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PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS

UNIDADE III
MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I
Elaboração
Paulo Renato Lima

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE III
MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I......................................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 1
CIÊNCIAS SOCIAIS E A CONSTRUÇÃO DO OBJETO ......................................................................................................... 5

CAPÍTULO 2
TIPOS DE PESQUISA E CUIDADOS NA EXECUÇÃO....................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................19
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MÉTODOS E TÉCNICAS DE
PESQUISA I
UNIDADE III

Capítulo 1
CIÊNCIAS SOCIAIS E A CONSTRUÇÃO DO OBJETO

1.1. As diversas concepções sobre o método nas


Ciências Sociais
Percebemos até aqui – nas primeiras unidades – que a ciência se propõe a captar e
entender a realidade que a cerca, já a metodologia se preocupa com o estabelecimento
de maneiras que buscam como chegar a essa mesma realidade, e isto é feito por meio
da pesquisa científica.

Os dons, profissionais qualificados e bons livros são imprescindíveis na pesquisa científica,


mas se não tiver atitude, método, disciplina, dificilmente logrará êxito. É possível
compreender metodologia “como um caminho traçado para se atingir um objetivo”,
isto é, trata-se da forma, “o modo de se resolver problemas e buscar respostas para
necessidades e dúvidas”, conforme nos instrui Michel, (2015, p. 34).

Com efeito, segundo a autora, a metodologia científica consiste na busca da verdade


em um processo de pesquisa ou aquisição de conhecimento, tratando, com isto, de um
caminho que faz uso de procedimentos científicos, racionais e critérios normalizados
e aceitos pela ciência. É o corpo de regras e diligências confiáveis estabelecidas para se
realizar uma pesquisa.

Ainda segundo Michel (2015), em metodologia científica cabem várias abordagens


conceituais:

» tratado dos métodos; conjunto de métodos e técnicas utilizados numa investigação,


numa ação;

» caminho a ser percorrido para atingir o objetivo; resposta que satisfaça a lógica,
a verdade;

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» maneira de conduzir uma pesquisa; preocupação instrumental, que trata das formas
de se fazer ciência; procedimentos, ferramentas, caminhos;

» conhecimento geral e habilidades necessárias ao pesquisador para se orientar no


processo de investigação, tomar decisões, selecionar conceitos, hipóteses, técnicas
e dados adequados.

Desse modo, é possível, então, afirmar que a metodologia científica rege todas as formas
de conhecimento científico, métodos e técnicas de pesquisa, projetos de pesquisas,
trabalhos científicos, relatórios científicos, monografias, teorias, modelos científicos,
problemas, temas, hipóteses e variáveis de pesquisa.

Metodologia científica, nesta senda, também

está presente na forma correta de escrever textos de comunicação


científica, tipificar conhecimento, classificar ciências, definir e elaborar
aspectos gráficos de trabalhos científicos, planejar pesquisas e trabalhos
científicos, assim como nas normas da redação científica.

Isso significa dizer “que um texto científico, para ser válido, pressupõe o conhecimento
e o domínio da metodologia científica na sua concepção, elaboração e formatação”
(MICHEL, 2015, p. 35).

A pesquisa científica se propõe a explorar o mundo físico, estudando


a complexão das coisas para melhor entendê-las nos seus princípios
e funcionamento; descrever o mundo físico, estudando, analisando,
registrando, interpretando e descrevendo os fatos do mundo físico sem
a interferência do pesquisador; e, finalmente, explicar o mundo físico,
registrando fatos, analisando-os, interpretando-os e identificando suas
causas. A pesquisa é a atividade básica da ciência; a descoberta científica
da realidade. É anterior à atividade de transmissão do conhecimento; é
a própria geração do conhecimento. A realidade não se apresenta com
clareza na superfície, à primeira vista; assim, pode-se inferir que as
formas humanas de explicar a realidade nunca esgotam a verdade, nunca
a satisfazem; sempre há o que se descobrir na realidade. E a pesquisa
científica, como busca da verdade das coisas, da essência das coisas, é um
processo interminável, intrinsecamente processual. Pesquisa é, então,
um fenômeno de busca de conhecimento constituído de aproximações
sucessivas e nunca esgotado; ou seja, não é uma situação definitiva
diante da qual já não haveria mais o que descobrir. Trata-se de um
procedimento intelectual, racional, fruto de curiosidade e indagação;
uma atitude de busca de respostas, novas verdades, novas explicações
sobre fatos, objetos, sobre a realidade, enfim. A necessidade dessa busca
surge a partir de uma questão não respondida, um problema que nos

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induz a procurar resposta, de uma curiosidade de conhecer a fundo


algo que nos fascina ou motiva. E para que as respostas dessa busca
sejam válidas, o pesquisador deve usar métodos e técnicas adequados, e
procurar aprofundar seus conhecimentos para manipulá-los e interpretar
os resultados corretamente (MICHEL, 2015, p. 35).

Com efeito, para ser científica, ainda segundo a autora M. Helena Michel (2015), a pesquisa
precisa se debruçar em critérios rigorosos de consistência, coerência, originalidade e
objetividade. Por motivo é que é importante utilizar uma metodologia adequada para
se fazer pesquisa científica. Essa metodologia deve considerar:

» o planejamento;

» a divisão da pesquisa em etapas;

» as atividades específicas de cada etapa;

» os recursos que serão utilizados;

» um cronograma de controle;

» os objetivos da pesquisa.

1.2. A construção do objeto


Sabemos que a pesquisa social estuda o Homem, enquanto aquele que vive a relação
dinâmica e contextual que existe em seu meio; sendo a pesquisa social uma ramificação
das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, e foca em observação, discussão, descrição
e explicação dos fenômenos sociais.

Inicialmente, faz um breve paralelo entre o objeto de interesse das áreas


de ciências naturais e ciências sociais, para ressaltar os aspectos que
fazem da pesquisa em ciência social uma tarefa específica, exigente e
complexa. O paralelo é oportuno porque, enquanto nas ciências naturais
o objeto de interesse é dissociado do pesquisador, está fora dele, nas
ciências sociais, o objeto da pesquisa é o próprio homem socialmente
atuante com seus problemas, valores, desejos, enfim, os fenômenos
interferentes no seu desempenho, nas suas ações. O objeto de interesse
e estudo das ciências sociais é intrinsecamente diferente do objeto
das ciências físicas e naturais. Essas diferenças devem ser conhecidas
pelos pesquisadores de ambas as áreas, pois são orientadoras do seu
comportamento e postura científica deles. É importante notar que a
pesquisa social ocorre dentro de um contexto social e deve refleti-lo.
Assim, ela comporta várias correntes de pensamento; pois cada corrente
tem sua história, seu contexto, veicula uma visão própria de mundo e é

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fruto da realidade social, onde foi gerada e que tenta expressar. Por isso,
os métodos específicos utilizados em pesquisas sociais são diferentes
dos métodos de pesquisa utilizados nas ciências naturais (MICHEL,
2015, p. 36).

Ainda acerca dos objetos de estudos, no Quadro 4 a seguir a autora supracitada referencia
algumas particularidades da área de Ciências Humanas e Sociais que justificam esse
tratamento diferenciado.

Quadro 4. Particularidades e construção do objeto de pesquisa das Ciências Humanas e Sociais.

O objeto das Ciências Sociais é histórico, quer dizer, as entidades estudadas nas CS sofrem desgaste
temporal, se modificam com o passar do tempo. As sociedades humanas existem num determinado
espaço, num determinado tempo. O caráter provisório e processual é a marca da história, significando
que as coisas nunca “são” definitivamente, mas “estão” em passagem, em transição, em mudança.
Isso porque as sociedades são definidas no espaço, no tempo em que ocorrem. Os grupos sociais,
as instituições, as leis, as visões de mundo são específicos de um momento, de um espaço; são
transitórios, passageiros, estão em constante dinamismo, e, potencialmente, tudo pode ser
transformado. As realidades físicas, naturais são cronológicas; padecem desgaste temporal, mas
O objeto da área de Ciências suas características intrínsecas não mudam. Ex.: a água do planeta tende a diminuir com o passar dos
Sociais é histórico anos; mas a sua composição será sempre a mesma (H2O). As realidades materiais, naturais, não têm
consciência de si mesmas, existem independentemente da ação humana; as realidades das Ciências
Sociais são construídas, ou, no mínimo, influenciadas pela ação do homem. Enquanto as Ciências
Naturais podem gerar práticas e estudos descomprometidos com o seu uso, ou seja, apenas para
acumular conhecimento, as Ciências Sociais são engajadas com a realidade: refletem e orientam
as práticas históricas. Assim, a área de Ciências Sociais, entendida como uma consciência, uma
identidade possível, está sujeita às questões da sua época e tem seus limites dados pela realidade
do seu desenvolvimento social. Indivíduos, grupos, pesquisadores são, todos, dialeticamente,
autores e frutos de seu tempo histórico.
As Ciências Sociais têm como objeto de estudo o próprio homem (a si mesmo) e o seu meio
ambiente, diferentemente das Naturais, por exemplo, que estudam um objeto sem identidade com
o pesquisador. São seres humanos investigando seres humanos, que, embora diferentes, por razões
culturais, classes sociais, idade etc., pertencem ao mesmo substrato; o que os torna imbricados e
comprometidos. Essa diferença de identidade traduz o nível de envolvimento entre uma e outra,
e como as abordagens diferem. Embora a ideologia e a crença em princípios pertençam a todos
Nas Ciências Sociais, a relação
os campos da ciência (nas naturais, principalmente na responsabilidade do uso que se faz delas),
sujeito × objeto de pesquisa
nas Ciências Sociais, elas estão intrinsecamente vinculadas ao objeto de estudo, que é o homem,
é ideológica
seu comportamento e existência dentro de um contexto social. É impossível pesquisar assuntos
das Ciências Sociais sem se posicionar ideologicamente. A visão de mundo do pesquisador e dos
indivíduos é que dirige o processo de conhecimento e pesquisa. Embora o pesquisador lance mão de
todo o instrumental teórico e metodológico que lhe vai permitir uma maior isenção e aproximação
da realidade, ainda permanece a crítica, não apenas no que se refere às condições de compreensão
do objeto, mas também do próprio pesquisador.

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Os fenômenos da área de CSA se manifestam de forma mais qualitativa do que quantitativa. A


realidade social se apreende de forma muito mais efetiva com a aproximação, a vivência, do que
com a teoria. A pesquisa social, portanto, pede, sempre, uma análise qualitativa, pois estuda a pessoa
numa determinada condição social, grupo, classe social, crenças, valores, significados. O seu objeto
de estudo é complexo, inacabado, contraditório, não pode ser generalizado e está em constante
transformação. Exemplo: a ideia de democracia é um fenômeno volátil; não sabemos bem quando
Nas Ciências Sociais, as surgiu, qual é o seu “tamanho” hoje. Aqui, a medida não é critério fatal, e os resultados são sempre
manifestações são mais induzidos, aproximados, prováveis. Assim, a análise qualitativa é fundamental na pesquisa em Ciências
qualitativas que quantitativas Sociais, pois essa área necessita de uma avaliação robusta e consistente de seus termos, ao invés,
apenas, de comprovação matemática ou estatística de suas realidades. Já nas Ciências Naturais, a
medida exata é que caracteriza a verdade científica. A seguir, serão apresentados os diversos tipos
de pesquisa científica. Inicialmente, será feita uma discussão mais robusta das pesquisas qualitativa
e quantitativa e sua variação qualiquanti, como divisões primeiras da pesquisa científica, na medida
em que direcionam o trabalho do pesquisador para os estudos teóricos, a pesquisa de campo e
as análises dos dados.
Fonte: Adaptado de Michel (2015, p. 37).

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Capítulo 2
TIPOS DE PESQUISA E CUIDADOS NA EXECUÇÃO

2.1. Tipos de pesquisa: classificação e meios de pesquisa


Primeiramente é importante entender que a pesquisa se divide em dois grandes grupos,
que pode ser quantitativa ou qualitativa.

» Qualitativa visa responder às questões: Por quê? Como? Por que a variação?
Como fazer...? Como lidar com...? Quais as implicações de...? Qual a explicação
para...? Qual a melhor solução para...?

» Quantitativa visa responder às questões: Quantas pessoas de determinada


população compartilham uma característica ou um grupo de características? É
possível quantificar...? Deve-se cruzar quantidades...? Deve-se amostrar...? Qual
o percentual de...?

Veja o Quadro 5 a seguir.

Quadro 5. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa.

PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA

Caráter subjetivo Caráter objetivo.

Discute, correlaciona, interpreta situações, fatos, opiniões e Quantifica, coleta e trata dados obtidos por meio do uso de técnicas
conclui valores por meio de análise coerente. numéricas e/ou estatísticas de amostragem, população etc.

Analisa e apresenta resultados predominantemente no formato Analisa e apresenta resultados por meio de tabelas, gráficos –
de texto corrido – ideias, observação, comparação, análise. números para serem analisados posteriormente.

Desenvolve uma teoria; faz interpretações individuais, narrativas, Testa uma teoria; usa análises estatísticas para abranger grandes
relata experiências, identifica expectativas, frustrações, motivos. grupos.

Procura particularidades, qualidade. Procura generalizações, quantidades.

Pesquisador participa do processo. Pesquisador atua remotamente.

Pesquisador participa, compreende e interpreta Pesquisador descreve, explica e prediz


Fonte: Michel (2015, p. 44).

O Quadro 6 a seguir complementa trabalhando a questão dos focos e abordagens da


pesquisa social.

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Quadro 6. Focos e abordagens da pesquisa social.

TIPO BUSCA FOCO EXEMPLOS DE PESQUISA

Censos, idade, estado civil,


escolaridade, dados de cadastro,
Dados, informações de quaisquer naturezas Os objetivos opiniões diversas, eventuais
Quantitativa
ligadas à pesquisa. da pesquisa. sugestões, informações profissionais,
financeiras, processuais, fluxos de
processos, técnicas, dentre outros.

Nível de satisfação, aprovação,


concordância, aceitação, avaliação,
Opinião da amostra acerca do objeto de O “objeto”
Suvey frequência, importância, criação
interesse da pesquisa. pesquisado.
de novos produtos, mudanças em
hábitos, produtos.

Opinião sobre valores, atitudes, ética,


Opinião da amostra sobre atitudes e valores.
condutas, competências, habilidades,
O formato das proposições associa respostas A própria
Qualiquanti participação, envolvimento,
a comportamentos, e isso permite que se amostra.
consciência e posturas política e
possa traçar o perfil da amostra.
social, competências, habilidades etc.
Fonte: Michel (2015, p. 46).

Agora sim podemos apresentar, também em formato de Quadro (Quadro 7), para efeitos
didáticos, as questões da classificação da pesquisa como meio quando o seu propósito
for identificar, mostrar a forma de atuação do pesquisador, o modo de caminhar do
trabalho. Nesta classificação, a pesquisa funciona como instrumento para se obter
respostas e soluções, indicando como o trabalho foi realizado.

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Quadro 7. Classificação da pesquisa quanto aos meios.

Trata-se da fase inicial da pesquisa; busca o levantamento bibliográfico sobre o tema, com o propósito de identificar informações
e subsídios para definição dos objetivos, determinação do problema e definição dos tópicos do referencial teórico. As pesquisas
exploratórias visam “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses. Pode-se dizer que essas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições” (GIL, 1994, p. 45). Entretanto, elas podem ser consideradas uma forma de pesquisa porque implicam leituras sobre o
assunto, embora este não seja o seu propósito/fim. Por isso, é comum autores considerarem a fase de leitura e composição do
referencial teórico como sendo uma revisão de bibliografia. Essencialmente, o estudo exploratório ou pesquisa bibliográfica
é uma fase da pesquisa, cujo objetivo é auxiliar na definição de objetivos e levantar informações sobre o assunto/objeto de
estudo. Entretanto, o estudo exploratório ou pesquisa bibliográfica pode ser considerado uma forma de pesquisa, na medida
em que se caracteriza pela busca, recorrendo a documentos, de uma resposta a uma dúvida, uma lacuna de conhecimento.
Esse tipo de pesquisa procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, dispensando
Estudo a elaboração de hipóteses. Pode ser feito isoladamente, ou como parte da pesquisa científica descritiva ou experimental.
exploratório Neste caso, seu intuito não é resolver o problema em si, mas levantar informações que ajudem a entendê-lo melhor, é recolher
ou pesquisa informações e conhecimentos prévios sobre o problema, para o qual se procura resposta, ou acerca de uma hipótese que se
bibliográfica quer experimentar. É o meio de formação teórica, embasamento, criação de conhecimento necessário e básico para a realização
de estudos monográficos. Por outro lado, não se trata de uma pesquisa no sentido restrito, pois envolve, apenas, uma busca de
conhecimento, para problemas e soluções, cujas fontes são conhecidas; e, também, porque dispensa o emprego de processos
rigorosos de investigação. O levantamento bibliográfico, que é a essência do estudo exploratório, deve ser acompanhado de
anotações, registros, notas de aulas, apontamentos que se relacionarem com o tema de interesse, de forma a se constituir
numa memória importante para o registro e redação do trabalho. Por isso, a importância de se distinguir:
» Revisão de bibliografia: leituras iniciais, que visam arregimentar informações, entender mais detalhadamente o assunto,
para auxiliar na proposição da pesquisa, definição de problemas e objetivos;
» Revisão de literatura: tem o propósito de estudar o estado-da-arte do assunto, aumentar o conhecimento do pesquisador no
tema. Ou seja, o seu propósito é verificar o estágio teórico em que o assunto se encontra no momento atual, com o propósito
de levantar suas novas abordagens, visões, aplicações, atualizações.
A pesquisa teórica se propõe a discutir e criticar teorias existentes, sendo mais comumente utilizada nas áreas das ciências
teóricas, como Matemática, Estatística. É a atividade de pesquisa que se preocupa em montar e desmontar, criticar e reconstruir
teorias existentes a partir de críticas e comparações sobre o assunto entre autores diferentes; não implica confirmação na
vida real. Apoia-se em verdades imperativas, oriundas de estudos anteriores, dispensando a prática e valorizando o uso da
razão e da lógica. Não admite, porém, a especulação pura e simples; busca procedimentos fundamentais para um quadro
Pesquisa teórico de referência:
teórica » domínio dos clássicos de determinada disciplina;
» domínio da bibliografia fundamental, pela qual nos atualizamos na produção existente sobre o assunto;
» verve crítica, por meio da qual se instala a discussão aberta como caminho básico do crescimento científico. A pesquisa
teórica é mais adequada para solução de problemas que envolvam Matemática, Estatística, estudos básicos em outras áreas,
que necessitem de estudos exploratórios para se entender o funcionamento das coisas de modo geral. A pesquisa teórica
fornece a base de conhecimento, a explicação básica dos fenômenos, necessária para futuras aplicações e investimentos.
Na pesquisa prática ou experimental, realizam-se testes práticos de ideias e proposições discutidas na teoria. Esse tipo de pesquisa
implica a simulação de um ambiente laboratorial para verificação de teorias. Mais comumente utilizada nas áreas das ciências
básicas naturais e biológicas, como Biologia, Química, Física. É a pesquisa que se faz por meio do teste prático de possíveis
Pesquisa ideias ou posições teóricas. Sua função é testar a teoria, para descobrir novas realidades. Não deve prescindir da base teórica.
prática ou Ela tem base na experimentação, na comparação e verificação de condições favoráveis ou necessárias à sua comprovação. A
experimental pesquisa experimental é mais apropriada para a Física, Química, Biologia, Saúde, nas quais o fenômeno pode ser reproduzido
em situação laboratorial, para serem confirmadas as hipóteses levantadas. Na área de Ciências Sociais, a pesquisa experimental
pode ser aplicada a situações nas quais são simuladas condições de laboratório: provocando conflitos, simulando ambientes
específicos, reproduzindo problemas, para se verificar, na prática, como se comportam as variáveis discutidas na teoria.

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I | UNIDADE III

Atualmente, um novo tipo, a pesquisa quase-experimental, vem com a proposta de ocupar um espaço importante entre a
teoria, a discussão, a lógica e a prática, que traz a necessidade da experimentação, do uso de elementos do ambiente real
para explicação de suas realidades e validação dos seus resultados. Ela é útil nas situações em que é necessário manipular,
orientar o comportamento de variáveis externas, do ambiente, para aumentar a validade dos resultados. Ou seja, quando é
necessário criar uma situação laboratorial, testes práticos; assim, pode-se dizer que a pesquisa quase-experimental é uma
tentativa de aproximação da experimental, sem, contudo, perder o caráter científico, racional de escolha de suas variáveis
Pesquisa
qualitativas. A diferença com a pesquisa experimental é que, enquanto esta aceita seus resultados válidos apenas quando
quase-
testados experimentalmente, a quase-experimental usa variáveis externas, fora do delineamento da pesquisa, com grupos
experimental equivalentes ou com os mesmos sujeitos em outro momento/situação. Dessa forma, permite estabelecer uma relação de causa
e efeito com o grupo pesquisado, enriquecendo seus resultados. As variáveis externas e ambientais na quase-experimental
não são absolutamente puras e confiáveis; são adequadas, manipuladas, não aleatoriamente, já que, em Ciências Sociais, é
quase impossível a manipulação completa de variáveis externas. Ela é importante em situações nas quais é preciso estabelecer
relações de causa e efeito na pesquisa, o que não se consegue com instrumentos estatísticos, quantitativos, apenas, e, com
isso, torna-se necessário aumentar a validade externa e ambiental, para criar um delineamento mais próximo do mundo real.
Trata-se da coleta de dados do ambiente natural, com o objetivo de observar, criticar a vida real, com base em teoria, para
verificar como a teoria estudada se comporta na vida real. Confrontando a teoria na prática, permite responder ao problema e
atingir os objetivos. A pesquisa de campo, no ambiente natural, é particularmente importante na pesquisa social, apropriada
Pesquisa de para estudos de indivíduos, grupos, comunidades, organizações, sociedades, considerando que, para a pesquisa social, mais
campo importante que encontrar soluções é explicar os fenômenos, entender realidades, criar significados sociais. A pesquisa na
área de CSA tem como objeto de estudo o homem, seu comportamento e experiências, inserido em determinado contexto
social; e, para tanto, necessita de instrumentos que possibilitem coletar dados da vida real, das experiências e vivências do
dia a dia para verificar, testar e confirmar como a teoria estudada se aplica à realidade.
O empirismo se caracteriza pela observação e experimentação dos fenômenos. É a pesquisa que busca respostas e soluções
por meio da observação e prática dos fenômenos, que embasam suas conclusões. Nesse tipo de pesquisa, o suporte teórico
não é essencial, embora, às vezes, importante para o entendimento e comprovação. É a pesquisa voltada, sobretudo, para a
face experimental, vivenciada e observável dos fenômenos. É aquela que manipula dados, fatos concretos. Procura traduzir os
Pesquisa
resultados em dimensões mensuráveis. Por esse motivo, tende a ser quantitativa, na medida do possível. O seu grande valor
empírica é trazer a teoria para a realidade concreta. Não precisa coincidir com o mais relevante na realidade. Constrói modelos a partir
de análises de experiências. Não necessariamente os experimenta ou aplica à realidade. O empirismo pode ser facilmente
verificado nas receitas caseiras de remédios, comidas, práticas profissionais e em todas as situações nas quais o aprendizado
se dá por tradição, ensaio e erro e experiências positivas ou negativas vivenciadas pela própria pessoa ou outrem.
Nesse tipo de pesquisa o pesquisador se envolve na pesquisa tanto na análise crítica do problema quanto na implantação das
soluções; ele é autor da análise e parte do problema. É um tipo de investigação social com base empírica, isto é, vivenciada,
que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual
os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo
Pesquisa-ação ou participativo. O envolvimento do pesquisador na ação é parte integrante da pesquisa. Como técnica de observação, se
enquadra no tipo observação participante. A pesquisa-ação é bem-sucedida, na medida em que os testes das variáveis são
aceitos e incentivados pelo grupo envolvido na proposta de solução do problema apresentado. Nas organizações, problemas
que envolvam processos de trabalho, motivação, treinamento de pessoas, melhoria da qualidade do produto, vendas etc.
podem ser beneficiados com a pesquisa-ação.
Fonte: Adaptado de Michel (2015, p. 47-51).

No que se refere à classificação da pesquisa quanto aos fins, veja o Quadro 8 a seguir.
Aqui a pesquisa será classificada quanto à utilização da obtenção de resultados. Nesse
caso, segundo Michel (2015), ela pretende refletir, traduzir o propósito do trabalho,
indicar o que se quis fazer no trabalho.

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Quadro 8. Classificação da pesquisa quanto aos fins.

Não tem propósito de aplicabilidade imediata; é generalista; voltada para a descoberta de fenômenos naturais
e físicos; (teoricamente) não tem compromisso com a ética, nem com a geração de retorno financeiro, nem de
Pesquisa aplicação imediata; seu propósito é apenas com a geração do conhecimento novo. A pesquisa básica procura os
básica princípios, os fundamentos do mundo, das coisas, do seu funcionamento; sua intenção é desvendar características,
propriedades básicas dos fenômenos. Ex.: mapeamento do veneno de animais peçonhentos, para entender suas
propriedades (análise das propriedades e identificação das características do veneno de um réptil).
Tem como objetivo a aplicação, a utilização dos conhecimentos e resultados adquiridos na pesquisa básica; volta-
se mais para o aspecto utilitário da pesquisa. A pesquisa aplicada procura transformar o conhecimento puro em
Pesquisa elementos, situações destinadas a melhorar a qualidade de vida da humanidade. Implica a ação do homem sobre
aplicada as descobertas para criação de produtos, serviços, visando à qualidade de vida na Terra. Ex.: proposição de vacina a
partir do mapeamento do veneno de animais peçonhentos (separação e quantificação exatas do veneno estudado
com o propósito de se obter um remédio, uma vacina).
Pertence ao ramo do conhecimento aplicado, e, para muitos, não é considerada ciência. Utiliza conhecimentos
resultantes das pesquisas básica e aplicada para interesses tecnológicos, industriais. É a transformação do produto
Pesquisa de já criado em produtos tecnológicos, comercializáveis, melhorados. A tecnologia se caracteriza pela ação de
inovação ou melhoria de um produto existente, em termos de praticidade, modernização, conservação, produção em alta
tecnológica escala, aperfeiçoamento, incremento de tecnologia, avanços de produtos existentes. É um processo essencialmente
calculado em base científica, mas visa interesses de comercialização e lucro (estudo de formas de conservação,
reprodução em larga escala, estudos de compatibilidade, embalagem e distribuição do remédio ou vacina inventado).
A pesquisa descritiva verifica, descreve e explica problemas, fatos ou fenômenos da vida real, com a precisão
possível, observando e fazendo relações, conexões, considerando a influência que o ambiente exerce sobre eles.
Não interfere no ambiente; seu objetivo é explicar os fenômenos, relacionando-os com o ambiente. Trata, em
geral, de levantamentos das características de uma população, um fenômeno, um fato, ou do estabelecimento de
relações entre variáveis controladas. A pesquisa descritiva está baseada na premissa de que os problemas sociais
podem ser mais bem entendidos e resolvidos, assim como as práticas relacionadas podem ser melhoradas se
for feita uma descrição detalhada de suas características, propriedades, causas, consequências. Está relacionada
diretamente com a pesquisa qualitativa, na medida em que levanta, interpreta e discute fatos e situações. Gil
(1994, p. 46) define assim : “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.” Apropriada
para a área de Ciências Humanas e Sociais, a pesquisa descritiva tem o propósito de analisar, com a maior precisão
Pesquisa
possível, fatos ou fenômenos em sua natureza e características, procurando observar, registrar e analisar suas
descritiva
relações, conexões e interferências. Procura conhecer e comparar as várias situações que envolvem o comportamento
humano, individual ou em grupos sociais ou organizacionais, nos seus aspectos social, econômico, cultural etc. Para
os propósitos da pesquisa descritiva, os fatos e fenômenos devem ser extraídos do ambiente natural, da vida real,
onde ocorrem, e analisados em função das influências do ambiente. Por esse motivo, uma pesquisa de campo deve
ser orientada pelos princípios da pesquisa descritiva. Entre outras formas, podem ser citadas como exemplos de
pesquisa descritiva: pesquisa de opinião, estudo de caso, pesquisa documental etc. Sendo a pesquisa a atividade
básica da ciência, os modos de se fazer pesquisa estão diretamente relacionados e imbricados com os modos de
se fazer ciência. Pode-se dizer que as descobertas na ciência são feitas por meio de pesquisas teóricas e básicas,
essencialmente. As invenções são resultado de pesquisa aplicada; e as inovações, da pesquisa tecnológica. Essa
separação, não tão clara e visível na prática, é feita por motivos didáticos, para permitir melhor entendimento dos
fins e propósitos da ciência.
Fonte: Adaptado de Michel (2015, p. 52-54).

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I | UNIDADE III

De modo mais genético, Michel (2015) ressalta que é importante considerar como etapas
de uma pesquisa:

» a escolha de um assunto;

» a coleta de informações;

» o fichamento (registros da teoria estudada);

» a formulação de problemas;

» a elaboração;

» a execução do plano.

Quando se escolhe o assunto, o próximo passo é delimitar e explicar os objetivos da


pesquisa.

O assunto deverá estar em acordo com a formação intelectual do


pesquisador, que deverá verificar a existência de material de pesquisa
(bibliografia) suficiente sobre o assunto. Questões como tempo de pesquisa
e recursos financeiros devem ser consideradas, principalmente, para efeito
de coleta de dados. Na coleta, se deve verificar se os dados podem ser
coletados, quando, onde, como; e, na delimitação do assunto, a extensão
da pesquisa. Para que o assunto não seja excessivamente abrangente,
recomenda-se determinar circunstâncias especificadoras (tempo e
espaço), bem como a definição dos termos e conceitos. O fichamento é
o registro formal e organizado da parte teórica que foi estudada para se
entender os dados da pesquisa efetivamente coletados. Sugere-se o uso
de arquivos eletrônicos, separados em diretórios distintos, conforme o
item. O levantamento dos problemas que podem surgir durante a pesquisa
também é importante, tanto para minimizá-los, quanto para elaborar
um plano de ação e execução. Para que o fichamento cumpra o seu papel
de ser uma memória, uma pequena biblioteca de assuntos, colocados de
forma resumida, para orientar a pesquisa, é importante considerar as
fases da leitura que o precedem. Inicialmente, faz-se uma pré-leitura, ou
seja, uma varredura nas sinopses, nos resumos, buscando-se obter uma
visão geral, mas superficial, das obras disponíveis e relacionadas com o
assunto, para orientar o pesquisador nas suas opções de leituras mais
aprofundadas. A seguir, procede-se a uma leitura seletiva daquelas que
serão objeto de uma leitura mais acurada, séria, para a qual devem ser
traçados, inclusive, critérios de seleção (se estão ligadas com o propósito
do trabalho, ou com as hipóteses levantadas, ou se têm a ver com o
problema colocado). Finalmente, depois de selecionar a leitura que
será efetivamente útil para o trabalho, procede-se à leitura e estudo em
detalhes dos textos escolhidos (MICHEL, 2015, p. 55).

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UNIDADE III | MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I

Assim, toda a atitude crítica e isenção, em termos de opiniões, valores, preconceitos,


ainda segundo a autora supracitada, deve ser objeto de cuidado por parte do pesquisador,
tratando-se, com isto, de uma fase de reflexão deliberada e consciente, que dá origem à
formação de significados e, nessa fase, o esforço reflexivo se manifesta sob a forma de
análises críticas, comparações, diferenciação, sínteses e julgamentos.

2.2. Cuidados na pesquisa


Nesse momento, de acordo com Michel (2015), é que a teoria lida é, realmente, apreendida
e assimilada pelo pesquisador. São as orientações que a autora nos passa:

Cuidados na execução da pesquisa:

1. A fase de formulação é garantida na elaboração do projeto de pesquisa, que atende


a todos os passos previstos. A formulação, com o maior nível de detalhamento e
completeza possível, é fundamental para a execução das fases seguintes. Um projeto
de pesquisa bem elaborado orienta a qualidade e validade dos dados obtidos e
resultados concluídos.

2. A organização da pesquisa compreende o detalhamento minucioso das variáveis


definidas na população da pesquisa: o objeto de pesquisa (pessoas, instituições,
variáveis elegidas), as técnicas de coletas de dados; a definição da população e da
amostra. Nessa fase, o cronograma proposto no projeto deve servir como elemento
norteador das ações, devendo ser acompanhado com seriedade e rigor. Quanto
mais bem definido o objeto da pesquisa, mais válidas serão as respostas obtidas
na pesquisa de campo ou análise documental a ser feita.

3. O método e a técnica escolhidos para a pesquisa devem ser justificados; ou seja,


conceituadas de forma a explicar o motivo de suas escolhas e como serão as suas
aplicações na pesquisa.

4. Se for realizada pesquisa de campo, deve-se explicitar, claramente, se a pesquisa


irá quantificar, qualificar e, para cada um, deve-se explicitar os sujeitos de pesquisa
(no caso de entrevistas) e a população e a amostra da pesquisa (no caso de uso de
questionários).

5. Quando se tratar de pesquisa por amostragem, devem ser explicados os motivos,


qual a amostra, suas características, sua identificação com os propósitos da pesquisa,
os critérios de seleção da amostra.

6. Deve-se, igualmente, planejar a coleta dos dados, de forma organizada, que inclua
uma proposta de cronograma para sua realização, uma fase de registro e análise dos

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I | UNIDADE III

dados, considerando aspectos como local, hora, responsáveis, ou seja, elaboração


de um plano tático de ação para realização da pesquisa.

7. A fase de execução da pesquisa consiste no cumprimento e acompanhamento do


cronograma proposto, obedecendo-se ao plano de ação estabelecido. Nessa fase, é
importante que os dados, informações e opiniões obtidas sejam registrados tão logo
obtidos, mesmo que de forma provisória e sem formato definido. É fundamental
para a validade e utilidade da pesquisa de campo não adiar o registro dos dados e
impressões para após a conclusão da execução do plano.

O êxito da pesquisa está ligado a vários fatores, que, segundo Michel (2015), são os que
seguem:

» indagação minuciosa do assunto;

» capacidade para selecionar material bibliográfico e documental;

» transcrição correta das informações;

» anotações claras e objetivas;

» desenvolvimento ordenado e lógico dos fatos;

» apresentação ordenada e clara das conclusões e dos resultados alcançados;

» desenvolvimento do processo de pesquisa coerente com os objetivos propostos.

Por fim, no tocante à pesquisa, que pressupõe um trabalho rigoroso de levantamento


de dados, de acordo com a autora com a qual estamos nos embasando nesta unidade,
os seguintes critérios devem ser seguidos:

» percepção do problema;

» definição do problema;

» formulação de uma hipótese (quando couber);

» seleção do método e da técnica a utilizar;

» levantamento de problemas;

» exposição e discussão das conclusões, resultados, medidas propostas, recomendações


que devem ser anotadas.

O Quadro 9 complementa e resume o que vimos até aqui no que concerne à execução
da pesquisa.

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UNIDADE III | MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I

Quadro 9. Execução da pesquisa.

Formulação Organização Execução Registro


Criação de um plano Redação preliminar dos
Escolha do tema Descrição do objeto de pesquisa
de ação resultados
Escola e descrição dos métodos e Elaboração de um Revisão gramatical de
Formulação do problema
técnicas para utilizar cronograma conteúdo
Construção do instrumento de
Geração de objetivos Coleta de dados Redação final
coleta de dados
Levantamento de Registro de
Planejamento da coleta
hipóteses (se houver) resultados
Revisão Bibliográfica Realização da coleta Análise de resultados
Fonte: Michel (2015, p. 58).

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