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Pesquisas em Ciencias Sociais Unidade III
Pesquisas em Ciencias Sociais Unidade III
UNIDADE III
MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I
Elaboração
Paulo Renato Lima
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE III
MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I......................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
CIÊNCIAS SOCIAIS E A CONSTRUÇÃO DO OBJETO ......................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
TIPOS DE PESQUISA E CUIDADOS NA EXECUÇÃO....................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................19
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MÉTODOS E TÉCNICAS DE
PESQUISA I
UNIDADE III
Capítulo 1
CIÊNCIAS SOCIAIS E A CONSTRUÇÃO DO OBJETO
» caminho a ser percorrido para atingir o objetivo; resposta que satisfaça a lógica,
a verdade;
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» maneira de conduzir uma pesquisa; preocupação instrumental, que trata das formas
de se fazer ciência; procedimentos, ferramentas, caminhos;
Desse modo, é possível, então, afirmar que a metodologia científica rege todas as formas
de conhecimento científico, métodos e técnicas de pesquisa, projetos de pesquisas,
trabalhos científicos, relatórios científicos, monografias, teorias, modelos científicos,
problemas, temas, hipóteses e variáveis de pesquisa.
Isso significa dizer “que um texto científico, para ser válido, pressupõe o conhecimento
e o domínio da metodologia científica na sua concepção, elaboração e formatação”
(MICHEL, 2015, p. 35).
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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA I | UNIDADE III
Com efeito, para ser científica, ainda segundo a autora M. Helena Michel (2015), a pesquisa
precisa se debruçar em critérios rigorosos de consistência, coerência, originalidade e
objetividade. Por motivo é que é importante utilizar uma metodologia adequada para
se fazer pesquisa científica. Essa metodologia deve considerar:
» o planejamento;
» um cronograma de controle;
» os objetivos da pesquisa.
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fruto da realidade social, onde foi gerada e que tenta expressar. Por isso,
os métodos específicos utilizados em pesquisas sociais são diferentes
dos métodos de pesquisa utilizados nas ciências naturais (MICHEL,
2015, p. 36).
Ainda acerca dos objetos de estudos, no Quadro 4 a seguir a autora supracitada referencia
algumas particularidades da área de Ciências Humanas e Sociais que justificam esse
tratamento diferenciado.
O objeto das Ciências Sociais é histórico, quer dizer, as entidades estudadas nas CS sofrem desgaste
temporal, se modificam com o passar do tempo. As sociedades humanas existem num determinado
espaço, num determinado tempo. O caráter provisório e processual é a marca da história, significando
que as coisas nunca “são” definitivamente, mas “estão” em passagem, em transição, em mudança.
Isso porque as sociedades são definidas no espaço, no tempo em que ocorrem. Os grupos sociais,
as instituições, as leis, as visões de mundo são específicos de um momento, de um espaço; são
transitórios, passageiros, estão em constante dinamismo, e, potencialmente, tudo pode ser
transformado. As realidades físicas, naturais são cronológicas; padecem desgaste temporal, mas
O objeto da área de Ciências suas características intrínsecas não mudam. Ex.: a água do planeta tende a diminuir com o passar dos
Sociais é histórico anos; mas a sua composição será sempre a mesma (H2O). As realidades materiais, naturais, não têm
consciência de si mesmas, existem independentemente da ação humana; as realidades das Ciências
Sociais são construídas, ou, no mínimo, influenciadas pela ação do homem. Enquanto as Ciências
Naturais podem gerar práticas e estudos descomprometidos com o seu uso, ou seja, apenas para
acumular conhecimento, as Ciências Sociais são engajadas com a realidade: refletem e orientam
as práticas históricas. Assim, a área de Ciências Sociais, entendida como uma consciência, uma
identidade possível, está sujeita às questões da sua época e tem seus limites dados pela realidade
do seu desenvolvimento social. Indivíduos, grupos, pesquisadores são, todos, dialeticamente,
autores e frutos de seu tempo histórico.
As Ciências Sociais têm como objeto de estudo o próprio homem (a si mesmo) e o seu meio
ambiente, diferentemente das Naturais, por exemplo, que estudam um objeto sem identidade com
o pesquisador. São seres humanos investigando seres humanos, que, embora diferentes, por razões
culturais, classes sociais, idade etc., pertencem ao mesmo substrato; o que os torna imbricados e
comprometidos. Essa diferença de identidade traduz o nível de envolvimento entre uma e outra,
e como as abordagens diferem. Embora a ideologia e a crença em princípios pertençam a todos
Nas Ciências Sociais, a relação
os campos da ciência (nas naturais, principalmente na responsabilidade do uso que se faz delas),
sujeito × objeto de pesquisa
nas Ciências Sociais, elas estão intrinsecamente vinculadas ao objeto de estudo, que é o homem,
é ideológica
seu comportamento e existência dentro de um contexto social. É impossível pesquisar assuntos
das Ciências Sociais sem se posicionar ideologicamente. A visão de mundo do pesquisador e dos
indivíduos é que dirige o processo de conhecimento e pesquisa. Embora o pesquisador lance mão de
todo o instrumental teórico e metodológico que lhe vai permitir uma maior isenção e aproximação
da realidade, ainda permanece a crítica, não apenas no que se refere às condições de compreensão
do objeto, mas também do próprio pesquisador.
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Capítulo 2
TIPOS DE PESQUISA E CUIDADOS NA EXECUÇÃO
» Qualitativa visa responder às questões: Por quê? Como? Por que a variação?
Como fazer...? Como lidar com...? Quais as implicações de...? Qual a explicação
para...? Qual a melhor solução para...?
Discute, correlaciona, interpreta situações, fatos, opiniões e Quantifica, coleta e trata dados obtidos por meio do uso de técnicas
conclui valores por meio de análise coerente. numéricas e/ou estatísticas de amostragem, população etc.
Analisa e apresenta resultados predominantemente no formato Analisa e apresenta resultados por meio de tabelas, gráficos –
de texto corrido – ideias, observação, comparação, análise. números para serem analisados posteriormente.
Desenvolve uma teoria; faz interpretações individuais, narrativas, Testa uma teoria; usa análises estatísticas para abranger grandes
relata experiências, identifica expectativas, frustrações, motivos. grupos.
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Agora sim podemos apresentar, também em formato de Quadro (Quadro 7), para efeitos
didáticos, as questões da classificação da pesquisa como meio quando o seu propósito
for identificar, mostrar a forma de atuação do pesquisador, o modo de caminhar do
trabalho. Nesta classificação, a pesquisa funciona como instrumento para se obter
respostas e soluções, indicando como o trabalho foi realizado.
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Trata-se da fase inicial da pesquisa; busca o levantamento bibliográfico sobre o tema, com o propósito de identificar informações
e subsídios para definição dos objetivos, determinação do problema e definição dos tópicos do referencial teórico. As pesquisas
exploratórias visam “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses. Pode-se dizer que essas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições” (GIL, 1994, p. 45). Entretanto, elas podem ser consideradas uma forma de pesquisa porque implicam leituras sobre o
assunto, embora este não seja o seu propósito/fim. Por isso, é comum autores considerarem a fase de leitura e composição do
referencial teórico como sendo uma revisão de bibliografia. Essencialmente, o estudo exploratório ou pesquisa bibliográfica
é uma fase da pesquisa, cujo objetivo é auxiliar na definição de objetivos e levantar informações sobre o assunto/objeto de
estudo. Entretanto, o estudo exploratório ou pesquisa bibliográfica pode ser considerado uma forma de pesquisa, na medida
em que se caracteriza pela busca, recorrendo a documentos, de uma resposta a uma dúvida, uma lacuna de conhecimento.
Esse tipo de pesquisa procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, dispensando
Estudo a elaboração de hipóteses. Pode ser feito isoladamente, ou como parte da pesquisa científica descritiva ou experimental.
exploratório Neste caso, seu intuito não é resolver o problema em si, mas levantar informações que ajudem a entendê-lo melhor, é recolher
ou pesquisa informações e conhecimentos prévios sobre o problema, para o qual se procura resposta, ou acerca de uma hipótese que se
bibliográfica quer experimentar. É o meio de formação teórica, embasamento, criação de conhecimento necessário e básico para a realização
de estudos monográficos. Por outro lado, não se trata de uma pesquisa no sentido restrito, pois envolve, apenas, uma busca de
conhecimento, para problemas e soluções, cujas fontes são conhecidas; e, também, porque dispensa o emprego de processos
rigorosos de investigação. O levantamento bibliográfico, que é a essência do estudo exploratório, deve ser acompanhado de
anotações, registros, notas de aulas, apontamentos que se relacionarem com o tema de interesse, de forma a se constituir
numa memória importante para o registro e redação do trabalho. Por isso, a importância de se distinguir:
» Revisão de bibliografia: leituras iniciais, que visam arregimentar informações, entender mais detalhadamente o assunto,
para auxiliar na proposição da pesquisa, definição de problemas e objetivos;
» Revisão de literatura: tem o propósito de estudar o estado-da-arte do assunto, aumentar o conhecimento do pesquisador no
tema. Ou seja, o seu propósito é verificar o estágio teórico em que o assunto se encontra no momento atual, com o propósito
de levantar suas novas abordagens, visões, aplicações, atualizações.
A pesquisa teórica se propõe a discutir e criticar teorias existentes, sendo mais comumente utilizada nas áreas das ciências
teóricas, como Matemática, Estatística. É a atividade de pesquisa que se preocupa em montar e desmontar, criticar e reconstruir
teorias existentes a partir de críticas e comparações sobre o assunto entre autores diferentes; não implica confirmação na
vida real. Apoia-se em verdades imperativas, oriundas de estudos anteriores, dispensando a prática e valorizando o uso da
razão e da lógica. Não admite, porém, a especulação pura e simples; busca procedimentos fundamentais para um quadro
Pesquisa teórico de referência:
teórica » domínio dos clássicos de determinada disciplina;
» domínio da bibliografia fundamental, pela qual nos atualizamos na produção existente sobre o assunto;
» verve crítica, por meio da qual se instala a discussão aberta como caminho básico do crescimento científico. A pesquisa
teórica é mais adequada para solução de problemas que envolvam Matemática, Estatística, estudos básicos em outras áreas,
que necessitem de estudos exploratórios para se entender o funcionamento das coisas de modo geral. A pesquisa teórica
fornece a base de conhecimento, a explicação básica dos fenômenos, necessária para futuras aplicações e investimentos.
Na pesquisa prática ou experimental, realizam-se testes práticos de ideias e proposições discutidas na teoria. Esse tipo de pesquisa
implica a simulação de um ambiente laboratorial para verificação de teorias. Mais comumente utilizada nas áreas das ciências
básicas naturais e biológicas, como Biologia, Química, Física. É a pesquisa que se faz por meio do teste prático de possíveis
Pesquisa ideias ou posições teóricas. Sua função é testar a teoria, para descobrir novas realidades. Não deve prescindir da base teórica.
prática ou Ela tem base na experimentação, na comparação e verificação de condições favoráveis ou necessárias à sua comprovação. A
experimental pesquisa experimental é mais apropriada para a Física, Química, Biologia, Saúde, nas quais o fenômeno pode ser reproduzido
em situação laboratorial, para serem confirmadas as hipóteses levantadas. Na área de Ciências Sociais, a pesquisa experimental
pode ser aplicada a situações nas quais são simuladas condições de laboratório: provocando conflitos, simulando ambientes
específicos, reproduzindo problemas, para se verificar, na prática, como se comportam as variáveis discutidas na teoria.
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Atualmente, um novo tipo, a pesquisa quase-experimental, vem com a proposta de ocupar um espaço importante entre a
teoria, a discussão, a lógica e a prática, que traz a necessidade da experimentação, do uso de elementos do ambiente real
para explicação de suas realidades e validação dos seus resultados. Ela é útil nas situações em que é necessário manipular,
orientar o comportamento de variáveis externas, do ambiente, para aumentar a validade dos resultados. Ou seja, quando é
necessário criar uma situação laboratorial, testes práticos; assim, pode-se dizer que a pesquisa quase-experimental é uma
tentativa de aproximação da experimental, sem, contudo, perder o caráter científico, racional de escolha de suas variáveis
Pesquisa
qualitativas. A diferença com a pesquisa experimental é que, enquanto esta aceita seus resultados válidos apenas quando
quase-
testados experimentalmente, a quase-experimental usa variáveis externas, fora do delineamento da pesquisa, com grupos
experimental equivalentes ou com os mesmos sujeitos em outro momento/situação. Dessa forma, permite estabelecer uma relação de causa
e efeito com o grupo pesquisado, enriquecendo seus resultados. As variáveis externas e ambientais na quase-experimental
não são absolutamente puras e confiáveis; são adequadas, manipuladas, não aleatoriamente, já que, em Ciências Sociais, é
quase impossível a manipulação completa de variáveis externas. Ela é importante em situações nas quais é preciso estabelecer
relações de causa e efeito na pesquisa, o que não se consegue com instrumentos estatísticos, quantitativos, apenas, e, com
isso, torna-se necessário aumentar a validade externa e ambiental, para criar um delineamento mais próximo do mundo real.
Trata-se da coleta de dados do ambiente natural, com o objetivo de observar, criticar a vida real, com base em teoria, para
verificar como a teoria estudada se comporta na vida real. Confrontando a teoria na prática, permite responder ao problema e
atingir os objetivos. A pesquisa de campo, no ambiente natural, é particularmente importante na pesquisa social, apropriada
Pesquisa de para estudos de indivíduos, grupos, comunidades, organizações, sociedades, considerando que, para a pesquisa social, mais
campo importante que encontrar soluções é explicar os fenômenos, entender realidades, criar significados sociais. A pesquisa na
área de CSA tem como objeto de estudo o homem, seu comportamento e experiências, inserido em determinado contexto
social; e, para tanto, necessita de instrumentos que possibilitem coletar dados da vida real, das experiências e vivências do
dia a dia para verificar, testar e confirmar como a teoria estudada se aplica à realidade.
O empirismo se caracteriza pela observação e experimentação dos fenômenos. É a pesquisa que busca respostas e soluções
por meio da observação e prática dos fenômenos, que embasam suas conclusões. Nesse tipo de pesquisa, o suporte teórico
não é essencial, embora, às vezes, importante para o entendimento e comprovação. É a pesquisa voltada, sobretudo, para a
face experimental, vivenciada e observável dos fenômenos. É aquela que manipula dados, fatos concretos. Procura traduzir os
Pesquisa
resultados em dimensões mensuráveis. Por esse motivo, tende a ser quantitativa, na medida do possível. O seu grande valor
empírica é trazer a teoria para a realidade concreta. Não precisa coincidir com o mais relevante na realidade. Constrói modelos a partir
de análises de experiências. Não necessariamente os experimenta ou aplica à realidade. O empirismo pode ser facilmente
verificado nas receitas caseiras de remédios, comidas, práticas profissionais e em todas as situações nas quais o aprendizado
se dá por tradição, ensaio e erro e experiências positivas ou negativas vivenciadas pela própria pessoa ou outrem.
Nesse tipo de pesquisa o pesquisador se envolve na pesquisa tanto na análise crítica do problema quanto na implantação das
soluções; ele é autor da análise e parte do problema. É um tipo de investigação social com base empírica, isto é, vivenciada,
que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual
os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo
Pesquisa-ação ou participativo. O envolvimento do pesquisador na ação é parte integrante da pesquisa. Como técnica de observação, se
enquadra no tipo observação participante. A pesquisa-ação é bem-sucedida, na medida em que os testes das variáveis são
aceitos e incentivados pelo grupo envolvido na proposta de solução do problema apresentado. Nas organizações, problemas
que envolvam processos de trabalho, motivação, treinamento de pessoas, melhoria da qualidade do produto, vendas etc.
podem ser beneficiados com a pesquisa-ação.
Fonte: Adaptado de Michel (2015, p. 47-51).
No que se refere à classificação da pesquisa quanto aos fins, veja o Quadro 8 a seguir.
Aqui a pesquisa será classificada quanto à utilização da obtenção de resultados. Nesse
caso, segundo Michel (2015), ela pretende refletir, traduzir o propósito do trabalho,
indicar o que se quis fazer no trabalho.
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Não tem propósito de aplicabilidade imediata; é generalista; voltada para a descoberta de fenômenos naturais
e físicos; (teoricamente) não tem compromisso com a ética, nem com a geração de retorno financeiro, nem de
Pesquisa aplicação imediata; seu propósito é apenas com a geração do conhecimento novo. A pesquisa básica procura os
básica princípios, os fundamentos do mundo, das coisas, do seu funcionamento; sua intenção é desvendar características,
propriedades básicas dos fenômenos. Ex.: mapeamento do veneno de animais peçonhentos, para entender suas
propriedades (análise das propriedades e identificação das características do veneno de um réptil).
Tem como objetivo a aplicação, a utilização dos conhecimentos e resultados adquiridos na pesquisa básica; volta-
se mais para o aspecto utilitário da pesquisa. A pesquisa aplicada procura transformar o conhecimento puro em
Pesquisa elementos, situações destinadas a melhorar a qualidade de vida da humanidade. Implica a ação do homem sobre
aplicada as descobertas para criação de produtos, serviços, visando à qualidade de vida na Terra. Ex.: proposição de vacina a
partir do mapeamento do veneno de animais peçonhentos (separação e quantificação exatas do veneno estudado
com o propósito de se obter um remédio, uma vacina).
Pertence ao ramo do conhecimento aplicado, e, para muitos, não é considerada ciência. Utiliza conhecimentos
resultantes das pesquisas básica e aplicada para interesses tecnológicos, industriais. É a transformação do produto
Pesquisa de já criado em produtos tecnológicos, comercializáveis, melhorados. A tecnologia se caracteriza pela ação de
inovação ou melhoria de um produto existente, em termos de praticidade, modernização, conservação, produção em alta
tecnológica escala, aperfeiçoamento, incremento de tecnologia, avanços de produtos existentes. É um processo essencialmente
calculado em base científica, mas visa interesses de comercialização e lucro (estudo de formas de conservação,
reprodução em larga escala, estudos de compatibilidade, embalagem e distribuição do remédio ou vacina inventado).
A pesquisa descritiva verifica, descreve e explica problemas, fatos ou fenômenos da vida real, com a precisão
possível, observando e fazendo relações, conexões, considerando a influência que o ambiente exerce sobre eles.
Não interfere no ambiente; seu objetivo é explicar os fenômenos, relacionando-os com o ambiente. Trata, em
geral, de levantamentos das características de uma população, um fenômeno, um fato, ou do estabelecimento de
relações entre variáveis controladas. A pesquisa descritiva está baseada na premissa de que os problemas sociais
podem ser mais bem entendidos e resolvidos, assim como as práticas relacionadas podem ser melhoradas se
for feita uma descrição detalhada de suas características, propriedades, causas, consequências. Está relacionada
diretamente com a pesquisa qualitativa, na medida em que levanta, interpreta e discute fatos e situações. Gil
(1994, p. 46) define assim : “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.” Apropriada
para a área de Ciências Humanas e Sociais, a pesquisa descritiva tem o propósito de analisar, com a maior precisão
Pesquisa
possível, fatos ou fenômenos em sua natureza e características, procurando observar, registrar e analisar suas
descritiva
relações, conexões e interferências. Procura conhecer e comparar as várias situações que envolvem o comportamento
humano, individual ou em grupos sociais ou organizacionais, nos seus aspectos social, econômico, cultural etc. Para
os propósitos da pesquisa descritiva, os fatos e fenômenos devem ser extraídos do ambiente natural, da vida real,
onde ocorrem, e analisados em função das influências do ambiente. Por esse motivo, uma pesquisa de campo deve
ser orientada pelos princípios da pesquisa descritiva. Entre outras formas, podem ser citadas como exemplos de
pesquisa descritiva: pesquisa de opinião, estudo de caso, pesquisa documental etc. Sendo a pesquisa a atividade
básica da ciência, os modos de se fazer pesquisa estão diretamente relacionados e imbricados com os modos de
se fazer ciência. Pode-se dizer que as descobertas na ciência são feitas por meio de pesquisas teóricas e básicas,
essencialmente. As invenções são resultado de pesquisa aplicada; e as inovações, da pesquisa tecnológica. Essa
separação, não tão clara e visível na prática, é feita por motivos didáticos, para permitir melhor entendimento dos
fins e propósitos da ciência.
Fonte: Adaptado de Michel (2015, p. 52-54).
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De modo mais genético, Michel (2015) ressalta que é importante considerar como etapas
de uma pesquisa:
» a escolha de um assunto;
» a coleta de informações;
» a formulação de problemas;
» a elaboração;
» a execução do plano.
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6. Deve-se, igualmente, planejar a coleta dos dados, de forma organizada, que inclua
uma proposta de cronograma para sua realização, uma fase de registro e análise dos
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O êxito da pesquisa está ligado a vários fatores, que, segundo Michel (2015), são os que
seguem:
» percepção do problema;
» definição do problema;
» levantamento de problemas;
O Quadro 9 complementa e resume o que vimos até aqui no que concerne à execução
da pesquisa.
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REFERÊNCIAS
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