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FÍSICA EXPERIMENTAL III

2015/2016

Experiência 7: NÍVEIS ATÓMICOS E ESPECTROS DE EMISSÃO DE GASES;


LÂMPADA DE H2, CONSTANTE DE RYDBERG
Os princípios mais importantes de espectroscopia prática, observados pelos
espectroscopistas do século XIX, podem ser resumidos do seguinte modo:
1. Quando aquecidos até à incandescência, gases monoatómicos emitem um espectro de
riscas de emissão distintas e brilhantes, gases poliatómicos produzem bandas de riscas
pouco espaçadas e sólidos (ou gases muito densos) produzem um contínuo de emissão.
2. Um gás frio absorve da luz as mesmas frequências que emite quando aquecido; um
espectro contínuo, observado através de um gás frio, exibe riscas de absorção ou bandas de
absorção.
3. As posições (isto é, os comprimentos de onda) das riscas espectrais caracterizam
unicamente os átomos ou moléculas que as produzem. A intensidade das riscas aumenta à
medida que cresce a concentração dos átomos. Este princípio justifica as aplicações da
espectroscopia à análise química: numa fonte, cada substância, atómica ou molecular, revela
a sua presença pelo seu espectro característico. As comparações de frequências e
comprimentos de onda relativos são as medidas físicas mais precisas que se podem realizar
actualmente.
4. As intensidades e formas das riscas espectrais variam com a temperatura, pressão e
composição química da fonte.
O aparelho de observação de um espectro é um espectrómetro que compreende
essencialmente três partes:
§ um dispositivo de iluminação que, a partir de um objecto, geralmente uma estreita
fenda de entrada, colocada no plano focal de uma lente, permite obter feixes de raios
paralelos (colimador);
§ um elemento dispersor (prisma, rede de difracção, interferómetro);
§ um sistema óptico de observação do feixe dispersado, por exemplo, um telescópio. Os
diferentes feixes de raios paralelos, um para cada comprimento de onda, vão convergir
no plano focal de uma lente originando tantas imagens do objecto inicial (fenda)
quantos os diferentes comprimentos de onda.
Um espectrograma é essencialmente
uma sucessão de imagens da fenda de
entrada, designada por risca espectral.
Na figura seguinte representa-se um
tipo simples de espectroscópio de rede
de difracção. A rede plana requer o uso
de lentes para colimar a luz da fenda e
para focalizar os raios difractados. Para
uma rede de difracção cuja incidência
da luz é perpendicular, os ângulos de
observação dos máximos de

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interferência são definidos pela seguinte equação, em que d é o período da rede e m


representa as diferentes ordens de difracção:
d ⋅ sen ( θ ) = m ⋅ λ com m = 0, ±1, ±2,... (1)
Neste trabalho, através da observação do espectro contínuo produzido por uma lâmpada de
incandescência, irá determinar experimentalmente o comprimento de onda das riscas Hα, Hβ
e Hγ do espectro visível do hidrogénio atómico (proveniente de uma lâmpada de Balmer)
analisado com um espectrómetro que tem como elemento dispersor uma rede de difracção.
A lâmpada de Balmer é construída de modo a evitar as bandas espectrais do hidrogénio
molecular (H2) que mascaram as riscas atómicas e que aparecem sempre que ocorre uma
descarga de gás num tubo comum que contenha hidrogénio. Esta lâmpada é constituída por
um tubo de descarga de gás cheio com vapor de água. As moléculas de água são
decompostas, por uma descarga eléctrica, em hidrogénio atómico (H) e num grupo oxidrilo
(HO). Um capilar existente no interior da lâmpada e resistente às altas temperaturas força a
descarga num espaço limitado onde assim forma uma grande concentração de hidrogénio
atómico. Este hidrogénio atómico é responsável pelo intenso espectro de hidrogénio (série
de Balmer) que se observa, não perturbado pelas bandas do espectro molecular de
hidrogénio. Uma substância oxidante, assistida por catalisadores adequados, assegura que o
hidrogénio, formado durante aquela operação, é oxidado originando novamente água. Esta
reciclagem envolve a deposição de óxidos de metal os quais não causarão perturbação na
parte capilar do tubo.

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