Você está na página 1de 52

CURSO DE FARMÁCIA

MARCELLE CRISTINA LYRIO DA SILVA

CONSUMO DO CIGARRO POR ESTUDANTES DE FARMÁCIA


EM UMA UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO

RIO DE JANEIRO
2016
MARCELLE CRISTINA LYRIO DA SILVA

CONSUMO DO CIGARRO POR ESTUDANTES DE FARMÁCIA


EM UMA UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade


Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do Grau de
Farmácia.
Orientador: Profa. Heline Costa Soares, D.Sc.

RIO DE JANEIRO
2016
MARCELLE CRISTINA LYRIO DA SILVA

CONSUMO DO CIGARRO POR ESTUDANTES DE FARMÁCIA


EM UMA UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade


Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do Grau de
Farmacêutico.
Orientador: Profa. Heline Costa Soares, D.Sc.

RIO DE JANEIRO
2016
S586 Silva, Marcelle Cristina Lyrio da
Consumo do cigarro por estudantes de farmá cia de uma
Universidade do Rio de Janeiro / Marcelle Cristina Lyrio da Silva.
– Rio de Janeiro, 2016.
51 f. ; 30cm.

Trabalho monográ fico (Graduaçã o em Farmá cia)-


Universidade Está cio de Sá , 2016.

1. Farmá cia. 2. Estudantes. 3. Cigarro. 4. Fumo. 5. Doenças.


I. Título.

CDD 615.1
Dedico este trabalho à Deus e a minha família que é o bem
mais precioso que tenho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha tia Lurimar, por sempre acreditar em mim e me


apoiar em todas as fases da minha vida. Também agradeço a minha querida mãe
Cristina, por estar sempre fazendo o que pode para me ajudar.

Um obrigada em especial à toda minha família que sempre tentou me mostrar o


melhor caminho e me acalmar nos momentos mais complicados.

Agradeço a minha orientadora Heline Soares, por gentilmente ter me ajudado e me


guiado no decorrer deste trabalho, fazendo com que eu me sentisse pronta para
defender este trabalho.

Agradeço também a minha professora Cleide Rezende, por estar sempre pronta a
ajudar e tirar dúvidas sobre todo processo de montagem deste trabalho.

Obrigada aos alunos de farmácia que gentilmente se propuseram a participar da


pesquisa.

E muito obrigada à Deus por, iluminar meus caminhos e me proporcionar mais uma
etapa concluída.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Sexo dos entrevistados 19

Figura 2 Faixa etária dos entrevistados 20

Figura 3 Período do curso entre os participantes 20

Figura 4 Uso do cigarro entre os estudantes de Farmácia 21

Figura 5 Percentual de fumantes e ex-fumantes 22

Figura 6 Sexo entre os fumantes 23

Figura 7 Sexo entre os ex- fumantes 23

Figura 8 Faixa etária de primeiro contato com o cigarro 25

Figura 9 Fatores que motivaram a experimentar o cigarro 26

Figura 10 Quanto tempo os ex-fumantes não fumam 27

Figura 11 Quanto tempo os fumantes não fumam 28

Figura 12 Participantes usuários que alegaram que o cigarro lhe 29


trouxe problemas de saúde

Figura 13 Participantes ex-usuários que alegaram que o cigarro lhe 29


trouxe problemas de saúde

Figura 14 Problemas de saúde relatados pelos fumantes e ex- 31


fumantes depois do uso do cigarro

Figura 15 Tentativa de parar de fumar entre os fumantes 32

Figura 16 Quantidade de cigarro por semana usada entre os 33


fumantes
Figura 17 Hábito de fuma por semana entre os fumantes 34
entrevistados
Figura 18 Reação dos fumantes na ausência do cigarro 35

Figura 19 Quantas vezes os fumantes aferiram a pressão no ano 36

Figura 20 Usuários de cigarro que já praticaram atividade física 37


Figura 21 Usuários de cigarro que não praticam mais atividade 37
física

Figura 22 Disposição dos fumantes ao subir lances de escadas 38

Figura 23 Interesse dos usuários em parar de fumar 39

Figura 24 Motivos pelo qual os fumantes não conseguem parar de 40


fumar
LISTA DE SIGLAS

DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crônica


FC - Frequência cardíaca
TCLE - Termo de consentimento livre e esclarecido
CEP - Comitê de Ética em Pesquisa
CAAE - Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
INCA - Instituto Nacional de Câncer
RESUMO

O tabagismo é um problema de saúde publica já que o mesmo proporciona


desequilíbrio tanto na saúde física do indivíduo quanto mental. O consumo do
cigarro aumenta o risco de desenvolver doenças cancerígenas, cardiovasculares,
respiratórias, gastrointestinal além de afetar outros aparelhos do nosso corpo. A fase
mais propensa para o primeiro contato é durante a transição da adolescência para a
juventude, onde o indivíduo está mais disposto a ter novas experiências e
normalmente não levam a sério que o cigarro pode induzir ao vício como qualquer
outra droga. Sabendo que os universitários possuem um conhecimento a mais sobre
os riscos que o uso do tabaco pode trazer para a sua saúde, o presente trabalho
teve como objetivo estudar a prevalência do tabagismo entre estudantes de
Farmácia de uma Universidade Privada do Rio de Janeiro, analisando também as
manifestações que o seu uso pode ter ocasionado nos universitários. Foram
entrevistados 153 estudantes através de um questionário de autopreenchimento.
Está pesquisa foi avaliada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade. Cada aluno foi assegurado quanto ao seu anonimato e esclarecido
sobre o objetivo da pesquisa através do termo de consentimento livre e esclarecido.
Os resultados mostram que 37% (n=57) já fumaram e dentre estes 49% (n=28)
continuam, onde a faixa etária de primeiro contato de maior prevalência entre os
usuários e ex-usuários foi entre 13 e 17 anos com 51% (n=29) da amostra (n= 57). A
maioria com 63,6% (n=35) responderam que a curiosidade foi o os motivaram a
fumar, quando perguntados se o cigarro lhe trouxe problemas de saúde, 61% (n=17)
do fumantes e 24% (n=7) dos ex-fumantes afirmaram que “sim”. Os problemas mais
apontados foram tosse, nervosismo e pressão alta. Ao questionados sobre o motivo
que os levo a continuar consumindo, 46% (n=12) dos fumantes (n=27) alegaram
ansiedade/nervosismo, seguidos 36% (n=10) afirmaram por ter virado um costume.
Ao perguntado se os fumantes (n=28) possuem vontade de parar de fumar, 57%
(n=16) responderam “sim”. A pesquisa mostrou-se relevante tendo em vista que o
cigarro afeta de forma negativa a saúde do ser humano e suas complicações podem
ser vista desde o seu início de uso, podendo levar a casos mais drásticos.

Palavras chave: Estudantes, Farmácia, Doenças, Cigarro, Fumo, Fumantes,


Sintomas.
ABSTRACT

Smoking is considered a public health problem because it adversely affects both the
physical and mental health of individuals. Cigarette consumption increases the risk of
developing cancer, cardiovascular, respiratory and gastrointestinal diseases as well
as affecting other systems of the body. Individuals are more inclined to have their first
contact with cigarettes during their transition from adolescence to youth when they
usually do not take it seriously that smoking can cause addiction like any other drug.
Knowing that students have knowledge about the risks of the tobacco use in their
lives, this study aimed to analyse smoking amongst pharmacy students of a private
institution in Rio de Janeiro and its effects on those students. 153 university students
have been interviewed through a self-administered survey. The research was
evaluated by the university´s ethics committee (Comitê de Ética Profissional - CEP).
The anonymity of each and every student was guaranteed and the objective of the
research was clarified to all interviewed. The results show that 37% (n=57) have
smoked before and 49% of them (n=28) continue to do so. Their first contact with
smoking was between 13 and 17 years of age for both users and former users (57% -
n = 29) of the entire group (n=57). The majority of those interviewed answered that
curiosity was what motivated them to smoke (63.6% - n = 35). When asked if
smoking caused them any health issues, 61% of the smokers (n=17) and 24% of the
ex-smokers (n=7) said “yes”. Coughing, nervousness and high blood pressure were
the most frequently mentioned health issues that were suffered. When questioned
about the reason why they continue to consume tobacco, 46% (n=12) of the smokers
(n=27) claimed anxiety/nervousness, followed by 36% (n=10) that stated it had
become a habit. When asked if the smokers were willing to quit (n=28), 57% (n=16)
answered positively. Overall, the research proved relevant as smoking negatively
affects the health of humans and its consequences can be seen from the very
beginning of its use.

Keywords: Students, Pharmacy, Diseases, Cigarette, Smokers, Symptoms.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO_______________________________________________________________________________________________13
1.1. JUSTIFICATIVA_______________________________________________________________________________________16
1.2. OBJETIVO GERAL____________________________________________________________________________________16
1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS_________________________________________________________________________16
2. METODOLOGIA_____________________________________________________________________________________________17
2.1. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO___________________________________________________________17
2.2. TIPO DE ESTUDO____________________________________________________________________________________17
2.3. POPULAÇÃO-ALVO__________________________________________________________________________________17
2.4. INSTRUMENTO DA PESQUISA____________________________________________________________________17
2.5. CÁLCULOS DA AMOSTRA__________________________________________________________________________17
2.6. QUESTÕES ÉTICAS_________________________________________________________________________________18
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO___________________________________________________________________________19
3.1. DESCRIÇÃO DA AMOSTRA________________________________________________________________________19
3.2. DESCRIAÇÃO DA AMOSTRA DOS USUÁRIOS E EX-USUÁRIOS DE CIGARRO_________21
3.2.1. Relação de quantas vezes os fumantes tentaram parar de fumar___________________31
3.2.2. Média de cigarros por semana usada entre os participantes fumantes____________32
3.2.3. Quantas vezes por semana os usuários participantes fumam_______________________33
3.2.4. Reação dos fumantes quando não podem fumar_______________________________________34
3.2.5. Quantas vezes no ano os usuários aferiram a pressão_______________________________35
3.2.6. Prática de exercícios entre os fumantes__________________________________________________36
3.2.7. Nível de cansaço ao subir lances de escadas entre fumantes_______________________37
3.2.8. Interesse de parar de fumar_________________________________________________________________38
3.2.9. Motivo que os levam a não pararem de fumar___________________________________________39
4. CONCLUSÃO________________________________________________________________________________________________41
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________________________________________42
ANEXO 1____________________________________________________________________________________________________________47
ANEXO 2____________________________________________________________________________________________________________50
13

1. INTRODUÇÃO

A produção industrial do cigarro se iniciou no final do século XIX, porém foi


no século XX que começou a ser consumido em larga escala pela população. As
propagandas que ocorriam na metade deste século influenciaram para o seu uso.
Como por exemplo as produções cinematográficas entre as décadas de 50 e 60, que
traziam sempre o ator em cenas expondo o hábito de fumar. Os primeiros relatórios
oficiais de organização de saúde que identificaram os problemas do uso do cigarro
surgiram nos anos 60. A partir de então, o tabaco começou a ser visto como um
fator preocupante para a saúde (LEVY; SILVA; MORANO, 2005).

O consumo do cigarro é um dos principais fatores de risco para a saúde já


que os fumantes possuem uma maior propensão de desenvolver patologias como
doenças cardiovasculares e pulmonares. Sua toxicidade é diretamente proporcional
a quantidade de cigarros tragados (PASCHOAL; AZEVEDO, 2009). Os problemas
que envolvem o seu uso são bastante conhecidos, porém, há um grande número de
pessoas que estão iniciando o uso do cigarro ou já fumam. E uma boa parte dos
fumantes que possuem a vontade de parar de fumar, acham difícil e não conseguem
cessar. (CHATKIN, 2006).

As informações sobre os males do cigarro para a saúde têm levado à


diminuição do seu uso em países desenvolvidos. Este fato levou a perda de
mercado nesses países, e consequentemente a indústria do fumo começou a
crescer em países que estão em desenvolvimento como o Brasil, por exemplo
(MATSUMOTO et al., 2005).

O consumo do cigarro geralmente começa na adolescência (DAVISON;


BATISTA; SALVIANO, 2009). A curiosidade para experimentar o cigarro, o
comportamento de outros adultos que também fumam e a vontade de criar uma
identidade são um dos motivos que influenciam os jovens a fumar (NOGUEIRA;
SILVA, 2004). Uma boa parte dos adolescentes usuários possuem vínculos com
amigos ou familiares que também fumam (DAVISON; BATISTA; SALVIANO, 2009).
O uso precoce do cigarro entre os jovens aumenta o risco de se tornarem adultos
fumantes (ARAÚJO, 2010). Porém, no Brasil de acordo com o Instituto Nacional do
14

Câncer (2015) o maior número de fumantes se encontra entre 45 à 54 anos, sendo


em maior numero entre os homens.

O cigarro possui 4.720 substâncias (JUNIOR et al., 2011), a nicotina e o


monóxido de carbono (CO) são os que mais se sobressaem pelo seus efeitos
nocivos. A nicotina age estimulando a liberação de catecolaminas por ativar os
receptores nicotínicos que estão presentes nas terminações nervosas simpáticas
pós-glanglionares periféricas e medula adrenal. Dessa forma aumenta a atividade
simpática. O uso ou a exposição contínua da mesma, predispõe a alteração
endotelial vascular gerando uma redução da síntese de óxido nítrico levando a
vasoconstrição, recrutamento de leucócitos no endotélio e consequentemente a
aterosclerose (MANZANO, 2009).

A nicotina presente no cigarro quando inalada provoca elevações de 15 a 25


batimentos cardíacos por minuto na frequência cardíaca e de 5 a 10 mmHg na
pressão arterial (JR; TOLEDO; FONSECA, 2004). Por esses fatos o tabaco aumenta
o risco de doenças cardiovasculares (GIORGI, 2010). E seus sintomas agudos
diagnosticados são o aumento da pressão arterial, frequência cardíaca (FC),
resistência vascular, descarga simpática e redução da atividade barorreflexa
(MANZANO et al., 2011). A elevação da pressão arterial sistêmica decorrente do
tabaco aumenta a probabilidade de doenças e também da mortalidade nos
indivíduos fumantes (GIORGI, 2010).

Há uma relação entre dose-tempo-resposta do consumo do cigarro e o


aparecimento de morbidades mas que nem sempre é linear. Porém, o risco de
aparecimento algumas doenças é maior em pessoas mais jovens, como por
exemplo, o ataque cardíaco que é mais comum em adultos com menos de cinquenta
anos do que em indivíduos com mais de sessenta anos (NUNES, 2006).

Também são encontrados agentes genotóxicos no tabaco que atuam


quimicamente no material genético ocasionando alterações oxidativas e rupturas no
DNA. Essas lesões podem ser reversivas, e reparadas pelo próprio organismo,
porém algumas podem ser fixas ocasionando transmissões para células filhas
gerando modificação na progênie. Exemplo dessas substâncias são o benzopireno,
as nitrosaminas e aminas que são hidrocarbonetos aromáticos policíclicos que
15

podem gerar mutações e consequentemente levar ao câncer (BERSCH; PÉRICO;


POZZOBON, 2014).

A nível respiratório o cigarro pode ocasionar infecções por diminuir a defesa


do organismo e causar lesões que induzem à doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) (NUNES, 2006). Está doença leva a obstrução do fluxo aéreo, ocasionada
por uma resposta inflamatória dos pulmões à inalação de gases tóxicos ou
partículas. Geralmente ocorre progressivamente e pode ser tratável (GODOY et al.,
2007). O sintoma mais apresentado é a tosse pode se manifestar diariamente ou
alternada. Porém a tosse é tão frequente entre uma boa parte dos fumantes que
acaba passando despercebido, e sendo considerado apenas um simples “pigarro”
(JARDIM, 2004).

Além da tosse, os indivíduos com DPOC apresentam sintomas de fadiga e a


sensação de dispneia (REGUEIRO et al., 2006), pois ocorre a redução da atividade
física global por conta da piora contínua da função pulmonar que também
proporciona a percepção de cansaço (RODRIGUES et al., 2002). Na medida em que
a doença avança, a respiração fica prejudicada (REGUEIRO et al., 2006). O simples
ato de elevar o braço provoca um aumento significativo do consumo de oxigênio e
da ventilação pulmonar que em pacientes com DPOC é representado por uma
resposta respiratória superficial e rápida (VELLOSO; JARDIM, 2006). Dessa forma,
as atividades rotineiras como trocar de roupa, pentear o cabelo e cuidar da sua
própria higiene são prejudicadas (REGUEIRO et al., 2006). Quanto maior o consumo
do cigarro há uma maior probabilidade do comprometimento pulmonar (JARDIM,
2004). A DPOC normalmente é diagnosticada tardiamente pois a doença evolui
lentamente e os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar pequenas
manifestações (GODOY et al., 2007).

Além dos diversos problemas de saúde que o cigarro pode gerar, a nicotina
pode levar a abstinência pois a descarga de adrenalina no sistema nervoso central
ativa o sistema recompensa através dos níveis de dopamina. Como esses efeitos
são passageiros, o fumante sente vontade de repetir o processo para manter os
efeitos de prazer. A ausência do uso pode levar a distúrbios no comportamento
como, alteração do sono, dificuldade em prestar atenção e mau humor.
(MACHADO, 2010). Esta dependência explica o motivo pelo qual a maioria dos
16

fumantes que querem parar de fumar, não conseguem (CHATKIN, 2006). Quanto
mais cedo se inicia o uso, maior o risco do indivíduo se tornar dependente (FILHO et
al., 2010). Parar de fumar é a forma mais econômica de se prevenir de diversas
doenças, além de trazer melhorias na qualidade de vida do indivíduo que fuma
(ECHER; BARRETO; MOTTA, 2007).

1.1. JUSTIFICATIVA

Considerando que não há um único motivo para levar uma pessoa a fumar,
e que a grande maioria dos usuários sabem dos riscos que o uso do cigarro pode
ocasionar, este estudo pretende avaliar a prevalência de uso e se o usuário do
cigarro relata o aparecimento de algum dos sintomas ou doença cardiovascular e
pulmonar após o início do seu consumo.

1.2. OBJETIVO GERAL

Este trabalho teve como objetivo avaliar o uso do cigarro em jovens


estudantes em uma faculdade da zona Norte do município do Rio de Janeiro.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar o sexo, faixa etária e escolaridade de maior prevalência;


 Verificar quais foram os motivos que levaram ao uso do cigarro;
 Verificar a faixa etária em que começou o uso;
 Verificar se os usuários entrevistados possuem alguma patologia que
tenha relação com o uso do cigarro;
 Quantificar o número de indivíduos que são usuários;
 Verificar quais fatores que os fazem continuar;
 Avaliar o entendimento dos usuários em relação aos possíveis
problemas desencadeado pelo fumo;
 Verificar se há ou houve vontade de parar de fumar;
17

2. METODOLOGIA

2.1. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO

Está pesquisa foi realizada em uma Universidade localizada na zona Norte


do município do Rio de Janeiro.

2.2. TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, quantitativo e transversal.

2.3. POPULAÇÃO-ALVO

A população-alvo foi composta por alunos do curso de farmácia da


Universidade Estácio de Sá, localizada na zona Norte do Rio de Janeiro.

A pesquisa foi composta apenas por pessoas maiores de 18 anos, e que se


responsabilizam pelas informações passadas, através do termo de consentimento
livre e esclarecido (ANEXO 1).

2.4. INSTRUMENTO DA PESQUISA

Foi aplicado um questionário estruturado, contendo perguntas sobre o uso


do cigarro, quanto a faixa etária, sexo, tempo de uso, efeitos adversos entre outras
perguntas. Sendo respondido por livre e espontânea vontade dentro da Instituição
de ensino superior da zona Norte do Rio de Janeiro (ANEXO 2). O questionário
abordou de forma indireta, mantendo o anonimato, para minimizar as possibilidades
de exposição e constrangimento ao entrevistado.

2.5. CÁLCULOS DA AMOSTRA

Considerando o número de alunos do turno da noite no curso de Farmácia,


tem-se: 196 alunos. A partir desse universo, serão abordados todos os alunos que
efetivamente estão frequentando as aulas do curso. Participaram da pesquisa todos
os que concordarem através do aceite ao termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) e que responderam, então, ao questionário estruturado.
18

2.6. QUESTÕES ÉTICAS

De acordo com a normatização do Conselho Nacional de Saúde (2012), os


aspectos éticos foram baseados em sua Resolução n° 466, de 12 de Dezembro de
2012, a qual dispõe sobre as Diretrizes e Normas Reguladoras de Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos (BRASIL, 2012c).

A pesquisa foi aprovada e autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa


(CEP) da Universidade Estácio de Sá, recebendo o Certificado de Apresentação
para Apreciação Ética (CAAE) de número: 51778115300005284.
19

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. DESCRIÇÃO DA AMOSTRA

Foram entrevistados 153 indivíduos maiores de 18 anos do universo de 196


alunos do curso de Farmácia da Universidade Estácio de Sá do campus João Uchoa
do Rio de Janeiro, sendo 67% da amostra (n= 102) representada pelo sexo feminino
e 33% (n= 51) pelo sexo masculino (Figura 1).

Estudos feitos por Prado et al. (2006) com estudantes do curso de Farmácia
da Universidade Federal de Goiás foram entrevistados uma amostra com 140
estudantes, e deste 134 questionários aprovados. Onde a maioria também foi
representada pelo de sexo feminino com 65,7% (n=88).

Figura 1 - Sexo dos entrevistados.

33%

Mulheres Homens

67%

Em relação à faixa etária, a de maior prevalência foi entre 18 e 24 anos com


39% (n= 60) do total da amostra (n= 153), seguido por 28% (n= 43) dos
entrevistados entre 25 e 30 anos, 18% (n= 27) entre 31 e 35 anos, 5% (n= 7) entre
36 e 40 anos e 10% (n= 15) dos participantes acima de 40 anos (Figura 2). O
mesmo resultado predominante foi observado por Prado et al. (2006) entre
estudantes de Farmácia da Universidade Federal de Goiás onde 59,7% (n=80) se
20

encontra entre a faixa etária de 21 a 25 anos, seguida de 17 a 20 anos com 36,6%


(n=49).

Figura 2 - Faixa etária dos estudantes entrevistados.

Idade N %
18 - 24 anos 60 39
25 - 30 anos 43 28
31 – 35 anos 27 18
36 – 40 anos 7 5
> 40 anos 15 10
Total de entrevistados 153 100

Entre o período do curso em que cada estudante participante se encontra, a


maioria cursa o 9º período representando 18% (n = 28) da amostra total (n =153),
seguido de 14% (n= 21) no 8º período, 14% (n= 21) no 5º período, 13% (n= 20) se
encontra no 6º período, 12% (n= 18) cursam o 7º período, 10% (n= 16) no 3º
período, 7% (n= 10) no 4º período, como também 7% (n= 10) dos entrevistados no
2º período, 5% (n= 8) no 10º período e 1% (n=1) no 1º período (Figura 3).

Figura 3 - Período do curso entre os participantes.

Período N %
1º 1 1
2º 10 7
3º 16 10
4º 10 7
5º 21 14
6º 20 13
7º 18 12
8º 21 14
9º 28 18
10º 8 5
Total de entrevistados 153 100
21

3.2. DESCRIAÇÃO DA AMOSTRA DOS USUÁRIOS E EX-USUÁRIOS DE


CIGARRO

Dos 153 alunos entrevistados, 63% (n= 96) responderam que nunca
fumaram e 37% (n= 57) responderam que já fumaram (Figura 4). Em relação ao
uso, o mesmo estudo de Prado et al. (2006), mostra que 60% (n=80) dos estudantes
de Farmácia da Universidade Federal de Goiás nunca experimentaram o cigarro e
que 40% (n=54) dos estudantes de farmácia fumam ou já fumaram alguma vez na
vida, o que se aproxima bastante do resultado da nossa pesquisa.

Tendo em vista a prevalência do uso do cigarro entre os profissionais de


saúde notamos certa preocupação, pois muitas vezes esses profissionais são
exemplos de vida para muitos pacientes (BOTELHO; SILVA; MELO, 2011).

Figura 4 - Uso do cigarro entre os estudantes de Farmácia.

Já fumaram
37%
Nunca fumaram

63%

Entre os que já fumaram (n= 57), 49% (n= 28) continuam usando e 51%
(n=29) compõe a parte da amostra que parou de fumar (Figura 5).

Estudos mostram que há uma tendência na diminuição da prevalência dos


universitários brasileiros ao uso do cigarro, porém essa diminuição nos últimos anos
está ocorrendo aos poucos (BOURGUIGNON et al., 2011). Segundo estudo
realizado por Andrade et al. (2006) em universitários da Universidade de Brasília
22

abordando diversos cursos, mostrou que número de universitários fumantes da área


de saúde é menor quando comparado a alunos de outros cursos superiores como
Geologia, Comunicação, Engenharia Florestal, Relações Internacionais e História.
Estes dados mostram que os futuros profissionais da saúde possuem uma maior
conscientização sobre os malefícios proporcionados pelo hábito de fumar.

Figura 5 - Percentual de fumantes e ex- fumantes.

51%
49%

Fumantes

Ex-Fumantes

Em relação ao sexo dos usuários e ex-usuários (n= 57), percebemos que o


público predominante é o feminino com 61% (n =17) usuárias e 69% (n= 20) ex-
fumantes (Figura 6 e Figura 7).

De acordo com o INCA (2015), o consumo do cigarro ainda é maior entre os


homens. Porém nas ultimas décadas houve uma queda entre a quantidade de
homens que fumam e um aumento do uso entre mulheres. Isso se deve também ao
fato das mulheres começarem a utilizar o tabaco tardiamente (BORGES; BARBOSA,
2009).

O “fumar” até meados do século XX era muito visto como um habito


masculino que demonstrava a sua masculinidade. Aos poucos esse costume foi
mudando com a revolução cultural e as ideias feministas. Como uma forma de
“libertação” as mulheres começaram cada dia mais a serem vistas fumando em
público. Com isso, a indústria do cigarro aproveitou-se do momento e as mulheres
23

começaram a ser alvos das propagandas, divulgando o cigarro como símbolo de


emancipação e independência feminina (BELARMINO, 2011).

Figura 6 - Sexo entre os Fumantes.

Homens 59%

Mulheres 61%

Figura 7 - Sexo entre os Ex- Fumantes.

Homens 31%

Mulheres 69%

A faixa etária do primeiro contato com o cigarro entre participantes é em


maior quantidade na adolescência com 51% (n=29) entre 13 e 17 anos, 39% (n= 22)
entre 18 e 24 anos e 10% (n= 6) entre 25 e 30 anos (Figura 8). Comparando o
estudo feito entre estudantes aleatórios da Universidade Federal de Pelotas por
Ramis et al. (2012), em relação à idade de primeiro contato dos estudantes
participantes, observa-se que a grande maioria também começou com menos de 20
24

anos (42,3%), como também pode ser visto em um estudo realizado entre alunos da
Universidade de Gurupi em Tocantins por Rodrigues; Veigas; Lima (2008), em que
a maioria dos universitários (36,5%) começaram a fumar antes de completarem 20
anos. O mesmo estudo sobre a idade de experimentação feita por Filho et al. (2012),
apresenta que 56,52% dos entrevistados possuíam idade entre 9 e 15 anos,
seguidos de 39,13% entre 16 e 22 anos.

Pesquisa realizada por Filho et al. (2012) com estudantes de diversas áreas
da Universidade Estatual de Goiás, mostra que a maioria das experiências com o
tabaco ocorreram na adolescência. Os autores consideram que a adolescência é o
período em que o indivíduo se encontra psicologicamente sensível, o que pode
induzir ao uso. Entretanto, precisa-se considerar que o meio acadêmico traz
alternativas para que ocorram mudanças na sua forma de ser e agir. Geralmente
isso ocorre junto com situações decorrentes da adolescência como desequilíbrio
psicossocial e mudanças biológicas (RAMIS, et al., 2012). A idade de início de
experimentação e uso antes dos 20 anos de idade está bastante relacionado à
mudança no período decorrido do ensino médio para o ensino superior, porém
muitos jovens começam quando estão ingressando na faculdade (BARROS; LIMA,
2011). E uma grande parte dos jovens subestimam os riscos de se tornarem
dependentes, o que os leva a experimentar (BORGES; BARBOSA, 2009).

Em adolescentes a nicotina tem uma ação imediata na parte colinérgica,


alterando também a parte dopaminérgica e noradrenérgica dos centros celebrais.
Isso ocorre pelo fato do cérebro ainda não está totalmente desenvolvido. Estudos
demonstram que a interrupção do uso em adolescentes causam maiores problemas
na função neural o que geralmente leva a depressão (ROSEMBERG, 2003).
25

Figura 8 – Faixa etária de primeiro contato com o cigarro.

11%

13 - 17 anos

18 - 24 anos
51%
25 - 30 anos

39% > 30 anos

Em relação ao motivo que levaram os participantes a experimentar, 61%


(n=35) alegaram curiosidade, 25% (n= 14) tiveram o uso por influência dos amigos,
4% (n=2) utilizaram para “se sentir adulto” e 10% (n= 6) utilizaram para aliviar
tensões (Figura 9). Dados encontrados na pesquisa realizada por Barros; Lima
(2011) em estudantes de uma Universidade em Campos do Goytacazes, também
mostram que a maioria dos entrevistados (55,6%) começaram a usar por
curiosidade, porém em segundo lugar (16,7%) da amostra responderam que
utilizaram para aliviar tensões.

A forma com que a publicidade lida com o cigarro contribui para o aumento
do consumo do mesmo, uma vez que desperta curiosidade e desejo de
experimenta-lo (MATSUMOTO et al., 2005). A sensação de quebrar regras, e ter
liberdade acaba atraindo os jovens a experimentar (BARROS; LIMA, 2011). O uso
de drogas em geral não ocorre por um motivo específico, mas sim por um conjunto
de fatores como psicológicos, genéticos, familiares, socioeconômicos e culturais
(SOLDERA et al., 2004).
26

Figura 9 – Fatores que motivaram a experimentar o cigarro.

70% 61%

60%

50%

40%
25%
30%

20% 10%

4%
10%

0%
Curiosidade Amigos Se sentir adulto Aliviar Tensõ es

Entre os ex-fumantes (n= 29), 73% (n=21) disseram que não fumam a mais
de três anos, 14% (n= 4) afirmaram não fumar entre cerca de um a três anos e 14%
(n= 4) deixaram de fumar a meses (Figura 10).

Em entrevista realizada por Echer; Barreto; Motta (2007) em Porto Alegre


com 16 indivíduos que pararam de fumar à mais de seis meses, mostra o quanto é
importante o apoio da família e amigos para largar o fumo, como também a
motivação individual. Segundo os entrevistados a vontade de parar de fumar, o
incentivo das pessoas, o modo como o cigarro muda seus hábitos e a convivência
social, a preocupação com a saúde, conhecimentos sobre os malefícios, a estética,
a mudança ou perda parcial do olfato e também o fator econômico, levando-os a
parar de fumar. Então a motivação para abandonar o cigarro é multifatorial
acontecendo por vários motivos, e de formas diferentes para cada indivíduo
(BARROS; LIMA, 2011).
27

Figura 10 - Quanto tempo os ex-fumantes não fumam.

14%

Horas
14% Dias

Meses

1 - 3 anos

> 3 anos
72%

Já a relação predominante de tempo de não utilização do cigarro entre os


fumantes (n=28) são de alguns dias com 71% (n= 20), seguido de 29% (n= 8) que
não usam à horas (Figura 11).

Segundo Benowitz; Henningfield (1994), o consumo diário de nicotina


presente no cigarro pode ser avaliado através do nível de cotinina no sangue que é
o seu metabólito principal. A média de concentração de cotinina no sangue dos
dependentes é de 300ng por mililitro. Um cigarro faz com que o sangue tenha uma
concentração de mais ou menos 14ng/ml, que chega até 70 ng/ml para quem fuma 5
cigarro por dia. Podendo estimar que níveis de 50 a 70 ng/ml são concentrações
mínimas para que ocorresse um limiar viciante. O que corresponde a uma inalação
de 4mg a 6mg de nicotina por dia. Mas mesmo assim não é fácil dizer qual a
concentração correta para que ocorresse a dependência, já que existe a variação
fisiológica de cada indivíduo, como por exemplo, o fator genético.

Figura 11 - Quanto tempo os fumantes não fumam.


28

29%
Horas

Dias

Meses

1 - 3 anos

> 3 anos
71%

Ao serem perguntados se o cigarro lhe trouxe algum problema de saúde,


61% (n= 17) dos entrevistados que continuam a fumar (n= 28) disseram que “sim”, e
24% (n= 7) dos ex fumantes (n=29) afirmaram que “sim” (Figura 12 e Figura 13).
Estudos realizados entre estudantes de Instituições públicas e privadas da cidade de
Campos dos Goytacazes por Barros; Lima (2011) apontam que a maioria dos
fumantes e ex-fumantes não apresentam problemas relacionados ao fumo.

O cigarro aumenta as chances de desenvolver doenças cerebrovasculares,


doenças respiratórias e cardiovasculares (RODRIGUES; CHEIK; MAYER, 2008). Em
cada tragada o fumante consome substâncias químicas que são maléficas para a
saúde, como por exemplo a amônia que facilita a entrada da nicotina para o
organismo, acetado de chumbo que é uma substância cancerígena e que se
acumula no organismo e o cádmio que é um metal tóxico que também se acumula e
causa problemas em diversos órgãos como nos rins, no trato respiratório, na parte
olfativa e no cérebro (BARROS; LIMA, 2011).

Figura 12 – Participantes usuários que alegaram que o cigarro lhe trouxe problemas de saúde.
29

39%

Sim
Não

61%

Figura 13 – Participantes ex-usuários que alegaram que o cigarro lhe trouxe problemas de saúde.

24%

Sim
Não

76%

Quando perguntado quais problemas de saúde o cigarro lhe trouxe, a


maioria respondeu tosse, seguidos de problemas de nervosismo, pressão alta, falta
de ar, além de dois casos isolados de gastrite e prolapso na válvula mitral (Figura
14).

Filho et al. (2012), mostra em seu artigo que entre os universitários da


Universidade Estadual de Goiás fumantes (n= 23), 26,08% possuem problemas
respiratórios e 73,92% não apresentam. Ao analisarmos a figura 12, a taxa de
indivíduos que apresentaram problemas respiratórios também não é alta, porém é
um fator preocupante. Na análise feita por Levy; Silva; Morano (2005) com
30

indivíduos em uma Comunidade da Cidade em Fortaleza, mostra que os principais


problemas relatados foram tosse (22%) e falta de ar (14%).

O tabaco além de conter a nicotina que é um alcaloide com propriedade


psicoativa, também apresenta mais de 4000 substâncias que possuem efeitos
cancerígenos, mutagênicos, tóxicos e irritantes. Mesmo sem comprovação de que o
uso do cigarro desencadeie a hipertensão crônica, o fumo leva ao aumento agudo
da resistência periférica e da pressão arterial, mediados pela nicotina. O mesmo
aumenta a probabilidade de morte súbita por ataque cardíaco ocasionado pelo
aumento das plaquetas, a liberação de catecolaminas e arritmia ventricular (NUNES,
2006).

Segundo Manzano (2009), a cessação do uso pode acarretar a uma


reparação na função autonômica cardíaca já que a redução da modulação vagal e a
hiperatividade simpática podem retornar ao seu estado normal.

Na parte respiratória o cigarro pode afetar a estrutura pulmonar, diminuir a


defesa imunológica e levar a estresses oxidativo e inflamações (NUNES, 2006),
podendo desenvolver DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), onde o paciente
apresenta dificuldades em executar atividade física global pelo fato da função
pulmonar estar comprometida. Os principais sintomas da DPOC são o cansaço para
desenvolver qualquer atividade que precise de algum esforço físico e dispneia que
acabam comprometendo na rotina do indivíduo progressivamente. (RODRIGUES;
VIEGAS; LIMA, 2002)

A nível gastrointestinal o cigarro pode afetar a integridade do estomago,


fígado, cólon, duodeno dentre outros órgãos. Entre tanto, não se sabe ao certo o
efeito do tabaco no processo de equilíbrio entre os fatores agressivos e protetores
da mucosa gástrica. Porém parece haver indícios de que o mesmo proporciona o
refluxo gastroduodenal e aumenta a produção de vasopressina e radicais livres. No
entanto, inibe a secreção de muco gástrico, a produção de prostaglandinas
citoprotetoras e a secreção de bicabornato pancreático. Diagnósticos de úlcera em
fumantes são mais graves comparados aos indivíduos que não fumam (NUNES,
2006).
31

Como a nicotina atua sobre o sistema nervoso, a mesma gera o aumento do


humor e diminuição do tônus muscular que faz com que o indivíduo tenha uma
sensação de relaxamento. Por sua vez o fumante procura usar cada vez mais para
ter a mesma sensação (NOGUEIRA; SILVA, 2004). A dependência está ligada aos
efeitos de prazer que o cigarro proporciona por conta da nicotina. Sintoma de
ansiedade é frequente nos indivíduos que são dependentes químicos, e na ausência
do consumo está ansiedade aumenta (ZANCAN et al., 2011). A falta do cigarro
além de aumentar a ansiedade, pode desencadear no usuário irritabilidade,
inquietação e dificuldade de concentração (ROSEMBERG, 2003).

Figura 14 – Problemas de saúde relatados pelos fumantes e ex-fumantes depois do uso do cigarro.

10

0
Pressão alta Nervoso Tosse Falta de ar Gastrite Prolapso na
válvula mitral

3.2.1. Relação de quantas vezes os fumantes tentaram parar de fumar

Entre os estudantes fumantes entrevistados (n= 28), 32% (n= 9) afirmam


que nunca tentaram parar de fumar, 18% (n= 5) tentaram duas vezes, como também
18% (n=5) tentaram três vezes, 18% (n= 5) tentou uma vez e 14% (n =4) já tentaram
parar de usar mais de três vezes (Figura 15).

Analisando os dados encontrados por Matsumoto et al. (2005) entre


estudantes de Enfermagem da Universidade do Rio de Janeiro, 61% já tentaram
parar de fumar. Este dado mostra que mesmo Matsumoto et al. (2005) não
32

analisado quantas tentativas foram feitas pelos usuários, comparando como um


todo, a maioria dos estudantes de Farmácia da Universidade Estácio de Sá que
participaram da pesquisa (67%) também relataram a tentativa de parar de fumar.

Mesmo com a vontade de abandonar o vício, o caminho para cessar não é


tão simples pois o organismo já está acostumado com os efeitos da nicotina, e
diante da sua ausência, os sintomas começam a aparecer. Sintomas esses que
podem ser desde irritações, insônias ou até mesmo manifestações mais graves
(BARROS; LIMA, 2011). Esses fatos contribuem para que o fumante tenha
dificuldade de largar o vício.

Figura 15 – Tentativas de parar de fumar entre os fumantes.

18%

32%
Uma vez

Duas vezes

Três vezes
18%
> Três vezes

Nunca

14%

18%

3.2.2. Média de cigarros por semana usada entre os participantes fumantes

Foi observado que a maioria dos participantes que fumam, utilizam menos
de 20 cigarros por semana e que a minoria fuma entre 60 à 120 cigarro em uma
semana (Figura 16).

Os dados que analisam a quantidade de cigarros fumados por dia


encontrados por Bourguignon et al. (2011) entre os alunos de Enfermagem do
Centro Universitário do Espírito Santos mostram que 100% (n=2) de sua amostra
fumam de 1 a 5 cigarros por dia. Já a análise feita em universitários de Enfermagem
33

da Universidade do Rio de Janeiro mostra que 65% (n= 15) dos estudantes
fumavam cerca de 1 a 5 cigarros por dia (MATSUMOTO et al., 2005). Ou seja, se
multiplicarmos essa quantidade para sete dias que equivalem a uma semana,
teremos uma média de 7 a 35 cigarros por semana, o que estaria próximo da
prevalência encontrada na análise em que 63% da amostra fuma menos de 20
cigarros por semana, seguido de 22% dos estudantes que fumam entre 20 a 60
cigarros por semana.

Figura 16 – Quantidade de cigarro por semana usada entre os fumantes.

14%

< 20

20 - 60

25% 60 - 120

61% > 140

3.2.3. Quantas vezes por semana os usuários participantes fumam

A maioria dos entrevistados usuários, tem o hábito de fumar aos fins de


semana, e em segundo lugar ficam os usuários que fumam pelo menos duas à
quatro vezes por semana como pode ser observado na figura 17.

A nicotina pode levar a fase de tolerância se a mesma dessensibilizar os


receptores nicotínicos. O que pode ocasionar tonteira, vômitos, dor de cabeça,
dísforia e náuseas. Mas quando se estabelece a tolerância o fumante começa
administrar doses maiores parar ter a mesma sensação de prazer que antes. E
quanto maior for o uso do cigarro maior é a sua dependência já que o tabaco leva a
compulsão de fumar (ROSEMBERG, 2003). Porém observa-se que o efeito de
34

tolerância causado pela presença da nicotina no cigarro, ainda é baixo pelo fato da
maioria dos usuários não fumarem com uma frequência diária e também pela
quantidade de cigarros tragados por semana pelos entrevistados. E relacionando o
tempo em que começaram a fumar, onde a maioria respondeu entre 13 à 17 anos, a
quantidade de cigarros por semana deveriam ser mais elevados.

Figura 17 – Hábito de fumar por semana entre os fumantes entrevistados.

18%

Uma vez

46% Duas - Quatro vezes

Todos os dias

Final de semana
29%

7%

3.2.4. Reação dos fumantes quando não podem fumar

Em relação ao que os fumantes (n=28) sentem quando “não podem fumar


em determinados momentos”, 50% (n= 14) afirmaram que se sentem ansiosos, 43%
(n= 12) não sentem “nada” quando não podem fumar, e 7% (n= 2) ficam de mau
humor (Figura 18).

As reações encontradas por alguns dos entrevistados estão relacionadas a


nicotina que é um estimulante psicomotor. Inicialmente a mesma diminui o tempo de
reação, melhora a atenção e a memória, reduz o estresse e ansiedade, como
também diminui o apetite (NUNES, 2006). Porém, a falta do cigarro em indivíduos
fumantes pode ser manifestado através sintomas como insônia, irritação, ansiedade,
nervosismo e mudanças de humor, pois são sinais resultantes da síndrome da
abstinência relacionada a falta da nicotina (MACHADO, 2010).
35

Figura 18 – Reação dos fumantes na ausência do cigarro.

7%

Ansiedade
Nada muda
50% Falta de atenção
Sem sono
43% Mau humor

3.2.5. Quantas vezes no ano os usuários aferiram a pressão

Aos questionados de quantas vezes os participantes aferiram no ano a


pressão, a maioria respondeu duas vezes ao ano, como mostra na figura 19. Porém
a nicotina sendo um excelente vasoconstritor aumenta a pressão arterial, e esse
aumento está relacionado à liberação de vasopressina e a vasoconstrição mediada
pelo receptor alfa-1. E inalação da fumaça leva a uma maior agregação plaquetária
por conta dos radicais livres, o que leva ao enrijecimento crônico da parede arterial.
Com tudo, os efeitos agudos na frequência cardíaca e na pressão arterial ocorrem
no espaço de tempo da meia vida plasmática da nicotina que varia entre 30 a 60
minutos (JUNIOR et al., 2011). Em virtude do que foi mencionado, conclui-se que o
cigarro é um fator que predispõe à hipertensão. Porém observa-se que a maioria dos
usuários entrevistados não possuem o hábito de aferir a pressão. Está falta de
hábito pode ser porque os mesmos não sentem nenhuma alteração significativa no
seu bem estar.
36

Figura 19 – Quantas vezes os fumantes aferiram a pressão no ano.

11%

7%
7%

Duas vezes
Máximo 5 vezes
> 5 vezes
Regularmente
75
%

3.2.6. Prática de exercícios entre os fumantes

Foi observado que 86% (n= 24) dos estudantes entrevistados que ainda
fumam (n= 28), já praticaram atividades físicas, e 68% (n= 19) dos fumantes, não
praticam mais atividades físicas como mostram as figuras 20 e 21.

As substâncias encontradas no cigarro influenciam de forma aguda na


prática de exercícios físicos visto que provocam vasoconstrição e formação de
carboxihemoglobina que leva a diminuição da oferta de oxigênio para os músculos
ao longo dos exercícios. O que resulta em um acúmulo de monóxido de carbono na
corrente sanguínea, diminuindo o limiar anaeróbio que leva a uma fadiga precoce
durante o exercício (JUNIOR et al., 2011).

O hábito de fumar possui uma relação com a diminuição da massa muscular


esquelética, principalmente com a diminuição da secção transversa das fibras que
acabam proporcionando a sensação de fadiga. Manter a massa muscular é de
extrema importância para as atividades diárias de todo indivíduo (FILHO et al.,
2011).
37

Figura 20 – Usuários de cigarro que já praticaram atividade física.

14%

Sim Não

86%

Figura 21 – Usuários de cigarro que não praticam mais atividade física

32%

Sim
Não
68%

3.2.7. Nível de cansaço ao subir lances de escadas entre fumantes

Como mencionado anteriormente o uso do cigarro diminui a energia de


contração dos músculos voluntários diminuindo o condicionamento em relação aos
que não fumam levando a cansaço ao exercer qualquer esforço físico (FERREIRA,
2002). Ao serem perguntados sobre o nível de condicionamento ao subirem
escadas, a maioria dos estudantes fumantes responderam sentir cansaço apenas ao
38

subir mais de cinco lances de escada, e apenas um participante disse sentir cansaço
ao subir um lance de escada (Figura 22).

Figura 22 – Disposição dos fumantes ao subir lances de escadas.

4%

32% 1 Lance

2 Lances

< 5 Lances

> 5 Lances

Nunca
64%

3.2.8. Interesse de parar de fumar

Ao perguntar se há interesse de parar de fumar, 57% (n= 16) dos usuários


não apresentam interesse em cessar o fumo como mostra na figura 23. Estudos
realizados por Barros; Lima (2011) entre universitários de Instituições públicas e
privadas de Campos do Goytacazes, mostram que 42,6% dos entrevistados
apresentam vontade de parar de fumar, 29,6% não possuem interesse e 27,8% não
sabem se querem. Comparando com os resultados obtidos, que apenas possui a
resposta “sim” ou “não”, nota-se que a maioria dos fumantes não possuem interesse
em parar de fumar. E ter vontade e achar que pode parar de fumar não significa que
o indivíduo não terá dificuldade em parar. A dependência estabelecida pela nicotina
e os sintomas da abstinência dificultam que o fumante consiga parar sozinho
(BARROS; LIMA, 2011).

Porém, cessar o uso do cigarro acarreta em melhoras para saúde imediatas.


Em 12 horas após deixar de fumar a concentração de monóxido de carbono no
sangue se normaliza e a concentração de oxigênio no sangue aumenta. A partir de
72 horas longe do uso do cigarro a capacidade pulmonar apresenta melhora
39

significativa e a respiração se torna mais simples. Já em médio prazo pode-se


observar que entre dois meses a cor e o aspecto da pele melhora, como também o
paladar e o olfato, e entre duas semanas a três meses o risco de ataque cardíaco
começa a reduzir. Já em longo prazo o risco de ocorrer acidente vascular encefálico
se iguala ao dos que não fumam (BARROS; LIMA, 2011).

Figura 23 – Interesse dos usuários em parar de fumar.

43%
Sim
Não
57%

3.2.9. Motivo que os levam a não pararem de fumar

Observa-se que 46% (n= 12) dos fumantes (n= 28), não conseguem parar
de fumar por nervoso/ansiedade, 36% (n= 10) afirma que não para porque “já virou
um costume”, 14% (n= 4) dos usuários dizem nunca ter tentado parar e 4% (n =1)
por “outros” motivos não consegue parar (Figura 24).

Dados de Botelho et al. (2011), mostram que um dos reconhecimentos que


dificultam a cessação do tabagismo entre os estudantes está primeiro ligado a
ansiedade e também há um número expressivo, porém não tão grande quanto a
ansiedade que se refere ao tempo de tabagismo. O vício pode ser dividido em três
aspectos que são: a dependência psicológica, onde o usuário vê o cigarro como um
elemento de apoio e fuga para momentos de solidão, nervoso e ansiedade,
dependência física que ocorre na ausência do uso com o aparecimento de sintomas
da síndrome de abstinência e por fim a dependência pelo condicionamento, ou seja,
40

o indivíduo associa hábitos diários com o uso como, por exemplo, fumar e trabalhar,
fumar e beber café, fumar e dirigir entre outros (SILVA et al., 2008).

Não se tem provas de que as outras substâncias encontradas no cigarro


além da nicotina leve a dependência. O que se sabe que é que outras substâncias
encontradas no tabaco como, N-metilado e 3-metilpridil pirolidina podem ter algum
efeito potencial, pois produzem determinadas respostas nos receptores cerebrais. O
mecanismo farmacológico da nicotina dependência é parecido ao da cocaína. São
drogas que aumentam a produção de norepinefrina e liberam dopamina. A nicotina
atua sobre os centros mesolímbicos, colinérgicos e dopaminérgicos que causa
efeitos ansiolíticos e euforizantes o que leva o indivíduo a criar dependência
(ROSEMBERG, 2003). O hábito de fumar pode ocorrer não apenas pelos efeitos de
euforia e relaxamento, mas também para inibir os sintomas causados pela
abstinência (NUNES, 2006).

Figura 24 – Motivos pelo qual os fumantes não conseguem parar de fumar.

14%
4%

36%
Nunca tentei
Ansiedade/Nervosismo
Costume
46% Outros
41

4. CONCLUSÃO

O presente estudo permitiu analisar o uso do cigarro entre os estudantes de


Farmácia de uma faculdade privada do Rio de Janeiro. De acordo com os resultados
obtidos, dentre os 153 estudantes que participaram, 63% nunca fumaram.

Ao perguntados se o cigarro trouxe algum problema de saúde aos que já


fumaram, a maior parte dos que continuam a fumar responderam que “sim”, porém
uma maioria dos ex-usuários responderam que “não”. Os problemas de saúde mais
abordados foram tosse, falta de ar e nervosismo. Avaliando o que os usuários
(fumantes) sentem quando não podem fumar, a maioria respondeu se sentir
ansiosos, seguidos de não sentir “nada”. Esses dados podem estar relacionados ao
fato de que a nicotina encontrada no cigarro causa dependência pelo efeito de
prazer que proporciona. O nível de dependência está associado ao tempo de fumo,
porém outros fatores devem ser levados em consideração, como o fator genético
que pode explicar o por que alguns não sentem diferença quando usam.

Ao avaliarmos se os futuros farmacêuticos que fumam (n=28) possuem


desejo em cessar o uso, 57% (n =16) responderam que “não”. E questionados qual o
motivo que os fazem não parar fumar, a maioria da amostra de fumantes composta
por 28 alunos responderam que por ansiedade/nervosismo, seguidos de ter virado
um costume.

Podemos concluir então que a prevalência de fumantes e ex- fumantes é


baixa quando comparados ao grupo dos que nunca fumaram. Este resultado é um
ponto positivo já que estamos falando de futuros profissionais de saúde que sabem
os riscos que o cigarro pode causar. Porém é importante intensificar medidas
antitabágicas nas escolas como também nas faculdades já que o primeiro contato é
mais intenso entre a adolescência e o começo da juventude. Os problemas relatados
nesta pesquisa pelos usuários e ex-usuários são sérios e podem se tornar
irreversíveis para a saúde. Logo devem ser tratados com bastante serenidade e
servir como um alerta a todos, independente do numero de fumantes encontrado
tenha sido baixo.
42

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. F.; MUSSI, F. C. Tabagismo: conhecimentos, atitudes, hábitos e grau


de dependência de jovens fumantes em Salvador. Revista Escola Enfermagem
USP. São Paulo, v. 40, n. 4, p. 456-63, 2006. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/41566 . Acesso em: 10 set. 2015.

ANDRADE, A. P. A. et al. Prevalência e caraterísticas do tabagismo em jovens da


Universidade de Brasília. Jornal Brasileiro de Pneumologia. v. 32, n. 1, p. 23-8,
2006.

ARAUJO, A. J. Tabagismo na adolescência: Por que os jovens ainda fumam?.


Jornal Brasileiro de Pneumologia. v. 36, n. 6, p. 671-673, 2010.

BARROS, E. R.; LIMA, R. M. Prevalência e características do tabagismo entre


universitários de Instituição Pública e Privadas da cidade de Campos dos
Goytacazes, RJ. Rio de janeiro: Vértices, 2011. Disponível em:
http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/1809-2667.20110027 .
Acesso em: 22 mar. 2016.

BELARMINO, A. M. “Quer fogo”: os meios midiáticos e (des)territorialização do


cigarro como sinônimo de prazer. Monografia[obtenção do grau de Especialista
em História Cultural) - Estadual da Paraíba, Guarabira – PB, Mar., 2011.

BENOWITZ, N. L; HENNINGFIELD, J. E. Establishing a Nicotine Threshold for


Addction – The Implications for Tobacco Regulation. The New England Journal of
Medicine. v. 331, n. 2, p. 123-125, July, 1994.

BERSCH, B. R.; PÉRICO, E. P.; POZZOBON, A. Verificação de dano no DNA de


células sanguíneas em adultos jovens consumidores de tabaco. Caderno
Pedagógico, Lajeado, v. 11, n. 1, p. 8-19, 2014.

BORGES, M. T. T.B.; BARBOSA R. H. S. As marcas de gênero no fumar feminino:


uma aproximação sociológica do tabagismo em mulheres. Ciência e Saúde e
Coletiva. v. 14, n. 4, p. 1129-1139, Jul./Ago., 2009.

BOTELHO, C.; SILVA, A. M. P.; MELO, C. D. Tabagismo em universitários de


ciências da saúde: prevalência e conhecimento. Jornal Brasileiro de Pneumologia.
v. 37, n. 3, p. 360-366, 2011.

BOURGUIGNON, L. N. et. al. O uso do tabaco entre os estudantes de enfermagem


do Centro Universitário do Espírito Santo (Ceunes). Revista Brasileira de Pesquisa
em Saúde. v. 13, n. 4, p. 35-40, 2011.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de Dezembro de


2012, a qual dispõe sobre as Diretrizes e Normas Reguladoras de Pesquisa
Envolvendo Seres Humanos (BRASIL, 2012c). Disponível em:
http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf . Acesso em: 4 set. 2015
43

BRASIL. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Número de fumantes cai 30,7% nos
últimos nove anos, 2015. Disponível em:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/
numero_fumantes_cai_30_virgula_sete_por_cento_em_nove_anos . Acesso em: 20
mar. 2016.

CHATKIN, J. M. A influência da genética na dependência tabágica e o papel da


farmacogenética no tratamento do tabagismo. Jornal Brasileiro de Pneumologia.
Brasil, v. 32, n. 6, p. 573-9, 7 mar. 2006.

DAVISON, J.; BATISTA, R. C.; SALVIANO, S. A. B. Efeitos cardiorrespiratórios


imediatos do tabagismo. Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 144-147, 2009. Disponível em:
http://www.sopterj.com.br/profissionais/_revista/2009/n_03/05.pdf . Acesso em: 5 set.
2015

ECHER, I. C.; BARRETO, S. S. M.; MOTTA, G. C. P.; Fatores que contribuem para o
abandono do tabagismo. Revista Gaúcha de Enfermagem. v. 28, n. 3, p. 350-8,
2007.

FERREIRA, A. M. Tabagismo. Monografia [obtenção do grau de Licenciado em


Ciências Biológicas] – Faculdade de Ciências da Saúde do Centro Universitário de
Brasília, Brasília. 2002.

FILHO, A. V. M. et al. Incidência de fumantes entre universitários. Portal de


Revistas Eletrônicas da PUC Goías. v. 39, n. 1, p. 83-87, Jan./Mar., 2012.
Disponível em: http://seer.ucg.br/index.php/estudos/article/viewFile/2651/1617 .
Acesso em: 18 mar. 2016.

FILHO, J. C. S. C. et al. Efeitos do Exercício Aeróbio no Músculo Esquelético de


Ratos Expostos à Fumaça de Cigarro. Revista Brasileira Médica de Esporte. v. 17,
n. 6, Nov/Dez, 2011.

FILHO, V. W. et al. Tabagismo e câncer no Brasil: evidências e perspectivas.


Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 13, n. 3, p. 175-87, 2010.

GIORGI, D. M. A. Tabagismo, hipertensão arterial e doença renal. Rev Tabagismo


e HA. v. 13, n. 4, p. 256-260, Out./Dez., 2010.

GODOY, I. et al. Programa de cessação de tabagismo como ferramenta para o


diagnóstico precoce de doença pulmonary obstrutiva crónica. Jornal Brasileiro de
Pneumologia. v. 33, n. 3, p. 282-286, 2007.

JAMINK, S.; UEHARA C.; SILVA, V. V. Localização do carcinoma pulmonary em


relação ao vício tabágico e ao sexo. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Brasília, v.
32, n. 6, p. 510-4, 2006.

JARDIM, J. R. B. Caracterização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) –


Definição, Epidemiologia, Diagnóstico e Estadiamento. Jornal Brasileiro de
Pneumologia. v. 30, p. 1-5, Nov., 2004.
44

JR., H. M.; TOLEDO, J. C. Y.; FONSECA, F. A. H. Hipertensão refratária e


tabagismo. Revista Brasileira de Hipertensão. v. 11, n. 4, p. 256-261, 2004.
Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/11-4/Vol4.pdf Acesso em:
27 set. 2015.

JUNIOR, J. S. M. et al. Influência aguda do Tabaco na pressão arterial, frequência


cardíaca e na hipotensão pós-exercício em homens jovens fumantes. Revista
Brasileira de Ciências da Saúde. v. 14, n. 4, p. 57-64, 2011. Disponível em:
http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rbcs/article/download/9886/7279 . Acesso em:
10 set. 2015.

LEVY, C. S.; SILVA, R. M. M.; MORANO, M. T. A. P. O tabagismo e suas


implicações pulmonares numa amostra da população em comunidade de Fortaleza –
CE. Revista Brasileira em Promoção de Saúde. v. 18, n. 3, p. 125-129, 2005.
Disponível em: http://ojs.unifor.br/index.php/RBPS/article/view/923 Acesso em: 10
mar. 2016.

MACHADO, S. S. C. Consequências nocivas do tabagismo. Trabalho de


conclusão de curso [Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da
Família] - Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

MANZANO, B. M. et al. Efeitos agudos do tabagismo sobre a modulação


autonômica: Análise por meio do Plot de Poincaré. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia. v. 96, n. 2, p. 154-160, 2011.

MANZANO, B. M. Variabilidade de frequência cardíaca como ferramenta de


análise da função autonômica de tabagistas: revisão de literatura e estudo do
polo de Poincaré. Dissertação [Mestrado em fisioterapia) - Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Estadual Paulista –UNESP, campos de Presidente
Prudente, São Paulo, 2009.

MATSUMOTO, K. S. et al. O uso do tabaco entre universitários de enfermagem da


universidade do estado do Rio de Janeiro (UERJ). Revista eletrônica saúde
mental álcool e drogas. São Paulo, 2005. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/smad/article/view/38625 . Acesso em: 10 set. 2015.

NOGUEIRA, K. T.; SILVA, C. M. F. M. Tabagismo em adolescentes numa escola da


rede pública do Estado do Rio de Janeiro. Adolescência e Saúde. v. 1, n. 4, Dez.,
2004.

NUNES, E. Consumo de tabaco. Efeitos na saúde. Revista Portuguesa de Clínica


Geral. v. 22, p. 225-44, 2006. Disponível em: http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php?
journal=rpmgf&page=article&op=view&path%5B%5D=10231&path%5B%5D=9967 .
Acesso em: 23 set. 2015

PASCHOAL, C. P.; AZEVEDO, M. F. O cigarro como um fator de risco para


alterações auditivas. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. São Paulo, v. 75,
n. 6, nov./dez. 2009.

PRADO, D. S. et al. Uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas por estudantes de


Farmácia da Universidade Federal de Goiás. Infarma – Ciências Farmacêuticas. v.
45

18, n. 11/12, 2006. Disponível em:


http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/11/infarma03.pdf. Acesso em: 20 mar.
2016.

RAMIS, T. R. et al. Tabagismo e consumo de álcool em estudantes universitários:


prevalência e fatores associados. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 15, n. 2,
p. 376-85, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000200015 Acesso em: 20 mar. 2016.

REGUEIRO, E. M. G. et al. Análise da demanda metabólica e ventilatória durante a


execução de atividades de vida diária em indivíduos com doença pulmonar
obstrutiva crônica. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 14, n. 1, p. 41-7,
Jan./Fev., 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
11692006000100006&script=sci_arttext . Acesso em: 27 set. 2015.

RODRIGUES, M. C. et al. Prevalência do tabagismo e associação com o uso de


outras drogas entre escolares do Distrito Federal. J Bras Pneumol. v. 35, n. 10, p.
986-991, 2009.

RODRIGUES, E. S. R.; CHEIK, N. C., MAYER, A. F. Nível de atividade física e


tabagismo em universitários. Revista Saúde Pública. v. 42, n. 4, p. 672-8, 2008.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/32482/34752 Acesso em:
18 mar. 2016.

RODRIGUES, S. L.; VIEGAS, C. A.; LIMA, T. Efetividade da reabilitação pulmonar


como tratamento coadjuvante da doença pulmonar obstrutiva crónica. Jornal
Pneumologia. v. 28, n. 2, p. 65-70, Mar./Abr. 2002.

ROSEMBERG, J. Nicotina: Droga Universal. São Paulo: SES/CVE, 2003.


Disponível em: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/cronicas/nicotina.pdf . Acesso
em: 20 mar. 2016.

SILVA, A. O. et al. Tabaco e saúde no olhar de estudantes universitários. Revista


Brasileira de Enfermagem. Brasília. v. 61, n. 4, p. 423-7, Jul/Ago, 2008.

SILVA, A. R.; VIVAS, I. S. Prevalência de tabagismo entre acadêmicos da


universidade de ribeirão preto – campus Guarujá. Simpósio Internacional de
Ciências Integradas da UNAERP Campus Guarujá. São Paulo. Disponível em:
http://www.unaerp.br/sici-unaerp/edicoes-anteriores/2009/secao-4-5/1154-
prevalencia-de-tabagismo-entre-academicos-da-universidade-de-ribeirao-preto-
campus-guaruja/file Acesso em: 20 mar. 2016.

SOLDERA, M. et al. Uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e


fatores sociais associados. Rev Saúde Pública. v. 38, n. 2, p. 277-283, 2004.

VELLOSO, M.; JARDIM, J. R. Funcionalidade do paciente com doença pulmonar


obstrutiva crônica e tecidos de conservação de energia. Jornal Brasileiro de
Pneumologia. v. 32, n. 6, p. 508-6, 2006.

ZANCAN, N. et al. Intervenções Psicológicas em Grupos de Controle de Tabagismo:


Relato de Experiência. Revista de Psicologia da IMED. v. 3, n. 2, p. 534-544, 2011.
46

ANEXO 1
47

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

OBRIGATÓRIO PARA PESQUISAS CIENTÍFICAS EM SERES HUMANOS


________________________________________________________________________

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA


Nome: ........................................................................................................................................
.....................................
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Data Nascimento: ........../........../........
Endereço:....................................................................................................................................
....................................
Bairro:............................................................
Cidade:....................................................................................................
Telefone: (.....).........................................................
Email: ............................................................................................

Título do Protocolo de Pesquisa: “CONSUMO DO CIGARRO POR ESTUDANTES DE


FARMÁCIA EM UMA UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO”.

Subárea de Investigação: Farmacologia e Toxicologia

Pesquisadora responsável: Profª. Dra. HELINE COSTA SOARES– Universidade Estácio


de Sá – UNESA – Rua do Bispo, 83, Campus João Uchoa, Bloco F térreo, Pesquisa
Aplicada, (21) 2503-7367. E-mail heline.soares@estacio.br

Avaliação do risco da pesquisa:


( X ) Risco Mínimo ( ) Risco Médio ( ) Risco Baixo ( ) Risco Maior

Objetivos e Justificativa: O objetivo desta pesquisa é avaliar o consumo do cigarro entres


os estudantes de farmácia. O cigarro possui em sua composição muitas substâncias
prejudiciais a saúde, e dentre elas se encontra a nicotina que estimula a liberação de
catecolaminas, levando ao aumento da atividade simpática, o monóxido de carbono (CO)
que possui maior afinidade pela hemoglobina e dessa forma, uma exposição contínua
diminui a oferta de oxigênio para os tecidos e também são encontradas substâncias com
48

potencial carcinogênico que podem interagir com o material genético e desencadear


modificações em suas estruturas como o benzopireno, aminas e nitroaminas.

Procedimentos: Sua participação neste estudo consistirá em responder a um questionário,


não identificado, referente às suas informações. O questionário será abordado de forma
indireta, mantendo o anonimato, para minimizar as possibilidades de constrangimentos. Não
existe qualquer outro tipo de intervenção associada a esse estudo.

Riscos e inconveniências: O risco do estudo é mínimo e a possibilidade de risco que


existe é de constrangimento ao responder o questionário. Para minimizar o
constrangimento, o questionário não é identificado, será abordado de forma indireta e o
próprio participante o devolverá para um envelope pardo, onde todos os questionários serão
guardados, de forma separada deste termo de consentimento. As informações obtidas
através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação.
Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar a sua identificação. Ao final da
pesquisa serão divulgados apenas dados estatísticos informando o percentual de respostas
obtidas e a discussão desses dados.

Potenciais benefícios: Não se prevê benefícios diretos com essa pesquisa para você,
porém os resultados servirão para melhor esclarecer os possíveis danos causados pelo uso
do cigarro. Os resultados dessa pesquisa estarão disponíveis para os participantes a
qualquer momento, diretamente com o pesquisador principal e, posteriormente, em
publicação especializada.

Informações Adicionais:
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, pode entrar em
contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – da Universidade Estácio de Sá, em
horário comercial pelo e-mail cep.unesa@estacio.br ou pelo telefone (21) 2206-9726. Para
esta pesquisa, não haverá nenhum custo do participante em qualquer fase do estudo. Do
mesmo modo, não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Você
terá total e plena liberdade para se recusar a participar bem como retirar seu consentimento,
em qualquer fase da pesquisa.
49

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo: “Consumo do cigarro por estudantes
de farmácia em uma universidade do Rio de Janeiro”. Os propósitos desta pesquisa
são claros. Do mesmo modo, estou ciente dos procedimentos a serem realizados, seus
desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos
permanentes. Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas.
Concordo voluntariamente na minha participação, sabendo que poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou
prejuízos.

Este termo será assinado em 02 (duas) vias de igual teor, uma para o participante da
pesquisa e outra para o responsável pela pesquisa.

Rio de Janeiro, __________ / ____________________ / ______________________

____________________________________
____________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa Assinatura do Responsável da
Pesquisa

ANEXO 2

QUESTIONÁRIO
50

1. Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade:
( ) Entre 18 e 25 anos ( ) Entre 31 e 35 anos
( ) Entre 25 e 30 anos ( ) Entre 36 e 40 anos
( ) Acima de 40 anos

3. Período acadêmico:
( ) 1º Período ( ) 4º Período ( ) 7º Período ( )10º Período
( ) 2º Período ( ) 5º Período ( ) 8º Período
( ) 3º Período ( ) 6º Período ( ) 9º Período

4. Você faz (ou fez) uso de Cigarro?


( ) Sim ( ) Não

Se nunca fez uso do cigarro, as próximas perguntas devem ser


desconsideradas.
5. Com quantos anos começou a usar?
( ) Entre 13 e 17 anos ( ) Entre 25 e 30 anos
( ) Entre 18 e 24 anos ( ) Acima de 30 anos

6. Por que começou a fumar?

( ) Por curiosidade própria ( ) Por influência dos colegas/amigos


( ) Para se sentir adulto ( ) Para aliviar tensões

7. Quanto tempo não fuma?

( ) à horas ( ) alguns meses ( ) mais de 3 anos


( ) à dias ( ) entre 1 a 3 anos

8. Você acha que o uso do cigarro lhe trouxe algum problema de saúde?

( ) Sim ( ) Não

9. Se sim, qual problema de saúde lhe causou?

( ) Pressão alta ( ) Tosse ( ) Falta de ar


( ) Nervosismo ( ) Aterosclerose ( ) Dor de cabeça
( ) _________________________

Se já parou de fumar, as próximas perguntas devem ser desconsideradas.


10. Já tentou parar de fumar?

( ) Uma vez ( ) Três vezes ( ) Nunca tentei


( ) Duas vezes ( ) Mais de três vezes
51

11. Atualmente fuma tabaco quantas vezes por semana?

( ) Uma vez na semana ( ) Todos os dias


( ) Entre duas a quatro vezes na semana ( ) Apenas final de semana

12. Quantos cigarros fuma por semana?

( ) Menos de 20 ( ) De 60 a 120
( ) De 20 a 60 ( ) Mais de 140

13. Quando você não pode fumar em algum determinado momento, você se sente:

( ) Ansioso ( ) Sem sono


( ) Não sente diferença ( ) Mau humorado
( ) Sem atenção para fazer determinadas atividades

14. Quantas vezes neste ano você aferiu sua pressão?

( ) Umas duas vezes ( ) Mais de cinco vezes


( ) No máximo cinco vezes ( ) Estou aferindo regularmente

15. Você já praticou alguma atividade física?

( ) Sim ( ) Não

16. Atualmente pratica alguma atividade física?

( ) Sim ( ) Não

17. Você se sente cansado ao subir quantos lances de escada normalmente?

( ) Mais de cinco lances de escada ( ) Dois lances de escada


( ) Cinco lances de escada ( ) Um lance de escada
( ) Menos de cinco lances de escada ( ) Nunca me sinto cansado

18. Está interessado em parar de fumar?

( ) Sim ( ) Não

19. Por que acha que não consegue parar de fumar?

( ) Nunca tentei ( ) Virou costume


( ) Pela ansiedade/nervosismo ( ) Outros

ANEXO 3
52

Você também pode gostar