Alimentação animal: reserva estratégica para o período de
estiagem/palma forrageira
Estocar alimento para os animais sempre foi importante na criação animal e no
semiárido brasileiro, onde as chuvas são mal distribuídas e se concentram no primeiro semestre do ano, a reserva estratégica de alimento para o período de estiagem é fundamental.
As técnicas mais comuns empregadas para estocagem de alimentos para os
animais são: a ensilagem, a fenação e a amonização.
Na técnica de ensilagem ou formação de silos, a
forrageira é picada e é estocado retirando-se todo ar no recipiente para que haja a conservação do alimento pela técnica de respiração anaeróbica das bactérias. O silo pode ter vários formatos e ser usados diversos recipientes, o mais comum é o silo trincheira onde é escavado uma área do terreno, a vala é impermeabilizada e cobre-se com lona. O alimento pode ser armazenado em silos por períodos de até 10 anos, devendo ser aberto apenas quando existe necessidade.
Fenação – técnica que consiste em desidratar a
forrageira para que ela conserve nutrientes para posterior consumo dos animais.
Amonização – técnica que consiste em aplicar amônia
na forrageira. Desta forma o alimento mantem nutrientes suficiente para o consumo em até XX meses.
No Ceará, as forrageiras espécies mais empregadas usadas para alimentação
dos rebanhos ovinos e caprinos são o sorgo, o milho, capim buffel, capim elefante e a palma forrageira.
No que se refere à palma, essa forrageira vem ganhando espaço no Estado e
já se estima uma área de xxx hectares plantada com esta cultura forrageira. Ela é da família das cactáceas e se destaca pela rusticidade, pouca necessidade de água e alta palatabilidade pelos animais. No Programa Hora de Plantar do Governo do Estado, já foram distribuídas mais de xxxxx milhões de raquetes de palma semente para que os agricultores possam montar seu campo de palma.
A palma se adapta bem em plantio adensado (1 x 2m) e mesmo
superadensado (0,5 x 0,5 x 1m) com uma produtividade entre xxx ton/há. Com a irrigação esta produtividade passa a ser de xxx ton/ha. A palma deve ser plantada nos meses que antecedem as chuvas, ou seja, de outubro a janeiro a uma profundidade de xx cm na posição inclinada. A retirada de raquetes para plantio ou para alimentação do rebanho deverá acontecer após 12 meses de implantação.
Foto 1 – Plantio de Palma, agricultor Rogério Geraldo Sousa, comunidade
Malhada Vermelha – Ipu.
Tabela – Principais forrageiras e quantidade de nutrientes para ovinos e
caprinos
No âmbito do Projeto Paulo Freire, Foram
adquiridos até o momento 2.428.755 raquetes de palma forrageira e implantados 1.483 hectares de suporte forrageiro, com um custo total de R$ 5.173.370,00. Todo esse aporte forrageiro está distribuído entre os 509 projetos produtivos elaborados em que a atividade de ovinocaprinocultura estava presente, beneficiando 4.633 famílias com esta atividade. Os projetos produtivos demandados pelas famílias foram elaborados em conjunto com a equipe de assessoria técnica contratada em que consistiam basicamente de: um aprisco, uma área de suporte forrageiro, equipamentos de uso coletivo (forrageira, ensiladeira, burdizzo, pistola de vacinação) e animais (normalmente 2 matrizes e 1 reprodutor por família). Na área de suporte forrageiro normalmente as famílias dispunham de 0,5 hectares e assim foi implantado 0,25 ha com sorgo e 0,25 ha com palma forrageira. Foto 2 – Plantio de Sorgo Forrageiro, agricultor Francelino da Silva, comunidade jerimum - Aiuaba
O custo para implantação de 1 hectare de palma é o seguinte:
Item Quantidade Valor unitário Valor Total
Raquete de palma 4.000 unidades 0,35 1.400,00 Preparo de área 4 hora/trator 150,00 600,00 Mão de obra plantio 100,00 Total