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A ADMINISTRAÇÃO DA INOVAÇÃO NO
MERCADO FONOGRÁFICO:
O CASO DA SONY MUSIC BRASIL
RESUMO
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Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Admi-
nistração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e Mestranda do Pro-
grama de Pós-Graduação em Administração da FEA/USP. E-mail:
isabelmd@zaz.com.br.
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Graduado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro. Ocupa o cargo de Supervisor de Marketing Especial na Sony
Music Brasil. E-mail: marcos_fabricio@sonymusic.com.
Outubro de 1999
INTRODUÇÃO
A disciplina administração da inovação ainda é muito recente no Brasil. Existem poucos casos regis-
trados desta prática em empresas brasileiras. Neste quadro, qualquer trabalho descritivo é importante para
montar um painel na administração da inovação no país.
O mercado fonográfico é um excelente campo para este estudo, já que a inovação é o principal fator
crítico de competitividade para o setor, como será visto a seguir. O setor tem apresentado um excelente
crescimento nos últimos anos e o Brasil já se posiciona em sexto lugar no ranking mundial, por fatura-
mento. Além disso, a riqueza cultural brasileira faz com que seja o único país do ranking, além de Estados
Unidos e Inglaterra, em que os produtos de origem nacional tenham uma fatia maior no faturamento do
que os internacionais. Os discos nacionais representam cerca de 60% das vendas.
A Sony Music é a segunda maior empresa do setor no mundo, portanto acredita-se que as suas práticas
de gestão sejam bastante representativas do mercado. Espera-se, portanto, que este estudo descritivo seja
significativo tanto para os interessados na situação atual da Administração da Inovação no Brasil, quanto
para quem deseje um maior conhecimento dos procedimentos do mercado fonográfico.
O trabalho se inicia com um panorama atual do setor, incluindo dados como ranking mundial, tamanho
do mercado no Brasil e participação das empresas brasileiras do setor. Nesta seção também são levantados
os fatores críticos para a competitividade no Mercado.
A seguir, procura-se categorizar as inovações neste setor, a partir do Transilience Map, sugerido por
Abernathy e Clark (1985). O objetivo é dar ao leitor uma visão geral da inovação no mercado fonográfico
e introduzir o foco do trabalho, que são as inovações de nicho.
Na seção seguinte apresenta-se a estrutura para inovação na empresa, a partir do organograma mundial
e brasileiro. São descritos em detalhe os departamentos mais diretamente ligados à inovação, que são
Marketing/ A&R e Vendas.
Na seção intitulada “Fontes da Inovação”, descrevem-se as principais fontes de geração de idéias para
os lançamentos. A seção contém, também, uma classificação geral dos tipos de projetos desenvolvidos
pela empresa e da origem dos mesmos.
Por fim, a seção “O processo de desenvolvimento” discorre sobre a seqüência de etapas até a execução
final de um projeto, baseando-se no modelo de Clark e Wheelwright (1993).
Panorama do Setor
O Brasil é o sexto maior mercado mundial de produtos fonográficos, conforme pode ser observado no
ranking dos países por faturamento, tabela 1. Em 1998, o Brasil faturou aproximadamente US$ 794 mi-
lhões com a venda de 102 milhões de unidades. O setor vinha crescendo em média 20% ao ano até 1998.
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TABELA 1
Ranking por Faturamento - 1998
1- EUA
2- Japão
3- Alemanha
4- Inglaterra
5- França
6- Brasil
7- Canadá
8- Austrália
9- Holanda
10- Itália
Principais Participantes
O mercado mundial da música é composta por seis grandes multinacionais, cujas participações de mer-
cado mundial estão apresentadas na tabela 2.
No Brasil, o faturamento do mercado em 1998 foi de US$ 795.988.561, e a participação por empresa
pode ser observada na tabela 3.
O primeiro item é responsável pôr, aproximadamente, 70% da receita. É justamente nele que se con-
centra o esforço para o estabelecimento de um novo artista/ música.
O mercado fonográfico vive do sucesso e do imediatismo - o "lançamento". Isso não significa que não
haja esforço nem interesse para estabelecer um artista no mercado. Aliás, esse é o maior desafio das gra-
vadoras - tornar um artista efetivo pelo máximo de tempo possível. No entanto, tudo gira em torno da
novidade, já que os lançamentos representam um percentual tão alto da receita. Por isso a administração
da inovação tem um papel fundamental para o mercado.
Os veículos de comunicação (rádio, TV e Imprensa) estão fortemente ligados às operações do mercado.
A promoção dos lançamentos dá-se de forma espontânea, ou seja, através da publicidade, conforme o
conceito da American Marketing Association, em apresentações, entrevistas, reportagens etc. A propa-
ganda, embora exista e com verbas altíssimas, acontece de forma coadjuvante ao papel da mídia de massa.
Como os meios de comunicação vivem do momento, do que é notícia, o mercado fonográfico anda no
mesmo ritmo.
Isso é facilmente identificado quando se conhece o portfólio de produtos de uma gravadora que pode
ter de cinco a dez lançamentos por mês.
Paralelo ao trabalho prioritário dos lançamentos existe ainda o trabalho para os produtos que fazem
parte do catálogo. O catálogo envolve uma grande quantidade de títulos que são trabalhados até o mo-
mento em que não atingem mais um nível mínimo de vendas. Quando isso acontece, os títulos são coloca-
dos “fora de catálogo”, com a possibilidade de serem relançados conforme oportunidade futura. Por
exemplo, uma música antiga que entra na trilha sonora de uma novela e volta novamente a fazer sucesso
pode ser uma oportunidade para o relançamento de uma obra original de um determinado artista.
A concorrência no mercado fonográfico existe e é acirrada, embora um artista ou estilo não brigue di-
retamente na decisão da compra. Isso significa que, por exemplo, um fã do Ara ketu (Sony Music), a
priori, não deixa de comprar um CD da Banda Eva (Universal) só porque as duas bandas são do mesmo
gênero, ou de gravadoras diferentes. O trabalho artístico é individual. A decisão de compra do consumidor
se dá, na maioria das vezes, por razões emocionais, por gostar da música, do artista, etc. Fatores como o
nome da gravadora, produtor musical, confiabilidade, qualidade de fabricação não são relevados pelo con-
sumidor.
De acordo com Abernathy e Clark (1985), as inovações podem ser categorizadas em quatro grupos,
conforme a capacidade das mesmas de influenciarem os sistemas estabelecidos de produção e marketing.
A esta capacidade os autores chamam Transilience. A categorização se dá de acordo com dois parâmetros:
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Mercado/ Clientes: relacionamento com a base de consumidores, aplicações para o cliente, canais
de distribuição e serviço, conhecimento do consumidor, etc.
Com base no impacto sobre estes parâmetros as inovações podem ser Regulares (ou incrementais), Re-
volucionárias, Arquiteturais e de Nicho. O Transilience Map, reproduzido a seguir, sintetiza esta categori-
zação.
Transilience Map
Aplicando o Transilience Map para o mercado fonográfico pode-se observar os seguintes tipos de ino-
vação:
Arquitetural
Regular
São exemplos de inovação regular todas as evoluções de formatos gerados a partir da tecnologia de
leitura óptica como CD ROM, CD Plus, CD Extra, MD e DVD. Tratam-se de evoluções que adicionam
elementos ao CD, permitindo novas utilizações como utilização de imagens, vídeos, fotos, maior capaci-
dade de armazenamento, etc. Não constituem-se como revolucionárias nem arquiteturais porque não tor-
nam obsoletas a tecnologia do CD.
Revolucionária
A Phillips e a Sony, em conjunto, desenvolveram, em 1978, o áudio compact disc (CD). A Phillips já
havia desenvolvido reprodutores de discos a laser comerciais e a Sony possuía uma década de pesquisas
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em gravação digital. Por volta de 1982, as duas empresas anunciaram o padrão criado com 5 polegadas e
12 centímetros de diâmetro, que incluía especificações para gravação e criação de modelos.
A Sony e a Phillips são as precursoras da tecnologia óptica que deu origem ao CD de áudio. O docu-
mento gerado com as normas de produção deste novo formato é chamado de Red Book.
O novo formato, estabelecido em fins da década de 80, veio substituir completamente e em curtíssimo
prazo o LP, formato mais utilizado por mais de cinco décadas.
O CD representou um avanço tecnológico em qualidade de reprodução de áudio, a partir da leitura de
dados digitais. O novo formato além de maior qualidade sonora, que fez desaparecer os "chiados" do vinil,
também tem um manuseio mais prático, pois é menor e requer menos cuidados.
Em 1993, a Sony Brasil investiu na criação de uma planta para fabricação de CDs, que atuava paralela
à fabricação de LPs e cassetes. A fábrica inicialmente começou com uma capacidade fabril de um milhão
de unidades por mês, atualmente tem dez vezes essa capacidade. Dois anos depois toda a produção de LP
foi desativada, o mesmo acontecendo com a produção em cassete um ano mais tarde.
A mudança do formato LP para CD revolucionou por completo o mercado, no entanto, não representa
aumento de demanda. O novo formato gerou uma migração completa, mas não penetrou em novos nichos
de mercado.
De Nicho
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A Estrutura para Inovação na Empresa
A Sony Music divide seus produtos em quatro selos, sob os quais lança seus produtos. O selo Classical
trabalha música clássica e erudita. O Sony Wonder é o selo infantil. Mas os selos mais importantes da
empresa são o Epic e o Columbia. O primeiro, apesar de bastante eclético, é voltado basicamente para
MPB, Pop, Rock, e música de vanguarda, incluindo artistas como Cidade Negra e Djavan. O Epic contem
um subselo, chamado Caos, para propostas mais alternativas, entre elas Planet Hemp, Skank e Gabriel
Pensador. Enfim há o selo Columbia, que abrange todo tipo de música mais popular, como Ara Ketu, a
dupla Zezé di Camargo e Luciano e Roberto Carlos. O Columbia contém os subselos Butiquim e Oásis. O
primeiro dedicado ao Pagode, incluindo artistas como Karametade e Martinho da Vila, e o segundo, dedi-
cado ao Forró, que inclui as bandas Magnificus e Limão com Mel.
Obviamente, estes selos não são herméticos. Uma artista como Angélica, apesar de ser voltada para o
público infantil, não é trabalhada no selo Sony Wonder, mas sim no Columbia.
Para uma melhor compreensão do processo de inovação, apresenta-se a seguir a estrutura organizacio-
nal da empresa.
No Brasil
A Sony Music Brasil está dividida, conforme o organograma abaixo, em cinco diretorias: Jurídica; de
Marketing e A&R (Artista e Repertório); Financeira e Administrativa; Produção; e Vendas.
Presidente
As diretorias diretamente ligadas ao processo de inovação aqui tratado são a de Marketing/ A&R e a de
Vendas. Portanto, a seguir, serão descritas mais detalhadamente.
Marketing Nacional
Marketing Internacional
Ambos os departamentos são responsáveis pelas estratégias de lançamentos, tendo como diferença o
foco em artistas nacionais ou internacionais. Juntos estes departamentos são também chamados de
marketing regular, em oposição ao departamento de marketing especial. Trabalham diretamente com o
artista nos novos trabalhos fonográficos (CDs, cassetes, etc.). Para cada novo produto concebem a estraté-
gia de promoção e, juntamente com a diretoria de vendas, a estratégia de preço. A estratégia de distribui-
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ção é padrão para todos os lançamentos. Distribui-se para todo o país, mas pode-se enfatizar determinadas
regiões, de acordo com a receptividade do mercado, que é avaliada pelos representantes locais (ver direto-
ria de vendas).
Marketing Especial
A diferença deste departamento para os outros é que não produz nem grava artistas. Trabalha somente
com músicas já existentes. A exceção é o selo infantil, o Sony Wonder, para o qual pode acontecer produ-
ção.
As principais funções do Marketing Especial são estabelecer estratégias de lançamento (no caso do
selo infantil) e retrabalho (no caso de artistas fora de catálogo que são relançados), montar coletâneas
temáticas (por exemplo: “O melhor do pagode”), administrar novos canais e desenvolver produtos espe-
ciais, voltados para empresas.
Um dos novos canais administrados por este departamento é o catálogo musiclub. Tratam-se de vendas
do tipo “clube”, que funcionam da seguinte forma: através de um catálogo encartado nas revistas Abril, o
consumidor se associa ao clube e estabelece um contrato, no qual se compromete a realizar compras pe-
riódicas em troca de preços promocionais e entrega a domicílio dos produtos.
Um outro canal que vem sendo desenvolvido pelo departamento é a venda direta, através da televisão.
Através deste canal são vendidos produtos disponíveis exclusivamente por este meio.
Os produtos especiais são artigos desenvolvidos para empresas, com o objetivo promocional, ou seja,
brindes. Geralmente o repertório é escolhido pela gravadora em conjunto com a própria empresa, ou com
uma agência de propaganda que a represente, que também é responsável pelo desenvolvimento da parte
gráfica do CD.
Rádio
TV
Imprensa
O papel da mídia espontânea (publicidade) é muito maior na estratégia promocional do que o da mídia
paga (propaganda). Todo lançamento depende de cobertura jornalística que é a mais eficiente forma de
divulgação. Por isso os profissionais dos departamentos de Rádio, de TV e de Imprensa (jornais e revistas)
são responsáveis por maximizar a exposição dos artistas da gravadora nos meios de comunicação. Assim,
procuram encaixar estes artistas nos programas e reportagens e, muitas vezes, os acompanham nas entre-
vistas.
Serviços Criativos
Agência house de material gráfico. Está a cargo desse departamento a realização da parte gráfica dos
produtos (capas, selos internos e encartes) e do material básico de divulgação e de merchandising (posters,
releases, anúncios, colantes, etc.). Às vezes esses serviços são terceirizados, de modo que a gravadora
pode ou não, ter os artistas gráficos, ilustradores e fotógrafos contratados. Muitas vezes é apenas um ge-
rente gráfico que coordena e administra o serviço de pessoas ou firmas contratadas.
As funções do diretor de A&R são as de atrair e contratar artistas - novos ou já estabelecidos - e manter
os que fazem parte do Cast (Portfolio) de artistas, além de traçar um plano de carreira para o artista na
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companhia. Essa pessoa é responsável pelos lançamentos da gravadora num determinado período - cha-
mado de Suplemento. Por isso deve estar atenta às tendências do mercado através de revistas especializa-
das, jornais e TV’s, e em contato com empresários, produtores, músicos e outras fontes de informação.
A pessoa de A&R deve tentar contratar artistas que cubram todas as faixas de mercado existentes, bus-
cando produtos de sucesso garantido junto ao seu público alvo. No exterior, as grandes gravadoras têm um
diretor de A&R para cada segmento de mercado (Rock, Jazz, Country, Clássicos, etc.). No Brasil, dois
diretores de A&R cobrem os dois selos, Epic e Columbia.
Desenvolvimento Internacional
Novas Tecnologias
Diretoria de Vendas
Gerências Regionais
Existem três gerências regionais. Uma para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, outra para as
regiões Sul e Sudeste, e outra para o estado de São Paulo. Sob a coordenação destes gerentes estão 38
representantes exclusivos de vendas. Estes representantes atuam junto aos atacadistas e principais varejis-
tas. Os discos ou fitas são normalmente vendidos (e não consignados).
Merchandising
Este departamento trabalha muito próximo à diretoria de marketing, tendo como principal função o
desenvolvimento de material promocional para os principais pontos-de-venda. Sua atuação é concentrada
no Rio e em São Paulo. No resto do Brasil, a promoção no ponto de vendas não tem um trabalho especial,
somente um material básico (posters, banners, etc), executado pelo departamento de serviços criativos,
que é distribuído pelos representantes de vendas.
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Mídia
É responsável pela propaganda nos principais meios de comunicação. Estão entre suas funções a nego-
ciação de espaço publicitário com os veículos e a intermediação com as produtoras de vídeo ou áudio, que
realizam os comerciais.
No Mundo
A Sony Music Brasil está diretamente subordinada à Sony Music América Latina, conforme pode ser
observado no organograma a seguir. Assim como no Brasil, a Sony mantém filiais nos principais países
latino-americanos. A Sony Discos, que também está subordinada à Sony Music América Latina é uma
divisão americana que só trabalha artistas internacionais de língua latina.
Na divisão latino americana da Sony, há uma estrutura equivalente à brasileira, entretanto, às diretorias
da filial brasileira, correspondem, na matriz, às vice-presidências. Portanto, cada uma das diretorias brasi-
leiras responde diretamente à vice-presidência equivalente latino americana.
Fontes da Inovação
A geração de idéias seja para um novo gênero, um novo artista ou um novo álbum se dá quase que ex-
clusivamente através do que Leonard-Barton (1995) chama de design empático. Esse nome vem da idéia
de que a empresa precisa de alguma forma se sentir “na pele” do consumidor. No caso da Sony Music, as
fontes de idéias são o que Leonard-Barton classifica como Developer’s Market Intuition, ou seja, a intui-
ção de mercado dos desenvolvedores, que além de serem usuários (ouvintes de música), são também
experts no setor. A área de Marketing também pode recorrer, quando necessário, aos departamentos de
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Rádio e de TV, que realizam um acompanhamento sistemático de audiência dos programas, que muitas
vezes podem gerar um novo produto.
Outra fonte utilizada pela Sony é o que Leonard-Barton nomeia de Anthropological Expeditions, que se
trata da imersão dos próprios desenvolvedores no ambiente do consumidor. Os coordenadores de projeto
da área de Artista & Repertório vão freqüentemente a shows de artistas novos, viajam pelo Brasil em
busca de tendências e revelações.
A tabela 4 mostra a média de lançamentos por departamento ao ano.
Os projetos da empresa podem ser divididos em regulares, ou seja, aqueles projetos que incluem a gra-
vação de um disco, e projetos específicos, que são compilações de músicas já gravadas. A seguir, apre-
senta-se uma classificação geral das origens dos projetos.
Projetos Regulares
A&R
A inovação aqui surge através da discussão com os artistas e da adaptação do trabalho artístico aos in-
teresses da empresa e do mercado. Estes profissionais sugerem caminhos, repertórios, freqüência de lan-
çamento de discos, etc. O objetivo é tornar o disco o mais comercializável possível, sem detrimento do
trabalho artístico.
A diferença das lançamentos propostos pelo marketing em relação aos de A&R, está no enfoque em
oportunidades de mercado que norteiam os primeiros. Uma das possíveis inovações iniciadas nestes seto-
res são projetos fonográficos não realizados por músicos. Inovações características do departamento de
marketing nacional são os discos da “Tiazinha”. Já o departamento de marketing especial, que tem entre
suas atribuições a linha infantil, tem como um exemplo de inovação o disco dos “Mamíferos”, oportuni-
dade surgida a partir do enorme sucesso da campanha publicitária da Parmalat.
Uma outra inovação típica do departamento de marketing especial são coletâneas em parceria com al-
guns programas de televisão, como por exemplo o “Domingo Legal”, apresentado por Gugu Liberato.
O departamento de marketing nacional também pode sugerir a produção de uma coletânea com um
tema específico, como por exemplo, músicas para a Copa do Mundo. Neste caso, após desenvolver o con-
ceito do disco, entra em contato com o departamento de A&R, que será responsável pela realização.
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Marketing Internacional
De Marketing Internacional (EUA ou Inglaterra) para Marketing Internacional (Brasil): como a lín-
gua inglesa é de aceitação mundial, nestes países não existe uma área de Desenvolvimento Interna-
cional, equivalente à existente no Brasil. A divulgação dos artistas destes países no resto do mundo
é, portanto, uma responsabilidade da área de Marketing Internacional. Existe um procedimento pa-
drão a cada lançamento, que consiste na composição de um relatório com dados como gênero e
vendas no país de origem. O lançamento mundial de artistas destes países (e outros artistas interna-
cionais já consagrados mundialmente) já é previsto inclusive na negociação do valor do contrato
com a gravadora.
Produtos Especiais
São os discos compilados para empresas, que utilizam os CDs como material promocional, por exem-
plo, brindes de final de ano.
São os CDs desenvolvidos especialmente para venda exclusiva através dos canais de venda direta. As-
sim como os produtos especiais, são em geral coletâneas, não envolvem a produção e gravação.
O Processo de Desenvolvimento
Para a descrição do processo de desenvolvimento na Sony Music Brasil, será utilizado o esquema pro-
posto por Clark e Wheelwright (1993).
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Estratégia de tecnologia
Avaliação e
previsão da
tecnologia
Metas e Plano Gerência e Aprendizado
objetivos de agregado execução de e melhorias
desenvolvimento de projeto projeto pós-projeto
Avaliação e
previsão do
mercado
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disco, que contém informações sobre repertório, equipe de produção, número de unidades fabricadas, etc.,
fica localizada no departamento que comandou o lançamento. Mas a empresa está desenvolvendo um
sistema de rede de informações que deverá centralizar em nível mundial todos os dados de projetos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
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