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TERAPIA INTENSIVA

ESCOLA DE ENFERMAGEM SANTA CLARA


TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO

Prof. Enfª. Laura de Oliveira Cravo


TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO

• As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são setores complexos do


hospital, destinadas ao atendimento de pacientes graves, que
demandam espaço físico específico, recursos humanos especializados
e instrumental tecnológico avançado.

• Apesar de toda a sofisticação das UTIs nem todos os exames ou


cuidados necessários ao paciente podem ser oferecidos à beira do
leito.
TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO
• Com frequência o paciente necessita de transporte intra-hospitalar
que é o encaminhamento temporário ou definitivo de pacientes
críticos, por profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar,
seja para fins diagnósticos ou terapêuticos.
• É um período de potenciais complicações visto que o paciente está
fora do ambiente de cuidados intensivos e vulnerável a fatores que
podem culminar em alterações hemodinâmicas rápidas, progressivas
e evitáveis.
• A decisão de transportar um paciente crítico é baseada na avaliação
dos potenciais benefícios do transporte.
TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO

• Os estudos têm documentado os eventos adversos relacionados às


variáveis como equipe multidisciplinar, equipamentos e alterações
fisiológicas inerentes ao paciente e, nesse sentido, a segurança do
paciente, no cenário do transporte, tem sido facilitada pelo
desenvolvimento de equipamentos próprios, equipes treinadas e
desenvolvimento de protocolos específicos, visto que se trata de uma
população com grandes chances de complicações e de instabilidade
inerentes à doença de base.
TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO

• O sucesso no transporte intra-hospitalar depende diretamente do


planejamento e da atuação organizada da equipe multiprofissional,
bem como da escolha de equipamentos adequados.

• Nesse âmbito, um aspecto importante no transporte do paciente é a


comunicação prévia das informações necessárias entre a equipe que
transporta o paciente e aquela que irá recepcioná-lo, de forma que
não seja comprometida sua segurança e a continuidade dos cuidados
de saúde seja reforçada.
TRANSPORTE DO PACIENTE CRÍTICO
• 10 passos para um transporte seguro:
1. Checagem pré-transporte:

• Confirmação que o local de destino está apto a receber e iniciar


imediatamente a tarefa programada – exemplo: Tomografia, Diálise.
Estabelecer contato com a equipe para informar a situação clínica do
doente que será transportado.
2. Equipe:

• Designação de, pelo menos, dois profissionais treinados, médico e/ou


enfermeiro, para acompanhar o procedimento de transferência
temporária ou definitiva.
3. Registro das condições iniciais do paciente: 

• Velocidade de infusão das bombas infusoras, modo e parâmetros


ventilatórios, posição no leito.
4. Teste dos equipamentos mínimos:

• Monitor cardíaco, de pressão arterial e oximetria de pulso;


• Fonte de oxigênio com a capacidade necessária prevista para o tempo
de transporte, com reserva  adicional para tempo;
• Equipamentos para parada cardiorrespiratória e acesso às vias aéreas –
material para intubação orotraqueal, dispositivos ventilatórios: cateter
nasal de oxigênio, nebulizadores, máscara de nebulização, fármacos;
• Ventilador portátil;
• Dispositivo bolsa-válvula-máscara (“Ambu”) conectado ao cilindro de
oxigênio.
5. Rever as contra-indicações ao transporte:

• Número insuficiente de profissionais treinados;


• Incapacidade de assegurar suporte ventilatório, hemodinâmico
durante o transporte ou o tempo de permanência no setor de
destino;
• Instabilidade clínica (relativa): hipotensão e uso de drogas vasoativas
em doses elevadas;
• Impossibilidade de monitorização contínua.
6. Condições ideais de monitorização durante o
transporte:

• Monitorização cardíaca;
• Oximetria de pulso;
• Pressão arterial (PIA);
• Frequência respiratória;
• Capnografia;
• PEEP.
7. Revisão dos equipamentos invasivos:
• Cateteres venosos: Fixação adequada, para evitar trações pelo equipo; Atentar, também,
se o volume disponível de solução sendo infundida é suficiente para o tempo previsto de
transporte.

• Dreno de tórax: Clampeá-lo para o posicionamento do paciente na maca. Posicionar o


frasco em nível abaixo do ponto de inserção no tórax.

• Bombas de infusão: Fixá-las adequadamente e garantir que a bateria esteja com carga.

• Sondas nasogástrica e vesical: Podem ser clampeadas por curto período e ser


transportadas no mesmo nível do paciente; Lembrar de retorná-las à configuração inicial
tão logo for possível.
8. O Transporte:

• Planejar para que seja feito no menor tempo possível;


• Cuidado especial na transferência para maca de transporte. Checar se o
paciente não está com contenções nos membros (evitar trações);
• Configurar o ventilador de transporte com parâmetros compatíveis com o
modo ventilatório prévio. Se necessário, elevar a fração inspirada de
oxigênio;
• Cuidado com as principais causas de erro: deslocamento da cânula
endotraqueal, perda do suprimento de oxigênio, mau funcionamento do
equipamento por falta de energia, bateria descarregada ou danificação do
aparelho, perda de cateter endovenoso ou sonda por tração.
9. Estabilização pós-transporte:

• Rever parâmetros de monitorização: atenção aos parâmetros


hemodinâmicos e ventilatórios;

• Coleta de gasometria arterial. Quando indicado, coletar um exame


pré-transporte, para que sirva como parâmetro comparativo.
10. Registro:

• Anotar no prontuário o procedimento realizado, incluindo o motivo


da transferência, tempo de transporte, as alterações fisiológicas e
eventuais intercorrências.

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