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O nacionalismo exagerado é um tema central em "O Triste Fim de Policarpo Quaresma".

Alguns
momentos que expressam esse nacionalismo de forma exagerada incluem:

1. A obsessão de Policarpo Quaresma em promover a valorização da cultura e da língua


brasileira, chegando ao ponto de propor a mudança do idioma oficial do país para o tupi-
guarani, considerado por ele como a verdadeira língua nacional.

2. A tentativa de Quaresma de transformar o sistema de defesa do país, propondo a


substituição do exército tradicional pela milícia civil, baseada em técnicas e armamentos
tipicamente brasileiros.

3. A idealização do sítio de Santa Fé, onde Quaresma busca reviver um estilo de vida rural e
autenticamente brasileiro, afastando-se dos padrões urbanos e estrangeiros.

Esses são alguns dos momentos em que o nacionalismo exagerado de Policarpo Quaresma é
evidente na trama, mostrando como sua visão idealizada do Brasil o leva a propostas e ações
que são vistas como extremas e utópicas pelos outros personagens e pela sociedade da época.

A corrupção política é um tema recorrente ao longo do livro "O Triste Fim de Policarpo
Quaresma". Alguns momentos em que essa corrupção é expressa incluem:

1. A descrição da manipulação política durante as eleições, onde são usadas práticas


fraudulentas para garantir a vitória de determinados candidatos.

2. A crítica à troca de favores e ao clientelismo que permeiam as relações entre políticos e suas
bases eleitorais.

3. A sátira à corrupção nos altos escalões do governo, especialmente nas cenas ambientadas na
Casa da Câmara e Senado, onde são retratadas as negociações e acordos obscuros entre os
políticos.

Esses são apenas alguns exemplos, mas ao longo da narrativa, Lima Barreto aborda a corrupção
política de diversas formas, mostrando como ela permeia a sociedade da época e contribui para
o desencanto e a desilusão do protagonista, Policarpo Quaresma.

"O Triste Fim de Policarpo Quaresma" é uma obra magistral de Lima Barreto que oferece uma
crítica afiada e perspicaz à sociedade brasileira do início do século XX. Através da trajetória do
protagonista, Policarpo Quaresma, o autor expõe uma série de problemas e contradições que
permeiam a realidade política, social e cultural da época.
A trama é habilmente construída, com uma narrativa que mescla elementos de sátira, ironia e
tragédia. Policarpo Quaresma é apresentado como um personagem complexo, movido por um
patriotismo ardente e uma visão idealizada do Brasil. No entanto, sua ingenuidade e seu
nacionalismo exagerado o levam a enfrentar uma série de desilusões e conflitos com a
realidade.

A corrupção política é um tema recorrente e Lima Barreto a retrata de maneira incisiva,


expondo a manipulação eleitoral, os acordos escusos nos bastidores do poder e a falta de
integridade de muitos políticos da época. Além disso, a burocracia ineficiente e a alienação dos
agentes públicos são representadas de forma vívida, ressaltando a dissonância entre as
aspirações de Quaresma e a realidade que ele enfrenta.

O nacionalismo exacerbado de Quaresma também é um ponto central da obra, sendo tratado


com uma mistura de compaixão e crítica. Sua tentativa de promover a cultura e a língua
brasileira, embora movida por um nobre ideal, é apresentada como utópica e desconectada da
realidade do país.

Além dos aspectos políticos e sociais, a obra também aborda questões de identidade e
pertencimento, explorando a complexidade da cultura brasileira e suas influências diversas.

Em suma, "O Triste Fim de Policarpo Quaresma" é uma obra atemporal que continua a ressoar
com relevância até os dias de hoje. Lima Barreto oferece uma análise penetrante da sociedade
brasileira, destacando as contradições e os desafios que persistem ao longo do tempo. Uma
leitura essencial para quem busca compreender as nuances da cultura e da política no Brasil.

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