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TRANSPORTE DO DOENTE CRÍTICO

INDICAÇÕES PARA TRANSPORTE TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR


- Insuficiência de recursos humanos ou técnicos na  Muito frequente (por ex. realização de MCDT, BO)
unidade de saúde de origem que permitam  Capacidade de gerir a imprevisibilidade
diagnosticar/tratar ou dar continuidade ao tratamento - Prever os recursos que podem ser necessários
- Necessidade cuidados especializados: neurocirurgia,  Gestão do tempo
angioplastia coronária, transplante de órgãos, ventilação - Estabilidade do doente
mecânica, camara hiperbárica - Possibilidade dos serviços
- Necessidade de cuidados intensivos neonatais e
FASES DO TRANSPORTE (decisão, planeamento,
pediátricos
efetivação)
- Aspetos organizacionais (falta de camas, afluxo massivo
DECISÃO
de doentes)
 Ato médico
TIPOS DE TRANSPORTE  Responsabilidade do médico que assiste o doente, mas
- local da emergência e o hospital também do chefe de equipa e do diretor de serviço
PRIMÁRIO
- articulação INEM, CODU, bombeiros,  Deve envolver toda a equipe
(pré-hospitalar)
proteção civil e forças de segurança  Devem ser equacionados os riscos inerentes ao doente e
- entre serviços de urgência e UCI ou ao processo de transporte:
UCI especializados (ex. AVC, - Especialmente nas situações de hipóxia,
queimados) hiper/hipocapnia, instabilidade hemodinâmica,
- responsabilidade da unidade de origem hipertensão intra-craneana e agravamento de lesão
Via terrestre vértebro-medular.
 mais seguro  A decisão de transferência de um doente para outra
 mais espaço para equipamento de unidade hospitalar, deve ser tomada em conjunto pela
diagnóstico e terapêutica equipa que referência e pela que recebe o doente na
SECUNDÁRIO  menos ruido e vibração unidade de destino
(inter-  menos condicionado pelas condições FATORES QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DE
hospitalar) climatéricas TRANSFERÊNCIA
 mais rápido de mobilizar  Situação clínica do doente: curso da doença, tendência a
 menos indutor de alterações melhorar/deteriorar, benefício esperado
fisiológicas  Intervenções durante o transporte: equipa de
menor custo transferência com formação especializada
Via aérea  Riscos para o doente inerente ao transporte
 acesso por estrada é difícil ou  Condições de transporte: distância, duração, rota,
limitado condições climatéricas, logística
 distâncias longas: mais rápido  Custo relativo das alternativas
TERCIÁRIO
(intra-  ex: emergência e UCI, BO
hospitalar)
ESCOLHA DO MEIO DE TRANSPORTE
 Patologia e a situação clínica do doente (necessidade de
procedimentos médicos durante o transporte)
 Possíveis efeitos adversos do movimento sobre o doente
 Disponibilidade da equipa de transporte e equipamento
adequado ao transporte
 Distância/duração do transporte favorável a
helitransporte (transporte superior a 50 Km e/ou superior
a 30 minutos com tempo previsível igual ou inferior ao
transporte terrestre)
 Fatores geográficos
 Urgência/prioridade do transporte
 Emergente: prioridade absoluta e sem demora tendo em
conta o risco de vida envolvido com o atraso de
diagnóstico e terapêutica
 Urgente: patologia que acarreta risco de vida mas em que
o centro emissor do transporte assume que pode ser
efetuado em algumas horas
 Eletivo: não precisa de ativação imediata
 Condições/risco do transporte aéreo
 Relação custo-benefício
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TIPOS DE AMBULÂNCIA
A Ambulância de transporte Transporte
1 (doentes cuja situação crítica não individual
A prevê assistência durante o Transporte múltiplo
2 transporte) (7 doentes sentados)
B Ambulância de Socorro SBV (e DAE)
Ambulância de Cuidados
C SAV
Intensivos

NECESSIDADE DE ESTABILIZAÇÃO
Avaliação da distância a percorrer e o respetivo tempo de
trajeto estimado
Perceção de objetivos fisiológicos a manter durante o
transporte
Seleção adequadas de equipamento e terapêutica
Seleção dos meios adequados de monitorização
Previsão com antecipação de possíveis complicações
Maior risco: primeiros 5 minutos do transporte, na
PLANEAMENTO passagem do doente e no transporte prolongado > 30 min.
Coordenação

Documentação Comunicação

Transporte Estabilização

Equipamento Equipa

 Contacto prévio e personalizado com hospital/serviço de


destino
 Localização exata do destino
 Escolha/validação do nível de cuidados necessários
 Identificação do percurso mais rápido
 Verificação das condições climatéricas
 Identificação do médico responsável pela transferência e
pela receção do doente
 Verificação/preparação de todo o equipamento
 Identificação da duração total da transferência (ex. O2 e
baterias)
 Elaboração da nota de transferência (identificação do
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doente, hipóteses de diagnóstico e motivo de ex. extubação ET, perda de acesso venoso, avaria
transferência) ventilador transporte, exteriorização ou clampagem de
 Processo do doente (registos médicos, enfermagem, dreno torácico, falta de bateria de equipamentos.
exames laboratoriais e imagiológicos)
 Fornecer informação ao doente e família
 Plano alternativo
EQUIPA DE TRANSFERÊNCIA
 Atua em circunstâncias complexas
 Necessita ter competências especializadas: transporte
doente crítico
 Inclui médico e enfermeiro
 Atribuição de funções especificas a cada membro da
equipa de transporte contribui para otimizar o processo
de cuidados
EQUIPAMENTO PARA MONITORIZAÇÃO
> O que deve ser monitorizado?
 ECG;
 FC e PA (Pressão invasiva preferencialmente ou
pressão não invasiva);
 SpO2;
 Capnografia (capnograma e EtCO2);
 Temperatura.
EQUIPAMENTO PARA SUPORTE
RESPIRATÓRIO
 Estetoscópio;
 Máscaras de oxigénio;
 Adjuvante básicos da VA;
 Máscaras laríngeas;
 Tubos endotraqueais;
 Câmaras expansoras para fármacos inalados;
 Cilindros com O2 e ar pressurizado;
 Insufladores manuais com válvula de PEEP e saco
reservatório para O2
 Equipamento de aspiração: aspirador, sondas Yankauer
e sondas de aspiração flexíveis; CONDIÇÕES TÉCNICAS PARA O EQUIPAMENTO
 Kit de laringoscopia com condutor e pinça Maguil; DE TRANSPORTE
 Kit de cricotiroidotomia; Qual o peso limite para a maca no transporte de
 Equipamento de drenagem pleural emergente; ambulância ou helicóptero?
 Válvulas de Heimlich; Quais os limites máximos dos ventiladores de transporte?
 Oximetro e capnómetro; (ex. pressão pico, ventilação/min)
 Ventilador portátil (com alarme de desconexão e PEEP Verificar a corrente elétrica no veículo: a corrente alterna
disponível). de 220V está disponível? (Estão disponíveis baterias de
EQUIPAMENTO PARA SUPORTE reserva?)
CIRCULATÓRIO Qual o tipo de equipamento e monitorização que será
 Monitor/Desfibrilhador/Pace externo; necessário usar durante a transferência e que pode
 Monitorização invasiva e não invasiva; interferir na eletrónica da ambulância/helicóptero?
 Catéteres para acessos venosos (periféricos e centrais) Quais as intervenções especializadas que podem ser
e arteriais; executadas no veículo?
 Soros (e mangas de pressão); (ex. desfibrilhação no helicóptero, balão intra-aórtico com
 Sistemas de soros e prolongamentos; contra pulsação na ambulância)
 Torneiras de 3 vias;
 Bombas e seringas infusoras;
 Seringas e agulhas;
 Elétrodos multifunções (desfibrilhação, pace externo, Em transportes específicos pode ser necessário o
monitorização). tratamento de condições como:
 Aumento da PIC;
OUTRO EQUIPAMENTO  Atonia uterina;
 Sondas gástricas e sacos de drenagem;
 Cateteres urinários e sacos coletores;
 Luvas;
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 Contenções físicas para doentes;  Depressão narcótica;
 Kits cirúrgicos (ex. técnicas invasivas, suturas);
 Material de trauma (ex. talas, plano duro, colares
cervicais);
 Mantas térmicas;
 Compressas, ligaduras, pensos;
 Equipamento de comunicações (ex. telemóvel, rádio);
 i-Stat;
 Kit obstétrico.
FÁRMACOS
Devem estar disponíveis os fármacos que permitam
abordar as seguintes emergências:
PCR (fármacos de SAV);
Entubação endotraqueal;
Hipotensão ou Hipertensão;
Arritmia cardíaca;
Anafilaxia;
Broncoespasmo;
Hipoglicémia;
Convulsões.
EFETIVAÇÃO DO TRANSPORTE
 Equipa de transporte
FÁRMACOS À DISPOSIÇÃO DA EQUIPA DE
 Responsabilidade técnica e legal até ao momento de
TRANSPORTE
entrega do doente ao médico do serviço destinatário ou
no regresso ao serviço de origem
Adenosina Labetalol
 O nível de cuidados durante o transporte não deve ser
Adrenalina Lidocaína
inferior ao verificado no serviço de origem
Amiodarona Manitol
INÍCIO E EFETIVAÇÃO DO TRANSPORTE Atropina Metilprednisolona
 Trajeto até à ambulância Bicarbonato de Midazolam
 Colocação na ambulância sódio Morfina
 Chegada ao hospital/serviço de destino Captopril Naloxona
 Passagem do doente Diazepam Nitroglicerina
 Registos Dinitrato de Noradrenalina
 Regresso hospital origem Isossorbido Paracetamol
RISCOS NO TRANSPORTE DO DOENTE CRÍTICO Dobutamina Propofol
 Avaliação inicial do doente incorreta Dopamina Salbutamol
 Via aérea comprometida (equacionar entubação e Etomidato Succinicolina
sedação) Fenobarbital Sulfato de
 Complicações técnicas (acessos venosos periféricos: Furosemida Magnésio
mínimo 2 de grande calibre) Gluconato de cálcio Tiopental sódico
 Deterioração fisiopatológica: instabilidade Glucose hipertónica Vecurónio
hemodinâmica Heparina Verapamil
 Doentes com aumento da PIC impossibilidade de elevar Insulina Actrapid Cristalóides/
o tronco do doente durante a viagem Isoprenalina colóides
 Monitorização inadequada -> inexistência de PREPARAÇÃO DO INÍCIO DO TRANSPORTE
equipamentos/interfaces para a monitorização adequada  Observação do doente
ou devido a artefactos causados pelo transporte  Rever a história clínica e exames complementares
 Riscos relacionados com suporte ventilatório  Passagem de informação formal à equipa de transporte
 O doente agitado -> maior indução de estímulos pelo pelos enfermeiros e médicos do serviço de origem
movimento  Observação clínica: metodologia ABCDE
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS  Fixação de acessos venosos, TET, SNG, cateter vesical
 O médico que acompanha o doente em quaisquer (minimizar o risco de exteriorização)
circunstâncias do transporte (primário, secundário ou  Mudança para a maca de transporte
intra-hospitalar) é responsável pelos cuidados  Observação clínica do doente/dispositivos e
ministrados até à sua entrega no serviço/instituição de equipamentos
destino.  Fixação do doente à maca de transporte
 As instituições são responsáveis pela organização dos  Verificação final
meios necessários para que o transporte de doente se  Funcionamento do sistema de comunicações (telemóvel,
coadune com as normas de boas práticas em vigor SIRESP)

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