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Aconselhamento Cristão
Aconselhamento Cristão
CRISTÃO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
ACONSELHAMENTO CRISTÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
“Jesus era absolutamente honesto, profundamente compassivo, altamente sensível e espi-
ritualmente maduro”.
Collys, G. R. em Aconselhamento Cristão.
SUMÁRIO
UNIDADE I
13 Introdução
26 Considerações Finais
UNIDADE II
OS FUNDAMENTOS DO ACONSELHAMENTO E DA
CAPELANIA CRISTÃ
33 Introdução
47 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
59 Introdução
70 Considerações Finais
UNIDADE IV
O PERFIL E O PAPEL
DO CONSELHEIRO E DO CAPELÃO CRISTÃO
81 Introdução
98 Considerações Finais
UNIDADE V
107 Introdução
131 CONCLUSÃO
133 REFERÊNCIAS
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
I
ACONSELHAMENTO E
UNIDADE
CAPELANIA CRISTÃ: MARCO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Ressaltar os fundamentos bíblico-teológicos do Ministério, Cuidado,
Poimênica, Aconselhamento e Capelania Cristã.
■■ Assinalar os aspectos fundamentais do Aconselhamento e da
Capelania Cristã.
■■ Identificar os significados do termo “diaconia”, na Bíblia.
■■ Conscientizar que o fazer Aconselhamento e Capelania Cristã são
atos próprios do serviço cristão.
■■ Conhecer os fundamentos bíblico-teológicos da poimênica.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Diaconia, Ministério, Aconselhamento e Capelania Cristã
■■ Poimênica, Aconselhamento e Capelania Cristã
■■ Cuidado, Aconselhamento e Capelania Cristã
13
INTRODUÇÃO
A boa tradição cristã, de corte Protestante, ressalta a Bíblia como uma das fon-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
14 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIACONIA, MINISTÉRIO, ACONSELHAMENTO E
CAPELANIA CRISTÃ
3.13,26; 4.27). Esse título é também conferido aos autores dos livros bíblicos: At.
16.17, 2Co. 4.5; em, o ministro como sendo servo; todos os cristãos assim o são:
servos (At. 2.18; At. 4.29). Esse significado é designado universalmente e válido
a todo o corpo de Cristo (1Co. 7.22; 1Pe. 2.16).
Portanto, os cristãos são chamados a servir a Cristo e ao seu Reino (Rm.
7.6; Cl. 3.24; 1Ts. 1:9); nesse sentido, o serviço aos homens é entendido como
servir ao Senhor Jesus Cristo (Rm. 14.18; Gl. 5.13); a ideia de servir dos seres
humanos como parte do serviço a Cristo (At. 20.28, 34, 35) ou ainda, o servir às
pessoas como sendo uma ação ao próprio Cristo. Diaconia, nesse sentido, por
fim, evoca de forma categórica que todo e qualquer ministério da Igreja, com
destaque para o aconselhamento e capelania cristã, é um ato de serviço ao pró-
ximo no mundo. Uma ação missionária que nasce do ministério de Jesus Cristo
como identidade da Igreja.
Por fim, outro sentido para “diaconia” é uma expressão, conforme Gattinoni
(apud CASTRO, 1973), “Diaconia como um ministério da Igreja, a serviço da obra de
Deus, no mundo”. Diaconia como ministério de toda a Igreja e de toda a comunidade
cristã, bem como de cada comunidade em particular – Ef. 4:7-12; Ap. 2.19; 1Co.12
e Rm. 12.1-8; ou seja, toda e qualquer comunidade que se diz cristã tem uma iden-
tidade em comum: ser sinal de Deus por meio do serviço da igreja às pessoas. Essa
expressão coroa e assinala a riqueza dos sentidos para “diaconia” já observados acima.
Compreende-se, sem dúvida, que os sentidos de “diaconia” abordados até
o presente ressaltam biblicamente o serviço como fundamento para o exercício
do ministério cristão, ou os mais diversos ministérios da igreja, com destaque
para o aconselhamento e a capelania cristã.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A vida do povo hebreu dependia do cultivo do rebanho de ovelhas. Este ani-
mal era a principal fonte de subsistência. Nesse sentido, a experiência pastoril
e a subsistência humana que girava ao redor do rebanho não eram exclusivas
de Israel, mas contemplavam todos os povos do mundo bíblico; assim como,
também, para os povos mesopotâmicos. Por sinal, foram estes os primeiros a
metaforizar a imagem do “pastor”.
Javé, portanto, é compreendido como o único e verdadeiro Pastor de Israel.
Essa alegoria é celebrada no AT, especificamente, no Sl 23: 1-6: “O Senhor é
meu pastor, nada me faltará”. Ao lado Dele não há outro! Este Salmo revela a
poimênica, pois ele refere-se ao
centro vital do ser humano, que
é sua relação com Deus. Uma
relação concretizada a partir da
fé humana em Deus, enquanto
Criador e Pastor da vida. Então,
a poimênica, nesse contexto,
remete para aquilo que permite
e ajuda o ser humano a conti-
nuar a respirar, a manter a sua
vida saudável, afinal a morte
para o semita é a falta da rela-
ção com Deus.
Nesse sentido, Hoepfner
(2008), comenta:
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Hoepfner (2008), nesse sentido, faz a seguinte observação sobre esse termo
“poimênica” à luz do Novo Testamento:
A poimênica neotestamentária encontra no termo grego “paraclein”,
“paraclesis”, o seu conceito-chave que aponta para a oferta de salvação
e de vida em abundância oferecida por Cristo em sua vida e cruz. A
“paraclesis” remete ao consolo da salvação que Cristo oferece por meio
de sua graça (2 Ts 2.16); entretanto, igualmente admoesta às pessoas
a transformarem suas vidas cotidianas, desafiando-as a realizar uma
identificação com Jesus Cristo também no decurso de um sofrimento
(2 Co 1.5-7). Após a reflexão acima, acerca do ministério de Cristo,
viu-se que Ele guiou, vigiou, providenciou a vida e sentiu profunda afe-
tividade pelo povo do seu Pai (p. 65).
Por fim, Hoepfner (2008) define poimênica a partir de quatro funções pastorais
a partir do ministério de Jesus Cristo:
■■ Poimênica é vigiar, em um sentido de observar atentamente o outro em
uma relação de cuidado constante em que a solidariedade se dá viven-
ciando as dores do seu irmão e irmã. Um bom exemplo é de Zaqueu em
Lc 19.1-10, Jesus demonstra o amor que sente por Zaqueu ao visitá-lo.
■■ A poimênica consiste em constituir relacionamentos afetivos entre iguais.
Nesse sentido Jesus foi um grande mestre que ensinou, pois apesar de ser
o filho de Deus sempre se relacionou como sendo igual. Ele não agia com
desdém, mas acolhia e ouvia pacientemente.
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lom, do Antigo Testamento, ou em comunhão, koinonia, na perspectiva
do Novo Testamento.
d. O respeito à Criação (ecologia) como ato único da vida. “E viu Deus que
tudo era bom”.
e. A libertação é tanto pessoal quanto social. Tanto o pecado quanto a salvação
são comunitários e sociais, assim como individuais, onde o Novo Testa-
mento afirma “Conheceres a liberdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8:32).
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há um contato não meramente físico, mas também afetivo-emocional,
concretizando uma relação de sujeito para sujeito e não de sujeito para
sujeito-objeto, ou seja, o cuidado possibilita a dignidade, pois abre mão
do poder dominador e afirma uma comunhão entre seres reais. “A rela-
ção não é de domínio sobre, mas de com-vivência. Não é pura interven-
ção, mas interação” Por conseguinte, pode-se reiterar que só recebemos
zelo se cuidarmos de outras pessoas; portanto, nessa dimensão, apenas
nos tornamos pessoa no encontro com outra. Percebe-se, então, que a
categoria cuidado tem conotações que superam as noções comuns que
lhe são aplicadas. (p.15)
Nota-se que o sentido ora ressaltado assinala vigorosamente uma atitude de cui-
dado total, não com o que é particular ou pontual, mas sim com o ser humano
em sua integralidade, em suas mais diversas áreas e dimensões: física, afetivo-e-
mocional, social, ecológica, cultural e espiritual.
Outra questão importantíssima ressaltada ainda por Hoepfner (2008) é a
relação entre os seres humanos que deve ser pautada não pelo domínio sobre,
mas pela convivência. Pode-se compreender nessa perspectiva que só recebemos
cuidado se cuidarmos também de outras pessoas; portanto, nessa dimensão ou
relação, apenas nos tornamos pessoa efetivamente quando estamos no encontro
com outra, ou seja, nos relacionamos respeitosamente como iguais.
Diante do exposto, Hoepfner (2008) conclui as seguintes considerações:
Explicitando, o cuidado vê os contornos concretos dos problemas, da
realidade, enxerga e abraça o ser em sua integralidade vital e, portanto,
não se resume a apenas fidelidade, a princípios profissionais e a deveres
morais impostos por uma sociedade deveras injusta. Perceptivelmente
esclarecedor é o vocábulo alemão Sorge, comumente traduzido ao ver-
náculo pátrio como “cuidado”, “preocupação”, “aflição”. Se por um lado,
a Sorge remete para o cuidado de si, por alguém ou por algo (Fürsorge),
por outro, remete, igualmente, para uma situação existencial de aflição,
ou seja, o de estar preocupado consigo mesmo, por alguém ou com algo
(sich sorgen um). O termo inglês care, da mesma forma, traz consigo a
idéia de um cuidar solícito, bem como o de um cuidar ansioso e aflito
junto a alguém ou a algo. Conclui-se que, uma atitude de cuidado fren-
te a pessoas, requer envolvimento, pois “o cuidado é aquela relação que
se preocupa e se responsabiliza pelo outro, que se envolve e se deixa
envolver com a vida e o destino do outro, que mostra solidariedade e
compaixão”. Tal atitude é a condição prévia para o eclodir da amorosi-
dade humana, afinal, quem cuida, ama e, quem ama, cuida (p. 16)
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Hoepfner (2008) faz ainda um estudo sobre expressões correlatas ao termo “cui-
dar” no Antigo Testamento e Novo Testamento:
O principal correlato do termo cuidar no Antigo Testamento (AT) é
o verbete shãmar. Ao longo do testamento hebraico ele aparece 420
vezes. A ideia básica da raiz deste termo, conforme o Dicionário Inter-
nacional do Antigo Testamento, é a de “exercer grande poder sobre”,
significado que permeia as várias alterações semânticas sofridas pelo
verbo. Combinado com outros verbos, o sentido expresso é o de “fazer
com cuidado”, “fazer diligentemente”, por exemplo, como aparece em
Nm 23.12: “(...) Porventura, não terei cuidado de falar o que o Senhor
pôs na minha boca”. O verbo pode vir a exprimir também a atenção cui-
dadosa que se deve ter com as obrigações contidas em leis e na própria
aliança de Deus com o seu povo, como expresso em Gn 18.19 ou Êx
20.6. Frequentemente, o verbo ainda é utilizado para designar a neces-
sidade de ser cuidadoso frente às próprias ações; frente à própria vida
(Sl 39.1; Pv 13.3), ou ainda, designar a atitude de alguém de dar aten-
ção ou reverenciar Deus, outras pessoas ou ídolos (Os 4.10; Sl 31.6). O
verbo shãmar abrange ainda os sentidos de “preservar”, “armazenar” e
“acumular” a ira (Am 1.11), o conhecimento (Ml 2.7), o alimento (Gn
41.35) ou qualquer coisa de valor (Êx 22.7). Um último desdobramento
da raiz exprime a ideia de “tomar conta de” ou “guardar”, ou seja, en-
volve manter ou cuidar de um jardim (Gn 2.15), de um rebanho (Gn
30.31) ou de uma casa (2 Sm 15.16). É nessa ótica que Davi admoesta
Joabe a cuidar de Absalão: “Guardai-me o jovem Absalão” (2 Sm 18.12),
ou quando Davi, nos Salmos 34.20; 86.2; 121.3-4 e 7, utiliza o termo
para falar do cuidado e da proteção divina.
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membros cuidem e cooperem uns a favor dos outros. Em 1 Pd 5.7, o
ser humano é chamado a lançar toda a sua ansiedade aos cuidados de
Deus.
Ainda nessa direção, Oliveira (2004) afirma, a partir das elaborações teológicas
de Leonardo Boff sobre o cuidado com o ser humano no contexto maior que é
o cuidado com a natureza, o seguinte: “cuidar da alma implica cuidados senti-
mentos dos sonhos, dos desejos, das paixões contraditórias, do imaginário, das
visões e utopias que guar-
damos dentro do coração”
(p.17). Tal elaboração aponta
o cuidar como um ato inte-
gral da existência humana.
Oliveira (2004), tomando
afirmação de Brakemeier,
destaca que o cuidado com
o ser humano está justamente
na afirmação doutrinaria da
Imago Dei, ou seja, que o ser humano é imagem e semelhança de Deus. Portanto,
há uma dignidade no ser humano que lhe é atribuída, concedida sem mereci-
mento que provém de Deus e que se manifesta em si mesmo.
Teologicamente, observa Oliveira (2004) que os atos de misericórdia e com-
paixão testemunhados por Jesus Cristo, em sua prática, revelam o próprio amor
de Deus dispensado ao ser humano. Enquanto os atos de poder coisificavam o
ser humano, escravizando-o, Jesus testemunhava o amor de Deus que transforma
a dor e a escravidão em amor, saúde e vida, vida em abundância.
Oliveira (2004) assinala que a desesperança e o pessimismo podem ser
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revestidos pela ressurreição de Cristo, pois ela apresenta uma nova condição
antropológica para a existência humana; bem como pela cruz que não nega o
sofrimento, mas assinala que todos estão suscetíveis nesta condição humana,
pois Jesus também recebeu cuidados quando de sua morte.
Por fim, o aconselhamento e a capelania cristã também são experiências
construídas e contextualizadas pela riqueza do serviço cristão que se explicita
no ato de cuidar do ser humano numa perspectiva bíblica. E essa tradição bíblica
tem como eixo fundante e articulador o Cristo da Fé e o Jesus Histórico. No pri-
meiro, se evidencia a celebração da Vida e no segundo se ressalta as contradições
existenciais da Vida. Nessa dinâmica é que se encontram relacionadas funda-
mentalmente o aconselhamento e a capelania cristã.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), esta nossa primeira unidade nos lançou no universo bíblico-
-teológico. Nela visitamos e revisitamos textos clássicos e fundamentais da Fé
Cristã que são imprescindíveis não só para os nossos intentos, como para todo
e qualquer objetivo que queira fundamentar o testemunho cristão.
Em nosso caso, olhamos firmemente para o campo da Teologia Prática,
ou mais especificamente, para as áreas do Aconselhamento e da Capelania
Cristã. Nesse sentido, quando estudamos a palavra “diaconia”, vimos como este
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termo é rico e diverso, bem como aponta indelevelmente para o ser próprio do
Cristianismo: servir ao mundo. Destacou o nome e o sobrenome dessa essência
diaconal: Jesus Cristo, o servo por excelência. Assim, ficou límpido que o minis-
tério cristão, guarda-chuva maior que abarca o Aconselhamento e a Capelania
Cristã, é um instrumento de serviço no mundo, quer intra ou extraigreja.
Vimos ainda, juntos, o termo poimênica. Termo que deve ser entendido como
ponto de partida e de chegada do aconselhamento cristão, e por que não dizer
da Capelania Cristã também? Claro que sim. Esse termo alimenta essas duas
atividades que, do ponto de vista bíblico-teológico, são instrumentos para pos-
sibilitar ajuda e crescimento a todo aquele que se encontra necessitado. Contudo,
esse termo guarda também as potencialidades inerentes ao ser humano; isso não
pode ser esquecido quando se faz Aconselhamento e Capelania nessa perspec-
tiva, pois o aconselhando não é um objeto, mas um sujeito em crescimento. Isso
deve ser compreendido como um mote da ética da ajuda cristã.
Por fim, vimos cuidadosamente o verbo “cuidar”, ou o substantivo “cuidado”.
Brincadeiras à parte. “Cuidar” e “cuidado” são as palavras, sem dúvida, que melhor
interpretam, em última instância, toda e qualquer ação cristã. Nesse sentido, o
oxigênio afetivo do Aconselhamento e da Capelania Cristã é justamente a boa
nova de Salvação a todo aquele que crê: “Porque Deus amou (cuidou) do mundo
de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê
não pereça, mas tenha vida eterna” (João 3.16).
1. Como vimos nesta unidade, o termo “diákonos” é muito rico e diverso em sua
significação. Aponte em que sentido Jesus é entendido como exemplo maior
enquanto “diákonos”.
2. O estudo do termo “diákonos”, na perspectiva bíblica que vimos, é essencial para
direcionar o Ministério Cristão, o qual também orienta o aconselhamento e a
capelania cristã. Diante disso, interprete a seguinte afirmação: “Diaconia como
um ministério da Igreja, a serviço da obra de Deus, no mundo”.
3. Fundamentar, bíblica e teologicamente, é indispensável para toda e qualquer
teoria ou prática cristã. Nesse sentido, elabore um texto, entre 4 e 8 linhas, que
ressalte o sentido de poimênica, no que concerne às potencialidades próprias
dos seres humanos.
4. A partir da elaboração teológica do cuidado como fundamento para o aconse-
lhamento e capelania, aponte e argumente o porquê desse tema: “cuidado” é
essencial para o exercício do aconselhamento e da capelania cristã.
5. Nesta unidade foram vistos os termos “Diaconia”, “Ministério Cristão” e “Cuidado”.
Vimos que esses três termos são importantes para uma compreensão bíblico-
teológica do fazer aconselhamento e capelania cristã. Construa um texto argu-
mentativo entre 5 e 10 linhas, a partir desta unidade, que expresse a importância
desses termos para a atividade de aconselhamento e capelania cristã.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Luz da Poimênica
Neste link, você encontrará mais informações sobre o cuidado à luz da poimênica.
Especificamente, o texto enfoca a questão do cuidado de pastores e pastoras.
http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Mestre/Oliveira_rmk_tm105.pdf
II
OS FUNDAMENTOS DO
UNIDADE
ACONSELHAMENTO E DA
CAPELANIA CRISTÃ
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as origens históricas do Aconselhamento e Capelania Cristã.
■■ Assinalar os aspectos fundamentais das teorias em Aconselhamento
e em Capelania Cristã.
■■ Apontar atitudes em Aconselhamento e Capelania Cristã.
■■ Identificar os objetivos principais do Aconselhamento e Capelania
Cristã.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Aconselhamento e Capelania Cristã: Apontamentos Históricos
■■ Fundamentos e Teorias em Aconselhamento Cristão
■■ Os Fundamentos da Capelania Cristã
■■ Capelania Hospitalar
33
INTRODUÇÃO
Introdução
34 UNIDADE II
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b) “poimênica como caminho de aperfeiçoamento da vida monástica” (cuidado
com a vida interior e experiência mística de união com Deus);
c) “poimênica como função terapêutica” (na visão de luta entre poderes, era
comum a busca de cura de males atribuídos aos espíritos imundos).
Outras referências históricas dessa atividade podem ser encontradas logo nos
primeiros cem anos da Igreja Cristã. A história registra textos cuidadosos como,
por exemplo, a Carta a uma Jovem Viúva, escrita por João Crisóstomo em 380;
o “Livro de Cuidado Pastoral”, de Gregório, o Grande, no final do século VI ou a
carta “Catorze Consolos Para os Exaustos e Sobrecarregados”, escrita por Martinho
Lutero em 1520. Em cada um destes há a demonstração de um tempo na Igreja
Cristã em que o cuidado era parte integrante do ensino e da vivência pastoral
(FLOR, 2010).
Como é bom estar localizado ou contextualizado. Isso não é diferente quando
estudamos o tema da capelania. Saber nossas origens, e, principalmente, os fun-
damentos da nossa forma de pensar, bem como os motivos que estão na base
de uma determinada ação ou atitude é sempre importante. Conforme Gentil,
Guia e Sanna (2011):
Historicamente o termo “capelania” foi criado na França, em 1700
porque, em tempos de guerra, o rei costumava mandar para os acam-
pamentos militares, uma relíquia dentro de um oratório, que recebia
o nome de “Capela”. Essa capela ficava sob a responsabilidade do sa-
cerdote, conselheiro dos militares. Em tempos de paz, a capela voltava
para o reino, ainda sob a responsabilidade do sacerdote, que continuava
como líder espiritual do rei, e assim ficou conhecido por capelão. Com
o tempo, o serviço de capelania se estendeu aos parlamentos, colégios,
cemitérios e prisões (p.1).
fora do país há outras religiões que também têm exercido essa mesma função.
Silva (2010) destaca em seu texto a importância do papel do capelão enquanto
facilitador. Ele observa que Jung atribuía ao capelão o papel de sujeito facilita-
dor do encontro do homem com a sua dimensão espiritual; assim como o corpo
precisa do médico, a vida espiritual da pessoa precisa do capelão, compreendia
Jung, conforme Silva (2010).
FUNDAMENTOS E TEORIAS
EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO
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seus problemas e crises de uma
forma mais conducente ao crescimento e, assim, a experimentar a cura de seu
quebrantamento” (p. 25). Nesse sentido, o aconselhamento tem função repara-
dora quanto ao crescimento de uma pessoa.
É importante, inicialmente, nos localizarmos sobre qual modalidade de
aconselhamento nós estamos nos referindo ou tratando aqui. Barrientos (1991)
apresenta quatro tipos de aconselhamento:
1. Aconselhamento popular
É o que ocorre nos relacionamentos diários das pessoas que trocam problemas
e conselhos entre si.
2. Aconselhamento comunitário
3. Aconselhamento pastoral
É uma prática exercida por um pastor junto a sua comunidade. Precisa de pre-
paro e muita competência para tratar os mais diversos temas, como: problemas
matrimoniais, relacionamentos entre pais e filhos, disputas entre irmãos na fé,
4. Aconselhamento profissional
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e. Levar o indivíduo a uma relação pessoal com Jesus Cristo.
ção espíritual.
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1. Avivamento da sua mente.
2. Revitalização de seu corpo.
3. Renovação e enriquecimento de seus relacionamentos íntimos.
4. Aprofundar sua relação com a natureza e a biosfera.
5. Crescimento em relação às instituições significativas em sua vida.
6. Aprofundamento e vitalização de seu relacionamento com Deus.
Castro (1974) faz a seguinte pergunta: qual será a meta da atividade pastoral? Ele
mesmo responde assim “logicamente como todo conselheiro, procura ajudar a
recuperar a saúde plena da personalidade do aconselhando” (p. 182). Nessa dire-
ção, Castro (1974) destaca as seguintes questões do aconselhamento:
a) A capacidade de uma pessoa de ter o controle sobre seu próprio destino.
b) Fazer suas próprias escolhas.
c) Ser responsável tanto no desenvolvimento de suas ações como nos resul-
tados das mesmas.
É fundamental ressaltar que Castro (1974) assevera que tais questões do acon-
selhamento, que se apresentam como objetivos que devem ser tomados dentro
da seguinte perspectiva: “vão acompanhados normalmente por uma militân-
cia serviçal, uma atitude vicária em relação com o mundo, com o exemplo de
Zaqueu” (p. 183), ou seja, servir ao Senhor Jesus Cristo.
Por isso, para Schipani (2004) aconselhamento pastoral deve ser entendido teo-
logicamente como:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5. Crescimento na visão
6. Crescimento em virtude
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A experiência do aconselhamento deve convidar o aconselhando a descobrir
maneiras de ser e amar mais satisfatoriamente, com particular ênfase na sua
relação com outras pessoas - especialmente amigos, familiares e colegas de tra-
balho - com o Espírito de Deus e consigo mesmo.
7. Crescimento em vocação
No que se refere à capelania deve-se observar, inicialmente, que é uma ação que
nasce a partir da interação e da relação de ajuda, de auxílio, de cooperação e de
cuidado humanizado, onde a marca principal é a da solidariedade e da fraterni-
dade, conforme Souza (2006).
Segundo Barros (2008), Capelania é uma atividade cuja missão é colaborar na
formação integral do ser humano, oferecendo oportunidades de conhecimento,
reflexão, desenvolvimento e aplicação dos valores e princípios ético-cristãos e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da revelação de Deus para o exercício saudável da cidadania.
Na atualidade há diversas modalidades de Capelania, contudo se destacam
entre as mais conhecidas:
■■ Educacional.
■■ Carcerária.
■■ Hospitalar.
■■ Militar.
■■ Empresarial.
CAPELANIA HOSPITALAR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos valores e princípios éticos, na revelação de Deus para o exercício
da cidadania. A capelania realiza também a assistência espiritual, social
e emocional às famílias de enfermos, equipes de saúde dos hospitais e
estudantes de medicina.
De acordo com Bautista, a capelania hospitalar tem como característi-
ca ser um serviço sanativo, porque pretende a apropriação da realidade
pessoal até o último instante de vida. Esse serviço (diaconia) exige, em
primeiro lugar, a colaboração dos cristãos próximos ao mundo do enfer-
mo, especialmente os agentes mais idôneos, desde os pastores, diáconos
e os leigos que vivem e conhecem o contexto hospitalar e podem ajudar
nas atividades no hospital. Esse trabalho é baseado no conceito de “aten-
dimento integral” em que o paciente tem uma aceitação melhor da hos-
pitalização e tem mais chances de um rápido reestabelecimento por ter
também contemplados os aspectos espirituais e emocionais. (p.p 26-27)
Teologicamente, Silva (2010) lembra que como toda ação pastoral, a capelania
hospitalar está fundamentada na própria prática de Jesus, pois Ele atendeu e
cuidou dos enfermos e doentes de sua época, em um contexto bem peculiar de
pobreza e de contradições socioeconômicas. O próprio testemunho bíblico do
Novo Testamento assinala que Ele atendia os que sofriam, curando-os e anun-
ciando o Reino de Deus, de vida e paz.
Silva (2010) observa o papel imprescindível do capelão ao afirmar:
O profissional da saúde nem sempre está preparado para trazer rela-
ções saudáveis de ajuda. Depois de esgotadas todas as possibilidades
técnicas e feito todo o possível do ponto de vista clínico, justamen-
te, então, estaremos diante do momento de maior vulnerabilidade e
de maior necessidade do enfermo. E quase sempre nessa situação, os
profissionais da saúde deixam o doente sozinho e desamparado. Por
diversos fatores alheios a nossa vontade, não se leva a sério com a de-
vida frequência, intensidade e consideração, a máxima de que o doente
deve ser protagonista da visita do médico, da enfermeira e do visitador.
Deve, portanto, ser o centro do hospital e de todo o sistema de saúde.
Por isso, precisamos fortalecer a redescoberta da capelania hospitalar,
uma capelania da humanização e da vida para com os doentes, espe-
cialmente os marginalizados, esquecidos e abandonados. (p.p. 27-28)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
CAPELANIA HOSPITALAR
Levando o amor de Cristo aos enfermos e necessitados
Atuar nos hospitais levando o amor de Deus, Seu consolo e alívio num momento de dor.
Esta é a principal missão da Capelania Hospitalar, que, através de gestos de solidarieda-
de e compaixão, tem levado a Palavra de Deus não só aos pacientes, mas também aos
seus familiares, sem esquecer ainda dos profissionais de saúde, tantas vezes vivendo
situações de estresse ou mesmo passando por momentos difíceis. Os capelães respei-
tam a religião de cada paciente sem impor nada, apenas levando a Palavra àqueles que
desejarem.
O que faz um capelão?
O capelão, integrante da equipe multidisciplinar de saúde, é uma pessoa capacitada
e sensível às necessidades humanas, dispondo-se a dar ouvidos, confortar e encorajar,
ajudando o enfermo a lutar pela vida com esperança em Deus e na medicina. Oferece
aconselhamento espiritual e apoio emocional tanto ao paciente e seus familiares, como
aos profissionais da saúde. É importante elo com a comunidade local.
e continua tentando viver como se a enfermidade não existisse, evitando falar sobre
o assunto. A negação pode ocorrer em crentes que adotam uma atitude triunfalista
ao afirmarem: “Em nome de Jesus já estou curado, Deus não permitirá que eu seja
operado”.
RETORNE POSTERIORMENTE
■■ Se a enfermeira estiver atendendo o paciente ou o médico estiver presente no quarto,
RETORNAR POSTERIORMENTE.
■■ Se o paciente está com algum mal-estar (vômito, dor, confuso), abreviar a visita.
■■ Às vezes o paciente faz as seguintes solicitações: para ajeitá-lo no leito, pede água
ou algum alimento, solicita medicação. TODAS essas solicitações devem ser atendidas
pelo serviço de enfermagem. Por isso, responda ao paciente que ele deve fazer esse
pedido a enfermeira, ou em alguns casos (queda do paciente, escapou o soro) avisar o
ocorrido no posto de enfermagem.
■■ Em alguns casos quando o paciente apresenta um quadro de contaminação, é colocado
um cartaz de alerta e de instruções na porta do quarto. Na dúvida, perguntar no posto
de enfermagem e que deve fazer para entrar no quarto (utilizar máscara, luva, etc).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
O objetivo da visita NÃO É doutrinação, mas atender à necessidade do paciente; a visita
deve ter um propósito: conforto, consolo para quem sofre. Muitas vezes, a tentação de
“pregar” e apresentar o seu discurso faz com que muitos se esqueçam de que estão num
hospital, desvirtuando, assim, todo o propósito da visita;
■■ Quando tiver dúvidas sobre a situação do paciente, procure a enfermeira.
■■ Ter discernimento para dosar o tempo da visita;
■■ Não demonstre “pena” do paciente;
■■ Mostre seu interesse pelo paciente, mas sem exageros;
■■ Preste atenção naquilo que o paciente está falando, verificando quais são suas preo-
cupações;
50 - 51
■■ Não conduza a sua conversa de tal maneira que exija do paciente grande concentra-
ção e esforço mental para acompanhar (ele pode estar sob o efeito de medicamentos);
■■ Ao paciente que acha que não será curado, encoraje. Mas, faça-o com prudência, sem
promessas infundadas;
■■ Não fale sobre assuntos pavorosos;
■■ Nunca pratique atos exclusivos de auxiliar de enfermagem, tais como: dar água ou
qualquer alimento, ou locomover o paciente, mesmo que seja a pedido dele;
■■ Nunca discuta sobre a medicação com os pacientes;
■■ Mantenha os segredos profissionais (num leito de hospital o paciente fala muita coisa
de si mesmo e de sua vida pessoal);
■■ Nunca comente nos corredores do hospital, ou fora deles, o tipo de conversa ou enca-
minhamento de sua entrevista mantida com o paciente;
■■ A ética deve ser rigorosamente observada. Tome muito cuidado!
■■ Não cochiche! Pacientes apresentam alto nível de desconfiança;
■■ Aproveite a oportunidade como se fosse a única. Na medida do possível, o ministério
junto ao enfermo, dentro de um hospital deve ser completo, numa “dose única”;
■■ Evite a intimidade excessiva, não invadindo a privacidade alheia (tanto do paciente
quanto do seu acompanhante);
■■ Respeite a liberdade do paciente quando ele não quiser (ou não estiver preparado
para) falar sobre seus problemas;
■■ Nunca tente ministrar o enfermo quando ele está sendo atendido pelo médico ou
pela enfermeira, ou quando estiver em horários de refeições, ou quando a situação im-
possibilite (familiares, telefonando ou algo importante que ele está assistindo na TV);
■■ Não faça promessas de qualquer espécie (cura, conseguir medicação, maior atenção
dos profissionais de saúde, transferências, conseguir entrevista com o diretor). O pró-
prio hospital tem meios de solucionar essas solicitações;
■■ Em caso de possessão demoníaca, elas precisam ser discernidas;
■■ Preste atenção nos cartazes afixados na porta do quarto, pois eles orientam por qual
motivo você não pode entrar naquele momento ou quais os cuidados você deve to-
mar ao entrar no quarto. Talvez seja proibida a entrada por causa de curativo, troca
de bolsa em pacientes renais, proibição de visita por ordem médica. O paciente pode
estar isolado por causa de problemas de contágio e o cartaz estará orientando se for
necessário utilizar máscara, jaleco, luvas ou evitar tocar no paciente. Também pode
estar tomando banho;
■■ Evitar apertar a mão do paciente, a não ser que a iniciativa seja dele;
■■ Nunca sentar-se na cama do paciente, evitando assim contaminar o doente ou ser
contaminado por ele. Quando o paciente está em cirurgia, os lençóis ficam enrolados,
não devendo NINGUÉM sentar ali;
■■ Procurar estar numa posição em que o paciente veja você;
■■ Cuidado se a sua voz for estridente;
■■ Se for insultado, reaja com espírito cristão;
■■ Em suas conversas, orações, leituras de textos, fale em tom normal. Evite a forma dis-
cursiva e com voz estridente, a não ser que seja em ambiente amplo.
■■ Observar se o paciente está com mal-estar (náuseas ou dor), procurando abreviar ao
máximo a visita.
APLICAÇÃO BÍBLICA
Sabemos que a enfermidade é proveniente da raça humana em pecado. Em muitas si-
tuações a enfermidade surge por culpa direta do próprio indivíduo que não cuida do
seu corpo como deveria, ou por causa da violência urbana. Mesmo que o indivíduo seja
culpado de sua situação, devemos levar-lhe uma mensagem que Jesus deseja lhe dar
saúde total, tanto no corpo como na alma, pois Ele disse: “Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância“ (João 10:10).
A mensagem que se dve trazer ao enfermo é a mensagem bíblica de esperança e con-
solo. Essa mensagem é verbal através da leitura bíblica, oração e aconselhamento. Tam-
bém, através de expressão corporal, tais como expressão de carinho, sorriso e demons-
tração de empatia.
Encontraremos na Bíblia textos relacionados às mais diversas necessidades do ser hu-
mano. São esses textos que devem ser apresentados aos pacientes na esperança de des-
pertamento de fé nas promessas de vida.
52 - 53
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
Professor Me. Rubem Almeida Mariano
III
TEOLOGIA E PRÁTICAS
UNIDADE
EM ACONSELHAMENTO
CRISTÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Listar procedimentos adequados ao conselheiro em Aconselhamento
Cristão.
■■ Identificar a natureza do Aconselhamento Cristão.
■■ Conhecer técnicas de intervenção em Aconselhamento Cristão.
■■ Descrever as técnicas diretivas e não diretivas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Propostas, técnicas e comportamentos em Aconselhamento Cristão
■■ Promovendo o diálogo com o aconselhando
59
INTRODUÇÃO
Caro aluno, esta unidade tem como objetivo abordar, os procedimentos ade-
quados do conselheiro, bem como refletir sobre a natureza do Aconselhamento
Cristão de forma introdutória.
Esta unidade também tem a missão de desenvolver as técnicas de intervenção
como forma de lembrar a todos os nossos leitores que a arte de aconselhar hoje
necessita muito mais do que boa vontade, como temos frisado; hoje se faz neces-
sário conhecimento, ou como diz um amigo, meu pastor e doutor em Psicologia,
é necessário ter tecnologia para aconselhar. Pois quem está do outro lado são
pessoas que vivem em estado de sofrimento ou que precisam de orientações e
não podem continuar sofrendo mais do que estão. Portanto, cabe àqueles que
se sentem chamados cuidar de sua formação, preparando-se de forma adequada
para essa atividade. Esta unidade quer singelamente contribuir nesse processo.
Fundamentalmente serão abordadas técnicas de intervenção em
Aconselhamento Cristão, com destaque para os métodos diretivos e não diretivos.
Introdução
60 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
proporções, servem também de base para o trabalho da capelania e suas mais diver-
sas atividades, em especia, quando o capelão atuar na condição de conselheiro.
É importante observar que há muitos escritos sobre o assunto, especifica-
mente com teorias e métodos devidamente elaborados. Há também diversos
textos sobre o aconselhamento cristão e o aconselhamento psicológico, que
observam seus vínculos, contribuições, limites e críticas, como: Mannóia (1985),
Casera (1985), Collins (1995), Barrientos (1991), Szentmartoni (1999), Clinebell
(2000), Schipani (2004), Sathler-Rosa (2004) e Pereira (2007).
Há certo consenso na literatura acadêmica pesquisada por Szentmartoni
(1999), Collins (1995), Barrientos (1991), Casera (1985), Clinebell (2000), Pereira
(2007) dentre outros, que ao tratarem do tema do aconselhamento cristão obser-
vam, de uma maneira ou de outra, as ideias de Carl Rogers, método não diretivo,
principalmente aqueles relacionados à prática do aconselhamento. Por isso,
nessa direção, uma proposta de aconselhamento passa necessariamente pelo
estabelecimento de vínculos entre o conselheiro e o aconselhando, sem os quais
é impossível um bom desenvolvimento do aconselhamento. Mannóia (1985)
coloca como premissa do aconselhamento cristão as relações pessoais e a cen-
tralidade da pessoa no aconselhamento.
Da mesma forma, Szentmartoni (1999) também o faz, contudo ressalta ainda
as marcas da natureza do aconselhamento cristão, de onde se pode inferir:
a) Está contextualizada na missão e na evangelização da Igreja.
b) Na ajuda, desempenha um trabalho bíblico-teológico do anúncio cristão.
c) É uma atividade religiosa (conselheiro e aconselhando) onde deve ser
observada a pessoa e seu relacionamento com Deus.
■■ Fazer com que a pessoa se sinta ao nível do conselheiro. Para isto é melhor
usar duas cadeiras ou poltronas, ou uma de frente para a outra em uma mesa.
■■ Em em mente e transmitir à pessoa que é possível enfrentar a situação e
até resolvê-la.
■■ Escutar com muita atenção. Há pessoas que se sentem aliviadas de sua
carga pelo simples fato de que alguém as escuta com interesse e amor.
■■ Ir captando, entre os detalhes do relato, os possíveis assuntos ventrais
relacionados.
■■ Não dar opiniões negativas como: “que mau...” “que horror...”.
■■ Não interromper o relato, a não ser que seja para fazer alguma pergunta
esclarecedora ou que falte para completar o quadro.
■■ Discernir em silêncio aspectos que a pessoa poderia encobrir e que cor-
respondem a seu modo de ver o assunto.
■■ Ao final do relato, ajudar a pessoa a ver o problema como um todo, sem
reparar em detalhes, a menos que seja necessário.
■■ Levá-la a reconhecer os fatores centrais que entram em jogo.
■■ Ajudá-la a encontrar as causas. Aqui é necessário dar oportunidade para
que a pessoa opine e que ambos dialoguem até que concordem.
■■ Ajudar a pessoa a fazer um plano ou propor-lhe um alvo realista que ten-
tará alcançar nos dias seguintes.
■■ Quando necessário, levar a pessoa a colocar seu problema diante do Senhor
em oração, pedir libertação e dar graças por ela.
■■ Caso a pessoa não saiba orar, fazer a oração com a pessoa.
■■ Por fim, fazer uma seleção de textos bíblicos e indicar para a pessoa ler e
meditar sobre eles e relacioná-los aos seus problemas.
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c) A reestruturação do campo – intervenção com a finalidade de fazer
reestruturações do campo perceptivo da pessoa, referente a sua pessoa
(ego) ou a imagem de si. A partir dos conceitos da Gestalt, as interven-
ções devem ser: ressaltar a “figura” (tema explícito) como é percebida
pela pessoa, esclarecer uma posição entre os vários conteúdos expostos,
poder ampliar o significado do que foi dito ou mudar a ordem de impor-
tância dos elementos pela pessoa.
Por fim, Szentmartoni (1999) observa que o conselheiro tem de ter os devidos
cuidados em sua atividade. Deve evitar colocações ou expressões que não con-
tribuem para o objetivo principal do aconselhamento, que segundo Mannóia
(1985), “é o de facilitar o crescimento da personalidade ao máximo nível de
maturidade” (p.103). São observações que o conselheiro passa ao aconselhando
como sendo as suas conclusões, de forma moralista e sem observar as manifes-
tações do seu aconselhando. Segundo Szentmartoni (1999), isso denota falta de
confiança nos recursos do outro por parte do conselheiro e impede que o obje-
tivo maior do aconselhamento seja atingido.
Para desenvolver uma relação adequada no aconselhamento, Clinebell (1976),
em um texto denominado “Os elementos comuns a todo aconselhamento”, trata
de dois itens fundamentais e necessários para o exercício desse, o qual pode
ser exercido no contexto do gabinete pastoral ou de um leito, no hospital: o
desenvolvimento de uma relação terapêutica e a facilita ção da comunicação do
aconselhando.
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■■ Interpretar comportamentos e eventos.
■■ Apoiar e encorajar sempre.
Diante dessas propostas com suas respectivas técnicas, é importante que o conse-
lheiro desenvolva a capacidade de conversar com vista à criação de vínculo com o
aconselhando. A seguir, veremos algumas ideias de Clinebell sobre essa matéria.
Clinebell (1976) orienta os procedimentos ou atitudes durante a primeira
sessão de aconselhamento:
1. Estabelecer o rapport como base para a relação terapêutica.
2. Escutar de forma disciplinada, bem como refletir sobre os sentimentos
do aconselhando.
3. Adquirir uma compreensão aproximada do “marco de referência interna”
da pessoa do aconselhando a partir do seu mundo pessoal.
4. Fazer um primeiro diagnóstico sobre a natureza do problema do aconse-
1. Evitar muitas perguntas, mas fazer o mínimo requerido para obter ape-
nas os dados essenciais.
2. Fazer perguntas sobre seus sentimentos, por exemplo: como se sente
quando é ignorado?
3. Responder a sentimentos de conteúdos intelectuais.
4. Observar os caminhos que levam ao nível emocional da comunicação.
5. Estar particularmente alerta para descobrir sentimentos negativos.
6. Evitar tanto a interpretação prematura de como funciona a pessoa ou
suas formas determinadas de sentir, como dar conselhos prematuros.
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de fazer um juízo de relativa bondade, apropriação, efetividade e corre-
ção. Tem condição de compreender em certa forma o que o aconselhando
pode e deve fazer; se há consequências grandes ou profundas.
2. Interpretativa – uma resposta que indica o intento do conselheiro por
ensinar, por apresentar ou mostrar um significado ao aconselhando. Tem
compreendido de certa forma o que o aconselhando pode ou deve pensar.
3. De apoio – uma resposta que indica que o conselheiro intenta assegurar,
reduzir a intensidade emotiva do aconselhando (acalmá-lo). Possibilita,
de certa forma, ao aconselhando sentir-se fora dessa situação de dese-
quilíbrio.
4. Indagatória – uma resposta que indica que o conselheiro intenta obter
mais informações, insistir na conversação, sobre uma linha determi-
nada. Isso o faz chegar à conclusão de certa forma que o aconselhando
deve ou pode se desenvolver, beneficiando mais acerca de um ponto
determinado.
5. Compreensão – uma resposta que indica que há a intenção do conse-
lheiro em perguntar ao aconselhando se tem compreendido corretamente
o que “disse”, como “sente” isto, como “impacta” nele, como o “vê”.
Diante disso, temos a firme convicção da importância que é saber ouvir e respon-
der no aconselhamento, pois fazê-los de forma adequada é uma virtude indelével
não só do conselheiro, mas também do capelão. Tamanha é a importância dessas
duas habilidades que existe muita literatura especializada em psicologia, acon-
selhamento e capelania que versa sobre esses assuntos.
Outra ideia que Faber e Shoot (1976) desenvolvem é a da reflexão dos senti-
mentos significativos. Para Rogers, cabe ao conselheiro proporcionar uma relação
positiva. Para isso, ele compreende que a reflexão é fundamental. Tal dinâmica
é possível numa relação não diretiva em que aconselhando, numa relação de
aceitação, desenvolve uma reflexão de significado de seus sentimentos, que tão
somente nesse contexto, ou melhor, justamente, nesse contexto de aceitação faz
toda a diferença. Nessa perspectiva assim entende Rogers:
na experiência terapêutica, um vê as suas próprias atitudes, confusões,
ambivalência, sentimentos e percepções expressadas exatamente pelo
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outro; porém livre das próprias complicações emocionais, e, assim se
vê a si mesmo objetivamente o que abre caminho para aceitação do
seu eu, de todos aqueles elementos que agora se percebem claramente.
Assim se avança no caminho da organização e do funcionamento mais
integrado do eu (pp.120-121)
1. Aconselhamento diretivo
Sra. P: Olá, pastor. Desde muito tempo as coisas não vão muito bem em
minha casa... (coloca-se muito sentida).
Pastor: Veja bem, estou seguro de que as circunstâncias não são tão mal
como parecem ser, e estou seguro de que podemos ve-las melhor para aju-
dá-la à luz da Palavra de Deus.
Sra. P: Pastor, o senhor não sabe como é má a minha situação.
Pastor: Penso que você veio se socorrer em seu pastor, não é isso? Falemos
agora sobre o seu problema abertamente e inicie desde o começo,Me diga
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tudo. OK?
Sra. P: Tenho tanta vontade de conversar com alguém...
2. Aconselhamento não diretivo
Sr. B: É como quando tive o acidente com o caminhão. Tudo de ruim me
aconteceu, mas agora eu me sinto limpo. Quando sofremos nos eximimos
de tudo que temos dentro de nós. Quando perguntaram se a minha perna
estava quebrada, eu falei: “quebrada, quebrada, quebrada”, e assim foi. Disse-
lhes que o meu sofrimento tinha me feito sentir mais perto do céu.
Pastor: Então, você sente que o seu sofrimento teve um propósito?
Sr. B: Na verdade, tenho uma vida muito dura. Eu não sei por que minha
esposa age assim desta forma; logo agora que tenho tanta necessidade... estou
só... ninguém se preocupa com a minha situação ... com algo que eu quero,
mas só pensam em si mesmos. Ela acha que eu sou louco.
Pastor: Por que você acha que ela pensa isso?
Sr. B: Porque estive em um hospital psiquiátrico ... isso foi antes de casarmos...
Segundo Brister (1980), no primeiro o conselheiro demonstra rigidez e controla
o rumo da entrevista em cada momento, apesar de se esforçar por aparentar
imparcialidade. Nota-se que ele não percebe a necessidade da aconselhanda.
Contudo, o segundo conselheiro esforça-se em se aproximar e permanecer com
os sentimentos do aconselhando, o qual expressa uma variedade de sentimen-
tos, mas deles se destacam o de rechaço e dependência. Portanto, nesse segundo
exemplo, observamos essa condição como sendo imprescindível para a criação
de vínculo e entendimento do caso, pois o próprio aconselhando dá o tom, ou
melhor, dá o significado para os seus sentimentos, bem como os temas que quer
tratar; basta ao conselheiro estar atento.
Promovendo o Diálogo com o Aconselhando
70 UNIDADE III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(1980).
As propostas apresentas ficaram por conta de Szentmartoni (1991) e Collins
(1995). Do primeiro, as técnicas de procedimento denominadas reformulação,
reflexo do sentimento e reestruturação do campo. Do segundo, os seguintes pro-
cedimentos: atenção, ouvir, responder e ensinar.
Foi destacada a conversação como uma das técnicas imprescindíveis para
o exercício do Aconselhamento Cristão. Saber entrevistar, ouvir e responder o
aconselhando é essencial para o sucesso dessa atividade. Foram trabalhadas as
ideias de Barrientos (1991) e de Clinebell (2000) sobre entrevistas iniciais. Sobre
o saber ouvir e responder ficou por conta de clássicos do aconselhamento cris-
tão, Faber e Shoot (1976) e Clinebell (1985). Este deu destaque para as repostas
evolutivas, interpretativas, de apoio, indagatórias e compreensivas; enquanto
aqueles à luz de Carl Rogers, destacaram: a aceitação, a reflexão dos sentimen-
tos significativos e a empatia. Todos foram categóricos em afirmar que ouvir e
responder não são atos simplesmente mecânicos, mas envolvem toda uma rela-
ção afetiva, comportamental e espiritual.
O conselheiro cristão tem de ter muito claro na sua mente que o seu ministério está
focado em conduzir as pessoas a uma vida harmoniosa com Cristo e o próximo, em
meio às dificuldades da lida diária e que, portanto, tem de discernir muito bem as suas
limitações, de forma a não adentrar em áreas onde não está apto a oferecer ajuda. Isso
se dá tanto em relação às áreas onde o próprio conselheiro enfrenta dificuldades na sua
vida pessoal como em relação àquelas que demandam um conhecimento especializa-
do, muitas vezes da medicina, ou uma experiência substancial que não se possui.
Outra característica relevante, que precisa integrar a personalidade do conselheiro cris-
tão é a objetividade. Em nenhuma hipótese o conselheiro deve compartilhar os seus
próprios problemas ou fraquezas pessoais com o aconselhando, vez que o conselheiro
está ali para ajudar e não para resolver os seus próprios problemas, além do enorme
potencial que tal atitude teria para induzir insegurança naquele que precisa ser ajudado,
trazendo danos irreparáveis ao processo de aconselhamento.
Da mesma forma, é inegável que o excesso de envolvimento emocional pode fazer com
que o conselheiro perca a dose de objetividade necessária, reduzindo a eficiência do
aconselhamento, o que sugere que o conselheiro deve evitar aconselhar pessoas com
as quais já tenha, previamente, fortes laços afetivos pessoais estabelecidos ou permitir,
descuidadamente, que eles sejam desenvolvidos durante o processo de aconselhamen-
to, principalmente quando o aconselhando está muito perturbado, confuso ou enfrenta
um problema semelhante àquele que o próprio conselheiro está passando.
O conselheiro cristão, como o próprio nome sugere, deve ter muito bem internalizado
que o seu manual essencial de trabalho é a Bíblia. Cristo é a verdade, o caminho e a vida,
e é o Verbo, que é a Palavra e, portanto, o centro de todo o aconselhamento cristão.
Assim, é que o conselheiro cristão pode até utilizar técnicas variadas de extração de in-
formações e de condução do processo de aconselhamento, mas os valores referenciais
para o aconselhando, que nortearão todas as possíveis orientações a serem transmiti-
das, devem se fundamentar única e exclusivamente nos princípios bíblicos que tratam
do assunto, examinados à luz da sua aplicação à nossa realidade contextual.
Não é o que o conselheiro cristão pensa ou acha, na sua razão natural, por mais inte-
ligente e estudioso que seja, que ajudará o aconselhando a resolver os seus conflitos
interpessoais e os seus sentimentos de culpa ou peso pelo pecado ou a desenvolver um
relacionamento saudável com Deus e com o os seus semelhantes, mas, unicamente, o
que a Bíblia revela, iluminada pelo entendimento dado pelo Espírito Santo.
Ao discorrer sobre os princípios bíblicos aplicáveis à situação de aconselhamento, o
conselheiro cristão deve evitar ao máximo toda e qualquer discussão ou polêmica dou-
trinária, com relação àqueles pontos nos quais as diversas denominações evangélicas
possuem discordâncias de interpretação, pois isso pode levar o aconselhando a uma
atitude defensiva e de resistência frente ao conselheiro, caso ele tenha uma concepção
diferente, inviabilizando por completo os resultados almejados com o aconselhamento.
Cabe ressalvar, entretanto, que se o conselheiro cristão constatar que existe uma “no-
tória” deturpação de um conceito bíblico por parte do aconselhando, ele não deverá
se furtar a procurar esclarecê-lo, mas deverá proceder com toda a prudência, sabedoria
e gentileza possíveis, de forma a não transparecer nenhum pretenso estigma de supe-
rioridade ou de vaidade pessoal, nefasta ao estabelecimento de uma empatia com o
aconselhando.
Outro fator da maior importância é que o conselheiro cristão tem de ser ético e respeitar
cada indivíduo que recorre à sua ajuda. Ele precisa reconhecer o valor do aconselhando
como pessoa criada à imagem e semelhança de Deus e preciosa aos Seus olhos, não
importando o quanto ele possa estar desfigurado pelo pecado.
A ética indica que o conselheiro cristão tem o dever de tentar ajudar o aconselhando
sem manipular nem se intrometer em sua vida e de guardar sigilo de todas as informa-
ções reveladas em confiança, dentro ou fora do gabinete pastoral. Além disso, manda
a ética que um conselheiro cristão jamais se preste a fornecer qualquer orientação que
ultrapasse os limites da sua habilitação.
Em todas as decisões que envolvem a ética, o conselheiro cristão deve procurar, antes
de mais nada, honrar a Deus, agir de conformidade com os princípios bíblicos e respei-
tar o bem-estar do aconselhando e das demais pessoas que possam estar envolvidas
na situação de aconselhamento, sempre colocando a vida como bem supremo a ser
preservado.
Enfim, já há muitos anos, diversos autores de livros didáticos sobre o tema, vêm rela-
tando que as técnicas de aconselhamento são mais eficazes quando o indivíduo que
as maneja apresenta as virtudes do Espírito, ou seja, quando ele: transmite confiança e
honestidade; é afetuoso, sensível, manso, paciente e compreensivo; demonstra saber
ouvir e possuir um interesse sincero no problema do interlocutor; e tem disposição para
confrontar as pessoas, mantendo uma atitude de amor.
Assim sendo, o aconselhamento cristão só se torna factível e real quando existe um
compromisso sincero com Cristo e o Espírito Santo está no comando e é o verdadeiro
conselheiro, por trás do ser humano instrumentalizado para esse serviço. Só o Espírito
Santo é capaz: de sondar o íntimo dos corações; revelar as verdadeiras causas dos pro-
blemas; e apontar a melhor orientação para cada caso.
Fonte: <http://www.icjb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=131:o-perfil-do-
-conselheiro-no-aconselhamento-cristao&catid=46:estudos&Itemid=93>. Acesso em: 02 dez. 2011.
74 - 75
Aconselhamento
Este link remete você a uma dissertação que trabalha a questão do aconselhamento pelo
telefone, no contexto urbano, além de fazer um trabalho de conceituação sobre o tema do
aconselhamento.
http://pt.scribd.com/doc/50448684/17/Aconselhamento-Pastoral
IV
O PERFIL E O PAPEL
UNIDADE
DO CONSELHEIRO E DO
CAPELÃO CRISTÃO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Assinalar as atitudes inadequadas do conselheiro cristão.
■■ Conhecer o perfil e atributos do conselheiro e capelão cristão.
■■ Identificar o perfil do conselheiro e capelão cristão.
■■ Caracterizar o papel do conselheiro e do capelão cristão.
■■ Conscientizar o conselheiro e o capelão das competências
necessárias para o desenvolvimento de suas atividades.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Perfil e atitudes do Conselheiro Cristão
■■ Perfil e papel do Capelão Hospitalar
81
INTRODUÇÃO
Quando lançamos nosso olhar para a realidade humana e suas carências, fica-
mos cientes da enorme necessidade do papel do conselheiro cristão no contexto
da Igreja tanto no sentido intraeclesial quanto extraeclesial. Hoje, mais do que
nunca, a figura do conselheiro cristão é necessária e urgente. Contudo, nota-se
Introdução
82 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Contudo, antes de avançarmos na direção da apresentação do perfil e papel do
aconselhamento cristão, faz-se necessário ressaltar algumas ações do conselheiro
que demonstram equívocos nesse papel. A seguir, listamos os comportamentos,
nessa área, que revelam inadequação, pautados em (WAGNER apud LINO, 1998):
■■ Visitar em vez de aconselhar, gerando confusão no momento da atuação
de aconselhamento pastoral.
■■ Não possuir tempo disponível, podendo ser entendido pelo aconselhando
como desinteresse de sua parte.
■■ Rotular em vez de respeitar a diferença é um equívoco que afasta e não
possibilita novos encontros entre conselheiro e aconselhando.
■■ Condenar em vez de ser imparcial gera uma relação de desconfiança por
parte do aconselhando, pois este se fecha e não fica disponível para a rela-
ção de aconselhamento.
■■ Querer resolver tudo em um só momento revela a ansiedade da relação
entre conselheiro e aconselhando e, ainda, gera interpretações apressa-
das e cansaço, pois é comum delongar encontros.
■■ Ser diretivo por parte do conselheiro é uma atitude que revela uma con-
cepção de negação das potencialidades do ser humano, as quais são
fundamentais para agir de forma adequada e saudável por si só.
■■ Envolver-se emocionalmente com o aconselhando é a manifestação mais
viva que o foco da relação terapêutica está equivocado e que se deve buscar
ajuda. Cabe ao conselheiro também cuidar da sua saúde emocional bus-
cando ajuda para si em um processo de aconselhamento individual onde
cristão neste texto, contudo é salutar que registremos que há muitos perfis espa-
lhados pelas literaturas especializadas na atualidade. Não tivemos pretensão de
construir ou advogar determinadas atitudes, mas sim expormos de maneira
básica ou fundamental algumas necessárias para a construção de um perfil de
conselheiro que atenda as nossas necessidades hoje e que, do ponto vista didá-
tico, possibilite abrir discursos e reflexões sobre o trabalho do conselheiro cristão.
Nesse sentido, passo a transcrever um artigo de autoria de Coelho Filho
(2011), que aborda o perfil e os atributos do conselheiro bíblico. Um trabalho
expressivo, com um toque todo especial de sabedoria e com um bom suporte
de fundamentação, informação e reflexãosobre o conselheiro cristão. Ainda é
necessário registrar que tal transcrição sofreu, em alguns momentos, supressão
ou acréscimo, contudo que fique também registrado que toda e qualquer inter-
pretação do texto apresentado abaixo, resguardado o seu sentido original, é de
inteira responsabilidade nossa.
Coelho Filho (2011) inicia seu artigo abor-
dando o perfil do conselheiro cristão, como segue:
Quem também apresenta um perfil de con-
selheiro cristão é Clinebell (2000) quando trabalha
a questão das habilidades de poimênica e aconse-
lhamento para o pastor, em especial. Para este autor,
a chave para ser bem-sucedido no aconselhamento está
na própria pessoa do conselheiro. Diante disso, Clinebell
(2000) lista seis características, qualidades ou habilidades
que tipificam um perfil de conselheiro cristão.
selha com o pastor, e lhe diz: “Os membros ressadas no assunto. Muitas vezes alguém
de sua igreja fazem pior do que as pessoas me procura e depois uma pessoa da família
que não são crentes”. Ele alista quatro pos- ou do relacionamento com esta pessoa vem
síveis respostas do conselheiro, e entre elas me perguntar o que foi dito. Geralmente
duas bem curiosas. O conselheiro poderá me nego, dizendo que o que a pessoa me
dizer: “Você não sabe nada; pior que você contou pertence ao sigilo. Se quiser saber,
não há nenhum” ou “Os crentes têm suas que meu indagador lhe pergunte. Lem-
falhas, mas as falhas dos não crentes são bre-se que comentar o que lhe foi dito em
piores”. Diz Kaller: “Esta reação não facilitará confiança acabará não apenas com sua ati-
a continuação da conversa, mas é o início vidade, mas com seu caráter. E você terá
de uma discussão”. Ele mostra duas respos- traído quem confiou em você. Poucas coi-
tas que seriam mais viáveis: “Você acha que sas são tão ruins para um pastor ou para um
muitos crentes não vivem de acordo com conselheiro que ser conhecido como fofo-
suas crenças?” ou “Você acha os não cren- queiro, como alguém que passa para frente
tes melhores que os crentes?”. coisas que ouviu em confidência. Há pas-
tores que contam de púlpito experiências
Na primeira resposta viável, o conselheiro de gabinete. Não citam o nome da pessoa,
circunscreveu a questão a uma opinião pes- mas deixam pistas claras de quem sejam.
soal do aconselhando, e não a deixou como Isto é muito ruim.
um absoluto. Na segunda, deixou a porta
aberta para o aconselhando continuar a Abrir o coração com alguém é tarefa difí-
expor sua mágoa. Em nenhum dos dois cil. Muitas vezes é um desnudar da alma,
casos ele deixou a questão descambar para e é doloroso para a pessoa. Já ouvi mui-
o bate-boca. tos casos tristes e dolorosos em gabinete,
desde violência sexual que uma criança
Respeito significa valorizar a pessoa, não sofreu por parte de pai até o uso de dro-
a vendo como uma coitadinha ou uma gas por líderes da igreja. Por vezes, o peso
leprosa moral ou espiritual. É vê-la como era esmagador e eu me sentia deprimido,
sendo uma pessoa, imagem e semelhança querendo um buraco para me enfiar. Mas
de Deus, valiosa aos olhos do Senhor, que sabia que não podia partilhar com nin-
no momento passa por uma crise e veio lhe guém. Um conselheiro deve ser sigiloso.
pedir ajuda. Não esfregue sal e pimenta nas Por isso que deve ser uma pessoa que cuide
feridas dela. Respeite seu desabafo, suas de sua vida espiritual e se fortaleça, sem-
atitudes e sua postura. Isto é diferente de pre, com o Grande Conselheiro, Deus. É a
aceitar um comportamento errado. É res- vinha dele que ele deve guardar.
peitar a pessoa que está querendo ajuda
como pessoa. Não é um traste. Lembremos O quarto é sobriedade. O Novo Testa-
que Paulo recomendou que apoiássemos mento faz várias referências à sobriedade.
aqueles que estão fracos. Nós é que pouco mencionamos esta
virtude cristã. Há líderes que amam holo-
O terceiro é sigilo. O que um conselheiro fotes ou são pouco discretos. Têm grande
ouve deve morrer com ele. Ele não passa necessidade de atenção. Jesus exortou a
para frente nem mesmo com pessoas inte- discrição na vida espiritual, quando deixou
recomendações sobre a oração e o jejum. O quinto é desprendimento. Isso significa
Sobriedade tem a ver com discrição. Não que o conselheiro não deve levar vantagem
se faz alarde de que estamos ajudando na tarefa de aconselhar. Por vezes, o conse-
alguém. O trabalho do conselheiro é um lheiro é profissional, um psicólogo ou outro
trabalho de bastidores, que se faz nos tipo de terapeuta. Neste caso, ele cobrará
bastidores, e não em público. Como o acon- consultas. O levar vantagem, neste con-
selhamento envolve questões emocionais, texto, significa que o conselheiro não usa
e por vezes delicadas, o conselheiro deve as informações que recebe, nem antes nem
lembrar que a imagem do aconselhando depois do processo de aconselhamento.
deve ser poupada. Repreensão pública ou Suponhamos que o conselheiro seja o pas-
conselhos dados em voz alta prejudicam tor ou o líder de um trabalho. Um irmão o
muito. Ninguém precisa ouvir a conversa. procura e lhe revela um problema e pede
Por isso, quando atender, fale baixo. Uma ajuda. Não será justo o conselheiro divulgar
das tarefas do conselheiro é ajudar a pes- publicamente uma possível incapacidade
soa a ser madura e tomar decisões por si, da pessoa para o exercício de uma função
orientada pelo Espírito Santo. Outra tarefa para a qual ela vier a ser indicada. Eviden-
é levantar a pessoa. Neste sentido, expô-la temente que se for um caso grave, como
em público, como alguém tutelado, é pre- uma pessoa que tenha tendências pedófi-
judicial. Somos conselheiros e não pais de las sendo indicada para cuidar de crianças,
criancinhas travessas que devem ser cha- o conselheiro precisará agir. Mas isso exige
madas à atenção. cautela. A questão principal é de ordem
pessoal: não levar vantagem. Não impugnar
Há conselheiros que gostam de publici- a pessoa para um cargo ou função porque
dade para que os demais vejam como ele tem outro nome que é seu preferido ou
é importante ou como está sendo usado porque o ambiciona etc. Deve se lembrar
por Deus. Remo Machado, psicólogo cris- também que Cristo pode transformar uma
tão, faz esta afirmação, em uma de suas vida e que um pecado que uma pessoa
obras: “Caso Deus seja o centro de nossa cometeu no passado não será, necessaria-
vida, ele tem um plano para nossa exis- mente, cometido outra vez pela pessoa.
tência, e se ele nos delegou a posição de
psicoterapeutas, devemos usá-la para enal- O sexto é capacitação. Já tangencia-
tecimento do nome de Deus, e não para o mos este aspecto anteriormente. Trata-se
nosso engrandecimento pessoal”. Sobrie- da capacitação para o serviço a desem-
dade é esta característica assumida de penhar e da capacitação espiritual para
que somos apenas instrumentos, a glória poder desempenhar o serviço. Precisa-
é de Deus, fazemos o que temos que fazer mos ter em mente que nenhum de nós,
e saímos de cena, sem esperar aplausos como líder cristão, é um produto acabado.
ou reconhecimento. O conselheiro não faz No que se presume ser sua última carta, já
alarde do seu trabalho. A vaidade sempre é idoso, Paulo pede a Timóteo: “Quando vie-
notada, sempre desgasta o vaidoso e geral- res, traze a capa que deixei em Trôade, em
mente cobra um preço muito elevado. E as casa de Carpo, e os livros, especialmente os
pessoas que aconselhamos não devem ser pergaminhos” (2Tm 4.13). Os especialistas
vistas como troféus a exibir. distinguem entre “livros” e “pergaminhos”.
86 - 87
Fonte: <http://www.isaltino.com.br/2011/11/o-perfil-e-atributos-
do-conselheiro-biblico/>. Acesso em: 27 dez. 2011.
88 UNIDADE IV
Clinebell (2000) começa sua lista trazendo as ideias rogerianas, as quais são:
congruência, calor humano não possessivo (solicitude e respeito pela pessoa) e
compreensão empática, e, depois, apresenta mais três de sua autoria.
1. Congruência – significa que o conselheiro deve desenvolver autenti-
cidade interior, integridade e abertura. Nesse sentido, deve proceder a
comportamentos que expressem autenticidade e transparência. O oposto
a essa característica é a impostura, “fazer de conta” e “fingir”. Sendo
assim, compreende Clinebell (2000) que a pessoa que esconde seus reais
sentimentos, mais cedo ou mais tarde perde a noção de muitos deles,
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produzindo pontos cegos emocionais, principalmente nas áreas de hos-
tilidade, agressividade, sexualidade e carinho.
2. Calor humano não possessivo (solicitude e respeito pela pessoa) – é
o equivalente humano à Graça de Deus em Cristo. Graça é o amor que
não se precisa granjear, porque já está existente em um relacionamento.
Segundo Clinebell (2000), “consideração positiva incondicional é uma
mescla de calor humano, gostar da pessoa, preocupa-se com ela, interes-
sar-se por ela, aceitá-la e respeitá-la” (p.406).
3. Compreensão empática – significa entrar no mundo interior de
significados e sentimentos profundos da pessoa, escutando com aten-
ção e interesse. Clinebell (2000)
observa, que uma das barrei-
ras para o desenvolvimento
da compreensão empática é o
narcisismo defensivo, pois não
permite olhar para o outro, mas
apenas para si. Nesse sentido,
Clinebell (2000) em tom pasto-
ral afirma: “a oração contínua
do pastor-aconselhador poderia
muito bem ser o verso de hino:
‘afasta de mim o obscurecimento
de minha alma’” (p.406).
Pode ser que a pessoa aconselhada esteja em pecado e deva ser orien-
tada quanto a isso, mas não compete ao conselheiro, como conselheiro,
condená-la. No aconselhamento não se prega. Conversa-se e se mostra
à pessoa a situação em que ela se encontra e as alternativas a tomar
na sua vida. Em outras ocasiões, o conselheiro administrará conflitos
de relacionamentos entre partes. Deve evitar se posicionar contra um
ou contra outro. Ele deve ser uma ponte e não um juiz. Pode ser que
a questão esteja bem clara e ele tenha uma posição bem definida, mas
deve se lembrar que está ali para conciliar partes.
Já me aconteceu, em passado remoto, aconselhar um líder da igreja com
problemas de drogas. No íntimo, por dentro, fiquei muito indignado com
este comportamento vindo de um líder em que eu e a igreja confiávamos,
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de orientar a outra parte. Nosso papel é levar a pessoa a ver a vontade
de Deus para sua vida. E precisamos ser humildes para reconhecer que
nem sempre a vontade de Deus é a nossa, como conselheiros. Podemos
mostrar à pessoa as opções e as consequências das opções, mas deve ser
deixada com ela a decisão a tomar. É assim que ela amadurecerá. Quando
dizemos às pessoas o que fazer, elas criam dependência emocional. E isto
não é bom. O conselheiro poderá dizer que executou bem sua função
quando a pessoa chegar a um ponto em que o aconselhado não mais
precisar dele como orientador. Essa ideia de “guru” ou de um mentor
que tutoreia a pessoa por toda sua vida não é uma medida salutar. É an-
tibíblica. Conforme Efésios 4.13, o exercício de dons na igreja é para que
os crentes cheguem “ao estado de homem feito, à medida da estatura da
plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Conduzir alguém pela mão por toda a vida
não faz desse alguém uma pessoa neste patamar de adulto em Cristo. Há
muito manipulador querendo ser mentor.
Nem sempre as palavras revelam. Por vezes mascaram. Para filtrar bem,
o conselheiro precisa de um bom filtro (ou um coador). É oportuno
lembrar que vivemos numa sociedade massificada pelo egoísmo e que
as pessoas, em sua maior parte, têm motivações egoístas. Até mesmo
na área espiritual. O conselheiro precisa ter um bom parâmetro para
avaliar e orientar. Por exemplo: qual é a finalidade da vida? É a busca de
felicidade? É o que as pessoas buscam e o que muitas pregações sinali-
zam. Mas é este o propósito de Deus para nós?
O conselheiro deve ter em conta que lidará com muitas pessoas que
têm problemas por causa de necessidades que não devem ser atendidas.
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PERFIL E PAPEL DO CAPELÃO
HOSPITALAR
Vocacionado
O capelão hospitalar, para exercer sua práxis no hospital, deve ter con-
vicção de sua chamada, de sua vocação para esse ofício, o que exige fé
de que foi chamado por Cristo para este trabalho junto aos enfermos.
Ele deve sentir-se chamado por Deus a partir da realidade do sofrimen-
to para produzir saúde e vida.
Sendo assim, torna-se continuador da ação misericordiosa e libertadora
do Cristo para com os doentes, a exemplo do Bom Samaritano (Lc 10,29-
37). Sua ação vai muito além da simples caridade ou filantropia, trans-
formando situações de indiferença em solidariedade, contextos de morte
em vida, realidades manipuladoras em defesa da dignidade humana fe-
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físicas, psíquicas e espirituais.
No Hospital Evangélico de Vila Velha, no Estado do Espírito Santo,
uma das atribuições do capelão é ministrar cursos aos agentes voluntá-
rios da Pastoral da Saúde de confissão católica, os quais recebem todo o
preparo prático e teórico para atuarem no Hospital.
Atualmente, a capelania deste Hospital conta com cerca de 120 volun-
tários de várias denominações religiosas, os quais recebem treinamento
para atuarem lá.
Diante disso, pode-se constatar a necessidade de uma formação sólida
e específica do capelão. Por isso, verifica-se a necessidade de o capelão
desenvolver a competência de liderança para desenvolver esse aspecto
de sua função no hospital.
Espiritualidade salvífica
De acordo com a capelã e pastora do Hospital Evangélico de Vila Ve-
lha Maria Luiza Ruckert, o serviço de capelania representa um espaço
privilegiado para traduzir a Boa-Nova para a linguagem dos relaciona-
mentos, uma linguagem que nos permite comunicar uma mensagem de
cura, salvação e esperança às pessoas que se debatem em dor e desespero,
incertezas e vazio (característica muito presente na nossa época ).
Portanto, o capelão valoriza a vida humana cultivando uma espirituali-
dade salvífica, sendo agente gerador de vida e esperança em meio a dor,
sofrimento e morte. Por isso, deve ser um homem de oração constante
e de comunhão profunda com Deus. Um crente que ora com e pelo
doente, um ser que vivencia uma vida orante a partir do sofrimento
humano numa perspectiva de salvação e cura. A partir dessa espiritua-
lidade, o capelão se torna um pedagogo da fé.
Líder
O capelão deverá saber delegar responsabilidades confiando nas ca-
pacidades das pessoas, com isso evitando centralizações. Ele estimula
iniciativas voluntárias que se apresentam de forma gratuita e solidária
movidas pelo amor ao próximo, como, por exemplo, o voluntariado.
Como líder religioso carismático na comunidade hospitalar, procura
sempre estar inovando, buscando novos métodos e iniciativas para al-
cançar as pessoas na sua totalidade. Nesse sentido, a criatividade o leva
a sair da rotina e buscar sempre o novo. Sendo líder, é um conhecedor
da realidade pluralista que o cerca e com a qual dialoga.
Ecumênico
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Conforme Silva (2010), o capelão deve ser uma pessoa de bom relacionamento
com todos no hospital. Sua amizade deve se estender, dos cargos mais simples
até os mais elevados. Sempre deve estar pronto para ajudar, aconselhar e prestar
seus serviços. Isso requer humildade, empatia, sinceridade e também versati-
lidade. Sua imagem ou papel social é sempre de alguém espiritual, amoroso e
testemunha de Cristo, por isso sua responsabilidade estende-se a todas as pes-
soas com as quais convive.
Ainda sobre o perfil do capelão, Saad e Nasri (2008) observam a importância
da espiritualidade no contexto hospitalar, bem como ressaltam a relevância da
assistência espiritual ao paciente internado. Nesse particular, os referidos autores
são taxativos em afirmar que não é qualquer um que pode oferecer esse serviço.
Tem que ter conhecimento e habilidade. Nesse sentido, Saad e Nasri (2008) res-
saltam que os capelães têm que desenvolver as seguintes habilidades religiosas:
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algumas das principais atribuições que o capelão possui, as quais o autor faz refe-
rência em sua dissertação. Vejamos:
■■ Coordena o serviço da Capelania – tem a responsabilidade institucional
junto à Direção do Hospital.
■■ Participa de treinamento – principalmente sobre contaminação e recebe
orientações sobre como proceder junto aos pacientes.
■■ Atende pacientes e funcionários.
■■ Dirige e coordena cultos e funerais.
■■ Organiza as atividades da capelania.
■■ Aprova todo o material impresso a ser distribuído.
■■ Orienta os deveres e direitos dos pastores visitantes.
■■ Assegura o cumprimento do regulamento interno do Hospital e conví-
vio com outros religiosos e pessoas da saúde.
■■ Organiza as atividades de visitação de religiosos no hospital.
■■ Escreve ou aprova artigos escritos para a publicação no boletim do hos-
pital e para cartões e datas especiais.
Silva (2010) compreende, por fim, que o capelão deve ser um profissional que
possui um bom relacionamento com a Administração do Hospital, não só pelo
aspecto formal de sua função. Por isso, requer-se de todo aquele que exerce cape-
lania hospitalar ética e uma postura irrepreensível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ram-se do primeiro autor: empatia, respeito, sigilo, sobriedade, desprendimento
e capacidade enquanto do segundo autor: congruência, calor humano não pos-
sessivo, compreensão empática, uma robusta noção da própria identidade como
pessoa sarador ferido e vivacidade pessoal.
Com relação às atitudes do conselheiro, fundamentadas em Coelho Filho
(2011), são: não ser preconceituoso, não ser controlador, ser objetivo, não se
envolver emocionalmente e saber filtrar o que ouve.
Sobre Capelania Cristã foram trabalhados os estudos de Silva (2010) e Saad
e Nasri (2008), que desenvolveram seus estudos abordando o perfil e papel do
capelão.
No que tange ao perfil destacou-se; portanto, que o capelão: é vocacionado,
agente de transformação, profissional, educador e evangelizador, possui espi-
ritualidade salvífica, é líder e ecumênico, respeita as preferências espirituais
ou religiosas dos pacientes, conhece o impacto da doença no indivíduo e seus
cuidadores, conhece a estrutura e a dinâmica de uma organização de saúde é res-
ponsável com relação à equipe de trabalho e com o seu grupo religioso.
Com relação às tarefas ou atitudes que o capelão desenvolve, foram desta-
cadas as seguintes: coordenar o serviço de capelania; capacitar pessoal sobre as
questões religiosas e espirituais; organizar as atividades; orientar os religiosos
e pastores que visitam o hospital; assegurar o cumprimento dos regulamentos
sobre a visitação religiosa; aprovar e escrever artigos sobre temas afins e atuar
como membro da equipe médica.
A Prática
Como capelão por mais de 20 anos do Hospital Presbiteriano Dr. Gordon, procurei de-
senvolver um ministério prático de visitação. Este projeto de Voluntários para a Capela-
nia do Hospital que segue representa o aprendizado da teoria que foi confirmada e am-
pliada na prática. Cada experiência de Capelania Hospitalar ou cada visita aos enfermos
são experiências distintas. Porém, os princípios, os valores, as regras, e as normas são
semelhantes e válidos para todos os casos.
1. Como criar seu espaço de trabalho:
■■ Entender seu propósito
■■ Ganhar seu direito
■■ Trabalhar com equipe médica
2. Deve:
■■ Identificar-se apropriadamente.
■■ Reconhecer que o doente pode apresentar muita dor, ansiedade, culpa, frustrações,
desespero, ou outros problemas emocionais e religiosos. Seja preparado para en-
frentar estas circunstâncias.
■■ Usar os recursos da vida Cristã que são: oração, Bíblia; palavras de apoio, esperança,
e encorajamento; e a comunhão da igreja. Se orar, seja breve e objetivo. É melhor
sugerir que a oração seja feita. Uma oração deve depender da liderança do Espírito
Santo, levando em consideração as circunstâncias do momento, as condições do
paciente, o nível espiritual do paciente, as pessoas presentes, e as necessidades ci-
tadas.
■■ Deixar material devocional para leitura: folheto, Evangelho de João, Novo Testa-
mento, etc.
■■ Visitar obedecendo às normas do Hospital ou pedir de antemão, se uma visita no lar
é possível e o horário conveniente.
■■ Dar liberdade para o paciente falar. Ele tem suas necessidades que devem tornar-se
as prioridades para sua visita.
■■ Demonstrar amor, carinho, segurança, confiança, conforto, esperança, bondade, e
interesse na pessoa. Você vai em nome de Jesus.
■■ Ficar numa posição onde o paciente possa lhe olhar bem. Isto vai facilitar o diálogo.
■■ Dar prioridade ao tratamento médico e também respeitar o horário das refeições.
■■ Saber que os efeitos da dor ou dos remédios podem alterar o comportamento ou a
receptividade do paciente a qualquer momento.
■■ Tomar as precauções para evitar contato com uma doença contagiosa, sem ofender
ou distanciar-se do paciente.
■■ Aproveitar a capela do hospital para fazer um culto. Se fizer um culto numa enfer-
maria pode atrapalhar o atendimento médico de outros pacientes ou incomodá-
-los. Deve ficar sensível aos sentimentos e direitos dos outros.
■■ Avaliar cada visita para melhorar sua atuação.
100 - 101
3. Não deve:
■■ Visitar se você estiver doente.
■■ Falar de suas doenças ou suas experiências hospitalares. Você não é o paciente.
■■ Criticar ou questionar o hospital, tratamento médico e o diagnóstico.
■■ Sentar-se no leito do paciente ou buscar apoio de alguma forma no leito.
■■ Entrar numa enfermaria sem bater na porta.
■■ Prometer que Deus vai curar alguém. Às vezes Deus usa a continuação da doença
para outros fins. Podemos falar por Deus, mas nós não somos o Deus Verdadeiro.
■■ Falar num tom alto ou cochichar. Fale num tom normal para não chamar atenção
para si mesmo.
■■ Espalhar detalhes ou informação íntima ou o paciente. Pode orientá-los, mas deixe-os
tomarem as decisões cabíveis e sobre o paciente ao sair da visita.
■■ Tomar decisões para a família ou o paciente. Pode orientá-los, mas deixe-os toma-
rem as decisões cabíveis e sob a orientação médica.
■■ Forçar o paciente falar ou se sentir alegre, e nem desanime o paciente. Seja natural
no falar e agir. Deixe o paciente a vontade.
Numa visita hospitalar ou numa visitação em casa para atender um doente, sempre ob-
servamos vários níveis de comportamento. Cada visita precisa ser norteada pelas cir-
cunstâncias, os nossos objetivos ou alvos, e as necessidades da pessoa doente.
As perguntas servem como boa base para cultivar um relacionamento pessoal. As per-
guntas foram elaboradas pelo Dr. Roger Johnson num curso de Clinical Pastoral Educa-
tion em Phoenix, Arizona, EUA . Dr. Johnson lembra-nos que há perguntas que devemos
evitar. Perguntas que comecem com “por que” e perguntas que pedem uma resposta
“sim”ou “não” podem limitar ou inibir nossa conversa pastoral. Segue uma lista de per-
guntas próprias. A lista não é exaustiva e as pessoas podem criar outras perguntas. A
lista serve como ponto de partida para uma conversa pastoral.
1. O que aconteceu para você encontrar-se no hospital?
2. O que está esperando, uma vez que está aqui?
3. Como está sentindo-se com o tratamento?
4. Como está evoluindo o tratamento?
5. O que está impedindo seu progresso?
6. Quanto tempo levará para sentir-se melhor?
7. Quais são as coisas que precipitaram sua enfermidade?
8. Ao sair do hospital ou se recuperar, quais são seus planos?
9. Como sua família está reagindo com sua doença?
10. O que você está falando com seus familiares?
11. O que seus familiares estão falando para você?
12. O que você espera fazer nas próximas férias (outro evento ou data importante)?
Os enfermos passam por momentos críticos. Devemos ficar abertos e preparados para
ajudar com visitas e conversas pastorais. Os membros de nossas igrejas podem atuar
nessa área. Uma visita pastoral ou conversa pastoral serve para dois aspectos de nossa
vida.
Primeiro, uma visita demonstra nossa identificação humana com o paciente. Como ser
humano nós podemos levar uma palavra de compreensão, compaixão, amor, solidarie-
dade e carinho. Segundo, na função de uma visita ou conversa pastoral representamos o
povo de Deus (Igreja) e o próprio Deus na vida do paciente. Assim, levamos uma palavra
de perdão, esperança, confiança, fé e a oportunidade de confissão. O trabalho pastoral
visa o paciente como um “ser humano completo, holístico” e não apenas como um corpo
ou um caso patológico para ser tratado.
Eudoxio Santos
Fonte: <http://capelaniahospitalar.blogspot.com/>
Acesso em: 27 dez.2011.
102 - 103
Capelania Hospitalar
Este link remete a uma associação de capelania hospitalar. Nele você tem informações, orientações,
mensagens, literatura e cursos.
http://www.capelania.com/2008/index.php
V
TEMAS E PROCEDIMENTOS
UNIDADE
EM ACONSELHAMENTO
E CAPELANIA CRISTÃ
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer os procedimentos e técnicas de aconselhamento de apoio,
de perda pessoal e de crise matrimonial.
■■ Identificar os procedimentos e metodologias necessários para o
desempenho em Aconselhamento e Capelania Cristã.
■■ Conscientizar-se dos comportamentos do aconselhando ou paciente
em situação de crise.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Aconselhamento de apoio
■■ Aconselhamento em casos de perda pessoal
■■ Aconselhamento em casos de crise matrimonial
■■ Atividade de exercício prático de aconselhamento de apoio
107
INTRODUÇÃO
“É ele que nos conforta em toda nossa tribulação, para podermos con-
solar os que estiverem em qualquer angustia”.
2 Coríntios 1:4
Certa vez ouvi de um dos meus alunos, em uma aula de aconselhamento pasto-
ral, a seguinte afirmação: “o nosso problema, no aconselhamento, não é falta de
conhecimento bíblico, mas falta de conhecer a pessoa do aconselhando, seu com-
portamento”. Essa afirmação remete sem dúvida aos conhecimentos de métodos
e técnicas sobre o ato de aconselhar.
Tenho notado que o grande interesse das pessoas é como proceder quando
alguém precisa de apoio, ou quando está em crise; diante de uma separação; perda
pessoal; crise matrimonial ou como aconselhar toda uma família.
Hoje, temos um número considerável de literatura cristã que tem dado conta
dessa demanda, lembro aqui alguns clássicos, como “Aconselhamento Cristão” e
“Ajudando uns aos outros pelo Aconselhamento” de Collins; “Aconselhamento
Pastoral: modelo centrado em libertação e crescimento” de Clinebell e um dos
textos mais recentes nessa área, do conhecido argentino psicólogo e pastoralista
Schipani, “O caminho de sabedoria no Aconselhamento Pastoral”.
Diante disso, nesta unidade estaremos apresentando alguns dos temas
em aconselhamento, bem como métodos e técnicas, que podem ser utilizados
para o enfrentamento dessas situações. Aqui fizemos uma opção em traba-
lhar com as ideias e casos apresentados pelo conselheiro Clinebell em seu livro
“Aconselhamento Pastoral”. Fizemos uma seleção de alguns temas e procedimen-
tos sugeridos pelo referido autor, são eles:
Introdução
108 UNIDADE V
a) Aconselhamento de apoio.
b) Aconselhamento em casos de perda pessoal.
c) Aconselhamento em casos de crise matrimonial.
Esperamos que este texto não seja encarado como um receituário, mas como um
guia introdutório teórico-prático para o enfrentamento dos temas abordados aqui.
Ao final de cada tema estudado, tem-se uma sessão denominada “Atividade
de exercício prático de aconselhamento sobre o tema abordado”. O objetivo é
bem simples, caro aluno, possibilitar uma reflexão ou prática para implementar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
os conhecimentos estudados. Essas atividades foram todas elaboradas a partir
do livro “Aconselhamento Pastoral” de Clinebell (2000).
ACONSELHAMENTO DE APOIO
Apoio. Essa é uma palavra muito comum no meio cristão. Afinal as pessoas pro-
curam as igrejas muitas vezes para enfrentar situações que as desestabilizam, pois
se encontram atribuladas quer no âmbito pessoal, conjugal ou grupal. Diante
disso, é fundamental que o conselheiro cristão desenvolva métodos e técnicas
que possibilitem:
a) Estabilidade.
b) Alicerce.
c) Alimento.
d) Orientação.
Aconselhamento de Apoio
110 UNIDADE V
em seu ser. Sentir que outra pessoa conhece sua dor interior e se importa
com ela dá às pessoas atribuladas a força que provém do fato de terem
suas vidas alicerçadas.
3) Exame objetivo da situação de estresse - quando as pessoas atribula-
das são apoiadas, podem imprimir objetividade para ver seu problema
a partir de uma perspectiva um tanto mais ampla e explorar alternati-
vas viáveis. Podem tomar decisões mais sábias a respeito do que podem
e devem fazer.
4) Promover as defesas do ego – há situações que podem desestruturar
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totalmente a pessoa, por exemplo, um acidente de carro em que essa pes-
soa foi a única sobrevivente, mas foi também justamente a culpada pela
morte dos passageiros; no momento do funeral, ela começa explicar que
foi o outro motorista e não ela a culpada. Deve-se compreender que esse
funcionamento, negando e projetando, é defensivo e que aos poucos, ao
longo do tempo, deve-se trabalhar essa questão.
5) Mudanças da situação de vida – o conselheiro pode ajudar o aconse-
lhando a fazer mudanças ou, se isso não for possível, providenciar para
que sejam feitas nas circunstâncias (físicas, econômicas ou interpessoais)
que estão produzindo distúrbios deliberados em suas vidas.
6) Encorajar ação apropriada – quando as pessoas estão aturdidas ou para-
lisadas por sentimentos de ansiedade, derrota, fracasso a autoestima
prejudicada por uma perda trágica, é útil que o conselheiro prescreva
alguma atividade que as mantenha em funcionamento e em contato com
outras pessoas; um tipo de “tarefa para casa”. Por exemplo: leituras rele-
vantes para o problema que a pessoa enfrenta.
7) Usar subsídios religiosos – oração, Bíblia, literatura devocional, a Ceia
do Senhor etc, constituem valiosos recursos de apoio, que são caracte-
rísticas singulares do aconselhamento pastoral.
Orientações:
1. Você pode apenas refletir tentando visualizar toda essa situação proposta
como cenas que aconteceriam e como você procederia na qualidade de
pastor, por exemplo.
2. A proposta propriamente dita é você e mais duas pessoas ou com mais
outras pessoas, fazerem uma dramatização ou teatralização. Os persona-
gens são apenas dois. Você necessariamente tem que seguir as sugestões
propostas para o exercício. Lembre-se de estudar e revisar os conteúdos
e procedimento do aconselhamento de apoio.
3. Caso queira, faça uso de gravador para ouvir partes desta atividade de
exercício prático de aconselhamento de apoio.
PAPEL DO ACONSELHANDO
Você é a Sra. V., uma viúva de 81 anos, acamada em consequencias de uma queda
que resultou na fratura de um punho e da clavícula. Você mora com seu filho
e a esposa dele. Sua fé foi seriamente posta a prova por seu acidente. Você não
pode compreender por que Deus parece tão distante. Muitas de suas amigas já
morreram e você se sente extremamente solitária. Você sabe que pode não lhe
restar muito tempo de vida (deite-se para assumir esse papel).
Aconselhamento de Apoio
112 UNIDADE V
PAPEL DO PASTOR
Você é o pastor da sra. V. e ela é o membro mais velho de sua congregação. Você
tem um sólido relacionamento pastoral com ela. Enquanto ela fala durante a
visita, você percebe a oportunidade de fazer aconselhamento de apoio como parte
de seu ministério poimênico para com ela. Enquanto você fala, fique atento aos
sentimentos dela e faça com que ela saiba que você está consciente, refletindo o
que você acha que ela está dizendo e sentido. Experimente os métodos de apoio
descritos neste capítulo na medida em que sejam pertinentes. Seja sensível à pos-
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sível presença de tensão entre os membros da família.
PAPEL DO OBSERVADOR-MONITOR
Sua função é ajudar a sra. V. e o pastor, aumentar sua consciência do que está
ocorrendo entre eles e sua consciência do tom de sentimentos da relação de
aconselhamento. Sinta-se à vontade para interromper o aconselhamento ocasio-
nalmente a fim de dar sugestões de como ele poderia tornar-se mais proveitoso.
Seja franco. Como observador você perceberá coisas importantes que eles tal-
vez não vejam.
A perda pessoal é uma crise humana universal. O pesar está presente: em todas
as mudanças, perdas e transições importantes na vida, não só por ocasião da
morte de uma pessoa amada.
Diante das perdas que são as mais diversas, Clinebell (2000) propõe um
esquema de cinco tarefas nesse processo e o tipo de ajuda que facilita a realiza-
ção de cada tarefa:
É importantíssimo ressaltar que há perdas que podem ser difíceis de serem enfren-
tadas. A ambivalência é esperada, mas quando a pessoa continua, por exemplo,
a superidealizar o falecido, está usando das defesas da negação e repressão. É
necessário que a pessoa saiba entender os sentimentos reprimidos. Clinebell
(2000) destaca alguns perigos:
a) Retraimento cada vez maior de relacionamentos e atividades normais.
b) Ausência de luto.
c) Estado de luto que não tende a se amenizar.
d) Profunda depressão que não desaparece.
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l) Fugas constantes por meio de drogas e álcool.
m) Sentimentos de mortificação interior.
Orientações:
1. Você pode apenas refletir tentando visualizar toda essa situação proposta
como cenas que aconteceriam e como você procederia na qualidade de
pastor, por exemplo.
2. A proposta propriamente dita é você e mais duas pessoas, ou com mais
outras pessoas, fazerem uma dramatização ou teatralização. Os persona-
gens são apenas dois. Você necessariamente tem que seguir as sugestões
propostas para o exercício. Lembre-se de estudar e revisar os conteúdos
e procedimento do aconselhamento de apoio.
3. Caso queira, faça uso de gravador para ouvir partes desta atividade de
exercício prático de aconselhamento de apoio.
PAPEL DO ACONSELHANDO
Se você teve uma perda dolorosa em sua vida dirija-se ao pastor, pedindo que
o ajude. Ou procure mergulhar nos sentimentos de alguém que você conhece
bem e que está em pleno processo de digerir uma perda grave. Desempenhe o
papel daquela pessoa buscando a ajuda do pastor.
Ou você é Jane Carone, uma mulher de uns 45 anos, cujo marido Ricardo
faleceu inesperadamente a 2 meses, de ataque cardíaco. Você sente profunda-
mente a perda e acha quase impossível enfrentar contatos sociais, principalmente
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na igreja, onde vocês participavam ativamente como casal. Você se sente muito
deprimida e gostaria de se esconder das pessoas.
PAPEL DO PASTOR
Utilize o que você aprendeu nesta unidade sobre a facilitação do trabalho de pesar,
fazendo aconselhamento com um desses membros. Lembre-se da necessidade
que a pessoa tem de ajuda por meio de tarefas específicas de trabalhar o pesar.
PAPEL DO OBSERVADOR-MONITOR
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por dentro do casamento uma constelação singular de necessidades da persona-
lidade. Essas necessidades precisam receber o mínimo de satisfações, para que a
pessoa seja capaz de satisfazer as necessidades do parceiro e dos filhos.
Collins (1995) observa que a origem dos problemas, do ponto de vista bíblico,
é justamente quando o casal se afasta dos princípios bíblicos, os quais são trans-
formados consequentemente em problemas conjugais. Vejamos alguns deles:
a) Comunicação defeituosa – esta é uma das principais causas de discór-
dia conjugal. É quando um não consegue ouvir ou responder ao outro. E
isso se dá pelas mensagens verbais e não verbais, em nosso dia a dia. Por
exemplo, quando um marido que dizer “eu te amo”, para ele fazer isso é
comprar um presente; mas sua esposa não o entende, pois quer ouvir lite-
ralmente as palavras de sua boca.
b) Atitudes egocêntricas defeituosas – se aproximar de alguém é um risco.
Há uma tendência de não nos abrirmos para as críticas e uma possível
rejeição quando permitimos que outra pessoa nos conheça intimamente,
sinta nossa insegurança e perceba nossas fraquezas. É bem mais fácil fazer
críticas ao outro do que aceitar ou reconhecer as atitudes defensivas e ego-
cêntricas que estão provocando tensão.
c) Tensão interpessoal – quando nos casamos, já temos um repertório de
habilidades sociais desenvolvidas, pois temos duas ou três décadas de
vida e já estamos bem “treinados” em um modo de vida, ou seja, em viver
“solteiros”. Quando nos casamos, temos que interagir e buscar conviver
com o outro, e aqui são fundamentais o entendimento e os processos de
síntese para a construção madura de uma conjugalidade. Quando isso
não ocorre e há má vontade porparte de um dos cônjuges certamente os
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7. Descobrir, explorar e até certo ponto exorcizar as raízes subconscientes
ou inconscientes de imagens conflitantes do papel a ser desempenhado e
de necessidades neuróticas aprendidas principalmente pelos pais. Lidar
com fantasias, temores e raiva que comprometem o relacionamento. Pode
haver necessidade de aconselhamento individual entre as sessões do casal.
8. Renegociar e revisar aspectos de maior importância na relação matrimo-
nial que sejam injustos e/ou inviáveis.
O trabalho com casais vai bem além da boa vontade ou de boa intenção. É
necessário ter uma metodologia que contribua para a identificação precisa do
que de fato tem gerado conflitos e problemas ao casal. A falta de comunicação
é um dos primeiro sintomas: deixa de haver ou apresenta muitos ruídos, como
se diz na linguística moderna. Vejamos, a seguir, duas propostas de interven-
ção em aconselhamento conjugal, uma elaborada por Clinebell (2000) e outra
por Collins (1995).
A primeira proposta metodológica é de Clinebell (2000); ele a desenvolve
no subitem denominado. “O método de relacionamento intencional ou método
de matrimônio intencional”. Esse método tem quatro passos:
Primeiro passo:
Identifiquem e afirmem os pontos fortes do seu relacionamento, contemplando
um de vocês a sentença: “Em você eu aprecio...” tantas vezes quantos puder.
A tarefa de quem ouve é receber esses atributos.
Após ambos ouvirem um ao outro, devem anotar tudo o que ouviram em
um caderno denominado de crescimento.
Segundo passo:
Identifiquem a frente de crescimento da sua relação completando um de vocês a
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sentença: “De você eu preciso...” tantas vezes quantas quiser. Declarem suas neces-
sidades/desejos correspondidos ou parcialmente correspondidos em termos de
comportamento da parte de outro.
Depois de um completar a lista, o outro deve repetir o que ouviu, para garan-
tir que as necessidades foram bem entendidas.
Depois que ambos declararam suas necessidades e verificaram o que um
entendeu do que o outro disse, tirem um tempo para anotar as necessidades de
cada um em seu caderno do crescimento.
Terceiro passo:
Aumentem intencionalmente a satisfação mútua do seu relacionamento e fomen-
tem assim o seu amor, pela escolha de uma das necessidades de cada um (ou
uma necessidade conjugal) a qual vocês corresponderão.
Elaborem um plano concreto e viável, com uma programação cronológica,
de corresponder a essas necessidades.
Anotem também isso em seus cadernos de crescimento.
Quarto passo:
Executem o seu plano de mudança.
Depois escolham outro par de necessidades, elaborando e executando um
plano de supri-las intencionalmente.
Estágio I – Início
Conselheiro:
■■ Atitudes cordiais e de aceitação.
■■ Mostrar confiança.
■■ Não fazer críticas.
■■ Ajudar a vencer os temores iniciais do aconselhando.
Aconselhando:
■■ Contar suas razões iniciais para a procura de ajuda.
■■ Vencer seus medos e dúvidas relacionados a esta iniciativa.
Aconselhando:
■■ Dar mais detalhes por meio da expressão de sentimentos e frustrações.
■■ Aprender a construir um relacionamento de segurança e confiança
com o conselheiro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Fica alerta quanto a novas informações.
■■ Encoraja e orienta na consideração de soluções e tentativas, tais como
mudanças de atitude, modificação de comportamento, confissão, per-
dão, reavaliação das percepções etc.
■■ Guia e encoraja à medida que as soluções são tentadas, avaliadas e ten-
tadas novamente.
Aconselhando:
■■ Aprender a formular.
■■ Agir com relação a...
■■ Avaliar soluções.
■■ Expressar frustrações e temores.
■■ Experimentar algumas vitórias.
Estágio IV - Final
Conselheiro:
■■ Encorajar a agir independente.
■■ Recapitular o progresso feito no passado.
■■ Expressar sua disponibilidade ao aconselhando caso necessário.
Aconselhando:
■■ Manifestar dúvidas e temores pelo término do aconselhamento.
■■ Reavaliar o progresso.
■■ Examinar seus recursos espirituais e pessoais.
ACONSELHAMENTO DE APOIO
Orientações:
1. Você pode apenas refletir tentando visualizar toda essa situação proposta,
como cenas que aconteceriam e como você procederia na qualidade de
pastor, por exemplo.
2. A proposta propriamente dita é você e mais duas pessoas, ou com mais
outras pessoas, fazerem uma dramatização ou teatralização. Os persona-
gens são apenas dois. Você necessariamente tem que seguir as sugestões
propostas para o exercício. Lembre-se de estudar e revisar os conteúdos
e procedimento do aconselhamento de apoio.
3. Caso queira, faça uso de gravador para ouvir partes desta atividade de
exercício prático de aconselhamento de apoio.
Requer duas pessoas. Como casal, vocês estão experimentando doloroso con-
flito e frustração em seu relacionamento. Use um relacionamento com o qual
um de vocês dois está bem familiarizado para definir a dinâmica dos papéis.
Procurem a ajuda de seu pastor.
PAPEL DO PASTOR
Utilize o que você aprendeu ao ler e refletir sobre esta unidade, Para fazer acon-
selhamento com este casal. Experimente a adaptação do MRI descrito para
aconselhamento neste caso.
PAPEL DO OBSERVADOR-MONITOR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Procure dar ao pastor feedback sobre o quanto ele se concentra na interação do
casal como diretriz primordial do aconselhamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta unidade, caro aluno, foi desenvolvida com o objetivo de expor uma teoria
da prática em aconselhamento cristão que pudesse atender tanto o conselheiro
quanto o capelão.
Foram expostos procedimentos e técnicas de aconselhamento de apoio, de
perda pessoal e de crise matrimonial.
Também vimos procedimentos e metodologias necessárias para o desem-
penho em Aconselhamento e Capelania Cristã, ou seja, para se ter resultados, é
necessário desenvolver procedimentos que de fato possibilitem uma condição
adequada para o exercício dessas atividades. No caso específico, vimos duas for-
mas de intervenção para agir em casos de crise matrimonial, uma com Collins
(1995) e a outra com Clinebell (2000). A primeira ressaltou os seguintes estágios:
início, manifestação de problemas básicos, desenvolvimento e aplicação de solu-
ções e tentativas e final. A segunda é um método denominado relacionamento
Considerações Finais
A IMPORTÂNCIA DO ACONSELHAMENTO PASTORAL PARA A SAÚDE DA
IGREJA
O físico, matemático e filósofo francês Blaise Pascal, disse que: “Existe no coração do
homem um vazio do tamanho de Deus, o qual, somente Jesus Cristo pode preencher”.
Segundo o estudo da psiquiatra brasileira, Nise da Silveira, religião é compreendida no
sentido de “religar o consciente com certos poderosos fatores do inconsciente” onde o
ponto de conexão é estimulado pela força da experiência com o “numinoso”, conceito
que ela toma da filosofia de Otto.
Esta autora compreende que Jung valida a realidade dos deuses desde que estes “sejam
ou tenham sido atuantes no psiquismo do homem...”, pois, “...há verdades psíquicas que,
do ponto de vista físico, não podem ser explicadas ou demonstradas, nem tão pouco
recusadas.”
Rollo May (2002, p. 172) afirma que “o abuso da religião é o que Freud ataca” sugerindo
com essa colocação que Freud não descarta o fenômeno religioso e sim o abuso dele.
Então, vou partir da compreensão dos autores citados, bem como do autor de referência
que o “re-ligar” com o transcendente (religião) é algo existente e necessário ao homem.
Assim, entendendo religião como um fenômeno complexo, mas inegavelmente a difi-
culdade que parece surgir, segundo a exposição de May, é quando:
Certas pessoas fazem uso da religião como meio para se apoiarem num estado interme-
diário de desenvolvimento, construindo para si um ninho de falsa segurança e proteção
em que possam ver a vida como proteção doce e cor-de-rosa que cuida de todos os ver-
dadeiros crentes...
Alan P. Silva
Fonte: <http://alanps.blogspot.com.br/2009/03/aconselhamento-pastoral-para-saude-da.
html >. Acesso em: 09 dez. de 2015..
1. O sentimento de ser abandonado ou estar só, guardadas as devidas proporções,
pode representar de fato uma necessidade circunstancial. Cabe tanto ao con-
selheiro como ao capelão, quando exerce também o aconselhamento, apoiar
aquele que sofre. Diante disso, cite e explique três procedimentos sugeridos por
Clinebell (2000) que devem ser realizados pelo conselheiro, no ato do aconselha-
mento de apoio, que você compreende como sendo os mais importantes.
2. Assim como o aconselhando pode desenvolver comportamentos inadequados,
o conselheiro também. Aponte os perigos que podem surgir no aconselhamen-
to de apoio e que devem ser evitados.
3. O luto é um processo próprio de todo aquele que vive uma relação. A morte de
um ente querido é um dos exemplos mais apropriados de luto. Não vivenciá-lo
pode ser uma das formas de negação da pessoa que sofre além do que pode
suportar. Por isso, cabe ao conselheiro desempenhar seu papel como suporte
nessa situação. Posto isso, os comportamentos de perda em um aconselhando
devem ser entendidos como uma doença? Sim ou não? Explique e justifique a
sua resposta.
4. É importante ressaltar que quando uma pessoa procura ajuda ela pode não reu-
nir condições para se expressar adequadamente. E, ainda, se procura ajuda é
porque não consegue identificar as suas necessidades e tratá-las. Por isso, cabe
ao conselheiro desenvolver técnicas que deem conta de ajudar o aconselhando
a falar. Elabore um texto, entre 5 e 10 linhas, que explique como ajudar um acon-
selhando se expressar da melhor forma.
5. Ao longo dos nossos estudos vimos algumas técnicas de intervenção em acon-
selhamento, dentre elas, no aconselhamento conjugal. Foi também ressaltado
que um dos significativos problemas está na comunicação. Explique e exempli-
fique em qual situação deve ser usado o Método Matrimonial (relacional) Inten-
cional – MMI, de Clinebell (2000).
128 - 129
MATERIAL COMPLEMENTAR
Aconselhamento Pastoral
Este link remete você, caro aluno, ao livro digitalizado de Aconselhamento Pastoral de Clinebell.
Esta obra é um clássico da literatura em aconselhamento pastoral.
https://books.google.com.br/books?id=vYIK7NvMMbEC&printsec=frontcover&d
q=aconselhamento+pastoral+clinebell&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwifje2EyM_
JAhULkpAKHa5lBQoQ6AEIHTAA#v=onepage&q=aconselhamento%20pastoral%20
clinebell&f=false
Acesso em: 09 dez. de 2015.
Material Complementar
130 - 131
CONCLUSÃO
Chegamos ao final dos nossos estudos, caro aluno. Acredito que o nosso percurso
cobriu teoricamente os principais temas sobre as duas áreas estudadas, Aconselha-
mento e Capelania Cristã.
Na unidade I, fizemos um passeio no mundo bíblico e teológico sobre os temas: Dia-
conia, Ministério, Cuidado e Poimênica, e assim demos fundamentos imprescindíveis
ao Aconselhamento e Capelania Cristã. Ou seja, apontamos que o serviço cristão é
também expressado nessas atividades de ajuda a todos aqueles que necessitam.
Na Unidade II, de forma introdutória, assinalamos as origens históricas, os aspectos
fundamentais das teorias, as atitudes e os objetivos principais em Aconselhamento
e Capelania Cristã.
Na Unidade III foram tratadas as propostas, técnicas e comportamentos em Aconse-
lhamento Cristão. Aqui listamos os procedimentos adequados, a natureza, e vimos
ainda as técnicas de intervenção em Aconselhamento Cristão sob os métodos dire-
tivo e não diretivo.
Na Unidade IV foi o momento de tratar do perfil e do papel do conselheiro e capelão
e em contrapartida destacamos atitudes inadequadas do conselheiro cristão. Aqui
nosso objetivo foi conscientizar a todos nós que um conselheiro e um capelão têm
competências necessárias para serem desenvolvidas em suas atividades.
Por fim, na Unidade V, estudamos teorias sobre temas atuais e recorrentes em acon-
selhamento de apoio, de perda pessoal e de crise matrimonial. Identificamos os
comportamentos do aconselhando ou paciente em situação de crise, bem como os
procedimentos e metodologias necessárias para um bom desempenho em Aconse-
lhamento e Capelania Cristã.
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REFERÊNCIAS