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O DESCOBRIMENTO E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO

AS GRANDES NAVEGAÇÕES
O PIONEIRISMO PORTUGUÊS

Portugal promoveu uma aliança entre sua nascente burguesia mercantil e o novo
Estado Nacional ali consolidado. Desde o reino de Dom João I, o país sofreu uma
uniformização tributária e monetária capaz de ampliar os negócios da burguesia e de
fortalecer economicamente a Coroa.
Nessa época, as especiarias orientais eram de grande valia e procura no mercado
Europeu.
Desde o século XII, a entrada dos produtos orientais dava-se
pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_I_
de_Portugal
árabes. Visando superar a dependência com esses dois
atravessadores, Portugal buscou uma nova rota que ligasse diretamente o
comércio português aos povos
do Oriente.
Dom Henrique (1394-1460),
príncipe português, reuniu, na
cidade de Sagres, vários
navegantes, cartógrafos,
marinheiros e cosmógrafos,
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique,_Duque_de_
Viseu
objetivando contornar o
continente Africano.
O século XV assistiu ao desenvolvimento da expansão
marítima de Portugal.

PRA LEMBRAR
AS RAZÕES DO PIONEIRISMO PORTUGUÊS
 Geografia favorável Figura 1:https://historiadigital.org/infograficos/infografico-grandes-navegacoes-portuguesas/

 Burguesia financiadora
 Apoio do clero (expandir a fé cristã)
 Domínio de técnicas de navegação (Escola de
Sagres)
 Estado centralizado (monarquia)

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Em 22 de abril de 1500, chegavam ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por
Pedro Álvares Cabral.
À primeira
vista, eles
acreditavam
que as terras
avistadas eram
um grande
monte e a
Figura://www.oexplorador.com.br/pedro-alvares-
chamaram de
cabral-navegador-portugues-o-descobridor-do-
brasil/ Monte Pascoal.
No dia 24 de abril, ocorreu o primeiro
contato entre os indígenas que
habitavam a região e os portugueses.
No dia 26 de abril, foi celebrada a
primeira missa no Brasil.

Figura 2:https://www.vortexmag.net/9-curiosidades-sobre-a-descoberta-do-brasil/

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A FONTE: CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA


Senhor:
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza
a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei
também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -
para o bem contar e falar - o saiba pior que todos fazer.
A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de março. Sábado, 14 do dito
mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grã- Canária, e
ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo,
22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde,
ou melhor, da ilha de S. Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar, piloto.
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de
Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os
pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas
compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de
rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos.
Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte,
mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes
arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera
Cruz.

Figura:ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA/2018

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BRASIL PRÉ-COLONIAL – 1500 a 1532


CICLO DO PAU-BRASIL
O sucesso na pilhagem das Índias, o sucesso espanhol com as minas de
ouro no México e a inexistência de metais preciosos na costa do Brasil
relegaram essas terras ao
quase esquecimento durante
os primeiros trinta anos após
o descobrimento.
Por isso, nesses primeiros
trinta anos, os portugueses
realizaram o extrativismo, na
Figura://www.safarigarden.com.br/muda-de-pau-brasil- faixa litorânea, do PAU-
caesalpinia-echinata
BRASIL.
Essa matéria-prima serviu ao mercado europeu para a
confecção de móveis, de barcos. Sua rubra seiva tornava-se
apreciado corante para tecidos. Ao perceber o seu valor
comercial, Portugal arrendou o direito de exploração do pau-
brasil a um consórcio de mercadores de Lisboa, que era
liderado por Fernando de Noronha, que assumiu também o Figura://www.historiadetudo.com/pau-brasil
compromisso de patrulhar o litoral, objetivando evitar invasões estrangeiras, e construir uma feitoria –
armazém fortificado no qual era guardada a madeira até que as naus chegassem para buscá-la.

A utilização da mão de obra indígena era livre e explorada a partir do


ESCAMBO. Os índios tupiniquins forneciam a madeira, que eles próprios
haviam cortado e transportado até litoral, e, em troca recebiam dos
portugueses machados, canivetes, espelhos e outros produtos úteis a
eles.
Os franceses também praticavam o escambo do pau-brasil no litoral
brasileiro; seus aliados eram os tupinambás, rivais dos tupiniquins.

Figura://www.conservadorismodobrasil.com.br/2017/04/verdade-sobre-
o-pau-brasil.html

PRINCIPAIS EXPEDIÇÕES EXPLORATÓRIAS NO PERÍODO PRÉ-COLONIAL

RESUMAX
PAU-BRASIL
MÃO DE OBRA INDÍGENA
ESCAMBO
FEITORIAS

Figura:ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA/2017 Figura://www.conservadorismodobrasil.com.br/2017/04/verdade-sobre-o-


pau-brasil.html

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BRASIL COLONIAL – 1530-1808

SITUAÇÃO
Devido às invasões estrangeiras e à decadência do comércio com o Oriente em razão
da concorrência de outros países europeus, fazia-se necessária a efetiva colonização do
território do atual Brasil.
É nesse contexto ameaçador que o rei Dom João III, de Portugal, dá início a efetiva
colonização do Brasil.

Figura://ocaisdamemoria.com/2016/06/0
6/1502-nascia-dom-joao-iii-o-piedoso/

EXPEDIÇÃO COLONIZADORA
Assim, em 1530, Martin Afonso de Souza, junto com 400 colonos, dá
início à colonização da América portuguesa.
Trazem as primeiras mudas e sementes, fazem as primeiras
expedições ao interior e fundam a primeira vila – São Vicente – em
22 de janeiro de 1532.
O açúcar era o produto de grande interesse para o comércio
europeu. Por meio dele, seria possível organizar o cultivo
permanente do solo, iniciando o povoamento sistemático da colônia.
Assim, é criado o primeiro engenho – ENGENHO DO GOVERNADOR –
, dando início a um novo ciclo econômico, o CICLO DO AÇÚCAR.
Figura://brasilescola.uol.com.br/historiab/diario-navegacao-pero-lopes-sousa.htm

IMPORTANTE
A primeira expedição colonizadora deu início à
exploração do território do atual Brasil, com base
no sistema mercantilista.
Com colônias de exploração, uma economia
dependente e complementar à da metrópole.
Agricultura monocultora e latifundiária
(“plantation”).
Domínio político pela metrópole.
Monopólio comercial.
Figura://dinamicaglobal.wordpress.com/2016/05/28/as-verdades-ocultas-da-colonizacao-cultural-e-financeira-do-brasil/

PROBLEMA X SOLUÇÃO
PROBLEMA
A efetiva colonização era necessária, mas Portugal não tinha recursos para esse
empreendimento, devido à decadência do comércio com o Oriente. Somado a
isso, a grande quantidade de invasões estrangeiras em território português na
América prejudicava a colonização.
SOLUÇÃO
Entregar à iniciativa privada a exploração do Brasil, por meio do sistema de
Capitanias Hereditárias.
Figura://commons.wikimedia.org/wiki/File:Facebook_like_thum
b.png
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL PORTUGUESA
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
A colonização do Brasil, por meio de Capitanias Hereditárias, foi uma experiência transplantada das
colônias africanas para a América portuguesa.
Assim, em 1534, o rei D. João III ordenou a divisão do território brasileiro em grandes porções de terra: o
país foi dividido em 14 Capitanias Hereditárias, correspondentes a 15 lotes, entregues a 12 Donatários
(proprietários).

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Martim Afonso de Souza e seu irmão,


Pero Lopes de Souza receberam mais
de uma capitania. Elas foram doadas
principalmente para a pequena
nobreza e aos “cristãos novos”, judeus
convertidos ao Cristianismo em
virtude da perseguição religiosa.
Outras foram doadas por Dom João III
a homens que tinham prestado
serviços ao império português na
África, no Oriente e em Portugal.

DISPOSITIVOS PARA DOAÇÃO


Dois documentos básicos organizavam
juridicamente o sistema de capitanias:
a CARTA DE DOAÇÃO e o FORAL.
CARTA DE DOAÇÃO – Regulamentava
a doação do cargo de donatário,
estabelecia a extensão da Capitania e
os direitos administrativos e jurídicos
do donatário.
Figura://jchistorybrasil.webnode.com.br/album/periodo-colonial-capianias-hereditarias/mapa-das-capitanias-hereditarias-jpg/ CARTA DE FORAL – Código tributário,
direitos e deveres do donatário, como
pagar impostos, defender, fundar vilas, exercer autoridade plena e doar sesmarias, que eram terras do
tamanho de uma fazenda (de 6 a 24 km). A sesmaria era propriedade privada do sesmeiro e o local onde
era erguido o engenho.

IDEIA GENIAL MAS


Exploração altamente lucrativa. Somente duas capitanias prosperaram:
Os donatários eram obrigados a pagar 10% dos PERNAMBUCO – DUARTE COELHO
lucros sobre os produtos da terra. SÃO VICENTE – MARTIM AFONSO DE SOUZA
20% dos lucros sobre os metais e as pedras Esses donatários tinham capitais a serem investidos e
preciosas que fossem encontradas. conexões com banqueiros holandeses, que financiaram a
Monopólio da exploração do pau-brasil construção dos engenhos no Brasil.

RAZÕES DA FALÊNCIA DO SISTEMA DE CAPITANIAS


Distância da metrópole, tamanho das capitanias, à falta de recursos e de interesse e o confronto com os
“locais”.

O GOVERNO GERAL -1548


Em função da falência do sistema de capitanias, a corte portuguesa buscou centralizar a administração e a
cobrança de impostos, criando o GOVERNO GERAL, ou o REGIMENTO DE 1548.
Para isso, o Rei adquiriu a CAPITANIA DA BAHIA, e SALVADOR passou a ser a PRIMEIRA CAPITAL DO
BRASIL.
O governador geral, TOMÉ DE SOUZA, era o REPRESENTANTE DO REI NO BRASIL.
Funções: ADMINISTRAÇÃO, FISCALIZAÇÃO, COBRANÇA DE IMPOSTOS E DEFESA.

IMPORTANTE
O GOVERNO GERAL NÃO SUBSTITUIU O SISTEMA DE CAPITANIAS.
ERA UM COMPLEMENTO ÀS CAPITANIAS.
AS CAPITANIAS SÓ FORAM EXTINTAS DURANTE A ADMINISTRAÇÃO DE MARQUÊS DE POMBAL, NO SÉC. XVIII.

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Junto ao governador, instalou-se o GOVERNO TRIPARTIDO.


PROVEDOR MOR “FINANÇAS”.
OUVIDOR MOR “JUSTIÇA”.
CAPITÃO MOR “DEFESA”.

TOMÉ DE SOUZA (1549-1553)


Elevação de Salvador como primeira capital da colônia e como primeira cidade
do Brasil. Tão logo chegaram, Tomé de Souza e seus homens iniciaram a disputa
da terra com os indígenas, destruindo várias aldeias e escravizando-os.
Chegada dos primeiros Jesuítas, liderados pelo padre Manuel da Nóbrega, com
a função de catequizar os índios.
Criação do primeiro bispado, chefiado pelo bispo Sardinha.
Instalação das primeiras fazendas de gado bovino trazido do Cabo Verde e
distribuído aos colonos.
Vai ser iniciado o do cultivo de cana-de-açúcar no Recôncavo Baiano e ocorrerão
as primeiras Entradas para o interior com a função de encontrar ouro.
Figura://www.estadosecapitaisdobrasil.com/duvidas/que
m-foi-tome-de-souza/

DUARTE DA COSTA (1553-1558)


Segundo governador geral do Brasil. Veio com a missão de solidificar o
domínio português, combater os franceses e catequizar os indígenas para
acabar com a sua resistência.
Ocorre o incidente com o Bispo de Sardinha, que se desentendeu com o filho
do governador, Dom Álvares da Costa, e teve que voltar a Portugal, mas seu
navio naufragou e ele foi devorado pelos canibais Caetés.
O governo de Duarte da Costa foi bastante tumultuado por conflitos entre
colonos e jesuítas que se opunham à escravidão indígena e pela primeira
invasão francesa no Rio de Janeiro. Ali, em 1555, um grupo de huguenotes
(calvinistas franceses) fundou uma colônia de povoamento e de exploração
comercial de nome FRANÇA ANTÁRTICA. Aliando-se aos Tupinambás, os
franceses ganharam força para enfrentar os portugueses, que, por sua vez,
Figura://alaboas.blogspot.com/2012/04/devoraram-o-bispo-
eram aliados dos tupiniquins. Essa aliança entre os franceses e os sardinha.html

tupinambás recebeu o nome de CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS.

CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS


1554-1567
Foi a união das tribos indígenas do litoral norte paulista e sul fluminense devido
à ação violenta dos portugueses contra os índios Tupinambás, causando mortes
e escravidão.
Um dos responsáveis pela Capitania de São
Vicente, Brás Cubas, e seu amigo João Ramalho
eram a favor da escravização indígena.
Diante desse contexto e sob a liderança do chefe
indígena tupinambá Cunhambebe muitos índios
se revoltaram.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Quoniambec.jpg Nessa mesma época, em 1555, desembarcaram
no Rio de Janeiro os franceses, liderados por Nicolau
Durand de Villegaignon. Eles aliaram-se aos Tamoios contra os lusitanos,
oferecendo a eles armas em troca da permanência em terras brasileiras.
Os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta foram responsáveis pelo
tratado de paz de IPEROIG, colocando fim à confederação.

Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Anchieta

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Mem de Sá (1558-1572)
Empenhou-se, também, em apoiar os jesuítas nas tarefas de aldear e de
converter os indígenas e pediu à metrópole reforços para combater a colônia
francesa instalada no Rio de Janeiro. Assim, comandou a expulsão dos
franceses do Rio de Janeiro, auxiliado por seu sobrinho, Estácio de Sá, que
fundou um forte próximo ao Pão de açúcar, embrião da cidade de SÃO
SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO, em 1565.
Expandiu a agricultura na colônia, trouxe novas culturas agrícolas e promoveu
a fundação de novos engenhos. Mem de Sá conseguiu, assim, equacionar os
problemas herdados do governo anterior. Quando morreu, em 1572, era um
homem rico e prestigiado.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_de_S%C3%A1

NOVAS DIVISÕES ADMINISTRATIVAS


Naquele mesmo ano, visando facilitar o controle e a defesa do Brasil, o rei dividiu o território colonial em
dois governos.
DOM LUÍS DE BRITO – NORTE
– 1573 A 1578, COM CAPITAL
EM SALVADOR.
DOM ANTÔNIO DE SALEMA –
SUL – 1574 A 1578, COM
CAPITAL NO RIO DE JANEIRO.
A partir de 1578, o Brasil
voltou a ter um único centro
administrativo, com sede em
Salvador, e Lourenço da Veiga
foi nomeado pela coroa
portuguesa, exercendo o
cargo até 1581.
Em 1580, devido a problemas
de sucessão dinástica, Portugal
passou a ser governado pelo
rei da Espanha Felipe II.
Por consequência, o Brasil
Figura://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=5131&idC=76139#
tornou-se parte do reino
espanhol e, assim, no ano de 1621, foi novamente dividido em Estado do Maranhão e Estado do Brasil
até 1774.

CÂMARAS MUNICIPAIS (1549-1642)


As câmaras municipais foram instaladas na colônia
com a função de auxiliar os governadores gerais na
administração.
O poder nas vilas e nos povoados afastados do poder
central (governador geral) passaria a ser administrado
pelas câmaras, que eram constituídas de um juiz e de
quatro vereadores; esses cargos eram ocupados pelos
chamados “homens bons” (latifundiários, ricos
comerciantes, católicos, brancos).
Eles tinham poderes administrativos, policiais e
judiciários e a eleição era feita por meio da escolha
entre eles próprios.
Figura:pensarbras.blogspot.com/2014/07/as-camaras-municipais-e-os-homens-bons.html
A partir de 1640, as câmaras municipais vão sofrer um
pesado golpe político, pois a coroa portuguesa criou o
CONSELHO ULTRAMARINO (1642-1808).
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CONSELHO ULTRAMARINO – 1642-1808


Ele foi uma instituição criada pelo governo português com a função de
supervisionar as câmaras municipais e submetê-las ao poder do
governador geral. Tinha como foco evitar a corrupção e os abusos
cometidos pelos “homens bons”. O representante legal do Conselho
Ultramarino na colônia era o JUIZ DE FORA, nomeado pela coroa
portuguesa.
IMPORTANTE
COM O PASSAR DO TEMPO, ALÉM DOS JUÍZES, OS VEREADORES TAMBÉM
VIERAM A SER ESCOLHIDOS PELO REI.
ESSA PERDA DE AUTONOMIA VAI SERVIR DE “PANO DE FUNDO” PARA AS
PRIMEIRAS REVOLTAS NATIVISTAS NO BRASIL. Figura://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=5131&idC=76145#

CATOLICISMO NO BRASIL COLONIAL


Na época da colonização, a lei determinava que o catolicismo era a religião oficial
em Portugal. Sendo assim, todos os súditos portugueses deveriam ser católicos.
A Igreja participou do processo de colonização, pois estava ligada à coroa pelo
regime do PADROADO, que estabelecia uma série de deveres e de direitos da Coroa
Portuguesa em relação à Igreja.
DEVERES: expandir o catolicismo, construir igrejas, remunerar sacerdotes.
DIREITOS: nomear bispos e criar dioceses, recolher o dízimo.
Mesmo com a ocorrência de conflitos entre os padres da Igreja e as autoridades da
Coroa, de um modo geral, atuavam em harmonia. Cabia aos portugueses
Figura://catolicofe.blogspot.com/
administrar a colônia, enquanto os religiosos ficaram em parte com a tarefa de
ensinar a obediência a Deus e ao rei.
Parte da população colonial resistia à obrigação de seguir o catolicismo, praticando então outras formas de
religiosidade que nasceram do sincretismo de crenças e de ritos provenientes das mais diferentes tradições
culturais.
INDÍGENA, AFRICANAS e EUROPEIAS.

Figura://almanaque6b.blogspot.com/2015/11/religiao-indigena.html Figura://religiao.culturamix.com/religioes/candomble/ Figura://pulpitocristao.com/2016/07/a-escatologia-judaica-serie-escatologia.html

A INQUISIÇÃO NO BRASIL
Representantes do tribunal da Inquisição fizeram as chamadas VISITAÇÕES para combater os “crimes
contra a fé cristã”.
O “visitador”, que era um sacerdote, abria o processo contra as
pessoas acusadas de crime contra a fé e muitos acusados foram
levados a Portugal para julgamento, pois não havia tribunais do
santo ofício em terras brasileiras.
A Inquisição também perseguiu um grande número de CRISTÃOS
NOVOS (judeus convertidos ao Cristianismo), que vieram de
Portugal para a colônia. Eles eram acusados de praticar, em
segredo, a religião judaica. A inquisição também perseguiu
pessoas comuns acusadas, por exemplo, de feitiçaria, de
blasfêmia, de prostituição e de homossexualismo.
Figura://www.youtube.com/watch?v=lPtcbq_Mhs8

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.

COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.

WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

QUESTÕES
1 - (Unaerp-SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria
através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro.
Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:

a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.


b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c) criação das capitanias hereditárias.
d) montagem do sistema colonial.
e) criação e distribuição de sesmarias.

2-(FESO-RJ) "O governo-geral foi instituído por D. João III, em 1548, para coordenar as práticas
colonizadoras do Brasil. Consistiriam estas últimas em dar às capitanias hereditárias uma assistência mais
eficiente e promover a valorização econômica e o povoamento das áreas não ocupadas pelos donatários."
(Manoel Maurício de Albuquerque. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal,
1984. p. 180.)
As afirmativas abaixo identificam corretamente algumas das atribuições do governador-geral, à exceção
de:

a) Estimular e realizar expedições desbravadoras de regiões interiores, visando, entre outros aspectos, à
descoberta de metais preciosos.
b) Visitar e fiscalizar as capitanias hereditárias e reais, especialmente aquelas que vivenciavam problemas
quanto ao povoamento e à exploração das terras.
c) Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e meios de
valorizar economicamente as terras recebidas.
d) Regular as alianças com tribos indígenas, controlando e limitando a ação das ordens religiosas, em
especial da Companhia de Jesus.
e) Organizar a defesa da costa e promover o desenvolvimento da construção naval e do comércio de
cabotagem.

3-"Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram sem casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a
pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem, quer passar além do Bojador Tem que passar
além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele é que espelhou o céu." (Fernando Pessoa,
MAR PORTUGUÊS. Rio de Janeiro, José Aguilar, 1960.)
O poema de Fernando Pessoa se refere à conquista dos mares pelos portugueses, o início da era moderna.
Se os resultados finais mais conhecidos dessas "Grandes Navegações" foram a abertura de novas rotas
comerciais em direção à Índia, a conquista de novas terras e o espalhamento da cultura europeia, alguns

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dos elementos desse contexto histórico cuja articulação auxilia na compreensão das origens dessa
expansão marítima são:

a) o avanço das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do universo
segundo uma ordem racional.
b) o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia; a vontade de enriquecimento rápido.
c) a busca de ouro para as Cruzadas; a descentralização monárquica; o desenvolvimento da matemática.
d) a demanda de especiarias; a aliança com as cidades italianas; a ânsia de expandir o cristianismo.
e) o anseio de crescimento mercantil; os relatos de viajantes medievais; a conquista de Portugal pelos
mouros.

4-O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494 e confirmado nos seus termos pelo Papa Júlio
II em 1506, representou para o século XVI um marco importante nas dinâmicas europeias de expansão
marítima. O tratado visava:

a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o
desenvolvimento da expansão comercial marítima.
b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da
formação do exército nacional.
c) impor a reserva de mercado metropolitano espanhol, por meio da criação de um sistema de monopólio
que atingia todas as riquezas coloniais.
d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das
expedições de Vasco da Gama às Índias.
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível
Armada de Filipe II, da Espanha.

5-(Fuvest-SP) A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e


hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações,
raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois
o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-
homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos
imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida
verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que
permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde,
os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas
distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."
(Stuart B. Schwartz, Segredos internos.)
A partir do texto pode-se concluir que

a) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi
transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade
brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a
escravidão, completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI.
c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram
nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a
diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade.
e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não
alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.

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6- (UNAERP-SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria
através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro.
Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:

a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.


b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c) criação das capitanias hereditárias.
d) d) montagem do sistema colonial.
e) criação e distribuição das sesmarias.

7- (UNISO) Durante a maior parte do período colonial a participação nas câmaras das vilas era uma
prerrogativa dos chamados "homens bons", excluindo-se desse privilégio os outros integrantes da
sociedade. A expressão "homem bom" dizia respeito a:

a) homens que recebiam a concessão da Coroa portuguesa para explorar minas de ouro e de diamantes;
b) senhores de engenho e proprietários de escravos;
c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa para exercerem altos cargos administrativos na colônia;
d) homens considerados de bom caráter, independentemente do cargo ou da função que exerciam na
colônia.

8-(UFC-CE) Nos primórdios do sistema colonial, as concessões de terras efetuadas pela metrópole
portuguesa pretendiam tanto a ocupação e o povoamento como a organização da produção do açúcar,
com fins comerciais.
Identifique a alternativa correta sobre as medidas que a Coroa portuguesa adotou para atingir esses
objetivos.

a) Dividiu o território em capitanias hereditárias, cedidas aos donatários, que, por sua vez, distribuíram as
terras em sesmarias a homens de posses que as demandaram.
b) Vendeu as terras brasileiras a senhores de engenho já experientes, que garantiram uma produção
crescente de açúcar.
c) Dividiu o território em governações vitalícias, cujos governadores distribuíram a terra entre os colonos
portugueses.
d) Armou fortemente os colonos para que pudessem defender o território e regulamentou um uso
equânime e igualitário da terra entre colonos e índios aliados.
e) Distribuiu a terra do litoral entre os mais valentes conquistadores e criou engenhos centrais que
garantissem a moenda das safras de açúcar durante o ano inteiro.

9-(Unirio-RJ) A colonização brasileira no século XVI foi organizada sob duas formas administrativas,
Capitanias Hereditárias e Governo-Geral. Assinale a afirmativa que expressa corretamente uma
característica desse período.

a) As capitanias, mesmo havendo um processo de exploração econômica em algumas delas, garantiram a


presença portuguesa na América, apesar das dificuldades financeiras da Coroa.
b) As capitanias representavam a transposição para as áreas coloniais das estruturas feudais e aristocráticas
europeias.
c) As capitanias, sendo empreendimentos privados, favoreceram a transferência de colonos europeus,
assegurando a mão de obra necessária à lavoura.
d) O governo-geral permitiu a direção da Coroa na produção do açúcar, o que assegurou o rápido
povoamento do território.
e) O governo-geral extinguiu as donatárias, interrompendo o fluxo de capitais privados para a economia do
açúcar.

11
MATERIAL COMPLEMENTAR
O DESCOBRIMENTO E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO

10-(UEL-PR) A centralização político-administrativa do Brasil colônia foi concretizada com a

a) criação do Estado do Brasil.


b) instituição do governo-geral.
c) transferência da capital para o Rio de Janeiro.
d) instalação do sistema das capitanias hereditárias.
e) política de descaso do governo português pela atuação predatória dos bandeirantes.

11-(UEL-PR) A instalação do governo-geral em 1549 contribuiu para que a colonização do Brasil passasse de
transitória para efetiva. Havia um forte motivo que alimentava as esperanças dos portugueses: os
espanhóis, nas terras vizinhas encontraram o que buscavam. Ao tomar medidas procurando assegurar a
posse sobre o vasto território, a Coroa portuguesa estava motivada pelas notícias sobre:

a) o modelo de colonização, dependente da iniciativa privada que se revelava pouco eficaz nos Açores e na
Madeira.
b) as feitorias que vinham dando provas de eficiência como fortificações sólidas para a defesa da terra.
c) as semelhanças das culturas pré-cabralinas do Brasil e pré-colombianas da América Central.
d) os negócios da Índia em crescente lucratividade, sem riscos de prejuízos e decepções.
e) a descoberta de metais preciosos nas terras altas sul-americanas voltadas para o Pacífico.

12-(Fuvest-SP) "Eu el-rei D. João III, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo da minha casa que ordenei
mandar fazer nas terras do Brasil uma fortaleza e povoação grande na Baía de Todos-os-Santos. (...) Tenho
por bem enviar-vos por governador das ditas terras do Brasil."
"Regimento de Tomé de Sousa", 1549
As determinações do Rei de Portugal estavam relacionadas

a) à necessidade de colonizar e povoar o Brasil para compensar a perda das demais colônias agrícolas
portuguesas do Oriente e da África.
b) aos planos de defesa militar do império português para garantir as rotas comerciais para a Índia,
Indonésia, Timor, Japão e China.
c) a um projeto que abrangia conjuntamente a exploração agrícola, a colonização e a defesa do território.
d) aos projetos administrativos da nobreza palaciana visando à criação de fortes e feitorias para atrair
missionários e militares ao Brasil.
e) ao plano de inserir o Brasil no processo de colonização escravista semelhante ao desenvolvido na África e
no Oriente.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
C E A A D C B A A B E C

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