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Superintendência Estadual do

SEMACE Meio Ambiente

COMUM A TODOS OS CARGOS

Teoria, dicas e questões de provas IDECAN (e outras bancas)

LÍNGUA PORTUGUESA
Prof. Augusto Sá

NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL


Diogenes Salgado

LEGISLAÇÃO FEDERAL Conforme


Edital n°001/2022 –
Diogenes Salgado SSPDS/AESP - IDECAN

LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Diogenes Salgado

NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
Gustavo Negreiro

2022
Copyright© 2022 – DIN.CE Edições Técnicas.

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SEMACE – Comum a todos –332 p

Fechamento desta edição: 04.11.2022

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Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si
mesmo naquilo que aprova. (Romanos 14)
Bem aventura o homem que não anda segundo o caminho dos ímpios, nem se detém no caminho
dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmo, 1.2 e 2)
Por isso vos digo que todas as coisas que pedires, orando, crede receber e tê-las-ei (Marcos, 11.24)

O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria


e a instrução. (Provérbios 1:7)

Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu


coração.
(Salmos 37:4)
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LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN1
07 chuva.
LÍNGUA PORTUGUESA 08 Sua composição varia de acordo com o
Teoria esquematizada e questões de provas do 09 material descartado: geralmente contém nitrogênio
IDECANe outras questões comentadas e carbono, mas também pode incluir cobre, cobalto,
10 cádmio, mercúrio e outros metais pesados. Por
Prof. Augusto Sá 11 isso, ele é muito mais prejudicial ao meio ambiente
2022 12 do que o esgoto.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 13 Se o chorume de um aterro sanitário não
Compreensão e interpretação de textos literários e/ou 14 for tratado corretamente, pode alcançar os lençóis
informativos ................................................................. 1 freáticos e contaminar todo o ciclo da água do qual
15 aquele aquífero faz parte.
Recursos estilísticos (ou figuras de linguagem) ............... 9
Fontes: Ipen, SuperBac e Portal Tratamento de Água.
Coesão e Coerência ...................................................... 19 Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-
Ortografia: uso dos acentos gráficos .............................. 25 estranho/o-que-e-o-chorume-dolixo/. Acesso em:
27/11/2019
Grafia das palavras ........................................................ 28
Uso do indicativo do sinal de Crase ............................... 32
01. (IDECAN - 2020 - IF-RR - Assistente Administrativo)
Morfologia: classes de palavras e processos de flexão de
palavras ..................................................................... 36 - Assunto: Interpretação textual
Regência ........................................................................ 68 A partir da leitura do Texto, é correto afirmar que:
Sintaxe de Concordância ............................................... 61 I. o não-tratamento do chorume de um aterro sanitário é
mais grave que o não-tratamento do esgoto.
Uso dos sinais de pontuação ......................................... 73
II. o chorume é gerado apenas a partir do apodrecimento
Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia do lixo orgânico.
........................................................................................ 12 III. a presença de metais pesados no chorume o torna
Polissemia (denotação e conotação) ................................ 3 mais prejudicial ao meio ambiente.
Redação de correspondências oficiais ........................... 77 Assinale
A se somente a afirmativa I estiver correta.
B se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
C se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
TEXTOS LITERÁRIOS E/OU D se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
INFORMATIVOS E se todas as afirmativas estiverem corretas.
1. Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor
que também é transmitida através de figuras, impregnado
Texto2
de subjetivismo. Ex.: um romance, um conto, uma poesia,
uma crônica literária.
2. Texto Não-Literário: preocupa-se em transmitir uma
mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex.:
uma notícia de jornal, uma bula de medicamento.
TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO
Conotação, Figurado, Denotação, Claro,
Subjetivo, Pessoal Objetivo, Informativo

QUESTÕES DE PROVAS IDECAN


ATENÇÃO: Para responde às questões seguintes,
considere o texto abaixo:

IF Roraima - Assistente em Administração, Ano: 2020


Texto 1 02. O IDEB é o Índice de Desenvolvimento da Educação
Mundo Estranho Básica e é obtido a partir da submissão de alunos
O que é o chorume do lixo? deste nível de ensino a avaliações de larga escala
elaboradas pelo Ministério da Educação. Sabendo
Líquido nojento pode ser mais danoso ao ambiente disso, e a partir da análise do Texto 2, é correto
do que o esgoto afirmar que seu autor deseja criticar
Por Evelyn Mackus - out /2018 A) o reconhecimento do trabalho dos professores quando
01 Esse líquido escuro e de cheiro forte se seus alunos obtêm bons resultados nas avaliações
forma quando o lixo entra em decomposição, externas.
02
principalmente por causa da ação de bactérias. B) a corrupção reinante nas prefeituras das cidades
03 Tanto faz se o lixo é orgânico (como restos de brasileiras.
04 comida) ou inorgânico (como plástico ou vidro). C) a falta de condições de trabalho dos professores em
05 Também chamada de lixiviado, a gosma pode instituições municipais no Brasil.
06 surgir da umidade natural do detrito ou gerada por D) o baixo desempenho dos alunos do ensino básico nas
seu apodrecimento, e é alimentada pela água da avaliações feitas pelo Governo Federal.

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2 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
E) a transferência de responsabilidade, dos gestores onda de refugiados na Europa. Ele conta em um blog da
públicos para os professores, pelos maus resultados AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho
dos alunos em avaliações a que são submetidos na ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados
pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de
Texto 3 700.000 refugiados e imigrantes clandestinos já
Brasil conquista 3 bronzes na Olimpíada Internacional desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades
locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente
de Astrofísica
aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de
O Brasil terminou a 13ª Olimpíada Internacional de
suspender o país do Acordo Schengen, que permite a
Astronomia com três medalhas conquistadas e duas
livre circulação de pessoas entre os Estados-membros.
menções honrosas. O bom desempenho na disputa
intelectual foi um feito de Raul Basilides Gomes (17), de Messinisdiz que o mais chocante do seu trabalho
Fortaleza, Giovanna Girotto (16) e Luã de Souza Santos é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem no
(17), de São Paulo, que garantiram três medalhas de rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não
bronze, e dos estudantes de São Paulo, Lucas Shoji (16) está em uma zona de guerra torna isso ainda mais
e Bruna Junqueira de Almeida (16), com duas menções emocional. E muito mais doloroso”, diz Messinis. Numa
guerra, o fotógrafo também corre perigo, então, de certa
honrosas.
forma, está em pé de igualdade com as pessoas que
O evento aconteceu em Kszthely, na Hungria. Dos
protagonizam as cenas que ele documenta. Em Lesbos,
dias 2 a 10 deste mês, 254 estudantes de 47 países
não é assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas
foram submetidos a provas práticas, teóricas e de análise
que chegam estão lutando por suas vidas. Não são
de dados. A competição reuniu um número recorde de
poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de
delegações.
pisar em terra firme, por falta de atendimento médico.
Para formar a equipe que competiu, foi necessário
Exatamente por causa dessa assimetria entre o
aplicar provas em todo o território nacional. Os cinco
fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas
integrantes do time brasileiro tiveram que percorrer um
vezes Messinisdeixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-
longo caminho na Olimpíada Brasileira de Astronomia e
los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os
Astronáutica (OBA) realizada em 2018. A seleção foi
bebês que chegam nos botes. Obviamente, são os mais
dividida em etapas: a primeira com mais de 100 mil
vulneráveis aos perigos da travessia. Messinisfotografou
inscritos, dos quais 5,3 mil foram escolhidos para realizar
os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
uma prova online, então 150 participantes foram
convocados para realizar uma prova presencial. O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o
sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais rígido
Mas os testes não pararam por aí. Na prova
com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A
presencial, 30 jovens foram selecionados para fazer
menor, 7 meses. Quando vê o que acontece com as
treinamentos intensivos classificatórios durante 1 semana
crianças que chegam nos botes, Messinispensa em como
com astrônomos. Essa etapa aconteceu no primeiro
suas filhas têm sorte de estarem vivas, de terem onde
semestre de 2019, e só então foi escolhida a equipe dos
morar e de viverem num país em paz. Elas não têm do
cinco.
que reclamar.
Disponível em:
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em:
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/144968-brasil-conquista- http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-
tres-bronzes-olimpiada-internacional-astrofisica.htm/. Acesso reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entresocorrer-
em: 28/11/2019 e-fotografar-naufragos/.)
03. Assinale a única alternativa que nos apresenta uma
informação que está implícita no Texto 3. 04. O título do texto enumera duas ações entre as quais
A) Todos os inscritos na Olimpíada Brasileira de Aris– fotógrafo apresentado no texto – se divide. A
Astronomia e Astronáutica tinham intenção de partir da estrutura escolhida para transmitir tal
concorrer às 5 vagas brasileiras para a 13ª Olimpíada informação, é correto afirmar que tais ações
Internacional de Astronomia. A) são complementares tendo em vista seus objetivos.
B) Não são realizadas provas presenciais na Olimpíada B) possuem aspectos diferentes, mas ocorrem no mesmo
Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). contexto.
C) 30 jovens que fizeram treinamentos intensivos C) são dependentes entre si, independente do contexto
classificatórios com astrônomos durante uma semana apresentado.
não participaram da 13ª Olimpíada Internacional de D) contrastam-se considerando as características próprias
Astronomia. de cada uma.
D) A 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia foi a
edição com maior número de estudantes inscritos.
05. O texto apresenta-se em uma linguagem
E) Na 12ª edição da Olimpíada Internacional de predominantemente informativa. Contudo, além de
Astronomia houve menos de 47 delegações. apresentar os fatos, há demonstração de análise
subjetiva do autor no seguinte trecho em destaque:
SEMTAS – Pref. Natal /RN – Administrador/2016; A) “Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da
Nível: Superior travessia.” (3º§)
Conheça Aris, que se divide entre socorrer e B) “Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a
fotografar náufragos onda de refugiados na Europa.” (1º§)
Profissional da AFP diz que a experiência de documentar C) “Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo
o sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as depois de pisar em terra firme, por falta de
próprias filhas. atendimento médico.” (2º§)
O grego ArisMessinisé fotógrafo da agência AFP D) “Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é
em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera retratar, em território pacífico, pessoas que trazem no
Árabe. Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a rosto o sofrimento da guerra.” (2º§)

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LÍNGUA PORTUGUESA 3
Gabarito: 01/C; 02/E; 03/E; 04/B; 05/A; Conotação
Conotação é a associação subjetiva, cultural e/ou
emocional, que está para além do significado estrito
POLISSEMIA (denotativo) ou literal de uma palavra, frase ou conceito.
RECURSOS ESTILÍSTICOS Além da sua denotação, o sentido referencial, literal, cada
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais,
conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras
ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
POLISSEMIA
Polissemia - multiplicidade de sentidos de uma Linguagem Conotativa
palavra ou locução. Conotação é o emprego de uma palavra tomada
POLISSEMIA em geral, é definida como a em um sentido incomum, figurado, circunstancial, que
propriedade que uma palavra possui de apresentar depende sempre de contexto. Muitas vezes é um sentido
diferentes sentidos sem que os mesmos sejam opostos poético, fazendo comparações.
ou excludentes. Sendo assim, os sentidos polissêmicos Exemplos:
mantêm-se dentro de um mesmo sentido geral. Portanto, ▪ A frieza do olhar
pode-se facilmente perceber uma relação semântica entre
os sentidos em maior ou menor grau. De acordo com a ▪ A lua nova é o sorriso do céu.
visão clássica da teoria do significado, apresentada por A denotação é o significado literal da palavra, ou
Moura (2000), a qual propõe uma análise semântica seja, normalmente o primeiro significado da palavra que
diacrônica, a polissemia abrange os casos de alternâncias você acha no dicionário. A conotação resulta do
de sentido que estão etimológica e semanticamente acréscimo de outros significados paralelos ao significado
relacionados. Ou seja, casos de palavras de uma mesma de base da palavra, isto é, um outro plano de conteúdo
origem (relação etimológica) que têm sentidos pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro
relacionados. Sob essa visão, atribui-se ao uso metafórico plano de conteúdo (conotação) reveste-se de
da linguagem a principal razão para o surgimento da impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
palavra polissêmica. Os itens sublinhados têm mais do positivos, reaçõespsíquicas que um signo evoca.
que um sentido lexical. Se estes sentidos estão Portanto, o sentido conotativo difere de uma
historicamente relacionados ou foi um acaso da cultura para outra, de uma classe social para outra, de
combinação ortográfica e fonológica é irrelevante para uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora,
propósitos de construção do léxico e para um estudo esposa, mulher denotam praticamente a mesma coisa,
sincrônico do significado. A palavra posição é um caso mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente
típico de polissemia, seus múltiplos sentidos podem ser se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca.
observados abaixo: (1) Estou cansado de ficar sentado Desta maneira, podemos dizer que os sentidos
nesta posição. (2) Coloque-se na posição correta para a das palavras compreendem duas ordens: referencial ou
foto. (3) Gostou da posição dos móveis? (4) Na posição denotativa e afetiva ou conotativa.
em que estamos será difícil reverter a opinião do povo. (5)
Felipe atingiu uma boa posição na empresa. (6) Esta é a A palavra tem valor
minha posição. Percebe-se que os sentidos de (1-6) são referencialoudenotativoquando é tomada no seu sentido
diferentes; referindo-se o primeiro a postura física, o usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os
segundo a local, o terceiro a disposição, o quarto a dicionários logo nas primeiras acepções; seu sentido é
situação ou circunstância, o quinto a situação econômica objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota
e por fim a opinião. determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

UM ESCLARECIMENTO SOBRE A DIFERENÇA ENTRE


Denotação é a significação objetiva da palavra; é a
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO palavra em "estado de dicionário"
Denotação
Denotação de um termo é o objeto ao qual o Além do sentido referencial, literal, cada palavra
mesmo se refere. remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos,
A linguagem tem no seu sentido usual ou literal, ou que são apenas sugeridos, evocando outras idéias
seja, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota
determinado objeto, referindo-se à realidade palpável. Conotação é a significação subjetiva da palavra;
A linguagem denotativa é basicamente informativa, ocorre quando a palavra evoca outras realidades
ou seja, não produz emoção ao leitor. É informação bruta por associações que ela provoca
com o único objetivo de informar. É a forma de linguagem
que lemos em jornais, bulas de remédios, em um manual
de instruções, etc. O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais
Por isso, a palavra literária é conotativa, é uma entre DENOTAÇÃO e CONOTAÇÃO:
linguagem carregada de emoções e sons. Isto fica
evidente em momentos da crônica Notícia de Jornal de DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
Stanislaw Ponte Preta: Linguagem denotativa: "João José
Gualberto, vulgo Sorriso, foi preso na madrugada de palavra com significação palavra com significação
ontem, no Beco da felicidade, por ter assaltado a Casa restrita ampla
Garson, de onde roubara um lote de discos. (…)"
palavra com sentido palavra cujos sentidos

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4 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Neste anúncio, por exemplo, a palavra “paisagem”
comum do dicionário extrapolam o sentido tem um sentido diferente do comum, daquele que consta
comum no dicionário. Isto é uma linguagem conotativa, aquela
com sentido figurado. A palavra poderia ser substituída
palavra usada de modo palavra usada de modo por uma com o sentido denotativo, mas, para criar uma
automatizado criativo reflexão sobre o assunto, o autor empregou o uso deste
tipo de linguagem, geralmente utilizado em campanhas e
linguagem rica e em alguns provérbios, neste caso uma campanha.
linguagem comum
expressiva
Os provérbios ou ditos populares são também
um outro exemplo de exploração da linguagem no seu
Exemplo de texto denotativo uso conotativo. Assim, "Quem está na chuva é para se
Os textos informativos (científicos e molhar" equivale a "/Quando alguém opta por uma
jornalísticos), por serem, em geral, objetivos, prendem- determinada experiência, deve assumir todas as regras e
se ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto consequências decorrentes dessa experiência". Do
abaixo, em que a linguagem está estruturada em mesmo modo, "Casa de ferreiro, espeto de
expressões comuns, com um sentido único. pau" significa O que a pessoa faz fora de casa, para os
Texto técnico-científico outros, não faz em casa, para si mesma.

Canibalismo entre insetos


INTERTEXTUALIDADE
Seres que nascem na cabeça de outros e que
consomem progressivamente o corpo destes até INTERTEXTUALIDADE é o nome dado à relação
aniquilá-los, ao atingir o estágio adulto. ... Esse é que é feita quando em um texto é citado outro texto que já
um enredo que mais parece de ficção científica. No existe.
entanto, acontece desde a pré-história, tendo como Esse fenômeno se trata do "diálogo" de um texto
protagonistas as vespas de certas espécies e as com um ou mais textos, que podem ser verbais, não-
paquinhas, e é um exemplo da curiosa relação dos verbais ou mistos. Isto quer dizer que, a intertextualidade
‘inimigos naturais’, aproveitada pelo homem no não precisa ser necessariamente em gêneros iguais.
controle biológico de pragas, para substituir com Entende-se aqui como texto qualquer tipo de
muitas vantagens os inseticidas químicos. gêneros textuais, pintura, cartum, charge, poesia, poema,
(Revista Ciência Hoje, nº 104) publicidade, livro, novela, filme, etc.
A intertextualidade acontecerá quando um
determinado texto fazer referência a outro, ou a situação
Exemplo de texto conotativo e/ou acontecimento pré-existente. Essa referência pode
ser implícita ou explícita.
Além dos poetas, os humoristas e os
publicitários fazem um amplo uso das palavras no seu
sentido conotativo, o que contribui para que Intertextualidade explícita
os anúncios despertem a atenção dos prováveis • É clara e fácil de ser identificada pelo leitor;
consumidores e para que o dito humorístico atinja o seu • Estabelece um relação direta com o texto original;
objetivo de fazer rir, às vezes até com uma certa dose de
• São encontrados facilmente elementos dos texto fonte;
ironia.
• Não é necessário esforço ou dedução do leitor;
• Não exige conhecimento prévio do conteúdo.

Intertextualidade implícita

• É difícil de ser identificada pelo leitor;


• Estabelece uma relação indireta com o texto base;
• Não é fácil encontrar elementos do texto fonte;
• É necessário dedução, análise e atenção do leitor;
• Exige conhecimento prévio do leitor sobre o conteúdo.
Há várias maneiras de usar a intertextualidade.
Os mais utilizados são: PARÓDIA, PARÁFRASE,
EPÍGRAFE, TRADUÇÃO, ALUSÃO, CITAÇÃO E
CROSSOVER.

Intertextualidade: Paródia
A paródia é um tipo de intertextualidade usada
com o objetivo de retorcer o texto original, através
da ironia ou da crítica. Contudo, o texto fonte não sofre
alteração na sua estrutura. A paródia irá modificar apenas
o conteúdo.
Isto é, a estrutura do texto base é mantida, mas o
conteúdo recebe uma nova "roupagem". Normalmente, as
Exemplo de conotação paródias são usadas em programas
Observe e analise o uso da palavra paisagem humorísticos,músicas e cinema.

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LÍNGUA PORTUGUESA 5
Exemplo: Trecho da paródia da música “Namorar pra Na epígrafe ocorre o uso de frases,
que?” do Mc Kekel, feita pelo youtuberWhindesson trechos, provérbios e ditados que são retratados como um
Nunes. vínculo com o texto.

Namorar pra que? Intertextualidade: Tradução


Depois que eu conheci o Mandela Um dos mais conhecimentos, mas que muitos não
Depois que eu vi como ela dança sabem que é um tipo de intertextualidade encontrado
Depois que eu vi como ela zoa muito em dublagens e tradução de livros.
Depois que eu vi como ela se assanha A tradução é o ato de traduzir, passar um texto de
uma língua para outra. Contudo, pode acontecer de não
Só agora que eu fui perceber ser uma tradução literal, pois o tradutor faz uma
interpretação.
Namorar pra quê? Quando o tradutor pega um texto para traduzir, ele
Se amarrar pra quê? interpreta aquele texto e depois o transcreve no idioma
Prefiro tá solteiro que eu sei desejado. Então, com a tradução, às vezes pode vir
Que elas vão querer (4X) interpretação do tradutor.
(MC KEKEL) Exemplo: Trecho da música “Shallow”, de Lady
Gaga.
Dieta pra que?
Comi um pão com mortadela Inglês – Shallow
Depois um quilo de picanha Tell me something, girl
Comi uma carne de panela Are youhappy in thismodern world?
E um pedacinho de lasanha Or do youneed more?
Só Agora que vim perceber Istheresomethingelseyou’researching for?

Vou malhar pra quê? I’mfalling


Dieta Pra quê? In allthegood times
Se eu vejo uma coxinha
I findmyselflonging for change
Eu sei que vou comer (4x)
And in thebad times I fearmyself
(WHINDESSON NUNES)

Tell me something, boy


Intertextualidade: Paráfrase
Aren’tyoutiredtryingtofillthatvoid?
A paráfrase ocorre quando um texto é reproduzido com Or do youneed more?
as próprias palavras daquele que está reproduzindo, ou Ain’t it hard keeping it sohardcore?
seja, as ideias do texto original são mantidas, mas é
contada de outra forma.
Português – Superfície
Na paráfrase, o objetivo é reafirmar as ideias do texto
fonte, mas escrevendo com um estilo diferente. A Me diga uma coisa, garota
estrutura e o conteúdo são mantidos, mas é recontando Você está feliz neste mundo moderno? Ou você precisa
de forma diferente. de mais?
Existe algo mais que você está procurando?
Exemplo: Carlos Drummond de Andrade (Europa, França
e Bahia) parafraseando com Gonçalves Dias (Canção do
Estou caindo
Exílio).
Em todos os bons momentos
Eu me vejo almejando uma mudança
Canção do Exílio E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesmo
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; Me diga uma coisa, garoto
As aves, que aqui gorjeiam, Você não está cansado de tentar preencher esse vazio?
Não gorjeiam como lá. Ou você precisa de mais?
Não é difícil manter toda essa energia?
Europa, França e Bahia
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Citação é quando há a transcrição literal de um
Minha boca procura a "Canção do exílio". texto, ou seja, é pegar aquele texto e copiar para o outro.
Como era mesmo a "Canção do exílio"? Contudo, é importante conter a indicação do autor original
Eu tão esquecido de minha terra... e estar entre aspas.
Ai terra que tem palmeiras Mas por que isso? Acontece que se não seguir
Onde canta o sabiá. essas regras, é considerado plágio, que é passível de
processo na justiça. O plágio é pegar algo que pertence a
outro e usar como se fosse seu.
Intertextualidade: Epígrafe
A citação é bem comum em textos acadêmicos
A epígrafe é um tipo de intertextualidade usado como dissertações e monografias. Além disso, o plágio
quando um determinado texto quer introduzir o tema que é uma falta grave no mundo acadêmico.
será discutido, ou seja, a epígrafe serve para dá apoio a
Exemplo:
um tema, e normalmente são utilizados em artigos
científicos, monografias, etc.

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6 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
“A argila fundamental da nossa obra é a juventude: A falta de condições necessárias para
nela depositamos a nossa esperança e preparamô-la para desenvolver seu potencial acaba impedindo a mobilidade
tomar de nossas mãos a bandeira.” de um enorme contingente de crianças e jovens. Isso
Che Guevara pode ser causado por inúmeros fatores sociais,
econômicos, culturais, familiares. No entanto, entre eles, é
Intertextualidade: Alusão
possível destacar a quantidade e qualidade dos estímulos
Alusão é quando um texto faz referência a uma
e informações aos quais os indivíduos são submetidos
determinada obra, personagem ou situação que já foram
desde pequenos.
retratadas em outros textos.
Tal constatação pode parecer simples, e a
Exemplos:
resposta imediata a esse problema seria, então, ampliar o
• Este é um presente de grego.
nível de exposição de todos à informação e a práticas
(A expressão faz alusão ao cavalo de madeira culturais qualificadas. Sem dúvida, isso é parte da
repleto de soldados escondidos, que os gregos enviaram solução, mas, infelizmente, não é suficiente. Para além do
aos troianos, como se fosse um presente, por ocasião da contato com a informação, são necessárias interações
Guerra de Tróia). que promovam o desenvolvimento de capacidades que
• Meu computador foi invadido por um cavalo levem os sujeitos a ultrapassar o mero consumo de
de Tróia. conhecimentos. Trata-se, portanto, de colocar a ênfase no
(Esta expressão também reporta ao presente que processamento e na produção de ideias, reflexões e
os troianos receberam. Refere-se a um malware que entra respostas. E isso se dá por meio da interação com os
em seu computador através de um download, mas adultos e com os objetos de conhecimento. A diferença
esconde vírus maléficos a seu sistema). vai se estabelecendo na qualidade da interação cotidiana
e na forma de estimular e acreditar na capacidade
Intertextualidade: crossover daquele pequeno ser. [...]
Ainda pouco conhecido como um tipo de Atualmente, muitas crianças brasileiras já têm
intertextualidade, mas bastante usando em acesso a livros, bibliotecas, laptops, celulares etc.
produçõescinematográficas e séries. Entretanto, as práticas dos atores que mediam o acesso a
Crossover é quando um personagem pertencente essas “tecnologias” são muito diversificadas. E é nesse
a um universo fictício e aparece em outro universo espaço invisível que se configuram a marginalização e as
pertencente a outro personagem, ou seja, é o encontro diferenças na qualidade do relacionamento que as
entre personagens que pertencem à produções fictícias crianças têm com a cultura letrada. Um educador que
distintas. utiliza estruturas mais sofisticadas da língua para se
Exemplo: quando em um cena do filme “Wifi comunicar com seus alunos, ainda que bem pequenos, e
Ralph: quebrando a internet” aparecem todas princesas propõe atividades que os incentivem a aprender sobre e a
da Disney. partir da linguagem, oferecerá um contexto favorável ao
______ desenvolvimento de habilidades e conhecimentos que
amplificam seu potencial cognitivo. Em contrapartida,
Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-
portuguesa/intertextualidade alunos expostos a práticas mais mecânicas,
transmissivas, podem continuar limitados ao consumo do
conhecimento.
A educação pode e deve promover o
QUESTÕES DE PROVAS IDECAN desenvolvimento pessoal e a inserção social,
especialmente em um país com tantas desigualdades
como o Brasil. É necessário entender que o acesso à
informação não é suficiente para transformar a nossa
realidade e que é na composição de inúmeros
microaprendizados cotidianos que se cria a oportunidade
Prefeitura Manhumirim/MG; Advogado: 2017; Superior de desenvolvimento cognitivo. O processo de
Texto aprendizagem é cultural e precisa de mediação
Combate à desigualdade pela raiz qualificada desde muito cedo. Portanto, para além da
urgência de fazer frente ao “apagão da mão de obra”, é
Cotidianamente, todos nós nos deparamos com
necessário investir na produção de conhecimentos no
o passivo que nosso sistema educacional gera ano a ano.
campo da linguagem e nos saberes específicos que se
Por mais confortável e estruturada que esteja nossa vida
dão na interface entre os domínios teórico e prático.
e por melhor que tenha sido a nossa formação e a de
Precisamos subsidiar os professores que atendem à
nossos filhos, a lacuna que o sistema gera para um
primeira infância, a fim de que todas as crianças
contingente tão grande de brasileiros impacta a qualidade
brasileiras, desde muito cedo, possam participar
de vida, o dia a dia de todos nós. [...]
regularmente de situações produtivas de aprendizagem.
Quanto à educação formal, pode-se dizer que tal
(Beatriz Cardoso. O Globo, 21 de julho de 2014.)
investimento não começa apenas nos ensinos
fundamental e médio: se dá a partir da educação infantil.
Sabe-se que os investimentos, ainda na primeira infância, 1. Diante da perspectiva de que as palavras são
não só reduzem a desigualdade, mas também produzem polissêmicas, e que o contexto no qual estão inseridas é
ganhos tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. de fundamental importância para a construção dos
No entanto, a urgência frente ao “apagão de mão de obra” significados, assinale a alternativa que indica
tem gerado uma pressão por investimento no ensino corretamente o significado produzido através do título do
médio. A questão de fundo, porém, continua sendo: por texto.
que algumas crianças vão tão longe e outras ficam A) Embate entre conceitos e crenças.
condenadas aos limites de sua inserção social? B) Combate aos princípios ideológicos.
C) Verificação do alicerce do sistema educacional.

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LÍNGUA PORTUGUESA 7
D) Combate à origem de aspectos que propiciam a
desigualdade.

Gabarito: 01/D

VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Variedades linguísticas são as variações que
uma língua apresenta, de acordo com as condições
sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
Entre as variedades da língua, existe uma que tem maior
prestígio: a variedade padrão. Também conhecida como
língua padrão e norma culta, essa variedade é utilizada na
maior parte dos livros, jornais e revistas, em alguns
programas de televisão, nos livros científicos e didáticos,
e é ensinada na escola. As demais variedades linguísticas
— como a regional, a gíria, o jargão de grupos ou
profissões (a linguagem dos policiais, dos jogadores de
futebol, dos metaleiros dos surfistas, etc.) — são
chamadas genericamente de variedades não padrão.
Variedade padrão, língua padrão ou norma
culta é a variedade linguística de maior prestígio social.
Variedades não padrão, ou língua não padrão
são todas as variedades linguísticas diferentes da padrão.

A linguagem coloquial é aquela usada no dia-a-


dia, uma língua espontânea, sem preocupações formais,
com pequenos deslizes gramaticais.
A linguagem vulgar é praticada pela pessoas Questão 01
sem nenhum nível de educação escolar, linguisticamente ASSUNTO: Níveis de Linguagem / Crase
falando. Sobre o texto, de uma maneira geral, analise as
Ex.: Hoje, nós vaimai cedo pra modo dicoier o mio. afirmações.
I. A linguagem é, eminentemente, não verbal.
II. A linguagem é, predominante, formal.
QUESTÕES FUNCEPE E NEO EXITUS III. O acento indicativo de crase deveria aparecer em “são
obrigados a ter pia”.
Leia a tirinha para responder a questão Tendo em mente a coerência em relação ao contexto e o
TEXTO II respeito às regras do acento indicativo de crase, pode-se
considerar a adequação de:
a) I, somente. b) III, somente.
c) I e II, somente. d) II, somente.
e) I e III, somente.

Texto
(disponível em www.tirinhasnovestibular)

1. (Pref. Itapajé– Assist. Social- 2013 – I NEO


EXITUS)Quanto à linguagem empregada no texto II,
marque a opção INCORRETA.
a) É coloquial, utilizada entre amigos.
b) Há presença de gírias.
c) É predominantemente denotativa.
d) É predominantemente conotativa.
e) É linguagem verbal.

Gabarito D

QUESTÕES
Texto

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8 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN

Questão 02
ASSUNTO: Níveis de Linguagem
Sobre o texto, de uma maneira geral, analise as
afirmações.
I. A linguagem é, eminentemente, não verbal.
II. A linguagem é absolutamente impessoal, formal e
resbucada, com alguns arcaísmos.
III. Não há uso de primeira pessoa em nenhuma das
passagens do texto.

Está correto o que se afirma em:


a) I, somente. b) II, somente.
c) III, somente. d) nenhuma. e) todas.

Texto

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LÍNGUA PORTUGUESA 9
Questão 03
ASSUNTO: Interpretação Textual Comparação por símile
Sobre os quadrinhos, pode-se afirmar que é um de seus É usada para comparar dois elementos que não
objetivos: pertencem à mesma categoria (dependendo, claro, do
a) Primar pela verossimilhança. contexto).
b) Destacar as características de cada animal. Ex.:
c) Criticar a atuação do educador físico. Ver minh'alma adejar pelo infinito
d) Alertar para a necessidade de preservação da fauna e Qual branca vela n'amplidão dos mares
da flora. — Castro Alves
e) Causar o humor.
É que teu riso penetra n'alma
Questão 04 Como a harmonia de uma orquestra santa
ASSUNTO: Funções da Linguagem / Características da — Castro Alves
Linguagem
Sobre a linguagem dos quadrinhos, analise as Comparação versus Metáfora
informações. A comparação assemelha-se à metáfora, que
I. Apesar de poder se compreendida por todos os tipos de não é mais que uma comparação não assumida, para
leitores, apresenta termos característicos de algumas acentuar a identidade poética entre as duas entidades
áreas. comparadas.
II. Caracteriza-se por ser absolutamente formal e Lendo a expressão "os teus olhos são comolagos
rebuscada. gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo
III. Prevalece, no texto dos quadrinhos, sua função fática. conectivo "como". Contudo, se dissermos, "os teus olhos
Está correto o que se afirma em: são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que
a) todas. b) nenhuma. passa a estabelecer uma relação de identidade poética
c) somente I e II. d) somente I. e) somente II e III. em vez da mais prosaica comparação que mantém os
dois objetos em universos distintos.
Gabarito
O disfemismo (ou cacofemismo) é uma figura
01 D 02 D 03 E 04 D
de estilo que consiste em intensificar o caráter negativo
de um conceito inserido numa frase (opõe-se a
eufemismo).
Alguns exemplos: "lixeiro", em vez de "gari";
FIGURAS DE PALAVRAS (FIGURAS "boiola" em vez de "homossexual"; "presunto" em vez de
SEMÂNTICAS OU TROPOS) E/OU "cadáver".
FIGURAS DE PENSAMENTO
Eufemismo: figura de estilo que consiste em
A ANTÍTESE é um recurso estilísticoliterário que suavizar a expressão de uma ideia modesta, substituindo
consiste na exposição de ideias opostas. Ocorre quando o termo contundente por palavras ou circunlocuções
há uma aproximação de palavras ou expressões de menos desagradáveis ou mais polidas.
sentidos opostos. Ex.:Você faltou com a verdade a um homem. (Em lugar
Ex.: de mentiu)
Onde queres prazer sou o que dói, Ex.:Ele entregou a alma a Deus. (Ele morreu)
E onde queres tortura, mansidão Ex.:"Trata-se de um usurpador do bem alheio..." (ladrão)
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido sou herói. (Caetano GRADAÇÃO é uma figura de estilo, relacionada
Veloso) com a enumeração, onde são expostas determinadas
ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou
Ex.:Ele a amava, ela o odiava. decrescente (anticlímax).
Ex.:
Uma CATACRESE consiste na utilização de um • Tudo começou no meu quarto, onde concebi as
vocábulo ou expressão imprópria na falta ou ignorância de ideias que me levariam a dominar o bairro, a cidade,
um termo mais apropriado. Por exemplo, quando dizemos o país, o mundo... E a desejar o próprio Universo...
"dente de alho" em vez de "bolbilho", que é o termo • Meu caro, para mim, você é um simples roedor.
proposto cientificamente. Que digo? Um verme... Menos que isso! Uma
Outros exemplos de catacrese são: "os pés da bactéria! Um vírus!...
mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maçã",
"embarcar no avião", "olho do alfinete", "braço de rio", etc. Em retórica, ocorre HIPÉRBOLE quando há
exagero numa ideia expressa, de modo a acentuar de
Comparação simples forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo
É a aproximação de dois termos entre os quais uma imagem inesquecível. É frequente na linguagem
existe alguma relação de semelhança. A comparação, corrente, como quando dizemos: "Já te avisei mais de
porém, é feita por meio de um conectivo e busca realçar cem vezes, para não voltares a falar-me alto!".
determinada qualidade do meio termo. Ex.: Então, por que olhas para o argueiro no olho do teu
Ex.: “O mar canta como um canário". Oswald de Andrade irmão, mas não tomas em consideração a trave no teu
próprio olho? (Mateus 7:1-3)

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10 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
METÁFORA é uma figura de estilo, que consiste Ex.: "O país do futebol acredita em seus filhos." (a
em uma comparação entre dois elementos por meio de expressão "país do futebol" retoma o termo Brasil)
seus significados imagísticos, causando o efeito de
atribuição "inesperada" ou improvável de significados de A PERSONIFICAÇÃO ou PROSOPOPÉIA é
um termo a outro. uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos
Ex.: “Meu coração é um balde despejado”. (F. inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações
Pessoa) próprias dos seres humanos.
Chama-se de METONÍMIA à figura de estilo que Dizer "está um dia triste" implica a atribuição de
substitui um elemento pela citação de outro que lhe está um sentimento a uma entidade que, de fato, nunca poderá
relacionado (por exemplo: "sem teto", para alguém que estar triste mas cujas características (céu nublado, frio,
não possui uma casa). etc.) poderão conotar tristeza para o ser humano.

Formas mais usuais SINESTESIA ("união" ou "junção" e "sensação")


• Efeito pela causa: é a relação de planos sensoriais diferentes: Por exemplo,
Sócrates tomou a morte. (O efeito é a morte, a o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato. O termo é
causa é o veneno.) usado para descrever uma figura de linguagem e uma
série de fenômenos provocados por uma condição
• Causa pelo efeito:
neurológica.
Por favor, não fume dentro de casa: sou alérgica
Ex.:
a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o
efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não • Indefiníveis músicas (audição), supremas
ao cigarro) harmonias de cor (visão) e de perfume (olfato).
• Marca pelo produto: • Horas do ocaso, trêmulas, extremas, réquiem do
O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a Sol que a dor da luz resume.
marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO (OU DE SINTAXE)
A SINÉDOQUE é um caso especial de metonímia, Aliteração é uma figura de linguagem que
no qual você troca a palavra que indica o todo de um ser consiste em repetir consoantes, vogais ou sílabas num
por outra que indica apenas uma parte dele. verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas.
Há duas formas de aliteração: assonância, que utiliza de
Ex.: O rebanho tinha mil cabeças. (cabeça [parte] -> modo repetido o som de uma vogal; consonância, que
animal [todo]) repete o som de uma consoante.
Consonância
A palavra ONOMATOPEIA designa expressões ou Vozes veladas, veludosas vozes,
palavras cuja sonoridade imita a voz ou ruídos de objetos Volúpias dos violões, vozes veladas
ou animais. Ao dizermos que um grilo faz "cricri" ou que Vagam nos velhos vórtices velozes
batemos à porta e fazemos "toctoc", estamos a utilizar 'Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
onomatopeias. — Cruz e Souza (aliteração em V)
Ex.: tilintar, grasnar, piar, cacarejar, zurrar, miar
ASSONÂNCIA
Relacionado com a antítese, o PARADOXO é Anule aliterações altamente abusivas
uma figura de estilo que consiste na exposição — manual de redação humorístico (aliteração em A)
contraditória de ideias. As expressões assim formuladas
tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, ANADIPLOSE é a figura de estilo que consiste na
mas que podem encerrar verdades do ponto de vista repetição de palavra ou expressão de fim de um membro
psicológico/poético.(Simplificando, é uma afirmação ou de frase ou começo de outro membro de frase.
opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas Ex.: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que
na realidade expressa uma verdade possível). amargamente condena os motivos dados."
Ex.:
"Amor é fogo que arde sem se ver, ANÁFORA é a repetição da mesma palavra no
é ferida que dói e não se sente; princípio de cada frase, figura comuníssima nos nossos
é um contentamento descontente; quadrinhos populares.
é dor que desatina sem doer." Nem tudo que ronca é porco,
Nem tudo que berra é bode,
A diferença existencial entre antítese e Nem tudo que reluz é ouro,
paradoxo, é que antítese toma nota de comparação por Nem tudo falar se pode.
contraste ou justaposição de contrários, já o paradoxo
reconhece-se como relação interna de contrários:
ASSÍNDETO é uma figura de estilo que consiste
• Antítese: "Eu sou velho, você é moço."
na omissão das conjunções ou conectivos (em geral,
• Paradoxo: "Eu sou um velho moço." conjunções copulativas), resultando no uso de orações
justapostas ou orações coordenadas assindéticas,
PERÍFRASE é figura de estilo retórico que separadas por vírgulas. É uma figura de sintaxe, por
também substitui uma expressão curta e direta por outra omissão, tal como a elipse e o zeugma.
mais extensa e carregada de maior ou menor simbolismo, Ex.: "Fere, mata, derriba denodado...". (Camões)
estando, neste caso, intimamente relacionada com a
antonomásia. Quando Olavo Bilac escrevia "a última flor ELIPSE é uma figura de estilo e, mais
do Lácio", querendo referir-se à "Língua portuguesa" concretamente, uma figura de sintaxe que consiste na
estava a utilizar este recurso estilístico.

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LÍNGUA PORTUGUESA 11
omissão de uma ou mais expressões numa frase que Instituto Federal de Educação, Ciência e
podem, contudo, ser facilmente subentendidas. Tecnologia/PB - Administrador, 2019, Superior
Exemplos Leia o texto abaixo para responder à questão05.
• "No mar, tanta tormenta e tanto dano." (em "Os
Lusíadas" de Camões) - onde se omite o verbo, CAPÍTULO PRIMEIRO / ÓBITO DO AUTOR
ainda que seja óbvia a intenção do autor. Algum tempo hesitei se devia abrir estas
• João estava com pressa. Preferiu não entrar. (Ele, memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
João, preferiu não entrar) primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte.
Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas
MODALIZAÇÃO: O sujeito expressa sua adesão considerações me levaram a adotar diferente método: a
ao texto, ou seja, o autor do texto deixa transparecer a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto,
você o que pensa ao escrever determinado texto. É um mas um defunto autor, para quem a campa foi outro
fenômeno discursivo em que um sujeito falante se coloca berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais
como fonte de referências pessoais, temporais, espaciais, galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua
e, ao mesmo tempo, toma uma atitude em relação ao que morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença
diz ou ao seu co-enunciador. Ela pode ser evidenciada radical entre este livro e o Pentateuco.
nas manifestações escritas e orais da linguagem, nos Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma
mais variados contextos. sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela
chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos,
Exemplos de modalização rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de
* Vai chover amanhã. trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por
- Acho que vai chover amanhã. onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve
cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava
* Ele tem 50 anos de profissão. uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e
tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a
- Ele tem uns 50 anos de profissão.
intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à
beira de minha cova: — “Vós, que o conhecestes, meus
* A experiência vai dar certo.
senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece
- A experiência tem de dar certo. estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos
caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar
PLEONASMO pode ser tanto uma figura de sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que
linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor
uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas
enfatizando-a. entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre
finado.”
PLEONASMO LITERÁRIO Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das
Trata-se do uso do pleonasmo como figura de vinte apólices que lhe deixei.
linguagem para enfatizar algo em um texto. (Machado de ASSIS. Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Ex.: "Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal" (F. Pessoa) 1. No texto acima, a sentença “Tinha uns sessenta e
quatro anos, rijos e prósperos...” (linha 14) possui o
Ex.: "O cadáver de um defunto morto que já faleceu" seguinte recurso linguístico:
(Roberto Gómez Bolaños) A) antonomásia
B) anacoluto
Ex.: "E rir meu riso" (V. de Moraes) C) modalização
D) catacrese
PLEONASMO VICIOSO E) paronomásia
Trata-se da repetição inútil e desnecessária de
algum termo na frase. Esse não é uma figura de 2. No excerto acima, a sentença linguística “Moisés, que
linguagem, e sim um Vício de linguagem. também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no
Ex.: Subir para cima; a grande maioria deles cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.”
POLISSÍNDETO é uma figura de linguagem que (linhas 4 e 5) é reproduzida pelo narrador por meio do
consiste no uso repetido de conjunções (principalmente seguinte mecanismo:
"e", "ou" ou "mas"), É utilizada, por exemplo, para A) performance
acentuar a abundância de algo: "A festa foi fantástica! B) polissemia
Comemos, e bebemos, e dançamos, e brincamos...". C) intertextualidade
ZEUGMA é uma figura de estilo ou figura de D) estruturação sintática
linguagem que consiste na omissão de um ou mais E) paralinguagem
elementos de uma oração, já expressos anteriormente. A
zeugma é uma forma de elipse. Gabarito: 01/C. 02/C
Ex.: "Ela gosta de história; eu, de física."

QUESTÕES DE PROVAS IDECAN QUESTÕES DE PROVAS


Câm.Salvador/BA-Advogado-2018- superior
1. Ao dizer que “O mundo caminha para um consumo
cada vez maior de alimento orgânico”, o autor do texto 1

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12 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
apela para um tipo de figura de linguagem caracterizada sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte
pela: frase:
(A) personificação de seres inanimados; Comprei um novo lar.
(B) utilização de um todo significando uma parte;
OBS.:o uso de palavras sinônimas pode ser de
(C) comparação entre um termo real e um figurado; grande utilidade nos processos de retomada de
(D) repetição enfática de termos; elementos que inter-relacionam as partes dos
(E) presença de termos de significação oposta. textos.
Gabarito B

Antônimos
Câm.Salvador/BA-Advogado-2018- superior São palavras que possuem significados opostos,
2. O segmento do texto 1 em que os termos sublinhados contrários. Ex.:
são redundantes é: mal / bem
(A) “Está conseguindo isso graças a um forte trabalho de ausência / presença
conscientização e por intermédio de subsídios aos fraco / forte
pequenos agricultores”; claro / escuro
(B) “aquele produzido de forma sustentável, respeitando- subir / descer
se e não agredindo o meio ambiente”; cheio / vazio
(C) “os defensivos agrícolas químicos, os chamados possível / impossível
agrotóxicos”;
(D) “são proibidos em diversas partes do planeta, banidos Polissemia
da Europa e dos Estados Unidos”;
Polissemia é a propriedade que uma mesma
(E) “A produção e consumo de orgânicos se dão por duas
palavra tem de apresentar mais de um significado nos
razões básicas”. múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns
Gabarito B exemplos de palavras polissêmicas:
cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da
QUESTÕES vassoura, da faca)
1.Em“Ociúmeéentãoaespéciemaisintrovertidadasinvejas”(l banco (instituição comercial financeira, assento)
inhas07e08),tem-seuma: manga (parte da roupa, fruta)
A)catacrese B)metáfora
C)metonímia D)comparação
Homônimos:
E)antonomásia
São palavras iguais na forma (pronúncia ou grafia),
mas diferentes no significado. Os homônimos podem ser:
2. Qual a figura de linguagem presente no período
“Falta-lhe inteligência para compreender isso.”?
a) Ironia. b) Eufemismo. Homônimos homógrafos
c) Hipérbole. d) Metonímia. Iguais na grafia, mas diferentes na pronúncia e no
e) Prosopopeia. significado.
Exemplo: governo /ê/ (substantivo)
Gabarito1 B 2A Governo /é/ (verbo)
Molho /ô/ (substantivo)
Molho /ó/ (verbo)

SEMÂNTICA – SINONÍMIA, ANTONÍMIA, Homônimos homófonos


HOMONÍMIA, PARONÍMIA Iguais na pronúncia, mas diferentes na grafia e no
significado.
Semântica é a parte da gramática que estuda a
significação das palavras no texto. Exemplo:cheque (de banco)
Quanto à significação, as palavras são divididas Xeque (lance de xadrez)
nas seguintes categorias: Censo (recenseamento)
Senso (sensatez, juízo)
Sinônimos
As palavras que possuem significados próximos Parônimos:
são chamadas sinônimos. Exemplos: São palavras semelhantes na forma (pronúncia e
casa - lar - moradia - residência grafia), mas diferentes no significado.
longe - distante Exemplo: Tráfego (trânsito)
delicioso - saboroso Tráfico (comércio ilegal)
carro - automóvel
Mandado (ordem judicial)
Observe que o sentido dessas palavras são
próximos, mas não são exatamente equivalentes. Mandato (tempo de um político no cargo)
Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma
palavra que signifique exatamente a mesma coisa que PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS
outra.
ABSOLVER: inocentar, perdoar
Há uma pequena diferença de significado entre
palavras sinônimas. Veja que, embora casae lar sejam

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LÍNGUA PORTUGUESA 13
Ex.: (A tortura) é o meio mais seguro de absolver os para aferir o consumo, os gastos com a instalação podem
criminosos robustos e condenar os fracos inocentes. ultrapassar os R$ 2.000. Folha de São Paulo, 12/07/201
(CesareBeccaria) AUFERIR: colher, obter, ter, tirar
Ex.: A história absolver-me-á. Ex.: Para o professor Darton, uma biblioteca pública
(Fidel Castro) digital americana servirá como alternativa institucional,
sem fins lucrativos, ao Google Books. Existe um conflito
ABSORVER: sorver, consumir, esgotar.
entre a razão de ser do Google, que é auferir lucros para
Ex.:o jogo absorveu toda a fortuna dele. seus acionistas, e as bibliotecas, cuja meta é colocar
livros à disposição dos leitores”, diz Folha de São Paulo,
ACENDER: pôr fogo, alumiar 10/08/2011.
Ex.: Aqui jaz tio Zé que acendeu um fósforo para ver se o
tambor tinha gasolina...E tinha! AFIM: que semelhanças ou afinidades com algo ou
alguém
Ex.: trataram o assunto em agenda e um outroafim deste.
Ex.: Não tinham interesses afins.
A FIM DE: para, com a finalidade de, para que
Ex.: Estudamos muito a fim de passarmos neste
concurso.

MORAL: o que está “de acordo com os bons costumes e


regras de conduta; conjunto de regras de conduta
proposto por uma determinada doutrina ou inerente a uma
determinada condição.” “conjunto dos princípios da
ASCENDER: subir honestidade e do pudor”.
Ex.: Para o consenso da maioria IMORAL: é tudo aquilo que contraria o que foi exposto
dos cristãos, a doutrina da Ascensão acima a respeito da moral. Quando há falta de pudor,
afirma que o corpo de Jesus de quando algo induz ao pecado, à indecência, há falta de
Nazaré, depois de quarenta dias da moral, ou seja, há imoralidade.
sua Ressurreição, na presença das AMORAL: é a pessoa que não tem senso do que seja
testemunhas dos apóstolos, moral, ética. A questão moral para este indivíduo é
ascendeu aos céus onde se desconhecida, estranha e, portanto, “não leva em
encontrou na presença de Deus Pai, consideração preceitos morais”. É o caso, por exemplo,
não só em espírito, mas também em dos índios no tempo do descobrimento ou de uma
sua pessoa humana (corpo e alma). sociedade, como a chinesa, que não vê o fato de matar
meninas, a fim de controlar a natalidade, como algo
ACIDENTE: um desastre, mórbido e triste.
acontecimento de que resulta
ferimento, prejuízo, dano pessoal ou material. ARREAR: pôr arreios
Ex.: Três pessoas, entre elas uma criança de 10 anos, Ex.: Ele arreou o cavalo esta manhã e saiu.
morreram em dois acidentes em açudes.
ARRIAR: abaixar, descer
INCIDENTE: episódio casual sem consequências graves
Ex.: Ele arriou as calças e fez as necessidades ali
Ex.: O incidente entre as primeiras-damas atrasou a mesmo.
cerimônia.

ASSOAR: limpar o nariz


ACENTO: tom de voz; sinal gráfico
Ex.: A umidade nas narinas é fundamental para o cão
Ex.: Percebi um acento emotivo em sua voz. perceber o mundo pelo focinho. Ou seja, uma mãe-
ASSENTO: lugar de sentar-se cachorro nunca mandaria seu filho assoar o
Ex.: devemos chegar cedo ao cinema para pegarmos nariz! Folha de São Paulo, 30/04/2011
assentos na frente. ASSUAR: vaiar, insultar com vaias, apupar
Ex.: O candidato foi assuado pela oposição.
A CERCA DE: sobre, a respeito de
Ex.: O deputado fez um discurso acerca dos prejuízos CAÇAR: apanhar animais ou aves
causados à natureza pelas queimadas.
Ex.: Quando adolescente, costumava caçar ciganas nos
CERCA DE: aproximadamente aninguais do Aritapera.
Ex.: Morávamos a cerca de seis léguas daqui. CASSAR: anular
HÁ CERCA DE: faz aproximadamente (passado) Ex.: Um deputado federal teve o mandato cassado por
Ex.: Há cerca de seis meses Pedro fugiu do Carandiru. ter se envolvido em licitações fraudulentas.

AFERIR: conferir, avaliar CALDA: solução açucarada.


Ex.: O número de entradas de água em cada apartamento Ex.: Gosto de pêssegos em calda.
é um fator que pode encarecer as obras, sobretudo nos CAUDA: rabo
prédios mais antigos que possuem mais de uma coluna
de água. Como cada entrada deve receber um hidrômetro Ex.: O avião perdeu a cauda em pleno voo.

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14 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Consertos e reformas em todos os tipos de Janelas e
Persianas.
CAVALEIRO: aquele que sabe andar a cavalo
CONSERTO: reparo
Ex.: Os cavaleiros costumavam viver em duelo.
Ex.: Preciso levar meu carro para um conserto na parte
elétrica.
CONCERTO: sessão musical, acordo
Ex.: Fui a um concerto de rock pela primeira vez quando
tinha 16 anos.

Jovem sendo elevado à dignidade de cavaleiro

CAVALHEIRO: homem educado


Ex.: Atitudes que fazem de você um perfeito cavalheiro.
COSER: costurar
Ex.: Maria vive de coser para fora.
COZER: cozinhar
Ex.: Em "O Grande Livro de Receitas: Carnes e
Grelhados", escrito por HilaireWalden e editado pela
Publifolha, é possível aprender a cozer carnes, peixes e
frutos do mar no tempo certo e preparar um bom
churrasco. Saiba mais sobre o livro. Folha de São Paulo,
Ao andar na calçada com ela, você fica para o lado da
04/07/200.
rua.
CELA: pequeno quarto de
dormir
Ex.: ...há um santinho querendo
fugir da cela.

SELA: arreio
CHEQUE: ordem de pagamento
Ex.: Coloque a sela no cavalo,
por favor! Ex.: Passei um cheque para pagar as compras.
XEQUE: lance de jogo no
xadrez; perigo; situação má
CENSO: recenseamento
Ex.: Ele terminou o jogo
Ex.: O IBGE realizou um censo que definiu a com xeque-mate ao rei.
quantidade de membros em cada família. Ex.: O telefonema dela
SENSO: raciocínio, juízo claro colocou o amigo em xeque.
Ex.: Ele não faria isso porque tem bom senso.
DELATAR: denunciar
CESTO: balaio, cesta pequena Ex.: Nelsinho não foi punido, pois havia recebido
Ex.: Ele se declarou culpado por ter roubado imunidade da FIA por delatar o esquema. Folha de São
um cesto de lixo de uma loja de departamentos no Paulo, 24/09/2009.
bairro de Romford, e será julgado por um tribunal para DILATAR: alargar, ampliar
menores no fim deste mês. Folha de São Paulo, Ex.: A Abbott faz uma ampla gama de medicamentos,
11/08/2011 incluindo estatinas para baixar o colesterol, e dispositivos
SEXTO: numeral ordinal (seis) médicos, como stents (dispositivos para dilatar vasos
sanguíneos), usados em pacientes cardíacos com artérias
Ex.: Thiago Pereira ficou em sexto nos 200 m medley e
deverá nadar as eliminatórias dos 400 m medley no obstruídas. Folha de São Paulo, 20/05/2011
sábado. Folha de São Paulo, 29/07/2011
DESAPERCEBIDO: desprovido, desprevenido
CHÁ: bebida Ex.: “A custo terminara-se a linha telegráfica de
Ex.: É costume entre os ingleses tomar o chá da tarde Queimadas, pela comissão de engenheiros militares,
dirigida pelo tenente-coronel Siqueira de Meneses. E foi a
XÁ: título do ex-imperador do Irã única coisa apreciável durante tanto tempo perdido. O
Ex.: Mohammad Reza Pahlevi foi o comandante-em-chefe, sem carretas para o transporte de
último xá da Pérsia. munições, desapercebido dos mais elementares
recursos, quedava-se, sem deliberar, diante da tropa
acampada, e mal avitualhada por alguns bois magros e

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LÍNGUA PORTUGUESA 15
famintos dispersos em torno sobre as macegas secas das DESTRATAR: maltratar com palavras, descompor,
várzeas.” insultar
DESPERCEBIDO: sem ser notado Ex.: Guilherme conta para Catarina que viu Pedro entrar
Ex.: O motorista teria dito ainda que a ideia de alugar um num carro com um homem que ela identifica como sendo
carro com placas de uma cidade da região foi de quem o Rique e se desespera. Babi elogia Maicon e os dois se
contratou, que acreditava que assim o carro passaria beijam. Duda questiona Eric o motivo de
despercebido pela fiscalização. Folha de São Paulo, ele destratar Josiane. Dona Zica teme quando Cláudia
26/07/2011 diz que ela pode não ter se curado. Rique alcança
Pedro. Folha de São Paulo, 12/05/2011.
DISTRATAR: desfazer o acordo, rescindir um trato .
DESCRIÇÃO: ato de descrever, expor
Ex.: Segundo descrição em seu currículo no site do
Ministério do Turismo, sua função era a de gerenciamento
de recursos e investimentos financeiros para a
infraestrutura turística e atrair investimentos nacionais e
estrangeiros para o setor. Folha de São Paulo,
09/08/2011
DISCRIÇÃO: Qualidade do que é discreto.
Circunspeção, prudência, tino; discernimento; sensatez.
Recato, modéstia. Reserva, segredo, reservada,
qualidade de discreto
Ex.: A discrição é para a alma o que o pudor é para o
corpo. (Francis Bacon)
Ex.: Carvalho ressaltou que a presidente Dilma Rousseff DISCENTE: referente a alunos
exigiu discrição sobre o caso. "Essa é uma questão que Ex.: “Depois de destinar 45% de suas vagas para negros
a presidente tomou muito pra si. Ela não tem aberto esse e índios oriundos da rede pública de ensino fundamental,
debate dentro do governo. Ela pediu que a gente deixasse a Universidade Federal da Bahia (UFBA) agora pretende
com ela esse tema e eu vou respeitar." Folha de São acabar definitivamente com os exames vestibulares, como
Paulo, 31/07/2011 forma de seleção de seu corpo discente.”
DOCENTE: referente a professores
Ex.: "Na época dos primeiros contatos de missionários
cristãos com os iorubás na África, Exu foi grosseiramente
confundido com o diabo e ele carrega esse fardo até os
dias de hoje", diz Reginaldo Prandi, mestre, doutor e livre-
docente em sociologia pela Universidade de São Paulo
(USP). Folha de São Paulo, 27/07/2011.

EMINENTE: ilustre, excelente


Tem “alguém” infringindo a lei... e vai precisar de um Ex.: Supremo Tribunal Federal dá exemplo pedindo
advogado para descriminá-lo. desculpas a eminente autoridade!
DESCRIMINAR: inocentar IMINENTE: que ameaça acontecer
Ex.: Tem “alguém” infringindo a lei... e vai precisar de um Ex.: A Segurança da Casa estava na iminência de perder
advogado para descriminá-lo. o controle da multidão.
DISCRIMINAR: distinguir, segregar, separar
Ex.: É doloroso ser vítima de discriminação. EMERGIR: vir à tona; manifestar-se; surgir
Ex.: Você tem de discriminar os produtos em uma nota Ex.: A aprovação desse pacote foi positiva, mas há outros
fiscal. problemas que podem emergir a partir dos próximos
meses", disse Hamilton. "A única certeza no cenário
internacional é que há muita incerteza." Folha de São
Paulo, 29/06/2011.
IMERGIR: mergulhar; entrar, penetrar em alguma coisa
Ex.: Mostra convida público a imergir na poesia de Paulo
Leminski Folha de São Paulo, 23/10/2009

DESPENSA: onde se guardam alimentos EMIGRAR: sair da pátria, deixar a terra natal, o país, para
estabelecer-se em outra região.
Ex.: Babi procura sua pulseira na despensa e encontra
com Pedro. Eric reclama ao ver Josiane cumprimentando Ex.: O Brasil também aparece como opção para
um amigo na porta do colégio. Folha de São Paulo, espanhóis de alta formação. Um estudo elaborado pela
11/07/2011 consultora Adecco e pela Universidade de Navarra indica
que os espanhóis com alto grau de formação e que
DISPENSA: ato de dispensar, isenção de serviço
também foram atingidos pela crise colocam o Brasil como
Ex.: Os demais jogadores da NBA pediram dispensa ou um dos seis destinos preferidos para emigrar por
foram liberados da seleção. Folha de São Paulo, emprego. Folha de São Paulo, 22/06/2011.
09/08/2011.
IMIGRAR: entrar num país estranho para nele morar

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16 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Ex.:Fugir do tema parece impossível para Sacco, que,
após "Notas sobre Gaza", fez gibis sobre africanos que
tentam imigrar para a Europa, a pobreza na zona rural da
Índia e a indústria de carvão nos EUA, inéditos
aqui. Folha de São Paulo, 02/07/2011.

ESPERTO: ativo, inteligente, vivo, sagaz, destro, hábil,


ativo, diligente
Ex.: Preciso de um auxiliar mais esperto. Pequena e fragrante flor de cera
EXPERTO: perito, entendido em determinado assunto
Ex.: Expertos são chamados a opinar sobre os assuntos FLUIR: correr em estado líquido; Fig. Derivar, proceder
que dominam, mas nem sempre concordam sobre as Ex.: As águas fluem calmas
particularidades de um campo de estudo.
FRUIR: gozar, desfrutar, tirar proveito de
Ex.: É claro que, para Singer, nem todos os seres vivos
ESPIAR: observar, espionar têm os mesmos "direitos". O nível de consideração que
Ex.: E então, como você ousa espiar o nosso ensaio? cabe a cada qual é uma função direta de sua capacidade
EXPIAR: sofrer castigo de perceber dor, prazer e até de fruir o transcendente --
Ex.: Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem ou seja, de seu grau de consciência. Folha de São Paulo,
suas faltas, através de um trabalho penoso e das misérias 11/02/2010.
da vida, até que se façam merecedores de passar para
um mundo mais feliz." FUSÍVEL: aquele que funde
Ex.: Um curto-circuito pode ser causado por um acidente
ESTÁTICO: firme, imóvel e originar um incêndio. Um fusível evita isto.
Ex.: Em compensação, a cada vez que voltava para as FUZIL: arma
décadas de 70 e 80, Erasmo ganhava a plateia - "Sou Ex.: Somos a favor da abolição da guerra, não queremos
uma Criança, Não Entendo Nada", "Mesmo que Seja Eu", a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra.
"Mulher", "Minha Superstar", "Sentado à Beira do Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar
Caminho", todas tiveram coro do público, mesmo com o o fuzil. -- Mao Tse-Tung
Tremendão estático no centro do palco. Folha de São
Paulo, 03/07/2011.
INCIPIENTE: principiante
EXTÁTICO: admirado, pasmado, com êxtase
Ex.: Afinal, Cuba ainda é um país de mídia incipiente. A
Ex.: Fiquei extático diante de tamanha maravilha divina. televisão tem poucos canais. A internet é acessada por
conexões dial-up. E, embora a música pareça estar
ESTRATO: Geologia: Camada formada pelas rochas presente em todo lugar (clubes e bares incluídos), a maior
sedimentares. Meteorologia Nuvem que se apresenta em parte dela ocupa o espectro estreito delimitado pelas
forma de faixas cinzentas e paralelas, e aparece baladas (trova) e pelo rebolantereggaeton. Folha de São
geralmente ao crepúsculo. Fig. Camada, faixa: estrato Paulo, 11/08/2011.
social. INSIPIENTE: ignorante, não sapiente, insensato,
Ex.: A presidente Dilma Rousseff viu dados de pesquisas imprudente
internas de opinião, analisou o impacto do caso Ex.: O governador, insipiente conhecido, negou-se a
nesse estrato social e, em seguida, concluiu que "a linha conversar com os representantes dos professores, daí a
[de ação] está boa". Folha de São Paulo, 18/07/2011. greve.
EXTRATO: resumo, essência
Ex.: Ao acompanhar meu extrato bancário, percebi que a INFLIGIR: aplicar pena
cobrança indevida havia sido feita. Após conversa com Ex.: O juiz infligiu grande pena ao criminoso.
atendente, fui informado de que a contestação fora
negada e que a cobrança era devida", queixa-se. Folha INFRINGIR: violar, desrespeitar
de São Paulo, 12/07/2011. Ex.: O motoqueiro infringiu as leis de trânsito.

FLAGRANTE: evidente, incontestável LAÇO: nó, vínculo, união


Ex.: A vítima ainda foi levada para um hospital, mas não Ex.: O laço essencial que nos une é que todos habitamos
sobreviveu. Os três militares foram presos em flagrante, este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar.
por suposto abandono de posto e consumo de bebidas Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos.
alcoólicas em serviço, o que é considerado crime E todos somos mortais. (John Kennedy)
militar. Folha de São Paulo, 10/08/2011. LASSO: frouxo, que sente profunda fadiga física
FRAGRANTE: perfumado, aromático Ex.:
Ex.: ÉBRIOS E CEGOS
Fim de tarde sombria.
Torvo e pressago todo o céu nevoento.
Densamente chovia.
Na estrada o lodo e pelo espaço o vento.
Monótonos gemidos
Do vento, mornos, lânguidos, sensíveis:

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LÍNGUA PORTUGUESA 17
Plangentes ais perdidos um pião. Usei palito, jornal e fita [adesiva]", diz. Folha de
De solitários seres invisíveis... São Paulo, 06/06/2011.
Dois secretos mendigos
Vinham, bambos, os dois, de braço dado, PRESCRITO: Estabelecido, ordenado, regulado.
Como estranhos amigos Que prescreveu, deixou de vigorar por motivo de
Que se houvessem nos tempos encontrado. prescrição.
Parecia que a bruma Ex.: Seus advogados alegavam que todas as acusações
Crepuscular os envolvia, absortos já haviam prescrito. Os ministros do tribunal entenderam,
Numa visão, nalguma porém, que somente alguns dos atos, de fato, não
Visão fatal de vivos ou de mortos. poderiam ser investigados por conta da prescrição. Folha
E de ambos o andar lasso de São Paulo, 30/06/2011.
Tinha talvez algum sonambulismo,
Como através do espaço
Ex.: A presidente Dilma Rousseff decidiu aprofundar o
Duas sombras volteando num abismo
receituário prescrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula
(CRUZ E SOUSA) da Silva: dialogar mais com a base aliada e fazer
aparições públicas. O objetivo é mostrar normalidade e
MANDADO: ordem judicial tocar agendas fora de Brasília. Folha de São Paulo,
04/06/2011.
Ex.: A polícia chegou ao acusado através de uma
denúncia anônima e foi preso com um mandado de
prisão temporária por policiais do 70º DP PROSCRITO: desterrado, emigrado
(Sapopemba). Folha de São Paulo, 09/08/2011. Ex.: A campanha oficial para as eleições legislativas de 7
MANDATO: Autorização dada por uma pessoa a outra de março no Iraque começou na sexta-feira num ambiente
para agir em seu nome (procuração). político agitado, marcado por um clima de caça a
Missão, delegação, procuração. Função, representação supostos partidários do proscrito partido Baath,
delegada pelo povo ou por uma classe de cidadãos. traduzindo-se na eliminação de centenas de candidatos,
Ex.: O filme, abordando um dos maiores feitos entre eles um líder sunita do Parlamento. Folha de São
no mandato do presidente Barack Obama, deve ser Paulo, 14/02/2010
lançado em outubro de 2012, menos de um mês antes de
Obama disputar a reeleição. Folha de São Paulo, SEÇÃO: divisão administrativa, parte, parcela
11/08/2011.
Ex.: Ela aparece na seção preliminares da edição de
agosto da revista "VIP". Folha de São Paulo, 02/08/2011
PAÇO: palácio real ou episcopal (do bispo) CESSÃO: ato de ceder
Ex.: Ex.: O segundo caso é relativo à cessão de um terreno
destinado em um primeiro momento a ser transformado
em um espaço verde e que foi revendido a uma empresa
que pertence a Sajral-Materi, no mesmo bairro da
Tunísia. Folha de São Paulo, 28/07/2011.
SESSÃO: Tempo em que uma assembleia, um
congresso, um corpo deliberativo ou consultivo se
mantém em reunião, estudando, discutindo e resolvendo
questões. Tempo de duração de um espetáculo:
Ex.: Vimos o filme na sessão das dez.
PASSO: passada
Ex.:
CESTA: utensílio de transporte

Ex.:

SESTA: descanso depois do almoço (o qual acontece na


sexta hora do dia)
PEÃO: aquele que anda a pé; trabalhador rural nas Ex.: O melhor meio de não esquecer uma poesia ou um
estâncias gaúchas; peça do xadrez. teorema que uma pessoa acaba de aprender pode ser o
Ex.: Leopoldo surpreende Tião e estrangula mais uma simples ato de fazer a sesta, consideram cientistas
testemunha. Ana brilha no rodeio de Jaguariúna e ofusca alemães, eles mesmos surpreendidos com a
a apresentação de Daniel. A velha Biga cerca Daniel no descoberta. Folha de São Paulo, 26/01/2011.
rodeio e deixa o peão preocupado com suas
profecias. Folha de São Paulo, 01/03/2011
SORTIR: abastecer
PIÃO: brinquedo
Ex.: Estas atenções do negociante pelo rapaz não eram
Ex.: Isabela Franco de Figueiredo, 6, correu para a família puro espírito de hospitalidade e provinha sem dúvida dos
com uma rosa pintada no rosto. "Eu aprendi a fazer interesses que o barão dava anualmente à casa comercial

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18 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
dele. Sampaio era o encarregado de lhe sortir a fazenda TRÁFICO: comércio lícito ou não
de tudo que precisava ir da corte, e nessas faturas o Ex.: Aí, magro. Tá a fim de trabalhar pro tráfico?
fornecedor de antemão pagava-se de todas aquelas
galanterias.
VULTOSO: volumoso
Ex.: (...) O procurador mencionou ainda que o empresário
SURTIR: produzir efeito
Marcos Valério tinha acesso livre com Dirceu. Também
Ex.: As medidas do governo de restrição de crédito e de citou uma reunião de diretores dos bancos BMG e Banco
aumento dos juros já começam a surtir efeito nas vendas Rural com o ex-dirigente do PT Delúbio Soares e Marcos
do comércio, que interromperam, em abril, a tendência de Valério. Antes, ele lembrou que houve a liberação de
alta em vigor desde maio do ano passado na comparação vultoso empréstimo de dinheiro para o PT.
com o mês imediatamente anterior. Folha de São Paulo,
VULTUOSO: atacado de congestão na face
10/06/2011
Ex.: "O rosto vultuoso, cianótico, empolado em vergões,
era uma máscara hedionda. "(Coelho Neto)

PALAVRAS HOMÓGRAFAS:
A relação abaixo mostra palavras escritas de forma
idêntica, mas possuem a sílaba tônica em posição
diferente (proparoxítonas e paroxítonas):
crédito (substantivo)- credito (verbo)
crítica (substantivo) - critica (verbo)
cópia (substantivo) - copia (verbo)
filósofo (substantivo) - filosofo (verbo)
Acessório com tacha deixa muito mais bonito e não
deixa tão carregado. EXERCÍCIOS
01. FLAGRANTE e FRAGRANTRE são vocábulos
TACHA: pequeno prego chato usado por estofadores semelhantes na pronúncia e na escrita, mas de sentido
Ex.: Compre para mim um quilo de tacha. diferente. Um a outro está devidamente empregado em:
TAXA: tributo a) A polícia chegou na hora e prendeu o assaltante em
fragrante.
Ex.: Apesar de manter a taxa básica de juros do país
próxima de zero, o Fed confirmou os temores dos b) A noiva usava flores flagrantes, isto é, cheirosas nos
investidores sobre uma desaceleração do crescimento cabelos.
americano. Folha de São Paulo, 10/08/2011. c) Segundo a Constituição, assaltantes devem ser
presos em fragrantes.
TACHAR: censurar, pôr defeito
d) O criminoso foi preso em flagrante.
Ex.: Um grupo nacionalista chegou a tachar a cantora de
"satanista", ressaltando que ela insulta a religião católica
02. Por sugestão de porque, há correção gramatical em:
e seus seguidores. Folha de São Paulo, 14/08/2009
a) Na carta, o autor mostra por quê pede perdão a
TAXAR: Estabelecer autoritariamente o preço de: taxar Maria.
uma mercadoria. Onerar com imposto.
b) Não há quem explique o porque de sua paixão.
Ex.: O número de julho é o maior resultado desde março, c) A carta apresenta a justifica por que o autor não quis
quando o governo decidiu taxar operações de ver Maria.
empréstimos externos para conter a entrada de dólares d) O meu amor cresceu, porquê houve a separação.
no país, que havia caído nos meses seguintes. Folha de
São Paulo, 20/07/2011.
03. Por sugestão de SELA, está correto o emprego da
palavra sublinhada do item:
TRÁFEGO: movimento, trânsito; fluxo a) Todos devemos pagar a tacha do imposto predial
b) De 10 em 10 anos, o Brasil realiza o senso
demográfico.
c) O homem que duvida se diz céptico.
d) Após o almoço, o sertanejo dorme uma agradável
cesta.

04. Os últimos acontecimentos na cidade vieram .....


Ex.: Neste fim de semana o tráfego, na grande São as suspeitas do ........ Chefe de Polícia quanto ao
Paulo, será bom. perigo.........que a população poderia vir a sofrer.
a) Retificar / iminente/ eminente
b) Retificar / eminente / iminente
c) Ratificar / iminente / iminente
d) Ratificar / eminente / iminente
e) Ratificar / iminente / eminente

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LÍNGUA PORTUGUESA 19
05. Analise as palavras entre parênteses e assinale a A) A discrição como agia, mascarava suas atitudes
alternativa em que a PRIMEIRA Palavra completa, discriminatórias contra os mestiços;
corretamente, a frase. B) O perigo era iminente e ninguém percebia;
a) motorista foi multado porque .............. (infligiu, C) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever;
infringiu) as regras de trânsito. D) A incipiência do povo o faz escolher maus
b) Naquela assembleia, foi aprovada a .......... (sessão, governantes;
cessão) de terras aos colonos. E) O mercantil estava sempre sortido.
c) Solicitei ao banco o meu ...... (estrato, extrato) de
contas. GABARITO:
d) As mercadorias devem ser........(descriminadas, 01 D 02 C 03 C 04 D 05 E
discriminadas) na nota fiscal. 06 E 07 08 C 09 E 10 D
e) supermercado deveria estar.... (sortido, surtido) de 07. a) cessãob) sessão c) seção
mercadorias.

06. No último.........da orquestra sinfônica, houve......entre


convidados, apesar de ser uma festa .......... . COESÃO E COERÊNCIA
a) conserto – flagrantes descriminações –beneficente
b) concerto - fragrantes discriminações – beneficiente FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
c) conserto - flagrantes descriminações –benefiente Todo texto parte de uma intenção comunicativa e
d) concerto - fragrantes discriminações – beneficiente que para se realizar de forma adequada precisa estar de
acordo com a situação geral em que vai ocorrer, que são
e) concerto - flagrantes discriminações - beneficente
os interlocutores e que são produções organizadas por
critérios de coerência e coesão.
07. Complete as frases, usando convenientemente os
homônimos sessão, seção e cessão: Um texto visto fora de suas circunstâncias de
produção, tem um sentido plural, é testemunha de
a) prefeito da Capital fez......... de vários terrenos às
múltiplas vozes; nesse caso estamos realizando o
famílias desabrigadas.
discurso. Já um texto, visto em relação às circunstâncias
b) Lúcia participou da última ........ sobre os problemas que o produziram, é portador de um sentido plural mais
de Ecologia. organizado, ordenado, domesticado pela projeção da fala;
c) Os livros de Matemática estão todos na neste caso estamos realizando o texto.
.......reservada às Ciências Exatas.
Todo texto parte de uma intenção comunicativa
que, para se realizar de forma adequada, precisa estar de
08. Assinale a alternativa que completa correta- mente as acordo com a situação geral em que vai ocorrer, quem
frases: são os interlocutores, qual a relação social entre eles, em
- Todos estão de acordo com a .......... dos bens aos que local acontece, etc.
pobres.
- A hora da verdade está ............ Aproveite o
momento! Conceito de Textualidade
- É melhor ................. o fogo, pois o frio vem aí. Textualidade é o conjunto de características que
- O acontecimento passou ................. até aquele dia. fazem com que um texto seja um todo significativo e não
apenas uma sequência de frases. Para Beaugrande e
- Os culpados foram apanhados em ..........................
Dressler (1981) existem sete fatores responsáveis pela
textualidade. São eles:
a) cessão, eminente, ascendermos, despercebido,
fragante.
b) secção, iminente, ascendermos, desapercebido, Coerência – por ser responsável pelo sentido do texto é
flagrante. considerada fator fundamental da textualidade.
c) cessão, iminente, acendermos, despercebido, flagrante. Abrange não só os aspectos lógicos e semânticos,
mas também os cognitivos. Dessa forma a coerência é
d) seção, iminente, acendermos, desapercebido,
um fenômeno que está ligado à interpretação do texto
flagrante.
por parte do interlocutor, ou seja, está ligado
e) cessão, eminente, ascendermos, despercebido, diretamente á interlocução.
faglante.

Leia o texto abaixo e responda à questão. Coesão – responsável pela unidadeformal do texto.
“O homem sério que contava dinheiro parou. Constrói-se através demecanismos
gramaticaiselexicais. É decorrente da coerência de
O faroleiro que contava vantagem parou.
um texto.
A namorada que contava as estrelas parou
Intencionalidade – está ligada diretamente à intenção
para ver, ouvir e dar passagem”
do locutor em construir um discurso coerente numa
determinada situação comunicativa. Está relacionado
09. Considerando o sentido do verbo contar, em cada um aos protagonistas do ato de comunicação.
dos versos acima, verifica-se a presença de
Aceitabilidade – esta, por sua vez, está ligada
A) sinonímia. B) antonímia.
diretamente à expectativa do interlocutor ao que vai
C) paronímia. D) metonímia. E) polissemia. ser apreendido. Ou seja, se o texto é coerente, coeso,
aceitável.
10. Marque o item em que o significado da palavra
Situacionalidade - responsável pela
grifada é inadequado à frase: pertinênciaerelevância de um texto quanto ao

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20 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
contexto em que ocorre. É a adequação do texto interativa e contextualizada, requer a mobilização de um
quanto à situação sócio comunicativa. vasto conjunto de saberes e habilidades e a inserção
Informatividade – Diz respeito à medida na qual as desses saberes e habilidades no interior de um ato
ocorrências de um texto são esperadas, ou não, comunicativo.
conhecidas, ou não, no plano conceitual e no formal. A partir desses conceitos, esta deixa de ser vista
Intertextualidade – essa, “diz respeito aos modos como a como mera propriedade ou qualidade do texto, e passa a
produção e recepção de um texto dependem do ser vista ao modo como o leitor/ouvinte, a partir dos
conhecimento que se tenha de outros textos com os elementos presentes na superfície textual, interage com o
quais ele, de alguma forma, se relaciona”. (Koch, texto e o reconstrói como uma construção portadora de
2000) sentido.
COESÃO e a COERÊNCIA são dois fenômenos
com níveis distintos de organização, mas estão
Coesão e coerência intimamente ligados por serem responsáveis pela
A COESÃO é construída através de mecanismos transmissão do significado do discurso, sendo que a
gramaticais e lexicais, sendo ela a principal responsável primeira está relacionada com a organização textual e a
pela unidade formal do texto, podemos concluir que é a segunda com o ato ilocucional.
manifestação linguística da coerência. Não queremos Halliday e Hassan (apud Koch, 1991: 19-20)
dizer com isto que é uma questão do que o texto significa, dividem os mecanismos de coesão em cinco categorias, a
mas de como está edificado semanticamente para a saber:
construção dessa significação e possível aceitação.
Referência – os itens da língua que não podem ser
Segundo Oliveira (2001: 20) “a COESÃO fica na interpretados por si mesmos, mas remetem a
fronteira da sintaxe com a semântica”. Para Bastos(2001: outros itens do discurso necessários a sua
15) a coesão “está relacionada com a organização textual, interpretação são elementos de referência, que
ou seja, trata-se de como as frases se organizam em pode ser subdividida em exofórica (fora do
sequências expressando proposições.” Já para Koch texto) e endofórica(no próprio texto). E ainda,
(1999: 24), “a coesão ajuda a perceber a coerência na se o referente precede o item coesivo tem-se a
compreensão dos textos, porque é resultado da coerência anáfora e se vem após, a catáfora. A referência
no processo de produção desses mesmos textos.” pode ser efetuada por meio de recursos de
Halliday e Hassan definem coesão como um ordem gramatical, podendo ser pessoal
conceito semântico referente às relações de significados (através de pronomes pessoais possessivos);
que existem dentro de um texto. Para eles a coesão se demonstrativa (pronomes demonstrativos e
divide em CoesãoGramatical e a Coesão Lexical, sendo advérbios indicativos de lugar); ou comparativa
a primeira expressa parcialmente através da gramática e (por meio de identidades e similares);
a segunda parcialmente através do vocabulário. A Substituição – colocação de um item no lugar de
COESÃO é para esses autores uma relação semântica outro, ocorrendo sempre uma redefinição, pode
entre um elemento no texto e um outro elemento que é ser nominal, verbal ou frasal;
crucial para sua interpretação. Contudo, para a
Elipse – a substituição por omissão de um item
aceitabilidade de um texto é necessário mais do que a
lexical, recuperável pelo contexto, também
presença de relações semânticas entre os componentes
pode ser nominal, verbal ou frasal;
textuais, ele precisa de certo grau de Coerência que por
sua vez depende de vários fatores interpessoais. Portanto Conjunção – estabelece relações significativas
a coerência de um texto depende de fatores que são específicas entre elementos ou orações do
percebidos através das relações formais, semânticas e texto, sendo os principais tipos as aditivas,
pragmáticas, que, identificadas pelo interlocutor, ativa seu adversativas, causais, temporais e
conhecimento prévio, interage com o locutor, construindo continuativas;
assim o sentido global de um texto. Em suma, um texto, Coesão lexical – é obtida por meio de reiteração
para Halliday& Hassan, é extraído através de um discurso (repetição de um mesmo item lexical, ou
que é coerente em dois aspectos: é coerente em relação sinônimos, hiperônimos ou nomes genéricos) e
ao contexto de situação, portanto consistente em registro, colocação (uso de termos pertencentes a um
e é coerente em relação a ele mesmo e, portanto coeso. mesmo campo significativo).
Dentro dessa perspectiva, a coerência textual (ou Duarte (2003) diz que:
conectividade conceitual) é para Duarte (2003): Quando usam a língua, os falantes não
Um fator de textualidade que resulta da produzem palavras isoladas, desligadas umas
interação entre os elementos cognitivos das outras e do contexto situacional e
apresentados pelas ocorrências textuais e o discursivo. Pelo contrário, tanto os produtos
nosso conhecimento do mundo. Assim, uma resultantes do uso primário da língua na
condição cognitiva sobre a coerência de um situação básica da conversa como os que
texto é a suposição da normalidade do(s) resultam do uso da língua escrita em situações
mundo(s) criado(s) por esse texto: um texto é não pessoais, tanto os produtos de um só
coerente se os elementos/esquemas cognitivos locutor como os que resultam da atividade
ativados pelas expressões linguísticas forem colaborativa de vários falantes são objetos
conformes àquilo que sabemos ser: (i) a dotados de sentido e de unidade – ou seja, são
estrutura das situações descritas; (ii) as produtos coesos internamente e coerentes com
relações lógicas entre situações; (iii) as o mundo relativamente ao qual devem ser
propriedades características dos objetos de um interpretados. A tais produtos chamam-se
mundo “normal”. textos.
Dessa forma a coerência textual e fator relevante Para a autora, os processos de sequencialização
para a compreensão da mensagem, que por ser uma obedecem aos seguintes mecanismos:

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LÍNGUA PORTUGUESA 21
Mecanismos de Coesão Textual: c)Coesão Temporal - indica que só existem coesão e
Coesão Frásica coerência numa sequência textual se a sequencialização
dos enunciados satisfizer as condições conceptuais sobre
Coesão Interfrásica (Junção)
localização temporal e ordenação relativa que são
Coesão Coesão Temporal características dos estados de coisas do mundo
Gramatical Paralelismo Estrutural selecionado pela referida sequência textual.
Coesão Referencial Para assegurar a coesão temporal são
Reiteração necessários dois procedimentos: primeiro, a utilização
(correlativa) de certos tempos verbais; segundo, que haja
Sinonímia uma ordem linear dos membros das sequências formadas
Antonímia por conjunção: na superfície textual, a descrição de
Coesão Lexical Hiperonímia estados de coisas anteriores precede a descrição de
Substituição estado de coisas posteriores.
Hiponímia
Holonímia
Meronímia d)Paralelismo Estrutural – a presença de traços
gramaticais comuns (tempo, aspecto) da mesma ordem
de palavras ou da mesma estrutura frásica em fragmentos
Coesão Gramatical textuais contíguos. São acompanhados com frequência
a)Coesão frásica – os processos de sequencialização de processos lexicais coesivos como: reiteração, oposição
asseguram em nível sintagmático e oracional, uma semântica, etc.
ligação significativa entre os elementos linguísticos que
ocorrem na superfície do texto. Destacam-se: e)Coesão Referencial – para assegurar a coesão
➢ Os que asseguram os nexos sequenciais entre referencial é assinalar, através da utilização de formas
categorias nucleares e os seus especificadores e linguísticas apropriadas, que os participantes do ato
complementos: comunicativo, designados por uma dada expressão são
I - ordem de palavras interna dos sintagmas; introduzidos pela primeira vez no texto, já foram
mencionados no discurso anterior, se situam no espaço
II - fenômenos de concordância interna do
físico perceptível pelo locutor-escritor ou pelo alocutário,
sintagma, que exprimem, através da presença de
existindo como objetos únicos na memória do locutor ou
marcas idênticas de número e de gênero, a
interlocutor.
dependência de determinantes, de quantificadores
e de adjetivos relacionados ao núcleo nominal. A coesão referencial desenvolve-se a partir do
seguinte esquema:
➢ Os que asseguram a identificação ou
recuperabilidade da estrutura de argumentos de Exofórica (ou referência)
um dado predicador, marcando a relação Coesão Anáfora
gramatical que cada argumento mantém, na Endofórica
Referencial Catáfora
superfície, com o predicador, ou seja, os
processos que permitem identificar a relação (co-referência) Elipse
gramatical de cada argumento: Existe coesão referencial exofórica sempre que, no
I - a ordem básica de palavras de cada língua; ato comunicativo um objeto através de uma instrução
II - o uso das formas casuais dos pronomes linguística é levado ao conhecimento do alocutário. A
pessoais; forma dessa instrução varia em função do conhecimento
que o locutor tem - e pressupõe que o alocutário tenha –
III - as preposições que assinalam relações do referido objeto.
gramaticais.
A relação referencial e controlada, na maioria dos
➢ Os fenômenos de concordância que exprimem, casos, pragmaticamente: o objeto em questão só tem
através de marcas idênticas de pessoa e uma identidade incontroversa no espaço cognitivo ativado
número, ou de gênero e de número, o nexo pelo texto, isto é, no espaço cognitivo acionado pelo
relacional entre sujeito e verbo, entre sujeito e discurso anterior e pela situação. É o que se passa com a
predicativo do sujeito e entre sujeito e predicativo maior parte dos nomes próprios de pessoas, com eu e tu
do objeto. (nomes próprios do locutor e do interlocutor) e também
com o uso de pronomes demonstrativos e possessivos.
b)Coesão Interfrásica – indica os processos de Existe a coesão referencial endofórica quando um
sequencialização que apresentam vários tipos de ou mais fragmentos textuais são interpretados como
interdependência semântica nas frases que ocorrem na idênticos, do ponto de vista referencial, a outro fragmento
superfície textual. Tal processo, para a autora, acontece textual presente no texto.
através de duas formas: a paratax ou subordinação Fragmentos textuais co-referentes constituem uma
(“colocar ao lado de”) e a hipotax ou subordinação cadeia anafórica ou referencial. Essas cadeias
(“colocar sob”). Os elementos linguísticos que assinalam a referenciais podem ter como domínio: a frase simples, a
junção são os conectores frásicos (conjunções, frase composta, a frase complexa ou unidades textuais
conectores adverbiais e preposicionais) e as pausas. superiores ao período.
Dessa forma, conforme Duarte (2003 p, 91), dois As cadeias anafóricas devem respeitar algumas
grandes processos linguísticos fazem parte da realização condições semântico-discursivas e sintáticas:
da coesão interfrásica: a coordenação e a
subordinação. O uso adequado de tais mecanismos a) Para que exista uma cadeia anafórica é
garante a unidade de um texto. necessário que um ou mais fragmentos textuais
não tenha(m) referência autônoma, sendo o seu
referente estabelecido co-textualmente por outro
fragmento textual – o antecedente.

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22 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
b) Antecedente e termo(s) anafórico(s) deve(m) 01 Esse líquido escuro e de cheiro forte se
ter os mesmos traços de pessoa, número e 02 forma quando o lixo entra em decomposição,
gênero. principalmente por causa da ação de bactérias.
03
Os membros dessa cadeia podem ter realização lexical, Tanto faz se o lixo é orgânico (como restos de
04 comida) ou inorgânico (como plástico ou vidro).
sendo, em geral, pronomes anafóricos, pronomes
pessoais ou pronomes demonstrativos, podem ainda se 05 Também chamada de lixiviado, a gosma pode
nulos, isto é, sintaticamente, categorias vazias. 06 surgir da umidade natural do detrito ou gerada por
O termo anafórico que é sintaticamente uma categoria 07 seu apodrecimento, e é alimentada pela água da
vazia é chamado de elipse. chuva.
08
Sua composição varia de acordo com o
A cadeia anafórica que apresenta a ordem linear 09 material descartado: geralmente contém nitrogênio
antecedente chama-se anáfora. O fragmento textual que
10 e carbono, mas também pode incluir cobre, cobalto,
estabelece o referente da cadeia anafórica ocorrendo no
11 cádmio, mercúrio e outros metais pesados. Por
discurso subsequente àquele em que surgem os termos
isso, ele é muito mais prejudicial ao meio ambiente
anafóricos chama-se catáfora. 12
do que o esgoto.
13 Se o chorume de um aterro sanitário não
Coesão Lexical 14 fortratado corretamente, pode alcançar os lençóis
Neste processo as expressões linguísticas que 15 freáticose contaminar todo o ciclo da água do qual
entram numa relação de coesão lexical caracterizam-se aqueleaquífero faz parte.
pela co-presença de traços semânticos idênticos ou Fontes: Ipen, SuperBac e Portal Tratamento de Água. Disponível
em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-
opostos. chorume-dolixo/. Acesso em: 27/11/2019
Destacam-se os seguintes processos de coesão
lexical, definidos pelo tipo de contiguidade semântica 01. (IDECAN - 2020 - IF-RR - Assistente Administrativo)
entre expressões linguísticas:
-Assunto: Domínio dos mecanismos de coesão e
a) Reiteração - A reiteração consiste na repetição de coerência textual, utilizando, na coerência e coesão,
expressões linguísticas; a contiguidade semântica conjunções
caracteriza-se, neste caso, pela identidade dos traços
semânticos. Assinale a única alternativa que completa de maneira
coesa e coerente o trecho extraído do Texto.
b) Substituição - A substituição pode acontecer pela
sinonímia – diz respeito à relação de sentido que se “Se o chorume de um aterro sanitário não for tratado
estabelece entre dois vocábulos que têm significação corretamente, pode alcançar os lençóis freáticos e
muito próxima; por antonímia – refere-se às expressões contaminar todo o ciclo da água do qual aquele
linguísticas com traços semânticos opostos, seja numa aquífero faz parte.” (l. 14- 17)
gradação, ou numa complementariedade; por hiperonímia A Portanto é necessário evitar gastos com tratamento de
– indica a relação estabelecida entre um vocábulo de esgoto e destinar os recursos públicos para a
sentido mais genérico e outro de sentido mais específico; construção de novos aterros sanitários.
por hiponímia – indica que a primeira expressão mantém B Por isso este tratamento jamais pode ser negligenciado
com a segunda uma relação de elemento/classe; por pelo poder público, e nem mesmo as ações de
holonímia – indica que a primeira expressão mantém com saneamento básico devem tomar-lhe a primazia.
a segunda uma relação de todo/parte; por meronímia – C Contudo, o tratamento do esgoto é fundamental para a
indica que a primeira expressão mantém com a segunda saúde da população, enquanto o tratamento do
uma relação de parte/todo. chorume diz respeito apenas aos aterros sanitários.
Por estabelecer relações de sentido, a coesão diz D Apesar disso, a chance de um aterro sanitário produzir
respeito ao conjunto de recursos semânticos por meio dos chorume suficiente para contaminar os lençóis
quais uma sequência se liga a uma posterior, freáticos é muito alta.
mobilizando-se esses recursos com o propósito de
produzir textos. E Em função disso, o investimento em saneamento básico
deve ser maciço, pois quando o esgoto é tratado a
produção de chorume nos aterros sanitários se torna
um problema de menor importância.

02. (IDECAN - 2020 - IF-RR - Assistente Administrativo)


QUESTÕES DE PROVAS IDECAN -Assunto: Domínio dos mecanismos de coesão textual
ATENÇÃO: Para responde as questões seguintes, No Texto, a expressão “a gosma” (l. 5-6) retoma o
considere o texto abaixo: referente “chorume”, mencionado no título do texto. A
este mecanismo de coesão textual damos o nome de
A coesão por elipse.
B anáfora pronominal.
Serviço público federal - Ministério da educação
C anáfora encapsuladora.
Secretaria de educação profissional e - IFRoraima
D coesão por substituição.
Assistente em administração
E coesão sequencial.
Mundo Estranho
O que é o chorume do lixo?
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Líquido nojento pode ser mais danoso ao ambiente
da Paraíba - Administrador, 2019, Superior
do que o esgoto
Por Evelyn Mackus - out /2018 Leia o texto abaixo para responder à questão abaixo.
CAPÍTULO PRIMEIRO / ÓBITO DO AUTOR

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LÍNGUA PORTUGUESA 23
Algum tempo hesitei se devia abrir estas Profissional da AFP diz que a experiência de documentar
memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em o sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. próprias filhas.
Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas
considerações me levaram a adotar diferente método: a O grego ArisMessinisé fotógrafo da agência AFP
primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera
mas um defunto autor, para quem a campa foi outro Árabe.Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a
berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais onda de refugiados na Europa. Ele conta em um blog da
galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho
morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença na ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados
radical entre este livro e o Pentateuco. pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma 700.000 refugiados e imigrantes clandestinos já
sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades
chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente
rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de
contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. suspender o país do Acordo Schengen, que permite a
Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem livre circulação de pessoas entre os Estados-membros.
anúncios. Acresce que chovia — peneirava uma chuvinha Messinisdiz que o mais chocante do seu trabalho
miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem no
levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não
engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira de está em uma zona de guerra torna isso ainda mais
minha cova: — “Vós, que o conhecestes, meus senhores, emocional. E muitomais doloroso”, diz Messinis. Numa
vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar guerra, o fotógrafo também corre perigo, então, de certa
chorando a perda irreparável de um dos mais belos forma, está em pé de igualdade com as pessoas que
caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar protagonizam as cenas que ele documenta. Em Lesbos,
sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que não é assim. Ele está em absolutasegurança. As pessoas
cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor que chegam estão lutando por suas vidas. Não são
crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas poucas as que morrem de hipotermia mesmodepois de
entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso pisar em terra firme, por falta de atendimento médico.
ilustre finado.” Exatamente por causa dessa assimetria entre o
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas
vinte apólices que lhe deixei. vezes Messinisdeixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-
(Machado de ASSIS. Memórias Póstumas de Brás Cubas) los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os
bebês que chegamnos botes. Obviamente, são os mais
03. Na sentença linguística “tudo isso é um sublime louvor vulneráveis aos perigos da travessia. Messinisfotografou
ao nosso ilustre finado” (linha 29), o elemento coesivo os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
sublinhado possui natureza O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o
A) dêitica. sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais rígido
B) anafórica. com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A
menor, 7 meses. Quando vê o que acontece com as
C) catafórica.
crianças que chegam nos botes, Messinispensa em como
D) expletiva.
suas filhas têm sorte de estarem vivas, de terem onde
E) exofórica. morar e de viveremnum país em paz. Elas não têm do
que reclamar.
Leia os textos abaixo para responder às questões. (Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em:
TEXTO I http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-
aris-que-se-divide-entresocorrer-
EPÍLOGO
e-fotografar-naufragos/.)
Vocês, melhor aprenderem a ver, em vez de apenas
Arregalar os olhos, e a agir, em vez de somente falar.
05. Na construção do texto, a COERÊNCIA e a
Uma coisa dessas quase chegou a governar o mundo!
COESÃO são de fundamental importância para que
Os povos conseguiram dominá-la, mas ainda
sua compreensão não sejacomprometida. Alguns
É muito cedo para sair cantando vitória: elementos são empregados de forma efetiva e
O ventre que gerou a coisa imunda continua fértil! explícita com tal propósito. Nos trechos aseguir foram
(Bertolt Brecht) destacados alguns elementos cuja função anafórica
04.Com base nas relações de coesão textual, pode-se contribui para a coesão textual, com EXCEÇÃO de:
afirmar que, no TEXTO I, o remissivo “la”, em “dominá-la” A) “[...] pessoas que trazem no rosto o sofrimento da
possui referente textual guerra.” (2º§)
A) anafórico. B) “Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas
B) metonímico. fotos [...]” (1º§)
C) hiperonímico. C) “O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o
D) hiponímico. sofrimento [...]” (4º§)
E) catafórico. D) “[...] onde milhares de refugiados pisam pela primeira
vez em território europeu.” (1º§)

SEMTAS – Pref. Natal /RN–Administrador –


Univ. Federal da PB–Administrador -2016; Superior
2016/Superior
Conheça Aris, que se divide entre socorrer e Texto I para responder à questão.
fotografar náufragos “Quem não se comunica se trumbica”

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24 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Esta frase é do Chacrinha, um dos mais famosos e informações aos quais os indivíduos são submetidos
apresentadores da televisão brasileira, falecido em 1988. desde pequenos.
Só que não! A frase, na verdade, é de Péricles do Amaral, Tal constatação pode parecer simples, e a
que a “deu” para que Chacrinha a usasse em seus resposta imediata a esse problema seria, então, ampliar o
programas na TV. Mas hoje, enquanto Chacrinha se nível de exposição de todos à informação e a práticas
eternizou como personagem integrante da história da TV culturais qualificadas. Sem dúvida, isso é parte da
brasileira, Péricles – uma das maiores referências do solução, mas, infelizmente, não é suficiente. Para além do
rádio carioca e autor de novelas radiofônicas, além de contato com a informação, são necessárias interações
forte atuação como redator de TV em diversos canais – que promovam o desenvolvimento de capacidades que
que faleceu em 1975, é pouco conhecido do grande levem os sujeitos a ultrapassar o mero consumo de
público. conhecimentos. Trata-se, portanto, de colocar a ênfase no
[...] processamento e na produção de ideias, reflexões e
06. Na construção textual, estão envolvidas algumas respostas. E isso se dá por meio da interação com os
estratégias de referenciação, atuantes no processo de adultos e com os objetos de conhecimento. A diferença
coesão do texto. Sabendo-se que um “objeto” já presente vai se estabelecendo na qualidade da interação cotidiana
no texto pode ser reativado através da referência feita a e na forma de estimular e acreditar na capacidade
ele, leia o trecho do texto destacado a seguir: daquele pequeno ser. [...]
“Esta frase é do Chacrinha, um dos mais famosos Atualmente, muitas crianças brasileiras já têm
apresentadores da televisão brasileira, falecido em 1988. acesso a livros, bibliotecas, laptops, celulares etc.
Só que não! A frase, na verdade, é de Péricles do Amaral, Entretanto, as práticas dos atores que mediam o acesso a
que a “deu” para que Chacrinha a usasse em seus essas “tecnologias” são muito diversificadas. E é nesse
programas na TV.” (1º§) espaço invisível que se configuram a marginalização e as
Dentre as afirmativas a seguir, assinale a verdadeira em diferenças na qualidade do relacionamento que as
relação aos elementos destacados anteriormente. crianças têm com a cultura letrada. Um educador que
A) Sem exceção, os elementos destacados atuam como utiliza estruturas mais sofisticadas da língua para se
formas referenciais de um mesmo objeto introduzido comunicar com seus alunos, ainda que bem pequenos, e
anteriormente. propõe atividades que os incentivem a aprender sobre e a
B) “Esta frase” e “A frase” possuem o mesmo referente, partir da linguagem, oferecerá um contexto favorável ao
as duas ocorrências de “a” em destaque indicam a desenvolvimento de habilidades e conhecimentos que
introdução de um novo referente não interferindo na amplificam seu potencial cognitivo. Em contrapartida,
coerência textual. alunos expostos a práticas mais mecânicas,
C) A ocorrência do primeiro “a” em destaque refere-se a transmissivas, podem continuar limitados ao consumo do
“Esta frase”, já a ocorrência do segundo “a” refere-se à conhecimento.
expressão “A frase”, organizando textualmente a ordem A educação pode e deve promover o
das informações. desenvolvimento pessoal e a inserção social,
D) A expressão “A frase”, diferentemente dos demais especialmente em um país com tantas desigualdades
elementos destacados, indica uma introdução de uma como o Brasil. É necessário entender que o acesso à
nova informação no texto, tratando-se de um “objeto” até informação não é suficiente para transformar a nossa
então não mencionado. realidade e que é na composição de inúmeros
microaprendizados cotidianos que se cria a oportunidade
Prefeitura Manhumirim /MG / Advogado: Ano: 2017; de desenvolvimento cognitivo. O processo de
Nível: Superior aprendizagem é cultural e precisa de mediação
qualificada desde muito cedo. Portanto, para além da
Combate à desigualdade pela raiz urgência de fazer frente ao “apagão da mão de obra”, é
Cotidianamente, todos nós nos deparamos com necessário investir na produção de conhecimentos no
o passivo que nosso sistema educacional gera ano a ano. campo da linguagem e nos saberes específicos que se
Por mais confortável e estruturada que esteja nossa vida dão na interface entre os domínios teórico e prático.
e por melhor que tenha sido a nossa formação e a de Precisamos subsidiar os professores que atendem à
nossos filhos, a lacuna que o sistema gera para um primeira infância, a fim de que todas as crianças
contingente tão grande de brasileiros impacta a qualidade brasileiras, desde muito cedo, possam participar
de vida, o dia a dia de todos nós. [...] regularmente de situações produtivas de aprendizagem.
Quanto à educação formal, pode-se dizer que tal (Beatriz Cardoso. O Globo, 21 de julho de 2014.)
investimento não começa apenas nos ensinos
fundamental e médio: se dá a partir da educação infantil.
07. Dentre os empregos da palavra “que” está o de
Sabe-se que os investimentos, ainda na primeira infância,
estabelecer conexões em que ocorre a retomada de
não só reduzem a desigualdade, mas também produzem
elementos anteriormente expressos contribuindo, deste
ganhos tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.
modo, para coesão textual. Tal função pode ser verificada
No entanto, a urgência frente ao “apagão de mão de obra”
em:
tem gerado uma pressão por investimento no ensino
médio. A questão de fundo, porém, continua sendo: por A) “Sabe-se que os investimentos, [...]” (2º§)
que algumas crianças vão tão longe e outras ficam B) “[...] por que algumas crianças vão tão longe [...]” (2º§)
condenadas aos limites de sua inserção social? C) “E é nesse espaço invisível que se configuram [...]”
A falta de condições necessárias para (5º§)
desenvolver seu potencial acaba impedindo a mobilidade D) “[...] pode-se dizer que tal investimento não começa
de um enorme contingente de crianças e jovens. Isso [...]” (2º§)
pode ser causado por inúmeros fatores sociais,
econômicos, culturais, familiares. No entanto, entre eles, é
08. No 4º§, a autora apresenta uma solução para o
possível destacar a quantidade e qualidade dos estímulos
problema discutido anteriormente no texto. Porém,

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LÍNGUA PORTUGUESA 25
através de marcas linguísticas textuais, é possível a) Proparoxítonas – são todas acentuadas. É o caso
verificar que tal solução, segundo a autora, não é de: alcoólico, lâmpada, Atlântico, Júpiter, ótimo,
satisfatória. Tal inferência pode ser verificada através do flácido, relâmpago, trôpego, lúcido, víssemos.
emprego do indicado nas alternativas a seguir, com
EXCEÇÃO: b) Paroxítonas – são as palavras mais numerosas da
língua e justamente por isso as que recebem menos
A) Da conjunção “mas”.
acentos. São acentuados as que terminam em:
B) Da forma verbal “seria”.
❖ i, is, : táxi, beribéri, biquíni, lápis, grátis;
C) Da expressão “sem dúvida”.
❖ us, um, uns: vírus, bônus, álbum, parabélum
D) Da expressão “pode parecer” (arma de fogo), álbuns, parabéluns;
❖ I, n, r, x, ps: incrível, útil, próton, elétron, éter,
Gabarito: 01/B; 02/D; 03/B; 04/A; 05/C; 06/A; 07/C; 08/C pôquer, mártir, Vítor, dúplex, tórax, ônix, bíceps,
fórceps;
 ATENÇÃO!
ORTOGRAFIA Elétron, elétrons... mas hífen, hifens
Uma palavra oxítona terminada em EM
ACENTUAÇÃO GRÁFICA (ENS) recebe acento: armazém, armazéns. Seria,
portanto, redundância acentuar hifens, afinal se a
Na língua portuguesa, quase todas as palavras
pronúncia fosse hiféns teria acento.
apresentam uma sílaba tônica, ou seja, uma sílaba que é
pronunciada com mais força, com mais vigor, com mais ❖ ã, ãs, ão, ãos, : ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção,
tom. Em alguns casos, a mudança de posição de sílaba órgão, órfãos, sótãos;
tônica implica mudança de significado. ❖ ditongo oral, crescente ou decrescente seguido
Observe: ou não de s: água, árduo, pônei, vôlei, cáries,
mágoas, pôneis, jóqueis.
Secretária secretaria
ATENÇÃO!
Fábrica fabrica
Dependendo da posição da sílaba tônica na  As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é,
palavra, podemos ter três casos: que apresentam na sílaba tônica as vogais abertas
grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por
❖ palavras oxítonas: quando a última sílaba da palavra é
vogal aberta, e que terminam por sequências vocálicas
a tônica, como em Aracaju, café, caju, mister,
pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos
Nobel, Pará, saci, sutil, ureter, etc.
crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea,
❖ palavras paroxítonas:quando a penúltima sílaba da náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie,
palavra é a tônica, como em avaro, aziago, ibero, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo,
janela, literatura, necropsia, pudico, rubrica, etc. vácuo.
❖ palavras proparoxítonas: quando a antepenúltima
As paroxítonas terminadas em ditongo crescente
sílaba da palavra é a tônica, como em álibi, Ângelo, são também consideradas proparoxítonas:
chávena, côvado, etíope, lâmpada, míope, xícara,
etc. Fa-mí-lia ou fa-mí-li-a

IMPORTANTE!Os monossílabos (vocábulos


formados por apenas uma sílaba) não são c) Oxítonas – são acentuadas as que terminam em:
oxítonos. A classificação em oxítona só é usada ❖ a, as: Pará, vatapá, estás, irás, matá-lo;
para palavras de duas ou mais sílabas. ❖ e, es: você, café, Urupês, jacarés, fazê-lo;
Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos. ❖ o, os: jiló, avô, retrós, supôs, supô-lo;
Os monossílabos tônicos são aqueles que têm acento ❖ em, ens: alguém, vintém, armazéns, parabéns.
próprio e, portanto, são pronunciados com maior
intensidade, como lá, cá, pé, sol, etc. Verifique que essas regras criam um sistema de
oposição entre as terminações das oxítonas e as das
Os monossílabos átonos (átono, “sem tom”, “sem paroxítonas. Compare as palavras dos pares seguintes e
força”) não se destacam e aparecem ligados, note que os acentos das paroxítonas e os das oxítonas
foneticamente, às palavras próximas, como os artigos o, são mutuamente excludentes:
a, os, as; alguns pronomes como me, nos, vos, que, se
❖ portas (paroxítona, sem acento) e café (oxítona,
te; as preposições de, com; etc.
com acento);
Os únicos casos de palavras que não apresentam
❖ pele (paroxítona, sem acento) e maiô (oxítona,
sílabas tônicas são:
com acento);
❖ as monossílabas átonas, exemplificadas
❖ garantem (paroxítona, sem acento) e alguém
anteriormente.
(oxítona, com acento);
❖ as dissílabas átonas, em número reduzido,
❖ hifens (paroxítona, sem acento) e vinténs
representadas pela preposição para, pela contração
pelo (a, os, as), pelas conjunções como e porque e (oxítona com acento);
pelo artigo indefinido uma(s) ❖ táxi (paroxítona, com acento) e aqui (oxítona, sem
acento).
d) Monossílabos tônicos – são acentuados os
Regras básicas terminados em:
As regras de acentuação gráfica procuram
❖ a, as: pá, vá, gás, Brás;
reservar os acentos para as palavras que se enquadram
nos padrões prosódicos menos comuns da língua ❖ e, es: pé, fé, mês, três;

portuguesa. Disso, resultam as seguintes regras básicas: ❖ o, os: só, xô, nós, pôs.

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26 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
ATENÇÃO: Se a palavra for oxítona e o i ou o u
COMO SABER SE UM MONOSSÍLABO É ÁTONO OU estiverem em posição final (ou seguidos de s), o
TÔNICOS acento permanece.Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
➢ Pela classe gramatical: das dez classes
morfológicas os substantivos (o pé), os adjetivos (Maria
é má), os advérbios (Só ele não veio), alguns Grupos EEeOO — Novas Regras
pronomes (Nós que fazemos a Editora Public), os Não se usa mais o acento das palavras terminadas
verbos (Dê o que se pede), as interjeições (Quê! Você em eemeoo(s).
ainda não tomou banho nesta semana), os numerais Como era Como fica
(Quero três mariolas) são tônicos; as preposições (Vim abençôo abençoo
de Fortaleza), as conjunções (Pedro não disse que
voltaria), alguns pronomes (Eles nos viram), os artigos crêem (verbo crer) creem
(Vi um belo cajueiro)são átonos. enjôo enjoo
➢ Pela semântica: os tônicos têm significado
mesmo quando isolados; os átonos não significam nada Note que a terminação eem é exclusiva dos verbos
quando isolados: O que significa o vocábulo de? . crer, dar, ler, ver e derivados (descrer, reler, prever,
➢ Pela pronúncia: os tônicos têm pronúncia rever, antever e outros). Não ocorre a terminação eem
forte: Bebida é água, comida é pasto, você tem sede de nos verbos ter, vir e derivados (deter, manter, entreter,
quê |que|?; os átonos têm pronúncia fraca: Pedro disse conter, reter, obter, abster, intervir, convir, provir e outros).
que |qui| voltaria logo. Os verbos VIR e TER na 3ª pessoa do plural do
Observação! presente do indicativo, apesar de serem monossílabos
tônicos terminados em EM, recebem o acento circunflexo
O vocábulo que é átono, mas sendo substantivado
para diferenciar-se da 3ª pessoa do singular.
é tônico.
Ele tem Eles têm
“Ela tem um quê de misteriosa...”
Ele vem Eles vêm
Os verbos derivados de TER e VIR, como deter,
REGRAS ESPECIAIS reter, intervir,etc. na 3ª p. do pres. Indicativo são oxítonas
Hiatos terminadas em EM, portando, recebem acento.
Quando a Segunda vogal do hiato for i ou u, Ele detém Eles detêm
tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento: Ele intervém Eles intervêm
saída, proíbo, faísca, caíste, saúva, viúva, balaústre,
carnaúba, país, aí, uísque, substituí-lo, baú, jaú, Icaraí,
Luís, Maracanaú. DITONGOS ABERTOS
 CUIDADO! Mudanças nas regras de acentuação
Atraí-lo... mas feri-lo 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos
No primeiro caso justifica-se o acento em éieóidas palavras paroxítonas (palavras que têm acento
virtude do I hiato tônico; no caso de feri-lo, é uma tônico na penúltima sílaba).
oxítona terminada em I; não recebe, por Como era Como fica
conseguinte, acento. alcalóide alcaloide
Segunda vogal: i ou u tônico. alcatéia alcateia
CUIDADO: bóia boia
Se o i for seguido de nh, não haverá acento. É o
caso de: rainha, moinho, tainha, campainha. Também não ATENÇÃO:
haverá acento se a vogal i ou a vogal u se repetirem, o Essa regra é válida somente para palavras
que ocorre em poucas palavras: vadiice, sucuuba, paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as
mandriice, xiita. palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis.
PRESTE ATENÇÃO! Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
A palavra iídiche é acentuada por ser uma  CUIDADO!
proparoxítona e não pela regra do hiato.
Observe o plural destas palavras
Convêm lembrar que, quando a vogal i ou a vogal chapéu chapéus
u forem acompanhadas de outra letra que não seja s, não
haverá acento: ruim, juiz, paul, Raul, cairmos, contribuiu, troféu troféus
contribuinte. degrau degraus
A palavra só recebe o I caso ela termine em L,
NOVAS REGRAS como paul:pauis, funil:funis, projétil:projéteis
Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o CUIDADO!!!
acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um Não haverá acento se o ditongo for aberto, mas
ditongo. não tônico: chapeuzinho, heroizinho, aneizinhos,
Como era Como fica pasteizinhos, ideiazinha. Você notou que, em todas essas
baiúca baiuca palavras, a sílaba tônica é zi. Se o ditongo apresentar
timbre fechado, também não haverá acento, como em
bocaiúva bocaiuva
azeite, manteiga, eu, judeu, hebreu, apoio, arroio,
cauíla cauila comboio.
feiúra feiura

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LÍNGUA PORTUGUESA 27
ATENÇÃO: Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos
O til (~) é um sinal gráfico que se coloca sobre estudantes.
uma vogal para indicar sua nasalização; vale como acento Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
tônico se não figura outro acento no vocábulo, como em: Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm
afã, capitães, coração, devoções, etc. Se a sílaba em que em todas as aulas.
o til aparece for átona, acentua-se graficamente a sílaba • É facultativo o uso do acento circunflexo para
tônica, como em: órfão, bênção, acórdão. diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o
uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este
IMPORTANTE!
Os monossílabos átonos nunca devem ser
acentuados.
Os monossílabos tônicos terminados em i(s) e u(s) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
não devem ser acentuados: Lu Produções. da Paraíba – Administrador/2019 -Superior
Leia o texto para responder à questão abaixo.
Texto
TREMA
joia
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre substantivo feminino
a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos
1. objeto de metal precioso finamente trabalhado, em que
grupos gue, gui, que, qui.
muitas vezes se engastam pedras preciosas, pérolas, etc.
Como era Como fica ou a que é aplicado esmalte, us. como acessório de
agüentar aguentar vestuário, adorno de cabeça, pescoço, orelhas, braços,
argüir arguir dedos etc.
bilíngüe bilíngue 2. pedra preciosa de grande valor
cinqüenta cinquenta
01.O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é
freqüente frequente responsável pelo direcionamento de grande parte da
lingüeta lingueta Ortografia Oficial. O TEXTO II, excerto de verbete
lingüiça linguiça extraído do Dicionário Houaiss, prevê um signo cuja
ortografia foi modificada pelo Novo Acordo Ortográfico.
ATENÇÃO: O Trema permanece apenas nas
palavras estrangeiras e em suas derivadas. Assinale a alternativa em que o signo também foi alterado
Exemplos: Müller, mülleriano. pelo Novo Acordo.
A) oi (interjeição)
B) dói (presente do indicativo do verbo doer)
O ACENTO DIFERENCIAL C) apóio (presente do indicativo do verbo apoiar)
Não se usa mais o acento que diferenciava os D) apoio (substantivo)
pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), E) destróier (substantivo)
pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era Como fica Gabarito: C
Ele párao carro. Ele para o carro.
Ele foi ao póloNorte Ele foi ao polo Norte.
QUESTÕES
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
1. Marque a opção CORRETA que apresenta as
Ele tem pêlosbrancos. Ele tem pelos brancos.
palavras acentuadas pela mesma regra da palavra
Comi uma pêra. Comi uma pera. circunstância.
a) Lâmpada / cajá / história.
ATENÇÃO: b) Paralelepípedo / árvore / pêssego.
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. c) História / secretária / salário.
Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito d) Álbum / órfão / látex.
perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. e) Ganância / aniversário / revólver.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª
pessoa do singular. 2. Marque a opção CORRETA em que as duaspalavras
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, recebem acento gráfico em razão damesma regra
mas hoje ele pode. ortográfica.
a) Já / está. b) Três / até.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é
c) Café / você. d) Xícara / segurá-la.
verbo. Por é preposição.
e) Fenômeno / armazém.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita
por mim.
3. Marque a opção que NÃO contém erro de
• Permanecem os acentos que diferenciam o acentuação gráfica.
singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de
a) O aluno vêm para a escola a pe.
seus derivados(manter, deter, reter, conter, convir,
intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles b) A mãe ficou mágoada com o filho.
têm dois carros. c) O revolver não estava carregado.
d) Maria só toma café solúvel.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
e) Cajú é minha fruta preferida.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.

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28 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
4. Marque a opção que apresenta acentuação limpo → limpeza
CORRETA. lúcido → lucidez
a) Maracujá / tambêm / saída. nobre → nobreza
b) Pacaembú / série / órgão.
ácido → acidez
c) Cafézinho / carnaúba / sanduíche.
pobre → pobreza
d) Paraíso / diário / jaú.
e) Ôvo / cajú / cipó. b) nos verbos terminados em izar, tomados a partir de
palavras que não têm sno fim do radical:
Gabarito 1 C 2C 3D 4D padrão → padronizar
economia → economizar
terror → aterrorizar
frágil → fragilizar
GRAFIA DAS PALAVRAS
ATENÇÃO:
CONCEITO
Catequese → catequizar
Ortografia (deriva das palavras gregas ortho =
Síntese → sintetizar
“correcto) + graphos = "escrita") é a parte da Gramática
que trata do emprego da grafia correta das letras e dos Hipnose → hipnotizar
sinais gráficos. Batismo → batizar
c) em numerosas palavras:
ALGUMAS REGRAS BÁSICAS Ex.: azedo, baliza, buzina, bazar, prezado, vazar
Emprego das letras K, W e Y
Em palavras estrangeiras aportuguesadas, o K foi Emprega-se a letra S:
substituído por c ou qu; o W, por u ou v; o Y, por i: a) na terminação -êsde palavras indicativas de origem,
Ex.: Uísque, Iorque, sanduíche, vermute, Válter, procedência:
Osvaldo, jóquei, guarani, viquingue. Burgo → burguês→burguesia
Usa-se a letra H Holanda →holandês
Hábito, hérnia, hesitar, ah!, oh!, Bahia (cuidado! baiano), Corte → cortês →cortesão → cortesia

Não se usa-se a letra H b) nos substantivos com os sufixos gregos –ese, -isa, -
Ontem, úmido, ume, iate, ombro, erva (cuidado! ose:
herbívoro, herbicida), inverno (cuidado! hibernal), reaver Ex.: profetisa, poetisa, chinesa, Heloísa, Marisa,
(re + haver), desonesto (des + honesto), turboélice (turbo catequese, diocese, diurese, pitonisa, sacerdotisa,
+ hélice). glicose, metamorfose, virose

Emprego do I c) nos verbos terminados em -isar, formados a partir de


Na 3ª p dos verbos terminados em AIR, UIR, OER: palavras que têm s no fim do radical:
Ele atrai, possui, rói. friso → frisar
Nas palavras: antiaéreo, Anticristo, antitetânico análise → analisar
(pref. Anti ‘contra’), aborígine, açoriano, crânio, crioulo,
digladiar, Filipe, inclinar, incinerar, invólucro, lajiano, pesquisa → pesquisar
lampião, privilégio, requisito. paralisia → paralisar

Emprego do E d) em todas as formas dos verbos querer e pôr:


Na 3ª p dos verbos terminados em OAR, UAR: quiseram
Quero que você continue, perdoe. puseram
Nas palavras: antebraço, antediluviano, (pref. Ante quiser
‘antes’), candeeiro, creolina, cumeeira, desperdiçar,
disenteria, empecilho, irrequieto,
e) nos substantivos femininos designativos de títulos
nobiliárquicos e funções diplomáticas ou religiosas:
Emprego do O Ex.: baronesa, duquesa, marquesa, princesa,
Ex.: Botequim, bússola, engolir, goela, mágoa, consulesa, prioresa
mocambo, moela, tribo
f) nos seguintes nomes próprios:
Emprego do U Ex.: Baltasar, Brás, Eliseu, Heloísa, Inês, Isabel,
Ex.: Buliçoso, bulir, burburinho, camundongo, Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa
chuviscar, curtume, cutucar, entupir, jabuti,
jabuticaba, Manuel, mutuca, rebuliço, tabuada.
g) em numerosas palavras
atrás → atraso → atrasar
Emprega-se a letra Z:
através
a) nos substantivos abstratos femininos formados a partir
liso → alisar
de adjetivos:
Cuidado: deslize → deslizar
rápido → rapidez

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LÍNGUA PORTUGUESA 29
Aviso → avisar Ex.: enxaqueca, enxugar, enxada, enxerto, enxerido,
enxurrada
Colisão Exceções: palavras formadas a partir de outras que
tenham ch (enchente - de cheio, encharcar - de
Cuidado: coalizão
charco) e a palavra enchova (ou anchova), nome de
Defender → defesa um peixe.
Despender → Despesa
Empreender → empresa c) após –me:
Surpreender → surpresa Ex.: mexilhão, mexer , mexerica, México, mexerico.
Esplêndido Exceção: mecha
Espontâneo
A / HÁ
Freguesia
A: Em relação a tempo, indica futuro (normalmente vem
Fusível acompanhado da expressão DAQUI):
Querosene Ex.: Viajaremos daqui a seis meses.
A: Em relação a distância:
Emprega-se a letra G: Ex.: Moro a dois quilômetros daqui.
a) os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: HÁ: Indica tempo passado (pode ser substituído por
garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, FAZ):
ferrugem, lanugem Ex.:Há seis meses Pedro faleceu.
Exceção: lajem, pajem, lambujem HÁ: Usado no sentido de EXISTIR:
b) as palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, - Ex.: Há seis alunos nesta sala.
úgio: contágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.
OBSERVE:
Rabugem → rabugento → rabugice ACERCA, HÁ CERCA DE, A CERCA DE
Ângelo → anjo → angelical Ex.: Os vizinhos saíram de casa há cerca de uma
hora. Não devem demorar, pois só foram ao sítio, a cerca
Monge → monja
de10 km daqui.
Tânger, no norte de África, → tangerina
Ex.: Sempre tenho dúvidas acerca da sinceridade
Viagem → Faça uma boa viagem! de suas palavras, principalmente quando repete que me
Ex.: Gesso, ginete, herege, tigela ama “há cerca” de dez anos.
A locução cerca de significa “aproximadamente”.
Na primeira frase, antecedida da forma verbal "há", tem o
Emprega-se a letra J:
sentido de certo tempo transcorrido = faz mais ou menos
Ex.: jipe, Jeca, jiló, berinjela, pajé, canjerê, jenipapo, uma hora. Na segunda, antecedida da preposição "a",
jequitibá, jirau, Moji, mojiano, alfanje, alforje, cafajeste, marca distância aproximada. Já a grafia numa só palavra
manjedoura, manjericão, ojeriza, rijeza, traje, ultraje. ( acerca) quer dizer que se está usando a preposição
a) nas palavras formadas a partir de palavras terminadas "sobre".
em -ja(ex.: franja - franjinha);
b) nas formas verbais dos verbos terminados em -jar (ex:
velejar- velejei). VIR AO ENCONTRO DE / VIR DE ENCONTRO A
OBSERVE M. T. Piacentini
Sarjar → sarjeta Com o título Mas afinal que Bolshoi é esse?, "O
Estado de S. Paulo" do dia 20 de março último traz
Gorja → gorjeta, gorjeio, gorjear
matéria sobre a inauguração, em Joinville (SC), da Escola
Maior → majoritário → majestade do Teatro Bolshoi. A articulista, Helena Katz, transcreve
Loja → lojista trecho do discurso do Ministro da Cultura, Francisco
Canja → canjica Weffort, na solenidade realizada no CentreventosCau
Jia → jibóia Hansen na noite anterior: "Venho, em nome do Professor
Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República, e
Viajar → Espero que vocêsviajembem. no meu, que o represento neste momento, e em nome da
Laje → lajedo, Lajes, lajiano, lajense. cultura no Brasil, dizer a Joinville simplesmente duas
Jeito → jeitoso, ajeitar, desajeitado, enjeitar, coisas: obrigado e parabéns. Obrigado por este fenômeno
conjectura, dejetar, ejetar, injeção, interjeição, objetar, histórico mundial, cuja significação para a cultura
objeção, objeto, projetar, rejeitar, sujeitar, trajeto, brasileira é excepcional e que vem de encontro ao que
trajetória, trejeito. praticamos como política no nosso Ministério, que vem
buscando resgatar o nosso senso de dignidade nacional;
e parabéns por Joinville estar se tornando não apenas a
Emprega-se a letra X: capital da dança clássica no Brasil como de toda a
a) depois de ditongo: América Latina".
Ex.: deixa, seixo ,ameixa, queixa, feixe, peixe, gueixa Controvérsias à parte, não posso deixar de apontar
Exceção: caucho, recauchutar. a gafe cometida pelo representante governamental: ao
invés de dizer que a abertura de tal escola é tudo o que o
seu Ministério quer e pratica, acabou dizendo que ela
b) depois da sílaba inicial en-: contraria a política cultural do governo!

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30 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Vir de encontro a e vir ao encontro de são duas Ex.:Gosto de trabalhar, mas o dia a dia daquela
expressões semelhantes na forma mas opostas na ideia empresa me mata!
que exprimem. É importantíssimo saber a diferença entre
elas, não só para interpretar corretamente um texto
Tão pouco e tampouco
(supondo que ele esteja correto) como para informar de
maneira precisa o que se quer dizer ao usar tal A expressão tão pouco acompanha um
expressão. O problema é que ambas podem se encontrar substantivo; e a palavra "pouco", no caso, é variável.
no mesmo tipo de frase, por exemplo: Ex.: Eu tive tão pouco tempo para preparar a festa de
Natal.
1. A promessa veio de encontro aos nossos
desejos. Ex.: Eu estava com tão pouca disposição para o
trabalho!
2. A promessa veio ao encontro dos nossos
desejos. A expressão tampouco se refere a um verbo; é,
portanto, invariável e significa "também não".
Dependendo da promessa, você escolhe a
primeira ou a segunda opção. Em (1), o prometido deve Ex.: Se a professora não resolveu o problema,
ser desagradável, ruim, pois de encontro a dá ideia de tampouco o inspetor o resolverá.
oposição, contrariedade. Em (2), o sentido da frase muda
completamente, pois ao encontro de sugere algo ONDE/ AONDE/ PARA ONDE/ ATÉ ONDE/ ATÉ
agradável, bem-vindo; dá ideia de favorecimento. AONDE/ DE ONDE
Portanto, ao ler cada uma das frases abaixo, você O Advérbio Interrogativo de Lugar (ONDE) é usado
a interpreta conforme a expressão em uso: para saber o lugar em que se encontra algo ou a que
• Sem dúvida, a construção de uma usina lugar se vai. Agora se vamos utilizar ONDE ou AONDE
termelétrica virá de encontro aos interesses basta verificar a REGÊNCIA do verbo.
dos habitantes da localidade a ser atingida.
• Os homens públicos devem vislumbrar saídas Onde você mora?
que venham ao encontro das aspirações não Quem mora moraEM algum lugar.
só do seu eleitorado mas de toda a população.
A palavra ONDE significa EM QUE LUGAR.
Além disso, as expressões são usadas no seu
sentido mais óbvio, de encontrar mesmo, por um lado, e
de bater, ir contra, por outro, como nos seguintes Aonde você vai?
exemplos: Quem vai vaiA algum lugar.
• Subiu a rampa para ir ao encontro do Presidente.
• O carro desgovernou-se e foi de encontro ao De onde você vem?
muro. Quem vem vemDE algum lugar.
GUARDE ESTE RESUMO:
Ao encontro de: para junto de Até onde você vai?
favorável a Até aonde vai?
De encontro a: contra
em prejuízo de Quem vai vai A (ou ATÉ, quando você quiser dar a
ideia de limite. Acontece que a preposição ATÉ aceita a
preposição A após ela, facultativamente.
CUIDADO MUDANÇA!!!!! OBSERVE
À-toa (adjetivo): ordinário, imprestável. Fui até o meio do rio.
Ex.: Pedro é um advogado à-toa. Fui até (a)o meio do rio.
À toa (advérbio): sem rumo. As duas formas acima estão corretas.
Ex.: Andava à toa pela vila. Veja mais exemplos:
Depois da Nova Reforma Ortográfica não existe Até onde você quer chegar.
mais a forma com hífen. Até aonde você quer chegar.
Quem chega chega A algum lugar.
CUIDADO!!!!! MUDANÇA!!!!
Dia a dia ( locução adverbial de tempo) ‘dia após SENÃO/ SE NÃO
dia’
I. SE NÃO
Ex.:Dia a dia Maria envelhecia.
SE: conjunção subordinativa circunstancial condicional
Dia-a-dia ( substantivo) ‘cotidiano’
NÃO: advérbio de negação (tem a função de negar o
Ex.:Facilite seu dia-a-dia, Maria. verbo)
O brasileiro gosta de falar da sua rotina, do seu
trabalho, do seu dia a dia (ou dia-a-dia?). Se fosse antes EX1.:Vou à fazenda se não chover. (= Vou à fazenda caso não
do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o chova.)
certo seria grafar a expressão com hífen. Mas, pela nova
regra, o hífen não é mais exigido nas palavras compostas
que têm entre os termos um elemento de ligação Vou à fazendase não chover.
(preposição, artigo ou pronome). Or. Principal Or. Subord. Adv. Condicional

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LÍNGUA PORTUGUESA 31
II. SENÃO OBS: Celso Cunha, Nova Gramática do Português
1) substantivo: Contemporâneo adota a designação “palavras
denotativas” para estes advérbios porque “não modificam
Sinônimo de “inconveniente”, “problema”, “defeito”,
o verbo, nem o adjetivo, nem outro advérbio”.
“deficiência”, etc.
EX1.: Não há bela sem senão.
4) PREPOSIÇÃO:
2) conjunção Quando significar EXCETO
2.1 conjunção coordenativa aditiva EX1: Todos, senão eu, estiveram presentes no jantar.
Este valor (pouco frequente) aparece apenas nas EX1: Todos, EXCETO eu, estiveram presentes no jantar.
locuções não só... senão também e não só... senão que.
EX1.:Não só trouxeram água, senão também REPRESENTAÇÃO DO FONEMA /S/
presunto. a) C, Ç
EX1.: Não só trouxeram água, MAS também acetinado, açafrão, almaço, contorção, exceção, Iguaçu,
presunto. Maçarico, Miçanga, Muçurana, Suíça, sucinto, Vicissitude
b) S
MAS TAMBÉM é CONJUNÇÃO COORDENATIVA ânsia, farsa, hortênsia, pretensão, remorso
ADITIVA
c) SS
acesso, acessório, acessível, carrossel, concessão,
2.2 conjunção coordenada adversativa
discussão, escassez, obsessão
“A conjunção simples representativa deste valor [de
d) SC, SÇ
contraste entre membros coordenados] é mas. Alerta a
gramática para o fato de esta conjunção requerer “a acréscimo, adolescente
presença de um elemento negativo precedendo-a”, tal ascender essa terminação gera s: ascensão
como acontece com nem de sentido aditivo. consciência, disciplina, fascinar, florescer,
EX1: Não obteve aplausos nem respeito, senão imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar,
escárnio e menoscabo. suscetível, suscitar, víscera
EX1: Não obteve aplausos nem respeito, MAS e) XC
escárnio e menoscabo exceção, excepcional, excesso.

2.3 conjunção coordenada alternativa USOS DOS PORQUÊS


EX1: Toma os medicamentos senão poderás piorar.
Há quatro maneiras de se escrever o porquê:
EX1:Ou tu tomas os medicamentos, ou podes piorar; porquê, porque, por que e por quê.
Or. Coord. Alternativa Or. C. Alternativa Vejamo-las:

3) ADVÉRBIO
A palavra senão é considerada pela gramática
Porquê
tradicional um “advérbio de exclusão”, assim como É um substantivo, por isso somente poderá ser
apenas, somente, unicamente. utilizado, quando for precedido de artigo (o, os),
pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s),
Os advérbios de exclusão, que não modificam
aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três,
nomes, têm comportamentos distintos da maioria dos
quatro)
elementos desta classe.
Ex.: Ninguém entende oporquê de tanta confusão.
EX1.: A sessão não durou senão até à noite.
Ex.: Esteporquê é um substantivo.
EX2.: Ana não comprou esta revista senão ontem.
Ex.: Quantos porquês existem na Língua
Portuguesa?
Ex.: Existem quatroporquês.
OBS:
Num exemplo como “Ana não comprou senão esta
revista ontem”, senão pode ser reanalisado como
Por quê(Utilizado nas perguntas / pode ser
preposição, se for interpretado como “Ana ontem não substituído pela expressão por qual razão)
comprou nada sem ser (=exceto) esta revista”. Mas é Quando a palavra que estiver em final de frase,
advérbio quando significa “Ana comprou apenas deverá receber acento.
(=somente) a revista ontem”. Do mesmo modo, “não Ex.: Ela não me ligou e nem disse por quê.
pretendo senão uma coisa, que me encerrem Ex.: Você está rindo de quê?
definitivamente no meu pensamento” pode entender-se
Ex.: Você veio aqui para quê?
como “apenas pretendo uma coisa...”, ou “pretendo tudo,
exceto...”.
Na teoria gramatical mais recente, os advérbios de Por que
exclusão denominam-se advérbios focalizadores. Os Usa-se por que, quando houver a junção da
advérbios podem ser classificados segundo o seu valor preposição por com o pronome interrogativo que ou
restritor, que senão também tem. É obrigatoriamente com o pronome relativo que. Para facilitar, dizemos que
correlativo de uma expressão negativa (nunca, não, etc.). se pode substituí-lo por por qual razão, pelo qual,
pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.

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32 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Troca-se a palavra feminina por uma masculina
Ex1.: Por quevocê não me disse a verdade? = por qual correspondente. Se, antes da masculina, aparecer ao(s),
razão coloca-se o sinal da crase no a(s) antes da feminina.
Ex2.: Gostaria de saber por que não me disse a verdade. Ex:
= por qual razão Ele vai à feira (Ele vai ao banco)
Ex3.: As causas por que discuti com ele são particulares.
= pelas quais Ele visitou a exposição (Ele visitou o salão de arte)
Ex4.: Ester é a mulher por que vivo. = pela qual.

Porque CASOS EM QUE NÃO OCORRE CRASE


É uma conjunção subordinativa causal ou A crase é proibida antes das palavras que não
conjunção coordenativa explicativa, portanto estará apresentam o artigo a(s).
ligando duas orações, indicando causa ou explicação. a) Antes de masculinos
Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por já Ex: Ele foi a pé para casa
queou pois.
b) Antes de verbos
Ex: A torcida começou a gritar.
Ex1.: Não saí de casa, porque estava doente. = já
que c) Antes de pronomes pessoais (inclusive os de
tratamento)
Ex2.: É uma conjunção, porque liga duas orações.
= pois Ex: Nada disse a ela nem a Vossa Senhoria.
d) Antes dos pronomesesta(s), quem e cuja(s).
Ex: Essa é pessoa a quem pedi ajuda.
QUESTÕES
e) Com a no singular + palavra no plural
01. Observe o uso de ONDE na frase: “afirmam saber
muito bem para onde estão indo”. Assinale a Ex: Ele se refere a acusações mentirosas.
alternativa em que o emprego desse vocábulo está f) Entre duas palavras repetidas
correto. Ex: Ficamos cara a cara.
A) É difícil ao jovem escolher o curso superior onde vai g) Antes de nomes de cidades sem especificativo
frequentar.
Ex: Ele gosta de ir a Fortaleza.
B) Pato Donald arranjou emprego num edifício aonde só
rico se hospedava. Se o nome da cidade estiver caracterizado por
um especificativo, ocorre crase.
C) Clint Eastwood, com sua coragem e seu revólver, ia
onde nem São Jorge chegava. Ex: Ele gosta de ir à ensolarada Fortaleza.
D) Moro numa cidade onde só se apaixona quem come
um saco de sal. CASOS EM QUE OCORRE CRASE
a) Locuções adverbiais femininas de:
02. A expressão “Por que” introduz uma pergunta que
• Tempo →Ex: Ele chegou à noite e saiu às seis horas.
indica circunstância de
A) causa. B) consequência. • Lugar →Ex: Ninguém chegou à cidade.
C) condição. D) modo. • Modo →Ex: Ele entrou às escondidas no armazém.
b) Locuções prepositivas ( à + palavra feminina + de)
03. As formas “porque” e“onde” estão corretamente Ex: Nós ficamos à espera de ajuda.
empregadas na frase: c) Locuções conjuntivas (à + palavra feminina + que )
a) Não nos explicaram o porque da saída dos técnicos
Ex: O tempo esfria, à medida que escurece.
nem onde eles vão trabalhar
b) Descobrimos onde colocaram os computadores,
porque os técnicos nos disseram CASOS EM QUE A CRASE É FACULTATIVA
c) Não sabemos onde foram os técnicos nem porque a) Antes de pronomes possessivos femininos
eles saíram da empresa Ex: A vizinha pediu ajuda à minha mãe
d) Conhecemos a cidade onde os técnicos chegaram, A vizinha pediu ajuda a minha mãe
porque eles nos escreveram.
b) Antes de nomes de mulher
Ex: O juiz fez uma advertência à Paula
Gabarito 01 D 02 A 03 B
O juiz fez uma advertência a Paula
c) Depois da preposição até
Ex: Eu andei até à esquina
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO Eu andei até a esquina
DE CRASE
CRASE COM PRONOMES DEMONSTRATIVOS E
CONCEITO
RELATIVOS
Crase é a fusão de a + a(s). Ex: Ele vai A1 +
a) Preposição a + pronome demonstrativo a(s)
A2feira → Ele vai à feira.
O pronome demonstrativo a(s) aparece seguido de
REGRA PRÁTICA
que ou de.
Critério prático:

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LÍNGUA PORTUGUESA 33
Troca-se por um substantivo masculino o feminino Vamos tratar do uso da crase com as locuções
que vem antes do a(s). prepositivas quanto a, junto a, relativamente a, etc. A
Só ocorre crase se, com o masculino, aparecer locução prepositiva é composta de dois ou mais
ao(s) antes de que ou de. vocábulos, sendo o último deles uma preposição simples
(ex.: ao lado de, de acordo com, frente a). Sua função é a
Ex: Esta casa é igual à que você comprou
mesma da preposição. Só nos interessam agora as
locuções que acabam na preposição "a", pois estas
Este carro é igual ao que você comprou exigem o a craseado quando se ligam a um substantivo
feminino determinado.
b) Preposição a + aquele(s) Como são relativamente poucas as locuções que
Critério prático: se enquadram nesta categoria, pode-se memorizá-las
para evitar os condenáveis erros de crase:
Troca-se aquele(s) por este(s). Só ocorre crase se
aparecer a antes do este(s). 1. Graças à competência do médico, o menino se
curou completamente.
Ex: Ele se refere àquele fato.
2. Em atenção à reclamação formulada por sua
empresa, revisaremos o produto.
Ele se refere a este fato
3. Foram abertas inscrições com vistas à
Esse critério prático vale também para os renovação da diretoria.
demonstrativos aquela(s) e aquilo.
4. Nada apuramos quanto à participação da nossa
equipe no campeonato estadual.
c) Crase antes de qual / quais. 5. Em relação à solicitação de emprego que V. Sa.
Critério prático: nos fez, nada podemos adiantar.
Troca-se por um substantivo masculino o feminino 6. Qual seu interesse relativamente às tabelas
anterior ao qual / quais. Só ocorre crase se, com o afixadas no mural?
masculino, aparecer ao qual / aos quais. 7. O governo se calou no tocante às perguntas
Ex: Estas são as crianças às quais me refiro. sobre o empréstimo compulsório.
8. Qualquer matéria com referência à música
Estes são os alunos aos quais me refiro minimalista é de nosso interesse.
9. Face às necessidades detectadas, novas
prioridades serão estabelecidas. [V. também Não
CASOS ESPECIAIS DE CRASE
Tropece na Língua 024]
 Sem especifica tivo → sem crase 10. Qual foi sua atitude com respeito à difamação?
 Ex. Chegamos cedo a casa.
 11. O carro pifou próximo à rua onde morávamos.
a) casa 
 Com especifica tivo → com crase. 12. Frente às reivindicações dos funcionários, a
 Ex. Chegamos cedo à casa do meu pai. diretoria fará alterações no quadro.
13. Parou em frente às galerias.
 Com sentido oposto ao de água → sem crase. 14. Vamos nos encontrar defronte à barbearia do
 Ex. Os jangadeiro s voltaram a terra.
 Luís.
b) terra 
 Com sentido de terra natal e planeta → com crase. 15. Viajou em direção à fronteira.

 Ex. Ele voltou à terra dos avós. 16. O governador logrou êxito junto às autoridades
federais para que fossem liberadas outras linhas
de crédito.
Emprego de Há e A
O uso de JUNTO A em frases desse tipo (e outras
Em referência a tempo, essas duas formas têm os como: solicitar providências junto a,
seguintes usos: conseguir/obter/acertar/fazer pedidos junto a alguém) é
Há:é usado na indicação de tempo decorrido, tempo condenado por puristas. Contudo, não há como negar a
passado. sua frequência em artigos de jornais, revistas e
Na prática, pode ser trocado pelo verbo fazer. correspondência em geral. Estritamente falando, junto
asignifica apenas “perto, próximo, ao lado”, por exemplo:
Exemplo: Encostou o carro junto à calçada.
Os viajantes partiram há
 três semanas.
( faz) 17. Os produtores de uva enfrentaram uma queda de
A forma há também pode ser usada com outros produção de 70% devido à ocorrência de
sentidos. geadas em outubro.
Ex:Aqui não há nenhuma dificuldade. (existir) Devo advertir que o uso de DEVIDO A não tem o
“respaldo dos autores cuidadosos”, no dizer do professor
Ele há de voltar. (ter)
A. da Gama Kury, porque a locução surgiu da
A:é usado na indicação de tempo futuro (em geral, “masculinização” do particípio do verbo dever, que
aparece na locução daqui a). concordava normalmente com o substantivo referente:
Ex:Os viajantes partirão daqui a três semanas. “ausência devida a problemas pessoais; problemas
devidos ao excesso de chuvas”.
Daqui a muitos anos, essa região será um deserto.
Já a opinião de Celso Luft é a seguinte: “Os
puristas não gostam desta locução e acham que devido
QUANTO A, JUNTO A, DEVIDO A, DADO deve ser usado apenas como particípio: o acidente foi

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34 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
devido (= deveu-se) a um descuido. O uso corrente da exibem comorgulho às suas medalhas, conquistadas na
locução, claro, desautoriza os puristas”. 13ª OlimpíadaInternacional de Astronomia.
Em todo caso, observe-se a concordância quando B) Todas as estudantes do Estado de São Paulo
"devido" é realmente particípio e atente-se sempre para a agradecem àGiovannaGirotto (16) por representá-las na
colocação do acento indicativo de crase diante de 13ª OlimpíadaInternacional de Astronomia.
substantivo feminino, dada a presença da preposição "a" C) Os cinco representantes brasileiros que foram à 13ª
nos dois casos: Acidentes devidosa motoristas OlimpíadaInternacional de Astronomia conquistaram 3
imprudentes / ao desatino / à imprudência do motorista... medalhas.
Foi cancelado o show devidoa problemas / devidoao D) Os cinco representantes brasileiros superaram à uma
tempo / devidoà chuva. seleçãobastante criteriosa antes de participar da 13ª
OlimpíadaInternacional de Astronomia.
DADO O, DADA A E) Durante uma semana, 30 jovens foram submetidos à
Dada a dificuldade em alugar uma casa, ficaremos treinamentos intensivos classificatórios antes da escolha
no apartamento. daequipe que participou da 13ª Olimpíada Internacional
deAstronomia.
Que não se faça confusão com a locução "devido
a", apesar da semelhança de significado e uso. DADO
sim é um particípio; não rege preposição, portanto não SEMTAS – Pref. Natal /RN / Administrador: Ano: 2016;
forma uma locução, mas concorda com o substantivo Nível: Superior
sequente: Dado o mau tempo / dados os raios e trovões / Texto
dada a chuva / dadas as condições de tempo , não fomos Exatamente por causa dessa assimetria entre o
à praia. fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas
vezes Messinisdeixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-
los. Ele se impressiona e se preocupa muito com os
QUESTÕES DE PROVAS bebês que chegamnos botes. Obviamente, são os mais
vulneráveis aos perigos da travessia. Messinisfotografou
os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
Texto 3
02. Ao substituir “perigos da travessia” por
Brasil conquista 3 bronzes na Olimpíada Internacional
“travessia”, mantendo-se a norma padrão da língua,
de Astrofísica
em “Obviamente, são osmais vulneráveis aos perigos
O Brasil terminou a 13ª Olimpíada Internacional de da travessia.” (3º§) ocorreria:
Astronomia com três medalhas conquistadas e duas
A) Facultativamente, o emprego do acento grave,
mençõeshonrosas. O bom desempenho na disputa
indicador de crase.
intelectual foi um feito de Raul Basilides Gomes (17), de
B) A substituição de “aos” por “a”, pois o termo regido
Fortaleza, Giovanna Girotto(16) e Luã de Souza Santos
(17), de São Paulo, que garantiram três medalhas de teria sido modificado.
bronze, e dos estudantes de São Paulo, LucasShoji (16) e C) Obrigatoriamente, o emprego do acento grave,
Bruna Junqueira de Almeida (16), com duas menções indicador de crase, substituindo-se “aos” por “à”.
honrosas. D) A substituição de “aos” por “a”, já que o termo regente
O evento aconteceu em Kszthely, na Hungria. Dos passaria a não exigir o emprego da preposição.
dias 2 a 10 deste mês, 254 estudantes de 47 países
foram submetidosa provas práticas, teóricas e de análise CRF/ SP / Agente Administrativo: Ano: 2018; Nível:
de dados. A competição reuniu um número recorde de Médio
delegações. E se o Império Romano não tivesse acabado?
Para formar a equipe que competiu, foi necessário Em vez da França, a província de Gália. Em vez
aplicar provas em todo o território nacional. Os cinco da Inglaterra, a Bretanha. Em vez da Bulgária, a Trácia.
integrantes dotime brasileiro tiveram que percorrer um Quem já leu as aventuras de Asterix conhece bem esses
longo caminho na Olimpíada Brasileira de Astronomia e nomes esquisitos de regiões dominadas pelos exércitos
Astronáutica (OBA) realizadaem 2018. A seleção foi de Roma (as histórias do herói gaulês se passam por
dividida em etapas: a primeira com mais de 100 mil volta de 50 a.C., época do apogeu do Império Romano).
inscritos, dos quais 5,3 mil foram escolhidos pararealizar Pois assim seria o Velho Mundo se o império com sede
uma prova online, então 150 participantes foram em Roma não tivesse se desintegrado: uma única nação
convocados para realizar uma prova presencial. contornando o Mediterrâneo ao longo das costas
Mas os testes não pararam por aí. Na prova europeia, asiática e africana. Mas a mudança dos nomes
presencial, 30 jovens foram selecionados para fazer das localidades europeias é a menos importante das
treinamentos intensivosclassificatórios durante 1 semana diferenças. O mundo seria outro. O capitalismo talvez
com astrônomos. Essa etapa aconteceu no primeiro ainda não tivesse surgido e, sem ele, a conquista e a
semestre de 2019, e só então foi escolhidaa equipe dos colonização da América não aconteceriam. No final das
cinco. contas, o Brasil poderia ser até hoje uma terra de índios.
Disponível em: Mas vamos aos poucos. Primeiro é bom lembrar
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/144968-brasil-conquista- o que houve com o império de Roma. O poder imperial
tres-bronzes-olimpiada-internacional-astrofisica.htm/. Acesso começou a se esfarelar no século 3, quando ocorreram
em: 28/11/2019 lutas internas entre generais e vivia-se uma verdadeira
01. As orações abaixo foram construídas a partir do Texto anarquia militar. Para se ter uma ideia, em 50 anos houve
3.Assinale entre elas a única em que o uso do sinal pelo menos 20 imperadores, que foram destituídos um
indicativo dacrase é utilizado com correção. após o outro (alguns inclusive reinaram simultaneamente,
A) Raul Basilides Gomes (17), de Fortaleza, Giovanna em conflito).
Girotto(16) e Luã de Souza Santos (17), de São Paulo

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LÍNGUA PORTUGUESA 35
Não era para menos. A economia romana era longe, um império inca talvez pudesse existir até hoje.
baseada no trabalho escravo e o suprimento de escravos Mas essa é uma outra hipótese.
dependia da conquista de novos territórios. O problema foi (Lia Hama e Adriano Sambugaro –http://super.abril.com.br/cultura/se.)
que o reino tornou-se grande demais para ser 03 Assinale a alternativa cujo conteúdo apresenta uso
administrado, as conquistas minguaram, os escravos indevido do acento grave, indicador de crase na
escassearam e a vida boa acabou. A arrecadação de língua portuguesa.
impostos diminuiu e a população pobre começou a A) “Deixada à própria sorte, a metade ocidental durou
reclamar. Para ajudar, ainda havia o cristianismo (que era pouco.” (4º§)
contra a escravidão e a riqueza da elite) e uma peste que B) “... não seria nenhum absurdo que alguns costumes
varreu a região. Nessa barafunda de problemas, tentou- alimentares cristãos, como comer peixe às sextas-
se de tudo, até a divisão administrativa do império em feiras, tivessem a força de lei, ...” (6º§)
dois, o do Ocidente (com sede em Roma) e o do Oriente C) “... não seria nenhum absurdo que costumes
(o Império Bizantino), com sede em Constantinopla (onde alimentares cristãos tivessem a força de lei com penas
antes ficava Bizâncio). severas àquele que degustasse uma costelinha no dia
Para este último, a solução foi eficaz. Mas o sagrado.”
Império Romano do Ocidente, assolado pela crise D) “... assim seria o Velho Mundo se o Império Romano
econômica, perdeu seu poder militar e foi aos poucos não tivesse se desintegrado: uma única nação
invadido por guerreiros germânicos. Em 395, a divisão contornando o Mediterrâneo à caminho das costas
administrativa transformou-se em divisão política e o europeia, asiática e africana”.
império rachou em dois. Deixada à própria sorte, a
metade ocidental durou pouco. A queda definitiva ocorreu
Prefeitura Manhumirim /MG - Advogado: 2017;
em 476, quando a tribo do rei Odoacro derrubou o último
chefe de Roma, Rômulo Augústulo. No Oriente, no Superior
entanto, o Império Romano continuou existindo por quase Texto
mil anos, até 1453, quando os turcos tomaram Tal constatação pode parecer simples, e a
Constantinopla. resposta imediata a esse problema seria, então, ampliar
Se o Império Romano resistisse, possivelmente o nível de exposição de todos à informação e a
ele seria parecido com sua metade oriental, diz Pedro práticas culturais qualificadas. Sem dúvida, isso é parte
Paulo Funari, professor da Universidade Estadual de da solução, mas, infelizmente, não é suficiente. Para além
Campinas (Unicamp). Em primeiro lugar, o imperador do contato com a informação, são necessárias interações
seria também o papa, como em Constantinopla, onde o que promovam o desenvolvimento de capacidades que
imperador governava tudo o que interessava: o Exército e levem os sujeitos a ultrapassar o mero consumo de
a Igreja. Ou isso ou haveria uma divisão de poderes com conhecimentos. Trata-se, portanto, de colocar a ênfase no
a Igreja. Essa mistureba de papéis provavelmente criaria processamento e na produção de ideias, reflexões e
situações curiosas, como bispos governando uma respostas. E isso se dá por meio da interação com os
província como Portugal, ou melhor, a Lusitânia, e adultos e com os objetos de conhecimento. A diferença
párocos dirigindo cidades. vai se estabelecendo na qualidade da interação cotidiana
A influência religiosa seria ainda maior do que foi e na forma de estimular e acreditar na capacidade
na Idade Média ou atualmente. Nas províncias, o divórcio daquele pequeno ser. [...]
e o aborto provavelmente seriam proibidos e não seria 04. Em relação ao emprego do acento grave, indicador da
nenhum absurdo que alguns costumes alimentares crase, em “[...] ampliar o nível de exposição de todos à
cristãos, como comer peixe às sextas-feiras, tivessem a informação e a práticas culturais qualificadas.” (4º§) é
força de lei, com penas severas (o açoite, o exílio e a correto afirmar que
prisão domiciliar eram comuns) para quem degustasse A) a ocorrência de crase é facultativa em “à informação”.
uma costelinha no dia sagrado.
B) a ocorrência de crase é facultativa em “a práticas
As línguas derivadas do latim, como o português, culturais qualificadas.”
o espanhol, o francês e o italiano, provavelmente seriam
muito diferentes. O português, por exemplo, não teria C) diante de “práticas culturais e qualificadas” a
sofrido a influência das línguas árabe e germânica, já que, ocorrência de crase é obrigatória.
nesse nosso mundo hipotético, possivelmente não D) a ocorrência do termo regente “exposição” e a
ocorreriam as invasões dos germânicos e muçulmanos na ocorrência da admissão do artigo “a” diante do termo
península Ibérica. Palavras de origem árabe e tão por ele regido justificam o uso do acento grave em “à
portuguesas, como azeite, não fariam parte do nosso informação”.
vocabulário.
E o capitalismo? “Provavelmente demoraria mais Gabarito: 01/C; 02/C; 03/D; 04/D
para acontecer”, afirma Funari. “Impérios em geral
dificultam o desenvolvimento do capitalismo, que depende
do individualismo para se desenvolver. Um Estado muito
forte e controlador é um obstáculo”, diz o historiador. Na MORFOLOGIA
Europa, o feudalismo e a fragmentação do poder
favoreceram o surgimento do capitalismo. No Japão, onde CLASSES DE PALAVRAS
houve a fragmentação do Estado e a implantação de um
sistema de shogunato, isso também aconteceu, ao SUBSTANTIVOS
contrário da China, um império que durou até 1911. Tudo o que existe é ser e cada ser tem um
Retardado o capitalismo, a colonização da América nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
também seria outra. E os astecas, incas, tupinambás e variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos,
guaranis talvez tivessem se desenvolvido mais e pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:
oferecido maior resistência aos europeus. Indo mais -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
-sentimentos: raiva, amor...

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36 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
-estados: alegria, tristeza... 1. Considere a seguinte frase: “O felino caçador está
-qualidades: honestidade, sinceridade... completamente imóvel, observando uma manada de
antílopes”. Sobre a frase marque a alternativa CORRETA.
-ações: corrida, pescaria...
a) A palavra uma é numeral.
b) Manada é substantivo coletivo.
CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO c) Imóvel é verbo.
01. CONCRETOS E ABSTRATOS d) O verbo observar está no particípio.
Concretos e) Caçador é verbo.
São aqueles que denominam os seres Gabarito B
propriamente ditos. São os nomes de pessoas, animais
(reais ou imaginários), lugares, coisas e entidades. 04. FLEXÕES DO SUBSTANTIVO
Exemplos: rua, luz, Brasília, alma, Deus, dragão, saci, O substantivo apresenta três possibilidades de
bruxa. flexão, isto é, de variação:
Gênero: masculino e feminino
Abstratos Número: singular e plural
São os substantivos que indicam: Grau: aumentativo e diminutivo
✓ Sentimentos: ódio, solidão, amor.
✓ Qualidade/defeitos: beleza, falsidade, rapidez. 05. GÊNEROS — MASCULINOS E FEMININOS
✓ Sensações: calor, fome, dor. Os substantivos, quanto ao gênero, são
✓ Ações: vingança, crítica, choro. masculinos ou femininos. Quanto às formas, eles
podem ser:
✓ Estados: vida, morte, viuvez.
01) Substantivos Biformes: Substantivos biformes são
QUESTÕES os que apresentam duas formas, uma para o masculino,
outra para o feminino, com apenas um radical.
“Preciso ter certeza de que a vassoura que eu encontrei é
Ex.
sua!”
1. Certeza é um substantivo: • menino - menina.
A) abstrato B) próprio • traidor - traidora.
C) composto D) primitivo E) biforme • aluno - aluna

2. Marque a opção CORRETA quanto à classificação 02) Substantivos Heterônimos: Substantivos


dos substantivos. heterônimos são os que apresentam duas formas, uma
a) Baixela – composto. b) Casebre – próprio. para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais
c) Guarda-chuva – simples. d) Corrida – abstrato. diferentes.
e) Beleza – concreto. Ex.
• homem - mulher.
Gabarito 01:A; 02: D • bode - cabra.
• boi - vaca.
02. COMUNS E PRÓPRIOS
03) Substantivos Uniformes: Substantivos uniformes
Comuns: aqueles que indicam, genericamente, todos os
são os que apresentam apenas um forma, para ambos os
elementos de uma certa espécie.
gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes
Exemplos: rua, luz, criança, livro. especiais, que são os seguintes:
Próprios: aqueles que denominam um único ser de uma
certa espécie. A) Comum-de-dois:
Exemplos: Brasília, Gustavo, Atlântico, Goiás, França. Os comuns-de-dois são os que têm uma só forma
para ambos os gêneros, com artigos distintos: Eis alguns
exemplos: o / a estudante, o / a imigrante, o / a acrobata,
o / a agente, o / a intérprete, o / a lojista, o / a patriota, o /
03. COLETIVOS a mártir, o / a viajante, o / a artista, o / a aspirante, o / a
Chama-se de coletivo todo substantivo comum atleta, o / a camelô, o / a fã, o / a gerente, o / a médium, o
que, mesmo no singular, denomina um agrupamento, um / a modelo (indivíduo contratado por agência ou casa de
conjunto de seres de uma mesma espécie. modas para desfilar com as roupas que devem ser
Exemplos: exibidas à clientela), o / a personagem, o / a protagonista,
Rebanho (agrupamento de bois, ovelhas etc) o / a puxa-saco, o / a sem-terra, o / a sem-vergonha, o / a
xereta.
Esquadra (agrupamento de navios de guerra)
 OBSERVAÇÃO: B) Sobrecomum:
Além das classificações anteriores, Os sobrecomuns são os que têm uma só forma e
podemos classificar o substantivo sob o aspecto um só artigo para ambos os gêneros: Eis alguns
de sua formação: primitivo ou derivado, simples ou exemplos: o cônjuge, a criança, o carrasco, o indivíduo, o
composto. apóstolo, o monstro, a pessoa, a testemunha, o algoz, o
verdugo, a vítima, o tipo, o animal, o cadáver, a criatura, o
dedo-duro, o defunto, o gênio, o ídolo, o nó-cego, o pé-
QUESTÕES quente, o pivô, a sentinela, o sujeito.

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LÍNGUA PORTUGUESA 37
3. As palavras “vassourada” e “vassoureiro” foram criadas
C) Epiceno: a partir da palavra vassoura. Sendo assim, o substantivo
Os epicenos são os que têm uma só forma e um só vassoura é:
artigo para ambos os gêneros de certos animais, A) abstrato B) próprio
acrescentando as palavras macho e fêmea, para se C) composto D) primitivo E) biforme
distinguir o sexo do animal. Eis alguns exemplos: a girafa,
a águia, a barata, a cobra. Gabarito: 1 A; 2 E; 3 D

06. GÊNERO VACILANTE 08. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS SIMPLES


Existem alguns substantivos que trazem Na pluralização de um substantivo simples, há de
dificuldades, quanto ao gênero. Estude, então, com muita se analisar a terminação dele, a fim de acrescentar a
atenção estas listas: desinência nominal de número. Vejamos, então, as
possíveis terminações de um substantivo na Língua
São Masculinos: o açúcar, o afã, o alvará, o anátema, o Portuguesa e sua respectiva pluralização:
aneurisma, o antílope, o apêndice, o apetite, o algoz, o
cataclismo, o cônjuge, o champanha, o clã, o cola-tudo, o 01) Substantivos terminados em Vogal:
cós, o coma, o derma, o diagrama, o dó, o diadema, o Acrescenta-se a desinência nominal de número S.
decalque, o eclipse, o estigma, o estratagema, o eczema, • saci = sacis
o formicida, o guaraná, o gengibre, o herpes, o lança-
• chapéu = chapéus
perfume, o haras, o lotação (= ônibus), o magma, o matiz,
• troféu = troféus
o magazine, o milhar, o nó-cego, o pijama, o plasma, o
talismã, o telefonema, o tira-teimas. • degrau = degraus.

São Femininos: a abusão, a acne, a aguarrás, a alface, a 02) Substativos terminados em ão:
apendicite, a aguardente, a alcunha, a aluvião, a bacanal, Fazem o plural em ões:
a bólide, a couve, a couve-flor, a cal, a comichão, a • gavião = gaviões
derme, a dinamite, a debênture, a elipse, a ênfase, a • formão = formões
echarpe, a enzima, a faringe, a ferrugem, a fênix, a libido, • folião = foliões
a matinê, a mascote, a nuança, a omoplata, a patinete, a • questão = questões
quitinete, a sentinela, a soja, a toalete.
Fazem o plural em ães:
07. MUDANÇA DE GÊNERO COM MUDANÇA DE • escrivão = escrivães
SIGNIFICADO • tabelião = tabeliães
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, • capelão = capelães
mudam também de significado. Eis alguns deles: • sacristão = sacristães
• o caixa = o funcionário
• a caixa = o objeto Fazem o plural em ãos:
• o capital = dinheiro • artesão = artesãos
• a capital = sede de governo • cidadão = cidadãos
• o coma = sono mórbido • cristão = cristãos
• a coma = cabeleira, juba • pagão = pagãos
• o grama = medida de massa • todas as paroxítonas terminadas em -ão. Por
• a grama = a relva, o capim exemplo bênçãos, sótãos, órgãos.
• o guarda = o soldado
• a guarda = vigilância, corporação Admitem mais de uma forma para o plural:
• o guia = aquele que serve de guia, cicerone • aldeão = aldeões, aldeães, aldeãos
• a guia = documento, formulário; meio-fio • ancião = anciões, anciães, anciãos
• o moral = estado de espírito • ermitão = ermitões, ermitães, ermitãos
• a moral = ética, conclusão • pião = piões, piães, piãos
• o banana = o molenga. • vilão = vilões, vilães, vilãos
• a banana = a fruta • alcorão = alcorões, alcorães
• charlatão = charlatões, charlatães
QUESTÕES • cirurgião = cirurgiões, cirurgiães
• faisão = faisões, faisães
1. Marque a opção em que a palavra está CORRETA
quanto ao gênero. • guardião = guardiões, guardiães
a) O dó (pena, compaixão). b) A alvará. • peão = peões, peães
c) O omoplata. • anão = anões, anãos
d) A grama (unidade de peso). e) A champanha. • corrimão = corrimões, corrimãos
• verão = verões, verãos
2. Assinale o substantivo que pertence ao gênero • vulcão = vulcões, vulcãos
feminino:
A) problemas B) hábito C) textos 03) Substantivos terminados em L:
D) objetivo E) atividade A) Terminados em -al, -el, -ol ou -ul:
Troca-se o L por IS:
• vogal = vogais
• animal = animais

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38 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
• papel = papéis 06) Substantivos terminados em R ou Z:
• anel = anéis Acrescenta-se ES:
• paiol = paióis • carácter ou caráter = caracteres
• álcool = alcoóis • sênior = seniores
• paul = pauis • júnior = juniores
OBS.:O dicionários eletrônico Aurélio versão 5.0
registra o plural álcoois. Já o mesmo Aurélio, 07) Substantivos terminados em X:
porém versão 3.0, registra alcoóis. O Houaiss Ficam invariáveis.
eletrônico também registra alcoóis, e o Michaelis • o tórax = os tórax
álcoois! Que bagunça! • a fênix = as fênix
Os estudantes sempre procuram um dicionário
para saber como escrever tal e qual palavra quando 08) Substantivos terminados em S:
deveriam procurar nosso documento oficial, o A) Palavras monossílabas ou oxítonas:
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o Acrescenta-se ES.
Volp. Para ele, o plural de álcool é alcoóis. Este é o • ás = ases
plural oficial. O problema é que não se encontra o Volp • deus = deuses
em lugar algum, e poucos sabem da existência desse • ananás = ananases
documento. Encontra-se a versão dele no site da B) Palavras paroxítonas ou proparoxítonas:
Academia Brasileira de Letras. O ideal seria pesquisar o Ficam invariáveis.
livroVolp, pois na internet ele não está completo. • os lápis.
Sempre que houver dúvida quanto à ortografia, • os tênis
pesquise no Volp, e não em dicionários. • os atlas
Cuidado: Cais é invariável.
Cuidado com as seguintes palavras:
• mal = males 09) Substantivos só usados no plural:
• cal = cais ou cales • as calças
• aval = avais ou avales • as costas
• mel = méis ou meles • os óculos
• cônsul = cônsules • os parabéns
• real (moeda antiga) = réis • as férias
• mol = Apesar de os dicionários Aurélio, Houaiss • as olheiras
e Michaelis registrarem mols como o plural de • as hemorroidas
mol, o Vocabulário Ortográfico da Língua • as núpcias
Portuguesa, o documento oficial de nosso
• as trevas
idioma, registra móis e moles. Esses são,
• os arredores
portanto, os plurais oficiais de mol: móis e
moles.
10) Substantivos terminados em ZINHO:
B) Terminados em -il: Ignora-se a terminação -zinho, pluraliza-se o substantivo,
B1) Palavras oxítonas: ignora-se o s do plural, devolve-se o -zinho ao local
Troca-se a terminação L por S: original e, finalmente, acrescenta-se o s no final.
o cantil = cantis Por exemplo pãozinho:
o canil = canis ignora-se o -zinho: pão;
o barril = barris pluraliza-se o substantivo: pães;
ignora-se o s: pãe;
B2) Palavras paroxítonas ou proparoxítonas: devolve-se o -zinho: pãezinho;
Troca-se a terminação IL por EIS: acrescenta-se o s: pãezinhos.
o fóssil = fósseis
Cuidado: • mulherzinha
o projetil (oxítona) = projetis ignora-se o -zinha: mulher;
o projétil (paroxítona) = projéteis pluraliza-se o substantivo: mulheres;
o reptil (oxítona) = reptis ignora-se o s: mulhere;
o réptil (paroxítona) = répteis devolve-se o -zinha: mulherezinha;
acrescenta-se o s: mulherezinhas.
04) Substantivos terminados em M:
Troca-se o M por NS: • alemãozinho
• item = itens ignora-se o -zinho: alemão;
• nuvem = nuvens pluraliza-se o substantivo: alemães;
• álbum = álbuns ignora-se o s: alemãe;
evolve-se o -zinho: alemãezinho;
05) Substantivos terminados em N: acrescenta-se o s: alemãezinhos.
Soma-se S ou ES:
• hífen = hifens ou hífenes • barzinho
• pólen = polens ou pólenes
ignora-se o -zinho: bar;
• espécimen = espécimens ou especímenes pluraliza-se o substantivo: bares;

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LÍNGUA PORTUGUESA 39
ignora-se o s: bare; 01) Substantivo + Substantivo:
devolve-se o -zinho: barezinho; Como vimos anteriormente, ambos irão para o plural,
acrescenta-se o s: barezinhos. porém, quando o último elemento indicar tipo ou finalidade
do primeiro, somente este irá para o plural.
11) Substantivos terminados em INHO, sem Z: • banana-maçã = bananas-maçã
Acrescenta-se S. • navio-escola = navios-escola
• lapisinho = lapisinhos • salário-desemprego = salários-desemprego
• patinho = patinhos CUIDADO:laranjas-baianas e salários- mínimos,
• chinesinho = chinesinhos pois é a soma de substantivo com adjetivo.

12) Plural com deslocamento da sílaba tônica: 02) Três ou mais palavras:
• carácter = caracteres A) Se o segundo elemento for uma preposição, só o
• espécimen = especímenes primeiro irá para o plural.
• júnior = juniores • pé de moleque = pés de moleque
• sênior = seniores • pimenta-do-reino = pimentas-do-reino
• mula sem cabeça = mulas sem cabeça
Plural do substantivos compostos Observe que pé de moleque e mula sem cabeça
Para se pluralizar um substantivo composto, os perderam o hífen em virtude da Reforma. Os substantivos
elementos que o formam devem ser analisados compostos cujos elementos são ligados por uma
individualmente. Por exemplo: preposição ou por uma conjunção não mais têm hífen, a
couve-flor: é composto por dois substantivos não ser que se forme palavra denominadora de espécie
pluralizáveis, portanto seu plural será couves-flores; botânica ou zoológica, como pimenta-do-reino, cana-de-
beija-flor: é composto por um verbo, invariável quanto à açúcar, copo-de-leite...
pluralização, e um substantivo pluralizável, portanto seu CUIDADO:Se o primeiro elemento for invariável, o
plural será beija-flores. substantivo todo ficará invariável. Por ex. os fora da
Estudemos, então, os elementos que formam um lei, os fora de série.
substantivo composto e sua respectiva pluralização.
B) Se o segundo elemento não for uma preposição, só
01) Substantivo / Adjetivo / Numeral: o último irá para o plural.
São elementos pluralizáveis, portanto, quando formarem • bem-te-vi = bem-te-vis
um substantivo composto, normalmente irão para o plural. • bem-me-quer = bem-me-queres
• aluno-mestre = alunos-mestres
• erva-doce = ervas-doces 03) Verbo + Verbo:
• alto-relevo = altos-relevos A) Se os verbos forem iguais, alguns gramáticos
• gentil-homem = gentis-homens admitem ambos no plural, outros, somente o último.
• segunda-feira = segundas-feiras • corre-corre = corres-corres ou corre-corres.
• cachorro-quente = cachorros-quentes • pisca-pisca = piscas-piscas ou pisca-piscas
• lambe-lambe = lambes-lambes ou lambe-lambes
02) Pronome:
Alguns pronomes admitem plural; outros, não. Por B) Se os verbos possuírem significação oposta, ficam
exemplo, os pronomes possessivos são pluralizáveis invariáveis.
(meu - meus; nosso - nossos), mas os pronomes • o leva e traz = os leva e traz
indefinidos, não (ninguém, tudo). Na formação de um
• o ganha-perde = os ganha-perde
substantivo composto o mesmo ocorre.
• padre-nosso = padres-nossos 04) Palavras Repetidas ou Onomatopeia:
• Zé-ninguém = Zés-ninguém Quando o substantivo for formado por palavras repetidas,
com ou sem alternância vocálica ou consonantal, ou
03) Verbo / Advérbio / Interjeição: quando formar uma onomatopeia, somente o último irá
São elementos invariáveis, em relação à pluralização, para o plural.
portanto, quando formarem um substantivo composto, • tico-tico = tico-ticos
ficarão invariáveis. • blá-blá-blá = blá-blá-blás
• pica-pau = pica-paus • zum-zum = zum-zuns
• beija-flor = beija-flores • tique-taque = tique-taques
• alto-falante = alto-falantes • lero-lero = lero-leros
• abaixo-assinado = abaixo-assinados • pingue-pongue = pingue-pongues
• salve-rainha = salve-rainhas
• ave-maria = ave-marias 05) Substantivo composto iniciado por Guarda:
Os substantivos compostos iniciados pelo verbo A) Formando uma pessoa:
parar perderam o acento em virtude da Reforma Ambos irão para o plural.
Ortográfica: para-brisa, para-raios, para-choque, para- • guarda-urbano = guardas-urbanos
lama. O substantivo composto paraquedas e seus
• guarda-noturno = guardas-noturnos
derivados (paraquedista e paraquedismo) perderam
• guarda-florestal = guardas-florestais
também o hífen.
• guarda-mirim = guardas-mirins

9. CASOS ESPECIAIS

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40 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
B) Formando um objeto: B) Ninguém se impacientou.
Somente o último irá para o plural. C) O coração coletivo seguia mais leve.
• guarda-chuva = guarda-chuvas D) O tempo trabalhou sobre os rostos jovens.
• guarda-roupa = guarda-roupas E) O cronista louvava o amor daqueles dois.
• guarda-sol = guarda-sóis
5. Assinale a alternativa em que todas as palavras
C) Sendo o segundo elemento invariável ou já formam o plural do mesmo modo que a palavra
surgindo no plural: sublinhada em “a redução no consumo de
Ficam invariáveis. combustíveis fósseis” .
O mesmo acontece com os substantivos iniciados por A) Funil – ágil. B) Civil – ardil.
porta. C) Barril – fácil. D) Fuzil – volátil.
o guarda-costas = os guarda-costas E) Míssil – estéril.
• o guarda-volumes = os guarda-volumes
• o porta-joias = os porta-joias Gabarito
• o porta-malas = os porta-malas 1. B 2. C 3. B 4. C 5. E

Substantivos que admitem mais de um plural


• fruta-pão = frutas-pães, fruta-pães, frutas-pão, ADJETIVO
• guarda-marinha = guardas-marinhas, guarda- Adjetivo é a palavra que modifica o
marinhas substantivo,indicando características de defeito,
• padre-nosso = padres-nossos, padre-nossos qualidade, estado, etc.
• terra-nova = terras-novas, terra-novas Ex.: Comida gostosa.
• salvo-conduto = salvos-condutos, salvo- Menino bonito.
condutos
Gosto ruim.
• xeque-mate = xeques-mates, xeque-mates.
• chá-mate = chás-mates, chás-mate
Formação do adjetivo
SUBSTANTIVOS TERMINADOS EM DITONGO O adjetivo pode ser:
Troféu — Troféus Simples - possui apenas um radical, um só elemento:
Chapéu — Chapéus azul, surdo,
Degrau — Degraus Composto – possui mais de um radical, mais de um
elemento: azul-escuro, surdo-mudo.
 OBSERVAÇÃO: Cais e cós são
Primitivo – é aquele que não deriva de outra palavra;
substantivos invariáveis.
servindo de base para a formação de outras palavras:
triste, bom, pobre.
EXERCÍCIOS Derivado – é aquele que deriva de outras palavras,
1. Assinale a alternativa cuja flexão de número dos geralmente de substantivos e de verbos: tristonho,
substantivos se faz como a de CAIXEIRO–VIAJANTE. bondoso, pobretão.
A) Terça-feira; caça-níquel.
B) Alto-relevo; obra-prima. Flexão do adjetivo
C) Lança-perfume; puro-sangue. O adjetivo varia em gênero, número e grau.
D) Navio-tanque; pombo-correio. 1) Gênero do adjetivo
E) Guarda-noturno; guarda-roupa.
Uniformes: apresenta uma só forma para os dois
gêneros, masculino e feminino.
2. Assinale a alternativa em que o diminutivo traduz ideia
de afetividade. Ex.: Menino feliz – menina feliz
A) Você é um professorzinho muito afobado. Ex.: Empregado competente – empregada competente
B) O tropeiro cavalgava encostadinho ao barranco.
C) Não sei, paizinho, quando irei encontrá-lo na cidade. Biformes: são aqueles que apresentam uma forma para
D) Os caixeiros marcavam suas andanças nas folhinhas. o masculino e outra para o feminino.
E) A profissão de tropeiro foi desaparecendo devagarinho. Ex.: O atleta brasileiro – a atleta brasileira.
Ex.: O menino lindo – a menina linda.
3. Assinale a alternativa em que o termo grifado tem valor
de substantivo.
A) A gente lavava os vidros vazios. 2) Número do adjetivo
B) Com os tropeiros aconteceu o mesmo. O adjetivo simples faz o plural seguindo a mesma regra
C) Toda vocação nasce de um grande amor. do substantivo:
D) Os boticários tiveram o destino igualmente triste. Rapaz feliz – rapazes felizes
E) Foram-se também as esperanças daquele passado. Roupa branca – roupas brancas
No plural dos adjetivos compostos acrescenta-se o s
4. Assinale a alternativa em que o termo grifado pertence apenas no último elemento:
à mesma classe da palavra destacada, na passagem: Ex.: Lente côncavo-convexa – lentes côncavo-convexa
Levasse adiante a boa nova.
Ex.: Camisa amarelo-clara — Camisas amarelo-claras
A) Sorriu abertamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA 41
Ex.: Conversa agradabilíssima.
PARTICULARIDADES Alguns superlativos absolutos sintéticos:
Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam Ágil – agilíssimo, agílimo
invariáveis: Agudo – acutíssimo
Ex.: Carro azul-marinho – carros azul-marinho Cruel – crudelíssimo, cruelíssimo
Ex.: Vestido azul-celeste – vestidos azul-celeste Dócil – docílimo, docilíssimo
» O adjetivo composto surdo-mudo flexiona os dois Feio – feiíssimo
elementos:
Feliz – felicíssimo
Ex.: Rapaz surdo-mudo – rapazes surdos-
Fiel – fidelíssimo
mudos
São – saníssimo
» Nos adjetivos referentes a cores, o adjetivo composto
fica invariável quando o segundo elemento for um Útil – utilíssimo
substantivo: Voraz – voracíssimo
Ex.: Saia verde-oliva – saias verde-oliva
Ex.: Sofá marrom-café – sofás marrom-café Locução adjetiva
Em Gramática , chamamos de locução à reunião
3) Grau do adjetivo de duas ou mais palavras com o valor de uma só.
Locução adjetiva é, portanto, a união de duas ou mais
O adjetivo possui dois graus: comparativo e
palavras que equivalem a um adjetivo. Elas são
superlativo:
usualmente formadas por:
Grau comparativo: transmite a ideia de igualdade, » uma preposição e um substantivo
superioridade ou inferioridade de um ser em relação a
outro. » uma preposição e um advérbio
Igualdade – tão + adjetivo + quanto (como): Ex.: Dente de cão = dente canino
Ex.: Ela é tão alegre quanto (ou como) ele. Ex.: Conselho de mãe = conselho materno
Ex.: Lídia é tão bonita quanto Raquel. Ex.: Pneus de trás = pneus traseiros
Superioridade – mais + adjetivo + que (do que): Ex.: Ataque de frente = ataque frontal
Ex.: Ele é mais alegre que (ou do que) ela.
Ex.: Lídia é mais bonita que Raquel. Adjetivos pátrios
Inferioridade – menos + adjetivo + que (do que): O adjetivo pátrio é aquele que se refere a países,
estados, cidades, etc. A maioria desses adjetivos forma-
Ex.: Ele é menos alegre que (ou do que) ela.
se pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo que os
Ex.: Lídia é menos bonita que Raquel. origina. Os principais sufixos formadores de adjetivos
pátrios são: aco, -ano, -ão, -eiro, -ês, -ense, -eu, -ino, -ita.
PARTICULARIDADES Acre – acreano
» O grau comparativo de superioridade dos adjetivos Amapá – amapaense
grande, bom, pequeno, mau usam-se as formas Espírito Santo – espírito-santense ou capixaba
sintéticas maior, melhor, menor e pior. Mato Grosso – mato-grossense
» Quando comparamos duas qualidades do mesmo ser, Pará – paraense
usa-se a forma analítica:
Ex.: A casa é mais grande do que confortável.
Ex.: Grau superlativo: o grau superlativo pode ser:
Adjetivos pátrios compostos:
Na formação de adjetivos pátrios compostos, o
primeiro elemento aparece na forma reduzida e,
Relativo– quando se faz sobressair, com vantagem normalmente, erudita. Observe alguns exemplos:
desvantagem, a qualidade de um ser em relação a outros África = afro- / Cultura afro-americana
(a um conjunto de seres). Pode ser de superioridade ou Alemanha = germano- ou teuto- / Competições teuto-
de inferioridade: inglesas
Ex.: Mateus é o mais inteligente da turma. América = américo- / Companhia américo-africana
(superioridade)
Ásia = ásio- / Encontros ásio-europeus
Ex.: Mateus é o menos inteligente da turma.
(inferioridade) Áustria = austro- / Peças austro-búlgaras
Bélgica = belgo- / Acampamentos belgo-franceses
Brasil = brasilo, brasílico - / Comissões brasilo-
Absoluto– quando a qualidade de um ser é argentinas.
intensificada sem a relação com outros seres. Pode ser
analítico ou sintético: China = sino, chino- / Acordos sino-japoneses
Espanha = hispano- / Mercado hispano-português
Europa = euro- / Negociações euro-americanas
Analítico: quando o adjetivo é modificado pelo advérbio
França = franco- ou galo- / Reuniões franco-
muito, extremamente, etc.
italianas
Paula é extremamente bela.
Grécia = greco- / Filmes greco-romanos
Índia = indo- / Guerras indo-paquistanesas
Sintético: quando se acrescenta o sufixo –íssimo, - Inglaterra = anglo- / Letras anglo-portuguesas
imo ou -rimo ao radical do adjetivo:

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42 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Itália = ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa frio = friíssimo ou frigidíssimo
Japão = nipo- / Associações nipo-brasileiras humilde = humílimo
Portugal = luso- / Acordos luso-brasileiros jovem = juveníssimo
livre = libérrimo
COMPLEMENTO magnífico = magnificentíssimo
Gênero e Número: magro = macérrimo ou magríssimo
O adjetivo concorda com o substantivo a que se manso = mansuetíssimo
refere em gênero e número (masculino e feminino; mau = péssimo
singular e plural). Caso o adjetivo seja representado por nobre = nobilíssimo
um substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que pequeno = mínimo
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um
substantivo, ela manterá sua forma primitiva e passará a pobre = paupérrimo ou pobríssimo
ser denominado de substantivo adjetivado. Por exemplo, preguiçoso = pigérrimo
a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se próspero = prospérrimo
estiver qualificando um elemento, funcionará como sábio = sapientíssimo
adjetivo. Ficará, então invariável. Camisas cinza, ternos
agrado = sacratíssimo
cinza.
Ex.: Carros amarelos e motos vinho.
Ex.: Telhados marrons e paredes musgo. Superlativo relativo:
Ex.: Espetáculos gigantescos e comícios monstro. - de superioridade = Enaltece a qualidade do substantivo
como "o mais" dentre todos os outros.
Superlativos absolutos sintéticos eruditos Ex. Carla é a mais inteligente.
Alguns adjetivos no grau superlativo absoluto - de inferioridade = Enaltece a qualidade do substantivo
sintético apresentam a primitiva forma latina, daí serem como "o menos" dentre todos os outros.
chamados de eruditos. Por exemplo, o adjetivo magro Ex. Carla é a menos inteligente.
possui dois superlativos absolutos sintéticos: o normal,
magríssimo, e o erudito, macérrimo. IDECAN – AGENTE ADMINISTRATIVO /2017
01 Considerando o contexto, assinale a afirmativa em que
Formação do Superlativo Absoluto Sintético a locução adjetiva destacada NÃO pode ser
a) Regra Geral: acrescenta-se o sufixo íssimo. substituída pelo adjetivo entre parênteses.
Ex.: Final, finalíssimo; normal, normalíssimo A) “Para o médico, os números mostram o impacto do
vício na saúde.” (4º§) (vicinal)
b) Regras especiais: adjetivos terminados em:
B) “... 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17%
b1. vogal: corta-se a vogal e acrescenta-se íssimo; dos casos de leucemia mieloide.” (2º§) (uterino)
Ex.: contente, contentíssimo; estranho, C) “Ações de prevenção e promoção de saúde também
estranhíssimo são promovidas em escolas.” (5º§) (profiláticas)
b2. vel: troca-se essa terminação por bilíssimo; D) “De acordo com os dados da ACT, 82% dos casos de
Ex.: notável, notabilíssimo; agradável, câncer de pulmão no país são causados pelo fumo.”
agradabilíssimo (2º§) (pulmonar)
b3. z: troca-se essa terminação por císsimo;
Ex.: audaz, audacíssimo; veloz, velocíssimo Gabarito 01/A
b4. m: troca-se esta terminação por níssimo.
Ex.: bom, boníssimo; comum, comuníssimo
ATENÇÃO!!!!! Jovem, Juveníssimo
EXERCÍCIOS
b5. ário (a), ério(a), ório (a): corta-se a vogal o(a)
01. Ache a frase que apresenta superlativo absoluto
e acrescenta-se íssimo.
analítico:
Ex.: libertário, libertariíssimo; sério, seriíssimo:
a) Estas peças são antiquíssimas.
Eis uma pequena lista de superlativos absolutos
b) O aço é mais resistente que o ferro.
sintéticos:
c) As mães são excessivamente cautelosas.
benéfico = beneficentíssimo
d) Pedro é o mais baixo de todos.
bom = boníssimo ou ótimo
e) Esta fruta é a melhor.
célebre = celebérrimo
comum = comuníssimo
02. Que construção não é aceita na norma culta?
cruel = crudelíssimo
a) Este automóvel é mais moderno que aquele.
difícil = dificílimo
b) A Lua é mais pequena que a Terra.
doce = dulcíssimo
c) Este chocolate é mais ruim que o outro.
fácil = facílimo
d) Publicaram uma obra mais perfeita que a anterior.
fiel = fidelíssimo
e) Seu irmão já está mais grande que você.
frágil = fragílimo

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LÍNGUA PORTUGUESA 43
03. Marque a alternativa em que o adjetivo está flexionado GABARITO
corretamente: 01. C 02. E 03. A 04. A 05.A 06. A
a) Comprei uns ternos verde-mar, azul-claros. 07. D 08. D
b) As árvores têm folhas verdes-escuras.
c) Ela tem cabelos afros-oxigenados.
d) Comprei duas cabeleiras afras-oxigenadas.
e) Vendi dois tapetes com estampas azuis-piscinas. FLEXÃO VERBAL: VERBO
CONCEITUAÇÃO:
04 – Assinale a alternativa cujas palavras substituem Verbo é a palavra que, por si só, indica um fato
corretamente as locuções grifadas em "As águas do (ação, estado, mudança de estado, fenômeno) e situa-se
rio eram um verdadeiro espetáculo de dança". no tempo.
a) fluviais – coreográfico
b) pluviais – flamejante FLEXÕES DO VERBO
c) fluviais – magistral Número
d) pluviais – dançante Os verbos apresentam variações de número: está
no singular quando se refere a uma só pessoa ou coisa,
05.Assinale a alternativa em que a expressão destacada está no plural quando se refere a mais de uma pessoa ou
classifica-se como locução adjetiva. coisa.
a) Ao invadir o local, os terroristas manifestavam fúria de - Estudas música há muito tempo? (singular)
cão. - Meu irmão e eu estudamos música há três anos.
b) De repente, aquele artista recuperou-se da doença. (plural).
c) Os estudantes chegaram atrasados à escola de
propósito. Pessoa
d) Aquela religiosa acompanhou a procissão a pé.
Os verbos possuem três pessoas que
correspondem aos pronomes pessoais que lhes servem
06. Assinale a alternativa em que o adjetivo está no grau de sujeito:
superlativo absoluto sintético.
▪ Primeira pessoa - aquela que fala -
a) O atleta ficou felicíssimo com sua medalha. corresponde aos pronomes pessoais eu e nós;
b) O amor é o mais precioso dos bens da vida.
▪ Segunda pessoa - aquela com quem se fala -
c) É melhor aquecer-se em frente à lareira do que expor- corresponde aos pronomes pessoais tu e vós;
se ao frio da rua.
▪ Terceira pessoa - aquela de quem se fala -
d) O filme era menos importante do que o livro.
corresponde aos pronomes pessoais ele, ela,
eles e elas.
07. Analise as frases abaixo quanto ao grau dos adjetivos
destacados.
I - "Um dos caboclos, o mais forte, teve uma ideia."
CONJUGAÇÕES VERBAIS
(Dinah S. Queirós) 1ª conjugação (terminação AR) Ex.: louvAR
II - "Aquele dia foi belíssimo, pra ficar na memória por 2ª conjugação (terminação ER) Ex.: vendER
muito tempo..." 3ª conjugação (terminação IR) Ex.: partIR
III - "Pessoas muito ocupadas quase não percebem a ATENÇÃO:O verbo pôr (e seus derivados repor,
vida passar." depor, compor, transpor, etc.) pertence à 2ª
IV -"Ele se sentia livre que nem um passarinho." conjugação, porque sua origem é essa: ponere ›
Pode-se afirmar que poer ›pôr.
a) o grau do adjetivo destacado na frase I é comparativo
de superioridade. TEMPO
b) "belíssimo", na frase II, é superlativo absoluto Os tempos verbais indicam o momento em que se
analítico. dá o fato expresso pelo verbo. Basicamente são três,
c) o grau do adjetivo destacado na frase III é superlativo sendo dois deles subdivididos:
absoluto analítico, assim como o adjetivo da frase II. ▪ Presente -O fato se dá no momento em que se fala:
d) na frase IV tem-se o comparativo de igualdade Vou agora à locadora
expresso no nível coloquial.
▪ Pretérito -o fato se dá antes do momento em que se
fala:
08. Assinale a alternativa em que todas as expressões Perfeito - indica um fato concluído:
sublinhadas têm valor de adjetivo.
Aluguei dois filmes italianos.
A) Era digital trouxe inovações e facilidades que
Imperfeito - toma o fato em curso, no passado:
superaram o que previa a ficção.
Durante a infância, fazia desenhos incríveis.
B) Deixemos de lado atividades que envolvem diversas
funções do cérebro. Mais-que-perfeito - indica um fato ocorrido no
passado, mas anterior a outro fato ocorrido:
C) Hoje, úteis ou não, as informações é que nos
assediam. Quando entramos, o filme já começara.
D) Responda qual era a manchete do jornal de ontem. ▪ Futuro - o fato se dá depois do momento em que se
fala:

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44 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Do presente - exprime um fato futuro ao presente: Os modos dos verbos são três: indicativo,
Cacá Diegues também filmará esse tema. subjuntivo e imperativo. Eles indicam certeza, dúvida,
ordem , pedido, desejo, possibilidade, etc.
Do pretérito - indica um fato futuro em relação a
um fato passado: é um futuro hipotético. Indicativo: exprime uma atitude de certeza
Ele falou aos repórteres que faria o filme. Comprei os ingressos ontem
Nos modos verbais, os tempos aparecem assim Subjuntivo:exprime uma atitude de dúvida, de
esquematizados: possibilidade: Eles querem que você viaje amanhã.
MODO TEMPO Imperativo: indica uma atitude de mando, conselho ou
súplica ou ainda convite.
Presente: Falo Faça exercícios físicos apropriados.
Na frase “Filho, faça boa prova!” o
modo é SUBJUNTIVO, não
Imperfeito: Falava IMPERATIVO, pois não está
Pretérito Perfeito: Falei exprimido um pedido , mas um
Mais-que-perfeito: desejo.
Indicativo Falara
FORMAS NOMINAIS
Do Presente: Os verbos assumem algumas formas que, por
Falarei exercerem funções não verbais, são chamados nominais:
Futuro Infinitivo – termina sempre em R e, em função de ter, ou
Do Pretérito: Falaria não, sujeito próprio subdivide-se em:
Infinitivo impessoal:quando não se refere a
nenhuma pessoal gramatical, isso equivale a dizer:
Presente: Fale quando não tem sujeito.
Subjuntivo Pretérito Imperfeito: Falasse Ex.: Convém ajudar este rapaz.
Futuro: Falar Infinitivo pessoal:quando tem um sujeito
específico, determinado.
Afirmativo:
Falemos Gerúndio – é caracterizado pela terminação NDO.
Imperativo Ex.: Vivendo sozinho ele era mais feliz.
Negativo:
Não Falemos Particípio – apresenta, em geral a terminação ADO (na
1ª conjugação) e IDO (na 2ª e 3ª conjugações).
IMPORTANTE!Existem outras variações nos
tempos verbais para atender à diversidade de Ex.:Encontrado o garoto, voltamos para casa.
situações comunicativas. Além das subdivisões Ex.: Vendido o carro, voltamos para casa.
vistas acima, os tempos verbais assumem
significações que pouco têm a ver com seus COMPOSIÇÃO DO MODOS VERBAIS
significados originais.
Os três modos verbais são constituídos pelos
Observe algumas dessas variações: tempos verbais que constam do quadro abaixo.
1. Presente do Indicativo Modo Indicativo
a) Faço minhas lições todas as noites. (exprime uma Presente Eu volto
ação habitual)
Pretérito imperfeito Eu voltava
b) Os corpos são constituídos de átomos. (exprime uma
verdade científica) Pretérito perfeito simples Eu voltei
c) Eles viajam depois de amanhã. (exprime futuro Pretérito perfeito Eu tenho voltado
próximo e certo) composto
Pretérito mais-que- Eu voltara
perfeito simples
2. Pretérito Perfeito (composto)
Pretérito-mais-que- Eu tinha (havia) voltado
Ele tem trabalhado muito nos últimos meses. (a
perfeito composto
forma composta - verbo auxiliar + verbo principal no
particípio - indica uma ação passada que se prolonga até Futuro do presente Eu voltarei
o presente) simples
Futuro do presente Eu terei (haverei) voltado
3. Futuro do Pretérito composto
a) Gostaria de um cafezinho agora? (exprime gentileza) Futuro do pretérito Eu voltaria
simples
b) Se meu pai permitisse, viajaria com vocês. (exprime
futuro atrelado a uma condição) Futuro do pretérito Eu teria (haveria) voltado
composto
c) Ele falaria tal coisa (exprime incerteza)
Modo Subjuntivo
MODO Presente Que eu volte

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LÍNGUA PORTUGUESA 45
Pretérito imperfeito Se eu voltasse pôr, mobiliar (apresenta irregularidade na pronúncia), ter,
Pretérito perfeito Que eu tenha voltado haver, caber, crer, dizer, poder, saber, escrever (irregular
no particípio: escrito), moer, perder, valer, ferir (conjugam-
Pretérito mais-que- Se eu tivesse voltado se como ferir: aderir, advertir, aferir, assentir, compelir,
perfeito competir, conferir, conseguir, consentir, convergir, deferir,
Futuro simples Quando eu voltar desferir, desmentir, despir, digerir, discernir, divergir,
Futuro composto Quando eu tiver voltado divertir, expelir, gerir, impelir, ingerir, inserir, interferir,
investir, mentir, perseguir, preferir, pressentir, preterir,
Modo Imperativo proferir, prosseguir, referir, refletir, repelir, repetir,
Afirmativo Volta (tu); volte (você) ressentir, revestir, seguir, servir, sugerir, transferir e
vestir), atribuir (seguem-no possuir, concluir, constituir,
Negativo Não voltes (tu); não volte destituir, instruir, arguir, etc.), cair (seguem-no abstrair,
(você) atrair contrair, decair, distrair, esvair, extrair, recair, retrair,
sair, sobressair, trair), construir (seguem-no destruir,
FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS reconstruir), rir, mentir, ouvir, pedir (seguem-no
desimpedir, despedir, expedir, impedir e medir).
Toda palavra tem uma sílaba mais forte: a sílaba
tônica. No caso das formas verbais, essa sílaba tônica
pode estar dentro ou fora do radical do verbo. Para se c) ANÔMALO é aquele que apresenta profundas
obter o radical deste, basta tomar seu infinitivo e eliminar alterações na sua conjugação em virtude de
dele a terminação AR, ER, IR. possuir mais de um radical.
Ex.: LOUVAR→Radical→LOUV Ex.: SER, IR
Dependendo de apresentar a vogal da sílaba IMPORTANTE:O verbo SER é constituído de três
tônica dentro ou fora do Radical, uma forma verbal radicais primários: SEDERE, ESSE e IRE. Este
classifica-se em: último é o radial do verbo IR, razão por que os
FORMA RIZOTÔNICA: quando a vogal da sílaba tônica verbos SER e IR se confundem no pretérito perfeito
está dentro do radical. e seus derivados (mais-que-perfeito, futuro do
⌐VOGAL DA SÍLABA TÔNICA subjuntivo).
Ex.: Eu LOUV O meu Deus.
└ RADICAL d) ABUNDANTE é aquele que apresenta mais de uma
possibilidade de conjugação. Em geral, tal fato ocorre no
FORMA ARRIZOTÔNICA: quando a vogal da sílaba particípio, mas não somente. Muitos são os verbos que,
tônica está fora do radical. ao lado do particípio regular terminado em –do, possuem
outro, irregular.
⌐VOGAL DA SÍLABA TÔNICA
Ex.: Eu LOUVAVA meu Deus.
└ RADICAL Ex.:HAVER ENTUPIR CONSTRUIR APIEDAR-SE
Hei Entupo Construo Apiedo-me ou
Apiado-me
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
Hás Entupes ou Constróis ou
QUANTOÀ CLASSIFICAÇÃO UM VERBO PODE SER: Entopes Construis
a) REGULAR é aquele cujo radical não sofre alteração Há Entupe ou
em nenhum tempo, modo, número ou pessoa. Entope
Ex.: Cantar — Vender — Partir — Negociar —Averiguar
Hemos ou Entupimos
— Apaziguar
Havemos
IMPORTANTE:Quando a alteração no radical é Heis ou Entupis
uma simples adaptação fonética exigida pelo idioma, Haveis
nesse caso não se considera traço de verbo
irregular. Hão Entupem ou
Entopem
Ex.: EU FICO QUE EU FIQUE
Ex.: TOCAR, CORRIGIR,
INFINITIVO PARTICÍPIO PARTICÍPIO
REGULAR IRREGULAR
b) IRREGULAR é aquele que sofre alteração no radical aceitar aceitado aceito
ou no quadro das desinências.
acender acendido aceso
Ex.: FAZER → Eu FAÇO
anexar anexado anexo
TRAZER → Eu TRAGO
POLIR → Eu PULO benzer benzido bento
desenvolver desenvolvido desenvolto
IMPORTANTE: Normalmente a irregularidade de
um verbo se mostra logo na 1ª pessoa do Presente despertar despertado desperto
do Indicativo. dispersar dispersado disperso
distinguir distinguido distinto
Exemplos de VERBOS IRREGULARES: eleger elegido eleito
aguar, dar, sentir, estar, querer, requerer, passear, emergir emergido emerso
cear, bloquear, ansiar, incendiar, mediar odiar, remediar, encher enchido cheio
ver, vir (seguem-no advir, convir, intervir, provir, sobrevir)

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46 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
entregar entregado entregue e) DEFECTIVO é aquele que não é conjugado em todos
envolver envolvido envolto os tempos, modos, números ou pessoas.
enxugar enxugado enxuto Ex.: REAVER segue a conjugação do verbo HAVER, na
íntegra, mas só possui as formas em que o verbo HAVER
erigir erigido ereto apresenta a letra V.
expelir expelido expulso
expressar expressado expresso REAVER
exprimir exprimido expresso PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
expulsar expulsado expulso Hei HOUVE → REOUVE
extinguir extinguido extinto Hás HOUVESTE → REOUVESTE
Hás HOUVE → REOUVE
findar findado findo
Havemos → REAVEMOS HOUVEMOS→ REOUVEMOS
fixar fixado fixo
Haveis → REAVEIS HOUVESTES→ REOUVESTES
fritar fritado frito
Hão HOUVERAM → REOUVERAM
ganhar ganhado ganho PRET.-MAIS- PRETÉRITO FUTURO DO FUTURO DO
gastar gastado gasto QUE-PERFEITO IMPERFEITO PRESENTE PRETÉRITO
imergir imergir imerso REOUVERA REAVIA REAVEREI REAVERIA
imprimir imprimido impresso REOUVERAS REAVIAS REAVERÁS REAVERIAS
REOUVERA REAVIA REAVERÁ REAVERIA
incluir incluído incluso
REOUVÉRAMOS REAVÍAMOS REAVEREMOS REAVERÍAMOS
isentar isentado isento
REOUVÉREIS REAVÍEIS REAVEREIS REAVERÍEIS
juntar juntado junto REOUVERAM REAVIAM REAVERÃO REAVERIAM
limpar limpado limpo
malquerer malquerido malquisto FORMAS NOMINAIS
matar matado morto INFINITIVO IMPESSOAL INFINITIVO PESSOAL
misturar misturado misto REAVER REAVER
morrer morrido morto REAVERES
murchar murchado murcho REAVER
ocultar ocultado oculto REAVERMOS
omitir omitido omisso REAVERDES
pagar pagado pago REAVEREM
pegar pegado pego
prender prendido preso REAVER
romper rompido roto SUBJUNTIVO FORMAS
salvar salvado salvo NOMINAIS
secar secado seco PRESEN PRETÉRITO FUTURO GERÚNDIO
TE IMPERFEITO REAVENDO
segurar segurado seguro
— REOUVESSE REOUVER PARTICÍPIO
soltar soltado solto
— REOUVESSES REOUVERES REAVIDO
submergir submergido submerso
— REOUVESSE REOUVER
sujeitar sujeitado sujeito
— REOUVÉSSEMO REOUVERMO
suprimir suprimido supresso S S
suspender suspendido suspenso — REOUVÉSSEIS REOUVERDES
tingir tingido tinto — REOUVESSEM REOUVEREM
vagar vagado vago IMPERATIVO
Os particípios regulares são usados, em geral, AFIRMATIVO NEGATIVO
com os auxiliares ter e haver, ou seja, na voz ativa; e os
irregulares com o verbo ser, na voz passiva. — —
Ex.: Julieta havia acendido o fogo. — —
Ex.: O fogo foi aceso por Julieta. — —
OBSERVAÇÕES REAVEI —
1ª) Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, — —
pôr, ver, vir e seus derivados possuem apenas o particípio EX.: Precaver-se, adequar, falir, ressarcir (esses
irregular: aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto, verbos só são conjugados nas formas arrizotônicas);
vindo. abolir, banir, colorir, demolir, exaurir, explodir, extorquir,
2ª) Na língua contemporânea há uma tendência fremir, retorquir (não possuem a 1ª pessoa do singular do
pelo uso dos particípios irregulares, o que justifica o presente do indicativo); acontecer, ocorrer, suceder,
desuso de ganhado, gastado, pagado e pegado. prazer, doer, constar, urgir, fluir (conjugados apenas na 3ª
p. do singular e do plural); chover, nevar, ventar, trovejar,
gear, haver (só são conjugados na 3ª p. do singular).

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LÍNGUA PORTUGUESA 47
PRECAVER: é conjugado apenas nas formas VERBOS PRONOMINAIS
arrizotônicas. As formas inexistentes são substituídas por São pronominais os verbos que só se conjugam com
sinônimos: acautelar-se, precatar-se, prevenir-se. os pronomes oblíquos átonos; esses pronomes fazem
PRECAVER parte intrínseca do verbo.
FORMAS São essencialmente pronominais os verbos
INDICATIVO
NOMINAIS arrepender-se e queixar-se.
PRESEN PRETÉRITO PRET. INFINITIVO
Ex.: Eu me arrependi do que disse.
TE IMPERFEITO PERFEITO IMPESSOAL
Ex.: Os fracos se queixam muito da vida.
— precavia precavi precaver
— precavias precaveste INFINITIVO OBSERVAÇÕES:
PESSOAL 1ª) Por fazerem parte integrante do verbo, os
— precavia precaveu precaver pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não
precavem precavíamos precavemos precaveres possuem função sintática.
os 2ª) Há verbos que também são acompanhados de
precaveis precavíeis precavestes precaver pronomes oblíquos átonos, mas que não são
— Precaviam precaveram precavermos essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos.
PRET. FUTURO DO FUTURO precaverdes Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se
MAIS-QUE- PRESENTE DO encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem
PERFEITO PRETÉRITO funções sintáticas.
precavera precaverei precaveria precaverem
precavera precaverás precaverias GERÚNDIO Ex.: Ele se cortou.
s └ Objeto Direto reflexivo
precavera precaverá precaveria precavendo
precavêra precaveremos precaveríam PARTICÍPIO
mos os VOZES DO VERBO
precavêre precavereis precaveríeis precavido Quanto à voz, os verbos se apresentam de três
is formas:
precavera precaverão precaveriam a) Voz Ativa - o fato expresso pelo verbo é praticado
m pelo sujeito:
SUBJUNTIVO O presidentecriticou o novo ministro.
PRESEN PRET. └SUJEITO AGENTE
FUTURO
TE IMPERFEITO
— precavesse precaver
b) Voz passiva - o fato expresso pelo verbo é recebido
— precavesses precaveres
pelo sujeito. Pode ser:
— precavesse precaver
▪ Passiva Analítica(verbo no particípio + verbo
— precavêssemo precavermo auxiliar ser)
s s
O novo ministrofoi criticado pelo presidente.
— precavêsseis precaverdes
└SUJEITO PACIENTE
— precavessem precaverem
IMPERATIVO IMPORTANTE:
AFIRMATIVO NEGATIVO Observe que da VOZ ATIVA para a PASSIVA
— — passamos de um verbo a dois: se tivéssemos dois na
ATIVA, teríamos três na PASSIVA, e vice-versa.
— —
— —
precavei — ▪ Passiva Sintética(verbo na 3ª pessoa +
— — partícula apassivadora se)
┌O D transforma-se em SUJEITO PACIENTE
C r i t i c o u –seo n o v o m i n i s t r o.
VERBOS AUXILIARES
VTD └ P. APASSIVADORA
São auxiliares os verbos que entram na formação
dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo
principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é c) Voz Reflexiva - o sujeito pratica e recebe a ação
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio expressa pelo verbo:
ou particípio. O novo ministro demitiu-se.
┌Verbo Principal └ OBJETO DIRETO REFLEXIVO
Ex.: Vouconversar com meus amigos. OBSERVAÇÃO:
└Verbo Auxiliar
Quando o verbo está no plural, a voz reflexiva pode
┌Verbo Principal indicar reciprocidade da ação.
Ex.: Maria estáchegando. Ex.: Os deputados agrediram-se.
└Verbo Auxiliar └ VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA
┌Verbo Principal
Ex.: Esta parede foipintada por mim.
└Verbo Auxiliar FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMPOS
VERBAIS SIMPLES
1ª Etapa: Formação dos Presentes

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48 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
O presente do indicativo é considerado um Tu cantas → Canta tua música Que tu cantes
tempo primitivo e dele deriva-se o presente do subjuntivo, Ele canta Cante sua ← Que ele cante
da maneira como mostra o esquema a seguir: música
Verbo de 1ª conjugação Nós Cantemos nossa ← Que nós
1ª pessoa singular -O 1ª pessoa singular do cantamos música cantemos
do presente do → presente do subjuntivo Vós cantais Cantai vossas Que vós
indicativo → canções canteis
+E
Eles cantam Cantem suas ← Que eles
Ex.: Eu louvo → Que eu louve canções cantem
O Imperativo Negativo forma-se a partir do
Pres. Indicativo Present. Subjuntivo presente do subjuntivo, sem nenhuma alteração.
Eu louvo Que eu louve Veja o esquema:
Tu louvas Que tu louves Presente do
Imperativo Negativo
Ele louva Que ele louve Subjuntivo
Nós louvamos Que nós louvemos ----------------------- ← Que eu cante
Vós louvais Que vós louveis Não Cantes tua música ← Que tu cantes
Eles louvam Que eles louvem Não Cante sua música ← Que ele cante
Note como a desinência modo-temporal E se Não Cantemos nossa música ← Que nós
mantém em todas as pessoas do presente do subjuntivo. cantemos
Não Canteis vossas canções ← Que vós canteis
Verbos de 2ª e 3ª conjugações. Não Cantem suas canções ← Que eles cantem
1ª pessoa singular -O 1ª pessoa singular do ATENÇÃO!Para o verbo SER essa derivação não é
do presente do → presente do subjuntivo válida. Para esse verbo, temos, na 2ª p. singular e plural,
indicativo as seguintes formas:
+A
Sê tu
Ex.: Eu vendo → Que eu venda Sede vós

Pres. Indicativo Present. Subjuntivo


3ª Etapa: PRETÉRITO PERFEITO E SEUS DERIVADOS
Eu vendo Que eu venda
O pretérito perfeito é um tempo primitivo e dá
Tu vendes Que tu vendas origem a três outros tempos verbais, conforme o esquema
Ele vende Que ele venda abaixo:
Nós vendemos Que nós vendamos Ex.: verbo louvar
Vós vendeis Que vós vendais Pretérito Perfeito
Eles vendem Que eles vendam Eu louvei
Note como a desinência modo-temporal A se Tu louvaste
mantém em todas as pessoas do presente do subjuntivo. Ele louvou
ATENÇÃO! Nós louvamos
Essa derivação só é possível quando a 1ª Vós louvastes
pessoa do singular do presente do indicativo termina em
O. Por isso ela não vale para os seguintes verbos:
ser (Eu sou — Que eu seja)
estar (Eu estou — Que eu esteja)
ir (Eu vou — Que eu vá)
dar (Eu dou — Que eu dê)
haver (Eu hei — Que eu haja)
saber (Eu sei — Que eu saiba)
Eles louvaram
2ª Etapa: FORMAÇÃO DO IMPERATIVO / │ \
O Imperativo Afirmativo forma-se a partir dos dois / │ \
presentes (do indicativo e do subjuntivo)
-M -AM -RAM+SSE
• Do Presente do Indicativo: usamos as 2ªs pessoas (Tu
e Vós), eliminando o S final. ▼ ▼ ▼
• Do Presente do Subjuntivo usamos as demais Pretérito Mais- Futuro do Pretérito
pessoas (Você, Nós, Vocês), sem nenhuma alteração. Que-Perfeito Subjuntivo imperfeito do
Subjuntivo
Veja o esquema
Eu louvara Qdo. eu Se eu louvasse
Presente do Imperativo Presente do louvar
indicativo Afirmativo Subjuntivo
Tu louvaras Qdo. tu Se tu louvasses
Eu canto --------------- Que eu cante
louvares

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LÍNGUA PORTUGUESA 49
Ele louvara Qdo. ele Se ele louvasse Observe que a forma ficarei estabelece correlação
louvar com outra forma do verbo voltar:
Nós Qdo. nós Se nós
louváramos louvarmos louvássemos Se elas voltarem, eu ficarei feliz
Vós louváreis Qdo. vós Se vós
louvardes louvásseis Correlação Adequada
Eles louvaram Qdo. eles Se eles
louvarem louvassem

QUESTÕES IDECAN
4ª Etapa: FORMAÇÃO DOS TEMPOS FUTUROS
Os dois tempos futuros formam-se pelo Texto
acréscimo de determinadas desinências ao infinitivo.

FUTURO DO PRESENTE
Futuro do
Presente
⁄ +ei → Louvarei
INFINITIVO ⁄ +ás → Louvarás
LOUVAR ─ +á → Louvará
\ +emos → Louvaremos
\ +eis → Louvareis
+ão → Louvarão
\

FUTURO DO PRETÉRITO
Futuro do
01. Assinale a única alternativa que completa
Presente
corretamente a releitura do cartum do Texto 2 com
⁄ +ia → Louvaria emprego adequado dos tempos emodos verbais.
INFINITIVO ⁄ +ias → Louvarias O prefeito argumentou que o bom resultado dos alunos da
LOUVAR ─ +ia → Louvaria rede municipal no IDEB se deveu à sua boa
administração, porém...
\ +íamos → Louvaríamos
A) se este resultado fosse ruim, ele culparia os
\ +íeis → Louvaríeis professores.
\ +iam → Louvariam B) como o resultado foi ruim, ele culpou os professores.
C) quando o resultado fosse ruim, ele culpa os
professores.
Correlação entre os tempos verbais
D) enquanto o resultado é ruim, ele culpa os professores.
Quando se constrói uma determinada frase, os verbos
E) culpara os professores quando o resultado fosse ruim.
que ela apresenta estabelecem entre si certas
correlações, de tal forma que se ajustem
convenientemente no que se refere às variadas SEMTAS – Pref. Natal/RN - Administrador: 2016;
possibilidades de uso dos tempos e modos verbais. Superior
Observe, por exemplo, a frase: Conheça Aris, que se divide entre socorrer e
Se elas voltassem, eu ficaria feliz fotografar náufragos
Profissional da AFP diz que a experiência de documentar
o sofrimento dos refugiados deixou-o mais rígido com as
Correlação
próprias filhas.
O grego ArisMessinisé fotógrafo da agência AFP
O uso da forma voltassem, que é uma hipótese, em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da Primavera
uma condição, implica o emprego da forma ficaria, que, Árabe.Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a
no contexto da frase, expressa uma possibilidade onda de refugiados na Europa. Ele conta em um blog da
dependente da realização - ou não - do fato contido em AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho
voltassem. na ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados
A essa articulação temporal entre duas formas pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de
verbais dá-se o nome de correlação verbal. 700.000 refugiados e imigrantes clandestinos já
Veja como, na frase acima, a correlação não desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades
estaria adequada se, em lugar de ficaria, usássemos, por locais estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente
exemplo, ficarei: aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de
suspender o país do Acordo Schengen, que permite a
Se elas voltassem, eu ficarei feliz
livre circulação de pessoas entre os Estados-membros.
[...]
Correlação Inadequada

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50 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
02. O uso do IMPERATIVO no título do texto orienta o O tempo MAIS-QUE-PERFEITO como o próprio nome diz:
leitor a determinada ação. Sobre o emprego MAIS que o PERFEITO; ou seja, um acontecimento
descrito anteriormente, considerando-se a anterior a outro também no passado.
situação de produção do enunciado, é correto A bola havia entrado antes de o árbitro ter apitado; ambas
afirmar que ações já aconteceram.
A) ocorre a conjugação do imperativo na segunda pessoa
verbal, caracterizando a norma-padrão da língua.
B) em situações formais, conforme apresentado, utiliza-se VERBO: IMPERATIVO
o verbo na segunda ou terceira pessoa do imperativo. 03. “recuse o convite e não troque o Brasil pela Itália.”;se
C) a utilização do verbo na terceira pessoa do imperativo em lugar da terceira pessoa, o autor do texto
está de acordo com a norma-padrão, caracterizando empregasse a segunda pessoa do singular, as formas
uma situação formal. convenientes dos verbos seriam:
D) em situações informais, conforme apresentado, ocorre a) recusa / não troca;
uma mistura entre as pessoas do discurso, sendo o b) recusas / não trocas;
imperativo conjugado na segunda pessoa verbal.
c) recusa / não troques;
d) recuse / não troca;
03. O TEMPO VERBAL utilizado na seguinte oração do
texto: “O grego ArisMessinis é fotógrafo da e) recuses / não trocas.
agência AFP em Atenas.”indica COMENTÁRIO:
A) concomitância entre os fatos apresentados.
RECUSE/ NÃO TROQUE
B) que o fato apresentado possui características de ser
provável. Esses verbos pedem para você fazer ou não fazer
C) a intenção do enunciador de demonstrar polidez em algo; estamos, desse modo, diante do modo imperativo, o
um texto formal. qual na 3ª pessoa advém do modo subjuntivo: que eu
D) a atualidade do fato apresentado considerando-se o recuse, que tu recuses, que você recuse →recuse o
texto apresentado. convite; que eu troque, que tu troques, que você
troque→ não troque seu número.
Gabarito: 01/A; 02/C; 03/D A questão pede para passar para a 2ª pessoa do
singular: para o imperativo afirmativo, você usa o
QUESTÕES COMENTADAS presente do indicativo menos a letra s; eu recuso, tu
01.Noticiando é forma do gerúndio do verbo noticiar; a recusas → recusa teu convite. para o imperativo
frase em que a forma verbal destacada pode NÃO negativo, você utiliza o presente do subjuntivo sem
estar no gerúndio é: alterações: que eu troque, que tu troques → não troques
a) As notícias estão chegando da Itália cada vez teu convite com ninguém.
maisrapidamente;
b) Transformando-se o ódio em amor, acabam-se as Gabarito: 01/C; 02/A; 03/C
guerras;
c) Vindo o resultado, os clientes começaram a protestar;
d) Os jogadores italianos estão reclamando dos EXERCÍCIOS COMENTADO
estrangeiros; Verbo: reconhecimento do tempo de modo verbais.
e) O atleta viajou, completando sua missão. 01.... os nobres enviavam marinheiros mundo afora ...
COMENTÁRIO: O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que os
do grifado acima está na frase:
O verbo "vir" faz o particípio e o gerúndio de uma
(A) ... todas tratam o colecionismo como algo mais que
única forma: "vindo".
um simples passatempo de adolescentes.
(B) Mas não pense que todo colecionador...
02. Considerando que a ação de agredir o jogador (C) Quem passa da adolescência...
brasileiro Antônio Carlos ocorreu antes de o Lazio
(D) Os portos de Roterdã e Amsterdã enchiam-se de
perder o mando do campo, ação também passada, o
coisas maravilhosas e exóticas.
verbo agredir deveria estar no:
(E) Sem elas, até mesmo a paisagem de alguns
a) mais-que-perfeito do indicativo;
paísesseria diferente.
b) imperfeito do indicativo;
COMENTÁRIO
c) futuro do pretérito;
d) imperfeito do subjuntivo; ENVI A VA M
e) presente do subjuntivo. Radica V. T. DMT* DNP*
COMENTÁRIO: l *

O tempo verbal usado para se referir a uma ação no *Desinência Modo Temporal do Pretérito Imperfeito do
passado que aconteceu antes de outra ação também no Indicativo para os verbos de 1ª conjugação. Em se
passado se chama pretérito-mais-que-perfeito. tratando da 2ª e 3ª conjugações a DMT é IA.
┌Pret. Perfeito ** Desinência Número Pessoal
Quando o árbitro apitou, a bola já entrara. (A) tratam: presente do indicativo.
Pret. Mais-Que-Perfeito┘ (B) não pense: imperativo negativo.
(C) passa: presente do indicativo.

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LÍNGUA PORTUGUESA 51
(D) enchiam-se: pretérito imperfeito do indicativo. (A) As tropas americanas não conteram os ataques
(E) seria: futuro do pretérito. dapopulação enfurecida à Biblioteca Nacional.
(B) Saqueadores de museus contrabandeiam obras de
raro valor arqueológico no mercado internacional.
VOZES VERBAIS (C) Nazistas se proporam a destruir, em enormes
02.Ele não é emitido por motores... fogueiras, livros considerados perigosos na Alemanha.
Transpondo-se a frase acima para a voz ativa, a (D) O problema que sobreviu à invasão americana no
formaverbal correta passa a ser Iraque foi a destruição de peças arqueológicas
(A) emitia. raríssimas.
(B) emitem. (E) Os invasores do Iraque não antevieram as funestas
(C) tinham emitido. consequências dos saques, como o contrabando de
obras valiosas.
(D) serão emitidos.
COMENTÁRIO
(E) é para ser emitido.
COMENTÁRIO (A) conteram: segue o verbo TER: contiveram
(B) contrabandeiam: segue os verbos terminados em
Ele não é emitido por motores...
EAR: passear, frear, arrear, cear, etc.
Esta oração está na voz passiva, você deve passá-la para a
Todos os verbos terminados em -ear têm o
ativa. Siga os passos: conte os verbos, verifique o tempo
acréscimo da letra i, colocada imediatamente antes da
e o modo verbal, encontre o sujeito (que será o OBJETO
terminação verbal (ar), somente nas formas rizotônicas.
DIRETO, na ATIVA), encontre o agente da passiva (que
será o SUJEITO, na ATIVA). O verbo passear, então, tem a seguinte conjugação
no Presente do Indicativo: Todos os dias eu passeio, tu
É EMITIDO: 2 verbos na passiva, 1 na ativa. Eliminam-
passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais, eles
se, desse modo, os itens C, D, E.
passeiam;
É EMITIDO: verbo no presente do indicativo. A resposta
No Presente do Subjuntivo: espero que eu
deve trazer o verbo no mesmo tempo e modo. Eliminam-
passeie, que tu passeies, que ele passeie, que nós
se, portanto, os itens A, C, D.
passeemos, que vós passeeis, que eles passeiem.
Nenhuma outra estrutura verbal de nenhum outro
MODO VERBAL tempo tem a letra i.
03. Até o fim do século, dizia-se, seria preciso usar
(C) proporam: segue o verbo PÔR: propuseram
máscaras de oxigênio nas cidades...
O emprego da forma verbal grifada acima denota, no
(D) sobreviu: segue o verbo VIR: sobreveio
contexto, (E) antevieram: segue o verbo VER: anteviram
(A) prolongamento de um fato que se realiza até o
momento presente. Modo Verbal
(B) declaração real com um limite determinado de tempo. 05.Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta
(C) ideia aproximada da realização de um fato atual. metros ...
(D) possibilidade de realização de um fato a partir de certa O emprego do verbo grifado indica, no contexto,
condição. (A) dúvida provável.
(E) afirmação categórica a partir de uma situação anterior. (B) certeza absoluta.
COMENTÁRIO (C) desejo realizável.
SERIA: RIA é a DMT do Futuro do Pretérito. Este é (D) ação habitual.
um futuro que tem um pé no passado. Só chega a se (E) surpresa real.
realizar se você tivesse feito algo no passado. É também COMENTÁRIO
conhecido como Futuro Condicional, pois está depende
de uma condição para se realizar. Uma oração que comece com que traz o verbo no modo
subjuntivo. O mundo subjuntivo expressa DÚVIDA,
Mais um pouco...
POSSIBILIDADE, PROBALIDADE, DESEJO.
Emprega-se o futuro do pretérito para assinalar:
• Um fato futuro em relação a outro no passado Gabarito:
o "Se eu morresse amanhã, viria ao menos 1.D 2.B 3.D 4.B 5.C
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria. (Álvares Azevedo, Se
Eu Morresse Amanhã).
• Uma ironia ou um pedido de cortesia: O PRONOME
o Daria para fazer silêncio! CONCEITO:
o Poderia fazer o favor de sair!? Pronome é a palavra que substitui o substantivo ou
acompanha o substantivo, definindo-lhe os limites de
significação.
Verbo Ex.: Meu irmão comprou um livro, mas não o leu.
04. O verbo corretamente flexionado está grifado na Meu pronome que acompanha o subst. irmão.
frase:

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52 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
O pronome que substitui o substantivo livro. E não seria assim?
Para mim, aprender matemática é difícil.
CLASSIFICAÇÃO: Poderia ser assim. Afinal a inversão de uma função
a) Pronomes pessoais: representam as três pessoas sintática (complemento nominal) não exige vírgula
gramaticais. obrigatória.
Pessoa Reto Oblíquo
Gramatical b) Pronomes possessivos: referem-se às três
Átono Tônico pessoas gramaticais, indicando que elas possuem
1ª do singular eu me mim, comigo alguma coisa. Os pronomes possessivos relacionam-
se diretamente aos pronomes pessoais:
2ª do singular tu te ti, contigo
Pronome Pronome Pronome Pronome
3ª do singular ele/ ela se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela Pessoal Possessivos Pessoal Possessivo
1ª do plural nós nos nós, conosco eu meu(s),minha(s) nós nosso(s),
2º do plural vós vos vós, convosco nossa(s)
3º do plural eles/elas se, os, as, si, consigo, eles, tu teu(s), tua(s) vós vosso(s),
lhes elas. vossa(s)
ele seu(s), sua(s) eles seu(s), sua(s)
As formas alomórficas de O, A, OS, AS
• Transformam-se em LO, LA, LOS, LAS: após c) Pronomes demonstrativos: indicam o lugar
formas verbais terminadas em R, S, Z. ocupado por um determinado ser, em relação a uma
— Você fez o exercício? das pessoas gramaticais.
— Sim, fi-lo.
— Você fez a questão? Emprego básico:
— Sim, fi-la. As formas de primeira pessoa indicam
proximidade de quem fala ou escreve:
— Pedro quis a refeição?
Ex.:Este senhor ao meu lado é o meu avô.
— Sim, qui-la.
Os demonstrativos de primeira pessoa podem
— É preciso enfeitar as mesas.
indicar também o tempo presente em relação a quem
— Sim, é preciso enfeitá-las fala ou escreve.
• Transformam-se em NO, NA, NOS, NAS: após Ex.: Nestas últimas horas tenho me sentido mais
formas verbais terminadas em fonemas nasais cansado que nunca.
(m, õe, õem)
as formas de segunda pessoa indicam
— Encontraram a garota? proximidade da pessoa a quem se fala ou escreve:
— Sim, encontraram-na. Ex.: Essa foto que tens na mão é antiga?
— Os garotos fizeram as bandeiras? os pronomes de terceira pessoa marcam
— Sim, fizeram-nas. posição próxima da pessoa de quem se fala ou
Põe o lixo ali. posição distante dos dois interlocutores.
Põe-no ali. Ex.: Aquela foto que ele tem na mão é antiga.
Os pronomes demonstrativos, além de marcar
posição no espaço, marcam posição no tempo.
ENTRE EU E TU ou ENTRE MIM E TI?
Este (e flexões) marca um tempo atual ao ato da
Após a preposição ENTRE não se usa o pronome fala.
EU nem o pronome TU, pois após preposição o pronome
pessoal a ser usado é o oblíquo tônico; logo a forma Ex.: Neste instante minha irmã está trabalhando.
correta é ENTRE MIM E TI. Esse (e flexões) marca um tempo anterior
relativamente próximo ao ato da fala.
ISSO É PARA EU ou ISSO É PARA MIM?
Ex.: No mês passado fui promovida no trabalho. Nesse
ISSO É PARA EU FAZER ou ISSO É PARA MIM FAZER?
mesmo mês comprei meu apartamento.
ISSO É PARA TU ou ISSO É PARA TI?
Aquele (e flexões) marca um tempo
ISSO É PARA TU FAZERES ou ISSO É PARA TI remotamente anterior ao ato da fala.
FAZERES?
Ex.: Meu avô nasceu na década de 1930. Naquela época
Devo dizer: Isso é para mim. Mas, se a frase podia-se caminhar à noite em segurança.
continuar, aí devo usar EU: Isso é para eu preencher.
Os pronomes demonstrativos servem para fazer
Observe que o mim não faz nada, quem faz é o eu.
referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no
Da mesma acontece com o pronome TU/TI: Isso é interior do discurso.
para ti/ Isso é para tu fazeres.
Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser
CUIDADO! Às vezes a frase está invertida para dito posteriormente.
enganar o candidato: Para mim aprender Ex.: Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.
Matemática é difícil. Na verdade, na ordem direta
fica: Esse (e flexões) faz referência àquilo que já fio
dito no discurso.
Aprender Matemática é difícilpara mim.
Ex.: Que seja muito feliz: é isso que espero.
Sujeito Predicativo Sujeito┘ Complemento Nominal
Observe que para mim complementa o adjetivo difícil.

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LÍNGUA PORTUGUESA 53
Este em oposição a aquele quando se quer nos prejudicavam.
fazer referência a elementos já mencionados, este se Havia condições - que
(= sujeito)
refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.
insistíamos.
Ex.: Romance e Suspense são gêneros que me agradam, Havia condições em que
este me deixa ansioso, aquele, sensível. (insistir em)

d) Pronomes indefinidos: referem-se, de modo 2. O pronome relativo quem se refere a uma pessoa ou a
indeterminado, à 3ª pessoa gramatical. uma coisa personificada.
Indefinidos mais usados:algum, nenhum, todo, Não conheço a médica de quem você falou.
outro, muito, pouco, certo, qualquer, alguém, ninguém, Esse é o livro a quem prezo como companheiro.
algo.
Ex: alguns investidores perderam muito dinheiro. 3. Quando o relativo quem aparecer sem antecedente
“O senhor admite ter desempenhado um papel claro é classificado como pronome relativo indefinido.
fundamental na organização dos ataques do PCC? Quem atravessou, foi multado.
Não se pode dispensar todo o barril por causa de
algumas maçãs podres. Eu ajudo mais de 90 milhões de
4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem
brasileiros a se comunicarem diariamente. Sou um
virá precedido de preposição.
aparelho democrático.”
João era o filho a quem ele amava.

e) Pronome Relativo é uma classe de pronomes que


substituem um termo da oração anterior e estabelece 5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego,
relação entre duas orações. chamado de relativo universal, pode ser empregado com
referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural.
nome repetido Conheço bem a moça que saiu.
Não gostei do vestido que comprei.
Não conhecemos o aluno. O aluno saiu. Eis os instrumentos de que necessitamos.
Reunindo os dois períodos num único teremos:
6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o
Não conhecemos o aluno / que saiu. demonstrativo o (a, os, as).
Oração Principal Or. Sub. Adjetiva Restritiva Ex1: Sei o que digo. (Sei AQUILO que digo.)
Ou seja, período composto por subordinação. Ex2: Comprei uma casa igual A1 + A2 que você comprou.
Como se pode perceber, o que, nessa frase está (Comprei uma casa igual à / que você comprou)
substituindo o termo aluno e está relacionando a segunda (Comprei uma casa igual a+aquela que você
oração com a primeira. comprou)
A1 → Preposição exigida pelo adjetivo igual.
Os pronomes relativosclassificam-se em: A2 → Pronome Demonstrativo aquela.
Variáveis Ex3: Dentre as pessoas escolhi asque mais interessavam
O qual, a qual à escola.
Os quais, as quais As – pronome demonstrativo (as = aquelas)
Cujo, cuja Que – pronome relativo
Cujos, cujas
Quanto, quanta 7. Quando precedido de preposição monossilábica,
Quantos, quantas emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de
mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).
Ou seja, se a preposição tiver mais de uma sílaba
Invariáveis (perante, sobre, etc.), o relativo que deve ser substituído
Que (quando equivale a o qual e flexões) por o/a qual, os/as quais. Compare:
Quem (quando equivale a o qual e flexões) Ex.: A notícia segundo que ele havia viajado é falsa
Onde (quando equivale a no qual e flexões) (forma inadequada)
Ex.: A notícia segundo a qual ele havia viajado é falsa
Emprego dos pronomes relativos (forma adequada)
1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição Outros exemplos
se a regência assim determinar. Aquele é o machado com que trabalho.
Pronome Aquele é o empresário para o qual trabalho.
Prepos. exigida p/ verbo↓ Relativo Termo regente
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
nos opúnhamos. dúvidas? (Não se poderia usar que depois de sobre.)
Havia condições a que
(opor-se a)
não concordávamos. 8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo
Havia condições com que possessivo equivale a do qual, de que, de quem.
(concordar com)
Deve concordar com a coisa possuída.
desconfiávamos. Cortaram as árvores cujos troncos estavam podres.
Havia condições de que
(desconfiar de)

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54 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são E) Eu não protejo a ele.
pronomes relativos quando seguem os pronomes
indefinidos tudo, todos ou todas.
5. Assinale a alternativa em que o termo sublinhado tem
Recolheu tudo quanto viu. a mesma classificação morfológica que a palavra
destacada, na passagem: Ela o desprezava.
10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e A) Um refletia sobre o outro.
tem sentido aproximado de em que, no qual. B) O que estava sentado ficou a vê-los.
Esta é a terra onde habito. C) Já se disse tudo o que havia de importante.
a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de D) Louvava encantado o amor daqueles dois.
movimento. Pode ser usado sem antecedente.
E) O mito passeava para que todos o vissem.
Nunca mais morei na cidade onde nasci.
b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de
6. Assinale a alternativa em que o termo destacado tem a
movimento e equivale a para onde, sendo resultado
mesma classificação morfológica da palavra
da combinação da preposição a + onde.
sublinhada na oração: Esses assuntos são chocantes.
As crianças estavam perdidas, sem saber aonde ir.
A) A fome é um instinto primário.
Por Marina Cabral
B) Eles vivem com abundância de tais alimentos.
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
C) Após duas guerras, a fome causou milhões de mortes.
Equipe Brasil Escola.
D) Foi Josué de Castro que denunciou a situação de
fome.
f) Pronomes interrogativos:usados em frases E) As emissões dos gases provocaram o aquecimento
interrogativas. global.
São interrogativos: que, quem, qual, quanto.
Ex.: Quanto tempo você viveu lá? Gabarito:
1D 2B 3E 4A 5E 6B
QUESTÕES
1. Na passagem “Os empresários que não se adequarem ADVÉRBIO
à lei em noventa dias poderão ser multados em até
3,2 milhões de reais.” , o termo que apresenta a
❖ Ele bebeu muito.
mesma classe gramatical que em
Adv. Intensidade
(A) “A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto
Na frase acima o advérbio muito está
alto e sem paredes,”...
intensificando o sentido do verbo BEBER.
(B) “ ‘Ficou tão difícil fumar que até decidi parar’,”...
(C) “Quem considera a lei exagerada deve saber que São ❖ A banda chegou hoje.
Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial.” Nessa outra frase o advérbio hoje acrescenta ao
(D) “Os fumantes americanos têm outro problema com verbo CHEGAR uma circunstância de tempo.
que se preocupar:”
(E) “E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja ❖ Gil está muitoalegre.
reavivada.” O advérbio muito está intensificando o adjetivo
alegre.
2. A opção em que o termo em negrito não pode ser
substituído pelo pronome pessoal oblíquo átono ❖ A seleção jogou muito bem.
correspondente é Na frase acima o advérbio muito está
(A) rejeitar o bar. intensificando o advérbio de modo BEM.
(B) andar de skate. Então, podemos concluir que:
Advérbio é uma palavra que modifica o sentido
(C) comer uma pizza.
do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.
(D) adotar o vocabulário.
(E) importar o indispensável. CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO
De acordo com as circunstâncias que exprimem
3. Assinale a alternativa que completa corretamente, na o advérbio pode ser classificado:
sequência, as lacunas da passagem: Professor, passe CIRCUNSTÂNCIA ADVÉRBIO
__________ livro que está aí com você; _________
aqui não serve para _________ estudar. Tempo Ontem, hoje, amanhã, breve, logo, antes,
A) aquele / este / mim. B) aquele / esse / eu. depois, agora, já, sempre, nunca, jamais,
C) esse / esse / mim. D) este / este / mim. cedo, tarde, outrora, ainda, antigamente,
novamente, brevemente, raramente.
E) esse / este / eu.
Lugar Aqui, ali, aí, cá, lá, acolá, atrás, perto,
longe, acima, abaixo, adiante, dentro, fora,
4. Assinale a alternativa em que a frase: “Eu não protejo além.
ele” foi transcrita para o padrão formal da língua. Modo Bem, mal, assim, depressa, calmamente,
A) Eu não o protejo. B) Eu não protejo-o. suavemente, alegremente.
C) Eu não lhe protejo. D) Eu não protejo-lhe. Afirmação Sim, deverás, certamente, realmente,

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LÍNGUA PORTUGUESA 55
efetivamente. Consideramos adjetivos adverbializados aqueles
Negação Não, tampouco. empregados com valor de advérbio. Por isso, são
Dúvida Talvez, quiçá, acaso, decerto, porventura, mantidos invariáveis.
provavelmente, possivelmente. Ex.: Os bombeiros chegaram rápido ao local do
Intensidade Muito, pouco, bastante, mais, menos, incêndio. (rapidamente)
demais, tão, tanto, meio. Ex.: A seleção venceu fácil o jogo. (facilmente)

DISTINÇÃO ENTRE ADVÉRBIO E PRONOME PALAVRAS E LOCUÇÕES


INDEFINIDO
Alguns advérbios podem ser confundidos com
DENOTATIVAS
pronomes indefinidos; isso porque as palavras muito, As palavras e locuções denotativas são
bastante, etc., podem aparecer como advérbio e como classificadas à parte pela NGB (Nomenclatura Gramatical
pronome indefinido. Veja como diferencia-los: Brasileira) porque não se enquadram em nenhuma das
dez classes gramaticais. Antigamente, eram consideradas
❖ Advérbio » modifica um verbo, adjetivo ou o próprio advérbios, hoje são classificadas de acordo com o
advérbio e não sofre flexão (em gênero e número). significado que elas expressam; por isso chamadas
Ex.: Ele bebeu muito. palavras denotativas e exprimem:
❖ Adição: ainda, além disso.
❖ Pronome indefinido » relaciona-se com Ex.: Jogou uma ótima partida e ainda tem fôlego
substantivos e sofre flexões. para outra.
Ex.: As meninas caminharam muitos quilômetros. ❖ Afastamento: embora.
Ex.: Vamos embora daqui.
FLEXÃO DO ADVÉRBIO ❖ Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente.
O advérbio é uma palavra invariável em número
Ex.: Felizmente tudo acabou bem.
e gênero, mas é flexionado em grau.
Igualmente aos substantivos o advérbio admite Ex.: Ainda bem que vencemos o jogo.
dois graus: comparativo e superlativo. ❖ Designação: eis.
Ex.: Eis o candidato que lhe falei.
LOCUÇÃO ADVERBIAL ❖ Exclusão: somente, só, exclusive, exceto, senão,
São palavras que tem a função de advérbio e apenas, etc.
são iniciadas por preposição. Ex.: Acertamos apenas dois números.
Ex.: O gol surgiu de repente.
❖ Explicação: isto é, por exemplo.
Ex.: Tivemos que sair às pressas.
Ex.: Mereço um bom presente, por exemplo, um
Ex.: Há crianças que morrem de fome.
carro.
As locuções adverbiais classificam-se como os
advérbios, de acordo com as circunstâncias que ❖ Inclusão: até, ainda, também, inclusive.
exprimem. Ex.: Consegui boas notas nas provas inclusive
Abaixo a relação de algumas locuções em matemática.
adverbiais: Ex.: Você também não foi trabalhar.
Às vezes com certeza às cegas ❖ Limitação: só, somente, unicamente, apenas.
À esquerda às claras a distância Ex.: Apenas você optou pela carreira
Ao lado à direita às pressas acadêmica.
Ao vivo a pé à toa Ex.: Só o comercial conseguiu atingir as metas.
De repente por ali por perto
❖ Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes.
Por fora sem dúvida em cima
Ex.: O dia está quente, aliás, muito quente.
De fome de medo
Ex.: O Brasil jogou bem, ou melhor, deu aula de
futebol.
ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS
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São advérbios interrogativos quando, como,
onde, por que e se referem às circunstâncias de tempo,
de modo, de lugar, e de causa, respectivamente. Podem EXERCÍCIOS
aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas
interrogativas indiretas. 1. Assinale a alternativa em que a expressão grifada
exprime uma circunstância, como na oração: Eles
assentavam-se para o almoço.
Interrogativa direta interrogativa indireta A) A vida no interior anda a passo lento.
Quando sairemos? Não sei quando sairemos B) Lembro-me do destino do caixeiro viajante.
Como você caiu? Não sei como você caiu. C) O artesão não sobreviveu ao advento da indústria.
Onde você mora? Não sei onde você mora. D) Profissões e vocações são como plantas: florescem.
Por que você não veio? Não sei por que você não E) Ele foi transformado em operário de segunda classe.
veio.

2. Assinale a alternativa em que o termo grifado tem a


ADJETIVOS ADVERBIALIZADOS mesma classe gramatical da palavra destacada, na
passagem: Ele se revelaria adiante parente do casal
de velhinhos.

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56 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
A) Ele desceu para ajudá-la a saltar. um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado
B) Algo de diferente havia acontecido. consequente – é o temo regido, aquele que cumpre o
regime estabelecido pelo antecedente.
C) Vagos sorrisos suavizavam seus lábios.
Exemplos
D) Outros passageiros comentavam entre si.
A hora das refeições é sagrada.
E) Os gestos delicados são apenas reflexo de formação.
[hora das refeições: elementos ligados por
preposição]
3. Assinale a alternativa em que a locução adverbial
[de + as = das: preposição]
destacada tem a mesma classificação que à toa no
verso “mas não esquece à toa” (verso 17). [hora: termo antecedente = rege a construção "das
refeições"]
A) Não olhei para trás.
[refeições: termo consequente = é regido pela
B) Morrendo por amor.
construção "hora da"]
C) Morrendo aos poucos.
D) Sou fera ferida, na alma.
Alguém passou por aqui.
E) Tive os sonhos rasgados na saída.
[passou por aqui: elementos ligados por
preposição]
4. Na frase “alguns até entrariam em colapso” (texto 1, [por: preposição]
linhas 07-08), o termo sublinhado expressa ideia de:
[passou: termo antecedente = rege a construção
A) precisão. B) inclusão. "por aqui"]
C) restrição. D) explicação. E) retificação. [aqui: termo consequente = é regido pela
construção "passou por"]
5. A classificação que NÃO corresponde à palavra em
destaque é As preposições são palavras invariáveis, pois não
(A) “...até o clarear do dia,” – substantivo sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau
(B) “...era serviço de mulher.” – locução adjetiva como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo,
aspecto e voz como os verbos. No entanto em diversas
(C) “...sabiam que não era fácil assim o seu trabalho,”– situações as preposições se combinam a outras palavras
conjunção da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem
(D) “de noite bem dormida,” – adjetivo uma relação de concordância em gênero e número com
(E) “diriam do esforço, da resistência contra o frio e o essas palavras às quais se liga. Mesmo assim, não se
sono.” – preposição trata de uma variação própria da preposição, mas sim da
palavra com a qual ela se funde (ex.: de + o = do; por + a
= pela; em + um = num, etc.).
Gabarito:1 A 2E 3C 4B 5D

USO DA PREPOSIÇÃO
PREPOSIÇÃO Algumas particularidades no uso das preposições:
Preposição é a palavra que estabelece uma 1. O sujeito das orações reduzidas de infinitivo não
relação entre dois ou mais termos da oração. Essa deve vir contraído com uma preposição.
relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os Exemplos:
elementos ligados pela preposição não há sentido
dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o A maneira dele estudar não é correta. [Inadequado]
sentido da expressão é dependente da união de todos os A maneira de ele estudar não é correta. [Adequado]
elementos que a preposição vincula.
Exemplos 2. A preposição "a" não deve ser utilizada após a
Os amigos de João estranharam o seu modo de preposição "perante".
vestir. Exemplos:
[amigos de João / modo de vestir: elementos Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou
ligados por preposição] perantea todos. [Inadequado]
[de: preposição] Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou
perante todos. [Adequado]
Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.
[esperou com entusiasmo: elementos ligados por 3. Do mesmo modo, não podemos utilizar a
preposição] preposição "a" depois da preposição "após".
[com: preposição] Exemplos
Todos nos reunimos apósà reunião. [Inadequado]
Esse tipo de relação é considerada uma conexão, Todos nos reunimos apósa reunião. [Adequado]
em que os conectivos cumprem a função de ligar
elementos. A preposição é um desses conectivos e se 4. A preposição "desde" não admite em sua
presta a ligar palavras entre si num processo de sequência a preposição "de".
subordinação denominado regência.
Exemplos
Diz-se regência devido ao fato de que, na relação
Estamos esperando aqui desdedas 12 h. [Inadequado]
estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento –
chamado antecedente - é o termo que rege, que impõe Estamos esperando aqui desdeas 12 h. [Adequado]

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LÍNGUA PORTUGUESA 57

5. Em vez de utilizar a preposição "após" antes de USO DAS LOCUÇÕES PREPOSITIVAS


verbos no particípio, prefira a locução "depois de". Certas construções da língua portuguesa
Exemplos: constituem casos em que determinados termos se
O aluno partiu após difundida a notícia. [Inadequado] combinam de tal forma que não é permitida a variação
seja qual for o contexto em que estão inseridas.
O aluno partiu depois de difundida a notícia. [Adequado]
Normalmente, trata-se de locuções (conjunto de palavras
que formam uma unidade expressiva).
OMISSÃO DAS PREPOSIÇÕES As locuções prepositivas são elementos que não
Antes de alguns advérbios de tempo, modo e lugar, variam em gênero (feminino ou masculino) e número
a preposição pode ou não ser omitida. (singular ou plural). São, por isso, expressões fixas na
Exemplos: língua portuguesa. A forma fixa dessas locuções, porém,
não se resume à variação de gênero e número. No
Chegarão domingo. [Adequado]
decorrer da história da língua portuguesa, determinadas
Chegarão no domingo. [Adequado] formas se consagraram. Muitos gramáticos postulam a
adequação de uma forma e não outra para a língua
O filho, cabeça baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado] escrita. Por isso, o emprego inadequado dessas
O filho, de cabeça baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado] construções configura-se um problema de linguagem.

Vejamos alguns exemplos frequentes de uso


A crase e as preposições inadequado de locuções prepositivas:
A crase não deve ser empregada junto a algumas
Exemplos:
preposições.
A nível de experiência, tudo é válido. [Inadequado]
Dois casos, no entanto, devem ser observados
Em nível de experiência, tudo é válido. [Adequado]
quanto ao emprego da crase. Trata-se das preposições
"a" e "até" empregadas antes de palavra feminina. Essas
únicas exceções se devem ao fato de ambas indicarem, Eles estavam em vias de cometer uma loucura.
além de outras, a noção de movimento. Por isso, com [Inadequado]
relação à preposição "a" torna-se obrigatório o emprego Eles estavam em via de cometer uma loucura.
da crase, já que haverá a fusão entre a preposição "a" e o [Adequado]
artigo "a" (ou a simples possibilidade de emprego desse
artigo). Já a preposição "até" admitirá a crase somente se A seguir, alguns exemplos de locuções em uso
a ideia expressa apontar para movimento. inadequado:
Exemplos
A entrada será permitida mediante à entrega da EMPREGO
passagem. [Inadequado] EMPREGO ADEQUADO
INADEQUADO
A entrada será permitida mediante a entrega da
passagem. [Adequado] a nível de em nível de

Desde à assembleia os operários clamavam por greve. à medida em que na medida em que
[Inadequado]
Desde a assembleia os operários clamavam por greve. ao mesmo tempo que ao mesmo tempo em que
[Adequado]
apesar que apesar de que
Os médicos eram chamados a sala de cirurgia.
[Inadequado] de modo a de modo que
Os médicos eram chamados à sala de cirurgia.
[Adequado]
a longo prazo em longo prazo
[termo regente: chamar a / "a" = preposição indicativa de
movimento]
em vias de em via de
[termo regido: (a) sala / "a" = artigo]
[sala: palavra feminina] ao ponto de a ponto de

Os escravos eram levados vagarosamente até a senzala. de vez que uma vez que / portanto
Os escravos eram levados vagarosamente até à senzala.
[termo regente: levar a / "a" = preposição indicativa Note que o uso corrente das inadequações
de movimento] promove substituição ou supressão das preposições que
[termo regido: (a) senzala / "a" = artigo] compõem a expressão.
[senzala: palavra feminina] Além disso, é importante ressaltar que, embora
estejamos nos referindo apenas às locuções prepositivas,
o mesmo princípio pode ser aplicado às locuções
Observe que não foi apontado no exemplo (4) o conjuncionais ou locuções adverbiais. Vejamos, por
uso inadequado e adequado das ocorrências de crase. exemplo, um caso em que a inadequação recai sobre
Isso se dá porque atualmente no Brasil o emprego da uma locução adverbial:
crase diante da preposição "até" é facultativo.

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58 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Os amigos, na surdina, combinavam sobre tua festa. Matéria = Comprei roupas de lã.
[Inadequado] Fonte: www.gramaticaonline.com.br
Os amigos, à surdina, combinavam sobre tua festa.
[Adequado]
Fonte: www.nilc.icmc.usp.br EXERCÍCIOS
1. Numere a segunda coluna, relacionando as locuções
TIPOS DE PREPOSIÇÕES prepositivas sinônimas.
Essenciais: por, para, perante, a, ante, até, após, de, ( 1 ) devido a ( ) não obstante.
desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre, trás ( 2 ) a respeito de ( ) por causa de
As essenciais são as que só desempenham a ( 3 ) apesar de ( ) acerca de
função de preposição. ( ) em virtude de
A sequência correta é:
Acidentais: afora, fora, exceto, salvo, malgrado, durante, A) 1, 2, 3, 2. B) 2, 3, 2, 1.
mediante, segundo, menos.
C) 3, 1, 2, 1. D) 1, 3, 1, 2. E) 2, 1, 2, 3.
As acidentais são palavras de outras classes
FERA FERIDA
gramaticais que eventualmente são empregadas como
preposições. São, também, invariáveis. 01 Não vou mudar
02 Esse caso não tem solução
Locução Prepositiva 03 Sou fera ferida
São duas ou mais palavras, exercendo a função de 04 No corpo, na alma e no coração
uma preposição: acerca de, a fim de, apesar de, através 05 Eu andei demais
de, de acordo com, em vez de, junto de, para com, à 06 Não olhei pra trás
procura de, à busca de, à distância de, além de, antes de,
depois de, à maneira de, junto de, junto a, a par de... 07 Era solto em meus passos
As locuções prepositivas têm sempre como último
componente uma preposição. 2. No verso “Era solto em meus passos” (verso 07), a
preposiçãoem expressa:
Combinação A) fim. B) meio.
Junção de algumas preposições com outras C) lugar. D) tempo. E) causa.
palavras, quando não há alteração fonética.
Exemplos 3. Assinale a alternativa em que a locução destacada é
• ao (a + o) prepositiva.
• aonde (a + onde) A) As mães, hoje, trabalham fora de casa.
B) O egoísta tem que ser simpático e extrovertido.
Contração C) De fato, se um cai, poderá ser levantado pelo
companheiro.
Junção de algumas preposições com outras
palavras, quando a preposição sofre redução. D) Ao contrário, observo o completo desenvolvimento
emocional.
Exemplos
E) É difícil para as crianças brincarem, já que não têm
• do (de + o)
playground.
• neste (em + este)
• à (a + a)
Gabarito: 1. C/ 2.C/ 3. A
OBSERVAÇÃO:
Não se deve contrair a preposição de com o
artigo que inicia o sujeito de um verbo, nem com o
pronome ele(s), ela(s), quando estes funcionarem A CONJUNÇÃO
como sujeito de um verbo. CONCEITUAÇÃO:
Ex.: "Isso não depende do professor querer" está Palavra que tem por função básica ligar duas
errada, pois professor funciona como sujeito do
orações.
verbo querer. Portanto a frase deve ser "Isso não
depende de o professor querer" ou "Isso não
depende de ele querer". CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES
Dividem-se em dois tipos: coordenativas e
Circunstâncias: subordinativas.
As preposições podem indicar diversas
circunstâncias: Tipos de conjunções coordenativas
Lugar = Estivemos em São Paulo. 1. Aditivas - ligam ideias equivalentes: e, nem, mas
Origem = Essas maçãs vieram da Argentina. também, etc.
Causa = Ele morreu, por cair de um andaime. Não devolvi os jornais nem (devolvi) as revistas..
Assunto = Conversamos bastante sobre você. 2. Adversativas - ligam ideias contrastantes: mas, porém,
Meio = Passeei de bicicleta ontem. contudo, todavia, etc.
Posse = Recebeu a herança do avô. Lemos sobre o assunto, mas não redigimos o
trabalho.

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LÍNGUA PORTUGUESA 59
3. Alternativas - ligam ideias que se alternam: ou, 2.Integrantes- ligam duas orações, sendo a segunda
ou....ou, ora.....ora, etc. sujeito ou complemento da primeira: que, se.
Apresento um trabalho malfeito ou peço novo prazo? Ex.: É bem possível que nosso plano dê certo.
4. Conclusivas - dão ideia de dedução, conclusão, de
consequência lógica: logo, portanto, pois (após o
verbo da 2ª oração), por isso, por conseguinte, etc.
EXERCÍCIOS
Ex.: Ele é uma pessoa acessível; farei, portanto, a 1. Em, “Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça,
proposta. deixa de ser brincadeira.” (l. 15-16), o conectivo
5. Explicativas - indicam explicação, justificativa: pois, destacado estabelece, entre a ideia que introduz e a
porque, que ( = pois), etc. anterior, uma relação de
(A) causa. (B) condição.
Pedirei com cautela, pois a falha foi minha.
(C) conclusão. (D) conformidade.
(E) oposição.
Tipos de conjunções subordinativas
1. Adverbiais- ligam duas orações, sendo a segunda 2. Em “As visitas no hospital acontecem em média duas
adjunto adverbial da primeira. Subdividem-se em nove vezes por mês, mas o grupo pretende expandir a
tipos, conforme as circunstâncias que expressam: periodicidade das visitas.” (l. 33-35), o conectivo
destacado só NÃO pode ser substituído, devido a
Causais (exprimem motivo) : porque, visto que,
alterar o sentido original, por:
porquanto, como, já que, uma vez que, etc.
(A) não obstante. (B) no entanto.
Como todos saíram, fiquei preocupado. (C) todavia. (D) contudo.
(E) porquanto.
Comparativas (indicam comparação): como, (tal).....qual,
(menos)...do que, etc. 3. “Porém aquele que fala, mal ou bem, sempre fala de si
O âncora do jornal é mais jovem (do) que seu mesmo.” (l. 5).
antecessor. Por qual conector a conjunção destacada acima pode ser
substituída sem que haja alteração de sentido?
Concessivas (exprimem concessão): embora, ainda que, (A) Logo. (B) Pois.
por mais que, por menos que, mesmo que, conquanto, (C) Entretanto. (D) Porquanto. (E) Quando.
não obstante, posto que, sem bem que, a despeito de,
apesar de, em que pese a, etc. 4. Na oração A maior fonte, no entanto, é a queima de
Ex.: Não posso lhe contar a história, embora tenha combustíveis fósseis, o conectivo oracional indica:
alguns motivos para isso. A) exclusão. B) conclusão.
C) contraste. D) concessão. E) explicação.
Condicionais (exprimem condição): se, caso, desde que,
salvo se, sem que, etc. Gabarito:1 B 2E 3C 4C
Se tiver paciência, ouça-me mais um pouquinho.

Conformativas (exprimem conformidade):


conforme, como, segundo, consoante, etc. Prefeitura Manhumirim /MG - Advogado: Ano: 2017;
Houve cortes nas filmagens, como sugeriu o Nível: Superior
diretor. 01 No período “Sabe-se que os investimentos, ainda na
primeira infância, não só reduzem a desigualdade, mas
Consecutivas (exprimem consequência: (tão)...que, também produzem ganhos tanto para o indivíduo quanto
(tal)....que, (tanto)....que, (tamanho)...que, de sorte que, para a sociedade.” (2º§) é correto afirmar que a
de modo que. expressão destacada estabelece uma ideia de
Ex.: Fez tanto estardalhaço, que decidimos acatar A) oposição.
a decisão. B) conclusão.
Finais (indicam finalidade): para que, a fim de que, que, C) acréscimo.
etc. D) alternância.
Ex.: Fez tudo para que saísse o financiamento.
Ex.: Fiz-lhe sinal que voltasse. ATENÇÃO: Para responde as questões seguintes,
considere o texto abaixo:
Proporcionais (indicam proporção): à medida que, à A chuva me irritava.
proporção que, quanto mais... mais, quanto Até que um dia
menos...menos, enquanto, etc. descobri que Maria é que chovia.
Ex.: À medida que cai a inflação, aumenta o A chuva era Maria. E cada pingo
consumo. de Maria ensopava o meu domingo.

Temporais ( indicam tempo) : quando, enquanto, mal, E meus ossos molhando, me deixava
logo que, antes que, depois que, etc. como terra que a chuva lavra e lava.
Ex.: Enquanto chovia, organizei minhas coisas. Eu era todo barro, sem verdura…
Maria, chuvosíssima criatura!

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60 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
A “A chuva era Maria. E cada pingo
Ela chovia em mim, em cada gesto, de Maria ensopava o meu domingo.” (linhas 3 e 4)
pensamento, desejo, sono, e o resto. B “Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo, poças d’água
Era chuva fininha e chuva grossa, gelada ia tecendo.” (linhas 25 e 26)
matinal e noturna, ativa… Nossa!
C “Choveu tanto Maria em minha casa que a correnteza
forte criou asa e um rio se formou, ou mar, não sei, sei
Não me chovas, Maria, mais que o justo apenas que nele me afundei.” (linhas 27 a 30)
chuvisco de um momento, apenas susto. D “E quanto mais as ondas me levavam, as fontes de
Não me inundes de teu líquido plasma, Maria mais chuvavam” (linhas 31 e 32)
não sejas tão aquático fantasma!
E “Anti-petendam cânticos se ouviram. Que nada! As
cordas d’água mais deliram, e Maria, torneira
Eu lhe dizia em vão – pois que Maria desatada, mais se dilata em sua chuvarada.” (linhas
quanto mais eu rogava, mais chovia. 41 a 44)
E chuveirando atroz em meu caminho,
o deixava banhado em triste vinho,
Texto
O respeito à diversidade e suas implicações nos
que não aquece, pois água de chuva direitos humanos
mosto é de cinza, não de boa uva. A diversidade é um dos temas mais atuais da
Chuvadeira Maria, chuvadonha, sociedade, e ao se pensar na escola, é um tema
chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha! queganha extrema relevância. Pois é na escola, onde a
criança e o jovem desenvolve grande parte de
Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo, suasrelações sociais, que é necessário se desenvolver e
poças dágua gelada ia tecendo. ampliar a cultura do respeito ao que é diferente.
Choveu tanto Maria em minha casa Quando se trata de inclusão/exclusão, é
que a correnteza forte criou asa oportuno compreender mais amplamente esses
processos abordando-os de forma dialética.
e um rio se formou, ou mar, não sei, Na abordagem da dialética inclusão/exclusão,
sei apenas que nele me afundei. realça-se o entendimento de que, para compreensão
E quanto mais as ondas me levavam, dessesprocessos e o enfrentamento da exclusão, é
as fontes de Maria mais chuvavam, necessário percebê-los de modo mais abrangente, em
seu alcance eocorrências, e não apenas com referência a
um único grupo social.
de sorte que com pouco, e sem recurso, O princípio de que, para enfrentar a exclusão, é
as coisas se lançaram no seu curso, preciso compreendê-la como processo que ocorre em
e eis o mundo molhado e sovertido váriascircunstâncias, é também adotado neste texto,
sob aquele sinistro e atrochuvido. acrescentando-se que a percepção no contexto mais
abrangente em quese situam: o da diversidade. O
Os seres mais estranhos se juntando enfrentamento da exclusão necessita do empenho
na mesma aquosa pasta iam clamando acadêmico, social e político emdecisões e movimentos
contra essa chuva estúpida e mortal pela inclusão, justiça e autonomia dos sujeitos,
catarata (jamais houve outra igual). respeitando-se suas diferenças socioculturais
eidentitárias.
Contudo, ressalva-se que não se entende ou
Anti-petendam cânticos se ouviram. propõe o acolhimento à diversidade como subalternização
Que nada! As cordas dágua mais deliram, do outro,do diferente, como forma de colonização, mas
e Maria, torneira desatada, sim garantindo-se seus direitos à vida cidadã e, nesse
mais se dilata em sua chuvarada. sentido, a suaefetiva participação nas decisões políticas e
a sua afirmação como sujeitos sociais. É nesse sentido
Os navios soçobram. Continentes que se assume, comopremissa e perspectiva deste
já submergem com todos os viventes, estudo, a reivindicação do respeito à diversidade, em
e Maria chovendo. Eis que a essa altura, seus vários contornos. [...]
delida e fluida a humana enfibratura, [...]
(Mary Rangel. Língua Portuguesa, nº 57, ed. Escala.
e a terra não sofrendo tal chuvência, Fragmento.)
comoveu-se a Divina Providência,
e Deus, piedoso e enérgico, bradou: 03. O 4º§ é introduzido pelo termo “contudo” que
Não chove mais, Maria! – e ela parou. estabelece uma relação tal entre as informações que o
antecedem eque o sucedem que poderia ser substituído
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE sem qualquer prejuízo semântico por:
In Viola de Bolso, 1955 A) Todavia.
B) Porquanto.
02. (IDECAN - 2019 - IF-PB - Professor - Língua C) Desde que.
Portuguesa) Assinale a alternativa que apresenta o
D) Consoante.
segmento do texto em que a conjunção E apresenta
valor aproximado de adversidade (e não de adição),
em função do contexto em que essa conjunção é Gabarito: 01/C; 02/B; 03/A
empregada.

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LÍNGUA PORTUGUESA 61
Exemplos:
Um e outro aspecto obscuros.
Uma e outra causa juntas.
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
CONCORDÂNCIA NOMINAL 8. "O (a) mais ... possível" - "Os (as) mais ...
possíveis" - "O (a) pior ... possível" - "Os (as) piores
1. Substantivo + Substantivo... + Adjetivo ..." - "O (a) melhor ... possível" - "Os (as) melhores ...
Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou possíveis"
mais substantivos, concorda com o último ou vai O adjetivo "possível", nas expressões "o mais ...",
facultativamente: "o pior ...", "o melhor ..." permanece no singular.
• para o plural, no masculino, se pelo menos um Com as expressões "os mais ...", "os piores ...", "os
deles for masculino; melhores ...", vai para o plural.
• para o plural, no feminino, se todos eles Exemplos:
estiverem no feminino. Os dois autores defendem a melhor doutrina
Exemplos: possível.
Ternura e amor humano. Estas frutas são as mais saborosas possíveis.
Amor e ternura humana. Eles foram os mais insolentes possíveis.
Ternura e amor humanos. Comprei poucos livros, mas são os melhores
Carne ou peixe cru. possíveis.
Peixe ou carne crua.
Carne ou peixe crus. 9. Particípio + Substantivo
O particípio concorda com o substantivo a que se
2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ... refere.
Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou Exemplos:
mais substantivos, concorda com o mais próximo. Feitas as contas ...
Exemplos: Vistas as condições ...
Mau lugar e hora. Restabelecidas as amizades ...
Má hora e lugar. Postas as cartas na mesa ...
Salvas as crianças ...
3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ... Observação:
Quando dois ou mais adjetivos se referem a um "Salvo", "posto" e "visto" assumem também
substantivo, este vai para o singular ou plural. papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis:
Exemplos: Salvo honrosas exceções.
Estudo as línguas inglesa e portuguesa. Posto ser tarde, irei.
Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa. Visto ser longe, não irei.
Os poderes temporal e espiritual.
O poder temporal e (o) espiritual. 10. Anexo / bastante / incluso / leso / mesmo / próprio
+ Substantivo
4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo Essas palavras concordam com o substantivo a
Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um que se referem.
substantivo, determinando-o, este concorda com o mais Exemplos:
próximo ou vai para o plural. Vão anexas as cópias.
Exemplos: Recebi bastantes flores.
A primeira e segunda lição. Vão inclusos os documentos.
A primeira e segunda lições. Cometeu um crime de lesa-pátria.
Cometeu um crime de leso-patriotismo.
5. Substantivo + Ordinal + Ordinal + ... Ele mesmo falou aquilo.
Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um Ela mesma falou aquilo.
substantivo, determinando-o, este vai para o plural. Elas próprias falaram aquilo.
Exemplo:
As cláusulas terceira, quarta e quinta.
11. Meio (= metade) + Substantivo
O adjetivo "meio" concorda com o substantivo a
6. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo que se refere.
Quando as expressões "um e outro", "nem um nem Exemplos:
outro" são seguidas de um substantivo, este permanece Meias medidas.
no singular. Meio litro.
Exemplos: Meia garrafa.
Um e outro aspecto.
Nem um nem outro argumento.
12. Meio (= um tanto) + Adjetivo
De um e outro lado. O advérbio "meio", que se refere a um adjetivo,
permanece invariável.
7. Um e outro + Substantivo + Adjetivo Exemplos:
Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois Ela parecia meio encabulada.
da expressão "um e outro", o substantivo vai para o
Janela meio aberta.
singular e o adjetivo para o plural.

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62 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
Observações: 16. Pronome de tratamento (referindo-se a uma
1. Na fala, observam-se exemplos do advérbio "meio" pessoa de sexo masculino) + verbo de ligação +
flexionado. Tal fato pode ser explicado pelo fenômeno da adjetivo masculino
"concordância atrativa", ou por influência do adjetivo a Quando um adjetivo modifica um pronome de
que se refere: "Ela está meia cansada". tratamento que se refere a pessoa do sexo masculino, vai
Dessa concordância existem exemplos entre os para o masculino.
clássicos: "Uns caem meios mortos". (Camões) Exemplos:
Sua Santidade está esperançoso.
2. Em "meio-dia e meia", "meia" concorda com a palavra Referindo-se ao Governador, disse que Sua
"hora", oculta na expressão "meio-dia e meia (hora)". Excelência era generoso.
Essa é a construção recomendada pela maioria dos
manuais de cultura idiomática. 17. Nós / Vós + verbo + adjetivo
A construção "meio-dia e meio" também ocorre na Quando um adjetivo modifica os pronomes "nós /
fala; a forma "meio" permanece no masculino, por atração vós", empregados no lugar de "eu / tu", vai para singular.
ou influência da forma masculina "meio-dia". Exemplos:
Vós (= tu) estais enganado.
3. A palavra "meio" funciona como elemento de Nós (= eu) fomos acolhido muito bem.
justaposição em "meias-luas", "meios-termos", "meios- Sejamos (nós = eu) breve.
tons", "meia-idade", etc.
EXERCÍCIOS
13. Verbo transobjetivo + predicativo do objeto +
objeto + objeto ... Verbo transobjetivo + objeto + objeto 01. A concordância nominal correta está em:
... + predicativo do objeto A) Ele passou aos alunos os exercícios o mais fáceis
Verbo transobjetivo é o verbo que pede, além de possível.
um complemento-objeto, uma qualificação para esse B) Elas estão quite com suas obrigações.
complemento (= predicativo do objeto). C) As crianças comeram bastante uvas.
Nesse caso, o predicativo concorda com o(s) D) Meu amigo trouxe as mais geladas cervejas possível.
objetos. E) Por favor, passe menas questões para mim.
Verbo + predicativo do + objeto +
transobjetivo objeto objeto ... 02. Marque o item que contraria as normas da Gramática
em relação à concordância nominal:
o pai e o filho
Julgou inocentes A) A preservação do meio-ambiente é necessária à
a decisão e a
Considerei oportunas sobrevivência;
sugestão
Achei simpáticos B) Preservar o meio-ambiente é necessário à
a irmã e o irmão
sobrevivência;
C) A preservação do meio-ambiente é necessário à
Verbo + sobrevivência;
+ objeto + objeto ...
transobjetivo predicativo D) É proibido desmatar sem critério algum;
o pai e o filho E) É proibida a caça predatória.
Julgou inocentes
a decisão e a
Considerei oportunas e) Qual das opções abaixo está totalmente de
sugestão
Achei simpáticos acordocom a Gramática Normativa?
a irmã e o irmão
A) A vida em sociedade é necessária para o
desenvolvimento do homem;
14. Casa, página (+ número) + numeral
B) É proibido a permanência de pessoas estranhas neste
Na enumeração de casas e páginas, o numeral
lugar;
concorda com a palavra oculta "número".
C) Bastante pessoas concorrem a esta vaga;
Exemplos:
D) Iniciado os trabalhos, todos saíram;
Casa dois.
E) Comprei quinhentas gramas de carne.
Página dois.

15. Substantivo + é bom / é preciso / é proibido 04. Assinale a alternativa em que a concordância
Em construções desse tipo, quando o substantivo nominal não foi empregada corretamente:
não está determindado, as expressões "é bom", "é A) Eu comprei poucas laranjas e meia melancia;
preciso", "é proibido" permanecem no singular. B) Seu nome na lista dos aprovados no concurso deixou
Exemplos: seus familiares bastante felizes;
Maçã é bom para a saúde. C) Eles mesmos encarregaram-se de desfazer o mal-
entendido;
É preciso cautela.
D) Fruta é bom para a saúde;
É proibido entrada.
E) Já percebi que minha avó anda meia adoentada.
Observação:
Quando há determinação do sujeito, a
05. Assinale o item em que há uma frase com erro de
concordância efetua-se normalmente:
concordância da palavra “só":
É proibida a entrada de meninas.
A) Esses argumentos não valem por si sós.
B) Tais eram as sós verdades em que ele cria.
C) Vocês não estão só, neste mundo divino.

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LÍNGUA PORTUGUESA 63
D) Eles sós fizeram isso. Eles só fizeram isso. → Não há concordância com Substantivo
É necessário → luta
Gabarito Verbo Ser + Adjetivo + Artigo + Substantivo
01 A 02 C 03 A 04 E 05 C 06 A → Concordância com Artigo (ou pronome)
É necessáriA → A luta de classes
COMENTÁRIO
01. ┌ Adjetivo
A) ... o mais fáceis possível. E) Já percebi que minha avó anda meiOadoentada.
A expressão Artigo + mais + adjetivo + Possível Advérbio de Intensidade (invariável)┘
Singular Singular
05.
B) Elas estão quiteS com suas obrigações. A) Esses argumentos não valem por si sós.
Plural Adjetivo no plural Adjetivo variável┘
B) Tais eram as sós verdades em que ele cria.
C) As crianças comeram bastanteSuvas. Adjetivo variável┘
Pronome Indefinido Variável┘
C) Vocês não estão sóS, neste mundo divino.
D) ...as mais geladas cervejas possível. Adjetivo variável┘
A expressão Artigo + mais + adjetivo + Possíveis
Plural Plural Advérbio invariável┐(somente, apenas)
D) Eles sós fizeram isso. Eles só fizeram isso.
E) ........................passe menos questões para mim. └ Adjetivo variável (sozinhos)
Pronome Indefinido invariável┘
06.
02. (A) Havia menOsilusões no seu comportamento.
A) A preservação é necessáriA; └Pronome Indefinido invariável
Verbo Ser + Adjetivo + Substantivo
→ Não há concordância com Substantivo (B) É necessário calma para falar do outro.
É necessário → luta Calma é necessário ou A calma é necessária.
Verbo Ser + Adjetivo + Artigo + Substantivo (C) Entre mim e você há divergênciasbastantes.
→ Concordância com Artigo (ou pronome) Pronome Indefinido Variável┘
É necessáriA → A luta de classes
B) Preservar é necessário; ┌ Adjetivo
C) A preservação énecessáriA; (D) Ela permanecia meio preocupada consigo mesma.
D) Desmatar é proibido; └Advérbio de Intensidade (invariável)
E) A caça é proibida.
(E) Como falavam mal de todos, ficavam sós.
Adjetivo variável (sozinhos)┘
03.
A) A vida em sociedade é necessária;

B) É proibidAa permanência;
CONCORDÂNCIA VERBAL
C) BastanteS pessoas concorrem a esta vaga;
└ Pronome Indefinido Variável Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar
com o seu sujeito.
D) IniciadoS os trabalhos, todos saíram; Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser.
Ex.:Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
E) Comprei quinhentOs (quilogramas)gramas de carne.
O quilograma (palavra masculina) CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL:
1) Sujeito simples
04. Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do
A) Eu comprei poucas laranjas e meia melancia; sujeito em número e pessoa.
└ Pronome Indefinido Variável Ex.:Nósvamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural
┌ Adjetivo
para concordar com o sujeito (nós).
B) ... seus familiares bastantefelizes;
Casos especiais:
└Advérbio de Intensidade (invariável)
a) O sujeito é um coletivo — o verbo fica no
singular.
C) Elesmesmos encarregaram-se;
└ Pronome Demonstrativo variável Ex.:A multidãogritou pelo rádio.

D) Fruta é bom ou Esta fruta é boa para saúde.


Verbo Ser + Adjetivo + Substantivo

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64 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
a) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, b) Os núcleos do sujeito estão coordenados
etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural. assindeticamente ou ligados por e— o verbo concordará
com os dois núcleos.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão. Ex.: A jovem e a sua amigaseguiram a pé.
Ex.: A maioria dos alunosforam à excursão.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a
b) O sujeito é um pronome de tratamento — o verbo fica concordância por atração com o núcleo mais próximo do
sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural). verbo.
Ex.:Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio.
Ex.: Vossas Altezas pediram silêncio.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e
estão no singular — o verbo poderá ficar no plural
c) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda (concordância lógica) ou no singular (concordância
com o antecedente do pronome. atrativa).
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se
Ex.: Fui eu que derramei o café. concentrar.
Ex.: Fomos nós que derramamos o café. Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudava a se
concentrar.
d) O sujeito é o pronome relativo quem — o verbo pode
ficar na 3ª pessoa do singular (concordando com QUEM) d) Quando há gradação entre os núcleos — o verbo pode
ou concordar com o antecedente do pronome. concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o
núcleo mais próximo.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olharbastavam.
Ex.: Fui eu quem derramou o café.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olharbastava.
Ex.: Fui eu quem derramei o café.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo,


e) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós,
ninguém... — o verbo concorda com o aposto resumidor.
poucos de vós, quais de ..., quantos de ..., etc. — o
verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o
indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós). comoveu.

Ex.:Quais de vós me punirão? f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e


outro, nem um nem outro...— o verbo poderá ficar no
Ex.: Quais de vós me punireis?
singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
2) Sujeito composto
Regra geral: o verbo vai para o plural. g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por
Ex.: João e Mariaforam passear no bosque. ou- o verbo irá para o singular quando a ideia for de
exclusão e plural quando for de inclusão.
Casos especiais: Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas Ex.:A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao
gramaticais diferentes — o verbo ficará no plural homem. (adição, inclusão)
seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.:Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries
pessoa plural) amigos. correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade também, etc.) — o mais comum é o verbo ir para o plural,
sob a 3ª. embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem
no singular.
Ex.:Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª Ex.: Tanto Erundina quanto Collorperderam as eleições
pessoa do plural) amigos. municipais em São Paulo./
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade Ex.:Tanto Erundina quanto Collorperdeu as eleições
sob a 3ª. municipais em São Paulo.

OUTROS CASOS:
No caso acima, também é comum a concordância
do verbo com a terceira pessoa. 1) Partícula SE:
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural) a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo
direto) concordará com o sujeito passivo.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
concordância por atração com o núcleo mais próximo do b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo
verbo. (transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.
Ex.:Ireieu e minhas amigas. Ex.: Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

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LÍNGUA PORTUGUESA 65
Ex.:Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o texto.
2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão ➢ é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu
sempre na 3ª pessoa do singular. sujeito diferente do sujeito da oração principal e
Ex.:Havia sérios problemas na cidade. está indicado por algum termo do contexto.
Ex.:Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Ex.: Ele nos deu o direito de contestar.
IMPORTANTE! Observe que os verbos auxiliares Ex.:Ele nos deu o direito de contestarmos.
(deve, vai) acompanham os verbos principais.
Ex.:Deve haver sérios problemas na cidade. c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução
verbal
Ex.:Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
➢ não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo
principal da locução verbal quando devida à
O verbo existir não é impessoal. Veja: ordem dos termos da oração sua ligação com o
Ex.:Existem sérios problemas na cidade. verbo auxiliar for nítida.
Ex.:Devem existir sérios problemas na cidade Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

3) Verbos dar, bater e soar ➢ é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o


Quando usados na indicação de horas, têm sujeito verbo principal da locução verbal, quando o
(relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele devem verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
concordar. Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de
Ex.: O relógiodeu duas horas. honestidade, duvidar e reclamar dela.
Ex.:Deram duas horas no relógio da estação. Ex.:Não devemos, depois de tantas provas de
honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.
Ex.:Deu uma hora no relógio da estação.

6) Concordância com o verbo ser:


4) Sujeito oracional
A- Quando, em predicados nominais, o sujeito for
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO,
verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com
Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.
o predicativo.
Ex.: Tudo sãoflores./Aquilo parecemilusões.
5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
➢ não se flexiona o infinitivo se o sujeito for Poderá ser feita a concordância com o sujeito
representado por pronome pessoal oblíquo quando se quer enfatizá-lo.
átono. Ex.:Aquiloé sonhos vãos.
Ex.: Esperei-aschegar.
└Sujeito do verbo chegar B- O verbo ser concordará com o predicativo quando o
sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM.
➢ é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não Ex.: Que sãogametas?/ Quem foram os escolhidos?
for representado por pronome átono e se o verbo
da oração determinada pelo infinitivo for C- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a
causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo concordância será com a expressão numérica.
(ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Ex.: Sãonove horas./ Éuma hora.
Ex.: Mandei sair os alunos.
Ex.:Mandei saíremos alunos.
└Sujeito do verbo sair Em indicações de datas, são aceitas as duas
concordâncias pois subentende-se a palavra dia.
➢ flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o Ex.: Hoje são24 de outubro. Hoje é (dia) 24 de outubro.
sujeito for diferente de pronome átono e
determinante de verbo não causativo nem D- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome
sensitivo. pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Ex.:Esperei saírem todos. Ex.: Aqui o presidente soueu.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto


Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem
pronomes, a concordância será com o que aparece
➢ não se flexiona o infinitivo precedido de primeiro, considerando o sujeito da oração.
preposição com valor de gerúndio. Ex.:Eu não sou tu.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme.(comentando)
E- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará
➢ é facultativa a flexão do infinitivo quando seu com o predicativo.
sujeito for idêntico ao da oração principal. Ex.: O meninoera as esperanças da família.
Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto.

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66 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
F- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é individualista no discurso, expressando uma fala
menosde junto a especificações de preço, peso, coletiva.
quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no
singular.
3) Silepse de gênero
Ex.: Cento e cinquenta é pouco./ Cem metros é muito.
Ex.: Porto Alegre é linda. Vista daqui parece um jardim.
G- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário,
ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis, Nesse caso, os adjetivos linda e vista não
(verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino concordam com o substantivo Porto Alegre, mas com a
singular) ou concordar com o sujeito posposto. palavra cidade. Este tipo de silepse ocorre principalmente
com:
Ex.:É necessário aqueles materiais.
Pronomes de tratamento: Vossa Senhoria foi
Ex.:São necessários aqueles materiais.
taxativo em seu discurso.
Subentende-se neste exemplo que a pessoa
H- Na expressão é que, usada como expletivo, se o representada pelo pronome Vossa Senhoria é do sexo
sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o que, masculino.
ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o
Com nomes de cidades:
sujeito.
Ex.: São Paulo está muito poluída.
Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados.
O adjetivo poluída concorda com cidade, que está
Ex.:Sãoeles que sempre chegam atrasados
subentendida.
Com a expressão “a gente”:
CONCORDÂNCIA ESPECIAL NOMINAL E Ex.: A gente é novo ainda.
VERBAL
O adjetivo novo não concorda com a gente,
SILEPSE levando a entender que o falante é do sexo masculino.
A palavra silepse vem do grego e significa “ato de A silepse é muito empregada na linguagem
compreender”, “compreensão”. coloquial, mas grandes escritores também a utilizaram em
É uma figura de construção. Trata-se da concordância suas obras. Eis alguns exemplos:
que acontece não com o que está explícito na frase, mas Ex.: “Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.”
com o que está mentalmente subentendido, com o que (O Bilac)
está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica,
que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É Ex.: “Nuvens baixas e grossas ocultavam Ilhéus, vista dali
também chamada de concordância irregular. em mar grande e livre.”
– Adonias Filho.
Há três tipos de silepse: Ex.: “A certa altura, a gente tem que estar cansado.”
1) Silepse de pessoa F. Pessoa
Ex.: Todos nesta sala somos gaúchos. Ex.: “Corria gente de todos os lados, e gritavam.”
Nesta frase, o verbo somos não concorda com o – Mário Barreto
sujeito claro Todos, que é da 3ª pessoa, portanto, a
concordância “normal” seria Todos nesta sala são EXERCÍCIOS
gaúchos.
Concordância Verbal
O verbo concorda com a ideia nele implícita. O
1. Muitas vezes as decisões na empresa ...... pelos
falante se inclui entre os gaúchos.
interesses pessoais, mas ...... muita prudência nos
Para entender melhor este tipo de concordância, é negócios.
preciso recordar uma regra que diz: (A) é determinadas - é bom
Quando o sujeito for composto de pessoas (B) são determinadas - é bom
diferentes (eu, tu, ele), do qual faça parte o EU, o verbo (C) é determinado - é bom
vai para a 1ª pessoa do plural. Exemplo: (D) são determinado - é boa
Ex.: Tu, ele e eu fomos ao cinema ontem. (E) são determinadas - é boa
Logo, no exemplo acima, a ideia subentendida é o
EU, que representa a pessoa que fala. Concordância Verbal
2. Embora já ...... dez horas, o movimento nas lojas era
2) Silepse de número grande, o que não se ...... imaginar que ...... a ocorrer.
Ex.: O gaúcho é bravo e forte. Não fogem da luta. (A) fosse - poderia - viessem
O verbo fugir – fogem – não concorda com o (B) fosse - poderia - viesse
sujeito o gaúcho, e sim com o que ele representa: os (C) fossem - poderiam - viessem
gaúchos. (D) fossem - poderia - viesse
(E) fossem - poderiam - viesse
OBSERVAÇÃO: Estamos ciente. Nesta frase, o
sujeito é da primeira pessoa do plural (nós) e o Concordância Verbal
predicativo é usado no singular, porque se trata de 3. O diretor informa que não ...... alterações no regimento
uma pessoa. É o que se chama de “plural de que se ...... em vigor.
modéstia”. Em vez de o verbo ser empregado na
(A) vai haver - encontra
1ª pessoa do singular, é usado na 1ª pessoa do
plural. Muito empregado por escritores e oradores, (B) vai haver - encontram
principalmente políticos, para evitar o tom (C) vai haverem - encontram
(D) vão haver - encontram

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LÍNGUA PORTUGUESA 67
(E) vão haver - encontra (E) obtiveram - lhes foi apresentada

Os períodos abaixo apresentam quatro segmentos 11. Já que não ...... dúvidas sobre o acordo a ser
grifados, que podem estar corretos ou conter UM firmado, ...... imediatamente em vigor as cláusulas
erro. Assinale, na folha de respostas, a letra que contratuais que se ...... ao andamento da obra.
corresponde ao segmento INCORRETO. Se não (A) resta - entrará - refere
houver erro, assinale a alternativa (E). (B) resta - entrarão - refere
Concordância Verbal (C) restam - entrarão - referem
4. Podeocorrer interferências externas nas negociações para a (D) restam - entrará - referem
(A) (B) (C) (E) resta - entrará - referem

privatização da companhia. Sem erro. GABARITO


(D) (E) 1. B 2. D 3. A 4. A 5. D 6. A 7. D
8. B 9. A 10. E 11. C
Os períodos abaixo apresentam quatro segmentos
grifados, que podem estar corretos ou conter UM
erro. Assinale, na folha de respostas, a letra que
corresponde ao segmento INCORRETO. Se não
houver erro, assinale a alternativa (E).
QUESTÕES de PROVAS IDECAN
Crase, Concordância Verbal, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
5. Terminada a apresentação, dar-se-ia início à parte principal da Paraíba / Administrador/2019
(A) (B) (C) Leia o excerto abaixo, retirado do capítulo
segundo da obra Raízes do Brasil, escrita pelo
da festa, embora ainda não tivesse chegado alguns convida- sociólogo Sergio Buarque de Holanda, para responder
(D) à questão abaixo.
dos. Sem erro. “A indolência é vício que partilhamos com naturais de
(E) algumas terras quentes, mas não com qualquer outro
povo do norte da Europa”
6. O esforço de todas essas pessoas e a vontade de 01.Com base em seus conhecimentos sobre sintaxe de
vencer ...... extremamente ...... neste trabalho. harmonia entre verbo e sujeito (concordância verbal),
(A) tornaram-nas - habilidosas pode-se afirmar que o sujeito
(B) tornaram-na - habilidosa A) do verbo “partilhamos” é o signo “vício”, razão pela
(C) tornou-as - habilidosas qual há desvio de concordância no texto.
(D) tornou-a - habilidosa B) de “partilhamos” é o pronome relativo “que”, razão pela
(E) tornaram-na - habilidosas qual há desvio de concordância no texto.
C) desinencial de “partilhamos” é o paradigma norteador
7. Quase 20% das pessoas entrevistadas ...... -se a da relação de concordância no excerto.
responder às questões que ...... pela equipe. D) de “partilhamos’ é o signo linguístico “naturais”.
(A) recusou - foram elaborado E) de “partilhamos” é “outro povo do norte da Europa”.
(B) recusou - foi elaborado Gabarito: C
(C) recusou - foi elaboradas
(D) recusaram - foram elaboradas Universidade Federal da Paraíba / Administrador:/2016
(E) recusaram - foi elaborado Texto II para responder às questões.
O respeito à diversidade e suas implicações nos
8. ...... muito ...... os itens que ...... num supermercado. direitos humanos
(A) São - variados - existe A diversidade é um dos temas mais atuais da
(B) São - variados - existem sociedade, e ao se pensar na escola, é um tema que
(C) É - variados - existe ganha extrema relevância. Pois é na escola, onde a
(D) É - variado - existe criança e o jovem desenvolve grande parte de suas
(E) É - variado - existem relações sociais, que é necessário se desenvolver e
ampliar a cultura do respeito ao que é diferente.
9. V.Sa. ...... que ...... os resultados ainda hoje?
(A) espera - lhe entreguem [...]
(B) espera - entreguem-lhe 02. O trecho em destaque “A diversidade é um dos temas
(C) espera - vos entreguem mais atuais da sociedade, e ao se pensar na escola, é
(D) esperais - vos entreguem um tema que ganha extrema relevância. Pois é na
escola, onde a criança e o jovem desenvolve grande
(E) esperais - lhe entreguem
parte de suas relações sociais, que é necessário se
desenvolver e ampliar a cultura do respeito ao que é
10. Um e outro candidato ...... o mesmo número de diferente.” possui uma INCORREÇÃO de acordo com
pontos na prova que ...... . a norma padrão indicada em:
(A) obteve - lhe foram apresentadas
A) A forma verbal “desenvolve” não estabelece a devida
(B) obteve - lhes foi apresentada
concordância com o sujeito a que se refere.
(C) obtiveram - lhe foi apresentada
(D) obtiveram - lhes foram apresentadas

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68 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
B) A expressão “é necessário” deveria apresentar a forma REGÊNCIA NOMINAL
no plural em concordância com os dois núcleos aos
quais se refere. A Regência Nominal trata de algumas palavras
que exigem complementos (assim como muitos verbos)
C) O segmento “é um tema que ganha” deveria ser por meio de PREPOSIÇÕES; o estudo é para você ficar
substituído por “são temas que ganham” em ciente de quais são as preposições.
concordância com a expressão anterior “temas mais
atuais”. Exemplo: Junto A/DE: aceita as duas preposições.
D) A expressão “grande parte de suas relações sociais” Ex.: Pedro foi nomeado embaixador junto ao governo
está incorreta, pois, não se pode associar uma italiano.
expressão no singular – grande parte – a um Ex.: Esperei socorro junto do portão.
complemento no plural. Exemplo: Preferível isto A aquilo
Assunto: Concordância Ex.: É preferível trabalhar a vadiar. (Forma correta)
Gabarito: A CUIDADO!É preferível trabalhar do que vadiar.
(Forma errada)

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS


a) Aspirar
REGÊNCIA VERBAL = respirar → é VTD. Ex: Ele aspirou o gás.
A Regência Verbal se ocupa do estudo da relação = desejar → é VTI. Ex: Ele aspira ao sucesso.
entre VERBOS e os termos que os complementam
(OBJETO DIRETO ou INDIRETO) ou caracterizam-nos IMPORTANTE para todos os verbos doravante
(ADJUNTO ADVERBIAL). estudados

VERBO INTRANSITIVO: não possui objeto direto/ objeto Primeiro caso


indireto; porém, normalmente, são acompanhados de Ex.:A menina aspirou o gás tóxico: nesse sentido, por ser
adjunto adverbial. A informação que se quer passar já transitivo direto, aspirar admite:
está contida no próprio verbo.
Exemplos: chegar, ir, sair, morrer, nascer, etc. Voz Passiva:O gás tóxico foi aspirado pela menina.
Ex.: Ronaldo morreu. A substituição do objeto por O. A menina aspirou-o.
└Verbo Intransitivo
Ao usar PRONOME RELATIVO, não há
Ex.: Ronaldo chegou ao Rio de Janeiro. necessidade da preposição.
Verbo Intransitivo┘ Adjunto Adverbial de Lugar
Ex.: O gás tóxico que a menina aspirou era
LEMBRETE IMPORTANTE!Asfunções
fortíssimo.
sintáticas de OBJETO DIRETO e OBJETO
INDIRETO são exercidas por SUBSTANTIVOS;
já a função de ADJUNTO ADVERBIAL é Segundo caso
exercida por ADVÉRBIO (palavra que expressa Ex.: O rapaz aspirava a uma vitória. Nesse sentido,
circunstância de lugar, de modo, de tempo, de aspirar é verbo transitivo indireto; não aceita, portanto,
afirmação, de negação...). voz passiva. Uma vitória era aspirada pelo rapaz é uma
frase considerada errada.
VERBO TRANSITIVO DIRETO: verbo que exige objeto Esse verbo não admite o pronome LHE: Você
direto como complemento. aspirava ao diploma?
Exemplos: amar, comer, aborrecer, socorrer, ver, Sim, eu aspirava-lhe. (resposta errada. O lhe refere-se
admirar, etc. a pessoa)
Ex.: Maria socorreu o garoto. Sim, eu aspirava a ele. (resposta correta)
Verbo Transitivo Direto┘ Objeto Direto Sim, eu aspirava-a. (resposta errada. Este pronome é
obj. direto.)
VERBO TRANSITIVO INDIRETO: verbo que exige objeto Ao usar PRONOME RELATIVO, deve-se colocar a
(complemento de verbo) por meio de uma preposição, ou preposição diante dele.
seja, o objeto indireto. Ex.: Você desconhece as vantagens a que aspiro.
Exemplos: gostar de, confiar em, precisar de, concordar Ex.: Você desconhece as vantagens às quais aspiro.
com, etc.
Ex.: Maria precisa de ajuda. b) Assistir
Verbo Transitivo Indireto┘ Objeto Indireto = ver → é VTI, exige a preposição A.
Ex.: Eu assisti ao filme.
VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO: verbo que = socorrer → é VTD.
exige objeto direto e indireto.
Ex.:Assistimos o rapaz doente
Exemplos: pagar algo a alguém, ensinar algo a alguém,
informar alguém sobre algo, etc. = pertencer → é VTI.
Ex.: Maria Bonita pagou a dívidaao rapaz. Ex.: Esse direito assiste aos jovens.
VTDI┘ Objeto Direto Objeto Indireto = residir → é V. Intransitivo (com a preposição EM)
Ex.: Pelé assistia em Santos

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LÍNGUA PORTUGUESA 69
É VTD. Ex.: Não pise o terreno molhado.
c) Antipatizar e simpatizar CUIDADO! Este verbo não exige preposição e nem
VTI exige preposição Com é verbo intransitivo exigindo Adjunto Adverbial de
Ex.: Eu simpatizo com aquela moça. (forma correta) Lugar.
CUIDADO!Este verbo não é pronominal. ┌ EM + A (preposição + artigo)
Ex.: Eu ME simpatizo com aquela moça. (forma Ex.: Não pise NA grama. (forma errada)
errada) Verbo Intransitivo┘ └Adjunto Adverbial de Lugar

d) Chegar Ex.: Não pise a grama. (forma correta)


V. Intransitivo; normalmente acompanhado de Adjunto Verbo Transitivo┘ Objeto Direto
Adverbial de Lugar.
Quem chega chegaA algum lugar k) Preferir
Ex.: A noiva chegou tarde ao cartório. (forma correta) É VTDI (preferir alguma coisa a outra)
CUIDADO!É incorreto dizer quem chega chega EM Ex.: Ele prefere o futebol ao vôlei.
algum lugar.
Ex.: A noiva chegou tarde no cartório. (forma l) Querer
errada)
= desejar → é VTD. Ex.: Todos queriam o prêmio
= gostar → é VTI. Ex.: As mães querem aos filhos.
e) Esquecer e Lembrar
Quando desacompanhados de pronome oblíquo, são m) Visar
VTD.
= pretender → é VTI. Ex.: Ele visava ao sucesso
Ex.: Eu esqueci o problema.
= mirar → é VTD. Ex.: O jogador visou o gol.
= assinar → é VTD. Ex.: Você já visou o cheque?
Quando acompanhados de pronome oblíquo, são VTI.
Ex.: Eu me esqueci do problema.
n) Agradar
f) Informar a) No sentido de fazer carinho, é VTD.
Ex.: A mulher agradava o filhinho.
É VTDI (exige um objeto direto e um objeto indireto).
b) No sentido de contentar, satisfazer, é VTI (exige
Admite duas construções:
objeto indireto com a preposição a).
• Informar alguma coisa a alguém.
Ex.: O desempenho do time agradou ao técnico.
Ex.: Ela informou o fato aos alunos.
• Informar alguém de (sobre) alguma coisa.
o) Custar
Ex.: Ela informou os alunos do (sobre) fato.
a) É VTI, com sentido de ser custoso.
Os verbos avisar, esclarecer, lembrar, prevenir,
Ex.:Custouao alunoentender a lição.
notificar e cientificar admitem as mesmas construções que
o verbo informar VTI OI SUJEITO

g) Namorar Observação!
É verbo VTD, não há necessidade da preposição É errada a construção em que a pessoa aparece como
COM. sujeito do verbo CUSTAR.
Ex.: Maria namora seu ex-cunhado. Ex.: O aluno custou a entender a lição.

o)Proceder
h) Obedecer e Desobedecer
O verbo "proceder" é VTI e rege a preposição "a".
São VTI (exigem preposição a)
Ex.: Os apuradores procederam a contagem dos votos
Ex.: Ele nunca obedece aos regulamentos da PM. das escolas de samba. [Inadequado]
Ex.: Obedeça à sinalização de trânsito. Ex.: Os apuradores procederam à contagem dos votos
das escolas de samba. [Adequado]
i) Pagar e Perdoar ...[objeto indireto: à contagem]
São VTI quando o objeto refere-se a pessoa. ...[à: contração = a (artigo) + a (preposição) = crase]
Ex.: O pai sempre perdoa aos filhos
Ex.: O Presidente do Senado, na última sessão,
São VTD quando o objeto refere-se a coisa. procedeu à verificação dos votos para a aprovação da
Ex.: Nós já pagamos os impostos. emenda.
CUIDADO!Quem paga (ou perdoa) paga A alguém.
Ex.: Maria pagou o pedreiro. (forma errada) QUESTÕES
Ex.: Maria pagou ao pedreiro. (forma correta) 1. Marque a opção CORRETA quanto à regência
verbal.
j) Pisar a) Os alunos chegaram cedo no colégio.
b) Antonionamora com Maria.

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70 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
c) Ele não obedece os mais velhos. 1 2 3 4 5 6 7
d) Assistimos um importante jogo de futebol. E E E B E D E
e) A carga chegou no avião.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
2. Regência imprópria:
a) Não o via desde o ano passado. 01. Quanto à regência verbal, marque a opção correta:
b) Fomos à cidade pela manhã. A) Meu Deus, esqueci da matéria da prova.
c) Informou ao cliente que o aviso chegara. B) Ainda bem que eu lembrei a matéria da prova.
d) Respondeu à carta no mesmo dia. C) Você não obedeceu as ordens do patrão.
e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pago. D) Paulo namora com Maria, minha amiga de escola.
E) Há muito ele aspirava o cargo de diretor.
3. Em “Uma das primeiras secas que se tem notícia...”,
segundo a norma culta, ocorre um erro de:
COMENTÁRIO:
A) ortoépia B) colocação (A) Meu Deus, esqueci da matéria da prova.
C) acentuação D) grafia Esquecer e Lembrar
E) regência Quando desacompanhados de pronome
oblíquo, são VTD.
4. Assinale a opção INCORRETA quanto à regência Eu esquecia matéria da prova.
dos verbos. Quando acompanhados de pronome oblíquo,
a) A arma com que se feriu desapareceu. são VTI.
b) Encontrei um amigo de infância cujo nome não me Eu me esqueci damatéria da prova.
lembrava mais.
(B) Ainda bem que eu lembrei a matéria da prova.
c) Aqui está a foto a que me referi.
d) Passamos por uma fazenda onde se criam búfalos. Lembrar
e) A que filme você assistirá à noite? Quando desacompanhados de pronome
oblíquo, são VTD.
Texto Eu lembreia matéria da prova.
“Nos últimos anos, o país assistiu a uma notável Quando acompanhados de pronome oblíquo,
ampliação no número de alunos matriculados no ensino são VTI.
superior.” Eu me lembrei damatéria da prova.
(C) Você não obedeceu ÀS ordens do patrão.
5. Em qual das opções a seguir, encontra-se verbo Preposição exigida pelo VTI obedecer ┐
com a mesma regência do verbo “assistir”?
Quem obedece obedece A1 + AS
a) Vive-se bem neste país.
Artigo que acompanha o substantivo ordens┘
b) Maria namora João há mais de dois anos.
c) As empresas negam-se a assistir os idosos. (D) Paulo namora Maria, minha amiga de escola.
d) O aluno parece dedicado. NAMORAR é verbo transitivo DIRETO: não há
e) O ensino deve sempre visar ao progresso social. necessidade da preposição COM.
(E) Há muito ele aspiravaao cargo de diretor.
6. Analise as afirmativas a seguir. ASPIRAR é verbo transitivo INDIRETO: há
necessidade da preposição A.
A enfermeira procede______ exame do paciente.
O conferencista aludiu ______ fato. 02. Considere os itens seguintes:
A gerente visa ______ cheque do cliente.
I. Os agentes penitenciários haviam deslocado-se para o
A equipe visa ______ primeiro lugar no campeonato. presídio.
Não podendo lutar, preferiu morrer ______ viver.
II. Há menas confusão na rua.
III. Cada um dos agentes prestarão juramento.
Marque a opção que preenche corretamente e
respectivamente as lacunas. IV. Todos os agentes devem assistir ao hasteamento da
a) Ao / o / ao / ao / do que. bandeira.
b) Ao / ao / ao / ao / do que. Marque a alternativa verdadeira.
c) A / ao / o / ao / que. A) Em I, está correta a colocação do pronome oblíquo
d) Ao / ao / o / ao / a. átono.
e) Ao / ao / o / ao / à. B) Em II, está correta a concordância nominal.
C) Em III, está correta a concordância verbal.
7. Analise a regência verbal e marque a opção D) Em IV, está correta a regência verbal.
CORRETA em relação à norma culta.
COMENTÁRIO:
a) Nós nos valemos dos artifícios que dispúnhamos para
vencer. I. Os agentes penitenciários haviam deslocado-se
b) Avisaram-no que chegaríamos logo. para o presídio.
c) Amanhã responderei essa carta. O pronome oblíquo átono NUNCA pode ser
d) Ninguém obedece o horário. colocado depois do verbo no particípio.
e) O presidente assiste em Brasília há quatro anos. A forma correta seria:
Os agentes penitenciários haviam se deslocado
Gabarito

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LÍNGUA PORTUGUESA 71
para o presídio. (A) Costumo obedecera(os) preceitos éticos;
Ou Obedecer é VTI (exige preposição a)
Os agentes penitenciários haviam-se deslocado Ex.: Ele nunca obedece aos regulamentos
para o presídio. (B) São essas as atitudes/ de que discordo;
II. Há menOs confusão na rua. Quem discorda discorda DE
Não existe a palavra MENAS. Errado estaria se escrevêssemos:
III. Cada um dos agentes prestarÁ juramento. São essas as atitudes/que discordo
Sujeito formado por (C) É preferível comprar sapato toda semana a
Cada um dos agentes... abastecer o carro;
Pron Indefinido no singular + Elemento no plural É preferível isto A aquilo.
O verbo concorda com o pronome indefinido no Errado estaria se escrevêssemos:
singular, obrigatoriamente. Ou seja, ficará no É preferível comprar sapato toda semana do
singular. que abastecer o carro;
IV. Todos os agentes devem assistir ao (D) O governo assistiu os desabrigados, dando-
hasteamento da bandeira. lhes comida e água;
Assistir no sentido de ver é VTI, exige a Assistirno sentido de socorrer é VTD.
preposição A.
Ex: Assistimos osmoradores de rua.
Objeto Direto
03. Assinale a alternativa gramaticalmente correta.
(E) Paguei-lheo salário do mês.
A) Não o conheço; como se atreve a falar-me?
VTDI OI OBJETO DIRETO
B) Não lhe conheço; como se atreve a falar-me?
Pagar
C) Não lhe conheço; como te atreves a me falar?
É VTI quando o objeto refere-se a pessoa.
D) Não o conheço; como atreves-te a me falar?
Ex.:Eu já paguei ao pedreiro.
E) Não conheço tu; como atreve a me falar?
OI
COMENTÁRIO:
É VTD quando o objeto refere-se a coisa
(A) Não o conheço; como se atreve a falar-me? Ex.: Nós já pagamos a conta.
Conhecer é VTD aceita o O como complemento, OD
pois uma das funções sintáticas do pronome
oblíquo O é de objetodireto.
O O é pronome oblíquo átono da 3ª pessoa, e o 05. Marque o item que apresenta erro de regência:
SE também pertence a 3ª pessoa. Assim, está A) Cheguei ao cinema meia hora depois dele;
havendo fidelidade da pessoa gramatical. B) Simpatizava com a ideia de ser guarda municipal;
(B) Não lhe conheço; como se atreve a falar-me? C) Assistimos à inauguração da piscina;
Conhecer é VTD não aceita o LHE como D) O juiz não perdoou o réu pelos delitos e julgou
complemento, pois o pronome LHE funciona procedente a ação;
como objetoindireto, mas nunca como objeto E) O motorista não respeitava os sinais nem obedecia às
direto. normas de trânsito.
(C) Não lheconheço; como te atreves a me falar? COMENTÁRIO:
O LHE é pronome da 3ª pessoa do singular; o TE
A) O verbo CHEGAR a algum lugar é intransitivo,
pertence a 2ª pessoa do singular; ou seja, não
exigindo a preposição A.
está havendo fidelidade pronominal.
Chegueiao cinemameia hora depois dele.
(D) Não o conheço; como atreves-te a me falar?
VI ADJ ADV LUGAR ADJ ADV TEMPO
Conhecer é VTD, aceita o O como
complemento.OO é pronome oblíquo átono da 3ª B) SIMPATIZAR é VTI, exigindo a preposição
pessoa, mas o TE pertence a 2ª pessoa. Assim, com.
não está havendo fidelidade da pessoa C) ASSISTIR é VTI, quando usado com o sentido
gramatical. de presenciar; exige a preposição A.
(E) Não conheço tu; como atreve a me falar? Assistimos A1 + A2 inauguração da piscina.
Como complemento de verbo, o pronome da 2ª A1: preposição exigida pelo verbo assistir.
pessoa a ser usado é o te, não o tu. A2: artigo que acompanha o substantivo
inauguração.
04. Marque o item em que há erro na regência verbal: D) O juiz não perdoouao réu...
A) Costumo obedecer preceitos éticos; VTI OI
B) São essas as atitudes de que discordo; O verbo PERDOAR, quando se refere a
C) É preferível comprar sapato toda semana a abastecer pessoa, exige complemento indireto.
o carro; E) O motorista não respeitavaos sinais...
D) O governo assistiu os desabrigados, dando-lhes VTD OD
comida e água; Preposição exigida p verbo obedecer┐ ┌Artigo
E) Paguei-lhe o salário do mês. O motorista não obedeciaA + AS normas de...
COMENTÁRIO: VTI OI

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72 LÍNGUA PORTUGUESA – Teoria esquematizada e questões de provas IDECAN
O verbo RESPEITAR é Transitivo Direto; já o COMENTÁRIO:
verbo OBEDECER é sempre Transitivo Indireto. (A) Estava seguro de que conseguiria uma vaga no
concurso;
06. As sentenças abaixo, exceto uma, apresentam (B) Tínhamos dúvida a cerca da melhor opção de
desvios relativos à regência verbal. Assinale a que não cargo;
apresenta esse desvio: (C) Carlos Alberto, residente a rua Alvorada, Nº 01;
A) Vi e gostei muito do filme; A forma residente A é considerada ERRADA.
B) Eu não pisei na grama; Quem reside/mora reside/ mora EM algum
C) Deve haver professores que preferem negociar do que lugar
trabalhar, devido aos vencimentos serem irrisórios; Carlos Alberto reside na (em+a) rua Alvorada
D) Esta é a escola na qualconfio; Rural, ...
E) A importância que eu preciso é vultuosa. Carlos Alberto mora na (em+a) rua Alvorada
COMENTÁRIO: Rural, ...
(A) Vi e gostei muito do filme; Formas derivadas
VER é VTD e GOSTAR é VTI. Não podemos Carlos Alberto, residente na rua Alvorada Rural,
colocar um único complemento (do filme) a verbos ...
com predicações diferentes. Carlos Alberto morador na rua Alvorada Rural,
A forma apropriada deveria ser assim: ...
Vi o filme e gostei muito dele. (D) Éramos quatro em casa;
O DIRETO O INDIRETO Errado estaria se escrevêssemos:
(B) Eu não pisei a grama; Éramos EM quatro em casa;
Pisar (E) Ela está meio triste hoje.
É VTD. Ex.: Não pise o terreno molhado. Errado estaria se escrevêssemos:
CUIDADO!!! Ela está MEIA triste hoje.
Este verbo não exige preposição e nem é Porque meio (advérbio) altera triste (adjetivo); e
verbo intransitivo exigindo Adjunto Adverbial de advérbio é uma classe invariável.
Lugar.
Ex.: Não pise na grama. (forma errada) 08. Em “Não gosto de morangos”. O verbo gostar exige a
Verbo Intransitivo┘ └Adj Adverbial de Lugar preposição de. Assinale o item que está correto em
relação à regência verbal:
Ex.: Não pisea grama. (forma correta) A) Prefiro morango a uva;
Verbo Transitivo┘ Objeto Direto B) Assiste o jogo pela TV;
(C) Deve haver professores que preferem negociar A C) Vou na praia sempre que posso;
trabalhar, devido aos vencimentos serem D) As crianças devem obedecer os professores;
irrisórios; E) Desculpe, não lhe convidei para meu aniversário.
Preferir COMENTÁRIO:
É VTDI (preferir alguma coisa a outra) (A) Prefiro morango a uva;
┌Objeto Indireto
(B) Assiste Ao jogo pela TV;
Ex: Ele prefere futebol a vôlei.
└Objeto Direto (C) Vou à praia sempre que posso;
Ou IR é verbo intransitivo que exige a preposição A.
Ele prefere o futebol ao vôlei. Vou A1 + A2 praia
Esta é a escola/ na qual confio; A1 → Preposição exigida pelo verbo IR.
(D)
Quem confia confia EM A2 → Artigo que acompanha o substantivo
PRAIA.
Errado estaria se escrevêssemos:
(D) As crianças devem obedecer Aos professores;
Esta é a escola/ a qual confio;
Obedecer e Desobedecer
Lembrando que NA é a aglutinação da Preposição
EM + o Artigo A. São VTI (exigem preposição a)
A importância/ DE que eu preciso/ é vultuosa. Ex: Ele nunca obedece À sinalização.
(E)
Quem precisa precisa DE (E) Desculpe, não O convidei para meu aniversário.
OD VTD
Convidar é VTD não aceita o LHE como
07. Marque o item que apresenta erro de regência
complemento. Pois o LHE assume, entre outras
nominal:
funções, a de Objeto Indireto.
A) Estava seguro de que conseguiria uma vaga no
concurso;
09. Numa das seguintes frases, há erro no emprego da
B) Tínhamos dúvida a cerca da melhor opção de cargo;
preposição. Assinale-a:
C) Carlos Alberto, residente a rua Alvorada, Nº 01;
A) Esta é uma decisão de que não deves ter dúvidas.
D) Éramos quatro em casa;
B) Nunca aceites encargos a que não te possas
E) Ela está meio triste hoje. desobrigar.

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LÍNGUA PORTUGUESA 73
C) Aquela é a pessoa com quem não simpatizas? Revoltar-se contra
D) Ele era um professor contra cujas atitudes eu não me Ex.: “Condenar os capitalistas, considerando-os
revoltava. inúteis para a sociedade, é revoltar-se
COMENTÁRIO: irrefletidamente contra os próprios instrumentos
de trabalho.
(A) Esta é uma decisão/ de que não deves ter
dúvidas.
Quem tem dúvida tem dúvida DE Gabarito
(B) Nunca aceites encargos/ DE que não te possas 01 B 02 D 03 A 04 A 05 D 06 D
desobrigar. 07 C 08 A 09 B
Verbo Pronominal: desobrigar-se DE
(C) Aquela é a pessoa/ com quem não simpatizas?
Quem simpatiza simpatiza COM
(D) Ele era um professor/ contra cujas atitudes eu
não me revoltava.

SINAIS DE USO DE PONTUAÇÃO


VÍRGULA
EMPREGO DA VÍRGULA NO PERÍODO SIMPLES
1. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados:
Ex1.: A maioria dos alunos, durante as férias, viaja.
Ex2.: Durante as férias, a maioria dos alunos viaja.
OBS.Na ordem natural (direta) não use a vírgula:Ex 1.:A maioria dos alunos viaja durante as férias.

2. Para isolar o aposto explicativo:


Ex1.:Chico da Matilde, o Dragão do Mar, juntamente com seus companheiros jangadeiros recusam-se a
transportar os escravos...

3. Para isolar o vocativo: Ex1.: Alberto, traga minhas calças até aqui!

4. Para separar elementos coordenados*:


Ex1.:As crianças, os pais, os professores e os diretores irão ao convescote.
*Elementos coordenados são aqueles que exercem uma mesma função sintática.

5. Para indicar a elipse do verbo:


Ex 1.: Ela prefere filmes românticos ; o namorado, de aventura.
(o namorado prefere filmes de aventura)
6. Para separar as diferentes circunstâncias expressas pelos advérbios:
Ex1.:Fortaleza,10 de maio de 2010.
Lugar tempo
7. Para isolar conjunção coordenativa intercalada:
Ex1.:As ações repercutem no País e os abolicionistas, gente de elite, brava e culta, são ovacionados pela imprensa
abolicionista nacional. Entre eles há,porém, uma pessoa humilde, de cor parda, trabalhador do mar: Chico da Matilde.
Chefe dos jangadeiros, eles e seus colegas se engajaram à luta já em 1881, recusando-se a transportar para os navios
negreiros, os escravos vendidos para o Sul do País.

8. Para isolar as expressões explicativas, retificativas ou exemplificativas:isto é, a saber, melhor dizendo,


quer dizer, ou seja, por exemplo, aliás...
Ex 1.:O Universo é maniqueísta,ou seja, tudo está dividido entre o bem e o mal.

EMPREGO DA VÍRGULA NO PERÍODO COMPOSTO


1. Período Composto por Coordenação:
As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula.
Ex1.:Todos gostamos de seus projetos ,no entanto não há verbas para viabilizá-los.
Oração Coordenada AssindéticaOração Coordenada Sindética Adversativa

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74 LÍNGUA PORTUGUESA
NOTA:as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão vírgula, quando os sujeitos forem
diferentes e quando o e aparecer repetido.
Ex 1.:Pedro trabalha de diae estuda à noite.
Or. Coordenada AssindéticaOração Coordenada Sindética Aditiva
Ex2.: Ela irá no primeiro avião,e seus filhos no próximo. Ex1.:
Or. Coordenada Assindética Oração Coordenada Sindética "Longe do estéril turbilhão da rua,
Aditiva Beneditino, escreve! No aconchego
Ela: sujeito da 1ª oração; seus filhos sujeito da 2ª oração. Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" (Olavo
Bilac)

2. Período Composto por Subordinação


Orações Subordinadas Substantivas: não se separam por vírgula.
┌Oração Principal
Ex1.:Paulo disse-meque o culpado é o mordomo.
Or. Subord. Substant. Obj Direta

Orações Subordinadas Adjetivas: só a explicativa é separada por vírgula.


Ex 1.:Criança que mama no peito não precisa de mamadeira.
Or. Subord. Adjetiva Restritiva

Ex 1.: Cid,que é governador do Ceará, é fã do Orkut e do Twitter.


Or. Subord. Adjetiva Explicativa

Orações subordinadas adverbiais: sempre se separam por vírgula.


Na ordem indireta (Oração Subordinada Adverbial + Oração Principal ) a vírgula é obrigatória:
Ex 1.:Assim que chegarem as encomendas,começaremos a trabalhar.
Oração Subordinada Adverbial Temporal Oração Principal

Na ordem direta (Oração Principal + Oração Subordinada Adverbial) a vírgula é facultativa:


Ex 1.:Começaremos a trabalhar( , )assim que chegarem as encomendas.
Oração Principal Oração Subordinada Adverbial Temporal

Ponto-e-vírgula
O ponto-e-vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco mais breve que o ponto.
O emprego do ponto-e-vírgula depende muito do contexto em que ele aparece. Podem-se seguir as seguintes
orientações para empregar o ponto-e-vírgula:

1. Para separar duas orações coordenadas que já contenham vírgulas:

┌Adjunto Adverbial deslocado ┌ Adjunto Adverbial deslocado


Ex1.:Estive a pensar, durante toda a noite, em Diana, minha antiga namorada;no entanto, desde o último verão, estamos sem nos ver.
└Aposto Explicativo

2. Para separar duas orações coordenadas, quando elas são longas:


Ex1.: O diretor e a coordenadora já avisaram a todos os alunos que não serão permitidas brincadeiras na sala de aula;porém alguns alunos
ignoram essa ordem.

3. Para separar enumeração após dois pontos:


Ex 1.:Os alunos devem respeitar as seguintes regras:
não fumar dentro do colégio;
não fazer algazarras na hora do intervalo;
respeitar os funcionários e os colegas;
trazer sempre o material escolar.

RETICÊNCIAS
As reticências são empregadas:
1. Para indicar uma certa indecisão, surpresa ou dúvida na fala da personagem:

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LÍNGUA PORTUGUESA 75
Ex.:João Antônio! Diga-me...você... me traiu?

2. Para indicar que, num diálogo, a fala de uma personagem foi interrompida pela fala da outra:
Ex.: — Como todos já deram sua opinião...
— Um momento, presidente, ainda tenho um assunto a tratar.

3. Para sugerir ao leitor que complete o raciocínio contido na frase:


Ex.: Durante o ano ficou claro que o aluno que não atingisse 150 pontos seria reprovado; você atingiu 145,
portanto...

4. Para indicar, numa citação, que certos trechos do texto foram exclusos:
Ex.: "No momento em que a tia foi pagar a conta, Joana pegou o livro..." (Clarice Lispector)

ASPAS
Empregam-se as aspas para:
a) isolar citação textual colhida a outrem.
Ex.:Como afirma Caio Prado Jr. em História Econômica do Brasil: “A questão da imigração europeia do séc.
passado está intimamente ligada à da escravidão”.

b) isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta, tais como: gíria e expressões populares, estrangeirismos,
neologismos, arcaísmos, etc.
Ex1.: Ele era um “gentleman”. Ex2.: Ele estava “numa boa”.
Ex3.: o rapaz ficou “grilado” com o resultado. Ex4.: Emocionado, o rapaz deu-lhe um “ósculo” ardente.

c) mostrar que uma palavra está em sentido diverso do usual (geralmente em sentido irônico).
Ex.: Fizeste “excelente” serviço. (irônico)
Ex.: Nesta época, no ano passado, começou a se constatar nas prateleiras dos supermercados uma “maquiagem” de
produtos. (está empregado fora de seu sentido habitual)

d) dar destaque a determinada palavra ou termo.


Ex.: Já entendi o “porquê” do seu projeto; só não percebo “como” executá-lo.

TRAVESSÃO
O travessão simples serve para indicar que alguém está falando de viva voz (discurso direto). Emprega-se, pois,
o travessão para marcar a mudança de interlocutor nos diálogos.
Ex.: — De quem são as bilas?
— São minhas, Uerê.
Pode-se usar o duplo travessão para substituir dupla vírgula, sobretudo quando se quer dar ênfase ou destaque
ao termo intercalado.
Ex.: O Ministro — profundo conhecedor do mercado internacional — está consciente das dificuldades.
ATENÇÃO!
As orações intercaladas podem vir separadas por vírgulas ou duplo travessão.
Ex.: Eu, disse o eminente jurista, não aceito tal decisão.ou Eu — disse o eminente jurista — não aceito tal
decisão.

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LÍNGUA PORTUGUESA 76

PARÊNTESES 4. As aspas utilizadas no primeiro parágrafo têm a


Os parênteses servem para isolar explicações, finalidade de:
indicações ou comentário acessórios. a) Indicar o uso de frases de terceiros.
Ex.: “Fui hoje cedo à casa deste último, apresentar b) Destacar a fala do entrevistado.
minhas desculpas (deve ter ficado aborrecido com a c) Enfatizar o uso de palavras estrangeiras.
minha ausência no local determinado para o encontro) e
d) Destacar o discurso indireto.
repetir o convite para a pretendida visita.”
e) Mostrar a importância de se ter bons profissionais.

QUESTÕES 5. Marque a opção INCORRETA em relação à


1. Analise os períodos a seguir e marque a opção que pontuação.
contém a pontuação CORRETA. a) Os alunos, inquietos, esperavam o resultado das
a) Joana minha amiga, está muito doente. b) provas.
Joana, minha amiga está, muito doente.
b) Inquietos, os alunos esperavam o resultado das provas.
c) Joana minha amiga está muito doente. d)
Joana, minha amiga, está muito doente. c) Os alunos esperavam, inquietos, o resultado das
provas.
e) Joana, minha amiga, está, muito doente.
d) Os alunos inquietos esperavam o resultado das provas.
2. Marque a opção que NÃO apresenta erro de e) Os alunos, esperavam inquietos, o resultado das
pontuação. provas.
a) Um pastor, notando certa manhã a falta de várias
ovelhas, enfureceu-se, tomou da espingarda e saiu para a GABARITO 1: D; 2: A; 3:B; 4:B; 5: E
floresta.
b) Acabaram-se as minhas preocupações doutor, agora
vão começar as suas; não tenho um tostão.
c) Os meninos, esperavam inquietos, o resultado do
pedido. Universidade Federal da Paraíba – Administrador -
d) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que 2016
eu venho. Texto I para responder às questões.
e) Meu irmão, às vezes passa o fim de semana na casa
de praia. “Quem não se comunica se trumbica”
Esta frase é do Chacrinha, um dos mais famosos
3. De acordo com as regras do português padrão, em “As apresentadores da televisão brasileira, falecido em 1988.
duras consequências da falta de água acentuaram um Só que não! A frase, na verdade, é de Péricles do Amaral,
quadro que em diversos momentos da biografia do que a “deu” para que Chacrinha a usasse em seus
seminário chega a ser assustador: migração desenfreada, programas na TV. Mas hoje, enquanto Chacrinha se
epidemias, fome, sede, miséria.”, há um erro de: eternizou como personagem integrante da história da TV
A) regência B) pontuação brasileira, Péricles – uma das maiores referências do
C) acentuação D) ortoépia rádio carioca e autor de novelas radiofônicas, além de
E) colocação forte atuação como redator de TV em diversos canais –
que faleceu em 1975, é pouco conhecido do grande
Leia o Texto I e responda às questões. público.
TEXTO I [...]
Rio 2016 01 No primeiro parágrafo do texto, após “Chacrinha”, há
entre vírgulas:
Vale ressaltar que, em 2016, o Rio de Janeiro
A) Um comentário avaliativo acerca da referência anterior.
será a sede das Olimpíadas, que irá demandar
profissionais de inúmeras áreas. O responsável em B) Antecipação de uma informação introduzida
selecionar a enorme equipe que trabalhará nos Jogos é posteriormente.
Henrique Gonzalez, Diretor de Recursos Humanos do C) Descrição que demonstra, de modo exclusivo, o
Comitê Organizador Rio 2016. Em entrevista ao site oficial caráter informativo da linguagem.
do Rio 2016, Gonzalez contou que procura “profissionais D) Um detalhamento que tem como referência o conteúdo
que tenham essa característica de topar desafios, que apresentado no título do texto.
queiram aprender, que gostem de mudança. Queremos
pessoas naturalmente confiantes no seu trabalho”. O Prefeitura Manhumirim /MG -Advogado: Ano: 2017/
processo de seleção já começou e os profissionais Superior
interessados podem enviar os seus currículos para as Combate à desigualdade pela raiz
vagas disponíveis.
Cotidianamente, todos nós nos deparamos com
A Comissão irá precisar também de 70 mil o passivo que nosso sistema educacional gera ano a ano.
voluntários que irão desempenhar diversas funções Por mais confortável e estruturada que esteja nossa vida
durante os Jogos. É uma ótima oportunidade de adquirir e por melhor que tenha sido a nossa formação e a de
experiência profissional em um evento assistido no mundo nossos filhos, a lacuna que o sistema gera para um
inteiro. As universidades internacionais valorizam contingente tão grande de brasileiros impacta a qualidade
estudantes estrangeiros que possuem trabalhos de vida, o dia a dia de todos nós. [...]
voluntários em seus currículos acadêmicos.
Quanto à educação formal, pode-se dizer que tal
(site: www.vestibularbrasilescola.com) investimento não começa apenas nos ensinos
fundamental e médio: se dá a partir da educação infantil.

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LÍNGUA PORTUGUESA 77

Sabe-se que os investimentos, ainda na primeira infância, 02. “No entanto, a urgência frente ao ‘apagão de mão de
não só reduzem a desigualdade, mas também produzem obra’ tem gerado uma pressão por investimento no
ganhos tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. ensino médio.” (2º§) Analise os itens a seguir
No entanto, a urgência frente ao “apagão de mão de obra” considerando o período destacado.
tem gerado uma pressão por investimento no ensino I. Há uma comprovação acerca das informações
médio. A questão de fundo, porém, continua sendo: por apresentadas anteriormente.
que algumas crianças vão tão longe e outras ficam
II. Há uma justificativa para a oposição feita aos fatos
condenadas aos limites de sua inserção social?
apresentados no início do 2º§.
A falta de condições necessárias para
III. A expressão “apagão de mão de obra” apresenta-se
desenvolver seu potencial acaba impedindo a mobilidade
entre aspas indicando a presença de uma linguagem
de um enorme contingente de crianças e jovens. Isso
coloquial.
pode ser causado por inúmeros fatores sociais,
econômicos, culturais, familiares. No entanto, entre eles, é Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
possível destacar a quantidade e qualidade dos estímulos A) I.
e informações aos quais os indivíduos são submetidos B) II.
desde pequenos. C) I e II.
Tal constatação pode parecer simples, e a D) II e III.
resposta imediata a esse problema seria, então, ampliar o
nível de exposição de todos à informação e a práticas
culturais qualificadas. Sem dúvida, isso é parte da
solução, mas, infelizmente, não é suficiente. Para além do Gabarito: 01/A; 02/B
contato com a informação, são necessárias interações
que promovam o desenvolvimento de capacidades que
levem os sujeitos a ultrapassar o mero consumo de
conhecimentos. Trata-se, portanto, de colocar a ênfase no
processamento e na produção de ideias, reflexões e
respostas. E isso se dá por meio da interação com os CORRESPONDÊNCIA OFICIAL
adultos e com os objetos de conhecimento. A diferença MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA
vai se estabelecendo na qualidade da interação cotidiana
e na forma de estimular e acreditar na capacidade
DA REPÚBLICA — 3ª Edição
daquele pequeno ser. [...] ATENÇÃO:
Atualmente, muitas crianças brasileiras já têm Com a publicação da 3ª edição do Manual de
acesso a livros, bibliotecas, laptops, celulares etc. Redação da Presidência da República, ouve algumas
Entretanto, as práticas dos atores que mediam o acesso a alterações na redação oficial. Assim, antes de entramos o
essas “tecnologias” são muito diversificadas. E é nesse estudo do assunto, vejamos quais foram as principais
espaço invisível que se configuram a marginalização e as inovações.
diferenças na qualidade do relacionamento que as
crianças têm com a cultura letrada. Um educador que Antes, consideravam-se atributos da Redação
utiliza estruturas mais sofisticadas da língua para se Oficial: impessoalidade, clareza, concisão, formalidade e
comunicar com seus alunos, ainda que bem pequenos, e uniformidade.
propõe atividades que os incentivem a aprender sobre e a Nessa nova edição, consta que a redação oficial
partir da linguagem, oferecerá um contexto favorável ao deve caracterizar-se por:
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos que · clareza e precisão;
amplificam seu potencial cognitivo. Em contrapartida,
alunos expostos a práticas mais mecânicas,
· objetividade;
transmissivas, podem continuar limitados ao consumo do · concisão;
conhecimento. · coesão e coerência;
A educação pode e deve promover o · impessoalidade;
desenvolvimento pessoal e a inserção social, · formalidade e padronização; e
especialmente em um país com tantas desigualdades · uso da norma padrão da língua portuguesa.
como o Brasil. É necessário entender que o acesso à
informação não é suficiente para transformar a nossa Em seguida, apresentam-se, de forma
realidade e que é na composição de inúmeros pormenorizada, a definição e objetivo de cada um desses
microaprendizados cotidianos que se cria a oportunidade atributos.
de desenvolvimento cognitivo. O processo de Em relação ao PADRÃO OFÍCIO, até a 2ª
aprendizagem é cultural e precisa de mediação edição, havia três tipos de expedientes do padrão ofício
qualificada desde muito cedo. Portanto, para além da que se diferenciavam somente pela finalidade, e não pela
urgência de fazer frente ao “apagão da mão de obra”, é forma: AVISO (expedido exclusivamente por Ministros
necessário investir na produção de conhecimentos no
de Estado para autoridades de mesma hierarquia),
campo da linguagem e nos saberes específicos que se
dão na interface entre os domínios teórico e prático.
OFÍCIO (expedido para e pelas demais autoridades) E
Precisamos subsidiar os professores que atendem à MEMORANDO (expedido entre unidades administrativas
primeira infância, a fim de que todas as crianças de um mesmo órgão).
brasileiras, desde muito cedo, possam participar Agora, tudo isso passa a se chamar OFÍCIO, com
regularmente de situações produtivas de aprendizagem. as seguintes variações:
(Beatriz Cardoso. O Globo, 21 de julho de 2014.) – CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo
expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na

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78 LÍNGUA PORTUGUESA

epígrafe será apenas do órgão remetente (Ex.: OFÍCIO comunicarcomobjetividadeemáximaclareza–


CIRCULAR Nº 652/2019/MEC); impõecertosparâmetrosao uso que se faz da língua, de
– CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico,
da correspondência particularetc.
conjuntamente, o mesmo expediente para um único órgão
receptor. Nesse caso, as siglas dos órgãos remetentes Apresentadas essas características fundamentais
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de
constarão da epígrafe (Ex.: OFÍCIO CONJUNTO Nº
cada um de seus atributos.
652/2019/SECEX/RFB);
– CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expeciente para 3. ATRIBUTOS DA REDAÇÃO OFICIAL
mais de um órgão receptor. Do mesmo modo que o Ofício A redação oficial deve caracterizar-se por:
Conjunto, todas as siglas constarão da epígrafe (OFÍCIO • clareza eprecisão;
CONJUNTO CIRCULAR Nº 652/2019/CC/MJ/MRE). • objetividade;
Outra alteração é que, antes, a fonte a ser usada • concisão;
deveria ser Times New Roman, e, a partir da nova • coesão e coerência;
edição, devemos usar Calibri ou Carlito. • impessoalidade;
Finalmente, não há menção a formas de • formalidade e padronização;e
comunicação em desuso, como o telegrama e o fax. • uso da norma padrão da línguaportuguesa.
Feita esta breve anotações obre as alterações Fundamentalmente,essesatributosdecorremdaCon
ocorridas na Redação Oficial vamos ao estudo do stituição,quedispõe,noart.37:“A administração pública
assunto, ressaltando que o estudo a seguir ainda não está direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos
devidamente atualizado com essas alterações. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
ASCOMUNICAÇÕES OFICIAIS publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade, a
impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de
CAPÍTULOI - ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO
toda a administração pública, devem igualmente nortear a
OFICIAL elaboração dos atos e das comunicaçõesoficiais.
1. PANORAMA DA COMUNICAÇÃO OFICIAL
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, 3.1 Clareza eprecisão
quer pela escrita. Para que haja comunicação, são CLAREZA
necessários:
A clareza deve ser a qualidade básica de todo
a) alguém quecomunique; texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
b) algo a sercomunicado; possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
c) alguém que receba essacomunicação. concebe que um documento oficial ou um ato normativo
de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre
dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
o serviço público (este/esta ou aquele/aquela Ministério,
transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é
Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se
inaceitável que um texto oficial ou um ato normativo não
comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do
seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional
órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o
da publicidade não se esgota na mera publicação do
público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade
texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto
pública, do Poder
seja claro.
ExecutivooudosoutrosPoderes.Alémdisso,deve-
seconsideraraintençãodoemissoreafinalidade Para a obtenção de clareza, sugere-se:
dodocumento,paraqueotextoestejaadequadoàsituaçãocomun a) utilizar palavras e expressões simples, em seu
icativa. sentido comum, salvo quando o texto
A necessidade de empregar determinado nível de versarsobreassuntotécnico,hipóteseemqueseuti
linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decorre, de lizaránomenclaturaprópriadaárea;
um lado, do próprio caráter público desses atos e b) usar frases curtas, bem estruturadas;
comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos apresentar as orações na ordem direta e evitar
oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, intercalaçõesexcessivas.Emcertasocasiões,par
ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou aevitarambiguidade,sugere-seaadoção da
regulam o funcionamento dos órgãos e entidades ordem inversa daoração;
públicos, o que só é alcançado se, em sua elaboração, for c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo
empregada a linguagem otexto;
adequada.Omesmosedácomosexpedientesoficiais,cujafin
d) não utilizar regionalismos eneologismos;
alidadeprecípuaéadeinformar com clareza eobjetividade.
e) pontuar adequadamente otexto;
f) explicitar o significado da sigla na primeira
2. O QUE É REDAÇÃO OFICIAL referência a ela;e
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é g) utilizarpalavraseexpressõesemoutroidiomaapen
a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações asquandoindispensáveis,emrazão de serem
oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos designações ou expressões de uso já
tratá-la do ponto de vista da administração pública federal. consagrado ou de não terem exata tradução.
Aredaçãooficialnãoénecessariamente Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme
áridaecontráriaàevoluçãodalíngua.Équesua orientações do subitem 10.2 deste Manual.
finalidadebásica–

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LÍNGUA PORTUGUESA 79

exclusivamente,deexcluirpalavrasinúteis,redundânciasepa
PRECISÃO ssagensquenadaacrescentemao que já foidito.
O atributo da precisão complementa a clareza e Detalhesirrelevantessãodispensáveis:otextodeveev
caracteriza-se por: itarcaracterizaçõesecomentários supérfluos, adjetivos e
advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um
a) articulação da linguagem comum ou técnica
exemplo1 de período mal construído,prolixo:
para a perfeita compreensão da ideia veiculada
no texto; Exemplo:
b) manifestaçãodopensamentooudaideiacomasme Apurado, com impressionante agilidade e
smaspalavras,evitandooemprego de sinonímia precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da
com propósito meramente estilístico;e consulta à população acriana, verificou-se que a
c) escolha de expressão ou palavra que não esmagadora e ampla maioria da população
confira duplo sentido aotexto. daquele distante estado manifestou-se pela efusiva
e indubitável rejeição da alteração
Éindispensável,também,areleituradetodootextoredigid
realizadapelaLeino11.662/2008.Nãosatisfeita,inconf
o.Aocorrência,emtextosoficiais, de trechos obscuros provém
ormadaeindignada,comanovahora legal vinculada
principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível
ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre
sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar
demonstrou que a ela seria melhor regressar ao
se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que
quarto fuso, estando cinco horas a menos que em
nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O
Greenwich.
domínio que adquirimos sobre certos assuntos, em
decorrência de nossa experiência profissional, muitas vezes, Nessetexto,háváriosdetalhamentosdesnecessários
faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o ,abusou-senoempregodeadjetivos
que nem sempre é verdade.Explicite, desenvolva, esclareça, (impressionante,esmagadora,ampla,inconformada,indigna
precise os termos técnicos, o significado das siglas e das da),oquelheconferecargaafetiva injustificável, sobretudo
abreviações e os conceitos específicos que não possam ser em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade.
dispensados. Eliminados os excessos, o período ganha concisão,
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que harmonia eunidade:
são elaboradas certas comunicações Exemplo:
quasesemprecomprometesuaclareza.“Nãoháassuntosurg Apurado o resultado da consulta à
entes,háassuntosatrasados”,diz a máxima. Evite-se, pois, população acreana, verificou-se que a maioria da
o atraso, com sua indesejável repercussão no população manifestou-se pela rejeição da
textoredigido. alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não
A clareza e a precisão não são atributos que se satisfeita com a nova hora legal vinculada ao
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das terceiro fuso, a maioria da população do Acre
demais características da redação oficial, apresentadas a demonstrou que a ela seria melhor regressar ao
seguir. quarto fuso, estando cinco horas menos que em
Greenwich.
3.2 Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se 3.4 Coesão ecoerência
deseja abordar, sem voltas e sem Éindispensávelqueotextotenhacoesãoecoerência.T
redundâncias.Paraconseguirisso,éfundamentalqueoredato aisatributosfavorecemaconexão, a ligação, a harmonia
rsaibadeantemãoqualéaideia principal e quais são entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto
assecundárias. tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
Procure perceber certa hierarquia de ideias que verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão
existe em todo texto de alguma complexidade: as entrelaçados, dando continuidade uns aosoutros.
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem Algunsmecanismosqueestabelecemacoesãoeacoe
esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá- rênciadeumtextosão:referência, substituição, elipse e uso
las; mas existem também ideias secundárias que não deconjunção.
acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior A referência diz respeito aos termos que se
relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse
dispensadas, o que também proporcionará mais mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação
objetividade ao texto. com o que é
A objetividade conduz o leitor ao contato mais precedentenotexto,ouporantecipaçãodeumtermocujainterpret
direto com o assunto e com as informações, sem açãodependadoquesesegue.
subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É
Exemplos:
errado supor que a objetividade suprime a delicadeza de
expressão ou torna o texto rude e grosseiro. O Deputado evitou a instalação da CPI da
corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
OTCUapontouestasirregularidades:faltadeassinat
3.3 Concisão uraedeidentificaçãonodocumento.
A concisão é antes uma qualidade do que uma
característica do texto oficial. Conciso é o
textoqueconseguetransmitiromáximodeinformaçõescomo 1
mínimodepalavras.Nãosedeve de forma alguma entendê- O exemplo de período mal construído foi elaborado,
la como economia de pensamento, isto é, não se deve para fins didáticos, a partir do exemplo de período bem
eliminar passagens substanciais do texto com o único construído, por sua vez, extraído da Exposição de
objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, Motivos Interministerial no 51/MCTI/MRE/MPOG, de 21
de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011a).

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80 LÍNGUA PORTUGUESA

A substituição é a colocação de um item lexical caber qualquer tom particular oupessoal.


no lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração. Nãohálugarnaredaçãooficialparaimpressõespessoais,
Exemplos: comoasque,porexemplo,constam de uma carta a um amigo,
O Presidente assinou o acordo. O Chefe ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
do Poder Executivo federal propôs reduzir as literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência
alíquotas. da individualidade de quem a elabora. A concisão, a
clareza, a objetividade e a formalidade de que nos
O ofício está pronto. O documento trata valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem,
da exoneração do servidor. ainda, para que seja alcançada a necessária
Os governadores decidiram acatar a impessoalidade.
decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o
mesmo.
3.6 Formalidade epadronização
A elipse consiste na omissão de um termo
As comunicações administrativas devem ser
recuperável pelo contexto.
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
Exemplo: (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as
O decreto regulamenta os casos gerais; a comunicações feitas em meio eletrônico (por exemplo, o
portaria, os particulares. (Na segunda oração, e-mail , o documento gerado no SEI!, o documento em
houve a omissão do verbo “regulamenta”). html etc.), quanto para os eventuais documentos
impressos.
Outraestratégiaparaproporcionarcoesãoecoerência
aotextoéutilizarconjunçãopara estabelecer ligação entre É imperativa, ainda, certa formalidade de
orações, períodos ouparágrafos. tratamento. Não se trata somente do correto emprego
deste ou daquele pronome de tratamento para uma
Exemplo: autoridade de certo nível, mais
O Embaixador compareceu à reunião, pois doqueisso:aformalidadedizrespeitoàcivilidadenopróprioenf
identificou o interesse de seu Governo pelo oquedadoaoassuntodoqual cuida acomunicação.
assunto. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a
3.5 Impessoalidade administração pública federal é una, é natural que as
comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O
A impessoalidade decorre de princípio
estabelecimento desse padrão, uma das metas deste
constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado
Manual,exigequeseatenteparatodasascaracterísticasdared
remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de
açãooficialequesecuide,ainda, da apresentação dostextos.
que a administração pública proceda de modo a não
privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, Adigitaçãosemerros,ousodepapéisuniformesparaot
sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da extodefinitivo,nasexceçõesem
pessoalidade dos atos administrativos, quesefizernecessáriaaimpressão,e
pois,apesardeaaçãoadministrativaserexercidaporintermédi acorretadiagramaçãodotextosãoindispensáveisparaa
odeseusservidores,éresultado tão-somente da padronização. Consulte o Capítulo II, “As comunicações
vontadeestatal. oficiais”, a respeito de normas específicas para cada tipo
deexpediente.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do
serviço público e sempre em Em razão de seu caráter público e de sua
atendimentoaointeressegeraldoscidadãos.Sendoassim,os finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais
assuntosobjetosdosexpedientes oficiais não devem ser requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os
tratados de outra forma que não a estritamenteimpessoal. preceitos da gramática formal
eempregaumléxicocompartilhadopeloconjuntodosusuários
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
dalíngua.Ousodopadrãoculto é, portanto, imprescindível
que deve ser dado aos assuntos que constam das
na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais,
comunicações oficiais decorre:
morfológicas ou sintáticas, regionais; dos modismos
a) da ausência de impressões individuais de vocabulares e das particularidades linguísticas.
quem comunica: embora se trate, por
Recomendações:
exemplo,deumexpedienteassinadoporChefeded
eterminadaSeção,acomunicação é sempre feita • a língua culta é contra a pobreza de expressão
em nome do serviço público. Obtém-se, assim, e não contra a suasimplicidade;
uma desejável padronização, que permite que • o uso do padrão culto não significa empregar a
as comunicações elaboradas em diferentes língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
setoresda administração pública guardem entre linguagem próprias do estiloliterário;
si certauniformidade;
• a consulta ao dicionário e à gramática é
b) daimpessoalidadedequemrecebeacomunicação
imperativa na redação de um bomtexto.
:elapodeserdirigidaaumcidadão, sempre
concebido como público, ou a uma instituição Pode-
privada, a outro órgão ou a seconcluirquenãoexistepropriamenteumpadrãooficialdelin
outraentidadepública.Emtodososcasos,temosu guagem,oquehá é o uso da norma padrão nos atos e nas
mdestinatárioconcebidodeforma homogênea e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência
impessoal;e pelousodedeterminadasexpressões,ouseráobedecidacerta
tradiçãonoempregodasformas
c) do caráter impessoal do próprio assunto sintáticas,masissonãoimplica,necessariamente,quesecons
tratado: se o universo temático das
agreautilizaçãodeumaformade linguagem burocrática. O
comunicaçõesoficiaisserestringeaquestõesqued
jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado,
izemrespeitoaointeressepúblico, é natural não
pois terá sempre sua compreensãolimitada.

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LÍNGUA PORTUGUESA 81

4.1 Pronomes detratamento


CAPÍTULOII- AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de
tratamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira
4. INTRODUÇÃO indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se
A redação das comunicações oficiais deve, antes de dirige. Na redação
tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, “Aspectos oficial,énecessárioatençãoparaousodospronomesdetratam
gerais da redação oficial”. Além disso, há características entoemtrêsmomentosdistintos:
específicas de cada tipode expediente, que serão tratadas noendereçamento,novocativoenocorpodotexto.Novocativo
em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua ,oautordirige-seaodestinatário no início do documento. No
análise, corpo do texto, pode-se empregar os pronomes de
vejamosoutrosaspectoscomunsaquasetodasasmodalidades tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O
decomunicaçãooficial. endereçamento é o texto utilizado no envelope que
contém a correspondênciaoficial.

A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes de tratamento no texto oficial.


Autoridade Endereçamento Vocativo Tratamento no Abreviatura
corpo do texto
Excelentíssimo Senhor
Presidente da República A Sua Excelência o Presidente da República, Vossa Excelência Não se usa
Senhor
Presidente do Congresso Excelentíssimo Senhor
Nacional A Sua Excelência o Presidente do Congresso Vossa Excelência Não se usa
Senhor Nacional,
Excelentíssimo Senhor
Presidente do Supremo A Sua Excelência o Presidente do Supremo Vossa Excelência
TribunalFederal Senhor Tribunal
Não se usa
Federal,
Senhor
Vice-Presidente da República A Sua Excelência o Vice-Presidente da Vossa Excelência V. Exa.
Senhor República,
Ministro de Estado A Sua Excelência o Vossa Excelência
Senhor Senhor Ministro, V. Exa.
Secretário- Executivo de
Ministério e demais ocupantes A Sua Excelência o Senhor Secretário- Vossa Excelência V. Exa.
de cargos de Senhor Executivo,
naturezaespecial

Autoridade Endereçamento Vocativo Tratamento no Abreviatura


corpo do texto
A Sua Excelência o Vossa Excelência
Embaixador Senhor Senhor Embaixador, V. Exa.
Oficial-General das Forças
Armadas A Sua Excelência o Senhor + Posto, Vossa Excelência V. Exa.
Senhor
Outros postos militares
Ao Senhor Senhor + Posto, Vossa Senhoria V. Sa.
Senador da República A Sua Excelência o Vossa Excelência
Senhor Senhor Senador, V. Exa.
Deputado Federal
A Sua Excelência o Senhor Deputado, Vossa Excelência V. Exa.
Senhor
Ministro do Senhor Ministro do
Tribunal de Contas daUnião A Sua Excelência o Tribunal de Contas da Vossa Excelência V. Exa.
Senhor União,
Ministro dos Tribunais
Superiores A Sua Excelência o Senhor Ministro, Vossa Excelência V. Exa.
Senhor
Osexemplosacimasãomeramenteexemplificativos.Aprofusãodenormasestabelecendo hipóteses de tratamento
por meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias especifícas tornou inviável arrolar todas ashipóteses.
4.1.1 Concordância com os pronomes
detratamento

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82 LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes de tratamento apresentam certas b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-
peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e secretário,segundo-secretário;
pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa c) postos da hierarquia militar: tenente-
gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a coronel,capitão-tenente;
concordância para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa
Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados para se Atenção:nomescompostoscomelementodeligação
comunicar diretamente com o receptor. preposicionadoficamsemhífen:general de exército,
general de brigada, tenente-brigadeiro do ar,
Exemplo: capitão de mar eguerra;
Vossa Senhoria designará o assessor. d) cargos que denotam hierarquia dentro de
Da mesma forma, os pronomes possessivos uma empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da chefe, editor-assistente, sócio-gerente,diretor-executivo;
terceira pessoa. e) cargos formados por numerais: primeiro-
Exemplo: ministro,primeira-dama;
Vossa Senhoria designará seu substituto. f) cargos formados com os prefixos “ex” ou
(E não “Vossa Senhoria designará vosso “vice”: ex-diretor,vice-coordenador.
substituto”) OnovoAcordoOrtográficotornouopcionalousodeinici
Jáquantoaosadjetivosreferidosaessespronomes,o aismaiúsculasempalavrasusadas reverencialmente, por
gênerogramaticaldevecoincidircom o sexo da pessoa a exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente
que se refere, e não com o substantivo que compõe francês ou o presidente francês). Porém, em palavras
alocução. com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da
minúscula, deve-se manter a escolha para a grafia de
Exemplos: todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-
Se o interlocutor for homem, o correto é: Presidente” ou “vice-presidente”, mas não“Vice-
Vossa Excelência está atarefado. Se o presidente”.
interlocutor for mulher: Vossa Excelência está
atarefada.
4.4 Vocativo
O pronome Sua Excelência é utilizado para se O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas
fazer referência a alguma autoridade (indiretamente). comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido de
Exemplo: vírgula.
A Sua Excelência o Ministro de Estado Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder,
Chefe da Casa Civil (por exemplo, no utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou
endereçamento do expediente) Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos
de vírgula.
4.2 Signatário Exemplos:
4.2.1 Cargos interino esubstituto Excelentíssimo Senhor Presidente da
Na identificação do signatário, depois do nome do República, Excelentíssimo Senhor Presidente do
cargo, é possível utilizar os termos interino e substituto, Congresso Nacional,
conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado Excelentíssimo Senhor Presidente do
para ocupar Supremo Tribunal Federal,
transitoriamentecargopúblicoduranteavacância;substitutoé Asdemaisautoridades,mesmoaquelastratadasporV
aqueledesignadoparaexerceras atribuições de cargo ossaExcelência,receberãoovocativo Senhor ou Senhora
público vago ou no caso de afastamento e impedimentos seguido do cargorespectivo.
legais ou
regulamentaresdotitular.Essestermosdevemserutilizadosd Exemplos:
epoisdonomedocargo,semhífen, sem vírgula e Senhora Senadora, Senhor Juiz, Senhora
emminúsculo. Ministra,
Exemplos: Nahipótesedecomunicaçãocomparticular,pode-
Diretor-Geral interino Secretário-Executivo seutilizarovocativoSenhorouSenhora e a forma utilizada
pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário,
substituto
usuário, contribuinte, eleitoretc.
Exemplos:
Senhora Beneficiária, Senhor Contribuinte,
4.2.2 Signatárias do sexofeminino
Ainda, quando o destinatário for um particular, no
Naidentificaçãodosignatário,ocargoocupadoporpessoad
vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido do
osexofemininodeveserflexionadono gênerofeminino.
nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado
Exemplos: Senhor” ou “Prezada Senhora”.
Ministra de Estado Secretária-Executiva Exemplos:
interina Técnica Administrativa
Senhora [Nome], Prezado Senhor,
Coordenadora Administrativa
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de
Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
4.3 Grafia de cargoscompostos Evite-
Escrevem-se com hífen: seousode“doutor”indiscriminadamente.Otratamentopormei
a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor- odeSenhorconfere a formalidade desejada.
geral, relator-geral,ouvidor-geral;

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LÍNGUA PORTUGUESA 83
5. O PADRÃO OFÍCIO palavra “número”, padronizada comoNo;
Até a segunda edição deste Manual, havia três c) informações do documento: número, ano
tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor
finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o queexpedeodocumento,damenorparaamaiorhierarquia,se
memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se paradosporbarra(/);e
adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que d) alinhamento: à margem esquerda dapágina.
chamamos de padrão ofício.
Exemplo:
A distinção básica anterior entre os três era: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT
d) aviso:eraexpedidoexclusivamenteporMinistros
deEstado,paraautoridadesdemesma hierarquia;
5.1.3 Local e data dodocumento
e) ofício: era expedido para e pelas demais
autoridades;e Na grafia de datas em um documento, o conteúdo
deve constar da seguinte forma:
f) memorando: era expedido entre unidades
administrativas de um mesmoórgão. a) composição: local e data dodocumento;
b) informaçãodelocal:nomedacidadeondefoiexpedi
Atenção:Nestanovaediçãoficouabolidaaqueladistinçã
doodocumento,seguidodevírgula. Não se deve
oepassou-seautilizarotermoofícionastrês hipóteses.
utilizar a sigla da unidade da federação depois
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão do nome dacidade;
ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento c) diadomês:emnumeraçãoordinalseforoprimeirodi
aparece no documento oficial. adomêseemnumeraçãocardinal para os demais
dias do mês. Não se deve utilizar zero à
5.1 PARTES DO DOCUMENTO NO esquerda do número que indica o dia domês;
PADRÃOOFÍCIO d) nome do mês: deve ser escrito com
5.1.1 Cabeçalho inicialminúscula;
O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da
do documento, centralizado na área determinada pela data;e
formatação (ver subitem “5.2 Formatação e f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado
apresentação”). à margem direita dapágina.
No cabeçalho deverão constar os seguintes Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de2018
elementos:
a) brasãode Armas da República2: no topo da página.
Não há necessidade de ser aplicado em cores. O 5.1.4 Endereçamento
uso de marca da instituição deve ser evitado na O endereçamento é a parte do documento que
correspondência oficial para não se sobrepor informa quem receberá o expediente.
ao Brasão de Armas daRepública. Nele deverão constar os seguintes elementos:
b) nome do órgãoprincipal; a) vocativo: na forma de tratamento adequada
c) nomesdos órgãos secundários, quando para quem receberá o expediente (ver subitem
necessários, da maior para a menorhierarquia; e “4.1 Pronomes detratamento”);
d) espaçamento: entrelinhas simples(1,0). b) nome: nome do destinatário do expediente;
Osdadosdoórgão,taiscomoendereço,telefone,ender c) cargo: cargo do destinatário doexpediente;
eçodecorrespondênciaeletrônica, sítio eletrônico oficial da d) endereço: endereço postal de quem receberá o
instituição, podem ser informados no rodapé do expediente, dividido em duas linhas: primeira
documento, centralizados. linha: informação de localidade/logradouro do
destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo
5.1.2 Identificação doexpediente órgão, informação dosetor;
Os documentos oficiais devem ser identificados da =>segunda linha: CEP e cidade/unidade da
seguinte maneira: federação, separados por espaço simples. Na
separaçãoentrecidadeeunidadedafederaçãopodes
a) nome do documento: tipo de expediente por ersubstituídaabarrapelopontoou
extenso, com todas as letrasmaiúsculas; pelotravessão.Nocasodeofícioaomesmoórgão,nã
b) indicação de numeração: abreviatura da oéobrigatóriaainformaçãodo CEP, podendo
ficar apenas a informação da cidade/unidade
da federação;e
2 e) alinhamento: à margem esquerda dapágina.
O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da
O pronome de tratamento no endereçamento das
República pode ser localizado no sítio eletrônico da
comunicações dirigidas às autoridades
Presidência da República, na seção Símbolos Nacionais. tratadasporVossaExcelênciateráaseguinteforma:“ASuaExcel
Disponível em: ênciaoSenhor”ou“ASuaExcelência aSenhora”.
<http://www2.planalto.gov.br/acervo/simbolos-
Quando o tratamento destinado ao receptor for
nacionais/brasao/brasao-da-republica>. No caso de
Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao
documento a ser impresso, exclusivamente quando o Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a
signatário for o expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria
PresidentedaRepública,MinistrodeEstadoouaautoridademáx a Senhora”.
imadeautarquia,seráutilizadotimbreemrelevobranco, nos
termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de
novembro de1977.

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84 LÍNGUA PORTUGUESA
Encaminho, para exame e pronunciamento,
cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018,
do Presidente da Confederação Nacional da
Indústria, a respeito de projeto de modernização
de técnicas agrícolas na região Nordeste.
b) desenvolvimento:seoautordacomunicaçãodesej
arfazeralgumcomentárioarespeito do
documento que encaminha, poderá acrescentar
5.1.5 Assunto parágrafos de desenvolvimento. Caso
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o contrário, não há parágrafos de
documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da desenvolvimento em expediente usado para
seguinte maneira: encaminhamento dedocumentos.
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o
que define o conteúdo do documento, seguida texto do documento deve ser formatado da
de dois-pontos; seguintemaneira:
b) descriçãodo assunto: a frase que descreve o a) alinhamento: justificado;
conteúdo do documento deve ser escrita com b) espaçamento entre linhas:simples;
inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos e c) parágrafos:
sugere-se utilizar de quatro a cincopalavras;
i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, após cada parágrafo; ii recuo de parágrafo:
inclusive o título, deve ser destacado em negrito; 2,5 cm de distância da margemesquerda;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do iii numeração dos parágrafos: apenas quando
assunto;e o documento tiver três ou mais parágrafos,
e) alinhamento: à margem esquerda da página. desde o primeiro parágrafo. Não se numeram
Exemplos: o vocativo e o fecho;
Assunto: Encaminhamento do Relatório de d) fonte: Calibri ouCarlito;
Gestão julho/2018. Assunto: Aquisição de i corpo do texto: tamanho 12pontos;
computadores. ii citações recuadas: tamanho 11 pontos; e iii
notas de Rodapé: tamanho 10pontos;
5.1.6 Texto dodocumento e) símbolos:parasímbolosnãoexistentesnasfontesi
ndicadas,pode-seutilizarasfontesSymbole
O texto do documento oficial deve seguir a
Wingdings;
seguinte padronização de estrutura:
I – nos casos em que não seja usado para
encaminhamento de documentos, o expediente deve 5.1.7 Fechos para comunicações
conter a seguinteestrutura: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o
comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a destinatário. Os modelos para fecho anteriormente
honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me utilizados foram regulados pela Portaria n o1, de 1937, do
informar que. Prefira empregar a forma direta: Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
Informo, Solicito,Comunico; Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,
b) desenvolvimento: em que o assunto é este Manual estabelece o emprego de somente dois
detalhado; se o texto contiver mais de uma fechos diferentes para todas as modalidades de
ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas comunicação oficial:
em parágrafos distintos, o que confere maior a) Para autoridades de hierarquia superior a do
clareza à exposição;e remetente, inclusive o Presidente da República:
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre Respeitosamente,
oassunto. b) Para autoridades de mesma hierarquia, de
II – hierarquia inferior ou demais casos:
quandoforemusadosparaencaminhamentodedocumentos, Atenciosamente,
aestruturaémodificada: Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
a) introdução: deve iniciar com referência ao dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
expediente que solicitou o encaminhamento. Se a tradição próprios.
remessa do documento não tiver sido solicitada, O fecho da comunicação deve ser formatado da
deve iniciar com a informação do motivo da seguinte maneira:
comunicação, que é encaminhar, indicando a a) alinhamento: alinhado à margem esquerda
seguir os dados completos do documento dapágina;
encaminhado(tipo,data,origemousignatárioeassun
todequesetrata)earazãopelaqual está sendo b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da
encaminhado;e margemesquerda;
c) espaçamento entre linhas:simples;
Exemplos:
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de
após cada parágrafo;e
fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofícion o
34,de3deabrilde2018,daCoordenação- e) não deve sernumerado.
GeraldeGestãodePessoas,quetratadarequisição do
servidor Fulano deTal. 5.1.8 Identificação dosignatário

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LÍNGUA PORTUGUESA 85
Excluídas as comunicações assinadas pelo entoselaboradosdevemteroarquivo de texto
Presidente da República, todas as demais comunicações preservado para consulta posterior ou
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão: aproveitamento de trechos para casos
a) nome: nome da autoridade que as expede, análogos. Deve ser utilizado,
grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não preferencialmente, formato de arquivo que
se usa linha acima do nome dosignatário; possa ser lido e editado pela maioria dos
editores de texto utilizados no serviço público,
b) cargo: cargo da autoridade que expede o
tais como DOCX, ODT ouRTF.
documento, redigido apenas com as iniciais
maiúsculas. As preposições que liguem as l) nomedoarquivo:parafacilitaralocalização,osnom
palavras do cargo devem ser grafadas em esdosarquivosdevemserformados da
minúsculas;e seguintemaneira:
c) alinhamento: a identificação do signatário deve =>tipo do documento + número do documento
ser centralizada napágina. + ano do documento (com 4 dígitos) +
palavras-chaves do conteúdo
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a
assinatura em página isolada do expediente. Transfira Exemplo:
para essa página ao menos a última frase anterior ao Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
fecho. Seguem exemplos de Ofício:
Exemplo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República
(espaço para assinatura) NOME
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

5.1.9 Numeração daspáginas


A numeração das páginas é obrigatória apenas a
partir da segunda página da comunicação.
Ela deve ser centralizada na página e obedecer à
seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da
área de 2 cm da margem inferior;e
b) fonte:Calibri ouCarlito.

5.2 Formatação eapresentação


Os documentos do padrão ofício devem obedecer
à seguinte formatação:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm
delargura;
c) margem lateral direita: 1,5cm;
d) margens superior e inferior: 2cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a
partir da margem superior dopapel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior
dodocumento;
g) impressão: na correspondência oficial, a
impressão pode ocorrer em ambas as faces do
papel. Nesse caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas
páginas pares (margemespelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor
preta em papel branco, reservando-se, se
necessário, a impressão colorida para gráficos
eilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem
abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso
de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado,
sombra, relevo, bordas ou qualquer
outraformadeformataçãoqueafeteasobriedadeeapad
ronizaçãododocumento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras
devem ser grafadas emitálico;
k) arquivamento:dentrodopossível,todososdocum

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86 LÍNGUA PORTUGUESA

6. TIPOS DEDOCUMENTOS
6.1 VARIAÇÕES DOS DOCUMENTOSOFICIAIS
Os documentos oficiais podem ser identificados de
acordo com algumas possíveis variações:
a) [NOMEDOEXPEDIENTE]+CIRCULAR:Quand
oumórgãoenviaomesmoexpedienteparamais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do
órgãoremetente.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO:
Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmoexpedienteparaumúnicoórgãoreceptor.Assiglasdos
órgãosremetentesconstarão na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO
CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia,
conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes
constarão naepígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO
Nº368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº
795/2018/CC/MJ/MRE

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LÍNGUA PORTUGUESA 87
Nos expedientes circulares, por haver mais de um Aexposiçãodemotivoséaprincipalmodalidadedecom
receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as unicaçãodirigidaaoPresidenteda República pelos
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente. ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao
PoderJudiciário.
6.2 EXPOSIÇÃO DEMOTIVOS
6.2.1 Definição efinalidade
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido
ao Presidente da República ou ao Vice- Presidente para:
a) propor algumamedida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua
consideração;ou
c) informá-lo de determinadoassunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o
assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição
de motivos será assinada por todos os ministros envolvidos,
sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas
um autor ou uma EM interministerial, a sequência
numérica das exposições de motivos é única. A
numeração começa e termina dentro de um mesmo ano
civil.

6.2.2 Forma eestrutura


As exposições de motivos devem,
obrigatoriamente:
a) apontar,naintrodução:oproblemaquedemandaa
adoçãodamedidaoudoatonormativo proposto;
ou informar ao Presidente da República
algumassunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela
medida ou de aquele ato normativo ser o ideal
para se solucionar o problema e as eventuais
alternativas existentes para equacioná-lo; ou
fornecer mais detalhes sobre o assunto informado,
quando for esse o caso;e
c) naconclusão:novamente,proporamedidaaserto
madaouoatonormativoasereditado para
solucionar o problema; ou apresentar as
considerações finais no caso de EMs apenas
informativas.
As Exposições de Motivos que encaminham
proposições normativas devem seguir o
prescritonoDecretonº9.191,de1ºdenovembrode2017.Emsí
ntese,elasdevemserinstruídas com parecer jurídico e
parecer de mérito que permitam a adequada avaliação
daproposta.
OatendimentodosrequisitosdoDecretonº9.191,de20
17,nasexposiçõesdemotivosque proponham a edição de
ato normativo, tem comopropósito:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema
que se buscaresolver;
b) ensejaravaliaçãodasdiversascausasdoproblem
aedosefeitosquepodemteraadoção da medida
ou a edição do ato, em consonância com as
questões que devemser analisadas na
elaboração de proposições normativas no
âmbito do PoderExecutivo;
c) conferir transparência aos atospropostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta;e
e) evitar a devolução a proposta de ato normativo
para complementação ou reformulação
daproposta.

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88 LÍNGUA PORTUGUESA
utilizada para a elaboração, a redação, a alteração, o
controle, a tramitação, a administração e a gerência das
exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da
República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o
cargo do signatário, apresentados no exemplo do item
6.2.2, são substituídos pela assinatura eletrônica que
informa o nome do
ministroqueassinouaexposiçãodemotivosedoconsultorjuríd
icoqueassinouoparecerjurídico da Pasta.

6.3 MENSAGEM
6.3.1 Definição efinalidade
AMensageméoinstrumentodecomunicaçãooficialen
treosChefesdosPoderesPúblicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao
Poder Legislativo para informar sobre fato da
administração pública; para expor o plano de governo por
ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter
ao Congresso Nacional matérias que dependem de
deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim,
fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes
Públicos e daNação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
ministérios à Presidência da República, a cujas
assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
a) Encaminhamento de proposta de emenda
constitucional, de projeto de lei ordinária,
de projeto de lei complementar e os que
compreendem plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orçamentos anuais e
créditosadicionais:
Os projetos de lei ordinária ou complementar são
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de
urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode
ser encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser
objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos
membros do Congresso Nacional, mas é
encaminhadacomofíciodoMinistrodeEstadoChefedaCasaC
ivildaPresidênciadaRepúblicaao Primeiro-Secretário da
Câmara dos Deputados, para que tenha início sua
tramitação (Constituição, art. 64,caput).
Quanto aos projetos de lei que compreendem
plano plurianual, diretrizesorçamentárias, orçamentos
anuais e créditos adicionais, as mensagens de
encaminhamento dirigem-se aos
membrosdoCongressoNacional,eosrespectivosofíciossão
endereçadosaoPrimeiro-Secretário do Senado Federal. A
razão é que o art. 166 da Constituição impõe a
deliberação congressual em sessão conjunta, mais
precisamente, “na forma do regimento comum”. E, à
frente da Mesa do Congresso Nacional, está o Presidente
do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que
comanda as sessõesconjuntas.

b) Encaminhamento de medidaprovisória:
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da
Constituição, o Presidente da República encaminha
Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, com
6.2.3 Sistema de Geração e Tramitação de
ofício para o Primeiro- Secretário do Senado Federal,
Documentos Oficiais(Sidof)
juntando cópia da medida provisória.
O Sistema de Geração e Tramitação de
Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica

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LÍNGUA PORTUGUESA 89
c) Indicação de autoridades: Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o
As mensagens que submetem ao Senado Federal número que tomou a lei e se restituem dois exemplares
a indicação de pessoas para ocuparem determinados dos três autógrafos recebidos, nos quais oPresidente da
cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros do República terá aposto o despacho desanção.
Tribunal de Contas da
União,presidentesediretoresdoBancoCentral,Procurador- i) Comunicação deveto:
GeraldaRepública,chefesdemissão diplomática, diretores
Dirigida ao Presidente do Senado Federal
e conselheiros de agências etc.) têm em vista que a
(Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a
Constituição, incisos
decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições
IIIeIVdocaputdoart.52,atribuiàquelaCasadoCongressoNaci
vetadas, e as razões do veto. Seu texto é publicado na
onalcompetênciaprivativapara aprovar aindicação.
íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu
informação do número de Cadastro de Pessoa Física, envio ao Poder Legislativo.
acompanha a mensagem.
j) Outras mensagens remetidas
d) Pedido de autorização para o Presidente ou aoLegislativo:
o Vice-Presidente da República se
• Apreciação de intervenção federal
ausentarem do país por mais de 15dias:
(Constituição, art. 36, §2º).
Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
• Encaminhamento de atos internacionais que
art. 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da
acarretam encargos ou compromissos
competência privativa do Congresso Nacional. O
gravosos (Constituição, art. 49, caput, incisoI);
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia,
quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma • Pedido de estabelecimento de alíquotas
comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes aplicáveis às operações e prestações
mensagens idênticas. interestaduais e de exportação (Constituição,
art. 155, § 2o, incisoIV);
• Proposta de fixação de limites globais para o
e) Encaminhamento de atos de concessão e
montante da dívida consolidada (Constituição,
de renovação de concessão de emissoras
art. 52, caput, incisoVI);
de rádio e TV:
• Pedido de autorização para operações
A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
financeiras externas (Constituição, art. 52,
Congresso Nacional consta no inciso XII do caput do art.
caput, incisoV);
49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
outorga ou a renovação • Convocação extraordinária do Congresso
daconcessãoapósdeliberaçãodoCongressoNacional(Cons Nacional (Constituição, art. 57, §6o);
tituição,art.223,§3o).Descabepedir • Pedido de autorização para exonerar o
namensagemaurgênciaprevistanaConstituição,art.64,uma Procurador-Geral da República (Constituição,
vezqueo§1odoart.223jádefine o prazo da tramitação. Além art. 52, inciso XI, e art. 128, §2o);
do ato de outorga ou renovação, acompanha a • Pedidodeautorizaçãoparadeclararguerraedecret
mensagem o correspondente processoadministrativo. armobilizaçãonacional(Constituição, art. 84,
incisoXIX);
f) Encaminhamento das contas referentes ao • Pedido de autorização ou referendo para
exercícioanterior: celebrar a paz (Constituição, art. 84, incisoXX);
OPresidentedaRepúblicatemoprazode60diasapósa • Justificativaparadecretaçãodoestadodedefesao
aberturadasessãolegislativapara enviar ao Congresso udesuaprorrogação(Constituição,art. 136, §4o);
Nacional as contas referentes ao exercício anterior • Pedido de autorização para decretar o estado
(Constituição, art. 84, de sítio (Constituição, art.137);
caput,incisoXXIV),paraexameeparecerdaComissãoMistap • Relato das medidas praticadas na vigência do
ermanente(Constituição,art.166, estado de sítio ou de defesa (Constituição, art.
§1o),sobpenadeaCâmaradosDeputadosrealizarato 141, parágrafoúnico);
madadecontas(Constituição,art.51,caput, inciso II) em • Propostademodificaçãodeprojetosdeleisqueco
procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento mpreendemplanoplurianual,diretrizes
Interno. orçamentárias, orçamentos anuais e créditos
adicionais (Constituição, art. 166, §5o);
g) Mensagem de abertura da sessãolegislativa: • Pedido de autorização para utilizar recursos
Deveconteroplanodegoverno,exposiçãosobreasitua que ficarem sem despesas correspondentes,
çãodoPaíseasolicitaçãodeprovidências que julgar em decorrência de veto, emenda ou rejeição do
necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O portador projeto de lei orçamentária anual (Constituição,
da mensagem é o Chefe da art. 166, §8o);
CasaCivildaPresidênciadaRepública.Estamensagemdifere • Pedido de autorização para alienar ou
dasdemais,porquevaiencadernada e é distribuída a todos conceder terras públicas com área superior
os congressistas em forma delivro. a2.500 ha (Constituição, art. 188, §1o).

h) Comunicação de sanção (com restituição 6.3.2 Forma eestrutura


deautógrafos): As mensagens contêm:
EstamensagemédirigidaaosMembrosdoCongresso a) brasão: timbre em relevobranco
Nacional,encaminhadaporofícioao Primeiro-Secretário da

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90 LÍNGUA PORTUGUESA
b) identificação do expediente: MENSAGEM No, transformou-se na principal forma de envio e recebimento
alinhada à margem esquerda, no início do de documentos na administração pública.
texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de 6.4.2 Valordocumental
acordo com o pronome de tratamento e o cargo
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24
do destinatário, com o recuo de parágrafo dado
de agosto de 2001, para que o e-mail
ao texto;
tenhavalordocumental,istoé,paraquepossaseraceitocomod
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e ocumentooriginal,énecessário existir certificação digital
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do que ateste a identidade do remetente, segundo os
texto, alinhados à margemdireita. parâmetros de
A mensagem, como os demais atos assinados integridade,autenticidadeevalidadejurídicadaInfraestrutura
pelo Presidente da República, não traz identificação de deChavesPúblicasBrasileira–ICP- Brasil.
seu signatário. O destinatário poderá reconhecer como válido o e-
mail sem certificação digital ou com certificação digital
fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será
obrigatório a repetição do ato por meio documento físico
assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela ICP-
Brasil.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público
impor a aceitação de documento eletrônico que não
atenda os parâmetros da ICP-Brasil.

6.4.3 Forma eestrutura


Um dos atrativos de comunicação por correio
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
padronização da mensagem comunicada. No entanto,
devem-se observar algumas orientações quanto à sua
estrutura.

6.4.3.1 Campo“Assunto”
O assunto deve ser o mais claro e específico
possível, relacionado ao conteúdo global da
mensagem.Assim,quemiráreceberamensagemidentificarár
apidamentedoquesetrata;quem a envia poderá,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do
correioeletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita
claramente o conteúdo completo da mensagem para que
não pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião
sobre a Reforma da Previdência”.

6.4.3.2 Local edata


São desnecessários no corpo da mensagem, uma
vez que o próprio sistema apresenta essainformação.
6.4 CORREIO ELETRÔNICO(E-MAIL)
6.4.1 Definição efinalidade 6.4.3.3 Saudaçãoinicial/vocativo
A utilização do e-mail para a comunicação tornou- O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
se prática comum, não só em âmbito privado, mas por uma saudação. Quando endereçado para outras
também na administração pública. O termo e-mail pode instituições, para receptores desconhecidos ou para
ser empregado com três sentidos. Dependendo do particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os
contexto, pode significar gênero textual, endereço demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou
eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
eletrônica. Senhor”, “Prezada Senhora”.
Como gênero textual, o e-mail pode ser Exemplos:
considerado um documento oficial, assim como o ofício.
Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível Senhor Coordenador, Prezada Senhora,
com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos 6.4.3.4 Fecho
servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se Atenciosamente é o fecho padrão em
a extensão “.gov.br”, por exemplo. comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-
Como sistema de transmissão de mensagens se o uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, como “Abraços”,
“Saudações”,que,apesardeamplamenteusados,nãosãofec

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LÍNGUA PORTUGUESA 91
hosoficiaise,portanto,nãodevem ser utilizados em e- mail,inclusivedasArmasdaRepúblicaFederativa do Brasil e
mailsprofissionais. de logotipos do ente público junto ao texto daassinatura.
Ocorreioeletrônico,emalgumassituações,aceitauma • Não devem ser remetidas mensagem com
saudaçãoinicialeumfechomenos formais. No entanto, a tamanho total que possa exceder a capacidade do
linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser servidor dodestinatário.
formal, como a que se usaria em qualquer outro
documentooficial.
ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
6.4.3.5 Bloco de texto daassinatura
Sempre que possível, devem ser utilizadas
Sugere-se que todas as instituições da
abreviaturas já consagradas. Abreviaturas quefazem
administração pública adotem um padrão de texto de
sentido para poucas pessoas ou somente para quem as
assinatura. A assinatura do e-mail deve conter o nome
utilizou devem ser evitadas.
completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do
remetente. a) Todas as abreviaturas devem ser finalizadas
com um ponto.
Exemplo:
Exemplo: proc. (processo), etc. (etcaetera)
Maria da Silva Assessora
b) Nas abreviaturas, a acentuação da palavra deve
Subchefia para Assuntos Jurídicos da ser mantida.
Casa Civil (61)XXXX-XXXX
Exemplo: séc. (século)
c) A grafia de maiúscula e minúscula em
6.4.4 Anexos abreviatura é variável.
Apossibilidadedeanexardocumentos,planilhaseima Exemplo: Obs. obs.
gensdediversosformatoséumadas vantagens do e-mail. A d) As abreviaturas são pluralizáveis.
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer
informações mínimas sobre o conteúdo doanexo. Exemplo: vol. vols.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele
é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no SÍMBOLOS
corpo do correio eletrônico. A principal diferença entre a abreviatura e o
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o símbolo é que a primeira é uma redução, convencionada,
reencaminhamento de anexos nas mensagens de ou não, de uma palavra; o segundo é um padrão de
resposta. medida.
Osarquivosanexadosdevemestaremformatosusuais Por isso, as regras utilizadas para entender as
equeapresentempoucosriscosde segurança. Quando se abreviações devem ser desprezadas para compreender
tratar de documento ainda em discussão, os arquivos os símbolos. É importante não confundir um com o outro.
devem, necessariamente, ser enviados, em formato que Para grafar símbolos, devem ser consideras as
possa sereditado. seguintes regras:
a) Não devem ser acrescidas mais letras aos
6.4.5 Recomendações símbolos.
• Semprequenecessário,deve- Exemplo:
seutilizarrecursodeconfirmaçãodeleitura.Casonãoesteja 5mts (errado)
disponível, deve constar da mensagem pedido de 5m (certo)
confirmação derecebimento;
b) Os símbolos não devem ser pluralizados.
• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis
Exemplo:
nos computadores, mantêm-se a
recomendaçãodetipodefonte,tamanhoecordosdocumentos 3kgs (errado)
oficiais:CalibriouCarlito, tamanho 12, corpreta; 3kg (certo)
• Fundooupapéisdeparedeeletrônicosnãodeve c) Não deve ser utilizado ponto final depois do
mserutilizados,poisnãosãoapropriados símbolo.
paramensagensprofissionais,alémdesobrecarregarotaman Exemplo:
hodamensagemeletrônica;
12h30min. (errado)
• A mensagem do correio eletrônico deve ser
12h30min (certo)
revisada com o mesmo cuidado com que se revisam
outros documentosoficiais; Obs.: Se já for expresso o símbolo da hora (h), o
• O texto profissional dispensa manifestações uso do símbolo para minuto (min) é facultativo. O
emocionais. Por isso, ícones e emoticonsnão devem ser mesmo raciocínio deve ser seguido para o
utilizados; símbolo de segundo (s): se já for expresso o
símbolo do minuto, o uso do símbolo para
• Ostextosdasmensagenseletrônicasnãopodem segundo é facultativo. Contudo, para evitar
serredigidoscomabreviaçõescomo“vc”, confusão, se na expressão estiverem
“pq”,usuaisdasconversasnainternet,ouneologismos,como“nau quantificados hora, minuto e segundo, devem ser
m”,“eh”,“aki”; utilizados todos os símbolos equivalentes.
• Não se deve utilizar texto em caixa alta para
Exemplos:
destaques de palavras ou trechos da mensagem pois
denota agressividade de parte do emissor 12h30min ou 12h30
dacomunicação. 30min10s ou 30min10
• Evite-seousodeimagensnocorpodoe- 12h30min10s

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92 LÍNGUA PORTUGUESA
d) A grafia de maiúscula e minúscula em símbolos Certos da colaboração de sua Secretaria neste
é invariável. empreendimento, reafirmamo-lhe nossa elevada
Exemplo: consideração.
30ºc (errado)
30ºC (certo) Fulano de Tal
Diretor do DLD
SIGLAS
As regras para grafia de siglas são simples: Ao Ilmo. Sr. Beltrano de Tal,
a) Siglas formadas por até três letras sempre M.D. Secretário da Educação e Cultura,
devem ser grafadas em maiúsculas. Rua Tal, nº tal,
Exemplo: 01000 São Paulo, SP
TIT, AFR, CAF, CPM
b) Siglas formadas por mais de três letras que FT/da
criam uma palavra, tem somente a letra inicial grafada em
maiúscula.
Exemplo: Vejamos entendimento do CESPE:
Fazesp, Deat, Codec Para explicar ao ministro da Justiça,
detalhadamente e por escrito, a necessidade urgente de
c) Siglas formadas por mais de três letras que não reestruturação dos canais de comunicação entre a DPU e
criam uma palavra, devem ser grafadas em maiúsculas. o Ministério da Justiça, um DP federal deve encaminhar,
Exemplo: àquele ministro, um(a) .... ofício. (Ag.Adm.DPU/CESPE).
DDPE, IPVA, ICMS, ITCMD Suponha que o general José da Rocha seja
d) Siglas não necessitam de pontos abreviativos. assessor do ministro da Defesa. Com relação à forma de
Exemplo: endereçamento que deve constar no envelope de ofício
enviado ao general, assinale a opção correta. ... A sua
A.I.I.M. (errado) Excelência o Senhor General José da Rocha.
AIIM (certo) (Ag.Adm.DPU/CESPE).
A redação das comunicações oficiais deve, antes
ALGUNS MODELOS DE DOCUMENTOS de tudo, seguir preceitos como impessoalidade,
formalidade, padronização, concisão e clareza. Além
OFICIAIS:
disso, há características específicas de cada tipo de
OFÍCIO expediente.
O ofício é correspondência geral estabelecida Manual de Redação da Presidência da República.
entre órgãos oficiais, ou de um órgão oficial para uma 2.ª ed., revista e atualizada, 2002, p. 12 ( com adaptações
pessoa. A linguagem oficial está vinculada a uma tradição ).
de impessoalidade, usando-se diferentes espécies de O ofício e o aviso têm em comum a diagramação
pronomes de tratamento. do padrão ofício e o tratamento de assuntos oficiais pelos
São frequentes os pronomes ou formas de órgãos da administração pública.
tratamento: Vossa Senhoria (V. Sª.), Vossa Excelência (V. (Anal.Tec.Adm.DPU/CESPE).
Exª.), e as fórmulas de cortesia para fechar a
correspondência: Cordiais Saudações, Atenciosas
Saudações, Respeitosas Saudações (que dependem do ATA
grau de distinção que se deseja atribuir ao destinatário). É um documento que registra por escrito e com o
máximo de fidelidade o que se passou numa reunião,
sessão pública ou privada, num congresso, encontro,
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA convenção, etc. para fins de comprovação, inclusive legal,
DEPARTAMENTO DO LIVRO DIDÁTICO das discussões e resoluções havidas.
Possui uma forma fixa: não admite abertura de
Of. nº 234/08Rio de Janeiro, 2 de junho de 2008 parágrafo senão na primeira linha e é assinada logo após
a última linha, para evitarem-se falsificações. Deve conter
dados sobre data e local da reunião, citação da ordem do
Assunto: Solicitação de Levantamento dia e relato sumário dos assuntos tratados, nomeando as
pessoas que se manifestaram. É lavrada por um
Senhor Secretário, secretário, indicado em geral pelo plenário, e deve ser lida
e aprovada antes de ser assinada pelos presentes. Na ata
evitam-se o mais possível os números arábicos ou
A fim de averiguarmos as necessidades de romanos, pois qualquer engano na sua grafia pode
fornecimentos de livros escolares gratuitos à rede de invalidar o documento ou torná-lo infiel ao que ocorreu na
bibliotecas desse Estado, vimos solicitar-lhe que sessão. Por isso, são transcritos por extenso.
providencie um levantamento completo dos títulos
adotados e/ou recomendados pelo professorado de 1º ATA Nº 23/80
Grau, de modo a que possamos planejar as quotas de No dia vinte e cinco de outubro de mil e
distribuição para o próximo biênio. novecentos e oitenta e um, às quatorze horas e trinta
2. Tal levantamento deverá ser apresentado por minutos, no salão de reuniões do Prédio Andradas,
série/disciplinas, abrangendo todas as escolas públicas décimo andar, à Rua Lucas de Oliveira, nº 267, na cidade
estaduais, com prazo de entrega a este Departamento em do Recife, realizou-se a vigésima terceira reunião da
30 de outubro do corrente ano. Diretoria da firma Andradas e Filhos, com a presença dos

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LÍNGUA PORTUGUESA 93
diretores Serafim Andradas, Júlio Tadeu de Souza 3. Agente Fiduciário dos Debenturistas: Dr. FÁBIO
Andradas, Marcos de Souza Andradas e Tadeu Serafim MONTEIRO DE BARROS.
de Souza Andradas Motta. Lida a ordem do dia, que
constou do exame dos perfis de produção da Destilaria
São Paulo, 19 de fevereiro de 2008.
Andradas no primeiro semestre do ano em curso e das
encomendas governamentais de álcool hidratado nos três
últimos meses, foi aberta a sessão, tendo o Diretor- JOHANNES KOEHLER
Presidente, Sr. Serafim Andradas, expressado seu Diretor de Relações com o Mercado.
desagrado ante as curvas descendentes dos gráficos de
produção apresentados pelo Diretor Marco de Souza
Andradas. Foi-lhe explicado que a seca no fim do ano Vejamos entendimento do CESPE:
prejudicou as lavouras de cana-de-açúcar de determinou Suponha que o ministro da Justiça pretenda enviar
menor quantidade de matéria-primapara a destilaria, mas ao ministro do Planejamento uma solicitação formal de
o Senhor Diretor-Presidente lembrou que há outras recursos para a DPU. Nessa situação, o procedimento
regiões produtoras, tendo o Sr. Marcos admitido que mais adequado é o envio de
encomendas de outros Estados não lhe haviam ocorrido. ....aviso. (Ag.Adm.DPU/CESPE)
A seguir, o Diretor Taeu Serafim de Souza Andradas
Motta explanou longamente seus contatos com o
Ministério das Minas e Energia, tendo os Diretores ATESTADO
concluído que as perspectivas de se efetivarem as O atestado é um documento expedido tanto por
compras esperadas pelo Pró-Álcool são reduzidas, dados órgãos oficiais como por estabelecimentos privados, para
os preços mais competitivos da Empresas Destiladora de a comprovação de algum tipo de informação sobre
Alcóis, do vizinho Estado do Ceará. O Diretor-Presidente determinada pessoa. É solicitado à entidade geralmente
requereu imediato estudo dos custos de produção de através de requerimento e deve ser datilografado em
álcool hidratado na Destilaria Andradas, ficando o Diretor papel timbrado do emissor, datado e assinado.
Júlio Tadeu de Souza Andradas encarregado de efetuá-lo
A formulação deve restringir-se à informação
em trinta dias. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada
solicitada pelo requerente e não contém frases de
a reunião, lavrando-se a presente ata que, lida e aprovada
cortesia.
pelos presentes, foi então assinada.

ATESTADO
Vejamos entendimento do CESPE:
Por apresentarem valor jurídico, as atas devem
seguir estrutura que inviabilize alterações posteriores. ATESTAMOS, para os devidos fins, que FULANO
(Anal.Adm.DPU/CESPE) DE TAL é aluno deste estabelecimento de ensino,
estando regularmente matriculado na 1ª série do 1º Grau,
com frequência e rendimento satisfatórios.
AVISO
O aviso é uma forma de correspondência usada São Paulo, 20 de setembro de 2008
em bancos, repartições, entidades comerciais.
Assemelha-se a o ofício (ou ao edital), não trazendo,
porém, destinatário, fecho ou expressão de tratamento. FULANO DE TAL
Diretor
Hoechst
CERTIDÃO
HOECHST DO BRSIL A certidão transcreve um documento oficial com
absoluta precisão. É sempre autenticada. Deve ser escrita
QUÍMICA E FARMÁCÊUTICA S/A
sem abertura de parágrafos, emendas ou rasuras.
C.G.C (MF) nº 60.861.788/001-52 Quando houver engano, ou omissão, o certificante o
AVISO AOS DEBENTURISTAS corrigirá com "digo", colocado imediatamente após o erro.
Se este for constatado após concluída a frase ou período,
será corrigido na entrelinha, citando-se à margem "Vale a
1. HOECHST DO BRSIL QUÍMICA E FARMÁCÊUTICA
entrelinha. "Se for descoberto somente após o término do
S/A. efetuará pagamento, a partir de 27.02.2008, dos
texto, é retificado após a última frase, precedido da
juros trimestrais, referentes ao cupom 3 (três) vencível em
expressão "Em tempo."
28.02.2008, no valor de Cr$ 1.914,93 (Hum mil
novecentos e quatorze cruzeiros e noventa e três
centavos) - por debênture. De acordo com a legislação ESTADO DE MINAS GERAIS
em vigor, para as pessoas físicas haverá retenção de
SECRETARIA DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Imposto de Renda na Fonte.

CERTIDÃO
2. O pagamento será feito através das agências do
UNIBANCO/ UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A.
indicados no Recibo de Subscrição, no horário das 10,00 DE ORDEM DO Sr. Secretário, certifico que a
às 16,30 horas, mediante a apresentação do respectivo Empresa Usinas Mineiras S.A. arquivou nesta Divisão,
cupom 3, identificação, CPF ou CGC e procuração, se for sob o nº 26550, por despacho de 13 de julho de 1979, a
o caso. ata da assembléia geral ordinária, realizada e 3 de junha
de 1979, que aprovou as contas do exercício de 1978-79,
encerrado a 30 de maio, do que dou fé. D.N.I.C., S.R.E.,

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94 LÍNGUA PORTUGUESA
em 4 de outubro de 1979. Eu José Alvarenga, Secretário, 9 - Fica revogada a Circular nº 3, de 16 de janeiro de
escrevi, conferi e assino. ____________________. Eu, 1996, desta Secretaria.
Marcos Almeida Passos, Chefe da S.R.E, subscrevo.
____________________.
Maurício E. Cortes Costa.

CIRCULAR Assinatura
Texto direcionado a vários servidores para Publicada no D.O.U. de 07.11.96, Seção I, pág. 23.050
determinações de cunho geral, esclarecimentos de leis, (com adaptações.
decretos ou regulamentos.
Pode ser chamada de Memorando-Circular e,
assim, comumente é escrito na mesma estrutura do EDITAL
memorando. Texto para a abertura de processo seletivo –
concurso público – ou licitações em geral, contém aviso,
determinação ou citação.
Circular MICT nº 10 de 10 de abril de 2008.
Modelo
EDITAL
O SECRETÁRIO DE COMÉRCIO EXTERIOR,
DOMINISTÉRIO DA INDUSTRIA, DO COMÉRCIO E DO A comissão executiva do Partido Trabalhista
TURISMO, no uso de suas atribuições, com o objetivo de Cristãoneste município de ........................, estado da
racionalizar o processo de redução de alíquotas do Bahia, convoca: 1- os membros do diretório municipal; 2-
imposto de importação sob a forma de “ex”, para bens de os vereadores, deputados, senadores, com domicilio
capital, de informática ou de telecomunicações, não eleitoral no município; 3- os delegados a convenção
produzidos na Região do MERCOSUL e assinalados na Municipal, a realizar-se no próximo dia ........., das .........
TEC com BK ou BIT, bem como de ajustar os às .......... horas, nesta cidade, no
procedimentos relativos aos pleitos de redução aos endereço:.........................., para deliberar sobre a
compromissos do Brasil no âmbito do MERCOSUL, torna seguinte ordem do dia:
público que: A – coligação
1 - Até 31 de dezembro de 1997 poderão ser reduzidas as B – escolha dos candidatos a prefeito, o Vice-Prefeito
alíquotas do imposto de importação relativas a bens e Vereadores para as eleiçõesde 1.º de outubro de 2000.
de capital, informática ou de telecomunicações e C – o que ocorrer.
suas partes e peças, assinalados com BK ou BIT na
Tarifa Externa (TEC), desde que não produzidos na
Região do MERCOSUL. Salvador, ......... de ................................ de 2000.
2 - A redução deverá ser requerida ao Departamento de
Negociações Internacionais (DEINT), desta Presidente da comissão Executiva Municipal
Secretaria, com protocolo situado na Praça Pio X nº Do Partido Trabalhista Cristão.
54, 2º andar, sala 201, Rio de Janeiro-RJ, CEP
20091-040, e nele protocolado, de acordo com o
anexo desta Circular. MEMORANDO
3 - O requerimento deverá ser dirigido por intermédio das Pode ser uma correspondência entre dois setores
entidades de classe respectivas, no original e em de uma mesma entidade ou de uma entidade para outra.
papel timbrado da empresa requerente, não se Se se tratar de órgãos oficiais, usa-se a fórmula do ofício.
admitindo requerimento por meio de fax, telex, Se representar comunicação entre duas entidades não
telegrama ou semelhante. oficiais terá o cunho de carta comercial.
4 - No caso de pedido de redução para mais de um O memorando é empregado para comunicações
produto deverá ser apresentado requerimento breves, escrito em papel menor do que o ofício, e
separado para cada produto. dispensa fórmulas de cortesia. Em geral, transmite ordens
ou relembra decisões, prazos, compromissos.
5 - Os produtos cujos pedidos atendam aos requisitos
deste ato serão objeto de Circulares desta
Secretaria, de modo que se torne público o exame MEMORANDO Nº 23/08
das reduções tarifárias pleiteadas, com vistas à
apuração de existência ou não de produção regional.
Do Departamento de Pessoal
6 - Manifestações sobre existência de produção
Ao departamento de Assistência Técnica/At.: Sr. Juarez
regional serão recebidas e consideradas se apresentadas
no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação Assunto: Rotatividade de Técnicos de Soldagem
da Circular, acompanhadas de catálogo original,
escrito do idioma português, que contenha Pedimos suas providências no sentido de tentar
especificações técnicas do produto impugnado, bem manter sua equipe atual de técnicos de soldagem, sem
como de comprovação de seu fornecimento. contínuas demissões, como tem acontecido até esta data.
7 - Os catálogos originais que instruírem pedido de Estamos com dificuldade de obter funcionários com
redução, não escritos no idioma português, deverão qualificação adequada às tarefas desse setor e, por outro
estar acompanhados de tradução para o vernáculo. lado, a última leva de demitidos clamou contra nós na
8 - Os interessados poderão ser informados sobre a Justiça do Trabalho por dispensa sem justa causa.
situação de seus pedidos por intermédio das
entidades de classe. Data:___/____/___

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LÍNGUA PORTUGUESA 95
Assinatura juiz. A decisão pode ser proferida em forma de voto.

DECRETO
Vejamos entendimento do CESPE:
Decretos, em sentido próprio e restrito, são atos
O destinatário de memorando deve ser administrativos da competência exclusiva dos chefes do
mencionado pelo cargo que ocupa. Executivo, destinados a prover situações gerais ou
(Ag.Adm.DPU/CESPE) individuais, abstratamente previstas de modo expresso,
explícito ou implícito pela legislação.
CONVITE E CONVOCAÇÃO Os decretos executivos têm por objeto:
O convite é o instrumento pelo qual se faz uma a) pôr em execução uma disposição legal;
convocação, pede-se o comparecimento de alguém ou b) estabelecer medidas gerais para cumprimento
solicita-se sua presença em alguma parte ou em ato. da lei;
A convocação corresponde ao convite, mas no c) providenciar sobre matéria de ordem funcional;
sentido de intimação, originando o
d) resolver sobre interesse da Administração;
comparecimento,devendo ser justificado o não-
comparecimento. Já o convite é somente uma solicitação. e) decidir sobre algum interesse de ordem privada
que se prenda ao da Administração;
Nas relações oficiais ou particulares, há
mensagens que não se alinham puramente entre aquelas f) criar, modificar, limitar ou ampliar uma situação
formais ou administrativas. São as mensagens sociais ou jurídica;
comemorativas: as primeiras em razão de acontecimentos g) organizar, reformar ou extinguir serviços
de cunho social (instalação, ou inauguração, ou públicos dentro da competência do Poder Executivo.
festividades restritas à área da entidade, etc.) e as Os decretos executivos costumam ser divididos em
segundas por motivo de datas comemorativas (Dia das dois tipos:
Mães, da Secretária, do Professor, Páscoa, Natal, etc.).
Decretos Regulamentares
É preciso ter cuidado com as mensagens sociais,
São aqueles que visam “explicar a lei e facilitar a
em que se combinam técnicas redacionais, bom-tom e
sua execução, aclarando seus mandamentos e orientando
arte:
a sua aplicação”. Expressam regras jurídicas gerais e
a) texto que se preste a homem e a mulher, no abstratas, de caráter impessoal. Sempre são numerados.
singular e no plural;
Decretos Individuais ou Coletivos
b) nome e endereço certos do destinatário;
São os relativos a situações funcionais, podendo
c) atualização ou renovação do texto; abranger um (decreto individual) ou mais (decreto
d) conexão do trabalho tipográfico ou coletivo) servidores. Não são, geralmente, numerados.
mecanográfico com a parte que será digitada; São compostos das seguintes partes:
e) revisão e atualização periódica do banco de a) numeração (epígrafe): denominação, número e
dados, a fim de corrigir grafias, endereços, etc.; anote-se data de expedição do decreto. Os decretos referentes a
toda mudança (estado civil, situação profissional, situações funcionais (que, em determinadas
graduação). administrações estaduais, substituem-se por atos) não
Quanto às mensagens comemorativas, que são, são, geralmente, numerados;
em geral, transmitidas por meio da escrita, o primeiro b) ementa ou rubrica: resumo da matéria do
cuidado está em que seu conteúdo atinja perfeitamente o decreto. É digitada em espaço simples, a partir do meio
objetivo visado. Muitas são excelentes; porém, algumas em direção à margem direita do papel. Não costuma
não passam de amontoado de chavões. aparecer nos decretos de ordem funcional;
c) título ou preâmbulo: parte preliminar de uma lei,
decreto ou diploma na qual o soberano anuncia a sua
promulgação; denominação completa, em caracteres
maiúsculos, da autoridade executiva que expede o ato. É
representado por fórmulas convencionais de introdução;
d) fundamentação: citação do dispositivo legal em
que se apoia a decisão, seguida da palavra “decreta”.
Em decretos de ordem funcional, a forma “decreta”
é substituída por “resolve”, seguida do verbo que indica
especificamente a matéria do ato: tornar sem efeito,
designar, declarar, etc. Em muitos decretos numerados,
após a citação do dispositivo legal em que se fundamenta
o decreto, aparecem os considerandos. Trata-se de
considerações cuja finalidade é justificar a expedição do
ato respectivo;
e) texto (ou contexto): é a parte essencial do ato e
tem o artigo como a unidade básica para apresentação,
divisão ou agrupamento dos assuntos. Quanto à
numeração, consagrou-se a práxis, hoje positivada pela
Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, de
DECISÃO
até o artigo nono (art. 9º) adotar a numeração ordinal. A
Documento que apresenta posicionamento partir do de número 10, empregam-se os algarismos
adotado em cada processo submetido à apreciação do arábicos correspondentes, seguidos de ponto-final (art
10.). Os artigos serão designados pela abreviatura “Art.”

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96 LÍNGUA PORTUGUESA
sem traço antes do início do texto. Os textos dos artigos e) assinatura: nome e cargo ou função da
serão iniciados com letra maiúscula e encerrados com autoridade que exara o despacho.
ponto-final, exceto quando tiverem incisos, caso em que
serão encerrados por dois-pontos.
f) local e data: o fecho também é constituído de
formas consagradas.
Exemplos:
• Palácio do Governo em Curitiba, ..... de .....de .....
.
• Prefeitura Municipal de Curitiba, em ..... de ..... de
..... .
• Curitiba, ..... de ...., de ....., ..... da Independência
e ..... da República.
g) assinatura do Chefe do Governo e referenda de
um ou mais Secretários de Estado. INFORMAÇÃO
Em linguagem administrativa a informação tem, às
vezes, o sentido de parecer, em que o funcionário escreve
acerca de certo fato ou pedido, prestando os
esclarecimentos necessários para que a autoridade dê
seu despacho ou solução. Deve ser concisa e indicar a
solução proposta. É ato de servidor subalterno incumbido
de estudar qualquer documento para que o chefe possa
deliberar sobre o caso. No Direito Penal, equivale à
sindicância ou investigação; no Direito Comercial e,
principalmente, no Direito Falimentar, também significa
sindicância.

LEI
É a ordem ou regra imposta à obediência de todos,
pela autoridade competente.
Suas partes componentes são:
1. Preâmbulo
1.1. Título ( a palavra LEI), número e data, em
letras maiúsculas, à esquerda.
1.2. Ementa da matéria da Lei, em letras
maiúsculas e à direita da página.
1.3. Autoria e enunciação da autoridade, em letras
maiúsculas e negrito, sancionando a Lei.
2. Ordem de Execução
DESPACHO 2.1. Texto constituído de tantos artigos quantos
Despacho é a decisão proferida pela autoridade forem necessários, todos numerados. Os artigos podem
administrativa no caso submetido à sua apreciação, conter parágrafos, incisos e alíneas. A expressão
podendo ser favorável ou desfavorável à pretensão "Parágrafo único" deve ser grafada por extenso.
solicitada pelo administrador, funcionário ou não. 3. Fecho
Os despachos podem constituir-se de uma palavra 3.1. Local e data, por extenso.
(Aprovo, Autorizo, Indefiro, etc.), de duas palavras (De
acordo, etc.) ou de muitas palavras. 3.2. Assinatura do Chefe de Governo.
“De acordo” é forma pouco expressiva de Nota: O Processo de formação da Lei, previsto no
despacho. É preferível que o despacho esclareça com o Art.112, e seguintes da Constituição do Estado do
que a autoridade está de acordo e qual a consequência Rio de Janeiro, é deflagrado pelo Projeto de Lei
disso. É que na maioria das vezes o interessado não tem cujo exemplo segue anexo:
oportunidade de manusear o processo e toma Lei Complementar: È espécie normativa
conhecimento da decisão apenas por meio do Diário complementar cujo âmbito material é predeterminado pela
Oficial, sem condições, portanto, para verificar com o que Constituição e observa, para sua aprovação o voto da
ficou de acordo a autoridade e qual sua decisão final. maioria absoluta dos membros componentes da Casa
Partes: Legislativa.
a) número do processo e do parecer a que se Exemplo:
refere o despacho, quando divulgado em órgão oficial. Projeto de LEI N.º
O parecer pode deixar de ser mencionado; INSTITUI NO ÂMBITO DO PODER EXECUTIVO
b) título: denominação do documento, DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO A CAMPANHA DO
especialmente quando divulgado em órgão oficial; "FUNCIONÁRIO PADRÃO".
c) texto: teor da decisão; A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO
d) data: dia, mês e ano precedida do local e/ou RIO DE JANEIRO:
sigla do órgão; RESOLVE:

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LÍNGUA PORTUGUESA 97
Art. 1º - Anualmente, conforme calendário a ser
elaborado pela Secretaria de Estado de Administração e
Reestruturação, serão eleitos os "Funcionários Padrão"
das Secretarias de Estado e de Órgãos equivalentes.
Parágrafo único - Os funcionários eleitos,
observadas as normas elaboradas pelo Clube Municipal,
concorrendo ao título de "Funcionário Padrão do Estado
do Rio de Janeiro" em certame a ser realizado no mês de
outubro de cada ano no Salão Principal do Clube
Municipal.
Art. 2º - Na cerimônia de entrega do título de
"Funcionário Padrão do Estado do Rio de Janeiro", sob
presidência do Governador do Estado, comparecerão,
além do Secretário de Estado de Administração e
Reestruturação, autoridades especialmente convidadas
para o evento.
Art. 3º - Ao "Funcionário Padrão do Estado do Rio
de Janeiro" será atribuído, também, prêmio em dinheiro,
cujo o valor constará do calendário a que se refere o Art.
1º desta Lei.
Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data da sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.

MOÇÃO
É a proposta referente a uma questão levantada
durante uma reunião ou em decorrência de algum
incidente ocorrido nela, que se apresenta em uma
assembleia deliberativa por um dos seus membros. São PORTARIA
moções de ordem: questão prévia, o adiantamento, a Trata-se de um documento oficial emanado de
invocação do regimento, a apresentação de propostas uma autoridade, por meio do qual transmite aos
para eliminação, as emendas, as substituições às subordinados ordens de serviço de sua competência.
propostas para se passar à ordem do dia. Partes:
A moção pode ser de aplauso, simpatia, a) numeração: nº e data de expedição;
desagrado, apelo, repúdio. b) título: denominação da autoridade que expede
o ato, em geral já impresso no modelo próprio;
PARECER c) fundamentação: citação da legislação básica,
Na Administração Pública o parecer, geralmente, é seguida da palavra RESOLVE;
parte integrante de um processo, para o qual aponta d) texto;
solução favorável ou desfavorável, precedida da e) assinatura: nome da autoridade competente,
necessária justificativa, com base em dispositivos legais, sem indicação de cargo, pois já vem impresso no alto da
jurisprudência e informações. É um ato de procedimento página.
administrativo que indica e fundamenta a solução que
deve ser aplicada ao caso. O parecer pode ser:
a) administrativo: refere-se a caso burocrático;
b) científico ou técnico: relaciona-se com matéria
específica. Ex.: o parecer dos auditores.
Partes:
a) número do processo respectivo, ao alto, no
centro do papel;
b) título: parecer, seguido do número de ordem,
dia, mês e ano;
c) ementa: resumo do assunto do parecer. A
ementa deve ser sintética. É digitada em espaço simples,
a dois espaços do título;
d) texto: introdução (histórico); esclarecimentos
(análise do fato); e conclusão clara e objetiva do assunto;
e) fecho: o local e/ou a denominação do órgão
(este, geralmente, em forma de sigla); a data; e a
assinatura: nome e cargo ou função de quem emite o
parecer.

PROCESSO
É o desenvolvimento de um expediente que,
recebendo informações, pareceres, anexos e despachos,
segue os canais competentes, ou seja, sua tramitação.

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98 LÍNGUA PORTUGUESA
Procedimentos-padrão de tramitação de • introdução: referência à disposição legal ou à
processos: ordem superior que motivou ou determinou a
Recepção de documentos: apresentação do relatório e breve menção ao assunto ou
objeto. A introdução serve para dizer por que o relatório
a) receber os documentos originais;
foi feito e indicar os problemas ou fatos examinados;
b) colocar a etiqueta na parte inferior direita da 1ª
• análise: apreciação do assunto, com informações
folha do processo;
e esclarecimentos que se façam necessários à sua
c) carimbar, rubricar e numerar, em ordem perfeita compreensão. A análise deve ser honesta,
crescente e sequencial, todas as folhas do processo, na objetiva e imparcial. O relator deve apenas registrar os
parte superior direita. fatos de que tenha conhecimento direto, ou através de
Tramitação: fontes seguras, abstendo-se de divagações ou
a) tramitar o processo somente acompanhado da apreciações de natureza subjetiva sobre fatos
Guia de Tramitação (GT) preenchida; desconhecidos ou pouco conhecidos.
b) enviar a Guia de Tramitação imediatamente ao Quando se fizer necessário, o relatório poderá ser
Protocolo-Geral do órgão (estão dispensadas desse acompanhado de tabelas, gráficos, fotografias e outros
procedimento as unidades que efetuam suas próprias elementos que possam contribuir para o perfeito
atualizações); esclarecimento dos fatos e sua melhor compreensão por
c) fazer passar pelo Protocolo-Geral o processo parte da autoridade a quem se destina o documento.
destinado a outro órgão, que o encaminhará ao Protocolo Esses elementos podem ser colocados no corpo do
Geral do órgão de destino. relatório ou, se muito extensos, reunidos a ele em forma
de anexo;
Cópia do processo:
• conclusão: determinados os fatos e feita sua
a) anexar requerimento próprio ao processo; apreciação, chega o momento de se tirarem as
b) encaminhar à Diretoria do órgão para conclusões, deduzidas logicamente da argumentação que
autorização (após autorizado, o Protocolo-Geral fornecerá as precede. Não podem ir além da análise feita, o que as
as cópias no máximo em 72 horas). tornaria insubsistentes e, por isso mesmo, despidas de
Conteúdo do processo: qualquer valor;
a) capa: deverá ter os campos de • sugestões ou recomendações: muitas vezes,
encaminhamento preenchidos durante a tramitação. além de tirar conclusões, o relator também apresenta
b) documentos anexados na tramitação: sugestões ou recomendações sobre medidas a serem
tomadas, em decorrência do que constatou e concluiu.
• informações, pareceres, despachos e conclusão
Essas sugestões ou recomendações devem ser precisas,
deverão seguir a ordem cronológica e sequencial do
práticas e concretas, devendo relacionar-se com a análise
processo, inclusive com numeração nas folhas;
anteriormente feita. Os diversos parágrafos do texto, com
• deverão conter as seguintes informações: data, exceção do primeiro, podem ser numerados (com
emitente, destino, motivo do encaminhamento, nº do algarismos arábicos) e, se necessário, divididos em
documento, nº do protocolado. alíneas.
Arquivamento: É recomendável a numeração dos parágrafos,
a) após o encerramento do processo, este deverá principalmente em relatórios mais extensos, pois, além de
ser arquivado e a conclusão dele deverá ser informada na dar maior destaque às diferentes partes do texto, facilita
Guia de Tramitação encaminhada ao Protocolo-Geral do as eventuais referências que a elas se queiram fazer;
órgão e em campo próprio de sistema eletrônico. d) fecho: fórmula de cortesia. Trata-se de parte
dispensável;
RELATÓRIO e) local e data: Ex.: Curitiba, ...... de .......... de ......;
Relatório é uma descrição de fatos passados, f) assinatura: nome e cargo ou função da(s)
analisados com o objetivo de orientar o servidor autoridade(s) ou servidor(es) que apresenta(m) o
interessado ou o superior imediato, para determinada relatório.
ação. Relatório, do ponto de vista da administração
pública, é um documento oficial no qual uma autoridade
expõe a atividade de uma repartição, ou presta conta de
seus atos a uma autoridade de nível superior.
O relatório não é um ofício desenvolvido. Ele é
exposição ou narração de atividades ou fatos, com a
discriminação de todos os seus aspectos ou elementos.
Existem muitos tipos de relatórios, classificáveis
sob vários pontos de vista. O exposto a seguir refere-se
apenas àqueles relatórios menos complexos ou mais
informais que um servidor produz com o objetivo de
prestar contas de tarefas ou encargos de que foi
incumbido.
Partes:
a) título: denominação do documento (relatório);
b) invocação: tratamento e cargo ou função da
autoridade a quem é dirigido, seguidos,
preferencialmente, de dois-pontos;
c) texto: exposição do assunto. O texto do relatório
deve obedecer à seguinte sequência:

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LÍNGUA PORTUGUESA 99
Postular significa requerer, documentando a
alegação. Requerente é a pessoa que subscreve o
requerimento. São sinônimos: requeredor, solicitante,
postulante ou peticionário (próprio de petição)

QUESTÕES DE PROVAS
01. Está clara e correta a redação deste livre comentário
sobre o texto:

REQUERIMENTO/REQUERIMENTO
É o instrumento que serve para solicitar algo a
uma autoridade do serviço público. Não se envia
02. A má construção exige que se dê nova redação à
requerimento a empresas comerciais ou a grêmios
seguinte frase:
esportivos, por exemplo; nesse caso, o pedido ou a
solicitação é objeto de carta.
O requerimento é a solicitação sob o amparo da
lei, mesmo que suposto. A petição é o pedido, sem
certeza legal ou sem segurança quanto ao despacho
favorável.
Quando concorrem duas ou mais pessoas, então
teremos: Abaixo-assinado (requerimento coletivo) e
memorial (petição coletiva).
Nota: As expressões abaixo assinadas, muito
respeitosamente e tantas outras, arcaicas ou
desnecessárias, respeitosamente e tantas outras,
arcaicas devem ser abolidas. O requerimento
admite invocação, porém não aceita fechos que
não os seus.
Exemplos apropriados:
Nestes termos,
espera deferimento.
Aguarda deferimento.
Espera deferimento.
Algumas vezes, nos requerimentos aparecem as 03. Está clara e correta a redação deste livre comentário
palavras “residência” e “domicílio”. Tecnicamente, não se sobre o texto:
trata de vocábulos idênticos. Assim, residência indica a
casa ou o prédio onde a pessoa habitualmente mora com
a intenção de permanecer mesmo que, eventualmente, se
afaste, e domicílio refere-se ao centro ou à sede de
atividades de uma pessoa, o lugar em que mantém o seu
estabelecimento ou fixa sua residência.
Diz-se estabelecido, residente, morador, sito na
Rua, Avenida, Praça, etc; as formas estabelecido à,
residente à, etc. ainda são usadas entre nós, embora não
sejam consideradas cultas.
Deve-se dizer: estabelecido, residente, morador
sito no Bairro Juvevê, e não ao Bairro Mercês. Portanto,
devemos empregar na Rua Padre Agostinho, e não à Rua
João Gualberto.

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100 LÍNGUA PORTUGUESA

06. A contraposição dessa forma obsoleta de interpretar a


nossa herança cultural, efetiva, veio através uma
estudiosa brasileira com influente livro, onde se pode
dizer que abriu caminho para novas contribuições do
tema, relevantemente.
A falta de clareza e de correção da frase acima está
devidamente reparada em:

04. É confusa e incorreta a redação da seguinte frase:

Texto

05. A redação clara e correta é:

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LÍNGUA PORTUGUESA 101
retorno financeiro, alcança grande sucesso de crítica e
público.

Fatalismo
De todos os persistentes horrores brasileiros, o
pior, talvez porque represente tantas coisas ao mesmo
tempo, é o horror do sistema penitenciário. Ele persiste há
tanto tempo porque, no fundo, é o retrato do que a elite
brasileira pensa do povo, e portanto nunca chega a ser
um horror exatamente insuportável. Pois se fica cada vez
mais infernal, apesar de todas as boas intenções de
reformá-lo, é infernal para bandidos, que afinal merecem
o castigo.
A cadeia brasileira é um resumo cruel da nossa
resignação à fatalidade social. Pobre não deixará de ser
pobre, e a ideia da reabilitação, em vez do martírio
exemplar do apenado, por mais que seja proclamada
Regência de advertir(item b)/ vírgula (na oração como uma utopia a ser buscada quando sobrar dinheiro, é
subordinada adjetiva explicativa) (item c)/ a negação desse fatalismo histórico. É uma ideia bonita,
07. Está inteiramente clara e correta a redação deste mas não é da nossa índole. Ou da índole da nossa elite.
livre comentário sobre o texto: É impossível a gente (que vive aqui em cima, onde
tem ar) imaginar o que seja essa subcivilização que se
criou dentro dos presídios brasileiros, onde as pessoas
vivem e morrem pelas leis ferozes de uma sociedade
selvagem — mas leis e sociedade assim mesmo.
O que está sendo representado por essa
selvageria tão desafiadoramente organizada? Que lá
dentro o país é igual ao que é aqui fora, menos os
disfarces e a hipocrisia, e que tudo não passa de uma
paródia sangrenta para nos dar vergonha? Ou que eles
são, finalmente, a classe animal sem redenção possível
que o país passou quinhentos anos formando, fez o favor
de reunir numa superlotação só para torná-la ainda mais
desumana e que agora o aterroriza?
Como sempre, a lição dos fatos variará de acordo
com a conveniência de cada intérprete. As rebeliões
reforçam a resignação, provando que bandido não tem
jeito mesmo ou só matando, ou condenam o fatalismo que
deixou a coisa chegar a esse ponto assustador. De
qualquer jeito, soluções só quando sobrar algum dinheiro.
(Adaptado de Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

08. O livre comentário sobre o filme Match Point que foi 09. Está clara e correta a redação deste livre comentário
redigido com clareza, correção e lógica está em: sobre o texto:
(A) Com o grande sucesso de crítica e público alcançados (A) O cronista se dispõe a denunciar que nosso sistema
quando foi exibido em Cannes, Match Point, a penitenciário desfruta de péssimas condições,
despeito de outros projetos realizados pelo cineasta, à impondo horrores aos que nele se encontram
medida em que obteve considerável retorno apenados.
financeiro, configura-se, assim, como um dos filmes
(B) São ambíguas as reações à eventualidade de uma
mais sombrios feito por Woody Allen.
rebelião, haja visto que esta tanto pode gerar um certo
(B) Match Point, um dos filmes mais sombrios de Woody
fatalismo como propiciar ceticismo em relação aos
Allen, cujo grande sucesso de crítica e público foram
bandidos.
alcançados quando exibido em Cannes, a despeito de
(C) Sugere-se, no texto, que as barbaridades sofridas
outros projetos realizados pelo cineasta, obteve
pelos presos, no sistema penitenciário, lembram as
considerável retorno financeiro.
duras discriminações que sofrem os pobres em nossa
(C) Um dos filmes mais sombrios de Woody Allen, Match
sociedade.
Point, cujo o grande sucesso de crítica e público
seriam alcançados em sua exibição em Cannes, difere (D) Há um fatalismo que predomina em nosso modo de
de outros projetos realizados pelo cineasta, conquanto ser, revelando uma índole violenta, que as elites
obteve considerável retorno financeiro. sancionam quando lhes convêm, ou fazem vista
(D)Match Point, um dos filmes mais sombrios de Woody grossa, quando é o caso.
Allen, alcançou grande sucesso de crítica e público (E) O texto indica que não deixa de ser cômodo, para
quando foi exibido em Cannes e, ao contrário de muitos, acreditar que existe uma natureza humana
outros projetos realizados pelo cineasta, obteve violenta e irreprimível, contra a qual não vale a pena
considerável retorno financeiro. lutar, mas resignar-se.
(E) A despeito de ser um dos filmes mais sombrios feitos
por Woody Allen, quando foi exibido em Cannes Gabarito
Match Point, diferentemente de outros projetos 01 02 03 04 05 06 07 08 09
realizados pelo cineasta, que obteve considerável A E E E B D A D C

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102 LÍNGUA PORTUGUESA
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ANOTAÇÕES: ______________________________________________
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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 1
Art. 3º, I da Lei 6.938/91 - É o conjunto de
NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL condições, leis, influências e interações de ordem
Teoria, dicas e questões de provas química, física e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas.
Diógenes Salgado
Conforme Celso Fiorillo, o bem ambiental é,
2022 portanto, um bem que tem como característica
constitucional mais relevante ser ESSENCIAL À SADIA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: QUALIDADE DE VIDA, sendo ontologicamente de uso
Meio ambiente na Constituição Federal de 1988. ........... 4 comum do povo, podendo ser desfrutado por toda e
qualquer pessoa dentro dos limites constitucionais.
Questões de concursos .......................................... 8
Sustentabilidade. ......................................................... 16
CONCEITO AMPLO DE MEIO AMBIENTE
Questões de concursos ........................................ 18
O conceito amplo de meio ambiente, abrangendo as
Qualidade ambiental. ................................................... 19
noções de meio ambiente natural, de meio ambiente
Questões de concursos ........................................ 20 cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de
Princípios do Direito Ambiental. ...................................... 9 meio ambiente laboral.
Questões de concursos ........................................ 13 Nesse sentido, O STF assim já se manifestou,
Dano ambiental. ........................................................... 14 "(...) "defesa do meio ambiente" (CF, art. 170,
Questões de concursos ........................................ 16 VI), que traduz conceito amplo e abrangente
das noções de meio ambiente natural, de
meio ambiente cultural, de meio ambiente
artificial (espaço urbano) e de meio ambiente
laboral. Doutrina. (..)" (STF, ADI 3540 MC,
NOÇÕES GERAIS Tribunal Pleno, j. em 01/09/2005).
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL
Direito Ambiental é um ramo autônomo de direito ESPÉCIES DE MEIO AMBIENTE
público que disciplina, ordena e tutela as questões e os
Conforme definido pela legislação brasileira,
problemas dos seres humanos com o meio ambiente
especificamente na Lei nº 6.938/81 (Lei da Política Nacional
(natural e artificial).
de Meio Ambiente), Meio Ambiente é o conjunto de
Há inúmeras definições de Direito Ambiental, condições, leis, influências e interações de ordem física,
contudo você não pode esquecer que: química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
-trata-se de um ramo autônomo porque possuí todas as suas formas.
princípios próprios (que serão estudados mais Lei nº. 6.938/81:
adiante e são muito cobrados em provas);
Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-
-é ramo do direito público porque sempre há a se por:
participação do Estado nas questões ambientais.
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis,
Contudo, há autores que defendem ser um ramo
influências e interações de ordem física, química e
do Direito acima dessa divisão entre Público e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
Privado, pois a característica metaindividual
as suas formas;
supera essa discussão.
Contudo, não podemos pensar que somente existe
- nunca pense que quando tratamos de Direito
fauna e flora a serem tratados pelo Direito Ambiental, senão
Ambiental estamos protegendo somente fauna e
vejamos:
flora, pois há ainda o meio ambiente cultural e o
artificial, inclusive com farta legislação acerca 1) Meio Ambiente Natural: é formado pelas águas,
desses assuntos. Assim, Direito Ambiental trata solo, subsolo, fauna e flora. Há proteção dessa espécie de
também das lides que envolvem patrimônio meio ambiente em diversas leis brasileiras, resoluções do
cultural, espécies de construções, licenças CONAMA e na própria Constituição Federal, em seu Art.
edilícias etc. 225, especialmente.
Segundo Miguel Reale o conceito de Direito envolve Repito: muitas vezes, alunos, servidores públicos,
três aspectos: interação entre norma, fato e valor. Aspectos agentes políticos e pessoas da sociedade em geral pensam
que coadunados ao Direito Ambiental seriam os seguintes: que Direito Ambiental ou do Meio Ambiente somente discute
fauna e flora. Esse pensamento está totalmente
a) Sobre o fato: Vida humana; Utilização dos
equivocado!
recursos naturais; Agravamento da poluição de
origem industrial etc. 2) Meio Ambiente Artificial, Cultural e do
Trabalho: o que eles têm em comum é que são formados
b) Sobre a norma: Constituição Federal; Lei da
por bens tangíveis ou intangíveis que decorrem de uma
Política Nacional do Meio Ambiente; Código de
ação do homem que, inevitavelmente, toca o meio ambiente
Águas, Código de Pesca etc.
natural. Esta classificação é fungível, pois varia de acordo
c) Sobre o valor: preocupação com as necessidades com o tempo e com o autor.
humanas; manutenção da qualidade da
2.1- Meio Ambiente Artificial: é o espaço urbano
salubridade do meio ambiente; conservação das
formado pelas construções, ou seja, é o espaço natural que
espécies; proteção das águas, do solo, das
foi alterado pelo homem, objetivando melhorar suas
florestas, do ar etc.
condições de vida nesse planeta. Está muito relacionado à
ideia das cidades e urbanização. Tratado na graduação
CONCEITO LEGAL (NORMATIVO) mais especificamente na disciplina de Direito Urbanístico
É a função jurisdicional, é aquela acionada para a como um viés de Direito Administrativo.
tutela dos direitos coletivos lato sensu. 2.2- Meio Ambiente Cultural: sua definição está
prevista no Art. 216 da Carta Magna.
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2 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
Art. 216. Constituem patrimônio cultural -Difuso = Definido no § único, I, do Art. 81 da Lei nº.
brasileiro os bens de natureza material e imaterial, 8.078/90, ou seja, “interesses ou direitos difusos
tomados individualmente ou em conjunto, assim entendidos para efeitos desse Código, os
portadores de referência à identidade, à ação, à transindividuais, de natureza indivisível, de que
memória dos diferentes grupos formadores da sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
sociedade brasileira, nos quais se incluem: por circunstâncias de fato.”
I - as formas de expressão; -Transindividuais = são aqueles que transcendem
II - os modos de criar, fazer e viver; o indivíduo e, conforme Celso Fiorillo3,
“ultrapassam o limite da esfera de direitos e
III - as criações científicas, artísticas e
obrigações de cunho individual”
tecnológicas;
-De natureza indivisível = seu objeto pertence a
IV - as obras, objetos, documentos, edificações
todos, ao mesmo tempo em que não há um titular
e demais espaços destinados às manifestações
definido. Não há, por exemplo, como dividir a boa
artístico-culturais;
qualidade do ar, defender um meio ambiente
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor parcialmente limpo etc.
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
-Titulado por pessoas indeterminadas, ligadas
paleontológico, ecológico e científico.
por circunstâncias de fato = os indivíduos
Para Flávio Ahmed1 “o patrimônio corresponde ao tutelados e afetados não podem ser divididos em
acervo de valores que não se relacionam propriamente com classes, por exemplo. A proteção do meio
monumentos, mas que servem de expressão de sua ambiente é para todos, indistintamente. Supera a
grandiloquência coletiva e singular, o que transborda ideia de coletividade e individualidade.
também em consolidações setorizadas que traduzem
-Não pressupõe uma relação jurídica base = não
expressões universais da cultura através de modos
há qualquer relação jurídica, como, por exemplo,
regionais.”
um contrato, mas somente circunstâncias de fato
2.3- Meio Ambiente do Trabalho(laboral): que geram essa proteção.
considerando que o local de trabalho é o espaço onde as
pessoas mais passam seu tempo durante o dia, o Direito
não poderia deixar de tutelá-lo. É o local onde as pessoas CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
exercem suas atividades profissionais, independentemente Direito Ambiental é direito de 3ª geração ou
de serem remuneradas ou não. A principal preocupação do dimensão. Pode se chamar dessas duas maneiras.
Estado relaciona-se à salubridade do local e à tentativa de Apesar de parecer simples, essa característica é
se evitar acidentes e doenças consequentes do exercício cobrada em diversos concursos. Portanto, lembre-se:
laboral. Existem autores que defendem que essa espécie
de meio ambiente deve ser tutelada nas normas de Direito Os direitos de 1ª geração são relacionados ao
do Trabalho e não Direito Ambiental. campo da propriedade privada, com abstenção do Estado.
São os direitos de proteção às liberdades públicas. Sendo
Para Samir Murad2 “o meio ambiente do trabalho exemplos: o direito à liberdade, à propriedade, ao voto, à
saudável e com qualidade de vida é direito de todo vida, à livre manifestação etc.
trabalhador, portanto tem forte característica de direito
transindividual ao mesmo tempo que trata de um interesse Os direitos de 2ª geração são chamados direitos
sociais, culturais e econômicos. O Estado deixa de ser um
difuso.”
simples espectador e passa a intervir para melhorar as
DICA: Meio Ambiente como Bem Jurídico condições do ser humano. Afinal essa é sua principal razão
Transversal: cabe ao Direito Ambiental disciplinar a de ser. São eles: o direito ao trabalho, à educação, à greve,
intervenção humana no meio ambiente. Qualquer à saúde etc.
intervenção no meio ambiente deve observar as Os direitos de 3ª geração são conhecidos como
normas ambientais. Por isso que o meio ambiente é direitos da solidariedade ou fraternidade, sempre voltados à
entendido como um bem jurídico transversal. proteção da coletividade. Juntamente com o Direito
Existem normas ambientais em todos os ramos Ambiental, temos o direito à comunicação, ao crescimento
jurídicos. econômico e ao desenvolvimento sustentável.

OBJETIVO DO DIREITO AMBIENTAL


FONTES DO DIREITO AMBIENTAL
O objetivo do Direito Ambiental é defender o meio
1. Fontes materiais
ambiente e a qualidade de vida da coletividade. Isso implica
dizer que esse ramo da Ciência Jurídica não procura A doutrina ambiental brasileira aponta as seguintes
simplesmente regulamentar as relações humanas que se fontes materiais:
utilizam ou que possam se utilizar dos recursos naturais, a) Movimentos Populares:
posto que sua finalidade é promover a proteção e a melhoria Por uma melhor qualidade de vida. Contra o uso da
da qualidade ambiental. Contudo, essa defesa não se dá de energia nuclear e a destinação do lixo atômico; e Contra o
maneira absoluta, mas dentro de certos padrões uso indiscriminado de agrotóxicos.
previamente estabelecidos. Contra o extermínio das baleias que gerou a
proibição mundial de caça às baleias, adotada pela
CARACTERÍSTICAS DO MEIO AMBIENTE Comissão Baleeira Internacional (IWC), com base na
"Convenção Internacional de Pesca à Baleia" (no Brasil,
Direito Ambiental é um ramo dos Direitos DIFUSOS,
decreto 73.497 17/01/94).
ou seja, com as seguintes características:

1 3
Flávio Ahmed, Cidades Sustentáveis no Brasil e sua Tutela Celso Antônio Pacheco Fiorillo, Curso de Direito Ambiental
Jurídica, Lúmen Júris, 2009, p. 16. Brasileiro, Saraiva, 2007, p. 6
2 Samir Jorge Murad, Cidades Sustentáveis no Brasil e sua

Tutela Jurídica, Lúmen Júris, 2009, p. 142.


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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 3
Como exemplo, basta citar a Lei 6938/81 (Lei da
b) Descobertas Científicas: Política Nacional do Meio Ambiente), a Lei 7347/85 (Lei da
ação Civil Pública) e a Lei 9605/98 (Lei dos Crimes
A descoberta científica de que os efeitos do CFC na
Ambientais), como diplomas extensamente utilizados no
camada de Ozônio era um dos responsáveis pelo Buraco
âmbito da legislação ordinária.
na Camada de Ozônio foi decisiva para a criação do
Protocolo de Montreal sobre as substâncias que destroem
a camada de Ozônio; c) Atos Internacionais
A descoberta da associação científica de que a Âmbito do direito internacional público e do direito
emissão excessiva de CO2 pelos carros e pela indústria constitucional.
(queima de combustível fóssil) e as queimadas intensas, Atos validamente firmados. E neste campo estão os
favorecem as chuvas ácidas e induz ao efeito estufa teve Tratados ou Convenções Internacionais, cuja ritualística de
um papel capital para que se elaborasse a Convenção formação está apontada na Constituição Federal de l988.
sobre as Mudanças Climáticas Globais e o Protocolo de Juridicamente, um ato internacional, após sua
Kyoto, este especificamente referente às emissões dos assinatura, deverá ser ratificado pelo Presidente, desde que
gases de efeito estufa. previamente autorizado pelo Congresso Nacional.
Com a carta de ratificação, o documento
c) Doutrina Jurídica: internacional passa a ser obrigatório para o Brasil e,
No campo dos princípios e estudos que organizam e alcançado o número mínimo de ratificações internacionais,
sugerem uma adequação legislativa que vai influenciar na entrará em vigor no ordenamento internacional.
elaboração das leis e na aplicação judicial das normas de Há uma gama de Convenções regionais ou mundiais
proteção ao meio ambiente. Neste sentido foi formulado o que o Brasil é signatário na área ambiental. Exemplos:
Princípio da Prevenção, o Princípio da Precaução, e outros Convenção da Biodiversidade e a Convenção-Quadro
que passaram a embasar toda uma construção legislativa sobre as Mudanças Climáticas Globais (da qual deriva o
posterior. Protocolo de Quioto, outro Tratado Internacional) como
exemplos relevantes.
2. Fontes formais No ordenamento jurídico brasileiro, a doutrina
As fontes formais referem-se ao direito positivado, constitucionalista entende que as Convenções são
normatizado. recepcionadas ao nível de lei ordinária (à exceção dos
As fontes formais são as normas produzidas pelos Tratados de Direitos Humanos, que são recepcionados
órgãos estatais. Normas limitativas e proibitivas, que como Emendas Constitucionais, conforme o Artigo 5º, § 3º,
possuem interpretação restritiva e, como visto nesse tópico, C.F./88, introduzido pela Emenda 45/2004).
qualquer ato (contrato, acordo, termo, etc.), realizado pela
Administração na área ambiental, deve ter objeto específico d) Normas administrativas originárias dos órgãos
e dentro do limite da lei ou seja, mesmo sendo bem jurídico competentes
coletivo, de interesse ao bem comum, os excessos e a
Neste âmbito, citam-se as RESOLUÇÕES do
exigência de proteção ao meio ambiente, acima dos limites
Conselho Nacional do Meio Ambiente, as quais detalham a
legais, devem ser reduzidos até o limite da legislação, para
aplicação da lei. É certo que não se caracterizaria como
que não causem lesão e outros direitos, também com
uma fonte formal típica. Entretanto, na prática, os
proteção constitucional.
detalhamentos vão muito além do que a lei claramente
Há uma diferença entre a obrigação legal e a opção normatizou.
política, bem como meios específicos de implementar cada
E nesse aspecto limitado, as RESOLUÇÕES,
uma. A primeira, com objeto, sujeito e interpretação,
PORTARIAS, INSTRUÇÕES NORMATIVAS emanadas
limitados pelo princípio da estrita legalidade.
dos órgãos ambientais competentes, cumprem uma função
normativa que tem sido relativamente aceita ou contestada,
2.1. Espécies de fontes formais vislumbrando-se uma função legislação e reveladora da
a) Constituição: norma, que a norma que lhe é superior não contém nem lhe
A Constituição Federal de 1988 é a norma superior autoriza.
interna, que preside as demais.
Quando se mencionar as principais leis ambientais, e) Jurisprudência:
serão apontados os aspectos ambientais que são ali Rigorosamente, não é uma fonte formal.
apontados nos incisos respectivos. Trata-se da reiteração de uma decisão de um
E basta mencionar que a Fonte Maior prevê no artigo tribunal, que termina firmando-se como a jurisprudência. E
225, o direito ao meio ambiente ecologicamente por esta razão é utilizada na aplicação da norma e sua
equilibrado, incumbindo ao poder público e à interpretação, sendo que, nos Tribunais Superiores,
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as existem as SÚMULAS.
presentes e futuras gerações.
As regras de competência dos entes federados é OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL
dada nos artigos 23. 24 e 30 da CF/88, dentre outras.
Objeto jurídico.
O objeto do Direito Ambiental é a harmonização da
b) Leis Ordinárias: natureza, garantida pela manutenção dos ecossistemas e
Esta fonte é a mais expressiva, pois o direito em da sadia qualidade de vida para que o homem possa se
geral e o brasileiro em particular, possui expressivas desenvolver plenamente. Restaurar, conservar e preservar
matérias ambientais tratados na lei ordinária. Como são metas a serem alcançadas através deste ramo do
referenciar, adiante se apontará os "Marcos Legislativos Direito, com a participação popular.
Ambientais", em que as principais leis ambientais e seus O objetivo da proteção do presente tipo penal é o de
conteúdos suscintos são trazidos. reprimir os atentados contra os animais. O ser humano deve

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4 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
respeitar os demais seres da natura e evitar-lhes o 04. (CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) De
sofrimento desnecessário. A crueldade avilta o homem e faz acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de meio
sofrer, desnecessariamente o animal. O objetivo da norma ambiente inclui as noções de meio ambiente
é buscar que tais fatos não se tornem rotineiros e A artificial, histórico, natural e do trabalho.
tacitamente admitidos pela sociedade.
B cultural, artificial, natural e do trabalho.
C natural, histórico e biológico.
Objeto Material.
D natural, histórico, artificial e do trabalho.
Entendido como a coisa sobre que recai a conduta
do sujeito ativo; é a noção jurídica de meio ambiente E cultural, natural e biológico.
prevista no art. 3º, inciso I, da Lei n.º 6.938/81.
Gabarito: 01/C; 02/D; 03/C; 04/B
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (NEMESIS - 2020 - Câmara de Conchal - SP - Advogado
A Política Nacional do Meio Ambiente conceitua “meio MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO
ambiente” como: FEDERAL DE 1988.
A a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o selo, o Pode-se atribuir ao art. 225, da Constituição da
subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e à flora. República de 1988, a condição de dispositivo legal mais
importante para o Direito Ambiental Brasileiro.
B um sistema integrado de elementos corpóreos e
incorpóreos formadores da vida global em todas as suas Além do art. 225 da CF/88, que trata de artigo
formas. específico de proteção ao meio ambiente, a Carta Magna
dispõe ainda de diversos outros dispositivos que abordam a
C o conjunto de condições, leis, influências e interações de questão, a exemplo do art. 170, VI, que inclui a tutela
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e ambiental enquanto princípio que rege a Ordem Econômica.
rege a vida em todas as suas formas.
Da leitura do art. 225 da Constituição, podemos
D o conjunto de normas e critérios de desenvolvimento depreender duas questões importantes: que a concepção
sustentável da vida humana, biológica e química, de meio ambiente é tida como sendo um bem comum, e que
objetivando sobrevivência do homem no universo em há um direito, ou uma expectativa de direito, das futuras
que vivemos. gerações a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
E a construção, organização e preservação de recursos Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro “consideram-
naturais nos variados ecossistemas do planeta. se bens de uso comum do povo aqueles que, por
determinação legal ou por sua própria natureza, podem ser
02. (Método Soluções Educacionais - 2019 - Prefeitura de utilizados por todos em igualdade de condições” (2003, p.
Nortelândia - MT - Advogado) Assinale a alternativa 545).
incorreta. O direito ao ambiente é, portanto, um dos direitos
A Do ponto de vista constitucional, o Direito Ambiental é fundamentais da pessoa humana, e um “importante marco
antropocêntrico, ou seja, o homem é a razão da tutela na construção de uma sociedade democrática, participativa
do meio ambiente. e socialmente solidária” (ANTUNES, 1998, p. 46).
B O meio ambiente é bem de uso comum do povo. No que tange à expectativa de direito das gerações
C O direito de propriedade é limitado, sendo que, em futuras, segundo Edith Brown (1999, p.12): “Nós
relação ao meio ambiente ele é limitado em razão da representamos as gerações passadas, mesmo que ainda
função socioambiental. tentemos obliterar o passado, porque personificamos o que
nos foi passado. Nós representamos as gerações futuras,
D Recursos Ambientais e Recursos Naturais são
porque as decisões que tomarmos hoje afetarão o bem
terminoiogias sinônimas, que designam os elementos
estar de todas as pessoas que nos sucederem e a
da natureza.
integridade e a vida na Terra que eles herdarão”.
Isto, porém, de acordo com Patrícia Silveira, trata-
03. (NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Teresina - PI - Guarda se, não de “privar a presente geração da disposição dos
Civil Municipal) Acerca da classificação do Meio bens ambientais, mas sim, de criarmos e desenvolvermos
Ambiente, marque a alternativa CORRETA. padrões de desenvolvimento sustentável” (2005, p. 234).
A Integra o Meio Ambiente Artificial o patrimônio artístico, O art. 225 da Constituição Federal estabeleceu pela
paisagístico, arqueológico, histórico e científico. primeira vez na história do direito constitucional brasileiro o
B O Meio Ambiente Cultural é constituído pelo ambiente, direito ao meio ambiente, regrando por via de
local, no qual as pessoas desenvolvem as suas consequência, no plano normativo mais elevado, os
atividades laborais, remuneradas ou não remuneradas. fundamentos do direito ambiental constitucional.
C O Meio Ambiente Artificial compreende o espaço urbano Trata-se de artigo antropocêntrico, pois trata o direito
construído, consistente no conjunto de edificações, e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como um
espaços urbanos abertos. direito fundamental da pessoa humana, como forma de
D O Meio Ambiente do Trabalho é composto pela preservar a vida e a dignidade das pessoas – núcleo
atmosfera, águas, solo e subsolo, fauna e flora e o essencial dos direitos fundamentais. Isto porque ninguém
patrimônio genético. contesta que o quadro da destruição ambiental no mundo
compromete a possibilidade de uma existência digna para
E O Meio Ambiente do Trabalho envolve tudo o que integra
a humanidade e põe em risco a própria vida humana
o Meio Ambiente Artificial e Meio Ambiente Cultural.
(Mirra apud MACHADO, 2008, p. 72).
O dever estatal geral de defesa e preservação do
meio ambiente foi repartido em deveres específicos,

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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 5
constantes do §1° e inseridos nos sete incisos que integram 7. Dever de Proteger a Fauna e a Flora: inclui-se
esse dispositivo. aqui a proteção de todos os animais
indistintamente, pois todos os seres vivos
possuem valor intrínseco.
1. O art. 225, CF/88
Já os demais parágrafos do art. 225 trazem as
Segundo José Afonso da Silva(2000, p. 112) o art.
determinações particulares, relacionando-se a objetos e
225, da Carta Magna traz três conjuntos de normas:
setores mais sensíveis, e que requerem imediata proteção
a) A norma-princípio, presente do caput, e que e direta regulamentação constitucional. É o caso da
traduz o direito ao meio ambiente Mineração (§2º), da Responsabilização Penal, Civil e
ecologicamente equilibrado; Administrativa por danos ambientais (§ 3º), da Proteção
b) Normas-instrumento, presentes no §1º e incisos, Especial das Macrorregiões (§4º), da Indisponibilidade de
e que expressam os instrumentos colocados à Terras Devolutas e de Áreas Indispensáveis à Preservação
disposição do poder público para dar efetividade Ambiental (§5º) e do Controle das Usinas Nucleares (§6º).
à norma matriz; Vários são dos dispositivos previstos na Constituição
c) Determinações Particulares, presente nos demais de 1888 que tratam do meio ambiente. Vejamos
parágrafos. Art. 23. É competência comum da União, dos
O caput do art. 225, que expressa o direito ao meio Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
ambiente ecologicamente equilibrado, erige o meio VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
ambiente como bem de uso comum do povo, e como em qualquer de suas formas;
patrimônio público que deve ser protegido e assegurado.
(...)
Faz surgir verdadeiro dever constitucional, representado
por obrigações de fazer que se expressa na defesa e Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
preservação do meio ambiente. Esta norma observa os Federal legislar concorrentemente sobre:
princípios da dignidade da pessoa humana, do direito VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
humano fundamental, da equidade, da isonomia, do natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
desenvolvimento sustentável e do exercício da cidadania. do meio ambiente e controle da poluição;
Já o §1º e incisos trazem os deveres específicos do VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,
poder público na tutela do meio ambiente, que incluem: ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
1. Dever de Preservação e Restauração dos histórico, turístico e paisagístico;
Processos Ecológicos Essenciais e Promoção do (...)
Manejo Ecológico das Espécies: trata-se de Art. 129. São funções institucionais do Ministério
obrigação do Poder Público no sentido de Público:
preservação dos processos ecológicos e das
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública,
espécies a fim de conservá-los.
para a proteção do patrimônio público e social, do meio
2. Dever de Preservação da Biodiversidade e ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Controle das Entidades de Pesquisa e
(...)
Manipulação de Material Genético: significa
reconhecer, inventariar e manter o leque de Art. 170. A ordem econômica, fundada na
diferentes organismos vivos, pois quanto maior a valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
variedade de espécies maiores serão as fim assegurar a todos existência digna, conforme os
possibilidades de vida. ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
3. Dever de Definir os Espaços Territoriais
Especialmente Protegidos: diz respeito a “uma VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante
área sob regime especial de administração, com tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
o objetivo de proteger os atributos ambientais produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
justificadores do seu reconhecimento e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
individualização pelo poder público”. 19.12.2003)
4. Dever de Exigir a Realização de Estudo de Art. 186. A função social é cumprida quando a
Impacto Ambiental: trata-se de um dos mais propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
importantes instrumentos de proteção do meio critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
ambiente, já que destinado à prevenção de seguintes requisitos:
danos. II - utilização adequada dos recursos naturais
5. Dever de Controlar a Produção, a disponíveis e preservação do meio ambiente;
Comercialização e o emprego de Técnicas, Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além
Métodos e Substâncias que Comportem Risco de outras atribuições, nos termos da lei:
para a vida, a qualidade de vida e o Meio VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
Ambiente: preceito que autoriza ao Poder compreendido o do trabalho.
Público interferir nas atividades econômicas
CAPÍTULO VI
privadas a fim de impedir práticas danosas à
saúde da população e ao meio ambiente como DO MEIO AMBIENTE
um todo. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
6. Dever de Promover a Educação Ambiental e a ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
Conscientização Pública para a Preservação do essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Meio Ambiente: existe inclusive uma Política Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/99), lo para as presentes e futuras gerações.
que estabelece a educação ambiental como § 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbência do Poder Público na promoção da incumbe ao Poder Público:
cidadania.

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6 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
ecossistemas; RELACIONADAS AO DIREITO AMBIENTAL.
II - preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades A Constituição Federal de 1988 cria uma federação
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; com três níveis de governo: federal, estadual e municipal.
Dentro deste modelo, aparentemente descentralizador, a
III - definir, em todas as unidades da Federação,
Carta Magna estabelece um complexo sistema de
espaços territoriais e seus componentes a serem
repartição de competências legislativas e executivas. É
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
justamente neste particular que reside uma das questões
permitidas somente através de lei, vedada qualquer
mais conflitantes do direito ambiental: a divisão de
utilização que comprometa a integridade dos atributos que
competências entre os diferentes entes da federação em
justifiquem sua proteção;
matéria de legislação e execução de políticas ambientais.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra
Preceitos de competência privativa, concorrente e
ou atividade potencialmente causadora de significativa
suplementar ao mesmo tempo em que são elucidados pelo
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
texto constitucional, se sobrepõem e geram incertezas
ambiental, a que se dará publicidade;
práticas, constituindo-se muitas vezes em obstáculos de
V - controlar a produção, a comercialização e o difícil transposição no campo processual. Infelizmente, a
emprego de técnicas, métodos e substâncias que consequência nefasta de um sistema de competências
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio confuso pode acarretar em irreparável dano ao meio
ambiente; ambiente.
VI - promover a educação ambiental em todos os Competência: Por competência entende-se a
níveis de ensino e a conscientização pública para a capacidade – legitimidade para gerir determinado assunto,
preservação do meio ambiente; quer seja legislando, fiscalizando, materializando atos,
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da exercendo poder de polícia, judicando etc.
lei, as práticas que coloquem em risco sua função Em matéria ambiental estuda-se a competência
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam material (administrativa), a competência legislativa e a
os animais a crueldade. competência jurisdicional. Em matéria ambiental estuda-
VIII - manter regime fiscal favorecido para os se a competência material (administrativa), a competência
biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma de legislativa e a competência jurisdicional.
lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior
à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir
diferencial competitivo em relação a estes, especialmente
em relação às contribuições de que tratam a alínea "b" do
inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao
imposto a que se refere o inciso II do caput do art. 155 desta
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 123, de
2022)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
1. Competência Material
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas
A competência para a defesa administrativa do meio
ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ambiente é, por sua vez, comum.
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos Assim, todos os entes podem e devem exercer a
causados. fiscalização das atividades e obras que podem causar
danos ao meio ambiente. Inclusive um ente poderá utilizar
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata
normas legais de outro para efetivar essa fiscalização e,
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a
consequentemente, aplicar uma possível punição.
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem Nossa Carta Magna dispõe:
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso Art. 23. É competência comum da União, dos
dos recursos naturais. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou VI - proteger o meio ambiente e combater a
arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, poluição em qualquer de suas formas;
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear
deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o Por conta de essas competências serem definidas
que não poderão ser instaladas. dessa forma na Constituição Federal, é que temos caso de
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII atividades serem licenciadas por órgãos estaduais e serem
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas embargadas pelo órgão federal ou, ainda, atividades serem
desportivas que utilizem animais, desde que sejam licenciadas pelos municípios e o órgão estadual vir e
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta impedir seu funcionamento, por exemplo. No caso de dois
Constituição Federal, registradas como bem de natureza autos, prevalecerá o do órgão competente para licenciar a
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, atividade.
devendo ser regulamentadas por lei específica que O contrário também pode acontecer, ou seja, nada
assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela impede de um órgão municipal embargar uma atividade
Emenda Constitucional nº 96, de 2017) licenciada pelo órgão federal, desde que os interesses

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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 7
locais do município estejam sendo desrespeitados em Segundo disposição constitucional, cabe ao poder público e
matéria ambiental. à coletividade, enquanto titular do direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.
Resumindo:

Objetivo Espécie Fundamento 03. (IBFC - 2021 - SEAP-PR - Agente Profissional -


Constitucional Químico) A Emenda Constitucional n° 96 de 2017 incluiu
o parágrafo §7° ao artigo 225 da Constituição Federal
Competência de 1988, dispondo o que se enquadraria como práticas
para Legislar Concorrente Artigos 24, I, VI que coloquem em risco sua função ecológica,
sobre Meio e 30, I e II provoquem a extinção de espécies ou submetam os
Ambiente animais a crueldade. Sendo assim, o supracitado
dispositivo determina que:
Competência Comum a Art. 23, VI e VII
para Proteger o todos os “_____as práticas desportivas que utilizem animais, _____,
Meio Ambiente Entes registradas como bem de natureza imaterial integrante
do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
regulamentadas por lei específica que _____ dos
animais envolvidos”.
2. Competência Legislativa
Assinale a alternativa que preencha correta e
A competência para criar leis ambientais, no Brasil, respectivamente as lacunas.
é concorrente.
A Não se consideram cruéis / desde que sejam
Essa “concorrência” não significa uma situação manifestações culturais / assegure o bem– estar
análoga à disputa comercial a qual estamos acostumados a
B São consideradas cruéis / a não ser que sejam
presenciar, mas significa complementariedade. À União
manifestações culturais / não permita a matança
caberá criar as normas de interesse geral e aos Estados e
ao Distrito Federal suplementar (complementar) essas C São importantes / consideradas como expressão da
normas. cultura regional / cuide
A Constituição Federal assim dispõe: D São vedadas / podendo ser aceitas de forem mero
entretenimento / garanta a proteção
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: E Não são aceitas / mas podem ser consideradas se forem
entretenimento / atue na defesa
VI - florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e 04. (FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor
controle da poluição; Jurídico Legislativo) No tocante à proteção
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, constitucional do meio ambiente, considere:
artístico, turístico e paisagístico; I. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
VIII - responsabilidade por dano ao meio recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de solução técnica exigida pelo órgão público competente,
valor artístico, estético, histórico, turístico e na forma da lei.
paisagístico; II. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
Portanto, resta claro que existem normas Federais, ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
Estaduais e até Municipais de tutela do Meio Ambiente, jurídicas, a sanções penais e administrativas,
como iremos ver adiante, pois: independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
Art. 30. Compete aos Municípios:
III. São disponíveis as terras devolutas ou arrecadadas
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
pelos Estados, por meio de ações discriminatórias,
II - suplementar a legislação federal e a necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
estadual no que couber;
IV. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter
sua localização definida em lei federal, sem o que só
QUESTÕES DE CONCURSOS poderão ser instaladas por autorização excepcional dos
Estados membros em que se encontrem.
01. (FEPESE - 2020 - Prefeitura de Itajaí - SC - Advogado)
V. Para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente
Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de
ecologicamente equilibrado, incumbe ao Poder Público,
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
entre outros deveres, preservar a diversidade e a
vida.
integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar
Esse direito está explicitamente previsto: as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
A Na Lei Ambiental. material genético.
B Na Lei de Resíduos. Está correto o que se afirma APENAS em
C Em todas as Constituições Federais. A I, II e III.
D Na Constituição Federal vigente. B III, IV e V.
E No Código Ambiental. C II, IV e V.
D I, III e IV.
02. (CESPE / CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário E I, II e V.
Federal - Curso de Formação - 3ª Turma - 2ª Prova)
Com base nas disposições da Constituição Federal de
05. (CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de
1988 e do Código Florestal, julgue o item a seguir.
Entrância Inicial) Com relação ao tratamento

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8 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
constitucional dado à questão ambiental, é correto Alternativas
afirmar que a Constituição Federal de 1988 A Apenas os itens I e II estão corretos.
A prevê a preservação do meio ambiente ecologicamente B Apenas os itens II e III estão corretos.
equilibrado como dever apenas de parte da coletividade
C Apenas os itens II e IV estão corretos.
e obrigação do poder público.
D Todos os itens estão corretos.
B confere juridicidade ao valor ético da alteridade,
objetivando uma pretensão universal de solidariedade
social, ao tratar das gerações futuras e dos animais 08. (NUCEPE - 2019 - Prefeitura de Timon - MA - Guarda-
como sujeitos de direito. Civil Municipal) De acordo com a Constituição Federal
C estabelece que o meio ambiente ecologicamente de 1988, para fins de assegurar a efetividade do direito
equilibrado é não só um direito, mas também um dever ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao
de toda a coletividade e do poder público. Poder Público, EXCETO:
D reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente Alternativas
equilibrado, um direito fundamental de segunda A proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
geração, segundo a jurisprudência do STF. práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
E estabelece que o direito ao meio ambiente provoquem a extinção de espécies ou submetam os
ecologicamente equilibrado corresponde ao princípio do animais a crueldade.
desenvolvimento sustentável, com suas facetas cultural, B promover a educação ambiental em todos os níveis de
social e econômica. ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente.
06. (AMEOSC - 2019 - CONDER - SC - Engenheiro C preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
Agrônomo) Todos têm direito ao meio ambiente genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do pesquisa e manipulação de material genético.
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se D preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e prover o manejo ecológico das espécies e
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ecossistemas.
Segundo a constituição federal para assegurar a E exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
efetividade desse direito, o poder público tem algumas atividade potencialmente causadora de significativa
incumbências. Assinale a alternativa correta que degradação do meio ambiente, estudo prévio de
representa uma delas: impacto ambiental, o qual será mantido em sigilo.
A Controlar a produção e o emprego de técnicas e
substâncias que comportem risco alto para a vida, a 09. (Método Soluções Educacionais - 2019 - Prefeitura de
qualidade de vida e o meio ambiente. Planalto da Serra - MT - Procurador Jurídico) Acerca do
B Promover a educação ambiental em todos os níveis de Direito Ambiental assinale a alternativa incorreta.
ensino e a conscientização pública para a preservação A O art. 225 da CF/88, ao dizer que “o Meio Ambiente
do meio ambiente. ecologicamente equilibrado" é bem de uso comum do
C Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio povo, está prevendo que este direito é um direito difuso
genético do País e fiscalizar as entidades de de toda a coletividade;
manipulação de material genético, exceto quando B A CF/88 fixa o direito ao “Meio Ambiente ecologicamente
ocorre atividade de pesquisa. equilibrado" como um direito Intergeracional;
D Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais C Ao sistema único de saúde compete, além de outras
e prover somente o manejo ecológico dos ecossistemas. atribuições, nos termos da lei, colaborar na proteção do
meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
07. (AMEOSC - 2019 - CONDER - SC - Engenheiro Civil) D Devido aos anseios de grupos que consideram animais
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente objetos de proteção do Direito, a Constituição Federal
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à passou a considerar cruéis as práticas desportivas que
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e utilizem animais, mesmo que sejam manifestações
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para culturais.
as presentes e futuras gerações. Para assegurar a
efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
10. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de
I. Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais Uberlândia - MG - Fiscal de Meio Ambiente) Segundo a
e prover o manejo ecológico das espécies e Constituição Federal, todos têm direito a um meio
ecossistemas; ambiente equilibrado e cabe ao poder público e a toda
II. Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio comunidade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à sobrevivência da geração atual e das futuras.
pesquisa e manipulação de material genético; Com relação à garantia da efetividade do direito ao meio
III. Definir, em todas as unidades da Federação, espaços ambiente, que cabe ao poder público, assinale a
territoriais e seus componentes a serem especialmente alternativa incorreta.
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas A O poder público tem a incumbência de preservar e
somente através de lei, vedada qualquer utilização que restaurar os processos ecológicos essenciais, além de
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem prover o manejo ecológico das espécies e
sua proteção; ecossistemas.
IV. Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou B Cabe ao poder público preservar a diversidade e a
atividade potencialmente causadora de significativa integridade do patrimônio genético do país, bem como
degradação do meio ambiente, estudo prévio de fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
impacto ambiental, a que se dará publicidade. manipulação de material genético.
Dos itens acima:

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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 9
C Cabe ao poder público promover a educação ambiental saúde, assim como o direito do homem de viver em um
no Ensino Superior e deixar os outros níveis de ambiente não poluído, conforme se extrai do Princípio 1 da
escolarização a critério das diretrizes curriculares do Declaração de Estocolmo de 1972:
Ensino Básico. “O homem tem o direito fundamental à liberdade, à
D O poder público tem a incumbência de controlar a igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas,
produção, a comercialização e o emprego de técnicas, em um meio ambiente de qualidade tal que permita levar
métodos e substâncias que oferecem risco para a vida, uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador solene da
a qualidade de vida e o meio ambiente. obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as
gerações presentes e futuras.”
Gabarito: 01/D; 02/C; 03/A; 04/E; 05/C; 06/B; 07/D; 08/E;
09/D; 10/C Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio
Ambiente Sadio:
O Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL. Sadio tem berço no art. 225, caput da Constituição da
República. Este princípio busca garantir a utilização
Esses princípios estão dispostos na Constituição contínua e sustentável dos recursos naturais que, apesar de
Federal Brasileira, bem como em Tratados Internacionais. poderem ser utilizados, carecem de proteção para que
Como o Direito Ambiental é uma disciplina relativamente também estejam disponíveis às futuras gerações. Para
nova e sua cobrança em concursos é mais recente ainda, tanto é necessário que as atuais gerações tenham o direito
esses princípios são muito cobrados. Vale ressaltar que de não serem postas em situações de total desarmonia
eles (os princípios) é que dão autonomia a essa disciplina. ambiental.
Também se deve observar que há um tratamento Temos o direito de viver em um ambiente sadio e
diferenciado dos doutrinadores em relação aos princípios. livre de poluição sobre qualquer das formas, sem que
Alguns autores elencam um número maior, outros nem sejamos postos diante de situações que acarretem
tanto. Há autores que mudam os nomes de princípios, prejuízos à qualidade de vida, em razão de posturas
contudo a definição para alcançar seus objetivos você pode contrárias aos dogmas de preservação do meio ambiente.
ter agora: Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito
Ambiental, tanto no âmbito nacional, como no internacional.
Princípio da supremacia e indisponibilidade do Na Conferência do Rio, realizada em 1992 da
interesse público Cidade do Rio de Janeiro, o Princípio do Direito Humano ao
Meio Ambiente Sadio foi reconhecido como o direito dos
Imaginar que o meio ambiente não interfere na vida
seres humanos a uma vida saudável e produtiva, em
da sociedade é o mesmo que afirmar erroneamente que não harmonia com a natureza.
há qualquer relação entre os músculos e os ossos de um
O Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio
ser humano. Os dois convivem sob uma íntima relação de
Ambiente Sadio deve ser interpretado como a necessidade
dependência e ajuda recíproca. O ser humano, a partir de de o Estado focar suas ações em medidas de preservação,
sua capacidade de adaptação, de seu instinto de apenas acolhendo subsidiariamente outras medidas de
sobrevivência, de seus interesses, necessidades e repressão ou de recomposição dos prejuízos ambientais.
caprichos, modifica, melhora e degrada o meio ambiente.
No entanto, não se pode permitir que o homem degrade ou
Princípio da função socioambiental da propriedade, do
polua a natureza de forma incondicional e desregrada, pois
desenvolvimento sustentável
o meio ambiente tem caráter coletivo, in verbis:
Com o advento da Constituição Federal de 1988, a
Art.22 da Constituição Federal de 1988 - Todos
propriedade passou a ter seu uso condicionado ao bem-
têm direito ao meio ambiente ecologicamente
estar social e a ter assim uma função social e ambiental,
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
conforme consta dos seus arts. 5º, XXIII, 170, III e 186, II.
à sadia qualidade devida, impondo-se ao Poder
Por isso, não só para o Direito Ambiental, o uso da
Público e à coletividade o dever de defende-lo e
propriedade só pode ser concebido se respeitada sua
preserva-lo para as presentes e futuras gerações.
função sócioambiental.
A Constituição vai mais adiante, restringe a atuação
Entretanto, o uso da propriedade não poderá ser
do homem, dando parâmetros para seu desenvolvimento
degradante às gerações futuras, mesmo que seja
quando fala que a ordem econômica, fundada na
compatível com os interesses e necessidades da geração
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
contemporânea, visto que o meio ambiente é um bem
fim assegurar a todos existência digna, conforme os
indisponível e do uso comum, não pertencendo a ninguém
ditames da justiça social, observado o princípio da defesa
de forma particular, mas a sociedade como um todo. Por
do meio ambiente (art.170 da CF/88). Portanto a defesa do
isso, não tem a sociedade contemporânea o direito de privar
meio ambiente, intrínseco interesse público, é ao mesmo
as gerações futuras de um bem indispensável à vida
tempo direito e obrigação da coletividade, sendo que o
humana e, principalmente, impor ao mundo um fim que
Estado não poderá se omitir de tal obrigação,
poderia ser prevenido.
caracterizando assim sua indisponibilidade.

Princípio do Desenvolvimento Sustentável ou


Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:
Desenvolvimento Sustentado
Afirma Antunes, que a dignidade da pessoa humana
É o mais cobrado nas provas porque é
é o centro da ordem jurídica democrática, do qual decorrem
intrinsecamente ligado ao Direito Ambiental. Desde 1972,
os demais subprincípios constitucionais ou setoriais, e
em Estocolmo, na Conferência Mundial de Meio Ambiente,
fundamentam o próprio direito. Bem verdade que o exato
foi utilizada essa nomenclatura. Você verá como existem
significado de “dignidade da pessoa humana” ainda está em
construção, mas certamente inclui o direito à liberdade, à
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10 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
questões que cobram essa matéria, bem como há farta Vale ressaltar que, no Brasil, a Lei Nº. 6.938, de
jurisprudência sobre esse assunto específico. 31.8.1981, nomeada como Política Nacional do Meio
Esse princípio está previsto no caput do Art. 225 da Ambiente, em seu artigo 4º, VII, dispõe que essa política, ou
Constituição Federal, veja: seja, a de tutela do meio ambiente, visará à imposição, ao
usuário, da contribuição pela utilização de recursos
Constituição Federal:
ambientais com fins econômicos, bem como à imposição ao
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum indenizar os danos causados.
do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
Muitas vezes esse princípio foi interpretado de forma
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
equivocada, traduzindo uma possível permissão para se
dever de defendê-lo e preservá-lo para as
poder poluir. Sobre esse assunto, especificamente, Celso
presentes e futuras gerações.
Fiorillo assim afirma:
Provavelmente, todas as vezes que existir essa
Não traz como indicativo “pagar para poder
expressão: “presentes e futuras gerações” o enunciado
poluir“, “poluir mediante pagamento” ou “pagar
estará relacionando-se a este princípio.
para evitar a contaminação”. Não se podem buscar
O Princípio do Desenvolvimento Sustentável afirma através dele formas de contornar a reparação do
que o desenvolvimento da sociedade, no que se refere ao dano, estabelecendo-se uma liceidade para o ato
crescimento econômico, populacional, entre outros, deve poluidor, como se alguém pudesse afirmar: “poluo,
permitir que as gerações vindouras (nossos filhos e netos) mas pago”. O seu conteúdo é bastante distinto.
também possam ter acesso aos recursos naturais que são Podemos identificar no princípio do poluidor-
imprescindíveis a este crescimento. pagador duas órbitas de alcance: a) busca evitar a
Expressando-se de forma mais simples, por esse ocorrência de danos ambientais (caráter
princípio a humanidade, através de seus representantes, preventivo); e b) ocorrido dano, visa sua reparação
deve crescer e desenvolver-se de modo que as gerações (caráter repressivo). (FIORILLO, 2009b)
futuras também possam ter atendidas suas necessidades Sobre o Princípio do Usuário Pagador o mesmo
vitais básicas e possam, também, crescer e desenvolver-se. autor afirma que esse princípio guarda mais um conteúdo
Observe que esse princípio é muitas vezes utilizado voltado para a educação ambiental do que propriamente
pelo Poder Judiciário para embargar obras ou atividades, para os critérios organizadores da responsabilização por
mas ele de nenhuma maneira tem por objetivo estagnar o danos causados ao meio ambiente. (FIORILLO, 2009c)
desenvolvimento ou o crescimento social. Já o Princípio do Usuário Pagador, conforme Antônio
Beltrão é:
O Poluidor Pagador e o Usuário Pagador Consiste na cobrança de um valor econômico
O Princípio do Poluidor Pagador é um dos mais pela utilização de um bem ambiental.
importantes e polêmicos da seara ambiental, especialmente Diferentemente do princípio do poluidor-pagador,
porque está relacionado diretamente com questões que tem uma natureza reparatória e punitiva, o
financeiras, sempre elevando os gastos de investimentos princípio do usuário-pagador possui uma natureza
ou custos da produção de um empreendedor. Em tempos meramente remuneratória pela outorga do direito
de crise econômica, como os atuais, suas tratativas sempre de uso de um recurso natural. Não há ilicitude,
são delicadas. infração. (BELTRÃO, 2009b)
Tratando desse tema, o Procurador do estado de Na mesma linha de entendimento segue Édis Milaré
Pernambuco, Antônio Figueredo Guerra Beltrão, defende: quando afirma em sua obra que:
Pode-se afirmar que toda poluição gera um O princípio não objetiva, por certo, tolerar a
custo ambiental para a sociedade. O princípio do poluição mediante um preço, nem se limita apenas
poluidor-pagador consiste no dever do poluidor a compensar os danos causados, mas sim,
de pagar por este custo ambiental, seja de forma precisamente, evitar o dano ao ambiente. Trata-se
preventiva, por meio de investimentos em do princípio poluidor-pagador (poluiu paga os
tecnologia e de outros mecanismos, seja por danos), e não pagador-poluidor (pagou então pode
meio de medidas reparadoras, quando o dano poluir). (MILARÉ, 2009b)
ambiental já ocorreu. (BELTRÃO, 2009) Em relação à incidência do princípio, Maria Luiza
Através desse entendimento, as pessoas, seja física Machado Granziera afirma que:
ou jurídica, que causem alguma espécie de poluição, O princípio poluidor pagador, então, incide em
independentemente de serem de direito público ou privado, duas órbitas: (1) no conjunto de ações voltadas à
devem pagar os custos das medidas que sejam necessárias prevenção do dano, a cargo do empreendedor, e
para eliminar a contaminação causada por elas ou o (2) na sua responsabilidade administrativa, penal e
necessário para reduzi-la ao limite fixado pelos padrões ou civil pela eventual ocorrência de dano, conforme
medidas equivalentes que assegurem a qualidade de vida, determina o § 3º do art. 225 da Constituição
especialmente os fixados pelo Poder Público competente. Federal e legislação infraconstitucional.
O § 3º do Art. 225 da Constituição Federal Brasileira (GRANZIERA,2009)
também prevê esse princípio: A mesma autora, diferenciando os dois princípios,
§ 3º As condutas consideradas lesivas ao meio continua afirmando que “o do Usuário Pagador refere-se ao
ambiente sujeitarão aos infratores, pessoa físicas uso autorizado de um recurso ambiental, observadas as
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, normas vigentes, inclusive os padrões legalmente fixados.
independentemente da obrigação de reparar os A título de exemplo, a cobrança pelo uso de recursos
danos causados. hídricos, prevista no art.19 da Lei n º 9.433/97.”
Para Aloísio Pereira Neto, “quem polui tem que arcar (GRANZIERA, 2009b)
com todas as despesas de prevenção da poluição ou gastos
com diminuição da poluição causada por suas atividades.
Esse princípio não legitima a poluição a qualquer preço.”

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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 11
Princípios da Prevenção e Precaução Princípio da participação, da cooperação nacional e
São, juntamente com os dois princípios anteriores, internacional
uns dos quatro mais importantes para essa matéria em nível Como o direito a um meio ambiente sadio é
de concursos. Na verdade, podem ser divididos, apesar da obrigação também da coletividade, esta tem inúmeras
maioria dos doutrinadores utilizarem como se fosse formas de defender seus interesses. A participação,
somente um princípio. consequência natural da cidadania, é prevista das mais
A Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio diversas formas e em vários diplomas legais, por exemplo:
Ambiente dispõe em seu Princípio 15:
- na elaboração de leis; nas políticas públicas
“Para proteger o meio ambiente medidas de através de audiências públicas e no controle jurisdicional
prevenção devem ser largamente aplicadas pelos
através de medidas judiciais como ação civil pública,
Estados segundo suas capacidades. Em caso de
risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e
de certeza científica absoluta não deve servir de ação popular. Não só no âmbito individual deve existir essa
pretexto para procrastinar a adoção de medidas participação para a concreção da Política nacional do meio
efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente, as autoridades públicas também terão que
ambiente.” participar, na medida de suas competências e atribuições,
Constituição Federal - Art. 225. Todos têm cooperando para que a preservação ambiental seja uma
direito ao meio ambiente ecologicamente realidade no âmbito nacional e internacional.
equilibrado, bem de uso comum do povo e Sendo a proteção do ambiente um interesse coletivo
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se e a amplitude da repercussão do possível dano ambiental
ao Poder Público e à coletividade o dever de incalculável, é imprescindível a cooperação entre os direta
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e e indiretamente relacionados com o objeto a ser
futuras gerações. preservado, ou seja: todas as esferas do governo nacional,
Apesar de serem sinônimos na língua portuguesa, a sociedade, organizações internacionais e Estados
prevenção e precaução foram tratados distintamente pelo estrangeiros.
Direito Ambiental.
Pelo Princípio da Prevenção – há uma certeza dos
impactos -, ocorrendo uma análise prévia dos impactos que Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal
uma atividade ou empreendimento possam causar aos Princípio também ancorado no art. 225 da CF vem
bens ambientais, é possível modificar o projeto, concretizar enfatizar o caráter público da necessidade de um meio
sua realização, não causando danos ao meio ambiente. ambiente ecologicamente equilibrado, enquadrando as
Já o Princípio da Precaução – não há normas ambientais como de ordem pública que devem ser
conhecimento dos fatos - visa dar proteção ao meio observadas obrigatoriamente por todos, Poder Público e
ambiente para as presentes e futuras gerações. Por este sociedade. No art. 2º da Lei nº 6.938/81, o legislador
Princípio não se deve licenciar uma atividade toda vez que estabeleceu que o Poder Público deve ter uma Política
não se tenha certeza de que ela não vai causar danos Nacional do Meio Ambiente justamente para direcionar e
irreversíveis ao ambiente. organizar essa sua função obrigatória de proteger a
natureza, assegurando condições ao desenvolvimento
Princípio da Participação cominitária sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à
Por esse princípio temos que TODOS devem agir em proteção da dignidade da vida humana.
prol do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Não pode a Administração Pública omitir-se de
O princípio da participação comunitária, que não é adotar certas medidas de sua competência para proteger o
exclusivo do Direito Ambiental, expressa a ideia de que para meio ambiente, sob pena de responsabilidade civil por
a resolução dos problemas do ambiente deve ser dada omissão e criminal pelo tipo de prevaricação. Uma das
especial ênfase à cooperação entre o Estado e a sociedade, maneiras que o Poder Público pode intervir na preservação
através da participação dos diferentes grupos sociais na do meio ambiente é com a educação ambiental (art. 225,
formulação e na execução da política ambiental. §1º da CF/88). Com ela, o Poder Público, em todos os níveis
De fato, é fundamental o envolvimento do cidadão de ensino, poderá informar como o meio ambiente pode ser
no equacionamento e implementação da política ambiental, utilizado sem que haja sua degradação irreversível, quais
dado que o sucesso desta supõe que todas as categorias os habitats que nunca poderão ser alvos da atividade
da população e todas as forças sociais, conscientes de suas
humana, os modos de preservação da natureza,
responsabilidades, contribuam à proteção e melhoria do
conscientizando a sociedade para a preservação do meio
ambiente, que, afinal, é bem e direito de todos. Exemplo
concreto deste princípio são as audiências públicas em ambiente.
sede de estudo prévio de impacto ambiental.
A participação comunitária na tutela do meio Princípio da Informação e da Notificação
ambiente foi objeto do Princípio 10 da Declaração do Rio de Por esse princípio todos têm o direito a serem
1992. No Brasil, o princípio vem contemplado no art. 225, informados acerca de seus processos e procedimentos que
caput, da Constituição Federal, quando ali se prescreve ao tramitam relacionados ao meio ambiente.
Poder Público e à coletividade o dever de defender e A Política Nacional de Meio Ambiente dispõe:
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras
gerações. O direito à participação pressupõe o direito de Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos
informação e está intimamente ligado ao mesmo. É que os Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
cidadãos com acesso à informação têm melhores Municípios, bem como as fundações instituídas pelo
condições de atuar sobre a sociedade, de articular mais Poder Público, responsáveis pela proteção e
eficazmente desejos e ideias e de tomar parte ativa nas melhoria da qualidade ambiental, constituirão o
decisões que lhes interessam diretamente. Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,
assim estruturado:

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12 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e 4. O Princípio do Poluidor Pagador não dá
locais mencionados neste artigo deverão fornecer os direito a ninguém, nem mesmo a nação mais rica do
resultados das análises efetuadas e sua planeta a poluir sem qualquer controle.
fundamentação, quando solicitados por pessoa 5. No nível das questões de concursos
legitimamente interessada. analisadas, O Princípio da Prevenção ou Precaução
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e é tratado como se fosse a mesma coisa, contudo se
funcionamento de estabelecimentos e atividades você for aprofundar seus estudos nessa matéria verá
utilizadoras de recursos ambientais, considerados que há diferenças entre esses termos.
efetiva e potencialmente poluidores, bem como os 6. Esses princípios do Direito Ambiental são
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação muito utilizados nos julgamentos dos tribunais,
ambiental, dependerão de prévio licenciamento de especialmente dos superiores.
órgão estadual competente, integrante do Sistema
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Princípio da capacidade de suporte
Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, O princípio tem assento no inciso V, do § 1º do art.
sem prejuízo de outras licenças exigíveis. 225 da CF/88. O seu principal aspecto é estabelecer
§ 1º - Os pedidos de licenciamento, sua padrões de qualidade ambiental e limites da atividade
renovação e a respectiva concessão serão poluidora pela Administração Pública. Referidos padrões
publicados no jornal oficial do Estado, bem como em devem necessariamente levar em consideração o limite de
um periódico regional ou local de grande circulação. matéria ou energia estranha que o ambiente pode suportar
Para Antônio Beltrão4 “para que a oportunidade para sem alterar suas características básicas e essenciais. A
participação pública seja efetiva, faz-se fundamental que a Administração Pública tem a obrigação de fixar padrões em
administração pública assegure previamente ao público em tudo que possa implicar prejuízo aos recursos ambientais e
geral o direito de acesso a todas as informações, dados e à saúde humana. A fixação destes limites estabelece uma
estudos existentes relativos ao tema em análise”. presunção que permite à Administração impor
coercitivamente as medidas necessárias para que se evite
Ressalta-se que o Art. 220 da Constituição Federal a poluição e a degradação.
preserva a liberdade de informar e o direito de ser
informado.
Princípio da responsabilidade, do poluidor-pagador,
compensação e reparabilidade do dano ambiental
Princípio da Educação Ambiental:
Segundo o art. 225, §3º da CF/88, “as condutas e
A educação ambiental ainda é a grande esperança
por uma mudança de atitude. atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
sanções penal e administrativa, independentemente da
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, obrigação de reparar os danos causados”. A
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o responsabilidade pelo dano ambiental foi regulada pela Lei
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 9.605/98, que trata dos crimes ambientais, bem como pela
e futuras gerações. Lei 6.938/81, que trata da responsabilidade objetiva do
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, degradador. Porém seria inócuo tal princípio se somente
incumbe ao Poder Público: definisse o responsável pela conduta sem penaliza-lo.
VI - promover a educação ambiental em todos os Assim, o princípio reparabilidade é corolário do princípio da
níveis de ensino e a conscientização pública para a responsabilidade. Exemplo do princípio da reparabilidade
preservação do meio ambiente. pode-se citar o art. 4º, VII, da Lei 6.938/85 que obriga ao
Ainda existe a Lei nº. 9.795/99 que é a Política poluidor e ao predador a obrigação de recuperar e/ou
Nacional de Educação Ambiental. indenizar os danos causados, surgindo então o princípio do
poluidor-pagador, na qual se defende que independente de
Deve-se ter em mente que não se estuda meio
ambiente dissociado de outras disciplinas, pelo contrário. culpa ou dolo, o poluidor é obrigado a indenizar e reparar os
Ao estudar outras matérias, o aluno deve ser estimulado a danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados
discutir e tratar a temática ambiental dentro de sua vida por sua atividade, arcar com os custos direitos e indiretos
diária. de medidas preventivas e de controle da poluição.
DICAS: Embora não expressamente previsto na legislação,
1. São enormes as chances de surgirem o princípio da compensação surgiu como necessidade de
questões que tratam desses princípios, seja qual for se encontrar uma forma de reparação do dano ambiental,
o concurso. principalmente quando irreversível. Procura-se amenizar os
2. Os quatro primeiros princípios danos causados ao meio ambiente com medidas que
(Desenvolvimento Sustentável, Poluidor Pagador, possam contrabalançar tal dano com ações positivas de
Prevenção e Precaução) são os mais cobrados e preservação, por exemplo: o aterro irreversível de uma
relacionados à temática ambiental atual. lagoa onde há vida selvagem pode ser compensado com
3. Quando se falar em gerações atuais e medidas de proteção efetiva em um lugar similar, ou mesmo
futuras provavelmente está sendo discutido o a restauração de uma outra lagoa próxima ou, segundo o
Princípio do Desenvolvimento Sustentável. art. 8º, da Lei 6.938/81, compete ao CONAMA, entre outras
coisas, homologar acordos visando à transformação de
penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas

4 Antônio Figueredo Guerra Beltrão, Curso de Direito Ambiental,


Ed. Método, 2009, p. 40.
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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 13
de interesse para a proteção ambiental. A isso se chama ambientais e obter informações dos órgãos públicos
medida compensatória. sobre matéria referente à defesa do meio ambiente e de
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais e
que tenham significativas repercussões sobre o
QUESTÕES DE CONCURSOS ambiente, resguardado o sigilo industrial.
01. (VUNESP - 2022 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas C O princípio da capacidade de suporte materializa-se no
e de Registros - Provimento direito ao desenvolvimento sustentável, que se encontra
Acerca dos princípios fundamentais do direito ambiental, presente em diferentes textos normativos nacionais e
assinale a alternativa correta. internacionais. Há, evidentemente, uma zona de fricção
entre o princípio da capacidade de suporte e o chamado
A O princípio da solidariedade intergeracional comete ao
princípio da precaução.
Poder Público, com exclusividade, o dever de defender
e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras D Pelo princípio da responsabilidade, os aplicadores da
gerações. política ambiental e do Direito Ambiental devem pesar
as consequências previsíveis da adoção de uma
B O princípio “poluidor-pagador” impõe ao poluidor o dever
determinada medida, de forma que esta possa ser útil à
de prevenir a ocorrência de danos ambientais e de
comunidade e não importar gravames excessivos aos
repará-los quando decorrentes de sua conduta, de
ecossistemas e à vida humana. Assim, deve ser
modo a impedir a socialização dos ônus e a privatização
realizado um balanço entre as diferentes repercussões
dos bônus da atividade econômica.
do projeto a ser implantado.
C O princípio da natureza pública da proteção ambiental
determina ao Estado a realização de esforços para
alcançar o equilíbrio dinâmico dos sistemas 04. (CESPE / CEBRASPE - 2022 - IBAMA - Analista
socioambientais para não vulnerar a função social da Administrativo) A respeito do meio ambiente, dos
empresa. princípios do direito ambiental e do dano ambiental,
julgue o item subsequente.
D O princípio da função socioambiental da propriedade
determina que os estabelecimentos comerciais que I- O princípio da prevenção é adotado pela Política Nacional
decidirem abrigar áreas destinadas exclusivamente aos do Meio Ambiente como um dos seus objetivos.
fumantes devem informá-lo aos frequentadores de II- Pelo princípio do poluidor pagador, aquele que poluir
forma clara para viabilizar seu consentimento. deverá responder pelo prejuízo que causar ao meio
ambiente, de forma pecuniária ou mediante a prática de
atos.
02. (FGV - 2022 - PC-AM - Delegado de Polícia - Edital nº
01) A Constituição da República, em seu Art. 225,
dispõe que todos têm direito ao meio ambiente 05. (FCC - 2021 - DPE-AM - Defensor Público) In dubio pro
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do ambiente ou in dubio pro natura: na dúvida sobre o
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se perigo de uma certa atividade para o ambiente, decide-
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo se a favor do ambiente e contra o potencial poluidor. Tal
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A afirmação, no âmbito do Direito Ambiental, relaciona-se,
parte final do dispositivo deixa claro que as presentes direta ou indiretamente, ao princípio
gerações devem observar a preservação do meio A da precaução.
ambiente, adotando políticas ambientais que permitam B do resguardo.
às presentes e futuras gerações a utilização do meio
ambiente, não podendo usufruir dos recursos C da proteção.
ambientais de forma a privar seus descendentes desses D do risco ambiental.
recursos naturais. E da preservação.
Trata-se do princípio de Direito Ambiental do(a)
A poluidor-pagador. 06. (INSTITUTO MAIS - 2021 - SETEC Campinas -
B solidariedade intergeracional. Procurador) A respeito dos princípios do Direito
C prevenção. Ambiental, assinale a alternativa correta.
D usuário-pagador. A A aplicação do princípio da precaução pressupõe a
inversão do ônus probatório, sendo da competência do
E precaução. suposto agente causador do dano ambiental a
comprovação de que não o causou ou de que não é
03. (OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Varginha - MG - potencialmente lesiva a substância lançada no
Procurador Municipal) De acordo com ANTUNES, em ambiente.
relação aos princípios do Direito Ambiental, assinalar a B Na Constituição Federal não há referência ao princípio da
alternativa CORRETA: obrigatoriedade de atuação (intervenção) estatal.
A O princípio do poluidor-pagador parte da constatação de C O princípio do usuário-pagador se configura como uma
que os recursos ambientais são escassos e que o seu espécie de sanção, de punição.
uso na produção e no consumo acarretam a sua D O princípio da precaução se fundamenta na certeza
redução e degradação. Assim, se o custo da redução científica do impacto ambiental que será causado por
dos recursos naturais não for considerado no sistema de uma determinada atividade humana.
preços, o mercado não será capaz de refletir a
escassez. Portanto, são necessárias políticas públicas
capazes de eliminar a falha de mercado, de forma a Gabarito: 01/B; 02/B; 03/A; 04/CC; 05/A; 06/?
assegurar que os preços dos produtos reflitam os custos
ambientais.
B O princípio do desenvolvimento assegura aos cidadãos o
direito de, na forma da lei ou regulamento, participar das
discussões para a elaboração das políticas públicas
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14 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
Além disso, o ambiente restaurado precisa ter a capacidade
DANO AMBIENTAL. de se manter sozinho ao longo do tempo.
O dano ambiental é qualquer alteração no meio Annelise Monteiro Steigleder (2004, p.178) dispõe
ambiente que leve a consequências negativas. O conceito que: “[...] a reparação do prejuízo ambiental significa a
de dano é constantemente associado ao de impacto, porém adaptação do meio ambiente degradado e dos seus
eles apresentam algumas diferenças. Já conceitos como elementos atingidos a uma situação que possa ser a mais
poluição e degradação podem ser considerados potenciais próxima possível daquela anterior à realização do dano [...]”.
promotores de danos. A forma de reparação do "dano ambiental pode
De acordo com o artigo 3º, inciso II da Lei nº 6.938, ser de duas ordens, por meio da restauração natural e pela
de 1981, o conceito de poluição é definido como: indenização pecuniária ou compensação econômica"
“a degradação da qualidade ambiental resultante de (SAMPAIO, 1998, p. 25). A restauração natural consiste
atividades que direta ou indiretamente: em uma obrigação de fazer, ou seja, buscar retorno ao
1.prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar estado anterior do meio ambiente, enquanto que o
da população; pagamento da indenização constitui uma obrigação de dar.
2.criem condições adversas às atividades sociais e Neste caso também são citadas duas formas de
econômicas; ressarcimento do dano ambiental patrimonial brasileiro, "a
primeira seria pela reparação ou restauração natural ou
3.afetem desfavoravelmente a biota;
retorno ao estado anterior à lesão e a segunda que seria
4.afetem as condições estéticas ou sanitárias do pela indenização pecuniária" (RUIZ apud MACHADO,
meio ambiente; 2007, p. 67). Assim, o princípio da reparação funciona como
5.lancem matérias ou energia em desacordo com os uma forma de compensação ecológica.
padrões ambientais estabelecidos.” Por fim, cabe destacar o entendimento do STF e do
Enquanto isso, no mesmo artigo, inciso II, a STJ:
degradação da qualidade ambiental consiste na “alteração 5. A reparação do dano ao meio ambiente é
adversa das características do meio ambiente”. direito fundamental indisponível, sendo imperativo o
Já o conceito de impacto ambiental, diferente do que reconhecimento da imprescritibilidade no que toca à
muitos pensam, não é sinônimo de dano. Enquanto o dano recomposição dos danos ambientais. (RE 654833,
é compreendido como prejudicial, o impacto é qualquer Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal
alteração que ocorra no meio, sendo ela positiva ou Pleno, julgado em 20/04/2020, PROCESSO
negativa. ELETRÔNICO DJe-157 DIVULG 23-06-2020
Dessa forma, um dano ambiental sempre está PUBLIC 24-06-2020)
acompanhado de um impacto. Entretanto, o impacto A indenização de dano ambiental deve
ambiental não necessariamente provoca danos, pois pode abranger a totalidade dos danos causados, não
ser algo positivo. sendo possível ser decotadas em seu cálculo
O reflorestamento, por exemplo, é uma atividade que despesas referentes à atividade empresarial
geralmente impacta positivamente a área a ser reflorestada. (impostos e outras). (Informativo nº 746 29 de agosto
Já a contaminação de um rio por meio de efluentes de 2022. STJ)
industriais, impacta negativamente.
Levando em conta os interesses objetivados com a LEGISLAÇÃO
tutela jurisdicional pretendida, existem três tipos de dano O foco do Direito Ambiental é a preservação e a
ambiental: o dano ambiental de interesse da coletividade, restauração do meio ambiente. Sendo assim, existem
o dano ambiental de interesse subjetivo fundamental e o várias normas legislativas, como forma de evitar ou reparar
dano ambiental de interesse individual. os danos ambientais.
O primeiro (coletivo) refere-se ao interesse da No Brasil, a restauração dos danos ambientais é
coletividade de preservar o meio ambiente lato sensu. O feita a partir de Planos de Recuperação de Áreas
dano ambiental de interesse subjetivo fundamental é o Degradadas (PRAD). Esses planos estão presentes em leis
interesse do particular em defender o meio ambiente, determinadas pelo país. A Lei 6.938 de 1981, que institui a
considerado como um macro bem coletivo. Já o interesse Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), é um exemplo
individual diz respeito ao interesse de um indivíduo para de PRAD. Nela, são determinadas diretrizes para a
proteção do meio ambiente que se refere a um interesse preservação e restauração ambiental, de forma a evitar os
particular. danos.
A Lei nº 12.651, de 2012, que dispõe o Código
REPARAÇÃO DO DANO Florestal, estabelece áreas para a proteção ambiental.
Os danos ambientais podem ser definidos em duas Nela, são determinadas Áreas de Preservação
classificações: dano material e dano imaterial. O primeiro Permanente, a Amazônia Legal e a Reserva Legal. Essas
diz respeito aos danos físicos, enquanto o segundo diz normas determinam critérios para o uso da terra, de forma
respeito aos danos morais. a manter a integridade dos ecossistemas.
O melhor caminho a ser seguido é evitar que o dano Outra lei é a Lei nº 6.902, que estabelece as
aconteça, e para isso, legislações são criadas. Entretanto, Estações Ecológicas. As Estações Ecológicas são áreas
muitas vezes os danos acontecem, sendo necessárias ambientais que devem ser preservadas, devido a sua
ações de reparação. importância para a manutenção ecossistêmica. Dessa
forma, seu uso é destinado apenas para fins de pesquisa,
A reparação ambiental é a atividade que tem como
sendo proibida a exploração ambiental.
objetivo trazer de volta às condições ambientais que foram
perdidas. Entretanto, de acordo com um estudo, uma São várias as leis com a finalidade de evitar ou
reparação completa das características ambientais é algo reparar o dano ambiental. Cada uma de acordo com os
muito difícil. objetivos e necessidades de determinada área. Algumas
são voltadas para os recursos hídricos, outras para a
Por isso, essa atividade tem como foco principal o
retorno da função ambiental que a área desempenhava.
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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 15
poluição atmosférica ou para determinar o uso do solo. Art. 8º As penas restritivas de direito são:
Confira exemplos: I - prestação de serviços à comunidade;
• A lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605, de 1998; II - interdição temporária de direitos;
• A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei III - suspensão parcial ou total de atividades;
9.433, de 1997;
IV - prestação pecuniária;
• O Sistema Nacional de Unidades de Conservação
V - recolhimento domiciliar.
da Natureza, Lei 9.985, de 2000.
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade
________
consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas
Fonte: https://www.ecycle.com.br/o-que-e-dano-ambiental-
junto a parques e jardins públicos e unidades de
entenda-o-conceito/
conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública
ou tombada, na restauração desta, se possível.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. Art. 10. As penas de interdição temporária de direito
Dispõe sobre as sanções penais e são a proibição de o condenado contratar com o Poder
administrativas derivadas de condutas e Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo
providências. de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o no de crimes culposos.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada
CAPÍTULO I quando estas não estiverem obedecendo às prescrições
legais.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no
Art. 1º (VETADO) pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e
estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do
como o diretor, o administrador, o membro de conselho e montante de eventual reparação civil a que for condenado
de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou o infrator.
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado,
quando podia agir para evitá-la. que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta dias e horários de folga em residência ou em qualquer local
Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na
de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão sentença condenatória.
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas I - baixo grau de instrução ou escolaridade do
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co- agente;
autoras ou partícipes do mesmo fato.
II - arrependimento do infrator, manifestado pela
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da
sempre que sua personalidade for obstáculo ao degradação ambiental causada;
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio
ambiente. III - comunicação prévia pelo agente do perigo
iminente de degradação ambiental;
Art. 5º (VETADO)
IV - colaboração com os agentes encarregados da
CAPÍTULO II vigilância e do controle ambiental.
DA APLICAÇÃO DA PENA Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena,
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a quando não constituem ou qualificam o crime:
autoridade competente observará: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da II - ter o agente cometido a infração:
infração e suas conseqüências para a saúde pública e para
o meio ambiente; a) para obter vantagem pecuniária;
II - os antecedentes do infrator quanto ao b) coagindo outrem para a execução material da
cumprimento da legislação de interesse ambiental; infração;
III - a situação econômica do infrator, no caso de c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave,
multa. a saúde pública ou o meio ambiente;
Art. 7º As penas restritivas de direitos são d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: e) atingindo áreas de unidades de conservação ou
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial
privativa de liberdade inferior a quatro anos; de uso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer
social e a personalidade do condenado, bem como os assentamentos humanos;
motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a g) em período de defeso à fauna;
substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e h) em domingos ou feriados;
prevenção do crime. i) à noite;
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a j) em épocas de seca ou inundações;
que se refere este artigo terão a mesma duração da pena
privativa de liberdade substituída.

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16 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
l) no interior do espaço territorial especialmente II- Os danos ambientais que se revelarem tecnicamente
protegido; reparáveis deverão ser reparados in natura. Já os danos
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou cuja reparação in natura seja inviável podem ser
captura de animais; compensados e/ou indenizados em pecúnia.
n) mediante fraude ou abuso de confiança; III- O caráter propter rem da obrigação de reparar o dano
ambiental é inerente ao próprio bem. É o caso, por
o) mediante abuso do direito de licença, permissão
exemplo, de recompor a cobertura florestal das áreas de
ou autorização ambiental;
preservação permanente, tal como afirmado pela
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou expressa letra do Código Florestal.
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
É CORRETO o que se afirma em:
incentivos fiscais;
A III apenas.
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em
relatórios oficiais das autoridades competentes; B I apenas.
r) facilitada por funcionário público no exercício de C II apenas.
suas funções. D I, II e III.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão E II e III apenas.
condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
condenação a pena privativa de liberdade não superior a
04. (CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto) A
três anos.
respeito da responsabilização por danos ambientais,
assinale a opção correta.
QUESTÕES DE CONCURSOS A O IBAMA tem competência para propor denúncia criminal
na justiça federal para a responsabilização ambiental
01. (FCC - 2022 - DPE-AP - Defensor Público) A criminal.
responsabilidade por danos ambientais
B Órgão estadual de meio ambiente tem competência para
A é solidária e originária pela Administração Pública, propor ação civil pública na justiça federal para a
decorrente de sua omissão no dever de fiscalização. responsabilização ambiental administrativa.
B pode ser excluída por fato exclusivo de terceiro. C O Ministério Público Federal tem competência para lavrar
C impossibilita a fiscalização concorrente dos entes auto de infração, com vistas à responsabilização
federados, de modo que a multa paga à União impede ambiental administrativa, e para apreender produtos e
a cobrança de multa aplicada pelo Município. instrumentos usados em infração ambiental.
D não tem natureza de obrigação propter rem e deve ser D Órgão estadual de meio ambiente tem competência para
exercida em face da pessoa que provocou o dano. lavrar auto de infração, com vistas à responsabilização
E impõe que a indenização deve abranger a totalidade dos ambiental administrativa, e para apreender produtos e
danos causados, não sendo possível suprimir as instrumentos usados em infração ambiental.
despesas referentes à atividade empresarial. E O Ministério Público estadual tem competência para
propor denúncia criminal na justiça federal para a
responsabilização ambiental administrativa.
02. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - MPE-AP - Promotor de
Justiça Substituto) À luz do entendimento do STF,
assinale a opção correta, referente a dano civil 05. (IDCAP - 2019 - CONSED-GO - Fiscal Ambiental) Com
ambiental. base nas sanções penais e administrativas derivadas de
A No ordenamento jurídico brasileiro, a regra é a prescrição condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, as
da pretensão reparatória, em qualquer hipótese. penas restritivas de direito são, exceto:
B Havendo inércia dos entes legitimados, deve prevalecer A Prestação pecuniária.
o princípio da segurança jurídica em favor do autor do B Prestação de serviços à comunidade.
dano ambiental. C Recolhimento domiciliar.
C A reparação do dano ao meio ambiente é direito D Interdição definitiva de direitos.
fundamental indisponível, dado o reconhecimento da
E Suspensão parcial ou total de atividades.
imprescritibilidade relativa à recomposição dos danos
ambientais.
D A CF dispõe, expressamente, acerca da Gabarito: 01/E; 02/C; 03/D; 04/D; 05/D
imprescritibilidade dos danos civis ambientais.
E A tutela constitucional a determinados valores não pode
ser sobreposta ao reconhecimento de pretensões
imprescritíveis. SUSTENTABILIDADE.
Sustentabilidade é a capacidade de cumprir com as
03. (CPCON - 2020 - Câmara de Cerro Corá - RN - Assessor necessidades do presente sem comprometer as mesmas
Jurídico) Examine as assertivas abaixo. das gerações futuras. O conceito de sustentabilidade é
I- É possível extrair da Constituição Federal a coexistência composto por três pilares: econômico, ambiental e social.
de responsabilidade por violações às normas O conceito de sustentabilidade começou há mais de
ambientais em três diferentes esferas do Direito: a 400 anos quando um capitão alemão transformou essa
administrativa, a civil e a criminal; a regra, portanto, é a palavra em estratégia ao perceber que deveria “tratar a
independência entre as instâncias, havendo, contudo, madeira com cuidado” para que não acabasse seus
situações em que as decisões proferidas especialmente negócios e consequentemente o seu lucro.
na esfera criminal irradiam efeito para as esferas Diversos autores conceituaram esse termo, e por
administrativa e civil. isso, achamos varias definições na internet relacionadas a
sustentabilidade. Todas elas seguem uma ideia principal: o

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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 17
desenvolvimento sustentável tem como o objetivo a um conjunto de práticas administrativas e econômicas que
preservação do planeta e o atendimento das necessidades visam a preservação do meio ambiente e manutenção dos
humanas. Simples assim: devemos explorar com cuidado, recursos naturais para gerações futuras. Porém, é
caso contrário, no futuro não teremos o que explorar. totalmente possível isso acontecer com a escolha de
Etimologicamente, a palavra sustentável tem origem no algumas práticas, como por exemplo, a escolha sempre por
latim sustentare, que significa “sustentar”, “apoiar” e energia limpa, tratamento dos resíduos orgânicos, entre
“conservar”. A sustentabilidade é alcançada através do outras. A sustentabilidade econômica está muito ligada a
desenvolvimento sustentável, isso quer dizer que um empresarial, porém podemos praticar nas residências
recurso explorado de forma sustentável poderá ser também.
explorado também, por nossas gerações futuras.
TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE
TIPOS DE SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade ambiental e ecológica
A sustentabilidade ambiental nada mais é do que o
uso consciente dos recursos naturais para que possamos
utilizá-los futuramente. Esse termo surgiu com o objetivo de
aumentar as práticas e ações que não afetam tanto o meio
ambiente e, além disso, aumentando a qualidade de vida.
Desmatamento, queimadas, poluição são resultados de
ações de um homem que não pensa nas suas gerações
futuras. As ações que podemos fazer em casa também
fazem parte da sustentabilidade ambiental, como por
exemplo, separação de lixo, reciclagem, comprar produtos
de empresas que participam de algum projeto ambiental são
formas da sociedade cooperar dentro de casa com o Tripé da sustentabilidade: Meio Sustentável
desenvolvimento ambiental. Um conceito muito utilizado é chamado de tripé da
sustentabilidade onde o autor baseou em três fatores que
Sustentabilidade empresarial precisam se integrar para que sustentabilidade se sustente:
Já ouviu falar sobre sustentabilidade o social, o ambiental e o econômico.
empresarial ? Uma empresa com uma postura de • Social: Engloba a sociedade e suas condições de
responsabilidade com os valores ambientais e sociais vida, como educação, saúde, violência, lazer.
ganha destaques e o gosto dos consumidores, dessa forma, • Ambiental: Refere-se aos recursos naturais do
eles ajudam o meio ambiente e ajudam a própria empresa. planeta e a forma como são utilizados pela
Algumas ações são, por lei, obrigações de toda sociedade, comunidades ou empresas.
empresa, como tratamento dos efluentes e resíduos
gerados, controle de emissão de gases poluentes. Porém, • Econômico: Relacionado com a produção,
crescimento, distribuição e consumo de bens e
cada vez mais empresas estão deixando de fazer o que
serviços. A economia deve considerar a questão
somente é exigido e estão indo além, contribuindo de forma
significativa com a sustentabilidade. Essas são chamadas social e ambiental.
de empresas Reativas. O tripé da sustentabilidade é muito utilizado em
empresas sustentáveis, porém é uma metodologia difícil de
Além do Econômico, a empresa que visa ser
implantar, pois depende de um alto investimento, mudança
sustentável se preocupa com o Social, seja da comunidade
ao seu entorno, seja com os seus colaboradores, adotando de cultura e paradigmas dos donos e funcionários.
ações que promovem a saúde, o lazer e o bem-estar dos
funcionários e de suas famílias. E se preocupa também com Exemplos de ações
o Ambiental adotando práticas como programas que visam Existem exemplos de ações para sustentabilidade
à preservação da flora e fauna, e educação ambiental individual, comunitária e global.
dentro da empresa,
Exemplos:
• Economizar água (individual)
Sustentabilidade social
A sustentabilidade social está ligada a um conjunto • Implantar um sistema de esgoto na comunidade
de ações de pessoas que visam melhorar a qualidade de (comunitária)
vida de uma população maior. Dessa forma, a diminuição • Garantia de alimentação a longo prazo (global)
da desigualdade social, garantir a todos acesso aos • Preservação da biodiversidade e dos
serviços, como saúde e educação, são ótimos indicadores ecossistemas (global)
que as ações sociais estão funcionando. É importante
lembrar que essas ações não beneficiam apenas a • Diminuição do consumo de energia (global)
comunidade de baixa renda, uma vez que estamos todos • Criação de áreas protegidas (global)
inseridos em uma comunidade só e essas ações
• Reciclagem (individual e comunitária)
influenciaram diretamente na qualidade de vida das
pessoas que possuem uma renda maior. Um excelente • Reduzir o uso de sacolas plásticas (individual)
exemplo disso seria a diminuição da violência
proporcionalmente à ampliação do sistema público Quais são os principais benefícios da sustentabilidade?
educacional de qualidade.
As ações sustentáveis permitem que as
próximas gerações possam viver em um mundo mais
Sustentabilidade econômica equilibrado, onde as empresas e a pessoas consigam
O maior desafio da sustentabilidade econômica é o evoluir sem causar tantos danos aos ecossistemas e sem
desenvolvimento da empresa, gerar lucros e empregos com prejudicar o futuro do planeta, dos nossos filhos e netos. Um
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18 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
fator importante para isso acontecer seria a educação A o modelo ecologicamente sustentável não se
ambiental, tema que tem sido falado cada vez mais nas compatibiliza com desenvolvimento econômico,
mídias e escolas, ensinando principalmente, para os jovens, cabendo uma escolha ética pelo primeiro por parte das
que estamos inseridos no meio ambiente, dependemos dos futuras gerações.
recursos para viver e esses recursos não são eternos. B os recursos naturais são finitos e toda forma de
Dessa forma, práticas sustentáveis são essenciais para o desenvolvimento que utilize esses insumos deve ser tida
futuro da humanidade. como deletéria.
C o desenvolvimento pressupõe degradação, daí porque os
AGENDA 21 países mais desenvolvidos devem ser taxados e a
A Agenda 21 é um documento assinado em 14 de receita revertida para países que optaram por preservar
junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 179 países, resultado sua biodiversidade.
da “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente D se deve adequar, compulsoriamente, a velocidade das
e Desenvolvimento” – Rio 92, podendo ser definida como mudanças tecnológicas à capacidade de absorção pelo
um “instrumento de planejamento participativo visando o ecossistema dos impactos correspondentes.
desenvolvimento sustentável”. E se deve satisfazer as necessidades presentes, sem
Para a Agenda 21 se tornar realidade é comprometer a capacidade das gerações futuras de
imprescindível que haja a participação e o envolvimento de suprir suas próprias necessidades.
toda a comunidade através do diagnóstico participativo da
realidade local, da elaboração e implementação do Plano
03. (FADESP - 2019 - Prefeitura de Rurópolis - PA - Analista
Local de Desenvolvimento Sustentável, através de
Fiscal Tributário) Diante de um cenário de destruição
constante monitoramento e avaliação, e periódica revisão e
dos recursos naturais e intensificação dos problemas
realimentação do mesmo.
ambientais, não cabe mais ao ser humano alimentar um
A Agenda 21 procura as reais causas desses modelo de desenvolvimento que desconsidere as
problemas e propõe um plano com metas de curto, médio e dimensões sociais e ambientais. Dessa forma, em 1987
longo prazo visando agir na causa para solucionar o a ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou o
problema de forma definitiva, buscando o desenvolvimento conceito de desenvolvimento sustentável, que teve
sustentável. Importante salientar que o desenvolvimento como objetivo criar limites para o crescimento
sustentável só ocorre quando a atividade econômica econômico de maneira global, garantindo que as futuras
propicia a justiça e a promoção social, além de proteger e gerações possam usufruir dos recursos naturais da
melhorar o meio ambiente. mesma maneira que a geração atual. Em 2015 a ONU
apresentou 17 objetivos de desenvolvimento
sustentável, também chamados de Objetivos Globais,
QUESTÕES DE CONCURSOS que devem ser alcançados até 2030.
01. (UFPR - 2019 - UFPR - Psicólogo) Sobre a NÃO é considerado objetivo de desenvolvimento
sustentabilidade organizacional, considere as seguintes sustentável
afirmativas: A acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos
1. A sustentabilidade é um paradigma que visa à integração os lugares.
entre a economia, o ambiente e a sociedade. B alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
2. A sustentabilidade indica que a preocupação das mulheres e meninas.
empresas deve ir além da produção e da geração de C reintegrar indústrias através da isenção fiscal,
dividendos, devendo se debruçar sobre questões que proporcionando a geração de emprego e renda nos
proporcionem o bem-estar dos seus empregados, países menos desenvolvidos.
associadas à preocupação com a comunidade da qual D construir infraestruturas resilientes, promover a
fazem parte esses mesmos empregados. industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a
3. Na prática, o modelo e o paradigma da sustentabilidade inovação.
tradicional têm servido ao consumo externo e aos
discursos cobertura sobre as reais finalidades das ações
para a sustentabilidade. 04. (CS-UFG - 2019 - IF-GO - Assistente em Administração)
O conceito que versa sobre o tipo de desenvolvimento
4. Na perspectiva de uma crítica ao modelo tradicional de
que atende às necessidades sociais do presente sem
sustentabilidade, o objetivo de um ambiente
comprometer a capacidade de atendimento das
organizacional externo e interno sustentável é que as
necessidades das gerações futuras é o conceito de
pessoas sejam consideradas o alvo principal da garantia
de uma vida saudável, tanto econômica e politicamente A ecologia
quanto do ponto de vista da saúde física e emocional. B meio ambiente.
Assinale a alternativa correta. C responsabilidade ambiental.
A Somente a afirmativa 1 é verdadeira. D desenvolvimento sustentável.
B Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
C Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 05. (OBJETIVA - 2018 - Prefeitura de Nonoai - RS -
D Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. Contador) Quanto à sustentabilidade, marcar C para as
afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar
E As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) Sustentabilidade ambiental e ecológica é a manutenção
02. (FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - do meio ambiente do planeta Terra, mantendo a
Área Judiciária) O conceito de desenvolvimento qualidade de vida e os ecossistemas em harmonia com
sustentável, tal como tratado no Relatório Brundtland, as pessoas.
elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio
( ) A sustentabilidade nas empresas pode estar ligada à
Ambiente e Desenvolvimento criada pela Assembleia sustentabilidade econômica, que é alcançada através
das Nações Unidas em 1983, predica que
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NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL 19
de um modelo de gestão sustentável, ou seja, um modo Este relatório sintetiza, sistematiza e analisa
que incentiva processos que permitam a recuperação do informações ambientais para a gestão dos recursos
capital financeiro, humano e natural da empresa. naturais e conservação dos ecossistemas em nosso país.
A E - C. O público-alvo são os gestores de meio ambiente federais,
estaduais e municipais, atores privados de educação e
B C - E.
pesquisa, organismos internacionais, organizações não
C E - E. governamentais, meios de comunicação e o público em
D C - C. geral.
Assim, a proposta de elaboração do RQMA pelo
Gabarito: 01/E; 02/E; 03/C; 04/D; 05/D Ibama consiste na fundamentação legal deste mandato
institucional, da definição de uma metodologia e da
proposição de estratégias e de ações conjuntas para o
cumprimento dos objetivos propostos.
QUALIDADE AMBIENTAL.
O que é Qualidade ambiental "O estado do meio FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
ambiente como objetivamente percebido, em termos de A fiscalização ambiental consiste no dever que o
medição de seus componentes, ou subjetivamente, em Poder Público tem de fiscalizar as condutas daqueles que
termos de atributos tais como beleza e valor" (Munn, 1979). se apresentem como potenciais ou efetivos poluidores e
Qualidade ambiental é um conjunto de utilizadores dos recursos naturais, de forma a garantir a
propriedades e características do ambiente, generalizada preservação do meio ambiente para a coletividade. As
ou local, uma vez que afeta tanto o ser humano como atribuições de polícia ambiental foram concedidas ao Ibama
outros organismos desse ambiente. Refere-se a pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. A mesma é
características que dizem respeito tanto ao ambiente necessária para reprimir e prevenir a ocorrência de
natural como o ambiente construído, como a qualidade do condutas lesivas ao meio ambiente. Ao punir aqueles que
ar e qualidade da água ou do nível geral de causam danos ambientais, a fiscalização ambiental
poluição, características essas que podem ser prejudiciais promove a dissuasão. A aplicação de multas, apreensões,
ao ser humano, direta ou indiretamente. embargos, interdições, entre outras medidas, tem o objetivo
de impedir o dano ambiental, punir infratores e evitar futuras
A qualidade ambiental refere-se também aos
infrações ambientais, buscando induzir a mudança do
estudos das variações no meio ecológico e social, que
comportamento das pessoas por meio da coerção e do uso
afetam o bem-estar dos seres vivos, em especial dos seres
de sanções, pecuniárias e não-pecuniárias, para induzirem
humanos. Esse termo é utilizado para caracterizar as
o comportamento social de conformidade com a legislação
condições ambientais segundo normas e padrões pré-
e de dissuasão na prática de danos ambientais.[3]
estabelecidos.
O Ibama é competente para lavrar auto de infração
Os Padrões ambientais estabelecem o nível ou
ambiental e instaurar o processo administrativo de
grau de qualidade exigido pela legislação ambiental para
apuração da infração na esfera federal, conforme a Lei de
parâmetros de um determinado componente ambiental.
Crimes Ambientais, Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
Em sentido restrito, padrão é o nível ou grau
1998. No entanto, para garantir a ampla defesa do meio
de qualidade de um elemento (substância, produto ou
ambiente, a competência de fiscalização ambiental é
serviço) que é próprio ou adequado a um determinado
compartilhada com os demais entes da federação: estados,
propósito.
municípios e distrito federal, integrantes do Sistema
ATENÇÃO: O Conselho Nacional de Meio Ambiente Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).
CONAMA é o estabelecimento que tem como grande
responsabilidade, verificar os padrões de
ÁREAS DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
qualidade ambiental do Brasil.
• Fiscalização ambiental de atividades poluentes
A qualidade ambiental está relacionada com a e contaminantes: prevê ações relacionadas à poluição do
relação das pessoas com o meio ambiente em que vive, ou ar, da água e do solo, resíduos sólidos e agrotóxicos, dentre
seja, o cuidado que elas possuem em relação a esse meio. outras.
A qualidade de vida está ligada a qualidade ambiental,
• Fiscalização ambiental de empreendimentos e
mas não tão intimamente assim.
atividades licenciadas: apuração de infrações
A qualidade de vida está interligada à qualidade administrativas contra o meio ambiente relacionadas a
ambiental de forma que ambas são indicativos de controle empreendimentos e atividades licenciadas pelo Ibama,
da população. buscando garantir o correto processo de gestão do uso dos
recursos naturais.[3]
DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE • Fiscalização ambiental da fauna: objetiva a
Degradação ambiental seria, assim, uma perda ou proteção das espécies como um todo. O Ibama fiscaliza as
deterioração da qualidade ambiental. A Lei da Política atividades comerciais que envolvem criação, venda e
Nacional do Meio Ambiente define degradação ambiental exposição dos animais da fauna, além de atuar contra a
como “alteração adversa das características do meio caça e maus-tratos.
ambiente” (Art. 3º, III) O ambiente construído degrada-se, • Fiscalização ambiental da flora: tem a finalidade
assim como os espaços naturais. de proteger e monitorar as espécies da flora nativa
brasileira, atuando no combate, por exemplo, da exploração
florestal ilegal.
RQMA
• Fiscalização ambiental de organismos
O Relatório de Qualidade do Meio Ambiente (RQMA)
geneticamente modificados (OGM): engloba a
é um documento de publicação periódica, previsto pela
fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a
Política Nacional do Meio Ambiente, que visa apresentar o
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
panorama do estado da qualidade ambiental no Brasil.
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a

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20 NOÇÕES DE DIREITO AMBIENTAL
comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente • Programa silêncio: O Programa Nacional de
e o descarte dos OGM.[3] Educação e Controle da Poluição Sonora (Programa
• Fiscalização ambiental do patrimônio Silêncio) foi instituído pela Resolução Conama nº 02, de
genético: realiza a fiscalização do uso das informações de 08/03/1990, considerando a necessidade de estabelecer
origem genética da biodiversidade brasileira que possui normas, métodos e ações para controlar o ruído excessivo
finalidade científica e consequente desenvolvimento que interfere na saúde e bem estar da população.
tecnológico.[3] • Programa de emissões veiculares: Com o
• Fiscalização ambiental da pesca: objetiva objetivo de reduzir e controlar a contaminação atmosférica
combater as infrações ambientais relacionadas às e a emissão de ruído por fontes móveis (veículos
atividades pesqueiras, tais como explotação e exploração, automotores) o Conselho Nacional do Meio Ambiente -
cultivo, conservação, processamento, transporte e CONAMA criou os Programas de Controle da Poluição do
comercialização de animais e vegetais hidróbios. Ar por Veículos Automotores: PROCONVE (automóveis,
caminhões, ônibus e máquinas rodoviárias e agrícolas) e
PROMOT (motocicletas e similares) fixando prazos, limites
MECANISMOS PARA CONTROLE DA QUALIDADE máximos de emissão e estabelecendo exigências
AMBIENTAL tecnológicas para veículos automotores, nacionais e
• Controle de resíduos: o Ibama atua na importados.
conscientização da população à respeito da produção de
resíduos por meio da educação ambiental e, em
consonância, orienta, controla e fiscaliza as atividades QUESTÕES DE CONCURSOS
empresariais.
01. (2019 - Prefeitura de Senador Canedo - GO - Analista
• Importação/ exportação e trânsito de Ambiental - Geógrafo) São instrumentos da Política
resíduos: A Convenção de Basileia sobre o Controle de Nacional de Meio Ambiente:
Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu
I) O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.
Depósito, foi concluída em Basileia, Suíça, em 22 de março
de 1989. Ela define os resíduos considerados perigosos e II) O Cadastro Técnico Federal de Atividades e
aqueles passíveis de controle e reconhece, ainda, o direito Instrumentos de Defesa Ambiental.
soberano de qualquer país definir requisitos para a entrada III) O zoneamento ambiental.
e destinação, em seu território, de outros resíduos IV) A avaliação de impactos ambientais.
considerados ou definidos como perigosos em sua
V) O sistema nacional de informações sobre o meio
legislação nacional. Observação: no Brasil a importação de
ambiente.
resíduos perigosos é proibida pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos. Marque a alternativa correta:
• Banco de dados nacional sobre as áreas A Todos os itens são verdadeiros.
contaminadas (BDNAC): instituído pela Resolução B Os itens II e IV são falsos
Conama n.º 420, de 28 de dezembro de 2009 prevê C Apenas os itens II e IV são verdadeiros.
levantamento de dados e especificidades a respeito das D Os itens II e V são falsos.
áreas contaminadas no Brasil.
• Destinação de óleos lubrificantes usados ou
contaminados: A partir da Resolução Conama nº 02. (CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE -
362/2005, ficam proibidos quaisquer descartes de óleos Procurador do Município) A respeito da Política Nacional
usados ou contaminados em solos, subsolos, nas águas de Meio Ambiente, dos recursos hídricos e florestais e
interiores, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e dos espaços territoriais especialmente protegidos,
nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais. julgue o item a seguir.
A combustão ou a incineração de óleo lubrificante usado ou Conforme o disposto na Política Nacional do Meio
contaminado não são consideradas formas de reciclagem Ambiente, poluição consiste na degradação da
ou de destinação adequada. Os produtores e importadores qualidade ambiental resultante de atividade que crie,
são obrigados a coletar todo o óleo disponível ou garantir o ainda que indiretamente, condição desfavorável ao
custeio de toda a coleta de óleo lubrificante usado ou desenvolvimento de atividades econômicas.
contaminado efetivamente realizada, na proporção do óleo
que colocarem no mercado conforme metas progressivas Gabarito: 01/A; 02/C
intermediárias e finais a serem estabelecidas pelos
Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia em ato
normativo conjunto, mesmo que superado o percentual ANOTAÇÕES:
mínimo fixado. ______________________________________________
• Destinação de pilhas e baterias: importadores ______________________________________________
de pilhas e baterias devem prestar declaração anual sobre
______________________________________________
as atividades desenvolvidas, bem como seus
planejamentos. ______________________________________________
• Pneumáticos inservíveis: fabricantes, ______________________________________________
importadores e destinadores de pneumáticos inservíveis ______________________________________________
devem prestar declaração trimestral sobre as atividades ______________________________________________
desenvolvidas. ______________________________________________
• Mercúrio metálico: por meio de uma tratado ______________________________________________
denominado Convenção de Minamata sobre Mercúrio
estabeleceu-se acordo quanto ao objetivo de redução e/ou ______________________________________________
proibição da utilização de mercúrio metálico que é ______________________________________________
considerado resíduo perigoso por sua característica tóxica ______________________________________________
e bio acumulativa.[8]

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 1
Brasília-DF e pode realizar reuniões extraordinárias fora do
LEGISLAÇÃO FEDERAL Distrito Federal, se assim convocadas pelo presidente do
Conselho ou por requerimento de 2/3 dos membros. Estas
Contém questões de concursos reuniões são públicas e abertas ao público.
Diogenes Salgado As sessões devem contar com a presença, pelo
2022 menos, da maioria absoluta dos seus membros, e as
decisões devem ser atingidas por maioria simples dos
CONTEÚDO PROGRAMA´TICO: membros com direito a voto, cabendo ao presidente da
sessão, além do voto pessoal, o de qualidade na hipótese
Lei nº 6.938/1981 e suas alterações (Política Nacional do de empate.
Meio Ambiente). ..........................................................1
O Plenário do CONAMA é um colegiado
Lei nº 9.605/1998 e Decreto nº 6.514/2008 (Lei dos Crimes representativo de órgãos federais, estaduais e municipais,
Ambientais). ...........................................................9/17 do setor empresarial e da sociedade civil. Além do Ministro
Lei Complementar nº 140/2011 (competências ambientais) de Meio Ambiente, que o preside, também compõem o
...................................................................................36 Plenário: o Secretário-Executivo do Ministério do Meio
Decreto nº 8.437/2015 (regulamenta a Lei Complementar). Ambiente, que será o seu Secretário-Executivo; 01
...................................................................................41 representante do IBAMA; 01 representante da Agência
Lei nº 12.651/2012 (proteção da vegetação nativa). .......43 Nacional de Águas (ANA); 01 representante de cada um dos
Ministérios, das Secretarias da Presidência da República e
Lei nº 11.428/2006 (Lei da Mata Atlântica). .....................62 dos Comandos Militares do Ministério da Defesa, indicados
Lei n° 9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de pelos respectivos titulares; 01 representante de cada um
Conservação da Natureza) ........................................68 dos Governos Estaduais e do Distrito Federal, indicados
Decreto n° 7.830/2012.....................................................78 pelos respectivos governadores; 08 representantes dos
Decreto n° 4.340/2002.................................................... 82 Governos Municipais que possuam órgão ambiental
estruturado e Conselho de Meio Ambiente com caráter
Lei 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos)86
deliberativo; 22 representantes de entidades de
Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos) trabalhadores e da sociedade civil; 08 representantes de
...................................................................................97 entidades empresariais; e 01 membro honorário indicado
Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – pelo Plenário.
Conama e suas alterações: Também integram o Plenário, os Conselheiros
01/1986; 09/1987; 237/1997; 275/2001; 307/2002; Convidados, porém sem direito a voto: 01 representante do
357/2005; 358/2005; 362/2005; 369/ 2006; 396/2008; Ministério Público Federal; 01 representante dos Ministérios
397/2008; 430/2011; 429/2011. ..............................103 Públicos Estaduais, indicado pelo Conselho Nacional dos
Procuradores-Gerais de Justiça; 01 representante da
Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e
Minorias da Câmara dos Deputados.
LEI Nº 6.938/1981 E SUAS ALTERAÇÕES Dentre suas principais competências estão: o
(POLÍTICA NACIONAL DO MEIO estabelecimento de normas e critérios para o licenciamento
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
AMBIENTE). determinação da necessidade de realização de estudos das
Órgão criado em 1982 pela Lei n º 6.938/81 – que alternativas e das possíveis consequências ambientais de
estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente -, projetos públicos ou privados; decisão, em última instância
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o administrativa, sobre as multas e outras penalidades
órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio impostas pelo IBAMA; o estabelecimento das normas e
Ambiente – SISNAMA. Em outras palavras, o CONAMA padrões nacionais de controle da poluição causada por
existe para assessorar, estudar e propor ao Governo, as veículos automotores, aeronaves e embarcações;
linhas de direção que devem tomar as políticas estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao
governamentais para a exploração e preservação do meio controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente,
ambiente e dos recursos naturais. Além disso, também cabe com vistas ao uso racional dos recursos ambientais,
ao órgão, dentro de sua competência, criar normas e principalmente os hídricos; e a deliberação, sob a forma de
determinar padrões compatíveis com o meio ambiente resoluções, proposições, recomendações e moções, que
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade visam cumprir os objetivos da Política Nacional de Meio
de vida. Ambiente.
Conforme dispõe o art. 4º do Decreto 99.274/90, o
CONAMA é formado por Plenário, Câmara Especial CONAMA – Atribuições e Competências
Recursal, Comitê de Integração de Políticas Ambientais, O CONAMA é definido pela Portaria MMA Nº
Câmaras Técnicas, Grupos de Trabalho e Grupos 452/2011 como, órgão colegiado de caráter normativo,
Assessores. As Câmaras Técnicas são instâncias deliberativo e consultivo, em suas finalidades e
encarregadas de desenvolver, examinar e relatar ao competências instituídas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto
Plenário as matérias de sua competência, para que este de 1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de
delibere. Pelo Regimento Interno (Portaria MMA nº junho de 1990, e integra a estrutura do Sistema Nacional do
452/2011) deverão existir 11 Câmaras Técnicas, Meio Ambiente-SISNAMA.
compostas por 10 Conselheiros, que elegem um
Dentre várias alterações em sua composição, o
Presidente, um Vice-presidente e um Relator. Os Grupos de
CONAMA, em 10 de março de 2009, pelo Decreto nº 6.
Trabalho são criados por tempo determinado para analisar,
792 é modificado e acresce dispositivos ao Decreto
estudar e apresentar propostas sobre matérias de sua
no 99.274, de 6 de junho de 1990 para dispor sobre a
competência.
composição e funcionamento do Conselho Nacional do
Presidido pelo ministro do Meio Ambiente, o Meio Ambiente - CONAMA. A atualização mais recente da
CONAMA realiza reuniões ordinárias a cada três meses em estrutura do Conselho foi pela Portaria MMA Nº 452/2011.

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2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
O CONAMA compõe-se basicamente por: V - estabelecer, privativamente, normas e
I - Plenário; padrões nacionais de controle da poluição causada
por veículos automotores, aeronaves e
II - Comitê de Integração de Políticas Ambientais-
embarcações, mediante audiência dos Ministérios
CIPAM;
competentes; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de
III - Câmaras Técnicas-CTs; 2001)
IV - Grupos de Trabalho-GTs; É de sua responsabilidade estipular padrões
V - Grupos Assessores-GAs; e nacionais que controlem a poluição emitida por veículos
VI - Câmara Especial Recursal-CER. automotores, aeronaves e embarcações, a partir de reunião
dos Ministérios competentes.
As Competências do CONAMA são descritas pela
Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, em seu Artigo 8º. Esta VI - estabelecer normas, critérios e padrões
Lei foi regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho relativos ao controle e à manutenção da qualidade
de 1990. E em 27 de setembro de 2001 o Decreto nº 3.942, do meio ambiente com vistas ao uso racional dos
deu nova redação à composição e competências do recursos ambientais, principalmente os hídricos;
CONAMA. (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
O CONAMA estipula regras gerais para a proteção
do meio ambiente, contribuindo para o uso adequado dos
Compete ao CONAMA: recursos naturais e hídricos. Levando em consideração a
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, capacidade de auto-regeneração dos corpos receptores e a
normas e critérios para o licenciamento de atividades necessidade de estabelecer parâmetros genéricos
efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser mensuráveis.
concedido pela União, Estados, Distrito Federal e VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho
Municípios e supervisionada pelo referido Instituto; de Governo diretrizes de políticas governamentais
(Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
para o meio ambiente e os recursos naturais;
Uma de suas competências é ditar regras que (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
deverão estabelecer os requisitos necessários à proteção Ele também auxilia o Conselho de Governo,
ambiental, propostas pelo IBAMA, para o licenciamento mediante estudos e propostas de procedimentos
ambiental de atividades e/ou empreendimentos com administrativos para questões ambientais.
potencial poluidor. O licenciamento é expedido pelos
Municípios, Estados, Distrito Federal, União, sob VIII - deliberar, no âmbito de sua competência,
supervisão do IBAMA. sobre normas e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
II - determinar, quando julgar necessário, a sadia qualidade de vida; (Redação dada pelo Decreto nº
realização de estudos das alternativas e das 3.942, de 2001)
possíveis conseqüências ambientais de projetos
Define medidas para a manutenção de um ambiente
públicos ou privados, requisitando aos órgãos
ecologicamente sustentável.
federais, estaduais e municipais, bem assim a
entidades privadas, as informações indispensáveis IX - estabelecer os critérios técnicos para
para apreciação dos estudos de impacto ambiental, declaração de áreas críticas, saturadas ou em vias
e respectivos relatórios, no caso de obras ou de saturação; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de
atividades de significativa degradação ambiental, 2001)
especialmente nas áreas consideradas patrimônio Determina parâmetros técnicos para a identificação
nacional; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001) adequada de áreas com impactos, sendo elas definidas
Quando o CONAMA sentir necessidade poderá como áreas críticas, saturadas ou em vias de saturação.
exigir estudos e relatórios ambientais (EIA e RIMA) aos X - acompanhar a implementação do Sistema
órgãos federais, estaduais e municipais, como também a Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-
entidades privadas que tenham atividades ou obras com SNUC, conforme disposto no inciso I do art. 6o da
significativa degradação ambiental, em especial em áreas Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000; (Redação dada
de proteção nacional. pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
III - decidir, por meio da Câmara Especial O CONAMA é um dos órgãos que dirige o SNUC, e
Recursal, como última instância administrativa, os tem como atribuição acompanhar a implantação da criação
recursos contra as multas e outras penalidades e gestão das Unidades de Conservação.
impostas pelo IBAMA; (Redação dada pelo Decreto XI - propor sistemática de monitoramento,
nº 6.792, de 2009) avaliação e cumprimento das normas
A Câmara Especial Recursal é a instância ambientais; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de
administrativa do CONAMA responsável pelo julgamento, 2001)
em caráter final, das multas e outras penalidades Estabelece a organização de vigilância do
administrativas impostas pelo IBAMA. cumprimentos das normas ambientais.
IV - determinar, mediante representação do XII - incentivar a instituição e o fortalecimento
IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais institucional dos Conselhos Estaduais e Municipais
concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou de Meio Ambiente, de gestão de recursos ambientais
condicional, e a perda ou suspensão de participação e dos Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada
em linhas de financiamento em estabelecimentos pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
oficiais de crédito; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, XIII - avaliar a implementação e a execução da
de 2001) política ambiental do País; (Redação dada pelo Decreto
O mesmo Decreto diz que, as penalidades previstas, nº 3.942, de 2001)
somente serão aplicadas nos casos previamente definidos O CONAMA está sempre analisando a introdução e
em ato específico do CONAMA, assegurando-se ao a efetiva prática da política ambiental.
interessado a ampla defesa.
XIV - recomendar ao órgão ambiental
competente a elaboração do Relatório de Qualidade

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 3
Ambiental, previsto no art. 9o inciso X da Lei I - ação governamental na manutenção do equilíbrio
no 6.938, de 31 de agosto de 1981; (Redação dada ecológico, considerando o meio ambiente como um
pelo Decreto nº 3.942, de 2001) patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
O Conselho Nacional do Meio Ambiente orienta o protegido, tendo em vista o uso coletivo;
órgão ambiental competente para a realização do II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água
documento que sintetiza e analisa informações ambientais e do ar;
para a gestão dos recursos naturais e conservação dos III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos
ecossistemas, devendo ser apresentado periodicamente o ambientais;
panorama do estado da qualidade ambiental no país.
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de
XV - estabelecer sistema de divulgação de áreas representativas;
seus trabalhos; (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou
XVI - promover a integração dos órgãos efetivamente poluidoras;
colegiados de meio ambiente; (Incluído pelo Decreto
nº 3.942, de 2001) VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos
XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a ambientais;
implementação da Agenda Nacional de Meio
Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às entidades VII - acompanhamento do estado da qualidade
do SISNAMA, sob a forma de ambiental;
recomendação; (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001) VIII - recuperação de áreas degradadas;
Recomenda a Agenda-CONAMA (documento) aos IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
órgãos que compõem o SISNAMA, que estabelece X - educação ambiental a todos os níveis do ensino,
temas, programas e projetos prioritários para a melhoria da inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-
qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
país, num período de 2 anos. Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se
XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, por:
proposições, recomendações e moções, visando o I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis,
cumprimento dos objetivos da Política Nacional de influências e interações de ordem física, química e
Meio Ambiente; e (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
2001) suas formas;
Através de Atos publicados o CONAMA resolve e II - degradação da qualidade ambiental, a alteração
ordena sobre questões ambientais, objetivando a prática do adversa das características do meio ambiente;
que é proposto na Política Nacional de Meio Ambiente.
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental
XIX - elaborar o seu regimento interno. (Incluído resultante de atividades que direta ou indiretamente:
pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população;
REGIMENTO INTERNO CONAMA, PORTARIA MMA Nº
b) criem condições adversas às atividades sociais e
452/2011
econômicas;
O CONAMA reúne-se ordinariamente a cada 3
c) afetem desfavoravelmente a biota;
meses no Distrito Federal, podendo realizar Reuniões
Extraordinárias fora do Distrito Federal, sempre que d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
convocada pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou a ambiente;
requerimento de pelo menos 2/3 dos seus membros. e) lancem matérias ou energia em desacordo com os
As reuniões do CONAMA são públicas e abertas à padrões ambientais estabelecidos;
toda a sociedade. IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
por atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas
LEI Nº 6.938/1981 E SUAS ALTERAÇÕES interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
(POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu AMBIENTE
sanciono a seguinte Lei:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
Art. 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII
do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a I - à compatibilização do desenvolvimento econômico
Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e social com a preservação da qualidade do meio ambiente e
mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema do equilíbrio ecológico;
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro II - à definição de áreas prioritárias de ação
de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
1990) ecológico, atendendo aos interesses da União, dos
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios;
(Vide decreto nº 5.975, de 2006)
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da III - ao estabelecimento de critérios e padrões da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo
País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos de recursos ambientais;
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia
da vida humana, atendidos os seguintes princípios: s nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais;

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4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio § 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e
ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas
e à formação de uma consciência pública sobre a e complementares e padrões relacionados com o meio
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo
equilíbrio ecológico; CONAMA.
VI - à preservação e restauração dos recursos § 2º O s Municípios, observadas as normas e os
ambientais com vistas á sua utilização racional e padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as
disponibilidade permanente, concorrendo para a normas mencionadas no parágrafo anterior.
manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da mencionados neste artigo deverão fornecer os resultados
obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, das análises efetuadas e sua fundamentação, quando
e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos solicitados por pessoa legitimamente interessada.
ambientais com fins econômicos. § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder
Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Executivo autorizado a criar uma Fundação de apoio técnico
Ambiente serão formuladas em normas e planos, científico às atividades do IBAMA. (Redação dada pela Lei
destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos nº 7.804, de 1989)
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Municípios no que se relaciona com a preservação da
Art. 7º (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990)
qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico,
observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei
nº 8.028, de 1990)
Parágrafo único. As atividades empresariais públicas
ou privadas serão exercidas em consonância com as I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas
diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou
potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, 7.804, de 1989)
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem
II - determinar, quando julgar necessário, a realização
como as fundações instituídas pelo Poder Público,
de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade
ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando
ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio
aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
entidades privadas, as informações indispensáveis para
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a apreciação dos estudos de impacto ambiental, e
função de assessorar o Presidente da República na respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de
formulação da política nacional e nas diretrizes significativa degradação ambiental, especialmente nas
governamentais para o meio ambiente e os recursos áreas consideradas patrimônio nacional. (Redação dada
ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) pela Lei nº 8.028, de 1990)
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de
IV - homologar acordos visando à transformação de
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,
penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente
de interesse para a proteção ambiental; (VETADO);
e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o V - determinar, mediante representação do IBAMA, a
meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo
sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda
de 1990) ou suspensão de participação em linhas de fiananciamento
em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da
pela Lei nº 7.804, de 1989)
Presidência da República, com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas nacionais de controle da poluição por veículos automotores,
para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de aeronaves e embarcações, mediante audiência dos
1990) Ministérios competentes;
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente
o Instituto Chico Mendes de Conservação da com vistas ao uso racional dos recursos ambientais,
Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade principalmente os hídricos.
de executar e fazer executar a política e as diretrizes Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é,
governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama.
com as respectivas competências; (Redação dada pela Lei (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990)
nº 12.856, de 2013) DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades DO MEIO AMBIENTE
estaduais responsáveis pela execução de programas, Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes Ambiente:
de provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela I - o estabelecimento de padrões de qualidade
Lei nº 7.804, de 1989) ambiental;
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades II - o zoneamento ambiental;
municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização
dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; III - a avaliação de impactos ambientais;
(Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva
ou potencialmente poluidoras;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 5
V - os incentivos à produção e instalação de todos os imóveis envolvidos. (Redação dada pela Lei nº
equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, 12.651, de 2012).
voltados para a melhoria da qualidade ambiental; § 6o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão
VI - a criação de espaços territoriais especialmente ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de
protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, transmissão do imóvel a qualquer título, de
tais como áreas de proteção ambiental, de relevante desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel.
interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
pela Lei nº 7.804, de 1989) § 7o As áreas que tenham sido instituídas na forma de
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771,
ambiente; de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas,
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental. (Incluído
Instrumento de Defesa Ambiental; pela Lei nº 12.651, de 2012).
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou
ao não cumprimento das medidas necessárias à gratuita, temporária ou perpétua. (Incluído pela Lei nº
preservação ou correção da degradação ambiental. 12.651, de 2012).
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio § 1o O prazo mínimo da servidão ambiental temporária
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto é de 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.651, de
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 2012).
Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) § 2o A servidão ambiental perpétua equivale, para fins
XI - a garantia da prestação de informações relativas creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos
ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí- públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural -
las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de RPPN, definida no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de
1989) 2000. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades § 3o O detentor da servidão ambiental poderá aliená-
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo
ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro
proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a
XIII - instrumentos econômicos, como concessão
conservação ambiental como fim social. (Incluído pela Lei
florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
nº 12.651, de 2012).
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Art. 9o-C. O contrato de alienação, cessão ou
Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel,
transferência da servidão ambiental deve ser averbado na
pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou
matrícula do imóvel. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
particular ou por termo administrativo firmado perante órgão
integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua § 1o O contrato referido no caput deve conter, no
propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou mínimo, os seguintes itens: (Incluído pela Lei nº 12.651, de
recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo 2012).
servidão ambiental. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de I - a delimitação da área submetida a preservação,
2012). conservação ou recuperação ambiental; (Incluído pela Lei
§ 1o O instrumento ou termo de instituição da servidão nº 12.651, de 2012).
ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens: II - o objeto da servidão ambiental; (Incluído pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012). nº 12.651, de 2012).
I - memorial descritivo da área da servidão ambiental, III - os direitos e deveres do proprietário instituidor e
contendo pelo menos um ponto de amarração dos futuros adquirentes ou sucessores; (Incluído pela Lei nº
georreferenciado; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). 12.651, de 2012).
II - objeto da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº IV - os direitos e deveres do detentor da servidão
12.651, de 2012). ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor V - os benefícios de ordem econômica do instituidor e
instituidor; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). do detentor da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº
IV - prazo durante o qual a área permanecerá como 12.651, de 2012).
servidão ambiental. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). VI - a previsão legal para garantir o seu cumprimento,
§ 2o A servidão ambiental não se aplica às Áreas de inclusive medidas judiciais necessárias, em caso de ser
Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima descumprido. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
exigida. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012). § 2o São deveres do proprietário do imóvel serviente,
§ 3o A restrição ao uso ou à exploração da vegetação entre outras obrigações estipuladas no contrato: (Incluído
da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a pela Lei nº 12.651, de 2012).
mesma estabelecida para a Reserva Legal. (Redação dada I - manter a área sob servidão ambiental; (Incluído pela
pela Lei nº 12.651, de 2012). Lei nº 12.651, de 2012).
§ 4o Devem ser objeto de averbação na matrícula do II - prestar contas ao detentor da servidão ambiental
imóvel no registro de imóveis competente: (Redação dada sobre as condições dos recursos naturais ou artificiais;
pela Lei nº 12.651, de 2012). (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
I - o instrumento ou termo de instituição da servidão III - permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo
ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). detentor da servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651,
II - o contrato de alienação, cessão ou transferência da de 2012).
servidão ambiental. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). IV - defender a posse da área serviente, por todos os
§ 5o Na hipótese de compensação de Reserva Legal, meios em direito admitidos. (Incluído pela Lei nº 12.651, de
a servidão ambiental deve ser averbada na matrícula de 2012).

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6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 3o São deveres do detentor da servidão ambiental, Parágrafo único. Os órgãos, entidades e programas do
entre outras obrigações estipuladas no contrato: (Incluído Poder Público, destinados ao incentivo das pesquisas
pela Lei nº 12.651, de 2012). científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas
I - documentar as características ambientais da metas prioritárias, o apoio aos projetos que visem a adquirir
propriedade; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). e desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis na área
ambiental e ecológica.
II - monitorar periodicamente a propriedade para
verificar se a servidão ambiental está sendo mantida; Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou correção dos
III - prestar informações necessárias a quaisquer
inconvenientes e danos causados pela degradação da
interessados na aquisição ou aos sucessores da
qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
propriedade; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).
I - à multa simples ou diária, nos valores
IV - manter relatórios e arquivos atualizados com as
correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a
atividades da área objeto da servidão; (Incluído pela Lei nº
1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional -
12.651, de 2012).
ORTNs, agravada em casos de reincidência específica,
V - defender judicialmente a servidão ambiental. conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012). pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e Federal, Territórios ou pelos Municípios;
funcionamento de estabelecimentos e atividades II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou fiscais concedidos pelo Poder Público;
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,
III - à perda ou suspensão de participação em linhas
de causar degradação ambiental dependerão de prévio
de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
licenciamento ambiental. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 140, de 2011) IV - à suspensão de sua atividade.
§ 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas
respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
bem como em periódico regional ou local de grande existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
pelo órgão ambiental competente. (Redação dada pela Lei atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá
Complementar nº 140, de 2011) legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal, por danos causados ao meio ambiente.
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei
Complementar nº 140, de 2011) § 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou
municipal, caberá ao Secretário do Meio Ambiente a
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei
aplicação das penalidades pecuniárias prevista neste
Complementar nº 140, de 2011)
artigo.
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei
§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste
Complementar nº 140, de 2011)
artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão
Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA será atribuição da autoridade administrativa ou financeira
normas e padrões para implantação, acompanhamento e que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento,
fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, cumprimento resolução do CONAMA.
além das que forem oriundas do próprio CONAMA. (Vide
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.966, de 2000)
Lei nº 7.804, de 1989)
§ 5o A execução das garantias exigidas do poluidor
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de
não impede a aplicação das obrigações de indenização e
2011)
reparação de danos previstas no § 1o deste artigo. (Incluído
§ 2º Inclui-se na competência da fiscalização e pela Lei nº 11.284, de 2006)
controle a análise de projetos de entidades, públicas ou
Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a
privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de
incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver
recursos ambientais, afetados por processos de exploração
tornando mais grave situação de perigo existente, fica
predatórios ou poluidores.
sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa
Art. 12. As entidades e órgãos de financiamento e de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. (Redação dada pela Lei nº
incentivos governamentais condicionarão a aprovação de 7.804, de 1989)
projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na
§ 1º A pena e aumentada até o dobro se: (Redação
forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios
dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
e dos padrões expedidos pelo CONAMA.
I - resultar: (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
Parágrafo único. As entidades e órgãos referidos no
caput deste artigo deverão fazer constar dos projetos a a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio
realização de obras e aquisição de equipamentos ambiente; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
destinados ao controle de degradação ambiental e a b) lesão corporal grave; (Incluído pela Lei nº 7.804, de
melhoria da qualidade do meio ambiente. 1989)
Art. 13. O Poder Executivo incentivará as atividades II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou
voltadas ao meio ambiente, visando: de transporte; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e III - o crime é praticado durante a noite, em domingo
processos tecnológicos destinados a reduzir a degradação ou em feriado. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
da qualidade ambiental; § 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente
II - à fabricação de equipamentos antipoluidores; que deixar de promover as medidas tendentes a impedir a
III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização prática das condutas acima descritas. (Redação dada pela
do uso de recursos ambientais. Lei nº 7.804, de 1989)
Art. 16 - (Revogado pela Lei nº 7.804, de 1989)

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 7
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto III – empresa de grande porte, a pessoa jurídica que
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais tiver receita bruta anual superior a R$ 12.000.000,00 (doze
Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de milhões de reais). (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
1989) § 2o O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e (GU) de recursos naturais de cada uma das atividades
Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório sujeitas à fiscalização encontram-se definidos no Anexo VIII
de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à § 3o Caso o estabelecimento exerça mais de uma
indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa relativamente
instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva a apenas uma delas, pelo valor mais elevado. (Incluído pela
ou potencialmente poluidoras; (Incluído pela Lei nº 7.804, Lei nº 10.165, de 2000)
de 1989)
Art. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar débitos de
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta reais), existentes até
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos 31 de dezembro de 1999. (Incluído pela Lei nº 9.960, de
Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou 2000)
jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente
Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as
poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e
entidades públicas federais, distritais, estaduais e
comercialização de produtos potencialmente perigosos ao
municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam
meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da
agricultura de subsistência e as populações tradicionais.
fauna e flora. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos serviços e
Art. 17-G. A TCFA será devida no último dia útil de
produtos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
cada trimestre do ano civil, nos valores fixados no Anexo IX
Recursos Naturais Renováveis - Ibama, a serem aplicados
desta Lei, e o recolhimento será efetuado em conta bancária
em âmbito nacional, conforme Anexo a esta Lei. (Incluído
vinculada ao Ibama, por intermédio de documento próprio
pela Lei nº 9.960, de 2000) (Vide Medida Provisória nº 687,
de arrecadação, até o quinto dia útil do mês subseqüente.
de 2015)
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei
Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o
nº 10.165, de 2000)
exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais § 2o Os recursos arrecadados com a TCFA terão
Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das utilização restrita em atividades de controle e fiscalização
atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de ambiental. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
recursos naturais. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e nas
2000) (Vide Medida Provisória nº 687, de 2015) condições estabelecidas no artigo anterior será cobrada
§ 1o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de com os seguintes acréscimos: (Redação dada pela Lei nº
2000) 10.165, de 2000)
§ 2o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de I – juros de mora, na via administrativa ou judicial,
2000) contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um
por cento; (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que
exerça as atividades constantes do Anexo VIII desta Lei. II – multa de mora de vinte por cento, reduzida a dez
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) por cento se o pagamento for efetuado até o último dia útil
do mês subseqüente ao do vencimento; (Redação dada
§ 1o O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar
pela Lei nº 10.165, de 2000)
até o dia 31 de março de cada ano relatório das atividades
exercidas no ano anterior, cujo modelo será definido pelo III – encargo de vinte por cento, substitutivo da
Ibama, para o fim de colaborar com os procedimentos de condenação do devedor em honorários de advogado,
controle e fiscalização. (Redação dada pela Lei nº 10.165, calculado sobre o total do débito inscrito como Dívida Ativa,
de 2000) reduzido para dez por cento se o pagamento for efetuado
antes do ajuizamento da execução. (Incluído pela Lei nº
§ 2o O descumprimento da providência determinada
10.165, de 2000)
no § 1o sujeita o infrator a multa equivalente a vinte por
cento da TCFA devida, sem prejuízo da exigência desta. § 1o-A. Os juros de mora não incidem sobre o valor da
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) multa de mora. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 3o Revogado. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de § 1o Os débitos relativos à TCFA poderão ser
2000) parcelados de acordo com os critérios fixados na legislação
tributária, conforme dispuser o regulamento desta Lei.
Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento e os
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
seus valores são os fixados no Anexo IX desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exerçam
as atividades mencionadas nos incisos I e II do art. 17 e que
§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se: (Redação
não estiverem inscritas nos respectivos cadastros até o
dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
último dia útil do terceiro mês que se seguir ao da
I – microempresa e empresa de pequeno porte, as publicação desta Lei incorrerão em infração punível com
pessoas jurídicas que se enquadrem, respectivamente, nas multa de: (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
descrições dos incisos I e II do caput do art. 2o da Lei
I – R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa física;
no 9.841, de 5 de outubro de 1999; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
10.165, de 2000)
II – R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se
II – empresa de médio porte, a pessoa jurídica que
microempresa; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
tiver receita bruta anual superior a R$ 1.200.000,00 (um
milhão e duzentos mil reais) e igual ou inferior a R$ III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de
12.000.000,00 (doze milhões de reais); (Incluído pela Lei nº pequeno porte; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
10.165, de 2000)

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8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa preços públicos de licenciamento e venda de produtos, não
de médio porte; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) constituem crédito para compensação com a TCFA.
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
grande porte. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) § 2o A restituição, administrativa ou judicial, qualquer
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei que seja a causa que a determine, da taxa de fiscalização
nº 10.165, de 2000) ambiental estadual ou distrital compensada com a TCFA
restaura o direito de crédito do Ibama contra o
Art. 17-J. (Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000)
estabelecimento, relativamente ao valor compensado.
Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro, (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
autorizações, concessões e permissões relacionadas à
Art. 17-Q. É o Ibama autorizado a celebrar convênios
fauna, à flora, e ao controle ambiental são de competência
com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para
exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do
desempenharem atividades de fiscalização ambiental,
Meio Ambiente. (Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000)
podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a
Art. 17-M. Os preços dos serviços administrativos TCFA. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
prestados pelo Ibama, inclusive os referentes à venda de
Art. 18. (Revogado pela Lei nº 9.985, de 2000)
impressos e publicações, assim como os de entrada,
permanência e utilização de áreas ou instalações nas Art 19 -(VETADO).
unidades de conservação, serão definidos em portaria do Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis nºs 5.357, de
Ministro de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta 17 de novembro de 1967, e 7.661, de 16 de maio de 1988,
do Presidente daquele Instituto. (Incluído pela Lei nº 9.960, a receita proveniente da aplicação desta Lei será recolhida
de 2000) de acordo com o disposto no art. 4º da Lei nº 7.735, de 22
Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do de fevereiro de 1989. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989))
Laboratório de Produtos Florestais do Ibama, assim como Art. 20. Esta Lei entrará em vigor na data de sua
os para venda de produtos da flora, serão, também, publicação.
definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário.
Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Brasília, 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e
Instituto. (Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) 93º da República.
Art. 17-O. Os proprietários rurais que se beneficiarem JOÃO FIGUEIREDO
com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Mário Andreazza
Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 2.9.1981
Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a importância
prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de Ver ainda PORTARIA Nº 168, DE 10 DE JUNHO
janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. (Redação dada DE 2005.
pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 1o-A. A Taxa de Vistoria a que se refere QUESTÕES DE CONCURSOS
o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do
valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. 01. (IBFC - 2021 - SEAP-PR - Técnico de Manejo e Meio
(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) Ambiente) De acordo com o art. 2º da Lei Federal n°
6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a
§ 1o A utilização do ADA para efeito de redução do
Política Nacional do Meio Ambiente, dentre os princípios
valor a pagar do ITR é obrigatória. (Redação dada pela Lei
da Política Nacional do Meio Ambiente estão os
nº 10.165, de 2000)
incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias
§ 2o O pagamento de que trata o caput deste artigo orientadas para _____ e a proteção dos recursos
poderá ser efetivado em cota única ou em parcelas, nos ambientais.
mesmos moldes escolhidos pelo contribuinte para o
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
pagamento do ITR, em documento próprio de arrecadação
do Ibama. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) A as exportações internacionais
§ 3o Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma B a exploração científica
parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais). C o agronegócio
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) D o uso racional
§ 4o O inadimplemento de qualquer parcela ensejará a E o extrativismo comercial
cobrança de juros e multa nos termos dos incisos I e II
do caput e §§ 1o-A e 1o, todos do art. 17-H desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) 02. (VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Analista
- Direito - Gestão Pública) Ao cuidar dos princípios da
§ 5o Após a vistoria, realizada por amostragem, caso
Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei n° 6.938/81
os dados constantes do ADA não coincidam com os
os disciplina em seu artigo 2° . Há autores que afirmam
efetivamente levantados pelos técnicos do Ibama, estes
que cuida-se muito mais de instrumentos que de
lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o
princípios, uma vez que consistem em medidas de
qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal,
competência governamental, importantes para
para as providências cabíveis. (Redação dada pela Lei nº
assegurar a efetividade da implantação da Política
10.165, de 2000)
Nacional do Meio Ambiente”. Dentre os princípios,
Art. 17-P. Constitui crédito para compensação com o destaca-se:
valor devido a título de TCFA, até o limite de sessenta por
A planejamento e avaliação do sistema nacional de
cento e relativamente ao mesmo ano, o montante
informações sobre o meio ambiente.
efetivamente pago pelo estabelecimento ao Estado, ao
Município e ao Distrito Federal em razão de taxa de B compatibilização do desenvolvimento econômico- -social
fiscalização ambiental. (Redação dada pela Lei nº 10.165, com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
de 2000) equilíbrio ecológico.
§ 1o Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao C racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do
Distrital Federal a qualquer outro título, tais como taxas ou ar.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 9
D restauração dos recursos ambientais com vistas à sua Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
utilização e disponibilidade sustentáveis. administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta
E garantia da prestação de informações periódicas relativas Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão
ao meio ambiente. de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas
03. (Quadrix - 2020 - IDURB - Analista de Desenvolvimento
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
Urbano e Fundiário - Arquiteto e Urbanista) Com base
autoras ou partícipes do mesmo fato.
na Lei n.º 6.938/1981, julgue o item quanto ao
licenciamento ambiental. Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
sempre que sua personalidade for obstáculo ao
Licenciamento, registros e autorizações relacionadas à flora
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio
e à fauna são ações de competência exclusiva de
ambiente.
órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio
Ambiente. Art. 5º (VETADO)
CAPÍTULO II
04. (NUCEPE - 2018 - PC-PI - Perito Criminal – Engenharia DA APLICAÇÃO DA PENA
Agronômica) Sobre a Lei nº 6.938, de 1981 e suas Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a
alterações, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio autoridade competente observará:
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da
aplicação, e dá outras providências, infração e suas conseqüências para a saúde pública e para
é CORRETO afirmar que: o meio ambiente;
A Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito II - os antecedentes do infrator quanto ao
Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as cumprimento da legislação de interesse ambiental;
fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis
III - a situação econômica do infrator, no caso de
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental,
multa.
constituirão o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA). Art. 7º As penas restritivas de direitos são
autônomas e substituem as privativas de liberdade quando:
B O Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA é
órgão consultivo e deliberativo com a finalidade de I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, privativa de liberdade inferior a quatro anos;
diretrizes de políticas governamentais para o meio II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
ambiente e os recursos naturais. social e a personalidade do condenado, bem como os
C Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a
de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e
complementares e padrões relacionados com o meio prevenção do crime.
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a
CONAMA. que se refere este artigo terão a mesma duração da pena
D O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos privativa de liberdade substituída.
Naturais Renováveis – IBAMA é um órgão consultivo e Art. 8º As penas restritivas de direito são:
deliberativo com a finalidade de assessorar, estudar e I - prestação de serviços à comunidade;
propor diretrizes de políticas governamentais para o II - interdição temporária de direitos;
meio ambiente e os recursos naturais.
III - suspensão parcial ou total de atividades;
E Conforme o que estabelece esta Lei, a Política Nacional
do Meio Ambiente visará impor ao poluidor e ao IV - prestação pecuniária;
predador, a obrigação de recuperar e indenizar os danos V - recolhimento domiciliar.
causados ao meio ambiente. Art. 9º A prestação de serviços à comunidade
consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas
Gabarito: 01/D; 02/C; 03/C; 04/C junto a parques e jardins públicos e unidades de
conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública
ou tombada, na restauração desta, se possível.
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito
LEI Nº 9.605/1998 (LEI DOS CRIMES são a proibição de o condenado contratar com o Poder
Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros
AMBIENTAIS). benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos,
no de crimes culposos.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei: Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada
quando estas não estiverem obedecendo às prescrições
CAPÍTULO I
legais.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no
Art. 1º (VETADO) pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e
estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do
como o diretor, o administrador, o membro de conselho e montante de eventual reparação civil a que for condenado
de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou o infrator.
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado,
quando podia agir para evitá-la.

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10 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito
exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo
dias e horários de folga em residência ou em qualquer local penal, instaurando-se o contraditório.
destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que
sentença condenatória. possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
agente; Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
II - arrependimento do infrator, manifestado pela condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor
espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para
degradação ambiental causada; apuração do dano efetivamente sofrido.
III - comunicação prévia pelo agente do perigo Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
iminente de degradação ambiental; alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o
disposto no art. 3º, são:
IV - colaboração com os agentes encarregados da
vigilância e do controle ambiental. I - multa;
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, II - restritivas de direitos;
quando não constituem ou qualificam o crime: III - prestação de serviços à comunidade.
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa
II - ter o agente cometido a infração: jurídica são:
a) para obter vantagem pecuniária; I - suspensão parcial ou total de atividades;
b) coagindo outrem para a execução material da II - interdição temporária de estabelecimento, obra
infração; ou atividade;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, III - proibição de contratar com o Poder Público, bem
a saúde pública ou o meio ambiente; como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; § 1º A suspensão de atividades será aplicada
quando estas não estiverem obedecendo às disposições
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou
legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio
áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial
ambiente.
de uso;
§ 2º A interdição será aplicada quando o
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer
estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem
assentamentos humanos;
a devida autorização, ou em desacordo com a concedida,
g) em período de defeso à fauna; ou com violação de disposição legal ou regulamentar.
h) em domingos ou feriados; § 3º A proibição de contratar com o Poder Público e
i) à noite; dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá
j) em épocas de seca ou inundações; exceder o prazo de dez anos.
l) no interior do espaço territorial especialmente Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela
protegido; pessoa jurídica consistirá em:
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou I - custeio de programas e de projetos ambientais;
captura de animais; II - execução de obras de recuperação de áreas
n) mediante fraude ou abuso de confiança; degradadas;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão III - manutenção de espaços públicos;
ou autorização ambiental; IV - contribuições a entidades ambientais ou
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou culturais públicas.
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada,
incentivos fiscais; preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada
relatórios oficiais das autoridades competentes; sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado
r) facilitada por funcionário público no exercício de instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo
suas funções. Penitenciário Nacional.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão CAPÍTULO III
condicional da pena pode ser aplicada nos casos de DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO
condenação a pena privativa de liberdade não superior a DE INFRAÇÃO
três anos. ADMINISTRATIVA OU DE CRIME
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos
o § 2º do art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos
de reparação do dano ambiental, e as condições a serem autos. (Vide ADPF 640)
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao § 1o Os animais serão prioritariamente libertados em
meio ambiente. seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins
do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para
no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos
tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.052, de 2014)
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, § 2o Até que os animais sejam entregues às
sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado instituições mencionadas no § 1o deste artigo, o órgão
para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. autuante zelará para que eles sejam mantidos em

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 11
condições adequadas de acondicionamento e transporte I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
que garantam o seu bem-estar físico. (Redação dada pela autorização ou em desacordo com a obtida;
Lei nº 13.052, de 2014) (Vide ADPF 640) II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo
§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou ou criadouro natural;
madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
científicas, hospitalares, penais e outras com fins guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta
beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei nº ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em
13.052, de 2014) rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos,
§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não provenientes de criadouros não autorizados ou sem a
perecíveis serão destruídos ou doados a instituições devida permissão, licença ou autorização da autoridade
científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando do §3º competente.
para §4º pela Lei nº 13.052, de 2014) § 2º No caso de guarda doméstica de espécie
§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o
serão vendidos, garantida a sua descaracterização por juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a
meio da reciclagem. (Renumerando do §4º para §5º pela Lei pena.
nº 13.052, de 2014) § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
CAPÍTULO IV pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte
de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
ação penal é pública incondicionada.
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é
Parágrafo único. (VETADO)
praticado:
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
extinção, ainda que somente no local da infração;
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser II - em período proibido à caça;
formulada desde que tenha havido a prévia composição do III - durante a noite;
dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo IV - com abuso de licença;
em caso de comprovada impossibilidade.
V - em unidade de conservação;
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de
VI - com emprego de métodos ou instrumentos
26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor
capazes de provocar destruição em massa.
potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes
modificações: § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime
decorre do exercício de caça profissional.
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que
trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos
de constatação de reparação do dano ambiental, atos de pesca.
ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de
mesmo artigo; anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar autoridade ambiental competente:
não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
do processo será prorrogado, até o período máximo previsto Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem
no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com parecer técnico oficial favorável e licença expedida por
suspensão do prazo da prescrição; autoridade competente:
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
mencionado no caput; mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à nativos ou exóticos: (Vide ADPF 640)
lavratura de novo laudo de constatação de reparação do Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser
novamente prorrogado o período de suspensão, até o § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza
máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que
disposto no inciso III; para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos. (Vide ADPF 640)
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a
declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo § 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para
de constatação que comprove ter o acusado tomado as as condutas descritas no caput deste artigo será de
providências necessárias à reparação integral do dano. reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da
guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)
CAPÍTULO V
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço,
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE se ocorre morte do animal. (Vide ADPF 640)
Seção I Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou
Dos Crimes contra a Fauna carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas,
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
sem a devida permissão, licença ou autorização da Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: ambas cumulativamente.
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
§ 1º Incorre nas mesmas penas: I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou
estações de aqüicultura de domínio público;

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12 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
II - quem explora campos naturais de invertebrados Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização ambas as penas cumulativamente.
da autoridade competente; Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de
devidamente demarcados em carta náutica. sua localização:
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja Pena - reclusão, de um a cinco anos.
proibida ou em lugares interditados por órgão competente: § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas
ambas as penas cumulativamente. Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei nº
9.985, de 2000)
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; § 2o A ocorrência de dano afetando espécies
ameaçadas de extinção no interior das Unidades de
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou
Conservação de Proteção Integral será considerada
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e
circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação
métodos não permitidos;
dada pela Lei nº 9.985, de 2000)
III - transporta, comercializa, beneficia ou
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e
metade.
pesca proibidas.
Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
2000)
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de
água, produzam efeito semelhante;
Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais,
autoridade competente: as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se Particulares do Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei nº
pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, 9.985, de 2000)
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, § 2o A ocorrência de dano afetando espécies
crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou ameaçadas de extinção no interior das Unidades de
não de aproveitamento econômico, ressalvadas as Conservação de Uso Sustentável será considerada
espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído
oficiais da fauna e da flora. pela Lei nº 9.985, de 2000)
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando § 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
realizado: metade. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
agente ou de sua família; Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal detenção de seis meses a um ano, e multa.
e expressamente autorizado pela autoridade competente;
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões
III – (VETADO) que possam provocar incêndios nas florestas e demais
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de
caracterizado pelo órgão competente. assentamento humano:
Seção II Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou
Dos Crimes contra a Flora ambas as penas cumulativamente.
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de Art. 43. (VETADO)
preservação permanente, mesmo que em formação, ou Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou
utilizá-la com infringência das normas de proteção: consideradas de preservação permanente, sem prévia
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de
ambas as penas cumulativamente. minerais:
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
reduzida à metade. Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou lei, assim classificada por ato do Poder Público, para fins
secundária, em estágio avançado ou médio de industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração,
regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com econômica ou não, em desacordo com as determinações
infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº legais:
11.428, de 2006). Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou
ou ambas as penas cumulativamente. (Incluído pela Lei nº industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de
11.428, de 2006). origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem
reduzida à metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de beneficiamento:
preservação permanente, sem permissão da autoridade Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
competente: Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 13
guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem II - causar poluição atmosférica que provoque a
vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas
do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da
Art. 47. (VETADO) população;
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural III - causar poluição hídrica que torne necessária a
de florestas e demais formas de vegetação: interrupção do abastecimento público de água de uma
comunidade;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos,
logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias
oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
em leis ou regulamentos:
ou ambas as penas cumulativamente.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um
a seis meses, ou multa. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no
parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
exigir a autoridade competente, medidas de precaução em
plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de
caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
mangues, objeto de especial preservação:
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
recursos minerais sem a competente autorização,
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a
degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio obtida:
público ou devolutas, sem autorização do órgão
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e
deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos
multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
termos da autorização, permissão, licença, concessão ou
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando determinação do órgão competente.
necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar,
sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar,
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância
hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio
de hectare. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em em leis ou nos seus regulamentos:
florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ou registro da autoridade competente:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. dada pela Lei nº 12.305, de 2010)
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação I - abandona os produtos ou substâncias referidos
conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça no caput ou os utiliza em desacordo com as normas
ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.305,
sem licença da autoridade competente: de 2010)
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. II - manipula, acondiciona, armazena, coleta,
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a
aumentada de um sexto a um terço se: resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010)
erosão do solo ou a modificação do regime climático; § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou
II - o crime é cometido: radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
a) no período de queda das sementes; § 3º Se o crime é culposo:
b) no período de formação de vegetações; Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, Art. 57. (VETADO)
ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração; Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção,
d) em época de seca ou inundação; as penas serão aumentadas:
e) durante a noite, em domingo ou feriado. I - de um sexto a um terço, se resulta dano
Seção III irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral;
Da Poluição e outros Crimes Ambientais II - de um terço até a metade, se resulta lesão
corporal de natureza grave em outrem;
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em
níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
saúde humana, ou que provoquem a mortandade de Parágrafo único. As penalidades previstas neste
animais ou a destruição significativa da flora: artigo somente serão aplicadas se do fato não resultar crime
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. mais grave.
§ 1º Se o crime é culposo: Art. 59. (VETADO)
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer
funcionar, em qualquer parte do território nacional,
§ 2º Se o crime: estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
a ocupação humana; ambientais competentes, ou contrariando as normas legais
e regulamentares pertinentes:

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14 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
ambas as penas cumulativamente. três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou
que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante
à flora ou aos ecossistemas: interesse ambiental:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Seção IV Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio três meses a um ano, sem prejuízo da multa.
Cultural Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: Poder Público no trato de questões ambientais:
I - bem especialmente protegido por lei, ato Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
administrativo ou decisão judicial; Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, concessão florestal ou qualquer outro procedimento
instalação científica ou similar protegido por lei, ato administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou
administrativo ou decisão judicial: parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação
11.284, de 2006)
ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo
ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído
ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, pela Lei nº 11.284, de 2006)
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3
da autoridade competente ou em desacordo com a (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
concedida: decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, CAPÍTULO VI
ou no seu entorno, assim considerado em razão de seu DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, Art. 70. Considera-se infração administrativa
cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
monumental, sem autorização da autoridade competente ou jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação
em desacordo com a concedida: do meio ambiente.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 1º São autoridades competentes para lavrar auto
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar de infração ambiental e instaurar processo administrativo os
edificação ou monumento urbano: (Redação dada pela Lei funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema
nº 12.408, de 2011) Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e as atividades de fiscalização, bem como os agentes das
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa § 2º Qualquer pessoa, constatando infração
tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou ambiental, poderá dirigir representação às autoridades
histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício
detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei do seu poder de polícia.
nº 12.408, de 2011) § 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada de infração ambiental é obrigada a promover a sua
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado apuração imediata, mediante processo administrativo
mediante manifestação artística, desde que consentida pelo próprio, sob pena de co-responsabilidade.
proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário § 4º As infrações ambientais são apuradas em
do bem privado e, no caso de bem público, com a processo administrativo próprio, assegurado o direito de
autorização do órgão competente e a observância das ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições
posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos desta Lei.
governamentais responsáveis pela preservação e Art. 71. O processo administrativo para apuração de
conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. infração ambiental deve observar os seguintes prazos
(Incluído pela Lei nº 12.408, de 2011) máximos:
Seção V I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou
Dos Crimes contra a Administração Ambiental impugnação contra o auto de infração, contados da data da
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ciência da autuação;
ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou II - trinta dias para a autoridade competente julgar o
dados técnico-científicos em procedimentos de autorização auto de infração, contados da data da sua lavratura,
ou de licenciamento ambiental: apresentada ou não a defesa ou impugnação;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, condenatória à instância superior do Sistema Nacional do
autorização ou permissão em desacordo com as normas Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e
ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de
realização depende de ato autorizativo do Poder Público: autuação;
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados
da data do recebimento da notificação.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 15
Art. 72. As infrações administrativas são punidas legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00
I - advertência; (cinqüenta milhões de reais).
II - multa simples; Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos
Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui
III - multa diária;
a multa federal na mesma hipótese de incidência.
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos
CAPÍTULO VII
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou
veículos de qualquer natureza utilizados na infração; DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
V - destruição ou inutilização do produto;
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro
VII - embargo de obra ou atividade; prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária
VIII - demolição de obra; cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando
IX - suspensão parcial ou total de atividades; solicitado para:
X – (VETADO) I - produção de prova;
XI - restritiva de direitos. II - exame de objetos e lugares;
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas III - informações sobre pessoas e coisas;
ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, IV - presença temporária da pessoa presa, cujas
as sanções a elas cominadas. declarações tenham relevância para a decisão de uma
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância causa;
das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de V - outras formas de assistência permitidas pela
preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja
sanções previstas neste artigo. parte.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o § 1° A solicitação de que trata este artigo será
agente, por negligência ou dolo: dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando
I - advertido por irregularidades que tenham sido necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a
praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de
órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos atendê-la.
Portos, do Ministério da Marinha; § 2º A solicitação deverá conter:
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;
SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da II - o objeto e o motivo de sua formulação;
Marinha.
III - a descrição sumária do procedimento em curso
§ 4° A multa simples pode ser convertida em no país solicitante;
serviços de preservação, melhoria e recuperação da
IV - a especificação da assistência solicitada;
qualidade do meio ambiente.
V - a documentação indispensável ao seu
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o
esclarecimento, quando for o caso.
cometimento da infração se prolongar no tempo.
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos
Lei e especialmente para a reciprocidade da cooperação
IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
internacional, deve ser mantido sistema de comunicações
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações
do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a com órgãos de outros países.
atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo
CAPÍTULO VIII
às prescrições legais ou regulamentares.
DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
disposições do Código Penal e do Código de Processo
II - cancelamento de registro, licença ou autorização; Penal.
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei,
fiscais; os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA,
IV - perda ou suspensão da participação em linhas responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo
de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; controle e fiscalização dos estabelecimentos e das
V - proibição de contratar com a Administração atividades suscetíveis de degradarem a qualidade
Pública, pelo período de até três anos. ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de título
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas
multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo físicas ou jurídicas responsáveis pela construção,
Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 instalação, ampliação e funcionamento de
de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº
dispuser o órgão arrecadador. 2.163-41, de 2001)
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, § 1o O termo de compromisso a que se refere este
metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as
acordo com o objeto jurídico lesado. pessoas físicas e jurídicas mencionadas no caput possam
promover as necessárias correções de suas atividades,
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo para o atendimento das exigências impostas pelas
será fixado no regulamento desta Lei e corrigido autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na

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16 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
o respectivo instrumento disponha sobre: (Redação dada competente, mediante extrato. (Incluído pela Medida
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) Provisória nº 2.163-41, de 2001)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
compromissadas e dos respectivos representantes legais; no prazo de noventa dias a contar de sua publicação.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de Art. 81. (VETADO)
2001)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência
função da complexidade das obrigações nele fixadas, e 110º da República.
poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual Gustavo Krause
período; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163- Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.2.1998
41, de 2001) e retificado em 17.2.1998
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do
investimento previsto e o cronograma físico de execução e
de implantação das obras e serviços exigidos, com metas QUESTÕES DE CONCURSOS
trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela Medida
01. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2021 - CBM-MG -
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
Aspirante do Corpo de Bombeiros) Segundo a lei que
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa dispõe sobre as sanções penais e administrativas
física ou jurídica compromissada e os casos de rescisão, derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
em decorrência do não-cumprimento das obrigações nele ambiente, constitui crime praticar ato de abuso, maus
pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163- tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
41, de 2001) domesticados, nativos ou exóticos. A pena para o
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não referido crime é de detenção de um a três anos e multa.
poderá ser superior ao valor do investimento previsto; Tendo em vista ainda o que prevê essa lei, é incorreto
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de afirmar, sobre o referido crime:
2001)
A Quando se tratar de cão ou gato, a pena será de reclusão
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda.
partes. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
B Incorre nas mesmas penas previstas para o crime quem
2001)
realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até ainda que para fins didáticos ou científicos, quando
o dia 30 de março de 1998, envolvendo construção, existirem recursos alternativos.
instalação, ampliação e funcionamento de
C Caracterizado o crime nos termos da conduta descrita em
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
lei, a morte do animal não interfere na aplicação da
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
pena.
poluidores, a assinatura do termo de compromisso deverá
ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, D A circunstância de ter o agente cometido o crime para
até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento obter vantagem pecuniária é considerada agravante da
escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do pena, quando não constitui ou qualifica o crime.
SISNAMA, devendo ser firmado pelo dirigente máximo do
estabelecimento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 02. (PM-MG - 2021 - PM-MG - Aspirante da Polícia Militar)
2.163-41, de 2001) A Lei n. 9.605, de 1998, dispõe sobre as sanções penais
§ 3o Da data da protocolização do requerimento e administrativas derivadas de condutas e atividades
previsto no § 2o e enquanto perdurar a vigência do lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Nos
correspondente termo de compromisso, ficarão suspensas, termos da referida lei, analise as alternativas abaixo e
em relação aos fatos que deram causa à celebração do marque a opção CORRETA:
instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra A A Lei nº 9.605, de 1998 considera crime a conduta
a pessoa física ou jurídica que o houver firmado. (Redação culposa que destrói bem especialmente protegido por
dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) lei, ato administrativo ou decisão judicial, sujeitando o
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que infrator a ação pública incondicionada.
trata este artigo não impede a execução de eventuais B A Suspensão condicional do processo prevista no art. 89
multas aplicadas antes da protocolização do requerimento. da Lei nº 9.099, de 1995, não é compatível com os
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de crimes definidos na Lei 9.605, de 1998.
2001)
C A pessoa jurídica constituída ou utilizada,
§ 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou
de compromisso, quando descumprida qualquer de suas ocultar a prática de crime definido na Lei nº 9.605, de
cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior. 1998 terá decretada sua liquidação forçada ou poderá
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) seu patrimônio ser considerado instrumento de crime e,
§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em como tal, perdido em favor da União.
até noventa dias, contados da protocolização do D A prestação de serviços à comunidade não é uma
requerimento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, penalidade aplicável à pessoa jurídica.
de 2001)
§ 7o O requerimento de celebração do termo de
03. (Exército - 2020 - EsFCEx - Direito) É correto afirmar,
compromisso deverá conter as informações necessárias à
segundo dispõe a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de
verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena
1998, que
de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.163-41, de 2001) A o pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,
Distrito Federal ou Territórios não substitui a multa
§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de
federal na hipótese de incidência.
compromisso deverão ser publicados no órgão oficial

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 17
B as pessoas jurídicas serão responsabilizadas VI da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e nas Leis
administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a nos 9.784, de 29 de janeiro de 1999, 8.005, de 22 de março
infração seja cometida por decisão de seu representante de 1990, 9.873, de 23 de novembro de 1999, e 6.938, de 31
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no de agosto de 1981,
interesse ou benefício da sua entidade. DECRETA:
C o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente CAPÍTULO I
responsável pelo crime ambiental é circunstância que
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS AO
agrava a pena.
MEIO AMBIENTE
D não é crime o abate de animais, quando realizado para
Seção I
proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação
predatória ou destruidora de animais, ainda que sem Das Disposições Gerais
autorização expressa. Art. 1o Este Capítulo dispõe sobre as condutas
E a responsabilidade civil das pessoas jurídicas exclui a das infracionais ao meio ambiente e suas respectivas sanções
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do administrativas.
mesmo fato. Art. 2o Considera-se infração administrativa
ambiental, toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação
04. (VUNESP - 2020 - EsFCEx - Oficial - Direito) É correto
do meio ambiente, conforme o disposto na Seção III deste
afirmar, segundo dispõe a Lei no 9.605, de 12 de
Capítulo.
fevereiro 1998, que
Parágrafo único. O elenco constante da Seção III
A o pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,
deste Capítulo não exclui a previsão de outras infrações
Distrito Federal ou Territórios não substitui a multa
previstas na legislação.
federal na mesma hipótese de incidência.
Art. 3o As infrações administrativas são punidas com
B as pessoas jurídicas serão responsabilizadas
as seguintes sanções:
administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a
infração seja cometida por decisão de seu representante I - advertência;
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no II - multa simples;
interesse ou benefício da sua entidade. III - multa diária;
C o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos
responsável pelo crime ambiental é circunstância que da fauna e flora e demais produtos e subprodutos objeto da
agrava a pena. infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou
D não é crime o abate de animal, quando realizado para veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
predatória ou destruidora de animais, ainda que sem V - destruição ou inutilização do produto;
expressa autorização. VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
E a responsabilidade civil das pessoas jurídicas exclui a das VII - embargo de obra ou atividade e suas
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do respectivas áreas;
mesmo fato.
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
05. (UERR - 2018 - PM-RR - Soldado da Polícia Militar)
Segundo a Lei 9.605/98 – Lei de crimes contra o Meio X - restritiva de direitos.
Ambiente, são circunstâncias que agravam a pena, § 1o Os valores estabelecidos na Seção III deste
quando não constituem ou qualificam o crime, exceto: Capítulo, quando não disposto de forma diferente, referem-se
A reincidência. à multa simples e não impedem a aplicação cumulativa das
demais sanções previstas neste Decreto.
B ter o agente cometido a infração para obter vantagem
pecuniária. § 2o A caracterização de negligência ou dolo será
exigível nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 3o do
C ter o agente cometido a infração coagindo outrem para a art. 72 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
execução material da infração.
Art. 4o O agente autuante, ao lavrar o auto de
D ter o agente cometido a infração em período de defeso à infração, indicará as sanções estabelecidas neste Decreto,
fauna. observando: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
E ter o agente cometido a infração em domingos ou 2008).
feriados. I - gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da
infração e suas conseqüências para a saúde pública e para
Gabarito: 01/C; 02/A; 03/B; 04/B; 05/A o meio ambiente;
II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental; e
III - situação econômica do infrator.
DECRETO Nº 6.514/2008 (LEI DOS § 1o Para a aplicação do disposto no inciso I, o órgão
CRIMES AMBIENTAIS). ou entidade ambiental estabelecerá de forma objetiva
critérios complementares para o agravamento e atenuação
Dispõe sobre as infrações e sanções
das sanções administrativas. (Incluído pelo Decreto nº
administrativas ao meio ambiente, estabelece o
6.686, de 2008).
processo administrativo federal para apuração
destas infrações, e dá outras providências. § 2o As sanções aplicadas pelo agente autuante
estarão sujeitas à confirmação pela autoridade julgadora.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
(Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea
“a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Capítulo Subseção I

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18 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Da Advertência documentos que comprovem a regularização da situação
5o
Art. A sanção de advertência poderá ser aplicada, que deu causa à lavratura do auto de infração. (Redação
mediante a lavratura de auto de infração, para as infrações dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, § 5o Caso o agente autuante ou a autoridade
garantidos a ampla defesa e o contraditório. competente verifique que a situação que deu causa à
§ 1º Consideram-se infrações administrativas de lavratura do auto de infração não foi regularizada, a multa
menor lesividade ao meio ambiente aquelas em que a multa diária voltará a ser imposta desde a data em que deixou de
consolidada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil ser aplicada, sendo notificado o autuado, sem prejuízo da
reais) ou, na hipótese de multa por unidade de medida, não adoção de outras sanções previstas neste Decreto.
exceda o valor referido. (Redação dada pelo Decreto nº (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
11.080, de 2022) § 6o Por ocasião do julgamento do auto de infração,
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput, caso o a autoridade ambiental deverá, em caso de procedência da
agente autuante constate a existência de irregularidades a autuação, confirmar ou modificar o valor da multa-dia,
serem sanadas, lavrará o auto de infração com a indicação decidir o período de sua aplicação e consolidar o montante
da respectiva sanção de advertência, ocasião em que devido pelo autuado para posterior execução. (Redação
estabelecerá prazo para que o infrator sane tais dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
irregularidades. § 7o O valor da multa será consolidado e executado
§ 3o Sanadas as irregularidades no prazo concedido, periodicamente após o julgamento final, nos casos em que
o agente autuante certificará o ocorrido nos autos e dará a infração não tenha cessado. (Redação dada pelo Decreto
seguimento ao processo estabelecido no Capítulo II. nº 6.686, de 2008).
§ 4o Caso o autuado, por negligência ou dolo, deixe § 8o A celebração de termo de compromisso de
de sanar as irregularidades, o agente autuante certificará o reparação ou cessação dos danos encerrará a contagem da
ocorrido e aplicará a sanção de multa relativa à infração multa diária. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
praticada, independentemente da advertência. Art. 11. O cometimento de nova infração ambiental
Art. 6o A sanção de advertência não excluirá a pelo mesmo infrator, no período de cinco anos, contado da
aplicação de outras sanções. data em que a decisão administrativa que o tenha
condenado por infração anterior tenha se tornado definitiva,
Art. 7o Fica vedada a aplicação de nova sanção de
implicará: (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
advertência no período de três anos contados do
julgamento da defesa da última advertência ou de outra I - aplicação da multa em triplo, no caso de
penalidade aplicada. cometimento da mesma infração; ou
Subseção II II - aplicação da multa em dobro, no caso de
cometimento de infração distinta.
Das Multas
§ 1º O agravamento será apurado no procedimento
Art. 8o A multa terá por base a unidade, hectare,
da nova infração, do qual se fará constar certidão com as
metro cúbico, quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo,
informações sobre o auto de infração anterior e o
metro quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra
julgamento definitivo que o confirmou. (Redação dada pelo
medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.
Decreto nº 11.080, de 2022)
Parágrafo único. O órgão ou entidade ambiental poderá
§ 2º Constatada a existência de decisão
especificar a unidade de medida aplicável para cada
condenatória irrecorrível por infração anterior, o autuado
espécie de recurso ambiental objeto da infração.
será notificado para se manifestar, no prazo de dez dias,
Art. 9o O valor da multa de que trata este Decreto sobre a possibilidade de agravamento da
será corrigido, periodicamente, com base nos índices penalidade. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de
estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de 2022)
R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00
§ 3º Caracterizada a reincidência, a autoridade
(cinqüenta milhões de reais).
competente agravará a penalidade, na forma do disposto
§ 1º Decorrido o prazo estabelecido no caput do art. nos incisos I e II do caput. (Redação dada pelo Decreto nº
113, as multas estarão sujeitas à atualização monetária até 11.080, de 2022)
o seu efetivo pagamento, sem prejuízo da aplicação de
§ 4º O agravamento da penalidade por reincidência
juros de mora e demais encargos, conforme previsto em
não poderá ser aplicado após o julgamento de que trata o
lei. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
art. 124. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 2º O valor da multa ambiental consolidada não
§ 5º A adesão a uma das soluções legais previstas
poderá exceder o limite previsto no caput, ressalvado o
na alínea “b” do inciso II do § 1º do art. 98-A não eximirá a
disposto no § 1º. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
contabilização da infração cometida para fins de aplicação
Art. 10. A multa diária será aplicada sempre que o do disposto neste artigo. (Redação dada pelo Decreto nº
cometimento da infração se prolongar no tempo. 11.080, de 2022)
§ 1o Constatada a situação prevista no caput, o Art. 12. O pagamento de multa por infração
agente autuante lavrará auto de infração, indicando, além ambiental imposta pelos Estados, Municípios, Distrito
dos requisitos constantes do art. 97, o valor da multa-dia. Federal ou Territórios substitui a aplicação de penalidade
§ 2o O valor da multa-dia deverá ser fixado de acordo pecuniária pelo órgão federal, em decorrência do mesmo
com os critérios estabelecidos neste Decreto, não podendo fato, respeitados os limites estabelecidos neste Decreto.
ser inferior ao mínimo estabelecido no art. 9 o nem superior Parágrafo único. Somente o efetivo pagamento da
a dez por cento do valor da multa simples máxima cominada multa será considerado para efeito da substituição de que
para a infração. trata o caput, não sendo admitida para esta finalidade a
§ 3o Lavrado o auto de infração, será aberto prazo celebração de termo de compromisso de ajustamento de
de defesa nos termos estabelecidos no Capítulo II deste conduta ou outra forma de compromisso de regularização
Decreto. da infração ou composição de dano, salvo se deste também
§ 4o A multa diária deixará de ser aplicada a partir da participar o órgão ambiental federal. (Redação dada pelo
data em que o autuado apresentar ao órgão ambiental Decreto nº 6.686, de 2008).

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 19
Art. 13. Reverterão ao Fundo Nacional do Meio II - cancelamento de registros, licenças ou
Ambiente - FNMA vinte por cento dos valores arrecadados autorizações de funcionamento da atividade econômica
em pagamento de multas aplicadas pela União, podendo o junto aos órgãos ambientais e de fiscalização. (Redação
referido percentual ser alterado, a critério dos órgãos dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
arrecadadores. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de § 1o O órgão ou entidade ambiental promoverá a
2008). divulgação dos dados do imóvel rural, da área ou local
Parágrafo único. A destinação dos valores embargado e do respectivo titular em lista oficial,
excedentes ao percentual estabelecido no caput a fundos resguardados os dados protegidos por legislação específica
administrados por outros entes federativos dependerá da para efeitos do disposto no inciso III do art. 4º da Lei nº
celebração de instrumento específico entre o órgão 10.650, de 16 de abril de 2003, especificando o exato local
arrecadador e o gestor do fundo, observado o disposto da área embargada e informando que o auto de infração
no art. 73 da Lei nº 9.605, de 1998. (Incluído pelo Decreto encontra-se julgado ou pendente de julgamento. (Incluído
nº 11.080, de 2022) pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Subseção III § 2o A pedido do interessado, o órgão ambiental
Das Demais Sanções Administrativas autuante emitirá certidão em que conste a atividade, a obra
e a parte da área do imóvel que são objetos do embargo,
Art. 14. A sanção de apreensão de animais, produtos
conforme o caso. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
e subprodutos da fauna e flora, produtos e subprodutos
objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos Art. 19. A sanção de demolição de obra poderá ser
ou veículos e embarcações de qualquer natureza utilizados aplicada pela autoridade ambiental, após o contraditório e
na infração reger-se-á pelo disposto nas Seções II, IV e VI ampla defesa, quando: (Redação dada pelo Decreto nº
do Capítulo II deste Decreto. (Redação dada pelo Decreto 6.686, de 2008).
nº 6.686, de 2008). I - verificada a construção de obra em área
Art. 15. As sanções indicadas nos incisos V a IX do ambientalmente protegida em desacordo com a legislação
art. 3o serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ambiental; ou
ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às II - quando a obra ou construção realizada não
determinações legais ou regulamentares. atenda às condicionantes da legislação ambiental e não
Art. 15-A. O embargo de obra ou atividade restringe- seja passível de regularização.
se aos locais onde efetivamente caracterizou-se a infração § 1o A demolição poderá ser feita pela administração
ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas ou pelo infrator, em prazo assinalado, após o julgamento do
em áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não auto de infração, sem prejuízo do disposto no art. 112.
correlacionadas com a infração. (Incluído pelo Decreto nº § 2o As despesas para a realização da demolição
6.686, de 2008). correrão às custas do infrator, que será notificado para
Art. 15-B. A cessação das penalidades de realizá-la ou para reembolsar aos cofres públicos os gastos
suspensão e embargo dependerá de decisão da autoridade que tenham sido efetuados pela administração.
ambiental após a apresentação, por parte do autuado, de § 3o Não será aplicada a penalidade de demolição
documentação que regularize a obra ou atividade. (Incluído quando, mediante laudo técnico, for comprovado que o
pelo Decreto nº 6.686, de 2008). desfazimento poderá trazer piores impactos ambientais que
Art. 16. No caso de áreas irregularmente sua manutenção, caso em que a autoridade ambiental,
desmatadas ou queimadas, o agente autuante embargará mediante decisão fundamentada, deverá, sem prejuízo das
quaisquer obras ou atividades nelas localizadas ou demais sanções cabíveis, impor as medidas necessárias à
desenvolvidas, excetuando as atividades de subsistência. cessação e mitigação do dano ambiental, observada a
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). legislação em vigor. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de
§ 1o O agente autuante deverá colher todas as 2008).
provas possíveis de autoria e materialidade, bem como da Art. 20. As sanções restritivas de direito aplicáveis às
extensão do dano, apoiando-se em documentos, fotos e pessoas físicas ou jurídicas são:
dados de localização, incluindo as coordenadas geográficas I - suspensão de registro, licença ou autorização;
da área embargada, que deverão constar do respectivo (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
auto de infração para posterior georreferenciamento.
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
(Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
§ 2o Não se aplicará a penalidade de embargo de
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios
obra ou atividade, ou de área, nos casos em que a infração
fiscais;
de que trata o caput se der fora da área de preservação
permanente ou reserva legal, salvo quando se tratar de IV - perda ou suspensão da participação em linhas
desmatamento não autorizado de mata nativa. (Incluído de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; e
pelo Decreto nº 6.686, de 2008). V - proibição de contratar com a administração
Art. 17. O embargo de área irregularmente pública;
explorada e objeto do Plano de Manejo Florestal § 1º A autoridade julgadora fixará o período de
Sustentável - PMFS não exonera seu detentor da execução vigência das sanções previstas no caput, observados os
de atividades de manutenção ou recuperação da floresta, seguintes prazos: (Redação dada pelo Decreto nº 11.080,
na forma e prazos fixados no PMFS e no termo de de 2022)
responsabilidade de manutenção da floresta. (Redação I - até três anos para a sanção prevista no inciso V;
dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Art. 18. O descumprimento total ou parcial de II - até um ano para as demais sanções. (Incluído
embargo, sem prejuízo do disposto no art. 79, ensejará a pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
aplicação cumulativa das seguintes sanções: § 2o Em qualquer caso, a extinção da sanção fica
I - suspensão da atividade que originou a infração e condicionada à regularização da conduta que deu origem
da venda de produtos ou subprodutos criados ou ao auto de infração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de
produzidos na área ou local objeto do embargo infringido; e 2008).

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20 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Seção II I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
Dos Prazos Prescricionais autorização ou em desacordo com a obtida;
Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo
administração objetivando apurar a prática de infrações ou criadouro natural; ou
contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta
em que esta tiver cessado. ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em
§ 1o Considera-se iniciada a ação de apuração de rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos,
infração ambiental pela administração com a lavratura do provenientes de criadouros não autorizados, sem a devida
auto de infração. permissão, licença ou autorização da autoridade ambiental
competente ou em desacordo com a obtida.
§ 2o Incide a prescrição no procedimento de
apuração do auto de infração paralisado por mais de três § 4o No caso de guarda doméstica de espécime
anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode a
serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da autoridade competente, considerando as circunstâncias,
parte interessada, sem prejuízo da apuração da deixar de aplicar a multa, em analogia ao disposto no §
responsabilidade funcional decorrente da paralisação. 2o do art. 29 da Lei no 9.605, de 1998.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 5o No caso de guarda de espécime silvestre, deve
§ 3o Quando o fato objeto da infração também a autoridade competente deixar de aplicar as sanções
constituir crime, a prescrição de que trata o caput reger-se- previstas neste Decreto, quando o agente
á pelo prazo previsto na lei penal. espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental
competente.
§ 4o A prescrição da pretensão punitiva da
administração não elide a obrigação de reparar o dano § 6o Caso a quantidade ou espécie constatada no
ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela
autoridade ambiental competente, o agente autuante
Art. 22. Interrompe-se a prescrição:
promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela da fiscalização.
cientificação do infrator por qualquer outro meio, inclusive
§ 7o São espécimes da fauna silvestre, para os
por edital;
efeitos deste Decreto, todos os organismos incluídos no
II - por qualquer ato inequívoco da administração reino animal, pertencentes às espécies nativas, migratórias
que importe apuração do fato; e e quaisquer outras não exóticas, aquáticas ou terrestres,
III - pela decisão condenatória recorrível. que tenham todo ou parte de seu ciclo original de vida
Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou em
administração, para o efeito do que dispõe o inciso II, águas jurisdicionais brasileiras. (Redação dada pelo
aqueles que impliquem instrução do processo. Decreto nº 6.686, de 2008).
Art. 23. O disposto neste Capítulo não se aplica aos § 8o A coleta de material destinado a fins científicos
procedimentos relativos a Taxa de Controle e Fiscalização somente é considerada infração, nos termos deste artigo,
Ambiental de que trata o art. 17-B da Lei no 6.938, de 31 de quando se caracterizar, pelo seu resultado, como danosa
agosto de 1981. ao meio ambiente. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de
Seção III 2008).
Das Infrações Administrativas Cometidas Contra o § 9o A autoridade julgadora poderá, considerando a
Meio Ambiente natureza dos animais, em razão de seu pequeno porte,
aplicar multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
Subseção I 100.000,00 (cem mil reais) quando a contagem individual
Das Infrações Contra a Fauna for de difícil execução ou quando, nesta situação, ocorrendo
Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, a contagem individual, a multa final restar desproporcional
utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota em relação à gravidade da infração e a capacidade
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização econômica do infrator. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de
da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 2008).
Multa de: Art. 25. Introduzir espécime animal silvestre, nativo
I - R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de ou exótico, no País ou fora de sua área de distribuição
espécie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença
de extinção; expedida pela autoridade ambiental competente, quando
exigível: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de
espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo
ameaçada de extinção, inclusive da Convenção de por exemplar excedente de:
Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de
Selvagens em Perigo de Extinção - CITES. (Redação dada espécie não constante em listas oficiais de espécies em
pelo Decreto nº 6.686, de 2008). risco ou ameaçadas de extinção;
§ 1o As multas serão aplicadas em dobro se a II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de
infração for praticada com finalidade de obter vantagem espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira
pecuniária. ameaçada de extinção, inclusive da CITES. (Redação dada
§ 2o Na impossibilidade de aplicação do critério de pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
unidade por espécime para a fixação da multa, aplicar-se-á § 1o Entende-se por introdução de espécime animal
o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por quilograma ou no País, além do ato de ingresso nas fronteiras nacionais, a
fração. guarda e manutenção continuada a qualquer tempo.
§ 3o Incorre nas mesmas multas: § 2o Incorre nas mesmas penas quem reintroduz na
natureza espécime da fauna silvestre sem parecer técnico
oficial favorável e licença expedida pela autoridade

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 21
ambiental competente, quando exigível. (Redação dada Art. 34. Causar degradação em viveiros, açudes ou
pelo Decreto nº 6.686, de 2008). estação de aqüicultura de domínio público:
Art. 26. Exportar peles e couros de anfíbios e répteis Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
em bruto, sem autorização da autoridade competente: 500.000,00 (quinhentos mil reais).
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo Art. 35. Pescar em período ou local no qual a pesca
de: seja proibida:
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade não Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$
constante em listas oficiais de espécies em risco ou 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de R$ 20,00
ameaçadas de extinção; ou (vinte reais), por quilo ou fração do produto da pescaria, ou
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade por espécime quando se tratar de produto de pesca para
constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de uso ornamental.
extinção, inclusive da CITES. (Redação dada pelo Decreto Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem:
nº 6.686, de 2008). I - pesca espécies que devam ser preservadas ou
Parágrafo único. Caso a quantidade ou espécie espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;
constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o II - pesca quantidades superiores às permitidas ou
autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e
autuante promoverá a autuação considerando a totalidade métodos não permitidos;
do objeto da fiscalização.
III - transporta, comercializa, beneficia ou
Art. 27. Praticar caça profissional no País: industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com pesca proibida;
acréscimo de: IV - transporta, conserva, beneficia, descaracteriza,
I - R$ 500,00 (quinhentos reais), por indivíduo industrializa ou comercializa pescados ou produtos
capturado; ou (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de originados da pesca, sem comprovante de origem ou
2008). autorização do órgão competente;
II - R$ 10.000,00 (dez mil reais), por indivíduo de V - captura, extrai, coleta, transporta, comercializa
espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ou exporta espécimes de espécies ornamentais oriundos da
ameaçada de extinção, inclusive da CITES. (Redação dada pesca, sem autorização do órgão competente ou em
pelo Decreto nº 6.686, de 2008). desacordo com a obtida; e
Art. 28. Comercializar produtos, instrumentos e VI - deixa de apresentar declaração de estoque.
objetos que impliquem a caça, perseguição, destruição ou Art. 36. Pescar mediante a utilização de explosivos
apanha de espécimes da fauna silvestre: ou substâncias que, em contato com a água, produzam
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com acréscimo de efeitos semelhantes, ou substâncias tóxicas, ou ainda, por
R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade excedente. outro meio proibido pela autoridade competente:
Art. 29. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de R$ 20,00
nativos ou exóticos: (vinte reais), por quilo ou fração do produto da pescaria.
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 Art. 37. Exercer a pesca sem prévio cadastro,
(três mil reais) por indivíduo. inscrição, autorização, licença, permissão ou registro do
Art. 30. Molestar de forma intencional qualquer órgão competente, ou em desacordo com o obtido:
espécie de cetáceo, pinípede ou sirênio em águas Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) a R$ 10.000,00
jurisdicionais brasileiras: (dez mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais) por
Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). quilo ou fração do produto da pesca, ou por espécime
quando se tratar de produto de pesca para ornamentação.
Art. 31. Deixar, o jardim zoológico e os criadouros
autorizados, de ter o livro de registro do acervo faunístico Parágrafo único. Caso a quantidade ou espécie
ou mantê-lo de forma irregular: constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o
autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente
Multa de R$ 500,00 a R$ 5.000,00 (mil reais).
autuante promoverá a autuação considerando a totalidade
Parágrafo único. Incorre na mesma multa quem do objeto da fiscalização.
deixa de manter registro de acervo faunístico e
Art. 38. Importar ou exportar quaisquer espécies
movimentação de plantel em sistemas informatizados de
aquáticas, em qualquer estágio de desenvolvimento, bem
controle de fauna ou fornece dados inconsistentes ou
como introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones
fraudados.
em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou licença
Art. 32. Deixar, o comerciante, de apresentar do órgão competente, ou em desacordo com a obtida:
declaração de estoque e valores oriundos de comércio de
Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 50.000,00
animais silvestres:
(cinqüenta mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (vinte
Multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 10.000,00 reais) por quilo ou fração do produto da pescaria, ou por
(dez mil reais). espécime quando se tratar de espécies aquáticas, oriundas
Art. 33. Explorar ou fazer uso comercial de imagem de produto de pesca para ornamentação.
de animal silvestre mantido irregularmente em cativeiro ou § 1o Incorre na mesma multa quem introduzir
em situação de abuso ou maus-tratos: espécies nativas ou exóticas em águas jurisdicionais
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ brasileiras, sem autorização do órgão competente, ou em
500.000,00 (quinhentos mil reais). desacordo com a obtida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica § 2o A multa de que trata o caput será aplicada em
ao uso de imagem para fins jornalísticos, informativos, dobro se houver dano ou destruição de recife de coral.
acadêmicos, de pesquisas científicas e educacionais. Art. 39. Explorar campos naturais de invertebrados
aquáticos e algas, bem como recifes de coral sem

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22 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
autorização do órgão ambiental competente ou em industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração,
desacordo com a obtida: econômica ou não, sem licença ou em desacordo com as
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ determinações legais:
50.000,00 (cinqüenta mil reais), com acréscimo de R$ Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro
20,00 (vinte reais) por quilo ou espécime do produto. cúbico de carvão-mdc.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem: Art. 47. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou
I - utiliza, comercializa ou armazena invertebrados industriais, madeira serrada ou em tora, lenha, carvão ou
aquáticos, algas, ou recifes de coral ou subprodutos destes outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de
sem autorização do órgão competente ou em desacordo licença do vendedor, outorgada pela autoridade
com a obtida; e competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar
o produto até final beneficiamento:
II - fundeia embarcações ou lança detritos de
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) por unidade,
devidamente demarcados em carta náutica. estéreo, quilo, mdc ou metro cúbico aferido pelo método
geométrico.
Art. 40. A comercialização do produto da pesca de
que trata esta Subseção agravará a penalidade da § 1o Incorre nas mesmas multas quem vende, expõe
respectiva infração quando esta incidir sobre espécies à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira,
sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, lenha, carvão ou outros produtos de origem vegetal, sem
conforme regulamento do órgão ambiental competente, licença válida para todo o tempo da viagem ou do
com o acréscimo de: armazenamento, outorgada pela autoridade competente ou
em desacordo com a obtida.
I - R$ 40,00 (quarenta reais) por quilo ou fração do
produto da pesca de espécie constante das listas oficiais § 2o Considera-se licença válida para todo o tempo
brasileiras de espécies ameaçadas de sobreexplotação; ou da viagem ou do armazenamento aquela cuja autenticidade
seja confirmada pelos sistemas de controle eletrônico
II - R$ 60,00 (sessenta reais) por quilo ou fração do
oficiais, inclusive no que diz respeito à quantidade e espécie
produto da pesca de espécie constante das listas oficiais
autorizada para transporte e armazenamento.
brasileiras de espécies sobreexplotadas.
§ 3o Nas infrações de transporte, caso a quantidade
Art. 41. Deixar, os comandantes de embarcações
ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em
destinadas à pesca, de preencher e entregar, ao fim de
desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental
cada viagem ou semanalmente, os mapas fornecidos pelo
competente, o agente autuante promoverá a autuação
órgão competente:
considerando a totalidade do objeto da fiscalização.
Multa: R$ 1.000,00 (mil reais). (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Art. 42. Para os efeitos deste Decreto, considera-se § 4o Para as demais infrações previstas neste artigo,
pesca todo ato tendente a extrair, retirar, coletar, apanhar, o agente autuante promoverá a autuação considerando o
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, volume integral de madeira, lenha, carvão ou outros
crustáceos, moluscos aquáticos e vegetais hidróbios produtos de origem vegetal que não guarde
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, correspondência com aquele autorizado pela autoridade
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, ambiental competente, em razão da quantidade ou espécie.
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Parágrafo único. Entende-se por ato tendente à Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural
pesca aquele em que o infrator esteja munido, equipado ou de florestas ou demais formas de vegetação nativa em
armado com petrechos de pesca, na área de pesca ou unidades de conservação ou outras áreas especialmente
dirigindo-se a ela. protegidas, quando couber, área de preservação
Subseção II permanente, reserva legal ou demais locais cuja
Das Infrações Contra a Flora regeneração tenha sido indicada pela autoridade ambiental
Art. 43. Destruir ou danificar florestas ou demais competente: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
formas de vegetação natural ou utilizá-las com infringência 2008).
das normas de proteção em área considerada de Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por hectare
preservação permanente, sem autorização do órgão ou fração. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
competente, quando exigível, ou em desacordo com a Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica
obtida: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). para o uso permitido das áreas de preservação permanente.
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
50.000,00 (cinqüenta mil reais), por hectare ou fração. Art. 49. Destruir ou danificar florestas ou qualquer
Art. 44. Cortar árvores em área considerada de tipo de vegetação nativa, objeto de especial preservação,
preservação permanente ou cuja espécie seja não passíveis de autorização para exploração ou
especialmente protegida, sem permissão da autoridade supressão: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
competente: Multa de R$ 6.000,00 (seis mil reis) por hectare ou
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ fração.
20.000,00 (vinte mil reais) por hectare ou fração, ou R$ Parágrafo único. A multa será acrescida de R$
500,00 (quinhentos reais) por árvore, metro cúbico ou 1.000,00 (mil reais) por hectare ou fração quando a situação
fração. prevista no caput se der em detrimento de vegetação
Art. 45. Extrair de florestas de domínio público ou primária ou secundária no estágio avançado ou médio de
áreas de preservação permanente, sem prévia autorização, regeneração do bioma Mata Atlântica.
pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Art. 50. Destruir ou danificar florestas ou qualquer
Multa simples de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas,
50.000,00 (cinqüenta mil reais) por hectare ou fração. objeto de especial preservação, sem autorização ou licença
Art. 46. Transformar madeira oriunda de floresta ou da autoridade ambiental competente:
demais formas de vegetação nativa em carvão, para fins Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou
fração.
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 23
§ 1o A multa será acrescida de R$ 500,00 hectare ou fração da área de reserva legal. (Redação dada
(quinhentos reais) por hectare ou fração quando a situação pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
prevista no caput se der em detrimento de vegetação § 1o O autuado será advertido para que, no prazo de
secundária no estágio inicial de regeneração do bioma Mata cento e oitenta dias, apresente termo de compromisso de
Atlântica. regularização da reserva legal na forma das alternativas
§ 2o Para os fins dispostos no art. 49 e no caput previstas na Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965..
deste artigo, são consideradas de especial preservação as (Redação dada pelo Decreto nº 7.029, de 2009)
florestas e demais formas de vegetação nativa que tenham § 2o Durante o período previsto no § 1o, a multa
regime jurídico próprio e especial de conservação ou diária será suspensa. (Redação dada pelo Decreto nº
preservação definido pela legislação. 6.686, de 2008).
Art. 51. Destruir, desmatar, danificar ou explorar § 3o Caso o autuado não apresente o termo de
floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de compromisso previsto no § 1o nos cento e vinte dias
espécies nativas plantadas, em área de reserva legal ou assinalados, deverá a autoridade ambiental cobrar a multa
servidão florestal, de domínio público ou privado, sem diária desde o dia da lavratura do auto de infração, na forma
autorização prévia do órgão ambiental competente ou em estipulada neste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 6.686,
desacordo com a concedida: (Redação dada pelo Decreto de 2008).
nº 6.686, de 2008).
§ 4o As sanções previstas neste artigo não serão
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou aplicadas quando o prazo previsto não for cumprido por
fração. culpa imputável exclusivamente ao órgão ambiental.
Art. 51-A. Executar manejo florestal sem autorização (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
prévia do órgão ambiental competente, sem observar os § 5o O proprietário ou possuidor terá prazo de cento
requisitos técnicos estabelecidos em PMFS ou em e vinte dias para averbar a localização, compensação ou
desacordo com a autorização concedida: (Incluído pelo desoneração da reserva legal, contados da emissão dos
Decreto nº 6.686, de 2008). documentos por parte do órgão ambiental competente ou
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou instituição habilitada. (Incluído pelo Decreto nº 7.029, de
fração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). 2009)
Art. 52. Desmatar, a corte raso, florestas ou demais § 6º No prazo a que se refere o § 5º, as sanções
formações nativas, fora da reserva legal, sem autorização previstas neste artigo não serão aplicadas. (Incluído pelo
da autoridade competente: Decreto nº 7.029, de 2009)
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou Art. 56. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
fração. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de
Art. 53. Explorar ou danificar floresta ou qualquer logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$1.000,00 (mil
localizada fora de área de reserva legal averbada, de reais) por unidade ou metro quadrado.
domínio público ou privado, sem aprovação prévia do órgão Art. 57. Comercializar, portar ou utilizar em floresta
ambiental competente ou em desacordo com a concedida: ou demais formas de vegetação, motosserra sem licença ou
Multa de R$ 300,00 (trezentos reais), por hectare ou registro da autoridade ambiental competente:
fração, ou por unidade, estéreo, quilo, mdc ou metro cúbico. Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por unidade.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem Art. 58. Fazer uso de fogo em áreas agropastoris
deixa de cumprir a reposição florestal obrigatória. sem autorização do órgão competente ou em desacordo
Art. 54. Adquirir, intermediar, transportar ou com a obtida:
comercializar produto ou subproduto de origem animal ou Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare ou
vegetal produzido sobre área objeto de embargo: fração.
Multa de R$ R$ 500,00 (quinhentos reais) por Art. 59. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões
quilograma ou unidade. que possam provocar incêndios nas florestas e demais
Parágrafo único. A aplicação do disposto neste formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de
artigo dependerá de prévia divulgação dos dados do imóvel assentamento humano:
rural, da área ou local embargado e do respectivo titular de Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez
que trata o § 1o do art. 18 e estará limitada à área onde mil reais), por unidade.
efetivamente ocorreu o ilícito. (Redação dada pelo Decreto
Art. 60. As sanções administrativas previstas nesta
nº 6.686, de 2008).
Subseção serão aumentadas pela metade quando:
Art. 54-A. Adquirir, intermediar, transportar ou
I - ressalvados os casos previstos nos arts. 46 e 58,
comercializar produto ou subproduto de origem animal ou
a infração for consumada mediante uso de fogo ou
vegetal produzido sobre área objeto de desmatamento
provocação de incêndio; e
irregular, localizada no interior de unidade de conservação,
após a sua criação: (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de II - a vegetação destruída, danificada, utilizada ou
2022) explorada contiver espécies ameaçadas de extinção,
constantes de lista oficial.
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) por
quilograma ou unidade. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de Art. 60-A. Nas hipóteses previstas nos arts. 50, 51,
2022) 52 e 53, em se tratando de espécies nativas plantadas, a
autorização de corte poderá ser substituída pelo protocolo
Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal: (Vide
do pedido junto ao órgão ambiental competente, caso em
Decreto nº 6.686, de 2008) (Vide Decreto nº 7.029, de 2009)
que este será instado pelo agente de fiscalização a fazer as
(Vide Decreto nº 7.497, de 2011) (Vide Decreto nº 7.640, de
necessárias verificações quanto à real origem do material.
2011) (Vide Decreto nº 7.719, de 2012)
(Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Penalidade de advertência e multa diária de R$
Subseção III
50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por

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24 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Das Infrações Relativas à Poluição e outras Infrações seu regulamento; (Redação dada pelo Decreto nº 10.936,
Ambientais de 2022)
Art. 61. Causar poluição de qualquer natureza em XV - deixar de atualizar e disponibilizar ao órgão
níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à municipal competente e a outras autoridades informações
saúde humana, ou que provoquem a mortandade de completas sobre a execução das ações do sistema de
animais ou a destruição significativa da biodiversidade: logística reversa sobre sua responsabilidade (Redação
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ dada pelo Decreto nº 10.936, de 2022)
50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). XVI - deixar de atualizar e disponibilizar ao órgão
Parágrafo único. As multas e demais penalidades de municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a
que trata o caput serão aplicadas após laudo técnico outras autoridades informações completas sobre a
elaborado pelo órgão ambiental competente, identificando a implementação e a operacionalização do plano de
dimensão do dano decorrente da infração e em gerenciamento de resíduos sólidos sob a sua
conformidade com a gradação do impacto. responsabilidade; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.936,
de 2022)
Art. 62. Incorre nas mesmas multas do art. 61 quem:
XVII - deixar de cumprir as regras sobre registro,
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para
gerenciamento e informação de que trata o § 2º do art. 39
ocupação humana;
da Lei nº 12.305, de 2010. (Redação dada pelo Decreto nº
II - causar poluição atmosférica que provoque a 10.936, de 2022)
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas
§ 1º As multas de que tratam os incisos I a XI
afetadas ou que provoque, de forma recorrente, significativo
do caput serão aplicadas após laudo de constatação.
desconforto respiratório ou olfativo devidamente atestado
(Redação dada pelo Decreto nº 10.936, de 2022)
pelo agente autuante; (Redação dada pelo Decreto nº
6.686, de 2008). § 2º Os consumidores que descumprirem as
obrigações previstas nos sistemas de logística reversa e de
III - causar poluição hídrica que torne necessária a
coleta seletiva ficarão sujeitos à penalidade de advertência.
interrupção do abastecimento público de água de uma
(Redação dada pelo Decreto nº 10.936, de 2022)
comunidade;
§ 3º Na hipótese de reincidência no cometimento da
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias
infração prevista no § 2º, poderá ser aplicada a penalidade
pelo lançamento de substâncias, efluentes, carreamento de
de multa no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 500,00
materiais ou uso indevido dos recursos naturais;
(quinhentos reais). (Redação dada pelo Decreto nº 10.936,
V - lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou de 2022)
detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com
§ 4º A multa a que se refere o § 3º poderá ser
as exigências estabelecidas em leis ou atos normativos;
convertida em serviços de preservação, melhoria e
VI - deixar, aquele que tem obrigação, de dar recuperação da qualidade do meio ambiente. (Redação
destinação ambientalmente adequada a produtos, dada pelo Decreto nº 10.936, de 2022)
subprodutos, embalagens, resíduos ou substâncias quando
§ 5º Não estão compreendidas na infração de que
assim determinar a lei ou ato normativo;
trata o inciso IX do caput as atividades de deslocamento de
VII - deixar de adotar, quando assim o exigir a material do leito de corpos d’água por meio de dragagem,
autoridade competente, medidas de precaução ou devidamente licenciado ou aprovado. (Redação dada pelo
contenção em caso de risco ou de dano ambiental grave ou Decreto nº 10.936, de 2022)
irreversível; e
§ 6º As bacias de decantação de resíduos ou rejeitos
VIII - provocar pela emissão de efluentes ou industriais ou de mineração, devidamente licenciadas pelo
carreamento de materiais o perecimento de espécimes da órgão competente do Sisnama, não serão consideradas
biodiversidade. corpos hídricos para fins do disposto no inciso IX do caput.
IX - lançar resíduos sólidos ou rejeitos em praias, no (Redação dada pelo Decreto nº 10.936, de 2022)
mar ou em quaisquer recursos hídricos; (Redação dada Art. 63. Executar pesquisa, lavra ou extração de
pelo Decreto nº 10.936, de 2022) minerais sem a competente autorização, permissão,
X - lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a concessão ou licença da autoridade ambiental competente
céu aberto, excetuados os resíduos de mineração, ou ou em desacordo com a obtida:
depositá-los em unidades inadequadas, não licenciadas Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$
para a atividade; (Redação dada pelo Decreto nº 10.936, de 3.000,00 (três mil reais), por hectare ou fração.
2022)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem
XI - queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos
ou em recipientes, instalações e equipamentos não termos da autorização, permissão, licença, concessão ou
licenciados para a atividade; (Redação dada pelo Decreto determinação do órgão ambiental competente.
nº 10.936, de 2022)
Art. 64. Produzir, processar, embalar, importar,
XII - descumprir obrigação prevista no sistema de exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar,
logística reversa implementado nos termos do disposto guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância
na Lei nº 12.305, de 2010, em conformidade com as tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio
responsabilidades específicas estabelecidas para o referido ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas
sistema; (Redação dada pelo Decreto nº 10.936, de 2022) em leis ou em seus regulamentos:
XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
estabelecida para a coleta seletiva, quando a referida coleta 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
for instituída pelo titular do serviço público de limpeza
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem abandona os
urbana e manejo de resíduos sólidos; (Redação dada pelo
produtos ou substâncias referidas no caput, descarta de
Decreto nº 10.936, de 2022)
forma irregular ou os utiliza em desacordo com as normas
XIV - destinar resíduos sólidos urbanos à de segurança.
recuperação energética em desconformidade com o
disposto no § 1º do art. 9º da Lei nº 12.305, de 2010, e no

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 25
§ 2o Se o produto ou a substância for nuclear ou Art. 71-A. Importar resíduos sólidos perigosos e
radioativa, a multa é aumentada ao quíntuplo. rejeitos, bem como resíduos sólidos cujas características
Art. 65. Deixar, o fabricante de veículos ou motores, causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal
de cumprir os requisitos de garantia ao atendimento dos e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma,
limites vigentes de emissão de poluentes atmosféricos e de reúso, reutilização ou recuperação: (Redação dada pelo
ruído, durante os prazos e quilometragens previstos na Decreto nº 10.936, de 2022)
legislação: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
Multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais). (Redação dada pelo
1.000.000,00 (um milhão de reais). Decreto nº 10.936, de 2022)
Art. 66. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer Subseção IV
funcionar estabelecimentos, atividades, obras ou serviços Das Infrações Contra o Ordenamento Urbano e o
utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva Patrimônio Cultural
ou potencialmente poluidores, sem licença ou autorização Art. 72. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a
I - bem especialmente protegido por lei, ato
licença obtida ou contrariando as normas legais e
administrativo ou decisão judicial; ou
regulamentos pertinentes: (Redação dada pelo Decreto nº
6.686, de 2008). II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca,
instalação científica ou similar protegido por lei, ato
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
administrativo ou decisão judicial:
10.000.000,00 (dez milhões de reais).
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem:
500.000,00 (quinhentos mil reais).
I - constrói, reforma, amplia, instala ou faz funcionar
Art. 73. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação
estabelecimento, obra ou serviço sujeito a licenciamento
ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo
ambiental localizado em unidade de conservação ou em sua
ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico,
zona de amortecimento, ou em áreas de proteção de
ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
mananciais legalmente estabelecidas, sem anuência do
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização
respectivo órgão gestor; e (Redação dada pelo Decreto nº
da autoridade competente ou em desacordo com a
6.686, de 2008).
concedida:
II - deixa de atender a condicionantes estabelecidas
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
na licença ambiental.
200.000,00 (duzentos mil reais).
Art. 67. Disseminar doença ou praga ou espécies
Art. 74. Promover construção em solo não edificável,
que possam causar dano à fauna, à flora ou aos
ou no seu entorno, assim considerado em razão de seu
ecossistemas: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico,
2008).
cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ monumental, sem autorização da autoridade competente ou
5.000.000,00 (cinco milhões de reais). em desacordo com a concedida:
Art. 68. Conduzir, permitir ou autorizar a condução Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
de veículo automotor em desacordo com os limites e 100.000,00 (cem mil reais).
exigências ambientais previstos na legislação:
Art.75. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez edificação alheia ou monumento urbano:
mil reais).
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000,00
Art. 69. Importar ou comercializar veículo automotor (cinqüenta mil reais).
sem Licença para Uso da Configuração de Veículos ou
Parágrafo único. Se o ato for realizado em
Motor - LCVM expedida pela autoridade competente:
monumento ou coisa tombada, a multa é aplicada em
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000.000,00 dobro.
(dez milhões de reais) e correção de todas as unidades de
Subseção V
veículo ou motor que sofrerem alterações.
Das Infrações Administrativas Contra a Administração
Art. 70. Importar pneu usado ou reformado em
Ambiental
desacordo com a legislação:
Art. 76. Deixar de inscrever-se no Cadastro Técnico
Multa de R$ 400,00 (quatrocentos reais), por
Federal de que trata o art.17 da Lei 6.938, de 1981:
unidade.
Multa de:
§ 1o Incorre na mesma multa quem comercializa,
transporta, armazena, guarda ou mantém em depósito pneu I - R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa física;
usado ou reformado, importado nessas condições. II - R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se
§ 2o Ficam isentas do pagamento da multa a que se microempresa;
refere este artigo as importações de pneumáticos reformados III - R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de
classificados nas NCM 4012.1100, 4012.1200, 4012.1300 e pequeno porte;
4012.1900, procedentes dos Estados Partes do MERCOSUL, IV - R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa
ao amparo do Acordo de Complementação Econômica no 18. de médio porte; e
Art. 71. Alterar ou promover a conversão de qualquer V - R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de
item em veículos ou motores novos ou usados que grande porte.
provoque alterações nos limites e exigências ambientais Art. 77. Obstar ou dificultar a ação do Poder Público
previstas na legislação: no exercício de atividades de fiscalização ambiental:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais), por veículo, e correção da 100.000,00 (cem mil reais).
irregularidade.
Art. 78. Obstar ou dificultar a ação do órgão
ambiental, ou de terceiro por ele encarregado, na coleta de

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26 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
dados para a execução de georreferenciamento de imóveis Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$
rurais para fins de fiscalização: (Redação dada pelo 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Decreto nº 6.686, de 2008). Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem
Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 explora a corte raso a floresta ou outras formas de
(trezentos reais) por hectare do imóvel. vegetação nativa nas áreas definidas no caput.
Art. 79. Descumprir embargo de obra ou atividade e Art. 86. Realizar pesquisa científica, envolvendo ou
suas respectivas áreas: não coleta de material biológico, em unidade de
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ conservação sem a devida autorização, quando esta for
1.000.000,00 (um milhão de reais). exigível:
Art. 80. Deixar de atender a exigências legais ou Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
regulamentares quando devidamente notificado pela 10.000,00 (dez mil reais).
autoridade ambiental competente no prazo concedido, § 1o A multa será aplicada em dobro caso as
visando à regularização, correção ou adoção de medidas de atividades de pesquisa coloquem em risco demográfico as
controle para cessar a degradação ambiental: (Redação espécies integrantes dos ecossistemas protegidos.
dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 2o Excetuam-se do disposto neste artigo as áreas
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 1.000.000,00 de proteção ambiental e reservas particulares do patrimônio
(um milhão de reais). natural, quando as atividades de pesquisa científica não
Art. 81. Deixar de apresentar relatórios ou informações envolverem a coleta de material biológico.
ambientais nos prazos exigidos pela legislação ou, quando Art. 87. Explorar comercialmente produtos ou
aplicável, naquele determinado pela autoridade ambiental: subprodutos não madeireiros, ou ainda serviços obtidos ou
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 100.000,00 desenvolvidos a partir de recursos naturais, biológicos,
(cem mil reais). cênicos ou culturais em unidade de conservação sem
autorização ou permissão do órgão gestor da unidade ou
Art. 82. Elaborar ou apresentar informação, estudo,
em desacordo com a obtida, quando esta for exigível:
laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso,
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
enganoso ou omisso, seja nos sistemas oficiais de controle,
seja no licenciamento, na concessão florestal ou em Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$
qualquer outro procedimento administrativo ambiental: 100.000,00 (cem mil reais).
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste
1.000.000,00 (um milhão de reais). artigo as áreas de proteção ambiental e reservas
particulares do patrimônio natural.
Parágrafo único. Quando a infração de que trata
o caput envolver movimentação ou geração de crédito em Art. 88. Explorar ou fazer uso comercial de imagem
sistema oficial de controle da origem de produtos florestais, de unidade de conservação sem autorização do órgão
a multa será acrescida de R$ 300,00 (trezentos reais) por gestor da unidade ou em desacordo com a recebida:
unidade, estéreo, quilo, metro de carvão ou metro cúbico. Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Art. 83. Deixar de cumprir compensação ambiental Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste
determinada por lei, na forma e no prazo exigidos pela artigo as áreas de proteção ambiental e reservas
autoridade ambiental: particulares do patrimônio natural.
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ Art. 89. Realizar liberação planejada ou cultivo de
1.000.000,00 (um milhão de reais). organismos geneticamente modificados em áreas de
Subseção VI proteção ambiental, ou zonas de amortecimento das
demais categorias de unidades de conservação, em
Das Infrações Cometidas Exclusivamente em Unidades
desacordo com o estabelecido em seus respectivos planos
de Conservação
de manejo, regulamentos ou recomendações da Comissão
Art. 84. Introduzir em unidade de conservação Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio:
espécies alóctones:
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
100.000,00 (cem mil reais).
§ 1o A multa será aumentada ao triplo se o ato
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo as áreas ocorrer no interior de unidade de conservação de proteção
de proteção ambiental, as florestas nacionais, as reservas integral.
extrativistas e as reservas de desenvolvimento sustentável,
§ 2o A multa será aumentado ao quádruplo se o
bem como os animais e plantas necessários à
organismo geneticamente modificado, liberado ou cultivado
administração e às atividades das demais categorias de
irregularmente em unidade de conservação, possuir na área
unidades de conservação, de acordo com o que se dispuser
ancestral direto ou parente silvestre ou se representar risco
em regulamento e no plano de manejo da unidade.
à biodiversidade.
§ 2o Nas áreas particulares localizadas em refúgios
§ 3o O Poder Executivo estabelecerá os limites para
de vida silvestre, monumentos naturais e reservas
o plantio de organismos geneticamente modificados nas
particulares do patrimônio natural podem ser criados
áreas que circundam as unidades de conservação até que
animais domésticos e cultivadas plantas considerados
seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu
compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo com
respectivo plano de manejo.
o que dispuser o seu plano de manejo.
Art. 90. Realizar quaisquer atividades ou adotar
Art. 85. Violar as limitações administrativas
conduta em desacordo com os objetivos da unidade de
provisórias impostas às atividades efetiva ou
conservação, o seu plano de manejo e regulamentos:
potencialmente causadoras de degradação ambiental nas
áreas delimitadas para realização de estudos com vistas à Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
criação de unidade de conservação: 10.000,00 (dez mil reais).
Art. 91. Causar dano à unidade de conservação:
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 27
Multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ § 3º O pagamento da multa ambiental consolidada
100.000,00 (cem mil reais). será interpretado como adesão a solução legal e implicará
Art. 92. Penetrar em unidade de conservação o encerramento imediato do processo administrativo,
conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para observadas as condições previstas em regulamento do
caça, pesca ou para exploração de produtos ou órgão ou da entidade ambiental responsável pela apuração
subprodutos florestais e minerais, sem licença da da infração ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de
autoridade competente, quando esta for exigível: 2022)
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez Seção II
mil reais). Da Autuação
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem Art. 96. Constatada a ocorrência de infração
penetrar em unidade de conservação cuja visitação pública administrativa ambiental, será lavrado auto de infração, do
ou permanência sejam vedadas pelas normas aplicáveis ou qual deverá ser dado ciência ao autuado, assegurando-se
ocorram em desacordo com a licença da autoridade o contraditório e a ampla defesa.
competente. § 1o O autuado será intimado da lavratura do auto de
Art. 93. As infrações previstas neste Decreto, infração pelas seguintes formas: (Redação dada pelo
quando afetarem ou forem cometidas em unidade de Decreto nº 6.686, de 2008).
conservação ou em sua zona de amortecimento, terão os I - pessoalmente; (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de
valores de suas respectivas multas aplicados em dobro, 2008).
ressalvados os casos em que a determinação de aumento
II - por seu representante legal; (Incluído pelo
do valor da multa seja superior a este ou as hipóteses em
Decreto nº 6.686, de 2008).
que a unidade de conservação configure elementar do tipo.
(Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) III - por carta registrada com aviso de recebimento;
(Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
CAPÍTULO II
IV - por edital, se estiver o infrator autuado em lugar
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO
incerto, não sabido ou se não for localizado no endereço.
DE INFRAÇÕES AMBIENTAIS
(Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Seção I
§ 2o Caso o autuado se recuse a dar ciência do auto
Das Disposições Preliminares de infração, o agente autuante certificará o ocorrido na
Art. 94. Este Capítulo regula o processo presença de duas testemunhas e o entregará ao autuado.
administrativo federal para a apuração de infrações (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
administrativas por condutas e atividades lesivas ao meio § 3o Nos casos de evasão ou ausência do
ambiente. responsável pela infração administrativa, e inexistindo
Parágrafo único. O objetivo deste Capítulo é dar preposto identificado, o agente autuante aplicará o disposto
unidade às normas legais esparsas que versam sobre no § 1o, encaminhando o auto de infração por via postal com
procedimentos administrativos em matéria ambiental, bem aviso de recebimento ou outro meio válido que assegure a
como, nos termos do que dispõe o art. 84, inciso VI, alínea “a”, sua ciência. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
da Constituição, disciplinar as regras de funcionamento pelas § 4º A intimação pessoal ou por via postal com aviso
quais a administração pública federal, de caráter ambiental, de recebimento será substituída por intimação eletrônica,
deverá pautar-se na condução do processo. observado o disposto na legislação específica. (Redação
Art. 95. O processo será orientado pelos princípios dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, § 5º Do termo de notificação da lavratura do auto de
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, infração constará que o autuado, no prazo de vinte dias,
segurança jurídica, interesse público e eficiência, bem como contado da data da cientificação, poderá: (Incluído pelo
pelos critérios mencionados no parágrafo único do art. 2o da Decreto nº 11.080, de 2022)
Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
I - apresentar defesa, observado o disposto nos art.
Art. 95-A. A conciliação e a adesão a uma das 97-A e art. 113; (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
soluções legais previstas na alínea “b” do inciso II do § 1º
II - requerer a realização de audiência de conciliação
do art. 98-A serão estimuladas pela administração pública
ambiental, nos termos do disposto no art. 97-A; ou (Incluído
federal ambiental, de acordo com o disposto neste Decreto,
pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
com vistas a encerrar os processos administrativos federais
relativos à apuração de infrações administrativas por III - aderir imediatamente a uma das soluções legais
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. (Redação previstas na alínea “b” do inciso II do § 1º do art. 98-A, na
dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) forma do disposto nos art. 97-A e art. 97-B. (Incluído pelo
Decreto nº 11.080, de 2022)
Art. 95-B. O procedimento para a adesão a uma das
soluções legais previstas na alínea “b” do inciso II do § 1º Art. 97. O auto de infração deverá ser lavrado em
do art. 98-A será estabelecido em regulamento do órgão ou impresso próprio, com a identificação do autuado, a
da entidade ambiental responsável pela apuração da descrição clara e objetiva das infrações administrativas
infração ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de constatadas e a indicação dos respectivos dispositivos
2022) legais e regulamentares infringidos, não devendo conter
emendas ou rasuras que comprometam sua validade.
§ 1º A adesão de que trata o caput será admitida
somente na hipótese de multa ambiental consolidada. Art. 97-A. O autuado poderá, perante o órgão ou a
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) entidade da administração pública federal responsável pela
lavratura do auto de infração, no prazo de vinte dias,
§ 2º Na hipótese de adesão à conversão da multa
contado da data da ciência da autuação: (Redação dada
em serviços ambientais, o desconto incidirá de acordo com
pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
a fase em que se encontrar o processo no momento do
requerimento, observado o disposto no § 2º do art. 143. I - requerer a realização de audiência de conciliação
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) ambiental; (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)

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28 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
II - requerer a adesão imediata a uma das soluções fiscalização e o documento de comprovação da ciência do
legais previstas na alínea “b” do inciso II do § 1º do art. 98- autuado serão encaminhados ao setor competente para o
A; ou (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) processamento da autuação ambiental.(Redação dada pelo
III - apresentar defesa. (Incluído pelo Decreto nº Decreto nº 11.080, de 2022)
11.080, de 2022) Parágrafo único. O relatório de fiscalização será
§ 1º O requerimento de participação em audiência elaborado pelo agente autuante e conterá: (Incluído pelo
de conciliação ambiental interromperá o prazo para Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
oferecimento de defesa. (Redação dada pelo Decreto nº I - a descrição das circunstâncias que levaram à
11.080, de 2022) constatação da infração ambiental e à identificação da
§ 2º A interrupção do prazo a que se refere o § 1º autoria; (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
não prejudicará a eficácia das medidas administrativas II - o registro da situação por fotografias, vídeos,
eventualmente aplicadas. (Redação dada pelo Decreto nº mapas, termos de declaração ou outros meios de prova;
11.080, de 2022) (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
§ 3º Serão consideradas como desistência do III - os critérios utilizados para a fixação da multa
interesse em participar de audiência de conciliação acima do limite mínimo, quando for o caso; (Redação dada
ambiental: (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
I - a não apresentação do requerimento de IV - a indicação justificada da incidência de
participação em audiência de conciliação ambiental; circunstâncias agravantes ou atenuantes, observados os
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) critérios estabelecidos pelo órgão ou pela entidade
II - a apresentação de defesa; e (Incluído pelo ambiental; e (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de
Decreto nº 11.080, de 2022) 2022)
III - a adesão imediata a uma das soluções legais V - outras informações consideradas relevantes.
previstas na alínea “b” do inciso II do § 1º do art. 98-A. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) Art. 98-A. O Núcleo de Conciliação Ambiental será
§ 4º Antes da realização da audiência de conciliação composto por, no mínimo, dois servidores efetivos do órgão
ambiental designada, o autuado poderá aderir a uma das ou da entidade da administração pública federal ambiental
soluções legais previstas na alínea “b” do inciso II do § 1º responsável pela lavratura do auto de infração. (Redação
do art. 98-A. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 5º A adesão a uma das soluções legais previstas § 1º Compete ao Núcleo de Conciliação Ambiental:
na alínea “b” do inciso II do § 1º do art. 98-A será admitida (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
somente após a consolidação da multa no âmbito da análise I - realizar a análise preliminar da autuação para:
preliminar da autuação ambiental. (Incluído pelo Decreto nº (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
11.080, de 2022) a) convalidar de ofício o auto de infração que
§ 6º O processo somente seguirá ao Núcleo de apresentar vício sanável; (Redação dada pelo Decreto nº
Conciliação Ambiental caso, no prazo estabelecido 11.080, de 2022)
no caput, o autuado requeira a realização de audiência de b) declarar nulo o auto de infração que apresentar
conciliação ambiental ou solicite a adesão a uma das vício insanável; (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de
soluções legais possíveis para encerrar o processo. 2022)
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
c) decidir sobre a manutenção da aplicação das
Art. 97-B. O requerimento de adesão imediata a uma medidas administrativas de que trata o art. 101 e sobre a
das soluções legais previstas na alínea “b” do inciso II do § aplicação das demais sanções de que trata o art. 3º;
1º do art. 98-A conterá: (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de e (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
2022)
d) consolidar o valor da multa ambiental, observado
I - a confissão irrevogável e irretratável do débito, o disposto no art. 4º; e (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de
indicado pelo autuado, decorrente de multa ambiental 2022)
consolidada na data do requerimento; (Incluído pelo
II - realizar a audiência de conciliação ambiental
Decreto nº 11.080, de 2022)
para: (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
II - a desistência de impugnar judicial ou
a) explanar ao autuado as razões de fato e de direito
administrativamente a autuação ambiental ou de prosseguir
que ensejaram a lavratura do auto de infração; (Incluído
com eventuais impugnações ou recursos administrativos e
pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
ações judiciais que tenham por objeto o auto de infração
discriminado no requerimento; e (Incluído pelo Decreto nº b) apresentar as soluções legais possíveis para o
11.080, de 2022) encerramento do processo, quais sejam: (Redação dada
pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
III - a renúncia a quaisquer alegações de direito
sobre as quais possam ser fundamentadas as impugnações 1. o desconto para pagamento da multa; (Incluído
e os recursos administrativos e as ações judiciais a que se pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
refere o inciso II. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) 2. o parcelamento da multa; e (Incluído pelo Decreto
Parágrafo único. Na hipótese de autuação ambiental nº 11.080, de 2022)
impugnada judicialmente, o autuado apresentará, no ato do 3. a conversão da multa em serviços de
requerimento de que trata o caput, cópia do protocolo do preservação, de melhoria e de recuperação da qualidade do
pedido de extinção do respectivo processo com resolução meio ambiente; (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
do mérito, dirigido ao juízo competente, com fundamento na c) decidir sobre questões de ordem pública; e
alínea “c” do inciso III do caput do art. 487 da Lei nº 13.105, (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil. d) homologar a opção do autuado por uma das
(Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) soluções de que trata a alínea “b”. (Incluído pelo Decreto nº
Art. 98. O auto de infração, os eventuais termos de 9.760, de 2019) (Vigência)
aplicação de medidas administrativas, o relatório de

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 29
§ 2º Os integrantes do Núcleo de Conciliação a) de interesse na conciliação, que conterá: (Incluído
Ambiental serão designados em ato do dirigente máximo do pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
órgão ou da entidade ambiental da administração pública 1. a indicação da solução legal por ele escolhida
federal. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) para encerrar o processo e os compromissos assumidos
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de 2022) para o seu cumprimento; (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de
§ 4º O Núcleo de Conciliação Ambiental integra a 2019) (Vigência)
estrutura do órgão ou da entidade da administração pública 2. a declaração de desistência de impugnar judicial
federal ambiental responsável pela lavratura do auto de e administrativamente a autuação e de renúncia a
infração. (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) quaisquer alegações de direito sobre as quais se
(Vigência) fundamentariam as referidas impugnações; e (Incluído pelo
Art. 98-B. A conciliação ambiental ocorrerá em Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
audiência única, na qual serão praticados os atos previstos 3. a assunção da obrigação de protocolar pedido de
no inciso II do § 1º do art. 98-A, com vistas a encerrar o extinção do processo com resolução do mérito em
processo administrativo de apuração da infração eventuais ações judiciais propostas, no prazo de quinze
administrativa ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de dias, contado da data de realização da audiência de
2019) (Vigência) conciliação ambiental; ou (Incluído pelo Decreto nº 9.760,
§ 1º O não comparecimento do autuado à audiência de 2019) (Vigência)
de conciliação ambiental designada será considerado como b) de ausência de interesse na conciliação, que
ausência de interesse em conciliar e a contagem do prazo conterá, obrigatoriamente, a declaração de ciência de início
para apresentação da defesa contra o auto de infração do prazo para apresentação de defesa contra o auto de
reiniciará integralmente, nos termos do disposto no art. 113. infração de que trata o art. 113; (Incluído pelo Decreto nº
(Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) 9.760, de 2019) (Vigência)
§ 2º O autuado poderá apresentar justificativa para V - decisão fundamentada acerca do disposto nas
o seu não comparecimento à audiência de conciliação alíneas “c” e “d” do inciso II do §1º do art. 98-A; e (Incluído
ambiental, acompanhada da respectiva prova, no prazo de pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
dois dias, contado da data agendada para a audiência. VI - as providências a serem adotadas, conforme a
(Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência) manifestação do autuado. (Incluído pelo Decreto nº 9.760,
§ 3º Fica a critério exclusivo do Núcleo de de 2019) (Vigência)
Conciliação Ambiental reconhecer como válida a § 1º O termo de conciliação ambiental será publicado
justificativa de que trata o § 2º e agendar uma nova data no sítio eletrônico do órgão ou da entidade da administração
para a audiência de conciliação ambiental, com devolução pública federal ambiental, no prazo de dez dias, contado da
do prazo para oferecimento de defesa. (Incluído pelo data de sua realização. (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de
Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência) 2019) (Vigência)
§ 4º Não cabe recurso contra o indeferimento da § 2º A realização de conciliação ambiental não exclui
justificativa de que trata o § 2º. (Incluído pelo Decreto nº a obrigação de reparar o dano ambiental. (Incluído pelo
9.760, de 2019) (Vigência) Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
§ 5º A audiência de conciliação ambiental será Art. 98-D. Na hipótese de insucesso da audiência de
realizada, preferencialmente, por videoconferência, conciliação ambiental, por não comparecimento ou por
conforme as diretrizes e os critérios estabelecidos em ausência de interesse em conciliar, o autuado poderá optar
regulamento do órgão ou da entidade ambiental por uma das soluções legais previstas na alínea “b” do
responsável pela apuração da infração inciso II do § 1º do art. 98-A, observados os percentuais de
ambiental. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de desconto aplicáveis a cada solução e incidentes de acordo
2022) com a fase em que se encontrar o processo. (Redação dada
§ 6º Excepcionalmente, por iniciativa da pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
administração pública, poderá ser dispensada a realização § 1º O disposto no caput aplica-se igualmente a
de audiência de conciliação ambiental ou designada auto de infração lavrado sob a égide de regime jurídico
audiência complementar, conforme situações previstas em anterior e cuja multa esteja pendente de constituição
regulamento do órgão ou da entidade ambiental definitiva na data de publicação do Decreto nº 11.080, de 24
responsável pela apuração da infração ambiental. de maio de 2022. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
(Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, o requerimento de
Art. 98-C. A audiência de conciliação ambiental será adesão à solução legal observará o disposto no art. 97-B.
reduzida a termo e conterá: (Incluído pelo Decreto nº 9.760, (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
de 2019) (Vigência)
Art. 99. O auto de infração que apresentar vício
I - a qualificação do autuado e, quando for o caso, sanável poderá ser, a qualquer tempo, convalidado de ofício
de seu advogado ou procurador legalmente constituído, e pela autoridade julgadora. (Redação dada pelo Decreto nº
dos servidores públicos integrantes do Núcleo de 11.080, de 2022)
Conciliação Ambiental, com as respectivas assinaturas;
Parágrafo único. Constatado o vício sanável, sob
(Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
alegação do autuado, o procedimento será anulado a partir
II - a certificação de que foi realizada a análise da fase processual em que o vício foi produzido, reabrindo-
preliminar da autuação; (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de se novo prazo para defesa, aproveitando-se os atos
2019) (Vigência) regularmente produzidos.
III - a certificação de que foram explanadas ao Art. 100. O auto de infração que apresentar vício
autuado as razões de fato e de direito que ensejaram a insanável será declarado nulo pela autoridade
lavratura do auto de infração, e que foram apresentadas as julgadora. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
soluções possíveis para encerrar o processo; (Incluído pelo
§ 1o Para os efeitos do caput, considera-se vício
Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
insanável aquele em que a correção da autuação implica
IV - a manifestação do autuado: (Incluído pelo modificação do fato descrito no auto de infração.
Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)

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30 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 2o Nos casos em que o auto de infração for remoção dos animais do local no prazo assinalado pela
declarado nulo e estiver caracterizada a conduta ou autoridade competente.
atividade lesiva ao meio ambiente, deverá ser lavrado novo § 2o Não será adotado o procedimento previsto no §
auto, observadas as regras relativas à prescrição. o
1 quando não for possível identificar o proprietário dos
§ 3o O erro no enquadramento legal da infração não animais apreendidos, seu preposto ou representante.
implica vício insanável, podendo ser alterado pela § 3o O disposto no caput não será aplicado quando
autoridade julgadora mediante decisão fundamentada que a atividade tenha sido caracterizada como de baixo impacto
retifique o auto de infração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, e previamente autorizada, quando couber, nos termos da
de 2008). legislação em vigor. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de
Art. 101. Constatada a infração ambiental, o agente 2008).
autuante, no uso do seu poder de polícia, poderá adotar as Art. 104. A autoridade ambiental, mediante decisão
seguintes medidas administrativas: (Vide ADPF 640) fundamentada em que se demonstre a existência de
I - apreensão; interesse público relevante, poderá autorizar o uso do bem
II - embargo de obra ou atividade e suas respectivas apreendido nas hipóteses em que não haja outro meio
áreas; disponível para a consecução da respectiva ação
fiscalizatória.
III - suspensão de venda ou fabricação de produto;
Parágrafo único. Os veículos de qualquer natureza
IV - suspensão parcial ou total de atividades;
que forem apreendidos poderão ser utilizados pela
V - destruição ou inutilização dos produtos, administração ambiental para fazer o deslocamento do
subprodutos e instrumentos da infração; e material apreendido até local adequado ou para promover a
VI - demolição. recomposição do dano ambiental.
§ 1o As medidas de que trata este artigo têm como Art. 105. Os bens apreendidos deverão ficar sob a
objetivo prevenir a ocorrência de novas infrações, guarda do órgão ou entidade responsável pela fiscalização,
resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado podendo, excepcionalmente, ser confiados a fiel
prático do processo administrativo. depositário, até o julgamento do processo administrativo.
§ 2o A aplicação de tais medidas será lavrada em Parágrafo único. Nos casos de anulação,
formulário próprio, sem emendas ou rasuras que cancelamento ou revogação da apreensão, o órgão ou a
comprometam sua validade, e deverá conter, além da entidade ambiental responsável pela apreensão restituirá o
indicação dos respectivos dispositivos legais e bem no estado em que se encontra ou, na impossibilidade
regulamentares infringidos, os motivos que ensejaram o de fazê-lo, indenizará o proprietário pelo valor de avaliação
agente autuante a assim proceder. consignado no termo de apreensão.
§ 3o A administração ambiental estabelecerá os Art. 106. A critério da administração, o depósito de
formulários específicos a que se refere o § 2o. que trata o art. 105 poderá ser confiado:
§ 4o O embargo de obra ou atividade restringe-se I - a órgãos e entidades de caráter ambiental,
aos locais onde efetivamente caracterizou-se a infração beneficente, científico, cultural, educacional, hospitalar,
ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas penal e militar; ou
em áreas não embargadas da propriedade ou posse ou não II - ao próprio autuado, desde que a posse dos bens
correlacionadas com a infração. (Incluído pelo Decreto nº ou animais não traga risco de utilização em novas
6.686, de 2008). infrações.
Art. 102. Os animais, produtos, subprodutos, § 1o Os órgãos e entidades públicas que se
instrumentos, petrechos, veículos de qualquer natureza encontrarem sob a condição de depositário serão
referidos no inciso IV do art. 72 da Lei no 9.605, de 1998, preferencialmente contemplados no caso da destinação
serão objeto da apreensão de que trata o inciso I do art. 101, final do bem ser a doação.
salvo impossibilidade justificada. (Vide ADPF 640)
§ 2o Os bens confiados em depósito não poderão ser
§ 1º A apreensão de produtos, subprodutos, utilizados pelos depositários, salvo o uso lícito de veículos
instrumentos, petrechos e veículos de qualquer natureza de e embarcações pelo próprio autuado.
que trata o caput independe de sua fabricação ou utilização
§ 3o A entidade fiscalizadora poderá celebrar
exclusiva para a prática de atividades ilícitas. (Incluído pelo
convênios ou acordos com os órgãos e entidades públicas
Decreto nº 11.080, de 2022)
para garantir, após a destinação final, o repasse de verbas
§ 2º Na hipótese de o responsável pela infração de ressarcimento relativas aos custos do depósito.
administrativa ou o detentor ou o proprietário dos bens de
Art. 107. Após a apreensão, a autoridade
que trata o caput ser indeterminado, desconhecido ou de
competente, levando-se em conta a natureza dos bens e
domicílio indefinido, a notificação da lavratura do termo de
animais apreendidos e considerando o risco de
apreensão será realizada por meio da publicação de seu
perecimento, procederá da seguinte forma:
extrato no Diário Oficial da União. (Incluído pelo Decreto nº
11.080, de 2022) I - os animais da fauna silvestre serão libertados em
seu hábitat ou entregues a jardins zoológicos, fundações,
Art. 103. Os animais domésticos e exóticos serão
entidades de caráter cientifico, centros de triagem,
apreendidos quando: (Vide ADPF 640)
criadouros regulares ou entidades assemelhadas, desde
I - forem encontrados no interior de unidade de que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados,
conservação de proteção integral; ou podendo ainda, respeitados os regulamentos vigentes,
II - forem encontrados em área de preservação serem entregues em guarda doméstica provisória.
permanente ou quando impedirem a regeneração natural de (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
vegetação em área cujo corte não tenha sido autorizado, II - os animais domésticos ou exóticos mencionados
desde que, em todos os casos, tenha havido prévio no art.103 poderão ser vendidos;
embargo.
III - os produtos perecíveis e as madeiras sob risco
§ 1o Na hipótese prevista no inciso II, os proprietários iminente de perecimento serão avaliados e doados.
deverão ser previamente notificados para que promovam a

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 31
§ 1o Os animais de que trata o inciso II, após fiscalização nos casos em que se constatar que a ausência
avaliados, poderão ser doados, mediante decisão motivada da demolição importa em iminente risco de agravamento do
da autoridade ambiental, sempre que sua guarda ou venda dano ambiental ou de graves riscos à saúde. (Redação
forem inviáveis econômica ou operacionalmente. dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
§ 2o A doação a que se refere o § 1o será feita às § 1o A demolição poderá ser feita pelo agente
instituições mencionadas no art. 135. autuante, por quem este autorizar ou pelo próprio infrator e
§ 3o O órgão ou entidade ambiental deverá deverá ser devidamente descrita e documentada, inclusive
estabelecer mecanismos que assegurem a indenização ao com fotografias. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
proprietário dos animais vendidos ou doados, pelo valor de 2008).
avaliação consignado no termo de apreensão, caso esta § 2o As despesas para a realização da demolição
não seja confirmada na decisão do processo administrativo. correrão às custas do infrator.
§ 4o Serão consideradas sob risco iminente de § 3o A demolição de que trata o caput não será
perecimento as madeiras que estejam acondicionadas a realizada em edificações residenciais.
céu aberto ou que não puderem ser guardadas ou Seção III
depositadas em locais próprios, sob vigilância, ou ainda
Da Defesa
quando inviável o transporte e guarda, atestados pelo
agente autuante no documento de apreensão. Art. 113. O autuado poderá apresentar, no prazo de
vinte dias, contado da data da ciência da autuação, defesa
§ 5o A libertação dos animais da fauna silvestre em
contra o auto de infração, observado o disposto no § 1º do
seu hábitat natural deverá observar os critérios técnicos
art. 97-A. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
previamente estabelecidos pelo órgão ou entidade
ambiental competente. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de § 1º Na hipótese de insucesso da audiência de
2008). conciliação ambiental, por não comparecimento do autuado
ou por ausência de interesse em conciliar, a contagem do
Art. 108. O embargo de obra ou atividade e suas
prazo para apresentação de defesa de que trata
respectivas áreas tem por objetivo impedir a continuidade
o caput reiniciará integralmente. (Redação dada pelo
do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio
Decreto nº 11.080, de 2022)
ambiente e dar viabilidade à recuperação da área
degradada, devendo restringir-se exclusivamente ao local § 2º O desconto de trinta por cento de que tratam o §
onde verificou-se a prática do ilícito. (Redação dada pelo 2º do art. 3º e o art. 4º da Lei nº 8.005, de 22 de março de
Decreto nº 6.686, de 2008). 1990, será aplicado na hipótese de o autuado optar pelo
pagamento da multa à vista. (Redação dada pelo Decreto
§ 1o No caso de descumprimento ou violação do
nº 11.080, de 2022)
embargo, a autoridade competente, além de adotar as
medidas previstas nos arts. 18 e 79, deverá comunicar ao Art. 114. A defesa poderá ser protocolizada em
Ministério Público, no prazo máximo de setenta e duas qualquer unidade administrativa do órgão ambiental que
horas, para que seja apurado o cometimento de infração promoveu a autuação, que o encaminhará imediatamente à
penal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). unidade responsável.
§ 2o Nos casos em que o responsável pela infração Art. 115. A defesa será formulada por escrito e
administrativa ou o detentor do imóvel onde foi praticada a deverá conter os fatos e fundamentos jurídicos que
infração for indeterminado, desconhecido ou de domicílio contrariem o disposto no auto de infração e termos que o
indefinido, será realizada notificação da lavratura do termo acompanham, bem como a especificação das provas que o
de embargo mediante a publicação de seu extrato no Diário autuado pretende produzir a seu favor, devidamente
Oficial da União. justificadas.
Art. 109. A suspensão de venda ou fabricação de Parágrafo único. Requerimentos formulados fora do
produto constitui medida que visa a evitar a colocação no prazo de defesa não serão conhecidos, podendo ser
mercado de produtos e subprodutos oriundos de infração desentranhados dos autos conforme decisão da autoridade
administrativa ao meio ambiente ou que tenha como ambiental competente.
objetivo interromper o uso contínuo de matéria-prima e Art. 116. O autuado poderá ser representado por
subprodutos de origem ilegal. advogado ou por procurador legalmente constituído e
Art. 110. A suspensão parcial ou total de atividades anexará o respectivo instrumento de procuração à defesa,
constitui medida que visa a impedir a continuidade de sob pena de não conhecimento da defesa apresentada.
processos produtivos em desacordo com a legislação (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
ambiental. Parágrafo único. O advogado ou o procurador
Art. 111. Os produtos, inclusive madeiras, legalmente constituído apresentará o instrumento de que
subprodutos e instrumentos utilizados na prática da infração trata o caput, independentemente de caução, no prazo de
poderão ser destruídos ou inutilizados quando: quinze dias, prorrogável por igual período por decisão da
autoridade julgadora. (Redação dada pelo Decreto nº
I - a medida for necessária para evitar o seu uso e
11.080, de 2022)
aproveitamento indevidos nas situações em que o
transporte e a guarda forem inviáveis em face das Art. 117. A defesa não será conhecida quando
circunstâncias; ou apresentada:
II - possam expor o meio ambiente a riscos I - fora do prazo;
significativos ou comprometer a segurança da população e II - por quem não seja legitimado; ou
dos agentes públicos envolvidos na fiscalização. III - perante órgão ou entidade ambiental
Parágrafo único. O termo de destruição ou incompetente.
inutilização deverá ser instruído com elementos que Seção IV
identifiquem as condições anteriores e posteriores à ação, Da Instrução e Julgamento
bem como a avaliação dos bens destruídos.
Art. 118. Ao autuado caberá a prova dos fatos que
Art. 112. A demolição de obra, edificação ou tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído
construção não habitada e utilizada diretamente para a à autoridade julgadora para instrução do processo.
infração ambiental dar-se-á excepcionalmente no ato da

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32 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Art. 119. O setor responsável pela instrução e a § 2o A inobservância do prazo para julgamento não
autoridade julgadora poderão requisitar a produção de torna nula a decisão da autoridade julgadora e o processo.
provas necessárias à convicção, de parecer técnico ou de § 3o O órgão ou entidade ambiental competente indicará,
contradita do agente autuante, com a especificação do em ato próprio, a autoridade administrativa responsável
objeto a ser esclarecido. (Redação dada pelo Decreto nº pelo julgamento da defesa, observando-se o disposto
11.080, de 2022) no art. 17 da Lei no 9.784, de 1999.
§ 1o O parecer técnico deverá ser elaborado no Art. 125. A decisão deverá ser motivada, com a
prazo máximo de dez dias, ressalvadas as situações indicação dos fatos e fundamentos jurídicos em que se
devidamente justificadas. baseia.
§ 2o A contradita deverá ser elaborada pelo Parágrafo único. A motivação deve ser explícita, clara e
agente autuante no prazo de cinco dias, contados a congruente, podendo consistir em declaração de
partir do recebimento do processo. concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
§ 3o Entende-se por contradita, para efeito deste informações ou decisões, que, neste caso, serão parte
Decreto, as informações e esclarecimentos prestados pelo integrante do ato decisório.
agente autuante necessários à elucidação dos fatos que Art. 126. Julgado o auto de infração, o autuado será
originaram o auto de infração, ou das razões alegadas pelo notificado por via postal com aviso de recebimento ou outro
autuado, facultado ao agente, nesta fase, opinar pelo meio válido que assegure a certeza de sua ciência para
acolhimento parcial ou total da defesa. pagar a multa no prazo de cinco dias, a partir do
Art. 120. As provas ilícitas, impertinentes, recebimento da notificação, ou para apresentar recurso.
desnecessárias ou protelatórias propostas pelo autuado Parágrafo único. O pagamento realizado no prazo
serão recusadas por meio de decisão fundamentada. disposto no caput contará com o desconto de trinta por cento
(Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) do valor corrigido da penalidade, nos termos do art. 4o da Lei
Art. 121. O órgão da Procuradoria-Geral Federal, no 8.005, de 1990.
quando houver controvérsia jurídica, emitirá parecer Seção V
fundamentado para a motivação da decisão da autoridade
Dos Recursos
julgadora. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
Art. 127. Da decisão proferida pela autoridade
Art. 122. Encerrada a instrução, o autuado terá o
julgadora caberá recurso no prazo de vinte dias. (Redação
direito de manifestar-se em alegações finais, no prazo
dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
máximo de dez dias.
§ 1º O recurso voluntário de que trata este artigo será
Parágrafo único. O setor responsável pela instrução
dirigido à autoridade que proferiu o julgamento na primeira
processual notificará o autuado, para fins de apresentação
instância, a qual, se não reconsiderar a decisão no prazo de
de alegações finais: (Redação dada pelo Decreto nº 11.080,
cinco dias, o encaminhará à autoridade competente para o
de 2022)
julgamento em segunda e última instância administrativa.
I - por via postal com aviso de recebimento; (Incluído (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 2o O órgão ou entidade ambiental competente
II - por notificação eletrônica, observado o disposto indicará, em ato próprio, a autoridade superior que será
no § 4º do art. 96; ou (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de responsável pelo julgamento do recurso mencionado
2022) no caput. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
III - por outro meio válido que assegure a certeza da § 3º O autuado poderá exercer, no prazo a que se
ciência. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) refere o caput, a faculdade prevista no § 2º do art. 148, o
Art. 123. A decisão da autoridade julgadora não se que caracterizará a renúncia ao direito de recorrer. (Incluído
vincula às sanções aplicadas pelo agente autuante, ou ao pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
valor da multa, podendo, em decisão motivada, de ofício ou Art. 127-A. O julgamento proferido em primeira
a requerimento do interessado, minorar, manter ou majorar instância estará sujeito ao reexame necessário nas
o seu valor, respeitados os limites estabelecidos na hipóteses estabelecidas em regulamento do órgão ou da
legislação ambiental vigente. (Redação dada pelo Decreto entidade ambiental competente. (Redação dada pelo
nº 6.686, de 2008). Decreto nº 11.080, de 2022)
Parágrafo único. Na hipótese de ser identificada, Parágrafo único. O recurso de ofício será interposto
após o encerramento da instrução processual, a mediante declaração na própria decisão. (Incluído pelo
possibilidade de agravamento da penalidade, o autuado Decreto nº 6.686, de 2008).
será notificado, para que formule, no prazo de dez dias, as
Art. 128. O recurso interposto na forma prevista no
suas alegações, antes do julgamento de que trata o art. 124:
art. 127 não terá efeito suspensivo.
(Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 1o Na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil
I - por via postal com aviso de recebimento; (Incluído
ou incerta reparação, a autoridade recorrida ou a
pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do
II - por notificação eletrônica, observado o disposto recorrente, conceder efeito suspensivo ao recurso.
no § 4º do art. 96; ou (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de
§ 2o Quando se tratar de penalidade de multa, o
2022)
recurso de que trata o art. 127 terá efeito suspensivo quanto
III - por outro meio válido que assegure a certeza da a esta penalidade.
ciência. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
Art. 129. A autoridade responsável pelo julgamento
Art. 124. Oferecida ou não a defesa, a autoridade do recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar,
julgadora, no prazo de trinta dias, julgará o auto de infração, total ou parcialmente, a decisão recorrida. (Redação dada
decidindo sobre a aplicação das penalidades. pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 1o Nos termos do que dispõe o art. 101, as § 1o (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
medidas administrativas que forem aplicadas no momento
§ 2o (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
da autuação deverão ser apreciadas no ato decisório, sob
pena de ineficácia.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 33
Art. 130. (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de Parágrafo único. A autoridade ambiental poderá
2022) autorizar a transferência dos bens doados quando tal
Art. 131. O recurso não será conhecido quando medida for considerada mais adequada à execução dos fins
interposto: institucionais dos beneficiários.
I - fora do prazo; Art. 138. Os bens sujeitos à venda serão submetidos
a leilão, nos termos do § 5o do art. 22 da Lei no 8.666, de 21
II - perante órgão ambiental incompetente; ou
de junho de 1993.
III - por quem não seja legitimado.
Parágrafo único. Os custos operacionais de
Art. 132. (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de depósito, remoção, transporte, beneficiamento e demais
2022) encargos legais correrão à conta do adquirente.
Art. 133. (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de Seção VII
2022)
Do Procedimento de Conversão de Multa Simples em
Seção VI Serviços de
Do Procedimento Relativo à Destinação dos Bens e Preservação, Melhoria e Recuperação da Qualidade do
Animais Apreendidos Meio Ambiente
Art. 134. Após decisão que confirme o auto de Art. 139. Fica instituído o Programa de Conversão de
infração, os bens e animais apreendidos que ainda não Multas Ambientais emitidas por órgãos e entidades da
tenham sido objeto da destinação prevista no art. 107, não União integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
mais retornarão ao infrator, devendo ser destinados da Sisnama. (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
seguinte forma:
Parágrafo único. A autoridade competente, nos
I - os produtos perecíveis serão doados; termos do disposto no § 4º do art. 72 da Lei nº 9.605, de
II - as madeiras poderão ser doadas a órgãos ou 1998, poderá converter a multa simples em serviços de
entidades públicas, vendidas ou utilizadas pela preservação, de melhoria e de recuperação da qualidade do
administração quando houver necessidade, conforme meio ambiente, exceto as multas decorrentes de infrações
decisão motivada da autoridade competente; (Redação ambientais que tenham provocado morte humana e outras
dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). hipóteses previstas em regulamento do órgão ou da
III - os produtos e subprodutos da fauna não entidade ambiental responsável pela apuração da infração
perecíveis serão destruídos ou doados a instituições ambiental. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de
científicas, culturais ou educacionais; 2022)
IV - os instrumentos utilizados na prática da infração Art. 140. São considerados serviços de preservação,
poderão ser destruídos, utilizados pela administração quando melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, as
houver necessidade, doados ou vendidos, garantida a sua ações, as atividades e as obras incluídas em projetos com,
descaracterização, neste último caso, por meio da reciclagem no mínimo, um dos seguintes objetivos: (Redação dada pelo
quando o instrumento puder ser utilizado na prática de novas Decreto nº 9.179, de 2017)
infrações; I - recuperação: (Redação dada pelo Decreto nº
V - os demais petrechos, equipamentos, veículos e 9.179, de 2017)
embarcações descritos no inciso IV do art. 72 da Lei nº a) de áreas degradadas para conservação da
9.605, de 1998, poderão ser utilizados pela administração biodiversidade e conservação e melhoria da qualidade do
quando houver necessidade, ou ainda vendidos, doados ou meio ambiente; (Incluída pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
destruídos, conforme decisão motivada da autoridade b) de processos ecológicos e de serviços
ambiental; ecossistêmicos essenciais; (Redação dada pelo Decreto nº
VI - os animais domésticos e exóticos serão 11.080, de 2022)
vendidos ou doados. c) de vegetação nativa; (Redação dada pelo
VII - os animais da fauna silvestre serão libertados Decreto nº 11.080, de 2022)
em seu hábitat ou entregues a jardins zoológicos, d) de áreas de recarga de aquíferos; e (Redação
fundações, centros de triagem, criadouros regulares ou dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a
e) de solos degradados ou em processo de
responsabilidade de técnicos habilitados. (Incluído pelo
desertificação; (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
Decreto nº 6.686, de 2008).
II - proteção e manejo de espécies da flora nativa e
Art. 135. Os bens apreendidos poderão ser doados
da fauna silvestre; (Redação dada pelo Decreto nº 9.179,
pela autoridade competente para órgãos e entidades
de 2017)
públicas de caráter científico, cultural, educacional,
hospitalar, penal, militar e social, bem como para outras III - monitoramento da qualidade do meio ambiente
entidades sem fins lucrativos de caráter beneficente. e desenvolvimento de indicadores ambientais; (Redação
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
Parágrafo único. Os produtos da fauna não IV - mitigação ou adaptação às mudanças do clima;
perecíveis serão destruídos ou doados a instituições (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
científicas, culturais ou educacionais. V - manutenção de espaços públicos que tenham
Art. 136. Tratando-se de apreensão de substâncias como objetivo a conservação, a proteção e a recuperação
ou produtos tóxicos, perigosos ou nocivos à saúde humana de espécies da flora nativa ou da fauna silvestre e de áreas
ou ao meio ambiente, as medidas a serem adotadas, verdes urbanas destinadas à proteção dos recursos
inclusive a destruição, serão determinadas pelo órgão hídricos; (Incluída pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
competente e correrão a expensas do infrator. VI - educação ambiental; (Redação dada pelo
Art. 137. O termo de doação de bens apreendidos Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
vedará a transferência a terceiros, a qualquer título, dos VII - promoção da regularização fundiária de
animais, produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos, unidades de conservação; (Redação dada pelo Decreto nº
equipamentos, veículos e embarcações doados. 9.760, de 2019) (Vigência)

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34 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
VIII - saneamento básico; (Incluído pelo Decreto nº procedimento previsto na legislação. (Redação dada pelo
9.760, de 2019) (Vigência) Decreto nº 11.080, de 2022)
IX - garantia da sobrevivência e ações de § 4º O autuado arcará com os custos necessários à
recuperação e de reabilitação de espécies da flora nativa e efetiva implementação do serviço ambiental descrito no
da fauna silvestre por instituições públicas de qualquer ente projeto selecionado. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de
federativo ou privadas sem fins lucrativos; ou (Redação 2022)
dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) § 5º A adesão, integral ou parcial, a projeto aprovado
X - implantação, gestão, monitoramento e proteção será prevista em regulamento do órgão ou da entidade
de unidades de conservação. (Incluído pelo Decreto nº ambiental responsável pela apuração da infração
9.760, de 2019) (Vigência) ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
§ 1o Na hipótese de os serviços a serem executados Art. 143. O valor dos custos dos serviços de preservação,
demandarem recuperação da vegetação nativa em imóvel conservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio
rural, as áreas beneficiadas com a prestação de serviço ambiente será igual ou superior ao valor da multa
objeto da conversão deverão estar inscritas no Cadastro convertida. (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
Ambiental Rural - CAR. (Incluída pelo Decreto nº 9.179, de § 1o Independentemente do valor da multa aplicada,
2017) o autuado fica obrigado a reparar integralmente o dano que
§ 2o O disposto no § 1o não se aplica aos tenha causado. (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de
assentamentos de reforma agrária, aos territórios indígenas 2017)
e quilombolas e às unidades de conservação, ressalvadas § 2º O Núcleo de Conciliação Ambiental, a
as Áreas de Proteção Ambiental. (Incluída pelo Decreto nº autoridade julgadora ou a autoridade superior, ao deferirem
9.179, de 2017) o pedido de conversão, aplicarão sobre o valor da multa
Art. 140-A. (Revogado pelo Decreto nº 11.080, de consolidada o desconto de: (Redação dada pelo Decreto nº
2022) 9.760, de 2019) (Vigência)
Art. 141. Não caberá conversão de multa para I - sessenta por cento, quando o requerimento for
reparação de danos decorrentes das próprias infrações. apresentado no prazo estabelecido no caput do art. 97-A
(Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017) ou até a audiência de conciliação ambiental; (Redação dada
Art. 142. O autuado poderá requerer a conversão de pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
multa de que trata esta Seção: (Redação dada pelo Decreto II - cinquenta por cento, quando o requerimento for
nº 9.760, de 2019) (Vigência) apresentado até a decisão de primeira instância; e
I - ao Núcleo de Conciliação Ambiental, por meio de (Redação dada pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
requerimento de adesão apresentado no prazo III - quarenta por cento, quando o requerimento for
estabelecido no caput do art. 97-A ou até a data da apresentado até a decisão de segunda instância. (Incluído
audiência de conciliação ambiental designada; (Redação pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) § 3o a § 6o (Revogado pelo Decreto nº 9.760, de
II - à autoridade julgadora, até a decisão de primeira 2019) (Vigência)
instância; ou (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) § 7º Na hipótese de a penalidade cominada ter
(Vigência) intervalos mínimo e máximo, o valor resultante do desconto
III - à autoridade superior, até a decisão de segunda não poderá ser inferior ao valor mínimo aplicável à infração.
instância. (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
(Vigência) Art. 144. (Revogado pelo Decreto nº 9.760, de 2019)
Art. 142-A. A conversão da multa se dará por meio (Vigência)
de uma das seguintes modalidades: (Redação dada pelo Art. 145. Compete ao Núcleo de Conciliação
Decreto nº 11.080, de 2022) Ambiental, à autoridade julgadora ou à autoridade superior
I - pela implementação, sob a responsabilidade do decidir sobre o pedido de conversão da multa, a depender
autuado, de projeto de serviço de preservação, de melhoria do momento de sua apresentação, nos termos do disposto
e de recuperação da qualidade do meio ambiente que no art. 142. (Redação dada pelo Decreto nº 9.760, de 2019)
contemple, no mínimo, um dos objetivos de que trata (Vigência)
o caput do art. 140; ou (Redação dada pelo Decreto nº § 1º O Núcleo de Conciliação Ambiental ou a
11.080, de 2022) autoridade competente considerará as peculiaridades do
II - pela adesão a projeto previamente selecionado caso concreto, os antecedentes do infrator e o efeito
na forma do disposto no § 3º e que contemple, no mínimo, dissuasório da multa ambiental e, em decisão motivada,
um dos objetivos de que trata o caput do art. 140. (Redação poderá deferir ou não o pedido de conversão formulado pelo
dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) autuado, observado o disposto no art. 141 e as diretrizes
§ 1º A administração pública federal ambiental estabelecidas em regulamento do órgão ou da entidade
indicará o projeto ou a cota-parte de projeto de serviço a ser ambiental responsável pela apuração da infração
implementado. (Redação dada pelo Decreto nº 9.760, de ambiental. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
2019) (Vigência) § 2º Na hipótese de deferimento do pedido de
§ 2º As modalidades previstas no caput ficarão conversão, o autuado será instado a assinar o termo de
condicionadas à regulamentação dos procedimentos compromisso de que trata o art. 146: (Redação dada pelo
necessários à sua operacionalização pelo órgão ou pela Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência)
entidade ambiental responsável pela apuração da infração I - pelo Núcleo de Conciliação Ambiental, nas
ambiental. (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) hipóteses de adesão a solução na fase de conciliação
§ 3º O órgão ou a entidade ambiental responsável ambiental; ou (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
pela apuração da infração ambiental poderá realizar II - pela autoridade julgadora ou pela autoridade
processos de seleção para escolher projetos apresentados superior, mediante notificação para comparecimento à
por órgãos e entidades públicas ou privadas, que visem à unidade administrativa indicada pelo órgão ou pela entidade
execução dos serviços de que trata o art. 140, observado o

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 35
da administração pública federal emissora da § 4o A assinatura do termo de compromisso
multa. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de 2022) suspende a exigibilidade da multa aplicada e implica
§ 3º Caberá recurso, no prazo de vinte dias, da renúncia ao direito de recorrer administrativamente.
decisão do Núcleo de Conciliação Ambiental que indeferir o (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
pedido de conversão da multa aplicada. (Redação dada § 5o A celebração do termo de compromisso não põe
pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência) fim ao processo administrativo e o órgão ambiental
§ 4º O Núcleo de Conciliação Ambiental, se não monitorará e avaliará, a qualquer tempo, o cumprimento das
reconsiderar o recurso de que trata o § 3º, o encaminhará à obrigações pactuadas. (Redação dada pelo Decreto nº
autoridade julgadora, no prazo de cinco dias. (Redação 9.179, de 2017)
dada pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência) § 6o A efetiva conversão da multa se concretizará
§ 5º Caberá recurso hierárquico da decisão da somente após a conclusão do objeto, parte integrante do
autoridade julgadora que indeferir o pedido de conversão da projeto, a sua comprovação pelo executor e a aprovação
multa aplicada, na forma do disposto no art. 127. (Incluído pelo órgão federal emissor da multa. (Redação dada pelo
pelo Decreto nº 9.760, de 2019) (Vigência) Decreto nº 9.179, de 2017)
§ 6º Não caberá recurso da decisão da autoridade § 7o O termo de compromisso terá efeito nas esferas
superior que indeferir o pedido de conversão da multa civil e administrativa. (Incluído pelo Decreto nº 9.179, de
aplicada. (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) 2017)
(Vigência) § 8o O inadimplemento do termo de compromisso
Art. 146. Na hipótese de decisão favorável ao implica: (Incluído pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
pedido, as partes celebrarão termo de compromisso, que I - na esfera administrativa, a inscrição imediata do
estabelecerá os termos da vinculação do autuado ao objeto débito em dívida ativa para cobrança da multa resultante do
da conversão de multa pelo prazo de execução do projeto auto de infração em seu valor integral, acrescido dos
aprovado ou de sua cota-parte no projeto escolhido pelo consectários legais incidentes; e (Incluído pelo Decreto nº
órgão federal emissor da multa. (Redação dada pelo 9.179, de 2017)
Decreto nº 9.179, de 2017) II - na esfera civil, a execução judicial imediata das
§ 1o O termo de compromisso conterá as seguintes obrigações pactuadas, tendo em vista seu caráter de título
cláusulas obrigatórias: (Redação dada pelo Decreto nº executivo extrajudicial. (Incluído pelo Decreto nº 9.179, de
9.179, de 2017) 2017)
I - nome, qualificação e endereço das partes § 9o (Revogado pelo Decreto nº 9.760, de 2019)
compromissadas e de seus representantes legais; (Incluído (Vigência)
pelo Decreto nº 9.179, de 2017) Art. 147. Os extratos dos termos de compromisso
II - serviço ambiental objeto da conversão; (Incluído celebrados serão publicados no Diário Oficial da União.
pelo Decreto nº 9.179, de 2017) (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
III - prazo de vigência do compromisso, que será Art. 148. Ao autuado que, sob a égide de regime
vinculado ao tempo necessário à conclusão do objeto da jurídico anterior, tenha pleiteado tempestivamente a
conversão que, em função de sua complexidade e das conversão da multa, é garantido o desconto de sessenta por
obrigações pactuadas, poderá variar entre o mínimo de cento sobre o valor da multa consolidada, na apreciação do
noventa dias e o máximo de dez anos, admitida a seu pedido pela autoridade julgadora competente.
prorrogação, desde que justificada; (Incluído pelo Decreto (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
nº 9.179, de 2017) § 1º Por ocasião do julgamento do auto de infração
IV - multa a ser aplicada em decorrência do não ou do recurso, a autoridade competente apreciará o pedido
cumprimento das obrigações pactuadas; (Incluído pelo de conversão de multa, em decisão única. (Redação dada
Decreto nº 9.179, de 2017) pelo Decreto nº 11.080, de 2022)
V - efeitos do descumprimento parcial ou total do § 2º Deferido o pedido de que trata o caput, o
objeto pactuado; (Incluído pelo Decreto nº 9.179, de 2017) autuado será intimado a confirmar, no prazo de vinte dias,
VI - regularização ambiental e reparação dos danos contado da ciência da decisão, o seu interesse na
decorrentes da infração ambiental, conforme regulamento; conversão da multa. (Redação dada pelo Decreto nº
e (Redação dada pelo Decreto nº 11.080, de 2022) 11.080, de 2022)
VII - foro competente para dirimir litígios entre as § 3º O decurso do prazo de que trata o § 2º sem a
partes. (Incluído pelo Decreto nº 9.179, de 2017) manifestação do autuado implicará a desistência tácita do
pedido de conversão de multa, hipótese em que o processo
§ 2o Na hipótese da conversão prevista no inciso I
seguirá o seu fluxo regular. (Redação dada pelo Decreto nº
do caput do art. 142-A, o termo de compromisso
11.080, de 2022)
conterá: (Redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 2017)
CAPÍTULO III
I - a descrição detalhada do objeto; (Incluído pelo
Decreto nº 9.179, de 2017) DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
II - o valor do investimento previsto para sua Art. 149. Os órgãos ambientais integrantes do
execução; (Incluído pelo Decreto nº 9.179, de 2017) Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA ficam
obrigados a dar, trimestralmente, publicidade das sanções
III - as metas a serem atingidas; e (Incluído pelo
administrativas aplicadas com fundamento neste Decreto:
Decreto nº 9.179, de 2017)
(Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
IV - o anexo com plano de trabalho, do qual
I - no Sistema Nacional de Informações
constarão os cronogramas físico e financeiro de
Ambientais - SISNIMA, de que trata o art. 9o, inciso VII, da
implementação do projeto aprovado. (Incluído pelo Decreto
Lei no 6.938, de 1981; e
nº 9.179, de 2017)
II - em seu sítio na rede mundial de computadores.
§ 3o (Revogado pelo Decreto nº 9.760, de 2019)
(Vigência) Parágrafo único. Quando da publicação das listas,
nos termos do caput, o órgão ambiental deverá,
obrigatoriamente, informar se os processos estão julgados

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36 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
em definitivo ou encontram-se pendentes de julgamento ou estiver em lugar incerto, não sabido ou se não for
recurso. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). localizado no endereço e a defesa deverá ser
Art. 149-A. O disposto no art. 11 aplica-se aos autos apresentada no prazo de 30 (trinta) dias, contados da
de infração lavrados a partir da entrada em vigor do Decreto data da ciência da autuação.
nº 11.080, de 2022. (Incluído pelo Decreto nº 11.080, de C O autuado será intimado da lavratura do Auto de Infração
2022) pessoalmente, por seu representante legal, por carta
Art. 150. Nos termos do que dispõe o § 1o do art. 70 registrada com aviso de recebimento, por edital, se
da Lei no 9.605, de 1998, este Decreto se aplica, no que estiver em lugar incerto, não sabido ou se não for
couber, à Capitania dos Portos do Comando da Marinha. localizado no endereço e a defesa deverá ser
apresentada no prazo de 20 (vinte) dias, contados da
Art. 150-A. Os prazos de que trata este Decreto
data da ciência da autuação.
contam-se na forma do disposto no caput do art. 66 da Lei
nº 9.784, de 1999 . (Incluído pelo Decreto nº 9.760, de 2019) D O autuado será intimado da Lavratura do Auto de Infração
(Vigência) pessoalmente, por carta registrada com aviso de
recebimento, por edital, se estiver em lugar incerto, não
Art. 151. Os órgãos e entidades ambientais federais
sabido ou se não for localizado no endereço e a defesa
competentes estabelecerão, por meio de instrução normativa,
deverá ser apresentada no prazo de 30 (trinta) dias,
os procedimentos administrativos complementares relativos à
contados da data da ciência da autuação.
execução deste Decreto.
Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor em
11 de junho de 2012. (Redação dada pelo Decreto nº 7.719, 02. (IBFC - 2013 - PC-RJ - Perito Criminal - Biologia) O
de 2012)) Decreto nº 6.686/2008 altera e acresce dispositivos ao
Decreto nº 6.514/2008, que dispõe sobre as infrações e
Art. 152-A. Os embargos impostos em decorrência da
sanções administrativas ao meio ambiente e estabelece
ocupação irregular de áreas de reserva legal não averbadas
o processo administrativo federal para apuração destas
e cuja vegetação nativa tenha sido suprimida até 21 de
infrações. De acordo com o Art. 16, no caso de áreas
dezembro de 2007, serão suspensos até 11 de dezembro
irregularmente desmatadas ou queimadas, o agente
de 2009, mediante o protocolo pelo interessado de pedido
autuante embargará quaisquer obras ou atividades
de regularização da reserva legal junto ao órgão ambiental
nelas localizadas ou desenvolvidas, excetuando as
competente. (Redação dada pelo Decreto nº 6.695, de
atividades de subsistência. Conforme parágrafo 1º, o
2008)
agente autuante deverá:
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica a
A Cancelar registros, licenças ou autorizações de
desmatamentos irregulares ocorridos no Bioma Amazônia.
funcionamento da atividade econômica junto aos órgãos
(Incluído pelo Decreto nº 6.695, de 2008)
ambientais e de fiscalização.
Art. 153. Ficam revogados os Decretos nos 3.179, de
B Emitir certidão em que conste a atividade, a obra e a parte
21 de setembro de 1999, 3.919, de 14 de setembro de
da área dos imóveis pretensos ao embargo, conforme o
2001, 4.592, de 11 de fevereiro de 2003, 5.523, de 25 de
caso.
agosto de 2005, os arts. 26 e 27 do Decreto nº 5.975, de 30
de novembro de 2006, e os arts. 12 e 13 do Decreto nº C Colher todas as provas possíveis de autoria e
6.321, de 21 de dezembro de 2007. materialidade, bem como da extensão do dano,
apoiando- se em documentos, fotos e dados de
Art. 154. Este Decreto entra em vigor na data de sua
localização, incluindo as coordenadas geográficas da
publicação.
área embargada, que deverão constar do respectivo
Brasília, 22 de julho de 2008; 187o da Independência e auto de infração para posterior georreferenciamento.
120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
D Aplicar a penalidade de embargo de obra ou atividade, ou
Carlos Minc de área, nos casos em que a infração de que trata o
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.7.2008
caput se der fora da área de preservação permanente
ou reserva legal, salvo quando se tratar de
desmatamento não autorizado de mata nativa.
QUESTÕES DE CONCURSOS E Emitir certidão em que conste a atividade, a obra e a parte
da área dos imóveis, conjuntamente ao auto de infração,
01. (UNA Concursos - 2013 - Prefeitura de Portão - RS - e notificação de penalidade.
Biólogo) Responda a questão com base no Decreto
6.514, de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as
infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e Gabarito: 01/C; 02/C
estabelece o processo administrativo federal para a
apuração destas infrações.
Constatada a ocorrência de infração ambiental deverá ser LEI COMPLEMENTAR Nº 140/2011
lavrado o Auto de Infração, do qual deverá ser dada (COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS)
ciência ao autuado assegurando-se o contraditório e a
ampla defesa. Marque a alternativa que indica A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
corretamente quais as formas de procedimento que Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
deverão ser feitas para intimar o autuado da lavratura do Complementar:
Auto de Infração e em que prazo o autuado poderá CAPÍTULO I
apresentar defesa conta o Auto de Infração. DISPOSIÇÕES GERAIS
A O autuado será intimado da lavratura do Auto de Infração Art. 1o Esta Lei Complementar fixa normas, nos
somente pessoalmente e a defesa deverá ser termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo
apresentada no prazo de 20 (vinte) dias, contados da único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação
data da ciência da autuação. entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
B O autuado será intimado da lavratura do Auto de Infração nas ações administrativas decorrentes do exercício da
pessoalmente, por seu representante legal, por carta competência comum relativas à proteção das paisagens
registrada com aviso de recebimento, por edital, se naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 37
à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das compartilhada e descentralizada entre os entes
florestas, da fauna e da flora. federativos.
Art. 2o Para os fins desta Lei Complementar, § 3o As Comissões Tripartites Estaduais serão
consideram-se: formadas, paritariamente, por representantes dos Poderes
I - licenciamento ambiental: o procedimento Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o
administrativo destinado a licenciar atividades ou objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, descentralizada entre os entes federativos.
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob § 4o A Comissão Bipartite do Distrito Federal será
qualquer forma, de causar degradação ambiental; formada, paritariamente, por representantes dos Poderes
II - atuação supletiva: ação do ente da Federação Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo
que se substitui ao ente federativo originariamente detentor de fomentar a gestão ambiental compartilhada e
das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei descentralizada entre esses entes federativos.
Complementar; § 5o As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite
III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação do Distrito Federal terão sua organização e funcionamento
que visa a auxiliar no desempenho das atribuições regidos pelos respectivos regimentos internos.
decorrentes das competências comuns, quando solicitado Art. 5o O ente federativo poderá delegar, mediante
pelo ente federativo originariamente detentor das convênio, a execução de ações administrativas a ele
atribuições definidas nesta Lei Complementar. atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente
Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da União, destinatário da delegação disponha de órgão ambiental
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no capacitado a executar as ações administrativas a serem
exercício da competência comum a que se refere esta Lei delegadas e de conselho de meio ambiente.
Complementar: Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele
ecologicamente equilibrado, promovendo gestão que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente
descentralizada, democrática e eficiente; habilitados e em número compatível com a demanda das
ações administrativas a serem delegadas.
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico com a proteção do meio ambiente, CAPÍTULO III
observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO
da pobreza e a redução das desigualdades sociais e Art. 6o As ações de cooperação entre a União, os
regionais; Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão ser
III - harmonizar as políticas e ações administrativas desenvolvidas de modo a atingir os objetivos previstos no
para evitar a sobreposição de atuação entre os entes art. 3o e a garantir o desenvolvimento sustentável,
federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e harmonizando e integrando todas as políticas
garantir uma atuação administrativa eficiente; governamentais.
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para Art. 7o São ações administrativas da União:
todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito
locais. nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente;
CAPÍTULO II II - exercer a gestão dos recursos ambientais no
DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO âmbito de suas atribuições;
Art. 4o Os entes federativos podem valer-se, entre III - promover ações relacionadas à Política Nacional
outros, dos seguintes instrumentos de cooperação do Meio Ambiente nos âmbitos nacional e internacional;
institucional: IV - promover a integração de programas e ações de
I - consórcios públicos, nos termos da legislação em órgãos e entidades da administração pública da União, dos
vigor; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados
II - convênios, acordos de cooperação técnica e à proteção e à gestão ambiental;
outros instrumentos similares com órgãos e entidades do V - articular a cooperação técnica, científica e
Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição financeira, em apoio à Política Nacional do Meio Ambiente;
Federal; VI - promover o desenvolvimento de estudos e
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental,
Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito divulgando os resultados obtidos;
Federal; VII - promover a articulação da Política Nacional do
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos Meio Ambiente com as de Recursos Hídricos,
econômicos; Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outras;
outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei VIII - organizar e manter, com a colaboração dos
Complementar; órgãos e entidades da administração pública dos Estados,
VI - delegação da execução de ações administrativas do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de
de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);
previstos nesta Lei Complementar. IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito
§ 1o Os instrumentos mencionados no inciso II nacional e regional;
do caput podem ser firmados com prazo indeterminado. X - definir espaços territoriais e seus componentes a
§ 2o A Comissão Tripartite Nacional será formada, serem especialmente protegidos;
paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos XI - promover e orientar a educação ambiental em
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
com o objetivo de fomentar a gestão ambiental a proteção do meio ambiente;

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38 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
XII - controlar a produção, a comercialização e o XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao
emprego de técnicas, métodos e substâncias que conhecimento tradicional associado, respeitadas as
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio atribuições setoriais;
ambiente, na forma da lei; XXIV - exercer o controle ambiental sobre o
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e transporte marítimo de produtos perigosos; e
empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou XXV - exercer o controle ambiental sobre o
autorizar, ambientalmente, for cometida à União; transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de produtos
XIV - promover o licenciamento ambiental de perigosos.
empreendimentos e atividades: Parágrafo único. O licenciamento dos
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no empreendimentos cuja localização compreenda
Brasil e em país limítrofe; concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na zona costeira será de atribuição da União exclusivamente
plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do
Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão
c) localizados ou desenvolvidos em terras
Tripartite Nacional, assegurada a participação de um
indígenas;
membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial
conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.
Proteção Ambiental (APAs); Regulamento
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Art. 8o São ações administrativas dos Estados:
Estados;
I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento Política Nacional do Meio Ambiente e demais políticas
ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles nacionais relacionadas à proteção ambiental;
previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de
âmbito de suas atribuições;
junho de 1999;
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir,
estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente;
beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia IV - promover, no âmbito estadual, a integração de
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante programas e ações de órgãos e entidades da administração
parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ou Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental;
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do V - articular a cooperação técnica, científica e
Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão financeira, em apoio às Políticas Nacional e Estadual de
Tripartite Nacional, assegurada a participação de um Meio Ambiente;
membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente VI - promover o desenvolvimento de estudos e
(Conama), e considerados os critérios de porte, potencial pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental,
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento; divulgando os resultados obtidos;
Regulamento VII - organizar e manter, com a colaboração dos
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, órgãos municipais competentes, o Sistema Estadual de
de florestas e formações sucessoras em: Informações sobre Meio Ambiente;
a) florestas públicas federais, terras devolutas VIII - prestar informações à União para a formação e
federais ou unidades de conservação instituídas pela União, atualização do Sinima;
exceto em APAs; e IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito
autorizados, ambientalmente, pela União; nacional e regional;
XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da X - definir espaços territoriais e seus componentes a
flora ameaçadas de extinção e de espécies sobre- serem especialmente protegidos;
explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos XI - promover e orientar a educação ambiental em
técnico-científicos, fomentando as atividades que todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
conservem essas espécies in situ; a proteção do meio ambiente;
XVII - controlar a introdução no País de espécies XII - controlar a produção, a comercialização e o
exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os emprego de técnicas, métodos e substâncias que
ecossistemas, habitats e espécies nativas; comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie ambiente, na forma da lei;
exótica da fauna e da flora em ecossistemas naturais frágeis XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e
ou protegidos; empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou
XIX - controlar a exportação de componentes da autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados;
biodiversidade brasileira na forma de espécimes silvestres XIV - promover o licenciamento ambiental de
da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos
deles derivados; ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
XX - controlar a apanha de espécimes da fauna capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
silvestre, ovos e larvas; ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o;
XXI - proteger a fauna migratória e as espécies XV - promover o licenciamento ambiental de
inseridas na relação prevista no inciso XVI; atividades ou empreendimentos localizados ou
XXII - exercer o controle ambiental da pesca em desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo
âmbito nacional ou regional; Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 39
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, a) que causem ou possam causar impacto ambiental
de florestas e formações sucessoras em: de âmbito local, conforme tipologia definida pelos
a) florestas públicas estaduais ou unidades de respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente,
conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
Ambiental (APAs); natureza da atividade; ou
b) imóveis rurais, observadas as atribuições b) localizados em unidades de conservação
previstas no inciso XV do art. 7o; e instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental (APAs);
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou
autorizados, ambientalmente, pelo Estado; XV - observadas as atribuições dos demais entes
federativos previstas nesta Lei Complementar, aprovar:
XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da
flora ameaçadas de extinção no respectivo território, a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas
mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando e formações sucessoras em florestas públicas municipais e
as atividades que conservem essas espécies in situ; unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e
XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna
silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação de b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas
criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no e formações sucessoras em empreendimentos licenciados
inciso XX do art. 7o; ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.
XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal
fauna silvestre; as previstas nos arts. 8o e 9o.
XX - exercer o controle ambiental da pesca em Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para
âmbito estadual; e atribuições relativas à autorização de manejo e supressão
de vegetação, considerada a sua caracterização como
XXI - exercer o controle ambiental do transporte
vegetação primária ou secundária em diferentes estágios
fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressalvado o
de regeneração, assim como a existência de espécies da
disposto no inciso XXV do art. 7o.
flora ou da fauna ameaçadas de extinção.
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios:
Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos
Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente e demais ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
meio ambiente; ambiental, e para autorização de supressão e manejo de
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no vegetação, o critério do ente federativo instituidor da
âmbito de suas atribuições; unidade de conservação não será aplicado às Áreas de
III - formular, executar e fazer cumprir a Política Proteção Ambiental (APAs).
Municipal de Meio Ambiente; Parágrafo único. A definição do ente federativo
IV - promover, no Município, a integração de responsável pelo licenciamento e autorização a que se
programas e ações de órgãos e entidades da administração refere o caput, no caso das APAs, seguirá os critérios
pública federal, estadual e municipal, relacionados à previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do
proteção e à gestão ambiental; art. 7o, no inciso XIV do art. 8o e na alínea “a” do inciso XIV
V - articular a cooperação técnica, científica e do art. 9o.
financeira, em apoio às Políticas Nacional, Estadual e Art. 13. Os empreendimentos e atividades são
Municipal de Meio Ambiente; licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único
VI - promover o desenvolvimento de estudos e ente federativo, em conformidade com as atribuições
pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
divulgando os resultados obtidos; § 1o Os demais entes federativos interessados
VII - organizar e manter o Sistema Municipal de podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou
Informações sobre Meio Ambiente; autorização, de maneira não vinculante, respeitados os
prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.
VIII - prestar informações aos Estados e à União para
a formação e atualização dos Sistemas Estadual e Nacional § 2o A supressão de vegetação decorrente de
de Informações sobre Meio Ambiente; licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo
licenciador.
IX - elaborar o Plano Diretor, observando os
zoneamentos ambientais; § 3o Os valores alusivos às taxas de licenciamento
ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de
X - definir espaços territoriais e seus componentes a proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço
serem especialmente protegidos; prestado pelo ente federativo.
XI - promover e orientar a educação ambiental em Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para prazos estabelecidos para tramitação dos processos de
a proteção do meio ambiente; licenciamento.
XII - controlar a produção, a comercialização e o § 1o As exigências de complementação oriundas da
emprego de técnicas, métodos e substâncias que análise do empreendimento ou atividade devem ser
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio comunicadas pela autoridade licenciadora de uma única
ambiente, na forma da lei; vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e fatos novos.
empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou § 2o As exigências de complementação de
autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município; informações, documentos ou estudos feitas pela autoridade
XIV - observadas as atribuições dos demais entes licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que
federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o continua a fluir após o seu atendimento integral pelo
licenciamento ambiental das atividades ou empreendedor.
empreendimentos:
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40 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem a § 2o Na hipótese de que trata a alínea “a” do inciso
emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita XIV do art. 9o, a aplicação desta Lei Complementar dar-se-
nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, á a partir da edição da decisão do respectivo Conselho
mas instaura a competência supletiva referida no art. 15. Estadual.
§ 4o A renovação de licenças ambientais deve ser § 3o Enquanto não forem estabelecidas as tipologias
requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) de que tratam os §§ 1o e 2o deste artigo, os processos de
dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na licenciamento e autorização ambiental serão conduzidos
respectiva licença, ficando este automaticamente conforme a legislação em vigor.
prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental Art. 19. O manejo e a supressão de vegetação em
competente. situações ou áreas não previstas nesta Lei Complementar
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter dar-se-ão nos termos da legislação em vigor.
supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na Art. 20. O art. 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de
autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: 1981, passa a vigorar com a seguinte redação:
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou “Art. 10. A construção, instalação, ampliação e
conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito funcionamento de estabelecimentos e atividades
Federal, a União deve desempenhar as ações utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou de causar degradação ambiental dependerão de prévio
conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve licenciamento ambiental.
desempenhar as ações administrativas municipais até a sua § 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a
criação; e respectiva concessão serão publicados no jornal oficial,
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou bem como em periódico regional ou local de grande
conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido
União deve desempenhar as ações administrativas até a pelo órgão ambiental competente.
sua criação em um daqueles entes federativos. § 2o (Revogado).
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes § 3o (Revogado).
federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico,
§ 4o (Revogado).” (NR)
administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas
de cooperação. Art. 21. Revogam-se os §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 e o §
1o do art. 11 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser
solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na
nos termos desta Lei Complementar. data de sua publicação.
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190o da Independência e
123o da República.
licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um
empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração DILMA ROUSSEFF
Francisco Gaetani
ambiental e instaurar processo administrativo para a
apuração de infrações à legislação ambiental cometidas
pelo empreendimento ou atividade licenciada ou QUESTÕES DE CONCURSOS
autorizada.
01. (MPE-SP - 2022 - MPE-SP - Promotor de Justiça
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao Substituto) A supressão de vegetação decorrente de
constatar infração ambiental decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada:
empreendimento ou atividade utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode A pelas Comissões Tripartites Estaduais, formadas por
dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para representantes dos Poderes Executivos da União, dos
efeito do exercício de seu poder de polícia. Estados e dos Municípios.
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de B pela Comissão Bipartite, formada pelos integrantes dos
degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que Poderes Executivos da União e dos Estados,
tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para preferencialmente pelo Ministro do Meio Ambiente e
evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando pelos Secretários Estaduais do Meio Ambiente.
imediatamente ao órgão competente para as providências C pelo ente federativo licenciador.
cabíveis. D pela Comissão Tripartite Nacional, formada por
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o representantes dos Poderes Executivos da União, dos
exercício pelos entes federativos da atribuição comum de Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
fiscalização da conformidade de empreendimentos e E pela União.
atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental
em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado 02. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato - CE - Analista
por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou Ambiental) Promover Licenciamento Ambiental de
autorização a que se refere o caput. empreendimentos e atividades (Lei Complementar nº
140/2011) localizados ou desenvolvidos em terras
CAPÍTULO IV indígenas pertencentes a dois Municípios do mesmo
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Estado é ação administrativa:
Art. 18. Esta Lei Complementar aplica-se apenas aos A Dos dois Municípios.
processos de licenciamento e autorização ambiental B De um dos Municípios onde houver Órgão Licenciador
iniciados a partir de sua vigência. instituído.
§ 1o Na hipótese de que trata a alínea “h” do inciso C De um dos Municípios com Conselho Ambiental instituído
XIV do art. 7o, a aplicação desta Lei Complementar dar-se- a mais tempo.
á a partir da entrada em vigor do ato previsto no referido
dispositivo. D Do Estado.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 41
E Da União. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1 º Este Decreto estabelece, em cumprimento
03. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato - CE - Fiscal ao disposto no art. 7 º, caput , inciso XIV, “h”, e parágrafo
Ambiental) Conforme especificado na Lei complementar único, da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de
nº 140 de 2011, que fixa normas para a cooperação 2011 , a tipologia de empreendimentos e atividades cujo
entre União, Estados e Municípios nas ações licenciamento ambiental será de competência da União.
administrativas relativas à proteção de paisagens Art. 2 º Para os fins deste Decreto, adotam-se as
naturais, proteção do meio ambiente, combate à seguintes definições:
poluição e à preservação das florestas, é ação I - implantação de rodovia - construção de rodovia
administrativa dos Municípios: em acordo com as normas rodoviárias de projetos
A Promover o licenciamento ambiental de geométricos, com ou sem pavimentação, observada a
empreendimentos e atividades localizados ou classe estabelecida pelo Departamento Nacional de
desenvolvidos em terras indígenas. Infraestrutura de Transportes - DNIT;
B Controlar a introdução de espécies exóticas II - pavimentação de rodovia - obras para execução
potencialmente invasoras que possam ameaçar os do revestimento superior da rodovia, com pavimento
ecossistemas, habitats e espécies nativas. asfáltico, de concreto, cimento ou alvenaria poliédrica;
C Prestar informações aos Estados e à União para a III - ampliação da capacidade de rodovias - conjunto
formação e atualização do Sinima (Sistema Nacional de de operações que resultam no aumento da capacidade do
Informações sobre Meio Ambiente). fluxo de tráfego de rodovia pavimentada existente e no
D Controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos aumento da segurança de tráfego de veículos e pedestres,
e larvas destinadas à implantação de criadouros e à compreendendo a duplicação rodoviária integral ou parcial,
pesquisa científica. a construção de multifaixas e a implantação ou substituição
de obras de arte especiais para duplicação;
E Elaborar zoneamento ambiental em conformidade com os
zoneamentos de âmbito nacional e regional. IV - acesso rodoviário - segmento rodoviário de
entrada e saída para área urbana, porto, terminal ou
instalação à margem da rodovia;
04. (FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) O Conselho
V - travessia urbana - via ou sucessão de vias que
Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA) deliberou que
proporciona a passagem preferencial de veículos dentro do
os licenciamentos ambientais conduzidos por Estudo de
perímetro urbano;
Impacto Ambiental e Respectivo Relatório (EIA-RIMA)
serão estaduais e os demais, salvo aqueles de VI - contorno rodoviário - trecho de rodovia destinado
competência da União (Lei Complementar Federal n° à circulação de veículos na periferia das áreas urbanas, de
140, de 08 de dezembro de 2011), serão municipais. A modo a evitar ou minimizar o tráfego no seu interior, sem
presente deliberação circundar completamente a localidade;
A é nula, pois o Conselho Estadual do Meio Ambiente não VII - manutenção de rodovias pavimentadas -
possui atribuição legal para fixar regras de competência processo sistemático e contínuo de correção, devido a
para o licenciamento ambiental. condicionamentos cronológicos ou decorrentes de eventos
supervenientes, a que devem ser submetidas as rodovias
B é válida, pois compete ao Conselho Estadual do Meio
pavimentadas, para oferecer permanentemente, ao usuário,
Ambiente definir quais licenciamentos ambientais serão
tráfego econômico, confortável e seguro, por meio das
conduzidos pelo Município.
ações de conservação, recuperação e restauração
C depende de regulamentação dos Conselhos Municipais realizadas nos limites das suas faixas de domínio;
de Meio Ambiente para entrar em vigor.
VIII - conservação de rodovias pavimentadas -
D é nula, pois o critério selecionado está em desacordo com conjunto de operações rotineiras, periódicas e de
a normativa que rege o tema. emergência, com o objetivo de preservar as características
E depende de ratificação do Conselho Nacional do Meio técnicas e operacionais do sistema rodoviário e suas
Ambiente (CONAMA) para entrar em vigor. instalações físicas, para proporcionar conforto e segurança
aos usuários;
Gabarito: 01/C; 02/E; 03/C; 04/D IX - restauração de rodovia pavimentada - conjunto
de operações aplicadas à rodovia com pavimento
desgastado ou danificado, com o objetivo de restabelecer
suas características técnicas originais ou de adaptá-la às
DECRETO Nº 8.437/2015 (REGULAMENTA condições de tráfego atual e prolongar seu período de vida
útil, por meio de intervenções de reforço, reciclagem,
A LEI COMPLEMENTAR). reconstrução do pavimento, recuperação, complementação
Regulamenta o disposto no art. 7 º, caput , inciso ou substituição dos componentes da rodovia;
XIV, alínea “h”, e parágrafo único, da Lei X - melhoramento de rodovia pavimentada - conjunto
Complementar n º 140, de 8 de dezembro de de operações que modificam as características técnicas
2011, para estabelecer as tipologias de existentes ou acrescentam características novas à rodovia
empreendimentos e atividades cujo já pavimentada, nos limites da sua faixa de domínio, para
licenciamento ambiental será de competência da adequar sua capacidade a atuais demandas operacionais,
União. visando a assegurar nível superior de segurança do tráfego
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da por meio de intervenção na sua geometria, sistema de
atribuição que lhe confere o art. 84, caput, IV, da sinalização e de segurança e adequação ou incorporação
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 7 º , caput , de elementos nos demais componentes da rodovia;
inciso XIV, alínea “h” e parágrafo único, da Lei XI - regularização ambiental - conjunto de
Complementar n º 140, de 8 de dezembro de 2011, procedimentos visando a obter o licenciamento ambiental
DECRETA: de ferrovias e rodovias federais pavimentadas, por meio da
obtenção da licença de operação;
CAPÍTULO I
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42 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
XII - implantação de ferrovia - conjunto de ações XXV - TEU - Twenty-foot Equivalent
necessárias para construir uma ferrovia em faixa de terreno Units (Unidades Equivalentes a Vinte Pés) - unidade
onde não exista ferrovia previamente implantada; utilizada para conversão da capacidade de contêineres de
XIII - ampliação de capacidade de linhas férreas - diversos tamanhos ao tipo padrão International
obras ou intervenções que visam a melhorar a segurança e Organization for Standardization - ISO de vinte pés;
o nível de serviço da ferrovia, tais como, a sua duplicação e XXVI - offshore - ambiente marinho e zona de
a implantação e ampliação de pátio ferroviário; transição terra-mar ou área localizada no mar;
XIV - pátio ferroviário - segmentos de linhas férreas XXVII - onshore - ambiente terrestre ou área
que têm os objetivos de permitir o cruzamento, o localizada em terra;
estacionamento e a formação de trens e de efetuar XXVIII - jazida convencional de petróleo e gás
operações de carga e descarga; natural - reservatório ou depósito de petróleo ou gás natural
XV - contorno ferroviário - trecho de ferrovia que tem possível de ser posto em produção sem o uso de
por objetivo eliminar parcial ou totalmente as operações tecnologias e processos especiais de recuperação;
ferroviárias dentro de área urbana; XXIX - recurso não convencional de petróleo e gás
XVI - ramal ferroviário - linha férrea secundária que natural - recurso cuja produção não atinge taxas de fluxo
deriva de uma ferrovia, com o objetivo de atender a um econômico viável ou que não produzem volumes
ponto de carregamento ou de fazer a conexão com outra econômicos de petróleo e gás sem a ajuda de tratamentos
ferrovia; de estimulação maciça ou de tecnologias e processos
XVII - melhoramentos de ferrovia: especiais de recuperação, como as areias betuminosas
- oilsands , o gás e o óleo de folhelho - shale-gas e shale-
a) obras relacionadas à reforma da linha férrea e das
oil , o metano em camadas de carvão - coalbed
estruturas que a compõe; e
methane, os hidratos de metano e os arenitos de baixa
b) obras de transposição de linha férrea em locais permeabilidade - tightsandstones ;
onde há cruzamento entre ferrovia e vias públicas, tais
XXX - sistema de geração de energia elétrica -
como, viadutos ferroviários ou rodoviários, passarelas,
sistema de transformação em energia elétrica de qualquer
tubulações de água, esgoto ou drenagem;
outra forma de energia, seja qual for a sua origem, e suas
XVIII - implantação e ampliação de estrutura de instalações de uso exclusivo, até a subestação de
apoio de ferrovias - implantação e ampliação de oficinas e transmissão e de distribuição de energia elétrica,
postos de manutenção ou de abastecimento, estações de compreendendo:
controle de tráfego, subestações elétricas e de
a) usina hidrelétrica - instalações e equipamentos
comunicação, terminais de cargas e passageiros;
destinados à transformação do potencial hidráulico em
XIX - porto organizado - bem público construído e energia elétrica;
aparelhado para atender a necessidades de navegação, de
b) pequena central hidrelétrica - usina hidrelétrica
movimentação de passageiros ou de movimentação e
com capacidade instalada de pequeno porte, destinada à
armazenagem de mercadorias e cujo tráfego e operações
transformação do potencial hidráulico em energia elétrica;
portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária;
c) usina termelétrica - instalações e equipamentos
XX - instalação portuária - instalação localizada
destinados à transformação da energia calorífica de
dentro ou fora da área do porto organizado e utilizada em
combustíveis em energia elétrica; e
movimentação de passageiros ou em movimentação ou
armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes d) usina eólica - instalações e equipamentos
de transporte aquaviário; destinados à transformação do potencial cinético dos
ventos em energia elétrica;
XXI - área do porto organizado - área delimitada por
ato do Poder Executivo que compreende as instalações XXXI - sistema de transmissão de energia elétrica -
portuárias e a infraestrutura de proteção e de acesso ao sistema de transporte de energia elétrica, por meio de linhas
porto organizado; de transmissão, subestações e equipamentos associados
com o objetivo de integrar eletricamente:
XXII - terminal de uso privado - instalação portuária
explorada mediante autorização e localizada fora da área a) sistema de geração de energia elétrica a outro
do porto organizado; sistema de transmissão até as subestações distribuidoras;
XXIII - intervenções hidroviárias, assim b) dois ou mais sistemas de transmissão ou
compreendidas: distribuição;
a) implantação de hidrovias - obras e serviços de c) conexão de consumidores livres ou
engenharia para implantação de canal de navegação em autoprodutores;
rios com potencial hidroviário com o objetivo de integração d) interligações internacionais; e
intermodal; e e) instalações de transmissão ou distribuição para
b) ampliação de capacidade de transporte - conjunto suprimento temporário; e
de ações que visam a elevar o padrão navegável da XXXII - sistema de distribuição de energia elétrica -
hidrovia, com a expansão do seu gabarito de navegação por sistema responsável pelo fornecimento de energia elétrica
meio do melhoramento das condições operacionais, da aos consumidores.
segurança e da disponibilidade de navegação, tais como,
CAPÍTULO II
dragagem de aprofundamento e alargamento de canal,
derrocamento, alargamento e proteção de vão de pontes, DAS TIPOLOGIAS
retificação de meandros e dispositivos de transposição de Art. 3 º Sem prejuízo das disposições contidas
nível; no art. 7 º, caput , inciso XIV, alíneas “a” a “g”, da Lei
XXIV - dragagem - obra ou serviço de engenharia Complementar nº 140, de 2011 , serão licenciados pelo
que consiste na limpeza, desobstrução, remoção, órgão ambiental federal competente os seguintes
derrocamento ou escavação de material do fundo de rios, empreendimentos ou atividades:
lagos, mares, baías e canais; I - rodovias federais:
a) implantação;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 43
b) pavimentação e ampliação de capacidade com a empreendimentos estratégicos, indicada pelo Conselho
extensão igual ou superior a duzentos quilômetros; Nacional de Política Energética - CNPE.
c) regularização ambiental de rodovias CAPÍTULO III
pavimentadas, podendo ser contemplada a autorização DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
para as atividades de manutenção, conservação,
Art. 4 º Os processos de licenciamento e autorização
recuperação, restauração, ampliação de capacidade e
ambiental das atividades e empreendimentos de que trata o
melhoramento; e
art. 3 º iniciados em data anterior à publicação deste
d) atividades de manutenção, conservação, Decreto terão sua tramitação mantida perante os órgãos
recuperação, restauração e melhoramento em rodovias originários até o término da vigência da licença de
federais regularizadas; operação, cuja renovação caberá ao ente federativo
II - ferrovias federais: competente, nos termos deste Decreto.
a) implantação; § 1 º Caso o pedido de renovação da licença de
b) ampliação de capacidade; e operação tenha sido protocolado no órgão ambiental
originário em data anterior à publicação deste Decreto, a
c) regularização ambiental de ferrovias federais;
renovação caberá ao referido órgão.
III - hidrovias federais:
§ 2 º Os pedidos de renovação posteriores aos
a) implantação; e referidos no § 1º serão realizados pelos entes federativos
b) ampliação de capacidade cujo somatório dos competentes, nos termos deste Decreto.
trechos de intervenções seja igual ou superior a duzentos Art. 5 º O processo de licenciamento ambiental de
quilômetros de extensão; trechos de rodovias e ferrovias federais que se iniciar em
IV - portos organizados, exceto as instalações órgão ambiental estadual ou municipal de acordo com as
portuárias que movimentem carga em volume inferior a disposições deste Decreto será assumido pelo órgão
450.000 TEU /ano ou a 15.000.000 ton/ano; ambiental federal na licença de operação pertinente,
V - terminais de uso privado e instalações portuárias mediante comprovação do atendimento das condicionantes
que movimentem carga em volume superior a da licença ambiental concedida pelo ente federativo.
450.000 TEU /ano ou a 15.000.000 ton/ano; Parágrafo único. A comprovação do atendimento
VI - exploração e produção de petróleo, gás natural das condicionantes ocorrerá por meio de documento
e outros hidrocarbonetos fluidos nas seguintes hipóteses: emitido pelo órgão licenciador estadual ou municipal.
a) exploração e avaliação de jazidas, Art. 6 º Este Decreto entra em vigor em sua data de
compreendendo as atividades de aquisição sísmica, coleta publicação.
de dados de fundo ( piston core ), perfuração de poços e Brasília, 22 de abril de 2015; 194º da Independência e
teste de longa duração quando realizadas no ambiente 127º da República.
marinho e em zona de transição terra-mar ( offshore ); DILMA ROUSSEFF
b) produção, compreendendo as atividades de Izabella Mônica Vieira Teixeira
perfuração de poços, implantação de sistemas de produção Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.4.2015
e escoamento, quando realizada no ambiente marinho e em
zona de transição terra-mar ( offshore ); e
c) produção, quando realizada a partir de recurso
não convencional de petróleo e gás natural, em ambiente LEI Nº 12.651/2012 (PROTEÇÃO DA
marinho e em zona de transição terra-mar ( offshore ) ou VEGETAÇÃO NATIVA).
terrestre ( onshore ), compreendendo as atividades de
perfuração de poços, fraturamento hidráulico e implantação Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa;
de sistemas de produção e escoamento; e altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22
VII - sistemas de geração e transmissão de energia de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de
elétrica, quais sejam: 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
a) usinas hidrelétricas com capacidade instalada 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de
igual ou superior a trezentos megawatt; agosto de 2001; e dá outras providências.
b) usinas termelétricas com capacidade instalada A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
igual ou superior a trezentos megawatt; e Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
c) usinas eólicas, no caso de empreendimentos e CAPÍTULO I
atividades offshore e zona de transição terra-mar.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1 º O disposto nas alíneas “a” e “b” do inciso I
Art. 1º (VETADO).
do caput , em qualquer extensão, não se aplica nos casos
de contornos e acessos rodoviários, anéis viários e Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a
travessias urbanas. proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente
e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o
§ 2 º O disposto no inciso II do caput não se aplica
suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem
nos casos de implantação e ampliação de pátios
dos produtos florestais e o controle e prevenção dos
ferroviários, melhoramentos de ferrovias, implantação e
incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e
ampliação de estruturas de apoio de ferrovias, ramais e
financeiros para o alcance de seus objetivos. (Incluído pela
contornos ferroviários.
Lei nº 12.727, de 2012).
§ 3 º A competência para o licenciamento será da
Parágrafo único. Tendo como objetivo o
União quando caracterizadas situações que comprometam
desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos
a continuidade e a segurança do suprimento
seguintes princípios: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
eletroenergético, reconhecidas pelo Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE, ou a necessidade I - afirmação do compromisso soberano do Brasil
de sistemas de transmissão de energia elétrica associados com a preservação das suas florestas e demais formas de
vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos

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44 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
recursos hídricos e da integridade do sistema climático, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
para o bem estar das gerações presentes e nativa;
futuras; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com
II - reafirmação da importância da função estratégica ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com
da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida V - pequena propriedade ou posse rural familiar:
da população brasileira e na presença do País nos aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor
mercados nacional e internacional de alimentos e familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os
bioenergia; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda
III - ação governamental de proteção e uso ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de
sustentável de florestas, consagrando o compromisso do 2006;
País com a compatibilização e harmonização entre o uso VI - uso alternativo do solo: substituição de
produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação nativa e formações sucessoras por outras
vegetação; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). coberturas do solo, como atividades agropecuárias,
IV - responsabilidade comum da União, Estados, industriais, de geração e transmissão de energia, de
Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou
sociedade civil, na criação de políticas para a preservação outras formas de ocupação humana;
e restauração da vegetação nativa e de suas funções VII - manejo sustentável: administração da
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; (Incluído vegetação natural para a obtenção de benefícios
pela Lei nº 12.727, de 2012). econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do
busca da inovação para o uso sustentável do solo e da manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente,
água, a recuperação e a preservação das florestas e demais a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de
formas de vegetação nativa; (Incluído pela Lei nº 12.727, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a
2012). utilização de outros bens e serviços;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos VIII - utilidade pública: (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN
para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação Nº 4.903)
nativa e para promover o desenvolvimento de atividades a) as atividades de segurança nacional e proteção
produtivas sustentáveis. (Incluído pela Lei nº 12.727, de sanitária;
2012).
b) as obras de infraestrutura destinadas às
Art. 2º As florestas existentes no território nacional e concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema
as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de
utilidade às terras que revestem, são bens de interesse solo urbano aprovados pelos Municípios,
comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os saneamento, gestão de resíduos , energia,
direitos de propriedade com as limitações que a legislação telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à
em geral e especialmente esta Lei estabelecem. realização de competições esportivas estaduais, nacionais
§ 1º Na utilização e exploração da vegetação, as ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste
ações ou omissões contrárias às disposições desta Lei são último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho;
consideradas uso irregular da propriedade, aplicando-se o (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
procedimento sumário previsto no inciso II do art. 275 da Lei c) atividades e obras de defesa civil;
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo
d) atividades que comprovadamente proporcionem
Civil, sem prejuízo da responsabilidade civil, nos termos
melhorias na proteção das funções ambientais referidas no
do § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
inciso II deste artigo;
1981, e das sanções administrativas, civis e penais.
e) outras atividades similares devidamente
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza
caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo
real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza,
próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel
empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do
rural.
Poder Executivo federal;
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
IX - interesse social: (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN
I - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Nº 4.903)
Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as
a) as atividades imprescindíveis à proteção da
regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de
integridade da vegetação nativa, tais como prevenção,
Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do
combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação
Estado do Maranhão;
de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;
II - Área de Preservação Permanente - APP: área
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a
na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
povos e comunidades tradicionais, desde que não
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,
descaracterize a cobertura vegetal existente e não
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
prejudique a função ambiental da área;
assegurar o bem-estar das populações humanas;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada
III - Reserva Legal: área localizada no interior de
a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar
uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do
livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas
art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
as condições estabelecidas nesta Lei;
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos d) a regularização fundiária de assentamentos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, humanos ocupados predominantemente por população de
baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 45
condições estabelecidas na Lei nº 11.977, de 7 de julho de limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua
2009; ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e
e) implantação de instalações necessárias à de Santa Catarina;
captação e condução de água e de efluentes tratados para XIV - salgado ou marismas tropicais hipersalinos:
projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e áreas situadas em regiões com frequências de inundações
essenciais da atividade; intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento e
argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a
competente; presença de vegetação herbácea específica;
g) outras atividades similares devidamente XV - apicum: áreas de solos hipersalinos situadas
caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo nas regiões entremarés superiores, inundadas apenas
próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à pelas marés de sizígias, que apresentam salinidade
atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder superior a 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil),
Executivo federal; desprovidas de vegetação vascular;
X - atividades eventuais ou de baixo impacto XVI - restinga: depósito arenoso paralelo à linha da
ambiental: costa, de forma geralmente alongada, produzido por
processos de sedimentação, onde se encontram diferentes
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e
comunidades que recebem influência marinha, com
suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia
cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias,
de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para
cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de
a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das
acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo,
atividades de manejo agroflorestal sustentável;
arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;
b) implantação de instalações necessárias à
XVII - nascente: afloramento natural do lençol
captação e condução de água e efluentes tratados, desde
freático que apresenta perenidade e dá início a um curso
que comprovada a outorga do direito de uso da água,
d’água; (Vide ADIN Nº 4.903)
quando couber;
XVIII - olho d’água: afloramento natural do lençol
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do
freático, mesmo que intermitente;
ecoturismo;
XIX - leito regular: a calha por onde correm
d) construção de rampa de lançamento de barcos e
regularmente as águas do curso d’água durante o ano;
pequeno ancoradouro;
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
e) construção de moradia de agricultores familiares,
XX - área verde urbana: espaços, públicos ou
remanescentes de comunidades quilombolas e outras
privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente
populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais,
nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor,
onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio
nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do
dos moradores;
Município, indisponíveis para construção de moradias,
f) construção e manutenção de cercas na destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da
propriedade; qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de
respeitados outros requisitos previstos na legislação bens e manifestações culturais;
aplicável; XXI - várzea de inundação ou planície de inundação:
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de áreas marginais a cursos d’água sujeitas a enchentes e
subsistência e produção de mudas, como sementes, inundações periódicas;
castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de XXII - faixa de passagem de inundação: área de
acesso a recursos genéticos; várzea ou planície de inundação adjacente a cursos d’água
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, que permite o escoamento da enchente;
sementes, castanhas e outros produtos vegetais, desde que XXIII - relevo ondulado: expressão geomorfológica
não implique supressão da vegetação existente nem usada para designar área caracterizada por movimentações
prejudique a função ambiental da área; do terreno que geram depressões, cuja intensidade permite
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sua classificação como relevo suave ondulado, ondulado,
sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de fortemente ondulado e montanhoso.
produtos florestais não madeireiros, desde que não XXIV - pousio: prática de interrupção temporária de
descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais, por
prejudiquem a função ambiental da área; no máximo 5 (cinco) anos, para possibilitar a recuperação
k) outras ações ou atividades similares, da capacidade de uso ou da estrutura física do
reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental solo; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA XXV - áreas úmidas: pantanais e superfícies
ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; terrestres cobertas de forma periódica por águas, cobertas
XI - (VETADO); originalmente por florestas ou outras formas de vegetação
XII - vereda: fitofisionomia de savana, encontrada adaptadas à inundação; (Incluído pela Lei nº 12.727, de
em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira 2012).
arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar XXVI – área urbana consolidada: aquela que atende
dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo- os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei nº 14.285,
herbáceas; (Redação pela Lei nº 12.727, de 2012). de 2021)
XIII - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre a) estar incluída no perímetro urbano ou em zona
em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por urbana pelo plano diretor ou por lei municipal
vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, específica; (Incluída pela Lei nº 14.285, de 2021)
predominantemente, a vegetação natural conhecida como b) dispor de sistema viário implantado; (Incluída
mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos pela Lei nº 14.285, de 2021)
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46 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
c) estar organizada em quadras e lotes ambiental do empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de
predominantemente edificados; (Incluída pela Lei nº 2012). (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
14.285, de 2021) IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos
d) apresentar uso predominantemente urbano, d’água perenes, qualquer que seja sua situação
caracterizado pela existência de edificações residenciais, topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
comerciais, industriais, institucionais, mistas ou (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN
direcionadas à prestação de serviços; (Incluída pela Lei nº Nº 4.903)
14.285, de 2021) V - as encostas ou partes destas com declividade
e) dispor de, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes superior a 45º , equivalente a 100% (cem por cento) na linha
equipamentos de infraestrutura urbana de maior declive;
implantados: (Incluída pela Lei nº 14.285, de 2021) VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou
1. drenagem de águas pluviais; (Incluída pela Lei nº estabilizadoras de mangues;
14.285, de 2021) VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
2. esgotamento sanitário; (Incluída pela Lei nº VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a
14.285, de 2021) linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100
3. abastecimento de água potável; (Incluída pela Lei (cem) metros em projeções horizontais;
nº 14.285, de 2021) IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras,
4. distribuição de energia elétrica e iluminação com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
pública; e (Incluída pela Lei nº 14.285, de 2021) maior que 25º , as áreas delimitadas a partir da curva de
5. limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da
sólidos; (Incluída pela Lei nº 14.285, de 2021) elevação sempre em relação à base, sendo esta definida
pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho
XXVII - crédito de carbono: título de direito sobre d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do
bem intangível e incorpóreo transacionável. (Incluído pela ponto de sela mais próximo da elevação;
Lei nº 12.727, de 2012).
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
o tratamento dispensado aos imóveis a que se refere o
inciso V deste artigo às propriedades e posses rurais com XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção
até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a
agrossilvipastoris, bem como às terras partir do espaço permanentemente brejoso e
indígenas demarcadas e às demais áreas tituladas de encharcado. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo § 1º Não será exigida Área de Preservação
do seu território. (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água
CAPÍTULO II que não decorram de barramento ou represamento de
cursos d’água naturais. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 2012). (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
Seção I § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.727, de
Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente 2012).
Art. 4º Considera-se Área de Preservação § 3º (VETADO).
Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos § 4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água
desta Lei: com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III
natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde do caput , vedada nova supressão de áreas de vegetação
a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN Nº Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. (Redação
4.903) dada pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN
Nº 4.903)
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de
menos de 10 (dez) metros de largura; § 5º É admitido, para a pequena propriedade ou
posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3º desta
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que
Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante
tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique
tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja
largura; conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que a fauna silvestre. (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de § 6º Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos
largura; fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os incisos I e II
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a
que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; infraestrutura física diretamente a ela associada, desde
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, que: (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
em faixa com largura mínima de: I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua
corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja qualidade e quantidade, de acordo com norma dos
faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; II - esteja de acordo com os respectivos planos de
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água bacia ou planos de gestão de recursos hídricos;
artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de III - seja realizado o licenciamento pelo órgão
cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental competente;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 47
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor
Rural - CAR. científico, cultural ou histórico;
V - não implique novas supressões de vegetação VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias
nativa. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). e ferrovias;
§ 7º (VETADO). VII - assegurar condições de bem-estar público;
§ 8º (VETADO). VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério
§ 9º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.727, de das autoridades militares.
2012). IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de
§ 10. Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os importância internacional. (Incluído pela Lei nº 12.727, de
conselhos estaduais, municipais ou distrital de meio 2012).
ambiente, lei municipal ou distrital poderá definir faixas Seção II
marginais distintas daquelas estabelecidas no inciso I Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação
do caput deste artigo, com regras que Permanente
estabeleçam: (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021)
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação
I – a não ocupação de áreas com risco de Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área,
desastres; (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021) possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou
II – a observância das diretrizes do plano de recursos jurídica, de direito público ou privado.
hídricos, do plano de bacia, do plano de drenagem ou do § 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada
plano de saneamento básico, se houver; e (Incluído pela em Área de Preservação Permanente, o proprietário da
Lei nº 14.285, de 2021) área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a
III – a previsão de que as atividades ou os promover a recomposição da vegetação, ressalvados os
empreendimentos a serem instalados nas áreas de usos autorizados previstos nesta Lei.
preservação permanente urbanas devem observar os casos § 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real
de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de
ambiental fixados nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.285, de domínio ou posse do imóvel rural.
2021)
§ 3º No caso de supressão não autorizada de
Art. 5º Na implantação de reservatório d’água vegetação realizada após 22 de julho de 2008 , é vedada a
artificial destinado a geração de energia ou abastecimento concessão de novas autorizações de supressão de
público, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou vegetação enquanto não cumpridas as obrigações previstas
instituição de servidão administrativa pelo empreendedor no § 1º . (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide
das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu ADIN Nº 4.902)
entorno, conforme estabelecido no licenciamento
Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação
ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trinta)
nativa em Área de Preservação Permanente somente
metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a
ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse
faixa mínima de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta)
social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
metros em área urbana. (Redação dada pela Lei nº 12.727,
de 2012). (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) § 1º A supressão de vegetação nativa protetora de
nascentes, dunas e restingas somente poderá ser
§ 1º Na implantação de reservatórios d’água
autorizada em caso de utilidade pública.
artificiais de que trata o caput , o empreendedor, no âmbito
do licenciamento ambiental, elaborará Plano Ambiental de § 2º A intervenção ou a supressão de vegetação
Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, em nativa em Área de Preservação Permanente de que tratam
conformidade com termo de referência expedido pelo órgão os incisos VI e VII do caput do art. 4º poderá ser autorizada,
competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do
Sisnama, não podendo o uso exceder a 10% (dez por cento) manguezal esteja comprometida, para execução de obras
do total da Área de Preservação Permanente. (Redação habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de
dada pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADC Nº 42) regularização fundiária de interesse social, em áreas
urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa
§ 2º O Plano Ambiental de Conservação e Uso do
renda. (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
Entorno de Reservatório Artificial, para os
empreendimentos licitados a partir da vigência desta Lei, § 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental
deverá ser apresentado ao órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de
concomitantemente com o Plano Básico Ambiental e atividades de segurança nacional e obras de interesse da
aprovado até o início da operação do empreendimento, não defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de
constituindo a sua ausência impedimento para a expedição acidentes em áreas urbanas.
da licença de instalação. (Vide ADC Nº 42) § 4º Não haverá, em qualquer hipótese, direito à
§ 3º (VETADO). regularização de futuras intervenções ou supressões de
vegetação nativa, além das previstas nesta Lei.
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação
permanente, quando declaradas de interesse social por ato Art. 9º É permitido o acesso de pessoas e animais
do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de
florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma água e para realização de atividades de baixo impacto
ou mais das seguintes finalidades: ambiental.
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de CAPÍTULO III
enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; DAS ÁREAS DE USO RESTRITO
II - proteger as restingas ou veredas; Art. 10. Nos pantanais e planícies pantaneiras, é
III - proteger várzeas; permitida a exploração ecologicamente sustentável,
devendo-se considerar as recomendações técnicas dos
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora
órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas supressões de
ameaçados de extinção;
vegetação nativa para uso alternativo do solo
condicionadas à autorização do órgão estadual do meio
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48 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
ambiente, com base nas recomendações mencionadas III - localizados em região com adensamento de
neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). empreendimentos de carcinicultura ou salinas cujo impacto
Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25º e 45º , afete áreas comuns. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício § 4º O órgão licenciador competente, mediante
de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção decisão motivada, poderá, sem prejuízo das sanções
da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das administrativas, cíveis e penais cabíveis, bem como do
atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo dever de recuperar os danos ambientais causados, alterar
vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as as condicionantes e as medidas de controle e adequação,
hipóteses de utilidade pública e interesse social. (Vide ADIN quando ocorrer: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
Nº 4.903) I - descumprimento ou cumprimento inadequado das
CAPÍTULO III-A condicionantes ou medidas de controle previstas no
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). licenciamento, ou desobediência às normas aplicáveis;
DO USO ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL DOS (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
APICUNS E SALGADOS II - fornecimento de informação falsa, dúbia ou
Art. 11-A. A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos enganosa, inclusive por omissão, em qualquer fase do
termos do § 4º do art. 225 da Constituição Federal, devendo licenciamento ou período de validade da licença;
sua ocupação e exploração dar-se de modo ou (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
ecologicamente sustentável. (Incluído pela Lei nº 12.727, III - superveniência de informações sobre riscos ao
de 2012). meio ambiente ou à saúde pública. (Incluído pela Lei nº
§ 1º Os apicuns e salgados podem ser utilizados em 12.727, de 2012).
atividades de carcinicultura e salinas, desde que § 5º A ampliação da ocupação de apicuns e
observados os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº salgados respeitará o Zoneamento Ecológico-Econômico
12.727, de 2012). da Zona Costeira - ZEEZOC, com a individualização das
I - área total ocupada em cada Estado não superior áreas ainda passíveis de uso, em escala mínima de
a 10% (dez por cento) dessa modalidade de fitofisionomia 1:10.000, que deverá ser concluído por cada Estado no
no bioma amazônico e a 35% (trinta e cinco por cento) no prazo máximo de 1 (um) ano a partir da data da publicação
restante do País, excluídas as ocupações consolidadas que desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
atendam ao disposto no § 6º deste artigo; (Incluído pela Lei § 6º É assegurada a regularização das atividades e
nº 12.727, de 2012). empreendimentos de carcinicultura e salinas cuja ocupação
II - salvaguarda da absoluta integridade dos e implantação tenham ocorrido antes de 22 de julho de
manguezais arbustivos e dos processos ecológicos 2008, desde que o empreendedor, pessoa física ou jurídica,
essenciais a eles associados, bem como da sua comprove sua localização em apicum ou salgado e se
produtividade biológica e condição de berçário de recursos obrigue, por termo de compromisso, a proteger a
pesqueiros; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). integridade dos manguezais arbustivos
adjacentes. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
III - licenciamento da atividade e das instalações pelo
órgão ambiental estadual, cientificado o Instituto Brasileiro § 7º É vedada a manutenção, licenciamento ou
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - regularização, em qualquer hipótese ou forma, de ocupação
IBAMA e, no caso de uso de terrenos de marinha ou outros ou exploração irregular em apicum ou salgado, ressalvadas
bens da União, realizada regularização prévia da titulação as exceções previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº
perante a União; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 12.727, de 2012).
IV - recolhimento, tratamento e disposição CAPÍTULO IV
adequados dos efluentes e resíduos; (Incluído pela Lei nº DA ÁREA DE RESERVA LEGAL
12.727, de 2012). Seção I
V - garantia da manutenção da qualidade da água e Da Delimitação da Área de Reserva Legal
do solo, respeitadas as Áreas de Preservação Permanente;
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com
e (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal,
VI - respeito às atividades tradicionais de sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de
sobrevivência das comunidades locais. (Incluído pela Lei nº Preservação Permanente, observados os seguintes
12.727, de 2012). percentuais mínimos em relação à área do imóvel,
§ 2º A licença ambiental, na hipótese deste artigo, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
será de 5 (cinco) anos, renovável apenas se o (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
empreendedor cumprir as exigências da legislação I - localizado na Amazônia Legal:
ambiental e do próprio licenciamento, mediante
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em
comprovação anual, inclusive por mídia
área de florestas;
fotográfica. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado
§ 3º São sujeitos à apresentação de Estudo Prévio
em área de cerrado;
de Impacto Ambiental - EPIA e Relatório de Impacto
Ambiental - RIMA os novos empreendimentos: (Incluído c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área
pela Lei nº 12.727, de 2012). de campos gerais;
I - com área superior a 50 (cinquenta) hectares, II - localizado nas demais regiões do País: 20%
vedada a fragmentação do projeto para ocultar ou camuflar (vinte por cento).
seu porte; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). § 1º Em caso de fracionamento do imóvel rural, a
II - com área de até 50 (cinquenta) hectares, se qualquer título, inclusive para assentamentos pelo
potencialmente causadores de significativa degradação do Programa de Reforma Agrária, será considerada, para fins
meio ambiente; ou (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). do disposto do caput , a área do imóvel antes do
fracionamento.
§ 2º O percentual de Reserva Legal em imóvel
situado em área de formações florestais, de cerrado ou de
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 49
campos gerais na Amazônia Legal será definido terão o prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data da
considerando separadamente os índices contidos nas publicação desta Lei, para a sua elaboração e aprovação.
alíneas a, b e c do inciso I do caput . Art. 14. A localização da área de Reserva Legal no
§ 3º Após a implantação do CAR, a supressão de imóvel rural deverá levar em consideração os seguintes
novas áreas de floresta ou outras formas de vegetação estudos e critérios:
nativa apenas será autorizada pelo órgão ambiental I - o plano de bacia hidrográfica;
estadual integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
no mencionado cadastro, ressalvado o previsto no art. 30.
III - a formação de corredores ecológicos com outra
§ 4º Nos casos da alínea a do inciso I, o poder
Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, com
público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50%
Unidade de Conservação ou com outra área legalmente
(cinquenta por cento), para fins de recomposição, quando o
protegida;
Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área
ocupada por unidades de conservação da natureza de IV - as áreas de maior importância para a
domínio público e por terras indígenas homologadas. (Vide conservação da biodiversidade; e
ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901) V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
§ 5º Nos casos da alínea a do inciso I, o poder § 1º O órgão estadual integrante do Sisnama ou
público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio instituição por ele habilitada deverá aprovar a localização da
Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% Reserva Legal após a inclusão do imóvel no CAR, conforme
(cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento o art. 29 desta Lei.
Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% (sessenta e § 2º Protocolada a documentação exigida para a
cinco por cento) do seu território ocupado por unidades de análise da localização da área de Reserva Legal, ao
conservação da natureza de domínio público, devidamente proprietário ou possuidor rural não poderá ser imputada
regularizadas, e por terras indígenas homologadas. (Vide sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por
ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901) qualquer órgão ambiental competente integrante do
§ 6º Os empreendimentos de abastecimento público Sisnama, em razão da não formalização da área de
de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à Reserva Legal. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de
constituição de Reserva Legal. (Vide ADC Nº 42) (Vide 2012).
ADIN Nº 4.901) Art. 15. Será admitido o cômputo das Áreas de
§ 7º Não será exigido Reserva Legal relativa às Preservação Permanente no cálculo do percentual da
áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de Reserva Legal do imóvel, desde que: (Vide ADC Nº
concessão, permissão ou autorização para exploração de 42) (Vide ADIN Nº 4.901)
potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem I - o benefício previsto neste artigo não implique a
empreendimentos de geração de energia elétrica, conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo;
subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e II - a área a ser computada esteja conservada ou em
de distribuição de energia elétrica. (Vide ADC Nº 42) (Vide processo de recuperação, conforme comprovação do
ADIN Nº 4.901) proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama; e
§ 8º Não será exigido Reserva Legal relativa às III - o proprietário ou possuidor tenha requerido
áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos
implantação e ampliação de capacidade de rodovias e termos desta Lei.
ferrovias. (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901)
§ 1º O regime de proteção da Área de Preservação
Art. 13. Quando indicado pelo Zoneamento Permanente não se altera na hipótese prevista neste artigo.
Ecológico-Econômico - ZEE estadual, realizado segundo
metodologia unificada, o poder público federal poderá: § 2º O proprietário ou possuidor de imóvel com
Reserva Legal conservada e inscrita no Cadastro Ambiental
I - reduzir, exclusivamente para fins de Rural - CAR de que trata o art. 29, cuja área ultrapasse o
regularização, mediante recomposição, regeneração ou mínimo exigido por esta Lei, poderá utilizar a área
compensação da Reserva Legal de imóveis com área rural excedente para fins de constituição de servidão ambiental,
consolidada, situados em área de floresta localizada na Cota de Reserva Ambiental e outros instrumentos
Amazônia Legal, para até 50% (cinquenta por cento) da congêneres previstos nesta Lei.
propriedade, excluídas as áreas prioritárias para
conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e os § 3º O cômputo de que trata o caput aplica-se a
corredores ecológicos; todas as modalidades de cumprimento da Reserva Legal,
abrangendo a regeneração, a recomposição e a
II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% compensação. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
(cinquenta por cento) dos percentuais previstos nesta Lei,
para cumprimento de metas nacionais de proteção à § 4º É dispensada a aplicação do inciso I
biodiversidade ou de redução de emissão de gases de do caput deste artigo, quando as Áreas de Preservação
efeito estufa. Permanente conservadas ou em processo de recuperação,
somadas às demais florestas e outras formas de vegetação
§ 1º No caso previsto no inciso I do caput , o nativa existentes em imóvel, ultrapassarem: (Incluído pela
proprietário ou possuidor de imóvel rural que mantiver Lei nº 12.727, de 2012).
Reserva Legal conservada e averbada em área superior
aos percentuais exigidos no referido inciso poderá instituir I - 80% (oitenta por cento) do imóvel rural localizado
servidão ambiental sobre a área excedente, nos termos em áreas de floresta na Amazônia Legal; e (Incluído pela
da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e Cota de Lei nº 12.727, de 2012).
Reserva Ambiental. (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº II - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.727, de
42) (Vide ADIN Nº 4.901) 2012).
§ 2º Os Estados que não possuem seus Art. 16. Poderá ser instituído Reserva Legal em
Zoneamentos Ecológico-Econômicos - ZEEs segundo a regime de condomínio ou coletiva entre propriedades rurais,
metodologia unificada, estabelecida em norma federal, respeitado o percentual previsto no art. 12 em relação a
cada imóvel. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).

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50 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Parágrafo único. No parcelamento de imóveis rurais, sem propósito comercial para consumo na propriedade e
a área de Reserva Legal poderá ser agrupada em regime manejo sustentável para exploração florestal com propósito
de condomínio entre os adquirentes. comercial.
Seção II Art. 21. É livre a coleta de produtos florestais não
Do Regime de Proteção da Reserva Legal madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes,
devendo-se observar:
Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com
cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel I - os períodos de coleta e volumes fixados em
rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física regulamentos específicos, quando houver;
ou jurídica, de direito público ou privado. II - a época de maturação dos frutos e sementes;
§ 1º Admite-se a exploração econômica da Reserva III - técnicas que não coloquem em risco a
Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso
pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós,
modalidades previstas no art. 20. bulbos, bambus e raízes.
§ 2º Para fins de manejo de Reserva Legal na Art. 22. O manejo florestal sustentável da vegetação
pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos da Reserva Legal com propósito comercial depende de
integrantes do Sisnama deverão estabelecer autorização do órgão competente e deverá atender as
procedimentos simplificados de elaboração, análise e seguintes diretrizes e orientações:
aprovação de tais planos de manejo. I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não
§ 3º É obrigatória a suspensão imediata das prejudicar a conservação da vegetação nativa da área;
atividades em área de Reserva Legal desmatada II - assegurar a manutenção da diversidade das
irregularmente após 22 de julho de 2008. (Redação dada espécies;
pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN
III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a
Nº 4.902) (Vide ADIN Nº 4.903)
adoção de medidas que favoreçam a regeneração de
§ 4º Sem prejuízo das sanções administrativas, espécies nativas.
cíveis e penais cabíveis, deverá ser iniciado, nas áreas de
Art. 23. O manejo sustentável para exploração
que trata o § 3º deste artigo, o processo de recomposição
florestal eventual sem propósito comercial, para consumo
da Reserva Legal em até 2 (dois) anos contados a partir da
no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos
data da publicação desta Lei, devendo tal processo ser
competentes, devendo apenas ser declarados previamente
concluído nos prazos estabelecidos pelo Programa de
ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume
Regularização Ambiental - PRA, de que trata o art. 59.
explorado, limitada a exploração anual a 20 (vinte) metros
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
cúbicos.
Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser
Art. 24. No manejo florestal nas áreas fora de
registrada no órgão ambiental competente por meio de
Reserva Legal, aplica-se igualmente o disposto nos arts. 21,
inscrição no CAR de que trata o art. 29, sendo vedada a
22 e 23.
alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a
qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções Seção III
previstas nesta Lei. Do Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas
§ 1º A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita Art. 25. O poder público municipal contará, para o
mediante a apresentação de planta e memorial descritivo, estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os
contendo a indicação das coordenadas geográficas com seguintes instrumentos:
pelo menos um ponto de amarração, conforme ato do Chefe I - o exercício do direito de preempção para
do Poder Executivo. aquisição de remanescentes florestais relevantes, conforme
§ 2º Na posse, a área de Reserva Legal é dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
assegurada por termo de compromisso firmado pelo II - a transformação das Reservas Legais em áreas
possuidor com o órgão competente do Sisnama, com força verdes nas expansões urbanas
de título executivo extrajudicial, que explicite, no mínimo, a III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes
localização da área de Reserva Legal e as obrigações nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na
assumidas pelo possuidor por força do previsto nesta Lei. implantação de infraestrutura; e
§ 3º A transferência da posse implica a sub-rogação IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos
das obrigações assumidas no termo de compromisso de da compensação ambiental.
que trata o § 2º .
CAPÍTULO V
§ 4º O registro da Reserva Legal no CAR desobriga
a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, DA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PARA USO
no período entre a data da publicação desta Lei e o registro ALTERNATIVO DO SOLO
no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer Art. 26. A supressão de vegetação nativa para uso
a averbação terá direito à gratuidade deste ato. (Redação alternativo do solo, tanto de domínio público como de
dada pela Lei nº 12.727, de 2012). domínio privado, dependerá do cadastramento do imóvel no
Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão
urbano definido mediante lei municipal não desobriga o estadual competente do Sisnama.
proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva § 1º (VETADO).
Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro § 2º (VETADO).
do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado § 3º No caso de reposição florestal, deverão ser
segundo a legislação específica e consoante as diretrizes priorizados projetos que contemplem a utilização de
do plano diretor de que trata o § 1º do art. 182 da espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a
Constituição Federal. supressão.
Art. 20. No manejo sustentável da vegetação
florestal da Reserva Legal, serão adotadas práticas de
exploração seletiva nas modalidades de manejo sustentável

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 51
§ 4º O requerimento de autorização de supressão de Parágrafo único. Para que o proprietário se
que trata o caput conterá, no mínimo, as seguintes desobrigue nos termos do caput, deverá apresentar ao
informações: órgão ambiental competente a certidão de registro de
I - a localização do imóvel, das Áreas de imóveis onde conste a averbação da Reserva Legal ou
Preservação Permanente, da Reserva Legal e das áreas de termo de compromisso já firmado nos casos de posse.
uso restrito, por coordenada geográfica, com pelo menos CAPÍTULO VII
um ponto de amarração do perímetro do imóvel; DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL
II - a reposição ou compensação florestal, nos Art. 31. A exploração de florestas nativas e
termos do § 4º do art. 33; formações sucessoras, de domínio público ou privado,
III - a utilização efetiva e sustentável das áreas já ressalvados os casos previstos nos arts. 21, 23 e 24,
convertidas; dependerá de licenciamento pelo órgão competente do
IV - o uso alternativo da área a ser desmatada. Sisnama, mediante aprovação prévia de Plano de Manejo
Florestal Sustentável - PMFS que contemple técnicas de
Art. 27. Nas áreas passíveis de uso alternativo do
condução, exploração, reposição florestal e manejo
solo, a supressão de vegetação que abrigue espécie da
compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura
flora ou da fauna ameaçada de extinção, segundo lista
arbórea forme.
oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual ou
municipal do Sisnama, ou espécies migratórias, dependerá § 1º O PMFS atenderá os seguintes fundamentos
da adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que técnicos e científicos:
assegurem a conservação da espécie. I - caracterização dos meios físico e biológico;
Art. 28. Não é permitida a conversão de vegetação II - determinação do estoque existente;
nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que III - intensidade de exploração compatível com a
possuir área abandonada. (Vide ADIN Nº 4.901) capacidade de suporte ambiental da floresta;
CAPÍTULO VI IV - ciclo de corte compatível com o tempo de
DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL restabelecimento do volume de produto extraído da floresta;
Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, V - promoção da regeneração natural da floresta;
no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio VI - adoção de sistema silvicultural adequado;
Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito
VII - adoção de sistema de exploração adequado;
nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a
finalidade de integrar as informações ambientais das VIII - monitoramento do desenvolvimento da floresta
propriedades e posses rurais, compondo base de dados remanescente;
para controle, monitoramento, planejamento ambiental e IX - adoção de medidas mitigadoras dos impactos
econômico e combate ao desmatamento. ambientais e sociais.
§ 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser § 2º A aprovação do PMFS pelo órgão competente
feita, preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou do Sisnama confere ao seu detentor a licença ambiental
estadual, que, nos termos do regulamento, exigirá do para a prática do manejo florestal sustentável, não se
proprietário ou possuidor rural: (Redação dada pela Lei nº aplicando outras etapas de licenciamento ambiental.
12.727, de 2012). § 3º O detentor do PMFS encaminhará relatório
I - identificação do proprietário ou possuidor rural; anual ao órgão ambiental competente com as informações
II - comprovação da propriedade ou posse; sobre toda a área de manejo florestal sustentável e a
descrição das atividades realizadas.
III - identificação do imóvel por meio de planta e
memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas § 4º O PMFS será submetido a vistorias técnicas
geográficas com pelo menos um ponto de amarração do para fiscalizar as operações e atividades desenvolvidas na
perímetro do imóvel, informando a localização dos área de manejo.
remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de § 5º Respeitado o disposto neste artigo, serão
Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das estabelecidas em ato do Chefe do Poder Executivo
áreas consolidadas e, caso existente, também da disposições diferenciadas sobre os PMFS em escala
localização da Reserva Legal. empresarial, de pequena escala e comunitário.
§ 2º O cadastramento não será considerado título § 6º Para fins de manejo florestal na pequena
para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou propriedade ou posse rural familiar, os órgãos do Sisnama
posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do deverão estabelecer procedimentos simplificados de
disposto no art. 2º da Lei nº 10.267, de 28 de agosto de elaboração, análise e aprovação dos referidos PMFS.
2001. § 7º Compete ao órgão federal de meio ambiente a
§ 3º A inscrição no CAR é obrigatória e por prazo aprovação de PMFS incidentes em florestas públicas de
indeterminado para todas as propriedades e posses rurais. domínio da União.
(Redação dada pela Lei nº 13.887,de 2019) Art. 32. São isentos de PMFS:
§ 4º Os proprietários e possuidores dos imóveis I - a supressão de florestas e formações sucessoras
rurais que os inscreverem no CAR até o dia 31 de dezembro para uso alternativo do solo;
de 2020 terão direito à adesão ao Programa de II - o manejo e a exploração de florestas plantadas
Regularização Ambiental (PRA), de que trata o art. 59 desta localizadas fora das Áreas de Preservação Permanente e
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.887,de 2019) de Reserva Legal;
Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha III - a exploração florestal não comercial realizada
sido averbada na matrícula do imóvel e em que essa nas propriedades rurais a que se refere o inciso V do art. 3º
averbação identifique o perímetro e a localização da ou por populações tradicionais.
reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer ao
órgão ambiental as informações relativas à Reserva Legal Art. 33. As pessoas físicas ou jurídicas que utilizam
previstas no inciso III do § 1º do art. 29. matéria-prima florestal em suas atividades devem suprir-se
de recursos oriundos de:

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52 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
I - florestas plantadas; DO CONTROLE DA ORIGEM DOS PRODUTOS
II - PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão FLORESTAIS
competente do Sisnama; Art. 35. O controle da origem da madeira, do carvão
III - supressão de vegetação nativa autorizada pelo e de outros produtos ou subprodutos florestais incluirá
órgão competente do Sisnama; sistema nacional que integre os dados dos diferentes entes
federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo
IV - outras formas de biomassa florestal definidas
órgão federal competente do Sisnama. (Redação dada pela
pelo órgão competente do Sisnama.
Lei nº 12.727, de 2012).
§ 1º São obrigadas à reposição florestal as pessoas
§ 1º O plantio ou reflorestamento com espécies
físicas ou jurídicas que utilizam matéria-prima florestal
florestais nativas ou exóticas independem de autorização
oriunda de supressão de vegetação nativa ou que
prévia, desde que observadas as limitações e condições
detenham autorização para supressão de vegetação nativa.
previstas nesta Lei, devendo ser informados ao órgão
§ 2º É isento da obrigatoriedade da reposição competente, no prazo de até 1 (um) ano, para fins de
florestal aquele que utilize: controle de origem.
I - costaneiras, aparas, cavacos ou outros resíduos § 2º É livre a extração de lenha e demais produtos
provenientes da atividade industrial de florestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas
II - matéria-prima florestal: de Preservação Permanente e Reserva Legal.
a) oriunda de PMFS; § 3º O corte ou a exploração de espécies nativas
b) oriunda de floresta plantada; plantadas em área de uso alternativo do solo serão
c) não madeireira. permitidos independentemente de autorização prévia,
devendo o plantio ou reflorestamento estar previamente
§ 3º A isenção da obrigatoriedade da reposição cadastrado no órgão ambiental competente e a exploração
florestal não desobriga o interessado da comprovação ser previamente declarada nele para fins de controle de
perante a autoridade competente da origem do recurso origem.
florestal utilizado.
§ 4º Os dados do sistema referido no caput serão
§ 4º A reposição florestal será efetivada no Estado disponibilizados para acesso público por meio da rede
de origem da matéria-prima utilizada, mediante o plantio de mundial de computadores, cabendo ao órgão federal
espécies preferencialmente nativas, conforme coordenador do sistema fornecer os programas de
determinações do órgão competente do Sisnama. informática a serem utilizados e definir o prazo para
Art. 34. As empresas industriais que utilizam grande integração dos dados e as informações que deverão ser
quantidade de matéria-prima florestal são obrigadas a aportadas ao sistema nacional.
elaborar e implementar Plano de Suprimento Sustentável - § 5º O órgão federal coordenador do sistema
PSS, a ser submetido à aprovação do órgão competente do nacional poderá bloquear a emissão de Documento de
Sisnama. Origem Florestal - DOF dos entes federativos não
§ 1º O PSS assegurará produção equivalente ao integrados ao sistema e fiscalizar os dados e relatórios
consumo de matéria-prima florestal pela atividade industrial. respectivos. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
§ 2º O PSS incluirá, no mínimo: Art. 36. O transporte, por qualquer meio, e o
I - programação de suprimento de matéria-prima armazenamento de madeira, lenha, carvão e outros
florestal produtos ou subprodutos florestais oriundos de florestas de
II - indicação das áreas de origem da matéria-prima espécies nativas, para fins comerciais ou industriais,
florestal georreferenciadas; requerem licença do órgão competente do Sisnama,
observado o disposto no art. 35.
III - cópia do contrato entre os particulares
envolvidos, quando o PSS incluir suprimento de matéria- § 1º A licença prevista no caput será formalizada por
prima florestal oriunda de terras pertencentes a terceiros. meio da emissão do DOF, que deverá acompanhar o
material até o beneficiamento final.
§ 3º Admite-se o suprimento mediante matéria-prima
em oferta no mercado: § 2º Para a emissão do DOF, a pessoa física ou
jurídica responsável deverá estar registrada no Cadastro
I - na fase inicial de instalação da atividade industrial,
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras
nas condições e durante o período, não superior a 10 (dez)
ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, previsto no art. 17
anos, previstos no PSS, ressalvados os contratos de
da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
suprimento mencionados no inciso III do § 2º ;
§ 3º Todo aquele que recebe ou adquire, para fins
II - no caso de aquisição de produtos provenientes
comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros
do plantio de florestas exóticas, licenciadas por órgão
produtos ou subprodutos de florestas de espécies nativas é
competente do Sisnama, o suprimento será comprovado
obrigado a exigir a apresentação do DOF e munir-se da via
posteriormente mediante relatório anual em que conste a
que deverá acompanhar o material até o beneficiamento
localização da floresta e as quantidades produzidas.
final.
§ 4º O PSS de empresas siderúrgicas, metalúrgicas
§ 4º No DOF deverão constar a especificação do
ou outras que consumam grandes quantidades de carvão
material, sua volumetria e dados sobre sua origem e
vegetal ou lenha estabelecerá a utilização exclusiva de
destino.
matéria-prima oriunda de florestas plantadas ou de PMFS e
será parte integrante do processo de licenciamento § 5º O órgão ambiental federal do Sisnama
ambiental do empreendimento. regulamentará os casos de dispensa da licença prevista
no caput . (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
§ 5º Serão estabelecidos, em ato do Chefe do Poder
Executivo, os parâmetros de utilização de matéria-prima Art. 37. O comércio de plantas vivas e outros
florestal para fins de enquadramento das empresas produtos oriundos da flora nativa dependerá de licença do
industriais no disposto no caput . órgão estadual competente do Sisnama e de registro no
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
CAPÍTULO VIII
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais,

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 53
previsto no art. 17 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de substituição do uso do fogo no meio rural, no controle de
1981, sem prejuízo de outras exigências cabíveis. queimadas, na prevenção e no combate aos incêndios
Parágrafo único. A exportação de plantas vivas e florestais e no manejo do fogo em áreas naturais protegidas.
outros produtos da flora dependerá de licença do órgão § 1º A Política mencionada neste artigo deverá
federal competente do Sisnama, observadas as condições prever instrumentos para a análise dos impactos das
estabelecidas no caput queimadas sobre mudanças climáticas e mudanças no uso
CAPÍTULO IX da terra, conservação dos ecossistemas, saúde pública e
fauna, para subsidiar planos estratégicos de prevenção de
DA PROIBIÇÃO DO USO DE FOGO E DO CONTROLE
incêndios florestais.
DOS INCÊNDIOS
§ 2º A Política mencionada neste artigo deverá
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação,
observar cenários de mudanças climáticas e potenciais
exceto nas seguintes situações:
aumentos de risco de ocorrência de incêndios florestais.
I - em locais ou regiões cujas peculiaridades
justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou § 3º A Política de que trata o caput deste
florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual artigo contemplará programa de uso da aviação
ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural agrícola no combate a incêndios em todos os
ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de tipos de vegetação. (Incluído pela Lei nº 14.406,
monitoramento e controle; de 2022)
II - emprego da queima controlada em Unidades de CAPÍTULO X
Conservação, em conformidade com o respectivo plano de DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À
manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO MEIO
Unidade de Conservação, visando ao manejo AMBIENTE
conservacionista da vegetação nativa, cujas características
Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a
ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência
instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação
do fogo;
ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do
III - atividades de pesquisa científica vinculada a meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e
projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e
competentes e realizada por instituição de pesquisa florestal, com redução dos impactos ambientais, como
reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente
ambiental competente do Sisnama. sustentável, observados sempre os critérios de
§ 1º Na situação prevista no inciso I, o órgão progressividade, abrangendo as seguintes categorias e
estadual ambiental competente do Sisnama exigirá que os linhas de ação: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de
estudos demandados para o licenciamento da atividade 2012).
rural contenham planejamento específico sobre o emprego I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais
do fogo e o controle dos incêndios. como retribuição, monetária ou não, às atividades de
§ 2º Excetuam-se da proibição constante conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem
no caput as práticas de prevenção e combate aos incêndios serviços ambientais, tais como, isolada ou
e as de agricultura de subsistência exercidas pelas cumulativamente:
populações tradicionais e indígenas. a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o
§ 3º Na apuração da responsabilidade pelo uso aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono;
irregular do fogo em terras públicas ou particulares, a b) a conservação da beleza cênica natural;
autoridade competente para fiscalização e autuação deverá
c) a conservação da biodiversidade;
comprovar o nexo de causalidade entre a ação do
proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamente d) a conservação das águas e dos serviços hídricos;
causado. e) a regulação do clima;
§ 4º É necessário o estabelecimento de nexo causal f) a valorização cultural e do conhecimento
na verificação das responsabilidades por infração pelo uso tradicional ecossistêmico;
irregular do fogo em terras públicas ou particulares. g) a conservação e o melhoramento do solo;
Art. 39. Os órgãos ambientais do Sisnama, bem h) a manutenção de Áreas de Preservação
como todo e qualquer órgão público ou privado responsável Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito;
pela gestão de áreas com vegetação nativa ou plantios
II - compensação pelas medidas de conservação
florestais, deverão elaborar, atualizar e implantar planos de
ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos
contingência para o combate aos incêndios florestais.
desta Lei, utilizando-se dos seguintes instrumentos, dentre
§ 1º Os planos de contingência para o combate outros:
aos incêndios florestais dos órgãos do Sisnama
a) obtenção de crédito agrícola, em todas as suas
conterão diretrizes para o uso da aviação agrícola no
modalidades, com taxas de juros menores, bem como
combate a incêndios em todos os tipos de
limites e prazos maiores que os praticados no mercado;
vegetação. (Incluído pela Lei nº 14.406, de 2022)
b) contratação do seguro agrícola em condições
§ 2º As aeronaves utilizadas para combate a
melhores que as praticadas no mercado;
incêndios deverão atender às normas técnicas
definidas pelas autoridades competentes do poder c) dedução das Áreas de Preservação Permanente,
público e ser pilotadas por profissionais devidamente de Reserva Legal e de uso restrito da base de cálculo do
qualificados para o desempenho dessa atividade, na Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, gerando
forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.406, de créditos tributários;
2022) d) destinação de parte dos recursos arrecadados
Art. 40. O Governo Federal deverá estabelecer uma com a cobrança pelo uso da água, na forma da Lei nº 9.433,
Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, de 8 de janeiro de 1997, para a manutenção, recuperação
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, que ou recomposição das Áreas de Preservação Permanente,
promova a articulação institucional com vistas na
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54 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
de Reserva Legal e de uso restrito na bacia de geração da Integral são elegíveis para receber apoio técnico-financeiro
receita; da compensação prevista no art. 36 da Lei nº 9.985, de 18
e) linhas de financiamento para atender iniciativas de julho de 2000, com a finalidade de recuperação e
de preservação voluntária de vegetação nativa, proteção de manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade.
espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, manejo § 7º O pagamento ou incentivo a serviços ambientais
florestal e agroflorestal sustentável realizados na a que se refere o inciso I deste artigo serão prioritariamente
propriedade ou posse rural, ou recuperação de áreas destinados aos agricultores familiares como definidos no
degradadas; inciso V do art. 3º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.727, de
f) isenção de impostos para os principais insumos e 2012).
equipamentos, tais como: fios de arame, postes de madeira Art. 42. O Governo Federal implantará programa
tratada, bombas d’água, trado de perfuração de solo, dentre para conversão da multa prevista no art. 50 do Decreto nº
outros utilizados para os processos de recuperação e 6.514, de 22 de julho de 2008, destinado a imóveis rurais,
manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de referente a autuações vinculadas a desmatamentos em
Reserva Legal e de uso restrito; áreas onde não era vedada a supressão, que foram
III - incentivos para comercialização, inovação e promovidos sem autorização ou licença, em data anterior a
aceleração das ações de recuperação, conservação e uso 22 de julho de 2008. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
sustentável das florestas e demais formas de vegetação Art. 43. (VETADO).
nativa, tais como: Art. 44. É instituída a Cota de Reserva Ambiental -
a) participação preferencial nos programas de apoio CRA, título nominativo representativo de área com
à comercialização da produção agrícola; vegetação nativa, existente ou em processo de
b) destinação de recursos para a pesquisa científica recuperação: (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42)
e tecnológica e a extensão rural relacionadas à melhoria da I - sob regime de servidão ambiental, instituída na
qualidade ambiental. forma do art. 9º-A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981;
§ 1º Para financiar as atividades necessárias à II - correspondente à área de Reserva Legal
regularização ambiental das propriedades rurais, o instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder
programa poderá prever: os percentuais exigidos no art. 12 desta Lei;
I - destinação de recursos para a pesquisa científica III - protegida na forma de Reserva Particular do
e tecnológica e a extensão rural relacionadas à melhoria da Patrimônio Natural - RPPN, nos termos do art. 21 da Lei nº
qualidade ambiental; 9.985, de 18 de julho de 2000;
II - dedução da base de cálculo do imposto de renda IV - existente em propriedade rural localizada no
do proprietário ou possuidor de imóvel rural, pessoa física interior de Unidade de Conservação de domínio público que
ou jurídica, de parte dos gastos efetuados com a ainda não tenha sido desapropriada.
recomposição das Áreas de Preservação Permanente, de § 1º A emissão de CRA será feita mediante
Reserva Legal e de uso restrito cujo desmatamento seja requerimento do proprietário, após inclusão do imóvel no
anterior a 22 de julho de 2008; CAR e laudo comprobatório emitido pelo próprio órgão
III - utilização de fundos públicos para concessão de ambiental ou por entidade credenciada, assegurado o
créditos reembolsáveis e não reembolsáveis destinados à controle do órgão federal competente do Sisnama, na forma
compensação, recuperação ou recomposição das Áreas de de ato do Chefe do Poder Executivo.
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso § 2º A CRA não pode ser emitida com base em
restrito cujo desmatamento seja anterior a 22 de julho de vegetação nativa localizada em área de RPPN instituída em
2008. sobreposição à Reserva Legal do imóvel.
§ 2º O programa previsto no caput poderá, ainda, § 3º A Cota de Reserva Florestal - CRF emitida nos
estabelecer diferenciação tributária para empresas que termos do art. 44-B da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de
industrializem ou comercializem produtos originários de 1965, passa a ser considerada, pelo efeito desta Lei, como
propriedades ou posses rurais que cumpram os padrões e Cota de Reserva Ambiental.
limites estabelecidos nos arts. 4º , 6º , 11 e 12 desta Lei, ou
§ 4º Poderá ser instituída CRA da vegetação nativa
que estejam em processo de cumpri-los.
que integra a Reserva Legal dos imóveis a que se refere o
§ 3º Os proprietários ou possuidores de imóveis inciso V do art. 3º desta Lei.
rurais inscritos no CAR, inadimplentes em relação ao
Art. 45. A CRA será emitida pelo órgão competente
cumprimento do termo de compromisso ou PRA ou que
do Sisnama em favor de proprietário de imóvel incluído no
estejam sujeitos a sanções por infrações ao disposto nesta
CAR que mantenha área nas condições previstas no art. 44.
Lei, exceto aquelas suspensas em virtude do disposto no
Capítulo XIII, não são elegíveis para os incentivos previstos § 1º O proprietário interessado na emissão da CRA
nas alíneas a a e do inciso II do caput deste artigo até que deve apresentar ao órgão referido no caput proposta
as referidas sanções sejam extintas. acompanhada de:
§ 4º As atividades de manutenção das Áreas de I - certidão atualizada da matrícula do imóvel
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso expedida pelo registro de imóveis competente;
restrito são elegíveis para quaisquer pagamentos ou II - cédula de identidade do proprietário, quando se
incentivos por serviços ambientais, configurando tratar de pessoa física;
adicionalidade para fins de mercados nacionais e III - ato de designação de responsável, quando se
internacionais de reduções de emissões certificadas de tratar de pessoa jurídica;
gases de efeito estufa. IV - certidão negativa de débitos do Imposto sobre a
§ 5º O programa relativo a serviços ambientais Propriedade Territorial Rural - ITR;
previsto no inciso I do caput deste artigo deverá integrar os V - memorial descritivo do imóvel, com a indicação
sistemas em âmbito nacional e estadual, objetivando a da área a ser vinculada ao título, contendo pelo menos um
criação de um mercado de serviços ambientais. ponto de amarração georreferenciado relativo ao perímetro
§ 6º Os proprietários localizados nas zonas de do imóvel e um ponto de amarração georreferenciado
amortecimento de Unidades de Conservação de Proteção relativo à Reserva Legal.
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 55
§ 2º Aprovada a proposta, o órgão referido Art. 50. A CRA somente poderá ser cancelada nos
no caput emitirá a CRA correspondente, identificando: seguintes casos:
I - o número da CRA no sistema único de controle; I - por solicitação do proprietário rural, em caso de
II - o nome do proprietário rural da área vinculada ao desistência de manter áreas nas condições previstas nos
título; incisos I e II do art. 44;
III - a dimensão e a localização exata da área II - automaticamente, em razão de término do prazo
vinculada ao título, com memorial descritivo contendo pelo da servidão ambiental;
menos um ponto de amarração georreferenciado; III - por decisão do órgão competente do Sisnama,
IV - o bioma correspondente à área vinculada ao no caso de degradação da vegetação nativa da área
título; vinculada à CRA cujos custos e prazo de recuperação
ambiental inviabilizem a continuidade do vínculo entre a
V - a classificação da área em uma das condições
área e o título.
previstas no art. 46.
§ 1º O cancelamento da CRA utilizada para fins de
§ 3º O vínculo de área à CRA será averbado na
compensação de Reserva Legal só pode ser efetivado se
matrícula do respectivo imóvel no registro de imóveis
assegurada Reserva Legal para o imóvel no qual a
competente.
compensação foi aplicada.
§ 4º O órgão federal referido no caput pode delegar
§ 2º O cancelamento da CRA nos termos do inciso
ao órgão estadual competente atribuições para emissão,
III do caput independe da aplicação das devidas sanções
cancelamento e transferência da CRA, assegurada a
administrativas e penais decorrentes de infração à
implementação de sistema único de controle.
legislação ambiental, nos termos da Lei nº 9.605, de 12 de
Art. 46. Cada CRA corresponderá a 1 (um) hectare: fevereiro de 1998.
I - de área com vegetação nativa primária ou com § 3º O cancelamento da CRA deve ser averbado na
vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao
ou recomposição; título e do imóvel no qual a compensação foi aplicada.
II - de áreas de recomposição mediante CAPÍTULO XI
reflorestamento com espécies nativas.
DO CONTROLE DO DESMATAMENTO
§ 1º O estágio sucessional ou o tempo de
Art. 51. O órgão ambiental competente, ao tomar
recomposição ou regeneração da vegetação nativa será
conhecimento do desmatamento em desacordo com o
avaliado pelo órgão ambiental estadual competente com
disposto nesta Lei, deverá embargar a obra ou atividade
base em declaração do proprietário e vistoria de campo.
que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida
§ 2º A CRA não poderá ser emitida pelo órgão administrativa voltada a impedir a continuidade do dano
ambiental competente quando a regeneração ou ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar
recomposição da área forem improváveis ou inviáveis. viabilidade à recuperação da área degradada.
Art. 47. É obrigatório o registro da CRA pelo órgão § 1º O embargo restringe-se aos locais onde
emitente, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da efetivamente ocorreu o desmatamento ilegal, não
sua emissão, em bolsas de mercadorias de âmbito nacional alcançando as atividades de subsistência ou as demais
ou em sistemas de registro e de liquidação financeira de atividades realizadas no imóvel não relacionadas com a
ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. infração.
Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou § 2º O órgão ambiental responsável deverá
gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica de disponibilizar publicamente as informações sobre o imóvel
direito público ou privado, mediante termo assinado pelo embargado, inclusive por meio da rede mundial de
titular da CRA e pelo adquirente. computadores, resguardados os dados protegidos por
§ 1º A transferência da CRA só produz efeito uma legislação específica, caracterizando o exato local da área
vez registrado o termo previsto no caput no sistema único embargada e informando em que estágio se encontra o
de controle. respectivo procedimento administrativo.
§ 2º A CRA só pode ser utilizada para compensar § 3º A pedido do interessado, o órgão ambiental
Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da responsável emitirá certidão em que conste a atividade, a
área à qual o título está vinculado. (Vide ADIN Nº obra e a parte da área do imóvel que são objetos do
4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901) embargo, conforme o caso.
§ 3º A CRA só pode ser utilizada para fins de CAPÍTULO XII
compensação de Reserva Legal se respeitados os DA AGRICULTURA FAMILIAR
requisitos estabelecidos no § 6º do art. 66.
Art. 52. A intervenção e a supressão de vegetação
§ 4º A utilização de CRA para compensação da em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal
Reserva Legal será averbada na matrícula do imóvel no para as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental,
qual se situa a área vinculada ao título e na do imóvel previstas no inciso X do art. 3º , excetuadas as
beneficiário da compensação. alíneas b e g, quando desenvolvidas nos imóveis a que se
Art. 49. Cabe ao proprietário do imóvel rural em que refere o inciso V do art. 3º , dependerão de simples
se situa a área vinculada à CRA a responsabilidade plena declaração ao órgão ambiental competente, desde que
pela manutenção das condições de conservação da esteja o imóvel devidamente inscrito no CAR.
vegetação nativa da área que deu origem ao título. Art. 53. Para o registro no CAR da Reserva Legal,
§ 1º A área vinculada à emissão da CRA com base nos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º , o
nos incisos I, II e III do art. 44 desta Lei poderá ser utilizada proprietário ou possuidor apresentará os dados
conforme PMFS. identificando a área proposta de Reserva Legal, cabendo
§ 2º A transmissão inter vivos ou causa mortis do aos órgãos competentes integrantes do Sisnama, ou
imóvel não elimina nem altera o vínculo de área contida no instituição por ele habilitada, realizar a captação das
imóvel à CRA. respectivas coordenadas geográficas.

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56 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Parágrafo único. O registro da Reserva Legal nos e incentivos financeiros, podendo incluir medidas indutoras
imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º é gratuito, e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, os
devendo o poder público prestar apoio técnico e jurídico. imóveis a que se refere o inciso V do caput do art. 3º , nas
Art. 54. Para cumprimento da manutenção da área iniciativas de: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
de reserva legal nos imóveis a que se refere o inciso V do I - preservação voluntária de vegetação nativa acima
art. 3º , poderão ser computados os plantios de árvores dos limites estabelecidos no art. 12;
frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por II - proteção de espécies da flora nativa ameaçadas
espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em de extinção;
consórcio com espécies nativas da região em sistemas
III - implantação de sistemas agroflorestal e
agroflorestais.
agrossilvipastoril;
Parágrafo único. O poder público estadual deverá
IV - recuperação ambiental de Áreas de Preservação
prestar apoio técnico para a recomposição da vegetação da
Permanente e de Reserva Legal;
Reserva Legal nos imóveis a que se refere o inciso V do art.
3º . V - recuperação de áreas degradadas;
Art. 55. A inscrição no CAR dos imóveis a que se VI - promoção de assistência técnica para
refere o inciso V do art. 3º observará procedimento regularização ambiental e recuperação de áreas
simplificado no qual será obrigatória apenas a apresentação degradadas;
dos documentos mencionados nos incisos I e II do § 1º do VII - produção de mudas e sementes;
art. 29 e de croqui indicando o perímetro do imóvel, as VIII - pagamento por serviços ambientais.
Áreas de Preservação Permanente e os remanescentes CAPÍTULO XIII
que formam a Reserva Legal.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 56. O licenciamento ambiental de PMFS
comercial nos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º Seção I
se beneficiará de procedimento simplificado de Disposições Gerais
licenciamento ambiental. Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal
§ 1º O manejo sustentável da Reserva Legal para deverão implantar Programas de Regularização Ambiental
exploração florestal eventual, sem propósito comercial (PRAs) de posses e propriedades rurais, com o objetivo de
direto ou indireto, para consumo no próprio imóvel a que se adequá-las aos termos deste Capítulo. (Redação dada pela
refere o inciso V do art. 3º, independe de autorização dos Lei 13.887, de 2019) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº
órgãos ambientais competentes, limitada a retirada anual 4.902)
de material lenhoso a 2 (dois) metros cúbicos por hectare. § 1º Na regulamentação dos PRAs, a União
§ 2º O manejo previsto no § 1º não poderá estabelecerá normas de caráter geral, e os Estados e o
comprometer mais de 15% (quinze por cento) da biomassa Distrito Federal ficarão incumbidos do seu detalhamento por
da Reserva Legal nem ser superior a 15 (quinze) metros meio da edição de normas de caráter específico, em razão
cúbicos de lenha para uso doméstico e uso energético, por de suas peculiaridades territoriais, climáticas, históricas,
propriedade ou posse rural, por ano. culturais, econômicas e sociais, conforme preceitua o art.
§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se por manejo 24 da Constituição Federal.. (Redação dada pela Lei
eventual, sem propósito comercial, o suprimento, para uso 13.887, de 2019)
no próprio imóvel, de lenha ou madeira serrada destinada a § 2º A inscrição do imóvel rural no CAR é condição
benfeitorias e uso energético nas propriedades e posses obrigatória para a adesão ao PRA, que deve ser requerida
rurais, em quantidade não superior ao estipulado no § 1º em até 2 (dois) anos, observado o disposto no § 4º do art.
deste artigo. 29 desta Lei. (Redação dada pela Lei 13.887, de 2019)
§ 4º Os limites para utilização previstos no § 1º deste § 3º Com base no requerimento de adesão ao PRA,
artigo no caso de posse coletiva de populações tradicionais o órgão competente integrante do Sisnama convocará o
ou de agricultura familiar serão adotados por unidade proprietário ou possuidor para assinar o termo de
familiar. compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial.
§ 5º As propriedades a que se refere o inciso V do § 4º No período entre a publicação desta Lei e a
art. 3º são desobrigadas da reposição florestal se a matéria- implantação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal,
prima florestal for utilizada para consumo próprio. bem como após a adesão do interessado ao PRA e
Art. 57. Nos imóveis a que se refere o inciso V do art. enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso,
3º, o manejo florestal madeireiro sustentável da Reserva o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por
Legal com propósito comercial direto ou indireto depende infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas
de autorização simplificada do órgão ambiental competente, à supressão irregular de vegetação em Áreas de
devendo o interessado apresentar, no mínimo, as seguintes Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso
informações: restrito. (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide
ADIN Nº 4.902)
I - dados do proprietário ou possuidor rural;
§ 5º A partir da assinatura do termo de compromisso,
II - dados da propriedade ou posse rural, incluindo serão suspensas as sanções decorrentes das infrações
cópia da matrícula do imóvel no Registro Geral do Cartório mencionadas no § 4º deste artigo e, cumpridas as
de Registro de Imóveis ou comprovante de posse; obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de
III - croqui da área do imóvel com indicação da área compromisso para a regularização ambiental das
a ser objeto do manejo seletivo, estimativa do volume de exigências desta Lei, nos prazos e condições neles
produtos e subprodutos florestais a serem obtidos com o estabelecidos, as multas referidas neste artigo serão
manejo seletivo, indicação da sua destinação e cronograma consideradas como convertidas em serviços de
de execução previsto. preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio
Art. 58. Assegurado o controle e a fiscalização dos ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas
órgãos ambientais competentes dos respectivos planos ou conforme definido no PRA. (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC
projetos, assim como as obrigações do detentor do imóvel, Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.902)
o poder público poderá instituir programa de apoio técnico

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 57
§ 6º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.727, de ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição do
2012). raio mínimo de 15 (quinze) metros. (Incluído pela Lei nº
§ 7º Caso os Estados e o Distrito Federal não 12.727, de 2012).
implantem o PRA até 31 de dezembro de 2020, o § 6º Para os imóveis rurais que possuam áreas
proprietário ou possuidor de imóvel rural poderá aderir ao consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no
PRA implantado pela União, observado o disposto no § 2º entorno de lagos e lagoas naturais, será admitida a
deste artigo. (Incluído pela Lei 13.887, de 2019) manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo
Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição de
regularização de imóvel ou posse rural perante o órgão faixa marginal com largura mínima de: (Incluído pela Lei nº
ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá 12.727, de 2012).
a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da I - 5 (cinco) metros, para imóveis rurais com área de
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termo até 1 (um) módulo fiscal; (Incluído pela Lei nº 12.727, de
estiver sendo cumprido. (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC 2012).
Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.902) II - 8 (oito) metros, para imóveis rurais com área
§ 1º A prescrição ficará interrompida durante o superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos
período de suspensão da pretensão punitiva. (Vide ADIN fiscais; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
Nº 4.937) (Vide ADIN Nº 4.902) III - 15 (quinze) metros, para imóveis rurais com área
§ 2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro)
regularização prevista nesta Lei. módulos fiscais; e (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
Seção II IV - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área
Das Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação superior a 4 (quatro) módulos fiscais. (Incluído pela Lei nº
Permanente 12.727, de 2012).
Art. 61. (VETADO). § 7º Nos casos de áreas rurais consolidadas em
veredas, será obrigatória a recomposição das faixas
Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é
marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do
autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades
espaço brejoso e encharcado, de largura mínima
agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em
de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. (Incluído
pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide I - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área de
ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.902) até 4 (quatro) módulos fiscais; e (Incluído pela Lei nº
12.727, de 2012).
§ 1º Para os imóveis rurais com área de até 1 (um)
módulo fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas II - 50 (cinquenta) metros, para imóveis rurais com
de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água área superior a 4 (quatro) módulos fiscais. (Incluído pela Lei
naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas nº 12.727, de 2012).
faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da § 8º Será considerada, para os fins do disposto
calha do leito regular, independentemente da largura do no caput e nos §§ 1º a 7º , a área detida pelo imóvel rural
curso d´água. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). em 22 de julho de 2008. (Incluído pela Lei nº 12.727, de
§ 2º Para os imóveis rurais com área superior a 1 2012).
(um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais que § 9º A existência das situações previstas
possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação no caput deverá ser informada no CAR para fins de
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será monitoramento, sendo exigida, nesses casos, a adoção de
obrigatória a recomposição das respectivas faixas técnicas de conservação do solo e da água que visem à
marginais em 8 (oito) metros, contados da borda da calha mitigação dos eventuais impactos. (Incluído pela Lei nº
do leito regular, independentemente da largura do curso 12.727, de 2012).
d´água. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). § 10. Antes mesmo da disponibilização do CAR, no
§ 3º Para os imóveis rurais com área superior a 2 caso das intervenções já existentes, é o proprietário ou
(dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais possuidor rural responsável pela conservação do solo e da
que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação água, por meio de adoção de boas práticas
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será agronômicas. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
obrigatória a recomposição das respectivas faixas § 11. A realização das atividades previstas
marginais em 15 (quinze) metros, contados da borda da no caput observará critérios técnicos de conservação do
calha do leito regular, independentemente da largura do solo e da água indicados no PRA previsto nesta Lei, sendo
curso d’água. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do
§ 4º Para os imóveis rurais com área superior a 4 solo nesses locais. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
(quatro) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas § 12. Será admitida a manutenção de residências e
em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos da infraestrutura associada às atividades agrossilvipastoris,
d’água naturais, será obrigatória a recomposição das de ecoturismo e de turismo rural, inclusive o acesso a essas
respectivas faixas marginais: (Incluído pela Lei nº 12.727, atividades, independentemente das determinações
de 2012). contidas no caput e nos §§ 1º a 7º, desde que não estejam
I - (VETADO); e (Incluído pela Lei nº 12.727, de em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das
2012). pessoas. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
II - nos demais casos, conforme determinação do § 13. A recomposição de que trata este artigo poderá
PRA, observado o mínimo de 20 (vinte) e o máximo de 100 ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes
(cem) metros, contados da borda da calha do leito métodos: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
regular. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). I - condução de regeneração natural de espécies
§ 5º Nos casos de áreas rurais consolidadas em nativas; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
Áreas de Preservação Permanente no entorno de II - plantio de espécies nativas; (Incluído pela Lei nº
nascentes e olhos d’água perenes, será admitida a 12.727, de 2012).
manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo
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58 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
III - plantio de espécies nativas conjugado com a Art. 61-C. Para os assentamentos do Programa de
condução da regeneração natural de espécies Reforma Agrária, a recomposição de áreas consolidadas
nativas; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). em Áreas de Preservação Permanente ao longo ou no
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, entorno de cursos d'água, lagos e lagoas naturais observará
perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de as exigências estabelecidas no art. 61-A, observados os
ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por cento) da limites de cada área demarcada individualmente, objeto de
área total a ser recomposta, no caso dos imóveis a que se contrato de concessão de uso, até a titulação por parte do
refere o inciso V do caput do art. 3º ; (Incluído pela Lei nº Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
12.727, de 2012). Incra. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN Nº
4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.902)
V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.727, de
2012). Art. 62. Para os reservatórios artificiais de água
destinados a geração de energia ou abastecimento público
§ 14. Em todos os casos previstos neste artigo, o
que foram registrados ou tiveram seus contratos de
poder público, verificada a existência de risco de
concessão ou autorização assinados anteriormente
agravamento de processos erosivos ou de inundações,
à Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de
determinará a adoção de medidas mitigadoras que
2001, a faixa da Área de Preservação Permanente será a
garantam a estabilidade das margens e a qualidade da
distância entre o nível máximo operativo normal e a cota
água, após deliberação do Conselho Estadual de Meio
máxima maximorum. (Vide ADIN Nº 4.903)
Ambiente ou de órgão colegiado estadual
equivalente. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). Art. 63. Nas áreas rurais consolidadas nos locais de
que tratam os incisos V, VIII, IX e X do art. 4º, será admitida
§ 15. A partir da data da publicação desta Lei e até
a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies
o término do prazo de adesão ao PRA de que trata o § 2º
lenhosas, perenes ou de ciclo longo, bem como da
do art. 59, é autorizada a continuidade das atividades
infraestrutura física associada ao desenvolvimento de
desenvolvidas nas áreas de que trata o caput , as quais
atividades agrossilvipastoris, vedada a conversão de novas
deverão ser informadas no CAR para fins de
áreas para uso alternativo do solo. (Vide ADC Nº 42) (Vide
monitoramento, sendo exigida a adoção de medidas de
ADIN Nº 4.937) (Vide ADIN Nº 4.902)
conservação do solo e da água. (Incluído pela Lei nº 12.727,
de 2012). § 1º O pastoreio extensivo nos locais referidos
no caput deverá ficar restrito às áreas de vegetação
§ 16. As Áreas de Preservação Permanente
campestre natural ou já convertidas para vegetação
localizadas em imóveis inseridos nos limites de Unidades
campestre, admitindo-se o consórcio com vegetação
de Conservação de Proteção Integral criadas por ato do
lenhosa perene ou de ciclo longo.
poder público até a data de publicação desta Lei não são
passíveis de ter quaisquer atividades consideradas como § 2º A manutenção das culturas e da infraestrutura
consolidadas nos termos do caput e dos §§ 1º a 15, de que trata o caput é condicionada à adoção de práticas
ressalvado o que dispuser o Plano de Manejo elaborado e conservacionistas do solo e da água indicadas pelos órgãos
aprovado de acordo com as orientações emitidas pelo órgão de assistência técnica rural.
competente do Sisnama, nos termos do que dispuser § 3º Admite-se, nas Áreas de Preservação
regulamento do Chefe do Poder Executivo, devendo o Permanente, previstas no inciso VIII do art. 4º, dos imóveis
proprietário, possuidor rural ou ocupante a qualquer título rurais de até 4 (quatro) módulos fiscais, no âmbito do PRA,
adotar todas as medidas indicadas. (Incluído pela Lei nº a partir de boas práticas agronômicas e de conservação do
12.727, de 2012). solo e da água, mediante deliberação dos Conselhos
§ 17. Em bacias hidrográficas consideradas críticas, Estaduais de Meio Ambiente ou órgãos colegiados
conforme previsto em legislação específica, o Chefe do estaduais equivalentes, a consolidação de outras atividades
Poder Executivo poderá, em ato próprio, estabelecer metas agrossilvipastoris, ressalvadas as situações de risco de
e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação vida.
nativa superiores às definidas no caput e nos §§ 1º a 7º , Art. 64. Na Reurb-S dos núcleos urbanos informais
como projeto prioritário, ouvidos o Comitê de Bacia que ocupam Áreas de Preservação Permanente, a
Hidrográfica e o Conselho Estadual de Meio regularização fundiária será admitida por meio da
Ambiente. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma
§ 18. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.727, de da lei específica de regularização fundiária
2012). urbana. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 61-B. Aos proprietários e possuidores dos § 1º O projeto de regularização fundiária de interesse
imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham até social deverá incluir estudo técnico que demonstre a
10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam atividades melhoria das condições ambientais em relação à situação
agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de anterior com a adoção das medidas nele preconizadas.
Preservação Permanente é garantido que a exigência de § 2º O estudo técnico mencionado no § 1º deverá
recomposição, nos termos desta Lei, somadas todas as conter, no mínimo, os seguintes elementos:
Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não I - caracterização da situação ambiental da área a
ultrapassará: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ser regularizada;
ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.902)
II - especificação dos sistemas de saneamento
I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para básico;
imóveis rurais com área de até 2 (dois) módulos
III - proposição de intervenções para a prevenção e
fiscais; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
o controle de riscos geotécnicos e de inundações;
II - 20% (vinte por cento) da área total do imóvel,
IV - recuperação de áreas degradadas e daquelas
para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) e de até 4
não passíveis de regularização;
(quatro) módulos fiscais; (Incluído pela Lei nº 12.727, de
2012). V - comprovação da melhoria das condições de
sustentabilidade urbano-ambiental, considerados o uso
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.727, de
adequado dos recursos hídricos, a não ocupação das áreas
2012).

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 59
de risco e a proteção das unidades de conservação, quando II - permitir a regeneração natural da vegetação na
for o caso; área de Reserva Legal;
VI - comprovação da melhoria da habitabilidade dos III - compensar a Reserva Legal.
moradores propiciada pela regularização proposta; e § 1º A obrigação prevista no caput tem natureza real
VII - garantia de acesso público às praias e aos e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de
corpos d'água. domínio ou posse do imóvel rural.
Art. 65. Na Reurb-E dos núcleos urbanos informais § 2º A recomposição de que trata o inciso I
que ocupam Áreas de Preservação Permanente não do caput deverá atender os critérios estipulados pelo órgão
identificadas como áreas de risco, a regularização fundiária competente do Sisnama e ser concluída em até 20 (vinte)
será admitida por meio da aprovação do projeto de anos, abrangendo, a cada 2 (dois) anos, no mínimo 1/10
regularização fundiária, na forma da lei específica de (um décimo) da área total necessária à sua
regularização fundiária urbana. (Redação dada pela Lei nº complementação.
13.465, de 2017) § 3º A recomposição de que trata o inciso I
§ 1º O processo de regularização fundiária de do caput poderá ser realizada mediante o plantio
interesse específico deverá incluir estudo técnico que intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas,
demonstre a melhoria das condições ambientais em relação em sistema agroflorestal, observados os seguintes
à situação anterior e ser instruído com os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide
elementos: (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901)
I - a caracterização físico-ambiental, social, cultural I - o plantio de espécies exóticas deverá ser
e econômica da área; combinado com as espécies nativas de ocorrência regional;
II - a identificação dos recursos ambientais, dos II - a área recomposta com espécies exóticas não
passivos e fragilidades ambientais e das restrições e poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da área total a
potencialidades da área; ser recuperada.
III - a especificação e a avaliação dos sistemas de § 4º Os proprietários ou possuidores do imóvel que
infraestrutura urbana e de saneamento básico implantados, optarem por recompor a Reserva Legal na forma dos §§ 2º
outros serviços e equipamentos públicos; e 3º terão direito à sua exploração econômica, nos termos
IV - a identificação das unidades de conservação e desta Lei.
das áreas de proteção de mananciais na área de influência § 5º A compensação de que trata o inciso III
direta da ocupação, sejam elas águas superficiais ou do caput deverá ser precedida pela inscrição da
subterrâneas; propriedade no CAR e poderá ser feita mediante: (Vide
V - a especificação da ocupação consolidada ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901)
existente na área; I - aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
VI - a identificação das áreas consideradas de risco II - arrendamento de área sob regime de servidão
de inundações e de movimentos de massa rochosa, tais ambiental ou Reserva Legal;
como deslizamento, queda e rolamento de blocos, corrida III - doação ao poder público de área localizada no
de lama e outras definidas como de risco geotécnico; interior de Unidade de Conservação de domínio público
VII - a indicação das faixas ou áreas em que devem pendente de regularização fundiária;
ser resguardadas as características típicas da Área de IV - cadastramento de outra área equivalente e
Preservação Permanente com a devida proposta de excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma
recuperação de áreas degradadas e daquelas não titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com
passíveis de regularização; vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou
VIII - a avaliação dos riscos ambientais; recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.
IX - a comprovação da melhoria das condições de § 6º As áreas a serem utilizadas para compensação
sustentabilidade urbano-ambiental e de habitabilidade dos na forma do § 5º deverão: (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº
moradores a partir da regularização; e 4.901)
X - a demonstração de garantia de acesso livre e I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva
gratuito pela população às praias e aos corpos d’água, Legal a ser compensada;
quando couber. II - estar localizadas no mesmo bioma da área de
§ 2º Para fins da regularização ambiental prevista Reserva Legal a ser compensada;
no caput , ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, III - se fora do Estado, estar localizadas em áreas
será mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados.
(quinze) metros de cada lado.
§ 7º A definição de áreas prioritárias de que trata o §
§ 3º Em áreas urbanas tombadas como patrimônio 6º buscará favorecer, entre outros, a recuperação de bacias
histórico e cultural, a faixa não edificável de que trata o § 2º hidrográficas excessivamente desmatadas, a criação de
poderá ser redefinida de maneira a atender aos parâmetros corredores ecológicos, a conservação de grandes áreas
do ato do tombamento. protegidas e a conservação ou recuperação de
Seção III ecossistemas ou espécies ameaçados.
Das Áreas Consolidadas em Áreas de Reserva Legal § 8º Quando se tratar de imóveis públicos, a
Art. 66. O proprietário ou possuidor de imóvel rural compensação de que trata o inciso III do caput poderá ser
que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal feita mediante concessão de direito real de uso ou doação,
em extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá por parte da pessoa jurídica de direito público proprietária
regularizar sua situação, independentemente da adesão ao de imóvel rural que não detém Reserva Legal em extensão
PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou suficiente, ao órgão público responsável pela Unidade de
conjuntamente: Conservação de área localizada no interior de Unidade de
Conservação de domínio público, a ser criada ou pendente
I - recompor a Reserva Legal;
de regularização fundiária.

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60 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 9º As medidas de compensação previstas neste Florestal Nacional, para subsidiar a análise da existência e
artigo não poderão ser utilizadas como forma de viabilizar a qualidade das florestas do País, em imóveis privados e
conversão de novas áreas para uso alternativo do solo. terras públicas.
Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de Parágrafo único. A União estabelecerá critérios e
julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que mecanismos para uniformizar a coleta, a manutenção e a
possuam remanescente de vegetação nativa em atualização das informações do Inventário Florestal
percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Nacional.
Legal será constituída com a área ocupada com a Art. 72. Para efeitos desta Lei, a atividade de
vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas silvicultura, quando realizada em área apta ao uso
novas conversões para uso alternativo do solo. (Vide ADC alternativo do solo, é equiparada à atividade agrícola, nos
Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901) (Vide ADIN Nº 4.902) termos da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que
Art. 68. Os proprietários ou possuidores de imóveis “dispõe sobre a política agrícola”.
rurais que realizaram supressão de vegetação nativa Art. 73. Os órgãos centrais e executores do Sisnama
respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela criarão e implementarão, com a participação dos órgãos
legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão estaduais, indicadores de sustentabilidade, a serem
são dispensados de promover a recomposição, publicados semestralmente, com vistas em aferir a
compensação ou regeneração para os percentuais exigidos evolução dos componentes do sistema abrangidos por
nesta Lei. (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.901) disposições desta Lei.
§ 1º Os proprietários ou possuidores de imóveis Art. 74. A Câmara de Comércio Exterior - CAMEX,
rurais poderão provar essas situações consolidadas por de que trata o art. 20-B da Lei nº 9.649, de 27 de maio de
documentos tais como a descrição de fatos históricos de 1998, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-
ocupação da região, registros de comercialização, dados 37, de 31 de agosto de 2001, é autorizada a adotar medidas
agropecuários da atividade, contratos e documentos de restrição às importações de bens de origem
bancários relativos à produção, e por todos os outros meios agropecuária ou florestal produzidos em países que não
de prova em direito admitidos. observem normas e padrões de proteção do meio ambiente
§ 2º Os proprietários ou possuidores de imóveis compatíveis com as estabelecidas pela legislação
rurais, na Amazônia Legal, e seus herdeiros necessários brasileira.
que possuam índice de Reserva Legal maior que 50% Art. 75. Os PRAs instituídos pela União, Estados e
(cinquenta por cento) de cobertura florestal e não realizaram Distrito Federal deverão incluir mecanismo que permita o
a supressão da vegetação nos percentuais previstos pela acompanhamento de sua implementação, considerando os
legislação em vigor à época poderão utilizar a área objetivos e metas nacionais para florestas, especialmente a
excedente de Reserva Legal também para fins de implementação dos instrumentos previstos nesta Lei, a
constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva adesão cadastral dos proprietários e possuidores de imóvel
Ambiental - CRA e outros instrumentos congêneres rural, a evolução da regularização das propriedades e
previstos nesta Lei. posses rurais, o grau de regularidade do uso de matéria-
CAPÍTULO XIV prima florestal e o controle e prevenção de incêndios
DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES E FINAIS florestais.
Art. 69. São obrigados a registro no órgão federal Art. 76. (VETADO).
competente do Sisnama os estabelecimentos comerciais Art. 77. (VETADO).
responsáveis pela comercialização de motosserras, bem Art. 78. O art. 9º-A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto
como aqueles que as adquirirem. de 1981, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 1º A licença para o porte e uso de motosserras será “Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel,
renovada a cada 2 (dois) anos. pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou
§ 2º Os fabricantes de motosserras são obrigados a particular ou por termo administrativo firmado perante órgão
imprimir, em local visível do equipamento, numeração cuja integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua
sequência será encaminhada ao órgão federal competente propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou
do Sisnama e constará nas correspondentes notas fiscais. recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo
Art. 70. Além do disposto nesta Lei e sem prejuízo servidão ambiental.
da criação de unidades de conservação da natureza, na § 1º O instrumento ou termo de instituição da servidão
forma da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e de outras ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens:
ações cabíveis voltadas à proteção das florestas e outras I - memorial descritivo da área da servidão ambiental,
formas de vegetação, o poder público federal, estadual ou contendo pelo menos um ponto de amarração
municipal poderá: georreferenciado;
I - proibir ou limitar o corte das espécies da flora II - objeto da servidão ambiental;
raras, endêmicas, em perigo ou ameaçadas de extinção,
III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor
bem como das espécies necessárias à subsistência das
instituidor;
populações tradicionais, delimitando as áreas
compreendidas no ato, fazendo depender de autorização IV - prazo durante o qual a área permanecerá como
prévia, nessas áreas, o corte de outras espécies; servidão ambiental.
II - declarar qualquer árvore imune de corte, por § 2º A servidão ambiental não se aplica às Áreas de
motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima
porta-sementes; exigida.
III - estabelecer exigências administrativas sobre o § 3º A restrição ao uso ou à exploração da vegetação
registro e outras formas de controle de pessoas físicas ou da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a
jurídicas que se dedicam à extração, indústria ou comércio mesma estabelecida para a Reserva Legal.
de produtos ou subprodutos florestais. § 4º Devem ser objeto de averbação na matrícula do
Art. 71. A União, em conjunto com os Estados, o imóvel no registro de imóveis competente:
Distrito Federal e os Municípios, realizará o Inventário

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 61
I - o instrumento ou termo de instituição da servidão IV - defender a posse da área serviente, por todos os
ambiental; meios em direito admitidos.
II - o contrato de alienação, cessão ou transferência § 3º São deveres do detentor da servidão ambiental,
da servidão ambiental. entre outras obrigações estipuladas no contrato:
§ 5º Na hipótese de compensação de Reserva Legal, I - documentar as características ambientais da
a servidão ambiental deve ser averbada na matrícula de propriedade;
todos os imóveis envolvidos. II - monitorar periodicamente a propriedade para
§ 6º É vedada, durante o prazo de vigência da verificar se a servidão ambiental está sendo mantida;
servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos III - prestar informações necessárias a quaisquer
casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de interessados na aquisição ou aos sucessores da
desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. propriedade;
§ 7º As áreas que tenham sido instituídas na forma de IV - manter relatórios e arquivos atualizados com as
servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei nº 4.771, atividades da área objeto da servidão;
de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas,
V - defender judicialmente a servidão ambiental.”
pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental.” (NR)
Art. 80. A alínea d do inciso II do § 1º do art. 10 da
Art. 78-A. Após 31 de dezembro de 2017, as
Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, passa a vigorar
instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em
com a seguinte redação:
qualquer de suas modalidades, para proprietários de
imóveis rurais que estejam inscritos no CAR. (Redação “Art. 10. ............................................
dada pela Lei nº 13.295, de 2016) (Vide ADC Nº 42) (Vide § 1º ...................................... .............
ADIN Nº 4.902) ...........
Parágrafo único. O prazo de que trata este artigo II - ................................................... ................
será prorrogado em observância aos novos prazos de que ...
trata o § 3º do art. 29. (Incluído pela Lei nº 13.295, de 2016)
d) sob regime de servidão ambiental;
Art. 79. A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 9º-B e 9º-C: ................” (NR)
“Art. 9º-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou Art. 81. O caput do art. 35 da Lei nº 11.428, de 22 de
gratuita, temporária ou perpétua. dezembro de 2006, passa a vigorar com a seguinte
redação:
§ 1º O prazo mínimo da servidão ambiental temporária
é de 15 (quinze) anos. “Art. 35. A conservação, em imóvel rural ou urbano, da
vegetação primária ou da vegetação secundária em
§ 2º A servidão ambiental perpétua equivale, para fins qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata Atlântica
creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos cumpre função social e é de interesse público, podendo, a
públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural - critério do proprietário, as áreas sujeitas à restrição de que
RPPN, definida no art. 21 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de trata esta Lei ser computadas para efeito da Reserva Legal
2000. e seu excedente utilizado para fins de compensação
§ 3º O detentor da servidão ambiental poderá aliená- ambiental ou instituição de Cota de Reserva Ambiental -
la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo CRA.
determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro ................” (NR)
proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a
conservação ambiental como fim social.” Art. 82. São a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios autorizados a instituir, adaptar ou
“Art. 9º-C. O contrato de alienação, cessão ou reformular, no prazo de 6 (seis) meses, no âmbito do
transferência da servidão ambiental deve ser averbado na Sisnama, instituições florestais ou afins, devidamente
matrícula do imóvel. aparelhadas para assegurar a plena consecução desta Lei.
§ 1º O contrato referido no caput deve conter, no Parágrafo único. As instituições referidas
mínimo, os seguintes itens: no caput poderão credenciar, mediante edital de seleção
I - a delimitação da área submetida a preservação, pública, profissionais devidamente habilitados para apoiar a
conservação ou recuperação ambiental; regularização ambiental das propriedades previstas no
II - o objeto da servidão ambiental; inciso V do art. 3º , nos termos de regulamento baixado por
III - os direitos e deveres do proprietário instituidor e ato do Chefe do Poder Executivo.
dos futuros adquirentes ou sucessores; Art. 83. Revogam-se as Leis nºs 4.771, de 15 de
IV - os direitos e deveres do detentor da servidão setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e suas
ambiental; alterações posteriores, e a Medida Provisória nº 2.166-67,
de 24 de agosto de 2001.
V - os benefícios de ordem econômica do instituidor e
do detentor da servidão ambiental; Art. 84. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
VI - a previsão legal para garantir o seu cumprimento,
Brasília, 25 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da
inclusive medidas judiciais necessárias, em caso de ser República.
descumprido. DILMA ROUSSEFF
§ 2º São deveres do proprietário do imóvel serviente, Mendes Ribeiro Filho
Márcio Pereira Zimmermann
entre outras obrigações estipuladas no contrato: Miriam Belchior
I - manter a área sob servidão ambiental; Marco Antonio Raupp
Izabella Mônica Vieira Teixeira
II - prestar contas ao detentor da servidão ambiental Gilberto José Spier Vargas
sobre as condições dos recursos naturais ou artificiais; Aguinaldo Ribeiro
Luís Inácio Lucena Adams
III - permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.5.2012
detentor da servidão ambiental;

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62 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
QUESTÕES DE CONCURSOS LEI Nº 11.428/2006 (LEI DA MATA
01. (CESPE - 2019 - TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas ATLÂNTICA).
e de Registros - Provimento) Um cidadão que possua
um imóvel rural e pretenda realizar o cadastro ambiental O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
rural (CAR) desse bem deverá considerar, à luz do Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
disposto na Lei n.º 12.651/2012, que TÍTULO I
A a informação da reserva legal do imóvel no CAR é DAS DEFINIÇÕES, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DO
indispensável, ainda que já tenha sido averbada na REGIME JURÍDICO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA
matrícula do imóvel. Art. 1º A conservação, a proteção, a regeneração e a
B o cadastro compõe base de dados para controle, utilização do Bioma Mata Atlântica, patrimônio nacional,
planejamento ambiental e econômico e combate ao observarão o que estabelece esta Lei, bem como a
desmatamento. legislação ambiental vigente, em especial a Lei nº 4.771, de
C o cadastramento será considerado título para fins do 15 de setembro de 1965.
direito de propriedade do cidadão. CAPÍTULO I
D o cadastramento será considerado título para o DAS DEFINIÇÕES
reconhecimento do direito de posse do cidadão. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se
E o cadastramento deverá ser feito, preferencialmente, no integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes
cartório de imóveis da localidade da propriedade. formações florestais nativas e ecossistemas associados,
com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
02. (CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça
conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta
Substituto) De acordo com o Código Florestal,
Ombrófila Mista, também denominada de Mata de
considera-se área de preservação permanente
Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional
A a faixa marginal de curso d’água efêmero, desde a borda Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os
da calha do leito maior, em largura mínima de 30 metros, manguezais, as vegetações de restingas, campos de
para os cursos d’água de menos de 10 metros de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do
largura. Nordeste. (Vide Decreto nº 6.660, de 2008)
B a faixa marginal de curso d’água perene, desde a borda Parágrafo único. Somente os remanescentes de
da calha do leito maior, em largura mínima de 10 metros, vegetação nativa no estágio primário e nos estágios
para os cursos d’água de menos de 30 metros de secundário inicial, médio e avançado de regeneração na
largura. área de abrangência definida no caput deste artigo terão
C os manguezais, até o limite de 200 metros, contados da seu uso e conservação regulados por esta Lei.
borda da calha do leito maior do curso d’água. Art. 3º Consideram-se para os efeitos desta Lei:
D a área no entorno das nascentes, intermitentes ou I - pequeno produtor rural: aquele que, residindo na
perenes, qualquer que seja a sua situação topográfica, zona rural, detenha a posse de gleba rural não superior a
em um raio mínimo de 50 metros. 50 (cinqüenta) hectares, explorando-a mediante o trabalho
E as bordas dos tabuleiros ou chapadas, em toda a sua pessoal e de sua família, admitida a ajuda eventual de
extensão. terceiros, bem como as posses coletivas de terra
considerando-se a fração individual não superior a 50
(cinqüenta) hectares, cuja renda bruta seja proveniente de
03. (CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto) Com base no
atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais ou
Código Florestal — Lei n.º 12.651/2012 —, assinale a
do extrativismo rural em 80% (oitenta por cento) no mínimo;
opção correta.
II - população tradicional: população vivendo em
A Para que uma área protegida seja considerada área de
estreita relação com o ambiente natural, dependendo de
preservação permanente é necessário que ela seja
seus recursos naturais para a sua reprodução sociocultural,
totalmente coberta de vegetação nativa e que esteja
por meio de atividades de baixo impacto ambiental;
localizada no interior de uma propriedade ou de uma
posse rural. III - pousio: prática que prevê a interrupção de
atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais do
B A exploração econômica de recursos naturais em área de
solo por até 10 (dez) anos para possibilitar a recuperação
reserva legal é expressamente proibida.
de sua fertilidade;
C Os projetos de reforma agrária não estão contemplados
IV - prática preservacionista: atividade técnica e
no conceito de pequena propriedade rural familiar,
cientificamente fundamentada, imprescindível à proteção
caracterizada pela exploração da terra mediante o
da integridade da vegetação nativa, tal como controle de
trabalho pessoal do agricultor familiar.
fogo, erosão, espécies exóticas e invasoras;
D Todo imóvel rural localizado na Amazônia Legal deve
V - exploração sustentável: exploração do ambiente
manter área correspondente a 80% da extensão total do
de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais
imóvel, com cobertura de vegetação nativa, a título de
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
reserva legal.
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma
E Uma área coberta de florestas e que exerce a função de socialmente justa e economicamente viável;
proteger várzeas pode ser considerada de preservação
VI - enriquecimento ecológico: atividade técnica e
permanente se declarada de interesse social por ato do
cientificamente fundamentada que vise à recuperação da
chefe do Poder Executivo.
diversidade biológica em áreas de vegetação nativa, por
meio da reintrodução de espécies nativas;
Gabarito: 01/B; 02/D; 03/E VII - utilidade pública:
a) atividades de segurança nacional e proteção
sanitária;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 63
b) as obras essenciais de infra-estrutura de interesse Art. 7º A proteção e a utilização do Bioma Mata
nacional destinadas aos serviços públicos de transporte, Atlântica far-se-ão dentro de condições que assegurem:
saneamento e energia, declaradas pelo poder público I - a manutenção e a recuperação da biodiversidade,
federal ou dos Estados; vegetação, fauna e regime hídrico do Bioma Mata Atlântica
VIII - interesse social: para as presentes e futuras gerações;
a) as atividades imprescindíveis à proteção da II - o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de
integridade da vegetação nativa, tais como: prevenção, manejo sustentável da vegetação e à formação de uma
combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação consciência pública sobre a necessidade de recuperação e
de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, manutenção dos ecossistemas;
conforme resolução do Conselho Nacional do Meio III - o fomento de atividades públicas e privadas
Ambiente - CONAMA; compatíveis com a manutenção do equilíbrio ecológico;
b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável IV - o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de
praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar forma a harmonizar o crescimento econômico com a
que não descaracterizem a cobertura vegetal e não manutenção do equilíbrio ecológico.
prejudiquem a função ambiental da área;
TÍTULO II
c) demais obras, planos, atividades ou projetos
DO REGIME JURÍDICO GERAL DO BIOMA MATA
definidos em resolução do Conselho Nacional do Meio
ATLÂNTICA
Ambiente.
Art. 8º O corte, a supressão e a exploração da
Art. 4º A definição de vegetação primária e de
vegetação do Bioma Mata Atlântica far-se-ão de maneira
vegetação secundária nos estágios avançado, médio e
diferenciada, conforme se trate de vegetação primária ou
inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica, nas
secundária, nesta última levando-se em conta o estágio de
hipóteses de vegetação nativa localizada, será de iniciativa
regeneração.
do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Art. 9º A exploração eventual, sem propósito
§ 1º O Conselho Nacional do Meio Ambiente terá
comercial direto ou indireto, de espécies da flora nativa,
prazo de 180 (cento e oitenta) dias para estabelecer o que
para consumo nas propriedades ou posses das populações
dispõe o caput deste artigo, sendo que qualquer
tradicionais ou de pequenos produtores rurais, independe
intervenção na vegetação primária ou secundária nos
de autorização dos órgãos competentes, conforme
estágios avançado e médio de regeneração somente
regulamento.
poderá ocorrer após atendido o disposto neste artigo.
Parágrafo único. Os órgãos competentes, sem
§ 2º Na definição referida no caput deste artigo, serão
prejuízo do disposto no caput deste artigo, deverão assistir
observados os seguintes parâmetros básicos:
as populações tradicionais e os pequenos produtores no
I - fisionomia; manejo e exploração sustentáveis das espécies da flora
II - estratos predominantes; nativa.
III - distribuição diamétrica e altura; Art. 10. O poder público fomentará o enriquecimento
IV - existência, diversidade e quantidade de epífitas; ecológico da vegetação do Bioma Mata Atlântica, bem como
o plantio e o reflorestamento com espécies nativas, em
V - existência, diversidade e quantidade de
especial as iniciativas voluntárias de proprietários rurais.
trepadeiras;
§ 1º Nos casos em que o enriquecimento ecológico
VI - presença, ausência e características da
exigir a supressão de espécies nativas que gerem produtos
serapilheira;
ou subprodutos comercializáveis, será exigida a
VII - sub-bosque; autorização do órgão estadual ou federal competente,
VIII - diversidade e dominância de espécies; mediante procedimento simplificado.
IX - espécies vegetais indicadoras. § 2º Visando a controlar o efeito de borda nas áreas
Art. 5º A vegetação primária ou a vegetação de entorno de fragmentos de vegetação nativa, o poder
secundária em qualquer estágio de regeneração do Bioma público fomentará o plantio de espécies florestais, nativas
Mata Atlântica não perderão esta classificação nos casos ou exóticas.
de incêndio, desmatamento ou qualquer outro tipo de Art. 11. O corte e a supressão de vegetação primária
intervenção não autorizada ou não licenciada. ou nos estágios avançado e médio de regeneração do
CAPÍTULO II Bioma Mata Atlântica ficam vedados quando:
DOS OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DO REGIME I - a vegetação:
JURÍDICO DO a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres
BIOMA MATA ATLÂNTICA ameaçadas de extinção, em território nacional ou em âmbito
Art. 6º A proteção e a utilização do Bioma Mata estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados, e
Atlântica têm por objetivo geral o desenvolvimento a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a
sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da sobrevivência dessas espécies;
biodiversidade, da saúde humana, dos valores b) exercer a função de proteção de mananciais ou de
paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da prevenção e controle de erosão;
estabilidade social. c) formar corredores entre remanescentes de
Parágrafo único. Na proteção e na utilização do Bioma vegetação primária ou secundária em estágio avançado de
Mata Atlântica, serão observados os princípios da função regeneração;
socioambiental da propriedade, da eqüidade d) proteger o entorno das unidades de conservação;
intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário- ou
pagador, da transparência das informações e atos, da e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido
gestão democrática, da celeridade procedimental, da pelos órgãos executivos competentes do Sistema Nacional
gratuidade dos serviços administrativos prestados ao do Meio Ambiente - SISNAMA;
pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do
respeito ao direito de propriedade.

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64 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
II - o proprietário ou posseiro não cumprir os possível na mesma microbacia hidrográfica, e, nos casos
dispositivos da legislação ambiental, em especial as previstos nos arts. 30 e 31, ambos desta Lei, em áreas
exigências da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, no localizadas no mesmo Município ou região metropolitana.
que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à § 1º Verificada pelo órgão ambiental a impossibilidade
Reserva Legal. da compensação ambiental prevista no caput deste artigo,
Parágrafo único. Verificada a ocorrência do previsto será exigida a reposição florestal, com espécies nativas, em
na alínea a do inciso I deste artigo, os órgãos competentes área equivalente à desmatada, na mesma bacia
do Poder Executivo adotarão as medidas necessárias para hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia
proteger as espécies da flora e da fauna silvestres hidrográfica.
ameaçadas de extinção caso existam fatores que o exijam, § 2º A compensação ambiental a que se refere este
ou fomentarão e apoiarão as ações e os proprietários de artigo não se aplica aos casos previstos no inciso III do art.
áreas que estejam mantendo ou sustentando a 23 desta Lei ou de corte ou supressão ilegais.
sobrevivência dessas espécies.
Art. 18. No Bioma Mata Atlântica, é livre a coleta de
Art. 12. Os novos empreendimentos que impliquem o subprodutos florestais tais como frutos, folhas ou sementes,
corte ou a supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica bem como as atividades de uso indireto, desde que não
deverão ser implantados preferencialmente em áreas já coloquem em risco as espécies da fauna e flora,
substancialmente alteradas ou degradadas. observando-se as limitações legais específicas e em
Art. 13. Os órgãos competentes do Poder Executivo particular as relativas ao acesso ao patrimônio genético, à
adotarão normas e procedimentos especiais para assegurar proteção e ao acesso ao conhecimento tradicional
ao pequeno produtor e às populações tradicionais, nos associado e de biossegurança.
pedidos de autorização de que trata esta Lei: Art. 19. O corte eventual de vegetação primária ou
I - acesso fácil à autoridade administrativa, em local secundária nos estágios médio e avançado de regeneração
próximo ao seu lugar de moradia; do Bioma Mata Atlântica, para fins de práticas
II - procedimentos gratuitos, céleres e simplificados, preservacionistas e de pesquisa científica, será
compatíveis com o seu nível de instrução; devidamente regulamentado pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente e autorizado pelo órgão competente do
III - análise e julgamento prioritários dos pedidos.
Sisnama.
Art. 14. A supressão de vegetação primária e
TÍTULO III
secundária no estágio avançado de regeneração somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo DO REGIME JURÍDICO ESPECIAL DO BIOMA
que a vegetação secundária em estágio médio de MATA ATLÂNTICA
regeneração poderá ser suprimida nos casos de utilidade CAPÍTULO I
pública e interesse social, em todos os casos devidamente DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO PRIMÁRIA
caracterizados e motivados em procedimento administrativo
Art. 20. O corte e a supressão da vegetação primária
próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados em
empreendimento proposto, ressalvado o disposto no inciso
caráter excepcional, quando necessários à realização de
I do art. 30 e nos §§ 1º e 2º do art. 31 desta Lei.
obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas
§ 1º A supressão de que trata o caput deste artigo científicas e práticas preservacionistas.
dependerá de autorização do órgão ambiental estadual
Parágrafo único. O corte e a supressão de vegetação,
competente, com anuência prévia, quando couber, do órgão
no caso de utilidade pública, obedecerão ao disposto no art.
federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o
14 desta Lei, além da realização de Estudo Prévio de
disposto no § 2º deste artigo.
Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental -
§ 2º A supressão de vegetação no estágio médio de EIA/RIMA.
regeneração situada em área urbana dependerá de
CAPÍTULO II
autorização do órgão ambiental municipal competente,
desde que o município possua conselho de meio ambiente, DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA
com caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência EM
prévia do órgão ambiental estadual competente ESTÁGIO AVANÇADO DE REGENERAÇÃO
fundamentada em parecer técnico. Art. 21. O corte, a supressão e a exploração da
§ 3º Na proposta de declaração de utilidade pública vegetação secundária em estágio avançado de
disposta na alínea b do inciso VII do art. 3º desta Lei, caberá regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão
ao proponente indicar de forma detalhada a alta relevância autorizados:
e o interesse nacional. I - em caráter excepcional, quando necessários à
Art. 15. Na hipótese de obra ou atividade execução de obras, atividades ou projetos de utilidade
potencialmente causadora de significativa degradação do pública, pesquisa científica e práticas preservacionistas;
meio ambiente, o órgão competente exigirá a elaboração de II - (VETADO)
Estudo Prévio de Impacto Ambiental, ao qual se dará III - nos casos previstos no inciso I do art. 30 desta Lei.
publicidade, assegurada a participação pública.
Art. 22. O corte e a supressão previstos no inciso I do
Art. 16. Na regulamentação desta Lei, deverão ser art. 21 desta Lei no caso de utilidade pública serão
adotadas normas e procedimentos especiais, simplificados realizados na forma do art. 14 desta Lei, além da realização
e céleres, para os casos de reutilização das áreas agrícolas de Estudo Prévio de Impacto Ambiental, bem como na
submetidas ao pousio. forma do art. 19 desta Lei para os casos de práticas
Art. 17. O corte ou a supressão de vegetação primária preservacionistas e pesquisas científicas.
ou secundária nos estágios médio ou avançado de CAPÍTULO IIIDA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO
regeneração do Bioma Mata Atlântica, autorizados por esta SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO MÉDIO DE
Lei, ficam condicionados à compensação ambiental, na REGENERAÇÃO
forma da destinação de área equivalente à extensão da
área desmatada, com as mesmas características
ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 65
Art. 23. O corte, a supressão e a exploração da I - nos perímetros urbanos aprovados até a data de
vegetação secundária em estágio médio de regeneração do início de vigência desta Lei, a supressão de vegetação
Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados: secundária em estágio avançado de regeneração
I - em caráter excepcional, quando necessários à dependerá de prévia autorização do órgão estadual
execução de obras, atividades ou projetos de utilidade competente e somente será admitida, para fins de
pública ou de interesse social, pesquisa científica e práticas loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos
preservacionistas; que garantam a preservação de vegetação nativa em
estágio avançado de regeneração em no mínimo 50%
II - (VETADO)
(cinqüenta por cento) da área total coberta por esta
III - quando necessários ao pequeno produtor rural e vegetação, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12 e 17 desta
populações tradicionais para o exercício de atividades ou Lei e atendido o disposto no Plano Diretor do Município e
usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis à demais normas urbanísticas e ambientais aplicáveis;
sua subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas de
II - nos perímetros urbanos aprovados após a data de
preservação permanente e, quando for o caso, após
início de vigência desta Lei, é vedada a supressão de
averbação da reserva legal, nos termos da Lei nº 4.771, de
vegetação secundária em estágio avançado de
15 de setembro de 1965 ;
regeneração do Bioma Mata Atlântica para fins de
IV - nos casos previstos nos §§ 1º e 2º do art. 31 desta loteamento ou edificação.
Lei.
Art. 31. Nas regiões metropolitanas e áreas urbanas,
Art. 24. O corte e a supressão da vegetação em assim consideradas em lei, o parcelamento do solo para fins
estágio médio de regeneração, de que trata o inciso I do art. de loteamento ou qualquer edificação em área de
23 desta Lei, nos casos de utilidade pública ou interesse vegetação secundária, em estágio médio de regeneração,
social, obedecerão ao disposto no art. 14 desta Lei. do Bioma Mata Atlântica, devem obedecer ao disposto no
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do art. 23 Plano Diretor do Município e demais normas aplicáveis, e
desta Lei, a autorização é de competência do órgão dependerão de prévia autorização do órgão estadual
estadual competente, informando-se ao Ibama, na forma da competente, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12 e 17
regulamentação desta Lei. desta Lei.
CAPÍTULO IV § 1º Nos perímetros urbanos aprovados até a data de
DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA início de vigência desta Lei, a supressão de vegetação
EM secundária em estágio médio de regeneração somente será
ESTÁGIO INICIAL DE REGENERAÇÃO admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de
empreendimentos que garantam a preservação de
Art. 25. O corte, a supressão e a exploração da vegetação nativa em estágio médio de regeneração em no
vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do mínimo 30% (trinta por cento) da área total coberta por esta
Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão estadual vegetação.
competente.
§ 2º Nos perímetros urbanos delimitados após a data
Parágrafo único. O corte, a supressão e a exploração de início de vigência desta Lei, a supressão de vegetação
de que trata este artigo, nos Estados em que a vegetação secundária em estágio médio de regeneração fica
primária e secundária remanescente do Bioma Mata condicionada à manutenção de vegetação em estágio
Atlântica for inferior a 5% (cinco por cento) da área original, médio de regeneração em no mínimo 50% (cinqüenta por
submeter-se-ão ao regime jurídico aplicável à vegetação cento) da área total coberta por esta vegetação.
secundária em estágio médio de regeneração, ressalvadas
as áreas urbanas e regiões metropolitanas. CAPÍTULO VII
Art. 26. Será admitida a prática agrícola do pousio nos DAS ATIVIDADES MINERÁRIAS EM ÁREAS DE
Estados da Federação onde tal procedimento é utilizado VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO AVANÇADO
tradicionalmente. E MÉDIO DE REGENERAÇÃO
CAPÍTULO V Art. 32. A supressão de vegetação secundária em
estágio avançado e médio de regeneração para fins de
DA EXPLORAÇÃO SELETIVA DE VEGETAÇÃO atividades minerárias somente será admitida mediante:
SECUNDÁRIA EM ESTÁGIOS AVANÇADO, MÉDIO E
INICIAL DE REGENERAÇÃO I - licenciamento ambiental, condicionado à
apresentação de Estudo Prévio de Impacto
Art. 27. (VETADO) Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, pelo
Art. 28. O corte, a supressão e o manejo de espécies empreendedor, e desde que demonstrada a inexistência de
arbóreas pioneiras nativas em fragmentos florestais em alternativa técnica e locacional ao empreendimento
estágio médio de regeneração, em que sua presença for proposto;
superior a 60% (sessenta por cento) em relação às demais II - adoção de medida compensatória que inclua a
espécies, poderão ser autorizados pelo órgão estadual recuperação de área equivalente à área do
competente, observado o disposto na Lei nº 4.771, de 15 de empreendimento, com as mesmas características
setembro de 1965. ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e sempre que
Art. 29. (VETADO) possível na mesma microbacia hidrográfica,
CAPÍTULO VI independentemente do disposto no art. 36 da Lei nº 9.985,
DA PROTEÇÃO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA NAS de 18 de julho de 2000.
ÁREAS URBANAS E REGIÕES METROPOLITANAS TÍTULO IV
Art. 30. É vedada a supressão de vegetação primária DOS INCENTIVOS ECONÔMICOS
do Bioma Mata Atlântica, para fins de loteamento ou Art. 33. O poder público, sem prejuízo das obrigações
edificação, nas regiões metropolitanas e áreas urbanas dos proprietários e posseiros estabelecidas na legislação
consideradas como tal em lei específica, aplicando-se à ambiental, estimulará, com incentivos econômicos, a
supressão da vegetação secundária em estágio avançado proteção e o uso sustentável do Bioma Mata Atlântica.
de regeneração as seguintes restrições:

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66 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 1º Na regulamentação dos incentivos econômicos Art. 38. Serão beneficiados com recursos do Fundo de
ambientais, serão observadas as seguintes características Restauração do Bioma Mata Atlântica os projetos que
da área beneficiada: envolvam conservação de remanescentes de vegetação
I - a importância e representatividade ambientais do nativa, pesquisa científica ou áreas a serem restauradas,
ecossistema e da gleba; implementados em Municípios que possuam plano
municipal de conservação e recuperação da Mata Atlântica,
II - a existência de espécies da fauna e flora
devidamente aprovado pelo Conselho Municipal de Meio
ameaçadas de extinção;
Ambiente.
III - a relevância dos recursos hídricos;
§ 1º Terão prioridade de apoio os projetos destinados
IV - o valor paisagístico, estético e turístico; à conservação e recuperação das áreas de preservação
V - o respeito às obrigações impostas pela legislação permanente, reservas legais, reservas particulares do
ambiental; patrimônio natural e áreas do entorno de unidades de
VI - a capacidade de uso real e sua produtividade conservação.
atual. § 2º Os projetos poderão beneficiar áreas públicas e
§ 2º Os incentivos de que trata este Título não privadas e serão executados por órgãos públicos,
excluem ou restringem outros benefícios, abatimentos e instituições acadêmicas públicas e organizações da
deduções em vigor, em especial as doações a entidades de sociedade civil de interesse público que atuem na
utilidade pública efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas. conservação, restauração ou pesquisa científica no Bioma
Art. 34. As infrações dos dispositivos que regem os Mata Atlântica.
benefícios econômicos ambientais, sem prejuízo das CAPÍTULO II
sanções penais e administrativas cabíveis, sujeitarão os DA SERVIDÃO AMBIENTAL
responsáveis a multa civil de 3 (três) vezes o valor Art. 39. (VETADO)
atualizado recebido, ou do imposto devido em relação a
Art. 40. (VETADO)
cada exercício financeiro, além das penalidades e demais
acréscimos previstos na legislação fiscal. CAPÍTULO III
§ 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se DOS INCENTIVOS CREDITÍCIOS
solidariamente responsável por inadimplência ou Art. 41. O proprietário ou posseiro que tenha
irregularidade a pessoa física ou jurídica doadora ou vegetação primária ou secundária em estágios avançado e
propositora de projeto ou proposta de benefício. médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica receberá
§ 2º A existência de pendências ou irregularidades na das instituições financeiras benefícios creditícios, entre os
execução de projetos de proponentes no órgão competente quais:
do Sisnama suspenderá a análise ou concessão de novos I - prioridade na concessão de crédito agrícola, para
incentivos, até a efetiva regularização. os pequenos produtores rurais e populações tradicionais;
Art. 35. A conservação, em imóvel rural ou urbano, da II - (VETADO)
vegetação primária ou da vegetação secundária em III - (VETADO)
qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata Atlântica
Parágrafo único. Os critérios, condições e
cumpre função social e é de interesse público, podendo, a
mecanismos de controle dos benefícios referidos neste
critério do proprietário, as áreas sujeitas à restrição de que
artigo serão definidos, anualmente, sob pena de
trata esta Lei ser computadas para efeito da Reserva Legal
responsabilidade, pelo órgão competente do Poder
e seu excedente utilizado para fins de compensação
Executivo, após anuência do órgão competente do
ambiental ou instituição de Cota de Reserva Ambiental -
Ministério da Fazenda.
CRA. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012).
TÍTULO V
Parágrafo único. Ressalvadas as hipóteses previstas
em lei, as áreas de preservação permanente não integrarão DAS PENALIDADES
a reserva legal. Art. 42. A ação ou omissão das pessoas físicas ou
CAPÍTULO I jurídicas que importem inobservância aos preceitos desta
Lei e a seus regulamentos ou resultem em dano à flora, à
DO FUNDO DE RESTAURAÇÃO DO BIOMA MATA
fauna e aos demais atributos naturais sujeitam os infratores
ATLÂNTICA
às sanções previstas em lei, em especial as dispostas
Art. 36. Fica instituído o Fundo de Restauração do na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e seus decretos
Bioma Mata Atlântica destinado ao financiamento de regulamentadores.
projetos de restauração ambiental e de pesquisa científica.
Art. 43. A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
§ 1º (VETADO) 1998, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 38-A:
§ 2º (VETADO) “ Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária
§ 3º (VETADO) ou secundária, em estágio avançado ou médio de
Art. 37. Constituirão recursos do Fundo de que trata o regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com
art. 36 desta Lei: infringência das normas de proteção:
I - dotações orçamentárias da União; Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa,
ou ambas as penas cumulativamente.
II - recursos resultantes de doações, contribuições em
dinheiro, valores, bens móveis e imóveis, que venha a Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
receber de pessoas físicas e jurídicas, nacionais ou reduzida à metade.”
internacionais; Art. 44. (VETADO)
III - rendimentos de qualquer natureza, que venha a TÍTULO VI
auferir como remuneração decorrente de aplicações do seu DISPOSIÇÕES FINAIS
patrimônio;
Art. 45. (VETADO)
IV - outros, destinados em lei.
Art. 46. Os órgãos competentes adotarão as
providências necessárias para o rigoroso e fiel cumprimento

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 67
desta Lei, e estimularão estudos técnicos e científicos C O corte, a supressão e a exploração da vegetação do
visando à conservação e ao manejo racional do Bioma Mata Bioma Mata Atlântica far-se-ão de maneira diferenciada,
Atlântica e de sua biodiversidade. conforme se trate de vegetação primária ou secundária.
Art. 47. Para os efeitos do inciso I do caput do art. 3º D A exploração eventual, sem propósito comercial direto, de
desta Lei, somente serão consideradas as propriedades espécies da flora nativa, para consumo nas
rurais com área de até 50 (cinqüenta) hectares, registradas propriedades ou posses das populações tradicionais,
em cartório até a data de início de vigência desta Lei, depende de autorização do órgão competente.
ressalvados os casos de fracionamento por transmissão E As infrações dos dispositivos que regem os benefícios
causa mortis. econômicos ambientais sujeitarão os responsáveis a
Art. 48. O art. 10 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro multa civil de 5 (cinco) vezes o valor atualizado recebido,
de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: ou do imposto devido em relação a cada exercício
“Art. 10. ....... financeiro.
§ 1º ..
........ 02. (VUNESP - 2021 - Prefeitura de Guarujá - SP -
Procurador Jurídico) A legislação que regula a utilização
II - .............
e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica
d) sob regime de servidão florestal ou determina que
ambiental;
A em relação à proteção da vegetação secundária em
e) cobertas por florestas nativas, primárias estágio inicial de regeneração, será admitida a prática
ou secundárias em estágio médio ou avançado de agrícola do pousio nos Estados da Federação onde tal
regeneração; procedimento é utilizado tradicionalmente.
................ B o corte far-se-á de maneira diferenciada, conforme se
IV - ............. trate de vegetação primária ou secundária, em ambas
....... as situações, levando-se em conta o estágio de
b) de que tratam as alíneas do inciso II deste regeneração.
parágrafo; C é permitida a coleta de subprodutos florestais, desde que
........... ” (NR) haja prévia autorização do órgão fiscalizador.
Art. 49. O § 6º do art. 44 da Lei nº 4.771, de 15 de D os novos empreendimentos que impliquem na supressão
setembro de 1965, alterada pela Medida Provisória nº de vegetação deverão ser implantados
2.166-7, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar com a preferencialmente em áreas ainda não
seguinte redação: substancialmente alteradas.
“Art. 44. ................ E a exploração da vegetação secundária em estágio inicial
de regeneração será autorizada pelo órgão municipal
...................... competente.
§ 6º O proprietário rural poderá ser
desonerado das obrigações previstas neste artigo,
mediante a doação ao órgão ambiental 03. (OCP - 2021 - ITEP - RN - Perito Criminal - Meio
competente de área localizada no interior de Ambiente) Conforme a Lei nº 11.428/2006, a proteção e
unidade de conservação de domínio público, a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de
pendente de regularização fundiária, respeitados condições que assegurem, EXCETO
os critérios previstos no inciso III do caput deste A a manutenção e a recuperação de biodiversidade,
artigo.” (NR) vegetação, fauna e regime hídrico do Bioma Mata
Art. 50. (VETADO) Atlântica para as presentes e futuras gerações.
Art. 51. Esta Lei entra em vigor na data de sua B o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo
publicação. sustentável da vegetação e à formação de uma
consciência pública sobre a necessidade de
Brasília, 22 de dezembro de 2006; 185º da Independência e
118º da República.
recuperação e manutenção dos ecossistemas.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA C o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis
Márcio Thomaz Bastos com a manutenção do equilíbrio ecológico.
Guido Mantega D o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a
Marina Silva harmonizar o crescimento econômico com a
Álvaro Augusto Ribeiro Costa manutenção do equilíbrio ecológico.
E a avaliação da integridade do bioma quanto à existência
QUESTÕES DE CONCURSOS de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção.

01. (VUNESP - 2021 - Prefeitura de Bertioga - SP -


Procurador Municipal) Assinale a alternativa que está de 04. (IBFC - 2021 - SEAP-PR - Agente Profissional -
acordo com a Lei de proteção da vegetação nativa do Engenheiro Florestal) Com base na lei nº 11.428, de 22
Bioma Mata Atlântica (Lei no 11.428/2006). de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e
proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.
A Considera-se como de interesse social as obras Nos casos abaixo, assinale a alternativa
essenciais de infraestrutura de interesse nacional que não corresponde a uma situação vedada de corte e
destinadas aos serviços públicos de transporte, supressão de vegetação primária ou nos estágios
saneamento e energia. avançado e médio de regeneração do Bioma Mata
B A vegetação primária ou a vegetação secundária em Atlântica.
qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata A Quando a propriedade possuir mais que 4 módulos fiscais
Atlântica perderão esta classificação nos casos de
incêndio ou desmatamento. B Quando a vegetação proteger o entorno das unidades de
conservação

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68 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
C Quando a vegetação exercer a função de proteção de na verdade, não é a garantia de um simples “meio
mananciais ou de prevenção e controle de erosão ambiente”, mas de um meio ambiente preservado,
D Quando a vegetação formar corredores entre equilibrado, útil para a humanidade, mas protegido de
remanescentes de vegetação primária ou secundária ações devastadoras. Ele está previsto no art. 225
em estágio avançado de regeneração da Constituição:
E Quando o proprietário ou posseiro não cumprir os Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
dispositivos da legislação ambiental, em especial as ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
exigências a respeito das Áreas de Preservação do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
Permanente e à Reserva Legal impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
05. (IBFC - 2021 - SEAP-PR - Agente Profissional -
O SISNAMA foi criado para integrar as políticas
Engenheiro Florestal) Com base na Lei nº 11.428, de 22
públicas de proteção ambiental em um esforço de
de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e
direção nacional, sem deixar faltar a estados e
proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica,
municípios certa autonomia para atuar em suas
assinale a alternativa correta.
respectivas regiões.
A A definição de vegetação primária e de vegetação
O sistema nasceu em 1981 com a promulgação da
secundária nos estágios avançado, médio e inicial de
Lei nº 6.938/81, verdadeiro marco na história da proteção
regeneração do Bioma Mata Atlântica, nas hipóteses de
ambiental brasileira, pois articulou a proteção do meio
vegetação nativa localizada, será de iniciativa do IBAMA
ambiente sob a ideia de um único sistema nacional.
B A vegetação primária ou a vegetação secundária em Anteriormente, estados e municípios tinham mais
qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata autonomia para redigir as suas próprias regulamentações
Atlântica perderão esta classificação nos casos de ambientais. Existiam, é claro, normas federais que tratavam
incêndio de exploração e conservação ambiental, como o Código
C A exploração eventual, sem propósito comercial direto ou Florestal de 1965. Mas a legislação era escassa, e muitas
indireto, de espécies da flora nativa, para consumo nas lacunas poderiam ser preenchidas por estados e
propriedades ou posses das populações tradicionais ou municípios. Fato é que não havia uma coordenação
de pequenos produtores rurais, dependem de nacional preocupada com o meio ambiente, normas
autorização preliminar dos órgãos competentes harmônicas, esforços conjuntos. Este foi o espaço
D Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a preenchido pelo SISNAMA.
supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica Em complemento à realização desse sistema, a lei
deverão ser implantados preferencialmente em áreas já também inaugurou a chamada Política Nacional do
substancialmente alteradas ou degradadas Meio Ambiente (PNMA), uma série de artigos que
E Em nenhuma hipótese será autorizado o corte e a definem conceitos básicos sobre o meio ambiente e
supressão da vegetação primária do Bioma Mata dispõem diretrizes e objetivos a serem seguidos por todos
Atlântica os órgãos responsáveis pela proteção ambiental no Brasil.
Segundo o Dr. Paulo de Bessa Antunes, professor de
Direito Ambiental da UNIRIO, a medida foi “uma reação do
Gabarito: 01/C; 02/A; 03/E; 04/A; 05/D governo federal ao crescente movimento dos estados com
vistas a controlar a poluição em seus territórios.”
Assim, a Lei nº 6.938/81 integrou toda a atuação
pública na esfera ambiental em um único
LEI N° 9.985/2000 (SISTEMA NACIONAL sistema (SISNAMA), regido por políticas nacionais
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA (PNMA) uniformes.
NATUREZA)
No Brasil, a defesa do meio ambiente está articulada A estrutura e os órgãos do SISNAMA
em um sistema de órgãos públicos chamado SISNAMA O SISNAMA é composto pelos “órgãos e entidades
(Sistema Nacional do Meio Ambiente), do qual fazem parte da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
entidades como o Ministério do Meio Ambiente, com a dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo
função de supervisão e planejamento, e o IBAMA (Instituto Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais qualidade ambiental” (art. 6º da Lei 6.938/81).
Renováveis), órgão executor das normas de proteção Neste sistema, os órgãos federais são
ambiental. majoritariamente responsáveis por editar normas gerais
(como a PNMA), coordenar, supervisionar e executar a
O que é o SISNAMA e como ele surgiu? proteção ambiental no país. Os órgãos estaduais e
municipais realizam as mesmas funções, porém de forma
SISNAMA é a sigla para Sistema Nacional do complementar e em seus respectivos territórios. Ou seja,
Meio Ambiente, o conjunto de órgãos públicos (da União, estados e municípios podem editar normas ambientais e
de estados, de municípios, do Distrito Federal e de executá-las, contanto que elas não contrariem as normas
territórios, bem como órgãos não-governamentais federais, no caso dos estados, e as normas federais e
instituídos pelo poder público) responsáveis pela proteção estaduais, no caso dos municípios.
ambiental no Brasil. É um sistema porque todos os órgãos
que o compõem atuam sob os mesmos princípios e A estrutura do SISNAMA foi assim definida pela Lei
diretrizes, cada um exercendo a sua função para alcançar o 6.938/81, conforme pode ser visto no esquema abaixo:
mesmo objetivo: a defesa do meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Meio ambiente ecologicamente equilibrado é como a
Constituição Federal trata o que vulgarmente chamamos
de “direito ao meio ambiente”. O direito dos cidadãos,

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 69

Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente (MMA)


Embora a Lei 6.938/81 tenha previsto como órgão
central a Secretaria do Meio Ambiente (órgão extinto), esta
função é hoje realizada pelo Ministério do Meio Ambiente,
criado em 1992.
O art. 6º, III da Lei dispõe que sua finalidade, no
sistema, é “planejar, coordenar, supervisionar e controlar,
como órgão federal, a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente”.
Cada estado da federação possui suas próprias
entidades públicas de proteção ambiental, mas o Ministério
do Meio Ambiente é o órgão central, o coordenador. O
MMA, por isso, tem a função de planejar e elaborar políticas
ambientais para todo o país, coordenando-as e
supervisionando-as como órgão federal.
Órgãos Executores: Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio)
Os órgãos responsáveis pela execução das normas
das políticas ambientais são o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de
Fonte: Bridje. Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ambos
vinculados ao Ministério do Meio Ambiente.
Órgão Superior: Conselho de Governo O IBAMA é sem dúvidas o órgão mais conhecido,
sendo a referência da população quando o assunto é
Idealizado como a cabeça do sistema, este órgão proteção ambiental. Isto porque, na figura dos seus
colegiado seria composto por todos os ministros do Poder agentes, ele se apresenta fisicamente para a aplicação da
Executivo Federal e teria a função de assessorar o lei, a faceta mais proeminente de um órgão executor.
Presidente da República na formulação da Política Nacional
Segundo a Lei nº 7.735/89, que criou o IBAMA, suas
e outras diretrizes nacionais concernentes ao meio
funções são exercer o poder de polícia ambiental e
ambiente.
executar ações das políticas nacionais de meio
Este conselho não existe hoje de facto, embora ambiente. Para realizar estas funções, o órgão pode tanto
esteja previsto na legislação. fazer trabalho de campo (como fiscalizar e aplicar
punições), como articular ações de órgãos estaduais e
Órgão Consultivo e Deliberativo: Conselho municipais. O IBAMA também tem as funções de propor e
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) editar normas e padrões de qualidade ambiental, e
Originalmente, o CONAMA, como órgão deliberativo conceder licenciamentos e outras autorizações em casos
e consultivo do Governo, teria a função de propor normas e previstos na legislação.
diretrizes ao Conselho de Governo. Com a ausência prática Ao lado do IBAMA está o ICMBio, criado em 2007
do órgão superior, o CONAMA assumiu sua função, pela Lei nº 11.516/2007. As funções de execução e
publicando diretamente normas, padrões e regulações implantação das políticas nacionais ambientais dos dois
gerais sobre o meio ambiente para todo o país. José Afonso órgãos são muito parecidas. No entanto, o ICMBio está
da Silva, constitucionalista brasileiro, chegou a definir o voltado para as Unidades de Conservação estatuídas pela
SISNAMA como um conjunto de órgãos coordenados pelo União, como os Parques Nacionais e as Áreas de
CONAMA. Proteção Ambiental. Nestas áreas, o ICMBio é o órgão
Segundo a Lei 6.938/81, a finalidade do responsável, principalmente, pela conservação, exploração
CONAMA é “assessorar, estudar e propor ao Conselho de turística, policiamento e outras atividades de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio implementação das políticas nacionais.
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de
sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com Órgãos Seccionais e Locais
o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à O SISNAMA, como já explicado, é um sistema
sadia qualidade de vida”. nacional, composto de órgãos federais, estaduais e
Embora a função de propor normas tenha sido municipais. Os órgãos citados nos itens acima são os
modificada, as outras permaneceram. O órgão tem a função membros federais do sistema; estão no topo da hierarquia
de assessorar diretamente a Presidência da República (na para estabelecer diretrizes, normas e fiscalizar.
falta do Conselho de Governo, que agiria como Os estados e municípios brasileiros
intermediário) em questões ambientais, o que implica a têm autonomia para elaborar as próprias normas e
realização de relatórios, estudos e pesquisas nesse campo. programas ambientais. Porém, como a proteção ambiental
As normas elaboradas pelo CONAMA são brasileira é feita sob a coordenação de um sistema, eles
publicadas como Resoluções (espécie de ato atuam de forma complementar, atingindo apenas
administrativo). O órgão é sempre presidido pelo Secretário suas respectivas jurisdições, sem contrariar as
do Meio Ambiente (Lei 6.938/81, parágrafo único do art. 8º). normas federais.
Seu colegiado é formado por representantes de órgãos Os órgãos seccionais são as entidades estaduais e
federais, estaduais, municipais, do setor empresarial e civil. os órgãos locais são as entidades municipais. Os primeiros
são responsáveis por executar programas, projetos,

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70 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
controlar e fiscalizar atividades capazes de provocar a prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da
degradação ambiental; os segundos por controlar e manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a
fiscalizar essas atividades. simplificação dos sistemas naturais;
Cada um destes órgãos, sejam seccionais ou locais, só têm VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas
poder em seus respectivos territórios ou jurisdições. livres de alterações causadas por interferência humana,
O Inea (Instituto Estadual do Ambiente), por admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
exemplo, é o órgão ambiental do Estado do Rio de VII - conservação in situ: conservação de
Janeiro, responsável direto pela proteção dos recursos ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e
naturais do estado. Conceder licenciamentos de recuperação de populações viáveis de espécies em seus
exploração, monitorar o uso e qualidade das águas, meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou
executar projetos de recuperação ambiental no território cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas
etc., são funções pertinentes ao órgão. O IAT propriedades características;
(Instituto Água e Terra), outro órgão seccional, é o
VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise
órgão ambiental do Paraná, e realiza as mesmas
assegurar a conservação da diversidade biológica e dos
funções do Inep, mas no seu respectivo estado. A Sede
ecossistemas;
(Secretaria Municipal do Meio Ambiente) é órgão
ambiental do município de Curitiba. A lógica é a mesma: IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo,
as atividades ambientais, previstas na legislação, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
relativas ao território e à jurisdição curitibana são de X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso,
responsabilidade da Sede. Todos estes órgãos comercial ou não, dos recursos naturais;
compõem, também, o SISNAMA. XI - uso sustentável: exploração do ambiente de
maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
LEI N° 9.985/2000 (SISTEMA NACIONAL DE biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA socialmente justa e economicamente viável;
NATUREZA) XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na
Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da coleta e extração, de modo sustentável, de recursos
Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de naturais renováveis;
Unidades de Conservação da Natureza e dá outras XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou
providências. de uma população silvestre degradada a uma condição não
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte de uma população silvestre degradada o mais próximo
Lei: possível da sua condição original;
CAPÍTULO I XV - (VETADO)
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de uma unidade de conservação com objetivos de manejo e
Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, normas específicos, com o propósito de proporcionar os
estabelece critérios e normas para a criação, implantação e meios e as condições para que todos os objetivos da
gestão das unidades de conservação. unidade possam ser alcançados de forma harmônica e
Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se eficaz;
por: XVII - plano de manejo: documento técnico mediante
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento
características naturais relevantes, legalmente instituído e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites dos recursos naturais, inclusive a implantação das
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
aplicam garantias adequadas de proteção; XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma
II - conservação da natureza: o manejo do uso unidade de conservação, onde as atividades humanas
humano da natureza, compreendendo a preservação, a estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o
manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a propósito de minimizar os impactos negativos sobre a
recuperação do ambiente natural, para que possa produzir unidade; e
o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais XIX - corredores ecológicos: porções de
gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades
necessidades e aspirações das gerações futuras, e de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de
garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral; genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de
III - diversidade biológica: a variabilidade de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem
organismos vivos de todas as origens, compreendendo, como a manutenção de populações que demandam para
dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela
outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos das unidades individuais.
de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade CAPÍTULO II
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas; DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE
IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas CONSERVAÇÃO
interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar DA NATUREZA – SNUC
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a Art. 3o O Sistema Nacional de Unidades de
fauna e a flora; Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo
V - preservação: conjunto de métodos, conjunto das unidades de conservação federais, estaduais
procedimentos e políticas que visem a proteção a longo e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 71
Art. 4o O SNUC tem os seguintes objetivos: águas circundantes, considerando as condições e
I - contribuir para a manutenção da diversidade necessidades sociais e econômicas locais;
biológica e dos recursos genéticos no território nacional e IX - considerem as condições e necessidades das
nas águas jurisdicionais; populações locais no desenvolvimento e adaptação de
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no métodos e técnicas de uso sustentável dos recursos
âmbito regional e nacional; naturais;
III - contribuir para a preservação e a restauração da X - garantam às populações tradicionais cuja
diversidade de ecossistemas naturais; subsistência dependa da utilização de recursos naturais
existentes no interior das unidades de conservação meios
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir
de subsistência alternativos ou a justa indenização pelos
dos recursos naturais;
recursos perdidos;
V - promover a utilização dos princípios e práticas de
XI - garantam uma alocação adequada dos recursos
conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
financeiros necessários para que, uma vez criadas, as
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de unidades de conservação possam ser geridas de forma
notável beleza cênica; eficaz e atender aos seus objetivos;
VII - proteger as características relevantes de XII - busquem conferir às unidades de conservação,
natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, nos casos possíveis e respeitadas as conveniências da
arqueológica, paleontológica e cultural; administração, autonomia administrativa e financeira; e
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de
edáficos; um conjunto integrado de unidades de conservação de
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas
degradados; respectivas zonas de amortecimento e corredores
X - proporcionar meios e incentivos para atividades ecológicos, integrando as diferentes atividades de
de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; preservação da natureza, uso sustentável dos recursos
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas.
biológica; Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos,
XII - favorecer condições e promover a educação e com as respectivas atribuições:
interpretação ambiental, a recreação em contato com a I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
natureza e o turismo ecológico; Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuições
XIII - proteger os recursos naturais necessários à de acompanhar a implementação do Sistema;
subsistência de populações tradicionais, respeitando e II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com
valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo- a finalidade de coordenar o Sistema; e
as social e economicamente. III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o
Art. 5o O SNUC será regido por diretrizes que: Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e
I - assegurem que no conjunto das unidades de municipais, com a função de implementar o SNUC,
conservação estejam representadas amostras significativas subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades
e ecologicamente viáveis das diferentes populações, de conservação federais, estaduais e municipais, nas
habitats e ecossistemas do território nacional e das águas respectivas esferas de atuação. (Redação dada pela Lei nº
jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico 11.516, 2007)
existente; Parágrafo único. Podem integrar o SNUC,
II - assegurem os mecanismos e procedimentos excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de
necessários ao envolvimento da sociedade no conservação estaduais e municipais que, concebidas para
estabelecimento e na revisão da política nacional de atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam
unidades de conservação; objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente
atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas
III - assegurem a participação efetiva das populações características permitam, em relação a estas, uma clara
locais na criação, implantação e gestão das unidades de distinção.
conservação;
CAPÍTULO III
IV - busquem o apoio e a cooperação de DAS CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
organizações não-governamentais, de organizações
privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de Art. 7o As unidades de conservação integrantes do
estudos, pesquisas científicas, práticas de educação SNUC dividem-se em dois grupos, com características
ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico, específicas:
monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão I - Unidades de Proteção Integral;
das unidades de conservação; II - Unidades de Uso Sustentável.
V - incentivem as populações locais e as § 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção
organizações privadas a estabelecerem e administrarem Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o
unidades de conservação dentro do sistema nacional; uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos
VI - assegurem, nos casos possíveis, a casos previstos nesta Lei.
sustentabilidade econômica das unidades de conservação; § 2o O objetivo básico das Unidades de Uso
VII - permitam o uso das unidades de conservação Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza
para a conservação in situ de populações das variantes com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
genéticas selvagens dos animais e plantas domesticados e naturais.
recursos genéticos silvestres; Art. 8o O grupo das Unidades de Proteção Integral é
VIII - assegurem que o processo de criação e a composto pelas seguintes categorias de unidade de
gestão das unidades de conservação sejam feitos de forma conservação:
integrada com as políticas de administração das terras e I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
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72 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
III - Parque Nacional; § 3o A pesquisa científica depende de autorização
IV - Monumento Natural; prévia do órgão responsável pela administração da unidade
e está sujeita às condições e restrições por este
V - Refúgio de Vida Silvestre.
estabelecidas, bem como àquelas previstas em
Art. 9o A Estação Ecológica tem como objetivo a regulamento.
preservação da natureza e a realização de pesquisas
§ 4o As unidades dessa categoria, quando criadas
científicas.
pelo Estado ou Município, serão denominadas,
§ 1o A Estação Ecológica é de posse e domínio respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus Municipal.
limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe
Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo
a lei.
básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de
§ 2o É proibida a visitação pública, exceto quando grande beleza cênica.
com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o
§ 1o O Monumento Natural pode ser constituído por
Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.
áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar
§ 3o A pesquisa científica depende de autorização os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos
prévia do órgão responsável pela administração da unidade recursos naturais do local pelos proprietários.
e está sujeita às condições e restrições por este
§ 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da
estabelecidas, bem como àquelas previstas em
área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência
regulamento.
do proprietário às condições propostas pelo órgão
§ 4o Na Estação Ecológica só podem ser permitidas responsável pela administração da unidade para a
alterações dos ecossistemas no caso de: coexistência do Monumento Natural com o uso da
I - medidas que visem a restauração de ecossistemas propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com
modificados; o que dispõe a lei.
II - manejo de espécies com o fim de preservar a § 3o A visitação pública está sujeita às condições e
diversidade biológica; restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às
III - coleta de componentes dos ecossistemas com normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua
finalidades científicas; administração e àquelas previstas em regulamento.
IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como
ambiente seja maior do que aquele causado pela simples objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram
observação ou pela coleta controlada de componentes dos condições para a existência ou reprodução de espécies ou
ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo comunidades da flora local e da fauna residente ou
três por cento da extensão total da unidade e até o limite de migratória.
um mil e quinhentos hectares. § 1o O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído
Art. 10. A Reserva Biológica tem como objetivo a por áreas particulares, desde que seja possível
preservação integral da biota e demais atributos naturais compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da
existentes em seus limites, sem interferência humana direta terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de § 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência
manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio do proprietário às condições propostas pelo órgão
natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos responsável pela administração da unidade para a
naturais. coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da
§ 1o A Reserva Biológica é de posse e domínio propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus o que dispõe a lei.
limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe § 3o A visitação pública está sujeita às normas e
a lei. restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às
§ 2o É proibida a visitação pública, exceto aquela normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua
com objetivo educacional, de acordo com regulamento administração, e àquelas previstas em regulamento.
específico. § 4o A pesquisa científica depende de autorização
§ 3o A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade
prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este
e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
regulamento. Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso
Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico Sustentável as seguintes categorias de unidade de
a preservação de ecossistemas naturais de grande conservação:
relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a I - Área de Proteção Ambiental;
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
atividades de educação e interpretação ambiental, de
III - Floresta Nacional;
recreação em contato com a natureza e de turismo
ecológico. IV - Reserva Extrativista;
§ 1o O Parque Nacional é de posse e domínio V - Reserva de Fauna;
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
a lei.
Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em
§ 2o A visitação pública está sujeita às normas e geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua especialmente importantes para a qualidade de vida e o
administração, e àquelas previstas em regulamento. bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 73
básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o agricultura de subsistência e na criação de animais de
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os
uso dos recursos naturais. meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar
§ 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída por o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
terras públicas ou privadas. § 1o A Reserva Extrativista é de domínio público, com
§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem uso concedido às populações extrativistas tradicionais
ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em
uma propriedade privada localizada em uma Área de regulamentação específica, sendo que as áreas
Proteção Ambiental. particulares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 3o As condições para a realização de pesquisa
científica e visitação pública nas áreas sob domínio público § 2o A Reserva Extrativista será gerida por um
serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável
por sua administração e constituído por representantes de
§ 4o Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao
órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das
proprietário estabelecer as condições para pesquisa e
populações tradicionais residentes na área, conforme se
visitação pelo público, observadas as exigências e
dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.
restrições legais.
§ 3o A visitação pública é permitida, desde que
§ 5o A Área de Proteção Ambiental disporá de um
compatível com os interesses locais e de acordo com o
Conselho presidido pelo órgão responsável por sua
disposto no Plano de Manejo da área.
administração e constituído por representantes dos órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil e da § 4o A pesquisa científica é permitida e incentivada,
população residente, conforme se dispuser no regulamento sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável
desta Lei. pela administração da unidade, às condições e restrições
por este estabelecidas e às normas previstas em
Art. 16. A Área de Relevante Interesse Ecológico é
regulamento.
uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou
nenhuma ocupação humana, com características naturais § 5o O Plano de Manejo da unidade será aprovado
extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota pelo seu Conselho Deliberativo.
regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas § 6o São proibidas a exploração de recursos minerais
naturais de importância regional ou local e regular o uso e a caça amadorística ou profissional.
admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com § 7o A exploração comercial de recursos madeireiros
os objetivos de conservação da natureza. só será admitida em bases sustentáveis e em situações
§ 1o A Área de Relevante Interesse Ecológico é especiais e complementares às demais atividades
constituída por terras públicas ou privadas. desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto
§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com
uma propriedade privada localizada em uma Área de populações animais de espécies nativas, terrestres ou
Relevante Interesse Ecológico. aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para
Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico
cobertura florestal de espécies predominantemente nativas sustentável de recursos faunísticos.
e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos § 1o A Reserva de Fauna é de posse e domínio
recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus
métodos para exploração sustentável de florestas nativas. limites devem ser desapropriadas de acordo com o que
§ 1o A Floresta Nacional é de posse e domínio dispõe a lei.
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus § 2o A visitação pública pode ser permitida, desde
limites devem ser desapropriadas de acordo com o que que compatível com o manejo da unidade e de acordo com
dispõe a lei. as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua
§ 2o Nas Florestas Nacionais é admitida a administração.
permanência de populações tradicionais que a habitam § 3o É proibido o exercício da caça amadorística ou
quando de sua criação, em conformidade com o disposto profissional.
em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. § 4o A comercialização dos produtos e subprodutos
§ 3o A visitação pública é permitida, condicionada às resultantes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis
normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão sobre fauna e regulamentos.
responsável por sua administração. Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável
§ 4o A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando- é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja
se à prévia autorização do órgão responsável pela existência baseia-se em sistemas sustentáveis de
administração da unidade, às condições e restrições por exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo
este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento. de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e
§ 5o A Floresta Nacional disporá de um Conselho que desempenham um papel fundamental na proteção da
Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua natureza e na manutenção da diversidade
administração e constituído por representantes de órgãos biológica.(Regulamento)
públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for § 1o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem
o caso, das populações tradicionais residentes. como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo
§ 6o A unidade desta categoria, quando criada pelo tempo, assegurar as condições e os meios necessários
Estado ou Município, será denominada, respectivamente, para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade
Floresta Estadual e Floresta Municipal. de vida e exploração dos recursos naturais das populações
tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o
Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada
conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente,
por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência
desenvolvido por estas populações.
baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na

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74 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 2o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de permitam identificar a localização, a dimensão e os limites
domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em
em seus limites devem ser, quando necessário, regulamento.
desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. § 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o
§ 3o O uso das áreas ocupadas pelas populações Poder Público é obrigado a fornecer informações
tradicionais será regulado de acordo com o disposto no art. adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes
23 desta Lei e em regulamentação específica. interessadas.
§ 4o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será § 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva
gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o §
responsável por sua administração e constituído por 2o deste artigo.
representantes de órgãos públicos, de organizações da § 5o As unidades de conservação do grupo de Uso
sociedade civil e das populações tradicionais residentes na Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente
área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento
criação da unidade. normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a
§ 5o As atividades desenvolvidas na Reserva de unidade, desde que obedecidos os procedimentos de
Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
condições: § 6o A ampliação dos limites de uma unidade de
I - é permitida e incentivada a visitação pública, conservação, sem modificação dos seus limites originais,
desde que compatível com os interesses locais e de acordo exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por
com o disposto no Plano de Manejo da área; instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que
II - é permitida e incentivada a pesquisa científica criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos
voltada à conservação da natureza, à melhor relação das de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
populações residentes com seu meio e à educação § 7o A desafetação ou redução dos limites de uma
ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão unidade de conservação só pode ser feita mediante lei
responsável pela administração da unidade, às condições e específica.
restrições por este estabelecidas e às normas previstas em Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as
regulamento; atividades agropecuárias e outras atividades econômicas
III - deve ser sempre considerado o equilíbrio em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da
dinâmico entre o tamanho da população e a conservação; e lei, decretar limitações administrativas provisórias ao
IV - é admitida a exploração de componentes dos exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou
ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e potencialmente causadores de degradação ambiental, para
a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, a realização de estudos com vistas na criação de Unidade
desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental
ao Plano de Manejo da área. competente, houver risco de dano grave aos recursos
naturais ali existentes. (Vide Medida Provisória nº 239, de
§ 6o O Plano de Manejo da Reserva de
2005) (Incluído pela Lei nº 11.132, de 2005) (Vide Decreto
Desenvolvimento Sustentável definirá as zonas de proteção
de 2 de janeiro de 2005)
integral, de uso sustentável e de amortecimento e
corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho § 1o Sem prejuízo da restrição e observada a
Deliberativo da unidade. ressalva constante do caput, na área submetida a limitações
administrativas, não serão permitidas atividades que
Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é
importem em exploração a corte raso da floresta e demais
uma área privada, gravada com perpetuidade, com o
formas de vegetação nativa. (Vide Medida Provisória nº
objetivo de conservar a diversidade biológica.
239, de 2005) (Incluído pela Lei nº 11.132, de 2005)
§ 1o O gravame de que trata este artigo constará de
§ 2o A destinação final da área submetida ao disposto
termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental,
neste artigo será definida no prazo de 7 (sete) meses,
que verificará a existência de interesse público, e será
improrrogáveis, findo o qual fica extinta a limitação
averbado à margem da inscrição no Registro Público de
administrativa. (Vide Medida Provisória nº 239, de
Imóveis.
2005) (Incluído pela Lei nº 11.132, de 2005)
§ 2o Só poderá ser permitida, na Reserva Particular
Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas
do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em
populações tradicionais nas Reservas Extrativistas e
regulamento:
Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão regulados
I - a pesquisa científica; por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta
II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e Lei.
educacionais; § 1o As populações de que trata este artigo obrigam-
III - (VETADO) se a participar da preservação, recuperação, defesa e
§ 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que manutenção da unidade de conservação.
possível e oportuno, prestarão orientação técnica e § 2o O uso dos recursos naturais pelas populações
científica ao proprietário de Reserva Particular do de que trata este artigo obedecerá às seguintes normas:
Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de I - proibição do uso de espécies localmente
Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade. ameaçadas de extinção ou de práticas que danifiquem os
CAPÍTULO IV seus habitats;
DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS II - proibição de práticas ou atividades que impeçam
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO a regeneração natural dos ecossistemas;
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por III - demais normas estabelecidas na legislação, no
ato do Poder Público. Plano de Manejo da unidade de conservação e no contrato
§ 1o (VETADO) de concessão de direito real de uso.
§ 2o A criação de uma unidade de conservação deve
ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 75
Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que Parágrafo único. Até que seja elaborado o Plano de
influírem na estabilidade do ecossistema, integram os Manejo, todas as atividades e obras desenvolvidas nas
limites das unidades de conservação. unidades de conservação de proteção integral devem se
Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de limitar àquelas destinadas a garantir a integridade dos
Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio recursos que a unidade objetiva proteger, assegurando-se
Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, às populações tradicionais porventura residentes na área as
quando conveniente, corredores ecológicos. condições e os meios necessários para a satisfação de suas
necessidades materiais, sociais e culturais.
§ 1o O órgão responsável pela administração da
unidade estabelecerá normas específicas regulamentando Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo de
a ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento Proteção Integral disporá de um Conselho Consultivo,
e dos corredores ecológicos de uma unidade de presidido pelo órgão responsável por sua administração e
conservação. constituído por representantes de órgãos públicos, de
organizações da sociedade civil, por proprietários de terras
§ 2o Os limites da zona de amortecimento e dos
localizadas em Refúgio de Vida Silvestre ou Monumento
corredores ecológicos e as respectivas normas de que trata
Natural, quando for o caso, e, na hipótese prevista no §
o § 1o poderão ser definidas no ato de criação da unidade
2o do art. 42, das populações tradicionais residentes,
ou posteriormente.
conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação
Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de da unidade.(Regulamento)
conservação de categorias diferentes ou não, próximas,
Art. 30. As unidades de conservação podem ser
justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas
geridas por organizações da sociedade civil de interesse
públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do
público com objetivos afins aos da unidade, mediante
conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa,
instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua
considerando-se os seus distintos objetivos de
gestão.(Regulamento)
conservação, de forma a compatibilizar a presença da
biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de
desenvolvimento sustentável no contexto regional. conservação de espécies não autóctones.
Parágrafo único. O regulamento desta Lei disporá § 1o Excetuam-se do disposto neste artigo as Áreas
sobre a forma de gestão integrada do conjunto das de Proteção Ambiental, as Florestas Nacionais, as
unidades. Reservas Extrativistas e as Reservas de Desenvolvimento
Sustentável, bem como os animais e plantas necessários à
Art. 27. As unidades de conservação devem dispor
administração e às atividades das demais categorias de
de um Plano de Manejo. (Regulamento)
unidades de conservação, de acordo com o que se dispuser
§ 1o O Plano de Manejo deve abranger a área da em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os
§ 2o Nas áreas particulares localizadas em Refúgios
corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de
de Vida Silvestre e Monumentos Naturais podem ser
promover sua integração à vida econômica e social das
criados animais domésticos e cultivadas plantas
comunidades vizinhas.
considerados compatíveis com as finalidades da unidade,
§ 2o Na elaboração, atualização e implementação do de acordo com o que dispuser o seu Plano de Manejo.
Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas
Art. 32. Os órgãos executores articular-se-ão com a
de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção
comunidade científica com o propósito de incentivar o
Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das
desenvolvimento de pesquisas sobre a fauna, a flora e a
Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada
ecologia das unidades de conservação e sobre formas de
a ampla participação da população residente.
uso sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o
§ 3o O Plano de Manejo de uma unidade de conhecimento das populações tradicionais.
conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a
§ 1o As pesquisas científicas nas unidades de
partir da data de sua criação.
conservação não podem colocar em risco a sobrevivência
§ 4o O Plano de Manejo poderá dispor sobre as das espécies integrantes dos ecossistemas protegidos.
atividades de liberação planejada e cultivo de organismos
§ 2o A realização de pesquisas científicas nas
geneticamente modificados nas Áreas de Proteção
unidades de conservação, exceto Área de Proteção
Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais
Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural,
categorias de unidade de conservação, observadas as
depende de aprovação prévia e está sujeita à fiscalização
informações contidas na decisão técnica da Comissão
do órgão responsável por sua administração.
Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio
sobre: (Incluído pela Lei nº 11.460, de 2007) § 3o Os órgãos competentes podem transferir para as
instituições de pesquisa nacionais, mediante acordo, a
I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e
atribuição de aprovar a realização de pesquisas científicas
parentes silvestres; (Incluído pela Lei nº 11.460, de 2007)
e de credenciar pesquisadores para trabalharem nas
II - as características de reprodução, dispersão e unidades de conservação.
sobrevivência do organismo geneticamente
Art. 33. A exploração comercial de produtos,
modificado; (Incluído pela Lei nº 11.460, de 2007)
subprodutos ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir
III - o isolamento reprodutivo do organismo dos recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da
geneticamente modificado em relação aos seus ancestrais exploração da imagem de unidade de conservação, exceto
diretos e parentes silvestres; e (Incluído pela Lei nº 11.460, Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do
de 2007) Patrimônio Natural, dependerá de prévia autorização e
IV - situações de risco do organismo geneticamente sujeitará o explorador a pagamento, conforme disposto em
modificado à biodiversidade. (Incluído pela Lei nº 11.460, de regulamento.(Regulamento)
2007) Art. 34. Os órgãos responsáveis pela administração
Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, das unidades de conservação podem receber recursos ou
quaisquer alterações, atividades ou modalidades de doações de qualquer natureza, nacionais ou internacionais,
utilização em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano com ou sem encargos, provenientes de organizações
de Manejo e seus regulamentos.
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76 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
privadas ou públicas ou de pessoas físicas que desejarem "§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de
colaborar com a sua conservação. Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas
Parágrafo único. A administração dos recursos Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais
obtidos cabe ao órgão gestor da unidade, e estes serão e os Refúgios de Vida Silvestre." (NR)
utilizados exclusivamente na sua implantação, gestão e "§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas
manutenção. de extinção no interior das Unidades de Conservação de
Art. 35. Os recursos obtidos pelas unidades de Proteção Integral será considerada circunstância agravante
conservação do Grupo de Proteção Integral mediante a para a fixação da pena." (NR)
cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes "§ 3o ............."
de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade Art. 40. Acrescente-se à Lei no 9.605, de 1998, o
serão aplicados de acordo com os seguintes critérios: seguinte art. 40-A:
I - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e "Art. 40-A. (VETADO)
cinco por cento, na implementação, manutenção e gestão
"§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso
da própria unidade;
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de
II - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as
cinco por cento, na regularização fundiária das unidades de Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas
conservação do Grupo; de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas
III - até cinqüenta por cento, e não menos que quinze Particulares do Patrimônio Natural." (AC)
por cento, na implementação, manutenção e gestão de "§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas
outras unidades de conservação do Grupo de Proteção de extinção no interior das Unidades de Conservação de
Integral. Uso Sustentável será considerada circunstância agravante
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de para a fixação da pena." (AC)
empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim "§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
considerado pelo órgão ambiental competente, com metade." (AC)
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo
CAPÍTULO VI
relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a
DAS RESERVAS DA BIOSFERA
implantação e manutenção de unidade de conservação do
Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado
artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento) internacionalmente, de gestão integrada, participativa e
sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos
§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo
de preservação da diversidade biológica, o
empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a
desenvolvimento de atividades de pesquisa, o
meio por cento dos custos totais previstos para a
monitoramento ambiental, a educação ambiental, o
implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado
desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de
pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de
vida das populações.
impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide
ADIN nº 3.378-6, de 2008) § 1o A Reserva da Biosfera é constituída por:
§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir I - uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção
as unidades de conservação a serem beneficiadas, integral da natureza;
considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde só
ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser são admitidas atividades que não resultem em dano para as
contemplada a criação de novas unidades de conservação. áreas-núcleo; e
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de III - uma ou várias zonas de transição, sem limites
conservação específica ou sua zona de amortecimento, o rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos
licenciamento a que se refere o caput deste artigo só recursos naturais são planejados e conduzidos de modo
poderá ser concedido mediante autorização do órgão participativo e em bases sustentáveis.
responsável por sua administração, e a unidade afetada, § 2o A Reserva da Biosfera é constituída por áreas
mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, de domínio público ou privado.
deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida § 3o A Reserva da Biosfera pode ser integrada por
neste artigo. unidades de conservação já criadas pelo Poder Público,
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo respeitadas as normas legais que disciplinam o manejo de
poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em cada categoria específica.
unidades de conservação de posse e domínio públicos do § 4o A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho
grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas na Deliberativo, formado por representantes de instituições
Amazônia Legal. (Incluído pela Lei nº 13.668, de 2018) públicas, de organizações da sociedade civil e da
CAPÍTULO V população residente, conforme se dispuser em regulamento
DOS INCENTIVOS, ISENÇÕES E PENALIDADES e no ato de constituição da unidade.
Art. 37. (VETADO) § 5o A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo
Art. 38. A ação ou omissão das pessoas físicas ou Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera –
jurídicas que importem inobservância aos preceitos desta MAB", estabelecido pela Unesco, organização da qual o
Lei e a seus regulamentos ou resultem em dano à flora, à Brasil é membro.
fauna e aos demais atributos naturais das unidades de CAPÍTULO VII
conservação, bem como às suas instalações e às zonas de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
amortecimento e corredores ecológicos, sujeitam os Art. 42. As populações tradicionais residentes em
infratores às sanções previstas em lei. unidades de conservação nas quais sua permanência não
Art. 39. Dê-se ao art. 40 da Lei no 9.605, de 12 de seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas
fevereiro de 1998, a seguinte redação: benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo
"Art. 40. (VETADO) Poder Público, em local e condições acordados entre as
partes.(Regulamento)
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 77
§ 1o O Poder Público, por meio do órgão competente, Parágrafo único. A zona de amortecimento das
priorizará o reassentamento das populações tradicionais a unidades de conservação de que trata este artigo, uma vez
serem realocadas. definida formalmente, não pode ser transformada em zona
§ 2o Até que seja possível efetuar o reassentamento urbana.
de que trata este artigo, serão estabelecidas normas e Art. 50. O Ministério do Meio Ambiente organizará e
ações específicas destinadas a compatibilizar a presença manterá um Cadastro Nacional de Unidades de
das populações tradicionais residentes com os objetivos da Conservação, com a colaboração do Ibama e dos órgãos
unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de estaduais e municipais competentes.
subsistência e dos locais de moradia destas populações, § 1o O Cadastro a que se refere este artigo conterá
assegurando-se a sua participação na elaboração das os dados principais de cada unidade de conservação,
referidas normas e ações. incluindo, dentre outras características relevantes,
§ 3o Na hipótese prevista no § 2o, as normas informações sobre espécies ameaçadas de extinção,
regulando o prazo de permanência e suas condições serão situação fundiária, recursos hídricos, clima, solos e
estabelecidas em regulamento. aspectos socioculturais e antropológicos.
Art. 43. O Poder Público fará o levantamento § 2o O Ministério do Meio Ambiente divulgará e
nacional das terras devolutas, com o objetivo de definir colocará à disposição do público interessado os dados
áreas destinadas à conservação da natureza, no prazo de constantes do Cadastro.
cinco anos após a publicação desta Lei. Art. 51. O Poder Executivo Federal submeterá à
Art. 44. As ilhas oceânicas e costeiras destinam-se apreciação do Congresso Nacional, a cada dois anos, um
prioritariamente à proteção da natureza e sua destinação relatório de avaliação global da situação das unidades de
para fins diversos deve ser precedida de autorização do conservação federais do País.
órgão ambiental competente. Art. 52. Os mapas e cartas oficiais devem indicar as
Parágrafo único. Estão dispensados da autorização áreas que compõem o SNUC.
citada no caput os órgãos que se utilizam das citadas ilhas Art. 53. O Ibama elaborará e divulgará
por força de dispositivos legais ou quando decorrente de periodicamente uma relação revista e atualizada das
compromissos legais assumidos. espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção no
Art. 45. Excluem-se das indenizações referentes à território brasileiro.
regularização fundiária das unidades de conservação, Parágrafo único. O Ibama incentivará os
derivadas ou não de desapropriação: competentes órgãos estaduais e municipais a elaborarem
I - (VETADO) relações equivalentes abrangendo suas respectivas áreas
II - (VETADO) de jurisdição.
III - as espécies arbóreas declaradas imunes de corte Art. 54. O Ibama, excepcionalmente, pode permitir a
pelo Poder Público; captura de exemplares de espécies ameaçadas de extinção
destinadas a programas de criação em cativeiro ou
IV - expectativas de ganhos e lucro cessante;
formação de coleções científicas, de acordo com o disposto
V - o resultado de cálculo efetuado mediante a nesta Lei e em regulamentação específica.
operação de juros compostos;
Art. 55. As unidades de conservação e áreas
VI - as áreas que não tenham prova de domínio protegidas criadas com base nas legislações anteriores e
inequívoco e anterior à criação da unidade. que não pertençam às categorias previstas nesta Lei serão
Art. 46. A instalação de redes de abastecimento de reavaliadas, no todo ou em parte, no prazo de até dois anos,
água, esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral, em com o objetivo de definir sua destinação com base na
unidades de conservação onde estes equipamentos são categoria e função para as quais foram criadas, conforme o
admitidos depende de prévia aprovação do órgão disposto no regulamento desta
responsável por sua administração, sem prejuízo da Lei. (Regulamento) (Regulamento)
necessidade de elaboração de estudos de impacto Art. 56. (VETADO)
ambiental e outras exigências legais.
Art. 57. Os órgãos federais responsáveis pela
Parágrafo único. Esta mesma condição se aplica à execução das políticas ambiental e indigenista deverão
zona de amortecimento das unidades do Grupo de Proteção instituir grupos de trabalho para, no prazo de cento e oitenta
Integral, bem como às áreas de propriedade privada dias a partir da vigência desta Lei, propor as diretrizes a
inseridas nos limites dessas unidades e ainda não serem adotadas com vistas à regularização das eventuais
indenizadas. superposições entre áreas indígenas e unidades de
Art. 47. O órgão ou empresa, público ou privado, conservação.
responsável pelo abastecimento de água ou que faça uso Parágrafo único. No ato de criação dos grupos de
de recursos hídricos, beneficiário da proteção trabalho serão fixados os participantes, bem como a
proporcionada por uma unidade de conservação, deve estratégia de ação e a abrangência dos trabalhos, garantida
contribuir financeiramente para a proteção e implementação a participação das comunidades envolvidas.
da unidade, de acordo com o disposto em regulamentação
Art. 57-A. O Poder Executivo estabelecerá os limites
específica.(Regulamento)
para o plantio de organismos geneticamente modificados
Art. 48. O órgão ou empresa, público ou privado, nas áreas que circundam as unidades de conservação até
responsável pela geração e distribuição de energia elétrica, que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o
beneficiário da proteção oferecida por uma unidade de seu respectivo Plano de Manejo. (Incluído pela Lei nº
conservação, deve contribuir financeiramente para a 11.460, de 2007)
proteção e implementação da unidade, de acordo com o
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
disposto em regulamentação específica.(Regulamento)
não se aplica às Áreas de Proteção Ambiental e Reservas
Art. 49. A área de uma unidade de conservação do de Particulares do Patrimônio Nacional. (Incluído pela Lei nº
Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural, para 11.460, de 2007) Regulamento.
os efeitos legais.

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78 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Art. 58. O Poder Executivo regulamentará esta Lei, D manejo: definição de setores ou zonas em uma unidade
no que for necessário à sua aplicação, no prazo de cento e de conservação com objetivos de manejo e normas
oitenta dias a partir da data de sua publicação. específicos, com o propósito de proporcionar os meios
Art. 59. Esta Lei entra em vigor na data de sua e as condições para que todos os objetivos da unidade
publicação. possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.
Art. 60. Revogam-se os arts. 5o e 6o da Lei no 4.771, E recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma
de 15 de setembro de 1965; o art. 5o da Lei no 5.197, de 3 população silvestre degradada o mais próximo possível
de janeiro de 1967; e o art. 18 da Lei no 6.938, de 31 de da sua condição original.
agosto de 1981.
Brasília, 18 de julho de 2000; 179o da Independência e 04. (CONSULPAM - CODESSUL - Fiscal de Licenciamento
112o da República. Ambiental – 2021) Assinale a alternativa que
MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL corresponde a uma Unidade de Uso Sustentável,
José Sarney Filho conforme a Lei n.º 9.985/00.
A Parque Nacional.
QUESTÕES DE CONCURSOS B Monumento Natural.
01. (CESPE/CEBRASPE. - MPDFT - Promotor de Justiça C Refúgio de Vida Silvestre.
Adjunto - 1º Simulado – 2021) Segundo estabelece a Lei D Floresta Nacional.
n. 9.985/2000, o documento técnico mediante o qual,
com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade
05. (IBFC - SEAP PR - Agente Profissional - Engenheiro
de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as
Civil – 2021) O Sistema Nacional das Unidades de
normas que devem presidir o uso da área e o manejo
Conservação (SNUC) é abordado pela Lei n°
dos recursos naturais, inclusive a implantação das
9.985/2000. Conforme o disposto nesse diploma legal,
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade,
assinale a alternativa que apresente corretamente uma
denomina-se:
Unidade de Proteção Integral:
A estudo prévio de impacto ambiental.
A Floresta Nacional
B licença ambiental.
B Reserva Extrativista
C plano de manejo.
C Refúgio de Vida Silvestre
D zona de amortecimento.
D Reserva de Fauna
E relatório de impacto ambiental.
E Reserva Particular do Patrimônio Natural

02. (URCA - Prefeitura de Crato - Fiscal Ambiental – 2021)


Gabarito: 01/C; 02/C; 03/B; 04/D
De acordo com a Lei Federal nº 9.985/2009 (Art. 16º),
uma área de pequena extensão com pouca ou nenhuma
ocupação humana com características naturais
extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota
regional, e com o objetivo de manter os ecossistemas DECRETO N° 7.830/2012
naturais de importância regional ou local, é denominada:
Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental
A Reserva de Fauna. Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece
B Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN. normas de caráter geral aos Programas de
C Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE. Regularizaçã o Ambiental, de que trata a Lei
D Refúgio de Vida Silvestre. nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e dá outras
providências.
E Reserva Biológica.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI,
03. (AOCP. - PC PA - Delegado de Polícia Civil- 7º Simulado alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
– 2021) Com relação aos conceitos trazidos pela Lei n. n º 12.651, de 25 de maio de 2012,
9.985/2000, assinale a alternativa CORRETA. DECRETA:
Para os fins previstos nessa Lei, entende- se por: CAPÍTULO I
A unidade de conservação: a atmosfera, as águas DISPOSIÇÕES GERAIS
interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o
mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da Art. 1 º Este Decreto dispõe sobre o Sistema de
biosfera, a fauna e a flora. Cadastro Ambiental Rural - SICAR, sobre o Cadastro
Ambiental Rural - CAR, e estabelece normas de caráter
B conservação da natureza: o manejo do uso humano da geral aos Programas de Regularização Ambiental - PRA, de
natureza, compreendendo a preservação, a que trata a Lei n º 12.651, de 25 de maio de 2012.
manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a
recuperação do ambiente natural, para que possa Art. 2 º Para os efeitos deste Decreto entende-se
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às por:
atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer I - Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR -
as necessidades e aspirações das gerações futuras, e sistema eletrônico de âmbito nacional destinado ao
garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. gerenciamento de informações ambientais dos imóveis
C diversidade biológica: conjunto de métodos, rurais;
procedimentos e políticas que visem a proteção a longo II - Cadastro Ambiental Rural - CAR - registro
prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da eletrônico de abrangência nacional junto ao órgão
manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a ambiental competente, no âmbito do Sistema Nacional de
simplificação dos sistemas naturais. Informação sobre Meio Ambiente – SINIMA, obrigatório
para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 79
informações ambientais das propriedades e posses rurais, XVIII - Cota de Reserva Ambiental - CRA - título
compondo base de dados para controle, monitoramento, nominativo representativo de área com vegetação nativa
planejamento ambiental e econômico e combate ao existente ou em processo de recuperação conforme o
desmatamento; disposto no art. 44 da Lei nº 12.651, de 2012 .
III - termo de compromisso - documento formal de CAPÍTULO II
adesão ao Programa de Regularização Ambiental - PRA, DO SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL
que contenha, no mínimo, os compromissos de manter, E DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL
recuperar ou recompor as áreas de preservação
Seção I
permanente, de reserva legal e de uso restrito do imóvel
rural, ou ainda de compensar áreas de reserva legal; Do Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR
IV - área de remanescente de vegetação nativa - Art. 3 º Fica criado o Sistema de Cadastro Ambiental
área com vegetação nativa em estágio primário ou Rural - SICAR, com os seguintes objetivos:
secundário avançado de regeneração; I - receber, gerenciar e integrar os dados do CAR de
V - área degradada - área que se encontra alterada todos os entes federativos;
em função de impacto antrópico, sem capacidade de II - cadastrar e controlar as informações dos imóveis
regeneração natural; rurais, referentes a seu perímetro e lo calização, aos
VI - área alterada - área que após o impacto ainda remanescentes de vegetação nativa, às áreas de interesse
mantém capacidade de regeneração natural; social, às áreas de utilidade pública, às Áreas de
Preservação Permanente, às Áreas de Uso Restrito, às
VII - área abandonada - espaço de produção
áreas consolidadas e às Reservas Legais;
convertido para o uso alternativo do solo sem nenhuma
exploração produtiva há pelo menos trinta e seis meses e III - monitorar a manutenção, a recompo sição, a
não formalmente caracterizado como área de pousio; regeneração, a compensação e a supressão da vegetação
nativa e da cobertura vegetal nas áreas de Preservação
VIII - recomposição - restituição de ecossistema ou
Permanente, de Uso Restrito, e de Reserva Legal, no
de comunidade biológica nativa degradada ou alterada a
interior dos imóveis rurais;
condição não degradada, que pode ser diferente de sua
condição original; IV - promover o planejamento ambiental e
econômico do us o do solo e conservação ambiental no
IX - planta - representação gráfica plana, em escala
território nacional; e
mínima de 1:50.000, que contenha particularidades naturais
e artificiais do imóvel rural; V - disponibilizar informações de natureza pública
sobre a regularização ambiental dos imóveis rurais em
X - croqui - representação gráfica simplificada da
território nacional, na Internet.
situação geográfica do imóvel rural, a partir de ima gem de
satélite georreferenciada disponibilizada via SICAR e que § 1 º Os órgãos integrantes do SINIMA
inclua os remanescentes de vegetação nativa, as servidões, disponibilizarão e m sítio eletrônico localizado na Internet a
as áreas de preservação permanente, as áreas de uso interface de programa de cadastramento integrada ao
restrito, as áreas consolidadas e a localização das reservas SICAR destinado à inscrição, consulta e acompanhamento
legais; da situação da regularização ambiental dos imóveis rurais.
XI - pousio - prática de interrupção temporária de § 2 º Os entes federativos que não disponham de
atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais, por sistema para o cadastramento de imóveis rurais poderão
no máximo cinco anos, para possibilitar a recuperação da utilizar o módulo de cadastro ambiental rural, disponível no
capacidade de uso ou da estrutura física do solo; SICAR, por meio de instrumento de cooperação com o
Ministério do Meio Ambiente.
XII - rio perene - corpo de água lótico que possui
naturalmente escoamento superficial durante todo o § 3 º Os órgãos competentes poderão desenvolver
período do ano; módulos complementares para atender a peculiaridades
locais, desde que sejam compatíveis com o SICAR e
XIII - rio intermitente - corpo de água lótico que
observem os Padrões de Interoperabilidade de Governo
naturalmente não apresenta escoamento superficial por
Eletrônico - e-PING, em linguagem e mecanismos de
períodos do ano;
gestão de dados.
XIV - rio efêmero - corpo de água lótico que possui
§ 4 º O Ministério do Meio Ambiente dis ponibilizará
escoamento superficial apenas durante ou imediatamente
imagens destinadas ao mapeamento das propriedades e
após períodos de precipitação;
posses rurais para compor a base de dados do sistema de
XV - regularização ambiental - atividades informações geográficas do SICAR, com vistas à
desenvolvidas e implementadas no imóvel rural que visem implantação do CAR.
a atender ao disposto na legislação ambiental e, de forma
Art. 4 º Os entes federativos que já disponham de
prioritária, à manutenção e recuperação de áreas de
sistema para o ca dastramento de imóveis rurais deverão
preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito,
integrar sua base de dados ao SICAR, nos termos do inciso
e à compensação da reserva legal, quando couber;
VIII do caput do art. 8º e do inciso VIII do caput do art. 9º
XVI - sistema agroflorestal - sistema de uso e da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011 .
ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são
Seção II
manejadas em associação com plantas herbáceas,
arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em uma Do Cadastro Ambiental Rural
mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo espacial Art. 5 º O Cadastro Ambiental Rural - CAR deverá
e temporal, com alta diversidade de espécies e interações contemplar os dados do proprietário, possuidor rural ou
entre estes componentes; responsável direto pelo imóvel rural, a respectiva planta
XVII - projeto de recomposição de área degradada e georreferenciada do perímetro do imóvel, das áreas de
alterada- instrumento de planejamento das ações de interesse social e das áreas de utilida de pública, com a
recomposição contendo metodologias, cronograma e informação da localização dos remanescentes de
insumos; e vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente,
das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e da
localização das Reservas Legais.

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80 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Art. 6º A inscrição no CAR, obrigatória para todas as CAPÍTULO III
propriedades e posses rurais, tem natureza declaratória e DO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO
permanente, e conterá informações sobre o imóvel rural, AMBIENTAL - PRA
conforme o disposto no art. 21.
Art. 9º Serão instituídos, no âmbito da União, dos
§ 1 º As informações são de responsabilidade do Estados e do Distrito Federal, Programas de Regularização
declarante, que incorrerá em sanções penais e Ambiental - PRAs, que compreenderão o conjunto de ações
administrativas, sem prejuízo de outras previstas na ou iniciativas a serem desenvolvidas por proprietários e
legislação, quando total ou parcialmente falsas, enganosas posseiros rurais com o objetivo de adequar e promover a
ou omissas. regularização ambiental com vistas ao cumprimento do
§ 2 º A inscrição no CAR deverá ser requerida no disposto no Capítulo XIII da Lei no 12.651, de 2012.
prazo de 1 (um) ano contado da sua implantação, Parágrafo único. São instrumentos do Programa de
preferencialmente junto ao órgão ambien tal municipal ou Regularização Ambiental:
estadual competente do Sistema Nacional do Meio
I - o Cadastro Ambiental Rural - CAR, conforme
Ambiente - SISNAMA.
disposto no caput do art. 5º ;
§ 3 º As informações serão atualizadas
II - o termo de compromisso;
periodicamente ou sempre que houver alteração de
natureza dominial ou possessória. III - o Projeto de Recomposição de Áreas
Degradadas e Alteradas; e,
§ 4º A atualização ou alteração dos dados ins eridos
no CAR só poderão ser efetuadas pelo proprietário ou IV - as Cotas de Reserva Ambiental - CRA, quando
possuidor rural ou representante legalmente constituído. couber.
Art. 7 º Caso detectadas pendências ou Art. 10. Os Programas de Regularização Ambiental -
inconsistências nas informações declaradas e nos PRAs deverão ser implantados no prazo de um ano,
documentos apresentados no CAR, o órgão responsável contado da data da publicação da Lei nº 12.651, de
deverá notificar o requerente, de uma única vez, para que 2012, prorrogável por uma única vez, por igual período, por
preste informações complementares ou promova a ato do Chefe do Poder Executivo.
correção e adequação das informações prestadas. Art. 11. A inscrição do imóvel rural no CAR é
§ 1º Na hipótese do caput, o requerente deverá condição obrigatória para a adesão ao PRA, a que deverá
fazer as alterações no prazo estabelecido pelo órgão ser requerida pelo interessado no prazo de um ano, contado
ambiental competente, sob pena de cancelamento da sua a partir da sua implantação, prorrogável por uma única vez,
inscrição no CAR. por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo.
§ 2º Enquanto não houver manifestação do órgão Art. 12. No período entre a publicação da Lei nº
competente acerca de pendências ou inconsistências nas 12.651, de 2012, e a implantação do PRA em cada Estado
informações declaradas e nos documentos apresentados e no Distrito Federal, e após a adesão do interessado ao
para a inscrição no CAR, será considerada efetivada a PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de
inscrição do imóvel rural no CAR, para todos os fins compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser
previstos em lei. autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de
2008, relativas à supressão irregular de vegetação em
§ 3º O órgão ambiental competente poderá realizar
Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de
vistorias de campo sempre que julgar necessário para
uso restrito.
verificação das informações declaradas e
acompanhamento dos compromissos assumidos. Art. 13. A partir da assinatura do termo de
compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes
§ 4º Os documentos comprobatórios das
das infrações mencionadas no art. 12, e cumpridas as
informações declaradas poderão ser solicitados, a qualquer
obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de
tempo, pelo órgão competente, e poderão ser fornecidos
compromisso para a regularização ambiental das
por meio digital.
exigências previstas na Lei nº 12.651, de 2012, nos prazos
Art. 8º Para o registro no CAR dos imóveis rurais e condições neles estabelecidos.
referidos no inciso V do caput do art. 3º , da Lei nº 12.651,
Parágrafo único. As multas decorrentes das
de 2012, será observado procedimento simplificado, nos
infrações referidas no caput serão consideradas como
termos de ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente, no
convertidas em serviços de preservação, melhoria e
qual será obrigatória apenas a identificação do proprietário
recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando
ou possuidor rural, a comprovação da propriedade ou posse
o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no
e a apresentação de croqui que indique o perímetro do
PRA.
imóvel, as Áreas de Preservação Permanente e os
remanescentes que formam a Reserva Legal. Art. 14. O proprietário ou possuidor rural inscrito no
CAR que for autuado pelas infrações cometidas antes de 22
§ 1º Caberá ao proprietário ou possuidor apresentar
de julho de 2008, durante o prazo de que trata o art. 11,
os dados com a identificação da área proposta de Reserva
poderá promover a regularização da situação por meio da
Legal.
adesão ao PRA, aplicando-se-lhe o disposto no art. 13.
§ 2º Caberá aos órgãos competentes integrantes do
Art. 15. Os PRAs a serem instituídos pela União,
SISNAMA, ou instituição por ele habilitada, realizar a
Estados e Distrito Federal deverão incluir mecanismo que
captação das respectivas coordenadas geográficas,
permita o acompanhamento de sua implementação,
devendo o poder público prestar apoio técnico e jurídico,
considerando os objetivos e metas nacionais para florestas,
assegurada a gratuidade de que trata o parágrafo único
especialmente a implementação dos instrumentos previstos
do art. 53 da Lei nº 12.651, de 2012, sendo facultado ao
na Lei nº 12.651, de 2012, a adesão cadastral dos
proprietário ou possuidor fazê-lo por seus próprios meios.
proprietários e possuidores de imóvel rural, a evolução da
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao proprietário regularização das propriedades e posses rurais, o grau de
ou posseiro rural com até quatro módulos fiscais que regularidade do uso de matéria-prima florestal e o controle
desenvolvam atividades agrossilvipastoris, e aos povos e e prevenção de incêndios florestais.
comunidades indígenas e tradicionais que façam uso
Art. 16. As atividades contidas nos Projetos de
coletivo do seu território.
Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas deverão
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 81
ser concluídas de acordo com o cronograma previsto no § 4º Para fins do que dispõe o inciso II do § 4º do art.
Termo de Compromisso. 61-A da Lei nº 12.651, de 2012, a recomposição das faixas
§ 1º A recomposição da Reserva Legal de que trata marginais ao longo dos cursos d’água naturais será de, no
o art. 66 da Lei nº 12.651, de 2012, deverá atender os mínimo:
critérios estipulados pelo órgão competente do SISNAMA e I - vinte metros, contados da borda da calha do leito
ser concluída em até vinte anos, abrangendo, a cada dois regular, para imóveis com área superior a quatro e de até
anos, no mínimo um décimo da área total necessária à sua dez módulos fiscais, nos cursos d’água com até dez metros
complementação. de largura; e
§ 2 º É facultado ao proprietário ou possuidor de II - nos demais casos, extensão correspondente à
imóvel rural, o uso alternativo do solo da área necessária à metade da largura do curso d’água, observado o mínimo de
recomposição ou regeneração da Reserva Legal, trinta e o máximo de cem metros, contados da borda da
resguardada a área da parcela mínima definida no Termo calha do leito regular.
de Compromisso que já tenha sido ou que esteja sendo § 5º Nos casos de áreas rurais consolidadas em
recomposta ou regenerada, devendo adotar boas práticas Áreas de Preservação Permanente no entorno de
agronômicas com vistas à conservação do solo e água. nascentes e olhos d’água perenes, será admitida a
Art. 17. Os PRAs deverão prever as sanções a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo
serem aplicadas pelo não cumprimento dos Termos de ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição do
Compromisso firmados nos termos deste Decreto. raio mínimo de quinze metros.
Art. 1 8. A recomposição das áreas de reserva legal § 6º Para os imóveis rurais que possuam áreas
poderá ser realizada mediante o plantio intercalado de consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no
espécies nativas e exóticas, em sistema agroflorestal, entorno de lagos e lagoas naturais, será admitida a
observados os seguintes parâmetros: manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo
I - o plantio de espécies exóticas deverá ser ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição de
combinado com as espécies nativas de ocorrência regional; faixa marginal com largura mínima de:
e I - cinco metros, para imóveis rurais com área de até
II - a área recomposta com espécies exóticas não um módulo fiscal;
poderá exceder a cinquenta por cento da área total a ser II - oito metros, para imóveis rurais com área superior
recuperada. a um módulo fiscal e de até dois módulos fiscais;
Parágrafo único. O proprietário ou possuidor de III - quinze metros, para imóveis rurais com área
imóvel rural que optar por recompor a reserva legal com superior a dois módulos fiscais e de até quatro módulos
utilização do plantio intercalado de espécies exóticas terá fiscais; e
direito a sua exploração econômica. IV - trinta metros, para imóveis rurais com área
Art. 19. A recomposição das Áreas de Preservação superior a quatro módulos fiscais.
Permanente poderá ser feita, isolada ou conjuntamente, § 7º Nos casos de áreas rurais consolidadas em
pelos seguintes métodos: veredas, será obrigatória a recomposição das faixas
I - condução de regeneração natural de espécies marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do
nativas; espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de:
II - plantio de espécies nativas; I - trinta metros, para imóveis rurais com área de até
III- plantio de espécies nativas conjugado com a quatro módulos fiscais; e
condução da regeneração natural de espécies nativas; e II - cinquenta metros, para imóveis rurais com área
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, superior a quatro módulos fiscais.
perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de § 8º Será considerada, para os fins do disposto neste
ocorrência regional, em até cinquenta por cento da área artigo, a área detida pelo imóvel rural em 22 de julho de
total a ser recomposta, no caso dos imóveis a que se refere 2008.
o inciso V do caput do art. 3º da Lei nº 12.651, de 2012. CAPÍTULO IV
§ 1º Para os imóveis rurais com área de até um DISPOSIÇÕES FINAIS
módulo fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas
Art. 20. Os proprietários ou possuidores de imóveis
de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água
rurais que firmaram o Termo de Adesão e Compromisso
naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas
que trata o inciso I do caput do art. 3º do Decreto nº 7.029,
faixas marginais em cinco metros, contados da borda da
de 10 de dezembro de 2009, até a data de publicação deste
calha do leito regular, independentemente da largura do
Decreto, não serão autuados com base nos arts.
curso d´água.
43, 48, 51 e 55 do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008.
§ 2º Para os imóveis rurais com área superior a um
Art. 21. Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente
módulo fiscal e de até dois módulos fiscais que possuam
estabelecerá a data a partir da qual o CAR será considerado
áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente
implantado para os fins do disposto neste Decreto e
ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a
detalhará as informações e os documentos necessários à
recomposição das respectivas faixas marginais em oito
inscrição no CAR, ouvidos os Ministros de Estado da
metros, contados da borda da calha do leito regular,
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do
independentemente da largura do curso d´água.
Desenvolvimento Agrário.
§ 3º Para os imóveis rurais com área superior a dois
Art. 22. Este Decreto e ntra em vigor na data de sua
módulos fiscais e de até quatro módulos fiscais que
publicação.
possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será Art. 23. Fica revogado o Decreto nº 7.029, de 10 de
obrigatória a recomposição das respectivas faixas dezembro de 2009 .
marginais em quinze metros, contados da borda da calha Brasília, 17 de outubro de 2012; 191º da
do leito regular, independentemente da largura do curso Independência e 124º da República.
d’água. DILMA ROUSSEFF
Mendes Ribeiro Filho

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82 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Izabella Mónica Vieira Teixeira Art. 7o Os limites da unidade de conservação, em
Laudemir André Müller relação ao espaço aéreo, são estabelecidos no Plano de
Luís Inácio Lucena Adams Manejo, embasados em estudos técnicos realizados pelo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.10.2012 órgão gestor da unidade de conservação, consultada a
autoridade aeronáutica competente e de acordo com a
legislação vigente.
CAPÍTULO III
DECRETO N° 4.340/2002. DO MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho Art. 8o O mosaico de unidades de conservação será
de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de reconhecido em ato do Ministério do Meio Ambiente, a
Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e pedido dos órgãos gestores das unidades de conservação.
dá outras providências. Art. 9o O mosaico deverá dispor de um conselho de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das mosaico, com caráter consultivo e a função de atuar como
atribuições que lhe conferem o art. 84, inciso IV, e o art. 225, instância de gestão integrada das unidades de conservação
§ 1o, incisos I, II, III e VII, da Constituição Federal, e tendo que o compõem.
em vista o disposto na Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, § 1o A composição do conselho de mosaico é
DECRETA: estabelecida na portaria que institui o mosaico e deverá
obedecer aos mesmos critérios estabelecidos no Capítulo V
Art. 1o Este Decreto regulamenta os
deste Decreto.
arts. 22, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 33, 36, 41, 42, 47, 48 e 55
da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, bem como os § 2o O conselho de mosaico terá como presidente um
arts. 15, 17, 18 e 20, no que concerne aos conselhos das dos chefes das unidades de conservação que o compõem,
unidades de conservação. o qual será escolhido pela maioria simples de seus
membros.
CAPÍTULO I
DA CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Art. 10. Compete ao conselho de cada mosaico:
Art. 2o O ato de criação de uma unidade de I - elaborar seu regimento interno, no prazo de
conservação deve indicar: noventa dias, contados da sua instituição;
I - a denominação, a categoria de manejo, os II - propor diretrizes e ações para compatibilizar,
objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão integrar e otimizar:
responsável por sua administração; a) as atividades desenvolvidas em cada unidade de
II - a população tradicional beneficiária, no caso das conservação, tendo em vista, especialmente:
Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvimento 1. os usos na fronteira entre unidades;
Sustentável; 2. o acesso às unidades;
III - a população tradicional residente, quando couber, 3. a fiscalização;
no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou 4. o monitoramento e avaliação dos Planos de
Florestas Municipais; e Manejo;
IV - as atividades econômicas, de segurança e de 5. a pesquisa científica; e
defesa nacional envolvidas.
6. a alocação de recursos advindos da compensação
Art. 3o A denominação de cada unidade de referente ao licenciamento ambiental de empreendimentos
conservação deverá basear-se, preferencialmente, na sua com significativo impacto ambiental;
característica natural mais significativa, ou na sua
denominação mais antiga, dando-se prioridade, neste b) a relação com a população residente na área do
último caso, às designações indígenas ancestrais. mosaico;
Art. 4o Compete ao órgão executor proponente de III - manifestar-se sobre propostas de solução para a
nova unidade de conservação elaborar os estudos técnicos sobreposição de unidades; e
preliminares e realizar, quando for o caso, a consulta IV - manifestar-se, quando provocado por órgão
pública e os demais procedimentos administrativos executor, por conselho de unidade de conservação ou por
necessários à criação da unidade. outro órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
Art. 5o A consulta pública para a criação de unidade SISNAMA, sobre assunto de interesse para a gestão do
de conservação tem a finalidade de subsidiar a definição da mosaico.
localização, da dimensão e dos limites mais adequados Art. 11. Os corredores ecológicos, reconhecidos em
para a unidade. ato do Ministério do Meio Ambiente, integram os mosaicos
§ 1o A consulta consiste em reuniões públicas ou, a para fins de sua gestão.
critério do órgão ambiental competente, outras formas de Parágrafo único. Na ausência de mosaico, o corredor
oitiva da população local e de outras partes interessadas. ecológico que interliga unidades de conservação terá o
§ 2o No processo de consulta pública, o órgão mesmo tratamento da sua zona de amortecimento.
executor competente deve indicar, de modo claro e em CAPÍTULO IV
linguagem acessível, as implicações para a população DO PLANO DE MANEJO
residente no interior e no entorno da unidade proposta. Art. 12. O Plano de Manejo da unidade de
CAPÍTULO II conservação, elaborado pelo órgão gestor ou pelo
DO SUBSOLO E DO ESPAÇO AÉREO proprietário quando for o caso, será aprovado:
Art. 6o Os limites da unidade de conservação, em I - em portaria do órgão executor, no caso de Estação
relação ao subsolo, são estabelecidos: Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional,
I - no ato de sua criação, no caso de Unidade de Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de
Conservação de Proteção Integral; e Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse
Ecológico, Floresta Nacional, Reserva de Fauna e Reserva
II - no ato de sua criação ou no Plano de Manejo, no Particular do Patrimônio Natural;
caso de Unidade de Conservação de Uso Sustentável.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 83
II - em resolução do conselho deliberativo, no caso de Art. 19. Compete ao órgão executor:
Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento I - convocar o conselho com antecedência mínima de
Sustentável, após prévia aprovação do órgão executor. sete dias;
Art. 13. O contrato de concessão de direito real de uso II - prestar apoio à participação dos conselheiros nas
e o termo de compromisso firmados com populações reuniões, sempre que solicitado e devidamente justificado.
tradicionais das Reservas Extrativistas e Reservas de Uso
Parágrafo único. O apoio do órgão executor indicado
Sustentável devem estar de acordo com o Plano de Manejo,
no inciso II não restringe aquele que possa ser prestado por
devendo ser revistos, se necessário.
outras organizações.
Art. 14. Os órgãos executores do Sistema Nacional de
Art. 20. Compete ao conselho de unidade de
Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, em suas
conservação:
respectivas esferas de atuação, devem estabelecer, no
prazo de cento e oitenta dias, a partir da publicação deste I - elaborar o seu regimento interno, no prazo de
Decreto, roteiro metodológico básico para a elaboração dos noventa dias, contados da sua instalação;
Planos de Manejo das diferentes categorias de unidades de II - acompanhar a elaboração, implementação e
conservação, uniformizando conceitos e metodologias, revisão do Plano de Manejo da unidade de conservação,
fixando diretrizes para o diagnóstico da unidade, quando couber, garantindo o seu caráter participativo;
zoneamento, programas de manejo, prazos de avaliação e III - buscar a integração da unidade de conservação
de revisão e fases de implementação. com as demais unidades e espaços territoriais
Art. 15. A partir da criação de cada unidade de especialmente protegidos e com o seu entorno;
conservação e até que seja estabelecido o Plano de IV - esforçar-se para compatibilizar os interesses dos
Manejo, devem ser formalizadas e implementadas ações de diversos segmentos sociais relacionados com a unidade;
proteção e fiscalização. V - avaliar o orçamento da unidade e o relatório
Art. 16. O Plano de Manejo aprovado deve estar financeiro anual elaborado pelo órgão executor em relação
disponível para consulta do público na sede da unidade de aos objetivos da unidade de conservação;
conservação e no centro de documentação do órgão VI - opinar, no caso de conselho consultivo, ou
executor. ratificar, no caso de conselho deliberativo, a contratação e
CAPÍTULO V os dispositivos do termo de parceria com OSCIP, na
DO CONSELHO hipótese de gestão compartilhada da unidade;
Art. 17. As categorias de unidade de conservação VII - acompanhar a gestão por OSCIP e recomendar
poderão ter, conforme a Lei no 9.985, de 2000, conselho a rescisão do termo de parceria, quando constatada
consultivo ou deliberativo, que serão presididos pelo chefe irregularidade;
da unidade de conservação, o qual designará os demais VIII - manifestar-se sobre obra ou atividade
conselheiros indicados pelos setores a serem potencialmente causadora de impacto na unidade de
representados. conservação, em sua zona de amortecimento, mosaicos ou
§ 1o A representação dos órgãos públicos deve corredores ecológicos; e
contemplar, quando couber, os órgãos ambientais dos três IX - propor diretrizes e ações para compatibilizar,
níveis da Federação e órgãos de áreas afins, tais como integrar e otimizar a relação com a população do entorno ou
pesquisa científica, educação, defesa nacional, cultura, do interior da unidade, conforme o caso.
turismo, paisagem, arquitetura, arqueologia e povos
indígenas e assentamentos agrícolas. CAPÍTULO VI
DA GESTÃO COMPARTILHADA COM OSCIP
§ 2o A representação da sociedade civil deve
contemplar, quando couber, a comunidade científica e Art. 21. A gestão compartilhada de unidade de
organizações não-governamentais ambientalistas com conservação por OSCIP é regulada por termo de parceria
atuação comprovada na região da unidade, população firmado com o órgão executor, nos termos da Lei no 9.790,
residente e do entorno, população tradicional, proprietários de 23 de março de 1999.
de imóveis no interior da unidade, trabalhadores e setor Art. 22. Poderá gerir unidade de conservação a
privado atuantes na região e representantes dos Comitês OSCIP que preencha os seguintes requisitos:
de Bacia Hidrográfica. I - tenha dentre seus objetivos institucionais a
§ 3o A representação dos órgãos públicos e da proteção do meio ambiente ou a promoção do
sociedade civil nos conselhos deve ser, sempre que desenvolvimento sustentável; e
possível, paritária, considerando as peculiaridades II - comprove a realização de atividades de proteção
regionais. do meio ambiente ou desenvolvimento sustentável,
§ 4o A Organização da Sociedade Civil de Interesse preferencialmente na unidade de conservação ou no
Público - OSCIP com representação no conselho de mesmo bioma.
unidade de conservação não pode se candidatar à gestão Art. 23. O edital para seleção de OSCIP, visando a
de que trata o Capítulo VI deste Decreto. gestão compartilhada, deve ser publicado com no mínimo
§ 5o O mandato do conselheiro é de dois anos, sessenta dias de antecedência, em jornal de grande
renovável por igual período, não remunerado e considerado circulação na região da unidade de conservação e no Diário
atividade de relevante interesse público. Oficial, nos termos da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 6o No caso de unidade de conservação municipal, o Parágrafo único. Os termos de referência para a
Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, ou órgão apresentação de proposta pelas OSCIP serão definidos
equivalente, cuja composição obedeça ao disposto neste pelo órgão executor, ouvido o conselho da unidade.
artigo, e com competências que incluam aquelas Art. 24. A OSCIP deve encaminhar anualmente
especificadas no art. 20 deste Decreto, pode ser designado relatórios de suas atividades para apreciação do órgão
como conselho da unidade de conservação. executor e do conselho da unidade.
Art. 18. A reunião do conselho da unidade de CAPÍTULO VII
conservação deve ser pública, com pauta preestabelecida DA AUTORIZAÇÃO PARA A EXPLORAÇÃO DE BENS E
no ato da convocação e realizada em local de fácil acesso. SERVIÇOS

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84 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Art. 25. É passível de autorização a exploração de § 4o A compensação ambiental poderá incidir sobre
produtos, sub-produtos ou serviços inerentes às unidades cada trecho, naqueles empreendimentos em que for emitida
de conservação, de acordo com os objetivos de cada a licença de instalação por trecho. (Incluído pelo Decreto nº
categoria de unidade. 6.848, de 2009)
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, entende- Art. 31-A. O Valor da Compensação Ambiental - CA
se por produtos, sub-produtos ou serviços inerentes à será calculado pelo produto do Grau de Impacto - GI com o
unidade de conservação: Valor de Referência - VR, de acordo com a fórmula a
I - aqueles destinados a dar suporte físico e logístico seguir: (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009)
à sua administração e à implementação das atividades de CA = VR x GI, onde: (Incluído pelo Decreto nº 6.848,
uso comum do público, tais como visitação, recreação e de 2009)
turismo; CA = Valor da Compensação Ambiental; (Incluído
II - a exploração de recursos florestais e outros pelo Decreto nº 6.848, de 2009)
recursos naturais em Unidades de Conservação de Uso VR = somatório dos investimentos necessários para
Sustentável, nos limites estabelecidos em lei. implantação do empreendimento, não incluídos os
Art. 26. A partir da publicação deste Decreto, novas investimentos referentes aos planos, projetos e programas
autorizações para a exploração comercial de produtos, sub- exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para
produtos ou serviços em unidade de conservação de mitigação de impactos causados pelo empreendimento,
domínio público só serão permitidas se previstas no Plano bem como os encargos e custos incidentes sobre o
de Manejo, mediante decisão do órgão executor, ouvido o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às
conselho da unidade de conservação. garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros
Art. 27. O uso de imagens de unidade de conservação pessoais e reais; e (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009)
com finalidade comercial será cobrado conforme GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo
estabelecido em ato administrativo pelo órgão executor. atingir valores de 0 a 0,5%. (Incluído pelo Decreto nº 6.848,
Parágrafo único. Quando a finalidade do uso de de 2009)
imagem da unidade de conservação for § 1o O GI referido neste artigo será obtido conforme o
preponderantemente científica, educativa ou cultural, o uso disposto no Anexo deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº
será gratuito. 6.848, de 2009)
Art. 28. No processo de autorização da exploração § 2o O EIA/RIMA deverá conter as informações
comercial de produtos, sub-produtos ou serviços de necessárias ao cálculo do GI. (Incluído pelo Decreto nº
unidade de conservação, o órgão executor deve viabilizar a 6.848, de 2009)
participação de pessoas físicas ou jurídicas, observando-se § 3o As informações necessárias ao calculo do VR
os limites estabelecidos pela legislação vigente sobre deverão ser apresentadas pelo empreendedor ao órgão
licitações públicas e demais normas em vigor. licenciador antes da emissão da licença de
Art. 29. A autorização para exploração comercial de instalação. (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009)
produto, sub-produto ou serviço de unidade de conservação § 4o Nos casos em que a compensação ambiental
deve estar fundamentada em estudos de viabilidade incidir sobre cada trecho do empreendimento, o VR será
econômica e investimentos elaborados pelo órgão executor, calculado com base nos investimentos que causam
ouvido o conselho da unidade. impactos ambientais, relativos ao trecho. (Incluído pelo
Art. 30. Fica proibida a construção e ampliação de Decreto nº 6.848, de 2009)
benfeitoria sem autorização do órgão gestor da unidade de Art. 31-B. Caberá ao IBAMA realizar o cálculo da
conservação. compensação ambiental de acordo com as informações a
CAPÍTULO VIII que se refere o art. 31-A. (Incluído pelo Decreto nº 6.848,
DA COMPENSAÇÃO POR SIGNIFICATIVO IMPACTO de 2009)
AMBIENTAL § 1o Da decisão do cálculo da compensação
Art. 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental caberá recurso no prazo de dez dias, conforme
ambiental de que trata o art. 36 da Lei n o 9.985, de 2000, o regulamentação a ser definida pelo órgão
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos licenciador. (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009)
Naturais Renováveis - IBAMA estabelecerá o grau de § 2o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu
impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco
respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que dias, o encaminhará à autoridade superior. (Incluído pelo
considerará, exclusivamente, os impactos ambientais Decreto nº 6.848, de 2009)
negativos sobre o meio ambiente. (Redação dada pelo
§ 3o O órgão licenciador deverá julgar o recurso no
Decreto nº 6.848, de 2009)
prazo de até trinta dias, salvo prorrogação por igual período
§ 1o O impacto causado será levado em conta apenas expressamente motivada. (Incluído pelo Decreto nº 6.848,
uma vez no cálculo. (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de de 2009)
2009)
§ 4o Fixado em caráter final o valor da compensação,
§ 2o O cálculo deverá conter os indicadores do o IBAMA definirá sua destinação, ouvido o Instituto Chico
impacto gerado pelo empreendimento e das características Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
do ambiente a ser impactado. (Incluído pelo Decreto nº Mendes e observado o § 2o do art. 36 da Lei no 9.985, de
6.848, de 2009) 2000.(Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009)
§ 3o Não serão incluídos no cálculo da compensação Art. 32. Será instituída câmara de compensação
ambiental os investimentos referentes aos planos, projetos ambiental no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, com a
e programas exigidos no procedimento de licenciamento finalidade de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.848, de
ambiental para mitigação de impactos, bem como os 2009)
encargos e custos incidentes sobre o financiamento do
I - estabelecer prioridades e diretrizes para aplicação
empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os
da compensação ambiental; (Incluído pelo Decreto nº
custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e
6.848, de 2009)
reais. (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009)

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 85
II - avaliar e auditar, periodicamente, a metodologia e Art. 39. Enquanto não forem reassentadas, as
os procedimentos de cálculo da compensação ambiental, condições de permanência das populações tradicionais em
de acordo com estudos ambientais realizados e percentuais Unidade de Conservação de Proteção Integral serão
definidos; (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009) reguladas por termo de compromisso, negociado entre o
III - propor diretrizes necessárias para agilizar a órgão executor e as populações, ouvido o conselho da
regularização fundiária das unidades de conservação; unidade de conservação.
e (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009) § 1o O termo de compromisso deve indicar as áreas
IV - estabelecer diretrizes para elaboração e ocupadas, as limitações necessárias para assegurar a
implantação dos planos de manejo das unidades de conservação da natureza e os deveres do órgão executor
conservação. (Incluído pelo Decreto nº 6.848, de 2009) referentes ao processo indenizatório, assegurados o
acesso das populações às suas fontes de subsistência e a
Art. 33. A aplicação dos recursos da compensação
conservação dos seus modos de vida.
ambiental de que trata o art. 36 da Lei no 9.985, de 2000,
nas unidades de conservação, existentes ou a serem § 2o O termo de compromisso será assinado pelo
criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade: órgão executor e pelo representante de cada família,
assistido, quando couber, pela comunidade rural ou
I - regularização fundiária e demarcação das terras;
associação legalmente constituída.
II - elaboração, revisão ou implantação de plano de
§ 3o O termo de compromisso será assinado no prazo
manejo;
máximo de um ano após a criação da unidade de
III - aquisição de bens e serviços necessários à conservação e, no caso de unidade já criada, no prazo
implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, máximo de dois anos contado da publicação deste Decreto.
compreendendo sua área de amortecimento;
§ 4o O prazo e as condições para o reassentamento
IV - desenvolvimento de estudos necessários à das populações tradicionais estarão definidos no termo de
criação de nova unidade de conservação; e compromisso.
V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o CAPÍTULO X
manejo da unidade de conservação e área de DA REAVALIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
amortecimento. DE CATEGORIA NÃO PREVISTA NO SISTEMA
Parágrafo único. Nos casos de Reserva Particular do Art. 40. A reavaliação de unidade de conservação
Patrimônio Natural, Monumento Natural, Refúgio de Vida prevista no art. 55 da Lei no 9.985, de 2000, será feita
Silvestre, Área de Relevante Interesse Ecológico e Área de mediante ato normativo do mesmo nível hierárquico que a
Proteção Ambiental, quando a posse e o domínio não sejam criou.
do Poder Público, os recursos da compensação somente
Parágrafo único. O ato normativo de reavaliação será
poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades:
proposto pelo órgão executor.
I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades
CAPÍTULO XI
de proteção da unidade;
DAS RESERVAS DA BIOSFERA
II - realização das pesquisas necessárias para o
Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo de gestão
manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e
integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais,
equipamentos permanentes;
que tem por objetivos básicos a preservação da
III - implantação de programas de educação biodiversidade e o desenvolvimento das atividades de
ambiental; e pesquisa científica, para aprofundar o conhecimento dessa
IV - financiamento de estudos de viabilidade diversidade biológica, o monitoramento ambiental, a
econômica para uso sustentável dos recursos naturais da educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a
unidade afetada. melhoria da qualidade de vida das populações.
Art. 34. Os empreendimentos implantados antes da Art. 42. O gerenciamento das Reservas da Biosfera
edição deste Decreto e em operação sem as respectivas será coordenado pela Comissão Brasileira para o Programa
licenças ambientais deverão requerer, no prazo de doze "O Homem e a Biosfera" - COBRAMAB, de que trata o
meses a partir da publicação deste Decreto, a regularização Decreto de 21 de setembro de 1999, com a finalidade de
junto ao órgão ambiental competente mediante licença de planejar, coordenar e supervisionar as atividades relativas
operação corretiva ou retificadora. ao Programa.
CAPÍTULO IX Art. 43. Cabe à COBRAMAB, além do estabelecido no
DO REASSENTAMENTO DAS POPULAÇÕES Decreto de 21 de setembro de 1999, apoiar a criação e
TRADICIONAIS instalar o sistema de gestão de cada uma das Reservas da
Art. 35. O processo indenizatório de que trata o art. 42 Biosfera reconhecidas no Brasil.
da Lei no 9.985, de 2000, respeitará o modo de vida e as § 1o Quando a Reserva da Biosfera abranger o
fontes de subsistência das populações tradicionais. território de apenas um Estado, o sistema de gestão será
Art. 36. Apenas as populações tradicionais residentes composto por um conselho deliberativo e por comitês
na unidade no momento da sua criação terão direito ao regionais.
reassentamento. § 2o Quando a Reserva da Biosfera abranger o
Art. 37. O valor das benfeitorias realizadas pelo Poder território de mais de um Estado, o sistema de gestão será
Público, a título de compensação, na área de composto por um conselho deliberativo e por comitês
reassentamento será descontado do valor indenizatório. estaduais.
Art. 38. O órgão fundiário competente, quando § 3o À COBRAMAB compete criar e coordenar a Rede
solicitado pelo órgão executor, deve apresentar, no prazo Nacional de Reservas da Biosfera.
de seis meses, a contar da data do pedido, programa de Art. 44. Compete aos conselhos deliberativos das
trabalho para atender às demandas de reassentamento das Reservas da Biosfera:
populações tradicionais, com definição de prazos e I - aprovar a estrutura do sistema de gestão de sua
condições para a sua realização. Reserva e coordená-lo;

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86 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
II - propor à COBRAMAB macro-diretrizes para a Art. 2o Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do
implantação das Reservas da Biosfera; disposto nesta Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de
III - elaborar planos de ação da Reserva da Biosfera, 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril
propondo prioridades, metodologias, cronogramas, de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
parcerias e áreas temáticas de atuação, de acordo como os Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema
objetivos básicos enumerados no art. 41 da Lei no 9.985, de Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema
2000; Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e
do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
IV - reforçar a implantação da Reserva da Biosfera
Qualidade Industrial (Sinmetro).
pela proposição de projetos pilotos em pontos estratégicos
de sua área de domínio; e CAPÍTULO II
V - implantar, nas áreas de domínio da Reserva da DEFINIÇÕES
Biosfera, os princípios básicos constantes do art. 41 da Lei Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
no 9.985, de 2000. I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado
Art. 45. Compete aos comitês regionais e estaduais: entre o poder público e fabricantes, importadores,
I - apoiar os governos locais no estabelecimento de distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
políticas públicas relativas às Reservas da Biosfera; e implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida do produto;
II - apontar áreas prioritárias e propor estratégias para
a implantação das Reservas da Biosfera, bem como para a II - área contaminada: local onde há contaminação
difusão de seus conceitos e funções. causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer
substâncias ou resíduos;
CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS III - área órfã contaminada: área contaminada cujos
responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou
Art. 46. Cada categoria de unidade de conservação
individualizáveis;
integrante do SNUC será objeto de regulamento específico.
IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que
Parágrafo único. O Ministério do Meio Ambiente
envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de
deverá propor regulamentação de cada categoria de
matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o
unidade de conservação, ouvidos os órgãos executores.
consumo e a disposição final;
Art. 47. Este Decreto entra em vigor na data da sua
V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos
publicação.
previamente segregados conforme sua constituição ou
Art. 48. Fica revogado o Decreto no 3.834, de 5 de composição;
junho de 2001.
VI - controle social: conjunto de mecanismos e
Brasília, 22 de agosto de 2002; 181º da Independência e
procedimentos que garantam à sociedade informações e
114º da República.
participação nos processos de formulação, implementação
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e avaliação das políticas públicas relacionadas aos
José Carlos Carvalho
resíduos sólidos;
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.8.2002
VII - destinação final ambientalmente adequada:
destinação de resíduos que inclui a reutilização, a
reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas
LEI 12.305/2010 (POLÍTICA NACIONAL DE pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do
RESÍDUOS SÓLIDOS). Suasa, entre elas a disposição final, observando normas
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; ambientais adversos;
e dá outras providências. VIII - disposição final ambientalmente adequada:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou
sanciono a seguinte Lei: riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
TÍTULO I impactos ambientais adversos;
DISPOSIÇÕES GERAIS IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas
ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram
CAPÍTULO I resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído
DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO o consumo;
Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de
Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de
e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e
incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de
e do poder público e aos instrumentos econômicos acordo com plano municipal de gestão integrada de
aplicáveis. resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;
pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de de ações voltadas para a busca de soluções para os
resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos política, econômica, ambiental, cultural e social, com
sólidos. controle social e sob a premissa do desenvolvimento
§ 2o Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, sustentável;
que são regulados por legislação específica.
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 87
XII - logística reversa: instrumento de Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de abril de
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 2005.
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao CAPÍTULO II
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada; Art. 6o São princípios da Política Nacional de
Resíduos Sólidos:
XIII - padrões sustentáveis de produção e consumo:
produção e consumo de bens e serviços de forma a atender I - a prevenção e a precaução;
as necessidades das atuais gerações e permitir melhores II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos
e o atendimento das necessidades das gerações futuras; sólidos, que considere as variáveis ambiental, social,
XIV - reciclagem: processo de transformação dos cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
resíduos sólidos que envolve a alteração de suas IV - o desenvolvimento sustentável;
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização
vistas à transformação em insumos ou novos produtos, entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e
observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos serviços qualificados que satisfaçam as necessidades
órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e humanas e tragam qualidade de vida e a redução do
do Suasa; impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um
XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação
esgotadas todas as possibilidades de tratamento e estimada do planeta;
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e VI - a cooperação entre as diferentes esferas do
economicamente viáveis, não apresentem outra poder público, o setor empresarial e demais segmentos da
possibilidade que não a disposição final ambientalmente sociedade;
adequada;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto vida dos produtos;
ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido e reciclável como um bem econômico e de valor social,
ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos X - o direito da sociedade à informação e ao controle
d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou social;
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
disponível;
Art. 7o São objetivos da Política Nacional de
XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de Resíduos Sólidos:
vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas
I - proteção da saúde pública e da qualidade
e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores
ambiental;
e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e
resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final
sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os ambientalmente adequada dos rejeitos;
impactos causados à saúde humana e à qualidade III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos produção e consumo de bens e serviços;
termos desta Lei; IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de
XVIII - reutilização: processo de aproveitamento dos tecnologias limpas como forma de minimizar impactos
resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou ambientais;
físico-química, observadas as condições e os padrões V - redução do volume e da periculosidade dos
estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se resíduos perigosos;
couber, do SNVS e do Suasa;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em
XIX - serviço público de limpeza urbana e de manejo vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos
de resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. derivados de materiais recicláveis e reciclados;
7º da Lei nº 11.445, de 2007.
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;
TÍTULO II
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder
DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS público, e destas com o setor empresarial, com vistas à
CAPÍTULO I cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de
DISPOSIÇÕES GERAIS resíduos sólidos;
Art. 4o A Política Nacional de Resíduos Sólidos IX - capacitação técnica continuada na área de
reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, resíduos sólidos;
diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, X - regularidade, continuidade, funcionalidade e
isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, universalização da prestação dos serviços públicos de
Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com
gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que
adequado dos resíduos sólidos. assegurem a recuperação dos custos dos serviços
Art. 5o A Política Nacional de Resíduos Sólidos prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade
integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de
com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada 2007;
pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política

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88 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
XI - prioridade, nas aquisições e contratações c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e
governamentais, para: Instrumentos de Defesa Ambiental;
a) produtos reciclados e recicláveis; d) a avaliação de impactos ambientais;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
compatíveis com padrões de consumo social e Ambiente (Sinima);
ambientalmente sustentáveis; f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva
XII - integração dos catadores de materiais ou potencialmente poluidoras;
reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a XVIII - os termos de compromisso e os termos de
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos ajustamento de conduta; XIX - o incentivo à adoção de
produtos; consórcios ou de outras formas de cooperação entre os
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo entes federados, com vistas à elevação das escalas de
de vida do produto; aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de TÍTULO III
gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS
dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos SÓLIDOS
resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o
CAPÍTULO I
aproveitamento energético;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo
sustentável. Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos
sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade:
CAPÍTULO III
não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
DOS INSTRUMENTOS dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de adequada dos rejeitos.
Resíduos Sólidos, entre outros: § 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à
I - os planos de resíduos sólidos; recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos,
II - os inventários e o sistema declaratório anual de desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e
resíduos sólidos; ambiental e com a implantação de programa de
monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa
órgão ambiental.
e outras ferramentas relacionadas à implementação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos § 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as
produtos; Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de
no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes
cooperativas ou de outras formas de associação de
estabelecidas nesta Lei.
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios
V - o monitoramento e a fiscalização ambiental,
a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos
sanitária e agropecuária;
respectivos territórios, sem prejuízo das competências de
VI - a cooperação técnica e financeira entre os controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do
setores público e privado para o desenvolvimento de Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como da
pesquisas de novos produtos, métodos, processos e responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de
tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de
Art. 11. Observadas as diretrizes e demais
rejeitos;
determinações estabelecidas nesta Lei e em seu
VII - a pesquisa científica e tecnológica; regulamento, incumbe aos Estados:
VIII - a educação ambiental; I - promover a integração da organização, do
IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios; planejamento e da execução das funções públicas de
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo interesse comum relacionadas à gestão dos resíduos
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a e microrregiões, nos termos da lei complementar estadual
Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir); prevista no § 3º do art. 25 da Constituição Federal;
XII - o Sistema Nacional de Informações em II - controlar e fiscalizar as atividades dos geradores
Saneamento Básico (Sinisa); sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão estadual do
Sisnama.
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que
couber, os de saúde; Parágrafo único. A atuação do Estado na forma
do caput deve apoiar e priorizar as iniciativas do Município
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao de soluções consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois)
controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos; ou mais Municípios.
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Resíduos Perigosos; Municípios organizarão e manterão, de forma conjunta, o
XVI - os acordos setoriais; Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos
XVII - no que couber, os instrumentos da Política Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o
Nacional de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões de Sinima.
qualidade ambiental; Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distrito
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Federal e aos Municípios fornecer ao órgão federal
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos responsável pela coordenação do Sinir todas as
Ambientais; informações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera
de competência, na forma e na periodicidade estabelecidas
em regulamento.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 89
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade ao
têm a seguinte classificação: conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como
I - quanto à origem: controle social em sua formulação, implementação e
operacionalização, observado o disposto na Lei no 10.650,
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades
de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei nº 11.445, de
domésticas em residências urbanas;
2007.
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da
Seção II
varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros
serviços de limpeza urbana; Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do
alíneas “a” e “b”; Ministério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de Resíduos
Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e horizonte
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e
de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) anos,
prestadores de serviços: os gerados nessas atividades,
tendo como conteúdo mínimo:
excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
I - diagnóstico da situação atual dos resíduos
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento
sólidos;
básico: os gerados nessas atividades, excetuados os
referidos na alínea “c”; II - proposição de cenários, incluindo tendências
internacionais e macroeconômicas;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos
produtivos e instalações industriais; III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos
rejeitos encaminhados para disposição final
serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou
ambientalmente adequada;
em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do
SNVS; IV - metas para o aproveitamento energético dos
gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos
h) resíduos da construção civil: os gerados nas
sólidos;
construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil, incluídos os resultantes da preparação e V - metas para a eliminação e recuperação de lixões,
escavação de terrenos para obras civis; associadas à inclusão social e à emancipação econômica
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas
atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os VI - programas, projetos e ações para o atendimento
relacionados a insumos utilizados nessas atividades; das metas previstas;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários VII - normas e condicionantes técnicas para o
de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários acesso a recursos da União, para a obtenção de seu aval
e ferroviários e passagens de fronteira; ou para o acesso a recursos administrados, direta ou
indiretamente, por entidade federal, quando destinados a
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade
ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;
de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão
II - quanto à periculosidade:
regionalizada dos resíduos sólidos;
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de
IX - diretrizes para o planejamento e demais
suas características de inflamabilidade, corrosividade,
atividades de gestão de resíduos sólidos das regiões
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
integradas de desenvolvimento instituídas por lei
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
complementar, bem como para as áreas de especial
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental,
interesse turístico;
de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
X - normas e diretrizes para a disposição final de
b) resíduos não perigosos: aqueles não
rejeitos e, quando couber, de resíduos;
enquadrados na alínea “a”.
XI - meios a serem utilizados para o controle e a
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os
fiscalização, no âmbito nacional, de sua implementação e
resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se
operacionalização, assegurado o controle social.
caracterizados como não perigosos, podem, em razão de
sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos
resíduos domiciliares pelo poder público municipal. Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização
e participação social, incluindo a realização de audiências e
CAPÍTULO II
consultas públicas.
DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Seção III
Seção I
Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos
Disposições Gerais
Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos
Art. 14. São planos de resíduos sólidos: sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para
I - o Plano Nacional de Resíduos Sólidos; os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela
II - os planos estaduais de resíduos sólidos; controlados, destinados a empreendimentos e serviços
III - os planos microrregionais de resíduos sólidos e relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem
os planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades
aglomerações urbanas; federais de crédito ou fomento para tal finalidade. (Vigência)
IV - os planos intermunicipais de resíduos sólidos; § 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da
União referidos no caput os Estados que instituírem
V - os planos municipais de gestão integrada de microrregiões, consoante o § 3o do art. 25 da Constituição
resíduos sólidos; Federal, para integrar a organização, o planejamento e a
VI - os planos de gerenciamento de resíduos execução das ações a cargo de Municípios limítrofes na
sólidos. gestão dos resíduos sólidos.

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90 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas obrigatoriamente com a participação dos Municípios
complementares sobre o acesso aos recursos da União na envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das
forma deste artigo. prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta Lei.
§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores § 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores
nos termos desta Lei, as microrregiões instituídas conforme nos termos desta Lei, o plano microrregional de resíduos
previsto no § 1o abrangem atividades de coleta seletiva, sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e
recuperação e reciclagem, tratamento e destinação final estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a
dos resíduos sólidos urbanos, a gestão de resíduos de recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação
construção civil, de serviços de transporte, de serviços de final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as
saúde, agrossilvopastoris ou outros resíduos, de acordo peculiaridades microrregionais, outros tipos de resíduos.
com as peculiaridades microrregionais. Seção IV
Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de
elaborado para vigência por prazo indeterminado, Resíduos Sólidos
abrangendo todo o território do Estado, com horizonte de
Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão
atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro)
integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta
anos, e tendo como conteúdo mínimo:
Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem
I - diagnóstico, incluída a identificação dos principais acesso a recursos da União, ou por ela controlados,
fluxos de resíduos no Estado e seus impactos destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
socioeconômicos e ambientais; limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para
II - proposição de cenários; serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre entidades federais de crédito ou fomento para tal
outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e finalidade. (Vigência)
rejeitos encaminhados para disposição final § 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da
ambientalmente adequada; União referidos no caput os Municípios que:
IV - metas para o aproveitamento energético dos I - optarem por soluções consorciadas
gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída
sólidos; a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, que se inserirem de forma voluntária nos planos
associadas à inclusão social e à emancipação econômica microrregionais de resíduos sólidos referidos no § 1o do art.
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; 16;
VI - programas, projetos e ações para o atendimento II - implantarem a coleta seletiva com a participação
das metas previstas; de cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas
VII - normas e condicionantes técnicas para o
por pessoas físicas de baixa renda.
acesso a recursos do Estado, para a obtenção de seu aval
ou para o acesso de recursos administrados, direta ou § 2o Serão estabelecidas em regulamento normas
indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às complementares sobre o acesso aos recursos da União na
ações e programas de interesse dos resíduos sólidos; forma deste artigo.
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de
consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos; resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:
IX - diretrizes para o planejamento e demais I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos
atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões gerados no respectivo território, contendo a origem, o
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; volume, a caracterização dos resíduos e as formas de
destinação e disposição final adotadas;
X - normas e diretrizes para a disposição final de
rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as II - identificação de áreas favoráveis para disposição
disposições estabelecidas em âmbito nacional; final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o
plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição
XI - previsão, em conformidade com os demais
Federal e o zoneamento ambiental, se houver;
instrumentos de planejamento territorial, especialmente o
zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento III - identificação das possibilidades de implantação
costeiro, de: de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros
Municípios, considerando, nos critérios de economia de
a) zonas favoráveis para a localização de unidades
escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas
de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de
de prevenção dos riscos ambientais;
rejeitos;
IV - identificação dos resíduos sólidos e dos
b) áreas degradadas em razão de disposição
geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos
inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto
termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma
de recuperação ambiental;
do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu
XII - meios a serem utilizados para o controle e a regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos
fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e órgãos do Sisnama e do SNVS;
operacionalização, assegurado o controle social.
V - procedimentos operacionais e especificações
§ 1o Além do plano estadual de resíduos sólidos, os mínimas a serem adotados nos serviços públicos de
Estados poderão elaborar planos microrregionais de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a
resíduos sólidos, bem como planos específicos disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e
direcionados às regiões metropolitanas ou às aglomerações observada a Lei nº 11.445, de 2007;
urbanas.
VI - indicadores de desempenho operacional e
§ 2o A elaboração e a implementação pelos Estados ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de
de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos manejo de resíduos sólidos;
de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em
consonância com o previsto no § 1o, dar-se-ão

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 91
VII - regras para o transporte e outras etapas do III - cujo território abranja, total ou parcialmente,
gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, Unidades de Conservação.
observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do § 4o A existência de plano municipal de gestão
Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinentes da integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o
legislação federal e estadual; Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros
VIII - definição das responsabilidades quanto à sua sanitários e de outras infraestruturas e instalações
implementação e operacionalização, incluídas as etapas do operacionais integrantes do serviço público de limpeza
plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão
o art. 20 a cargo do poder público; competente do Sisnama.
IX - programas e ações de capacitação técnica § 5o Na definição de responsabilidades na forma do
voltados para sua implementação e operacionalização; inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao
X - programas e ações de educação ambiental que serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
promovam a não geração, a redução, a reutilização e a sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos
reciclagem de resíduos sólidos; resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a
respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas
XI - programas e ações para a participação dos
pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS.
grupos interessados, em especial das cooperativas ou
outras formas de associação de catadores de materiais § 6o Além do disposto nos incisos I a XIX
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de do caput deste artigo, o plano municipal de gestão
baixa renda, se houver; integrada de resíduos sólidos contemplará ações
específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da
XII - mecanismos para a criação de fontes de
administração pública, com vistas à utilização racional dos
negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos
recursos ambientais, ao combate a todas as formas de
resíduos sólidos;
desperdício e à minimização da geração de resíduos
XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos sólidos.
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
§ 7o O conteúdo do plano municipal de gestão
resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses
integrada de resíduos sólidos será disponibilizado para o
serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
Sinir, na forma do regulamento.
XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva
§ 8o A inexistência do plano municipal de gestão
e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a
integrada de resíduos sólidos não pode ser utilizada para
quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final
impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou
ambientalmente adequada;
atividades devidamente licenciados pelos órgãos
XV - descrição das formas e dos limites da competentes.
participação do poder público local na coleta seletiva e na
§ 9o Nos termos do regulamento, o Município que
logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de
optar por soluções consorciadas intermunicipais para a
outras ações relativas à responsabilidade compartilhada
gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o plano
pelo ciclo de vida dos produtos;
intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos
XVI - meios a serem utilizados para o controle e a incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado
fiscalização, no âmbito local, da implementação e da elaboração de plano municipal de gestão integrada de
operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de
Seção V
logística reversa previstos no art. 33;
Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
XVII - ações preventivas e corretivas a serem
praticadas, incluindo programa de monitoramento; Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de
gerenciamento de resíduos sólidos:
XVIII - identificação dos passivos ambientais
relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas
contaminadas, e respectivas medidas saneadoras; alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13;
XIX - periodicidade de sua revisão, observado II - os estabelecimentos comerciais e de prestação
prioritariamente o período de vigência do plano plurianual de serviços que:
municipal. a) gerem resíduos perigosos;
XIX - periodicidade de sua revisão, observado o b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como
período máximo de 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº não perigosos, por sua natureza, composição ou volume,
14.026, de 2020) não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo
§ 1o O plano municipal de gestão integrada de poder público municipal;
resíduos sólidos pode estar inserido no plano de III - as empresas de construção civil, nos termos do
saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do
2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos incisos Sisnama;
do caput e observado o disposto no § 2o, todos deste IV - os responsáveis pelos terminais e outras
artigo. instalações referidas na alínea “j” do inciso I do art. 13 e,
§ 2o Para Municípios com menos de 20.000 (vinte nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas
mil) habitantes, o plano municipal de gestão integrada de pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as
resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do empresas de transporte;
regulamento. V - os responsáveis por atividades
§ 3o O disposto no § 2o não se aplica a Municípios: agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do
I - integrantes de áreas de especial interesse Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
turístico; Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo
II - inseridos na área de influência de IV deste Título, serão estabelecidas por regulamento
empreendimentos ou atividades com significativo impacto exigências específicas relativas ao plano de gerenciamento
ambiental de âmbito regional ou nacional; de resíduos perigosos.

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92 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos autoridades, será implementado sistema declaratório com
sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: periodicidade, no mínimo, anual, na forma do regulamento.
I - descrição do empreendimento ou atividade; § 2o As informações referidas no caput serão
II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou repassadas pelos órgãos públicos ao Sinir, na forma do
administrados, contendo a origem, o volume e a regulamento.
caracterização dos resíduos, incluindo os passivos Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos
ambientais a eles relacionados; sólidos é parte integrante do processo de licenciamento
III - observadas as normas estabelecidas pelos ambiental do empreendimento ou atividade pelo órgão
órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o competente do Sisnama.
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: § 1o Nos empreendimentos e atividades não sujeitos
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do a licenciamento ambiental, a aprovação do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos; gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade
municipal competente.
b) definição dos procedimentos operacionais
relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos § 2o No processo de licenciamento ambiental
sob responsabilidade do gerador; referido no § 1o a cargo de órgão federal ou estadual do
Sisnama, será assegurada oitiva do órgão municipal
IV - identificação das soluções consorciadas ou
competente, em especial quanto à disposição final
compartilhadas com outros geradores;
ambientalmente adequada de rejeitos.
V - ações preventivas e corretivas a serem
CAPÍTULO III
executadas em situações de gerenciamento incorreto ou
acidentes; DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO
PODER PÚBLICO
VI - metas e procedimentos relacionados à
minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas Seção I
as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do Disposições Gerais
SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem; Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a
VII - se couber, ações relativas à responsabilidade coletividade são responsáveis pela efetividade das ações
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do voltadas para assegurar a observância da Política Nacional
art. 31; de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais
VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu
relacionados aos resíduos sólidos; regulamento.
IX - periodicidade de sua revisão, observado, se Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza
couber, o prazo de vigência da respectiva licença de urbana e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela
operação a cargo dos órgãos do Sisnama. organização e prestação direta ou indireta desses serviços,
observados o respectivo plano municipal de gestão
§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos sólidos
integrada de resíduos sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e
atenderá ao disposto no plano municipal de gestão
as disposições desta Lei e seu regulamento.
integrada de resíduos sólidos do respectivo Município, sem
prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no
Sisnama, do SNVS e do Suasa. art. 20 são responsáveis pela implementação e
operacionalização integral do plano de gerenciamento de
§ 2o A inexistência do plano municipal de gestão
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma
integrada de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a
do art. 24.
implementação ou a operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos. § 1o A contratação de serviços de coleta,
armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou
§ 3o Serão estabelecidos em regulamento:
destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final
I - normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas
plano de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que
atuação de cooperativas ou de outras formas de associação vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; dos respectivos resíduos ou rejeitos.
II - critérios e procedimentos simplificados para § 2o Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas
apresentação dos planos de gerenciamento de resíduos sob responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo
sólidos para microempresas e empresas de pequeno porte, poder público serão devidamente remuneradas pelas
assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o
3o da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de disposto no § 5o do art. 19.
2006, desde que as atividades por elas desenvolvidas não
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares
gerem resíduos perigosos.
tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a
Art. 22. Para a elaboração, implementação, disponibilização adequada para a coleta ou, nos casos
operacionalização e monitoramento de todas as etapas do abrangidos pelo art. 33, com a devolução.
plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas incluído
Art. 29. Cabe ao poder público atuar,
o controle da disposição final ambientalmente adequada
subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano,
dos rejeitos, será designado responsável técnico
logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio
devidamente habilitado.
ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento
Art. 23. Os responsáveis por plano de de resíduos sólidos.
gerenciamento de resíduos sólidos manterão atualizadas e
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano
disponíveis ao órgão municipal competente, ao órgão
ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos
licenciador do Sisnama e a outras autoridades, informações
decorrentes das ações empreendidas na forma do caput.
completas sobre a implementação e a operacionalização do
plano sob sua responsabilidade. Seção II
§ 1o Para a consecução do disposto no caput, sem Da Responsabilidade Compartilhada
prejuízo de outras exigências cabíveis por parte das
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 93
Art. 30. É instituída a responsabilidade § 2o O regulamento disporá sobre os casos em que,
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser por razões de ordem técnica ou econômica, não seja viável
implementada de forma individualizada e encadeada, a aplicação do disposto no caput.
abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e § 3o É responsável pelo atendimento do disposto
comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços neste artigo todo aquele que:
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
I - manufatura embalagens ou fornece materiais para
sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos
a fabricação de embalagens;
nesta Seção.
II - coloca em circulação embalagens, materiais para
Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada
a fabricação de embalagens ou produtos embalados, em
pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo:
qualquer fase da cadeia de comércio.
I - compatibilizar interesses entre os agentes
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar
econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial
sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
e mercadológica com os de gestão ambiental,
produtos após o uso pelo consumidor, de forma
desenvolvendo estratégias sustentáveis;
independente do serviço público de limpeza urbana e de
II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores,
direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras distribuidores e comerciantes de:
cadeias produtivas;
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim
III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o como outros produtos cuja embalagem, após o uso,
desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
IV - incentivar a utilização de insumos de menor gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou
agressividade ao meio ambiente e de maior regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do
sustentabilidade; Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
V - estimular o desenvolvimento de mercado, a II - pilhas e baterias;
produção e o consumo de produtos derivados de materiais III - pneus;
reciclados e recicláveis;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e
VI - propiciar que as atividades produtivas alcancem embalagens;
eficiência e sustentabilidade;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
VII - incentivar as boas práticas de responsabilidade mercúrio e de luz mista;
socioambiental.
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas
§ 1o Na forma do disposto em regulamento ou em
no plano de gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas
acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre
a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus
o poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos
objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
no caput serão estendidos a produtos comercializados em
comerciantes têm responsabilidade que abrange:
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais
I - investimento no desenvolvimento, na fabricação e produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o
na colocação no mercado de produtos: grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio
a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à ambiente dos resíduos gerados. (Regulamento)
reutilização, à reciclagem ou a outra forma de destinação § 2o A definição dos produtos e embalagens a que
ambientalmente adequada; se refere o § 1o considerará a viabilidade técnica e
b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade econômica da logística reversa, bem como o grau e a
de resíduos sólidos possível; extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente
II - divulgação de informações relativas às formas de dos resíduos gerados.
evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a § 3o Sem prejuízo de exigências específicas fixadas
seus respectivos produtos; em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos
III - recolhimento dos produtos e dos resíduos órgãos do Sisnama e do SNVS, ou em acordos setoriais e
remanescentes após o uso, assim como sua subsequente termos de compromisso firmados entre o poder público e o
destinação final ambientalmente adequada, no caso de setor empresarial, cabe aos fabricantes, importadores,
produtos objeto de sistema de logística reversa na forma do distribuidores e comerciantes dos produtos a que se
art. 33; referem os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e
embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o
IV - compromisso de, quando firmados acordos ou
§ 1o tomar todas as medidas necessárias para assegurar a
termos de compromisso com o Município, participar das
implementação e operacionalização do sistema de logística
ações previstas no plano municipal de gestão integrada de
reversa sob seu encargo, consoante o estabelecido neste
resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos
artigo, podendo, entre outras medidas:
no sistema de logística reversa.
I - implantar procedimentos de compra de produtos
Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com
ou embalagens usados;
materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.
II - disponibilizar postos de entrega de resíduos
§ 1o Cabe aos respectivos responsáveis assegurar
reutilizáveis e recicláveis;
que as embalagens sejam:
III - atuar em parceria com cooperativas ou outras
I - restritas em volume e peso às dimensões
formas de associação de catadores de materiais
requeridas à proteção do conteúdo e à comercialização do
reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1 o.
produto;
§ 4o Os consumidores deverão efetuar a devolução
II - projetadas de forma a serem reutilizadas de
após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos
maneira tecnicamente viável e compatível com as
produtos e das embalagens a que se referem os incisos I a
exigências aplicáveis ao produto que contêm;
VI do caput, e de outros produtos ou embalagens objeto de
III - recicladas, se a reutilização não for possível. logística reversa, na forma do § 1o.

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94 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 5o Os comerciantes e distribuidores deverão IV - realizar as atividades definidas por acordo
efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores setorial ou termo de compromisso na forma do § 7 o do art.
dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos na 33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;
forma dos §§ 3o e 4o. V - implantar sistema de compostagem para
§ 6o Os fabricantes e os importadores darão resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes
destinação ambientalmente adequada aos produtos e às econômicos e sociais formas de utilização do composto
embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito produzido;
encaminhado para a disposição final ambientalmente VI - dar disposição final ambientalmente adequada
adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente do aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de
Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
integrada de resíduos sólidos.
§ 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a
§ 7o Se o titular do serviço público de limpeza urbana IV do caput, o titular dos serviços públicos de limpeza
e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a
termo de compromisso firmado com o setor empresarial, organização e o funcionamento de cooperativas ou de
encarregar-se de atividades de responsabilidade dos outras formas de associação de catadores de materiais
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de
nos sistemas de logística reversa dos produtos e baixa renda, bem como sua contratação.
embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder
§ 2o A contratação prevista no § 1o é dispensável de
público serão devidamente remuneradas, na forma
licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei
previamente acordada entre as partes.
no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 8o Com exceção dos consumidores, todos os
CAPÍTULO IV
participantes dos sistemas de logística reversa manterão
atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente e DOS RESÍDUOS PERIGOSOS
a outras autoridades informações completas sobre a Art. 37. A instalação e o funcionamento de
realização das ações sob sua responsabilidade. empreendimento ou atividade que gere ou opere com
Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou
compromisso referidos no inciso IV do caput do art. 31 e no licenciados pelas autoridades competentes se o
§ 1o do art. 33 podem ter abrangência nacional, regional, responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e
estadual ou municipal. econômica, além de condições para prover os cuidados
necessários ao gerenciamento desses resíduos.
§ 1o Os acordos setoriais e termos de compromisso
firmados em âmbito nacional têm prevalência sobre os Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com
firmados em âmbito regional ou estadual, e estes sobre os resíduos perigosos, em qualquer fase do seu
firmados em âmbito municipal. (Vide Decreto nº 9.177, de gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro
2017) Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos.
§ 2o Na aplicação de regras concorrentes consoante § 1o O cadastro previsto no caput será coordenado
o
o § 1 , os acordos firmados com menor abrangência pelo órgão federal competente do Sisnama e implantado de
geográfica podem ampliar, mas não abrandar, as medidas forma conjunta pelas autoridades federais, estaduais e
de proteção ambiental constantes nos acordos setoriais e municipais.
termos de compromisso firmados com maior abrangência § 2o Para o cadastramento, as pessoas jurídicas
geográfica. (Vide Decreto nº 9.177, de 2017) referidas no caput necessitam contar com responsável
Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta técnico pelo gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu
seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de próprio quadro de funcionários ou contratado, devidamente
resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os consumidores habilitado, cujos dados serão mantidos atualizados no
são obrigados a: cadastro.
I - acondicionar adequadamente e de forma § 3o O cadastro a que se refere o caput é parte
diferenciada os resíduos sólidos gerados; integrante do Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
II - disponibilizar adequadamente os resíduos
Ambientais e do Sistema de Informações previsto no art.
sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.
12.
Parágrafo único. O poder público municipal pode
Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38 são
instituir incentivos econômicos aos consumidores que
obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de resíduos
participam do sistema de coleta seletiva referido no caput,
perigosos e submetê-lo ao órgão competente do Sisnama
na forma de lei municipal.
e, se couber, do SNVS, observado o conteúdo mínimo
Art. 36. No âmbito da responsabilidade estabelecido no art. 21 e demais exigências previstas em
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao regulamento ou em normas técnicas.
titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos
de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano
perigosos a que se refere o caput poderá estar inserido no
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:
plano de gerenciamento de resíduos a que se refere o art.
I - adotar procedimentos para reaproveitar os 20.
resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos
§ 2o Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 38:
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos; I - manter registro atualizado e facilmente acessível
de todos os procedimentos relacionados à implementação
II - estabelecer sistema de coleta seletiva;
e à operacionalização do plano previsto no caput;
III - articular com os agentes econômicos e sociais
II - informar anualmente ao órgão competente do
medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos
Sisnama e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a
resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos
natureza e a destinação temporária ou final dos resíduos
serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sob sua responsabilidade;
sólidos;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 95
III - adotar medidas destinadas a reduzir o volume e Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
a periculosidade dos resíduos sob sua responsabilidade, Municípios, no âmbito de suas competências, poderão
bem como a aperfeiçoar seu gerenciamento; instituir normas com o objetivo de conceder incentivos
IV - informar imediatamente aos órgãos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as limitações
competentes sobre a ocorrência de acidentes ou outros da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de
sinistros relacionados aos resíduos perigosos. Responsabilidade Fiscal), a:
§ 3o Sempre que solicitado pelos órgãos I - indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao
competentes do Sisnama e do SNVS, será assegurado tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos
acesso para inspeção das instalações e dos procedimentos no território nacional;
relacionados à implementação e à operacionalização do II - projetos relacionados à responsabilidade pelo
plano de gerenciamento de resíduos perigosos. ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com
§ 4o No caso de controle a cargo de órgão federal ou cooperativas ou outras formas de associação de catadores
estadual do Sisnama e do SNVS, as informações sobre o de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por
conteúdo, a implementação e a operacionalização do plano pessoas físicas de baixa renda;
previsto no caput serão repassadas ao poder público III - empresas dedicadas à limpeza urbana e a
municipal, na forma do regulamento. atividades a ela relacionadas.
Art. 40. No licenciamento ambiental de Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos
empreendimentos ou atividades que operem com resíduos termos da Lei no 11.107, de 2005, com o objetivo de
perigosos, o órgão licenciador do Sisnama pode exigir a viabilizar a descentralização e a prestação de serviços
contratação de seguro de responsabilidade civil por danos públicos que envolvam resíduos sólidos, têm prioridade na
causados ao meio ambiente ou à saúde pública, obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo Federal.
observadas as regras sobre cobertura e os limites máximos Art. 46. O atendimento ao disposto neste Capítulo
de contratação fixados em regulamento. será efetivado em consonância com a Lei Complementar nº
Parágrafo único. O disposto no caput considerará o 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como
porte da empresa, conforme regulamento. com as diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual,
Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras as metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes
esferas governamentais, o Governo Federal deve estruturar orçamentárias e no limite das disponibilidades propiciadas
e manter instrumentos e atividades voltados para promover pelas leis orçamentárias anuais.
a descontaminação de áreas órfãs. CAPÍTULO VI
Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio DAS PROIBIÇÕES
órfão realizada com recursos do Governo Federal ou de Art. 47. São proibidas as seguintes formas de
outro ente da Federação, forem identificados os destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou
responsáveis pela contaminação, estes ressarcirão rejeitos:
integralmente o valor empregado ao poder público.
I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer
CAPÍTULO V corpos hídricos;
DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados
Art. 42. O poder público poderá instituir medidas os resíduos de mineração;
indutoras e linhas de financiamento para atender, III - queima a céu aberto ou em recipientes,
prioritariamente, às iniciativas de: instalações e equipamentos não licenciados para essa
I - prevenção e redução da geração de resíduos finalidade;
sólidos no processo produtivo; IV - outras formas vedadas pelo poder público.
II - desenvolvimento de produtos com menores § 1o Quando decretada emergência sanitária, a
impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde
ciclo de vida; que autorizada e acompanhada pelos órgãos competentes
III - implantação de infraestrutura física e aquisição do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa.
de equipamentos para cooperativas ou outras formas de § 2o Assegurada a devida impermeabilização, as
associação de catadores de materiais reutilizáveis e bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda; de mineração, devidamente licenciadas pelo órgão
IV - desenvolvimento de projetos de gestão dos competente do Sisnama, não são consideradas corpos
resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou, nos termos do hídricos para efeitos do disposto no inciso I do caput.
inciso I do caput do art. 11, regional; Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final
V - estruturação de sistemas de coleta seletiva e de de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades:
logística reversa; I - utilização dos rejeitos dispostos como
VI - descontaminação de áreas contaminadas, alimentação;
incluindo as áreas órfãs; II - catação, observado o disposto no inciso V do art.
VII - desenvolvimento de pesquisas voltadas para 17;
tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos; III - criação de animais domésticos;
VIII - desenvolvimento de sistemas de gestão IV - fixação de habitações temporárias ou
ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos permanentes;
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos.
V - outras atividades vedadas pelo poder público.
Art. 43. No fomento ou na concessão de incentivos
Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos
creditícios destinados a atender diretrizes desta Lei, as
perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas
instituições oficiais de crédito podem estabelecer critérios
características causem dano ao meio ambiente, à saúde
diferenciados de acesso dos beneficiários aos créditos do
pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para
Sistema Financeiro Nacional para investimentos
tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.
produtivos.
TÍTULO IV

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96 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS segurança e a minimizar os impactos ambientais. (Incluído
Art. 50. A inexistência do regulamento previsto no § pela Lei nº 14.026, de 2020)
3o do art. 21 não obsta a atuação, nos termos desta Lei, das Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor
cooperativas ou outras formas de associação de catadores 2 (dois) anos após a data de publicação desta Lei.
de materiais reutilizáveis e recicláveis. Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos de
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, que tratam os incisos V e VI do caput do art. 33 será
independentemente da existência de culpa, reparar os implementada progressivamente segundo cronograma
danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou estabelecido em regulamento. (Regulamento)
jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua
ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções publicação.
previstas em lei, em especial às fixadas na Lei no 9.605, de Brasília, 2 de agosto de 2010; 189o da Independência e
12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções 122o da República.
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em Rafael Thomaz Favetti
seu regulamento. Guido Mantega
Art. 52. A observância do disposto no caput do art. José Gomes Temporão
23 e no § 2o do art. 39 desta Lei é considerada obrigação Miguel Jorge
de relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da
Lei nº 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras QUESTÕES DE CONCURSOS
sanções cabíveis nas esferas penal e administrativa.
01. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - PGE-PB - Procurador do
Art. 53. O § 1o do art. 56 da Lei nº 9.605, de 12 de Estado) No que se refere à Política Nacional dos
fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação: Resíduos Sólidos, assinale a opção correta.
“Art. 56. ........... A O prazo de vigência do plano estadual de resíduos sólidos
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: é determinado, conforme a legislação de regência,
I - abandona os produtos ou substâncias referidos devendo ser expresso quando de sua elaboração.
no caput ou os utiliza em desacordo com as normas B A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos não
ambientais ou de segurança; é condição para os estados terem acesso a recursos da
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, União.
transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a C Serão priorizados no acesso aos recursos da União os
resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei estados que instituírem microrregiões com município
ou regulamento. limítrofes.
.........” (NR) D Aos estados é vedado elaborar mais de um plano de
Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada resíduos sólidos.
dos rejeitos deverá ser implantada até 31 de dezembro de E Os princípios da precaução, do poluidor-pagador e do
2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham desenvolvimento sustentável não se aplicam à Política
elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano Nacional de Resíduos Sólidos.
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e que
disponham de mecanismos de cobrança que garantam sua
02. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - MPE-AP - Promotor de
sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art.
Justiça Substituto) Segundo a Lei n.º 12.305/2010, a
29 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para os quais
gestão e o gerenciamento adequados de resíduos
ficam definidos os seguintes prazos: (Redação dada pela
sólidos devem observar a seguinte ordem de prioridade:
Lei nº 14.026, de 2020)
A tratamento; reciclagem; não geração; redução;
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados
reutilização; e disposição final ambientalmente
e Municípios integrantes de Região Metropolitana (RM) ou
adequada.
de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de capitais;
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020) B redução; tratamento; não geração; reciclagem;
reutilização; e disposição final ambientalmente
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com
adequada.
população superior a 100.000 (cem mil) habitantes no
Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha C não geração; redução; reutilização; reciclagem;
urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 tratamento; e disposição final ambientalmente
(vinte) quilômetros da fronteira com países limítrofes; adequada.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020) D tratamento; reciclagem; redução; não geração;
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com reutilização; e disposição final ambientalmente
população entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) adequada.
habitantes no Censo 2010; e (Incluído pela Lei nº 14.026, E não geração; tratamento; redução; reutilização;
de 2020) reciclagem; e disposição final ambientalmente
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com adequada.
população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes no
Censo 2010. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020) 03. (FCC - 2021 - DPE-SC - Defensor Público) Sobre a
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.026, de política nacional de resíduos sólidos:
2020) A O poder público municipal não pode instituir incentivos
§ 2º Nos casos em que a disposição de rejeitos em econômicos aos consumidores que participam do
aterros sanitários for economicamente inviável, poderão ser sistema de coleta seletiva estabelecido pelo plano
adotadas outras soluções, observadas normas técnicas e municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, na
operacionais estabelecidas pelo órgão competente, de forma de lei municipal.
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à B A elaboração e a implementação pelos Estados de planos
microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 97
regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, A o diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados
substituem as prerrogativas a cargo dos Municípios no respectivo território e municípios limítrofes,
envolvidos previstas pela Lei nº 12.305/2010. mencionando a origem, o volume, a caracterização dos
C Para Municípios com menos de 50.000 habitantes, o resíduos e as formas de destinação e disposição final
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos adotadas.
terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento. B a identificação de implantação de soluções
D Os fabricantes, importadores, distribuidores e compartilhadas com outros Municípios, considerando a
comerciantes de pneus e lâmpadas fluorescentes, de proximidade e a maior possibilidade de utilização dos
vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, dentre outros, resíduos recicláveis.
são obrigados a estruturar e implementar sistemas de C indicação de quais órgãos do Estado a que pertence o
logística reversa. Município serão responsáveis pela implementação de
E Os acordos setoriais e termos de compromisso firmados programas e ações de educação ambiental que
em âmbito municipal têm prevalência sobre os firmados promovam a não geração, a redução, a reutilização e a
em âmbito regional ou estadual, e estes sobre os reciclagem de resíduos sólidos.
firmados em âmbito nacional. D mecanismos para a criação de fontes de negócios,
emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos
sólidos.
04. (FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Candelária - RS -
Licenciador/ Orientador Ambiental) A Lei nº E identificação dos passivos ambientais relacionados aos
12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, locais
Resíduos Sólidos (PNRS), representa um marco para a de disposição temporária e vias de transporte dos
sociedade brasileira em relação à sustentabilidade, pois resíduos e respectivas medidas saneadoras.
apresenta uma visão avançada na forma como nos
relacionamos com os resíduos sólidos que geramos. A Gabarito: 01/C; 02/C; 03/D; 04/C; 05/A; 06/B
PNRS introduz a Logística Reversa e o princípio da
Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos
Produtos. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
materiais que se enquadram dentro deste conceito.
A Eletroeletrônicos e seus componentes.
LEI Nº 9.433/1997 (POLÍTICA NACIONAL
B Baterias de chumbo ácido. DE RECURSOS HÍDRICOS).
C Lixo hospitalar. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,
D Embalagens em geral. cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do
E Latas de alumínio para bebidas.
art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º
da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
05. (OBJETIVA - 2021 - Prefeitura de Venâncio Aires - RS - modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de
Fiscal Sanitário) Segundo a Lei nº 12.305/2010 - Política 1989.
Nacional de Resíduos Sólidos, na gestão e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
a seguinte ordem de prioridade:
sanciono a seguinte Lei:
A Não geração, redução, reutilização, reciclagem,
TÍTULO I
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos. DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
B Redução, não geração, reciclagem, reutilização, CAPÍTULO I
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final DOS FUNDAMENTOS
ambientalmente adequada dos rejeitos. Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos
C Não geração, redução, reciclagem, reutilização, baseia-se nos seguintes fundamentos:
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos I - a água é um bem de domínio público;
e tratamento dos resíduos sólidos. II - a água é um recurso natural limitado, dotado de
D Reutilização, redução, não geração, reciclagem, valor econômico;
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final III - em situações de escassez, o uso prioritário dos
ambientalmente adequada dos rejeitos. recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação
E Tratamento dos resíduos sólidos, reutilização, redução, de animais;
não geração, reciclagem e disposição final IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre
ambientalmente adequada dos rejeitos. proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para
06. (NC-UFPR - 2019 - Prefeitura de Curitiba - PR - Técnico implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e
Agrícola) Na Lei Federal nº 12.305, em sua Seção IV, é atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
estabelecido que “a elaboração de plano municipal de Recursos Hídricos;
gestão integrada de resíduos sólidos é condição para o VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser
Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos descentralizada e contar com a participação do Poder
da União, ou por ela controlados, destinados a Público, dos usuários e das comunidades.
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza
urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem CAPÍTULO II
beneficiados por incentivos ou financiamentos de DOS OBJETIVOS
entidades federais de crédito ou fomento para tal Art. 2º São objetivos da Política Nacional de
finalidade”. Conforme essa Lei, o plano municipal deve Recursos Hídricos:
conter obrigatoriamente:

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98 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
I - assegurar à atual e às futuras gerações a IV - metas de racionalização de uso, aumento da
necessária disponibilidade de água, em padrões de quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos
qualidade adequados aos respectivos usos; disponíveis;
II - a utilização racional e integrada dos recursos V - medidas a serem tomadas, programas a serem
hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o
desenvolvimento sustentável; atendimento das metas previstas;
III - a prevenção e a defesa contra eventos VI - (VETADO)
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do VII - (VETADO)
uso inadequado dos recursos naturais.
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de
IV - incentivar e promover a captação, a preservação recursos hídricos;
e o aproveitamento de águas pluviais. (Incluído pela Lei nº
IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos
13.501, de 2017)
recursos hídricos;
CAPÍTULO III
X - propostas para a criação de áreas sujeitas a
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para hídricos.
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos: Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País.
dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade; SEÇÃO II
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM
diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES
sociais e culturais das diversas regiões do País; DA ÁGUA
III - a integração da gestão de recursos hídricos com Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em
a gestão ambiental; classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a:
IV - a articulação do planejamento de recursos I - assegurar às águas qualidade compatível com os
hídricos com o dos setores usuários e com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
planejamentos regional, estadual e nacional;
II - diminuir os custos de combate à poluição das
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com águas, mediante ações preventivas permanentes.
a do uso do solo;
Art. 10. As classes de corpos de água serão
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas estabelecidas pela legislação ambiental.
com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
SEÇÃO III
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo
em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS
interesse comum. HÍDRICOS
CAPÍTULO IV Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de
recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle
DOS INSTRUMENTOS quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de exercício dos direitos de acesso à água.
Recursos Hídricos: Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público
I - os Planos de Recursos Hídricos; os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos:
II - o enquadramento dos corpos de água em classes, I - derivação ou captação de parcela da água
segundo os usos preponderantes da água; existente em um corpo de água para consumo final,
III - a outorga dos direitos de uso de recursos inclusive abastecimento público, ou insumo de processo
hídricos; produtivo;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; II - extração de água de aqüífero subterrâneo para
V - a compensação a municípios; consumo final ou insumo de processo produtivo;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos III - lançamento em corpo de água de esgotos e
Hídricos. demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com
o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
SEÇÃO I
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade
Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos ou a qualidade da água existente em um corpo de água.
diretores que visam a fundamentar e orientar a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e § 1º Independem de outorga pelo Poder Público,
o gerenciamento dos recursos hídricos. conforme definido em regulamento:
Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das
de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível necessidades de pequenos núcleos populacionais,
com o período de implantação de seus programas e distribuídos no meio rural;
projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo: II - as derivações, captações e lançamentos
I - diagnóstico da situação atual dos recursos considerados insignificantes;
hídricos; III - as acumulações de volumes de água
II - análise de alternativas de crescimento consideradas insignificantes.
demográfico, de evolução de atividades produtivas e de § 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para
modificações dos padrões de ocupação do solo; fins de geração de energia elétrica estará subordinada ao
III - balanço entre disponibilidades e demandas Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma
futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a
com identificação de conflitos potenciais; disciplina da legislação setorial específica.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 99
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às I - no financiamento de estudos, programas, projetos
prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos;
Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de II - no pagamento de despesas de implantação e
água estiver enquadrado e a manutenção de condições custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes
adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso. do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos Hídricos.
hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes. § 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total
competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do arrecadado.
Distrito Federal. § 2º Os valores previstos no caput deste artigo
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras
Estados e ao Distrito Federal competência para conceder que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade,
outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo
União. de água.
§ 2º (VETADO) § 3º (VETADO)
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos Art. 23. (VETADO)
hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em SEÇÃO V
definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes
DA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS
circunstâncias:
Art. 24. (VETADO)
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da
outorga; SEÇÃO VI
II - ausência de uso por três anos consecutivos; DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS
HÍDRICOS
III - necessidade premente de água para atender a
situações de calamidade, inclusive as decorrentes de Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos
condições climáticas adversas; Hídricos é um sistema de coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave
recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
degradação ambiental;
Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de
integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de
interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes
Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional
alternativas;
de Informações sobre Recursos Hídricos.
VI - necessidade de serem mantidas as
Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento
características de navegabilidade do corpo de água.
do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos:
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos
I - descentralização da obtenção e produção de
hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco
dados e informações;
anos, renovável.
II - coordenação unificada do sistema;
Art. 17. (VETADO)
III - acesso aos dados e informações garantido à toda
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das
a sociedade.
águas, que são inalienáveis, mas o simples direito de seu
uso. Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de
Informações sobre Recursos Hídricos:
SEÇÃO IV
I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos
Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos recursos hídricos no Brasil;
objetiva:
II - atualizar permanentemente as informações sobre
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o
usuário uma indicação de seu real valor; território nacional;
II - incentivar a racionalização do uso da água; III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos
III - obter recursos financeiros para o financiamento de Recursos Hídricos.
dos programas e intervenções contemplados nos planos de CAPÍTULO V
recursos hídricos.
DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos MÚLTIPLO, DE INTERESSE COMUM OU COLETIVO
sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.
Art. 28. (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)
CAPÍTULO VI
Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO
pelo uso dos recursos hídricos devem ser observados,
dentre outros: Art. 29. Na implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo Federal:
I - nas derivações, captações e extrações de água, o
volume retirado e seu regime de variação; I - tomar as providências necessárias à
implementação e ao funcionamento do Sistema Nacional de
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de
variação e as características físico-químicas, biológicas e II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos,
de toxidade do afluente. e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera de
competência;
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo
uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre
na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão Recursos Hídricos, em âmbito nacional;
utilizados:

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100 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
IV - promover a integração da gestão de recursos I - representantes dos Ministérios e Secretarias da
hídricos com a gestão ambiental. Presidência da República com atuação no gerenciamento
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, ou no uso de recursos hídricos;
por decreto, a autoridade responsável pela efetivação de II - representantes indicados pelos Conselhos
outorgas de direito de uso dos recursos hídricos sob Estaduais de Recursos Hídricos;
domínio da União. III - representantes dos usuários dos recursos
Art. 30. Na implementação da Política Nacional de hídricos;
Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos Estaduais IV - representantes das organizações civis de
e do Distrito Federal, na sua esfera de competência: recursos hídricos.
I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e Parágrafo único. O número de representantes do
regulamentar e fiscalizar os seus usos; Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade
II - realizar o controle técnico das obras de oferta mais um do total dos membros do Conselho Nacional de
hídrica; Recursos Hídricos.
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos
Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do Distrito Hídricos:
Federal; I - promover a articulação do planejamento de
IV - promover a integração da gestão de recursos recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional,
hídricos com a gestão ambiental. estaduais e dos setores usuários;
Art. 31. Na implementação da Política Nacional de II - arbitrar, em última instância administrativa, os
Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos
Federal e dos municípios promoverão a integração das Hídricos;
políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de
conservação do solo e de meio ambiente com as políticas recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito
federal e estaduais de recursos hídricos. dos Estados em que serão implantados;
TÍTULO II IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido
DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos
RECURSOS HÍDRICOS Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
CAPÍTULO I V - analisar propostas de alteração da legislação
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de
Recursos Hídricos;
Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes VI - estabelecer diretrizes complementares para
objetivos: implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos,
aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema
I - coordenar a gestão integrada das águas;
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
II - arbitrar administrativamente os conflitos
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de
relacionados com os recursos hídricos;
Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a
III - implementar a Política Nacional de Recursos elaboração de seus regimentos;
Hídricos;
VIII - (VETADO)
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação
IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano
e a recuperação dos recursos hídricos;
Nacional de Recursos Hídricos e determinar as
V - promover a cobrança pelo uso de recursos providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
hídricos. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de X - estabelecer critérios gerais para a outorga de
Gerenciamento de Recursos Hídricos: (Redação dada pela direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por
Lei 9.984, de 2000) seu uso.
I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; XI - zelar pela implementação da Política Nacional de
(Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) Segurança de Barragens (PNSB); (Incluído pela Lei nº
I-A. – a Agência Nacional de Águas; (Incluído pela 12.334, de 2010)
Lei 9.984, de 2000) XII - estabelecer diretrizes para implementação da
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do
e do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei 9.984, de Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
2000) Barragens (SNISB); (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação XIII - apreciar o Relatório de Segurança de
dada pela Lei 9.984, de 2000) Barragens, fazendo, se necessário, recomendações para
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo
estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Lei nº 12.334, de
competências se relacionem com a gestão de recursos 2010)
hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos
V – as Agências de Água. (Redação dada pela Lei será gerido por:
9.984, de 2000) I - 1 (um) Presidente, que será o Ministro de Estado
CAPÍTULO II do Desenvolvimento Regional; (Redação dada pela Lei nº
DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS 13.844, de 2019)
Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é II - 1 (um) Secretário-Executivo, que será o titular do
composto por: órgão integrante da estrutura do Ministério do
Desenvolvimento Regional responsável pela gestão dos

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 101
recursos hídricos. (Redação dada pela Lei nº 13.844, de § 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias
2019) cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser
CAPÍTULO III incluídos representantes:
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como
parte da representação da União;
Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como
área de atuação: II - das comunidades indígenas ali residentes ou com
interesses na bacia.
I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia
II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de
Hidrográfica com área de atuação restrita a bacias de rios
água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ou
sob domínio estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos
III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas respectivos regimentos.
contíguas.
Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia dirigidos por um Presidente e um Secretário, eleitos dentre
Hidrográfica em rios de domínio da União será efetivada por seus membros.
ato do Presidente da República.
CAPÍTULO IV
Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica,
DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA
no âmbito de sua área de atuação:
Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de
I - promover o debate das questões relacionadas a
secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês
recursos hídricos e articular a atuação das entidades
de Bacia Hidrográfica.
intervenientes;
Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de
II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os
atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
conflitos relacionados aos recursos hídricos;
Parágrafo único. A criação das Agências de Água
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
será autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos
Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de
cumprimento de suas metas; Bacia Hidrográfica.
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Art. 43. A criação de uma Agência de Água é
Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos:
derivações, captações e lançamentos de pouca expressão,
I - prévia existência do respectivo ou respectivos
para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de
Comitês de Bacia Hidrográfica;
direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os
domínios destes; II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança
do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação.
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo
uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de
cobrados; sua área de atuação:
VII - (VETADO) I - manter balanço atualizado da disponibilidade de
recursos hídricos em sua área de atuação;
VIII - (VETADO)
II - manter o cadastro de usuários de recursos
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo
hídricos;
das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia
cobrança pelo uso de recursos hídricos;
Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e
sua esfera de competência. obras a serem financiados com recursos gerados pela
cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à
Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são
instituição financeira responsável pela administração
compostos por representantes:
desses recursos;
I - da União;
V - acompanhar a administração financeira dos
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas hídricos em sua área de atuação;
áreas de atuação;
VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em Hídricos em sua área de atuação;
sua área de atuação;
VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação; serviços para a execução de suas competências;
V - das entidades civis de recursos hídricos com VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e
atuação comprovada na bacia. submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos
§ 1º O número de representantes de cada setor Comitês de Bacia Hidrográfica;
mencionado neste artigo, bem como os critérios para sua IX - promover os estudos necessários para a gestão
indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, dos recursos hídricos em sua área de atuação;
limitada a representação dos poderes executivos da União,
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para
Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de
apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;
membros.
XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de
§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de
Bacia Hidrográfica:
rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada,
a representação da União deverá incluir um representante a) o enquadramento dos corpos de água nas classes
do Ministério das Relações Exteriores. de uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho
Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de
acordo com o domínio destes;

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102 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar
hídricos; obras ou serviços relacionados com os mesmos em
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados desacordo com as condições estabelecidas na outorga;
com a cobrança pelo uso de recursos hídricos; V - perfurar poços para extração de água subterrânea
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de ou operá-los sem a devida autorização;
interesse comum ou coletivo. VI - fraudar as medições dos volumes de água
CAPÍTULO V utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO VII - infringir normas estabelecidas no regulamento
NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS desta Lei e nos regulamentos administrativos,
compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos
Art. 45. A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional
órgãos ou entidades competentes;
de Recursos Hídricos será exercida pelo órgão integrante
da estrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das
responsável pela gestão dos recursos hídricos. (Redação autoridades competentes no exercício de suas funções.
dada pela Lei nº 13.844, de 2019) Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho regulamentar referente à execução de obras e serviços
Nacional de Recursos Hídricos: (Redação dada pela Lei hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos, ou
9.984, de 2000) pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a
I – prestar apoio administrativo, técnico e financeiro critério da autoridade competente, ficará sujeito às
ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação seguintes penalidades, independentemente de sua ordem
dada pela Lei 9.984, de 2000) de enumeração: (Redação dada pela Lei nº 14.066, de
2020)
II – revogado; (Redação dada pela Lei 9.984, de
2000) II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade
da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 50.000.000,00
III – instruir os expedientes provenientes dos (cinquenta milhões de reais); (Redação dada pela Lei nº
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos Comitês 14.066, de 2020)
de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984, de
2000) III - embargo provisório, por prazo determinado, para
execução de serviços e obras necessárias ao efetivo
IV – revogado; (Redação dada pela Lei 9.984, de cumprimento das condições de outorga ou para o
2000) cumprimento de normas referentes ao uso, controle,
V – elaborar seu programa de trabalho e respectiva conservação e proteção dos recursos hídricos;
proposta orçamentária anual e submetê-los à aprovação do IV - embargo definitivo, com revogação da outorga,
Conselho Nacional de Recursos Hídricos. (Redação dada se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado,
pela Lei 9.984, de 2000) os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts.
CAPÍTULO VI 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS extração de água subterrânea.
Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, § 1º Sempre que da infração cometida resultar
organizações civis de recursos hídricos: prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos
I - consórcios e associações intermunicipais de à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou
bacias hidrográficas; prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser
aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo
II - associações regionais, locais ou setoriais de
cominado em abstrato.
usuários de recursos hídricos;
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa
da pena de multa, serão cobradas do infrator as despesas
com interesse na área de recursos hídricos;
em que incorrer a Administração para tornar efetivas as
IV - organizações não-governamentais com objetivos medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts.
de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade; 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de
V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho responder pela indenização dos danos a que der causa.
Nacional ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos § 3º Da aplicação das sanções previstas neste título
Hídricos. caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos
Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de termos do regulamento.
Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos § 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada
hídricos devem ser legalmente constituídas. em dobro.
TÍTULO III TÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 49. Constitui infração das normas de utilização Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e
de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos: os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos poderão
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer delegar a organizações sem fins lucrativos relacionadas no
finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso; art. 47 desta Lei, por prazo determinado, o exercício de
II - iniciar a implantação ou implantar funções de competência das Agências de Água, enquanto
empreendimento relacionado com a derivação ou a esses organismos não estiverem constituídos. (Redação
utilização de recursos hídricos, superficiais ou dada pela Lei nº 10.881, de 2004)
subterrâneos, que implique alterações no regime, Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e
quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos regulamentado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a
órgãos ou entidades competentes; utilização dos potenciais hidráulicos para fins de geração de
III - (VETADO) energia elétrica continuará subordinada à disciplina da
legislação setorial específica.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 103
Art. 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte D incompetentes para arbitrar administrativamente conflitos
dias a partir da publicação desta Lei, encaminhará ao relacionados a recursos hídricos.
Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação E incompetentes para o exercício do poder de polícia.
das Agências de Água.
Art. 54. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
03. (ESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - Perito
1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
Criminal - Ciências Biológicas e Biomedicina) A Lei n.º
"Art. 1º ..................... 9.433/1997 instituiu a Política Nacional de Recursos
.................. Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento
III - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recursos Hídricos. Acerca desse assunto, assinale
de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos opção correta.
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal; A O aproveitamento dos potenciais hidrelétricos dispensa
IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento outorga de direito de uso.
Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, do B Considerada bem de todos, de titularidade difusa, a água
Ministério de Minas e Energia; é gratuita, incidindo cobrança apenas sobre os
V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia. elementos utilizados no seu tratamento, como o cloro.
............................ C O respeito à vida, em todas as suas formas, está implícito
nos fundamentos da Política Nacional de Recursos
§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do
Hídricos, onde se priorizou, em caso de escassez, a
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
utilização da água para a agricultura e para a pecuária.
Amazônia Legal será empregada na implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema D Os planos de recursos hídricos são de longo prazo,
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na devendo conter o balanço entre disponibilidades e
gestão da rede hidrometeorológica nacional. demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade
e qualidade, com identificação de conflitos potenciais.
§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na
operação e expansão de sua rede hidrometeorológica, no E Como os corpos hídricos costumam abranger áreas
estudo dos recursos hídricos e em serviços relacionados ao superiores à de um município, os estados e o Distrito
aproveitamento da energia hidráulica." Federal foram adotados como unidades territoriais para
atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Parágrafo único. Os novos percentuais definidos
Recursos Hídricos.
no caput deste artigo entrarão em vigor no prazo de cento e
oitenta dias contados a partir da data de publicação desta
Lei. Gabarito: 01/A; 02/E; 03/D
Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará
esta Lei no prazo de cento e oitenta dias, contados da data
de sua publicação. RESOLUÇÕES DO CONSELHO
Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua NACIONAL DO MEIO AMBIENTE –
publicação.
CONAMA E SUAS ALTERAÇÕES:
Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 8 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 01/1986; 09/1987; 237/1997; 275/2001;
109º da República. 307/2002; 357/2005; 358/2005; 362/2005;
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 369/ 2006; 396/2008; 397/2008; 430/2011;
Gustavo Krause
Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.1.1997 429/2011.
RESOLUÇÃO CONAMA 01/1986
QUESTÕES DE CONCURSOS Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais
01. (CESPE / CEBRASPE - SEFAZ-RS/2018) Isenta(m)-se para a avaliação de impacto ambiental.
da taxa incidente sobre unidades de conservação, O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA,
utilização de recursos hídricos e faunísticos e serviços no uso das atribuições que lhe confere o art. 48 do Decreto
correlatos nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício
A o uso de recursos hídricos legalmente dispensado de das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo art. 18 do
outorga mesmo decreto, e
B a visitação e o uso da infraestrutura das unidades de Considerando a necessidade de se estabelecerem
conservação as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e
as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação
C o cadastro de empresas perfuradoras de poço tubular de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da
D a outorga para hidrelétrica. Política Nacional do Meio Ambiente,
E o alvará de açude ou barragem em terra. Resolve:
Art. 1º Para efeito desta Resolução, considera-se
02. (CESPE - 2017 - TRF - 5ª R - Juiz Federal Substituto) impacto ambiental qualquer alteração das propriedades
Os comitês de bacias hidrográficas são físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
A competentes para implantar e gerir o Sistema Nacional de por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
Informações sobre Segurança de Barragens. atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
B competentes para outorgar o direito de uso de recursos I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
hídricos em corpos de água de domínio da União, II - as atividades sociais e econômicas;
mediante permissão. III - a biota;
C incompetentes para aprovar o Plano de Recursos IV - as condições estéticas e sanitárias do meio
Hídricos da bacia. ambiente;

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104 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
V - a qualidade dos recursos ambientais. estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a
Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de natureza, o porte e as peculiaridades de cada atividade.
impacto ambiental e respectivo relatório de impacto Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de
ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do atender à legislação, em especial os princípios e objetivos
órgão estadual competente, e do SEMA em caráter expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente,
supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
meio ambiente, tais como: I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese
rolamento; de não execução do projeto;
II - Ferrovias; II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos
III - Portos e terminais de minério, petróleo e ambientais gerados nas fases de implantação e operação
produtos químicos; da atividade;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, art. III - Definir os limites da área geográfica a ser direta
48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.1966; ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área
de influência do projeto, considerando, em todos os casos,
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos
a bacia hidrográfica na qual se localiza;
coletores e emissários de esgotos sanitários;
lV - Considerar os planos e programas
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima
governamentais, propostos e em implantação na área de
de 230 Kv;
influência do projeto, e sua compatibilidade.
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos
Parágrafo único. Ao determinar a execução do
hídricos, tais como:
estudo de impacto ambiental, o órgão estadual competente,
barragem para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, ou a SEMA ou, quando couber, o Município, fixará as
de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e
navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos características ambientais da área, forem julgadas
d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise
bacias, diques; dos estudos.
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, Art. 6º O estudo de impacto ambiental desenvolverá,
carvão); no mínimo, as seguintes atividades técnicas:
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, I - Diagnóstico ambiental da área de influência do
definidas no Código de Mineração; projeto completa descrição e análise dos recursos
X - Aterros sanitários, processamento e destino final ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a
de resíduos tóxicos ou perigosos; caracterizar a situação ambiental da área, antes da
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que implantação do projeto, considerando:
seja a fonte de energia primária, acima de 10 MW; a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima,
XII - Complexo e unidades industriais e agro- destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e
industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as
destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
hídricos); b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da
industriais - ZEI; qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação
em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando permanente;
atingir áreas significativas em termos percentuais ou de c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do
importância do ponto de vista ambiental; solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
áreas consideradas de relevante interesse ambiental a comunidade, as relações de dependência entre a sociedade
critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
competentes; desses recursos.
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de
derivados ou produtos similares, em quantidade superior a suas alternativas, através de identificação, previsão da
dez toneladas por dia. (Redação dada ao inciso pela magnitude e interpretação da importância dos prováveis
Resolução CONAMA nº 11, de 18.03.1986, DOU impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e
02.05.1986 ) negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos,
imediatos e a médio e longo prazos, temporários e
XVII - Projetos Agropecuários que contemplem permanentes; seu grau de reversibilidade; suas
áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste caso, quando propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos
se tratar de áreas signifi cativas em termos percentuais ou ônus e benefícios sociais.
de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas
áreas de proteção ambiental. (Inciso acrescentado pela III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos
Resolução CONAMA nº 11, de 18.03.1986, DOU negativos, entre elas os equipamentos de controle e
02.05.1986 ) sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência
de cada uma delas.
Art. 3º (Revogado pela Resolução CONAMA nº 237,
de 19.12.1997, DOU 22.12.1997 ) lV - Elaboração do programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos positivos e negativos,
Art. 4º Os órgãos ambientais competentes e os indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
órgãos setoriais do SISNAMA deverão compatibilizar os
processos de licenciamento com as etapas de Parágrafo único. Ao determinar a execução do
planejamento e implantação das atividades modificadoras estudo de impacto ambiental, o órgão estadual competente,
do meio Ambiente, respeitados os critérios e diretrizes ou a SEMA ou, quando couber, o Município fornecerá as
instruções adicionais que se fizerem encessárias, pelas
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 105
peculiaridades do projeto e características ambientais da § 1º Os órgãos públicos que manifestarem interesse,
área. ou tiverem relação direta com o projeto, receberão cópia do
Art. 7º (Revogado pela Resolução CONAMA nº 237, RIMA, para conhecimento e manifestação.
de 19.12.1997, DOU 22.12.1997 ) § 2º Ao determinar a execução do estudo de impacto
Art. 8º Correrão por conta do propoente do projeto ambiental e apresentação do RIMA, o órgão estadual
todas as despesas e custos referentes à realização do competente ou a SEMA ou, quando couber o Município,
estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição determinará o prazo para recebimento dos comentários a
dos dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados
análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de
acompanhamento e monitoramento dos impactos, audiência pública para informação sobre o projeto e seus
elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 impactos ambientais e discussão do RIMA.
(cinco) cópias. Art. 12. Esta Resolução entra em vigor na data de
Art. 9º O relatório de impacto ambiental - RIMA sua publicação.
refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e Flávio Peixoto da Silveira
conterá, no mínimo:
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação
e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e RESOLUÇÃO CONAMA 09/1987
programas governamentais; O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE -
II - A descrição do projeto e suas alternativas CONAMA, no uso das atribuições que lhe conferem o Inciso
tecnológicas e locacionais, especificando para cada um II. do art. 7º do Decreto nº 88.351, de 1º de julho de 1983, e
deles, nas fases de construção e operação a área de tendo em vista o disposto na RESOLUÇÃO/CONAMA nº 1,
influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de de 23 de janeiro de 1986. RESOLVE:
energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis Art. 1º. A Audiência Pública referida na
efluentes, emissões, resíduos e perdas de energia, os RESOLUÇÃO CONAMA nº 1/86, tem por finalidade expor
empregos diretos e indiretos a serem gerados; aos interessados o conteúdo do produto em análise e do
III - A síntese dos resultados dos estudos de seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos
diagnósticos ambiental da área de influência do projeto; presentes as críticas e sugestões a respeito.
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais Art. 2º. Sempre que julgar necessário, ou quando for
da implantação e operação da atividade, considerando o solicitado pôr entidade civil, pelo Ministério Público, ou por
projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, o Órgão do Meio
incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e Ambiente promoverá a realização de Audiência Pública.
critérios adotados para sua identificação, quantificação e § 1º. O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do
interpretação; recebimento do RIMA, fixará em edital e anunciará pela
V - A caracterização da qualidade ambiental futura imprensa local a abertura do prazo que será no mínimo de
da área de influência, comparando as diferentes situações 45 dias para solicitação de audiência pública.
da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a § 2º. No caso de haver solicitação de audiência
hipótese de sua não realização; pública e na hipótese do Órgão Estadual não realizá-la, a
VI - A descrição do efeito esperado das medidas licença não terá validade.
mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, § 3º. Após este prazo, a convocação será feita pelo
mencionando aqueles que não puderem ser evitados, e o Órgão licenciador, através de correspondência registrada
grau de alteração esperado; aos solicitantes e da divulgação em órgãos da imprensa
VII - O programa de acompanhamento e local.
monitoramento dos impactos; § 4º. A audiência pública deverá ocorrer em local
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais acessível aos interessados.
favorável (conclusões e comentários de ordem geral). § 5º. Em função da localização geográfica dos
Parágrafo único. O RIMA deve ser apresentado de solicitantes se da complexidade do tema, poderá haver mais
forma objetiva e adequada à sua compreensão. As de uma audiência pública sobre o mesmo projeto e
informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA.
ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais Art. 3º. A audiência pública será dirigida pelo
técnicas de comunicação visual, de modo que se possam representante do Órgão licenciador que, após a exposição
entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem objetiva do projeto e o seu respectivo RIMA, abrirá as
como todas as consequências ambientais de sua discussões com os interessados presentes.
implementação.
Art. 4º. Ao final de cada audiência pública lavrada
Art. 10. O órgão estadual competente, ou a SEMA uma ata sucinta.
ou, quando couber, o Município terá um prazo para se
Parágrafo único. Serão anexadas à ata, todos os
manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.
documentos escritos e assinados que forem entregues ao
Parágrafo único. O prazo a que se refere o caput presidente dos trabalhos durante a seção.
deste artigo terá o seu termo inicial na data do recebimento
Art. 5º. A ata da(s) Audiência(s) Pública(s) e seus
pelo órgão estadual competente ou pela SEMA do estudo
anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA, para a
do impacto ambiental e seu respectivo RIMA.
análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou
Art. 11. Respeitado o sigilo industrial, assim não do projeto.
solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será
Art. 6º. Esta resolução entra em vigor na data de sua
acessível ao público. Suas cópias permanecerão à
publicação
disposição dos interessados, nos centros de documentação
ou bibliotecas da SEMA e do órgão estadual de controle
ambiental correspondente, inclusive durante o período de
análise técnica. RESOLUÇÃO CONAMA 237/1997

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106 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Dispõe sobre conceitos, sujeição, e procedimento Art. 2º. A localização, construção, instalação,
para obtenção de Licenciamento Ambiental, e dá outras ampliação, modificação e operação de empreendimentos e
providências atividades utilizadoras de recursos ambientais
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem
no uso das atribuições e competências que lhe são como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma,
conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio
regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de licenciamento do órgão ambiental competente, sem
1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
Interno, e § 1º. Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os
Considerando a necessidade de revisão dos empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo I,
procedimentos e critérios utilizados no licenciamento parte integrante desta Resolução.
ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de § 2º. Caberá ao órgão ambiental competente definir os
licenciamento como instrumento de gestão ambiental, critérios de exigibilidade, o detalhamento e a
instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente; complementação do Anexo I, levando em consideração as
Considerando a necessidade de se incorporar ao especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras
sistema de licenciamento ambiental os instrumentos de características do empreendimento ou atividade.
gestão ambiental, visado o desenvolvimento sustentável e Art. 3º. A licença ambiental para empreendimentos e
a melhoria contínua; atividades consideradas efetiva ou potencialmente
Considerando as diretrizes estabelecidas na causadoras de significativa degradação do meio dependerá
Resolução CONAMA nº 011/94, que determina a de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório
necessidade de revisão no sistema de licenciamento de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-
ambiental; se-á publicidade, garantida a realização de audiências
públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.
Considerando a necessidade de regulamentação de
aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Parágrafo único. O órgão ambiental competente,
Política Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram verificando que a atividade ou empreendimento não é
definidos; potencialmente causador de significativa degradação do
meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes
Considerando a necessidade de ser estabelecido
ao respectivo processo de licenciamento.
critério para exercício da competência para o licenciamento
a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto Art. 4º. Compete ao Instituto Brasileiro do Meio
de 1981; Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA,
órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a
Considerando a necessidade de se integrar a atuação
que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto
dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio
de 1981, de empreendimentos e atividades com
Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do
significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou
Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas
regional, a saber:
competências, resolve:
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no
Art. 1º. Para efeito desta Resolução são adotadas as
Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma
seguintes definições:
continental; na zona econômica exclusiva; em terras
I - Licenciamento Ambiental: procedimento indígenas ou em unidades de conservação do domínio da
administrativo pelo qual o órgão ambiental competente União;
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
Estados;
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os
causar degradação ambiental, considerando as disposições limites territoriais do País ou de um ou mais Estados;
legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir,
caso; beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia
órgão ambiental competente estabelece as condições, nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante
restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, V - bases ou empreendimentos militares, quando
para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos couber, observada a legislação específica.
ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais § 1º. O IBAMA fará o licenciamento de que trata este
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou artigo após considerar o exame técnico procedido pelos
aquelas que, sob qualquer forma, possam causar órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se
degradação ambiental; localizar a atividade ou empreendimento, bem como,
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes
estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
localização, instalação, operação e ampliação de uma envolvidos no procedimento de licenciamento.
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio § 2º. O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva,
para a análise da licença requerida, tais como: relatório poderá delegar aos Estados o licenciamento de atividade
ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório com significativo impacto ambiental de âmbito regional,
ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de uniformizando, quando possível, as exigências.
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise
Art. 5º. Compete ao órgão ambiental estadual ou do
preliminar de risco;
Distrito Federal o licenciamento ambiental dos
IV - Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer empreendimentos e atividades:
impacto ambiental que afete diretamente (área de influência
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um
direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois
Município ou em unidades de conservação de domínio
ou mais Estados.
estadual ou do Distrito Federal;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 107
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e estudos ambientais apresentados e a realização de
demais formas de vegetação natural de preservação vistorias técnicas, quando necessárias;
permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 IV - solicitação de esclarecimentos e
de setembro de 1965, e em todas as que assim forem complementações pelo órgão ambiental competente,
consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os análise dos documentos, projetos e estudos ambientais
limites territoriais de um ou mais Municípios; apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração
IV - delegados pela União aos Estados ou ao Distrito da mesma solicitação caso os esclarecimentos e
Federal, por instrumento legal ou convênio. complementações não tenham sido satisfatórios;
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do V - audiência pública, quando couber, de acordo com
Distrito Federal fará o licenciamento de que trata este artigo a regulamentação pertinente;
após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos VI - solicitação de esclarecimentos e
ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade complementações pelo órgão ambiental competente,
ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer decorrente de audiências públicas, quando couber,
dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do podendo haver reiteração da solicitação quando os
Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no esclarecimentos e complementações não tenham sido
procedimento de licenciamento. satisfatórios;
Art. 6º. Compete ao órgão ambiental municipal, VII - emissão de parecer técnico conclusivo e, quando
ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do couber, parecer jurídico;
Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental VIII - deferimento ou indeferimento do pedido de
de empreendimentos e atividades de impacto ambiental licença, dando-se a devida publicidade.
local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por
§ 1º. No procedimento de licenciamento ambiental
instrumento legal ou convênio.
deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura
Art. 7º. Os empreendimentos e atividades serão Municipal, declarando que o local e o tipo de
licenciados em um único nível de competência, conforme empreendimento ou atividade estão em conformidade com
estabelecido nos artigos anteriores. a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando
Art. 8º. O Poder Público, no exercício de sua for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a
competência de controle, expedirá as seguintes licenças: outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar competentes.
do planejamento do empreendimento ou atividade § 2º. No caso de empreendimentos e atividades
aprovando sua localização e concepção, atestando a sujeitos ao estudo do impacto ambiental - EIA, se verificada
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos a necessidade de nova complementação em decorrência de
e condicionantes, a serem atendidos nas próximas fases de esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o
sua implementação; órgão ambiental competente, mediante decisão motivada e
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do com a participação do empreendedor, poderá formular novo
empreendimento ou atividade de acordo com as pedido de complementação.
especificações constantes dos planos, programas e Art. 11. Os estudos necessários ao processo de
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle licenciamento deverão ser realizados por profissionais
ambiental e demais condicionantes da qual constituem legalmente habilitados, às expensas do empreendedor.
motivo determinante; Parágrafo único. O empreendedor e os profissionais
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo
da atividade ou empreendimento, após a verificação do serão responsáveis pelas informações apresentadas,
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.
com as medidas de controle ambiental e condicionantes Art. 12. O órgão ambiental competente definirá, se
determinados para a operação. necessário, procedimentos específicos para as licenças
Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser ambientais, observadas a natureza, características e
expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a
natureza, características e fase do empreendimento ou compatibilização do processo de licenciamento com as
atividade. etapas de planejamento, implantação e operação.
Art. 9º. O CONAMA definirá, quando necessário, § 1º. Poderão ser estabelecidos procedimentos
licenças ambientais específicas, observadas a natureza, simplificados para as atividades e empreendimentos de
características e peculiaridades da atividade ou pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser
empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.
de licenciamento com as etapas de planejamento, § 2º. Poderá ser admitido um único processo de
implantação e operação. licenciamento ambiental para pequenos empreendimentos
Art. 10. O procedimento de licenciamento ambiental e atividades similares e vizinhos ou para aqueles
obedecerá às seguintes etapas: integrantes de planos de desenvolvimento aprovados,
I - definição pelo órgão ambiental competente, com a previamente, pelo órgão governamental competente, desde
participação do empreendedor, dos documentos, projetos e que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de
estudos ambientais, necessários ao início do processo de empreendimentos ou atividades.
licenciamento correspondente à licença a ser requerida; § 3º. Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar
II - requerimento da licença ambiental pelo e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental
empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e das atividades e empreendimentos que implementem
estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida planos e programas voluntários de gestão ambiental,
publicidade; visando a melhoria contínua e o aprimoramento do
desempenho ambiental.
III - análise pelo órgão ambiental competente,
integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e Art. 13. O custo de análise para a obtenção da licença
ambiental deverá ser estabelecido por dispositivo legal,

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108 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do
despesas realizadas pelo órgão ambiental competente. desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor período de vigência anterior, respeitados os limites
acesso à planilha de custos realizados pelo órgão ambiental estabelecidos no inciso III.
para a análise da licença. § 4º. A renovação da Licença de Operação (LO) de
Art. 14. O órgão ambiental competente poderá uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida
estabelecer prazos de análise diferenciados para cada com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da
modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva
peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como licença, ficando este automaticamente prorrogado até a
para a formulação de exigências complementares, desde manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar Art. 19. O órgão ambiental competente, mediante
do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as
indeferimento, ressalvados os casos em que houver medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar
EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de uma licença expedida, quando ocorrer:
até 12 (doze) meses. I - violação ou inadequação de quaisquer
§ 1º. A contagem do prazo previsto no caput deste condicionantes ou normas legais;
artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos II - omissão ou falsa descrição de informações
ambientais complementares ou preparação de relevantes que subsidiaram a expedição da licença;
esclarecimentos pelo empreendedor.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de
§ 2º. Os prazos estipulados no caput poderão ser saúde.
alterados, desde que justificados e com a concordância do
Art. 20. Os entes federados, para exercerem suas
empreendedor e do órgão ambiental competente.
competências licenciatórias, deverão ter implementados os
Art. 15. O empreendedor deverá atender à solicitação Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e
de esclarecimentos e complementações formuladas pelo participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou a
órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de 4 sua disposição profissionais legalmente habilitados.
(quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
notificação.
publicação, aplicando seus efeitos aos processos de
Parágrafo único. O prazo estipulado no caput poderá licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais
ser prorrogado, desde que justificado e com a concordância competentes, revogadas as disposições em contrário, em
do empreendedor e do órgão ambiental competente. especial os artigo 3º e 7º da Resolução CONAMA nº 001,
Art. 16. O não cumprimento dos prazos estipulados de 23 de janeiro de 1986 .
nos artigos 14 e 15, respectivamente, sujeitará o Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho - Presidente do
licenciamento à ação do órgão que detenha competência Conselho
para atuar supletivamente e o empreendedor ao
Raimundo Deusdará Filho - Secretário Executivo
arquivamento de seu pedido de licença.
ANEXO I
Art. 17. O arquivamento do processo de licenciamento
ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS
não impedirá a apresentação de novo requerimento de
SUJEITOS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
licença, que deverá obedecer aos procedimentos
estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de Extração e tratamento de minerais
custo de análise. - pesquisa mineral com guia de utilização
- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem
Art. 18. O órgão ambiental competente estabelecerá
beneficiamento
os prazos de validade de cada tipo de licença,
- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento
especificando-os no respectivo documento, levando em
- lavra garimpeira
consideração os seguintes aspectos:
- perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural
I - o prazo de validade da Licença de Prévia (LP)
Indústria de produtos minerais não metálicos
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de
- beneficiamento de minerais não metálicos, não
elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao
associados à extração
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a
- fabricação e elaboração de produtos minerais não
5 (cinco) anos;
metálicos tais como: produção de material cerâmico,
II - o prazo de validade da Licença de Instalação (LI) cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de
Indústria metalúrgica
instalação do empreendimento ou atividade, não podendo
- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos
ser superior a 6 (seis) anos;
- produção de fundidos de ferro e
III - o prazo de validade da Licença de Operação (LO) aço/forjados/arames/relaminados com ou sem tratamento
deverá considerar os planos de controle ambiental e será de superfície,
de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos. inclusive galvanoplastia
§ 1º. A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação - metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias
(LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde e secundárias, inclusive ouro
que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos - produção de laminados/ligas/artefatos de metais não-
incisos I e II. ferrosos com ou sem tratamento de superfície,
§ 2º. O órgão ambiental competente poderá inclusive galvanoplastia
estabelecer prazos de validade específicos para a Licença - relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas
de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, - produção de soldas e anodos
por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a - metalurgia de metais preciosos
encerramento ou modificação em prazos inferiores. - metalurgia do pó, inclusive peças moldadas
- fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento
§ 3º. Na renovação da Licença de Operação (LO) de
de superfície, inclusive galvanoplastia
uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental
- fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não-
competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 109
ferrosos com ou sem tratamento de superfície, - fabricação de perfumarias e cosméticos
inclusive galvanoplastia - produção de álcool etílico, metanol e similares
- têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, Indústria de produtos de matéria plástica
tratamento de superfície - fabricação de laminados plásticos
Indústria mecânica - fabricação de artefatos de material plástico
- fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos
acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de tecidos
de superfície - beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem
Indústria de material elétrico, eletrônico e animal e sintéticos
comunicações - fabricação e acabamento de fios e tecidos
- fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores - tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças
- fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos do vestuário e artigos diversos de tecidos
para telecomunicação e informática - fabricação de calçados e componentes para calçados
- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos Indústria de produtos alimentares e bebidas
Indústria de material de transporte - beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de
- fabricação e montagem de veículos rodoviários e produtos alimentares
ferroviários, peças e acessórios - matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e
- fabricação e montagem de aeronaves derivados de origem animal
- fabricação e reparo de embarcações e estruturas - fabricação de conservas
flutuantes - preparação de pescados e fabricação de conservas de
Indústria de madeira pescados
- serraria e desdobramento de madeira - preparação, beneficiamento e industrialização de leite e
- preservação de madeira derivados
- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, - fabricação e refinação de açúcar.
prensada e compensada - refino/preparação de óleo e gorduras vegetais
- fabricação de estruturas de madeira e de móveis - produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal
para alimentação
Indústria de papel e celulose
- fabricação de fermentos e leveduras
- fabricação de celulose e pasta mecânica
- fabricação de rações balanceadas e de alimentos
- fabricação de papel e papelão
preparados para animais
- fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão
- fabricação de vinhos e vinagre
e fibra prensada
- fabricação de cervejas, chopes e maltes
Indústria de borracha - fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como
- beneficiamento de borracha natural engarrafamento e gaseificação de águas minerais
- fabricação de câmara de ar e fabricação e - fabricação de bebidas alcoólicas
recondicionamento de pneumáticos
Indústria de fumo
- fabricação de laminados e fios de borracha
- fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras
- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de
atividades de beneficiamento do fumo
espuma de borracha, inclusive látex
Indústrias diversas
Indústria de couros e peles
- usinas de produção de concreto
- secagem e salga de couros e peles
- usinas de asfalto
- curtimento e outras preparações de couros e peles
- serviços de galvanoplastia
- fabricação de artefatos diversos de couros e peles
- fabricação de cola animal Obras civis
- rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos
Indústria química
- barragens e diques
- produção de substâncias e fabricação de produtos
- canais para drenagem
químicos
- retificação de curso de água
- fabricação de produtos derivados do processamento de
- abertura de barras, embocaduras e canais
petróleo, de rochas betuminosas e da madeira
- transposição de bacias hidrográficas
- fabricação de combustíveis não derivados de petróleo
- outras obras de arte.
- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos
essenciais vegetais e outros produtos da Serviços de utilidade
destilação da madeira - produção de energia termelétrica
- fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e - transmissão de energia elétrica
sintéticos e de borracha e látex sintéticos - estações de tratamento de água
- fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição - interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento
para caça-desporto, fósforo de segurança e de esgoto sanitário
artigos pirotécnicos - tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e
- recuperação e refino de solventes, óleos minerais, sólidos)
vegetais e animais - tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como:
- fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais de agroquímicos e suas embalagens usadas e
e sintéticos de serviço de saúde, entre outros
- fabricação de preparados para limpeza e polimento, - tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos,
desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas inclusive aqueles provenientes de fossas
- fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, - dragagem e derrocamentos em corpos d'água
impermeabilizantes, solventes e secantes - recuperação de áreas contaminadas ou degradadas
- fabricação de fertilizantes e agroquímicos Transporte, terminais e depósitos
- fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários - transporte de cargas perigosas
- fabricação de sabões, detergentes e velas - transporte por dutos
- marinas, portos e aeroportos

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110 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
- terminais de minério, petróleo e derivados e produtos § 2º As entidades constantes no caput deste artigo
químicos terão o prazo de até doze meses para se adaptarem aos
- depósitos de produtos químicos e produtos perigosos termos desta Resolução.
Turismo Art. 3º As inscrições com os nomes dos resíduos e
- omplexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos instruções adicionais, quanto à segregação ou quanto ao
e autódromos tipo de material, não serão objeto de padronização, porém
Atividades diversas recomenda-se a adoção das cores preta ou branca, de
- parcelamento do solo acordo a necessidade de contraste com a cor base.
- distrito e pólo industrial Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
Atividades agropecuárias publicação.
- projeto agrícola JOSÉ SARNEY FILHO
- criação de animais ANEXO
- projetos de assentamentos e de colonização Padrão de cores
Uso de recursos naturais AZUL: papel/papelão;
- silvicultura
VERMELHO: plástico;
- exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos
florestais VERDE: vidro;
- atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna AMARELO: metal;
silvestre PRETO: madeira;
- utilização do patrimônio genético natural LARANJA: resíduos perigosos;
- manejo de recursos aquáticos vivos BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de
- introdução de espécies exóticas e/ou saúde;
geneticamente modificadas ROXO: resíduos radioativos;
- uso da diversidade biológica pela biotecnologia MARROM: resíduos orgânicos;
CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou
contaminado não passível de separação.

RESOLUÇÃO CONAMA 275/2001


Estabelece código de cores para a diferenciação de
resíduos e informações para a coleta seletiva. RESOLUÇÃO CONAMA 307/2002
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para
no uso das atribuições que lhe conferem a Lei nº 6.938, de a gestão dos resíduos da construção civil.
31 de agosto de 1981, e tendo em vista o disposto na Lei nº
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto nº 3.179, O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA,
de 21 de setembro de 1999, e no uso das competências que lhe foram conferidas pela Lei
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 , regulamentada pelo
Considerando que a reciclagem de resíduos deve Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990 , e tendo em vista
ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria nº
o consumo de matérias-primas, recursos naturais não- 326, de 15 de dezembro de 1994, e
renováveis, energia e água;
Considerando a política urbana de pleno
Considerando a necessidade de reduzir o crescente desenvolvimento da função social da cidade e da
impacto ambiental associado à extração, geração, propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº 10.257, de
beneficiamento, transporte, tratamento e destinação final de 10 de julho de 2001 ;
matérias-primas, provocando o aumento de lixões e aterros
sanitários; Considerando a necessidade de implementação de
diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais
Considerando que as campanhas de educação gerados pelos resíduos oriundos da construção civil;
ambiental, providas de um sistema de identificação de fácil
visualização, de validade nacional e inspirado em formas de Considerando que a disposição de resíduos da
codificação já adotadas internacionalmente, sejam construção civil em locais inadequados contribui para a
essenciais para efetivarem a coleta seletiva de resíduos, degradação da qualidade ambiental;
viabilizando a reciclagem de materiais, resolve: Considerando que os resíduos da construção civil
Art. 1º Estabelecer o código de cores para os representam um significativo percentual dos resíduos
diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação sólidos produzidos nas áreas urbanas;
de coletores e transportadores, bem como nas campanhas Considerando que os geradores de resíduos da
informativas para a coleta seletiva. construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das
Art. 2º Os programas de coleta seletiva, criados e atividades de construção, reforma, reparos e demolições de
mantidos no âmbito de órgãos da administração pública estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da
federal, estadual e municipal, direta e indireta, e entidades remoção de vegetação e escavação de solos;
paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido Considerando a viabilidade técnica e econômica de
em Anexo. produção e uso de materiais provenientes da reciclagem de
§ 1º Fica recomendada a adoção de referido código resíduos da construção civil; e
de cores para programas de coleta seletiva estabelecidos Considerando que a gestão integrada de resíduos da
pela iniciativa privada, cooperativas, escolas, igrejas, construção civil deverá proporcionar benefícios de ordem
organizações não-governamentais e demais entidades social, econômica e ambiental, resolve:
interessadas. Art. 1º Estabelecer diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 111
civil, disciplinando as ações necessárias de forma a resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
minimizar os impactos ambientais. resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2
Art. 2º Para efeito desta Resolução, são adotadas de agosto de 2010; (Inciso acrescentado pela Resolução
as seguintes definições: CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes XII - Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto
de construções, reformas, reparos e demolições de obras de ações voltadas para a busca de soluções para os
de construção civil, e os resultantes da preparação e da resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, política, econômica, ambiental, cultural e social, com
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, controle social e sob a premissa do desenvolvimento
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, sustentável. (Inciso acrescentado pela Resolução
telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser
obras, caliça ou metralha; classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte
II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, forma:
públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou
empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta recicláveis como agregados, tais como:
Resolução; a) de construção, demolição, reformas e reparos de
III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive
jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos solos provenientes de terraplanagem;
resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de b) de construção, demolição, reformas e reparos de
destinação; edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas,
IV - Agregado reciclado: é o material granular placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
proveniente do beneficiamento de resíduos de construção c) de processo de fabricação e/ou demolição de
que apresentem características técnicas para a aplicação peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios
em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros etc.) produzidas nos canteiros de obras;
sanitários ou outras obras de engenharia;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais,
gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, vidros, madeiras e gesso; (Redação dada ao inciso pela
incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, Resolução CONAMA nº 431, de 24.05.2011, DOU
procedimentos e recursos para desenvolver e implementar 25.05.2011 )
as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas
III - Classe C - são os resíduos para os quais não
em programas e planos;
foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou
resíduo, sem transformação do mesmo; recuperação; (NR) (Redação dada ao inciso pela Resolução
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento CONAMA nº 431, de 24.05.2011, DOU 25.05.2011 )
de um resíduo, após ter sido submetido à transformação; IV - Classe "D": são resíduos perigosos oriundos do
VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos
resíduo à operações e/ou processos que tenham por e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde
objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
utilizados como matéria-prima ou produto; radiológicas, instalações industriais e outros, bem como
IX - Aterro de resíduos classe A de reservação de telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto
material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada ou outros produtos nocivos à saúde. (Redação dada ao
onde serão empregadas técnicas de destinação de inciso pela Resolução CONAMA nº 348, de 16.08.2004,
resíduos da construção civil classe A no solo, visando a DOU 17.08.2004 )
reservação de materiais segregados de forma a possibilitar Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo
seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a
princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos
possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente
ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental adequada dos rejeitos. (Redação dada ao caput pela
competente; (Redação dada ao inciso pela Resolução Resolução CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU
CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 ) 19.01.2012 )
X - Área de transbordo e triagem de resíduos da § 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser
construção civil e resíduos volumosos (ATT): área dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas
destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e
resíduos volumosos, para triagem, armazenamento em áreas protegidas por Lei. (Redação dada ao parágrafo
temporário dos materiais segregados, eventual pela Resolução CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU
transformação e posterior remoção para destinação 19.01.2012 )
adequada, observando normas operacionais específicas de § 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo
modo a evitar danos ou riscos a saúde pública e a com o disposto no art. 10 desta Resolução.
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
Art. 5º É instrumento para a implementação da
(Redação dada ao inciso pela Resolução CONAMA nº 448,
gestão dos resíduos da construção civil o Plano Municipal
de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
de Gestão de Resíduos da Construção Civil, a ser
XI - Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em
ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de consonância com o Plano Municipal de Gestão Integrada de
coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final Resíduos Sólidos. (Redação dada ao artigo pela Resolução
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de
Art. 6º Deverão constar do Plano Municipal de
acordo com plano municipal de gestão integrada de
Gestão de Resíduos da Construção Civil: (Redação dada

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112 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
pela Resolução CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU transporte, assegurando em todos os casos em que seja
19.01.2012 ) possível, as condições de reutilização e de reciclagem;
I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o IV - Transporte: deverá ser realizado em
exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as
em conformidade com os critérios técnicos do sistema de normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;
limpeza urbana local e para os Planos de Gerenciamento V - Destinação: deverá ser prevista de acordo com o
de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos estabelecido nesta Resolução.
grandes geradores, possibilitando o exercício das
Art. 10. Os resíduos da construção civil, após
responsabilidades de todos os geradores; (Redação dada
triagem, deverão ser destinados das seguintes formas:
ao inciso pela Resolução CONAMA nº 448, de 18.01.2012,
(Redação dada pela Resolução CONAMA nº 448, de
DOU 19.01.2012 )
18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
II - O cadastramento de áreas, públicas ou privadas,
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados
aptas para recebimento, triagem e armazenamento
na forma de agregados ou encaminhados a aterro de
temporário de pequenos volumes, em conformidade com o
resíduos classe A de reservação de material para usos
porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação
futuros; (Redação dada ao inciso pela Resolução CONAMA
posterior dos resíduos oriundos de pequenos geradores às
nº 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
áreas de beneficiamento;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou
III - o estabelecimento de processos de
encaminhados a áreas de armazenamento temporário,
licenciamento para as áreas de beneficiamento e
sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reservação de resíduos e de disposição final de rejeitos;
reciclagem futura;
(Redação dada ao inciso pela Resolução CONAMA nº 448,
de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 ) III - Classe C: deverão ser armazenados,
transportados e destinados em conformidade com as
IV - A proibição da disposição dos resíduos de
normas técnicas especificas.
construção em áreas não licenciadas;
IV - Classe D: deverão ser armazenados,
V - O incentivo à reinserção dos resíduos
transportados e destinados em conformidade com as
reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo;
normas técnicas específicas. (Redação dada ao inciso pela
VI - A definição de critérios para o cadastramento de Resolução CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU
transportadores; 19.01.2012 )
VII - As ações de orientação, de fiscalização e de Art. 11. Fica estabelecido o prazo máximo de doze
controle dos agentes envolvidos; meses, a partir da publicação desta Resolução, para que os
VIII - As ações educativas visando reduzir a geração municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos
de resíduos e possibilitar a sua segregação. Municipais de Gestão de Resíduos de Construção Civil, que
Art. 7º (Revogado pela Resolução CONAMA nº 448, deverão ser implementados em até seis meses após a sua
de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 ) publicação.
Art. 8º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Parágrafo único. Os Planos Municipais de Gestão de
Construção Civil serão elaborados e implementados pelos Resíduos de Construção Civil poderão ser elaborados de
grandes geradores e terão como objetivo estabelecer os forma conjunta com outros municípios, em consonância
procedimentos necessários para o manejo e destinação com o art. 14 da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
ambientalmente adequados dos resíduos. (Redação dada ao artigo pela Resolução CONAMA nº 448,
de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
§ 1º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil, de empreendimentos e atividades não Art. 12. (Revogado pela Resolução CONAMA nº
enquadrados na legislação como objeto de licenciamento 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
ambiental, deverão ser apresentados juntamente com o Art. 13. (Revogado pela Resolução CONAMA nº
projeto do empreendimento para análise pelo órgão 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 )
competente do poder público municipal, em conformidade Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de
com o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da janeiro de 2003.
Construção Civil.
JOSÉ CARLOS CARVALHO
§ 2º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da
Presidente do Conselho
Construção Civil de empreendimentos e atividades sujeitos
ao licenciamento ambiental deverão ser analisados dentro
do processo de licenciamento, junto aos órgãos ambientais
competentes. (Redação dada ao artigo pela Resolução RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005
CONAMA nº 448, de 18.01.2012, DOU 19.01.2012 ) ATENÇÃO: Resolução disponível no site
Art. 9º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da www.editoradinc.cem na aba ATUALIZAÇÕES.
Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas:
(Redação dada pela Resolução CONAMA nº 448, de
18.01.2012, DOU 19.01.2012 ) RESOLUÇÃO CONAMA 358/2005
I - Caracterização: nesta etapa o gerador deverá
identificar e quantificar os resíduos; Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos
resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.
II - Triagem: deverá ser realizada,
preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada O Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA,
nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº
respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo
desta Resolução; Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista
o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº
III - Acondicionamento: o gerador deve garantir o
499, de 18 de dezembro de 2002, e o que consta do
confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de
Processo nº 02000.001672/2000-76, volumes I e II, resolve:

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 113
Considerando os princípios da prevenção, da III - estação de transferência de resíduos de serviços
precaução, do poluidor pagador, da correção na fonte e de de saúde: é uma unidade com instalações exclusivas, com
integração entre os vários órgãos envolvidos para fins do licença ambiental expedida pelo órgão competente, para
licenciamento e da fiscalização; executar transferência de resíduos gerados nos serviços de
Considerando a necessidade de aprimoramento, saúde, garantindo as características originais de
atualização e complementação dos procedimentos contidos acondicionamento, sem abrir ou transferir conteúdo de uma
na Resolução CONAMA nº 283, de 12 de julho de 2001, embalagem para a outra;
relativos ao tratamento e disposição final dos resíduos dos IV - líquidos corpóreos: são representados pelos
serviços de saúde, com vistas a preservar a saúde pública líquidos cefalorraquidiano, pericárdico, pleural, articular,
e a qualidade do meio ambiente; ascítico e amniótico;
Considerando a necessidade de minimizar riscos V - materiais de assistência à saúde: materiais
ocupacionais nos ambientes de trabalho e proteger a saúde relacionados diretamente com o processo de assistência
do trabalhador e da população em geral; aos pacientes;
Considerando a necessidade de estimular a VI - príon: estrutura protéica alterada relacionada
minimização da geração de resíduos, promovendo a como agente etiológico das diversas formas de encefalite
substituição de materiais e de processos por alternativas de espongiforme;
menor risco, a redução na fonte e a reciclagem, dentre VII - redução de carga microbiana: aplicação de
outras alternativas; processo que visa a inativação microbiana das cargas
Considerando que a segregação dos resíduos, no biológicas contidas nos resíduos;
momento e local de sua geração, permite reduzir o volume VIII - nível III de inativação microbiana: inativação de
de resíduos que necessitam de manejo diferenciado; bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos,
Considerando que soluções consorciadas, para fins parasitas e microbactérias com redução igual ou maior que
de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de 6Log10, e inativação de esporos do bacilo
saúde, são especialmente indicadas para pequenos stearothermophilus ou de esporos do bacilo subtilis com
geradores e municípios de pequeno porte; redução igual ou maior que 4Log10;
Considerando que as ações preventivas são menos IX - sobras de amostras: restos de sangue, fezes,
onerosas do que as ações corretivas e minimizam com mais urina, suor, lágrima, leite, colostro, líquido espermático,
eficácia os danos causados à saúde pública e ao meio saliva, secreções nasal, vaginal ou peniana, pêlo e unha
ambiente; que permanecem nos tubos de coleta após a retirada do
Considerando a necessidade de ação integrada material necessário para a realização de investigação;
entre os órgãos federais, estaduais e municipais de meio X - resíduos de serviços de saúde: são todos
ambiente, de saúde e de limpeza urbana com o objetivo de aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços
regulamentar o gerenciamento dos resíduos de serviços de definidos no art. 1º desta Resolução que, por suas
saúde, resolve: características, necessitam de processos diferenciados em
Art. 1º Esta Resolução aplica-se a todos os serviços seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua
relacionados com o atendimento à saúde humana ou disposição final;
animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de XI - Plano de Gerenciamento de Resíduos de
trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos Serviços de Saúde-PGRSS: documento integrante do
para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se processo de licenciamento ambiental, baseado nos
realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e princípios da não geração de resíduos e na minimização da
somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias geração de resíduos, que aponta e descreve as ações
e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos relativas ao seu manejo, no âmbito dos serviços
de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle mencionados no art. 1º desta Resolução, contemplando os
de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; aspectos referentes à geração, segregação,
importadores, distribuidores e produtores de materiais e acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de reciclagem, tratamento e disposição final, bem como a
atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de proteção à saúde pública e ao meio ambiente;
tatuagem, entre outros similares. XII - sistema de tratamento de resíduos de serviços
Parágrafo único. Esta Resolução não se aplica a de saúde: conjunto de unidades, processos e
fontes radioativas seladas, que devem seguir as procedimentos que alteram as características físicas, físico-
determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear- químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo
CNEN, e às indústrias de produtos para a saúde, que promover a sua descaracterização, visando a minimização
devem observar as condições específicas do seu do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do
licenciamento ambiental. meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador;
Art. 2º Para os efeitos desta Resolução considera- XIII - disposição final de resíduos de serviços de
se: saúde: é a prática de dispor os resíduos sólidos no solo
I - agente de classe de risco 4 (elevado risco previamente preparado para recebê-los, de acordo com
individual e elevado risco para a comunidade): patógeno critérios técnico-construtivos e operacionais adequados, em
que representa grande ameaça para o ser humano e para consonância com as exigências dos órgãos ambientais
os animais, representando grande risco a quem o manipula competentes; e
e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo XIV - redução na fonte: atividade que reduza ou evite
a outro, não existindo medidas preventivas e de tratamento a geração de resíduos na origem, no processo, ou que
para esses agentes; altere propriedades que lhe atribuam riscos, incluindo
II - estabelecimento: denominação dada a qualquer modificações no processo ou equipamentos, alteração de
edificação destinada à realização de atividades de insumos, mudança de tecnologia ou procedimento,
prevenção, produção, promoção, recuperação e pesquisa substituição de materiais, mudanças na prática de
na área da saúde ou que estejam a ela relacionadas; gerenciamento, administração interna do suprimento e
aumento na eficiência dos equipamentos e dos processos.

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114 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Art. 3º Cabe aos geradores de resíduos de serviço Parágrafo único. São permitidas soluções
de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1º desta consorciadas para os fins previstos neste artigo.
Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração Art. 11. Os efluentes líquidos provenientes dos
até a disposição final, de forma a atender aos requisitos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, para
ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo
prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos
pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de
causem ou possam causar degradação ambiental, em saneamento competentes.
especial os transportadores e operadores das instalações
Art. 12. Para os efeitos desta Resolução e em
de tratamento e disposição final, nos termos da Lei nº 6.938,
função de suas características, os resíduos de serviço de
de 31 de agosto de 1981.
saúde são classificados de acordo com o Anexo I desta
Art. 4º Os geradores de resíduos de serviços de Resolução.
saúde constantes do art. 1º desta Resolução, em operação
Art. 13. Os resíduos não caracterizados no Anexo I
ou a serem implantados, devem elaborar e implantar o
desta Resolução devem estar contemplados no PGRSS, e
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
seu gerenciamento deve seguir as orientações especificas
Saúde-PGRSS, de acordo com a legislação vigente,
de acordo com a legislação vigente ou conforme a
especialmente as normas da vigilância sanitária.
orientação do órgão ambiental competente.
§ 1º Cabe aos órgãos ambientais competentes dos
Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a fixação de
fonte e no momento da geração, de acordo com suas
critérios para determinar quais serviços serão objetos de
características, para fins de redução do volume dos
licenciamento ambiental, do qual deverá constar o PGRSS.
resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a
§ 2º O órgão ambiental competente, no âmbito do proteção da saúde e do meio ambiente.
licenciamento, poderá, sempre que necessário, solicitar
Art. 15. Os resíduos do Grupo A1, constantes do
informações adicionais ao PGRSS.
Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a
§ 3º O órgão ambiental, no âmbito do licenciamento, processos de tratamento em equipamento que promova
fixará prazos para regularização dos serviços em redução de carga microbiana compatível com nível III de
funcionamento, devendo ser apresentado o PGRSS inativação microbiana e devem ser encaminhados para
devidamente implantado. aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado
Art. 5º O PGRSS deverá ser elaborado por para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.
profissional de nível superior, habilitado pelo seu conselho Art. 16. Os resíduos do Grupo A2, constantes do
de classe, com apresentação de Anotação de Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a
Responsabilidade Técnica - ART, Certificado de processo de tratamento com redução de carga microbiana
Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando compatível com nível III de inativação e devem ser
couber. encaminhados para:
Art. 6º Os geradores dos resíduos de serviços de I - aterro sanitário licenciado ou local devidamente
saúde deverão apresentar aos órgãos competentes, até o licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de
dia 31 de março de cada ano, declaração, referente ao ano saúde, ou
civil anterior, subscrita pelo administrador principal da
II - sepultamento em cemitério de animais.
empresa e pelo responsável técnico devidamente
habilitado, acompanhada da respectiva ART, relatando o Parágrafo único. Deve ser observado o porte do
cumprimento das exigências previstas nesta Resolução. animal para definição do processo de tratamento. Quando
houver necessidade de fracionamento, este deve ser
Parágrafo único. Os órgãos competentes poderão
autorizado previamente pelo órgão de saúde competente.
estabelecer critérios e formas para apresentação da
declaração mencionada no caput deste artigo, inclusive, Art. 17. Os resíduos do Grupo A3, constantes do
dispensando-a se for o caso para empreendimentos de Anexo I desta Resolução, quando não houver requisição
menor potencial poluidor. pelo paciente ou familiares e/ou não tenham mais valor
científico ou legal, devem ser encaminhados para:
Art. 7º Os resíduos de serviços de saúde devem ser
acondicionados atendendo às exigências legais referentes I - sepultamento em cemitério, desde que haja
ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às normas autorização do órgão competente do Município, do Estado
da Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, ou, na ou do Distrito Federal; ou
sua ausência, às normas e critérios internacionalmente II - tratamento térmico por incineração ou cremação,
aceitos. em equipamento devidamente licenciado para esse fim.
Art. 8º Os veículos utilizados para coleta e Parágrafo único. Na impossibilidade de atendimento
transporte externo dos resíduos de serviços de saúde dos incisos I e II, o órgão ambiental competente nos
devem atender às exigências legais e às normas da ABNT. Estados, Municípios e Distrito Federal pode aprovar outros
Art. 9º As estações para transferência de resíduos processos alternativos de destinação.
de serviços de saúde devem estar licenciadas pelo órgão Art. 18. Os resíduos do Grupo A4, constantes do
ambiental competente. Anexo I desta Resolução, podem ser encaminhados sem
Parágrafo único. As características originais de tratamento prévio para local devidamente licenciado para a
acondicionamento devem ser mantidas, não se permitindo disposição final de resíduos dos serviços de saúde.
abertura, rompimento ou transferência do conteúdo de uma Parágrafo único. Fica a critério dos órgãos
embalagem para outra. ambientais estaduais e municipais a exigência do
Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final tratamento prévio, considerando os critérios,
de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciados especificidades e condições ambientais locais.
pelo órgão ambiental competente para fins de Art. 19. Os resíduos do Grupo A5, constantes do
funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a
com parâmetros e periodicidade definidos no licenciamento tratamento específico orientado pela Agência Nacional de
ambiental. Vigilância Sanitária - ANVISA.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 115
Art. 20. Os resíduos do Grupo A não podem ser § 2º os resíduos a que se refere o caput deste artigo,
reciclados, reutilizados ou reaproveitados, inclusive para com contaminação radiológica, devem seguir as
alimentação animal. orientações contidas no art. 23, desta Resolução.
Art. 21. Os resíduos pertencentes ao Grupo B, § 3º os resíduos que contenham medicamentos
constantes do Anexo I desta Resolução, com citostáticos ou antineoplásicos, devem ser tratados
características de periculosidade, quando não forem conforme o art. 21, desta Resolução.
submetidos a processo de reutilização, recuperação ou § 4º os resíduos com contaminação biológica devem
reciclagem, devem ser submetidos a tratamento e ser tratados conforme os arts. 15 e 18 desta Resolução.
disposição final específicos.
Art. 26. Aos órgãos ambientais competentes,
§ 1º As características dos resíduos pertencentes a integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -
este grupo são as contidas na Ficha de Informações de SISNAMA, incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-
Segurança de Produtos Químicos - FISPQ. lhes a fiscalização, bem como a imposição das penalidades
§ 2º Os resíduos no estado sólido, quando não administrativas previstas na legislação pertinente.
tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos Art. 27. Para os municípios ou associações de
perigosos - Classe I. municípios com população urbana até 30.000 habitantes,
§ 3º Os resíduos no estado líquido não devem ser conforme dados do último censo disponível do Instituto
encaminhados para disposição final em aterros. Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, e que não
Art. 22. Os resíduos pertencentes ao Grupo B, disponham de aterro sanitário licenciado, admite-se de
constantes do Anexo I desta Resolução, sem forma excepcional e tecnicamente motivada, por meio de
características de periculosidade, não necessitam de Termo de Ajustamento de Conduta, com cronograma
tratamento prévio. definido das etapas de implantação e com prazo máximo de
três anos, a disposição final em solo obedecendo aos
§ 1º Os resíduos referidos no caput deste artigo,
critérios mínimos estabelecidos no Anexo II, desta
quando no estado sólido, podem ter disposição final em
Resolução, com a devida aprovação do órgão ambiental
aterro licenciado.
competente.
§ 2º Os resíduos referidos no caput deste artigo,
Art. 28. Os geradores dos resíduos dos serviços de
quando no estado líquido, podem ser lançados em corpo
saúde e os órgãos municipais de limpeza urbana poderão,
receptor ou na rede pública de esgoto, desde que atendam
a critério do órgão ambiental competente, receber prazo de
respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos
até dois anos, contados a partir da vigência desta
ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento
Resolução, para se adequarem às exigências nela prevista.
competentes.
§ 1º O empreendedor apresentará ao órgão
Art. 23. Quaisquer materiais resultantes de
ambiental competente, entre outros documentos, o
atividades exercidas pelos serviços referidos no art. 1º
cronograma das medidas necessárias ao cumprimento do
desta Resolução que contenham radionuclídeos em
disposto nesta Resolução.
quantidades superiores aos limites de isenção
especificados na norma CNEN-NE-6.02 - Licenciamento de § 2º O prazo previsto no caput deste artigo poderá,
Instalações Radiativas, e para os quais a reutilização é excepcional e tecnicamente motivado, ser prorrogado por
imprópria ou não prevista, são considerados rejeitos até um ano, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta,
radioativos (Grupo C) e devem obedecer às exigências ao qual se dará publicidade, enviando-se cópia ao
definidas pela CNEN. Ministério Público.
§ 1º Os rejeitos radioativos não podem ser Art. 29. O não cumprimento do disposto nesta
considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de Resolução sujeitará os infratores às penalidades e sanções
decaimento necessário ao atingimento do limite de previstas na legislação pertinente, em especial na Lei nº
eliminação. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no seu Decreto
regulamentador.
§ 2º Os rejeitos radioativos, quando atingido o limite
de eliminação, passam a ser considerados resíduos das Art. 30. As exigências e deveres previstos nesta
categorias biológica, química ou de resíduo comum, resolução caracterizam obrigação de relevante interesse
devendo seguir as determinações do grupo ao qual ambiental.
pertencem. Art. 31. Esta Resolução entra em vigor na data de
Art. 24. Os resíduos pertencentes ao Grupo D, sua publicação.
constantes do Anexo I desta Resolução, quando não forem Art. 32. Revogam-se a Resolução CONAMA nº 283,
passíveis de processo de reutilização, recuperação ou de 12 de julho de 2001, e as disposições da Resolução nº
reciclagem, devem ser encaminhados para aterro sanitário 5, de 5 de agosto de 1993, que tratam dos resíduos sólidos
de resíduos sólidos urbanos, devidamente licenciado pelo oriundos dos serviços de saúde, para os serviços
órgão ambiental competente. abrangidos no art. 1º desta Resolução.
Parágrafo único. Os resíduos do Grupo D, quando MARINA SILVA
for passível de processo de reutilização, recuperação ou Presidente do Conselho
reciclagem devem atender as normas legais de
ANEXO I
higienização e descontaminação e a Resolução CONAMA
no 275, de 25 de abril de 2001. I - GRUPO A: Resíduos com a possível presença de
agentes biológicos que, por suas características de maior
Art. 25. Os resíduos pertencentes ao Grupo E,
virulência ou concentração, podem apresentar risco de
constantes do Anexo I desta Resolução, devem ter
infecção.
tratamento específico de acordo com a contaminação
química, biológica ou radiológica. a) A1
§ 1º Os resíduos do Grupo E devem ser 1. culturas e estoques de microrganismos; resíduos
apresentados para coleta acondicionados em coletores de fabricação de produtos biológicos, exceto os
estanques, rígidos e hígidos, resistentes à ruptura, à hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos
punctura, ao corte ou à escarificação. vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais

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116 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
utilizados para transferência, inoculação ou mistura de resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais,
culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética; com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
2. resíduos resultantes da atenção à saúde de II - GRUPO B: Resíduos contendo substâncias
indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao
contaminação biológica por agentes classe de risco 4, meio ambiente, dependendo de suas características de
microrganismos com relevância epidemiológica e risco de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
disseminação ou causador de doença emergente que se a) produtos hormonais e produtos antimicrobianos;
torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo citostáticos;
de transmissão seja desconhecido;
antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos;
3. bolsas transfusionais contendo sangue ou imunomoduladores;
hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má
anti-retrovirais, quando descartados por serviços de
conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas
saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de
oriundas de coleta incompleta;
medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos
4. sobras de amostras de laboratório contendo farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria
sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais MS 344/98 e suas atualizações;
resultantes do processo de assistência à saúde, contendo
b) resíduos de saneantes, desinfetantes,
sangue ou líquidos corpóreos na forma livre;
desinfestantes; resíduos contendo metais pesados;
b) A2 reagentes para laboratório, inclusive os recipientes
1. carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros contaminados por estes;
resíduos provenientes de animais submetidos a processos c) efluentes de processadores de imagem
de experimentação com inoculação de microorganismos, (reveladores e fixadores);
bem como suas forrações, e os cadáveres de animais
d) efluentes dos equipamentos automatizados
suspeitos de serem portadores de microrganismos de
utilizados em análises clínicas; e
relevância epidemiológica e com risco de disseminação,
que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico e) demais produtos considerados perigosos,
ou confirmação diagnóstica; conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos,
corrosivos, inflamáveis e reativos).
c) A3
III - GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de
1. peças anatômicas (membros) do ser humano;
atividades humanas que contenham radionuclídeos em
produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor
quantidades superiores aos limites de eliminação
que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou
especificados nas normas da Comissão Nacional de
idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham
Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é
valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo
imprópria ou não prevista.
paciente ou familiares;
a) enquadram-se neste grupo quaisquer materiais
d) A4
resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de
1. kits de linhas arteriais, endovenosas e saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de
dialisadores, quando descartados; medicina nuclear e radioterapia que contenham
2. filtros de ar e gases aspirados de área radionuclídeos em quantidade superior aos limites de
contaminada; membrana filtrante de equipamento médico- eliminação.
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; IV - GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco
3. sobras de amostras de laboratório e seus biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos
de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de domiciliares.
conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem a) papel de uso sanitário e fralda, absorventes
relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar
microrganismo causador de doença emergente que se de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia
torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de venóclises, equipo de soro e outros similares não
de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de classificados como A1;
contaminação com príons.
b) sobras de alimentos e do preparo de alimentos;
4. resíduos de tecido adiposo proveniente de
c) resto alimentar de refeitório;
lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de
cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; d) resíduos provenientes das áreas administrativas;
5. recipientes e materiais resultantes do processo de e) resíduos de varrição, flores, podas e jardins; e
assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos f) resíduos de gesso provenientes de assistência à
corpóreos na forma livre; saúde.
6. peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros V - GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou
resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas,
estudos anátomopatológicos ou de confirmação escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas,
diagnóstica; pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos
7. carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas;
resíduos provenientes de animais não submetidos a e todos os utensílios de vidro quebrados no
processos de experimentação com inoculação de laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de
microorganismos, bem como suas forrações; e Petri) e outros similares.
8. bolsas transfusionais vazias ou com volume ANEXO II
residual póstransfusão. CRITÉRIOS MÍNIMOS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DE
e) A5 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
EXCLUSIVAMENTE
1. órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais
perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 117
II - coleta: atividade de retirada do óleo usado ou
I - Quanto à a) não possuir restrições quanto ao zoneamento
contaminado do seu local ambiental (afastamento
de recolhimento de
e de transporte
seleção de área: Unidades de Conservação ou áreas correlatas); b) respeitar as
até à destinação ambientalmente adequada; distâncias mínimas
estabelecidas pelos órgãos ambientais competentes de ecossistemas frágeis, recursos
hídricos superficiais e subterrâneos; III - certificado de coleta: documento previsto nas
normas legais vigentes que comprova os volumes de óleos
lubrificantes usados ou contaminados coletados;
II - Quanto à a) sistema de controle de acesso deIVveículos, pessoas
- certificado não autorizadas
de recebimento: e animais,
documento previsto
segurança e sob vigilância contínua; e b) sinalização
nas normas legais vigentes que comprova a entregaaos
de advertência com informes educativos quanto do óleo
sinalização: perigos envolvidos. lubrificante usado ou contaminado do coletor para o
rerrefinador;
III - Quanto aos a) sistemas de drenagem de águasVpluviais; b) coleta
- gerador: pessoae disposição
física ou adequada dos em
jurídica que,
aspectos técnicos percolados;c) coleta de gases;d) impermeabilização
decorrência de sua da base e taludes;
atividade, gera ee)
óleomonitoramento
lubrificante usado
ambiental. ou contaminado;
VI - importador: pessoa jurídica que realiza a
IV - Quanto ao importação sobre
a) disposição dos resíduos diretamente do óleo lubrificante
o fundo acabado,
do local; b) acomodaçãodevidamente
dos
processo de disposição resíduos sem compactação direta;c)autorizada para ocom
cobertura diária exercício da atividade;disposição em
solo, admitindo-se
final de resíduos de camadas;d) cobertura final; ee) plano de encerramento.
VII - óleo lubrificante básico: principal constituinte do
serviços de saúde: óleo lubrificante acabado, que atenda a legislação
pertinente;
VIII - óleo lubrificante acabado: produto formulado a
RESOLUÇÃO CONAMA 362/2005 partir de óleos lubrificantes básicos, podendo conter
aditivos;
Dispõe sobre as regras de recolhimento, coleta e IX - óleo lubrificante usado ou contaminado: óleo
destinação final do óleo lubrificante usado ou contaminado. lubrificante acabado que, em decorrência do seu uso normal
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, ou por motivo de contaminação, tenha se tornado
no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº inadequado à sua finalidade original;
6.938, de 31 de agosto de 1981 , regulamentada pelo X - produtor: pessoa jurídica responsável pela
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990 , tendo em vista produção de óleo lubrificante acabado em instalação
o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº própria ou de terceiros, devidamente licenciada pelo órgão
499, de 18 de dezembro de 2002 , e ambiental competente, e autorizada para o exercício da
Considerando que o uso prolongado de um óleo atividade pelo órgão regulador da indústria do petróleo;
lubrificante acabado resulta na sua deterioração parcial, XI - reciclagem: processo de transformação do óleo
que se reflete na formação de compostos tais como ácidos lubrificante usado ou contaminado, tornando-o insumo
orgânicos, compostos aromáticos polinucleares destinado a outros processos produtivos;
potencialmente carcinogênicos, resinas e lacas;
XII - recolhimento: é a retirada e armazenamento
Considerando que a Associação Brasileira de adequado do óleo usado ou contaminado do equipamento
Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR-10004, "Resíduos que o utilizou até o momento da sua coleta, efetuada pelo
Sólidos - classificação", classifica o óleo lubrificante usado revendedor ou pelo próprio gerador;
como resíduo perigoso por apresentar toxicidade;
XIII - rerrefinador: pessoa jurídica, responsável pela
Considerando que o descarte de óleo lubrificante atividade de rerrefino, devidamente autorizada pelo órgão
usado ou contaminado para o solo ou cursos de água gera regulador da indústria do petróleo para a atividade de
graves danos ambientais; rerrefino e licenciada pelo órgão ambiental competente;
Considerando que a combustão de óleos XIV - rerrefino: categoria de processos industriais de
lubrificantes usados gera gases residuais nocivos ao meio remoção de contaminantes, produtos de degradação e
ambiente e à saúde pública; aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados,
Considerando que a categoria de processos conferindo aos mesmos características de óleos básicos,
tecnológico-industriais, chamada genericamente de conforme legislação específica;
rerrefino, corresponde ao método ambientalmente mais XV - revendedor: pessoa jurídica que comercializa
seguro para a reciclagem do óleo lubrificante usado ou óleo lubrificante acabado no atacado e no varejo tais como:
contaminado, e, portanto, a melhor alternativa de gestão postos de serviço, oficinas, supermercados, lojas de
ambiental deste tipo de resíduo; e autopeças, atacadistas, etc; e
Considerando a necessidade de estabelecer novas XVI - águas interiores: as compreendidas entre a
diretrizes para o recolhimento e destinação de óleo costa e as linhas de base reta, a partir das quais se mede a
lubrificante usado ou contaminado, resolve: largura do mar territorial; as dos portos; as das baías; as dos
Art. 1º Todo óleo lubrificante usado ou contaminado rios e de seus estuários; as dos lagos, lagoas e canais, e as
deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final, de subterrâneas.
modo que não afete negativamente o meio ambiente e Art. 3º Todo o óleo lubrificante usado ou
propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem
contidos, na forma prevista nesta Resolução. por meio do processo de rerrefino.
Art. 2º Para efeito desta Resolução, serão adotadas § 1º A reciclagem referida no caput poderá ser
as seguintes definições: realizada, a critério do órgão ambiental competente, por
I - coletor: pessoa jurídica devidamente autorizada meio de outro processo tecnológico com eficácia ambiental
pelo órgão regulador da indústria do petróleo e licenciada comprovada equivalente ou superior ao rerrefino.
pelo órgão ambiental competente para realizar atividade de § 2º Será admitido o processamento do óleo
coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado; lubrificante usado ou contaminado para a fabricação de
produtos a serem consumidos exclusivamente pelos
respectivos geradores industriais.

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118 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 3º Comprovada, perante o órgão ambiental Art. 8º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
competente, a inviabilidade de destinação prevista no caput Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, o órgão regulador
e no § 1º deste artigo, qualquer outra utilização do óleo da indústria do petróleo e o órgão estadual de meio
lubrificante usado ou contaminado dependerá do ambiente, este, quando solicitado, são responsáveis pelo
licenciamento ambiental. controle e verificação do exato cumprimento dos
§ 4º Os processos utilizados para a reciclagem do percentuais de coleta fixados pelos Ministérios do Meio
óleo lubrificante deverão estar devidamente licenciados Ambiente e de Minas e Energia.
pelo órgão ambiental competente. Parágrafo único. Para a realização do controle de
Art. 4º Os óleos lubrificantes utilizados no Brasil que trata o caput deste artigo, o IBAMA terá como base as
devem observar, obrigatoriamente, o princípio da informações relativas ao trimestre civil anterior.
reciclabilidade. Art. 9º O Ministério do Meio Ambiente, na segunda
Art. 5º O produtor, o importador e o revendedor de reunião ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
óleo lubrificante acabado, bem como o gerador de óleo CONAMA, de cada ano, apresentará o percentual mínimo
lubrificante usado, são responsáveis pelo recolhimento do de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado,
óleo lubrificante usado ou contaminado, nos limites das acompanhado de relatório justificativo detalhado, e o
atribuições previstas nesta Resolução. IBAMA apresentará relatório sobre os resultados da
implementação desta Resolução. (NR) (Redação dada ao
Art. 6º O produtor e o importador de óleo lubrificante
artigo pela Resolução CONAMA nº 450, de 06.03.2012,
acabado deverão coletar ou garantir a coleta e dar a
DOU 07.03.2012 )
destinação final ao óleo lubrificante usado ou contaminado,
em conformidade com esta Resolução, de forma Art. 10. Não integram a base de cálculo da quantia
proporcional em relação ao volume total de óleo lubrificante de óleo lubrificante usado ou contaminado a ser coletada
acabado que tenham comercializado. pelo produtor ou importador os seguintes óleos lubrificantes
acabados:
§ 1º Para o cumprimento da obrigação prevista no
caput deste artigo, o produtor e o importador poderão: I - destinados à pulverização agrícola;
I - contratar empresa coletora regularmente II - para correntes de moto-serra;
autorizada junto ao órgão regulador da indústria do III - industriais que integram o produto final, não
petróleo; ou gerando resíduo;
II - habilitar-se como empresa coletora, na forma da IV - de estampagem;
legislação do órgão regulador da indústria do petróleo. V - para motores dois tempos;
§ 2º A contratação de coletor terceirizado não VI - destinados à utilização em sistemas selados que
exonera o produtor ou importador da responsabilidade pela não exijam troca ou que impliquem em perda total do óleo;
coleta e destinação legal do óleo usado ou contaminado
VII - solúveis;
coletado.
VIII - fabricados à base de asfalto;
§ 3º Respondem o produtor e o importador,
solidariamente, pelas ações e omissões dos coletores que IX - destinados à exportação, incluindo aqueles
contratarem. incorporados em máquinas e equipamentos destinados à
exportação; e
Art. 7º Os produtores e importadores são obrigados
a coletar todo óleo disponível ou garantir o custeio de toda X - todo óleo lubrificante básico ou acabado
a coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado comercializado entre as empresas produtoras, entre as
efetivamente realizada, na proporção do óleo que empresas importadoras, ou entre produtores e
colocarem no mercado conforme metas progressivas importadores, devidamente autorizados pela Agência
intermediárias e finais a serem estabelecidas pelos Nacional do Petróleo - ANP.
Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia em ato Art. 11. O Ministério do Meio Ambiente manterá e
normativo conjunto, mesmo que superado o percentual coordenará grupo de monitoramento permanente para o
mínimo fixado. acompanhamento desta Resolução, que deverá se reunir
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput ao menos trimestralmente, ficando assegurada a
deverão estabelecer, ao menos anualmente, o percentual participação de representantes do órgão regulador da
mínimo de coleta de óleos lubrificantes usados ou indústria do petróleo, dos produtores e importadores, dos
contaminados, não inferior a 30% (trinta por cento), em revendedores, dos coletores, dos rerrefinadores, das
relação ao óleo lubrificante acabado comercializado, entidades representativas dos órgãos ambientais estaduais
observado o seguinte: e municipais e das organizações não governamentais
ambientalistas.
I - análise do mercado de óleos lubrificantes
acabados, na qual serão considerados os dados dos Art. 12. Ficam proibidos quaisquer descartes de
últimos três anos; óleos usados ou contaminados em solos, subsolos, nas
águas interiores, no mar territorial, na zona econômica
II - tendência da frota nacional, quer seja rodoviária,
exclusiva e nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas
ferroviária, naval ou aérea;
residuais.
III - tendência do parque máquinas industriais
Art. 13. Para fins desta Resolução, não se entende
consumidoras de óleo, inclusive agroindustriais;
a combustão ou incineração de óleo lubrificante usado ou
IV - capacidade instalada de rerrefino; contaminado como formas de reciclagem ou de destinação
V - avaliação do sistema de recolhimento e adequada.
destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado; Art. 14. No caso dos postos de revenda flutuantes
VI - novas destinações do óleo lubrificante usado ou que atendam embarcações, o gerenciamento do óleo
contaminado, devidamente autorizadas; lubrificante usado ou contaminado deve atender a
VII - critérios regionais; e legislação ambiental vigente.
VIII - as quantidades de óleo usado ou contaminado Art. 15. Os óleos lubrificantes usados ou
efetivamente coletadas. contaminados não rerrefináveis, tais como as emulsões
oleosas e os óleos biodegradáveis, devem ser recolhidos e

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 119
eventualmente coletados, em separado, segundo sua I - receber dos geradores o óleo lubrificante usado
natureza, sendo vedada a sua mistura com óleos usados ou ou contaminado;
contaminados rerrefináveis. II - dispor de instalações adequadas devidamente
Parágrafo único. O resultado da mistura de óleos licenciadas pelo órgão ambiental competente para a
usados ou contaminados não rerrefináveis ou substituição do óleo usado ou contaminado e seu
biodegradáveis com óleos usados ou contaminados recolhimento de forma segura, em lugar acessível à coleta,
rerrefináveis é considerado integralmente óleo usado ou utilizando recipientes propícios e resistentes a vazamentos,
contaminado não rerrefinável, não biodegradável e resíduo de modo a não contaminar o meio ambiente;
perigoso (classe I), devendo sofrer destinação ou III - adotar as medidas necessárias para evitar que o
disposição final compatível com sua condição. óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser
Art. 16. São, ainda, obrigações do produtor e do misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes,
importador: água e outras substâncias, evitando a inviabilização da
I - garantir, mensalmente, a coleta do óleo reciclagem;
lubrificante usado ou contaminado, no volume mínimo IV - alienar os óleos lubrificantes usados ou
fixado pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e contaminados exclusivamente ao coletor, exigindo:
Energia, que será calculado com base no volume médio de a) a apresentação pelo coletor das autorizações
venda dos óleos lubrificantes acabados, verificado no emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão
trimestre civil anterior. regulador da indústria do petróleo para a atividade de
II - prestar, no âmbito do Cadastro Técnico Federal, coleta;
informações relativas à produção de óleo lubrificante e b) a emissão do respectivo certificado de coleta.
geração, coleta e destinação dos óleos lubrificantes usados
V - manter para fins de fiscalização, os documentos
ou contaminados, na forma e nos prazos definidos em
comprobatórios de compra de óleo lubrificante acabado e
instrução normativa do IBAMA, concernentes, dentre
os Certificados de Coleta de óleo lubrificante usado ou
outras, a:
contaminado, pelo prazo de cinco anos;
a) óleos lubrificantes, comercializados por tipos,
VI - divulgar em local visível ao consumidor, no local
incluindo os dispensados de coleta;
de exposição do óleo acabado posto à venda, a destinação
b) coleta contratada, por coletor; disciplinada nesta Resolução, na forma do Anexo III; e
c) óleo rerrefinado adquirido, por rerrefinador. VII - manter cópia do licenciamento fornecido pelo
(Redação dada ao inciso pela Resolução CONAMA nº 450, órgão ambiental competente para venda de óleo acabado,
de 06.03.2012, DOU 07.03.2012 ) quando aplicável, e do recolhimento de óleo usado ou
III - receber os óleos lubrificantes usados ou contaminado em local visível ao consumidor.
contaminados não recicláveis decorrentes da utilização por Art. 18. São obrigações do gerador:
pessoas físicas, e destiná-los a processo de tratamento
I - recolher os óleos lubrificantes usados ou
aprovado pelo órgão ambiental competente;
contaminados de forma segura, em lugar acessível à coleta,
IV - manter sob sua guarda, para fins fiscalizatórios, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de
os Certificados de Recebimento emitidos pelo rerrefinador modo a não contaminar o meio ambiente;
e demais documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco
II - adotar as medidas necessárias para evitar que o
anos;
óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser
V - divulgar, em todas as embalagens de óleos misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes,
lubrificantes acabados, bem como em informes técnicos, a água e outras substâncias, evitando a inviabilização da
destinação e a forma de retorno dos óleos lubrificantes reciclagem;
usados ou contaminados recicláveis ou não, de acordo com
III - alienar os óleos lubrificantes usados ou
o disposto nesta Resolução;
contaminados exclusivamente ao ponto de recolhimento ou
VI - a partir de um ano da publicação desta coletor autorizado, exigindo:
resolução, divulgar em todas as embalagens de óleos
a) a apresentação pelo coletor das autorizações
lubrificantes acabados, bem como na propaganda,
emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão
publicidade e em informes técnicos, os danos que podem
regulador da indústria do petróleo para a atividade de
ser causados à população e ao ambiente pela disposição
coleta;
inadequada do óleo usado ou contaminado.
b) a emissão do respectivo Certificado de Coleta.
VII - prestar ao órgão ambiental estadual ou
municipal, quando solicitado, informações relativas à IV - fornecer informações ao coletor sobre os
produção de óleo lubrificante e geração, coleta e destinação possíveis contaminantes contidos no óleo lubrificante
dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, na forma usado, durante o seu uso normal;
e nos prazos definidos pelo órgão solicitante. (NR) (Inciso V - manter, para fins de fiscalização, os documentos
acrescentado pela Resolução CONAMA nº 450, de comprobatórios de compra de óleo lubrificante acabado e
06.03.2012, DOU 07.03.2012 ) os Certificados de Coleta de óleo lubrificante usado ou
§ 1º O produtor ou o importador que contratar coletor contaminado, pelo prazo de cinco anos;
terceirizado deverá celebrar com este contrato de coleta, VI - no caso de pessoa física, destinar os óleos
com a interveniência do responsável pela destinação lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis de
adequada. acordo com a orientação do produtor ou do importador; e
§ 2º Uma via do contrato de coleta previsto no VII - no caso de pessoa jurídica, dar destinação final
parágrafo anterior será arquivada, à disposição do órgão adequada devidamente autorizada pelo órgão ambiental
estadual ambiental, onde o contratante tiver a sua sede competente aos óleos lubrificantes usados ou
principal, por um período mínimo de cinco anos, da data de contaminados não recicláveis.
encerramento do contrato. § 1º Os óleos usados ou contaminados provenientes
Art. 17. São obrigações do revendedor: da frota automotiva devem preferencialmente ser recolhidos
nas instalações dos revendedores.

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120 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 2º Se inexistirem coletores que atendam e coleta e destinação dos óleos lubrificantes usados ou
diretamente os geradores, o óleo lubrificante usado ou contaminados, na forma e nos prazos definidos em
contaminado poderá ser entregue ao respectivo instrução normativa do IBAMA, concernentes, dentre
revendedor. outras, ao:
Art. 19. São obrigações do coletor: a) volume de óleos lubrificantes usados ou
I - firmar contrato de coleta com um ou mais contaminados recebidos, por coletor;
produtores ou importadores com a interveniência de um ou b) volume de óleo lubrificante básico rerrefinado
mais rerrefinadores, ou responsável por destinação produzido e comercializado, por produtor ou importador.
ambientalmente adequada, para os quais necessariamente (Redação dada ao inciso pela Resolução CONAMA nº 450,
deverá entregar todo o óleo usado ou contaminado que de 06.03.2012, DOU 07.03.2012 )
coletar; IV - prestar ao órgão ambiental estadual ou
II - disponibilizar, quando solicitado pelo órgão municipal, quando solicitado, informações relativas à
ambiental competente, pelo prazo de cinco anos, os produção de óleo básico rerrefinado e coleta e destinação
contratos de coleta firmados; dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, na forma
III - prestar, no âmbito do Cadastro Técnico Federal, e nos prazos definidos pelo órgão solicitante. (NR) (Inciso
informações relativas à coleta e destinação dos óleos acrescentado pela Resolução CONAMA nº 450, de
lubrificantes usados ou contaminados, na forma e nos 06.03.2012, DOU 07.03.2012 )
prazos definidos em instrução normativa do IBAMA, § 1º Os óleos básicos procedentes do rerrefino
concernentes, dentre outras, a: deverão se enquadrar nas normas estabelecidas pelo órgão
a) óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, regulador da indústria do petróleo e não conter substâncias
por produtor ou importador; proibidas pela legislação ambiental.
b) óleo lubrificante usado ou contaminado entregue, § 2º O rerrefinador deverá adotar a política de
por rerrefinador ou responsável por destinação geração mínima de resíduos inservíveis no processo de
ambientalmente adequada. (Redação dada ao inciso pela rerrefino.
Resolução CONAMA nº 450, de 06.03.2012, DOU § 3º O resíduo inservível gerado no processo de
07.03.2012 ) rerrefino será considerado como resíduo classe I, salvo
IV - emitir a cada aquisição de óleo lubrificante usado comprovação em contrário com base em laudos de
ou contaminado, para o gerador ou revendedor, o laboratórios devidamente credenciados pelo órgão
respectivo Certificado de Coleta; ambiental competente.
V - garantir que as atividades de armazenamento, § 4º Os resíduos inservíveis gerados no processo de
manuseio, transporte e transbordo do óleo lubrificante rerrefino deverão ser inertizados e receber destinação
usado ou contaminado coletado sejam efetuadas em adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente.
condições adequadas de segurança e por pessoal § 5º O processo de licenciamento da atividade de
devidamente treinado, atendendo à legislação pertinente e rerrefino, além do exigido pelo órgão estadual de meio
aos requisitos do licenciamento ambiental; ambiente, deverá conter informações sobre:
VI - adotar as medidas necessárias para evitar que a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes
o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser do processo de rerrefino;
misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, b) volumes de resíduos inservíveis gerados no
água e outras substâncias, evitando a inviabilização da processo de rerrefino, com a indicação da correspondente
reciclagem; composição química média; e
VII - destinar todo o óleo lubrificante usado ou c) volume de perdas no processo.
contaminado coletado, mesmo que excedente de cotas pré-
Art. 21. São obrigações dos demais recicladores,
fixadas, a rerrefinador ou responsável por destinação
nos processos de reciclagem previstos no art. 3º desta
ambientalmente adequada interveniente em contrato de
Resolução:
coleta que tiver firmado, exigindo os correspondentes
Certificados de Recebimento, quando aplicável; I - prestar, no âmbito do Cadastro Técnico Federal,
informações relativas à geração de produtos e coleta e
VIII - manter atualizados os registros de aquisições,
destinação dos óleos lubrificantes usados ou contaminados,
alienações e os documentos legais, para fins fiscalizatórios,
na forma e nos prazos definidos em instrução normativa do
pelo prazo de cinco anos; e
IBAMA, concernentes, dentre outras, ao:
IX - respeitar a legislação relativa ao transporte de
a) volume de óleos lubrificantes usados ou
produtos perigosos.
contaminados recebidos; e
X - prestar ao órgão ambiental estadual ou
b) volume de produtos resultantes do processo de
municipal, quando solicitado, informações relativas à coleta
reciclagem. (Redação dada ao inciso pela Resolução
e destinação dos óleos lubrificantes usados ou
CONAMA nº 450, de 06.03.2012, DOU 07.03.2012 )
contaminados, na forma e nos prazos definidos pelo órgão
solicitante. (NR) (Inciso acrescentado pela Resolução II - prestar ao órgão ambiental estadual ou municipal,
CONAMA nº 450, de 06.03.2012, DOU 07.03.2012 ) quando solicitado, informações relativas à geração de
produtos e coleta e destinação dos óleos lubrificantes
Art. 20. São obrigações dos rerrefinadores:
usados ou contaminados, na forma e nos prazos definidos
I - receber todo o óleo lubrificante usado ou pelo órgão solicitante. (NR) (Inciso acrescentado pela
contaminado exclusivamente do coletor, emitindo o Resolução CONAMA nº 450, de 06.03.2012, DOU
respectivo Certificado de Recebimento; 07.03.2012 )
II - manter atualizados e disponíveis para fins de § 1º O reciclador deverá adotar a política de geração
fiscalização os registros de emissão de Certificados de mínima de resíduos inservíveis no processo de reciclagem.
Recebimento, bem como outros documentos legais
§ 2º O resíduo inservível gerado no processo de
exigíveis, pelo prazo de cinco anos;
reciclagem será considerado como resíduo classe I, salvo
III - prestar, no âmbito do Cadastro Técnico Federal, comprovação em contrário com base em laudos de
informações relativas à produção de óleo básico rerrefinado

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 121
laboratórios devidamente credenciados pelo órgão Considerando que as Áreas de Preservação
ambiental competente. Permanente - APP, localizadas em cada posse ou
§ 3º Os resíduos inservíveis gerados no processo de propriedade, são bens de interesse nacional e espaços
reciclagem deverão ser inertizados e receber destinação territoriais especialmente protegidos, cobertos ou não por
adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente. vegetação, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
§ 4º O processo de licenciamento da atividade de
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o
reciclagem, além do exigido pelo órgão estadual de meio
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
ambiente, deverá conter informações sobre:
Considerando a singularidade e o valor estratégico
a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes
das áreas de preservação permanente que, conforme indica
do processo de reciclagem;
sua denominação, são caracterizadas, como regra geral,
b) volumes de resíduos inservíveis gerados no pela intocabilidade e vedação de uso econômico direto;
processo de reciclagem, com a indicação da
Considerando que as áreas de preservação
correspondente composição química média;
permanente e outros espaços territoriais especialmente
c) volume de perdas no processo. protegidos, como instrumentos de relevante interesse
Art. 22. O não cumprimento ao disposto nesta ambiental, integram o desenvolvimento sustentável,
Resolução acarretará aos infratores, entre outras, as objetivo das presentes e futuras gerações;
sanções previstas na Lei nº 9.605, 12 de fevereiro de 1998 Considerando a função sócioambiental da
, e no Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 . (NR) propriedade prevista nos arts. 5º, inciso XXIII, 170, inciso VI,
(Redação dada ao artigo pela Resolução CONAMA nº 450, 182, § 2º, 186, inciso II e 225 da Constituição e os princípios
de 06.03.2012, DOU 07.03.2012 ) da prevenção, da precaução e do poluidor-pagador;
Art. 23. As obrigações previstas nesta Resolução Considerando que o direito de propriedade será
são de relevante interesse ambiental. exercido com as limitações que a legislação estabelece,
Art. 24. A fiscalização do cumprimento das ficando o proprietário ou posseiro obrigados a respeitarem
obrigações previstas nesta Resolução e aplicação das as normas e regulamentos administrativos;
sanções cabíveis é de responsabilidade do IBAMA e do Considerando o dever legal do proprietário ou do
órgão estadual e municipal de meio ambiente, sem prejuízo possuidor de recuperar as Áreas de Preservação
da competência própria do órgão regulador da indústria do Permanente - APPs irregularmente suprimidas ou
petróleo. ocupadas;
Art. 24-A. O IBAMA deverá atualizar, ouvido o Considerando que, nos termos do art. 8º, da Lei nº
Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução 6.938, de 1981, compete ao Conselho Nacional do Meio
CONAMA nº 362, de 2005, por meio de Instrução Ambiente - CONAMA estabelecer normas, critérios e
Normativa, os procedimentos para inclusão das padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade
informações a serem solicitadas aos produtores, do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos
importadores, coletores e rerrefinadores de óleos ambientais, principalmente os hídricos; e
lubrificantes usados ou contaminados. (NR) (Artigo
Considerando que, nos termos do art. 1º § 2º, incisos
acrescentado pela Resolução CONAMA nº 450, de
IV, alínea c, e V, alínea c, da Lei nº 4.771, de 15 de
06.03.2012, DOU 07.03.2012 )
setembro de 1965, alterada pela MP nº 2.166-67, de 24 de
Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na data de agosto de 2001, compete ao CONAMA prever, em
sua publicação. resolução, demais obras, planos, atividades ou projetos" de
Art. 26. Fica revogada a Resolução CONAMA nº 9, utilidade pública e interesse social; resolve:
de 31 de agosto de 1993. Seção I
MARINA SILVA Das Disposições Gerais
Presidente do Conselho Art. 1º Esta Resolução define os casos excepcionais
em que o órgão ambiental competente pode autorizar a
intervenção ou supressão de vegetação em Área de
RESOLUÇÃO CONAMA 369/2006 Preservação Permanente - APP para a implantação de
obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou
Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade
interesse social, ou para a realização de ações
pública, interesse social ou baixo impacto
consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental.
ambiental, que possibilitam a intervenção ou
supressão de vegetação em Área de Preservação § 1º É vedada a intervenção ou supressão de
Permanente - APP. vegetação em APP de nascentes, veredas, manguezais e
dunas originalmente providas de vegetação, previstas nos
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-
incisos II, IV, X e XI do art. 3º da Resolução CONAMA nº
CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas
pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada 303, de 20 de março de 2002, salvo nos casos de utilidade
pública dispostos no inciso I do art. 2º desta Resolução, e
pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em
para acesso de pessoas e animais para obtenção de água,
vista o disposto nas Leis nº 4.771, de 15 de setembro e
nos termos do § 7º, do art. 4º, da Lei nº 4.771, de 15 de
1965, nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e o seu Regimento
setembro de 1965.
Interno, e
§ 2º O disposto na alínea c do inciso I, do art. 2º
Considerando, nos termos do art. 225, caput, da
desta Resolução não se aplica para a intervenção ou
Constituição Federal, o dever do Poder Público e da
supressão de vegetação nas APPs de veredas, restingas,
coletividade de proteger o meio ambiente para a presente e
manguezais e dunas previstas nos incisos IV, X e XI do art.
as futuras gerações;
3º da Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002.
Considerando as responsabilidades assumidas pelo
§ 3º A autorização para intervenção ou supressão de
Brasil por força da Convenção da Biodiversidade, de 1992,
vegetação em APP de nascente, definida no inciso II do art.
da Convenção Ramsar, de 1971 e da Convenção de
3º da Resolução CONAMA nº 303, de 2002, fica
Washington, de 1940, bem como os compromissos
condicionada à outorga do direito de uso de recurso hídrico,
derivados da Declaração do Rio de Janeiro, de 1992;

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122 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
conforme o disposto no art. 12 da Lei nº 9.433, de 8 de Art. 4º Toda obra, plano, atividade ou projeto de
janeiro de 1997. utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto
§ 4º A autorização de intervenção ou supressão de ambiental, deverá obter do órgão ambiental competente a
vegetação em APP depende da comprovação pelo autorização para intervenção ou supressão de vegetação
empreendedor do cumprimento integral das obrigações em APP, em processo administrativo próprio, nos termos
vencidas nestas áreas. previstos nesta resolução, no âmbito do processo de
licenciamento ou autorização, motivado tecnicamente,
Art. 2º O órgão ambiental competente somente
observadas as normas ambientais aplicáveis.
poderá autorizar a intervenção ou supressão de vegetação
em APP, devidamente caracterizada e motivada mediante § 1º A intervenção ou supressão de vegetação em
procedimento administrativo autônomo e prévio, e APP de que trata o caput deste artigo dependerá de
atendidos os requisitos previstos nesta resolução e noutras autorização do órgão ambiental estadual competente, com
normas federais, estaduais e municipais aplicáveis, bem anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou
como no Plano Diretor, Zoneamento Ecológico-Econômico municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º
e Plano de Manejo das Unidades de Conservação, se deste artigo.
existentes, nos seguintes casos: § 2º A intervenção ou supressão de vegetação em
I - utilidade pública: APP situada em área urbana dependerá de autorização do
órgão ambiental municipal, desde que o município possua
a) as atividades de segurança nacional e proteção
Conselho de Meio Ambiente, com caráter deliberativo, e
sanitária;
Plano Diretor ou Lei de Diretrizes Urbanas, no caso de
b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas municípios com menos de vinte mil habitantes, mediante
aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia; anuência prévia do órgão ambiental estadual competente,
c) as atividades de pesquisa e extração de fundamentada em parecer técnico.
substâncias minerais, outorgadas pela autoridade § 3º Independem de prévia autorização do órgão
competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho; ambiental competente:
d) a implantação de área verde pública em área I - as atividades de segurança pública e defesa civil,
urbana; de caráter emergencial; e
e) pesquisa arqueológica; II - as atividades previstas na Lei Complementar nº
f) obras públicas para implantação de instalações 97, de 9 de junho de 1999, de preparo e emprego das
necessárias à captação e condução de água e de efluentes Forças Armadas para o cumprimento de sua missão
tratados; e constitucional, desenvolvidas em área militar.
g) implantação de instalações necessárias à Art. 5º O órgão ambiental competente estabelecerá,
captação e condução de água e de efluentes tratados para previamente à emissão da autorização para a intervenção
projetos privados de aquicultura, obedecidos os critérios e ou supressão de vegetação em APP, as medidas
requisitos previstos nos §§ 1º e 2º do art. 11, desta ecológicas, de caráter mitigador e compensatório, previstas
Resolução; no § 4º, do art. 4º, da Lei nº 4.771, de 1965, que deverão
II - interesse social: ser adotadas pelo requerente.
a) as atividades imprescindíveis à proteção da § 1º Para os empreendimentos e atividades sujeitos
integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, ao licenciamento ambiental, as medidas ecológicas, de
combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação caráter mitigador e compensatório, previstas neste artigo,
de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, serão definidas no âmbito do referido processo de
de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental licenciamento, sem prejuízo, quando for o caso, do
competente; cumprimento das disposições do art. 36, da Lei nº 9.985, de
b) o manejo agroflorestal, ambientalmente 18 de julho de 2000.
sustentável, praticado na pequena propriedade ou posse § 2º As medidas de caráter compensatório de que
rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal trata este artigo consistem na efetiva recuperação ou
nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a recomposição de APP e deverão ocorrer na mesma sub-
função ecológica da área; bacia hidrográfica, e prioritariamente:
c) a regularização fundiária sustentável de área I - na área de influência do empreendimento, ou
urbana; II - nas cabeceiras dos rios.
d) as atividades de pesquisa e extração de areia, Art. 6º Independe de autorização do poder público o
argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade plantio de espécies nativas com a finalidade de recuperação
competente; de APP, respeitadas as obrigações anteriormente
III - intervenção ou supressão de vegetação eventual acordadas, se existentes, e as normas e requisitos técnicos
e de baixo impacto ambiental, observados os parâmetros aplicáveis.
desta Resolução. Seção II
Art. 3º A intervenção ou supressão de vegetação em Das Atividades de Pesquisa e Extração de Substâncias
APP somente poderá ser autorizada quando o requerente, Minerais
entre outras exigências, comprovar: Art. 7º A intervenção ou supressão de vegetação em
I - a inexistência de alternativa técnica e locacional APP para a extração de substâncias minerais, observado o
às obras, planos, atividades ou projetos propostos; disposto na Seção I desta Resolução, fica sujeita à
II - atendimento às condições e padrões aplicáveis apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EIA
aos corpos de água; e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente-
RIMA no processo de licenciamento ambiental, bem como
III - averbação da Área de Reserva Legal; e a outras exigências, entre as quais:
IV - a inexistência de risco de agravamento de I - demonstração da titularidade de direito mineral
processos como enchentes, erosão ou movimentos outorgado pelo órgão competente do Ministério de Minas e
acidentais de massa rochosa. Energia, por qualquer dos títulos previstos na legislação
vigente;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 123
II - justificação da necessidade da extração de I - o empreendedor seja o proprietário ou possuidor
substâncias minerais em APP e a inexistência de da área;
alternativas técnicas e locacionais da exploração da jazida; II - haja relação jurídica contratual onerosa entre o
III - avaliação do impacto ambiental agregado da empreendedor e o proprietário ou possuidor, em
exploração mineral e os efeitos cumulativos nas APPs, da decorrência do empreendimento minerário.
sub-bacia do conjunto de atividades de lavra mineral atuais § 8º Além das medidas ecológicas, de caráter
e previsíveis, que estejam disponíveis nos órgãos mitigador e compensatório, previstas no art. 5º, desta
competentes; Resolução, os titulares das atividades de pesquisa e
IV - execução por profissionais legalmente extração de substâncias minerais em APP ficam igualmente
habilitados para a extração mineral e controle de impactos obrigados a recuperar o ambiente degradado, nos termos
sobre meio físico e biótico, mediante apresentação de do § 2º do art. 225 da Constituição e da legislação vigente,
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, de execução sendo considerado obrigação de relevante interesse
ou Anotação de Função Técnica - AFT, a qual deverá ambiental o cumprimento do Plano de Recuperação de Área
permanecer ativa até o encerramento da atividade Degradada - PRAD.
minerária e da respectiva recuperação ambiental; Seção III
V - compatibilidade com as diretrizes do plano de Da implantação de Área Verde de Domínio Público em
recursos hídricos, quando houver; Área Urbana
VI - não localização em remanescente florestal de Art. 8º A intervenção ou supressão de vegetação em
mata atlântica primária. APP para a implantação de área verde de domínio público
§ 1º No caso de intervenção ou supressão de em área urbana, nos termos do parágrafo único do art 2º da
vegetação em APP para a atividade de extração de Lei nº 4.771, de 1965, poderá ser autorizada pelo órgão
substâncias minerais que não seja potencialmente ambiental competente, observado o disposto na Seção I
causadora de significativo impacto ambiental, o órgão desta Resolução, e uma vez atendido o disposto no Plano
ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, Diretor, se houver, além dos seguintes requisitos e
substituir a exigência de apresentação de EIA/RIMA pela condições:
apresentação de outros estudos ambientais previstos em I - localização unicamente em APP previstas nos
legislação. incisos I, III alínea a, V, VI e IX alínea a, do art. 3º da
§ 2º A intervenção ou supressão de vegetação em Resolução CONAMA nº 303, de 2002, e art. 3º da
APP para as atividades de pesquisa mineral, observado o Resolução CONAMA nº 302, de 2002;
disposto na Seção I desta Resolução, ficam sujeitos a II - aprovação pelo órgão ambiental competente de
EIA/RIMA no processo de licenciamento ambiental, caso um projeto técnico que priorize a restauração e/ou
sejam potencialmente causadoras de significativo impacto manutenção das características do ecossistema local, e que
ambiental, bem como a outras exigências, entre as quais: contemple medidas necessárias para:
I - demonstração da titularidade de direito mineral a) recuperação das áreas degradadas da APP
outorgado pelo órgão competente do Ministério de Minas e inseridas na área verde de domínio público;
Energia, por qualquer dos títulos previstos na legislação b) recomposição da vegetação com espécies
vigente; nativas;
II - execução por profissionais legalmente habilitados c) mínima impermeabilização da superfície;
para a pesquisa mineral e controle de impactos sobre meio
d) contenção de encostas e controle da erosão;
físico e biótico, mediante apresentação de ART, de
execução ou AFT, a qual deverá permanecer ativa até o e) adequado escoamento das águas pluviais;
encerramento da pesquisa mineral e da respectiva f) proteção de área da recarga de aquíferos; e
recuperação ambiental. g) proteção das margens dos corpos de água.
§ 3º Os estudos previstos neste artigo serão III - percentuais de impermeabilização e alteração
demandados no início do processo de licenciamento para ajardinamento limitados a respectivamente 5% e 15%
ambiental, independentemente de outros estudos técnicos da área total da APP inserida na área verde de domínio
exigíveis pelo órgão ambiental. público.
§ 4º A extração de rochas para uso direto na § 1º Considera-se área verde de domínio público,
construção civil ficará condicionada ao disposto nos para efeito desta Resolução, o espaço de domínio público
instrumentos de ordenamento territorial em escala definida que desempenhe função ecológica, paisagística e
pelo órgão ambiental competente. recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética,
§ 5º Caso inexistam os instrumentos previstos no § funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de
4º, ou se naqueles existentes não constar a extração de vegetação e espaços livres de impermeabilização.
rochas para o uso direto para a construção civil, a § 2º O projeto técnico que deverá ser objeto de
autorização para intervenção ou supressão de vegetação aprovação pela autoridade ambiental competente, poderá
em APP de nascente, para esta atividade estará vedada a incluir a implantação de equipamentos públicos, tais como:
partir de 36 meses da publicação desta Resolução. a) trilhas ecoturísticas;
§ 6º Os depósitos de estéril e rejeitos, os sistemas b) ciclovias;
de tratamento de efluentes, de beneficiamento e de infra-
estrutura das atividades minerárias, somente poderão c) pequenos parques de lazer, excluídos parques
intervir em APP em casos excepcionais, reconhecidos em temáticos ou similares;
processo de licenciamento pelo órgão ambiental d) acesso e travessia aos corpos de água;
competente, atendido o disposto no inciso I do art. 3º desta e) mirantes;
resolução. f) equipamentos de segurança, lazer, cultura e
§ 7º No caso de atividades de pesquisa e extração esporte;
de substâncias minerais, a comprovação da averbação da g) bancos, sanitários, chuveiros e bebedouros
reserva legal, de que trata o art. 3º, somente será exigida públicos; e
nos casos em que:

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124 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
h) rampas de lançamento de barcos e pequenos d) indicação das faixas ou áreas que, em função dos
ancoradouros. condicionantes físicos ambientais, devam resguardar as
§ 3º O disposto no caput deste artigo não se aplica características típicas da APP, respeitadas as faixas
às áreas com vegetação nativa primária, ou secundária em mínimas definidas nas alíneas a e c do inciso IV deste
estagio médio e avançado de regeneração. artigo;
§ 4º É garantido o acesso livre e gratuito da e) identificação das áreas consideradas de risco de
população à área verde de domínio público. inundações e de movimentos de massa rochosa, tais como,
deslizamento, queda e rolamento de blocos, corrida de lama
Seção IV
e outras definidas como de risco;
Da Regularização Fundiária Sustentável de Área
Urbana f) medidas necessárias para a preservação, a
conservação e a recuperação da APP não passível de
Art. 9º A intervenção ou supressão de vegetação em
regularização nos termos desta Resolução;
APP para a regularização fundiária sustentável de área
urbana poderá ser autorizada pelo órgão ambiental g) comprovação da melhoria das condições de
competente, observado o disposto na Seção I desta sustentabilidade urbano-ambiental e de habitabilidade dos
Resolução, além dos seguintes requisitos e condições: moradores;
I - ocupações de baixa renda predominantemente h) garantia de acesso livre e gratuito pela população
residenciais; às praias e aos corpos de água; e
II - ocupações localizadas em área urbana declarada i) realização de audiência pública.
como Zona Especial de Interesse Social - ZEIS no Plano § 1º O órgão ambiental competente, em decisão
Diretor ou outra legislação municipal; motivada, excepcionalmente poderá reduzir as restrições
III - ocupação inserida em área urbana que atenda dispostas na alínea a, do inciso IV, deste artigo em função
aos seguintes critérios: das características da ocupação, de acordo com normas
definidos pelo conselho ambiental competente,
a) possuir no mínimo três dos seguintes itens de
estabelecendo critérios específicos, observadas as
infra-estrutura urbana implantada: malha viária, captação
necessidades de melhorias ambientais para o Plano de
de águas pluviais, esgotamento sanitário, coleta de
Regularização Fundiária Sustentável.
resíduos sólidos, rede de abastecimento de água, rede de
distribuição de energia; § 2º É vedada a regularização de ocupações que, no
Plano de Regularização Fundiária Sustentável, sejam
b) apresentar densidade demográfica superior a
identificadas como localizadas em áreas consideradas de
cinquenta habitantes por hectare;
risco de inundações, corrida de lama e de movimentos de
IV - localização exclusivamente nas seguintes faixas massa rochosa e outras definidas como de risco.
de APP:
§ 3º As áreas objeto do Plano de Regularizacão
a) nas margens de cursos de água, e entorno de Fundiária Sustentável devem estar previstas na legislação
lagos, lagoas e reservatórios artificiais, conforme incisos I e municipal que disciplina o uso e a ocupação do solo como
III, alínea a, do art. 3º da Resolução CONAMA nº 303, de Zonas Especiais de Interesse Social, tendo regime
2002, e no inciso I do art. 3º da Resolução CONAMA nº 302, urbanístico específico para habitação popular, nos termos
de 2002, devendo ser respeitada faixas mínimas de 15 do disposto na Lei nº 10.257, de 2001.
metros para cursos de água de até 50 metros de largura e
§ 4º O Plano de Regularização Fundiária
faixas mínimas de 50 metros para os demais;
Sustentável deve garantir a implantação de instrumentos de
b) em topo de morro e montanhas conforme inciso gestão democrática e demais instrumentos para o controle
V, do art. 3º, da Resolução CONAMA nº 303, de 2002, e monitoramento ambiental.
desde que respeitadas as áreas de recarga de aquíferos,
§ 5º No Plano de Regularização Fundiária
devidamente identificadas como tal por ato do poder
Sustentável deve ser assegurada a não ocupação de APP
público;
remanescentes.
c) em restingas, conforme alínea a do IX, do art. 3º
Seção V
da Resolução CONAMA nº 303, de 2002, respeitada uma
Da Intervenção ou Supressão Eventual e de Baixo
faixa de 150 metros a partir da linha de preamar máxima;
Impacto Ambiental de Vegetação em APP
V - ocupações consolidadas, até 10 de julho de
Art. 10. O órgão ambiental competente poderá
2001, conforme definido na Lei nº 10.257, de 10 de julho de
autorizar em qualquer ecossistema a intervenção ou
2001 e Medida Provisória nº 2.220, de 4 de setembro de
supressão de vegetação, eventual e de baixo impacto
2001;
ambiental, em APP.
VI - apresentação pelo poder público municipal de
Art. 11. Considera-se intervenção ou supressão de
Plano de Regularização Fundiária Sustentável que
vegetação, eventual e de baixo impacto ambiental, em APP:
contemple, entre outros:
I - abertura de pequenas vias de acesso interno e
a) levantamento da sub-bacia em que estiver
suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia
inserida a APP, identificando passivos e fragilidades
de um curso de água, ou à retirada de produtos oriundos
ambientais, restrições e potencialidades, unidades de
das atividades de manejo agroflorestal sustentável
conservação, áreas de proteção de mananciais, sejam
praticado na pequena propriedade ou posse rural familiar;
águas superficiais ou subterrâneas;
II - implantação de instalações necessárias à
b) caracterização físico-ambiental, social, cultural,
captação e condução de água e efluentes tratados, desde
econômica e avaliação dos recursos e riscos ambientais,
que comprovada a outorga do direito de uso da água,
bem como da ocupação consolidada existente na área;
quando couber;
c) especificação dos sistemas de infra-estrutura
III - implantação de corredor de acesso de pessoas
urbana, saneamento básico, coleta e destinação de
e animais para obtenção de água;
resíduos sólidos, outros serviços e equipamentos públicos,
áreas verdes com espaços livres e vegetados com espécies IV - implantação de trilhas para desenvolvimento de
nativas, que favoreçam a infiltração de água de chuva e ecoturismo;
contribuam para a recarga dos aquíferos;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 125
V - construção de rampa de lançamento de barcos e Art. 15. O órgão licenciador deverá cadastrar no
pequeno ancoradouro; Sistema Nacional de Informação de Meio Ambiente -
VI - construção de moradia de agricultores SINIMA as informações sobre licenças concedidas para as
familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e obras, planos e atividades enquadradas como de utilidade
outras populações extrativistas e tradicionais em áreas pública ou de interesse social.
rurais da região amazônica ou do Pantanal, onde o § 1º O CONAMA criará, até o primeiro ano de
abastecimento de água se de pelo esforço próprio dos vigência desta Resolução, Grupo de Trabalho no âmbito da
moradores; Câmara Técnica de Gestão Territorial e Biomas para
VII - construção e manutenção de cercas de divisa monitoramento e análise dos efeitos desta Resolução.
de propriedades; § 2º O relatório do Grupo de Trabalho referido no
VIII - pesquisa científica, desde que não interfira com parágrafo anterior integrará o Relatório de Qualidade
as condições ecológicas da área, nem enseje qualquer tipo Ambiental de que tratam os incisos VII, X e XI do art. 9º da
de exploração econômica direta, respeitados outros Lei nº 6.938 de 1981.
requisitos previstos na legislação aplicável; Art. 16. As exigências e deveres previstos nesta
IX - coleta de produtos não madeireiros para fins de Resolução caracterizam obrigações de relevante interesse
subsistência e produção de mudas, como sementes, ambiental.
castanhas e frutos, desde que eventual e respeitada a Art. 17. O CONAMA deverá criar Grupo de Trabalho
legislação específica a respeito do acesso a recursos para no prazo de um ano, apresentar proposta para
genéticos; regulamentar a metodologia de recuperação das APP.
X - plantio de espécies nativas produtoras de frutos, Art. 18. Esta Resolução entra em vigor na data de
sementes, castanhas e outros produtos vegetais em áreas sua publicação.
alteradas, plantados junto ou de modo misto; MARINA SILVA
XI - outras ações ou atividades similares,
reconhecidas como eventual e de baixo impacto ambiental
BREVE COMENTÁRIO À RESOLUÇÃO CONAMA
pelo conselho estadual de meio ambiente.
369 (APP)
§ 1º Em todos os casos, incluindo os reconhecidos
pelo conselho estadual de meio ambiente, a intervenção ou Em vista dos artigos 1° a 4° do Código Florestal e da
supressão eventual e de baixo impacto ambiental de Resolução CONAMA 369/2006 é possível compatibilizar a
vegetação em APP não poderá comprometer as funções ocupação e o uso econômico de áreas de preservação
ambientais destes espaços, especialmente: permanente?
I - a estabilidade das encostas e margens dos corpos Sim, é possível, mesmo que não seja o ideal. As
de água; áreas de preservação permanente possuem função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
II - os corredores de fauna;
estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de
III - a drenagem e os cursos de água intermitentes; fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
IV - a manutenção da biota; populações humanas, como bem destacou o inciso II do §2°
V - a regeneração e a manutenção da vegetação do artigo 1° do Código Florestal.
nativa; e Embora essencial à qualidade do meio ambiente
VI - a qualidade das águas. ecologicamente equilibrado, em alguns casos a função
desempenhada pelas APP’s poderá ser reproduzida pela
§ 2º A intervenção ou supressão, eventual e de baixo
ação do homem, como no caso da estabilidade geológica
impacto ambiental, da vegetação em APP não pode, em
garantida pelo concreto às margens de recursos hídricos,
qualquer caso, exceder ao percentual de 5% (cinco por
mormente nas áreas urbanas.
cento) da APP impactada localizada na posse ou
propriedade. Em outras situações, a realidade presente, criada,
diga-se, pelo homem, vai mostrar a possibilidade de
§ 3º O órgão ambiental competente poderá exigir,
intervenção ou supressão de vegetação em APP’s, seja por
quando entender necessário, que o requerente comprove,
motivos de utilidade pública e interesse social ou ainda
mediante estudos técnicos, a inexistência de alternativa
intervenção ou supressão de vegetação em APP’s eventual
técnica e locacional à intervenção ou supressão proposta.
e de baixo impacto ambiental, conforme prevêem os artigos
Seção VI 2°, I e II, e 11, respectivamente, da Resolução CONAMA n.°
Das Disposições Finais 369/2006.
Art. 12. Nas hipóteses em que o licenciamento A intervenção e supressão em APP’s é uma
depender de EIA/RIMA, o empreendedor apresentará, até discussão que vinha sendo travada desde a promulgação
31 de março de cada ano, relatório anual detalhado, com a do primeiro Código Florestal, em 1934, especialmente
delimitação georreferenciada das APP, subscrito pelo quanto à aplicabilidade dessa lei no meio ambiente urbano.
administrador principal, com comprovação do cumprimento Somente em 2006, com a edição da Resolução CONAMA
das obrigações estabelecidas em cada licença ou 369, conseguiu-se chegar a um relativo consenso (relativo,
autorização expedida. pois a questão ainda não foi pacificada, nem será
Art. 13. As autorizações de intervenção ou totalmente). Apesar de não ser a mais benéfico para o meio
supressão de vegetação em APP ainda não executadas ambiente, tal Resolução enfrentou, finalmente, um assunto
deverão ser regularizadas junto ao órgão ambiental que já deveria ter sido discutido com seriedade há muito
competente, nos termos desta Resolução. tempo, desde as décadas de desenvolvimento agrícola, na
Art. 14. O não-cumprimento ao disposto nesta zona rural, aos tempos atuais de desenvolvimento
Resolução sujeitará os infratores, dentre outras, às desordenado das cidades. Ambos movimentos, por não
penalidades e sanções, respectivamente, previstas na Lei atenderem uma legislação adequada para as suas
nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto nº 3.179, respectivas épocas, acabaram por destruir parte
de 21 de setembro de 1999. considerável dessas áreas de importância ambiental.

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126 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Diante do acúmulo de tamanha degradação para definição do grau de impacto ambiental, fica fixado
ambiental, diante da desagradável realidade encontrada em um percentual dos custos previstos para a
pelo legislador, houve que se encontrar, regulamentar e implantação de empreendimentos igual a:
regularizar um modo de compatibilizar a ocupação e o uso a) meio por cento.
econômico das APP’s, sempre tendo em vista dois aspectos
b) um por cento.
tradicionais do Direito Ambiental Brasileiro: a) no meio
ambiente urbano deve-se privilegiar a qualidade de vida c) um e meio por cento.
humana, mesmo que parte do meio ambiente natural tenha d) dois por cento.
que ser sacrificada; b) no meio ambiente natural, privilegia- e) cinco por cento.
se a qualidade do meio ambiente natural, permitindo, de
modo mais restrito possível, o desenvolvimento de
atividades em benefício do ser humano. Gabarito: 01/D; 02/A
Ou seja, nas cidades temos um Direito Ambiental
antropocêntrico, enquanto no campo adota um caráter
majoritariamente ecocêntrico. É exatamente isso que a RESOLUÇÃO CONAMA 396/2008
referida Resolução nos mostra. ATENÇÃO: Resolução disponível no site
www.editoradinc.cem na aba ATUALIZAÇÕES.
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (IBFC - 2013 - PC-RJ - Perito Criminal - Engenharia
Ambiental) A Resolução CONAMA nº 369/2006 define
os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse
RESOLUÇÃO CONAMA 397/2008
social ou baixo impacto ambiental, em que o órgão Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º,
ambiental competente pode autorizar a intervenção ou ambos do art. 34 da Resolução do Conselho
supressão de vegetação em Área de Preservação Nacional do Meio Ambiente-CONAMA nº 357, de
Permanente (APP). Neste contexto, está correta a 2005, que dispõe sobre a classificação dos
alternativa: corpos de água e diretrizes ambientais para o
A O órgão ambiental competente somente poderá autorizar seu enquadramento, bem como estabelece as
a intervenção ou supressão de vegetação em APP, condições e padrões de lançamento de
devidamente caracterizada e motivada mediante efluentes.
procedimento administrativo autônomo e prévio, e O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-
atendidos os requisitos previstos na resolução em tela e CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas
noutras normas federais, estaduais e municipais pelos arts. 6º, inciso II e 8º, inciso VII, da Lei nº 6.938, de 31
aplicáveis, bem como no Plano Diretor, Zoneamento de agosto de 1981, e tendo em vista o disposto em seu
Ecológico-Econômico e Plano de Manejo das Unidades Regimento Interno;
de Conservação, se existentes, somente no caso de Considerando que a Resolução do Conselho
utilidade pública Nacional do Meio Ambiente-CONAMA nº 357, de 17 de
B O órgão ambiental competente estabelecerá, março de 2005, estabelece em seu art. 44. que o CONAMA,
previamente à emissão da autorização para a no prazo máximo de um ano, complementará, onde couber,
intervenção ou supressão de vegetação em APP, as condições e padrões de lançamento de efluentes previstos
medidas ecológicas, de caráter mitigador e nesta Resolução, e
compensatório, que deverão ser adotadas pelo Considerando que a Resolução CONAMA nº 370, de
requerente. As medidas de caráter compensatório de 6 de abril de 2006, prorrogou o prazo para complementação
que trata artigo da resolução em questão, consistem na das condições e padrões de lançamentos de efluentes,
efetiva recuperação ou recomposição de APP e deverão previsto no art. 44 da Resolução CONAMA nº 357, de 2005,
ocorrer na mesma sub-bacia hidrográfica, e até 18 de março de 2007, resolve:
exclusivamente na área de influência do
Art. 1º O inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos
empreendimento
do art. 34 da Resolução do Conselho Nacional do Meio
C Mesmo nos casos de intervenção ou supressão de Ambiente-CONAMA nº 357, de 17 de março 2005, passam
vegetação em APP para a atividade de extração de a vigorar com a seguinte redação.
substâncias minerais que não seja potencialmente
"Art. 34. ........
causadora de significativo impacto ambiental, o órgão
ambiental competente não poderá substituir a exigência § 4º ........
de apresentação de EIA/RIMA pela apresentação de II - temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a
outros estudos ambientais variação de temperatura do corpo receptor não deverá
D Considera-se área verde de domínio público, para efeito exceder a 3ºC no limite da zona de mistura, desde que não
da resolução em epígrafe, o espaço de domínio público comprometa os usos previstos para o corpo d'água;
que desempenhe função ecológica, paisagística e § 5º Padrões de lançamento de efluentes:
recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética,
funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de
vegetação e espaços livres de impermeabilização
E A construção de rampa de lançamento de barcos e
pequeno ancoradouro não pode ser considerada
intervenção ou supressão de vegetação, eventual e de
baixo impacto ambiental em APP.

02. Segundo a Resolução CONAMA nº 371, de 5 de abril de


2006, o valor da compensação ambiental, até que o
órgão ambiental estabeleça e publique metodologia

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 127
alterando parcialmente e complementando a Resolução nº
357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do
Meio Ambiente-CONAMA.
Parágrafo único. O lançamento indireto de efluentes
no corpo receptor deverá observar o disposto nesta
Resolução quando verificada a inexistência de legislação ou
normas específicas, disposições do órgão ambiental
competente, bem como diretrizes da operadora dos
sistemas de coleta e tratamento de esgoto sanitário.
Art. 2º A disposição de efluentes no solo, mesmo
tratados, não está sujeita aos parâmetros e padrões de
lançamento dispostos nesta Resolução, não podendo,
todavia, causar poluição ou contaminação das águas
superficiais e subterrâneas.
Art. 3º Os efluentes de qualquer fonte poluidora
somente poderão ser lançados diretamente nos corpos
receptores após o devido tratamento e desde que
obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos
nesta Resolução e em outras normas aplicáveis.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente
poderá, a qualquer momento, mediante fundamentação
técnica:
I - acrescentar outras condições e padrões para o
lançamento de efluentes, ou torná-los mais restritivos, tendo
§ 6º O parâmetro boro total não será aplicável a
em vista as condições do corpo receptor; ou
águas salinas, devendo o CONAMA definir regulamentação
específica, no prazo de seis meses a contar da publicação II - exigir tecnologia ambientalmente adequada e
desta Resolução. economicamente viável para o tratamento dos efluentes,
compatível com as condições do respectivo corpo receptor.
§ 7º O parâmetro nitrogênio amoniacal total não será
aplicável em sistemas de tratamento de esgotos sanitários. CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES
................" (NR)
Art. 4º Para efeito desta Resolução adotam-se as
Art. 2º O CONAMA criará grupo de trabalho para, no
seguintes definições, em complementação àquelas
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, apresentar
contidas no art. 2º da Resolução CONAMA nº 357, de 2005:
propostas complementares sobre condições e padrões de
lançamento de efluentes para o setor de saneamento. I - Capacidade de suporte do corpo receptor: valor
máximo de determinado poluente que o corpo hídrico pode
Art. 3º O CONAMA, no prazo máximo de 180 (cento
receber, sem comprometer a qualidade da água e seus
e oitenta) dias, através da criação de grupo de trabalho,
usos determinados pela classe de enquadramento;
avaliará proposta de novos parâmetros para substâncias
inorgânicas e orgânicas não contempladas na Tabela X da II - Concentração de Efeito Não Observado-CENO:
Resolução CONAMA nº 357, de 2005. maior concentração do efluente que não causa efeito
deletério estatisticamente significativo na sobrevivência e
Parágrafo único. O grupo de trabalho, dentre outros
rep0rodução dos organismos, em um determinado tempo
parâmetros, avaliará o estabelecimento de limite para a
de exposição, nas condições de ensaio;
soma das concentrações dos parâmetros de metais
pesados. III - Concentração do Efluente no Corpo Receptor-
CECR, expressa em porcentagem:
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação. a) para corpos receptores confinados por calhas (rio,
córregos, etc):
MARINA SILVA
1. CECR = [(vazão do efluente)/(vazão do efluente +
Presidente do Conselho
vazão de referência do corpo receptor) ] x 100.
b) para áreas marinhas, estuarinas e lagos a CECR
é estabelecida com base em estudo da dispersão física do
efluente no corpo hídrico receptor, sendo a CECR limitada
RESOLUÇÃO CONAMA 430/2011 pela zona de mistura definida pelo órgão ambiental;
Dispõe sobre as condições e padrões de IV - Concentração Letal Mediana-CL50 ou
lançamento de efluentes, complementa e altera a Concentração Efetiva Mediana-CE50: é a concentração do
Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do efluente que causa efeito agudo (letalidade ou imobilidade)
Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. a 50% dos organismos, em determinado período de
O Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, exposição, nas condições de ensaio;
no uso das competências que lhe são conferidas pelo inciso V - Efluente: é o termo usado para caracterizar os
VII do art. 8º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, despejos líquidos provenientes de diversas atividades ou
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de processos;
1990 e suas alterações, tendo em vista o disposto em seu VI - Emissário submarino: tubulação provida de
Regimento Interno, Anexo à Portaria nº 168, de 13 de junho sistemas difusores destinada ao lançamento de efluentes
de 2005, no mar, na faixa compreendida entre a linha de base e o
Resolve: limite do mar territorial brasileiro;
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre condições, VII - Esgotos sanitários: denominação genérica para
parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do despejos líquidos residenciais, comerciais, águas de
lançamento de efluentes em corpos de água receptores,

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128 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
infiltração na rede coletora, os quais podem conter parcela Art. 7º O órgão ambiental competente deverá, por
de efluentes industriais e efluentes não domésticos; meio de norma específica ou no licenciamento da atividade
VIII - Fator de Toxicidade-FT: número adimensional ou empreendimento, estabelecer a carga poluidora máxima
que expressa a menor diluição do efluente que não causa para o lançamento de substâncias passíveis de estarem
efeito deletério agudo aos organismos, num determinado presentes ou serem formadas nos processos produtivos,
período de exposição, nas condições de ensaio; listadas ou não no art. 16 desta Resolução, de modo a não
comprometer as metas progressivas obrigatórias,
IX - Lançamento direto: quando ocorre a condução
intermediárias e final, estabelecidas para enquadramento
direta do efluente ao corpo receptor;
do corpo receptor.
X - Lançamento indireto: quando ocorre a condução
§ 1º O órgão ambiental competente poderá exigir,
do efluente, submetido ou não a tratamento, por meio de
nos processos de licenciamento ou de sua renovação, a
rede coletora que recebe outras contribuições antes de
apresentação de estudo de capacidade de suporte do corpo
atingir o corpo receptor;
receptor.
XI - Nível trófico: posição de um organismo na cadeia
§ 2º O estudo de capacidade de suporte deve
trófica;
considerar, no mínimo, a diferença entre os padrões
XII - Parâmetro de qualidade do efluente: estabelecidos pela classe e as concentrações existentes no
substâncias ou outros indicadores representativos dos trecho desde a montante, estimando a concentração após
contaminantes toxicologicamente e ambientalmente a zona de mistura.
relevantes do efluente;
§ 3º O empreendedor, no processo de
XIII - Testes de ecotoxicidade: métodos utilizados licenciamento, informará ao órgão ambiental as substâncias
para detectar e avaliar a capacidade de um agente tóxico que poderão estar contidas no efluente gerado, entre
provocar efeito nocivo, utilizando bioindicadores dos aquelas listadas ou não na Resolução CONAMA nº 357, de
grandes grupos de uma cadeia ecológica; e 2005 para padrões de qualidade de água, sob pena de
XIV - Zona de mistura: região do corpo receptor, suspensão ou cancelamento da licença expedida.
estimada com base em modelos teóricos aceitos pelo órgão § 4º O disposto no § 3º não se aplica aos casos em
ambiental competente, que se estende do ponto de que o empreendedor comprove que não dispunha de
lançamento do efluente, e delimitada pela superfície em que condições de saber da existência de uma ou mais
é atingido o equilíbrio de mistura entre os parâmetros físicos substâncias nos efluentes gerados pelos empreendimentos
e químicos, bem como o equilíbrio biológico do efluente e ou atividades.
os do corpo receptor, sendo específica para cada
Art. 8º É vedado, nos efluentes, o lançamento dos
parâmetro.
Poluentes Orgânicos Persistentes-POPs, observada a
CAPÍTULO II legislação em vigor.
DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE LANÇAMENTO DE
Parágrafo único. Nos processos nos quais possam
EFLUENTES Seção I
ocorrer a formação de dioxinas e furanos deverá ser
Das Disposições Gerais
utilizada a tecnologia adequada para a sua redução, até a
Art. 5º Os efluentes não poderão conferir ao corpo completa eliminação.
receptor características de qualidade em desacordo com as
Art. 9º No controle das condições de lançamento, é
metas obrigatórias progressivas, intermediárias e final, do
vedada, para fins de diluição antes do seu lançamento, a
seu enquadramento.
mistura de efluentes com águas de melhor qualidade, tais
§ 1º As metas obrigatórias para corpos receptores como as águas de abastecimento, do mar e de sistemas
serão estabelecidas por parâmetros específicos. abertos de refrigeração sem recirculação.
§ 2º Para os parâmetros não incluídos nas metas Art. 10. Na hipótese de fonte de poluição geradora
obrigatórias e na ausência de metas intermediárias de diferentes efluentes ou lançamentos individualizados, os
progressivas, os padrões de qualidade a serem obedecidos limites constantes desta Resolução aplicar-se-ão a cada um
no corpo receptor são os que constam na classe na qual o deles ou ao conjunto após a mistura, a critério do órgão
corpo receptor estiver enquadrado. ambiental competente.
Art. 6º Excepcionalmente e em caráter temporário, o Art. 11. Nas águas de classe especial é vedado o
órgão ambiental competente poderá, mediante análise lançamento de efluentes ou disposição de resíduos
técnica fundamentada, autorizar o lançamento de efluentes domésticos, agropecuários, de aquicultura, industriais e de
em desacordo com as condições e padrões estabelecidos quaisquer outras fontes poluentes, mesmo que tratados.
nesta Resolução, desde que observados os seguintes
Art. 12. O lançamento de efluentes em corpos de
requisitos:
água, com exceção daqueles enquadrados na classe
I - comprovação de relevante interesse público, especial, não poderá exceder as condições e padrões de
devidamente motivado; qualidade de água estabelecidos para as respectivas
II - atendimento ao enquadramento do corpo classes, nas condições da vazão de referência ou volume
receptor e às metas intermediárias e finais, progressivas e disponível, além de atender outras exigências aplicáveis.
obrigatórias; Parágrafo único. Nos corpos de água em processo
III - realização de estudo ambiental tecnicamente de recuperação, o lançamento de efluentes observará as
adequado, às expensas do empreendedor responsável pelo metas obrigatórias progressivas, intermediárias e final.
lançamento; Art. 13. Na zona de mistura serão admitidas
IV - estabelecimento de tratamento e exigências concentrações de substâncias em desacordo com os
para este lançamento; padrões de qualidade estabelecidos para o corpo receptor,
V - fixação de prazo máximo para o lançamento, desde que não comprometam os usos previstos para o
prorrogável a critério do órgão ambiental competente, mesmo.
enquanto durar a situação que justificou a excepcionalidade Parágrafo único. A extensão e as concentrações de
aos limites estabelecidos nesta norma; e substâncias na zona de mistura deverão ser objeto de
VI - estabelecimento de medidas que visem estudo, quando determinado pelo órgão ambiental
neutralizar os eventuais efeitos do lançamento excepcional.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 129
competente, às expensas do empreendedor responsável
pelo lançamento. Cianeto total 1,0 mg/L CN
Art. 14. Sem prejuízo do disposto no inciso I do
parágrafo único do art. 3º desta Resolução, o órgão Cianeto livre (destilável por ácidos fracos) 0,2 mg/L CN
ambiental competente poderá, quando a vazão do corpo
receptor estiver abaixo da vazão de referência, estabelecer Cobre dissolvido 1,0 mg/L Cu
restrições e medidas adicionais, de caráter excepcional e
temporário, aos lançamentos de efluentes que possam,
dentre outras consequências: Cromo hexavalente 0,1 mg/L Cr+6
I - acarretar efeitos tóxicos agudos ou crônicos em
organismos aquáticos; ou Cromo trivalente 1,0 mg/L Cr+3
II - inviabilizar o abastecimento das populações.
Art. 15. Para o lançamento de efluentes tratados em Estanho total 4,0 mg/L Sn
leito seco de corpos receptores intermitentes, o órgão
ambiental competente poderá definir condições especiais,
Ferro dissolvido 15,0 mg/L Fe
ouvido o órgão gestor de recursos hídricos.
Seção II
Das Condições e Padrões de Lançamento de Efluentes Fluoreto total 10,0 mg/L F
Art. 16. Os efluentes de qualquer fonte poluidora
somente poderão ser lançados diretamente no corpo Manganês dissolvido 1,0 mg/L Mn
receptor desde que obedeçam as condições e padrões
previstos neste artigo, resguardadas outras exigências Mercúrio total 0,01 mg/L Hg
cabíveis:
I - condições de lançamento de efluentes:
Níquel total 2,0 mg/L Ni
a) pH entre 5 a 9;
b) temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação
de temperatura do corpo receptor não deverá exceder a 3ºC Nitrogênio amoniacal total 20,0 mg/L N
no limite da zona de mistura;
c) materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de Prata total 0,1 mg/L Ag
1 hora em cone Inmhoff. Para o lançamento em lagos e
lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente Selênio total 0,30 mg/L Se
nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente
ausentes;
d) regime de lançamento com vazão máxima de até Sulfeto 1,0 mg/L S
1,5 vez a vazão média do período de atividade diária do
agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela Zinco total 5,0 mg/L Zn
autoridade competente;
e) óleos e graxas: Parâmetros Orgânicos Valores máximos
1. óleos minerais: até 20 mg/L;
2. óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L; Benzeno 1,2 mg/L
f) ausência de materiais flutuantes; e
g) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a Clorofórmio 1,0 mg/L
20ºC): remoção mínima de 60% de DBO sendo que este
limite só poderá ser reduzido no caso de existência de
estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove Dicloroeteno (somatório de 1,1 + 1,2cis + 1,2 trans) 1,0 mg/L
atendimento às metas do enquadramento do corpo
receptor; Estireno 0,07 mg/L
II - Padrões de lançamento de efluentes:

TABELA I Etilbenzeno 0,84 mg/L

fenóis totais (substâncias que reagem com 4- 0,5 mg/L C6H5OH


Parâmetros inorgânicos Valores máximos
aminoantipirina)

Arsênio total 0,5 mg/L As


Tetracloreto de carbono 1,0 mg/L

Bário total 5,0 mg/L Ba


Tricloroeteno 1,0 mg/L

Boro total (Não se aplica para o lançamento em 5,0 mg/L B


Tolueno 1,2 mg/L
águas salinas)

Cádmio total Xileno


0,2 mg/L Cd 1,6 mg/L

Chumbo total 0,5 mg/L Pb

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130 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
§ 1º Os efluentes oriundos de sistemas de § 4º A critério do órgão ambiental, com base na
disposição final de resíduos sólidos de qualquer origem avaliação dos resultados de série histórica, poderá ser
devem atender às condições e padrões definidos neste reduzido o número de níveis tróficos utilizados para os
artigo. testes de ecotoxicidade, para fins de monitoramento.
§ 2º Os efluentes oriundos de sistemas de § 5º Nos corpos de água em que as condições e
tratamento de esgotos sanitários devem atender às padrões de qualidade previstos na Resolução nº 357, de
condições e padrões específicos definidos na Seção III 2005, não incluam restrições de toxicidade a organismos
desta Resolução. aquáticos não se aplicam os parágrafos anteriores.
§ 3º Os efluentes oriundos de serviços de saúde Art. 19. O órgão ambiental competente deverá
estarão sujeitos às exigências estabelecidas na Seção III determinar quais empreendimentos e atividades deverão
desta Resolução, desde que atendidas as normas realizar os ensaios de ecotoxicidade, considerando as
sanitárias específicas vigentes, podendo: características dos efluentes gerados e do corpo receptor.
I - ser lançados em rede coletora de esgotos Art. 20. O lançamento de efluentes efetuado por
sanitários conectada a estação de tratamento, atendendo meio de emissários submarinos deve atender, após
às normas e diretrizes da operadora do sistema de coleta e tratamento, aos padrões e condições de lançamento
tratamento de esgoto sanitários; e previstas nesta Resolução, aos padrões da classe do corpo
II - ser lançados diretamente após tratamento receptor, após o limite da zona de mistura, e ao padrão de
especial. balneabilidade, de acordo com normas e legislação
vigentes.
Art. 17. O órgão ambiental competente poderá
definir padrões específicos para o parâmetro fósforo no Parágrafo único. A disposição de efluentes por
caso de lançamento de efluentes em corpos receptores com emissário submarino em desacordo com as condições e
registro histórico de floração de cianobactérias, em trechos padrões de lançamento estabelecidos nesta Resolução
onde ocorra a captação para abastecimento público. poderá ser autorizada pelo órgão ambiental competente,
conforme previsto nos incisos III e IV do art. 6º, sendo que
Art. 18. O efluente não deverá causar ou possuir
o estudo ambiental definido no inciso III deverá conter no
potencial para causar efeitos tóxicos aos organismos
mínimo:
aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de
ecotoxicidade estabelecidos pelo órgão ambiental I - As condições e padrões específicos na entrada do
competente. emissário;
§ 1º Os critérios de ecotoxicidade previstos no caput II - O estudo de dispersão na zona de mistura, com
deste artigo devem se basear em resultados de ensaios dois cenários:
ecotoxicológicos aceitos pelo órgão ambiental, realizados a) primeiro cenário: atendimento aos valores
no efluente, utilizando organismos aquáticos de pelo menos preconizados na Tabela I desta Resolução;
dois níveis tróficos diferentes. b) segundo cenário: condições e padrões propostos
§ 2º Cabe ao órgão ambiental competente a pelo empreendedor; e
especificação das vazões de referência do efluente e do III - Programa de monitoramento ambiental.
corpo receptor a serem consideradas no cálculo da
Seção III
Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR, além
Das Condições e Padrões para Efluentes de Sistemas de
dos organismos e dos métodos de ensaio a serem
Tratamento de Esgotos Sanitários
utilizados, bem como a frequência de eventual
monitoramento. Art. 21. Para o lançamento direto de efluentes
oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitários
§ 3º Na ausência de critérios de ecotoxicidade
deverão ser obedecidas as seguintes condições e padrões
estabelecidos pelo órgão ambiental para avaliar o efeito
específicos:
tóxico do efluente no corpo receptor, as seguintes diretrizes
devem ser obedecidas: I - Condições de lançamento de efluentes:
I - para efluentes lançados em corpos receptores de a) pH entre 5 e 9;
água doce Classes 1 e 2, e águas salinas e salobras Classe b) temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação
1, a Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR de temperatura do corpo receptor não deverá exceder a 3ºC
deve ser menor ou igual à Concentração de Efeito Não no limite da zona de mistura;
Observado-CENO de pelo menos dois níveis tróficos, ou c) materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de
seja: 1 hora em cone Inmhoff. Para o lançamento em lagos e
a) CECR deve ser menor ou igual a CENO quando lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente
for realizado teste de ecotoxicidade para medir o efeito nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente
tóxico crônico; ou ausentes;
b) CECR deve ser menor ou igual ao valor da d) Demanda Bioquímica de Oxigênio-DBO 5 dias,
Concentração Letal Mediana (CL50) dividida por 10; ou 20ºC:
menor ou igual a 30 dividido pelo Fator de Toxicidade (FT) máximo de 120 mg/L, sendo que este limite somente
quando for realizado teste de ecotoxicidade para medir o poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de
efeito tóxico agudo; tratamento com eficiência de remoção mínima de 60% de
II - para efluentes lançados em corpos receptores de DBO, ou mediante estudo de autodepuração do corpo
água doce Classe 3, e águas salinas e salobras Classe 2, a hídrico que comprove atendimento às metas do
Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR deve enquadramento do corpo receptor.
ser menor ou igual à concentração que não causa efeito e) substâncias solúveis em hexano (óleos e graxas)
agudo aos organismos aquáticos de pelo menos dois níveis até 100 mg/L; e
tróficos, ou seja: f) ausência de materiais flutuantes.
a) CECR deve ser menor ou igual ao valor da § 1º As condições e padrões de lançamento
Concentração Letal Mediana-CL50 dividida por 3 ou menor relacionados na Seção II, art. 16, incisos I e II desta
ou igual a 100 dividido pelo Fator de Toxicidade-FT, quando Resolução, poderão ser aplicáveis aos sistemas de
for realizado teste de ecotoxicidade aguda.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 131
tratamento de esgotos sanitários, a critério do órgão Art. 26. Os ensaios deverão ser realizados por
ambiental competente, em função das características laboratórios acreditados pelo Instituto Nacional de
locais, não sendo exigível o padrão de nitrogênio amoniacal Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-INMETRO
total. ou por outro organismo signatário do mesmo acordo de
§ 2º No caso de sistemas de tratamento de esgotos cooperação mútua do qual o INMETRO faça parte ou em
sanitários que recebam lixiviados de aterros sanitários, o laboratórios aceitos pelo órgão ambiental competente.
órgão ambiental competente deverá indicar quais os § 1º Os laboratórios deverão ter sistema de controle
parâmetros da Tabela I do art. 16, inciso II desta Resolução de qualidade analítica implementado.
que deverão ser atendidos e monitorados, não sendo § 2º Os laudos analíticos referentes a ensaios
exigível o padrão de nitrogênio amoniacal total. laboratoriais de efluentes e de corpos receptores devem ser
§ 3º Para a determinação da eficiência de remoção assinados por profissional legalmente habilitado.
de carga poluidora em termos de DBO5,20 para sistemas Art. 27. As fontes potencial ou efetivamente
de tratamento com lagoas de estabilização, a amostra do poluidoras dos recursos hídricos deverão buscar práticas de
efluente deverá ser filtrada. gestão de efluentes com vistas ao uso eficiente da água, à
Art. 22. O lançamento de esgotos sanitários por aplicação de técnicas para redução da geração e melhoria
meio de emissários submarinos deve atender aos padrões da qualidade de efluentes gerados e, sempre que possível
da classe do corpo receptor, após o limite da zona de e adequado, proceder à reutilização.
mistura e ao padrão de balneabilidade, de acordo com as Parágrafo único. No caso de efluentes cuja vazão
normas e legislação vigentes. original for reduzida pela prática de reuso, ocasionando
Parágrafo único. Este lançamento deve ser aumento de concentração de substâncias presentes no
precedido de tratamento que garanta o atendimento das efluente para valores em desacordo com as condições e
seguintes condições e padrões específicos, sem prejuízo de padrões de lançamento estabelecidos na Tabela I do art.
outras exigências cabíveis: 16, desta Resolução, o órgão ambiental competente poderá
I - pH entre 5 e 9; estabelecer condições e padrões específicos de
lançamento, conforme previsto nos incisos II, III e IV do art.
II - temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a
6º, desta Resolução.
variação de temperatura do corpo receptor não deverá
exceder a 3ºC no limite da zona de mistura; Art. 28. O responsável por fonte potencial ou
efetivamente poluidora dos recursos hídricos deve
III - após desarenação;
apresentar ao órgão ambiental competente, até o dia 31 de
IV - sólidos grosseiros e materiais flutuantes: março de cada ano, Declaração de Carga Poluidora,
virtualmente ausentes; e referente ao ano anterior.
V - sólidos em suspensão totais: eficiência mínima § 1º A Declaração referida no caput deste artigo
de remoção de 20%, após desarenação. conterá, entre outros dados, a caracterização qualitativa e
Art. 23. Os efluentes de sistemas de tratamento de quantitativa dos efluentes, baseada em amostragem
esgotos sanitários poderão ser objeto de teste de representativa dos mesmos.
ecotoxicidade no caso de interferência de efluentes com § 2º O órgão ambiental competente poderá definir
características potencialmente tóxicas ao corpo receptor, a critérios e informações adicionais para a complementação
critério do órgão ambiental competente. e apresentação da declaração mencionada no caput deste
§ 1º Os testes de ecotoxicidade em efluentes de artigo, inclusive dispensando-a, se for o caso, para as fontes
sistemas de tratamento de esgotos sanitários têm como de baixo potencial poluidor.
objetivo subsidiar ações de gestão da bacia contribuinte aos § 3º Os relatórios, laudos e estudos que
referidos sistemas, indicando a necessidade de controle fundamentam a Declaração de Carga Poluidora deverão ser
nas fontes geradoras de efluentes com características mantidos em arquivo no empreendimento ou atividade, bem
potencialmente tóxicas ao corpo receptor. como uma cópia impressa da declaração anual subscrita
§ 2º As ações de gestão serão compartilhadas entre pelo administrador principal e pelo responsável legalmente
as empresas de saneamento, as fontes geradoras e o órgão habilitado, acompanhada da respectiva Anotação de
ambiental competente, a partir da avaliação criteriosa dos Responsabilidade Técnica, os quais deverão ficar à
resultados obtidos no monitoramento. disposição das autoridades de fiscalização ambiental.
CAPÍTULO III CAPÍTULO IV
DIRETRIZES PARA GESTÃO DE EFLUENTES DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 24. Os responsáveis pelas fontes poluidoras Art. 29. Aos empreendimentos e demais atividades
dos recursos hídricos deverão realizar o automonitoramento poluidoras que, na data da publicação desta Resolução,
para controle e acompanhamento periódico dos efluentes contarem com licença ambiental expedida, poderá ser
lançados nos corpos receptores, com base em amostragem concedido, a critério do órgão ambiental competente, prazo
representativa dos mesmos. de até três anos, contados a partir da publicação da
§ 1º O órgão ambiental competente poderá presente Resolução, para se adequarem às condições e
estabelecer critérios e procedimentos para a execução e padrões novos ou mais rigorosos estabelecidos nesta
averiguação do automonitoramento de efluentes e norma.
avaliação da qualidade do corpo receptor. § 1º O empreendedor apresentará ao órgão
§ 2º Para fontes de baixo potencial poluidor, assim ambiental competente o cronograma das medidas
definidas pelo órgão ambiental competente, poderá ser necessárias ao cumprimento do disposto no caput deste
dispensado o automonitoramento, mediante artigo.
fundamentação técnica. § 2º O prazo previsto no caput deste artigo poderá
Art. 25. As coletas de amostras e as análises de ser prorrogado por igual período, desde que tecnicamente
efluentes líquidos e em corpos hídricos devem ser motivado.
realizadas de acordo com as normas específicas, sob § 3º As instalações de tratamento de efluentes
responsabilidade de profissional legalmente habilitado. existentes deverão ser mantidas em operação com a
capacidade, condições de funcionamento e demais

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132 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
características para as quais foram aprovadas, até que se Art. 4º A recuperação de APP mediante condução da
cumpram às disposições desta Resolução. regeneração natural de espécies nativas, deve observar os
Art. 30. O não cumprimento do disposto nesta seguintes requisitos e procedimentos:
Resolução sujeitará os infratores, entre outras, às sanções I - proteção, quando necessário, das espécies
previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em nativas mediante isolamento ou cercamento da área a ser
seu regulamento. recuperada, em casos especiais e tecnicamente
Art. 31. Esta Resolução entra em vigor na data de justificados;
sua publicação. II - adoção de medidas de controle e erradicação de
Art. 32. Revogam-se o inciso XXXVIII do art. 2º, os espécies vegetais exóticas invasoras de modo a não
arts. 24 a 37 e os arts. 39, 43, 44 e 46, da Resolução comprometer a área em recuperação;
CONAMA nº 357, de 2005. III - adoção de medidas de prevenção, combate e
IZABELLA TEIXEIRA controle do fogo;
Presidente do Conselho IV - adoção de medidas de controle da erosão,
quando necessário;
V - prevenção e controle do acesso de animais
RESOLUÇÃO CONAMA 429/2011. domésticos ou exóticos;
Dispõe sobre a metodologia de recuperação das VI - adoção de medidas para conservação e atração
Áreas de Preservação Permanente - APPs. de animais nativos dispersores de sementes. Parágrafo
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – único. Para os fins de indução da regeneração natural de
CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas espécies nativas também deverá ser considerado o
pelo inciso VII, art. 8º, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de incremento de novas plantas a partir da rebrota.
1981 e, tendo em vista o disposto na Lei nº 4.771, de 15 de Art. 5º A recuperação de APP mediante plantio de
setembro e 1965; no seu Regimento Interno; e no art. 17 da espécies nativas ou mediante plantio de espécies nativas
Resolução CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006, conjugado com a condução da regeneração natural de
resolve: espécies nativas, deve observar, no mínimo, os seguintes
Capítulo I requisitos e procedimentos:
Das Disposições Gerais I - manutenção dos indivíduos de espécies nativas
estabelecidos, plantados ou germinados, pelo tempo
Art. 1º A recuperação das APPS, consideradas de
necessário, sendo no mínimo dois anos, mediante
interesse social, conforme a alínea "a", inciso V, do § 2º do
coroamento, controle de plantas daninhas, de formigas
art. 1º do Código Florestal, deverá observar metodologia
cortadeiras, adubação quando necessário e outras;
disposta nesta Resolução.
II - adoção de medidas de prevenção e controle do
Parágrafo único. A recuperação voluntária de APP
fogo;
com espécies nativas do ecossistema onde ela está
inserida, respeitada metodologia de recuperação III - adoção de medidas de controle e erradicação de
estabelecida nesta Resolução e demais normas aplicáveis, espécies vegetais ruderais e exóticas invasoras, de modo a
dispensa a autorização do órgão ambiental. não comprometer a área em recuperação;
Capítulo II IV - proteção, quando necessário, das espécies
vegetais nativas mediante isolamento ou cercamento da
Das Definições
área a ser recuperada, em casos especiais e tecnicamente
Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as justificados;
seguintes definições:
V - preparo do solo e controle da erosão, quando
I - espécie exótica: qualquer espécie fora de sua necessário;
área natural de distribuição geográfica;
VI - prevenção e controle do acesso de animais
II - espécie exótica invasora: espécie exótica cuja domésticos;
introdução ou dispersão ameace ecossistema, habitat ou
VII - adoção de medidas para conservação e atração
espécies e cause impactos negativos ambientais,
de animais nativos dispersores de sementes; e
econômicos, sociais ou culturais;
VIII - plantio de espécies nativas conforme previsto
III - espécie nativa: espécie que apresenta suas
nos §§ 1º e 2º deste artigo.
populações naturais dentro dos limites de sua distribuição
geográfica, participando de ecossistemas onde apresenta § 1º No caso de plantio de espécies nativas, mesmo
seus níveis de interação e controles demográficos; quando conjugado com a regeneração natural, o número de
espécies e de indivíduos por hectare, plantados ou
IV - sistemas agroflorestais - SAF: sistemas de uso
germinados, deverá buscar compatibilidade com a
e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são
fitofisionomia local, visando acelerar a cobertura vegetal da
manejadas em associação com plantas herbáceas,
área recuperada.
arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, e forrageiras, em
uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo § 2º Para os fins de condução da regeneração
espacial e temporal, com diversidade de espécies nativas e natural de espécies nativas também deverá ser considerado
interações entre estes componentes. Capítulo III Das o incremento de novas plantas a partir da rebrota.
metodologias de recuperação de APP § 3º Em casos excepcionais, nos plantios de
Art. 3º A recuperação de APP poderá ser feita pelos espécies nativas, observado o disposto no § 1º, na
seguintes métodos: entrelinha, poderão ser cultivadas espécies herbáceas ou
arbustivas exóticas de adubação verde ou espécies
I - condução da regeneração natural de espécies
agrícolas exóticas ou nativas, até o 5º ano da implantação
nativas;
da atividade de recuperação, como estratégia de
II - plantio de espécies nativas; e manutenção da área em recuperação, devendo o
III - plantio de espécies nativas conjugado com a interessado comunicar o início e a localização da atividade
condução da regeneração natural de espécies nativas. ao órgão ambiental competente que deverá proceder seu
monitoramento.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 133
§ 4º Nos casos onde prevaleça a ausência de Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
horizontes férteis do solo, será admitido excepcionalmente, publicação.
após aprovação do órgão ambiental competente, o plantio FRANCISCO GAETANI Presidente do Conselho
consorciado e temporário de espécies exóticas como Interino
pioneiras e indutoras da restauração do ecossistema,
limitado a um ciclo da espécie utilizada e ao uso de espécies
de comprovada eficiência na indução da regeneração QUESTÕES DE CONCURSOS
natural.
01. (JETIVA - 2021 - Prefeitura de Santa Maria - RS -
§ 5º Será admitido, como prática de apoio à Biólogo) Segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005,
recuperação, o plantio consorciado de espécies nativas as águas salinas são águas com salinidade:
perenes produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros
produtos vegetais, sendo permitida sua utilização para A Igual ou inferior a 0,5‰.
extração sustentável não madeireira. B Superior a 0,5‰ e inferior a 30‰.
§ 6º No caso de empreendimentos de utilidade C Igual ou superior a 30‰.
pública ou interesse social, o órgão ambiental competente D Igual a 0,5‰.
poderá, excepcionalmente, mediante projeto técnico, E Superior a 5‰ e inferior a 30‰.
autorizar o aproveitamento do banco de sementes e de
plântulas exclusivamente das áreas de vegetação nativa
autorizadas para supressão, para fins de utilização, na 02. (OBJETIVA - 2021 - Prefeitura de Santa Maria - RS -
mesma fitofisionomia, dentro da mesma bacia hidrográfica Biólogo) De acordo com a Resolução CONAMA nº
como método complementar Capítulo IV Das Disposições 237/1997, sobre as licenças, analisar a sentença abaixo:
Finais O Poder Público, no exercício de sua competência de
Art. 6º As atividades de manejo agroflorestal controle, expedirá as seguintes licenças: Licença Prévia,
sustentável praticadas na pequena propriedade ou posse Licença de Instalação e Licença de Operação (1ª
rural familiar, conforme previsto no Código Florestal, parte). As licenças ambientais poderão ser expedidas
poderão ser aplicadas na recuperação de APPs, desde que isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza,
observados: as características e a fase do empreendimento ou da
atividade (2ª parte). O Conselho Nacional do Meio
I - o preparo do solo e controle da erosão quando
Ambiente (CONAMA) definirá, quando necessário,
necessário; II - a recomposição e manutenção da fisionomia
licenças ambientais específicas, observadas a natureza,
vegetal nativa, mantendo permanentemente a cobertura do
as características e as peculiaridades da atividade ou do
solo; III - a limitação do uso de insumos agroquímicos,
empreendimento e, ainda, a compatibilização do
priorizando-se o uso de adubação verde;
processo de licenciamento com as etapas de
IV - a não utilização e controle de espécies ruderais planejamento, implantação e operação (3ª parte).
e exóticas invasoras;
A sentença está:
V - a restrição do uso da área para pastejo de
A Totalmente correta.
animais domésticos, ressalvado o disposto no art. 11 da
Resolução CONAMA Nº 369/06; B Correta somente em suas 1ª e 2ª partes.
VI - a consorciação com espécies agrícolas de C Correta somente em suas 1ª e 3ª partes.
cultivos anuais; D Correta somente em suas 2ª e 3ª partes.
VII - a consorciação de espécies perenes, nativas ou E Totalmente incorreta.
exóticas não invasoras, destinadas à produção e coleta de
produtos não madeireiros, como por exemplo fibras, folhas,
03. (FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Candelária - RS -
frutos ou sementes;
Licenciador/ Orientador Ambiental) O
VIII - a manutenção das mudas estabelecidas, ______________________ e respectivo
plantadas e/ou germinadas, mediante coroamento, controle _________________________, instituído pela
de fatores de perturbação como espécies competidoras, Resolução CONAMA nº 001/86, constitui a avaliação de
insetos, fogo ou outros e cercamento ou isolamento da área, impacto ambiental utilizada nos procedimentos de
quando necessário. ____________________ de empreendimentos e
Art. 7º A recuperação de APP não poderá atividades consideradas causadoras de significativa
comprometer a estrutura e as funções ambientais destes degradação ambiental. Assinale a alternativa que
espaços, especialmente: preenche, correta e respectivamente, as lacunas do
I - a estabilidade das encostas e margens dos corpos trecho acima.
de água; A Licenciamento Ambiental – Estudo de Impacto Ambiental
II - a manutenção dos corredores de flora e fauna; (EIA) – Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
III - a manutenção da drenagem e dos cursos de B Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – Relatório de Impacto
água; Ambiental (RIMA) – Licenciamento Ambiental
IV - a manutenção da biota; C Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) – Licenciamento de Instalação
V - a manutenção da vegetação nativa;
(LI)
VI - a manutenção da qualidade das águas.
D Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – Relatório de
Art. 8º A recuperação de APP, em conformidade com Impacto Ambiental (RIMA) – Licença de Operação (LO)
o que estabelece esta Resolução, bem como a recuperação
E Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – Relatório de Impacto
de reserva legal, é elegível para os fins de incentivos
Ambiental (RIMA) – Licença de Instalação (LI)
econômicos previstos na legislação nacional e nos acordos
internacionais relacionados à proteção, à conservação e ao
uso sustentável da biodiversidade e florestas ou de 04. (UNDATEC - 2021 - Prefeitura de Candelária - RS -
mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Licenciador/ Orientador Ambiental) Segundo a
Resolução CONAMA nº 001/1986, em seu artigo 1º,

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134 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
impacto ambiental é qualquer alteração das
propriedades: 07. (IBFC - 2021 - IAP - PR - Agente Profissional - Arquiteto)
A Físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada Segundo a Resolução CONAMA n° 357/05, analise as
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das afirmativas abaixo sobre as condições e padrões de
atividades humanas que, direta ou indiretamente, qualidade das águas:
afetam, entre outros, a biota e a qualidade dos recursos I. O conjunto de parâmetros de qualidade de água
ambientais. selecionado para subsidiar a proposta de
B Museológicas, físicas e químicas do meio ambiente, enquadramento deverá ser monitorado periodicamente
causada por qualquer forma de precipitação ou pelo Poder Público.
deslizamento resultante das atividades animais que, II. A qualidade dos ambientes aquáticos poderá ser avaliada
direta ou indiretamente, afetam, entre outros, o solo e a por indicadores biológicos, quando apropriado,
qualidade dos recursos hídricos. utilizando–se organismos e/ou comunidades aquáticas.
C Mecânicas, físicas e de temperaturas do meio ambiente, III. Para corpos de água salobras continentais, onde a
causada por qualquer forma de litificação ou energia salinidade não se de por influência direta marinha, os
resultante das atividades humanas que, direta ou valores dos grupos químicos de nitrogênio e fosforo
indiretamente, afetam, entre outros, o ar e a qualidade serão os estabelecidos nas classes correspondentes de
dos recursos atmosféricos. água doce.
D Biológicas, químicas e anaeróbicas do meio ambiente, Assinale a alternativa correta.
causada por qualquer forma de solo ou força resultante
A Apenas a afirmativa I está correta
das atividades animais que, direta ou indiretamente,
afetam, entre outros, o mar e a qualidade dos recursos B Apenas a afirmativa II está correta
da agricultura. C Apenas a afirmativa III está correta
E Geológicas, químicas e biológicas do meio ambiente, D As afirmativas I, II e III estão corretas
causada por qualquer forma de deslizamento ou chuva E Apenas as afirmativas I e III estão corretas
resultante das atividades animais que, direta ou
indiretamente, afetam, entre outros, a deposição e a
qualidade dos recursos atmosféricos. 08. (IBFC - 2021 - IAP - PR - Agente Profissional - Arquiteto)
Segundo a Resolução CONAMA n° 357/05, as águas
doces são classificadas conforme classes. Assinale a
05. (IBFC - 2021 - IAP - PR - Agente de Execução - Técnico alternativa que não apresenta a que são destinadas as
de Manejo e Meio Ambiente) Na Classificação Dos águas de Classe 1.
Corpos de Água instituídas pela Resolução CONAMA nº A Ao abastecimento para consumo humano após
357/2005, as águas doces, salobras e salinas do tratamento simplificado
Território Nacional são classificadas, segundo a
qualidade requerida para os seus usos preponderantes. B À proteção das comunidades aquáticas
O art. 4 dessa Resolução, classifica em diferentes C À irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de
classes as águas doces. frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam
Assinale a alternativa que apresenta a que situação as ingeridas cruas sem remoção de película
águas que pertencem a Classe 1 não são destinadas. D À proteção das comunidades aquáticas em Terras
A Ao abastecimento para consumo humano, após Indígenas
tratamento simplificado E À pesca amadora
B À proteção das comunidades aquáticas
C À irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras 09. (IBFC - 2021 - IAP - PR - Agente Profissional - Arquiteto)
D À proteção das comunidades aquáticas em Terras Leia abaixo o artigo 2° da Resolução CONAMA nº
Indígenas 009/1987 que dispõe sobre a realização de Audiências
Públicas no processo de licenciamento ambiental.
E À irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de
frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam “Art. 2º Sempre que julgar necessário, ou quando for
ingeridas cruas sem remoção de película solicitado por _____, pelo _____, ou por _____ ou mais
cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a
realização de audiência pública”.
06. (IBFC - 2021 - IAP - PR - Agente de Execução - Técnico Assinale a alternativa que preencha correta e
de Manejo e Meio Ambiente) De acordo com o texto da respectivamente as lacunas.
Resolução CONAMA nº 9, de 3 de dezembro de 1987,
que dispõe sobre a questão de audiências públicas, A órgão público / Defensoria Pública / 50 (cinquenta)
sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado B entidade civil / Ministério Público / 50 (cinquenta)
por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por uma C órgão público / Poder Legislativo / 30 (trinta)
quantidade mínima de cidadãos (definida por esta D entidade civil / Poder Judiciário / 30 (trinta)
resolução), o Órgão de Meio Ambiente promoverá a
E órgão público / Ministério Público / 30 (trinta)
realização de audiência pública, conforme o artigo 2º
desta Resolução.
Assinale a alternativa que apresenta a quantidade mínima 10. (AOCP - 2021 - ITEP - RN - Perito Criminal - Meio
de cidadãos necessária para a realização de audiência Ambiente) De acordo com a Resolução CONAMA nº
pública, definida nesta resolução. 369/2006, a intervenção ou supressão, eventual e de
baixo impacto ambiental, da vegetação em Área de
A 500 cidadãos
Preservação Permanente-APP não pode, em qualquer
B 50 cidadãos caso, exceder ao percentual de
C 25 cidadãos A 10% (dez por cento) da APP impactada localizada na
D 15 cidadãos posse ou propriedade.
E 100 cidadãos

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL 135
B 5% (cinco por cento) da APP impactada localizada B Extração de combustível fóssil.
próxima a mananciais. C Aterros sanitários.
C 10% (dez por cento) da APP impactada localizada D Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de
próxima a mananciais. 1000 hectares.
D 5% (cinco por cento) da APP impactada localizada na E Portos e Aeroportos.
posse ou propriedade.
E 15% (quinze por cento) da APP impactada localizada na
Gabarito: 01/C; 02/A; 03/B; 04/A; 05/C; 06/B; 07/D; 08/E;
posse ou propriedade.
09/B; 10/D; 11/B; 12/D; 13/A

11. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato - CE - Analista


Ambiental) Considera-se intervenção ou supressão de
vegetação, eventual e de baixo impacto ambiental, em
Área de Preservação Permanente - APP (Art.11 da
Resolução CONAMA nº 369 de 2006), EXCETO:
A Implantação de trilhas para desenvolvimento de
ecoturismo.
B Plantio de espécies exóticas ou nativas produtoras de
frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais
em áreas alteradas, plantados junto ou de modo misto.
C Construção de rampa de lançamento de barcos e
pequeno ancoradouro.
D Construção e manutenção de cercas de divisa de
propriedades.
E Implantação de corredor de acesso de pessoas e animais
para obtenção de água.

12. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato - CE - Analista


Ambiental) O inciso XVIII do Artigo 2º da Resolução
CONAMA nº 01 de 1986 (acréscimo da Resolução
CONAMA nº 11 de 1986) se refere ao patrimônio
espeleológico nacional. Assinale a alternativa que
apresenta pictograma que melhor representa o termo
referido:

13. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato - CE - Analista


Ambiental) Conforme consta no Art. 2 da Resolução
CONAMA nº 01 de 1986, dependerá (ão) de elaboração
de Estudo de Impacto Ambiental - EIA e Relatório de
Impacto Ambiental - RIMA, o licenciamento das
seguintes atividades modificadoras do meio ambiente,
EXCETO:
A Projetos urbano-paisagísticos que contemplem áreas a
partir de 50 hectares.

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136 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
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ANOTAÇÕES: ______________________________________________
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 1
Art. 9º - (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de 2021)
LEGISLAÇÃO ESTADUAL Art. 10 - Os servidores da SEMACE encarregados
Diógenes Salgado da fiscalização do cumprimento da legislação do controle do
2022 Meio Ambiente terão garantido o livre acesso às instalações
industriais, comerciais e outros locais em que se fizer
necessária a ação da Entidade e em casos excepcionais,
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: esse acesso poderá ser feito à qualquer dia e hora.
Lei nº 11.411/1987 (Política Estadual do Meio Ambiente) .1 Art. 11 - (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de
Lei nº 12.148/1993 (Auditorias Ambientais) ......................1 2021)
Lei 16.146/2016 (Política Estadual sobre Mudanças Art. 12 - (nova redação dada pela Lei n.º 12.274, de 94)
Climáticas – PEMC) .....................................................3 Art. 13 - (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de
Lei nº 16.032/2016 (Política Estadual de Resíduos Sólidos) 2021)
.....................................................................................5 Art. 14 - (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de
2021)
Lei 14.882/2011 (Dispõe sobre procedimentos ambientais
Art. 16. (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de 2021)
simplificados para implantação e operação de
empreendimentos e/ou atividades de porte micro com Art. 17 (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de 2021)
potencial poluidor degradador baixo) .........................18 Art. 18 - (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de
2021)
Lei Complementar nº 231/2021 (Sistema Estadual do Meio
Ambiente) ..................................................................19 Art. 19 - Ficam transferidas para a SEMACE todas
as atribuições da Superintendência do Desenvolvimento do
Decreto nº 4.316/2021 (processo administrativo de Estado do Ceará - SUDEC, pertinentes ao Meio Ambiente e
apuração das infrações ambientais). ........................24 poluição, inclusive a execução de todos os projetos,
Resoluções do Conselho Estadual do Meio Ambiente - convênios, acordos, ajustes e contratos referentes a
COEMA e suas alterações: ........................................... proteção ambiental, que aquela autarquia mantém com
02/2017; 02/2019; 05/2020; 11/2019; 04/2013. ..............30 Órgãos e Entidades Públicas e Privadas, subrogando-se a
SEMACE em todos os direitos e obrigações, como
sucessora legal da SUDEC, naquela área de abrangência.
LEI Nº 11.411/1987 (POLÍTICA ESTADUAL Art. 20 - São Fontes de Receitas da SEMACE:
DO MEIO AMBIENTE) I - Dotações orçamentárias;
Dispõe sobre a Política Estadual do Meio II - Rendas patrimoniais ou provenientes de
Ambiente, e cria o Conselho Estadual do Meio prestação de serviço;
Ambiente COEMA, a Superintendência Estadual III - Multas; (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de
do Meio Ambiente - SEMACE e dá outras 2021)
providências. IV - Dotações, Contribuições e auxílios;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ V - Produto de Operação de Crédito;
FAÇO SABER QUE A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA VI - Créditos especiais que lhe forem atribuídos;
DECRETOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: VII - Outros recursos de qualquer natureza.
Art. 1º - A Política Estadual do Meio Ambiente Art. 21 - O acervo patrimonial da Divisão de Proteção
compreende o conjunto de diretrizes administrativas e Ambiental da SUDEC, constituido de bens móveis e
técnicas destinadas a orientar a ação governamental no imóveis, equipamentos e instalações, fica transferido para a
campo da utilização racional, conservação e preservação SEMACE, constituindo-se no patrimônio inicial da
do ambiente que, em consonância com a Política Nacional autarquia, após a identificação e avaliação assim como os
do Meio Ambiente, atenderá aos princípios estabelecidos bens, direitos e valores, que a qualquer título, lhe sejam
na legislação federal e estadual que rege a espécie. adjudicados, transferidos ou adquiridos.
Art. 2º - É criado o Conselho Estadual do Meio Art. 22 -. (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de
Ambiente - COEMA, vinculado diretamente ao Governador 2021)
do Estado e com jurisdição em todo o Estado, com o Art. 23 - Esta lei entrará em vigor na data de sua
objetivo de Assessorar o Chefe do Poder Executivo em publicação, revogadas as disposições em contrário.
assuntos de política de proteção ambiental, competindo-lhe PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em
especialmente: Fortaleza, aos 28 de dezembro de 1987.
Art. 3º. (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de 2021) TASSO RIBEIRO JEREISSATI
Art. 4º. (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de Governador do Estado
2021)
Adolfo Marinho Pontes
Art. 5º - O Regimento Interno do COEMA será
aprovado por Decreto do Poder Executivo e disporá sobre
organização, funcionamento, atribuições e outras matérias LEI Nº 12.148/1993 (AUDITORIAS
de interesse do Conselho.
AMBIENTAIS)
Art. 6º - A participação dos Conselheiros do COEMA
não será remunerada, sendo considerada serviço de Dispõe sobre a realização de Auditorias
natureza relevante, para todos os efeitos de sua vida Ambientais e dá outras providências.
funcional. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
Art. 7º (revogado pela Lei Complementar n.º 231, de 2021) Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e
Art. 8º - É criada, sob a forma de autarquia vinculada eu sanciono a seguinte Lei:
à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Art. 1º - Esta Lei institui as auditorias ambientais no
com personalidade Jurídica de direito público, sede e foro Estado do Ceará, visando a realização de avaliações e
nesta cidade de Fortaleza e jurisdição em todo o Estado, a estudos destinados a determinar:
Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE.

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2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
I - os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de Art. 3º - As equipes que realizarão as auditorias
degradação ambiental, provocados por atividades descritas ambientais terão composição multidisciplinar, contando
no Artigo 4º desta Lei; com profissionais e técnicos especialistas nas diversas
II - as condições de operação e de manutenção dos áreas a que o fato gerador da poluição ou degradação
equipamentos de controle de poluição; ambiental estiver vinculado, inclusive sociais e
econômicas.
III - as medidas a serem tomadas para restaurar o
meio ambiente e proteger a saúde humana; § 1º - Para efeitos do que dispõe no "caput" deste
Artigo, a SEMACE poderá firmar convênios com entidades
IV - as medidas de capacitação dos responsáveis
profissionais e instituições científicas e de pesquisa para
pela operação e manutenção dos sistemas, rotinas,
obter auxílio a nível de consultoria e de serviços.
instalações e equipamentos de proteção do meio ambiente
e da saúde dos trabalhadores das empresas § 2º - Fica assegurado o livre acesso dos técnicos
potencialmente poluidoras. integrantes das equipes de auditorias ambientais às
empresas para cumprir o que dispõe a presente Lei.
V - a estimativa da qualidade do desempenho das
funções de gerenciamento ambiental, dos sistemas e dos Art. 4º - Para efeitos do que dispõe a presente Lei
equipamentos utilizados por empresas ou entidades; estão sujeitos às auditorias ambientais as empresas ou
(Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97) atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, entre as
quais:
VI - a verificação do encaminhamento que está
sendo dado às diretrizes e aos padrões da empresa ou I - refinarias, oleodutos e terminais petrolíferos;
entidade, objetivando preservar o meio ambiente e a II - instalações portuárias;
vida. (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97) III - instalações destinadas à estocagem de
Art. 2º - As auditorias ambientais serão realizadas substâncias tóxicas e perigosas;
por iniciativa da Superintendência de Meio Ambiente do IV - instalações de processamento e disposição
Ceará - SEMACE, do Conselho Estadual do Meio Ambiente final de resíduos tóxicos ou perigosos;
- COEMA ou a partir de denúncia formulada por qualquer
V - estações de tratamento e sistemas de
cidadão ou entidade civil.
disposição final de esgotos domésticos, hospitalares e
§ 1º - As diretrizes e prazos para realização de industriais;
auditorias ambientais serão fixadas pela SEMACE, ouvido
VI - indústrias petroquímicas, siderúrgicas,
o Conselho Estadual de Meio Ambiente - COEMA.
químicas, metalúrgicas, têxteis, de produtos alimentícios
§ 2º - As diretrizes para a realização de auditorias em geral;
ambientais poderão incluir, entre outras, avaliações
VII - indústrias de beneficiamento de couros e
relacionadas aos seguintes aspectos:
peles;
I - impacto sobre o Meio Ambiente provocado pelas
VIII - indústrias de beneficiamento de oleaginosas.
atividades de rotina;
IX - indústria de celulose e papel; (Acrescido pela Lei
II - avaliação dos riscos de acidentes e dos planos
n° 12.685, de 09.05.97)
de contingência para evacuação e proteção dos
trabalhadores da empresa poluidora, quando necessário, e X - usinas de processamento de lixo; (Acrescido
da população situada na área de influência; pela Lei n° 12.685, de 09.05.97)
III - atendimento aos regulamentos e normas XI - as atividades de mineração; (Acrescido pela Lei
técnicas em vigor no que se refere aos aspectos n° 12.685, de 09.05.97)
mencionados nos Incisos anteriores; XII - as barragens que acumulam acima de 200
IV - alternativas tecnológicas para redução dos milhões de m3 ; (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97)
níveis de emissão de poluentes; § 1º - Sempre que constatadas quaisquer infrações
V - saúde dos trabalhadores da empresa poluidora e deverão ser realizadas auditorias trimestrais até a correção
da população circunvizinha. das irregularidades, independentemente da aplicação de
penalidades administrativas; (Acrescido pela Lei n° 12.685,
VI - gestão dos recursos naturais de forma
de 09.05.97)
racional; (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97)
§ 2º - Devem realizar auditorias ambientais anuais
VII - avaliação, redução, reciclagem, transporte e
as atividades constantes no caput do Art. 4º(Acrescido pela
armazenamento dos resíduos dentro e fora das
Lei n° 12.685, de 09.05.97)
instalações; (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97)
Art. 5º - As auditorias ambientais serão periódicas ou
VIII - seleção dos novos métodos de produção e
ocasionais.
alteração dos métodos existentes; (Acrescido pela Lei n°
12.685, de 09.05.97) Parágrafo Único - As auditorias periódicas serão
realizadas entre um intervalo máximo de 01 (um) ano e as
IX- planejamento dos produtos (concepção,
ocasionais sempre que solicitadas na forma do caput do
embalagem, transporte, utilização e eliminação); (Acrescido
Artigo 2º desta Lei.
pela Lei n° 12.685, de 09.05.97)
I - a auditoria ambiental deverá avaliar se as
X - prevenção e limitação dos acidentes causados
orientações contidas no estudo prévio de impacto ambiental
no meio ambiente; (Acrescido pela Lei n° 12.685, de
estão sendo observadas e se os métodos de controle
09.05.97)
ambiental são eficazes; (Acrescido pela Lei n° 12.685, de
XI - processos de emergência em caso de 09.05.97)
acidentes do meio ambiente; (Acrescido pela Lei n° 12.685,
II - realizar-se-á a auditoria ambiental às expensas
de 09.05.97)
da empresa e/ou do empreendedor. (Acrescido pela Lei n°
XII - informação e formação do pessoal em gestões 12.685, de 09.05.97)
ambientais. (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97)
Art. 6º - Todos os documentos relacionados às
§ 3º - Os procedimentos relacionados à elaboração auditorias ambientais, incluindo diretrizes específicas e o
das diretrizes para a realização das auditorias ambientais currículo dos técnicos responsáveis por sua realização,
deverão incluir consultas à comunidade afetada. serão acessíveis à consulta pública.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 3
§ 1º - Os auditores deverão ter: (Acrescido pela Lei
n° 12.685, de 09.05.97)
LEI 16.146/2016 (POLÍTICA ESTADUAL
I - conhecimento adequado dos setores e áreas SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS –
sobre as quais incidirá a auditoria; PEMC)
II - conhecimento e experiência em matéria de INSTITUI A POLÍTICA ESTADUAL SOBRE
gestão de ambiente e questão técnicas de ambiente e MUDANÇAS CLIMÁTICAS – PEMC.
regulamentares relevantes;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
III - a necessária formação e competência
Faço saber que a Assembleia Legislativa
específicas para condução de auditoria.
decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 2º - A critério da SEMACE, do COEMA e/ou
Art. 1º Esta Lei institui a Política Estadual Sobre
requerimento de entidades interessadas aprovado pela
Mudanças Climáticas – PEMC, e estabelece seus
comissão do Meio Ambiente da Assembléia, será realizada
princípios, objetivos, diretrizes, instrumentos e instituições
audiência pública para que as associações ambientais e
envolvidas.
outras organizações não governamentais que dela
participarem possam tomar conhecimento do resultado da Parágrafo único. A Política Estadual sobre
auditoria ambiental pública. (Acrescido pela Lei n° 12.685, Mudanças Climáticas, em conformidade com a Política e o
de 09.05.97) Plano Nacional, norteará a elaboração do Plano Estadual
sobre Mudanças Climáticas do Estado do Ceará, dos planos
Art. 7º - O cumprimento das medidas determinadas
municipais, bem como de outros planos, programas,
pelas auditorias ambientais não exime as empresas
projetos e ações relacionados, direta ou indiretamente, com
infratoras de outras sanções previstas na legislação
as mudanças climáticas.
ambiental, civil e penal.
Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se
Art. 7º A - As empresas ou órgãos deverão registrar,
por:
continuamente ou em períodos predeterminados, as
medições das emissões e do lançamento dos I – medidas de adaptação: iniciativas e medidas para
efluentes. (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97) reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos
frente aos efeitos atuais e esperados das mudanças
§ 1º - A elaboração do registro a que se refere o
climáticas;
caput deste artigo, servirá de informação da própria
empresa, da SEMACE, bem como para o procedimento da II - efeitos adversos da mudança do clima:
auditoria; mudanças no meio físico ou na biota resultantes da
mudança do clima que tenham efeitos deletérios
§ 2º - Para uma avaliação ambiental idônea, a
significativos sobre a composição, resiliência ou
auditoria ambiental não poderá dispensar o registro do
produtividade de ecossistemas naturais e manejados, sobre
monitoramento ambiental.
o funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a
Art. 7º B - A auditoria ambiental não eximirá o poder saúde e o bem-estar humanos;
público da inspeção ambiental. (Acrescido pela Lei n°
III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou
12.685, de 09.05.97)
seus precursores na atmosfera, numa área específica e
Parágrafo único. Considera-se, para os efeitos num período determinado;
desta lei, inspeção ambiental, aquela que se caracteriza
IV - fonte: processo ou atividade que libere na
pela sua não periodicidade e por não estar, ainda,
atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de
submetida a uma programação vinculante para o órgão
gás de efeito estufa;
público ambiental.
V - gases de efeito estufa: constituintes gasosos,
Art. 7º C - Caberá ação regressiva contra os
naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e
auditores independentes, que tenham aconselhado a
reemitem radiação infravermelha;
empresa com negligência, imperícia, imprudência ou
dolo. (Acrescido pela Lei n° 12.685, de 09.05.97) VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos
sistemas humanos e naturais;
Parágrafo Único - Os auditores independentes
responderão subjetivamente por suas auditorias VII - mitigação: mudanças e substituições
ambientais" tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões
por unidade de produção, bem como a substituição de
Art. 8º - Fica o Poder Executivo autorizado a tomar
fontes de energia poluidoras por energias renováveis e a
as medidas administrativas cabíveis, visando o pleno
implementação de outras medidas que reduzam as
cumprimento do que dispõe a presente Lei.
emissões de gases de efeito estufa e aumentem os
Art. 9º - A presente Lei entrará em vigor, na data de sumidouros;
sua publicação, revogadas as disposições contrárias.
VIII - mudança do clima: processo direta ou
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em indiretamente atribuído à atividade humana que altere a
Fortaleza, aos 29 de julho de 1993.
composição da atmosfera mundial e que se some àquela
CIRO FERREIRA GOMES provocada pela variabilidade climática natural, observada
MARFISA MAIA DE AGUIAR FERREIRA ao longo de períodos comparáveis;
IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo
que remova da atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou
precursor de gás de efeito estufa;
X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e
incapacidade de um sistema, em função de sua
sensibilidade, capacidade de adaptação, e do caráter,
magnitude e taxa de mudança e variação do clima a que
está exposto, de lidar com os efeitos adversos da mudança
do clima, entre os quais a variabilidade climática e os
eventos extremos;

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4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
XI – focos de calor: áreas que transmitem III - ao fortalecimento das remoções antrópicas por
intensidade de calor elevada, identificadas pelo sensor – sumidouros de gases de efeito estufa no território estadual;
AVHRR do satélite NOAA e, normalmente, associadas às IV - à implementação de medidas para promover a
queimadas; adaptação à mudança do clima pelo Estado e pelos
XII – queima controlada: uso do fogo autorizado pelo Municípios, com a participação e a colaboração dos agentes
órgão ambiental competente com objetivos econômicos e sociais interessados ou beneficiários, em
agrosilvopastoris; particular daqueles especialmente vulneráveis aos seus
XIII – queima prescrita: uso planejado do fogo para efeitos adversos;
fins de conservação, pesquisa e manejo, em áreas V - à preservação, à conservação e à recuperação
determinadas, com objetivos pré-definidos em instrumento dos bens naturais, com particular atenção aos grandes
de gestão específico sobre manejo integrado do fogo; geossistemas e biomas naturais do Estado do Ceará;
XIV – incêndios florestais: qualquer fogo não VI - à consolidação e à expansão das áreas
planejado e descontrolado que incide sobre vegetação legalmente protegidas e ao incentivo aos reflorestamentos
natural ou plantada, em áreas naturais ou rurais, e que, e à recomposição da cobertura vegetal em áreas
independente da fonte de ignição, exige resposta, degradadas.
supressão, ou outra ação, conforme estabelecido nesta § 1º Os objetivos da Política Estadual Sobre
norma e nas políticas de atuação das instituições Mudanças Climáticas deverão estar em consonância com o
responsáveis pela gestão da área de ocorrência do desenvolvimento socioeconômico sustentável, a fim de
incidente. buscar a erradicação da pobreza e a redução das
Art. 3º A Política Estadual Sobre Mudanças desigualdades sociais.
Climáticas – PEMC, será implementada pela Secretaria do § 2º O Estado, no ato de criação ou alteração de
Meio Ambiente – SEMA, em conjunto com os órgãos da tarifas a serem cobradas em razão de fatores geradores de
estrutura administrativa do Estado, cujas competências mudanças climáticas, deverá realizar estudo prévio e
tenham correlação com a temática, de forma intersetorial e posterior para atestar o grau de eficiência de cada tarifa
interdisciplinar, em articulação com os municípios, aplicada, de modo a tornar perceptível o impacto ambiental
observados os princípios da precaução, da prevenção, da gerado a partir de sua implantação.
participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e o
Art. 5º São diretrizes da Política Estadual Sobre
das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, e,
Mudanças Climáticas:
quanto às medidas a serem adotadas na sua execução,
será considerado o seguinte: I – contribuir com os compromissos assumidos pelo
Brasil junto à Convenção - Quadro das Nações Unidas
I - todos têm o dever de atuar, em benefício das
sobre Mudanças Climáticas;
presentes e futuras gerações, para a redução dos impactos
decorrentes das interferências antrópicas sobre o sistema II - as ações de mitigação das mudanças climáticas
climático; em consonância com a proteção do sistema climático e o
desenvolvimento sustentável;
II - serão tomadas medidas para prever, evitar ou
minimizar as causas identificadas da mudança climática III - as medidas de adaptação para reduzir os efeitos
com origem antrópica no território estadual, sobre as quais adversos das mudanças climáticas e a vulnerabilidade dos
haja razoável consenso na Comunidade de Ciência do sistemas ambiental e socioeconômico;
Clima, como expresso na literatura científica revisada desta IV - as estratégias integradas de mitigação e
área do conhecimento, em particular nos relatórios de adaptação às mudanças climáticas nos âmbitos municipal,
painéis públicos de especialistas; estadual e regional;
III - as medidas tomadas devem levar em V - o estímulo e o apoio à participação dos governos
consideração os diferentes contextos socioeconômicos de federal, estadual e municipal, assim como do setor
sua aplicação, distribuir os ônus e encargos decorrentes produtivo, do meio acadêmico e da sociedade civil
entre os setores econômicos e as populações e organizada, no desenvolvimento e na execução de
comunidades interessadas, de modo socialmente justo, e políticas, planos, programas e ações relacionados às
sopesar as responsabilidades individuais quanto à origem mudanças climáticas;
das fontes emissoras e dos efeitos ocasionados sobre o VI – o fomento, a promoção e o desenvolvimento de
clima; pesquisas científico-tecnológicas e a difusão de
IV - o desenvolvimento sustentável, baseado no tecnologias, processos e práticas orientados a:
princípio de que o ambiente deve ser ecologicamente a) mitigar as mudanças climáticas por meio da
equilibrado e socialmente justo, é a condição para enfrentar eliminação gradativa do uso dos combustíveis fósseis, da
as alterações climáticas e conciliar o atendimento às redução de emissões antrópicas por fontes e do
necessidades comuns e particulares das populações e fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de
comunidades que vivem no território estadual; gases de efeito estufa;
V - as ações de âmbito estadual para o b) reduzir as incertezas nas projeções regionais das
enfrentamento das alterações climáticas, presentes e mudanças climáticas;
futuras, devem considerar as ações promovidas no âmbito c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de
municipal, por entidades públicas e privadas, bem como da adaptação adequadas;
sociedade civil organizada em movimentos coletivos e/ou
fóruns populares. d) desenvolver cadeia produtiva para a transição da
matriz energética baseada em combustíveis fósseis a ser
Art. 4º A Política Estadual Sobre Mudanças substituída por matriz baseada em energias renováveis de
Climáticas – PEMC, visará: baixa emissão;
I – a um sistema de desenvolvimento econômico- VII - a utilização de instrumentos financeiros e
social compatível com a proteção do sistema climático; econômicos para promover ações de mitigação e
II - à redução das emissões antrópicas de gases de adaptação à mudança do clima, observado o disposto no
efeito estufa em relação às suas diferentes fontes; art. 6º;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 5
VIII - a identificação, e sua articulação com a Política XIV - o Fórum Estadual de Mudanças Climáticas,
prevista nesta Lei, de instrumentos de ação governamental Biodiversidade e Combate à Desertificação;
já estabelecidos e aptos a contribuir para proteger o sistema XV - o Comitê Intersetorial sobre Mudança do Clima;
climático;
XVI – o estabelecimento de padrões ambientais e de
IX - o apoio e o fomento às atividades que metas, quantificáveis e verificáveis, para a redução de
efetivamente reduzam as emissões ou promovam as emissões antrópicas por fontes e para as remoções
remoções por sumidouros de gases de efeito estufa; antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa;
X - a promoção da cooperação nacional e XVII – os produtos de monitoramento de focos de
internacional para o financiamento, a capacitação, o calor do Estado do Ceará.
desenvolvimento, a transferência e a difusão de tecnologias
Parágrafo único. O Plano Estadual sobre
e processos para a implementação de ações de mitigação
Mudanças Climáticas conterá metas e prazos definidos
e adaptação, incluindo a pesquisa científica, a observação
para a consecução das diretrizes e dos objetivos da
sistemática e o intercâmbio de informações;
presente Política Estadual de Mudanças Climáticas.
XI - a promoção e o incentivo à disseminação de
Art. 7º Cabe ao Poder Público propor e fomentar
informações, à educação, à capacitação e à
medidas que privilegiem padrões sustentáveis de produção,
conscientização pública sobre mudança do clima;
comércio e consumo, de maneira a reduzir a demanda de
XII – o fomento, o estímulo e o apoio à manutenção insumos, utilizar materiais menos impactantes e gerar
e à promoção: menos resíduos, com a consequente redução das emissões
a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas dos gases de efeito estufa.
emissões de gases de efeito estufa; Art. 8º O Estado definirá medidas reais,
b) de padrões sustentáveis de produção e consumo; mensuráveis e verificáveis para reduzir suas emissões
XIII – a incorporação da dimensão climática na antrópicas de gases de efeito estufa, devendo para tanto
elaboração e na avaliação de planos, programas e projetos adotar, dentre outros instrumentos:
públicos e privados no Estado. I – metas de estabilização ou redução de emissões,
Art. 6º São instrumentos da Política Estadual Sobre individual ou conjuntamente com outras regiões do Brasil e
Mudança do Clima: do mundo;
I - o Plano Estadual Sobre Mudanças Climáticas; II – metas de eficiência setoriais, tendo por base as
emissões de gases de efeito estufa inventariadas para cada
II - os planos de ação para a prevenção e controle
setor e parâmetros de eficiência que identifiquem, dentro de
do desmatamento, das queimadas e dos incêndios
cada setor, padrões positivos de referência.
florestais, nos biomas Caatinga e Mata Atlântica;
Art. 9º A substituição gradativa dos combustíveis
III – as medidas fiscais e tributárias destinadas a
fósseis, como instrumento de ação governamental no
estimular a redução das emissões e remoção de gases de
âmbito da PEMC, consiste no incentivo ao desenvolvimento
efeito estufa, incluindo alíquotas diferenciadas, isenções,
de energias renováveis e no aumento progressivo de sua
compensações e incentivos a serem estabelecidos em lei
participação na matriz energética do Estado do Ceará, em
específica;
substituição aos combustíveis fósseis.
IV - o desenvolvimento de linhas de pesquisa por
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua
agências de fomento;
publicação.
V - as dotações específicas para ações em mudança
PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO
do clima no orçamento do Estado; DO CEARÁ, em Fortaleza, 14 de dezembro de 2016.
VI - os mecanismos financeiros e econômicos Camilo Sobreira de Santana
referentes à mitigação da mudança do clima e à adaptação GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
aos efeitos da mudança do clima que existam no âmbito da
Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima;
VII - os mecanismos financeiros e econômicos, nos LEI Nº 16.032/2016 (POLÍTICA ESTADUAL
âmbitos nacional, estadual e municipal, referentes à
adaptação à mudança do clima ou à mitigação dos seus DE RESÍDUOS SÓLIDOS)
efeitos; Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos
VIII - as medidas existentes, ou a serem criadas, que no âmbito do Estado do Ceará.
estimulem o desenvolvimento de processos e tecnologias O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
que contribuam para a redução gradativa do uso de Faço saber que a Assembleia Legislativa
combustíveis fósseis, para a redução de emissões e para decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
remoções de gases de efeito estufa;
TÍTULO I
IX - os registros, inventários, estimativas, avaliações
e quaisquer outros estudos de emissões de gases de efeito DISPOSIÇÕES GERAIS
estufa e de suas fontes, elaborados com base em CAPÍTULO I
informações e dados fornecidos por entidades públicas e DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO
privadas; Art. 1º Esta Lei institui a Política Estadual de
X - as medidas de divulgação, educação e Resíduos Sólidos no âmbito do Estado do Ceará, dispondo
conscientização; sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como
XI - os produtos do monitoramento climático do sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao
Estado do Ceará; gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos,
XII - os indicadores de sustentabilidade; às responsabilidades dos geradores e do Poder Público e
aos instrumentos econômicos aplicáveis.
XIII - a avaliação de impactos ambientais sobre o
microclima e o macroclima; § 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as
pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,

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6 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de
resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de
à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
sólidos, no âmbito do Estado do Ceará. ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e
§ 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de
que são regulados por legislação específica. acordo com os planos de gestão integrada de resíduos
sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
Art. 2º Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do
exigidos na forma desta Lei;
disposto nesta Lei, nas Leis Federais Nºs 12.305, de 2 de
agosto de 2010; 11.445, de 5 de janeiro de 2007; 11.107, XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto
de 6 de abril de 2005; 9.974, de 6 de junho de 2000; 9.966, de ações voltadas para a busca de soluções para os
de 28 de abril de 2000; a Lei Estadual Nº 14.394, de 7 de resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
julho de 2009; as normas estabelecidas pelos órgãos do política, econômica, ambiental, cultural e social, com
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA; do controle social e sob a premissa do desenvolvimento
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - SNVS; do sustentável;
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária - XII - logística reversa: instrumento de
SUASA; do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
e Qualidade Industrial -SINMETRO; do Comando Aéreo da conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
Força Aérea Brasileira – COMAER, e das entidades viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao
reguladoras de serviços públicos de limpeza urbana e setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
manejo de resíduos sólidos. em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
CAPÍTULO II ambientalmente adequada;
DAS DEFINIÇÕES XIII - padrões sustentáveis de produção e consumo:
produção e consumo de bens e serviços de forma a atender
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
as necessidades das atuais gerações e permitir melhores
I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental
entre o Poder Público e fabricantes, importadores, e o atendimento das necessidades das gerações futuras;
distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
XIV – reciclagem: processo de transformação dos
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo
resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
de vida do produto;
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com
II - área contaminada: local onde há contaminação vistas à transformação em insumos ou novos produtos,
causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos
substâncias ou resíduos que ocasionem ou possam órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e
ocasionar danos à saúde humana, ao meio ambiente e a do SUASA;
outro bem a proteger;
XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de
III - área órfã contaminada: área contaminada cujos esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
individualizáveis; economicamente viáveis, não apresentem outra
IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que possibilidade que não a disposição final ambientalmente
envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de adequada;
matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto
consumo e a disposição final; ou bem descartado resultante de atividades humanas em
V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
previamente segregados conforme sua constituição ou proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
composição; sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
VI - controle social: conjunto de mecanismos e recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável
procedimentos que garantam à sociedade informações e o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
participação nos processos de d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
formulação, implementação e avaliação das políticas economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
públicas relacionadas aos resíduos sólidos; disponível;
VII - destinação final ambientalmente adequada e/ou XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
produtiva: destinação de resíduos que inclui a reutilização, vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas
a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos
pelos órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e do serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos
SUASA, entre elas, quando esgotadas todas as resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos
possibilidades, a disposição final, observando normas sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos impactos causados à saúde humana e à qualidade
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos
ambientais adversos; termos desta Lei;
VIII - disposição final ambientalmente adequada: XVIII - reutilização: processo de aproveitamento dos
distribuição ordenada de rejeitos em aterros, com a resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou
observância de normas operacionais específicas de modo físico-química, observadas as condições e os padrões
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se
minimizar os impactos ambientais adversos; couber, do SNVS e do SUASA;
IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas XIX- rota tecnológica: Conjunto de processos,
ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram tecnologias e fluxos dos resíduos desde a sua geração até
resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o seu destino final, que envolve os circuitos de coleta de
o consumo; resíduos indiferenciados (todo o tipo de resíduos) e
resíduos diferenciados (incluindo coletas seletivas),

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 7
contemplando o fluxo de tecnologias de tratamento dos VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável
resíduos com ou sem valorização energética; e reciclável como um bem econômico e de valor social,
XX - serviço público de limpeza urbana e de manejo gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
de resíduos sólidos: as atividades de coleta IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
e transbordo, transporte, triagem para fins de reutilização X - o direito da sociedade à informação e ao controle
ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e social;
destinação final dos resíduos sólidos urbanos, dos resíduos
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
originários de atividades comerciais e de serviços, desde
que estes estejam em quantidade e qualidade similares às Art. 7º São objetivos da Política Estadual de
dos resíduos sólidos urbanos, bem como não sejam de Resíduos Sólidos:
algum modo de responsabilidade de seu gerador, por força I - proteger a saúde pública e a qualidade ambiental;
de norma legal ou por título executivo judicial ou II - não gerar, reduzir, reutilizar, reciclar e tratar os
extrajudicial; resíduos sólidos, bem como realizar a disposição final
XXI – regulação dos serviços públicos: modo através ambientalmente adequada dos rejeitos;
do qual se estabelecem padrões e normas para a adequada III- estimular o consumo consciente;
prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários, IV - estimular a adoção de padrões sustentáveis de
cujo objetivo é garantir o cumprimento das condições e produção e consumo de bens e serviços;
metas estabelecidas, prevenir e reprimir o abuso do poder
econômico, bem como assegurar o equilíbrio econômico e V - adotar sistema de controle e monitoramento de
financeiro dos contratos, mediante mecanismos que gestão e gerenciamento integrado de resíduos sólidos;
induzam a eficiência dos serviços e que permitam a VI – adotar, desenvolver e aprimorar tecnologias
apropriação social dos ganhos de produtividade. limpas como forma de minimizar impactos ambientais;
TÍTULO II VII - reduzir o volume e a periculosidade dos
DA POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS resíduos perigosos;
CAPÍTULO I VIII - incentivar a indústria da reciclagem, tendo em
vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS derivados de materiais recicláveis e reciclados;
Art. 4º A Política Estadual de Resíduos Sólidos IX – fomentar a gestão integrada de resíduos
reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, sólidos;
diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Estadual,
isoladamente ou em regime de cooperação com outros X – desenvolver articulação entre as diferentes
entes da Federação, com seus municípios ou com esferas do Poder Público, e destas com o setor empresarial,
particulares, objetivando à gestão integrada e ao com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos integrada de resíduos sólidos;
sólidos. XI – promover a capacitação técnica continuada na
Art. 5º A Política Estadual de Resíduos Sólidos no área de resíduos sólidos;
Estado do Ceará integra a Política Nacional de Resíduos XII – promover a regularidade, continuidade,
Sólidos e a Política Nacional do Meio Ambiente e articula- funcionalidade e universalização da prestação dos serviços
se com a Política Nacional de Educação Ambiental, públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, com as sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e
Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico, regulada pela econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos
Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, e com a Lei nº serviços prestados, como forma de garantir sua
11.107, de 6 de abril de 2005, bem como integra as demais sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei
políticas setoriais do Estado do Ceará relacionadas ao nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007;
saneamento básico e ao meio ambiente. XIII - priorizar as aquisições e contratações
CAPÍTULO II governamentais para:
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS a) produtos reciclados e recicláveis;
Art. 6º São princípios da Política Estadual de b) bens, serviços e obras que considerem critérios
Resíduos Sólidos: compatíveis com padrões de consumo social e
I - a prevenção e a precaução; ambientalmente sustentáveis;
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; XIV – promover a integração dos catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, produtos;
cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
XV- promover a responsabilidade compartilhada
IV - o desenvolvimento sustentável; com todos os setores da sociedade;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização XVI – fomentar o desenvolvimento de pesquisa com
entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e o fim de modernizar e otimizar a efetividade da gestão de
serviços qualificados que satisfaçam as necessidades resíduos sólidos;
humanas e tragam qualidade de vida e a redução do
impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um XVII – adotar tecnologias simplificadas e de gestão
nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação logística e de tratamentos;
estimada do planeta; XVIII - estimular a implementação da avaliação do
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do ciclo de vida do produto;
Poder Público, o setor empresarial e demais segmentos da XIX - incentivar o desenvolvimento de sistemas de
sociedade; gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de dos processos produtivos e o reaproveitamento dos
vida dos produtos; resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o
aproveitamento energético;

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8 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
XX - estimular a rotulagem ambiental e o consumo d) o Cadastro Estadual de Consumidores
sustentável; de Matéria-prima de Origem Florestal;
XXI - fomentar a rota tecnológica de resíduos e) a avaliação de impactos ambientais;
sólidos; f) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
XXII – fomentar a implantação do sistema de coleta Ambiente - SINIMA;
seletiva nos municípios; g) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva
XXIII – fomentar a cooperação intermunicipal, ou potencialmente poluidoras;
estimulando a busca de soluções consorciadas para gestão XXI - os termos de compromisso e os termos de
de resíduos sólidos; ajustamento de conduta;
XXIV – estimular a organização, por meio de XXII - o incentivo à adoção de consórcios ou de
incentivos financeiros, dos catadores e catadoras em outras formas de cooperação entre o Estado e as
cooperativas e associações, de modo a contribuir para o municipalidades e estas entre si, com vistas à elevação das
seu desenvolvimento econômico e inclusão social. escalas de aproveitamento e à redução dos custos
CAPÍTULO III envolvidos;
DOS INSTRUMENTOS XXIII - a capacitação continuada para a gestão
Art. 8º São instrumentos da Política Estadual de integrada de resíduos sólidos;
Resíduos Sólidos, entre outros: XXIV – Fundo Estadual do Meio Ambiente.
I - os planos de resíduos sólidos; § 1º A regulação dos serviços públicos de limpeza
II – os planos de saneamento básico; urbana e manejo de resíduos sólidos, mencionada no inciso
III do caput deste artigo, seguirá os parâmetros delineados
III - os inventários e o sistema declaratório anual de
para os serviços públicos de saneamento básico, devendo
resíduos sólidos;
a entidade reguladora contemplar na edição de suas
IV – programa de gerenciamento de resíduos da normas relativas às dimensões técnica, econômica e social
construção civil; de prestação dos serviços, os seguintes aspectos:
V - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa a) padrões e indicadores de qualidade da prestação
e outras ferramentas relacionadas à implementação da dos serviços;
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
b) requisitos operacionais e de manutenção dos
produtos;
sistemas;
VI - cooperativas ou outras formas de associação de
c) as metas progressivas de expansão e de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
qualidade dos serviços e os respectivos prazos;
VII - sistema informatizado do monitoramento e a
d) regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os
fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;
procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e revisão;
VIII – a regulação dos serviços públicos;
e) medição, faturamento e cobrança de serviços;
IX - a cooperação técnica e financeira entre os
f) monitoramento dos custos;
setores público e privado para o desenvolvimento de
pesquisas de novos produtos, métodos, processos e g) avaliação da eficiência e eficácia dos serviços
tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento prestados;
de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de h) plano de contas e mecanismos de informação,
rejeitos; auditoria e certificação;
X - a pesquisa científica e tecnológica; i) subsídios tarifários e não tarifários;
XI - a educação ambiental; j) padrões de atendimento ao público e mecanismos
XII - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios; de participação e informação;
XIII - o Sistema Nacional de Informações sobre a k) medidas de contingências e de emergências;
Gestão dos Resíduos Sólidos - SINIR; l) interpretação e a fixação de critérios para a fiel
XIV – o Sistema de Informações em Saneamento do execução dos contratos, dos serviços e para a correta
Estado do Ceará - SISANCE; administração de subsídios.
XV - o Sistema Nacional de Informações em § 2º Em caso de consórcios intermunicipais, cuja
Saneamento Básico - SINISA; previsão é dada pelo inciso XXI do caput deste artigo, para
a gestão dos resíduos sólidos, os titulares deverão adotar
XVI – o Conselho Estadual das Cidades e os
os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da
conselhos de meio ambiente, recursos hídricos e, no
regulação em toda a área de abrangência da gestão
que couber, os de saúde;
integrada.
XVII - os órgãos colegiados municipais destinados
TÍTULO III
ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos;
DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS
XVIII - o Cadastro Nacional de Operadores de
SÓLIDOS
Resíduos Perigosos;
CAPÍTULO I
XIX - os acordos setoriais;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
XX - no que couber, os instrumentos da Política
Estadual de Meio Ambiente, entre eles: Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos
sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de
a) os padrões de qualidade ambiental;
prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos ambientalmente adequada dos rejeitos.
Ambientais;
§ 1º Deverão ser utilizadas tecnologias visando à
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos,
Instrumentos de Defesa Ambiental; desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica,
econômica e ambiental e com a implantação de programa
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 9
de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado f) resíduos industriais: os gerados nos processos
pelo órgão ambiental, tendo como meta a não utilização da produtivos e instalações industriais;
incineração de resíduos sólidos domiciliares até 2020. g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos
§ 2º A Política Estadual de Resíduos Sólidos e as serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou
Políticas de Resíduos Sólidos dos Municípios serão em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do
compatíveis com o disposto no caput e no § 1º deste artigo SNVS;
e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei. h) resíduos da construção civil: os gerados nas
Art. 10. Incumbe aos municípios a gestão integrada construções, reformas, reparos e demolições de obras de
dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
sem prejuízo das competências de controle e fiscalização escavação de terrenos para obras civis;
dos órgãos Estaduais do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas
bem como da responsabilidade do gerador pelo atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os
gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
nesta Lei.
j) resíduos de serviços de transportes: os originários
Art. 11. Observadas as diretrizes e demais de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários
determinações estabelecidas nesta Lei e em seu e ferroviários e passagens de fronteira;
regulamento, incumbe aos municípios:
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade
I - promover a integração da organização, do de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;
planejamento e execução as funções públicas de interesse
II - quanto à periculosidade:
comum relacionadas à gestão dos resíduos sólidos do
município; a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de
suas características de inflamabilidade, corrosividade,
II - controlar e fiscalizar as atividades dos geradores
reatividade,
sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão municipal do
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenici
SISNAMA;
dade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à
III - definir o ente responsável pela regulação dos saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei,
serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos regulamento ou norma técnica;
sólidos, que poderá ser exercida por entidade municipal ou
b) resíduos não perigosos: aqueles não
delegada a qualquer entidade reguladora constituída dentro
enquadrados na alínea “a”.
dos limites do Estado do Ceará, explicitando no ato de
delegação, em qualquer das hipóteses, a forma de atuação Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20,
e a abrangência das atividades a serem desempenhadas os resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se
pelas partes envolvidas. caracterizados como não perigosos, podem, em razão de
sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos
Parágrafo único. A atuação do Estado do Ceará, no
resíduos domiciliares pelo Poder Público Municipal.
que tange às diretrizes impostas aos seus municípios na
forma do caput deve ser de priorizar as iniciativas de Seção I
municipalidades para soluções consorciadas ou Validade dos Contratos de Articulação dos Serviços
compartilhadas entre 2 (dois) ou mais municípios. Públicos de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Art. 12. O Estado do Ceará e seus municípios Sólidos
organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema de Art. 14. As condições de validade dos contratos,
Informações em Saneamento do Estado do Ceará - que tenham por objeto a prestação de Serviços Públicos de
SISANCE, a ser regulamentado por ato do Poder Executivo Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos,
Estadual, cujo funcionamento se dará articulado com o observarão o cumprimento das obrigações previstas nesta
SINIR, SINISA e o SINIMA. Lei, no que diz respeito à existência dos planos de resíduos
§ 1º Incumbe aos municípios fornecerem ao órgão sólidos, das normas de regulação, e da viabilidade técnica
estadual responsável pela coordenação do SISANCE todas e econômico-financeira da prestação universal e integral
as informações necessárias sobre os resíduos sob sua dos serviços.
esfera de competência, na forma e na periodicidade Art. 15. Deverá ser elaborado o Contrato de
estabelecidas em regulamento. Articulação de Serviços Públicos de Limpeza Urbana e de
§ 2º As informações do SISANCE deverão estar Manejo de Resíduos Sólidos, quando a prestação de
disponíveis em portal na internet, de modo a disponibilizar serviços e atividades interdependentes for realizada por
os dados de forma atualizada, clara e acessível. prestadores diferentes, quer sejam da área privada ou da
área pública.
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos
sólidos têm a seguinte classificação: CAPÍTULO II
I - quanto à origem: DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades Seção I
domésticas em residências urbanas; Disposições Gerais
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da Art. 16. São planos de resíduos sólidos:
varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros I - o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
serviços de limpeza urbana; II - o Plano Estadual de Resíduos Sólidos;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas III - os planos microrregionais de resíduos sólidos e
alíneas “a” e “b”; os planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e aglomerações urbanas;
prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, IV - os planos regionais de resíduos sólidos;
excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
V - os planos municipais de gestão integrada de
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento resíduos sólidos;
básico: os gerados nessas atividades, excetuados os
referidos na alínea “c”; VI - os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

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10 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade direcionados às regiões metropolitanas ou às aglomerações
ao conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como urbanas.
controle social em sua formulação, implementação e § 3º A elaboração e a implementação de planos
operacionalização, observado o disposto na Lei nº 10.650, regionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões
de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei nº 11.445, de 5 de metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância
janeiro de 2007. com o previsto no § 1º, dar-se-á obrigatoriamente com a
Seção II participação dos municípios envolvidos e não excluem nem
Do Plano Estadual de Resíduos Sólidos substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos
municípios previstas por esta Lei.
Art. 17. O Estado do Ceará elaborará, sob a
coordenação da Secretaria do Meio Ambiente -SEMA, o § 4º Respeitada a responsabilidade dos geradores
Plano Estadual de Resíduos Sólidos, com vigência por nos termos desta Lei, os planos regionais de resíduos
prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e
atualizado, no mínimo, a cada 4 (quatro) anos, cujo estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a
conteúdo mínimo contemplará: recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação
final dos resíduos sólidos urbanos, consideradas as
I - diagnóstico, incluída a identificação dos principais
peculiaridades regionais.
fluxos de resíduos no Estado e seus impactos
socioeconômicos e ambientais; § 5º Os planos de resíduos sólidos deverão
identificar as situações em que não haja capacidade de
II - proposição de cenários;
pagamento dos usuários e indicar soluções para atingir as
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre metas de universalização, podendo ser instituído subsídio
outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e tarifário, visando atingir a universalização do acesso aos
rejeitos encaminhados para disposição final serviços.
ambientalmente adequada;
§ 6º A atualização do Plano Estadual de Resíduos
IV - metas para o aproveitamento energético dos Sólidos a qual se refere o caput deste artigo deverá ser
gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos realizada mediante consulta pública e participação popular.
sólidos;
Seção III
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões,
Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de
associadas à inclusão social e à emancipação econômica
Resíduos Sólidos e incentivos à gestão integrada de
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
resíduos sólidos
VI - programas, projetos e ações para o atendimento
Art. 18. A elaboração de Plano Municipal de Gestão
das metas previstas;
Integrada de Resíduos Sólidos, em conformidade com o
VII – normas e condicionantes técnicas para o Plano Municipal de Saneamento Básico previsto no art. 19
acesso a recursos do Estado, para a obtenção de seu aval da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, nos termos
ou para o acesso de recursos administrados, direta ou previstos por esta Lei, é condição para os municípios terem
indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às acesso a recursos do Estado, ou por ele controlados,
ações e programas de interesse dos resíduos sólidos; destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para
consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos; serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de
IX - diretrizes para o planejamento e demais entidades estaduais de crédito ou fomento para tal
atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões finalidade.
metropolitanas, aglomerações urbanas, microrregiões, bem § 1º Para a elaboração, implementação,
como para as áreas de especial interesse turístico; operacionalização e monitoramento de todas as etapas do
X – normas e diretrizes para a disposição final de Plano Regional ou Municipal de gestão integrada de
rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as resíduos sólidos deverá ser designado responsável técnico.
disposições estabelecidas em âmbito nacional; § 2º O prazo para elaboração do Plano Municipal de
XI - previsão, em conformidade com os demais Gestão Integrada de Resíduos Sólidos referido
instrumentos de planejamento territorial, especialmente o no caput será regulamentado por Decreto.
zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento § 3º Serão priorizados no acesso aos recursos do
costeiro, de: Estado referidos no caput os municípios que:
a) zonas favoráveis para a localização de unidades I - optarem por soluções consorciadas
de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída
rejeitos; a elaboração e implementação de plano regional, ou que se
b) áreas degradadas em razão de disposição inserirem de forma voluntária nesses planos referidos no §
inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto 2º do art. 17;
de recuperação ambiental; II - implantarem a coleta seletiva com a participação
XII - meios a serem utilizados para o controle e a de cooperativas ou outras formas de associação de
fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas
operacionalização, assegurado o controle social. por pessoas físicas de baixa renda;
§ 1º O Plano Estadual de Resíduos Sólidos será III - instituírem mecanismos de cobrança, mediante
elaborado mediante processo de mobilização e participação taxas, tarifas ou outros preços públicos, que contribuam
social, incluindo a realização de audiências e consultas para a remuneração e sustentabilidade econômico-
públicas, garantindo que o texto enviado à Assembleia financeira dos serviços públicos de limpeza urbana e
Legislativa esteja em plena conformação com as audiências manejo de resíduos sólidos urbanos;
e consultas ou, em caso contrário, que as alterações sejam IV – estabelecerem hipóteses de não incidência ou
explicitadas e motivadas na justificativa do projeto. alíquota zero do Imposto sobre Serviços de Qualquer
§ 2º Além do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, o Natureza – ISSQN, no tocante a serviços pertinentes ao
Estado do Ceará poderá elaborar planos regionais de processo de catação, coleta, reciclagem, remanufatura ou
resíduos sólidos, bem como planos específicos reutilização de resíduos sólidos, levando-se em conta o teor
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 11
do § 6º do art. 150 e § 3º do art. 156, ambos da Constituição XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos
da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
bem como da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses
2003. serviços, observada a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
§ 4º Serão estabelecidas em regulamento normas 2007;
complementares sobre o acesso aos recursos do Estado na XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva
forma deste artigo, cabendo ao Tribunal de Contas do e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a
Estado e ao Tribunal de Contas dos Municípios fiscalizar a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final
execução destes recursos por parte dos municípios e ambientalmente adequada;
garantir sua pertinência temática com as ações e projetos XV - descrição das formas e dos limites da
dispostos em lei. participação do Poder Público local na coleta seletiva e na
Art. 19. O Plano Municipal de Gestão Integrada de logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de
Resíduos Sólidos terá vigência por prazo indeterminado e outras ações relativas à responsabilidade compartilhada
horizonte de 20 (vinte) anos, sendo atualizado, no mínimo, pelo ciclo de vida dos produtos;
a cada 4 (quatro) anos, cujo conteúdo mínimo contemplará: XVI - meios a serem utilizados para o controle e a
I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos fiscalização, no âmbito local, da implementação e
gerados no respectivo território que compreenderá a operacionalização dos planos de gerenciamento de
origem, o volume, a caracterização dos resíduos resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de
domiciliares, de construção civil, de serviços de saúde e logística reversa previstos no art. 33, ambos desta Lei;
industriais, identificando o potencial de materiais recicláveis XVII - ações preventivas e corretivas, inclusive,
e as formas de destinação e disposição final adotadas; programa de monitoramento;
II - identificação de áreas favoráveis para disposição XVIII - identificação dos passivos ambientais
final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o relacionados aos resíduos sólidos, como áreas
plano diretor de que trata o § 1º do art. 182 da Constituição contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;
da República Federativa do Brasil e o zoneamento
XIX - periodicidade de sua revisão, observado
ambiental, se houver;
prioritariamente o período de vigência do plano plurianual
III - identificação das possibilidades de implantação municipal.
de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros
§ 1º O Plano Municipal de Gestão Integrada de
municípios, considerando, nos critérios de economia de
Resíduos Sólidos deve ser compatível com o respectivo
escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas
plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº
de prevenção dos riscos ambientais;
11.445, de 5 de janeiro de 2007.
IV - identificação dos resíduos sólidos e dos
I – o Plano Municipal de Gestão Integrada de
geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico
Resíduos Sólidos poderá estar contido no respectivo plano
nos termos do art. 20, ou a sistema de logística reversa na
de saneamento básico, respeitado, em todo caso, o
forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de
conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado
seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos
o disposto no § 2º, todos deste artigo.
órgãos do SISNAMA e do SNVS;
§ 2º Para Municípios com menos de 20.000 (vinte
V - procedimentos operacionais e especificações
mil) habitantes, o Plano Municipal de Gestão Integrada de
mínimas a serem adotados nos serviços públicos de
Resíduos Sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a
regulamento desta Lei;
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e
observada a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007; § 3º O disposto no § 2º não se aplica a municípios:
VI - indicadores de desempenho operacional e I - integrantes de áreas de especial interesse
ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de turístico;
manejo de resíduos sólidos; II - inseridos na área de influência de
VII - regras para o transporte e outras etapas do empreendimentos ou atividades com significativo impacto
gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20 ambiental de âmbito regional ou nacional;
desta Lei, observadas as normas estabelecidas pelos III - cujo território abranja, total ou parcialmente,
órgãos do SISNAMA e do SNVS e demais disposições Unidades de Conservação.
pertinentes da legislação estadual e federal; § 4º A existência de plano municipal de gestão
VIII - definição das responsabilidades quanto à integrada de resíduos sólidos não exime o município do
sua implementação e operacionalização, incluídas as licenciamento ambiental de aterros sanitários e da
etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a necessidade de outras infraestruturas e instalações
que se refere o art. 20 desta Lei, a cargo do Poder Público; operacionais integrantes do serviço público de limpeza
IX - programas e ações de capacitação técnica urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão
voltados para sua implementação e operacionalização; competente do SISNAMA.
X - programas e ações de educação ambiental que § 5º Na definição de responsabilidades na forma do
promovam a não geração, a redução, a reutilização e a inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço
reciclagem de resíduos sólidos; público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a
XI - programas e ações para a participação dos
que se refere o art. 20 desta Lei, em desacordo com a
grupos interessados, em especial das cooperativas ou
respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas
outras formas de associação de catadores de materiais
pelos órgãos do SISNAMA e, se couber, do SNVS.
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de
baixa renda, se houver; § 6º Além do disposto nos incisos I a XIX
do caput deste artigo, o Plano Municipal de Gestão
XII - mecanismos para a criação de fontes de
Integrada de Resíduos Sólidos contemplará ações
negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos
específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos entes e
resíduos sólidos;
órgãos da Administração Pública, com vistas à utilização

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12 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
racional dos recursos ambientais, ao combate a todas as VII - metas e procedimentos relacionados à
formas de desperdício e à minimização da geração de minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas
resíduos sólidos. as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do
§ 7º O conteúdo do Plano Municipal de Gestão SNVS e do SUASA, à reutilização e reciclagem;
Integrada de Resíduos Sólidos será disponibilizado para VIII - se couber, ações relativas à responsabilidade
o SISANCE, na forma do regulamento. compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do
§ 8º A inexistência do Plano Municipal de Gestão art. 31;
Integrada de Resíduos Sólidos não pode ser utilizada para IX - medidas saneadoras dos passivos ambientais
impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou relacionados aos resíduos sólidos;
atividades devidamente licenciados pelos órgãos X - periodicidade de sua revisão, observado, se
competentes. couber, o prazo de vigência da respectiva licença de
§ 9º Nos termos do regulamento, o município que operação a cargo dos órgãos do SISNAMA.
optar por soluções consorciadas intermunicipais para a § 1º O plano de gerenciamento de resíduos sólidos
gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o plano atenderá ao disposto nos planos municipais ou regionais de
regional preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I gestão integrada de resíduos sólidos e de saneamento
a XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado da básico do respectivo município sem prejuízo das normas
elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do
Resíduos Sólidos. SUASA.
Seção IV § 2º A inexistência do plano municipal ou regional de
Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos gestão integrada de resíduos sólidos não obsta a
Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de elaboração, a implementação ou a operacionalização do
gerenciamento de resíduos sólidos: plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas § 3º Serão estabelecidos em regulamento:
alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13; I - normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do
II - os estabelecimentos comerciais e de prestação plano de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à
de serviços que: atuação de cooperativas ou de outras formas de associação
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
a) gerem resíduos perigosos;
II - critérios e procedimentos simplificados para
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como
apresentação dos planos de gerenciamento de resíduos
não perigosos, por sua natureza, composição ou volume,
sólidos para microempresas e empresas de pequeno porte,
não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo
assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3º
Poder Público Municipal;
da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006,
III - as empresas de construção civil, nos termos do desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem
regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do resíduos perigosos.
SISNAMA;
Art. 22. Para a elaboração, implementação,
IV - os responsáveis pelos terminais e outras operacionalização e monitoramento de todas as etapas do
instalações referidas na alínea “j” do inciso I do art. 13 e, plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas incluído
nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas o controle da disposição final ambientalmente adequada
pelos órgãos do SISNAMA e, se couber, do SNVS, as dos rejeitos, será designado responsável técnico
empresas de transporte; devidamente habilitado.
V - os responsáveis por Art. 23. Os responsáveis por plano de
atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão gerenciamento de resíduos sólidos manterão atualizadas e
competente do SISNAMA, do SNVS ou do SUASA. disponíveis ao órgão municipal competente, ao
Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo órgão licenciador do SISNAMA e a outras autoridades,
IV deste Título, serão estabelecidas por regulamento informações completas sobre a implementação e a
exigências específicas relativas ao plano de gerenciamento operacionalização do plano sob sua responsabilidade.
de resíduos perigosos. § 1º Para a consecução do disposto no caput, sem
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos prejuízo de outras exigências cabíveis por parte das
sólidos, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos autoridades, será implementado sistema declaratório com
do SISNAMA, do SNVS e do SUASA e, se houver, o Plano periodicidade, no mínimo, anual, na forma do regulamento.
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, tem o § 2º As informações referidas no caput serão
seguinte conteúdo mínimo: repassadas pelos órgãos públicos ao SISANCE, na forma
I - descrição do empreendimento ou atividade; de regulamento, garantindo-se a ampla publicidade das
II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou informações via portal na internet.
administrados, que compreenderá a origem, o volume e a Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos
caracterização dos resíduos, incluindo os passivos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento
ambientais a eles relacionados; ambiental do empreendimento ou atividade pelo órgão
III - explicitação dos responsáveis por cada etapa do competente do SISNAMA.
gerenciamento de resíduos sólidos; § 1º Nos empreendimentos e atividades não sujeitos
IV - definição dos procedimentos operacionais a licenciamento ambiental, a aprovação do plano de
relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade
sob responsabilidade do gerador; municipal competente.
V - identificação das soluções consorciadas ou § 2º No processo de licenciamento ambiental
compartilhadas com outros geradores; referido no § 1º deste artigo, a cargo de órgão estadual do
VI - ações preventivas e corretivas a serem SISNAMA, será assegurada a oitiva do órgão municipal
executadas em situações de gerenciamento incorreto ou competente, em especial quanto à disposição final
acidentes; ambientalmente adequada de rejeitos.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 13
CAPÍTULO III III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o
DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais;
PODER PÚBLICO IV - incentivar a utilização de insumos de menor
Seção I agressividade ao meio ambiente e de maior
sustentabilidade;
Disposições Gerais
V - estimular o desenvolvimento de mercado, a
Art. 25. O Poder Público, o setor empresarial e a
produção e o consumo de produtos derivados de materiais
coletividade são responsáveis pela efetividade das ações
reciclados e recicláveis;
voltadas para assegurar a observância da Política Estadual
de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais VI - propiciar que as atividades produtivas alcancem
determinações estabelecidas nesta Lei e em seu eficiência e sustentabilidade;
regulamento. VII - incentivar as boas práticas de responsabilidade
Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza socioambiental.
urbana e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas
organização e prestação direta ou indireta desses serviços, no plano de gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas
observados o respectivo plano municipal de gestão a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus
integrada de resíduos sólidos, a Lei nº 11.445, de 5 de objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
janeiro de 2007, e as disposições desta Lei e seu comerciantes têm responsabilidade que abrange:
regulamento. I - investimento no desenvolvimento, na fabricação e
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no na colocação no mercado de produtos:
art. 20 são responsáveis pela implementação e a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à
operacionalização integral do plano de gerenciamento de reutilização, à reciclagem ou a outra forma de destinação
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma ambientalmente adequada;
do art. 24.
b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade
§ 1º A contratação de serviços de coleta, de resíduos sólidos possível;
armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou
II - divulgação de informações relativas às formas de
destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final
evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a
de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas
seus respectivos produtos;
referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que
vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado III - recolhimento dos produtos e dos resíduos
dos respectivos resíduos ou rejeitos. remanescentes após o uso, assim como sua subsequente
destinação final ambientalmente adequada e/ou produtiva,
§ 2º Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas
no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa
sob responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo
na forma do art. 33;
Poder Público serão devidamente remuneradas pelas
pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o IV - compromisso de, quando firmados acordos ou
disposto no § 5º do art. 19. termos de compromisso com o município, participar das
ações previstas no plano municipal e/ou regional de gestão
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares
integrada de resíduos sólidos, no caso de produtos ainda
tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a
não inclusos no sistema de logística reversa.
disponibilização adequada para a coleta ou, nos casos
abrangidos pelo art. 33, com a sua devolução. Parágrafo único. Aos produtos não disponibilizados
ao uso, por qualquer motivo, seu produtor, distribuidor,
Art. 29. Cabe ao Poder Público atuar,
transportador, comerciante, ou qualquer outro, cuja
subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano,
custódia do produto esteja sob sua responsabilidade, dará
logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio
destinação ambientalmente adequada, sob pena do
ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento
cometimento de crime ambiental e da prática de infrações
de resíduos sólidos.
administrativas, na forma da legislação pertinente.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano
Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com
ressarcirão integralmente o Poder Público pelos gastos
materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.
decorrentes das ações empreendidas na forma do caput.
§ 1º Cabe aos respectivos responsáveis assegurar
Seção II
que as embalagens sejam:
Da Responsabilidade Compartilhada
I - restritas em volume e peso às dimensões
Art. 30. Fica instituída a responsabilidade requeridas à proteção do conteúdo e à comercialização do
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a produto;
ser implementada de forma individualizada e encadeada,
II - projetadas de forma a serem reutilizadas de
abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e
maneira tecnicamente viável e compatível com as
comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços
exigências aplicáveis ao produto que contêm;
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos III - recicladas, se a reutilização não for possível.
nesta Seção. § 2º O regulamento disporá sobre os casos em que,
Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada por razões de ordem técnica ou econômica, não seja viável
pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo: a aplicação do disposto no caput.
I - compatibilizar interesses entre os agentes § 3º É responsável pelo atendimento do disposto
econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial neste artigo todo aquele que:
e mercadológica com os processos de gestão ambiental, I - manufatura embalagens ou fornece materiais para
desenvolvendo estratégias sustentáveis; a fabricação de embalagens;
II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, II - coloca em circulação embalagens, materiais para
direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras a fabricação de embalagens ou produtos embalados, em
cadeias produtivas; qualquer fase da cadeia de comércio.

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14 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
Art. 33. São obrigados a estruturar § 7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana
e implementar sistemas de logística reversa, mediante e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou
retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma termo de compromisso firmado com o setor empresarial,
independente do serviço público de limpeza urbana e de encarregar-se de atividades de responsabilidade dos
manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes
distribuidores e comerciantes de: nos sistemas de logística reversa dos produtos e
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim embalagens a que se refere este artigo, as ações do Poder
como outros produtos cuja embalagem, após o uso, Público serão devidamente remuneradas, na forma
constitua resíduo perigoso, observadas as regras de previamente acordada entre as partes.
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou § 8º Com exceção dos consumidores, todos os
regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do participantes dos sistemas de logística reversa manterão
SISNAMA, do SNVS e do SUASA, ou em normas técnicas; atualizadas e disponíveis ao órgão estadual competente e
II - pilhas e baterias; a outras autoridades informações completas sobre a
realização das ações sob sua responsabilidade.
III - pneus;
§ 9º O Poder Público e/ou a iniciativa privada
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
deverão estabelecer estratégias de recebimento de
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e medicamentos, com prazo de validade expirado ou não,
mercúrio e de luz mista; provenientes de domicílios, a fim de possibilitar o tratamento
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes; ambientalmente correto dos mesmos.
VII - medicamentos e outros insumos para saúde. Art. 34. Os acordos setoriais ou termos
§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em de compromisso referidos no inciso IV do caput do art. 31 e
acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre no § 1º do art. 33 podem ter abrangência estadual, regional
o Poder Público e o setor empresarial, os sistemas previstos ou municipal.
no caput serão estendidos a produtos comercializados em § 1º Os acordos setoriais e termos de compromisso
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais municipais devem ser compatíveis com os já existentes no
produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o âmbito regional e estadual.
grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio § 2º Na aplicação de regras concorrentes
ambiente dos resíduos gerados. consoante o § 1º deste artigo, os acordos firmados com
§ 2º A definição dos produtos e embalagens a que menor abrangência geográfica podem ampliar, mas não
se refere o § 1º considerará a viabilidade técnica e abrandar, as medidas de proteção ambiental constantes
econômica da logística reversa, bem como o grau e a nos acordos setoriais e termos de compromisso firmados
extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente com maior abrangência geográfica.
dos resíduos gerados. Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta
§ 3º Sem prejuízo de exigências específicas fixadas seletiva pelo plano municipal e/ou regional de gestão
em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos integrada de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os
órgãos do SISNAMA e do SNVS, ou em acordos setoriais e consumidores são obrigados a:
termos de compromisso firmados entre o Poder Público e o I - acondicionar adequadamente e de forma
setor empresarial, cabe aos fabricantes, importadores, diferenciada os resíduos sólidos gerados;
distribuidores e comerciantes dos produtos a que se
II - disponibilizar adequadamente os resíduos
referem os incisos II, III, V, VI e VII ou dos produtos e
sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.
embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o
§ 1º tomar todas as medidas necessárias para assegurar Parágrafo único. O Poder Público Municipal pode
a implementação e operacionalização do sistema de instituir incentivos econômicos aos consumidores que
logística reversa sob seu encargo, consoante o participam do sistema de coleta seletiva referido no caput,
estabelecido neste artigo, podendo, entre outras medidas: na forma de lei municipal.
I - implantar procedimentos de compra de produtos Art. 36. No âmbito da responsabilidade
ou embalagens usados; compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao
titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
II - disponibilizar postos de entrega de resíduos
de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano
reutilizáveis e recicláveis;
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:
III - atuar em parceria com cooperativas ou outras
I - adotar procedimentos para reaproveitar os
formas de associação de catadores de materiais
resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis provenientes dos
reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1º.
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
§ 4º Os consumidores deverão efetuar a devolução resíduos sólidos;
após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos
II - estabelecer sistema de coleta seletiva,
produtos e das embalagens a que se referem os incisos I a
priorizando a inclusão de catadores, inclusive,
VII do caput, e de outros produtos ou embalagens objeto de
responsabilizando-se pela implantação de Centros de
logística reversa, na forma do § 1º.
Triagem;
§ 5º Os comerciantes e distribuidores deverão
III - articular com os agentes econômicos e sociais
efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores
medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos
dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos na
resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis advindos dos
forma dos §§ 3º e 4º.
serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos
§ 6º Os fabricantes e os importadores darão sólidos;
destinação ambientalmente adequada aos produtos e às
IV - realizar as atividades definidas por acordo
embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito
setorial ou termo de compromisso na forma do § 7º do art.
encaminhado para a disposição final ambientalmente
33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;
adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente do
SISNAMA e, se houver, pelo plano municipal e/ou regional V - implantar sistema de compostagem para
de gestão integrada de resíduos sólidos. resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 15
econômicos e sociais formas de utilização do composto I - manter registro atualizado e facilmente acessível
produzido; de todos os procedimentos relacionados
VI - dar disposição final ambientalmente adequada à implementação e à operacionalização do plano previsto
aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de no caput;
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. II - informar anualmente ao órgão competente do
§ 1º Para o cumprimento do disposto nos incisos I a SISNAMA e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a
IV do caput, o titular dos serviços públicos de limpeza natureza e a destinação temporária ou final dos resíduos
urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a sob sua responsabilidade;
organização e o funcionamento de cooperativas ou de III - adotar medidas destinadas a reduzir o volume e
outras formas de associação de catadores de materiais a periculosidade dos resíduos sob sua responsabilidade,
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de bem como a aperfeiçoar seu gerenciamento;
baixa renda, bem como sua contratação. IV - informar imediatamente aos órgãos
§ 2º A contratação prevista no § 1º é dispensável de competentes sobre a ocorrência de acidentes ou outros
licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei nº sinistros relacionados aos resíduos perigosos.
8.666, de 21 de junho de 1993. § 3º Sempre que solicitado pelos órgãos
Art. 37. Os geradores de resíduos da construção competentes do SISNAMA e do SNVS, será assegurado
civil obrigam-se a atender às prioridades de uso produtivo acesso para inspeção das instalações e dos procedimentos
dos resíduos gerados, destinando-os a cadeia produtiva do relacionados à implementação e à operacionalização do
próprio setor ou setores afins. plano de gerenciamento de resíduos perigosos.
CAPÍTULO IV § 4o No caso de controle a cargo de órgão estadual
DOS RESÍDUOS PERIGOSOS do SISNAMA e do SNVS, as informações sobre o conteúdo,
a implementação e a operacionalização do plano previsto
Art. 38. A instalação e o funcionamento de
no caput serão repassadas ao Poder Público Municipal, na
empreendimento ou atividade que gere ou opere com
forma do regulamento.
resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou
licenciados pelas autoridades competentes se o Art. 41. No licenciamento ambiental de
responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e empreendimentos ou atividades que operem com resíduos
econômica, além de condições para prover os cuidados perigosos, o órgão licenciador do SISNAMA pode exigir a
necessários ao gerenciamento desses resíduos. contratação de seguro de responsabilidade civil por
danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública,
§ 1º Veda-se a concessão de licença ou autorização
observadas as regras sobre cobertura e os limites máximos
para atividades ou empreendimentos que gerem resíduos
de contratação estabelecidos pelo Conselho Nacional de
perigosos para os quais não existam, em âmbito estadual,
Seguros Privados – CNSP, assim como pelas regras
tecnologias e estrutura disponíveis para seu adequado
fixadas em regulamento.
gerenciamento, incluindo armazenamento, transporte,
tratamento e descarte final adequados. Parágrafo único. O disposto no caput considerará o
porte da empresa, conforme regulamento.
§ 2º As comunidades e populações potencialmente
impactadas pelos empreendimentos ou atividades que Art. 42. Sem prejuízo das iniciativas de outras
gerem ou operem com resíduos perigosos deverão ser esferas governamentais, o Governo Estadual e/ou
ouvidas e sua manifestação deve ser devidamente Municipal devem estruturar e manter instrumentos e
considerada para a concessão da licença ou autorização, atividades voltados para promover a descontaminação de
só podendo estas serem concedidas em desacordo com a áreas órfãs.
manifestação proferida após devida motivação. Parágrafo único. Se, após a descontaminação de
Art. 39. As pessoas jurídicas que operam com sítio órfão realizada com recursos do Governo Estadual ou
resíduos perigosos, em qualquer fase do seu do próprio município, forem identificados os responsáveis
gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro pela contaminação, estes ressarcirão integralmente o valor
Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos. empregado ao Poder Público.
§ 1º O cadastro previsto no caput, coordenado pelo CAPÍTULO V
órgão federal competente do SISNAMA, será implantado de DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
forma conjunta pelas autoridades federais, estaduais e Art. 43. O Poder Público Poderá instituir medidas
municipais. indutoras e linhas de financiamento para atender,
§ 2º O cadastro a que se refere o caput é parte prioritariamente, às iniciativas de:
integrante do Cadastro Técnico Federal de Atividades I - prevenção e redução da geração de resíduos
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos sólidos no processo produtivo;
Ambientais e do Sistema Estadual de Informações previsto
II - desenvolvimento de produtos com menores
no art. 12 desta Lei.
impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu
Art. 40. As pessoas jurídicas referidas no art. 39 ciclo de vida;
desta Lei, são obrigadas a elaborar plano de gerenciamento
III - implantação de infraestrutura física e aquisição
de resíduos perigosos e submetê-lo ao órgão competente
de equipamentos para cooperativas ou outras formas de
do SISNAMA e, se couber, do SNVS, observado o conteúdo
associação de catadores de materiais reutilizáveis e
mínimo estabelecido no art. 21 desta Lei, e demais
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;
exigências previstas em regulamento ou em normas
técnicas. IV - desenvolvimento de projetos de gestão dos
resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou regional, nos
§ 1º O plano de gerenciamento de resíduos
termos do inciso I do art. 11 e do § 2º do art. 18 desta Lei;
perigosos a que se refere o caput deverá estar inserido no
plano de gerenciamento de resíduos a que se refere o art. V - estruturação de sistemas de coleta seletiva e de
20 desta Lei. logística reversa;
§ 2º Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 39 VI - recuperação de áreas contaminadas, inclusive
desta Lei: as áreas órfãs;

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16 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
VII - desenvolvimento de pesquisas voltadas para VI - remuneração adequada do capital investido
tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos; pelos prestadores dos serviços contratados;
VIII - desenvolvimento de sistemas de gestão VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e
ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de qualidade,
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos. continuidade e segurança na prestação dos serviços; e
Art. 44. O Estado e os municípios, no âmbito de VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos
suas competências, poderão instituir normas com o objetivo serviços.
de conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditícios, § 1º Poderão ser adotados subsídios tarifários e/ou
respeitadas as limitações da Lei Complementar nº 101, não tarifários para os geradores de resíduos sólidos e
de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a: localidades que não tenham capacidade de pagamento ou
I - indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos
tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos serviços.
no território do Estado do Ceará, garantindo-se prioridade § 2º Os subsídios necessários ao atendimento de
na concessão de benefícios para as cooperativas e geradores e localidades de baixa renda, de acordo com as
associações de catadores; características dos beneficiários e com a origem dos
II - projetos relacionados à responsabilidade pelo recursos, serão:
ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com I - diretos, quando destinados a geradores
cooperativas ou outras formas de associação de catadores determinados, ou indiretos, quando destinados ao prestador
de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por dos serviços;
pessoas físicas de baixa renda;
II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária;
III - empresas dedicadas à limpeza urbana e as
III - fiscais, quando decorrerem da alocação de
atividades a ela relacionadas.
recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções;
Art. 45. O Estado do Ceará, mediante lei específica,
IV - internos a cada titular ou entre localidades, nas
adotará mecanismos de desoneração total ou parcial da
hipóteses de gestão associada e de prestação regional.
carga tributária, com a finalidade de estimular
atividades econômicas relacionadas à reciclagem de Art. 49. Os consórcios públicos constituídos, nos
resíduos sólidos, atendida a função extrafiscal do Imposto termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, com o
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, têm
e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS. prioridade na obtenção dos incentivos ambientais
instituídos pelo Governo do Estado do Ceará.
Art. 46. A remuneração pela prestação de serviço
público de manejo de resíduos sólidos urbanos deverá levar Parágrafo único. Para obtenção de recursos do
em conta a adequada destinação dos resíduos coletados, Estado do Ceará, serão priorizadas as municipalidades que
bem como poderá considerar: delegarem, diretamente ou mediante os consórcios
públicos, a regulação dos serviços públicos de limpeza
I - características dos lotes urbanos e áreas neles
urbana e manejo de resíduos sólidos à Agência Reguladora
edificadas;
de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará –
II - peso ou volume médio coletado por habitante ou ARCE, que poderá prever compartilhamento de atribuições
por domicílio; de fiscalização direta e indireta, nos termos da Lei Federal
III – composição e característica do resíduo sólido; nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, e das Leis Estaduais nº
IV - categorias de geradores, distribuídas por faixas 12.786, de 30 de dezembro de 1997, e 14.394, de 7 de julho
ou quantidades crescentes de geração de resíduos sólidos; de 2009.
V - custo mínimo necessário para disponibilidade do Art. 50. A transferência voluntária de recursos
serviço em quantidade e qualidade adequadas; públicos estaduais será feita em conformidade com os
instrumentos da Política Estadual de Resíduos Sólidos, no
VI - capacidade de pagamento dos geradores de
que diz respeito aos planos, e condicionada:
resíduos sólidos; ou
I - à observância do disposto nos arts. 17, 18 e
VII - mecanismos econômicos de incentivo à
19 desta Lei;
minimização da geração de resíduos e à recuperação dos
resíduos gerados. II - ao alcance de índices mínimos de:
Art. 47. Os serviços públicos de limpeza urbana e de a) desempenho do prestador na gestão técnica,
manejo de resíduos sólidos urbanos terão sustentabilidade econômica e financeira dos serviços;
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, b) eficiência e eficácia dos serviços, ao longo da vida
mediante remuneração que permita recuperação dos útil do empreendimento, considerada suas diversas etapas
custos dos serviços prestados em regime de eficiência. de implantação e operação; e
Art. 48. A instituição de taxas ou tarifas e outros III - a adequada operação e manutenção dos
preços públicos observará as seguintes diretrizes: empreendimentos anteriormente financiados com recursos
I - prioridade para atendimento das funções mencionados no caput.
essenciais relacionadas à saúde pública; § 1º A exigência prevista na alínea “a” do inciso II
II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades do caput não se aplica à destinação de recursos para
de baixa renda aos serviços; programas de desenvolvimento institucional do operador de
serviços públicos de saneamento básico.
III - geração dos recursos necessários para
realização dos investimentos, visando ao cumprimento das § 2º Os índices mínimos de desempenho do
metas e objetivos do planejamento; prestador previstos na alínea “a” do inciso II do caput, bem
como os utilizados para aferição da adequada operação e
IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício
manutenção de empreendimentos previstos no inciso III
de recursos;
do caput deverão considerar aspectos característicos das
V - recuperação dos custos incorridos na prestação regiões respectivas.
do serviço, em regime de eficiência;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 17
Art. 51. O atendimento ao disposto neste Capítulo Art. 58. Fica instituído o Sistema de Informações em
será efetivado em consonância com a Lei Complementar nº Saneamento do Estado do Ceará - SISANCE, o qual será
101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como regulamentado por ato do Poder Público Estadual.
com as diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual, Art. 59. A inexistência do regulamento previsto no §
as metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes 3º do art. 21 não obsta a atuação, nos termos desta Lei, das
orçamentárias e no limite das disponibilidades propiciadas cooperativas ou outras formas de associação de catadores
pelas leis orçamentárias anuais. de materiais reutilizáveis e recicláveis.
CAPÍTULO VI Art. 60. Sem prejuízo da obrigação de,
DAS PROIBIÇÕES independentemente da existência de culpa, reparar os
Art. 52. São proibidas as seguintes formas de danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou
destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei
rejeitos: ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções
previstas em lei, em especial às fixadas na Lei nº 9.605, de
I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer
12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções
corpos hídricos;
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
II - lançamento in natura a céu aberto, incluindo os lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em
resíduos da construção civil, observadas as normas seu regulamento.
técnicas vigentes;
Art. 61. A observância do disposto no caput do art.
III - queima a céu aberto ou em recipientes, 21 e no § 2º do art. 37 desta Lei é considerada obrigação
instalações e equipamentos não licenciados para essa de relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da
finalidade; Lei nº 9.605, 12 de fevereiro de 1998, sem prejuízo da
IV – lançamento de resíduos cujo tratamento aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal e
ambiental não tenha obedecido às normas vigentes, sob administrativa.
pena de aplicação de multa; Art. 62. A disposição final ambientalmente
V - outras formas vedadas pelo Poder Público. adequada dos rejeitos, observado o disposto no § 1º do art.
§ 1º Quando decretada emergência sanitária, a 9º desta Lei, deverá estar em consonância com o prazo
queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde estipulado no art. 54 da Lei Federal nº 12.305, de 2 de
que autorizada e acompanhada pelos órgãos competentes agosto de 2010, bem como suas alterações.
do SISNAMA, do SNVS e, quando couber, do SUASA. Art. 63. O disposto no art. 18 desta Lei, deverá estar
§ 2o Assegurada a devida impermeabilização, as em consonância com o prazo estipulado no art. 18 da Lei nº
bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou 12.305, de 2 de agosto de 2010, bem como suas
de mineração, devidamente licenciadas pelo órgão alterações.
competente do SISNAMA, não são consideradas corpos Art. 64. A logística reversa relativa aos produtos de
hídricos para efeitos do disposto no inciso I do caput. que tratam os incisos I ao VII do caput do art. 33 desta Lei,
Art. 53. São proibidas, nas áreas de disposição final será implementada progressivamente segundo
de rejeitos, as seguintes atividades: cronograma estabelecido em regulamento.
I - utilização dos rejeitos dispostos para fins de Art. 65. (Revogado pela Lei n.º 17.377, de 2020)
alimentação; Art. 66. O Poder Executivo regulamentará esta Lei.
II - catação, observado o disposto no inciso V do art. Art. 67. Esta Lei entra em vigor na data de sua
17; publicação.
III - criação de animais domésticos; Art. 68. Ficam revogadas as disposições em
IV - fixação de habitações temporárias ou contrário, em especial a Lei Estadual nº 13.103, de 24 de
permanentes; janeiro de 2001.
V - outras atividades vedadas pelo Poder Público. PALÁCIO DAABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO
DO CEARÁ, em Fortaleza, 20 de junho de 2016.
Art. 54. É proibida a importação de resíduos sólidos
Camilo Sobreira de Santana
perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas
características causem dano ao meio ambiente, à saúde GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para
tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação,
sob pena de responsabilização penal e administrativa, de
acordo com a legislação aplicável.
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 55. A Política Estadual de Resíduos Sólidos
seguirá o planejamento da regionalização integrada de
resíduos sólidos que será regulamentada.
Art. 56. As atividades de coprocessamento de
resíduos no Estado do Ceará devem ser asseguradas pelo
agente responsável pela produção com emissões para
atmosfera com metas progressivamente restritivas em seus
padrões de emissão de gases com vistas a uma crescente
qualidade ambiental do ar.
Art. 57. O Estado deverá articular-se com os
municípios no sentido de desenvolver ações de correção
e/ou mitigação dos passivos gerados por disposições de
rejeitos.

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18 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
familiares rurais, em conformidade com a Lei Federal nº
11.326, de 24 de julho de 2006.
LEI 14.882/2011 (DISPÕE SOBRE Art. 5º O licenciamento ambiental de atividades ou
PROCEDIMENTOS AMBIENTAIS empreendimentos não previstas no art. 4º desta Lei, será
SIMPLIFICADOS PARA IMPLANTAÇÃO E feito de forma simplificada quando se tratar de
empreendimentos e/ou atividades de porte micro com
OPERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS potencial poluidor degradador baixo, nos termos da
E/OU ATIVIDADES DE PORTE MICRO Resolução COEMA nº 8, de 15 de abril de 2004.
COM POTENCIAL POLUIDOR Art. 6º Estão sujeitos ao licenciamento ambiental
DEGRADADOR BAIXO) simplificado os seguintes empreendimentos e/ou
atividades:
Dispõe sobre procedimentos ambientais I - passagem molhada com barramento de recurso
simplificados para implantação e operação de hídrico, independente de sua extensão;
empreendimentos e/ou atividades de porte micro
com potencial poluidor degradador baixo. II - passagem molhada sem barramento com
extensão acima de 50,0 m;
O Governador do Estado do Ceará.
III - habitação de interesse social em área urbana
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e não consolidada, excluindo-se as Áreas de Preservação
eu sanciono a seguinte Lei: Permanente definidas em lei;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre procedimentos IV - atividade agroindustrial familiar de leite e carne;
ambientais simplificados para implantação e operação de
empreendimentos e/ou atividades de porte micro com V - atividades artesanais que utilizem matéria prima
potencial degradador baixo e adota outras providências. de origem florestal;
Art. 2º Os empreendimentos e/ou atividades de VI - atividades de agroindústria desenvolvidas por
porte micro com potencial poluidor degradador baixo que agricultor familiar e empreendedor familiar rural, na forma
promovam a melhoria de qualidade de vida da população da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006.
estão sujeitos ao licenciamento simplificado por Parágrafo único. A localização, implantação e
autodeclaração junto ao órgão ambiental estadual operação de aterros sanitários de pequeno porte, estão
competente, sem prejuízo do licenciamento municipal. sujeitos ao licenciamento ambiental simplificado em
Art. 3º O licenciamento simplificado por conformidade com a Resolução nº 404/2008 do CONAMA.
autodeclaração consiste em fase unificada de emissão das Art. 7º O Governador do Estado submeterá à
licenças, podendo ser concedidas por certificação digital apreciação e aprovação do Colegiado do Conselho de
baseada em cadastro com informações técnicas e Políticas e Gestão de Meio Ambiente-CONPAM, as
ambientais prestadas pelo interessado e definidas em propostas dos empreendimentos e/ou atividades públicos
Resolução do COEMA. ou privados estratégicos para o Estado.
Parágrafo único. A concessão da licença ambiental Art. 8º A licença ambiental para os
simplificada decorrente da autodeclaração do empreendimentos e/ou atividades públicos ou privados,
empreendimento ou atividade como de porte micro com considerados estratégicos para o Estado, será emitida pelo
potencial degradador baixo é de responsabilidade da órgão ambiental competente - SEMACE, após emissão de
SEMACE. parecer de grupo técnico multidisciplinar e sua aprovação
Art. 4º Ficam sujeitos ao licenciamento simplificado pelo COEMA.
por autodeclaração os seguintes empreendimentos e/ou § 1º Cabe ao Presidente do Conselho de Políticas e
atividades: Gestão do Meio Ambiente - CONPAM, instituir por meio de
I - estação de tratamento de água-ETA, com simples Portaria o grupo técnico a que se refere o caput deste artigo.
desinfecção; § 2º O grupo técnico multidisciplinar será constituído
II - sistema de abastecimento de água com simples por técnicos da SEMACE, de acordo com a natureza do
desinfecção; empreendimento e/ou atividade, podendo contar com a
participação de profissionais especializados sempre que as
III - passagem molhada sem barramento de recurso especificidades do empreendimento assim demandar.
hídrico, com extensão de até 50,0 m;
§ 3º Cabe ao COEMA, por meio de Resolução,
IV - habitação de interesse social com até 50,0 estabelecer os procedimentos para a constituição e
unidades habitacionais, respeitando-se as Áreas de funcionamento dos grupos técnicos multidisciplinares
Preservação permanente definidas em lei pertinente; previstos no caput deste artigo.
V - habitação de interesse social acima de 50,0 Art. 9º Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado
unidades habitacionais implantadas em áreas urbanas a editar os atos normativos que se fizerem necessários à fiel
consolidadas, respeitando-se as Áreas de Preservação execução desta Lei.
Permanente já definidas em lei;
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua
VI - restauração de vias e estradas de rodagem; publicação.
VII - atividades de pesca artesanal; Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.
VIII - atividades artesanais que não utilizem matéria PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO DO
prima de origem florestal; CEARÁ, em Fortaleza, 27 de janeiro de 2011.
IX - atividades de extrativismo realizada por Domingos Gomes de Aguiar Filho
comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas; GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ EM
X - implantação de sistema agroflorestais e/ou EXERCÍCIO
práticas agroecológicas;
XI - custeio e investimento agropecuário
direcionados à agricultura familiar e empreendimentos

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 19
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os
LEI COMPLEMENTAR Nº 231/2021 padrões ambientais estabelecidos;
(SISTEMA ESTADUAL DO MEIO IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito
AMBIENTE) público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
por atividade causadora de degradação ambiental;
Institui o Sistema Estadual do Meio Ambiente -
SIEMA, e o Fundo Estadual do Meio Ambiente - V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas
FEMA, reformula a política estadual do meio interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
ambiente. territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora.
O Governador do Estado do Ceará
Art. 4º O Sistema Estadual de Meio Ambiente
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e
orientar-se-á para a recuperação, preservação da qualidade
eu sanciono a seguinte Lei:
ambiental, visando ao desenvolvimento socioeconômico,
TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS dentro de parâmetros que assegurem a dignidade humana
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Estadual do Meio e a proteção à natureza.
Ambiente - SIEMA, e o Fundo Estadual do Meio Ambiente - TÍTULO II - DO SISTEMA ESTADUAL DO MEIO
FEMA, reformula a Política Estadual do Meio Ambiente, AMBIENTE - SIEMA
define competências e responsabilidades de órgãos e
CAPÍTULO I - DOS ÓRGÃOS DO SISTEMA ESTADUAL
entidades estaduais e dispõe sobre medidas de eficiência
DO MEIO AMBIENTE
administrativa com foco no modelo de gestão por
resultados. Art. 5º Os órgãos e as entidades da administração
pública direta e indireta do Estado e dos municípios
Art. 2º A Política Estadual do Meio Ambiente
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade
compreende o conjunto de diretrizes administrativas e
ambiental constituem o Sistema Estadual do Meio Ambiente
técnicas destinadas a orientar a ação governamental no
- SIEMA, estruturado nos seguintes termos:
campo da utilização racional, conservação e preservação
do ambiente que, em consonância com a Política Nacional I - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
do Meio Ambiente, atenderá aos seguintes princípios: Estadual do Meio Ambiente - COEMA;
I - manutenção do equilíbrio ecológico, considerando II - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente do
o meio ambiente como um patrimônio público a ser Ceará - SEMA;
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o III - órgãos executores: a Secretaria do Meio
uso coletivo; Ambiente do Ceará - SEMA, a Superintendência Estadual
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da do Meio Ambiente - SEMACE e a Polícia Militar do Ceará -
água e do ar; PMCE, por intermédio da unidade policial militar
responsável pelo policiamento ambiental;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos
ambientais; IV - órgão julgador de última instância: a Câmara
Recursal de Infrações Ambientais - CRIA;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação
de áreas representativas; V - órgãos setoriais: unidades administrativas da
Administração Direta ou Indireta do Estado do Ceará
V - controle e zoneamento das atividades potenciais
responsáveis por auxiliar na execução das políticas de meio
ou efetivamente poluidoras;
ambiente; e
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias
VI - órgãos locais: os órgãos, as entidades e os
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos
consórcios municipais responsáveis pelo planejamento ou
ambientais;
execução das políticas ambientais nas suas respectivas
VII - acompanhamento do estado da qualidade circunscrições, nos termos da Lei Complementar nº
ambiental; 140/2011.
VIII - recuperação de áreas degradadas; § 1º Os órgãos do Sistema Estadual de Meio
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; Ambiente - SIEMA devem buscar a uniformidade na
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, interpretação da legislação e a disponibilização das
inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá- informações constantes nos respectivos bancos de dados,
la para participação ativa na defesa do meio ambiente; visando ao funcionamento harmonioso do sistema.
XI - proteção das espécies de fauna e flora. § 2º Os órgãos do Sistema Estadual de Meio
Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se Ambiente - SIEMA devem realizar capacitação e avaliação
por: contínua e periódica para o conjunto dos seus servidores.
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, CAPÍTULO II - DO ÓRGÃO CONSULTIVO E
influências e interações de ordem física, química e DELIBERATIVO
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as Seção I - Do Conselho Estadual do Meio Ambiente -
suas formas; COEMA
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração Art. 6º O COEMA integra o Sistema Estadual do
adversa das características do meio ambiente; Meio Ambiente e tem por finalidade assessorar o Chefe do
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental Poder Executivo em assuntos de política de proteção
resultante de atividades que direta ou indiretamente: ambiental, competindo-lhe especialmente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar I - colaborar com o Sistema Estadual do Meio
da população; Ambiente, além de outros órgãos públicos e privados no
desenvolvimento das políticas ambientais do Estado;
b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas; II - sugerir ao Chefe do Poder Executivo medidas
destinadas a garantir o equilíbrio do meio ambiente do
c) afetem desfavoravelmente a biota; Estado;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do
meio ambiente;
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20 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
III - estimular a realização de campanhas educativas, X - propor, revisar e atualizar a legislação pertinente
para mobilização da opinião pública, em favor da educação ao sistema ambiental do Estado;
ambiental e a preservação do meio ambiente; XI - coordenar o Sistema Estadual do Meio
IV - promover e estimular a celebração de convênios, Ambiente;
ajustes e acordos, com entidades públicas e privadas para XII - analisar e acompanhar as políticas públicas
execução de atividades ligadas à política do meio ambiente; setoriais que tenham impacto no meio ambiente;
V - coordenar, em comum acordo com a Secretaria XIII - articular e coordenar os planos e as ações
do Meio Ambiente do Estado a implantação e execução da relacionados à área ambiental;
Política Estadual do Meio Ambiente;
XIV - fiscalizar e aplicar sanções administrativas
VI - estabelecer normas, critérios e padrões relativos quando a infração ambiental atingir Unidades de
ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente Conservação Estaduais, Zona de Amortecimento e Zona de
(natural e construído) com vistas à utilização, preservação Entorno, em formulário único do Estado, e encaminhá-los à
e conservação dos recursos ambientais; SEMACE, para julgamento do correspondente processo
VII - sugerir aos organismos públicos estaduais, em administrativo;
caráter geral ou condicional, que imponham aos XV - exercer outras atribuições necessárias ao
degradadores do ambiente a perda ou restrição de cumprimento de suas finalidades.
benefícios fiscais concedidos, bem como a perda ou
Parágrafo único. O Conselho Estadual do Meio
suspensão da participação em linhas de financiamentos de
Ambiente - COEMA, instituído pela Lei nº 11.411, de 28 de
estabelecimentos estaduais de crédito;
dezembro de 1987, e modificado pela Lei nº 12.910, de 9 de
VIII - apreciar o parecer técnico de qualquer obra ou junho de 1999, fica vinculado à Secretaria do Meio
atividade pública ou privada, para as quais a Ambiente.
Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE
CAPÍTULO IV - DOS OUTROS ÓRGÃOS EXECUTORES
exija Estudo de Impacto Ambiental, nos termos do art. 264
da Constituição do Estado do Ceará; Seção I - Da Superintendência Estadual do Meio
Ambiente - SEMACE
IX - sugerir à SEMACE a suspensão das atividades
poluidoras, contaminadoras e degradadoras do ambiente; Art. 8º A Superintendência Estadual do Meio
Ambiente - SEMACE tem por finalidade executar a política
X - sugerir ao Poder Executivo projetos de lei e
estadual do meio ambiente, cumprindo e fazendo cumprir
decretos que versem sobre a política do meio ambiente;
as normas estaduais e federais de proteção, recuperação,
XI - estimular e colaborar com a criação dos controle e utilização racional dos recursos ambientais,
Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente - competindo-lhe:
CONDEMAs;
I - executar a Política Estadual de Meio Ambiente do
XII - decidir sobre assuntos encaminhados à sua Ceará, dando cumprimento às normas estaduais e federais
apreciação pela Secretaria-Executiva do Colegiado; de proteção, controle e utilização racional dos recursos
XIII - executar outras atividades correlatas. ambientais;
Parágrafo único. Fica vedada a atuação de II - estabelecer critérios e padrões de qualidade
conselheiro quando este encontrar-se em situação de ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de
conflito de interesses privados. recursos ambientais;
CAPÍTULO III - DO ÓRGÃO CENTRAL E EXECUTOR III - administrar o licenciamento de atividades
Seção I - Da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - potenciais e efetivamente poluidoras do Estado do Ceará;
SEMA IV - controlar a qualidade ambiental do Estado,
Art. 7º A Secretaria do Meio Ambiente do Ceará - mediante levantamento e permanente monitoramento dos
SEMA, integrante do Sistema Estadual do Meio Ambiente, recursos ambientais;
tem por incumbência implementar as políticas ambientais V - exercer o controle das fontes de poluição, de
no Estado do Ceará, competindo-lhe, nos termos do art. 44, forma a garantir o cumprimento dos padrões de emissão
da Lei nº 16.710, de 2018: estabelecidos;
I - elaborar, planejar, implementar, executar e VI - promover ações de recuperação ambiental;
monitorar a política ambiental do Estado; VII - realizar ações de controle e desenvolvimento
II - elaborar, planejar e implementar a política de florestal;
resíduos sólidos do Estado; VIII - exercer o poder de polícia em matéria
III - elaborar, planejar e implementar a política de ambiental, aplicando medidas acauteladoras e sanções
fauna e flora do Estado; administrativas, em decorrência da prática de infrações
IV - elaborar, planejar e implementar a política de administrativas ambientais;
mudanças climáticas do Estado; IX - propor as normas técnicas e administrativas
V - elaborar, planejar e implementar a política de necessárias à regulamentação da Política Estadual de Meio
educação ambiental do Estado; Ambiente ao Conselho Estadual do Meio Ambiente;
VI - promover a articulação interinstitucional de X - promover pesquisas e estudos técnicos no
cunho ambiental nos âmbitos federal, estadual e municipal; âmbito da proteção ambiental, concorrendo para o
desenvolvimento da tecnologia nacional;
VII - propor, criar e gerir as Unidades de
Conservação sob jurisdição estadual; XI - desenvolver programas educativos que
concorram para melhorar a compreensão social dos
VIII - coordenar planos, programas e projetos de
programas ambientais;
educação ambiental;
XII - celebrar convênios, ajustes, acordos e contratos
IX - fomentar a captação de recursos financeiros por
com entidades públicas e privadas, nacionais ou
meio da celebração de convênios, ajustes e acordos, com
internacionais buscando eficiência na execução de
entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais,
atividades ligadas aos seus objetivos;
para a implementação da política ambiental do Estado;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 21
XIII - celebrar termos de ajustamento de conduta e III - apoiar os órgãos envolvidos com a defesa e
termos de compromisso, nas hipóteses previstas na preservação do meio ambiente, garantindo-lhes o exercício
legislação; do poder de polícia de que são detentores, observadas as
XIV - emitir pareceres, com base em análise prévia determinações emanadas dos escalões superiores da
de projetos específicos e laudos técnicos; Polícia Militar;
XV - conduzir os processos de licenciamento IV - articular-se com a SEMACE e SEMA no
ambiental de competência estadual e expedir as planejamento de ações de fiscalização e no atendimento de
respectivas licenças e autorizações ambientais, denúncias;
determinando a realização e aprovando os estudos prévios V - estimular condutas ambientalmente adequadas
de impacto ambiental, após deliberação do COEMA, nos para a população;
termos do art. 264 da Constituição do Estado do Ceará, VI - estabelecer diretrizes de ação e atuação das
quando couber; subunidades de policiamento ambiental observadas as
XVI - elaborar manuais e instruções normativas determinações emanadas dos escalões superiores da
relativas às atividades de licenciamento, autorização e Polícia Militar;
fiscalização ambientais, visando à padronização dos VII - estabelecer, em conjunto com os órgãos de
procedimentos administrativos e técnicos; meio ambiente do Estado, os locais de atuação das
XVII - implementar sistemas informatizados de unidades de policiamento ambiental, observadas as
controle ambiental, dentre os quais aqueles decorrentes do determinações emanadas dos escalões superiores da
licenciamento ambiental, da gestão florestal e das Polícia Militar;
autuações ambientais; VIII - propor a criação ou a ampliação de
XVIII - fiscalizar e monitorar o cumprimento das subunidades de policiamento ambiental;
condicionantes determinadas no procedimento de IX - estabelecer a subordinação das unidades de
licenciamento ambiental; policiamento ambiental;
XIX - elaborar, executar e controlar ações, projetos, X - desenvolver a modernização administrativa e
programas e pesquisas relacionados aos objetivos da operacional das subunidades de policiamento ambiental;
instituição;
XI - captar recursos financeiros por meio da
XX - executar e apoiar, de forma articulada com os celebração de convênios, ajustes e acordos, com entidades
demais órgãos do SIEMA, as atividades de fiscalização públicas, privadas e nacionais, para a implementação da
ambiental de competência estadual; política ambiental do Estado;
XXI - articular-se com a Polícia Militar do Ceará - XII - fomentar a educação ambiental em articulação
PMCE, por intermédio da unidade policial militar com a Secretaria do Meio Ambiente - SEMA;
responsável pelo policiamento ambiental no planejamento
XIII - propor a realização de cursos de
de ações de fiscalização, no atendimento de denúncias e
aperfeiçoamento técnico, na área de policiamento
na administrativo fiscalizatório;
ambiental, dentro e fora da corporação;
XXII - fiscalizar e aplicar sanções administrativas,
XIV - exercer outras atribuições necessárias ao
lavrando auto de infração em formulário único do Estado;
cumprimento de suas finalidades.
XXIII - realizar julgamentos em primeira instância
CAPÍTULO V - DO ÓRGÃO JULGADOR DE ÚLTIMA
das sanções administrativas aplicadas pelos agentes
INSTÂNCIA
estaduais;
Seção I - Da Câmara Recursal de Infrações Ambientais
XXIV - ingressar em juízo para obrigar o infrator a
- CRIA
cumprir a determinação, após estarem esgotadas as
medidas administrativas para fazer cumprir a lei; Art. 10. Fica criada a Câmara Recursal de Infrações
Ambientais - CRIA, como última instância recursal,
XXV - coordenar o Cadastro Técnico Estadual de
competindo-lhe julgar os processos administrativos
Atividades Potencialmente Poluidoras de Recursos
infracionais, após decisão em primeira instância pela
Naturais;
SEMACE, quando houver recurso interposto, conforme rito
XXVI - elaborar relatório de suas atividades, nele procedimental estabelecido em norma específica.
destacando o cumprimento da política de meio ambiente e
Art. 11. Compõem a Câmara Recursal de Infrações
dos recursos florestais;
Ambientais - CRIA os seguintes membros:
XXVII - promover o planejamento, monitoramento e
I - 1 (um) representante da SEMACE, e seu
apoio técnico à fiscalização ambiental no Estado, a ser
respectivo suplente;
executada pela unidade policial militar responsável pelo
policiamento ambiental; II - 1 (um) representante do Batalhão de Polícia de
Meio Ambiente da Polícia Militar do Ceará - PMCE, e seu
XXVIII - exercer outras atribuições necessárias ao
respectivo suplente;
cumprimento de suas finalidades.
III - 1 (um) representante da Secretaria do Meio
Seção II - Da Polícia Militar do Ceará - PMCE, por
Ambiente, e seu respectivo suplente.
intermédio da unidade de Polícia Militar responsável pelo
policiamento ambiental Parágrafo único. Todos os membros serão indicados
pelos seus respectivos representantes legais, por meio de
Art. 9º A unidade policial militar responsável pelo
instrumento interno próprio.
policiamento ambiental, além de executar as competências
estabelecidas na Constituição do Estado, tem as seguintes Art. 12. A Câmara Recursal de Infrações Ambientais
atribuições: será presidida pelo representante da SEMA.
I - exercer o policiamento do meio ambiente na área Art. 13. O julgamento pela CRIA será público,
de fiscalização ambiental; ressalvado aquele de processo com sigilo industrial.
II - aplicar sanções administrativas ambientais, em Art. 14. A Câmara Recursal de Infrações Ambientais
formulário único do Estado, e encaminhá-lo à SEMACE, será regulamentada em norma específica.
para julgamento do correspondente processo CAPÍTULO VI - DOS ÓRGÃOS LOCAIS
administrativo;
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22 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
Art. 15. Os órgãos, as entidades e os consórcios XIX - viabilizar consórcios municipais quando
municipais responsáveis pelo planejamento ou execução necessários à gestão ambiental municipal;
das políticas ambientais nas suas respectivas XX - exercer outras atribuições necessárias ao
circunscrições, nos termos da Lei Complementar nº cumprimento de suas finalidades.
140/2011 , têm como atribuições:
TÍTULO III - DO FUNDO ESTADUAL DE MEIO
I - executar a política municipal de meio ambiente, AMBIENTE - FEMA
dando cumprimento às normas municipais, estaduais e
Art. 16. Fica criado o Fundo Estadual do Meio
federais de proteção, controle e utilização racional dos
Ambiente - FEMA, vinculado à SEMA, com a finalidade de
recursos ambientais;
reunir recursos em prol do desenvolvimento de projetos e
II - estabelecer critérios e padrões de qualidade políticas que visem à conservação da biodiversidade, o uso
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de racional e sustentável de recursos ambientais, incluindo a
recursos ambientais no âmbito municipal; manutenção, a melhoria ou a recuperação da qualidade
III - administrar o licenciamento de atividades de ambiental, objetivando elevar a qualidade de vida da
impacto local, conforme Resolução do Conselho Estadual população.
de Meio Ambiente; § 1º Constituem receitas do Fundo Estadual do Meio
IV - controlar a qualidade ambiental do município, Ambiente - FEMA:
mediante levantamento e permanente monitoramento dos I - dotações orçamentárias a ele destinadas;
recursos ambientais;
II - créditos adicionais suplementares a ele
V - exercer o controle das fontes de poluição, de destinados;
forma a garantir o cumprimento dos padrões de emissão
III - indenizações por infrações à legislação
estabelecidos no âmbito municipal;
ambiental;
VI - promover ações de recuperação ambiental, no
IV - receitas advindas das multas aplicadas, após a
âmbito municipal;
publicação desta Lei, pelos órgãos estaduais de
VII - exercer o poder de polícia em matéria fiscalização do Sistema Estadual do Meio Ambiente -
ambiental, no âmbito municipal, aplicando medidas SIEMA;
acauteladoras e sanções administrativas, em decorrência
V - 50% (cinquenta por cento) da receita advinda da
da prática de infrações administrativas ambientais;
multa aplicada pelos órgãos estaduais de fiscalização do
VIII - propor as normas técnicas e administrativas Sistema Estadual do Meio Ambiente - SIEMA, com
necessárias à regulamentação da política municipal de fundamento no caput e §§ do art. 11 da Lei Complementar
meio ambiente aos Conselhos Municipais de Defesa do nº 162, de 2016;
Meio Ambiente - CONDEMAs;
VI - receitas advindas de Créditos de Carbono;
IX - desenvolver programas educativos que
VII - os recursos provenientes de empréstimos,
concorram para melhorar a compreensão social dos
repasses, doações, subvenções, auxílios, contribuições,
programas ambientais, no âmbito municipal;
legados ou quaisquer outras transferências, a qualquer
X - celebrar convênios, ajustes, acordos e contratos título, de pessoas físicas ou jurídicas nacionais,
com entidades públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras ou internacionais, de direito público ou privado,
internacionais buscando eficiência na execução de diretamente ou por meio de contratos, convênios e
atividades ligadas aos seus objetivos, no âmbito municipal; congêneres, destinados especificamente ao FEMA;
XI - celebrar termos de ajustamento de conduta e VIII - rendimento de qualquer natureza derivado da
termos de compromisso, nas hipóteses previstas na aplicação ou alienação de seu patrimônio;
legislação;
IX - operações de crédito realizadas com o fim
XII - emitir pareceres, com base em análise prévia específico de atender às despesas vinculadas ao Fundo;
de projetos específicos e laudos técnicos, no âmbito
X - os rendimentos de aplicações financeiras dos
municipal;
recursos provenientes da Compensação Ambiental;
XIII - conduzir os processos de licenciamento
XI - outras receitas eventuais.
ambiental de competência municipal e expedir as
respectivas licenças e autorizações ambientais, § 2º O não recolhimento do valor das multas, na
determinando, quando couber, a realização e aprovação forma e nos prazos especificados, implicará a inscrição do
dos estudos prévios de impacto ambiental; respectivo débito na dívida ativa e sua cobrança judicial,
sem prejuízo da correspondente inclusão no Cadastro de
XIV - elaborar manuais e instruções normativas
Inadimplência da Fazenda Pública Estadual - CADINE,
relativas às atividades de licenciamento, autorização e
conforme dispõe o inciso II do § 1º do art. 2º da Lei nº
fiscalização ambientais, visando à padronização dos
12.411, de 1995.
procedimentos administrativos e técnicos, no âmbito
municipal; § 3º Os valores das multas inscritas na dívida ativa e
recolhidas por meio de cobrança judicial integrarão os
XV - implementar sistemas informatizados de
recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente - FEMA.
controle ambiental, dentre os quais aqueles decorrentes do
licenciamento ambiental municipal e das autuações § 4º No mínimo, 50% (cinquenta por cento) da
ambientais; receita anual do FEMA serão destinados aos Órgãos
Central e Executores do SIEMA.
XVI - fiscalizar e monitorar o cumprimento das
condicionantes determinadas no procedimento de § 5º Os recursos do Fundo Estadual do Meio
licenciamento ambiental, no âmbito municipal; Ambiente - FEMA serão depositados obrigatoriamente em
conta especial de titularidade do Fundo, mantida em
XVII - elaborar, executar e controlar ações, projetos,
agência de estabelecimento bancário oficial.
programas e pesquisas relacionadas aos objetivos da
instituição municipal; § 6º Os recursos de responsabilidade do Estado
destinados ao FEMA serão a ele repassados
XVIII - executar e apoiar, de forma articulada com os
automaticamente, à medida que forem sendo constituídas
demais órgãos do SIEMA, as atividades de fiscalização
as receitas, e serão depositados, obrigatoriamente, em
ambiental de competência municipal;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 23
conta especial, a ser mantida em agência de II - evitar a duplicidade de ações e o desperdício de
estabelecimento bancário oficial. recursos na obtenção de dados geoespaciais pelos órgãos
§ 7º O saldo financeiro do FEMA, apurado por meio da administração pública, por meio da divulgação dos
do balanço anual geral, será transferido automaticamente à metadados relativos a esses dados disponíveis nas
conta desse Fundo para utilização no exercício seguinte. entidades e nos órgãos públicos das esferas estadual e
municipal.
§ 8º O orçamento do Fundo integrará o orçamento
do órgão ao qual se vincula. Art. 20. A Lei nº 16.710, de 2018, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
§ 9º O Poder Executivo promoverá os ajustes nos
instrumentos legais de planejamento, Plano Plurianual e Lei "Art. 44. Compete à Secretaria do Meio Ambiente:
Orçamentária Anual, necessários à implementação do .....
objeto desta Lei, obedecendo à legislação pertinente. XVI - elaborar, planejar, implementar, executar e
Art. 17. Fica criado o Conselho Estadual Gestor do monitorar a política ambiental do Estado;
Fundo Estadual do Meio Ambiente, com sede na Capital do XVII - elaborar, planejar e implementar a política de
Estado do Ceará, composto pelos seguintes membros: resíduos sólidos do Estado;
I - 1 (um) membro da Secretaria do Meio Ambiente - XVIII - elaborar, planejar e implementar a política de
SEMA; fauna e flora do Estado;
II - 1 (um) membro da Superintendência Estadual do XIX - elaborar, planejar e implementar a política de
Meio Ambiente - SEMACE; mudanças climáticas do Estado;
III - 1 (um) membro da Polícia Militar do Ceará - XX - elaborar, planejar e implementar a política de
PMCE, por intermédio da unidade policial militar educação ambiental do Estado;
responsável pelo policiamento ambiental;
XXI - promover a articulação interinstitucional de
IV - 1 (um) membro da Associação dos Prefeitos do cunho ambiental nos âmbitos federal, estadual e municipal;
Ceará - APRECE;
XXII - propor, criar e gerir as Unidades de
V - 1 (um) membro da Procuradoria-Geral do Estado Conservação sob jurisdição estadual;
- PGE;
XXIII - coordenar planos, programas e projetos de
VI - 1 (um) membro do Conselho Estadual do Meio educação ambiental;
Ambiente - COEMA;
XXIV - fomentar a captação de recursos financeiros
VII - 1 (um) membro da Secretaria da Fazenda - por meio da celebração de convênios, ajustes e acordos,
SEFAZ; com entidades públicas e privadas, nacionais e
VIII - 2 (dois) representantes da sociedade civil, internacionais, para a implementação da política ambiental
conforme disposições contidas no § 3º. do Estado;
§ 1º A Presidência do Conselho Estadual Gestor XXV - propor, revisar e atualizar a legislação
será exercida pelo Secretário Estadual do Meio Ambiente, pertinente ao sistema ambiental do Estado;
que será substituído, em suas ausências, pelo XXVI - coordenar o Sistema Estadual do Meio
Superintendente da SEMACE. Ambiente;
§ 2º O Conselho Estadual Gestor do FEMA terá uma XXVII - analisar e acompanhar as políticas públicas
Secretaria- Executiva, diretamente subordinada ao seu setoriais que tenham impacto no meio ambiente;
Presidente.
XXVIII - articular e coordenar os planos e ações
§ 3º Os representantes da sociedade civil referidos relacionados à área ambiental;
no inciso VIII deste artigo serão escolhidos mediante
XXIX - fiscalizar e aplicar sanções administrativas
sorteio, dentre as indicações de entidades cadastradas
quando a infração ambiental atingir Unidades de
junto à Secretaria-Executiva.
Conservação Estaduais, Zona de Amortecimento e Zona de
§ 4º Na hipótese de impedimento, os membros do Entorno, em formulário único do Estado, e encaminhá-los à
Conselho Estadual Gestor do FEMA poderão designar SEMACE, para julgamento do correspondente processo
representantes para as reuniões do colegiado, com direito administrativo;
a voto.
XXX - exercer outras atribuições necessárias ao
§ 5º A participação no Conselho Estadual Gestor do cumprimento de suas finalidades.
FEMA é considerada serviço público relevante, vedada a
Parágrafo único. O Conselho Estadual do Meio
remuneração a qualquer título.
Ambiente - COEMA, instituído pela Lei nº 11.411, de 28 de
TÍTULO IV - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS dezembro de 1987, e modificado pela Lei nº 12.910, de 9 de
Art. 18. Fica criado o Programa de Pesquisa em junho de 1999, fica vinculado à Secretaria do Meio
Gestão Ambiental - PPGA, incluindo Fiscalização, Ambiente.
Licenciamento, Monitoramento e Projetos Ambientais, por ........
meio do qual os órgãos do SIEMA contribuirão com o
Art. 46. ........
desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e
sustentável do Estado do Ceará, a ser regulamentado em .....
norma específica. XIII - a Superintendência Estadual do Meio Ambiente
Art. 19. Fica instituída, no âmbito do Sistema - SEMACE tem por finalidade:
Estadual do Meio Ambiente - SIEMA, a Plataforma Estadual a) executar a política estadual de meio ambiente do
de Dados Espaciais - PEDE, a ser regulamentada por Ceará, dando cumprimento às normas estaduais e federais
decreto específico, com os seguintes objetivos: de proteção, controle e utilização racional dos recursos
I - promover o adequado ordenamento na geração, ambientais;
no armazenamento, no acesso, no compartilhamento, na b) estabelecer critérios e padrões de qualidade
disseminação e no uso dos dados geoespaciais de origem ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de
estadual e municipal, em proveito do desenvolvimento do recursos ambientais;
Estado do Ceará;

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24 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
c) administrar o licenciamento de atividades x) ingressar em juízo para obrigar o infrator a cumprir
potenciais e efetivamente poluidoras do Estado do Ceará; a determinação, após estarem esgotadas as medidas
d) controlar a qualidade ambiental do Estado, administrativas para fazer cumprir a lei;
mediante levantamento e permanente monitoramento dos y) coordenar o Cadastro Técnico Estadual de
recursos ambientais; Atividades Potencialmente Poluidoras de Recursos
e) exercer o controle das fontes de poluição, de Naturais;
forma a garantir o cumprimento dos padrões de emissão z) elaborar relatório de suas atividades, nele
estabelecidos; destacando o cumprimento da política de meio ambiente e
f) promover ações de recuperação ambiental; dos recursos florestais;
g) realizar ações de controle e desenvolvimento aa) promover o planejamento, monitoramento e
florestal; apoio técnico à fiscalização ambiental no Estado, a ser
executada pela unidade policial militar responsável pelo
h) exercer o poder de polícia em matéria ambiental,
policiamento ambiental;
aplicando medidas acauteladoras e sanções
administrativas, em decorrência da prática de infrações ab) exercer outras atribuições necessárias ao
administrativas ambientais; cumprimento de suas finalidades." (NR)
i) propor as normas técnicas e administrativas Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
necessárias à regulamentação da política estadual de meio publicação.
ambiente ao Conselho Estadual do Meio Ambiente; Art. 22. Ficam revogadas as disposições em
j) promover pesquisas e estudos técnicos no âmbito contrário, especialmente os incisos I a X do art. 2º, os arts.
da proteção ambiental, concorrendo para o 3º, 4º, 7º, 9º, 11, 13, 14, 15, 16,17, 18, o inciso III do art. 20,
desenvolvimento da tecnologia nacional; e o art. 22 da Lei nº 11.411, de 28 de dezembro de 1987.
k) desenvolver programas educativos que PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO
DO CEARÁ, em Fortaleza, 13 de janeiro de 2021.
concorram para melhorar a compreensão social dos
programas ambientais; Camilo Sobreira de Santana
GOVERNADOR DO ESTADO
l) celebrar convênios, ajustes, acordos e contratos
com entidades públicas e privadas, nacionais ou
internacionais buscando eficiência na execução de
atividades ligadas aos seus objetivos;
m) celebrar termos de ajustamento de conduta e
DECRETO Nº 4.316/2021 (PROCESSO
termos de compromisso, nas hipóteses previstas na ADMINISTRATIVO DE APURAÇÃO DAS
legislação; INFRAÇÕES AMBIENTAIS).
n) emitir pareceres, com base em análise prévia de
Estabelece o processo administrativo estadual
projetos específicos e laudos técnicos;
para apuração das infrações administrativas por
o) conduzir os processos de licenciamento ambiental condutas e atividades lesivas ao meio ambiente
de competência estadual e expedir as respectivas licenças no âmbito dos órgãos central e executores da
e autorizações ambientais, determinando a realização e política estadual do meio ambiente e dá outras
aprovando os estudos prévios de impacto ambiental; providências.
p) elaborar manuais e instruções normativas O Governador do Estado do Ceará, no uso das
relativas às atividades de licenciamento, autorização e atribuições que lhe confere o artigo 88, incisos IV e XIX, da
fiscalização ambientais, visando à padronização dos Constituição Estadual, e
procedimentos administrativos e técnicos;
Considerando as disposições da Lei Federal nº
q) implementar sistemas informatizados de controle 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que versa sobre as
ambiental, dentre os quais aqueles decorrentes do sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
licenciamento ambiental, da gestão florestal e das atividades lesivas ao meio ambiente;
autuações ambientais;
Considerando a publicação da Lei Complementar nº
r) fiscalizar e monitorar o cumprimento das 231 , de 13 de janeiro de 2021, que instituiu o Sistema
condicionantes determinadas no procedimento de Estadual do Meio Ambiente - SIEMA e o Fundo Estadual do
licenciamento ambiental; Meio Ambiente - FEMA, bem como reformulou a Política
s) elaborar, executar e controlar ações, projetos, Estadual do Meio Ambiente;
programas e pesquisas relacionados aos objetivos da Considerando a necessidade de se estabelecer
instituição; normas que disciplinem o processo administrativo estadual
t) executar e apoiar, de forma articulada com os para apuração das infrações administrativas por condutas e
demais órgãos do SIEMA, as atividades de fiscalização atividades lesivas ao meio ambiente, no âmbito dos órgãos
ambiental de competência estadual; central e executores da Política Estadual do Meio Ambiente;
u) articular-se com a Polícia Militar do Ceará - Decreta:
PMCE, por intermédio da unidade policial militar CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
responsável pelo policiamento ambiental no planejamento
Seção I - Dos Conceitos
de ações de fiscalização, no atendimento de denúncias e
na elaboração de Portarias Internas Conjuntas que Art. 1º Para os efeitos deste Decreto, entende-se
disciplinem o rito do processo administrativo fiscalizatório; por:
v) fiscalizar e aplicar sanções administrativas, I - autoridade Julgadora de 1ª instância: servidor
lavrando auto de infração em formulário único do Estado; público, com poderes para julgar o processo administrativo
infracional ambiental, devendo ser nomeado por Portaria
w) realizar julgamentos em primeira instância das
específica do Superintendente da Superintendência
sanções administrativas aplicadas pelos agentes estaduais;
Estadual do Meio Ambiente - SEMACE.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 25
II - decisão de primeira instância: o ato de Art. 4º Considera-se infração administrativa
julgamento, proferido pela Autoridade Julgadora de 1ª ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
instância, passível de recurso pelo (autuado); jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação
III - decisão de Recurso Administrativo: decisão do meio ambiente, com base na Lei Federal nº 9.605, de 12
prolatada pelo órgão julgador de última instância, Câmara de fevereiro de 1998 e no Decreto Federal nº 6.514, de 22
Recursal de Infrações Ambientais - CRIA do Sistema de julho de 2008, sem prejuízo de outras infrações
Estadual de Meio Ambiente - SIEMA; tipificadas na legislação vigente.
IV - multa lavrada: estabelecida pelo agente Art. 5º As infrações administrativas ambientais,
autuante no Auto de Infração Ambiental, por ocasião de sua serão punidas com as sanções administrativas elencadas
lavratura, que dá início ao processo administrativo no art. 72 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de
sancionatório; 1998 e art. 3º do Decreto Federal nº 6.514, de 22 de julho
de 2008, que são:
V - multa consolidada: aquela que resulta da decisão
no julgamento de defesa ou recurso, consideradas as I - advertência;
circunstâncias agravantes, atenuantes, bem como a II - multa simples;
majoração e minoração; III - multa diária;
VI - multa simples aberta: sanção pecuniária prevista IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos
em ato normativo estabelecida objetivamente por tabela de da fauna e flora e demais produtos e subprodutos objeto da
valoração, dentro de um intervalo entre um mínimo e um infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou
máximo legal, sem indicação de um valor fixo; veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
VII - multa simples fechada: sanção pecuniária V - destruição ou inutilização do produto;
prevista em ato normativo com valor certo e determinado;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VIII - órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente
VII - embargo de obra ou atividade e suas
do Ceará - SEMA;
respectivas áreas;
IX - órgãos Executores da Política Estadual de Meio
VIII - demolição de obra;
Ambiente: Secretaria do Meio Ambiente do Ceará - SEMA,
a Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE IX - suspensão parcial ou total de atividades;
e a Polícia Militar do Ceará - PMCE, por intermédio da X - restritiva de direitos.
unidade policial militar responsável pelo policiamento § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas
ambiental; ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente,
X - processo Administrativo Ambiental: as sanções a elas cominadas.
Procedimento originado pelos órgãos central e executores § 2º As penalidades descritas neste artigo não serão
da Política Estadual de Meio Ambiente que tem origem com aplicadas na sequência em que estão descritas, uma vez
a lavratura de sanções administrativas ambientais; que entre elas não há nenhuma hierarquia ou precedência
XI - reincidência: cometimento de nova infração de aplicação.
ambiental pelo mesmo infrator, no período de cinco anos, § 3º As penalidades indicadas nos incisos V, VI, VIII
contados da lavratura de Auto de Infração Ambiental deste artigo serão aplicadas somente pelo Agente autuante
anterior devidamente confirmado em julgamento. quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento
XII - trânsito em julgado administrativo: momento não estiverem obedecendo às determinações legais ou
processual administrativo no qual a decisão torna-se regulamentares, independentemente das demais
definitiva, não havendo possibilidade de modificação, em penalidades.
virtude do exaurimento do prazo para interposição de § 4º As penalidades descritas nos incisos IV, VII e IX
recurso ou da Decisão de Recurso Administrativo. são medidas preventivas adotadas pelo agente autuante
Seção II - Das Competências nos casos de risco de dano ao meio ambiente, a saúde
Art. 2º São competentes para lavratura do auto de pública ou de infração continuada, por ocasião da lavratura
infração ambiental e dos termos próprios, assim do Auto de Infração Ambiental.
considerados Agentes Autuantes: § 5º A apreciação do pedido de revisão de medida
I - servidor de carreira da SEMACE, de nível preventiva aplicada pelo agente autuante necessariamente
superior, ocupante do cargo de Fiscal Ambiental ou deve ser motivada e fazer parte do procedimento
nomeado por Portaria do Superintendente da SEMACE; administrativo infracional.
II - servidor de carreira do Estado, de nível superior, Art. 6º A aplicação das sanções administrativas
lotado na Sema, nomeado por Portaria do Secretário da deverá observar os seguintes critérios:
SEMA; I - a gravidade da infração administrativa,
III - policiais militares vinculado a unidade policial considerando os motivos da infração e suas consequências
militar responsável pelo policiamento ambiental; para a saúde pública e para o ambiente, classificando a
gravidade em leve, média, grave e gravíssima;
IV - Policiais Militares Estaduais inativos, em
exercício de cargo em comissão no Órgão Central ou nos II - a capacidade econômica do infrator;
Órgãos Executores integrantes do SIEMA. III - os antecedentes do infrator quanto ao
Art. 3º À Câmara Recursal de Infrações Ambientais cumprimento da legislação de interesse ambiental.
- CRIA compete julgar em última instância os recursos Parágrafo único. Os critérios para determinação da
contra decisões de julgamento de autos de infração e gravidade das infrações administrativas serão
demais sanções administrativas. estabelecidos em norma específica.
Parágrafo único. Compete ao Superintendente da Art. 7º Em se tratando de pessoa jurídica de direito
SEMACE designar, por meio de Portaria, as autoridades privado, a capacidade econômica do infrator será
julgadoras de primeira instância. determinada pelos critérios estabelecidos neste
CAPÍTULO II - DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES regulamento e em legislação específica, mediante a
ADMINISTRATIVAS AO MEIO AMBIENTE classificação em faixas, tendo em vista tratar-se de:

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26 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
I - microempreendedor individual, microempresa, ou § 2º A autoridade julgadora, no ato da decisão,
empresário, ou pessoa jurídica ou a ela equiparada que verificando que a indicação do valor da multa resta
aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou desproporcional com a capacidade econômica do autuado,
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), poderá readequar o valor da multa, explicitando os
nos termos do inciso I, art. 4º da Lei Estadual nº 15.306, de elementos que serviram de fundamento para a decisão.
08 de janeiro de 2013; CAPÍTULO III - DA FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA À
II - empresa de pequeno porte, o empresário, a MICRO E PEQUENA EMPRESA
pessoa jurídica ou a ela equiparada que aufira, em cada Art. 10. A fiscalização estadual referente aos
ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 aspectos ambientais nas micro e pequenas empresas terá
(trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ natureza orientadora e educadora quando a atividade ou a
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), nos situação, por sua especificidade, comportar grau de risco
termos do inciso II, do art. 3º, da Lei Complementar Federal compatível com esse procedimento.
nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
§ 1º A condição de microempresa ou de empresa de
III - empresa de médio porte, a pessoa jurídica que pequeno porte poderá ser comprovada pelo interessado no
tiver receita bruta anual superior a R$ R$ 4.800.000,00 momento da ação fiscalizatória.
(quatro milhões e oitocentos mil reais) e igual ou inferior a
§ 2º O Microempreendedor Individual (MEI), será
R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais);
também submetido ao mesmo procedimento de fiscalização
IV - empresa de grande porte, a pessoa jurídica que orientadora presente neste capítulo.
tiver receita bruta anual superior a R$ 12.000.000,00 (doze
§ 3º A fiscalização orientadora deverá buscar meios
milhões de reais);
que propiciem a regularização de empreendimentos, obras
§ 1º Em caso de alteração da legislação vigente ou atividades, fornecendo as orientações necessárias, a fim
sobre o tratamento tributário das empresas, os novos de sanar as irregularidades ambientais identificadas.
parâmetros prevalecerão sobre os valores previstos nos
Art. 11. Quando da fiscalização estadual, será
incisos deste artigo;
observado o critério de dupla visita para lavratura de Auto
§ 2º No caso de entidades privadas sem fins de Infração Ambiental, exceto na ocorrência comprovada de
lucrativos, a verificação da capacidade econômica do reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização
infrator será aferida tendo-se em conta o seu patrimônio e nos casos de risco à segurança coletiva e de perigo
líquido, constante da última declaração de rendimentos iminente.
apresentada perante a Receita Federal do Brasil, de acordo
§ 1º A dupla visita consiste em uma primeira ação,
com os limites e parâmetros estabelecidos neste Decreto.
com a finalidade de verificar a regularidade do
§ 3º No caso de órgãos e entidades municipais de estabelecimento e orientar quanto aos procedimentos a
direito público, a aferição da capacidade econômica do serem adotados.
infrator levará em consideração os seguintes critérios, com
§ 2º A contagem de prazo para aplicação da
base nos dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de
reincidência será computada da lavratura do auto de
Geografia e Estatística - IBGE:
infração anterior, devidamente confirmado em decisão
I - serão equiparados ao inciso I do caput os órgãos transitada e julgada.
e entidades municipais em que o Município tenha até
Art. 12. Quando na primeira visita for constatada
50.000 (cinquenta mil) habitantes;
irregularidade, será lavrado Notificação estabelecendo as
II - serão equiparados ao inciso II do caput os órgãos medidas a serem adotadas visando a regularização e
e entidades municipais em que o Município tenha acima de fixando prazo para que o responsável possa efetuar a
50.000 (cinquenta mil) e até 100.000 (cem mil) habitantes; regularização.
III - serão equiparados ao inciso III do caput os Parágrafo único. Será considerada como primeira
órgãos e entidades municipais em que o Município tenha visita:
acima de 100.000 (cem mil) e até 400.000 (quatrocentos
I - a notificação orientativa enviada previamente ao
mil) habitantes; e
empreendedor ou associação representativa;
IV - serão equiparados ao inciso IV do caput os
II - as ações de orientação registradas pelo órgão
órgãos e entidades municipais em que o Município tenha
licenciador do estado da forma pela qual se dará a
acima de 400.000 (quatrocentos mil) habitantes.
regularidade da atividade/empreendimento de forma
§ 4º No caso de órgãos e entidades de direito individual.
público, estaduais e federais, a capacidade econômica do
Art. 13. A prioridade de fiscalização orientadora não
infrator será equiparada à referida no inciso IV do caput
será considerada nos casos de cometimento de infrações
deste artigo.
ambientais que:
Art. 8º Em se tratando de pessoa física adotar-se-ão
I - não sejam passíveis de regularização ambiental;
os mesmos valores estabelecidos no art. 7º, deste Decreto,
considerando, neste caso, o patrimônio bruto do autuado ou II - estejam correlacionadas aos empreendimentos,
os rendimentos constantes da última declaração obras ou atividades definidas como de potencial poluidor
apresentada perante a Receita Federal do Brasil. degradador alto, nos termos da Resolução COEMA nº
02/2019 ou outra que venha a substituir;
Art. 9º Não tendo o agente autuante documentos ou
informações que no ato da fiscalização identifiquem a III - seja observada a ocorrência de dano ambiental
capacidade econômica, fará a classificação pela efetivo.
capacidade aparente verificada no ato da autuação, § 1º Considera-se não passível de regularização
relatando os critérios adotados no Relatório de ambiental aqueles empreendimentos ou obras que, por sua
Fiscalização. tipologia ou localização, sejam proibidos, nos termos da lei.
§ 1º O autuado poderá, por ocasião da defesa, § 2º Não se considera passível de regularização
requerer a reclassificação da sua capacidade econômica, ambiental o descumprimento de prazo estabelecido por lei
mediante comprovação por documentos. ou atos normativos, mesmo que, posteriormente, ocorra a
prática do ato previsto na legislação.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 27
§ 3º Considera-se dano ambiental efetivo a alteração § 3º Verificada a existência de bens apreendidos a
adversa das características do meio ambiente ou serem destinados, poderá a autoridade competente, antes
degradação da qualidade ambiental, verificada in loco, no do julgamento administrativo, proceder a devida destinação
momento da ação fiscalizatória. dos bens, conforme regulamento específico.
CAPÍTULO IV - DO AUTO DE INFRAÇÃO E DOS § 4º Não será lavrado Auto de Infração Ambiental em
TERMOS PRÓPRIOS desfavor de pessoa que realizar a entrega voluntária de
Art. 14. O Auto de Infração e Termos Próprios serão animais silvestres ao órgão competente.
lavrados em formulário único do Estado, devidamente Art. 18. A responsabilidade sobre a guarda dos bens
identificado pela matrícula funcional, contendo descrição apreendidos, até sua destinação final, será do órgão ou
clara e inequívoca da irregularidade imputada, dos unidade responsável pela ação fiscalizatória, devendo
dispositivos legais violados, das sanções indicadas, constar nos autos a informação do nome do servidor ou
inclusive valor da multa, bem como qualificação precisa do colaborador que recebeu os bens.
autuado. § 1º O encargo de depositário deverá ser
§ 1º Fica dispensado da matrícula funcional os autos expressamente aceito e pessoalmente recebido, em nome
de infração automatizados, previsto no art. 29, parágrafo de pessoa física e, excepcionalmente, deferido à pessoa
único, deste Decreto. jurídica.
§ 2º Consideram-se Termos Próprios aqueles § 2º Considerando o disposto no § 1º, a ciência
necessários à aplicação de medidas ou sanções ocorrerá apenas por entrega pessoal.
decorrentes do poder de polícia, realizadas no ato da § 3º Os órgãos e entidades públicas que se
fiscalização ou em momento diverso ao julgamento do auto encontrarem sob a condição de depositário serão
de infração, que exijam detalhamento quanto a sua preferencialmente contemplados no caso da destinação
aplicação e abrangência, tais como: Termo de Embargo e final do bem ser doado.
Interdição, Termo de Apreensão e Depósito, Termo de
§ 4º A autoridade julgadora poderá a qualquer
Destruição, Termo de Demolição, Termo de Doação, Termo
momento substituir o depositário ou revogar o Termo de
de Soltura de Animais.
Depósito, promovendo a destinação dos bens apreendidos
Art. 15. O embargo de obra ou atividade e suas e depositados.
respectivas áreas dar-se-á nas seguintes hipóteses:
§ 5º O Termo de Depósito deverá especificar o local
I - quando a obra for considerada irregular, sem e o bem, assim como qualificar a pessoa do depositário.
licença ou autorização ambiental ou em desacordo com a
Art. 19. O Termo de Doação deverá conter a
concedida, ou ainda quando realizada em locais proibidos;
descrição dos bens apreendidos, seu valor, o número do
II - quando a atividade estiver sendo exercida de Auto de Infração e Termo de Apreensão a que se refere,
forma irregular e houver risco de continuidade infracional ou devendo constar ainda a justificativa quanto ao risco de
agravamento do dano. perecimento que implique impossibilidade de aguardar o
§ 1º Quando o autuado, no mesmo local, realizar julgamento do auto de infração para posterior destinação.
atividades regulares e irregulares, o embargo circunscrever- Art. 20. O Termo de Destruição ou Inutilização,
se-á àquelas irregulares, salvo quando houver risco de necessário à realização de destruição ou inutilização de
continuidade infracional ou impossibilidade de dissociação. produtos, subprodutos e instrumentos utilizados na prática
§ 2º O Termo de Embargo e Interdição deverá da infração, antes do julgamento da autuação, deverá
delimitar, com exatidão, a área ou local embargado e as conter descrição dos bens e seu valor, devendo constar
atividades a serem paralisadas, constando as coordenadas ainda a justificativa para a adoção da medida.
geográficas do local. § 1º O fato que der causa à destruição ou à
Art. 16. No caso de áreas irregularmente inutilização, será atestado, por meio de justificativa nos
desmatadas ou queimadas, será embargado quaisquer autos, por, pelo menos, dois agentes autuantes.
obras ou atividades nelas localizadas ou desenvolvidas, § 2º A destruição somente será aplicada nas
exceto as atividades de subsistência familiar. hipóteses em que não houver a possibilidade de outra forma
§ 1º São consideradas atividades de subsistência de destinação ou inutilização, ou quando não houver uso
familiar aquelas realizadas na pequena propriedade ou lícito possível para o produto, subproduto ou instrumento
posse rural familiar, explorada mediante o trabalho pessoal utilizado na prática da infração.
do proprietário ou posseiro e de sua família, admitida a § 3º O termo de destruição ou inutilização deverá ser
ajuda eventual de terceiro, cuja renda bruta seja instruído com elementos que identifiquem as condições
proveniente de atividades ou usos agrícolas, pecuários, anteriores e posteriores à ação, bem como a avaliação dos
silviculturais ou de extrativismo rural em 80% no mínimo. bens destruídos.
§ 2º A exceção disposta no "caput" não se aplica nas Art. 21. O Termo de Demolição, necessário à
hipóteses de invasão irregular de unidades de conservação, realização de demolição de obras ou atividades, antes do
após a sua criação. julgamento da autuação, deverá conter a descrição da obra,
Art. 17. O Termo de Apreensão deverá identificar, edificação ou construção não habitada e utilizada
com exatidão, os bens apreendidos, devendo constar valor diretamente para a infração ambiental e a justificativa de
e características. iminente risco de agravamento do dano ambiental ou de
§ 1º O agente autuante deverá individualizar os bens graves riscos à saúde.
apreendidos, fazendo referência a lacres ou marcação, Art. 22. A demolição de obra, edificação ou
quando adotados, além de indicar características, detalhes, construção não habitada e utilizada diretamente para a
estado de conservação, dentre outros elementos que infração ambiental dar-se-á, excepcionalmente no ato da
distingam o bem apreendido. fiscalização, nos casos em que se constatar que a ausência
§ 2º Se o bem apreendido, por qualquer razão, restar da demolição importa em iminente risco de agravamento do
armazenado no tempo ou em condições inadequadas de dano ambiental ou de graves riscos à saúde.
armazenamento, o fato deverá constar do Termo de § 1º A demolição poderá ser feita pelo agente
Apreensão. autuante, por quem este autorizar ou pelo próprio infrator e

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28 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
deverá ser devidamente descrita e documentada, inclusive Seção III - Da Autuação
com fotografias. Art. 28. Constatada a ocorrência de infração
§ 2º As despesas para a realização da demolição administrativa ambiental, o agente autuante estadual
correrão às custas do infrator. designado para atividades de fiscalização lavrará auto de
§ 3º A demolição de que trata o "caput" não será infração e termo próprio do qual deverá ser dada ciência ao
realizada em edificações residenciais. autuado, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa.
§ 4º A ação de demolição deve ser atestada por, pelo § 1º O autuado será citado ou notificado da lavratura
menos, uma testemunha. do auto de infração e termo próprio pelas seguintes formas:
§ 5º O Termo de Demolição, necessário à realização I - pessoalmente;
de demolição de obras ou atividades, antes do julgamento II - por seu representante legal;
da autuação, deverá conter a descrição da obra, edificação III - por meio de sistema eletrônico;
ou construção não habitada e utilizada diretamente para a
IV - por edital publicado no site da SEMACE, se
infração ambiental e a justificativa de iminente risco de
estiver o infrator autuado em lugar incerto, não sabido ou se
agravamento do dano ambiental ou de graves riscos à
não for localizado no endereço.
saúde.
§ 2º Caso o autuado se recuse a dar ciência do auto
Art. 23. O Termo de Soltura de Animais deverá
de infração, o agente autuante certificará o ocorrido na
conter a descrição dos espécimes, com quantidade e
presença de, pelo menos, uma testemunha e o entregará
espécie, além do estado físico dos animais.
ao autuado para caracterizar a ciência e o início da
§ 1º Acompanhará o Termo de Soltura laudo técnico contagem do prazo legal.
que ateste o estado bravio dos espécimes, bem como
§ 3º Nos casos de evasão ou ausência do
atestado que afirme a possibilidade de soltura no local
responsável pela infração administrativa, e inexistindo
pretendido, considerando suas condições ambientais para
preposto identificado, o agente autuante aplicará o disposto
receber os animais.
no § 1º, encaminhando o auto de infração por outro meio
§ 2º Nas hipóteses em que os animais forem válido que assegure a sua ciência.
apreendidos logo em seguida a sua captura na natureza,
§ 4º A utilização da citação eletrônica, após adesão,
verificado o bom estado de saúde, fica dispensado o laudo
substitui qualquer outra forma de notificação para todos os
técnico de que trata o § 1º.
efeitos legais.
§ 3º O laudo técnico mencionado nos parágrafos
Art. 29. O auto de infração deverá ser lavrado em
anteriores poderá ser elaborado por qualquer profissional
formulário único do estado, com a identificação do autuado
habilitado, servidor público ou não, que assumirá a
e da instituição autuante, a descrição clara e objetiva das
responsabilidade técnica pelas informações prestadas.
infrações administrativas constatadas e a indicação dos
CAPÍTULO V - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO respectivos dispositivos legais e regulamentares infringidos,
PARA APURAÇÃO DE INFRAÇÕES AMBIENTAIS não devendo conter emendas ou rasuras que
Seção I - Das Disposições Preliminares comprometam sua validade.
Art. 24. As infrações ambientais serão apuradas em Parágrafo único. Autos de infração de forma
processo administrativo próprio, assegurado o direito de automatizada poderão ser emitidos por sistema eletrônico,
ampla defesa e o contraditório. desde que sejam observados todos os pré-requisitos
Art. 25. Constituem princípios básicos do processo constantes no caput.
administrativo estadual infracional a legalidade, a finalidade, Seção IV - Da Defesa
a motivação, a razoabilidade, a proporcionalidade, a Art. 30. O autuado poderá, no prazo de 30 (trinta)
moralidade, a publicidade, o contraditório, a ampla defesa, dias, contados da data da ciência da autuação, apresentar
a segurança jurídica, o interesse público, a impessoalidade, defesa contra o auto de infração, termos próprios e demais
a boa-fé e a eficiência. sanções.
Art. 26. O uso de meios eletrônicos é admitido na Art. 31. A defesa deverá ser anexada em meio digital
tramitação do processo administrativo estadual para no sistema eletrônico através do prévio cadastro realizado
apuração de infrações ambientais desde a lavratura do auto pelo autuado e deverá conter os fatos e fundamentos
de infração. jurídicos que contrariem o disposto no auto de infração e
Parágrafo único. A autoria, autenticidade e termos, bem como a especificação das provas que o
integridade dos documentos e da assinatura, nos processos autuado pretende produzir a seu favor, devidamente
administrativos eletrônicos de que trata este Decreto, justificadas.
poderão ser obtidas por meio de certificado digital ou Art. 32. Será aplicado o desconto de cinquenta por
identificação por meio de usuário e senha. cento sempre que o autuado optar por efetuar o pagamento
Seção II - Das Contagens de Prazos da multa no prazo de trinta dias a contar da ciência da
Art. 27. Computar-se-ão os prazos, excluindo o dia autuação, permitindo-se o parcelamento.
do começo e incluindo o do vencimento. Art. 33. O autuado poderá ser representado por
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro advogado ou procurador legalmente constituído, mediante
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não procuração específica, dispensada a autenticação de firma
houver expediente ou este for encerrado antes da hora para advogados regularmente inscritos na Ordem dos
normal. Advogados do Brasil - OAB.
§ 2º Os prazos somente começam a correr do Parágrafo único. O autuado terá prazo de até 15
primeiro dia útil após a ciência. (quinze) dias para a juntada do instrumento a que se refere
o "caput" contado a partir da data do protocolo da respectiva
§ 3º Os prazos expressos em dias contam-se de
manifestação.
modo contínuo.
Art. 34. A defesa não será conhecida quando
§ 4º Também será considerado tempestivo o ato
apresentada:
praticado em momento processual adequado e antes do
termo inicial do prazo, ocorrendo preclusão consumativa. I - fora do prazo contido no art. 30 deste decreto;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 29
II - por quem não seja legitimado; ou § 2º Considera-se modificação substancial a
III - perante órgão ou entidade ambiental alteração na descrição do fato narrado no auto de infração
incompetente. que implicar novo enquadramento típico.
Art. 35. A revelia no processo administrativo de § 3º Nos casos em que o auto de infração for
apuração de autos de infração, verificada na ausência de declarado nulo e estiver caracterizada a conduta ou
defesa ou na sua intempestividade, importa em: atividade lesiva ao meio ambiente deverá ser lavrado um
novo auto de infração.
I - prevalência da presunção de legitimidade da
autuação lavrada pelo agente autuante; Art. 41. Encerrada a instrução, o autuado terá o
direito de manifestar-se em alegações finais, no prazo
II - dispensa de parecer instrutório;
máximo de dez dias.
III - dispensa da fase de alegações finais;
Parágrafo único. O autuado será notificado por
IV - remessa dos autos à autoridade julgadora de 1ª publicação de Edital em site da SEMACE para fins de
instância para julgamento. apresentação de alegações finais.
Seção V - Da Instrução Art. 42. Ultrapassado o prazo para apresentação das
Art. 36. Ultrapassado o prazo para a apresentação alegações finais, o processo será encaminhado para a
da defesa, a instrução analisará as razões de fato e de autoridade julgadora de 1º instância.
direito que ensejaram a lavratura do auto de infração e Seção VI - Do Julgamento de 1º instância
elaborará parecer, que deverá apontar:
Art. 43. A autoridade julgadora competente proferirá
I - os elementos que evidenciam a autoria e a decisão de julgamento do auto de infração, em primeira
materialidade da infração; instância, mediante acolhimento total ou parcial, rejeição ou
II - a eventual existência de vícios sanáveis ou complementação da instrução, quando houver, que será
insanáveis; parte integrante do ato decisório.
III - as razões de acolhimento ou rejeição dos Parágrafo único. A autoridade julgadora de 1ª
argumentos apresentados na defesa. instância poderá requisitar a produção de provas
Art. 37. Quando da instrução poderá ser requisitada necessárias à sua convicção, bem como parecer técnico ou
a produção de provas, bem como parecer técnico ou contradita do agente autuante, especificando o objeto a ser
contradita do agente autuante, especificando o objeto a ser esclarecido.
esclarecido. Art. 44. A decisão da autoridade julgadora de 1º
Art. 38. Ao autuado caberá apresentar provas dos instância não se vincula às sanções aplicadas pelo agente
fatos que tenha alegado. autuante, ou ao valor da multa, podendo, em decisão
Art. 39. O auto de infração que apresentar vício motivada, de ofício ou a requerimento do interessado,
sanável e, desde que não acarrete lesão ao interesse minorar, manter ou majorar o seu valor, respeitados os
público nem prejuízo a terceiros, poderá ser convalidado limites estabelecidos na legislação ambiental vigente.
pela autoridade julgadora competente. § 1º A decisão deverá ser motivada, com a indicação
§ 1º Para os efeitos do estabelecido no "caput" deste dos fatos e fundamentos jurídicos em que se baseia.
artigo, considera-se vício sanável, dentre outros: § 2º A motivação deve ser explícita, clara e
I - aquele que a correção da autuação não implique congruente, podendo consistir em declaração de
modificação do fato descrito no auto de infração; concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações ou decisões, que, neste caso, serão parte
II - o erro no cálculo da área afetada pelo ilícito integrante do ato decisório.
ambiental, na indicação do volume de matéria-prima de
origem florestal ou na utilização da unidade de medida para Art. 45. Julgado o auto de infração em 1º instância,
quantificação do material encontrado; o autuado será intimado, conforme formas previstas no § 1º
do art. 28, deste Decreto, que assegure a certeza de sua
III - o erro no enquadramento legal da infração; ciência para pagar a multa ou para apresentar recurso.
IV - erros de digitação, ainda que alegados pelo Parágrafo único. O pagamento realizado no prazo
interessado. disposto no art. 46 contará com o desconto de trinta por
§ 2º Constatado o vício sanável, sob alegação do cento do valor corrigido da penalidade, vedado desconto em
autuado e havendo prejuízo para a sua defesa, será caso de parcelamento.
reaberto novo prazo para defesa, de acordo com o Art. 30, Seção VII - Dos Recursos
aproveitando-se os atos regularmente produzidos.
Art. 46. Da decisão proferida pela Autoridade
§ 3º As omissões verificadas no auto de infração ou Julgadora de 1ª instância caberá recurso no prazo de 20
em quaisquer dos Termos Próprios poderão ser supridas a (vinte) dias ao Órgão julgador de última instância, Câmara
todo tempo, antes da decisão final. Recursal de Infrações Ambientais - CRIA.
Art. 40. O auto de infração que apresentar vício § 1º Os recursos de que trata o caput devem ser
insanável deverá ser declarado nulo pela autoridade anexados em meio digital no sistema eletrônico através do
julgadora competente. prévio cadastro realizado pelo autuado.
§ 1º Para os efeitos do caput, considera-se vício § 2º O pagamento de penalidade de multa somente
insanável apenas: será devido após julgamento administrativo, resguardando-
I - aquele em que a correção da autuação implica se, entretanto, a devida correção monetária referente ao
modificação substancial do fato descrito no auto de infração; período em que perdurar o processo, nos casos em que a
II - o vício consistente na inexistência ou deficiência decisão reconhecer a exigibilidade de valores.
do pressuposto fático da infração, ou seja, quando não § 3º O Recorrente poderá desistir do recurso até a
restar caracterizada a efetiva prática da infração ambiental; decisão da CRIA, desde que haja prévio pagamento da
III - outros sugeridos em manifestação jurídica multa atualizada.
consolidada quando adotada como motivação pela Art. 47. Os recursos conhecidos serão
autoridade julgadora competente. encaminhados ao Órgão julgador de última instância -
CRIA.

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30 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
Art. 48. O recurso não será conhecido quando autoridade julgadora de segunda instância, opera-se a
interposto: preclusão temporal ou consumativa para reforma do julgado
I - fora do prazo contido no art. 46; administrativo.
II - por quem não seja legitimado; ou Art. 55. Na hipótese de falecimento do autuado no
curso do processo administrativo de que trata este Decreto,
III - perante órgão ambiental incompetente.
transmite-se ao espólio e sucessores, nos limites da
CAPÍTULO VI - DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS herança, os débitos referentes às multas já definitivamente
Art. 49. Prescreve em cinco anos a ação dos órgãos constituídas, bem como as demais sanções que não se
central e executores da Política Estadual do Meio Ambiente vinculem à pessoa do autuado.
objetivando apurar a prática de infrações contra o meio § 1º Sobrevindo o falecimento sem que tenha se
ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no caso de operado a constituição definitiva da multa aplicada, não
infração permanente ou continuada, do dia em que esta ocorre a sucessão, devendo o processo ser extinto.
tiver cessado.
§ 2º O falecimento no curso do processo
§ 1º Considera-se iniciada a ação de apuração de administrativo não extingue o direito de punir da
infração ambiental pela administração com a lavratura do Administração Pública quanto às sanções que não se
auto de infração. vinculam à pessoa do autuado, tais como apreensão,
§ 2º Incide a prescrição no procedimento de destruição ou inutilização do produto e suspensão de venda
apuração do auto de infração paralisado por mais de três e fabricação do produto, demolição e suspensão parcial ou
anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos total de atividades e os embargos, devendo o processo
serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da seguir o seu curso.
parte interessada, sem prejuízo da apuração da § 3º O falecimento, no curso do processo
responsabilidade funcional decorrente da paralisação. administrativo, extingue o direito de punir da Administração
§ 3º Quando o fato objeto da infração também Pública quanto às sanções que se vinculam à pessoa do
constituir crime, a prescrição de que trata o caput reger-se- autuado, tais como advertência e restritivas de direitos.
á pelo prazo previsto na lei penal, quando este for maior que § 4º Em caso de embargo aplicado de forma
5 anos. cautelar, deve este ser mantido, cabendo à autoridade
§ 4º A prescrição da pretensão punitiva da julgadora lavrar novo Termo de Embargo em face do
administração não elide a obrigação de reparar o dano Espólio ou herdeiros do falecido, conforme o estado do
ambiental, nem enseja a nulidade das medidas processo de sucessão.
administrativas aplicadas. Art. 56. Este Decreto entrará em vigor na data de sua
Art. 50. Interrompe-se a prescrição da pretensão publicação, revogadas as disposições em contrário.
punitiva propriamente dita prevista no "caput" do art. 49: PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela DO CEARÁ, em Fortaleza, 20 de outubro de 2021.
cientificação do infrator por qualquer outro meio, inclusive Camilo Sobreira de Santana
por edital; GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
II - por qualquer ato inequívoco da administração que
importe apuração do fato; e
III - pela decisão condenatória recorrível.
Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da RESOLUÇÕES DO CONSELHO
administração, para o efeito do que dispõe o inciso II, ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE -
aqueles que impliquem instrução do processo. COEMA E SUAS ALTERAÇÕES:
Art. 51. Interrompe-se a pretensão da prescrição
intercorrente prevista no § 2º do artigo 49 por todo e 02/2017; 02/2019; 05/2020; 11/2019;
qualquer ato de movimentação processual praticado com o 04/2013.
desiderato de impulsionar o feito à conclusão do
procedimento apuratório. RESOLUÇÃO 02/2017
CAPÍTULO VII - DA COBRANÇA DO DÉBITO, Dispõe sobre padrões e condições para
PARCELAMENTO E ATUALIZAÇÕES DA COBRANÇA lançamento de efluentes líquidos gerados por
DOS CRÉDITOS fontes poluidoras, revoga as Portarias SEMACE
Art. 52. Os créditos decorrentes de multas aplicadas nº 154, de 22 de julho de 2002 e nº 111, de 05 de
pelos órgãos estaduais do SIEMA, nos termos do § 3º e abril de 2011, e altera a Portaria SEMACE nº 151,
incs. IV e V do art. 16 da Lei complementar estadual nº de 25 de novembro de 2002.
231/2021, pertencem ao Fundo Estadual de Meio Ambiente O Superintendente da Semace, no uso de suas
- FEMA. atribuições legais, especificamente nas disposições do Art.
Art. 53. Compete à SEMA, órgão ao qual o FEMA 9º, inciso III, XIV e Art. 20. e incisos da Lei Estadual nº
está vinculado, gerir todos os créditos do FEMA, realizar a 11.411, de 28 de dezembro de 1987, com a nova redação
cobrança amigável e deferir pedidos de parcelamento da Lei nº 12.274, de 05 de abril de 1994, e:
desses créditos, e, quando necessário, adotar as Considerando a necessidade de estabelecer-se os
providências de encaminhamento à Procuradoria-Geral do padrões de lançamento nos corpos receptores, para os
Estado - PGE, para que seja procedida a inscrição na dívida efluentes industriais e de outras fontes de poluição hídrica;
ativa. Considerando a necessidade de estabelecer-se
CAPÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS padrões de lançamento para os efluentes industriais e
Art. 54. Considera-se trânsito em julgado outras fontes de poluição hídrica que utilizam a Rede
administrativo o momento processual administrativo no Pública de Esgoto;
qual, proferido o julgamento pela autoridade julgadora de Considerando que a saúde e o bem-estar humano,
primeira instância e escoado o prazo regulamentar sem bem como o equilíbrio ecológico aquático não devem ser
recurso ou ainda, quando proferido o julgamento pela

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 31
afetados em consequência da deterioração da qualidade afetados - ar, água ou solo - cuja execução é de
das águas; responsabilidade do empreendedor, com a finalidade de
Considerando o regime de intermitência dos corpos avaliar o desempenho dos sistemas de controle adotados e
receptores dos efluentes líquidos industriais e domésticos e a eficácia das medidas mitigadoras dos impactos
a escassez das reservas de água do Estado; ambientais inerentes à atividade;
Considerando a necessidade de prevenir a VII - Capacidade de infiltração: é a razão máxima
contaminação do subsolo e das águas subterrâneas que com que um solo, em uma dada condição, é capaz de
são bens públicos e reservas estratégicas para o absorver água, sendo expresso geralmente em mm/h;
abastecimento público e o desenvolvimento VIII - Corpo receptor: corpos hídricos superficiais,
ambientalmente sustentável; calhas de rios intermitentes, solos ou outro recurso
Considerando o potencial impacto do lançamento de ambiental que receba o lançamento de um efluente tratado;
efluentes no solo e águas superficiais e subterrâneas; IX - Disposição no solo: tipo de disposição de
Considerando a escassez de recursos hídricos no efluentes tratados localizados em áreas não dotadas de
Estado do Ceará, a qual está relacionada aos aspectos de corpo hídrico receptor, bem como provenientes de
quantidade e qualidade; tratamentos alternativos, com disposição controlada;
Considerando que o reuso de água se constitui em X - Ecotoxicidade: efeitos que substâncias efetiva ou
prática de racionalização e de conservação de recursos potencialmente tóxicas, quando lançadas no meio
hídricos; ambiente, podem causar sobre indivíduos, populações e
comunidades de organismos;
e;
XI - Efluentes brutos: despejos líquidos não dotados
Considerando as prerrogativas das Resoluções nº
de qualquer tipo de tratamento;
54 de 2009, 121 de 2010 sobre práticas de reuso e Lei
Estadual nº 16.033 de 20 de junho de 2016. XII - Efluentes especiais: efluentes não sanitários
provenientes de serviços de saúde, aterros de resíduos
Resolve:
sólidos e cemitérios;
Art. 1º. Dispor sobre condições, parâmetros, padrões
XIII - Efluentes não sanitários: todo e qualquer
e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em
efluente que não se enquadra na definição de efluente
corpos receptores e em rede coletora de esgoto, em
sanitário, incluindo os despejos líquidos provenientes das
atendimento aos princípios e respectivos objetivos da
atividades industriais;
Política Nacional de Meio Ambiente (Arts.2º e 3º da Lei nº
6938/1981 ), bem como, em consonância com a Resolução XIV - Efluentes sanitários: denominação genérica
CONAMA nº 357 , de 17 de março de 2005, e Resolução para despejos líquidos residenciais, comerciais, águas de
CONAMA nº 430 , de 13 de maio de 2011. infiltração na rede coletora, os quais podem conter parcela
de efluentes industriais e efluentes não domésticos;
Art. 2º Estabelecer diretrizes, critérios e parâmetros
específicos para o reúso não potável de água de acordo XV - Efluentes tratados: efluentes submetidos a um
com as modalidades regulamentadas nesta Resolução. tratamento parcial ou completo, com a finalidade de
conseguir a remoção de substâncias indesejáveis e a
Art. 3º Os efluentes de qualquer fonte poluidora
estabilização da matéria orgânica;
somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos
corpos receptores após o devido tratamento e desde que XVI - Emissário submarino: tubulação provida de
obedeçam as condições, padrões e exigências dispostos sistemas difusores, destinada ao lançamento de efluentes
nesta e em outras Normas aplicáveis. no mar, na faixa compreendida entre a linha de base e o
limite do mar territorial brasileiro;
Parágrafo único. Os efluentes advindos das
atividades de aquicultura serão regulados por legislação XVII - Estação de Tratamento de Efluentes - ETE:
específica. conjunto de unidades de tratamento, equipamentos, órgãos
auxiliares, acessórios e sistemas de utilidades, cuja
CAPITULO I - DAS DEFINIÇÕES
finalidade é a redução das cargas poluidoras do esgoto e
Art. 4º Para efeito desta Resolução adotam-se as condicionamento da matéria residual proveniente do
seguintes definições: tratamento;
I - Atividade industrial: qualquer atividade que XVIII - Fontes poluidoras: matéria ou energia que
beneficia ou transforma matéria-prima em produto; quando lançados no ambiente possam comprometer a sua
II - Acreditação Laboratorial: reconhecimento formal qualidade;
por um organismo independente especializado em normas XIX - Galeria Pluvial: condutos fechados destinados
técnicas daquele setor de que uma instituição atende a ao transporte das águas de escoamento superficial,
requisitos previamente definidos e demonstra ser originárias das precipitações captadas pelas bocas
competente para realizar suas atividades com segurança; coletoras;
III - Água de lavagem: água usada pela indústria nas XX - Interesse social: conceito previsto na Lei nº
lavagens de máquinas, tubulações e pisos, não sendo 12.651 de 25 de maio de 2012, Art. 3º , inciso IX.
incorporada aos produtos;
XXI - Utilidade Pública: conceito previsto na Lei nº
IV - Água de abastecimento público: água destinada 12.651 de 25 de maio de 2012, Art. 3º , inciso VIII;
ao consumo humano, sujeita a processos de tratamentos,
XXII - Lançamento direto: condução direta do
de forma a torná-la potável;
efluente ao corpo receptor, tendo este passado
V - Água de reúso: efluente que se encontra dentro obrigatoriamente por algum processo de tratamento;
dos padrões exigidos para sua utilização nas modalidades
XXIII - Lançamento indireto: condução do efluente,
pretendidas;
submetido ou não a tratamento, por meio de rede coletora
VI - Automonitoramento: realização sistemática de que recebe outras contribuições até chegar a uma Estação
medições ou observações de indicadores ou parâmetros de Tratamento de Efluentes;
especificados por tipo de fonte potencial ou efetivamente
XXIV - Medidor de vazão: equipamento que mede a
poluidora do meio ambiente, bem como de indicadores ou
quantidade de efluente que escoa através de certa secção
parâmetros inerentes aos compartimentos ambientais
em um intervalo de tempo considerado;

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32 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
XXV - Monitoramento do efluente líquido: lançados, os quais deverão gerar dados instantâneos e
determinação periódica e sistemática das características históricos, que poderão ser solicitados a qualquer tempo
qualitativas e quantitativas do efluente líquido; pelo órgão ambiental ou, quando do lançamento indireto
XXVI - Operadoras de serviços de esgoto: empresa dos efluentes, pelas operadoras de serviços de esgoto.
pública ou privada que detém a concessão dos serviços de Parágrafo único. O órgão ambiental competente
saneamento da localidade ou região; poderá solicitar, com a devida periodicidade, a calibração
XXVII - Padrão de lançamento: valor máximo dos medidores de vazão de acordo com as Normas da
permitido, atribuído a cada parâmetro passível de controle, ABNT e certificado por instituição credenciada pelo
para lançamento de efluentes líquidos, a qualquer INMETRO.
momento, direta ou indiretamente, em corpo receptor; Art. 10. As indústrias deverão instalar, com a
XXVIII - Programas Interlaboratoriais: programas anuência do órgão ambiental competente e às expensas do
planejados e gerenciados por uma entidade provedora que empreendedor, pontos de amostragem na área externa do
analisa estatisticamente o desempenho de diversos empreendimento, possibilitando a coleta de efluentes, a
laboratórios na realização de ensaio ou calibração em uma serem realizadas pelo órgão ambiental competente e/ou
amostra padrão e equipamentos, emitindo relatório pela operadora de serviço de esgoto, nos casos de ligação
descritivo da situação de cada participante; em rede coletora.
XXIX - Reuso direto de água: uso planejado de água Seção II - Das Condições e Padrões de Lançamento
de reúso, conduzida ao local de utilização, sem lançamento Direto de Efluentes
ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou Art. 11. Os efluentes não sanitários, somente
subterrâneos; poderão ser lançados diretamente no corpo hídrico desde
XXX - Reuso externo: é o uso de efluentes tratados que obedeçam, resguardadas outras exigências cabíveis,
provenientes das estações administradas por prestadores as seguintes condições e padrões específicos:
de serviços de saneamento básico ou terceiros, cujas I - pH: entre 5,0 e 9,0;
características permitam sua utilização; II - temperatura: inferior a 40ºC;
XXXI - Reuso interno: é o uso interno de água de III - materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de
reúso proveniente de atividades realizadas no próprio 1 hora em cone Inmhoff;
empreendimento.
IV - substâncias solúveis em hexano:
XXXII - Sistemas individuais de tratamento de
a) óleos minerais: até 20 mg/L; e,
esgoto: sistemas adotados para atendimento unifamiliar
incluindo fossas sépticas, filtro anaeróbio e/ou sumidouros b) óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L.
utilizados como tratamento de efluentes sanitários; V - ausência de materiais flutuantes;
XXXIII - Testes de ecotoxicidade: métodos utilizados VI - cor aparente: presença de corantes e pigmentos
para detectar e avaliar a capacidade de um agente tóxico virtualmente ausentes;
provocar efeito nocivo, utilizando bioindicadores dos VII - sólidos suspensos totais: até 100,0 mg/L;
grandes grupos de uma cadeia ecológica; VIII - NMP de coliformes termotolerantes: até 5000
CAPÍTULO II - DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE NMP/100ml;
LANÇAMENTO DE EFLUENTES IX - sulfeto: até 1 mg/L;
Seção I - Das Disposições Gerais X - nitrogênio amoniacal total, da seguinte forma:
Art. 5º O empreendedor, no processo de a) até 20 mg/L, quando o pH for menor ou igual a
licenciamento, informará ao órgão ambiental a qualidade do 8,0; ou,
corpo receptor, quer seja hídrico ou solo, e quando se tratar b) até 5 mg/L, quando o pH for maior que 8,0.
de licença de operação, a caracterização dos efluentes,
conforme os parâmetros estabelecidos nesta Resolução. XI - sulfato: até 500 mg/L;
Parágrafo único. É facultado às operadoras de XII - Demanda Química de Oxigênio (DQO): até
serviços de esgoto, solicitar ao órgão ambiental as 200,0 mg/L;
informações sobre as substâncias geradas pelos XIII - para os efluentes provenientes de lagoas de
empreendimentos que realizam lançamento indireto. estabilização: OD > 3 mg/L; e
Art. 6º É vedado o lançamento de efluentes de XIV - cianeto total: até 1,0 mg/L;
processos nos quais possam ocorrer a formação de XV - cianeto livre: até 0,2 mg/L.
dioxinas e furanos. XVI - valores máximos admissíveis das substâncias
Art. 7º No controle das condições de lançamento, é constantes do Anexo I, de acordo com o enquadramento do
vedada, para fins de diluição antes do seu lançamento, a empreendimento, conforme Anexo III.
mistura de efluentes com águas de melhor qualidade, tais § 1º Para os casos de lagoa de estabilização, nas
como as águas de abastecimento, do mar, de sistemas análises de Demanda Química de Oxigênio (DQO), a
abertos de refrigeração sem recirculação, entre outros. amostra deverá ser filtrada em filtro de fibra de vidro e poro
Parágrafo único. É vedada a diluição de efluentes com Ø 0,7 a 1,0 µm.
em águas pluviais em qualquer quantidade para fins de Art. 12. Os efluentes sanitários, somente poderão
lançamento. ser lançados diretamente no corpo hídrico desde que
Art. 8º Nos casos de empreendimentos geradores de obedeçam, resguardadas outras exigências cabíveis, as
diferentes efluentes, os limites constantes desta Resolução seguintes condições e padrões específicos:
aplicar-se-ão a cada um deles e o conjunto após a mistura I - pH entre 5 e 9;
será considerado como efluente não sanitário, devendo
II - temperatura: inferior a 40ºC;
seguir os critérios estabelecidos nos Arts.12 e 13 desta
Resolução. III - materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de
1 hora em cone Inmhoff;
Art. 9º As indústrias deverão instalar, às suas
expensas, medidores de vazão dotados da função de IV - Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO 5 dias,
totalização de volume contínua dos seus efluentes 20ºC: até 120 mg/L;

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 33
a) Para os casos de lagoa de estabilização, nas Art. 16. Para disposição no solo, os efluentes
análises de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5) a tratados deverão seguir os mesmos parâmetros e limites
amostra deverá ser filtrada em filtro de fibra de vidro e poro estabelecidos no Art. 11. quando para efluentes não
com Ø 0,7 a 1,0 µm; sanitários, ou Art. 12. quando fonte poluidora de origem
V - substâncias solúveis em hexano (óleos e graxas) sanitária, incluindo ainda os seguintes padrões:
até 100 mg/L; I - condutividade elétrica até 1.000 µS/cm;
VI - ausência de materiais flutuantes; II - Razão de Adsorção de Sódio - RAS até 10
VII - sulfeto: até 1 mg/L; (mmolc L -1) ½
VIII - NMP de coliformes termotolerantes: até 5000 § 1º Os padrões estabelecidos no caput deste artigo
CT/100ml; poderão ser alterados mediante aprovação do órgão
ambiental competente, desde que os resultados dos
IX - sólidos suspensos totais, da seguinte forma:
estudos solicitados no Art. 15. justifiquem a adoção de
a) até 150,0 mg/L para lagoas de estabilização; novos valores e que sejam apresentados também planos de
b) até 100 mg/L, para as demais tecnologias. manejo e/ou alternativas para quando da saturação do solo.
Parágrafo único. Poderão ser exigidos aos sistemas § 2º O lançamento de efluentes no solo poderá
de tratamento de esgotos sanitários outros parâmetros, ocorrer até que sejam atingidos os limites de saturação,
relacionados no Anexo I, em função das características definidos no Anexo II.
locais, a critério do órgão ambiental competente.
§ 3º Quando do lançamento de efluentes no solo,
Art. 13. O lançamento de efluentes sanitários deverá ser apresentado o monitoramento deste corpo
efetuados por meio de emissário submarino deve ser receptor, da seguinte forma:
precedido de tratamento que garanta o atendimento das
I - Diretamente no solo: amostras representativas do
seguintes condições e padrões específicos, sem prejuízo de
solo deverão ser compostas por no mínimo 5 subamostras
outras exigências cabíveis e após desarenação:
por hectare, com coletas de profundidade de 0-20 cm e
I - pH entre 5 e 9; periodicidade de no mínimo seis meses;
II - temperatura: inferior a 40º C; II - Em calhas de corpos hídricos quando estes
III - sólidos grosseiros e materiais flutuantes: estejam abaixo da vazão de referência: coletas no ponto de
virtualmente ausentes; e lançamento e a 50 metros a jusante e 50 metros a montante
IV - sólidos em suspensão totais: eficiência mínima do lançamento, com periodicidade de no mínimo seis
de remoção de 20%, após desarenação. meses;
Art. 14. Os efluentes advindos de lavagem de filtro Art. 17. O lançamento de efluentes tratados em
de Estações de Tratamento de Água - ETA deverão corpos hídricos intermitentes deverá ser condicionado à
obedecer as seguintes condições e padrões de lançamento: caracterização de vazão dos mesmos, de forma a
I - pH entre 6 e 9,5; enquadrar adequadamente a disposição final do efluente,
se no solo ou corpo hídrico, a critério do órgão ambiental
II - temperatura: inferior a 40º C; competente.
III - sólidos em suspensão totais: até 100mg/L; Art. 18. Os efluentes especiais só poderão ser
IV - sólidos sedimentáveis: até 1mL/L; lançados diretamente no corpo receptor após tratamento e
V - alumínio total: até 10 mg/L; deverão atender aos parâmetros estabelecidos no Art. 11
VI - DQO: até 200mg/L; e da seção I, além de serem submetidos à desinfecção para
remoção de agentes patogênicos.
VII - materiais flutuantes: ausente.
Art. 19. O órgão ambiental competente poderá, a
Parágrafo único. Efluentes de lavagem de filtro de
qualquer momento, mediante fundamentação técnica:
Estações de Tratamento de Água - ETA que passarem por
I - acrescentar outras condições e padrões para o
desidratação, deverão receber o tratamento e
lançamento de efluentes, ou torná-los mais restritivos, tendo
disposição/destinação adequada do resíduo, conforme o
em vista as condições do corpo receptor; ou
estabelecido pelo órgão ambiental competente.
II - exigir tecnologia ambientalmente adequada e
Art. 15. O lançamento de efluentes não sanitários,
economicamente viável para o tratamento dos efluentes,
somente poderá ser realizado diretamente no solo mediante
compatível com as condições do respectivo corpo receptor.
apresentação, pelo empreendedor, ao órgão ambiental
competente, de relatório contendo: Art. 20. As atividades industriais deverão atender,
além do estabelecido no Art. 11, os parâmetros do Anexo I,
I - diagnóstico do solo com perfil, granulometria, teor
conforme sua tipologia.
de matéria orgânica, avaliação de taxa de
infiltração/absorção e teor de metais constantes no Anexo Art. 21. O efluente não deverá causar ou possuir
II; potencial para gerar efeitos tóxicos aos organismos
aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de
II - teor total dos metais constantes no Anexo I, para
ecotoxicidade estabelecidos pelo órgão ambiental
o efluente;
competente.
III - frequência e método de aplicação do efluente no
§ 1º O órgão ambiental competente estabelecerá os
solo;
critérios de ecotoxicidade nos respectivos processos de
IV - declividade do local; licenciamento, bem como nos processos de monitoramento,
V - nível e qualidade do lençol freático; controle e fiscalização ambientais.
VI - modelagem da dispersão; e § 2º Sempre que forem observados na atividade ou
VII - laudo conclusivo, com ART.de um profissional empreendimento efeitos tóxicos de quaisquer naturezas,
habilitado, atestando a viabilidade ambiental do lançamento será exigido teste de ecotoxicidade.
proposto. Art. 22. O órgão ambiental competente poderá
Parágrafo único. Ficará a critério do órgão ambiental autorizar o lançamento de efluentes tratados em Áreas de
competente a solicitação de estudos complementares para Preservação Permanente - APP, nos casos de utilidade
disposição no solo.

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34 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
pública e/ou interesse social, ou ainda para a implantação e parâmetros especificados pelo órgão ambiental
de ações de baixo impacto ambiental. competente, devendo os dados estarem disponíveis a
Art. 23. É vedado o despejo de efluentes de qualquer qualquer momento para o órgão ambiental e/ou para a
fonte poluidora diretamente em estruturas hídricas lênticas concessionária dos serviços de esgotos;
(lagos, lagoas ou reservatórios). Art. 28. Os efluentes não sanitários deverão ser
Parágrafo único. Os casos excepcionais relativos ao lançados na rede pública de esgotos através de ligação
lançamento direto em corpo receptor serão analisados pelo única, cabendo à operadora de serviços de esgotamento
órgão ambiental competente. sanitário do sistema admitir, em casos excepcionais e
tecnicamente justificáveis, o recebimento dos efluentes por
Seção III - Das Condições e Padrões de Lançamento
mais de uma ligação.
Indireto de Efluentes
Art. 29. É facultada às operadoras de serviço de
Art. 24. Os efluentes não sanitários somente
esgoto a solicitação e/ou coleta de amostras, instantâneas
poderão ser lançados no sistema coletor das operadoras de
ou compostas, bem como a medição de vazão, para a
serviço de esgoto desde que obedeçam as condições e
regulação e recebimento dos efluentes na rede coletora.
padrões previstos neste artigo, resguardadas outras
exigências cabíveis: Art. 30. Na amostragem dos despejos, para efeito de
controle da emissão, será considerada a concentração
I - pH entre 6,0 e 10,0;
média para comparação com amostragens compostas e a
II - temperatura: inferior a 40ºC; concentração máxima para comparação com amostragens
III - materiais sedimentáveis: até 10 mL/L em teste instantâneas.
de 1 hora em cone Inmhoff. Art. 31. As condições e padrões de lançamento nas
IV - regime de lançamento contínuo, com vazão redes coletoras das operadoras de serviços de esgoto
máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de estabelecidos nesta Seção poderão ser alteradas, mediante
atividade diária do agente poluidor: QMÁX = 1,5 x QMÉDIA instrumento específico entre a operadora pública de
DIÁRIA. serviços de esgoto e o empreendedor, com anuência do
V - óleos e graxas: órgão ambiental competente, da seguinte forma:
a) óleos minerais: até 40 mg/L; I - Redução dos valores máximos, nos casos em que
b) óleos vegetais e gorduras animais: até 60 mg/L. a concentração de qualquer elemento ou substância
alcançar índices prejudiciais ao funcionamento do sistema
VI - Demanda Química de Oxigênio (DQO): até de tratamento de efluentes;
600,0 mg/L;
VIII - sólidos suspensos totais: até 150,0 mg/L. II - Aumento dos valores máximos, desde que
mediante instrumento específico entre a operadora pública
IX - sulfato: até 1.000 mg/L. de serviços de esgoto e o empreendedor;
X - sulfeto: até 1,0 mg/L. III - Inclusão de outras substâncias potencialmente
XI - nitrogênio amoniacal: até 20 mg/L. prejudiciais bem como o estabelecimento das
Art. 25. No sistema coletor das operadoras de concentrações limites.
serviço de esgoto, fica vedado o lançamento de: Art. 32. As águas de lavagem dos diversos
I - substâncias que, por si ou por interação com processos produtivos são consideradas fontes poluidoras e
outros despejos, causem prejuízo ao bem público, risco à devem obedecer às condições gerais desta Resolução.
vida ou prejudiquem a operação e manutenção dos Art. 33. As operadoras do sistema de coleta e
sistemas de esgotos; tratamento de esgotos poderão monitorar os efluentes
II - substâncias tóxicas, em quantidades que interligados às suas redes coletoras. Caso seja verificado o
interfiram em processo biológico de tratamento de esgotos; não atendimento ao disposto nesta Resolução, caberá a
III - materiais e/ou resíduos sólidos ou semissólidos estas comunicar imediatamente ao órgão ambiental
que causem obstrução na rede coletora ou outra competente, através de documento oficial, para a adoção
interferência na própria operação do sistema de esgotos; de providências legais cabíveis.
IV - substâncias que são capazes de causar incêndio Art. 34. O lançamento na rede coletora por veículos
ou explosão, ou serem nocivas de qualquer outra maneira de limpeza de sistemas individuais de tratamento de esgoto,
na operação e manutenção dos sistemas de esgotos como, somente poderá ser realizado mediante instrumento
por exemplo: gasolina, óleos, solventes e tintas; específico entre o empreendedor e a operadora de serviços
de esgoto, no qual deverão ser estabelecidos as condições
V - águas pluviais em qualquer quantidade.
e padrões específicos para os despejos.
VI - parâmetros em limites superiores aos
Art. 35. Em áreas dotadas de rede pública de
apresentados no Anexo I, de acordo com a tipologia do
esgotos fica proibida a disposição de efluentes, mesmos
empreendimento, estabelecida no Anexo III;
tratados, nas drenagens de águas pluviais.
Art. 26. As indústrias deverão instalar, às suas
CAPÍTULO III - DAS CONDIÇÕES E PADRÕES PARA
expensas, medidores de vazão adequados e capazes de
REUSO
gerar dados instantâneos e históricos no ponto de ligação
dos despejos não sanitários à rede coletora da operadora Art. 36. As modalidades de reúso estabelecidas
de serviços de esgoto. neste capítulo, serão realizados após submissão e análise
do órgão ambiental competente.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente
poderá solicitar, com a devida periodicidade, a calibração Art. 37. O reúso direto de água não potável, para
dos medidores de vazão de acordo com as Normas da efeito desta Resolução, abrange as seguintes modalidades:
ABNT e certificado por instituição credenciada pelo I - Reuso para fins urbanos: utilização de água de
INMETRO. reúso para fins de irrigação paisagística, lavagem de
Art. 27. Indústrias com vazões superiores a 500 logradouros públicos e veículos, desobstrução de
m³/dia deverão instalar, às suas expensas, sistema para tubulações, construção civil, edificações e combate de
totalização de volume acumulado em períodos pré- incêndio dentro da área urbana;
determinados, assim como medidores de pH, temperatura

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 35
II - Reuso para fins agrícolas e florestais: Aplicação Art. 43. A qualidade da água de reúso interno para
de águas de reúso para a produção agrícola e cultivo de fins de uso dentro do processo industrial será de
florestas plantadas responsabilidade do empreendedor.
III - Reuso para fins ambientais: utilização de água Parágrafo único. O reúso de água não potável
de reúso para a implantação de projetos de recuperação do proveniente de processos industriais, mesmo que na área
meio ambiente; do empreendimento, quando ocorrer lançamento direto,
IV - Reuso para fins industriais: utilização de reúso deverá obedecer aos padrões de lançamento de reúso
em processos, atividades e operações industriais; externo de acordo com as modalidades previstas nos
Arts.38 a 41.
V - Reuso na aquicultura: utilização de água de
reúso para a criação de animais ou para o cultivo de Art. 44. O reúso externo de efluentes não sanitários
vegetais aquáticos. deverá ocorrer mediante a apresentação de projeto ao
órgão ambiental competente, o qual deverá contemplar:
Art. 38. O reúso externo de efluentes sanitários para
fins urbanos deverá obedecer aos seguintes parâmetros I - caracterização dos efluentes a serem destinados
específicos: ao reúso, contendo as substâncias químicas previstas na
Seção II desta Norma;
I - Coliformes termotolerantes: até 5000 CT/100 mL.
II - testes de ecotoxicidade, no que couber;
II - Ovos geohelmintos: até 1ºvo/L de amostra;
III - informações sobre o processo de atividade da
III - Condutividade elétrica: até 3000 µS/cm;
qual se originam;
IV - pH entre 6,0 e 8,5;
IV - caracterização da modalidade de reúso;
Parágrafo único. Para fins de irrigação paisagística,
V - laudo conclusivo, com ART.de um profissional
o parâmetro Coliformes termotolerantes deve ser até 1000
habilitado, atestando a viabilidade ambiental do reúso
CT/100 mL.
proposto;
Art. 39. O reúso externo de efluentes sanitários para
VI - outros estudos que se façam necessários de
fins agrícolas e florestais deverá obedecer aos seguintes
acordo com o órgão ambiental competente.
parâmetros específicos:
Art. 45. Nos casos de efluentes concentrados devido
I - Coliformes termotolerantes, da seguinte forma:
a atividades de reúso, estes só poderão ser lançados no
a) Culturas a serem consumidas cruas cuja parte corpo receptor, obedecendo aos parâmetros estabelecidos
consumida tenha contato direto com a água de irrigação: na Seção II desta Resolução.
Não Detectado - ND
Art. 46. Nos casos de efluentes concentrados devido
b) as demais culturas até 1000 CT/100 mL. a atividades de reúso passarem por desidratação, o rejeito
I - Ovos de geohelmintos, da seguinte forma: deverá ser tratado e disposto adequadamente conforme o
a) Culturas a serem consumidas cruas cuja parte estabelecido pelo órgão ambiental competente.
consumida tenha contato direto com a água de irrigação: Art. 47. Nos casos de lançamento de efluentes
Não Detectado – ND concentrados devido a atividades de reúso em rede das
b) as demais culturas: até 1 ovo geohelmintos/L de operadoras de serviços de esgotos, será facultado a estas,
amostra II. Condutividade elétrica: até 3000 µS/cm III. pH em casos específicos, a alteração dos valores fixados no
entre 6,0 e 8,5 Art. 24 do capítulo II da Seção III desta Resolução, com a
IV - Razão de Adsorção de Sódio - RAS: (15 anuência do órgão ambiental competente.
mmolcL-¹) ¹/² Art. 48. Outros usos não previstos nesta Resolução
Art. 40. O reúso externo de efluentes sanitários para deverão ser apresentados os projetos de reúso para
fins ambientais deverá obedecer aos seguintes parâmetros aprovação prévia da SEMACE.
específicos: CAPÍTULO IV - DAS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DE
I - Coliformes termotolerantes: até 10.000 CT/100 EFLUENTES
mL. Art. 49. Os responsáveis pelos efluentes de qualquer
II - Ovos geohelmintos: até 1 ovo/L de amostra. fonte potencialmente ou efetivamente poluidora referidas
III - Condutividade elétrica: até 3000 µS/cm IV. pH nesta Resolução, deverão realizar o automonitoramento,
entre 6,0 e 8,5. com base em amostragem representativa dos mesmos,
para controle e acompanhamento periódico dos efluentes
Art. 41. O reúso externo de efluentes sanitários para lançados nos corpos receptores, conforme a Portaria
aquicultura deverá obedecer aos seguintes parâmetros SEMACE nº 151/02 ou legislação que a substitua.
específicos:
Art. 50. As coletas de amostras e as análises de
I - Coliformes termotolerantes: até 1000 CT/100 mL. efluentes líquidos e do corpo receptor, para fins de
II - Ovos geohelmintos - ND/L de amostra. automonitoramento, deverão ser realizadas por laboratórios
III - Condutividade elétrica: até 3000 µS/cm IV. pH participantes de programas interlaboratoriais e/ou que
entre 6,0 e 8,0 possuam implantados sistemas de gestão da qualidade.
V - Temperatura: até 40º C § 1º Os laboratórios terão o prazo de 24 meses, a
Art. 42. O reuso externo de efluentes não sanitários partir da data de publicação desta Resolução, para se
deverá obedecer, de acordo com a modalidade de reuso, submeter aos programas interlaboratoriais e/ou implantar
aos parâmetros estabelecidos nos Arts.38 a 41 deste um sistema de gestão da qualidade.
capítulo, além de: § 2º Até o final do prazo estabelecido no § 1º deste
I - parâmetros estabelecidos no Art. 11 da Seção II desta artigo, os ensaios poderão ser realizados por laboratórios
Norma, não contemplados nos Arts.38 a 41; aceitos pelo órgão ambiental competente.
II - valores máximos admissíveis das substâncias CAPÍTULO V - DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
constantes no Anexo I, de acordo com a tipologia do Art. 51. Aos empreendimentos e demais atividades
empreendimento, constante no Anexo III. poluidoras que na data de publicação desta Resolução
contarem com licença ambiental vigente ou em processo de
licenciamento, poderá ser concedido, a critério do órgão
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36 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
ambiental competente, o prazo de até 24 meses, contados ambiente, decorrente de atividades, obras e/ou
a partir de sua publicação, para se adequarem às condições empreendimentos utilizadores de recursos ambientais
e padrões novos ou mais rigorosos estabelecidos nesta considerados efetiva e/ou potencialmente poluidores, bem
Resolução. como capazes sob qualquer forma de causar degradação
Parágrafo único. O empreendedor apresentará ao ambiental, que manifeste todos os seus efeitos dentro da
órgão ambiental competente, no prazo de até seis meses a extensão territorial de um único município.
partir da publicação desta Resolução, o cronograma das Art. 2º Entende-se por intervenção de impacto
medidas necessárias ao cumprimento do disposto no caput ambiental local a operacionalização de empreendimento, a
deste artigo. realização de obra, ou a execução de atividade da qual não
Art. 52. As estações de tratamento de efluentes decorram impactos ambientais capazes de ultrapassar os
existentes (ETEs) deverão adequar-se para atender ao limites territoriais de um município.
disposto nesta legislação. Nos casos onde houver § 1º Consideram-se de impacto ambiental local as
limitações de ordem técnica ou física, o(s) responsável(eis) intervenções/tipologias assim definidas na tabela constante
pela(s) ETE(s), deverá(ão) apresentar à entidade ambiental do Anexo I desta Resolução.
competente estudo técnico justificando a não possibilidade § 2º Aplicam-se ao Anexo I desta Resolução os
de alteração da(s) unidade(s) de tratamento de efluentes, conceitos, critérios e classificações de porte e Potencial
sob pena de arquivamento do processo ou cassação da Poluidor Degradador - PPD previstos na Resolução
licença ambiental. COEMA nº 02 , de 11 de abril de 2019, podendo o município
§ 1º As empresas terão prazo de 06 (seis) meses estabelecer intervalos mais restritivos de porte e potencial
para apresentação de projeto técnico de adequação de poluidor degradador, com observância daqueles limites
suas ETEs a esta Resolução. máximos então definidos na referida Resolução.
§ 2º No caso das operadoras de serviços públicos de § 3º Independentemente da classificação constante
esgotamento sanitário, os prazos serão de 12 (doze) meses da tabela referida no parágrafo anterior, não são
para adequação a esta Resolução. consideradas de impacto ambiental local, em razão de sua
Art. 53. O não cumprimento do disposto nesta natureza, as intervenções que realizem lançamento de
Resolução sujeitará os infratores, entre outras, às sanções efluentes em recurso hídrico que percorra ou se estenda por
previstas na Lei nº 9.605 , de 12 de fevereiro de 1998, e em mais de um município.
seu regulamento. § 4º Também não são consideradas de impacto
Parágrafo único. Os órgãos ambientais competentes ambiental local as intervenções a seguir discriminadas,
fiscalizarão o cumprimento desta Resolução, bem como a independentemente do porte e do PPD em que se
aplicação das penalidades previstas na Lei Estadual nº enquadrem:
12.274, de 5 de abril de 1994 e legislação federal em vigor. I - localizados ou desenvolvidos em dois ou mais
Art. 54. Esta Resolução entra em vigor na data de municípios;
sua publicação. II - cujas estruturas físicas ultrapassem os limites
Art. 55. Revoga-se a Portaria SEMACE nº 154, de territoriais de um município;
22 de julho de 2002. III - localizadas em imóveis cujos títulos de
Art. 56. Revogam-se os §§ 1º e 3º do art. 9º, da propriedade ultrapassem um ou mais municípios;
Portaria SEMACE nº 151, de 25 de novembro de 2002. Art. 3º Caberá aos municípios, nos termos da
CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - COEMA, Constituição Federal de 1988 e da Lei Complementar nº
em Fortaleza, 02 de fevereiro de 2017. 140/2011, o licenciamento ambiental das intervenções de
Artur José Vieira Bruno PRESIDENTE DO COEMA impacto ambiental local, assim definidas nos arts. 1º e 2º
desta Resolução.
Parágrafo único. As tipologias das atividades, obras
e/ou empreendimentos de impacto ambiental local,
RESOLUÇÃO 07/2019 passíveis de licenciamento no âmbito municipal, são
definidas no Anexo I desta Resolução, segundo os critérios
Dispõe sobre a definição de impacto ambiental local de potencial poluidor degradador - PPD, porte natureza da
e regulamenta o cumprimento ao disposto no art. 9º , XIV, atividade, em consonância com a previsão do art. 9º, dada
a, da lei complementar nº 140 , de 08 de dezembro de 2011. Lei Complementar nº 140 , de 8 de dezembro de 2011.
O Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA, Art. 4º Não serão objeto de licenciamento pelos
no uso das suas atribuições que lhe conferem os art. 2º, municípios as atividades, obras, e/ou empreendimentos:
item 2, da Lei nº 11.411, de 28 de dezembro de 1987; Art.
2º, VII, do Decreto nº 23.157, de 08 de abril de 1994; I - cuja competência para licenciamento tenha sido
originariamente atribuída à União ou aos Estados pela
Considerando a Lei Complementar nº 140, de 08 de legislação em vigor;
dezembro de 2011, que fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da II - cujos impactos ambientais ultrapassem seus
Constituição Federal; respectivos limites territoriais.
Considerando o disposto na alínea "a" do inciso XIV Art. 5º Caberá a Superintendência Estadual do Meio
do art. 9º e no parágrafo 2º do art. 18, ambos da Lei Ambiente - SEMACE, nos termos da Constituição Federal
Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011; de 1988 e da Lei Complementar nº 140/2011, realizar os
procedimentos de licenciamento e autorização ambiental,
Considerando a necessidade de estabelecer no âmbito do Estado do Ceará, que:
critérios necessários à implementação da descentralização
da gestão ambiental, com foco no licenciamento, controle, I - tenham sido originariamente atribuídos aos
monitoramento e fiscalização de atividades de impacto Estados;
ambiental local; II - tenham por objeto intervenções consideradas de
Resolve: impacto regional, ou seja, aquelas que não se enquadrem
no conceito de impacto ambiental local, nos termos dos arts.
Art. 1º Para os efeitos desta Resolução, entende-se
por impacto ambiental local qualquer alteração do meio
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 37
1º e 2º desta Resolução, e cujo licenciamento não tenha administrativo-financeira, com personalidade jurídica,
sido originariamente atribuído à União. patrimônio e receita próprios, destinado ao controle,
Art. 6º Para exercer as atribuições concernentes ao monitoramento e fiscalização ambientais;
licenciamento das intervenções de impacto local, o II - instituírem fundo municipal de meio ambiente
município deve possuir sistema de gestão ambiental. destinado à gestão dos recursos oriundos dos serviços
§ 1º O sistema municipal de gestão ambiental a que ambientais e dos tributos arrecadados em decorrência do
se refere o caput deste artigo caracteriza-se pela existência poder de polícia ambiental;
de, no mínimo: III - promoverem o Micro Zoneamento Ecológico-
I - Órgão ambiental capacitado; Econômico no âmbito do respectivo território;
I - Política Municipal de Meio Ambiente prevista em IV - atenderem aos demais indicadores do Programa
legislação específica; Selo Município Verde, criado pela Lei Estadual nº 13.304,
de 19 de maio de 2003, e regulamentado pelos decretos nos
III - Conselho Municipal de Meio Ambiente em
27.073 e 27.074, ambos de 02 de junho de 2003;
atuação, consistente em instância colegiada, normativa e
deliberativa de gestão ambiental, com representação da Art. 9º Para fins da atuação subsidiária do Poder
sociedade civil organizada paritária à do Poder Público; Executivo Estadual, prevista no art. 16 da Lei
Complementar nº 140 de 08 de dezembro de 2011, deverá
IV - Legislação que discipline o licenciamento
o ente municipal solicitante adequar-se aos critérios
ambiental municipal;
previstos no art. 6º desta Resolução.
V - Equipe multidisciplinar de nível superior para
Art. 10. O município poderá constituir consórcio
analisar o licenciamento ambiental;
público, com o objetivo de garantir melhor capacidade
VI - Equipe de fiscalização e de licenciamento técnica para a gestão ambiental.
formada por servidores públicos efetivos de nível superior.
§ 1º O ato administrativo de emissão da licença
§ 2º Para os fins do inciso I deste artigo, entende-se ambiental é de responsabilidade exclusiva do município
por órgão ambiental capacitado aquele que possui técnicos onde se localiza a atividade e/ou o empreendimento a ser
próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em licenciado.
número compatível com a demanda das ações
§ 2º Para fins do disposto nesta Resolução, os
administrativas a serem delegadas, na forma do art. 5º ,
consórcios públicos deverão ser formados com objetivo
parágrafo único, da Lei Complementar nº 140/2011 .
específico de viabilizar as atividades de licenciamento e
Art. 7º O processo de descentralização se fará a monitoramento ambiental.
partir do atendimento aos critérios estabelecidos no artigo
§ 3º Os consórcios públicos poderão celebrar
anterior desta Resolução.
convênios e outros instrumentos similares com órgãos e
§ 1º Enquanto o município não alcançar o entidades públicas somente para fins de execução das
atendimento aos critérios elencados no artigo anterior, as atividades de monitoramento ambiental, respeitadas as
ações administrativas de licenciamento e autorização regras contidas na Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005.
ambiental que lhe caberiam, serão realizadas pela
Art. 11. A autoridade licenciadora e os profissionais
Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE
participantes das análises dos processos de licenciamento
em caráter supletivo, nos termos do art. 15, II, da Lei
não poderão atuar, direta ou indiretamente, como
Complementar nº 140/2011 .
consultores ou representantes dos empreendimentos a
§ 2º Ao completar o atendimento aos critérios serem licenciados.
elencados no artigo anterior, o município deverá comunicar,
Art. 12. As atividades de fiscalização e de
oficialmente, ao COEMA, que, por sua vez, encaminhará
licenciamento deverão ser realizadas por servidores
cópia da referida comunicação à SEMA e à SEMACE para
próprios dos respectivos municípios, ou dos municípios
fins de harmonização e integração do Sistema Estadual de
consorciados, nos termos do artigo anterior.
Meio Ambiente.
§ 1º É defeso aos servidores envolvidos nas ações
Art. 8º O Estado do Ceará, visando ao
administrativas de licenciamento e fiscalização ambiental
desenvolvimento de ações administrativas subsidiárias em
realizar consultorias e serviços correlatos referentes a
favor dos municípios que o integram, por intermédio do
procedimentos de licenciamento, autorização ou
Secretário da Secretaria Estadual do Meio Ambiente -
fiscalização ambiental, no âmbito do respectivo município
SEMA, poderá disponibilizar apoio técnico, científico,
e/ou consórcios.
administrativo ou financeiro, nos termos do art. 16 da Lei
Complementar nº 140 , de 08 de dezembro de 2011, a fim Art. 13. O Estado poderá delegar, mediante convênio
de cooperar com a estruturação do sistema municipal de ou acordo de cooperação técnica, a execução de ações
gestão ambiental das municipalidades que cumprirem os administrativas a ele atribuída, desde que o município
critérios para utilização e acessibilidade, os quais servirão destinatário da delegação disponha de sistema de gestão
como índices de elegibilidade e prioridade. ambiental mínimo, na forma do artigo 6º desta Resolução.
§ 1º O apoio técnico, científico, administrativo ou Parágrafo único. O Estado delegará a execução de
financeiro referido no caput dependerá de solicitação prévia ações administrativas a ele atribuídas levando-se em conta
do município direcionada à Secretaria Estadual do Meio a relação entre grau de complexidade das referidas ações
Ambiente - SEMA e não prejudicará outras formas de e o estágio de estruturação do respectivo órgão municipal.
cooperação entre Estado e municípios. Art. 14. É defeso aos municípios realizar
§ 2º O apoio técnico, científico, administrativo ou licenciamento ambiental de atividades, obras e/ou
financeiro referido no caput poderá ser acessado por empreendimentos cujos impactos ambientais não tenham
Consórcios Públicos intermunicipais, constituídos nos sido definidos como locais, nos termos dos arts. 1º e 2º
termos da Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005. desta Resolução, e que não tenham sido objeto de
delegação, conforme previsto no artigo anterior.
§ 3º Serão priorizados, no acesso ao apoio do
Estado referido no caput, os municípios que: Art. 15. Considerado apto o município a realizar as
ações administrativas de licenciamento e autorização
I - constituírem, mediante lei municipal específica,
ambiental cujos impactos ambientais tenham sido definidos
ente da administração indireta detentor de autonomia

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38 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
como locais, nos termos dos arts. 1º e 2º desta Resolução, Art. 21. Os municípios deverão observar as normas
a Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE estabelecidas na legislação pátria, especialmente as
não mais receberá requerimentos de licença ou autorização resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
referentes a tais intervenções, a fim de evitar ofensa ao art. CONAMA e do Conselho Estadual do Meio Ambiente -
13 , caput, da Lei Complementar nº 140 , de 8 de dezembro COEMA.
de 2011. Art. 22. Esta Resolução aplica-se apenas aos
Art. 16. Na hipótese de ser verificado pela gestão processos de licenciamento e autorização ambiental
local, durante o processo de licenciamento/autorização, por iniciados a partir de sua publicação.
meio de estudo ambiental, ou qualquer outro instrumento Art. 23. Os casos não previstos nesta Resolução
hábil, que os impactos ambientais gerados pela intervenção serão dirimidos pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente
transcendem os limites territoriais do município, deverá ser - COEMA.
o procedimento redirecionado à Superintendência Estadual
Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário,
do Meio Ambiente - SEMACE para que esta conduza o
em especial a Resolução COEMA nº 01, de 04 de fevereiro
referido processo.
de 2016.
§ 1º Caso o município que esteja conduzindo o
Art. 25. Esta Resolução foi aprovada na 274ª
licenciamento reconheça a situação descrita no caput,
Reunião Ordinária e entrará em vigor na data de
deverá interromper o procedimento e orientar o interessado
sua publicação.
a requerer o licenciamento/autorização perante a
Conselho Estadual do Meio Ambiente - Coema, em
Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE e
Fortaleza, 12 de setembro de 2019.
comunicá-la imediatamente.
Artur José Vieira Bruno
§ 2º Caso outro ente licenciador vislumbre a
PRESIDENTE DO COEMA
ocorrência da situação descrita no caput e o município
condutor do licenciamento discorde desse entendimento, o
processo deverá ser remetido à Comissão Tripartite
Estadual para seu pronunciamento sobre o conflito.
RESOLUÇÃO COEMA 11/2019
Art. 17. Considera-se iniciado o processo de Dispõe sobre as intervenções em Área de
licenciamento/autorização a partir do protocolo do pedido Preservação Permanente - APP, consideradas de
de concessão, renovação ou regularização de baixo impacto ambiental, no âmbito do
licença/autorização ambiental. licenciamento ambiental na Superintendência
Estadual do Meio Ambiente - SEMACE.
§ 1º A partir da publicação desta Resolução, todos
os pedidos de concessão, renovação ou regularização de O Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA,
licença/autorização ambiental, em qualquer de suas no uso das atribuições que lhe confere o art. 2º, itens 2, 6 e
modalidades, deverão ser dirigidos aos respectivos entes 7, da Lei Estadual nº 11.411, de 28 de dezembro de 1987,
licenciadores competentes. bem como o art. 2º, inciso VII, do Decreto Estadual nº
23.157, de 08 de abril de 1994;
§ 2º Em caso de alteração de competência para
empreendimentos que já receberam licença ou autorização, Considerando que o artigo art. 3º, II, da Lei Federal
caberá ao novo ente licenciador competente definir os nº 12.651, de 25 de maio de 2012, conceitua Área de
documentos necessários à concessão da nova licença ou Preservação Permanente como a "área protegida, coberta
da respectiva renovação. ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
§ 3º A "CERTIDÃO DE ANUÊNCIA", documento
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de
emitido exclusivamente pelo município, como estabelecido
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
no § 1º do art. 10 da Resolução CONAMA 237/1997, é
populações humanas";
obrigatória para instruir qualquer procedimento de
licenciamento ambiental no Estado do Ceará. Considerando que o artigo 3º, inciso X, da Lei
Federal nº 12.651/2012, define quais são as atividades de
Art. 18. O cumprimento dos critérios estabelecidos
baixo impacto ambiental;
no art. 6º desta Resolução também se aplica aos municípios
que já desenvolviam a atividade de licenciamento Considerando que o artigo 4º, da Lei Federal nº
anteriormente à data da publicação desta Resolução. 12.651/2012, elenca as Áreas de Preservação Permanente
em áreas urbanas e rurais;
§ 1º Os municípios que já executavam a atividade de
licenciamento e autorização ambiental anteriormente à Considerando que o artigo 8º, da Lei Federal nº
publicação desta Resolução terão até o dia 31 de outubro 12.651/2012, prevê a possibilidade de intervenção ou
de 2019 para adaptarem-se aos critérios e parâmetros nela supressão de vegetação nativa em Área de Preservação
estabelecidos. Permanente nas hipóteses de utilidade pública, de interesse
social ou de baixo impacto ambiental;
§ 2º Os municípios que se enquadrem na situação
de que trata o caput deste artigo deverão, no prazo de 90 Considerando a necessidade de regrar atividades
(noventa) dias da publicação desta Resolução, comunicar eventuais ou de baixo impacto ambiental não especificadas
essa circunstância ao COEMA, sob pena de inaplicabilidade no inciso X do artigo 3º. da Lei Federal nº 12.651/2012;
da regra prevista no art. 15 desta Resolução. CONSIDERADO o Art. 3º, inciso X, alínea "k", da Lei
Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe que
Art. 19. Competirá a Superintendência Estadual do
são consideradas atividades eventuais ou de baixo impacto
Meio Ambiente - SEMACE, em caráter supletivo, exercer o
ambiental outras ações ou atividades similares,
licenciamento de atividades e empreendimentos de impacto
reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental
ambiental local, enquanto o município não estiver
em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA
estruturado nos termos desta Resolução.
ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
Art. 20. Os municípios podem exigir, por meio de
Considerando o Art. 10, da Resolução do Conselho
Resolução do seu respectivo Conselho Municipal de Meio
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 369, de 28 de
Ambiente licenciamento ambiental das atividades e/ou
março de 2006;
empreendimentos que não estejam previstos em qualquer
outro instrumento legal.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 39
Considerando que as atividades, obras ou Permanente - APP, bem como de Outorga de Uso de Água,
empreendimentos potencialmente utilizadores de recursos sempre que necessário.
ambientais no Estado do Ceará estão sujeitos ao Art. 6º No processo de licenciamento, o órgão
licenciamento ambiental, conforme disposição da Lei ambiental competente deverá determinar medidas e
Estadual nº 11.411, de 28 de abril de 1987 e suas procedimentos para que a intervenção e a supressão seja a
modificações posteriores; menor possível, reduzindo e mitigando os impactos
Considerando os dispositivos da Lei Estadual nº ambientais.
12.488, de 13 de setembro de 1995, que dispõe sobre a Art. 7º O não cumprimento do disposto nesta
Política Florestal do Ceará, regulamentada pelo Decreto Resolução sujeitará o infrator às sanções administrativas,
Estadual nº 24.221, de 12 de setembro de 1996; cíveis e criminais previstas na legislação competente.
Considerando que as Áreas de Preservação Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
Permanente - APP, localizadas em cada posse ou
Art. 9º Esta Resolução foi aprovada na 276ª Reunião
propriedade, são bens de interesse nacional e espaços
Ordinária e entrará em vigor na data de sua publicação.
territoriais especialmente protegidos, cobertos ou não por
CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - COEMA,
vegetação, com a função ambiental de preservar os
em Fortaleza, 12 de dezembro de 2019.
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o Artur José Vieira Bruno
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. PRESIDENTE DO COEMA
Resolve:
Art. 1 º Esta resolução dispõe sobre as intervenções
em APP consideradas de baixo impacto ambiental, e
procedimentos a serem adotados no âmbito do
RESOLUÇÃO COEMA 04/2013
licenciamento ambiental na Superintendência Estadual do Estabelece normas e procedimentos a serem
Meio Ambiente - SEMACE. seguidos pela SEMACE nas diversas etapas e
Art. 2º Para os efeitos do disposto nesta resolução fases do licenciamento ambiental dos
considera-se de baixo impacto a implantação de vias de empreendimentos, obras ou atividades
acesso interno, suas pontes e pontilhões, com largura utilizadores de recursos ambientais, potencial ou
máxima de 6 metros, para acesso de veículos, pessoas e efetivamente poluidoras, bem como aqueles que
animais, quando necessárias à interligação de dois pontos causem, sob qualquer forma, degradação
de um empreendimento ou de empreendimentos diversos ambiental.
que tenham interdependência e que estejam separados por O Superintendente da Superintendência Estadual do
uma Área de Preservação Permanente, desde que não haja Meio Ambiente - SEMACE, no uso de suas atribuições que
alternativa locacional. lhe confere o art. 9º da Lei Estadual nº 11.411, de 28 de
Art. 3º No processo de licenciamento da atividade dezembro de 1987, tendo em vista a execução da Política
principal ou de autorização, que envolva a necessidade de Estadual de Meio Ambiente;
intervenção ou supressão de vegetação em Área de Considerando que o licenciamento e a revisão de
Preservação Permanente, o órgão ambiental competente atividades efetiva ou potencialmente poluidoras são
deverá: instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente
I - verificar a inexistência de alternativa técnica e estabelecida pela Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de
locacional à intervenção ou supressão proposta; 1981;
II - exigir medidas mitigatórias para que a Considerando que a Lei Estadual nº 11.411, de 28
intervenção e a supressão de vegetação nativa sejam as de dezembro de 1987 atribuiu à SEMACE a competência
menores possíveis; para administrar o licenciamento de atividades poluidoras
no Estado do Ceará;
III - exigir a adoção de medidas de controle e de
contenção de riscos, conforme o caso. Considerando as diretrizes gerais do licenciamento
ambiental estabelecido na Resolução nº 237/1997 do
§ 1º A supressão de vegetação em Área de
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA e na
Preservação Permanente de que trata o caput não se aplica
Resolução nº 04, de 12 de abril de 2012, do Conselho
aos casos de vegetação nativa protetora de nascentes,
Estadual de Meio Ambiente - COEMA.
dunas e restingas, que somente poderá ser autorizada em
caso de utilidade pública, conforme Art. 3º, inciso VIII, da Considerando a necessidade de estabelecer regras,
Lei Federal 12.651, de 25 de maio de 2012. conceitos e fluxos para o procedimento de licenciamento
ambiental no âmbito desta Autarquia, respeitadas as
§ 2º O órgão ambiental competente exigirá do
normas legais e regulamentares vigentes;
requerente a apresentação de estudos técnicos que
comprovem a inexistência de alternativa técnica e Considerando os avanços nas tecnologias de
locacional à intervenção ou supressão proposta. informação e comunicação, bem como a necessidade de
incorporá-los ao procedimento de licenciamento ambiental
Art. 4º Quando da concessão da autorização
para sua maior celeridade e eficiência;
ambiental em que haja supressão de vegetação, deverão
ser exigidas medidas de caráter compensatório que Resolve:
consistam na efetiva recuperação ou recomposição de Art. 1º Expedir a presente Instrução Normativa - IN
APP, devendo ocorrer na mesma sub-bacia hidrográfica, e para o estabelecimento das normas e procedimentos a
prioritariamente: serem seguidas pela SEMACE nas diversas etapas e fases
I - na área de influência do empreendimento, ou do licenciamento ambiental dos empreendimentos, obras
ou atividades utilizadores de recursos ambientais, potencial
II - nas cabeceiras dos rios.
ou efetivamente poluidoras, bem como aqueles que
Art. 5º A intervenção em área de preservação causem, sob qualquer forma, degradação ambiental.
permanente para implantação das estruturas referidas no
Parágrafo único. Esta instrução normativa busca dar
Art. 2º deverá ser objeto de Autorização Ambiental, na
maior efetividade às normas federais e estaduais
modalidade de Intervenção em Área de Preservação
pertinentes ao licenciamento ambiental, em especial a

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40 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
Resolução nº 237/1997 do CONAMA e a Resolução nº § 4º Sendo a comunicação referida no parágrafo
04/2012 do COEMA. anterior realizada por ofício encaminhado por correio, o
Art. 2º As obras, atividades e empreendimentos aviso de recebimento deverá ser anexado aos autos logo
sujeitos ao licenciamento ambiental da SEMACE, bem após a sua devolução pelos correios. Sendo a comunicação
como os respectivos portes, graus de impacto, potenciais realizada por correio eletrônico, uma cópia deste
de poluição e degradação (PPD) e os custos de análise são documento deverá ser anexada aos autos. Caso seja a
os contidos na Resolução nº 04/2012 do COEMA. mesma comunicação realizada por contato telefônico com
o interessado ou seu representante legal, deverá ser
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS DO
reduzido a termo pelo servidor responsável o seu conteúdo,
PROCEDIMENTO E FLUXOGRAMA OPERACIONAL
bem como o dia, a hora e o número de telefone do
Art. 3º O requerimento de licenciamento ambiental empreendedor utilizado. Nesta segunda situação, em sendo
para localização, implantação, operação ou ampliação de necessário a entrega de alguma documentação ao
empreendimentos, obras ou atividades, novas ou em empreendedor, será dado prazo para que esse compareça
regularização, bem como as atividades e/ou à SEMACE, circunstância essa que ficará igualmente
empreendimentos sujeitos à Autorização Ambiental, serão registrada nos autos.
protocolados na SEMACE, desde que instruídos conforme
Seção I - Da Autorização Ambiental
determina esta Instrução Normativa, respeitando-se as
fases específicas do procedimento, acompanhado de Art. 7. A Autorização Ambiental será concedida pela
documentação especificada em checklist disponibilizado SEMACE para a realização ou operação de
em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento empreendimentos, atividades, pesquisas e serviços de
on-line, bem como em conformidade com as determinações caráter temporário ou para a execução de obras que não
contidas na Resolução nº 04/2012 do COEMA. impliquem em instalações permanentes.
Art. 4º O licenciamento ambiental é um Parágrafo único. Quando a atividade, pesquisa ou
procedimento uno, podendo ser executado da seguinte serviço, inicialmente de caráter temporário, passar a
forma: uma fase que corresponde à Licença Simplificada ou configurar-se como de caráter permanente deverá ser
Licença Simplificada por Auto-declaração; em duas fases requerida de imediato a licença ambiental pertinente em
diferentes, que correspondem à Licença Prévia e Licença substituição à Autorização expedida, nos termos da
de Instalação e Operação; ou em três fases diferentes, que Resolução COEMA nº 04/2012.
correspondem à Licença Prévia, Licença de Instalação e Art. 8. A SEMACE exigirá do empreendedor, por
Licença de Operação, nos termos das Resoluções COEMA ocasião do requerimento de Autorização Ambiental a
nº 04/2012, nº 01/2012, nº 04/2011 e da Lei Estadual nº documentação especificada em checklist disponibilizado
14.882/2011. em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento
Parágrafo único. Cada uma das fases citadas no on-line, bem como em conformidade com as determinações
caput possui etapas, cuja regulamentação será contidas na Resolução nº 04/2012.
estabelecida nas seções deste capítulo e na legislação § 1º Quando o empreendimento afetar unidade de
pertinente. conservação federal, a Autorização para Licenciamento
Art. 5º O protocolo do requerimento de licenciamento Ambiental, emitida pelo ICMBio, poderá ser substituída pelo
ambiental e/ou de Autorização Ambiental, em quaisquer de Requerimento de Autorização para Licenciamento
suas fases, será previamente agendado eletronicamente, Ambiental - REALA, preenchido e devidamente assinado,
através do sítio eletrônico da SEMACE na rede mundial de previsto na Instrução Normativa nº 5, de setembro de 2009
computadores (internet). do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade - ICMBio, bem como quando não for
Art. 6º No curso do licenciamento, as comunicações
possível identificar, no momento do protocolo, se o
com os usuários que não impliquem em decisão
empreendimento encontra-se inserido em UC federal, os
denegatória de Licença ou Autorização Ambiental serão
documentos acima descritos poderão ser exigidos durante
realizadas pelo setor de licenciamento ambiental por meio
o trâmite do processo;
de ofício com aviso de recebimento, correio eletrônico ou
telefone fornecido pelo usuário quando do preenchimento e § 2º Sendo a gestão da UC de responsabilidade do
assinatura do requerimento. Estado ou do Município o requerimento poderá ser recebido
sem o documento de que trata § 1º, mas o processo deverá,
§ 1º Por ocasião do requerimento de licença ou
antes da análise técnica para fins de emissão de licença,
autorização ambiental, o empreendedor ou o seu
ser enviado ao órgão responsável para anuir, se for o caso,
representante legal apresentará, obrigatoriamente,
com a intervenção pretendida;
endereço para correspondência, endereço eletrônico e
número de telefone pelos quais deverão receber as § 3º Quando a localização do empreendimento
comunicações decorrentes do licenciamento, facultando-lhe estiver inserido em área de terra indígena já demarcada
a apresentação dos mesmos dados de seu consultor, conforme disponibilidade no sítio eletrônico da FUNAI, a
devendo ser alertado que é de sua exclusiva Autorização Ambiental só será emitida com a anuência da
responsabilidade a atualização de tais dados junto à Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
SEMACE. § 4º Quando se tratar de empreendimento cuja
§ 2º Em caso de alteração de endereço para localização possa afetar o patrimônio histórico, artístico e
correspondência, endereço eletrônico ou telefone, sem que cultural, devidamente tombado ou em processo de
a SEMACE seja oficialmente informada pelo usuário, tombamento, registrado ou ainda, patrimônio arqueológico
reputar-se-ão válidas as comunicações realizadas com em áreas cujo interesse tenha sido objeto de manifestação
base nos dados constante nos autos. por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN, a Autorização Ambiental somente será
§ 3º As comunicações referidas no caput serão
emitida após a manifestação do referido Instituto.
realizadas, preferencialmente, por meio de endereço para
correspondência ou endereço eletrônico, sendo o telefone § 5º Quando a localização do empreendimento
permitido somente na impossibilidade daquele primeiro implicar em necessidade de manifestação de outros órgãos
veículo. ou entes públicos, em conformidade com normas
reguladoras federais, estaduais e municipais, a Autorização

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 41
Ambiental somente será emitida após manifestação oficial localização e da viabilidade ambiental da concepção geral
do órgão ou ente competente. do empreendimento ou atividade, bem como estabelecer os
Seção II - Do Licenciamento Simplificado por Auto- requisitos básicos a serem atendidos nas fases seguintes.
declaração Art. 14. A SEMACE exigirá do empreendedor, por
Art. 9. A Licença Simplificada por Auto-declaração ocasião do requerimento de Licença Prévia, a
consiste na fase unificada de emissão das licenças, documentação especificada em checklist disponibilizado
podendo ser concedida por certificação digital baseada em em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento
cadastro com informações técnicas e ambientais prestadas on-line, bem como em conformidade com as determinações
pelo interessado e definidas em Resolução do COEMA nº contidas na Resolução nº 04/2012.
01/2012. § 1º Quando o empreendimento afetar unidade de
Art. 10. A SEMACE exigirá do empreendedor, por conservação federal, a Autorização para Licenciamento
ocasião do requerimento de Licença Simplificada por Ambiental, emitida pelo ICMBio, poderá ser substituída pelo
Autodeclaração, a documentação especificada em checklist Requerimento de Autorização para Licenciamento
disponibilizado em sítio eletrônico da Semace e no sistema Ambiental - REALA, preenchido e devidamente assinado,
de atendimento on-line, bem como em conformidade com previsto na Instrução Normativa nº 5, de setembro de 2009
as determinações contidas na Resolução nº 04/2012. do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade - ICMBio, bem como quando não for
Seção III - Do Licenciamento Simplificado
possível identificar, no momento do protocolo, se o
Art. 11. A Licença Simplificada consiste na fase empreendimento encontra-se inserido em UC federal, os
unificada de emissão das licenças, quando se tratar de documentos acima descritos poderão ser exigidos durante
empreendimentos e/ou atividades de porte micro com o trâmite do processo;
potencial poluidor degradador baixo, nos termos da
§ 2º Sendo a gestão da UC de responsabilidade do
Resolução COEMA nº 04/2012.
Estado ou do Município, o requerimento poderá ser
Art. 12. A SEMACE exigirá do empreendedor, por recebido sem o documento de que trata o § 1º, mas o
ocasião do requerimento de Licença Simplificada a processo deverá, antes da análise técnica para fins de
documentação especificada em checklist disponibilizado emissão de licença, ser enviado ao órgão responsável para
em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento anuir, se for o caso, com a intervenção pretendida;
on-line, bem como em conformidade com as determinações
§ 3º Quando a localização do empreendimento
contidas na Resolução nº 04/2012.
estiver inserido em área de terra indígena já demarcada
§ 1º Quando o empreendimento afetar unidade de conforme disponibilidade no sitio eletrônico da FUNAI, a
conservação federal, a Autorização para Licenciamento Licença Prévia só será emitida com a anuência da
Ambiental, emitida pelo ICMBio, poderá ser substituída pelo Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
Requerimento de Autorização para Licenciamento
§ 4º Quando se tratar de empreendimento cuja
Ambiental - REALA, preenchido e devidamente assinado,
localização possa afetar o patrimônio histórico, artístico e
previsto na Instrução Normativa nº 5, de setembro de 2009
cultural, devidamente tombado ou em processo de
do Instituto Chico Mendes de Conservação da
tombamento, registrado ou ainda, patrimônio arqueológico
Biodiversidade - ICMBio, bem como quando não for
em áreas cujo interesse tenha sido objeto de manifestação
possível identificar, no momento do protocolo, se o
por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
empreendimento encontra-se inserido em UC federal, os
Nacional - IPHAN, a Licença Prévia somente será emitida
documentos acima descritos poderão ser exigidos durante
após a manifestação do referido Instituto.
o trâmite do processo;
§ 5º Quando a localização do empreendimento
§ 2º Sendo a gestão da UC de responsabilidade do
implicar em necessidade de manifestação de outros órgãos
Estado ou do Município, o requerimento poderá ser
ou entes públicos, em conformidade com normas
recebido sem o documento de que trata o § 1º, mas o
reguladoras federais, estaduais e municipais, a licença
processo deverá, antes da análise técnica para fins de
prévia somente será emitida após manifestação oficial do
emissão de licença, ser enviado ao órgão responsável para
órgão ou ente competente.
anuir, se for o caso, com a intervenção pretendida;
Seção V - Do Licenciamento de Instalação
§ 3º Quando a localização do empreendimento
estiver inserido em área de terra indígena já demarcada Art. 15. A Licença de Instalação consiste na
conforme disponibilidade no sitio eletrônico da FUNAI, a autorização da implantação ou construção do
Licença Simplificada só será emitida com a anuência da empreendimento, obra ou atividade de acordo com as
Fundação Nacional do Índio - FUNAI. especificações constantes dos projetos, estudos
ambientais, planos, programas e propostas aprovadas,
§ 4º Quando se tratar de empreendimento cuja
incluindo as medidas de controle ambiental e demais
localização possa afetar o patrimônio histórico, artístico e
condicionantes.
cultural, devidamente tombado ou em processo de
tombamento, registrado ou ainda, patrimônio arqueológico Art. 16. A SEMACE exigirá do empreendedor, por
em áreas cujo interesse tenha sido objeto de manifestação ocasião do requerimento de Licença de Instalação, a
por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico documentação especificada em checklist disponibilizado
Nacional - IPHAN, a Licença Simplificada somente será em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento
emitida após a manifestação do referido Instituto. on-line, bem como em conformidade com as determinações
contidas na Resolução nº 04/2012.
§ 5º Quando a localização do empreendimento
implicar em necessidade de manifestação de outros órgãos § 1º Os documentos apresentados no requerimento
ou entes públicos, em conformidade com normas de Licença Prévia que sofreram alteração durante a sua
reguladoras federais, estaduais e municipais, a licença vigência deverão ser atualizados no ato de requerimento da
prévia somente será emitida após manifestação oficial do licença de instalação, sem prejuízo das obrigações contidas
órgão ou ente competente. nos §§ 1º e 2º do art. 7º da Resolução COEMA nº 04/2012.
Seção IV - Do Licenciamento Prévio § 2º A Licença de Instalação só poderá ser emitida
em momento posterior ou concomitante à Autorização
Art. 13. A Licença Prévia consiste na fase preliminar
do licenciamento e tem por finalidade a aprovação da

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42 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
Ambiental para desmatamento de que necessite o empreendedor solicitar a SEMACE a autorização para
empreendimento para iniciar a intervenção na área. desmatamento e/ou supressão vegetal;
Seção VI - Do Licenciamento de Operação III - a viabilidade de implantação do projeto,
Art. 17. A Licença de Operação consiste na considerando, além dos aspectos citados nos incisos deste
autorização do funcionamento da atividade ou artigo, os aspectos topográficos, geológicos, pedológicos,
empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento geomorfológicos, antropológicos e urbanísticos, quando for
do que consta nas licenças anteriores. o caso;
Art. 18. A SEMACE exigirá do empreendedor, por IV - existência de conflitos, potenciais ou efetivos,
ocasião do requerimento de Licença de Operação, a envolvendo comunidades tradicionais, como comunidades
documentação especificada em checklist disponibilizado indígenas e de pescadores, dentre outras;
em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento V - a existência provável de fósseis ou vestígios
on-line, bem como em conformidade com as determinações arqueológicos;
contidas na Resolução nº 04/2012. VI - em área urbana, as condições referentes à
§ 1º Os documentos apresentados nos infraestrutura disponível de oferta de sistemas de
requerimentos de Licença Prévia e de Instalação que abastecimento de água, esgotamento sanitário, rede de
sofreram alteração durante a sua vigência deverão ser energia elétrica, telefonia, viabilidade de coleta de lixo e
atualizados no ato de requerimento da Licença de acesso à área prevista para instalação do empreendimento,
Operação, sem prejuízo das obrigações contidas nos §§ 1º identificando se trata de área urbana consolidada;
e 2º do art. 7º da Resolução COEMA nº 04/2012. VII - em atividades cujo processo produtivo libere
CAPÍTULO II – fumaça, odores ou gás, a direção e intensidade dos ventos
Seção I - Da análise técnica predominantes.
Art. 19. O procedimento de licenciamento ambiental § 1º Ainda na fase de licença prévia, será definida
será realizado pela equipe técnica da SEMACE, o que inclui pela SEMACE a necessidade de estudos ambientais
a análise dos planos, projetos e estudos apresentados, específicos, mediante despacho técnico de fundamentação
visitas técnicas e elaboração de termos de referência, sobre a necessidade de estudo ambiental e emissão do
pareceres e laudos. respectivo termo de referência, considerando as
determinações contidas nas Resoluções CONAMA nº
Art. 20. Quando do protocolo das solicitações de
237/1997, nº 01/1986, nº 001-A/1986, suas alterações, sem
Licenças e Autorizações Ambientais, que requeiram a
prejuízo das demais normas regulamentadoras.
apresentação de planta georreferenciada da poligonal do
imóvel, em meio impresso e em digital em extensão SHAPE § 2º Quando a análise técnica da SEMACE concluir
(.SHP e suas extensões derivadas:.SHX,.DBF,.PRJ), o pela não necessidade de estudo ambiental, em função do
processo deverá ser encaminhado, pelo setor de impacto diminuto, do pequeno potencial poluidor
atendimento e protocolo, ao setor de tecnologia da degradador, do porte reduzido, do amplo conhecimento
informação e geoprocessamento, para que sejam ambiental disponível sobre a área ou outra motivação
processadas as informações georreferenciadas pertinente, deverá justificar adequadamente tais
apresentadas pelo usuário, de modo a identificar os circunstâncias no parecer que subsidiar a licença prévia.
componentes ambientais, suas vulnerabilidades e possíveis § 3º Quando a análise técnica da SEMACE concluir
limitações de uso, bem como seja promovida a alimentação pela necessidade de EIA/RIMA, em função do alto impacto,
do banco de dados da SEMACE. do grande potencial poluidor degradador, do grande porte,
§ 1º As conclusões deverão ser registradas em da necessidade de informações sobre a área ou outra
relatório conciso, acompanhado, quando possível, de motivação pertinente, a forma de apresentação do referido
representações cartográficas e/ou imagens que possam estudo deverá seguir os procedimentos elencados na
colaborar com a análise técnica posterior e com a decisão Seção II deste capítulo.
administrativa de concessão ou não da licença. Art. 23. A análise técnica para a obtenção da licença
§ 2º A atuação do setor de tecnologia da informação de instalação e/ou renovação verificará a compatibilidade
e geoprocessamento a que faz referência este artigo dos planos e projetos executivos apresentados, bem como
ocorrerá em todas as fases das licenças, inclusive suas o atendimento dos condicionantes da licença anterior,
regularizações, incluindo os processos em andamento nos sendo facultativa a visita técnica nessa etapa
quais essa providência não tenha sido adotada, caso em procedimental, a não ser que se trate de regularização de
que será diligenciada em quaisquer das fases seguintes. licença, caso em que será obrigatória.
Art. 21. Após o relatório do setor de tecnologia da Parágrafo único.: Feitas as devidas adaptações, a
informação e geoprocessamento, os processos serão elaboração de parecer técnico conclusivo, tramitação,
enviados ao setor de licenciamento ambiental, o qual concessão ou denegação de licença, comunicação com o
promoverá distribuição deles entre os responsáveis interessado e pedido de informações referentes à
técnicos, atentando sempre para os princípios da instalação do empreendimento, estão sujeitas às mesmas
imparcialidade e da especialidade e habilidade técnica. regras constantes do artigo anterior.
Art. 22. Na visita necessária ao licenciamento Art. 24. O procedimento de licenciamento ambiental
simplificado e prévio, o responsável técnico verificará, para para obtenção da Licença de Operação e respectiva
fins de elaboração de seu parecer, os seguintes aspectos, Renovação e/ou Regularização será executado mediante a
dentre outros que considerar relevante: realização de vistoria técnica nas instalações do
empreendimento, detalhando e registrando as
I - a situação locacional do empreendimento,
conformidades e inconformidades verificadas quanto:
identificando as características da vizinhança, em especial
dos ecossistemas predominantes, das unidades de I - à implantação das medidas contidas na Licença
conservação, das áreas de preservação permanente e de de Instalação, previstas nos estudos/planos/projetos
reserva legal, dos recursos hídricos, da fauna, da ocupação aprovados, no caso de novos empreendimentos;
humana do entorno etc.; II - à eficiência dos sistemas de controle ambiental
II - a cobertura vegetal existente na área, quanto ao instalados, a manutenção das condições ambientais locais
seu porte e espécies, verificando a necessidade do e das características do empreendimento, como alterações

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 43
e expansões no processo de produção, no caso de vistorias § 4º Sendo o Parecer Técnico favorável à emissão
para fins de Renovação de Licença. da Licença ou Autorização Ambiental, o técnico e/ou
§ 1º Feitas as devidas adaptações, a elaboração de coordenador de equipe de análise procederá à elaboração
parecer técnico conclusivo, tramitação, concessão ou da minuta da Licença ou Autorização, com suas respectivas
denegação de licença, comunicação com o interessado e condicionantes a serem comprovados nos prazos
pedido de informações referentes à operação do especificados.
empreendimento, estão sujeitas às mesmas regras § 5º Após a elaboração da minuta de Licença ou
constantes dos dois artigos antecedentes. Autorização Ambiental, o técnico deverá encaminhar o
§ 2º O requerimento de renovação e/ou processo com a referida minuta à gerência de licenciamento
regularização de licença de operação de empreendimento para avaliação e aprovação, que deverá, em caso de
ou atividade que gere líquidos residuais deverá ser aprovação, prosseguir com o processo para a diretoria de
acompanhado do pedido de coleta e análise de efluentes, licenciamento. Esta, considerando regular a análise,
bem como do respectivo pagamento pelo custo desse aprovará e imprimirá os documentos, encaminhando-os em
serviço. seguida para decisão da Superintendência.
§ 3º O requerimento de renovação de licença de § 6º Em caso de EIA/RIMA, a licença prévia só
operação de Estação de Tratamento de Água deverá ser poderá ser emitida após a apreciação e votação do Parecer
acompanhado do pedido de coleta e análise da água, bem Técnico pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente -
como do respectivo pagamento pelo custo desse serviço. COEMA e sua devida publicação de aprovação em Diário
Oficial do Estado - DOE.
Art. 25. A Regularização de atividades e
empreendimentos, de que trata o Art. 11 da Resolução Seção II - Dos Estudos Ambientais
COEMA Nº 04/2012, será realizado mediante as seguintes Art. 26. Os estudos ambientais compreendem,
condições: dentre outros definidos em normas regulamentadoras, os
I - apresentação, cumulativamente, e desde que seguintes documentos técnicos:
ainda pertinentes à análise técnica, dos documentos I - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de
referentes às fases prévia e de instalação, se se tratar de Impacto Ambiental - EIA/RIMA;
regularização de instalação sem qualquer licenciamento II - Análise de Risco
anterior, e referente às fases prévia, de instalação e
III - Estudo Ambiental Simplificado – EAS
operação, se se tratar de regularização de operação sem
qualquer licenciamento anterior, sempre observando os IV - Estudo de Viabilidade Ambiental – EVA
demais documentos especificados em Checklist da V - Gerenciamento de Risco
Semace. VI - Plano de Controle Ambiental – PCA
II - análise do estudo, planos e projetos VII - Plano de Controle e Monitoramento Ambiental
apresentados; – PCMA
III - realização de vistoria técnica na área objeto de VIII - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas –
interesse, momento em que se poderá detalhar e registrar PRAD
os aspectos locacionais para analisar a viabilidade IX - Relatório Ambiental Preliminar – RAP
ambiental da permanência do empreendimento,
estabelecendo as condicionantes e restrições para tal, bem X - Perícia Ambiental
como das ações corretivas necessárias; XI - Relatório de Controle Ambiental – RCA
IV - encaminhamento do processo para avaliação, XII - Estudo de Impacto sobre Vizinhança
parecer e orientação jurídica em relação ao objeto do XIII - Auditoria Ambiental
requerimento, quando couber; XIV - Plano de Desmatamento Racional – PDR
V - caso haja passivo ambiental, a SEMACE, XV - Plano de Manejo Florestal – PMF
mediante celebração de termo de ajustamento de conduta,
XVI - Relatório Ambiental Simplificado – RAS
exigirá do empreendedor providências para regularização
das inconformidades detectadas, fixando-lhe prazo para XVII - Avaliação Ambiental Estratégica de Políticas,
sua execução, ao final do qual proceder-se-á nova vistoria. Programas e Planos Públicos – AAEPPPP
§ 1º Quando for o caso, em especial para XVIII - Relatório de Acompanhamento e
identificação das providências referidas no inciso V do Monitoramento Ambiental – RAMA
caput, a SEMACE exigirá do empreendedor a realização de XIX - Plano de Contingência
auditoria ambiental, conforme Lei Estadual nº 12.148, de 29 XX - Plano de Emergência
de julho de 1993, em substituição aos estudos ambientais
XXI - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
exigíveis caso o licenciamento fosse prévio, para tanto
– PGRS
emitirá o Termo de Referência correspondente.
XXII - Plano de Gerenciamento de Resíduos da
§ 2º Feitas as devidas adaptações, a elaboração de
Construção Civil – PGRCC
parecer técnico conclusivo, tramitação, concessão ou
denegação de licença, comunicação com o interessado e XXIII - Plano de Gerenciamento de Resíduos de
pedido de informações referentes à operação do Serviços de Saúde – PGRSS
empreendimento estão sujeitas às mesmas regras XXIV - Relatório de Acompanhamento Técnico –
constantes nos artigos antecedentes, bem como ao RAT
disposto sobre a análise técnica do licenciamento prévio. Art. 27. Os estudos ambientais, à exceção de EIA-
§ 3º O Parecer Técnico deverá, de forma objetiva e RIMA, deverão ser entregues no setor de atendimento e
conclusiva, relatar as condições ambientais observadas na protocolo da SEMACE em duas vias (sendo uma impressa
área em questão, identificando as concordâncias ou e uma em digital), nos termos Portaria SEMACE nº 47 , de
discordâncias com o estudo ambiental apresentado e, 29 de fevereiro de 2012.
quando for o caso, com o resultado das audiências públicas, Parágrafo único. A via impressa e digital deverá ser
de modo a subsidiar o processo decisório do licenciamento enviada ao setor responsável pela análise técnica e
ambiental.

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44 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
elaboração do parecer relativo ao empreendimento, anexo respectivo prazo de validade, quando porventura ocorrer
ao respectivo processo administrativo de licenciamento. modificação no contrato social da empresa ou qualificação
Art. 28. O EIA/RIMA será exigido nas seguintes de pessoa física.
hipóteses: Art. 38. A SEMACE exigirá do empreendedor, por
I - o empreendimento for enquadrado em alguma das ocasião do requerimento de mudança de titularidade, a
hipóteses previstas na legislação ambiental, em especial na documentação especificada em checklist disponibilizado
Resolução CONAMA nº 01/1986 ; em sítio eletrônico da Semace e no sistema de atendimento
on-line, bem como em conformidade com as determinações
II - a análise técnica verificar que as características
contidas na Resolução nº 04/2012.
do projeto e/ou da locação tornam o empreendimento de
significativo impacto ambiental. CAPÍTULO III - DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
Art. 29. O EIA-RIMA deverá ser entregue no setor de Art. 39. Para fins de cumprimento da compensação
atendimento e protocolo da SEMACE em cinco vias (sendo ambiental dos licenciamentos de empreendimentos de
três impressas e duas digitais), acompanhado da significativo impacto ambiental, nos termos do art. 36 da Lei
comprovação da publicação desse ato em jornal de grande Federal nº 9985/00, deverão ser observadas as seguintes
circulação, conforme modelo a ser disponibilizado pela etapas:
Semace, em sítio eletrônico, bem como nos termos da I - a Licença de Instalação só será emitida após a
Portaria SEMACE nº 47, de 29 de fevereiro de 2012. celebração do respectivo termo de compromisso;
Parágrafo único. A distribuição das vias do EIA- II - a Licença de Operação só será emitida após a
RIMA deverá ser realizada da seguinte forma: comprovação da quitação das obrigações assumidas pelo
I - 1 (uma) via impressa deverá ser enviada ao empreendedor no termo a que faz referência o inciso
Gabinete do Superintendente, mediante Comunicação anterior.
Interna (CI); Art. 40. Os documentos apresentados, necessários
II - 1 (uma) via impressa e 1 (uma) digital deverá ser ao requerimento de qualquer Licença ou Autorização junto
enviada à biblioteca, mediante Comunicação Interna (CI); à SEMACE, deverão ser originais ou cópias autenticadas.
III -1 (uma) via impressa e 1 (uma) digital deverá ser Art. 41. Sendo constatadas irregularidades em
enviada ao grupo de trabalho criado pela Portaria SEMACE qualquer das inspeções técnicas que possam caracterizar
nº 28, de 10 de fevereiro de 2010 (DOE 22.02.2010), infração ambiental, o técnico deverá encaminhar o processo
responsável pelas análises técnicas e elaboração dos ao setor de fiscalização da Semace, acompanhado de
pareceres relativos aos empreendimentos de significativo despacho ou relatório técnico.
impacto ambiental, mediante anexo ao respectivo processo Art. 42. Visando a segurança jurídica, a celeridade e
administrativo de licenciamento. a economicidade dos procedimentos, os requerimentos das
Art. 30. A partir da data de protocolo do estudo licenças regulados por esta IN, bem como os documentos
ambiental exigido junto à Semace, contar-se-á o prazo para decorrentes de sua regular tramitação na SEMACE, serão
análise pela equipe técnica da Semace, da seguinte forma: autuados no mesmo processo administrativo, recebendo
um só número no Sistema de Protocolo Único - SPU.
I - de até 06 (seis) meses para EIA/RIMA;
§ 1º Mesmo que haja alteração de titularidade, o
II - de até 03 (três) meses para os demais estudos
número do SPU deverá acompanhar o empreendimento ou
ambientais
atividade em todo o seu planejamento, instalação e
Art. 31. Cada estudo ambiental deverá ser elaborado operação, desde que não ocorra modificação significativa
por profissional ou equipe técnica multidisciplinar, com na sua localização.
habilitação profissional nas áreas estudadas.
§ 2º Chegando os autos do processo de
Art. 32. A Semace exigirá Anotação de licenciamento à 200ª (ducentésima) folha, deverão ser
Responsabilidade Técnica - ART. da pessoa jurídica e do lavrados os termos de encerramento do tombo atual e o de
profissional responsável pela elaboração do estudo abertura do volume seguinte, sem necessidade de novo
ambiental, que sejam registrados junto ao CREA. Para os número de SPU.
demais conselhos de classe profissional, será requerido
Art. 43. Será oferecido ao usuário, antes da tomada
documento similar.
de decisão final, a oportunidade de se manifestar sobre o
Art. 33. Somente poderá ser analisado o estudo indeferimento do seu requerimento de Licença ou
ambiental cujo autor esteja devidamente cadastrado junto à Autorização.
Semace, sendo domiciliado ou não no Estado do Ceará.
Art. 44. O licenciamento ambiental realizado pela
Art. 34. O estudo ambiental desenvolvido em outro SEMACE não desobriga os usuários de buscarem junto a
idioma deverá apresentar-se traduzido e assinado pelos outros entes de controle os documentos necessários para a
autores e tradutores juramentados. instalação e operação de sua atividade ou
Art. 35. A apresentação do RAMA, do PGRS, empreendimento, devendo tal alerta constar em destaque
PGRSS e das planilhas de automonitoramento será nos condicionantes das licenças e autorizações emitidas
realizada por meio de agendamento eletrônio, por esta Autarquia.
acompanhados de documentação especificada em Art. 45. O agendamento eletrônico e a comunicação
checklist previamente disponibilizado no sítio eletrônico da com usuário através de endereço eletrônico na Internet
Semace e no sistema de atendimento on line. aplicam-se às análises, cadastros e declarações, bem como
Art. 36. Ademais das especificações contidas nos outros serviços previstos na Resolução COEMA nº 04/2012.
artigos anteriores, deverá ser observado, para Art. 46. Os casos omissos nesta IN serão
apresentação de estudos ambientais, o disposto em deliberados pela autoridade superior, com base em critérios
Portaria emitida pela Semace que regulamenta o Cadastro de urgência e excepcionalidade.
de Consultores, devidamente publicado em Diário Oficial do
Art. 47. Fica revogada a Instrução Normativa nº
Estado.
01/2010, publicada no DOE em 28 de setembro 2010.
Seção III - Da Mudança de Titularidade
Art. 48. Esta Instrução Normativa entra em vigor na
Art. 37. Será exigida mudança de titularidade da data de sua publicação.
licença ou autorização ambiental, observando o seu
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL 45
Art. 49. Revogam-se as disposições em contrário.
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DO MEIO
AMBIENTE, Fortaleza, 26 de dezembro de 2013.
Arilo Santos Veras Júnior
SUPERITENDENTE ADJUNTO

RESOLUÇÃO COEMA 05/2020


Estabelece em caráter excepcional e temporário os
procedimentos para realização de audiência públicas
presenciais com participação remota no processo de
aliciamento ambiental.
Disponível no site www.editoradince.com na aba
ATUALIZAÇÕES

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46 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL
ANOTAÇÕES: ______________________________________________
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 1
• relevo
NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
• hidrografia
Teoria, dicas e questões de provas • climas
Gustavo Negreiro • distribuição dos tipos de solo
2022 • localização e limites dos biomas etc.
Conceitos básicos de Cartografia .................................... 1 A cartografia permite também a espacialização de
Questões de concursos .......................................... 5 informações geográficas úteis para tomadas de decisões na
esfera polícia, gestão e planejamento e para o
Geoprocessamento......................................................... 6
desenvolvimento de estratégias de caráter político, social
Questões de concursos .......................................... 9 ou econômico. Para tal, são utilizados os mapas:
Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informação • políticos
Geográfica (SIG). ................................................... 11
• populacionais
Questões de concursos ........................................ 24
• de redes de transporte
• econômicos
CONCEITOS BÁSICOS DE • de uso da terra, e de uma variedade de outros
CARTOGRAFIA temas
O conhecimento sobre as riquezas minerais, a
A palavra cartografia tem origem na língua resposta a emergências e, até a navegação dependem dos
portuguesa, tendo sido registrada pela primeira vez em estudos cartográficos.
1839 numa correspondência, indicando a ideia de um
traçado de mapas e cartas. Hoje entendemos cartografia
como a representação geométrica plana, simplificada e
convencional de toda a superfície terrestre ou de parte
desta, apresentada através de mapas, cartas ou plantas.
A cartografia pode ser definida como a ciência e a
arte dedicadas à confecção e ao estudo de mapas e
outros produtos cartográficos, como plantas, croquis e
cartas. Os primeiros mapas produzidos pela humanidade
possuem milhares de anos, tendo suas técnicas de
produção se aperfeiçoado com o tempo. No período atual,
as imagens de satélites, os softwares e equipamentos de
geoprocessamento e os instrumentos como o GPS são
importantes aliados da cartografia.

O QUE É CARTOGRAFIA?
A cartografia é a ciência que se dedica
à representação do espaço geográfico por meio do
estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus Mapa da América do Sul elaborado por Johannes de Ram
produtos, entretanto, não se limitam aos mapas: plantas, Entre as características da cartografia está o
croquis e o globo terrestre são outros resultados diretos da dinamismo. Antes dependente de equipamentos manuais,
aplicação dos conhecimentos cartográficos. mesmo canetas e papel, hoje o trabalho é feito com os mais
Essa ciência utiliza-se de uma série de técnicas para modernos softwares gráficos. O computador, como na
que seja possível a reprodução do espaço, de parcelas maioria dos campos, dotou a cartografia de maior precisão
do espaço ou, ainda, de alguns de seus aspectos em uma e confiabilidade.
escala reduzida e da forma mais acurada possível. A
cartografia é associada ainda à arte, emprestando dela
TIPOS DE CARTOGRAFIA
algumas técnicas.
A cartografia pode ser dividida em duas grandes
A definição de cartografia que se tem hoje foi
áreas:
estabelecida, no ano de 1996, pela Associação Cartográfica
Internacional (AIC), sendo a mais aceita e amplamente • Cartografia sistemática: ramo da cartografia
utilizada. dedicado à representação das características
físicas da superfície terrestre, e por essa razão é
também chamada de cartografia topográfica. As
PARA QUE SERVE A CARTOGRAFIA?
informações representadas são de caráter
Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartografia e genérico e, por isso, duradouras no tempo, sendo
aos seus produtos. coletadas e replicadas por meio de técnicas
A primeira delas é a localização de um determinado específicas.
referencial na superfície terrestre, desde áreas das mais • Cartografia temática: ramo da cartografia
extensas, como continentes e países, até pontos dedicado à produção de mapas com base em
específicos de um determinado lugar, como um bairro ou informações geográficas diversas, não se
uma residência. Associado a isso, a cartografia serve ainda restringindo às dimensões físicas de uma área.
para a orientação no espaço e para auxiliar nos Seus produtos indicam a ocorrência espacial de
deslocamentos, o que é feito com a utilização de mapas e fenômenos específicos, como econômicos,
bússolas ou GPS. sociais, demográficos e mesmo naturais. Por essa
Por meio das técnicas cartográficas, cria-se uma série razão, recebe o nome também de cartografia
de produtos que nos auxiliam no estudo e compreensão geográfica.
de várias características do espaço físico, como:

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2 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
CONCEITOS PERTINENTES À CARTOGRAFIA
• Coordenadas geográficas: são valores
numéricos que indicam a localização de um objeto ou ponto
qualquer na superfície terrestre. São definidas com base
nos valores de latitude e longitude, indicadas,
respectivamente, pelos paralelos e meridianos.
• Projeção cartográfica: são representações da
Terra em uma superfície plana. Para isso, baseiam-se em
uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e
verticais (paralelos e meridianos) perpendiculares entre si.
São classificadas quanto à superfície de projeção (cônica,
cilíndrica, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, O cartógrafo, matemático e geógrafo
Gerhard Mercator (1512-1594) é
equidistante, equivalente).
considerado um dos pais da cartografia.
• Escala cartográfica: é uma relação numérica O período das grandes navegações representou
(proporção) entre as dimensões de uma superfície, significativo avanço para a cartografia, tendo em vista a
conforme são representadas no mapa, e suas dimensões necessidade de mapas cada vez mais detalhados e
reais, medidas de forma linear. Uma escala de 1:250.000 precisos para a navegação. Destaca-se, no período, a obra
expressa em centímetros, por exemplo, indica que cada de Gerhard Mercator (1512-1594).
centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km
O mapa-múndi de Mercator, publicado em 1569,
na superfície do terreno.
retrata os paralelos e meridianos em linha reta e formando
• Mapas: são representações gráficas, em escala ângulos de 90º entre si, feitos por uma projeção cilíndrica.
reduzida, da superfície terrestre ou de parte dela sobre um Não obstante as distorções em áreas mais afastadas
plano. Podem ainda representar espacialmente da Linha do Equador, a projeção de Mercator é hoje uma
determinadas informações geográficas, compondo, assim, das mais utilizadas para a confecção de mapas.
os mapas temáticos.
CARTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA
IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA A partir do século XX, as técnicas empregadas para a
Sabia que você usa a cartografia na sua rotina? Pois confecção de mapas e outros produtos cartográficos
é! Ela é uma ferramenta que descreve um local e outras experimentaram avanço substancial. Isso se deveu
informações geográficas. Seu estudo é importante para principalmente à aerofotogrametria, que consiste na
toda a população, pois é com sua utilização que se torna captura de imagens da superfície terrestre por meio de uma
possível: câmera acoplada a uma aeronave ou balão. Essa técnica
• estudar fenômenos naturais; de captação surgiu ainda no início do século e aperfeiçoou-
• fazer a previsão do tempo; se durante as duas Guerras Mundiais.
• analisar o meio ambiente e a atmosfera; Pode-se considerar o advento da aerofotogrametria
uma das técnicas iniciais do sensoriamento remoto. O
• realizar planejamentos ambientais e rotas de
desenvolvimento de satélites, em meados do século XX, e
aviação; o aprimoramento dos seus sensores com o passar do tempo
• observar vulcões, inundações e erosões do solo; representam outro marco na cartografia, permitindo não
• estudar os avanços de epidemias; somente a captação cada vez mais detalhada de imagens
• utilizar o GPS (Global Positionig Sistem). da superfície terrestre ou de parte dela como ainda a coleta
de informações diversas da localidade visada, como
cobertura vegetal, temperatura da superfície e presença de
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA fumaça ou nuvens.
A necessidade de conhecer, em detalhes, o espaço
onde se habita, seja para a exploração e ocupação da
superfície, seja para a proteção, unida da curiosidade
inerente ao ser humano, fez com que tenhamos registros de
mapas muito antigos, datando de milênios antes da era
atual.
O mapa de Ga-Sur é um dos mais antigos a serem
catalogados (entre 4500 a.C. e 2500 a.C.), produzido
pelos babilônios e encontrado onde ficava o território da
Mesopotâmia.
Outras representações tão antigas quanto foram
encontradas em ilhas do Pacífico e na Ásia. No entanto,
pode-se afirmar que esses não são os únicos e que mapas
ainda mais antigos existam em outras regiões do planeta.
Os conhecimentos desenvolvidos na Grécia Antiga
possuem papel fundamental na estruturação da ciência
cartográfica, com nomes como Anaximandro de Imagem aérea da cidade de Brasília produzida pelo satélite
Mileto (611-547 a.C.) e Eratóstenes de Cirene (276-196 Landsat. Essa tecnologia é uma das principais aliadas da
a.C.). Atribui-se a maior contribuição a Claudio cartografia contemporânea.
Ptolomeu (90-186 d.C.), autor da obra Geografia, dividida A modernização do conjunto de técnicas do
em oito volumes, nos quais há a explanação de conceitos sensoriamento remoto no decorrer dos anos, sobretudo a
empregados atualmente, como projeções cartográficas, e partir do final do século XX, garante maior precisão no
um dos primeiros atlas de que se tem conhecimento. estudo e análise de informações bem como a composição
de cartas e de mapas por meio do emprego das ferramentas
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 3
de geoprocessamento, que incluem programas de edição,
análise e processamento de dados espaciais, como o
ArcGIS.
O geoprocessamento compõe um quadro maior de
geotecnologias que chamamos de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG). Os SIGs, por sua vez,
consistem em uma série de equipamentos e softwares
utilizados para a coleta e processamento de dados e
imagens, podendo ter diversas finalidades de acordo com o
usuário, como pesquisadores, estudantes, gestores e
ONGs.
O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, parte
dos SIGs, é outro instrumento de extrema importância para
a cartografia contemporânea e tem se tornado cada vez
mais parte do nosso cotidiano. Ela é a relação matemática entre a área real e sua
___________ representação, ou seja, a redução do tamanho entre a
Fonte: realidade e o mapa é proporcional. Por causa dessa
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/cartografia.htm proporção, quanto menor for o local representado, maior
será a escala cartográfica.
PROJEÇÃO CARTOGRÁFICA
A projeção cartográfica é definida como: “um Escala numérica
traçado sistemático de linhas numa superfície plana, É a mais simples e comum. É demonstrada da
destinado à representação de paralelos de latitude e seguinte forma:
meridianos de longitude da Terra ou de parte dela, sendo
1: X
a base para a construção dos mapas”. Essas projeções
minimizam as distorções que acontecem quando se • sendo o 1 o número de centímetros no mapa e
representa a superfície terrestre. A seguir, conheça as o X o número equivalente no espaço real.
principais. Por exemplo: se a escala de um mapa é 1:1000, isso
significa que cada centímetro na representação
Projeção cilíndrica corresponde a 1000 centímetros reais.
A esfera terrestre é envolvida pelo plano de
projeção, que é um cilindro. É realizada a projeção de Escala gráfica
paralelos e meridianos do globo para o cilindro, que é aberto Essa escala é representada como se fosse
por um meridiano, tornando-se plano, sobre o qual será uma régua com intervalos (geralmente 1 cm). Acima de
desenhado o mapa. cada intervalo, está escrito quanto ele vale em centímetros.
Abaixo da régua constará a medida para o qual o espaço
Projeção de Mercator ou projeção cilíndrica conforme será convertido na realidade.
Até os dias de hoje, essa projeção é muito usada Quanto ao tamanho da representação, usamos a
na navegação e aeronáutica. Ela recebe críticas por causa escala a seguir:
das distorções que ocorrem nas representações próximas • escala natural: ocorre quando o tamanho da
aos polos e também pela divisão do mapa, que é feita no redução coincide com o da realidade – 1:1;
oceano Pacífico, o que deixa o oceano Atlântico e a Europa
• escala reduzida: quando a área real é maior que
em evidência.
a representada. 1:5; 1:50;
• escala ampliada: indicada para mostrar detalhes,
Projeção cônica acontece quando a representação é maior que o
A representação da Terra é feita sobre um cone objeto real – 50:1, 100:1.
imaginário que envolve a esfera terrestre. Nessa projeção Escala de cores
as distorções aumentam conforme se afasta do paralelo de
contato com o cone. Existem outros tipos de escalas, como a escala de
cores. Conforme você já leu anteriormente, não é um mero
enfeite, ela é usada para a representação de altitude ou
Projeção plana ou Azimutal depressão do relevo. E, com base nessas informações, são
A projeção terrestre se dá por plano tangente à feitos planejamentos para agricultura, por exemplo.
esfera da Terra. As distorções aumentam com a distância
do ponto de tangência. É usado para representar as COORDENADAS GEOGRÁFICAS
regiões polares e na localização de países na posição
central. São linhas imaginárias que cortam o planeta nos
sentidos horizontal e vertical. A união dessas linhas
forma pontos de localização sobre a superfície terrestre:
ESCALA CARTOGRÁFICA paralelos e meridianos. Você entende melhor esse
Escala é uma relação entre o tamanho real de algo e sua assunto quando estuda os fusos horários.
representação. Por exemplo, o mapa do Brasil representa o Paralelos são as linhas horizontais e recebem o nome
tamanho do país. As miniaturas de carros e bonecos de latitude. O principal paralelo é a linha do Equador, que
também envolvem o conceito de escala, pois os divide igualmente a distância entre os polos norte e sul, e
representam. por esse motivo sua latitude é 0º. A latitude aumenta em
direção ao polo norte e diminui em direção ao polo sul. As
medidas vão de -90º a 90º.

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4 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
Já os meridianos são as linhas verticais ou Atualmente, alheio ao GPS, contamos com o GLONASS
simplesmente longitude. O meridiano principal é o de (sistema russo), GALILEO (sistema europeu), BeiDou
Greenwich, escolhido em convenção que aconteceu em (sistema Chinês) e o QZSS (sistema japonês), além das
Washington em 1884. Ele tem longitude de 0º, aumenta SBAS, chamados de redes de aumento, que são grupos de
para o leste (direita) e diminui para o oeste (esquerda). Suas satélites geoestacionários localizados sobre alguns
medidas vão de -180º a 180º. continentes. Dentre elas, podemos citar a WASS
(americano) e a EGNOS (europeia).
TIPOS DE MAPAS CARTOGRÁFICOS
Os mapas não representam somente o relevo: eles Fotogrametria
informam aspectos físicos, econômicos, sociais e culturais Técnica cartográfica na qual se obtém informações
da população. Conheça alguns tipos de mapas. precisa de posicionamento, feições, altitudes e é possível
gerar modelos em 3D da superfície levantada. Como já
abordado no texto, e o próprio nome traz, a fotogrametria é
Mapa político
feita através de imagens, essas podendo ser obtidas por
Esse é o tipo de mapa que evidencia as divisões câmera embarcada em avião, vante/ drone, nos primórdios
entre cidades, estados ou países, ou seja, indica feita com balões, e podendo ser também feita, em alguns
suas fronteiras. Assim, é possível entender a condição casos, terrestres. Consiste em extrair de um par ou conjunto
geopolítica de um local. Seu principal objetivo é o de de fotos, todas as informações desejadas, sendo
formação, visto que são estudados nas disciplinas de necessário para tal que as fotos possuam zonas de
História e Geografia. intersecção.

Mapa físico Sistema de informações geográficas (SIG)


Os mapas físicos são aqueles que demonstram É um sistema de hardware, software, informação
a parte física terrestre. As fronteiras e divisões entre as espacial, procedimentos computacionais e recursos
cidades não são o objetivo aqui, pois eles apresentam humanos que permite e facilita a análise, gestão ou
informações como: rios, relevo, vegetação, altitude etc. representação do espaço e dos fenômenos que nele
ocorrem.
Mapa do mundo Fitz (2008) conceitua SIG como um sistema
Também conhecido como mapa-múndi, essa constituído por um conjunto de programas computacionais,
representação cartográfica demonstra toda a Terra, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com objetivo
de forma esférica com leve achatamento dos polos. de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e
Nele, é possível observar os grandes oceanos e os analisar dados espacialmente referenciados a um sistema
continentes com seus países e ilhas. de coordenadas conhecido. Tal leva a que gestores de
As fronteiras entre os países são visíveis e suas projeto ou administradores de organizações possam
capitais são mostradas como pontos. geodecidir.
Agora você já sabe o que é cartografia e que ela é Ainda que seja mais voltado a cunho governamental,
uma ciência muito antiga, porém ainda bastante utilizada para a base cartográfica e acompanhamento das mudanças
nos dias de hoje. Devido às mudanças que ocorrem no dentro do espaço que ela abrange, como controle de
mundo, as representações cartográficas estão em cadastro imobiliário, e mapeamento do avanço da mancha
constantes alterações. urbana, podemos dizer que o usuário comum também tem
acesso a alguns sistemas dessa natureza. Muitos dos SIG’s
Os estudos e pesquisas do cartógrafo auxiliam na dos municípios possuem a consulta ao contribuinte.
tomada de decisões estratégicas que ajudarão a população. Também o software Google Earth é uma espécie de SIG
Pela sua importância no estudo de História e Geografia, a para o usuário em geral, pois lá além da informação
cartografia merece sua atenção para mandar bem no Enem. posicional, o indivíduo encontra outras informações
___________ cruzadas sobre a região ao alcance de um clique. As
Fonte: https://www.stoodi.com.br/blog/geografia/cartografia/ plataformas de mapas interativos online, como o Maps da
Google também apresentam traços de um sistema de SIG
TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS e são utilizadas diariamente pela população.
GNSS
A Global Navigation Satellite System (GNSS), QUESTÕES DE CONCURSOS
consiste, como o próprio nome aborda, numa técnica de 01 (Enem) “Pensando nas correntes e prestes a entrar no
posicionamento e navegação por satélite. O mais difundido braço que deriva da Corrente do Golfo para o norte,
e conhecido é o GPS, chamado de Sistema de lembrei-me de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei
Posicionamento Global, sendo um sistema de navegação no vidro uma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-
baseado em satélite, é composto por uma rede de satélites choque. Anotei a posição e data: Latitude 49º49′ N,
que ao todo são 24 que estão em órbita, sendo administrado Longitude 23º49′ W. Tampei e joguei na água. Nunca
por norte americanos. Esse sistema foi originalmente imaginei que receberia uma carta com a foto de um
projetado para uso militar, a partir dos anos 80 o sistema foi menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha
liberado para a sociedade em geral. Importante destacar nota.”
que é possível valer-se dos dados obtidos através dos
KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das
satélites GPS em qualquer condição climática, ainda que Letras, 1998 (adaptado).
para levantamento de precisão algumas condições
temporais possam afetar no resultado. No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é
Vale ainda destacar que além das constelações de A) a relação que se estabelece entre as distâncias
satélites do sistema GPS, atualmente existem outras representadas no mapa e as distâncias reais da
diversas, de variados sistemas com a mesma função, superfície cartografada.
posicionamento em tempo real e com cobertura global.

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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 5
B) o registro de que os paralelos são verticais e o metodológicos para o cumprimento de suas funções,
convergem para os polos, e os meridianos são círculos entre esses, os Sistemas de Informações Geográficas
imaginários, horizontais e equidistantes. (SIGs) e o Sensoriamento Remoto.
C) a informação de um conjunto de linhas imaginárias que Com base nos conceitos apresentados, indique a
permitem localizar um ponto ou acidente geográfico na alternativa que representa corretamente as modernas
superfície terrestre. tecnologias aplicadas à cartografia.
D) a latitude como distância em graus entre um ponto e o A Os sistemas GPS, GLONAS e GNSS são utilizados
Meridiano de Greenwich, e a longitude como a distância em softwares que elaboram mapas digitais de forma
em graus entre um ponto e o Equador. automatizada.
E) a forma de projeção cartográfica, usado para navegação, B O Sensoriamento Remoto é uma aquisição de dados
onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície geoespaciais, informações de refletância, dentro de
do planeta. faixas do espectro eletromagnético, sem o contato físico
Resolução com o alvo, assim, considera-se uma foto
do smartphone uma das rotinas de Sensoriamento
O autor destaca em seu relato as linhas imaginárias
Remoto.
traçadas para a marcação das latitudes e longitudes.
C O software Google Earth Pro é uma ferramenta que
possibilita a consulta geoespacial de imagens de satélite
02. (UFPR 2017) “Enrolem esse mapa; ele não será de alta resolução espacial, o cálculo de distâncias e
necessário [...].” O primeiro-ministro Britânico William áreas utilizando ferramentas de dimensões e a
Pitt, o jovem, fez essa observação depois de ser manipulação e exportação de dados de SIGs.
comunicado sobre a derrota das forças britânicas na
D O Sistema de Informações Geográficas é apenas um
Batalha de Austerlitz, em 1805, em que ficou claro que
programa de computador utilizado para a confecção de
a campanha militar de seu país na Europa Continental
mapas digitais, utilizando ferramentas automatizadas.
tinha sido frustrada.” (Longley, P.; Goodchild, M. F.;
Maguire, D. J.; Rhind, D. W. Sistemas e ciência da E As Geotecnologias atualmente não necessitam dos
informação geográfica. Porto Alegre: Bookman, p. 300.) chamados peopleware (pessoas que operam
computadores) e usa a Inteligência Artificial para a
Considerando as informações do texto, o desenvolvimento
confecção de mapas.
da cartografia e o uso de mapas, identifique como
verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A história da cartografia mostra que mapas são 04. (FGV - 2022 - IBGE - Recenseador) As coordenadas
confeccionados para atender objetivos específicos que, geográficas consistem em um dos métodos mais
quando cumpridos, tornam obsoletas as informações eficientes de localização, pois permitem identificar
neles constantes. qualquer ponto na superfície da Terra por meio de dois
valores.
( ) O texto ilustra o papel dos mapas como ferramenta de
apoio e planejamento a inúmeras atividades que São eles:
necessitam de informações espaciais. A perímetro e circunferência.
( ) A leitura e interpretação de mapas exige a construção de B órbita e altitude.
legendas apropriadas ao tipo de informação que o mapa C latitude e longitude.
pretende transmitir.
D abscissa e ordenada.
( ) A observação Enrolem esse mapa; ele não será
E distância e altitude.
necessário pode ser considerada uma afirmação atual,
uma vez que a tecnologia digital, empregada nos
processos de produção e distribuição de mapas, tornou 05. (ADM&TEC - 2022 - Prefeitura de Lajedo - PE -
dispensável seu uso em papel. Professor de Ensino Fundamental II - Geografia) Analise
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, as afirmativas a seguir:
de cima para baixo. I. A leitura e a compreensão do mundo e de suas dinâmicas
A) V – F – V – V espaciais progrediram fortemente a partir do
desenvolvimento dos conhecimentos de cartografia ao
B) F – F – F – V
longo da história. Atualmente, a cartografia ainda está
C) V – V – V – F presente no nosso dia a dia com o auxílio de diversas
D) F – V – V – F tecnologias, como o georreferenciamento e o GPS
E) V – V – F – V (global positioning system).
Resolução: II. Para facilitar a localização de pontos específicos da
superfície da Terra em um mapa, foi criado um sistema
A primeira e a quarta afirmação são falsas, e a segunda e
de linhas imaginárias chamado Sistema de
terceira são verdadeiras. As informações expressas em
Coordenadas Geográficas. Assim, uma coordenada
um mapa não se tornam obsoletas nem possuem uso
geográfica de um determinado ponto da superfície da
limitado. Por outro lado, a observação feita pelo
Terra pode ser obtida pela interseção de um paralelo e
primeiro-ministro não possui relação com as tecnologias
um meridiano.
empregadas para a produção cartográfica. Além disso,
no início do século XIX, ainda não existiam as técnicas Marque a alternativa CORRETA:
hoje conhecidas. A As duas afirmativas são verdadeiras.
B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa
03. (INEP - 2018 - UFMS - Processo Seletivo - Vestibular C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
UFMS) As geotecnologias são um conjunto de D As duas afirmativas são falsas.
tecnologias destinadas à coleta e ao tratamento de
informações espaciais (ROSA, 2005). Almeida (2009)
complementa que as geotecnologias envolvem a
utilização de um conjunto de recursos computacionais e

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6 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
06. (ADM&TEC - 2022 - Prefeitura de Lajedo - PE -
Professor de Ensino Fundamental II - Geografia) Analise O que é geoprocessamento? Conheça a área! | Ekoa
as afirmativas a seguir:
O geoprocessamento é um estudo que faz parte
I. As coordenadas geográficas constituem um sistema dos SIGs (Sistema de Informações Geográficas) que
preciso de localização na superfície terrestre através seleciona e trabalha em torno de imagens de satélite e
das linhas imaginárias traçadas de forma diagonal entre fotografias aéreas para a produção de mapas e
as capitais dos principais países do mundo. Assim, com representações cartográficas em geral.
o auxílio dessas coordenadas, é possível obter dados e
É importante ressaltar a relevância das
informações climáticas sobre qualquer região da Terra.
informações espacializadas, pois são elas que fazem
II. A cartografia permite a representação geométrica com que esse processamento de dados se configure
simplificada, plana e convencional da superfície como geoprocessamento. Se você está procurando
terrestre ou de parte desta, em mapas, cartas ou saber sobre essa área do conhecimento, acompanhe o
plantas. É por meio da cartografia que muitos dados post até o final para conferir cada etapa do processo!
ambientais, socioeconômicos, educacionais, de saúde,
podem ser representados espacialmente, facilitando e
tornando mais eficaz a sua compreensão. Como é feito o geoprocessamento?
Marque a alternativa CORRETA: As atividades que envolvem o processamento de
dados, que são executados em sistemas específicos, são
A As duas afirmativas são verdadeiras.
comumente chamadas de sistemas de informação
B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. geográfica.
C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. O geoprocessamento é dividido em áreas: coleta de
D As duas afirmativas são falsas. dados (coletados por Sistema de Posicionamento
Global), sensoriamento remoto, processamento e
análise de dados e a oferta de informação, com
Gabarito: 01/C; 02/D; 03/C; 04/C; 05/A; 06/C
geração de modelos multivariados, modelagens espaciais e
mapeamentos, a fim de oferecer respostas espaciais, ou
seja, respostas que estamos procurando de forma
especializadas.
GEOPROCESSAMENTO
O QUE É GEOPROCESSAMENTO? 1ª etapa: Coleta de Dados
• Conjunto de tecnologias voltadas a coleta e Atualmente, a primeira etapa do
tratamento de informações espaciais para um objetivo geoprocessamento, chamada de coleta de dados, é
específico. As atividades envolvendo o geoprocessamento realizada todo em por meio de softwares e, principalmente,
são executadas por sistemas específicos mais comumente através dos sistemas de posicionamento global, que
chamados de Sistemas de Informação Geográfica (SIG). fornecem as informações captadas por satélites. Os
• Sistema de geoprocessamento é o destinado ao principais sistemas, hoje, são:
processamento de dados referenciados geograficamente • Glonass (Sistema russo);
(ou georeferenciados), desde a sua coleta até a geração de • Galileu (Sistema europeu);
saídas na forma de mapas convencionais, relatórios, • Compass (Sistema chinês);
arquivos digitais etc; devendo prever recursos para sua
estocagem, gerenciamento, manipulação e análise. • GPS (Sistema americano).
Esses sistemas nos fornecem informações
espacializadas, ou seja, eles possuem receptores que
COMO É FEITO O GEOPROCESSAMENTO? coletam dados importantes sobre todo o território do
As atividades que envolvem o processamento de nosso planeta.
dados, que são executados em sistemas específicos, A precisão desses equipamentos gira em torno de
são comumente chamadas de sistemas de informação 3 metros para áreas abertas e em meio de áreas
geográfica. florestais, variando em torno de 9 a 15 metros, por isso,
O geoprocessamento é dividido em áreas: coleta também é utilizado um sistema de posicionamento
de dados (coletados por Sistema de Posicionamento com correção diferencial para tentar corrigir essa
Global), sensoriamento remoto, processamento e diferença posicional de um determinado local da terra.
análise de dados e a oferta de informação, com Junto com os sistemas de posicionamento global,
geração de modelos multivariados, modelagens hoje, também são utilizados sistemas de rádio que são
espaciais e mapeamentos, a fim de oferecer respostas capazes de fazer a correção de dados em tempo real,
espaciais, ou seja, respostas que estamos procurando que funcionam mapeando os territórios de forma
de forma especializadas. contínua.
1ª etapa: Coleta de Dados Essa captação de imagens por meio de satélites
Atualmente, a primeira etapa do espalhados ao redor de toda a esfera terrestre para
geoprocessamento, chamada de coleta de dados, é coleta de dados sobre o espaço terrestre, de fato.
realizada todo em por meio de softwares e,
principalmente, através dos sistemas de
posicionamento global, que fornecem as informações 2ª etapa: Sensoriamento Remoto
captadas por satélites. Os principais sistemas, hoje, O sensoriamento remoto é definido como a arte de
são: se obter informações sobre um alvo a ser analisado de
• Glonass (Sistema russo); forma remota, ou seja, são obtidas informações sobre
determinada região sem que haja necessidade de entrar em
• Galileu (Sistema europeu);
contato físico com ela.
• Compass (Sistema chinês);
Podemos dizer que o sensoriamento remoto é
• GPS (Sistema americano). classificado como técnicas utilizadas para obter

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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 7
informações sobre alvos na superfície terrestre • Manejo e colheita (mecanização);
utilizando o registro da interação da radiação • Transporte de bens de consumo.
eletromagnética com a superfície. Os alvos em
Tudo isso tem impacto direto na vida de toda a
questão podem ser áreas, objetos ou fenômenos.
população de um país, afinal, são dados que
Dessa forma, o sensoriamento remoto irá atuar em impactam desde a produção de alimentos
diversas áreas coletando dados remotamente utilizando fundamentais até a nossa qualidade de vida.
a energia eletromagnética que está sendo emitida ou
refletida por um alvo em diferentes frequências e
comprimentos de onda. HISTÓRICO DO GEOPROCESSAMENTO
Os sensores utilizados atualmente são habilitados As primeiras tentativas de automatizar parte do
para captar dados a partir de dados da luz visível, da processamento de dados com características espaciais
radiação infravermelha e também das micro-ondas. foram na Inglaterra e nos Estados Unidos, nos anos 50. O
Exemplos de dados coletados a partir dos sistemas de objetivo principal era reduzir os custos de produção e
GPS: manutenção de mapas.
• Inventários e relatórios florístico florestais de Dada a precariedade da informática na época, e a
rotina; especificidade das aplicações desenvolvidas (pesquisa em
botânica, na Inglaterra, e estudos de volume de tráfego, nos
• Inventários e relatórios sobre a fauna;
Estados Unidos), estes sistemas ainda não podem ser
• Estudos e relatórios pedológicos; classificados como “sistemas de informação”.
• Monitoramento de fauna ameaçada de extinção Os primeiros Sistemas de Informação Geográfica
através de uso de coleiras geolocalizáveis; surgiram na década de 1960, no Canadá, como parte de um
• Delimitação de experimentos em campo; programa governamental para criar um inventário de
• Localização automotiva. recursos naturais.
Estes sistemas, no entanto, eram muito difíceis de
usar: não existiam monitores gráficos de alta resolução, os
3ª etapa: Processamento e análise de dados espaciais
computadores necessários eram excessivamente caros, e
Quando partirmos para a etapa de processamento a mão de obra tinha que ser altamente especializada e
e análise de dados, temos a maior parte do trabalho dos caríssima.
especialistas em geoprocessamento.
Não existiam soluções comerciais prontas para uso, e
Esses profissionais trabalham supervisionando, cada interessado precisava desenvolver seus próprios
coordenando e interpretando dados de programas, o que demandava muito tempo e, naturalmente,
georreferenciamento e geoprocessamento para muito dinheiro.
estudos, análises e apontamento de soluções para
Além disto, a capacidade de armazenamento e a
diversos campos de atuação. Confira as principais
velocidade de processamento eram muito baixas. Ao longo
análises realizadas por meio do geoprocessamento:
dos anos 70 foram desenvolvidos novos e mais acessíveis
• Organização de banco de dados espaciais; recursos de hardware, tornando viável o desenvolvimento
• Álgebra de mapas; de sistemas comerciais. Foi então que a expressão
• Processamento digital de imagens (PDI); Geographic Information System foi criada.
• Análises de redes; Foi também nesta época que começaram a surgir os
• Análises multicritérios;
primeiros sistemas comerciais de CAD (Computer Aided
Design, ou projeto assistido por computador), que
• Classificação de dados; melhoraram em muito as condições para a produção de
• Análises estatísticas. desenhos e plantas para engenharia, e serviram de base
Além disso, esses profissionais também podem para os primeiros sistemas de cartografia automatizada.
trabalhar com a Gestão Ambiental fornecendo dados Também nos anos 70 foram desenvolvidos alguns
importantes para o monitoramento da fauna, flora, dos fundamentos matemáticos voltados para a cartografia,
solos e das águas com o objetivo de manutenção dos incluindo questões de geometria computacional. No
biomas e ecossistemas aquáticos essenciais para o entanto, devido aos custos e ao fato destes protossistemas
equilíbrio do meio ambiente. ainda utilizarem exclusivamente computadores de grande
porte, apenas grandes organizações tinham acesso à
4ª etapa: Uso dos dados de geoprocessamento tecnologia.
Assim como afirmamos acima, é o analista de A década de 1980 representa o momento quando a
geoprocessamento que trabalha analisando os dados tecnologia de sistemas de informação geográfica inicia um
captados pelos sistemas de posicionamento globais e, período de acelerado crescimento que dura até os dias de
a partir dessas análises, consegue apontar soluções e hoje.
informações que refletirão na vida de um território. Até então limitados pelo alto custo do hardware e pela
Essas soluções têm impacto direto no pouca quantidade de pesquisa específica sobre o tema, os
planejamento e gestão agrícola/florestal, por exemplo. GIS se beneficiaram grandemente da massificação
Essas soluções podem se referir à: causada pelos avanços da microinformática e do
estabelecimento de centros de estudos sobre o assunto.
• Planejamento econômico;
Nos EUA, a criação dos centros de pesquisa que
• Gestão Ambiental;
formam o NCGIA – National Centre for Geographical
• Planejamento de campo; Information and Analysis (NCGIA, 1989) marca o
• Análise de sítio; estabelecimento do Geoprocessamento como disciplina
• Monitoramento de culturas; científica independente.
• Fenotipagem;
• Monitoramento de incêndios;
• Monitoramento de doenças;

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8 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
GEOPROCESSAMENTO NO BRASIL Clementino Ferreira, com o apoio de outros pesquisadores
A introdução do geoprocessamento no Brasil inicia-se do LAPIG. Hoje, este sistema é utilizado para monitorar os
a partir do esforço de divulgação e formação de pessoal desmatamentos no Cerrado.
feito pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ), no início dos
anos 80. POPULARIZAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO
A vinda ao Brasil, em 1982, de Roger Tomlinson – No decorrer dos anos 80, com a grande popularização
responsável pela criação do primeiro SIG (o Canadian e barateamento das estações de trabalho gráficas, além do
Geographical Information System)-, para participar do surgimento e evolução dos computadores pessoais e dos
Congresso da União Geográfica Internacional, no Rio de sistemas gerenciadores de bancos de dados relacionais,
Janeiro, incentivou o aparecimento de vários grupos ocorreu uma grande difusão do uso de GIS.
interessados em desenvolver tecnologia, entre os quais
A incorporação de muitas funções de análise espacial
podemos citar:
proporcionou também um alargamento do leque de
UFRJ: O grupo do Laboratório de Geoprocessamento aplicações de GIS.
do Departamento de Geografia da UFRJ, sob a orientação
Na década atual, observa-se um grande crescimento
do professor Jorge Xavier, desenvolveu o SAGA (Sistema
do ritmo de penetração do GIS nas organizações, sempre
de Análise GeoAmbiental). O SAGA tem seu forte na
alavancado pelos custos decrescentes do hardware e do
capacidade de análise geográfica e vem sendo utilizado
software, e também pelo surgimento de alternativas menos
com sucesso como veículo de estudos e pesquisas.
custosas para a construção de bases de dados geográficas.
MaxiDATA: Os então responsáveis pelo setor de
Os anos 90 consolidaram definitivamente o uso do
informática da empresa de aerolevantamento AeroSul
Geoprocessamento como ferramenta de apoio à tomada de
criaram, em meados dos anos 80, um sistema para
decisão, tendo saído do meio acadêmico para alcançar o
automatização de processos cartográficos. Posteriormente,
mercado com uma velocidade tremenda.
constituíram empresa MaxiDATA e lançaram o MaxiCAD,
software largamente utilizado no Brasil, principalmente em Instituições do Governo e grandes empresas
aplicações de Mapeamento por Computador. começaram a investir no uso de aplicativos disponíveis
no mercado como o ArcGIS da ESRI, Mapinfo
Mais recentemente, o produto dbMapa permitiu a
Professional, AutoCAD MAP da Autodesk, gvSIG, GRASS,
junção de bancos de dados relacionais a arquivos gráficos
Quantum GIS da Open Source Geospatial Foundation
MaxiCAD, produzindo uma solução para desktop mapping
(OSGeo) dentre outros.
para aplicações cadastrais.
Consolidam-se ai as aplicações desktop que
CPqD/TELEBRÁS: O Centro de Pesquisa e
agregavam diversas funções no mesmo sistema
Desenvolvimento da TELEBRÁS iniciou, em 1990, o
(modelagem 3D, analise espacial, processamento digital de
desenvolvimento do SAGRE (Sistema Automatizado de
imagens, etc). Os usuários são especialistas e a difusão dos
Gerência da Rede Externa), uma extensiva aplicação de
benefícios do uso de aplicações de geoprocessamento
Geoprocessamento no setor de telefonia. Construído com
ainda estão engatinhando.
base num ambiente de um SIG (VISION) com um banco de
dados cliente-servidor (ORACLE), o SAGRE envolve um No fim dos anos 90 e início desse século o uso da
significativo desenvolvimento e personalização de software. WEB já está consolidado e as grandes corporações passam
a adotar o uso de intranet.
INPE: Em 1984, o INPE (Instituto Nacional de
Pesquisas Espacias) estabeleceu um grupo específico para O GIS em busca de mais popularização (por
o desenvolvimento de tecnologia de geoprocessamento e demandas do próprio mercado), evolui e passa a fazer uso
sensoriamento remoto (a Divisão de Processamento de também do ambiente WEB. Os aplicativos são simples, com
Imagens – DPI). funcionalidades básicas de consulta à mapas e a bases
alfanuméricas.
De 1984 a 1990 a DPI desenvolveu o SITIM (Sistema
de Tratamento de Imagens) e o SIG (Sistema de Os usuários já não precisam mais ser especialistas,
Informações Geográficas), para ambiente PC/DOS, e, a facilitando o acesso de pessoas não ligadas à área em
partir de 1991, o SPRING (Sistema para Processamento de questão. Tem-se ai um salto no número de usuários, o
Informações Geográficas), para ambientes UNIX e surgimento de sites especializados, revistas, etc.
MS/Windows. Houve também uma aproximação entre as grandes
O SPRING (Sistema de Processamento de empresas de GIS e as tradicionais empresas de Tecnologia
Informações Geográficas) unifica o tratamento de imagens da Informação como a Oracle, Microsoft, Google etc.
de Sensoriamento Remoto (ópticas e microondas), mapas No Brasil além do próprio termo Geoprocessamento,
temáticos, mapas cadastrais, redes e modelos numéricos passa-se a adotar o termo geotecnologias para representar
de terreno. A partir de 1997, o SPRING passou a ser conceito relacionado.
distribuído via Internet e pode ser obtido através do website
www.dpi.inpe.br/spring. É uma aplicação gratuita e indicada A MASSIFICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO
para quem precisa aprender os conceitos do
Geoprocessamento. Após o surgimento do Google Maps, do Google
Earth e do WikiMapia uma verdadeira revolução está
O Laboratório de Processamento de Imagens e acontecendo.
Geoprocessamento (LAPIG) da Universidade Federal de
Goiás / Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (UFG/IESA) Pessoas que até então não tinham qualquer contato
iniciou suas atividades em 1995 (sob a orientação do com ferramentas GIS, de uma hora para outra podem ter
professor Laerte Guimarães Ferreira Júnior). acesso à qualquer parte do planeta por meio de aplicações
que misturam imagens de satélite, modelos 3D e GPS,
Ultimamente, o LAPIG vem contribuindo com as sendo que o usuário necessita apenas ter conexão à
pesquisas na área de Geoprocessamento e Sensoriamento internet.
Remoto, direcionando suas análises para o bioma Cerrado.
Em 2004 surge o OpenStreetMap, que, inspirado em
Dentre as várias iniciativas do LAPIG, destaca-se o projetos de colaboração de usuários ao redor do mundo,
desenvolvimento do Sistema Integrado de Alerta de busca criar o mais completo mapa já visto. Além de
Desmatamento (SIAD), desenvolvido pelo professor Nilson colaborar com o OpenStreetMap completando o mapa,

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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 9
pode-se usufruir de seus dados para criar as mais variadas
soluções. Conhecida como “A Wikipédia dos Mapas”, seu Para que serve a informação espacial?
funcionamento é similar a Wikipédia, onde os usuários
A informação espacial está presente na palma da mão
podem editar e a população em geral pode usufruir deste
de cada pessoa que utiliza o smartphone ao traçar uma rota
conhecimento.
para um local desconhecido e é amplamente utilizada pelo
Há outras ferramentas de colaboração como o Google setor produtivo e pelos órgãos de planejamento de
Map Maker e o Waze, onde se pode colaborar com o Estado. Na produção agrícola, ela permite, por exemplo,
mapeamento. Porém, nestes dois últimos, o usuário mapear e monitorar o desenvolvimento de cultivos,
colabora, vê sua colaboração no mapa, mas não tem identificando a defasagem de nutrientes e a infestação de
acesso direto aos dados como poder baixá-los e trabalhar pragas. Nos órgãos de planejamento de Estado, a
em ferramentas GIS, CAD, ou como quiserem. O que não informação espacial está presente em mapeamentos
ocorre no OpenStreetMap, onde se pode usufruir dos básicos e temáticos, zoneamentos agrícolas e ecológico-
dados. econômicos, estimativas nacionais de safras e inúmeras
A Microsoft possui também a sua solução de outras ações para apoio à formulação, execução e
visualização do Globo terrestre em 3D, chamado de Virtual fiscalização de políticas públicas.
Earth.(Hoje denominado Bing Maps). A NASA oferece o
NASA World Wind um globo virtual destinado ao segmento
O que é sensoriamento remoto?
de pesquisadores, programável por um SDK Java.
O sensoriamento remoto pode ser entendido como
Outra aplicação existente é o Arc Globe da
uma das formas de aquisição de dados e informações sobre
Environmental Systems Research Institute (ESRI) com o
um objeto ou fenômeno terrestre sem que haja contato
Arc Globe, um visualizador de dados em 3D.
direto do receptor com o alvo. Em geral, são sensores
Fabricantes de aparelhos de celular já estão lançando embarcados em VANTs, aeronaves e satélites. Todos os
telefones equipados com GPS e mapas. Montadoras já objetos terrestres absorvem, emitem, retransmitem ou
fabricam carros com sistemas de rastreamento por satélite. refletem a energia eletromagnética incidente sobre si, seja
ela emitida pelo Sol ou por sensores a bordo dos satélites
PERGUNTAS E REPOSTAS: (radares e lasers). A maioria dos sensores registram a
energia eletromagnética do Sol, que é refletida pelos
O que é Geotecnologia?
objetos da superfície terrestre, recodificada em grandezas
A Geotecnologia é uma área de investigação que gera físicas, formando as imagens de satélite.
soluções, a partir da localização geográfica de objetos e
fenômenos, tanto para atividades cotidianas quanto para o
setor produtivo e políticas públicas. Para isso, utiliza O que é geoprocessamento?
conjuntos de técnicas e metodologias específicas, O termo geoprocessamento diz respeito à análise de
considerando os dados com um par de coordenadas (por dados e informações espaciais, incluindo o armazenamento
exemplo, latitude e longitude) vinculado a um sistema de e a recuperação desses dados, a partir de infraestrutura
referência (por exemplo, sistema geodésico). Como computacional que envolve hardware, software e
materiais, a Geotecnologia faz uso de diferentes algoritmos. Por exemplo, para responder qual a extensão
equipamentos para coleta de dados, como: receptores de terra ocupada pelas Áreas de Preservação Permanente
GNSS, sensores embarcados em satélites, aeronaves, no bioma Cerrado registradas no Cadastro Ambiental Rural
VANT etc, além da ampla infraestrutura tecnológica em (CAR), é preciso processar dados de mais de 5 milhões de
informática para tratamento de dados, incluindo hardwares, propriedades rurais.
softwares, aplicativos, algoritmos e linguagem de
programação.
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Técnico
em Geoprocessamento) A figura a seguir representa o
processo de generalização cartográfica.

Imagem de satélite da área rural da região de Curvelo, MG –


Foto: Embrapa Territorial / GeoEye

A respeito desse processo, é correto afirmar que a


O que são informações espaciais? generalização cartográfica
As informações espaciais diferenciam-se das demais A não deve ser empregada, pois insere erros nas
por associarem uma localização geográfica a informações representações.
de naturezas distintas: “o que e como aconteceu” (atributos
B tende a ser mais utilizada em escalas maiores de
temáticos), “quando aconteceu” (atributo temporal) e “onde
representação.
aconteceu” (atributo espacial). Pense em uma colheitadeira
de grãos equipada com um monitor de colheita e um C em estrutura de dados vetorial não influencia na
sistema de posicionamento global (GPS). Enquanto registra visualização das formas.
a quantidade de grãos que entra no equipamento a cada D pode ser empregada para tornar as formas a serem
segundo, registra também o par de coordenadas representadas de modo mais inteligível.
geográficas a cada ponto. E independe da escala de apresentação de um mapa.
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10 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
(_) Uso de métodos como do paralelepípedo, da distância
02. (IDCAP - 2019 - CONSED-GO - Geólogo) mínima e máxima verossimilhança.
Sensoriamento remoto é um termo utilizado na área das (_) Representação matricial em que cada elemento da
ciências aplicadas que se refere à obtenção de imagens matriz está associado a um valor numérico.
à distância, sobre a superfície terrestre. Em relação (_) Capacidade de absorção do sensor em função do
sensoriamento remoto aplicado aos estudos geológicos intervalo do comprimento de onda utilizado.
alguns fatores são considerados, quando imagens são
A sequência numérica correta de preenchimento dos
utilizadas em aplicações geológicas, dentre eles a
parênteses, de cima para baixo, é
litologia (tipos de rochas) e a fisiografia da região. Em
relação a esses dois fatores, assinale a alternativa A 2 – 4 – 1.
incorreta. B 5 – 3 – 4.
Alternativas C 3 – 4 – 1.
A O mapeamento geológico parte do princípio que D 5 – 3 – 1.
diferentes tipos de rochas, ou seus derivados do E 2 – 1 – 4.
intemperismo, possuem comportamentos espectrais
próprios.
06. (IDIB - GOINFRA - Gestor de Engenharia - Área:
B Entre as rochas parcialmente alteradas nota-se Engenharia Civil - 2022) O uso de imagens de satélite
comportamento semelhante, apenas com um aumento através do Sensoriamento Remoto está cada vez mais
relativo dos valores de reflectância. sendo utilizado para o planejamento e tomada de
C A escolha adequada da banda espectral é fundamental decisão rápida, visto que a era tecnológica permite
para a obtenção de bons resultados no mapeamento rapidez e confiança nos resultados. Contudo, sua
dos tipos de cobertura, inclusive a vegetal. utilização está na dependência de fatores de interação
D Entre as rochas a reflectância cresce dos termos ácidos entre ambiente e sensor, que afetam nos produtos
(pegmatitos e granitos) para os básicos e ultrabásicos. finais. Assim, sua qualidade depende de quatro tipos de
E A erosão diferencial contribuem para análise estrutural e resolução: temporal; espacial; espectral e radiométrica,
a discriminação litológica, pois a parte superior da que se referem a condição do satélite. Isso deve ser
floresta tende a acompanhar os traços do relevo levado em consideração no tipo de análise e o que
regional, que por sua vez refletem a organização pretende-se analisar. A respeito das aplicações do
estrutural. Sensoriamento Remoto, assinale a alternativa incorreta:
A Basicamente, as aplicações de Sensoriamento Remoto
ao Planejamento Urbano dão-se em duas linhas: a
03. (FADESP - 2019 - Prefeitura de Marabá - PA - Geólogo)
primeira, voltada ao conhecimento e ação sobre o
Sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas e
sistema urbano em geral em sua relação com os
procedimentos tecnológicos que visa à obtenção, ao
espaços municipal e regional mais amplos; a segunda,
tratamento, à interpretação e à análise dos seguintes
voltada aos estudos intraurbanos. Esta última, mais
itens:
sujeita as restrições da resolução espacial dos produtos
A imagens de satélite, radar e fotografias aéreas. orbitais.
B mapas e dados estatísticos. B Os produtos de Sensoriamento Remoto inegavelmente
C fotografias orbitais. possuem uma inestimável utilidade no mapeamento de
D imagens orbitais georreferenciadas. feições ou de propriedades específicas dos solos, estas
sim fundamentais às suas diversas práticas de uso,
principalmente as agrícolas, que utilizam basicamente
04. (FAURGS - SES RS - Geógrafo - 2022) O Google Earth as informações superficiais. Para a identificação e
Pro é um programa que apresenta modelo análise destas feições, se poderia utilizar técnicas de
tridimensional do globo terrestre, construído a partir de processamento digital de imagens, destacando-se a
imagens de satélite. Seu ambiente é bastante intuitivo e classificação, para se obter os padrões espaciais destas
por isso se popularizou. Porém, esse programa também feições e o comportamento da sua distribuição espacial.
é utilizado profissionalmente, pois interage com diversos
C São inúmeros os empregos do Sensoriamento Remoto no
programas de geoprocessamento, como o ArcGis e o
campo, em especial dos índices de vegetação (IV),
QGIS. Para isso, é preciso conhecer seu sistema de
índices esses resultantes de equações matemáticas
referência geodésico, que é o
calculadas com base na resposta da planta em
A South America Datum 69. diferentes comprimentos de onda. Na pecuária, os
B World Geodesic System 84. índices de vegetação têm contribuído para a estimativa
C SIRGAS 2000. de biomassa forrageira e consequentemente a definição
D Córrego Alegre. da taxa de lotação animal. Estes fatores são
fundamentais para atingir bom manejo das pastagens,
E Universal Transversor de Mercartor. de modo a evitar a degradação.
D O uso de técnicas de sensoriamento remoto no
05. (FAURGS - SES RS - Geógrafo - 2022) Numere a monitoramento de recursos hídricos oferece três
segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando vantagens significativas sobre a amostragem em
os conceitos relativos ao geoprocessamento a suas campo: (1) a cobertura contínua pelos imageadores a
definições. bordo de satélites permite uma estimativa sinóptica
(1) Resolução Espectral sobre grandes áreas; (2) a cobertura global dos satélites
(2) Classificação Não Supervisionada permite a estimativa da qualidade da água em locais
remotos e inacessíveis; e (3) o vasto arquivo de imagens
(3) Modelos Numéricos do Terreno
armazenadas permite e estimativa da qualidade da água
(4) Resolução Radiométrica ao longo do tempo.
(5) Classificação Supervisionada E As imagens obtidas por sensores a bordo de satélites
orbitais têm demonstrado um grande potencial para
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 11
monitorar ou detectar mudanças na cobertura florestal 10. (FAPEC - SAD MS - Professor - Área: Geografia - 2021)
sobre grandes áreas geográficas. Vários algoritmos de É uma técnica que utiliza sensores para captação e
detecção de mudanças têm sido desenvolvidos, sendo registro à distância, sem o contato direto, da energia
que a técnica da razão de bandas tem se destacado, refletida ou absorvida pela superfície terrestre.
mesmo com sua complexidade de implementação, mas Referente ao ensino da cartografia e as tecnologias,
ainda com eficiência. esse conceito acima é denominado como:
A Sistema Geodésico de Referência.
07. (FUNDATEC - SPGG - Analista - Área Geografia - 2022 B Sistema de Posicionamento Global.
Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) C Mapeamento por imagens.
ou Geographic Information Systems (GIS) trabalham D Sensoriamento Remoto.
com o uso de tecnologias de processamento de
E Geoprocessamento.
informações geográficas, em geral sob a forma de
softwares, que necessitam constantemente de novas
informações e de pessoal capacitado para pesquisa-las Gabarito: 01/D; 02/D; 03/A; 04/B; 05/D; 06/E; 07/E; 08/B;
e analisa-las. Sobre esses SIGs, analise as assertivas a 09/A; 10/D
seguir:
I. A função de um profissional que trabalha com SIGs é
sistematizar dados geográficos sobre inúmeros
fenômenos de uma área ou região – ruas, casas, SENSORIAMENTO REMOTO E SISTEMAS
automóveis, matas, edifícios, rios, campos de cultivo DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG).
etc.
II. Geralmente estas informações são obtidas através de SENSORIAMENTO REMOTO
diversas formas – como imagens de satélites, pesquisas O QUE É SENSORIAMENTO REMOTO?
de campo, estatísticas etc. • Definição: "Utilização de sensores para aquisição
III. A combinação de dados sempre será útil para qualquer de informações sobre objetos ou fenômenos sem que haja
tipo de ação no nível espacial: para melhorar o trânsito, contato direto entre eles".
estabelecer a melhor localização para certa indústria ou o Sensores: são equipamentos capazes de coletar
shopping, monitorar alterações ambientais, controlar e energia proveniente do objeto, convertê-la em sinal
combater uma pandemia etc. passível de ser registrado e apresentá-lo em forma
Quais estão corretas? adequada à extração de informações.
A Apenas II. o Energia: na grande maioria das vezes é a energia
B Apenas III. eletromagnética ou radiação eletromagnética.
C Apenas I e II. • Conceito mais específico: "Conjunto das atividades
D Apenas I e III. relacionadas à aquisição e a análise de dados de sensores
remotos".
E I, II e III.
o Sensores remotos: sistemas fotográficos ou
óptico-eletrônicos capazes de detectar e registrar,
08. (FAURGS - SES RS - Geógrafo - 2022) O sob a forma de imagens ou não, o fluxo de energia
sensoriamento remoto é a aquisição de informações à radiante refletido ou emitido por objetos distantes.
distância. Assinale a afirmação correta sobre os
sensores remotos passivos.
O QUE É RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA?
A A banda 1 do Landsat 8 adquire dados a 0,733- 0,953
micrômetros. • Toda matéria a uma temperatura superior à zero
B Para uma imagem de cor verdadeira (RGB) do Landsat 8, absoluto (0o K ou -273o C) emite radiação eletromagnética,
as bandas 4, 3, 2 são combinadas respectivamente. como resultado de suas oscilações atômicas e moleculares.
C O MODIS tem 11 bandas, todas medindo diferentes • A radiação emitida ao incidir sobre a superfície de
regiões do espectro eletromagnético. outra matéria pode ser refletida, absorvida ou transmitida.
Quando absorvida, a energia é geralmente reemitida, em
D O satélite Landsat 8 completa uma volta no planeta a
diferentes comprimentos de onda.
cada 99 minutos e completa a cobertura de toda
superfície depois de 12 dias. • Os processos de emissão, absorção, reflexão e
E O Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM) detecta transmissão ocorrem simultaneamente e suas intensidades
relâmpagos intranuvem e nuvem-solo somente de dia. relativas caracterizam a matéria em investigação.
Dependendo das características físicas e químicas da
mesma, os quatro processos ocorrem com intensidades
09. (FAURGS - SES RS - Geógrafo - 2022) A tecnologia das diferentes em diferentes regiões do espectro.
últimas décadas possibilitou o surgimento do Sistema de
Informações Geográficas (SIG), cujo uso permite
• Esse comportamento espectral das diversas
substâncias é denominado assinatura espectral e é utilizado
A a sobreposição de diversas camadas para análise em Sensoriamento Remoto para distinguir diversos
espacial por geógrafos. materiais entre si.
B tratar com um volume limitado de dados geográficos
• Qualquer fonte de energia eletromagnética é
simultaneamente.
caracterizada pelo seu espectro de emissão, o qual pode
C dispensar o uso de bases georreferenciadas de dados. ser contínuo ou distribuído em faixas discretas.
D a geração de mapas digitais, embora não possibilite a • O campo elétrico e o campo magnético são
digitalização de produtos analógicos. perpendiculares entre si e ambos oscilam
E o georreferenciamento somente com uso de mesa perpendicularmente à direção de propagação da onda,
digitalizadora. como mostra a figura abaixo, onde E é o campo elétrico e
M o campo magnético.

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12 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA

• A velocidade de propagação da onda


eletromagnética no vácuo é a velocidade da luz (3 x 108
m/s). O número de ondas que passa por um ponto do
espaço num determinado tempo define a frequência (f) da
radiação.
• A onda eletromagnética pode também ser
caracterizada pelo comprimento de onda (lâmbda) que
pode ser expresso pela equação:
o A faixa de comprimentos de onda ou frequências
em que se pode encontrar a radiação
eletromagnética é ilimitada.
o Este espectro é subdividido em faixas,
representando regiões que possuem
características peculiares em termos dos
processos físicos geradores de energia ou dos
mecanismos físicos de detecção desta energia.
o As principais faixas do espectro eletromagnético
estão descritas abaixo e representados na figura a
seguir.

o Ondas de rádio: baixas frequências e grandes


comprimentos de onda. São utilizadas para
comunicação a longa distância.
o Microondas: faixa de 1mm a 30cm ou 3x1011 a
3x109 Hz. Pode-se gerar feixes de radiação
eletromagnética altamente concentrados,
chamados radares. Por serem pouco atenuados
pela atmosfera, ou por nuvens, permitem o uso de
sensores de microondas em qualquer condição de
tempo.
o Infravermelho: grande importância para o
Sensoriamento Remoto. Engloba radiação com
comprimentos de onda de 0,75um a 1,0mm. A
radiação I.V. é facilmente absorvida pela maioria
das substâncias (efeito de aquecimento).
o Visível: Radiação capaz de produzir a sensação
de visão para o olho humano normal. Pequena
variação de comprimento de onda (380 a 750nm).
Importante para o Sensoriamento Remoto, pois
imagens obtidas nesta faixa, geralmente,
apresentam excelente correlação com a
experiência visual do intérprete.
o Ultravioleta: extensa faixa do espectro (10nm a
400nm). Películas fotográficas são mais sensíveis
à radiação ultravioleta do que a luz visível. Uso
para detecção de minerais por luminescência e
poluição marinha. Forte atenuação atmosférica
nesta faixa, se apresenta como um grande
obstáculo na sua utilização.
o Raios X: Faixa de 1Ao a 10nm (1Ao = 10-10m).
São gerados, predominantemente, pela parada ou
freamento de elétrons de alta energia. Por se
constituir de fótons de alta energia, os raios-X são
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 13
altamente penetrantes, sendo uma poderosa dígitos ou gráficos). Essenciais para aquisição de
ferramenta em pesquisa sobre a estrutura da informações precisas sobre o comportamento
matéria. espectral dos objetos.
o Raios-GAMA: são os raios mais penetrantes das o Imageadores: obtém-se uma imagem da
emissões de substâncias radioativas. Não existe, superfície observada como resultado. Fornecem
em princípio, limite superior para a frequência das informações sobre a variação espacial da resposta
radiações gama, embora ainda seja encontrada espectral da superfície observada.
uma faixa superior de frequência para a radiação Os sistemas imageadores podem ser divididos em:
conhecida como raios cósmicos.
o Sistema de quadro ("framing systems"): adquirem
a imagem da cena em sua totalidade num mesmo instante.
Como são os sistemas sensores? Ex.: RBV.
o Sistema de varredura ("scanning systems"). Ex.:
TM, MSS, HRV.
o Sistema fotográfico: Fácil de operar. Limitada
capacidade de captar a resposta espectral (filmes
cobrem somente o espectro entre ultravioleta
próximo ao infravermelho distante). Limita-se as
horas de sobrevoo e devido a fenômenos
atmosféricos não permitem frequentemente
observar o solo a grandes altitudes.
• A tabela abaixo apresenta uma análise
comparativa dos sensores fotográficos e imageamentos por
varredura.
Imageamento Imageamento
por por
sensores sensores de
fotográficos varredura

Resolução
alta média
geométrica

Resolução
média alta
espectral

Repetitividade baixa alta

Visão sinóptica baixa alta

Base de dados analógica digital

• Coletor: recebe a energia através de uma lente, O QUE SÃO OS SISTEMAS SENSORES ORBITAIS?
espelho, antenas etc... QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS?
• Detetor: capta a energia coletada de uma • Os sistemas sensores orbitais exploram as
determinada faixa do espectro; características de uma plataforma embarcada em uma
• Processador: Processa o sinal registrado órbita que deve ser:
(revelador, amplificação etc...) através do qual se obtém o o Circular, para garantir que as imagens tomadas em
produto; diferentes regiões da Terra tivessem a mesma
• Produto: contém a informação necessária ao resolução e escala;
usuário. o Permitir o imageamento cíclico da superfície, para
garantir a observação periódica e repetitiva dos
mesmos lugares;
QUAIS TIPOS DE SENSORES EXISTEM?
o Ser síncrona com o Sol (heliossíncrono), para que
Podem ser classificados em função da fonte de as condições de iluminação da superfície terrestre
energia ou em função do tipo de produto que produz. se mantivessem constantes;
• Em função da fonte de energia: o Horário da passagem do satélite deve atender às
o PASSIVOS: não possuem fonte própria de solicitações de diferentes áreas de aplicação
radiação. Mede radiação solar refletida ou (geologia, geomorfologia, agricultura etc..).
radiação emitida pelos alvos. Ex.: Sistemas • A tabela abaixo apresenta as características dos
fotográficos. satélites Landsat, SPOT e ERS-1.
o ATIVOS: possuem sua própria fonte de radiação
eletromagnética, trabalhando em faixas restritas Landsat 4 e
SPOT 1 e 2 ERS-1
do espectro. Ex.: Radares. 5
• Em função do tipo de produto: circular circular circular
Órbita
o Não-imageadores: não geram imagem da 98,2 graus 98,7 graus 98,5 graus
superfície sensoriada. Ex.: Espectrorradiômetros
(assinatura espectral) e radiômetros (saída em

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14 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
heliosincron heliosincron heliosincron • Imageador TM(Thematic Mapper): sistema de
o o o varredura multiespectral concebido para obter melhor
resolução espacial, melhor discriminação espectral entre
100,467 objetos da superfície terrestre, maior fidelidade geométrica
Período 99 minutos 97 minutos e melhor precisão radiométrica em relação ao sensor MSS.
minutos
A energia proveniente da cena atinge o espelho de
Altitude 705 km 832 km 785 km varredura que oscila perpendicularmente à direção de
deslocamento do satélite em sentido leste-oeste e oeste-
Cruzament 10:30 hoas leste. O sinal atravessa um telescópio e um conjunto de
9:45 horas 10:39 horas espelhos, cuja função principal é corrigir o sinal coletado
o (desc.)
pelo espelho de varredura. Dessa maneira, o sinal
35 dias detectado em cada matriz de detetores de cada canal é
Ciclo 16 dias 26 dias transferido para um amplificador e convertido em sinal
(SAR)
digital através de um sistema A/D (analógico/digital). A
Órbita adj. 172 km 108 km 100 km saída de dados é, então, transmitida via telemetria.

Órbita suc. 2.750 km 2.700 km -


QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO SPOT?
• Programa francês semelhante ao programa
QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO LANDSAT? Landsat, concebido pelo Centre National d'Etudes Spatiales
• Compõe-se até o momento de 5 satélites, que (CNES) com dois sensores de alta resolução (HRV - HAUT
foram desenvolvidos pela NASA (National Aeronautics and Resolution Visible) a bordo. Estes sensores foram
Space Administration. concebidos para operarem no modo multiespectral
(aquisição de dados em três faixas do espectro
• Landsat 1 e 2 com dois sistemas sensores com a eletromagnético com uma resolução espacial de 20 metros)
mesma resolução espacial, mas diferentes concepções de e no modo pancromático com uma banda de resolução
imageamento: o sistema RBV, com imageamento espacial de 10 metros.
instantâneo de toda a cena e o sistema MSS, com
imageamento do terreno por varredura de linhas (line- • Uma das características marcantes dos
scanner). instrumentos a bordo do SPOT é a possibilidade de
observação "off-nadir" (apontamento direcional). O sensor
• Landsat 3, com sistema RBV modificado, provendo poderá ser direcionado de modo a observar cenas laterais
dados com melhor resolução espacial em uma única faixa à órbita em que se encontra inserido o satélite em dado
do espectro e uma faixa espectral adicionada ao sistema momento. Esta possibilidade de observação "off-nadir"
MSS, para operar na região do infravermelho termal. aumenta os meios de obter-se um aumento no recobrimento
• A partir do Landsat 4 e 5, ao invés do sensor RBV, repetitivo de determinadas áreas. Outra vantagem da
a carga útil do satélite passou a contar com o sensor TM visada "off-nadir" é a possibilidade de serem obtidos pares
(Thematic Mapper), operando em 7 faixas espectrais. Esse estereoscópicos de determinadas áreas.
sensor conceitualmente é semelhante ao MSS mas • A luz proveniente da cena atinge um espelho
incorpora aperfeiçoamentos nos componentes ópticos e plano, que pode ser controlado a partir das estações
nos componentes eletrônicos. terrenas variando em ângulos de +/- 0,6 até 27o em relação
• Imageador RBV(Return Beam Vidicon): sistema ao eixo vertical. A energia que atinge o espelho plano é
semelhante a uma câmera de televisão permitindo o registro focalizada sobre uma matriz linear de detetores do tipo CCD
instantâneo de uma certa área do terreno. A energia (Charge-Coupled Device). Cada matriz consiste em 6000
proveniente de toda a cena impressiona a superfície detetores arranjados linearmente, formando o que se
fotossensível do tubo da câmera e, durante certo tempo, a convenciona chamar de "push-broom scanner" ou sistema
entrada de energia é interrompida por um obturador, para de varredura eletrônica. Este sistema permite o
que a imagem do terreno seja varrida por um feixe de imageamento instantâneo de uma linha completa no
elétrons. O sinal de vídeo é então transmitido terreno, perpendicularmente à direção de deslocamento do
telemetricamente. satélite em sua órbita.
• Imageador MSS (Multispectral Scanner): sistema
sensor que permite o imageamento de linhas do terreno Quais são as características do ERS-1?
numa faixa de 185 km, perpendiculares à órbita do satélite.
• Construído pela Agência Espacial Européia (ESA),
A varredura do terreno é realizada com auxílio de um
o ERS-1 foi lançado do centro espacial da Guiana Francesa
espelho que oscila perpendicularmente ao deslocamento do
pelo foguete Ariane 4 em 16 de julho de 1991. Com uma
satélite. Durante a oscilação do espelho, a imagem do
missão noninal de dois anos, os objetivos são voltados
terreno, ao longo da faixa, é focalizada sobre uma matriz de
principalmente para estudos oceânicos e de geleiras, nas
detetores. A dimensão de cada detetor é responsável pelo
várias áreas de ciências naturais.
seu campo de visada instantâneo (área observada por cada
detetor na superfície da Terra). A energia registrada por • Dentre os vários aparelhos a bordo do satélite,
cada detetor é transformada em um sinal elétrico e este temos o AMI (Active Microwave Instruments), constituído
transmitido para as estações em terra. A cada oscilação do por um radar de Abertura Sintética (SAR) e um
espelho, o satélite desloca-se ao longo da órbita, para escaterômetro (aparelho para medição de ventos). As
proporcionar o imageamento contínuo do terreno. imagens adquiridas pelo SAR, fornece dados de uma faixa
Entretanto, o movimento de rotação da Terra provoca um de 100 x 100 km, com uma resolução espacial de 30 metros.
pequeno deslocamento do ponto inicial da varredura para Uma antena de 10 x 1 metros emite e recebe um feixe de
oeste a cada oscilação do espelho, ou seja, a cada seis microondas na faixa de 5,3 Ghz (banda C), com polarização
linhas imageadas. Se considerarmos o deslocamento de VV e um ângulo de incidência de 23 graus. A operação do
185 km ao longo da órbita do satélite, há um deslocamento SAR no modo Imagem produz uma taxa de dados muito alta
de 12,5 cm entre a primeira e a última coluna de pixels. (105 Mbps), fazendo com que as imagens só possam ser
geradas em zonas equipadas com estações receptoras. A

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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 15
superfície terrestre poderá ser inteiramente coberta e • Resolução espacial: mede a menor separação
imageada em ciclos de 35 dias. angular ou linear entre dois objetos. Por exemplo, uma
resolução de 20 metros implica que objetos distanciados
SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE IMAGENS entre si a menos que 20 metros, em geral não serão
discriminados pelo sistema.
O que é uma imagem digital?
• Resolução espectral: é uma medida da largura
• Uma imagem digital pode ser definida por uma das faixas espectrais do sistema sensor. Por exemplo, um
função bidimensional, da intensidade de luz refletida ou sensor que opera na faixa de 0.4 a 0.45 m tem uma
emitida por uma cena, na forma I(x,y); onde os valores de I resolução espectral menor do que o sensor que opera na
representam, a cada coordenada espacial (x,y), a faixa de 0.4 a 0.5 um.
intensidade da imagem nesse ponto. Essa intensidade é
representada por um valor inteiro, não-negativo e finito. • Resolução radiométrica: está associada à
sensibilidade do sistema sensor em distinguir dois níveis de
• A cada ponto imageado pelos sensores, intensidade do sinal de retorno. Por exemplo, uma
corresponde a uma área mínima denominada "pixel" resolução de 10 bits (1024 níveis digitais) é melhor que uma
(picture cell), que deve estar geograficamente identificado, de 8 bits.
e para o qual são registrados valores digitais relacionados
a intensidade de energia refletida em faixas (bandas) bem • A tabela a seguir apresenta as características de
definidas do espectro eletromagnético. resolução dos sistemas sensores Thematic Mapper (TM),
Haute Resolution Visible (HRV) e Advanced Very
• O processo de digitalização de uma imagem não- Resolution Radiometer (AVHRR), a bordo dos satélites
digital ("imagem contínua"), corresponde a uma Landsat, SPOT e NOAA, respectivamente.
discretização (ou amostragem) da cena em observação,
através da superposição de uma malha hipotética, e uma TM HRV AVHRR
atribuição de valores inteiros (os níveis de cinza) a cada
ponto dessa malha (processo chamado de quantização). Frequência da
2 vezes ao
• Em satélites como o Landsat e SPOT, o sinal aquisição 16 dias 26 dias
dia
elétrico detectado em cada um de seus canais, é convertido de imagens
ainda a bordo do satélite, por um sistema analógico/digital,
20 m
e a saída enviada para as estações de recepção via
30 m (Banda1 a
telemetria. As imagens destes satélites são amostradas Resolução 1.1 Km
120 m 3)
com um número grande de pontos (as imagens do sensor espacial (nominal)
(Banda6) 10 m
"Thematic Mapper" do satélite Landsat possuem mais de
(Pan)
6000 amostras por linha). Além disso, tais imagens têm a
característica de serem multiespectrais, no sentido de
8 bits (1-
constituírem uma coleção de imagens de uma mesma cena,
Resolução 3)
num mesmo instante, obtida por vários sensores com 8 bits 8 bits
radiométrica 6 bits
respostas espectrais diferentes.
(Pan)

Quais características têm uma imagem? Banda1 -


• Tem número finito de bits para representar a 0.45-0.52 Banda 1 -
radiância da cena para cada "pixel". Banda2 - 0.58-0.68
0.52-0.60 Banda1 - Banda 2 -
• Radiância é o fluxo radiante que provém de uma Banda3 - 0.50-0.59 0.725-1.1
fonte, numa determinada direção, por unidade de área. A Resolução
0.63-0.69 Banda2 - Banda 3 -
quantificação da radiância contínua de uma cena é espectral
Banda4 - 0.61-0.68 3.55-3.93
representada pelos níveis de cinza discretos na imagem bandas
0.76-0.90 Banda3 - Banda 4 -
digital, é dada por um número de bits por "pixel" para espectrais
Banda5 - 0.79-0.89 10.30-
produzir um intervalo de radiância. Os sensores da nova (micrômetros)
1.55-1.75 Pan - 11.30
geração obtêm normalmente imagens em 8 ou 10 bits Banda6 - 0.51-0.73 Banda 5 -
(equivalente a 256 ou 1024 níveis digitais). O nível de cinza 10.74-12.5 11.50-
é representado pela radiância média de uma área Banda7 - 12.50
relativamente pequena em uma cena. Esta área é 2.08-2.35
determinada pela altitude do sistema sensor a bordo do
satélite e outros parâmetros como o IFOV (Instantaneous • As diferentes bandas espectrais dos sensores têm
Field Of View), que é o ângulo formado pela projeção aplicações distintas em estudos de sensoriamento remoto.
geométrica de um único elemento detetor sobre a superfície Para orientar o usuário na seleção das melhores bandas a
da Terra. serem utilizadas no seu projeto, apresenta-se as tabelas a
• No caso das imagens multiespectrais, a seguir:
representação digital é mais complexa, porque para cada Satélite Landsat - Sensor TM
coordenada (x,y), haverá um conjunto de valores de nível
de cinza. Representa-se então cada "pixel" por um vetor, Faixa
com tantas dimensões quantas forem as bandas espectrais. Canal Principais aplicações
Espectral (um)
• Banda espectral é o intervalo entre dois
comprimentos de onda, no espectro eletromagnético. Mapeamento de águas
costeiras
• Resolução é uma medida da habilidade que um Diferenciação entre solo e
sistema sensor possui de distinguir entre respostas que são 1 0.45 - 0.52
vegetação
semelhantes espectralmente ou próximas espacialmente. A
Diferenciação entre vegetação
resolução pode ser classificada em espacial, espectral e
coníferas e decídua
radiométrica.

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16 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
Reflectância de vegetação Mapeamento noturno e diurno de
2 0.52 - 0.60
verde sadia nuvens
Medição da superfície do mar,
10.30 - 11.30
Absorção de clorofila lagos e rios
(4)
3 0.63 - 0.69 Diferenciação de espécies 4e5 Detecção de erupção vulcânica
11.50 - 12.50
vegetais Umidade do solo, atributos
(5)
metereológicos das nuvens
Levantamento de biomassa Temperatura da superfície do
4 0.76 - 0.90
Delineamento de corpos d'água mar e umidade do solo

Medidas de umidade da
vegetação Quais os formatos de imagens de sensores orbitais
5 1.55 - 1.75
Diferenciação entre nuvens e existem?
neve • Os arquivos de imagens dos sensores podem
estar disponíveis nos formatos superestrutura ou "fast
Mapeamento de estresse
format".
6 10.4 - 12.5 térmico em plantas
Outros mapeamentos térmicos • Formato superestrutura (padrão de fitas e
CDROM): apresenta uma organização de dados em quatro
7 2.08 - 2.35 Mapeamento hidrotermal níveis hierárquicos distintos: volume, o arquivo, o registro e
o campo de dados. Um grupo de arquivos compõem um
volume lógico, o qual pode ser armazenado em vários
volumes físicos (fitas) e um volume físico pode armazenar
Satélite SPOT - Sensor HRV
vários volumes lógicos, isto é, podemos ter uma fita com
Faixa Espectral vários arquivos (bandas), ou uma banda em mais de um
Canal Principais aplicações volume físico. Os componentes básicos de uma
(um)
superestrutura são: o arquivo diretório do volume e o
Reflectância de vegetação arquivo descritor.
1 0.50 - 0.59 verde sadia o O arquivo diretório de volume define e identifica um
Mapeamento de águas volume lógico (por exemplo um conjunto de
bandas). O arquivo descritor é o primeiro registro
Absorção da clorofila dentro de cada arquivo de dados (cada banda) e
Diferenciação de espécies define a estrutura interna do arquivo fornecendo
2 0.61 - 0.68 vegetais parâmetros para interceptar seu conteúdo.
Diferenciação de solo e • Formato "fast format": contém uma quantidade
vegetação mínima de dados gerais, compactando o máximo possível
os dados em uma fita, facilitando assim a leitura e a escrita.
Levantamento de fitomassa Este formato está disponível somente para estrutura de
3 0.79 - 0.89 Delineamento de corpos imagem em banda sequencial (BSQ), usado em imagens
d'água TM/Landsat. Os arquivos da imagem estão contidos em
uma única fita e pode haver mais de um arquivo imagem por
Pan 0.51 - 0.73 Estudo de áreas urbanas fita. Há dois tipos de arquivo em uma fita "fast format": o
arquivo de "header" e os arquivos de imagens.
o O arquivo de "header" é o primeiro de cada fita e
Satélite NOAA - Sensor AVHRR contém dados de descrição como data, opções de
processamento e informação de projeção para o
Faixa produto.
Canal Espectral Principais aplicações
o Os arquivos de imagem contêm somente "pixels"
(um)
de imagem. Estes dados podem ser blocados ou
Mapeamento diurno de nuvem, não. A blocagem é utilizada para condensar uma
gelo e neve imagem, o máximo possível. Na maior parte das
1 0.58 - 0.68 vezes, as imagens geocodificadas são blocadas.
Definição de feições de solo e
cobertura vegetal
Quais são os padrões de gravação da imagem do
Delineamento da superfície da TM/Landsat?
água
• A imagem TM/Landsat que o SPRING faz a leitura
Definição de condições de fusão
deve estar no padrão BSQ de bandas sequenciais.
2 0.725 - 1.1 de neve e gelo
Avaliação da vegetação e • No padrão BSQ, a imagem é registrada na fita,
monitoramento metereológico banda a banda, conforme ilustra o esquema a seguir:
(nuvens) Registro linhas colunas
123456
Mapeamento noturno e diurno de
nuvens 1 1 B1 B1 B1 B1 B1 .
Análise da temperatura (C) da 2 2 B1 B1 B1 B1 B1 .
3 3.55 - 3.93
superfície do mar 3 3 B1 B1 B1 B1 B1 .
Detecção de pontos quentes ...
(incêndios)
. 1 B2 B2 B2 B2 B2 .
. 2 B2 B2 B2 B2 B2 .
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 17
. 3 B2 B2 B2 B2 B2 . forma geral do subdiretório é \aammdd, onde "aa"
• O usuário pode escolher os produtos digitais das são os 2 últimos dígitos do ano, "mm" os dígitos do
fitas TM-Landsat com níveis de correção geométrica. Os mês e "dd" os dígitos do dia da aquisição. Por
níveis possíveis são 4, 5 e 6: exemplo, a mesma cena do exemplo acima que
tenha sido adquirida em 31 de janeiro de 1994
o Nível 4 - o produto padrão do INPE é gerado neste
estará localizada no subdiretório \940131.
nível. São aplicados os cálculos de correção
o nos subdiretórios respectivos encontram-se os
geométrica, utilizando-se os dados de efemérides
e atitude obtidos do satélite. arquivos de imagem, um para cada banda
requisitada, e alguns arquivos de descrição do
o Nível 5 - os procedimentos são idênticos aos
produto (similares aos arquivos da CCT Super-
aplicados no nível 4, com correção geométrica Estrutura), cujas descrições detalhadas são dadas
básica com reamostragem por "vizinho mais mais adiante. Cada arquivo de imagem é nomeado
próximo" e pontos de controle adquiridos a partir simplesmente BANDAn.DAT, onde "n" é o número
de uma base cartográfica oficial. da banda.
o Nível 6 - os procedimentos são semelhantes aos
do nível 5, com reamostragem por convolução
• Por exemplo, a banda 7 da mesma cena do Rio de
Janeiro, quadrante A, adquirida pelo satélite em 31 de
cúbica.
janeiro de 1994, deverá ser acessada com o
• O tamanho de uma cena de uma imagem nome:\217_076a\940131\banda7.dat
TM/Landsat é de 6177 linhas por 6489 colunas, a qual pode
ser dividida em quadrantes de 3087 linhas e 3243 colunas.
• As imagens em CDROM são gravadas no formato
superestrutura. eventualmente, poderá existir um
Os quadrantes encontram-se dispostos na cena conforme a
subdiretório adicional, \DEMO, com algumas imagens de
figura a seguir:
demonstração, em formato TIFF ou JPEG.
Quadrantes
Quais são os padrões de gravação da imagem
A= 1,2,5,6 N= 2,3,6,7 HRV/SPOT?
B= 3,4,7,8 S= 10,11,14,15 • O programa de leitura de imagens do SPRING
(IMPIMA), permite a leitura de imagem HRV/SPOT, onde
C= 9,10,13,14 W= 5,6,9,10 esta deve estar no formato banda intercalada por linha
(BIL), onde cada linha é gravada sequencialmente para
D= 11,12,15,16 E= 7,8,11,12 todas as bandas, conforme ilustra o esquema a seguir:
Registro linhas colunas
X= 6,7,10,11 123456
1 1 B1 B1 B1 B1 B1 .
2 1 B2 B2 B2 B2 B2 .
5 6 7 8
3 1 B3 B3 B3 B3 B3 .
9 10 11 12 4 2 B1 B1 B1 B1 B1
5 2 B2 B2 B2 B2 B2 .
13 14 15 16
6 2 B3 B3
• Os dados Landsat TM em CD-ROM são
distribuídos em forma de cenas inteiras (full frame - Quais são as características do ERS-1?
aproximadamente 185 x 185 km) ou quadrantes
(aproximadamente 96 x 96 km), desde 1 até 7 bandas • O usuário pode escolher os produtos digitais das
espectrais. Todas as cenas são fornecidas com o mesmo fitas HRV-SPOT com níveis de correção geométrica. Os
nível de correção radiométrica básica, que consiste na níveis possíveis são 1A, 1B, 2A e 2B, descritos a seguir:
equalização da resposta dos sensores, de forma a eliminar o Nível 1A: a imagem contém dados originais com
o efeito de "stripping" dos dados Landsat-TM. Não são calibração radiométrica relativa e absoluta, através
aplicadas equalizações de histogramas ou correções para da normalização dos detetores, sem correção
o ângulo de elevação do sol. O CD-ROM é formatado no geométrica e calibração entre bandas.
padrão IBM-DOS, podendo ser lido por qualquer unidade de o Nível 1B: a correção radiométrica é a mesma de
leitura que aceite discos óticos em conformidade com o 1A, acrescida da reamostragem para
padrão ISO-9660. O disco está estruturado em compensação dos efeitos internos e externos do
subdiretórios: sistema e a correção geométrica, para os efeitos
o no diretório-raiz, estão localizados alguns de perspectiva, rotação da Terra e variação da
arquivos gerais, tais como esta documentação de velocidade do satélite.
formato e um programa de conversão do formato o Nível 2A: a correção radiométrica é a mesma do
do CD-ROM para um arquivo formato TIFF. nível 1B e apresenta um pré-processamento
o um ou mais diretórios com a identificação WRS geométrico sobre um mapa com o uso de dados de
da cena. Por exemplo, uma imagem full frame atitude do satélite.
sobre o Rio de Janeiro (base 217 ponto 76) estará o Nível 2B: a imagem possui correção geométrica
localizada no diretório \217_076. Se a imagem for sobre um mapa, com o uso de dados de atitude do
quadrante, a sigla do quadrante também fará parte satélite e pontos de controle do terreno.
do nome do diretório. Por exemplo, o quadrante A • A definição do formato de uma cena, em uma
da mesma cena do exemplo acima estará imagem SPOT, depende se esta possui informação
localizada no diretório \216_076A. multiespectral (bandas 1, 2 e 3) ou pancromática (pan), e
o em cada diretório, haverá um ou mais ainda do nível de correção da imagem.
subdiretórios com a data de aquisição da cena. A

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18 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
• O tamanho das imagens SPOT é definido de
acordo com o nível de correção, conforme mostra a tabela
a seguir:
Nível Modo Nº linhas Nº colunas

P 6.000 6.000
1A
XS 6.000 3.000

P 6.000 6.400 a 8.500


1B
XS 3.000 3.200 a 4.250
• O tamanho das imagens AVHRR é definido pelo
P 7.200 a 10.200 7.500 a 10.200 ângulo de varredura do sensor, isto é, 2048 amostras
2A/2B ("pixels") por canal, para cada varredura na Terra. O
XS 3.600 a 5.100 3.750 a 5.100
número de colunas é definido pelo alcance da antena
receptora.
_________
Fonte:
http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/tutorial/introducao_sen.html

NÍVEIS DE COLETA DE IMAGEM


• Uma cena da imagem SPOT pode também ser
De modo geral, as imagens colhidas pelos sensores
divida em quadrantes, conforme ilustra a figura ao lado.
são em pequena escala e, por conta disso, podem ser
Cada quadrante representa uma área de aproximadamente
observadas grandes áreas em pouco tempo.
40 x 40 Km e o usuário tem a possibilidade de requisitar
uma cena que esteja localizada entre quadrantes. Para isto, Dependo do nível em que o sensor é colocado, as
deve identificar a área desejada na imagem e definir um imagens captadas podem ter mais ou menos detalhes. A
quadrado de 40 x 40 Km envolvendo-a. maior diferença entre os níveis é o tamanho de superfície
que analisa (de acordo com a distância entre a área e o
sensor).
Quais são os padrões de gravação da AVHRR/NOAA?
Existem três níveis de coleta de dados:
• A imagem AVHRR/NOAA encontra-se no padrão
• solo: são as imagens coletadas no nível próximo
banda intercalada por "pixel" (BIP). No formato BIP, cada
ao solo, recolhidas por pessoas (sensores de mão)
"pixel" é gravado sequencialmente para todas as bandas,
ou por veículos. Por estar muito perto do solo, esse
conforme ilustra o esquema a seguir:
tipo de sensoriamento só tem capacidade para
Registro Linhas Colunas observar pequenas áreas, mas consegue obter
mais detalhes.
1 2 B1.1 B2.1 B3.1 B4.1 B5.1 B1.2 B2.2 • aéreo: no sensoriamento aéreo, os sensores ficam
acoplados em aeronaves ou drones, que registram
1 1 B1.n B2.n B3.n B4.n B5.n B1.n+1... imagens da superfície terrestre.
• orbital: são os sensores ligados a satélites
artificiais, que ficam mais afastados da Terra. Sua
maior vantagem é a grande área de extensão que
são capazes de observar. Dependendo do tipo de
tecnologia usada, podem ser capazes de revelar
mais ou menos detalhes da área.

PARA QUE SERVE O SENSORIAMENTO REMOTO?


A tecnologia de sensoriamento remoto tem inúmeras
funções, já que o sistema pode ser usado para a
observação de muitos tipos de superfície, coletando
• As fitas podem ser gravadas em 10 bits (full) ou 8 imagens que serão transformadas em dados. Hoje em dia,
bits (compress). Uma fita gravada em 10 bits pode conter uma das técnicas de sensoriamento remoto mais usada é o
até as cinco bandas registradas e possui a seguinte satélite, que orbita ao redor da Terra.
configuração, como mostra a figura ao lado: Por ter muitas aplicações, o sensoriamento remoto é
• onde: um dos instrumentos mais usados pela geotecnologia, área
o (1) "Header": apresenta as características do que utiliza diferentes tecnologias para coletar, organizar e
satélite, data de gravação, formato etc. analisar dados geográficos.
o (2) Matriz de Referência Geodésica (MRG): Os principais usos do sensoriamento remoto são:
apresenta os dados de navegação da imagem. • criação de mapas com dados variados
o (3) Dados TIP: dados de documento da imagem (cartografia): geografia, topografia, hidrografia,
como linha, coluna, resolução etc. relevo, vegetação, entre outros;
o (4) Dados AHVRR: a imagem propriamente dita. • observação do uso dos recursos naturais;
• criação ou atualização de mapas em tempo real e
• Uma fita gravada em 8 bits pode conter até três
bandas registradas e possui a seguinte configuração: GPS;
• observação de mudanças climáticas e previsão de
fenômenos meteorológicos;
• acompanhamento do crescimento das cidades;

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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 19
• coleta de dados para planejamento urbano; para responder a consultas sobre entidades
• medição dos níveis dos oceanos; espaciais" (Smith et al., 1987)
• controle de áreas desmatadas; Um SIG não é apenas um software, mas
um sistema composto por dados, hardware, pessoas,
• observação das áreas usadas na agricultura.
metodologias, e, obviamente, o software. Todos esses
componentes se integram nos permitindo armazenar,
manipular e analisar uma riqueza de dados e informações
espaciais.

Imagem da Terra captada por um satélite na órbita do


planeta. Dados
Os dados são registros de fenômenos com referência
espacial. A localização é um atributo particular que os
COMO SURGIU O SENSORIAMENTO REMOTO? diferencia dos demais tipos de dados. São divididos em
A tecnologia do sensoriamento remoto surgiu durante dados espaciais e dados de atributo.
a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se utilizou
a fotografia área (aerofotogrametria) para reconhecer alvos
e facilitar o planejamento das operações militares. Hardware
Algumas décadas depois, a partir de 1960, o O componente hardware consiste em elementos
sensoriamento remoto começou a ser utilizado da forma físicos que dão suporte ao funcionamento do sistema, como
que conhecemos hoje, para coletar imagens e informações. processador, memória, dispositivos de armazenamento,
scanners, impressoras, estação total, equipamentos GPS,
Durante a Guerra Fria (1947-1991), o uso do dentre outros.
sensoriamento remoto cresceu muito e ele foi utilizado pelos
Estados Unidos e pela União Soviética.
O primeiro satélite de observação da Terra foi enviado Pessoas
ao espaço pela NASA em 1972, chamava-se LANDSAT-1. As pessoas são compostas de desenvolvedores,
O projeto de observação ainda existe e o último satélite operadores e administradores do sistema, aplicam as
dessa série, o LANDSAT-8, foi enviado para o espaço em diversas funções do SIG na resolução de problemas do
2013. mundo real, desenvolvem novas ferramentas e o
O primeiro satélite de observação brasileiro, o SCD-1, conhecimento científico a ser utilizado no SIG. As pessoas
foi enviado ao espaço em 1993. precisam adquirir o conhecimento técnico para operar esse
tipo de sistema.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Metodologia


(SIG) A metodologia consiste no conjunto de
O QUE É UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO procedimentos que cada usuário constrói em um SIG,
GEOGRÁFICA? visando atingir um objetivo. A análise espacial com mapas
de Kernel é um exemplo de procedimento que pode ser
• SIG é um sistema que processa dados gráficos e
não gráficos (alfanuméricos) com ênfase a análises realizado em um SIG, muito útil quando se quer evidenciar
espaciais e modelagens de superfícies. a concentração ou dispersão de eventos pontuais no
espaço.
• Algumas definições:
o "Um conjunto manual ou computacional de Software
procedimentos utilizados para armazenar e
manipular dados georeferenciados" (Aronoff, O software é o elemento mais conhecido de um SIG.
1989). A partir dele é possível manipular as ferramentas e funções
para geração da informação geográfica.
o "Conjunto poderoso de ferramentas para coletar,
armazenar, recuperar, transformar e visualizar Um Sistema de Informação Geográfica é, portanto:
dados sobre o mundo real" (Burrough, 1986). “um sistema constituído por um conjunto de
o "Um sistema de suporte à decisão que integra programas computacionais, o qual integra dados,
dados referenciados espacialmente num ambiente equipamentos e pessoas com objetivo de coletar,
de respostas a problemas" (Cowen, 1988). armazenar, recuperar, manipular, visualizar e
analisar dados espacialmente referenciados a um
o "Um banco de dados indexados espacialmente, sistema de coordenadas conhecido.”
sobre o qual opera um conjunto de procedimentos

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20 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
O QUE CARACTERIZA UM SIG? de bancos de dados geográficos oferece armazenamento e
• Integra numa única base de dados informações recuperação dos dados espaciais e seus atributos.
espaciais provenientes de dados cartográficos, dados de
censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes
e modelos numéricos de terreno.
• Oferece mecanismos para combinar as várias
informações, através de algoritmos de manipulação e
análise, para consultar, recuperar e visualizar o conteúdo da
base de dados e gerar mapas.
• Aplicações de um SIG:
o Ferramenta para produção de mapas;
o Suporte para análise espacial de fenômenos;
o Banco de dados geográficos, com funções de
armazenamento e recuperação de informação
espacial.
Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica.

O QUE É ANÁLISE ESPACIAL?


QUAIS TIPOS DE DADOS SÃO TRATADOS?
• Processos de análise espacial tratam dados
geográficos que possuem uma localização geográfica • Dados de diversas fontes geradoras e de formatos
(expressa como coordenadas em um mapa) e atributos apresentados, com relações espaciais entre si (topologia -
descritivos (que podem ser representados num banco de estrutura de relacionamentos espaciais que se pode
dados convencional). Dados geográficos não existem estabelecer entre objetos geográficos).
sozinhos no espaço: tão importante quanto localizá-los é • Dados podem ser genericamente separados em
descobrir e representar as relações entre os diversos mapas temáticos, mapas cadastrais (mapas de objetos),
dados. redes, imagens e modelos numéricos de terreno.
• Processos de análise espacial típicos de SIG
(adaptada de Maguire, 1991). O QUE SÃO MAPAS TEMÁTICOS?
Exemplos de Análise Espacial • Contêm regiões geográficas definidas por um ou
Pergunta mais polígonos, como mapas de uso do solo e a aptidão
Análise Exemplo agrícola de uma região.
Geral
• Armazena na forma de arcos (limites entre
"Qual a população desta regiões), incluindo os nós (pontos de interseções entre
Condição "O que está..."
cidade?" arcos) para montar uma representação topológica.

"Quais as áreas com


• Topologia construída é do tipo arco-nó-região:
arcos se conectam entre si através de nós (pontos inicial e
Localização "Onde está...? declividade acima de
final) e arcos que circundam uma área definem um polígono
20%?"
(região).
"O que "Esta terra era produtiva • Pode ser armazenado também no formato
Tendência
mudou...?" há 5 anos atrás?" matricial ("raster"). A área correspondente ao mapa é
dividida em células de tamanho fixo. Cada célula terá um
"Por onde ir.. "Qual o melhor caminho valor correspondente ao tema mais frequente naquela
Roteamento
?" para o metrô?" localização espacial.

"Qual o "Qual a distribuição da


Padrões
padrão....?" dengue em Fortaleza?"

"O que "Qual o impacto no clima


Modelos acontece se desmatarmos a
se...?" Amazônia?"

QUAL A ESTRUTURA DE UM SIG?


• SIG tem os seguintes componentes:
o Interface com usuário;
o Entrada e integração de dados;
o Funções de processamento gráfico e de imagens;
o Visualização e plotagem;
o Armazenamento e recuperação de dados Representação vetorial e matricial de um mapa temático.
(organizados sob a forma de um banco de dados
geográficos).
• A interface homem-máquina define como o
sistema é operado e controlado. No nível intermediário, um
SIG deve ter mecanismos de processamento de dados
espaciais (entrada, edição, análise, visualização e saída).
No nível mais interno do sistema, um sistema de gerência
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 21
Comparação entre formatos para mapas temáticos: possui uma localização geográfica exata e está associado
a atributos descritivos, presentes no banco de dados.
Formato
Aspecto Formato Vetorial
Varredura • As informações gráficas de redes são
armazenadas em coordenadas vetoriais, com topologia
Relacionamentos arco-nó: arcos tem um sentido de fluxo e nós tem atributos
Relações Relacionamentos (podem ser fontes ou sorvedouros). A topologia de redes
topológi-cos entre
espaciais entre espaciais devem constitui um grafo, armazenando informações sobre
objetos
objetos ser inferidos recursos que fluem entre localizações geográficas distintas.
disponíveis

Facilita associar
Associa atributos
Ligação com atributos a
apenas a classes
banco de dados elementos
do mapa
gráficos

Representa
Representação melhor
indireta de fenômenos com
Análise, fenômenos variação contínua
Simulação e contínuos no espaço
Modelagem
Álgebra de mapas Simulação e Elementos de Rede.
é limitada modelagem mais • As redes são o resultado direto da intervenção
fáceis humana sobre o meio-ambiente. Cada aplicação de rede
tem características próprias e com alta dependência
Mais adequado cultural.
Adequado tanto a
Escalas de para pequenas
grandes quanto a • A ligação com banco de dados é fundamental.
trabalho escalas (1:25.000
pequenas escalas Como os dados espaciais tem formatos relativamente
e menores)
simples, a maior parte do trabalho consiste em realizar
consultas ao banco de dados e apresentar os resultados de
Processamento
Problemas com forma adequada.
Algoritmos mais rápido e
erros geométricos
eficiente • O pacote mínimo disponível nos sistemas
comerciais consiste de cálculo de caminho ótimo e crítico.
Por coordenadas Este pacote básico é insuficiente para a realização da
Armazenamento Por matrizes
(mais eficiente) maioria das aplicações porque cada usuário tem
necessidades distintas. No caso de um sistema telefônico,
uma questão pode ser: "Quais são os telefones servidos por
O QUE SÃO MAPAS CADASTRAIS OU MAPAS DE uma dada caixa terminal?". Já para uma rede de água,
OBJETOS? pode-se perguntar: "Se injetarmos uma dada percentagem
• Ao contrário de um mapa temático, cada elemento de cloro na caixa d'água de um bairro, qual a concentração
é um objeto geográfico, que possui atributos e pode estar final nas casas?"
associado a várias representações gráficas. Por exemplo, • Um sistema de modelagem de redes só terá
os lotes de uma cidade são elementos do espaço geográfico utilidade para o cliente depois de devidamente adaptado
que possuem atributos (dono, localização, valor venal, IPTU para as suas necessidades, o que pode levar vários anos.
devido etc.) e que podem ter representações gráficas Isto impõe uma característica básica para esta aplicação:
diferentes em mapas de escalas distintas. A parte gráfica os sistemas devem ser versáteis e maleáveis
dos mapas cadastrais é armazenada em forma de
coordenadas vetoriais, com a topologia associada. Não é
usual representar estes dados na forma matricial. O QUE SÃO IMAGENS?
• Representam formas de captura indireta de
informação espacial. Obtidas por meio de satélites,
fotografias aéreas ou "scanners" aerotransportados, as
imagens são armazenadas como matrizes, onde cada
elemento de imagem (denominado "pixel") tem um valor
proporcional à reflectância do solo para a área imageada.
• Os objetos geográficos estão contidos na imagem
e para individualizá-los, é necessário recorrer a técnicas de
foto-interpretação e de classificação automática.
• Características importantes de imagens de satélite
são: número de bandas do espectro eletromagnético
Exemplo de mapa cadastral (países da América do Sul). imageadas (resolução espectral), a área da superfície
terrestre observada instantaneamente por cada sensor
O QUE SÃO REDES? (resolução espacial) e o intervalo entre duas passagens do
satélite pelo mesmo ponto (resolução temporal).
• Redes são compostas por informações associadas
a serviços de utilidade pública, como água, luz e telefone,
redes de drenagem (bacias hidrográficas) ou malha viária.
• Cada objeto geográfico (por exemplo um cabo
telefônico, transformador de rede elétrica ou cano de água)

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22 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
Características gerais dos principais satélites (com os Ênfase maior no tratamento de grandes bases de dados,
sensores) disponíveis: sendo que os mesmos procedimentos são repetidos para
todos os dados, em regiões são muito grandes.
Num. Resoluç Resoluç
Satélite Instrume
band ão ão
(família) nto Qual o estado atual da tecnologia e o que se espera no
as espacial temporal
futuro?
LANDSAT
MSS 4 80 m 18 dias • Sistemas de informação geográfica podem ser
TM 7 30 m 18 dias divididos em três gerações:
o Primeira geração - CAD cartográfico. Sistemas
XS 3 20 m 27 dias
SPOT herdeiros da tradição de Cartografia, com suporte
PAN 1 10 m 27 dias
de bancos de dados limitado e com o paradigma
típico de trabalho sendo o mapa (chamado de
TIROS/NO
AVHRR 5 1100 m 6 horas "cobertura" ou de "plano de informação").
AA
Desenvolvidos a partir do início da década de 80
METEOSA 30 para ambientes da classe VAX e, a partir de 1985,
MSS 4 8000 m para sistemas PC/DOS. Utilizada principalmente
T minutos
em projetos isolados, sem a preocupação de gerar
SAR arquivos digitais de dados. Esta geração também
ERS 1 25 m 25 dias pode ser caracterizada como sistemas orientados
banda-C
a projeto ("project- oriented GIS").
o Segunda geração - Banco de dados geográfico.
O QUE SÃO MODELOS NUMÉRICOS DE TERRENO? Concebida para uso em ambientes cliente-
• O termo modelo numérico de terreno (ou MNT) servidor, acoplado a gerenciadores de bancos de
denota a representação de uma grandeza que varia dados relacionais e com pacotes adicionais para
continuamente no espaço. Comumente associados à processamento de imagens. Chegou ao mercado
altimetria, podem ser utilizados para modelar outros no início da década de 90. Com interfaces
fenômenos de variação contínua (como variáveis geofísicas baseadas em janelas, esta geração também pode
e geoquímicas e batimetria). ser vista como sistemas para suporte à instituições
("enterprise-oriented GIS").
• Dois tipos de representação podem ser utilizados:
o Terceira geração - Bibliotecas geográficas digitais
o Grades regulares: matriz de elementos com ou centros de dados geográficos. Previstos para o
espaçamento fixo, onde é associado o valor final da década de 90. Caracterizada pelo
estimado da grandeza na posição geográfica de gerenciamento de grandes bases de dados
cada ponto da grade. geográficos, com acesso através de redes locais e
o Malhas triangulares: a grade é formada por remotas, com interface via WWW (World Wide
conexão entre amostras do fenômeno, utilizando a Web). Requer tecnologias como bancos de dados
triangulação de Delaunay (sujeita a restrições). A distribuídos e federativos permitindo
grade triangular é uma estrutura topológica vetorial interoperabilidade, ou seja, o acesso de
do tipo arco-nó formando recortes triangulares do informações espaciais por SIGs distintos.
espaço. Sistemas orientados para troca de informações
entre uma instituição e os demais componentes da
Comparação entre grade retangulares e triangulares: sociedade ("society-oriented GIS").

Grade triangular Grade regular

Melhor
Facilita manuseio e
representação de
conversão
relevo complexo
Vantagens
Adequada para
Incorporação de
geofísica e
restrições como
visualização 3D
linhas de crista

Complexidade de Representação
manuseio relevo complexo
Problemas
Inadequada para Cálculo de
visualização 3D declividade

Quais as classes de aplicações de Geoprocessamento?


• Projetos de análise espacial sobre regiões de
pequeno e médio porte. Por exemplo geração de relatórios
de impacto ambiental para criação de uma hidroelétrica ou
traçado de uma ferrovia. Requerem grande flexibilidade e
abrangência das funções do SIG, para dados de quantidade
limitada, mas muito variada.
• Inventários espaciais sobre grandes regiões. Por
exemplo levantamentos sistemáticos, como os feitos pelo
INPE para mapear o desflorestamento na Amazônia.

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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 23
o Arquiteturas de sistemas de gerência de banco de
dados com novos métodos de indexação espacial,
adequados às massas de dados a serem
gerenciadas.
• O uso de ambientes cliente-servidor requer
competência em administração em Bancos de Dados e em
Redes de Computadores. Exige investimento maior para
adquirir, instalar e operar sistemas gerenciadores de
bancos de dados (SGBD) de mercado. As bases de dados
corporativas devem estar no mesmo ambiente de SGBD
utilizado pelo SIG.

O que caracteriza um SIG da terceira geração?


• Banco de dados geográfico compartilhado por um
conjunto de instituições, acessível remotamente e
armazenando dados geográficos, descrições acerca dos
dados ("metadados") e documentos multimídia associados
(texto, fotos, áudio e vídeo).
• Motivado pelo aguçar da nossa percepção dos
problemas ecológicos, urbanos e ambientais, pelo interesse
em entender, de forma cada vez mais detalhada, processos
de mudança local e global e pela necessidade de
compartilhar dados entre instituições e com a sociedade.
• Núcleo básico composto por um grande banco de
dados geográficos com acesso concorrente a uma
comunidade de usuários, com diferentes métodos de
seleção, incluindo folheamento ("browsing") e linguagem de
consulta.
• Metadados (ou "dados sobre os dados")
descrevendo os conjuntos de dados disponíveis localmente
O que caracteriza um SIG de primeira geração? ou em centros associados, devendo ser suficiente para
guiar a busca e com um conjunto pequeno de descritores
• Sistemas com operações gráficas e de análise
obrigatórios, minimizando o esforço requerido para compor
espacial sobre arquivos ("flat files"). Ligação com
o metadado e maximizando a capacidade de busca
gerenciadores de bancos de dados parcial (parte das
disponível. Disponibilidade de dados síntese, na forma de
informações descritivas se encontra no sistema de
mapas em escala reduzida que podem ser utilizados para
arquivos) ou inexistente.
localizar geograficamente os conjuntos de dados
• Adequados à realização de projetos de análise disponíveis. Deve permitir um refinamento do processo de
espacial sobre regiões de pequeno e médio porte, consulta, estabelecendo um caminho contínuo entre o nível
enfatizando o aspecto de mapeamento. mais abstrato de metadados e os dados.
• Permite a entrada de dados sem definição prévia • Acesso por interfaces multimídia via Internet,
do esquema conceitual, assemelhando-se a ambientes de proporcionado pelo ambiente WWW, permitindo que os
CAD que podem representar projeções cartográficas e dados geográficos sejam apresentados de forma pictórica
associar atributos a objetos espaciais. (através de mapas reduzidos e imagens "quick-look").
• Não possuem suporte adequado para construir • Navegação pictórica (browsing), ou seja, seleção
grandes bases de dados espaciais. baseada em apontamento na qual uma interface interativa
permite ao usuário percorrer o banco de dados, acessando
O que caracteriza um SIG da segunda geração? dados com base em sua localização espacial. Deve garantir
interatividade e rapidez de resposta por meio de
• Concebidos operar como um banco de dados mecanismos de generalização.
geográfico, ou seja, um banco de dados não-convencional
onde os dados possuem atributos descritivos e uma
representação geométrica no espaço geográfico.
• Requerem avanços em:
o Modelagem conceitual para quebrar a dicotomia
matricial-vetorial e para gerar interfaces com maior
conteúdo semântico, em integração
sensoriamento remoto - geoprocessamento, ou
seja, integração entre mapas temáticos, modelos
de terreno e imagens de satélites.
o Representações topológicas em múltiplas escalas
e projeções.
o Linguagens de consulta, manipulação e
representação de objetos espaciais de grande
poder expressivo.
o Técnicas de análise geográfica como classificação
contínua e modelagem ambiental.

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24 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA

A imagem acima representa a obtenção de imagens por


sensoriamento remoto e mostra que, após a radiação
eletromagnética proveniente do sol interagir com a
atmosfera, ela atinge a superfície e a energia refletida
ou emitida podem ser captadas por um sensor remoto
(FLORENZANO, 2002).
Relacione as informações contidas na coluna A (bandas
espectrais de uma imagem Landsat TM) com a coluna
• Interoperabilidade, ou seja, o compartilhamento de
B (tipo de energia captada).
dados e procedimentos entre bancos de dados geográficos
baseados em SIGs distintos, que apresentam diferenças Coluna A
significativas na maneira de operar e nos formatos internos Bandas espectrais
de armazenamento. Necessidade de estabelecer padrões 1. Azul
de transferência de dados e nos procedimentos de consulta,
2. Verde
manipulação e apresentação.
3. Vermelho
________Fonte:
http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/tutorial/introducao 4. Infravermelho próximo
_geo.html 5. Infravermelho termal
Coluna B
Exemplos de SIG são: Energia captada
Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto e o I. Energia refletida
GPS. Cada uma dessas três ferramentas tem uma função II. Energia emitida
específica. A 1-II / 2-II / 3-II / 4-II / 5-I
O Sensoriamento Remoto é um conjunto de técnicas B 1-I / 2-I / 3-I / 4-I / 5-II
utilizado para a captação de imagens por meio de sensores
de satélites, acoplados de equipamentos fotográficos C 1-I / 2-I / 3-I / 4-II / 5-II
e scanners. É uma técnica que permite obter informações D 1-II / 2-II / 3-II / 4-I / 5-I
de um determinado objeto sem entrar em contato físico com
ele. 02. (FURB - Prefeitura - Geógrafo – 2022) O sensoriamento
O GPS é o Sistema de Posicionamento Global (sigla remoto é regido pela interação entre a radiação
derivada do inglês Global Positioning System), um eletromagnética e o alvo. Para gerar informação
instrumento que permite a localização de uma pessoa ou relevante, o processo é composto por sete elementos
um objeto espacial a partir de suas coordenadas fundamentais. No esquema abaixo que representa
geográficas, latitude e longitude. Atualmente, vem sendo esses elementos, o registro da energia pelo sensor, está
utilizado em diversos setores econômicos, como na indicado pela:
agricultura e no rastreamento de carga de veículos. Com os
problemas de trânsito enfrentados nas grandes cidades,
vem se tornando um item indispensável para navegação e
orientação aos motoristas de carro.
O Geoprocessamento é a técnica de coleta e
processamento de dados espaciais. Esse processo envolve
informações coletadas tanto pelo Sensoriamento Remoto
quanto pelo GPS.

QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (IBFC - 2021 - Prefeitura de São Gonçalo do Amarante
- RN - Geógrafo)

Disponível
em:https://pt.scribd.com/presentation/74487842/Cartografia-
Digital-Conceitos-Basicos
A Letra D.
B Letra F.
C Letra G.
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NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA 25
D Letra E. B mapeamento de redes de transmissão de energia elétrica;
E Letra C. C mapeamento de correntes marítimas e ecossistemas;
D monitoramento de desastres ambientais e da fauna de
03. (IMPARH - 2021 - Prefeitura de Fortaleza - CE - certas regiões;
Professor Substituto - Geografia) Dentre as tecnologias E todas as alternativas estão corretas.
mais utilizadas atualmente na realização de estudos
ambientais e elaboração de produtos cartográficos
07. (IBADE - 2020 - Prefeitura de Linhares - ES - Analista
encontram-se:
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Geografia) A
A Sistemas de Informações Gerenciais e Redes Neurais. técnica cartográfica consistente na transmissão, a partir
B Sensoriamento remoto e Sistemas de Informações de um satélite, de informações sobre a superfície do
Geográficas. planeta ou da atmosfera, conseguindo-se obter dados
C Planilhas eletrônicas e Redes neurais. sobre um objeto sem tocá-lo, chama-se:
D Aplicativos para celular e Banco de dados tabular. A orogênese.
B intemperismo.
04. (IMPARH - 2021 - Prefeitura de Fortaleza - CE - C tectônica de placas.
Professor Substituto - Geografia) Os avanços D morfologia de crosta.
tecnológicos nos últimos anos nas tecnologias de E sensoriamento remoto.
sensoriamento remoto e de geoprocessamento tem
oferecido importantes contribuições à ciência geográfica
permitindo a elaboração e atualização de mapeamentos 08. (Crescer Consultorias - 2018 - Prefeitura de São
nas mais diversas escalas cartográficas. Diversas Domingos do Azeitão - MA - Professor de Geografia) Em
imagens de satélite e outros dados espaciais Geografia, a imagem captada por um sensor a bordo de
encontram-se disponíveis de forma gratuita, via WEB, um satélite artificial, transmitida e codificada para uma
permitindo que muitos estudantes e pesquisadores estação que o rastreia na Terra pode ser corretamente
utilizem referidos dados em seus estudos e pesquisas. associado ao seguinte conceito:
Assinale a opção CORRETA que apenas consta a A Imagem de satélite.
relação de satélites cujas imagens são atualizadas de B Altimetria.
forma sistemática e disponibilizadas de forma gratuita. C Latitude.
A LANDSAT, Sentinel, CBERS e Resourcesat. D Equinócio.
B CBERS, Worldview, Sentinel e Geoeye.
C Sentinel, Quick Bird, CBERS e Resourcesat. 09. (Crescer Consultorias - 2018 - Prefeitura de São
D LANDSAT, Geoeye, Worldview e Sentinel. Domingos do Azeitão - MA - Professor de Geografia) Em
Geografia, o registro da energia refletida ou emitida por
05. (CPCON - 2020 - Prefeitura de Jacaraú - PB - Professor objetos ou elementos da superfície terrestre, por
de Geografia) Os Sistemas de Informações Geográficas sensores localizados a grandes distâncias (geralmente
(SIG), nas últimas décadas, tornaram-se ferramentas no espaço) pode ser corretamente associado ao
que possibilitam a elaboração de diferentes produtos seguinte conceito:
cartográficos. Sobre SIG, assinale a alternativa que A Sensoriamento Remoto.
apresenta a assertiva CORRETA: B Longitude.
A O SIG é um sistema com capacidade para aquisição, C Nife.
armazenamento, processamento, análise e exibição de D Litosfera.
informações digitais georreferenciadas,
topologicamente estruturadas, associadas ou não a um
banco de dados alfanuméricos. Gabarito: 01/B; 02/A; 03/B; 04/A; 05/A; 06/E; 07/E; 08/A;
B O SIG é um banco de dados de imagens de satélite da 09/A
Terra com visualização em tempo real com alta
resolução de alguns locais, permitindo a visualização
detalhada do terreno.
C O SIG é uma aplicação de dispositivos que, acoplados
em aeronaves ou satélites, permite a obtenção de
informações sobre objetos ou fenômenos na superfície
da Terra.
D Trata-se de um ramo da cartografia que se ocupa em
confeccionar mapas e outros produtos cartográficos
para pessoas cegas ou com baixa visão.
E No SIG é possível manipular apenas dados matriciais,
possibilitando a interpretação de imagens permitindo a
geração de mapas temáticos.

06. (GSA CONCURSOS - 2020 - Prefeitura de Abelardo Luz


- SC - Professor de Geografia) O uso do GPS (Global
Positioning Sistem) está fortemente disseminado e o
dispositivo já se tornou bastante acessível a população
civil. É um importante recurso cartográfico pois
possibilita:
A mapeamento de rotas marítimas e terrestres;
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26 NOÇÕES DE GEOTECNOLOGIA
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