DE MEMÓRIA
placa-mãe. Os computadores processam as informações através
✓ Inicializa o vídeo. de circuitos elétricos, que em uma combinação de liga-
SETUP (Configuração do sistema) - Programa de desliga, faz com que os dados sejam codificados e entendidos
configuração de hardware do microcomputador. Essa pela máquina.
configuração pode ser feita manualmente pelo usuário. Bit – é a menor unidade possível de informação que
um computador é capaz de processar. BIT é a contração do
RAM (RANDOM ACCESS MEMORY) termo Binary Digit, que significam digito binário, onde só
A Memória de Acesso Randômico (RAM), do inglês podem assumir o estado 0 (desligado) ou 1(ligado).
Randomic Access Memory é usada para armazenamento Byte – é o conjunto de 08 bits, capaz de representar
temporário de dados ou instruções. Quando entramos com um um caractere ou uma informação.
programa em linguagem Basic em um computador pessoal, Kilobyte – é o equivalente a 1.024 bytes e é
as instruções são armazenadas na RAM do computador, representado pela inicial KB.
assim como os dados de entrada. A RAM também é Megabyte – equivale a 1.024 KB ou aproximadamente
conhecida como memória read-and-write, pois podemos um milhão de caracteres (1.024 x 1.024 = 1.048.576). É
escrever ou ler informações neste tipo de memória. representado pelas iniciais MB.
A capacidade da RAM do equipamento é vital, pois Gigabytes – representado por GB, equivale a 1.024
determina o número de instruções e a quantidade dos dados MB ou aproximadamente 1 bilhão de caracteres (1.024 x
armazenados a cada vez para um processamento. 1.048.576 = 1.073.741.824).
A memória RAM é volátil – ao desligarmos o Terabytes – representado por TB, equivale a 1.024 GB
equipamento perdem-se as informações. ou aproximadamente 1 trilhão de caracteres.
Algumas variações da memória RAM são: Petabyte – Representado por PB, equivale a 1.024 TB.
Formato e alimentação dos módulos
MEMÓRIAS SECUNDÁRIAS
DISCOS ÓPTICOS (CD/DVD/BD)
Padrão Número de vias Tensão de alimentação Apesar da evolução, as mídias CDs, DVDs e Blu-Ray
ainda coexistem. Parecidos no formato e diferentes na
capacidade, essas mídias são usadas em muitas aplicações.
DDR5 288 1.1v Conheça mais um pouco sobre cada uma dessas tecnologias
e descubra porque elas ainda sobrevivem a era do stream
DDR4 288 1.2V multimídia e da mobilidade.
DDR3 240 1.5V/1.35V
Conhecendo o CD
Com um preço e uma capacidade menor (até 700 MB de
dados), o CD sobreviveu à popularização do DVD e continua
Memória DDR4 8GB 2400MHZ 288 pinos sendo muito usado. Além de ser o mais barato e comum dos
três, ele ainda é muito usado, especialmente por gravadoras.
No uso pessoal, o CD é a mídia mais versátil e pode ser usada
para guardar gravações de áudio de até 74 minutos, vídeos
de até 20 minutos e arquivos diversos para fazer backup de
pequenos dados do computador.
Conhecendo o DVD
Sucessor do CD, o DVD pode ser usado para as mesmas
Memória DDR 1GB 400 MHz de 184 pinos
funções do CD e um pouco mais, pois tem quase sete vezes
a capacidade (4.7 GB) de seu antecessor (700 MB). Ele pode
ser usado para para gravar arquivos da mesma forma que o
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6 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CD e também no formato DVD, onde é possível guardar filmes usa-se luz vermelha para a leitura dos dados e no Blu-Ray, a
de alta qualidade com até quatro horas em vários idiomas, luz usada é violeta. O tamanho das lentes de leitura também
com suporte a menus e animações. Para completar, arquivos varia, sendo de 780 nanômetros no CD, 650 no DVD e 405 no
gravados nesse último formato podem ser reproduzidos por Blu-Ray. Cada uma dessas diferenças é responsável pela
aparelhos de DVD, eliminando a necessidade de um evolução de uma mídia sobre a outra.
computador.
Disco Rígido (HD)
O Disco Rígido, cujo nome em inglês é Hard Disk (HD),
serve para armazenar dados permanentemente ou até estes
serem removidos. Fisicamente, os HDs são constituídos por
discos. Estes são divididos em trilhas e, por sua vez, estas
são formadas por setores. Os HDs podem armazenar até
centenas de gigabytes. A velocidade de acesso às
DVDs são usados principalmente para backup, distribuição de informações dos discos depende, em parte, da rapidez em
conteúdo e programas que estes giram. Os padrões mais comuns são de 5.400 rpm
O principal motivo da longevidade do DVD frente ao Blu- (rotações por minuto), 7.200 rpm, 10.000 rpm E 15.000rpm
Ray tem sido a popularização lenta deste último (que tem Para serem usados pelo computador, os HDs precisam de
piorado com a forte adoção de serviços de stream de vídeos). uma interface de controle. As existentes são IDE (Intergrated
Além disso, o DVD ainda é uma mídia bastante usada para Drive Electronics), SCSI (Small Computer System Interface) e
gravação e distribuição de filmes por grandes empresas do SATA (Serial ATA) além de interfaces externas como USB e
mercado de entretenimento, tanto que muitas fornecem filmes E-SATA.
nas duas mídias. A imagem abaixo mostra a parte interna de um HD.
Repare nos discos (pratos), o local onde os dados são
Conhecendo o Blu-Ray gravados:
Mesmo tendo uma capacidade altamente superior, o Blu-
Ray ainda não está presente no cotidiano da maioria das
pessoas. Ele é mais usado como forma de distribuição de
filmes e jogos, sendo pouco usado para gravação de dados.
Isso em parte se deve ao fato de poucos equipamentos virem
com unidades do formato. Na prática, as três mídias ainda são
usadas para jogos de videogame, como os consoles
Playstation 3 e Playstation 4 e XBox One.
SSD
O SSD (Solid State Drive ou unidade em estado sólido) é
um componente de hardware que substitui o antigo HD (Hard
Discos Blu-Ray são usados principalmente para distribuição Disk ou disco rígido) como unidade de armazenamento de
de filmes e jogos dados nos PCs. Muito mais rápido, o SSD não possui discos
físicos ou agulhas magnéticas, sendo capaz de acessar
Compatibilidade dados em uma fração de segundo e tornar seu computador
Independente das diferenças, as unidades Blu-Ray podem mais ágil para abrir programas e executar tarefas.
gravar dados e realizar leituras também em DVDs e CDs. Já Como não possuem partes móveis, os SSDs resolvem a
as unidades de DVD, podem gravar e ler em DVDs e CDs, e limitação de velocidade dos HDs, que utilizam cabeças de
por último, unidades de CD gravam e lêem dados apenas em leitura e gravação para fazer operações em discos
CDs. Tudo isso garante compatibilidade e consequentemente, magnéticos. Nos últimos anos, a queda significativa no preço
mais sobrevida às mídias antigas. por gigabyte fez do SSD um upgrade considerável (e talvez o
Mídias R são as "Rewritable", ou seja, graváveis e podem mais importante) para melhorar o desempenho de qualquer
ser usadas para salvar arquivos apenas uma vez. Já as RW computador.
são as Rewritable, o que significa que elas são regraváveis -
ou em outras palavras, são capazes de salvar conteúdos Como funciona um SSD?
infinitas vezes, como faz um pen drive, por exemplo.
Felizmente, essa variação normalmente é coberta por
unidades multiformato, que evitam o trabalho que o usuário
teria para entender e lidar suas diferenças.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 7
Os SSDs mais comuns no mercado possuem dois Mbit/s,. O USB 2.0 (USB Alto débito ou Hi-speed) podendo
componentes fundamentais: a memória flash e o controlador. atingir 480 Mbit/s. Para poder aproveitar plenamente esta taxa
A memória flash guarda todos os arquivos e, diferente dos de transferência, o Pen Drive deverá ser conectado a uma
discos magnéticos dos HDs, não necessita de partes móveis porta USB 2.0, caso contrário, (porta USB 1.1), ele funcionará
nem motores para funcionar. Todas as operações são feitas a baixo débito. Atualmente a maioria dos pendrives são
eletricamente, tornando as operações de leitura e escrita mais fabricados com a tecnologia USB 3.0.
rápidas, além de deixar o drive mais silencioso e resistente a
vibrações e quedas. 3) PERIFÉRICOS
O controlador gerencia a troca de dados entre o Nas pessoas, a troca de informações com o exterior é
computador e a memória flash. Formado por um processador feita através dos sentidos: através deles – paladar, olfato,
que executa diversas tarefas no drive, é um dos principais audição, tato e visão – percebemos o mundo. Eles são nossas
responsáveis pela performance de um SSD. O chip é capaz entradas (INPUT) de dados.
de gerenciar o cache de leitura e escrita de arquivos, Nossa saída de dados (OUTPUT) ocorre através da fala,
criptografar informações, mapear partes defeituosas do SSD gestos, escrita, atitudes, etc. No computador, para executar
para evitar corrompimento de dados e garantir uma vida útil estas funções existem equipamentos de entrada e saída de
maior da memória flash. dados.
Dependendo do meio onde se encontra um dado (disco,
Vantagens do SSD fita, etc.), precisamos de um equipamento específico para
Maior velocidade de leitura e gravação atendê-lo, tratá-lo, etc. Cada equipamento de entrada e saída
Maior resistência a quedas é especialista no trato de um determinado meio físico de
Menor consumo de energia armazenamento de dados.
Menor tamanho físico Dentro da CPU tudo ocorre segundo a aritmética binária
utilizando-se somente os símbolos 0 e 1. Cabe ao
Desvantagens do SSD equipamento de entrada/saída de dados fazer a tradução para
Menor tempo de vida útil o sistema binário em relação aos diversos meios físicos de
Fabricado em menor capacidade armazenamento de dados.
Mais caro (R$) Dessa forma devemos entender de teclado de um
terminal como um equipamento de entrada de dados que
PENDRIVE traduz cada tecla pressionada numa configuração de “zeros”
e “uns” correspondentes ao caractere que representa.
Da mesma forma, uma impressora é um equipamento que
recebe da CPU um conjunto de “zeros” e “uns” e os traduz em
símbolos (letras, algarismos e outros caracteres) nos
oferecendo uma folha de papel com informações em nossa
linguagem.
São vários os meios físicos de entrada/saída de dados:
teclados, vídeos, cartões perfurados, fitas de papel perfurado,
cartões magnéticos, impressoras, mouses, scaners, ploters,
traçadores gráficos, fitas, discos, etc.
PENDRIVE 2TB UBS 3.0 Para cada meio físico tem que haver um dispositivo capaz
Um Pen Drive (em inglês USB key) é um periférico de de traduzir suas informações para o computador.
armazenamento portátil de pequeno formato que pode ser
conectado à porta USB de um computador ou qualquer • TECLADO – (ENTRADA)
outro dispositivo que tenha tal porta.
O Pen Drive comporta, em um invólucro plastificado, um
conector USB e uma memória flash, uma memória com
semicondutores, não volátil e regravável,ou seja, uma
memória que possui as características de uma memória RAM,
mas cujos dados não desaparecem quando é desconectada. É semelhante a uma máquina de escrever e serve para
Assim este dispositivo é capaz de armazenar vários gigabytes introduzir dados através de caracteres. Normalmente o que é
de dados, sendo ao mesmo tempo capaz de conservar os digitado vai aparecendo no vídeo (monitor). A posição que irá
dados quando a alimentação elétrica é cortada, ou seja, receber o próximo caractere a ser digitado é indicada no
quando ele é desconectado do computador. monitor por um cursor (|).
O dispositivo é muito prático para usuários nômades, O que difere o teclado de uma máquina de datilografia são
porque é muito fácil de ser transportar e pode conter uma algumas teclas especiais que dispõe o teclado, são elas:
grande quantidade de documentos e dados. Além disso, as • ESC – tecla que cancela comandos;
placas mãe recentes podem ser iniciadas com um Pen Drive, • F1 a F12 – são as teclas de funções (armazenam
o que significa que é possível arrancar um sistema comandos de operações em seu interior);
operacional a partir de um simples dispositivo como ele. • TAB – tecla de tabulação;
Os elementos a serem considerados no momento de • CAPS LOCK – ativa/desativa a escrita maiúscula;
comprar um Pen Drive são: • SHIFT – inverte o tipo de escrita do modo CAPS
Capacidade: o tamanho do armazenamento. Atualmente
os pendrives são comercializados com várias capacidades em LOCK, isto é, quando Caps Lock estiver ativado,
gigabytes e alguns com 2TB de capacidade. pressionando a tecla Shift + tecla alfabética, têm-se
Taxa de transferência: trata-se da velocidade de o caractere em minúsculo; quando o Caps Lock
transferência dos dados. A taxa de transferência em leitura é estiver desativado, o caractere será maiúsculo. O
geralmente diferente da taxa de transferência em escrita, modo de operação difere pelo fato de que a tecla
porque o processo de escrita na memória flash é mais lento. Shift só funciona enquanto estiver pressionada;
A taxa de transferência depende da velocidade em leitura e
escrita da memória flash, bem como, da versão da norma USB
suportada. O USB 1.1 (USB baixo débito) podendo atingir 12
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8 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• CTRL – são teclas de controle e de comandos • IMPRESSORA – (SAÍDA)
especiais. Só funciona em conjunto com outra tecla, Utilizada para a impressão de relatórios e documentos em
definindo sua função desejada; geral. Estas informações são as contidas na memória do
• ALT – funciona do mesmo modo que tecla CTRL, ou computador ou armazenadas em meios secundários (ex.: HD
ou disquete).
seja, em conjunto com uma outra tecla qualquer;
• PRINT SCREEN – tecla que copia a imagem da tela Algumas impressoras mais usadas:
para área de transferência. - Matricial: Estas impressoras trabalham sobre uma matriz
• SCROLL LOCK – desloca tela no vídeo, para cima e de agulhas que pressionam uma fita tintada sobre o papel. A
para baixo; velocidade é calculada em cps (caracteres por segundo).
• BACKSPACE – Exclui caractere a esquerda do Utilizada em áreas onde não se precisa de qualidade na
cursor. impressão, na maioria dos casos em serviços internos.
• INSERT – tecla que permite a substituição de
caracteres em um texto;
• DELETE – apaga caracteres à direita do cursor;
• HOME – desloca o cursor par o início da linha de
trabalho;
• END – desloca o cursor para o fim da linha de - Jato de tinta: Nesta impressora cada caractere é
trabalho; desenhado sobre uma matriz de pontos, as informações são
• PAGE UP – retorna uma tela de vídeo; transferidas para um cartucho que possui orifícios, por onde a
• PAGE DOWN – avança uma tela de vídeo; tinta é acionada por impulsos elétricos. Velocidade – ppm
• NUM LOCK – alterna as funções do teclado numérico (página por minuto).
– quando Num Lock estiver ativado, o teclado
responde com números, estando desativado, o
teclado responde com comandos especiais;
• ENTER – força uma quebra de linha/parágrafo no
texto ou finaliza uma ordem de execução de
- Laser: O processo de impressão é semelhante ao das
comando efetuado; fotocopiadoras. A página é projetada inteira em um cilindro e
depois para o papel. Utiliza o toner como fonte de impressão.
• MOUSE – (ENTRADA) Sua velocidade também é medida na forma – ppm (página por
Move o cursor (geralmente no formato de uma seta) na minuto).
tela para ativar comandos, em programas gráficos serve de
lápis, pincel, etc.
Quando o usuário movimenta o mouse (com a própria
mão) ele produz um movimento semelhante na tela. Em
programas gráficos o mouse se torna indispensável para a
realização de tarefas de uma maneira dinâmica, pois para
executar a maioria dos comandos basta pressionar um de
seus botões.
• OUTROS PERIFÉRICOS
• MONITOR DE VÍDEO – (SAÍDA) * Leitor de Código de Barra – (Entrada): Consiste em um
Semelhante ao vídeo de um aparelho de televisão (hoje já sistema que lê opticamente o código de barras e o transforma
podemos assistir televisão através do monitor de alguns em um número para o computador processar.
microcomputadores). Ele geralmente produz o que está sendo * Leitora de cartões – (Entrada): Consiste em um sistema
digitado no teclado, mas pode mostrar, também, resultados de que lê cartões perfurados, gabaritos de provas, cartões
cálculos, aplicativos, utilitários, mensagens e outros, sob o magnéticos de bancos e etc.
controle de programas. * Caneta óptica – (Entrada): É usada diretamente na tela
Os pontos mais importantes a serem considerados são: do computador.
RESOLUÇÃO – Definimos como qualidade de imagem: * Scanner – (Entrada): Serve para capturar imagens e
TAMANHO – A dimensão de uma tela é medida em codificar em pontos na tela do computador. Pode ser
polegadas. Esta dimensão é medida da diagonal entre os monocromático (tons cinza) ou colorido, de mão ou de mesa.
cantos opostos. Os monitores mais usados são os que variam A medida de qualidade de um scanner é feita em pontos por
de 15 a 27 polegadas. polegada (DPI), ou seja, quanto maior o número de pontos por
DOT PITCH – É a distância entre cada ponto luminoso na polegada, melhor será sua definição.
tela. Lembre-se que a imagem é formada por milhares de * Plotter – (Saída): São traçadores gráficos, que
pontinhos. conseguem produzir gráficos e desenhos criados em
A imagem abaixo mostra um monitor LCD widescreen: programas específicos com extrema nitidez e precisão. Pode
ser chamada de uma impressora de grande porte.
* Fax-Modem – (Entrada e Saída): Pode enviar e receber
fax permite o acesso a outros micros via linha telefônica. O
mais importante a ser considerado é a velocidade de
transmissão de dados, que é calculada em bps (bits por
segundo) – 28.800 bps são considerados uma boa
velocidade. Pode também ser usado como meio de acesso a
grande rede de computadores (internet).
* Kit Multimídia - Os periféricos que compõem este kit
consistem:
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 9
1) Drive de CD-ROM (Entrada), 2) Placa de Som (Saída), Grande parte do desempenho de um sistema é
3) Microfone (Entrada). determinado pelo tipo de chipset que ele traz, então, ao
adquirir um PC novo é importante observar esse ponto e até
PLACA MÃE que nível de performance será possível através de upgrades.
A placa mãe (do inglês: mainboard ou motherboard) é a De nada adianta ter um processador top de linha com uma
parte do computador responsável por conectar e interligar placa de vídeo de alto desempenho se esses componentes
todos os componentes do computador, ou seja, processador não puderem se comunicar entre si com a mesma rapidez.
com memória RAM, disco rígido, placa gráfica, entre outros.
Além de permitir o tráfego de informação, a placa também BARRAMENTOS ISA, PCI, AGP, PCI-EXPRESS, USB
alimenta alguns periféricos com a energia elétrica que recebe Barramentos são, basicamente, um conjunto de sinais
da fonte de alimentação. digitais com os quais o processador comunica-se com o seu
exterior, ou seja, com a memória, chips da placa-mãe,
VEJA ALGUNS COMPONENTES DESSA PLACA periféricos, etc.
Agora vamos conhecer o barramento ISA, que apesar de
não ser mais utilizado com freqüência, esteve presente na
maior parte dos computadores, o barramento PCI e o AGP,
que é usado exclusivamente para vídeo. Para que os
periféricos (placas em geral) possam usar esses barramentos,
é necessário que cada placa (de vídeo, de som, modem, etc)
seja compatível com um determinado tipo de barramento.
Sendo assim, para que haja o uso do mesmo, é necessário
encaixar a placa num conector presente na placa-mãe,
conhecido por slot. Cada barramento, possui uma forma de
slot diferente, que será conhecida adiante.
Barramento ISA
O Barramento ISA (Industry Standard Architecture) é
formato por slots que trabalham com 8 e 16 bits por vez. Além
disso, em placas-mãe antigas, o barramento ISA era usado
O CHIPSET DESSA PLACA internamente para a comunicação entre o processador e
O chipset é um componente fundamental para o alguns chips presentes na placa-mãe.
funcionamento do PC. O nome se refere a um conjunto de O ISA surgiu no computador IBM PC, na versão de 8 bits
circuitos integrados que são responsáveis por fazer com que e posteriormente, chegou ao IBM PC AT, passando a usar 16
todos os componentes do computador, desde o disco rígido bits de dados por vez (provando que trata-se de um
até o processador, possam trocar informações e assim barramento antigo). Como esse computador trabalhava a uma
realizar as tarefas que exigimos deles. velocidade de 8 MHz (processador 286), o ISA herdou essas
O chipset é dividido em dois componentes principais: características, ou seja, passou a trabalhar nesta mesma
ponte norte (northbridge) e ponte sul (southbridge). A ponte velocidade. No barramento ISA, os processos de
norte fica responsável por controlar todos os componentes escrita/leitura requeriam pelo menos 2 períodos de clock, o
rápidos do computador, como processador, placa de vídeo que possibilita realizar no máximo 4 milhões de transferências
(AGP e PCI Express) e memória RAM, fazendo com que eles de dados por segundo. Em outras palavras, cada
solicitem informações do disco rígido (que está na ponte sul), transferência estava limitada a 16 bits, o que permitia uma
as carregue na memória e divida o que será processado entre taxa de transferência de máximo 8 MB por segundo.
a CPU e a placa de vídeo, determinando qual será o Um fato interessante, é que no auge do processador 286,
desempenho final do computador. muitas placas-mãe possuíam um certa quantidade de slots
A ponte sul fica responsável pelos componentes lentos do ISA de 16 bits e apenas alguns slots ISA de 8 bits. Sendo
PC, também conhecidos como dispositivos de E/S assim, placas como as de som e vídeo, por exemplo, que
(entrada/saída), o que inclui os discos rígidos (SATA e IDE), usavam slots ISA de 16 bits, deviam ser conectadas em slots
portas USB, pararela e PS/2 (utilizada em teclados e mouses desse tipo. No entanto, placas de 8 bits podiam ser
antigos), slots PCI e ISA (padrão da IBM, hoje em desuso). conectadas tanto em slots de 8 bits, como em slots de 16 bits.
Como conseqüência, o uso de slots de 8 bits findou-se, já que
não fazia mais sentido fabricá-los.
Barramento PCI
Criado pela Intel na época do desenvolvimento do
processador Pentium, o barramento PCI (Peripheral
Component Interconnect) é utilizado até hoje. O motivo de
tanto sucesso se deve à capacidade do barramento de
trabalhar a 32 ou 64 bits, o que oferecia altas taxas de
transferência de dados. Só para dar uma noção, um slot PCI
de 32 bits pode transferir até 132 MB por segundo. O PCI
Grande parte dos processadores atuais inclui o também foi considerado "revolucionário" por suportar, até
controlador de memória dentro do chip da CPU, o que permite então, o poderoso recurso Plug and Play (PnP), que permitia
que elas alcancem um nível de perfomance muito maior do que a placa instalada num slot PCI fosse automaticamente
que o oferecido pelo chipset, mas esta é a única diferença reconhecida pelo computador. Hoje em dia, os slots PCIs são
entre os modelos de chipsets antigos e os atuais. usados por vários tipos de periféricos, como placas de vídeo,
de som, de rede, modem, adaptadores USB, enfim.
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10 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A versão de 64 bits do PCI, cujo slot era um pouco maior Com o lançamento do PCI Express 2.0, que aconteceu no
que os slots de 32 bits, nunca chegou a ser popular. São raras início de 2007, as taxas de transferência da tecnologia
as placas-mãe que usam esse tipo. Isso porque os slots de 32 praticamente dobraram.
bits, além de mais baratos, tem taxas de transferência
suficientes para a maioria das aplicações. Teoricamente, a USB
velocidade do barramento PCI eqüivale à metade do valor do Conforme pode ser visto aqui, o barramento USB
clock externo do processador. Mas sabe-se que esse valor (Universal Serial Bus) surgiu em 1995, a partir de um
também é sujeito às especificações do chipset das placas- consórcio de empresas: a USB Implementers Forum, formada
mãe. por companhias como Intel, Microsoft e Philips. Apesar de ter
feito um grande sucesso, o padrão USB, cuja versão
comercial era a 1.1, tinha como ponto fraco a baixa velocidade
na transmissão de dados, que ia de 1,5 Mbps (Megabits por
segundo) a 12 Mbps. O padrão FireWire, cujo principal
desenvolvedor foi a Apple, chegou em um momento oportuno,
Barramento AGP se mostrando um concorrente de respeito ao USB 1.1,
Visando obter uma maior taxa de transferência entre a principalmente pela possibilidade de trabalhar a 400 Mbps.
placa-mãe e as placas de vídeo (principalmente para uma Logo, ficou evidente que o padrão USB precisava de um
melhor performance nas aplicações 3D), a Intel desenvolveu "upgrade". Isso causou o lançamento do USB 2.0, cujas
um barramento especialmente desenvolvido para a características serão mostradas aqui.
comunicação com o vídeo: o barramento AGP (Accelerated
Graphics Port). USB 2.0
O USB 2.0 chegou oferecendo a velocidade de 480 Mbps,
o equivalente a cerca de 60 MB por segundo. O conector
continuou sendo o mesmo tipo utilizado na versão anterior.
Além disso, o USB 2.0 é totalmente compatível com
dispositivos que funcionam com o USB 1.1. No entanto,
nestes casos, a velocidade da transferência de dados será a
deste último. Isso ocorre porque o barramento USB 2.0
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-mãe tentará se comunicar à velocidade de 480 Mbps. Se não
conseguir, tentará a velocidade de 12 Mbps e, por fim, se não
que usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chipset foi
o primeiro a ter suporte ao AGP. obter êxito, tentará a velocidade de 1,5 Mbps.
A principal vantagem do barramento AGP é o uso de uma
maior quantidade de memória para armazenamento de
texturas para objetos tridimensionais, além da alta velocidade
no acesso a essas texturas para aplicação na tela.
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que
proporciona uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além
disso, sua taxa de transferência chegava a 266 MB por
segundo quando operando no esquema de velocidade X1, e Quanto ao fato de um aparelho com USB 2.0 funcionar no
a 532 MB quando no esquema de velocidade 2X (hoje, é barramento USB 1.1, isso dependerá do fabricante. Para
possível encontrar AGPs com velocidades de 4X e 8X). esses casos, ele terá que implementar as duas versões do
Geralmente, só se encontra um único slot nas placas-mãe, barramento no dispositivo
visto que o AGP só interessa às placas de vídeo. Em seu lançamento, o USB 2.0 também trouxe uma
novidade pouco notada: a partir dessa versão, fabricantes
Barramento PCI Express poderiam adotar o padrão em seus produtos sem a
O padrão PCI Express (ou PCIe ou, ainda, PCI-EX) foi obrigatoriedade de pagar royalties, ou seja, sem ter que pagar
concebido pela Intel em 2004 e se destaca por substituir, ao uma licença de uso da tecnologia. Esse foi um fator importante
mesmo tempo, os barramentos PCI e AGP. Isso acontece para a ampliação do uso do USB 2.0 e também para a
porque o PCI Express está disponível em vários segmentos: diminuição do custo de dispositivos compatíveis.
1x, 2x, 4x, 8x e 16x (há também o de 32x). Quanto maior esse O lançamento do USB 2.0 também trouxe outra vantagem
número, maior é a taxa de transferência de dados. Como à USB Implementers Forum: o padrão FireWire foi
mostra a imagem abaixo, essa divisão também reflete no padronizado principalmente para trabalhar com aplicações
tamanho dos slots PCI Express: que envolvem vídeo e áudio. Assim, é bastante prático
conectar uma câmera de vídeo por este meio. Como a
velocidade do USB 2.0 supera a velocidade das primeiras
implementações do FireWire, ele também se tornou uma
opção viável para aplicações multimídia, o que aumentou seu
leque de utilidades.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 11
adiciona um novo modo de transferência de chamada linha de texto, o shell está em constante execução. Quando
"SuperSpeed" (distinguível de USB 2.0 , quer pela cor azul do você abrir o terminal de linha de comando do Linux ou o
porto ou as iniciais SS) capaz de transferir dados a até 600 Prompt de Comando do Windows, você verá o shell em pleno
MB/s (5Gbit/s) de 10 vezes tão rápido quanto a velocidade de funcionamento.
480 Mbit / s top de USB 2.0.
também existe a USB 3.1 (1200 MB/S), a USB 3.2 (2400
MB/S) e a USB 4.0 (4800 MB/S)
3. Sistema Operacional
Em termos de sistemas operacionais, uma
característica importante, consiste no fato de as versões de
64 bits serem capazes de reconhecer uma quantidade maior
de memória RAM do que as de 32 bits.
Enquanto o Windows 7 Ultimate de 32 bits suporta o
máximo de 4 GB de RAM, o outro reconhece memórias de até
O QUE FAZ O SISTEMA OPERACIONAL
192 GB. O Windows 8 e o 10 de 64 bits reconhecem memória
Administra todos os recursos do computador, ou seja,
RAM até 512 GB. Portanto, para que o seu sistema
o software e o hardware. É a estrutura que sustenta e
operacional possa usufruir de um melhor desempenho de
administra todos os programas e partes do computador.
processamento, não basta apenas que o seu computador
Quando você aperta o botão para ligar o computador
tenha um processador compatível com uma arquitetura
ele realiza testes para garantir que tudo vai funcionar
superior, mas também, que opere em 64 bits.
corretamente, verifica seus componentes físicos ou hardware
e inicia o sistema operacional.
CONTAS DE USUÁRIO NO WINDOWS
Os sistemas operacionais mais comuns que existem
O que é uma conta de usuário?
para computadores e que o mercado oferece são: Microsoft
A conta de usuário permite que você personalize suas
Windows, Mac OS X e Linux.
preferências no sistema. Na sua conta de usuário, você pode
alterar configurações como o plano de fundo da área de
MICROSOFT WINDOWS
trabalho, organizar pastas e salvar arquivos. Seu histórico de
navegação na internet e suas senhas também são
gerenciados pela sua conta de usuário. Você pode criar várias
contas de usuário para que cada usuário do computador
possa personalizar suas próprias configurações.
Basicamente existem dois tipos de contas de usuário:
padrão e administrador. Um administrador tem mais poderes
do que um usuário padrão. Por exemplo, um administrador
pode criar e excluir outras contas de usuário, instalar e excluir
aplicativos, configurar redes e impressoras sem fio e controlar
as configurações que afetam todas as contas de usuário. Uma
conta padrão não pode executar essas tarefas sem a senha
de administrador. A primeira conta é criada automaticamente
para o usuário na primeira vez em que ele efetua o login no
referido sistema operacional e será a conta do administrador.
LINUX
Quando um usuário cria uma conta no Windows 7, suas
configurações ficam registradas e são disponibilizadas
sempre que ele efetua login no computador. Você deve
sempre ter pelo menos uma conta de administrador.
Para configurar se a senha de usuário será solicitada
ao ligar o computador, clique em Iniciar, digite netplwiz e tecle
Enter ou na janela executar do Windows digitar control
userpasswords2 e OK.
A opção Contas de Usuário do painel de controle
permite criar contas, criar ou alterar senha, alterar imagem, o
nome e o tipo da conta.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 13
WINDOWS 10 (RAM) e usa uma pequena quantidade de energia, a
hibernação coloca no disco rígido os documentos e
programas abertos e desliga o computador. Quando você ligar
o computador novamente, o Windows restaura toda sua
sessão de trabalho. Em um laptop, use a hibernação quando
não for utilizar o laptop por um longo período de tempo e se
você não tiver oportunidade de carregar a bateria durante
esse tempo.
Bibliotecas
Nas versões antigas do Windows (XP, ME, 2000), o
gerenciamento dos seus arquivos significava organizá-los em
diferentes pastas e subpastas. No Windows 10, você pode
usar também bibliotecas para organizar e acessar arquivos
por tipo, não importa onde eles estejam armazenados.
Uma biblioteca reúne arquivos de diferentes locais e os
exibe em uma única coleção, sem os mover de onde estão
armazenados. Existem quatro bibliotecas padrão
(Documentos, Músicas, Imagens e Vídeos), mas você pode
DESLIGANDO CORRETAMENTE O COMPUTADOR criar novas bibliotecas para outras coleções. As bibliotecas
Quando você termina de usar o computador, é Documentos, Músicas e Imagens são exibidas no menu Iniciar
importante desligá-lo corretamente não apenas para por padrão. Como outros itens no menu Iniciar, você pode
economizar energia, mas também para garantir que os dados adicionar ou remover bibliotecas ou personalizar sua
sejam salvos e para ajudar a mantê-lo mais seguro. aparência.
Hibernação
Hibernação é um estado de economia de energia
projetado principalmente para laptops. Enquanto a suspensão
coloca seu trabalho e as configurações na memória principal
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14 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Depois que você fixar um novo aplicativo,
redimensione-o. Clique com botão direito no bloco do
aplicativo, selecione Redimensionar e escolha o tamanho de
bloco desejado.
Agrupe aplicativos
Depois de fixar um aplicativo, mova-o para um grupo.
Para criar um novo grupo de blocos, mova o bloco de
um aplicativo para cima ou para baixo até aparecer um divisor
de grupo e solte o bloco. Mova aplicativos para dentro ou para
fora do grupo da maneira que quiser.
Se você quiser sair de perto do computador por um
instante, o botão de energia fica na parte inferior do menu
Iniciar para que você possa colocar o computador no modo de
suspensão, reiniciá-lo ou desligá-lo totalmente.
Você comanda
Bloqueie o computador ou saia dele (Logoff), mude
para outra conta ou altere as configurações da conta,
selecionando seu ícone de usuário do menu Iniciar.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 15
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16 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Veja algumas MUDANÇAS IMPORTANTES: Se você quiser que uma pasta apareça no Acesso
O OneDrive agora faz parte do Explorador de Arquivos. rápido, clique nela com o botão direito do mouse e
selecione Fixar no Acesso rápido. Desafixe-a de lá quando
OneDrive no seu computador não precisar mais dela.
OneDrive é o armazenamento online gratuito que vem
com sua conta da Microsoft. Salve seus arquivos lá e você
poderá acessá-los de seu computador, tablet ou telefone.
AS NOÇÕES BÁSICAS
Para salvar um documento com o qual você está
trabalhando no OneDrive, selecione uma pasta do OneDrive
na lista de locais de salvamento. Para mover arquivos para o
OneDrive, abra o Explorador de Arquivos e arraste-os para
uma pasta do OneDrive.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 17
Explorador de Arquivos. Selecione os arquivos que Acesse Configurações selecionando o botão
deseja compartilhar, acesse a guia Compartilhar, Iniciar e depois selecionando Configurações, ou pelo
selecione o botão Compartilhar e, em seguida, atalho WINDOWS + I. A partir daí, navegue pelas categorias
escolha um aplicativo ou use a pesquisa para encontrar o que você está procurando,
• Você também vai poder compactar os itens incluindo opções avançadas no Painel de Controle.
selecionados utilizando a ferramenta ZIP da guia
compartilhar. Personalizar cores e transparência do Windows
Se você está migrando do Windows 7, veja algumas
Talvez algumas pessoas estejam um pouco perdidas
diferenças mais:
quanto à personalização do visual do Windows 10. Este
• Meu computador agora é chamado Este recurso funciona de forma semelhante às versões anteriores
computador e ele não aparecerá na área de do sistema operacional (W7 e W8/8.1), porém há alguns
trabalho por padrão. detalhes novos que podem estar confundindo usuários pelo
• Da mesma forma, bibliotecas não aparecerão no mundo.
Explorador de Arquivos, a menos que você quiser. Atualmente, para alterar a cor e o nível de
Para adicioná-las ao painel esquerdo, selecione a transparência das barras do Windows é preciso acessar um
guia Exibição > Painel de navegação > Mostrar menu especificamente desenvolvido para isso. Abra o Menu
bibliotecas. Iniciar e clique sobre o botão “Configurações”. Depois, clique
Os recursos para mover, copiar e criar atalho em “Personalização”.
continuam, por meio dos comandos Recortar, Copiar, Colar
e Colar atalho, presentes no grupo Área de transferência, da
guia Início.
Também continua o recurso arrastar e soltar com o
botão esquerdo do mouse, pressionando a tecla SHIFT (para Agora, acesse o menu “Cores” e então será possível
mover), pressionando a tecla CTRL (para copiar), ou ainda personalizar este aspecto do sistema operacional. Role a
pressionando a teclaALT (para criar atalho). página até o final para visualizar todas as opções disponíveis
No grupo Organizar, também temos os botões MOVER e customize o visual do Windows 10 do seu jeito.
PARA e COPIAR PARA, além dos comandos para EXCLUIR
(por padrão, não pede mais a confirmação de exclusão de
itens), e o renomear, com as regras;
✓ Não usar o mesmo nome de um arquivo já existente
na pasta.
✓ Não usar os seguintes caracteres: < > * ? “ : / \ |
✓ Usar até 255 caracteres no nome
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18 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
automaticamente para que você não corra o risco de
esquecer.
LIMPEZA DE DISCO
Se você deseja reduzir o número de arquivos
desnecessários no disco rígido para liberar espaço em disco
e ajudar a tornar mais rápida a execução do computador, use
a Limpeza de Disco. Ela remove arquivos temporários,
esvazia a Lixeira e remove vários arquivos do sistema e outros
itens que você não precisa mais.
DICAS FINAIS:
Windows + V ➔ Exibir histórico da área de
transferência
Windows + Shift + S ➔ Ativar captura de tela
Windows + Ponto ➔ Exibir emoji
Windows + Vírgula ➔ Recurso espiar
Windows + Home ➔ Recurso Shake
Windows + Setas ➔ Recurso Ajustar
Windows + L ➔ Bloquear o computador
QUESTÕES DE WINDOWS
PC-PE 2016 – CESPE
01. Um usuário deseja criar no Windows 10 as cinco
pastas e subpastas, conforme apresentado a seguir.
C:\MeusDocumentos\Furto
C:\MeusDocumentos\BOs
C:\MeusDocumentos\BOs\Homicidios
A categoria SISTEMA C:\MeusDocumentos\BOs\Roubo
C:\MeusDocumentos\BOs\Furto
Considerando-se que todas as pastas sejam configuradas
para guardar documentos e possuam permissão de escrita
e leitura para todos os usuários da estação de trabalho,
Através dessa categoria podemos alterar a resolução
assinale a opção correta.
e o brilho do monitor, configurar tempo de desligamento
automático do monitor e para entrar em modo de suspensão, A) A quinta estrutura apresentada não poderá ser criada, se
as pastas forem criadas na ordem apresentada.
utilizar o sensor de armazenamento, usar o modo tablete ao
B) A primeira estrutura apresentada será imune a pragas
iniciar, usar o modo ajustar, dentre outros recursos.
virtuais, devido ao fato de ser uma pasta-raiz.
C) É possível criar todas as pastas e subpastas apresentadas,
OUTROS RECURSOS mas não será possível inserir nas pastas e nas subpastas
AGENDADOR DE TAREFAS
arquivos do tipo imagem.
Use esta opção para agendar tarefas no seu
D) É possível criar a estrutura apresentada, mas, caso não
computador para que as mesmas sejam executadas
haja proteção adequada, os arquivos inseridos em todas
automaticamente. Se você costuma usar um determinado
pastas e subpastas estarão suscetíveis a infecção por
programa regularmente, poderá usar o Assistente de
pragas virtuais.
Agendador de Tarefas para criar uma tarefa que abre o
E) Não é possível sincronizar essas pastas por meio de cloud
programa para você automaticamente de acordo com a
storage, visto que armazenamentos na nuvem não
agenda que você escolher. Por exemplo, se você usa um
suportam estrutura com subpastas.
programa financeiro em um determinado dia de cada mês,
poderá agendar uma tarefa que abra o programa
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 19
PF 2018 – CESPE D) lado esquerdo do menu Iniciar→ícone Contas→Logout.
02. O sistema operacional utilizado na estação de trabalho de E) lado esquerdo do menu Iniciar→ícone
Marta (Windows 10) inclui nativamente a plataforma Ligar/Desligar→Logoff.
Windows Defender, composta por ferramentas antivírus e
de firewall pessoal, entre outras. INSS 2016 – CESPE
08. No explorador de arquivos do Windows 10, é possível fixar
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA – CFO – 2017 as pastas favoritas na funcionalidade acesso rápido, que
– QUADRIX (ADMINISTRADOR) lista, além das pastas fixadas, as usadas com frequência
03. O Windows 8 traz um recurso denominado de Notas e também os arquivos usados recentemente.
Autoadesivas, que torna possível ao usuário adicionar
lembretes relativos às suas tarefas diárias na área de CRO-GO 2019 – QUADRIX (Fiscal Regional)
trabalho. Para ter acesso a esse recurso, o usuário deverá Julgue o item, relativo ao sistema operacional Windows 10 e
fazer a busca por “notas” no Menu Iniciar e selecionar a aos conceitos de redes de computadores.
opção correspondente. 09. Clima e Notícias não podem ser considerados como
04. Ao ser instalado, o Windows 8 cria um repositório com exemplos de aplicativos do Windows 10, pois consistem
diversos tipos de drivers dos mais variados dispositivos, em programas do tipo flash, os quais são instalados na
por isso, após sua instalação, não é permitido atualizar área de trabalho. (Errado)
esses drivers, seja de modo manual ou automático, uma 10. O botão Visão de Tarefas, localizado na barra de tarefas
vez que esse procedimento poderá provocar do Windows 10, oferece uma forma de se alternar entre os
inconsistências no sistema operacional. aplicativos.
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20 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
DISTRIBUIÇÕES (DISTROS) LINUX
O que é uma distribuição Linux?
Distribuição é uma versão do Linux empacotada por
um determinado responsável (pessoa ou empresa).
Como o Linux é livre, ele pode ser adquirido e
modificado por qualquer um, que pode distribuí-lo novamente.
Red Hat Linux .......... Distribuída pela empresa Red Hat
Gabarito (EUA)
01 – Letra D 02 – Certo 03 – Certo Mandriva Linux..... é uma das maiores distribuições Linux da
04 – Errado 05 – Letra A 06 – Letra C atualidade. Nasceu da fusão entre o antigo Mandrake Linux
07 – Letra C 08 – Certo 09 – Errado e a brasileira Conectiva. (Francesa)
10 – Certo 11 – Letra E 12 – Letra A Suse Linux ................. Distro alemã.
Fedora ...................... Outra distro da empresa Red Hat
Slackware ................. Distro americana
Linux debian ............. Distro americana que só admite
SISTEMA OPERACIONAL LINUX programas GPL
O nome Linux surgiu da mistura de Linus + Unix. Linus Ubuntu .... Distro de origem inglesa
é o nome do criador do Linux, Linus Torvalds. E Unix, é o Linux Mint distribuição Linux irlandesa
nome de um sistema operacional de grande porte.
O que é kernel O que há numa distribuição?
Kernel pode ser entendido com uma série de arquivos Kernel ....................... Núcleo do sistema
escritos em linguagem de programação que constituem o Shell ......................... Ambiente que interpretam os
núcleo do sistema operacional. É o kernel que controla todo o comandos digitados pelo usuário.
hardware do computador. Ele pode ser visto como uma Comandos Shell ........ Para controlar o sistema em modo
interface entre os programas e todo o hardware. Cabe ao texto. (O principal chama-se BASH)
kernel as tarefas de permitir que todos os processos sejam Ambientes Gráficos ... Para apresentar o sistema em
executados pela CPU e permitir que estes consigam formato visual agradável. Podemos citar o KDE, GNOME,
compartilhar a memória do computador. CINNAMON, UNITY, XFCE, LXDE
Mas por que o Linux é gratuito?
Linus Torvalds, quando desenvolveu o Linux, não tinha O QUE É O SHELL?
a intenção de ganhar dinheiro e sim fazer um sistema para Interpretador de comandos, um programa que recebe,
seu uso pessoal, que atendesse suas necessidades. O estilo interpreta e envia os comandos de usuário, aparecendo na
de desenvolvimento que foi adotado foi o de ajuda coletiva. tela como uma linha de comandos, representada por um
Ou seja, ele coordena os esforços coletivos de um grupo para prompt, que aguarda na tela os comandos do usuário.
a melhoria do sistema que criou. Milhares de pessoas Chamamos de Shell a interface textual do Linux. É um
contribuem gratuitamente com o desenvolvimento do Linux, programa que recebe os comandos do usuário e os interpreta,
simplesmente pelo prazer de fazer um sistema operacional enviando-os ao Kernel.
melhor.
VEJAMOS AGORA ALGUNS DIRETÓRIOS DO LINUX
Licença GPL (Licença Pública Geral) / : Diretório Raiz
O Linux está sob a licença GPL, permite que qualquer /home : diretório que guarda os diretórios pessoais dos
um possa usar os programas que estão sob ela, com o usuários (como /home/césar).
compromisso de não tornar os programas fechados e /dev : Diretório que contém arquivos dos dispositivos
comercializados. Ou seja, você pode alterar qualquer parte do (referências ao hardware). Os arquivos dentro desse diretório
Linux, modificá-lo e até comercialiazá-lo, mas você não pode são na verdade atalhos aos equipamentos de hardware (como
fechá-lo (não permitir que outros usuários o modifiquem) e discos, teclado, mouse...)
vendê-lo. /root : pasta pessoal do superusuário (administrador).
O usuário da conta root é o “Manda Chuva” no sistema Linux.
GNU Ele tem acesso a todos os arquivos e pastas do sistema.
A história do Linux não termina aqui. É necessário /bin : Possui os arquivos executáveis de comandos
saber também o que é GNU. GNU é um projeto que começou básicos.
em 1984 com o objetivo de desenvolver um sistema /sbin: possui arquivos executáveis para administração
operacional compatível com os de padrão Unix. O Linux em do sistema (root)
si, é só um kernel. Linus Torvalds, na mesma época que /etc : possui os arquivos de configuração do sistema
escrevia o código-fonte do kernel, começou a usar programas operacional e dos aplicativos.
da GNU para fazer seu sistema. Gostando da idéia, resolveu /boot : contém os arquivos de inicialização do sistema.
deixar seu kernel dentro da mesma licença. /tmp : Contém arquivos temporários
Mas, o kernel por si só, não é usável. O kernel é a parte
mais importante, pois é o núcleo e serve de comunicador Carregadores de boot
entre o usuário e o computador. Por isso, com o uso de O Linux conta com ferramentas como o LILO (LInux
variantes dos sistemas GNU junto com o kernel, o Linux se LOader) e GRUB (GRand, Unified Bootloader) para gerenciar
tornou um sistema operacional. o setor de boot e fazer a carga não só do Linux, mas de outros
Finalizando, o projeto GNU é um dos responsáveis sistemas operacionais que possam existir no HD.
pelo sucesso do Linux, pois graças à “mistura” de seus O LILO e o GRUB são chamados de bootloaders, que
programas com o kernel desenvolvido por Linus Torvalds, o ao pé da letra traduz-se carregadores de boot. e residem na
Linux vem mostrando porque é um sistema operacional digno MBR (Master Boot Record) do HD.
de habilidades insuperáveis por qualquer outro sistema. No caso do Linux, seus bootloaders são responsáveis
por carregar o kernel do sistema operacional, que por sua vez
carrega os drivers, partições e outros aspectos necessários
ao funcionamento do sistema operacional.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 21
Sistemas de arquivos suportados pelo Linux
Atualmente, uma importante característica dos atuais Partição Swap
sistemas de arquivos é o "journaling". Sistemas de arquivos Partição Swap (ou partição de troca) é um espaço de
que possuem essa característica são preferidos em seu disco rígido destinado para extender a memória RAM de
detrimento aos que não possuem. seu computador, geralmente é usada para computadores que
Journaling é um recurso que permite recuperar um possuem pouca memória, é um recurso largamente utilizado
sistema após um desastre no disco (ex.: quando um disco em várias distribuições Linux.
está sujo) em uma velocidade muito maior que nos sistemas Então, a memória swap é a memória virtual: quando o
de arquivos sem journaling. sistema está usando bastante a sua memória RAM, ele
Segue abaixo uma breve descrição sobre os sistemas começa a usar o HD para servir como armazenamento de
de arquivos mais comuns disponíveis para o Linux: memória. Com isso os programas continuam a funcionar
Ext2 (mais lentos, pois o HD é muito mais lento do que memória
O sistema de arquivos ext2 é conhecido como "Second RAM) sem interrupção.
Extended FileSystem". Foi desenvolvido para ser mais O Linux utiliza uma partição como sua partição swap e
"eficiente" que o sistema de arquivos "Minix", seu antecessor. formata de um jeito especial. É sempre recomendado você
O Minix era muito utilizado nas primeiras versões do colocar o dobro da sua memória RAM na partição SWAP. Se
Linux, e foi utilizado por muitos anos. você tem 256MB de RAM, faça uma partição de 512MB. Se
O sistema de arquivos ext2 não possui journaling e foi tiver 512MB, faça uma de 1GB. Agora se você tem 1GB de
substituído pelo ext3. memória RAM ou mais, pode colocar apenas 1GB de memória
Ext3 virtual.
O sistema de arquivos ext3 é uma versão do ext2 com Para efetuar (fazer ) a partição Swap, no momento da
suporte a journaling. Portanto, o ext3 tem as mesmas instalação do Linux, é só utilizar o particionador de sua
características do ext2, mas com suporte journaling. preferência ( Cfdisk ou Gparted).
Essa característica foi uma evolução e tornou o ext3
um sistema de arquivos muito estável e robusto. Arquivos do diretório /dev
Como no ext3 só foi adicionado o suporte a journaling, hda: hd primário master
podemos converter um sistema de arquivos ext2 para ext3, hdb: hd primário slave
adicionado suporte a journaling, e também podemos hdc: hd secundário master
converter um sistema de arquivos ext3 para ext2, removendo hdd: hd secundário slave
o suporte a journaling. fd0: disquete primário
Ext4 fd1: disquete secundário
O Ext4 é um sistema de arquivos do Linux sda: discos extras (como discos SCSI, pendrives etc).
desenvolvido para ser o sucessor do Ext3 a partir de 2006 e para cada disco há um número (sda1, sda2...)
com suport a journaling. OBS: Os hd´s também podem receber a
ReiserFS representação SDA1 caso use conexão SATA.
O sistema de arquivos ReiserFS foi criado
Se você tiver um HD SATA e um pendrive, instalados
recentemente. Mas atualmente quase todas as distribuições
na mesma máquina, então o HD será visto como "/dev/sda"
Linux o suportam.
(pois é inicializado primeiro, logo no início do boot) e o
Sua performance é muito boa, principalmente para um
pendrive como "/dev/sdb". Se você plugar um segundo
número muito grande de arquivos pequenos.
pendrive, ele será visto como "/dev/sdc", e assim por diante.
ReiserFS também possui suporte a journaling.
Ao contrário dos dispositivos IDE, os devices são definidos
Reiser4
seqüencialmente, conforme o sistema vai detectando os
É um sistema de arquivos, uma versão específica do
dispositivos. Quem chega primeiro leva.
ReiserFS, sendo em 2007 a última versão seguinte ao
reiserFS.
COMANDOS BÁSICOS
ls (List – Listar): lista os arquivos e diretórios da pasta
BTRFS
atual;
O sistema de arquivos btrfs, cujo desenvolvimento é
mkdir: cria um diretório, por exemplo, mkdir cesar cria
patrocinado pela Oracle, e que já está em um grau de
uma pasta de nome cesar;
desenvolvimento que permite seu teste até mesmo na
cd: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
partição raiz de um dos notebooks de Linus Torvalds.
/mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de
qualquer outro, digite apenas cd;
VFAT
rmdir: apaga o diretório especificado, desde que vazio;
O sistema de arquivos VFAT é também conhecido
rm: apaga o arquivo especificado;
como FAT32 (M$ Windows).
cat: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
O sistema de arquivos VFAT não possui suporte a
para ver o arquivo cesar.txt, basta digitar cat cesar.txt;
journaling. É utilizado normalmente para transferir dados entre
cp: copia um arquivo ou diretório para outro local. Por
sistemas M$ Windows e o Linux instalados no mesmo disco,
exemplo, para copiar o arquivo cesar.txt com o nome
pois pode ser lido e escrito por ambos os sistemas
cesar2.txt para /home, basta digitar cp cesar.txt
operacionais.
/home/cesar2.txt;
O sistema de arquivos VFAT está longe de ser um
mv: tem a mesma função do comando cp, só que ao
sistema de arquivos utilizado para Sistemas Linux, exceto
invés de copiar, move o arquivo ou o diretório para o destino
para compartilhamento/compatibilidade entre o M$ Windows
especificado; Também é usado ara renomear.
e Linux.
pwd: mostra o diretório em que você está;
Se você utilizar VFAT no Linux, esteja certo de perder
clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha
alguns atributos, tais como: permissão de execução, links
de comando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido
simbólicos, entre outras coisas.
acessado;
Ambos os sistemas de arquivos ext3 e ReiserFS são
date: mostra a data e a hora atual;
maduros o bastante para serem utilizados como padrão no
du: mostra o tamanho de um arquivo ou diretório, du
Linux. Esses dois são os mais utilizados pelas distribuições
diretório;
Linux.
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22 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
free: mostra a quantidade de memória RAM e Virtual 02. Na estrutura de diretórios do sistema operacional Linux,
disponíveis; os diretórios /tmp e /dev são destinados, respectivamente,
tree: exibe a estrutura de diretórios a
lpr: imprime o arquivo especificado, lpr arquivo; a) arquivos variáveis, ou seja, passíveis de mudanças, como
shutdown: desliga ou reinicia o computador, veja: arquivos de logs do sistema; e armazenamento de
shutdown -r now: reinicia o computador informações referentes aos usuários do sistema
shutdown -h now: desliga o computador operacional.
O parâmetro now pode ser mudado. Por exemplo: b) arquivos temporários; e arquivos de configurações
digite shutdown -r +10 e o sistema irá reiniciar daqui a 10 específicas de programas.
minutos; c) processos que estejam sendo executados; e arquivos de
OBS: O comando shutdown é o mais recomendado dispositivos.
atualmente para desligar seguramente o computador d) arquivos temporário e arquivos de dispositivos.
com Linux. O antigo comando que fazia isso e hoje
não é mais recomendado é o halt. Concurso Público para a CEGÁS (Companhia de Gás do
Ceará) Téc. em informática – UECE
su: passa para o usuário administrador, isto é, root
03. No sistema operacional Linux, os comandos ps e chmod,
(perceba que o símbolo $ mudará para #);
realizam as seguintes tarefas, respectivamente:
who: mostra quem está usando o sistema (logado).
A) listar os processos ativos e alterar as permissões de
Useradd: criar um usuário
arquivos/diretórios.
Userdel: excluir um usuário
B) listar os arquivos de um diretório e listar os processos
Passwd: alterar senha de usuário
ativos.
ps: lista os processos em execução com seu
C) alterar as permissões de arquivos/ diretórios e listar os
respectivo número de identificação (PID)
arquivos de um diretório.
Kill: Encerra processos ativos no sistema Linux.
D) alterar as permissões de arquivos/diretórios e listar os
chmod: altera as permissões (atributos) de arquivos e
processos ativos.
diretórios.
wc: Exibe a quantidade de caracteres, palavras e
04. Assinale a alternativa que contém, somente, sistemas de
linhas de um arquivo.
arquivos utilizados no sistema operacional Linux.
head: Exibe as 10 primeiras linhas de um arquivo.
A) ext3, Reiser4 e ReiserFS
(pode exibir outra quantidade – Ex.: head –n 4 aula.txt)
B) ext3, ReiserX e ReiserFS
tail: Exibe as 10 últimas linhas de um arquivo. (pode
C) ReiserX, ext3 e FAT32
exibir outra quantidade – Ex.: tail –n 4 aula.txt)
D) NTSF, Reiser4 e ext3
man: Exibe um manual relacionado a um determinado
comando. Ex.: man ls
Agente Penitenciário da Bahia – Abril/2010 – FCC
touch: O comando touch permite criar novos arquivos
05. Ao clicar em uma pasta (duplo clique, comumente) do
em branco através de uma linha de comando. Como exemplo,
Windows, este apresenta o conteúdo da pasta que pode
digite touch aula.txt.
ser composto por outras pastas e/ou por arquivos. O
grep: permite que você procure através de todo texto
comando Linux equivalente (lista arquivos) é
dentro de um arquivo específico. Para ilustrar, use grep blue
(A) in (B) rm (C) mv (D) ls (E) id
notepad.txt para procurar pela palavra blue no arquivo
notepad. Linhas que contêm a palavra pesquisadas serão
Agente Penitenciário Federal – FUNRIO
mostradas por completo.
06 O sistema operacional é o programa responsável por “dar
sudo: permite que que você execute tarefas que
vida” ao computador, fazendo rodar os programas que
exigem permissões root ou administrativas.
executam as tarefas solicitadas pelo usuário. No Microsoft
df: Use o comando df para obter uma resposta da
Windows, a interface gráfica confunde-se com o sistema
quantidade de espaço de disco usado no seu sistema. Esse
operacional. No Linux, pode-se escolher a interface gráfica
valor será mostrado em KBs
para gerenciar janelas do sistema. Qual das alternativas
diff: compara o conteúdo de dois arquivos linha por
abaixo corresponde a uma interface gráfica parecida com
linha. Depois de analisar esses arquivos, ele vai mostrar as
o Windows, usada em muitas distribuições do sistema
linhas que não são comuns entre eles.
operacional Linux?
A) KDE B) Firefox C) Java D) PCI E) USB
QUESTÕES LINUX
Detran/CE 2018 – UECE TÉCNICO - TRT 24ª REGIÃO
01. Atente ao que se afirma a seguir sobre o sistema 07. Quando toda a memória RAM física é utilizada, o sistema
operacional GNU/Linux. operacional Linux, para continuar funcionando, necessita
I. O comando nativo utilizado para deletar um arquivo na linha criar uma memória virtual
de comando do Bash é DEL. (A) em um buffer de memória.
II. Ubuntu é uma distribuição gratuita que possui somente (B) em qualquer partição existente.
código fechado. (C) em uma nova partição formatada.
III. O diretório /bin armazena arquivos executáveis de alguns (D) na partição de boot.
comandos básicos. (E) na partição de swap
IV. O usuário root tem acesso restrito a arquivos e processos
do sistema operacional. ANALISTA – TRE CE
É correto o que se afirma somente em 08. A instalação do sistema Linux juntamente com o sistema
A) III. Windows, num mesmo computador, é denominada
B) I, II e IV. (A) dual boot.
C) IV. (B) lilo boot.
D) I, II e III. (C) dual system.
(D) lilo system.
TRT/CE 2017 – CESPE (E) multiple system.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 23
TRE-MG Gabarito
09. Os discos rígidos, disquetes, tela, porta de impressora e 01 – Letra A 02 – Letra D 03 – Letra A
modem, entre outros, são identificados no GNU/Linux por 04 – Letra A 05 – Letra D 06 – Letra A
arquivos referentes a estes dispositivos no diretório 07 – Letra E 08 – Letra A 09 – Letra E
(A) /tmp. (B) /lib. (C) /root. (D) /home. (E) /dev.
(E) utilitário.
WRITER VERSÃO 7
LibreOffice é uma suíte de aplicativos livre para escritório disponível para Windows, Unix, Solaris, Linux e Mac OS X. A
suíte utiliza o formato OpenDocument (ODF - OpenDocument Format) — formato homologado como ISO/IEC 26300
e NBR ISO/IEC 26300 — e é também compatível com os formatos do Microsoft Office, além de outros formatos legados. Alguns
deles não são suportados pelas versões mais recentes do Microsoft Office, mas ainda podem ser abertos pelo LibreOffice.
O LibreOffice surgiu como uma ramificação do projeto original OpenOffice.org, que, por sua vez, é oriundo do StarOffice
5.1, adquirido pela Sun Microsystems com a compra da Star Division em agosto de 1999. O código fonte da suíte foi liberado
para que fosse possível a participação de contribuintes para desenvolvê-lo, dando início ao projeto de desenvolvimento de
um software de código aberto em 13 de outubro de 2000, o OpenOffice.org. O principal objetivo era fornecer uma alternativa de
baixo custo, de alta qualidade e de código aberto.
O LibreOffice é composto pelos seguintes aplicativos:
• Writer - Editor de Texto
• Calc - Planilha
• Impress - Editor de apresentação
• Draw - Editor de Desenho
• Math - Editor de Fórmulas
• Base - Banco de Dados
TELA
Barra de título: Primeira barra da parte superior da janela, onde se encontra o nome do arquivo e também do aplicativo
Barra de menus
OBS:
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24 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra lateral
Barra de status
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 25
Reverte o último comando ou a última
entrada digitada. Para selecionar o comando
DESFAZER EDITAR CTRL+Z
que você deseja reverter, clique na seta ao
lado do ícone Desfazer na barra Padrão.
Reverte a ação do último comando
Desfazer. Para selecionar a etapa Desfazer
RESTAURAR que você deseja reverter, clique na seta ao EDITAR CTRL+Y
lado do ícone Refazer na barra de
ferramentas Padrão.
Abre uma caixa de diálogo que permite que
INSERIR
HIPERLINK você crie e edite hyperlinks. CTRL+K
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26 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Reduz o tamanho dos caracteres e
FORMATAR/
rebaixa em relação aos demais da
SUBSCRITO CARACTERE CTRL+SHIFT+B
mesma linha.
AUMENTAR
FORMATAR/
ESPEÇAMENTO Aumenta o espaçamento entre os
PARAGRÁFO
ENTRE parágrafos selecionados
PARÁGRAFOS
DIMINUIR
FORMATAR/
ESPEÇAMENTO Diminui o espaçamento entre os
PARAGRÁFO
ENTRE parágrafos selecionados
PARÁGRAFOS
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 27
Para selecionar um trecho de texto com o mouse: há disponível se você atribuir um estilo de página diferente à
algumas maneiras de selecionar um texto com o mouse, entre página inserida após a quebra manual de página.
elas podemos destacar as seguintes.
O QUÊ? ONDE? PARA QUE? Número de página
Duplo Clique Texto Seleciona a palavra . Insira um número de página para a página exibida
Triplo Clique Texto Seleciona a frase após a quebra manual de página.
Quatro Cliques Texto Seleciona o parágrafo
Duplo Clique Margem Seleciona a 1ª palavra da Campos
esquerda linha. Insere um campo na posição atual do cursor. O
Triplo Clique Margem Seleciona a frase da 1ª submenu lista os tipos de campos mais comuns. Para exibir
esquerda palavra da linha. todos os campos disponíveis, escolha Outro.
Quatro Cliques Margem Seleciona todo parágrafo.
esquerda Para acessar este comando...
Escolha Inserir - Campos
VEJAMOS AGORA ALGUNS COMANDOS DA BARRA DE
Abra o menu de contexto e escolha Campos
MENU:
(campos inseridos)
Inserir → mais quebras → quebra manual
Insere uma quebra manual de linha, de coluna ou de
página na posição atual em que se encontra o cursor. Data
Insere a data atual como um campo. É usado o formato
Para acessar este comando... de data padrão, e a data não é atualizada automaticamente.
Escolha Inserir - Quebra manual
Hora
Insere a hora atual como um campo. A hora é obtida
diretamente das configurações do sistema do seu sistema
operacional. É aplicado um formato de hora fixa, que não pode
ser atualizado com a tecla de função F9.
Números de página
Insere o número da página atual como um campo na
posição do cursor. A configuração padrão é o formato Estilo
de página.
Para iniciar com um número de página definido
1.Clique no primeiro parágrafo do documento.
2.Escolha Formatar - Parágrafo - Fluxo de texto.
Tipo 3.Em Quebras, ative Inserir. Ative Com estilo de página
Selecione o tipo de quebra que você deseja inserir. para poder definir o novo Número da página. Clique em OK.
Quebra de Linha Caractere
Termina a linha atual e move o texto encontrado à Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres
direita do cursor para a próxima linha, sem criar um novo selecionados.
parágrafo. Você também pode inserir uma quebra de linha
teclando Shift+Enter
Para acessar este comando...
Quebra de coluna Escolha Formatar - Caractere
Insere uma quebra manual de coluna (no caso de um Na barra Formatação de texto (com o cursor
layout de várias colunas) e move o texto encontrado à direita sobre o objeto), clique em Caractere.
do cursor para o início da próxima coluna. A quebra manual
de coluna será indicada por uma borda não-imprimível no
canto superior da nova coluna. Você também pode inserir uma
quebra de linha teclando CTRL+Shift+Enter
Quebra de página
Insere uma quebra de página manual e move o texto
encontrado à direita do cursor para o início da próxima página.
A quebra de página inserida será indicada por uma borda não-
imprimível no canto superior da nova página.
Você pode inserir uma quebra de página ao
pressionar Ctrl+Enter. No entanto, se quiser atribuir um
estilo de página diferente à página seguinte, use o
comando de menu para inserir a quebra de página
manual.
Estilo
Selecione o estilo de página para a página exibida logo
após a quebra manual de página.
Alterar número de página
Atribui o número de página que você especificar à Fonte
página exibida após a quebra manual. Essa opção só estará Especifique a formatação e a fonte que você deseja
aplicar (Tipo, tamanho, negrito, itálico).
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28 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bordas
Efeitos da fonte Define opções de borda para os objetos selecionados
Especifique os efeitos de fonte que deseja usar em Writer ou Calc.
(Sublinhado, tachado, contorno, sombra, cor...)
Plano de fundo
Posição Define a cor ou a figura do plano de fundo
Especifica a posição, a escala, a rotação e o Estilo de Página
espaçamento dos caracteres. Especifique os estilos de formatação e o layout do
estilo de página atual, incluindo margens da página,
Hyperlink cabeçalhos, rodapés e o plano de fundo da página.
Atribui um novo hyperlink ou edita o hyperlink
selecionado.
Para acessar este comando...
Realce Escolha Formatar - Página
Define a cor do plano de fundo. Escolha Formatar - Estilos e formatação e abra o
menu de contexto Novo/Modificar (para Estilos de
Borda páginas)
Inserir borda no texto selecionado
Parágrafo
Modifica o formato do parágrafo atual, por exemplo,
alinhamento e recuo. Para modificar a fonte do parágrafo
atual, selecione todo o parágrafo, escolha Formatar -
Caractere e, em seguida, clique na guia Fonte.
Página
Permite a definição de margens, orientação de
páginas, tamanho do papel.
Plano de fundo
Define a cor ou a figura do plano de fundo.
Cabeçalho
Adiciona um cabeçalho ao estilo de página atual. Um
cabeçalho é uma área na margem superior da página à qual
você pode adicionar texto ou figuras.
Rodapé
Adiciona um rodapé ao estilo de página atual. Um
O estilo do parágrafo atual é exibido na extremidade rodapé é uma área na margem inferior da página à qual você
esquerda da barra de ferramentas Formatação e é realçado pode adicionar texto ou figuras.
na janela Estilos e formatação.
Bordas
Recuos e espaçamento Define opções de borda para páginas do documento.
Define as opções de recuo e espaçamento para o
parágrafo. Colunas
Especifica o número de colunas, largura, espaçamento
Alinhamento entre as colunas para páginas do documento. Para formatar
Define o alinhamento do parágrafo em relação às em colunas somente uma parte selecionada, utilize a opção
margens da página. colunas do menu formatar.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 29
É possível editar o texto e os intervalos de números para
Contagem de palavras diferentes tipos de legendas.
Conta as palavras e caracteres com e sem espaços da Ao adicionar uma legenda a uma imagem ou a um
seleção atual e do documento inteiro. objeto, o objeto e texto da legenda são colocados juntamente
numa nova moldura. Ao adicionar uma legenda a uma tabela,
o texto da legenda é inserido como um parágrafo junto da
Para acessar este comando... tabela. Ao adicionar uma legenda a uma moldura, o texto da
Escolha Ferramentas - Contagem de palavras legenda é adicionado ao texto dentro da moldura e não antes
ou após o texto existente.
Para mover o objeto e a legenda, arraste a moldura que
contém estes itens. Para atualizar a numeração das legendas
depois de mover a moldura, tecle F9.
Para definir uma legenda, proceda da seguinte forma:
• Selecione o item ao qual pretende adicionar uma
legenda.
• Escolha Inserir - Legenda.
• Selecione as opções que pretende aplicar e, em
Colar especial seguida, clique em OK. Se pretender, pode também
Permite escolher como o conteúdo recortado ou introduzir texto diferente na caixa Categoria, por
copiado deve ser colado. exemplo Figura.
Acesse esse comando pelo Menu Editar ou pelo Pode editar o texto da legenda diretamente no
atalho CTRL+SHIFT+V documento.
Uma legenda é formatada com o estilo de parágrafo que
corresponde ao nome da categoria da legenda. Por exemplo,
se inserir uma legenda "Tabela", o estilo de parágrafo
"Tabela" é aplicado ao texto da legenda.
O LibreOffice pode adicionar uma legenda
automaticamente ao introduzir um objeto, gráfico, moldura ou
tabela. Escolha Ferramentas - Opções – LibreOffice Writer -
Legenda automática.
GABARITO
01 – Letra B 02 – Errado 03 – Letra A
04 – Letra C 05 – Letra C
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 31
CALC VERSÃO 7
Barra de menu
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32 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
a Barra de Linhas: Exibe as linhas da quando o cálculo possuir apenas números e sinais
planilha que são representadas por números que matemáticos, é uma fórmula. Exemplos de fórmulas: =E1+12
inicia com 1 e termina em 1048576 linhas. =C1*C2 =A1*(3-B1)/(2-F40) =A1+A2
O uso dos parênteses tem a mesma função no CALC
✓ Para selecionar uma linha basta clicar sobre o que possui na matemática, que é forçar a resolver uma
número correspondente. (SHIFT + ESPAÇO). determinada parte do cálculo antes de outra que teria maior
✓ Para inserir uma nova linha clique no menu prioridade. Sabemos que a multiplicação e a divisão têm maior
inserir/linhas ou com o botão direito do mouse prioridade que a adição e a subtração, e que, numa
sobre o número e em seguida inserir linha. expressão, elas seriam resolvidas primeiro. Mas se
✓ Para excluir uma linha clique no menu editar/excluir possuirmos parênteses, a história pode tomar rumos
linhas ou com o botão direito do mouse sobre o diferentes, verifique os exemplos abaixo:
número e em seguida excluir linha. =2+4*2 = 2+8 = 10 (Multiplicação realizada
✓ Para ocultar ou reexibir uma linha clique no menu primeiramente, pois tem prioridade)
formatar/linha ou com o botão direito do mouse =(2+4)*2 = 6*2 = 12 (Adição realizada primeiro, por
sobre o número e em seguida ocultar ou mostrar causa dos parênteses)
dependendo do objetivo. Operadores matemáticos usados nas fórmulas:
Barra de
planilhas: Exibe as planilhas existentes na pasta de trabalho
atual, permitindo a navegação entre elas.
✓ Para inserir uma nova planilha utilize o menu
inserir/planilha ou clique com o botão direito do
mouse sobre uma das guias ou ainda com um
simples clique no botão ou ainda um clique
após a última planilha da barra..
✓ Para excluir uma planilha utilize o menu Funções são comandos que existem no CALC, para
editar/planilha/excluir ou clique com o botão direito executarmos equações matemáticas complexas, ou
do mouse sobre uma das guias. equações de comparação, referência, condição, contagem, e
✓ Para renomear uma planilha utilize o menu até mesmo, operações com texto.
formatar/planilha/renomear ou clique com o botão Basicamente qualquer função do CALC pode ser
direito do mouse sobre a guia ou ainda com um escrita com a seguinte Sintaxe:
clique duplo sobre o nome da planilha =NOME_DA_FUNÇÃO (ARGUMENTOS)
✓ Para ocultar uma planilha da pasta use o menu Onde NOME_DA_FUNÇÃO é o nome da mesma (cada
formatar/planilha/ocultar e para reexibi-la menu função tem o seu) e os ARGUMENTOS são informações que
formatar/planilha/mostrar ou com um clique com o fazer a função trabalhar corretamente. Algumas funções
botão direito do mouse sobre o nome de uma solicitam um argumento, outras podem solicitar vários
planilha. argumentos, outras funções simplesmente requerem os
Botão Autocálculo: parênteses vazios. Se alguma função necessita de mais de
Localizado na barra de status, um argumento, eles vêm separados por ; (ponto e vírgula)
realiza um cálculo automático para dentro dos parênteses. Se, no lugar do ;, aparecer um sinal
as células selecionadas. Para isso utiliza as seguintes de : (dois pontos), significa que estamos apontando para um
funções: SOMA, MÉDIA, MÁXIMO, MÍNIMO, CONT.NUM e intervalo de células (ou seja, C4;C20 é lido como C4 e C20 e
CONT.VALORES. Se selecionar a opção nenhum desse a expressão C4:C20 é lido C4 até C20, incluindo tudo o que
botão, o recurso de autocálculo fica desabilitado. estiver no meio delas). Abaixo uma listagem das mais
usadas funções do programa, com suas explicações e, é
FÓRMULAS E FUNÇÕES NO CALC – COMO claro, os exemplos de como utilizá-las.
AUTOMATIZÁ-LO
Fórmulas são os cálculos no CALC que parecem com
expressões matemáticas, e que utilizam apenas operadores
matemáticos e referências de células ou valores. Em suma,
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 33
Calcula o número de células em um intervalo =CONT.VALORES(valor1;valor2...)
CONT.VALORES
que não estão vazias. =CONT.VALORES(A1:C1)
Conta quantas vezes aparece um determinado =CONT.SE(INTERVALO;CRITÉRIO)
CONT.SE
critério dentro de uma área da planilha. =CONT.SE(A1:A10;”CESAR”)
Realiza uma soma condicional de um =SOMASE(INT1;
determinado intervalo de células baseado em CRITÉRIO;INT2)
SOMASE
um critério existente em outro intervalo =SOMASE(A1:A10;
paralelo. ”CESAR”;B1:B10)
Realiza uma avaliação comparativa entre dois =SE(TESTE;RES1;
valores e retorna uma das duas respostas RES2)
SE
definidas em seus argumentos. =SE(C5>10;”BOM”
;”RUÍM”)
Verifica se os argumentos são verdadeiros e
=E(lógico1;lógico2...)
E retorna VERDADEIRO se todos os argumentos
=E(A1="josé";C1<6)
forem verdadeiros.
Retorna VERDADEIRO se algum argumento
=OU(lógico1;lógico2...)
OU for verdadeiro e falso se todos os argumentos
=OU(A1="josé";C1<6)
forem falsos
AGORA Mostra a data e a hora atual do sistema. =AGORA()
HOJE Mostra somente a data atual do sistema. =HOJE()
Retorna a raiz quadrada do valor inserido como =RAIZ(NUM)
RAIZ
argumento. =RAIZ(144)
Arredonda um valor para uma quantidade de =ARRED(NUM;DEC)
ARRED
casas decimais definida. =ARRED(B8;2)
Retorna um número arredondado para um =MARRED(número;múltiplo)
MARRED
múltiplo especificado =MARRED(B5;4)
Retorna somente a parte inteira de um número. =INT(NUM)
INT
=INT(C15)
Faz a união dos conteúdos de duas ou mais =CONCATENAR(células)
CONCATENAR
células =CONCATENAR(B1;B2)
Retorna a parte inteira de uma divisão =QUOCIENTE(numerador;denominador)
QUOCIENTE
=QUOCIENTE(C4;3)
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34 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Abre a caixa de diálogo para inserção do
cabeçalho e do rodapé da planilha. Por padrão
CABEÇALHO E RODAPÉ INSERIR
o cabeçalho já vem com o nome da planilha
atual e o rodapé com a numeração de páginas.
Permite definir a área selecionada na planilha FORMATAR/
ÁREA DE IMPRESSÃO como única área de impressão INTERVALO DE
INPRESSÃO
Realiza uma quebra automática de texto na FORMATAR/
MOLDAR O TEXTO célula CÉLULAS/
ALINHAMENTO
Mescla e centraliza na horizontal e vertical as
células selecionadas, permitindo ao usuário FORMATAR/
MESCLAR E
escolher se pretende manter o conteúdo de CÉLULAS/
CENTRALIZAR CÉLULAS
todas as células ou somente da célula do canto ALINHAMENTO
superior esquerdo da seleção.
Alinha o conteúdo da célula na parte superior FORMATAR/
ALINHAR EM CIMA da mesma. CÉLULAS/
ALINHAMENTO
Alinha o conteúdo da célula no verticalmente FORMATAR/
CENTRALIZAR
no meio. CÉLULAS/
VERTICALMENTE
ALINHAMENTO
Alinha o conteúdo da célula na parte inferior da FORMATAR/
ALINHAR EM BAIXO mesma. CÉLULAS/
ALINHAMENTO
Aplica um símbolo de moeda, separador de
FORMATAR COMO
milhar e duas casas decimais CTRL+SHIFT+4
MOEDA
Multiplica o valor da célula por 100 e exibe o
FORMATAR COMO
resultado com duas casas decimais e o CTRL+SHIFT+5
PORCENTAGEM
símbolo de porcentagem.
FORMATAR COMO Aplica o separador de milhar e duas casas
CTRL+SHIFT+1
NÚMERO decimais
Aplica o formato de data padrão
FORMATAR COMO
CTRL+SHIFT+3
DATA
1ª GUIA NÚMERO
Permite definir o formato da célula como Geral, Data,
Hora, Moeda, Porcentagem, Número e outros.
2ª GUIA FONTE
Permite alterar o tipo, tamanho e estilos da fonte.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 35
4ª GUIA ALINHAMENTO
Permite ajustar o alinhamento horizontal e vertical para
as células. Também é possível configurar um ângulo para
inclinar o conteúdo da célula ou colocá-lo na vertical marcando
a caixa empilhado verticalmente. Por fim podemos informar se
haverá quebra automática de texto ao fim da célula
(CTRL+ENTER) e se o CALC reduzir o tamanho da fonte para
caber tudo dentro da célula.
5ª GUIA BORDA
Define estilo, cor e espaçamentos de bordas para as
células
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36 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
OBS1: TODOS OS RECURSOS MOSTRADOS ACIMA PARA O CABEÇALHO SÃO OS MESMOS USADOS PARA
EDITAR E CONFIGURAR O RODAPÉ, BASTANDO APENAS CLICAR NA GUIA SUPERIOR RODAPÉ.
OBS2: APÓS ATIVAR O CABEÇALHO E O RODAPÉ PELA JANELA FORMATAR/PÁGINA, O USUÁRIO PODERÁ
USAR O MENU INSERIR/CABEÇALHO E RODAPÉ DIRETAMENTE.
CONTROLE DE QUEBRAS
O menu Planilha contém o recurso de inserir quebra de página com a opção quebra de linha que Insere uma quebra de
linha (quebra de página horizontal) acima da célula selecionada. A quebra de linha é indicada por uma linha horizontal azul.
Também apresenta a opção quebra de coluna que Insere uma quebra de coluna (quebra de página vertical) à esquerda da
célula ativa. A quebra de coluna é indicada por uma linha vertical azul.
Para excluir uma quebra de linha ou coluna, use a opção excluir quebra de página do menu Planilha.
OBTENDO DADOS A PARTIR DE OUTRA PLANILHA
Para obter dados externos basta usar alguns símbolos junto ao nome da planilha. Por exemplo, para obter dados de uma
outra planilha na mesma pasta de trabalho use . após o nome da planilha. Vamos solicitar uma soma da célula B8 da planilha3
com a célula C5 da planilha atual. =PLANILHA3.B8+C5
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS
Para classificar dados na planilha, selecione a área e utilize o menu dados opção Ordenar... Ordenar Crescente ou Ordenar
Decrescente. Você pode utilizar também os botões disponíveis na barra de ferramentas padrão.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 37
Verificador ortográfico
Não há necessidade de utilizar outros programas para
verificação da ortografia. O Mozilla Thunderbird já vem com
um verificador ortográfico Sólido e seguro.
Multiplataforma
Se você ainda não usa Linux, mas quer começar a se
familiarizar com ferramentas livres, o Mozilla Thunderbird é
uma ótima opção, pois funciona tanto no Windows, quanto no ❖ Na caixa De: selecione a conta de email a ser
Linux. usada para o envio da mensagem (caso mais de
uma conta esteja configurada).
❖ Na caixa para digite o(s) endereço(s) de emails
do(s) destinatário(s), podendo ainda clicar na seta
no início do botão e selecionar outras opções,
como CC e CCO.
❖ Na caixa assunto, coloque um título para a
mensagem.
❖ Caso deseje anexar um arquivo ou página da web,
clique na seta ao lado do botão anexar e escolha a
opção desejada.
❖ Por fim, redija a mensagem e clique em Enviar
agora.
❖ Caso queira enviar a mensagem depois, no menu
arquivo, clique nesta opção enviar depois.
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38 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O USO DOS CAMPOS PARA, CC E CCO NO EMAIL são hospedados nos servidores online do provedor de
serviços contratado.
Qual a diferença entre para, cc e cco?
Tudo o que o usuário precisa fazer é encontrar um
Para, Cc e Cco são três opções para destinatário de um dispositivo (computador, tablet, smartphone) conectado à
e-mail. A principal diferença está em quem consegue ver os rede. Portanto, o webmail é indicado para usuários que
endereços de quem mais recebeu a mensagem. demandam maior flexibilidade.
Para: é o destinatário original do e-mail. A mensagem Existem serviços de webmail gratuitos e pagos,
pode ser enviada para mais de um destinatário, e todos dessa especialmente aqueles que integram pacotes de provedores
lista saberão quem recebeu o e-mail. de hospedagem, chamados host. Algumas das opções
gratuitas mais populares são o Gmail, do Google, o
Cc: sigla para o termo "com cópia". Geralmente, é Outlook.com, da Microsoft, e o Yahoo Mail.
enviado para quem é interessado, mas não é o destinatário Para se diferenciar no mercado, essas empresas
principal do e-mail. Todos que recebem essa cópia disponibilizam, além do serviço de correio eletrônico, outras
conseguem ver o endereço de quem mais a recebeu. soluções complementares: o Gmail, da Google, que gerencia
Cco: sigla para "cópia oculta". Apesar de também ser a ferramenta Blogger para criação de blogs e landing pages,
uma cópia, a pessoa que recebe esse e-mail não consegue oferece o Google Talk, por exemplo. Já o Outlook.com tem
ver quem mais recebeu uma cópia deste. como diferencial o Skype Instant Messenger.
Para responder, encaminhar ou marcar como spam uma
Quais as diferenças entre cliente email e webmail?
Diferentemente do webmail, o serviço de cliente email
mensagem, clique no botão MenuThunderbird , opção fica disponível na área de trabalho do usuário e permite o
mensagem ou no Menu Mensagem. acesso ao conteúdo pelo hardware em que foi instalado.
Para gerenciar seus contatos no Thunderbird, clique Assim, não é necessário login pela web, a menos que haja
necessidade de atualizar o recebimento e envio de conteúdo.
Os emails estão vinculados a contas por meio do
no botão . Também é possível utilizar a opção
endereçamento POP3 ou IMAP. Isso significa que eles podem
Catálogo de endereços do menu ferramentas ou botão Menu
lidar com emails de contas com ISPs e outros serviços que
não são de webmail.
Thunderbird , opção ferramentas, catálogo de Os usuários ainda têm acesso a catálogos de
endereços. endereços e recursos de bate-papo, mas em uma escala mais
avançada: com o benefício adicional de criptografia extra e um
nível de segurança mais elevado. Quaisquer novos emails são
entregues pelo servidor do provedor contratado, por meio do
agente de transferência, e armazenados no hardware.
Assim também acontece com a correspondência
enviada. Um exemplo desse modelo de serviço é o Microsoft
Outlook, que integra os aplicativos do pacote da Microsoft
Office (Word, Excel, PowerPoint etc.).
Diferenciais do webmail
No serviço de webmail, as atualizações do sistema
acontecem de forma mais rápida, o que não ocorre com o
serviço de cliente email, que pode demandar anos até que
todas as atualizações sejam lançadas e baixadas. A
acessibilidade também é um diferencial: poder consultar o
Para pesquisar por mensagens ou na web no catálogo conteúdo a partir de qualquer dispositivo é muito importante
de endereços, clique na barra pesquisar na tela inical do para certas pessoas.
Alguns provedores de email usam IMAP, ideal para
sincronização entre computadores, o que não ocorre quando
thunderbird ou no menu
a configuração é em POP, que não tem conduz bem essa
editar, aponte para Localizar ou ainda botão Menu
função. Independentemente disso, o serviço mais indicado
para aqueles com uma rotina de trabalho mais ativa é o de
Thunderbird , opção Localizar. webmail.
Apesar de ser menos vulnerável a ataques e intrusões,
Atalhos no Thunderbird o serviço de cliente email legado é menos seguro quanto à
Nova mensagem CTRL+N perda de dados. Isso, devido ao fato de os clientes de email
Receber mensagem da conta atual F5 salvarem todos os emails (enviados e recebidos) no próprio
Receber mensagem de todas as contas SHIFT+F5 computador: se acontecer um erro de software ou hardware,
Pesquisar CTRL+K que não dê tempo ou condição para que os emails sejam
Pesquisar mensagens CTRL+SHIFT+F devidamente copiados, existe um sério risco de todos eles
Responder ao remetente CTRL+R serem perdidos.
Responder a todos CTRL+SHIFT+R Em suma, os serviços de webmail e cliente email são
Encaminhar CTRL+L basicamente os mesmos: enviar e receber correspondência
Catálogo de endereços CTRL+SHIFT+B eletrônica, anexar arquivos, acessar um calendário e
armazenar uma lista de contatos para promover a
comunicação entre diferentes usuários e facilitar a
organização de rotinas de trabalho. No entanto, eles têm duas
WEBMAIL diferenças importantes: a forma como são acessados e como
O webmail é um serviço de correio eletrônico que pode os emails perdidos são recuperados.
ser acessado por qualquer navegador da web conectado à Como discutido anteriormente, o webmail é acessado
Internet. Todos os emails, serviços de calendário e contatos apenas por navegadores da web, enquanto o cliente email
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 39
tradicional é conectado por meio de programas da área de e a comunicação das equipes de uma forma verdadeiramente
trabalho. Se um email for perdido em uma conta de webmail, efetiva.
é preciso entrar em contato com o próprio provedor de Eles analisam o Office 365 e percebem que têm todas
serviços, já que o conteúdo é armazenado em seus servidores as ferramentas baseadas na nuvem de que precisam, como
em nuvem, cujo acesso fica restrito. Skype for Business para vídeos e voz, Yammer para bate-
Muitas empresas disponibilizam ferramentas próprias papos em grupo (rede social corporativa), Exchange para e-
de recuperação para que o usuário consiga resolver a mails e assim por diante.
demanda sozinho. Já em serviços de cliente email, basta O que está faltando, e isso todos concordam, é uma
contatar uma empresa de recuperação de dados ou baixar um maneira de aproveitar esses recursos em uma única
aplicativo apropriado para reaver o conteúdo. Possivelmente, plataforma. Eles decidem, então, encontrar uma solução e
ele estará no próprio computador, desde que esse dispositivo acabam desenvolvendo o Microsoft Teams.
esteja em perfeitas condições. Caso contrário, todo o Do mesmo modo que os grupos do Office 365, as
conteúdo pode ter sido perdido de forma definitiva. equipes criam espaços de compartilhamento e colaboração
para diferentes setores da companhia. Um uso típico seria
Por que usar um webmail? criar um ambiente para cada departamento.
Abaixo, estão os motivos pelos quais um endereço de As conversas, por sua vez, poderão ser separadas por
webmail profissional é mais indicado: vários canais (tópicos) e entre as equipes. Elas podem ocorrer
• Permite acessar sua caixa de entrada de qualquer de maneira aberta (em grupo) ou fechada (privadas).
dispositivo conectado à Internet, de qualquer lugar
do mundo; Quais são as vantagens de utilizá-lo na empresa?
• Um endereço de email profissional personalizado Agora que você já sabe o que é e como funciona,
aparenta ser mais confiável; mostraremos quais são as vantagens de utilizar o Microsoft
• Como a extensão do endereço é o nome da Teams na sua empresa. Por ser uma plataforma de
empresa, o restante se torna mais fácil de guardar; colaboração de escala global, é possível criar e reunir várias
equipes à sua organização, incluindo os parceiros externos.
• É mais fácil criar um endereço com seu nome
Sob uma visão geral, a ferramenta foi criada para
próprio;
flexibilizar o trabalho em grupo e torná-lo transparente à
• Ajuda a conquistar a credibilidade do cliente;
medida do necessário. Ela permite gerenciar conversas,
• O envio de emails com um nome comercial permite arquivos e determinadas aplicações, oferecendo acesso
promover a marca a cada correspondência enviada. instantâneo às tarefas do SharePoint, Planner, One Note,
PowerBI e muito mais.
As integrações são incontáveis, o que significa que os
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÕES E seus usuários poderão pesquisar e “operar” em uma
REUNIÕES ONLINE infinidade de soluções. Lembrando que o Microsoft Teams é
um serviço que está acoplado ao Office 365, possibilitando
MICROSOFT TEAMS uma integração perfeita com o Exchange e o Skype.
Desenvolvido para facilitar a comunicação e promover a Aliás, é importante destacar o fato de que, por ser parte
colaboração entre pessoas e/ou equipes de uma empresa, o do Office 365, você não precisará sair da interface do
Microsoft Teams já é tido por muitos como uma das principais Microsoft Teams para usar os seus demais aplicativos.
ferramentas para o sucesso do negócio. Portanto, tudo estará em somente um único lugar!
Lançada no mercado em novembro de 2016, a solução Com isso, ganha-se um novo benefício: o aumento da
está integrada ao já robusto conjunto de serviços e aplicações produtividade. Além do que, não poderíamos nos esquecer de
do Office 365. Ao utilizá-la, você proporcionará um ambiente dizer que ele também funciona com apps terceiros. Há
digital aberto e que favorece a diversificada força de trabalho centenas de opções, como:
dos dias de hoje. • Hootsuite para a gestão das suas redes sociais;
Anteriormente conhecido como Skype Teams, o • Zendesk para o atendimento ao cliente;
Microsoft Teams é o que a própria Microsoft chama de
• Asana e o Trello para a organização dos projetos;
“espaço de trabalho baseado em um chat que integra todas
• Survey Monkey para a criação de questionários de
as pessoas, os conteúdos e as ferramentas que a sua equipe
pesquisa.
precisa para melhorar o seu engajamento e ser mais eficaz”
O “pão com manteiga” do Microsoft Teams são as suas
Essencialmente, trata-se de um aplicativo de bate-papo
funcionalidades de uso. Independentemente do grau de
em grupo que permite o gerenciamento de diversas conversas
instrução do usuário, todos se adaptarão a ele.
em um único ambiente de controle. Repetindo o que falamos
As conversas são gravadas em um local fácil de
no início, o Microsoft Teams foi desenvolvido para facilitar a
encontrar, tanto as ocorridas em grupo quanto as particulares.
comunicação e promover a colaboração entre as equipes da
Isso sem contar a sua integração com o Skype para os
empresa.
diálogos em áudio e vídeo.
Disponível para desktop (Windows e Mac) e dispositivos
E se tudo isso já não fosse o bastante, o Microsoft
móveis (Android, iOS e Windows Phone), ele conta com
Teams foi criado pensando também na proteção dos dados.
SharePoint, PowerPoint, OneNote, Word e Excel como
Houve um esforço muito grande por parte dos
recursos internos, possibilitando que os seus usuários
desenvolvedores em relação aos recursos de conformidade e
trabalhem nesses documentos diretamente na aplicação.
auditoria de segurança.
Vendas, marketing, finanças, contabilidade, gestão de
projetos, atendimento ao cliente, pesquisa e desenvolvimento,
O que é uma reunião online?
recursos humanos e produção, enfim, todas as áreas poderão
Uma reunião online usa a videoconferência em áudio e
ser conectadas de modo que os seus integrantes se
vídeo opcional entre dois ou mais participantes. Nessas
comuniquem em tempo real.
reuniões, o vídeo oferece o benefício de mostrar as
expressões e reações de outras pessoas e, com o áudio, ouvir
Como funciona?
o que elas estão dizendo. As reuniões online também são
Para entender o funcionamento do Microsoft Teams,
comumente conhecidas como reuniões virtuais,
imagine um time de desenvolvedores da Microsoft sentados
videoconferências e webconferências.
para discutir como eles poderiam alinhar os fluxos de trabalho
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40 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Envie convites, compartilhe a agenda e converse com os gravadas também são úteis para quando você precisar se
participantes antes da sua videoconferência. lembrar de informações específicas que foram abordadas.
Compartilhe um link da Web com qualquer um que tenha
um endereço de email válido, até mesmo com pessoas de fora
da sua organização. É fácil participar usando um navegador
GOOGLE HANGOUT
da Web. O Google Hangouts, que é uma plataforma de
comunicação com capacidade para enviar mensagens
Como funciona a videoconferência instantâneas, chat de vídeo, SMS e VoIP (chamadas
Usando uma câmera, um microfone e um aplicativo de telefônicas por internet).
videoconferência, como o Teams, pessoas em dois ou mais
locais podem se ver e ouvir simultaneamente. Como funciona o Hangouts? Para que serve?
Ele foi criado em 2013, sabia?
Videoconferência no Teams Desde então, é usado para viabilizar conversas de textos
Faça reuniões individuais ou grandes eventos virtuais e vídeos entre duas ou mais pessoas que estão distantes.
em equipes. Comunique-se e colabore a qualquer hora, em Além do modo clássico da ferramenta, que pode ser
praticamente qualquer lugar – em projetos com grupos de usado por quem tem apenas uma conta Gmail, há o Hangouts
quase todos os tamanhos. Meet, que é uma solução de videoconferência paga e
destinada para grupos maiores de empresas ou escolas.
A videoconferência é mais do que apenas uma chamada Para usá-la, é preciso ser usuário do G Suite, o pacote
de vídeo corporativo da Google.
Faça mais nas reuniões. Compartilhe telas e arquivos,
veja legendas, converse, faça uma gravação e mude seu O que é um Hangout no Gmail?
plano de fundo com o software de videoconferência do Como mencionamos, é possível usar o Hangouts
Teams. apenas com uma conta Gmail e, inclusive, conectar o seu e-
mail à ferramenta.
Realize eventos virtuais Essa funcionalidade permite que você envie mensagens
Realize reuniões interativas para até 1.000 participantes para os seus contatos mesmo que eles não estejam online.
e webinars e transmissões para até 10.000. Além disso, é possível fazer chamadas de vídeo com até
10 pessoas e conversar com troca de emoticons e fotos.
Principais recursos das plataformas de reunião virtual
Uma poderosa plataforma de reuniões virtuais foi Vantagens do Hangouts
projetada para fatorar todas as formas de os funcionários se Encurtando distância e compartilhando arquivos
comunicarem e colaborarem uns com os outros. Com o Hangouts, é possível se comunicar com pessoas
Aqui estão alguns dos principais recursos a serem de qualquer lugar do mundo.
considerados na escolha de uma plataforma de reuniões Além disso, o processo é bastante simples.
online: Você só precisa ter uma conta no Gmail para conseguir
criar uma sala de conversa.
Aplicativos móveis e da área de trabalho. Depois, é só convidar os interlocutores ou enviar o link
A maioria das plataformas de reuniões online terá um da reunião.
aplicativo para seu computador, mas a adição de um Os participantes também precisam ter conta de e-mail
aplicativo para dispositivos móveis amplia sua capacidade de do Google para entrar.
permanecer conectado, mesmo quando você não estiver à Na sala, é possível conversar por áudio, vídeo, chat e
sua mesa. enviar arquivos.
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42 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
para smartphones mais básicos. Há também apps para iPad, camadas de segurança, incluindo configuração de contas de
iPod Touch, e o tablet Amazon Kindle Fire HD. Gamers funcionários por meio de um painel de controle. O serviço está
também podem fazer videochamadas via Internet por meio do atrelado a uma assinatura do Office 365 nas modalidades
app nativo para o console Xbox One. empresariais ProPlus, E1, E3 e E5.
Como fazer ligações comuns e mandar SMS pelo
Como criar uma conta e começar a usar o Skype Skype
Quem já tem uma conta da Microsoft pode usar o mesmo Na versão grátis do Skype, é preciso fazer recargas para
endereço de e-mail e senha para fazer login também no poder realizar ligações via Internet para telefones
Skype. As credenciais também podem ser as mesmas do convencionais. Com a conta devidamente carregada, basta
Outlook, caso o usuário tenha um e-mail desse serviço – clicar no botão de teclado ao lado do campo de buscas para
aprenda a recuperar a senha. ter acesso ao discador. É preciso usar sempre o DDD para
Caso ainda não tenha uma conta, basta visitar a página ligar para números brasileiros. Para efetuar chamadas para
de registro da Microsoft (login.skype.com/join) informar os outros países, é possível selecionar o local por nome clicando
dados solicitados. De primeira, o site pede um número de em “Brasil” ou digitar manualmente o código do país. Para
telefone para prosseguir, mas é possível se cadastrar apenas enviar SMS, basta clicar no ícone à esquerda do botão de
com e-mail selecionando a opção correspondente na janela chamada.
de login.
ZOOM
Principais funções do Skype O Zoom Meetings é uma plataforma de
No modo de chat, o Skype oferece algumas das mesmas videoconferências robusta que possui diversas
funções de mensageiros conhecidos, como compartilhamento funcionalidades, como compartilhamento de tela, gravação de
de texto, imagens, emoijs e arquivos de até 300 MB cada que webinars, acesso via telefone e upload de reuniões na nuvem.
ficam disponíveis para acesso em todos os dispositivos por O Zoom é um excelente recurso para realizar tanto
até 30 dias. Outras funções incluem o envio de contatos e reuniões simples (entre apenas duas pessoas) quanto
recados de vídeo e criação de votação diretamente na videoconferências maiores.
conversa, seja em bate-papo privado ou em grupo. A plataforma armazena as gravações das reuniões na
Por padrão, as conversas do Skype não são nuvem, e as mesmas podem ser enviadas automaticamente
criptografadas de ponta-a-ponta, mas, assim como o para o seu email. Você também pode utilizá-la para enviar
Telegram, é possível habilitar um modo especial que deixa o mensagens em grupo, através do chat, e para fazer
chat mais seguro. Para isso, é preciso clicar no nome do compartilhamento de tela de forma online e sem fio (vale
contato na janela de bate-papo e selecionar a opção “Iniciar destacar aqui que essa funcionalidade se aplica a Windows,
uma conversa privada”. Mac, iOS, Android, BlackBerry, Linux, Zoom Rooms e
O mesmo menu também traz a função de Conversa H.323/SIP).
Traduzida, que faz tradução simultânea dos textos trocados, Outra função interessante, é que você pode adicionar
desde que o contato aceite. Com esse modo ativo, o Skype uma extensão do Zoom no Google Calendar e já adicionar os
traduz tanto conversas escritas quanto videochamadas. links das reuniões nos invites que são criados direto na sua
Em ligações por voz ou vídeo, é possível também agenda.
combinar uma ligação recebida com uma ativa (menos na E o melhor é que o aplicativo tem versão gratuita
versão web), gravar chamadas para ouvir ou assistir depois e também. Porém, nessa versão a duração das reuniões tem
compartilhar a tela do computador com os membros da prazo máximo de 40 minutos. Mas você pode contratar outros
conferência para fazer uma apresentação, por exemplo. É planos com duração ilimitada.
possível também desfocar o fundo para esconder a bagunça
de casa ao fazer home office. As funcionalidades do Zoom vão além das reuniões
Skype permite fazer videochamada com até 100 por vídeo
pessoas. O que torna o Zoom tão especial não é apenas sua boa
usabilidade e transmissão de vídeo em alta de definição.
Como usar o Skype para reuniões virtuais Existem outras funcionalidades que vão além e trazem muito
Existem dois modos de chamadas de vídeo: a comum, valor à plataforma.
feita para conversar com um pequeno grupo de pessoas, e as Você pode:
reuniões virtuais. Essa segunda modalidade é mais indicada 1. Realizar Webinars
para quem precisa fazer reuniões de trabalho à distância, pois O Zoom Vídeo Webinar é uma ferramenta para hospedar
conta com funções melhores de moderação e colaboração. videoconferências ao vivo. Você pode usá-la para transmitir
Além disso, é a única maneira de convidar até 100 pessoas reuniões em tempo real e fazer lives, por exemplo. Mas é
para participar sem que elas precisem criar uma conta. importante destacar que esse recurso está disponível apenas
Para iniciar uma reunião, abra o Skype e clique no botão na versão pro do Zoom. Ao escolher seu plano, você tem
“Reunião” para obter um link compartilhável. O convidado duas opções:
pode clicar e entrar instantaneamente, seja por meio do Realizar transmissões com até 100 participantes
computador ou celular com os apps adequados instalados, ou interativos (recurso ideal para formatos de conteúdo como
pelo navegador via Skype Web. painéis, por exemplo);
Escolher um pacote que varia de 100 a 10.000
Diferenças para o Skype Business e Microsoft participantes em transmissões, mas apenas para
Teams visualização.
O Skype Business é a versão empresarial que foi Outro ponto legal da plataforma é que ela permite que
incorporada ao Microsoft Teams, nova solução da Microsoft você transmita o seu evento no YouTube ou Facebook,
para empresas. O Teams tem uma versão gratuita que, entre podendo alcançar a visualização de ainda mais pessoas.
outras funções, permite realizar reuniões com até 250 Você pode, ainda, interagir com sua audiência ao longo
pessoas. A solução é mais indicada a equipes cujos membros da transmissão. O Zoom suporta diferentes formas de
precisam estar sempre conectados e em constante comunicação com o público: chat, perguntas e respostas e
colaboração. enquetes.
Na modalidade paga, a ferramenta ganha um suporte 2. Participar de uma reunião por telefone
robusto a integrações com outros serviços e ganha mais
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 43
Quando falamos de Zoom, logo pensamos em vídeo. participantes da reunião podem clicar em “Share” e selecionar
Mas você também pode entrar em uma reunião via áudio, a opção que deseja compartilhar (ex: toda a área de trabalho,
utilizando um telefone ou celular comum. uma apresentação, apenas uma página etc).
Esse recurso é útil quando você não tem um microfone O anfitrião tem a possibilidade de bloquear o
no seu computador, não tem um smartphone ou não pode se compartilhamento de tela para outros participantes. Após
conectar a uma rede por vídeo e áudio do notebook. Se você selecionar a opção “Compartilhar tela”, aparecerá a opção
estiver na estrada, por exemplo, essa é uma boa opção. para selecionar qual janela deseja compartilhar: a área de
O Zoom tem números de telefone disponíveis para todos trabalho, uma apresentação, etc.
os países em que está presente e em todos os planos. Para
os assinantes dos planos de áudio, o Zoom também possui 4. Convide novos participantes para a reunião no
números gratuitos e adicionais. Apenas fique para o número Zoom
de discagem permitido, pois ele depende da assinatura e das
configurações de áudio do host.
5. Altere o anfitrião
Muitas vezes pode ocorrer de um anfitrião iniciar uma
reunião e depois outra pessoa dar continuidade na mesma
sala. Para isso, é possível alterar o anfitrião da reunião, em
“Make Host”.
GOOGLE MEET
Quando a plataforma é iniciada, duas opções são Google Meet, antes chamado de Hangouts Meet, é um
apresentadas: Você pode apertar o botão “Join a Meeting” ou aplicativo do Google disponível para download gratuito em
“Host a meeting“. celular Android ou iPhone (iOS), e que também conta com
Para apenas ingressar em uma reunião na qual foi versão Web para usar no navegador do PC.
convidado, você deve clicar na opção “Join a Meeting”. O programa oferece chamadas de vídeo grátis pelo
Caso você não tenha acesso ao link que te leve smartphone ou computador, sendo muito útil para entrar em
diretamente para uma reunião na qual foi convidado, ao clicar reunião.
em “Join a Meeting”, você deverá inserir o “Meeting ID”. O ID Com uma interface simples, o app oferece integração
será sempre os últimos números do link. Como por exemplo: com agenda de compromissos para sincronizar reuniões
https://cloudbeds.zoom.us/j/012345678. programadas.
Lembre-se de que ao entrar na reunião, você deve
confirmar sua participação com áudio clicando em “Join with O QUE É E COMO FUNCIONA O GOOGLE MEET
Computer Audio”. A plataforma de videoconferências do Google
Caso você queira criar ou agendar uma reunião, pertencente ao Workspace e oferece planos gratuitos e pagos
selecione a opção “Host a meeting” e acesse sua conta. para criação de reuniões com até 250 pessoas, com duração
de até 24 horas, criptografia e uma série de recursos
3. Compartilhe a tela disponíveis.
O software é parecido com programas como o Zoom e o
Microsoft Teams. O Google Meet funciona pela Internet, ou
seja, é possível acessá-lo por dispositivos, como notebook,
tablet ou celular.
Participantes de uma sessão podem transmitir vídeo e
áudio direto de seus aparelhos, caso desejem interagir com
os outros participantes da reunião.
O usuário que organiza a reunião tem alguns poderes de
moderação relacionados à sala. Além disso, ele pode
compartilhar o conteúdo da sua tela com o restante dos
participantes, recurso bastante utilizados por professores que
utilizam a plataforma para dar aulas.
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44 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
COMO CRIAR REUNIÃO NO GOOGLE MEET
Criar uma reunião no Google Meet é muito simples.
Basta entrar na sua conta e acessar a plataforma de chamada
de vídeo.
Na página inicial, clique em "Nova reunião" e escolha se
deseja "Criar uma reunião para depois", "Iniciar uma reunião
instantânea" ou "Programar no Google Agenda".
LOUSA INTERATIVA
O Google Meet tem integração com o Jamboard, uma INTERNET: INTRANET, EXTRANET...
ferramenta de lousa interativa. Trata-se de um quadro branco O QUE É INTERNET
que permite fazer anotações, criar diagramas e inserir vários • A internet é um sistema de redes mundial de
conteúdos durante a videoconferência, característica que o computadores, todos ligados uns aos outros.
torna perfeito para salas de aula online. • Ao se ligar à internet, tem-se acesso à World Wide
Para usá-lo, clique no menu e entre em "Lousa Interativa Web (WWW).
- Abrir um Jam". Em seguida pressione o botão "Abrir uma • A palavra internet vem de “inter” que vem de
nova lousa interativa". Um link para o Jamboard será enviado internacional e “net”, que significa rede, ou seja, rede de
a todos os participantes da chamada. computadores mundial.
Vale ressaltar que qualquer pessoa da reunião pode • A comunicação via internet pode ser de dados, de
abrir uma nova lousa interativa, e não apenas o administrador. voz, vídeo, multimídia, etc.
No entanto, quem cria a lousa define se os demais • Para se ligar à internet é preciso configurar um plano
conseguirão editar ou apenas visualizar o mural. com um Fornecedor de Serviços Internet, que é uma empresa
que permite o acesso à internet e a outros serviços Web.
• Esta empresa fornece formas diferentes para se ligar,
incluindo acesso telefônico, cabo, fibra ótica ou Wi-Fi (internet
sem fio).
• Essas diferentes ligações determinam a velocidade
do acesso à internet.
• Essas redes de computadores interligadas utilizam o
conjunto de protocolos padrão da internet (TCP/IP) para servir
aos usuários do mundo inteiro.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 45
• É uma rede de várias outras redes, com alcance local • Eles não tomam necessariamente o mesmo caminho,
e global, ligadas por várias tecnologias de rede eletrônica, viajam pelo caminho com menos resistência.
sem fio e ópticas. • Quando o servidor do site que se deseja acessar já
• A internet possui uma série de recursos de se comunicou com o da companhia da internet utilizada, a
informação e serviços, como documentos inter-relacionados página vai sendo carregada no computador, dependendo da
de hipertextos da WWW, redes peer-to-peer e infraestrutura velocidade contratada.
de apoio a e-mails. Obs: Os pacotes podem viajar por múltiplos caminhos
• Ela permitiu a criação de novas formas de interações para chegar ao seu destino, logo é possível que a informação
humanas através de mensagens instantâneas, fóruns de seja roteada em torno das áreas congestionadas na internet.
discussão e redes sociais. Enquanto algumas conexões permanecem, seções inteiras da
• A internet não possui uma governança centralizada, internet podem estar fora do ar e mesmo assim a informação
apenas as definições de excesso dos dois principais espaços pode viajar de uma seção para outra, embora possa demorar
de nomes na internet, o espaço de endereçamento Protocolo mais tempo que o normal.
de Internet e Domain Name System, são dirigidos por uma
organização mantenedora, a Corporação da Internet para URL, IP, DNS
Atribuição de Nomes e Números (ICANN). • Um URL é o endereço Web que introduz em um
• As palavras “internet” e “world wide web” são usadas navegador para chegar a um Website.
frequentemente como sinônimos. • Todos os Websites possuem um URL. Ex: o URL
• Mas internet é uma rede mundial de computadores www.gooogle.com leva ao Website do Google.
conectando milhões de dispositivos de computação, e World • Todo URL tem um endereço IP.
Wide Web é um dos vários serviços que funcionam dentro da • Este endereço é uma série de números que indica ao
internet. computador onde encontrar as informações que se procura.
• Um endereço IP é como um número de telefone, mas
COMO A INTERNET FUNCIONA longo e complexo.
• Para encontrar e explorar páginas na internet, utiliza- • Por serem longos e difíceis de se lembrar, criou-se os
se um navegador de Internet. URLs.
• É um tipo de software que permite acesso à internet. • Desta forma, em vez de introduzir um endereço IP
• Basta inserir um endereço Web no navegador para para ir para um Website, basta inserir o URL.
ser levado a este Website. • Cada dispositivo (computador, celular, tablet) usado
• Não há um gerenciamento centralizado para a para conectar a internet possui um IP único.
internet. • A internet possui inúmeros Websites e endereços IP,
• É uma reunião de milhares de redes e organizações mas o navegador não sabe automaticamente a localização de
individuais, e cada uma é administrada e sustentada por seu cada um deles.
próprio usuário. • Para procurar cada um deles existe o DNS (Domain
• Cada rede colabora com outras redes para dirigir o Name System ou Sistema de Nomes de Domínio).
tráfego na internet, possibilitando que as informações possam • O DNS traduz um URL, como por exemplo
percorrê-las. www.google.com, em um endereço IP, levando ao Website
Para a internet funcionar é preciso dois componentes que se procura.
principais: hardware e protocolos. • Sem o IP é impossível navegar na internet.
• Hardware: • Quando se acessa informação de outro computador,
O hardware inclui desde cabos até ao dispositivo os protocolos TCP/IP tornam esta transmissão possível.
usado para acessar a internet. Também inclui roteadores, • A requisição viaja pela internet e atinge os servidores
servidores, torres de telefonia celular, satélites, entre outros. DNS para encontrar o servidor-alvo.
Estes elementos formam as conexões. Alguns são as pontas • O DNS vai apontar a requisição para a direção certa.
finais, como o computador. As máquinas que armazenam • É preciso ter uma coordenação global para que o
informações são os servidores. Existem outros elementos sistema de endereços IP e DNS funcione corretamente, ou
como os nós que servem como ponto de conexão ao longo de seja, para que em qualquer lugar do mundo, para se abrir o
uma rota de tráfego. Há ainda as linhas transmissoras, que site do google, por exemplo, basta digitar www.google.com.
podem ser físicas, como os cabos e fibras óticas ou sinais de • A organização responsável por atribuir nomes de
satélites, torres 4G, ou rádios. domínios e endereços IPs em escala mundial é a ICANN.
• Protocolos:
Conjunto de regras que as máquinas adotam para CAMINHO DA INTERNET
completar tarefas. Sem esse conjunto de regras a Para a internet chegar até na casa dos usuários, ela
comunicação entre os dispositivos não aconteceria. São os percorre um caminho com quatro passos principais. Veja
protocolos que fornecem o método e a língua comum que as quais são:
máquinas usam para transmitir dados. Existem vários 1 → Backbone
protocolos na internet. Por exemplo, http, usado para ver sites • É o ponto inicial de referência da internet, o setor que
no navegador, aparece na frente de qualquer endereço web. interliga todos os pontos da rede.
Outro exemplo é o protocolo de controle de transmissão (TCP) • Os backbones são pontos das redes que compõem o
e protocolo de internet (IP), o TCP/IP, que basicamente núcleo das redes de internet.
estabelecem regras de como a informação passa pela • São pontos-chave da internet que distribuem pelas
internet. Sem isso, o usuário precisaria de conexões diretas redes as informações baseadas na tecnologia TCP/IP.
para outros computadores para acessar a informação que 2 → Provedor de Acesso
eles guardam. • A partir dos backbones, o sinal da internet passa aos
• Os sites se comunicam usando pacotes, que são provedores de acesso, que são as empresas que contratam o
pequenas quantidades de informação. sinal de backbones para distribuir aos seus usuários.
• Eles têm cabeçalhos e rodapés que dizem aos • Em geral são empresas ligadas ao setor de
computadores o que está no pacote e como a informação se telecomunicações, ou são as próprias companhias telefônicas
encaixa com outros pacotes para criar o arquivo inteiro. que fornecem acesso à internet através de planos acordados
• Cada pacote viaja para a internet e para o com seus usuários.
computador que o solicitou. 3 → Provedor de Serviço
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46 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Os dados de internet que irão trafegar na rede no www e possui suporte aos sistemas de informações e
precisam de um meio para seu transporte até os usuários, e hipermídia.
são as empresas provedoras de serviço as responsáveis por
este papel. Domínio
• Estas empresas recebem os dados do provedor de A terminação do endereço de um site pode variar, e ela
acesso e distribuem aos usuários por variados meios (via é quem define a categoria do site.
rádio, fibra ótica, etc.). O Comitê Gestor da Internet possui um catálogo.
• São empresas que devem ser regulamentadas pela Ele fica no endereço http://registro.br.
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicação) e podem ser
prestadores de serviço de rede, companhias telefônicas e Veja algumas das atribuições mais comuns:
empresas de telecomunicação. .COM = indica o endereço de um determinado site
4 → Usuário Final comercial (com é abreviatura de comercial).
• Ao chegar no usuário final, o sinal da internet pode .ORG = indica o endereço de um determinado site de
repetir todo o caminho novamente, mas na forma inversa, já organização sem fins lucrativos, como ONGs, por exemplo.
que o usuário final também envia sinais (suas requisições) .GOV = endereços de determinado sites que sejam do
para a internet. governo, como ministérios, governos estaduais e municipais,
etc.
RESUMO DOS CAMINHOS .BR = indica que o site é brasileiro. Cada país tem sua
• Em resumo, os dados enviados pelos usuários são sigla de identificação.
transportados pelo provedor de serviço, enviados para o
provedor de acesso e chegam novamente ao backbone. Protocolos
• A partir do backbone, o processo segue o mesmo Existem vários protocolos de internet, cada um com
caminho inicial até o próximo destino. uma finalidade diferente. Veja alguns:
• Para ter uma ideia do que acontece, veja o exemplo • Protocolo de internet HTTP (Hypertext Transfer
a seguir. Protocol): é o mais conhecido. Através dele é
• Para acessar um artigo online, é preciso abrir o possível navegar na internet, assistir vídeos, baixar
navegador e se conectar ao website que o contém. arquivos, etc. É utilizado largamente pelos
• Ao fazer isso, o computador envia uma requisição navegadores de internet para permitir a
eletrônica pela conexão de internet para o provedor de visualização de páginas e sites.
acesso. • Protocolo de internet HTTPS (Hypertext Transfer
• Este provedor roteia o pedido para um servidor Protocol Secure): é uma variação do HTTP, só que
adiante na cadeia da internet. mais seguro, para evitar fraudes e possibilitar
• Esse pedido vai atingir um DNS (servidor de nome de transações financeiras no mundo digital.
domínio). • Protocolo de internet FTP (File Transfer Protocol):
• Esse servidor vai então procurar por um nome de protocolo destinado a transferência de arquivos.
domínio que corresponda com o nome de domínio que a • Protocolo de internet SMTP (Simple Mail Transfer
pessoa digitou no campo de endereço do navegador (como Protocol): protocolo usado para troca de email
www.google.com). entre as pessoas. Envia mensagens eletrônicas
• Se ele encontrar a correspondência, ele vai entre computadores.
redirecionar o pedido ao endereço IP apropriado do servidor. • Protocolo de internet POP3 (Post Office Protocol
• Se não encontrar, ele irá enviar o pedido a um nível versão 3): é voltado para recebimento de
mais alto da cadeia para um servidor que tenha mais mensagens. Ao enviar mensagens eletrônicas é
informação. usado o protocolo SMTP, e para o recebimento é
• Ao achar o servidor requisitado, ele vai responder usado o protocolo POP3 (ou IMAP). Eles se
enviando o arquivo requisitado em uma série de pacotes. complementam.
• Quando os pacotes chegam até o computador que o
requisitou, o dispositivo (computador usado, por exemplo) os [NAVEGADOR
arranja de acordo com as regras dos protocolos. • O navegador (ou browser) é um programa que
permite visualizar o conteúdo da rede em sua forma gráfica
ENTENDER A INTERNET ao invés de códigos HTML (linguagem usada para montar o
WWW site).
• É a sigla para World Wide Web, que pode se traduzir • Na arquitetura cliente-servidor definida pelo www, o
como “teia do tamanho do mundo” e, tal como uma teia, a navegador é o lado cliente.
www é capaz de conectar o mundo. • Para que o navegador funcione corretamente, o
• O www reúne várias mídias interligadas por sistemas Identificador Uniforme de Recursos (URI, de Uniform
eletrônicos de comunicação e executadas na internet. Resource Identifier) precisa ser conhecido pelo usuário.
• Os arquivos e documentos da www, ou web, pode • O URI é uma cadeia de caracteres compacta que
estar na forma de vídeos, hipertextos, sons e figuras, por isso podem ser usadas para identificar ou denominar um recurso
é considerada um sistema hipermídia. da internet.
• Ela funciona a partir de três parâmetros: • Ele é usado como endereço de um website e
URL – especifica o endereço que cada página vai geralmente começa com “http:”.
receber. É como ela vai ser encontrada quando os usuários • Este prefixo funciona de maneira a identificar um
digitarem. conteúdo como parte de um Protocolo de Transferência de
HTTP – é um protocolo de comunicação que permite a Hipertexto (http).
transferência de informação entre redes. • Os navegadores suportam mais do que páginas
HTML – é um método de codificar a informação da escritas em código HTML.
internet, para ser exibida de diversas formas. • Eles podem processar sons, imagens, vídeos, etc.
Juntos, esses parâmetros trabalham da seguinte
forma: o hipertexto é codificado com a linguagem HTML, que Cliente-servidor
possui marcas de codificação interpretadas pelos clientes • A ideia por trás da arquitetura cliente-servidor é
www. O protocolo HTTP realiza a transferência de informação estruturar o sistema como um conjunto de processos
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 47
cooperativos (servidores) que oferecem serviços aos ENCONTRE SITES SIMILARES
processos de usuário (clientes). Você encontrou um site que vende livros usados e quer
• A comunicação entre processos no modelo cliente- encontrar outros que façam a mesma coisa? Então o Google
servidor se dá através da troca de mensagens. pode ajudar. Vamos tomar como exemplo o site Estante
• Esse modelo faz uso de protocolos simples de Virtual. Para encontrar páginas semelhantes a ele, pesquise
comunicação, do tipo requisição-resposta. por related:estantevirtual.com.
• Para obter um serviço, um cliente envia uma
requisição ao servidor. USE HIFENS PARA EXCLUIR PALAVRAS
• Este executa as operações associadas ao serviço e Outro recurso para aprimorar os resultados de uma
envia uma resposta ao cliente. busca é a utilização de hifens para eliminar de suas pesquisas
• Um servidor www fica a espera de requisições de termos indesejados. Por exemplo, se você quer buscar sobre
usuário (navegadores) pedindo por informações. Cavalo de Troia, é bem provável que encontre respostas tanto
• O HTTP é o protocolo utilizado. sobre o histórico presente de madeira dado pelos gregos aos
seus rivais troianos quanto sobre o vírus de computador.
O Que é HTML Se você digitar cavalo de troia -grécia, os resultados
• HTML é uma abreviação de HyperText Markup vão automaticamente excluir os resultados que envolvam a
Language ou, em português, Linguagem de Marcação de figura histórica e focar apenas na sua versão digital. O
Hipertexto. exemplo pode ser aplicado a diversas outras funções,
• É uma linguagem de marcação usada para produzir auxiliando você a eliminar resultados desnecessários antes
páginas na web, e é o que o navegador lê para apresentar a mesmo que eles sejam encontrados.
página ao usuário em frente ao computador.
• Linguagem de marcação é uma linguagem com uma PESQUISE COM ASTERISCO
sintaxe específica que fornece instruções ao navegador sobre O asterisco funciona como um recurso coringa nas
como exibir uma página. buscas, ou seja, ao incluí-lo em uma pesquisa, o Google o
• A HTML distingue e separa o “conteúdo” (palavras, substitui por qualquer palavra. Se você busca por “cachorro
imagens, vídeos, etc.) de sua “forma de apresentação” quente com *”, os resultados trarão a frase acompanhada de
(instruções sobre como determinado tipo de conteúdo deve diversos outros termos.
ser exibido).
• Ela usa um conjunto pré-definido de elementos para INFORMAÇÕES NO TÍTULO, NA URL OU NO TEXTO
identificar os diversos tipos de conteúdo. Dois recursos interessantes do Google permitem que
Obs: O HTML é um “padrão vivo” e está em constante você busque por informações que estão exclusivamente no
evolução. A versão mais atual do padrão HTML é o HTML5, título de uma página ou então em sua URL. Se você pesquisa
que traz novas funcionalidades e possibilita o uso de novos intitle:campeonato brasileiro, os resultados estarão cheios de
recursos. opções com os termos “campeonato brasileiro” no título das
páginas.
BUSCANDO INFORMAÇÕES NA INTERNET Já a opção inurl:surf vai trazer apenas páginas com o
(PESQUISA NA WEB) termo “surf” na URL. Se você quer que os resultados venham
apenas do conteúdo textual de uma página, então utilize ao
A busca de informações na internet se dá através dos
prefixo intext:.
catálogos de busca que são sites especializados em buscas
na internet. As buscas são feitas a partir de palavras ou
expressões-chave fornecidas pelo usuário. Por exemplo, se
você procurar a expressão Memória em um catálogo, ele trará REDES SOCIAIS
os sites onde Memória aparece como a temática principal.
Redes sociais são facilitadores de conexões sociais
Busca Específica entre pessoas, grupos ou organizações que compartilham dos
Por exemplo, imagine que você quer pesquisar sobre mesmos valores ou interesses, interagindo entre si. Esse
computação gráfica. Se digitar desta maneira no campo de conceito foi ampliado com a Internet e a criação das mídias
busca, obterá respostas sobre computação e sobre gráfica, sociais.
mesmo que as duas palavras estejam separadas na página. Antes de representar tudo o que conhecemos hoje,
Mas se você colocar estas duas palavras dentro de redes sociais significava simplesmente um grupo de pessoas
aspas (“”), o site de busca entenderá que deverá procurar relacionadas entre si.
somente quando elas estiverem juntas na mesma frase. Pense nos grupos de amigos que você tem, sejam eles
Junto ao resultado encontrado, ele trará uma breve da faculdade, do trabalho ou mesmo sua família. Cada um
descrição do site e ao ser clicado no link ele o redirecionará. desses grupos é uma rede social que você tem. Parece pouco
perto de como vemos as redes sociais atualmente, não é
mesmo? No entanto, essa premissa continua viva dentro das
OUTROS RECURSOS DE PESQUISA mídias que utilizamos atualmente.
PESQUISAR DENTRO DE UM INTERVALO DE NÚMEROS Afinal, a principal função de uma rede social é conectar
Coloque .. entre dois números. Por exemplo, câmera pessoas dentro do mundo virtual, seja para construir novas
$50..$100. conexões sociais ou apenas manter já existentes.
É inegável o sucesso obtido pelas redes sociais que
PESQUISE EM UM SITE ESPECÍFICO conhecemos, como Facebook e WhatsApp. Dificilmente
Vamos supor que você está atrás de informações conseguimos pensar nossas interações sociais sem a
sobre o Google, então usar o buscador pode ser uma ótima presença delas e isso mostra a força dessas plataformas, que
opção para isso. Mas se você quiser ver o que o Canaltech já tomam conta do mundo como conhecemos.
publicou sobre o Google, por exemplo, pode fazer isso de um
jeito bem simples. Social media
Abra o buscador e digite: google site:canaltech.com.br. Social media é o profissional que trabalha diretamente
Assim, você conta à página que quer pesquisar sobre o termo com perfis de redes sociais.
google apenas no site canaltech.com.br Seu papel é gerenciar essas páginas, cuidando de
conteúdos, métricas, interações e relatórios relacionados ao
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48 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
desempenho das empresas na plataforma. A seguir, entenda Esse é, talvez, o modelo mais tradicional de rede social
melhor o que faz o social media e o impacto da sua atuação. e que, com o passar das gerações, sempre esteve presente.
Atende o público
O atendimento é parte das obrigações desse
profissional, já que as redes sociais são um dos principais
canais de relacionamento com o público. Número de usuários: + 2,6 bilhões
O social media precisa estar atento às caixas de O Facebook é a maior rede social do mundo. E não é
comentários e de mensagem privada, pois é por elas que as atoa: nenhuma outra na história da Internet conseguiu reunir
solicitações surgem. Atender de maneira humanizada e tão bem em um lugar só tudo que seu usuário precisa.
atenciosa são alguns dos deveres do social media. Além de ser focada em seus usuários, ela é uma das
maiores formas de geração de oportunidades e aquisição de
Quais são os principais tipos de redes sociais? clientes para qualquer empresa.
Redes sociais têm diferentes propostas, e é isso que
faz delas tão interessantes. Há opções para todos os gostos Os principais benefícios do Facebook
de usuários e, consequentemente, para todos os segmentos Maior rede social do mundo: todas as marcas e grande
de mercado. parte das pessoas do mundo estão lá e, apesar da
Toda empresa pode se posicionar nessas plataformas, concorrência por atenção lá dentro, o volume de procura é
criar relacionamento com o público e oferecer conteúdo gigantesco;
regularmente, basta saber qual é a rede social certa. Oportunidade de fazer diferente: a rede pode ser
Há, basicamente, três tipos atualmente: considerada uma oportunidade de entregar conteúdo
relacionamento, entretenimento e network. relevante e de forma inovadora. Uma estratégia interessante
A seguir, entenda melhor cada uma delas, qual o foco, é por meio do uso personalizado do Messenger, um aplicativo
quais redes compõem as categorias e como cada uma pode de mensagens integrado à plataforma e que conta com mais
ser explorada. de 1,3 bilhões milhões de usuários ativos;
Vender é mais fácil no Facebook: quem nunca entrou
Relacionamento em um grupo de vendas no Facebook? A verdade é que o
As redes sociais de relacionamento são aquelas Facebook reúne marcas e compradores na maior plataforma
focadas em criar um espaço para que pessoas se conectem, online do mundo. Quer maior oportunidade de vendas que
compartilhem experiências cotidianas e criem uma rede de essa?
amigos.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 49
YOUTUBE Falar de redes sociais atualmente e não dar o devido
destaque ao Instagram é um grande erro. Uma das mídias
sociais com maior crescimento nos últimos anos, a previsão é
de uma expansão ainda maior para os próximos anos,
Número de usuários: + 2 bilhões considerando as funcionalidades que surgem a todo momento
Estamos vivenciando o auge do Youtube. É quase e o crescente número de usuários.
impossível não ver pelo menos um vídeo dessa rede social Os milhões de usuários da rede aproveitam das
em seu dia. Muito disso se deve a crescente presença de inúmeras possibilidades que o aplicativo de compartilhamento
conteúdos audiovisuais no marketing digital. de fotografias oferece desde compartilhar momentos diários
A plataforma de compartilhamento de vídeos permite a com o Instagram Stories até interagir e comentar nas
disseminação em massa de vídeos, onde atualmente existem postagens de amigos e familiares, criando uma verdadeira
verdadeiras comunidades. Sejam eles influenciadores ou rede social nessa plataforma.
empresas tentando transmitir seu conteúdo, o Youtube se Como o Instagram é a maior rede social com foco em
tornou uma mídia imprescindível para qualquer indivíduo. conteúdo visual, ela apresenta grandes oportunidades tanto
Fundado em 2005 e comprada pelo Google em 2006, para empresas quanto para indivíduos.
ela tem tudo para continuar seu crescimento gigantesco nos
próximos anos. Os principais benefícios do Instagram
Oportunidades infinitas: com tantas funcionalidades, o
Os principais benefícios do Youtube Instagram é um poço de oportunidades para qualquer marca.
Potencial do conteúdo audiovisual: 5 bilhões de vídeos As postagens no feed e no Stories funcionam como
são assistidos no Youtube todos os dias e esse número tende possibilidade de expor produtos e serviços da marca;
a crescer ainda mais. Estima-se que, até 2020, 80% do Inovações constantes: e por que isso é vantajoso para
tráfego da Internet deve vir de conteúdo audiovisual; você? Pense comigo: cada inovação é uma nova chance de
Conteúdo diferenciado: assim como algumas outras relacionar com seu consumidor de forma interativa e de
mídias, o Youtube permite uma gama de conteúdos e dinamizar seu conteúdo, potencializando seus resultados
dinâmicas diferenciadas. Sabemos como é possível dentro desta rede social;
diversificar o que você mostra para o seu público por meio de Visibilidade: nós sabemos o quanto conteúdos visuais
vídeos; são atrativos e oportunidades imperdíveis de mostrar um
Monetização: atualmente sabemos que existem pouquinho da sua empresa e seus produtos.
pessoas que vivem apenas de seus vídeos no Youtube e a Existem várias dicas incríveis para conseguir utilizar
mídia social já criou verdadeiras celebridades. Muito disso é todo o potencial dessa ferramenta, como fazer lives para
devido à possibilidade você monetizar seus vídeos e garantir trazer autenticidade para sua estratégia, utilizar o Stories para
uma grande receita. gerar tráfego, saber aproveitar o algoritmo do Instagram, entre
outras maneiras de bombar nessa rede.
Whatsapp
TikTok
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50 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tudo do mundo dos negócios está nessa rede e ela II. Área de Exibição (central): onde você
possui cada vez mais influência e relevância nesse meio. visualizará o conteúdo do site;
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 51
CONFIGURAÇÕES
1 – Para definir a pasta onde os downloads serão 5 - Para alterar o endereço de página inicial e de nova
automaticamente salvos, clique no menu Ferramentas, aba, a aba Início do comando Configurações que se
comando Configurações, aba Geral;. encontra no menu Ferramentas, permite realizar esta
alteração. Veja na figura abaixo:
Atalhos no Firefox
Nova aba CTRL+T
Alternar entre abas abertas CTRL+TAB
Nova janela CTRL+N
Limpar dados de navegação CTRL+SHITF+DEL
4 – É possível configurar se o Firefox deve armazenar Iniciar navegação privativa CTRL+SHIFT+P
os dados de navegação ou não, e Configurações, configurar Imprimir CTRL+P
o que deve ser armazenado. A aba privacidade e segurança Exibir no modo tela inteira F11
do comando opções que se encontra no menu Ferramentas, Localizar CTRL+F
permite essa configuração como mostra a figura a seguir: Adicionar página aos favoritos CTRL+D
Exibir/ocultar barra favoritos CTRL+SHIFT+B
Abrir painel favoritos CTRL+B
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52 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Abrir biblioteca com histórico CTRL+SHIFT+H phishing ou malware durante sua navegação na web, você
Abrir painel histórico CTRL+H receberá uma página de aviso, como a página abaixo.
Página inicial ALT+HOME Um ataque de phishing acontece quando alguém se
Abrir biblioteca com downloads CTRL+J passa por outra pessoa para persuadir você a compartilhar
Selecionar tudo CTRL+A informações pessoais ou sigilosas, especialmente usando um
Aumentar zoom CTRL+ + site da web falso. Por sua vez, um malware é um software
Reduzir zoom CTRL+ - instalado na sua máquina, normalmente sem seu
Zoom normal CTRL+0 conhecimento, que é projetado para danificar seu computador
ou roubar informações da sua máquina.
GOOGLE CHROME
Modo de navegação anônima
Quando não quiser que suas visitas a websites ou
downloads sejam gravados em seus históricos de navegação
e download, você poderá navegar no modo de navegação
anônima. Além disso, todos os cookies criados durante a
navegação no modo de navegação anônima são excluídos
depois que todas as janelas anônimas abertas são fechadas.
A barra fornece sugestões para pesquisas e endereços Excluir cache e outros dados do navegador
da web enquanto você digita, bem como uma funcionalidade Você tem controle total sobre seus dados de
de preenchimento automático para ajudar a obter aquilo que navegação. Esses dados incluem coisas como seu histórico
você procura com apenas alguns toques de tecla. de navegação e de download e dados de formulários salvos.
Use a caixa de diálogo "Limpar dados de navegação" para
Navegação segura excluir todos os seus dados ou apenas uma parte deles,
O Google Chrome mostrará uma mensagem de aviso coletados durante um período específico.
antes de você visitar um site suspeito que possa
conter malware ou phishing. Excluir todos os seus dados
1.Clique no menu do Google Chrome na barra de
ferramentas do navegador.
2.Selecione Ferramentas.
3.Selecione Limpar dados de navegação.
4.Na caixa de diálogo que aparece, marque as caixas
de seleção dos tipos de informações que você deseja
remover.
1. Use o menu localizado na parte superior
para selecionar a quantidade de dados que
deseja excluir. Selecione desde o começo para
excluir tudo.
5.Clique em Limpar dados de navegação.
Os principais recursos do chrome estão centralizados
no botão personalizar e controlar o Google chrome , no
canto superior direito da janela.
Com a tecnologia Navegação segura ativada no
Google Chrome, caso encontre um site suspeito de conter
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 53
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54 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
sistema bem desenvolvido para evitar reservas de quartos • Segurança: aqui, o foco é manter todo o ambiente
para dois clientes ao mesmo tempo. tecnológico protegido, evitando os chamados
Além de levar em conta aspectos como desempenho ciberataques, bem como o monitoramento de
(é indesejável que a aplicação fique lenta ou instável), tentativas de invasão e uso inadequado dos
disponibilidade (o sistema não pode ficar inoperante quando serviços;
em uso) e segurança (para evitar roubo de dados, pr • Suporte técnico: uma das áreas mais conhecidas,
exemplo), o departamento de TI precisa tomar decisões bem na qual o trabalhador se torna responsável por
ponderadas para evitar desperdício de recursos ou gastos resolver imprevistos e evitar que estes aconteçam;
inesperados. • Desenvolvimento de e-commerce: nesse âmbito o
Tome como base este exemplo: se uma empresa profissional se torna responsável por desenvolver o
renova seu parque de computadores comprando máquinas sistema das lojas virtuais como um todo;
com placas de vídeo muito potentes para funcionários que • Administração de banco de dados: a atuação do
apenas precisam acessar sistemas internos e ferramentas de profissional aqui é gerenciar e monitorar dados
escritório (como o Microsoft Office), estará fazendo um gasto importantes para empresas que estão em um banco
desnecessário. de dados;
Placas de vídeo potentes são caras e, por isso, devem
ser direcionadas somente aos profissionais que realmente se O profissional de TI
beneficiam delas, como editores de vídeo ou desenvolvedores As tarefas de planejamento, gerenciamento,
de jogos. Comprar computadores de boa qualidade não desenvolvimento, implementação, manutenção, atualização,
significa adquirir as opções mais sofisticadas, mas aquelas segurança, otimização e suporte relacionadas a soluções
que possuem os recursos necessários para cada atividade. computacionais cabem aos profissionais de TI.
Outro exemplo: uma empresa com 20 funcionários Mas não existe um "faz-tudo" aqui. Por causa de sua
adquiriu um servidor para compartilhamento e amplitude, a área de Tecnologia da Informação pode ser
armazenamento de arquivos em rede que suporta 500 dividida em vários setores, como você viu acima, do mesmo
usuários simultâneos. Se a companhia não tiver expectativa modo que a medicina conta com numerosas especializações,
de aumentar significativamente o seu quadro de funcionários, por exemplo.
comprar um servidor como esse é o mesmo que adquirir um Nesse sentido, podemos encontrar atuando no
ônibus para uma família de cinco pessoas. mercado profissionais de TI para cada um dos seguintes
Tem mais: se esse servidor parar de funcionar, os segmentos: banco de dados, análise de dados (como os
arquivos ficarão indisponíveis, situação que certamente profissionais que lidam com Big Data), desenvolvimento,
atrapalhará as atividades da empresa. Não seria o caso, infraestrutura, redes (incluindo aqueles vinculados ao setor de
então, de adquirir um servidor mais adequado ao porte da telecomunicações), segurança, suporte ao usuário, gestão de
empresa ou, dependendo das circunstâncias, adotar uma recursos, entre outros.
solução mais flexível, como um serviço baseado em Para cada um desses segmentos, há subdivisões. Por
computação nas nuvens? exemplo, em desenvolvimento, há profissionais que atuam
Esses exemplos mostram que, independentemente do apenas com softwares comerciais (como ERP), outros que
ramo de negócio ou atuação, a Tecnologia da Informação faz trabalham com criação de aplicativos para dispositivos
parte das "engrenagens" que movem empresas e demais móveis, aqueles que atuam em sistemas web e assim por
organizações, por isso, precisa ser tratada com prioridade — diante.
decisões acertadas trarão resultados positivos; omissões ou Via de regra, interessados em seguir carreira na área
precipitações terão consequências ruins. de TI fazem cursos como ciência da computação, engenharia
Por ter tamanha relevância, a TI acaba tendo íntima da computação e sistemas de informação. Mas essas não são
relação com rotinas de planejamento estratégico, controle as únicas opções. Há vários tipos de cursos de TI, inclusive
financeiro, gestão de projetos e, claro, recursos humanos — com foco técnico, como tecnologia em redes, tecnologia em
ou seja, as funções desempenhadas pelos profissionais de TI. banco de dados e tecnologia em gestão.
Um departamento de TI pode ser dividido em pelo
menos três áreas:
• Governança de TI: reúne profissionais e recursos
que lidam com processos, políticas, normas, COMPUTAÇÃO EM NUVEM
estratégias e análises ligadas à TI. Essa é uma área A computação em nuvem é o fornecimento de serviços
mais gerencial, por assim dizer; de computação, incluindo servidores, armazenamento,
• TI operacional: concentra profissionais e recursos bancos de dados, rede, software, análise e inteligência, pela
que colocam a Tecnologia da Informação no dia a dia Internet (“a nuvem”) para oferecer inovações mais rápidas,
da organização. Inclui divisões como suporte recursos flexíveis e economias de escala. Você normalmente
técnico, implementação de sistemas, análises de paga apenas pelos serviços de nuvem que usa, ajudando a
segurança, entre outros; reduzir os custos operacionais, a executar sua infraestrutura
• Infraestrutura de TI: é a parte que lida com com mais eficiência e a escalonar conforme as necessidades
equipamentos (como servidores, parque de PCs e da sua empresa mudam.
roteadores de rede) e estruturas de comunicação
(como cabeamento de rede), por exemplo. Principais benefícios da computação em nuvem
Essas divisões podem trabalhar em conjunto ou, ainda, A computação em nuvem é uma grande mudança na
ter ligação com setores externos. forma tradicional de pensamento adotada pelas empresas
Leve em conta também que, dependendo do ramo de sobre os recursos de TI. Conheça seis motivos comuns pelos
atuação ou do porte do negócio, uma empresa pode ter outras quais as organizações estão adotando os serviços de
divisões internas ligadas à TI, como uma área dedicada computação em nuvem:
exclusivamente a desenvolvimento de software e outras
áreas. Exemplos;
Custo
• Programação: campo de desenvolvimento de
A computação em nuvem elimina o gasto de capital
softwares usados por empresas, pessoas, portais
com a compra de hardware e software, configuração e
eletrônicos e sites, bem como a manutenção destes
execução de datacenters locais, incluindo racks de
produtos;
servidores, disponibilidade constante de eletricidade para
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 55
energia e refrigeração, além de especialistas de TI para o fornecer email baseado na Web, aplicativos de escritório
gerenciamento da infraestrutura. Tudo isso contribui para o online, armazenamento e ambientes de desenvolvimento e
alto custo da computação. teste.
Os serviços contratados podem ser desligados em
horários predeterminados, para economia de custos. Vantagens das nuvens públicas:
Redução de custos – não há necessidade de comprar
hardware ou software e você paga somente pelos serviços
Produtividade
que usa.
Datacenters locais normalmente exigem pilhas de
Sem manutenção – seu provedor de serviços fornece
equipamentos e implementações, tais como configuração de
a manutenção.
hardware, correção de software e outras tarefas demoradas
Escalabilidade quase ilimitada – recursos sob
de gerenciamento da TI. A computação em nuvem remove a
demanda estão disponíveis para atender às suas
necessidade de muitas destas tarefas, para que as equipes
necessidades de negócios.
de TI possam investir seu tempo na obtenção de suas metas
Alta confiabilidade – uma ampla rede de servidores
comerciais mais importantes.
assegura contra falhas.
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60 NOÇÕES DE INFORMÁTICA
e que contém o fogo em casos de incêndio. O firewall da Os worms (vermes) podem ser interpretados como um
informática faz jus ao nome, funcionando de maneira análoga tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal
ao mecanismo de contenção de fogo. Ao invés de barrar o diferença entre eles está na forma de propagação: os worms
avanço deste, age interceptando e impedindo a difusão de podem se propagar rapidamente para outros computadores,
conexões não autorizadas e/ou nocivas em uma rede. seja pela Internet, seja por meio de uma rede local.
Um firewall trabalha controlando o tráfego em uma Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o
rede, usando para isso um conjunto de regras. Ele determina usuário só nota o problema quando o computador apresenta
qual o conteúdo poderá trafegar pela rede, bem como as alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentesé a
conexões que serão aceitas ou negadas. Se, por exemplo, um gama de possibilidades de propagação. O worm pode
hacker tentar acessar a rede, ou até mesmo um único capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar
computador ligado à internet, e há um firewall configurado serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios ou
adequadamente, o acesso dele será interceptado e qualquer outro meio que permita a contaminação de
bloqueado. O mesmo vale para os worms, pragas que utilizam computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.
a rede para se disseminarem.
Os firewalls podem se apresentar sob duas formas: Rootkit
software e hardware. A primeira, mais comum, são programas é um tipo de software, muitas das vezes malicioso,
que o usuário instala na máquina para realizar o controle das projetado para esconder a existência de certos processos ou
conexões, tanto as que entram, como as que saem. programas de métodos normais de detecção e permitir
Já sob a forma de hardware, temos equipamentos contínuo acesso privilegiado a um computador.
específicos que reforçam a segurança de uma rede. Esses Quando algum sistema operacional efetua um pedido
geralmente são empregados em redes de grande porte, de leitura de um arquivo, o rootkit intercepta os dados que são
principalmente em empresas que necessitam de mais requisitados e faz uma filtragem dessa informação, deixando
segurança a suas máquinas, uma vez que são equipamentos o sistema ler apenas arquivos não infectado. Desta forma, o
nem um pouco baratos. antivírus ou qualquer outra ferramenta ficam impossibilitados
Embora utilizar os dois tipos seja o ideal para reforçar de encontrar o arquivo malicioso.
a segurança de uma rede, dispor de um bom software e Spywares são programas que ficam "espionando" as
navegar com cautela pela Iinternet são medidas triviais que atividades dos internautas ou capturam informações sobre
ajudarão, e muito, a impedir que o computador — ou rede — eles. Para contaminar um computador, os spywares podem
seja invadido por um hacker. vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem
baixados automaticamente quando o internauta visita sites de
conteúdo duvidoso.
AMEAÇAS NA SEGURANÇA Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
VÍRUS destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O
Os vírus representam um dos maiores problemas para objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
usuários de computador. Consistem em pequenos programas Hijackers são programas ou scripts que "sequestram"
criados para causar algum dano ao computador infectado, navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
seja apagando dados, seja capturando informações, seja Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do
alterando o funcionamento normal da máquina. browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas
em pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas
Vírus de Macro no navegador e podem impedir acesso a determinados sites
É um tipo de vírus que afetam os documentos do Office (como sites de software antivírus, por exemplo).
da Microsoft (Word, Excel e outros.). Bot é um programa que dispõe de mecanismos de
comunicação com o invasor que permitem que ele seja
Vírus de Boot controlado remotamente.
São vírus que infectam o computador copiando-se Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares
para o setor de boot do HD (Setor MBR). de computadores zumbis e que permite potencializar as ações
danosas executadas pelos bots.
Outros tipos de pragas Ransomware é um tipo de código malicioso que torna
Existe uma variedade de programas maliciosos, inacessíveis os dados armazenados em um equipamento,
chamadas de "pragas digitais", que não são exatamente vírus. geralmente usando criptografia, e que exige pagamento de
A definição do que a praga é ou não é depende de suas ações resgate (ransom) para restabelecer o acesso ao usuário.
e formas de contaminação. Mesmo havendo essa distinção, é
comum dar o nome de vírus para generalizar todos os tipos Phishing e Pharming
de pragas. Os outros tipos mais comuns são vistos a seguir: A palavra phishing tem como significado uma
corruptela do verbo inglês fishing(pescar, em português) e é
Cavalo-de-tróia utilizada para designar alguns tipos de condutas fraudulentas
Cavalos-de-tróia (trojans) são um tipo de praga digital que são cometidas na rede. É uma espécie de fraude que furta
que, basicamente, permitem acesso remoto ao computador dados de identidade, senha de banco, número de cartão de
após a infecção. Os cavalos-de-tróia podem ter outras crédito, informação confidencial de empresa, fotos íntimas
funcionalidades, como captura de dados do usuário e disponíveis em um equipamento, entre outras.
execução de instruções presentes em scripts. Entre tais Explora uma marca com credibilidade no mercado ou
instruções, podem haver ordens para apagar arquivos, mesmo site de bancos para levar o destinatário a abrir o seu
destruir aplicativos, entre outros. e-mail ou a clicar em um endereço, instalando, assim, um
Quando um cavalo-de-tróia permite acesso ao arquivo malicioso que busca os dados de contas bancárias
computador, o que ocorre é que a praga passa a utilizar portas juntamente com suas respectivas senhas e envia para o
TCP e de alguma maneira informa a seu criador a infrator de forma remota. O infrator as utiliza para fazer saques
"disponibilidade" daquele computador. Ainda, a praga pode se e movimentações bancárias ou outras operações em nome da
conectar a servidores e executar instruções que estejam vítima.
disponíveis no momento do acesso. Esse tipo de ataque é conhecido como engenharia
social, pois manipula a inocência da vítima ou sua negligência
Worm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA 61
em não se dar conta dos riscos que corre na internet. A .PDF → Formato portável (pode ser lido por vários
categoria delituosa em questão consiste exatamente nisso: programas, incluindo navegador web) de texto e imagem de
em "pescar" ou "fisgar" qualquer incauto ou pessoa exibição universal, criado pela Adobe.
desavisada, não acostumada com esse tipo de fraude, .HTML → Linguagem de marcação de hipertexto,
servindo a mensagem de e-mail como uma isca, uma forma formato portável para exibição de texto, imagens, multimídia
de atrair a vítima para o site falso (onde será perpetrado o em web pages.
golpe de furto de suas informações pessoais). O phishing, Imagens/fotos/figuras – BMP, PNG, JPG/JPEG,
portanto, é uma modalidade de spam, em que a mensagem, GIF...
além de indesejada, é também fraudulenta (scam). Áudio – WAV (sem compressão/alta qualidade), MP3,
As mensagens de phishingscam geralmente AAC, FLAC (com compressão e com alta qualidade)
aparentam ser provenientes de uma fonte confiável. Os Vídeo – WMV, MP4, AVI, MKV, MOV, FLV, RMVB...
fraudadores manipulam o campo do cabeçalho da mensagem
(campo "de:" ou "from:") com o nome do remetente de forma
a que o destinatário pense ser de fonte legítima. Os incidentes
de phishing têm crescido dramaticamente desde 2003.
QUESTÕES DE PROVAS - IDECAN
Recentemente tem sido registrada uma nova 01. (IDECAN - IFPA - Assistente em Administração - 2022)
modalidade de ataque phishing que não é perpetrada pelo Qual a denominação dada aos softwares desenvolvidos
envio de mensagens de email. Trata-se de um tipo de golpe com uma finalidade específica, que são utilizados em
que redireciona os programas de navegação (browsers) dos tarefas usuais e corriqueiras no dia a dia dos usuários?
internautas para sites falsos. A essa nova categoria de crime A Sistemas Operacionais.
tem sido dado o nome de pharming.
B Linguagens de Programação.
O pharming opera pelo mesmo princípio do phishing,
ou seja, fazendo os internautas pensarem que estão C Softwares Básicos.
acessando um site legítimo, quando na verdade não estão. D Softwares Aplicativos.
Mas ao contrário do phishing que uma pessoa mais atenta
pode evitar simplesmente não respondendo ao e-mail
02. (IDECAN - IFPA - Assistente em Administração - 2022) Os
fraudulento, o pharming é praticamente impossível de ser
arquivos, em seus nomes, possuem o que chamamos de
detectado por um usuário comum da internet que não tenha
“extensões”. Qual a função de uma extensão de nome em
maiores conhecimentos técnicos.
um nome de arquivo?
Nesse novo tipo de fraude, os agentes criminosos se
valem da disseminação de softwares maliciosos que alteram A Determinar a origem do arquivo quanto ao sistema
o funcionamento do programa de navegação (browser) da operacional em que pode ser executado.
vítima. Quando ela tenta acessar um site de um banco, por B Exibir o sistema operacional ao qual pertence o arquivo, por
exemplo, o navegador infectado a redireciona para o spoof exemplo: .lin, Linux, .win, Windows.
site (o site falso com as mesmas características gráficas do C Determinar qual a origem do arquivo quanto a aplicação que
site verdadeiro). Os sites falsificados coletam números de o criou, o tipo de arquivo que ele é.
cartões de crédito, nomes de contas, senhas e números de D Determinar se o arquivo é de texto ou binário.
documentos. Isso é feito por meio da exibição de um pop-up
para roubar a informação antes de levar o usuário ao site real.
O programa mal-intencionado usa um certificado auto- 03. (IDECAN - IAGRO - Fiscal Estadual Agropecuário - Área
assinado para fingir a autenticação e induzir o usuário a Médico Veterinário – 2022) Pode-se afirmar que o
acreditar nele o bastante para inserir seus dados pessoais no hardware é a parte física que compõe um computador, ou
site falsificado. seja, o conjunto de aparatos eletrônicos, peças e
No crime de pharming, como se nota, a vítima não equipamentos, tanto internos quanto externos, que fazem
recebe um e-mail fraudulento como passo inicial da execução, o computador funcionar. A respeito do hardware de um
nem precisa clicar num link para ser levada ao site "clonado". computador, assinale a opção incorreta.
O pharming, portanto, é a nova geração do ataque de A Discos rígidos (HDDs) são exemplos de dispositivos de
phishing, apenas sem o uso da "isca" (o e-mail com a armazenamento que guardam informações de maneira
mensagem enganosa). O vírus reescreve arquivos do PC que não volátil.
são utilizados para converter os endereços de internet (URLs) B Os processadores trabalham com dois tipos de clocks: o
em números que formam os endereços IP (números interno e o externo. O clock interno do processador é
decifráveis pelo computador). Assim, um computador com menor que o clock externo, também chamado de
esses arquivos comprometidos leva o internauta para o site frequência de operação da placa mãe.
falso, mesmo que este digite corretamente o endereço do site
C Memórias SDRAM são um tipo específico de memória
intencionado.
DRAM que são sincronizadas com os ciclos da placa mãe
com o objetivo de otimizar o processador.
EXTENSÃO E ARQUIVO D Os SSDs (Solid-State Disks) são exemplos de dispositivos
Principais tipos de mídias(Arquivos); similares aos HDDs (Hard Drive Disks) mas que não
• Textos (incluindo números, tabelas...) possuem partes móveis eletromecânicas e por este motivo
• Gráficos, ilustrações e desenhos vibram menos e são mais silenciosos.
• Áudio/Som E Dados armazenados em um tipo de memória chamada
• Fotografia (Imagem estática) ROM (Read Only Memory) não são perdidos após o
• Vídeo (Imagem em movimento) desligamento do computador.
• Animações (Ilustrações/Desenhos animados)
05. (IDECAN - IFPA - Assistente em Administração - 2022) 10. ( IDECAN - CBM MS - Soldado do Corpo de Bombeiros –
Sobre as memórias principais RAM e ROM, assinale a 2022) O uso de computadores em ambientes de trabalho
alternativa correta. dependendo do tipo de informações armazenadas são
A Ambas são voláteis. importantes para a continuidade dos negócios. Assim, é
preciso proteger as informações de pessoas não
B Na memória ROM estão gravadas rotinas básicas do
autorizadas. Marque a opção que realiza o bloqueio
fabricante.
do Windows 10.
C Na memória RAM são armazenadas informações que não
A Tecla do logotipo do Windows + A
são suportadas pela ROM.
B Tecla do logotipo do Windows + B
D O usuário pode escrever e apagar na memória ROM.
C Tecla do logotipo do Windows + L
D Tecla do logotipo do Windows + P
06. (IDECAN - IAGRO - Fiscal Estadual Agropecuário - Área
Médico Veterinário – 2022) Em relação a utilização de E Tecla do logotipo do Windows + S
atalhos no sistema operacional Windows 10, assinale a
alternativa que relaciona corretamente a combinação de 11. (IDECAN - IFPA - Assistente em Administração - 2022) No
teclas utilizadas e a ação executada pelo respectivo sistema operacional Windows, em todas as suas versões,
atalho. a área mais à direita da Barra de Tarefas exibe vários
A CTRL + ALT + TAB - Seleciona múltiplos arquivos. aplicativos que estão em execução em segundo plano.
B ALT + TAB - Exibe e oculta a área de trabalho. Veja a imagem a seguir:
C WINDOWS + L - Abre o menu Localizar.
D F2 - Abre as configurações do sistema.
E WINDOWS + R - Abre o Executar.
08. (IDECAN - IFPA - Assistente em Administração - 2022) 12. (IDECAN - CBM MS - Oficial do Corpo de Bombeiros
Podemos utilizar em um mesmo computador mais de um Militar – 2022) Muitos arquivos são salvos na Área de
sistema operacional ao mesmo tempo, por exemplo: duas Trabalho para facilitar o acesso posterior, assim, como os
distribuições de Linux e uma de Windows ou uma de Linux aplicativos mais usados pelo usuário. Tendo como
e outra de Windows. Qual o sistema no Linux que controla referência o Sistema Operacional Windows 11, indique a
o uso do “multiboot” em um computador? opção de atalho que espia temporariamente a área de
trabalho.
A Grub.
A Tecla do logotipo do Windows + W
B Yast.
B Tecla do logotipo do Windows + X
C KDM.
C Tecla do logotipo do Windows + Y
D Gimp.
D Tecla do logotipo do Windows + Z
E Tecla do logotipo do Windows + vírgula (,)
09. (IDECAN - CBM MS - Oficial do Corpo de Bombeiros
Militar – 2022) Usamos a calculadora para realizarmos
diversos cálculos. Para acessar o aplicativo no sistema Gabarito: 01/C; 02/c; 03/b; 04/c; 05/B; 06/E; 07/A; 08/A; 09/D;
Operacional Windows 10 é preciso pressionar o 10/C; 11/C; 12/E
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA1
LEGISLAÇÃO E Art. 3º O Agente Comunitário de Saúde tem como
atribuição o exercício de atividades de prevenção de doenças
CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE e de promoção da saúde, a partir dos referenciais da
SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA Educação Popular em Saúde, mediante ações domiciliares ou
comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em
Prof. Sandro Garrido conformidade com as diretrizes do SUS que normatizam a
saúde preventiva e a atenção básica em saúde, com objetivo
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: de ampliar o acesso da comunidade assistida às ações e aos
Política Nacional de Vigilância em Saúde (Resolução do CNS serviços de informação, de saúde, de promoção social e de
nº 588, de 12 de julho de 2018). ................................... 7 proteção da cidadania, sob supervisão do gestor municipal,
distrital, estadual ou federal. (Redação dada pela Lei nº
Política Nacional de Atenção Básica (Portaria MS/SAS nº 13.595, de 2018)
2.436/2017). ............................................................... 13
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde – Lei 13.595, de 2018)
Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990 e alterações). . 35 I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. ...................... 45 II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Portaria de Consolidação Nº 4, de 28 de setembro de 2017: III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Anexo V - Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
(SNVE). ..................................................................... 49 V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 196 ao art. 200 da Constituição Federal/1988: Princípios VI - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). ......... 51 § 1º Para fins desta Lei, entende-se por Educação
Políticas de saúde pública no Brasil. ................................ 53 Popular em Saúde as práticas político-pedagógicas que
Normas Operacionais Básicas do SUS. ........................... 54 decorrem das ações voltadas para a promoção, a proteção e
Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS). ...... 69 a recuperação da saúde, estimulando o autocuidado, a
prevenção de doenças e a promoção da saúde individual e
Processo saúde-doença, epidemiologia e vigilância sanitária.
coletiva a partir do diálogo sobre a diversidade de saberes
................................................................................... 82
culturais, sociais e científicos e a valorização dos saberes
populares, com vistas à ampliação da participação popular no
SUS e ao fortalecimento do vínculo entre os trabalhadores da
LEI Nº 11.350/2006 E SUAS ALTERAÇÕES. saúde e os usuários do SUS. (Incluído pela Lei nº 13.595, de
Regulamenta o § 5º do art. 198 da Constituição, 2018)
dispõe sobre o aproveitamento de pessoal § 2º No modelo de atenção em saúde fundamentado
amparado pelo parágrafo único do art. 2º da na assistência multiprofissional em saúde da família, é
Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro considerada atividade precípua do Agente Comunitário de
de 2006, e dá outras providências. Saúde, em sua área geográfica de atuação, a realização de
Faço saber que o PRESIDENTE DA visitas domiciliares rotineiras, casa a casa, para a busca de
REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 297, de 2006, pessoas com sinais ou sintomas de doenças agudas ou
que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Renan Calheiros, crônicas, de agravos ou de eventos de importância para a
Presidente da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos saúde pública e consequente encaminhamento para a
do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação unidade de saúde de referência. (Incluído dada pela Lei nº
dada pela Emenda Constitucional nº 32, combinado com o art. 13.595, de 2018)
12 da Resolução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei: § 3º No modelo de atenção em saúde fundamentado
Art. 1º As atividades de Agente Comunitário de Saúde na assistência multiprofissional em saúde da família, são
e de Agente de Combate às Endemias, passam a reger-se consideradas atividades típicas do Agente Comunitário de
pelo disposto nesta Lei. Saúde, em sua área geográfica de atuação: (Incluído dada
pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 2º O exercício das atividades de Agente
Comunitário de Saúde e de Agente de Combate às Endemias, I - a utilização de instrumentos para diagnóstico
nos termos desta Lei, dar-se-á exclusivamente no âmbito do demográfico e sociocultural; (Incluído dada pela Lei nº 13.595,
Sistema Único de Saúde - SUS, na execução das atividades de 2018)
de responsabilidade dos entes federados, mediante vínculo II - o detalhamento das visitas domiciliares, com coleta
direto entre os referidos Agentes e órgão ou entidade da e registro de dados relativos a suas atribuições, para fim
administração direta, autárquica ou fundacional. exclusivo de controle e planejamento das ações de
§ 1º É essencial e obrigatória a presença de Agentes saúde; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Comunitários de Saúde na Estratégia Saúde da Família e de III - a mobilização da comunidade e o estímulo à
Agentes de Combate às Endemias na estrutura de vigilância participação nas políticas públicas voltadas para as áreas de
epidemiológica e ambiental. (Redação dada pela Lei nº saúde e socioeducacional; (Incluído dada pela Lei nº 13.595,
13.708, de 2018) de 2018)
§ 2º Incumbe aos Agentes Comunitários de Saúde e IV - a realização de visitas domiciliares regulares e
aos Agentes de Combate às Endemias desempenhar com periódicas para acolhimento e acompanhamento: (Incluído
zelo e presteza as atividades previstas nesta Lei. (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
dada pela Lei nº 13.595, de 2018) a) da gestante, no pré-natal, no parto e no
Art. 2º-A. Os Agentes Comunitários de Saúde e os puerpério; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Agentes de Combate às Endemias são considerados b) da lactante, nos seis meses seguintes ao
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, para parto; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
fins do disposto na alínea ‘c’ do inciso XVI do caput do art. 37
c) da criança, verificando seu estado vacinal e a
da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 14.536, de
evolução de seu peso e de sua altura; (Incluído dada pela Lei
2023)
nº 13.595, de 2018)
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2 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
d) do adolescente, identificando suas necessidades e compartilhadas com os demais membros da equipe, em sua
motivando sua participação em ações de educação em saúde, área geográfica de atuação: (Incluído dada pela Lei nº 13.595,
em conformidade com o previsto na Lei nº 8.069, de 13 de de 2018)
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); I - a participação no planejamento e no mapeamento
(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) institucional, social e demográfico; (Incluído dada pela Lei nº
e) da pessoa idosa, desenvolvendo ações de 13.595, de 2018)
promoção de saúde e de prevenção de quedas e acidentes II - a consolidação e a análise de dados obtidos nas
domésticos e motivando sua participação em atividades visitas domiciliares; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
físicas e coletivas; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) 2018)
f) da pessoa em sofrimento psíquico; (Incluído dada III - a realização de ações que possibilitem o
pela Lei nº 13.595, de 2018) conhecimento, pela comunidade, de informações obtidas em
g) da pessoa com dependência química de álcool, de levantamentos socioepidemiológicos realizados pela equipe
tabaco ou de outras drogas; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de saúde; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
de 2018) IV - a participação na elaboração, na implementação,
h) da pessoa com sinais ou sintomas de alteração na na avaliação e na reprogramação permanente dos planos de
cavidade bucal; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) ação para o enfrentamento de determinantes do processo
i) dos grupos homossexuais e transexuais, saúde-doença; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
desenvolvendo ações de educação para promover a saúde e V - a orientação de indivíduos e de grupos sociais
prevenir doenças; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) quanto a fluxos, rotinas e ações desenvolvidos no âmbito da
j) da mulher e do homem, desenvolvendo ações de atenção básica em saúde; (Incluído dada pela Lei nº 13.595,
educação para promover a saúde e prevenir de 2018)
doenças; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) VI - o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação
V - realização de visitas domiciliares regulares e de ações em saúde; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
periódicas para identificação e acompanhamento: (Incluído 2018)
dada pela Lei nº 13.595, de 2018) VII - o estímulo à participação da população no
a) de situações de risco à família; (Incluído dada pela planejamento, no acompanhamento e na avaliação de ações
Lei nº 13.595, de 2018) locais em saúde. (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
b) de grupos de risco com maior vulnerabilidade social, Art. 4º O Agente de Combate às Endemias tem como
por meio de ações de promoção da saúde, de prevenção de atribuição o exercício de atividades de vigilância, prevenção e
doenças e de educação em saúde; (Incluído dada pela Lei nº controle de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em
13.595, de 2018) conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão do
gestor de cada ente federado.
c) do estado vacinal da gestante, da pessoa idosa e da
população de risco, conforme sua vulnerabilidade e em § 1º São consideradas atividades típicas do Agente de
consonância com o previsto no calendário nacional de Combate às Endemias, em sua área geográfica de
vacinação; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) atuação: (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
VI - o acompanhamento de condicionalidades de I - desenvolvimento de ações educativas e de
programas sociais, em parceria com os Centros de Referência mobilização da comunidade relativas à prevenção e ao
de Assistência Social (Cras). (Incluído dada pela Lei nº controle de doenças e agravos à saúde; (Incluído dada pela
13.595, de 2018) Lei nº 13.595, de 2018)
§ 4º No modelo de atenção em saúde fundamentado II - realização de ações de prevenção e controle de
na assistência multiprofissional em saúde da família, desde doenças e agravos à saúde, em interação com o Agente
que o Agente Comunitário de Saúde tenha concluído curso Comunitário de Saúde e a equipe de atenção básica; (Incluído
técnico e tenha disponíveis os equipamentos adequados, são dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
atividades do Agente, em sua área geográfica de atuação, III - identificação de casos suspeitos de doenças e
assistidas por profissional de saúde de nível superior, membro agravos à saúde e encaminhamento, quando indicado, para a
da equipe: (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) unidade de saúde de referência, assim como comunicação do
I - a aferição da pressão arterial, durante a visita fato à autoridade sanitária responsável; (Incluído dada pela
domiciliar, em caráter excepcional, encaminhando o paciente Lei nº 13.595, de 2018)
para a unidade de saúde de referência; (Incluído dada pela IV - divulgação de informações para a comunidade
Lei nº 13.595, de 2018) sobre sinais, sintomas, riscos e agentes transmissores de
II - a medição de glicemia capilar, durante a visita doenças e sobre medidas de prevenção individuais e
domiciliar, em caráter excepcional, encaminhando o paciente coletivas; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
para a unidade de saúde de referência; (Incluído dada pela V - realização de ações de campo para pesquisa
Lei nº 13.595, de 2018) entomológica, malacológica e coleta de reservatórios de
III - a aferição de temperatura axilar, durante a visita doenças; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
domiciliar, em caráter excepcional, com o devido VI - cadastramento e atualização da base de imóveis
encaminhamento do paciente, quando necessário, para a para planejamento e definição de estratégias de prevenção e
unidade de saúde de referência; (Incluído dada pela Lei nº controle de doenças; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
13.595, de 2018) 2018)
IV - a orientação e o apoio, em domicílio, para a correta VII - execução de ações de prevenção e controle de
administração de medicação de paciente em situação de doenças, com a utilização de medidas de controle químico e
vulnerabilidade; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) biológico, manejo ambiental e outras ações de manejo
V - a verificação antropométrica. (Incluído dada pela integrado de vetores; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
Lei nº 13.595, de 2018) 2018)
§ 5º No modelo de atenção em saúde fundamentado VIII - execução de ações de campo em projetos que
na assistência multiprofissional em saúde da família, são visem a avaliar novas metodologias de intervenção para
consideradas atividades do Agente Comunitário de Saúde
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA3
prevenção e controle de doenças; (Incluído dada pela Lei nº III - (VETADO); (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
13.595, de 2018) 2018)
IX - registro das informações referentes às atividades IV - na identificação e no encaminhamento, para a
executadas, de acordo com as normas do SUS; (Incluído unidade de saúde de referência, de situações que,
dada pela Lei nº 13.595, de 2018) relacionadas a fatores ambientais, interfiram no curso de
X - identificação e cadastramento de situações que doenças ou tenham importância epidemiológica; (Incluído
interfiram no curso das doenças ou que tenham importância dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
epidemiológica relacionada principalmente aos fatores V - na realização de campanhas ou de mutirões para o
ambientais; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) combate à transmissão de doenças infecciosas e a outros
XI - mobilização da comunidade para desenvolver agravos. (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
medidas simples de manejo ambiental e outras formas de Art. 4º-B. Deverão ser observadas as ações de
intervenção no ambiente para o controle de vetores. (Incluído segurança e de saúde do trabalhador, notadamente o uso de
dada pela Lei nº 13.595, de 2018) equipamentos de proteção individual e a realização dos
§ 2º É considerada atividade dos Agentes de Combate exames de saúde ocupacional, na execução das atividades
às Endemias assistida por profissional de nível superior e dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de
condicionada à estrutura de vigilância epidemiológica e Combate às Endemias. (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
ambiental e de atenção básica a participação: (Incluído dada 2018)
pela Lei nº 13.595, de 2018) Art. 5º O Ministério da Saúde regulamentará as
I - no planejamento, execução e avaliação das ações atividades de vigilância, prevenção e controle de doenças e
de vacinação animal contra zoonoses de relevância para a de promoção da saúde a que se referem os arts. 3º , 4º e 4º-
saúde pública normatizadas pelo Ministério da Saúde, bem A e estabelecerá os parâmetros dos cursos previstos no inciso
como na notificação e na investigação de eventos adversos II do caput do art. 6º , no inciso I do caput do art. 7º e no § 2º
temporalmente associados a essas vacinações; (Incluído deste artigo, observadas as diretrizes curriculares nacionais
dada pela Lei nº 13.595, de 2018) definidas pelo Conselho Nacional de Educação. (Redação
dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
II - na coleta de animais e no recebimento, no
acondicionamento, na conservação e no transporte de § 1º Os cursos a que se refere o caput deste artigo
espécimes ou amostras biológicas de animais, para seu utilizarão os referenciais da Educação Popular em Saúde e
encaminhamento aos laboratórios responsáveis pela serão oferecidos ao Agente Comunitário de Saúde e ao
identificação ou diagnóstico de zoonoses de relevância para Agente de Combate às Endemias nas modalidades presencial
a saúde pública no Município; (Incluído dada pela Lei nº ou semipresencial durante a jornada de trabalho. (Incluído
13.595, de 2018) pela Lei nº 13.595, de 2018)
III - na necropsia de animais com diagnóstico suspeito § 2º A cada 2 (dois) anos, os Agentes Comunitários de
de zoonoses de relevância para a saúde pública, auxiliando Saúde e os Agentes de Combate às Endemias frequentarão
na coleta e no encaminhamento de amostras laboratoriais, ou cursos de aperfeiçoamento. (Redação dada pela Lei nº
por meio de outros procedimentos pertinentes; (Incluído dada 13.708, de 2018)
pela Lei nº 13.595, de 2018) § 2º-A Os cursos de que trata o § 2º deste artigo serão
IV - na investigação diagnóstica laboratorial de organizados e financiados, de modo tripartite, pela União,
zoonoses de relevância para a saúde pública; (Incluído dada pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
pela Lei nº 13.595, de 2018) Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.708, de 2018)
V - na realização do planejamento, desenvolvimento e § 3º Cursos técnicos de Agente Comunitário de Saúde
execução de ações de controle da população de animais, com e de Agente de Combate às Endemias poderão ser
vistas ao combate à propagação de zoonoses de relevância ministrados nas modalidades presencial e semipresencial e
para a saúde pública, em caráter excepcional, e sob seguirão as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional
supervisão da coordenação da área de vigilância em de Educação. (Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018)
saúde. (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) Art. 6º O Agente Comunitário de Saúde deverá
§ 3º O Agente de Combate às Endemias poderá preencher os seguintes requisitos para o exercício da
participar, mediante treinamento adequado, da execução, da atividade:
coordenação ou da supervisão das ações de vigilância I - residir na área da comunidade em que atuar, desde
epidemiológica e ambiental. (Incluído dada pela Lei nº 13.595, a data da publicação do edital do processo seletivo público;
de 2018) II - ter concluído, com aproveitamento, curso de
Art. 4º-A. O Agente Comunitário de Saúde e o Agente formação inicial, com carga horária mínima de quarenta
de Combate às Endemias realizarão atividades de forma horas; (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
integrada, desenvolvendo mobilizações sociais por meio da III - ter concluído o ensino médio. (Redação dada pela
Educação Popular em Saúde, dentro de sua área geográfica Lei nº 13.595, de 2018)
de atuação, especialmente nas seguintes situações: (Incluído
§ 1º Quando não houver candidato inscrito que
dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
preencha o requisito previsto no inciso III do caput deste
I - na orientação da comunidade quanto à adoção de artigo, poderá ser admitida a contratação de candidato com
medidas simples de manejo ambiental para o controle de ensino fundamental, que deverá comprovar a conclusão do
vetores, de medidas de proteção individual e coletiva e de ensino médio no prazo máximo de três anos. (Redação dada
outras ações de promoção de saúde, para a prevenção de pela Lei nº 13.595, de 2018)
doenças infecciosas, zoonoses, doenças de transmissão
§ 2º (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 13.595, de
vetorial e agravos causados por animais
2018)
peçonhentos; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
§ 2º É vedada a atuação do Agente Comunitário de
II - no planejamento, na programação e no
Saúde fora da área geográfica a que se refere o inciso I
desenvolvimento de atividades de vigilância em saúde, de
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.595, de
forma articulada com as equipes de saúde da
2018)
família; (Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
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4 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
§ 3º Ao ente federativo responsável pela execução dos precedida de processo seletivo público de provas ou de
programas relacionados às atividades do Agente Comunitário provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
de Saúde compete a definição da área geográfica a que se de suas atribuições e requisitos específicos para o exercício
refere o inciso I do caput deste artigo, devendo: (Incluído pela das atividades, que atenda aos princípios de legalidade,
Lei nº 13.595, de 2018) impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
I - observar os parâmetros estabelecidos pelo § 1º Caberá aos órgãos ou entes da administração direta
Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios certificar, em
II - considerar a geografia e a demografia da região, cada caso, a existência de anterior processo de seleção pública,
com distinção de zonas urbanas e rurais; (Incluído pela Lei nº para efeito da dispensa referida no parágrafo único do art. 2º da
13.595, de 2018) Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de
2006, considerando-se como tal aquele que tenha sido realizado
III - flexibilizar o número de famílias e de indivíduos a
com observância dos princípios referidos no caput. (Renumerado
serem acompanhados, de acordo com as condições de
do Parágrafo único pela Lei nº 13.342, de 2016)
acessibilidade local e de vulnerabilidade da comunidade
assistida. (Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) § 2º O tempo prestado pelos Agentes Comunitários de
Saúde e pelos Agentes de Combate às Endemias
§ 4º A área geográfica a que se refere o inciso I do enquadrados na condição prevista no § 1º deste artigo,
caput deste artigo será alterada quando houver risco à independentemente da forma de seu vínculo e desde que
integridade física do Agente Comunitário de Saúde ou de tenha sido efetuado o devido recolhimento da contribuição
membro de sua família decorrente de ameaça por parte de previdenciária, será considerado para fins de concessão de
membro da comunidade onde reside e atua. (Incluído pela Lei benefícios e contagem recíproca pelos regimes previdenciários.
nº 13.595, de 2018) (Incluído pela Lei nº 13.342, de 2016)
§ 5º Caso o Agente Comunitário de Saúde adquira casa Art. 9º-A. O piso salarial profissional nacional é o valor
própria fora da área geográfica de sua atuação, será abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os
excepcionado o disposto no inciso I do caput deste artigo e Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das
mantida sua vinculação à mesma equipe de saúde da família Carreiras de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de
em que esteja atuando, podendo ser remanejado, na forma Combate às Endemias para a jornada de 40 (quarenta) horas
de regulamento, para equipe atuante na área onde está
semanais. (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
localizada a casa adquirida. (Incluído pela Lei nº 13.595, de
2018) § 1º O piso salarial profissional nacional dos Agentes
Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às
Art. 7º O Agente de Combate às Endemias deverá Endemias é fixado no valor de R$ 1.550,00 (mil quinhentos e
preencher os seguintes requisitos para o exercício da cinquenta reais) mensais, obedecido o seguinte
atividade: escalonamento: (Redação dada pela lei nº 13.708, de 2018)
I - ter concluído, com aproveitamento, curso de I - R$ 1.250,00 (mil duzentos e cinquenta reais) em 1º
formação inicial, com carga horária mínima de quarenta de janeiro de 2019; (Incluído pela lei nº 13.708, de 2018)
horas; (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
II - R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais) em 1º de
II - ter concluído o ensino médio. (Redação dada pela janeiro de 2020; (Incluído pela lei nº 13.708, de 2018)
Lei nº 13.595, de 2018)
III - R$ 1.550,00 (mil quinhentos e cinquenta reais) em
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei 1º de janeiro de 2021. (Incluído pela lei nº 13.708, de 2018)
nº 13.595, de 2018)
§ 2º A jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas
§ 1º Quando não houver candidato inscrito que semanais exigida para garantia do piso salarial previsto nesta
preencha o requisito previsto no inciso II do caput deste artigo, Lei será integralmente dedicada às ações e aos serviços de
poderá ser admitida a contratação de candidato com ensino promoção da saúde, de vigilância epidemiológica e ambiental
fundamental, que deverá comprovar a conclusão do ensino e de combate a endemias em prol das famílias e das
médio no prazo máximo de três anos. (Incluído pela Lei nº comunidades assistidas, no âmbito dos respectivos territórios
13.595, de 2018) de atuação, e assegurará aos Agentes Comunitários de
§ 2º Ao ente federativo responsável pela execução dos Saúde e aos Agentes de Combate às Endemias participação
programas relacionados às atividades do Agente de Combate nas atividades de planejamento e avaliação de ações, de
às Endemias compete a definição do número de imóveis a detalhamento das atividades, de registro de dados e de
serem fiscalizados pelo Agente, observados os parâmetros reuniões de equipe. (Redação dada pela Lei nº 13.708, de
estabelecidos pelo Ministério da Saúde e os 2018)
seguintes: (Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
I - condições adequadas de trabalho; (Incluído pela Lei II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
nº 13.595, de 2018) § 3º O exercício de trabalho de forma habitual e
II - geografia e demografia da região, com distinção de permanente em condições insalubres, acima dos limites de
zonas urbanas e rurais; (Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) tolerância estabelecidos pelo órgão competente do Poder
III - flexibilização do número de imóveis, de acordo com Executivo federal, assegura aos agentes de que trata esta Lei
as condições de acessibilidade local. (Incluído pela Lei nº a percepção de adicional de insalubridade, calculado sobre o
13.595, de 2018) seu vencimento ou salário-base: (Incluído pela Lei nº 13.342,
Art. 8º Os Agentes Comunitários de Saúde e os de 2016)
Agentes de Combate às Endemias admitidos pelos gestores I - nos termos do disposto no art. 192 da Consolidação
locais do SUS e pela Fundação Nacional de Saúde - das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
FUNASA, na forma do disposto no § 4º do art. 198 da nº 5.452, de 1º de maio de 1943, quando submetidos a esse
Constituição, submetem-se ao regime jurídico estabelecido regime; (Incluído pela Lei nº 13.342, de 2016)
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, salvo se, no II - nos termos da legislação específica, quando
caso dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, lei submetidos a vínculos de outra natureza. (Incluído pela Lei nº
local dispuser de forma diversa. 13.342, de 2016)
Art. 9º A contratação de Agentes Comunitários de § 4º As condições climáticas da área geográfica de
Saúde e de Agentes de Combate às Endemias deverá ser atuação serão consideradas na definição do horário para
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA5
cumprimento da jornada de trabalho. (Incluído pela Lei nº Nacional de Saúde (FNS) aos fundos de saúde dos
13.595, de 2018) Municípios, Estados e Distrito Federal como transferências
§ 5º O piso salarial de que trata o § 1º deste artigo será correntes, regulares, automáticas e obrigatórias, nos termos
reajustado, anualmente, em 1º de janeiro, a partir do ano de do disposto no art. 3º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de
2022. (Incluído pela lei nº 13.708, de 2018) 1990. (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 9º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.994, de Art. 9º-F. Para fins de apuração dos limites com
2014) pessoal de que trata a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000, a assistência financeira complementar obrigatória
Art. 9º-C. Nos termos do § 5º do art. 198 da
prestada pela União e a parcela repassada como incentivo
Constituição Federal, compete à União prestar assistência
financeiro que venha a ser utilizada no pagamento de pessoal
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
serão computadas como gasto de pessoal do ente federativo
aos Municípios, para o cumprimento do piso salarial de que
beneficiado pelas transferências. (Incluído pela Lei nº 12.994,
trata o art. 9º-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.994, de
de 2014)
2014)
Art. 9º-G. Os planos de carreira dos Agentes
§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, é o
Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às
Poder Executivo federal autorizado a fixar em decreto os
Endemias deverão obedecer às seguintes diretrizes: (Incluído
parâmetros referentes à quantidade máxima de agentes
pela Lei nº 12.994, de 2014)
passível de contratação, em função da população e das
peculiaridades locais, com o auxílio da assistência financeira I - remuneração paritária dos Agentes Comunitários de
complementar da União. (Incluído pela Lei nº 12.994, de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias; (Incluído
2014) pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 2º A quantidade máxima de que trata o § 1º deste II - definição de metas dos serviços e das
artigo considerará tão somente os agentes efetivamente equipes; (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
registrados no mês anterior à respectiva competência III - estabelecimento de critérios de progressão e
financeira que se encontrem no estrito desempenho de suas promoção; (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
atribuições e submetidos à jornada de trabalho fixada para a IV - adoção de modelos e instrumentos de avaliação
concessão do piso salarial. (Incluído pela Lei nº 12.994, de que atendam à natureza das atividades, assegurados os
2014) seguintes princípios: (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 3º O valor da assistência financeira complementar da a) transparência do processo de avaliação,
União é fixado em 95% (noventa e cinco por cento) do piso assegurando-se ao avaliado o conhecimento sobre todas as
salarial de que trata o art. 9º-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº etapas do processo e sobre o seu resultado final; (Incluído
12.994, de 2014) pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 4º A assistência financeira complementar de que b) periodicidade da avaliação; (Incluído pela Lei nº
trata o caput deste artigo será devida em 12 (doze) parcelas 12.994, de 2014)
consecutivas em cada exercício e 1 (uma) parcela adicional
c) contribuição do servidor para a consecução dos
no último trimestre. (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
objetivos do serviço; (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 5º Até a edição do decreto de que trata o § 1º deste
d) adequação aos conteúdos ocupacionais e às
artigo, aplicar-se-ão as normas vigentes para os repasses de
condições reais de trabalho, de forma que eventuais
incentivos financeiros pelo Ministério da Saúde. (Incluído pela
condições precárias ou adversas de trabalho não prejudiquem
Lei nº 12.994, de 2014)
a avaliação; (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 6º Para efeito da prestação de assistência financeira
e) direito de recurso às instâncias hierárquicas
complementar de que trata este artigo, a União exigirá dos
superiores. (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
gestores locais do SUS a comprovação do vínculo direto dos
Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate Art. 9º-H Compete ao ente federativo ao qual o Agente
às Endemias com o respectivo ente federativo, regularmente Comunitário de Saúde ou o Agente de Combate às Endemias
formalizado, conforme o regime jurídico que vier a ser adotado estiver vinculado fornecer ou custear a locomoção necessária
na forma do art. 8º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.994, de para o exercício das atividades, conforme regulamento do
2014) ente federativo. (Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
Art. 9º-D. É criado incentivo financeiro para Art. 10. A administração pública somente poderá
fortalecimento de políticas afetas à atuação de agentes rescindir unilateralmente o contrato do Agente Comunitário de
comunitários de saúde e de combate às endemias. (Incluído Saúde ou do Agente de Combate às Endemias, de acordo
pela Lei nº 12.994, de 2014) com o regime jurídico de trabalho adotado, na ocorrência de
uma das seguintes hipóteses:
§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, é o
Poder Executivo federal autorizado a fixar em I - prática de falta grave, dentre as enumeradas no art.
decreto: (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) 482 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;
I - parâmetros para concessão do incentivo; e (Incluído II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
pela Lei nº 12.994, de 2014) públicas;
II - valor mensal do incentivo por ente III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por
federativo. (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) excesso de despesa, nos termos da Lei nº 9.801, de 14 de
junho de 1999 ; ou
§ 2º Os parâmetros para concessão do incentivo
considerarão, sempre que possível, as peculiaridades do IV - insuficiência de desempenho, apurada em
Município. (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso
hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) exigidos para a continuidade da relação de emprego,
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as
Art. 9º-E. Atendidas as disposições desta Lei e as peculiaridades das atividades exercidas.
respectivas normas regulamentadoras, os recursos de que Parágrafo único. No caso do Agente Comunitário de
tratam os arts. 9º-C e 9º-D serão repassados pelo Fundo Saúde, o contrato também poderá ser rescindido
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6 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
unilateralmente na hipótese de não-atendimento ao disposto referidos no caput na tabela salarial constante do Anexo
no inciso I do art. 6º , ou em função de apresentação de desta Lei.
declaração falsa de residência. Art. 16. É vedada a contratação temporária ou
Art. 11. Fica criado, no Quadro de Pessoal da terceirizada de Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes
Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, Quadro de Combate às Endemias, salvo na hipótese de combate a
Suplementar de Combate às Endemias, destinado a surtos epidêmicos, na forma da lei aplicável. (Redação dada
promover, no âmbito do SUS, ações complementares de pela Lei nº 12.994, de 2014)
vigilância epidemiológica e combate a endemias, nos termos Art. 17. Os profissionais que, na data de publicação
do inciso VI e parágrafo único do art. 16 da Lei nº 8.080, de desta Lei, exerçam atividades próprias de Agente Comunitário
19 de setembro de 1990. de Saúde e Agente de Combate às Endemias, vinculados
Parágrafo único. Ao Quadro Suplementar de que trata diretamente aos gestores locais do SUS ou a entidades de
o caput aplica-se, no que couber, além do disposto nesta Lei, administração indireta, não investidos em cargo ou emprego
o disposto na Lei nº 9.962, de 22 de fevereiro de público, e não alcançados pelo disposto no parágrafo único
2000, cumprindo-se jornada de trabalho de quarenta horas do art. 9º , poderão permanecer no exercício destas
semanais. atividades, até que seja concluída a realização de processo
Art. 12. Aos profissionais não-ocupantes de cargo seletivo público pelo ente federativo, com vistas ao
efetivo em órgão ou entidade da administração pública federal cumprimento do disposto nesta Lei.
que, em 14 de fevereiro de 2006, a qualquer título, se Art. 18. Os empregos públicos criados no âmbito da
achavam no desempenho de atividades de combate a FUNASA, conforme disposto no art. 15 e preenchidos nos
endemias no âmbito da FUNASA é assegurada a dispensa de termos desta Lei, serão extintos, quando vagos.
se submeterem ao processo seletivo público a que se refere Art. 19. As despesas decorrentes da criação dos
o § 4º do art. 198 da Constituição, desde que tenham sido empregos públicos a que se refere o art. 15 correrão à conta
contratados a partir de anterior processo de seleção pública das dotações destinadas à FUNASA, consignadas no
efetuado pela FUNASA, ou por outra instituição, sob a efetiva Orçamento Geral da União.
supervisão da FUNASA e mediante a observância dos
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua
princípios a que se refere o caput do art. 9º .
publicação.
§ 1º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Saúde e
Art. 21. Fica revogada a Lei nº 10.507, de 10 de julho
do Controle e da Transparência instituirá comissão com a
de 2002.
finalidade de atestar a regularidade do processo seletivo para
Brasília, 9 de junho de 2006; 185º da Independência e 118º
fins da dispensa prevista no caput.
da República.
§ 2º A comissão será integrada por três representantes LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
da Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria- José Agenor Álvares da Silva
Geral da União, um dos quais a presidirá, pelo Assessor Paulo Bernardo Silva
Especial de Controle Interno do Ministério da Saúde e pelo Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.10.2006.
Chefe da Auditoria Interna da FUNASA.
Art. 13. Os Agentes de Combate às Endemias
integrantes do Quadro Suplementar a que se refere o art. 11 QUESTÕES DE CONCURSOS
poderão ser colocados à disposição dos Estados, do Distrito 01. (AMEOSC - Prefeitura - Agente de Combate às Endemias
Federal e dos Municípios, no âmbito do SUS, mediante – 2023) Marque a alternativa que apresenta uma atividade
convênio, ou para gestão associada de serviços públicos, típica do Agente de Combate às Endemias, em sua área
mediante contrato de consórcio público, nos termos da Lei nº geográfica de atuação, de acordo com a Lei nº
11.107, de 6 de abril de 2005, mantida a vinculação à 11.350/2006.
FUNASA e sem prejuízo dos respectivos direitos e vantagens. A Desenvolvimento de ações educativas e de mobilização da
Art. 14. O gestor local do SUS responsável pela comunidade relativas à prevenção e ao controle de
admissão dos profissionais de que trata esta Lei disporá sobre doenças e agravos à saúde.
a criação dos cargos ou empregos públicos e demais B Realização de visitas domiciliares regulares e periódicas
aspectos inerentes à atividade, observadas as determinações para identificação e acompanhamento do estado vacinal
desta Lei e as especificidades locais. (Redação dada pela Lei da gestante, da pessoa idosa e da população de risco.
nº 13.595, de 2018)
C A realização de visitas domiciliares regulares e periódicas
Art. 15. Ficam criados cinco mil, trezentos e sessenta e para acolhimento e acompanhamento da gestante.
cinco empregos públicos de Agente de Combate às
Endemias, no âmbito do Quadro Suplementar referido no art. D A aferição da pressão arterial, durante a visita domiciliar,
11, com retribuição mensal estabelecida na forma do Anexo encaminhando o paciente para a unidade de saúde de
desta Lei, cuja despesa não excederá o valor atualmente referência.
despendido pela FUNASA com a contratação desses
profissionais. 02. (AMEOSC - Prefeitura de São José do Cedro - Agente da
§ 1º A FUNASA, em até trinta dias, promoverá o Dengue - 2022) No que se refere a Lei nº 11.350, de 5 de
enquadramento do pessoal de que trata o art. 12 na tabela outubro de 2006, analise as afirmativas a seguir e
salarial constante do Anexo desta Lei, em classes e níveis identifique as corretas:
com salários iguais aos pagos atualmente, sem aumento de I. As atividades de Agente Comunitário de Saúde e de Agente
despesa. de Combate às Endemias, passam a reger-se pelo
§ 2º Aplica-se aos ocupantes dos empregos referidos disposto nesta Lei.
no caput a indenização de campo de que trata o art. 16 da Lei II. O exercício das atividades de Agente Comunitário de
nº 8.216, de 13 de agosto de 1991. Saúde e de Agente de Combate às Endemias, nos termos
§ 3º Caberá à Secretaria de Recursos Humanos do desta Lei, dar-se-á exclusivamente no âmbito do Sistema
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão disciplinar o Único de Saúde - SUS, na execução das atividades de
desenvolvimento dos ocupantes dos empregos públicos responsabilidade dos entes federados, mediante vínculo
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA7
direto entre os referidos Agentes e órgão ou entidade da e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
administração direta, autárquica ou fundacional. sua promoção, proteção e recuperação, conforme determina
III. O Agente Comunitário de Saúde tem como atribuição o a Constituição Federal de 1988;
exercício de atividades de prevenção de doenças e (...)
promoção da saúde, mediante ações domiciliares ou considerando as deliberações da 1ª CNVS, publicadas
comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em pela Resolução CNS nº 583, de 09 de maio de 2018, resolve:
conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Vigilância
do gestor municipal, distrital, estadual ou federal.
em Saúde (PNVS), aprovada por meio desta resolução.
É CORRETO o que se afirma em:
Art. 2º A Política Nacional de Vigilância em Saúde é
A Apenas nas alternativas I e II. uma política pública de Estado e função essencial do SUS,
B Apenas na alternativa I. tendo caráter universal, transversal e orientador do modelo de
C Apenas na alternativa II. atenção nos territórios, sendo a sua gestão de
responsabilidade exclusiva do poder público.
D Nas alternativas I, II e III.
§1 Entende-se por Vigilância em Saúde o processo
contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de
03. (Prefeitura de Potim - Agente de Combate às Endemias - dados e disseminação de informações sobre eventos
2022) Segundo a Lei nº 11.350/2006 é considerada relacionados à saúde, visando o planejamento e a
atividade dos Agentes de Combate às Endemias assistida implementação de medidas de saúde pública, incluindo a
por profissional de nível superior e condicionada à regulação, intervenção e atuação em condicionantes e
estrutura de vigilância epidemiológica e ambiental e de determinantes da saúde, para a proteção e promoção da
atenção básica a participação: saúde da população, prevenção e controle de riscos, agravos
I – no planejamento, execução e avaliação das ações de e doenças.
vacinação animal contra zoonoses de relevância para a §2 A PNVS incide sobre todos os níveis e formas de
saúde pública normatizadas pelo Ministério da Saúde, atenção à saúde, abrangendo todos os serviços de saúde
bem como na notificação e na investigação de eventos públicos e privados, além de estabelecimentos relacionados à
adversos temporalmente associados a essas vacinações; produção e circulação de bens de consumo e tecnologias que,
II – na necropsia de animais com diagnóstico suspeito de direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde.
zoonoses de relevância para a saúde pública, auxiliando Art. 3º A PNVS compreende a articulação dos saberes,
na coleta e no encaminhamento de amostras laboratoriais, processos e práticas relacionados à vigilância epidemiológica,
ou por meio de outros procedimentos pertinentes; vigilância em saúde ambiental, vigilância em saúde do
III – na realização do planejamento, desenvolvimento e trabalhador e vigilância sanitária e alinha-se com o conjunto
execução de ações de controle da população de animais, de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a
com vistas ao combate à propagação de zoonoses de transversalidade das ações de vigilância em saúde sobre a
relevância para a saúde pública, em caráter excepcional, determinação do processo saúde-doença.
e sob supervisão da coordenação da área de vigilância em Parágrafo único. A análise de situação de saúde e as
saúde. ações laboratoriais são atividades transversais e essenciais
IV – na identificação e no encaminhamento, para a unidade no processo de trabalho da Vigilância em Saúde.
de saúde de referência, de situações que, relacionadas a Art. 4º A PNVS tem como finalidade definir os
fatores epidemiológicos, interfiram no curso de doenças princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados
ou tenham importância sanitária; pelas três esferas de gestão do SUS, para o desenvolvimento
Marque a alternativa correta: da vigilância em saúde, visando a promoção e a proteção da
A Apenas as afirmativas, I, II e III estão corretas. saúde e a prevenção de doenças e agravos, bem como a
B Apenas as afirmativas, II, III e IV estão corretas. redução da morbimortalidade, vulnerabilidades e riscos
decorrentes das dinâmicas de produção e consumo nos
C Apenas as afirmativas, I, II e IV estão corretas. territórios.
D Todas as afirmativas estão corretas. Parágrafo único. A PNVS deve contribuir para a
integralidade na atenção à saúde, o que pressupõe a inserção
Gabarito: 01/A; 02/D; 03/A de ações de vigilância em saúde em todas as instâncias e
pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante
articulação e construção conjunta de protocolos, linhas de
cuidado e matriciamento da saúde, bem como na definição
POLÍTICA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM das estratégias e dispositivos de organização e fluxos da rede
de atenção.
SAÚDE (RESOLUÇÃO DO CNS Nº 588, DE
Art. 5º A PNVS deverá contemplar toda a população
12 DE JULHO DE 2018). em território nacional, priorizando, entretanto, territórios,
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em pessoas e grupos em situação de maior risco e
sua Trecentésima Sétima Reunião Ordinária, realizada nos vulnerabilidade, na perspectiva de superar desigualdades
dias 12 e 13 de julho de 2018, e no uso de suas competências sociais e de saúde e de buscar a equidade na atenção,
regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 incluindo intervenções intersetoriais.
de setembro de 1990; pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro Parágrafo único. Os riscos e as vulnerabilidades de
de 1990; pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de que trata o caput devem ser identificadas e definidas a partir
2012; pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, e da análise da situação de saúde local e regional e do diálogo
cumprindo as disposições da Constituição da República com a comunidade, trabalhadores e trabalhadoras e outros
Federativa do Brasil de 1988 e da legislação brasileira atores sociais, considerando-se as especificidades e
correlata; e singularidades culturais e sociais de seus respectivos
considerando a saúde como direito de todos e dever territórios.
do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas Art. 6º Para efeito desta Política serão utilizadas as
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos seguintes definições:
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8 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
I – Ações laboratoriais: aquelas que propiciam o finalidade de recomendar e adotar medidas de promoção à
conhecimento e a investigação diagnóstica de doenças e saúde, prevenção e monitoramento dos fatores de riscos
agravos e a verificação da qualidade de produtos de interesse relacionados às doenças ou agravos à saúde.
de saúde pública e do padrão de conformidade de amostras XI – Vigilância em saúde do trabalhador e da
ambientais, mediante estudo, pesquisa e análises de ensaios trabalhadora: conjunto de ações que visam promoção da
relacionados aos riscos epidemiológicos, sanitários, saúde, prevenção da morbimortalidade e redução de riscos e
ambientais e do processo produtivo. vulnerabilidades na população trabalhadora, por meio da
II – Ações de promoção da saúde: estimular a integração de ações que intervenham nas doenças e agravos
promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado e seus determinantes decorrentes dos modelos de
na Rede de Atenção à Saúde, articuladas com as demais desenvolvimento, de processos produtivos e de trabalho.
redes de proteção social, abrangendo atividades voltadas XII – Vigilância epidemiológica: conjunto de ações que
para adoção de práticas sociais e de saúde centradas na proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos
equidade, na participação e no controle social, para o fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e
favorecimento da mobilidade humana e a acessibilidade e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas
promovendo a cultura da paz em comunidades, territórios e de prevenção e controle das doenças, transmissíveis e não-
municípios. transmissíveis, e agravos à saúde.
III – Análise de situação de saúde: ações de XIII – Vigilância sanitária: conjunto de ações capazes
monitoramento contínuo da situação de saúde da população de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir
do País, Estado, Região, Município ou áreas de abrangência nos problemas sanitários decorrentes do ambiente, da
de equipes de atenção à saúde, por estudos e análises que produção e circulação de bens e da prestação de serviços do
identifiquem e expliquem problemas de saúde e o interesse da saúde. Abrange a prestação de serviços e o
comportamento dos principais indicadores de saúde, controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente se
contribuindo para um planejamento de saúde abrangente. relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
IV – Centro de Informação e Assistência Toxicológica: processos, da produção ao consumo e descarte.
Estabelecimento de saúde ou serviço de referência em XIV – Vulnerabilidade: designa tanto os processos
Toxicologia Clínica com atuação em regime de plantão geradores quanto as características das populações e
permanente, podendo prestar atendimento via territórios que possuem maiores dificuldades em absorver os
teleatendimento exclusivo ou via teleatendimento e impactos decorrentes de diferentes e variados graus de
presencial, provendo informações toxicológicas aos eventos de risco
profissionais da saúde, à população e a instituições, relativas
XV – Risco: Compreende a probabilidade de
a intoxicações agudas e crônicas e acidentes com animais
ocorrência de evento adverso ou inesperado, que cause
peçonhentos.
doença, danos à saúde ou morte em um ou mais membros da
V – Emergência em saúde pública: situação que população, em determinado lugar, num dado período de
demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, tempo.
controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde
Art. 7º A PNVS tem como princípios:
pública.
I – Conhecimento do território: utilização da
VI – Integralidade da atenção: um conjunto articulado
epidemiologia e da avaliação de risco para a definição de
de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
prioridades nos processos de planejamento, alocação de
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
recursos e orientação programática.
complexidade do sistema. Deve compreender o acesso às
ações, serviços e produtos seguros e eficazes, indispensáveis II – Integralidade: Articulação das ações de vigilância
para as necessidades de saúde da população, objetivando em saúde com as demais ações e serviços desenvolvidos e
promover a qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade e os ofertados no SUS para garantir a integralidade da atenção à
riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e saúde da população.
condicionantes. III – Descentralização político-administrativa, com
VII – Linha de Cuidado (LC): uma forma de articulação direção única em cada esfera de governo.
de recursos e das práticas de produção de saúde, orientadas IV – Inserção da vigilância em saúde no processo de
por diretrizes clínicas, entre as unidades de atenção de uma regionalização das ações e serviços de saúde.
dada região de saúde, para a condução oportuna, ágil e V – Equidade: Identificação dos condicionantes e
singular, dos usuários pelas possibilidades de diagnóstico e determinantes de saúde no território, atuando de forma
terapia, em resposta às necessidades epidemiológicas de compartilhada com outros setores envolvidos.
maior relevância. VI – Universalidade: Acesso universal e contínuo a
VIII – Modelo de Atenção à Saúde: sistema lógico que ações e serviços de vigilância em saúde, integrados a rede de
organiza o funcionamento das redes de atenção à saúde, atenção à saúde, promovendo a corresponsabilização pela
articulando, de forma singular, as relações entre os atenção às necessidades de saúde dos usuários e da
componentes da rede e as intervenções sanitárias, definido coletividade.
em função da visão prevalecente da saúde, das situações VII – Participação da comunidade de forma a ampliar
demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da sua autonomia, emancipação e envolvimento na construção
saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada da consciência sanitária, na organização e orientação dos
sociedade. serviços de saúde e no exercício do controle social.
IX – Rede de Atenção à Saúde: arranjos organizativos VIII – Cooperação e articulação intra e intersetorial
de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades para ampliar a atuação sobre determinantes e condicionantes
tecnológicas, que integradas por meio de sistemas técnico, da saúde.
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do
cuidado. IX – Garantia do direito das pessoas e da sociedade
às informações geradas pela Vigilância em Saúde,
X – Vigilância em saúde ambiental: conjunto de ações respeitadas as limitações éticas e legais.
e serviços que propiciam o conhecimento e a detecção de
mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do X – Organização dos serviços públicos de modo a
meio ambiente que interferem na saúde humana, com a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA9
Art. 8º A PNVS tem as seguintes diretrizes: II – Processos de trabalho integrados com a atenção à
I – Articular e pactuar responsabilidades das três saúde, que devem:
esferas de governo, consonante com os princípios do SUS, a) ser pautados pelo conhecimento epidemiológico,
respeitando a diversidade e especificidade locorregional. sanitário, social, demográfico, ambiental, econômico, cultural,
II – Abranger ações voltadas à saúde pública, com político, de produção, trabalho e consumo no território, e
intervenções individuais ou coletivas, prestadas por serviços organizados em diversas situações.
de vigilância sanitária, epidemiológica, em saúde ambiental e b) considerar o planejamento integrado da atenção,
em saúde do trabalhador, em todos os pontos de atenção que contempla as ações de vigilância e assistência à saúde,
III – Construir práticas de gestão e de trabalho que como ferramenta para a definição de prioridades comuns para
assegurem a integralidade do cuidado, com a inserção das atuação conjunta, tomando como base a análise da situação
ações de vigilância em saúde em toda a Rede de Atenção à de saúde e a avaliação dos riscos e vulnerabilidades do
Saúde e em especial na Atenção Primária, como território.
coordenadora do cuidado. c) considerar a colaboração necessária para a
IV – Integrar as práticas e processos de trabalho das integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração
vigilâncias epidemiológica, sanitária, em saúde ambiental e das diversas ações e serviços que compõem a rede de
em saúde do trabalhador e da trabalhadora e dos laboratórios atenção à saúde; articulação das ações de promoção e
de saúde pública, preservando suas especificidades, proteção à saúde, prevenção de doenças e agravos e do
compartilhando saberes e tecnologias, promovendo o manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão
trabalho multiprofissional e interdisciplinar. necessárias à detecção, prevenção, tratamento e reabilitação;
nas demais responsabilidades específicas da vigilância em
V – Promover a cooperação e o intercâmbio técnico
saúde, bem como a articulação intersetorial.
científico no âmbito nacional e internacional.
III – A regionalização das ações e serviços de vigilância
VI – Atuar na gestão de risco por meio de estratégias
em saúde articuladas com a atenção em saúde no âmbito da
para identificação, planejamento, intervenção, regulação,
região de saúde.
comunicação, monitoramento de riscos, doenças e agravos.
IV – A inserção da vigilância em saúde na Rede de
VII – Detectar, monitorar e responder às emergências
Atenção à Saúde (RAS), que deve contribuir para a
em saúde pública, observando o Regulamento Sanitário
construção de linhas de cuidado que agrupem doenças e
Internacional, e promover estratégias para implementação,
agravos e determinantes de saúde, identificando riscos e
manutenção e fortalecimento das capacidades básicas de
situações de vulnerabilidade.
vigilância em saúde.
V – O estímulo à participação da comunidade no
VIII – Produzir evidências a partir da análise da
controle social, o que pressupõe:
situação da saúde da população de forma a fortalecer a
gestão e as práticas em saúde coletiva. a) acolhimento e resposta às demandas dos
representantes da comunidade e do controle social.
IX – Avaliar o impacto de novas tecnologias e serviços
relacionados à saúde de forma a prevenir riscos e eventos b) articulação com entidades, instituições,
adversos. organizações não governamentais, associações,
cooperativas e demais representações das comunidades
Art. 9º As estratégias para organização da Vigilância
presentes no território, inclusive as populações em situação
em Saúde devem contemplar:
de vulnerabilidade.
I – A articulação entre as vigilâncias, que pressupõe:
d) apoiar o funcionamento das Comissões
a) planejamento conjunto entre as vigilâncias, com Intersetoriais de Vigilância em Saúde dos Conselhos de
identificação de prioridades para atuação integrada, com base Saúde, nas três esferas de gestão do SUS.
na análise da situação de saúde, e no mapeamento das
e) inclusão da comunidade e do controle social nos
atividades de produção, consumo e infraestrutura e com
programas de capacitação e educação permanente em
potencial impacto no território.
vigilância em saúde, sempre que possível, e inclusão de
b) produção conjunta, sempre que necessário, de conteúdos de vigilância em saúde nos processos de
protocolos, instrumentos, normas técnicas e atos normativos, capacitação permanente voltados para a comunidade e o
com harmonização de parâmetros e indicadores no controle social.
desenvolvimento das ações de vigilância.
f) inclusão de grupos de populações em situação de
c) harmonização e, no que couber, unificação dos vulnerabilidade, com vistas às ações de proteção e promoção
instrumentos de registro e notificação de doenças, agravos e da saúde.
eventos de interesse comum aos componentes da vigilância.
g) assegurar o acesso às informações aos
d) proposição e produção de indicadores conjuntos representantes da comunidade e do controle social.
para monitoramento e avaliação da situação de saúde.
VI – A gestão do trabalho, o desenvolvimento e a
e) investigação conjunta de surtos e eventos inusitados educação permanente, o que pressupõe:
ou situação de saúde decorrentes de potenciais impactos
a) estar em consonância com as necessidades locais
ambientais de processos e atividades produtivas nos
de modo a qualificar os profissionais de vigilância e de todos
territórios, envolvendo as vigilâncias epidemiológica,
os níveis de atenção.
sanitária, em saúde ambiental, em saúde do trabalhador e da
trabalhadora e a rede de laboratórios de saúde pública. b) a adoção de estratégias para a progressiva
desprecarização dos vínculos de trabalho das equipes de
f) produção conjunta de metodologias de ação,
vigilância em saúde, que exercem função típica de Estado,
investigação, tecnologias de intervenção, monitoramento e
nas três esferas de gestão do SUS, mediante concurso
avaliação das ações de vigilância.
público.
g) revisão e harmonização dos códigos de saúde, com
c) a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras
inserção de disposições sobre a vigilância em saúde e
por meio de planos de cargos, carreiras e salários que
atribuição da competência de autoridade sanitária às equipes
contemplem, dentre outros, o regime de dedicação exclusiva
de vigilância em saúde, nos Estados, Municípios e Distrito
a que estão expostos os trabalhadores de vigilância em
Federal.
saúde, por determinação legal.
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10 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
d) investimento na qualificação e capacitação a) o alerta de risco sanitário, que consiste na
integradas das equipes dos diversos componentes da divulgação de informações sobre a ocorrência de eventos com
vigilância em saúde, com incorporação de conteúdos potencial de risco à saúde, com detalhada descrição da
específicos, comuns e afins, nos processos formativos e nas situação, de cuidados e medidas necessários à redução ou
estratégias de educação permanente de todos os eliminação do risco. Pode ser direcionada a determinados
componentes da Vigilância em Saúde. grupos populacionais ou à população em geral. Objetiva a
e) inserção de conteúdos de vigilância em saúde nos mudança imediata de comportamentos individuais ou a
diversos processos formativos e estratégias de educação implementação de medidas de caráter coletivo. Exige a
permanente, cursos e capacitações, para profissionais de utilização de diferentes veículos de comunicação de forma a
nível superior e nível médio, com destaque àqueles atingir, em tempo oportuno, o público-alvo.
destinados às equipes de Vigilância em Saúde, à Saúde da b) a comunicação do risco, que consiste em um
Família e aos gestores. processo interativo de troca de informação e opiniões entre
f) articulação intersetorial com Ministérios e indivíduos, grupos e instituições, relativa a acontecimentos ou
Secretarias de Governo, especialmente com o Ministério da situações que ameaçam a saúde humana ou a segurança dos
Educação, para fins de inclusão de conteúdos temáticos de indivíduos ou das comunidades. Deve ser oportuno e
vigilância em saúde nos currículos do ensino fundamental e transparente na veiculação de informação veiculada no
médio, da rede pública e privada, em cursos de graduação e decurso do processo de comunicação do risco em saúde, no
de programas específicos de pós-graduação em sentido que se refere à natureza, magnitude, significância e medidas
amplo e estrito, possibilitando a articulação ensino, pesquisa de controle do risco.
e extensão. c) a disponibilização de material técnico-científico,
g) apoio à capacitação voltada para os interesses do voltado para a disseminação do conhecimento, de dados,
movimento social e controle social, em consonância com as informações, normativas, com o objetivo de aperfeiçoamento
ações e diretrizes estratégicas do SUS e com a legislação das ações voltadas para a Vigilância em Saúde. Deve ser uma
vigente. ação de rotina, sempre atualizada, dirigida para públicos
específicos e utilizando os meios mais adequados para
VII – Apoio ao desenvolvimento de estudos e
alcançar sua finalidade.
pesquisas, o que pressupõe:
d) a mobilização social, por meio da disseminação de
a) articulação estreita entre os serviços e instituições
informações, dados, análise de situação de saúde, entre
de pesquisa e universidades, com envolvimento de toda a
outras ações, com o objetivo de possibilitar a ampliação do
rede de serviços do SUS na construção de saberes, normas,
comprometimento da população com a eliminação ou redução
protocolos, tecnologias e ferramentas, voltadas à produção de
dos riscos à saúde.
respostas aos problemas e necessidades identificadas pelos
serviços, profissionais, comunidade e controle social. X – Respostas, de forma oportuna e proporcional, às
emergências em saúde pública, com o estabelecimento de
b) articulação, quando necessário, com organismos
plano de resposta, a ser elaborado por cada esfera de gestão,
internacionais de saúde para o desenvolvimento de estudos e
considerando as vulnerabilidades do seu território e cenários
pesquisas.
de risco. Na resposta à emergência em saúde pública, é
c) adoção de critérios epidemiológicos e de relevância necessária uma atuação coordenada entre as diversas
social para a identificação e definição das linhas de organizações governamentais e não governamentais
investigação, estudos e pesquisas, de modo a fornecer envolvidas, articulando e organizando o esforço para a
respostas e subsídios técnico-científicos para o minimização de seus efeitos.
enfrentamento de problemas prioritários no contexto da
XI – O planejamento, a programação e a execução de
vigilância em saúde.
ações de vigilância em saúde, que devem ter como base a
d) desenvolvimento de projetos de pesquisa- análise da situação de saúde, identificando os fatores
intervenção que possam ser estruturantes para a vigilância condicionantes e determinantes, as necessidades de saúde
em saúde que resultem em produção de tecnologias de no território, o grau e a forma de urbanização, produção,
intervenção em problemas prioritários para cada território. consumo e trabalho, as diferenças socioeconômicas, culturais
e) definição de linhas prioritárias de pesquisa para a e ambientais, entre outras, que interferem no risco de
produção de conhecimento e de respostas às questões ocorrência de várias doenças e agravos.
teórico-conceituais do campo da vigilância em saúde, XII – O monitoramento e a avaliação devem ser
incluindo os grupos populacionais em vulnerabilidade e as utilizados nas três esferas de governo como ferramentas
doenças negligenciadas, de modo a preencher lacunas e capazes de identificar problemas e possibilitar a revisão das
produzir modelos teóricos que contribuam para a melhoria da estratégias definidas.
promoção, da vigilância e da proteção à saúde.
Art. 10 São responsabilidades da União, dos Estados,
f) estabelecimento de mecanismos que garantam a do Distrito Federal e dos Municípios, em seu âmbito
participação da comunidade no desenvolvimento dos estudos administrativo, além de outras que sejam pactuadas pelas
e pesquisas, incluindo a divulgação e aplicação dos seus Comissões Intergestores:
resultados.
I – assegurar a oferta de ações e de serviços de
g) observância dos preceitos éticos no vigilância em saúde, considerando o âmbito regional. II –
desenvolvimento de estudos e pesquisas realizados no garantir a transparência, a integralidade e a equidade no
âmbito da rede de serviços do SUS, mediante a participação acesso às ações e aos serviços de Vigilância em Saúde. III –
dos Comitês de Ética em Pesquisa nesses processos. orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de
VIII – Sistemas de informação integrados com vigilância em saúde.
potencialidade para a coleta, consolidação, análise de dados IV – monitorar o acesso às ações e aos serviços de
e a geração e disseminação de informações que contribuem vigilância em saúde.
para aprimorar e consolidar a gestão da Vigilância em Saúde,
V – estabelecer e garantir a articulação sistemática
notadamente nas atividades de planejamento, monitoramento
entre os diversos setores responsáveis pelas políticas
e avaliação, em tempo oportuno.
públicas, para analisar os diversos problemas que afetam a
IX – A comunicação, que desempenha as seguintes saúde e pactuar agenda prioritária de ações intersetoriais.
funções:
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA11
VI – desenvolver estratégias para identificar situações Atenção à Saúde, considerando os diferentes níveis de
que resultem em risco ou produção de agravos à saúde, complexidade, tendo como centro ordenador a Atenção
adotando e ou fazendo adotar medidas de controle quando Primária em Saúde.
necessário. VII – monitorar, em conjunto com as Secretarias de
VII – promover a formação e capacitação em vigilância Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, os
em saúde para os profissionais de saúde do SUS, respeitadas indicadores pactuados para avaliação das ações e serviços
as diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente de vigilância em saúde.
em Saúde, bem como estimular a parceria entre os órgãos e VIII – implementar a gestão dos sistemas nacionais de
instituições pertinentes para formação e capacitação da informação de interesse da vigilância em saúde.
comunidade, dos trabalhadores e do controle social, em
IX – estabelecer rotinas de sistematização,
consonância com a legislação vigente.
processamento, análise e divulgação dos dados gerados nos
VIII – elaborar, em seu âmbito de competência, perfil Municípios e nos Estados a partir dos sistemas de informação
epidemiológico, a partir de fontes de informação existentes e em saúde.
de estudos específicos, com vistas a subsidiar a programação
X – elaborar normas pertinentes à vigilância em saúde.
e avaliação das ações de atenção à saúde.
XI – regular, controlar, avaliar e fiscalizar
XIX – promover, fortalecer e articular a atuação dos
procedimentos, produtos, substâncias e serviços de saúde e
Centros de Informação e Assistência Toxicológica no apoio
de interesse para a saúde.
técnico a profissionais de saúde e a pessoas expostas ou
intoxicadas por substâncias químicas e medicamentos ou XII – promover a harmonização dos procedimentos
acidentes com animais peçonhentos. sanitários no âmbito da vigilância sanitária.
Art. 11 São responsabilidades da União, e compete ao XIII – executar as ações de vigilância em saúde de
Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de forma complementar à atuação dos Estados, do Distrito
Vigilância em Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Federal e dos Municípios, podendo atuar de forma
Sanitária (Anvisa), a gestão da vigilância em saúde no âmbito suplementar no âmbito da vigilância sanitária.
da União, compreendendo: XIV – executar a vigilância sanitária de portos,
I – coordenar, em âmbito nacional: aeroportos e fronteiras, podendo ser compartilhada com
Estados, Distrito Federal e Municípios.
a) a implementação da Política Nacional de Vigilância
em Saúde. XV – promover a cooperação e o intercâmbio técnico-
científico com organismos governamentais e não
b) a formulação de diretrizes e prioridades em
governamentais, de âmbito nacional e internacional, na área
vigilância em saúde no âmbito nacional, em consonância com
de vigilância em saúde.
esta política e de forma articulada com as demais esferas de
governo. XVI – promover e realizar estudos, pesquisas e
avaliação de tecnologias que contribuam para o
c) as ações de vigilância em saúde, com ênfase
aperfeiçoamento das ações e incorporação de inovações na
naquelas que exigem simultaneidade nacional ou regional.
área de vigilância em saúde.
d) as ações de monitoramento da qualidade e
XVII – promover e desenvolver estratégias que
segurança dos bens, produtos e serviços sujeitos à vigilância
contribuam para a participação e o controle social em
sanitária.
vigilância em saúde.
e) as ações de laboratório necessárias para a
XIX – desenvolver estratégias e implementação de
vigilância em saúde.
ações de educação, comunicação e mobilização social
f) as ações de promoção da saúde. referente à vigilância em saúde.
g) programas estratégicos nacionais voltados à XX – conduzir a revisão periódica da Lista Nacional de
atuação da vigilância em saúde. Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de
h) as ações de vigilância em saúde, nas emergências Saúde Pública nos serviços de saúde públicos e privados em
em saúde pública de importância nacional e internacional, em todo o território nacional.
consonância com o Regulamento Sanitário Internacional, bem XXI – prover os insumos estratégicos conforme termos
como cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
em situação de emergências em saúde pública, quando
XXII – gerir os estoques nacionais de insumos
pertinente.
estratégicos, de interesse da vigilância em saúde.
II – conduzir as negociações nas instâncias do SUS,
XXIII – regular, monitorar, avaliar e auditar as ações e
visando inserir ações, metas e indicadores de vigilância em
serviços de vigilância em saúde, no âmbito de sua
saúde no Plano Nacional de Saúde e na Programação Anual
competência.
de Saúde, a partir de planejamento estratégico em
consonância com esta política. Art. 12 São responsabilidades dos Estados, e compete
às Secretarias de Saúde, a gestão da vigilância em saúde no
III – participar do financiamento das ações de vigilância
âmbito estadual, compreendendo:
em saúde, alocando recursos orçamentários e financeiros
para a implementação desta Política. I – coordenar, em âmbito estadual:
IV – desenvolver estratégias visando o fortalecimento a) a implementação da Política Nacional de Vigilância
da participação da comunidade, dos trabalhadores e do em Saúde.
controle social, incluindo o apoio e fortalecimento da b) definição de prioridades com base nas políticas e
Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúde do Conselho diretrizes na área de vigilância, no âmbito de seus limites
Nacional de Saúde (CIVS/CNS); territoriais.
V – apoiar tecnicamente as Secretarias de Saúde dos c) as ações relacionadas a esta política, com ênfase
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na naquelas que exigem simultaneidade estadual, regional e
implementação e execução da Política Nacional de Vigilância municipal.
em Saúde. e) ações de vigilância, nas emergências em saúde
VI – promover a incorporação de ações e pública de importância estadual, bem como cooperação com
procedimentos de vigilância em saúde junto à Rede de Municípios em situação de emergências em saúde pública de
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12 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
importância municipal, quando indicado e com outras XX – definir e executar projetos especiais em questões
unidades federadas quando solicitado. de interesse locoregional, em conjunto com as equipes
II – coordenar e executar, em âmbito estadual: municipais, quando e onde couber.
a) as ações laboratoriais, sob sua competência, XXI – prover os insumos estratégicos conforme termos
necessárias para a vigilância em saúde, de forma articulada pactuados nas Comissões Intergestores Tripartite e Bipartite.
com a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública. XXII – gerir os estoques estaduais de insumos
b) programas estratégicos estaduais voltados à estratégicos de interesse da vigilância em saúde.
atuação da vigilância em saúde. Art. 13 São responsabilidades dos Municípios, e
III – conduzir as negociações nas instâncias estaduais compete às Secretarias de Saúde, a gestão da vigilância em
do SUS, visando inserir ações, metas e indicadores de saúde no âmbito municipal, compreendendo:
vigilância em saúde no Plano Estadual de Saúde e na I – coordenar em âmbito municipal a implementação
Programação Anual de Saúde. da Política Nacional de Vigilância em Saúde:
IV – participar do financiamento das ações de II – coordenar e executar, em âmbito municipal.
vigilância em saúde, alocando recursos orçamentários e a) as ações e serviços de vigilância em saúde sob sua
financeiros para a implementação desta Política. competência.
V – desenvolver estratégias visando o fortalecimento b) as ações de laboratório sob sua competência,
da participação da comunidade, dos trabalhadores e do necessárias para a vigilância em saúde, de forma articulada
controle social, incluindo a criação, o apoio e o fortalecimento com a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública.
de comissões de vigilância em saúde nos Conselhos
c) os programas estratégicos municipais voltados a
Estaduais de Saúde.
atuação da vigilância em saúde.
VI – apoiar tecnicamente e atuar de forma integrada
d) as ações de vigilância, nas situações de
com as Secretarias Municipais de Saúde na implementação
emergências em saúde pública de importância municipal.
das ações de vigilância em saúde.
III – participar da pactuação regional e estadual das
VII – organizar as ações de vigilância em saúde nas
ações e dos indicadores de vigilância em saúde.
regiões de saúde, considerando os diferentes níveis de
complexidade, tendo como centro ordenador a Atenção IV – conduzir as negociações nas instâncias
Primária em Saúde, definindo, em conjunto com os municipais do SUS, visando inserir ações, metas e
municípios, e de forma articulada com a União, os indicadores de vigilância em saúde no Plano Municipal de
mecanismos e os fluxos de referência, contra-referência e de Saúde e na Programação Anual de Saúde, a partir de
apoio matricial, além de outras medidas, para assegurar o planejamento estratégico que considere a Política Nacional de
desenvolvimento de ações de vigilância em saúde. Vigilância em Saúde.
VIII – realizar a pactuação regional e estadual das V – pactuar e alocar recursos orçamentários e
ações e dos indicadores de vigilância em saúde. financeiros para a implementação da Política Nacional de
Vigilância em Saúde.
IX – elaborar normas pertinentes à vigilância em saúde
complementar à disciplina nacional. VI – desenvolver estratégias visando o fortalecimento
da participação da comunidade, dos trabalhadores e do
X – regular, controlar, avaliar e fiscalizar
controle social, incluindo a criação, o apoio e o fortalecimento
procedimentos, produtos, substâncias e serviços de saúde e
de comissões de vigilância em saúde nos Conselhos
de interesse para a saúde.
Municipais de Saúde.
XI – executar as ações de vigilância de forma
VII – elaborar normas pertinentes à vigilância em
complementar a atuação dos Municípios.
saúde complementares às disciplinas estadual e nacional.
XII – colaborar com a União na execução das ações
VIII – regular, controlar, avaliar e fiscalizar
sob vigilância sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras,
procedimentos, produtos, substâncias e serviços de saúde e
conforme pactuação tripartite.
de interesse para a saúde.
XIII – monitorar e avaliar as ações de vigilância em seu
IX – colaborar com a União na execução das ações
âmbito territorial, bem como regular e auditar as ações e a
sob vigilância sanitária de Portos, Aeroportos e Fronteiras,
prestação de serviços de vigilância em saúde, no âmbito de
conforme pactuação tripartite.
sua competência.
X – monitorar e avaliar as ações de vigilância em seu
XIV – implementar a gestão dos sistemas de
território, incluindo os indicadores pactuados para avaliação
informação de interesse da vigilância em seu âmbito territorial.
das ações de vigilância em saúde.
XV – monitorar, em conjunto com as Secretarias
XI – implementar a gestão e a alimentação, no âmbito
Municipais de Saúde, os indicadores pactuados para
municipal, dos sistemas de informação de interesse da
avaliação das ações e serviços de vigilância em saúde.
vigilância.
XVI – promover e desenvolver ações e estratégias que
XII – promover a cooperação e o intercâmbio técnico-
contribuam para a participação e o controle social em
científico com organismos governamentais e não
vigilância em saúde.
governamentais de âmbito municipal, intermunicipal,
XVII – promover a cooperação e o intercâmbio técnico estadual, nacional e internacional.
científico com organismos governamentais e não
XIII – participar, em conjunto com o Estado e com a
governamentais, de âmbito estadual, nacional e internacional.
União, da definição dos mecanismos e dos fluxos de
XVIII – implementar, na Rede de Atenção à Saúde do referência, contra-referência e de apoio matricial, além de
SUS, e na rede privada, o registro de doenças e agravos de outras medidas, para assegurar o desenvolvimento de ações
notificação compulsória, inclusive aqueles relacionados ao de promoção, vigilância e assistência.
trabalho, assim como de outros dados pertinentes à vigilância
XIV – articular-se regionalmente para integrar a
em saúde no conjunto dos sistemas de informação em saúde.
organização, o planejamento e a execução de ações e
XIX – desenvolver estratégias e implementação de serviços de saúde quando da identificação de problemas e
ações de educação, comunicação e mobilização social prioridades comuns.
referente à vigilância em saúde.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA13
XV – implementar, na Rede de Atenção à Saúde do recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
SUS, e na rede privada, o registro de doenças e agravos de serviços correspondentes, e dá outras providências,
notificação compulsória, inclusive aqueles relacionados ao considerando:
trabalho, assim como de outros dados pertinentes à vigilância Considerando a experiência acumulada do Controle
em saúde no conjunto dos sistemas de informação em saúde. Social da Saúde à necessidade de aprimoramento do
XVI – desenvolver estratégias e implementação de Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas
ações de educação, comunicação e mobilização social demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes
referentes à vigilância em saúde. às propostas de composição, organização e funcionamento,
XVII – monitorar e avaliar as ações de vigilância em conforme o art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro
seu território, bem como regular, e auditar as ações e a de 1990;
prestação de serviços em vigilância em saúde, no âmbito de Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio
sua competência. de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas
XVIII – prover insumos estratégicos, conforme termos Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de
pactuados nas Comissões Intergestores Tripartite e Bipartite. Saúde;
XIX – gerir o estoque municipal de insumos de (...)
interesse da vigilância em saúde. Considerando a pactuação na Reunião da Comissão
XX – participar do financiamento das ações de Intergestores Tripartite do dia 31 de agosto de 2017, resolve:
vigilância em saúde, alocando recursos orçamentários e Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional de
financeiros para a implementação desta Política. Atenção Básica - PNAB, com vistas à revisão da
XXI – promover e desenvolver ações e estratégias que regulamentação de implantação e operacionalização
contribuam para a participação e o controle social em vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS,
vigilância em saúde. estabelecendo-se as diretrizes para a organização do
componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde -
Art. 14 As responsabilidades do Distrito Federal, e
RAS.
competências de sua Secretaria de Saúde, compreendem,
simultaneamente, aquelas relativas a Estados e Municípios. Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção
Básica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção
Art. 15 As metas e os indicadores para avaliação e
Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, como termos
monitoramento da Política Nacional de Vigilância em Saúde
equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as
devem estar contidos nos instrumentos de gestão definidos
diretrizes definidas neste documento.
pelo sistema de planejamento do SUS:
Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de
I – Planos de Saúde;
saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem
II – Programações Anuais de Saúde; e promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento,
III – Relatórios Anuais de Gestão. reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e
§1º O planejamento estratégico deve contemplar vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de
ações, metas e indicadores de promoção e proteção da cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
saúde, de prevenção de doenças e redução da multiprofissional e dirigida à população em território definido,
morbimortalidade, vulnerabilidades e riscos nos moldes de sobre as quais as equipes assumem responsabilidade
uma atuação permanentemente, articulada e sistêmica. sanitária.
§2º Os conselhos de saúde devem ser protagonistas §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada
no processo de avaliação e monitoramento da PNVS. e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado
Art. 16 O financiamento das ações da vigilância em e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede.
saúde, garantido de forma tripartite, deve ser específico, § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e
permanente, crescente e suficiente para assegurar os gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas
recursos e tecnologias necessários ao cumprimento do papel necessidades e demandas do território, considerando os
institucional das três esferas de gestão, bem como deve determinantes e condicionantes de saúde.
contribuir para o aperfeiçoamento e melhoria da qualidade de § 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade,
suas ações. gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação
RONALD FERREIRA DOS SANTOS sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição
Presidente do Conselho Nacional de Saúde Homologo a socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual,
Resolução CNS nº 588, de 12 de julho de 2018, nos termos do funcional e outras.
Decreto de Delegação de Competência de 12 de novembro de 1991. § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão
GILBERTO OCCHI adotadas estratégias que permitam minimizar
Ministro de Estado da Saúde desigualdades/iniquidades, de modo a evitar exclusão social
de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou
discriminação, de maneira que impacte na autonomia e na
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO situação de saúde.
BÁSICA (PORTARIA MS/SAS Nº Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a
2.436/2017). serem operacionalizados na Atenção Básica:
I - Princípios:
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica,
estabelecendo a revisão de diretrizes para a a) Universalidade;
organização da Atenção Básica, no âmbito do b) Equidade; e
Sistema Único de Saúde (SUS). c) Integralidade.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das II - Diretrizes:
atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo a) Regionalização e Hierarquização:
único do art. 87 da Constituição, e
b) Territorialização;
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990,
c) População Adscrita;
que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
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14 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
d) Cuidado centrado na pessoa; X - garantir, de forma tripartite, dispositivos para
e) Resolutividade; transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas
para realização de procedimentos eletivos, exames, dentre
f) Longitudinalidade do cuidado;
outros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade
g) Coordenação do cuidado; do cuidado na RAS, conforme necessidade do território e
h) Ordenação da rede; e planejamento de saúde;
i) Participação da comunidade. XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da
Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia Atenção Básica nos territórios;
prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. XII - estabelecer mecanismos de autoavaliação,
Parágrafo único. Serão reconhecidas outras controle, regulação e acompanhamento sistemático dos
estratégias de Atenção Básica, desde que observados os resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como
princípios e diretrizes previstos nesta portaria e tenham parte do processo de planejamento e programação;
caráter transitório, devendo ser estimulada sua conversão em XIII - divulgar as informações e os resultados
Estratégia Saúde da Família. alcançados pelas equipes que atuam na Atenção Básica,
Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e estimulando a utilização dos dados para o planejamento das
Atenção Básica é condição essencial para o alcance de ações;
resultados que atendam às necessidades de saúde da XIV - promover o intercâmbio de experiências entre
população, na ótica da integralidade da atenção à saúde e gestores e entre trabalhadores, por meio de cooperação
visa estabelecer processos de trabalho que considerem os horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e
determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação
intra e intersetorialidade. de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica;
Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que XV - estimular a participação popular e o controle
prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do social;
SUS, de acordo com esta portaria serão denominados XVI - garantir espaços físicos e ambientes adequados
Unidade Básica de Saúde - UBS. Parágrafo único. Todas as para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde,
UBS são consideradas potenciais espaços de educação, para a formação em serviço e para a educação permanente e
formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, continuada nas Unidades Básicas de Saúde;
inovação e avaliação tecnológica para a RAS.
XVII - desenvolver as ações de assistência
CAPÍTULO I farmacêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo
DAS RESPONSABILIDADES a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em
Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e
esferas de governo: diretrizes terapêuticas, e com a relação específica
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção complementar estadual, municipal, da união, ou do distrito
e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando a
nesta portaria; integralidade do cuidado;
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da XVIII - adotar estratégias para garantir um amplo
Família - ESF como estratégia prioritária de expansão, escopo de ações e serviços a serem ofertados na Atenção
consolidação e qualificação da Atenção Básica; Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de cada
localidade;
III - garantir a infraestrutura adequada e com boas
condições para o funcionamento das UBS, garantindo XIX - estabelecer mecanismos regulares de auto
espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de avaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica, a
pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes; fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e
planejamento em saúde; e
IV - contribuir com o financiamento tripartite para
fortalecimento da Atenção Básica; XX -articulação com o subsistema Indígena nas ações
de Educação Permanente e gestão da rede assistencial.
V - assegurar ao usuário o acesso universal, equânime
e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das
outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo
Comissões Intergestores; responsabilidades da União:
VI - estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, I -definir e rever periodicamente, de forma pactuada,
Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da
metas para a organização da Atenção Básica; Política Nacional de Atenção Básica;
VII -desenvolver mecanismos técnicos e estratégias II - garantir fontes de recursos federais para compor o
organizacionais de qualificação da força de trabalho para financiamento da Atenção Básica;
gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a formação, III - destinar recurso federal para compor o
educação permanente e continuada dos profissionais, garantir financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo mensal,
direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os vínculos de regular e automático, prevendo, entre outras formas, o
trabalho e implantar carreiras que associem desenvolvimento repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações
do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às e serviços;
pessoas; IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados,
VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de do Distrito Federal e dos municípios no processo de
profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
promover ofertas de cuidado e o vínculo; V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação
IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas junto às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à
de Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção
mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas Básica;
ferramentas nas UBS, de acordo com suas VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais
responsabilidades; e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA15
facilitem o processo de gestão, formação e educação II - programar as ações da Atenção Básica a partir de
permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; sua base territorial de acordo com as necessidades de saúde
VII - articular com o Ministério da Educação estratégias identificadas em sua população, utilizando instrumento de
de indução às mudanças curriculares nos cursos de programação nacional vigente;
graduação e pósgraduação na área da saúde, visando à III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em
formação de profissionais e gestores com perfil adequado à linhas de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos
Atenção Básica; e na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de
VIII -apoiar a articulação de instituições, em parceria atenção de diferentes configurações tecnológicas, integrados
com as Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para
Distrito Federal, para formação e garantia de educação garantir a integralidade do cuidado.
permanente e continuada para os profissionais de saúde da IV -estabelecer e adotar mecanismos de
Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais. encaminhamento responsável pelas equipes que atuam na
Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e Atenção Básica de acordo com as necessidades de saúde das
ao Distrito Federal a coordenação do componente estadual e pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado;
distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites V - manter atualizado mensalmente o cadastro de
territoriais e de acordo com as políticas, diretrizes e equipes, profissionais, carga horária, serviços
prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de
Estados e do Distrito Federal: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente,
I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) conforme regulamentação específica;
e Colegiado de Gestão no Distrito Federal, estratégias, VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção
diretrizes e normas para a implantação e implementação da Básica atue como a porta de entrada preferencial e
Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados e ordenadora da RAS;
Distrito Federal; VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir
II - destinar recursos estaduais para compor o espaços para a participação da comunidade no exercício do
financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo regular e controle social;
automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a VIII - destinar recursos municipais para compor o
fundo para custeio e investimento das ações e serviços; financiamento tripartite da Atenção Básica;
III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde,
de Atenção Básica nos municípios; e Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da
IV - analisar os dados de interesse estadual gerados utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos
pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e município;
divulgar os resultados obtidos; X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua
V -verificar a qualidade e a consistência de arquivos rede de serviços como a estratégia prioritária de organização
dos sistemas de informação enviados pelos municípios, de da Atenção Básica;
acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, XI -prestar apoio institucional às equipes e serviços no
retornando informações aos gestores municipais; processo de implantação, acompanhamento, e qualificação
VI - divulgar periodicamente os relatórios de da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da
indicadores da Atenção Básica, com intuito de assegurar o Estratégia Saúde da Família;
direito fundamental de acesso à informação; XII - definir estratégias de institucionalização da
VII - prestar apoio institucional aos municípios no avaliação da Atenção Básica;
processo de implantação, acompanhamento e qualificação da XIII -desenvolver ações, articular instituições e
Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia promover acesso aos trabalhadores, para formação e garantia
Saúde da Família; de educação permanente e continuada aos profissionais de
VIII - definir estratégias de articulação com as gestões saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica
municipais, com vistas à institucionalização do monitoramento implantadas;
e avaliação da Atenção Básica; XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção
técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de formação Básica, em conformidade com a legislação vigente;
e educação permanente dos membros das equipes de gestão XV -garantir recursos materiais, equipamentos e
e de atenção; insumos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes,
X - articular instituições de ensino e serviço, em para a execução do conjunto de ações propostas;
parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e
formação e garantia de educação permanente aos laboratorial necessário ao cuidado resolutivo da população;
profissionais de saúde das equipes que atuam na Atenção
XVII -alimentar, analisar e verificar a qualidade e a
Básica; e
consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais de
XI -fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de informação a serem enviados às outras esferas de gestão,
serviços como a estratégia prioritária de organização da utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os resultados
Atenção Básica. obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso à
Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde a informação;
coordenação do componente municipal da Atenção Básica, XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia
no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política, das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de
responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal: saúde das mesmas; e
I -organizar, executar e gerenciar os serviços e ações IX - assegurar o cumprimento da carga horária integral
de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam
território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho
estado e pela União; especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de
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16 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e
atenção. promovendo a vinculação e corresponsabilização pela
Art. 11 A operacionalização da Política Nacional de atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento
Atenção Básica está detalhada no Anexo a esta Portaria. de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do
Art. 12 Fica revogada a Portaria nº 2.488/GM/MS, de
serviço de saúde que parte do princípio de que as equipes que
21 de outubro de 2011.
atuam na Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo
publicação. universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes,
RICARDO BARROS e a partir daí construir respostas para suas demandas e
ANEXO necessidades.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA - Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as
OPERACIONALIZAÇÃO diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as
CAPÍTULO I necessidades das pessoas, considerando que o direito à
saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em
SAÚDE idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição
resultado da experiência acumulada por um conjunto de socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual,
atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a funcional, entre outras, com estratégias que permitam
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos
movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de
três esferas de governo. Esta Portaria, conforme maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde.
normatização vigente no SUS, que define a organização em - Integralidade: É o conjunto de serviços executados
Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um pela equipe de saúde que atendam às necessidades da
cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e
população, destaca a Atenção Básica como primeiro ponto de manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos,
atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados
ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços
informações em todos os pontos de atenção à saúde. em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento
Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na adequado das necessidades biológicas, psicológicas,
Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das
consolidação da Atenção Básica. Contudo reconhece outras diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a
estratégias de organização da Atenção Básica nos territórios, estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e
que devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica coletividade.
e do SUS, configurando um processo progressivo e singular 1.2 - Diretrizes
que considera e inclui as especificidades locorregionais,
ressaltando a dinamicidade do território e a existência de - Regionalização e Hierarquização: dos pontos de
populações específicas, itinerantes e dispersas, que também atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de
são de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no comunicação entre esses. Considera-se regiões de saúde
território, em consonância com a política de promoção da como um recorte espacial estratégico para fins de
equidade em saúde. planejamento, organização e gestão de redes de ações e
serviços de saúde em determinada localidade, e a
A Atenção Básica considera a pessoa em sua hierarquização como forma de organização de pontos de
singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção da RAS entre si, com fluxos e referências
atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde estabelecidos.
- a qual constitui um processo contínuo e sistemático de
coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre - Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o
eventos relacionados à saúde - além disso, visa o planejamento, a programação descentralizada e o
planejamento e a implementação de ações públicas para a desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco
proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de em um território específico, com impacto na situação, nos
riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e
saúde. coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto,
adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, considerase
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões Território a unidade geográfica única, de construção
simplistas, nas quais, entre outras, há dicotomia e oposição descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas
entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve-se destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e
partir da compreensão de que a saúde possui múltiplos recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para
determinantes e condicionantes e que a melhora das dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social,
condições de saúde das pessoas e coletividades passa por econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário,
diversos fatores, os quais grande parte podem ser abordados possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e
na Atenção Básica. subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que
1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA atendam a necessidade da população adscrita e ou as
Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação populações específicas.
de serviços ofertados na Atenção Básica serão orientadores III - População Adscrita: população que está presente
para a sua organização nos municípios, conforme descritos a no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento
seguir: de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes
1.1 - Princípios e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde
- Universalidade: possibilitar o acesso universal e e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser
contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, referência para o seu cuidado.
caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA17
- Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o porta de entrada do sistema, constituída de equipe
desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, multidisciplinar que cobre toda a população, integrando,
que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de
aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e saúde das pessoas do seu território.
tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que
cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que "o acesso universal,
construído com as pessoas, de acordo com suas igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia
necessidades e potencialidades na busca de uma vida pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede
independente e plena. A família, a comunidade e outras regionalizada e hierarquizada".
formas de coletividade são elementos relevantes, muitas
Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é
vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas
preciso reconhecer as necessidades de saúde da população
e, por consequência, no cuidado.
sob sua responsabilidade, organizando-as em relação aos
- Resolutividade: reforça a importância da Atenção outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a
Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes programação dos serviços de saúde parta das necessidades
tecnologias de cui-dado individual e coletivo, por meio de uma das pessoas, com isso fortalecendo o planejamento
clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e ascendente.
intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na
A Atenção Básica é caracterizada como porta de
pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia
entrada preferencial do SUS, possui um espaço privilegiado
dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a
de gestão do cuidado das pessoas e cumpre papel estratégico
grande maioria dos problemas de saúde da população,
na rede de atenção, servindo como base para o seu
coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS,
ordenamento e para a efetivação da integralidade. Para tanto,
quando necessário.
é necessário que a Atenção Básica tenha alta resolutividade,
VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de
continuidade da relação de cuidado, com construção de tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas e
vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao terapêuticas), além da articulação da Atenção Básica com
longo do tempo e de modo permanente e consistente, outros pontos da RAS.
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de
Os estados, municípios e o distrito federal, devem
outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de
articular ações intersetoriais, assim como a organização da
referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são
RAS, com ênfase nas necessidades locorregionais,
decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da
promovendo a integração das referências de seu território.
falta de coordenação do cuidado.
Recomenda-se a articulação e implementação de
VII - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e
processos que aumentem a capacidade clínica das equipes,
organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das
que fortaleçam práticas de microrregulação nas Unidades
RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os
Básicas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da UBS
diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo
e dos exames e consultas descentralizados/programados
cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de
para cada UBS, que propiciem a comunicação entre UBS,
uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo
centrais de regulação e serviços especializados, com
de produzir a gestão compartilhada da atenção integral.
pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial
Articulando também as outras estruturas das redes de saúde
e/ou a distância, entre outros.
e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
Um dos destaques que merecem ser feitos é a
VIII - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades
consideração e a incorporação, no processo de
de saúde da população sob sua responsabilidade,
referenciamento, das ferramentas de telessaúde articulado às
organizando as necessidades desta população em relação
decisões clínicas e aos processos de regulação do acesso. A
aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que
utilização de protocolos de encaminhamento servem como
o planejamento das ações, assim como, a programação dos
ferramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuidado, pois
serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das
tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes
pessoas.
quanto se constituem como referência que modula a avaliação
IX - Participação da comunidade: estimular a das solicitações pelos médicos reguladores.
participação das pessoas, a orientação comunitária das ações
Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do
de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no
cuidado clínico e da resolutividade na Atenção Básica,
cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade
evitando a exposição das pessoas a consultas e/ou
na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e
procedimentos desnecessários. Além disso, com a
coletividades do território. Considerando ainda o
organização do acesso, induz-se ao uso racional dos recursos
enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde,
em saúde, impede deslocamentos desnecessários e traz
através de articulação e integração das ações intersetoriais na
maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera.
organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de
lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle A gestão municipal deve articular e criar condições
social. para que a referência aos serviços especializados
ambulatoriais, sejam realizados preferencialmente pela
2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À
Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade:
SAÚDE
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS,
atenção da RAS;
define a organização na RAS, como estratégia para um
cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da b) Gerir a referência e contrarreferência em outros
população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos pontos de atenção; e
formados por ações e serviços de saúde com diferentes c) Estabelecer relação com os especialistas que
configurações tecnológicas e missões assistenciais, cuidam das pessoas do território.
articulados de forma complementar e com base territorial, e 3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO
têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção DA ATENÇÃO BÁSICA
Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal
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18 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
Este item refere-se ao conjunto de procedimentos que Recomenda-se os seguintes ambientes:
objetiva adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos a. consultório médico; consultório de enfermagem;
humanos das UBS às necessidades de saúde da população área para assistência farmacêutica, laboratório, sala de
de cada território. vacina; sala de procedimentos; e, se forem compostas por
3.1 Infraestrutura e ambiência profissionais de saúde bucal, será necessário consultório
A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao odontológico com equipo odontológico completo;
quantitativo de população adscrita e suas especificidades, b. área de recepção, banheiro público; banheiro
bem como aos processos de trabalho das equipes e à atenção exclusivo para os funcionários; expurgo; cabines com leitos
à saúde dos usuários. Os parâmetros de estrutura devem, em número suficiente para toda a equipe; cozinha e outro
portanto, levar em consideração a densidade demográfica, a ambientes conforme necessidade.
composição, atuação e os tipos de equipes, perfil da c) Unidade Odontológica Móvel
população, e as ações e serviços de saúde a serem
Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a
realizados. É importante que sejam previstos espaços físicos
finalidade de atenção à saúde bucal, equipado com:
e ambientes adequados para a formação de estudantes e
trabalhadores de saúde de nível médio e superior, para a Compressor para uso odontológico com sistema de
formação em serviço e para a educação permanente na UBS. filtragem; aparelho de raios-x para radiografias periapicais e
interproximais; aventais de chumbo; conjunto peças de mão
As UBS devem ser construídas de acordo com as
contendo micro-motor com peça reta e contra ângulo, e alta
normas sanitárias e tendo como referência as normativas de
rotação; gabinete odontológico; cadeira odontológica, equipo
infraestrutura vigentes, bem como possuir identificação
odontológico e refletor odontológico; unidade auxiliar
segundo os padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
odontológica; mocho odontológico; autoclave; amalgamador;
Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de Cadastro
fotopolimerizador; e refrigerador.
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), de acordo
com as normas em vigor para tal. 3.3 - Funcionamento
As UBS poderão ter pontos de apoio para o Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde
atendimento de populações dispersas (rurais, ribeirinhas, tenham seu funcionamento com carga horária mínima de 40
assentamentos, áreas pantaneiras etc.), com reconhecimento horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos
no SCNES, bem como nos instrumentos de monitoramento e 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à
avaliação. A estrutura física dos pontos de apoio deve população.
respeitar as normas gerais de segurança sanitária. Horários alternativos de funcionamento podem ser
A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico pactuados através das instâncias de participação social,
(arquitetônico), entendido como lugar social, profissional e de desde que atendam expressamente a necessidade da
relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção população, observando, sempre que possível, a carga horária
acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente mínima descrita acima.
saudável para o trabalho dos profissionais de saúde. Como forma de garantir a coordenação do cuidado,
Para um ambiente adequado em uma UBS, existem ampliando o acesso e resolutividade das equipes que atuam
componentes que atuam como modificadores e qualificadores na Atenção Básica, recomenda-se:
do espaço, recomenda-se contemplar: recepção sem grades i) - População adscrita por equipe de Atenção Básica
(para não intimidar ou dificultar a comunicação e também (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas,
garantir privacidade à pessoa), identificação dos serviços localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e
existentes, escala dos profissionais, horários de diretrizes da Atenção Básica.
funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmico e Além dessa faixa populacional, podem existir outros
acústico, e espaços adaptados para as pessoas com arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e
deficiência em conformidade com as normativas vigentes. dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais,
Além da garantia de infraestrutura e ambiência conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica
apropriadas, para a realização da prática profissional na e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de
Atenção Básica, é necessário disponibilizar equipamentos definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da
adequados, recursos humanos capacitados, e materiais e equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro
insumos suficientes à atenção à saúde prestada nos recomendado, de acordo com as especificidades do território,
municípios e Distrito Federal. assegurando-se a qualidade do cuidado.
3.2 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou
São considerados unidades ou equipamentos de Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial
saúde no âmbito da Atenção Básica: resolutivo.
a) Unidade Básica de Saúde iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de
equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família
Recomenda-se os seguintes ambientes:
(eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas
consultório médico e de enfermagem, consultório com quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao
sanitário, sala de procedimentos, sala de vacinas, área para recebimento de recursos financeiros específicos, conforme a
assistência farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de seguinte fórmula: População/2.000.
procedimentos, sala de coleta/exames, sala de curativos, sala
iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000
de expurgo, sala de esterilização, sala de observação e sala
habitantes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de
de atividades coletivas para os profissionais da Atenção
Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda população;
Básica. Se forem compostas por profissionais de saúde bucal,
será necessário consultório odontológico com equipo Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro
odontológico completo; populacional de responsabilidade da equipe de acordo com
especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica
a. área de recepção, local para arquivos e registros,
comunitária respeitando critérios de equidade, ou, ainda, pela
sala multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea,
decisão de possuir um número inferior de pessoas por equipe
sala de administração e gerência, banheiro público e para
de Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da Família (eSF)
funcionários, entre outros ambientes conforme a necessidade.
para avançar no acesso e na qualidade da Atenção Básica.
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA19
Para que as equipes que atuam na Atenção Básica - Identificação do Gerente da Atenção Básica no
possam atingir seu potencial resolutivo, de forma a garantir a território e dos componentes de cada equipe da UBS;
coordenação do cuidado, ampliando o acesso, é necessário - Relação de serviços disponíveis; e
adotar estratégias que permitam a definição de um amplo
- Detalhamento das escalas de atendimento de cada
escopo dos serviços a serem ofertados na UBS, de forma que
equipe.
seja compatível com as necessidades e demandas de saúde
da população adscrita, seja por meio da Estratégia Saúde da 3.4 - Tipos de Equipes:
Família ou outros arranjos de equipes de Atenção Básica 1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia
(eAB), que atuem em conjunto, compartilhando o cuidado e prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da
apoiando as práticas de saúde nos territórios. Essa oferta de Atenção Básicano país, de acordo com os preceitos do SUS.
ações e serviços na Atenção Básica devem considerar É considerada como estratégia de expansão, qualificação e
políticas e programas prioritários, as diversas realidades e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma
necessidades dos territórios e das pessoas, em parceria com reorientação do processo de trabalho com maior potencial de
o controle social. ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das
As ações e serviços da Atenção Básica, deverão pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante
seguir padrões essenciais e ampliados: relação custo-efetividade.
Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos Composta no mínimo por médico, preferencialmente
relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e da especialidade medicina de família e comunidade,
qualidade na Atenção Básica; e enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente
- Padrões Ampliados -ações e procedimentos
comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe
considerados estratégicos para se avançar e alcançar
o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais
padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica,
de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente
considerando especificidades locais, indicadores e
especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em
parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde.
saúde bucal.
A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria
O número de ACS por equipe deverá ser definido de
com o controle social, pactuada nas instâncias
acordo com base populacional, critérios demográficos,
interfederativas, com financiamento regulamentado em
epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição
normativa específica.
local.
Caberá a cada gestor municipal realizar análise de
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de
demanda do território e ofertas das UBS para mensurar sua
risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de
capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias
100% da população com número máximo de 750 pessoas por
para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das
ACS.
equipes e serviços da sua UBS.
Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade
A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá
de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos
estar disponível aos usuários de forma clara, concisa e de fácil
os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os
visualização, conforme padronização pactuada nas instâncias
profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1
gestoras.
(uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente.
Todas as equipes que atuam na Atenção Básica
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade
deverão garantir a oferta de todas as ações e procedimentos
deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a AB.
do Padrão Essencial e recomenda-se que também realizarem
A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção
ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando as
Básica (eAB) de acordo com características e necessidades
necessidades e demandas de saúde das populações em cada
do município. Como modelo prioritário é a ESF, as equipes de
localidade. Os serviços dos padrões essenciais, bem como os
Atenção Básica (eAB) podem posteriormente se organizar tal
equipamentos e materiais necessários, devem ser garantidos
qual o modelo prioritário.
igualmente para todo o país, buscando uniformidade de
atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco As equipes deverão ser compostas minimamente por
de ações e procedimentos ampliados deve contemplar de médicos preferencialmente da especialidade medicina de
forma mais flexível às necessidades e demandas de saúde família e comunidade, enfermeiro preferencialmente
das populações em cada localidade, sendo definido a partir especialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e
de suas especificidades locorregionais. ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros
profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou
As unidades devem organizar o serviço de modo a
técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e
otimizar os processos de trabalho, bem como o acesso aos
agentes de combate à endemias.
demais níveis de atenção da RAS.
A composição da carga horária mínima por categoria
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus
pro-fissional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo de
usuários, oferecendo o registro de elogios, críticas ou
3 (três) profissionais por categoria, devendo somar no mínimo
reclamações, por meio de livros, caixas de sugestões ou
40 horas/semanais.
canais eletrônicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento
e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não O processo de trabalho, a combinação das jornadas de
sejam da área de abrangência da unidade, com classificação trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de
de risco e encaminhamento responsável de acordo com as funcionamento devem ser organizados de modo que
necessidades apresentadas, articulando-se com outros garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas e
serviços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade
de cuidado estabelecidas. do cuidado.
Deverá estar afixado em local visível, próximo à A distribuição da carga horária dos profissionais é de
entrada da UBS: responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil
demográfico e epidemiológico local para escolha da
- Identificação e horário de atendimento;
especialidade médica, estes devem atuar como generalistas
- Mapa de abrangência, com a cobertura de cada nas equipes de Atenção Básica (eAB).
equipe;
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20 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
Importante ressaltar que para o funcionamento a Compete especificamente à Equipe do Núcleo
equipe deverá contar também com profissionais de nível Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB):
médio como técnico ou auxiliar de enfermagem. a. Participar do planejamento conjunto com as equipes
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas;
pode compor as equipes que atuam na atenção básica, b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos
constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação
bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e
Os profissionais de saúde bucal que compõem as de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde,
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica tanto em termos clínicos quanto sanitários; e
(eAB) e de devem estar vinculados à uma UBS ou a Unidade c. Realizar discussão de casos, atendimento
Odontológica Móvel, podendo se organizar nas seguintes individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta
modalidades: de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde no território e na saúde de grupos populacionais de todos os
bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações
Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo
TSB. de trabalho das equipes dentre outros, no território.
Independente da modalidade adotada, os profissionais Poderão compor os NASF-AB as ocupações do
de Saúde Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção Código Brasileiro de Ocupações - CBO na área de saúde:
Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), devendo Médico Acupunturista; Assistente Social;
compartilhar a gestão e o processo de trabalho da equipe, Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico;
tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico
território adstrito que a equipe de Saúde da Família ou Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista;
Atenção Básica a qual integra. Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta
Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clinica
Cada equipe de Saúde de Família que for implantada
médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional
com os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir
com formação em arte e educação (arte educador) e
pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa
profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional
equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do
graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde
Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, através
pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas
de doação direta ou o repasse de recursos necessários para
áreas conforme normativa vigente.
adquiri-los (equipo odontológico completo).
A definição das categorias profissionais é de
4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção
autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo
Básica (Nasf-AB)
com as necessidades do territórios.
Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar
5 - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
composta por categorias de profissionais da saúde,
(EACS):
complementar àsequipes que atuam na Atenção Básica. É
formada por diferentes ocupações (profissões e É prevista a implantação da Estratégia de Agentes
especialidades) da área da saúde, atuando de maneira Comunitários de Saúde nas UBS como uma possibilidade
integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) para a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à
aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família ou
Atenção Básica (eAB). como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras
maneiras de organização da Atenção Básica. São itens
Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da
necessários à implantação desta estratégia:
Atenção Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas UBS e
trabalhando de forma horizontal e interdisciplinar com os a.a existência de uma Unidade Básica de Saúde,
demais profissionais, garantindo a longitudinalidade do inscrita no SCNES vigente que passa a ser a UBS de
cuidado e a prestação de serviços diretos à população. Os referência para a equipe de agentes comunitários de saúde;
diferentes profissionais devem estabelecer e compartilhar b.o número de ACS e ACE por equipe deverá ser
saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma visão comum definido de acordo com base populacional (critérios
e aprender a solucionar problemas pela comunicação, de demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos),
modo a maximizar as habilidades singulares de cada um. conforme legislação vigente.
Deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de c.o cumprimento da carga horária integral de 40 horas
problemas, demandas e necessidades de saúde de pessoas semanais por toda a equipe de agentes comunitários, por
e grupos sociais em seus territórios, bem como a partir de cada membro da equipe; composta por ACS e enfermeiro
dificuldades dos profissionais de todos os tipos de equipes supervisor;
que atuam na Atenção Básica em suas análises e manejos. d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar
Para tanto, faz-se necessário o compartilhamento de saberes, cadastrados no SCNES vigente, vinculados à equipe;
práticas intersetoriais e de gestão do cuidado em rede e a
e.cada ACS deve realizar as ações previstas nas
realização de educação permanente e gestão de coletivos nos
regulamentações vigentes e nesta portaria e ter uma
territórios sob responsabilidade destas equipes.
microárea sob sua responsabilidade, cuja população não
Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como ultrapasse 750 pessoas;
serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e
f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do
não são de livre acesso para atendimento individual ou
planejamento do processo de trabalho a partir das
coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados
necessidades do território, com priorização para população
pelas equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir
com maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico;
das demandas identificadas no trabalho con-junto com as
equipes, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à
e seus diversos pontos de atenção, além de outros integralidade do cuidado no território; e h.cadastrar, preencher
equipamentos sociais públicos/privados, redes sociais e e informar os dados através do Sistema de Informação em
comunitárias. Saúde para a Atenção Básica vigente.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA21
3.5 - EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA As eSFR prestarão atendimento à população por, no
POPULAÇÕES ESPECÍFICAS mínimo, 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da equivalente a 8 (oito) horas diárias.
Atenção Básica são responsáveis pela atenção à saúde de Para as comunidades distantes da UBS de referência,
populações que apresentem vulnerabilidades sociais as eSFR adotarão circuito de deslocamento que garanta o
específicas e, por consequência, necessidades de saúde atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a
específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das
outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica possui ações de Atenção Básica. Caso necessário, poderão possuir
responsabilidade direta sobre ações de saúde em unidades de apoio, estabelecimentos que servem para
determinado território, considerando suas singularidades, o atuação das eSFR e que não possuem outras equipes de
que possibilita intervenções mais oportunas nessas situações Saúde da Família vinculadas.
específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e Para operacionalizar a atenção à saúde das
ofertar uma atenção integral à saúde. comunidades ribeirinhas dispersas no território de
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar abrangência, a eSFR receberá incentivo financeiro de custeio
atenção à saúde de populações específicas. Em algumas para logística, que considera a existência das seguintes
realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, estruturas:
além das equipes descritas anteriormente, de equipes a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites),
adicionais para realizar as ações de saúde à populações vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de
específicas no âmbito da Atenção Básica, que devem atuar de Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s)
forma integrada para a qualificação do cuidado no território. da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma
Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam descentralizada; e
na Atenção Básica possam incorporar tecnologias dessas
b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte
equipes específicas, de modo que se faça uma transição para
exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde
um momento em que não serão necessárias essas equipes
da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde
específicas, e todas as pessoas e populações serão
de Atenção Básica.
acompanhadas pela eSF.
Todas as unidades de apoio ou satélites e
São consideradas equipes de Atenção Básica para
embarcações devem estar devidamente informadas no
Populações Específicas:
Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, a
3.6 - ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE qual as eSFR estão vinculadas.
DA FAMÍLIA
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São
1 - Equipes de Saúde da Família para o atendimento equipes que desempenham suas funções em Unidades
da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira: Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por
Considerando as especificidades locorregionais, os comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área
municípios da Amazônia Legal e Pantaneiras podem optar adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial.
entre 2 (dois) arranjos organizacionais para equipes Saúde da
A eSFR será formada por equipe multiprofissional
Família, além dos existentes para o restante do país:
composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente
a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um)
equipes que desempenham parte significativa de suas enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da
funções em UBS construídas e/ou localizadas nas Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo
comunidades pertencentes à área adstrita e cujo acesso se acrescentar a esta composição, como parte da equipe
dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão territorial, multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde
necessitam de embarcações para atender as comunidades bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista
dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma UBS, em saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde
que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma bucal.
comunidade ribeirinha localizada na área adstrita.
Devem contar também, com um (01) técnico de
A eSFR será formada por equipe multiprofissional laboratório e/ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na
composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente composição mínima, os profissionais de saúde bucal, um (1)
da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde
enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da da família, e um (01) Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal.
Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo
Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais
acrescentar a esta composição, como parte da equipe
da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre
multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde
enfermeiros ou outros profissionais previstos para os Nasf -
bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista
AB
em saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde
bucal. Para as comunidades distantes da Unidade Básica de
Saúde de referência, a eSFF adotará circuito de
Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as
deslocamento que garanta o atendimento a todas as
ESFR podem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro)
comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias,
Agentes Comunitários de Saúde; até 12 (doze)
para assegurar a execução das ações de Atenção Básica.
microscopistas, nas regiões endêmicas; até 11 (onze)
Auxiliares/Técnicos de enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/Técnico Para operacionalizar a atenção à saúde das
de saúde bucal. As ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2 comunidades ribeirinhas dispersas no território de
(dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua abrangência, onde a UBS Fluvial não conseguir aportar, a
composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais eSFF poderá receber incentivo financeiro de custeio para
previstos nas equipes de Nasf-AB. logística, que considera a existência das seguintes estruturas:
Os agentes comunitários de saúde, os a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites),
auxiliares/técnicos de enfermagem extras e os vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de
auxiliares/técnicos de saúde bucal cumprirão carga horária de Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s)
até 40 (quarenta) horas semanais de trabalho e deverão da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma
residir na área de atuação. descentralizada; e
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22 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte 1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São
exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde compostas por equipe multiprofissional que deve estar
da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de
de Atenção Básica. Saúde vigente, e com responsabilidade de articular e prestar
1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) -equipe de atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade.
saúde com composição variável, responsável por articular e Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas
prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral
rua ou com características análogas em determinado no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção Integral à
território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema
modalidades e respectivos regramentos descritos em portaria Prisional (PNAISP), que os serviços de saúde no sistema
específica. prisional passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção
São itens necessários para o funcionamento das à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção
equipes de Consultório na Rua (eCR): Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema
e ordenadora das ações e serviços de saúde, devendo
a. Realizar suas atividades de forma itinerante,
realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas
desenvolvendo ações na rua, em instalações específicas, na
Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme
unidade móvel e também nas instalações de Unidades
portaria específica.
Básicas de Saúde do território onde está atuando, sempre
articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA
demais equipes que atuam na atenção básica do território ATENÇÃO BÁSICA
(eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros de Atenção As atribuições dos profissionais das equipes que
Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos atuam na Atenção Básica deverão seguir normativas
serviços e instituições componentes do Sistema Único de específicas do Ministério da Saúde, bem como as definições
Assistência Social entre outras instituições públicas e da de escopo de práticas, protocolos, diretrizes clínicas e
sociedade civil; terapêuticas, além de outras normativas técnicas
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 estabelecidas pelos gestores federal, estadual, municipal ou
horas. Porém seu horário de funcionamento deverá ser do Distrito Federal.
adequado às demandas das pessoas em situação de rua, 4.1 Atribuições Comuns a todos os membros das
podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os Equipes que atuam na Atenção Básica:
dias da semana; e - Participar do processo de territorialização e
c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias mapeamento da área de atuação da equipe, identificando
profissionais especificadas em portaria específica. grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e
Na composição de cada eCR deve haver, vulnerabilidades;
preferencialmente, o máximo de dois profissionais da mesma - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e
profissão de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas as outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no
modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitários sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando
de saúde. as informações sistematicamente para a análise da situação
O agente social, quando houver, será considerado de saúde, considerando as características sociais,
equivalente ao profissional de nível médio. Entende-se por econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
agente social o pro-fissional que desempenha atividades que território, priorizando as situações a serem acompanhadas no
visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas planejamento local;
em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar - Realizar o cuidado integral à saúde da população
as equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas adscrita, prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de
em situação de rua. Saúde, e quando necessário, no domicílio e demais espaços
Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os comunitários (escolas, associações, entre outros), com
seguintes requisitos: atenção especial às populações que apresentem
necessidades específicas (em situação de rua, em medida
I - demonstração do cadastramento da eCR no
socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial etc.).
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(SCNES); e - Realizar ações de atenção à saúde conforme a
necessidade de saúde da população local, bem como aquelas
II - alimentação de dados no Sistema de Informação da
previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas e
Atenção Básica vigente, conforme norma específica.
terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e
Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios serviços essenciais e ampliados da AB;
na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua
V. Garantir a atenção à saúde da população adscrita,
deve seguir sendo de responsabilidade das equipes que
buscando a integralidade por meio da realização de ações de
atuam na Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde
promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de
bucal e os Núcleos Ampliados à Saúde da Família e equipes
doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda
de Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde estas pessoas
espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas
estão concentradas.
e de vigilância em saúde, e incorporando diversas
Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na racionalidades em saúde, inclusive Práticas Integrativas e
Rua de cada município, serão tomados como base os dados Complementares;
dos censos populacionais relacionados à população em
VI. Participar do acolhimento dos usuários,
situação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos
proporcionando atendimento humanizado, realizando
pelo Ministério da Saúde.
classificação de risco, identificando as necessidades de
As regras estão publicadas em portarias específicas intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela
que disciplinam composição das equipes, valor do incentivo continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do
financeiro, diretrizes de funcionamento, monitoramento e vínculo;
acompanhamento das equipes de consultório na rua entre
VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da
outras disposições.
população adscrita ao longo do tempo no que se refere às
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA23
múltiplas situações de doenças e agravos, e às necessidades XXI. Participar de reuniões de equipes a fim de
de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do acompanhar e discutir em conjunto o planejamento e
cuidado; avaliação sistemática das ações da equipe, a partir da
VIII. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a utilização dos dados disponíveis, visando a readequação
pessoas, famílias e grupos sociais, visando propor constante do processo de trabalho;
intervenções que possam influenciar os processos saúde- XXII. Articular e participar das atividades de educação
doença individual, das coletividades e da própria comunidade; permanente e educação continuada;
IX. Responsabilizar-se pela população adscrita XXIII. Realizar ações de educação em saúde à
mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando população adstrita, conforme planejamento da equipe e
necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema utilizando abordagens adequadas às necessidades deste
de saúde; público;
X. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica XXIV.Participar do gerenciamento dos insumos
vigente para registro das ações de saúde na AB, visando necessários para o adequado funcionamento da UBS;
subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e XIV. Promover a mobilização e a participação da
epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde; comunidade, estimulando conselhos/colegiados, constituídos
XI. Contribuir para o processo de regulação do acesso de gestores locais, profissionais de saúde e usuários,
a partir da Atenção Básica, participando da definição de fluxos viabilizando o controle social na gestão da Unidade Básica de
assistenciais na RAS, bem como da elaboração e Saúde;
implementação de protocolos e diretrizes clínicas e XXV. Identificar parceiros e recursos na comunidade
terapêuticas para a ordenação desses fluxos; que possam potencializar ações intersetoriais;
XII. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de
prática do encaminhamento desnecessário, com base nos Informação da Atenção Básica e no mapa de
processos de regulação locais (referência e acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou
contrarreferência), ampliando-a para um processo de outros pro-gramas sociais equivalentes, as condicionalidades
compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de saúde das famílias beneficiárias;e
de responsabilidade das equipes que atuam na atenção
XXVII. Realizar outras ações e atividades, de acordo
básica;
com as prioridades locais, definidas pelo gestor local.
XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de
4.2. São atribuições específicas dos profissionais das
atenção de diferentes configurações tecnológicas a
equipes que atuam na Atenção Básica:
integração por meio de serviços de apoio logístico, técnico e
de gestão, para garantir a integralidade do cuidado; 4.2.1 - Enfermeiro:
XIV. Instituir ações para segurança do paciente e I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias
propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no
adversos; domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações entre outras), em todos os ciclos de vida;
XV. Alimentar e garantir a qualidade do registro das
atividades nos sistemas de informação da Atenção Básica, II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos,
conforme normativa vigente; solicitar exames complementares, prescrever medicações
conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou
XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos
outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
de notificação compulsória, bem como outras doenças,
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as
agravos, surtos, acidentes, violências, situações sanitárias e
disposições legais da profissão;
ambientais de importância local, considerando essas
ocorrências para o planejamento de ações de prevenção, III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com
proteção e recuperação em saúde no território; escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com
protocolos estabelecidos;
XVII. Realizar busca ativa de internações e
atendimentos de urgência/emergência por causas sensíveis à IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de
Atenção Básica, a fim de estabelecer estratégias que ampliem cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas
a resolutividade e a longitudinalidade pelas equipes que no território, junto aos demais membros da equipe;
atuam na AB; V - Realizar atividades em grupo e encaminhar,
XVIII. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em quando necessário, usuários a outros serviços, conforme
domicílio às famílias e pessoas em residências, Instituições fluxo estabelecido pela rede local;
de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre outros tipos de VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
moradia existentes em seu território, de acordo com o desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS
planejamento da equipe, necessidades e prioridades e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
estabelecidas; VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de
XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas com enfermagem e ACS;
problemas de saúde controlados/compensados com algum VIII - Implementar e manter atualizados rotinas,
grau de dependência para as atividades da vida diária e que protocolos e fluxos relacionados a sua área de competência
não podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde; na UBS; e
XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, IX - Exercer outras atribuições conforme legislação
integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes profissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de
formações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando atuação.
incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem:
matriciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa
integração (realização de consulta compartilhada reservada I - Participar das atividades de atenção à saúde
aos profissionais de nível superior, construção de Projeto realizando procedimentos regulamentados no exercício de
Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no
estratégias, em consonância com as necessidades e domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
demandas da população); associações, entre outros);
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24 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
II - Realizar procedimentos de enfermagem, como VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
curativos, administração de medicamentos, vacinas, coleta de desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros
material para exames, lavagem, preparação e esterilização de membros da equipe;
materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermeiro, VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano
de acordo com sua área de atuação e regulamentação; e de cuidados para as pessoas que possuem condições
III - Exercer outras atribuições que sejam de crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e
responsabilidade na sua área de atuação. IX - Exercer outras atribuições que sejam de
4.2.1 - Médico: responsabilidade na sua área de atuação.
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias 4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB):
sob sua responsabilidade; I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e
II - Realizar consultas clínicas, pequenos coletiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos,
procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
espaços comunitários (escolas, associações entre outros); em comunitários (escolas, associações entre outros), segundo
conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e programação e de acordo com suas competências técnicas e
terapêuticas, bem como outras normativas técnicas legais;
estabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou II - Coordenar a manutenção e a conservação dos
Distrito Federal), observadas as disposições legais da equipamentos odontológicos;
profissão;
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe,
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
no território, junto aos demais membros da equipe; multidisciplinar;
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas
pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob ações de prevenção e promoção da saúde bucal;
sua responsabilidade o acompanhamento do plano
V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar
terapêutico prescrito;
em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou promoção à saúde;
domiciliar, mantendo a responsabilização pelo
VI - Participar das ações educativas atuando na
acompanhamento da pessoa;
promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
VII - Participar da realização de levantamentos e
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
membros da equipe; e
VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços
VII - Exercer outras atribuições que sejam de
de saúde bucal;
responsabilidade na sua área de atuação.
IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a
4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e
X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da
saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando odontológicos na restauração dentária direta, sendo vedado o
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-
comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo dentista;
com planejamento da equipe, com resolubilidade e em XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas
conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo
terapêuticas, bem como outras normativas técnicas mesmo;
estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação
Distrito Federal, observadas as disposições legais da do Cirurgião Dentista;
profissão; XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia,
II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o desinfecção e esterilização do instrumental, dos
perfil epidemiológico para o planejamento e a programação equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho;
em saúde bucal no território; XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo
III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da operatório, antes e após atos cirúrgicos;
AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, XVI - Aplicar medidas de biossegurança no
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos
relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação odontológicos;
e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e
parcial removível); XVII - Processar filme radiográfico;
IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas XVIII - Selecionar moldeiras;
à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; XIX - Preparar modelos em gesso;
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades XX - Manipular materiais de uso odontológico.
referentes à saúde com os demais membros da equipe, XXI - Exercer outras atribuições que sejam de
buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma responsabilidade na sua área de atuação.
multidisciplinar; 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde
(TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante
planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA25
II - Executar organização, limpeza, assepsia, VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
desinfecção e esterilização do instrumental, dos favorecendo o trabalho em equipe;
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; VII - Potencializar a utilização de recursos físicos,
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas tecnológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os
intervenções clínicas, processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços correta utilização desses recursos;
de saúde bucal; VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da
referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o
de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de desabastecimento;
saúde de forma multidisciplinar; IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas
VI - Aplicar medidas de biossegurança no as instâncias necessárias e articular com demais atores da
armazenamento, transporte, manuseio e descarte de gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e
produtos e resíduos odontológicos; da atenção à saúde realizada na UBS;
VII - Processar filme radiográfico; X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a
participação dos profissionais na organização dos fluxos de
VIII - Selecionar moldeiras;
usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e
IX - Preparar modelos em gesso; terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre
X - Manipular materiais de uso odontológico realizando equipes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção,
manutenção e conservação dos equipamentos; com garantia de encaminhamentos responsáveis;
XI - Participar da realização de levantamentos e XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com
e atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no
XII - Exercer outras atribuições que sejam de território;
responsabilidade na sua área de atuação. XII - Identificar as necessidades de
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica formação/qualificação dos profissionais em conjunto com a
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na
Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualidade e resolutividade da atenção, e promover a
qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas Educação Permanente, seja mobilizando saberes na própria
de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde UBS, ou com parceiros;
prestada pelos profissionais das equipes à população XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a
adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão participação dos profissionais e usuários em instâncias de
deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a controle social;
necessidade do território e cobertura de AB. XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo
Entende-se por Gerente de AB um profissional possível quanto a ocorrências que interfiram no
qualificado, preferencialmente com nível superior, com o funcionamento da unidade; e
papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam
as necessidades do território e comunidade, a organização do designadas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de
processo de trabalho, coordenação e integração das ações. acordo com suas competências.
Importante ressaltar que o gerente não seja profissional 4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente
integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua de Combate a Endemias (ACE)
experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e
superior, e dentre suas atribuições estão:
Vigilância em Saúde devem se unir para a adequada
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, identificação de problemas de saúde nos territórios e o
as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades
na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser
organização do processo de trabalho na UBS; integradas.
II - Participar e orientar o processo de territorialização, Assim, além das atribuições comuns a todos os
diagnóstico situacional, planejamento e programação das profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e
equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o ACE:
alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
a) Atribuições comuns do ACS e ACE
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural,
trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência,
ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que
contribuindo para implementação de políticas, estratégias e
atuam, contribuindo para o processo de territorialização e
programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos
mapeamento da área de atuação da equipe;
e resolução de problemas;
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo
prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais
profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem
prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio
responsabilidades pela sua própria segurança de seus
de visitas domiciliares regulares e de ações educativas
colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a
individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços
notificação e a resolução dos problemas relacionados à
da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de
segurança;
casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros
V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos profissionais da equipe quando necessário;
sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade
dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a
estabelecida no planejamento da equipe e conforme as
utilização para análise e planejamento das ações, e
necessidades de saúde da população, para o monitoramento
divulgando os resultados obtidos;
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26 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
da situação das famílias e indivíduos do território, com superior, membro da equipe, após treinamento específico e
especial atenção às pessoas com agravos e condições que fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
necessitem de maior número de visitas domiciliares; geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no unidade de saúde de referência.
curso das doenças ou que tenham importância I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com
epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, o objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
doenças infecciosas e agravos; domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito
agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
individual e coletiva; III - aferição da temperatura axilar, durante a visita
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, domiciliar;
encaminhar os usuários para a unidade de saúde de IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são
referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde realizadas com material limpo, água corrente ou soro
responsável pelo território; fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas
VII - Informar e mobilizar a comunidade para passivas, que somente cobre a ferida; e
desenvolver medidas simples de manejo ambiental e outras V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou
formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores; domiciliar, mantendo a responsabilização pelo
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços acompanhamento da pessoa;
do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
serviços de saúde disponíveis; desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros
IX - Estimular a participação da comunidade nas membros da equipe; e
políticas públicas voltadas para a área da saúde; VII - Exercer outras atribuições que sejam de
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que responsabilidade na sua área de atuação.
possam potencializar ações intersetoriais de relevância para 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
a promoção da qualidade de vida da população, como ações
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e
e programas de educação, esporte e lazer, assistência social,
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
entre outros; e
tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
Distrito Federal. comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo
b) Atribuições do ACS: com planejamento da equipe, com resolubilidade e em
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e
base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua terapêuticas, bem como outras normativas técnicas
área, man-tendo os dados atualizados no sistema de estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do
informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma Distrito Federal, observadas as disposições legais da
sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação profissão;
de saúde, considerando as características sociais, II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do perfil epidemiológico para o planejamento e a programação
território, e priorizando as situações a serem acompanhadas em saúde bucal no território;
no planejamento local; III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências,
que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos
comunidade; relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação
III - Registrar, para fins de planejamento e e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e
acompanhamento das ações de saúde, os dados de parcial removível);
nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas
garantido o sigilo ético; à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
IV - Desenvolver ações que busquem a integração V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, referentes à saúde com os demais membros da equipe,
considerando as características e as finalidades do trabalho buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma
de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou multidisciplinar;
coletividades; VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal
V - Informar os usuários sobre as datas e horários de (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
consultas e exames agendados; VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
VI - Participar dos processos de regulação a partir da desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros
Atenção Básica para acompanhamento das necessidades membros da equipe;
dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano
desistências de consultas e exames solicitados; de cuidados para as pessoas que possuem condições
VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra IX - Exercer outras atribuições que sejam de
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do responsabilidade na sua área de atuação.
Distrito Federal.
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB):
Poderão ser consideradas, ainda, atividades do
I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e
Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
coletiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos,
excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA27
atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou VI - Aplicar medidas de biossegurança no
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços armazenamento, transporte, manuseio e descarte de
comunitários (escolas, associações entre outros), segundo produtos e resíduos odontológicos;
programação e de acordo com suas competências técnicas e VII - Processar filme radiográfico;
legais;
VIII - Selecionar moldeiras;
II - Coordenar a manutenção e a conservação dos
IX - Preparar modelos em gesso;
equipamentos odontológicos;
X - Manipular materiais de uso odontológico realizando
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
manutenção e conservação dos equipamentos;
referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe,
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma XI - Participar da realização de levantamentos e
multidisciplinar; estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
e
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas
ações de prevenção e promoção da saúde bucal; XII -. Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação.
V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar
em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
promoção à saúde; Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção
VI - Participar das ações educativas atuando na Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e
promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas
de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde
VII - Participar da realização de levantamentos e
prestada pelos profissionais das equipes à população
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão
VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a
de saúde bucal; necessidade do território e cobertura de AB.
IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a Entende-se por Gerente de AB um profissional
indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista; qualificado, preferencialmente com nível superior, com o
X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com
exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; as necessidades do território e comunidade, a organização do
XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais processo de trabalho, coordenação e integração das ações.
odontológicos na restauração dentária direta, sendo vedado o Importante ressaltar que o gerente não seja profissional
uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião- integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
dentista; experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível
superior, e dentre suas atribuições estão:
XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas
intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais,
mesmo; as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase
XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação
na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a
do Cirurgião Dentista;
organização do processo de trabalho na UBS;
XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia,
II - Participar e orientar o processo de territorialização,
desinfecção e esterilização do instrumental, dos
diagnóstico situacional, planejamento e programação das
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho;
equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
operatório, antes e após atos cirúrgicos;
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência,
armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos contribuindo para implementação de políticas, estratégias e
odontológicos; programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos
XVII - Processar filme radiográfico; e resolução de problemas;
XVIII - Selecionar moldeiras; IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo
XIX - Preparar modelos em gesso; profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem
XX - Manipular materiais de uso odontológico. responsabilidades pela sua própria segurança de seus
colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de notificação e a resolução dos problemas relacionados à
responsabilidade na sua área de atuação. segurança;
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos
I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a
planejamento local e protocolos de atenção à saúde; utilização para análise e planejamento das ações, e
II - Executar organização, limpeza, assepsia, divulgando os resultados obtidos;
desinfecção e esterilização do instrumental, dos VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; favorecendo o trabalho em equipe;
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas VII - Potencializar a utilização de recursos físicos,
intervenções clínicas, tecnológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a
de saúde bucal; correta utilização desses recursos;
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos
referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da
de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o
saúde de forma multidisciplinar; desabastecimento;
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28 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e
as instâncias necessárias e articular com demais atores da agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e individual e coletiva;
da atenção à saúde realizada na UBS; VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a encaminhar os usuários para a unidade de saúde de
participação dos profissionais na organização dos fluxos de referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde
usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e responsável pelo território;
terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre VII - Informar e mobilizar a comunidade para
equipes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, desenvolver medidas simples de manejo ambiental e outras
com garantia de encaminhamentos responsáveis; formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores;
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços
sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos
atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no serviços de saúde disponíveis;
território;
IX.-Estimular a participação da comunidade nas
XII - Identificar as necessidades de políticas públicas voltadas para a área da saúde;
formação/qualificação dos profissionais em conjunto com a
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que
equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na
possam potencializar ações intersetoriais de relevância para
qualidade e resolutividade da atenção, e promover a
a promoção da qualidade de vida da população, como ações
Educação Permanente, seja mobilizando saberes na própria
e programas de educação, esporte e lazer, assistência social,
UBS, ou com parceiros;
entre outros; e
XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam
participação dos profissionais e usuários em instâncias de
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra
controle social;
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
XIV -Tomar as providências cabíveis no menor prazo Distrito Federal.
possível quanto a ocorrências que interfiram no
b)Atribuições do ACS:
funcionamento da unidade; e
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam
base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua
designadas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de
área, man-tendo os dados atualizados no sistema de
acordo com suas competências.
informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação
de Combate a Endemias (ACE) de saúde, considerando as características sociais,
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
Vigilância em Saúde devem se unir para a adequada território, e priorizando as situações a serem acompanhadas
identificação de problemas de saúde nos territórios e o no planejamento local;
planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da
específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser comunidade;
integradas.
III - Registrar, para fins de planejamento e
Assim, além das atribuições comuns a todos os acompanhamento das ações de saúde, os dados de
profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde,
ACE: garantido o sigilo ético;
a) Atribuições comuns do ACS e ACE IV - Desenvolver ações que busquem a integração
I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS,
ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que considerando as características e as finalidades do trabalho
atuam, contribuindo para o processo de territorialização e de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou
mapeamento da área de atuação da equipe; coletividades;
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de V - Informar os usuários sobre as datas e horários de
prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais consultas e exames agendados;
prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio VI - Participar dos processos de regulação a partir da
de visitas domiciliares regulares e de ações educativas Atenção Básica para acompanhamento das necessidades
individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou
da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de desistências de consultas e exames solicitados;
casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros
VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam
profissionais da equipe quando necessário;
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
estabelecida no planejamento da equipe e conforme as Distrito Federal.
necessidades de saúde da população, para o monitoramento
Poderão ser consideradas, ainda, atividades do
da situação das famílias e indivíduos do território, com
Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
especial atenção às pessoas com agravos e condições que
excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
necessitem de maior número de visitas domiciliares;
superior, membro da equipe, após treinamento específico e
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
curso das doenças ou que tenham importância geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a
epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, unidade de saúde de referência.
realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de
I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com
doenças infecciosas e agravos;
o objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA29
de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito comunidade, considerando diferentes elementos para a
pelas equipes que atuam na Atenção Básica; cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográficos,
III - aferição da temperatura axilar, durante a visita econômicos, sanitários, sociais, culturais etc. Importante
domiciliar; refazer ou complementar a territorialização sempre que
necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são
Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e
realizadas com material limpo, água corrente ou soro
do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram como
fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas
referenciais essenciais para a identificação da rede de
passivas, que somente cobre a ferida; e
causalidades e dos elementos que exercem determinação
V - orientação e apoio, em domicílio, para a correta sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos
administração da medicação do paciente em situação de problemas de saúde da população por parte da equipe e no
vulnerabilidade. planejamento das estratégias de intervenção.
Importante ressaltar que os ACS só realizarão a Além dessa articulação de olhares para a
execução dos procedimentos que requeiram capacidade compreensão do território sob a responsabilidade das equipes
técnica específica se detiverem a respectiva formação, que atuam na AB, a integração entre as ações de Atenção
respeitada autorização legal. Básica e Vigilância em Saúde deve ser concreta, de modo que
c) Atribuições do ACE: se recomenda a adoção de um território único para ambas as
I - Executar ações de campo para pesquisa equipes, em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe
entomológica, malacológica ou coleta de reservatórios de em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e os demais
doenças; membros da equipe multiprofissional de AB na identificação
II - Realizar cadastramento e atualização da base de das necessidades de saúde da população e no planejamento
imóveis para planejamento e definição de estratégias de das intervenções clínicas e sanitárias.
prevenção, intervenção e controle de doenças, incluindo, Possibilitar, de acordo com a necessidade e
dentre outros, o recenseamento de animais e levantamento conformação do território, através de pactuação e negociação
de índice amostral tecnicamente indicado; entre gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora
III - Executar ações de controle de doenças utilizando de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação
as medidas de controle químico, biológico, manejo ambiental com a equipe de referência.
e outras ações de manejo integrado de vetores; II - Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes
IV - Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e devem assumir em seu território de referência (adstrição),
o reconhecimento geográfico de seu território; e considerando questões sanitárias, ambientais (desastres,
controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos,
V - Executar ações de campo em projetos que visem epidemias, notificações, controle de agravos), culturais e
avaliar novas metodologias de intervenção para prevenção e socioeconômicas, contribuindo por meio de intervenções
controle de doenças; e clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da população
VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam com residência fixa, os itinerantes (população em situação de
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do etc) ou mesmo trabalhadores da área adstrita.
Distrito Federal. III - Porta de Entrada Preferencial - A
O ACS e o ACE devem compor uma equipe de responsabilização é fundamental para a efetivação da
Atenção Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família Atenção Básica como contato e porta de entrada preferencial
(eSF) e serem coordenados por profissionais de saúde de da rede de atenção, primeiro atendimento às
nível superior realizado de forma compartilhada entre a urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo
Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas localidades em de ações e do processo de trabalho de acordo com demandas
que não houver cobertura por equipe de Atenção Básica e necessidades da população, através de estratégias diversas
(eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se (protocolos e diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de
vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de encaminhamento para os outros pontos de atenção da RAS
Saúde (EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado etc). Caso o usuário acesse a rede através de outro nível de
à equipe de vigilância em saúde do município e sua atenção, ele deve ser referenciado à Atenção Básica para que
supervisão técnica deve ser realizada por profissional com siga sendo acompanhado, assegurando a continuidade do
comprovada capacidade técnica, podendo estar vinculado à cuidado.
equipe de atenção básica, ou saúde da família, ou a outro IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de
serviço a ser definido pelo gestor local. relações de vínculo e responsabilização entre a equipe e a
5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO população do seu território de atuação, de forma a facilitar a
BÁSICA adesão do usuário ao cuidado compartilhado com a equipe
A Atenção Básica como contato preferencial dos (vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a
usuários na rede de atenção à saúde orienta-se pelos profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o
princípios e diretrizes do SUS, a partir dos quais assume seu cuidado).
funções e características específicas. Considera as pessoas V - Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas
em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando as pessoas do seu território de referência, de modo universal
produzir a atenção integral, por meio da promoção da saúde, e sem diferenciações excludentes. Acesso tem relação com a
da prevenção de doenças e agravos, do diagnóstico, do capacidade do serviço em responder às necessidades de
tratamento, da reabilitação e da redução de danos ou de saúde da população (residente e itinerante). Isso implica dizer
sofrimentos que possam comprometer sua autonomia. que as necessidades da população devem ser o principal
Dessa forma, é fundamental que o processo de referencial para a definição do escopo de ações e serviços a
trabalho na Atenção Básica se caracteriza por: serem ofertados, para a forma como esses serão organizados
I - Definição do território e Territorialização - A gestão e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo
deve definir o território de responsabilidade de cada equipe, e diferenciações de horário de atendimento (estendido, sábado
esta deve conhecer o território de atuação para programar etc), formas de agendamento (por hora marcada, por telefone,
suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da e-mail etc), e outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo
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30 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
motivo, recomenda-se evitar barreiras de acesso como o Acolhimento com Classificação de Risco (a) e a Estratificação
fechamento da unidade durante o horário de almoço ou em de Risco (b).
períodos de férias, entre outros, impedindo ou restringindo a a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta
acesso da população. Destaca-se que horários alternativos de qualificada e comprometida com a avaliação do potencial de
funcionamento que atendam expressamente a necessidade risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários,
da população podem ser pactuados através das instâncias de considerando dimensões de expressão (física, psíquica,
participação social e gestão local. social etc) e gravidade, que possibilita priorizar os
Importante ressaltar também que para garantia do atendimentos a eventos agudos (condições agudas e
acesso é necessário acolher e resolver os agravos de maior agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade,
incidência no território e não apenas as ações programáticas, a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis
garantindo um amplo escopo de ofertas nas unidades, de em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS.
modo a concentrar recursos e maximizar ofertas. O processo de trabalho das equipes deve estar
VI - O acolhimento deve estar presente em todas as organizado de modo a permitir que casos de
relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de urgência/emergência tenham prioridade no atendimento,
saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, independentemente do número de consultas agendadas no
suas necessidades, problematizando e reconhecendo como período. Caberá à UBS prover atendimento adequado à
legítimas, e realizando avaliação de risco e vulnerabilidade situação e dar suporte até que os usuários sejam acolhidos
das famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau em outros pontos de atenção da RAS.
de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a quantidade de As informações obtidas no acolhimento com
pessoas por equipe, com especial atenção para as condições classificação de risco deverão ser registradas em prontuário
crônicas. do cidadão (físico ou preferencialmente eletrônico).
Considera-se condição crônica aquela de curso mais Os desfechos do acolhimento com classificação de
ou me-nos longo ou permanente que exige resposta e ações risco poderão ser definidos como: 1- consulta ou
contínuas, proativas e integradas do sistema de atenção à procedimento imediato;
saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias
1. consulta ou procedimento em horário disponível no
para o seu controle efetivo, eficiente e com qualidade.
mesmo dia;
Ressalta-se a importância de que o acolhimento
2. agendamento de consulta ou procedimento em data
aconteça durante todo o horário de funcionamento da UBS,
futura, para usuário do território;
na organização dos fluxos de usuários na unidade, no
estabelecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na 3. procedimento para resolução de demanda simples
definição de modelagens de escuta (individual, coletiva etc), prevista em protocolo, como renovação de receitas para
na gestão das agendas de atendimento individual, nas ofertas pessoas com condições crônicas, condições clínicas estáveis
de cuidado multidisciplinar etc. ou solicitação de exames para o seguimento de linha de
cuidado bem definida;
A saber, o acolhimento à demanda espontânea na
Atenção Básica pode se constituir como: 4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS,
mediante contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e
a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a
equipe deve atender todos as pessoas que chegarem na UBS, 5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS,
conforme sua necessidade, e não apenas determinados com indicação específica do serviço de saúde que deve ser
grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes e/ou procurado, no município ou fora dele, nas demandas em que
fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma a ampliação do a classificação de risco não exija atendimento no momento da
acesso ocorre também contemplando a agenda programada procura do serviço.
e a demanda espontânea, abordando as situações con-forme b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se
suas especificidades, dinâmicas e tempo. utiliza critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se outros, com base em diretrizes clínicas, para identificar
estabelece nas relações entre as pessoas e os trabalhadores, subgrupos de acordo com a complexidade da condição
nos modos de escuta, na maneira de lidar com o não previsto, crônica de saúde, com o objetivo de diferenciar o cuidado
nos modos de construção de vínculos (sensibilidade do clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir na Rede de
trabalhador, posicionamento ético situacional), podendo Atenção à Saúde para um cuidado integral.
facilitar a continuidade do cuidado ou facilitando o acesso A estratificação de risco da população adscrita a
sobretudo para aqueles que procuram a UBS fora das determinada UBS é fundamental para que a equipe de saúde
consultas ou atividades agendadas. organize as ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou
c. Dispositivo de (re)organização do processo de estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consideração a
trabalho em equipe - a implantação do acolhimento pode necessidade e adesão dos usuários, bem como a
provocar mudanças no modo de organização das equipes, racionalidade dos recursos disponíveis nos serviços de
relação entre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a saúde.
demanda espontânea com equidade e qualidade, não basta VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional -
distribuir senhas em número limitado, nem é possível Considerando a diversidade e complexidade das situações
encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento com as quais a Atenção Básica lida, um atendimento integral
não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a partir do requer a presença de diferentes formações profissionais
acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto de trabalhando com ações compartilhadas, assim como, com
ofertas que ela tem apresentado para lidar com as processo interdisciplinar centrado no usuário, incorporando
necessidades de saúde da população e território. Para isso é práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde, bem
importante que a equipe defina quais profissionais vão como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É
receber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e possível integrar também profissionais de outros níveis de
vulnerabilidade; fluxos e protocolos para encaminhamento; atenção.
como organizar a agenda dos profissionais para o cuidado; VIII - Resolutividade - Capacidade de identificar e
etc. intervir nos riscos, necessidades e demandas de saúde da
Destacam-se como importantes ações no processo de população, atingindo a solução de problemas de saúde dos
avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o usuários. A equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial,
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA31
até demais ações e serviços da AB de que o usuário sua importância para o olhar sobre o território e o perfil das
necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de pessoas, considerando a determinação social dos processos
ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar saúde-doença para o planejamento das intervenções da
recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, equipe, contribui também para a qualificação e diversificação
encaminhando de forma qualificada o usuário que necessite das ofertas de cuidado. A partir do respeito à autonomia dos
de atendimento especializado. Isso inclui o uso de diferentes usuários, é possível estimular formas de andar a vida e
tecnologias e abordagens de cuidado individual e coletivo, por comportamentos com prazer que permaneçam dentro de
meio de habilidades das equipes de saúde para a promoção certos limites sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável
da saúde, prevenção de doenças e agravos, proteção e e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis para cada
recuperação da saúde, e redução de danos. Importante pessoa. Ainda, numa acepção mais ampla, é possível
promover o uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem o estimular a transformação das condições de vida e saúde de
cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da indivíduos e coletivos, através de estratégias transversais que
clínica ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para estimulem a aquisição de novas atitudes entre as pessoas,
ampliação da resolutividade e abrangência da AB. favorecendo mudanças para modos de vida mais saudáveis e
Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um sustentáveis.
con-junto de tecnologias de microgestão do cuidado Embora seja recomendado que as ações de promoção
destinado a promover uma atenção à saúde de qualidade, da saúde estejam pautadas nas necessidades e demandas
como protocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas singulares do território de atuação da AB, denotando uma
de cuidado, projetos terapêuticos singulares, genograma, ampla possibilidade de temas para atuação, destacam-se
ecomapa, gestão de listas de espera, auditoria clínica, alguns de relevância geral na população brasileira, que
indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização dessas devem ser considerados na abordagem da Promoção da
ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas Saúde na AB: alimentação adequada e saudável; práticas
pessoas; efetiva, estruturada com base em evidências corporais e atividade física; enfrentamento do uso do tabaco
científicas; segura, que não cause danos às pessoas e aos e seus derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool;
profissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no tempo promoção da redução de danos; promoção da mobilidade
certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e que a segura e sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos
oferta do atendimento se dê de forma humanizada. humanos; promoção do desenvolvimento sustentável.
VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de
à população adscrita, com base nas necessidades sociais e doenças e agravos em todos os níveis de acepção deste
de saúde, através do estabelecimento de ações de termo (primária, secundária, terciária e quartenária), que
continuidade informacional, interpessoal e longitudinal com a priorizem determinados perfis epidemiológicos e os fatores de
população. A Atenção Básica deve buscar a atenção integral risco clínicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais,
e de qualidade, resolutiva e que contribua para o bem como aqueles determinados pela produção e circulação
fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à de bens, prestação de serviços de interesse da saúde,
saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto da ambientes e processos de trabalho. A finalidade dessas ações
rede de atenção à saúde. Para o alcance da integralidade do é prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças,
cuidado, a equipe deve ter noção sobre a ampliação da agravos e complicações preveníveis, evitar intervenções
clínica, o conhecimento sobre a realidade local, o trabalho em desnecessárias e iatrogênicas e ainda estimular o uso
equipe multiprofissional e transdisciplinar, e a ação racional de medicamentos.
intersetorial. Para tanto é fundamental a integração do trabalho
Para isso pode ser necessário realizar de ações de entre Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um
atenção à saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação,
saúde, no domicílio, em locais do território (salões análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados
comunitários, escolas, creches, praças etc.) e outros espaços à saúde, visando ao planejamento e a implementação de
que comportem a ação planejada. medidas de saúde pública para a proteção da saúde da
IX - Realização de ações de atenção domiciliar população, a prevenção e controle de riscos, agravos e
destinada a usuários que possuam problemas de saúde doenças, bem como para a promoção da saúde.
controlados/compensados e com dificuldade ou As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas
impossibilidade física de locomoção até uma Unidade Básica atribuições de todos os profissionais da Atenção Básica e
de Saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência envolvem práticas e processos de trabalho voltados para:
e menor necessidade de recursos de saúde, para famílias a. vigilância da situação de saúde da população, com
e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de
e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das
domiciliar nos casos de maior complexidade. ações de saúde pública;
X - Programação e implementação das atividades de b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas
atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde para a resposta de saúde pública;
da população, com a priorização de intervenções clínicas e
c. vigilância, prevenção e controle das doenças
sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de
transmissíveis; e
frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o
planejamento e organização da agenda de trabalho d. vigilância das violências, das doenças crônicas não
compartilhada de todos os profissionais, e recomenda- se transmissíveis e acidentes.
evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver
saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o ações integradas visando à promoção da saúde e prevenção
acesso dos usuários. Recomenda-se a utilização de de doenças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos
instrumentos de planejamento estratégico situacional em profissionais de saúde deverão realizar a notificação
saúde, que seja ascendente e envolva a participação popular compulsória e conduzir a investigação dos casos suspeitos ou
(gestores, trabalhadores e usuários). confirmados de doenças, agravos e outros eventos de
XI - Implementação da Promoção da Saúde como um relevância para a saúde pública, conforme protocolos e
princípio para o cuidado em saúde, entendendo que, além da normas vigentes.
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32 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
Compete à gestão municipal reorganizar o território, e articular e incentivar a participação dos trabalhadores e da
os processos de trabalho de acordo com a realidade local. comunidade nas reuniões dos conselhos locais e municipal; e
A integração das ações de Vigilância em Saúde com XIX - Formação e Educação Permanente em Saúde,
Atenção Básica, pressupõe a reorganização dos processos como parte do processo de trabalho das equipes que atuam
de trabalho da equipe, a integração das bases territoriais na Atenção Básica. Considera-se Educação Permanente em
(território único), preferencialmente e rediscutir as ações e Saúde (EPS) a aprendizagem que se desenvolve no trabalho,
atividades dos agentes comunitários de saúde e do agentes onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das
de combate às endemias, com definição de papéis e organizações e do trabalho, baseandose na aprendizagem
responsabilidades. significativa e na possibilidade de transformar as práticas dos
A coordenação deve ser realizada por profissionais de trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é importante que a
nível superior das equipes que atuam na Atenção Básica. EPS se desenvolva essencialmente em espaços
institucionalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes
XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte
(reuniões, fóruns territoriais, entre outros), devendo ter
das equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de
espaço garantido na carga horária dos trabalhadores e
forma que possam interferir no processo de saúde-doença da
contemplar a qualificação de todos da equipe
população, no desenvolvimento de autonomia, individual e
multiprofissional, bem como os gestores.
coletiva, e na busca por qualidade de vida e promoção do
autocuidado pelos usuários. Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços
institucionais em que equipe e gestores refletem, aprendem e
XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em
trans-formam os processos de trabalho no dia-a-dia, de modo
interlocução com escolas, equipamentos do SUAS,
a potencializá-los, tais como Cooperação Horizontal, Apoio
associações de moradores, equipamentos de segurança,
Institucional, Tele Educação, Formação em Saúde.
entre outros, que tenham relevância na comunidade,
integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado
desenvolvimento de uma atenção integral; como uma função gerencial que busca a reformulação do
modo tradicional de se fazer coordenação, planejamento,
XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos
supervisão e avaliação em saúde. Ele deve assumir como
modelos de atenção e gestão, tais como, a participação
objetivo a mudança nas organizações, tomando como
coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a
matéria-prima os problemas e tensões do cotidiano Nesse
autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados
sentido, pressupõe-se o esforço de transformar os modelos
na produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso
de gestão verticalizados em relações horizontais que ampliem
com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado,
a democratização, autonomia e compromisso dos
a constituição de vínculos solidários, a identificação das
trabalhadores e gestores, baseados em relações contínuas e
necessidades sociais e organização do serviço em função
solidárias.
delas, entre outras;
A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da
XVI - Participação do planejamento local de saúde,
relação entre trabalhadores da AB no território (estágios de
assim como do monitoramento e a avaliação das ações na
graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão,
sua equipe, unidade e município; visando à readequação do
entre outros), beneficiam AB e instituições de ensino e
processo de trabalho e do planejamento frente às
pesquisa, trabalhadores, docentes e discentes e, acima de
necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades
tudo, a população, com profissionais de saúde mais
analisadas.
qualificados para a atuação e com a produção de
O planejamento ascendente das ações de saúde conhecimento na AB. Para o fortalecimento da integração
deverá ser elaborado de forma integrada nos âmbitos das entre ensino, serviços e comunidade no âmbito do SUS,
equipes, dos municípios, das regiões de saúde e do Distrito destaca-se a estratégia de celebração de instrumentos
Federal, partindo-se do reconhecimento das realidades contratuais entre instituições de ensino e serviço, como forma
presentes no território que influenciam a saúde, de garantir o acesso a todos os estabelecimentos de saúde
condicionando as ofertas da Rede de Atenção Saúde de sob a responsabilidade do gestor da área de saúde como
acordo com a necessidade/demanda da população, com base cenário de práticas para a formação no âmbito da graduação
em parâmetros estabelecidos em evidências científicas, e da residência em saúde no SUS, bem como de estabelecer
situação epidemiológica, áreas de risco e vulnerabilidade do atribuições das partes relacionadas ao funcionamento da
território adscrito. integração ensino-serviço- comunidade.
As ações em saúde planejadas e propostas pelas Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano
equipes deverão considerar o elenco de oferta de ações e de das equipes, de forma complementar, é possível oportunizar
serviços prestados na AB, os indicadores e parâmetros, processos formativos com tempo definido, no intuito de
pactuados no âmbito do SUS. desenvolver reflexões, conhecimentos, competências,
As equipes que atuam na AB deverão manter habilidades e atitudes específicas, através dos processos de
atualizadas as informações para construção dos indicadores Educação Continuada, igualmente como estratégia para a
estabelecidos pela gestão, com base nos parâmetros qualificação da AB. As ofertas educacionais devem, de todo
pactuados alimentando, de forma digital, o sistema de modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para a
informação de Atenção Básica vigente; Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos
XVII - Implantar estratégias de Segurança do Paciente profissionais.
na AB, estimulando prática assistencial segura, envolvendo 6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO
os pacientes na segurança, criando mecanismos para evitar BÁSICA
erros, garantir o cui-dado centrado na pessoa, realizando O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite
planos locais de segurança do paciente, fornecendo melhoria e com detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de
contínua relacionando a identificação, a prevenção, a Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado no
detecção e a redução de riscos. Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão do SUS. No
XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento da âmbito federal, o montante de recursos financeiros destinados
gestão local e do controle social, participando dos conselhos à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde compõe o
locais de saúde de sua área de abrangência, assim como, bloco de financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte
do bloco de financiamento de investimento e seus recursos
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA33
deverão ser utilizados para financiamento das ações de Família (eSF) e/ou Atenção Básica (eAB) forem compostas
Atenção Básica. por profissionais de Saúde Bucal, serão transferidos a cada
Os repasses dos recursos da AB aos municípios são mês, o valor correspondente a modalidade, tendo como base
efetuados em conta aberta especificamente para este fim, de o número de equipe de Saúde Bucal (eSB) registrados no
acordo com a normatização geral de transferências de Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde com o objetivo vigente no mês anterior ao da respectiva competência
de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no financeira.
âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. 1. O repasse mensal dos recursos para o custeio das
O financiamento federal para as ações de Atenção Equipes de Saúde Bucal será publicado em portaria
Básica deverá ser composto por: específica.
I - Recursos per capita; que levem em consideração 1. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas
aspectos sociodemográficos e epidemiológicos; e Fluviais
II - Recursos que estão condicionados à implantação 4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os
de estratégias e programas da Atenção Básica, tais como os valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde
recursos específicos para os municípios que implantarem, as da Família Ribeirinhas (eSFR) implantadas serão transferidos
equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes de Atenção a cada mês, tendo como base o número de equipe de Saúde
Básica (eAB), as equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes da Família Ribeirinhas (eSFR) registrados no sistema de
Comunitários de Saúde (EACS), dos Núcleos Ampliado de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva
Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), dos competência financeira.
Consultórios na Rua (eCR), de Saúde da Família Fluviais O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
(eSFF) e Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) será
Programa Academia da Saúde; publicado em portaria específica e poderá ser agregado um
III - Recursos condicionados à abrangência da oferta valor nos casos em que a equipe necessite de transporte
de ações e serviços; fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para
execução de suas atividades.
IV - Recursos condicionados ao desempenho dos
serviços de Atenção Básica com parâmetros, aplicação e 4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os
comparabilidade nacional, tal como o Programa de Melhoria valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde
de Acesso e Qualidade; da Família Fluviais (eSFF) implantadas serão transferidos a
cada mês, tendo como base o número de Unidades Básicas
V - Recursos de investimento;
de Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro
Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva
se ajustar conforme a regulamentação de transferência de competência financeira.
recursos federais para o financiamento das ações e serviços
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
públicos de saúde no âmbito do SUS, respeitando
das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em
especificidades locais, e critério definido na LC 141/2012.
portaria específica. Assim como, os critérios mínimos para o
I - Recurso per capita: custeio das Unidades preexistentes ao Programa de
O recurso per capita será transferido mensalmente, de Construção de Unidades Básicas de Saúde Fluviais.
forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos 4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR)
Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com base
Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos
num valor multiplicado pela população do Município.
Consultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a
A população de cada município e do Distrito Federal cada mês, tendo como base a modalidade e o número de
será a população definida pelo IBGE e publicada em portaria equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional
específica pelo Ministério da Saúde. vigente no mês anterior ao da respectiva competência
II - Recursos que estão condicionados à implantação financeira.
de estratégias e programas da Atenção Básica Os valores do repasse mensal que as equipes dos
1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos Consultórios na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria
incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família específica.
implantadas serão prioritário e superior, transferidos a cada 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção
mês, tendo como base o número de equipe de Saúde da Básica (NASF-AB) O valor do incentivo federal para o custeio
Família (eSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional de cada NASFAB, dependerá da sua modalidade (1, 2 ou 3)
vigente no mês anterior ao da respectiva competência e será determinado em portaria específica. Os valores dos
financeira. incentivos financeiros para os NASF-AB implantados serão
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio transferidos a cada mês, tendo como base o número de
das equipes de Saúde da Família será publicado em portaria NASF-AB cadastrados no SCNES vigente.
específica 6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos (ACS)
incentivos financeiros para as equipes de Atenção Básica Os valores dos incentivos financeiros para as equipes
(eAB) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como de ACS (EACS) implantadas são transferidos a cada mês,
base o número de equipe de Atenção Básica (eAB) tendo como base o número de Agentes Comunitários de
registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Saúde (ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional
Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da vigente no mês anterior ao da respectiva competência
respectiva competência financeira. financeira. Será repassada uma parcela extra, no último
O percentual de financiamento das equipes de trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com base no
Atenção Básica (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no
a depender da disponibilidade orçamentária e demanda de cadastro de equipes e profissionais do SCNES, no mês de
credenciamento. agosto do ano vigente.
1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos A efetivação da transferência dos recursos financeiros
incentivos financeiros quando as equipes de Saúde da descritos no item B tem por base os dados de alimentação
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34 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde, cuja responsabilidade de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de
manutenção e atualização é dos gestores dos estados, do profissional, ausência de profissional da equipe mínima ou
Distrito Federal e dos municípios, estes devem transferir os erro no registro, con-forme normatização vigente; e
dados mensalmente, para o Ministério da Saúde, de acordo b. não envio de informação (produção) por meio de
com o cronograma definido anualmente pelo SCNES. Sistema de Informação da Atenção Básica vigente por três
III - Do credenciamento meses consecutivos, conforme normativas específicas.
Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e - identificado, por meio de auditoria federal, estadual e
de todas as equipes que atuam na Atenção Básica, pelos municipal, malversação ou desvio de finalidade na utilização
Municípios e Distrito Federal, deve-se obedecer aos seguintes dos recursos.
critérios: Sobre a suspensão do repasse dos recursos
I - Elaboração da proposta de projeto de referentes ao item II: O Ministério da Saúde suspenderá os
credenciamento das equipes que atuam na Atenção Básica, repasses dos incentivos referentes às equipes e aos serviços
pelos Municípios/Distrito Federal; citados acima, nos casos em que forem constatadas, por meio
a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da
com as orientações para a elaboração da proposta de projeto, Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria
considerando as diretrizes da Atenção Básica; do DENASUS ou dos órgãos de controle competentes,
qualquer uma das seguintes situações:
b. A proposta do projeto de credenciamento das
equipes que atuam na Atenção Básica deverá estar aprovada I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada
pelo respectivo Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de para o trabalho das equipes e/ou;
Saúde do Distrito Federal; e II - ausência, por um período superior a 60 dias, de
c. As equipes que atuam na Atenção Básica que qualquer um dos profissionais que compõem as equipes
receberão incentivo de custeio fundo a fundo devem estar descritas no item B, com exceção dos períodos em que a
inseridas no plano de saúde e programação anual. contratação de profissionais esteja impedida por legislação
específica, e/ou;
II - Após o recebimento da proposta do projeto de
credenciamento das eABs, as Secretarias Estaduais de III - descumprimento da carga horária mínima prevista
Saúde, conforme prazo a ser publicado em portaria para os profissionais das equipes; e < >- ausência de
específica, deverão realizar: alimentação regular de dados no Sistema de Informação da
Atenção Básica vigente.
a. Análise e posterior encaminhamento das propostas
para aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e Especificamente para as equipes de saúde da família
(eSF) e equipes de Atenção Básica (eAB) com os
b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao Ministério
profissionais de saúde bucal.
da Saúde, a Resolução com o número de equipes por
estratégia e modalidades, que pleiteiam recebimento de As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de
incentivos financeiros da atenção básica. Atenção Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recurso,
por falta de pro-fissional conforme previsto acima, poderão
Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a
manter os incentivos financeiros específicos para saúde
proposta de projeto de credenciamento das equipes que
bucal, conforme modalidade de implantação.
atuam na Atenção Básica deverá ser diretamente
encaminhada ao Departamento de Atenção Básica do Parágrafo único: A suspensão será mantida até a
Ministério da Saúde. adequação das irregularidades identificadas.
III - O Ministério da Saúde realizará análise do pleito 6.2-Solicitação de crédito retroativo dos recursos
da Resolução CIB ou do Distrito Federal de acordo com o teto suspensos
de equipes, critérios técnicos e disponibilidade orçamentária; Considerando a ocorrência de problemas na
e alimentação do SCNES e do sistema de informação vigente,
IV - Após a publicação de Portaria de credenciamento por parte dos estados, Distrito Federal e dos municípios, o
das novas equipes no Diário Oficial da União, a gestão Ministério da Saúde poderá efetuar crédito retroativo dos
municipal deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de incentivos financeiros deste recurso variável. A solicitação de
Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde , num prazo retroativo será válida para análise desde que a mesma ocorra
máximo de 4 (quatro) meses, a contar a partir da data de em até 6 meses após a competência financeira de suspensão.
publicação da referida Portaria, sob pena de Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito
descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse prazo não seja Federal deverão:
cumprido. - preencher o formulário de solicitação, conforme será
Para recebimento dos incentivos correspondentes às disponibilizado em manual específico;- realizar as
equipes que atuam na Atenção Básica, efetivamente adequações necessárias nos sistemas vigentes (SCNES e/ou
credenciadas em portaria e cadastradas no Sistema de SISAB) que justifiquem o pleito de retroativo; e-enviar ofício à
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando o crédito
Municípios/Distrito Federal, deverão alimentar os dados no retroativo , acompanhado do anexo referido no item I e
sistema de informação da Atenção Básica vigente, documentação necessária a depender do motivo da
comprovando, obrigatoriamente, o início e execução das suspensão.Parágrafo único: as orientações sobre a
atividades. documentação a ser encaminhada na solicitação de retroativo
constarão em manual específico a ser publicado.
1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da
Atenção Básica As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem
a documentação recebida dos municípios, deverão
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de
encaminhar ao Departamento de Atenção Básica da
recursos da Atenção Básica aos municípios e ao Distrito
Secretaria de Atenção à Saúde, Ministério da Saúde
Federal, quando:
(DAB/SAS/MS), a solicitação de complementação de crédito
I - Não houver alimentação regular, por parte dos dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos
municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados documentos referidos nos itens I e II. Nos casos em que o
nacionais de informação, como:
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA35
solicitante de crédito retroativo for o Distrito Federal, o ofício no processo de qualificação e de consolidação da Atenção
deverá ser encaminhado diretamente ao DAB/SAS/MS. Básica.
O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações ( ) A Política Nacional de Atenção Básica - PNAB tem na
recebidas, verificando a adequação da documentação Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão
enviada e dos sistemas de informação vigentes (SCNES e/ou e consolidação da Atenção Básica.
SISAB), bem como a pertinência da justificativa do gestor, ( ) Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e
para deferimento ou não da solicitação. serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, de acordo
RICARDO BARROS com esta portaria serão denominados Unidades Especiais
de Pronto Atendimento - UEPA.
QUESTÕES DE CONCURSOS Assinale a sequência CORRETA:
Alternativas
01. (FUNCERN - Prefeitura de Apodi - Técnico de
Enfermagem - 2019) A portaria nº 2.436/2017 aprova a A V, V, F, F.
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), B V, V, V, F
estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização C V, F, F, V.
da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde D F, V, V, V.
(SUS). Sobre a PNAB, é correto afirmar:
E F, V, F, V
A recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde
funcionem com carga horária mínima de 20
horas/semanais, no mínimo 3 dias da semana e em 10 Gabarito: 01/B; 02/A; 03/B
meses do ano.
B destacam-se como importantes ações no processo de
avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica: o
Acolhimento com Classificação de Risco e a Estratificação PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA
de Risco. ÚNICO DE SAÚDE – LEI ORGÂNICA DA
C às equipes de saúde da família, em áreas de grande SAÚDE (LEI Nº 8.080/1990 E
dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade
social, recomenda-se a cobertura de 50% da população
ALTERAÇÕES).
com número máximo de 250 pessoas por Agente Dispõe sobre as condições para a promoção,
Comunitário de Saúde. proteção e recuperação da saúde, a organização e
D é atribuição do técnico de enfermagem, na atenção básica, o funcionamento dos serviços correspondentes e
realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos dá outras providências.
cirúrgicos e atividades em grupo na Unidade Básica de (Atualizada pela Lei nº 14.510, de 27 de dezembro de
Saúde. 2022)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
02. (Prefeitura de Fortaleza - SEPOG - Médico Clínico Geral Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
– 2018) Segundo a Portaria nº 2436/2017 do Ministério da a seguinte lei:
Saúde (MS), NÃO é correto afirmar que: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
A todas as UBS são consideradas apenas unidades para Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as
atendimento médico em atenção primária, não sendo ações e serviços de saúde, executados isolada ou
consideradas potenciais espaços de educação, formação conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
de recursos humanos, pesquisa ou ensino em serviço. pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
B a atenção básica será a principal porta de entrada e centro TÍTULO I
de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
ordenadora das ações e serviços disponibilizados na
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser
Rede.
humano, devendo o Estado prover as condições
C são princípios do SUS a serem operalizados na atenção indispensáveis ao seu pleno exercício.
básica: Universalidade, Equidade e Integralidade.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste
D são algumas das diretrizes do SUS: Territorialização, na formulação e execução de políticas econômicas e sociais
Resolutibilidade, Regionalização e Hierarquização. que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
03. (PS Concursos - 2021 - Prefeitura de São João do Sul - acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a
SC - Técnico de Enfermagem) A Portaria nº 2.436, de 21 sua promoção, proteção e recuperação.
de setembro de 2017 aprova a Política Nacional de § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes família, das empresas e da sociedade.
para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e
Sistema Único de Saúde (SUS). condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
Em relação a referente portaria, assinale (V) para Verdadeiro saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
ou (F) para Falso nas sentenças abaixo: educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
( ) É responsabilidade comum a todas as esferas de governo serviços essenciais; os níveis de saúde da população
contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de expressam a organização social e econômica do País.
gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
nesta portaria; ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
( ) Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de
Atenção Básica no âmbito da União, sendo bem-estar físico, mental e social.
responsabilidade da União prestar apoio integrado aos TÍTULO II
gestores dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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36 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a
prestados por órgãos e instituições públicas federais, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e determinantes e condicionantes de saúde individual ou
das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas
Sistema Único de Saúde (SUS). de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins
instituições públicas federais, estaduais e municipais de desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através
controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária,
medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
equipamentos para saúde. como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
condições de trabalho, abrangendo:
Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de
CAPÍTULO I
trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;
Dos Objetivos e Atribuições
II - participação, no âmbito de competência do Sistema
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e
I - a identificação e divulgação dos fatores controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes
condicionantes e determinantes da saúde; no processo de trabalho;
II - a formulação de política de saúde destinada a III - participação, no âmbito de competência do
promover, nos campos econômico e social, a observância do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização,
disposto no § 1º do art. 2º desta lei; fiscalização e controle das condições de produção, extração,
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos
realização integrada das ações assistenciais e das atividades que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
preventivas. IV - avaliação do impacto que as tecnologias
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do provocam à saúde;
Sistema Único de Saúde (SUS): V - informação ao trabalhador e à sua respectiva
I - a execução de ações: entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes
a) de vigilância sanitária; de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os
b) de vigilância epidemiológica; resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
c) de saúde do trabalhador; e respeitados os preceitos da ética profissional;
d) de assistência terapêutica integral, inclusive VI - participação na normatização, fiscalização e
farmacêutica; controle dos serviços de saúde do trabalhador nas
II - a participação na formulação da política e na instituições e empresas públicas e privadas;
execução de ações de saneamento básico; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
III - a ordenação da formação de recursos humanos na originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração
área de saúde; a colaboração das entidades sindicais; e
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de
compreendido o do trabalho; setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando
VI - a formulação da política de medicamentos, houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de trabalhadores.
interesse para a saúde e a participação na sua produção; CAPÍTULO II
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e Dos Princípios e Diretrizes
substâncias de interesse para a saúde; Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e serviços privados contratados ou conveniados que integram
bebidas para consumo humano; o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição
IX - a participação no controle e na fiscalização da
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
todos os níveis de assistência;
X - o incremento, em sua área de atuação, do
desenvolvimento científico e tecnológico; II - integralidade de assistência, entendida como
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
XI - a formulação e execução da política de sangue e
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para
seus derivados.
cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde
de sua integridade física e moral;
e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação IV - igualdade da assistência à saúde, sem
de serviços de interesse da saúde, abrangendo: preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
I - o controle de bens de consumo que, direta ou V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas sua saúde;
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e VI - divulgação de informações quanto ao potencial
II - o controle da prestação de serviços que se dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA37
VII - utilização da epidemiologia para o II - saneamento e meio ambiente;
estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
orientação programática;
IV - recursos humanos;
VIII - participação da comunidade;
V - ciência e tecnologia; e
IX - descentralização político-administrativa, com
VI - saúde do trabalhador.
direção única em cada esfera de governo:
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes
a) ênfase na descentralização dos serviços para os
de integração entre os serviços de saúde e as instituições de
municípios;
ensino profissional e superior.
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
de saúde;
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a
X - integração em nível executivo das ações de saúde, formação e educação continuada dos recursos humanos do
meio ambiente e saneamento básico; Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente,
XI - conjugação dos recursos financeiros, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica
tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do entre essas instituições.
Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e
assistência à saúde da população; Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais
os níveis de assistência; e do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº
XIII - organização dos serviços públicos de modo a 12.466, de 2011).
evitar duplicidade de meios para fins idênticos. Parágrafo único. A atuação das Comissões
XIV – organização de atendimento público específico Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído
e especializado para mulheres e vítimas de violência pela Lei nº 12.466, de 2011).
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de conformidade com a definição da política consubstanciada
agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
2017) (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
CAPÍTULO III II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
Da Organização, da Direção e da Gestão intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua
Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou governança institucional e à integração das ações e serviços
mediante participação complementar da iniciativa privada, dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
em níveis de complexidade crescente. sanitário, integração de territórios, referência e
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração
única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição das ações e serviços de saúde entre os entes federados.
Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
seguintes órgãos: Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
entidades representativas dos entes estaduais e municipais
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva utilidade pública e de relevante função social, na forma do
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios § 1° O Conass e o Conasems receberão recursos do
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de
saúde que lhes correspondam. Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a
intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
atos constitutivos disporão sobre sua observância. § 2° Os Conselhos de Secretarias Municipais de
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e representam os entes municipais, no âmbito estadual, para
articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados
cobertura total das ações de saúde. institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem
Art. 11. (Vetado). seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de CAPÍTULO IV
âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Da Competência e das Atribuições
Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e Seção I
por entidades representativas da sociedade civil. Das Atribuições Comuns
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
finalidade de articular políticas e programas de interesse para Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as
a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas seguintes atribuições:
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, II - administração dos recursos orçamentários e
as seguintes atividades: financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
I - alimentação e nutrição;
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38 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível a) de redes integradas de assistência de alta
de saúde da população e das condições ambientais; complexidade;
IV - organização e coordenação do sistema de b) de rede de laboratórios de saúde pública;
informação de saúde; c) de vigilância epidemiológica; e
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento d) vigilância sanitária;
de padrões de qualidade e parâmetros de custos que
IV - participar da definição de normas e mecanismos
caracterizam a assistência à saúde;
de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na
de padrões de qualidade para promoção da saúde do saúde humana;
trabalhador;
V - participar da definição de normas, critérios e
VII - participação de formulação da política e da padrões para o controle das condições e dos ambientes de
execução das ações de saneamento básico e colaboração na trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
proteção e recuperação do meio ambiente;
VI - coordenar e participar na execução das ações de
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de vigilância epidemiológica;
saúde;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância
IX - participação na formulação e na execução da sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a
política de formação e desenvolvimento de recursos execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal
humanos para a saúde; e Municípios;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para
Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e
saúde; serviços de consumo e uso humano;
XI - elaboração de normas para regular as atividades IX - promover articulação com os órgãos educacionais
de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua e de fiscalização do exercício profissional, bem como com
relevância pública; entidades representativas de formação de recursos humanos
XII - realização de operações externas de natureza na área de saúde;
financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
Federal; execução da política nacional e produção de insumos e
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, equipamentos para a saúde, em articulação com os demais
urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo órgãos governamentais;
iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, XI - identificar os serviços estaduais e municipais de
a autoridade competente da esfera administrativa referência nacional para o estabelecimento de padrões
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de técnicos de assistência à saúde;
pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
justa indenização;
substâncias de interesse para a saúde;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue,
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos
Componentes e Derivados;
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o
XV - propor a celebração de convênios, acordos e aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o
meio ambiente;
Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
XVI - elaborar normas técnico-científicas de contratados de assistência à saúde;
promoção, proteção e recuperação da saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades
XVII - promover articulação com os órgãos de Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de
fiscalização do exercício profissional e outras entidades saúde, respectivamente, de abrangência estadual e
representativas da sociedade civil para a definição e controle municipal;
dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
saúde;
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
de saúde;
serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; municipais;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional
fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados,
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e Municípios e Distrito Federal;
projetos estratégicos e de atendimento emergencial. XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e
Seção II coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o
Da Competência Território Nacional em cooperação técnica com os Estados,
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de
(SUS) compete: 1995)
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e § 1º A União poderá executar ações de vigilância
nutrição; epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como
na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam
II - participar na formulação e na implementação das
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de
políticas:
Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação
a) de controle das agressões ao meio ambiente; nacional. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 14.141, de
b) de saneamento básico; e 2021)
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; § 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem
III - definir e coordenar os sistemas: emergência em saúde pública, poderá ser adotado
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA39
procedimento simplificado para a remessa de patrimônio e) de saúde do trabalhador;
genético ao exterior, na forma do regulamento. (Incluído pela V - dar execução, no âmbito municipal, à política de
Lei nº 14.141, de 2021) insumos e equipamentos para a saúde;
§ 3º Os benefícios resultantes da exploração VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
econômica de produto acabado ou material reprodutivo ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e
oriundo de acesso ao patrimônio genético de que trata o § 2º atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais
deste artigo serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de competentes, para controlá-las;
20 de maio de 2015. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de
Saúde (SUS) compete: VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e
hemocentros;
I - promover a descentralização para os Municípios
dos serviços e das ações de saúde; IX - colaborar com a União e os Estados na execução
da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes
hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua
executar supletivamente ações e serviços de saúde; execução;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos
ações e serviços: serviços privados de saúde;
a) de vigilância epidemiológica; XII - normatizar complementarmente as ações e
b) de vigilância sanitária; serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
c) de alimentação e nutrição; e Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
d) de saúde do trabalhador; reservadas aos Estados e aos Municípios.
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle CAPÍTULO V
dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
saúde humana; (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
VI - participar da formulação da política e da execução Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para
de ações de saneamento básico; o atendimento das populações indígenas, em todo o território
VII - participar das ações de controle e avaliação das nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao
condições e dos ambientes de trabalho; disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à
acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde –
para a saúde; SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28
de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de
referência estadual e regional; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos
próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam
em sua organização administrativa; Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do
Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para responsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído pela
o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; Lei nº 9.836, de 1999)
XII - formular normas e estabelecer padrões, em Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições
caráter suplementar, de procedimentos de controle de governamentais e não-governamentais poderão atuar
qualidade para produtos e substâncias de consumo humano; complementarmente no custeio e execução das
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; § 1º A União instituirá mecanismo de financiamento
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação específico para os Estados, o Distrito Federal e os
dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da Municípios, sempre que houver necessidade de atenção
unidade federada. secundária e terciária fora dos territórios indígenas. (Incluído
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde pela Lei nº 14.021, de 2020)
(SUS) compete: § 2º Em situações emergenciais e de calamidade
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os pública: (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de I - a União deverá assegurar aporte adicional de
saúde; recursos não previstos nos planos de saúde dos Distritos
II - participar do planejamento, programação e Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ao Subsistema de
organização da rede regionalizada e hierarquizada do Atenção à Saúde Indígena; (Incluído pela Lei nº 14.021, de
Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua 2020)
direção estadual; II - deverá ser garantida a inclusão dos povos
III - participar da execução, controle e avaliação das indígenas nos planos emergenciais para atendimento dos
ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; pacientes graves das Secretarias Municipais e Estaduais de
IV - executar serviços: Saúde, explicitados os fluxos e as referências para o
atendimento em tempo oportuno. (Incluído pela Lei nº
a) de vigilância epidemiológica;
14.021, de 2020)
b) vigilância sanitária;
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em
c) de alimentação e nutrição; consideração a realidade local e as especificidades da cultura
d) de saneamento básico; e dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a
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40 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de
abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados
de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação acompanhante durante todo o período de trabalho de parto,
sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de
de 1999) 2005)
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde § 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo
Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108,
hierarquizado e regionalizado.(Incluído pela Lei nº 9.836, de de 2005)
1999) § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento
terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de
o registro e a notificação da declaração de raça ou cor, 2005)
garantindo a identificação de todos os indígenas atendidos
CAPÍTULO VIII
nos sistemas públicos de saúde. § 1º-B. A União deverá
integrar os sistemas de informação da rede do SUS com os (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA
(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) INCORPORAÇÃO DE
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de TECNOLOGIA EM SAÚDE”
informação da rede do SUS com os dados do Subsistema de Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se
Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído
2020) pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao I - dispensação de medicamentos e produtos de
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em
isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em
nas regiões onde residem as populações indígenas, para protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser
propiciar essa integração e o atendimento necessário em tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o
todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
9.836, de 1999) II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas
garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde -
especializados, de acordo com suas necessidades, SUS, realizados no território nacional por serviço próprio,
compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à conveniado ou contratado.
saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a adotadas as seguintes definições:
participar dos organismos colegiados de formulação, I - produtos de interesse para a saúde: órteses,
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos;
como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento
caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
CAPÍTULO VI medicamentos e demais produtos apropriados, quando
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
DOMICILIAR controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da
internação domiciliares incluem-se, principalmente, os doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como
procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de
psicológicos e de assistência social, entre outros necessários surgimento de intolerância ou reação adversa relevante,
ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de
pela Lei nº 10.424, de 2002) primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles
níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo.
poderão ser realizados por indicação médica, com expressa (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
nº 10.424, de 2002) terapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei
CAPÍTULO VII nº 12.401, de 2011)
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O I - com base nas relações de medicamentos instituídas
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO pelo gestor federal do SUS, observadas as competências
IMEDIATO estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA41
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº
Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) 12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de IV - realização de audiência pública, antes da tomada
forma suplementar, com base nas relações de medicamentos de decisão, se a relevância da matéria justificar o
instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a evento. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na V - distribuição aleatória, respeitadas a especialização
Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº e a competência técnica requeridas para a análise da
12.401, de 2011) matéria; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
III - no âmbito de cada Município, de forma VI - publicidade dos atos processuais. (Incluído pela
suplementar, com base nas relações de medicamentos Lei nº 14.313, de 2022)
instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401,
de 2011) Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de
gestão do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração
pelo SUS de novos medicamentos, produtos e I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico
protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do experimental, ou de uso não autorizado pela Agência
Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei
de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011) II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de reembolso de medicamento e produto, nacional ou
Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são importado, sem registro na Anvisa.
definidos em regulamento, contará com a participação de 1 Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste
(um) representante indicado pelo Conselho Nacional de artigo: (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, I - medicamento e produto em que a indicação de uso
indicado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela seja distinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde
Lei nº 12.401, de 2011) que seu uso tenha sido recomendado pela Comissão
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único
Incorporação de Tecnologias no SUS levará em de Saúde (Conitec), demonstradas as evidências científicas
consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e
de 2011) esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo Ministério
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a da Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, II - medicamento e produto recomendados pela
produto ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo Conitec e adquiridos por intermédio de organismos
órgão competente para o registro ou a autorização de multilaterais internacionais, para uso em programas de
uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) saúde pública do Ministério da Saúde e suas entidades
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782, de
e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, 26 de janeiro de 1999. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo
ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei nº fornecimento de medicamentos, produtos de interesse para a
12.401, de 2011) saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será
§ 3º As metodologias empregadas na avaliação pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela
econômica a que se refere o inciso II do § 2º deste artigo Lei nº 12.401, de 2011)
serão dispostas em regulamento e amplamente divulgadas, TÍTULO III
inclusive em relação aos indicadores e parâmetros de custo- DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
efetividade utilizados em combinação com outros CAPÍTULO I
critérios. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) Do Funcionamento
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
instauração de processo administrativo, a ser concluído em profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas
prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da jurídicas de direito privado na promoção, proteção e
data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua recuperação da saúde.
prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando as
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa
circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
privada.
2011)
Art. 22. Na prestação de serviços privados de
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo
assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e
observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29
as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único
de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
funcionamento.
I - apresentação pelo interessado dos documentos e,
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta,
se cabível, das amostras de produtos, na forma do
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na
regulamento, com informações necessárias para o
assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada
atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela
pela Lei nº 13.097, de 2015)
Lei nº 12.401, de 2011)
I - doações de organismos internacionais vinculados à
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Organização das Nações Unidas, de entidades de
III - realização de consulta pública que inclua a cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;
divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional de (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
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42 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, VI - confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei nº
operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 14.510, de 2022)
2015) VII - promoção da universalização do acesso dos
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital brasileiros às ações e aos serviços de saúde; (Incluído pela
especializado, policlínica, clínica geral e clínica Lei nº 14.510, de 2022)
especializada; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) VIII - estrita observância das atribuições legais de cada
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; profissão; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) IX - responsabilidade digital. (Incluído pela Lei nº
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade 14.510, de 2022)
lucrativa, por empresas, para atendimento de seus Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde
empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a a modalidade de prestação de serviços de saúde a distância,
seguridade social; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) por meio da utilização das tecnologias da informação e da
IV - demais casos previstos em legislação específica. comunicação, que envolve, entre outros, a transmissão
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) segura de dados e informações de saúde, por meio de textos,
CAPÍTULO II de sons, de imagens ou outras formas adequadas. (Incluído
Da Participação Complementar pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde,
insuficientes para garantir a cobertura assistencial à quando praticados na modalidade telessaúde, terão validade
população de uma determinada área, o Sistema Único de em todo o território nacional. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela 2022)
iniciativa privada. Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a
Parágrafo único. A participação complementar dos liberdade e a completa independência de decidir sobre a
serviços privados será formalizada mediante contrato ou utilização ou não da telessaúde, inclusive com relação à
convênio, observadas, a respeito, as normas de direito primeira consulta, atendimento ou procedimento, e poderá
público. indicar a utilização de atendimento presencial ou optar por ele,
sempre que entender necessário. (Incluído pela Lei nº 14.510,
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
de 2022)
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
participar do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de
fiscalização do exercício profissional a normatização ética
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
relativa à prestação dos serviços previstos neste Título,
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão
aplicando-se os padrões normativos adotados para as
estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de
modalidades de atendimento presencial, no que não colidirem
Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
com os preceitos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de 2022)
reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde,
artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS)
serão observadas as normas expedidas pelo órgão de direção
deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-
do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para
financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos
seu funcionamento, observada a competência dos demais
serviços contratados.
órgãos reguladores. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a
normas técnicas e administrativas e aos princípios e
prestação de serviço de telessaúde deverá demonstrar a
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o
imprescindibilidade da medida para que sejam evitados danos
equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
à saúde dos pacientes. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
§ 3° (Vetado).
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de seguintes determinações: (Incluído pela Lei nº 14.510, de
entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de 2022)
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde
I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido
(SUS).
do paciente, ou de seu representante legal, e sob
TÍTULO III-A responsabilidade do profissional de saúde; (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) nº 14.510, de 2022)
DA TELESSAÚDE II - prestar obediência aos ditames das Leis nºs
Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde Internet), 12.842, de 10 de julho de 2013 (Lei do Ato
regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Médico), 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de
Executivo federal e obedecerá aos seguintes princípios: Proteção de Dados), 8.078, de 11 de setembro de
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) 1990 (Código de Defesa do Consumidor) e, nas hipóteses
I - autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela cabíveis, aos ditames da Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de
Lei nº 14.510, de 2022) 2018 (Lei do Prontuário Eletrônico). (Incluído pela Lei nº
II - consentimento livre e informado do paciente; 14.510, de 2022)
III - direito de recusa ao atendimento na modalidade Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou
telessaúde, com a garantia do atendimento presencial sempre complementar do profissional de saúde que exercer a
que solicitado; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) profissão em outra jurisdição exclusivamente por meio da
modalidade telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
IV - dignidade e valorização do profissional de saúde;
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) TÍTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS
V - assistência segura e com qualidade ao paciente;
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) Art. 27. A política de recursos humanos na área da
saúde será formalizada e executada, articuladamente, pelas
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA43
diferentes esferas de governo, em cumprimento dos outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em
seguintes objetivos: particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
I - organização de um sistema de formação de § 4º (Vetado).
recursos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento
pós-graduação, além da elaboração de programas de científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo
permanente aperfeiçoamento de pessoal; Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo
II - (Vetado) orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento
III - (Vetado) e financiamento ou de origem externa e receita própria das
instituições executoras.
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços
do Sistema Único de Saúde (SUS). § 6º (Vetado).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o CAPÍTULO II
Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática Da Gestão Financeira
para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos
assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde respectivos Conselhos de Saúde.
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros,
integral. originários do Orçamento da Seguridade Social, de outros
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois Orçamentos da União, além de outras fontes, serão
cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo
mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde Nacional de Saúde.
(SUS). § 2º (Vetado).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se § 3º (Vetado).
também aos servidores em regime de tempo integral, com § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, seu sistema de auditoria, a conformidade à programação
direção ou assessoramento. aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e
Art. 29. (Vetado). Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não
Art. 30. As especializações na forma de treinamento aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde
em serviço sob supervisão serão regulamentadas por aplicar as medidas previstas em lei.
Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição
Lei, garantida a participação das entidades profissionais da receita efetivamente arrecadada transferirão
correspondentes. automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS),
TÍTULO V observado o critério do parágrafo único deste artigo, os
DO FINANCIAMENTO recursos financeiros correspondentes às dotações
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos
CAPÍTULO I
e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único
Dos Recursos
de Saúde (SUS).
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos
ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita
financeiros da Seguridade Social será observada a mesma
estimada, os recursos necessários à realização de suas
proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento
finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua
da Seguridade Social.
direção nacional, com a participação dos órgãos da
Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será
Orçamentárias. utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo
análise técnica de programas e projetos:
Art. 32. São considerados de outras fontes os
recursos provenientes de: I - perfil demográfico da região;
I - (Vetado) II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo III - características quantitativas e qualitativas da rede
da assistência à saúde; de saúde na área;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no
período anterior;
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
V - níveis de participação do setor saúde nos
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos
orçamentos estaduais e municipais;
arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e
rede;
industriais.
VII - ressarcimento do atendimento a serviços
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade
prestados para outras esferas de governo.
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de § 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de
viciados. 2012)
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a
de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas notório processo de migração, os critérios demográficos
especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de mencionados nesta lei serão ponderados por outros
poder onde forem arrecadadas. indicadores de crescimento populacional, em especial o
número de eleitores registrados.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser
executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde § 3º (Vetado).
(SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e § 4º (Vetado).
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44 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
§ 5º (Vetado). Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a universitários e de ensino integram-se ao Sistema Único de
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua
aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos
irregularidades verificadas na gestão dos recursos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão
transferidos. nos limites conferidos pelas instituições a que estejam
vinculados.
CAPÍTULO III
Do Planejamento e do Orçamento § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e
municipais de previdência social deverão integrar-se à
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
direção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS),
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível
conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer
local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
outros órgãos e serviços de saúde.
compatibilizando-se as necessidades da política de saúde
com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco,
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-
se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades
em convênio que, para esse fim, for firmado.
e programações de cada nível de direção do Sistema Único
de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS),
respectiva proposta orçamentária. estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do
setor privado no investimento em ciência e tecnologia e
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o
estimulará a transferência de tecnologia das universidades e
financiamento de ações não previstas nos planos de saúde,
institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados,
exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública,
Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
na área de saúde.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde
as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos
(SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema
de saúde, em função das características epidemiológicas e
nacional de informações em saúde, integrado em todo o
da organização dos serviços em cada jurisdição
território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e
administrativa.
de prestação de serviços.
Art. 38. Não será permitida a destinação de
Art. 48. (Vetado).
subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços
de saúde com finalidade lucrativa. Art. 49. (Vetado).
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
Art. 39. (Vetado).
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos
§ 1º (Vetado). à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema
§ 2º (Vetado). Único de Saúde (SUS).
§ 3º (Vetado). Art. 51. (Vetado).
§ 4º (Vetado). Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas
Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos
(SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades
Seguridade Social. diversas das previstas nesta lei.
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão Art. 53. (Vetado).
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde,
e outros as atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas
§ 7º (Vetado). desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana,
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de produção e fornecimento de medicamentos e produtos para
dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica
do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às e de diagnóstico por imagem e são livres à participação direta
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros.
congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
a permitir a gerencia informatizada das contas e a Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua
disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas publicação.
médico-hospitalares. Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de
Art. 40. (Vetado) setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das demais disposições em contrário.
Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da
supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de República.
Saúde (SUS), permanecerão como referencial de prestação FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra
de serviços, formação de recursos humanos e para
transferência de tecnologia.
Art. 42. (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde
fica preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios
estabelecidos com as entidades privadas.
Art. 44. (Vetado).
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA45
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE
Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das
2011. ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da
O Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou
2011, regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro indireta, mediante a participação complementar da iniciativa
de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema privada, sendo organizado de forma regionalizada e
Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a hierarquizada.
assistência à saúde e a articulação interfederativa, e Seção I
dá outras providências. Das Regiões de Saúde
Conforme Decreto nº 11.161, de 4 de agosto de 2022 Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores
e tendo em vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
de 1990, § 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
DECRETA: interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato
CAPÍTULO I conjunto dos respectivos Estados em articulação com os
Municípios.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19
áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do
normas que regem as relações internacionais.
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a
assistência à saúde e a articulação interfederativa. Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve
conter, no mínimo, ações e serviços de:
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
I - atenção primária;
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo
constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, II - urgência e emergência;
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e III - atenção psicossocial;
sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a V - vigilância em saúde.
organização, o planejamento e a execução de ações e
serviços de saúde; Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde
observará cronograma pactuado nas Comissões
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da
Intergestores.
Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos
com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as
saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de transferências de recursos entre os entes federativos.
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão
avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas
execução e demais elementos necessários à implementação Comissões Intergestores.
integrada das ações e serviços de saúde; Parágrafo único. Os entes federativos definirão os
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
à saúde do usuário no SUS; I - seus limites geográficos;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de II - população usuária das ações e serviços;
pactuação consensual entre os entes federativos para III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
definição das regras da gestão compartilhada do SUS;
IV - respectivas responsabilidades, critérios de
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da acessibilidade e escala para conformação dos serviços.
distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de
saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, Seção II
considerando-se a capacidade instalada existente, os Da Hierarquização
investimentos e o desempenho aferido a partir dos Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às
indicadores de saúde do sistema; ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada,
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade de acordo com a complexidade do serviço.
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços
assistência à saúde; de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de I - de atenção primária;
saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão II - de atenção de urgência e emergência;
de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento
III - de atenção psicossocial; e
especial; e
IV - especiais de acesso aberto.
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz
Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os
preconizado, com os medicamentos e demais produtos entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às
apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; ações e serviços de saúde, considerando as características
os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a da Região de Saúde.
verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os
pelos gestores do SUS. ambulatoriais especializados, entre outros de maior
CAPÍTULO II complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados
pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o.
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46 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos Art. 19. Compete à Comissão Intergestores
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as
deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco etapas do processo e os prazos do planejamento municipal
individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as em consonância com os planejamentos estadual e nacional.
especificidades previstas para pessoas com proteção CAPÍTULO IV
especial, conforme legislação vigente.
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Parágrafo único. A população indígena contará com
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia
regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas
e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante
especificidades e com a necessidade de assistência integral
referenciamento do usuário na rede regional e interestadual,
à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da
conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
Saúde.
Seção I
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do
cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, Da Relação Nacional de Ações e Serviços de
hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção Saúde - RENASES
da respectiva região. Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de
Parágrafo único. As Comissões Intergestores Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que
pactuarão as regras de continuidade do acesso às ações e o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da
aos serviços de saúde na respectiva área de atuação. assistência à saúde.
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, RENASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes
caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que pactuadas pela CIT.
venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
no acesso às ações e aos serviços de saúde; Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos Municípios pactuarão nas respectivas Comissões
serviços de saúde; Intergestores as suas responsabilidades em relação ao rol de
ações e serviços constantes da RENASES.
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de
saúde; e Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão adotar relações específicas e complementares de
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de
ações e serviços de saúde, em consonância com a
saúde.
RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões
diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os Intergestores.
entes federativos no cumprimento das atribuições previstas
Seção II
no art. 13.
Da Relação Nacional de Medicamentos
CAPÍTULO III
Essenciais - RENAME
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será Essenciais - RENAME compreende a seleção e a
ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos padronização de medicamentos indicados para atendimento
os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.
necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do
recursos financeiros.
Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a
§ 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.
entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente
privada.
para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e
§ 2o A compatibilização de que trata o caput será Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as
efetuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão diretrizes pactuadas pela CIT.
resultado do planejamento integrado dos entes federativos, e
Parágrafo único. O Ministério da Saúde
deverão conter metas de saúde.
consolidará e publicará as atualizações: (Redação dada
§ 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as pelo Decreto nº 11.161, de 2022)
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
I - da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará,
saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da
nesse prazo, a lista de tecnologias incorporadas, excluídas e
organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões
alteradas pela CONITEC e com a responsabilidade de
de Saúde.
financiamento pactuada de forma tripartite, até que haja a
Art. 16. No planejamento devem ser considerados os consolidação da referida lista; (Incluído pelo Decreto nº
serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma 11.161, de 2022)
complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os
II - do FTN, à medida que sejam identificadas novas
Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
evidências sobre as tecnologias constantes na RENAME
Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na vigente; e (Incluído pelo Decreto nº 11.161, de 2022) Vigência
identificação das necessidades de saúde e orientará o
III - de protocolos clínicos ou de diretrizes terapêuticas,
planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo
quando da incorporação, alteração ou exclusão de
para o estabelecimento de metas de saúde.
tecnologias em saúde no SUS e da existência de novos
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual estudos e evidências científicas identificados a partir de
deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das revisões periódicas da literatura relacionada aos seus objetos.
necessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento (Incluído pelo Decreto nº 11.161, de 2022)
de metas de saúde.
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município
poderão adotar relações específicas e complementares de
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA47
medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas V - referências das regiões intraestaduais e
as responsabilidades dos entes pelo financiamento de interestaduais de atenção à saúde para o atendimento da
medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões integralidade da assistência.
Intergestores. Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência CIT a pactuação:
farmacêutica pressupõe, cumulativamente: I - das diretrizes gerais para a composição da
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de RENASES;
saúde do SUS; II - dos critérios para o planejamento integrado das
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do
saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; compartilhamento da gestão; e
III - estar a prescrição em conformidade com a III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das
RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em
ou com a relação específica complementar estadual, distrital fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos,
ou municipal de medicamentos; e as normas que regem as relações internacionais.
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas Seção II
pela direção do SUS. Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de federativos para a organização da rede interfederativa de
saúde pública o justifiquem. atenção à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras da Ação Pública da Saúde.
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação
especializado. Pública da Saúde é a organização e a integração das ações e
Art. 29. A RENAME e a relação específica dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes
complementar estadual, distrital ou municipal de federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de
medicamentos somente poderão conter produtos com registro garantir a integralidade da assistência aos usuários.
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação
CAPÍTULO V Pública da Saúde resultará da integração dos planos de saúde
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo
como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
Seção I
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
Das Comissões Intergestores
Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a dos entes federativos com relação às ações e serviços de
organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de
saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo: avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da sua
da Saúde para efeitos administrativos e operacionais; execução e demais elementos necessários à implementação
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria integrada das ações e serviços de saúde.
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais
operacionais; e de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano
âmbito regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde Nacional de Saúde.
para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar § 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores
as diretrizes da CIB. nacionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores avaliação do desempenho da prestação das ações e dos
públicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública
Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS as especificidades municipais, regionais e estaduais.
e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de
Saúde - COSEMS. Saúde conterá as seguintes disposições essenciais:
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: I - identificação das necessidades de saúde locais e
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos regionais;
da gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
da política de saúde dos entes federativos, consubstanciada promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito
nos seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos regional e inter-regional;
conselhos de saúde; III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, perante a população no processo de regionalização, as quais
integração de limites geográficos, referência e serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o
contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações e
das ações e serviços de saúde entre os entes federativos; dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde;
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e IV - indicadores e metas de saúde;
interestadual, a respeito da organização das redes de atenção V - estratégias para a melhoria das ações e serviços
à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à de saúde;
integração das ações e serviços dos entes federativos;
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de monitoramento permanente;
Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu
desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as
responsabilidades individuais e as solidárias; e
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48 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
VII - adequação das ações e dos serviços dos entes Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas
federativos em relação às atualizações realizadas na as ações e serviços de saúde que na data da publicação deste
RENASES; Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos
VIII - investimentos na rede de serviços e as entes federados, de forma direta ou indireta.
respectivas responsabilidades; e Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados as diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e
por cada um dos partícipes para sua execução. oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à publicação.
melhoria das ações e serviços de saúde. Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência e
123o da República.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de DILMA ROUSSEFF
Alexandre Rocha Santos Padilha
garantia da gestão participativa:
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a
avaliação do usuário das ações e dos serviços, como QUESTÕES DE CONCURSOS
ferramenta de sua melhoria; 01. (ENFERMEIRO/EBSERH) O Decreto nº 7.508, de 28 de
II - apuração permanente das necessidades e junho de 2011, visa dar mais transparência à estrutura do
interesses do usuário; e SUS, com a finalidade de garantir maior segurança jurídica
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na na fixação das responsabilidades dos entes federativos,
saúde em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas para que o cidadão possa, de fato, conhecer as ações e
unidades privadas que dele participem de forma os serviços de saúde ofertados nas regiões de saúde e
complementar. organizados em redes de atenção à saúde. Sobre
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário vertentes deste decreto, assinale a alternativa correta.
será fator determinante para o estabelecimento das metas de (A) O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES, em
saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública de âmbito nacional observado as diretrizes pactuadas pela
Saúde. CIB.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato (B) A RENASES compreende todas as ações e serviços, que
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo o SUS oferece ao usuário, para atendimento da
CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a integralidade da assistência à saúde.
sua implementação. (C) RENAME é a Relação Nacional de Medicamentos
Especiais, atualizada, a cada três anos pelo Ministério da
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação
Saúde.
do SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e
(D) A Rede de Atenção à Saúde é o conjunto de ações e
a fiscalização do Contrato Organizativo de Ação Pública da
serviços de saúde, articulados em níveis de complexidade
Saúde. crescente, com a finalidade de garantir a equidade da
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV assistência à saúde.
do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá (E) Serviços Especiais de Acesso Aberto são instâncias de
seção específica relativa aos compromissos assumidos no pactuação consensual entre os entes federativos, para
âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. definição das regras da gestão compartilhada SUS.
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em
conformidade com as demais formas de controle e
02. (ENFERMEIRO -IBFC -EBSERH/ Segundo o Decreto
fiscalização previstas em Lei.
Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011, a descrição
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a geográfica da distribuição de recursos humanos e de
execução do Contrato Organizativo de Ação Pública de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela
Saúde, em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada
ao seu desempenho e à aplicação dos recursos existente, os investimentos e o desempenho aferido a
disponibilizados. partir dos indicadores de saúde do sistema é a definição
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o de
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema (A) Pactuação Integrada em Saúde.
de informações em saúde organizado pelo Ministério da (B) Rede hierarquizada em Saúde.
Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde (C) Rede de Atenção à Saúde.
para monitoramento. (D) Mapa da Saúde.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Gabarito: 01/B; 02/C
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais,
o Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle
interno e externo:
I-o descumprimento injustificado de
responsabilidades na prestação de ações e serviços de saúde
e de outras obrigações previstas neste Decreto;
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que
se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;
III - a não aplicação, malversação ou desvio de
recursos financeiros; e
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver
conhecimento.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA49
IX - notificação compulsória negativa: comunicação
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 4, DE 28 semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de
DE SETEMBRO DE 2017: ANEXO V - saúde à autoridade de saúde, informando que na semana
SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo
ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação
EPIDEMIOLÓGICA (SNVE). Compulsória; e (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, IX)
Anexo V X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a
(Origem: PRT MS/GM 204/2016) vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos
CAPÍTULO I de interesse para a saúde pública, com participação
DA LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida
DE DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). (Origem:
PÚBLICA PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, X)
Seção I Seção II
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, CAPÍTULO I) (Origem: PRT MS/GM 204/2016, CAPÍTULO II)
Art. 1º Este Anexo define a Lista Nacional de Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os
Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos
saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em serviços públicos e privados de saúde, que prestam
todo o território nacional, nos termos do Anexo 1 do Anexo V. assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 1º) nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Origem: PRT MS/GM
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de 204/2016, Art. 3º)
importância nacional, serão considerados os seguintes § 1º A notificação compulsória será realizada diante da
conceitos: (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º) suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com
I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental o estabelecido no Anexo 1 do Anexo V , observando-se,
do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS.
acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 3º, § 1º)
drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, § 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de
como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; saúde pública de notificação compulsória à autoridade de
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, I) saúde competente também será realizada pelos responsáveis
II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de
Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades
Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada laboratoriais e instituições de pesquisa. (Origem: PRT MS/GM
esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS); (Origem: 204/2016, Art. 3º, § 2º)
PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, II) § 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de
III - doença: enfermidade ou estado clínico, saúde pública de notificação compulsória pode ser realizada
independente de origem ou fonte, que represente ou possa à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha
representar um dano significativo para os seres humanos; conhecimento. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 3º, § 3º)
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, III) Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser
IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo
de animais que possa apresentar riscos à saúde pública; serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, IV) paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento,
pelo meio mais rápido disponível. (Origem: PRT MS/GM
V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode
204/2016, Art. 4º)
constituir potencial ameaça à saúde pública, como a
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa Parágrafo Único. A autoridade de saúde que receber
desconhecida, alteração no padrão clínicoepidemiológico das a notificação compulsória imediata deverá informa-la, em até
doenças conhecidas, considerando o potencial de 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais
disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma
transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou das doenças ou agravos constantes no Anexo 1 do Anexo V .
agravos decorrentes de desastres ou acidentes; (Origem: (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 4º, Parágrafo Único)
PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, V) Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do
à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo
de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, de notificação compulsória. (Origem: PRT MS/GM 204/2016,
públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou Art. 5º)
confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, Parágrafo Único. No Distrito Federal, a notificação
descritos no Anexo 1 do Anexo V, podendo ser imediata ou será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. (Origem:
semanal; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, VI) PRT MS/GM 204/2016, Art. 5º, Parágrafo Único)
VII - notificação compulsória imediata (NCI): Art. 6º A notificação compulsória, independente da
notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) forma como realizada, também será registrada em sistema de
horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento
agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela
comunicação mais rápido disponível; (Origem: PRT MS/GM SVS/MS. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 6º)
204/2016, Art. 2º, VII) Seção III
VIII - notificação compulsória semanal (NCS): DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir (Origem: PRT MS/GM 204/2016, CAPÍTULO III)
do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, VIII) informações pessoais integrantes da notificação compulsória
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50 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
que estejam sob sua responsabilidade. (Origem: PRT MS/GM constatação da violência. (Redação dada pela PRT GM/MS nº
204/2016, Art. 7º) 78 de 18.01.2021)
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a § 1º Nos casos em que não for possível a comunicação
divulgação atualizada dos dados públicos da notificação de que trata o caput, caberá a autoridade sanitária estadual
compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle proceder à comunicação a autoridade policial no prazo de 24
social e população em geral. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, horas após a consolidação semanal da base estadual do
Art. 8º) Sistema de Informação de Agravos de Notificação do
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Ministério da Saúde (VIVA SINAN). (Redação dada pela PRT
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em GM/MS nº 78 de 18.01.2021)
endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, § 2º A unidade de saúde que proceder a comunicação
endereço de e-mail institucional ou formulário para notificação à autoridade policial dos casos de violência interpessoal
compulsória. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 9º) contra a mulher deverá encaminhar à autoridade sanitária
Art. 10. A relação das doenças e agravos monitorados local a ficha de comunicação. (Redação dada pela PRT
por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e GM/MS nº 78 de 18.01.2021)
suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Art. 14-C. Caberá a autoridade sanitária estadual
Estado da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 11) identificar junto ao órgão de segurança pública estadual qual
Art. 11. A relação das epizootias e suas diretrizes de será a autoridade policial de referência responsável para o
notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado recebimento das comunicações de violência contra a mulher
da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 12) atendida em serviços de saúde públicos e privados. (Redação
dada pela PRT GM/MS nº 78 de 18.01.2021)
CAPÍTULO II
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DA VIOLÊNCIA Art. 14-D. (Revogado pela PRT GM/MS nº 1.077 de
CONTRA A MULHER 26.05.2021)
Art. 12. Fica instituído o serviço de notificação Art. 14-E. (Revogado pela PRT GM/MS nº 1.077 de
compulsória de violência contra a mulher. (Origem: PRT 26.05.2021)
MS/GM 2406/2004, Art. 1º) Art. 14-F. (Revogado pela PRT GM/MS nº 1.077 de
§ 1º Os serviços de referência serão instalados, 26.05.2021)
inicialmente, em municípios que possuam capacidade de Art. 15. A Secretaria de Vigilância em Saúde, em
gestão e que preencham critérios epidemiológicos definidos. conjunto com a Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério
(Origem: PRT MS/GM 2406/2004, Art. 1º, § 1º) da Saúde, definirão as diretrizes e os mecanismos de
§ 2º Os serviços de que trata o caput deste artigo serão operacionalização dos serviços. (Origem: PRT MS/GM
monitorados e avaliados pela Secretaria de Vigilância em 2406/2004, Art. 4º)
Saúde/MS, sendo que, a partir desse processo, será Art. 16. Fica delegada competência ao Secretário de
programada sua expansão. (Origem: PRT MS/GM 2406/2004, Vigilância em Saúde para editar, quando necessário, normas
Art. 1º, § 2º) regulamentadoras deste Capítulo. (Origem: PRT MS/GM
Art. 13. Fica aprovada, na forma do Anexo 2 do Anexo 2406/2004, Art. 5º)
V , Ficha de Notificação compulsória de Violência Contra a CAPÍTULO III
Mulher e Outras Violências Interpessoais, que será utilizada DA RELAÇÃO DAS EPIZOOTIA DE NOTIFICAÇÃO
em todo o território nacional. (Origem: PRT MS/GM COMPULSÓRIA E SUAS DIRETRIZES PARA
2406/2004, Art. 2º) NOTIFICAÇÃO
Art. 14. A notificação compulsória de violência contra Art. 17. Este Capítulo define a relação das epizootias
a mulher seguirá o seguinte fluxo: (Origem: PRT MS/GM de notificação compulsória e suas diretrizes para notificação
2406/2004, Art. 3º) em todo o território nacional. (Origem: PRT MS/GM 782/2017,
I - o preenchimento ocorrerá na unidade de saúde Art. 1º)
onde foi atendida a vítima; (Origem: PRT MS/GM 2406/2004, Art. 18. A comunicação de doença, agravo ou evento
Art. 3º, I) de saúde pública de notificação compulsória à autoridade de
II - a Ficha de Notificação é remetida ao Serviço de saúde competente será realizada por profissionais de saúde
Vigilância Epidemiológica ou serviço correlato da respectiva ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde,
Secretaria Municipal de Saúde, onde os dados serão além de estabelecimentos públicos ou privados educacionais,
inseridos em aplicativo próprio; e (Origem: PRT MS/GM unidades laboratoriais e instituições de pesquisa. (Origem:
2406/2004, Art. 3º, II) PRT MS/GM 782/2017, Art. 2º)
III - as informações consolidadas serão encaminhadas Parágrafo Único. A comunicação de doença, agravo
à Secretaria de Estado de Saúde e, posteriormente, à ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. (Origem: PRT MS/GM ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que
2406/2004, Art. 3º, III) deles tenha conhecimento ou por estabelecimentos públicos
ou privados relacionados ao manejo de animais, na forma do
Art. 14-A. Será objeto da comunicação à autoridade
Anexo 3 do Anexo V. (Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 2º,
policial os casos de violência interpessoal contra a mulher,
Parágrafo Único)
nos termos do § 4º do art. 1º da Lei nº 10.778, de 24 de
novembro de 2003. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 78 Art. 19. As autoridades de saúde garantirão a
de 18.01.2021) divulgação atualizada dos dados públicos da notificação
compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle
Parágrafo único. A comunicação externa dos casos
social e população em geral. (Origem: PRT MS/GM 782/2017,
de violência contra a crianças, adolescentes e idosas seguem
Art. 3º)
as normativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente e Estatuto do Idoso, respectivamente. (Redação Art. 20. A SVS/MS, as Secretarias de Saúde dos
dada pela PRT GM/MS nº 78 de 18.01.2021) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em
endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax,
Art. 14-B. Caberá a unidade de saúde comunicar à
endereço de e-mail institucional ou formulário para notificação
autoridade policial os casos de violência interpessoal contra a
compulsória. (Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 4º)
mulher no prazo de 24 horas, contados da data da
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA51
Art. 21. A SVS/MS publicará normas complementares
relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de casos
ART. 196 AO ART. 200 DA CONSTITUIÇÃO
suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de FEDERAL/1988: PRINCÍPIOS E
informação em saúde e demais orientações técnicas para o DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE
cumprimento e operacionalização deste Capítulo. (Origem:
PRT MS/GM 782/2017, Art. 5º)
SAÚDE (SUS).
CAPÍTULO IV Seção II
DA RELAÇÃO DAS EPIZOOTIA DE NOTIFICAÇÃO DA SAÚDE
COMPULSÓRIA E SUAS DIRETRIZES PARA Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
NOTIFICAÇÃO garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
(Redação dada pla PRT GM/MS nº 1.164 de 24.05.2022) à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
Art. 22. Este Capítulo dispõe sobre a obrigatoriedade universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
de notificação ao Ministério da Saúde de todos os resultados proteção e recuperação.
de testes diagnóstico para detecção da covid19 e do Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços
Monkeypox Vírus, realizados por laboratórios da rede pública, de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da
rede privada, universitários e quaisquer outros, em todo o lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
território nacional. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.328 devendo sua execução ser feita diretamente ou através de
de 22.08.2022) terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
Art. 23. Deverão ser notificados todos os resultados de privado.
testes diagnóstico realizados, sejam positivos, negativos, Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde
inconclusivos e correlatos, qualquer que seja a metodologia integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
utilizada. (Redação dada pla PRT GM/MS nº 1.164 de constituem um sistema único, organizado de acordo com as
24.05.2022) seguintes diretrizes:
§ 1º A notificação deverá ser realizada no prazo de até I - descentralização, com direção única em cada esfera
24 (vinte e quatro) horas contado do resultado do teste, de governo;
mediante registro e transmissão de informações na Rede II - atendimento integral, com prioridade para as
Nacional de Dados em Saúde - RNDS. (Redação dada pla atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
PRT GM/MS nº 1.164 de 24.05.2022) assistenciais;
§ 2º Os laboratórios deverão realizar a solicitação de III - participação da comunidade.
uso da RNDS por meio do portal de serviços do Ministério da
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos
Saúde, disponível no endereço eletrônico
termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
https://servicosdatasus.saude.gov.br. (Redação dada pla
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
PRT GM/MS nº 1.164 de 24.05.2022)
Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado
§ 3º O Ministério da Saúde, por meio do Departamento para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
de Informática do Sistema Único de Saúde - § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
DATASUS/SE/MS, disponibilizará aos laboratórios Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
documentação técnica e suporte para eventuais dúvidas públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação
acerca do uso da RNDS, no endereço eletrônico de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda
https://rnds.saude.gov.br. (Redação dada pla PRT GM/MS nº Constitucional nº 29, de 2000)
1.164 de 24.05.2022)
I - no caso da União, a receita corrente líquida do
Art. 24. A notificação ficará cargo dos gestores e respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a
responsáveis dos respectivos laboratórios e será fiscalizada 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda
pelo gestor de saúde local. (Redação dada pla PRT GM/MS Constitucional nº 86, de 2015)
nº 1.164 de 24.05.2022)
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto
Art. 25. A inobservância ao disposto neste Capítulo da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos
poderá configurar infração sanitária, especialmente aquelas recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e
definidas nos incisos VI, VII, VIII do caput art. 10 da Lei nº inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
6.437, de 20 de agosto de 1977, cuja prática poderá acarretar respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
a aplicação das penalidades previstas no art. 2º da referida 29, de 2000)
lei, como advertência, multa ou interdição do estabelecimento, III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o
sem prejuízo de outras sanções de natureza administrativa, produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
civil ou penal cabíveis. (Redação dada pla PRT GM/MS nº 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I,
1.164 de 24.05.2022) alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 26. A Secretaria de Vigilância em Saúde do § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos
Ministério da Saúde poderá editar normas técnicas a cada cinco anos, estabelecerá: (Incluído pela Emenda
complementares para o cumprimento e operacionalização do Constitucional nº 29, de 2000)
disposto neste Capítulo. (Redação dada pla PRT GM/MS nº
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
1.164 de 24.05.2022)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II - os critérios de rateio dos recursos da União
vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus
respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução
das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das
despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
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52 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
nº 86, de 2015)
(ASPS)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde
Apesar de, em linhas gerais, a Lei Complementar
poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
n° 141/2012, haver mantido o entendimento já previsto na
combate às endemias por meio de processo seletivo público,
Resolução n° 322, de 2003, do Conselho Nacional de
de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições
Saúde, a sua aplicação implica em mudanças significativas
e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela
nos procedimentos adotados pelos entes federados.
Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
O fato de determinada despesa integrar as
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
atribuições do SUS conforme estabelece o art. 200 da CF e
salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de
a Lei n° 8.080, de 1990, não garante, por si só, que possa
Carreira e a regulamentação das atividades de agente
ser contabilizada no rol das ações e serviços públicos de
comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
saúde, para fins de aplicação da LC n° 141/2012.
competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e A Lei Complementar n° 141, de 13 de janeiro de
aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. 2012, no seu artigo Art. 2º define: “Para fins de apuração
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de da aplicação dos recursos mínimos, considerar-se-ão como
2010) Regulamento despesas em ações e serviços públicos de saúde – ASPS,
aquelas voltadas para a promoção, proteção e recuperação
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no
da saúde que atendam, simultaneamente, aos princípios
§ 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça
estatuídos no art. 7º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou
de 1990, e às seguintes diretrizes”
de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em
caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados I. sejam destinadas às ações e serviços públicos de
em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional saúde de acesso universal, igualitário e gratuito;
nº 51, de 2006) II. estejam em conformidade com objetivos e
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa metas explicitados nos Planos de Saúde de
privada. cada ente da Federação; e
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de III. sejam de responsabilidade específica do
forma complementar do sistema único de saúde, segundo setor da saúde, não se aplicando a despesas
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou relacionadas a outras políticas públicas que
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as atuam sobre determinantes sociais e
sem fins lucrativos. econômicos, ainda que incidentes sobre as
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para condições de saúde da população.
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins Assim sendo, para serem consideradas ASPS, as
lucrativos. ações devem estar disponíveis, de forma gratuita a toda
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de a população; deverão ser financiadas com recursos
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no movimentados por meio dos respectivos fundos de
País, salvo nos casos previstos em lei. saúde; devem estar incluídas no plano de saúde e
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos executadas na função saúde; devendo ser aprovadas pelo
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias Conselho de Saúde e ser de responsabilidade do setor de
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem saúde.
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus A Lei Complementar n° 141/2012 no seu art.3°
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. estabelece que:
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de Para efeito da apuração da aplicação dos
outras atribuições, nos termos da lei: recursos mínimos, SERÃO CONSIDERADAS
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e despesas com ações e serviços públicos de saúde
substâncias de interesse para a saúde e participar da as referentes a:”
produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, I - vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica
hemoderivados e outros insumos; e a sanitária;
II - executar as ações de vigilância sanitária e II - atenção integral e universal à saúde em todos
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; os níveis de complexidade, incluindo assistência
III - ordenar a formação de recursos humanos na área terapêutica e recuperação de deficiências nutricionais;
de saúde; III - capacitação do pessoal de saúde do Sistema
IV - participar da formulação da política e da execução Único de Saúde (SUS);
das ações de saneamento básico; IV - desenvolvimento científico e tecnológico e
V - incrementar, em sua área de atuação, o controle de qualidade promovidos por instituições do
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; SUS;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) V - produção, aquisição e distribuição de insumos
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o específicos dos serviços de saúde do SUS, tais como:
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas imunobiológicos, sangue e hemoderivados,
para consumo humano; medicamentos e equipamentos médico-
odontológicos;
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos VI - saneamento básico de domicílios ou de
psicoativos, tóxicos e radioativos; pequenas comunidades, desde que seja aprovado
pelo Conselho de Saúde do ente da Federação
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
financiador da ação e esteja de acordo com as
compreendido o do trabalho.
diretrizes das demais determinações previstas nesta
Lei Complementar;
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA53
VII - saneamento básico dos distritos sanitários C) Somente III está correta.
especiais indígenas e de comunidades remanescentes D) I, II e III estão corretas.
de quilombos;
VIII - manejo ambiental vinculado diretamente ao
02. (Tec.Gestão em Saúde/Sec.Saúde-Pref.MUn.M. Claros-
controle de vetores de doenças;
MG) De acordo com a Constituição Federal de 1988,
IX - investimento na rede física do SUS, incluindo a artigos 196 a 200, marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas
execução de obras de recuperação, reforma, afirmativas abaixo.
ampliação e construção de estabelecimentos públicos
( ) Saúde é um direito de todos e dever do Estado que deve
de saúde;
ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que
X - remuneração do pessoal ativo da área de saúde visem à redução do risco de doenças e de outros agravos.
em atividade nas ações de que trata este artigo,
( ) As ações e serviços de saúde não podem ser executadas
incluindo os encargos sociais;
por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
XI - ações de apoio administrativo realizadas pelas
( ) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
instituições públicas do SUS e imprescindíveis à
regionalizada e hierarquizada.
execução das ações e serviços públicos de saúde; e
( ) As instituições privadas poderão participar de forma
XII - gestão do sistema público de saúde e
complementar do Sistema Único de Saúde, mediante
operação de unidades prestadoras de serviços
contrato de direito público ou convênio.
públicos de saúde.
A ordem CORRETA das respostas é
Já o art. 4º da referida norma estabelece que:
A) V, V, V, V.
Art. 4º NÃO constituirão despesas com ações e
serviços públicos de saúde, para fins de apuração B) V, F, V, V.
dos percentuais mínimos de que trata esta Lei C) V, F, V, F.
Complementar, aquelas decorrentes de: D) V, V, V, F.
I - pagamento de aposentadorias e pensões,
inclusive dos servidores da saúde; 03. (Consultor Câm.SP) A possibilidade de o texto do artigo
II - pessoal ativo da área de saúde quando em 196 da Constituição da República Federativa do Brasil, de
atividade alheia à referida área; 1988, ser modificado por meio de uma nova Emenda
III - assistência à saúde que não atenda ao Constitucional, que muda a redação de "A saúde é direito
princípio de acesso universal; de todos e dever do Estado..." para apenas "A saúde é
IV - merenda escolar e outros programas de direito de todos", pode
alimentação, ainda que executados em unidades do a) comprometer a observância do princípio do acesso
SUS, ressalvando-se o disposto no inciso II do art. 3o; universal e gratuito aos serviços de saúde.
V - saneamento básico, inclusive quanto às ações b) remeter ao município a responsabilidade por gerir as
financiadas e mantidas com recursos provenientes de questões de saúde no âmbito de seu território.
taxas, tarifas ou preços públicos instituídos para essa c) resultar na revogação da Emenda Constitucional 29/2000,
finalidade; que provê recursos contingenciados para a saúde.
VI - limpeza urbana e remoção de resíduos; d) desobrigar os governos estaduais e do Distrito Federal a
VII - preservação e correção do meio ambiente, destinarem recursos orçamentários para a saúde.
realizadas pelos órgãos de meio ambiente dos entes e) requerer a criação de outros instrumentos legais para o
da Federação ou por entidades não governamentais; estabelecimento de consórcios intermunicipais de saúde.
VIII - ações de assistência social;
IX - obras de infraestrutura, ainda que realizadas Gabarito: 01/D; 02/B; 03/A
para beneficiar direta ou indiretamente a rede de
saúde; e
X - ações e serviços públicos de saúde custeados
com recursos distintos dos especificados na base de POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA NO
cálculo definida nesta Lei Complementar ou vinculados
a fundos específicos distintos daqueles da saúde.
BRASIL.
As políticas de saúde pública no Brasil são
fundamentais para garantir que todos os cidadãos tenham
QUESTÕES DE CONCURSOS acesso a serviços de saúde de qualidade,
01. (Enfermeiro/Sec.Saúde-Pref.Mun.M. Claros-MG) A independentemente de sua situação financeira ou social.
Constituição Federal: Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988,
I - prevê que o SUS será financiado, com recursos do o país vem buscando melhorar o acesso à saúde e reduzir as
orçamento da Seguridade Social, da União, dos Estados, desigualdades na área.
do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras O SUS é um sistema de saúde público, gratuito e
fontes. universal, que abrange desde o atendimento básico até os
II - classifica as ações e serviços de saúde como de relevância serviços de alta complexidade. Ele é financiado com recursos
pública. públicos e gerenciado pelas três esferas de governo: federal,
estadual e municipal. Isso garante que os serviços de saúde
III - estabelece que as ações e serviços públicos de saúde estejam disponíveis em todo o território nacional, mesmo nas
integram uma rede regionalizada e hierarquizada. áreas mais remotas.
Assinale a alternativa que contém a(s) resposta(s) Além disso, o SUS também é responsável por
CORRETA(S). desenvolver políticas de saúde que visam a prevenção de
A) Somente I está correta. doenças e a promoção da saúde. Um exemplo disso são as
B) Somente I e III estão corretas. campanhas de vacinação que acontecem regularmente em
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54 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
todo o país. O SUS também investe em programas de cruciais para quem depende do uso regular de medicamentos
prevenção de doenças crônicas, como diabetes e e não tem como arcar com o custo integral dos mesmos.
hipertensão, e em políticas voltadas para a saúde mental. Além disso, a implementação e o controle de medidas
Outro aspecto importante das políticas de saúde sanitárias para a população também fazem parte das políticas
pública no Brasil é a formação de profissionais de saúde. O de saúde. Sua importância é perceptível em locais sem
país conta com uma ampla rede de universidades e saneamento básico, nos quais as doenças aumentam e
instituições de ensino que oferecem cursos de medicina, podem até gerar epidemias e surtos.
enfermagem, odontologia, entre outros. Além disso, o SUS Além de tudo isso, há campanhas específicas durante
oferece programas de residência médica e outras formas de o ano inteiro, seja para o combate ao câncer de mama,
capacitação para os profissionais da área. infecções sexualmente transmissíveis, dengue, malária ou
Apesar dos avanços, ainda existem muitos desafios a obesidade. Essas ações mais direcionadas também devem
serem enfrentados nas políticas de saúde pública no Brasil. derivar de políticas públicas de saúde, e têm um papel muito
Um dos principais problemas é a falta de recursos e importante junto à população.
investimentos na área, o que pode prejudicar a qualidade dos
serviços oferecidos. Além disso, as desigualdades regionais e
Políticas públicas de COVID-19
sociais ainda são uma barreira para o acesso à saúde em
algumas regiões do país. As ações de combate às pandemias também fazem
parte das políticas de saúde. No caso da COVID-19, por
Para superar esses desafios, é preciso investir mais
exemplo, cabe a essas políticas o papel de garantir o combate
em saúde pública e garantir que os recursos sejam utilizados
à doença da melhor forma – o que deve ser feito inclusive
de forma eficiente. Também é necessário fortalecer a atenção
articulando esforços federais, estaduais e municipais.
básica e os programas de prevenção de doenças, além de
garantir o acesso aos serviços de saúde em todas as regiões Nesse sentido, medidas de isolamento social são
do país. regidas por políticas públicas mais gerais, mas podem ser
implementadas de acordo com as necessidades de cada
Em resumo, as políticas de saúde pública no Brasil são
local. Da mesma maneira, o fechamento temporário de áreas
fundamentais para garantir o acesso universal aos serviços de
públicas, a distribuição de máscaras e a disponibilização de
saúde e promover a prevenção de doenças e a promoção da
testes também são formas importantes de atuação.
saúde. Embora ainda haja desafios a serem superados, o país
conta com uma rede ampla de serviços de saúde e um Quando já há uma fórmula de vacina sendo produzida,
sistema público de qualidade que atende a população de também faz parte das responsabilidades das políticas
forma gratuita e universal. públicas de saúde a obtenção de meios para distribuir o
imunizante para todo o país. No Brasil, vale lembrar, há
centros importantes de desenvolvimento de vacinas, como,
Qual é a importância das políticas públicas de saúde no por exemplo, o Instituto Butantan.
Brasil?
Nas ações públicas de enfrentamento à pandemia,
As políticas públicas de saúde no Brasil são garantidas algumas atitudes mais pontuais, como a oferta de máscaras,
pela Constituição Federal de 1988. Cabe a essas medidas testes ou aparelhos de respiração para os hospitais também
criar meios para que, de fato, a saúde seja oferecida a todos, são responsabilidades e demandas das políticas públicas.
de forma universal, fazendo com que sua promoção, Além disso, a orientação para o seu uso e a conferência
recuperação e proteção sejam asseguradas. sistemática a respeito de todos os protocolos sanitários em
A Constituição de 1988 estabeleceu um marco andamento junto à população.
importantíssimo: a criação do SUS. Esse sistema é muito
desenvolvido e ramificado e conta com a oferta de
atendimento em diversos setores, visando a melhoria da
qualidade de vida do povo brasileiro. NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO
Devemos lembrar ainda, em relação ao SUS, que SUS.
diversos lugares no mundo sofrem com a falta de um sistema
de saúde público, gratuito e universal. Mesmo com falhas, Com as mudanças promovidas com a NOB/SUS
portanto, o SUS desempenha um papel crucial no Brasil: na 01/93, desencadeou-se ampla discussão no setor saúde que
última Pesquisa Nacional de Saúde vê-se que mais de 150 levou à construção de uma nova Norma Operacional Básica
milhões de brasileiros dependem do sistema. NOB/SUS 01/96, que promoveu um avanço no processo de
Apesar de contar regularmente com o SUS, sempre descentralização, pois criou condições de gestão para os
que o governo percebe um problema novo e mais específico municípios e estados, definiu as responsabilidades sanitárias
ligado à saúde deve criar medidas diretamente dirigidas para do município pela saúde de seus cidadãos e redefiniu
solucioná-lo ou ao menos contê-lo. A exemplo disso, temos competências de estados e municípios.
as ações de prevenção à dengue ou as campanhas de saúde A NOB 01/96 modificou as condições de gestão ao
da mulher. estabelecer duas formas de habilitação dos municípios, a
Gestão Plena da Atenção Básica e a Gestão Plena do
Sistema Municipal de Saúde, sendo que para os estados
Quais são as principais políticas de saúde no Brasil? estabeleceu a Gestão Avançada do Sistema Estadual e
Como já vimos, a principal política de saúde no Brasil Gestão Plena do Sistema Estadual.
é o SUS. Ele é um sistema universal, gratuito e integral. O seu período de implementação foi marcado por uma
Partindo do SUS, é possível notar ainda várias medidas série de avanços no processo de descentralização do SUS. A
voltadas para a prevenção, o combate e o tratamento de referida norma criou o Piso da Atenção Básica (PAB), uma
doenças, fazendo com que o país possa prestar um suporte forma de financiamento global per capita, favorecendo
de qualidade para a população. avanços na ampliação e no acesso nesse nível de atenção,
As campanhas de vacinação, por exemplo, integram bem como reorientou o modelo de atenção, mediante o
as políticas públicas de saúde, englobando a criação e a estabelecimento de incentivos de financeiros a determinados
compra de vacinas, sua distribuição e aplicação. Outro programas, conforme a adesão de cada município a esses,
componente dessas políticas são as farmácias populares, consolidando o Programa da Saúde da Família.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA55
A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo à saúde da população e ao disciplinamento das relações entre
de descentralização, criando condições de gestão para os as três esferas de gestão do Sistema.
Municípios e Estados, caracterizando as responsabilidades Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e publicação.
redefinindo competências de Estados e Municípios. ADIB D. JATENE
Os objetivos gerais da Norma Operacional Básica ANEXO
01/96 foram: 1. INTRODUÇÃO
• Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada Os ideais históricos de civilidade, no âmbito da saúde,
gestor, diretamente ou garantindo a referência, consolidados na Constituição de 1988, concretizam-se, na
explicitando um novo pacto federativo para a vivência cotidiana do povo brasileiro, por intermédio de um
saúde; crescente entendimento e incorporação de seus princípios
• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando ideológicos e doutrinários, como, também, pelo exercício de
aos municípios a responsabilidade pela gestão e seus princípios organizacionais.
execução direta da atenção básica de saúde; Esses ideais foram transformados, na Carta Magna,
em direito à saúde, o que significa que cada um e todos os
• Aumentar a participação percentual da transferência
brasileiros devem construir e usufruir de políticas públicas −
regular e automática (fundo a fundo) dos recursos
econômicas e sociais − que reduzam riscos e agravos à
federais a Estados e Municípios, reduzindo a
saúde. Esse direito significa, igualmente, o acesso universal
transferência por remuneração de serviços
(para todos) e equânime (com justa igualdade) a serviços e
produzidos.
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde
Entre as principais características observadas na (atendimento integral).
NOB/SUS 01/96 temos: A partir da nova Constituição da República, várias
• Transfere aos Municípios habilitados como Plena da iniciativas institucionais, legais e comunitárias foram criando
Atenção Básica, os recursos financeiros com base as condições de viabilização plena do direito à saúde.
per capita relativos a esta responsabilidade, Destacam-se, neste sentido, no âmbito jurídico institucional,
criando o PAB (Piso Assistencial Básico), as chamadas Leis Orgânicas da Saúde (Nº. 8.080/90 e
repassado fundo a fundo de forma regular e 8.142/90), o Decreto Nº.99.438/90 e as Normas Operacionais
automática, e com base em valor nacional per Básicas (NOB), editadas em 1991 e 1993.
capita para a população coberta; Com a Lei Nº 8.080/90, fica regulamentado o Sistema
• Reorganiza a gestão dos procedimentos de média Único de Saúde - SUS, estabelecido pela Constituição
complexidade ambulatorial (Fração Ambulatorial Federal de 1988, que agrega todos os serviços estatais − das
Especializada – FAE); esferas federal, estadual e municipal − e os serviços privados
• Reorganiza a gestão dos procedimentos de alta (desde que contratados ou conveniados) e que é
responsabilizado, ainda que sem exclusividade, pela
complexidade ambulatorial com a criação da
concretização dos princípios constitucionais.
Autorização de Procedimentos de Alta
Complexidade/Custo (APAC); As Normas Operacionais Básicas, por sua vez, a partir
da avaliação do estágio de implantação e desempenho do
• Incorpora as ações de Vigilância Sanitária, criando o SUS, se voltam, mais direta e imediatamente, para a definição
Incentivo para as ações básicas de Vigilância de estratégias e movimentos táticos, que orientam a
Sanitária; operacionalidade deste Sistema.
• Incorpora as ações de Epidemiologia e Controle de 2. FINALIDADE
Doenças; A presente Norma Operacional Básica tem por
• Promove a reorganização do modelo de atenção, finalidade primordial promover e consolidar o pleno exercício,
adotando-se como estratégia principal a ampliação por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da
de cobertura do Programa de Saúde da Família e função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes
Programa de Agentes Comunitários de Saúde, com (Artigo 30, incisos V e VII, e Artigo 32, Parágrafo 1º, da
a criação de Incentivo financeiro (PAB variável); Constituição Federal), com a conseqüente redefinição das
• Aprimora o planejamento e define a elaboração da responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da
Programação Pactuada e Integrada (PPI); União, avançando na consolidação dos princípios do SUS.
Esse exercício, viabilizado com a imprescindível
• Define as responsabilidades, prerrogativas e
cooperação técnica e financeira dos poderes públicos
requisitos das Condições de Gestão Plena da
estadual e federal, compreende, portanto, não só a
Atenção Básica e Plena de Sistema Municipal de
responsabilidade por algum tipo de prestação de serviços de
Saúde para os municípios, e Avançada do Sistema
saúde (Artigo 30, inciso VII), como, da mesma forma, a
Estadual e Plena de Sistema Estadual para os
responsabilidade pela gestão de um sistema que atenda, com
Estados.
integralidade, à demanda das pessoas pela assistência à
saúde e às exigências sanitárias ambientais (Artigo 30, inciso
PORTARIA Nº 2.203, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1996 V).
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas Busca-se, dessa forma, a plena responsabilidade do
atribuições, e considerando que está expirado o prazo para poder público municipal. Assim, esse poder se responsabiliza
apresentação de contribuições ao aperfeiçoamento da Norma como também pode ser responsabilizado, ainda que não
Operacional Básica – NOB 1/96 do Sistema Único de Saúde isoladamente. Os poderes públicos estadual e federal são
(SUS), o qual foi definido pela Portaria nº 1.742, de 30 de sempre co-responsáveis, na respectiva competência ou na
agosto de 1996, e prorrogado por recomendação da Plenária ausência da função municipal (inciso II do Artigo 23, da
da 10ª Conferência Nacional de Saúde, resolve: Constituição Federal). Essa responsabilidade, no entanto, não
Art. 1º Aprovar, nos termos do texto anexo a esta exclui o papel da família, da comunidade e dos próprios
Portaria, a NOB 1/96, a qual redefine o modelo de gestão do indivíduos, na promoção, proteção e recuperação da saúde.
Sistema Único de Saúde, constituindo, por conseguinte, Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços de
instrumento imprescindível à viabilização da atenção integral saúde no país e a própria organização do Sistema, visto que
o município passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo
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56 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
atendimento das necessidades e demandas de saúde do seu A totalidade das ações e de serviços de atenção à
povo e das exigências de intervenções saneadoras em seu saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um
território. conjunto de estabelecimentos, organizados em rede
Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão do SUS, esta regionalizada e hierarquizada, e disciplinados segundo
NOB aponta para uma reordenação do modelo de atenção à subsistemas, um para cada município - o SUS-Municipal -
saúde, na medida em que redefine: voltado ao atendimento integral de sua própria população e
a) os papéis de cada esfera de governo e, em especial, inserido de forma indissociável no SUS, em suas
no tocante à direção única; abrangências estadual e nacional.
b) os instrumentos gerenciais para que municípios e Os estabelecimentos desse subsistema municipal, do
estados superem o papel exclusivo de prestadores de SUS-Municipal, não precisam ser, obrigatoriamente, de
serviços e assumam seus respectivos papéis de gestores do propriedade da prefeitura, nem precisam ter sede no território
SUS; do município. Suas ações, desenvolvidas pelas unidades
c) os mecanismos e fluxos de financiamento, estatais (próprias, estaduais ou federais) ou privadas
reduzindo progressiva e continuamente a remuneração por (contratadas ou conveniadas, com prioridade para as
produção de serviços e ampliando as transferências de entidades filantrópicas), têm que estar organizadas e
caráter global, fundo a fundo, com base em programações coordenadas, de modo que o gestor municipal possa garantir
ascendentes, pactuadas e integradas; à população o acesso aos serviços e a disponibilidade das
d) a prática do acompanhamento, controle e avaliação ações e dos meios para o atendimento integral.
no SUS, superando os mecanismos tradicionais, centrados no Isso significa dizer que, independentemente da
faturamento de serviços produzidos, e valorizando os gerência dos estabelecimentos prestadores de serviços ser
resultados advindos de programações com critérios estatal ou privada, a gestão de todo o sistema municipal é,
epidemiológicos e desempenho com qualidade; necessariamente, da competência do poder público e
e) os vínculos dos serviços com os seus usuários, exclusiva desta esfera de governo, respeitadas as atribuições
privilegiando os núcleos familiares e comunitários, criando, do respectivo Conselho e de outras diferentes instâncias de
assim, condições para uma efetiva participação e controle poder. Assim, nesta NOB gerência é conceituada como sendo
social. a administração de uma unidade ou órgão de saúde
(ambulatório, hospital, instituto, fundação etc.), que se
3. CAMPOS DA ATENÇÃO À SAÚDE
caracteriza como prestador de serviços ao Sistema. Por sua
A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto de vez, gestão é a atividade e a responsabilidade de dirigir um
ações levadas a efeito pelo SUS, em todos os níveis de sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional), mediante
governo, para o atendimento das demandas pessoais e das o exercício de funções de coordenação, articulação,
exigências ambientais, compreende três grandes campos, a negociação, planejamento, acompanhamento, controle,
saber: avaliação e auditoria. São, portanto, gestores do SUS os
a) o da assistência, em que as atividades são dirigidas Secretários Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da
às pessoas, individual ou coletivamente, e que é prestada no Saúde, que representam, respectivamente, os governos
âmbito ambulatorial e hospitalar, bem como em outros municipais, estaduais e federal.
espaços, especialmente no domiciliar; A criação e o funcionamento desse sistema municipal
b) o das intervenções ambientais, no seu sentido mais possibilitam uma grande responsabilização dos municípios,
amplo, incluindo as relações e as condições sanitárias nos no que se refere à saúde de todos os residentes em seu
ambientes de vida e de trabalho, o controle de vetores e território. No entanto, possibilitam, também, um elevado risco
hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento de atomização desordenada dessas partes do SUS,
ambiental (mediante o pacto de interesses, as normalizações, permitindo que um sistema municipal se desenvolva em
as fiscalizações e outros); e detrimento de outro, ameaçando, até mesmo, a unicidade do
c) o das políticas externas ao setor saúde, que SUS. Há que se integrar, harmonizar e modernizar, com
interferem nos determinantes sociais do processo saúde- eqüidade, os sistemas municipais.
doença das coletividades, de que são partes importantes A realidade objetiva do poder público, nos municípios
questões relativas às políticas macroeconômicas, ao brasileiros, é muito diferenciada, caracterizando diferentes
emprego, à habitação, à educação, ao lazer e à modelos de organização, de diversificação de atividades, de
disponibilidade e qualidade dos alimentos. disponibilidade de recursos e de capacitação gerencial, o que,
Convém ressaltar que as ações de política setorial em necessariamente, configura modelos distintos de gestão.
saúde, bem como as administrativas − planejamento, O caráter diferenciado do modelo de gestão é
comando e controle − são inerentes e integrantes do contexto transitório, vez que todo e qualquer município pode ter uma
daquelas envolvidas na assistência e nas intervenções gestão plenamente desenvolvida, levando em conta que o
ambientais. Ações de comunicação e de educação também poder constituído, neste nível, tem uma capacidade de gestão
compõem, obrigatória e permanentemente, a atenção à intrinsecamente igual e os seus segmentos populacionais
saúde. dispõem dos mesmos direitos.
Nos três campos referidos, enquadra-se, então, todo o A operacionalização das condições de gestão,
espectro de ações compreendidas nos chamados níveis de propostas por esta NOB, considera e valoriza os vários
atenção à saúde, representados pela promoção, pela estágios já alcançados pelos estados e pelos municípios, na
proteção e pela recuperação, nos quais deve ser sempre construção de uma gestão plena.
priorizado o caráter preventivo. Já a redefinição dos papéis dos gestores estadual e
É importante assinalar que existem, da mesma forma, federal, consoante a finalidade desta Norma Operacional, é,
conjuntos de ações que configuram campos clássicos de portanto, fundamental para que possam exercer as suas
atividades na área da saúde pública, constituídos por uma competências específicas de gestão e prestar a devida
agregação simultânea de ações próprias do campo da cooperação técnica e financeira aos municípios.
assistência e de algumas próprias do campo das intervenções O poder público estadual tem, então, como uma de
ambientais, de que são partes importantes as atividades de suas responsabilidades nucleares, mediar a relação entre os
vigilância epidemiológica e de vigilância sanitária. sistemas municipais; o federal de mediar entre os sistemas
4. SISTEMA DE SAÚDE MUNICIPAL estaduais. Entretanto, quando ou enquanto um município não
assumir a gestão do sistema municipal, é o Estado que
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA57
responde, provisoriamente, pela gestão de um conjunto de município. No entanto, quando um gestor municipal julgar
serviços capaz de dar atenção integral àquela população que necessário uma avaliação específica ou auditagem de uma
necessita de um sistema que lhe é próprio. entidade que lhe presta serviços, localizada em outro
As instâncias básicas para a viabilização desses município, recorre ao gestor estadual.
propósitos integradores e harmonizadores são os fóruns de Em função dessas peculiaridades, o pagamento final a
negociação, integrados pelos gestores municipal, estadual e um estabelecimento pela prestação de serviços requeridos na
federal − a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) − e pelos localidade ou encaminhados de outro município é sempre
gestores estadual e municipal − a Comissão Intergestores feito pelo poder público do município sede do
Bipartite (CIB). Por meio dessas instâncias e dos Conselhos estabelecimento.
de Saúde, são viabilizados os princípios de unicidade e de Os recursos destinados ao pagamento das diversas
eqüidade. ações de atenção à saúde prestadas entre municípios são
Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos alocados, previamente, pelo gestor que demanda esses
sistemas municipais de saúde, bem assim pactuadas as serviços, ao município sede do prestador. Este município
programações entre gestores e integradas entre as esferas de incorpora os recursos ao seu teto financeiro. A orçamentação
governo. Da mesma forma, são pactuados os tetos financeiros é feita com base na programação pactuada e integrada entre
possíveis − dentro das disponibilidades orçamentárias gestores, que, conforme já referido, é mediada pelo estado e
conjunturais − oriundos dos recursos das três esferas de aprovada na CIB regional e estadual e no respectivo Conselho
governo, capazes de viabilizar a atenção às necessidades de Saúde.
assistenciais e às exigências ambientais. O pacto e a Quando um município, que demanda serviços a outro,
integração das programações constituem, fundamentalmente, ampliar a sua própria capacidade resolutiva, pode requerer,
a conseqüência prática da relação entre os gestores do SUS. ao gestor estadual, que a parte de recursos alocados no
A composição dos sistemas municipais e a ratificação município vizinho seja realocada para o seu município.
dessas programações, nos Conselhos de Saúde respectivos, Esses mecanismos conferem um caráter dinâmico e
permitem a construção de redes regionais que, certamente, permanente ao processo de negociação da programação
ampliam o acesso, com qualidade e menor custo. Essa integrada, em particular quanto à referência intermunicipal.
dinâmica contribui para que seja evitado um processo 6. PAPEL DO GESTOR ESTADUAL
acumulativo injusto, por parte de alguns municípios (quer por São identificados quatro papéis básicos para o estado,
maior disponibilidade tecnológica, quer por mais recursos os quais não são, necessariamente, exclusivos e seqüenciais.
financeiros ou de informação), com a conseqüente espoliação A explicitação a seguir apresentada tem por finalidade permitir
crescente de outros. o entendimento da função estratégica perseguida para a
As tarefas de harmonização, de integração e de gestão neste nível de Governo.
modernização dos sistemas municipais, realizadas com a O primeiro desses papéis é exercer a gestão do SUS,
devida eqüidade (admitido o princípio da discriminação no âmbito estadual.
positiva, no sentido da busca da justiça, quando do exercício O segundo papel é promover as condições e incentivar
do papel redistributivo), competem, portanto, por especial, ao o poder municipal para que assuma a gestão da atenção a
poder público estadual. Ao federal, incumbe promovê-las saúde de seus munícipes, sempre na perspectiva da atenção
entre as Unidades da Federação. integral.
O desempenho de todos esses papéis é condição para O terceiro é assumir, em caráter transitório (o que não
a consolidação da direção única do SUS, em cada esfera de significa caráter complementar ou concorrente), a gestão da
governo, para a efetivação e a permanente revisão do atenção à saúde daquelas populações pertencentes a
processo de descentralização e para a organização de redes municípios que ainda não tomaram para si esta
regionais de serviços hierarquizados. responsabilidade.
5. RELAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS MUNICIPAIS As necessidades reais não atendidas são sempre a
Os sistemas municipais de saúde apresentam níveis força motriz para exercer esse papel, no entanto, é necessário
diferentes de complexidade, sendo comum estabelecimentos um esforço do gestor estadual para superar tendências
ou órgãos de saúde de um município atenderem usuários históricas de complementar a responsabilidade do município
encaminhados por outro. Em vista disso, quando o serviço ou concorrer com esta função, o que exige o pleno exercício
requerido para o atendimento da população estiver localizado do segundo papel.
em outro município, as negociações para tanto devem ser Finalmente, o quarto, o mais importante e permanente
efetivadas exclusivamente entre os gestores municipais. papel do estado é ser o promotor da harmonização, da
Essa relação, mediada pelo estado, tem como integração e da modernização dos sistemas municipais,
instrumento de garantia a programação pactuada e integrada compondo, assim, o SUSEstadual.
na CIB regional ou estadual e submetida ao Conselho de O exercício desse papel pelo gestor requer a
Saúde correspondente. A discussão de eventuais impasses, configuração de sistemas de apoio logístico e de atuação
relativos à sua operacionalização, deve ser realizada também estratégica que envolvem responsabilidades nas três esferas
no âmbito dessa Comissão, cabendo, ao gestor estadual, a de governo e são sumariamente caracterizados como de:
decisão sobre problemas surgidos na execução das políticas
a) informação informatizada;
aprovadas. No caso de recurso, este deve ser apresentado ao
Conselho Estadual de Saúde (CES). b) financiamento;
Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a c) programação, acompanhamento, controle e
gerência (comando) dos estabelecimentos ou órgãos de avaliação;
saúde de um município é da pessoa jurídica que opera o d) apropriação de custos e avaliação econômica;
serviço, sejam estes estatais (federal, estadual ou municipal) e) desenvolvimento de recursos humanos;
ou privados. Assim, a relação desse gerente deve ocorrer f) desenvolvimento e apropriação de ciência e
somente com o gestor do município onde o seu tecnologias; e
estabelecimento está sediado, seja para atender a população g) comunicação social e educação em saúde.
local, seja para atender a referenciada de outros municípios. O desenvolvimento desses sistemas, no âmbito
O gestor do sistema municipal é responsável pelo estadual, depende do pleno funcionamento do CES e da CIB,
controle, pela avaliação e pela auditoria dos prestadores de nos quais se viabilizam a negociação e o pacto com os
serviços de saúde (estatais ou privados) situados em seu diversos atores envolvidos. Depende, igualmente, da
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58 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
ratificação das programações e decisões relativas aos tópicos Depende, além disso, do redimensionamento da
a seguir especificados: direção nacional do Sistema, tanto em termos da estrutura,
a) plano estadual de saúde, contendo as estratégias, quanto de agilidade e de integração, como no que se refere
as prioridades e as respectivas metas de ações e serviços às estratégias, aos mecanismos e aos instrumentos de
resultantes, sobretudo, da integração das programações dos articulação com os demais níveis de gestão, destacando-se:
sistemas municipais; a) a elaboração do Plano Nacional de Saúde, contendo
b) estruturação e operacionalização do componente as estratégias, as prioridades nacionais e as metas da
estadual do Sistema Nacional de Auditoria; programação integrada nacional, resultante, sobretudo, das
c) estruturação e operacionalização dos sistemas de programações estaduais e dos demais órgãos
processamento de dados, de informação epidemiológica, de governamentais, que atuam na prestação de serviços, no
produção de serviços e de insumos críticos; setor saúde;
d) estruturação e operacionalização dos sistemas de b) a viabilização de processo permanente de
vigilância epidemiológica, de vigilância sanitária e de articulação das políticas externas ao setor, em especial com
vigilância alimentar e nutricional; os órgãos que detém, no seu conjunto de atribuições, a
e) estruturação e operacionalização dos sistemas de responsabilidade por ações atinentes aos determinantes
recursos humanos e de ciência e tecnologia; sociais do processo saúde-doença das coletividades;
f) elaboração do componente estadual de c) o aperfeiçoamento das normas consubstanciadas
programações de abrangência nacional, relativas a agravos em diferentes instrumentos legais, que regulamentam,
que constituam riscos de disseminação para além do seu atualmente, as transferências automáticas de recursos
limite territorial; financeiros, bem como as modalidades de prestação de
g) elaboração do componente estadual da rede de contas;
laboratórios de saúde pública; d) a definição e a explicitação dos fluxos financeiros
h) estruturação e operacionalização do componente próprios do SUS, frente aos órgãos governamentais de
estadual de assistência farmacêutica; controle interno e externo e aos Conselhos de Saúde, com
ênfase na diferenciação entre as transferências automáticas
i) responsabilidade estadual no tocante à prestação de
a estados e municípios com função gestora;
serviços ambulatoriais e hospitalares de alto custo, ao
tratamento fora do domicílio e à disponibilidade de e) a criação e a consolidação de critérios e
medicamentos e insumos especiais, sem prejuízo das mecanismos de alocação de recursos federais e estaduais
competências dos sistemas municipais; para investimento, fundados em prioridades definidas pelas
programações e pelas estratégias das políticas de
j) definição e operação das políticas de sangue e
reorientação do Sistema;
hemoderivados; e
f) a transformação nos mecanismos de financiamento
k) manutenção de quadros técnicos permanentes e
federal das ações, com o respectivo desenvolvimento de
compatíveis com o exercício do papel de gestor estadual;
novas formas de informatização, compatíveis à natureza dos
l) implementação de mecanismos visando a integração grupos de ações, especialmente as básicas, de serviços
das políticas e das ações de relevância para a saúde da complementares e de procedimentos de alta e média
população, de que são exemplos aquelas relativas a complexidade, estimulando o uso dos mesmos pelos gestores
saneamento, recursos hídricos, habitação e meio ambiente. estaduais e municipais;
7. PAPEL DO GESTOR FEDERAL g) o desenvolvimento de sistemáticas de transferência
No que respeita ao gestor federal, são identificados de recursos vinculada ao fornecimento regular, oportuno e
quatro papéis básicos, quais sejam: suficiente de informações específicas, e que agreguem o
a) exercer a gestão do SUS, no âmbito nacional; conjunto de ações e serviços de atenção à saúde, relativo a
b) promover as condições e incentivar o gestor grupos prioritários de eventos vitais ou nosológicos;
estadual com vistas ao desenvolvimento dos sistemas h) a adoção, como referência mínima, das tabelas
municipais, de modo a conformar o SUS-Estadual; nacionais de valores do SUS, bem assim a flexibilização do
c) fomentar a harmonização, a integração e a seu uso diferenciado pelos gestores estaduais e municipais,
modernização dos sistemas estaduais compondo, assim, o segundo prioridades locais e ou regionais;
SUS-Nacional; e i) o incentivo aos gestores estadual e municipal ao
d) exercer as funções de normalização e de pleno exercício das funções de controle, avaliação e auditoria,
coordenação no que se refere à gestão nacional do SUS. mediante o desenvolvimento e a implementação de
Da mesma forma que no âmbito estadual, o exercício instrumentos operacionais, para o uso das esferas gestoras e
dos papéis do gestor federal requer a configuração de para a construção efetiva do Sistema Nacional de Auditoria;
sistemas de apoio logístico e de atuação estratégica, que j) o desenvolvimento de atividades de educação e de
consolidam os sistemas estaduais e propiciam, ao SUS, maior comunicação social;
eficiência com qualidade, quais sejam: k) o incremento da capacidade reguladora da direção
a) informação informatizada; nacional do SUS, em relação aos sistemas complementares
b) financiamento; de prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares de alto
c) programação, acompanhamento, controle e custo, de tratamento fora do domicílio, bem assim de
avaliação; disponibilidade de medicamentos e insumos especiais;
d) apropriação de custos e avaliação econômica; l) a reorientação e a implementação dos sistemas de
e) desenvolvimento de recursos humanos; vigilância epidemiológica, de vigilância sanitária, de vigilância
f) desenvolvimento e apropriação de ciência e alimentar e nutricional, bem como o redimensionamento das
tecnologias; e atividades relativas à saúde do trabalhador e às de execução
g) comunicação social e educação em saúde. da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
O desenvolvimento desses sistemas depende, m) a reorientação e a implementação dos diversos
igualmente, da viabilização de negociações com os diversos sistemas de informações epidemiológicas, bem assim de
atores envolvidos e da ratificação das programações e produção de serviços e de insumos críticos;
decisões, o que ocorre mediante o pleno funcionamento do n) a reorientação e a implementação do sistema de
Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da CIT. redes de laboratórios de referência para o controle da
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA59
qualidade, para a vigilância sanitária e para a vigilância político-administrativo, historicamente reconhecida e
epidemiológica; legitimada − o poder municipal − apropriam-se de um conjunto
o) a reorientação e a implementação da política de serviços bem definido, capaz de desenvolver uma
nacional de assistência farmacêutica; programação de atividades publicamente pactuada. Com
p) o apoio e a cooperação a estados e municípios para isso, fica bem caracterizado o gestor responsável; as
a implementação de ações voltadas ao controle de agravos, atividades são gerenciadas por pessoas perfeitamente
que constituam risco de disseminação nacional; identificáveis; e os resultados mais facilmente usufruídos pela
q) a promoção da atenção à saúde das populações população.
indígenas, realizando, para tanto, as articulações O conjunto desses elementos propicia uma nova
necessárias, intra e intersetorial; condição de participação com vínculo, mais criativa e
r) a elaboração de programação nacional, pactuada realizadora para as pessoas, e que acontece não-somente
com os estados, relativa à execução de ações específicas nas instâncias colegiadas formais − conferências e conselhos
voltadas ao controle de vetores responsáveis pela − mas em outros espaços constituídos por atividades
transmissão de doenças, que constituem risco de sistemáticas e permanentes, inclusive dentro dos próprios
disseminação regional ou nacional, e que exijam a eventual serviços de atendimento.
intervenção do poder federal; Cada sistema municipal deve materializar, de forma
s) a identificação dos serviços estaduais e municipais efetiva, a vinculação aqui explicitada. Um dos meios,
de referência nacional, com vistas ao estabelecimento dos certamente, é a instituição do cartão SUS-MUNICIPAL, com
padrões técnicos da assistência à saúde; numeração nacional, de modo a identificar o cidadão com o
t) a estimulação, a indução e a coordenação do seu sistema e agregá-lo ao sistema nacional. Essa
desenvolvimento científico e tecnológico no campo da saúde, numeração possibilita uma melhor referência intermunicipal e
mediante interlocução crítica das inovações científicas e garante o atendimento de urgência por qualquer serviço de
tecnológicas, por meio da articulação intra e intersetorial; saúde, estatal ou privado, em todo o País. A regulamentação
desse mecanismo de vinculação será objeto de discussão e
u) a participação na formulação da política e na
aprovação pelas instâncias colegiadas competentes, com
execução das ações de saneamento básico.
conseqüente formalização por ato do MS.
8. DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO
O segundo propósito é factível, na medida em que
A direção do Sistema Único de Saúde (SUS), em cada estão perfeitamente identificados os elementos críticos
esfera de governo, é composta pelo órgão setorial do poder essenciais a uma gestão eficiente e a uma produção eficaz, a
executivo e pelo respectivo Conselho de Saúde, nos termos saber:
das Leis Nº 8.080/90 e Nº 8.142/1990.
a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos
O processo de articulação entre os gestores, nos serviços;
diferentes níveis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em
b) o conjunto organizado dos estabelecimentos
dois colegiados de negociação: a Comissão Intergestores
produtores desses serviços; e
Tripartite (CIT) e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
c) a programação pactuada, com a correspondente
A CIT é composta, paritariamente, por representação
orçamentação participativa.
do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de
Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho Os elementos, acima apresentados, contribuem para
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). um gerenciamento que conduz à obtenção de resultados
efetivos, a despeito da indisponibilidade de estímulos de um
A CIB, composta igualmente de forma paritária, é
mercado consumidor espontâneo. Conta, no entanto, com
integrada por representação da Secretaria Estadual de Saúde
estímulos agregados, decorrentes de um processo de
(SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de
gerenciamento participativo e, sobretudo, da concreta
Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. Um dos
possibilidade de comparação com realidades muito próximas,
representantes dos municípios é o Secretário de Saúde da
representadas pelos resultados obtidos nos sistemas
Capital. A Bipartite pode operar com subcomissões regionais.
vizinhos.
As conclusões das negociações pactuadas na CIT e
A ameaça da ocorrência de gastos exagerados, em
na CIB são formalizadas em ato próprio do gestor respectivo.
decorrência de um processo de incorporação tecnológica
Aquelas referentes a matérias de competência dos Conselhos
acrítico e desregulado, é um risco que pode ser minimizado
de Saúde, definidas por força da Lei Orgânica, desta NOB ou
pela radicalização na reorganização do SUS: um Sistema
de resolução específica dos respectivos Conselhos são
regido pelo interesse público e balizado, por um lado, pela
submetidas previamente a estes para aprovação. As demais
exigência da universalização e integralidade com eqüidade e,
resoluções devem ser encaminhadas, no prazo máximo de 15
por outro, pela própria limitação de recursos, que deve ser
dias decorridos de sua publicação, para conhecimento,
programaticamente respeitada.
avaliação e eventual recurso da parte que se julgar
prejudicada, inclusive no que se refere à habilitação dos Esses dois balizamentos são objeto da programação
estados e municípios às condições de gestão desta Norma. elaborada no âmbito municipal, e sujeita à ratificação que,
negociada e pactuada nas instâncias estadual e federal,
9. BASES PARA UM NOVO MODELO DE ATENÇÃO
adquire a devida racionalidade na alocação de recursos em
À SAÚDE
face às necessidades.
A composição harmônica, integrada e modernizada do
Assim, tendo como referência os propósitos
SUS visa, fundamentalmente, atingir a dois propósitos
anteriormente explicitados, a presente Norma Operacional
essenciais à concretização dos ideais constitucionais e,
Básica constitui um importante mecanismo indutor da
portanto, do direito à saúde, que são:
conformação de um novo modelo de atenção à saúde, na
a) a consolidação de vínculos entre diferentes medida em que disciplina o processo de organização da
segmentos sociais e o SUS; e gestão desta atenção, com ênfase na consolidação da direção
b) a criação de condições elementares e fundamentais única em cada esfera de governo e na construção da rede
para a eficiência e a eficácia gerenciais, com qualidade. regionalizada e hierarquizada de serviços.
O primeiro propósito é possível porque, com a nova Essencialmente, o novo modelo de atenção deve
formulação dos sistemas municipais, tanto os segmentos resultar na ampliação do enfoque do modelo atual,
sociais, minimamente agregados entre si com sentimento alcançando-se, assim, a efetiva integralidade das ações. Essa
comunitário − os munícipes −, quanto a instância de poder ampliação é representada pela incorporação, ao modelo
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60 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
clínico dominante (centrado na doença), do modelo Já o Artigo 195 determina que a Seguridade Social
epidemiológico, o qual requer o estabelecimento de vínculos será financiada com recursos provenientes dos orçamentos
e processos mais abrangentes. da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
O modelo vigente, que concentra sua atenção no caso e de Contribuições Sociais.
clínico, na relação individualizada entre o profissional e o 10.2. Fontes
paciente, na intervenção terapêutica armada (cirúrgica ou As principais fontes específicas da Seguridade Social
medicamentosa) específica, deve ser associado, enriquecido, incidem sobre a Folha de Salários (Fonte 154), o Faturamento
transformado em um modelo de atenção centrado na (Fonte 153 - COFINS) e o Lucro (Fonte 151 - Lucro Líquido).
qualidade de vida das pessoas e do seu meio ambiente, bem Até 1992, todas essas fontes integravam o orçamento
como na relação da equipe de saúde com a comunidade, do Ministério da Saúde e ainda havia aporte significativo de
especialmente, com os seus núcleos sociais primários – as fontes fiscais (Fonte 100 - Recursos Ordinários, provenientes
famílias. Essa prática, inclusive, favorece e impulsiona as principalmente da receita de impostos e taxas). A partir de
mudanças globais, intersetoriais. 1993, deixou de ser repassada ao MS a parcela da
O enfoque epidemiológico atende ao compromisso da Contribuição sobre a Folha de Salários (Fonte 154,
integralidade da atenção, ao incorporar, como objeto das arrecadada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social -
ações, a pessoa, o meio ambiente e os comportamentos INSS).
interpessoais. Nessa circunstância, o método para Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte
conhecimento da realidade complexa e para a realização da de recursos ao MS são a Contribuição sobre o Faturamento
intervenção necessária fundamenta-se mais na síntese do (Fonte 153 - COFINS) e a Contribuição sobre o Lucro Líquido
que nas análises, agregando, mais do que isolando, (Fonte 151), sendo que os aportes provenientes de Fontes
diferentes fatores e variáveis. Fiscais são destinados praticamente à cobertura de despesas
Os conhecimentos − resultantes de identificações e com Pessoal e Encargos Sociais.
compreensões − que se faziam cada vez mais Dentro da previsibilidade de Contribuições Sociais na
particularizados e isolados (com grande sofisticação e esfera federal, no âmbito da Seguridade Social, uma fonte
detalhamento analítico) devem possibilitar, igualmente, um específica para financiamento do SUS -a Contribuição
grande esforço de visibilidade e entendimento integrador e Provisória sobre Movimentações Financeiras - está criada,
globalizante, com o aprimoramento dos processos de síntese, ainda que em caráter provisório. A solução definitiva depende
sejam lineares, sistêmicos ou dialéticos. de uma reforma tributária que reveja esta e todas as demais
Além da ampliação do objeto e da mudança no bases tributárias e financeiras do Governo, da Seguridade e,
método, o modelo adota novas tecnologias, em que os portanto, da Saúde.
processos de educação e de comunicação social constituem Nas esferas estadual e municipal, além dos recursos
parte essencial em qualquer nível ou ação, na medida em que oriundos do respectivo Tesouro, o financiamento do SUS
permitem a compreensão globalizadora a ser perseguida, e conta com recursos transferidos pela União aos Estados e
fundamentam a negociação necessária à mudança e à pela União e Estados aos Municípios. Esses recursos devem
associação de interesses conscientes. É importante, nesse ser previstos no orçamento e identificados nos fundos de
âmbito, a valorização da informação informatizada. saúde estadual e municipal como receita operacional
Além da ampliação do objeto, da mudança do método proveniente da esfera federal e ou estadual e utilizados na
e da tecnologia predominantes, enfoque central deve ser dado execução de ações previstas nos respectivos planos de saúde
à questão da ética. O modelo vigente – assentado na lógica e na PPI.
da clínica – baseia-se, principalmente, na ética do médico, na 10.3.Transferências Intergovernamentais e
qual a pessoa (o seu objeto) constitui o foco nuclear da Contrapartidas
atenção. As transferências, regulares ou eventuais, da União
O novo modelo de atenção deve perseguir a para estados, municípios e Distrito Federal estão
construção da ética do coletivo que incorpora e transcende a condicionadas à contrapartida destes níveis de governo, em
ética do individual. Dessa forma é incentivada a associação conformidade com as normas legais vigentes (Lei de
dos enfoques clínico e epidemiológico. Isso exige, Diretrizes Orçamentárias e outras).
seguramente, de um lado, a transformação na relação entre o O reembolso das despesas, realizadas em função de
usuário e os agentes do sistema de saúde (restabelecendo o atendimentos prestados por unidades públicas a beneficiários
vínculo entre quem presta o serviço e quem o recebe) e, de de planos privados de saúde, constitui fonte adicional de
outro, a intervenção ambiental, para que sejam modificados recursos. Por isso, e consoante à legislação federal
fatores determinantes da situação de saúde. específica, estados e municípios devem viabilizar estrutura e
Nessa nova relação, a pessoa é estimulada a ser mecanismos operacionais para a arrecadação desses
agente da sua própria saúde e da saúde da comunidade que recursos e a sua destinação exclusiva aos respectivos fundos
integra. Na intervenção ambiental, o SUS assume algumas de saúde.
ações específicas e busca a articulação necessária com Os recursos de investimento são alocados pelo MS,
outros setores, visando a criação das condições mediante a apresentação pela SES da programação de
indispensáveis à promoção, à proteção e à recuperação da prioridades de investimentos, devidamente negociada na CIB
saúde. e aprovada pelo CES, até o valor estabelecido no orçamento
10.FINANCIAMENTO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE do Ministério, e executados de acordo com a legislação
SAÚDE pertinente.
10.1.Responsabilidades 10.4.Tetos financeiros dos Recursos Federais
O financiamento do SUS é de responsabilidade das Os recursos de custeio da esfera federal, destinados
três esferas de governo e cada uma deve assegurar o aporte às ações e serviços de saúde, configuram o Teto Financeiro
regular de recursos, ao respectivo fundo de saúde. Global (TFG), cujo valor, para cada estado e cada município,
Conforme determina o Artigo 194 da Constituição é definido com base na PPI. O teto financeiro do estado
Federal, a Saúde integra a Seguridade Social, juntamente contém os tetos de todos os municípios, habilitados ou não a
com a Previdência e a Assistência Social. No inciso VI do qualquer uma das condições de gestão.
parágrafo único desse mesmo Artigo, está determinado que a O Teto Financeiro Global do Estado (TFGE) é
Seguridade Social será organizada pelo poder público, constituído, para efeito desta NOB, pela soma dos Tetos
observada a “diversidade da base de financiamento”.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA61
Financeiros da Assistência (TFA), da Vigilância Sanitária programação e negociados na CIT, cujo resultado é
(TFVS) e da Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD). deliberado pelo CNS.
O TFGE, definido com base na PPI, é submetido pela 11.1.6.A elaboração da programação observa critérios
SES ao MS, após negociação na CIB e aprovação pelo CES. e parâmetros definidos pelas Comissões Intergestores e
O valor final do teto e suas revisões são fixados com base nas aprovados pelos respectivos Conselhos. No tocante aos
negociações realizadas no âmbito da CIT − observadas as recursos de origem federal, os critérios, prazos e fluxos de
reais disponibilidades financeiras do MS − e formalizado em elaboração da programação integrada e de suas
ato do Ministério. reprogramações periódicas ou extraordinárias são fixados em
O Teto Financeiro Global do Município (TFGM), ato normativo do MS e traduzem as negociações efetuadas
também definido consoante à programação integrada, é na CIT e as deliberações do CNS.
submetido pela SMS à SES, após aprovação pelo CMS. O 11.2. Controle, Avaliação e Auditoria
valor final desse Teto e suas revisões são fixados com base 11.2.1. O cadastro de unidades prestadoras de
nas negociações realizadas no âmbito da CIB − observados serviços de saúde (UPS), completo e atualizado, é requisito
os limites do TFGE − e formalizado em ato próprio do básico para programar a contratação de serviços assistenciais
Secretário Estadual de Saúde.. e para realizar o controle da regularidade dos faturamentos.
Todos os valores referentes a pisos, tetos, frações, Compete ao órgão gestor do SUS responsável pelo
índices, bem como suas revisões, são definidos com base na relacionamento com cada UPS, seja própria, contratada ou
PPI, negociados nas Comissões Intergestores (CIB e CIT), conveniada, a garantia da atualização permanente dos dados
formalizados em atos dos gestores estadual e federal e cadastrais, no banco de dados nacional.
aprovados previamente nos respectivos Conselhos (CES e 11.2.2. Os bancos de dados nacionais, cujas normas
CNS). são definidas pelos órgãos do MS, constituem instrumentos
As obrigações que vierem a ser assumidas pelo essenciais ao exercício das funções de controle, avaliação e
Ministério da Saúde, decorrentes da implantação desta NOB auditoria. Por conseguinte, os gestores municipais e
e que gerem aumento de despesa, serão previamente estaduais do SUS devem garantir a alimentação permanente
discutidas com o Ministério do Planejamento e Orçamento e o e regular desses bancos, de acordo com a relação de dados,
Ministério da Fazenda. informações e cronogramas previamente estabelecidos pelo
11. PROGRAMAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E MS e pelo CNS.
AUDITORIA 11.2.3. As ações de auditoria analítica e operacional
11.1. Programação Pactuada e Integrada - PPI constituem responsabilidades das três esferas gestoras do
11.1.1. A PPI envolve as atividades de assistência SUS, o que exige a estruturação do respectivo órgão de
ambulatorial e hospitalar, de vigilância sanitária e de controle, avaliação e auditoria,incluindo a definição dos
epidemiologia e controle de doenças, constituindo um recursos e da metodologia adequada de trabalho. É função
instrumento essencial de reorganização do modelo de desse órgão definir, também, instrumentos para a realização
atenção e da gestão do SUS, de alocação dos recursos e de das atividades, consolidar as informações necessárias,
explicitação do pacto estabelecido entre as três esferas de analisar os resultados obtidos em decorrência de suas ações,
governo. Essa Programação traduz as responsabilidades de propor medidas corretivas e interagir com outras áreas da
cada município com a garantia de acesso da população aos administração, visando o pleno exercício, pelo gestor, de suas
serviços de saúde, quer pela oferta existente no próprio atribuições, de acordo com a legislação que regulamenta o
município, quer pelo encaminhamento a outros municípios, Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS.
sempre por intermédio de relações entre gestores municipais, 11.2.4. As ações de controle devem priorizar os
mediadas pelo gestor estadual. procedimentos técnicos e administrativos prévios à realização
11.1.2. O processo de elaboração da Programação de serviços e à ordenação dos respectivos pagamentos, com
Pactuada entre gestores e Integrada entre esferas de governo ênfase na garantia da autorização de internações e
deve respeitar a autonomia de cada gestor: o município procedimentos ambulatoriais − tendo como critério
elabora sua própria programação, aprovando-a no CMS; o fundamental a necessidade dos usuários − e o rigoroso
estado harmoniza e compatibiliza as programações monitoramento da regularidade e da fidedignidade dos
municipais, incorporando as ações sob sua responsabilidade registros de produção e faturamento de serviços.
direta, mediante negociação na CIB, cujo resultado é 11.2.5. O exercício da função gestora no SUS, em
deliberado pelo CES. todos os níveis de governo, exige a articulação permanente
11.1.3. A elaboração da PPI deve se dar num processo das ações de programação, controle, avaliação e auditoria; a
ascendente, de base municipal, configurando, também, as integração operacional das unidades organizacionais, que
responsabilidades do estado na busca crescente da desempenham estas atividades, no âmbito de cada órgão
eqüidade, da qualidade da atenção e na conformação da rede gestor do Sistema; e a apropriação dos seus resultados e a
regionalizada e hierarquizada de serviços. identificação de prioridades, no processo de decisão política
11.1.4. A Programação observa os princípios da da alocação dos recursos.
integralidade das ações de saúde e da direção única em cada 11.2.6. O processo de reorientação do modelo de
nível de governo, traduzindo todo o conjunto de atividades atenção e de consolidação do SUS requer o aperfeiçoamento
relacionadas a uma população específica e desenvolvidas e a disseminação dos instrumentos e técnicas de avaliação de
num território determinado, independente da vinculação resultados e do impacto das ações do Sistema sobre as
institucional do órgão responsável pela execução destas condições de saúde da população, priorizando o enfoque
atividades. Os órgãos federais, estaduais e municipais, bem epidemiológico e propiciando a permanente seleção de
como os prestadores conveniados e contratados têm suas prioridade de intervenção e a reprogramação contínua da
ações expressas na programação do município em que estão alocação de recursos. O acompanhamento da execução das
localizados, na medida em que estão subordinados ao gestor ações programadas é feito permanentemente pelos gestores
municipal. e periodicamente pelos respectivos Conselhos de Saúde, com
11.1.5. A União define normas, critérios, instrumentos base em informações sistematizadas, que devem possibilitar
e prazos, aprova a programação de ações sob seu controle − a avaliação qualitativa e quantitativa destas ações. A
inscritas na programação pelo estado e seus municípios − avaliação do cumprimento das ações programadas em cada
incorpora as ações sob sua responsabilidade direta e aloca os nível de governo deve ser feita em Relatório de Gestão Anual,
recursos disponíveis, segundo os valores apurados na
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62 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
cujo roteiro de elaboração será apresentado pelo MS e • acréscimo de 1% sobre o valor do PAB para cada 5%
apreciado pela CIT e pelo CNS. da população coberta até atingir 60% da população
12.CUSTEIO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E total do município;
AMBULATORIAL • acréscimo de 2% para cada 5% da população
Os recursos de custeio da esfera federal destinados à coberta entre 60% e 90% da população total do
assistência hospitalar e ambulatorial, conforme mencionado município; e
anteriormente, configuram o TFA, e os seus valores podem
• acréscimo de 3% para cada 5% da população
ser executados segundo duas modalidades: Transferência
coberta entre 90% e 100% da população total do
Regular e Automática (Fundo a Fundo) e Remuneração por
município.
Serviços Produzidos.
Esses acréscimos têm, como limite, 30% do valor do
12.1. Transferência Regular e Automática Fundo a
PAB original do município.
Fundo
c) Os percentuais não são cumulativos quando a
Consiste na transferência de valores diretamente do
população coberta pelo PSF e pelo PACS ou por estratégias
Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais,
similares for a mesma.
independente de convênio ou instrumento congênere,
Os percentuais acima referidos são revistos quando do
segundo as condições de gestão estabelecidas nesta NOB.
incremento do valor per capita nacional único, utilizado para o
Esses recursos podem corresponder a uma ou mais de uma
cálculo do PAB e do elenco de procedimentos relacionados a
das situações descritas a seguir.
este Piso. Essa revisão é proposta na CIT e votada no CNS.
12.1.1. Piso Assistencial Básico (PAB)
Por ocasião da incorporação desses acréscimos, o teto
O PAB consiste em um montante de recursos financeiro da assistência do estado é renegociado na CIT e
financeiros destinado ao custeio de procedimentos e ações de apreciado pelo CNS.
assistência básica, de responsabilidade tipicamente
A ausência de informações que comprovem a
municipal. Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor
produção mensal das equipes, durante dois meses
per capita nacional pela população de cada município
consecutivos ou quatro alternados em um ano, acarreta a
(fornecida pelo IBGE), e transferido regular e
suspensão da transferência deste acréscimo.
automaticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos
municípios e, transitoriamente, ao fundo estadual, conforme 12.1.3. Fração Assistencial Especializada (FAE)
condições estipuladas nesta NOB. As transferências do PAB É um montante que corresponde a procedimentos
aos estados correspondem, exclusivamente, ao valor para ambulatoriais de média complexidade, medicamentos e
cobertura da população residente em municípios ainda não insumos excepcionais, órteses e próteses ambulatoriais e
habilitados na forma desta Norma Operacional. Tratamento Fora do Domicílio (TFD), sob gestão do estado.
O elenco de procedimentos custeados pelo PAB, O órgão competente do MS formaliza, por portaria,
assim como o valor per capita nacional único − base de esse elenco a partir de negociação na CIT e que deve ser
cálculo deste Piso − são propostos pela CIT e votados no objeto da programação integrada quanto a sua oferta global
CNS. Nessas definições deve ser observado o perfil de no estado.
serviços disponíveis na maioria dos municípios, objetivando o A CIB explicita os quantitativos e respectivos valores
progressivo incremento desses serviços, até que a atenção desses procedimentos, que integram os tetos financeiros da
integral à saúde esteja plenamente organizada, em todo o assistência dos municípios em gestão plena do sistema de
País. O valor per capita nacional único é reajustado com a saúde e os que permanecem sob gestão estadual. Neste
mesma periodicidade, tendo por base, no mínimo, o último, o valor programado da FAE é transferido, regular e
incremento médio da tabela de procedimentos do Sistema de automaticamente, do Fundo Nacional ao Fundo Estadual de
Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Saúde, conforme as condições de gestão das SES definidas
A transferência total do PAB será suspensa no caso da nesta NOB. Não integram o elenco de procedimentos
não-alimentação, pela SMS junto à SES, dos bancos de cobertos pela FAE aqueles relativos ao PAB e os definidos
dados de interesse nacional, por mais de dois meses como de alto custo/complexidade por portaria do órgão
consecutivos. competente do Ministério (SAS/MS).
12.1.2. Incentivo aos Programas de Saúde da Família 12.1.4. Teto Financeiro da Assistência do Município
(PSF) e de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (TFAM)
Fica estabelecido um acréscimo percentual ao É um montante que corresponde ao financiamento do
montante do PAB, de acordo com os critérios a seguir conjunto das ações assistenciais assumidas pela SMS. O
relacionados, sempre que estiverem atuando integradamente TFAM é transferido, regular e automaticamente, do Fundo
à rede municipal, equipes de saúde da família, agentes Nacional ao Fundo Municipal de Saúde, de acordo com as
comunitários de saúde, ou estratégias similares de garantia condições de gestão estabelecidas por esta NOB e destina-
da integralidade da assistência, avaliadas pelo órgão do MS se ao custeio dos serviços localizados no território do
(SAS/MS) com base em normas da direção nacional do SUS. município (exceção feita àqueles eventualmente excluídos da
gestão municipal por negociação na CIB).
a) Programa de Saúde da Família (PSF):
12.1.5. Teto Financeiro da Assistência do Estado
• acréscimo de 3% sobre o valor do PAB para cada 5%
(TFAE)
da população coberta, até atingir 60% da
população total do município; É um montante que corresponde ao financiamento do
conjunto das ações assistenciais sob a responsabilidade da
• acréscimo de 5% para cada 5% da população
SES. O TFAE corresponde ao TFA fixado na CIT e
coberta entre 60% e 90% da população total do
formalizado em portaria do órgão competente do Ministério
município; e
(SAS/MS).
• acréscimo de 7% para cada 5% da população Esses valores são transferidos, regular e
coberta entre 90% e 100% da população total do automaticamente, do Fundo Nacional ao Fundo Estadual de
município. Saúde, de acordo com as condições de gestão estabelecidas
Esses acréscimos têm, como limite, 80% do valor do por esta NOB, deduzidos os valores comprometidos com as
PAB original do município. transferências regulares e automáticas ao conjunto de
b) Programa de Agentes Comunitários de Saúde municípios do estado (PAB e TFAM).
(PACS): 12.1.6. Índice de Valorização de Resultados (IVR)
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA63
Consiste na atribuição de valores adicionais duas modalidades: Transferência Regular e Automática
equivalentes a até 2% do teto financeiro da assistência do Fundo a Fundo e Remuneração de Serviços Produzidos.
estado, transferidos, regular e automaticamente, do Fundo 13.1. Transferência Regular e Automática Fundo a
Nacional ao Fundo Estadual de Saúde, como incentivo à Fundo
obtenção de resultados de impacto positivo sobre as Consiste na transferência de valores diretamente do
condições de saúde da população, segundo critérios definidos Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais,
pela CIT e fixados em portaria do órgão competente do independente de convênio ou instrumento congênere,
Ministério (SAS/MS). Os recursos do IVR podem ser segundo as condições de gestão estabelecidas nesta NOB.
transferidos pela SES às SMS, conforme definição da CIB. Esses recursos podem corresponder a uma ou mais de uma
12.2. Remuneração por Serviços Produzidos das situações descritas a seguir.
Consiste no pagamento direto aos prestadores 13.1.1. Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS)
estatais ou privados contratados e conveniados, contra Consiste em um montante de recursos financeiros
apresentação de faturas, referente a serviços realizados destinado ao custeio de procedimentos e ações básicas da
conforme programação e mediante prévia autorização do vigilância sanitária, de responsabilidade tipicamente
gestor, segundo valores fixados em tabelas editadas pelo municipal. Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor
órgão competente do Ministério (SAS/MS). per capita nacional pela população de cada município
Esses valores estão incluídos no TFA do estado e do (fornecida pelo IBGE), transferido, regular e automaticamente,
município e são executados mediante ordenação de ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios e,
pagamento por parte do gestor. Para municípios e estados transitoriamente, dos estados, conforme condições
que recebem transferências de tetos da assistência (TFAM e estipuladas nesta NOB. O PBVS somente será transferido a
TFAE, respectivamente), conforme as condições de gestão estados para cobertura da população residente em municípios
estabelecidas nesta NOB, os valores relativos à remuneração ainda não habilitados na forma desta Norma Operacional.
por serviços produzidos estão incluídos nos tetos da O elenco de procedimentos custeados pelo PBVS,
assistência, definidos na CIB. assim como o valor per capita nacional único − base de
A modalidade de pagamento direto, pelo gestor cálculo deste Piso − , são definidos em negociação na CIT e
federal, a prestadores de serviços ocorre apenas nas formalizados por portaria do órgão competente do Ministério
situações em que não fazem parte das transferências (Secretaria de Vigilância Sanitária - SVS/MS), previamente
regulares e automáticas fundo a fundo, conforme itens a aprovados no CNS. Nessa definição deve ser observado o
seguir especificados. perfil de serviços disponíveis na maioria dos municípios,
12.2.1. Remuneração de Internações Hospitalares objetivando o progressivo incremento das ações básicas de
Consiste no pagamento dos valores apurados por vigilância sanitária em todo o País. Esses procedimentos
intermédio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS integram o Sistema de Informação de Vigilância Sanitária do
(SIH/SUS), englobando o conjunto de procedimentos SUS (SIVS/SUS).
realizados em regime de internação, com base na Autorização 13.1.2. Índice de Valorização do Impacto em Vigilância
de Internação Hospitalar (AIH), documento este de Sanitária (IVISA)
autorização e fatura de serviços. Consiste na atribuição de valores adicionais
12.2.2. Remuneração de Procedimentos Ambulatoriais equivalentes a até 2% do teto financeiro da vigilância sanitária
de Alto Custo/ Complexidade do estado, a serem transferidos, regular e automaticamente,
Consiste no pagamento dos valores apurados por do Fundo Nacional ao Fundo Estadual de Saúde, como
intermédio do SIA/SUS, com base na Autorização de incentivo à obtenção de resultados de impacto significativo
Procedimentos de Alto Custo (APAC), documento este que sobre as condições de vida da população, segundo critérios
identifica cada paciente e assegura a prévia autorização e o definidos na CIT, e fixados em portaria do órgão competente
registro adequado dos serviços que lhe foram prestados. do Ministério (SVS/MS), previamente aprovados no CNS. Os
Compreende procedimentos ambulatoriais integrantes do recursos do IVISA podem ser transferidos pela SES às SMS,
SIA/SUS definidos na CIT e formalizados por portaria do conforme definição da CIB.
órgão competente do Ministério (SAS/MS). 13.2. Remuneração Transitória por Serviços
12.2.3. Remuneração Transitória por Serviços Produzidos
Produzidos 13.2.1. Programa Desconcentrado de Ações de
O MS é responsável pela remuneração direta, por Vigilância Sanitária (PDAVS)
serviços produzidos, dos procedimentos relacionados ao PAB Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pela
e à FAE, enquanto houver municípios que não estejam na prestação de serviços relacionados às ações de competência
condição de gestão semiplena da NOB 01/93 ou nas exclusiva da SVS/MS, contra a apresentação de
condições de gestão municipal definidas nesta NOB naqueles demonstrativo de atividades realizadas pela SES ao
estados em condição de gestão convencional. Ministério. Após negociação e aprovação na CIT e prévia
12.2.4. Fatores de Incentivo e Índices de Valorização aprovação no CNS, e observadas as condições estabelecidas
O Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e nesta NOB, a SVS/MS publica a tabela de procedimentos do
da Pesquisa em Saúde (FIDEPS) e o Índice de Valorização PDAVS e o valor de sua remuneração.
Hospitalar de Emergência (IVH-E), bem como outros fatores 13.2.2. Ações de Média e Alta Complexidade em
e ou índices que incidam sobre a remuneração por produção Vigilância Sanitária
de serviços, eventualmente estabelecidos, estão Consiste no pagamento direto às SES e às SMS, pela
condicionados aos critérios definidos em nível federal e à execução de ações de média e alta complexidade de
avaliação da CIB em cada Estado. Esses fatores e índices competência estadual e municipal contra a apresentação de
integram o teto financeiro da assistência do município e do demonstrativo de atividades realizadas ao MS. Essas ações e
respectivo estado. o valor de sua remuneração são definidos em negociação na
13. CUSTEIO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA CIT e formalizados em portaria do órgão competente do
SANITÁRIA Ministério (SVS/MS), previamente aprovadas no CNS.
Os recursos da esfera federal destinados à vigilância 14. CUSTEIO DAS AÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA E
sanitária configuram o Teto Financeiro da Vigilância Sanitária DE CONTROLE DE DOENÇAS
(TFVS) e os seus valores podem ser executados segundo Os recursos da esfera federal destinados às ações de
epidemiologia e controle de doenças não contidas no elenco
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64 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
de procedimentos do SIA/SUS e SIH/SUS configuram o Teto 15.1. GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD). 15.1.1. Responsabilidades
O elenco de procedimentos a serem custeados com o a) Elaboração de programação municipal dos serviços
TFECD é definido em negociação na CIT, aprovado pelo CNS básicos, inclusive domiciliares e comunitários, e da proposta
e formalizado em ato próprio do órgão específico do MS de referência ambulatorial especializada e hospitalar para
(Fundação Nacional de Saúde -FNS/MS). As informações seus munícipes, com incorporação negociada à programação
referentes ao desenvolvimento dessas ações integram estadual.
sistemas próprios de informação definidos pelo Ministério da b) Gerência de unidades ambulatoriais próprias.
Saúde. c) Gerência de unidades ambulatoriais do estado ou da
O valor desse Teto para cada estado é definido em União, salvo se a CIB ou a CIT definir outra divisão de
negociação na CIT, com base na PPI, a partir das informações responsabilidades.
fornecidas pelo Comitê Interinstitucional de Epidemiologia e d) Reorganização das unidades sob gestão pública
formalizado em ato próprio do órgão específico do MS (estatais, conveniadas e contratadas), introduzindo a prática
(FNS/MS). do cadastramento nacional dos usuários do SUS, com vistas
Esse Comitê, vinculado ao Secretário Estadual de à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos
Saúde, articulando os órgãos de epidemiologia da SES, do serviços.
MS no estado e de outras entidades que atuam no campo da e) Prestação dos serviços relacionados aos
epidemiologia e controle de doenças, é uma instância procedimentos cobertos pelo PAB e acompanhamento, no
permanente de estudos, pesquisas, análises de informações caso de referência interna ou externa ao município, dos
e de integração de instituições afins. demais serviços prestados aos seus munícipes, conforme a
Os valores do TFECD podem ser executados por PPI, mediado pela relação gestor-gestor com a SES e as
ordenação do órgão específico do MS, conforme as demais SMS.
modalidades apresentadas a seguir. f) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos
14.1. Transferência Regular e Automática Fundo a prestadores dos serviços contidos no PAB.
Fundo g) Operação do SIA/SUS quanto a serviços cobertos
Consiste na transferência de valores diretamente do pelo PAB, conforme normas do MS, e alimentação, junto à
Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Estaduais e SES, dos bancos de dados de interesse nacional.
Municipais, independentemente de convênio ou instrumento h) Autorização, desde que não haja definição em
congênere, segundo as condições de gestão estabelecidas contrário da CIB, das internações hospitalares e dos
nesta NOB e na PPI, aprovada na CIT e no CNS. procedimentos ambulatoriais especializados, realizados no
14.2. Remuneração por Serviços Produzidos município, que continuam sendo pagos por produção de
Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pelas serviços.
ações de epidemiologia e controle de doenças, conforme i) Manutenção do cadastro atualizado das unidades
tabela de procedimentos discutida na CIT e aprovada no CNS, assistenciais sob sua gestão, segundo normas do MS.
editada pelo MS, observadas as condições de gestão j) Avaliação permanente do impacto das ações do
estabelecidas nesta NOB, contra apresentação de Sistema sobre as condições de saúde dos seus munícipes e
demonstrativo de atividades realizadas, encaminhado pela sobre o seu meio ambiente.
SES ou SMS ao MS. k) Execução das ações básicas de vigilância sanitária,
14.3. Transferência por Convênio incluídas no PBVS.
Consiste na transferência de recursos oriundos do l) Execução das ações básicas de epidemiologia, de
órgão específico do MS (FNS/MS), por intermédio do Fundo controle de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes
Nacional de Saúde, mediante programação e critérios de causas externas, como acidentes, violências e outras,
discutidos na CIT e aprovados pelo CNS, para: incluídas no TFECD.
a) estímulo às atividades de epidemiologia e controle m) Elaboração do relatório anual de gestão e
de doenças; aprovação pelo CMS.
b) custeio de operações especiais em epidemiologia e 15.1.2. Requisitos
controle de doenças; a) Comprovar o funcionamento do CMS.
c) financiamento de projetos de cooperação técnico- b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de
científica na área de epidemiologia e controle de doenças, Saúde.
quando encaminhados pela CIB.
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde e
15. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO MUNICÍPIO comprometer-se a participar da elaboração e da
As condições de gestão, estabelecidas nesta NOB, implementação da PPI do estado, bem assim da alocação de
explicitam as responsabilidades do gestor municipal, os recursos expressa na programação.
requisitos relativos às modalidades de gestão e as d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e
prerrogativas que favorecem o seu desempenho. condições materiais para o exercício de suas
A habilitação dos municípios às diferentes condições responsabilidades e prerrogativas quanto à contratação, ao
de gestão significa a declaração dos compromissos pagamento, ao controle e à auditoria dos serviços sob sua
assumidos por parte do gestor perante os outros gestores e gestão.
perante a população sob sua responsabilidade. e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o
A partir desta NOB, os municípios podem habilitar-se dispêndio realizado no ano anterior, correspondente à
em duas condições: contrapartida de recursos financeiros próprios do Tesouro
a) GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA; e Municipal, de acordo com a legislação em vigor.
b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL. f) Formalizar junto ao gestor estadual, com vistas à
Os municípios que não aderirem ao processo de CIB, após aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação,
habilitação permanecem, para efeito desta Norma atestando o cumprimento dos requisitos relativos à condição
Operacional, na condição de prestadores de serviços ao de gestão pleiteada.
Sistema, cabendo ao estado a gestão do SUS naquele g) Dispor de médico formalmente designado como
território municipal, enquanto for mantida a situação de não- responsável pela autorização prévia, controle e auditoria dos
habilitado. procedimentos e serviços realizados.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA65
h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de
de ações de vigilância sanitária. Saúde.
i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de c) Participar da elaboração e da implementação da PPI
ações de vigilância epidemiológica. do estado, bem assim da alocação de recursos expressa na
j) Comprovar a disponibilidade de estrutura de programação.
recursos humanos para supervisão e auditoria da rede de d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e
unidades, dos profissionais e dos serviços realizados. condições materiais para o exercício de suas
15.1.3. Prerrogativas responsabilidades e prerrogativas quanto à contratação, ao
a) Transferência, regular e automática, dos recursos pagamento, ao controle e à auditoria dos serviços sob sua
correspondentes ao Piso da Atenção Básica (PAB). gestão, bem como avaliar o impacto das ações do Sistema
b) Transferência, regular e automática, dos recursos sobre a saúde dos seus munícipes.
correspondentes ao Piso Básico de Vigilância Sanitária e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o
(PBVS). dispêndio no ano anterior correspondente à contrapartida de
c) Transferência, regular e automática, dos recursos recursos financeiros próprios do Tesouro Municipal, de acordo
correspondentes às ações de epidemiologia e de controle de com a legislação em vigor.
doenças. f) Formalizar, junto ao gestor estadual com vistas à
d) Subordinação, à gestão municipal, de todas as CIB, após aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação,
unidades básicas de saúde, estatais ou privadas (lucrativas e atestando o cumprimento dos requisitos específicos relativos
filantrópicas), estabelecidas no território municipal. à condição de gestão pleiteada.
15.2. GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL g) Dispor de médico formalmente designado pelo
15.2.1. Responsabilidades gestor como responsável pela autorização prévia, controle e
auditoria dos procedimentos e serviços realizados.
a) Elaboração de toda a programação municipal,
contendo, inclusive, a referência ambulatorial especializada e h) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado
hospitalar, com incorporação negociada à programação pelo CMS, que deve conter as metas estabelecidas, a
estadual. integração e articulação do município na rede estadual e
respectivas responsabilidades na programação integrada do
b) Gerência de unidades próprias, ambulatoriais e
estado, incluindo detalhamento da programação de ações e
hospitalares, inclusive as de referência.
serviços que compõem o sistema municipal, bem como os
c) Gerência de unidades ambulatoriais e hospitalares indicadores mediante dos quais será efetuado o
do estado e da União, salvo se a CIB ou a CIT definir outra acompanhamento.
divisão de responsabilidades.
i) Comprovar o funcionamento de serviço estruturado
d) Reorganização das unidades sob gestão pública de vigilância sanitária e capacidade para o desenvolvimento
(estatais, conveniadas e contratadas), introduzindo a prática de ações de vigilância sanitária.
do cadastramento nacional dos usuários do SUS, com vistas
j) Comprovar a estruturação de serviços e atividades
à vinculação da clientela e sistematização da oferta dos
de vigilância epidemiológica e de controle de zoonoses.
serviços.
k) Apresentar o Relatório de Gestão do ano anterior à
e) Garantia da prestação de serviços em seu território,
solicitação do pleito, devidamente aprovado pelo CMS.
inclusive os serviços de referência aos não-residentes, no
caso de referência interna ou externa ao município, dos l) Assegurar a oferta, em seu território, de todo o
demais serviços prestados aos seus munícipes, conforme a elenco de procedimentos cobertos pelo PAB e,
PPI, mediado pela relação gestor-gestor com a SES e as adicionalmente, de serviços de apoio diagnóstico em
demais SMS. patologia clínica e radiologia básicas.
f) Normalização e operação de centrais de controle de m) Comprovar a estruturação do componente
procedimentos ambulatoriais e hospitalares relativos à municipal do Sistema Nacional de Auditoria (SNA).
assistência aos seus munícipes e à referência intermunicipal. n) Comprovar a disponibilidade de estrutura de
g) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos recursos humanos para supervisão e auditoria da rede de
prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares, unidades, dos profissionais e dos serviços realizados.
cobertos pelo TFGM. 15.2.3. Prerrogativas
h) Administração da oferta de procedimentos a) Transferência, regular e automática, dos recursos
ambulatoriais de alto custo e procedimentos hospitalares de referentes ao Teto Financeiro da Assistência (TFA).
alta complexidade conforme a PPI e segundo normas federais b) Normalização complementar relativa ao pagamento
e estaduais. de prestadores de serviços assistenciais em seu território,
i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas inclusive quanto a alteração de valores de procedimentos,
do MS, e alimentação, junto às SES, dos bancos de dados de tendo a tabela nacional como referência mínima, desde que
interesse nacional. aprovada pelo CMS e pela CIB.
j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades c) Transferência regular e automática fundo a fundo
assistenciais sob sua gestão, segundo normas do MS. dos recursos correspondentes ao Piso Básico de Vigilância
k) Avaliação permanente do impacto das ações do Sanitária (PBVS).
Sistema sobre as condições de saúde dos seus munícipes e d) Remuneração por serviços de vigilância sanitária de
sobre o meio ambiente. média e alta complexidade e, remuneração pela execução do
l) Execução das ações básicas, de média e alta Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância Sanitária
complexidade em vigilância sanitária, bem como, (PDAVS), quando assumido pelo município.
opcionalmente, as ações do PDAVS. e) Subordinação, à gestão municipal, do conjunto de
m) Execução de ações de epidemiologia, de controle todas as unidades ambulatoriais especializadas e
de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de hospitalares, estatais ou privadas (lucrativas e filantrópicas),
causas externas, como acidentes, violências e outras estabelecidas no território municipal.
incluídas no TFECD. f) Transferência de recursos referentes às ações de
15.2.2. Requisitos epidemiologia e controle de doenças, conforme definição da
CIT.
a) Comprovar o funcionamento do CMS.
16. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO ESTADO
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66 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
As condições de gestão, estabelecidas nesta NOB, o) Execução das ações de média e alta complexidade
explicitam as responsabilidades do gestor estadual, os de vigilância sanitária, exceto as realizadas pelos municípios
requisitos relativos às modalidades de gestão e as habilitados na condição de gestão plena de sistema municipal.
prerrogativas que favorecem o seu desempenho. p) Execução do PDAVS nos termos definidos pela
A habilitação dos estados às diferentes condições de SVS/MS.
gestão significa a declaração dos compromissos assumidos q) Apoio logístico e estratégico às atividades à atenção
por parte do gestor perante os outros gestores e perante a à saúde das populações indígenas, na conformidade de
população sob sua responsabilidade. critérios estabelecidos pela CIT.
A partir desta NOB, os estados poderão habilitar-se em 16.2. Requisitos comuns às duas condições de gestão
duas condições de gestão: estadual
a) GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL; e a) Comprovar o funcionamento do CES.
b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL. b) Comprovar o funcionamento da CIB.
Os estados que não aderirem ao processo de c) Comprovar a operação do Fundo Estadual de
habilitação, permanecem na condição de gestão Saúde.
convencional, desempenhando as funções anteriormente d) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, aprovado
assumidas ao longo do processo de implantação do SUS, não pelo CES, que deve conter:
fazendo jus às novas prerrogativas introduzidas por esta NOB, • as metas pactuadas;
exceto ao PDAVS nos termos definidos pela SVS/MS. Essa • a programação integrada das ações ambulatoriais,
condição corresponde ao exercício de funções mínimas de hospitalares e de alto custo, de epidemiologia e de
gestão do Sistema, que foram progressivamente incorporadas controle de doenças – incluindo, entre outras, as
pelas SES, não estando sujeita a procedimento específico de atividades de vacinação, de controle de vetores e
habilitação nesta NOB. de reservatórios – de saneamento, de pesquisa e
16.1. Responsabilidades comuns às duas condições desenvolvimento tecnológico, de educação e de
de gestão estadual comunicação em saúde, bem como as relativas às
a) Elaboração da PPI do estado, contendo a referência ocorrências mórbidas decorrentes de causas
intermunicipal e coordenação da negociação na CIB para externas;
alocação dos recursos, conforme expresso na programação. • as estratégias de descentralização das ações de
b) Elaboração e execução do Plano Estadual de saúde para municípios;
Prioridades de Investimentos, negociado na CIB e aprovado • as estratégias de reorganização do modelo de
pelo CES. atenção; e
c) Gerência de unidades estatais da hemorrede e de • os critérios utilizados e os indicadores por meio dos
laboratórios de referência para controle de qualidade, para quais é efetuado o acompanhamento das ações.
vigilância sanitária e para a vigilância epidemiológica. e) Apresentar relatório de gestão aprovado pelo CES,
d) Formulação e execução da política de sangue e relativo ao ano anterior à solicitação do pleito.
hemoterapia. f) Comprovar a transferência da gestão da atenção
e) Organização de sistemas de referência, bem como hospitalar e ambulatorial aos municípios habilitados, conforme
a normalização e operação de câmara de compensação de a respectiva condição de gestão.
AIH, procedimentos especializados e de alto custo e ou alta g) Comprovar a estruturação do componente estadual
complexidade. do SNA.
f) Formulação e execução da política estadual de h) Comprovar capacidade técnica e administrativa e
assistência farmacêutica, em articulação com o MS. condições materiais para o exercício de suas
g) Normalização complementar de mecanismos e responsabilidades e prerrogativas, quanto a contratação,
instrumentos de administração da oferta e controle da pagamento, controle e auditoria dos serviços sob sua gestão
prestação de serviços ambulatoriais, hospitalares, de alto e quanto à avaliação do impacto das ações do Sistema sobre
custo, do tratamento fora do domicílio e dos medicamentos e as condições de saúde da população do estado.
insumos especiais. i) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o
h) Manutenção do cadastro atualizado de unidades dispêndio no ano anterior, correspondente à contrapartida de
assistenciais sob sua gestão, segundo normas do MS. recursos financeiros próprios do Tesouro Estadual, de acordo
i) Cooperação técnica e financeira com o conjunto de com a legislação em vigor.
municípios, objetivando a consolidação do processo de j) Apresentar à CIT a formalização do pleito,
descentralização, a organização da rede regionalizada e devidamente aprovado pelo CES e pela CIB, atestando o
hierarquizada de serviços, a realização de ações de cumprimento dos requisitos gerais e específicos relativos à
epidemiologia, de controle de doenças, de vigilância sanitária, condição de gestão pleiteada.
bem assim o pleno exercício das funções gestoras de k) Comprovar a criação do Comitê Interinstitucional de
planejamento, controle, avaliação e auditoria. Epidemiologia, vinculado ao Secretário Estadual de Saúde.
j) Implementação de políticas de integração das ações l) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância
de saneamento às de saúde. sanitária no estado, organizado segundo a legislação e
k) Coordenação das atividades de vigilância capacidade de desenvolvimento de ações de vigilância
epidemiológica e de controle de doenças e execução sanitária.
complementar conforme previsto na Lei nº 8.080/90. m) Comprovar o funcionamento de serviço de
l) Execução de operações complexas voltadas ao vigilância epidemiológica no estado.
controle de doenças que possam se beneficiar da economia 16.3. GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA
de escala. ESTADUAL
m) Coordenação das atividades de vigilância sanitária 16.3.1. Responsabilidades Específicas
e execução complementar conforme previsto na Lei nº
a) Contratação, controle, auditoria e pagamento do
8.080/90.
conjunto dos serviços, sob gestão estadual, contidos na FAE;
n) Execução das ações básicas de vigilância sanitária
referente aos municípios não habilitados nesta NOB.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA67
b) Contratação, controle, auditoria e pagamento dos c) Transferência regular e automática do Piso Básico
prestadores de serviços incluídos no PAB dos municípios não de Vigilância Sanitária (PBVS) referente aos municípios não
habilitados; habilitados nesta NOB.
c) Ordenação do pagamento dos demais serviços d) Transferência regular e automática do Índice de
hospitalares e ambulatoriais, sob gestão estadual; valorização do Impacto em Vigilância Sanitária (IVISA).
d) Operação do SIA/SUS, conforme normas do MS, e e) Remuneração por serviços produzidos na área da
alimentação dos bancos de dados de interesse nacional. vigilância sanitária.
16.3.2. Requisitos Específicos f) Normalização complementar, pactuada na CIB e
a) Apresentar a programação pactuada e integrada aprovada pelo CES, relativa ao pagamento de prestadores de
ambulatorial, hospitalar e de alto custo, contendo a referência serviços assistenciais sob sua contratação, inclusive
intermunicipal e os critérios para a sua elaboração. alteração de valores de procedimentos, tendo a tabela
b) Dispor de 60% dos municípios do estado habilitados nacional como referência mínima.
nas condições de gestão estabelecidas nesta NOB, g) Transferência de recursos referentes às ações de
independente do seu contingente populacional; ou 40% dos epidemiologia e de controle de doenças.
municípios habilitados, desde que, nestes, residam 60% da 17. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
população. 17. 1. As responsabilidades que caracterizam cada
c) Dispor de 30% do valor do TFA comprometido com uma das condições de gestão definidas nesta NOB
transferências regulares e automáticas aos municípios. constituem um elenco mínimo e não impedem a incorporação
16.3.3. Prerrogativas de outras pactuadas na CIB e aprovadas pelo CES, em
a) Transferência regular e automática dos recursos especial aquelas já assumidas em decorrência da NOB-SUS
correspondentes à Fração Assistencial Especializada (FAE) e Nº 01/93.
ao Piso Assistencial Básico (PAB) relativos aos municípios 17.2. No processo de habilitação às condições de
nãohabilitados. gestão estabelecidas nesta NOB, são considerados os
b) Transferência regular e automática do Piso Básico requisitos já cumpridos para habilitação nos termos da NOB-
de Vigilância Sanitária (PBVS) referente aos municípios não SUS Nº 01/93, cabendo ao município ou ao estado pleiteante
habilitados nesta NOB. a comprovação exclusiva do cumprimento dos requisitos
c) Transferência regular e automática do Índice de introduzidos ou alterados pela presente Norma Operacional,
Valorização do Impacto em Vigilância Sanitária (IVISA). observando os seguintes procedimentos:
d) Remuneração por serviços produzidos na área da 17.2.1.para que os municípios habilitados atualmente
vigilância sanitária. nas condições de gestão incipiente e parcial possam assumir
e) Transferência de recursos referentes às ações de a condição plena da atenção básica definida nesta NOB,
epidemiologia e controle de doenças. devem apresentar à CIB os seguintes documentos, que
completam os requisitos para habilitação:
16.4. GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL
17.2.1.1. ofício do gestor municipal pleiteando a
16.4.1. Responsabilidades Específicas
alteração na condição de gestão;
a) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos
17.2.1.2. ata do CMS aprovando o pleito de mudança
prestadores do conjunto dos serviços sob gestão estadual,
de habilitação;
conforme definição da CIB.
17.2.1.3. ata das três últimas reuniões do CMS;
b) Operação do SIA/SUS e do SIH/SUS, conforme
17.2.1.4. extrato de movimentação bancária do Fundo
normas do MS, e alimentação dos bancos de dados de
Municipal de Saúde relativo ao trimestre anterior à
interesse nacional.
apresentação do pleito;
16.4.2. Requisitos Específicos
17.2.1.5. comprovação, pelo gestor municipal, de
a) Comprovar a implementação da programação condições técnicas para processar o SIA/SUS;
integrada das ações ambulatoriais, hospitalares e de alto
17.2.1.6. declaração do gestor municipal
custo, contendo a referência intermunicipal e os critérios para
comprometendo-se a alimentar, junto à SES, o banco de
a sua elaboração.
dados nacional do SIA/SUS;
b) Comprovar a operacionalização de mecanismos de
17.2.1.7. proposta aprazada de estruturação do
controle da prestação de serviços ambulatoriais e
serviço de controle e avaliação municipal;
hospitalares, tais como: centrais de controle de leitos e
internações, de procedimentos ambulatoriais e hospitalares 17.2.1.8. comprovação da garantia de oferta do
de alto/custo e ou complexidade e de marcação de consultas conjunto de procedimentos coberto pelo PAB; e
especializadas. 17.2.1.9. ata de aprovação do relatório de gestão no
c) Dispor de 80% dos municípios habilitados nas CMS;
condições de gestão estabelecidas nesta NOB, independente 17.2.2. para que os municípios habilitados atualmente
do seu contingente populacional; ou 50% dos municípios, na condição de gestão semiplena possam assumir a condição
desde que, nestes, residam 80% da população. de gestão plena do sistema municipal definida nesta NOB,
d) Dispor de 50% do valor do TFA do estado devem comprovar à CIB:
comprometido com transferências regulares e automáticas 17.2.2.1. a aprovação do relatório de gestão pelo CMS,
aos municípios. mediante apresentação da ata correspondente;
16.4.3. Prerrogativas 17.2.2.2. a existência de serviços que executem os
a) Transferência regular e automática dos recursos procedimentos cobertos pelo PAB no seu território, e de
correspondentes ao valor do Teto Financeiro da Assistência serviços de apoio diagnóstico em patologia clínica e radiologia
(TFA), deduzidas as transferências fundo a fundo realizadas básica simples, oferecidos no próprio município ou
a municípios habilitados. contratados de outro gestor municipal;
b) Transferência regular e automática dos recursos 17.2.2.3.a estruturação do componente municipal do
correspondentes ao Índice de Valorização de Resultados SNA; e
(IVR). 17.2.2.4.a integração e articulação do município na
rede estadual e respectivas responsabilidades na PPI. Caso
o município não atenda a esse requisito, pode ser enquadrado
na condição de gestão plena da atenção básica até que
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68 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
disponha de tais condições, submetendo-se, neste caso, aos avanços na organização do sistema. O valor adicional
mesmos procedimentos referidos no item 17.2.1; atribuído a cada município é formalizado em ato próprio da
17.2.3. os estados habilitados atualmente nas SES.
condições de gestão parcial e semiplena devem apresentar a 17.13. O valor per capita nacional único, base de
comprovação dos requisitos adicionais relativos à nova cálculo do PAB, é aplicado a todos os municípios, habilitados
condição pleiteada na presente NOB. ou não nos termos desta NOB. Aos municípios não
17.3. A habilitação de municípios à condição de gestão habilitados, o valor do PAB é limitado ao montante do valor
plena da atenção básica é decidida na CIB dos estados per capita nacional multiplicado pela população e pago por
habilitados às condições de gestão avançada e plena do produção de serviço.
sistema estadual, cabendo recurso ao CES. A SES respectiva 17.14. Num primeiro momento, em face da
deve informar ao MS a habilitação procedida, para fins de inadequação dos sistemas de informação de abrangência
formalização por portaria, observando as disponibilidades nacional para aferição de resultados, o IVR é atribuído aos
financeiras para a efetivação das transferências regulares e estados a título de valorização de desempenho na gestão do
automáticas pertinentes. No que se refere à gestão plena do Sistema, conforme critérios estabelecidos pela CIT e
sistema municipal, a habilitação dos municípios é decidida na formalizados por portaria do Ministério (SAS/MS).
CIT, com base em relatório da CIB e formalizada em ato da 17.15. O MS continua efetuando pagamento por
SAS/MS. No caso dos estados categorizados na condição de produção de serviços (relativos aos procedimentos cobertos
gestão convencional, a habilitação dos municípios a qualquer pelo PAB) diretamente aos prestadores, somente no caso
das condições de gestão será decidida na CIT, com base no daqueles municípios nãohabilitados na forma desta NOB,
processo de avaliação elaborado e encaminhado pela CIB, e situados em estados em gestão convencional.
formalizada em ato do MS. 17.16. Também em relação aos procedimentos
17.4. A habilitação de estados a qualquer das cobertos pela FAE, o MS continua efetuando o pagamento por
condições de gestão é decidida na CIT e formalizada em ato produção de serviços diretamente a prestadores, somente no
do MS, cabendo recurso ao CNS. caso daqueles municípios habilitados em gestão plena da
17.5. Os instrumentos para a comprovação do atenção básica e os não habilitados, na forma desta NOB,
cumprimento dos requisitos para habilitação ao conjunto das situados em estados em gestão convencional.
condições de gestão de estados e municípios, previsto nesta 17.17. As regulamentações complementares
NOB, estão sistematizados no ANEXO I. necessárias à operacionalização desta NOB são objeto de
17.6. Os municípios e estados habilitados na forma da discussão e negociação na CIT, observadas as diretrizes
NOB-SUS Nº 01/93 permanecem nas respectivas condições estabelecidas pelo CNS, com posterior formalização,
de gestão até sua habilitação em uma das condições mediante portaria do MS.
estabelecidas por esta NOB, ou até a data limite a ser fixada SIGLAS UTILIZADAS
pela CIT. • AIH - Autorização de Internação Hospitalar
17.7. A partir da data da publicação desta NOB, não • CES - Conselho Estadual de Saúde
serão procedidas novas habilitações ou alterações de • CIB - Comissão Intergestores Bipartite
condição de gestão na forma da NOB-SUS Nº 01/93. Ficam • CIT - Comissão Intergestores Tripartite
excetuados os casos já aprovados nas CIB, que devem ser
• CMS - Conselho Municipal de Saúde
protocolados na CIT, no prazo máximo de 30 dias.
• CNS - Conselho Nacional de Saúde
17.8. A partir da publicação desta NOB, ficam extintos
• COFINS - Contribuição Social para o Financiamento
o Fator de Apoio ao Estado, o Fator de Apoio ao Município e
as transferências dos saldos de teto financeiro relativos às da Seguridade Social
condições de gestão municipal e estadual parciais, previstos, • CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários
respectivamente, nos itens 3.1.4; 3.2; 4.1.2 e 4.2.1 da Municipais de Saúde
NOBSUS Nº 01/93. • CONASS - Conselho Nacional de Secretários
17.9. A permanência do município na condição de Estaduais de Saúde
gestão a que for habilitado, na forma desta NOB, está sujeita • FAE - Fração Assistencial Especializada
a processo permanente de acompanhamento e avaliação, • FIDEPS - Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do
realizado pela SES e submetido à apreciação da CIB, tendo Ensino e da Pesquisa
por base critérios estabelecidos pela CIB e pela CIT, • FNS - Fundação Nacional de Saúde
aprovados pelos respectivos Conselhos de Saúde. • INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
17.10. De maneira idêntica, a permanência do estado • IVH-E - Índice de Valorização Hospitalar de
na condição de gestão a que for habilitado, na forma desta Emergência
NOB, está sujeita a processo permanente de • IVISA - Índice de Valorização do Impacto em
acompanhamento e avaliação, realizado pelo MS e submetido Vigilânica Sanitária
à apreciação da CIT, tendo por base critérios estabelecidos • IVR - Índice de Valorização de Resultados
por esta Comissão e aprovados pelo CNS. • MS - Ministério da Saúde
17.11. O gestor do município habilitado na condição de • NOB - Norma Operacional Básica
Gestão Plena da Atenção Básica que ainda não dispõe de
• PAB - Piso Assistencial Básico.
serviços suficientes para garantir, à sua população, a
• PACS - Programa de Agentes Comunitários de
totalidade de procedimentos cobertos pelo PAB, pode
Saúde
negociar, diretamente, com outro gestor municipal, a compra
dos serviços não disponíveis, até que essa oferta seja • PBVS - Piso Básico de Vigilância Sanitária
garantida no próprio município. • PDAVS - Programa Desconcentrado de Ações de
17.12. Para implantação do PAB, ficam as CIB Vigilância Sanitária
autorizadas a estabelecer fatores diferenciados de ajuste até • PPI - Programação Pactuada e Integrada
um valor máximo fixado pela CIT e formalizado por portaria do • PSF - Programa de Saúde da Família
Ministério (SAS/MS). Esses fatores são destinados aos • SAS - Secretaria de Assistência à Saúde
municípios habilitados, que apresentam gastos per capita em • SES - Secretaria Estadual de Saúde
ações de atenção básica superiores ao valor per capita • SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais
nacional único (base de cálculo do PAB), em decorrência de do SUS
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA69
• SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares do serviços de saúde no âmbito do SUS. Ela tem como objetivo
SUS garantir o acesso universal, equânime e integral à saúde,
• SMS - Secretaria Municipal de Saúde promovendo a resolutividade e a efetividade dos serviços de
• SNA - Sistema Nacional de Auditoria saúde prestados à população.
• SUS - Sistema Único de Saúde Entre as principais diretrizes estabelecidas pela
• SVS - Secretaria de Vigilância Sanitária NOAS, destacam-se a regionalização da assistência à saúde,
• TFA - Teto Financeiro da Assistência a hierarquização dos serviços, a humanização da atenção à
• TFAE - Teto Financeiro da Assistência do Estado saúde, a promoção da saúde e a participação social. A
regionalização da assistência à saúde é um processo que visa
• TFAM - Teto Financeiro da Assistência do Município
organizar os serviços de saúde de forma que a população
• TFECD - Teto Financeiro da Epidemiologia e
tenha acesso aos serviços de saúde de acordo com suas
Controle de Doenças
necessidades e a gravidade de sua condição de saúde. A
• TFG - Teto Financeiro Global hierarquização dos serviços é um processo que define a
• TFGE - Teto Financeiro Global do Estado complexidade e a capacidade de atendimento dos serviços de
• TFGM - Teto Financeiro Global do Município saúde, de acordo com as necessidades da população.
• TFVS - Teto Financeiro da Vigilância Sanitária A humanização da atenção à saúde é um princípio que
visa valorizar a relação entre profissional de saúde e paciente,
QUESTÕES DE CONCURSOS promovendo a empatia, a acolhida e o respeito às diferenças
culturais e sociais. A promoção da saúde é um processo que
01. (AOCP - SMS PE - Assistente Social - 2020) A Norma visa desenvolver ações que melhorem a qualidade de vida da
Operacional Básica – NOB 1/96 –, do Sistema Único de população, prevenindo doenças e promovendo hábitos
Saúde (SUS), expõe que a atenção à saúde, que encerra saudáveis. A participação social é um princípio que visa
todo o conjunto de ações levadas a efeito pelo SUS, em promover a participação da população na gestão e no controle
todos os níveis de governo, para o atendimento das social das políticas públicas de saúde.
demandas pessoais e das exigências ambientais, Além das diretrizes, a NOAS estabelece critérios e
compreende três grandes campos: indicadores para a avaliação e o monitoramento das ações e
A o dos papéis das esferas do governo, o dos instrumentos serviços de saúde, visando garantir a qualidade, a eficiência
gerenciais e o dos mecanismos de fluxos. e a efetividade desses serviços. A norma também define o
B o do acompanhamento, o do controle e o da avaliação no financiamento das ações e serviços de saúde, estabelecendo
SUS. critérios para a alocação dos recursos e para a gestão
financeira dos serviços.
C o do custeio, o do monitoramento e o da avaliação.
Em resumo, a Norma Operacional da Assistência à
D o do Programa de Saúde da Família, o do Programa de
Saúde é um instrumento importante para garantir o acesso
Agentes Comunitários de Saúde e o do Programa de
universal, equânime e integral à saúde no Brasil, promovendo
Vigilância Sanitária.
a regionalização da assistência à saúde, a hierarquização dos
E o da Assistência, o das intervenções ambientais e o das serviços, a humanização da atenção à saúde, a promoção da
políticas externas ao setor de saúde. saúde e a participação social.
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70 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
de pactuação entre os três níveis de gestão, visando o regionalização da assistência em cada estado e no Distrito
aprimoramento do Sistema Único de Saúde. Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de
A partir da publicação da NOAS-SUS 01/01, em 26 de intervenção coerentes com as necessidades de saúde da
janeiro de 2001, o Ministério da Saúde, as Secretarias população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os
Estaduais de Saúde, através do CONASS, e as Secretarias níveis de atenção.
Municipais de Saúde, através do CONASEMS, 3. O PDR fundamenta-se na conformação de sistemas
desencadearam diversas atividades de planejamento e de funcionais e resolutivos de assistência à saúde, por meio da
adequação de seus modelos assistenciais e de gestão aos organização dos territórios estaduais em
preceitos estabelecidos, ponderando criticamente os avanços regiões/microrregiões e módulos assistenciais; da
e os desafios que novas diretrizes organizativas trariam para conformação de redes hierarquizadas de serviços; do
sua realidade concreta. estabelecimento de mecanismos e fluxos de referência e
Durante este percurso, em algumas unidades da contra-referência intermunicipais, objetivando garantir a
federação foram identificados entraves na operacionalização integralidade da assistência e o acesso da população aos
de determinados itens, decorrentes das dificuldades para serviços e ações de saúde de acordo com suas necessidades.
estabelecer o comando único sobre os prestadores de 4. O PDR deverá ser elaborado na perspectiva de
serviços ao SUS e assegurar a totalidade da gestão municipal garantir:
nas sedes dos módulos assistenciais, bem como da a) O acesso dos cidadãos, o mais próximo possível de
fragilidade para explicitação dos mecanismos necessários à sua residência, a um conjunto de ações e serviços vinculados
efetivação da gestão estadual para as referências às seguintes responsabilidades mínimas:
intermunicipais.
- assistência pré-natal, parto e puerpério;
Em decorrência da necessidade de viabilizar o debate
- acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
sobre essas questões, identificadas como causadoras de
infantil;
maior tensionamento na implantação da Norma, o processo
de negociação foi reaberto durante o segundo semestre de - cobertura universal do esquema preconizado pelo
2001. Neste sentido, a Comissão Intergestores Tripartite - Programa Nacional de Imunizações, para todas as faixas
CIT, em reunião realizada em 22 de novembro de 2001, firmou etárias;
acordo contemplando propostas referentes ao comando único - ações de promoção da saúde e prevenção de
sobre os prestadores de serviços de média e alta doenças;
complexidade e o fortalecimento da gestão dos estados sobre - tratamento das intercorrências mais comuns na
as referências intermunicipais. Nessa mesma ocasião, infância;
deliberou-se pela constituição de um Grupo de Trabalho, com - atendimento de afecções agudas de maior incidência;
representação tripartite, com a atribuição de detalhar o acordo
e incorporar a NOAS os pontos acordados, mantendo a - acompanhamento de pessoas com doenças crônicas
coerência do texto. Em 07 de dezembro de 2001 foi feito um de alta prevalência;
relato, por representantes do Ministério da Saúde, CONASS - tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas
e CONASEMS, aos membros do Conselho Nacional de urgências ambulatoriais;
Saúde, acerca da negociação realizada na CIT e das - tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais
alterações que dela resultaram. mais freqüentes;
Ainda como resultado do processo de elaboração da - controle das doenças bucais mais comuns;
NOAS-SUS 01/02 e com o objetivo de facilitar sua utilização, - suprimento/dispensação dos medicamentos da
este documento incorporou definições da regulamentação Farmácia Básica.
complementar relacionadas aos temas que foram objeto do
b) O acesso de todos os cidadãos aos serviços
acordo, que, na versão anterior, encontravam-se descritos em
necessários à resolução de seus problemas de saúde, em
documentos normativos específicos.
qualquer nível de atenção, diretamente ou mediante o
Enfim, cabe destacar que esta NOAS-SUS 01/02, ao estabelecimento de compromissos entre gestores para o
assegurar a manutenção das diretrizes organizativas atendimento de referências intermunicipais.
definidas pela NOAS-SUS 01/01, procura oferecer as
5. Definir os seguintes conceitos-chaves para a
alternativas necessárias à superação das dificuldades e
organização da assistência no âmbito estadual, que deverão
impasses oriundos da dinâmica concreta de sua
ser observados no PDR:
implementação.
a) Região de Saúde - base territorial de planejamento
CAPÍTULO I
da atenção à saúde, não necessariamente coincidente com a
DA REGIONALIZAÇÃO divisão administrativa do estado, a ser definida pela Secretaria
1. Estabelecer o processo de regionalização como Estadual de Saúde, de acordo com as especificidades e
estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de estratégias de regionalização da saúde em cada estado,
busca de maior eqüidade. considerando as características demográficas,
1.1. O processo de regionalização deverá contemplar socioeconômicas, geográficas, sanitárias, epidemiológicas,
uma lógica de planejamento integrado, compreendendo as oferta de serviços, relações entre municípios, entre outras.
noções de territorialidade, na identificação de prioridades de Dependendo do modelo de regionalização adotado, um
intervenção e de conformação de sistemas funcionais de estado pode se dividir em macrorregiões, regiões e/ou
saúde, não necessariamente restritos à abrangência microrregiões de saúde. Por sua vez, a menor base territorial
municipal, mas respeitando seus limites como unidade de planejamento regionalizado, seja uma região ou uma
indivisível, de forma a garantir o acesso dos cidadãos a todas microrregião de saúde, pode compreender um ou mais
as ações e serviços necessários para a resolução de seus módulos assistenciais.
problemas de saúde, otimizando os recursos disponíveis. b) Módulo Assistencial - módulo territorial com
I.1 DA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE resolubilidade correspondente ao primeiro nível de referência,
REGIONALIZAÇÃO definida no Item 8 - Capítulo I desta Norma, constituído por
2. Instituir o Plano Diretor de Regionalização - PDR um ou mais municípios, com área de abrangência mínima a
como instrumento de ordenamento do processo de ser estabelecida para cada Unidade da Federação, em
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA71
regulamentação específica, e com as seguintes 6.1.1 na sua elaboração:
características: a) Cabe às Secretarias de Saúde dos estados e do
- conjunto de municípios, entre os quais há um Distrito Federal a elaboração do PDR, em consonância com o
município-sede, habilitado em Gestão Plena do Sistema Plano Estadual de Saúde, que deverá contemplar uma lógica
Municipal/GPSM ou em Gestão Plena da Atenção Básica de planejamento que envolva os municípios na definição dos
Ampliada/GPAB-A, com capacidade de ofertar a totalidade espaços regionais/microrregionais de assistência à saúde,
dos serviços de que trata o Item 8 - Capítulo I desta Norma, dos fluxos de referência, bem como dos investimentos para a
com suficiência, para sua população e para a população de conformação de sistemas de saúde resolutivos e funcionais.
outros municípios a ele adscritos; ou b) O PDR deve contemplar a perspectiva de
- município em Gestão Plena do Sistema Municipal ou redistribuição geográfica de recursos tecnológicos e
em Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada / GPAB-A, com humanos, explicitando o desenho futuro e desejado da
capacidade de ofertar com suficiência a totalidade dos regionalização estadual, prevendo os investimentos
serviços de que trata o Item 8 – Capítulo I para sua própria necessários para a conformação destas novas
população, quando não necessitar desempenhar o papel de regiões/microrregiões e módulos assistenciais, observando
referência para outros municípios. assim a diretriz de possibilitar o acesso do cidadão a todas as
c) Município-sede do módulo assistencial (GPSM ou ações e serviços necessários para a resolução de seus
GPAB-A) - município existente em um módulo assistencial problemas de saúde, o mais próximo possível de sua
que apresente a capacidade de ofertar a totalidade dos residência.
serviços de que trata o Item 8 - Capítulo I, correspondente ao c) O PDR subsidiará o processo de qualificação de
primeiro nível de referência intermunicipal, com suficiência, regiões/microrregiões.
para sua população e para a população de outros municípios 6.1.2 na tramitação:
a ele adscritos.
a) A Secretaria de Saúde do estado ou do Distrito
d) Município-pólo (GPSM ou GPAB-A) - município que, Federal deverá encaminhar o os produtos à respectiva
de acordo com a definição da estratégia de regionalização de Comissão Intergestores Bipartite - CIB, que deverá convocar
cada estado, apresente papel de referência para outros reunião para análise e aprovação, após, no máximo, 30 (trinta)
municípios, em qualquer nível de atenção. dias a contar da data de recebimento da proposta;
e) Unidade territorial de qualificação na assistência à b) Aprovado o Plano Diretor de Regionalização e
saúde - representa a base territorial mínima a ser submetida demais produtos, a CIB deverá remetê-la ao Conselho
à aprovação do Ministério da Saúde e Comissão Intergestores Estadual de Saúde - CES, que terá 30 (trinta) dias para
Tripartite para qualificação na assistência à saúde. Deverá ser apreciação e deliberação;
a menor base territorial de planejamento regionalizado com
c) Após aprovado nas instâncias estaduais, a
complexidade assistencial acima do módulo assistencial,
Secretaria Estadual de Saúde deverá encaminhar o PDR e
conforme definido no PDR. Poderá ser uma microrregião ou
demais produtos à Secretaria Técnica da Comissão
uma região de saúde, de acordo com o desenho adotado pelo
Intergestores Tripartite - CIT, que encaminhará a
estado.
documentação referida à Secretaria de Assistência à Saúde -
6. Para se qualificarem aos requisitos da NOAS SUS SAS/MS e à Secretaria de Políticas de Saúde - SPS/ MS, para
01/02, os estados e o Distrito Federal deverão submeter à CIT análise de conteúdo e viabilidade; após o que procederão ao
os produtos, bem como os meios de verificação encaminhamento destes, com parecer, à Comissão
correspondentes, definidos no Anexo 6 desta norma, Intergestores Tripartite para deliberação e homologação.
contendo, no mínimo:
d) Caso não seja homologada pela CIT, a referida
a) a descrição da organização do território estadual em documentação deverá ser devolvido à respectiva Secretaria
regiões/microrregiões de saúde e módulos assistenciais, com Estadual de Saúde, para ajuste e análise das recomendações
a identificação dos municípios-sede e municípios-pólo e dos e novamente submetido à apreciação da CIB e do CES.
demais municípios abrangidos;
e) em caso de alteração do PDR pelo estado ou Distrito
b) a identificação das prioridades de intervenção em Federal após sua homologação pela CIT, deverá ser
cada região/microrregião; observada a mesma tramitação definida para a proposta
c) o Plano Diretor de Investimentos para atender as original.
prioridades identificadas e conformar um sistema resolutivo e I.2 DA AMPLIAÇÃO DO ACESSO E DA QUALIDADE
funcional de atenção à saúde, preferencialmente identificando DA ATENÇÃO BÁSICA
cronograma e fontes de recursos;
7. Instituir a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada
d) a inserção e o papel de todos os municípios nas (GPAB-A), como uma das condições de gestão dos sistemas
regiões/microrregiões de saúde, com identificação dos municipais de saúde.
municípios -sede, de sua área de abrangência e dos fluxos de
7.1. Definir como áreas de atuação estratégicas
referência;
mínimas da condição de Gestão Plena da Atenção Básica
e) os mecanismos de relacionamento intermunicipal Ampliada: o controle da tuberculose, a eliminação da
como organização de fluxos de referência e contra referência hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o controle da
e implantação de estratégias de regulação visando à garantia diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a
do acesso da população aos serviços; saúde bucal, conforme detalhamento apresentado no ANEXO
f) a proposta de estruturação de redes de referência 1 desta Norma.
especializada em áreas específicas; 7.2. As ações de que trata o ANEXO 1 desta Norma
g) a identificação das necessidades e a proposta de devem ser assumidas por todos os municípios brasileiros,
fluxo de referência para outros estados, no caso de serviços respeitado o seu perfil epidemiológico, como um componente
não disponíveis no território estadual; essencial e mínimo para o cumprimento das metas do Pacto
6.1. Os produtos relativos à qualificação dos estados e da Atenção Básica, instituído pela Portaria GM/MS N° 3.925,
do Distrito Federal aos requisitos desta Norma, no que tange de 13 de novembro de 1998, e regulamentado anualmente em
a sua elaboração, tramitação, requisitos e meios de portaria específica.
verificação, obedecerão ao seguinte: 7.3. O conjunto de procedimentos assistenciais que
compõem as ações de Atenção Básica Ampliada é
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72 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
compreendido por aqueles atualmente cobertos pelo Piso de 11 A qualificação compreende o reconhecimento
Atenção Básica (PAB), acrescidos dos procedimentos formal da constituição das regiões/microrregiões, da
relacionados no ANEXO 2 desta Norma. organização dos sistemas funcionais de assistência à saúde
7.4. Para o financiamento do elenco de procedimentos e do compromisso firmado entre o estado e os municípios
da Atenção Básica Ampliada, foi instituído o PAB Ampliado, e componentes dos módulos assistenciais, para a garantia do
seu valor definido em Portaria do Ministério da Saúde, sendo acesso de toda a população residente nestes espaços
que os municípios que hoje já recebem o PAB fixo em valor territoriais a um conjunto de ações e serviços correspondente
superior ao PAB Ampliado não sofrerão alteração no valor per ao nível de assistência à saúde relativo ao M1, acrescidos de
capita do PAB fixo destinado ao seu município. um conjunto de serviços com complexidade acima do módulo
assistencial, de acordo com o definido no PDR.
7.5. Os municípios já habilitados nas condições de
gestão da NOB 01/96 estarão aptos a receber o PAB 12. Os requisitos para a qualificação de cada
Ampliado, após assumirem a condição de Gestão Plena da região/microrregião e respectivos instrumentos de
Atenção Básica Ampliada - GPAB-A, mediante avaliação pela comprovação estão listados no Anexo 7 desta Norma.
Secretaria Estadual de Saúde, aprovação pela CIB, e 13. A solicitação de qualificação de cada
homologação pela CIT. região/microrregião de saúde deverá ser encaminhada à CIT,
7.6. A Secretaria de Políticas de Saúde/SPS é a observando que:
unidade organizacional do Ministério da Saúde responsável 13.1 O gestor estadual, conjuntamente com os
pela regulamentação de critérios, fluxos e instrumentos do gestores municipais da região a ser qualificada, deve
processo de avaliação da Atenção Básica para efeito de encaminhar a CIB solicitação de qualificação da
habilitação e manutenção nas condições de gestão definidas região/microrregião;
nesta Norma. 13.2 A CIB deverá analisar a solicitação que, se
I.3 DOS MÓDULOS ASSISTENCIAIS E DA aprovada, deverá ser encaminhada ao CES, para
QUALIFICAÇÃO DAS MICRORREGIÕES conhecimento, e à Secretaria Técnica da CIT, para
8. Definir um conjunto mínimo de procedimentos de deliberação;
média complexidade como primeiro nível de referência 13.3 A Secretaria Técnica da CIT deverá encaminhar
intermunicipal, com acesso garantido a toda a população no documentação à Secretaria de Assistência à Saúde do
âmbito microrregional, ofertados em um ou mais módulos Ministério da Saúde, que procederá a respectiva análise, de
assistenciais. acordo com o PDR já aprovado;
8.1. Esse conjunto mínimo de serviços de média 13.4. A SAS/MS deverá encaminhar parecer quanto ao
complexidade compreende as atividades ambulatoriais de processo de qualificação à CIT, para decisão quanto à sua
apoio diagnóstico e terapêutico (M1) e de internação homologação.
hospitalar, detalhadas no ANEXO 3 desta Norma. 14. Após a homologação na CIT do processo de
9. O financiamento federal do conjunto de serviços do qualificação de uma microrregião, o montante de recursos
M1 adotará a seguinte lógica: correspondente ao financiamento dos procedimentos listados
9.1. O financiamento das atividades ambulatoriais de no ANEXO 3A desta Norma (M1) destinados à cobertura da
apoio diagnóstico e terapêutico (M1), será feito com base na população do município-sede de módulo, acrescido do
programação de um valor per capita nacional mínimo, definido montante de recursos referentes à cobertura da população
em Portaria do Ministro da Saúde. residente nos municípios a ele adscritos, passam a ser
transferidos por uma das duas formas: (i) fundo a fundo ao
9.2. O financiamento das internações hospitalares será
estado habilitado quando o município-sede de módulo for
feito de acordo com o processo de Programação Pactuada e
habilitado em GPAB-A (ii) fundo a fundo ao município-sede de
Integrada, conduzido pelo gestor estadual, respeitado o Limite
cada módulo assistencial quando esse for habilitado em
Financeiro Global da Assistência de cada Unidade da
Gestão Plena do Sistema Municipal de acordo com a Norma
Federação;
Operacional da Assistência à Saúde, sendo que, neste caso,
9.3. Para apoiar o processo de qualificação das a parcela relativa à população residente nos municípios
regiões/microrregiões e garantir os recursos per capita para o adscritos estará condicionada ao cumprimento de Termo de
financiamento dos procedimentos mínimos da média Compromisso para a Garantia de Acesso, conforme
complexidade (M1) para toda a população brasileira, o normatizado nos Itens 37 e 38 - Capítulo II desta Norma.
Ministério da Saúde adicionará recursos ao Limite Financeiro
15. Em módulos nos quais a sede estiver sob gestão
dos Estados, conforme definido em Portaria específica, sendo
municipal, caso exista um município habilitado em Gestão
que a destinação destes recursos estará descrita na PPI dos
Plena da Atenção Básica Ampliada que disponha em seu
estados e do Distrito Federal, devendo sua incorporação ao
território de laboratório de patologia clínica ou serviço de
Limite Financeiro dos Estados ocorrer na medida em que
radiologia ou ultra-sonografia gineco-obstétrica, em
forem efetivadas as qualificações das regiões/microrregiões
quantidade suficiente e com qualidade adequada para o
assistenciais.
atendimento de sua própria população, mas que não tenha o
9.4. Serão qualificadas apenas as conjunto de serviços requeridos para ser sede de módulo
regiões/microrregiões nas quais a PPI estadual tenha definido assistencial, esse município poderá celebrar um acordo com
a alocação dos recursos destinados ao financiamento dos o gestor do município-sede do módulo para, provisoriamente,
procedimentos mínimos da média complexidade (M1) na(s) atender sua própria população no referido serviço.
sede(s) de módulo(s) assistencial(is).
16. A Secretaria de Assistência à Saúde é a unidade
9.5. Nas microrregiões não qualificadas, o organizacional do MS responsável pela análise técnica das
financiamento dos procedimentos constantes do M1 desta propostas de qualificação das microrregiões na assistência à
Norma continuará sendo feito de acordo com a lógica de saúde, a serem submetidas à aprovação da CIT, de acordo
pagamento por produção. com as regras estabelecidas nesta Norma.
10. O repasse dos recursos de que trata o Subitem 9.3 I.4 DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE MÉDIA
- Item 9 - Capítulo I, desta Norma, para a cobertura da COMPLEXIDADE
população de uma dada microrregião estará condicionado à
17. A Atenção de Média Complexidade (MC) -
aprovação pela CIT da qualificação da referida microrregião
compreende um conjunto de ações e serviços ambulatoriais e
na assistência à saúde.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA73
hospitalares que visam atender os principais problemas de 22.1. O gestor estadual, ao coordenar um processo de
saúde da população, cuja prática clínica demande a planejamento global no estado, deve adotar critérios para
disponibilidade de profissionais especializados e a utilização evitar a superposição e proliferação indiscriminada e
de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico, desordenada de serviços, levando sempre em consideração
que não justifique a sua oferta em todos os municípios do as condições de acessibilidade, qualidade e racionalidade na
país. organização de serviços.
18. Excetuando as ações mínimas da média 22.2. Deve-se buscar estabelecer as referências para
complexidade (M1), que devem ser garantidas no âmbito dos a média complexidade em um fluxo contínuo, dos municípios
módulos assistenciais, as demais ações assistenciais de de menor complexidade para os de maior complexidade,
média complexidade, tanto ambulatoriais como hospitalares, computando, no município de referência, as parcelas físicas e
podem ser garantidas no âmbito microrregional, regional ou financeiras correspondentes ao atendimento da população
mesmo estadual, de acordo com o tipo de serviço, a dos municípios de origem, conforme acordado no processo de
disponibilidade tecnológica, as características do estado e a Programação Pactuada e Integrada entre os gestores.
definição no Plano Diretor de Regionalização do estado. I.5 DA POLÍTICA DE ATENÇÃO DE ALTA
19. O gestor estadual deve adotar critérios para a COMPLEXIDADE/CUSTO NO SUS
organização regionalizada das ações de média complexidade 23. A responsabilidade do Ministério da Saúde sobre a
que considerem: necessidade de qualificação e política de alta complexidade/custo se traduz nas seguintes
especialização dos profissionais para o desenvolvimento das atribuições:
ações, correspondência entre a prática clínica e capacidade
a - definição de normas nacionais;
resolutiva diagnóstica e terapêutica, complexidade e custo
dos equipamentos, abrangência recomendável para cada tipo b - controle do cadastro nacional de prestadores de
de serviço, economias de escala, métodos e técnicas serviços;
requeridos para a realização das ações. c - vistoria de serviços, quando lhe couber, de acordo
20. Os subsídios à organização e programação da com as normas de cadastramento estabelecidas pelo próprio
média complexidade, compreendendo grupos de Ministério da Saúde;
programação e critérios de classificação das ações desse d - definição de incorporação dos procedimentos a
nível de atenção são descritos em instrumento a ser acordado serem ofertados à população pelo SUS;
pelas três esferas de governo e definido em Portaria do MS. e - definição do elenco de procedimentos de alta
21. O processo de Programação Pactuada e Integrada complexidade;
(PPI), coordenado pelo gestor estadual representa o principal f - estabelecimento de estratégias que possibilitem o
instrumento para garantia de acesso da população aos acesso mais equânime diminuindo as diferenças regionais na
serviços de média complexidade não disponíveis em seu alocação dos serviços;
município de residência, devendo orientar a alocação de g - definição de mecanismos de garantia de acesso
recursos e definição de limites financeiros para todos os para as referências interestaduais, através da Central
municípios do estado, independente de sua condição de Nacional de Regulação para Procedimentos de Alta
gestão. Complexidade;
21.1. A programação das ações ambulatoriais de h - formulação de mecanismos voltados à melhoria da
média complexidade deve compreender: identificação das qualidade dos serviços prestados;
necessidades de saúde de sua população, definição de
prioridades, aplicação de parâmetros físicos e financeiros i - financiamento das ações.
definidos nos estados para os diferentes grupos de ações 23.1. A garantia de acesso aos procedimentos de alta
assistenciais - respeitados os limites financeiros estaduais - e complexidade é de responsabilidade solidária entre o
estabelecimento de fluxos de referências entre municípios. Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos estados e
21.2. A alocação de recursos referentes a cada grupo do Distrito Federal.
de programação de ações ambulatoriais de média 24. O gestor estadual é responsável pela gestão da
complexidade para a população própria de um dado município política de alta complexidade/custo no âmbito do estado,
terá como limite financeiro o valor per capita estadual definido mantendo vinculação com a política nacional, sendo
para cada grupo, multiplicado pela população do município. consideradas intransferíveis as funções de definição de
21.3. A programação de internações hospitalares deve prioridades assistenciais e programação da alta
utilizar critérios homogêneos de estimativa de internações complexidade, incluindo:
necessárias para a população, e considerar a distribuição e a - a macroalocação de recursos orçamentários do
complexidade dos hospitais, o valor médio das internações Limite Financeiro da Assistência do estado para cada área de
hospitalares, bem como os fluxos de referência entre alta complexidade;
municípios. b - a definição de prioridades de investimentos para
21.4. A alocação de recursos correspondentes às garantir o acesso da população a serviços de boa qualidade,
referências intermunicipais, ambulatoriais e hospitalares, o que pode, dependendo das características do estado,
decorre do processo de programação pactuada integrada requerer desconcentração ou concentração para a otimização
entre gestores e do estabelecimento de Termo de da oferta de serviços, tendo em vista a melhor utilização dos
Compromisso de Garantia de Acesso implicando a separação recursos disponíveis, a garantia de economia de escala e
da parcela correspondente às referências no limite financeiro melhor qualidade;
do município. c - a delimitação da área de abrangência dos serviços
22. Diferentemente do exigido para a organização das de alta complexidade;
referências intermunicipais no módulo assistencial, abordada d - a coordenação do processo de garantia de acesso
na seção I.3 - Capítulo I desta Norma, no caso das demais para a população de referência entre municípios;
ações de média complexidade, quando os serviços estiverem e- a definição de limites financeiros municipais para a
dispersos por vários municípios, admite-se que um mesmo alta complexidade, com explicitação da parcela
município encaminhe referências para mais de um município correspondente ao atendimento da população do município
pólo de média complexidade, dependendo da disponibilidade
de oferta, condições de acesso e fluxos estabelecidos na PPI.
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74 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
onde está localizado o serviço e da parcela correspondente serem gastos em cada município para cada área de alta
às referências de outros municípios; complexidade, destacando a parcela a ser utilizada com a
f - a coordenação dos processos de remanejamentos população do próprio município e a parcela a ser gasta com a
necessários na programação da alta complexidade, inclusive população de referência.
com mudanças nos limites financeiros municipais; 29. A assistência de alta complexidade será
g - os processos de vistoria para inclusão de novos programada no âmbito regional/estadual, e em alguns casos
serviços no que lhe couber, em conformidade com as normas macrorregional, tendo em vista as características especiais
de cadastramento do MS; desse grupo - alta densidade tecnológica e alto custo,
economia de escala, escassez de profissionais
h - a coordenação da implementação de mecanismos
especializados e concentração de oferta em poucos
de regulação da assistência em alta complexidade (centrais
municípios.
de regulação, implementação de protocolos clínicos, entre
outros); 29.1. A programação deve prever, quando necessário,
a referência de pacientes para outros estados, assim como
i - o controle e a avaliação do sistema, quanto à sua
reconhecer o fluxo programado de pacientes de outros
resolubilidade e acessibilidade;
estados, sendo que esta programação será consolidada pela
j - a otimização da oferta de serviços, tendo em vista a SAS/MS.
otimização dos recursos disponíveis, a garantia de economia
30. A programação da Atenção de Alta Complexidade
de escala e melhor qualidade.
deverá ser precedida de estudos da distribuição regional de
24.1 A regulação da referência intermunicipal de alta serviços e da proposição pela Secretaria Estadual de Saúde
complexidade será sempre efetuada pelo gestor estadual. (SES) de um limite financeiro claro para seu custeio, sendo
25 - Os municípios que tiverem em seu território que o Plano Diretor de Regionalização apontará as áreas de
serviços de alta complexidade/custo, quando habilitados em abrangência dos municípios-pólo e dos serviços de referência
Gestão Plena do Sistema Municipal, deverão desempenhar na Atenção de Alta Complexidade.
as funções referentes à organização dos serviços de alta CAPÍTULO II
complexidade em seu território, visando assegurar o comando
FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE GESTÃO NO
único sobre os prestadores, destacando-se:
SUS
a - a programação das metas físicas e financeiras dos
II.1 DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO DA
prestadores de serviços, garantindo a possibilidade de acesso
ASSISTÊNCIA
para a sua população e para a população referenciada
conforme o acordado na PPI e no Termo de Garantia de 31. Cabe ao Ministério da Saúde a coordenação do
Acesso assinado com o estado; processo de programação da assistência à saúde em âmbito
nacional.
b - realização de vistorias no que lhe couber, de acordo
com as normas do Ministério da Saúde; 31.1. As secretarias de saúde dos estados e do Distrito
Federal deverão encaminhar ao Ministério da Saúde uma
c - condução do processo de contratação;
versão consolidada da Programação Pactuada e Integrada
d - autorização para realização dos procedimentos e a (PPI), conforme definido em Portaria do Ministério da Saúde.
efetivação dos pagamentos (créditos bancários);
31.2. As secretarias de saúde dos estados e do Distrito
e - definição de fluxos e rotinas intramunicipais Federal poderão dispor de instrumentos próprios de
compatíveis com as estaduais; programação adequados às suas especificidades,
f - controle, avaliação e auditoria de serviços. respeitados os princípios gerais e os requisitos da versão
25.1 A regulação dos serviços de alta complexidade consolidada a ser enviada ao Ministério da Saúde.
será de responsabilidade do gestor municipal, quando o 32. Cabe a SES a coordenação da programação
município encontrar-se na condição de gestão plena do pactuada e integrada no âmbito do estado, por meio do
sistema municipal, e de responsabilidade do gestor estadual, estabelecimento de processos e métodos que assegurem:
nas demais situações. a) que as diretrizes, objetivos e prioridades da política
25.2 A regulação dos serviços de alta complexidade, estadual de saúde e os parâmetros de programação, em
localizados em município habilitado em GPSM de acordo com sintonia com a Agenda de Saúde e Metas Nacionais, sejam
as regras estabelecidas pela NOB SUS 01/96 em que persista discutidos no âmbito da CIB com os gestores municipais,
a divisão do comando sobre os prestadores, deverá ser aprovados pelos Conselhos Estaduais e implementados em
assumida pelo município ou pelo estado, de acordo com o fóruns regionais e/ou microrregionais de negociação entre
cronograma de ajuste do comando único aprovado na CIB gestores;
estadual, conforme previsto no item 66 desta Norma. b) a alocação de recursos centrada em uma lógica de
25.3. Nos municípios habilitados em Gestão Plena da atendimento às reais necessidades da população e jamais
Atenção Básica (GPAB) ou Gestão Plena da Atenção Básica- orientada pelos interesses dos prestadores de serviços;
Ampliada (GPAB-A) que tenham serviços de alta c) a operacionalização do Plano Diretor de
complexidade em seu território, as funções de gestão e Regionalização e de estratégias de regulação do sistema,
relacionamento com os prestadores de alta complexidade são mediante a adequação dos critérios e instrumentos de
de responsabilidade do gestor estadual, podendo este delegar alocação e pactuação dos recursos assistenciais e a adoção
aos gestores municipais as funções de controle e avaliação de mecanismos que visem regular a oferta e a demanda de
dos prestadores, incluindo o processo autorizativo. serviços, organizar os fluxos e garantir o acesso às
26. As ações de alta complexidade e as ações referências;
estratégicas serão financiadas de acordo com Portaria do d) a explicitação do modelo de gestão com a definição
Ministério da Saúde. das responsabilidades inerentes ao exercício do comando
27. O Ministério da Saúde, definirá os valores de único de forma coerente com as condições de habilitação.
recursos destinados ao custeio da assistência de alta 33. A Programação Pactuada e Integrada, aprovada
complexidade para cada estado. pela Comissão Intergestores Bipartite, deverá nortear a
28. Caberá aos estados, de acordo com a PPI e dentro alocação de recursos federais da assistência entre municípios
do limite financeiro estadual, prever a parcela dos recursos a pelo gestor estadual, resultando na definição de limites
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA75
financeiros para todos os municípios do estado, independente 34. A SES deverá encaminhar ao Ministério da Saúde
da sua condição de habilitação. os produtos do processo de programação da assistência,
33.1. Define-se limite financeiro da assistência por conforme definidos em Portaria do Ministério da Saúde.
município como o montante máximo de recursos federais que II.2 DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL DE
poderá ser gasto com o conjunto de serviços existentes em GOVERNO NA GARANTIA DE ACESSO DA POPULAÇÃO
cada território municipal, sendo composto por duas parcelas REFERENCIADA
separadas: recursos destinados ao atendimento da população 35. O Ministério da Saúde assume, de forma solidária
própria e recursos destinados ao atendimento da população com as Secretarias de Saúde dos estados e do Distrito
referenciada de acordo com as negociações expressas na Federal, a responsabilidade pelo atendimento a pacientes
PPI. referenciados entre estados.
33.2. Esses recursos poderão estar sob gestão 36. A garantia de acesso da população aos serviços
municipal, quando o município encontrar-se em GPSM, ou não disponíveis em seu município de residência é de
sob gestão estadual, quando o município estiver em outra responsabilidade do gestor estadual, de forma solidária com
condição de gestão. os municípios de referência, observados os limites
33.3.O Limite Financeiro da Assistência de cada financeiros, devendo o mesmo organizar o sistema de
estado, assim como do Distrito Federal no que couber, referência utilizando mecanismos e instrumentos necessários,
independente de sua condição de gestão, deverá ser compatíveis com a condição de gestão do município onde os
programado e apresentado da seguinte forma: serviços estiverem localizados.
a) Relação de todos os municípios do estado, 37. A garantia do atendimento à população
independentemente da sua condição de gestão. referenciada será objeto de um Termo de Compromisso para
b) Condição de Gestão do Município/ nível de governo Garantia de Acesso a ser assinado pelo gestor municipal e
responsável pelo comando único de média e alta pelo gestor estadual quando o município-sede de módulo ou
complexidade. município-pólo estiver em GPSM.
c) Parcela de recursos financeiros para o atendimento 37.1. O Termo de Compromisso de Garantia de
da população residente sob gestão municipal Acesso tem como base o processo de programação e contém
as metas físicas e orçamentárias das ações definidas na PPI
d) Parcela de recursos financeiros para o atendimento
a serem ofertadas nos municípios pólo, os compromissos
das referências intermunicipais
assumidos pela SES e SMS, os mecanismos de garantia de
e) Parcela de recursos financeiros para o atendimento acesso, o processo de acompanhamento e revisão do Termo
da população residente sob gestão estadual e sanções previstas.
f) Outros recursos sob gestão estadual, alocados nos 38. A SES poderá alterar a parcela de recursos
municípios ou na Secretaria Estadual de Saúde correspondente às referências intermunicipais no limite
g) Limite Financeiro Global da Unidade Federativa - financeiro do município em GPSM, nas seguintes situações,
soma dos itens C, D, E e F. detalhadas no Termo de Compromisso para Garantia de
33.4. Os limites financeiros da assistência por Acesso:
município devem ser definidos globalmente em cada estado a A) periodicamente, em função da revisão global da
partir da aplicação de critérios e parâmetros de programação PPI, conduzida pela SES e aprovada pela CIB;
ambulatorial e hospitalar, respeitado o limite financeiro B) trimestralmente, em decorrência do
estadual, bem como da definição de referências acompanhamento da execução do Termo e do fluxo de
intermunicipais na PPI. Dessa forma, o limite financeiro por atendimento das referências, de forma a promover os ajustes
município deve ser gerado pela programação para o necessários, a serem informados à CIB em sua reunião
atendimento da própria população, deduzida da necessidade subseqüente;
de encaminhamento para outros municípios e acrescida da
C) pontualmente, por meio de alteração direta pela
programação para atendimento de referências recebidas de
SES (respeitados os prazos de comunicação aos gestores
outros municípios.
estabelecidos no Termo de Compromisso, conforme
33.5. Os municípios habilitados ou que vierem a se detalhado no ANEXO 4 desta Norma), sendo a CIB informada
habilitar na condição de Gestão Plena do Sistema Municipal em sua reunião subseqüente, nos seguintes casos: abertura
devem receber diretamente, em seu Fundo Municipal de de novo serviço em município que anteriormente
Saúde, o total de recursos federais correspondente ao limite encaminhava sua população para outro; redirecionamento do
financeiro programado para aquele município, fluxo de referência da população de um município pólo para
compreendendo a parcela destinada ao atendimento da outro, solicitado pelo gestor municipal; problemas no
população própria e, condicionada ao cumprimento efetivo do atendimento da população referenciada ou descumprimento
Termo de Compromisso para Garantia de Acesso celebrado pelo município em GPSM dos acordos estabelecidos no
com o gestor estadual, a parcela destinada ao atendimento da Termo de Compromisso para Garantia de Acesso.
população referenciada.
38.1. Nas situações em que os recursos de média e
33.6. Em regiões/microrregiões qualificadas, os alta complexidade de municípios que efetuem atendimento
recursos referentes ao M1 alocados no município-sede serão das referências intermunicipais estejam sob gestão estadual,
repassados ao Fundo Municipal de Saúde quando o e os mecanismos de garantia de acesso não forem cumpridos
município-sede estiver habilitado em GPSM ou ao Fundo pelo estado, os municípios que se sentirem prejudicados
Estadual de Saúde quando o município-sede estiver deverão acionar a CIB para que essa Comissão tome as
habilitado em GPAB-A. providências cabíveis.
33.7. Os limites financeiros da assistência por 39. Quaisquer alterações nos limites financeiros dos
município estão sujeitos a reprogramação em função da municípios em Gestão Plena do Sistema Municipal,
revisão periódica da PPI, coordenada pelo gestor estadual. decorrentes de ajuste ou revisão da programação e do Termo
Particularmente, a parcela correspondente às referências de Compromisso para Garantia do Acesso serão
intermunicipais, poderá ser alterada pelo gestor estadual, comunicadas pelas SES à SAS/MS, para que esta altere os
trimestralmente, em decorrência de ajustes no Termo de valores a serem transferidos ao Fundo Municipal de Saúde
Compromisso e pontualmente, em uma série de situações correspondente.
específicas, detalhadas no Item 38 - Capítulo II.
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76 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
40. Para habilitar-se ou permanecer habilitado na monitoramento adequado da produção e faturamento de
condição de GPSM, o município deverá assumir o comando serviços.
único sobre os prestadores do seu território e participar do 44.5. Outros mecanismos de controle e avaliação
processo de programação e quando necessário, garantir o devem ser adotados pelo gestor público, como o
atendimento à população de referência, conforme acordado acompanhamento dos orçamentos públicos em saúde, a
na PPI e consolidado por meio da assinatura do referido análise da coerência entre a programação, a produção e o
Termo de Compromisso para a Garantia do Acesso. faturamento apresentados e a implementação de críticas
II.3 DO PROCESSO DE CONTROLE, REGULAÇÃO E possibilitadas pelos sistemas informatizados quanto à
AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA consistência e confiabilidade das informações
41. As funções de controle, regulação e avaliação disponibilizadas pelos prestadores.
devem ser coerentes com os processos de planejamento, 45. A avaliação da qualidade da atenção pelos
programação e alocação de recursos em saúde tendo em gestores deve envolver tanto a implementação de indicadores
vista sua importância para a revisão de prioridades e objetivos baseados em critérios técnicos, como a adoção de
contribuindo para o alcance de melhores resultados em instrumentos de avaliação da satisfação dos usuários do
termos de impacto na saúde da população. sistema, que considerem a acessibilidade, a integralidade da
41.1.1. As atribuições do Controle, Regulação e atenção, a resolubilidade e qualidade dos serviços prestados.
Avaliação são definidas conforme as pactuações efetuadas 46. A avaliação dos resultados da atenção e do
pelos três níveis de governo. impacto na saúde deve envolver o acompanhamento dos
42. O fortalecimento das funções de controle e resultados alcançados em função dos objetivos, indicadores e
avaliação dos gestores do SUS deve se dar principalmente metas apontados no plano de saúde, voltados para a melhoria
nas seguintes dimensões: do nível de saúde da população.
A) avaliação da organização do sistema e do modelo 47. Os estados e municípios deverão elaborar seus
de gestão; respectivos planos de controle, regulação e avaliação que
consistem no planejamento do conjunto de estratégias e
B) relação com os prestadores de serviços;
instrumentos a serem empregados para o fortalecimento da
C) qualidade da assistência e satisfação dos usuários; capacidade de gestão.
D) resultados e impacto sobre a saúde da população. 47.1. Ao gestor do SUS responsável pelo
43. Todos os níveis de governo devem avaliar o relacionamento com cada unidade, conforme sua condição de
funcionamento do sistema de saúde, no que diz respeito ao habilitação e qualificação, cabe programar e regular os
desempenho nos processos de gestão, formas de serviços e o acesso da população de acordo com as
organização e modelo de atenção, tendo como eixo orientador necessidades identificadas, respeitando os pactos firmados
a promoção da eqüidade no acesso na alocação dos recursos, na PPI e os termos de compromisso para a garantia de
e como instrumento básico para o acompanhamento e acesso.
avaliação dos sistemas de saúde o Relatório de Gestão. 47.2. A regulação da assistência deverá ser efetivada
44. O controle e a avaliação dos prestadores de por meio da implantação de complexos reguladores que
serviços, a ser exercido pelo gestor do SUS responsável de congreguem unidades de trabalho responsáveis pela
acordo com a condição de habilitação e modelo de gestão regulação das urgências, consultas, leitos e outros que se
adotado, compreende o conhecimento global dos fizerem necessários.
estabelecimentos de saúde localizados em seu território, o 48. A regulação da assistência, voltada para a
cadastramento de serviços, a condução de processos de disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à
compra e contratualização de serviços de acordo com as necessidade do cidadão, de forma equânime, ordenada,
necessidades identificadas e legislação específica, o oportuna e qualificada, pressupõe:
acompanhamento do faturamento, quantidade e qualidade
A) a realização prévia de um processo de avaliação
dos serviços prestados, entre outras atribuições.
das necessidades de saúde e de planejamento/programação,
44.1. O cadastro completo e fidedigno de unidades que considere aspectos epidemiológicos, os recursos
prestadoras de serviços de saúde é um requisito básico para assistenciais disponíveis e condições de acesso às unidades
programação de serviços assistenciais, competindo ao gestor de referência;
do SUS responsável pelo relacionamento com cada unidade
B) a definição da estratégia de regionalização que
própria, contratada ou conveniada, a garantia da atualização
explicite a responsabilização e papel dos vários municípios,
permanente dos dados cadastrais e de alimentação dos
bem como a inserção das diversas unidades assistenciais na
bancos de dados nacionais do SUS.
rede;
44.2. O interesse público e a identificação de
C) a delegação pelo gestor competente de autoridade
necessidades assistenciais devem pautar o processo de
sanitária ao médico regulador, para que exerça a
compra de serviços na rede privada, que deve seguir a
responsabilidade sobre a regulação da assistência,
legislação, as normas administrativas específicas e os fluxos
instrumentalizada por protocolos técnico-operacionais;
de aprovação definidos na Comissão Intergestores Bipartite,
quando a disponibilidade da rede pública for insuficiente para D) a definição das interfaces da estratégia da
o atendimento da população. regulação da assistência com o processo de planejamento,
programação e outros instrumentos de controle e avaliação.
44.3. Os contratos de prestação de serviços devem
representar instrumentos efetivos de responsabilização dos II.4 DOS HOSPITAIS PÚBLICOS SOB GESTÃO DE
prestadores com os objetivos, atividades e metas OUTRO NÍVEL DE GOVERNO:
estabelecidas pelos gestores de acordo com as necessidades 49. Definir que unidades hospitalares públicas sob
de saúde identificadas. gerência de um nível de governo e gestão de outro,
44.4. Os procedimentos técnico-administrativos preferencialmente deixem de ser remunerados por produção
prévios à realização de serviços e à ordenação dos de serviços e passem a receber recursos correspondentes à
respectivos pagamentos, especialmente a autorização de realização de metas estabelecidas de comum acordo.
internações e de procedimentos ambulatoriais de alta 50. Aprovar, na forma do Anexo 5 desta Norma,
complexidade e/ou alto custo, devem ser organizados de modelo contendo cláusulas mínimas do Termo de
forma a facilitar o acesso dos usuários e permitir o Compromisso a ser firmado entre as partes envolvidas, com o
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA77
objetivo de regular a contratualização dos serviços oferecidos h) Desenvolvimento do cadastramento nacional dos
e a forma de pagamento das unidades hospitalares. usuários do SUS, segundo a estratégia de implantação do
51. Os recursos financeiros para cobrir o citado Termo Cartão Nacional de Saúde, com vistas à vinculação de
de Compromisso devem ser subtraídos das parcelas clientela e à sistematização da oferta dos serviços.
correspondentes à população própria e à população i) Prestação dos serviços relacionados aos
referenciada do limite financeiro do (município/estado), e procedimentos cobertos pelo PAB Ampliado e
repassado diretamente ao ente público gerente da unidade, acompanhamento, no caso de referência interna ou externa
em conta específica para esta finalidade aberta em seu fundo ao município, dos demais serviços prestados aos seus
de saúde. munícipes, conforme a PPI, mediado pela SES.
CAPÍTULO - III j) Desenvolver as atividades de: realização do
CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO E DESABILITAÇÃO DE cadastro, contratação, controle, avaliação, auditoria e
MUNICÍPIOS E ESTADOS pagamento aos prestadores dos serviços contidos no PAB-A,
localizados em seu território e vinculados ao SUS.
III.1 CONDIÇÕES DE HABILITAÇÃO DE
MUNICÍPIOS E ESTADOS k) Operação do SIA/SUS e o SIAB, quando aplicável,
conforme normas do Ministério da Saúde, e alimentação junto
A presente Norma atualiza as condições de gestão
à Secretaria Estadual de Saúde, dos bancos de dados
estabelecidas na NOB SUS 01/96, explicitando as
nacionais.
responsabilidades, os requisitos relativos às modalidades de
gestão e as prerrogativas dos gestores municipais e l) Autorização, desde que não haja definição contrária
estaduais. por parte da CIB, das internações hospitalares e dos
procedimentos ambulatoriais especializados, realizados no
52. A habilitação dos municípios e estados às
município, que continuam sendo pagos por produção de
diferentes condições de gestão significa a declaração dos
serviços.
compromissos assumidos por parte do gestor perante os
outros gestores e perante a população sob sua m) Manutenção do cadastro atualizado das unidades
responsabilidade. assistenciais sob sua gestão, segundo normas do MS.
III.1.1 Com relação ao processo de habilitação dos n) Realização de avaliação permanente do impacto
municípios das ações do Sistema sobre as condições de saúde dos seus
munícipes e sobre o seu meio ambiente, incluindo o
53. A partir da publicação desta Norma os municípios
cumprimento do pacto de indicadores da atenção básica.
poderão habilitar-se em duas condições:
o) Execução das ações básicas de vigilância sanitária,
· GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
de acordo com a legislação em vigor e a normatização da
AMPLIADA; e
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
· GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL.
p) Execução das ações básicas de epidemiologia, de
53.1. Todos os municípios que vierem a ser habilitados controle de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes
em Gestão Plena do Sistema Municipal, nos termos desta de causas externas, como acidentes, violências e outras, de
Norma, estarão também habilitados em Gestão Plena da acordo com normatização vigente.
Atenção Básica Ampliada.
q) Elaboração do relatório anual de gestão e
53.2. Cabe à Secretaria Estadual de Saúde a gestão aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde/CMS.
do SUS nos municípios não habilitados, enquanto for mantida
r) Firmar o Pacto de Indicadores da Atenção Básica
a situação de não habilitação.
com o estado.
54. Os municípios, para se habilitarem à Gestão Plena
Requisitos
da Atenção Básica Ampliada, deverão assumir as
responsabilidades, cumprir os requisitos e gozar das a) Comprovar a operação do Fundo Municipal de
prerrogativas definidas a seguir: Saúde;
Responsabilidades b) Comprovar o funcionamento do CMS.
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a ser c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado
submetido à aprovação do Conselho Municipal de Saúde, que pelo CMS, que deve contemplar a Agenda de Saúde
deve contemplar a Agenda de Saúde Municipal, harmonizada Municipal, harmonizada com as agendas nacional e estadual,
com as agendas nacional e estadual, bem como o Quadro de bem como o Quadro de Metas, mediante o qual será efetuado
Metas, mediante o qual será efetuado o acompanhamento o acompanhamento dos Relatórios de Gestão.
dos Relatórios de Gestão. d) Comprovar, formalmente, capacidade técnica e
b) Integração e articulação do município na rede administrativa para o desempenho das atividades de controle,
estadual e respectivas responsabilidades na PPI do estado, e avaliação, através da definição de estrutura física e
incluindo detalhamento da programação de ações e serviços administrativa, recursos humanos, equipamentos e
que compõem o sistema municipal. mecanismos de comunicação.
c) Gerência de unidades ambulatoriais próprias. e) Comprovar, por meio da alimentação do Sistema de
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS),
d) Gerência de unidades ambulatoriais transferidas
a dotação orçamentária do ano e o dispêndio realizado no ano
pelo estado ou pela União.
anterior, correspondente à contrapartida de recursos
e) Organização da rede de atenção básica, incluída a financeiros próprios do Tesouro Municipal, de acordo com a
gestão de prestadores privados, quando excepcionalmente Emenda Constitucional 29, de 14 de setembro de 2000.
houver prestadores privados nesse nível e atenção.
f) Estabelecimento do Pacto da Atenção Básica para o
f) Cumprimento das responsabilidades definidas no ano em curso;
Subitem 7.1 - Item 7 - Capítulo I desta Norma.
g) Comprovar, para efeito de avaliação da Atenção
g) Disponibilização, em qualidade e quantidade Básica a ser realizada pela Secretaria Estadual de Saúde e
suficiente para a sua população, de serviços capazes de validada pela SPS/MS, para encaminhamento à CIT:
oferecer atendimento conforme descrito no Subitem 7.3 - Item
1. Desempenho satisfatório nos indicadores do Pacto
7 - Capítulo I desta Norma.
da Atenção Básica do ano anterior;
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78 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
2. Alimentação regular dos sistemas nacionais de h) Integração dos serviços existentes no município aos
informação em saúde já existentes e dos que vierem ser mecanismos de regulação ambulatoriais e hospitalares.
criados conforme portaria; i) Desenvolver as atividades de realização do cadastro,
3. Disponibilidade de serviços (estrutura física e contratação, controle, avaliação, auditoria e pagamento de
recursos humanos) em seu território, para executar as ações todos os prestadores dos serviços localizados em seu
estratégicas mínimas; território e vinculados ao SUS.
4. Disponibilidade de serviços para realização do j) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas
elenco de procedimentos básicos ampliado - EPBA. do MS, e alimentação, junto a SES, dos bancos de dados de
h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento interesse nacional e estadual.
de ações básicas de vigilância sanitária, conforme k) Manutenção do cadastro atualizado de unidades
normatização da ANVISA; assistenciais em seu território, segundo normas do MS.
i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de l) Avaliação permanente do impacto das ações do
ações básicas de vigilância epidemiológica. Sistema sobre as condições de saúde dos seus munícipes e
j) Formalizar junto a CIB, após aprovação pelo CMS, o sobre o meio ambiente.
pleito de habilitação, atestando o cumprimento dos requisitos m) Execução das ações básicas, de média e alta
relativos à condição de gestão pleiteada. complexidade em vigilância sanitária, pactuadas na CIB.
Prerrogativas n) Execução de ações de epidemiologia, de controle
a) Transferência regular e automática dos recursos de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de
referentes ao Piso de Atenção Básica Ampliado (PAB-A), causas externas, como acidentes, violências e outras
correspondente ao financiamento do Elenco de pactuadas na CIB;
Procedimentos Básicos e do incentivo de vigilância sanitária. o) Firmar o Pacto da Atenção Básica com o estado.
b) Gestão municipal de todas as unidades básicas de Requisitos
saúde, públicas ou privadas (lucrativas e filantrópicas) a) Comprovar o funcionamento do CMS.
integrantes do SUS, localizadas no território municipal. b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de
c) Transferência regular e automática dos recursos Saúde e disponibilidade orçamentária suficiente, bem como
referentes ao PAB variável, desde que qualificado conforme mecanismos para pagamento de prestadores públicos e
as normas vigentes. privados de saúde.
55. Os municípios, para se habilitarem à Gestão Plena c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado
do Sistema Municipal, deverão assumir as responsabilidades, pelo CMS, que deve contemplar a Agenda de Saúde
cumprir os requisitos e gozar das prerrogativas definidas a Municipal, harmonizada com as agendas nacional e estadual,
seguir: bem como o Quadro de Metas, mediante o qual será efetuado
o acompanhamento dos Relatórios de Gestão.
Responsabilidades
d) Estabelecimento do Pacto da Atenção Básica para
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a ser
o ano em curso;
submetido à aprovação do Conselho Municipal de Saúde, que
deve contemplar a Agenda de Saúde Municipal, harmonizada e) Comprovar, para efeito de avaliação da Atenção
com as agendas nacional e estadual, bem como o Quadro de Básica a ser realizada pela Secretaria Estadual de Saúde e
Metas, mediante o qual será efetuado o acompanhamento validada pela SPS/MS, para encaminhamento a CIT:
dos Relatórios de Gestão, que deverá ser aprovado 1. Desempenho satisfatório nos indicadores do Pacto
anualmente pelo Conselho Municipal de Saúde. da Atenção Básica do ano anterior;
b) Integração e articulação do município na rede 2. Alimentação regular dos sistemas nacionais de
estadual e respectivas responsabilidades na PPI do estado, informação em saúde já existentes e dos que vierem ser
incluindo detalhamento da programação de ações e serviços criados conforme portaria
que compõem o sistema municipal. 3. Disponibilidade de serviços (estrutura física e
c) Gerência de unidades próprias, ambulatoriais e recursos humanos) em seu território, para executar as ações
hospitalares. estratégicas mínimas;
d) Gerência de unidades assistenciais transferidas 4. Disponibilidade de serviços para realização do
pelo estado e pela União. elenco de procedimentos básicos ampliado - EPBA.
e) Gestão de todo o sistema municipal, incluindo a f) Firmar Termo de Compromisso para Garantia de
gestão sobre os prestadores de serviços de saúde vinculados Acesso com a Secretaria Estadual de Saúde.
ao SUS, independente da sua natureza jurídica ou nível de g) Comprovar a estruturação do componente municipal
complexidade, exercendo o comando único, ressalvando as do Sistema Nacional de Auditoria (SNA).
unidades públicas e privadas de hemonúcleos/hemocentros e
h) Participar da elaboração e da implementação da PPI
os laboratórios de saúde pública, em consonância com o
do estado, bem como da alocação de recursos expressa na
disposto na letra c do Item 57 - Capítulo III desta Norma.
programação.
f) Desenvolvimento do cadastramento nacional dos
i) Comprovar, formalmente, capacidade técnica,
usuários do SUS segundo a estratégia de implantação do
administrativa e operacional para o desempenho das
Cartão Nacional de Saúde, com vistas à vinculação da
atividades de controle, regulação, e avaliação através da
clientela e sistematização da oferta dos serviços.
definição de estrutura física, administrativa, recursos
g) Garantia do atendimento em seu território para sua humanos, equipamentos e mecanismos de comunicação
população e para a população referenciada por outros (linha telefônica e acesso à Internet).
municípios, disponibilizando serviços necessários, conforme
j) Comprovar, por meio da alimentação do Sistema de
definido na PPI, e transformado em Termo de Compromisso
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS),
para a Garantia de Acesso, assim como a organização do
a dotação orçamentária do ano e o dispêndio realizado no ano
encaminhamento das referências para garantir o acesso de
anterior, correspondente à contrapartida de recursos
sua população a serviços não disponíveis em seu território.
financeiros próprios do Tesouro Municipal, de acordo com a
Emenda Constitucional 29, de 14 de setembro de 2000.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA79
k) Comprovar o funcionamento de serviço estruturado f) Gestão dos sistemas municipais nos municípios não
de vigilância sanitária e capacidade para o desenvolvimento habilitados em nenhuma das condições de gestão vigentes no
de ações de vigilância sanitária, de acordo com a legislação SUS
em vigor e a pactuação estabelecida com a Agência Nacional g) Gestão das atividades referentes a: Tratamento
de Vigilância Sanitária. Fora de Domicílio para Referência Interestadual,
l) Comprovar a estruturação de serviços e atividades Medicamentos Excepcionais, Central de Transplantes. O
de vigilância epidemiológica e de controle de zoonoses, de estado poderá delegar essas funções aos municípios em
acordo com a pactuação estabelecida com a Fundação GPSM.
Nacional de Saúde. h) Formulação e execução da política estadual de
m) Apresentar o Relatório de Gestão do ano anterior à assistência farmacêutica, de acordo com a política nacional.
solicitação do pleito, devidamente aprovado pelo CMS. i) Normalização complementar de mecanismos e
n) Comprovar o comando único sobre a totalidade dos instrumentos de administração da oferta e controle da
prestadores de serviços ao SUS localizados no território prestação de serviços ambulatoriais, hospitalares, de alto
municipal. custo, do tratamento fora do domicílio e dos medicamentos e
o) Comprovar oferta das ações do primeiro nível de insumos especiais.
média complexidade (M1) e de leitos hospitalares. j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades
p) Comprovar Adesão ao Cadastramento Nacional dos assistenciais sob sua gestão, segundo normas do MS, e
usuários do SUS Cartão SUS. coordenação do cadastro estadual de prestadores.
q) Formalizar, junto a CIB, após aprovação pelo CMS, k) Organização e gestão do sistema estadual de
o pleito de habilitação, atestando o cumprimento dos Controle, Avaliação e Regulação.
requisitos relativos à condição de GPSM. l) Cooperação técnica e financeira com o conjunto de
Prerrogativas municípios, objetivando a consolidação do processo de
descentralização, a organização da rede regionalizada e
a) Transferência, regular e automática, dos recursos
hierarquizada de serviços, a realização de ações de
referentes ao valor per capita definido para o financiamento
epidemiologia, de controle de doenças, de vigilância sanitária,
dos procedimentos do M1, após qualificação da microrregião
assim como o pleno exercício das funções gestoras de
na qual está inserido, para sua própria população e, caso seja
planejamento, controle, avaliação e auditoria.
sede de módulo assistencial, para a sua própria população e
população dos municípios abrangidos. m) Estruturação e operação do Componente Estadual
do SNA.
b) Receber, diretamente no Fundo Municipal de
Saúde, o montante total de recursos federais correspondente n) Implementação de políticas de integração das ações
ao limite financeiro programado para o município, de saneamento às ações de saúde.
compreendendo a parcela destinada ao atendimento da o) Coordenação das atividades de vigilância
população própria e aquela destinada ao atendimento à epidemiológica e de controle de doenças e execução
população referenciada, condicionado ao cumprimento efetivo complementar conforme pactuação estabelecida com a
do Termo de Compromisso para Garantia de Acesso firmado. Fundação Nacional de Saúde.
c) Gestão do conjunto das unidades prestadoras de p) Execução de operações complexas voltadas ao
serviços ao SUS ambulatoriais especializadas e hospitalares, controle de doenças que possam se beneficiar da economia
estatais e privadas, estabelecidas no território municipal. de escala.
III.1.2 Do processo de habilitação dos estados q) Coordenação das atividades de vigilância sanitária
56. A partir da publicação desta Norma, os estados e execução complementar conforme a legislação em vigor e
podem habilitar-se em duas condições: pactuação estabelecida com a ANVISA.
· GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL; r) Execução das ações básicas de vigilância sanitária,
referentes aos municípios não habilitados nas condições de
· GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL.
gestão estabelecidas nesta Norma.
57. São atributos da condição de gestão avançada do
s) Execução das ações de média e alta complexidade
sistema estadual:
de vigilância sanitária, exceto as realizadas pelos municípios
Responsabilidades habilitados na condição de Gestão Plena de Sistema
a) Elaboração do Plano Estadual de Saúde, e do Plano Municipal.
Diretor de Regionalização, incluindo o Plano Diretor de t) Apoio logístico e estratégico às atividades de
Investimentos e Programação Pactuada e Integrada. atenção à saúde das populações indígenas, na conformidade
b) Coordenação da PPI do estado, contendo a de critérios estabelecidos pela CIT.
referência intermunicipal e pactos de negociação na CIB para u) Operação dos Sistemas Nacionais de Informação,
alocação dos recursos, conforme expresso no item que conforme normas do MS, e alimentação dos bancos de dados
descreve a PPI, nos termos desta Norma. de interesse nacional.
c) Gerência de unidades públicas de v) Coordenação do processo de pactuação dos
hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência indicadores da Atenção Básica com os municípios,
para controle de qualidade, vigilância sanitária e vigilância informação das metas pactuadas ao Ministério da Saúde e
epidemiológica e gestão sobre o sistema de acompanhamento da evolução dos indicadores pactuados.
hemonúcleos/hemocentros (públicos e privados) e
Requisitos
laboratórios de saúde pública.
a) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, aprovado
d) Formulação e execução da política de sangue e
pelo CES, contendo minimamente:
hemoterapia, de acordo com a política nacional.
- Quadro de Metas, compatível com a Agenda de
e) Coordenação do sistema de referências
Saúde, por meio do qual a execução do Plano será
intermunicipais, organizando o acesso da população,
acompanhada anualmente nos relatórios de gestão;
viabilizando com os municípios-sede de módulos
assistenciais e pólos os Termos de Compromisso para a - programação integrada das ações ambulatoriais,
Garantia de Acesso. hospitalares e de alto custo, de epidemiologia e de controle
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80 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
de doenças - incluindo, entre outras, as atividades de estiver habilitado somente em Gestão Plena da Atenção
vacinação, de controle de vetores e de reservatórios - de Básica Ampliada.
saneamento, de pesquisa e desenvolvimento; 58. Além dos atributos da condição de gestão
- estratégias de descentralização das ações de saúde avançada do sistema estadual, ficam estabelecidos os
para municípios; seguintes atributos específicos à Gestão Plena do Sistema
- estratégias de reorganização do modelo de atenção; Estadual:
b) Apresentar o Plano Diretor de Regionalização, nos Responsabilidade
termos desta Norma. a) Cadastro, contratação, controle, avaliação e
c) Comprovar a implementação da programação auditoria e pagamento aos prestadores do conjunto dos
pactuada e integrada das ações ambulatoriais, hospitalares e serviços sob gestão estadual.
de alto custo, contendo a referência intermunicipal e os Requisito
critérios para sua elaboração, bem como proposição de a) Dispor de 50% do valor do Limite Financeiro da
estratégias de monitoramento e garantia de referências Assistência do estado comprometido com transferências
intermunicipais e critérios de revisão periódica dos limites regulares e automáticas aos municípios.
financeiros dos municípios.
Prerrogativa
d) Comprovar, por meio da alimentação do Sistema de
a) Transferência regular e automática dos recursos
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS),
correspondentes ao valor do Limite Financeiro da Assistência,
a dotação orçamentária do ano e o dispêndio realizado no ano
deduzidas as transferências fundo a fundo realizadas a
anterior, correspondente à contrapartida de recursos
municípios habilitados.
financeiros próprios do Tesouro Estadual, de acordo com a
Emenda Constitucional 29, de 14 de setembro de 2000. III.2 DA DESABILITAÇÃO
e) Comprovar o funcionamento da CIB. III.2.1 Da desabilitação dos municípios
f) Comprovar o funcionamento do CES. 59. Cabe à Comissão Intergestores Bipartite Estadual
a desabilitação dos municípios, que deverá ser homologada
g) Comprovar a operação do Fundo Estadual de Saúde
pela Comissão Intergestores Tripartite.
e disponibilidade orçamentária suficiente, bem como
mecanismos para pagamento de prestadores públicos e III.2.1.1 Da condição de Gestão Plena da Atenção
privados de saúde. Básica Ampliada
h) Apresentar relatório de gestão aprovado pelo CES, 60. Os municípios habilitados em gestão plena da
relativo ao ano anterior à solicitação do pleito. atenção básica ampliada estarão passíveis de desabilitação
quando:
i) Comprovar descentralização para os municípios
habilitados da rede de Unidades Assistenciais Básicas. A) descumprirem as responsabilidades assumidas na
habilitação do município;
j) Comprovar a transferência da gestão da atenção
hospitalar e ambulatorial aos municípios habilitados em B) apresentarem situação irregular na alimentação dos
GPSM, nos termos desta Norma. Bancos de Dados Nacionais, estabelecidos como obrigatórios
pelo MS, por 2 (dois) meses consecutivos ou 3 (três) meses
k) Comprovar a estruturação do componente estadual
alternados;
do SNA.
C) não cumprirem as metas de cobertura vacinal para
l)Comprovar, formalmente, capacidade técnica,
avaliação da Atenção Básica;
administrativa e operacional para o desempenho das
atividades de controle, regulação, e avaliação através da D) não cumprirem os demais critérios de avaliação da
definição de estrutura física, administrativa, recursos Atenção Básica, para manutenção da condição de gestão,
humanos, equipamentos e mecanismos de comunicação pactuados na Comissão Intergestores Tripartite e publicados
(linha telefônica e acesso a internet). Comprovar também, a em regulamentação complementar a esta norma;
estruturação e operacionalização de mecanismos e E) não firmarem o Pacto de Indicadores da Atenção
instrumentos de regulação de serviços ambulatoriais e Básica;
hospitalares. F) apresentarem irregularidades que comprometam a
m) Comprovar a Certificação do processo de gestão municipal, identificadas pelo componente estadual
descentralização das ações de epidemiologia e controle de e/ou nacional do SNA.
doenças. 60.1. São motivos de suspensão imediata, pelo
n) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância Ministério da Saúde, dos repasses financeiros transferidos
sanitária no estado, organizado segundo a legislação e mensalmente, fundo a fundo, para os municípios:
capacidade de desenvolvimento de ações de vigilância a) não pagamento aos prestadores de serviços sob
sanitária. sua gestão, públicos ou privados, hospitalares e
o) Estabelecimento do Pacto de Indicadores da ambulatoriais, até o quinto dia útil, após o cumprimento pelo
Atenção Básica. Ministério da Saúde das seguintes condições:
p) Apresentar à CIT a formalização do pleito, - crédito na conta bancária do Fundo
devidamente aprovado pela CIB e pelo CES, atestando o Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo Nacional de Saúde;
cumprimento dos requisitos relativos à condição de gestão - disponibilização dos arquivos de processamento do
pleiteada. SIH/SUS, no BBS/MS pelo DATASUS.
Prerrogativas b) falta de alimentação dos Bancos de Dados
a) Transferência regular e automática dos recursos Nacionais, estabelecidos como obrigatórios, por 2 (dois)
correspondentes ao Piso de Atenção Básica (PAB) relativos meses consecutivos ou 3 (três) meses alternados;
aos municípios não habilitados, nos termos da NOB 96. c) indicação de suspensão por Auditoria realizada
b) Transferência regular e automática dos recursos pelos componentes estadual ou nacional do SNA, respeitado
correspondentes ao financiamento per capita do M1 em o prazo de defesa do município envolvido.
regiões qualificadas, nos casos em que o município-sede III.2.1.2 Da condição de Gestão Plena do Sistema
Municipal
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA81
61. Os municípios habilitados na gestão Plena do pleiteantes a GPSM desta NOAS estão definidos no Anexo II
Sistema Municipal estarão passíveis de desabilitação quando: da Instrução Normativa 01/02.
A) se enquadrarem na situação de desabilitação 64. Os instrumentos de comprovação, fluxos e prazos
prevista no Item 60 - Capítulo III desta Norma; ou para operacionalização dos processos de habilitação e
B) não cumprirem as responsabilidades definidas para desabilitação de municípios e estados estão definidos na IN
a gestão Plena do Sistema Municipal, particularmente aquelas 01/02.
que se referem a: 65. Os municípios que se considerarem em condições
B.1 cumprimento do Termo de Compromisso para de pleitear habilitação em GPSM em estados que não tiverem
Garantia do Acesso. concluído seus respectivos PDR, PDI e PPI deverão
apresentar requerimento a CIB estadual para que essa
B.2 disponibilidade do conjunto de serviços do M1;
Comissão oficialize o cronograma para conclusão desses
B.3 atendimento às referências intermunicipais processos.
resultantes do PDR e da PPI.
65.1. Caso a respectiva CIB não se pronuncie em
B.4 comando único da gestão sobre os prestadores de prazo de 30 (trinta) dias ou apresente encaminhamento
serviço em seu território. considerado inadequado pelo município, este poderá
61.1. A desabilitação de municípios em GPSM apresentar recurso a CIT, que tomará as medidas pertinentes.
implicará permanência apenas em GPAB-A, desde que o 66. Os municípios atualmente habilitados em gestão
motivo da desabilitação não tenha sido referente às plena do sistema municipal, localizados em estados em que a
responsabilidades atribuídas à gestão plena da atenção gestão encontra-se compartilhada entre o gestor estadual e o
básica ampliada. municipal, deverão se adequar ao comando único, com a
61.2. São motivos de suspensão imediata, pelo MS, transferência da gestão para a esfera municipal ou estadual,
dos repasses financeiros a serem transferidos, mensalmente, se for o caso, de acordo com cronograma previamente
fundo a fundo, para os municípios: estabelecido na CIB estadual.
a) não pagamento aos prestadores de serviços sob 67. Os impasses com relação ao ajuste do comando
sua gestão, públicos ou privados, hospitalares e único não solucionados na CIB estadual deverão ser
ambulatoriais, até o quinto dia útil, após o cumprimento pelo encaminhados ao CES; persistindo o impasse, o problema
Ministério da Saúde das seguintes condições: deverá ser encaminhado a CIT, que definirá uma comissão
- crédito na conta bancária do Fundo para encaminhar sua resolução.
Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo Nacional de Saúde; 68. Os estados atualmente habilitados nas condições
- disponibilização dos arquivos de processamento do de gestão plena do sistema estadual deverão adequar-se aos
SIH/SUS, no BBS/MS pelo DATASUS. requisitos desta Norma até o dia 29/03/2002, em
b) falta de alimentação dos Bancos de Dados conformidade com o que se encontra disposto na Portaria
Nacionais, estabelecidos como obrigatórios pelo MS, por 2 GM/MS 129, de 18 de janeiro de 2002.
(dois) meses consecutivos ou 3 (três) meses alternados; 69. As instâncias de recurso para questões relativas à
c) indicação de suspensão por Auditoria realizada implementação desta Norma são consecutivamente a CIB
pelos componentes estadual ou nacional do SNA, respeitado estadual, o CES, a CIT e, em última instância, o CNS.
o prazo de defesa do município envolvido. 70. No que concerne à regulamentação da assistência
III.2.2 Da desabilitação dos estados e suspensão do à saúde, o disposto nesta NOAS-SUS atualiza as definições
repasse financeiro constantes da Portaria GM/MS nº 95, de 26 de janeiro de
2001.
62. Os estados que não cumprirem as
responsabilidades definidas para a forma de gestão à qual
encontrarem-se habilitados estarão passíveis de QUESÕES DE CONCURSOS
desabilitação pela CIT.
01. (FAU UNICENTRO - Prefeitura de Coronel Vivida -
62.1. São motivos de suspensão imediata pelo MS dos
repasses financeiros a serem transferidos, mensalmente, Técnico de Enfermagem – 2022) A NOB 1/96,
fundo a fundo, para os estados: regulamentada pela Portaria Nº 2.203, de 05 de novembro
de 1996, define algumas questões que ordenam o modelo
a) não pagamento aos prestadores de serviços sob de atenção à saúde, EXCETO:
sua gestão, públicos ou privados, hospitalares e
ambulatoriais, até o quinto dia útil, após o cumprimento pelo A Os papéis de cada esfera de governo.
Ministério da Saúde das seguintes condições: B A prática do acompanhamento, controle e avaliação no
- crédito na conta bancária do Fundo SUS, superando os mecanismos tradicionais, centrados
Estadual/Municipal de Saúde, pelo Fundo Nacional de Saúde; no faturamento de serviços produzidos, e valorizando os
resultados advindos de programações com critérios
- disponibilização dos arquivos de processamento do epidemiológicos e desempenho com qualidade.
SIH/SUS, no BBS/MS pelo DATASUS.
C Os mecanismos e fluxos de financiamento.
b) indicação de suspensão por auditoria realizada
pelos componentes nacionais do SNA, homologada pela CIT, D Os instrumentos gerenciais para que municípios e estados
apontando irregularidades graves. superem o papel exclusivo de gestores do SUS e
assumam seus respectivos papeis de prestadores de
c) não alimentação dos Bancos de Dados Nacionais, serviços; desvincula (totalmente) a responsabilidade
estabelecidos como obrigatórios pelo MS. financeira por parte da gestão municipal.
d) não firmar o Pacto de Atenção Básica. E Os vínculos dos serviços com os seus usuários,
CAPÍTULO IV privilegiando os núcleos familiares e comunitários, criando
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS assim, condições para uma efetiva participação e controle
63. Os requisitos e os instrumentos de comprovação social.
referentes ao processo de habilitação para os municípios
habilitados em GPSM conforme a NOB SUS 01/96, 02. (RBO Assessoria Pública e Projetos Municipais -
Prefeitura de Brusque - Médico Nefrologista - 2021)
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82 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
Assinale a alternativa em conformidade com a Norma
Operacional da Assistência à Saúde 01/2002 - NOAS-SUS PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
01/02.
O processo saúde-doença é uma expressão usada
A O processo de regionalização deverá contemplar uma para fazer referência a todas as variáveis que envolvem
lógica de planejamento integrado, compreendendo as a saúde e a doença de um indivíduo ou população e
noções de territorialidade, na identificação de prioridades considera que ambas estão interligadas e são consequência
de intervenção e de conformação de sistemas funcionais dos mesmos fatores. De acordo com esse conceito, a
de saúde, obrigatoriamente restritos à abrangência determinação do estado de saúde de uma pessoa é um
municipal. processo complexo que envolve diversos fatores.
B A Atenção de Média Complexidade (MC) - compreende um Diferentemente da teoria da unicausalidade, muito aceita no
conjunto de ações e serviços ambulatoriais e hospitalares início do século XX, que considera como fator único de
que visam atender os principais problemas de saúde da surgimento de doenças um agente etiológico – vírus,
população, cuja prática clínica não demande a bactérias, protozoários -, o conceito de saúde-doença estuda
disponibilidade de profissionais especializados. os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e, com
C A garantia de acesso aos procedimentos de alta eles, pretende obter possíveis motivações para o surgimento
complexidade é de responsabilidade municipal. de alguma enfermidade.
D A avaliação dos resultados da atenção e do impacto na O conceito de multicausalidade não exclui a presença
saúde deve envolver o acompanhamento dos resultados de agentes etiológicos numa pessoa como fator de
alcançados em função dos objetivos, indicadores e metas aparecimento de doenças. Ele vai além e leva em
apontados no plano de saúde, voltados para a melhoria do consideração o psicológico do paciente, seus conflitos
nível de saúde da população. familiares, seus recursos financeiros, nível de instrução, entre
E A programação de internações hospitalares deve utilizar outros. Esses fatores, inclusive, não são estáveis; podem
critérios heterogêneos de estimativa de internações variar com o passar dos anos, de uma região para outra, de
necessárias para a população, e desconsiderar a uma etnia para outra.
distribuição e complexidade dos hospitais.
DEFINIÇÃO
Gabarito: 01/B; 02/D Segundo a Organização Mundial da Saúde, o termo
saúde significa “um estado completo de bem-estar físico,
mental e social, não apenas a ausência de doença ou
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA, enfermidade”, ou seja, a saúde vai além de questões físicas.
Da mesma maneira, a autora Vianna, em material
EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA sobre o Processo saúde-doença na Universidade Aberta do
SANITÁRIA. SUS, descreve sobre a doença “não pode ser compreendida
O processo saúde-doença é um conceito que se por meio das medições fisiopatológicas, pois quem
refere às diversas condições e fatores que afetam a saúde e estabelece estado de doença é o sofrimento, a dor, o prazer,
o bem-estar de indivíduos e populações. Esses fatores podem enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo
incluir aspectos biológicos, ambientais, sociais, culturais e subjetivo que adoece”, ou seja, é algo individual.
comportamentais, e interagem de maneira complexa e
dinâmica para influenciar o estado de saúde de uma pessoa. Modelos explicativos
A epidemiologia é uma disciplina que estuda a Existem alguns modelos explicativos do processo
distribuição e determinantes das doenças e outros eventos de saúde-doença propostos pelos autores Almeida Filho e
saúde em populações humanas. Ela utiliza métodos Rouquayrol, são eles:
científicos para investigar padrões de saúde e doença, • Biomédico: prioriza o diagnóstico e a cura;
identificar fatores de risco, avaliar a eficácia das intervenções
e formular políticas de saúde pública. • Processual: considera a relação do meio ambiente
com o corpo;
A vigilância sanitária é uma atividade fundamental no
controle e prevenção de doenças. Ela consiste na coleta • Sistêmico: todas as áreas se relacionam entre si, e
sistemática e análise de dados sobre ocorrências de doenças quando há uma desarmonia, afetam os demais;
e outros eventos de saúde, bem como na implementação de • Mágico-religioso: os deuses estabelecem a doença
medidas para prevenir e controlar surtos e epidemias. A e a cura; e
vigilância sanitária também é responsável por monitorar a • Determinação social: determinantes variados,
qualidade dos produtos e serviços relacionados à saúde, tais desde o individual até o macro social.
como alimentos, medicamentos, equipamentos médicos e
Entre esses, o modelo processual é um dos mais
produtos químicos.
cobrados em provas. Foi criado em 1953, por Leavell e Clark,
Juntas, a epidemiologia e a vigilância sanitária e é dividido em dois períodos:
desempenham um papel crucial no monitoramento e controle
de doenças infecciosas e crônicas, bem como na promoção • Período pré-patogênico: ainda não há a doença,
da saúde e prevenção de doenças. A epidemiologia fornece apenas susceptibilidade.
informações essenciais sobre a distribuição e determinantes Esse período apresenta três fatores, o hospedeiro, o
das doenças, enquanto a vigilância sanitária implementa agente e o meio, chamados de tríade ecológica, em que
medidas práticas para prevenir e controlar surtos e epidemias. todos atuam como determinantes para o processo saúde-
Em resumo, o processo saúde-doença, a doença. Representa o indivíduo antes da doença, porém com
epidemiologia e a vigilância sanitária estão intimamente susceptibilidade devido aos fatores ambientais.
relacionados na promoção da saúde e prevenção de doenças. • Período patogênico: organismo adoecido, com
Compreender as interações entre esses conceitos pode possibilidades de evolução.
ajudar na formulação de políticas e estratégias de saúde Ao ocorrer interação entre hospedeiro e estímulo, inicia
pública eficazes, e contribuir para melhorar a qualidade de o período patogênico. Assim que o indivíduo apresenta sinais
vida de indivíduos e comunidades. e sintomas, ele atravessa o “horizonte clínico” e passa a
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA83
ser classificado como “doença precoce discernível’‘,
seguida da “doença avançada”, quando já está progredida. Prevenção primordial e prevenção quinquenária
O desfecho da doença depende da evolução do quadro do
A prevenção primordial vai além de fatores físicos da
paciente.
doença, ela faz parte do processo saúde-doença como um
todo, pois procura evitar a instalação de fatores de risco, os
PREVENÇÃO EM SAÚDE quais ainda não fariam parte da população, como medidas de
ATENÇÃO! ESSES SÃO OS TÓPICOS QUE MAIS higiene, espaços verdes nas cidades, redução da poluição,
COBRAM EM PROVAS! entre outros.
Leavell e Clark também estabeleceram três níveis de Já a prevenção quintenária, ao invés de estar
prevenção em saúde: primária, secundária e terciária. relacionada estritamente ao paciente, estabelece o bem-estar
do profissional de saúde para que ele possa tratar o doente
adequadamente.
Primária
Visam interromper fatores que determinam o início ou
Determinação social em saúde (DSS)
agravo de doenças antes que elas possam surgir, estando
relacionado ao período pré-patogênico e ao controle de É o modelo explicativo mais aceito atualmente sobre o
causas e riscos das doenças. processo saúde-doença. Ele possui duas definições
importantes, segundo a comissão nacional:
A prevenção primária pode ser dividida em promoção
de saúde e proteção específica, sendo a primeira 1. Os DSS são características socioeconômicas,
relacionada a melhora da qualidade de vida dos culturais e ambientais de uma sociedade, que
indivíduos, como a alimentação adequada. Já a segunda influenciam as condições de vida e trabalho de
visa minimizar possíveis agravos, como a vacinação. todos os integrantes; e
2. A OMS define os DSS como condições sociais em
que as pessoas vivem e trabalham.
Secundária
Essas determinantes possuem diversos modelos,
Abrange o período patogênico, ou seja, o indivíduo já
porém aqui vamos focar no mais usado no Brasil: o modelo
está doente. Sendo assim, essa prevenção procura melhorar
de Dahlgren e Whitehead. Esse entende que os DSS estão
o prognóstico do paciente, evitando evolução. Também pode
distribuídos em camadas de 1 a 5, em uma crescente do
ser subdividida entre: diagnóstico precoce e tratamento
individual para o comunitário, sendo elas:
imediato e limitação da incapacidade.
• Camada 1: determinantes individuais (sexo, idade,
Suas subdivisões estabelecem, respectivamente,
herança genética);
diagnosticar e tratar as doenças o mais rápido possível
(inclusive as assintomáticas), e tratar de maneira adequada • Camada 2: comportamento e estilo de vida dos
doenças que são consideradas crônicas. indivíduos;
• Camada 3: impactos das redes sociais e
comunitárias;
Terciária
• Camada 4: relacionados às condições de vida e de
A essa altura do campeonato, o indivíduo já possui a
trabalho; e
doença a longo prazo. Portanto, o objetivo da prevenção
terciária é minimizar qualquer chance de agravo causado • Camada 5: influenciada pelas demais camadas e
pelas sequelas do quadro, contribuindo também para uma por processos maiores, como a globalização. São
melhor qualidade de vida. chamados de determinantes sociais distais.
Desse modo, alguns exemplos dessa prevenção são: Em 2010, a Comissão Nacional sobre Determinantes
reabilitação física, reabilitação profissional, suporte Sociais da Saúde da OMS, uniu os modelos anteriores,
psicossocial e readaptações no domicílio, vias públicas ou formando o modelo de Solar e Irwin, que possui apenas dois
ambiente de trabalho. determinantes: os sociais e os estruturais. Nesse modelo, é
estabelecido que o capital social e a coesão social são elos
ATENÇÃO! O uso de álcool e tabagismo, entre outras de ligação dos determinantes.
substâncias, são considerados estados patológicos,
Os determinantes estruturais relacionam os fatores
porém também estão envolvidos em todos os
socioeconômicos com fatores que os originam, como a renda,
processos de prevenção.
educação, classe social, entre outros, se assemelhando aos
macrodeterminantes de Dahlgren e Whitehead. Esse está
Quaternária diretamente relacionado aos determinantes intermediários,
Sim, existe um processo de prevenção quaternária, que abrangem fatores biológicos, psicossociais, materiais e o
que é o mais cobrado em provas! Porém, esse modelo foi sistema de saúde.
criado após os de Leavell e Clark, os criadores foram Marc _________
Jamoulle e Michel Roland. Fonte: https://med.estrategia.com/portal/conteudos-
gratis/resumed/resumed-de-processo-saude-doenca/
Este modelo visa lembrar os médicos justamente de
que todo tratamento excessivo pode ser prejudicial à saúde
do indivíduo, buscando então evitar procedimentos
desnecessários, excesso de intervencionismo ou
EPIDEMIOLOGIA
intervenções inapropriadas, sobretratamentos e Epidemiologia pode ser definida como a “ciência que
sobrediagnósticos e supermedicalização. estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,
Lembre-se do termo iatrogenia, que significa analisando a distribuição e os fatores determinantes das
um dano à saúde resultado de intervenção desnecessária, enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde
cuja prevenção quaternária busca evitar, atendendo o quarto coletiva, propondo medidas específicas de prevenção,
princípio da bioética: a não-maleficência. controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores
que sirvam de suporte ao planejamento, administração e
avaliação das ações de saúde” (ROUQUAYROL e
GOLDBAUM, 2003).
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84 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
O significado etimológico do termo epidemiologia A definição acima foi descrita na Lei 8.080, de 19 de
deriva do grego (PEREIRA, 2013): setembro de 1990. É ela que regula as ações e serviços de
saúde no território nacional. Falaremos mais sobre essa
norma neste artigo.
É importante deixar claro que a vigilância sanitária é
Portanto, de forma simplificada, o termo um dos braços governamentais focado em proteger e
“epidemiologia” significa o estudo sobre a população, que promover saúde. Ou seja, ela conta com apoio de agências e
direcionado para o campo da saúde pode ser compreendido outras instituições para que o seu trabalho seja efetivo.
como o estudo sobre o que afeta a população.
A epidemiologia é uma ciência fundamental para a Qual o papel da vigilância sanitária?
saúde pública. É a de promover saúde à população. Para isso, atua
A epidemiologia tem dado grande contribuição à como fiscal, visitando estabelecimentos e analisando se eles
melhoria da saúde das populações. oferecem a segurança necessária.
A epidemiologia é essencial no processo de Ela também intervém em problemas sanitários
identificação e mapeamento de doenças emergentes. vigentes, promovendo orientações para que não causem
danos ainda mais sérios às pessoas e ao ambiente que os
cercam.
Epidemiologia Descritiva
Por trás de tudo isso, há um interesse claro: o
A epidemiologia descritiva estuda o comportamento de garantir bem-estar físico e moral aos seres humanos.
das doenças em uma comunidade, em função de variáveis Oferecendo, assim, condições para que possam viver com
ligadas ao tempo (quando), ao espaço físico ou lugar (onde) integridade e segurança.
e à pessoa (quem).
Trazendo um pouco para a parte prática, não podemos
O seu objetivo é responder onde, quando e sobre esquecer que a vigilância sanitária impacta diretamente
quem ocorre determinado problema de saúde, fornecendo nas ações governamentais. Afinal, se uma nova bactéria se
elementos importantes para se decidir quais medidas de proliferar, por exemplo, o sistema de saúde pode ficar
prevenção e controle são mais indicadas. Além de avaliar se sobrecarregado. Sendo necessária a realização de mais
as estratégias utilizadas diminuíram ou controlaram a investimentos.
ocorrência de determinada doença.
É ela, ainda, que libera o uso ou não de
medicamentos e vacinas. Se não houvesse esse controle,
Objetivos da Epidemiologia imagine os riscos aos quais a população estaria exposta?
O objetivo geral da epidemiologia é reduzir os
problemas de saúde na população. Na prática, ela estuda Quem gerencia a vigilância sanitária no Brasil?
principalmente a ausência de saúde sob as formas de
doenças e agravos. É a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA). Ela cria as normas e os regulamentos e oferece
todo o suporte para que a atividade seja realizada no país
Aplicações da Epidemiologia todo.
1.Informar a situação de saúde da população: Inicialmente, a função da ANVISA era monitorar e
Determinar as frequências, o estudo da distribuição dos interferir na propagação de doenças transmissíveis.
eventos e o diagnóstico consequente dos principais Conforme ela foi se estabelecendo, ganhou novas áreas de
problemas de saúde verificados, identificando também as atuação. Além da vigilância sanitária em si, ela é responsável
partes da população que foram afetadas, em maior ou menor por:
proporção; • Vigilância Epidemiológica;
2.Investigar os fatores determinantes da situação
• Vigilância da Saúde do Trabalhador;
de saúde: Realizar estudo científico das determinantes do
aparecimento e manutenção dos danos à saúde na • Vigilância em Saúde Ambiental;
população; • Promoção da saúde;
3.Avaliar o impacto das ações para alterar a • Análise de Situação de Saúde da População
situação encontrada: Determinar a utilidade e a segurança Brasileira.
das ações isoladas dos programas de serviço de saúde. Além disso, executa as atividades de controle sanitário
e fiscalização em:
VIGILÂNCIA SANITÁRIA • Portos;
• Aeroportos;
A vigilância sanitária, também conhecida como VISA,
tem como principal papel o de atuar em prol da saúde da • Fronteiras.
população. Para isso, fiscaliza, autua, intervém e aplica Esse controle evita, por exemplo, que as pessoas
alvarás em estabelecimentos de diversos setores. entrem em solo brasileiro transportando alimentos estragados
Vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), ela ou suspeitos.
também tem a missão de controlar os diversos tipos de Apesar da gestão ser centralizada, cabe aos
problemas sanitários que podem ocorrer. Evitando, assim, municípios a execução das ações. O Estado e a União apenas
que tanto o meio ambiente quanto a vida sejam afetados de atuam em caráter complementar. Como em caso
alguma forma. de riscos epidemiológicos, que necessitem de profissionais e
A vigilância sanitária é um conjunto de ações que tecnologias específicas.
visam eliminar, minimizar ou prevenir riscos à saúde. As
ações também abrangem a intervenção em problemas Qual a importância da descentralização da VISA no
sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e Brasil?
circulação de bens e da prestação de serviços.
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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA85
A principal importância recai para o fato de que o 4. Igualdade da assistência à saúde. Sendo, portanto,
Município está mais próximo da população. É ele que isento de preconceitos e privilégios de qualquer
conhece, de fato, os problemas do cotidiano. E, portanto, tem espécie;
condições de oferecer respostas mais rápidas. 5. Direito do paciente à informação sobre sua saúde;
Vamos pensar de forma prática: o Brasil possui 5.570 6. Divulgação de informações sobre o serviço de
cidades – segundo dados do IBGE. Agora imagine se a União saúde como um todo;
tivesse que atuar em todas elas, gerenciando equipes e
7. Utilização da epidemiologia para o estabelecimento
cobrando providências. Convenhamos: não teria como dar
de prioridades – incluindo no que tange ao
certo!
investimento de recursos;
Em contrapartida, com responsabilidades
8. Participação da comunidade;
compartilhadas, o controle se torna mais próximo. Ainda mais
porque os municípios têm mais facilidade de se integrar a 9. Descentralização político-administrativa;
setores e especialistas. Tornando, assim, mais ágil a 10. Integração em nível executivo das ações de saúde,
promoção de saúde. meio ambiente e saneamento básico;
11. Conjugação dos recursos financeiros,
O que diz a lei sobre o tema? tecnológicos, materiais e humanos na prestação de
assistência à população;
Além de descrever o significado de vigilância sanitária,
a Lei 8.080, que citamos anteriormente, também esclarece as 12. Capacidade de resolução dos serviços em todos os
atribuições de cada entidade estatal. A intenção é níveis de assistência;
desburocratizar e, ao mesmo tempo, otimizar a atuação. 13. Organização dos serviços públicos, de modo a
Segundo ela: evitar duplicidade.
1.A União deve apenas expedir normas gerais sobre a
sua atuação em todo território nacional; Em quais locais a vigilância sanitária pode intervir?
2.Os Estados têm o dever de coordenar e, em caráter Os principais segmentos em que ela pode atuar são:
complementar, executar ações e serviços que Alimentos
envolvam a saúde do trabalhador. Suplementando, Aqui, o foco é garantir, especialmente, o cumprimento
assim, a legislação sobre normas gerais expedidas das regras de higiene e segurança de alimentos. Afinal,
pela União para esse setor; isso impacta diretamente na saúde dos consumidores. São
3.Já os Municípios são os encarregados de aplicar e inspecionados:
executar as ações e os serviços de vigilância
• Bares;
sanitária propriamente ditos. Seguindo, é claro, a
legislação federal e estadual vigente. • Restaurantes;
Outra norma significativa para o avanço das ações de • Supermercados;
saúde no Brasil é a Lei 9.782, de 26 de janeiro de 1999. • Fruteiras;
Foi ela que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância • Açougues;
Sanitária e criou a ANVISA. Esta autarquia é vinculada ao
• Frigoríficos;
Ministério da Saúde e possui uma série de responsabilidades.
Além das já citadas anteriormente, destacam-se: • Indústrias de alimentos;
• Coordenar o Sistema Nacional de Vigilância • Transportadoras e embaladoras de alimentos.
Sanitária;
• Fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito Medicamentos
das suas atribuições; A VISA faz checagem em todos os locais que realizam
• Propor, acompanhar e executar as políticas, a produção, distribuição e comercialização de medicamentos
diretrizes e ações de vigilância sanitária; e outros itens relacionados à saúde. Estão incluídos
estabelecimentos como:
• Estabelecer normas e padrões sobre limites de
contaminantes, resíduos tóxicos, desinfetantes, • Farmácias e drogarias;
metais pesados e outros agentes que envolvam • Perfumarias;
riscos à saúde; • Indústria de produtos hospitalares;
• Conceder registros de produtos; • Transportadora de medicamentos, cosméticos e
• Conceder e cancelar o certificado de cumprimento saneantes.
de boas práticas de fabricação.
Serviços de saúde
Diretrizes e princípios da VISA Os ambientes hospitalares, assim como clínicas
Os mesmos princípios e diretrizes que regem a médicas, odontológicas e laboratórios, também precisam ser
atuação do SUS são os que direcionam o trabalho realizado inspecionados. Afinal, é essencial garantir que o ambiente
pelos profissionais da vigilância sanitária. Mas quais são eles? está limpo e que os utensílios utilizados estão dentro da
Confira a seguir: validade.
1. Universalidade de acesso aos serviços de saúde
em todos os níveis de assistência; Meio ambiente
2. Integralidade de assistência, o que abrange as A agência sanitária controla a qualidade da água, do
ações e serviços preventivos e curativos, ar e do solo, além de buscar a equidade do saneamento
individuais e coletivos; básico. Ela, ainda, monitora o transporte de produtos
3. Preservação da autonomia das pessoas na defesa perigosos e os ambientes que possam gerar danos à saúde.
de sua integridade física e moral;
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86 LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS SOBRE POLÍTICAS DE SAÚDE E SAÚDE PÚBLICA
integralidade da atenção, promoção da equidade,
Saúde do trabalhador democratização da informação, humanização e qualidade.
B Só devemos utilizar indicadores internacionalmente
Essa atuação ainda é desconhecida por muitas
validados na epidemiologia.
pessoas, mas possui um papel importante. No caso, os
C A informação é um elemento chave para o uso da
agentes podem intervir diretamente nos locais de trabalho,
epidemiologia
desde fábricas, escritórios e lojas.
D A partir da captação de dados e com a utilização de
indicadores, técnicas e métodos a epidemiologia pode
Pós-comercialização contribuir no diagnóstico, vigilância, monitoramento e
A vigilância sanitária investiga situações que envolvem avaliação de ações de saúde.
reações adversas a medicamentos e outros produtos para a
saúde. É ela, também, que vai até os restaurantes quando há
intoxicações alimentares e, portanto, suspeita de 03. (FAU UNICENTRO - Prefeitura de Paranaguá - Técnico
irregularidades. em Enfermagem - 2021) A vigilância sanitária é definida
Projetos de arquitetura como o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir
Sabe quando uma obra é construída ou ampliada de ou prevenir riscos e problemas decorrentes do meio
forma irregular e, portanto, apresenta riscos à integridade das ambiente, da produção e circulação de bens e serviços de
pessoas? Também é a VISA que inspeciona e pode interditar interesse da saúde. Nesse contexto, assinale a alternativa
o local. que completa a seguinte afirmativa:
A vigilância sanitária de serviços de interesse da saúde tem
Locais públicos como finalidade...
Ambientes de uso comum também devem ser A Verificar e promover a aderência às normas-padrão de
inspecionados. Afinal, podem gerar problemas sérios à precaução, avaliar as condições de funcionamento e
comunidade. Aqui, estão incluídos: identificar os danos à saúde dos pacientes, dos
trabalhadores e ao meio ambiente.
• Shoppings;
B Verificar e promover a aderência às normas e aos
• Cinemas;
regulamentos técnicos vigentes, avaliar as condições de
• Clubes;
funcionamento e identificar possíveis riscos relacionados
• Estádios de futebol; à integridade dos equipamentos de saúde.
• Escolas; C Verificar e promover a aderência às normas e aos
• Salões de beleza; regulamentos técnicos vigentes, exceto as condições de
• Postos de gasolina. funcionamento; e identificar possíveis riscos e danos à
A fiscalização é essencial para a manutenção da saúde dos pacientes, dos trabalhadores e ao meio
saúde de todos nós. Se você é empresário, é importante ficar ambiente.
atento às normas da vigilância sanitária. Não apenas para D Verificar e promover a aderência às normas e aos
cumprimento legal, mas para se certificar que está prestando regulamentos técnicos vigentes, avaliar as condições de
um serviço seguro. funcionamento e identificar possíveis riscos e danos à
__________ saúde dos profissionais de saúde.
Fonte: https://blog-pt.checklistfacil.com/vigilancia-sanitaria/ E Verificar e promover a aderência às normas e aos
regulamentos técnicos vigentes, avaliar as condições de
QUESTÕES DE CONCURSOS funcionamento e identificar possíveis riscos e danos à
01. (ESP/CE - SES CE - Residência em Saúde Coletiva - 2017 saúde dos pacientes, dos trabalhadores e ao meio
A epidemiologia trata do processo saúde-doença no coletivo. ambiente.
Esta pode ser vista como um eixo das práticas,
apresentando interfaces com implicações nos diversos 04. (FAU UNICENTRO - Prefeitura de Paranaguá - Técnico
níveis e instâncias do sistema e dos serviços de saúde. em Enfermagem - 2021) A área de atuação da vigilância
Desta forma, NÃO é correto afirmar sobre epidemiologia: sanitária é bem extensa, pois a essência de sua função é
A A epidemiologia se articula intimamente aos princípios e a proteção e a defesa da saúde individual e coletiva nos
diretrizes do SUS com contribuições para a organização e aspectos que permeiam a saúde de forma direta ou
definição dos processos de descentralização, indireta. A respeito da vigilância sanitária no Brasil,
integralidade da atenção, promoção da equidade, assinale a alternativa correta:
democratização da informação, humanização e qualidade. A A vigilância sanitária atua na fiscalização de alimentos,
B Só devemos utilizar indicadores internacionalmente medicamentos, cosméticos, saneantes, dentre outros.
validados na epidemiologia. B A vigilância sanitária atua na fiscalização de alimentos,
C A informação é um elemento chave para o uso da medicamentos, cosméticos e saneantes, apenas.
epidemiologia C A vigilância sanitária atua na fiscalização de alimentos,
D A partir da captação de dados e com a utilização de medicamentos, distribuição de renda, saneantes, dentre
indicadores, técnicas e métodos a epidemiologia pode outros.
contribuir no diagnóstico, vigilância, monitoramento e D A vigilância sanitária atua na fiscalização de dinheiro
avaliação de ações de saúde. público, medicamentos, cosméticos, saneantes, dentre
outros.
03. (ESP/CE - SES CE - Residência em Saúde Coletiva - E A vigilância sanitária atua na fiscalização de escolas,
2017) A epidemiologia trata do processo saúde-doença no medicamentos, cosméticos, saneantes, fronteiras, dentre
coletivo. Esta pode ser vista como um eixo das práticas, outros.
apresentando interfaces com implicações nos diversos
níveis e instâncias do sistema e dos serviços de saúde. Gabarito: 01/B; 02/B; 03/C; 04/A
Desta forma, NÃO é correto afirmar sobre epidemiologia:
A A epidemiologia se articula intimamente aos princípios e
diretrizes do SUS com contribuições para a organização e
definição dos processos de descentralização,
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 1
ORIENTAR A COMUNIDADE PARA A PROMOÇÃO DA
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE SAÚDE
Teoria e questões de provas organizadas • Orientar o paciente sobre o tratamento médico;
assunto. Orientar casais sobre planejamento familiar; Orientar a
Prof. Sandro Garrido comunidade sobre prevenção (DST, gravidez indesejada,
dependência química, entre outros); Orientar família sobre
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: cuidados com pacientes; Orientar sobre gravidez, parto e
Cadastramento familiar e mapeamento territorial: finalidade e pósparto; Orientar sobre cuidados com o bebê; Orientar
instrumentos. ................................................................. 2 família sobre vacinas; Orientar família na prevenção de
Conceito de territorialização, microárea e área de acidentes domésticos; Orientar família sobre alimentação;
abrangência. ................................................................. 5 Orientar sobre o melhor aproveitamento dos alimentos;
Atenção primária de saúde/atenção básica à saúde: Ensinar elaboração da multimistura; Orientar sobre saúde
estratégia de saúde da família. ................................... 11 bucal; Orientar sobre direitos e órgãos competentes.
Acolhimento e vínculo; visita domiciliar; estratégia saúde da
ASSISTIR PACIENTES
família. ........................................................................ 33
• Acionar profissionais de saúde quando necessário;
Principais problemas de saúde da população e recursos Levar pacientes ao serviço de saúde; Marcar consultas para
existentes para o enfrentamento dos problemas ......... 36 os pacientes; Acionar órgãos públicos em casos de
Pessoas com deficiência: abordagem, medidas facilitadoras negligência; acompanhar visita da equipe de saúde (médico,
de inclusão social e direito legal. ................................. 39 dentista, enfermeiro, entre outros); Encaminhar dietas para
Programas Nacionais de Imunização, Saúde Mental; pacientes; Orientar sobre administração de medicação.
Assistência Farmacêutica, Saúde da Criança .............. 39
Saúde da Mulher, Saúde da Pessoa Idosa e de Saúde PROMOVER EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL
Ambiental ..................................................................... 42 • Orientar sobre uso da água; Orientar família sobre
Saúde da Criança: cuidados ao recém-nascido, vacinação, condições de higiene.
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da
criança ......................................................................... 49 PARTICIPAR DE CAMPANHAS PREVENTIVAS
Programa federal de distribuição de renda e • Divulgar campanhas de saúde; Preparar material de
condicionalidades de saúde para recebimento e apoio; Distribuir material educativo; Distribuir material
orientações alimentares para a criança. ..................... 52 preventivo (cloro, preservativo, kit odontológico,
anticoncepcional, etc.); Participar de Capacitações.
Saúde do adolescente: vacinação, sexualidade e transtornos
alimentares. ................................................................. 53
INCENTIVAR ATIVIDADES COMUNITÁRIAS
Epidemiologia, história natural e prevenção de doenças. . 56 • Identificar espaços para realização de eventos;
Saúde Bucal: cuidados na saúde bucal com criança, Prepara espaço para realização de eventos; Organizar grupos
adolescente e adulto/pessoa idosa. ............................ 60 de apoio; Organizar atividades físicas; Encaminhar crianças
Doenças Sexualmente Transmissíveis e infecção pelo HIV. para programas especiais; Organizar grupos para atividades
..................................................................................... 63 (crianças, adolescentes, pais, terceira idade, gestantes);
Problemas clínicos prevalentes na atenção primária: noções Divulgar eventos e atividades.
de tuberculose, hanseníase, dengue, hipertensão e
diabetes mellitus, diarreia e desidratação. .................. 64 PROMOVER COMUNICAÇÃO
Trabalho em equipe: relacionamento interpessoal, • Participar de grupos e comitês representativos;
humanização, comunicação, liderança e criatividade, Encaminhar reclamações da população; Dar subsídios para
trabalho interprofissional em saúde e práticas os conselhos que elaboram políticas públicas; Discutir nos
colaborativas. ............................................................... 70 conselhos, as necessidades e carências da comunidade;
Promover encontros e reuniões com autoridades e
comunidade; Participar de reuniões de profissionais.
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE -
NOÇÕES GERAIS EXECUTAR TAREFAS ADMINISTRATIVAS
• Planejar roteiro de visitas; Realizar mapeamento da
MISSÃO DA FUNÇÃO (DESCRIÇÃO SINTÉTICA) área; Registrar informações sobre pacientes; Preencher mapa
Desenvolver trabalhos educativos com indivíduos e diário; Elaborar relatórios; Preencher cartão de vacinas;
grupos, realizando campanhas de prevenção de doenças, Comunicar oficialmente a zoonoses; Notificar a vigilância.
visitas e entrevistas, para preservar a saúde de uma
comunidade.
DEMONSTRAR COMPETÊNCIAS PESSOAIS
• Demonstrar capacidade de trabalhar em equipe;
RESPONSABILIDADES: VISITAR DOMICÍLIOS
Demonstrar paciência; Demonstrar capacidade de saber
• Dialogar com a população; Verificar a existência de ouvir; Demonstrar segurança; Demonstrar capacidade de
animais; Analisar relacionamento entre os membros da identificar limites; Demonstrar capacidade de lidar com
família; Detectar problemas (saúde e social); Acompanhar estresse; Demonstrar respeito às pessoas; Demonstrar
crescimento e desenvolvimento das crianças; Acompanhar capacidade de administrar conflitos; Demonstrar capacidade
evolução da gestação; Acompanhar doentes portadores de de respeitar cultura, tradição, costumes e crenças;
doenças crônico-degenerativas; Encaminhar para serviço de Demonstrar capacidade de estabelecer prioridades;
saúde; Verificar obediência à prescrição médica; Controlar Demonstrar capacidade de organizar o tempo; Capacidade de
condições de armazenamento de medicamentos no domicílio; observação; Demonstrar capacidade de conviver com
Aferir pressão arterial (em alguns casos); Hidratar crianças doenças e morte; Demonstrar capacidade de impor respeito;
(em casos de desidratação leve); Identificar casos de violência Demonstrar capacidade de conquistar a confiança;
doméstica; Acompanhar evolução da saúde do paciente. Demonstrar liderança; Demonstrar autocontrole; Demonstrar
capacidade de improvisação; Usar E.P.I; Boa capacidade de
comunicação escrita na redação de relatório.
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2 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Território é uma região do espaço. No caso do Agente
de Saúde, a região na qual ele estará interessado será aquela
CADASTRAMENTO FAMILIAR E onde moram as famílias com as quais ele irá trabalhar. A
MAPEAMENTO TERRITORIAL: localização espacial corresponde a onde se encontra o
FINALIDADE E INSTRUMENTOS. território. É importante que o Agente de Saúde consiga
conhecer bem o território onde atuará, levando em conta o
Os Agentes de Saúde, através das visitas domiciliares, que existe ao redor dessa região, isto é, em que ambiente o
fazem o cadastramento das famílias, identificam a situação de território está inserido.
saneamento e moradia e fazem o acompanhamento mensal
O Agente deve identificar regiões que sejam mais
da situação de saúde das famílias. Com base nessas
vulneráveis para o surgimento e transmissão de doenças. Ele
informações e mais os procedimentos realizados pelas
deve ser capaz de observar essas zonas de risco e planejar a
Equipes de Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde
sua ação para reduzir o risco associado a elas.
ou no domicílio, as Coordenações Municipais de Atenção
Também é interessante que o Agente tenha noções de
Básica fazem mensalmente a consolidação de seus dados e
cartografia, isto é, que saiba ler mapas. Os mapas fornecem
os enviam para as Regionais de Saúde.
representações em escala do ambiente físico no qual ele
trabalha. E essa informação é importante para que o Agente
possa planejar as suas ações e fazer um mapeamento correto
da sua comunidade.
Além dessas atividades há muitas outras que cabem
ao Agente de Saúde: desde educar a população quanto a
temas como a amamentação, a nutrição, o planejamento
familiar, até saber identificar situações onde há violência
familiar, contra a mulher, a criança, o adolescente, o idoso. É
um trabalho árduo, mas pode ser bem edificante.
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4 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
pessoas, idade, sexo, as condições de moradia, o perfil
social e econômico, as doenças e condições referidas,
entre outros.
(E) Trata-se em chegar a um acordo sobre o que se procura
saber sobre a comunidade.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 5
I. O cadastramento enseja o conhecimento das famílias,
indivíduos, principais demandas de saúde e outras
CONCEITO DE TERRITORIALIZAÇÃO,
informações vitais para o trabalho da ESF. MICROÁREA E ÁREA DE ABRANGÊNCIA.
II. A incidência de determinadas doenças, seus fatores de Denominamos territorialização, em saúde, o
risco, seus agravantes e uma série de outros fatores, processo de reconhecimento do território. Pode ser visto como
encontram no cadastramento, dados que auxiliam no uma prática, um modo de fazer, uma técnica que possibilita o
estudo e tomada de decisões. reconhecimento do ambiente, das condições de vida e da
III. O mapeamento de escolas, hospitais, creches, sindicatos situação de saúde da população de determinado território,
e outras instituições públicas e privadas, que possam ser assim como o acesso dessa população a ações e serviços de
relevantes para a atuação dos que promovem as políticas saúde, viabilizando o desenvolvimento de práticas de saúde
públicas de saúde, também é objetivo deste voltadas à realidade cotidiana das pessoas.
cadastramento. A atuação dos profissionais de saúde no indivíduo é
IV. Embora possua espaços definidos para situações pautada em informações obtidas a partir de diferentes fontes,
particulares de cada indivíduo, o cadastramento não tem como: o exame clínico, a anamnese, os exames
como objetivo gerar dados que permitam o atendimento complementares, de imagem etc. Essas informações são
individualizado, seja em âmbito domiciliar ou nos coletadas para que seja feito o diagnóstico e, a partir desse, o
aparelhos públicos de saúde. planejamento do tratamento e (ou) acompanhamento do
É correto o que se afirma: indivíduo, certo? Quando falamos da atuação desses mesmos
A apenas em I profissionais em um território, existe a mesma necessidade de
B apenas em I e II informações de diferentes fontes para compor um diagnóstico
C apenas em I, e IV do território, que subsidiará o planejamento das ações em
D apenas em I, II e III saúde.
Portanto, aqui abordaremos a territorialização com
06. (COPESE - UFPI - 2022 - Prefeitura de Oeiras - PI - Agente esse olhar mais ampliado, como um processo que nos permite
Comunitário de Saúde) Os Agentes Comunitários de chegar a um diagnóstico do território onde atuamos, sendo um
Saúde (ACS), por meio das visitas domiciliares, fazem o diagnóstico cuidadoso e preciso, que favorecerá o sucesso da
cadastramento das famílias, identificam a situação de nossa atuação de profissionais de saúde. Fonte: Fotolia.
saneamento e moradia e fazem o acompanhamento da Algumas críticas têm sido realizadas ao processo de
situação de saúde das famílias. Uma das ferramentas de territorialização previsto na Atenção Básica à Saúde no Brasil
trabalho do ACS no cadastramento das famílias são as – em especial, como ela é concebida e praticada. Percebemos
fichas próprias que compõem o Sistema de Informação da um reducionismo no seu conceito, que se aplica de maneira
Atenção Básica (SIAB), sobre essas fichas assinale a meramente administrativa e gerencial, ou seja, utilizando-se
opção CORRETA: da territorialização principalmente para a demarcação de
A A ficha A tem nela o registro das atividades da ESF limites das áreas de atuação das equipes de saúde, sem se
(Estratégia Saúde da Família) sobre consultas médicas e considerarem as inúmeras peculiaridades da vida das
de enfermagem, solicitação médica de exames, pessoas que emergem em um território e que, de fato,
internação domiciliar, procedimentos de enfermagem, configuram potentes analisadores e descritores (SANTOS;
entre outros. RIGOTTO, 2011).
B A ficha B, também conhecida como "cartão sombra", O processo de territorialização será capaz de induzir
apresenta informações sobre a vacinação da criança. as transformações desejadas quando concebido e praticado
C A ficha C é uma cópia das informações pertinentes à de maneira ampla
Caderneta da Criança, padronizada pelo Ministério da
Saúde e utilizada pelos diversos serviços de saúde.
D A ficha D permite conhecer a quantidade de pessoas por
sexo e faixa etária, doenças referidas, alfabetização e
ocupação, sendo de preenchimento exclusivo do ACS.
E A ficha D apresenta dados dos moradores que apresentam
diabetes melittus, hipertensão arterial, tuberculose e
outras doenças.
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6 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
autodeterminação dos sujeitos (usuários, Mas, como são definidas as áreas e microáreas das
população e profissionais de saúde). equipes de Saúde da Família? Há vários aspectos que podem
ser considerados na delimitação territorial, como:
As fases da territorialização • barreiras geográficas (mar, rios, morros etc.);
Você, trabalhador da ESF ou do NASF, que acabou de • condições socioeconômicas e (ou) culturais;
chegar a uma unidade de saúde ou que já atua em uma há • fluxo de deslocamento das pessoas (acessibilidade);
algum tempo, mas ainda não havia tido a oportunidade de • número de pessoas a serem atendidas (parâmetros
aprofundar seus conhecimentos acerca da importância do do Ministério da Saúde para a ESF);
reconhecimento do território, considerando o conceito • existência de estruturas já definidas por outros órgãos
ampliado desse, deve estar se perguntando: institucionais (setores censitários do IBGE, por
• Como posso me aproximar do território para conhecê- exemplo).
lo? O documento que inicialmente estabeleceu as
• O que devo saber? Que dados preciso coletar? diretrizes da Estratégia Saúde da Família (BRASIL, 1997)
• Onde posso encontrar as informações necessárias? recomendou que, no âmbito de abrangência da unidade
• Como conciliar esta com as demais atividades básica, uma equipe seja responsável por uma área onde
assistenciais da unidade de saúde? residam de 600 a 1.000 famílias, com o limite máximo de
4.500 habitantes. Os parâmetros populacionais foram
reforçados posteriormente na Política Nacional de Atenção
Básica (BRASIL, 2006a), que estabeleceu um máximo de 750
pessoas por ACS e de 12 ACS por Equipe de Saúde da
Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de
pessoas por equipe.
Embora seja recomendado também nos documentos
oficiais que esses critérios sejam flexibilizados em razão da
diversidade sociopolítica e econômica das regiões, levandose
em conta fatores como densidade populacional e
acessibilidade aos serviços, além de outros considerados
como de relevância local, o que se observa na prática é que
os parâmetros populacionais têm sido os principais
condutores da delimitação territorial de atuação das unidades
de saúde e das Equipes de Saúde da Família.
A partir de um ou mais critérios, é definida a área de
abrangência da Unidade Básica de Saúde, com limites bem
estabelecidos. No entanto, precisamos considerar a área de
influência dessa mesma unidade.
A área de influência não obedece ao processo de
territorialização e está definida pela lógica assistencial gerada
por pressão da demanda. Unidades de saúde com maior
oferta de serviços e mais acessíveis terão áreas de influência
associadas à sua área de abrangência. Por exemplo, uma
unidade de saúde localizada próxima a um shopping center
poderá receber grande demanda de pessoas que lá trabalham
e circulam, embora não residam na área de abrangência
daquela unidade.
NÍVEIS DE ATUAÇÃO
A divisão do território na ESF compõe três níveis de
atuação: território-área, territóriomicroárea e território
moradia.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 7
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8 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
a responsabilidade de um Agente Comunitário de integrante para o planejamento das ações de
Saúde. saúde, surgem outros questionamentos: que
• Domicílio: é o detalhamento da base territorial da espaço é este? Que características ele tem? É
microárea. É a descrição mínima da área de possível trabalhar com saúde da família apenas
abrangência. delimitando esse espaço?
A acessibilidade à saúde é a relação existente entre a
população e os serviços de saúde. Alguns critérios deverão Mapa inteligente
ser observados no processo de territorialização a fim de que Um aspecto interessante é a existência permanente de
não criem barreiras entre os serviços e a população. um “mapa inteligente” na Unidade Básica de Saúde (UBS). O
As principais barreiras identificadas são: mapa inteligente consiste em um instrumento para o
Geográfica: refere-se à distância percorrida e os planejamento que tem como objetivo melhorar a qualidade no
obstáculos físicos existentes entre o usuário e a unidade de serviço de saúde. As microáreas de abrangência da USF
saúde. Ex: distância maior que 3 km, rios e região estão compostas por ações de territorialização que coletam
montanhosa. informações geográficas e de saúde obtidas no diagnóstico da
Funcional: serviços inoportunos e não permanentes, comunidade (CARDOSO et al., 2011).
em horários inadequados às necessidades da população Observe as etapas iniciais para construção do mapa
adscrita. Ex: funcionamento diurno em comunidade onde a inteligente de uma determinada área:
maioria da população é diarista sem vínculo empregatício. Para construção adequada do mapa você deve contar
Cultural: não levar em consideração os hábitos, com o auxílio da população, por meio da proximidade das
crenças e costumes da comunidade. Ex: Agendar atividades estratégias da sua equipe e dos conselhos de saúde, a fim de
no dia do padroeiro de uma comunidade de sua área de evitar uma prática voltada apenas para resolver problemas
abrangência. imediatos. Além disso, faz-se necessária a utilização dos
Econômica: refere-se à limitação de acesso de alguns subsí- dios provenientes dos sistemas de informação, bem
serviços que não são prestados pelo SUS. Ex: limitação da como a articulação com outros setores da sociedade
lista de medicamentos e exames de alto custo. (CARDOSO et al., 2011).
A seguir, apresentaremos algumas pistas a serem O mapa inteligente possui informações sobre a
seguidas no processo de apropriação do território. localização das microá- reas, equipamentos sociais, pessoas
a) Mapa base: O mapa é um recurso fundamental, pois ou famílias em alto risco ou em situação especial: “grávidas;
permite a visualização da área de abrangência de prematuros; doentes crônicos; acamados em atenção
forma ampla e de fácil entendimento para a domiciliar; pacientes com tuberculose; paciente com
população. É o retrato em movimento, daí alguns hanseníase, além de poder mapear grupos vulneráveis na
autores chamarem-no de mapa inteligente, isso, na área adscrita” (CARDOSO et al., 2011).
verdade, significa dizer que ele é dinâmico. Esse
tema será abordado de forma mais detalhada Sistema de referência e contrarreferência
posteriormente. A organização da assistência à saúde em linhas de
b) Censo demográfico: É uma metodologia utilizada cuidado constitui uma estratégia para superação da
pelo IBGE para coletar dados referentes a desarticulação entre os diferentes níveis de atenção à saúde,
população. É o ponto de partida para a divisão das visando garantir a continuidade do cuidado integral, com fluxo
áreas de atuação das equipes de PSF no processo ágil e oportuno em cada nível de atenção, assim como
de territorialização em saúde. Tendo como base a referência e contrarreferência responsável (BRASIL, 2004).
divisão é que se estabelece o número de equipes
necessárias em cada município. Após a Sistema de referência
delimitação da área de abrangência, cada equipe Modo de organização dos serviços configurados em
irá realizar o seu censo demográfico através do redes sustentadas por critérios, fluxos e mecanismos de
cadastramento das famílias, utilizando como pactuação de funcionamento, para assegurar a atenção
ferramenta a ficha A do SIAB. integral aos usuários. Na compreensão de rede, deve-se
c) Organização político-administrativa do reafirmar a perspectiva de seu desenho lógico, que prevê a
município: Considera-se como fundamental o hierarquização dos níveis de complexidade, viabilizando
respeito à distribuição por conglomerado encaminhamentos resolutivos (dentre os diferentes
estabelecida pela população. Dessa forma, a equipamentos de saúde), porém reforçando a sua concepção
organização em bairros, vilas, comunidades rurais central de fomentar e assegurar vínculos em diferentes
devem ser respeitadas no processo de dimensões: intra-equipes de saúde, inter-equipes/serviços,
territorialização. Vale ressaltar que nem sempre entre trabalhadores e gestores, e entre usuários e
isso pode ser feito, o que, na maioria das vezes, serviços/equipes, espera-se que a AB oportunize:
leva a conflitos entre população e serviços de • Consultas para mãe e criança;
saúde. • Estímulo à presença do pai sempre que possível;
d) Movimentos sociais existentes: A população • Apoio ao aleitamento materno;
organiza-se para lutar por melhoria do espaço em • Imunizações;
que reside. Normalmente, ela está organizada na • Coleta de sangue para o teste do pezinho;
forma de associação de bairros, grupos específicos • Acompanhamento cuidadoso do crescimento e do
(como grupo de mãe, portadores de deficiência, desenvolvimento da criança (BRASIL, 2008).
etc.), entre outros. Diante desse contexto, torna-se
fundamental a articulação entre comunidade e MICROÁREAS DE RISCO.
equipes de saúde da família para a construção São áreas pequenas, daí o nome micro, onde existe
coletiva da territorialização em saúde. perigo, ameaça, risco. Risco é todo aquele lugar, setor ou
e) Área de influência: A conceituação de área de situação, no território da comunidade, onde existe algum tipo
influência de um serviço de saúde baseia-se, de perigo para a saúde das pessoas que moram ali.
ainda, na lógica assistencial da demanda Vamos ver outros exemplos?
espontânea (Mendes,1995). Agora que já Esgoto a céu aberto é uma das Microáreas de Risco
conhecemos o espaço-local onde a equipe de que o Agente Comunitário de Saúde mais costuma encontrar.
saúde atua, e entendendo que ele é parte
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 9
Tanto na periferia das cidades como na zona rural, há muitos de responsabilidade de um agente comunitário de saúde
esgotos a céu aberto. (ACS).
Água de poço também pode ser uma ameaça à saúde
das pessoas. Sempre que comunidade usa água que não é 05. (VUNESP - 2019 - Prefeitura de Itapevi - SP - Agente
encanada, sem o devido tratamento, o Agente Comunitário de
Saúde deve ficar atento e orientar como tratar a água em
Comunitário de Saúde) Considere o esquema a seguir
casa, além de mobilizar as pessoas para que elas possam referente a conceitos de territorialização no programa
tomar providências para sanear o poço ou buscar ajuda para Estratégia em Saúde da Família em unidades básicas de
isto. saúde (UBS).
Riacho é igualmente uma ameaça à saúde das
pessoas. A água está contaminada e as pessoas não podem
usar a água para tomar banho, lavar roupa, e até os peixes
não servem para ser consumidos.
Isolamento - a distância às vezes isola as pessoas e
elas acabam não querendo levar os filhos às unidades de
saúde para vacinar; as gestantes não vão fazer o pré-natal;
os idosos acham difícil ir tão longe.
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (ACS) Processo que permite conhecer melhor a área de
atuação de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e assim É correto afirmar que os números 1, 2 e 3 são,
facilitar implementação das diretrizes do Sistema Único de respectivamente:
Saúde. A este processo denominamos de: A distrito administrativo, território e área de abrangência.
a) Educação em saúde.
b) Territorização. B área de abrangência, território e microárea.
c) Abordagem comunitária. C microárea, área de atuação do agente comunitário de saúde
d) Intersetoridade. e regionais.
D território, área de abrangência e microárea.
02. (ACS/SC) Ao nos referimos a uma área de extensão
territorial, onde é possível afirmar que a população tem
E federação, estados e municípios.
condições de vida homogênea de risco, estamos nos
referindo à: Gabarito: 01/B; 02/A; 03/A; 04/C; 05/D
A) Descentralização;
B) Setor censitário;
C) Micro-área de risco; ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA NO
D) Perfil Epidemiológico.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
03. (Chefe de dist.SMS/PMF) No processo de gestão de Ver PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017
território há necessidade de coleta de dados e a produção A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde
de informações em saúde. Assinale a opção CORRETA individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção,
quanto a este processo: prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
a) A apresentação de dados em mapas temáticos facilita a redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde,
análise dos fenômenos de saúde e a comunicação, mas desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e
se caracteriza por ser menos complexo e abrangente que gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e
o sistema de informação geográfica. dirigida à população em território definido, sobre as quais as
b) A técnica de estimativa rápida, muito utilizada em equipes assumem responsabilidade sanitária. (Origem: PRT
“territorialização”, é uma forma para a obtenção de MS/GM 2436/2017, Art. 2º)
informação em curto período de tempo, mas exige
grandes gastos. O que é a atenção básica?
c) Os inquéritos rápidos para levantar dados sobre alguns A atenção básica é conhecida como a “porta de
aspectos pontuais são boas ferramentas, mas são entrada” dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o
inacessíveis aos serviços de saúde e de uso questionável. atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção
d) As ações de saúde, incluídas no planejamento da gestão de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos
de território, devem estar em consonância com o princípio e direcionar os mais graves para níveis de atendimento
da equidade, mas prioriza as intervenções intersetoriais. superiores em complexidade.
A atenção básica funciona, portanto, como um filtro
capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde,
/// dos mais simples aos mais complexos.
04. (IADES - SES DF - Residência em Enfermagem - Área A atenção básica se caracteriza por um conjunto de
Obstetrícia - 2019) O processo de territorialização ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange
constitui-se na definição dos diferentes espaços de vida a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos,
das populações e que dão a base territorial para a o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de
constituição das redes de atenção à saúde. danos e a manutenção da saúde com o objetivo de
No que se refere ao processo de territorialização e ao desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente
diagnóstico situacional em saúde, julgue os itens a seguir. na situação de saúde das coletividades. Este trabalho é
O foco da territorialização na ESF, está em estabelecer dois realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS),
territórios sanitários fundamentais: o território área de nas Unidades Básicas de Saúde Fluviais, nas Unidades
abrangência, que é o espaço de responsabilidade de uma Odontológicas Móveis (UOM) e nas Academias de Saúde.
equipe da ESF e o território microárea, que é o território
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10 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
O sistema de organização em três níveis gradativos de
Como funciona a atenção básica à saúde? atenção à saúde serve, principalmente, como uma triagem
No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o para o Sistema Único de Saude (SUS).
mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo Os pacientes são encaminhados de um nível ao
no local mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o próximo, garantindo que profissionais altamente
contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada especializados e os equipamentos mais avançados tenham
e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à uma maior disponibilidade para quem precisa, enquanto o
Saúde. paciente que precisa de um simples curativo já “para” no nível
Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos primário.
princípios da universalidade, da acessibilidade, do 1- Atenção primária: APS deve ser o primeiro
vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da contato das pessoas com o sistema de saúde, sem
atenção, da responsabilização, da humanização, da restrição de acesso às mesmas, independente de gênero,
equidade e da participação social. condições socioculturais e problemas de saúde; com
No Brasil, há diversos programas governamentais abrangência e integralidade das ações individuais e coletivas;
relacionados à atenção básica, sendo um deles a Estratégia além de continuidade (longitudinalidade) e coordenação do
de Saúde da Família (ESF), que leva serviços cuidado ao longo do tempo, tanto no plano individual quanto
multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades no coletivo, mesmo quando houver necessidade de
Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, referenciamento das pessoas para outros níveis e
vacinas, radiografias e outros procedimentos são equipamentos de atenção do sistema de saúde.
disponibilizados aos usuários nas UBSs. Deve ser praticada e orientada para o contexto familiar
A atenção básica também envolve outras iniciativas, e comunitário, entendidos em sua estrutura e conjuntura
como: as Equipes de Consultórios de Rua, que atendem socioeconômica e cultural. (STARFIELD, 1998, 2005)
pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de A Política Nacional de Atenção Básica considera os
atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de termos “atenção básica” e “Atenção Primária à Saúde”, nas
saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a
(PACS), que busca alternativas para melhorar as condições ambos: os princípios e as diretrizes definidos neste
de saúde de suas comunidades etc. documento. A Política Nacional de Atenção Básica tem na
• A Portaria 648, de 28 de março de 2006, que aprovou Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e
a Política Nacional de Atenção Básica, assim a define: “um consolidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia
conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, Saúde da Família e de outras estratégias de organização da
que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a e do SUS, configurando um processo progressivo e singular
reabilitação e a manutenção da saúde (BRASIL, 2006b, p. 2)”. que considera e inclui as especificidades locorregionais.
Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS a serem (Fonte: PNAB)
operacionalizados na Atenção Básica: (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 3º)
I – princípios: II – diretrizes:
a) universalidade; a) regionalização e hierarquização:
b) equidade; b) territorialização;
c) integralidade. c) Participação na comunidade
d) cuidado centrado na pessoa;
e) resolutividade;
f) longitudinalidade do cuidado; 2 – Atenção secundária: Formada pelos serviços
especializados em nível ambulatorial e hospitalar,
g) coordenação do cuidado;
com densidade tecnológica intermediária entre atenção
Vamos Relembrar: primária e a terciária, historicamente interpretada como
Universalidade: determina que todos os cidadãos procedimentos de média complexidade. Esse nível
brasileiros, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou compreende serviços médicos especializados, de apoio
outras características sociais ou pessoais, têm direito ao diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e
acesso às ações e serviços de saúdea todas as pessoas. emergência.
Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir A organização da atenção secundária se dá por meio
desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito de cada uma das microrregiões do estado, onde há hospitais
aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm de nível secundário que prestam assistência nas
necessidades distintas. especialidades básicas (pediatria, clinica medica e obstetrícia)
Em outras palavras, equidade significa tratar além dos serviços de urgência e emergência, ambulatório
desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência eletivo para referencias e assistências a pacientes internados,
é maior. treinamento, avaliação, e acompanhamento da equipe de
Integralidade: o sistema de saúde deve estar saúde da família (ESF).
preparado para ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu O aumento da resolubilidade na atenção primária
contexto social e, a partir daí atender às demandas e depende do acesso a consultas e procedimentos disponíveis
necessidades desta pessoa. na atenção secundária. A boa relação entre a atenção
primária e secundária é um dos fatores condicionantes dessa
NÍVEIS DE ATENÇÃO: resolutividade
O modelo de organização brasileiro segue os padrões 3- Atenção terciária: no nível terciário de atenção à
determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde estão reunidos os serviços de alta complexidade,
segundo os quais os serviços de saúde devem ser agrupados representados pelos grandes hospitais e pelas clínicas de alta
de acordo com a complexidade das ações necessárias para complexidade.
promover, restaurar ou manter a saúde da população. Nessa esfera, os profissionais são altamente
capacitados para executar intervenções que interrompam
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 11
situações que colocam a vida dos pacientes em risco. Trata- usuários, a continuidade do cuidado e aumentar, por meio da
se de cirurgias e de exames mais invasivos, que exigem a corresponsabilização da atenção, a capacidade de
mais avançada tecnologia em saúde. resolutividade dos problemas de saúde mais comuns,
Dito de outra maneira, o nível terciário visa à garantia produzindo maior impacto na situação de saúde local.
do suporte mínimo necessário para preservar a vida dos Segundo Bourget (2005) o Programa de Saúde da
pacientes nos casos em que a atenção no nível secundário Família (PSF) é uma estratégia para a reorganização das
não foi suficiente para isso. ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e
Este é o nível mais complexo, onde entram recuperação da saúde da população, tendo como foco as
os grandes hospitais e os equipamentos mais avançados, famílias que o constituem.
como aparelhos de ressonância magnética, além de O Programa Saúde da Família implantado desde 1993
profissionais altamente especializados, como cirurgiões. é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo
Isso porque é no nível terciário de atenção à saúde que assistencial, operacionalizada mediante a implantação de
acontecem as cirurgias e são atendidos os pacientes com equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde.
enfermidades que apresentam riscos contra suas vidas. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de
um número definido de famílias, localizadas em uma área
geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de
promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de
ATENÇÃO PRIMÁRIA DE doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da
SAÚDE/ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: saúde desta comunidade. A responsabilidade pelo
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde
da família a necessidade de ultrapassar os limites
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) classicamente definidos para a atenção básica no Brasil,
A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível especialmente no contexto do SUS (BRASIL, 2006).
de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de Embora tenha sido criado com a denominação
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange Programa Saúde da Família (PSF), depois de uma década de
a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, experiências vividas em sua trajetória e da realização de
o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de estudos e reflexões a seu respeito, não há mais dúvida em
danos e a manutenção da saúde com o objetivo de afirmar que a Saúde da Família não é apenas um programa,
desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente mas uma estratégia, não apenas uma estratégia de médico da
na situação de saúde das coletividades. família, mas uma estratégia específica da atenção à saúde
Trata-se da principal porta de entrada do SUS e do (LIMA, 2005).
centro de comunicação com toda a Rede de Atenção dos Segundo Wendhausen e Saupe, a Estratégia Saúde
SUS, devendo se orientar pelos princípios da universalidade, da Família (ESF) constitui marco operacional rumo à
da acessibilidade, da continuidade do cuidado, da transformação do modelo assistencial brasileiro, impondo a
integralidade da atenção, da responsabilização, da necessidade de rever as atuais práticas, com o intuito de
humanização e da equidade. Isso significa dizer que a APS contribuir com este processo.
funciona como um filtro capaz de organizar o fluxo dos A atenção à saúde é centrada na família e não no
serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais indivíduo isoladamente, e a família é observada no seu
complexos. contexto sócio-econômico e cultural através do seu cadastro
No Brasil, a Atenção Primária é desenvolvida com o que reúne informações que permitem a identificação de um
mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo conjunto de fatores de risco, anteriormente não percebidos
no local mais próximo da vida das pessoas. Há diversas pelos serviços de saúde (BRASIL, 1997).
estratégias governamentais relacionadas, sendo uma delas a Histórico
Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços No início da década de 80, alguns países iniciaram os
multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades de primeiros passos nessa direção, aparecendo Canadá, Cuba,
Saúde da Família (USF), por exemplo. Consultas, exames, Inglaterra e outros, como pioneiros das mudanças nos
vacinas, radiografias e outros procedimentos são serviços primários de saúde de reconhecida resolutividade e
disponibilizados aos usuários nas USF. Hoje, há uma Carteira impacto, mundialmente. Das experiências mundiais e as
de Serviços da Atenção Primária à Saúde (Casaps) disponível realizadas em vários pontos do território brasileiro é elaborada
para apoiar os gestores municipais na tomada de decisões e a estratégia de reorganização da Atenção Primária ou Básica,
levar à população o conhecimento do que encontrar na APS. denominada de “Programa de Saúde da Família e de Agentes
Ela envolve outras iniciativas também, como: o Programa Comunitários de Saúde”, o PSF e o PACS.
Saúde na Hora e o Médicos pelo Brasil. Esse trabalho é O PSF iniciou-se no Brasil como estratégia no ano de
realizado nas Unidades de Saúde da Família (USF), nas 1994, por meio de uma parceria entre o Ministério da
Unidades de Saúde Fluviais, nas Unidades Odontológicas Saúde/MS e o Fundo das Nações Unidas para a
Móveis (UOM) e nas Academias de Saúde. Entre o conjunto Infância/UNICEF. A estratégia mostra que oferecer às famílias
de iniciativas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde serviços de saúde preventiva e curativa em suas próprias
(Saps) para cuidar da população no ambiente em que vive comunidades resulta em melhorias importantes nas
estão o Programa Saúde na Hora, o Médicos pelo Brasi, condições de saúde da população. A estratégia da saúde da
o Previne Brasil e a Estratégia Saúde da Família, entre outros família surgiu com o propósito de alterar o modelo assistencial
programas, ações e estratégias. de saúde, centrado na doença, no médico e no hospital.
Privilegiava a parte curativa em detrimento da preventiva. O
A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF PSF veio como resposta às necessidades de uma atenção
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo integral desenvolvida por equipe multiprofissional, ao
assistencial da Atenção Básica, que se fundamenta no indivíduo e à comunidade, com intensa participação da
trabalho de equipes multiprofissionais em um território adstrito comunidade
e desenvolve ações de saúde a partir do conhecimento da Objetivo da Estratégia de Saúde da Família
realidade local e das necessidades de sua população. O Segundo Freitas a Estratégia de Saúde da Família foi
modelo da ESF busca favorecer a aproximação da unidade de Institucionalizada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de
saúde das famílias; promover o acesso aos serviços, substituir o modelo tradicional de assistência à saúde,
possibilitar o estabelecimento de vínculos entre a equipe e os trabalhando dentro de uma nova lógica, com maior
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12 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
capacidade de ação para atender às necessidades de saúde § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão
da população de sua área de abrangência. A função da adotadas estratégias que permitam minimizar
Unidade de Saúde da Família é prestar assistência contínua desigualdades/iniquidades, de modo a evitar exclusão social
à comunidade, acompanhando integralmente a saúde da de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou
criança, do adulto, da mulher, dos idosos, enfim, de todas as discriminação, de maneira que impacte na autonomia e na
pessoas que vivem no território sob sua responsabilidade. situação de saúde.
O objetivo da estratégia da Saúde da Família é a Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a
reorganização da prática assistencial em novas bases e serem operacionalizados na Atenção Básica:
critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência, I - Princípios:
que é orientado para a cura de doenças e no hospital. A a) Universalidade;
atenção está centrada na família, entendida e percebia a partir b) Equidade; e
do seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às c) Integralidade.
equipes de Saúde da Família uma compreensão ampliada do II - Diretrizes:
processo saúde/doença e da necessidade de intervenções a) Regionalização e Hierarquização:
que vão além de práticas curativas. (www.acritica- b) Territorialização;
cg.inf.br/contents-2001) c) População Adscrita;
De acordo com Souza (2000), o programa apresenta d) Cuidado centrado na pessoa;
uma estratégia de assistência que valoriza os princípios de e) Resolutividade;
territorialização, de formação de vínculo com a população, de
f) Longitudinalidade do cuidado;
garantia de integridade na atenção, de trabalho em equipe
g) Coordenação do cuidado;
com enfoque multidisciplinar, de ênfase na promoção de
saúde com fortalecimento das ações intersetoriais e de h) Ordenação da rede; e
estímulo à participação da comunidade entre outros, i) Participação da comunidade.
consolidando assim, o Sistema Único de Saúde. Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia
prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica.
Parágrafo único. Serão reconhecidas outras
PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017
estratégias de Atenção Básica, desde que observados os
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, princípios e diretrizes previstos nesta portaria e tenham
estabelecendo a revisão de diretrizes para a caráter transitório, devendo ser estimulada sua conversão em
organização da Atenção Básica, no âmbito do Estratégia Saúde da Família.
Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das Atenção Básica é condição essencial para o alcance de
atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo resultados que atendam às necessidades de saúde da
único do art. 87 da Constituição, e população, na ótica da integralidade da atenção à saúde e
(...) visa estabelecer processos de trabalho que considerem os
Considerando a pactuação na Reunião da Comissão determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da
Intergestores Tripartite do dia 31 de agosto de 2017, resolve: intra e intersetorialidade.
Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional de Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que
Atenção Básica - PNAB, com vistas à revisão da prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do
regulamentação de implantação e operacionalização SUS, de acordo com esta portaria serão denominados
vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, Unidade Básica de Saúde - UBS. Parágrafo único. Todas as
estabelecendo-se as diretrizes para a organização do UBS são consideradas potenciais espaços de educação,
componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde - formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço,
RAS. inovação e avaliação tecnológica para a RAS.
Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção CAPÍTULO I
Básica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção DAS RESPONSABILIDADES
Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, como termos Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as
equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as esferas de governo:
diretrizes definidas neste documento. I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção
Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas
saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem nesta portaria;
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da
reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e Família - ESF como estratégia prioritária de expansão,
vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de consolidação e qualificação da Atenção Básica;
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe III - garantir a infraestrutura adequada e com boas
multiprofissional e dirigida à população em território definido, condições para o funcionamento das UBS, garantindo
sobre as quais as equipes assumem responsabilidade espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de
sanitária. pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes;
§1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada IV - contribuir com o financiamento tripartite para
e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado fortalecimento da Atenção Básica;
e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. V - assegurar ao usuário o acesso universal, equânime
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de
gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas
necessidades e demandas do território, considerando os Comissões Intergestores;
determinantes e condicionantes de saúde. VI - estabelecer, nos respectivos Planos Municipais,
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e
gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação metas para a organização da Atenção Básica;
sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição VII -desenvolver mecanismos técnicos e estratégias
socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, organizacionais de qualificação da força de trabalho para
funcional e outras. gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a formação,
educação permanente e continuada dos profissionais, garantir
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 13
direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os vínculos de IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados,
trabalho e implantar carreiras que associem desenvolvimento do Distrito Federal e dos municípios no processo de
do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
pessoas; V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação
VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de junto às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à
profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção
promover ofertas de cuidado e o vínculo; Básica;
IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais
de Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que
mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas facilitem o processo de gestão, formação e educação
ferramentas nas UBS, de acordo com suas permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica;
responsabilidades; VII - articular com o Ministério da Educação estratégias
X - garantir, de forma tripartite, dispositivos para de indução às mudanças curriculares nos cursos de
transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas graduação e pósgraduação na área da saúde, visando à
para realização de procedimentos eletivos, exames, dentre formação de profissionais e gestores com perfil adequado à
outros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade Atenção Básica; e
do cuidado na RAS, conforme necessidade do território e VIII -apoiar a articulação de instituições, em parceria
planejamento de saúde; com as Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Distrito Federal, para formação e garantia de educação
Atenção Básica nos territórios; permanente e continuada para os profissionais de saúde da
XII - estabelecer mecanismos de autoavaliação, Atenção Básica, de acordo com as necessidades locais.
controle, regulação e acompanhamento sistemático dos Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e
resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como ao Distrito Federal a coordenação do componente estadual e
parte do processo de planejamento e programação; distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites
XIII - divulgar as informações e os resultados territoriais e de acordo com as políticas, diretrizes e
alcançados pelas equipes que atuam na Atenção Básica, prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos
estimulando a utilização dos dados para o planejamento das Estados e do Distrito Federal:
ações; I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
XIV - promover o intercâmbio de experiências entre e Colegiado de Gestão no Distrito Federal, estratégias,
gestores e entre trabalhadores, por meio de cooperação diretrizes e normas para a implantação e implementação da
horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados e
pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação Distrito Federal;
de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; II - destinar recursos estaduais para compor o
XV - estimular a participação popular e o controle financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo regular e
social; automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a
XVI - garantir espaços físicos e ambientes adequados fundo para custeio e investimento das ações e serviços;
para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações
para a formação em serviço e para a educação permanente e de Atenção Básica nos municípios;
continuada nas Unidades Básicas de Saúde; IV - analisar os dados de interesse estadual gerados
XVII - desenvolver as ações de assistência pelos sistemas de informação, utilizá-los no planejamento e
farmacêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo divulgar os resultados obtidos;
a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em V -verificar a qualidade e a consistência de arquivos
conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e dos sistemas de informação enviados pelos municípios, de
diretrizes terapêuticas, e com a relação específica acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema,
complementar estadual, municipal, da união, ou do distrito retornando informações aos gestores municipais;
federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando a VI - divulgar periodicamente os relatórios de
integralidade do cuidado; indicadores da Atenção Básica, com intuito de assegurar o
XVIII - adotar estratégias para garantir um amplo direito fundamental de acesso à informação;
escopo de ações e serviços a serem ofertados na Atenção VII - prestar apoio institucional aos municípios no
Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de cada processo de implantação, acompanhamento e qualificação da
localidade; Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia
XIX - estabelecer mecanismos regulares de auto Saúde da Família;
avaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica, a VIII - definir estratégias de articulação com as gestões
fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e municipais, com vistas à institucionalização do monitoramento
planejamento em saúde; e e avaliação da Atenção Básica;
XX -articulação com o subsistema Indígena nas ações IX - disponibilizar aos municípios instrumentos
de Educação Permanente e gestão da rede assistencial. técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de formação
Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das e educação permanente dos membros das equipes de gestão
ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo e de atenção;
responsabilidades da União: X - articular instituições de ensino e serviço, em
I -definir e rever periodicamente, de forma pactuada, parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para
na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da formação e garantia de educação permanente aos
Política Nacional de Atenção Básica; profissionais de saúde das equipes que atuam na Atenção
II - garantir fontes de recursos federais para compor o Básica; e
financiamento da Atenção Básica; XI -fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de
III - destinar recurso federal para compor o serviços como a estratégia prioritária de organização da
financiamento tripartite da Atenção Básica, de modo mensal, Atenção Básica.
regular e automático, prevendo, entre outras formas, o Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde a
repasse fundo a fundo para custeio e investimento das ações coordenação do componente municipal da Atenção Básica,
e serviços; no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política,
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14 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo IX - assegurar o cumprimento da carga horária integral
responsabilidades dos Municípios e do Distrito Federal: de todos os profissionais que compõem as equipes que atuam
I -organizar, executar e gerenciar os serviços e ações na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho
de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de
território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de
estado e pela União; atenção.
II - programar as ações da Atenção Básica a partir de Art. 11 A operacionalização da Política Nacional de
sua base territorial de acordo com as necessidades de saúde Atenção Básica está detalhada no Anexo a esta Portaria.
identificadas em sua população, utilizando instrumento de Art. 12 Fica revogada a Portaria nº 2.488/GM/MS, de
programação nacional vigente; 21 de outubro de 2011.
III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
linhas de cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos publicação.
na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de RICARDO BARROS
atenção de diferentes configurações tecnológicas, integrados ANEXO
por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
garantir a integralidade do cuidado. OPERACIONALIZAÇÃO
IV -estabelecer e adotar mecanismos de CAPÍTULO I
encaminhamento responsável pelas equipes que atuam na DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À
Atenção Básica de acordo com as necessidades de saúde das SAÚDE
pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado; A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é
V - manter atualizado mensalmente o cadastro de resultado da experiência acumulada por um conjunto de
equipes, profissionais, carga horária, serviços atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a
disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das
conforme regulamentação específica; três esferas de governo. Esta Portaria, conforme
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção normatização vigente no SUS, que define a organização em
Básica atue como a porta de entrada preferencial e Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um
ordenadora da RAS; cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da
VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir população, destaca a Atenção Básica como primeiro ponto de
espaços para a participação da comunidade no exercício do atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve
controle social; ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas , produtos e
VIII - destinar recursos municipais para compor o informações em todos os pontos de atenção à saúde.
financiamento tripartite da Atenção Básica; Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e
e Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento da consolidação da Atenção Básica. Contudo reconhece outras
utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos estratégias de organização da Atenção Básica nos territórios,
município; que devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua e do SUS, configurando um processo progressivo e singular
rede de serviços como a estratégia prioritária de organização que considera e inclui as especificidades locorregionais,
da Atenção Básica; ressaltando a dinamicidade do território e a existência de
XI -prestar apoio institucional às equipes e serviços no populações específicas, itinerantes e dispersas, que também
processo de implantação, acompanhamento, e qualificação são de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no
da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da território, em consonância com a política de promoção da
Estratégia Saúde da Família; equidade em saúde.
XII - definir estratégias de institucionalização da A Atenção Básica considera a pessoa em sua
avaliação da Atenção Básica; singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a
XIII -desenvolver ações, articular instituições e atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde
promover acesso aos trabalhadores, para formação e garantia - a qual constitui um processo contínuo e sistemático de
de educação permanente e continuada aos profissionais de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre
saúde de todas as equipes que atuam na Atenção Básica eventos relacionados à saúde - além disso, visa o
implantadas; planejamento e a implementação de ações públicas para a
XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de
que compõem as equipes multiprofissionais de Atenção riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da
Básica, em conformidade com a legislação vigente; saúde.
XV -garantir recursos materiais, equipamentos e Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões
insumos suficientes para o funcionamento das UBS e equipes, simplistas, nas quais, entre outras, há dicotomia e oposição
para a execução do conjunto de ações propostas; entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve-se
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e partir da compreensão de que a saúde possui múltiplos
laboratorial necessário ao cuidado resolutivo da população; determinantes e condicionantes e que a melhora das
XVII -alimentar, analisar e verificar a qualidade e a condições de saúde das pessoas e coletividades passa por
consistência dos dados inseridos nos sistemas nacionais de diversos fatores, os quais grande parte podem ser abordados
informação a serem enviados às outras esferas de gestão, na Atenção Básica.
utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os resultados 1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA
obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso à Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação
informação; de serviços ofertados na Atenção Básica serão orientadores
XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia para a sua organização nos municípios, conforme descritos a
das referências a serviços e ações de saúde fora do âmbito seguir:
da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de 1.1 - Princípios
saúde das mesmas; e - Universalidade: possibilitar o acesso universal e
contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos,
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 15
caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos,
da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e
promovendo a vinculação e corresponsabilização pela tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu
atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é
de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento construído com as pessoas, de acordo com suas
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do necessidades e potencialidades na busca de uma vida
serviço de saúde que parte do princípio de que as equipes que independente e plena. A família, a comunidade e outras
atuam na Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir formas de coletividade são elementos relevantes, muitas
todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas
universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e, por consequência, no cuidado.
e a partir daí construir respostas para suas demandas e - Resolutividade: reforça a importância da Atenção
necessidades. Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes
- Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as tecnologias de cui-dado individual e coletivo, por meio de uma
diferenças nas condições de vida e saúde e de acordo com as clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e
necessidades das pessoas, considerando que o direito à intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na
saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia
diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada em dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a
idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação grande maioria dos problemas de saúde da população,
sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS,
socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual, quando necessário.
funcional, entre outras, com estratégias que permitam VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a
minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos continuidade da relação de cuidado, com construção de
que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao
maneira que impacte na autonomia e na situação de saúde. longo do tempo e de modo permanente e consistente,
- Integralidade: É o conjunto de serviços executados acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de
pela equipe de saúde que atendam às necessidades da outros elementos na vida das pessoas , evitando a perda de
população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são
manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da
da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados falta de coordenação do cuidado.
paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços VII - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e
em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das
adequado das necessidades biológicas, psicológicas, RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os
ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo
diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de
estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo
coletividade. de produzir a gestão compartilhada da atenção integral.
1.2 - Diretrizes Articulando também as outras estruturas das redes de saúde
- Regionalização e Hierarquização: dos pontos de e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de VIII - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades
comunicação entre esses. Considera-se regiões de saúde de saúde da população sob sua responsabilidade,
como um recorte espacial estratégico para fins de organizando as necessidades desta população em relação
planejamento, organização e gestão de redes de ações e aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que
serviços de saúde em determinada localidade, e a o planejamento das ações, assim como, a programação dos
hierarquização como forma de organização de pontos de serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das
atenção da RAS entre si, com fluxos e referências pessoas.
estabelecidos. IX - Participação da comunidade: estimular a
- Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o participação das pessoas, a orientação comunitária das ações
planejamento, a programação descentralizada e o de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no
desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade
em um território específico, com impacto na situação, nos na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e
condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda o
coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde,
adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, considerase através de articulação e integração das ações intersetoriais na
Território a unidade geográfica única, de construção organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de
descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle
destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e social.
recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para 2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À
dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, SAÚDE
econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS,
possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e define a organização na RAS, como estratégia para um
subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da
atendam a necessidade da população adscrita e ou as população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos
populações específicas. formados por ações e serviços de saúde com diferentes
III - População Adscrita: população que está presente configurações tecnológicas e missões assistenciais,
no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento articulados de forma complementar e com base territorial, e
de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção
e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal
e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser porta de entrada do sistema, constituída de equipe
referência para o seu cuidado. multidisciplinar que cobre toda a população, integrando,
- Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de
desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, saúde das pessoas do seu território.
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16 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que à saúde dos usuários. Os parâmetros de estrutura devem,
regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que "o acesso universal, portanto, levar em consideração a densidade demográfica, a
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia composição, atuação e os tipos de equipes, perfil da
pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede população, e as ações e serviços de saúde a serem
regionalizada e hierarquizada". realizados. É importante que sejam previstos espaços físicos
Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é e ambientes adequados para a formação de estudantes e
preciso reconhecer as necessidades de saúde da população trabalhadores de saúde de nível médio e superior, para a
sob sua responsabilidade, organizando-as em relação aos formação em serviço e para a educação permanente na UBS.
outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a As UBS devem ser construídas de acordo com as
programação dos serviços de saúde parta das necessidades normas sanitárias e tendo como referência as normativas de
das pessoas, com isso fortalecendo o planejamento infraestrutura vigentes, bem como possuir identificação
ascendente. segundo os padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
A Atenção Básica é caracterizada como porta de Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de Cadastro
entrada preferencial do SUS, possui um espaço privilegiado Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), de acordo
de gestão do cuidado das pessoas e cumpre papel estratégico com as normas em vigor para tal.
na rede de atenção, servindo como base para o seu As UBS poderão ter pontos de apoio para o
ordenamento e para a efetivação da integralidade. Para tanto, atendimento de populações dispersas (rurais, ribeirinhas,
é necessário que a Atenção Básica tenha alta resolutividade, assentamentos, áreas pantaneiras, etc.), com
com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de reconhecimento no SCNES, bem como nos instrumentos de
tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas e monitoramento e avaliação. A estrutura física dos pontos de
terapêuticas), além da articulação da Atenção Básica com apoio deve respeitar as normas gerais de segurança sanitária.
outros pontos da RAS. A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico
Os estados, municípios e o distrito federal, devem (arquitetônico), entendido como lugar social, profissional e de
articular ações intersetoriais, assim como a organização da relações interpessoais, que deve proporcionar uma atenção
RAS, com ênfase nas necessidades locorregionais, acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente
promovendo a integração das referências de seu território. saudável para o trabalho dos profissionais de saúde.
Recomenda-se a articulação e implementação de Para um ambiente adequado em uma UBS, existem
processos que aumentem a capacidade clínica das equipes, componentes que atuam como modificadores e qualificadores
que fortaleçam práticas de microrregulação nas Unidades do espaço, recomenda-se contemplar: recepção sem grades
Básicas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da UBS (para não intimidar ou dificultar a comunicação e também
e dos exames e consultas descentralizados/programados garantir privacidade à pessoa), identificação dos serviços
para cada UBS, que propiciem a comunicação entre UBS, existentes, escala dos profissionais, horários de
centrais de regulação e serviços especializados, com funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmico e
pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial acústico, e espaços adaptados para as pessoas com
e/ou a distância, entre outros. deficiência em conformidade com as normativas vigentes.
Um dos destaques que merecem ser feitos é a Além da garantia de infraestrutura e ambiência
consideração e a incorporação, no processo de apropriadas, para a realização da prática profissional na
referenciamento, das ferramentas de telessaúde articulado às Atenção Básica, é necessário disponibilizar equipamentos
decisões clínicas e aos processos de regulação do acesso. A adequados, recursos humanos capacitados, e materiais e
utilização de protocolos de encaminhamento servem como insumos suficientes à atenção à saúde prestada nos
ferramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuidado, pois municípios e Distrito Federal.
tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes 3.2 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde
quanto se constituem como referência que modula a avaliação São considerados unidades ou equipamentos de
das solicitações pelos médicos reguladores. saúde no âmbito da Atenção Básica:
Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do a) Unidade Básica de Saúde
cuidado clínico e da resolutividade na Atenção Básica, Recomenda-se os seguintes ambientes:
evitando a exposição das pessoas a consultas e/ou consultório médico e de enfermagem, consultório com
procedimentos desnecessários. Além disso, com a sanitário, sala de procedimentos, sala de vacinas, área para
organização do acesso, induz-se ao uso racional dos recursos assistência farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de
em saúde, impede deslocamentos desnecessários e traz procedimentos, sala de coleta/exames, sala de curativos, sala
maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera. de expurgo, sala de esterilização, sala de observação e sala
A gestão municipal deve articular e criar condições de atividades coletivas para os profissionais da Atenção
para que a referência aos serviços especializados Básica. Se forem compostas por profissionais de saúde bucal,
ambulatoriais, sejam realizados preferencialmente pela será necessário consultório odontológico com equipo
Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade: odontológico completo;
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de a. área de recepção, local para arquivos e registros,
atenção da RAS; sala multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea
b) Gerir a referência e contrarreferência em outros , sala de administração e gerência, banheiro público e para
pontos de atenção; e funcionários, entre outros ambientes conforme a necessidade.
c) Estabelecer relação com os especialistas que b) Unidade Básica de Saúde Fluvial
cuidam das pessoas do território. Recomenda-se os seguintes ambientes:
3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO a. consultório médico; consultório de enfermagem;
DA ATENÇÃO BÁSICA área para assistência farmacêutica, laboratório, sala de
Este item refere-se ao conjunto de procedimentos que vacina; sala de procedimentos; e, se forem compostas por
objetiva adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos profissionais de saúde bucal, será necessário consultório
humanos das UBS às necessidades de saúde da população odontológico com equipo odontológico completo;
de cada território. b. área de recepção, banheiro público; banheiro
3.1 Infraestrutura e ambiência exclusivo para os funcionários; expurgo; cabines com leitos
A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao em número suficiente para toda a equipe; cozinha e outro
quantitativo de população adscrita e suas especificidades, ambientes conforme necessidade.
bem como aos processos de trabalho das equipes e à atenção
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 17
c) Unidade Odontológica Móvel As ações e serviços da Atenção Básica, deverão
Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a seguir padrões essenciais e ampliados:
finalidade de atenção à saúde bucal, equipado com: Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos
Compressor para uso odontológico com sistema de relacionados a condições básicas/essenciais de acesso e
filtragem; aparelho de raios-x para radiografias periapicais e qualidade na Atenção Básica; e
interproximais; aventais de chumbo; conjunto peças de mão - Padrões Ampliados -ações e procedimentos
contendo micro-motor com peça reta e contra ângulo, e alta considerados estratégicos para se avançar e alcançar
rotação; gabinete odontológico; cadeira odontológica, equipo padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica,
odontológico e refletor odontológico; unidade auxiliar considerando especificidades locais, indicadores e
odontológica; mocho odontológico; autoclave; amalgamador; parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde.
fotopolimerizador; e refrigerador. A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria
3.3 - Funcionamento com o controle social, pactuada nas instâncias
Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde interfederativas, com financiamento regulamentado em
tenham seu funcionamento com carga horária mínima de 40 normativa específica.
horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos Caberá a cada gestor municipal realizar análise de
12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à demanda do território e ofertas das UBS para mensurar sua
população. capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias
Horários alternativos de funcionamento podem ser para ampliar o acesso, a qualidade e resolutividade das
pactuados através das instâncias de participação social, equipes e serviços da sua UBS.
desde que atendam expressamente a necessidade da A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá
população, observando, sempre que possível, a carga horária estar disponível aos usuários de forma clara, concisa e de fácil
mínima descrita acima. visualização, conforme padronização pactuada nas instâncias
Como forma de garantir a coordenação do cuidado, gestoras.
ampliando o acesso e resolutividade das equipes que atuam Todas as equipes que atuam na Atenção Básica
na Atenção Básica, recomenda-se : deverão garantir a oferta de todas as ações e procedimentos
i) - População adscrita por equipe de Atenção Básica do Padrão Essencial e recomenda-se que também realizarem
(eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, ações e serviços do Padrão Ampliado, considerando as
localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e necessidades e demandas de saúde das populações em cada
diretrizes da Atenção Básica. localidade. Os serviços dos padrões essenciais, bem como os
Além dessa faixa populacional, podem existir outros equipamentos e materiais necessários, devem ser garantidos
arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e igualmente para todo o país, buscando uniformidade de
dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais, atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco
conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica de ações e procedimentos ampliados deve contemplar de
e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de forma mais flexível às necessidades e demandas de saúde
definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da das populações em cada localidade, sendo definido a partir
equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro de suas especificidades locorregionais.
recomendado, de acordo com as especificidades do território, As unidades devem organizar o serviço de modo a
assegurando-se a qualidade do cuidado. otimizar os processos de trabalho, bem como o acesso aos
ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou demais níveis de atenção da RAS.
Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus
resolutivo. usuários, oferecendo o registro de elogios, críticas ou
iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de reclamações, por meio de livros, caixas de sugestões ou
equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família canais eletrônicos. As UBS deverão assegurar o acolhimento
(eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não
quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao sejam da área de abrangência da unidade, com classificação
recebimento de recursos financeiros específicos, conforme a de risco e encaminhamento responsável de acordo com as
seguinte fórmula: População/2.000. necessidades apresentadas, articulando-se com outros
iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000 serviços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas
habitantes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de de cuidado estabelecidas.
Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda população; Deverá estar afixado em local visível, próximo à
Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro entrada da UBS:
populacional de responsabilidade da equipe de acordo com - Identificação e horário de atendimento;
especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica - Mapa de abrangência, com a cobertura de cada
comunitária respeitando critérios de equidade, ou, ainda, pela equipe;
decisão de possuir um número inferior de pessoas por equipe - Identificação do Gerente da Atenção Básica no
de Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da Família (eSF) território e dos componentes de cada equipe da UBS;
para avançar no acesso e na qualidade da Atenção Básica. - Relação de serviços disponíveis; e
Para que as equipes que atuam na Atenção Básica - Detalhamento das escalas de atendimento de cada
possam atingir seu potencial resolutivo, de forma a garantir a equipe.
coordenação do cuidado, ampliando o acesso, é necessário 3.4 - Tipos de Equipes:
adotar estratégias que permitam a definição de um amplo 1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia
escopo dos serviços a serem ofertados na UBS, de forma que prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da
seja compatível com as necessidades e demandas de saúde Atenção Básicano país, de acordo com os preceitos do SUS.
da população adscrita, seja por meio da Estratégia Saúde da É considerada como estratégia de expansão, qualificação e
Família ou outros arranjos de equipes de Atenção Básica consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma
(eAB), que atuem em conjunto, compartilhando o cuidado e reorientação do processo de trabalho com maior potencial de
apoiando as práticas de saúde nos territórios. Essa oferta de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das
ações e serviços na Atenção Básica devem considerar pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante
políticas e programas prioritários, as diversas realidades e relação custo-efetividade.
necessidades dos territórios e das pessoas, em parceria com
o controle social.
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18 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Composta no mínimo por médico, preferencialmente compartilhar a gestão e o processo de trabalho da equipe,
da especialidade medicina de família e comunidade, tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e
enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da território adstrito que a equipe de Saúde da Família ou
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente Atenção Básica a qual integra.
comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe Cada equipe de Saúde de Família que for implantada
o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais com os profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir
de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa
especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá do
saúde bucal. Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos, através
O número de ACS por equipe deverá ser definido de de doação direta ou o repasse de recursos necessários para
acordo com base populacional, critérios demográficos, adquiri-los (equipo odontológico completo).
epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição 4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção
local. Básica (Nasf-AB)
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar
risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de composta por categorias de profissionais da saúde,
100% da população com número máximo de 750 pessoas por complementar àsequipes que atuam na Atenção Básica. É
ACS. formada por diferentes ocupações (profissões e
Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade especialidades) da área da saúde, atuando de maneira
de carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico)
os profissionais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de
profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1 Atenção Básica (eAB).
(uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente. Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade Atenção Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas UBS e
deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a AB. trabalhando de forma horizontal e interdisciplinar com os
A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção demais profissionais, garantindo a longitudinalidade do
Básica (eAB) de acordo com características e necessidades cuidado e a prestação de serviços diretos à população. Os
do município. Como modelo prioritário é a ESF, as equipes de diferentes profissionais devem estabelecer e compartilhar
Atenção Básica (eAB) podem posteriormente se organizar tal saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma visão comum
qual o modelo prioritário. e aprender a solucionar problemas pela comunicação, de
As equipes deverão ser compostas minimamente por modo a maximizar as habilidades singulares de cada um.
médicos preferencialmente da especialidade medicina de Deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de
família e comunidade, enfermeiro preferencialmente problemas, demandas e necessidades de saúde de pessoas
especialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e e grupos sociais em seus territórios, bem como a partir de
ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros dificuldades dos profissionais de todos os tipos de equipes
profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou que atuam na Atenção Básica em suas análises e manejos.
técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e Para tanto, faz-se necessário o compartilhamento de saberes,
agentes de combate à endemias. práticas intersetoriais e de gestão do cuidado em rede e a
A composição da carga horária mínima por categoria realização de educação permanente e gestão de coletivos nos
pro-fissional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo de territórios sob responsabilidade destas equipes.
3 (três) profissionais por categoria, devendo somar no mínimo Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como
40 horas/semanais. serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de não são de livre acesso para atendimento individual ou
trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados
funcionamento devem ser organizados de modo que pelas equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir
garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas e das demandas identificadas no trabalho con-junto com as
profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade equipes, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde
do cuidado. e seus diversos pontos de atenção, além de outros
A distribuição da carga horária dos profissionais é de equipamentos sociais públicos/privados, redes sociais e
responsabilidade do gestor, devendo considerar o perfil comunitárias.
demográfico e epidemiológico local para escolha da Compete especificamente à Equipe do Núcleo
especialidade médica, estes devem atuar como generalistas Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB):
nas equipes de Atenção Básica (eAB). a. Participar do planejamento conjunto com as equipes
Importante ressaltar que para o funcionamento a que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas;
equipe deverá contar também com profissionais de nível b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos
médio como técnico ou auxiliar de enfermagem. usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e
pode compor as equipes que atuam na atenção básica, de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde,
constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde tanto em termos clínicos quanto sanitários; e
bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. c. Realizar discussão de casos, atendimento
Os profissionais de saúde bucal que compõem as individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções
(eAB) e de devem estar vinculados à uma UBS ou a Unidade no território e na saúde de grupos populacionais de todos os
Odontológica Móvel, podendo se organizar nas seguintes ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações
modalidades: de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde de trabalho das equipes dentre outros, no território.
bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; Poderão compor os NASF-AB as ocupações do
Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro Código Brasileiro de Ocupações - CBO na área de saúde:
TSB. Médico Acupunturista; Assistente Social;
Independente da modalidade adotada, os profissionais Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico;
de Saúde Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico
Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), devendo Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista;
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 19
Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta São consideradas equipes de Atenção Básica para
Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clínica Populações Específicas:
médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional 3.6 - ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE
com formação em arte e educação (arte educador) e DA FAMÍLIA
profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional 1 - Equipes de Saúde da Família para o atendimento
graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira:
pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas Considerando as especificidades locorregionais, os
áreas conforme normativa vigente. municípios da Amazônia Legal e Pantaneiras podem optar
A definição das categorias profissionais é de entre 2 (dois) arranjos organizacionais para equipes Saúde da
autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo Família, além dos existentes para o restante do país:
com as necessidades dos territórios. a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São
5 - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde equipes que desempenham parte significativa de suas
(EACS): funções em UBS construídas e/ou localizadas nas
É prevista a implantação da Estratégia de Agentes comunidades pertencentes à área adstrita e cujo acesso se
Comunitários de Saúde nas UBS como uma possibilidade dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão territorial,
para a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à necessitam de embarcações para atender as comunidades
implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família ou dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma UBS,
como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma
maneiras de organização da Atenção Básica. São itens comunidade ribeirinha localizada na área adstrita.
necessários à implantação desta estratégia: A eSFR será formada por equipe multiprofissional
a.a existência de uma Unidade Básica de Saúde, composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente
inscrita no SCNES vigente que passa a ser a UBS de da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um)
referência para a equipe de agentes comunitários de saúde; enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da
b.o número de ACS e ACE por equipe deverá ser Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo
definido de acordo com base populacional (critérios acrescentar a esta composição, como parte da equipe
demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos), multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde
conforme legislação vigente. bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista
c.o cumprimento da carga horária integral de 40 horas em saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde
semanais por toda a equipe de agentes comunitários, por bucal.
cada membro da equipe; composta por ACS e enfermeiro Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as
supervisor; ESFR podem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro)
d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar Agentes Comunitários de Saúde; até 12 (doze)
cadastrados no SCNES vigente, vinculados à equipe; microscopistas, nas regiões endêmicas; até 11 (onze)
e.cada ACS deve realizar as ações previstas nas Auxiliares/Técnicos de enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/Técnico
regulamentações vigentes e nesta portaria e ter uma de saúde bucal. As ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2
microárea sob sua responsabilidade, cuja população não (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua
ultrapasse 750 pessoas; composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais
f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do previstos nas equipes de Nasf-AB.
planejamento do processo de trabalho a partir das Os agentes comunitários de saúde, os
necessidades do território, com priorização para população auxiliares/técnicos de enfermagem extras e os
com maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico; auxiliares/técnicos de saúde bucal cumprirão carga horária de
g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à até 40 (quarenta) horas semanais de trabalho e deverão
integralidade do cuidado no território; e h.cadastrar, preencher residir na área de atuação.
e informar os dados através do Sistema de Informação em As eSFR prestarão atendimento à população por, no
Saúde para a Atenção Básica vigente. mínimo, 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária
3.5 - EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA equivalente a 8 (oito) horas diárias.
POPULAÇÕES ESPECÍFICAS Para as comunidades distantes da UBS de referência,
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da as eSFR adotarão circuito de deslocamento que garanta o
Atenção Básica são responsáveis pela atenção à saúde de atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a
populações que apresentem vulnerabilidades sociais cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das
específicas e, por consequência, necessidades de saúde ações de Atenção Básica. Caso necessário, poderão possuir
específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer unidades de apoio, estabelecimentos que servem para
outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica possui atuação das eSFR e que não possuem outras equipes de
responsabilidade direta sobre ações de saúde em Saúde da Família vinculadas.
determinado território, considerando suas singularidades, o Para operacionalizar a atenção à saúde das
que possibilita intervenções mais oportunas nessas situações comunidades ribeirinhas dispersas no território de
específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e abrangência, a eSFR receberá incentivo financeiro de custeio
ofertar uma atenção integral à saúde. para logística, que considera a existência das seguintes
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar estruturas:
atenção à saúde de populações específicas. Em algumas a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites),
realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de
além das equipes descritas anteriormente, de equipes Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s)
adicionais para realizar as ações de saúde à populações da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma
específicas no âmbito da Atenção Básica, que devem atuar de descentralizada; e
forma integrada para a qualificação do cuidado no território. b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte
Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde
na Atenção Básica possam incorporar tecnologias dessas da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde
equipes específicas, de modo que se faça uma transição para de Atenção Básica.
um momento em que não serão necessárias essas equipes Todas as unidades de apoio ou satélites e
específicas, e todas as pessoas e populações serão embarcações devem estar devidamente informadas no
acompanhadas pela eSF.
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20 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vigente, a c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias
qual as eSFR estão vinculadas. profissionais especificadas em portaria específica.
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São Na composição de cada eCR deve haver,
equipes que desempenham suas funções em Unidades preferencialmente, o máximo de dois profissionais da mesma
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por profissão de saúde, seja de nível médio ou superior. Todas as
comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área modalidades de eCR poderão agregar agentes comunitários
adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial. de saúde.
A eSFR será formada por equipe multiprofissional O agente social, quando houver, será considerado
composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente equivalente ao profissional de nível médio. Entende-se por
da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) agente social o pro-fissional que desempenha atividades que
enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas
Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar
acrescentar a esta composição, como parte da equipe as equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas
multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde em situação de rua.
bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os
em saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde seguintes requisitos:
bucal. I - demonstração do cadastramento da eCR no
Devem contar também, com um (01) técnico de Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
laboratório e/ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na (SCNES); e
composição mínima, os profissionais de saúde bucal, um (1) II - alimentação de dados no Sistema de Informação da
cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde Atenção Básica vigente, conforme norma específica.
da família, e um (01) Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal. Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios
Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais na Rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua
da área da saúde de nível superior à sua composição, dentre deve seguir sendo de responsabilidade das equipes que
enfermeiros ou outros profissionais previstos para os Nasf - atuam na Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde
AB bucal e os Núcleos Ampliados à Saúde da Família e equipes
Para as comunidades distantes da Unidade Básica de de Atenção Básica (Nasf-AB) do território onde estas pessoas
Saúde de referência, a eSFF adotará circuito de estão concentradas.
deslocamento que garanta o atendimento a todas as Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na
comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, Rua de cada município, serão tomados como base os dados
para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. dos censos populacionais relacionados à população em
Para operacionalizar a atenção à saúde das situação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos
comunidades ribeirinhas dispersas no território de pelo Ministério da Saúde.
abrangência, onde a UBS Fluvial não conseguir aportar, a As regras estão publicadas em portarias específicas
eSFF poderá receber incentivo financeiro de custeio para que disciplinam composição das equipes, valor do incentivo
logística, que considera a existência das seguintes estruturas: financeiro, diretrizes de funcionamento, monitoramento e
a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), acompanhamento das equipes de consultório na rua entre
vinculadas e informadas no Cadastro Nacional de outras disposições.
Estabelecimento de Saúde vigente, utilizada(s) como base(s) 1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São
da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma compostas por equipe multiprofissional que deve estar
descentralizada; e cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de
b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte Saúde vigente, e com responsabilidade de articular e prestar
exclusivas para o deslocamento dos profissionais de saúde atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade.
da(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento de Saúde Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas
de Atenção Básica. privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral
1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) -equipe de no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção Integral à
saúde com composição variável, responsável por articular e Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema
prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de Prisional (PNAISP), que os serviços de saúde no sistema
rua ou com características análogas em determinado prisional passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção
território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção
modalidades e respectivos regramentos descritos em portaria Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema
específica. e ordenadora das ações e serviços de saúde, devendo
São itens necessários para o funcionamento das realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas
equipes de Consultório na Rua (eCR): Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme
a. Realizar suas atividades de forma itinerante, portaria específica.
desenvolvendo ações na rua, em instalações específicas, na 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO
unidade móvel e também nas instalações de Unidades BÁSICA
Básicas de Saúde do território onde está atuando, sempre As atribuições dos profissionais das equipes que
articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as atuam na Atenção Básica deverão seguir normativas
demais equipes que atuam na atenção básica do território específicas do Ministério da Saúde, bem como as definições
(eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros de Atenção de escopo de práticas, protocolos, diretrizes clínicas e
Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos terapêuticas, além de outras normativas técnicas
serviços e instituições componentes do Sistema Único de estabelecidas pelos gestores federal, estadual, municipal ou
Assistência Social entre outras instituições públicas e da do Distrito Federal.
sociedade civil; 4.1 Atribuições Comuns a todos os membros das
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 Equipes que atuam na Atenção Básica:
horas. Porém seu horário de funcionamento deverá ser - Participar do processo de territorialização e
adequado às demandas das pessoas em situação de rua, mapeamento da área de atuação da equipe, identificando
podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e
dias da semana; e vulnerabilidades;
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 21
- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e XV. Alimentar e garantir a qualidade do registro das
outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no atividades nos sistemas de informação da Atenção Básica,
sistema de informação da Atenção Básica vigente, utilizando conforme normativa vigente;
as informações sistematicamente para a análise da situação XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos
de saúde, considerando as características sociais, de notificação compulsória, bem como outras doenças,
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do agravos, surtos, acidentes, violências, situações sanitárias e
território, priorizando as situações a serem acompanhadas no ambientais de importância local, considerando essas
planejamento local; ocorrências para o planejamento de ações de prevenção,
- Realizar o cuidado integral à saúde da população proteção e recuperação em saúde no território;
adscrita, prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de XVII. Realizar busca ativa de internações e
Saúde, e quando necessário, no domicílio e demais espaços atendimentos de urgência/emergência por causas sensíveis à
comunitários (escolas, associações, entre outros), com Atenção Básica, a fim de estabelecer estratégias que ampliem
atenção especial às populações que apresentem a resolutividade e a longitudinalidade pelas equipes que
necessidades específicas (em situação de rua, em medida atuam na AB;
socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.). XVIII. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em
- Realizar ações de atenção à saúde conforme a domicílio às famílias e pessoas em residências, Instituições
necessidade de saúde da população local, bem como aquelas de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre outros tipos de
previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes clínicas e moradia existentes em seu território, de acordo com o
terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e planejamento da equipe, necessidades e prioridades
serviços essenciais e ampliados da AB; estabelecidas;
V. Garantir a atenção à saúde da população adscrita, XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas com
buscando a integralidade por meio da realização de ações de problemas de saúde controlados/compensados com algum
promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de grau de dependência para as atividades da vida diária e que
doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda não podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde;
espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe,
e de vigilância em saúde, e incorporando diversas integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes
racionalidades em saúde, inclusive Práticas Integrativas e formações e até mesmo outros níveis de atenção, buscando
Complementares; incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e
VI. Participar do acolhimento dos usuários, matriciamento ao processo de trabalho cotidiano para essa
proporcionando atendimento humanizado, realizando integração (realização de consulta compartilhada reservada
classificação de risco, identificando as necessidades de aos profissionais de nível superior, construção de Projeto
intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras
continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do estratégias, em consonância com as necessidades e
vínculo; demandas da população);
VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da XXI. Participar de reuniões de equipes a fim de
população adscrita ao longo do tempo no que se refere às acompanhar e discutir em conjunto o planejamento e
múltiplas situações de doenças e agravos, e às necessidades avaliação sistemática das ações da equipe, a partir da
de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do utilização dos dados disponíveis, visando a readequação
cuidado; constante do processo de trabalho;
VIII. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a XXII. Articular e participar das atividades de educação
pessoas, famílias e grupos sociais, visando propor permanente e educação continuada;
intervenções que possam influenciar os processos saúde- XXIII. Realizar ações de educação em saúde à
doença individual, das coletividades e da própria comunidade; população adstrita, conforme planejamento da equipe e
IX. Responsabilizar-se pela população adscrita utilizando abordagens adequadas às necessidades deste
mantendo a coordenação do cuidado mesmo quando público;
necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema XXIV.Participar do gerenciamento dos insumos
de saúde; necessários para o adequado funcionamento da UBS;
X. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica XIV. Promover a mobilização e a participação da
vigente para registro das ações de saúde na AB, visando comunidade, estimulando conselhos/colegiados, constituídos
subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e de gestores locais, profissionais de saúde e usuários,
epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde; viabilizando o controle social na gestão da Unidade Básica de
XI. Contribuir para o processo de regulação do acesso Saúde;
a partir da Atenção Básica, participando da definição de fluxos XXV. Identificar parceiros e recursos na comunidade
assistenciais na RAS, bem como da elaboração e que possam potencializar ações intersetoriais;
implementação de protocolos e diretrizes clínicas e XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de
terapêuticas para a ordenação desses fluxos; Informação da Atenção Básica e no mapa de
XII. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou
prática do encaminhamento desnecessário, com base nos outros pro-gramas sociais equivalentes, as condicionalidades
processos de regulação locais (referência e de saúde das famílias beneficiárias;e
contrarreferência), ampliando-a para um processo de XXVII. Realizar outras ações e atividades, de acordo
compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal com as prioridades locais, definidas pelo gestor local.
de responsabilidade das equipes que atuam na atenção 4.2. São atribuições específicas dos profissionais das
básica; equipes que atuam na Atenção Básica:
XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de 4.2.1 - Enfermeiro:
atenção de diferentes configurações tecnológicas a I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias
integração por meio de serviços de apoio logístico, técnico e vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no
de gestão, para garantir a integralidade do cuidado; domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
XIV. Instituir ações para segurança do paciente e associações entre outras), em todos os ciclos de vida;
propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos,
adversos; solicitar exames complementares, prescrever medicações
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22 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as com planejamento da equipe, com resolubilidade e em
disposições legais da profissão; conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e
III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com terapêuticas, bem como outras normativas técnicas
escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do
protocolos estabelecidos; Distrito Federal, observadas as disposições legais da
IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de profissão;
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o
no território, junto aos demais membros da equipe; perfil epidemiológico para o planejamento e a programação
V - Realizar atividades em grupo e encaminhar, em saúde bucal no território;
quando necessário, usuários a outros serviços, conforme III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da
fluxo estabelecido pela rede local; AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências,
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos
desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação
e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e
VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de parcial removível);
enfermagem e ACS; IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas
VIII - Implementar e manter atualizados rotinas, à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
protocolos e fluxos relacionados a sua área de competência V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
na UBS; e referentes à saúde com os demais membros da equipe,
IX - Exercer outras atribuições conforme legislação buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma
profissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de multidisciplinar;
atuação. VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal
4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem: (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
I - Participar das atividades de atenção à saúde VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
realizando procedimentos regulamentados no exercício de desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros
sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no membros da equipe;
domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano
associações, entre outros); de cuidados para as pessoas que possuem condições
II - Realizar procedimentos de enfermagem, como crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e
curativos, administração de medicamentos, vacinas, coleta de IX - Exercer outras atribuições que sejam de
material para exames, lavagem, preparação e esterilização de responsabilidade na sua área de atuação.
materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermeiro, 4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB):
de acordo com sua área de atuação e regulamentação; e I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e
III - Exercer outras atribuições que sejam de coletiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos,
responsabilidade na sua área de atuação. atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou
4.2.1 - Médico: necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias comunitários (escolas, associações entre outros), segundo
sob sua responsabilidade; programação e de acordo com suas competências técnicas e
II - Realizar consultas clínicas, pequenos legais;
procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, II - Coordenar a manutenção e a conservação dos
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais equipamentos odontológicos;
espaços comunitários (escolas, associações entre outros); em III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe,
terapêuticas, bem como outras normativas técnicas buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
estabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou multidisciplinar;
Distrito Federal), observadas as disposições legais da IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas
profissão; ações de prevenção e promoção da saúde bucal;
III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar
cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de
no território, junto aos demais membros da equipe; promoção à saúde;
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros VI - Participar das ações educativas atuando na
pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
sua responsabilidade o acompanhamento do plano VII - Participar da realização de levantamentos e
terapêutico prescrito; estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços
domiciliar, mantendo a responsabilização pelo de saúde bucal;
acompanhamento da pessoa; IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico
membros da equipe; e exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
VII - Exercer outras atribuições que sejam de XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
responsabilidade na sua área de atuação. odontológicos na restauração dentária direta, sendo vedado o
4.2.2 - Cirurgião-Dentista: uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e dentista;
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas
tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo
saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e mesmo;
a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 23
XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o
do Cirurgião Dentista; alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia, III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
desinfecção e esterilização do instrumental, dos trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência,
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; contribuindo para implementação de políticas, estratégias e
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos
operatório, antes e após atos cirúrgicos; e resolução de problemas;
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo
armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem
odontológicos; responsabilidades pela sua própria segurança de seus
XVII - Processar filme radiográfico; colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a
XVIII - Selecionar moldeiras; notificação e a resolução dos problemas relacionados à
XIX - Preparar modelos em gesso; segurança;
XX - Manipular materiais de uso odontológico. V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte
responsabilidade na sua área de atuação. dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): utilização para análise e planejamento das ações, e
I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde divulgando os resultados obtidos;
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
planejamento local e protocolos de atenção à saúde; favorecendo o trabalho em equipe;
II - Executar organização, limpeza, assepsia, VII - Potencializar a utilização de recursos físicos,
desinfecção e esterilização do instrumental, dos tecnológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas correta utilização desses recursos;
intervenções clínicas, VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da
de saúde bucal; UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades desabastecimento;
referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas
de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de as instâncias necessárias e articular com demais atores da
saúde de forma multidisciplinar; gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e
VI - Aplicar medidas de biossegurança no da atenção à saúde realizada na UBS;
armazenamento, transporte, manuseio e descarte de X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a
produtos e resíduos odontológicos; participação dos profissionais na organização dos fluxos de
VII - Processar filme radiográfico; usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre
VIII - Selecionar moldeiras;
equipes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção,
IX - Preparar modelos em gesso;
com garantia de encaminhamentos responsáveis;
X - Manipular materiais de uso odontológico realizando
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos
manutenção e conservação dos equipamentos;
sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com
XI - Participar da realização de levantamentos e
atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
território;
e
XII - Identificar as necessidades de
XII - Exercer outras atribuições que sejam de
formação/qualificação dos profissionais em conjunto com a
responsabilidade na sua área de atuação.
equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica qualidade e resolutividade da atenção, e promover a
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Educação Permanente, seja mobilizando saberes na própria
Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e UBS, ou com parceiros;
qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a
de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde participação dos profissionais e usuários em instâncias de
prestada pelos profissionais das equipes à população controle social;
adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão
XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo
deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a
possível quanto a ocorrências que interfiram no
necessidade do território e cobertura de AB.
funcionamento da unidade; e
Entende-se por Gerente de AB um profissional
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam
qualificado, preferencialmente com nível superior, com o
designadas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de
papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com
acordo com suas competências.
as necessidades do território e comunidade, a organização do
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente
processo de trabalho, coordenação e integração das ações.
de Combate a Endemias (ACE)
Importante ressaltar que o gerente não seja profissional
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e
integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
Vigilância em Saúde devem se unir para a adequada
experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível
superior, e dentre suas atribuições estão: identificação de problemas de saúde nos territórios e o
planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais,
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades
as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito
específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser
nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase
integradas.
na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a
Assim, além das atribuições comuns a todos os
organização do processo de trabalho na UBS;
profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e
II - Participar e orientar o processo de territorialização,
ACE:
diagnóstico situacional, planejamento e programação das
a) Atribuições comuns do ACS e ACE
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24 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, V - Informar os usuários sobre as datas e horários de
ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que consultas e exames agendados;
atuam, contribuindo para o processo de territorialização e VI - Participar dos processos de regulação a partir da
mapeamento da área de atuação da equipe; Atenção Básica para acompanhamento das necessidades
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou
prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais desistências de consultas e exames solicitados;
prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam
de visitas domiciliares regulares e de ações educativas atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra
individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de Distrito Federal.
casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros Poderão ser consideradas, ainda, atividades do
profissionais da equipe quando necessário; Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
estabelecida no planejamento da equipe e conforme as superior, membro da equipe, após treinamento específico e
necessidades de saúde da população, para o monitoramento fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
da situação das famílias e indivíduos do território, com geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a
especial atenção às pessoas com agravos e condições que unidade de saúde de referência.
necessitem de maior número de visitas domiciliares; I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no o objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
curso das doenças ou que tenham importância II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados
realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito
doenças infecciosas e agravos; pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e III - aferição da temperatura axilar, durante a visita
agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção domiciliar;
individual e coletiva; IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, realizadas com material limpo, água corrente ou soro
encaminhar os usuários para a unidade de saúde de fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas
referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde passivas, que somente cobre a ferida; e
responsável pelo território; V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou
VII - Informar e mobilizar a comunidade para domiciliar, mantendo a responsabilização pelo
desenvolver medidas simples de manejo ambiental e outras acompanhamento da pessoa;
formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros
do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos membros da equipe; e
serviços de saúde disponíveis; VII - Exercer outras atribuições que sejam de
IX - Estimular a participação da comunidade nas responsabilidade na sua área de atuação.
políticas públicas voltadas para a área da saúde; 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e
possam potencializar ações intersetoriais de relevância para proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
a promoção da qualidade de vida da população, como ações tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da
e programas de educação, esporte e lazer, assistência social, saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e
entre outros; e a grupos específicos, atividades em grupo na UBS e, quando
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra comunitários (escolas, associações entre outros), de acordo
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do com planejamento da equipe, com resolubilidade e em
Distrito Federal. conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e
b) Atribuições do ACS: terapêuticas, bem como outras normativas técnicas
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do
base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua Distrito Federal, observadas as disposições legais da
área, man-tendo os dados atualizados no sistema de profissão;
informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o
sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação perfil epidemiológico para o planejamento e a programação
de saúde, considerando as características sociais, em saúde bucal no território;
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da
território, e priorizando as situações a serem acompanhadas AB em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências,
no planejamento local; pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações relacionados com as fases clínicas de moldagem, adaptação
que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da e acompanhamento de próteses dentárias (elementar, total e
comunidade; parcial removível);
III - Registrar, para fins de planejamento e IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas
acompanhamento das ações de saúde, os dados de à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
garantido o sigilo ético; referentes à saúde com os demais membros da equipe,
IV - Desenvolver ações que busquem a integração buscando aproximar saúde bucal e integrar ações de forma
entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, multidisciplinar;
considerando as características e as finalidades do trabalho VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal
de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB);
coletividades;
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 25
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros de saúde bucal;
membros da equipe; V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe
de cuidados para as pessoas que possuem condições de Atenção Básica, buscando aproximar e integrar ações de
crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; e saúde de forma multidisciplinar;
IX - Exercer outras atribuições que sejam de VI - Aplicar medidas de biossegurança no
responsabilidade na sua área de atuação. armazenamento, transporte, manuseio e descarte de
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): produtos e resíduos odontológicos;
I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e VII - Processar filme radiográfico;
coletiva das famílias, indivíduos e a grupos específicos, VIII - Selecionar moldeiras;
atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou IX - Preparar modelos em gesso;
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços X - Manipular materiais de uso odontológico realizando
comunitários (escolas, associações entre outros), segundo manutenção e conservação dos equipamentos;
programação e de acordo com suas competências técnicas e XI - Participar da realização de levantamentos e
legais; estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
II - Coordenar a manutenção e a conservação dos e
equipamentos odontológicos; XII -. Exercer outras atribuições que sejam de
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades responsabilidade na sua área de atuação.
referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção
multidisciplinar; Básica com o objetivo de contribuir para o aprimoramento e
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas qualificação do processo de trabalho nas Unidades Básicas
ações de prevenção e promoção da saúde bucal; de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde
V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar prestada pelos profissionais das equipes à população
em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A inclusão
promoção à saúde; deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a
VI - Participar das ações educativas atuando na necessidade do território e cobertura de AB.
promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; Entende-se por Gerente de AB um profissional
VII - Participar da realização de levantamentos e qualificado, preferencialmente com nível superior, com o
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo com
VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços as necessidades do território e comunidade, a organização do
de saúde bucal; processo de trabalho, coordenação e integração das ações.
IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a Importante ressaltar que o gerente não seja profissional
indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista; integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível
exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; superior, e dentre suas atribuições estão:
XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais,
odontológicos na restauração dentária direta, sendo vedado o as diretrizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito
uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião- nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com ênfase
dentista; na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a
XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas organização do processo de trabalho na UBS;
intervenções clínicas e procedimentos demandados pelo II - Participar e orientar o processo de territorialização,
mesmo; diagnóstico situacional, planejamento e programação das
XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o
do Cirurgião Dentista; alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia, III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de
desinfecção e esterilização do instrumental, dos trabalho das equipes que atuam na AB sob sua gerência,
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; contribuindo para implementação de políticas, estratégias e
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos
operatório, antes e após atos cirúrgicos; e resolução de problemas;
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo
armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos profissionais envolvidos no cuidado e gestores assumem
odontológicos; responsabilidades pela sua própria segurança de seus
XVII - Processar filme radiográfico; colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a
XVIII - Selecionar moldeiras; notificação e a resolução dos problemas relacionados à
XIX - Preparar modelos em gesso; segurança;
XX - Manipular materiais de uso odontológico. V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de sistemas de informação da Atenção Básica vigente, por parte
responsabilidade na sua área de atuação. dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): utilização para análise e planejamento das ações, e
divulgando os resultados obtidos;
I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde
VI - Estimular o vínculo entre os profissionais
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante
favorecendo o trabalho em equipe;
planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
II - Executar organização, limpeza, assepsia, VII - Potencializar a utilização de recursos físicos,
tecnológicos e equipamentos existentes na UBS, apoiando os
desinfecção e esterilização do instrumental, dos
processos de cuidado a partir da orientação à equipe sobre a
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho;
correta utilização desses recursos;
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas
intervenções clínicas, VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos
insumos (manutenção, logística dos materiais, ambiência da
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26 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos,
desabastecimento; encaminhar os usuários para a unidade de saúde de
IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas referência, registrar e comunicar o fato à autoridade de saúde
as instâncias necessárias e articular com demais atores da responsável pelo território;
gestão e do território com vistas à qualificação do trabalho e VII - Informar e mobilizar a comunidade para
da atenção à saúde realizada na UBS; desenvolver medidas simples de manejo ambiental e outras
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a formas de intervenção no ambiente para o controle de vetores;
participação dos profissionais na organização dos fluxos de VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços
usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos
terapêuticas, apoiando a referência e contrarreferência entre serviços de saúde disponíveis;
equipes que atuam na AB e nos diferentes pontos de atenção, IX.-Estimular a participação da comunidade nas
com garantia de encaminhamentos responsáveis; políticas públicas voltadas para a área da saúde;
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que
sociais do território, e estimular a atuação intersetorial, com possam potencializar ações intersetoriais de relevância para
atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes no a promoção da qualidade de vida da população, como ações
território; e programas de educação, esporte e lazer, assistência social,
XII - Identificar as necessidades de entre outros; e
formação/qualificação dos profissionais em conjunto com a XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam
equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra
qualidade e resolutividade da atenção, e promover a normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
Educação Permanente, seja mobilizando saberes na própria Distrito Federal.
UBS, ou com parceiros; b) Atribuições do ACS:
XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em
participação dos profissionais e usuários em instâncias de base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua
controle social; área, man-tendo os dados atualizados no sistema de
XIV -Tomar as providências cabíveis no menor prazo informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma
possível quanto a ocorrências que interfiram no sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação
funcionamento da unidade; e de saúde, considerando as características sociais,
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
designadas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, de território, e priorizando as situações a serem acompanhadas
acordo com suas competências. no planejamento local;
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações
de Combate a Endemias (ACE) que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e comunidade;
Vigilância em Saúde devem se unir para a adequada III - Registrar, para fins de planejamento e
identificação de problemas de saúde nos territórios e o acompanhamento das ações de saúde, os dados de
planejamento de estratégias de intervenção clínica e sanitária nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde,
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as atividades garantido o sigilo ético;
específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser IV - Desenvolver ações que busquem a integração
integradas. entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS,
Assim, além das atribuições comuns a todos os considerando as características e as finalidades do trabalho
profissionais da equipe de AB, são atribuições dos ACS e de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou
ACE: coletividades;
a) Atribuições comuns do ACS e ACE V - Informar os usuários sobre as datas e horários de
I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, consultas e exames agendados;
ambiental, epidemiológico e sanitário do território em que VI - Participar dos processos de regulação a partir da
atuam, contribuindo para o processo de territorialização e Atenção Básica para acompanhamento das necessidades
mapeamento da área de atuação da equipe; dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de desistências de consultas e exames solicitados;
prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam
prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra
de visitas domiciliares regulares e de ações educativas normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
individuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços Distrito Federal.
da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de Poderão ser consideradas, ainda, atividades do
casos suspeitos de doenças e agravos junto a outros Agente Comunitário de Saúde, a serem realizadas em caráter
profissionais da equipe quando necessário; excepcional, assistidas por profissional de saúde de nível
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade superior, membro da equipe, após treinamento específico e
estabelecida no planejamento da equipe e conforme as fornecimento de equipamentos adequados, em sua base
necessidades de saúde da população, para o monitoramento geográfica de atuação, encaminhando o paciente para a
da situação das famílias e indivíduos do território, com unidade de saúde de referência.
especial atenção às pessoas com agravos e condições que I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com
necessitem de maior número de visitas domiciliares; o objetivo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no
curso das doenças ou que tenham importância domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados
epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito
realizando, quando necessário, bloqueio de transmissão de pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
doenças infecciosas e agravos; III - aferição da temperatura axilar, durante a visita
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e domiciliar;
agentes transmissores de doenças e medidas de prevenção IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são
individual e coletiva; realizadas com material limpo, água corrente ou soro
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 27
fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas problemas de saúde da população por parte da equipe e no
passivas, que somente cobre a ferida; e planejamento das estratégias de intervenção.
V - orientação e apoio, em domicílio, para a correta Além dessa articulação de olhares para a
administração da medicação do paciente em situação de compreensão do território sob a responsabilidade das equipes
vulnerabilidade. que atuam na AB, a integração entre as ações de Atenção
Importante ressaltar que os ACS só realizarão a Básica e Vigilância em Saúde deve ser concreta, de modo que
execução dos procedimentos que requeiram capacidade se recomenda a adoção de um território único para ambas as
técnica específica se detiverem a respectiva formação, equipes, em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe
respeitada autorização legal. em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e os demais
c) Atribuições do ACE: membros da equipe multiprofissional de AB na identificação
I - Executar ações de campo para pesquisa das necessidades de saúde da população e no planejamento
entomológica, malacológica ou coleta de reservatórios de das intervenções clínicas e sanitárias.
doenças; Possibilitar, de acordo com a necessidade e
II - Realizar cadastramento e atualização da base de conformação do território, através de pactuação e negociação
imóveis para planejamento e definição de estratégias de entre gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora
prevenção, intervenção e controle de doenças, incluindo, de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação
dentre outros, o recenseamento de animais e levantamento com a equipe de referência.
de índice amostral tecnicamente indicado; II - Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes
III - Executar ações de controle de doenças utilizando devem assumir em seu território de referência (adstrição),
as medidas de controle químico, biológico, manejo ambiental considerando questões sanitárias, ambientais (desastres,
e outras ações de manejo integrado de vetores; controle da água, solo, ar), epidemiológicas (surtos,
IV - Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e epidemias, notificações, controle de agravos), culturais e
o reconhecimento geográfico de seu território; e socioeconômicas, contribuindo por meio de intervenções
V - Executar ações de campo em projetos que visem clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da população
avaliar novas metodologias de intervenção para prevenção e com residência fixa, os itinerantes (população em situação de
controle de doenças; e rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados,
VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam etc) ou mesmo trabalhadores da área adstrita.
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra III - Porta de Entrada Preferencial - A
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do responsabilização é fundamental para a efetivação da
Distrito Federal. Atenção Básica como contato e porta de entrada preferencial
O ACS e o ACE devem compor uma equipe de da rede de atenção, primeiro atendimento às
Atenção Básica (eAB) ou uma equipe de Saúde da Família urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo
(eSF) e serem coordenados por profissionais de saúde de de ações e do processo de trabalho de acordo com demandas
nível superior realizado de forma compartilhada entre a e necessidades da população, através de estratégias diversas
Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas localidades em (protocolos e diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de
que não houver cobertura por equipe de Atenção Básica encaminhamento para os outros pontos de atenção da RAS,
(eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se etc). Caso o usuário acesse a rede através de outro nível de
vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de atenção, ele deve ser referenciado à Atenção Básica para que
Saúde (EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado siga sendo acompanhado, assegurando a continuidade do
à equipe de vigilância em saúde do município e sua cuidado.
supervisão técnica deve ser realizada por profissional com IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de
comprovada capacidade técnica, podendo estar vinculado à relações de vínculo e responsabilização entre a equipe e a
equipe de atenção básica, ou saúde da família, ou a outro população do seu território de atuação, de forma a facilitar a
serviço a ser definido pelo gestor local. adesão do usuário ao cuidado compartilhado com a equipe
5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA (vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a
A Atenção Básica como contato preferencial dos profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o
usuários na rede de atenção à saúde orienta-se pelos seu cuidado).
princípios e diretrizes do SUS, a partir dos quais assume V - Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas
funções e características específicas. Considera as pessoas as pessoas do seu território de referência, de modo universal
em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando e sem diferenciações excludentes. Acesso tem relação com a
produzir a atenção integral, por meio da promoção da saúde, capacidade do serviço em responder às necessidades de
da prevenção de doenças e agravos, do diagnóstico, do saúde da população (residente e itinerante). Isso implica dizer
tratamento, da reabilitação e da redução de danos ou de que as necessidades da população devem ser o principal
sofrimentos que possam comprometer sua autonomia. referencial para a definição do escopo de ações e serviços a
Dessa forma, é fundamental que o processo de serem ofertados, para a forma como esses serão organizados
trabalho na Atenção Básica se caracteriza por: e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo
I - Definição do território e Territorialização - A gestão diferenciações de horário de atendimento (estendido, sábado,
deve definir o território de responsabilidade de cada equipe, e etc), formas de agendamento (por hora marcada, por telefone,
esta deve conhecer o território de atuação para programar e-mail, etc), e outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo
suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da motivo, recomenda-se evitar barreiras de acesso como o
comunidade, considerando diferentes elementos para a fechamento da unidade durante o horário de almoço ou em
cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográficos, períodos de férias, entre outros, impedindo ou restringindo a
econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. Importante acesso da população. Destaca-se que horários alternativos de
refazer ou complementar a territorialização sempre que funcionamento que atendam expressamente a necessidade
necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a da população podem ser pactuados através das instâncias de
Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e participação social e gestão local.
do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram como Importante ressaltar também que para garantia do
referenciais essenciais para a identificação da rede de acesso é necessário acolher e resolver os agravos de maior
causalidades e dos elementos que exercem determinação incidência no território e não apenas as ações programáticas,
sobre o processo saúde-doença, auxiliando na percepção dos garantindo um amplo escopo de ofertas nas unidades, de
modo a concentrar recursos e maximizar ofertas.
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28 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
VI - O acolhimento deve estar presente em todas as independentemente do número de consultas agendadas no
relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de período. Caberá à UBS prover atendimento adequado à
saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, situação e dar suporte até que os usuários sejam acolhidos
suas necessidades, problematizando e reconhecendo como em outros pontos de atenção da RAS.
legítimas, e realizando avaliação de risco e vulnerabilidade As informações obtidas no acolhimento com
das famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau classificação de risco deverão ser registradas em prontuário
de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a quantidade de do cidadão (físico ou preferencialmente eletrônico).
pessoas por equipe, com especial atenção para as condições Os desfechos do acolhimento com classificação de
crônicas. risco poderão ser definidos como: 1- consulta ou
Considera-se condição crônica aquela de curso mais procedimento imediato;
ou me-nos longo ou permanente que exige resposta e ações 1. consulta ou procedimento em horário disponível no
contínuas, proativas e integradas do sistema de atenção à mesmo dia;
saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias 2. agendamento de consulta ou procedimento em data
para o seu controle efetivo, eficiente e com qualidade. futura, para usuário do território;
Ressalta-se a importância de que o acolhimento 3. procedimento para resolução de demanda simples
aconteça durante todo o horário de funcionamento da UBS, prevista em protocolo, como renovação de receitas para
na organização dos fluxos de usuários na unidade, no pessoas com condições crônicas, condições clínicas estáveis
estabelecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na ou solicitação de exames para o seguimento de linha de
definição de modelagens de escuta (individual, coletiva, etc), cuidado bem definida;
na gestão das agendas de atendimento individual, nas ofertas 4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS,
de cuidado multidisciplinar, etc. mediante contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e
A saber, o acolhimento à demanda espontânea na 5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS,
Atenção Básica pode se constituir como: com indicação específica do serviço de saúde que deve ser
a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a procurado, no município ou fora dele, nas demandas em que
equipe deve atender todos as pessoas que chegarem na UBS, a classificação de risco não exija atendimento no momento da
conforme sua necessidade, e não apenas determinados procura do serviço.
grupos populacionais, ou agravos mais prevalentes e/ou b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se
fragmentados por ciclo de vida. Dessa forma a ampliação do utiliza critérios clínicos, sociais, econômicos, familiares e
acesso ocorre também contemplando a agenda programada outros, com base em diretrizes clínicas, para identificar
e a demanda espontânea, abordando as situações con-forme subgrupos de acordo com a complexidade da condição
suas especificidades, dinâmicas e tempo. crônica de saúde, com o objetivo de diferenciar o cuidado
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir na Rede de
estabelece nas relações entre as pessoas e os trabalhadores, Atenção à Saúde para um cuidado integral.
nos modos de escuta, na maneira de lidar com o não previsto, A estratificação de risco da população adscrita a
nos modos de construção de vínculos (sensibilidade do determinada UBS é fundamental para que a equipe de saúde
trabalhador, posicionamento ético situacional), podendo organize as ações que devem ser oferecidas a cada grupo ou
facilitar a continuidade do cuidado ou facilitando o acesso estrato de risco/vulnerabilidade, levando em consideração a
sobretudo para aqueles que procuram a UBS fora das necessidade e adesão dos usuários, bem como a
consultas ou atividades agendadas. racionalidade dos recursos disponíveis nos serviços de
c. Dispositivo de (re)organização do processo de saúde.
trabalho em equipe - a implantação do acolhimento pode VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional -
provocar mudanças no modo de organização das equipes, Considerando a diversidade e complexidade das situações
relação entre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a com as quais a Atenção Básica lida, um atendimento integral
demanda espontânea com equidade e qualidade, não basta requer a presença de diferentes formações profissionais
distribuir senhas em número limitado, nem é possível trabalhando com ações compartilhadas, assim como, com
encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento processo interdisciplinar centrado no usuário, incorporando
não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a partir do práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde, bem
acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto de como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É
ofertas que ela tem apresentado para lidar com as possível integrar também profissionais de outros níveis de
necessidades de saúde da população e território. Para isso é atenção.
importante que a equipe defina quais profissionais vão VIII - Resolutividade - Capacidade de identificar e
receber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e intervir nos riscos, necessidades e demandas de saúde da
vulnerabilidade; fluxos e protocolos para encaminhamento; população, atingindo a solução de problemas de saúde dos
como organizar a agenda dos profissionais para o cuidado; usuários. A equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial,
etc. até demais ações e serviços da AB de que o usuário
Destacam-se como importantes ações no processo de necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo escopo de
avaliação de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar
Acolhimento com Classificação de Risco (a) e a Estratificação recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado,
de Risco (b). encaminhando de forma qualificada o usuário que necessite
a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta de atendimento especializado. Isso inclui o uso de diferentes
qualificada e comprometida com a avaliação do potencial de tecnologias e abordagens de cuidado individual e coletivo, por
risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, meio de habilidades das equipes de saúde para a promoção
considerando dimensões de expressão (física, psíquica, da saúde, prevenção de doenças e agravos, proteção e
social, etc) e gravidade, que possibilita priorizar os recuperação da saúde, e redução de danos. Importante
atendimentos a eventos agudos (condições agudas e promover o uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem o
agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade, cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da
a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis clínica ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para
em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS. ampliação da resolutividade e abrangência da AB.
O processo de trabalho das equipes deve estar Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um
organizado de modo a permitir que casos de con-junto de tecnologias de microgestão do cuidado
urgência/emergência tenham prioridade no atendimento, destinado a promover uma atenção à saúde de qualidade,
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 29
como protocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas alguns de relevância geral na população brasileira, que
de cuidado, projetos terapêuticos singulares, genograma, devem ser considerados na abordagem da Promoção da
ecomapa, gestão de listas de espera, auditoria clínica, Saúde na AB: alimentação adequada e saudável; práticas
indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização dessas corporais e atividade física; enfrentamento do uso do tabaco
ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas e seus derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool;
pessoas; efetiva, estruturada com base em evidências promoção da redução de danos; promoção da mobilidade
científicas; segura, que não cause danos às pessoas e aos segura e sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos
profissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no tempo humanos; promoção do desenvolvimento sustentável.
certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e que a XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de
oferta do atendimento se dê de forma humanizada. doenças e agravos em todos os níveis de acepção deste
VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada termo (primária, secundária, terciária e quartenária), que
à população adscrita, com base nas necessidades sociais e priorizem determinados perfis epidemiológicos e os fatores de
de saúde, através do estabelecimento de ações de risco clínicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais,
continuidade informacional, interpessoal e longitudinal com a bem como aqueles determinados pela produção e circulação
população. A Atenção Básica deve buscar a atenção integral de bens, prestação de serviços de interesse da saúde,
e de qualidade, resolutiva e que contribua para o ambientes e processos de trabalho. A finalidade dessas ações
fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à é prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças,
saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto da agravos e complicações preveníveis, evitar intervenções
rede de atenção à saúde. Para o alcance da integralidade do desnecessárias e iatrogênicas e ainda estimular o uso
cuidado, a equipe deve ter noção sobre a ampliação da racional de medicamentos.
clínica, o conhecimento sobre a realidade local, o trabalho em Para tanto é fundamental a integração do trabalho
equipe multiprofissional e transdisciplinar, e a ação entre Atenção Básica e Vigilância em Saúde, que é um
intersetorial. processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação,
Para isso pode ser necessário realizar de ações de análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados
atenção à saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à à saúde, visando ao planejamento e a implementação de
saúde, no domicílio, em locais do território (salões medidas de saúde pública para a proteção da saúde da
comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços população, a prevenção e controle de riscos, agravos e
que comportem a ação planejada. doenças, bem como para a promoção da saúde.
IX - Realização de ações de atenção domiciliar As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas
destinada a usuários que possuam problemas de saúde atribuições de todos os profissionais da Atenção Básica e
controlados/compensados e com dificuldade ou envolvem práticas e processos de trabalho voltados para:
impossibilidade física de locomoção até uma Unidade Básica a. vigilância da situação de saúde da população, com
de Saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de
e menor necessidade de recursos de saúde, para famílias prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das
e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde ações de saúde pública;
e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas
domiciliar nos casos de maior complexidade. para a resposta de saúde pública;
X - Programação e implementação das atividades de c. vigilância, prevenção e controle das doenças
atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde transmissíveis; e
da população, com a priorização de intervenções clínicas e d. vigilância das violências, das doenças crônicas não
sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de transmissíveis e acidentes.
frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver
planejamento e organização da agenda de trabalho ações integradas visando à promoção da saúde e prevenção
compartilhada de todos os profissionais, e recomenda- se de doenças nos territórios sob sua responsabilidade. Todos
evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de profissionais de saúde deverão realizar a notificação
saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o compulsória e conduzir a investigação dos casos suspeitos ou
acesso dos usuários. Recomenda-se a utilização de confirmados de doenças, agravos e outros eventos de
instrumentos de planejamento estratégico situacional em relevância para a saúde pública, conforme protocolos e
saúde, que seja ascendente e envolva a participação popular normas vigentes.
(gestores, trabalhadores e usuários). Compete à gestão municipal reorganizar o território, e
XI - Implementação da Promoção da Saúde como um os processos de trabalho de acordo com a realidade local.
princípio para o cuidado em saúde, entendendo que, além da A integração das ações de Vigilância em Saúde com
sua importância para o olhar sobre o território e o perfil das Atenção Básica, pressupõe a reorganização dos processos
pessoas, considerando a determinação social dos processos de trabalho da equipe, a integração das bases territoriais
saúde-doença para o planejamento das intervenções da (território único), preferencialmente e rediscutir as ações e
equipe, contribui também para a qualificação e diversificação atividades dos agentes comunitários de saúde e dos agentes
das ofertas de cuidado. A partir do respeito à autonomia dos de combate às endemias, com definição de papéis e
usuários, é possível estimular formas de andar a vida e responsabilidades.
comportamentos com prazer que permaneçam dentro de A coordenação deve ser realizada por profissionais de
certos limites sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável nível superior das equipes que atuam na Atenção Básica.
e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis para cada XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte
pessoa. Ainda, numa acepção mais ampla, é possível das equipes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de
estimular a transformação das condições de vida e saúde de forma que possam interferir no processo de saúde-doença da
indivíduos e coletivos, através de estratégias transversais que população, no desenvolvimento de autonomia, individual e
estimulem a aquisição de novas atitudes entre as pessoas, coletiva, e na busca por qualidade de vida e promoção do
favorecendo mudanças para modos de vida mais saudáveis e autocuidado pelos usuários.
sustentáveis. XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em
Embora seja recomendado que as ações de promoção interlocução com escolas, equipamentos do SUAS,
da saúde estejam pautadas nas necessidades e demandas associações de moradores, equipamentos de segurança,
singulares do território de atuação da AB, denotando uma entre outros, que tenham relevância na comunidade,
ampla possibilidade de temas para atuação, destacam-se
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30 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o objetivo a mudança nas organizações, tomando como
desenvolvimento de uma atenção integral; matéria-prima os problemas e tensões do cotidiano. Nesse
XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos sentido, pressupõe-se o esforço de transformar os modelos
modelos de atenção e gestão, tais como, a participação de gestão verticalizados em relações horizontais que ampliem
coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a a democratização, autonomia e compromisso dos
autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados trabalhadores e gestores, baseados em relações contínuas e
na produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso solidárias.
com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da
a constituição de vínculos solidários, a identificação das relação entre trabalhadores da AB no território (estágios de
necessidades sociais e organização do serviço em função graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão,
delas, entre outras; entre outros), beneficiam AB e instituições de ensino e
XVI - Participação do planejamento local de saúde, pesquisa, trabalhadores, docentes e discentes e, acima de
assim como do monitoramento e a avaliação das ações na tudo, a população, com profissionais de saúde mais
sua equipe, unidade e município; visando à readequação do qualificados para a atuação e com a produção de
processo de trabalho e do planejamento frente às conhecimento na AB. Para o fortalecimento da integração
necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades entre ensino, serviços e comunidade no âmbito do SUS,
analisadas. destaca-se a estratégia de celebração de instrumentos
O planejamento ascendente das ações de saúde contratuais entre instituições de ensino e serviço, como forma
deverá ser elaborado de forma integrada nos âmbitos das de garantir o acesso a todos os estabelecimentos de saúde
equipes, dos municípios, das regiões de saúde e do Distrito sob a responsabilidade do gestor da área de saúde como
Federal, partindo-se do reconhecimento das realidades cenário de práticas para a formação no âmbito da graduação
presentes no território que influenciam a saúde, e da residência em saúde no SUS, bem como de estabelecer
condicionando as ofertas da Rede de Atenção Saúde de atribuições das partes relacionadas ao funcionamento da
acordo com a necessidade/demanda da população, com base integração ensino-serviço- comunidade.
em parâmetros estabelecidos em evidências científicas, Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano
situação epidemiológica, áreas de risco e vulnerabilidade do das equipes, de forma complementar, é possível oportunizar
território adscrito. processos formativos com tempo definido, no intuito de
As ações em saúde planejadas e propostas pelas desenvolver reflexões, conhecimentos, competências,
equipes deverão considerar o elenco de oferta de ações e de habilidades e atitudes específicas, através dos processos de
serviços prestados na AB, os indicadores e parâmetros, Educação Continuada, igualmente como estratégia para a
pactuados no âmbito do SUS. qualificação da AB. As ofertas educacionais devem, de todo
As equipes que atuam na AB deverão manter modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para a
atualizadas as informações para construção dos indicadores Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos
estabelecidos pela gestão, com base nos parâmetros profissionais.
pactuados alimentando, de forma digital, o sistema de 6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO
informação de Atenção Básica vigente; BÁSICA
XVII - Implantar estratégias de Segurança do Paciente O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite
na AB, estimulando prática assistencial segura, envolvendo e com detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de
os pacientes na segurança, criando mecanismos para evitar Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado no
erros, garantir o cui-dado centrado na pessoa, realizando Plano Nacional, Estadual e Municipal de gestão do SUS. No
planos locais de segurança do paciente, fornecendo melhoria âmbito federal, o montante de recursos financeiros destinados
contínua relacionando a identificação, a prevenção, a à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde compõe o
detecção e a redução de riscos. bloco de financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte
XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento da do bloco de financiamento de investimento e seus recursos
gestão local e do controle social, participando dos conselhos deverão ser utilizados para financiamento das ações de
locais de saúde de sua área de abrangência, assim como, Atenção Básica.
articular e incentivar a participação dos trabalhadores e da Os repasses dos recursos da AB aos municípios são
comunidade nas reuniões dos conselhos locais e municipal; e efetuados em conta aberta especificamente para este fim, de
XIX - Formação e Educação Permanente em Saúde, acordo com a normatização geral de transferências de
como parte do processo de trabalho das equipes que atuam recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde com o objetivo
na Atenção Básica. Considera-se Educação Permanente em de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no
Saúde (EPS) a aprendizagem que se desenvolve no trabalho, âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal.
onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das O financiamento federal para as ações de Atenção
organizações e do trabalho, baseandose na aprendizagem Básica deverá ser composto por:
significativa e na possibilidade de transformar as práticas dos I - Recursos per capita; que levem em consideração
trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é importante que a aspectos sociodemográficos e epidemiológicos;
EPS se desenvolva essencialmente em espaços II - Recursos que estão condicionados à implantação
institucionalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes de estratégias e programas da Atenção Básica, tais como os
(reuniões, fóruns territoriais, entre outros), devendo ter recursos específicos para os municípios que implantarem, as
espaço garantido na carga horária dos trabalhadores e equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes de Atenção
contemplar a qualificação de todos da equipe Básica (eAB), as equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes
multiprofissional, bem como os gestores. Comunitários de Saúde (EACS), dos Núcleos Ampliado de
Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), dos
institucionais em que equipe e gestores refletem, aprendem e Consultórios na Rua (eCR), de Saúde da Família Fluviais
trans-formam os processos de trabalho no dia-a-dia, de modo (eSFF) e Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e
a potencializá-los, tais como Cooperação Horizontal, Apoio Programa Academia da Saúde;
Institucional, Tele Educação, Formação em Saúde. III - Recursos condicionados à abrangência da oferta
Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado de ações e serviços;
como uma função gerencial que busca a reformulação do IV - Recursos condicionados ao desempenho dos
modo tradicional de se fazer coordenação, planejamento, serviços de Atenção Básica com parâmetros, aplicação e
supervisão e avaliação em saúde. Ele deve assumir como
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 31
comparabilidade nacional, tal como o Programa de Melhoria de Saúde Fluviais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro
de Acesso e Qualidade; Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva
V - Recursos de investimento; competência financeira.
Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
se ajustar conforme a regulamentação de transferência de das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em
recursos federais para o financiamento das ações e serviços portaria específica. Assim como, os critérios mínimos para o
públicos de saúde no âmbito do SUS, respeitando custeio das Unidades preexistentes ao Programa de
especificidades locais, e critério definido na LC 141/2012. Construção de Unidades Básicas de Saúde Fluviais.
I - Recurso per capita: 4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR)
O recurso per capita será transferido mensalmente, de Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos
forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Consultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a
Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com base cada mês, tendo como base a modalidade e o número de
num valor multiplicado pela população do Município. equipes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional
A população de cada município e do Distrito Federal vigente no mês anterior ao da respectiva competência
será a população definida pelo IBGE e publicada em portaria financeira.
específica pelo Ministério da Saúde. Os valores do repasse mensal que as equipes dos
II - Recursos que estão condicionados à implantação Consultórios na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria
de estratégias e programas da Atenção Básica específica.
1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção
incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família Básica (NASF-AB) O valor do incentivo federal para o custeio
implantadas serão prioritário e superior, transferidos a cada de cada NASFAB, dependerá da sua modalidade (1, 2 ou 3)
mês, tendo como base o número de equipe de Saúde da e será determinado em portaria específica. Os valores dos
Família (eSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional incentivos financeiros para os NASF-AB implantados serão
vigente no mês anterior ao da respectiva competência transferidos a cada mês, tendo como base o número de
financeira. NASF-AB cadastrados no SCNES vigente.
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio 6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
das equipes de Saúde da Família será publicado em portaria (ACS)
específica Os valores dos incentivos financeiros para as equipes
2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos de ACS (EACS) implantadas são transferidos a cada mês,
incentivos financeiros para as equipes de Atenção Básica tendo como base o número de Agentes Comunitários de
(eAB) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como Saúde (ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional
base o número de equipe de Atenção Básica (eAB) vigente no mês anterior ao da respectiva competência
registrados no Sistema de Cadastro Nacional de financeira. Será repassada uma parcela extra, no último
Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com base no
respectiva competência financeira. número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no
O percentual de financiamento das equipes de cadastro de equipes e profissionais do SCNES, no mês de
Atenção Básica (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, agosto do ano vigente.
a depender da disponibilidade orçamentária e demanda de A efetivação da transferência dos recursos financeiros
credenciamento. descritos no item B tem por base os dados de alimentação
1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de
incentivos financeiros quando as equipes de Saúde da Estabelecimentos de Saúde, cuja responsabilidade de
Família (eSF) e/ou Atenção Básica (eAB) forem compostas manutenção e atualização é dos gestores dos estados, do
por profissionais de Saúde Bucal, serão transferidos a cada Distrito Federal e dos municípios, estes devem transferir os
mês, o valor correspondente a modalidade, tendo como base dados mensalmente, para o Ministério da Saúde, de acordo
o número de equipe de Saúde Bucal (eSB) registrados no com o cronograma definido anualmente pelo SCNES.
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde III - Do credenciamento
vigente no mês anterior ao da respectiva competência Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e
financeira. de todas as equipes que atuam na Atenção Básica, pelos
1. O repasse mensal dos recursos para o custeio das Municípios e Distrito Federal, deve-se obedecer aos seguintes
Equipes de Saúde Bucal será publicado em portaria critérios:
específica. I - Elaboração da proposta de projeto de
1. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas credenciamento das equipes que atuam na Atenção Básica,
e Fluviais pelos Municípios/Distrito Federal;
4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual
valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde com as orientações para a elaboração da proposta de projeto,
da Família Ribeirinhas (eSFR) implantadas serão transferidos considerando as diretrizes da Atenção Básica;
a cada mês, tendo como base o número de equipe de Saúde b. A proposta do projeto de credenciamento das
da Família Ribeirinhas (eSFR) registrados no sistema de equipes que atuam na Atenção Básica deverá estar aprovada
Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva pelo respectivo Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de
competência financeira. Saúde do Distrito Federal; e
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio c. As equipes que atuam na Atenção Básica que
das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) será receberão incentivo de custeio fundo a fundo devem estar
publicado em portaria específica e poderá ser agregado um inseridas no plano de saúde e programação anual.
valor nos casos em que a equipe necessite de transporte II - Após o recebimento da proposta do projeto de
fluvial para acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para credenciamento das eABs, as Secretarias Estaduais de
execução de suas atividades. Saúde, conforme prazo a ser publicado em portaria
4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os específica, deverão realizar:
valores dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde a. Análise e posterior encaminhamento das propostas
da Família Fluviais (eSFF) implantadas serão transferidos a para aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e
cada mês, tendo como base o número de Unidades Básicas
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32 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao Ministério As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de
da Saúde, a Resolução com o número de equipes por Atenção Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recurso,
estratégia e modalidades, que pleiteiam recebimento de por falta de pro-fissional conforme previsto acima, poderão
incentivos financeiros da atenção básica. manter os incentivos financeiros específicos para saúde
Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a bucal, conforme modalidade de implantação.
proposta de projeto de credenciamento das equipes que Parágrafo único: A suspensão será mantida até a
atuam na Atenção Básica deverá ser diretamente adequação das irregularidades identificadas.
encaminhada ao Departamento de Atenção Básica do 6.2-Solicitação de crédito retroativo dos recursos
Ministério da Saúde. suspensos
III - O Ministério da Saúde realizará análise do pleito Considerando a ocorrência de problemas na
da Resolução CIB ou do Distrito Federal de acordo com o teto alimentação do SCNES e do sistema de informação vigente,
de equipes, critérios técnicos e disponibilidade orçamentária; por parte dos estados, Distrito Federal e dos municípios, o
e Ministério da Saúde poderá efetuar crédito retroativo dos
IV - Após a publicação de Portaria de credenciamento incentivos financeiros deste recurso variável. A solicitação de
das novas equipes no Diário Oficial da União, a gestão retroativo será válida para análise desde que a mesma ocorra
municipal deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de em até 6 meses após a competência financeira de suspensão.
Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, num prazo Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito
máximo de 4 (quatro) meses, a contar a partir da data de Federal deverão:
publicação da referida Portaria, sob pena de - preencher o formulário de solicitação, conforme será
descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse prazo não seja disponibilizado em manual específico;- realizar as
cumprido. adequações necessárias nos sistemas vigentes (SCNES e/ou
Para recebimento dos incentivos correspondentes às SISAB) que justifiquem o pleito de retroativo; e-enviar ofício à
equipes que atuam na Atenção Básica, efetivamente Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando o crédito
credenciadas em portaria e cadastradas no Sistema de retroativo , acompanhado do anexo referido no item I e
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os documentação necessária a depender do motivo da
Municípios/Distrito Federal, deverão alimentar os dados no suspensão.Parágrafo único: as orientações sobre a
sistema de informação da Atenção Básica vigente, documentação a ser encaminhada na solicitação de retroativo
comprovando, obrigatoriamente, o início e execução das constarão em manual específico a ser publicado.
atividades. As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem
1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da a documentação recebida dos municípios, deverão
Atenção Básica encaminhar ao Departamento de Atenção Básica da
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de Secretaria de Atenção à Saúde, Ministério da Saúde
recursos da Atenção Básica aos municípios e ao Distrito (DAB/SAS/MS), a solicitação de complementação de crédito
Federal, quando: dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos
I - Não houver alimentação regular, por parte dos documentos referidos nos itens I e II. Nos casos em que o
municípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados solicitante de crédito retroativo for o Distrito Federal, o ofício
nacionais de informação, como: deverá ser encaminhado diretamente ao DAB/SAS/MS.
a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações
Estabelecimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de recebidas, verificando a adequação da documentação
profissional, ausência de profissional da equipe mínima ou enviada e dos sistemas de informação vigentes (SCNES e/ou
erro no registro, con-forme normatização vigente; e SISAB), bem como a pertinência da justificativa do gestor,
b. não envio de informação (produção) por meio de para deferimento ou não da solicitação.
Sistema de Informação da Atenção Básica vigente por três RICARDO BARROS
meses consecutivos, conforme normativas específicas.
- identificado, por meio de auditoria federal, estadual e
municipal, malversação ou desvio de finalidade na utilização QUESTÕES DE CONCURSOS
dos recursos. 01. (IGEDUC - Prefeitura do Bom Jardim - Agente de Combate
Sobre a suspensão do repasse dos recursos às Endemias - 2023) Julgue os itens a seguir.
referentes ao item II: O Ministério da Saúde suspenderá os I- A Estratégia de Saúde da Família (ESF) está alinhada com
repasses dos incentivos referentes às equipes e aos serviços as recomendações da OMS e visa a fortalecer a
citados acima, nos casos em que forem constatadas, por meio capacidade das famílias de assumir a responsabilidade
do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da pessoal por sua própria saúde e bem-estar.
Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria
II- A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é baseada na
do DENASUS ou dos órgãos de controle competentes,
multidisciplinaridade dos cuidados, mas não em sua
qualquer uma das seguintes situações:
integralidade, pois trata-se de um modelo de colaboração
I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada disciplinar múltipla.
para o trabalho das equipes e/ou;
II - ausência, por um período superior a 60 dias, de
02. (VUNESP - Prefeitura de Campinas - Agente Comunitário
qualquer um dos profissionais que compõem as equipes
de Saúde - 2023) A Estratégia Saúde da Família (ESF)
descritas no item B, com exceção dos períodos em que a
viabiliza atenção aos indivíduos portadores de algum
contratação de profissionais esteja impedida por legislação
agravo, por meio de visita domiciliar. O Agente
específica, e/ou;
Comunitário de Saúde (ACS) precisa estar atento a quatro
III - descumprimento da carga horária mínima prevista verbos importantes e que refletem a maioria das suas
para os profissionais das equipes; e < >- ausência de ações:
alimentação regular de dados no Sistema de Informação da
A orientar, consultar, tratar, acompanhar.
Atenção Básica vigente.
B identificar, medicar, tratar, acompanhar.
Especificamente para as equipes de saúde da família
C consultar, examinar, tratar, orientar.
(eSF) e equipes de Atenção Básica (eAB) com os
D identificar, encaminhar, orientar, acompanhar.
profissionais de saúde bucal.
E identificar, examinar, medicar, acompanhar.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 33
03. (AMEOSC - Prefeitura de Guarujá do Sul - Agente cidadania, promovendo sua participação durante a prestação
Comunitário de Saúde - 2023) Estratégia Saúde da de serviço 2.
Família (ESF) é a estratégia que busca reorientação do Há uma relação entre acesso e acolhimento. Para
modelo assistencial através da implementação de equipes Carvalho & Campos, acolhimento é um arranjo tecnológico
multiprofissionais em unidades de saúde. As ESFs são que busca garantir acesso aos usuários com o objetivo de
responsáveis pelo cuidado de um número definido de escutar todos os pacientes, resolver os problemas mais
famílias em uma área geográfica limitada e uma equipe simples e/ou referenciá-los se necessário. A acolhida consiste
multiprofissional deve ser composta por, no mínimo, os na abertura dos serviços para a demanda e a
seguintes profissionais de saúde, EXCETO. responsabilização por todos os problemas de saúde de uma
A Agentes comunitários de saúde. região. Prevê plasticidade, que é a capacidade de um serviço
B Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família adaptar técnicas e combinar atividades de modo a melhor
e auxiliar ou técnico de enfermagem. respondê-los, adequando-os a recursos escassos e aspectos
C Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da sociais, culturais e econômicos, presentes na vida diária 2. Ao
Família e auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. sentir-se acolhida, a população procura, além dos seus limites
D Médico generalista ou especialista em Saúde da Família. geográficos, serviços receptivos e resolutivos.
O acolhimento na saúde, para Bueno & Merhy, deve
04. (FUNDATEC - Prefeitura de Ibarama - Agente Comunitário construir uma nova ética, da diversidade e da tolerância aos
de Saúde - 2023) As Equipes de Saúde da Família são diferentes, da inclusão social com escuta clínica solidária,
compostas, no mínimo, por profissionais médicos, comprometendo-se com a construção da cidadania. O
enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes acolhimento deve resultar das relações no processo de
comunitários de saúde. As referidas equipes devem atuar atendimento, o que ocorre após ultrapassada a etapa do
com base nos princípios da universalidade, equidade e acesso. Nesse encontro entre profissionais e usuário, dá-se
integralidade. Ainda, as Equipes de Saúde da Família uma negociação visando a identificação de suas
devem operacionalizar-se com as seguintes diretrizes, necessidades, uma busca de produção de vínculo, com o
EXCETO: objetivo de lhe estimular a autonomia quanto à sua saúde
A Regionalização e hierarquização. O Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de
B Territorialização e população adscrita. Humanização (PNH), que não tem local nem hora certa para
C Longitudinalidade do cuidado. acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo: faz
D Participação da comunidade. parte de todos os encontros do serviço de saúde. O
E Cuidado centrado na doença. acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do
usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu
protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na
05. (Prefeitura - Auxiliar de Farmácia - 2023) O modelo da
responsabilização pela resolução, com ativação de redes de
Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerado
compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de
prioritário para a consolidação e a ampliação da cobertura
resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os
da APS no País.
serviços de saúde.
Assinale a alternativa correta em relação ao tema.
O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define
A Não podem fazer parte da equipe dessa estratégia o agente
acolher como: dar acolhida ou agasalho a; hospedar; receber;
de combate às endemias e auxiliar ou técnico em saúde
atender; dar crédito a; dar ouvidos a; admitir, aceitar; tomar
bucal.
em consideração; atender a. Estamos falando de uma forma
B As equipes dessa estratégia são compostas, no máximo, de relação em que o profissional de saúde, que se reconstrói
pelo profissional médico e enfermeiro, preferencialmente em seu processo de trabalho, atua de forma a possibilitar que
especialistas em saúde da família; pelo auxiliar e/ou o usuário construa sua própria saúde, com autonomia. Para
técnico de enfermagem e pelo agente comunitário de tanto, ele ouve com atenção, admite o saber do outro em seu
saúde. mundo de saberes acadêmicos, leva em consideração o que
C As equipes dessa estratégia atuam em Unidades Básicas o outro expressa, qualquer que seja o modo de comunicação.
de Saúde, em articulação com os demais serviços de O agente comunitário de saúde tem um papel muito
saúde da rede de atenção. Os profissionais da ESF não importante no acolhimento, pois é membro da equipe que faz
têm atribuições comuns a todas as categorias parte da comunidade, o que permite a criação de vínculos
profissionais. mais facilmente, propiciando o contato direto com a equipe.
D A ESF é desenvolvida por meio de práticas de cuidado O acolhimento deve garantir a resolubilidade, que é o
integrado dirigidas à população do território e por gestão objetivo final do trabalho em saúde, resolver efetivamente o
qualificada, e é conduzida por equipe multiprofissional. problema do usuário (SOLLA, 2005). Oferecer sempre uma
E Para a equipe de Saúde da Família, a obrigatoriedade de resposta positiva à demanda do usuário, que pode ser ou não
carga horária é de 30 horas semanais para todos os um agravo físico, traduz a ideia do acolhimento como diretriz
profissionais de saúde. operacional.
ATENTE PARA ISSO...
Gabarito: 01/CE; 02/D; 03/C; 04/E; 05/D
Estar disponível para escutar pressupõe alguns
requisitos “técnicos”, além do seu real interesse de
acolher de forma cuidadosa, preocupando-se com a
ACOLHIMENTO E VÍNCULO; VISITA enfermidade ou o sentimento de enfermidade do
usuário. Algumas dicas:
DOMICILIAR; ESTRATÉGIA SAÚDE DA •Tente compreender exatamente o que o outro
FAMÍLIA. pretende comunicar-lhe.
ACOLHIMENTO E VÍNCULO: •Coloque-se em frente à pessoa que está
Acolhimento e vínculo dependem do modo de falando e olhe para ela, de preferência olhe nos seus
produção do trabalho em saúde. O acolhimento possibilita olhos.
regular o acesso por meio da oferta de ações e serviços mais •Ouça sem interromper, mesmo quando estiver
adequados, contribuindo para a satisfação do usuário. O em desacordo. Dê ao outro a oportunidade de
vínculo entre profissional/paciente estimula a autonomia e a expressar-se até o fim.
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34 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
•Enquanto ouve, não se distraia com sons, VISITA DOMICILIAR (VD)
acontecimentos do ambiente ou conversas paralelas. Segundo o Ministério da Saúde, visita domiciliar é o
•Não prepare a resposta enquanto o outro fala. Se instrumento de realização da assistência domiciliar, onde é
assim você fizer, não compreenderá o que ele tem a constituída pelo conjunto de ações sistematizadas para
dizer e, consequentemente, sua resposta pode ser viabilizar o cuidado às pessoas com algum nível de alteração
inadequada. no estado de saúde (dependência física ou emocional) ou
•Antes de dar sua opinião, certifique-se de que para realizar atividades ligadas a Estratégia Saúde da Família
compreendeu. Você pode fazer isto repetindo o que (ESF).
ouviu para que o outro confirme ou não. Pacientes crônicos, acamados ou com dificuldade de
•Não antecipe o que o outro vai dizer. A pessoa locomoção praticamente não possuem outro recurso além das
sente-se desrespeitada e desvalorizada. visitas para acompanhamento e tratamento de saúde.
•Tome cuidado para que suas preocupações e As visitas domiciliares podem ser realizadas por
preconceitos não integrem sua fala e mudem o sentido equipe multidisciplinar como médicos, enfermeiros, auxiliares
do que você gostaria de dizer. de enfermagem, agentes comunitários de saúde, dentistas e
•Cuidado para não selecionar o que ouve, isto outros.
é, ouvir só o que lhe convém. A VD é um instrumento essencial para que a equipe
•Quando estiver ouvindo, distinga fatos de conheça a realidade das famílias sob sua responsabilidade,
opiniões e impressões. identifique as situações de risco às quais a população está
exposta e conheça os problemas de saúde prevalentes em
Acolhimento com classificação de risco um território, uma área adscrita. É um instrumento potente
A classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma para a vigilância à saúde, pois possibilita que os profissionais
ferramenta de organização da "fila de espera" no serviço de conheçam não só o quadro clínico e problemas de saúde, mas
saúde, para que aqueles usuários que precisam mais sejam também as condições de vida da população, em termos
atendidos com prioridade, e não por ordem de chegada. econômicos, culturais, sociais e familiares. Deve
compreender ações sistematizadas que considerem o antes e
E quem precisa mais? o depois da visita, a partir de um plano de ação consistente.
Os usuários que têm sinais de maior gravidade, A VD é fundamental, também, para a aproximação com
aqueles que têm maior risco de agravamento do seu quadro o “não usuário”, ou seja, aquele que não tem condições físicas
clínico, maior sofrimento, maior vulnerabilidade e que estão para ir até a Unidade de Saúde.
mais frágeis. Neste caso, a VD é a porta de entrada do usuário no
sistema de saúde. Na Estratégia Saúde da Família, várias são
E como saber quem precisa mais? as finalidades das VDs, tais como:
A classificação de risco é feita por enfermeiros, de • realizar e atualizar o cadastramento das famílias,
acordo com critérios pré-estabelecidos em conjunto com os identificando as condições sociais e sanitárias;
médicos e os demais profissionais. A classificação de risco • avaliar as demandas exigidas por uma família, bem
não tem como objetivo definir quem vai ser atendido ou não, como o ambiente onde vivem e a dinâmica familiar,
mas define somente a ordem do atendimento. Todos são visando um diagnóstico da saúde da família e da
atendidos, mas há atenção ao grau de sofrimento físico e comunidade, com avaliação de riscos e
psíquico dos usuários e agilidade no atendimento a partir estabelecimento de prioridades, individuais e
dessa análise. coletivas;
• manter contato com as populações de risco,
Como faço para que o acolhimento aconteça no serviço enfermos e seus familiares para a coleta de
de saúde? informações, acompanhamento e intervenções;
É preciso que a equipe de saúde se reúna para discutir • identificar as possibilidades de articulação com
como está sendo feito o atendimento no serviço: qual o equipamentos sociais existentes na comunidade
"caminho" do usuário desde que chega ao serviço de saúde, para construção de redes de apoio e solidariedade
por onde entra, quem o recebe, como o recebe, quem o e de trabalho intersetorial;
orienta, quem o atende, para onde ele vai depois do • complementar orientações iniciadas na consulta ou
atendimento, enfim, todas as etapas que percorre e como é em grupo, bem como adaptar os conhecimentos e
atendido em cada uma dessas etapas. procedimentos técnicos à realidade social,
Essa discussão com toda a equipe vai mostrar o que econômica, cultural e ambiental do usuário-família;
pode ser mudado para que o usuário seja melhor acolhido. • planejar e prestar cuidados no domicílio ou orientar
Assim, a partir dessa reunião pode haver mudanças na membro(s) da família para a prestação de cuidados
entrada, na sala de espera, por exemplo, para que haja um e supervisão dos cuidados delegados, quando for
profissional de saúde que acolha o usuário antes da recepção, conveniente para o paciente, para a família e para
forneça as primeiras orientações e o encaminhe para o local o serviço de saúde sob o aspecto econômico,
adequado. social ou psicológico;
A recepção também pode mudar, utilizando-se a • observar e orientar sobre saneamento básico,
classificação de risco e também um pós-consulta, ou seja, higiene, amamentação, controle de peso, controle
uma orientação ao usuário depois da consulta, a partir do vacinal, cuidados com recém-nascidos, puérperas,
encaminhamento que tiver sido feito na consulta. gestantes e uso correto das medicações;
É importante ainda ampliar a qualificação técnica dos • levantar dados que subsidiem intervenções no
profissionais e das equipes de saúde para proporcionar essa processo saúde-doença e o planejamento de
escuta qualificada dos usuários, com interação humanizada, ações visando à promoção da saúde e prevenção
cidadã e solidária da equipe, usuários, família e comunidade. de doenças em ações no coletivo;
As possibilidades de acolhimento são muitas e o • realizar busca ativa de faltosos acompanhados por
importante é que as melhorias sejam feitas com a participação meio de programas específicos.
de toda a equipe que trabalha no serviço.
O Agente Comunitário de Saúde (ACS):
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 35
Como membro da equipe de Saúde da Família (eSF), AÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
o ACS é o elo entre a comunidade e os demais profissionais A visita domiciliar é a atividade mais importante do
da equipe, e a VD é a sua ação prioritária. Assim, processo de trabalho do agente comunitário de saúde. Ao
considerando que o exercício das atividades de ACS dar-se-á entrar na casa de uma família, ele entra não somente no
exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS espaço físico, mas em tudo o que esse espaço representa.
(BRASIL, 2006c), conclui-se que a VD é uma das tecnologias Nessa casa vive uma família, com seus códigos de
que caracteriza o modelo proposto. Considerando, ainda, a sobrevivência, suas crenças, sua cultura e sua própria
atuação em um território definido como outra característica do história. A sensibilidade/capacidade de compreender o
modelo e o potencial da VD para compreendê-lo em sua momento certo e a maneira adequada de se aproximar e
amplitude e profundidade de relações individuais e coletivas, estabelecer uma relação de confiança é uma das habilidades
a VD deve ser um instrumento imprescindível para o mais importantes do ACS.
planejamento e a organização do processo de trabalho da Isso o ajudará a construir o vínculo necessário ao
UBS. desenvolvimento das ações de promoção, prevenção,
É fundamental que o ACS realize, no mínimo, uma controle, cura e recuperação. Muitas vezes o ACS pode ser a
visita por família por mês, uma vez que todas as suas melhor companhia de um idoso ou de uma pessoa deprimida
atividades, direta ou indiretamente, estão relacionadas com o sem extrapolar os limites de suas atribuições. O ACS pode
uso dessa tecnologia. Quando necessário, uma família deve orientar como trocar a fralda de um bebê e pode ser o amigo
ser visitada mais de uma vez em um mês, conforme e conselheiro da pessoa ou da família. Nem sempre é fácil
planejamento da equipe. As atribuições do ACS estão separar o lado pessoal do profissional e os limites da relação
estabelecidas, também, na Lei 11.350, de 5 de outubro de ACS/família. Isso pode determinar ou reorganizar seu
2006. processo de trabalho e a forma como se vincula à família.
Recomenda-se que o ACS estabeleça um bom vínculo
Atribuições específicas do ACS - Portaria nº 2.436, DE 21 com a família, mas saiba dissociar a sua relação pessoal do
de setembro de 2017 seu papel como agente comunitário de saúde Cada família
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em tem uma dinâmica de vida própria e, com as modificações na
base geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua estrutura familiar que vêm ocorrendo nos últimos tempos, fica
área, mantendo os dados atualizados no sistema de cada vez mais difícil classificá-la num modelo único. Essas
informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma particularidades – ou características próprias – fazem com
sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação que determinada conduta ou ação por parte dos agentes e
de saúde, considerando as características sociais, equipe de saúde tenha efeitos diferentes ou atinjam de modo
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do distinto, com maior ou menor intensidade, as diversas famílias
território, e priorizando as situações a serem acompanhadas assistidas.
no planejamento local; Ele, na sua função de orientar, monitorar, esclarecer e
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações ouvir, passa a exercer também o papel de educador. Assim, é
que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da fundamental que sejam compreendidas as implicações que
comunidade; isso representa. Para ser bem-feita, a visita domiciliar deve
III - Registrar, para fins de planejamento e ser planejada. Ao planejar, utiliza-se melhor o tempo e
acompanhamento das ações de saúde, os dados de respeita-se também o tempo das pessoas visitadas. Para
nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, auxiliar no dia a dia do seu trabalho, é importante que ele
garantido o sigilo ético; tenha um roteiro de visita domiciliar, o que vai ajudar muito no
IV - Desenvolver ações que busquem a integração acompanhamento das famílias da sua área de trabalho.
entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, Também é recomendável definir o tempo de duração da visita,
considerando as características e as finalidades do trabalho devendo ser adaptada à realidade do momento.
de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou A pessoa a ser visitada deve ser informada do motivo
coletividades; e da importância da visita. Chamá-las sempre pelo nome
V - Informar os usuários sobre as datas e horários de demonstra respeito e interesse por elas. Para o
consultas e exames agendados; desenvolvimento de um bom trabalho em equipe, é
VI - Participar dos processos de regulação a partir da fundamental que tanto o ACS quanto os demais profissionais
Atenção Básica para acompanhamento das necessidades aprendam a interagir com a comunidade, sem fazer
dos usuários no que diz respeito a agendamentos ou julgamentos quanto à cultura, crenças religiosas, situação
desistências de consultas e exames solicitados; socioeconômica, etnia, orientação sexual, deficiência física
VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam etc.
atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra Todos os membros da equipe devem respeitar as
normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do diferenças entre as pessoas, adotando uma postura de
Distrito Federal. escuta, tolerância aos princípios e às distintas crenças e
No interior das unidades de saúde, os ACS apoiam valores que não sejam os seus próprios, além de atitudes
atividades coletivas associadas aos tradicionais programas de imparciais. Após a realização da visita, ele deve verificar se o
saúde, como grupos de hipertensos, além de outras objetivo dela foi alcançado e se foram dadas e colhidas as
atividades mais relacionadas com a promoção da saúde, informações necessárias. Enfim, ele deve avaliar e corrigir
como a educação física. Deveriam participar também das possíveis falhas. Esse é um passo muito importante que
reuniões de equipe e com o Núcleo de Apoio à Saúde da possibilitará planejar as próximas visitas.
Família (Nasf). Outra atividade atribuída ao ACS na unidade Da mesma forma, ele deve partilhar com o restante da
é o acolhimento, ou seja, ele tem sido a primeira pessoa a equipe essa avaliação, expondo as eventuais dúvidas, os
receber, escutar e interpretar as necessidades dos usuários anseios, as dificuldades sentidas e os êxitos. Toda visita deve
(2). ser realizada tendo como base o planejamento da equipe,
O ACS é um profissional essencial para o bom pautado na identificação das necessidades de cada família.
desenvolvimento das ações da equipe de saúde da família. Pode ser que seja identificada uma situação de risco e isso
Ele é elo importante entre os usuários e demais profissionais. demandará a realização de outras visitas com maior
São profissionais que devem ser respeitados e valorizados no frequência. Por meio da visita domiciliar, é possível:
exercício de sua função diária.
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36 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
• Identificar os moradores, por faixa etária, sexo e em lues secundária e orienta a moradora a ir até a UBS
raça, ressaltando situações como gravidez, desnutrição, para uma consulta com o ginecologista. Neste caso, o
pessoas com deficiência etc.; ACS
• Conhecer as condições de moradia e de seu entorno, A não deveria ter feito perguntas sobre a vida íntima da
de trabalho, os hábitos, as crenças e os costumes; moradora.
• Conhecer os principais problemas de saúde dos B deveria ter orientado a moradora a utilizar um creme nas
moradores da comunidade; manchas, até desaparecerem.
• Perceber quais as orientações que as pessoas mais C agiu corretamente, pois associou os sintomas a infecção
precisam ter para cuidar melhor da sua saúde e melhorar sua sexualmente transmissível (sífilis).
qualidade de vida; D errou ao orientar a moradora a ir até a UBS passar em
• Ajudar as pessoas a refletir sobre os hábitos consulta com o ginecologista.
prejudiciais à saúde; E não agiu corretamente, pois deveria ter encaminhado a
• Identificar as famílias que necessitam de moradora para um dermatologista.
acompanhamento mais frequente ou especial;
• Divulgar e explicar o funcionamento do serviço de Gabarito: 01/D; 02/E; 03/C
saúde e quais as atividades disponíveis;
• Desenvolver ações que busquem a integração entre
a equipe de saúde e a população do território de abrangência
da unidade de saúde;
PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE DA
• Ensinar medidas de prevenção de doenças e POPULAÇÃO E RECURSOS EXISTENTES
promoção à saúde, como os cuidados de higiene com o corpo, PARA O ENFRENTAMENTO DOS
no preparo dos alimentos, com a água de beber e com a casa,
incluindo o seu entorno;
PROBLEMAS.
• Orientar a população quanto ao uso correto dos O ACS tem um papel importante no acolhimento, pois
medicamentos e a verificação da validade deles; é um membro da equipe que faz parte da comunidade, o que
• Alertar quanto aos cuidados especiais com ajuda a criar confiança e vínculo, facilitando o contato direto
puérperas, recém-nascidos, idosos, acamados e pessoas com a equipe.
portadoras de deficiências; A APS tem a capacidade de resolver grande parte dos
• Registrar adequadamente as atividades realizadas, problemas de saúde da população, mas em algumas
assim como outros dados relevantes, para os sistemas situações haverá a necessidade de referenciar seus usuários
nacionais de informação disponíveis para o âmbito da a outros serviços de saúde. Mesmo nesses momentos, a APS
Atenção Primária à Saúde. tem um importante papel ao desempenhar a função de
coordenação do cuidado, que é entendido como a capacidade
de responsabilizar-se pelo usuário (saber o que está
QUESTÕES DE CONCURSOS acontecendo com ele) e apoiá-lo, mesmo quando este está
01. O acolhimento dos usuários na Estratégia de Saúde da sendo acompanhado em outros serviços de saúde.
Família – ESF é responsabilidade de todos os É na APS em que acontece o trabalho do agente
profissionais das equipes. A atenção ao usuário deve ser comunitário de saúde (ACS).
realizada não apenas na unidade de saúde, mas em
domicílio, em locais do território, quando as visitas se
OS MAIORES PROBLEMAS DE SAÚDE PÚBLICA NO
tornarem essenciais para o andamento do cuidado.
BRASIL
Durante o acolhimento, o profissional deve:
A saúde no Brasil está sofrendo e esse cenário precisa
A Permanecer atento às demandas e necessidades
mudar urgentemente. Apesar do panorama crítico com
apresentadas pelo usuário.
problemas frequentes, soluções efetivas vêm sendo
B Permitir ao usuário que se sinta à vontade. implementadas de forma gradativa.
C Garantir atendimento justo. Considerando as formas de organização da saúde
D Garantir escuta qualificada e encaminhamentos resolutivos, pública no Brasil, tem-se três níveis de atenção:
para que o vínculo, uma das peças-chave da ESF, ocorra
• básica/primária;
de forma efetiva.
• secundária/especializada; e
E Escutar em silêncio e com atenção os problemas de saúde
relatados pelo usuário. • terciária/hospitalar.
Os problemas de saúde ocorrem em todos estes níveis
02. (COPESE/UFPI - Prefeitura de Timon - Agente de atenção, geralmente em cascata, de modo que os
Comunitário de Saúde - 2016) Se, durante uma visita problemas são consequências dos outros, acarretando em
domiciliar, o ACS constatar ou for informado de que há uma bola de neve. E o principal sofredor desse sistema é o
uma criança com diarreia, então ele deve buscar saber: paciente.
A a idade. A saúde suplementar, ou privada, representada pelas
operadoras dos planos de saúde, contribui de forma crítica
B há quantos dias está com diarreia e o número de vezes ao
nas atividades e serviços clínicos, e muitas vezes otimiza a
dia de evacuação.
assistência à saúde. Mas ainda assim, não é suficiente para
C se há presença de sangue nas fezes.
suprir todas as faltas do sistema público.
D se também está com febre, vômito e há quantos dias.
Por isso, os usuários e demais interessados em um
E Todas as opções estão corretas. sistema eficiente e de menor custo devem apoiar soluções a
curto, médio e longo prazo, idealizadas pelos gestores.
03. (VUNESP - Prefeitura de Morro Agudo - Agente Por isso, listaremos a seguir os principais problemas
Comunitário de Saúde - 2020) Durante uma visita de saúde pública e as reflexões a respeito. Fique por aqui e
domiciliar, a moradora relata ao ACS que há meses entenda!
percebeu o aparecimento de uma ferida indolor na área
genital, que desapareceu sem tratamento e que agora
Como é a organização dos serviços de saúde?
estava incomodada com manchas nas palmas das mãos
Você, médico, já deve saber quase que de cor como é
e pés. O ACS faz perguntas sobre sua vida sexual e fica
a organização dos serviços de saúde, mas não custa
sabendo que seu marido é caminhoneiro. O ACS pensa
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 37
relembrar, para que os problemas e reflexões abordados Falta de assistência básica no cuidado ao paciente
adiante sejam melhor compreendidos. Se a atenção básica/primária deve ser a porta de
entrada dos pacientes, as melhorias nas Unidades Básicas de
Nível básico/primário Saúde sempre serão a prioridade. Porém, o cenário ainda é
Detalhando os três níveis de atenção mencionados pouco animador.
anteriormente, tem-se a atenção básica/primária Existem proporcionalmente poucas unidades de saúde
representada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que por habitantes e algumas estão com faltas estruturais
estão vinculadas às Redes de Atenção à Saúde (RAS). significativas, e funcionam de forma precária ou são de difícil
Nesses estabelecimentos são ofertados os serviços acesso para os moradores.
relacionados a promoção e prevenção da saúde. Estão Além disso, devido a problemas de planejamento,
inseridos aqui a aplicação de vacinas, a identificação precoce aquisição e dispensação, os usuários não têm acesso aos
de problemas de saúde, os grupos operativos para evitar medicamentos e insumos que necessitam, como os anti-
complicações de doenças crônicas e outras atividades hipertensivos e as canetas de insulina, por exemplo.
conforme o nível de organização municipal. A solução é “simples”: deve-se fazer um diagnóstico
Teoricamente, a atenção básica/primária deveria ser a local, elaborar planos de ação eficientes e solicitar mudanças
porta de entrada dos serviços para o paciente, em que o nível emergenciais para as autoridades municipais, estaduais e
de complexidade é menor e as chances de se evitar eventuais federais dentro das competências de cada um.
complicações também.
As UBS são referência para os serviços primários em Falta de leitos disponíveis para os atendimentos
saúde como também para encaminhar para as demais A disposição de leitos no Brasil é um grande problema
atividades clínicas e são representadas pelas equipes de de saúde pública somada ao mal gerenciamento desse
saúde da família, sendo médicos, enfermeiros e agentes recurso. Isso significa que é possível ter leitos disponíveis em
comunitários em saúde. uma região enquanto em outras, os pacientes ficam alocados
em macas situados nos corredores.
Nível secundário/especializado Esse processo foi minimizado pela criação das
O nível secundário/especializado em saúde é Unidades de Pronto Atendimento (UPA), porém ainda são
representado pelos ambulatórios, distribuição de escassos os leitos disponíveis, o que impacta
medicamentos para doenças raras ou pacientes com significativamente na assistência e acolhimento ao paciente.
refratariedade no tratamento, além do acompanhamento de Outro fator agravante é a permanência do paciente nos
distúrbios crônicos. leitos hospitalares, muito em virtude das complicações
No nível secundário/ambulatorial são tratadas as clínicas adquiridas, aumentando os custos e gerando pouca
coagulopatias, Doença de Alzheimer, Doença de rotatividade no sistema.
Parkison, trombose venosa profunda, esclerose múltipla, Esse problema pode ser causado também pela
entre outras. Para obter o medicamento pelo Sistema Único dificuldade de manutenção preventiva e corretiva dos leitos, e
de Saúde SUS, o paciente deve se encaminhar à farmácia falta de renovação daqueles que estão sem condições de uso,
com o laudo de solicitação e estar de acordo com os reduzindo significativamente os números de leitos
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). disponíveis.
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38 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Uma das formas de solucionar esse problema, além de dispensados mediante o Cartão Nacional de Saúde (CNS),
oferecer melhores condições de trabalho, é proporcionar também chamado de cartão do SUS e uma prescrição válida.
estabilidade laboral por meio de concursos púbicos ou Se o paciente necessitar de medicamentos do
contratos mais vantajosos para os profissionais de saúde. Componente Especializado de Assistência Farmacêutica
(CEAF) é necessário comparecer às unidades de alta
Sucateamento dos recursos tecnológicos em saúde complexidade com outros documentos além do CNS.
O sucateamento tecnológico é outro grande problema Para obter medicamentos do Componente Estratégico
de saúde pública, além da quantidade reduzida ou ausência de Assistência Farmacêutica (CESAF) também é possível se
de recursos para diagnóstico precoce, monitoramento dos encaminhar à unidade básica de saúde, com o formulário da
dados vitais dos pacientes e acompanhamento do tratamento. notificação compulsória.
Devido a regionalização da saúde, muitas cidades são Então, cabe ao profissional de saúde entender todos
referência para outras de pequeno porte que necessitam de os fluxos de dispensação de medicamentos pelo SUS. Além
agendamento prévio para utilizarem o mamógrafo, tomógrafo disso, em situações em que o medicamento for adquirido nas
e aparelhos de radiografia. farmácias privadas, é preciso esclarecer ao paciente essa
Acontece que, muitas vezes, esses equipamentos não situação.
estão em condições mínimas de funcionamento ou estão fora Diante das diversas situações e da operacionalização
de utilização até aguardarem reparos ou manutenção diferenciada no âmbito estadual e municipal é fundamental
preventiva periódica. estabelecer as rotinas daquela unidade básica de saúde a fim
Para resolver tal problema, seria preciso fazer um de esclarecer para todos os interessados.
histórico da situação, levando em consideração o número de
pacientes que estão sendo prejudicados e pressionar as Quadro de profissionais com pouca qualificação
autoridades públicas, almejando melhorias. Infelizmente, a falta de qualificação ainda é um
problema constante na área de saúde. Muitos profissionais
Gestão ineficiente do sistema de saúde apresentam a formação básica, porém alguns conhecimentos
Existe a máxima que a saúde não tem preço, mas tem específicos são demandados conforme o tipo de serviço.
custo. Isso significa que se utilizam todas as estratégias para Exemplo disso são as enfermeiras que devem ter
conseguir aumentar a qualidade de vida do paciente ou especialização em obstetrícia, médicos que precisam de pós-
minimizar sua dor são válidas, porém é preciso compatibilizar graduação, residência em neurologia, pediatria, dermatologia,
os recursos financeiros. entre outros, para atuarem de forma efetiva.
A gestão ineficiente do sistema de saúde acontece Para resolver essa situação, muitos entes
quando os recursos financeiros disponíveis são alocados de governamentais estão investindo nos servidores e
forma desorganizada, o que gera impactos significativos para funcionários por meio de capacitação em cursos de média e
o paciente, família e comunidade. longa duração para que as atividades fossem aplicadas na
O resultado desse problema é desperdício de recursos unidade de saúde vinculada.
financeiros para uma atividade e falta para outros serviços, Contudo, recomenda-se sempre que os profissionais
gerando um desequilíbrio, inequidade e instabilidade dos três se mantenham atualizados com as novas tecnologias em
níveis de atenção. saúde, procedimentos clínicos mais seguros, além de estudos
A primeira solução a ser tomada é a capacitação dos farmacoeconômicos.
gestores com foco na saúde, pois alguns, apesar das boas
iniciativas, não têm experiência ou conhecimento para Lentidão e muita burocracia para atendimento ao
administrar recursos dessa magnitude. paciente
Considerando a organização dos serviços de saúde no
Descontinuidade dos projetos assistenciais SUS e na saúde suplementar, observa-se uma lentidão e
Existem projetos assistenciais idealizados no âmbito burocracia para os atendimentos clínicos. Isso significa que o
local que podem ser referências para outas esferas período entre a entrega da documentação e a aprovação do
governamentais, porém depende da continuidade das ações procedimento é bem demorado.
quando ocorre a troca de governo. Nesse sentido, a menos que seja de
Esse cenário é vivenciado constantemente, gerando urgência/emergência, o processo leva no mínimo 30 dias,
uma frustração e decepção dos idealizadores dos projetos, podendo ser prorrogado por mais tempo a depender da
que, muitas vezes, não estão vinculados como servidores complexidade do serviço, da disponibilidade do profissional e
públicos da região. do custo.
Os projetos assistenciais no âmbito local devem ser Esse problema pode gerar outra grande situação,
estimulados, uma vez que adaptam as intervenções conforme como no caso da judicialização de medicamentos e
a realidade clínica e epidemiológica daquela sociedade, procedimentos, mesmo daqueles que já estão nos
sendo significativamente mais efetiva. componentes da assistência farmacêutica.
Considerando os bons resultados dos projetos em A resolução desse problema de saúde é complexa e
andamento ou da expectativa positiva para implantação de envolve diversos atores, desde profissionais de saúde,
novas atividades, sugere-se que seja pleiteada a continuidade gestores, participação dos usuários até membros do
das atividades para benefício da população demandada. legislativo e judiciário.
Identificar os maiores problemas de saúde pública
Desconhecimento da população sobre o acesso a e suplementar no Brasil é um dos pontos nevrálgicos do
medicamentos processo de melhoria da saúde.
Para ter acesso a medicamentos pelo SUS, o paciente Dentro desse panorama, estão desde problemas
deve buscar informações inicialmente nas Unidades Básicas estruturais nos estabelecimentos de saúde até de processos
de Saúde. Porém, cada medicamento tem uma rotina gerenciais, apesar de iniciativas bem-sucedidas em algumas
diferenciada conforme determinações das normativas atividades.
municipais. O mais importante para resolver as questões é fazer
Isso porque, os medicamentos que estão elencados no um diagnóstico diante das situações apresentadas, propor
Componente Básico de Assistência Farmacêutica (CBAF) são soluções em curto, médio e longo prazo e avaliar por meio de
indicadores efetivos e seguros na gestão pública e privada.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 39
___________ Uma das principais abordagens para a inclusão social
Fonte: https://www.ipemed.com.br/blog/maiores- de pessoas com deficiência é a perspectiva da acessibilidade.
problemas-de-saude-publica-no- Isso envolve não só a eliminação de barreiras arquitetônicas,
brasil?utm_source=google&utm_medium=organic mas também a promoção de tecnologias assistivas, a criação
de serviços e atividades adaptados e a implementação de
políticas públicas que assegurem a inclusão.
Outra abordagem importante é a valorização da
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: diversidade. Isso implica em reconhecer que as diferenças
ABORDAGEM, MEDIDAS FACILITADORAS não devem ser motivo de exclusão, mas sim de
DE INCLUSÃO SOCIAL E DIREITO LEGAL. enriquecimento. A valorização da diversidade implica em
respeitar as características e habilidades únicas de cada
Considera-se para os efeitos do Decreto n.º 5.296/04, indivíduo, buscando sempre formas de incluí-lo de maneira
de 2/12/04, pessoa portadora de deficiência, além daquelas adequada.
previstas na Lei n.º 10.690, de 16 de junho de 2003, a que Existem várias medidas facilitadoras de inclusão
possui limitação ou incapacidade para o desempenho de social de pessoas com deficiência. Entre elas, destacam-
atividade e se enquadra nas seguintes categorias: se a educação inclusiva, que busca garantir que todas as
Física – Alteração completa ou parcial de um ou mais crianças e jovens com deficiência tenham acesso à educação
segmentos do corpo humano, acarretando o em escolas regulares, com recursos e apoios necessários; a
comprometimento da função física, apresentando-se sob a formação profissional e o emprego, que visam a garantir que
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, essas pessoas tenham as mesmas oportunidades de trabalho
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, e desenvolvimento de carreira que as demais; e a
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, acessibilidade em transportes públicos, que possibilita a
paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade locomoção dessas pessoas de forma autônoma e
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as independente.
que não produzam dificuldades para o desempenho de Além disso, é importante destacar o direito legal das
funções. pessoas com deficiência. Essas pessoas possuem direitos
Auditiva – Perda bilateral, parcial ou total, de 41 garantidos por lei, tanto em nível nacional quanto
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas internacional, que asseguram sua inclusão social e sua plena
frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz. participação na vida em sociedade. Entre esses direitos,
Visual – Cegueira na qual a acuidade visual é igual ou destacam-se a Convenção Internacional sobre os Direitos das
menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; Pessoas com Deficiência, o Estatuto da Pessoa com
baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão.
melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos Em síntese, a inclusão social de pessoas com
quais o somatório da medida do campo visual, em ambos os deficiência envolve uma série de abordagens e medidas
olhos, for igual ou menor que 60°; ou a ocorrência simultânea facilitadoras que visam garantir que essas pessoas tenham as
de quaisquer das condições anteriores. mesmas oportunidades e possam desenvolver todo o seu
Mental – Funcionamento intelectual significativamente potencial. Para isso, é fundamental valorizar a diversidade,
inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos e promover a acessibilidade e respeitar os direitos legais dessas
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades pessoas.
adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades
sociais, utilização dos recursos da comunidade, saúde e
segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
Múltipla – Associação de duas ou mais deficiências. PROGRAMAS NACIONAIS DE IMUNIZAÇÃO,
A porta de entrada da pessoa com deficiência, no SAÚDE MENTAL,
Sistema Único de Saúde, é a atenção básica. A principal ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA, SAÚDE DA
estratégia de saúde na atenção básica é a Saúde da Família.
A Saúde da Família veio para reorientar as práticas e ações
CRIANÇA, SAÚDE DA MULHER, SAÚDE DA
de saúde de forma integral e contínua. PESSOA IDOSA E DE SAÚDE AMBIENTAL.
O atendimento é prestado pelos profissionais das PROGRAMAS NACIONAIS DE IMUNIZAÇÃO
Equipes de Saúde da Família (médicos, enfermeiros, Um dos maiores programas de vacinação do mundo
auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, que, nos últimos 49 anos, levou o Brasil a eliminação e
dentistas e auxiliares de consultório dentário) na unidade de controle de várias doenças imunopreveníveis: o PNI é
saúde ou nos domicílios. É importante procurar uma unidade patrimônio de todos os brasileiros e referência internacional.
de saúde próxima à sua moradia. Neste local, você terá A abreviação é para o Programa Nacional de Imunizações,
acesso à avaliação do seu estado geral de saúde, podendo responsável por elaborar a política de vacinação do Brasil,
ser encaminhado a um serviço que ofereça avaliação desde a compra das vacinas de rotina até a definição do
funcional e de reabilitação, e, quando necessário, à aquisição público que será imunizado.
de órteses e próteses. O programa de imunizações brasileiro oferece, de
____________Fonte: forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mais de
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pessoa_deficien 20 imunizantes para diversas doenças, sendo 17 vacinas para
cia_sus_2ed.pdf crianças, sete para adolescentes, cinco para adultos e idosos
e três para gestantes. Todas fazem parte do Calendário
ABORDAGEM, MEDIDAS FACILITADORAS DE Nacional de Vacinação, um documento que estabelece a
INCLUSÃO SOCIAL E DIREITO LEGAL aplicação das vacinas de rotina para cada fase da vida.
A inclusão social é um tema que vem ganhando cada
vez mais espaço na sociedade contemporânea, História e papel do PNI
especialmente no que se refere às pessoas com deficiência. Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunizações
O processo de inclusão visa garantir a plena participação – o PNI – é responsável pela Política Nacional de Imunizações
dessas pessoas na vida em sociedade, proporcionando-lhes que visa reduzir a transmissão de doenças imunopreveníveis,
acesso a oportunidades, serviços e recursos que lhes ocorrência de casos graves e óbitos, com fortalecimento de
permitam desenvolver todo o seu potencial.
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40 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
ações integradas de vigilância em saúde para promoção, passa pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de
proteção e prevenção em saúde da população brasileira. Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
O PNI é responsável por definir a política de vacinação É importante esclarecer que as vacinas Covid-19
do País, desde a aquisição dos imunobiológicos até a sua utilizadas no Brasil - Astrazeneca, Janssen, Pfizer e
disponibilização nas salas de vacinação, estabelecimento de Coronavac - continuam seguindo as diretrizes do PNO e a
normas e diretrizes sobre as indicações e recomendações da campanha nacional de vacinação está avançando a partir das
vacinação em todo o Brasil. recomendações do Ministério da Saúde publicadas nas
Com quase 50 anos de existência e 47 diferentes atualizações do documento que está na 13ª edição. Portanto,
imunobiológicos ofertados, o PNI é um dos maiores os imunizantes contra a Covid-19 precisam passar por uma
programas de vacinação do mundo, reconhecido pela série de etapas antes da definição pela inclusão ao
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da calendário, respeitando o processo técnico de incorporação
Organização Mundial de Saúde (OMS), como referência definido pelo Ministério da Saúde.
mundial.
O PNI também é responsável pela definição do SAÚDE MENTAL
Calendário Nacional de Vacinação, que contempla todas as
De acordo com a Organização Mundial da Saúde,
vacinas de rotina. Essa diretriz importante acompanha todos
saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é
os brasileiros desde o primeiro dia de vida, orientando o
capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do
período e as vacinas que devem ser tomadas.
estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua
Vacinas do Calendário de Vacinação
comunidade.
• BCG
A atenção em saúde mental é oferecida no Sistema
• Hepatite B Único de Saúde (SUS), através de financiamento tripartite e
• Penta (DTP/Hib/Hep B) de ações municipalizadas e organizadas por níveis de
• Vacina Pneumocócica 10 valente complexidade. A Rede de Cuidados em Saúde Mental, Crack,
• VIP (Vacina Inativada Poliomielite) Álcool e outras Drogas foi pactuada em julho de 2011, como
• VRH (Vacina Rotavírus Humano) parte das discussões de implantação do Decreto nº 7508, de
• Meningocócica C (conjugada) 28 de junho de 2011, e prevê, a partir da Política Nacional de
• VOP (Vacina Oral Poliomielite) Saúde Mental, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs),
• Febre amarela os Serviços Residenciais Terapêuticos, os Centros de
• Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba) Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento e os leitos
• Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela) de atenção integral em Hospitais Gerais.
• Hepatite A Além de atender pessoas com transtornos mentais,
• DTP (tríplice bacteriana) estes espaços acolhem usuários de álcool, crack e outras
• Varicela drogas e estão espalhados pelo país, modificando a estrutura
• HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano) da assistência à saúde mental. E vêm substituindo
progressivamente o modelo hospitalocêntrico e manicomial,
Entenda o Plano Nacional de Operacionalização da de características excludentes, opressivas e reducionistas
Vacinação contra a Covid-19 (PNO) (leia mais no artigo Desafios da reforma psiquiátrica no Brasil,
Também sob a coordenação da Secretaria de de Benilton Bezarra Jr.), na tentativa de construir um sistema
Vigilância em Saúde (SVS), está o PNO - Plano Nacional de de assistência orientado pelos princípios fundamentais do
Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. As siglas SUS (universalidade, equidade e integralidade).
são semelhantes, mas as funções são diferentes. Esta forma de atendimento é fruto de um longo
Após a aprovação da primeira vacina Covid-19 pela processo de luta social que culminou com a Reforma
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para psiquiátrica, em 2001. Sua principal bandeira está na
aplicação nos brasileiros, o Ministério da Saúde já havia mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o
estruturado um documento que seria o norte da campanha de convívio com a família e a comunidade.
vacinação, com diretrizes e orientações importantes para O maior desafio para as políticas de saúde mental no
estados e municípios, garantindo que a campanha ocorresse Brasil hoje é o enfrentamento do uso do crack. Com a
de forma igualitária em todo país - o PNO. Isso foi necessário desospitalização promovida a partir dos princípios da Reforma
diante da emergência causada pelo vírus e do pouco tempo pisquiátrica e o consumo crescente da droga em todas as
para a estruturação de uma campanha de vacinação. esferas sociais, o SUS tem atuado de forma interdisciplinar,
O PNO foi construído pelo Ministério da Saúde, em objetivando construir uma estratégia eficaz de enfrentamento
conjunto com Conselho Nacional de Secretários de Saúde do problema, já considerado uma epidemia por diversas
(Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de instituições.
Saúde (Conasems) com estreita parceria com as Sociedades
Científicas, Conselhos de Classe e Organização Pan- POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL
Americana da Saúde (OPAS/OMS). A Política Nacional de Saúde Mental é uma ação do
O PNO define e detalha a operacionalização da Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Saúde, que
vacinação contra a Covid-19 em território nacional, dando compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país
suporte aos estados e municípios, bem como, aos para organizar a assistência às pessoas com necessidades
profissionais de saúde no planejamento e operacionalização de tratamento e cuidados específicos em saúde mental.
da vacinação. Desde o começo da campanha, já foram Abrange a atenção a pessoas com necessidades
distribuídas cerca de 520 milhões de vacinas para os estados relacionadas a transtornos mentais como depressão,
e o Distrito Federal. ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar,
transtorno obsessivo-compulsivo etc, e pessoas com quadro
Vacina Covid-19 de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas,
Para que qualquer vacina seja incorporada ao como álcool, cocaína, crack e outras drogas.
Calendário Nacional de Vacinação do PNI, é necessária uma O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é
avaliação técnica, considerando vários aspectos, como a uma estratégia de atenção fundamental para a identificação
situação epidemiológica, o comportamento da doença ao das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e
longo do tempo e o tipo de vacina. Esse processo também planejamento de intervenções medicamentosas e
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 41
terapêuticas, se e quando necessárias, conforme cada
caso. Os indivíduos em situações de crise podem ser FALSOS CONCEITOS
atendidos em qualquer serviço da Rede de Atenção É comum que as pessoas que sofram com transtornos
Psicossocial, formada por várias unidades com finalidades mentais ou dependência química seja, muitas vezes,
distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de incompreendidas, julgadas, excluídas e até mesmo
saúde. marginalizadas, devido a falsos conceitos ou pré-conceitos
Além das ações assistenciais, o Ministério da Saúde errados.
também atua ativamente na prevenção de problemas Entenda que as doenças mentais:
relacionados a saúde mental e dependência química, • Não são fruto da imaginação;
implementando, por exemplo, iniciativas para prevenção do • A pessoa não escolhe ter;
suicídio, por meio de convênio firmado com o Centro de • Algumas doenças mentais têm cura, outras possuem
Valorização da Vida (CVV), que permitiu a ligação gratuita tratamentos específicos;
em todo o país. • Pessoas com problemas mentais são tão inteligentes
IMPORTANTE: O CVV – Centro de Valorização da quanto as que não têm;
Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, • Pessoas com problemas mentais não são
atendendo voluntária e gratuitamente todas as preguiçosas.
pessoas que querem e precisam conversar, sob total Estes mitos, aliados à discriminação, aumentam os
sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos sintomas do problema e, em muitas ocasiões, podem levar até
os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, ao suicídio. Mesmo nos casos mais graves, é possível
por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer controlar e reduzir os sintomas por meio de medidas de
linha telefônica fixa ou celular. Também é possível reabilitação e tratamentos específicos. A recuperação é mais
acessar para o chat. efetiva e rápida quanto mais precocemente o tratamento for
iniciado.
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
A reabilitação psicossocial é compreendida como um A Política Nacional de Assistência Farmacêutica surgiu
conjunto de ações que buscam o fortalecimento, a inclusão e a partir das deliberações da 12ª Conferência Nacional de
o exercício de direitos de cidadania de pacientes e familiares, Saúde. Porém, o tema já fazia parte das estratégias do SUS
mediante a criação e o desenvolvimento de iniciativas através da Política Nacional de Medicamentos (PNM),
articuladas com os recursos do território nos campos do publicada em 1998.
trabalho, habitação, educação, cultura, segurança e direitos No entanto, houve a necessidade de avançar nas
humanos. ações voltadas à política de medicamentos. Principalmente
para garantir que as estratégias da assistência farmacêutica
MANUTENÇÃO DA SAÚDE MENTAL fossem efetivadas e ampliassem o acesso da população aos
Praticar hábitos saudáveis e adotar um estilo de vida remédios.
de qualidade, ajudam a manter a saúde mental em dia. E assim, com a Resolução nº 338/2004 do Ministério
• Jamais se isole; da Saúde, a PNAF foi publicada como parte integrante e direta
• Consulte o médico regularmente; da Política Nacional de Saúde.
• Faça o tratamento terapêutico adequado;
• Mantenha o físico e o intelectual ativos; Princípios e estratégias da PNAF
• Pratique atividades físicas; O desenvolvimento da Política Nacional de Assistência
• Tenha alimentação saudável; Farmacêutica permitiu a elaboração de uma série de ações
estratégicas em saúde. Do mesmo modo, criou a base para
• Reforce os laços familiares e de amizades.
uma série de regulamentações nas seguintes áreas:
Conheça a plataforma Saúde Brasil e veja quais
• qualidade e segurança, garantindo o acesso da
hábitos adotar, em todas as áreas da vida, para ter mais
qualidade de vida. população a serviços e produtos mais eficazes;
• criação de mecanismos para regular e monitorar o
PESSOAS QUE PODEM SER AFETADAS mercado de insumos de saúde, especialmente
para a aquisição de medicamentos;
Todas as pessoas, de ambos os sexos e em qualquer
faixa etária, pode ser afetado, em algum momento, por • ações de disciplina na prescrição, dispensação e
problemas de saúde mental ou dependência química, de consumo de medicamentos, promovendo o uso
maior ou menor gravidade. Algumas fases, no entanto, podem mais racional.
servir como gatilhos para início do problema. Além disso, através da PNAF também foi possível
• Entrada na escola (início dos estudos); implementar políticas públicas de desenvolvimento
• Adolescência;
tecnológico e científico. Logo, o envolvimento das
universidades e centros de pesquisa foi primordial para a
• Separação dos pais;
inovação necessária ao SUS.
• Conflitos familiares;
De antemão, os princípios norteadores da Política
• Dificuldades financeiras;
Nacional de Assistência Farmacêutica envolvem direitos e
• Menopausa;
garantias fundamentais. Desse modo, a base dessa política é
• Envelhecimento;
a promoção da saúde dos brasileiros, embasada na equidade,
• Doenças crônicas; universalidade e integralidade previstas na Constituição
• Divórcio; Federal.
• Perda entes queridos; Isso inclui não apenas a saúde pública, mas envolve
• Desemprego; também o setor privado, que atua como suplemento do SUS
• Fatores genéticos; dentro da PNS.
• Fatores infecciosos;
• Traumas.
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42 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
(Resme) na elaboração das relações para aquisição de
Regramento jurídico medicamentos.
Além da CF/88, existe um ordenamento jurídico
extenso relacionado à Política Nacional de Assistência SAÚDE DA CRIANÇA
Farmacêutica. Muito antes da Resolução nº 338, as Leis Com o objetivo de promover e proteger a saúde da
Federais 8080/1990 e 8142/1990 também serviram de base criança e o aleitamento materno, o Ministério da Saúde
para a PNAF. instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Ao mesmo tempo, uma série de portarias Criança (PNAISC). A política abrange os cuidados com a
regulamentam, direta ou indiretamente, a assistência criança da gestação aos 9 anos de idade, com especial
farmacêutica. São elas: atenção à primeira infância e às populações de maior
• Portaria 204/2007: regulamenta o financiamento e vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e um
a transferência de recursos federais para ações e ambiente facilitador à vida com condições dignas de
serviços de saúde, na forma de blocos de existência e pleno desenvolvimento.
financiamento; A política se estrutura em 7 (sete) eixos
• Portaria 3.916/1998: aprova a Política Nacional de estratégicos, com a finalidade de orientar e qualificar as
Medicamentos; ações e serviços de saúde da criança no território nacional,
• Portarias n. 2.981/2009, 3.439/2010 e 4.217/2010: considerando os determinantes sociais e condicionantes para
dispõem sobre a estrutura e o funcionamento garantir o direito à vida e à saúde, visando à efetivação de
do Componente Especializado da Assistência medidas que permitam o nascimento e o pleno
Farmacêutica e do Componente Básico da desenvolvimento na infância, de forma saudável e
Assistência Farmacêutica. harmoniosa, bem como a redução das vulnerabilidades e
riscos para o adoecimento e outros agravos, a prevenção das
PNAF e a aquisição de medicamentos doenças crônicas na vida adulta e da morte prematura de
Entre as principais atividades de gestão que crianças.
incorporam a Política Nacional de Assistência Farmacêutica Os pilares da política são:
está a aquisição de medicamentos. Bem como sua • Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao
distribuição no território nacional, a partir das necessidades parto, ao nascimento e ao recém-nascido;
apontadas por cada estado e municípios. • Aleitamento materno e alimentação complementar
Infelizmente, a má administração pública mostra que saudável;
esse processo possui muitas falhas. Constantemente, • Promoção e acompanhamento do crescimento e do
recebemos as notícias sobre falta de medicamentos e desenvolvimento integral;
insumos nos postos de saúde e hospitais do SUS. • Atenção integral a crianças com agravos prevalentes
Todavia, esse problema é de conhecimento dos na infância e com doenças crônicas;
gestores públicos. E frequentemente debatido em reuniões • Atenção integral a crianças em situação de
dos Conselhos de Saúde em todo o Brasil. Portanto, a Política violências, prevenção de acidentes e promoção da
Nacional de Assistência Farmacêutica possui relação direta cultura de paz;
com a questão do desabastecimento. • Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em
Há cerca de um ano, o Ministério da Saúde passou por situações específicas e de vulnerabilidade;
uma grave crise no abastecimento. Dos 134 tipos de • Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e
medicamento que deveriam ser distribuídos para os estados, materno.
25 estiveram em falta. Sem contar o baixo estoque de outros A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
18 medicamentos. Criança (PNAISC) foi instituída pela Portaria nº 1.130, de 5
Esse cenário arriscou o tratamento de de agosto de 2015, após 4 anos de construção coletiva do
aproximadamente 2 milhões de pacientes do SUS. Incluindo Ministério da Saúde com as Coordenações de Saúde da
pessoas com câncer de mama, leucemia e inflamações. Criança das Secretarias Estaduais de Saúde e Municipais das
Atualmente, com a pandemia do coronavírus, já se observou capitais, com o apoio metodológico da Estratégia
a falta de insumos essenciais para o tratamento de pacientes Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis
com Covid-19 internados em UTI. EBBS/IFF/FIOCRUZ.
Essa condição de precariedade enfrentada nos
serviços de saúde pública demonstra a importância da PNAF
para a gestão da assistência farmacêutica. Ao passo que uma PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE DA
aquisição de medicamentos eficiente deve levar em conta a MULHER
seleção e a programação de compra.
Como resultado, se evita o desperdício e a falta, que Em 1984 o ministério da saúde elaborou o programa
são duas faces da mesma moeda. E assim, a utilização dos de assistência integral à saúde da mulher (PAISM), o
recursos financeiros torna-se favorável à população. programa incluía: Ações educativas e preventivas,
No entanto, é importante que os estados e municípios diagnóstico e tratamento, assistência em clínicas
atuem de forma cooperativa na aquisição de medicamentos e ginecológicas, pré-natal, parto, puerpério, climatério,
distribuição. Isso porque a seleção deve considerar as planejamento familiar DST, câncer de colo de útero e de
diferentes realidades de cada região. mama e outras necessidades apresentadas pelas mulheres
na época.
Rename, Resme e Remune
As fases de seleção (o que comprar) e programação A politica de atenção a mulher deve atingir:
(quanto comprar) na aquisição de medicamentos precisam • As mulheres em todas as fases do ciclo de vida
considerar o contexto dos municípios sobre o fluxo de independente da faixa etária e do grupo
usuários. Para isso, a Relação Nacional de Medicamentos populacional pertencente.
Essenciais (Rename) é o principal norteador da PNAF. • A Atenção integral á saúde da mulher deverá
O documento, periodicamente revisado pelo Ministério estende-se a todo os diferentes níveis de atenção
da Saúde, é o que orienta municípios (Remune) e estados a saúde (da baixa a alta complexidade).
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 43
• O atendimento deverá respeitar todos os grupos • Realização de parto e nascimento seguros, através
sociais sem qualquer imposição de valores e de boas práticas de atenção.
crenças sociais. • Acompanhante no parto, de livre escolha da
• O atendimento deve ser feito de forma humanizada, gestante.
que reforcem a atenção a saúde como direito. • Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com
• A execução no setor da saúde será realizada de qualidade e resolutividade.
acordo com as diferentes realidades regionais. • Acesso ao planejamento reprodutivo.
ATENDIMENTO À GESTANTE E RN
O atendimento à gestante no momento do parto deve
ocorrer em hospital compatível com a situação clínica da
gestante e do feto (centro de parto normal, maternidade de
risco habitual ou maternidade de alto risco). Ocorrendo
necessidade de transferência do RN para UCI ou UTI é
responsabilidade da unidade hospitalar solicitar à Central de
Regulação-CORA a transferência, informando as condições
clínicas e se responsabilizando pela estabilização deste RN
É uma Rede de cuidados que assegura às até o momento da transferência, que será realizada pelo
MULHERES o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção SAMU, acionado pelo serviço tão logo a vaga seja confirmada
humanizada à gravidez, parto e puerpério e as CRIANÇAS o pelo CORA. Preferencialmente o RN deve ser acompanhado
direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento de sua mãe e relatório clínico detalhado.
saudável. O RN que já teve alta da maternidade e é atendido em
situação de urgência na Unidade Básica de Saúde – UBS ou
DIREITOS porta de entrada de emergência deverá ser observado o
• Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da mesmo procedimento. A unidade para onde será
qualidade do pré-natal. encaminhado o RN e o tempo que levará até a transferência
• Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto. dependerá da disponibilidade de vaga.
• Vinculação da gestante à unidade de referência para Para atendimento da gestante a orientação é procurar
assistência ao parto – “Gestante não peregrina!” e “Vaga a unidade do município, sendo encaminhada, se necessário,
sempre para gestantes e bebês!”. para Maternidade de referência de acordo com o mapa de
vinculação, conforme relação em anexo, bem como relação
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44 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
dos exames para as gestantes, preconizados pelo Ministério as competências de cada um, garantir as condições para
da Saúde. a execução da Política de Atenção à Saúde da Mulher.
( ) As ações voltadas à melhoria das condições de vida e
Banco de Leite Humano saúde das mulheres deverão ser executadas de forma
O leite humano é essencial para proteger recém- articulada com setores governamentais e não-
nascidos porque alimenta e protege contra diarréia, infecções governamentais, condição básica para a configuração de
respiratórias, diabetes e alergias. Para garantir o leite materno redes integradas de atenção à saúde e para a obtenção
a bebês cujas mães não podem amamentar, foram criados em dos resultados esperados.
todo país os Bancos de Leite Humano. Eles recebem, Assinale a alternativa com a sequência CORRETA:
pasteurizam e distribuem o leite para as crianças internadas A F, F, V.
em unidades neonatais. Toda mulher saudável, com excesso B V, V, V.
de leite e que não usa medicamentos que impeçam a doação C V, F, V.
pode contribuir. O leite humano doado, após passar por D F, V, F.
processo que envolve seleção, classificação e pasteurização,
é distribuído aos hospitais. Gabarito: 01/B; 02/A; 03/C
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 45
A necessidade de enfrentamento de desafios como: é reconhecidamente a meta de toda ação de saúde. Ela
a) a escassez de estruturas de cuidado intermediário permeia todas as ações desde o pré-natal até a fase da
ao idoso no SUS, ou seja, estruturas de suporte qualificado velhice. A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no
para idosos e seus familiares destinadas a promover reconhecimento dos direitos das pessoas idosas e nos
intermediação segura entre a alta hospitalar e a ida para o princípios de independência, participação, dignidade,
domicílio; assistência e auto-realização determinados pela Organização
b) número insuficiente de serviços de cuidado das Nações Unidas (WHO, 2002). Para tanto é importante
domiciliar ao idoso frágil previsto no Estatuto do Idoso. Sendo entender que as pessoas idosas constituem um grupo
a família, via de regra, a executora do cuidado ao idoso, heterogêneo. Também será necessário vencer preconceitos e
evidencia-se a necessidade de se estabelecer um suporte discutir mitos arraigados em nossa cultura. Os profissionais
qualificado e constante aos responsáveis por esses cuidados, de saúde e a comunidade devem perceber que a prevenção
tendo a atenção básica por meio da Estratégia Saúde da e a promoção de saúde não é privilégio apenas dos jovens. A
Família um papel fundamental; promoção não termina quando se faz 60 anos e as ações de
c) a escassez de equipes multiprofissionais e prevenção, sejam elas primárias, secundárias ou terciárias,
interdisciplinares com conhecimento em envelhecimento e devem ser incorporadas à atenção à saúde, em todas as
saúde da pessoa idosa; e idades.
d) a implementação insuficiente ou mesmo a falta de Envelhecimento bem sucedido pode ser entendido a
implementação das Redes de Assistência à Saúde do Idoso. partir de seus três componentes: (a) menor probabilidade de
(...) doença; (b) alta capacidade funcional física e mental; e (c)
3. Diretrizes engajamento social ativo com a vida (Kalache & Kickbush,
Não se fica velho aos 60 anos. O envelhecimento é um 1997; Rowe & Kahn, 1997; Healthy People 2000). O Relatório
processo natural que ocorre ao longo de toda a experiência Healthy People 2000 da OMS enfatiza em seus objetivos:
de vida do ser humano, por meio de escolhas e de aumentar os anos de vida saudável, reduzir disparidades na
circunstâncias. O preconceito contra a velhice e a negação da saúde entre diferentes grupos populacionais e assegurar o
sociedade quanto a esse fenômeno colaboram para a acesso a serviços preventivos de saúde. Além disso, é preciso
dificuldade de se pensar políticas específicas para esse incentivar e equilibrar a responsabilidade pessoal – cuidado
grupo. Ainda há os que pensam que se investe na infância e consigo mesmo – ambientes amistosos para a faixa etária e
se gasta na velhice. Deve ser um compromisso de todo gestor solidariedade entre gerações. As famílias e indivíduos devem
em saúde compreender que, ainda que os custos de se preparar para a velhice, esforçando-se para adotar uma
hospitalizações e cuidados prolongados sejam elevados na postura de práticas saudáveis em todas as fases da vida
parcela idosa, também aí está se investindo na velhice (OMS, 2002).
“Quando o envelhecimento é aceito como um êxito, o Com a perspectiva de ampliar o conceito de
aproveitamento da competência, experiência e dos recursos “envelhecimento saudável”, a Organização Mundial da Saúde
humanos dos grupos mais velhos é assumido com propõe “Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde”
naturalidade, como uma vantagem para o crescimento de (2005), ressaltando que o governo, as organizações
sociedades humanas maduras e plenamente integradas” internacionais e a sociedade civil devam implementar políticas
(Plano de Madri, Artigo 6º). e programas que melhorem a saúde, a participação e a
Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, de forma segurança da pessoa idosa. Considerando o cidadão idoso
ativa, livre de qualquer tipo de dependência funcional, o que não mais como passivo, mas como agente das ações a eles
exige promoção da saúde em todas as idades. Importante direcionadas, numa abordagem baseada em direitos, que
acrescentar que muitos idosos brasileiros envelheceram e valorize os aspectos da vida em comunidade, identificando o
envelhecem apesar da falta de recursos e da falta de cuidados potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do
específicos de promoção e de prevenção em saúde. Entre curso da vida.
esses estão os idosos que vivem abaixo da linha de pobreza, Aproveitar todas as oportunidades para:
analfabetos, os sequelados de acidentes de trabalho, os a) desenvolver e valorizar o atendimento acolhedor e
amputados por arteriopatias, os hemiplégicos, os idosos com resolutivo à pessoa idosa, baseado em critérios de risco;
síndromes demenciais, e para eles também é preciso achar b) informar sobre seus direitos, como ser
respostas e ter ações específicas. acompanhado por pessoas de sua rede social (livre escolha)
São apresentadas abaixo as diretrizes da Política e quem são os profissionais que cuidam de sua saúde;
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa: c) valorizar e respeitar a velhice;
a) promoção do envelhecimento ativo e saudável; d) estimular a solidariedade para com esse grupo
b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa etário;
idosa; e) realizar ações de prevenção de acidentes no
c) estímulo às ações intersetoriais, visando à domicílio e nas vias públicas, como quedas e atropelamentos;
integralidade da atenção; f) realizar ações integradas de combate à violência
d) provimento de recursos capazes de assegurar doméstica e institucional contra idosos e idosas;
qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; g) facilitar a participação das pessoas idosas em
e) estímulo à participação e fortalecimento do controle equipamentos sociais, grupos de terceira idade, atividade
social; física, conselhos de saúde locais e conselhos comunitários
f) formação e educação permanente dos profissionais onde o idoso possa ser ouvido e apresentar suas demandas
de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; e prioridades;
g) divulgação e informação sobre a Política Nacional h) articular ações e ampliar a integração entre as
de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, secretarias municipais e as estaduais de saúde, e os
gestores e usuários do SUS; programas locais desenvolvidos para a difusão da atividade
h) promoção de cooperação nacional e internacional física e o combate ao sedentarismo;
das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; e i) promover a participação nos grupos operativos e nos
i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. grupos de convivência, com ações de promoção, valorização
3.1. Promoção do Envelhecimento Ativo e Saudável de experiências positivas e difusão dessas na rede, nortear e
A promoção do envelhecimento ativo, isto é, captar experiências;
envelhecer mantendo a capacidade funcional e a autonomia,
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46 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
j) informar e estimular a prática de nutrição rede hospitalar e demais especialidades, disponíveis no
balanceada, sexo seguro, imunização e hábitos de vida Sistema Único de Saúde.
saudáveis; A prática de cuidados às pessoas idosas exige
k) realizar ações motivadoras ao abandono do uso de abordagem global, interdisciplinar e multidimensional, que
álcool, tabagismo e sedentarismo, em todos os níveis de leve em conta a grande interação entre os fatores físicos,
atenção; psicológicos e sociais que influenciam a saúde dos idosos e a
l) promover ações grupais integradoras com inserção importância do ambiente no qual está inserido. A abordagem
de avaliação, diagnóstico e tratamento da saúde mental da também precisa ser flexível e adaptável às necessidades de
pessoa idosa; uma clientela específica. A identificação e o reconhecimento
m) reconhecer e incorporar as crenças e modelos da rede de suporte social e de suas necessidades também faz
culturais dos usuários em seus planos de cuidado, como parte da avaliação sistemática, objetivando prevenir e
forma de favorecer a adesão e a eficiência dos recursos e detectar precocemente o cansaço das pessoas que cuidam.
tratamentos disponíveis; As intervenções devem ser feitas e orientadas com vistas à
n) promover a saúde por meio de serviços preventivos promoção da autonomia e independência da pessoa idosa,
primários, tais como a vacinação da população idosa, em estimulando-a para o auto-cuidado. Grupos de auto-ajuda
conformidade com a Política Nacional de Imunização; entre as pessoas que cuidam devem ser estimulados.
o) estimular programas de prevenção de agravos de Uma abordagem preventiva e uma intervenção
doenças crônicas não-transmissíveis em indivíduos idosos; precoce são sempre preferíveis às intervenções curativas
p) implementar ações que contraponham atitudes tardias. Para tanto, é necessária a vigilância de todos os
preconceituosas e sejam esclarecedoras de que membros da equipe de saúde, a aplicação de instrumentos de
envelhecimento não é sinônimo de doença; avaliação e de testes de triagem, para detecção de distúrbios
q) disseminar informação adequada sobre o cognitivos, visuais, de mobilidade, de audição, de depressão
envelhecimento para os profissionais de saúde e para toda a e do comprometimento precoce da funcionalidade, dentre
população, em especial para a população idosa; outros.
r) implementar ações para reduzir hospitalizações e O modelo de atenção à saúde baseado na assistência
aumentar habilidades para o auto-cuidado dos usuários do médica individual não se mostra eficaz na prevenção,
SUS; educação e intervenção, em questões sociais, ficando muitas
s) incluir ações de reabilitação para a pessoa idosa na vezes restritas às complicações advindas de afecções
atenção primária de modo a intervir no processo que origina a crônicas. A cada etapa de intervenção os profissionais
dependência funcional; deverão considerar os anseios do idoso e de sua família.
t) investir na promoção da saúde em todas as idades; Pressupondo-se troca de informações e negociação das
e expectativas de cada um, levando-se em consideração
u) articular as ações do Sistema Único de Saúde com elementos históricos do paciente, seus recursos individuais e
o Sistema Único de Assistência Social – SUAS. sociais e aqueles da rede de suporte social disponível no
local.
3.2. Atenção Integral e Integrada à Saúde da Pessoa
Idosa Um dos instrumentos gerenciais imprescindíveis é a
A atenção integral e integrada à saúde da pessoa implementação da avaliação funcional individual e coletiva. A
idosa deverá ser estruturada nos moldes de uma linha de partir da avaliação funcional coletiva determina-se a pirâmide
de risco funcional, estabelecida com base nas informações
cuidados, com foco no usuário, baseado nos seus direitos,
relativas aos critérios de risco da população assistida pelas
necessidades, preferências e habilidades; estabelecimento de
fluxos bidirecionais funcionantes, aumentando e facilitando o Unidades Básicas de Saúde (UBS) de cada município.
acesso a todos os níveis de atenção; providos de condições Verifica-se como está distribuída a população adscrita à
equipe do Saúde da Família, com base no inventário de risco
essenciais - infra-estrutura física adequada, insumos e
funcional. Nos municípios que não dispõem da Estratégia
pessoal qualificado para a boa qualidade técnica.
Saúde da Família, as equipes das UBS poderão ser
Instrumentos gerenciais baseados em levantamento
responsáveis por esse levantamento e acompanhamento.
de dados sobre a capacidade funcional (inventários
Assim, é possível conhecer qual a proporção de idosos que
funcionais) e sócio-familiares da pessoa idosa deverão ser
vivem em Instituições de Longa Permanência para Idosos, a
implementados pelos gestores municipais e estaduais do
proporção daqueles com alta dependência funcional –
SUS, para que haja a participação de profissionais de saúde
acamados –, a proporção dos que já apresentam alguma
e usuários na construção de planos locais de ações para
incapacidade funcional para atividades básicas da vida diária
enfrentamento das dificuldades inerentes à complexidade de
(AVD) – como tomar banho, vestir-se, usar o banheiro,
saúde da pessoa idosa.
transferir-se da cama para a cadeira, ser continente e
Incorporação, na atenção básica, de mecanismos que
alimentar-se com a própria mão – e qual a proporção de
promovam a melhoria da qualidade e aumento da
idosos independentes.
resolutividade da atenção à pessoa idosa, com envolvimento
Considera-se o idoso independente aquele que é
dos profissionais da atenção básica e das equipes do Saúde
capaz de realizar sem dificuldades e sem ajuda todas as
da Família, incluindo a atenção domiciliar e ambulatorial, com
atividades de vida diária citadas acima. Esses idosos
incentivo à utilização de instrumentos técnicos validados,
comporão a base da pirâmide.
como de avaliação funcional e psicossocial.
Indivíduos idosos, mesmo sendo independentes, mas
Incorporação, na atenção especializada, de
que apresentem alguma dificuldade nas atividades
mecanismos que fortaleçam a atenção à pessoa idosa:
instrumentais de vida diária (AIVD) – preparar refeições,
reestruturação e implementação das Redes Estaduais de
controlar a própria medicação, fazer compras, controlar o
Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, visando a integração
próprio dinheiro, usar o telefone, fazer pequenas tarefas e
efetiva com a atenção básica e os demais níveis de atenção,
reparos domésticos e sair de casa sozinho utilizando uma
garantindo a integralidade da atenção, por meio do
condução coletiva –, são considerados idosos com potencial
estabelecimento de fluxos de referência e contra-referência; e
para desenvolver fragilidade e por isso merecerão atenção
implementando de forma efetiva modalidades de atendimento
específica pelos profissionais de saúde e devem ser
que correspondam às necessidades da população idosa, com
acompanhados com maior frequência.
abordagem multiprofissional e interdisciplinar, sempre que
Considera-se idoso frágil ou em situação de fragilidade
possível. Contemplando também fluxos de retaguarda para a
aquele que: vive em ILPI, encontra-se acamado, esteve
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 47
hospitalizado recentemente por qualquer razão, apresente e) implementação de procedimento ambulatorial
doenças sabidamente causadoras de incapacidade funcional específico para a avaliação global do idoso; e
– acidente vascular encefálico, síndromes demenciais e f) determinação de critérios mínimos de estrutura,
outras doenças neurodegenerativas, etilismo, neoplasia processo e resultados, com vistas a melhorar o atendimento
terminal, amputações de membros –, encontra-se com pelo à população idosa, aplicáveis às unidades de saúde do SUS,
menos uma incapacidade funcional básica, ou viva situações de modo que a adequação a esses critérios seja incentivada
de violência doméstica. Por critério etário, a literatura e mereça reconhecimento.
estabelece que também é frágil o idoso com 75 anos ou mais 3.5. Estímulo à Participação e Fortalecimento do
de idade. Outros critérios poderão ser acrescidos ou Controle Social
modificados de acordo com as realidades locais. Deve-se estimular a inclusão nas Conferências
Uma vez conhecida a condição de fragilidade, será Municipais e Estaduais de Saúde de temas relacionados à
necessário avaliar os recursos locais para lidar com ela, de atenção à população idosa, incluindo o estímulo à
modo a facilitar o cuidado domiciliar, incluir a pessoa que participação de cidadãos e cidadãs idosos na formulação e no
cuida no ambiente familiar como um parceiro da equipe de controle social das ações deliberadas nessas Conferências.
cuidados, fomentar uma rede de solidariedade para com o Devem ser estimulados e implementados os vínculos
idoso frágil e sua família, bem como promover a reinserção da dos serviços de saúde com os seus usuários, privilegiando os
parcela idosa frágil na comunidade. núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições
De acordo com a condição funcional da pessoa idosa para uma efetiva participação e controle social da parcela
serão estabelecidas ações de atenção primária, de prevenção idosa da população.
– primária, secundária e terciária –, de reabilitação, para a 3.6. Divulgação e Informação sobre a Política Nacional
recuperação da máxima autonomia funcional, prevenção do de Saúde da Pessoa Idosa para Profissionais de Saúde,
declínio funcional, e recuperação da saúde. Estarão incluídas Gestores e Usuários do SUS
nessas ações o controle e a prevenção de agravos de As medidas a serem adotadas buscarão:
doenças crônicas não-transmissíveis. a) incluir a PNSPI na agenda de atividades da
Todo profissional deve procurar promover a qualidade comunicação social do SUS;
de vida da pessoa idosa, quando chamado a atendê-la. É b) produzir material de divulgação, tais como cartazes,
importante viver muito, mas é fundamental viver bem. cartilhas, folhetos e vídeos;
Preservar a autonomia e a independência funcional das c) promover ações de informação e divulgação da
pessoas idosas deve ser a meta em todos os níveis de atenção à saúde da pessoa idosa, respeitando as
atenção. especificidades regionais e culturais do País e direcionadas
Ficam estabelecidos, portanto, os dois grandes eixos aos trabalhadores, aos gestores, aos conselheiros de saúde,
norteadores para a integralidade de ações: o enfrentamento bem como aos docentes e discentes da área de saúde e à
de fragilidades, da pessoa idosa, da família e do sistema de comunidade em geral;
saúde; e a promoção da saúde e da integração social, em d) apoiar e fortalecer ações inovadoras de informação
todos os níveis de atenção. e divulgação sobre a atenção à saúde da pessoa idosa em
3.3. Estímulo às Ações Intersetoriais, visando à diferentes linguagens culturais;
Integralidade da Atenção e) identificar, articular e apoiar experiências de
A prática da intersetorialidade pressupõe o educação popular, informação e comunicação em atenção à
reconhecimento de parceiros e de órgãos governamentais e saúde da pessoa idosa; e
não-governamentais que trabalham com a população idosa. A f) prover apoio técnico e/ou financeiro a projetos de
organização do cuidado intersetorial a essa população evita qualificação de profissionais que atuam na Estratégia Saúde
duplicidade de ações, corrige distorções e potencializa a rede da Família e no Programa de Agentes Comunitários de
de solidariedade. Saúde, para atuação na área de informação, comunicação e
As ações intersetoriais visando à integralidade da educação popular em atenção à saúde da pessoa idosa.
atenção à saúde da pessoa idosa devem ser promovidas e
implementadas, considerando as características e as
necessidades locais.
QUESTÕES DE CONCURSOS
3.4. Provimento de Recursos Capazes de Assegurar 01. (AMEOSC - Prefeitura de Guarujá do Sul - Agente
Qualidade da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa Comunitário de Saúde - 2023) A Política de Atenção à
Deverão ser definidas e pactuadas com os estados, o Saúde da Pessoa Idosa traz as diretrizes para
Distrito Federal e os municípios as formas de financiamento implementação da equidade na assistência aos idosos.
que ainda não foram regulamentadas, para aprimoramento da Visando ampliar a expectativa de vida da pessoa idosa e
qualidade técnica da atenção à saúde prestada à pessoa atender às legislações que regem o Sistema Único de
idosa. Os mecanismos e os fluxos de financiamento devem Saúde, a Política Nacional da Pessoa Idosa e Estatuto do
ter por base as programações ascendentes de estratégias Idoso, quais ações a equipe de enfermagem e
que possibilitem a valorização do cuidado humanizado ao multiprofissional pode implementar para que o direito dos
indivíduo idoso. Abaixo são apresentados os itens prioritários idosos sejam atendidos de forma prioritária como grupo
para a pactuação: vulnerável? Marque a alternativa mais completa:
a) provimento de insumos, de suporte em todos os A Em situações em que o usuário idoso não puder se fazer
níveis de atenção, prioritariamente na atenção domiciliar presente nas consultas, não se pode solicitar a um familiar
inclusive medicamentos; que o represente na consulta, perdendo, o idoso, a
b) provimento de recursos para adequação de oportunidade da assistência.
estrutura física dos serviços próprios do SUS; B Encaminhar o idoso ao atendimento hospitalar sempre que
c) provimento de recursos para ações de qualificação não puder participar das atividades promovidas pela
e de capacitação de recursos humanos, e incremento da equipe da Unidade Básica de Saúde.
qualidade técnica dos profissionais de saúde do SUS na C Promover grupos de hipertensão e diabetes e de prevenção
atenção à pessoa idosa; de infecções sexualmente transmissíveis somente para os
d) produção de material de divulgação e informativos idosos que frequentam a Unidade Básica de Saúde.
sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, normas D Definir espaço prioritário na agenda dos profissionais da
técnicas e operacionais, protocolos e manuais de atenção, saúde para atendimento de público vulnerável, como o
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; idoso.
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48 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
e prática de avaliação, correção, controle e prevenção
02. (Consulplan - Prefeitura de Caeté - Agente Comunitário de daqueles fatores que, presentes no ambiente, podem afetar
Saúde - 2022) A Política Nacional de Saúde da Pessoa potencialmente de forma adversa a saúde humana das
Idosa, Portaria GM nº 2.528/2006, define que a atenção à gerações do presente e do futuro. (ORGANIZAÇÃO
saúde dessa população terá como porta de entrada a PANAMERICANA DE SAÚDE, 1993).
Atenção Básica/Estratégia de Saúde da Família. A Rede A vigilância em saúde ambiental consiste em um
de Atenção Psicossocial (RAPS) e a Rede de Atenção às conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a
Urgências e Emergências (UPAS e Pronto Atendimentos) detecção de mudanças nos fatores determinantes e
também são portas de entrada para o atendimento. Sobre condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde
as diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa humana, com a finalidade de identificar as medidas de
Idosa, analise as afirmativas a seguir. prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
I. Promoção do envelhecimento ativo e saudável. relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde
II. Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade (BRASIL, 2007).
da atenção à saúde da pessoa idosa.
III. Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da POLÍTICA DE SAÚDE AMBIENTAL BRASILEIRA
atenção. “No Brasil, as iniciativas para a elaboração da Política
Está correto o que se afirma em Nacional de Saúde Ambiental iniciaram-se em 1994, com o
A I, II e III. processo preparatório para a Conferência Pan-Americana
B II, apenas. sobre Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Humano
C III, apenas. Sustentável – Copasad”. (BRASIL, 2009, p.15). Uma
D I e II, apenas. Comissão Intraministerial foi criada para subsidiar o Grupo de
Trabalho Interministerial na elaboração do primeiro
03. (ESP/CE - Prefeitura de Marco - Agente Comunitário de documento relacionando as áreas de saúde e ambiente: o
Saúde - 2022) Todas as pessoas devem proteger a Plano Nacional de Saúde e Ambiente. Este processo culminou
dignidade da pessoa idosa e nenhuma pessoa idosa pode com “a produção de dois textos pelo Ministério da Saúde, em
sofrer qualquer tipo de negligência, discriminação, 1995 e 1999, que são considerados os principais marcos
violência, crueldade ou opressão, sendo que qualquer referenciais para a elaboração da PNSA”. (BRASIL, 2009,
descumprimento aos direitos da pessoa idosa será punido p.15).
por lei. Em seu artigo 3 do Estatuto do idoso afirma que: O OBJETIVO da Política Nacional de Saúde Ambiental
A É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por (PNSA) é proteger e promover a saúde humana e
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo- colaborar na proteção do meio ambiente, por meio de um
lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado conjunto de ações específicas e integradas com
e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, instâncias de governo e da sociedade civil organizada,
promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a para fortalecer sujeitos e organizações governamentais e
atenção especial às doenças que afetam não-governamentais no enfrentamento dos
preferencialmente os idosos. determinantes socioambientais e na prevenção dos
B É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do agravos decorrentes da exposição humana a ambientes
Poder Público, com absoluta prioridade, a efetivação do adversos, de modo a contribuir para a melhoria da
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à qualidade de vida da população sob a ótica da
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à sustentabilidade.
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência Pode ser considerado, igualmente, como propósito
familiar. da PNSA promover a saúde humana e ambientes saudáveis
C É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa por meio da integração de políticas públicas:
idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa a) agregando e apoiando atores, soluções e
humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e interesses;
sociais, garantidos na Constituição e nas leis. b) fomentando ações em nível internacional, regional,
D O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, estadual e municipal; c) cooperando técnica e
diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem financeiramente com outros atores;
sua peculiar condição de idade. d) fomentando e buscando bases e pesquisas
científicas para atuar;
Gabarito: 01/D; 02/A; 03/B e) criando mecanismos de avaliação de impactos à
saúde relativos a projetos, opções e ações de
desenvolvimento.
PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE Estruturação legal
AMBIENTAL. Do ponto de vista estrutural e legal, o sistema de
O tema “Saúde ambiental” e a construção da PNSA vigilância em saúde ambiental se conformou a partir das
trazem como antecedentes as resoluções da VIII Conferência seguintes regulamentações:
Nacional de Saúde, em 1986 e a criação do Sistema Único de 1. Lei 8.080 (1990): campo de atuação do SUS, da
Saúde na Constituição Federal de 1988. Esta Constituição ampla promoção da saúde à prevenção e
apresentou ações relacionadas ao meio ambiente sendo no recuperação de agravos;
Art. 196, a saúde definida como “o direito de todos e o dever 2. Projeto VIGISUS I (1998): constituir o SNVS,
do Estado, garantido mediante políticas sociais que visem à contemplando financiamento para estruturação da
redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso VSA;
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 3. Portaria 1.172 GM/MS (2004): definição das
proteção e recuperação” (BRASIL, 1988, Art. 196). competências das UFs para a área de VS e do
Saúde ambiental compreende aqueles aspectos da financiamento dessas ações (TFVS);
saúde humana, incluindo a qualidade de vida, que são 4. Projeto VIGISUS II (2004): modernização do SNVS,
determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais incluindo a estruturação da VSA em estados,
e psicológicos no meio ambiente. Refere-se também a teoria
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 49
capitais e municípios com mais de 100 mil • Incentivo ao Aleitamento Materno através de ações
habitantes; como a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, em parceria
5. Instrução Normativa SVS/MS 01 (2005): definição com a Política de Alimentação e Nutrição, para as unidades
do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde básicas de saúde, Reavaliação das maternidades dos
Ambiental (SINVSA), focando os fatores não hospitais que receberam a certificação de Hospital Amigo da
biológicos do meio ambiente associados a riscos à Criança (16 hospitais no Estado);Apoio aos Bancos de Leite
saúde humana; regulamenta competências das UF Humano e Estratégia Mulher Trabalhadora que Amamenta;
para a VSA. • Realização de oficinas para identificação do risco em
Os elementos contemplados são: gestantes e crianças até 2 meses de vida, através da Atenção
• Água para consumo humano; Integral às Doenças Prevalentes na Infância/AIDPI Neonatal
• ar; em parceria com a Atenção Básica;
• solo; • Incentivo Estadual para Ambulatório de Seguimento
• contaminantes ambientais e substâncias químicas; de Egressos de UTI neonatal, com 15 serviços habilitados nas
• desastres naturais; 7 macrorregiões;
• acidentes com produtos perigosos; • Disponibilização do Imunobiológico Palivizumabe,
• fatores físicos; para prevenção de infecções respiratórias pelo Vírus
• ambiente de trabalho. Respiratório Sincicial, para bebês de acordo com os critérios:
1. Gestação abaixo de 29 semanas; 2. Cardiopatia Congênita
com repercussão hemodinâmica; 3. Doença pulmonar crônica
da prematuridade;
SAÚDE DA CRIANÇA: CUIDADOS AO • Reorganização dos leitos de cuidados intensivos e
RECÉM-NASCIDO, VACINAÇÃO, intermediários neonatais, para a qualificação da assistência
neonatal;
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E • Monitoramento da qualidade de atenção ao parto e
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA, ao nascimento, com a regionalização da atenção perinatal;
SAÚDE DA CRIANÇA • Vigilância do Óbito Infantil, visando a redução do
A criança é um ser humano em pleno coeficiente de mortalidade infantil no Estado. Em 2013, foram
desenvolvimento. As experiências vividas nos primeiros 1.486 óbitos de menores de 1 ano entre os 141.218 nascidos
anos de vida são fundamentais para a formação do adulto que vivos (CMI =10,5);
ela será no futuro. Por isso, é muito importante que a criança • Reuniões de trabalho com os municípios que
cresça em um ambiente saudável, cercada de afeto e com apresentam os maiores Coeficientes de Mortalidade Infantil,
liberdade para brincar. visando a redução;
• Instituição da Investigação de óbitos de menores de
IMPORTANTE: A criança deve ter seu crescimento e
cinco anos em nível estadual.
desenvolvimento acompanhados regularmente pela
equipe da Unidade Básica de Saúde mais próxima de Dentre os objetivos do Programa da Criança,
onde mora. destacam-se os seguintes:
o Contribuir para a promoção e qualidade da saúde
O objetivo da Política Estadual da Saúde da das crianças;
Criança é desenvolver ações a partir de uma visão integral de o Contribuir para a redução da mortalidade e a
promoção à saúde e prevenção de danos à criança, em todos morbidade infantil;
os níveis de atenção, de forma humanizada, em tempo
o Promover e incentivar o aleitamento materno;
oportuno e com resolutividade, em conformidade com os
o Apoiar as equipes municipais de saúde para o
princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
desenvolvimento das ações básicas
O conjunto das ações desenvolvidas contempla a diversidade
preconizadas na política nacional e estadual;
das necessidades de saúde dos usuários, no âmbito
etnicorracial, de gênero, de risco e vulnerabilidade. A Política
o Monitorar e avaliar as ações de saúde como
forma de garantir a integralidade e
de Incentivo Estadual à Qualificação da Atenção Básica em
universalidade recomendada pelo SUS.
Saúde (PIES) destinou recurso financeiro aos municípios,
utilizando, nos critérios, a proporção de crianças na
população, isto é, 5% do recurso foi distribuído conforme o COMO CUIDAR DO BEBÊ NOS PRIMEIROS DIAS DE
número de crianças do município. VIDA?
Os primeiros 28 dias de vida – quando o bebê ainda é
Principais ações e parcerias: considerado recém-nascido – são os mais sensíveis. Tanta
• Logística e controle de distribuição da Caderneta da fragilidade faz com que mães e pais estejam ainda mais
Saúde da Criança, para todas as maternidades do Estado; preocupados com a saúde dos pequenos. Por isso, o primeiro
• Teste do Pezinho - Triagem Metabólica Neonatal passo para aprender a cuidar do bebê nos primeiros dias de
Universal, realizada entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê: vida é estar atento ao momento correto para cada etapa desse
93,5% dos recém-nascidos (RN) triados em 2013; cuidado.
• Teste da Orelhinha - Triagem Auditiva Neonatal Antes de mais nada, é importante transmitir afeto à
Universal – Ação intersetorial entre Saúde da Pessoa com criança. Fazer com que o bebê se sinta acolhido e protegido
Deficiência (DAHA), Saúde da Criança e PIM: 74,32% dos RN é uma das coisas mais importantes e isso deve ser feito desde
triados até julho de 2013; os primeiros dias de vida.
• Teste do Olhinho - Triagem Ocular Neonatal Não tenha medo de pegá-lo no colo e de transmitir
Universal - Realizada em todas as maternidades, em 100% carinho em cada gesto. Converse, cante e brinque com o seu
dos RN; bebê. Através do contato físico e dos gestos de carinho é que
• Teste do Coraçãozinho - Triagem Cardiológica as conexões se fortalecem já nos primeiros momentos.
Neonatal Universal - Instituída em 2012, em fase de E, para os pais de primeira viagem, é importante
implementação nas maternidades; reforçar: não tenham medo de errar nem de pedir ajuda
• Estímulo ao acompanhamento da criança através do quando for necessário.
cumprimento do calendário mínimo de consultas de
puericultura preconizado pelo Ministério da Saúde;
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50 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Cuidados com o RN: o que não pode faltar? que fornece anticorpos essenciais para prevenir o bebê de
Quando o assunto é direcionado aos cuidados com o doenças.
RN, atenção nunca é demais. E existem algumas diretrizes Essa riqueza de nutrientes faz com que o leite materno
que devem ser seguidas para oferecer mais saúde e seja o único alimento necessário para o bebê até os 6 meses
qualidade de vida ao bebê. Você, certamente, preza pelo de vida. Depois dessa fase, outros itens podem ser incluídos
melhor para o seu filhote. E é essa mentalidade de atenção, aos poucos. Mas, até os 2 anos de idade, é ideal que ele
aliada às ferramentas disponíveis para cuidar da saúde do continue sendo amamentado.
neném, que vai garantir um desenvolvimento mais saudável A saúde da mamãe também é beneficiada, pois, além
para ele. de ajudar na recuperação do útero no pós-parto, o ato de
Quer ficar por dentro de todas essas informações? A amamentar diminui o risco de anemia, diabetes, câncer de
Unimed-BH vai ajudar. Reunimos algumas dicas mama e ovários. Fora os benefícios para a saúde, a
fundamentais para ajudar mães e pais nesta nova rotina. Elas amamentação é um momento de contato íntimo entre mãe e
valem para pais de primeira viagem e também para aqueles filho.
que promoveram o(s) filho(s) a irmão(s) mais velho(s). Por isso, é indicado que seja iniciada logo após o
nascimento do bebê, levando em consideração o estado de
Exames do recém-nascido saúde de ambos.
Os primeiros exames do recém-nascido são, na Nos primeiros meses, o bebê normalmente ainda não
verdade, testes para a identificação precoce de algumas tem um horário fixo para mamar: ofereça o seio sempre que
doenças. Eles devem ser realizados nos primeiros dias de ele quiser. Com o tempo, ele vai desenvolver uma rotina de
vida do bebê e variam de acordo com o tipo de exame. horário para as mamadas.
FIQUE ATENTO. É fundamental que o seu bebê faça
os seguintes exames nos primeiros dias de vida: Moleira
Teste do olhinho – Também chamado de pesquisa do A moleira – ou fontanela – é a área mais mole da
reflexo vermelho, ele serve para identificar sinais de doenças cabeça do bebê recém-nascido. Ela fica no topo e na parte de
como glaucoma de nascença, tumores intraoculares e trás da cabeça, na área onde os ossos do crânio se
catarata infantil. Feito na maternidade antes da alta. encontram.
Teste do coraçãozinho – A oximetria de pulso é um A função da moleira é permitir que a cabeça do bebê
exame rápido, que tem o objetivo de indicar se o bebê se adapte ao canal do parto e que o cérebro cresça. Por isso,
apresenta alguma doença cardíaca grave. Ele deve ser é importante acompanhar o fechamento dela durante as
realizado entre 24 horas e 48 horas de vida do recém-nascido. primeiras consultas do bebê. O fechamento precoce levará a
Teste da orelhinha – A triagem auditiva é um teste alterações no formato da cabeça e no crescimento do cérebro.
para avaliar se há alguma perda na função auditiva do bebê. Normalmente o fechamento ocorre entre 9 e 18 meses.
Precisa ser realizado quando o bebê ainda estiver na
maternidade, ou seja, logo após o nascimento. Caso não seja O banho
feito, até por volta de 6 meses de vida é possível realizá-lo. O banho é um dos cuidados com o recém-nascido que
Teste da linguinha – O mais recente entre os testes requer mais atenção. Isso porque o contato do bebê com a
obrigatórios tem o objetivo de detectar se há alterações em água em temperatura inadequada, correntes de ar ou outros
uma membrana chamada frênulo, localizada na língua. Essas elementos inapropriados pode prejudicar a sua saúde.
alterações podem causar a popular “língua presa”, entre Antes de começar o banho, é importante verificar se
outros problemas de sucção e mastigação. O exame deve ser portas e janelas estão fechadas para evitar as correntes de ar.
realizado o mais cedo possível, ainda na maternidade ou, de A água deve estar em temperatura morna, entre 35˚C e 36˚C.
preferência, no primeiro mês de vida. O exame é rápido, sem Antes de colocar o bebê na água, confira a temperatura.
contraindicações e essencial para a qualidade de vida do Mantenha todos os itens necessários por perto –
bebê. Feito precocemente, fornece possibilidades de sabonete infantil, toalha, algodão, fralda e roupas – e, após
intervenções e tratamentos precoces, quando necessário. terminar, enxugue o bebê rapidamente. Lembre-se de secar
Teste do pezinho – Além de identificar o tipo as dobrinhas e o umbigo.
sanguíneo da criança, o teste do pezinho pode ajudar no O banho pode ser diário, no momento mais
diagnóstico precoce de inúmeras doenças. A fenilcetonúria, as conveniente para a família. O ideal é que ele não dure mais
hemoglobinopatias e a fibrose cística são algumas delas. Se do que 10 minutos para que a água não esfrie e o bebê não
feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, ele é mais eficaz. fique cansado.
Os bebês costumam relaxar quando estão na banheira
Vacinação e dormem bem após o banho. Por esse motivo, alguns pais
Manter a vacinação em dia é uma das formas mais preferem dar o banho à noite para favorecer o sono da
importantes de cuidados com o recém-nascido. Com as criança.
vacinas, o organismo produz anticorpos contra diversas
doenças que podem causar danos à saúde do bebê. As Trocas de fralda
primeiras doses ministradas devem ser contra hepatite B e A troca de fralda deve acontecer com frequência,
contra tuberculose. sempre que estiver suja ou molhada. A higiene do bebê deve
Na caderneta de saúde da criança, é possível conferir ser feita com pano ou algodão úmido, de maneira suave e
o Calendário Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde simples para evitar qualquer irritação na pele. Não é
e se atualizar a respeito das demais vacinas a serem necessário usar talco depois da troca de fralda.
aplicadas. A Sociedade Brasileira de Pediatria também Muito importante: nunca se afaste do bebê e
fornece um calendário. Converse com o pediatra sobre mantenha sempre uma mão em cima dele, de modo a
algumas diferenças entre eles.
evitar quedas.
Amamentação
Além de ser uma demonstração de amor, a Cuidados com o coto umbilical
amamentação também é um ato de cuidado com o recém- O coto umbilical é um resquício de pele do cordão
nascido. Isso porque o leite materno é um alimento completo, umbilical que fica durante as primeiras semanas de vida. Um
dos cuidados com o recém-nascido é fazer a limpeza correta
dessa pele para que ela caia sem problemas.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 51
A higienização da região do umbigo deve ser feita com ✓ Reduzir estímulos para o bebê (evitar locais com
álcool 70%, expondo o coto até que a substância evapore. muito barulho ou excesso de pessoas).
Após limpá-lo, é importante envolvê-lo com uma gaze limpa e ✓ Procurar um ambiente tranquilo; se quiser, pode
seca. Não é indicado colocar qualquer outro tipo de coisa em colocar uma música ambiente suave.
cima do umbigo – como faixas ou moedas. ✓ Tentar estabelecer uma rotina para banho, sono,
É importante garantir que o coto umbilical esteja passeio e outras atividades.
sempre limpo e seco. Em caso de sinais que possam O principal sintoma da cólica no bebê recém-nascido é
representar infecções, como pus ou vermelhidão, é preciso o choro inconsolável. Mas, para que seja confirmada, é
fazer uma avaliação com o pediatra. preciso descartar outros fatores que podem gerar incômodo
Não se esqueça: é fundamental higienizar as mãos no pequeno. Frio, calor, fraldas que necessitam de troca e
antes e depois de manipular o coto umbilical. Após a queda fome são alguns deles.
do coto, os cuidados devem ser mantidos até a completa Quando o choro não desaparece após “resolver” as
cicatrização. outras demandas, é sinal de que a causa pode ser cólica. Se
essa situação permanecer, o pediatra deve ser consultado
Banho de sol para maior avaliação da criança. E, independentemente de
A exposição direta ao sol não é indicada até os 6 seis qualquer coisa, o ideal é seguir as recomendações do
meses de vida, bem como o uso do protetor solar. Para que o pediatra, que sabe o que é melhor para a saúde do seu bebê.
bebê seja exposto a ambientes externos, é preciso utilizar
guarda-sóis, chapéus, roupas, além de ter uma sombra de Consulta de puericultura
proteção. Além de todos os cuidados com o recém-nascido, o
Depois dessa idade, é permitido expor o bebê ao sol, acompanhamento de puericultura também deve ser feito. Ele
com cautela. A regra é a mesma dos adultos: a exposição é essencial para avaliar como anda o crescimento e o
solar ideal é feita antes das 10 horas e depois das 16 horas, desenvolvimento do bebê. É um momento que também serve
período em que a radiação ultravioleta é menor. para tirar dúvidas e receber orientações sobre a saúde do seu
O protetor solar pode ser usado e deve ser passado filho.
pelo menos 20 minutos antes da exposição solar e reaplicado De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as
a cada duas horas ou após entrar na água. consultas para as crianças que não foram classificadas como
de alto risco devem acontecer:
Cuidados durante o sono ✓ no quinto dia de vida;
Os cuidados com o recém-nascido durante o sono são ✓ mensalmente até os 6 meses de vida;
importantíssimos para que ele durma tranquilo e seguro. As ✓ de três em três meses, dos 6 meses até os 18
principais recomendações são: evitar que o bebê durma de meses de vida;
bruços; garantir que cobertores não cubram nem a boca nem ✓ uma vez por ano, a partir dos 2 anos de idade.
o nariz dele; e optar por roupas quentes para agasalhá-lo. Procure tornar o ambiente da criança mais saudável
Protetores de berço, almofadas e bichos de pelúcia Sobretudo neste momento de pandemia, é importante
não devem ficar no berço do recém-nascido. Além disso, é proporcionar um ambiente saudável para o bebê. Por isso, é
importante garantir que o colchão não deixe vãos laterais no essencial se atentar a alguns fatores.
berço e que seja firme. E, por falar em segurança, um alerta Caso se sinta à vontade para receber visitas, garanta
aos pais: dormir com outras pessoas na cama, nem pensar. que todos lavem as mãos imediatamente antes de tocar o
Isso oferece inúmeros riscos ao seu bebê. bebê. A mesma regra vale para os pais. Mas lembre-se: os
Por fim, vale ressaltar que um ambiente agradável para médicos não recomendam a presença de visitas nos primeiros
o soninho do pequeno também faz toda a diferença. Um local 30 dias de vida.
quieto, tranquilo e arejado garante um sono tranquilo e sem Garanta que os visitantes não tenham sintomas de
sustos. gripe ou de Covid-19, e que as visitas sejam curtas, em torno
Importante: não deixe sua criança sozinha: de 15 minutos.
sobre o trocador (mesa, cômoda); Evite levar o bebê a lugares movimentados e
na sua cama (ou qualquer outra); barulhentos. Durante os primeiros meses, a tranquilidade é
no banho; fundamental para o desenvolvimento do bebê.
Evite o contato do bebê com fumaça, seja de cigarro,
em casa ou sob os cuidados de outra criança.
seja de outros poluentes.
Deixe as janelas abertas para arejar a casa. Evite usar
Como aliviar as cólicas produtos de limpeza com cheiro muito forte.
As cólicas em recém-nascidos são mais comuns do
que se pensa. Isso porque o sistema gastrointestinal e o Como estimular o desenvolvimento do bebê?
sistema nervoso central, que, entre outras funções, controlam Conversar e brincar com o bebê desde o nascimento é
as contrações do intestino, ainda estão em desenvolvimento. uma ótima forma de estimular o seu desenvolvimento. É
Esses movimentos, ainda descoordenados, provocam dores interessante também acompanhar os marcos do
na região. desenvolvimento e anotar cada vez que ele apresente novas
A boa notícia é que a tendência natural é que elas capacidades – como sorrir, balbuciar e sentar.
diminuam após os três primeiros meses de vida. Mas, para Ao identificar sinais de que esse desenvolvimento não
aliviar as dores, existem diversos cuidados com o recém- está adequado, o recomendável é conversar com o pediatra.
nascido para aliviar a cólica: Só ele pode orientar e tranquilizar os pais.
Existem muitas formas de incentivar o pequeno a se
✓ Pegar o bebê no colo (pode tentar o contato direto desenvolver. Utilize o afeto, o carinho e uma linguagem
da barriga do bebê com a barriga da mãe). acolhedora durante essas interações. Com os devidos
✓ Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor. cuidados com o recém-nascido, ele se sentirá protegido e
✓ Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga. pronto para cada nova etapa.
✓ Fazer massagens circulares na barriga. Conteúdo copiado de
✓ Dar um banho morno ou aplicar compressas https://viverbem.unimedbh.com.br/maternidade/cuidados-
mornas na barriga. com-rn/
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52 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Todos os beneficiários têm acompanhamento contínuo da
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E rede socioassistencial e a obrigação de atualizar o cadastro
no Cadúnico e/ou no Banco de Dados do Cidadão (BDC) em
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
até 24 meses, ou sempre que acontecer alguma alteração na
Etapas do crescimento e do desenvolvimento infantil composição familiar, renda, endereço e escola. Ações e
Para um acompanhamento mais saudável e completo programas complementares visam o desenvolvimento das
das diversas fases da criança, é preciso conhecer o que é, ou famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a
não, normal em cada idade. Para isso, existem os marcos do situação de vulnerabilidade.
crescimento e do desenvolvimento, que explicam as Atualmente, os programas geridos pela Secretaria
diferentes etapas e, ainda, indicam quais são os estímulos Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS)
adequados que podem ser oferecidos pela escola e pelos são:
pais. • Auxílio Brasil
Portanto, acompanhe a seguir e confira quais são os • Renda Mínima
principais marcos da educação infantil até os 6 anos de idade. • Renda Cidadã
0-12 meses • Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Logo após o nascimento, a criança passa por um • Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)
processo de fortalecimento dos músculos e do sistema • Programa Ação Jovem
nervoso, realizando os primeiros movimentos. Nesse período,
ela desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e
visão. Por isso, a aprendizagem se dá, sobretudo, por meio
PROGRAMA AUXÍLIO BRASIL
dos sentidos, e a escola pode estimular a capacidade de O Programa Auxílio Brasil integra em um só programa
atenção e concentração. várias políticas públicas de assistência social, saúde,
1-2 anos educação, emprego e renda, caracterizando-se como
programa de transferência direta e indireta de renda,
Os pequenos começam a andar, subir e descer
destinado às famílias em situação de pobreza e de extrema
escadas, “escalar” os móveis de casa etc. A criança aprende
pobreza, e tem como objetivo buscar o estímulo à
a manter seu corpo em equilíbrio, o que auxilia diretamente
emancipação dessas famílias para que alcancem autonomia
no fortalecimento dos músculos das pernas. Nessa fase, por
e superem situações de vulnerabilidade social. Dessa forma,
meio da repetição das atividades, ela começa a desenvolver
o Programa Auxílio Brasil contempla benefícios financeiros
a memória e, também, a entender as sequências dos
destinados às ações de transferência de renda com
acontecimentos ao seu redor. Geralmente, são bastante
condicionalidades relacionadas à realização do pré-natal, ao
curiosas e gostam de interagir com quem estiver por perto.
cumprimento do calendário nacional de vacinação, ao
3-4 anos
acompanhamento do estado nutricional e à frequência escolar
Nessa etapa, desenvolve-se de forma mais intensa a mínima.
capacidade motora e a criança apresenta o desejo de
Conforme a Lei n.º 14.284/2021, em seu artigo 1º, são
experimentar tudo. Ela começa a ser mais independente, por
objetivos do Programa Auxílio Brasil:
exemplo, com sua própria higiene. No aprendizado, consegue
I. Promover a cidadania com garantia de renda e
compreender a maior parte do que ouve e utiliza bastante a
apoiar, por meio dos benefícios e serviços ofertados pelo
imaginação. Por isso mesmo, é aconselhável inserir alguns
Suas, a articulação de políticas direcionadas aos
jogos nessa idade, pois a criança começa a ter uma noção
beneficiários, com vistas à superação das vulnerabilidades
mais clara das relações de causa e efeito e, também, no que
sociais das famílias.
diz respeito ao senso investigativo diante do mundo.
II. Reduzir as situações de pobreza e de extrema
5-6 anos
pobreza das famílias beneficiárias.
Entre 5 e 6 anos de idade, o pequeno é capaz de vestir-
III. Promover, prioritariamente, o desenvolvimento das
se sozinho e apresenta maior autonomia com o próprio corpo.
crianças e dos adolescentes, por meio de apoio financeiro a
Aqui, ele fala fluentemente, mostrando bastante interesse
gestantes, a nutrizes, a crianças e a adolescentes em situação
pelas palavras e pela linguagem. A criança também já
de pobreza ou de extrema pobreza.
consegue diferenciar o nome das cores, os números e
também memoriza e repete histórias. É também nessa idade IV. Promover o desenvolvimento das crianças na
que ela copia os adultos, por isso é fundamental estar atento primeira infância, com foco na saúde e nos estímulos às
com os exemplos, tanto da família quanto da escola. habilidades físicas, cognitivas, linguísticas e socioafetivas, de
acordo com o disposto na Lei n.º 13.257, de 8 de março de
2016.
V. Ampliar a oferta do atendimento das crianças em
PROGRAMA FEDERAL DE DISTRIBUIÇÃO creches.
DE RENDA E CONDICIONALIDADES DE VI. Estimular crianças, adolescentes e jovens a terem
desempenho científico e tecnológico de excelência.
SAÚDE PARA RECEBIMENTO E VII. Estimular a emancipação das famílias em situação
ORIENTAÇÕES ALIMENTARES PARA A de pobreza e de extrema pobreza, principalmente por meio:
CRIANÇA. a) da inserção dos adolescentes maiores de 16
(dezesseis) anos, dos jovens e dos adultos no mercado de
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA trabalho;
4 A alimentação, moradia e assistência médica b) da integração das políticas socioassistenciais com
adequada para a criança e a mãe. as políticas de promoção à inclusão produtiva; c
c) do incentivo ao empreendedorismo, ao microcrédito
TRANSFERÊNCIA DE RENDA e à inserção no mercado de trabalho formal.
São programas que beneficiam indivíduos ou famílias
em situação de pobreza ou extrema pobreza por meio de PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS - PAA
transferência monetária. A transferência de renda tem como Sob responsabilidade do Ministério de
objetivo o enfrentamento e alívio imediato da pobreza e as Desenvolvimento Social, o Programa de Aquisição de
condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais Alimentos (PAA) é instituído pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de
básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social. 2 de julho de 2003. Foi posteriormente atualizado pela Lei nº
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 53
12.512, de 14 de outubro de 2011, e regulamentado pelo Os pais nem sempre lembram de vacinar os filhos no
Decreto nº 7.775, de 4 de julho de 2012. período e não é sempre que os filhos sabem da importância
da vacinação na adolescência.
OBJETIVO E PÚBLICO Por isso, é muito importante que toda a família saiba
Possui duas finalidades básicas: promover o acesso à que existe, sim, um calendário de vacinas para
alimentação e incentivar a agricultura familiar. Destina-se a adolescentes e ele é tão importante quanto o da infância.
agricultores familiares, assentados da reforma agrária,
comunidades indígenas e demais povos e comunidades I M P O R T Â N C I A D A S VA C I N A S E N T R E 11 E
tradicionais ou empreendimentos familiares rurais portadores 1 9 A N O S : AT E N T E - S E A O C A L E N D Á R I O
de Declaração de Aptidão (DAP) ao Programa Nacional de Apesar de as crianças serem do grupo de risco para
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). várias doenças, isso não significa que na adolescência não
existem doenças perigosas para a saúde.
ESTRATÉGIA Muitas vacinas que foram dadas na infância precisam
O Programa é uma iniciativa do governo federal para de reforço na adolescência para obterem máxima eficiência
colaborar com o enfrentamento da fome e da pobreza no durante a vida.
Brasil e, ao mesmo tempo, fortalecer a agricultura familiar a E como há uma tendência maior a haver um descuido
partir de seis modalidades: Compra com Doação Simultânea, em relação à saúde nessa idade, tanto por parte dos pais
Compra Direta, Apoio à Formação de Estoques, Incentivo à quanto dos próprios adolescentes que ainda não são
Produção e ao Consumo de Leite, Compra Institucional, e independentes o suficiente para cuidarem de sua saúde
Aquisição de Sementes. O PAA é executado com recursos da sozinhos, é preciso uma atenção ainda maior no período.
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Este período também é importante para analisar se
Desenvolvimento Agrário (Sead) e do Ministério do todas as vacinas necessárias na infância foram realizadas,
Desenvolvimento Social (MDS), em parceria com Estados, inclusive doses extras e reforços. Caso não tenham sido, a
Municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento maioria pode ser aplicada na adolescência.
(Conab). A adolescência também é o momento de iniciar a
vacinação contra algumas doenças sexualmente
CONDIÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA NO transmissíveis, como o HPV, por exemplo.
MUNICÍPIO Saiba também: quais os tipos de vacinas que
Organizações da Agricultura Familiar, Associações e existem e entenda mais sobre como elas funcionam!
Cooperativas interessadas em vender sua produção para a
Conab devem apresentar propostas, por meio do site da P R I N C I PA I S VA C I N A S PA R A
companhia. Cada organização fornecedora pode incluir ADOLESCENTES: CONFIRA A L I S TA
apenas um projeto, com valor máximo de R$ 320 mil por C O M P L E TA
proposta e R$ 8 mil por agricultor. Os projetos devem ser Segundo o Ministério da Saúde as vacinas na
submetidos por meio de associações ou cooperativas com adolescência são: hepatite B, dTpa, HPV, febre amarela,
Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de tríplice viral e dupla adulto (dT), mas isso pode variar de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) jurídica. acordo de como está o calendário de cada um.
Mas também existem outras recomendações de
acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm),
entidade científica que atua junto aos órgãos públicos no
SAÚDE DO ADOLESCENTE: VACINAÇÃO, estímulo à imunização.
SEXUALIDADE E TRANSTORNOS Confira abaixo uma lista de vacinas na adolescência
ALIMENTARES. para ficar atento!
SAÚDE DO ADOLESCENTE Conheça a Vacina Tetra Viral e fique protegido da
Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, Sarampo, caxumba, rubéola e varicela!
prioridade absoluta nas políticas públicas, cabendo ao
Sistema Único de Saúde (SUS) promover o direito à vida e à - Va r i c e l a ( C a t a p o r a )
saúde, mediante a atenção integral que pressupõe o acesso A varicela é uma doença muito comum na infância,
universal e igualitário aos serviços nos três níveis da atenção. mas para adolescentes ela pode apresentar sintomas mais
A atenção Integral à Saúde de Adolescentes enfatiza graves e sérios.
a promoção à saúde, a prevenção de agravos e da gravidez A partir dela, outras doenças podem surgir, como:
não intencional e a redução da morbimortalidade por causas • pneumonia;
externas. O cuidado em saúde de adolescentes compreende • infecção da pele;
a faixa etária de 10 a 19 anos, tendo três eixos centrais: • inflamação das articulações;
crescimento e desenvolvimento saudáveis, saúde sexual e • encefalite.
reprodutiva e redução da morbimortalidade por acidentes e A SBIm, recomenda que a vacina seja aplicada aos
violências, para esta tarefa exige-se o fortalecimento de ações adolescentes suscetíveis à doença, isto é, àqueles que nunca
de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, tiveram catapora.
atenção humanizada e trabalho em rede. São indicadas duas doses com intervalo de um a dois
meses para este público.
VACINAÇÃO No SUS é oferecida apenas a vacina combinada para
menores de 12 anos, e no privado é possível encontrá-la
A adolescência é a transição da infância para a vida
separadamente e também combinada a outras vacinas, como
adulta. É o momento de adquirir mais independência, passar
a tetraviral (SCRV).
mais tempo longe de casa e também de adquirir novas
preocupações.
Diferente do calendário de vacinação infantil, que é - Influenza (Gripe)
muito incentivado e logo após a maternidade os pais já são A vacina da gripe é oferecida com prioridade para
incentivados a dar continuidade a ele, o calendário vacinal na públicos mais suscetíveis à doença, o que não é o caso dos
adolescência, muitas vezes acaba passando despercebido. adolescentes.
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54 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Entretanto, isso não significa que a vacina não é
indicada para a faixa etária, muito pelo contrário. - Tríplice Viral
O imunizante contra a influenza é indicado para todas A tríplice viral é indicada apenas para:
as faixas etárias, mas por questões estratégicas ela não é • adolescentes com esquema incompleto;
aplicada gratuitamente no SUS neste público. • situações de risco epidemiológico e surto;
Por isso, a vacina na adolescência contra a gripe deve • viagens para locais em surto.
ser feita em uma unidade clínica particular que oferece a Ela protege contra sarampo, caxumba e rubéola e,
vacina 3V ou 4V. antes dos 12 anos, pode ser combinada com a de varicela
A segunda é a mais indicada pela SBIm, já que protege também (SCRV).
contra 4 cepas da doença. Mas na impossibilidade de tomar a Esse imunizante é uma combinação de vírus
4V, recomenda-se vacinar com a 3V. atenuados e deve ser aplicada em adolescentes de 10 a 19
O imunizante deve ser aplicado anualmente. anos que estão com o esquema vacinal incompleto.
Ela é encontrada tanto nas UBS quanto nas clínicas
- Hepatite A e B particulares de vacinação e são recomendadas duas doses
A vacina na adolescência contra a hepatite A e B é com a diferença de 4 meses entre uma e outra.
indicada para crianças que não tomaram os dois imunizantes Vale lembrar que a rubéola é uma doença erradicada
quando crianças. das Américas desde 2015 e para que se mantenha assim, a
É possível tomar cada um separadamente, entretanto, vacina na adolescência e na infância deve ser controlada de
se houver necessidade de tomar tanto a vacina contra perto para que não tenha o perigo de surtos como houve com
hepatite A quanto para a hepatite B, é possível tomar apenas o sarampo.
uma dose combinada dos dois imunizantes. O sarampo era uma doença erradicada no Brasil desde
Confira como funciona o esquema vacinal para cada 2016, mas devido à baixa cobertura vacinal voltou a causar
um dos casos: preocupação para a população e organizações de saúde em
• Hepatite A: duas doses, no esquema 0 – 6 meses; 2019.
• Hepatite B: três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses;
• Hepatite A e B: para menores de 16 anos: duas - Febre Amarela
doses aos 0 – 6 meses. A partir de 16 anos: três A febre amarela também é uma das vacinas na
doses aos 0 – 1 – 6 meses. adolescência que podem ser aplicadas em caso de
Vale lembrar que existem 5 tipos de hepatite B no necessidade.
mundo, mas para apenas duas delas existe vacina. Neste caso, não há consenso entre os órgãos de
A hepatite B, além de ser uma doença sexualmente saúde quanto à duração de sua imunização.
transmissível, também é transmitida por situações Por isso, de acordo com o Programa Nacional de
corriqueiras do dia a dia, como o compartilhamento de alicates Imunização, (PNI) responsável pela vacinação disponibilizada
de unha, por exemplo. pelo governo, deve ser aplicada uma segunda dose para
De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite B crianças que receberam o imunizante antes dos 5 anos de
está relacionada a 21,3% das mortes devido a hepatites no idade.
período entre 2000 e 2017. Já a SBIm considera a aplicação de uma segunda
Ela é uma doença silenciosa e que, geralmente, é dose durante a vida sob a possibilidade de falha vacinal.
descoberta décadas depois, quando o fígado do paciente já A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida
está bastante comprometido. Portanto é muito importante por um mosquito e existem várias áreas endêmicas no Brasil
realizar a vacina na adolescência. e fora dele para a doença.
Isso porque não tem como controlar o mosquito que
- Dupla Bacteriana (dT) ou Tríplice transmite a forma silvestre da doença, já que ele vive em
Bacteriana (dTpa) florestas.
Antes de saber como funciona a vacinação, vale A vacinação é o meio mais eficiente de controle para a
lembrar para quais doenças cada imunizante protege. Confira: febre amarela.
• dT- difteria e tétano;
• dTpa – difteria, tétano e coqueluche. - HPV
Essas vacinas são indicadas como uma dose de O esquema vacinal para o Papiloma Vírus Humano
reforço para adolescentes que já realizaram a imunização na (HPV) inicia aos 9 anos de idade para as meninas e aos 11
infância. para os meninos.
Pessoas com esquema de vacinação completo – e isso Quem não tomou as doses na idade inicial
já inclui a dose dos 9-11 anos – devem tomar recomendada, deve começar o quanto antes. Mas vale
preferencialmente a dTpa, dez anos após a última. lembrar que a vacina na adolescência contra o HPV varia de
Já que está com o esquema de vacinação incompleto, acordo com a idade. Veja só:
deve tomar uma dose de dTpa a qualquer momento e • meninas e meninos menores de 15 anos: tomar
completar a vacinação básica com dT (dupla bacteriana do duas doses com intervalo de seis meses (0 – 6
tipo adulto). É preciso totalizar três doses de vacina contra meses).
tétano. • para meninas e meninos com 15 anos ou mais que
A dTpa é conhecida como a vacina dos 15 anos, mas não foram imunizados anteriormente, o esquema é
agora o reforço dela é feito antes deste período. de três doses (0 – 1 a 2 – 6 meses).
E para não vacinados ou pessoas com histórico vacinal O HPV é uma das doenças sexualmente
desconhecido, é importante uma dose de dTpa e duas doses transmissíveis mais comuns do mundo e ela é responsável
de dT no intervalo de 0 – 2 – 4 a 8 meses. pelo surgimento do câncer de colo de útero.
Além disso, a dTpa pode ser combinada com a vacina De acordo com a Organização Pan-Americana de
da poliomielite inativada (dTpa-VIP), recomendação que é saúde, a doença é altamente evitável (através da vacina e do
sugerida para adolescentes que vão viajar para lugares onde sexo seguro), mas ainda assim, mata 35,7 mil mulheres a
a pólio é endêmica. cada ano nas Américas.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 55
de que a atividade sexual, seja ela cedo/precoce ou tarde,
- Salk (Paralisia Infantil) deve ser precedida de informações necessárias para uma
A poliomielite é a doença da paralisia infantil, uma vida sexual saudável, livre de doenças e de problemas.
infecção grave que pode provocar paralisia em adultos e Para promover a saúde sexual e a saúde reprodutiva
crianças, apesar de ser mais comum no público infantil. dos adolescentes e jovens é fundamental a realização de
Graças à vacinação, a doença foi praticamente ações educativas que tenham como princípio a igualdade
erradicada dos países desenvolvidos, mas ainda é endêmica entre homens e mulheres, incentivo ao respeito mútuo nas
em diversas regiões do globo. relações e que sejam rejeitadas todas as formas de violência
e atitudes discriminatórias – abuso sexual, agressões físicas,
- Meningocócica B relação sexual não concedida, discriminação contra
A vacina Meningocócica B previne contra as homossexuais, ridicularização dos que não sejam
meningites e infecções generalizadas causadas por este tipo sexualmente ativos, dano à imagem pública, entre outras.
de bactéria. Além disso, é importante fornecer informações
Uma das formas mais graves da doença é a meningite utilizando uma linguagem simples, acessível e objetiva sobre
causada pela bactéria Neisseria meningitidis. sexualidade, disponibilidade de métodos anticoncepcionais,
A recomendação da vacina na adolescência para planejamento reprodutivo, gravidez e a importância do pré-
pessoas, até então, não vacinadas, é de duas doses com natal, proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e
intervalo de um mês. realização do preventivo de câncer do colo uterino após o
Este tipo da doença é capaz de evoluir rapidamente, início da vida sexual. Essas atividades podem ser realizadas
em cerca de apenas 24 horas, e caso o paciente não receba em diversos espaços comunitários (escolas, clubes,
o tratamento rapidamente, a taxa de mortalidade é de 50% e associações, quadra da comunidade).
a de sequelas nos sobreviventes de 20%. Na fase da adolescência, muitos questionamentos são
O público adolescente são os maiores portadores da aflorados em relação às transformações do corpo, à vivência
doença, mas eles são, na maior parte das vezes, das primeiras experiências sexuais e à identidade sexual. A
assintomáticos. Entretanto, infectam outras pessoas que são sexualidade não está restrita ao ato sexual, ela envolve
mais vulneráveis e, por isso, a vacinação na adolescência é desejos e práticas relacionados à satisfação, ao prazer, à
essencial. afetividade e autoestima. É importante para todas as pessoas
e, especialmente para os adolescentes e jovens, conhecer o
- Meningocócica Conjugada ACWY funcionamento do seu corpo.
Diante disso, há necessidade de orientar os
A meningocócica conjugada ACWY é indicada como
adolescentes com informações objetivas e claras sobre as
reforço para pessoas que já foram vacinadas na infância e
também para quem nunca tomou ou se vacinou com o transformações que ocorrem no corpo, a curiosidade sexual,
imunizante. as sensações sexuais, o tamanho dos órgãos genitais, a
diversidade sexual, o ato sexual propriamente dito e suas
Para os já vacinados, o reforço é feito aos 11 anos ou
consequências. Enfatizar que o ato sexual é de caráter íntimo
cinco anos após a última dose.
e privado e que, portanto, a pressão social não deve ser seu
Já para os não vacinados são recomendadas duas
desencadeante. Os parceiros têm que estar de acordo quanto
doses com intervalo de cinco anos.
às práticas e, portanto, prontos para assumir suas
responsabilidades).
Va ci n a d a C O VI D 19 p a r a a do l es ce n te s:
como funciona
Crianças e adolescentes podem e devem se vacinar TRANSTORNOS ALIMENTARES
também contra a Covid-19. A adolescência é um período cheio de altos e baixos.
Para as crianças de 5 a 11, a indicação é de duas Distúrbios psicológicos tornam essa época algo muito mais
doses da vacina. Já para adolescentes de 12 a 17 a indicação difícil. Transtornos alimentares em adolescentes vêm
é para tomar a terceira dose. crescendo no Brasil e no mundo. Por isso, entender as
De acordo com uma pesquisa divulgada pela “bandeiras vermelhas” deles pode ajudar a percebê-los. E,
Fundação Oswaldo Cruz, houve uma queda significativa na principalmente, aprender a lidar com elas antes que seja
mortalidade de vacinados entre 12 a 17 anos ainda em 2021. tarde.
Segundo Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz
Amazônia, a queda foi de 40% na mortalidade por Covid-19 O que causa transtornos alimentares em adolescentes?
nessa faixa etária. Os transtornos alimentares em adolescentes são um
De acordo com o epidemiologista, a mortalidade entre problema multicausal. Então, eles podem vir das mais
crianças segue aumentando, principalmente, entre as não variadas fontes, desde a busca excessiva pelo corpo perfeito
vacinadas. até distorção de proporcionalidade. A busca pelo corpo
Por isso, a vacina na adolescência contra a Covid-19, perfeito, por exemplo, vem pela referência. Seja ela
considerada por muitos como desnecessária, é na verdade, pelas redes sociais, influenciadoras digitais ou mesmo
uma forma de proteger esse público e também quem convive pela referência entre os colegas de escola.
com ele. Somado às influências externas, existem outros
E isso vale para todos os imunizantes que são transtornos que favorecem o desenvolvimento dos
recomendados nessa faixa etária. Portanto, se você ou seu distúrbios alimentares. Ansiedade e depressão são alguns
filho ainda não está imunizado para qualquer uma dessas deles. Transtornos desse tipo foram favorecidos pela
doenças, não deixe de procurar orientação médica. pandemia da COVID-19 e continuam a provocar pesadelos na
rotina das pessoas.
SEXUALIDADE Primeiramente, deve-se entender ser comum que o
jovem modifique seu comportamento ao longo dos anos. Por
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) pode abordar conta disso, muitos transtornos alimentares em adolescentes
esses temas através de grupos de educação em saúde, nos são diminuídos, até que seja tarde demais. Porém, o número
quais os adolescentes podem produzir materiais educativos vem crescendo e preocupando autoridades internacionais.
como cartazes e utilizar vídeos educativos que o Ministério da A insatisfação com o corpo e a distorção da
Saúde disponibiliza para que os jovens tenham consciência imagem no espelho são sintomas característicos que
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56 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
fomentam comportamentos negativos. Esses são após a ingestão dos itens proibidos, anemia, isolamento social
perigosos à própria vida, por tentar atingir um padrão estético e perda de peso.
que não existe.
Quando questões relacionadas à imagem se tornam Síndrome da Pica
uma obsessão, o adolescente aborda exclusivamente sobre o Também conhecida como Alotriofagia, faz com que o
assunto no cotidiano familiar. Nesse momento, é preciso ligar paciente tenha vontade de ingerir recursos não nutritivos,
um “pisca alerta”, porque o transtorno alimentar pode estar como batom, carvão, areia, entre outras substâncias. É bem
avançando. comum em grávidas e crianças, mas também pode aparecer
Outro agravante são os adolescentes já como um transtorno alimentar na adolescência.
diagnosticados com transtornos mentais. Problemas Os sintomas são bem perigosos porque derivam da
alimentares em adolescentes são, assim, mais desafiadores intoxicação causada pelos materiais consumidos. Quando
quando se unem a outros tipos. Porque isso torna o aparece muito cedo, pode prejudicar o desenvolvimento físico
tratamento mais difícil. Sintomas como baixa autoestima, e mental.
culpa, culto excessivo ao corpo, entre outros, devem ser
analisados com cuidado. Eles podem ser bandeiras COMO SE DÁ O DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO
vermelhas para problemas maiores. ALIMENTAR NA ADOLESCÊNCIA?
Fazer o diagnóstico de transtorno alimentar em
TRANSTORNOS ALIMENTARES MAIS COMUNS EM adolescentes não é tarefa simples. Inicialmente, é preciso que
ADOLESCENTES pais e familiares estejam se conscientizando da situação para,
Anorexia posteriormente, conversar com os jovens sobre o problema e
Aqui há a necessidade de manter um peso abaixo do encaminhá-los ao profissional clínico.
padrão, motivado por uma visão distorcida do corpo. Este é Ao terem contato com um profissional como
um dos transtornos mais perigosos porque pode fragilizar nutricionista, nutrólogo, psicológico e psiquiatra, é
o metabolismo. Desse modo, a anorexia pode provocar fundamental que os jovens descrevam todos os sentimentos
alterações cardíacas, aumento do colesterol, alto risco de e sintomas percebidos no dia a dia. A conversa clara ajuda a
hipotensão, entre outros casos. caracterizar adequadamente o distúrbio.
Também é imprescindível que haja acolhimento por
Compulsão alimentar parte dos especialistas no momento da consulta, de modo que
Neste caso, há ingestão de grande quantidade de o paciente se sinta confortável ao descrever seus problemas
alimentos de uma vez e com frequência. Essa ingestão e não se preocupe com julgamentos. Isso motiva os jovens a
ocorre mesmo sem a presença de fome. A pessoa perde o seguir as recomendações terapêuticas.
controle sobre o que está ingerindo e em qual quantidade. Em alguns casos, o acompanhamento de diferentes
Assim, a compulsão alimentar pode levar a aumento de peso profissionais se torna mais eficiente, principalmente quando o
significativo, e colaborar para outros problemas, como baixa indivíduo apresenta resistência em aceitar o diagnóstico ou
autoestima e ansiedade. necessita de intervenções em diversas frentes terapêuticas.
A abordagem multidisciplinar é essencial para lidar
Bulimia com o transtorno alimentar na adolescência. Nesse método
Pessoas com esse distúrbio consomem uma de trabalho, cada profissional atuará dentro de suas
quantidade excessiva de comida. Assim, essa ação é seguida responsabilidades clínicas, aumentando o leque de opções a
por medidas para perder peso, como a indução ao vômito. Os serem abordadas com o paciente.
vômitos ocorrem em 80% dos casos, porém, há outros Em relação aos principais transtornos alimentares,
mecanismos compensatórios, como o uso de diuréticos, sabe-se que existem sintomas similares entre eles, além de
laxantes, jejuns e muito exercício físico. especificidades que só são percebidas pelo olhar de um
especialista. Quem tem experiência consegue diferenciar e
Tare (Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo) instituir abordagens personalizadas para cada caso.
Este é um transtorno mais comum em crianças e se Por exemplo, na anorexia nervosa, observa-se um
caracteriza por não comer certo grupo de alimentos. Desse peso corporal extremamente baixo e restrição alimentar
modo, ele causa forte restrição alimentar. severa. Já na bulimia, é comum que o paciente desenvolva
desidratação grave de fluidos e eletrólitos, além de
Hipergafia sangramento retal.
Esse transtorno alimentar na adolescência tem origem
em eventos traumáticos, que fazem com que a pessoa sofra
muito e sinta vontade de descontar a preocupação na comida.
Bons exemplos estão na morte de pessoas queridas, EPIDEMIOLOGIA, HISTÓRIA NATURAL E
ocorrência de acidentes e perda de bens materiais. PREVENÇÃO DE DOENÇAS.
Os sintomas incluem ansiedade, perda rápida de peso, Epidemiologia: é o estudo da frequência e
depressão, sentimento de culpa e inibição do convívio social. distribuição dos eventos de saúde e dos seus determinantes
Também é comum o indivíduo apresentar sinais típicos da nas populações humanas, e a aplicação deste estudo na
depressão. prevenção e controle dos problemas de saúde.
Ortorexia
Na busca pelo corpo perfeito, muitos jovens criam uma
obsessão por alimentos saudáveis e evitam o máximo de
produtos industrializados. O problema é que a seleção se
torna exagerada, afetando suas relações e causando conflitos
no momento da refeição.
É um distúrbio difícil de identificar porque fica
camuflado na ideia de estilo de vida saudável. Entre os
principais sintomas, destacam-se a exclusão de vários
produtos para manter uma dieta restrita, sensação de culpa
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 57
resolutividade das ações a identificação de fatores de riscos,
as ações de prevenção com a vacinação, o foco no
diagnóstico precoce, a contenção de surtos e a realização do
tratamento adequado.
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58 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
• os fatores de risco que contribuem para que a doença
aconteça;
• os sintomas que um indivíduo com determinada
doença pode apresentar;
• como se manifesta a evolução da doença ao longo
do tempo.
Conhecendo esses aspectos, fica mais fácil traçar um
plano de combate e prevenção à doença. Mas o conceito de
história natural da doença ainda não está terminado! Existem
duas fases importantes, que conheceremos a seguir.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 59
encontram-se os químicos e físicos, como se pode ver na Assim, para melhorar as condições de saúde de uma
Figura 2.7. população, são necessárias mudanças profundas dos
padrões econômicos no interior dessas sociedades e
intensificação de políticas sociais, que são eminentemente
políticas públicas. Ou seja, para que uma sociedade conquiste
saúde para todos os seus integrantes, é necessária ação
intersetorial e políticas públicas saudáveis.
1 – Prevenção primária
A prevenção primária, é a ação tomada para remover
causas e fatores de risco de um problema de saúde individual
ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição
clínica. Inclui promoção da saúde e proteção específica (ex.:
imunização, orientação de atividade física para diminuir
chance de desenvolvimento de obesidade).
Alguns Exemplos:
• Uso de preservativos para evitar a infecção por IST
PREVENÇÃO DE DOENÇAS (Infecção Sexualmente Transmissíveis).
• Uso de Capacete pelo Motociclista. Uso de cinto de
A prevenção em saúde é uma abordagem estratégica segurança, airbag, capacetes e outros dispositivos de
para evitar ou minimizar o impacto de doenças e problemas segurança para ciclistas e motociclistas.
de saúde em indivíduos e populações. No Brasil, a prevenção • Uso de luvas para manipular material biológico.
em saúde, é estruturada nos níveis de prevenção primária, • Controle de vetores, vacinas, como a vacina para
secundária, terciária e quaternária. Esses níveis representam poliomelite.
diferentes estágios de intervenção, com objetivos específicos.
• Ginástica Laboral e Exercício Físico para aqueles
Em todo o mundo, os sistemas de saúde estão que nunca tiveram tendinite, diminuirá as possibilidades de
constantemente em processo de construção e em que os mesmos desenvolvam a doença.
desenvolvimento para prover um melhor estado de saúde
para as suas populações.
2 – Prevenção secundária
Consequentemente, os sistemas não são estáticos,
É a ação realizada para detectar um problema de
pois devem acompanhar as necessidades e mudanças
saúde em estágio inicial, muitas vezes em estágio subclínico,
sociais e culturais que acompanham o desenvolvimento de
no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico
qualquer sociedade. Entretanto, algumas questões são
definitivo, o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua
comuns a todos eles e perpassam o tempo:
disseminação e os efeitos de longo prazo (ex.: rastreamento,
• Como melhorar o acesso ao sistema para todas as
diagnóstico precoce).
pessoas da comunidade ou país?
• Como prover ações e atividades de forma integral,
Alguns Exemplos:
equitativa, participativa, democrática e
contextualizada? 1 Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado,
que tem monitoramento de profissionais de saúde, exercício
• Como trabalhar com recursos financeiros limitados e
físico orientado, dieta adequada, é livrado das situações de
ainda prover um sistema de qualidade adequada?
estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da
Na década de 70, foram estabelecidos, por Leavell &
patologia, diminuindo incrivelmente as possíveis
Clark (1976), três níveis de prevenção que inter-relacionam
complicações da doença.
atividade médica e saúde pública. Nesse esquema, a
2 Um paciente com infecção por HPV (papiloma vírus
promoção da saúde era concebida apenas como um elemento
humano) no colo do útero, com acompanhamento e
da prevenção primária e voltada mais para os aspectos
orientação do ginecologista, pode evitar o câncer de colo de
educativos individuais.
útero.
No entanto, a partir da década de 80, após a Carta de
3 Um paciente com tendinite em fase aguda, inicial,
Otawa, a promoção da saúde foi revalorizada, tornando-se
com o tratamento fisioterapêutico correto, pode evitar piora
objeto de políticas públicas em várias partes do mundo.
que evolui para a diminuição dos movimentos do braço.
4 Um paciente com AIDS, fazendo uso correto da
OS NÍVEIS DE ATENÇÃO É ORGANIZADO E medicação, diminui as possibilidades de complicações,
PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). melhora a qualidade de vida e garante maior sobre-vida.
Conceito de Promoção da Saúde
A promoção da saúde se refere às ações sobre os 3 – Prevenção terciária
condicionantes e determinantes sociais da saúde, dirigidas a É a ação implementada para reduzir em um indivíduo
impactar favoravelmente a qualidade de vida. Por isso, ou população os prejuízos funcionais consequentes de um
caracterizam-se fundamentalmente por uma composição problema agudo, ou crônico, incluindo reabilitação (ex.:
intersetorial e, intra-setorialmente, pelas ações de ampliação prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-
da consciência sanitária – direitos e deveres da cidadania, infarto – IAM ou acidente vascular cerebral).
educação para a saúde, estilos de vida e aspectos Alguns Exemplos:
comportamentais, etc.
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60 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
1 Um paciente hipertenso, o qual não teve uma devem ser dedicadas à assistência. De 15% a 25%
prevenção secundária efetiva no controle dessa doença de para outras atividades (planejamento, capacitação,
base, pode sofrer um agravamento da atividades coletivas). As atividades educativas e
2 Um paciente hipertenso, previamente diagnosticado, preventivas, ao nível coletivo, devem ser
que tem monitoramento de profissionais de saúde, exercício executadas, preferencialmente pelo pessoal
físico orientado, dieta adequada, é livrado das situações de auxiliar. O planejamento, supervisão e avaliação
estresse do cotidiano, terá uma evolução muito lenta da implicam participação e responsabilidade do CD;
patologia, diminuindo incrivelmente as possíveis b) garantir o atendimento de urgência na atenção
complicações da doença. básica e assegurar cuidados complementares a
esses casos em outras unidades de saúde (pronto
4 – Prevenção quaternária atendimento, pronto socorro e hospital) de acordo
É a detecção de indivíduo sem risco de intervenções, com o Plano Diretor de Regionalização;
diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los c) Adequar a disponibilidade de recursos humanos de
de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes acordo com o fluxo de demanda da realidade local.
alternativas eticamente aceitáveis. 5. Condições de Trabalho: para assegurar a plena
A prevenção de doenças compreende três categorias: utilização da capacidade instalada da rede de serviços,
manutenção de baixo risco, redução de risco e detecção propõe-se o desenvolvimento de políticas de suprimento de
precoce. instrumentos e material de consumo e de conservação,
A prevenção, dividida em quatro níveis: primária, manutenção e reposição dos equipamentos odontológicos, de
secundária, terciária e quaternária, facilita o atendimento para modo a garantir condições adequadas de trabalho. É
a população e oferece serviços especializados conforme a indispensável, neste aspecto, observar estritamente as
necessidade. normas e padrões estabelecidos pelo sistema nacional de
vigilância sanitária.
1.Parâmetros: os parâmetros para orientar o
processo de trabalho devem ser discutidos e pactuados entre
SAÚDE BUCAL: CUIDADOS NA SAÚDE as coordenações de saúde bucal (nacional e estaduais; e
BUCAL COM CRIANÇA, ADOLESCENTE E estaduais e municipais), com o objetivo de garantir a
ADULTO/PESSOA IDOSA. dignidade no trabalho para profissionais e usuários, a
qualidade dos serviços prestados e observando as normas de
PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE BUCAL biossegurança.
A adequação do processo de trabalho ao modelo de
atenção que se está propondo requer: AÇÕES
1. Interdisciplinaridade e Multiprofissionalismo: a O conceito ampliado de saúde, definido no artigo 196
atuação da equipe de saúde bucal (ESB) não deve se limitar da Constituição da República deve nortear a mudança
exclusivamente ao campo biológico ou ao trabalho técnico– progressiva dos serviços, evoluindo de um modelo
odontológico. Ademais de suas funções específicas, a equipe assistencial centrado na doença e baseado no atendimento a
deve interagir com profissionais de outras áreas, de forma a quem procura, para um modelo de atenção integral à saúde,
ampliar seu conhecimento, permitindo a abordagem do onde haja a incorporação progressiva de ações de promoção
indivíduo como um todo, atenta ao contexto sócioeconômico- e de proteção, ao lado daquelas propriamente ditas de
cultural no qual ele está inserido. A troca de saberes e o recuperação.
respeito mútuo às diferentes percepções deve acontecer Para melhor identificar os principais grupos de ações
permanentemente entre todos os profissionais de saúde para de promoção, de proteção e de recuperação da saúde a
possibilitar que aspectos da saúde bucal também sejam serem desenvolvidas prioritariamente, é necessário conhecer
devidamente apropriados e se tornem objeto das suas as características do perfil epidemiológico da população, não
práticas. A ESB deve ser — e se sentir — parte da equipe só em termos de doenças de maior prevalência, como das
multiprofissional em unidades de saúde de qualquer nível de condições sócio-econômicas da comunidade, seus hábitos e
atenção. estilos de vida e suas necessidades de saúde — sentidas ou
2. Integralidade da Atenção: a equipe deve estar não —, aí incluídas por extensão a infra-estrutura de serviços
capacitada a oferecer de forma conjunta ações de promoção, disponíveis.
proteção, prevenção, tratamento, cura e reabilitação, tanto no As ações de saúde bucal devem se inserir na
nível individual quanto coletivo. estratégia planejada pela equipe de saúde numa inter-relação
3. Intersetorialidade: as ações de promoção de permanente com as demais ações da Unidade de Saúde.
saúde são mais efetivas se a escola, o local de trabalho, o 1. Ações de Promoção e Proteção de Saúde – esse
comércio, a mídia, a indústria, o governo, as organizações grupo de ações pode ser desenvolvido pelo sistema de saúde,
não-governamentais e outras instituições estiverem articulado com outras instituições governamentais, empresas,
envolvidas. A intersetorialidade neste sentido implica envolver associações comunitárias e com a população e seus órgãos
no planejamento os diferentes setores que influem na saúde de representação. Tais ações visam à redução de fatores de
humana: entre outros a educação, agricultura, comunicação, risco, que constituem ameaça à saúde das pessoas, podendo
tecnologia, esportes, saneamento, trabalho, meio ambiente, provocar-lhes incapacidades e doenças. Neste grupo situam-
cultura e assistência social. se, também, a identificação e difusão de informações sobre
4. Ampliação e Qualificação da os fatores de proteção à saúde. Esse grupo compreende um
Assistência: organizar o processo de trabalho de forma a elenco bastante vasto e diversificado de ações de natureza
garantir procedimentos mais complexos e conclusivos, de eminentemente educativo-preventivas.
forma a resolver a necessidade que motivou a procura da A promoção de saúde bucal está inserida num conceito
assistência evitando o agravamento do quadro e futuras amplo de saúde que transcende a dimensão meramente
perdas dentárias e outras sequelas. Para isso, os serviços técnica do setor odontológico, integrando a saúde bucal às
precisam disponibilizar tempo de consulta suficiente e demais práticas de saúde coletiva. Significa a construção de
adequado à complexidade do tratamento. Nessa organização políticas públicas saudáveis, o desenvolvimento de
sugere-se: estratégias direcionadas a todas as pessoas da comunidade,
a) maximizar a hora-clínica do CD para otimizar a como políticas que gerem oportunidades de acesso à água
assistência – 75% a 85% das horas contratadas tratada, incentive a fluoretação das águas, o uso de dentifrício
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 61
fluoretado e assegurem a disponibilidade de cuidados reflexão para maior consciência sanitária e apropriação da
odontológicos básicos apropriados. Ações de promoção da informação necessária ao autocuidado.
saúde incluem também trabalhar com abordagens sobre os Considerando a importância de que o trabalho do CD
fatores de risco ou de proteção simultâneos tanto para não se restrinja apenas a sua atuação no âmbito da
doenças da cavidade bucal quanto para outros agravos assistência odontológica, limitando-se exclusivamente à
(diabete, hipertensão, obesidade, trauma e câncer) tais como: clínica, sugere-se cautela no deslocamento frequente deste
políticas de alimentação saudável para reduzir o consumo de profissional, para a execução das ações coletivas. Estas
açúcares, abordagem comunitária para aumentar o devem ser feitas, preferencialmente, pelo THD, pelo ACD e
autocuidado com a higiene corporal e bucal, política de pelo ACS. Compete ao CD planejá-las, organizá-las,
eliminação do tabagismo e de redução de acidentes. supervisioná-las e avaliá-las sendo, em última instância, o
A busca da autonomia dos cidadãos é outro requisito responsável técnico-científico por tais ações.
das ações de promoção de saúde. A equipe de saúde deve 1.3. Higiene Bucal Supervisionada
fazer um esforço simultâneo para aumentar a autonomia e A higiene bucal é um componente fundamental da
estimular práticas de autocuidado por pacientes, famílias e higiene corporal das pessoas. Mas realizá-la adequadamente
comunidades. Também é recomendável trabalhar numa linha requer aprendizado. Uma das possibilidades para esse
de combate a automedicação, medicalização, e dependência aprendizado é o desenvolvimento de atividades de higiene
excessiva dos profissionais ou serviços de saúde. bucal supervisionada (HBS), pelos serviços de saúde, nos
As ações de proteção à saúde podem ser mais diferentes espaços sociais. A HBS visa à prevenção da
desenvolvidas no nível individual e /ou coletivo. Para as ações cárie – quando for empregado dentifrício fluoretado – e da
que incidem nos dois níveis, deverá garantir-se acesso a gengivite, através do controle continuado de placa pelo
escovas e pastas fluoretadas. Além disso, os procedimentos paciente com supervisão profissional, adequando a
coletivos são ações educativopreventivas realizadas no higienização à motricidade do indivíduo. Recomenda-se
âmbito das unidades de saúde (trabalho da equipe de saúde cautela na definição de técnicas “corretas” e “erradas”,
junto aos grupos de idosos, hipertensos, diabéticos, evitando-se estigmatizações. A HBS deve ser desenvolvida
gestantes, adolescentes, saúde mental, planejamento familiar preferencialmente pelos profissionais auxiliares da equipe de
e sala de espera), nos domicílios, grupos de rua, saúde bucal. Sua finalidade é a busca da autonomia com
escolas, creches, associações, clube de mães ou outros vistas ao autocuidado.
espaços sociais, oferecidos de forma contínua e 1.4. Aplicação Tópica de Flúor
compreendem: A aplicação tópica de flúor (ATF) visa à prevenção e
1.1. Fluoretação das águas controle da cárie, através da utilização de produtos fluorados
Entende-se que o acesso à água tratada e fluoretada (soluções para bochechos, gel-fluoretado e verniz fluoretado),
é fundamental para as condições de saúde da população. em ações coletivas.
Assim, viabilizar políticas públicas que garantam a Para instituir a ATF recomenda-se levar em
implantação da fluoretação das águas, ampliação do consideração a situação epidemiológica (risco) de diferentes
programa aos municípios com sistemas de tratamento é a grupos populacionais do local onde a ação será realizada. A
forma mais abrangente e socialmente justa de acesso ao flúor. utilização de ATF com abrangência universal é recomendada
Neste sentido, desenvolver ações intersetoriais para ampliar para populações nas quais se constate uma ou mais das
a fluoretação das águas no Brasil é uma prioridade seguintes situações:
governamental, garantindo-se continuidade e teores a) exposição à água de abastecimento sem flúor;
adequados nos termos da lei 6.050 e normas b) exposição à água de abastecimento contendo
complementares, com a criação e/ou desenvolvimento de naturalmente baixos teores de flúor (até 0,54 ppm F);
sistemas de vigilância compatíveis. A organização de tais
sistemas compete aos órgãos de gestão do SUS. c) exposição a flúor na água há menos de 5
anos;
1.2. Educação em Saúde
Compreende ações que objetivam a apropriação do d) CPOD maior que 3 aos 12 anos de idade;
conhecimento sobre o processo saúde-doença incluindo
fatores de risco e de proteção à saúde bucal, assim como a e) menos de 30% dos indivíduos do grupo são
possibilitar ao usuário mudar hábitos apoiando-o na conquista livres de cárie aos 12 anos de idade;
de sua autonomia. 2. Ações de Recuperação – esse grupo de ações
A atenção à saúde bucal deve considerar tanto as envolve o diagnóstico e o tratamento de doenças.
diferenças sociais quanto às peculiaridades culturais, ao O diagnóstico deve ser feito o mais precocemente
discutir alimentação saudável, manutenção da higiene e possível, assim como o tratamento deve ser instituído de
autocuidado do corpo, considerando que a boca é órgão de imediato, de modo a deter a progressão da doença e impedir
absorção de nutrientes, expressão de sentimentos e defesa. o surgimento de eventuais incapacidades e danos
Os conteúdos de educação em saúde bucal devem ser decorrentes. Por isso, os serviços de saúde, especialmente
pedagogicamente trabalhados, preferencialmente de forma os do nível primário da assistência, devem buscar o adequado
integrada com as demais áreas. Poderão ser desenvolvidos desempenho dessas duas ações fundamentais de
na forma de debates, oficinas de saúde, vídeos, teatro, recuperação da saúde – diagnóstico e tratamento.
conversas em grupo, cartazes, folhetos e outros meios. Deve- Em relação ao diagnóstico, destaca-se a inclusão nas
se observar a lei federal nº 9394/96, que possibilita a rotinas de assistência, de métodos que aprimorem a
estruturação de conteúdos educativos em saúde no âmbito identificação precoce das lesões (biópsias e outros exames
das escolas, sob uma ótica local, com apoio e participação
complementares).
das equipes das unidades de saúde.
A identificação precoce das lesões da mucosa bucal
Estas atividades podem ser desenvolvidas pelo deve ser priorizada, garantindo-se, na rede assistencial,
cirurgião-dentista (CD), técnico em higiene dental (THD), atendimento integral em todos os pontos de atenção à saúde,
auxiliar de consultório dentário (ACD) e agente comunitário de para acompanhamento e encaminhamento para tratamento
saúde (ACS) especialmente durante as visitas domiciliares. nos níveis de maior complexidade.
As escolas, creches, asilos e espaços institucionais são locais
O tratamento deve priorizar procedimentos
preferenciais para este tipo de ação, não excluindo qualquer
conservadores — entendidos como todos aqueles executados
outro espaço onde os profissionais de saúde enquanto
para manutenção dos elementos dentários — invertendo a
cuidadores possam exercer atividades que estimulem a
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62 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
lógica que leva à mutilação, hoje predominante nos serviços Considerar em cada local a possibilidade de inserir na
públicos. atenção básica procedimentos relacionados com a fase
Na lista de insumos da farmácia da Saúde da Família clínica da instalação de próteses dentárias elementares.
serão incluídos alguns insumos odontológicos estratégicos, Assim será possível avançar na superação do quadro atual,
com vistas a superar dificuldades frequentes para sua onde os procedimentos relativos às diferentes próteses
aquisição em muitos municípios — inviabilizando muitas dentárias estão inseridos nos serviços especializados e,
vezes a realização de procedimentos elementares da portanto, não são acessíveis à maioria da população.
assistênc ia odontológica e comprometendo a continuidade de A viabilização dessas possibilidades implica suporte
ações coletivas (como é o caso do mercúrio, da limalha de financeiro e técnico específico a ser proporcionado pelo
prata, da resina fotopolimerizável, do ionômero de vidro e, Ministério da Saúde que:
também, das escovas e pastas de dentes, além de outros a) Contribuir para a instalação de equipamentos em
itens adequados à realidade local de produção de serviços laboratórios de prótese dentária, de modo a contemplar as
odontológicos básicos). diferentes regiões;
3. Ações de Reabilitação b) capacitará Técnicos em Prótese Dentária (TPD) e
Consistem na recuperação parcial ou total das Auxiliares de Prótese Dentária (APD) da rede SUS, para a
capacidades perdidas como resultado da doença e na implantação desses serviços.
reintegração do indivíduo ao seu ambiente social e a sua 6.5. Ampliação do acesso
atividade profissional. Com o objetivo de superar o modelo biomédico de
atenção às doenças, propõem-se duas formas de inserção
AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA transversal da saúde bucal nos diferentes programas integrais
À atenção básica compete assumir a responsabilidade de saúde: 1) por linhas de cuidado; e, 2) por condição de vida.
pela detecção das necessidades, providenciar os A primeira prevê o reconhecimento de especificidades
encaminhamentos requeridos em cada caso e monitorar a próprias da idade, podendo ser trabalhada como saúde da
evolução da reabilitação, bem como acompanhar e manter a criança, saúde do adolescente, saúde do adulto e saúde do
reabilitação no período pós-tratamento. Considerando a idoso. Já a proposta de atenção por condição de vida
complexidade dos problemas que demandam à rede de compreende a saúde da mulher, saúde do trabalhador,
atenção básica e a necessidade de buscar-se continuamente portadores de necessidades especiais, hipertensos,
formas de ampliar a oferta e qualidade dos serviços diabéticos, dentre outras. Nesse sentido, ações de saúde
prestados, recomenda-se a organização e desenvolvimento bucal também estarão incluídas nos documentos específicos
de ações de: definindo as políticas para a intervenção governamental
1. Prevenção e controle do câncer bucal segundo as linhas de cuidado ou condição de vida.
a) realizar rotineiramente exames preventivos para Para os grupos a seguir destacam-se as seguintes
detecção precoce do câncer bucal, garantindo-se a orientações:
continuidade da atenção, em todos os níveis de 1. Grupo de 0 a 5 anos: organizar o ingresso de
complexidade, mediante negociação e pactuação com crianças deste grupo etário no sistema, no máximo a partir de
representantes das três esferas de governo. 6 meses, aproveitando as campanhas de vacinação,
b) oferecer oportunidades de identificação de lesões consultas clínicas e atividades em espaços sociais.
bucais (busca ativa) seja em visitas domiciliares ou em Desenvolver atividades em grupo de pais e/ou responsáveis
momentos de campanhas específicas (por exemplo: para informações, identificação e encaminhamento das
vacinação de idosos); crianças de alto risco ou com necessidades para atenção
c) acompanhar casos suspeitos e confirmados através individual, com ampliação de procedimentos, incluindo os de
da definição e, se necessário, criação de um serviço de ortopedia funcional dos maxilares e ortodontia preventiva.
referência, garantindo-se o tratamento e reabilitação. Não se recomenda criar “programas” específicos de saúde
d) estabelecer parcerias para a prevenção, bucal para esse grupo etário, verticalizados e isolados dos
diagnóstico, tratamento e recuperação do câncer bucal com demais programas de saúde. Ao contrário, é altamente
Universidades e outras organizações. recomendável que ações de saúde bucal voltadas a esse
2. Implantação e aumento da resolutividade do grupo sejam parte de programas integrais de saúde da criança
pronto-atendimento e, assim, compartilhadas pela equipe multiprofissional.
5.2. Grupo de crianças e adolescentes (6-18
a) organizar o pronto-atendimento de acordo com a anos): a atenção deve ser adaptada à situação
realidade local. epidemiológica, identificando e encaminhando os grupos de
b) avaliar a situação de risco à saúde bucal na consulta maior risco para atenção curativa individual. Ressalta-se a
de urgência; necessidade de organizar fluxos para garantir o atendimento
aos adolescentes.
c) orientar o usuário para retornar ao serviço e dar 5.3. Grupo de Gestantes: Considerando que a mãe
continuidade ao tratamento. tem um papel fundamental nos padrões de comportamento
3. Inclusão de procedimentos mais complexos na apreendidos durante a primeira infância, ações educativo-
atenção básica preventivas com gestantes qualificam sua saúde e tornam-se
Deve-se considerar a possibilidade de, em cada local, fundamentais para introduzir bons hábitos desde o início da
inserir na atenção básica procedimentos como pulpotomias, vida da criança. Deve-se realizar ações coletivas e garantir o
restauração de dentes com cavidades complexas ou atendimento individual. Em trabalho conjunto com a equipe de
pequenas fraturas dentárias e a fase clínica da instalação de saúde, a gestante, ao iniciar o pré-natal, deve ser
próteses dentárias elementares, bem como tratamento encaminhada para uma consulta odontológica, que
periodontal que não requeira procedimento cirúrgico. Tais minimamente inclua os seguintes atos:
procedimentos contribuem para aumentar o vínculo, ampliar a Tratamento bucal:
credibilidade e o reconhecimento do valor da existência do a) orientação sobre possibilidade de atendimento
serviço público odontológico em cada local, aumentando-lhe durante a gestação;
o impacto e a cobertura.
4. Inclusão da reabilitação protética na atenção b) exame de tecidos moles e identificação de risco à
básica saúde bucal;
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 63
c) diagnóstico de lesões de cárie e necessidade de
tratamento curativo; Tipos de DST:
– Aids: causada pela infecção do organismo humano
d) diagnóstico de gengivite ou doença periodontal pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). O HIV
crônica e necessidade de compromete o funcionamento do sistema imunológico
humano, impedindo-o de executar adequadamente sua
e) orientações sobre hábitos alimentares (ingestão de função de proteger o organismo contra as agressões
açúcares) e higiene externas, tais como: bactérias, outros vírus, parasitas e
em nenhuma hipótese a assistência será células cancerígenas;
f) compulsória, respeitando-se sempre à vontade da – Cancro mole: também chamada de cancro venéreo,
gestante, sob pena de gravíssima infração ética. popularmente é conhecida como cavalo. Manifesta-se através
de feridas dolorosas com base mole;
5.4. Grupo de adultos: os adultos, em especial os – Condiloma acuminado ou HPV: é uma lesão na
trabalhadores, têm dificuldades no acesso às unidades de região genital, causada pelo Papilomavirus Humano (HPV). A
saúde nos horários de trabalho convencionais destes doença é também conhecida como crista de galo, figueira ou
serviços. Estas situações conduzem a um agravamento dos cavalo de crista;
problemas existentes, transformando-os em urgência e
– Gonorréia: é a mais comum das DST. Também é
motivo de falta ao trabalho, além das consequentes perdas
conhecida pelo nome de blenorragia, pingadeira,
dentárias. Sugere-se disponibilizar horários de atendimento
esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge
compatíveis às necessidades de atenção a este grupo.
principalmente o colo do útero;
Integrar a atenção odontológica aos programas de
– Clamídia: também é uma DST muito comum e
saúde do trabalhador e segurança no trabalho, viabilizando a apresenta sintomas parecidos com os da gonorréia, como, por
detecção dos riscos específicos.
exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da
5.5. Grupo de idosos: a saúde bucal representa um urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia
fator decisivo para a manutenção de uma boa qualidade de podem não apresentar nenhum sintoma da doença, mas a
vida. Para garantir o acesso, o serviço pode organizar grupos infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando uma
de idosos(as)na unidade de saúde e instituições para grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações
desenvolver atividades de educação e prevenção. Pode como dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas
igualmente garantir atendimento clínico individual do idoso(a) (fora do útero), parto prematuro e até esterilidade;
evitando as filas e trâmites burocráticos que dificultem o
– Herpes: manifesta-se através de pequenas bolhas
acesso, com reserva de horários e dias específicos para o
localizadas principalmente na parte externa da vagina e na
atendimento. Ao planejar ações para este grupo, deve-se
ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira
levar em conta as disposições legais contidas no Estatuto do
intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha,
Idoso. causando uma ferida;
Como elemento estratégico para ampliar o acesso à
– Linfogranuloma venéreo: caracteriza-se pelo
assistência, sugere-se a aplicação de tecnologias inovadoras
aparecimento de uma lesão genital de curta duração (de três
que, a exemplo do tratamento restaurador atraumático (ART)
a cinco dias), que se apresenta como uma ferida ou como uma
e dos procedimentos periodontais de menor complexidade,
elevação da pele. Após a cura da lesão primária surge um
possibilitem abordagens de maior impacto e cobertura.
inchaço doloroso dos gânglios de uma das virilhas. Se esse
________ inchaço não for tratado adequadamente, evolui para o
Fonte: DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE rompimento espontâneo e formação de feridas que drenam
SAÚDE BUCAL/2004 - pus;
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacion – Sífilis: manifesta-se inicialmente como uma pequena
al_brasil_sorridente.htm ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas
(caroços) nas virilhas. A ferida e as ínguas não doem, não
coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo
DOENÇAS SEXUALMENTE tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à
pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não
TRANSMISSÍVEIS E INFECÇÃO PELO HIV. for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das
causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença
principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha, do coração, paralisias;
com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se – Tricomoníase: os sintomas são, principalmente,
manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou corrimento amarelo-esverdeado, com mau cheiro, dor durante
verrugas. o ato sexual, ardor, dificuldade para urinar e coceira nos
Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida órgãos sexuais. Na mulher, a doença pode também se
resolução. Outras, contudo, têm tratamento mais difícil ou localizar em partes internas do corpo, como o colo do útero. A
podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora maioria dos homens não apresenta sintomas. Quando isso
relatada pelos pacientes. As mulheres, em especial, devem ocorre, consiste em uma irritação na ponta do pênis.
ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-
não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar
comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As
periódicas ao médico. Algumas DST, quando não informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem
diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para apenas caráter educativo.
complicações graves e até a morte. Algumas DST também
podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante A melhor maneira de evitar os transtornos da infecção
a gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a por DST é a prevenção. Confira como se cuidar:
interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões • Use camisinha: além de evitar a gravidez indesejada,
ao feto, outras podem também ser transmitidas por transfusão a camisinha é um dispositivo de proteção contra
de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e diversas DSTs, como Aids, sífilis e alguns tipos de
agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis.
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64 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
hepatite. Guarde-a sempre em local sem objetos
que possam perfurá-la e ao abrigo do calor.
PROBLEMAS CLÍNICOS PREVALENTES
• Cuide de sua higiene pessoal: lave sempre e bem as NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: NOÇÕES DE
mãos. Exija equipamentos descartáveis ou TUBERCULOSE, HANSENÍASE, DENGUE,
esterilizados em consultórios médicos, HIPERTENSÃO E DIABETES MELLITUS,
odontológicos e de acupuntura. Essa regra
também vale para barbearias e salões de DIARREIA E DESIDRATAÇÃO.
manicure. Não compartilhe lâminas de barbear ou TUBERCULOSE
escovas de dentes. Mantenha sua vacinação em A tuberculose é uma doença infectocontagiosa
dia. causada pelo Mycobacterium tuberculosis, popularmente
• Evite o uso de drogas injetáveis. conhecido como bacilo de Koch (BK), que entra no organismo
pelas vias aéreas superiores e se aloja no pulmão ou em
/// outras partes do corpo.
01. (IGEDUC - Prefeitura do Bom Jardim - Agente de Combate Os sintomas da tuberculose estão normalmente
às Endemias - 2023) Julgue os itens subsequentes. relacionados com o local que a bactéria se encontra, sendo
I- O vírus HPV é altamente contagioso, sendo possível mais comum existirem sintomas respiratórios como tosse
contaminar-se com uma única exposição, e a sua seca e com sangue, dor no peito e dificuldade para respirar.
transmissão acontece por contato direto com a pele ou É importante que a pessoa consulte o infectologista ou
mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, o clínico geral assim que surgirem os primeiros sintomas
podendo ocorrer mesmo na ausência de penetração sugestivos de tuberculose, pois assim é possível iniciar o
vaginal ou anal. tratamento precoce, que costuma ser feito com uma
II- A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível que combinação de antibióticos.
se cura com uso de antibiótico. Esse tipo de medicação
não gera uma proteção para toda a vida, razão pela qual Principais sintomas
se pode voltar a contrair a infeção. Os sintomas da tuberculose estão principalmente
III- A infecção pelo vírus herpes simples torna-se relacionados com o desenvolvimento da bactéria nos
particularmente perigosa na gravidez, período no qual é pulmões, podendo haver tosse seca e persistente com ou sem
comum a reativação de infecções passadas ou mesmo o sangue, perda de peso, dor no peito ao tossir e dificuldade
surgimento de infecções primárias. respiratória.
IV- O reservatório da bactéria causadora do cancro mole é o No entanto, quando a bactéria desenvolve-se em
homem, e o contato sexual direto é tido como a única outros órgãos, é possível que surjam outros sintomas como
forma de contágio. cansaço excessivo, suor noturno, febre e inchaço no local em
que a bactéria está instalada.
02. (Consulplan - SEAS RO - Técnico em Enfermagem - 2023)
As infecções sexualmente transmissíveis podem surgir Como se transmite?
antes ou durante a gravidez e prejudicar a saúde da mãe A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, portanto,
e do bebê, trazendo complicações como parto prematuro; a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão.
aborto; baixo peso ao nascer; e, atraso no O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas
desenvolvimento. Dentre as alternativas a seguir, a de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser
principal medida a ser tomada para com a gestante para aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Má
controle, tratamento e prevenção dos agravos associados alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de
à sífilis congênita e que está preconizada pelo Ministério drogas ilíticas ou qualquer outro fator que gere baixa
da Saúde é: resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da
A Vacinação. doença.
B Medicação antirretroviral.
C Realização de testes rápidos. Como tratar?
D Aconselhamento quanto à suspensão da amamentação. O tratamento é à base de antibióticos e tem duração
E Informação das complicações que a sífilis pode causar no de seis meses. É 100% eficaz, mas não pode haver abandono
bebê. nem irregularidade. Muitas vezes o paciente não recebe o
devido esclarecimento e acaba desistindo antes do tempo, por
03. (FUNDATEC - Prefeitura de Nova Candelária - Agente sentir melhora acentuada já nas primeiras semanas de
Comunitário de Saúde - 2023) As infecções sexualmente terapia. Para evitar o abandono do tratamento é importante
transmissíveis são causadas por uma série de agentes que o paciente seja acompanhado por equipes com médicos,
etiológicos e transmitidas, principalmente, por contato enfermeiros, assistentes sociais e visitadores devidamente
sexual e, de forma eventual, por via sanguínea. Tais preparados, sendo indicado o regime de Tratamento
infecções ainda podem ser contraídas de outras maneiras. Diretamente Observado (TDO), em que o profissional de
Assinale a alternativa que contém outra forma de saúde acompanha e observa a correta ingestão dos
transmissão de IST’s. medicamentos. O tratamento irregular pode complicar a
A Pelo aperto de mãos ou ao conversar muito perto de doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose
pessoas contaminadas. resistente às drogas utilizadas e, portanto, mais difícil de ser
B Através de assentos aquecidos em ônibus ou em cadeiras tratada.
e bancos públicos.
C Após ter contato com o suor da pessoa infectada. Como se prevenir?
D Da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a A principal maneira de prevenir a tuberculose é com a
amamentação. vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), disponível
E Por contato físico, não necessariamente sexual ou gratuitamente no SUS. Essa vacina deve ser dada às crianças
sanguíneo. ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias
de idade e protege contra as formas mais graves da doença,
Gabarito: 01/CCCC; 02/C; 03/D como a tuberculose miliar e a meníngea.
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 65
Ainda como medida preventiva, é necessário avaliar
familiares e outros contatos do paciente para que não HANSENÍASE
desenvolvam a forma ativa da tuberculose.
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa
A tuberculose é um dos agravos fortemente
caracterizada por sintomas como manchas na pele,
influenciados pelos determinantes sociais, apresentando
sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas
relação direta com a pobreza e a exclusão social. Assim, além
extremidades. Eles costumam ser mais comuns na pele, nos
dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada
olhos, no nariz e na garganta, além de poderem causar
pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento, muitas vezes,
sérias incapacidades físicas.
está ligado às condições precárias de vida, afetando grupos
Também chamada de bacilo de Hansen, no passado
populacionais em situações de maior vulnerabilidade, como:
a hanseníase era conhecida como lepra. O Brasil ocupa o
– indígenas;
segundo lugar no ranking mundial, com 28.660 casos de
– pessoas privadas de liberdade;
hanseníase, atrás da Índia, que conta com 120.334 casos de
– pessoas que vivem com HIV/aids; acordo com dados de 2019 da Organização Mundial da
– pessoas em situação de rua. Saúde (OMS).
Tipos de tuberculose Causas
De acordo com o local que a bactéria da tuberculose A hanseníase é causada pela bactéria
se instala e desenvolve-se, a tuberculose pode ser Mycobacterium leprae, que costuma evoluir lentamente no
classificada em alguns tipos, sendo os principais: corpo e pode levar até 20 anos para que os primeiros
• Tuberculose pulmonar: É a forma mais comum da sintomas apareçam.
doença e ocorre devido a entrada do bacilo nas vias
respiratórias superiores e alojamento nos pulmões. Esse tipo Transmissão da hanseníase
de tuberculose é caracterizado por tosse seca e constantes
A transmissão da hanseníase acontece por via
com ou sem sangue, sendo a tosse a principal forma de
respiratória, sobretudo no contato com o infectado
contágio, já que as gotículas de saliva liberadas por meio da
prolongado, íntimo e não casual. Logo após o início do
tosse contêm os bacilos de Koch, podendo infectar outras
tratamento, o contágio se torna mais difícil. O período de
pessoas;
incubação da doença pode durar de seis meses a seis anos.
• Tuberculose miliar: É uma das formas mais graves
Indivíduos com a forma multibacilar da hanseníase
da tuberculose e ocorre quando o bacilo entra na corrente
apresentam grande quantidade de bacilos na secreção nasal
sanguínea e chega a todos os órgãos, havendo risco de
- facilitando a transmissão por gotículas de saliva ou
meningite. Além do pulmão ser gravemente acometido, outros
secreções do nariz.
órgãos também podem ser;
• Tuberculose óssea: Apesar de não ser muito
Hanseníase é contagiosa?
comum ocorre quando o bacilo consegue penetrar e se
A hanseníase é uma doença contagiosa e tem o ser
desenvolver nos ossos, o que pode provocar dor e inflamação,
humano como o principal reservatório natural da bactéria
que nem sempre é inicialmente diagnosticada e tratada como
causadora da patologia. Porém, a M. leprae também pode
sendo tuberculose;
ser encontrada em esquilos, macacos e tatus.
• Tuberculose ganglionar: É causada pela entrada
do bacilo no sistema linfático, podendo acometer os gânglios
do tórax, virilha, abdômen ou, mais frequentemente, do Tipos
pescoço. Esse tipo de tuberculose extrapulmonar não é A hanseníase pode ser classificada em hanseníase
contagioso e tem cura quando tratado da maneira correta; paucibacilar (com poucos ou nenhum bacilo nos exames)
• Tuberculose pleural: Ocorre quando o bacilo
ou hanseníase multibacilar (com muitos bacilos). A forma
acomete a pleura, tecido que reveste os pulmões, causando multibacilar não tratada possui alto potencial de
intensa dificuldade em respirar. Esse tipo de tuberculose transmissão.
extrapulmonar não é contagioso, no entanto pode ser
adquirido ao se entrar em contato com pessoa com Hanseníase paucibacilar
tuberculose pulmonar ou ser uma evolução da tuberculose • Hanseníase indeterminada: estágio inicial da
pulmonar. doença, com um número de até cinco manchas de contornos
É importante que o tipo de tuberculose seja identificado mal-definidos e sem comprometimento neural
pelo infectologista ou clínico geral de acordo com os sintomas • Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas de
apresentados pela pessoa e resultado de exames, pois assim até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido
é possível que possa ser iniciado o tratamento adequado para e podendo ocorrer neurite (inflamação do nervo)
combater a bactéria e, assim, prevenir o desenvolvimento da
doença e surgimento de complicações. Hanseníase multibacilar
No caso da tuberculose pulmonar, o diagnóstico pode • Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e
ser feito por meio da realização de raio-x de tórax e exame do placas, acima de cinco lesões, com bordos às vezes bem ou
escarro com pesquisa do bacilo da tuberculose, também pouco definidos, com comprometimento de dois ou mais
chamado de pesquisa de BAAR (Bacilo Álcool-Ácido nervos e ocorrência de quadros reacionais com maior
Resistente). Para diagnosticar a tuberculose extrapulmonar frequência
recomenda-se a realização de biópsia do tecido
afetado. Pode-se ainda realizar um teste cutâneo de
• Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada
da doença, em que há dificuldade para separar a pele normal
tuberculina, conhecido também por teste de Mantoux ou PPD,
da danificada, podendo comprometer nariz, rins e órgãos
que é negativo em 1/3 dos pacientes. Entenda como é feito o
reprodutivos masculinos e haver a ocorrência de neurite e de
PPD.
eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-
dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar Sintomas
doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As Sintomas de hanseníase
informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem Os sintomas da hanseníase são manchas mais
apenas caráter educativo. claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis
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66 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
e com limites imprecisos. A doença ainda provoca alteração fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), variando de
da sensibilidade no local, associada à perda de pelos e à seis meses nas formas paucibacilares a um ano nos
ausência de transpiração. multibacilares - podendo ser prorrogado ou feita a
Quando o nervo de uma área é afetado, surgem substituição da medicação em casos especiais.
dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, Após a primeira dose da medicação, não há mais
com desenvolvimento de incapacidades físicas. risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode
Nas fases agudas, podem aparecer caroços conviver em meio à sociedade.
(nódulos) e/ou inchaços (edema) nas partes mais frias do
corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés. Tem cura?
Os sintomas da hanseníase incluem: A hanseníase tem cura. Para isso, quanto mais
• Sensação de formigamento precoce for o diagnóstico, mais rápido e fácil será o
• Fisgadas ou dormência nas extremidades tratamento e a solução da doença.
• Manchas brancas ou avermelhadas na pele Atualmente, em todo o mundo, o tratamento para
• Perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato hanseníase é oferecido gratuitamente. Os países com maior
• Áreas da pele aparentemente normais que têm detecção de casos são os menos desenvolvidos ou com
superpopulação.
alteração da sensibilidade e da secreção de suor
• Nódulos e placas em qualquer local do corpo
Prevenção
A prevenção da hanseníase baseia-se em em
Sintomas de hanseníase avançada
medidas básicas de higiene (lavagem de mãos) e aplicação
Quando a hanseníase está na fase avançada, os
da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o
sintomas são:
mesmo domicílio com o portador da doença.
• Diminuição da força muscular (dificuldade para
A vacina é composta pelo bacilo de Calmette &
segurar objetos)
Guérin, obtido pela atenuação do Mycobacterium bovis, uma
• Paralisia de mãos e pés
das bactérias que causa a tuberculose.
• Encurtamento dos dedos devido à lesão dos nervos
No Brasil, a vacina faz parte do calendário
que controlam os músculos obrigatório. O Programa Nacional de Imunizações do
• Úlceras crônicas na sola dos pés Ministério da Saúde no Brasil recomenda atualmente a
• Cegueira vacinação universal das crianças contra tuberculose.
• Perda de sobrancelhas É importante que seja dada logo ao recém-nascido.
• Edema do nariz e orelhas (inchaço) Se isso não for possível, deve ser ministrada após o primeiro
mês de vida. Ela pode ser tomada por crianças com
Diagnóstico sorologia positiva de HIV que não apresentam sintomas ou
O diagnóstico de hanseníase é inicialmente clínico por filhos de mulheres soropositivas assintomáticas.
e epidemiológico. São feitos exames dermatológicos e Embora sejam doenças distintas, a tuberculose e a
neurológicos para identificar lesões ou áreas de pele com hanseníase são causadas por bactérias do gênero
alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos mycobacterium. No caso da tuberculose, o Mycobcterium
periféricos, com alterações sensitivas, motoras e/ou tuberculosis e, na hanseníase, o Mycobacterium leprae.
autonômicas. Portanto, a vacina BCG, usada para prevenir a tuberculose,
Os principais exames para confirmação da pode oferecer proteção contra a hanseníase.
hanseníase são:
• Exame baciloscópico de esfregaço cutâneo biópsia DENGUE
cutânea
• Pesquisa do DNA da bactéria em fragmentos de É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se
tecido (PCR) apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de alguns
• Pesquisa de anticorpos anti-PGL-1 no sangue
fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo
(exame só disponível em laboratórios de pesquisa) vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas
(diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).
Na consulta médica
Microrganismo envolvido
Especialistas que podem diagnosticar a hanseníase
são: O vírus do dengue pertence à família dos flavivírus e é
classificado no meio científico como um arbovírus, os quais
• Dermatologista
são transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti. São
• Infectologista
conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.
• Clínico geral
Sintomas
Tratamento
O doente pode apresentar sintomas como febre, dor
Tratamento da hanseníase de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não
Medicamentos para hanseníase apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas
Os medicamentos usualmente utilizados no vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor
tratamento da hanseníase são composto por antibióticos abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem
(rifampicina, dapsona) e antibactericidas, como clofazimina. indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é
Embora o tratamento possa curar a doença e evitar a um quadro grave que necessita de imediata atenção médica,
sua progressão (piora), não reverte os danos nos nervos ou pois pode ser fatal.
a desfiguração física que podem ter ocorrido antes do É importante procurar orientação médica ao surgirem
diagnóstico. Assim, é muito importante que a doença seja os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem
diagnosticada o mais cedo possível, antes que ocorra ser confundidas com outras doenças, como febre amarela,
qualquer lesão permanente do sistema nervoso. malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de
O tratamento da hanseníase é administrado por via gravidade da doença.
oral - consiste na associação de dois ou três medicamentos
e é denominado poliquimioterapia. O processo é gratuito e
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 67
Todos os quatro sorotipos de dengue 1, 2, 3 e 4 podem C Malária.
produzir formas assintomáticas, brandas e graves, incluindo D Febre Amarela.
fatais. Deve-se levar em consideração três aspectos: E Chikungunya.
1. Todos os quatro sorotipos podem levar ao dengue
grave na primeira infecção, porém com maior frequência após 02. (IBFC - 2019 - Prefeitura de Cruzeiro do Sul - AC - Agente
a segunda ou terceira, sem haver diferença estatística de Controle em Zoonoses) O aumento de ocorrência da
comprovada se após a segunda ou a terceira infecção; Dengue tem se constituído em um crescente objeto de
2. Existe uma proporção de casos que têm a infecção preocupação para a sociedade e, em especial, para as
subclínica, ou seja, são expostos à picada infectante do autoridades de saúde. Sobre a dengue, assinale a
mosquito Aedes aegypti mas não apresentam a doença alternativa correta.
clinicamente, embora fiquem imunes ao sorotipo com o qual A O ciclo de transmissão da dengue tem início quando o
se infectaram; isso ocorre com 20 a 50% das pessoas mosquito Aedes aegypti, fêmea ou macho, pica uma
infectadas; pessoa com dengue
3. A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é B Após a picada do mosquito, a doença demora no máximo
predominantemente mais grave que a primeira, 48 horas para se manifestar
independentemente dos sorotipos e de sua sequência. No C Depois de adulto, o mosquito Aedes aegypti vive em média
entanto, os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos. de 30 a 35 dias
É importante lembrar que muitas vezes a pessoa não D O ciclo de vida do mosquito apresenta três fases: ovo, pupa
sabe se já teve dengue por duas razões: uma é que pode ter e adulto
tido a infecção subclínica (sem sinais e sem sintomas), e outra
é pelo fato da facilidade com que o dengue, principalmente Gabarito: 01/C; 02/C
nas formas brandas, pode confundir-se com outras viroses
febris agudas.
HIPERTENSÃO
Como se transmite? A pressão alta, ou hipertensão arterial, afeta cerca
A doença é transmitida pela picada da fêmea do de 38,1 milhões de brasileiros acima dos 18 anos. A
mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato doença é causada quando a força do sangue contra as
direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de artérias (vasos sanguíneos) é muito alta e dificulta a
fontes de água ou alimento. circulação. Raramente apresenta sinais ou sintomas de alerta,
mas pode tornar-se uma inimiga caso não seja regularmente
Como tratar? medida e tratada. Continue a leitura e entenda mais sobre os
Todas as pessoas com febre de menos de sete dias fatores de risco e os tratamentos para hipertensão.
durante uma epidemia ou por casos suspeitos de dengue, cuja
evolução não é possível predizer, devem procurar tratamento Fatores de risco para hipertensão
médico onde algumas rotinas estão estabelecidas para o Na maioria dos casos, não se sabe exatamente como
acompanhamento, conforme a avaliação clínica inicial e a pressão arterial se desequilibra. Mas alguns fatores de risco
subsequente, quanto a possibilidade de evolução para para hipertensão podem fazer com que a doença se
gravidade. A hidratação oral (com água, soro caseiro, água de desenvolva, tais como:
coco), ou venosa, dependendo da fase da doença, é a Fatores de risco não controláveis
medicação fundamental e está indicada em todos os casos • Idade - homens acima dos 55 anos e mulheres
em abundância. Não devem ser usados medicamentos à base acima dos 65 têm mais chances de desenvolver pressão alta;
de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e • Genética - se você tem algum parente próximo que
AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias. tenha pressão alta, suas chances de desenvolver a doença
são maiores.
Como se prevenir?
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os Fatores de risco controláveis
focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do • Excesso de peso - o sobrepeso dificulta a
mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não circulação do sangue, o que pode aumentar a pressão nos
acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, vasos;
tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de • Excesso de sal - o sódio retém água no organismo,
plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, o que pode obstruir os vasos sanguíneos;
latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. • Sedentarismo - não praticar exercícios físicos
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões- aumenta as chances de desenvolver a hipertensão;
dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar • Tabagismo - substâncias tóxicas presentes no
doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As cigarro contraem os vasos sanguíneos, o que aumenta a
informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem pressão arterial;
apenas caráter educativo. • Consumo de álcool - além de ser muito calórico, o
álcool aumenta a pressão arterial no organismo;
QUESTÕES DE CONCURSOS • Estresse - passar por muitas situações de estresse
no dia a dia pode ser um fator de risco para a pressão alta.
01. (MetroCapital Soluções - 2021 - Prefeitura de Nova
Odessa - SP - Professor de Educação Básica) O Aedes Ter um ou mais dos fatores de risco para hipertensão
não significa que você tem a doença. Meça a pressão arterial
aegypti é um mosquito escuro, pequeno e delgado, que
possui hábitos diurnos e vive dentro ou nas proximidades a cada três anos se você está entre 19 e 64 anos e
das habitações humanas. Esse mosquito reproduz-se, em anualmente para idade igual ou superior a 65 anos.
água parada, como lagos, e água contida em garrafas,
vasos e pneus velhos jogados, em quintais, entre outros Complicações da hipertensão
exemplos. Qual das doenças, abaixo, não está Apesar de ser uma doença silenciosa, ou seja, não
relacionada a esse vetor? apresentar sintomas, a pressão alta pode ser um fator de
A Zika. risco para diversas doenças. Se não for controlada, pode
B Dengue. sobrecarregar o coração e também acelerar o processo de
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68 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
obstrução arterial, conhecido como aterosclerose. As Distúrbios cardíacos e renais; Cansaço extremo; Náusea;
complicações da hipertensão podem ser as seguintes: Sede além do normal; Perda de peso; Infecções frequentes.
• Ataque cardíaco; Há outros sintomas menos frequentes e mais graves:
• Acidente vascular cerebral; Dificuldade de curar cortes e machucados; Coceira na pele
• Insuficiência cardíaca; (geralmente na área vaginal ou da virilha); Perda da visão;
• Insuficiência renal. Impotência. Algumas pessoas, no entanto, não apresentam
Todas as pessoas devem conhecer o nível de sua sintomas.
pressão arterial com a supervisão de um profissional de
saúde. . Tipos de diabetes
Na verdade, não se trata de uma doença única, mas
Tratamentos para hipertensão de um conjunto de doenças com uma característica em
O tratamento para hipertensão pode ser feito com o comum: aumento da concentração de glicose no sangue
uso de medicamentos. Entretanto, eles não curam a provocado por duas diferentes situações.
hipertensão. Para a maioria das pessoas, o tratamento I- Diabetes tipo 1
precisa ser contínuo, por toda a vida. Por isso, tome sua Este tipo de diabetes é uma doença autoimune. Ou
medicação regularmente, mesmo que você esteja se sentindo seja, o sistema que seria responsável por defender o corpo de
bem. Nunca se automedique. infecções (o sistema imunológico) atua de forma contrária e
Existem alguns hábitos recomendados para quem acaba lutando contra uma parte do próprio organismo. No
tem o problema e que também ajudam a prevenir a pressão diabetes, por exemplo, o sistema imunológico ataca as células
alta, veja quais são: do pâncreas responsáveis pela produção de insulina,
• Reduza o sal - consuma até cinco gramas de sal por matando-as. Assim, este órgão passa a produzir pouca ou
dia (uma colher de chá rasa). Prefira alimentos nenhuma insulina. Por conta disto, quem tem diabetes do tipo
frescos e feitos em casa, já que os industrializados 1 deve tomar insulina todos os dias. Em outras palavras, o
têm alto teor de sal. pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A instalação da
• Pratique exercícios físicos - faça, no mínimo, 30 doença ocorre mais na infância e adolescência e é
minutos de exercício físico moderado (como a insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções
caminhada), cinco dias por semana; diárias de insulina.
• Limite o consumo álcool - o consumo diário de
álcool deve ser limitado a uma dose para mulheres - Principais sintomas do diabetes tipo 1
e a duas doses para os homens. Uma dose Vontade de urinar diversas vezes, fome frequente,
equivale a uma lata de cerveja (330ml) ou uma taça sede constante, perda de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo,
de vinho (100ml); mudanças de humor, náusea e vômito.
• Não fume - o cigarro não causa pressão alta, mas
agrava o quadro, aumentando a ocorrência de II- Diabetes do tipo 2
ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. As células são resistentes à ação da insulina. A
incidência da doença que pode não ser insulinodependente,
DIABETES MELLITUS em geral, acomete as pessoas depois dos 40 anos de idade.
Esta é a forma mais comum do diabetes. Entre 90% a 95%
O Diabetes é uma doença séria, que requer cuidados das pessoas que são diagnosticadas com esta doença, tem o
especiais e é a terceira causa de morte no mundo. Mas há tipo 2. Este diabetes está associada à velhice, obesidade,
como lidar com ela de maneira tranquila. Neste sentido, histórico da moléstia na família e de diabetes gestacional,
prevenção, controle e informação são os caminhos mais além do sedentarismo. Nada menos do que 80% das pessoas
indicados para isso. A desinformação em conjunto com o pior que têm diabetes tipo 2 estão acima do peso ideal. Por causa
da vida moderna, o sedentarismo e os maus hábitos do aumento da obesidade entre crianças e adolescentes, já
alimentares, é a grande responsável pelo agravamento do que as dietas de hoje em dia não são nada saudáveis, esta
quadro da Diabetes. No entanto, ao se adotar um estilo de doença tem aumentando nestas faixas etárias. Nesta doença,
vida saudável é possível controlar e até evitar a doença. quase sempre o pâncreas produz a quantidade suficiente de
insulina, mas, por razões desconhecidas, o corpo não
- Glicose & Insulina consegue utilizar esta substância de forma efetiva. A este
Para entender a Diabetes é preciso saber, antes de problema dá-se o nome de resistência à insulina. Depois de
mais nada, que glicose e insulina dependem uma da outra e alguns anos de resistência, a produção desta substância
que absolutamente ninguém sobrevive sem elas. Podemos acaba diminuindo. O resultado é o mesmo de diabetes do tipo
encontrar vários conceitos sobre o assunto e, a cada 1: a glicose produzida na digestão não é utilizada como
pesquisa, novas informações são acrescentadas de forma a combustível pelo corpo. Este tipo de diabetes pode causar
ajudar as pessoas que passam por este infortúnio. De acordo sérias complicações. Por isso, é muito importante reconhecer
com o Dr. Drauzio Varella, a Diabetes Mellitus é uma doença os sintomas desta doença. Eles se desenvolvem de forma
do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção gradual. Ao contrário do que ocorre na do tipo 1, eles não
de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função aparecem repentinamente. Mas podem ser bastante
é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em parecidos e são reflexos do aumento da quantidade de açúcar
energia, a fim de que seja aproveitada por todas as células. A no sangue.
ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na - Principais sintomas do diabetes tipo 2
queima do açúcar, como na sua transformação em outras Infecções frequentes; alteração visual (visão
substâncias (proteínas, músculos e gordura). embaçada), dificuldade na cicatrização de feridas,
formigamento nos pés e furúnculos.
. Sintomas da Diabetes
Poliúria, ou seja, a pessoa urina demais e, como isso . Diabetes gestacional
a desidrata, sente muita sede (polidpsia); Aumento do apetite; Ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos,
Alterações visuais; Impotência sexual; Infecções fúngicas na é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe. É uma
pele e nas unhas; Feridas, especialmente nos membros doença caracterizada pelo aumento do nível de açúcar no
inferiores, que demoram a cicatrizar; Neuropatias diabéticas sangue que aparece pela primeira vez na gravidez. Este
provocada pelo comprometimento das terminações nervosas;
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 69
problema acontece em cerca de 4% das mulheres que ficam - Neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de
grávidas. Ela pode desaparecer depois do parto ou emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando
transformar-se num diabetes do tipo 2. Ainda, menos comum, sintomas, como formigamento, dormência ou queimação das
encontramos alguns tipos de diabetes associados a outras pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio,
patologias como as pancreatites alcoólicas, uso de certos enfraquecimento muscular, traumatismo dos pelos, pressão
medicamentos, entre outras. baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e
impotência.
. Fatores de risco - Pé diabético: ocorre quando uma área machucada
Obesidade (inclusive a obesidade infantil); ou infeccionada nos pés de quem tem diabetes desenvolve
Hereditariedade; Falta de atividade física regular; uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a
Hipertensão; Níveis altos de colesterol e triglicérides; circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são
Medicamentos, como os à base de cortisona; Idade mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado
acima dos 40 anos (para o diabetes tipo II); Estresse rapidamente para evitar complicações que podem levar à
emocional. amputação do membro afetado.
- Infarto do miocárdio e acidente vascular: ocorrem
. Prevenção quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando
- Alimentação: o diabético deve procurar ajuda para à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração
elaborar o cardápio adequado para seu caso. Não é e o cérebro. O bom controle da glicose, a atividade física e os
necessário que se prive por toda a vida dos alimentos de que medicamentos que possam combater a pressão alta, o
mais gosta. Uma vez ou outra, o diabético poderá saboreá-los aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo são
desde que o faça com parcimônia. medidas imprescindíveis de segurança. A incidência desse
- Exercícios físicos: um programa regular de problema é de duas a quatro vezes maior em pessoas com
exercícios físicos irá ajudar a controlar o nível de açúcar no diabetes.
sangue. Portanto, eles devem ser prioridade na rotina de vida - Infecções: o excesso de glicose pode causar danos
do diabético. ao sistema imunológico, aumentando o risco da pessoa com
- Fumo: o fumo provoca estreitamento das artérias e diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque
veias. Como o diabetes compromete a circulação nos os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate a vírus,
pequenos vasos sanguíneos (retina e rins) e nos grandes bactérias etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O
vasos (coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e
o aparecimento de complicações; bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva,
pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica.
- Exames laboratoriais: o controle da pressão arterial
e dos níveis de colesterol e triglicérides deve ser feito com __________
regularidade; Por Silvana Teixeira
- Medicamentos contraindicados: medicamentos à Fontes: Minha Vida, Drauzio Varella, Diabetes.org
base de cortisona aumentam os níveis de glicose no sangue.
Evite-os; QUESTÕES DE CONCURSOS
- Diagnóstico: o diagnóstico precoce é o primeiro 01. (FAU UNICENTRO - Prefeitura de Fernandes Pinheiro -
passo para o sucesso do tratamento. Procure logo um serviço Agente Comunitário de Saúde - 2022) Assinale a
de saúde se está urinando demais e sentindo muita sede e alternativa que completa a frase a seguir de forma correta:
muita fome. “O Diabete Mellitus é uma doença que acontece quando o
organismo produz pouca ou nenhuma ______________
. Tratamento (hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no
- O tipo I é também chamado de insulinodependente, sangue), e com isso o corpo inteiro adoece”.
porque exige o uso de insulina por via injetável para suprir o A A palavra que completa de forma correta a frase acima é:
organismo desse hormônio que deixou de ser produzido pelo Obesidade.
pâncreas. A suspensão da medicação pode provocar a B A palavra que completa de forma correta a frase acima é:
cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar Progesterona.
a vida em risco. C A palavra que completa de forma correta a frase acima é:
- O tipo II não depende da aplicação de insulina e pode Doença.
ser controlado por medicamentos ministrados por via oral. A D A palavra que completa de forma correta a frase acima é:
doença descompensada pode levar ao coma hiperosmolar, Insulina.
uma complicação grave que pode ser fatal. E A palavra que completa de forma correta a frase acima é:
- Dieta alimentar equilibrada é fundamental para o Açúcar.
controle do diabetes. A orientação de uma nutricionista e o
acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar 02. (FAURGS - SES RS - Técnico em Enfermagem - 2022)
muito a reduzir o peso e, como consequência, cria a São sinais e sintomas da Diabete Melito tipo 1
possibilidade de usar doses menores de remédios. A polidipsia, polifagia, poliúria e aumento ponderal.
- Atividade física é de extrema importância para reduzir B poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal.
o nível da glicose nos dois tipos de diabetes. C adipsia, poliúria, polifagia, aumento ponderal.
D poliúria, adipsia, hiperfagia, perda ponderal.
. Complicações E hiperfagia, polidipsia, polifagia, aumento ponderal.
- Retinopatia diabética: lesões que aparecem na
retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, 03. (FCC - TRT 18 - Técnico Judiciário - Área: Enfermagem
como consequência, a perda da acuidade visual. do Trabalho - 2023) Durante a consulta a um trabalhador
- Nefropatia diabética: alterações nos vasos portador de Diabetes Mellitus, o médico registrou no
sanguíneos dos rins que fazem com que ocorra uma perda de prontuário queixa de poliúria. Esse termo médico é
proteína pela urina. O órgão pode reduzir a sua função utilizado para designar os casos em que o paciente
lentamente, mas de forma progressiva até a sua paralisação A apresenta diminuição no volume de urina nas 24 horas.
total. B elimina sangue pela urina.
C elimina quantidades excessivas de urina nas 24 horas.
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D vai diversas vezes ao banheiro em curto período de tempo. cafezinho), de sal e uma colher grande (tipo sopa), de açúcar.
E apresenta vontade de urinar várias vezes durante a noite. Misture bem e ofereça o dia inteiro ao doente em pequenas
colheradas.
Gabarito: 01/D; 02/B; 03/C IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-
dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar
DIARREIA E DESIDRATAÇÃO. doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As
informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem
A diarréia é um desarranjo do intestino com aumento
apenas caráter educativo.
do número de evacuações e fezes amolecidas ou líquidas.
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• Confiança para feedbacks: é essencial poder É com essa habilidade que atingimos a resiliência,
contar com um retorno sincero e honesto e fazer o mantendo o equilíbrio das nossas emoções, potencializada
mesmo para os colegas, já que o feedback leva ao pelo autoconhecimento.
crescimento e aprimoramento 3. Diálogo
• Aumento de produtividade: quando o Estar aberto ao diálogo é parte fundamental de um
relacionamento interpessoal é positivo, os relacionamento interpessoal.
profissionais trabalham em equipe de forma mais Não estamos falando apenas de dizer o que quiser,
ágil, dividindo tarefas quando alguém está mas fazê-lo de forma assertiva, com clareza, precisão,
sobrecarregado e cumprindo prazos com mais coerência e objetividade.
facilidade. Essa prática nos ajuda a entender, aceitar e conviver
A seguir, conheça alguns fatores que podem com a diversidade, a expandir nossos horizontes e a nos
trazer dificuldades para um relacionamento interpessoal. desenvolvermos como pessoa e como profissionais.
4. Atenção
O que causa dificuldade de relacionamento Não esqueça que, em um diálogo, ouvir é tão
interpessoal? importante quanto falar – ou muito mais.
São muitos os motivos que nos levam a desenvolver Isso não se resume a apenas ficar quieto e não
um relacionamento interpessoal negativo, criando conflitos interromper.
A falta de habilidade de se comunicar de forma Estamos falando sobre ouvir atentamente o que o
assertiva é uma delas, afinal, não basta apenas jogar sua outro tem a dizer, praticando a escuta ativa, abrindo espaço
mensagem para o mundo, é preciso que você o faça da para que o outro mostre seu olhar, seus motivos, suas
maneira adequada, com clareza, respeito e transparência. experiências.
Uma mensagem interpretada de forma errada, um tom 5. Respeito
de voz ríspido ou um vocabulário mal aplicado podem O relacionamento interpessoal requer respeito.
causar interações disfuncionais, onde uma pessoa tenta Isso não quer dizer concordar com tudo ou se
comunicar algo e seu interlocutor entende uma mensagem obrigar a mudar de opinião, apenas tratar a pessoa como um
diferente. ser igual a você, que merece ser ouvido, tratado de forma
A falta de empatia também é responsável pela origem educada e levada em consideração.
de divergências, pois ao não ter a capacidade de se colocar 6. Empatia
no lugar do outro e enxergar um ponto de vista diferente ou Por fim, mas não menos importante, está a empatia,
entender os motivos disso, assume-se um comportamento que nos ajuda a dialogar, a respeitar, escutar com atenção, a
egoísta. nos adaptarmos ao outro e até mesmo a nos conhecermos
É claro que as pessoas possuem perfis e melhor.
comportamentos variados, mas saber conduzir um Se você conseguir se colocar no lugar da outra
relacionamento interpessoal positivamente facilita a pessoa e levar em consideração suas dores, poderá
convivência com a diversidade. entender com mais facilidade os motivos de alguns
comportamentos.
Quer construir bons relacionamentos interpessoais? Dessa forma, tomará decisões e reagirá com base
Então você precisa observar alguns pilares, que em cenários mais amplos, não recortados pela sua própria
apresentaremos a seguir. visão apenas.
Você já conhece os pilares do relacionamento
Pilares do relacionamento interpessoal interpessoal, então chegou a hora de aprender como construí-
Assim como não se constrói uma comunidade ou los e, assim, melhorar sua interação com outras pessoas,
sociedade sozinho, não temos um relacionamento especialmente no ambiente profissional.
interpessoal sem outras pessoas e sem um ambiente, seja ele
familiar, profissional, cultural ou mesmo virtual. Como melhorar o relacionamento interpessoal no
Essa interação social também é feita dos seguintes trabalho
PILARES: Agora que já vimos a importância de um bom
1. Autoconhecimento relacionamento interpessoal, seus benefícios e pilares,
Essa é uma característica chave para nos mostraremos algumas ações que podem nos levar a
comunicarmos bem e vivermos em harmonia com os demais, conexões saudáveis.
precisamos primeiro conhecer a nós mesmos.
É preciso autoconhecimento para saber identificar Cultivar inteligência emocional
nossas emoções, como nos sentimos, nossos desejos e Com inteligência emocional, somos capazes de nos
objetivos, o que é inegociável, o que estamos dispostos a controlar e reagir de forma acertada em diferentes
mudar. situações, além de conhecer melhor a nós mesmos.
Se você não se conhece bem, muitas vezes pode se Ao mesmo tempo que sabemos identificar nossos
sentir incomodado e ter reações negativas ao interagir com gatilhos, anseios e necessidades, temos a habilidade de
outros sem nem mesmo saber o porquê desse reconhecer esses aspectos nos outros.
comportamento. A inteligência emocional nos permite compreender
2. Adaptabilidade melhor o comportamento humano, além de facilitar a
As coisas nem sempre saem como imaginamos e prática da empatia.
as pessoas, muitas vezes, não atendem às nossas
expectativas ou mesmo nos decepcionam. Praticar comunicação assertiva
Isso é natural do ser humano. No estudo do desenvolvimento de equipes
Portanto, a capacidade de se adaptar e agir de forma percebemos o quanto é importante a capacitação na área de
positiva e construtiva perante adversidades ou mudanças comunicação, resolução de conflitos e criatividade. São
indesejadas é essencial para um bom relacionamento também elementos essenciais para que os grupos de trabalho
interpessoal. de tornem eficazes
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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 73
Uma comunicação com ruídos e com margem para pertencimento à equipe e trabalham juntos de maneira
múltiplas interpretações gera desentendimentos e integrada e interdependente para atender às necessidades de
divergências, levando a conflitos que poderiam ser evitados. saúde. (UPENET/IAUPE - 2019 - Prefeitura de Petrolina - PE
A comunicação assertiva é a resposta para um - Enfermeiro - PSF)
relacionamento interpessoal claro e livre de dúvidas. As práticas colaborativas e o trabalho em equipa
Isso se faz com transparência, com postura, interprofissional são estratégias que contribuem para o
expressões faciais, tom de voz e vocabulários adequados. cuidado integral e produzem melhoria do acesso e da
É a partir da comunicação assertiva que não só qualidade da atenção em saúde (Peduzzi & Agreli, 2018).
alinhamos os objetivos de uma equipe, como criamos um Dentre as suas características destacam-se os processos de
espaço seguro, de respeito, de motivação, de valorização e comunicação mais efetivos entre os profissionais da equipa,
reconhecimento. definição de objetivos comuns, tomada de decisões
compartilhadas, reconhecimento do papel e do trabalho dos
Adotar a escuta ativa demais membros da equipa, autonomia dos profissionais,
Um diálogo eficiente e positivo se faz por meio horizontalidade das relações de trabalho (Agreli et al., 2016).
da escuta ativa, onde todos os envolvidos têm a No quotidiano, transitar pelos diferentes campos de
oportunidade de se expressarem e serem ouvidos com saberes, respeitando os núcleos das diferentes profissões
atenção. coloca-se como um desafio (Campos, 2000), isto porque na
Essa prática transforma o ambiente de trabalho em um rotina de trabalho os trabalhadores da saúde mantêm
local seguro, onde os profissionais são incentivados a interações muito restritas e pontuais. Tal facto resulta numa
participarem e, com isso, sentem-se valorizados e limitação na capacidade de enfrentar os problemas que
pertencentes ao grupo. emergem da prática e reduz o alcance de melhores resultados
Com tudo isso, fica mais fácil para os funcionários no cuidado das pessoas, fatores que comprometem a
abraçarem visão, missão e valores da empresa. qualidade dos serviços de saúde (Baird et al., 2019).
Estes novos desafios surgem para o processo de
Aceitar e promover a diversidade trabalho desses profissionais, que precisam de adquirir novas
Um ambiente de trabalho diverso é mais rico, habilidades e competências que permitam dar respostas aos
impulsionado por uma diversidade de olhares que levam à atuais problemas de saúde e reorientar a forma de trabalho
compreensão mais ampla de diferentes cenários, resultando (Escalda & Parreira, 2018).
em melhores soluções e práticas mais criativas. Contribuindo para este processo, a prática
Graças à diversidade, temos a oportunidade de interprofissional é uma atividade dinâmica em que os
conhecer diferentes formas de pensar e, com isso, fortalecer profissionais aprendem a trabalhar em conjunto para
a habilidade da empatia, estando aberto ao outro, entendendo reconhecer as ações, saberes e papéis de cada profissão e
e aceitando seus pensamentos. de forma coletiva definirem os objetivos comuns na realização
Ao aceitar e incentivar a diversidade, também somos do planeamento do cuidado em saúde, para um impacto
positivo na assistência (Peduzzi & Agreli, 2018).
capazes de reconhecer os esforços individuais e
a importância de cada um para a coletividade. O esforço coletivo e simultâneo num mesmo objetivo é
a principal característica do trabalho interprofissional,
diferenciando-o das ações de equipas multidisciplinares, em
Desenvolver a confiança
que os integrantes tendem a trabalhar em paralelo, não
Um bom relacionamento interpessoal é baseado
colaborando de forma integrada para o alcance dos objetivos
na confiança, tanto para nos expressarmos quanto para os
(Choi & Pak, 2007). Desenvolver o trabalho interprofissional e
outros dialogarem conosco.
a prática colaborativa é fundamental para a qualidade da
Quando confiamos, somos mais propensos a nos atenção à saúde, segurança e satisfação de paciente e
adaptarmos, a estarmos atentos e abertos. profissionais (Brandt et al., 2014).
É a partir de uma relação de confiança que nos Com a prática colaborativa interprofissional, as
sentimos motivados, valorizados e seguros. equipas de saúde realizam o plano de cuidado com ações
coletivas voltadas para as tarefas comuns (Reeves, 2016). Os
Implantar a cultura de feedback recursos são utilizados de forma a atender às necessidades
O feedback é uma ferramenta fundamental para que específicas da população e fornecer melhores cuidados
possamos crescer e nos desenvolver profissionalmente. primários de saúde (World Health Organization, 2010).
Com ele, é possível reconhecer pontos fortes, Desta forma, como resultado dessas práticas observa-
identificar aspectos que precisam de atenção e concentrar se a redução de custos com assistência à saúde, melhoria na
esforços onde é preciso evoluir. qualidade do cuidado prestado e melhores experiências dos
Dar feedback deve fazer parte tanto da comunicação pacientes no seu percurso assistencial (Brandt et al., 2014).
quanto de um relacionamento interpessoal e não pode ser Desta forma, permite alcançar maior satisfação das pessoas
unilateral. e famílias, incorporação de mudanças mediante o processo
Ou seja, você não deve apenas dar um retorno sobre de tomada de decisão compartilhada e redução das taxas de
o desenvolvimento e atuação de um colega ou funcionário, erros clínicos (Peduzzi et al., 2016).
mas deve também estar aberto para receber essas
respostas sobre você, seu trabalho e sua conduta. QUESTÕES DE CONCURSOS
Lembrando que, embora existam diferentes tipos de
feedback, todos devem ser realizados de forma construtiva, 01. (IBFC - 2019 - SESACRE - Psicólogo) A prática
a fim de alcançar sempre os melhores resultados e práticas. interprofissional colaborativa centrada no usuário
pressupõe a articulação das ações e colaboração entre os
profissionais das diversas equipes do serviço,
assegurando a efetiva comunicação. Considere esse
TRABALHO INTERPROFISSIONAL EM conceito e assinale a alternativa correta.
SAÚDE E PRÁTICAS COLABORATIVAS. A Para que a prática interprofissional colaborativa seja
alcançada é necessário que os profissionais atuem em
O trabalho em equipe interprofissional tem sido suas áreas de formação específicas, e quando oportuno,
definido como aquele, que envolve diferentes profissionais, buscar aprender e praticar o ofício do outro colega
não apenas da saúde, que juntos compartilham o senso de
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74 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
B Esta perspectiva está ligada ao conceito de campo, o qual
relaciona-se aos conhecimentos, habilidades e atitudes
comuns e compartilhadas pelas diferentes áreas
profissionais da saúde e ao conceito de núcleo profissional
que que envolve as competências específicas de cada
profissão, implicada no cuidado em saúde
C No trabalho em equipe interprofissional é indispensável aos
profissionais a habilidade de empatia e a interatividade na
articulação entre profissionais de diferentes formações e
atuações profissionais
D Na prática colaborativa é necessário negociar os interesses
pessoais, para esses não sobressaírem aos interesses no
paciente
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