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Interpretação de texto é explicar um texto. Para isso, é necessário que, antes, o(a)
leitor(a) o tenha compreendido. Nesse percurso, entre o processo inconsciente de
compreensão e a ação consciente de interpretação da obra, ele(a) vai depender do
conhecimento de mundo, além dos conhecimentos linguísticos e/ ou literários
para encontrar o(s) sentido(s) do texto e o explicar.
Além disso, outros conhecimentos são úteis nesse processo, como: tipologia textual,
gêneros textuais, funções de linguagem e, se o texto for literário, noções de estilos de
época e figuras de linguagem também são de grande utilidade. Afinal, interpretar um
texto é buscar não só seu(s) sentido(s), mas também seu(s) objetivo(s).
É claro que existem textos plurissignificativos, que, portanto, permitem mais de uma
leitura. Porém, elas também necessitam de comprovação. Então, o(a) leitor(a) precisa
analisar, criticar e fazer perguntas ao texto, para buscar elementos que comprovem a sua
interpretação. O bom leitor e a boa leitora não são ingênuos, são críticos e, portanto,
questionadores:
Quem é o enunciador?
Qual é o seu objetivo?
Por que ele fez essa ou aquela afirmação?
Ele tem uma segunda intenção?
Em que contexto ele escreveu o texto?
Exemplo:
Como a notícia não foi assinada, sabemos apenas que foi escrita por um(a) jornalista, já
que é uma notícia, o que nos faz concluir que o texto possui uma linguagem mais
objetiva.
Isso nos leva à segunda questão, ou seja, qual é o objetivo do(a) enunciador(a) do texto?
A resposta parece óbvia: informar. Sobre o quê? O título nos diz que é sobre o PIB
(Produto Interno Bruto) de 1996 e 1999, indica que o cálculo foi revisado e, ao que
parece, o resultado foi mais baixo do que o divulgado no passado. Mas terá o(a) autor(a)
do texto uma segunda intenção ao divulgar tal informação? Saberemos durante a leitura.
E, por fim, qual é o contexto de escrita do texto? O ano de 2007, durante o governo
Lula, que durou de 2003 a 2011. Já a informação está relacionada ao período em que
Fernando Henrique Cardoso governou o país, entre 1995 e 2003. A notícia, portanto,
pode ter uma motivação política ou ser apenas uma informação imparcial.
[...]
“O IBGE vai apresentar os dados e não vai fazer comentários históricos”, alertou
Olinto desde o início. Segundo ele, “a gente não olhou os períodos, a gente fez as
contas”.
Para o coordenador de contas nacionais, “extrapolar o uso desses dados pode ser
perigoso”. A gerente de contas trimestrais, Rebeca Palis, também afirmou, ao ser
solicitada para fazer contas do crescimento médio do PIB nos governos Fernando
Henrique Cardoso e Lula, que “pode-se comparar (os números), é o melhor que a
gente conseguiu fazer, mas não é totalmente comparável em termos políticos”.
Ao que parece, sua escolha deve-se ao fato de que, na revisão do PIB, houve uma queda
muito grande em 1996 (de 2,7% para 2,2%) e em 1999 (de 0,8% para 0,3%), em relação
a 1997 e a 1998.
Porém, para mostrar sua imparcialidade jornalística, o(a) autor(a) da notícia cede
espaço para o alerta do coordenador de contas nacionais do IBGE, que diz que “é
preciso evitar interpretações políticas”.
No entanto, aproveita para informar que os PIBs anuais do governo FHC “decresceram
na maioria com a nova série”, mas que o mandato de Lula, até 2005, “mostrou
crescimentos mais fortes no PIB em relação aos anteriormente divulgados”.
A primeira pergunta que você deve fazer antes de ler um texto é se ele é literário ou não
literário. Isso porque as características de um texto artístico são diferentes das de
um texto funcional.
Você não pode ler um texto literário da mesma forma que lê uma notícia de jornal ou
um artigo científico. Então, entenda a diferença entre um texto literário e não literário.
Antes de começar uma leitura mais detalhada do texto, busque criar hipóteses sobre o
conteúdo que você vai ler. Assim, você inicia a leitura mais preparado(a), pois já sabe
mais ou menos o assunto do texto. Nessa sua pré-leitura, busque saber:
A prática da leitura aprimora a sua compreensão textual, além de permitir que você
acumule um repertório, que vai possibilitar o entendimento de vários outros textos, de
tipos e gêneros diversos.
4. O conhecimento de mundo que auxilia a leitura não está restrito aos livros
Sublinhe as informações mais relevantes, circule partes que não compreendeu para
retomá-las mais tarde e anote suas dúvidas ou descobertas, pois os textos têm a
capacidade de gerar questionamentos e fazer revelações.
É preciso ler mais de uma vez para chegar ao entendimento e encontrar, enfim, o(s)
sentido(s) e o(s) objetivo(s) do texto.
Exemplo:
A seguir, vamos ler e interpretar um texto do gênero poema, do poeta português Luís
Vaz de Camões (1524-1580). Por ser um poema camoniano, pode-se afirmar que é um
texto literário. Esse poeta faz parte do Classicismo e, portanto, apresenta obras mais
racionais e menos emotivas, além de utilizar a medida nova, os versos decassílabos.
O texto não apresenta título, mas sabemos, pela sua forma, que é um soneto. Esse tipo
de composição poética inicia e conclui uma ideia em apenas catorze versos.
Se vou ler um poema, é porque quero refletir sobre determinado assunto, me admirar
com a linguagem e ter contato com a beleza estética. Porém, devo estar atento ao
contexto de produção dessa obra, que é o século XVI, no período do Renascimento, o
qual faz um resgate da cultura greco-latina, que já observamos no primeiro verso:
Então, podemos entender que Apolo e as noves Musas cantavam ao som de uma lira e
exerciam influência sobre (inspiravam) o eu lírico. Ele, então, pegou a pena. Aqui, o
conhecimento de mundo do(a) leitor(a) é importante, pois ele(a) precisa saber que
“pena”, no passado, era um instrumento de escrita.
Na segunda estrofe, o eu lírico reproduz o que ele escreveu com a pena. Ele afirma que
era um dia e uma hora felizes quando olhos o “feriam”. Nesse ponto, nos deparamos
com uma metáfora, que dá aos olhos características de uma arma. Provavelmente, o
arco e a flecha do Cupido, personagem integrante da mitologia greco-romana. No caso,
os olhos machucavam o eu lírico, e essa “dor” estaria associada ao amor.
A partir do primeiro terceto, o eu lírico afirma que “cantava” (fazia versos) quando o
Amor fez com que a esperança se afastasse, “tão ligeira que quase era invisível”.
Essa esperança está relacionada ao amor do dono ou dona dos olhos que “feriam”.
Por isso, no eu lírico, o claro dia (a alegria) converteu-se em noite (tristeza). E se lhe
restou alguma esperança, foi de experimentar um mal ainda maior, se é que isso é
possível.
Dessa forma, conseguimos ter quase cem por cento de entendimento do texto. E digo
“quase” porque é comum não conseguirmos entender uma poesia completamente. Aliás,
uma poesia facilmente entendível, normalmente não é uma boa poesia. Porém, se você
não consegue entender uma passagem do poema agora, às vezes, em futuras leituras, o
entendimento se faz.
Para ser bem-sucedido(a) no Enem, o(a) candidato(a) deve ser capaz de interpretar
textos literários e não literários, verbais e não verbais. Assim, as questões buscam
comprovar o entendimento profundo do texto lido.
Às vezes, também busca, a partir do texto, verificar se o(a) candidato(a) possui
conhecimentos linguísticos e literários variados, como noções de gêneros e tipos
textuais, figuras de linguagem, estilos de época etc.
VERISSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio.
Porto Alegre: L&PM, 2000.
Nessa questão, é exigido o conhecimento sobre o gênero textual cartum. Além disso, ela
busca comprovar que o(a) candidato(a) consegue perceber o que provoca o
humor no texto, ou seja, a ideia de que um cientista só consegue explicar algo a partir
de uma linguagem científica, e, portanto, só cientistas podem entender outros cientistas,
já que eles usam uma linguagem específica, como afirma a alternativa A.
Questão 1 - (Enem)
É um mito que está desaparecendo, pouca gente o conhece. É provável que a geração
infantil atual o desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos falar que
aparecia atrás da igreja de São Benedito no largo do Rosário.) Aparece atrás das
igrejas antigas. Não faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com seus
bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do lugar costumeiro da aparição, a
qual só se dá à noite, depois de terem “cumprido a sina”.
Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a gente atirar contra a porca, o tiro não
acerta. Ninguém é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja de Nossa
Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz.
Os mitos são importantes para a cultura porque, entre outras funções, auxiliam na
composição do imaginário de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui
com o patrimônio cultural brasileiro porque
Resolução
As atrizes
Naturalmente
Ela sorria
Trocava a roupa
Na minha frente
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Tomavam banho
Na minha frente
[…]
Presentemente represente
Na canção, Chico Buarque trabalha uma determinada função da linguagem para marcar
a subjetividade do eu lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa
admiração está marcada em
Resolução
este estudo, você vai entender que em toda construção textual há um objetivo
comunicativo. Nesse processo de comunicação entre autor-texto-leitor, há informações
contidas no texto de maneira explícita e de maneira implícita. Bons estudos!
Minha sombra
De manhã
a minha sombra
Com meu papagaio e o meu macaco
Começam a me arremedar.
E quando saio
A minha sombra vai comigo
Fazendo o que eu faço
Seguindo os meus passos.
Depois é meio-dia.
E a minha sombra fica do tamaninho
De quando eu era menino.
Depois é tardinha.
E a minha sombra tão comprida
Brinca de pernas de pau.
LIMA, Jorge de. Minha Sombra In: Obra Completa. 19. ed. Rio de Janeiro: José
Aguillar Ltda., 1958
De acordo com o texto, a sombra imita o menino
(A) de manhã.
(B) ao meio-dia.
(C) à tardinha.
(D) à noite.
Para responder essa questão, é preciso que você note que em cada parte do poema há
um momento do dia. Em seguida, identifique em qual deles a sombra está imitando. À
noite, a sombra “põe a mão por baixo da mão do menino”, como pode ser visto na
última estrofe. À tardinha, a sombra brinca com pernas de pau. Ao meio-dia, a sombra
fica pequena, como ele era quando criança. Essas informações estão explícitas na
segunda estrofe. Pela manhã, a sombra começa a arremedar o menino. A palavra
“arremedar” e sinônimo de “imitar”. Veja que a única resposta possível é a letra A.
As informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser
subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do
que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas do que está dito. Essas informações podem ser
construídas pelo leitor por meio da realização de inferências que as marcas do texto
permitem.
Observe, agora, como os implícitos podem aparecer em questões. Leia o texto a seguir.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não
era interessante.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e
ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.
O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O
resultado não foi o esperado porque
Para responder essa questão, é preciso que o leitor faça um exercício de interpretação
mais aprofundado, pois deve considerar as pistas dadas pelo texto. Nem tudo está dito
de maneira explícita.
No texto, quando a menina grita a mãe, fica implícito que ela não agiu normalmente em
relação ao homem que estava no cano. Em “Vários dias foi rodando, até que tudo se
tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.” Fica explícito que o cano
não era interessante para o homem, que já estava chato, monótono. Essa informação não
está no fim do texto, não é o resultado da narrativa. O funcionamento das engrenagens é
mencionado no meio do texto e também não quebra as expectativas do leitor em relação
ao que está acontecendo.
Na letra D, temos a mãe manifestando nenhum interesse pela situação fora do comum
que sua filha está presenciando. No fim do texto, no último parágrafo é dito: “Não
obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu
pelo esgoto.” De quem a menina não obteve resposta? Da mãe. A ausência dessa
resposta deixa implícito que a mãe, ao não responder, demonstrou desinteresse pela
situação. Essa informação não está escrita, com essas palavras, mas, pelo contexto e
pelas pistas deixadas no último parágrafo, é facilmente compreensível que essa seja a
resposta correta para o enunciado.
Atividade
Agora que você já consegue distinguir as informações explícitas das implícitas do texto,
leia o texto a seguir. Na sequência, aponte sobre ele informações que estão explícitas e
outras que estão implícitas.
Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou a fita métrica e ajudada por seis aranhinhas
muito espertas, principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma
fazenda cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar.
Teceu também peças de fita e peças de renda e de entremeio — até carretéis de linha de
seda fabricou.
rtigo
Significação Contextual para TJ/SP
por Renata Araújo Sodré da Silva
O TJSP, o maior tribunal do país, publicou um novo edital com 400 vagas
imediatas para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário, que exige apenas nível médio
de escolaridade.
Com uma remuneração atraente de R$ 5.480,54, além dos auxílios para alimentação,
saúde e transporte e possibilidade de teletrabalho, esta é uma chance incrível para quem
busca uma carreira estável e bem remunerada.
E, para ajudá-los nos estudos, vamos aprender sobre o Significação Contextual para
TJ/SP, um dos tópicos constantes da disciplina de Língua Portuguesa.
Considerações Iniciais – Significação Contextual para TJ/SP
Então, sem mais delongas, vamos mergulhar um pouco mais fundo na significação
contextual para TJ/SP!
Para entendermos melhor sobre significação contextual para TJ/SP, precisamos entender
que a língua se manifesta como um sistema de símbolos convencionais governados por
regras, representadas pela gramática. Este sistema representa os elementos que usamos
para nos comunicar, ligados ao significante e ao significado.
Sinônimos
Forte / Atlético
Bonito / Belo
Brilhante / Luminoso
Casa / Lar
Calmo / Tranquilo
“- Olha lá, empatando o trânsito. Que absurdo! Só podia ser carro de autoescola.”
A palavra sublinhada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:
a) impulsionando
b) alavancando
c) estorvando
d) promovendo
Antônimos
Se sinônimos são palavras que indicam o mesmo significado, antônimos são palavras
ou expressões que têm significados opostos ou complementares. Ou seja, eles são
usados para fornecer contrastes e nuances ao vocabulário de uma língua, e para
expressar ideias e conceitos de maneira precisa e clara. Além disso, antônimos são úteis
para reforçar o significado de uma palavra ou para sublinhar relações de oposição entre
ideias.
Forte / Fraco
Bonito / Feio
Brilhante / Apagado
Calmo / Nervoso
Polissemia
A polissemia pode ser entendida como o fenômeno linguístico pelo qual uma única
palavra ou expressão pode ter mais de um significado ou sentido. Isto ocorre porque
o significado de uma palavra pode mudar ao longo do tempo ou depender da trama em
que é usada.
“Este deveria ser o nosso papel na sociedade” – Nesta frase, a palavra “papel”
significa função.
Homônimos
Homônimos são palavras que têm a mesma forma escrita ou pronúncia, mas
diferem em significado, gramática ou origem.
Vamos ver como o exemplo de uma questão sobre o assunto em provas de concursos
públicos:
Nas frases “Minha esposa está se submetendo a diversas sessões de terapia” e “Seu
medicamento está na seção de ansiolíticos”. Podemos afirmar que as palavras
destacadas demonstram um caso de:
a) paronímia
b) polissemia
c) homonímia
d) sinonímia
Parônimos
Parônimos são palavras que têm a mesma origem etimológica, mas diferem na
escrita, pronúncia ou significado. Alguns exemplos de parônimos são:
(2022) Banca: IESES Órgão: SAP-SC Prova: IESES – 2022 – SAP-SC – Técnico em
Atividades Administrativas
“Ela foi dormir assim que a noite chegou” / “Depois que ele se foi, todos os dias se
tornaram noite“.
Perceba que na primeira frase a palavra noite tem o significado literal, ou seja,
significa o tempo compreendido entre o crepúsculo vespertino e o matutino, o
contrário de dia.
Sentido Figurado
Antes de mais nada, é preciso entender que o sentido figurado de uma palavra é
criado por meio de figuras de linguagem, tais como: comparação, metonímia,
metáfora, ironia, hipérbole, dentre outras. O sentido figurado permite que as palavras
sejam usadas de maneira mais expressiva e criativa, auxiliando na transmissão de ideias
de maneira mais criativa, expressiva e impactante.
“Michelle achou Pedro um gato!” – Aqui a palavra “gato” não está em seu sentido
literal, mas em seu sentido figurado. Significa que Michelle achou Pedro um rapaz
bonito.
“O coração dela tinha se transformado em pedra.” – O contexto da frase não quis dizer
que o coração se transformou mesmo em “pedra”, mas apenas que o coração endureceu,
tornou-se mais frio, mais duro, mais difícil de transpassar.
“Ele morreu de tanto rir” – A frase não quis dizer que a pessoa realmente morreu
(faleceu), mas quis dizer que a pessoa riu excessivamente.
Ve lo cid a d e
Falar sobre semântica significa, antes de tudo, falar sobre significante e significado.
Mas, a propósito, tais elementos estabelecem relação com exatamente o quê?
Sabemos que nós, assim como muitos outros, pertencemos a um grupo social falante da
língua portuguesa – nosso idioma oficial. Assim sendo, podemos afirmar que essa
mesma língua se manifesta como um sistema de signos convencionais regidos por certas
regras de organização, representadas pelos preceitos gramaticais.
Esse sistema de signos representa os elementos que utilizamos para nos comunicar, os
quais se relacionam ao significante e ao significado, expressos anteriormente.
Sinonímia:
Bondoso = Caridoso
Antonímia:
Bondoso x Maldoso
Paronímia:
Emigrar x Imigrar
Homonímia:
Acento x Assento
Polissemia:
Fazendo referência a esse caso, há que se constatar que, dependendo do contexto, uma
mesma palavra pode assumir distintos significados.
Denotação e Conotação:
Admiro o voo dos pássaros. (sentido literal, retratado pelo dicionário) = denotação
Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras
Figuras de palavras
As figuras de palavras são usadas para tornar os textos mais bonitos ou
expressivos através da utilização das palavras e dos seus significados.
Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes
e cujo conectivo de comparação (como, tal qual) fica subentendido na frase.
Exemplos:
A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Na tirinha acima, "uma caravana de rosas vagando num deserto inefável" é uma
metáfora do amor.
Comparação
Exemplos:
Na tirinha acima, o amor é comparado a uma flor e a um motor. Neste caso foi
utilizado o conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o
motor do carro".
Metonímia
Exemplos:
Na tirinha acima, uma parte (cabeças de gado) tem o significado do todo (boi).
Catacrese
Exemplo:
Sinestesia
Exemplos:
Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. (A frieza está
associada ao tato e não à visão.)
Perífrase
Exemplos:
Figuras de pensamento
As figuras de pensamento são usadas para tornar os textos mais bonitos ou
expressivos através da utilização de ideias e pensamentos.
Hipérbole
Exemplos:
Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
Exemplos:
Entregou a alma a Deus. (Nesta frase está sendo informada a morte de alguém.)
Na charge acima, "produtora de biografias orais não autorizadas" foi uma forma
delicada de dizer que a mulher é, na verdade, uma fofoqueira.
Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-
se ao eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplos:
— Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe. (Pelo discurso,
percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não
são boas.)
Na tirinha acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você
deveria aperfeiçoar essa técnica".
Ironia
Exemplos:
Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos
humanos a objetos ou aos seres irracionais.
Exemplos:
Antítese
Exemplos:
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas
de termos (tal como no caso da antítese).
Exemplos:
Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. (Como é possível alguém estar
cego e ver?)
Na tirinha acima, as ideias com sentidos opostos (certeza e relativa) é um
exemplo de paradoxo.
Gradação
Exemplos:
Exemplos:
Na tirinha acima, notamos a ênfase no segundo quadrinho: "Ai meu Deus!!! Ele
vai me matar! O que faço!? É o fim!"
Figuras de sintaxe
As figuras de sintaxe são usadas para tornar os textos mais bonitos ou
expressivos através da construção gramatical das frases e orações.
Elipse
Exemplos:
Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplos:
Hipérbato
Exemplos:
São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
A charge acima é um exemplo de hipérbato, porque se tivesse sido escrito na
ordem direta, o nosso hino começaria assim: "As margens plácidas do Ipiranga
ouviram o brado retumbante de um povo heroico".
Polissíndeto
Exemplos:
Exemplos:
Anacoluto
Exemplos:
Eu, parece que estou ficando zonzo. (A estrutura normal da frase é: Parece que
eu estou ficando zonzo.)
Magali, comer é o que ela mais gosta de fazer. (A estrutura normal da frase é: O
que a Magali mais gosta de fazer é comer.)
Pleonasmo
Exemplos:
A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
Na tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair"
já significa "para fora".
Silepse
A silepse é a concordância com a ideia que se pretende transmitir, e não com o
que está implícito. Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de
pessoa.
Exemplos:
Anáfora
Exemplos:
Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu
estarei aqui sempre para você.
A charge acima é um exemplo de anáfora, porque há várias repetições do termo
"falta".
Figuras de som
As figuras de som são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos
através da sonoridade das palavras.
Aliteração
Exemplos:
"Chove chuva.
Chove sem parar". (Jorge Ben Jor)
Na tirinha acima, ocorre aliteração, porque a letra "r" é repetida muitas vezes
em "O rato roeu a roupa do rei de Roma."
Paronomásia
Exemplos:
Assonância
Exemplos:
Onomatopeia
Exemplos:
Figuras de
Figuras de Figuras de Sintaxe Figuras de Som
Palavras ou
Pensamento ou construção ou harmonia
semânticas
hipérbole
eufemismo elipse
metáfora litote pleonasmo
comparação ironia zeugma
aliteração
metonímia personificação ou hipérbato
paronomásia
catacrese prosopopeia silepse
assonância
sinestesia antítese polissíndeto
onomatopeia
perífrase ou paradoxo ou assíndeto
antonomásia oxímoro anacoluto
gradação ou clímax anáfora
apóstrofe
Funções da Linguagem
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função
poética, função fática, função conativa e função metalinguística.
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem
estar presentes num mesmo texto.
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma
vez que possui um caráter pessoal.
Função Poética
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a
utilização do sentido conotativo das palavras.
Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de
linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários.
Também encontramos a função poética na publicidade ou nas expressões
cotidianas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas,
trocadilhos, músicas).
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de
sabedoria. Falava de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da
manga.
Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a
comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o emissor e o
receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões
de cumprimento, saudações, discursos ao telefone, etc.
Vote em mim!
Entre. Não vai se arrepender!
É só até amanhã. Não perca!
Função Metalinguística
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a
linguagem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
código utilizando o próprio código.
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem
como exemplifica a função metalinguística.
Paráfrase
Texto Original
Paráfrase
Paródia
Texto Original
Paródia
Textualidade
Por Rafael Camargo de Oliveira
Coerência
A coerência diz respeito ao nexo entre os conceitos
estabelecidos e à coesão. Assim, coesão e coerência andam
juntas. Quando se afeta uma, é muito provável que a outra
também seja afetada.
Exemplo:
O computador desligou. A energia acabou.
A relação lógico-semântica é construída a partir da correlação
entre o computador desligado (consequência) e o fato de não
haver energia (causa). Essa conexão semântica só é possível
através de uma compreensão da coerência dos fatos. Para fins
de comparação, uma sentença como “O computador desligou.
A bicicleta estragou” não apresenta nenhuma conexão entre
ambas as ações, sendo consideradas isoladas. Isso ocorre por
não haver coerência entre as informações fornecidas.
Leia também: Tipos de coerência — conhecê-los contribui
para a escrita de uma boa redação
Fatores pragmáticos
Intencionalidade: Está direcionada ao protagonista
do ato comunicativo (aquele que fala ou escreve).
Trata-se da disposição e empenho de se construir
um discurso coerente, coeso e com grande
capacidade de satisfazer determinada audiência. A
intencionalidade são as informações e
conhecimentos prévios que o autor tem para chegar
a seu público.
Aceitabilidade: É o outro lado da moeda, isto é,
está direcionada para o receptor ou leitor do texto.
Refere-se às expectativas com relação ao texto: é
um conteúdo coeso? É sobre algum assunto do meu
interesse ou que possa despertar meu interesse? Vai
me ensinar algo?
Situacionalidade: É voltada para o contexto no
qual a situação comunicativa está inserida. Ela se
relaciona à adequação ou não do contexto, pois ele
pode influenciar no significado do texto. Um texto
inserido em contextos distintos pode produzir
significados completamente diversos.
Informatividade: Nesse fator, consideram-se as
informações prévias e as informações novas obtidas
no texto. É preciso que haja equilíbrio entre ambas,
pois um texto que possui apenas informações
prévias não traz novidade ao leitor. Já um texto
somente com informações novas pode dificultar a
compreensão de uma leitura.
Intertextualidade: É a chamada relação entre
textos. Um texto estabelece vínculos com outros por
meio de citações diretas ou indiretas, isto é, ele
pode retomar uma narrativa, um fato, uma imagem
ou gráfico, uma ideia ou um conjunto de
frases/sentenças presentes em outros textos, seja
para afirmá-los ou refutá-los.
Variações linguísticas
Variações linguísticas procuram estabelecer uma comunicação
adequada ao contexto pedido. As variações podem ser históricas,
geográficas, sociais e estilísticas.
As variações linguísticas são determinadas pelos mais variados fatores.
Quando falamos em variação linguística, analisamos os diferentes
modos em que é possível expressar-se em uma língua, levando-se em
conta a escolha de palavras, a construção do enunciado e até o tom da
fala. A língua é a nossa expressão básica, e, por isso, ela muda de acordo
com a cultura, a região, a época, o contexto, as experiências e as
necessidades do indivíduo e do grupo que se expressa. Veja quantos
fatores empregamos para adequar a nossa fala à situação e ao grupo em
que nos encontramos.
Leia mais: Funções da linguagem – papéis que a linguagem cumpre
enquanto elemento de comunicação
Preconceito linguístico
Tendo tantas variações e nuances, pudemos ver que cada contexto social
traz naturalmente um modo mais ou menos adequado de expressão,
sendo importante entender que as variações linguísticas existem para
estabelecer uma comunicação adequada ao contexto pedido.
Apesar disso, as diversas maneiras de expressar-se ganham status de
maior ou menor prestígio social baseado em uma série de preconceitos
sociais: as variações linguísticas ligadas a grupos de maior poder
aquisitivo, com algum tipo de status social, ou a regiões tidas como
“desenvolvidas” tendem a ganhar maior destaque e preferência em
relação às variedades linguísticas ligadas a grupos de menor poder
aquisitivo, marginalizados, que sofrem preconceitos ou que são
estigmatizados.
Desenvolve-se, assim, o preconceito linguístico, que se baseia em
um sistema de valores que afirma que determinadas variedades
linguísticas são “mais corretas” do que outras, gerando um juízo
de valor negativo ao modo de falar diferente daqueles que se
configuram como os “melhores”. O preconceito linguístico nada mais é
do que a reprodução, no campo linguístico, de um sistema de valores
sociais, econômicos e culturais.
No entanto, ao estudarmos as variações linguísticas, percebemos
que não há uma única maneira de expressar-se e que, portanto, não há
apenas um modo certo. A língua e sua expressão variam de acordo com
uma série de fatores. Antes de tudo, ela deve cumprir seu papel de
expressão, sendo compreendida pelos falantes e estando adequada aos
contextos e às expectativas no ato da fala. Dessa forma, o ideal do
preconceito linguístico, que gera juízo de valor às diferentes variações
linguísticas, não deve ser alimentado.
A linguagem formal e informal são duas variantes linguísticas que possuem o intuito de
comunicar. No entanto, elas são utilizadas em contextos distintos.
A linguagem formal, também chamada de "culta" está pautada no uso correto das
normas gramaticais.
Assim, para que isso não aconteça, é muito importante estar atento a essas variações
para não cometer erros.
Duas dicas muito importantes para evitar escrever um texto repleto de erros e
expressões coloquiais são: conhecer as regras gramaticais e possuir o hábito da leitura.
A leitura auxilia na compreensão e produção dos textos, uma vez que amplia o
vocabulário do leitor.
"Doutor Armando seguiu até a esquina para encontrar o filho que chegava da escola,
enquanto Maria, sua esposa, preparava o almoço.
Quando chegaram em casa, Armando e seu filho encontraram Dona Maria na cozinha
preparando uma das receitas de família, o famoso bolo de fubá cremoso, a qual
aprendera com sua avó Carmela."
"O Doutor Armando foi até a esquina esperá o filho que chegava da escola. Nisso, a
Maria ficou em casa preparando o almoço.
Quando eles chegarão em casa a Maria tava na cozinha preparando a famosa receita da
família boa pra caramba o bolo de fubá cremoso.
Aquele que ela aprendeu cum a senhora Carmela anos antes da gente se casá."
Já no segundo, o texto não segue as normas da língua culta, ou seja, apresenta erros
gramaticais, ortográficos e falta de pontuação.