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II O íamoso Ching, "O Livro das Mutações", na ver'
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III dade, era um dos muitos livros que integravam o Ta Pu,
II o Grande Oráculo.
II Nos tempos atuais ainda há muita confusão envolven'
do o I Ching e o T'ai Hsüan Ching. O I Ching baseia-se no
II dualismo Yin Yqng, enquanto o T'ai Hsüan Ching, com
III principios mais antigos, susÍenta a existência de três íor'
III Ças Yin, Yang e Jen, respectivamente forças negativa,
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positiva e de criação de todas as coisas. A representação
do T'ai Hsüan Ching é feita através do diagrama de 4
linha's.
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Após 2.000 anos, Derek Walters resgata através do
I Ching Alternativo todas as bases filosóficas e divinatÓ- q
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rias do T'ai Hsüan Ching. NesÍe livro, primeira versão
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ocidental do T'ai Hsüan Ching, ele comenta como a natu-
reza ternária poderia ter ajudado as modernas teorias da
matematica e da fisica.
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II Alorn disso, Derek apresenta o método de consulta (), =3
II aos 8l tetragramas, iuntamente com o calendário em que
- se busaava o Oráculo, habilmente reconstruido a partir de
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I CHING
ALTERNATIVO

Derek Wolters

Tradução
Bernadette Siqueira Abrão

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[)ados de Catak:gaçâo na Publicaçâo (CIP) lnternacional
(Câmara Brasileira do l,ivro. SP. Brasil)

Walters, Derek, 1936-


t Ching alternativo /* Derek Walters ; tradução
Bernadette Siqueira Abrão. São Paulo : Siciliano, 1989,

Bibliogra [ia.
ISBN 85-267-0216-5

l. Adivinhação 2, I Ching I. Títtrlo.

cDD-I35. i
89-1903 -29q,51482

Índices para catálogo sistemático:


I . Artes divinatórias : Ocultismo 133.3
2. lChing:Livros sagrados chineses 299,51482

'lÍtulo crrigir:al:'l'hc .Alterrrative I Clring


(0 1981 by Derek Walters
.t)ireitos exclusivos para o Brasil ccdidos à
Agêrrcia Siciliano de l-ivros. fornais c Revistas Ltda.
Al. Dino Bueno, 492 CEP 01217 *' São Paulo Brasil
-Siqueira -
T'raduçâo: Bernadette Abrão
Iltvisiu: Clivu lldirorial Ltda, Wen Wang, 1231-1115 a.C., fundador da dinastia Chou c pai de Wu
Impressão: Rumo GráÍica Editora Ltda. Wang, seu primeiro soberano. Wen Wang foi preso durantc a clinastia
Iidíções Síciliano Yin e em seus dois anos de cativeiro dedicou-se a compilar os símbolos
rsllN 85-267-0216-5 do Livro das Mutações.
TNDICE

Introdução 11

Sistemas divinatórios relacionados ao T'ai Hsüan Ching . . . 14

Primeira Parte

O T'ai Hsüan Ching . 23


lntrodução ao T'ai Hsüan Ching . 25
Hsiung
Pequena biografia de Yang 3l
As Edições do T'ai Hsüan Ching. 35
O Calendário do T'ai Hsüan Ching . 34
ConsultandooT'aiHsüanChing. .......57
§egunda Parte

Os Shou 73

Terceira Parte
O T'ai Hsüan Ching e o Pensamento Científico .. . 245

Apêndice

Índice dos títulos em português dos Shou 249


Índice dos títulos chineses dos Shou 26t
Bibliografia 283
Agradecimentos 287
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Os 81 tetragramas, dispostos etl T'icrt"


INTRODUÇÃO

Apesar de muito antigo, o T'ai Hsüan Ching é um livro


divinatório que até hoje traz importantes implicações para a ma-
temática e a ciência. Compilado pelo filósofo Yang Hsiung há
dois mil anos, ele permâneceu no esquecimento simplesmente
porque suas extraordinárias qualidades foram compreendidas
apenas por alguns poucos sábios mais perspicazes. Na verdade,
a aparente semelhança com o I Ching acabou se tornando o
grande obstáculo que impediu seu reconhecimento por um núrne-
ro maior de leitores capazes, aliás, de disseminar os ensina-
-
mentos dessa obra clássica tão rapidamente a ponto de dissolvê-
la num pastiche de pouco valor literário. Seus difamadores têm
feito vista grossa a inúmeros pontos vitais. Em primeiro lugar,
o T'ai Hsüan Ching é principalmente uma obra divinatória; em
segundo, um tratado de filosofia. Nem Nostradamus nem Newton
são lidos pelo valor literário que possam ter. Em terceiro lugar,
o compilador Yang Hsiung declarou ter estabelecido critérios
completamente diferentes daqueles aceitos como literários em

l1
lul úpoea. "O csscucial, para unr escritor", assinalou ele nurna Os críticos que sustentam ser o T'ai Hsúan Ching mer.a e
pfssagcm citada por Feng Yu Lan, em Uma história da lilosoliu pálida imitação do I Ching inexplicavelmente não levam em con-
cltincsu, "ó seu envolvimento com a obra, sua espontaneidade... sideração inúmeros problemas. Os textos dos 64 hexagramas
lile não deve descartar aquilo que lhe vem espontanear:lente nem (descontados os "comentários", acrescentados mais tarde) são
sc esforçar quando a inspiração não aparece, A questão é gostar reuniõr:s de frases heterogêneas que variam de fórmulas mágicas
do conteúdo da obra; aumentá-la a fará supérflua; diminuila (especialmente o primeiro) a poemas (como no hexagrama 48,
serrÍ o nresmo qr"re prejudicá-1a." o Filho clo Bem). Muitos repetem largos trechos de outros hexa-
AIém disso, outro ponto que parece ter sido ignorado é o gramas. A ordem em que estão dispostos tambérn parece alea-
fato de o I Ching não ser o primeiro nem o único método divi- tória pelo menos não existe nenhuma explicação plausível
natório por diagramas. Tampouco ficou confinado à China. A -
para a seqüência. |á o T'ai Hsüan Ching, ao contrário, é um
rabdomancia (varas pelas quais os diagramas do I Ching são trabalho extremamente sofisticado. A ordem dos diagramas tem
calculados) era conhecida pelos gregos como prática cítica, o uma seqüência lógica, permeada por uma unidade filosófica.
que sugere que a arte deva ter sido introduzida na China pelos Quanto aos textos, embora yariados, indubitavelmente foram
videntes mongóis, Por outro lado, o Livro da sorte cle Napoleão reunidos com cuidado.
que usa diagramas similares arroga-se origens egípcias O I Ching não passa de uma coleção de ditos populares
-muito antigas. Dois outros métodos-- de adivinhação semelhantes
que só se transformou numa obra completa depois da maturi-
ao IChing são mencionados na literatura clássica: o Lien Slrarr dade. O T'ai Hsüan Ching é tão mais coerente que nem sequer
(Cordilheira), provavelmente criado pelo legendário filósofo Fu pode ser comparado ao I Ching. Os principais enganos, porém,
Hsi, e o Kuei Tsang (Volta às Origens da Vida), atribuído ao residem na negligência a que é relegado o lado filosófico do T'ai
igualmente legerrdário imperador amarelo (Shang) Huang Ti. Hsüan Ching e que, resumidamente, sustentâ a existência de
Além disso, diversas evidências arqueológicas têm sugerido que três forças atuantes na natureza. Duas delas, o Yin e o Yang,
a maioria das tribos possuía seus próprios sábios, praticantes de representam respectivamente as energias negativa e positiva do
diferentes sistemas de adivinhação, que clregam a usal' quatro e eletromagnetismo. A terceira força explica a criação de tudo
oito linhas ao invés das seis lrabituais. quanto seja verdadeiramente novo. Com o Yin e o Yang não há
De todos esses métodos, o I Ching é o único que ostenta o nada de novo sob o sol. Se todas as coisas são classificadas a
título de "mutante". Chamá-lo de "o livro das mutaçoes" implica partir desse dualismo, então ele pode explicar somente aquilo
aceitar que os outros sistemas não sejam nrutantes, embora o que já existe. Não importa quantos produtos ou idéias resultem
título alternativo, "Chou I ", signifique "transformaçoes de da ação desses dois pólos nada de inteiramente novo pode
Chou" (leia-se dinastia Chou) e insinue que poderiam ter exis- ser criado, As novas idéias,- e as novas espécies, só existem a
tido outros "livros de mutações". Talvez o da dinastia Han te- partir de uma terceira força criativa. É mais do que conhecido
rrha sido o últirno e o da Shang, o primeiro. Mas os documetrtos o fato de o computador produzir apenas aquilo para o que foi
que podem ptovar fatos como esses foram descobertos recente- programado; é preciso que a mente humana gere novos concei-
mente e ainda estão sendo analisados na China. Por enquanto, tos. A terceira força, segundo o T'ai Hsüan Ching, chama-se
o que diferenciaria o I Ching dos outros mótodos seria apenas o len (Homem, Gênero Humano). As implicações dessa teoria
sisterna de hexagramas "mutantes". radical são discutidas mais adiante, no capítulo "O T'aí Hsüan

ll 15
Chirrg c o pensamento científico". Portanto, longe de "imitar" comentário e uma interpretaçâo. Mas o texto básico é aquele
o I Ching, o T'ai Hsüan, com seus diagramas de quatro linhas, que segue o diagrama. Apesar de antigo, o livro é bastante hete-
traz princípios bem mais antigos do que as súreviventes ver- rogêneo e varia de um ou dois ideogramas que simplesmente
sões do t Ching. A filosofia das três forças é totalmente diver- indicam boa ou má sorte
-
a versos de significados quase e§que-
gente do dualismo do't Ching. Além disso, por paradoxal que
-
cidos, palavras mágicas, orâções ou fragmentos de alguma velha
possa parecer, o T'ai Hsüan Ching é uma obra de grande origi- rima. Os comentários, as interpretações e a divisão, segundo
nalidade. a opinião geral, foram obra de Wen Wang e seu filho, Çhou
Durante trôs mil anos o I Ching atraiu as atenções dos mais Kung (morto em 1105 a.C.), fundador da dinastia Chou'
devotados estudiosos, enquanto o T'ai Hsüan Ching, embora apa- Existem duas explicações para o desaparecimento do Lien
recendo em inúmeras edições e contando com eminentes sábios Shan e do Kuei Tsang. A primeira diz respeito à hipótese de
chineses entre seus apologistas, foi negligenciado por dois mil que eles tenham se tornado partes de outros livros, pois é impro'
anos. Apenas algumas mensagens foram traduzidas para outros vável que hajam sido destruídos na Queima de Livros. Afinal,
idiomas, particularmente o russo. Contra a maciça coleção de Shih Huang Ti poupou as obras consideradas "práticas", incluí'
duas centenas de volumes dos textos clássicos escolhidos do das aí. as divinatórias e o proprio I Ching. Outra possibilidade é
I Ching temcs somente um punhado de parágrafos sobre o T'ai que esses nomes Lien Shan e Kuei Tsang não tenham
Hsüan, escritos por alguns poucos especialistas. O pequeno - -
pertencido a livros mas sim a métodos de adivinhação. Exemplo
número de pessoas que teye a oportunidade de conhecê-lo ficou disso é o fato de os diagramas do I Ching terem sido seleciona'
surpreso com sua extraordinária habilidade em responder às per' dos através da divisão de um feixe de milefólios (veja a página 65
guntas que lhe são feitas de maneira muito mais direta do que e observe o que resta depois de cada divisão). No I Ching, as
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os obscuros comentários do Ching. Espera-se que as futuras sobras significativas são a 6 e a 9. É possível que outros métodos
pesquisas levem em conta esse aspecto do T'ai Hsüan Ching. tenham sido usados em processos alternativos de seleção, resul-
tando em sobras diferentes, como a 7 e a 8 (veja o artigo de
Sistemas divinatórios relacionados ao T'ai Hsüan Ching Zhang Zhenglang, mais adiante). Alternadamente, a ordem dos
Nos tempos clássicos, o familiar I Ching não passava de diagramas e sua distribuição em determinados versos oraculares
um dos três livros proféticos que formavam o Grande Oráculo pode variar. _Por exemplo: o I Ching tradicionalmente começâ
Ta Pu t.Àhl. Os outros são o l-ien Shan ( it ü) e o Kuei com os diagramas Ch'ien (Paraíso, seco' masculino lZ )
Tsang ( iTfi ), presumivelmente perdidos e supostamente des- =
e K'un (Terra, úmida, feminina tt ), mas recente§ descobertas
truídos na grande Queima de Livros levada a cabo por outro arqueológicas revelaram fragmentos de um texto do I Ching no
imperador amarelo, Shih Huang Ti, em 213 a.C. qual o primeiro símbolo é * Chien (Ferrolho) e o segundo,
O Livro dos ritos de Chou assegura que essas duas obras Ch'uan ( «( ), ou Córrego. Ísso representa não aPenas uma
são similares ao I Ching em muitos aspectos. Portanto, é neçes- ordem diferente de ideogramâs como também nomes'diferentes
sário recapitular, mesmo que brevemente, a natuÍeza do "livro para os diagramas. Zhang Zhenglang (Kaogu Xuebao, l98O'
das mutações". Bastante complexo, ele consiste na interpretação n.o 4) conclui que cada tribo possuía seu sistema divinatório,
de 64 diagramas compostos por linhas inteiras e segmentadas. praticado antes da fundação das cidades, e que os nomes dessas
Cada diagrama tem um nome, seguido de um texto curto, um tribos, seus métodos e cidades acabaram associados'

t4 t5
Os estudiosos aceitam o fato de o sistema de Oito Diagra- L:oln os oito Kua do I Ching chinês nem com os 81 Shou do
nras (Pa Kua), bastante elementar e também atribuído a Fu Hsi, T'ai Hsüan Ching. Ao contrário, têm curiosas marcas verticais
ser mais antigo do que o I Ching. A origem desses oito diagra- em lugar das linhas horizontais, e não se assemelham a nenhum
mas (agora quase sinônimos dos pontos cardeais e exigidos em dos signos chineses. Podem, entretanto, referir-se a outro mé-
cada talismã chinês) deve estar em algum ponto remoto da His- todo divinatório.
tória, em companhia de outro diagrama místico, o Lo Shu (Pin-
tura de Rio) , arranjo dos números de 1 a 9 num mágico quadra-
do matemático (veja a página 60). Logo examinaremos outra
ligação desses nove números místicos, dessa vez com os diagra-
26
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mas de linhas segmentadas,
Além dos diagramas de seis linhas do I Ching (hexagramas) /i/iJ [lil,,
e dos oito diagramas de ftês linhas do Pa Kua, há alguns sinais
curiosos e similares nos ossos oraculares (os mais antigos textos "fA
chineses), nos bronzes usados nos cerimoniais e em outros obje-
lti! 3 )r,,
tos. São diagramas de quatro linhas, divididas em dois ou ftês
segmentos. Muitos significados foram atribuídos a esses diagra-
mas, incluindo a hipótese de eles terem sido apenas uma forma
primitiva da escrita de números ou datas.
Exemplos desses "estranhos sinais" em ossos oraculares
estão em Kaogu (Arqueologia) n." 2, 1981. Os bronzes foram
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descritos num artigo de B. Schindler em Ostasiatische Zeitschrilt,
1915, vol.5, Outras evidências de que os signos são proféticos
encontram-se num artigo também sobre bronzes chamado The ''.üstranhos sinais" gravados em ossos or',lj--a:.i§ (' i (.^-..:-...:i Slt.ri^g c
wonder ol Chinese hronzes, de Li Xuequin. Ele menciona que nos Chou. As de números 28 e 29 representam o Shou 2,; t -'"t, o Shou 27.
vasos de bronze das dinastias Shang e Chou * como nos encon-
llustração retirada do K'ao Ku (Kaagu), 1981, 2, pág. 157.

trados em Chou Yuan, na província de Shanhsi estão graya-


-
dos números remanescentes das marcas dos ossos oraculares. Quer esses símbolos sejam datas, quer signos proféticos
Esses números, em grupos de três e seis, são'limitados aos dígitos semelhantes aos do I Ching e do Pa Kua, há uma possibilidade
l, 5,6,7 e 8. Imagina-se que sejam resultados de profecias, muito grande de totalizarem 81 diagramas. Esse é um número
embora não se tenha certeza do motivo pelo qual os bronzes significativo porque freqiientemente, nos textos divinatórios, al'
eram utilizados para essa finalidade. guém se lança contra a idéia da existência de um quadro mís-
De origem completamente diversa são os símbolos gravados tico dc' números, con'lposto por 81 quadrados (9 x 9) e que
em madeira e encontrados pelos pioneiros irmãos Schlagintweit, funcionaria da seguinte maneira: certos cálculos, depois de efe'
numa das incursões realizadas no Himalaia, no século XIX. São tuados, remeteriam a determinados quadros, cujo nome daria a
provavelmente os últimos símbolos siques. e não se parecem resposta procurada pelo consulente. Existe uma tabela parecida:

Itr 17
r 'l'sar Chiu Feng Pa Shih I Ming Shu, que, embora deficiente, trata-se de trigramas ( (como os Oito Diagramas) mas conr
revela 71 desses 81 possíveis nomes. algumas diferenças. A ordem habitual dos Oito l)iagramas ó a
Outra obra divinatória que à primeira vista parece relacio- seguinte:
nada a essas é o Ling Ch'i Ching, ou Manual do espírito xadrez. NI-I II II IEI :
I
Nele, doze peças exibem os ideogramas correspondentes a Alto. II II-NI II II I
Meio e Baixo quatro de cada categoria. São muito semelhan-
-
tes aos misteriosos tetragrâmas, uma yez que há quatro linhas
12345678
-I:IT!ITITE

em cada um deles, passíveis de divisão em um, dois ou três


segmentos. O L,ing Ch'i Ching, no entanto, não possui 81 muta- A ordem dos diagramas, na seqüência sique, parece ser 7,
ções mas 120, incluindo não só os arranjos das 12 peças como
2,7,6, 1, 4,8,5. Neste caso, o Kua 5 inexiste. Entretanto, os
também todas as combinações inferiores a esse número. dois Kua 7 não são iguais. No primeiro, as duas linhas inferiores
estão segmentadas, mas não têrn a divisão extra, preta, que
A resolução de uma dúvida está ligada ao resultado de uma
batalha. Ainda não se sabe, no entanto, se essa batalha se refere aparece no terceiro Kua. Há uma distinção visível entre a "que-
a partidas de xadrez ou a algum sistema de adivinhação. O livro bra" da linha branca central do oitavo e do sexto Kua, por
em que se encontram assinalados os presságios é atribuído a T'ung exemplo. É quase certo que, se eles forem brancos sobre fundo
Fang Shuo o favorito do imperador Wu Ti que provavel- preto, exista uma ligação vertical entre as linhas. O mesmo se
- -,
mente o escreveu em 113 a.C. A obra foi absorvida pelo Cânon aplica se as linhas forem pretas sobre fundo branco, formando
Taoísta (Tao Tsang) por volta do século VIII de nossa era. oito tetragramas de quatro linhas cada um. Se revertermos as
. Qualquer que fosse o rnétodo empregado parâ â movimenta- cores, é assim que os tetragramas vão aparecer:
ção das peçâs. o fato é que não restou nenhuma ao final da
operação. Pelo mc'nos r< o quc' se dcduz clepois de cxanrinar a
Iista das mutaçÕes.
' Voltando ao T'ai Hsüan Ching: esse exuaordinário tratado
compilado por Yang Hsiung, filósofo da dinastia Han, que se
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:G
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- #=
- entre as metades
É necessário, ainda, considerar a diferença
baseou num sistema de tetragramas de uma tábua de 8l qua-
infetiores do segundo e do quarto símbolos. Não parece possível
drados (9 x 9).
que a presença cle uma linha vertical de ligação simplesmente
A propósito, a tabela que lnostramos nrais adiantc revcla
indique a divisão de uma linha em três segmentos, mesmo que
as corrêspondências entre os nollles clivinatórios citados ante'
isso não explique a diferença entre os diagramas 4 e 7. EIes pa-
riormente.
recem representar, todos juntos, um sistema diverso.

As palavras mágicas dos siques

É difícil determinar, pelas gravuras entalhadas na madeira,


se os diagramas são brancos sobre fundo preto ou pretos sobre
fundo branco. Caso a primeira hipótese seja a correta, então
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Itl Ir)
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.íD, Todos os ideogramas contidos nos nomes do Ling Ch'i
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r.§ r:
-õ Ching, T'ai Hsüan Ching, I Ching, Quadro Mágico de 81 Qua-
bo
drados, e os aspectos dos nove números do Lo Shu, estavam
-C:6v
indexados, para se verificar a existência de correlações entre os
il (i r
vários sistemas. Uma das dificuldades dizia respeito âos nomes
do Ling Ch'i Ching: cada um deles, composto de dois ideogra-
EKl
7 4
rÊ 50 4l mas, variava conforme a fonte de referência. Os nomes do T'ai
Hsüan Ching, por seu turno, consistem em apenas um ideogra-
.ti}
r!9 ma. O mesmo parece acontecer com o Quadro Mágico, embora

o
-5
*
6 4
u. ?4 43
não 'se possa ter çerteza disso porque não se sabe se os nomes
perdidos eram iguais aos que restaram.
-a
47 6
.É\ 32 O I Ching consiste principalmente em nomes çompostos
42
o
É ô' por somente um ideograma, embora alguns contenham dois;
nesses casos, o ideograma auxiliar não passa de adjetivo, como
ú
.E tíl H l8 "grande" ou "pequeno". No Ling Ch'i Ching, os nomes
(-)
C
Ít^ 67. 6
f
45
apenas podem variar como também aparecer em ordem inversa.
não


.17 Ao que tudo indica, não há nenhuma consistência aparente nes-
-r
§!
-:bo:
YL z8 8
+ 68 49
sas variações. Por causa dos problemas envolvidos, dos quais não
é possível tirar nenhuma conclusão definitiva, o Ling Ch'i Ching,
* Pb com seus aproximadamente 300 ideogramas, não f.az parte da
;U 22 t6 t4 51
O-@ í<" tr, nossa lista.
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O Quadrado Mágico 9 x 9, com 8l possibilidades.

O Quadrado Mágico de Mestre Tsan (Tartaruga) está estreita-


mente relacionado à disposição do T'ai Hsüan Ching. O Sistema
Numérico foi o mesmo utilizado durante a dinastia Han e cerca
de 100 anos depois. Dez dos ideogramas são os mesmos encon-
I
trados nos títulos dos hexagramas do Ching; dois deles, o 48
e o 66, são os signos astrológicos 1l e 12 das casas lunares.
Quatro são iguais aos títulos do T'ai Hsüan Ching, embora não
lraja correspondência exata. O quadrado 75, que encabeça oT'ien
final do T'ai Hsüan Ching, contém o ideograma Yang, Shou
81 no T'ai Hsüan; a relação mais próxima talvez esteja no
quadrado 70, equivalente ao Shou 71.

22
INTRODIl(,tÃO Ao T'AI I{stTRN r:uttrlr;

O texto do T"zri Hsiian Chirrg é dividido em 81 seçÕes, co-


nhecidas como Shou ( § ). or-r "cabecas". Esses 81 Shou são
numerados por meio de um sistema de diagrarnas de quatro li-
nhas, convenientemente denominados "tetragramas" (análogos
ào ternlo "hexagrama", usado para os diagramas de seis linhas
do I Ching). Esses tetragramas seguem unra seqüência lógica,
matemática, de açordo conl ulll sistema tcrnário de notação
numérica, Além disso, as qtlatro linhas têm trtla termincllogia
técnica própria:

Linha supelior, a principal }rlirg (fr) Casa, direçrlo


ponto cardeal
Segr,rnda linha Choii (ril G lrr po

'lerceira iinha l),.i' (t[ Scçãci

C)uarta linha (a inferior) Chia (ãl Farn ília

25
Clada uma dessas linhas pode ser inteira, ou dividida em feito por Fu Hsi tem lma seqüência matemática e por issrl rríro
r.luasou três partes. Na seqüência do T'ai Hsüan, o primeiro é muito fora de propósito pensar que a ordem original dos 64 he-
Shou tem quatro linhas completas; o segundo, a quarta linha xagramas também fosse binária. Escavações recentes, aliadas à
enr dois segmentos; o terceiro, a mesma quârta linha dividida em descoberta de textos muito antigos do I Ching, têm lançado no,
três; o último Shou tem a linha Pu fragmentada em duas partes, vas luzes sobre essa questão.
mas a Chia apresenta-se inteira. Essa seqüência continua em Os 81 Shou têm nomes, ou títulos, que os identificam.
ordem regular, terminando no Shou 81, no qual as quatro linhas Estão classificados em três grupos: de 1 a 27, çonsiderados
dividem-se em três segmentos. (Uma consulta no quadro que Yang; de 28 a 54, uma combinação entre Yin e Yang; e de
aparece na abertura deste livro vai tornar esta explicação mais 55 a 81, ligados à força Yin. Esses três grupos foram batizados
clara.) Os quatro primeiros tetragramas, portanto, apareoem de T'ien, ou Céu (I-27); |en, o Homem (28-54); e Ti, a
assim: Terra (55-81) .
Mas não é só. Os 81 Shou também foram ordenados em
r T nove diyisões iguais, cada qual também denominada T'ien * (o
-- IT gue, é evidente, provoca algumas confusões): 1-9, LO-t9, L9-27
I I'
-- 2 !ar
-- 3 -- e assim por diante. As três primeiras T'ien formam o grande
- 1 4
- grupo conhecido como T'ien; as de número quafro, çinco e seis
A essa altura, é importante lembrar que a ordem dos 64 he' compõem o grupo )en. As três últimas (55-81) constituem o
xagramas do I
Ching não tem uma seqüência lógica. O hexa- conjunto Ti.
grâma 1, Ch'ien, tem seis linhas inteiras e é seguido do K'un Esses nove T'ien f.oram batizados com os mesmos nomes do
(hexagrama 2), com seis linhas segmentadas. Do mesmo modo, primeiro Shou de cada grupo, Assim, o T'ien criado a partir da
todos os outros hexagramas são dispostos em pares e não seguem reunião dos números 1a 9 chama-se Chung, o nome do Shou 1.
nenhuma regra matemática. Se eles apresentassem uma seqüên- Do mesmo modo, o Shou 10, Hsien, empresta sua denominação
cia de números binários, a ordem seria esta: ao T'ien que vai de 10 a 18.
Segundo Yang Hsiung, cada Shou pode ser dividido em
nove outras subdivisões, conhecidas corno Tsan (assistentes) e
que somam, no total,729, A maioria das edições do T'ai Hsüan
Ching (exceto a de Ch'en fen Hsi, na qual este livro se baseia)
apresenta esses 729 Tsan, devidamente comentados. Pclrém, co-
Na disposição atual, estes quatro hexagramas correspondeur mo vamos mostrar mais adiante, não existe nenhuma evidência
aos números 7, 44, 13 e 33. de que os textos dos Tsan tenham sido escritos por Yang
Os estudiosos do I Ching sabem que existem dois arranjos Hdiung. Na verdade, a grande probabilidade é de que não sejam
dos oito trigramas dos quais derivaram os hexagramas: o de Fu dele. Tudo o que se pode dizer aÇerÇa de cada Tsan é que sua
t{si e o "moderno" (que tem pelo menos mil anos), atribuído
a Wen Wang, a quem também é creditada a disposição dos * Para evitar confusões, a palavra T'ien, quando se referir a essas sub-
64 hexagramas na forrna como os conhecemos hoje. O arranjo divisões, aparecerá em grifo.

2t) 27
interpretação deve corresponder a um determinado Shou: o Tsan dentro; inflexível por fora. Esses textos filosóficos não apare-
165, por exemplo, parece pertencer ao Shou 4l; mas cada parte cem sempre no começo do Shou; podem surgir em qualquer
desse texto, na verdade, está aberta a todo tipo de conjeturas. trecho. O Shou 81 é um caso à parte: tem um verso filosófico
Uma lista dos Tsan, com os T'ien e os Shou a que pertencem, adicional no fim, que leva o texto a uma elegante conclusão,
encontra-se na página 56. Algumas dessas afirmações são notáveis. Parecem indicar
que a compreensão que Yang Hsiung tinha das ciências nâturais
O conteúdo dos textos dos Shou
está bem à frente de seu tempo. Ainda que o vôo altere a apa-
Curiosa combinação entre filosofia profunda e o banal coti- rência das coisas, a translormação da matéria pode ser leita pelo
diano, esses textos também reúnem o romanticamente poético e intelecto. Este trecho, encontrado no Shou 28, quase sugere o
o mais vulgar mundanismo, o claro e o incompreensível. fenômeno de contração FitzGeraldlorentz da Teoria da Relativi-
Como já dissemos, cada Shou tem um nome, ou um ideo- dade. Ás planlas são o eixo central, sem o.qual o mundo respi-
grama-título. Esse ideograma pode aparecer uma ou mais vezes raria com dificuldade. Será que, ao fazer uma afirmação dessas,
no texto, ou nem sequer ser mencionado. Neste último caso, no Yang Hsiung tinha ciência de que sem plantas não haveria
entanto (como no Shou 39, a Morada), existe alguma relação entre oxigênio, e que sem oxigênio seríamos incapazes de respirar?
o ideograma-título e o conteúdo do texto. Muitos dos Shou Outras referências que aparecem nos textos dos Shou di.
virtualmente, todos os primeiros quarenta começam com.uma
- zem respeito à época em que foram escritos. Há, por um lado,
-
referência à sua naturezaYin ou Yang..Quase todos os quarenta uma espécie de "almanaque", um anuário do comportamento da
primeiros textos principiam com Yang Ch'i (tr* f,), que tradu- natureza, como em De cada casal nascem pequenas criaturas
zimos como "energia ativa". Ainda que essa abertura aparente (Shou 6) ou Surgem llores e ramogens (Shou 15). Mas Yang
ser padrão, no resto do texto ela parece negligenciada. Isso é Hsiung também se ocupou dos fenômenos relativos à astronomia
de vital importância porque, caso o verso de abertura seja tirado e da administração básica do calendário (veja os Shou 37, 4l e
do contexto geral, o significado da frase pode ser completamente 67). o que confirma a hipótese, delineada nestâs páginas, de
'Hsüan
alterado. Foi o que aconteceu na citação que aparece no Giles' uma correlação entle o T'ai Ching e o calendário oci-
dictionary (veja o comentário no Shou 3). dental.
Depois da referência a Yin e Yang, na abertura, costuma Além disso, existem informações sociais Os tributos são
haver uma linha ou duas que desenvolvem a natureza a que per- grilhões (Shou 21), Acatamos a autoridade- e lhe dedicamos
tence o Shou. Veja o exemplo do Shou 35: respeito (Shou 9), Os lidalgos [pessoas cultasl dão de si a<t
próximo (Shou 25) inúmeras referências à vida doméstica:
Energía ativa - e
sentar à volta do fogo, tomar chá, conversar sobre casamentos.
G rande auto-suficiência exterior. Fala-se também em rnédicos e curandeiros (Shou 51 e 75), em
Pouco de Yin: viagens feitas em carruagens e barcos, bestas míticas, animais
só umo pequena porção interior. de estimação, pássaros de espécies que me são desconhecidas.
Versos assim são enigmáticos, presságios de significados profun-
A continuação deste período "filosófico" é a "elementar" dos que devem ser interpretados segundo os problemas vividos
natureza do Sbou. Exemplo disso é o Shou 29, Barrado por pelo consulente,

2t1 2c)
Alguns desses versos oraculares parecem não ter relação com (vol. II, pp. l9Gl92). Na verdade, eles datam do século IV
o resto do texto ou mesmo com o nome de Shou. No 45, por a.C., e por isso mesmo não eram novidade na época de yang
exemplo, a palavra Li (vaso de sacrifício) não tem nenhuma Hsiung. No T'ai Hsüan Ching, por exemplo, Iemos que O ami-
ligação com o trecho anterior a seu aparecimento e tampouco relo não é amarelo (Shou l), A pobreza nõo é pobrezà
lShou S;,
com o que vem depois. Representada por apenâs um ideograma, A controvérsia não é controvérsra (Shou 25).
essa palavra constitui o menor verso de todo o T'ai Hsüan Ching. Não há fórmula ou padrão para os textos Shou, embora
(A propósito, ela não é a única de um só ideograma; o que às vezes encontremos alguns textos-modelo que .,personificam,'
chama a atenção é o fato de estar totalmente deslocada do muitos dos elementos discutidos acima. O Shou li é um bom
contexto.) exemplo disso, ainda que comece com a referência yang Ch,i
É possível que alguns desses versos únicos, "inspirados", seguida por uma informação sobre a época do ano Cresce a
tenham se originado na forma de outros ideogramas que com- exuberante vegetação - Deter-
e por alguns versos oraculares.
põem o texto, produzindo um tipo de escrita ideal para a repre- -
minados Shou, como o 7i, consistem inteiramente em afirma_
sentação do místico, de imagens fantásticas, entre a massa com- ções filosóficas. Outros, como o 76, são misteriosos do começo
pacta dos argumentos filosóficos. Exemplos disso são os Shou ao fim.
36 e 56. Espero que os comentários a todos esses textos ajudem a
Uma característica do estilo poético é o contraste entre pares tornar mais claros o que a princípio vão parecer trechos obscu-
de versos com aberturas idênticas ou conrraditórias: ros. Na verdade, eles são extremamente filosóficos e pretendem
revelar a profundidade de idéias escondidas no coração do abis-
Por dentro, claridade" ; mo. (De onde é essa citação? Deixo ao leitor a resposta!)
Nenhuma necessidade de luz.
Por dentro, lucidez; Pequena biografia de Yang Hsiung
O Eu é prolundo e inexplorado. (Shou 63)
O compilador do T'ai Hsüan Ching nasceu por volta de
53 a.C., no tempo em que, do outro lado do mundo, |úlio César
Não existe crescimento:
planejava invadir a Bretanha. Muito do que se sabe sobre yang
É, a orientoçõo.
Hsiung (ou Tse Yün) foi reunido por seu grande admirador
Sim, existe crescinrcnto;
Pan Ku, historiador da dinastia Han, cujos comentários sobre o
É, a luz na esaúdão. (Shou 13)
T'ai Hsüan Ching foram citados por Ch'en Jen Hsi no prefácio
da edição em que este livro é baseado.
Os sábios de antigamente deliciavam-se com esses "enigmas"
Segundo Pan Ku (que viveu entre 2 e 92 d.C.), yang
intrigantes: cerca de quarenta curiosos paradoxos foram listados
Hsiung é natural de P'i Hsien, distrito de Cheng Tu, capital de
por Ioseph Needham em Science and civilisation in China
Sze-chuan. Seu sobrenome derivou do distrito de yang Hsien.
* Em inglês, o primeiro e o terseiro versos terminam com a palavra em Shansi, feudo dominado por um antepassado filósofo, No
clarity. Qptei por traduzi-la de duas formas diferentes ("claridade" e entanto, quando Yang Hsiung nasceu, sua família já não tinha
"lucidez") para seguir o sentido dos versos que as precedem. (N, da T.) tanta pompa; na verdade, possuía tão poucos bens que, no auge

i0 31
-"!l

rl;r cirllcira de Hsiung, não contava senão com algumas peÇas então circularatn muito pouco e não puderam ser apreciados
(:nr ouro. Mas essa quase pobreza nunca pertubou Yang Hsiung, de maneira adequada.
rnais preocupado em adquirir conhecimentos do que posses ma- Além do T'ai Hsüan Ching, Yang Hsiung também compilou
teriais. Desde criança ele foi famoso pela dedicação aos estudos, um dicionário de dialética, um livro de música e outras obras
que infelizmente foram perdidas. O mais celebrado de todos os
Jamais se contentava com as aulas, empenhando-se em entender
seus trabalhos é o Fa Yen, coleçáo de vigorosos provérbios escri-
o signilicado das obscuras pâssagens que lia.
tos num estilo que lembra Lun Yu (Conversas e discursos de
Ele não era um bom orador e talvez essa inabilidade o
-
tenha levado a uma vida mais fechada, acadêmica s exisls Conlúcio antolagia). Quanto ao T'ai Hsüang Ching, foi manti-
-, do num
-
quase esquocimento durante todos esses ano§, recomen-
uma alusão a isso no Shou 56; O clamor das bocas, discursando,
provcca a vontqde de lalar. dado por poucos acadêmicos mais por curiosidade do que por
seu valor intrínseco.
Por volta de 13 a.C. Chang An o indicou a um posto equi-
Yang Hsiung, segundo sua biografia oficial. rnorreLr no
valente à assistência dos atuais lentes de universidades, e mais
ano 18 dc ttossa erâ. com 7l anos.
tarde ele chegou a ser secretário do gabinete do magistrado. Foi
então que um acontecimento importante acabou por transformar
sua vida e seu trabalho, a ponto inclusive de nortear os cami-
nhos que suas obras trilhariam na posteridade. Esse fato foi res-
ponsável pelo esquecimento a que as idéias filosóficas de Yang
Hsiung foram condenadas, uma vez que as críticas a elas passa-
ram a se basear não no conteúdo dos trabalhos mas sim nas
atitudes políticas do pensador. Tudo começou quando, no ano
9 de nossa eta, a dinastia Han caiu nas mãos do regente
Meng. Yang Hsiung foi preso sob a acusação de participar dos
planos que levaram à revolta. Inconformado, disposto a não
esperar pelo julgamento, ele pulou uma janela da torre na qual
cumpria pena e ficou seriamente ferido. Na verdade, essa fuga
quase lhe custou a vida.
Mas Hsiung conseguiu a absolvição, porque mais tarde foi
indic,ado para o cargo de Ta Fu (Grande Sábio). Isso prova'
velmente se deveu ao fato de seus textos iniciais tecerem elogios
a Meng antes de o regente usurpar o trono. Alguns historia-
-
dores, no entanto, julgam esses elogios evidências da traição (a
despeito de terem sido escritos antes da revolta, como odes de
cortesia), algo indigno de um filósofo. Isso explica a margina-
lização a que foram relegados 'seus trabalhos, gue a partir de Página do T'ai Hsüan Ching, edição de Ch'en Jen Hsi' com notas de
eminentes sábios chinese.
,,
72
AS EDIÇÕTS NO T'AI HSÜAN CHING

A versão inglesa foi baseada num velho livro escrito em


madeira, guardado com alguns outros panfletos da época no De-
partamento de Manuscritos Orientais e Livros Impressos da Bi:
blioteca Britânica, em Londres. A data escrita a lápis na capa
da coleção * DCCXV mostra que essas obras vieram a per-
-
tencer a algum sábio ocidental, ou a algum antiquário, nos pri-
mórdios da história das relações entre China e Grã-Bretanha.
A edição foi preparada pelo grande erudito Ch'en |en Hsi
1 lIʧ), tszg-t654, um dos oficiais do Exame Imperial e
compilador da Enciclopédia Imperial.
Inúmeras razões levaram à escolha dessa edição. Na verda-
de, existem vetsões variadas do T'ai Hsüan Ching, datadas de
épocas distintas e compiladas por diversos eruditos. E, embora
essas versões tenham formatos, capas e notas diferentes, o texto
básico permanece o mesmo. Disponíveis em edições modernas,
esses livros costumam fazet parte das bibliotecas de universi-
dades cujos departamentos orientais sejam grandes e bem equi-
àados. Uma lista deles encontra-se na "Bibliografia".

35
O esquema prossegue com cada fragmento do texto original
Essas novas edições baseiam-se, na verdade, em duas ver-
dando origem a comentários, interpretações e comentários das
sóes "standard" do T'ai Hsüan Ching: a' de Ssu Ma Kuang interpretações. Discutiremos mais adiante a validade dessa forma
( E,tJ[. ), que viveu entre 1019 e 1086, e uma outra, escrita
de apresentar o trabalho. Em primeiro lugar, observemos a natu-
provavelmente no mesmo período, com comentários de Fang
reza do texto assim Çomo aparece na versão de Ch'en fen Hsi'
Wang, apêndice de Wang Yai e notas de Lin Yü. As únicas (Para facilitar a comparaÇão entre essa edição e as "standard",
diferenças entre essas duas versões é o conteúdo dos comentários.
conservaremos a numeração do esquema.)
O esquema, no entanto, é semelhante:
t. Os tetragramas não aparecem na versão de Ch'en Jen
1. Relação dos tetragramas. Hsi. Nem junto aos textos dos Shou, nem no prefácio.
2. Análise das linhas, feita em seguida à classificaçâo na tabela do conteúdo ou no apêndice.
que Yang Hsiung lhes deu. O tetragrama ( ), 2. Uma vez que não existem tetragramas, também não
por exemplo, seria analisado assim -à-fff-íiiX. = há análises sobre eles.
Isso significa direção (ou casa) 2. grupo 'l , seção l, 3. Em um ou dois casos os ideogramas dos nomes dos
família 3. Shou vat'iam, embora isso se deva à caligrafia do
3. O nome, ou título, do Shou (sempre representado pot' escritor. Quando isso acontece, optamos por notas
um só ideograma). de rodapé explicativas:
4. Uma explicação sobre esse nome. 4. Se existem dúvidas quanto ao nome de algum Shou,
5. O verso filosófico de abertura. elas são colocadas no comentário que se segue ao
6. A explicação dessa abertura. nome.
7 . A frase Ch'u ( ?l * ), ou Primeiro Chefe, supos' 5. A abertura filosófica freqüentemente é menor do que
tamente a primeira das nove divisões Tsan. ou sub- as constantes nas ediçôes "standard". Às vezes nem
divisões. existem. É o caso, por exemplo, do último Shotr,
8. Uma linha do texto de Yang Hsiung. 6. Os comentários aparecem em locais diferentes' Em
9. Comentário sobre essa linha. algumas ocasiões introduzem o texto, em outras expli'
10. A frase Ts'e Yüeh ( $ E ), que significa "a inter- cam um ideograma incomum. E muitas vezes ajudanr
pretação diz que. . . ". a decifrar alguma expressão mais complicada' (Como
II . Até aqui foram utilizadas letras de tipo claro. A par- exemplo, veja o Shou 32.)
tir deste ponto, o tipo muda para escuro, destacando 7., 10., 13, As frases Ch'u I, Ts'e Yüeh e Tz'u Erh não
aparecem, seja no texto, nos Shou ou em qualquer
o texto original do livro.
outra parte. Isso significa, conseqüentemente' que os
12. Comentários sobre o texto. respectivos comentários e interpretaçóes também ine-
13. A frase Tz'u Erh ( ã : ), "segundo assistente",
xistem,
supostamente o segundo Tsan'
14. Continuação do texto. Obviamente, temos que perguntar por que, na edição de Ch'en
15. Comentários sobre esse trecho, lcu Hsi, as interprctaÇoes e linhas encontradas nas outlas ver-

\6 ;7
I

sões não aparecem. Há três respostas possíveis: a) Ch'en fen explicações sobre frases e ideogramas mais obscuros' A versâo
Hsi produziu e publicou deliberadamente uma versão mais "di- encontrada na Biblioteca Britânica, Provavelmente publicada em
luída" por razões particulares; b) ele não tinha conhecimento 1632, é portanto a mais próxima do texto original de Yang
das edições "standard", completas (baseadas em cópias datadas Hsiung (se não for baseada no mirnuscrito do próprio Hsiung)
da época da dinastia Sung); c) teve acesso a uma cópia que do que as edições da dinastia Sung (960-1297 de nossa era).
julgou bastante antiga, e portanto mais próxima ao original de A conclusão a que chegamos é de que as versões "standard"
Yang Hsiung do que as existentes na dinastia Ming. contêm muito material estranho ao trabalho original, acrescen-
Para descobrir qual dessas três alternativas é a mais viável, tado ao longo dos anos por autores até agora desçonhecidos'
é importante lembrar que Ch'en |en Hsi não foi apenas um dos Parece que os antigos editores decidira.m interpretar e comentaÍ
examinadores imperiais ou o compilador da extensa Enciclopédia seus próprios "Tsan" afinal, eram comuns as notas de rodapé
Imperial, mas também um verdadeira expert na biografia oficial -
de sua autoria. Uma vez livre de todo esse material apócrifo, o
da dinastia Chou. Se ele tivesse produzido um trabalho malcui- texto Íevela-se extremamente curto. O Shou 77, pt exemplo,
dado, seus inimigos o teriam exposto ao ridículo. Isso significa contém apenas onze ideogra insuficientes Para a con§tru-
que as duas primeiras alternativas são falsas. Quanto à terceira,
ção de um verso de abertura e Para a subdivisão em Tsan. Num
é intrigante demais. outro extremo, alguns dos Shou, demasiadamente longos, ultra-
A dinastia Ming estava em colapso; Ch'en |en Hsi andava passavam os nove Tsan. É fácil concluir que isso trouxe pro-
ocupado, compilando a Enciclopédia Imperial, ao mesmo tempo blemas aos editores, mais interessados em obter resPostas a
que se entregava a seus afazeres habituais. O que o teria questões particulares do que em conservar a originalidade da
levado a pôr todas essas preocupações de lado para começar a obra. Portanto, era natural que facilitassem o texto, dividindoo
trabalhar na edição de um texto antigo, já conhecido pelos em Tsan e interpretando cada uma dessas divisões; além disso,
eruditos? (Na verdade, Ch'en )en Hsi cita apenas sete autori- os versos enigmáticos pareciam incompreensíveis. Sem falar na
dades que .elogiaram o T'ai Hsüan Ching. Entre elas encontra-se dificuldade adicional de saber que versos (freqüentemente dis-
Pan Ku, historiador morto no ano 92 de nossa era, e o astrôno- postos em pares contraditórios) relacionaYam-se com a§ situações
mo Lu Chi, que viveu no século III e pressagiou a própria mor- para as quais eles pretendiam as resposta§'
te.) A resposta a essa pergunta só pode ser uma: ele deve ter Os mesmos problemas, claro, foram enlrentados por mim'
encontrado o manuscrito do T'ai Hsüan Ching enquanto consul- Meu maior empenho foi no sentido de deixar o texto limpo'
tava os arquivos imperiais, e o julgou tão importante que aban- livre dos comentários e de tudo o que pudesse alterá'lo. As notas
donou seu trabalho para entregar-se à tarefa de tornar a desco- explicativas não se misturam a ele' Quanto à subdivisão em
berta conhecida do público. Muito possivelmente acreditou ser Tsan, foi feita da maneira mais discreta possível. Tenha em
aquela a única cópia existente de uma obra considerada pelos mente, porém, que essa subdivisão e as interpreta@es são mi-
sábios primitivos superior ao I Ching. E, caso não se tra- nhas; não há Tsan no trabalho de Chtn Jen Hsi, que, como
tasse do manuscrito feito pelo próprio Yang Hsiung, na certa já vimos, é o que mais se aproxima do original de Yang Hsiung'
era a versão mais antiga que Ch'en ]en Hsi conhecera. Ele O T'ai Hsüan Ching nunca foi traduzido, de forma com-
tinha em mãos uma cópia livre dos comentários e interpretações pleta, para nenhuma língua. Apenas algumas pas§agens são co-
acrescidos mais tarde, na dinastia Sung, e limitou-se a inserir nhecidas. A mais antiga, deste lado do mundo, talvez seja a

38 39
I

tradrrçr1o do Shou 3 contida no Giles' dictionary. OLltros três Solucito


longos trechos, baseados nas ediçôes "standard", foram vertidos Você se prepara com um cilrto de couro e uma fivela.
para o russo por Shchtrtskii, e daí para o inglês. e então se detém, e se obriga.
Além disso, existem apenas citações de ensaios e outros
trabalhos cle Yang Hsiung em Chinese philosophv. de Feng
1. No cenro da Terra está sua morada;
Prepare a carruagem dourada.
Yu [-an.
Mas ató lnesmo este conselho passará.
Shou 2
Roda

A bertttrcr
A alnra da Luz roda seu espír'ittr
E volta ao comeÇo.
As criaturas a seguem, de acordo com sua espécie,
Ve rsos

I . Você volta ao coração do cóu.


Que pretensão de poder I pessoal | !

Demônio!
Solução
O demônio volta ao coração ldo céu I

é a intolerância.
2. Você ergue o eixo do centro
Na roda não há ângulos.
Solução
Erguer o eixo do coracãt-r
-lrarrqüilizar
a mente.
3. Sair de si mesmo, retirar-se para deutro de si
lVocê | estrela polar da felicidade e da infelicidade.
Solucão
Ao sail c cnltar em si lucsrnir
ó impossível não estar alerta.
4. Você se prepara Çcm um cinto de couro e uma five la,
prendendo neles unra argola de jaspe.

,+0
Nesta versão do T'ai Hsüan Ching, procurei mallter o cará-
ter "lacônico" da língua original, traduzindo, sempre que possí-
vel, palavra por palavra, além de reduzir ao mínimo os termos
sintáticos (inclusive o verbo "ser" e o "estaÍ") . Meu objetivo
era um estilo epigramático que revelasse de forma quase perfeita
o significado da obra. Infelizmente, porém, o resultado foi um
estilo telegráfico, que lembra as manchetes de jornais. Entre-
tanto, até mesmo isso é preferível a uma tradução que distor-
cesse o sentido real da obra. Na verdade, a ausência de gêneros
gramaticais e tempos de verbos dá ao texto original uma espécie
de ambigüidade ideal para trabalhos de caráter divinatório. (Em
certo momento, num acesso de entusiasmo purista, cheguei a
considerar a idéia de traduzir em monossílabos; essa tarefa, sinto
muitíssimo, me derrotou nos primeiros estágios. Contudo, talvez
entusiasme futuros tradutores.)
Algumas palavras têm de ser explicadas; não tanto os ter-
mos técnicos como Shou, Tsan e outros mas sim idéias básicas
sobre a filosofia e a civilização chinesas. O uso do termo "fidal-
go" o pode parecer anacrônico, mas é o único que engloba,
numa simples palavra, conceitos como "cavalheiro e sábio" ou
"homem refinado". (A expressão chinesa utiliza dois ideogra-
mas, e literalmente poderia ser traduzida por "filho do chefe".)
Yin e Yang são igualmente intraduzíveis, mas Yang Ch'i (»Í\)
acabou se tornando "energia ativa" **.
O ideograma relativo a Wu ( {l ) foi traduzido por "ele-
mento" sempre que aparece sozinho, pois nestes casos significa
"qualidade particular" do Shou a que se refere. Entretanto,
quando vem em seguida ao ideograma Wan ( f, ), miríade

$ Knigltt no original, termo designativo de pessoas que recebem títulos


honoríficos não-hereditários. Traduzi por "fidalgo" por acreditar ser essa
a palavra que mais se aproxima do sentido original, tanto no texto chinês
quanto na edição inglesa. (N. da T.)
Início do Shou 2 nas edições standard do T,ai Hsüan. Observe as linhas t§ Em inglês, active flux, o que corrresponderia a "fluxo ativo". Optei
de comentários e "interpretações,,. As linhas ao lado foram baseadas por "energia" porque, no Brasil, as Íorças Yin e Yang são comumente
na tradução inglesa de Researches on the I Ching, de Shchutskii. designadas por esse terrno. (N, da T,)

45
olr dez nlil, tcm o significado de "cada partícula do universo". O calendário do T'ai Hsüan Ching
A filosolia chinesa sustenta que, no princípio de tudo, havia a
Crande Unidade; dividida em Yin e Yang, ela depois sofreu Não há nenhuma correlação aparente entre o número de
subdivisões que formaram as "dez mil partículas". euanto à Shou (81) e a quantidade de dias do ano. Isso torna mais
palavra "elemento", não tem rrenhuma conexão com os quatro extraordinário o fato dc Yang Hsiung ter proposto, com o T'ai
elementos de Aristóteles, os cinco da filosofia chinesa ou os Hsüan, um sistema de calendário o que foi sugerido por
pelo menos um sábio (W. Eberhard). - Ele afirmou que o verda-
noventa .da química moderna.
A palavra "abismo" aparece com freqüência. Ela tem dois deiro propósito da obra era propor um método baseado nas
significados: "vale, desfiladeiro" e "caos, espaço cósmico". Com- dez novas linhas-guia estabelçcidas pelos astrônomos Liu Hsin e
pare o Shou 20 at)qnçando pelo abismo, vaí o fidalgo de
Liu Hsiang durante o século I de nossa era, porque poucos anos
-
no qual a palavra tem sentido material,'com o Shou 8l antes, ou ao mesmo tempo, Yang Hsiung escreveu o texto do
escondidas no coração do ubismo no qual ela está relacio-
T'ai Hsüan Ching. Mas em vista do grande interesse demonstra-
-
nada ao sol, cujo brilho foi empanado-,pela escuridão do inverno. do por Hsiung no I Ching, suponho que ele descobriu o sistema
f á no Shou 19, Yang saltando no abismo, o termo tem os dois
de calendário depois de ter estudaclo as manifestações filosófiças
significados. dos 8l Shou.
Sempre que a palavra Tao ( jt ) surge, designando estra- O calendário chinês, até mesmo como se apresenta hoje, está
da, ou vereda, pode ser entendida como ''o caminho da verda- longe de ser descomplicado; existem doze, ou às vezes treze'
de" (o Tao, do taoísmo) . Outro ideograma fregüente é o que meses no ano que por seu turno é dividido em vinte e quatro
-
quinzenas. Paralelamente ao ano solar de 365 dias, corre outro
representa Fang ( fi ): orientação, casa, direção. O problema
é que Fang também dá nome à linha superior dos tetragramas. de 360, dividido em trinta e seis semanas de dez dias cada.
Além disso, segundo Ch'en |en Hsi, ela vem a ser uma outra Junte-se a isso o fato de os chineses, pelo menos enl nos§a época,
forma de chamar o Tao. Alguns desses significados secundários terem uma semana de trabalho de sete dias. . .
estão nos comentários do Shou. Yang Hsiung <iividiu o ano em 81 Shou de 4 l/2 dias cada
A leitura do texto gravado em madeira por Ch'en fen Hsi unr. A primeira vista esta parece ser uma escolha excêntrica'
é muitas vezes difígil. Em alguns casos os blocos mostram-se Mas, se considerarmos as subdivisões dos 729 Tsan em lugar
bastante manchados de tinta, borrando os ideogramas; em outros, Jos 81 Shou. chegaremos ao número relacionado à duração do
a impressão é falha, ilegível. Algumas lascas na madeira tornam ano solar: algarisrno central da série que vai de I a 729 é
o
certos ideogramas incompreensíveis ou mudam-lhes completa- justamente 365 (veia a seção dos Quadrados Mágicos, na pági-
mente 0 sentido. na 60). Em outras palavras, de açordo com o calendário de
Essas razões algumas vezes me levaram a consultar as ver-
Yang Hsiung o ano pode ser dividido em 729 Tsan, cada um
sôes "standard", embora elas não sejam confiáveis por apresen-
valendo a rnetade de um dia (parte da manhã otr da tardc)l só
tar freqüentes inversões das linhas dos tetragramas ou inter-
um dos Tsan corresponderia a um dia inteiro' pâra asscglll'ar
pretações equivocadas de Shou. Todas as dúvidas, no entanto,
que o ano termine à meia-noite.
foram anotadas nos comentários. (De particular interesse é cr
nome do Shou 8, cuja interpretação altera consideravelmente Os 729 Tsan, que formam os 81 Shou, foranr.t'eunidos enr
o sigrrificado do texto.) nove Ti'en ( X ). Estações ou Céus. Os nomes dessas ciivisões

-+4 4\
I
principais são os mesmos do Shou que as inicia. Uma observa- escrito de outro modo ( ç ), quer dizer "ovelha", que real-
ção mesmo que superficial desses nomes vai demonstrar que eles mente salta e brinca na primavera. Mais: é possível que haja
estão relacionados um com o outro. Exemplos disso são os também um jogo de palavras no próprio nome Yang Hsiung.
Shou 55 (Chien * , Decrescente), 64 (Chen rÍ , Submer- Infelizmente, esse sistema de calendário, por mais elegante
gindo) e 73 (Ch'eng fr , Concluindo); esses são os T'ien 7, que possa parecer, apresenta um problema. Ainda que o ano
8 e 9, respectivamente. chinês tenha um número variado de dias (de 355, quando não
Segundo Yang Hsiung, o ano começa no décimo primeiro há meses intercalados, a possíveis 390), não se pode dizer que
mês, terminando no décimo (do atual calendário chinês). Isso o calendário de Yang Hsiung comece todo ano na primeira Lua
parece sugerir que o ano se inicia com a Lua Nova, que pre- Nova depois do solstício de inverno; se assim fosse, haveria de-
cede o solstício de inverno, ainda que o calendário chinês esteja terminados anos em que os dias seriam dobrados, e outros em
construído (pelo uso dos meses intercalados) de forma a que que eles simplesmente desapareceriam.
o décimo primeiro mês sempre inclua o solstício de inverno. O calendário deve começar numa data fixa, e por causa
Todos os meses começam na Lua Nova, assim como ela é disso é possível que a Lua Nova e o solstício de inverno caiam
observada em Pequim. Felizmente, isso torna fácil a correspon- no mesmo dia (estatisticamente, isso aconteceria pelo menos a
dência entre o calendário de Yang Hsiung e o nosso, ocidental. cada 31 anos, mas na prática essa ocorrência é mais freqüente
Na verdade, é bem mais fácil do que teria sido se Hsiung hou- em virtude de ajustes no calendário). Portanto, parcaeria razoá-
vesse tentado aplicar seus T'ien, Shou e Tsan ao calendário vel que o início do ano se desse no ,solstício de inverno.
chinês da época, ainda que a diferença média no número de dias Correspondências mais específicas podem ser encontradas
entre l.o de janeiro e o ano-novo de Yang Hsiung seja muito no texto do Shou 41, cuja localização, no quadro de 81 diagra-
menor do que a diferença média entre 1." de janeiro e o atual mas (9 x 9), é central (corresponde ao meio do calendário),
ano-novo chinês, que costuma cair em datas distantes como 20 de Se o ano começasse no solstício de inverno, então esse Shou
fevereiro conforme aconteceu em 1985. estaria ligado ao solstício de verão. Não pcdem existir dúvidas
-
Nesse sentido, os nove T'ien estão em perfeita sintonia quanto ao significado do textol
com o desenvolvimento das estações do ano. Por exemplo: se o
início do calendário de Yang Hsiung for estabelecido em cerca
de uma semana antes do solstício de inverno, o terceiro T'ien
iÊ ÊÉ. L frE
Ts'ung
-
corresponderia ao período compreendido entre o meio
-
de março eofimde abril.OideogramaTs'ung ( fr ) é habi-
O brilho supremo alcança seu limite.
.

tualmente usado para designar "submissão, obediência", mas


Confirmação semelhante pode ser encontrada nos textos que
também significa "lavrar de norte a sul". Além disso, o texto de
correspondem aos equinócios. Vejamos este, do Shou 20, que
Ts'ung começa assim: Yang saltando no abismo, nos carrzpos,
representaria o equinócio de primavera:
nos pântanos, no topo das montanhas. Essa não é somente uma
referência direta ao início da primavera como também um troca-
dilho com a palavra Yang. No texto original, Yang é répresen-
tado assim (
üíisftH râ
E ), significando "masculino, positivo". Mas,

46 47
O cenlro do sol voa, suspenso sobre a escuridão do Yin, o em Ch'ang An. Embora essas datas nem sempre correspondam
que parece sugerir um equilíbrio entre a escuridão e a luz. às do Canon der Finsternisse, de Oppolzer (na verdade, um dos
Levando em conta que o calendário começa e termina no eclipses não foi citado nesse trabalho), os mapas desse mesmo
solstício de inverno, é possível equiparar cada texto a datas do Cânon mostram que no período em questão houve quatro eclipses
ano solar. Isto feito, um fato ainda mais extraordinário pode ser totais na região de Ch'ang An. Este é um ponto importante por-
observado. Os textos dos Shou 67 e 68 são obscuros a ponto que os eclipses só são notados pelo observador casual se existe
de os comentaristas os terem considerado dogmas morais. O alguma perturbação visível na luz do dia. Somente os eclipses
nome do Shou 67, Hui (ryf ), significa "obscuro", e o texto totais, com os fenômenos que os acompanham, inspiram temor'
começa assim: E três desses eclipses foram observados nas proximidades de
Ch'ang An, onde Yang Hsiung viveu desde 13 a.C. Um deles
EiE+,ájEÉ aconteceu em 17 de julho de 27 a.C., e também foi presenciado
perto da zona de Cheng Tu, onde Hsiung passou seus primeiros
O sol, superior e central; a lua, lundamental e incomparável. O anos; outro, em 23 de novembro do ano 2 de nossa era; e um
que quer dizer isso? Mais adiante, no mesmo Shou, lê-se o eclipse anular em 11 de outubro do ano 6 d.C. Este último, com
seguint€: sua coroa espetacular, deve ter sido magnífico, embora esse
aspecto só pudesse ter sido observado a aproximadamente cento
EH'EHfi iE,Z íi e cinqüenta quilômetros ao notte de Ch'ang An.
O outro eclipse, de 25 a.C., é entretanto o que suscita um
O brilho do sol envia seu esplendor ambiguamente, numa viu- interesse maior. Como o que ocorreu dois anos depois, poderia
gem. Agoru a palavra Hui tem dois significados: "obscuro" e ter sido total ou parcial na região de Cheng Tu, mas, diferente-
"eclipse". Entendidas assim, as duas linhas ganham sentido: mente do que aconteceu com os outros três, não pareceu digno
são uma referência a um eclipse sotar. Do mesmo modo, vemos de nota na capital. Esse eclipse teve como data o dia 23 de
no Shou 68: outubro, e assim corresponde ao Shou 68 do T'ai Hsüan Ching.
Talvez não seja tão fora de propósito concluir que o Shou 68
S,u H-t En xq é, na verdade, um relato do eclipse observado pelo filósofo Yang
Hsiung.
Claro que isso não significa que o T'ai Hsüan Ching tenha
Visão escurecido; divisões; então vclta a brilhar. O céu não sido escrito naquele mesmo ano ou logo em seguida aos fenô'
conhece seus próprios limites pode ser interpretado como relato
menos. Mas implica, sem dúvida , na cetteza de que eles influen-
da passagem de um eclipse. ciaram o trabalho realizado por Yang Hsiung depois do ano 2
Esses dois Shou corresponderiam aos períodos compreen- de nossa era.
didos entre 14-19 e 20-24 de outubro. O texto correspondente ao acontecimento de 23 de novem-
O Catalogue des eclipses de soleil et de lune relatées dans bro encontra-se no Shou 75. Entretanto, nem esse nem os
les documents chinois, de P. Pierre Hoang, relaciona dezenove Shou 74 e 76 podem ser interpretados como informes do
eclipses do sol entre 53 a.C. e o ano l8 de nossa era, observados eclipse.

4tt 49
r
fl
rl
As conclusões que podemos tirar desses fatos são as se- I

guin tes:
I
O CAI-ENDÁRIO DO T'AI HSÜAN
,l
a. O calendário do T'ai Hsüan Ching começa com o solstí- ANOS COMUNS
rl
cio de inverno. nrarrhã tarde tarde manhã tarde
. nranhã nranhã. tttrcle
b. Os textos dos Shou 67 e 68, correspondentes à terceira
i
i DEZ. Z?. | 7 5 91 97 MAt{. 23 183 184
r,r.rv. M^t. 8 275 776
semana de outubro, referem-se a um eclipse soiar. i 23 14 6 93 94 24 185 186 9 277 278
c. É provável que o único eclipse observado em Cheng Tu 2456 7 95 96 25 187 188 t0 279 280
2578 8 97 9E 26 189 i90 11 181 282
tenha sido o de 23 de outubro, em 25 a.C. 26910 9 99 100 27 t9l t92 12 183 284
d. O T'ai Hsüan (;hing foi escrito depois dessa data e com- 27 ll tl r0 10r 102 28 193 194 13 285 i8ó
pletado arites do ano 2 de nossa era, quando yang 78 ll 14 ll 103 104 29 195 t96 14 287 788
29 15 16 12 105 106 30 197 198 t5 ?89 290
Hsiung teve oportunidade de observar outro eclipse to- 30 t7 18 ll 107 108 31 199 200 t6 291 297
tal do sol. 31 19 20 11 109 ll0 ABR. I 201 202 17 293 294
rt rll ll2 2 203 7U t8 295 296
,AN. I . 2l zl 16 lr3 ll4 3 205 206 19 79i 298
zz3 l7 ll5 116 4 207 ZW 7A 299 3ffi
Ef,8H5ffirtffiffiffiffi 325
477
7.4
26
z8
18 117 118
19 119 120
5 209 210
6 zlt 1.lZ
21 301 102
22 303 104
529 30 20 t21 t?Z 7 213 714 23 305 106
6 3t 37 2.r 113 124 E 215 216 un73ú
-*/,t l! 733 34 zl rz5 176 9 2t7 118 25 3W 310
írr 835 3ó t3 tz7 rz8 t0 2.t9 720 76 3tt 3lZ
rIü 937 l8 24 179 130 ll 721 llz 27 313 3t4
l0 39 40 75 L3t t3Z L2 223 124 28 315 3t6
11 4t 42 26 ll3 131 13 225 276 29 317 li8
6\à. 12 43 41 z7 135 136 11 217 228 30 119 320
13 45 46 28 ll7 ll8 15 229 230 3t 321 3?Z
t4 47 48 MAR. I 139 l,í0 16 Zll 231 IUN. I 323 124
15 49 t0 2 r1l L4Z 17 233 234 2 325 376
16il 52 3 143 144 tE 235 136 3 327 378
t? 53 4 145 146 4 129 330
H'
Íc
18 5'
19 57
20 59
51
56
58
5 14? 146
6 r{9 150
7 t't t52
19 237 138
20 239 240
7t z4t 242
Z7 243 244
5 331 132
6 333 334
7 335 336
\> 71 6l
22 63
60
62
6+
8 153 154
9 t55 t56
13 243 746
24 Z4? 248
I 337 338
9 119 340
23 6' ffi l0 157 l5E 25 249 150 10 341 342
24 6? ó8 ll 159 ló0 16 25t 752 tl 343 344
25 69 70 t2 L6t 162 27 253 254 tz 345 )46
26 7r 77 t3 163 164 28 155 216 t3 347 348
27 73 71 14 165 ró6 29 25? 2r8 t4 349 350
:.-il
+*t z8 75 76 r5 167 168 30 259 Z& 15 351 352
Á.'{, t9 77 7E ló ló9 170 vx. I 261 262 t6 35r 154
30 ?9 80 t7 t?t r?2 7 263 264 l? 355 356
§ _i- ll 6t 82 r8 1?3 l?4 3 765 Z« l8 357 l5B
FEV. I 83 84 t9 175 176 1 267 28 19 159 160
285 8ó 20 177 178 5 269 770 z0 161 362
387 88 21 179 180 6 Z7l Z7Z 2l 363 364
Os 27 trigramas de Mestre Kuan
489 90 22 t9t t9t 7 273 274 zt 365 J65

5(r
-_____T_-_-_-

ANOS COMUNS O CALENDÁRIO DO T'AI HSÜAN CHING


rilanhâ lilrdc manhã Íarde manhã tarde manhã tarde
ANOS BISSEXTOS
,rrN.2l 16ó 362 Aco. 8 458 459 sEr.23 550 551 Nov.8 642. 6+3 nranhã tarde nranhã tarde mânhã tat'de nlanhíi Ílll'(lc
24 3ffi 369 9 4& 461 24 552 553 9 644 645 DEZ,22 I I rsv. 5 90 9l MAR.22 lEZ 163 M^1' 7 774 275
25 ]70 37t t0 462 463 25 554 55s t0 646 647 3 6 92 9' 23 184 185 I 276 277
26 372 373 lt 464 465 76 556 557 n 648 649
23
21
2
5 7 % 95 Z1lffil87 9278279
27 374 375 tt 4« 467 27 558 559 t2 650 65t
4
7 I 96 97 25 lStl 189 l0 260 261
28 376 377 13 4@ 469 28 5ó0 561 t3 652 653
25 6
I 9 9 98 I 26 190 l9l tr 282 283
2e 378 379 14 470 47t 29 562 563 14 654 655
16
l0 ll r0 r00 r0l z? 192 r93 tZ ZU 185
l0 380 381 t5 472 473 30 564 565 t5 656 657
27
lz 13 ll 102 103 28 194 195 13 2ú 287
tur.. I 383 28
382 t6 474 475 our. I 56ó 567 16 658 659 l4 15 12 104 105 29 196 t97 14 288 289
2 3U 385 t7 476 47? 2 568 569 r7ffi«t
29
l6 17 13 106 107 30 198 199 t5 Z% 291
3 l8ó 387 tE 4?8 479 3 570 571 t6 662 661
30
3l IE 19 14 106 109 31 200 201 t6 292 t9'
4 388 389 19 180 481 4 572 573 19ffi«s l5 ll0 lll ABR. I 202 203 17 294 295
5 390 l9t 20 482 483 5 574 575 10ffiúv ,AN. I 2t 16 ll2 il3 2 7U 205 t8 2% 297
6 392 393 2t 484 485 6 576 577 2t 6A &9 222
Z0
23 l7 lr4 ll5 3 ZM 20? t9 298 299
? 394 395 zz 486 48? 7 578 579 22 670 67t 324 25 l8 116 ll? 4 208 Z@ 20 300 301
I 396 397 23 468 489 I 580 581 73 672 673 126 t7 19 ll8 ll9 5 210 2ll zL 302 301
9 39E 399 24 490 49t 9 582 583 24 674 675 578 29 20 r20 l2l 6 2r7. ll3 ZZ 3V 305
l0 400 401 25 492 493 l0 584 585 25 676 67? ó30 31 2t t22 r1,3 7 lt4 2t5 23 306 30?
ll ,í02 403 26 491 495 ll 58ó 567 26 6?8 679 731 13 22 124 r25 I 2t6 Zr7 24 308 309
L2 4A4 405 27 4% 497 27 @ 6El 9 ?.18 Ztg 25 ll0 3ll
t3 4ú 407
12 588 t89 814 35 23 tZ6 t27
2E 498 499 13 590 591 28 682 683 936 37 24 IZE 129 r0 ZZ0 z?t 26 3t?. 3t3
t4 $8 109 29 5oo 501 t4 592 593 29 684 685 l0 38 39 25 130 l3l fi 222 Zl3 Z? 314 tt5
15 410 4ll zo 502 503 t5 594 595 LZ 274 225
t6 4t7 413 30 686 687 ll 40 4t 26 l3z 133 t8 316 il?
3t 504 505 t6 596 597 DEz. I 688 689 tt 12 43 27 t34 t35 t3 226 ZZ7 29 318 319
17 414 4t5 sEr. I 506 50?
l8 416 417
17 598 599 2 690 691 t3 44 45 28 t36 rt? L4 228 229 30 320 3lt
2 508 509 l8 600 601 3 692, 693 t4 46 47 29 138 139 t5 230 231 3t 3Zl 323
19 4t8 419 3 5lO 5ll t9 &2 fi3 4 694 695 lt 48 49 MAR. I 140 t4l 16 232 233 luN. I 324 325
t0 120 42t 4 512 513 20 @4 @5 5 696 697 16 il 2 r12 t43 t7 234 135 Z 326 317
zt 422 423 5 5t4 5t5 21 606 607 6 ó98 699 r7
50
51 3 144 t15 LE 236 237 3 328 329
22 474 425 6 516 617 22ffi6[B
52
t9 238 239
z3 426 427 7 518 519
7 7N 70t l8 54 55 4 146 147 1 130 331
21 428 429 I 520 521
23 610 6ll I 702 ?03 19 56 57 5 l{E 119 Z0 740 Zlt 5 332 333
25 4J0 4it 9 52?. 523
24 617 6t3 9 7U 705 t0 58 59 ó 150 151 zl z4z 243 6 334 335
26 437 433
25 6t1 6t5 t0 76 707 zt 60 61 7 152 153 22 244 145 7 336 33?
t0 524 525 26 6t6 617 lt 70E 709 zz 63 I 154 155 73 246 247 I 338 339
27 4i4 415 rt 526 5t7 62
9 t56 157 24 248 249
28 436 437 tz 528 529
27 618 619 t2 710 ?tt 23 6+ 65 9 340 341
19 438 439
2E 620 621 t3 7t2 713 24« 67 l0 158 159 25 250 25t t0 342 343
30 440 441
13 530 531 29 622 613 t4 714 7t5 25 6E 69 u 160 16l 16 252 253 11 344 345
t1 532 533 30 674 625 t5 7t6 717 26 70 7t t2 t62 163 27 ?.54 255 12 t46 317
3t 442 443 t5 534 535 3t 626 627 16 7t8 719 t7 73 13 164 ló5 28 256 25? 13 348 149
I 441 445
^co. z 446 447
t6 536 531 Nov. I 628 629 17 720 ?Zt 28
72
74 75 t+ t6 167 79 258 259 14 350 151
3 448 449
17 538 53e 2 630 63t tE 722 713 29 76 77 15 168 169 30 260 l6t t5 352 353
l8 540 541 3 632 633 t9 724 715 30 79 16 170 171 utt. | 167 263 16 i54 15s
4 450 451 t9 542 543 4 634 635 z0 726 727 31
78
8l 17 lTt 173 t 264 265 t7 J56 )\7
5 452 453 20 544 545 5 636 637 zt 728 729 n.:v. I
80.
83 t8 t?4 175 3 ?.6 267 18 158 159
6 454 455 zt 546 54? 6 638 619 2.
82
85 19 l?6 177 1 168 269 19 ló0 16l
7 456 45? 22 548 54s 7 640 641 386
84
87 Z0 178 179 5 270 llt 20 162 t6l
4 8ti 89 21 180 18i 6 i 2i .J
Z? 2l ló'l lôt
ANOS BISSEXTOS
COMO ENCONTRAR O T'IEN E O SHOU
nrirrrhzl larde manhã tarde manhã tarde manhã târde
^l'íer.
tuN.D 365 3ú ACo.7 {57 {5E sEr. 22 í9 550 Nov. 7 ó,ít 6{2 Tsan Shou Tírlr. Tsan Shou
73 367 38 I {59 160 23 551 552 I 641 644 t-9 3ó5-3ó9 4l 5
24 369 370 9 6t 1.62 21 553 5y 9 645 646 lo l8 370-378 42 )
t5 37t 371 t0 +63 161 25 555 556 l0 6{7 648 t9- t7 179-387 43 5
26 373 374 ll 465 {ó6 t6 557 558 ll ó49 650 7& 36 388-39ó 44 5
77 375 376 t2 46? 1& 2? 559 5& t2 65t 652 37- 45 197405 45 5
28 377 378 13 4Ã9 470 z8 561 562 t3 653 654
z9 179 1N 14 17t
46 51 446414 46 6
172 29 563 564 14 655 656 55- 63 415473 47 6
30 381 382 t5 1?3 +74 30 565 56ó t5 657 658 424432
tui_. I 383 384 t6 475 176 our. I 5ó7 568 16 659 660
64- 72
73- 8l 433441
48
49
6
6
2 385 38ó t7 1?7 4?8 2 569 570 t7 6t 6z 82- 90 442-450 50 6
3 387 388 r8 179 460 3 571 5?2 tE 63 ffil 9t- 9 45t459 5t
19 .l8l 482
6
4 389 190 I 573 571 t965ffi l@108 4CI468 52 6
5 39t 392 20 1E3 {&t 5 575 5?6 20(ó7ffi t@.Ú7 469477 5l 6
6
393 394 21 4{r5 {Eó 6 577 5?8 2t 69 670 n&126 47Wú 54 6
7
39s 396 22 +E? 1§ 7 579 5§ 22 67t 672 487495
I 397 398 23 1E9 190 I 581 582 23 673 674
r7?-135
136144 49ó5U
55
56
?
1
9 399 400 24 49t 192 9 583 584 71 675 676 145-r53 505-513 57 7
10 401 ,Í02 25 493 494 l0 585 586 25 677 678
ll 403 404 76 495 196 ll 587 586 26 679 &0
t54-162
ló3-17r 3
514-522
523-531
58
59 7
12 405 106 z? 497 498 t7 589 5N 2? 6t 82 t72-t& 3 532-540 ó0 7
13 407 408 28 499 500 t3 59t 597. 28 683 684 181.r89 541-549 ól
14 4ú 4t0 29 501 frz t4 593 594 79 @5 66
3 7
190-198 550-558 6Z
15 4tL 412 30 503 504 15 59t 5% 30 687 ó88 r99.207 359-567 63
t6413 4t4 31 505 506 t6 597 59Íl DEz. I ó69 690 20&216 64 I
17 415 416 sEr. I 507 508 175»ffi 2 69t 69t z@-225
5ó8.-5?6
577-585 65 I
18 417 418 250B510 18 601 602 3 ó93 694 226?.34 5ffi-594 66 8
19 419 420 3 srt 5t2 t9 &3 fi4 1 695 696 235-243 595-603 67 8
20 42r 422 4 5lt 511 20 @5 60ó 5 697 698 244-257 &4-6tZ 68 I
7t 423 424 5 515 516 2t&7ffi 66»7N 253-761 613á2t 69 8
zz 425 +26 6 517 5t8 22 @ 610 7 70t 702 262-270 62Z-630 ?0 I
23 427 428 7 5t9 520 23 6il 6tZ 8 703 704 27r-279 631-639 ?1 8
24 429 430 E 521 522 24 613 6t4 I 705 706 280-288 640-648 IL I
15 43r 432 9 523 574 L5 6t5 6t6 l0 707 708 289"297 649-657 73 9
26 +33 434 t0 525 526 26 6t7 618 It 709 710 198-3ú ó58ó66
27 435 436 tt 527 528 27 619 620 L2 ?tL ?tz 307-3 l 5 667-675
74
75
9
9
78 437 438 17 529 530 78 62t 622 L3 713 7t4 316324 676-6É,4 ?6 9
29 439 440 t3 .53t 532 29 623 674 t4 715 ?t6 325-333 685ó93 9
77
30 441 442. 11 533 534 30 675 626 t5 ?17 718
3t 443 444 15 535 536 3t 627 628 16 719 720
334-342.
343-35t
694-702
703-71r
78
79
9
9
AGO. 1 445 446 16 537 538 Nov. I ó29 630 t7 721 7ZZ 352.1& 7t2-720 80 9
7 447 448 t7 539 540 2 631 632 t8 723 724 8l 9
3 449 45A t8 54t 512 3 633 634 t9 72s 7t6
361-3ó5 721-729

4 451 452 t9 513 544 4 635 636 z0 727 728


5 453 454 z0 545 546 5 63? 6§ 2t 729 ?29
6 455 456 zt 517 548 ó 639 640
CONSULTANDO O T'AI HSÜAN CHING

Existem três métodos básicos que podem ser usados para as


consultas ao T'ai Hsüan: o horoscópico, o numerológico e o
milefólio.
Além disso, é possível encontrar outros sistemas a partir dc
combinações desses três.
O método horoscópico é bastante evidente: uma data impor-
tante (nascimento, o dia em que a consulta estiver sendo feita
ou o do evento em questão) deve ser escolhida. Em seguida
consulta-se o calendário do T'ai Hsüan Ching, a fim de encontrar
o Tsan correspondente. É ele que vai remetel ao Shou apro-
priado.
O sistema numerológico parte de três crrordenadas, quc po-
dem ser, por exemplo: a) o nome do consulentc; b) a data;
c) o local de nascimento. O número de letras contido nas pala-
vras é somado e depois dividido por 9. O resultado deve ser
então anotado (quando for 0, considera-se como total ,l 9). Os
algarismos (da data de nascimento ou quaisquer outros) tlrrr

1t
bém devem ser somados e divididos por 9. Os três resultados Lun Yü* (Antologia), lamentando: "O rio não oferece mgis
vão dar as três coordgnadas. A primeira rcmeterâ ao T'ieni a diagramas" ele foi provavelmente o primeiro quadrado má-
segunda, ao Shou desse T'ien; e a terceira ao Tsan Pertencente
-, pela civilização. Cada um dos nove dígitos
gico descoberto e
a esse Shou. dos nove diirgralnas tem um significado próprio:
O último método, que utiliza talos de milefólio (como no
I Chins), ou pedaços de bambu, é explicado mais adiante. I
rIUnt
I
^l
.
'S Boa sorte
Um sistema numerológico mais elaborado (e que também
pode ser combinado com o horoscópico) requer o uso dos Qua-
drados Mágicos dos 729 T'san. Nesse arranjo de nove quadrados II 2 Chiu ,*, Erro
EI
mágicos (em que os números das colunas da borda de cada qua-
-
drado coincidem, tanto na vertical quanto na horizontal), todos 3 Hsiang Presságio (de sorte ou de azar.
os Tsan, de 1 a 729, f.oram dispostos de forma a que, se colo-
!ta
- E+ Geralmente indica boa sorte,
cados uns sobre os outros, formando um cubo, os quadrados exceto quando vem acompanhado
somem, a cada coluna, a quantia de 3285, O mais fantástico é por ressalvas.)
que no meio do quadro que fica ao centro desse arranjo vê-se
o número 365 exatamente a quantidade de dias qué com- r r 4 li^

põe um ano.
- I
t Remorso, arrependimento

É esta a chave que ajuda a entender o conceito do T'ai


Hsüan Ching, porque explica não só a relação entre os Quadra- -II r 5 P'ins Calma, equilíbrio
dos Mágicos e o calendário como também a harmonia existente
?
entre este último e os Shou. Não é àtoa que o primeiro Shou, II
aIa
6 Hui
+T Remorso, rejeição (veja o Shou 67)
ao invés de denominar-se "primeiro", chama-se O Centro. E
tanto o calendário quanto os Quadrados Mágicos ou o T'ai ata / lsal Catástrofes, desastres naturais
Hsüan giram em torno do centro: o 565. § (com fogo ou água)
Assim é fácil compreender por que motivo os filósofos anti- -
gos consideravam o T'ai Hsüan Ching um trabalho matematica-
mente elegante e numerologicamente harmônico. A divisão das
ra!
-- 8 Hsiu Boa sorte, a não ser quando
quatro linhas em até três segmentos não é uma invenção arbi- acompanhado de algum tipo de
ressalva. Nesse caso significa
trária mas uma fórmula habilidosa, cuidadosamente estudada
paru lazer os 729 Tsan seguirem âs normas do I Ching. um períc.lo de altos e baixos.

O Lo Shu. rra
aal 9 Hsiung Dtl o..onio, má sorte.
Imagino que alguns leitores conheçam este jogo, também
chamado Diagrama do Rio e Quadrado Mágico de Nove Núme-
ros. Famoso desde a época de Confúcio que o citou em seu * Livro 9, capítulo 8.
-
5tJ 59
() diagrarrrt tlos t)uadrados Mágicos de Nove Números. Aqui, os nirve
rrúnrelos I'oram clispostos na Íorma cle J x i Ouadrados Mágico-' lá o tetragranra il é o bigrama 4 repetido: fr
MrÍeurálicos. l-o Shtr. O tetragrama 13 E é formado pelos bigramas 2 (li
rrhas superiores) c 4 (linhas inferiores).
Erro

,4,
Demônio Remorso
Cada um dos nove bigramas, quando dobrados, conrpôc

E3 XI
Chiu Hsiung
x.J-
Lin
pelo menos um tetragrama. Em alguns casos, quando as lirrhas
são diferentes, basta reverter o bigrama. Portanto, os tetragra-
mas tBmbém podem ser interpretados à luz desses diagramas de
Calamidade Média rlttrrs lirrhas.

jlt
Presságio
da>
iç bigrama bigramas
dobrados.
bigramas
refletidos
bigramas
reversivos.
Tsai P'ing Hsiang

Rejeição Sorte Fortuna I E á.1 r r sl :::


--
,,YF
E
chi
ífr 2 - ?o:
aaa
JLÉ
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-
Hui Hsiu
J ... ,t
-a.
- \/ ,t
aa.
-
-
J'
- 3r

--
O Quadrado Mágico Lo Shu. 4-
(correspondente ao quadrado acima).
)--- -- nl i r .
I - õ1.r.
^.4-.
-
-
2 9 4
ó ... --
6e i.i f À
ata
- -
7 5 3 aaa
aaa
aaa
Um quadrado mágico em forma de I ôl tt
tartaruga, impresso em lascas de madeira. - -:
6 I I Usado no Tibete como proteção contra g l'j --
os espíritos do mal.
Os teragramas: bigramas duplos _
Os mutacionistas (estudiosos do I Ching) scntprc prestant
9 8t I
-- /Llt
Irr t
r
-
nrLrita atenção à estrutura das linhas dos diagramas. Se tambén-r
atentarmos para os tetragramas dos 81 Shou, veremos que cada Bigramas dobrados e refletidos.

r-rnt dcles poderia ser formado por clois bigramas. As linhas As dos bigranras que formam os [3 I Shotr
combirraçôcs
supcriores corresponderiam. ao Fang e ao Chou; as inferiores. estão na tabela seguinte, tan.rbém conlrecida
por Quadrados Má-
ao Pu e ao Chia. gicos de Números lnteiros. (O uso da expressão "quadrados
O tetragrama I I por exemplo, seria o bigrama 2 do- mágicos", neste caso, nada tem a ver com o serrtido dc tcrnro
ll rltlo.
matemático semellrarrte.)

(rt)
bl
OS ASPECTOS DO TSAN RELATIVOS AO QUADRADO
MÁGICO DE NOVE NÚMEROS(1,.
o I I 42 I 83 7 r24 7 165 4 206 4 247 I 288 I 329 7
O=
.i6
-o -c \o ao o\
z 5 43 5 84 z 125 2 l6ó I 207I 248 5 789 9 330 2
Éç) 3 9 44 9 85 6 tz6 6 167 3 208 I 249 9 290 4 331 6
a* 4 4 45 4 8ó I t2? 5 r68 7 209 2 7.50 4 791 8 332 I
E
ts= TI lrI r! rl 5 I 46 3 87 5 tzg 9 ló9 2 710 6 25t I 292 3 333 5
Fê.
Eôv ll l: :l tl lr
! !!
rl tt 6 3 47 7 88 9 t29 4 170 6 2fi I z5z 3 293 7 334 4
É I I 48 2 89 4 130I t7r I ztz 5 253 z 294 2 335 I
I 2 49 6 90 8 131 3 172 9 ?t3 9 254 6 295 6 336 3
9 6 50 I 9l I 137. 7 t?3 4 214 4 255 I 296 I 337 7

ll € ts (o o\ 10 5 5l 5 92 ? 133 1 174 I 2t5 8 256 5 297 5 338 z


lt 9 57 9 93 6 t34 6 t75 3 zr6 3 257 9 298 4 339 6
t2 4 53 4 94 I 135 I 176 7 zt7 2 258 4 299 8 340 I

NI: o N \o r o t3 I 54 I 95 5 136 9 t77 2 2r8 6 259 I 300 3 34r 5


r4 3 55 7 96 9 137 4 r78 6 219 I 260 3 301 7 342 9
t5 7 56 2 97 4 138I t79 I 220 5 761 7 302 z 343 I
l6 7 s7 6 98I 139 3 180 5 zZt 9 262 6 303 6 344 3

ô l: o\ o d
N
N
tN N
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N
rN t7 6
l8 I
58
59
I
5
99 3 140 ? 181 4 221 4 263 I 304 I
100 2 141 z 182 8 223 I 264 5 305 5
345
346
7
2
o t9 9 60 9 l0l 6 t42 6 183 3 224 3 265 9 306 I 347 6
{t) 20 4 6l 4 Loz I 143 I 184 7 zz5 7 266 4 307 I 348 I
+ ,,- @ o\ o N !} \o
2t 8 103 5 t44 5 185 ) 226 6 267 8 308 3
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22 3
62
63
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3 r04 9 145 4 186 6 ?27 I 268 3 309 7
349 5
350 I

IL z3 7 64 2 105 4 r46 I 1
187 I 728 5 269 I 310 2 351 4
o tt r @ o\ o
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7.4 2 65 6 106 8 147 3 r88 5 229 9 270 z 3lt 6 352 3
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25 6 66 I 107 3 r48 7 189 9 230 4 271 I 317 1 353 7
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26 I 67 5 108 7 149 2 190 8 231 8 272 5 313 5 354 2.
7? 5 68 9 109 6 150 6 191 3 z3z 3 273 9 3r4 9 355 6
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E lr 29 8 ?0 I lll 5 t5? 5 r93 2 234 z z7s 8 3t6 3 357 5

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1'' I ll8
r :l 3l 1 I l3 4 t54 195 1 236 5 777 7 359 4
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\o r @ o, I \Ô
N
\o \o 32 ) l) 6 l14 I r55 3 t96 5 237 9 278 2 3r9 6 360 Â
l3 6 74 I ll5 _l 156 7 l9? 9 Z3B 4 279 6 120 I 16l 7
34 I 7s 5 l16 157 2 198 4 239 I 280 5 32t 5 i62 )
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N
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36 9 ?7 4 il8 I 159 I 200 7 24t 7 282 4 123 4 164 I
37 8 ?8 8 119 5 160 5 201 Z 24?" Z ZB) IJ 324 I 365 5
38 3 79 3 120 9 161 9 202 6 243 í) 284 3 t25 9 366 9
at
o. la ç
N r \o
N
r o o\ o
6 CO 39 7 80 7 121 4 162 4 203 I 244 7 285 7 326 4 367 4
lt 40 2 8l ) tLz I 163 5 704 5 245 ) 286 2 327 8 368 8
4l 6 82 3 tz3 3 164 I 205 9 246 6 7.87 6 128 J 369 3
OS ASPECTOS DO TSAN RELATIVOS eo ôue»RADo Consultas por meio de varas
MÁGICO DE NOVE NÚMEROS(2"
O uso dos talos de mil-em-rama na consulta do I ChirÍg e
370 2 410 9 450 5 +n 7 530 3 s70 5 610 I 650 3 690 I do T'ai Hsüan Ching acaba nos dando uma pista da origem des-
37r 6 4ll 4 451 4 49t z 53.1 7 5?t 9 611 5 65t 7 691 3
3?7. I 4LZ 8 +52 492 I 6 532 6 572 4 6t2 9 652 2 692 7 sas artes. A planta, respeitada como algo quase 6agrado, deve
373 5 4t3 3 453 3 493 I 533 I 573 8 613 I
653 6 693 ? ser ou a artemísia ou o milefólio (mil-em-rama), espécies afins
374 9 414 7 4s4 7 494 5 s34 5 s74 3 614 3 654 I 694 I das quais encontra-se grande variedade. Dois nomes botânicos
375 4 4t5 6 455 2 +95 9 535 I
57s 7 6r5 ? 655 5 695 5 surgiram para identificar a planta usada pelos puristas do
376 I4t6 I 456 6 496 I 536 4 576 z 616 z 656 9 696 9
I Ching: Achillea millelolium ou ptarmica sibírica. Ela sugere
377 3 +t7 5 457 I 497 3 537 I
5?7 1 6t? 6 657 4 697 4
que os primeiros praticantes do I Ching eram do norte da China
378 7 418 9 458 5 498 7 538 3 578 5 618 I 658 3 698 I
379 6 419 4 459 9 499 2 539 7 5?9 9 619 5 659 7 69 3 ou do Turquestão, porque no sul chinês prevalecia a prática divi-
380 I 420 460 I 500 I 6 540 2 580 4 620 9 660 z 700 7 natória com varas de bambu. No norte, porém, o milefólio ainda
381 5 4Zt 3 46t 3 501 I 54t I 581 8 6Zt 4 661 6 701 z hoje é planta comum, enquanto o bambu permanece como rari-
382 9 422 7 462 7 502 5 542 5 582 3 622 3 662, I 702 6 dade em jard;ns bem protegidos.
383 4 423 z 463 2 503 9 543 9 583 7 623 7 663 5 703 5
3ú 8 424 I 4ó4 6 504 4 544 4 5U z 624 2 &4 9 704 9 Os bastões de salgueiro, no entanto, provavelmente também
385 3 425 5 465 I 505 3 5+5 8 585 6 625 6 65 4 ?05 + foram utilizados e sem dúvida os métodos eram semelhantes.
386 7 426 9 4ffi 5 506 7 546 3 586 5 626 I 666 I ?M I -
Para crescer, porém, o salgueiro exige lugares úmidos e escuros,
387 2 427 4 467 9 507 z 54? 7 587 9 627 5 67 7 70? 3 enquanto o milefólio aparece com abundância nos campos e
388 I 428 I
468 4 508 6 548 2 588 4 628 9 668 2 708 7
nos vastos capinzais das estepes. Também pode ser encontrado
389 5 429 3 469 3 509 I 549 6 589 8 629 4 ffig 6 7@ 2
3W 9 430 7 470 7 510 5 550 5 590 3 630 670 I I 710 6 com freqüência no médio e no alto vetáo, ao longo das margens
391 4 431 z 47t z 5il 9 55r 9 591 7 63t 7 67t 5 7lt I das rodovias. Certa vez consegui boa quantidade de varas de
392 8 432 6 472 6 5tz 4 552 4 597, 2 632 2. 6?Z 9 7t2 9 mil'em-rama num passeio solitátio realizado num bairro ao norte
393 3 433 5 473 I 513 8 553 I 593 6 633 6 673 4 7t3 4 de Londres.
394 ? 434 9 474 5 5t4 7 5s4 3 59+ I 634 I 6?4 8 714 I O milefólio é bastante adequado ao jogo porque as hastes,
395 2 435 4 47s 9 5t5 2 555 7 595 9 635 5 67s 3 715 3
396 6 436 I
476 4 51ó 6 556 2 596 4 6369 6?6 z ?16 ? quando secas, são ao mesmo tempo firmes e flexíveis: basta
tirar-
397 5 437 3 47? 8 5r? t ss7 6 597 I637 + 677 6 7r7 2 lhes as folhas. Procure escolher plantas com cerca de !,2 m
de
398 9 438 7 478 7 518 5 558 I 598 3 638 I
678 I 718 6 altura e corte. varas de aproximadamente 50 cm de comprimento.
399 4 439 2 479 2 519 9 s59 9 599 ? 639 3 6?9 5 7t9 I os milefólios mais altos costumam dar dois bastões, mas na
400 I
440 6 480 6 520 4 560 4 600 2 640 z 680 9 720 5
maioria das' vezes são tão irregurares e torcidos que não são
401 7 44t I 481 I 52.1 8 56t I @1 6 64t 6 681 4 721 4
402 442
7 9 482 5 5ZZ 3 562 3 602 I 642 I 68?, 8 722 I recomendados para o jogo. Retire as folhas e repare em como
403 443
?, 4 483 9 523 z 563 7 603 5 643 5 683 3 723 3 as varetas secam rapidamente, mantendo a tonalidade verde. (O
404 6 444 I 4U 4 524 6 s@ 2 644 4 644 9 6W 7 724 7 que sobrava da planta era seco e moído para a feitura de iscas
405 I 445 3 485 I
57.5 I 565 6 605 I
645 4 685 6 7Zs z de artemísia; veja o comentário ao Shou 55, notando a ligação
446 2 446 7 486 3 526 5 566 I 606 3 646 8 686 I ?26 6
entle o I Ching e o moxabustão.)
40? 6 447 2 48? 4 5?7 9 s67 5 607 7 64? 3 68? 5 727 I
408 I 448 6 488 I
528 4 5ó8 6 608 2 648 7 688 9 728 5
409 5 449 1 489 3 529 I 569 1 609 6 649 I
689 4 ?29 9
I

As cxplicaçires a seguir foram baseadas nas instrucÕes de do ela terminar, guarde o material nos locais apropriados, quei-
K'uci Pi I Ching sobre o modo de consultar o I Ching. A edição me mais um incenso, faça uma reverência a seu a,ssistente (que
rlc Slrurr Clren Tang Perleição da escola d« bondqde --*-, também deve fazê-la a você) e saia com ele.
-
comparativamente, é r'ecente (final da dinastia Ch'ing), embora
baseada num trabalho bem mais antigo, mas não a ponto de Manipulando as varas
perfcncer à dinastia Ming *.
Nunca é demais lembrar a recomedaçã,, do professor Her-
A reconstrução do método de consulta ao T'ai Hsüan Ching
bert Clratley, eminente sinologista: "Para se deixar levar com- que ensinamos aqui vai determinar as quatro linhas do tetra-
pletamente pelo ritual e pelo ambiente, o segredo é entrar num grâma.
estado de êxtase que garânte ser o processo inconsciente, guiado
Pegue 64 varas.
por espíritos""
Separe-as em três grupos, ao acaso.

Preâmbulo Dirija-se ao primeiro grupo (o que está à sua direita) e


faça três jogadas (veja as instruções do Tsan, mais adiante) até
Primeiro escolha um aposento tranqüilo, ideal para a Çon- que sobrem 1, 2 ots nenhuma vareta. Ponha a sobra, se houver,
sulta ao oráculo. A porta deve ficar no lado sul. de lado. Não existindo sobra, pegue uma vara do monte que
Uma mesa especial, de cerca de 1 m x 5 m, servirá parâ a acabou de ser feito com as retiradas.
manipulação das varetas, que devem estar numa caixa de cerca Agora vá ao grupo do meio. Repita o processo e coloque
de 7 cm de diâmetro. (O texto ainda diz que essa caixa deve ser as varetas que sobrarem junto à primeira ,sobra. Caso não haja
envolta com seda vermelha e guardada nunra bolsa preta.) sobra desta vez, faça corrro recomendado na jogada anterior.
Sobre a mesa coloque uma artnação de madeira, na forma É, a vez do grupo da esquerda. Repita o processo.
de uma prancha com pernas, com orifícios onde as yaretas per- Conte quantas varetas sobraram três, quatro ou cinco.
manecem durante a manipulação. (O porquê dessa exigência fica -
Se forem três, significa que houve pelo menos uma sobra
claro na descrição de como Llsar as varas.) Ponha o incensário de um: isso remete ao T'ien,
ao sul da prancha.
A linha de baixo do Shou então já pode ser escrita. É a
Antes da consulta, Iimpe bem o aposento. Prepare a pena,
do T'ien, representada por um traço ininterrupto:
a tinta, a água, escovâs e deixe um pote de verniz amarelo do - houve pel<r
Se tiverem sobrado quatro varetâs, significa que
lado leste do incensário, para gravar o resultado da manipulação.
menos uma sobra de dois.
O jogo é feito na parte norte. Se for necessário, chame um
Dois é o número do |en, e por isso a linha de baixo do
assisten te.
Shou é representada por um traço dividido âo meio: - -
As varas devem ser retiradas da caixa e purificadas pelo
Se a sobra tiver sido de cinco varetas, significa que pelo
incenso; uma prece é oferecida pelo sucesso da consulta. Quan-
menôs umâ vez houve três restantes. Esse é o número do Ti,
representado por um traço fragmentado duas vezes, que é como
'' O tronre K'uei Pi denornina duas constelaÇôes chinesas (próxin-ras a
l)rrixes) associadas ao nascimento de sábios e mestrês,
deve ser escrita a linha inferior do Shou: ...

()() 67
7

As 64 varas estão juntas novamente. Repita todo o proces- Voltando ao número do Tsan: ele pode ser calculado de
so mais três vezes para determinar as outras linhas do Shou. forma bastante simples. As quatro primeiras linhas do hexagra-
ma representam o Shou; as outras duas, a divisão do Shou
Determinando o Tsan em Tsan:
Prgr. 64 varas, retire uma e coloque-a à parte. r
",
Divida-as agora em três grupos; o primeiro deve ser nova-
I
-
aIa
- 123 -
-
mente o da direita.
Reúna os montes do meio e da esquerda. II II I'
II atl
Divida-os em três e junte o da direita ao primeiro grupo
que você fez por ocasião da primeira divisão. -4 5 6

Mais uma vez ponha juntos os montes da esquerda e do art lIa art
I II aaa
meio; em seguida divida-os de novo em três. O da direita deve 7 8 9
ficar com os dois que você,separou nas duas jogadas anteriores.
Repita o processo novamente, de modo que ao primeiro Os textos dos Tsan
grupo se unam três subgrupos.
Como já explicamos nâ "Introdução,,, embora as edições
Pegue-os e repita este mesmo processo nove vezes. A sobra "standard" do T'ai Hsüan Ching mostrem o texto dividido em
será o número do Tsan. Tsan, não há meios de se ter cefieza de que isso foi feito original-
mente por Yang Hsiung. Por esse motivo, depois de encontrar o
Determinando o Tsan 2 Shou que inclui o número do Tsan procurado, um problema se
Este segundo método leva em conta o arranjo de 729 hexa- apresenta: saber a que parte do texto do Shou pertence esse
gramas (em diagramas de seis linhas) dividido em três. Assim: Tsan específico.
Nos textos mais longos, os números colocados ao lado dos
---aaa -- aa- versos indicam sua correspondência com os Tsan. Mas com fre-
---aaa -- aa.
-
-
qüência a abertura (e às vezes outros versos) é importante para
---ara
1
---aaa
365 729 todos os Tsan existentes no Shou. portanto, a regra é: os versos
não numerados se aplicam a todos os Tsan que determinado
Shou contenha.
Se o número de linhas do diagrama for diminuído para
Em outros casos, nos quais os textos do Shou têm uma con-
cinco, o total de diagramas possível (com cada linha dividida
tinuação tão óbvia que seria um erro dividilos ou não haja
em três partes) é de 273.
versos oraculares (como no Shou 67), um aspecto divinatório
Para consultar o T'ai Hsüan Ching com hexagramas (de seis
pode ser obtido a partir do Lo Shu (Quadrado Mágico de Nove
linhas), é preciso aumentat o número de cálculos das varetas
Números) aplicado à numerologia dos 729 Tsan.Isso pode ser
também para seis, usando o método de manipulação descrito feito cruzando a lista dos Aspectos dos Tsan com o diagrama
anteriormente. do Lo Shu.

68
69
f'r

Quando não houver parte referente aos Tsan, é porque o


texto do Shou, inteiro, aplica-se ao caso. O significado, no entan-
to, pode vir a ser modificado pelo Lo Shu.
De qualquer maneira, é sempre recomendável ler todo o
texto do Shou em que se encontra o Tsan procurado, para en-
tender o contexto no qual o trecho se insere.

ffi
A partir dos Quadrados Mágicos é possível encontrar outro
modo de consultar o T'ai Hsüan Ching. Ache as três coordena-
das e procure o Tsan entre os Quadrados Mágicos mediante a
intersecção dos lados e camadas. Esses termos designam as três
diregões de onde o cubo pode ser visto: os lados são, como o
nome indica, as laterais; quanto às camadas, vão do topo à
parte inferior do cubo, e de lateral a lateral. Use uma coorde-
nada para encontrar o lado, a segunda para achar uma das ca-
madas e com a terceira busque a outra camada. Então você
poderá chegar ao número correto, que fica no ponto em que
essas três direções se encontram.
É de difícil visualização, e por isso vou dar outro exemplo.
Primeiro decida qual coluna do Quadrado Mágico contém o
Tsan (dando à coluna da base de cada Quadrado Mágico o
Bondade e maldade estão gravadas
número 1). Em seguida escolha o Quadrado Mágico que você nos qúatno estrelas da Ursa Maior.
vai usar por meio da segunda coordenada e, finalmente, vá à
Ptesa por um gancho, a faixa pende
coluna desse quadrado que contém a terceira coordenada. ê passa pelo anel de iade.

70 Shou 2
Segunda parte

OS SHOU
lihou I
Tsan l-9 T
Comentúria
CHUNG ü
O Centro -ü Como acontece com quase todos os Shou, o núnrero cJe

estroÍes divinatórias é consider:avelmente inferior â nove, a soma


clos T'san çontidos em cada Shou" Neste caso existem cinco
I:trergiu utivtt estrofes, não incluída aí a abertura, parecida com as próximas
L-ulente. gerntinundo 40. Os versos que vêm a seguir, Iilosóficos, demonstram çlara'
mente que o T'ai Hsüan foi usado como calendário ao descrever
Nr-r Palácit' AmareLr
o inverno, quando a vida ainda dorme. Yang Hsiung ligou essa
idéia ao Chung: esta é a semente da qual brotam todos os outros
Não há o qlre seja não.
Shou. O dragão (de significado cosmológico) também é consi-
lsto também r-rão é segredo?
durado o Centro (ou Chung).
Na terçeira estrofe, Yang Hsiung mostra como o T'ai Hsüan
A nrente luta contra o segredo pode intrigar o leitor ao mesmo tempo que prova a superioridade
Que pode explicar o Yin e o Yang. 212 da obra sobre as outras filosofias: cita o princípio da dualidade.
que nos tempos modernos açabou aceifo na forma das leis da
ciência e da matenrática.
O dragào sç lança do Centro "Sol" e "lua", em chinês, significam o mesmo que "dia" e
A cabeça e o rabo são símbolos que revelam "noite"; embora isso não seja importante no caso deste texto,
Como isso será utilizado. i-4 /1-5 é relevante quando considerado um simbolismo escrito por al-
guém que faz previsões.
O Erário está vazio; A estrofe final çontém uma construção que aparece inúme-
Por isso os grandes representam a vida negada. 6/6 ras vezes no T'ai Hsüan: "A" não é "41' (veia, como exemplo,
os Shou 5 e 25). Em Researches on the t Chíng, o úniço outro
() sol e o chefe, no céut trabalho enr língua européia que trata do T'ai Hsüan, I. K.
As estacÕes são pela sorte or<jenadas.
Shchutskii traduz a frase como "amarelado não é amarelado",
remetendo-se à cor das folhas no outono; esta não é, no entanto,
minha opinião, Vale lembrar que o amarelo é unra cor imperial.
O olhar da lua é arnplcll "Metal amarelo", por exemplo, significa "oulo". O amarelo tam-
Ao contrário das h-rzes do oeste. {l/8 bém é a cor da Terra no sistema dos cinco elernentos,
A característica final deste Shou, traduzido aqui como "ro-
O amarelo rrão é amarelo tina" mas que também quer dizer método, irábitos e freqüência,
De r-rnr lado para outro segue a rotina do outot-tcr. ele é o rítulo do Shou 51.

14
7i
Shou 2 O símbolo do CHOU
'f san 10-18 é a honestidade,
que ascende
CHOU
II- e perfuma o céu. 7 /t6
Ambiente
- Os olhos, cegos para o indecente,
- vêem amigos serem recompensados
Energia ativa
Rodeantlo q ruente. por serem incapazes de inspirar
lealdade. 8117

Acaso q criação não corneç,ou


Recompensas por viagens
no reunir das coisas em grupos'/
para fora do corpo,
Calamidades assim
As recompensas estão não são tão grandes. el18
no coração do paraíso.
Virtude notável
se assim for. Ou se não for. t /10
Comentário
As piantas são o eixo central
semoqualomundc Quanto simbolismo e filosofia contêm estas poucas linhas!
respiraria com dificuldade. 2l 11 As duas primeiras estrofes podem ser entendidas como referência
às forças qüe unem os átomos. O hidrogênio é um simples átomo;
Me deixa. na criação do universo, todos os átomos foram gerados de outros
Entra em mim. il12 simples átomos.
Outro aspecto que remete às ciências naturais está nas estro-
Bondade e maldade estão grayadas fes quatro e cinco como Yang Hsiung podia saber, no sé-
nas quatro estrelas da Ursa Maior" 4l 13 culo 10 a.C., que as
- plantas, por meio do processo da fotossín-
tese, oferecem oxigênio para a vida animal? Me deixa. Entru em
Presa por um gancho, a faixa pende mim. Seút que isso não se refere à respiração, ao oxigênio qr,rc
e passa pelo anel de jade. slt4 sai das plantas e penetra os animais ambas criaturas vivcntes,
segundo o Chou?
-
Uma casinha humilde, dourada, As'"quatro estrelas da Ursa Maior" dizem respeito às qua-
e um ayiso: tro estrelas que formam o corpo da "concha do norte" Pei Tou
o pobre não é senhor dcs meios. 6/ 1s ( ,V * ), que aponta para a estrela polar, símbolo da virtude.
7t 77
O ideogranrir K'uei ( t* ) também pode significar ur):r Shou 5
estlcla cspccífica, e neste sentido tt.ata-se da deidade clominante Tsan 19-27
da constelação; além disso, por extensão relar:iona-se ao pa-
HSIEN
trono da literatura. Portanto a estrofe também p,.:ric ser interpre- -III
tada como "Bondade e rnaldade revelam-sc r.:'lo {espírito da) Lentamente -€ -
literatura", ou seia: o conhecimento do ber., , ,i , rrral. r-r discer, -
nimento por meio da aprendizagem. [')nergiu utivu.
Várias estrofes referem-se às recompensas oferecidas pelo
céu, ou paraíso, aos virtuosos mas as últimas l'rasr.s sãr; dema- De repente ucorda, se mlt)e,
-
siadarnente misteriosas. Não acredito que se relaciotlcln a uma e assim devagar, lentamente,
proieção astral. Talvez possam ser interpretadas mais claramentc surgem as diliculdctdes da vidu.
à luz das questões colocadas pelo T'ai Hsüan. Existem duas
estrofes que são na verdade presságios: a que faz referência à ca-
O amarelo é puro
sinha (a casa de um homem pobre) e aquela que fala da faixa em segredo.
(significando honra) que pende c passa por um lnel ct: ]ade Invisíveis, suas
(uma grande honra). fronteiras gLlârdanl
"Chou" é t-l nome da dinastia que precede a l-lan (crrr cujr.r tud<l o quc rrascc.
reinado o 1"ai Hsüan foi escrito), e "Chou I" (,El B\ t;gni- Desde a origcrn. I lte
fica "o livro das mutações do Chou", e é o nontc que costuma
O amarelo não é puro.
ser dado ao t Ching pelos acadêmicos. Similarmenre. "Clrung"
Submete-se à origem. 2 l20
é em geral utilizado quando se pretende falar da China, setr
povo ou seu idioma. Vermelha:
O ideogranra pâra "olhtts cegos". rra penúltirna cstrofc. i. o filho sustenra, ampara; jl2t
o rítulo do Shorr 68. Merrg.
o presságio principal indica a finalidade 4122

Me exterminando,
Nenhuma virtude em
usar a força
c esquecel
it pc'ríciir. )//',
A carruagem vencc
mentanhas, abisnros,
conduzida por alguónr
sentado lá em cima. 6124

7S
Sublime, majestosa, Aqui, todos os versos são presságios, obscuros eln rtt;tiot ou
alta, louvada montanha. menor grau, que o consulente deve interpretat àluz das circtttrs
A seus pés está o rio, tâncias Ém que estiver envolvido.
a arrebentação. 7 /2s Existem freqüentes referências a "montanha" e "abismo" ao
longo do T'ai Hsüan, e sem dúvida essas são referências aos
Homens navegam aquelas águas, altos e baixos da vida. O significado de "abismo" foi explicado
Remando em harmonia, nas páginas iniciais.
passariam facilmente por elas. 8/26 A contradição entre os pares de versos se aplica, claro, ao
Tsan que prevalece na leitura do Shou.
Grande, louvada montanha. "O presságio principal" é o significaCo literal de dois ideo-
Rio desarmoniosamente navegado. gramas, Yuan Chen, também partes da fórmula de abertura, ou
Habilidade? Nenhuma. 9/27 fórmula cabalística mágica do I Ching, e por isso são virtual-
mente intraduzíveis.

Comentário
-q
As palavras de abertura deste Shou são citadas no dicio-
nário K'ang Hsi para ilustrar o ideograma-título deste Shou,
Hsien ( I ), o, lento e laborioso um ideograma ruro até
-
mesmo no seu uso clássico. Ele é citado também do Giles' dic-
tionary, com a seguinte tradução: "Quando a respiração da pri-
mavera começa, lentamente o movimento se inicia".
O Shou corresponde à primeira semana de janeiro, e por
isso não poderia estar ligado a um período no qual a'lrespiração
da primavera" tenha começado. Em vez disso, "invisível" é a
germinação das primeiras plantas do ano, talvez o açafrão ama-
relo. O ideograma final do verso de abertura é o mesmo do
título do Shou 79 (Dificuldades). Não deve ser por coincidên-
cia que o Shou 79 é o terceiro antes do fim, o complemento
deste.
"Amarelo" é o tom da Terra; "vermelha", a cor do elemen-
to fogo.

tt0 81
Shou 4 Aos poucos fecham-se as barreiras.
Há pressa em tirar as dúvidas
Tsan 28-56
HSIEN
Barreira
Fí rI
-
E
-
da consciência do inferior.

Vermelho, fétido,
7 /r1

banido da fronteira,
Energia ativa. ele entra na casa.
Lenta e segura Cheio de medo. I /3s
barreira do Yin.
Depois de fechado o porrão
Depois da tarela leita vem o vazio- e l36
vem o lechamenta.

A cobra.se crlrva à t
lama. 128
Llomctttário
r,í
Sem o galo, a galinha morrerá. As numerosas remissões ao Shou anterior não deixam dú-
Nenhum deles concederá presentes, ? l)a
vida sobre o fato de que os dois Shou têm idêntica pronúncia.
A segunda estrofe talvez seja uma referência ao 3l.o hexagrama
HSIEN é o esconderijo do I Ching. Com exceção das duas primeiras estrofes, o texto
onde se engastam pedras todo tem çaráter divinatório. Pedra m.ói pedra (ou .,rliamante
preciosas. 3 /30 corta diamante") pode ser entendida como ,.cruelclade opres-
siv3" ou "torturante".
A barreira do pedágio
.careÇe de ferrolho.
Põe de lado
a chave dourada. 4l 3t

HSIEN IShou 3l significa "lentamente";


HSIEN IShou 4l significa "barreira". s l32

Extirpo de mim vilania e maldade:


pedra mói pedra. o/) )

82 ô)
Shou 5
Tsan 37-45
SHAO
II
O mínimo -II
-
Energia ativa.
Calma e seguramente,
mostra o abismo escuro.

O elemento se solidilica;
pode criar a si mesm,o.
Um aloés em chamas.

Pobreza, miséria,
falsos rumores
de ajuda.
Nenhuma proteção
ao chefe. 1/37 - 2/38

A Terra destrói a si
em torrentes. 3 /3e

A Terra destrói por si mesma


os últimos ídolos do homem. 4l40 - s/41

O pobre observa os presentes dos ricos. 6142

Pobreza náo é pabreza:


alguénr planeja auxílio. 7/45 - 8144

Chuyas leves:
os vales começam
a germinar.
Ahumildadeéapeiz. e l45

B5
Shou 6 br T

Comentário

A Terra
.l^
agindo sobre si mesma é uma referência ao "Ti"
Tsan 46-54
LI
Atribulações
fr II
III
-
das três partes do T'ai Hsüan. O tetragrama do Shao tem duas
Energia ativa.
linhas ininterruptas (T'ien) e duas linhas |en mas não Ti. Por
De cada casal
isso é total e igualmente dominada pelas forças ativas e neutras.
nascem pequenas criaturas.
A ausência de linhas )en explica o violento simbolismo dos ver-
E todas as espécies
sos que falam da Terra.
se acasalam.
O aloés é uma planta que nasce de repente, com inesperadas
e enormes flores. A variedade mencionada pelo texto é a Allium
odorum (juntei a expressão "em chamas" tentando reforçar o Atribulações nas entranhas:
simbolismo). Ch'en |en Hsi sugere em seu comentário que esse o superior virou as costas ao centro,
verso significa: "A humildade é em si a recompensa", ofere- Lá fora existem lutas. 1 /46
cendo uma alternativa à leitura do aloés.
Os presságios remetem à pobreza e à ajuda exterior. No sudeste, as fêmeas de rinocerontes
Observe que o título Shao, o mínimo, nunca é mencionado arremessam-se Para a frente.
no texto. No noroeste, uma flecha. 2147 - 3148

Os compassos dos desenhistas,


o esquadro do carPinteiro,
o nível da água e a linha de Prumo
não têm similaridades manifestas' 414e " sl50

Destruir e Procriar
são dois lados da mesma estrada'
A harmonia do centro é o caminho' 6ls| - 7 ls2

O celeiro de inteligência para a galinha'


Ao contrário da morada do papa-figo' 8ls3

Transgredir a lei, nrérito e destreza de rtm ano' e ls4

87
[t6
|en Hsi, o celeiro da inteligência é o T'ai Sui, ou Estrela Anual
o planeta ]úpiter. Suas doze órbitas anuais indicam os doze
-anos do Grande Círculo, popularmente conhecidos por nomes
Ã' como rato, boi, tigre e outros animais que compõem o horós-
Comentário
copo chinês. A "galinha" é o planeta do elemento metal, Vênus,
Com exceção do verso de abertura, que indica fatos naturais também chamado de Grande Branco, ou T'ai Peh. Por morada,
e inerentes à fase pré-primaveril, a maioria do texto tem um ou Hsiu, entendem-se as casas lunares. O texto final é uma
caráter místico. A rinoceronte-fêmea, Ssu ( E ), não é o animal obscura alusão à conjunção de Vênus e fúpiter na mesma casa
que qualquer um de nós pode yer num zoológico mas uma cria- lunar e às conseqüências que advêm disso'
tura mítica, a fêmea de algum tipo de búfalo com um ou três
c.bifres (talvez um unicórnio). A luz de seu chifre em chamas
nos leva a pensar em seres emergindo de locais profundos, es-
curos, da água. O companheiro desta rinoceronte-fêmea é Hsi, e
a ilustração dos dois está na página 163. Por ela você vai per-
ceber que nenhuma das criaturas lembra, nem mesmo remota-
mente, os rinocerontes, embora uma delas pareça ter alguma
semelhança com o unicórnio da lenda ocidental. Além das cores
das criaturas, repare nos pés. Ssu aparece novamente no
Shou 43.
Na mesma estrofe, arreÍnessatn-se paru a lrente é igual ao
ideograma usado para identificar as plantas que começam a ger-
minar nos vales, citadas no Shou 5. Há outras remissões neste
texto, que infelizmente não são fáceis de mostrar numa tradu-
ção; mas talvez seja importante observar que o papa.-figo da pe-
núltima estrofe é o mesmo da abertura do Shou. O ideograma
que o representa é igual ao usado para o nome do 30.o hexa-
grama do I.'Ching, normalmente traduzido por "brilho".
Compare a quafia estrofe com a terceira do Shou 29; os
instrumentos estão associados a elementos, cores, ofícios e mi-
nistérios, como segue:
Compassos: madeira; vercle; agricultura.
Esquadro: metal; branca; justiça.
Linha de prumo; Tena; amarela; o Estado.
O significado dos dois últimos versos é um enigma, a
menos que se imagine uma imagem astrológica. Segundo Ch'en

uu 89
Shou 7 significam subir e ascender, lancei mão de "topo" apenas ondc
'Isan 55-6i aparece o ideograma.

SHANG
III A garça simboliza longevidade; outra palavra para ancião,
- de vida longa, aparece na mesma estrofe, tornando-a mais com-
Topo (Ascender) - preensível é relerência a uma vida longa e respeitada.
- caráter divinatório, o texto é surpreendentemente
No seu
E rtcrgiu tttiva. - ambíguo.
O ttuscintento dus ct-tisus,
u c'riuçcio,
brotunt jLutlus du 'l'erru.
L, crescent t'm cliret'ão Lto tul]L)

No topo, a pureza.
O coração se oprirnc,
estanrpando, csctrIpindo. t,t t)
O ruído das garças ascende aos céus;
Eu sobe a escada antiga.
t-r
As ordens do céu
dcsct-rnhecem razóes. 2156-J157

Na subida ao local do çncontrr.l.


roupas em desa'linho,
fino vestuário açoitado.
O viajante nem sequer é c,rmprimentado' 4158 6l60
A subida é perigosa;
A escada, desgastada.
O sábio que vai rrão volta. 7l6t - el6i

L oiltatlluno

Shang é unra palavra rnuito comum para indicar' "topo" c


" asccndct'". Ainda que o texto laça uso de vários lerntos que

()( )
ql
Shou 8 §hou 9
Tsan 64-72

ltr
Tsan 73-81
KAN (CH'IEN) !II SHU III
Opor (Milhões) II- Penetrante
-III
- -
Energia ativa
sustentando as coisas. Energia ativa.
Isso também não é Forte por dentro
aprofundar? mas lraca por fora,

Matéria resistente; rangidos;


Coisas inteiras
então se incendeia, e penetra, Í/64 - 3/66 suportam o penetrar.

Palavras hostis (um milhão de palavras)


Ojustoeogrande
também. entram.
penetrando os ossos. 4/67 - 6/6e

Milhões de nuvens
Nós mesmos acatamos a autoridade
caem do céu. 7170 - e172
e lhe dedicamos respeito.
A excelência equivale
àadequaçãoeàvirtude.
Acatar a autoridade
Comentário
e mostrar respeito
Neste texto curto a única dificuldade repousa no título. Em é adequado e virtuoso,
todas as edições fica claro que Kan (
t ) significa opor. Imagine se nada disso existissel 1 173 - 3l7s
No entanto, este ideograma é muito semelhante ao que re-
presenta Ch'ien ( Í ), que indica "milhões". E talvaz o texto
Excesso de comida e bebida
faça mais sentido se interpretado dessa maneira.
Ofereço a alternativa sempre que o ideograma Kan aparece. traz a obesidade.
Não há lisonja nisso. 4176 - 6/78

Agora, nove horas, é dia pleno.


Chances no caminho do servo:
aquele que pode ouvir. 7l7e - elsr

92 93
í"i
Comentário

Em primeiro lugar, o nome do Shou, Shu, pode significar


"penetrante", como foi traduzido aqui, ou "semeadura", no sen-
tido de plantar sementes. Observe a ligação entre o título do Shou
e o texto anterior, em que há referências a penetral..
Outro ponto curioso, que talvez não tenha nenhum significa-
do, é o fato de o tetragrama ter certa semelhança com o ideo-
grama ( ji ) Shih, indicando presságio. Por causa disso, esre
deixa de ser o caminho adequado para er.rtender o ideograma
deste Shou, que incltri o radical ( | ), otr um clos diagramas
do t Ching, (Veja tambér.n o Slrou 55.)
Este pequeno texto contém uma das muitas homilias brevc:;
ao yirtuosismo. gue aparece ao longo do T'ni Hsiian.

Wu Wang, primeiro soberano da dinastia Chou, consulta uma casca de


tartaruga e varas de milefólio. Foi depois cla dinastia Chou que o Chou
I, ou Livro das Mutações, ganhou esse nome'
Há erros na c.onsulta aos milefólios.
Mas, na tartaruga, o bem emerge da
Iama.
e)4
Shou 12
Shou 10 O eixo da carruagem se dobra:
o cabo se quebra.
Tsan 82-90 IT Por causa disso
HSIEN quatro cavalos caem
Louvar II
- na armadilha, .9/89

- Os nobres cospem sanguc. e /eo


Energia ativa,
ajuda o escondido
a mudar ele pele.
Comentário
#
Auxilia a vida A única observação é que o primeiro ideograma depois da
quem adquire hábitos abertura, Yang Ch'i, é Tsan, auxílio termo que Yang Hsiung
virtuosos.
-
usa para referir-se às subdivisões do Shou.
Mesmo que não Cospem, sangue significa "caluniar"; aqui existem três refe-
os pratique. 1/82 rências a falsas doutrinas.
Outra indicação dos quatro cavalos aparece no Shou 28.
Admira o bom senso
de homens venturosos e justos. 2 /83

Não fortuito.
Crandes mentiras.
Ainda o desvio. 3/84 - 4/8s

Talvez a honestidade,
talvez a asa de um pássaro
aponte o sábio. s l86

São falsas essas


distorções antigas.
A tolerância comeca
no boato cruel. 6/87 - Tlss
r)(r 97
Shou I I rl
Na cidade incendiada,
Tsan 9l-99 Ir um toco de árvore resiste.
CH'A Talvez seja verde
II- quando florescer. gfeq
Errar
-
Llnergiu ativu.
.E
7::-,7
u gi tando-se, ex plotle.
Comentdrio

No Oriente, (r cqusa supretnu. Há uma ligação muito estreita entre as últimas estrofes. As
Multidões em hurmoniu. botas remetem aos pés amarrados que hesitam (provavelmente
O elemenlo CH'A, o crro, calçados com elas); a destruição pelo fogo relaciona-se à cidade
se dislarço e se (sccttrdc. incendiada onde um toco de áryore se salva, lembrando a reno-
vação e o renascer. Os cervos sem rabo, no entanto, parecem não
O movimento i benéfico, ligar-se a nada o que, na verdade, é uma característica do
T'ai Hsüan Ching.-
a imobilidade, naléfica. t /9t
Há dois tipos distintos de imagem neste texto: os primeiros
Há quem se acabe e morra versos, mais filosóficos, sugerem cuidado nas atitudes que se
tentando alcançar a luminosidade radiante, 2le2.3les quer tomar, para que o caminho não seja tortuoso nem leve à
distorção de objetivos. Na segunda parte temos a imagem de um
personagem grande tropeçando ao passar por um portão e em
Alquebrada, essa gcntc
seguida a imagem da cidade tomada pelo fogo; sem adornos (as
afravessa o portÍ-l()
c entra, buscando o outro CcÍrtro. 4le4 botas), com humildade, ele certamente atravessaria o portão
(obstáculo) e entraria na casa (objetivo), que, apesar de ofere.
cer perigos (o incêndio), traz a renovação da vida (o florescer
O Grande tropcÇa ao passar
da árvore).
pelo portão,
"No Oriente, a causa suprema" é uma referência ao sol.
e não entra na casâ. s l9s |á o "outro Centro" é idéia aberta a todo tipo de interpretação.
Cada qual deve encontrar a sua, levando em conta os problemas
Pús rmarrar.tos,
e as circunstâncias que atravessa.
sells passos siio hesitantes. 6/e6

As botas . . . os cirr:s das carrocas


Cervos sem rabr.l. . .

Cenas que o fogo destrói. 7/e7 - B/e8

r) tt qg
§hou 12
Tsan 100-lO8
II
T'UNG Comentário
O jovem -I
III
Neste texto aparecem novamente os ceryos sem rabo do
- Shou anterior. |ovens, eles marram, cabeça contra cabeça, num
Energia otiva. hábito saudável e muito próprio da juventude: ir fundo e apren-
Começa a alçar vô,o. der com os próprios erros. A "cabeça" da última esÍrofe, porém,
não se refere aos animais. O ideograma que corresponde a ela
( â ) é o mesmo que representa a palavra Shou. Por isso o
O elemento T'UNG, o jovem, termo "cabeça", aqüi, significa o próprio texto.'Por outro lado,
inexperiente, como o que vem a seguir remete ao Shou anterior (o fogo trans'
não possui o conhecimento. 1/1oo formou as construções da cidade em cinzas), este Shou deve ser
interpretado Çomo uma extensão do anterior; o jovem erra,
exalta-se, "incendeia" as velhas idéias para construir novas, re-
Há erros na consulta aos milefólios. nasce e faz renascer.
Mas, na tartaruga,'o bem emerge da lama. 2lt}t - 3 /102 Mas não é só. Não podemos esquecer que o quarto hexa-
gfama do t Ching, Meng, tem sido freqüentemente traduzido
A riqueza surge no leste, por "inexperiência da juventudg" imagem muito próxima
deste texto.
-
de manhã.
Mas sua luz náo é suficiente
A riqueza que surge no leste é o sol. Com o céu nublado,
porém, seus raios não iluminam tanto quanto em dia claro. A
para vencer as nuvens. 4/103 - 5/104
perseveranç4, no entanto, faz com que ele aos poucos "atravesse
as cortinas" (nuvens) metáforas que o consulenle deve saber
O visitante entra, porém,
-
traduzir para seu momento pessoal.
atratessando as cortinas. 6/t0s O "filósofo vermelho" é o nome de um anão que, conta
a lenda, comeu cinabrita (óxido de mercúrio, uma substância
altamente tóxica) e por causa disso não só viu stra vida prolon-
Longe o jovem
gada como também conseguiu ttansformar metais básicos em
estuda com o filósofo vermelho. 71106 - 8/107 ouro (os metais que possuem o mercúrio como componente têm
um brilho prateado, o que talvez explique a origem da lenda). A
T'UNG, os cervos sem rabo marram. idéia que vem dessa estrofe é o aprendizado com a experiência
audacioso, o jovem não tem Ç.conhecimento, que só
Na cabeça, as cinzas -viráembora
com o tempo e com a ajuda de pessoas mais maduras.
das construções. e1108

101
r00
Shou 13
Tsan 109-l17 IT
TSENG II
Crescimento -

Energia ativct.
Cresce a exuberante vegetuçAo.
-
Diariamente, tudo cresce,
prosperando imperceptivelmente,

Ouça o oráculo!
O TSENG avança na escuridão.
Por dentro é diferente. t/109

Ouça «r oráculo!
O TSENC avança qa escuridão,
Por fora, os homens não conseguem. 21110

Não existe cresciment«r;


é a orientação. 31111

Sim, existe crescimento;


é a luz na escuridão. 41112

Unida, a multidão
brilha e atravessa pântanos. 51111

Crescer é algo nobre.


Apaga ülarcas que ficaram
para trás, 61114

Este apagar, porém,


Ohou Kung, irmão mais novo de Wu Wang, consulta càscas de pode ferir.
ta rta rugas.
Toda ação traz alguma desvanragem. 7111s

105
ffi
Mesmo íngremes, §hou 14 T
as montanhas mais altas Tsan 118-126 rI
jamais se transformam em rttínâs. 8/116 II
IUI II
Confie nelas, Astúcia
Todo abismo tem dois lados. 9ltr7

Energia alivu"
O topr.t"
A vida requer flsttici(1.

Comentcirio Um é.
Na verdade, é desneçessário fazer quaiquer observação a Dois não são. t/r18
respeito deste texto. Suas imagens são clâras, e o consulente
saberá interpretá-las de acordo com a situação que vive e as O leste é astuto;
resposlas que busça. o oeste, descuido. 2lt le

Ver o que há atrás


e não enxergar o coração. 5/r20

Astúcia no feio:
segurâr
cinco carradas na boca. 4112t - s/122

Dez milhoes de faças;


um presságio auspicioso. 61123

Astúcia no feio:
o dinheiro, se vem do trabalho,
é bom e não deve ser julgado. 71124 - 8112s

Astúcia na Yantagem:
desgraça e maldade. e1126

105
t04
Shou 15
Jfi
('<ttne nt/t ritt
Tsan 127-155
TA
Percepção
Iü II
II
-
III
Este textct requer algumas explicaçoes. A astúcia, aqui, deve
sel entendida no seu contexto rnais amplo, como uma qualidade Energia ativu.
que torna a vida melhor. O astuto, no entender do autor, vê be- Surgem flores e ramagens,
leza, utilidade ou tira algunra Iição até do que é considerado e todas as coisas
"feio". Em compensação, aquele que usa a astúcia para "tirar
dão-se q conhecer.
vantagem" de tudo e de todos provoca desgraqa e nraldade.
Referências à filosofia e à rtratemática estão luntas na pri- A escuridão do Centro, percepção solitária,
miera e intrigante esrtofe: "Um é. Dois rTão são" tveja "O T'ai distante, longínqua, rebelde. r 1127
Hsüan Ching e o pensamenro científico", mais adiante). Talvez
o tetl'agrama deste Shou forneça a chave para decifrar o enigma: A escutidão do Centro. percepção solitária.
r-rtna linha inteira seguida de rrês fragmentadas três Ien ser- aurora secleta, caminho ausente. 21128
vindo de base ao T'ierr. - l

O "presságio auspicioso" de que fala a quinta estrofe é Engana as pernas,


Cl-rcir ( fr ),.rn., dos 1.rs55{gios formulados pelo IChing. É o mas os olhos percebem. 1l 129
quarto ideogra:na da abertura do texto, e vai aparccer conr Verdes árvores beijam riachos.
freqi,iência mais à frente. Costuma ser traduzido por "auspicio-
A beleza do cenário
so", mas também significa "perguntar ao oráculo", "saber pela iguala-se à beleza da vida. 41 130 - 5113t
adivinhaçâo". Além disso, é o ternro técnico que designa o tri-
grar.na inferior do i.rexagrama do I Ching. Verdes árvores beijam riachos.
" A vida requer astúcia", verso da estrofe de a['rertura, r'e- Pensar e decidir
[ere-se também à vida qr,re florescc na prirnavera: este Shou cobre são atos secretos. 6lt32
a época qr.rc vai de l8 a 22 de fevereiro, plimavera chinesa.
Na pequena percepção,
o grande engano. /lt»
As lápidu's
nào prL'se rva lt't 8r/i+
Embora talhadas em pedrer,
percebem o perecer.
Depois disso, restatn as recordaÇões. 9/t3s

lOtr 107
#
x E
Shou 16
Tsan 136-144 rI
Comentdrio CHIAO III
Aqui, novamente a estação é a primavera, na qual Troca
a vida
começa a ressurgir e as coisas todas florescem, ,.dão_§e
a conhe_
cer", na qual as "árvores verdes beijam riachos,,.
Na verdade, Yin substitui Yang. -
este Shou pode ter diversas interpretações, Yang substitui Yin.
e diversa, forum suu,
leituras atrayés dos tempos, nas edições que se A matéria ascende aos céus.
fizeram do T,ai
Hsüan Ching. Inúmeros ideogramas ,"r"lhrnt",
aparecem ao
Iongo do texto, tornando a interpretação difícil No saguão da Assembléia da Luz,
até Àesmo para
os próprios chineses os que ousaram decifrá_la. decisões, deliberações 11136
- no entanto, as reituras
sejam quais forem, que o consurente
fizer deste Shou, deve lembrar-se do renascer que primavera A pedra substitui a madeira:
a
representa. A partir desta idéia básica, é possível as tendências do homem são inexplicáveis. 2/137 - 3/138
encontrar no
texto as respostas que se procuram.
Partir; voltar à escuridão.
O espírito troca seus elementos. 4/13e - s/140

Trocar o corrupião pelo macaco.


Feliz de quem não cai na armadilha. 6l 141

O Grande Círculo é largo, amplo,


E substitui o Pequeno Círculo. 7/142 - 81143

O alimento do espírito
é tão necessário
quanto o alimento do corpo. e1144

T\
Comentário L
Este é o primeiro texto que não começa com "energia ativa".
O Ming Tang (saguão da Assembléia da Luz) é parte do Templo
Imperial, usado para,sacrifícios em nome do Grande Deus e local
r08
109
ondc o imperador dava audiências, juntamente com
os senhores Shou 17
feudais.
Aqui existe uma referência à teoria dos cinco elementos,
,,
Tsan 145-155 II
especialmente ao intercâmbio entre madeira, pedra, JUAN
III
água, metal e
fogo, embora apenas dois desses elementos tenham sido
II
-
mencio- Suave
nados. Apesar de eles terem nomes que denominam
coisas mate_
riais, não são matéria e sim forças que mantêm unida a matéria
Energia ativa.
e Ihe dão forma. A troca dessas forças pode, por isso, ser
descrita Pode ser árdua ou leve.
como troca de energias opostas. euando se usa uma bateria para
Pode ser ativa ou passiva.
acender uma lâmpada., por exemplo, há um ,,intercâmbio,, de
processos químicos na bateria que produz o fluxo,
ou Ch,i, a cor- Há quem recue na dificuldade
rente elétrica.
O preto é a cor associada ao elemento água. O Grande Cír_
e se feche em seu próprio mundo. 1/t4s
culo refere-se ao céu (em forma de esfera, abóbada).
Mas existem embarcações
que singram águas sem perigo.
Com direção e sabedoria. 2/ 146

É preciso conhecer a vantagem


de avançar por meio de recuos
e usáJa com parcimônia. 31147

O coração fraco produz doenças.


A mente leve produz defesas. 4lt4s
A proteção é um símbolo.
lil
A oposição
não deve existir? sll4e - 611s0

De cogumelos amarelos não nascem cflancas:


há um buraco nas nuvens. 711sl

De cogumelos amarelos não nascem cnancas:


roupas para um casal. 8/ 1s2

0 caminho aponta para


uma estação de dúvidas. e/1s3

il0 111
Hi
l;-,. 4X
II
III
Comentário -
III
Esperando
A segunda estrofe remete ao Shou 14.
O termo ,'fracô,,, que acompanha a palavra coração,
eo
"leve", que vem em seguida a mente, podun ser Energia ativa.
traduzidos por
suave. Preferimos os primeiros por melhor Esperando.
expressarem a ima-
gem original do autor.
Aqui, a única frase enigmática fica por conta dos ,,cogu-
melos amarelos", dos quais ,,não nascem A chance está na forma como se entra.
crianças,,. Não foi
encontrada nenhuma referência à metáfora. E os desejos só se realizam
Veja o Shou 7j, quando a entrada e a entrega são completas. 1/154

Grandes filas se formam no palácio


Ordenadas, harnroniosas,
Em sua casinha, o hr.rmilde espera
de mãos vazias, 2/lss - 311s6

Esperando a prosperidade:
presságio auspicioso.
Presságio auspicioso;
alimento e ouro. 4/1s7-s/158-6/Ise

Esperando a desgraca:
algo insignificante.
Há maldade na insignificância,
O aposento é miserável. 7/160 - 81161

Nenhuma calamidade:
a calamidade também se espera.
O paraíso nos une. e/162

tt2 115
4*
Comentário

Este texto se ocupa basicamente do tempo do repouso, dt


espera que tanto pode ser um período de gestação de novida-
-
des e çrescimento como uma fase inútil, que não leva a nada e
a lugar nenhum. Essa idéia está clara na segunda estrofe: o
humilde que vai atrás do alimento o recebe no palácio, enquanto
o que fica em sua casa permanece com as mãos ,tazias.
A espera "atiya" leva à vida; a "passiva" se encerra com
o advento da morte sem ter produzido nada.
O consulente saberá deçifrar neste Shou as mensagens que
procura, a partir da icléia central da esperança.

A carruagem real, puxada por quatro cavalos (Shous l0 e 2g).


Tempo: 7

Tempo: 9

A carruagem segue seu caminho,


Shou 28
ll5
Shou 19 A complacência é digna,
Tsan 165-17l e dignos são seus seguidores.
III São, na verdade, superiores. e/t7 t
TS'UNG
Complacência fiiL -

Yang saltando no abismo,


nos pântanos, nos camtpos,
-
- lit
no alto das montanhqs, Comentário
Parecem ter molas
nas pontos dos pés. "Yang saltando no abismo" é um jogo de palavras entre o
termo Yang ( H, ), ou energia ativa, e Yang ( | ), carneiro,
ovelha. Provavelmente também entra nessa composição o nome
O homem que não ataca do próprio autor, Yang Hsiung.
atrai complacência. Este Shou começa com a terceira das nove divisões do ano,
1/163
correspondente ao período que vai de 12 de março a 2l de
O homem que não ataca abril, que no calendário ocidental indica a quaresma (aproxi-
certamente será sua própria defesa. madamente).
21 164
I O único verso que causa estranheza neste texto é "o galo
A complacência da amarelo come carne". Não esqueçamos que o amarelo é a cor
água
são os aquedutos. do elemento tetta, e que a ave a que o autor se refere não é o
3/16s
galo neste caso, figura que indica o macho Ce todas as aves.
-
A complacência da âgua
são os aquedutos,

que não a deixam transbordar


(e por isso não há inundações). 4/ 166

Complacência nos olhos,


engano no yentre. 5/ 167

Liyre-se dessa feiúra:


a complacênçia está na limpeza. 6/168 - 7/16e

O galo amarelo come carne. 8/170

i I (i
n7
r
Shou 20 E Shou 2I
Tsan 172-180 III Tsan t8l-189 III
CHIN SHIH
II -III
Avançar Libertar
- -
As forças ativas se expandem
e uvançQnl. Energia ativ«
alegrando harmoniosamente u vidu.
Cada coisa emerge da massa, Gentil calor abre todo a natureza.
que se abre.
)á existe inquietação. 1/172 - 31174
Os tributos são grilhôes
Na escuridão avança, 1/t8t
e quem os paga perde o que é seu'
mas não há açáo. 4117s - 6/177
Se você for ao local,
ele não será alcançado,
O vento começa a se agitar'.
Um trovão vem em seguida. . . 21182 - 31183
O centro do sol voa,
suspenso sobre a escuridão da Yin.
0 nobre está exaltado. 41184
O universo,se clissolve.
Avançando pelo abismo
vai o fidalgo, de canoa. 7 /178 - el180 Agita, balança.
Não profira insultr.ls.
Lave a boca,
limpe-a com a vergonha. sl 1s5 - 61 186
Coruetüário

O "universo", aqui, é a expressão utilizada para indicar Agita, balança.


todas as coisas que existem. "Fidalgo", por seu t_urno, talvez Não insultc,
seja urna forma de traduzir uma expressão que há duas ou três 71187 - 81,188
Liberte-se da vergonha.
décadas significava "cavalheiro": pessoa bem-educada, culta,
gentil e lefinada.
Este Shou corresponde ao equinócio de primavera. Veja o Agora é a prisão; depois, a fortuna.
cupítr"rlo que contém explicações sobre o calendário, Finalmente liberto dos grilhóes. 9l tye

, tti r 19
Shou 22 E
ffi Tsan 190-198
KE
III
II
C,omentario
Modelo
Este é um dos Shou cujo rexto nos Ieva a dois tipos de
leitura. Em primeiro lugar, o título, Libertar, indica liberdade
em relação a impostos e prisão. A outra imagem persistente, mas
Energia ativa. -
menos óbvia, é o conceito de agitação, excitação. O sol ,,abre,,
a natureza, o vento se agita, o nobre se exalta _- Ialvez dc O vigor secreto pode ser um modelo, e assim
raiva. O mesmo conceito aparecerá novamente no Shou 61. as multidões se apoderam dele
como famílias muito unidas. 1/1e0 - 3/1e2

O metal €xtinto
e a pedra derretida
pouco dão, mas recebenr
ern abundância. 4/1e3 - 6lles

A parede externa é o olho.


A carne está desfigurada
e não há morada para o corpo
vibrante. 7/1e6 - sl1e8

Comentário

Metal e pedra são dois dos çinco elementos da filosofia


chinesa. Mas o metal não se extingue (no sentido de "apagar",
como o fogo), nem a pedra se derrete. Esta incongruência leva
a uma figura intrigante, na última estrofe, e que representa uma
criatura com dois chifres: um aponta para cima e o outro, para
baixo.

r20 12t
l I

Shou 25 Shou 24
I
Tsan 199-207 III Tsan 208-216 III
I II LO r!
Mal
II
- Ptazer III

Energia ativa. Yang começa u emergir.

O prazer explode e se espalha,


O mal tira a carne do osso. lllee trazendo alegria e paz.
O elemento LO
Yin: não se entregar à doença. 2l2oo
é o complemento
da lelicidude.
O mal está quase mudando. 31201

Terna filhinha, filho-nenê: Perdido em bons pensanrentos


sinceros. 11208
só delicadeza. 4/2o2 - 6/2o4

Calor na idade, Que se espalham


Yantagem no respeito.
na distância. 2120e
Doença no ano. 7/20s - e/207
O prazer não é. . .

a harmoniosa energia do paraíso.

Nem banquete nem elegância.


Comentárict Soluçar, suspirar, calar a tormenta:
são estes os símbolos
O ideograma I tem muitas leituras, mas as referências à de quem geme à porta, 31210
doença levam à conclusão de que "Mal" é o título apropriado.
A palavra mutante aqui também é o I de I Ching. Não Nem banquete nem elegância:
creio que seja uma coincidência. De novo- estou inclinado a posses e ptazer destruídos. 4121 t
acreditar que é um jogo de palavras proposital.
Contendo frases claras, o texto quase não pede explicações, Deix'e dç lado o véu de seda,
a não ser na última estrofe ligação com a idade avançada, a jogue fora os ornamentos nupciais.
-
maturidade, o calor humano e a doença.
O coração do cônjuge
está ferido. s 1212

l)2 123
Uratrdc prazeri
§hou 25
sem falar à alma humana,
pássaros de todas as espécies Tsan 217-225 III
voam alegremente. 6/213 CHENG III
Disputa -
Homens clamam por ptazer,
clemônios clamam pat prazer.
O céu pede um ano. Energia ativa.
71214 -
A água inunda
O Eu tem medo. as mctrgens planas
Nenhuma transgressão ou desgrâça, disputando o espa,ço
porém: como quem participa
dos honras de um ritual.
Prazer e alegria
1 1217
dominam o universo. 81215
A disputa não é disputa
Mas um dia há a dor. e o caminho é inexplorado. 2/218
O resultado: lamento e pranto silencioso,
suspiros nos caminhos da vida. e 1216 Luminoso, glorioso rio
transbordanfs um pouco. 3/21e
-
A disputa é confusa, 4/220

Comentdrio Os fidalgos dão de si ao próximo. s/221

Este longo texto merece algumas observações. A primeira Pequeno conselho:


diz respeito à abertura, das poucas que não começam com "ener- não siga pelo atalho
gia ativa" e sim com uma variante da mesma idéia. se estiver anoitecendo. 6/222
. Outra questão refere-se aa "prazef' propriamente dito.
Há disputa nas estradas,
Como num segundo momento o texto fala em núpcias não reali-
e pela vantagem se perde a direção. 7/223
zadas, pode-se pensar no prazer como a alegria de viver a dois,
incluindo o sexo, e o prazer da preparação de algo que se anseia
A ferocidade enche a boca.
muito e que finalmente acaba por não se concretizar.
- A flecha descansa depois. 8/224
No entanto, "prazer e alegria dominam o universo": o vôo
dos pássaros (citado no texto), a própria vida são fontes de feli' Dois tigres descobrem seus dentes
cidade nas quais se deve beber sempre que a "desgraça" e então se afastam,
c o "medo" estiverem por perto. çientes da perfeição. e/225

t24
125
Shou 26
Tsan 226.254 III
Comentdrio
WU
Pesquisa
)1;i,fr IIT
II
-
É fácil compreender por que este Shou tem como título
"Disputa". Em primeiro lugar o tetragrama mostra duas forças Energia ativa
em oposição: uma frente à outra. Não é difícil imaginar, nessa pesquisa, observa, examina.
figura, duas bocas abertas, com os dentes à mostra a idéia
da estrofe final ou até mesmo raiva e ferocidade,- sentimen-
-,
tos que levam à disputa, à luta. O coração sossega.

Interessante notar que neste Shou há outro exemplo da Também se acalmam a matéria
construção enigmática "A não é A". Existem duas referências e os negócios. t /226
ao Tao (o Caminho): na primeira, a palavra é "caminho"; na
segunda, "atalho" (no texto original chinês a idéia é esta, mas A ordem é renovar o Eu
o termo útilizado é "caminho"). com roupas limpas.
A "estrada" na sétima estrofe remete ao Shou 15. Para o Até torná-lo luminoso. 21 227
significado de "fidalgo", vejâ explicações no comentário ao
Shou 20. Não bloqueie o coração
Veja também o Shou 58. nem lhe ponha impedimentos
com medo de assim ver
destruída a razão, 3 /228

O caminho cresce por si mesmo.


Há vantagens no vôo livre. 4l 22e

Amigos. 51230

$ffi
A carruagem está carregada.
Mas é preciso ainda
cobrir o carregamento. 6l 23r

A aranha tece teias.


O bicho-da-seda. casulos. 7/232

t2h 127
Doloroso é o perÍume
Shou 27
perdido na morte. 8/233
Tsan 235-243
Examine a autodestruição
ITI
SHIH !rI
e impeça o autodeclínio. e/234
Negócios III
-
_:.^b

Comentdrio
4r Energia ativa.
Glóriq e prosperídade.
O brilho do sol rege os negócios
O primeiro verso possivelmente é uma referência ao Shou quando tocqdos com decência.
27; a íitima estrofe remete ao Shou 73. "Amigos" talvez seja
o final da quarta esrofe ou o começo da próxima. As duas 'lodas as imitações são forçadas.
interpretaÇões são corretas. r /235
Este texto ttaz de novo a idéia da renovação, inclusive su-
gerindo a dor do "perfume perdido na morte" (no sentido de Há negócios que se perdem.
autodestruição). O "perfume", aqui, é o que caracteriza a pes- Varrtagem em adquirir:
soa (como na natureza ele caracteriza as flores), e que não a aquisição leva adiante
deve ser destruído, e sim renovado com a força do coração. Só os negócios. 2/236
assim o "caminho" crescerá "por si mesmo".
No Centro também existem negócios.
Nem consultados, nem exortados,
perdem seu poder natural. 3/237

Negócios entre homem e mulher. . .


Gera filhos sem noivado. 41238 - sl23s

O velho sábio sustenta o pequeno órgão.


A criança mirrada conhece o,Caminho. 6/240

Negócios entre homem e mulher. . .

Atravessam os anos sem nenhuma Crítica, 7/241 - S/242

Prestar atenção: prosperidade na permanência.


Recusar-se a ouvir:. prosperidade na partida. g/24j
128
129
r'

Cttmentari<t

Este texto fala das vantagens da união e da decência para


o sucesso dos negócios aqui entendidos não apenas no seu
-
sentido comercial rnas também no de lelações pessoais.
Quando ignorados, porém, "perdem seu poder natural".
I Especialmente no Centro da vida, do homem, da energia
-
que move o mundo.
O autor enaltece também a importância da atenção como
prioritária pâra a permanência em qualquer lugar ou circuns-
tância. Se há interesse, há permanência. Do contrário, melhor
se faz cm partir.

Disposição cerimonial das seis divisões da tropa.


Chamando a multidão
e tudo o mais.
A escuridão, e tudo começa.

O fogo tomâ conta das esPigas


cultivando o fim.
lll
Shou 32
Shou 2tl
'l'san 244-252
ãn
KIlNG m
Mudanca m
m Cotnentarítt

Llsl"e é o mais interessantc e intriganlc dos lcxlos, pot'c;lusir

Energia ativa. da niisteriosa re{erência aos núnreros 7 ç 9j'.


Aínda que o vôo altere Há outras razões, contudo, e ;r prirrreira delas é o pr'óprio
a aparência das coisas, noure dr: Shou. Se este tetragramlr for corlparado ao anterioi,
o transtormação da matéria a transformação, ou "mutacão", gauha um novo sontiilo. A Iiuha
pode ser leita pelo intele<'to. superior, cle ininterrupta, tornou-se frzrgmentada er.n dr-ras iÉrtes.
enquantL) as ouiras três transÍormaranl-se enr linhas inteiras.

Tempo: 7 Este é o primeiro Shou da seguncla divisão plincipai ilos 8l


Tempo: 9 lexlos, e por isso não empresta sonrente seu nonle ao grupo for-
A carruaglem segue seu caminho. t 1244 - 21245
mado pelos nove Shou seguiutes como também ó a "cabeça"
dos próximos 27 textos. A essa aitula poder'íamos esperar que à
"energia ativa" (Yang) fosss mudando gradualrirente a[é zero
Transmutando o branco
i1246
ou até o fluxo neutro, assitn cotno podc-r"íamos ptesltnrir quc os
no negro.
27 Shou finais íossem todos Yin.
Mas, como poderernos uotat', não í isso r.r que aÇontece.
O menino, o boi, a galinha, o cavalo,
Yang t{siung indica que a llalureza Yarrg dos Shou pelrlanece,
não sãr: modernos nem antigos. 41247 .sl249
esgotaudo-se acls poucos aIé o texto cer.rtral, o de rrúrncri: 41,
YING ou próprio (no sentido de inatcr).
Uma carroça cheia entra na água. A estrofe de abertura é extraordinária, teiet'clilcia ac íatcr
Uma barca carregada sai da água. de tudo mudar de tarnanho qr-rando visto de cinra (vôo). .lsso
Na vida o que conta é a mudança. 6/)4q
nos remete à Teoria da Relatividade de Einstein, em particuiar
a hipótese da contração de FítzGerald-l,orenfz (formulada peia
Uma junta de quatro ç6ysls5 primeira vez em 1895)" Ela afilma que um corpo rno\/endo-se
um deles é manco. - 7 /250 - 8l2st pelo espaço a alta veloeidade tcnde a se contrair.
A linha seguinte sLrgerc duas coisas; que Yang Hsiung acre-
A mudança guia a carruagenl dilava ser possível translormar objetos por meio da forc;a do
e esta é uma árdua viagem. el2s2
-
'! Vc.ja ri "lrrtlr)tltt.;iitr^'

l:;.r 1il
"O menino, o boi, a galinha, o cavalo." Possivelmente te-
l)cnsanlcnto e que a imaginação ds rnsnsira mais prosaica
- - mos aqui referências ao jovem do Shou 12 e às constelaçoes,
podç inventar lormas ainda não existentes. Como acontece, por com ênfase à do Boi (de número nove) e à do Galo (1).
exemplo, uo processo de criação cle um quadro.
Quanto aos quatro cavalos, talvez seja interessante reletn-
A segunda estrofe é intrigante. )á comentamos que o núme- brar um velho ditado chinês: "Quatro cavalos não valem a pa-
ro sete refere-se ao sistema de "mutações" empregado no cál- lavra empenhada". Veja outras referências a cavalos no Shou 10'
culo dos tetragramas; mas na verdade o ideograma "tempo" sig' Barços e carroças também estão presentes nos Shou 78 e 80.
nifica um período, um evento que ocorre em sete dias, meses
ou talvez anos. A mesma explicação pode ser dada para a linha
I] seguinte, que traz o número nove. O significado dessa figura,
porém, alcança a divisão dos mecanismos do T'ai Hsüan Ching
em nove. AIém disso, este nítmero é bastante proeminente na
forma de consultar o I Ching por meio dos milefólios. O sete
e o nove são fundamentais em relação ao método de consulta do
T'ai Hsüan. Existem várias referências a esses números ao longo
do trabalho. Veja, em particular, c Shou 51.
A linha seguinte, embora soe inocente na tradução, tem
todo tipo de significados. Os dois caractere§ que simbolizam uma
carruagem seguindo seu caminho têm outras interpretaçÔes. O
bt
ideograma para "seguir" é o mesmo para "pena" e "compaixão".
Se o texto for lido como poesia, esses detalhes não serão nota-
dos; no entanto, como ele tem propósitos divinatórios, essas
outras leituras são muito importantes.
Mais significativo do que Chen ( ü ), o primeiro dos
ideogramas para "a carruagem segue" é o nome da 28.o cons-
telação chinesa, equivalente ao no§so zodíaco. Considerando as
possíveis referências a constelaçôes contidas na estrofe quatro,
talvez não seja apenas coincidência o fato de este ser o 28'"
Shou.
aqui, não é a palavra usual para a cor preta,
O "preto",
nlas uma relação com a tonalidade negra da lama do rio Shan'
tung ._
famoso por suas sedas, principalmente as utilizadas nas
túnicas negras dos sacerdotes do Tao'
135
ti4
I

Shou 29 II 7
Tsan 255-261 Austero 2 ,'i7,,'1rtl

TUAN
II Meu coração é como o pavão:
Austeridade - aberto, e de resplandecente beleza. e/)ot
-
Energia ativa.
Barrodo por dentro,
inllexível por'lora.
Comentário

li Pronto para a ação; ainda eapaz,


A idéia de "severidade" talvez seja a mais adequada à apa-
A mão direita, austera, rência do tetragrama referente a este Shou, que mostra dois
fere.
arranjos simétricos superpostos (linhas fragmentadas nas extre-
1 /2s3 midades e ininterruptas no centro), No texto, um ideograma não
Austero, o coração fica muito claro: o que representa a "mão direita", que também
destrói a consciência. 2/2s4 pode significar "possuir".
Os números arábicos 2 e 7 sito aqui utilizados para repre-
A linha de giz sentar os numerais chineses fr e ? , que correspondem
e o esquadro do carpinteiro respectivamente à sétima e à segunda divisões do sistema numé-
transpõem abismos. 3/2ss rico chinês, no qual as horas, os dias, os meses e os anos foram
estruturados. Mas os dois ideogramas que representam esses nú-
Limitados são os surdos meros têm outros significados, raramente usados hoje em dia" O
e os insensíveis. 412s6 comentário Ming sugere que o sete indica ritos e cerimônias, en-
quanto o dois diz respeito à retidão moral.
Feliz de quem supera
É curioso que Yang Hsiung, mesmo construindo um calen-
a própria ignorância. s1257 dário em ciclos ligados ao nove, referiu-se ao antigo calendário
chinês, baseado em ciclos de dez e doze. Mais curioso ainda é
O grande yentre pesa nas coxas,
observar que a subtração entre 9 e 7 tem como resultado o 2.
tirando a mobilidade
Também é importante apontar, em relação ao último verso,
do cavaleiro
que o ideograma K'ung (pavão) é a primeira sílaba do nome
e de inúmeras pessoas
chinês de Confúcio (K'ung Fu Tze).
inferiores. 6125s

Ferir não é ferir.


O inimigo não é indulgente.
A posteridade terá uma alabarda. 7 /2se

I l(r 137
ffi
§hou 30 II
Tsan 262-274

!6 ''frl -..'.........,.'....- T
III
E fa ltl
,r.\ I l
Coragem -
-
Energia ativu.
l)a coragem virtttüsLt
@ e da ousotliu
é 0 camirthl.
6) Caragem simbolizu
daterminaç"íto. t1262

Carinho scvero,
satisfação vazia:
o caminho para a virÍudc
f, está perditlo. 21263

l: Coragem no coraçãrr e na vida:


ecrteza. 11264

O cavaleilcr
au$tero c vazio
não tcm nada.
irt=-- | ,si-- tx O humilde
4&.
&
l*l ifrfli
*.' lrti i 1..11
possui

in mtrito mais. 4126s

l#,
I
t i+i l^
tlrfi
gífr
,fââ frâi;,
aÉ. lqrz
'fr4
ia*
O r:rvnleiro nãcr ú
Lltensílio dc uso úniccl. s1266

7tÉ Ât
',*# r?tâi Irt
li -l
Scrr discr"rrso cala íundo:
,ft4 '#fr,, itilfr lr coragem sâi
pclas palavrlrs. 61267
O T'ai Chi gerando os cinco elementos.
liq
íl

A coragem é o pilar" a base Shou 3l II


para a paz dos homens. 7 l26s Tsan 271-279
CHUANG
II
O poderoso carneiro t
demonstra coragem. 81269
,,mbição -

A coragem do javali Energía ativa.


está nos dentes, () grande tqmbém
A <Jo oficial, tem selts negócios.
nâ cilÇa, q/27ü l)entro da Yin
n subrníssão sct vai"
lhlt
frL Ambicão. e o deseio passa. t l27t - 21272
('itntetrtúrio
Obi;cura ambição.
l;alar sobye cste texto é desnecessáricr. O consr.iiente sabcrí Não perrnite ao homenr
íntcrpretá'lo de acordo com âr pergunta que tiver sido feira.
o julgan,er-lto
das próprias açõcs. i1273-41274

()bscura ambição.
Não permite ao homem
ver o próprio coração.
Só {ica à vista
ál casca. a parte de ítora. 5127 5

O ganso dcpencle da água.


As outras aves viajam
nos braços dcl vento sul.
Partiróodestinodelas
E talvcz também sua felicidade.
Os estorninhos e os raartins
voam .juntos
parâ o norte.
Seus gorjeios melodiosos
e harmônicos

I l() t4l
não cessam nem
dinastia que precedeu a Han, é a denominação do segundo Shou,
na hora da comida. mas também aparece no nome do I Ching como conhecido nos
As andorinhas sobrevoam meios acadêmicos o Chou I ou (Livro das) Mutações do
Chou (dinastia). -
o rio Tsu
Bebendo, comendo, O número nove refere-se aos "seis" e "noves" que são ca-
prosperando, racterísticos do método divinatório do I Ching, ou talvez tenha
saciando-se.
relação ao 9 do T'ai Hsüan (veja também o com.entário ao
Shou 28'). Pode não ser coincidência o fato de o Shou 28 f.azer
O I Ching tem seis caminhos referência ao sistema numérico do I Ching.
O Chou, nove estradas. CHUANG, o título deste texto, também significa "empa-
Suas proezas cotar", o que sugere a idéia de juntar os pertences para mudar
não têm limitcs. 6/276 de casa simbolizado pela migração dos pássaros.
-
O negociante finge ingenuidade
E dessa forma não consegue
ser umâ pessoâ honrada. 7/277-81278-el27e

Comentário

Sem dúvida o mais poético dos Shou, este texto recebeu


um tratamento tão literário quanto possível em se tratando da
tradução de um "oráculo". Não conheço as espécies de aves a
que o autor se refere. Em todo o caso, o editor da dinastia Sung
sinaliza para o "ganso" e sugere que talvez possa ser um alba-
troz. Possivelmente não se trata de nada fabuloso, apenas espé.
cies de patos ou mesmo gansos que dependem da água para
obter comida e seguran( ,r .

Várias espécies de pássaros são descritas, e em cada caso


o radical do ideograma insinua que eles são grandes ou altos.
O contraste fica por conta dos pássaros que ',viajam nos braços
do vento sul" e dos que migram para o norte.
Em seguida, numa mudança abrupta de direção, telnos a
referência ao I Ching e a seus hexagramas. O "Chou", nome da

t42 143
Os braços cobertos
II de seda vermelha

:lil^r,," tr. I .!8't


(t
e.mbalam.
II Bandeiras e estandartes
Multidão . II tecidos de gaze de seda
- ondulam com o vento.
Energia ativa
em expa,nsão no céu. A imitação é concebida. 7 1286

Fertilizando todas as coisas. Condolências na desolação.


chamando a multidão A dor embaça a visão. 81287
e tudo o mais,
Declinando, declinando,
A escuridão, e tudo começu. vendo a doença
mas não enxergando o esquife. el2B3
O lcgo tomr conta das espigus
cultivando o lim.
Ât
O cavalo tem malícia. t l28a fit
Morrer é fundir-se aos campos. 21281 Contentário

Sem criatividade, Este é um dos mais longos texto§ do T'ai Hsüan, e sem
a imitação não tem utilidade. 31282 dúvida o mais complexo. O título, "Multidão", foi inspirado nas
imagens do Exército, de manobras táticas, batalhas e coisas assim'
O hóspede duvida Embora isso não tenha muita relevância pessoal, não se pode
do fato de ser hóspede. 41283
esquecer que no tempo de Yang Hsiung os oráculos eram consul-
A multidão duvida tados com freqüência quanto aos â§suntos de Estado.
da utilidade da carruagem. 51284 Esses versos "militares" são intermeados por frases de cunho
pessoal ("condolências na desolação"). Outras estrofes talvez
Funcionários e homens estejam incompletas; o hábito de usar uma imagem seguida de
destroem crianças: um contraponto parece ter sido abandonado. Ch'en Jen Hsi
violência interna. " "
incluiu diversos comentários no texto. Aqui estão os principais:
clivisâo-
O cavalo tem malícia, Alimentar o cavalo com iguatias'
O tigre furioso rosna,
Morrer é fundir-se aos campo§: Morte de um parmte idoso'
pronto para âtacar.
O hóspede duvida do fato de ser hóspede: Não se deve
O grande trovão explode usar a força,
abalando. assustando os ouvidos. Braços cobertos de seda vermelha: As divisões do coração'

145
ill
A imitaçâo é çoncebida: Marido morreu moÇo: mulhel Shou 53 II
está grávida.
Vendo a doença mas não enxergando o esquife: Resislir
submissão total.
u
Tsan 289-297
MI
Intimidade
ffi IT
III
-
Este Shou corresponde aos primeiros dias de maio, e as
linhas iniciais por isso falarn na fertilização de todas as coisas. Energía ativa, irmã do paraíso.
Também há referências à agricultura neste texto. A despeito de A miríade das coisas. . .
a idéia da "multidão" refletir imagens militares, de proliferaçãcr Cadu qual tem a beleza
da natureza e coisas semelhantes, é notável o fato de o idco- relinada da orquídea. t l28e
grama-título aparecer apenas uma vez no texto. (Compare com Unidos na intimidade.
o Shou 59, Assembléia, no qual o título do Shou também não Não há necessidade de perguntas. 2lzeo
aparece no texto.)
lisprcitar, mzrs sent perguntas.
Igualmente notável é a figura usacla para a lnone.
Irllrs stlo os portõcs
rlos grrrrrlcs rrristúrios. 3 /2e1
Scrn intirníiladc. scm comparaçào,
meu coração é o ajudante do jovem. 412e2
Intimidade entre parentes.
Vantagem nas pessoas ativas. sl2e3
lntimidade na carne suja.
Três dias em jejum. 612e4
Intimidade na intimidade
não separa
a moça-hóspede do paraíso. 7l2es
Limpar a casa depois da tormenta. 8/ 2e6
Três safras para o líder. e l2e7

ffi
Comentdrio
A "irmã" da primeira estrofe e "parentes,, da sexta corres-
pondem ao título do Shou 54.

l,l(r 147
r
Abundância sobre abundância.
Shou 54 II
O cavaleiro é çonstante
Tsan 298-306
CH'IN
Parentes
ffi. I:I
-
oomo a estrela polar.
Os exaltados ultrapassam
os próprios limites. 7 l3o4

- Os negócios encheram o celeiro.


Parentes ultrajando Há carne-seca de reserva.
a própria carne e o próptio sangrre. O tronco serve de ajuda
A própria matéria. ao cavaleiro que vai viajar. 81305
Ranger os dentes com forÇa. t l2e8
Ele leva alirnentos secos na viagem.
Esses não sãr: meus aÚibutos. ?/soa
Parentes ultrajando
a própria carne e o próprio §angue.
No centro, o coração.
)/)qq
Bloqueado.
I

Confidências com a próPria carne Comentarkt


(e sangue). Aqui não existe a abertura habitual; vai direto ao texto
O objetivo é
I

a <livinatório, serr outras explicações sobre a natureza do Shou.


riqueza da família. 3/3oo Nas duas primeiras estrofes, o ideograma traduzido por
"carne" e "sangue" na verdade significa "pele". É importante
As vespas não suPortam esclarecer este ponto. Em outros sentidos, no entanto, pode ser
o insulto do corpo nu. 4l10 t entendido como "parentesco". "Ranger os dentes com força"
significa oposição violenta. Na terceira estrofe o termo é mesmo
"carne" e não "pele".
Hóspedes e pal'entes
A segunda metade do Shou parece comparar dois "savalei-
atentos à etiqueta.
ros"; um deles reuniu provisÕes para levar na viagem, enquanto
Bebendo e comendo em silêncio' o outro não se preocupou com isso. A comparação entre o impe-
Sem barulho. 51i02 rador e a estrela polar também foi usada por Shakespeare em
lúlio Césur.
A abundância não é abundância. Na oitava estrofe, cs "negócios" são uma referência aos
Os homens que trabalham Shou 19 e 27, O texto, incidentalmente ou não, faz alusõe s a
se confrontam. 6/103 outros Shou, o 4 (segunda estrofe) e ao 78 (sexta).

149
t48
O marido parte de cârruagem
Shou 55 II enquanto a esposa se despe e se arranha.
Tsan 507-515 A vantagem está com o tio-Rei.
LIEN
:II 8l1t,t
Nenhuma vantagem na família do duque.
II
Acumulação -
Aumentar a acumulação: vantagem.
Muita coerção resrllta em calan'ridade. 9li 15
Energia ativa:
til
gran de aulo-suficiência exterior.
Pouco de Yin:
só umo pequena porção interior.
{)omenírírirt
Pequena porção:
não concedida por interesse.
O icleogran.ra para Lien t fl l, n rítulo tleste Shou, é nruitr.l
parecido a outro, t{an ( lfi ), u ponto de alguns dicionaristas
Há vantagem em conhecer um homem de paz. 1 1307
confundirem os dois^ Mas tor.tas as cr,idências indicam qtit', neste
Porção de tinta; caso, o colreto é mcsrtro [..icn (Ácuurtrlação].

sof ismando, disputando Na cstrofe de abertr-rra há refcrência ao grande Yang exte-


sobre aquilo clue ilumina. 21308 rior e ao pcqueflo Yin interior' *- ó uln contraste direto ao
Shou 9, que pode ser ]ido em conjunto com s abettura deste
Vendo pouco, não usando, texto. Este Çontraste entre o grandc e o pequeno aparece en1
não utiliza rr suporte, 3/30e rrutros trechos.

Vendo pouco, não usando,


espero por minha hora grande. 41310

Abundância na retirada.
Além disso, superabundância.
Os casulos de seda enchem os campo§. s/311

Abundância indo embora:


os casulos da seda
não ficaram prontos a tempo. 61312

Chorando sob o véu de seda.


Fazendo do grande o chefe.
O homem inferior não demonstra cautela. 713r3

t50 i5l
shou 5o
:;iti[iõl,,o*o,ryE
EEi II
rII
I
III
Limite (Violência) -
Energia ativu.
llura e simples, árdua e diÍícil,
duradoura, inllexível.
A miríade.
Nada há que não tenha CHIANG.
O limite, e uma pon.te.
Por isso a atenção, por isso aclareza.
O rufar dos tambores
vem de todos os lados. 1/316 - 2/317
Mas CHIANG me basta:
minha fronteira e minha ponte. 31318 - 4131e
No paraíso não há fronteiras (violência) s l32A
Metal duro; maleável por dentro.
Sangue instável; fraqueza nos campos. 61321 - 71322
O limite (violência)
também cede ao desejo.
Também fraqueja. 81323 - e1324

$E
(jomentdrio

CHIANG é o limite entre dois campos. O gráfico de "cam-


po" aparece no próprio ideograma. O "rufar dos tambores" é
um "trocadilho visual". O ideograma (fl) tem certa seme-
lhança com o que significa "limite".
Os ideogramas para CHIANG f Bã I (limite) e CH'IANG Por isso a âtenção,
por isso a clareza,
t Ei I (violência) às vezes se trocam de lugar. O rufar dos tarnbores
vem de todos os lados,
t5l Shou 36

t
I
I

Shou 57 II
I San JIj-JJJ II
TSUI
Um ano H+
H*#.»#y lh Energiu crtiva
-
-
aqorü em equilíbrits.
O uno etn seu brilho muior.
Este elentento tem a luz.
Protege as t'ases em que se díttide
a utíyiclacle clo sol.

W A ano é lúcido por dentro. .


como o luto claro das águas.

Não há contradição:
o ciclo do ano volta ao centro.
.

O olhar se Yolta ao céu


O ouvido escuta o abismo lá embaixo.
0 Grande Ano recebe
as mu<lanças engânosas.

il+
L'ctrrrcrttúrio
Este Shou marca o iníçio do quinto T'ien; corresponde ao
final de junho e colneço de julho, os dois períodos incluídos no
solstício de verão, que üorresponde ao Tsan 365 (Shou 41).
O ano, dividido em 81 Shous. Ilustração tirada do T'ai Essa referência neste texto não é contraditória quando se recor-
Hsüan Ching
editado na dinastia Sung. da que o Shou de abertura de cada T'ien refere-se aos próximos
n0ve.
Este texto, com exceçáo da quarta estrofe, tem natureza
filosófica e não foi dividido em Tsan, Para propósitos divina-
tórios, veja o Lo Shu, na primeira parte do livro.

155
II
Shou 58
lsan 334-342
SHENG
Abundância
A II
II
-
Shou 59
Tsan 543-551
CHÜ
Morada
II
II
III
Energia ativa -
tultropassando Direção ativa
a abundâncie contid(t. Estabilidade.
Este elemento ntoslra
A pele se mostra
verdade e cerleza.
gloriosa e resplandecente
Pleno, ele simboliza as idéias. 1 1334 por causa das paredes
SHENG não é obscuro nem incompreensível. da morada.
É uma seta apontando
2133s A miríade está unida.
a ação correta.
A família precisa de panelas.
As ações não depenciem A esposa as herdou da tia.
de se ter ou não Talvez estejam sujas.
grandes posses. 31336 Talvez estejam limpas. 1 1343 - 31345
As ações não dependem O pai idoso troca de roupa.
da concordância A carruagem é pequena.
com o segredo do coração. 41337
A mulher lava suas panelas.
O coração alimenta esperanças. sl33B É agradável observar a família. 41346 - 61348

Pequena abundância: O casal derruba a mesa


funcionários de Estado e civis e entra em confronto.
esperam à porta do Grande Homem. 6/33e A família não é estável. 7 l34e - e/35r
Todos falam em calamidade
quando a felicidade é muita
e muita também a resignação. 7 /54A
Comentário
Quem cria o fogo, ou o frio,
Embora o título deste Shou não apareça no texto, a ima-
alcança as origens. 8/34t
gem usada é relevante, fazendo referência à família e aos pro-
Transvasa a fonte cheia e cintilante. blemas domésticos. O menos místico dos textos, este pode ser
Depois a vertente seca. 9/342 comparado ao Shou 44.

r56 157
t"

Shou 40 II
Tsan 352-560 II
II
FA
Comentário
Lei
Este texto compara as leis imutáveis do céu às dos gover-
- nos terrenos, ruins ou diabólicas. Existem muitos pontos seme-
Energia ativct.
lhantes entre este Shou e os outros. Os mais importantes: "a
A região mais exaltada é a lei. nascente corre para o abismo", uma leitura alternativa do Shou
É o elemento que respeita a tintct. 33, e o "bem". Além disso, "direção" é uma referência indireta
ao Tao, o Caminho,
Nado hd que não possa ser limpo
pela lei.

Estica-se a seda amassada. 1 /3s2


O barco do sacrifício negligencia a vela. 2 /353

O bern é vasto e profundo.


Há morte quando
não existe alimento. 3/3s4

O barco do sacrifício negligencia a vela,


sem saber qual a direção
a seguir. 4/3ss

A nascente corre para o abismo.


Não há vantagem em se sobrepor. sl3s6

A nascente corre para o abismo.


Leis irritantes não existem mais. 613s7

O bem carece de tronco


mas a árvore está em pé. 7 1358

O regato corre.
O vale corre, Bl3se

O fim é um erro. e/360

159
158
['

Shou 4l II A mudança de "energia ativa" para "força rccessiva" é


Tsan -161-569 II indicada pelas citações de dois opostos; fogo e gelo. O.,brillr<r
II supremo" refere-se ao solstício de verão. O dia de maior brilhci
liill YING II solar ocorre no correspoltdente ao Tsan 365, o centro do ano.
Próprio O significado da segunda metade da primeira estrofe é pro-
vavelmente uma referência ao próptio tetragrama; ou pode aludir
ao quadrado, 9 x 9, dos 8l Shou arranjados em filas yerticais
A pri.meira parte do calenddrio
já se mostrou. s horizontais.
Este texto é muito curto para ser dividido ern Tsan.
A segunda parte se encontra
em lmrmonia com a primeira.
Uma linha segue na vertícal,
outra na horizontal.
As leís do céu, entrelaçadas,
se conlundem.

O dragão voa para o céu


A divindade caminha entre as nuvens.

Línguas de fogo explodem


e caem do céu.
Pingentes de gelo brotam
da terra.

O brilho supremo alcança seus limites.


O cavaleiro, pelo que the é próprio,
se torna grande.

Comentário
Este é o Shou central. pois ao todo são 81. Por isso não
encontraremos, a partir dele, a fórmula "Yang Ch'i" que foi
ahertura de todos os anteriores. O dragão, associado a inunda-
ções, é uma das quatro partes do céu.

r60 161
-L
Ver o sangue entrar pela porta.
Shou 42 II Acalentar o cumprimento
II
Tsan 370'578
,&
I
nas câmaras.
YING II
Cumprimento
rrr
,&
Energia recessiva. Comentdrio
A lorma completa Este é o primeiro Shou com a abertura "energia recessiva",
da prilneira parte dos elementos
que no entanto é omitida na maioria dos textos desta segunda
estd unida,
metade dos 81.
vqi contrq o corrente
e cumprimenla este elemento.

O dragão furioso deita sobre a água


t 137ü
no abismo.

Cruzando a água, na terceira hora


a transformação do homem se completa' 2l37t

Pelas palavras Yin


31372
cem famílias estão em harmonia'

O dragão furioso, coberto pelas águas,


ransforma o centro.
A qualidade essencial é

a sinceridade. 41373

A qualidade rnaior vem e vai'


São misteriosas as Preferências
da inteligência
e da consciência. s1.174-6137s

O segredo e o amarelo se cumprimentam


e as idéias de um inflr"rerrcianr o outro. 71376'51377

r62 163
7"

,8 Shou 45 II
I II
Tsan 579-587
YU
Encontro
,& III

Misterioso encontro
-
com o espírito.
Linhas de contemplação
como veias no jade. 1/379 - 3/381

Há pressa para o encontro


cem a criança.
O filho não tem forma. 4/382 " s1383

Nem vir nem partil':


dito da mulher sábia,
O §su. a divindade. 61384 - sl3s6

I \" Dois rinocerontes iutam.


I Um manca"
Nem vençido nem morto. e1387

j&
L'omentúrict

Algumas das últimas edi,.;Ões do T'ai Hsüan juntarn a fór-


mula de abertura a este e a outros Shou que não começam cotn
o "Yin Ch'i".
Os "rinocerontes" da última estrofe devem ser um animal
mítico, de um chifre, metade bovino, metade eqüino, mas não
o unicórnio da mitologia ocidental. Este animal também é men-
cionado no Shou 6. Vasos de bronze com a forma dessa besta
eram usados em cerimônia§ antigas.

I/si. 165
Shou 44 II
Tsan 588-596 II
T§AO III
II
0 fogão Comentdrio

Aqui, as forças ativas e recessivas combinam-se, A imagem


I Recessivo, embora fértil; da primeira parte do texto alude a isso: os recipientes sacri-
O ativo está seguro ficiais dourados não contêm alimentos. A segunda metade sugere
e em harmonia. que, embora haja comida bastante para um banquete, os ritos e
cerimônias foram negligenciados. Como conseqüência a uma pre-
O fogão carece de provisões:
caução elementar de higiene como limpar a gordura da carne, o
o vizinho faz súplicas. 1 1388
resultado é a doença (veja nmbém o Shou 47\.
O Ting amarelo está vazio. "Ting" e "Fou" são tipos de recipientes cerimoniais com
Não há comida significado solene e ritual. Muitos dos bronzes chineses sobre'
nem bebida. 2/38e - 313e0 viveram ao tempo porque esses objetos, associados a clãs ances'
O fogão carece de combustível. trais, eram incluídos entre os pertences levados à tumba com o
Suas bordas são feitas de ouro. 413e1 morto. Eles freqüentemente apresentam dedicatórias datadas.
Este Shou é equivalente ao 50.o hexagrama do I Ching, Ting'
O caldeirão está cheio: o Caldeirão. Existe um interessante detalhe em relação a esta
da comida palavra. Karlgren, em Grammsta sericq recensa, aponta que
emana um cheiro forte. s/3e2 Ting ( jft) era originalmente um "empréstimo" para Chen ( f ),
O caldeirão está cheio: o quarto ideograma da fórmula de abertura do I Ching, tradu'
a comida é suficiente. zido em algumas edições como "vertical" mas tambérn com o
Estendo as duas mãos significado de inquirir a divindade. Este é, a propósito, o termo
para recebê-la. 6/3e3 técnico para a metade inferior dos hexagramas do I Ching.
Num osso muito antigo, a grafia para caldeirão era ( ffi ),
A chama: e a pronúncia, Tieng, muito semelhante ao som de Cheng, a
o grande se regala, forma ancestral de Chen (perguntar à divindade)' Mais tarde'
nem sôlene nem tranqüilo. 7 /5e4 para distinguir esses dois ideogramas, a marca Po ( I ) foi
Gordura de boi: adicionada a Cheng, assim, esta grafia significa perS,untar por
a melhor carne meio da carapaça da tartaruga; o ideograma era uma represen'
não foi limpa. tação dos desenhos da carapaça. Dessa forma, as duas palavras
O Fou está no fogo. adquiriram pronúncias distintas e perderam qualquer traço de
Resultado: vômito negro, semelhança. Por isso o 50.' hexagrama do I Ching não é Ting,
e a doença se instala, s/3es - el3e6 o caldeirão, mas Chen, um conceito mais abstrato.

r66 167
§hou 45
Tsan 597-405
TA
Grande

A lorça recessiva,
vazia, permanece
t II
II
III
r!t
Gr{ndes extravagâncias
distbrcem o Eu,
que pbandona seus necanlos.
Talviz haja benefícios
na hçrá do jantar.

Grandes extravagâncias
distorcem o Êu
61402

na torça ativa. que abandona as próprias


Entrelaçadas. habilidades.
Fora estd o eletnento, I§so deve ser
ambora unido às torças evitado. 7 /403
como o panelo à sua tampa.
o Li: 81404
O abismo, o lago, o mar:
revoltos e sem direção. A parede é íngreme
e as bases não foram
Grande é o plano. bem assentadas.
O Eu se engalana. 1 1397 Em tr& anos a construção
vai se transformar
O grande não é grande. em ruíüas. e/40s
Por meio da vantagem
a grandeza é obtida. 213e8

Grande é a porta do deserto


Comentório
náo cultivado.
Pequenos pássaros E notável como as imagens mudam de repente na última
na imensidão vazia. 3/lee estrofe. Não há referências às primeiras, como asontece habitual-
mente. Até o ideograma de abêrtura, LI, vaso saorificial (leja
Grande é a porta do deserto Shou 44), inais parece um título, como se um Shou diferente
e o conteúdo do reconhecimentol começasse ali
a fama virá. 4l4N - a lembrança, talvez, de um símbolo esquecido.
O que parece ser um estilo do T'ai Hsüan é o fato de às
vezes o formato do ideograma sugerir, direta ou. indiretamente,
lil Grandes perdas pequeno as bases de trma nova imagem, como se um traço fosse sê trans-
Imensas perdas
- muito pequeno 514o1 formando em outro. Essa é uma das chaves que nos leva ao
-
68 169
I

proccsso cle criação de Yang Hsiung, Neste texto, o fonto de


referência é a palavra "abandona" ( lil ), que parece fugerir as
idéias de "precipício" ( üf, ). Kartgren (op.cil., Shou ,h+) ,pon-
tou que. embora no chinês moderno essas duas palavrds tenham
pronúncias diferentes, elas devem ter tido sons igr"raisl ou seme-
lhantes no chinês arcaico (talvez um milênio anles dc Yang
Hsiung), "Abandonar" era .s'iog: precipício. ts'iog.

Ting e Li (veja comentário ao Shou 44 e a ilu§tração que acompanha


o Shou 54).

The Pearlôeared Jade Rail


Instrumento antigo de astronomia, do tempo de Shun (2255-2205 a.C.),
O sol, superior e centrsl;
a lua, fundamental e incomparável.

r70
O cavaleiro, ele mesmo Shou 6?
obscurecido
I

Shou 46 Lá fora a terrâ se estende


Tsan 406.414
rI até'o vazio.
III Deqro há vantagem;
K'UO tambores e gongos.
I 7 /4t2
Extensão
Lá fora a terra se estendc
- até o'vazio.
Troncos de metal - Dentro, alguém tem posses,
e pilares de jade
A divindade se faz ouvir. I /413
sustentam as paredes
da cidade. 1 l406 O pilar central da extensão
é muito alto.
A extensão não tem filhos.
A casa de pedra não tem Três anos seln uln menino. e /414
mulher que ctride dela. 2/407

Os portões do céu estão


bem abertos. Comentário
O amplo corredor e a escadaria
Os ideogramas finais da terceira e nona estrofes, respec-
obrigam a considerar
tivamente, são os nomes do 11." e do l2.o Shou, CH'A ( t )
se a vida foi um erro. 3/408 e T'UNG ( t ). Veja o comentário ao Shou 64.

Os portões do céu
estão bem abeftos:
a virtude é incapaz
de entrar no palácio
do lago. 4/4Oe

Do lado de fora se expande.


No centro há perdas. 5/4rA

O cavaleiro alcança o deserto


enquanto o humilde
entra em sua casa. 6/4t l

t7? 173
Shou 47 O faisão preso não cresce.
Tsan 415.425 II A andorinha-do-mar é fiel. 61420
WEN III
Literatura O faisão preso não cresce.
II O corvo se alimenta da tristeza. 7 /42t
l'inalmeja a assistêncio yang -
Escrevendc sofismas
na crqÇao da ltterotura.
em papel fincr
A literatura almeia a publicação
para publicar.
e a puhlicacão alnrcju u literalura,
Tempo escasso para
a literatura.
A niríqde Conseqüência:
esld demarcada rebelião. 81422
c resplandece
lú fora.
Os limites da literatura
Os três anos de sacrifício são confusos.
serão auspiciosos Mudam como
se não hotrver negligência. 1/41s as vestimentas
sacerdotai s. el42i
Que tal envolver os enfeites de jade
em tecidos de seda? 2/416

A grande literatura não enfeitada


é como um púlpito alto. Comentário
3 /417

O grande valor da literatura O segundo ideograma deste texto é híbrido, provavelmente


carece de exemplo. Lien (acumulação), como no Shou 35, ou Han, almejar. Aqui
Jogue as Iimitações no rio. 4/41s foi traduzido pela segunda hipótese.
Textos antigos referem-se a objetos cerimoniais sendo en-
O grande valor da Iiteratura voltos em seda durante os rituais. lsso nos remete ao Egito
carece de exemplo antigo, à prática de embrulhar as imagens com linho. Um dos
e reprime as idéias objetos cerimoniais, o jade Tsung, tem pequenos entalhes nas
como elas vêm e vão. s/41e laterais, gue podem ter surgido de tanto se enrolar tecidos nele,

174
l7i
As vestimentas sacerdotais a que o texto se refere eram Shou 48 II
III

iH
túnicas negras enfeitadas com galões. Tsan 424-432
Este Shou é interessante porque reflete as idéias de yang LI
Hsiung sobre o estilo literário, descrito como um trabalho qual- III
Propriedade
quer. Ele acreditava que as idéias surgem espontaneamente, e
que repressões ao estilo deviam ser evitadas.
-
Um sapato para um pé de seis dedos.
Os descendentes reverenciam
seus ancestrais. 1 1424

Um sapato para um pé de seis dedos.


Momento de se afastar
dos parentes. 2142s - 31426

O olho é solene, maiestoso;


o pé, reverente.
O homem atravessa o espinheiro. 41427 .51428

As linhas dos diagramas do I Ching


são interpretadas por sua aparência.
Contemplação senr conclusão. h/4?q

As escamas do peixe envolvem o erro


mas podem dar grandes benefícios.
Os que servem o Supremo
vão para o paraíso. 71430 - Sl43í
I
Vantagens faltando neste Shou:
como algr-rénr pocle r-rsar o t)'l o /á7)

/r,H
C'omentdrio

Este Shou é interessante porque há duas re[erencias âo


método divinatório do I Clring: Llma na estrofe quatro, outra t.iâ
penúltima estrofe. O núrnero nove tem um papel inlPortante

176 111
na leitura das linhas do I Ching também acontece no Shou 49
II
T'ai Hsüan. III
Tsan 455-441 II
curiosa abertura é um complexo jogo de palavras. O
A
nome do Shou, LI (propriedade), é homônimo de LI ( /fi.), TâO
conduta cerimonial. Mas esta palavra também significa sapato, Fuga
enquanto "um pé de seis dedos" também subentende andar nas
pontas dos pés, -
Fugindo do prejuízo das águas.
Apagando as marcas
das feridas. t /433

Fugindo dos prejuízos das águas.


As marcas
não são feridas. 2/434

O coração intimidado,
apavorado.
O pé calça um chinelo dourado.
Não há ambição.
O fosso se transforma em torrente. 3 /43s

Disputas e divisões. 4/436

Açoitar um cavalo
Tirania e crueldade à porta.
Melhor fugir.

Pássaros ciscando nâ mata,


entrando no abismo,
atacando. s/437

Mais campos sem cercas.


São inúteis. Duvido que sejam
dignos, 6/438

r78 179
Apanhar os pássaros Shou 50 II
a laço. Tsan 442-45O III
Mais tarde talvez
II
T'ANG I-
eles possam voar. 7 l43e
I A cuscuta
ApanháJos a laço, quase
oculto. Eles não voam alto. 81440 A cuscuta 1 /442
ri
li
Pescoço preso em flecha e corda. Corda comprida
Amarrado. 9/441 não é bom sinal. 2/443

Falta a gema
com forma de dragão
e outros enfeites de jade, 3/444
(Veia o comentdrio ao Shou 50.)

O veado ligeiro deseja ser râto.


Isso acontece, não é proibido. 4/445 - 61447

Pérolas brilhantes,
alaúdes tocando
dedos ágeis.
Momento
que não vai
se repetir. 71448 - e1450

Comentário

Assim como oShou ànterior herdou de seu antecessor a


imagem dos pés, este herdou a "corda" do Shou 49. A idéia da
fuga é transferida para o veado. Em seguida, figuras totalmente
diferentes surgem: "pérolas brilhantes" e dedos ágeis tocando as
cordas de um instrumento o alaúde produzindo uma
-
situação que não vai mais se repetir.
-,

r80 181
Mas o que isso tudo tem â ver com a cuscuta? Shou 51 II

ffi
Aparentemente, nada. A cuscuta era uma planta sagrada,
Tsan 451-459
III
parasita, sem raízes. A firn de evitar algum mal ao colhê-la, II
devia-se entregar a tarefa a um jovem (o do Shou 12, que
CH'ANG III
também âpârece no hexagrama 4 do I Ching, Meng). euando Rotina
ele a recolhia, tinha de repetir: "Não sou eu quem vem co-
lher a cuscuta" na verdade, palavras do I Ching para o Coroado por um espírito
quarto heragrama.- vestido de preto.
I"ANG tem outros significados além de "cuscuta". Era, Acerimôniaéomeio
por exemplo, o nome do imperador Yao, e também esteve pelo qual o gênio se comunica,
associada à glórias de uma remota Era Dourada.
usendo u táhuq divinstória.

Os significados de uma imagem. . .

Cem mil conclusões


não levam a uma resposta. 1/4sr

As virtudes são os princípios do sol.


Há três anos falta comida. 214s2 - 31453

Atingir o 7
eo9. 4/4s4 - s/45s

A colheita foi pequena


e inútil. 6/4s6

Regra: a doença não é eloença.


Nem os maus presságios
explicam isso. 71457 - S/4s8

A doença é doença.
E deve ser curada
pelo feiticeiro,
não pelo médico. el4se

182 181
§hou 52
II
ffi Tsan 460.468
TU
III
ITI
Comentário
Medida
A tábua divinatória era usada como meio de comunicação
com os espíritos. Diversas representações dessa tábua _ e até Energia recessiva,
mesmo modelos reais
-
- foram
nastia Han (contemporânea
encontradas nas tumbas da di-
ao T,ai Hsüan).
o sol estd causticante.
Energia ativa,
O ideograma para a palavra ',cerimônia,,, na terceira linha, o sol está ameno.
é o mesmo utilizado para "sapato',, no Shou 4g. Novamente C aust icante, cqust icqnte,
I temos referências aos números sete e nove (veja o Shou 2g). ameno, ameno.
Quanto ao "feiticeiro", ou xamã, veja o Shou 75. Cada qual tem sua medida.

As tábuas não são tábuas.


Foram arrancadas-
das construções. r /460

A Grande Medida pesquisa,


examina:
o presságio está no céu.
Há um sinal importanter
brota o verde nos pastos. 2/461 - 3/462

A medida não é de compasso.


Demônios seguram o herdeiro. 41463 - 5/464

A medida não é de compasso.


Os risos são observados. 6/46s

A pedra é vermelha;
não a pegue.
A simplicidade do sábio
il
é uma necessidade. 7/466 - 8/467

t84
I85
rt
Colecionar emos, Shou 55 L., II
emprestar dinheiro Tsan 469-477 rtI
por interesse:
YUNG III
dez anos depois II
os lucros se perderam. e/468 Eternidade

Pelo Yin os militare's são martos.


Pelo Yang os literatcs aprendem. t l46e
Comentário
O Caminho permanece para sempre. 21470
As "tábuas" da segunda estrofe são usadas para cobrir e
proteger entradas e aberturas, funcionando como portas. Nem alegre nem triste.
Os preceitos celestes
sobrevivem na eternidade. 31471

I Nem alegre nem triste,


A eternidade é
o Caminho dos ancestrais. 4/472
I

No peito há alegria e tristeza.


A eternidade não tem
presságios, nem bons
nem maus. si471

O Mestre é superior,
mas não demonstra superioridade
ao hóspede de honra,
A eternidade
erra na vida. 61474

Grande Eternidade:
nela há boa sorte.
Afaste-se dos lugares vazios. 7147s

Entrar no mundo perfeito. 81476

|86 187
As árvores antigas Shou 54 II
vivem eterflamente, e em pé, III
Tsan 478-486
pois estão plantadas
K'UN II!
em seus lugares. III
Mas também têm falhas. 91477 Posteridade

Comentdrio
fr O Yin protege os cascis,
o Yang lhes guarda a posteridade.
A posteridade é o caminho
que o cuidadc de ambos conslruirô. 1 1478
Militares e literatos são profissões descritas como opostas,
equivalentes ao Yin e ao Yang, respectivamente. A alusão devia
ser familiar aos leitores de Yang Hsiung.
A posteridâde é obscura,
não há luz a iluminar-lhe
a trilha. 2147e

A posteridade é obscura,
ao contrário da linguagem
do homem. 5/480

Oobscuroeoclaro
são perfumados. 41481

Três espécies de criaturas;


uma só carne;
rabos semelhantes. 51482

Os pássaros preferem fazer seus ninhos


em ramas densas.
O homem hospeda seu destino
em público. 61483

Os pássaros preferem fazer seus'ninhos


em público.
Não há desejos. 7 1484

t88 189
As martas erram.
Caminhando com cautela,
as criaturas de rabo
destroem o jade. 8/48s

Depois se escondem,
prejudicam,
não repetem o feito.
O céu está claro:
a chuva parou. e/486

ET
jUr
Comentário

Este é o Shou final clo bloco central, representante das for-


Çâs neutras.

Preso, o faisão canta e se aproxima do Ting enquânto um dos músicos


da corte toca os sinos. A situação era considerada um presságio dc
íelicidade.

t90 Veia o Shou 61.


Shou 55
ITI
Tsan 487-495
CHIEN
Reduzir Come rttári<t
- A artemísia. inportantc erva nrcdicinal, airrda hoje ó usadr
O coração reduz
- pelos orientais e seus seguidores. De suas folhas e caulcs sccos
o Eu do centro
- são feitos incensos r-rtilizados para o moxabustão, prática ligaila
a sua forma'corporol. à acupuntura. Parcnte do mileÍólio, cujas varas servem parâ âs
artes divirratórias, a artemísia é :'epresentada pol unt ideogranra
Reduzir as cerir15n;"r. 1 /487 ( { ) quc indica o radical de "flor" 1 a'), bcm como pela
ligura do Yao 1 X ), qLre signifiea unra ill. liuhas dos dia-
Utilizar Iuz na Êscada gramas do lChing. Coruentários às cdiçôes antigas çlo'l-'ai
faz diminuir Hsiian sugerem que Yang Hsiung estava sc recrupe ratrdo tlc algrr-
a artemísia. 2/488 rna docrrça quando escrevell cstc Shou.
"L.uz rra escacla" ú uma tradução prosaiica; provavcintciltc
Menosprezando a ordem social. 3/489.414eA sigr-rifica "glória na asccnsãcr" das classcs sociais, cnt vista tlc:r
lirrha scguintc rcterir.se à "ordem soeiul".
O obscuro está explicado: h,ste d o prinrcirr-r Shou do grupr-r final. CorrespondL' ao
armazenar, e nãO reduzir. sétimci, oitav<-r L: nolr() T'ien, que representam a 'l'erra.
Não aceitar a Pedra. 5/4e1 . 614e2
*
ffil
A aparência du, águu, profundas
que correm. 7 1493 - 81494

Reduzindo os princípios da vida. 91495

L)J
I
ig;
Shou 56 III A agitaçâo está no sanguc.
Tsan 496-504 Carne amarela destruída: 8/10\
Yin
Agitado
II A agitação pl'ovoca calanriclaclcs
- tlrit(lorts r'()nt unl hoi gortkr e/1o4
-
O Yitt rrão esltí lrctnslornutntltr
Nem concedenclo estti o Yuttg.
Nu ntiríutle. (r.§ (t)i.\(/.s st' trp.ittrrtt.

O l'ilho rrào ú ugitado. ('otrrt,ttlúrio


Os velhos, o mariclo c a lnulhcr
moraÍt't 11ít l1'lcslllir easil. t l1e6 llmbola trach.rzido pcx."agita<1o". yin aqr.ri tanrbénr podc
significar' "cantar". Enr vista da referência zro sacrifíci. r'itual
A trgitação cstai rro sartgLlc: corrtida na última csr.l'ofe. clevc-se considerar esta alterrrarivar
os bens não tênr valor. 214e7 afinal dc' contas, todos os versos deste texlo místico refererrr-se
ao sacrifício. A tiltima cstrol'e é rcalmentc uma afirnraçe1o clc
A agitação está no sanguc que, para afastat' as calamidades, é prcciso sacrificar unt hoi
queinrandcl a gordura do Etr .
;14e8 gordo. rccitantlo irs oraçÕes adequadas à r.lcasiiro.
Observe as características destc Shou: comcça corrr yirr
quc poclc mr.rito bcm scr ourt.o jogo dc palavras(rrciu o Shou 19,
A aparêrrcia não é algcr 'l"surtgl. Nclvarnurrtc pal.ccc haver
scnrelhanças cntrc trs idr_'ogra-
que se possa mudar.
tttas, collro sc trur tlclcs ilrsitrtrirssc rrrrr trocaclilho.
O clamor das bocas, discursanclo,
0 ideograma para "trocar'" e "mudar". na quarta c rra cluin-
provocl l vrlntadc de Í'alar'. "l / 4L)9
ta estrol'es. ó cl mesmo usado para o nonte do Slrclu 16. Vcja as
obscrvações sobrc a vida dc Yang l-lsir.rng lccrcx clr: sr,ra difi-
A aparência nào Í' algrr .'rrltlatl,-' r'nl fxllt'.
qLrc se possa trocal'.
[)ara u espécic hutuatrlt.
o Carninho ú insigtrií'icant.'. ; / _;()( )

Nctu ccntt'irl ncnr liscitlizaclo.


Oliciais clcslcirrrtlos c cort'uptos
sâem da rniséria. 6lsol - 71502

I c).1 l'15
I

I
i
Í
-l-,onrar
Shou 57 III chí, convcrsar'.
I
gozal da segurança r.la conversir
Tsan 505-513
Rcflctir sobrc todas as coisas,
SHOU Itr pr-rntlerar solrre as novidzrcles. e/1t;
Protecão -
-
O Yirr [troteg( u ittrtclLt
A Yarrg pt'olc(,a ú porlLt. () otrtc tt tti r itt
Os t'lcmc'ttl<Lr rtrTo st' ol,octtt
LU'tl 00 0lllro.
A
placa de jade era sÍmbolo de ciasse e autoridadcl a pa-
rcde (de urna casa) significava saúrde.
Observe que este tetragl'an1a é o oposto do rcferente
F-ecl-rar a venezianit, Shou 25
guardar os alxigos.
,A proteÇâo é o proclet do chefc. t t\b - 11i07

Enganar a proteção clo Hrr

é diferent.'
de simplesnrcrrtc
podcr'. Ji i0.\

Urna carrttagslr c Llm asselltt):


a barra da carruagerrr.
Uma placa dr.: iadc e ttma parcrlc
i1509
]]ó.

E preciso preparar'
a argâmassa.
Mãos a lcvatrtatn. 6l5t0

O Yin do céu rrao é a chttva.


O Sol Branco o dcstrói. 7151 t

-l
omar clrá, conversar,
gozat da segurança da conversa.
Este Shou não ó
pc t'igost,. til5Í2
Slrou 58
III
Tsan 514-522
HSI rI
Re-uniâo ,- C ctntett t úrio
- Amarcla é a cor irrrperial, como o tonr da 'l'erra.
Cr.rmpare a abertrrra com a sexta estrofe do Shou 25.
I)arLir na dircçhtl
da estrada
cnguanto ainda
está cscuro.
Rc-unintlo na antLricão. tlit4

[:mbora haja suavcs descjos.


nao faca caso delcs.
O cc<r,r não firotr rrcrrhunrl data. 215r5

l{c-unindo a cscuridão c o centr'o.


O corpo ó Lrrtr prcss:igio atrspicioso il5t6

Re-unindo a comicla:
provarrrlo. larttbctrrlo. 1l)17

Re-unindo as asas:
sào titcis. [azcrn irlçitr
t iro. t/t/E $15t9

llc-irrrindo as divisôcs. 7 ,t i)0

'l sl52r
cccncltr os I'ios dottra.los

,.\malelo i' o coraçào,


o abrigo sclvage'nr.
Rc-irrril rro ci'tr. L)
/ 12)

I,)ti I gr)
Ç

Shou 59 III
T'san 525-531
CHÜ IT
II Come nlúrio
Assembléia -
Veja o Shou 57 para entender o significado da "placa de
jade"; para compreender o Ting, reporte-se ao Shou 44.
l)emônios e espiritos Difícil traduzir os variados conceitos de espíritos malignos e
cârecen'l de inspiruçrirr. t /521 outros sel'es sobrenaturais. Traduzi como "demônios" aqueles que
não têm lugar onde descansar nem foram agraciados com a
berrr-aventurança eterna.
Ancestrais no ano
Quanto aos "espíritos", também são adeptos do Mal. "lns-
da comemoração: piração" é a inteligência celesÍial. Estas duas palavras são às
demônios no portão. 2/s24 -3/s2s vezes utilizadas para jndicar o espírito humano e o talento.
Sâo menciouadas várias vezes flâ r:bra; ve.ia os Shou 5l e 52.
Observe que o oome do Shou, "Asseurbléia", não aparcce
Colhendo tudo:
no texto, embora a idéia se faça presente (grupos de espíritos,
venturosos sã<l
ancestrais, de parte da fauna).
os presságios da matir. 4/52b

Agarrar a placa de iadc:


prornessa. i/s27

O f ing está cheio de sangue


e de algas daninhas. 6l 52t1

Novc ancestrais denronstraur bandade


Con[ianr na posteridade, 7ls2e - sls30

Cr:r'uja e ponlbos nos campcrs


l'ormam unr parlanrento
diferente. de outras
espécies de vida" 9!511

)(x)
20r
Slrou 60 III O colorido maior.
'l'san 532-54O
O jade e as sedas,
CHI II de vários tons,
Armazenar
III provocam desejos.
- Com elas acenam-se
O Yin gLrurdu u grunde conclusã<t; a vagabundos e andarilhos. 815le
<t Yunp, d pequena uberluru.
O homem humilde
Montanhas, córregos, nada tem a armazenar.
pântanos, lodaçais. Seus bens estão
A nriríade, para onde na posteridade. 9/54A
tudg 1q1..rr. t /s32
A escuridão nada esconde
e faz da luz seu princípio. 2/533
Guarde, não use.
Torne úteis as coisas.
O cavaleiro alcauçn
o coraçáo resoluto. ,/534
Quenr almazena pedras,
e não comida,
perde o trabalhcr
e a lida. 1/535
O cavaleiro guarda a virtude,
nrantendo a atenc..ão na carruageltl 5/536
O celeiro está vazio
porque foi saqueado. 6/517
A Crande Chcia e a maturidade
pertencem a todos os homens.
Coisas novas e frescas
estâo pot' vir. 7/538

202
20\
Shou 6l IIT
'fsan 541-549 T §ífr
SHIH
Enfeitar
§ífr III
r ('ttntt nttirit,

estc texto tenha sido balizaclo ct''nro Enfcitat, ttuito


E,nrL'rora
cle scr-r conteúclo tiiz r.csprito à palavr.a Ialada. Qr-ranto à últinra
Palavlas uão shr.l ;:ulavra:i
linha, a cxpressão "e cospcm sangtlc" lveiu o Sliou l0) na vL'la
lrcm são scu próprio r-rscr 11'\1 I
tlrrde signil icl t:alutriat'.
Quanlo ao "gritutle h(rrncnt lrclilc" vcia tl cotltctlttirio ltr.r

Q 5çrnr cla língua anrare lir Slt,.rtr 2l .

As escovadelas da csct-:vtr antalclti.


Bom é ver quem a llente ci.rnlrcce 21542

Ixiste vantagcr]r uo l'alar. . .

As lalas da discussào
clos ciois h,rmcns-prr:Íetas \ I i4 t 41541

As palavras siio ct-rlnu uhui,a:


as clrtas prervôtn ck.r cirr. 1/i41

Palavras rrâo tôtr alu<ia pr'áticr.


Sào url obstriculo.
vuzu'rt ita la lottgc ,

O grancle lror-nerl tfeme como sc

tocfld<-i p*lo vcnto. 61146 - 71517

Ncnhurr.ra palavla er iirsignil'icantt: .\'/ 14.!

Vejl o irtlt.,t'ni: ii'l cirr cirttu.

Sitlrus ct»rxlttt,
tllcganr, ar'l'arl
t' Cd§pL'n1 Silllgtlc. e l 1-te

l(),1 105
''Vclrrelho. anrilrcln. dúvida, nrctitl. ccnll't-r." [)c ucorclo
Shou 62 III
Tsan 550-558
I
Dúvida
ift III
rI
-
I
conr os conrentários clc cdiçÕcs anteriorcs, csta ó unra rclcrôncia
à controvúrsia sobrc a clout!-ina corretár. Culiosarrcrr(e, as cltras
principais scitas dos budistas tibetarros foranr conheciclas ctrnrtr
"vcrmclhir",' "irrnlrrclir" rlil anos irptis Yittrg llsitrrrg.

) itt a Yttttg ittttltttn-st'utn do oulr()


()s clatncntos sc c'ontltlcluitt
pruvurlos u()s puras
(t) n1 ( ) s( ilzc.vi.slt.sscltt.
( ()/lt(l .\(' ttr70 c.vts/i.s.st,llt.

[)uviclal cla rragnitudc clo [rrill.ro ckl soI


c sofrer'. lalncntal. al'ligir-sc. tliro
No coraçàci,
os rrn tcpasstrlos. 2li5 t

A clúvirlzr lcstir o irrttilto.


A prinrcirl cois:r u lirzcr é pcrgulrtiu' 1li5;
Vet'ntclho, rrrrriilclo. rltivirlir. nrcntirl, ccntrr) t1554

[)cnrônios. c ir lrltrtlr errr tltiviclr. írl rl'r r

(ilrtirrclo. puirrchatrtlu.
a rrratlcila lança o pássalo.
A Í'lccira penctrzr a rap()sa,
lcrinclo rrtl oiho e rrrrrir orcllrr
eI r rt'l Irre rr I,r . 7/556-L)/558

('tttttcttltirio
rft
[--stc Shou concsl)on\lc ao cqLrinricitt tlc rtutt.ittr.t. Vc.jir, no iní
cio tlo li\/l(), l 1-raltt' tlr'tlicacla lto cllcttdlitit,r.

.) ( ){r )07
I
Os martins-pescadores.
Shou 6i ITI macho e fêmea,

üt,
Tsan 559-567 voam juntos.
SHIH III Suas asas protegem
Examinar
rrr a raPosa. 81566
-
O último dique:
Yin completando: a irmít cla mue: 91567
rebelião pessoal,
Yang cctntpletando; q mãe mzrta.
A sombra e a forruu, conrpletos e unidas
podem ser extntinadas. Ífi
Comentário
Por dentro, claridade,
nenhuma necessidade de luz. t/55e "O pássaro'Luan e o pássaro-Feng." Essas sào aves fabu'
losas cuja aparência significa prosperidade. O ideograma para
Por dentro, lucidez, Luan inclui uma partícula fonética que significa "sinos tocan-
o Eu é profundo e inexplorado. 21560 do", como nas rédeas de um cavalo ou na carruagem de um
imperador. Esse toque musical foi adicionado ao ideograma por-
Poucos exploram o lado de fora. que supunha-se ser o inesmo tom do grito do pássaro-Luan' Às
Sâo incapazes de ver o coração 3156t - 4/562 vezes o nome é traduzido como fênix, termo mais apropriado
ao pássareFeng.
A testa da mulher está muito enrpoada. Embora as palavras Feng e fênix tenham url som seme-
Encharcar o rosto com água,
lhante, as duas não têm nenhuma relação. O fênix chinês tem
lavá-la inteira na chuva. macho e fêmea, e não há nenhuma lenda equivalente à do pás-
saro que constrói seu ninho para imolar-se parte essencial
E um exame cuidadoso vai mostrar
da lenda ocidental. O Feng deve ter sido o -
faisão dourado'
que não ú ela a irmã mais nova. 5/i6i
Há duas referências a este tcxto no Shotr 64.
O pássaro-Luan e o pássaro-Feng.
Se houver confusão,
as virtudes serão como
r.rm brilho claro, 61564

A carruagenr aparece.
O rlertirn-pescador sc esconde.
Ii nrelhor sair a pc<. / / )L11

20q
20.s
Dragão e Tigre, símbolos tradicionais do Yang e Yin,
Shou 64
III
Tsan 568-576 rr
CH'EN T
Depressão

Yin envolve Yang, -


Yang envolve Yín.
A lunção seÇretct
permanece n« ombiçíio.

A depressão escuta entre as mulheres.


mas no presságio nada há
que seja audível. 1 /568

A depressâo examina o Eu
e vê excelência
na vergonha e
na desgraça. 2l s6e

A depressão na beleza:
como um surdo ante batidas
de tambor. tls70

A cortesia se deprime
quando sob observação.
Ingerir alimento amargo
é o augúrio. 41s7 Í

Águias e falcôes
voam muito alto.
A depressão no ventre:
boa é a salamandra,
O mar: água inundando, demoníaco é o mingau. sls72-71574
corrtndo veloz, como se num vôo.
Incapaz de falar sobre isso.
Shou ?6 2'ti
Conro se aos pares. bori quando, devida a gravidez, mas ruim quando causada por
colTto sc atravessando o calllinho. ingestão de alimento pobre.
as corLrjas clo cclcilo Mâs não é só. Também temos de considerar "águias e
e da noitc. falcões", quê "voam muito alto". Assim, a estrofe na verdade
Carne vermelha não está se referindo à gravidez física e sim ao desenvolvimento
oprirnirrdo. 8/)7i - 91576 intelectual. "Águias e falcões voam muito alto" significa "ter a
cabeça nas nuvens"; a última estrofe, pelo menos, pode ser inter-

ifr pretada como "muitas idéias, mas impraticáveis", ou "de boas


intensões o inferno anda cheio".
(Veja referências nos Shou 32 e 77.)
Comeniqrio

Este Shou marca o início do oitavo 'f ien e corresponde


à primeira semana de outublo, em pleno outono. Existem aqui
duas referências ao texto anterior: o exame, a observaÇão, na
terceira e na quinta estrofes. Na verdade, os Shou 62,63, e 64
formam uma série embora pertencentes a T'ien diferentes
-
com numerosas referêrrcias a aves de rapina, perseguidoras, e
-animais perseguidos. A idéia das asas e do vôo também existe
no próximo Shou, no qual a noite está ligada à imagem de um
pássaro coberto de penas negras. Há outras referênçias, dessa
vez ao Shou 46, por meio da imagenr das batidas de tambor.
A sexta estrofe é unr exemplo de como a nrais complexa
imagern pode ser resolvida num conceito simples. A palavra qr"rc
aqui foi traduzida como "salamandr:a" é o ideograma formado
pelos radicais para "fênrea" e "sapo". É uma palavra rara, e
os dicionários que a registram dão como sua origem a obra de
Yang Hsiung. Ainda que o radical para sapo também apareça
no ideograma para fogâo (veja o Shou 44), "salamandra" é urn
caminho elegante que conduz as duâs irnagens nesta estrofe: a
do sapo e a do fogão que cozinha o mingau da última linha"
Superlicialmente, pode parecer que o significado dessa estrofe e
da "depressão no venre" seja devido ao mingau cozido no fo-
gão. Não é verdade. Os sapos, quando coaxam, inchani; a Íêmea,
quando visivelmente irrchada, está grávida. Portanto, o signifi-
sado dessa estrofe é o seguinte: a depressão sentida no ventre é

2t4 215
Shou 65 III altera consideravelmente o significado da quarta estrofe, embora
Tsan 577-585 II seja compreensível que os últimos comentaristas da obra de Yang
Hsiung tenham imaginado que "demolir paredes onde crescem
NEI II ervas daninhas" não fosse uma bênção. Para mim isso parece,
Dentro no entanto, que Yang Hsiung estava tentando realçar o fato de
- que o que aparenta decair é na verdade uma "bênção".
O dragão desce à lama.
O caíaleiro, sábio, usa de compreensão. t 1577

Viagem árdua,
esforços nocivos, 21s78

As penas negras, em pleno vôo,


envolvem com suas asas
desejos que encheriam um palácio.
Nenhuma visão da virgem. 3/s7e - s/s9t

Demolir paredes onde crescem


ervas daninhas.
Este elemento é uma bênção. 6/s82 - 7/s83

A chuva cai sobre a Terra.


Parece que nunca vai parar.
Parece que nunca vai inundar. 81s84 - elsss

Comentário

O dragão (veja o Shou 1) simboliza chuva e inundação,


duas imagens que estão na última estrofe. Neste Shou, o ideo-
'graÍna ( 17) traduzido como "elemento", no sentido de "simbo-
lismo e significado do Shou", foi alterado, nas últimas ediçóes
do T'ai Hsüan, para ( D ), que significa "não". Claro que isso

216 217
Shou 66 III Shou 67 III
II
Tsan 586-594
CH'Ü
*
II
III
Tsan 595-603
HUI IlÍ{' II

Partir Obscuro
- -
Yung partindo tuz Yirt, "Obscuro" é uma categoria.
Yin partindo laz Yang.
Os elententos q4orq estãtt trnitlos, O cofre de metal vermelho.
d eso t re I a tl os c d e scon I rolatl <»s.

O sol, superior e central;


Partir do filho; a lua, fundamental e incomparável.
o pai parte do ministro.
O cavaleiro, ele mesmo
A vida do corpo obscurecido,
parte na conclusão. não cai na miséria.

O céu lega a eles a fanra. O sol é central; a luz, incompurável


O brilho, temeroso, se apaga.
itIt O brilho do sol envia seu esplendor
Coment(trio ambiguamente, numa viagem.

Este texto é muito cul'to para sel dividitJo enr


'[san' Veja
parte referente aos Tsan rro capítulo que ensina a consultar o
T'ai Hstian. ilü'
Comenlúrio

Aqui há referência a um eclipse solar, "Hui" não signilica


apenas obscuro, mas também é o nome dado ao último dia do
mês, quando a lua é nova e mostra sua face escura (o mês
chinês começa na Lua Nova). Este Shou deve cobrir o período
compreendido entre os dias 15 e 19 de outubro; se 15 de outu-
bro foi o último dia do mês chinês, então o ano-novo anterior
(chinês, claro) começou no dia 22 de dezembro. Penso que

I lli 2t9
esta é uma evidência de que Yang Hsiung intentou fâzer o ca- Shou 68 III
lendário começar no solstício de inverno.
Tsan 604-612
II
O ideograma usado aqui para "vermelho", embora signi-
fique a cor, às vezes é utilizado para a prata, associada na
alquimia ocidental à lua (como em "corrosivo lunar" * nitrato
MENG
Obscurecido
H. II
II
de prata). O "cofre de metal vermelho" deve aludir portanto
ao eclipse. Eclipses do sol só podem ocorrer quando a lua está Visão escurecida.
"escura", isto é, quando ela é nova. Divisões;
Este Shou também é muito curto para ser dividido en't
então volta a brilhar.
Tsan.
O céu não conhece seus próprios limites.

Um espelho de metal é o presságio.

Não há ilusão para o homem saudável.

,H.
Comentário
"Obscurecido" aqui significa "visão escurecida". Neste tex'
to há continuidade das imagens do Shou anterior, que se refere
ao eclipse total. Aqui ele já está desaparecendo. O espelho de
metal era um símbolo do universo; muitos exemplos da dinastia
Han sobrevivem e voltam com descrições como de um quadrado
dentro de um círculo, freqüentemente cercado por símbolos que
representam os doze meses do ano, as quatro estações e outras
referências astronômicas.
Este Shou também é muito curto para ser dividido em
Tsan.

220 221
Shou 69 III
Tsan 613-621 II
CH'IUNG II
III ('onrcrttúrio
Pobreza
"A Terra nâo cst/r ern ltarrlorria",-i Llnta r.efc:r.êncitr ao pr.ír-
Contemplar a pobreza: inteligência.
prio tctragrama: obscrve que elc ú cttmposto <ie par.es inver.ticlos
Aquilo que toca permanece no coração. contendo lirrhas fragrnentadas em duas e três partes não hri
I l61i -
nenhuma ininterrupla.
A Terra não está em harmonia. O "fogão" cla qr-rirrta cstroíc lel'elc-sc ao Shou 49. Estu
As varas de madeira são longas e estreitas . . . 21614'3/615 estrofe também mcnciilrra rl<-lis objctos cerinrtlrrilis rrntigos. t,
jade Pi (sínrbolo rlo parníso quc ent tcmpos rL'tníJtL)s Ioi paclruo
Beleza sem constrangimento. astronônrico) c as placus anccslrais (r,eja trtrtlrrs rcl'r'rôncias tros
Nas entranhas, perigo: Shou 57 c 59).
Nenhum engano na ordem. 41616 - 5/617
Clt'ür fcn llsi lcrnht.ir (ilrc it cstl'()le 4 sc |clt'r'c lr rrrtt ltlr'rgt'
pr'rítrtlo tt:t Pt is:tt,.
Passando o riacho
com frio e neve.
Chaga perto do pescoço:
a cicdlriz dos enforcados. 61618-7161e

O anel de jade quadrado;


a placa de jade destroçada;
o fogão antigo.
Carne de vaca e sapo alimentos. 81620
-
O céu envia calamidades. el62t
r-'
I

222 22\
Shou 7t III
Shou 70 IIT II
Tsan 622-650 II Tsan 6il-659 III
III CHIH rI
KO
Cortar
Êf Parar

Cortar olhos e orelha; - Parar pelas árvores nuas


Atingir coração e entranh. s, t /622 Aclvogar a causa da pclhtc'za. t l61t
Cortar tumores e bócios
Sorte de quem não os tenr. 2/621 - 31624 Os pilares determitrartr
o teto «la corrstrução
Cortar r: nariz
como o centro determirra
Comida na boca
Perder os pólipos. 7 /628 a roda da carruagenr 216i2 - 116i3

Cortar parte do tumor:


O quadrado rodanekr,
pêlos nrlm dos cavalos do par. 41625
os üantos girlrrdu srllrrc o cirt,:
Cortar, perder a criatividade A dcsgraça cstii
O Carninho não pc'rece suficiente. 51626 na basc da cirrruagctn. 11634

O ntúrice coberto de espinhos


discutc âs ntrvL'11s. It l62c) A carruitgcttt git'it sohr,r
*ruit Iortttit trtscir I
Um halo brilhante cnt volta do sol:
ir tloetrçit ttitrr loi ccil'rrtla. el6i0
:' ::ll':,.l:1,..,:"'' i f 6i'.

gtl O ilr'eo lfirz o vi|lurlso t]c v,rlta;


O arcrl tl'&z o demônio cle volta. Lt f (:36
Comenttirio
Este é um exemplo inte:'essatrtc cle texto "divinatório"' 0 clrvultr l)uro sc crrl'trlccc:
Observe que todas as estrofes, com exceção da penúltima, exi- 0 cavaltr crrclemorriacltl se u'nlurccu'. 71657 - .S/6jri
bem o icleograma-título (que na úrltima estrofe foi traduzido por'
"ceif ada"). O "múrice coberto de espirrhos" reÍere-se ao tnolus-
Or.rcbrlrlo cstli o itt'co t'stinrrkr:
co que produz o tont vermelho profr-rndo usado nos mantos dos
Quebracla cstá a cirn'uagcnr;
imperadores romanos. Unr comentário atrtigo diz qtrc cssc ó ttnr
Finalmentc. sem pretexlo. 9l6je
sinal rlc lcttrpo l'rotttl
)2i
.2/ I
Shou 72 III
IT
Tsan 640-648
CHIEN
FX
'-l- IIT
('otrtctttú rit t III
0bstinacâo
O títrrlo deste Shou, Parar'. aparece apenas rro prinreilo
ideograrna do texto. A palavra "nuas" é tradução de "T'urrg"
t teju o Slrou /2,1. Este Shou corrcsporrdc à prirrrcira scn'lÍlnir
A lornta Yin. ntarcutlo pel« luz tlo sol
de novembrcl, qr,rando as folhas caem, L'a pobreza começariit:t Yong em penos e seclu.
preocupar os lnenos afortunados. Este elemenlo indica díscussoes,
A se guncla c a tet ce ilu cstrol'e s tôtrt unr sigrril'icaclo áto ntcs- hrigas c violôn<.iu.
rro tempo astrológicu e cosnrológico. Como no Shott 69. nito "Obstinaç^ão" é o jade branco.
há nenhunra lirrha ininlcrnrpla n() tctragrÍin1a.
Sua forma, porérn.
pode ser transfornrada. t /640 - 2164r
A obstinação é inrpura,
a dúvida se dispersa no Centro. i1642 - 4164i

A obstinação é inrpura,
incapaz de iustiça. 5/644

l)equenas abelhas trabalhzrrrr, constr.oenr


O arco-íris vem clr:las.
Nenlrum problema é insignificanrc. 61645 7/646
Obstinarloé o arco-íris
O brilho (o Estado)
O grande arco-íris (r,irttrclc)
Peqtrenas nrcntiras. 8/647 - 9/648

HT
'-ts
('onrctttário

Difícil conciliar a imagen da obstinaçâo (liga<Ja ao iacle


branco) com mutabilidade, aínda que tenha sido essa a inrcn.^ão.
).1(-
227
l)lrccc ciLiu a últrma cstroíc é ttma cxtçnsào ila perrLiltima. uíJtll(.!
tambénr parccc que as cdicõcs rr.rais antig,us jurltalarr o qLrc
tclia sirlo ulr texto fragmcntado. A idóia de o Estaclcl tLrt'tatlto
conteúdo qLranlo cl arco-íris lormado pelo brilho clas asas de
rnilhares rlc irrsclos faz sentido.

O cuidado
envolve a cârÍuagem,
entra no abismo,
volta no barco,
sobe a montanha.
22ri Shou 8O
Shou 73 III Shou 74
Tsan 649-657 III Tsan 658-666
rII
rII
CH'ENG
Completar
CHIH
Desejo
rd II
- -r
A cor.rclusào dcscnrola - \ itt c \" ung csttio troc'utlos
a luminosidade ofuscante. Cabeceondo Ltt11 tto outro.
A conclusão voa
c nâo existe perseguiçiro. Um é a calarnidade.
OCerrtrocaconclusão choranrlo silenciosamcntc
vigiarn sozinhos o Llriurdç. a nriríadc das coisas.

()r-rarrclo nâo hii rlivisâo no !lrsci()


trrn -sào riois.

Comenlriri<t

O -['ien finalcomcça cotn cstc tcxto curto, referente ao frfl


começo e ao fim do T'ai Hsüan.
('otnentiirio
As linlras de abertura desenham uma figura vívida de uma
galáxia espiralada, descrevendo o universo que gira com Este texto "filosó[ico" t.rão ler.n nctrhunr presságicl a rrào
força incalculável no espaço
-
voaÍldo pela vastidâo, ainda que ser a "calanridade chorando silenciosameltle" que parece fclra
-
sem propósitos. Yang Hsiung certamente nada sabia da estru- de lugar, aqui.
-
tura do universo ou da existência de galáxias em forma de espi- Compare com o Shorr l6 no qual o Yin foi trccado pelo
ral, e é isso o que torna esse pequeno texto surpreendente e de Yang e vice-versa e con"t o- Shou 14, que contém a afirnra-
umâ percepção extraordinária. -
çâo "Um é. Dois não são". Na veldadc, o que se quer é dizer.
Observe que o tetragranra deste Shou tem duas linhas frag- que, qr-rarrdo existent cluas natnlezas diferentes, uma tent dc
nrentadas em três partes e duas .ininterruptas, representando as cclnrpreendel a outra.
forças opostas de J"ien e Ti, sem a força central fen. A cosmo- 'l ambém
crrrro, cstc rerto não foi dividido ent T'san.
logia inerente faz parte do texto, embora de forrna breveo.
Por ser curto, este Shou não foi dividido ern Tsan.

" "Centro" significa o 'l'ien ir-riciado com o Shou l. Centro lShou l-9).
e "Conclusão" refere-se act T'ien que começa com este Shou (71-81). Os
Shou de I a 9 relacionanr-se às forças T'ien; os dc 75 a ttl. às íorcas '[i.
Ê assirn que o telragrarna foi inlerpretado.

2t0 tlr
Slrou 75 III L)ias .' r'lrcscs pdssarn.
III O cadáver decai e se translornta slb74
Tsarr 667-675
SHIH III A translorrnaçãcr
Erro do cacláver
- airri.la rrâo loi
luttgr tt lb7 i
)' irr rcbclu-sr'.
Y ttng c iitr'tt1-'tttz LIe LllcLtr.L'ur.
l:.sle clernartlU
i irtsondúrt'1.
('orneuttíriLt

CciÍando a íalsicladr, A r'xplicação da prir-neira estrofe está no tetraglama: três


dcstlr.rindo a feca: Iinhas fragmentadas em três partes envolvendo uma inirrterrupta.
o infantc amarelo. I 1667 Muitas dessas imagens foram usadas anterioln"lente; o l'eiticeiro.
por exemplo, tambérr.r pode ser encontrado no Shou 51. A sóti-
Nos canrinhcis do Ccrttrtl ma estrofe foi acrescido o comentár'io de que uma criatut'a mí-
a vegetaçâo é luxuriante. 2 166,\
tica, muito tímida, foi citada. É o simbolismo de duas pessoas
quc se temem. Ch'err f en Hsi sugere quc o "infante .amarelo''
relaciorra-se a um velho.
Por rncio do cavaleiro.
os delitr:s são perdoados. i lt>b9 A curiosa irnagem do cadáver, contida nas duas últinras
estrclfes, pode ser explicada da seguinte fôrma: Shih, Erro, c
Shih, Cadirve r, rcvem ter tido pronúncia quase idêntita. (Veiu
Chcio cstá o cclciro
o Shou 12.t
e repletos os cilmpos.
Há comida crn abundância.
Mas não sc cuida rla base . 1,1 670

[)ocnca.
Conseqr-iência : nredictrmenlos.
0 feiticeiro.
('crrrsr'qiiôncia : poçÕcs. 1lb7 t 61672

Oalinhas ciseam de manlrã.


Carnc, peixe e rrradeira. 7167i

l;l l;i
Shou 76 III
Tsan 676-684 III
CHÜ
Problemas
ffii II

--
Sail para o canlpo
Ver o que há no canrpr)
Ver o tigre protegendo o porco
Vestir-se por causa da inr"rrrdacão.

O mar: água inundancio,


correndo veloz, conro se nunr vôo.
lncapaz dc falar sr..rbrc isso.

C<tmentdrio
E'i
Embora o títirlo nào no texto, é interessante nolar'
apareça
como outros componentes entram rrele. O ideograrla para Chi"i
ó construído a partir dos clementos para tigre, porco e laca. A
idéia é de alguém "inundado" por problemas.
Curto, estc Shou tambérrr nào foi clividiclo ern -l'san.

-t; )
Shou 78 III
Shou 77 III III
Tsan 694-7O2
Tsan 685-691 III II
II CHIANG
HSÜN F,r;í II Tomada
III
Doméstica
Tomada no vôo:
A urulher grávida tclrt bottr alitrrettto: vantagem em subir ao céu. t /6e4 21695
iilho e filha trabalham fora. Muitos pássaros pequenos
Não há trarrqi.iilidacle tlcsse destirro. são pegos durante o vôo.
Tiram-lhes as penas,
a cauda e as asas. 3/3e6 -41697
&jil Barcos galopam, carruagens navegam.
Contentcirio A destruição está próxima. 5/6e8
Veja o comentário ao Shou 64 pata observat corno Yang Uma criança magra:
Hsiung usa a imagenr da gravidez. cem famílias permanecem no abismo. 6l6ee
O título não aparece ao longo do texto. O tetragrama e
O homem mais velho:
interessante: duas linhas fragmentadas em duas partes e outras
dispersando os barcos. 7 /70A
duas f ragrnr'rrtadas ent três partes: o in verso do Shcru 4i '
Bichos-da-seda vermelhos
sobem o pé de amoras:
seus casulos não são
amarelos. 8/70t - 9/702

'r{'r
L'omentítrio
A expressão "cem famílias" ó usada para expressar "todas
as pessoas". "Abismo" é termo utilizado com freqüência no
T'ai Hsüan como antítese de "céu". "Seus casulos não são
amarelos" significa que não estão "maduros" por não haver fo-
lhas que os bichos-da-seda possam comer. Aliás, eles já tinham
aparecido no Shou 55; as "cem famílias" estão também no
Shou 42; barcos no Shou 28.

277
216
Shou 79 III da terceira estrofes tênr o idecgrama Ch'uan ( (« ), Riachos,
Tsan 703-71 I III no sentido de indicar viagem longa e árdua.
III A questão que se coloca na terceira estrolc ú a dificuldade
NAN em arrastar um vagão montanha acima e depois trazê-lo para
Dificuldades baixo. O título deste Shou, Nan, também é o nome de uma
espécie de pássaro. o quc talvez insirrue a imagem de ovos se
O ovo quebra - quebrando.
a pedra estéril. t 1703

O grande vagão
avanca ruidosamente. 2/704 - 3 /7Os

Arrastando-se montanha acima


Brecando jtrnto ao riacho. 41706

Garimpar, buscar gemas preciosas:


força acabando,
a.iuda necessária. 51707 .61708

Bater com a pedra,


abri r
as tiras de n.radeira. 71709 - 8/710

Cortar a carne. elTtt

*Ír
Comentaria

As imagens aqui estão "quebrando", "abrindo": o ovo, a


pedra. O título não aparece ao longo do Shou, que no entanto
está repleto de idéias de dificuldades. Estas, por sinal, são usa-
das mais uma vez no T'ai Hsüan, como o ideograma final do
verso de abertura do Shou 3. As segundas linhas da segunda e

218 2i9
Shou 80 I II
ffi
w I II
Tsan 712-72O
CH'IN I II
Cuidadoso
I I Comentdrio
"O Grande Yin congela": este Shou corresponde ao meio
de dezembro.
O Grande Yin congela,
temeroso de dar o primeiro passo lú laru
e penelrar s <'ctsq do Yang.

Obscuridade
çobre as costas de alguém
que vai ao trabalho. t /712

O trabalho tem sua graça.


Cuidado controle, domínio
-
O cavaleiro possui o Centro. 21713 - 317t4

Um nó:
minha carne sou eu. 4/7ts

No silêncio eles soluçam e choram.


O vermelhão se transforma.
O rolo da corda fere. 5/716

O cuidado tem mérito total :


quase <l céu. 6/717

Sozinho, o trabalho nada realiza. 7 1718

O cuidado
envolve a carruagem,
entra no abismo,
volta no barco,
sobe a montanha, 8/7le - e/720
2,10 24t
Shou 8l II I Escrupulosamente,

Tsan 721-729 II I o sacrifício é repentino,


II I mas sem um corpo. 7 /727
YANG II I
Fertilizar A criança pequena
arrasta um elefante.
Yin um arco esticado no campo: A moça casada e o homem:
-
Yang a misteriosa miríode honra e coragem,
-
O vermelho reluz lú embqixo, O cavaleiro fomenta o mal. 81728

A espinha de peixe não


Escondidos no coração do abisnro se desfaz do veneno.
Maravilhosa é a base intelectual. t /72t A doença começa com fantasmas
no topo do morro. el72e
Escondidos no coração do abismo

A mente está fora disso. 2 /722
As estrelas, como os ,r),or,*
sempre voltam ao comeÇo.
Festeiar, comer:
regras, métodos. As estrelas, como os üt os,
Obietivos subordinados. riempre ttoltam ao lim.
Vantagem em cobrar impostos Agora tudo é gelo.
sobre compras. \/721
Mãos reverentes erguem o disco vermelho ao cétt,
O coração amarelo descartsa no ventre. I-d, no azul-claro,
O seio branco dá vida à carnc. está o mistério dq origem secreta.
Acreditar na virtude, nâo na rcfortna. 41724

O coração amarelo descansa no ventrc É


e, crescendo, alcança o céu. )1725 ('omenlário

Apropriadamente. o texto final do T'ai Hsüan é o mais


E,scrupu losãmente,
longo e compreensível, incluindo afirmações filosóficas, peque-
um dia. três sacrifícios. nas homilias, versos cheios de significados e uma conclusão.
Oboiéopresságio: Este Shou se distingue dos outros por ter estrofes filosóficas
qordo, não é vanlagerrr. 617 26 no final, fechando o trabalho com chave de ouro. Observe o

242 24i
título: Yang. Coincidência ou outro conceito literário acerca do
norne de Yang Hsiung?
O "vermelho" da primeira estrofe é o sol, que aparecc
assim no inverno e se esconde a maior parte do dia "no abismo".
A estrofe final remete à primeira e refere-se ao ato ritual
de erguer um disco solar provavelmente o sagrado Pi
ao céu.
- -
No céu claro do inverno o sol inicia sua jornada, como as
estrelas e os intermináveis ciclos de dias, meses, anos e dinastias,
"sempre voltam ao começo", "sempre voltam ao fim". Terceira parte
Fantasmas, ou demônios, Kuei ( -â ) são considerados os
responsáveis pelas doenças.
O T,Á.I HSÜAI\T CHII{G
E O PENSAMEI{TO
CIEhTTIFICO

244
rNTR0DtrÇÃo

A hipótese levantada por Yang Hsiung, de que o princípir.r


dualista do Yin e do Yang poderia ser complementado por uma
terceira força, foi um conceito brilhante, equivalente à desco-
berta do zero. No tempo dele, no entanto, isso não passou de
heresia, como os argumentos acerca do dogma que afligiram o
mundo religioso durante séculos. Na verdade, foi uma hipótese
difícil de aceitar; a noção de Yin e Yang estava muito arraigada
nos chineses daquela época. Situação inversa à do Ocidente,
onde a Santíssima Trindade era aceita enquanto consideravam-
se hereges os adeptos do dualismo. Talvez, se cls adeptos dcl
T'ai Hsüan tivessem sido martirizados por suas crenças, essa
folosofia houvesse adquirido notoriedade. Como isso não acon-
teceu, ela foi ignorada e relegada a não mais do que curiosidadc
pela maioria dos filósofos taoístas que se deranr «.1 trabalho de
estudá-la.
Até mesmo Yang Hsiung cncontrou dificuldades enr abatt-
donar a idéia de Yin e Yarrg, como fica provado na uraioria das
aberturas dos 8l Shou. Talvez tenha sido essa a raz;ao principal
que fez o T'ai Hsüan não ser aceito como conceito totalmente
novo. Mas deve ter havido um motivo compreensível para os
tcmores de Yang Hsiung. Embora ele estivesse conscientc das
limitações do Yin-Yang, existe unra curiosa pista em unt cle seus
textos: "Tenho estudado o desenvolvimento c a decadêrrcia d,.r

247
J

(Chou) l. . . ". A "decadência" do I? Bem, o fato de ele ter se à direita, ou à esquerda, da marca que mostraria a terça parte
referido a isso deve ser levado em conta juntamente com sua da linha. E chegaríamos mais perto desse hiato dividindo-o enr
crença de que não havia obras grandiosas entre os clássicos. três; e o hiato resultante fiçaria ainda mais próximo. Mas nunca
Proyavelmente, ao escrever o T'ai Hsüan, ele tenha tentado dar o alcançaríamos.
umâ nova dimensão ao I e estimular interesse naquilo que jul- A idéia de que todo d pensamento e talvez todas as leis
gava ser o maior trabalho da Antigüidade, universais possam ser expressas em termos de Sim ou Não é
A noção de uma "trindade" não era completamente desco- quase instintiva à mente científica. Foi isso que fez a teoria
nhecida por Yang Hsiung; o Li Chi (registro de ritos) tem uma Yin-Yang ser tão prontamente aceita. No entanto, este é na ver-
definição clara da natureza "tripartite" da inspiração divina *. dade um obstáculo; bloqueia a criação de idéias novasr e por
Certamente Yang Hsiung conhecia essa obra, ainda que a essên- extensão segura o progresso do conhecimento. As páginas se-
cia dela tenha sido escrita cerca de meio século antes (ou seja, guintes mostram alguns dos caminhos nos quais o T'ai Hsüan
entre 70 e 50 a.C.) e embora seus últimos trechos datem do final Ching está melhor equipado do que o Yin-Yang para lidar com
do primeiro século (aproximadamente cinqüenta anos depois da conceitos científicos, e como ele pode abrir portas no sentido de
nrorte de Yang Hsiung). Mas há passagens anteriores a Con- criar idéias novas.
fúcio, e talvez também anteriores a I.
O T'ai Hsüan é uma teoria universal. Não uma explicaçâo O T'AI HSÜAN E O PENSAMENTO CIENTIFICO
do universo e suas origens, mas um método de entendimento para
a existência e o comportamento das coisas que compõem o uni- Apologistas do I Ching freqüentemente dão grande ênfase
verso. A obra é cientificamente mais elegante do que o princípio à importância das coincidências entre o Liang I (as forças Yin
do Yin-Yang ou o sistema binário de Leibniz, que vem a ser o e Yang) e a natureza eletromagnética do universo físico
-
isto é, atração e repulsão de forças iguais e diferentes do magne-
meio universal de comunicação no moderno mundo da eletrônica
e da infornrática. O Yin e o Yang transformam-se, respectiva- tismo e da eletricidade _- como se, de alguma maneira, isscl
mente, em negativo e positivo, que respondem por sua vez a mostrasse que as forças eletromagnéticas tivessem sido anteci-
Não e Sim. Quanto ao mundo da eletrônica, se tornou tão so- padas pela filosofia chinesa milhares de anos antes de sua acei-
fisticado que facilmente leva a crer que a aplicação do sistema tação científica no Ocidente. Infelizmente esses dois sistemas
binário poderia envolver todo o pensamento não são análogos. O maior fator de aproximação do Yin-Yang
a proposta origi-
nal de Leibniz. Acontece que ela limita a si-mesma. É como se em relação ao pensamento científico ocidental é um campo intei-
ramente diferente que diz respeito não às lorços do universo
uma enorme quantidade de arame pudesse produzir infinitas
mas às partes que as constituem.
Íormas diferentes -_ mas sem janrais deixar de ser arame. Não
importa quantas vezes uma linha é dividida por dois; ela nunca Ainda que Yin e Yang tenham sid«l considerados divisões
será dividida em três. Se, mediante um processo bisseccional, do T'ai Chi (^tI),a Grande Unidade, e assim tenham se
tentarmos dividir essa linha, chegaríanros a um ponto próximo tornando os "pais" a partir dos quais as "dez mil coisas" Wan
Wu ( ü lf ) foranr geradas, fica claro que nem Yin netn Yang
* "No princípio era a Unidade passanl iro largo do que ficou conhecido para Aristóteles como
Misteriosa, Miao l, classificada em três
princípios: céu. inteligência e espírito" (prefácio do Li Chi). "elementos". Ao contrário. os chamados cinco elementos da

24Ír 249
I

ciência chinesa (madeira, terra, metal, água e fogo) não forarn cimento científico é baseado na observação e na classificação;
considerados "componentes" (como os aristotelianos ar, terra, mas a calegorização que não leva a nenhuma.conclusão é estéril:
fogo e água) e sim "manífestações" da matéria, Liang I (o sistema Yin-Yang) pode ser um exaustivo sistema dt,
Mas há outra falha grave na teoria dualista da filosofia classificação, mas não gera novos conhecimentos.
chinesa o conceito que Yang Hsiung, a despeito de sua admi- O I'aiHsüan, ao contrário, leva à criação de novos campos
-
ração pelo I Ching, teye o cuidado de tentar corrigir. Ao pres- de exploração. Tome como exemplo a fusão de um átomo de
supor que todas as coisas são Yin, Yang ou uma mescla das sódio com um de cloro para formar o sal comum. Este sal
duas forças, a teoria dualista exclui tudo o que não pertença a comum não tem nem as propriedades do altamente reativo sódio,
essa classificação (como esse pensamento restritivo tem levado que queima em chamas ao tocar a água, nem a característica
aos mais extraordinários paradoxos na matemática será mostrado corrosiva do cloro. Superficialmente, poderíamos dizer que o
mais à frente). Embora Yin e Yang possuam paralelos com as sódio Ti e o cloro T'ien, juntos, formaram o sal fen. Para
forças negativa e positiva do elctromagnetismo, falham em não entender por que isso acontece, é preciso pesquisar o átomo.
levar em conta outra força, a gravidade, que não tem natureza Existem três partículas observáveis no átomo (o termo "obser-
positiva ou negativa e sim atrativa. Um corpo caindo (pela lei váveis" foi usado em seu sentido mais amplo): o elétron, com
da gravidade) mostra <.r efeito do Grande Yang atraindo o Pe- massa insignificante (peso) e carga elétrica negativa; o nêutron,
queno Yang ou trata-se do Grande Yin atraindo o Pequeno Yin? que tem massa, mas não possui carga; e o próton, com massa e
A questão é acadêmisa, e não pode ser respondida de maneira carga positiva. O elétron é T'ien 'o; a carga do próton, oposta à
satisfatória. Paradoxo ou falsa lógica? Onde a teoria Yin-Yang primeira partícula, é Ti ; nras, já que tem massa, também poderia
falha em termos de solução, o T'ai Hsüan obtém sucesso, ao ser |en. Isso leva a uma dedução: deve haver algumas partí-
propor que entre os extremos T'ien e Ti existe uma terceira culas, Ti, com carga positiva e sem massa; e outras partículas,
força, fen. O T'ai Hsiian Ching poderia explicar a gravidade. Ien + T'ien, que têm massa e carga elétrica negativa.
Não como urna força de atração entre o T'ien e o Ti, mas como
a força central, de atração e reciprocidade, atuand«t como fen.
o A dra. Anneliese Bulling, notável autoridade ern simbolismo chinôs,
Não conseguimos enxergar serrão unta pequena parte de como o
quis saber por que razão eu ligara o elétron e sua carga negativa à força
fen poderia explicar outras importantes carasterísticas da estru- T'ien, sempre considerada positiva. O motivo relaciona-se à natureza clo
tura atôrnica. elétron, em movimento ao redor do núcleo do átomo. Nada existc de
Seria fácil usar ;i terrninologia do 'f 'ai Hsüan para explicar realmente "positivo" e "negativo" nas partículas; o que âcontccc c
que, como os pólos dos magnetos, elas têm forças iguais e oposlas, às
fenôt.nenos colÍlo os estados sóiido, líquido e gasoso. Bastaria
quais os termos "positivo" e "negativo" são aplicados. Podiarn tr-arr-
clizer quc o primeiro ó Ti ('l'erra) e portanto sólido; o gás, tênue qüilamer-rte chamar-se "preto" e "branco". Nos prinrórdios cla ciôucia
e que preenche o universo, seria T'ien; enquanto o líquido elétrica, acreditava-se que a corrente elétrica fluía clo tcnlrinal positivt-r
cvidentemente não uma çombinação de sólido com gasoso mas
- ao negativo de uma mesnra bateria. Hoje em dia sabc-sc (lLlo il corrunlr
gira no caminho inverso, e que é o mcrvirnento do clétron o lcsprrnsiivcl
unr terceiro estado, independente clos outros dois seria [en.
Mas não estaríamos dizendo nada ele novo. - pela direção dessa corrente elétrica. Assim, o tcrmo'l"ien se aplicu iro
elétron. Numa representação em miniatura do álonro, o rrticlco ó rr
O T'ai Hsiian, lro Shou 2, nos diz que a criação de todas Terra, Ti; a nuvenr de elétrons clue gira a sua v«rlta t': l"icrr. Cúu. À
as coisas comeÇou quancio as reuni:: ern grupos. Todo o conhe- tcrnrinologia é prática, nào rnislrc:r

I5t) 251
Embora o esforço paru f.azet Yin e Yang corresponderem às
forças positiva e negativa do eletromagnetismo rapidamente leva-
Átomo de hélio' das a um obscuro atraso, uma semelhança superficial das duas
forças aos sexos conduziu a uma interpretação biológica, outra
analogia errônea e cheia de armadilhas. A similaridade das forças
Yin e Yang aos fenômenos macho e fêmea é tão evidente que se
torna fácil esqueÇer que a atração entre os sexos não é tão previsí
vel como a atração dos pólos diferentes do magneto. Todos os pó-
los norte atraem todos os pólos su/; ah, se a vida fosse assim tão
simples! Também é impossível esquecer que apenas parte das
coisas vivas deste planeta tem duas formas sexuais distintas. Não
precisamos viajar a outras galáxias para descobrir que existem
criaturas com um, três ou nenhum sexo. Basta olhar o proto-
zoário, plantas auto-reprodutoras, os monossexuais gastrópodes
e os complexos ciclos das flores (que requerem assistência inter-
mediária de outras formas de vida) para encontrar organismos
tão estranhos como as mais criativas produções da ficção cien-
tífica. O spirogyra e o caramujo nada sabem sobre Yin e Yang.
Os termos Yin e Yang também foram aplicados aos genes
recessivos e dominantes; mas substituir algumas palavras por
outras não significa nada. Não faz diferença nenhuma à obser-
vação se o albinismo dos coelhos se deve a genes Yin ou reces.
sivos. Além disso, não se está levando em conta na criação de
novas espécies, objetivo da reprodução, se o assunto é o pombo-
correio ou o arroz de inverno. Mas é só substituir os termos
Yin e Yang por Ti e T'ien para que imediatamente possa surgir
Diagranra da címarla cxtcrna dc um átomo de neônio' a expectativa de uma terceira e imprevisível força: fen. Os
"caprichos" da natureza e o desenvolvimento de novas espécies
l. O átotno de hélio. Em termos convencionais, dois elétrons
agora podem ser explicados.
orbitam dois nêutrons e dois prótons. Nos termos do T'ai
Hsüan, duas partículas T'ien, duas |en e duas Ti ligam' Na música, o fenômeno dos três pólos Ti, T'ien, f en *
-
é marcante. Praticamente toda a música ocidental, desde o sé.
se umas às gutras, produzindo um elemento "neutro",
2. O dtomo de neônio. No çentro dele há o núcleo (que trão culo XVI, tem sido dominada pela característica dos "relaciona-
se vê na figura). Em volta existem dez elétrons; os oito mentos-chave". As linhas melódicas e toda a forma das estru-
de fora ligam-se perfeitamente, como os ângulos de um turas sinfônicas são baseadas em posições relativas a tr'ês centros
cubo, produzindo um elemento "neutro" e estável. tonais: a tônica. sua dominante e sua subdominante. É óbvicr

252 25i
I
que essas relações podem ser associadas de imediato ao balanço o objeto estd Íoltando, enquanto no outrc jamais existiu. É «:

"l'i-T'ien (dominante e subdominante) e


Jen (tônica). Todas as
mesmo que dizer que I - 1 * 0.
outras relativas, como Schoenberg apontou, podem ser conside- Esses doís conceitos introduzem a idéia de uma força posi-

radas funcões da dominante e da subdominante. A função da tiva atuando sobre, e rreutralizando. uma força negativa, e vice-
"chave", ou tonalidade, de uma passagem musical pode se re- versa. Se dissermos que uma coisa positiva e outra negativa,
juntas, produzem nada, o que resta dessas duas entidades?
ferir a uma peça inteira, a alguns compassos ou a um único
Costuma-se argumentar que o negativo não existe; se não existe,
acorde. O fato notável é que a tonalidade na música não pas-
não poderia neutralizar o positrvo. I e
sava de unra grande desconhecida na época de Yang Hsiung. - I são, ambos, entidades;
assim, I - I - 2. Em equacões como essa, duas forças propor-
Os mecanismos da teoria musical estavam lá, mas tiveram de
esperar quinhentos anos até ser aplicados. cionais são, juntas, duas vezes a força original.
A essa altura, temos de procurar por evidências da aplica- Os conceitos positivo e negativo não entram no T'ai Hsüan
Ching. Existem, isso sim. qualidades Ti e qualidades T'ien, As
ção do T'ai Hsüan Ching nos vários ramos da ciôncia. Nossa
próxinra incursão nos levará aos vexatórios descaminhos da ma- duas produzem fen.
temática. Esta deveria ser a mais precisa e lógica de todas as Se tiiolos são postos juntos de maneira a fornrar uma casa,
disciplinas, mas parece que também ela pode se tornar um ema- essa casa existe onde antes nada havia. Lernbrem-se do Shou 2.
ranhado infeliz quando procura resolver alguns dos problemas dizendo que a criação das coisas comeÇa quando elas são reuni-
de sua própria criação. das em grupos. Podemos apreender clo T'ai Hsi.ian o conceito
Em ptimeiro lugar, é necessário considerar o processo todo de um conjunto de números que representarn o equilíbrio entre
da matemática a partir de um ponto de vista inteiramente novo, duas forças opostas, f en, que é o equilíbrio entre clois opostos
como se a disciplina acabasse de ser inventada. Dois exemplos iguais o. Na matemática convencional, há um problema surpreen-
servirão para mostrar os problemas das relações entre os núme- dente quando se lida com a multiplicação de números negativos:
ros. Se tomarmos uma balança e colocarmos, em cada prato, um -2 X -2 não dá -4, mas f 4. O problema é composto quan-
quilo de farinha, haverá equilíbrio. O peso total será o equiva- do alguém tenta se recordar das raízes desses nírnreros. Se leva-
lente a dois quilos. Qual dos dois quilos seria negativo, parâ mos -2 ao quadrado, a resposta é 4. Mas qual é a raiz quadrada
compensar o equilíbrio? Se nenhum dos pratos contivesse peso. de -4? Se o número -4 pode ser obtido mecliante um processo
nras os clois quilos juntos somam dois, então, 1 - I = 1 + l. de subtraçâo na matemática convencional, por que não pode ser
Mas nenhum dos pesos tem qualidade "menos" (negativa); am- alcançado por um processo de divisão?
bos são pclsitivos, uma vez que têm peso; I + I = 0; e por-
tirt.tto, do ponto da balança, 0 : 2. A força fen é na verdade a o Tomemos outro exemplo a partir da estrutura
do átorro: alguns ele-
sorrla e o equilíbtio entre T'ien e Ti. mentos. os gases raros. argônio. neônio, criptônio, são totalmente estáveis e
nunca se combinam com outros elementos. O rnotivo dessa estabilidade
Outro conceito a considerar é o seguinte: existem dois apo- é que suas "protecôes" de eléffons é completa; têm oito elétrons. Oitcr
sentos, Um deles tem uma cadeira; o outro, nâo. A cadeira é éonúmerodosvérticesdeurncubo; iguala2 + 2 + 2 + 2; reduzindc
retil'ada, levada embora, Os dois aposentos agora estão iguais? a (21 * (2), que mais adiante se reduz a fen t equilíbrio complero e.
A resposta é não. Apesar de nenhum conter a cadeira, num deles portanto, total estabilitJade.

2\4 211
A
matemática convencional procura resolver este paradoxo Na verdade isso não é absurdo; como vimos a visão ter-
mediante a invenção de um número imaginário, Í, que seria a nária que o T'ai Hsüan tem da matemática admite os zeros.
raiz quadrada de - l. Não há necessidade de detalhar como Para ilustrar melhor, basta desenhar um círculo progressivamen-
isso é usado para explicar a raiz quadrada de *4; a raiz qua- te dividido em peças menores. Se ele for dividido em dois semi-
drada de números negativos pode ser visualizada com certa faci-
círculos,e uma dessas áreas for multiplicada por dois, nova-
lidade num diagrama. O diagrama que vem logo a seguir, a
mente teremos um círculo. Se ele for dividido em milhares de
propósito, como os números inteiros positivo (T'ien) , o zero
peças e se tomarmos uma delas, multiplicando-a milhares de ve-
(len) e o negativo (Ti) têm valores absolutos, e como uma
nova notação matemática poderia resolver esses paradoxos. zes, o resultado mais uma vez será um círculo, Dividi-lo num
O oposto de zero é o infinito; os matemáticos têm espe- número infinito de vezes, de acordo com a matemática conven-
culado com freqüência se existe apenas um infinito ou diversos cional, vai fazw com que as porções resultantes sejam iguais
deles. Um artigo no Daily Telegraph de 14 de junho de 1982 a 0. Se cada uma dessas porções não tem valor, então seria
incitou um leitor a comentar: "Se aceitarmos o Teorema Con- impossível restaurar o círculo, não importa o número de multi-
tínuo de Cantor, que mostra que os infinitos vêm em diferentes plicações. O nada nunca pode produzir alguma coisa. Está claro
tamanhos, entâo podemos presumir igualnrente que pode haver que o absurdo reside em acreditar que o zero e o infinito sejam
dois zeros, um dos quais menor que o outro, o que é um números absolutos. No entanto existem realmente dois números
absurdo",
absolutos: o absoluto infinito, que compreende todo o universo,
e o zero absoluto, que é a não-existência. Mas esses dois núme-
y'ol ros absolutos não podem ser encontrados pela divisão de um
número finito, ou limitado, vszes sem conta, ilimitadamente"
Finalmente existem os paradoxos de palavras, números e
Espaço positivtr lógica. Uma vasta obra sobre o assunto, e que conseguiu algu-
tÍ +L Funções dc ma popularidade, é o Gôdel-Escher-Bach, de Douglas R. Hofstad-
+x, +y e +z
x ter. Virtualmente, toda a argurnentação desse trabalho monu-
mental reside no paradoxo de Epaminondas: "Todos os cretenses
Espaço ncgativo
Funções de são mentirosos; sou cretense, e portanto minto; por essa razão
*x, -y e -z
devo estar dizendo a verdade". Aqui não há, claro, um paradoxo.
Espaço netrtro Se todos os cretenses lossem mentirosos, nunca teríamos feito
Funçõcs dc
fx,-.yc0z semelhante afirmação. Ela é falsa, pois. Mas também é um exem-
y'ol
plo de como se torna simples confundir absurdamente com um
paradoxo. Os tipos de paradoxos que Flofstadter apresenta e de-
Gráfico de x, y, z, coordenados, mostrando a relação entre os
senvolye são aqueles que a lóçica chamaria "a fraude da exclusão
números reais positivos e negativos e os números neutros. do intermediário". O perigo, evidente em seus esforços de con-

256 2\7
Í'undir, teria sido evitado r;e os lilósofos houvessem educado a I

si mesmos a considerar que entre dois extremos existe sempre


uma terceira força, |en,
O progresso é contínuo pela interação de T'ien e Ti, mas
apenas ]en pode mudar os canrinlros. acresÇer o desconhecirlo
e criar.

APÊNDICE

Índice dos títulos em português dos Shou

Abundância 38 Completar 73
Acumulação 35 Coragem 30
Agitado 56 Cortar 70
Ambição 3l Crescimento t3
Ambientes 2 Cuidadoso 80
Ano 37 Cumprimento 42
Armazenar 60 Cuscuta 50
Assembléia 59 Dentro 65
Astúcia l4 Depressão 64
Atribulações 6 Desejo 74
Austeridade 29 Dificuldades 79
Avançar 20 Disputa 25
Barreira 4 Doméstica 77
Centro I Dúvida 62
Complacência 19 Encontro 45

258 259
Enfeitar 61 Negócios 27 Índice dos títulos chineses dos Shou
Errar 11 Obscuro 67
Erro 75 Obscurecido 68 Ch'a Errar 11 I Mal 23
Esperando 18 Obstinação 72 Ch'ang Rotina 51 I Coragem 30
Eternidade 55 Opor (milhões) I Ch'en Depressão 64 I Dúvida 62
Examinar 63 Parar 7t Cheng Disputa 25 fuan Suave 17
Extensão 46 Parentes 34
Ch'eng Completar 73 Iui Astúcia 14
Fertilizar 81
Partir 66
Chi Armazenar 60 Kan
Fogão 44 Chiang Limite (violência) 30 (ch'ien) Opor (milhões) 8
Penetrante 9
Fuga 49
Percepção l5
Chiang Tomada 78 Ke Modelo 22
Grande 45
Pesquisa 26
Chiao Troca 15 Keng Mudança 28
Intimidade 33
Pobreza 69
Chien Reduzir 55 Ko Cortar 70
fovem 12
Posteridade 54
Chien Obstinação 72 K'un Posteridade 54
Lei 10
Prazer 24
Chih Parar 7l K'uo Extensão 46
Lentamente 3
Problemas 76
Chih Desejo 74 Li Atribulações 6
Libertar 2t
48
Chih Avançar 20 Li Propriedade 48
Propriedade
Limite 56 Ch'in Parentes 34 Lien Acumulação 35
Próprio 41
Literatura 47 Ch'in Cuidadoso 80 Lo Prazer 24
Proteção 57
Ch'iung Pobreza
Louvar 10 69 Meng Obscurecido 68
Reduzir Chou Ambientes 2 Intimidade
Mal 23 55 Mi 33
Medida 52 Re-união 58 Chü Morada 59 Nan Dificuldades 79
Mínimo 5 Rotina 51 Chü Assembléia 59 Nei Dentro 65
Modelo 22 Suave l7 Chü Problemas 76 Shang Topo (ascender) 7
Morada 39 Topo 7 Ch'ü Partir 66 Shao Mínimo 5
Mudança 28 Tomada 78 Chuang Ambição 3l Sheng Abundância 38
Multidão 32 Troca 16 Chung Centro 1 Shih Libertar 2l
Chung Multidão 32 Shih Negócios 27
Fa Lei 10 Shih Enfeitar 61
Hsi Esperando 18 Shih Examinar 63
Hsi Re-união 58 Shih Erro 75
Hsien Lentamente 3 Shou Proteção 57
Hsien Barreira 4 Shu Penetrante 9
Hsien Louvar 10 Ta Percepção I5
Hsün Doméstica 77 Ta Grande 45
Hui Obscuro 67 T'ang Cuscuta 50

260 261
T

-l"ao Fuga 49 Wen Literatttra 47

44 Wu Pesquisa 26 ÍNDICE DOS TITULOS CHINESES DOS SHOU LISTADOS


Tsao Fogão
CONFORME OS RADICAIS
Tseng Crescimento 13 Yang Fertilizar 81

Tsui 37 Yin Agitado 56

Ts'ung
Ano
ComPlacência l9 Ying PróPrio 41
l.7 W?z 4* r8 B40 W5s
Ying CumPrimento 42
Tu
Tuan
Medida
Austeridade
52
29 Yü Encontro 43
5i
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O Quadrado Mágico dos 729 Tsans

A sorna dos números de cada uma dessas nove colunas leva a um


só resultado;3285. Se csses nove quadrados estivessem um sobre o
outro, a soma dos núuneros das nove colunas também seria 3285. Isso
nâo só de cima a baixo mas também na diagonal, Mas não é só. O
número centrai do quadrado do meio é 365; o número de dias que o
ano contém-

543 - 516 z5z 689 397 33 [,ttl 106

544 r80 517 744 590 198 34 rÍ'l


+77 108 545 t7z iÍÉ 245 591 399 35

36 473 100 546 .Í, 619 246 692 400

+0r z8 er1 l!:lrí


747 693

585 442 z9 +7s 548 t?5 6Zt 248

249 686 403 30 r03 549 t76 613

250 687 404 3l +77 104 541 :lí,1'

178 tt;) 25r 688 +05 32 469 542

97 534 t?0 607 324 580 388 24 461

+62 98 535 t7l 608 316 581 389 25

26 163 99 536 163 609 3r7 582 390

391 z7 464 9l 537 164 510 318 683

684 392 t9 465 92 538 165 5l r 319

320 576 393 2C +66 93 539 t66 5t2


604 3Zt 5?7 394 zt +6? 94 540 t6?
Atc
168 605 322 5?8 395 zz 95 s32

533 1,69 506 373 679 396 23 460 96

7.
452 88 525 242 i98 315 57r ,79 15

l6 +53 89 526 ) Á.7 599 30? 572 380

381 t7 454 90 527 235 500 roF 673

674 382 18 +55 82 528 236 ,0r 309


310 575 383 10 +5É 83 5?9 z3? 502

503 II 667 384 1t 457 84 í?n 238


ato
239 595 3t2 385 t2 458 85 531
523 24C 596 3t3 669 386 t3 459 86

87 57.4 z4t 597 3t4 57C 387 l4 +51


Ouadro central
188 261 698 3?.5 4? 4?9 Í5 552
7fií 189 626 253 599 326 43 480 X.Xi§

tL7 554 l8t 6Z? I§í 700 327 44 481

482 109 555 r82 255 701 328 45

)t 483 ii{s qfi 702 329

330 38 +84 1n 184 630 757 594


:i::i
695 331 39 485 558 185 522 258

596 3i?. 40 486 r13 550 r86

6?.4 $$
AA1 313 41 478 tt4 187

Quadro Inferior

Exemplos de outros Quadrados Mágicos


baseados no Cubo de lllove Quadrados

178 25t 688 +45 32 +69 tosls+z

r,ís 169 606 323 679 396 23 *6r E

87 524 241 597 670 387 t4 4st


t
^1 159 515 232
\'tL 305 561 378
llíjti, l0É
lt {33 {: 6sz 369

36CI 68 424 14r ig ?14 570 287 72s


'4!
iit
:l:
?rs 351 59 +t5 488 205 642 278

1UC 342 50 123 560 196

524 697 333 4l 478 114 SI 187

Face frclntal A
543 472 36 +01 685 249 í r78
+62 26 391 684 i20 5U 168 *.
452 16 381 674 z^) 239 Cronologia
523 87

6 371 664 300 229 522 r58 +42


Fu Hsi
361 654 üISIÍt 441 77 (imperador le-
1r gendário) (supostamente) 2852 a.C.
725 280 s7i 109 i{ 138 +31 67 360
Huang Ti
279 544 199 492 ,itl 421 s7 350 715
(olmperador
r98 563 ll8 ll 4? 340 70s 46,
Amarelo) ca 2697 a.C.
188 5J n7 482 37 330 695 t§e 524
ossos oraculares ca 1600 a.C.
l-ado esqlrerdo B
Chou, dinastia ll22-225 a.C.
Wen Wang 1231-1135 a.C.
Quantos Quadrados Múgicos A e B relacionam-se ao Cubo dc Novc
Quadrados. Wu Wang 1169-1116 a.C.
Confúcio 557-479 a.C.
I Ching não antes de Confúcio

Chin, dinastia 255-209 a.C.


Queima dos livros 213 a.C.

Han ocidental, dinastia 206 a.C. 25 d.C.


-
Yang Hsiung 53 a.C. 18 d.C.
Lado esquerdo Face frontal
-
Han oriental, dinastia 2s d.c. 220 d.c.
B A
-
Pan Ku 32 d.C. 92 d.C.
-
Sung, dinastia 960 d.c. 1297 d.c.
-
Ssu Ma Kuang 1019 d.C. 1086 d.C.
-
Ming, dinastia 1568 d.C. 1628 d.C.
-
Ch'en |en Hsi 1579 d.C. 1634 d.C.
-
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Quadrados Mágicos do Mestre Tsan
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34
I Ching

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a. Visão â. Transformação

b. Conclusão b. Petição

c. 0rigem c. Verdade
d. Tomada d. Fertilizar
e. Conflito e. Normas
f. Esconderijo
f. Honcsto
'g. Florescer
g. Complacência
h. Tremer h. I.aúça

i. Proteção
i. Obscuro
25 Yú
lil1l t6 HI I Hlho
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35
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a. Conceder
b. Mudança
c. Limite a. Enfeite
d. União b. Confronto iiiiiffi
e.
f.
Parentes
Viral
c. Violência
d. Abertura
ritffi
g. Expansão e. Inútil
h. Coleta f. Aumentar
i. Penoso * Mansão lunar
49 Mei
Tilil 40 31 Kuni lilllil 52 Ch'uch
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a. Supressão a. Rejeição

b. Duque b. Inundação
c. Ferida c. Respeito
d. Vantagem d. Remoto
e. útil e. Escassez

f. Documento
73 Yeng
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a. Fertilizar
b. Espaçoso a. Demônio
c. Veloz b. Obstinação
d. Encontro c. Concessão
e. Hóspede d. Espacial
f. Medo e. Mudança
g. Vitória f. Doença
h. Perigo g. Estabilidade
i. Rasura h. Anunciação
* Mansão lunar i. Discussões
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BIBLIOGRAFIA
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diferentes com diversos tipos de papel.
Yang Hsiung. T'ai Yuan Ching (= T'ai Hsüan Ching, mas
evitando o tabu de usar o nome de Hsüan Ti), Ts'ung
Wen Shu Chu, 1874.
As ilustrações foram tiradas do Ch'in Ting Shu Ching T'u Shuo,
edição ilustrada do Shu Ching (histórico clássico), 1905.

AGRADECIMENTOS

Eu gostaria de expressar meus agradecimentos ao stoll do


Departamento de Manúscritos e Livros Impressos Orientais da
Biblioteca Britânica, sempre prestativo, não apenas pela expe-
riência do sr. H. H. Nelson e Beth McKillip, mas também pela
assistência amiga de todos, que pacientemente carregaram, por
mais de uma memorável ocasião, centenas de volumes de uma
coleção completa de obras clássicas para que eu pudesse usar
como referência. Também quero agradecer a ajuda dada pelo
dr. Richard Pankhurst, da biblioteca da Real Sociedade Asiá'
tica, e a importante assistência oferecida pelo stall da biblio-
teca da Escola de Estudos Orientais e Africanos, de Londres.
O stall da biblioteca da Real Sociedade Astronômica me
deu .informações fundamentais sobre os eclipses. O dr' Michael
Loewe, da Universidade de Cambridge, foi de melhor ajuda do
que se pode imaginar. Também fico devendo à dra. Anneliese
Bulling e ao dr. Buchard Mansvelt Beck, por comentários
apropriados e importantes.

286 287
Muito ohrigado tambérrr ao amigo Gwyn Woolcook, pelo
'Lester
estímulo, e a Hagen pela ajuda artística e administrativa.
Finalmente, este livro não teria sido publicado sem a sensi
bilidaile de Michael Cox, da Aquarian Press, e seu infatigável
editor. Simon Franklin.

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