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2023
ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
ELABORADORES/AS
Linguagens e suas Tecnologias
Daniela de Souza Ferreira Mesquita – Coordenadora de Área/Língua Portuguesa
Carlos César Higa – Mundo do Trabalho
Daniela Amâncio Cavallari – Língua Estrangeira - Inglês
Daniella Ferreira da Conceição – Língua Estrangeira - Espanhol
Ivair Alves de Souza – Língua Portuguesa
Luiz Carlos Silva Junior – Educação Física
Maria Caroline Guimarães Leite Logatti – Arte/Mundo do Trabalho
Revisão
Daniela de Souza Ferreira Mesquita
Sara Giselle de Cássia Alexandre Gondim
Sônia Maria Leão Lima Santos
Designer Gráfico
Hugo Leandro de Leles Carvalho – Capa
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLP03A) Construir textos escritos e orais, pre-
sentes na disseminação das práticas culturais contem-
porâneas, fazendo uso do estilo e da funcionalidade
deles em diferentes situações de uso para promover
as relações de construção da textualidade (intertextu-
alidade, paráfrase, citação, paródia, alusão, referência,
epígrafe) e interdiscursividade.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Literatura-gêneros literários: épico, Reflexões sobre
os usos da língua, Leitura, compreensão, análise e
Fonte: Imagem disponível em: h�ps://ep01.epimg.net/elpais/
interpretação de textos. Estratégias de leitura e com-
imagenes/2019/05/20/eps/1558350781_612997_156078624
preensão de textos. Análise, interpretação e produção 1_noticia_normal.gif
de textos multimodais. Acesso em: 24 ago. 2022.
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
“As imagens de um celular têm uma qualidade Refugiados no Korem Camp – Etiópia – 1984
incrível, mas não são fotografia. Fotografia é algo que
você toca, que guarda” Sebastião Salgado
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado (1944) é
considerado um dos mais talentosos fotojornalistas
do mundo. A sua fotografia é documental, um olhar
único, promove denúncia social e, com um olhar úni-
co, mostra cenários desconhecidos do grande público.
Viajou por mais de 130 países e participou de di-
ferentes projetos. O brasileiro começou a fotografar
em 1973, aos quase 30 anos, como um autodidata,
Fonte:bhttp://www2.eca.usp.br/cms/images/stories/refugia-
com um olhar sobretudo social e humanitário. dos%20no%20korem%20camp%20%20etipia%20%201984.jp.
Salgado procura fazer as pessoas refletirem sobre
a situação econômica do local retratado, seja por meio Entregadores de madeira México - 1990
do choque, ou seja, por meio da imagem realista da
pobreza, da dor e da fome. Uma vez questionado em
uma de suas exposições, disse: “Espero que a pessoa
que entre nas minhas exposições não seja a mesma
ao sair”.
Interessou-se fotografia porque ela tem a capaci-
dade de expressar, com maior impacto e intensidade,
a situação de miséria em que vivem as pessoas de
países africanos da região do Sahel, como também a
violência da Guerra Civil da Angola.
Fonte: h�p://www2.eca.usp.br/cms/images/stories/entrega%20
Através de suas lentes, Salgado explora temas de%20madeira%20%20mxico%20-%201990.jpg
clássicos da Economia como desigualdade social e
globalização. Sua intenção é gerar debate ao redor
a) Como Sebastião Salgado é visto no universo
dessas questões expondo-as da forma mais clara pos-
da fotografia?
sível em suas imagens. b) Quais as reflexões Sebastião Salgado procuram
O trabalho de Salgado tem o mérito de levar a dis- provocar nas pessoas com suas fotos?
cussão sobre o que vendo ou não, muitos não querem
enxergar. Isto é, a obra de Salgado traz a dor daqueles 2. A fotografia faz parte da nossa vida, registra os
que sofrem com a guerra, o descaso daqueles que a momentos bons ou ruins, ainda mais com as câmeras
provocam, o efeito devastador da fome, do trabalho dos celulares, registrar tudo faz parte do nosso dia a
indigno, da falta de oportunidade para sobreviver. dia. Quando vemos uma imagem fotográfica pode-
Isto significa que, profunda ou não, o valor de suas mos ver além das imagens que estão ali, fazemos as
obras, cientificamente falando, está no fato de en- nossas interpretações. Observe as fotografias a se-
contrar uma nova forma para discutir questões de guir e escreva as impressões que você teve delas. Elas
forma a conscientizar pela emoção, aqueles que não denunciam alguma coisa? Trazem alguma memória?
são tocados por números, gráficos e palestras. Mesmo Despertam algum sentido?
que o assunto perca seu ar de novidade, a iniciativa
de colocá-lo em pauta é válida.
Do ponto de vista ar�stico é impossível não ter
reação nenhuma diante de uma foto de Sebastião
Salgado. Sebastião consegue captar com sua lente
a indignação que qualquer olho humano com o mí-
nimo de sensibilidade emocional captaria no exato
momento em que fotografa, e é este detalhe que faz
seu trabalho provocar o efeito ar�stico de forma que,
da própria expressão emocional, o artista provoque
a emoção no outro.
Fonte:h�p://www2.eca.usp.br/cms/index.php%3Foption=com_
content&view=article&id=67:sebastiao-salgado&catid=14:fo-
lios&Itemid=10 Acesso em: 22 ago. 2022. (adaptado)
Veja algumas fotografias de Sebastião Salgado Fonte: arquivo dos autores
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
1.
2.
Análise e Interpretação de Texto
O poema parnasiano
[...]
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Fonte: arquivo dos autores
Faz de uma flor.
3.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
O alvo cristal, a pedra rara, (D) silabação.
O ônix prefiro. (E) perfeição.
Por isso, corre, por servir-me; 3. Dentre as seguintes passagens, extraídas de poe-
Sobre o papel mas de outros autores, assinale aquela que pode
A pena, como em prata firme ser considerada uma reiteração da proposta con-
Corre o cinzel. tida no fragmento de “Profissão de Fé” é
[...] (A) “Este verso, apenas um arabesco / em torno
do elemento essencial – inatingível”.
Torce, aprimora, alteia, lima (B) “Assim eu quereria o meu último poema / Que
A frase; e, enfim, fosse terno dizendo as coisas mais simples e
No verso de ouro engasta a rima, menos intencionais”.
Como um rubim. (C) “Musa ! (…) dá-me o hemis�quio d’ouro, a ima-
gem atrativa, / A rima (…) / a estrofe limpa e
Quero que a estrofe cristalina, viva”.
Dobrada ao jeito (D) “Mundo, mundo vasto mundo, / se eu me cha-
Do ourives, saia da oficina masse Raimundo / seria uma rima, não seria
Sem um defeito. uma solução.”
[...] (E) “Catar feijão se limita com escrever: / joga-se
os grãos na água do alguidar / e as palavras
Assim procedo. Minha pena na da folha de papel”.
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena, 4 . Indique, dentre os versos a seguir, aquele que,
Serena Forma! sob o ponto de vista da métrica, tem a mesma
contagem de sílabas do verso: Do ourives, saia
da oficina:
(A) “A natureza apática esmaece”.
(B) “Minha terra tem palmeiras”.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM (C) “Dobra o sino … soluça um verso de Dirceu…”.
(D) “Não morrerás, deusa sublime!”.
Leia este trecho do lindo poema “Profissão de fé” de (E) “São Paulo! comoção de minha vida …”.
Olavo Bilac e, em seguida, faça os exercícios.
Fonte: Disponível em: h�ps://maiseducativo.com.br/exercicio-
“Torce, aprimora, alteia, lima -com-poema-profissao-de-fe-de-olavo-bilac/. Acesso em 9 ago.
2022. (Adaptado)
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim, PARÁFRASE
Quero que a estrofe cristalina,
Dobradas ao jeito Professor/a, ressalte com seus/suas
Do ouvires, saia da oficina estudantes que uma paráfrase é diferente
Sem um defeito.” de uma paródia, por exemplo. Na paródia
(Olavo Bilac, “Profissão de Fé”, Poesias) um texto (ou mesmo a letra de uma música) é rescri-
to usando elementos de humor, tendo o objetivo de
1. Nos versos acima, a atividade poética é compara- criticar ou mesmo ironizar algo. A paráfrase também
da ao lavor do ourives porque, para o autor, não deve ser confundida com o resumo. O resumo
(A) a poesia é preciosa como um rubi. trata-se da reescrita do texto omitindo informações
(B) o poeta é um burilador. secundária dele, ou seja, é um texto mais enxuto, ele
(C) a poesia não pode faltar a rima. tem o objetivo de encurtar o texto principal. O que di-
(D) o poeta não se assemelha a um artesão. ferente da paráfrase que apenas é um modo diferente
(E) o poeta emprega a chave de ouro. do mesmo texto, com o mesmo sentido e as mesmas
informações completas. A paráfrase também aparece
2. Pode-se inferir do texto acima que, para Olavo quando se converte uma poesia em prosa, ou quando
Bilac, o ideal de forma literária é a se leva um conto ou um romance para o campo do
(A) libertação. verso. Certos livros clássicos, por outro lado, também
(B) condição. dão origem a uma paráfrase quando alguns autores
(C) linguagem. procuram “atualizar” a sua linguagem e substituem
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
o vocabulário original por termos que são mais fre-
quentes na época atual. A tradução de um texto de
uma língua para outra, por fim, pode considerar-se
uma paráfrase. SAIBA MAIS
A paráfrase é um discurso ou um texto que preten-
de explicar e ampliar uma informação, com o objetivo Como parafrasear um texto
de tornar os dados mais fáceis de entender e assimilar Para fazer uma paráfrase de um texto, frase ou
pelo receptor. O conceito deriva de paraphrăsis, que imagem, é preciso:
é um termo latino. Ter conhecimento do conteúdo e do sentido da
A paráfrase pretende esclarecer as várias dimen- obra original;
sões de uma mensagem. Para tal, faz uma espécie de Ser capaz de produzir uma boa interpretação do
imitação do discurso original, ainda que recorrendo a texto de base;
uma linguagem diferente. Analisar o material parafraseado e reconhecer a
Existem diversas maneiras de fazer uma paráfra- autenticidade da nova versão
se. Pode-se reescrever absolutamente a mensagem, Estudo do texto original e seu contexto;
criando um texto novo, mas que mantenha o primeiro Bom uso e domínio do português para uso de fi-
significado. Outra opção é recorrer ao sinônimo para gura de linguagem e interpretação de texto;
trocar as palavras, conservando a sintaxe quase sem Finalmente, ser capaz de transcrever o texto em
alterações. outras palavras.
Ex. De depósito em depósito, a conta fica cheia de Fonte: Disponível em: h�ps://mystudybay.com.br/blog/pa-
dinheiro. (Paráfrase de “De grão em grão, a galinha rafrase/?ref=1d10f08780852c55 Acesso em: 30 ago. 2022.
enche o papo.”)
Assim, existem dois tipos de paráfrase: a paráfrase
criativa e a reprodutiva. A criativa trata-se daquela
em que se faz um novo texto a partir de outro. Já a
paráfrase reprodutiva é quando se usa o texto original ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
e apenas trocam-se algumas palavras (a reelaboração
de sentenças sem a cópia total). 1. Qual das frases abaixo representa melhor uma
Para o bom domínio da paráfrase, seja ela a pa- paráfrase do ditado popular “camarão que dorme
a onda leva”?
ráfrase criativa, seja ela reprodutiva é preciso bom
(A) Camarão é bicho que vive dentro d’água.
domínio das referências culturais, da língua materna (B) Me deixo levar por ondas assim como os ca-
e de usos atualizados de termos, assim como capaci- marões.
dade de interpretar uma informação e transcrevê-la (C) Quem bobeia perde o bonde.
em novas palavras. (D) As ondas servem de meio de locomoção dos
Um uso habitual da paráfrase, por exemplo, é crustáceos.
quando você explica, com as suas próprias palavras, (E) Quem dorme no ponto, perde o trem.
algo que lhe seja transmitido pelo professor.
A paráfrase é classificada como uma intertextuali- 2. A principal característica da paráfrase é
dade, ou seja, a criação de um texto a partir de outro (A) repetir as mesmas palavras da frase original.
texto. E ainda pode ser descrita como uma tradução (B) ironizar o conteúdo de um texto ou imagem
feita dentro da própria língua, por exemplo: quando cultural.
pegamos um texto em português e o reescrevemos. (C) sofisticar uma ideia com linguagem complexa,
dando um sentido diferente à fonte textual.
(D) aproveitar o sentido de um texto e usar novas
Importante! palavras para transmiti-lo.
Uma coisa extremamente importante a se saber (E) inserir imagens ao texto para facilitar a com-
sobre esse tipo de intertextualidade é que, mesmo preensão.
sendo essa uma reescrita de outro texto usando as
palavras de outra pessoa (ou da mesma pessoa), 3. Assinale o item onde encontramos paráfrases?
não é permitido que hajam comentários críticos ou (A) Apenas em textos literários.
mesmo em tom de ironia. (B) Quando um autor cópia outro anterior.
(C) Em textos que recuperam ideias anteriormente
elaboradas.
Fonte: Disponível em: h�ps://conceito.de/parafrase Acesso em: (D) Em publicidades que utilizam a ironia para
30 ago. 2022.
vender seus produtos.
(E) Somente em romances, contos e novelas.
Fonte: Disponível em: h�ps://mystudybay.com.br/blog/parafra-
se/?ref=1d10f08780852c55 Acesso em: 30 ago.2022. (Adaptado)
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
PARÓDIA
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
dável! Ai de mim, todo na perdição e é como se a ferramenta de edição de som inseridos no contexto
grande culpa fosse minha. Quero que me lavem de produção, circulação e recepção para enriquecer a
as mãos e os pés e depois – depois que os untem competência e os letramentos digitais e potencializar
com óleos santos de tanto perfume. Ah que von- o interesse e o protagonismo.
tade de alegria. Estou agora me esforçando para
rir em grande gargalhada. Mas não sei por que Objeto de conhecimento do DC-GOEM
não rio. A morte é um encontro consigo. Deitada, Língua Portuguesa - Uso de estratégias de impessoa-
morta, era tão grande como um cavalo morto. O lização (uso de terceira pessoa e de voz passiva etc.).
melhor negócio é ainda o seguinte: não morrer, Sistemas de linguagem. Forma de composição do
pois morrer é insuficiente, não me completa, eu texto, coesão e articuladores e progressão temática.
que tanto preciso. Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais
Macabéa me matou. do texto. Relação entre textos nas Línguas Espanhola,
Ela estava enfim livre de si e de nós. Não vos Inglesa e Portuguesa. Efeitos de sentido.
assusteis, morrer é um instante, passa logo, eu sei
por que acabo de morrer com a moça. Desculpai- Impessoalização da linguagem
-me esta morte.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, Luana Castro Alves Perez
1999.
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
O texto com marcas de pessoalidade, ao contrário, No restante do texto, há uma série de mecanismos
tende a ser considerado subjetivo e, portanto, menos linguísticos que tornam a linguagem impessoal.
confiável quanto ao ponto de vista que defende. Veja estes trechos:
Leia este excerto de texto argumentativo, que 1º -“Nessa época a escola passou por grandes
discute a obrigatoriedade do uso de uniforme nas alterações. Novos métodos de ensino foram implan-
escolas: tados.”
2.º “Conceitos como consciência crítica e social,
“Sempre defendi a ideia de que nossos alu- criatividade e respeito a valores comunitários torna-
nos não devem usar uniforme. Acho que, se ram-se vivos na prática da escola.”
a sociedade em que vivemos é marcada pe- 3.º - “Optou-se, também, pela não-utilização do
las diferenças, é natural, pelo menos do meu uniforme.”
ponto de vista, que na escola essas diferenças 4.º - “Regras e normas são elaboradas e devem
apareçam nas roupas, nos penteados. No meu refletir a necessidade do grupo, ou seja, estar a serviço
modo de ver, a democracia está nas pequenas desse mesmo grupo.”
coisas do dia-a-dia; nas discussões que tenho “Perceba que, no 1.º trecho, o autor afirma que
com meus filhos em casa, nas decisões que a escola passou por grandes alterações. É evidente
eu tenho de tomar com minha mulher, e está que ele se refere à instituição como um todo, o que
também na liberdade de escolha de meus fi- inclui as pessoas, isto é, os profissionais da educa-
lhos quanto à roupa que lês vão usar para ir ção. Em seguida, afirma que “novos métodos foram
à escola.” implantados”.
Quem teria implantado esses métodos? No 2.º
Nesse excerto, há várias marcas de pessoalidade trecho, “consciência crítica e social, criatividade de
do discurso: seja no emprego da 1.ª pessoa e verbos respeito a valores comunitários tornaram-se vivos”
e pronomes (defendi, nossos, vivemos, tenho, meus, para quem? No 3.º, quem teria optado pela não-uti-
eu tenho, minha), seja em expressões, como: lização do uniforme? Os diretores de escola, os pais,
os professores, os alunos? No 4.º, as regras e nor-
“Acho que, do meu ponto de vista” “No meu mas escolares foram elaboradas por quem? Como se
modo de ver”, é visível o interesse do locutor vê, o autor do 2.º excerto busca conscientemente a
em relatar a sua visão sobre assunto, a partir impessoalização do texto. Isso o torna mais objetivo
de sua experiência. Trata-se, portanto, de uma e as ideias defendidas ganham maior credibilidade
visão subjetiva. junto ao leitor. Assim, se desejamos conferir maior
impessoalidade e objetividade aos nossos textos, de-
Compare o excerto lido com este outro, sobre o vemos substituir expressões como: Eu acho, Na mi-
mesmo assunto: nha opinião, No meu modo de ver, Do meu ponto de
vista, etc. por outras como: Convém observar, É bom
“Na década de 60, os nossos alunos utilizavam lembrar, É preciso considerar, Não se pode esquecer, É
uniforme. Nessa época a escola passou por
indispensável, Importante, etc.1. Uma das formas de
grandes alterações. Novos métodos de ensino
impessoalizar a linguagem é indeterminar o sujeito.
foram implantados. Conceitos como consci-
Para isso, existem duas possibilidades:
ência crítica e social, criatividade e respeito
• suprime
a valores comunitários tornaram-se vivos na
-se o sujeito e põe-se o verbo na 3s pessoa do
prática da escola. Optou-se, também, pela
plural;
não-utilização do uniforme. A prática peda-
• emprega
gógica da escola tem sido construída ao longo
-se verbo intransitivo ou transitivo indireto ou
do tempo: educandos e educadores são os
de ligação + pronome se.
principais agentes dessa construção. Regras
e normas são elaboradas e devem refletir a
necessidade do grupo, ou seja, estar a serviço Veja os exemplos:
desse mesmo grupo. A utilização do uniforme
deveria proporcionar bene�cios significativos O presidente da associação já redigiu o requeri-
à comunidade escolar.” mento. Já redigiram o requerimento. (verbo na 3.ª
(Eduardo Roberto da Silva. Pais & Teens, nov./dez./jan.1997.)
pessoa do plural) Os diretores de escola e os profes-
sores optaram pela não-utilização do uniforme. “Op-
Observe que, em quase todo o texto, o autor trata tou-se, também, pela não-utilização do uniforme.”
do tema de forma distanciada. Sua presença é sentida (VTI + se)
mais diretamente apenas no emprego da expressão
“nossos alunos”.
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Faça adaptações nas frases apagando as marcas de 1. Vamos apreciar uma música popular brasilei-
pessoalidade, de maneira que se tornem adequadas, ra muito conhecida, que aparece em várias playlists,
no que diz respeito a esta característica da linguagem, segundo o Ecad (“Escritório Central de Arrecadação
ao texto dissertativo. e Distribuição”, é responsável, como o próprio nome
aponta, por toda a arrecadação e distribuição de di-
a) Na minha opinião, a prática do trote constitui mais reitos autorais de execução pública musical.) Ouçam
uma vertente da banalização na sociedade. a música com o/a professor/a e os/as colegas. Leia a
letra da música e responda às questões 1 a 10:
b) Acho inaceitável que, os classificados dos jornais, Fonte: Disponível em: h�ps://educadores.aprendebrasilon.com.
ainda haja ofertas de empregos que exigem “boa apa- br/blogassessoria/2019/06/11/playlist-comentada-estrategias-pa-
ra-motivar-o-protagonismo-dos-alunos/ Acesso em: 06 set. 2022.
rência” dos candidatos.
ANUNCIAÇÃO
c) Há cerca de duas semanas, tomei conhecimento de
Alceu Valença
uma pesquisa universitária que revelou algo sobre o
que eu já desconfiado: trabalhadores negros ganham,
em média, muito menos do que os brancos, em todos
os níveis salariais.
e) Por tudo isso, penso que fica evidente que a leitu- Fonte: h�ps://1.bp.blogspot.com/-iqorVQmkLF0/YHmGB5ULSCI/
ra desempenha um papel transformador na vida dos AAAAAAAAvgc/dqbLBfrIvu4VRoN5gQVywICEFmXKJyqAwCLcB-
GAsYHQ/w342-h212/1.jpg
indivíduos.
.
Fonte: Disponível em: h�ps://www.academia.edu/36869642/
EXERC%C3%8DCIO_DE_IMPESSOALIDADE_DA Acesso em: 06
Na bruma leve das paixões
set. 2022. Que vêm de dentro
Disponível em: h�ps: //educador.brasilescola.uol.com.br/estra- Tu vens chegando
tegias-ensino/musica-no-ensino-gramatica.htm Acesso em: 06 Pra brincar no meu quintal
set. 2022. No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
PLAYLIST E o sol quarando
Nossas roupas no varal
Playlist: ao pé da letra, significa “lista de repro-
dução” – de músicas, vídeos, entre outros. Pode in- Tu vens, tu vens
cluir sites, imagens, artigos, games etc. As playlists Eu já escuto os teus sinais
podem vir acompanhadas de apresentações, relatos, Tu vens, tu vens
apreciações e comentários, de forma semelhante a Eu já escuto os teus sinais
um programa musical de rádio, podendo então ser
chamada de playlist comentada. Ela pode intercalar A voz do anjo
texto escrito e os links das canções, ou contar com Sussurrou no meu ouvido
uma locução − nesse caso, o texto é oral, o que supõe Eu não duvido
a utilização de algum editor de áudio. Já escuto os teus sinais
Fonte: Disponível em: h�ps://www.cenpec.org.br/oficinas/pro- Que tu virias
duzindo-uma-playlist-comentada Acesso em: 06 set. 2022. Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais
Composição: Alceu Valença
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
1. A música Anunciação de Alceu Valença foi lança- 8. Metáfora é uma figura de linguagem que produz
da em 1983 e hoje é um dos maiores sucessos sentidos figurados por meio de comparações. As-
do artista. Pelas palavras utilizadas pelo cantor, sinale o item que apresenta metáfora.
é possível concluir que a música está associada a (A) “Na bruma leve das paixões / Que vêm de
uma temática dentro”
(A) político. (B) “Tu vens, tu vens / Eu já escuto os teus sinais”
(B) religioso. (C) “A voz do anjo / Sussurrou no meu ouvido”
(C) midiático. (D) “E o sol quarando / Nossas roupas no varal”
(D) escolar. (E) “Te anuncio / Nos sinos das catedrais”
(E) econômico.
9. Localize no texto uma palavra que significa
2. Localize um verso na música que comprova que a) cochicho: ______________________
a sua resposta da primeira questão está correta. b) secar:_________________________
c) igreja: _________________________
3. Que tipo de linguagem é empregada no verso:
“Pra brincar no meu quintal”? 10. Assinale o verso que apresenta uma palavra com
(A) Linguagem regional. ideia de tempo.
(B) Linguagem técnica. (A) “Eu não duvido”
(C) Linguagem culta. (B) “Sussurrou no meu ouvido”
(D) Linguagem informal. (C) “Nos sinos das catedrais”
(E) Linguagem comercial. (D) “Já escuto os teus sinais”
(E) “A voz do anjo”
4. O �tulo da música “Anunciação” sugere
(A) mensagem. Fonte: Disponível em: h�ps://www.tudosaladeaula.com/2021/04/
(B) loucura. atividade-interpretacao-musica-anunciacao-com-gabarito.html
(C) chegada. Acesso em: 01 set. 2022. (Adaptado).
(D) partida.
(E) tristeza.
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO III Diversas vezes, as comédias escondem profundas
críticas políticas, econômicas e sociais, levando o pú-
Tema integrador blico à reflexão sem que seja feita uma crítica direta.
(EM13LGG303) Debate de questões sensíveis e de
relevância social nas práticas de linguagem. Drama
(EM13LP24) Analisar formas não institucionalizadas No drama, o sofrimento da vida cotidiana, seja
de participação social, sobretudo as vinculadas a ma- dos personagens centrais ou de outros integrantes do
nifestações ar�sticas, produções culturais, interven- elenco, é explorada. O drama conta também histórias
ções urbanas e formas de expressão �pica das culturas de vida, que podem esconder lições ao decorrer da
juvenis que pretendam expor uma problemática ou peça.
promover uma reflexão/ação, posicionando-se em
relação a essas produções e manifestações. Farsa
(GO-EMLP24A) Interpretar a presença das manifesta- Assim como na comédia, a sátira é um elemento
ções literárias populares, analisando obras de histori- muito presente nas peças teatrais produzida sobre
cidade e atemporalidade importantes para a formação esse estilo. Porém, aqui, não há preocupação com a
humana e construção do seu meio social para valorizar verossimilhança. Ou seja, nada precisa fazer sentido,
as diversas produções literárias regional e global. assim como o não questionamento de valores. A moral
Língua Portuguesa - Elementos da linguagem teatral aqui não encontra lugar.
e da música. Elementos da linguagem teatral e da
música. Práticas musicais envolvendo: composição e Melodrama
arranjo, uso de samplers, manipulação sonora, pro-
dução de trilhas sonoras e sonoplastia, observando Neste tipo de teatro, o drama é acentuado, carre-
elementos significativos da cultura juvenil gando nuances mais intensas de sofrimento. Alguns
aspectos da vida dos personagens são trabalhados
TEATRO mais intensamente, para dar mais dramaticidade ao
texto.
Quando o público compra o ingresso para assistir
a uma peça de teatro, está em busca apenas de di- Ópera
versão ou de certo alívio para as tensões do dia a dia.
Mas para os atores e profissionais que estão atuando Na ópera, são combinadas falas e música, aumen-
dentro e fora do palco, nenhuma peça é igual a outra, tando ainda mais a carga dramática da peça, mesmo
ao contrário. Existem várias vertentes do teatro, cada que não se trate de um drama.
uma com suas peculiaridades. Para mostrar as diferen-
ças entre os tipos de peças teatrais preparamos um Monólogo
texto com as vertentes mais comuns e suas principais
características. No monólogo, toda a peça é conduzida por um
único ator. Ele interage com o público e também consi-
Auto go mesmo, conversando como se estivesse dialogando
com outra pessoa. Neste tipo de peça, o ator discute
Criado na Espanha da Idade Média, o Auto é um cenas do cotidiano, tenta resolver problemas, apre-
subgênero da literatura dramática, e tem como obje- senta situações vivenciadas ou, ainda, pode fazer uma
tivo principal a sátira, principalmente de autoridades reflexão sobre parte da sua vida.
e expoentes da sociedade da época, e também dar
lições de moral, como no clássico “auto da barca do Revista
inferno”, de Gil Vicente.
No teatro de revista, as peças tem um caráter mais
Comédia popular, de entretenimento, e é marcado por muitas
apresentações de musicais, apelo à sensualidade e à
Nesse tipo de teatro o humor é o combus�vel. Em comédia, ocultando fortes críticas políticas e sociais.
geral, as peças de teatro do tipo comédia são criadas
para fazer rir, aliviando as tensões do dia a dia. Porém, Stand-up comedy
o que aos poucos vem sendo percebido pelo público
que acompanha esse tipo de teatro, é a mensagem Em moda nos últimos anos, o stand-up comedy
que passa ao espectador. é uma peça de teatro com pitadas de humor e apre-
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LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
sentada por um comediante. Durante a encenação, PADRE: – Qual, qual, quem sou eu?
o comediante interage com o público, dosando as MULHER: – Mas tem uma coisa, agora o senhor
histórias contadas com experiências e interações de enterra o cachorro.
quem está assistindo a episódios de sua própria vida. PADRE: – Enterro o cachorro?
MULHER – Enterra e tem que ser em latim. De
Musical outro jeito não serve, não é?
PADEIRO: – É, em latim não serve.
É peça que une música, canções, danças e diá- MULHER: – Em latim é que serve!
logos que, ao contrário da ópera, são falados e não PADEIRO: É, em latim é que serve!
cantados. PADRE: – Vocês estão loucos! Não enterro de jeito
nenhum.
Fonte: Disponível em: h�ps://www.macunaima.com.br/vivaar- MULHER: – Está cortado o rendimento da irman-
teviva/tipos-de-pecas-teatrais-blog-viva-arte-viva/ Acesso em: dade.
12 set. 2022.
PADRE: – Não enterro.
PADEIRO: – Está cortado o rendimento da irman-
Você conhece Ariano Suassuna? Vamos saber dade!
mais sobre a vida e obra dele? Com a orientação do PADRE: – Não enterro.
seu/sua professor/a, faça uma pesquisa sobre Ariano MULHER: – Meu marido considera-se demitido
Suassuna na internet. Consulte sites como o da Aca- da presidência!
demia Brasileira de Letras, aqui está o link para que PADRE: – Não enterro.
possas acessar.
PADEIRO: – Considero-me demitido da presidên-
h�ps://www.academia.org.br/academicos/aria-
cia!
no-suassuna/biografia
PADRE: – Não enterro.
MULHER: – A vaquinha vai sair daqui imediata-
Vamos ler este trecho do Auto da Compadecida
mente!
PADRE: – Oh mulher sem coração!
Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
MULHER: – Sem coração, porque não quero ver
meu cachorrinho comido pelos urubus? O senhor
III QUADRO
enterra!
(Correm todos para a direita, menos João Grilo e
PADRE: – Ai meus dias de seminário, minha juven-
Chicó. Este vai para a esquerda, olha a cena que se
tude heroica e firme!
desenrola lá fora, e fala com grande gravidade na voz.)
MULHER: – Pão para casa do vigário só vem agora
CHICÓ: – É verdade; o cachorro morreu. Cumpriu
dormido e com o dinheiro na frente. Enterra ou não
sua sentença encontrou-se com o único mal irremedi-
enterra?
ável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino
PADRE: – Oh mulher cruel!
sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala
MULHER: – Decida-se, Padre João.
tudo o que é vivo num só rebanho de condenados,
PADRE: – Não me decido coisa nenhuma, não te-
porque tudo o que é vivo, morre.
nho mais idade para isso. Vou é me trancar na igreja
JOÃO GRILO: – (suspirando) Tudo o que é vivo
e de lá ninguém me tira. (Entra na igreja correndo)
morre. Está aí uma coisa que eu não sabia! Bonito.
JOÃO GRILO: – (chamando o patrão à parte) Se
Chicó, onde foi que você ouviu isso? De sua cabeça é
me dessem carta branca, eu enterrava o cachorro.
que não saiu, que eu sei.
CHICÓ: – Saiu mesmo não, João. Isso eu ouvi um
Fonte: Disponível em: Ariano Suassuna recita “Auto da Compa-
padre dizer uma vez.
decida”. Site academia.org.br. Disponível em: h�ps://www.aca-
MULHER: – (entrando) Ai, ai, ai, ai, ai! Ai, ai, ai, demia.org.br/academicos/ariano-suassuna/textos-escolhidos
ai, ai! Acesso em: 12 set. 2022.
JOÃO GRILO: – (mesmo tom) Ai, ai, ai, ai, ai! Ai, ai,
ai, ai, ai! (Dá uma cotovelada em Chicó) Após a leitura faça uma reflexão sobre linguagem,
CHICÓ: (obediente) Ai, ai, ai, ai, ai,! Ai, ai, ai, ai, sobre a história e comente com seus colegas as im-
ai! (Essa lamentação deve ser mal representada de pressões que você teve sobre o texto.
propósito, ritmada como choro de palhaço de circo)
SACRISTÃO: – (entrando, com o padre e o padeiro)
Que é isso, que é isso? Que barulho é esse na porta
da casa de Deus?
PADRE: – Todos devem se resignar.
MULHER: – Se o senhor tivesse benzido o bichi-
nho, a essas horas ele ainda estava vivo.
17
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças,
mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu
sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
SAIBA MAIS João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo
o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é
Assista ao vídeo de Ariano Suassuna para que co- falta de respeito.
nheças mais sobre esse grande autor, no link a seguir. A Compadecida: É máscara dele, João. Como
todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas
exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não
tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha
mãe é que eu não vou.
(…)
(Fonte: Auto da Compadecida. 15 ed. Rio de Janeiro: Agir,
1979.)
João Grilo: Ah isso é comigo. Vou fazer um cha- 2. Fundado por Ariano Suassuna em 18 de outubro
mado especial, em verso. Garanto que ela vem, de 1970, o Movimento Armorial teve como prin-
querem ver? (Recitando.) cipais características:
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Na- (A) Ruptura estética com o ideal da primeira fase
zaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando modernista, exaltando principalmente a im-
quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o portância da produção cultural europeia e
pé. Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. utilizando elementos greco-romanos para a
Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. construção de uma nova estética literária.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu? (B) Exaltação do universo cultural e lúdico do Ser-
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso
tão em detrimento do universo cultural e lú-
é o versinho de Canário Pardo que minha mãe
dico manifestado nas demais regiões do país.
cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta
Criação de uma arte erudita com elementos
de respeito!
da identidade cultural do povo nordestino.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já
(C) O Movimento Armorial foi a força motriz para
fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Va-
um grupo de artistas criativos que demons-
lha-me. Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
trou inconformismo com os moldes literários
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e
Nossa Senhora, A compadecida, entra. impostos pela academia, apresentando assim
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compa- uma interessante proposta de inovação poé-
decida! Mulher em tudo se mete! tica que subvertia a cultura oficial.
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? (D) Entre as principais características do Movi-
A senhora se zangou com o verso que eu recitei? mento Armorial estão a exaltação da nature-
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me za e o racionalismo, cujo propósito literário
zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo es- era discutir a arte greco-romana, considerada
creveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de modelo de perfeição, equilíbrio e beleza.
18
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
(E) Foi um modo dos artistas do sul do Brasil rea- Enquanto uma manifestação linguística, o texto
firmarem a sua cultura, trazendo aspectos dos é produzido em um dado espaço e momento. Cená-
seus antepassados europeus, como a pintura, rio e tempo compõem o que se chama de contexto.
a literatura e escultura. Além disso, são considerados informações contextu-
ais: quem fala o texto; quem o escuta; quais são as
3. Apesar de sua obra apresentar elementos de di- ideologias, ética e moral do instante da produção e
ferentes estéticas literárias, pode-se afirmar que execução textuais, entre outros elementos. Para inter-
Ariano Suassuna esteve alinhado com: pretar um texto, é fundamental levar em consideração
(A) Movimento modernista da geração de 45. tais informações vinculadas ao contexto.
(B) Simbolismo. Fonte: Disponível em: h�ps://mundoeducacao.uol.com.br/reda-
(C) Barroco. cao/o-que-texto.htm Acesso em: 15 set. 2002.
(D) Primeira fase modernista.
(E) Arcadismo. Vamos ler e ouvir a música Eu gosto dela do gran-
de artista de nossa época Emicida para percebermos
Fonte: Disponível em: h�ps://exercicios.brasilescola.uol.com. o contexto dessa música. Vamos curtir essa vibe!
br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-ariano-suassuna.ht-
m#resp-3 Acesso em: 12 set. 2022. MÚSICA: EU GOSTO DELA - EMICIDA
MÓDULO II
19
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Hipnotiza a retina, flash, figurona
Estrela maior do show, se precisar, machona
Fria igual neblina, alegre e fanfarrona
Brilha igual platina, prima, sabichona ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Ave de rapina e musa pras telona
No ritmo, atina e lá vai corona 1. O verso “Ela abre o circo, ela recolhe a lona” o que
Ela é paz pra Palestina, fé pra Babilônia o eu lírico quis dizer?
Respeito, disciplina, boba e brincalhona
Estriquinina a TPM, vira felizona 2. Identifique, na primeira estrofe, os trechos descri-
Ela abre o circo, ela recolhe a lona tivos que compõem a figura feminina da canção.
Diz que tá gelatina e malha pegadona
Vira destaque da piscina, satisfeita mona 3. No texto da canção, há três comparações. Identi-
Messalina, corajosa, do lar e chorona fique-as.
Faz tudo quando quer
Eita, mulher durona! 4. O que o eu lírico quer dizer quando fala que ela é
Eu gosto tanto dela, a ponto de querer “Meu negócio da China”?
tá perto, pronto
Não tem outro jeito de me ver sorrir 5. Qual é o sentido do verso “É louco o efeito dela
É louco o efeito dela aqui aqui”?
Eu gosto tanto dela, a ponto de querer 6. Releia o texto atentando para as rimas no fim dos
tá perto, pronto versos e procure explicar a linguagem empregada
Não tem outro jeito de me ver sorrir neste verso: “Ave de rapina e musa pras telona”.
É louco o efeito dela aqui.
7. Por que podemos dizer que a canção se focaliza
EMICIDA. Eu gosto dela. Intérprete: Emicida. In: Emicidio. Mixtape, uma mulher idealizada
selo: Laboratório Fantasma, 2010. 1 CD. Faixa 12.
Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco,
8. Chamamos de vassalagem amorosa o fato de o eu
Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p. 118-119.
lírico masculino colocar-se em posição subalterna
à mulher, como um vassalo, um súdito. Comprove
com um verso dessa canção.
20
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
(C) as mulheres estão sendo atacadas constante-
mente.
(D) os doentes estão contaminando as pessoas
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM nas ruas.
(E) as pessoas estão muito caridosas na rua.
Observe as charges a seguir para responder às ques-
tões.
4. Na charge, é possível identificar uma linguagem
coloquial, normalmente usada pelas pessoas em
situações informais. A palavra usada pelo homem
que na linguagem culta não está adequada é
(A) “RÁPIDO”.
(B) “DONA”.
(C) “PASSA”.
(D) “ESPIRRO”.
(E) “BOLSA”.
FAKE NEWS
21
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
(B) a linguagem verbal não contribui para o en-
tendimento da charge.
(C) a charge critica o fato das pessoas basearem
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM suas informações nas mídias digitais.
(D) a linguagem não verbal seria desnecessária
para entender a charge.
(E) as imagens narram histórias comprovadamen-
te verdadeiras.
ATIVIDADES INSERÇÃO
Fonte: h�ps://plurieducar.blogspot.com/2020/09/1-14-semana-
-2-correcao-das-atividades.html
22
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Pular corda Fonte: Disponível em: h�ps://www.educacao.ma.gov.br/fi-
Roseana Murray les/2019/06/SD_LP_D12_-Elementos-da-Comunica%C3%A7%-
C3%A3o-Fun%C3%A7%C3%B5es-da-Linguagem-G%C3%AAne-
Se pudesse o menino pularia ros-Textuais-Estudante.pdf Acesso em: 12 set. 2022.
corda
com a linha do horizonte, Leia o texto a seguir para responder à questão 3.
se deitaria sobre a curvatura
da Terra TIPOS SANGUÍNEOS
para sempre e sempre
saudar o sol, A porcentagem de tipos sanguíneos varia em dife-
encheria os bolsos rentes grupos populacionais. Muitos povos indígenas,
de terra e girassóis. como várias tribos da América, não possuem o tipo
Mas chove uma chuva B. No Brasil, os tipos O e A respondem, juntos, por
fina quase 90% dos habitantes. Uma provável explicação
e o menino vai até a cozinha para esse fenômeno está em pesquisas ainda não con-
fritar ideias clusivas: elas indicam que algumas doenças são mais
MURRAY, Roseana. Brinquedos e Brincadeiras. Rio comuns em determinados tipos sanguíneos. O câncer
de Janeiro: FTD, 2014. de estômago, por exemplo, seria mais frequente em
pessoas com sangue tipo A; a pneumonia e certos
Por que o menino não pula corda? tipos de anemia, no tipo B. Conforme certas epidemias
(A) Porque está desenhando o sol e a linha do se tornam mais frequentes, elas matam mais pessoas
horizonte. de certo tipo sanguíneo – e sobra mais gente dos ou-
(B) Porque ele está indisposto. tros. O que determina os diferentes tipos de sangue?
(C) Porque está deitado na linha do horizonte. Superinteressante. n° 195, dezembro de 2003, p. 50.
(D) Porque está chovendo lá fora. *Adaptado: Reforma Ortográfica.
(E) Porque não quer ficar exposto ao sol.
O objetivo desse texto é
PENSAMENTO POSITIVO PODE AJUDAR A COM- (A) divertir.
BATER DOENÇAS (B) alertar.
(C) informar.
[...] Já é bem aceito pela medicina que os pensa- (D) ilustrar.
mentos negativos e a ansiedade podem nos deixar (E) divulgar.
mais suscep�veis a doenças. O estresse – que é útil
em pequenas doses para preparar o corpo para a ação Leia o texto abaixo para fazer a questão que segue.
ou fuga – quando constante, aumenta os riscos de
diabetes e até demência. Texto: Você sabia que cheirinho de terra molhada
O que os pesquisadores estão descobrindo agora é é obra de bactérias?
que o pensamento positivo não só ajuda a combater o
estresse, mas também têm efeitos positivos na saúde. Substância produzida por um tipo de micro-or-
Sentir-se seguro e acreditar que as coisas vão melho- ganismo, em contato com a água, gera esse aroma.
rar pode ajudar o corpo a se curar. Uma compilação O dia está quente e, de repente, cai aquela chuva
de estudos publicada na revista de Medicina Psicos- para refrescar. Bastam as primeiras gotas tocarem o
somática sugere que os bene�cios do pensamento solo para sentirmos aquele agradável cheirinho de
positivo acontecem independente do dano causado terra molhada. Um cientista diria: “Huumm, como é
pelo estresse ou pessimismo. [...] bom esse cheirinho de... Bactérias!”. É isso aí! O aro-
ma que sentimos vem desses seres microscópicos,
Disponível em: <h�p://revistagalileu.globo.com/Revista/Com- que podem ser muito úteis para humanos e até para
mon/0,,EMI263281-17770,00 PENSAMENTO+POSITIVO+PODE+A-
JUDAR+A+COMBATER+DOENCAS.html>. Acesso em: 8 jun.2019. os... Camelos!
Fragmento. Em geral, associamos bactérias a doenças, mas
alguns desses seres são inofensivos, pode crer. Esse
2. Esse texto tem o objetivo de é o caso da Streptomyces coelicolor, bactéria que vive
(A) explicar um termo cien�fico. no solo e fabrica uma substância, [...] que nos faz per-
(B) alertar o leitor sobre doenças. ceber o cheirinho de terra molhada.
(C) descrever um procedimento médico. Além de ser excelente produtora de antibióticos
(D) incentivar a realização de experiências. – medicamentos indicados para combater algumas
(E) informar sobre uma pesquisa cien�fica. doenças de origem bacteriana –, essa bactéria é, di-
gamos, uma aliada dos camelos. O odor característico
23
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
que elas produzem em razão da umidade ajuda os E que o lavor do verso, acaso,
camelos a encontrarem água no deserto. Claro que Por tão sutil,
para sentir o cheirinho produzido pelas bactérias em Possa o lavor lembrar de um vaso
ambiente tão seco os camelos precisam contar com De Bezerril.
um superolfato. E contam mesmo! Graças a esse senti-
do aguçado, são capazes de encontrar água a mais de E horas sem conta passo, mudo,
oitenta quilômetros de distância. Isso é que é faro! [...] O olhar atento,
SILVA, Andreza Moura Pinheiro. Disponível em: <h�p://cienciaho- A trabalhar, longe de tudo
je.uol.com.br/147532> Acesso em: 14 jul. 2009. O pensamento.
4. (SAEP 2012) No trecho “Esse é o caso da Strep- Porque o escrever – tanta perícia,
tomyces coelicolor,...” (segundo parágrafo) – a Tanta requer,
expressão destacada é exemplo de linguagem Que o�cio tal... nem há no�cia
(A) cien�fica De outro qualquer.
(B) culta.
(C) informal. Assim procedo. Minha pena
(D) regional. Segue esta norma,
(E) híbrida. Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
Disponível em: ocs.google.com/document/d/0BwKU10l2yX_NZn-
N4aVpEaDg4bnc/edit?resourcekey=0-zRc-9QBa9u7rroIuSuOm5Q 5. O tema do poema é
Acesso em: 14 set. 2022.
(A) a exaltação do lavor poético.
(B) a valorização da profissão do ourives.
Leia o texto abaixo para responder às questões que
(C) a inveja despertada por algumas profissões.
seguem.
(D) a vocação para trabalhos ar�sticos.
(E) a força braçal trabalhadora.
PROFISSÃO DE FÉ
Olavo Bilac
6. A linguagem utilizada no poema é
(A) simples
Invejo o ourives quando escrevo:
(B) apurada
Imito o amor
(C) informal
Com Ele, em ouro, o alto-relevo
(D) subjetiva
Faz de uma flor.
(E) Objetiva
Imito-o. E, pois nem de Carrara
A pedra firo:
7. O eu lírico inveja o ourives devido
O alvo cristal, a pedra rara,
(A) à forma como ele trabalha.
O ônix prefiro.
(B) ao material com o qual ele trabalha.
(C) ao valor do produto que ele produz.
Por isso, corre, por servir-me,
(D) à beleza das peças criadas por ele.
Sobre o papel
(E) ao seu talento para joias.
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
8. O sentimento de inveja que o ourives desperta no
eu lírico o motiva a
Corre; desenha, enfeita a imagem,
(A) difamá-lo em seus versos.
A ideia veste:
(B) seguir-lhe o exemplo.
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
(C) ignorá-lo em seus versos.
Azul-celeste.
(D) elogiá-lo no poema.
(E) chamá-lo de artista
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e enfim,
Leia o texto a seguir para responder à questão 9.
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
9. DICAS Veja como agir para fazer uma compra se-
gura pela internet. Além do e-mail, verifique se a
Quero que a estrofe cristalina,
loja oferece número de telefone e endereço. Im-
Dobrada ao jeito
prima todos os procedimentos realizados durante
Do ourives, saia da oficina
a compra: número da transação e confirmação do
Sem um defeito:
24
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
pedido. Se possível, solicite à loja online um fax ou alquímico. Não, aquele louco estava querendo
uma confirmação por escrito de que a aquisição fazer alguém de ridículo.
foi feita. Cuidado com promoções. Lembre-se de Nasrudin perguntou mais duas vezes, e nin-
que, na maioria das vezes, ao preço do produto, guém se arriscou a dizer algo impróprio.
ainda será somado o valor do frete. Antes de fi- Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o
nalizar a compra num site estrangeiro, não deixe ovo.
de verificar as taxas de importação e o valor do – Todos vocês sabiam a resposta – afirmou. E
frete. Procure saber também se a empresa tem ninguém ousou traduzi-la em palavras.
representantes no Brasil. Existem produtos, como Moral da história: É assim a vida daqueles
músicas e programas, que podem ser comprados que não têm coragem de arriscar: as soluções nos
e recebidos pela própria internet. Assim, não há são dadas generosamente por Deus, mas estas
custo de frete nem prazo para entrega. Nunca en- pessoas sempre procuram explicações mais com-
vie suas informações de pagamento via e-mail. plicadas e terminam não fazendo nada. Pare de
As informações que viajam pela internet não são tentar complicar a vida! Isso é o que temos feito
protegidas contra leitura de estranhos. E-bit - Em- sempre... A vida é feita de extrema simplicidade.
presa de pesquisas na área do comércio eletrôni- Só um caminho a ser seguido: o seu! Uma per-
co. In: Correio Braziliense. 12 abr. 2010. gunta a ser respondida: “o que você realmente
A finalidade do Texto é quer?” E uma atitude a ser tomada: entregar-se!
(A) vender. Pare de lutar com a vida, porque quanto mais você
(B) sugerir. luta, mais você dói!
(C) ordenar.
(D) orientar. Nesse texto, a característica do personagem prin-
(E) convencer. cipal é a
(A) astuta inteligência.
10. Leia o texto e responda à questão. (B) imaginação insensata.
(C) tendência à comicidade.
Nasrudin e o ovo (D)capacidade de ler mentes.
(E) personalidade mesquinha.
Certa manhã, Nasrudin – o grande místico sufi
que sempre fingia ser louco – colocou um ovo em- Fonte: Disponível em: h�p://naslinhaseentrelinhasdostextos-cris.
brulhado em um lenço, foi para o meio da praça blogspot.com/2011/08/profissao-de-fe-de-olavo-bilac-poema.
de sua cidade e chamou aqueles que estavam ali. html . Acesso em: 30 ago. 2022.
– Hoje teremos um importante concurso! –
disse.
Quem descobrir o que está embrulhado neste
lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro! MOMENTO ENEM
As pessoas se olharam, intrigadas, e respon-
deram: Questão 1 (ENEM – 2020) Quem não passou pela
– Como podemos saber? Ninguém aqui é ca- experiência de estar lendo um texto e defrontar-se
paz de fazer adivinhações! com passagens lidas em outros? Os textos conversam
Nasrudin insistiu: entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem
– O que está neste lenço tem um centro que a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes
é amarelo como uma gema, cercado de um líqui- textos:
do da cor da clara, que por sua vez está contido
dentro de uma casca que quebra facilmente. É um TEXTO 1
símbolo de fertilidade e nos lembra dos pássaros
que voam para seus ninhos. Então, quem pode Quando nasci, um anjo torto
me dizer o que está escondido? Desses que vivem na sombra
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida”
tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro:
tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha Aguilar, 1964.
diante dos outros. E se não fosse um ovo, mas algo
muito importante, produto da fértil imaginação TEXTO 2
mística dos sufis?
Um centro amarelo podia significar algo do Quando nasci veio um anjo safado
sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado O chato dum querubim
25
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
E decretou que eu tava predestinado (D) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem
A ser errado assim detalhada dos fatos.
Já de saída a minha estrada entortou (E) romances românticos, pois os eventos ocorrem
Mas vou até o fim. em diversos cenários.
BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Le-
tras, 1989. Questão 3 - (Enem – 2014) .
26
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
(C) preocupação com o belo encontrado na natureza. Levando a flor da lira
(D) percepção da obra como suporte da memória. Pra Nova Jerusalém
(E) reutilização do lixo como forma de consumo. Sou Luiz Gonzaga
E sou do mangue também
Questão 5 - (ENEM – 2020) Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Leandro Aparecido Ferreira, o MC Fioti, compôs em LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE; SUZANO, M.
2017 a música Bum bum tam tam, que gerou, em nove Olho de peixe. São Paulo: Velas, 1993 (fragmento).
meses, 480 milhões de visualizações no YouTube. É o
funk brasileiro mais ouvido na história do site. O fragmento faz parte da canção brasileira contem-
A partir de uma gravação da flauta que achou na in- porânea e celebra a cultura popular nordestina. Nele,
ternet, MC Fioti fez tudo sozinho: compôs, cantou o artista exalta as diferentes manifestações culturais
e produziu em uma noite só. “Comecei a pesquisar pela
alguns tipos de flauta, coisas antigas. E nisso eu achei a (A) exaltação das raízes populares, como a poesia, a
‘flautinha do Sebastian Bach’”, conta. A descoberta foi literatura de cordel e o frevo, misturadas ao eru-
por acaso: Fioti não sabia quem era o músico alemão dito, como a Orquestra Armorial, compondo um
e não sabe tocar o instrumento. rico tecido cultural, que transforma o popular em
A “flauta envolvente” da música é um trecho da Parti- erudito.
ta em Lá menor, escrita pelo alemão Johann Sebastian (B) identificação dos lugares pernambucanos, mani-
Bach por volta de 1723. festações culturais, como o bumba meu boi, as
Disponível em: h�ps://g1.globo.com. Acesso em: 6 jun. 2018 cirandas, os bonecos mamulengos e heróis locais,
(adaptado). fazendo com que essa canção se apresente como
uma referência à cultura popular nordestina.
A incorporação de um trecho da obra para flauta solo (C) valorização do teatro, música, artesanato, lite-
de Johann Sebastian Bach na música de MC Fioti de- ratura, dança, personagens históricos e artistas
monstra a populares, compondo um tecido diversificado e
(A) influência permanente da cultura eurocêntrica nas enriquecedor da cultura popular como patrimônio
produções musicais brasileiras. regional e nacional.
(B) homenagem aos referenciais estéticos que deram (D) presentação do Pastoril do Faceta, do maracatu,
origem às produções da música popular. do bumba meu boi e dos autos como representa-
(C) inter-relação de elementos culturais vindos de ção da musicalidade e do teatro popular religioso,
realidades distintas na construção de uma nova bastante comum ao folclore brasileiro.
proposta musical. (E) caracterização das festas populares como identi-
(D) utilização desintencional de uma música excessi- dade cultural localizada e como representantes
vamente distante da realidade cultural dos jovens de uma cultura que reflete valores históricos e
brasileiros. sociais próprios da população local.
(E) necessidade de divulgar a música de concerto
nos meios populares nas periferias das grandes Questão 7 (Enem - 2020) Qual a influência da comu-
cidades. nicação nos fluxos migratórios?
27
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
os próprios imigrantes possam narrar suas histórias, E o Brasil por seus filhos amado,
construindo novos caminhos”, analisa. Poderoso e feliz há de ser!
Disponível em: h�p://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 6 dez.
2017 (adaptado). Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Ao trazer as novas perspectivas acionadas pelos su- Paira sempre sagrada bandeira
jeitos na escrita de suas histórias, o texto apresenta Pavilhão da justiça e do amor!
uma visão positiva sobre a presença da(s)
(A) economia na formação cultural dos sujeitos. BILAC, O.; BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br. Acesso
(B) manifestações isoladas nos processos de migra- em: 10 dez. 2017 (fragmento).
ção.
(C) narrações oficiais sobre os novos fluxos migrató- No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado
rios. para exaltar o símbolo nacional na medida em que:
(D) abordagens midiáticas no tratamento das infor- (A) remete a um momento futuro.
mações (B) promove a união dos cidadãos.
(E) tecnologias digitais nas formas de construção da (C) valoriza os seus elementos.
realidade (D) emprega termos religiosos.
(E) recorre à sua história.
Questão 8 -(Enem - 2020)
Questão 10 (Enem 2018)
Chiquito tinha quase trinta quando conheceu Mariana
num baile de casamento na Forquilha, onde moravam ABL lança novo concurso cultural:
uns parentes dele. Por lá foi ficando, remanchando. “Conte o conto sem aumentar um ponto”
Fez mal à moça, como costumavam dizer, tiveram de Em razão da grande repercussão do concurso de Mi-
casar às pressas. Morou uns tempos com o sogro, des- crocontos do Twi�er da ABL, o Abletras, a Academia
combinaram. Foi só conta de colher o milho e vender. Brasileira de Letras, lançou, no dia do seu aniversário
Mudou pra casa do velho Chico Lourenço [seu pai]. de 113 anos, um novo concurso cultural intitulado
Fumaça própria só viu subir um par de anos depois, “Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado
quando o pai repartiu as terras. De tão parecidos, pai na obra A cartomante, de Machado de Assis. “Conte
e filho nunca combinaram direito. Cada qual mais to- o conto sem aumentar um ponto” tem como objetivo
petudo, muitas vezes dona Aparecida ouvia o marido dar um final distinto do original ao conto A cartomante
reclamar da natureza forte do filho. Ela escutava com
de Machado de Assis, utilizando-se o mesmo número
paciência e respondia dum jeito sempre igual:
de caracteres – ou inferior – que Machado concluiu
— “Quem herda, não rouba”.
seu trabalho, ou seja, 1 778 caracteres.
Vinha um brilho nos olhos, o velho se acalmava.
Vale ressaltar que, para participar do concurso, o
ROMANO, O. Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
concorrente deverá ser seguidor do Twi�er da ABL,
o Abletras.
Os ditados populares são frases de sabedoria criadas Disponível em: www.academia.org.br. Acessado em: 18 out. 2015
pelo povo, utilizadas em várias situações da vida. Nes- (adaptado).
se texto, a personagem emprega um ditado popular
com a intenção de: O Twi�er é reconhecido por promover o comparti-
(A) criticar a natureza forte do filho. lhamento de textos. Nessa no�cia, essa rede social
(B) justificar o gênio di�cil de Chiquito. foi utilizada como veículo/suporte para um concurso
(C) legitimar o direito do filho à herança.
literário por causa do(a):
(D) conter o ânimo violento de Chico Lourenço.
(A) limite predeterminado de extensão do texto.
(E) condenar a agressividade do marido contra o filho.
(B) interesse pela participação de jovens.
(C) atualidade do enredo proposto.
Questão 9 Enem 2020)
(D) fidelidade a fatos cotidianos.
(E) dinâmica da sequência narrativa.
Hino à Bandeira
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
28
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
COMPONENTE CURRICULAR
LÍNGUA INGLESA
REFERÊNCIAS
Apostila 4º Bimestre
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Co- Teacher: Daniela A Cavallari
mum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2018.
CLASS 01 (AULA 01)
DELIBERADOR, Luzia Mitsue Yamasshita. et al. A Fo-
tografia como Linguagem para a Formação Cidadã. HABILIDADES:
Revista Discursos Fotográficos, 2013, Vol.9. (EM13LGG403) Fazer uso do inglês como línguas de
comunicação global, levando em conta a multiplicidade
GOIÁS. Secretaria de Estado da Educação. Documento e variedade de usos, usuários e funções dessa língua
Curricular para Goiás - Etapa Ensino Médio. Goiânia, no mundo contemporâneo.
2021.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO DC-GOEM:
MARCUSCHI, Luiz Antônio. “Gêneros Textuais: defini- (GO-EMLGG403L) Utilizar diferentes estratégias de
ção e funcionalidade”. In: DIONÍSIO, Angela Paiva. et leitura instrumental nas obras literárias, tais como
al (Orgs). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: (skimming/ scanning), considerando os conhecimentos
Lucerna, 2002. p. 19-36. prévios de palavras em línguas adicionais, os cognatos
(verdadeiros e falsos) para permitir a leitura e a
ROJO, R.; MOURA, E. (org.). Multiletramentos na es- compreensão de textos clássicos e contemporâneos
cola. São Paulo: Parábola, 2012. em língua estrangeira/adicional.
(GO-EMLGG403P) Empregar, nas interações sociais,
a variedade e o estilo de língua adequados à situação
comunicativa, ao/s interlocutor/es e ao gênero do
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/s
interlocutor/es para evitar o preconceito linguístico.
29
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Vejamos um poema desse famoso autor:
ACTIVITIES (ATIVIDADES).
HABILIDADES:
(EM13LGG403) Fazer uso do inglês como línguas de
comunicação global, levando em conta a multiplicidade
e variedade de usos, usuários e funções dessa língua
no mundo contemporâneo.
30
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/s
interlocutor/es para evitar o preconceito linguístico.
Here’s the breakdown of the syllable count for the Vocabulário estações do ano:
haiku.
Exemplo 2:
“Morning sunlight, Whispers to the sleeping world,
New day awakens.”
31
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
CLASS 03(AULA 03)
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
2. Acesse o endereço ou o qr code h�ps://padlet.com/ Just go online and you’ll find a series of references
danielacavallari/mural -do-3-ano-gvsdwe160n2z4uvu to faces, hair, hands, etc in headlines, trends, etc…
How to describe a person in English You know that
person who is more or less like this? With that hair,
eyes that color and about that height? So, describing
people is very easy when we know their outstanding
characteristics.
We can ask how the person is in general, that is,
when we want to know how he is physically, what his
personality traits are and how he usually acts around
e transcreva seu poema, também escolha uma other people.
imagem que represente seu poema e acrescente para
ilustrar. Não esqueça de no fim do poema colocar seu Tabela com perguntas e tipos de respostas:
nome e sua escola.
32
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
A)
33
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
F)
B)
C)
G)
D)
E)
CLASS 04(AULA 04)
34
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
(GO-EMLGG403P) Empregar, nas interações sociais, Sujeito + verbo to be + not + verbo com -ing +
a variedade e o estilo de língua adequados à situação complemento Exemplo: She is not watching TV. - Ela
comunicativa, ao/s interlocutor/es e ao gênero do não está assistindo TV.
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/s
interlocutor/es para evitar o preconceito linguístico. Forma Interrogativa do Present Continuous Verbo
to be + sujeito + verbo com -ing + complemento
OBJETOS DE CONHECIMENTO DO DC-GOEM: Exemplo: Is she watching TV? - Ela está assistindo TV?
Expressões e tempos gramaticais.
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
35
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
B. Os vocábulos: lighting, running, washing,
indicam ações no simple present por serem ações
situadas no tempo presente.
36
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
4.What did she buy her husband?
Disponível em h�ps://www.canva.com/design/DAFdLz0BhfM/
hHAK_Gn0fs_M8mxcyngCWA/view?utm_content=DAFdLz0Bh-
fM&utm_campaign=share_your_design&utm_medium=link&ut-
m_s ource=shareyourdesignpanel
37
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
11. What did she drink?
38
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
COMPONENTE CURRICULAR – LÍNGUA
ESTRANGEIRA MODERNA - ESPANHOL
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Compreender os processos de produção e negociação
de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e
vivenciando-as como formas de expressão de valores
e identidades, em uma perspectiva democrática e de
respeito à diversidade.
HABILIDADE DA BNCC
(EM13LP27) Engajar-se na busca de solução para pro-
blemas que envolvam a coletividade, denunciando o
desrespeito a direitos, organizando e/ou participan-
do de discussões, campanhas e debates, produzin-
do textos reivindicatórios, normativos, entre outras
possibilidades, como forma de fomentar os princípios
REFERÊNCIAS
democráticos e uma atuação pautada pela ética da
responsabilidade, pelo consumo consciente e pela
MURPHY, Raymond. English Grammar in Use. consciência socioambiental.
39
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
AULA 1 literatura y también al cine, a la música y a otras artes.
Se trata de un texto que expresa a través del humor,
POEMAS EN ESPAÑOL la parodia, la exageración y la burla, una crítica del
autor hacia un aspecto de la sociedad, algún conjunto
de ideas o incluso hacia otros artistas rivales.
Égloga
La égloga es un tipo de poesía de tema amoroso
y corte pastoril, que a menudo opera como una
pequeña obra teatral de un solo acto, ya sea como
un monólogo o como un diálogo entre personajes.
También tiene gran protagonismo en ella la música,
y se suele ambientar en paisajes bucólicos y rurales.
Fonte: www.concepto.com/2022.
Romance
Concepto: El romance es un poema �pico de la tradición
Un poema es una composición literaria que hispana e hispanoamericana, muy popular en el
expresa un punto de vista, una sensación o una siglo XV, y que se componía con un estilo de métrica
reflexión profunda, a través de un lenguaje subjetivo particular, que consiste en versos octosílabos
que puede estar en verso o en prosa. Los poemas rimando asonantemente en versos pares. No hay que
pertenecen al género de la poesía, y específicamente a confundirlo con el género narrativo de igual nombre.
lo que se conoce como poesía lírica, más emparentada
históricamente con el canto, que con la narrativa (la Peán
antigua poesía épica) y el teatro (la antigua poesía En sus orígenes griegos, el peán era un canto
dramática). religioso, dirigido al dios Apolo para pedirle la sanación
de un enfermo; aunque posteriormente pasó a usarse
Himnos en el culto de otros dioses, como Ares o Dionisos,
Los himnos son poemas o cantos líricos que aunque siempre vinculado con la protección y la
suelen expresar sentimientos de admiración, alegría sanación, especialmente en tiempos de guerra.
o jolgorio ante un hecho, una idea o una personalidad
histórica.
Epitalamio
Son una forma de composición poética muy
Otro tipo de poesía lírica de origen griego,
antigua, cuyos primeros ejemplos se remontan al
posteriormente cultivado por los romanos, se trata
milenio III a. C., y que son comunes tanto a la poesía
fundamentalmente de un canto nupcial, o sea, de un
como a la música. Normalmente los himnos son cantos
canto para celebrar una boda.
solemnes, que invitan al fervor hacia una causa
patriótica (como los himnos nacionales), religiosa, etc.
Epigrama
Los epigramas consisten en una breve composición
Odas
poética en la cual se expresa de manera festiva,
De naturaleza similar a la de los himnos, las odas
son cantos celebratorios, de entusiasmo y alabanza, ingeniosa o sa�rica algún tipo de pensamiento o
pero no sólo a los grandes temas de la humanidad (la reflexión.
patria, los héroes, los dioses), sino a cualquier referente
que sea de valor estético o subjetivo para el poeta.
Caligrama
Se llama caligrama (del francés calligramme) a un
Elegía tipo de poesía que combina la expresión escrita con la
Por su parte, las elegías son cantos fúnebres visual, al disponer sus versos en la página de un modo
o lamentos. O sea, se trata de poemas líricos que tal, que compongan un dibujo, figura o ilustración
expresan el dolor del poeta ante la pérdida, o que alegórico respecto del contenido del poema.
rinden homenaje a aquello que ya no se tiene, sea
un amigo, un amante, etcétera. Generalmente son
poemas extensos, en los que predomina el dolor, la
melancolía y la tristeza.
SAIBA MAIS
Sátira
La sátira es a la vez un tipo de poema y un Faça a leitura no site disponível em: encurtador.com.
procedimiento formal, común a otras formas de br/nAORX. Acesso em: 07 ago. 2022.
40
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
oye: “oye, ven a ver esto...”
...
AULA 2
Fonte: www.pinterest.com/2022.
MARCADORES CONVERSACIONALES
Concepto:
Son los que aparecen con frecuencia en la
SAIBA MAIS
conversación. En este grupo se distinguen los
marcadores de modalidad epistémica ([claro, desde
luego, por lo visto, etc.]), de modalidad deóntica Faça a leitura no site disponível em: encurtador.com.
([bueno, bien, vale, etc.]), enfocadores de la alteridad br/noqQ2. Acesso em: 07 ago. 2022.
([hombre, oye, etc.])
Los Marcadores Conversacionales son un tipo de
Marcadores Discursivos que aparecen con frecuencia
en la conversación. Son los siguientes:
De evidencia (o modalidad epistémica) → SUGESTÃO DE DEBATE
indican certeza claro: “... claro, no podía ser de outra
manera...” Discuta, em grupo, a questão a seguir:
desde luego: “... desde luego es una buena idea”
efectivamente: “efectivamente, es lo mejor Con los marcadores del discurso conversacionales que
para...” hemos visto en esta lección, escribe un diálogo en el
sin duda: “sin duda logrará todo lo que se que aparezcan algunos de ellos.
propone” naturalmente: “naturalmente, nosotros nos
encargaremos de todo” por supuesto: “por supuesto,
como no podría ser de otra manera...”
41
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
AULA 3 2. Enfático:
El lo enfático intensifica el valor de los adjetivos,
de los adverbios de los participios. Siempre deben ser
utilizados con el pronombre relativo que:
Ejemplos:
Lo + Adjetivo + que
¡Lo inteligente que es esta mujer! (Quão
inteligente é esta mulher!)
Lo fácil que fue la prueba. (A prova foi muito fácil)
Lo + Adverbio + que
Lo tarde que has llegado ayer. (Quão tarde chegou
Fonte: www.brasilescola.uol.com/2022 ontem)
¿Te acuerdas lo demasiado que fue la fiesta?
Concepto (Lembra o quanto a festa foi exagerada?)
El ar�culo neutro es un ar�culo determinado, Lo + Participio + que
pero nunca va delante de un sustantivo (nombre), Nos sabes lo atrasado que he llegado para la
puesto que no existen sustantivos neutros en reunión. (Não sabe o quão atrasado cheguei para a
español; tampoco designa género o número. Puede reunião)
ir delante de adjetivos, adverbios y participios; de
preposiciones, pronombres posesivos y relativos.
3. Otros usos:
Además, cumple, en la oración, diferentes funciones,
Para hacer referencia a situaciones pasadas
como la de sustantivar e intensificar el valor de los
o cosas conocidas por el interlocutor:
adjetivos, adverbios y participios; de hacer referencia
Lo del mes pasado fue mejor. (O do mês passado
a situaciones pasadas o cosas conocidas por el
foi melhor)
interlocutor.
Llegaremos atrasados en lo de Ana. (Chegaremos
atrasados no de Ana)
1. Referencial:
El lo referencial hace referencia a los elementos
Con pronombres posesivos:
definidos abstractos o inanimados en el discurso.
Lo tuyo es mejor. (O teu é melhor)
Ejemplos: Lo mío está más nuevo que lo suyo. (O meu está
Lo + Adjetivo mais novo que o seu)”
Lo bonito es ser feliz. (O bonito é ser feliz)
Lo importante es que termine este trabajo. (O
importante é que termine este trabalho)
Lo + Participio
Lo sucedido me dejó feliz. (O que sucedeu me
deixou feliz)
Lo prohibido le gusta más. (Ele gosta mais do que
é proibido)
Lo + Adverbio
Lo más triste de la situación. (O mais triste da
situação)
Lo poco que hizo fue suficiente. (O pouco que fez
foi suficiente)
Lo + Que / De
No sabemos lo que piensa María de Jorge. (Não
sabemos o que Maria pensa de Jorge)
Lo que quiero es estudiar más. (O que quero é
estudar mais)
Lo de mañana es más importante. (O de amanhã Fonte: www.pinterest.com/2022.
é mais importante)
42
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
AULA 4
CONECTORES COPULATIVOS
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
ATIVIDADE 01 –
Observa la imagen, subraya los ar�culos LO que están
presentes y explica en portugués lo qué se pasa.
Concepto
Conectores copulativos
Son aquellos que hacen de puente entre dos
segmentos, y permiten añadir elementos a lo dicho.
Son ejemplo de ellos: y, e, ni, además, incluso,
también, por otra parte, sumado a, paralelamente,
a continuación, por otro lado, de hecho, encima, es
más, etc.
Conectores disyuntivos
Son aquellos que plantean una elección o
disyunción entre dos elementos distintos del
discurso, es decir, lo uno o lo otro.
Son ejemplo de ellos: o, u, ya sea que, o bien, etc.
Conectores causales
Son aquellos que introducen una causa o motivo,
es decir, que inician una relación causa-efecto
entre los elementos del texto. En este caso, suelen
identificarse con la causa.
Son ejemplos de ello: de modo que, por esta razón,
por consiguiente, ello se debe a, en consecuencia, si
no, es por ello que, dado que, por el hecho de que, etc.
43
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Conectores adversativos para destacar algún tipo de semejanza o diferencia
Son aquellos que oponen (adversan) o entre ellos.
contraponen dos elementos del discurso, de manera Son ejemplo de ellos: análogamente, de modo
tal que uno cancele o se oponga al otro. similar, igualmente, del mismo modo, en cambio,
Son ejemplo de ellos: sin embargo, no obstante, inversamente, etc.
ahora bien, con todo, pero, etc.
Conectores conclusivos
Conectores consecutivos Son aquellos que permiten introducir conclusiones
Son aquellos que se corresponden con la en el discurso, es decir, para terminar una exposición
consecuencia, no con la causa, de una relación causa- de motivos.
efecto. Serían la contrapartida de los causales. Son ejemplo de ellos: en conclusión, por último,
Son ejemplo de ellos: aunque, a pesar de que, en suma, para concluir, etc.
aún, aun cuando, pese a que, si bien, por más que, etc.
Conectores condicionales
Conectores temporales Son aquellos que vinculan dos elementos del
Son aquellos que permiten organizar discurso de manera tal que la realización o aceptación
temporalmente el discurso, estableciendo de uno, supone también la realización o aceptación
relaciones anterioridad o antelación, simultaneidad del otro. Es decir, establece una condición entre
y posterioridad. diferentes elementos.
Son ejemplos de cada uno: Son ejemplo de ellos: en caso de, siempre que, a
Anterioridad: antes, hace tiempo, había una menos que, a no ser que, cuando, etc.
vez, antiguamente, al comienzo, anteriormente,
tiempo atrás, primeramente, etc.
Simultaneidad: en éste preciso instante, al
mismo tiempo, simultáneamente, actualmente,
mientras tanto, sincrónicamente, etc.
Posterioridad: después, más tarde,
posteriormente, finalmente, luego, entonces,
etc.
Conectores locativos
Son aquellos que establecen lugares de referencia
(sean �sicos o imaginarios), o sitúan un referente
respecto a otros.
Son ejemplo de ellos: aquí, allí, en donde, delante
de, encima de, donde, junto a, por debajo de, etc.
Conectores repetitivos
Son aquellos que permiten reintroducir elementos
del discurso, insistiendo en ellos o recalcándolos, para
que el receptor no los olvide o los entienda mejor.
Son ejemplo de ellos: en otras palabras, mejor
dicho, más precisamente, dicho de otro modo, en
pocas palabras, resumiendo, en otras palabras, de
nuevo, etc.
Conectores aclarativos
Son aquellos que añaden precisión al discurso,
permitiendo al emisor explicar mejor lo que quiere
decir.
Son ejemplo de ellos: en cuanto a, respecto a, con
referencia a, por otro lado, con base a, etc.
Conectores comparativos
Son aquellos que introducen una comparación o
contraste entre dos o más elementos del discurso,
44
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Ayer fue un día desastroso. ____________________
no sonó el despertador y llegué tarde a la oficina
____________________el jefe estaba de mal
humor y me advirtió de que esto no podía repetirse
____________________ fui al sacar dinero y me di
cuenta de que había perdido la tarjeta de crédito; solo
llevaba 10 euros en mi cartera, ____________________
tuve que pedir dinero prestado a un compañero.
____________________cuando iba a coger el coche
para volver a casa, vi que una rueda estaba pinchada.
____________________, ayer fue un día desastroso.
ATIVIDADE 02 –
Elige un conector de los que tienen abajo y completa
la oración.
a) Yo trabajo porque me gusta lo que hago;
ellos____________________solo quieren ganar
dinero lo más rápido posible.
45
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
h) Estoy totalmente de acuerdo contigo; tiene influencia del mambo, el chachachá, la guaracha,
____________________tengo que asegurarme. la rumba, la bomba, la plena y el merengue.
El baile de la salsa en sí, sus movimientos y pasos,
Asimismo, sin embargo, por cierto son una fusión de lo africano con lo europeo. Sus
movimientos y pasos reflejan la influencia de los
i) Ya sé que las carreteras están cortadas porque bailes que trajeron los africanos al Caribe y los bailes
ayer hubo un accidente; ____________________ europeos que se bailaban en Cuba. Los pasos básicos
he decidido salir a esquiar este fin de semana. de la salsa son los mismos pasos del son cubano. La
salsa también heredó pasos de la rumba, el danzón
De todas formas, en consecuencia, en cambio y el mambo.
46
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
las parejas se mueven en forma de un arco y no en PERÍFRASIS DE FUTURO
línea como sucede en el Estilo NY.
Veja exemplos:
ATIVIDADE 02 - Ir a + infinitivo: locução que indica planos ou
¿Por quién fue creada? intenções do falante e ações que vão ser realizadas
em um futuro próximo.
Pronto voy a cambiar de trabajo.
(Em breve vou mudar de trabalho.)
ATIVIDADE 04 -
¿Cómo también es conocida la Salsa?
47
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Usos de Ir + a + infinitivo em Espanhol, perífrase
que expressa uma ação que irá acontecer em um
futuro próximo, sempre se torna uma dificuldade bem
marcante para o brasileiro que estuda ou pratica este
idioma.
SAIBA MAIS
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
ATIVIDADE 01 –
Mira la historieta de Gaturro y contesta a las preguntas:
48
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE 01 – e) ¿A quién vas a llamar por teleéfono? / a mi padre:
Retire as perífrases de futuro presentes no segundo
quadrinho.
ATIVIDADE 02 –
A que horas o dono do Gaturro levantou?
ATIVIDADE 03 –
Explique em português o que Gaturro quis dizer no h) ¿Dónde van a comer ustedes hoy? / en casa:
último quadrinho.
ATIVIDADE 04 –
Contesta las preguntas.
Ex.: ¿A quién vas a visitar esta tarde? / mi �o – Voy
a visitar a mi �o.
j) ¿Qué van a hacer mañana? / visitar la ciudad :
a) ¿Qué va a tomar de primero? / una ensalada mixta:
49
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE 05 –
Elige la forma correcta: voy, vas, va, vamos, vais, van.
(A) Este sábado los chicos _____ a ir de excursión a
Brasilia.
(B) Cuando te recuperes de tu lección ________ a
entrenar juntos.
(C) Creo que ______ a estudiar siempre.
(D) ¿Sabes si tu hermana y tú _______ a asistir el
concierto?
(E) Lorena y yo _________ a comer algo antes de ir
a la cama.
Fonte: www.aprenderhablando.com/2022.
50
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
COMPONENTE CURRICULAR
ENSINO RELIGIOSO
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Compreender os processos de produção e negociação
de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e
vivenciando-as como formas de expressão de valores
e identidades, em uma perspectiva democrática e de
respeito à diversidade.
HABILIDADE DA BNCC
(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos cor-
porais de forma consciente e intencional para inte-
ragir socialmente em práticas corporais, de modo a
estabelecer relações construtivas, empáticas, éticas
e de respeito às diferenças.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG501A) Identificar a etimologia dos termos
moral e ética na história da filosofia, selecionando
casos concretos que possam confirmar a necessidade
de superação do mero senso moral para a reflexão
ética propriamente dita.
(GO-EMLGG501B) Compreender o papel histórico das
instituições sociais, políticas e econômicas, estudando
a Declaração Universal dos Direitos Humanos para
associar às práticas dos diferentes grupos e atores
sociais, aos princípios que regulam a convivência em
sociedade, aos direitos e deveres da cidadania e a
justiça social.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Ética e Moral.
Cidadania e Direitos humanos.
TEMAS DISCUTIDOS
Valores religiosos na construção da sociedade demo-
crática.
A convivência respeitosa com o diferente.
Respeito às gerações para dirimir conflitos (jovens/
idosos e outros).
O direito e o respeito à vida em todas as suas dimen-
sões.
SAIBA MAIS
AULA 1
Faça a leitura no site disponível em: encurtador.com.
br/afrEJ. Acesso em: 07 ago. 2022 Análise de autor e obra – livro “O que é Religião?” –
de Rubem Alves.
51
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Durante cada etapa vocês foram conduzidos nas dúvidas que surjam, mas também questionamentos
reflexões e cada vez mais instigados a ter autonomia que suscitam a reflexão e o debate saudável entre
nesse processo reflexivo. Aos poucos, foram sendo os presentes.
convidados a elaborar suas próprias opiniões frente Em relação à apresentação, os estudantes podem
aos textos trabalhados, desenvolvendo, além dos con- combinar previamente com o professor a possibili-
teúdos, a capacidade interpretativa e argumentativa. dade de levar materiais interativos para a apresen-
Nesta última etapa a proposta é um pouco mais tação, como PowerPoint, vídeos, arquivos sonoros,
desafiadora. fotografias, entre outros elementos que deixam a
O convite é lermos um livro inteiro juntos! Isso explanação dinâmica e interativa. Afinal, prender a
mesmo! atenção dos presentes é fundamental para o sucesso
Convido vocês a se aprofundarem ainda mais na de um seminário.
temática de nossas aulas, analisando um autor reco-
nhecido na área. A estrutura padrão de um seminário
A fim de vivenciar atitudes de respeito e tolerância
para com a diversidade (étnico-racial, religiosa, de gê- O seminário, embora seja frequente no meio aca-
nero, de orientação sexual, dentre outras), exigência dêmico, não possui uma estrutura rígida. Ainda assim,
do direito à alteridade e ao exercício da Cidadania, a ele pode ser dividido nas seguintes etapas:
partir dos princípios religiosos, trabalharemos, além Apresentar o grupo e o tema discutido;
da pesquisa e aprofundamento no conteúdo, a análise Expor a ideia central e os argumentos que a
crítica de um livro e criaremos oportunidades para justificam;
que expressem a opinião de vocês por meio da ela- Realizar considerações sobre o tema;
boração de seminários. Abrir para perguntas e debate.
52
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Desse modo, o grupo garante que vai conseguir 6. Teste os recursos audiovisuais antes do se-
estudar e discutir o tema entre si antes de explicar minário
o conteúdo para o restante da sala, inclusive o pro- Já pensou montar um grupo com a devida aten-
fessor. ção, estudar previamente, preparar a apresentação
Com um cronograma estabelecido desde o come- e, na hora, o notebook estar sem bateria?
ço, fica mais fácil visualizar eventuais atrasos e pro- Para piorar, o arquivo não foi salvo na nuvem! Não
blemas, que podem ser resolvidos a tempo, sem pre- rola, não é mesmo? Então, lembre-se de verificar os
judicar a apresentação e, claro, a nota final do grupo. aspectos técnicos da apresentação.
Isso inclui verificar o notebook, a integridade do
3. Aprofunde-se no tema arquivo da apresentação, e se os materiais que podem
Um erro frequente entre os estudantes é achar ser utilizados, como caixa de som e projetor de slide,
que apenas uma pesquisa superficial sobre o assun- estão funcionando.
to é o suficiente para explicar o conteúdo ou certo
fenômeno. Porém, quando o conhecimento é super- 7. Treine a apresentação
ficial, as explicações acabam sendo insuficientes ou Como vimos, a elaboração de um roteiro é im-
até mesmo contraditórias. Além de existir o risco de portante no momento de apresentar o trabalho. E,
além do roteiro, deve-se treinar a apresentação antes.
não saber responder a uma pergunta básica ou inter-
Assim, é possível se adiantar a prováveis questio-
mediária de alguém. Nessa situação, como convencer
namentos, além de identificar qual tópico precisa ser
ao professor de que você e sua equipe realmente se
melhor conceituado.
empenharam? Certifique-se de que houve um estudo
aprofundado, condizente com o que será cobrado na
8. Fique atento à sua postura na hora do semi-
hora da apresentação. E lembre-se de que é melhor nário
e mais seguro dominar um tema do que conhece-lo Cruzar os braços, encostar na parede ou na lousa,
apenas superficialmente. manter o olhar para baixo ou não manter contato
visual, entre outras, são algumas das posturas que
4. Monte um roteiro de apresentação devem ser evitadas durante um seminário.
Grupo montado, cronograma definido e rotina de A linguagem corporal é importante, afinal, ela
estudos cumprida. emite significados sobre você e a situação do momen-
Agora, resta a apresentação, momento que chega to. Assim, é necessário manter uma postura firme e
a causar calafrios em alguns. Se você fica ansioso ou de confiança para passar, ao interlocutor, a impressão
inseguro, acalme-se! de que você domina o tema. O contrário também é
Uma dica de ouro é treinar a apresentação antes verdadeiro. Uma postura retraída, encolhida e �mida,
do momento. Assim, diminui-se a chance de errar a transparece insegurança e medo ao falar. Então, apro-
pronúncia de termos técnicos ou de palavras pouco veite os treinos para ajustar a postura e a entonação
utilizadas no dia a dia. de voz durante a apresentação.
Além disso, ao criar um roteiro, é possível estabe-
lecer uma linha de raciocínio, que será desenvolvida 9. Respeite o tempo combinado
ao longo da apresentação. Isso diminui a ansiedade Qual foi o tempo acordado para a apresentação?
e o nervosismo de falar em público. Dez minutos? Trinta? Tanto faz, o importante é respei-
Se algum evento tirar a sua concentração duran- tar o tempo combinado. Isso significa não extrapolar
te a apresentação, tudo bem! É só pegar o roteiro e nem terminar com muita antecedência.
seguir de onde havia parado. Caso o tempo seja extrapolado, algum grupo fica-
rá sem se apresentar ou, ainda, os ouvintes não terão
5. Capriche nos slides o tempo necessário para tirar dúvidas e suscitar um
Os slides são a identidade visual do trabalho. Além debate. Agora, na situação inversa, em que a apre-
disso, eles são também o recurso utilizado para pren- sentação acaba com bastante tempo sobrando, fica
der a atenção dos ouvintes e para passar informações a impressão de que o tema não foi suficientemente
importantes. discutido e que o grupo estudou o tópico de maneira
superficial. Por isso, aproveite o preparo prévio e o
Por isso, evite inserir textos longos no slide, a
treino de apresentação para calcular corretamente
não ser que seja uma colocação fundamental. Reco-
o tempo.
menda-se a inserção de imagens, arquivos sonoros
e vídeos, já que conteúdos interativos costumam ser
10. Prepare-se para as perguntas que possam
mais atraentes.
surgir
Você pode usar ferramentas de design online para
Como vimos, é comum que dúvidas e perguntas
criar seus slides, como o Canva.
surjam por parte dos ouvintes ou do professor. Então,
53
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
uma dica é já ter em mente quais são as perguntas Rubem foi o primeiro a usar essa expressão, ba-
mais comuns e as dúvidas mais frequentes sobre o seada em uma corrente de pensamento, defendida
tema. Desse modo, você pode se adiantar a possíveis por teólogos protestantes e católicos, que afirmava
questionamentos, respondendo a tudo o que for per- que Deus e a Bíblia tinha preferência pelos pobres e
guntado após a apresentação. que, as religiões deveriam se posicionar ao lado dos
oprimidos. A tese foi transformada em livro, publica-
do nos Estados Unidos, com o �tulo de “Teologia da
Esperança Humana”, por sugestão do editor.
REFERÊNCIA Essa corrente ganhou força nas décadas de 70 e
80. O livro só pode ser editado no Brasil depois da di-
tadura militar, em 1987. Com o �tulo “Da Esperança”.
REDAÇÃO, Universidade Caxias do Sul (UCS). Como
A publicação com o �tulo original “Por Uma Teologia
fazer seminário na graduação em 10 passos. 11 fev.
da Libertação” só saiu no Brasil em 2012.
2022. Disponível em: encurtador.com.br/ejvY2 Aces-
Sua posição liberal trouxe sérios problemas no
so em: 15 ago. 2022.
seu relacionamento com o protestantismo histórico
e especialmente com o presbiterianismo. De volta ao
Brasil, magoado com seus companheiros pastores,
AULA 2 que desconfiavam de suas ideias, se viu obrigado a
abandonar o pastorado.
CONHECENDO O AUTOR Rubem Alves rompeu com a Igreja Presbiteriana
do Brasil em 1970, e afirmou:
Professor
De volta ao Brasil, nos anos 70, Rubem Alves pas-
sou a lecionar filosofia na Universidade de Campinas
(Unicamp). Ocupou diversos cargos, entre eles, o de
Rubem Alves (1933-2014) foi teólogo, educador, Diretor da Assessoria Especial para Assuntos de En-
tradutor, psicanalista e escritor brasileiro. Autor de sino, de 1983 a 1985.
livros de filosofia, teologia, psicologia e de histórias
infantis. Psicanalista
Ele nasceu na cidade de Boa Esperança, em Mi- Nos anos 80, tornou-se psicanalista através da So-
nas Gerais, no dia 15 de setembro de 1933. Em 1945 ciedade Paulista de Psicanálise. Passou a escrever nos
muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Criado grandes jornais sobre comportamento e psicologia.
em uma família protestante, tornou-se pastor. Rubem Alves, depois de aposentado, investiu seu
tempo em um restaurante para exercer seu gosto pela
Formação gastronomia. O local era também usado para eventos
Entre 1953 e 1957 cursou Teologia no Seminário culturais que envolviam cinema, pintura e literatura.
Presbiteriano de Campinas, São Paulo. Em 1958 mu- Rubem Alves é autor de 120 �tulos, de assuntos
dou-se para a cidade de Lavras, Minas Gerais, onde variadíssimos – de pedagogia a literatura infantil, pas-
exerceu a função de pastor até 1963. sando pela filosofia e culinária.
Ainda em 1963, Rubem Alves foi estudar em Nova
York, retornando em 1964, com o �tulo de Mestre em Outras Obras de Rubem Alves
Teologia, pela Union Theological Seminary. O Que é Religião? (filosofia e religião)
A Volta do Pássaro Encantado
O Teólogo O Patinho que não Aprendeu a Voar (livro infantil)
Em 1968, perseguido pelo regime militar, acusa- Variações Sobre a Vida e a Morte (teologia)
do de subversivo, Rubem Alves, a mulher e os filhos Filosofia da Ciência (filosofia e conhecimento
seguiram para os Estados Unidos, onde no Seminário cien�fico).
Teológico de Princeton, escreveu sua tese de douto- Rubem Alves faleceu em Campinas, São Paulo, no
rado: “Por Uma Teologia da libertação”. dia 19 de julho de 2014.
54
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Algumas frases de Rubem Alves muitos a mesma estranheza que outrora uma parcela
Não haverá borboletas se a vida não passar por ínfima de ateus causavam no mundo antes da secu-
longas e silenciosas metamorfoses. larização e comparado ao progressivo aparecimento
A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela de ateus após o surgimento do mundo secularizado.
quer voltar. E ressalta que quando se esgota os recursos téc-
A vida não pode ser economizada para amanhã. nicos e a “dor bate à porta [...] surgem então as per-
Acontece sempre no presente. guntas sobre o sentido da vida e o sentido da morte,
Há escolas que são gaiolas e há escolas que são perguntas das horas de insônia e diante do espelho”
asas. (p. 12), pois apesar das dúvidas de caráter religioso ar-
Aprenda a gostar, mas gostar mesmo, das coisas ticularem-se agora sob o disfarce dos símbolos secula-
que deve fazer e das pessoas que o cercam. Em pouco rizados, “ela permanece e frequentemente exibe uma
tempo descobrirá que a vida é muito boa e que você vitalidade que se julgava extinta” (p. 10), ou melhor,
é uma pessoa querida por todos. “a religião está mais próxima de nossa experiência
Aquilo que está escrito no coração não necessita pessoal do que desejamos admitir” (p. 13).
de agendas, porque a gente não esquece. O que a Em seguida, ao falar sobre Os símbolos da au-
memória ama fica eterno. sência, sustenta que o homem recusa-se a ser como
O tempo pode ser medido com as batidas de um os animais, pois é um ser de consciência, apesar da
relógio ou pode ser medido com as batidas do coração. mesma provocar a “maldição da neurose e o terror
da angústia” (p. 18), condição existencial do homo
sapiens. Então, com a recusa do “mundo estrutu-
ralmente fechado” (p. 18) ao qual os animais estão
REFERÊNCIA destinados, o ser humano cria outros mundos (civi-
lizações, linguagens, culturas, altares, palácios, har-
FRAZÃO, Dilva. Rubem Alves - Escritor e teólogo bra- pas, poemas, ciências, etc) e luta contra a neurose
sileiro. Biografia, 12 de maio de 2020. Disponível em: e a angústia que o fardo do pensar exige. Assim, a
encurtador.com.br/jlwR6. Acesso em: 15 ago. 2022. criação humana (religião, filosofia, arte, ciência, etc)
é impulsionada não apenas pelo racional,mas por um
impulso primitivo chamado desejo.
AULA 3 Com isso, nota-se que a cultura não é uma redupli-
cação da natureza, pois a cultura (religiosa, filosófica,
CONHECENDO A OBRA cien�fica, etc) “deseja criar [...] o objeto desejado’’
(p. 22, grifo do autor) que encontra-se ausente na
Resenha: “O que é religião?” de Rubem Alves matéria. Os símbolos da ausência são aqueles que
carregam intenções e desejos provenientes da ima-
por Gilmar Guimarães em outubro 09, 2021. ginação e do “poder humano de dar nome às coisas,
atribuindo-lhes um valor” (p. 26) que a matéria care-
A obra em questão objetiva ce, ou seja, sob a teia de símbolos e rede de desejos
explicar de maneira introdutória surge a religião com “os sinais visíveis desta teia in-
o fenômeno religioso e algumas visível de significações (p. 26, grifo do autor) que não
de suas principais discussões, se esgota apenas na imaginação e na fantasia, mas
ou seja, a partir da pergunta “O formam esquemas de sentido que alimenta a vida e
que é religião?” formula-se uma a vontade de viver.
compilação de problemas que Em O exílio do sagrado, o autor discorre sobre o
relacionam-se com a pergunta processo que fez o sagrado envelhecer e desmoronar
inicial e servem de eixo para o após a secularização e o advento da modernidade
exame de problemas que desde os primórdios fazem cien�fica. Com o heliocentrismo, método cien�fico-
parte da consciência humana. -experimental e o capitalismo, os símbolos medievais
O autor inicia a obra apresentando e examinando foram corroídos, afinal, “os símbolos vitoriosos [...]
as Perspectivas que afligem o sujeito religioso dos recebem o nome de verdade” (p. 40) e a verdade
tempos atuais. Segundo o autor, ateus eram raros e pós-medieval provém da crença de que “aquilo que
causa de estranheza até a chegada da modernidade, não é útil deve perecer” (p. 45). Segundo Rubem Alves
da ciência e da tecnologia com a marca do “seu rigo- (p. 40), enquanto alguns símbolos derrotados “são
roso ateísmo metodológico” (ALVES, p. 09-10, grifo perseguidos como heresias” antes da secularização,
do autor), mas se nos períodos pré-modernos o ate- outros “são ridicularizados como superstições” após
ísmo era incomum, nos tempos atuais a situação in- a secularização, assim a natureza e o ser humano per-
verteu-se e o sujeito que confessa-se religioso causa a de sua aura sagrada, pois o que importa não é mais
55
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
entender, mas apenas manipular, controlar e trans- cas “dificilmente poderão oferecer razões para viver
formar. E assim nasce um mundo instrumentalizado, e morrer…” e reforça que “o discurso religioso con-
vazio de mistérios e totalmente dominado pela razão. tém algo mais que a pura ausência de sentido, não
“O sucesso da ciência foi total” e “coisas bem-suce- podendo, por isso mesmo, ser exorcizado pela crítica
didas não podem ser questionadas” (p. 49), mesmo epistemológica” (p. 85). Ou seja, a religião é o dese-
que o preço para a objetividade absoluta seja o “vale jo da finitude pelo Perfeito Infinito que transcende
quanto ganha, enquanto ganha” (p. 48). a miséria humana e manifesta-se como mensagem,
A objetividade técnico-cien�fica e a instrumenta- expressão e esperança, na medida que “o desejo”,
lização das coisas ignora duas concepções que dizem neste contexto, “é indestru�vel” (p. 90).
respeito ao sentido das coisas e que são examina- Logo após, destaca a justiça e a misericórdia d’O
das pelo autor no tópico A coisa que nunca mente. Deus dos oprimidos, tendo como ponto de partida a
Ao afirmar que as coisas/símbolo significam outras missão dos profetas e mártires que, segundo Rubem
e as que são destituídas de sentido não significam Alves (p. 103), foram “os primeiros a compreender
outras, Rubem Alves (p. 58, grifo do autor) enfatiza a ambivalência da religião, isto é, “ela se presta a
que “quem confunde coisas que significam com coi- objetivos opostos, tudo dependendo daqueles que
sas que nada significam comete graves equívocos”. manipulam os símbolos sagrados”. A religião pode
Ou seja, enquanto muitos erraram em pensar que a libertar ou escravizar, iluminar ou cegar, ou ainda,
religião era algo passageiro, já os empiristas e positi- causar alienação de modo a submeter oprimidos ao
vistas ignoraram-na enquanto coisa social e insistiram conformismo e aceitação da “riqueza pela vontade de
em interpretá-la apenas como texto e superstição, Deus, pobreza pela vontade de Deus” (p. 107), reves-
não obstante, os mesmos afirmavam que a religião tindo os interesses pessoais com aura sagrada, bem
existe e que faz parte da realidade, então, Rubem como o próprio utilitarismo proveniente do egoísmo
Alves (p. 60) afirma que “se a religião é um fato, os e do individualismo.
julgamentos de verdade e falsidade não podem ser E finaliza suas considerações n’A aposta de que
a ela aplicados”, além de diferenciar as coisas que após conhecer algumas das principais críticas à reli-
significam outras (mundo sagrado) das que não sig- gião levantadas por psicólogos, filósofos, cientistas
nificam (mundo profano). sociais, etc., assim como pela defesa da mesma feita
O avanço do mundo profano/secular suplantou por outros, ressalta que a religião fala sobre o sen-
o sagrado e alargou o individualismo e o utilitarismo, tido da Vida e da morte, superando a mecânica ma-
pois no mundo profano “o que não é útil é abandona- tematicamente precisa e tecnicamente manipulável
do”, visto que “tudo se torna descartável [...]” (p. 61- da ciência, visto que “o sentido da vida não é um
62) e resta a dúvida sobre qual argumento ou apelo fato” (p. 125), mas parte da realidade de um ser que,
utilitário pode ser invocado contra o crime. ao mesmo tempo, é dotado de razão e de desejo, e
Após isso, o autor examina as considerações so- posto isso, conclui que “é mais belo o risco ao lado
ciológicas em As flores sobre as correntes, nas quais da esperança que a certeza ao lado de um universo
tais críticas e investigações apontam para a dimensão frio e sem sentido…” (p. 126).
materialista do fenômeno religioso, isto é, a religião Portanto, a obra O que é religião? descreve a reli-
é movida e criada por sujeitos que são “corpo, corpo gião a partir da filosofia, ciência, sociologia, psicanáli-
que tem de comer, corpo que necessita de roupa e se e antropologia, assim como identifica a importância
habitação, corpo que se reproduz, corpo que tem de da mesma no que se refere à condição humana que
transformar a natureza, trabalhar, para sobreviver” encontra-se fora dos domínios das ciências, além de,
(p. 73). Mas, de acordo com o autor, apesar dos so- no decorrer da obra, salientar que “a religião pode se
ciólogos identificarem que as pessoas são movidas transformar. Mas nunca desaparecerá” (p. 66).
mais por ideologias do que pelo conhecimento, que os
poderosos usam e invocam o sagrado como cúmplice
da guerra e do crime, ou ainda, que a crítica socioló-
gica arrancou as flores sobre as correntes para que REFERÊNCIA
as mesmas correntes da alienação fossem
quebradas, mesmo reconhecendo tais bene�cios FRAZÃO, Dilva. Rubem Alves - Escritor e teólogo bra-
promovidos pela crítica sociológica, há de se reco- sileiro. Biografia, 12 de maio de 2020. Disponível em:
nhecer que “o equívoco é pensar que o sagrado é encurtador.com.br/jlwR6. Acesso em: 15 ago. 2022.
somente aquilo que ostenta os nomes religiosos tra-
dicionais” (p. 81). GUIMARÃS, Gilmar. Resenha: “O que é religião?”
E fundamenta a partir d’A voz do desejo ao escla- de Rubem Alves. Epifania Urbana, 09 de outubro de
recer que a religião vai muito além das explicações 2021. Disponível em: encurtador.com.br/uyQUX.
lógico-racionais, pois as explicações técnico-cien�fi- Acesso em: 15 ago. 2022.
56
Ciências da
Natureza e suas
Tecnologias
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
COMPONENTE CURRICULAR fenótipo para prever o caráter hereditário ou não de
BIOLOGIA determinada anomalia em uma população.
58
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Observe o exemplo hipotético presente no site
da USP (Universidade de São Paulo):
Seleção Natural
59
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
4- Resultado final: Como o próprio nome diz, doenças genéticas são
aquelas que ocorrem diante a modificação do mate-
O traço mais vantajoso, rial genético (DNA). Estas doenças podem passar de
a coloração marrom, que geração para geração, afetando muitos indivíduos,
permite que os besouros representando um carácter hereditário.
tenham maior descendên- Mas nem toda doença genética será sempre he-
cia, se torna mais comum na reditária, como o câncer, que é causado por modifi-
população. Se esse processo cações no material genético, mas não é comprovado
continuar, eventualmente que será transmitido aos descendentes.
todos os indivíduos da população serão marrons. Se
você tem variação, reprodução diferenciada e here- Classificação das doenças genéticas
ditariedade, você terá evolução por seleção natural Mendelianas ou monogenéticas: Apenas um
como resultado. É simples assim. gene é modificado.
Disponível em: encurtador.com.br/ePT46. Acesso em: 15 ago. Poligênicas ou multifatorial: Mais de um gene
2022. é modificado e ocorrendo ainda interferência
dos fatores ambientais.
Mutações neutras Cromossômicas: Quando os cromossomos so-
frem modificações em sua estrutura e número.
Quando as mutações não afetam a características
dos seres vivos, são consideradas mutações neutras. Euploidias
DOENÇAS GENÉTICAS
ANOTE!!!
Aneuploidias
60
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Classificação das aneuploidias Organização das Nações Unidas.
1. Nulissomias (2n-2): O indivíduo não apresentar A mutação é causada pela trissomia do cromos-
nenhum cromossomo de determinado par. somo 21. Os indivíduos que possuem está síndrome
2. Monossomias (2n-1): O indivíduo irá apresen- possuem um cromossomo a mais no par 21 autossô-
tar apenas um cromossomo de um determinado par. mico, podendo ter o cariótipo:
3. Trissomia (2n+1): O indivíduo irá apresentar 47XX (+21),
um cromossomo a mais que o normal em um deter- 47XY (+21).
minado par, ou seja, apresenta três cromossomos de
um mesmo tipo. A normalidade é conter cariótipo com 46 cro-
mossomos, todavia, esses indivíduos apresentam 47
cromossomos, sendo que esta alteração determina
uma deficiência mental. Algumas características ana-
tômicas são observadas como:
Pescoço alado e dedos curtos;
linha reta da palma da mão;
baixa estatura;
extremidade externa dos olhos voltada para
cima;
Língua protusa.
61
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
baixa estatura;
mandíbula recuada ou pequena;
céu da boca alto e estreito;
mais cabelo na nuca (implantação baixa de
cabelo);
Orelhas baixas ou protuberantes.
62
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
No Brasil, segundo dados do IBGE, há cerca de Os fenótipos comumente associados a essa síndrome
16.000 mulheres afetadas pela síndrome de Turner. são: face larga e achatada, baixa estatura, QI abaixo
Disponível em: encurtador.com.br/uHNTX. Acesso em: 15 ago. da média, olhos com pregas epicânticas, mãos curtas
2022. com uma linha simiesca no meio e uma língua grande
e cheia de sulcos.
(A) 47, XY + 21 ou 47, XX + 21.
(B) 45, XY + 21 ou 45, XX + 21.
(C) 46, XY + 14 ou 46, XX + 14.
(D) 47, XY + 14 ou 47, XX + 14.
(E) 46, XY + 21 ou 46, XX + 21.
ATIVIDADE 02 – (UEMA/2019-Adaptada)
Leia o texto a seguir.
63
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
(C) fertilização concomitante do óvulo por dois es- (A) 44, 0Y.
permatozoides, cada um deles carregando um (B) 47, XXY.
cromossomo 21. (C) 46, XX.
(D) fusão do material genético do corpúsculo (glóbulo) (D) 45, X0.
polar ao núcleo haploide do óvulo, cada qual com (E) 44, YY.
um cromossomo 21
(E) não disjunção dos cromossomos homólogos do ATIVIDADE 07 – (C. U. Tiradentes-AL/2010-Adaptada)
par 21 na mitose seguinte à formação do zigoto. Leia o texto a seguir.
ATIVIDADE 05 – (UEFS/2014-Adaptada) Agora, Cara precisa reconstruir sua amizade com Gra-
Leia o texto a seguir. ce, recuperar Brandon e restabelecer sua reputação.
Trailer do filme disponível no link encurtador.com.br/
Paciente do sexo feminino, portadora de Síndrome de osKV4. Acesso em: 15 ago. 2022.
Down, apresenta uma alteração cromossômica que
pode ser identificada pela fórmula cario�pica:
MÓDULO 02
(A) 45, XO.
(B) 46, XX. COMPONENTE CURRICULAR
(C) 47, XY + 13. BIOLOGIA
(D) 47, XX + 21.
(E) 69, XXX. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da
ATIVIDADE 06 – (C. U. Cesmac/2011-Adaptada) Aneu-
Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos,
ploidias podem causar doenças genéticas, tais como,
realizar previsões sobre o funcionamento e a evolu-
síndrome de Turner, uma monossomia do cromosso-
ção dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e
mo sexual X, expressa por:
defender decisões éticas e responsáveis.
64
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
HABILIDADE DA BNCC HISTÓRIA
(EM13CNT205) Interpretar resultados e realizar pre-
visões sobre atividades experimentais, fenômenos O Dr. Harry F. Klinefelter ao trabalhar no projeto
naturais e processos tecnológicos, com base nas no- de consumo de oxigênio na glândula adrenal em con-
ções de probabilidade e incerteza, reconhecendo os junto com o Dr. Howard Means atendeu um paciente
limites explicativos das ciências. com um caso raro no qual um homem desenvolveu
seios (Ginecomastia).
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM Ao estudar este caso, o Dr. Klinefelter relatou nos
seu exames infertilidade, liberação de hormônio Go-
(GO-EMCNT205G) Identificar doenças genéticas, con-
nadotropina (GnRH), um elevado nível de liberação
siderando alterações moleculares, estruturais e nu-
de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio
méricas dos cromossomos, bem como interferências
Luteneizante (LH).
externas ao genoma que influenciam na expressão do
Com estes resultados foi publicado no Jornal de
fenótipo para prever o caráter hereditário ou não de
Metabolismo e Endocrinologia Clínica (1942), um ar-
determinada anomalia em uma população.
tigo intitulado “Síndrome caracterizada por Gineco-
mastia, aspermatogênese e aumento da excreção de
OBJETO DE CONHECIMENTO
Hormônio Folículo Estimulante”, tendo como autores,
Mutações gênicas. Klinefelter H G, Reifestein E C Jr., e Albright F..
A síndrome de Klinefelter, descrita por Harry
Klinefelter em 1942, é uma anormalidade cromossô-
AULA 1 – BIOLOGIA mica numérica, em que há a presença de um ou mais
cromossomos X. O cariótipo dos pacientes com essa
anomalia é normalmente 47, XXY, entretanto, em
alguns casos, observa-se um número ainda maior de
cromossomos X. A síndrome é bastante rara, ocorren-
do em cerca de um a cada 600 meninos nascidos vivos.
65
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
SÍNDROME DE PATAU Assim como a maioria das outras trissomias, as-
socia-se à idade materna avançada, por estarem mais
Muito complicada é a Síndrome de Patau, pois propícias a ocorrência da não disjunção dos cromos-
normalmente, os bebês sobrevivem menos de 3 dias somos. A idade da mãe é superior a 35 anos em 40%
em média, mas existem casos de sobreviverem até 10 dos casos.
anos, dependendo da gravidade da síndrome, sendo Disponível em: encurtador.com.br/fiA28. Acesso em: 15 ago.
importante em todos os casos que a gestação seja 2022.
acompanhado pelo pediatra para que a alimentação
possa acontecer mais facilmente.
Caracterizada como uma doença genética rara
pela trissomia do cromossomo 13, o que interfere
diretamente no desenvolvimento do embrião, resul-
tando em:
malformações no sistema nervoso,
defeitos cardíacos
retardo mental grave;
defeitos cardíacos congênitos;
no caso dos meninos, criptorquidia;
no caso das meninas, podem ocorrer alterações
no útero e nos ovários;
fenda labial e no céu da boca;
malformação das mãos;
defeitos na formação dos olhos ou ausência
dos mesmos.
rins policísticos; Cariótipo da Síndrome de Patau. Disponível em: encurtador.com.
plantas dos pés arqueadas; br/uRTX2. Acesso em: 15 ago. 2022.
crises convulsivas;
microcefalia. SÍNDROME DE EDWARDS
Quanto ao diagnóstico da síndrome, pode ser fei- É uma síndrome cromossômica causada por uma
to durante a gravidez através dos exames durante a alteração no código genético do paciente. O cromos-
assistência pré-natal, através de ultrassonografia mor- somo 18 do indivíduo, que deveria ser composto por
fológica realizada entre 16 e 23 semanas de gestação. um par de cromossomos, possui três cromossomos
A taxa de detecção ultrassonográfica desta trissomia (trissomia). Devido à gravidade dos sintomas e alte-
é de 90%. No caso de mulheres com mais de 35 anos, rações, a síndrome de Edwards apresenta expectativa
existe um maior risco de alterações cromossômicas. de vida muito baixa.
Em alguns casos os bebês podem também apre- Fetos com a síndrome têm maiores chances de ser
sentar baixo peso e ainda um sexto dedo nas mãos ou abortados espontaneamente durante gravidez ou de
nos pés (polidactilia), além de também poderem apre- ser natimortos. A expectativa de vida costumam não
sentar alterações no sistema circulatório e urogenital. chegar aos dois anos.
HISTÓRIA Características:
retardamento �sico e mental;
Reconhecida em 1960 por Klaus Patau obser- efeitos cardíacos;
vando um caso de malformações múltiplas em um O crânio é muito alongado na região occipital;
neonato, sendo trissômico para o cromossomo 13. O pescoço é curto;
Tem como causa a não disjunção dos cromossomos O pavilhão das orelhas é dismórfico, com pou-
durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com cos sulcos;
24 cromátides. Cerca de 20% dos casos resultam de A boca é pequena e triangular;
uma translocação não-balanceada. Grande distância intermamilar;
A sua incidência foi estimada em cerca de 1 caso Os genitais externos são anômalos;
para 6000 nascimentos. Aproximadamente 45% dos O dedo indicador é maior do que os outros e
afetados falecem após 1 mês de vida; 70%, aos 6 me- flexionado sobre o dedo médio;
ses e somente menos de 5% dos casos sobrevivem Os pés têm as plantas arqueadas;
mais de 3 anos. A maior sobrevida relatada na litera- As unhas costumam ser hipoplásticas e atro-
tura foi a de 10 anos de idade. fiadas.
66
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
ATIVIDADE 03 – (IFRR/2016-Adaptada)
Leia o texto a seguir.
67
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Marque a alternativa correta relacionada a essa sín- Síndrome de Klinefelter;
drome: Síndrome de Patau;
(A) Podem apresentar retardamento mental acentu- Síndrome de Edwards.
ado e uma série de características como retarda-
mento psicomotor, olho oblíquo, língua volumosa A participação ativa não deve ser restrita aos que es-
e pendente, crânio curto (braquicefalia), genitália tão apresentando o seminário, pois essa postura deve
pouco desenvolvida, prega simiesca (única prega estar presente também entre os ouvintes.
palmar), falta de falange no dedo mínimo, cardio- A escuta ativa, nesse caso, é a capacidade de ouvir e
patias congênitas, baixa resistência a infecções e formular questionamentos, a partir das informações
expectativa de vida baixa. trazidas e de conhecimentos prévios sobre o tema.
(B) Provoca microcefalia, atraso no desenvolvimento Todos os estudantes devem ser avaliados quanto:
�sico e mental, fissura labiopalatina e defeito nos 1. Organização;
septos intra-atrial e intervesicular. 2. Participação;
(C) Provoca baixa estatura, problemas no desenvol- 3. Domínio de conteúdo;
vimento dos órgãos sexuais (atrofia), infertilida- 4. Explanação do conteúdo;
de e, em alguns casos, retardo mental leve e o 5. Apresentação de slides ou cartazes.
desenvolvimento de pregas de pele nos lados do
pescoço (pescoço alado).
(D) Provoca a esterilidade, desenvolvimento exagera- MÓDULO 03
do das glândulas mamárias, problemas no desen- BIOLOGIA
volvimento dos órgãos genitais (atrofia), retardo
mental leve e estatura alta. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
(E) Levam o portador à morte antes de completar um
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológi-
ano de vida.
cos, com base nas interações e relações entre matéria
e energia, para propor ações individuais e coletivas
que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem
impactos socioambientais e melhorem as condições
de vida em âmbito local, regional e global.
AULA COM RECURSOS AUDIVISUAIS
HABILIDADE DA BNCC
Sugerimos que assista os vídeos a seguir. (EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as ra-
Síndrome de Edwards: Suspeita no pré-natal. Dis- diações e suas origens para avaliar as potencialidades
ponível em: encurtador.com.br/agkp9. Acesso em: e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso
15 ago. 2022. cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na
Teoria: Síndrome de Patau: Suspeita no pré-natal. agricultura e na geração de energia elétrica ação de
Disponível em: encurtador.com.br/lPU07. Acesso energia elétrica.
em: 15 ago. 2022.
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT103D) Identificar os tipos de radiações
que incidem no planeta Terra e seus efeitos diretos
e indiretos sobre os seres vivos, considerando con-
SUGESTÃO DE SEMINÁRIO ceitos �sicos, químicos e biológicos para explicar os
fenômenos naturais relacionados a manutenção dos
Seminário ecossistemas.
68
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Como principal fonte energética para todos os A partir da imagem, pode-se observar a luz solar
processos dos seres vivos podemos destacar aqui sendo absorvida pelas folhas para realização do pro-
alguns deles: cesso de fotossíntese.
• Os seres fotossintetizantes a partir da energia
do sol, garantem a partir da fotossíntese um Tipos de Radiação
fornecimento con�nuo de energia livre, que
segue um fluxo de energia no ecossistema. Dependendo da quantidade de energia, uma
• A energia fixada na fotossíntese, embora repre- radiação pode ser descrita como não ionizante ou
sente um valor percentual pequeno em relação ionizante.
ao balanço energético de uma planta, é o início Radiações não ionizante possuem relativamente
das cadeias alimentares do Planeta Terra. baixa energia. De fato, radiações não ionizantes estão
• O nível energético do ambiente, representado sempre a nossa volta. Ondas eletromagnéticas como
pela temperatura, deve permitir que a água no a luz, calor e ondas de rádio são formas comuns de
Planeta encontre no estado líquido para gerar radiações não ionizantes. Sem radiações não ionizan-
vida, o que é resultado do Efeito Estufa, que tes, nós não poderíamos apreciar um programa de
garante este aquecimento natural da Terra. TV em nossos lares ou cozinhar em nosso forno de
micro-ondas.
Altos níveis de energia, radiações ionizantes, são
originadas do núcleo de átomos, podem alterar o es-
tado �sico de um átomo e causar a perda de elétrons,
tornando-os eletricamente carregados. Este processo
chama-se “ionização”.
Um átomo pode se tornar ionizado quando a ra-
ANOTE!!! diação colide com um de seus elétrons. Se essa colisão
ocorrer com muita violência, o elétron pode ser ar-
A luz é apresentada como uma forma de energia ra- rancado do átomo. Após a perda do elétron, o átomo
diante que iluminando os cloroplastos, consegue iniciar deixa de ser neutro, pois com um elétron a menos,
um processo que resulta na síntese de matéria orgânica. o número de prótons é maior. O átomo torna-se um
A luz é um tipo de radiação eletromagnética, e “íon positivo”.
a radiação eletromagnética é uma das várias manei- Radiações são ondas eletromagnéticas ou par�-
ras pelas quais a energia viaja no espaço. No caso do culas que se propagam com uma determinada velo-
Planeta Terra, está fonte de energia limpa e aparen- cidade. Contêm energia, carga eléctrica e magnética.
temente inesgotável, provém do Sol. Podem ser geradas por fontes naturais ou por dis-
Ao analisar o processo de fotossíntese é possível positivos construídos pelo homem. Possuem energia
perceber que parte da radiação que incide sobre uma variável desde valores pequenos até muito elevados.
planta é refletida na super�cie, onde as clorofilas (pig- As radiações eletromagnéticas mais conhecidas
mentos verdes) presentes nos cloroplastos garantem são: luz, micro-ondas, ondas de rádio, radar, laser,
uma maior absorção da luz solar. raios X e radiação gama. As radiações sob a forma de
par�culas, com massa, carga eléctrica, carga magné-
A luz pode se converter em calor tica mais comuns são os feixes de elétrons, os feixes
de prótons, radiação beta, radiação alfa.
Disponível em: encurtador.com.br/ahFNP. Acesso em: 15 ago.
2022.
69
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
70
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
(C) risco de acidentes e de contaminação radioativa.
(D) elevada deposição de lixo em áreas imediatamen-
te próximas.
(E) risco contaminação radioativa.
ATIVIDADE 02 –
Ucrânia defende energia nuclear 25 anos após Cher-
nobyl
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
ATIVIDADE 01 –
Alemanha anuncia fechamento de todas as usinas
nucleares até 2022
ATIVIDADE 03 –
Leia o texto a seguir.
BBC Brasil, 30 de maio de 2011 (adaptado). Acordo nuclear com Irã enfrenta sérias dificuldades
na reta final.
O motivo que levou a Alemanha, segundo a no�cia Seis grandes potências conseguiram fechar, há um
acima, a acabar com a utilização da matriz nuclear de ano, um histórico acordo nuclear com o Irã, que re-
energia está em algumas de suas desvantagens, entre sultaria no fim de seu isolamento internacional. Os
as quais, podemos citar, o/a detalhes vêm sendo negociados desde então e, a três
(A) emissão em massa de poluentes radioativos na dias para o fim do prazo estipulado, as principais ques-
atmosfera. tões ainda precisam ser resolvidas. “Queremos chegar
(B) resfriamento excessivo da água do mar utilizada a um acordo, mas não pode ser qualquer um, mas um
para manutenção das turbinas. que funcione”, afirmou na quinta-feira o secretário
71
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
de Estado norte-americano, John Kerry, depois de se O uso da energia nuclear ainda é considerado uma
reunir com o ministro de Relações Exteriores da Fran- opção polêmica. Pela análise do gráfico, pode-se iden-
ça, Laurent Fabius, que acrescentou: “Importantes tificar o período em que os investimentos nessa forma
pontos de divergência persistem” […]. de gerar energia alcançaram o seu auge.
72
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
A partir dos vídeos motivadores, elaborar junta- ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois de-
mente com os estudantes uma roda de debate. O(a) pósitos, além de distribuir os fragmentos do material
mediador(a) irá dividir a sala em dois grupos. Do pri- radioativo a parentes e amigos que por sua vez os
meiro grupo irão participar os estudantes que são levaram para suas casas.
contra o uso de energia nuclear, enquanto do segundo As pessoas que tiveram contato com o material
grupo irão participar os estudantes que são a favor radioativo – contato direto na pele (contaminação
do uso da energia nuclear. externa), inalação, ingestão, absorção por penetração
Mediador irá anotar no quadro os argumentos através de lesões da pele (contaminação interna) e
que são a favor e os argumentos que são contrários irradiação- apresentaram, desde os primeiros dias,
ao uso de energia nuclear. náuseas, vômitos, diarreia, tonturas e lesões do tipo
Anotar os pontos positivos e negativos que forem queimadura na pele. Algumas delas buscaram assis-
levantados no debate. tência médica em hospitais locais até que a esposa
Solicitar os estudantes que façam um relatório da do dono do depósito de ferro-velho, suspeitando que
aula e depois anotar os nomes dos estudantes que aquele material tivesse relação com o mal-estar que
participaram e fizeram a atividade. se abateu sobre sua família, levou a peça para a Di-
visão de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual
de Saúde, onde finalmente o material foi identifi-
cado como radioativo. Devido às características do
acidente de Goiânia, as vias potenciais de exposição
SAIBA MAIS da população à radiação foram: inalação de material
ressuspenso, ingestão de frutas, verduras e irradiação
SETEMBRO DE 1987 externa devido ao material depositado no ambiente.
A fonte radioativa foi removida e manipulada
Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com indevidamente no dia 13 de setembro, porém o aci-
o Césio-137 (137Cs) em Goiânia, capital do Estado de dente radioativo só foi identificado como tal no dia
Goiás, Brasil. O manuseio indevido de um aparelho de 29 do mesmo mês, quando foi feita a comunicação à
radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, que
Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que en- notificou a Agência Internacional de Energia Atômi-
volveu direta e indiretamente centenas de pessoas. ca –AIEA. Foi acionado um plano de emergência do
A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) qual participaram CNEN, Furnas Centrais Elétricas S/A
continha cloreto de césio, composto químico de alta – FURNAS, Empresas Nucleares Brasileiras S/A – NU-
solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do CLEBRÁS, DEFESA CIVIL, ala de emergência nuclear
Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante do Hospital Naval Marcílio Dias – HNMD, Secretaria
ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo Estadual de Saúde de Goiás – SES/GO, Hospital Geral
ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida de Goiânia –HGG, além de outras instituições locais,
�sica é de cerca de 33 anos. nacionais e internacionais que se incorporaram ou
Com a violação do equipamento, foram espalha- auxiliaram a “Operação Césio-137”.
dos no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na As primeiras providências foram identificar, moni-
forma de pó azul brilhante, provocando a contamina- torar, descontaminar e tratar a população envolvida;
ção de diversos locais, especificamente naqueles onde as áreas consideradas como focos principais de con-
houve manipulação do material e para onde foram taminação foram isoladas e iniciou-se a triagem de
levadas as várias partes do aparelho de radioterapia. pessoas no Estádio Olímpico. A descontaminação dos
focos principais foi feita removendo-se grandes quan-
tidades de solo e de construções que foram demoli-
das. Ao mesmo tempo era realizada a monitoração
para quantificar a dispersão do 137Cs no ambiente,
além de análise de solo, vegetais, água e ar.
Disponível em: encurtador.com.br/uDEJL. Acesso em: 15 ago.
2022.
73
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO 04 campo elétrico e um campo magnético. A partir destas
equações pode-se concluir:
COMPONENTE CURRICULAR Um campo elétrico E, variável com o tempo,
FÍSICA induz o surgimento de um campo magnético B;
Um campo magnético B, variável com o tempo,
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA induz o surgimento de um campo elétrico E.
Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da
Ou seja, um campo variável, seja ele elétrico ou
Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos,
magnético, induz um outro campo magnético ou elé-
realizar previsões sobre o funcionamento e a evolu-
trico respectivamente, sendo que um irá sustentar a
ção dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e
existência do outro.
defender decisões éticas e responsáveis.
Esses dois campos constitui as radiações eletro-
magnéticas ou ondas eletromagnéticas, que estuda-
HABILIDADE DA BNCC
mos na 2ª série em ondas e em óptica. Podemos pegar
(EM13CNT205) Interpretar resultados e realizar pre- como exemplo para tais ondas: ondas de rádio, luz,
visões sobre atividades experimentais, fenômenos raio X etc.
naturais e processos tecnológicos, com base nas no- Tais radiações sofrem fenômenos estudados
ções de probabilidade e incerteza, reconhecendo os em ondulatória tais como interferência e difração.
limites explicativos das ciências. A existência destas ondas for prevista pelo alemão
Heirich Hertz (1857-1894), ao gerar e detectar ondas
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM eletromagnéticas.
(GO-EMCNT205B) Conhecer o comportamento de Teoricamente Maxwell previu a produção de on-
par�culas subatômicas, considerando conceitos re- das eletromagnéticas a partir de aceleração de elé-
lacionados à mecânica quântica para compreender trons (elétrons oscilantes), confirmadas por Hertz em
suas aplicações e ferramentas tecnológicas que in- seu experimento.
fluenciam no desenvolvimento da sociedade.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Física Moderna.
AULA 1 – FÍSICA
INTRODUÇÃO
1. Radiação Eletromagnéticas
=permissividade elétrica 8,85.10-12F/m
A força elétrica e magnética foi sintetizada pelo = permeabilidade magnética: =4 .10-7Tm/A
Físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) que c = 2,99.108 m/s
por volta de 1860 desenvolveu quatro equações que
unificaram essas duas áreas dos fenômenos elétricos Uma das propriedades das ondas eletromagné-
e magnéticos. ticas é o fato delas não interagirem com campos elé-
Essas equações explicavam o inimaginável, até tricos nem com campos magnéticos eventualmente
então, a possibilidade da propagação conjunta de um presentes no meio por onde passam.
74
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
2. Radiação Térmica
Observe:
A radiação térmica emitida é constituída de
muitas radiações distribuídas em uma faixa con�nua
de comprimentos de onda;
Existe uma radiação, de determinado com-
primento de onda, que é emitida com intensidade
máxima, Imax.
Quando um corpo negro está sob duas tempera-
Disponível em: encurtador.com.br/qwBZ5. Acesso em: 15 ago.
turas diferentes teremos dois gráficos de emissão/
2022. absorção de radiação gerado.
75
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
n = número quântico;
h = constante de Planck;
f = frequência do oscilador.
6.Efeito Fotoelétrico
5.Radiações Eletromagnéticos
(Modelo Quântico)
76
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Observou-se que ao deixar uma lâmpada de 6.1 Equação do Efeito Fotelétrico
mercúrio emitindo radiação para uma placa o circui-
to registrava uma corrente elétrica. Esse fenômeno E = EC.Max + ∅
foi detectado por Alexander Stoletov em 1872 e por
Hertz em 1887, porém foi Albert Einstein, em 1905, E = energia da radiação incidente
que explicou o Efeito Fotoelétrico, para isso ele esten- = função trabalho
deu a teoria de Planck às radiações eletromagnéticas, EC.Max = Energia cinética com que o elétron sai
considerando que a energia dessas radiações também
é quantizada. 6.2 Gráfico para o efeito fotelétrico
Einstein supôs que a energia de um fóton é dada
por:
E = h.f
Onde h = 6,63.10-34J.s
7. Átomo de Bohr
77
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Um átomo só poderá estar então em um estado OBJETOS DE CONHECIMENTO
fundamental ou excitado muito bem definido, qual- Núcleo Instável.
quer outro estado é proibido. Radionuclídeos.
Para o átomo de hidrogênio, que possui um único Fissão nuclear e fusão nuclear.
elétron, os níveis de energia possíveis são dados pela História da radioatividade.
seguinte expressão, decorrente da teoria de Bohr.
AULA 1 – FÍSICA
MÓDULO 05
COMPONENTE CURRICULAR
Constituição da matéria e dos átomos. Disponível em: encurtador.
FÍSICA
com.br/efOS6. Acesso em: 15 ago. 2022.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
O núcleo possui uma interação entre par�culas
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológi-
chamada de força forte e força fraca que só ocorre
cos, com base nas interações e relações entre matéria
entre par�culas muito próximas da ordem de pelo
e energia, para propor ações individuais e coletivas
menos 10-15m. Para que tais forças sejam rompidas
que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem
precisa-se de eventos altamente energéticos.
impactos socioambientais e melhorem as condições
O número de prótons determina o número atômi-
de vida em âmbito local, regional e global.
co e assim o tipo de átomo que teremos. Um átomo
com um próton será um hidrogênio, enquanto um
HABILIDADE DA BNCC
átomo com dois prótons será um hélio.
(EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as ra- De forma geral a fissão é a quebra de um núcleo
diações e suas origens para avaliar as potencialidades atômico originando núcleos diferentes de menor nú-
e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso mero de prótons (Z), e a fusão, é justamente o pro-
cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na cesso contrário, dois núcleos distintos se fundem, for-
agricultura e na geração de energia elétrica. mando um único núcleo de maior número atômico (Z).
78
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Na quebra desses núcleos é gerado uma quanti- Fusão Nuclear
dade colossal de energia, alguns nêutrons formando
dois novos núcleos. A fusão nuclear é literalmente a fusão (junção) de
núcleos atômicos, produzindo um núcleo de maior
número atômico. Esse processo também libera muita
energia: toda a energia do Sol é proveniente de rea-
ções de fusão nuclear.
79
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Essas aplicações só são possíveis por causa das MÓDULO 06
quantidades de energia liberadas por esses processos.
Na fissão do urânio, representada em (a), O núcleo COMPONENTE CURRICULAR
se quebra em outros, de menor massa. Na fusão de FÍSICA
H, representada em (b), a massa do átomo de Hélio é
menor do que a soma das par�culas separadas. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológi-
cos, com base nas interações e relações entre matéria
e energia, para propor ações individuais e coletivas
que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem
impactos socioambientais e melhorem as condições
de vida em âmbito local, regional e global.
HABILIDADE DA BNCC
(EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as ra-
diações e suas origens para avaliar as potencialidades
Assim, essa diferença nas massas é o que é res- e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso
ponsável pela liberação de energia, E =Δmc², onde c é cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na
a velocidade da luz. A energia liberada é proporcional agricultura e na geração de energia elétrica.
à variação de massa entre produtos e reagentes.
Por isso, são as reações de fissão utilizadas nos OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
reatores nucleares. Usualmente, são utilizados áto- (GO-EMCNT103A) Compreender conceitos de par-
mos de Urânio-235, na forma de Óxido de Urânio �culas e suas interações nas emissões radioativas,
(U3O8). Como a reação começa com um nêutron, e considerando um breve histórico do estudo das ra-
produz vários nêutrons, ela se retroalimenta quando diações para analisar seus riscos e potencialidades de
os nêutrons colidem com outros átomos de Urânio – e sua aplicação no nosso cotidiano.
se torna uma reação em cadeia.
Assim, essa reação em cadeia é controlada pelas OBJETO DE CONHECIMENTO
Hastes de Controle. Toda energia liberada é utilizada História da radioatividade.
para aquecer água pressurizada, que se torna vapor e
pode girar uma turbina, gerando energia por indução AULA 1 – FÍSICA
eletromagnética.
1902 – Pierre e Marie Curie isolam o elemento
rádio
80
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Em busca de um tema para a sua tese de doutora- Marie Curie morreu em 1934 de leucemia provo-
do, Marie Curie começou a estudar o elemento urânio cada por quatro décadas de exposição a substâncias
que estava no centro da descoberta de Becquerel so- radioativas.
bre a radioatividade em 1896. O termo radioatividade, Max Altman. Opera Mundi. Abril/2015.
que descreve o fenômeno da radiação causada pela
decomposição atômica, foi de fato cunhado por Marie
Curie. No laboratório de seu marido estudou o mineral
pechblenda, do qual o urânio é elemento primário e
relatou a provável existência de um ou mais outros VAMOS RELEMBRAR
elementos radioativos nesse mineral. Pierre e Marie
Curie investigaram-nos a todos e em 1898 descobri- Marcos da história da radioatividade e tendên-
ram dois novos elementos, um que Pierre quis que se cias atuais.
denominasse polônio em homenagem à terra natal Esse artigo retrata Os primeiros dias da radioati-
de sua esposa, e o rádio. vidade, as descobertas dos raios X, da radioatividade,
Enquanto Pierre investigava as propriedades �si- das par�culas alfa e beta e da radiação gama, dos
cas dos novos elementos, Marie se dedicou a isolar novos elementos radioativos, da radioatividade arti-
quimicamente o radio do pechblenda. Diferentemen- ficial, dos nêutrons e pósitrons e da fissão nuclear são
te do urânio e do polônio, o rádio não ocorre isola- revistos, bem como vários efeitos adversos. marcos
damente na natureza. Marie e seu assistente Andre históricos, como o projeto Manha�an e alguns aciden-
Debierne refinaram diversas toneladas de pechblenda tes nucleares e radiológicos. Discute-se a geração de
de modo a separar um décimo de grama de cloreto energia nuclear no Brasil e no mundo, como alterna-
de rádio puro. Devido aos resultados dessa pesquisa, tiva para minimizar os problemas ambientais, assim
conquistou o grau de doutora em ciências em junho como as aplicações medicinais, industriais e alimen-
de 1903 e mais tarde nesse mesmo ano dividiu o Prê- �cias das radiações ionizantes. O texto leva o leitor a
mio Nobel de Física com seu marido e com Becquerel. refletir sobre o assunto e a considerar seus diversos
Foi a primeira mulher a conquistar um Prêmio Nobel. aspectos com maturidade cien�fica e tecnológica.
Pierre Curie foi indicado para a cátedra de �sica na
Sorbonne em 1904 e Marie continuou em seus esfor-
ços para isolar rádio puro e não cloreto. Em 19 de abril
de 1906, Pierre Curie morreu em 19 de abril de 1906,
ao sair de um almoço na Associação de Professores da SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Faculdade de Ciências, quando atravessava distraído
a Rue Dauphine em Paris durante forte chuva. A sua ATIVIDADE 01 –
cabeça foi esmagada pela roda de uma carruagem. Quem foi Marie Curie?
Embora arrasada, Marie Curie jurou em carta ao ma-
rido morto continuar trabalhando. Em maio de 1906
foi indicada para substituir seu esposo na cátedra de
�sica, tornando-se a primeira professora mulher da
Universidade de Sorbonne. Em 1910, auxiliada por
Debierne, é bem-sucedida em isolar o rádio metálico ATIVIDADE 02 –
puro. Por esta conquista recebeu sozinha o Prêmio Quais elementos ela descobriu?
Nobel de Química de 1911, sendo a primeira pessoa
a receber um segundo Nobel e a única em duas dis-
ciplinas.
Interessou-se pela aplicação médica de substân-
cias radioativas, trabalhando em radiologia durante
a Primeira Guerra Mundial e no potencial do rádio
ATIVIDADE 03 –
na terapia do câncer. Sob direção de Marie Curie,
Esses elementos deveriam ser manuseados com as
o Instituto Rádio da Universidade de Paris começou
mãos? por quê?
a funcionar em 1918 e desde o princípio firmou-se
como o maior centro de �sica nuclear e de química.
A filha de Curie, Irene Curie, foi também renoma-
da cientista e, com seu marido, Frederic Joliot, que em
homenagem à mãe de sua mulher, incorporou Curie
ao seu sobrenome, foi galardoada em 1935 com o
Prêmio Nobel de Química pela descoberta da radio-
atividade artificial.
81
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE 04 – OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
Quais consequências eles tiveram ao manuseá-los (GO-EMCNT103A) Compreender conceitos de par-
com as mãos? �culas e suas interações nas emissões radioativas,
considerando um breve histórico do estudo das ra-
diações para analisar seus riscos e potencialidades de
sua aplicação no nosso cotidiano.
OBJETO DE CONHECIMENTO
ATIVIDADE 05 – Radioatividade.
Como os pensamentos e ações feministas de Marie
Curie influenciam os movimentos feministas hoje?
AULA 1 – QUÍMICA
EMISSÕES RADIOATIVAS
ATIVIDADE 07 -
Devido a sua massa, têm baixo poder de pene-
Resumo do filme
tração.
A emissão de uma par�cula alfa por um átomo
gera um novo átomo, conforme a 1ª Lei da radioati-
vidade (Lei da emissão alfa) ou Lei de Soddy:
Quando um átomo emite uma par�cula alfa, o
novo átomo formado tem número de massa 4 uni-
dades menor e número atômico 2 unidades menor.
MÓDULO 07
U238 → 2α4 + 90Th234
COMPONENTE CURRICULAR 92
HABILIDADE DA BNCC
O elétron formado é a par�cula beta, que é ex-
(EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as ra- pulsa do núcleo.
diações e suas origens para avaliar as potencialidades Representação:
e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso
cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na
agricultura e na geração de energia elétrica.
82
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Devido à sua composição, a par�cula beta é ne-
gativa e tem médio poder de penetração.
A emissão de uma par�cula beta por um átomo
gera um novo átomo, conforme a 2ª Lei da radioa-
tividade (Lei da emissão beta) ou Lei de Soddy-Fa-
jans-Russel: Resposta do exemplo e a letra A.
Quando um átomo emite uma par�cula beta, o
novo átomo formado tem igual número de massa e
número atômico 1 unidade maior.
83
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO 08
COMPONENTE CURRICULAR
QUÍMICA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológi-
ATIVIDADE 03 – cos, com base nas interações e relações entre matéria
Relacione corretamente o tipo de emissão radioativa e energia, para propor ações individuais e coletivas
e suas características. que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem
I. Emissão Alfa impactos socioambientais e melhorem as condições
II. Emissão Beta de vida em âmbito local, regional e global.
III. Emissão Gama
HABILIDADE DA BNCC
(A) par�culas negativas, emissão em alta velocidade (EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as ra-
e poder de penetração médio. diações e suas origens para avaliar as potencialidades
(B) par�culas positivas, radiação lenta e pequeno po- e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso
der de penetração. cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na
(C) ondas eletromagnéticas, não apresenta carga e agricultura e na geração de energia elétrica.
possui maior poder de penetração.
(D) pequeno poder de penetração. OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(E) ondas eletromagnéticas. (GO-EMCNT103F) Identificar eventos �sicos, quími-
cos e biológicos resultantes das interações das cé-
ATIVIDADE 04 – (UECE/2021-Adaptada) lulas com radiações ionizantes, analisando ruptura
Leia o texto a seguir. de ligações moleculares, formação de radicais livres,
alterações nos ácidos nucleicos, dentre outras con-
Escolha a alternativa na qual é apresentada uma cor- sequências destas interações para propor medidas
reta associação entre o nome do cientista e a contri- de prevenção de riscos relacionados à exposição dos
buição que deu para a ciência no campo de estudos organismos aos materiais radioativos.
da radioatividade.
OBJETO DE CONHECIMENTO
(A) Becquerel/descoberta da radioatividade natural. Radiação e Saúde.
(B) Marie Curie/descoberta do nêutron.
(C) Chadwick/descoberta dos raios X. AULA 1 – QUÍMICA
(D) Roentgen/descoberta do polônio.
(E) Chadwick/ radioatividade natural. TEMPO DE MEIA-VIDA (t1/2):
84
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
λ: é a constante de decaimento ou desintegração Exemplo:
e é característica de cada radioisótopo. O acidente do reator nuclear de Chernobyl, em
1986, lançou para a atmosfera grande quantidade de
Para resolver problemas com tempo de meia-vi- 38
Sr90 radioativo. Seu tempo de meia-vida, pode ser
da, não é obrigatório utilizar a equação. Em muitos obtido através do gráfico a seguir:
casos, pode-se pensar que a quantidade de amostra
radioativa vai caindo pela metade a cada meia-vida
que se passa. Pode-se trabalhar em:
- Massa:
- Fração:
Supondo ser este isótopo a única contaminação
radioativa e sabendo que o local poderá ser conside-
rado seguro quando a quantidade de 38Sr90 se reduzir,
por desintegração a 1/16 da quantidade inicialmente
presente, o local poderá ser habitado novamente a
- Porcentagem: partir do ano de:
GRAFICAMENTE:
Resolução:
Como estamos trabalhando com uma fração da
radioatividade inicial (1/16), devemos iniciar do intei-
ro (1) e decair até que se chegue na fração desejada:
85
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Logo: 4 . 30 anos = 120 anos ATIVIDADE 02 – (UFRS/2019-Adaptada)
1986 (ano do acidente) + 120 (tempo até 1/16) Leia o texto e observe o gráfico a seguir.
= 2106
Resposta: alternativa b. O gráfico representa a variação da concentração de
um radioisótopo com o tempo:
SAIBA MAIS
86
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO 09 As leis da radioatividade referem-se aos fenôme-
nos nucleares estudados pelo químico inglês Frederick
COMPONENTE CURRICULAR Soddy, com a coautoria de Ernest Rutherford. Nessas
QUÍMICA leis, foi desvendado o comportamento dos núcleos
atômicos durante a emissão de par�culas radioativas.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA As par�culas radioativas que podem ser emitidas
pelo núcleo de um átomo são alfa, beta e gama, as
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológi-
quais apresentam as seguintes características:
cos, com base nas interações e relações entre matéria
Alfa (2α4): formada por dois prótons e dois nêu-
e energia, para propor ações individuais e coletivas
trons;
que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem
Beta (-1β0): é um elétron;
impactos socioambientais e melhorem as condições
Gama (0γ0): trata-se de uma onda eletromag-
de vida em âmbito local, regional e global.
nética.
HABILIDADE DA BNCC
Todas essas par�culas são emitidas pelo núcleo
(EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as ra- de átomos radioativos (que apresentam instabilidade
diações e suas origens para avaliar as potencialidades nuclear), assim, com exceção da radiação gama, de
e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso acordo com as leis da radioatividade propostas por
cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na Soddy, ao emitir radiação alfa ou beta, o átomo passa
agricultura e na geração de energia elétrica. a ter uma nova carga nuclear (número atômico).
A partir do momento em que um átomo tem sua
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM carga nuclear modificada, passa a ser um novo ele-
(GO-EMCNT103C) Aplicar as leis da radioatividade mento químico. Assim, ao emitir radiações alfa ou
associando-as aos conceitos de número de massa, beta, um átomo de um elemento sempre será trans-
número atômico e isótopos para debater sobre even- formado em um outro.
tos como acidentes nucleares (locais e mundiais) e Com o estudo das leis da radioatividade, as chama-
suas principais consequências sociais e ambientais. das transmutações nucleares (modificação do núcleo
de um átomo) naturais passaram a ser conhecidas.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Leis da Radioatividade. 1ª lei da radioatividade
Imersão Curricular
AULA 1 – QUÍMICA
Leis da Radioatividade
87
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Se um átomo de tório-230 (90Th230) emitir uma
par�cula alfa, por exemplo, haverá a formação de
um átomo de rádio (cujo número atômico é 88), com
número de massa 226, conforme representado na SUGESTÃO DE ATIVIDADE
equação:
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
90Th230 → 2α4 + 88Ra226 bilidades:
ATIVIDADE 02 –
Leia o texto a seguir.
88
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Internacional da Química, tendo, como meta, promo- AULA 1 – QUÍMICA
ver, em âmbito mundial, o conhecimento e a educa-
ção química em todos os níveis. Além da celebração A QUÍMICA DO FAZER, RADIAÇÕES: RISCOS E BENE-
dos inúmeros bene�cios da Química para a humani- FÍCIOS, CARBONO 14
dade, o ano de 2011 também coincide com o centé-
simo aniversário do recebimento do prêmio Nobel de
Química por Marie Curie, celebrando a contribuição
das mulheres à ciência. Marie Curie e seu marido Pier-
re Curie descobriram, em 1898, o elemento químico
radioativo Polônio, de número atômico 84, que foi
batizado com esse nome em homenagem a Polônia,
pátria de origem de Marie Curie. O elemento químico
polônio tem 25 isótopos conhecidos, com números de
massa que variam de 194 a 218. O Po-210 é o isótopo
natural mais comum, com um período de meia-vida
de 134,8 dias, e sua reação de decaimento produz o
chumbo (Pb-206). O decaimento do Po-210 a Pb-206
é corretamente expresso pela equação
(A) 210Po84 → 206Pb82 + 2α4 A química do fazer, Radiação: riscos e bene�cios, carbono 14. Dis-
(B) 210Po84 → 206Pb82 + -1β0 ponível em: encurtador.com.br/axyF5. Acesso em: 15 ago. 2022.
(C) 84Po210 → 206Pb82 + 2α4 + -1β0
(D) 84Po210 → 82Pb206 + 2α4
(E) 84Po210 → 82Pb206 + -1β0
HABILIDADE DA BNCC
(EM13CNT208) Aplicar os princípios da evolução bio-
lógica para analisar a história humana, considerando
sua origem, diversificação, dispersão pelo planeta e
diferentes formas de interação com a natureza, valo-
rizando e respeitando a diversidade étnica e cultural
humana.
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT208C) Reconhecer processos de datação
de fósseis, utilizando o conceito de meia-vida e conhe-
cimentos matemáticos para deduzir a idade de seres
e objetos e equipamentos utilizados no processo.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Datação de Fósseis.
89
Matemática e
suas Tecnologias
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO 01
COMPONENTE CURRICULAR
MATEMÁTICA Lucro e Prejuízo
92
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
(C) R$69 147,50
(D) R$70 367,50
(E) R$75 952,50
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
AULA 4 – MATEMÁTICA
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
bilidades: JUROS E FUNÇÕES
ATIVIDADE 03 –
Luiz faz um investimento de R$1 000,00 a uma taxa SUGESTÃO DE ATIVIDADE
de 10% sob um regime de juros composto ao longo
de 4 meses. Ao final desse período o rendimento de
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
Luiz será de
bilidades:
(A) 237,00
(B) 334,20
ATIVIDADE 01 – Uma pessoa plicou R$18 000,00 sob
(C) 464,10
um regime de juros composto com taxa de 2,8% ao
(D) 597,22
mês e obteve um rendimento de R$6 390,00. Qual é
(E) 698,31
o prazo dessa aplicação?
(A) 7 meses
(B) 8 meses
ATIVIDADE 04 –
(C) 9 meses
Um investidor aplicou R$500 000,00 durante 5 meses
(D) 11 meses
a uma taxa de 2% ao mês, qual será o valor obtido ao
(E) 12 meses
fim dos 5 meses de aplicação?
(A) 402 040,40
ATIVIDADE 02 –
(B) 459 980,39
Quanto tempo é necessário para que um capital apli-
(C) 552 040,40
cado a juros composto de 5% ao mês duplique?
(D) 687 160,40
(A) 12 meses e 4 dias
(E) 897 169,98
(B) 12 meses e 19 dias
(C) 14 meses e 6 dias
ATIVIDADE 05 –
(D) 15 meses e 9 dias
Determine o valor do juro composto que será obtido
(E) 19 meses e 8 dias
da aplicação de R$ 25 000,00 a uma taxa de 25% ao
ano durante 72 meses.
(A) R$57 467,50
(B) R$63 339,50
93
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE 03 – ATIVIDADE EXTRA 02 – (UEA-AM/2018-Adaptada)
Um investidor aplicou R$80 000000 a juros compos- Leia o texto a seguir.
to durante um período a uma taxa de 2,2% ao mês.
Quanto tempo levará para que esse investidor tenha Ricardo comprou uma bicicleta e conseguiu reven-
um montante de R$ 134 868,80? dê-la por um preço 20% maior do que pagou, o que
(A) 3 meses correspondeu a um lucro de R$ 150,00. Qual foi o
(B) 6 meses valor que Ricardo pagou pela bicicleta?
(C) 1 anos
(D) 2 anos (A) 700
(E) 3 anos (B) 750
(C) 800
ATIVIDADE 04 – (D) 850
Um banco ofereceu a Julio um empréstimo de R$20 (E) 900
000,00 em um regime de juros compostos. Após 12
meses Julio pagou R$27 220,00. Qual a taxa de juros ATIVIDADE EXTRA 03 – (Epcar-MG/2017-Adaptada)
nominal, anual, praticada pelo banco, sabendo que Leia o texto a seguir.
94
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE EXTRA 06 – (EsPCEx-SP/2009-Adaptada) (D) 0,04
Leia o texto a seguir. (E) 0,05
95
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
É mais utilizado em sistemas de quitação de curto ATIVIDADE 01 –
prazo, poucas parcelas, como na compra de veículos. Marilia vai fazer um empréstimo de R$50 000,00 para
O valor da prestação P no sistema Price pode ser uma reforma em seu estúdio de fotografia e está ana-
determinado por lisando qual sistema de amortização vai utilizar, de
acordo com as propostas de uma agência financiadora
que trabalha com uma taxa de 0,95% ao mês. Ela
pretende saldar a dívida em 6 anos.
Neste caso temos que V é o valor financiado, i é a
taxa de juros ao mês e n é a quantidade de prestações a) Qual será o valor amortizado em cada parcela se
a serem quitadas. Marilia decidir pelo SAC? De quanto será a pri-
Como o parcelamento no Sistema Price é fixo, meira prestação neste caso?
quem opta por esse sistema sabe quanto irá pagar
todo mês, e a primeira parcela geralmente não é tão
alta ao ser comparada com outros sistemas de amor-
tização, tais fatores influenciam para que pessoas op-
tem por esse sistema de amortização. Com o passar
do tempo ao observarmos os valores que compõem a
prestação podemos perceber que o valor correspon-
dente a amortização aumenta e ao dos juros diminui. b) Se decidir pelo sistema Price, qual será o valor de
cada prestação? Qual será o valor amortizado na
Sistema de Amortização Constante primeira prestação?
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
96
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE 03 – seguintes gastos, construa uma tabela apresentando
Sandro vai comprar uma geladeira e se interessou o orçamento familiar dessa família.
pelo modelo sob as seguintes condições R$2100,00 Água: 78,00
a vista ou R$400,00 de entrada e o restante em 10 Energia: 145,00
vezes iguais com juros de 4% ao mês. Telefone: 289,90
Gás: 91,50
Sabendo que a loja trabalha com o sistema de amor- Faculdade: 1 098,00
tização Price se Sandro comprar essa geladeira ele Transporte: 480,00
deverá pagar 10 parcelas de Supermercado: 965,00
(A) 176,80 Outros gastos: 430
(B) 206,80
(C) 209,59 a) Relacione os gastos do exercício anterior classifi-
(D) 229,59 cando-os em Despesas Fixas ou Variáveis.
(E) 249,49
ORÇAMENTO FAMILIAR
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi- Com sendo o valor atual e o valor na épo-
bilidades: ca-base.
Ainda é possível determinar a taxa acumulada
ATIVIDADE 01 – expressa por
Considere uma família composta por Alice, seu filho
Sérgio, e a Neta Bruna. Essa família paga suas despe-
sas juntando a aposentadoria de Alice no valor líquido
de R$ 2 258,00 e o salário de Sério, no valor líquido Em que são as taxas da inflação cal-
de R$1 725,00. Considerando que eles possuem os culada ao longo do período determinado.
97
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
ATIVIDADE 01 –
Em janeiro de 2019, Ana comprou um produto por
R$11,50. Após um ano, ao comprar o mesmo produto
pagou R$12,50. Qual a taxa de inflação desse produto
nesse período?
(A) 0,1082
(B) 0,1087
(C) 0,1223
(D) 0,1287
(E) 0,1317
ATIVIDADE 02 –
A taxa de inflação no brasil em 2014 foi de aproxima-
damente 6,4% a.a em2015 foi de 10,7 a.a, em 2016
foi de 6,3% a.a e em 2017 foi de 2,6%. Determine a
inflação acumulada nesse período.
(A) 28,46%
(B) 29,12%
(C) 30,13%
(D) 31,17%
(E) 32,81%
98
Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA processo de abertura comercial –que atingia de forma
bastante diferenciada os diversos ramos de produção
MÓDULO 01 industrial e agro-industrial–, em particular, a disputa
ECONOMIA, TERRITORIOS E FRONTEIRAS se dava em torno do ritmo e amplitude que a aber-
tura deveria assumir. Essa contradição se expressou,
COMPETENCIA 03: conjunturalmente, na seguinte disjuntiva: a abertura
deveria ser utilizada como instrumento de combate à
Analisar e avaliar criticamente as relações de dife-
inflação (como de fato ocorreu) ou, alternativamen-
rentes grupos, povos e sociedades com a natureza
te, deveria se constituir, através de uma política in-
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos
dustrial ativa, num instrumento de modernização e
econômicos e socioambientais. Portanto, com vistas
aumento da competitividade da estrutura produtiva
à proposição de alternativas que respeitem e promo-
do país (como pleiteava, majoritariamente, o empre-
vam a consciência, a ética socioambiental e o consu-
sariado industrial).”
mo responsável em âmbito local, regional, nacional
Fonte: Disponível em: h�p://www.flexibilizacao.u�a.br/C05Fil-
e global. gueiras.pdf. Acessado 19 ago. 2022.
HABILIDADES DA BNCC:
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os
impactos de diferentes modelos socioeconômicos no
uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
tabilidade econômica e socioambiental do planeta AULA COM RECURSOS AUDIOVISUAIS
(como adoção dos sistemas da agro biodiversidade
e agroflorestal por diferentes comunidades, entre ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO ABAIXO:
outros).
Objeto de conhecimento:
Territórios e fronteiras, Neoliberalismo no Brasil,
Filosofia contemporânea, Sociólogos brasileiros da
contemporaneidade.
MOMENTO - HISTÓRIA
FRAGMENTO DE CONTEXTO I:
100
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Questão 2: Quais economistas são frequentemente HABILIDADES DA BNCC:
associados à formulação das ideias do neoliberalismo? (EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os
A) Karl Marx e Friedrich Engels. impactos de diferentes modelos socioeconômicos no
B) John Maynard Keynes e Joseph Schumpeter. uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
C) Adam Smith e David Ricardo. tabilidade econômica e socioambiental do planeta
D) Milton Friedman e Friedrich Hayek. (como adoção dos sistemas da agro biodiversidade
E) Thorstein Veblen e Gunnar Myrdal. e agroflorestal por diferentes comunidades, entre
outros).
Questão 3: O neoliberalismo defende:
A) A supremacia do Estado nas decisões goleadas. Objeto de conhecimento:
B) A abolição completa do mercado em favor do
Geopolítica dos recursos naturais, Governos Fernando
planejamento central.
Henrique Cardoso (1995-202), Filosofia e neolibera-
C) O aumento dos impostos para serviços financeiros
lismo, Sociologia do trabalho no Brasil.
públicos universitários.
D) A redução das barreiras comerciais e a promoção
MOMENTO - HISTÓRIA
da livre circulação de bens e capitais.
E) A estatização de chaves-chave para garantir a
FRAGMENTO DE CONTEXTO I:
igualdade econômica.
“Em sua primeira entrevista coletiva, depois de
Questão 4: Qual é uma crítica comum ao neolibera-
eleito, o Presidente Fernando Henrique Cardoso
lismo?
(FHC) declarou que iria priorizar educação e saúde
A) Ele promove excessiva intervenção estatal na eco-
(DIMENSTEIN, 1994).Mas a implantação de mais um
nomia.
plano de estabilização econômica no ano anterior - o
B) Ele negligência a importância da concorrência nos
Plano Real, teve desdobramentos com um conjunto
mercados.
de políticas de ajuste macroeconômico e um elenco
C) Ele tende a acentuar desigualdades negativas e
de projetos de Reforma do Estado, produzindo re-
sociais.
sultados contrários ao pacto construído pela Consti-
D) Ele enfatiza demais a burocracia governamental.
tuição de 1988. Assim, da perspectiva econômica, o
E) Ele busca fortalecer sindicatos e movimentos tra-
governo FHC pode ser considerado uma continuidade
balhistas.
dos governos Itamar e Collor: O cidadão, sujeito de
direitos, passou a contribuinte-cliente, com pouca voz
Questão 5: Qual foi o papel do neoliberalismo nas
e nenhum voto nas agências reguladoras e pouco po-
reformas goleadas nas décadas de 1980 e 1990?
der nos conselhos. A defesa da competitividade foi
A) Ele defendeu o aumento do controle estatal sobre
o eixo do discurso oficial e da legislação aprovada
a economia.
(FALEIROS et al., 2006, p. 61).”
B) Ele defendeu a implementação de um sistema de
Disponível em: h�ps://books.scielo.org/id/4ndgv/pdf/paim-
planejamento centralizado. 9788575413593-11.pdf .Acessado 19 ago. 2022.
C) Ele inspirou políticas de desregulamentação, pri-
vatização e liberalização econômica. FRAGMENTO DE CONTEXTO II:
D) Ele buscou restringir o comércio internacional
para proteger a produção local. E) Ele promoveu “Para criticar o neoliberalismo, quero aqui partir
a nacionalização de setores-chave da economia de três hipóteses fundamentais:
1) 0 neoliberalismo aponta para o sacri�cio dos
direitos básicos, sociais e políticos de grande parte da
MÓDULO 02 população, ao negar padrões de regulação negociados
BRASIL, POLÍTICA E ECONOMIA entre agentes coletivos, tais como os sindicatos, os
partidos e o Estado, que de forma mais ou menos
COMPETENCIA 03: atenuada implicavam em obstáculos – ainda que frá-
Analisar e avaliar criticamente as relações de dife- geis – a acumulação ampliada do capital e permitiam
rentes grupos, povos e sociedades com a natureza as classes subordinadas algum grau de participação
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos na repartição do produto social do trabalho;
econômicos e socioambientais. Portanto, com vistas 2) que, em conseqüência, o projeto neoliberal
à proposição de alternativas que respeitem e promo- tende a distanciar-se da democracia, especialmen-
vam a consciência, a ética socioambiental e o consu- te se considerarmos, como Helio Jaguaribe, que as
mo responsável em âmbito local, regional, nacional democracias modernas dividem-se em dois grandes
e global. modelos: a democracia social, organizatória e que
101
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
configura a sociedade para os fins da coletividade; Questão 3: Qual foi o principal objetivo das privatiza-
e a democracia liberal, dedicada apenas a regulação ções realizadas durante o governo FHC?
da sociedade civil. Exemplo do segundo modelo são a) Estimular o crescimento do setor público
as democracias da Europa Ocidental do século XIX; b) Aumentar a burocracia estatal
do primeiro, as democracias contemporâneas que se c) Reduzir a inflação
caracterizam por um Estado de bem-estar (Weffort, d) Promover a concorrência e a eficiência na economia
1992).” e) Aumentar os impostos sobre as empresas priva-
Fonte: Disponível em: h�p://www4.pucsp.br/neils/downloads/ tizadas
v1_artigo_negrao.pdf.Acessado 19 ago. 2022.
Questão 4: Como o Plano Real, implementado duran-
te o governo FHC, impactou a economia brasileira?
a) Causou hiperinflação e aumento da pobreza
b) Estagnou o crescimento econômico
c) Reduziu drasticamente o desemprego
AULA COM RECURSOS AUDIOVISUAIS d) Controlou a inflação e estabilizou a moeda
e) Levou a altas taxas de juros e aumento da dívida
pública
MÓDULO 03
ECONOMIA E SOCIEDADE BRASILEIRA
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
COMPETENCIA 03:
Analisar e avaliar criticamente as relações de dife-
Questão 1: Qual cargo Fernando Henrique Cardoso
rentes grupos, povos e sociedades com a natureza
ocupou no Brasil e implementou políticas econômicas
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos
ligadas ao neoliberalismo?
econômicos e socioambientais. Portanto, com vistas
a) Ministro da Defesa
à proposição de alternativas que respeitem e promo-
b) Presidente da Câmara dos Deputados
vam a consciência, a ética socioambiental e o consu-
c) Ministro da Fazenda
mo responsável em âmbito local, regional, nacional
d) Governador de São Paulo
e global.
e) Prefeito do Rio de Janeiro
HABILIDADES DA BNCC:
Questão 2: Durante o governo de FHC, quais medidas
foram características das políticas econômicas neo- (EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os
liberais? impactos de diferentes modelos socioeconômicos no
a) Aumento significativo dos gastos públicos em áre- uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
as sociais tabilidade econômica e socioambiental do planeta
b) Nacionalização de indústrias estratégicas (como adoção dos sistemas da agro biodiversidade
c) Abertura comercial e privatizações de empresas e agroflorestal por diferentes comunidades, entre
estatais outros).
d) Restrições à entrada de investimentos estrangei-
ros Objeto de conhecimento:
e) Controle rígido dos preços dos produtos básicos O Desenvolvimento sustentável, Economia nos go-
vernos FHC e Luiz Inácio Lula da Silva, Sociologia das
cidades, Filosofia e contemporaneidade.
102
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MOMENTO- HISTÓRIA
FRAGMENTO DE CONTEXTO I:
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
“Durante a década de 1990, e mais proficuamente
no decorrer dos dois mandatos de Fernando Henri- Questão 1: Qual foi a principal promessa eleitoral de
que Cardoso como Presidente da República, ocorreu Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha presi-
o que foi chamado de abertura econômica nacional. dencial de 2002?
A partir de uma lógica liberal de “enxugamento” da a) Aumentar os investimentos estrangeiros no país.
máquina estatal, objetivando uma maior eficiência b) Implementar reformas neoliberais no mercado de
de funções a um menor custo econômico, o governo trabalho.
FHC leva em frente um programa de privatizações c) Combater a corrupção e melhorar a governança.
de empresas estatais, ensejando dessa maneira o d) Privatizar todas as empresas estatais.
aporte de capital estrangeiro na economia nacional. e) Estimular a industrialização pesada.
Essa inserção, por sua vez, ocorreu a partir de in-
vestimentos em empresas nacionais, mas também a Questão 2: Durante o primeiro governo Lula, qual foi a
partir da compra e da absorção de outras empresas abordagem adotada em relação à política econômica
nacionais por empresas estrangeiras, caracterizando em relação ao neoliberalismo?
dessa maneira os fenômenos de fusões e aquisições a) Continuou rigorosamente as políticas neoliberais
durante o período. do governo anterior.
Por sua vez, existem duas características que dife- b) Implementou reformas profundas para liberalizar
renciam o mesmo fenômeno durante o governo Lula. o comércio internacional.
A primeira é a maior participação do poder Executivo c) Adotou uma postura de maior intervenção estatal
no processo de F&A via financiamento pelo Banco na economia.
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social d) Priorizou a privatização em massa de empresas
(BNDES), objetivando uma estratégia, até certo pon- estatais.
to, de vantagens comparativas. Ou seja, procurar-seia e) Aumentou os impostos sobre as empresas para
a criação grandes “campeões”, em sua maioria, em financiar programas sociais.
setores onde já se possuía certa inserção de mercado.
A segunda característica é complementar a primei- Questão 3: Qual foi o principal programa social lan-
ra: esse financiamento via poder público buscaria, ao çado durante o primeiro governo Lula para combater
contrário do ocorrido em administrações anteriores, a pobreza e a desigualdade?
uma maior penetração do capital nacional no merca- a) Plano Real.
do globalizado, e não o contrário.” b) Bolsa Família.
Fonte: Disponível em: h�ps://www.ufrgs.br/revistatodavia/ c) Proer.
Ed.%204%20-%20Artigo%203.pdf. Acessado 19. ago. 2022.
d) PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
e) Minha Casa Minha Vida.
103
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Questão 5: Quais foram os principais resultados eco- formalidade, com uma maior fragmentação da classe
nômicos e sociais alcançados durante o primeiro go- trabalhadora (Oliveira, 2003). Em resumo, uma maior
verno Lula? fragilidade e heterogeneidade da classe trabalhado-
a) Acentuado aumento da inflação e aumento das ra e, portanto, uma menor identidade entre os seus
taxas de desemprego. diversos segmentos, com redução de sua capacidade
b) Redução significativa da desigualdade e aumento de negociação. Isto tudo se deu em razão da deses-
do PIB per capita. truturação do mercado de trabalho, acompanhada
c) Queda drástica nas exportações e aumento da por um processo de desregulamentação das relações
dependência externa. trabalhistas (Krein, 2003), que levou ao crescimento
d) Expansão das privatizações e crescimento da dí- do desemprego e ao aprofundamento da precarização
vida pública. do trabalho e das formas de contratação (cooperati-
e) Diminuição dos investimentos em educação e vas, terceirização, etc).
saúde, mas aumento das reservas internacionais. Todas essas transformações atingiram também,
em cheio, as organizações representativas dos traba-
lhadores, em especial os sindicatos e o Partido dos
MÓDULO 04 Trabalhadores. O ponto de inflexão foi a vitória de
ECONOMIA E RELAÇÕES Collor nas eleições de 1989 –mesmo ano da derrocada
GLOBAIS DE PRODUÇÃO do socialismo real–, que empurrou os movimentos
sociais e trabalhistas, a partir de então, para a defen-
COMPETENCIA 03: siva e foi responsável por um lento, mas permanente,
Analisar e avaliar criticamente as relações de dife- movimento de transformação política-ideológica da
rentes grupos, povos e sociedades com a natureza maior parte de suas direções, no sentido de restringir
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos a sua atuação política aos limites dos espaços que a
econômicos e socioambientais. Portanto, com vistas nova ordem lhes reservava.
à proposição de alternativas que respeitem e promo- O projeto neoliberal, através do que se poderia
vam a consciência, a ética socioambiental e o consu- chamar de um novo populismo regressivo, tem con-
mo responsável em âmbito local, regional, nacional seguido um apoio inorgânico e difuso em segmentos
e global. pauperizados e desorganizados das classes trabalha-
doras – tendo por base a revolta desses setores con-
HABILIDADES DA BNCC tra o caráter historicamente excludente dos direitos
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os sociais, os péssimos serviços públicos, o clientelismo,
impactos de diferentes modelos socioeconômicos no o nepotismo e o fisiologismo. Essa revolta foi direcio-
uso dos recursos naturais e na promoção da susten- nada pela ideologia burguesa contra o Estado e os
tabilidade econômica e socioambiental do planeta servidores públicos –estes últimos identificados como
(como adoção dos sistemas da agro biodiversidade um segmento social privilegiado. Nessa estratégia,
e agroflorestal por diferentes comunidades, entre o Governo Lula tem mais capacidade, do que o seu
outros). antecessor, de aprofundar esse populismo regressivo,
indispondo os trabalhadores muito pobres contra os
Objeto de conhecimento: direitos sociais dos trabalhadores formalizados, em
Neoliberalismo no contexto Global, Características da razão de suas origens populares e em função da redu-
Crise 2008 no Mundo, Modelos econômicos atuais, ção, ou mesmo extinção, da antiga resistência parla-
Filosofia e Economia, Sociologia das cidades. mentar feita pelos partidos de esquerda (Boito, 2004).
MOMENTO- HISTÓRIA
104
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
d) Expandir os serviços públicos para garantir o aces- ORIENTAÇÃO
so universal.
e) Fortalecer os sindicatos e proteger os direitos dos O material didático desenvolvido nessa apostila
trabalhadores. propõe aos professores(as) e estudantes um alinha-
mento com o Documento Curricular para Goiás - Eta-
02: Quais são os princípios centrais do neoliberalis- pa Ensino Médio para a área de Ciências Humanas
mo? e Sociais Aplicadas. Os módulos foram organizados
a) Intervenção estatal na economia e regulação ri- seguindo o DC-GOEM e a parte da bimestralização
gorosa. desta área do conhecimento, respeitando as compe-
b) Ênfase na propriedade coletiva dos meios de pro- tências especificas, habilidades especificas, objetivos
dução. de aprendizagem e objetos de conhecimento deste
c) Redistribuição de renda por meio de impostos mesmo documento. Com maior ou menor intensi-
progressivos. dade, ela também propõe um olhar interdisciplinar
d) Livre mercado, desregulação econômica e redu- integrando todos os 04 componentes curriculares da
ção do Estado. área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
e) Promoção da autossuficiência econômica e do Por fim, as sugestões de trabalho, apresentadas
protecionismo. neste material didático, refletem a constante busca
da promoção das competências de Ciências Humanas
03: Qual é o papel da tecnologia na reestruturação e Sociais Aplicadas, indispensáveis ao enfrentamento
produtiva? dos desafios sociais, culturais e profissionais do mun-
a) Diminuir a produtividade e aumentar os custos do contemporâneo.
de produção.
b) Minimizar a automatização e preservar postos de MÓDULO 01
trabalho.
c) Facilitar a descentralização da produção e a ex- COMPONENTE CURRICULAR
pansão das empresas estatais. GEOGRAFIA
d) Aumentar a eficiência e a competitividade por
meio da automação e informatização. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
e) Reduzir a dependência do comércio internacional
e fortalecer a produção local. Analisar e avaliar criticamente as relações de dife-
rentes grupos, povos e sociedades com a natureza
04: Quais são os possíveis impactos sociais da rees- (produção, distribuição e consumo) e seus impactos
truturação produtiva sob a perspectiva neoliberal? econômicos e socioambientais. Portanto, com vistas
a) Fortalecimento dos sindicatos e aumento da pro- à proposição de alternativas que respeitem e promo-
teção trabalhista. vam a consciência, a ética socioambiental e o consu-
b) Redução das desigualdades econômicas e sociais. mo responsável em âmbito local, regional, nacional
c) Aumento da estabilidade no emprego e garantia e global.
de bene�cios.
d) Precarização do trabalho, aumento da informali- HABILIDADE DA BNCC
dade e desemprego estrutural. EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os
e) Expansão do setor público e diminuição do setor impactos de diferentes modelos socioeconômicos no
privado. uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
tabilidade econômica e socioambiental do planeta
05: Qual é a abordagem econômica oposta à do neoli- (como adoção dos sistemas da agro biodiversidade
beralismo, que defende maior intervenção do Estado e agroflorestal por diferentes comunidades, entre
na economia? outros).
a) Keynesianismo.
b) Liberalismo clássico. OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
c) Anarquismo. (GO-EMCHS306A) Identificar a relação ser huma-
d) Mercantilismo. no-natureza predominante em diferentes modelos
e) Socialismo. socioeconômicos (capitalista, socialista, feudalismo,
escravismo etc.), utilizando textos filosóficos, histó-
ricos, obras de arte que demonstrem a concepção de
ser humano em cada época e contexto histórico para
desenvolver a criticidade em relação a degradação do
meio ambiente no Brasil e no mundo.
105
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
(GO-EMCHS306B) Compreender o papel dos países desses acontecimentos históricos, o processo indus-
com diferentes níveis de desenvolvimento socioeco- trial brasileiro passou por quatro etapas.
nômico quanto à degradação ambiental, comparando Primeira etapa: essa ocorreu entre 1500 e
dados para posicionar-se em relação aos impactos 1808, quando o país ainda era colônia. Dessa forma,
dos modelos socioeconômicos no uso dos recursos a metrópole não aceitava a implantação de indústrias
naturais e a sustentabilidade. (salvo em casos especiais, como os engenhos) e a
(GO-EMCHS306C) Analisar a relação entre agrone- produção tinha regime artesanal.
gócio e o meio ambiente, utilizando sites, textos e
outros recursos audiovisuais para argumentar sobre
as relações dos diferentes grupos, povos e sociedades
com a natureza.
(GO-EMCHS306D) Sintetizar os conhecimentos so-
bre outras propostas e modelos de desenvolvimento
(como os conceitos de desenvolvimento sustentável,
agrobiodiversidade, agrofloresta etc.), escrevendo
textos diversos (cartas, declarações e notas de repú-
dio e apresentações orais) e atividades de observa-
ção e comparação para argumentar sobre o equilíbrio
entre desenvolvimento socioeconômico e exploração
de recursos naturais. Engenho de açúcar no Brasil Colonial
106
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
GILBERTO FREYRE em 1933, no exílio político provocado pela Revolução
de 1930 e com a chegada de Getúlio Vargas ao poder,
Gilberto Freyre foi um dos mais importantes publicou o seu mais famoso livro: Casa-grande e Sen-
sociólogos do Brasil, tendo construído uma obra in- zala. Em 1946 foi eleito deputado federal constituinte.
teiramente dedicada à análise das relações sociais Freyre recebeu vários prêmios e doutorados honoris
no período colonial brasileiro e como essas relações causa e foi contemplado com o �tulo de Cavaleiro do
contribuíram para a formação do povo brasileiro no Império Britânico, concedido pela Rainha Elizabeth II,
século XX. Seu destaque deu-se por defender uma da Inglaterra.
teoria de que a miscigenação formaria uma população Freyre foi na contramão de quase todas as teo-
melhor e mais forte, ao contrário do que pensavam rias antropológicas que surgiram no século XIX por
as teorias etnocêntricas, higienistas e eugênicas dos meio de intelectuais como Herbert Spencer. As teorias
antropólogos e intelectuais do século XIX e XX. antropológicas clássicas eram etnocêntricas e defen-
Enquanto era comum na época pensar que deve- diam a supremacia da “raça” branca em relação às
ria haver uma pureza racial, Freyre caminha na con- demais. Políticos e intelectuais brasileiros trouxeram
tramão disso dizendo que a miscigenação é positiva. tais ideias de “pureza racial” para o Brasil e tentaram,
No entanto, a sua obra, apesar de ter uma base an- no início do século XX, um “branqueamento” da po-
tirracista, contribuiu para as críticas aos movimentos pulação brasileira como proposta para a melhoria da
antirracistas por ter formulado uma espécie de mito sociedade.
da democracia racial no Brasil colonial e no Brasil re- Para Gilberto Freyre, a miscigenação era positiva.
publicano, apontando a miscigenação como funda- Como estudioso de antropologia, Freyre era adepto
mento para essa ideologia.” das teorias do antropólogo alemão, radicado nos Es-
O antropólogo e sociólogo brasileiro Gilberto tados Unidos, Franz Boas. Boas defendia que a cultura
Freyre nasceu na cidade de Recife, Pernambuco, em de um povo deveria ser estudada não em compara-
15 de março de 1900. De família tradicional na socie- ção à própria cultura do antropólogo, mas com uma
dade recifense, seu pai, Alfredo Freyre, era professor, imersão desse profissional naquela cultura como se
advogado e juiz. Freyre estudou no antigo Colégio fizesse parte dela. Isso permitiria ao estudioso olhá-la
Americano Gilreath, atualmente Colégio Americano de perto e sem preconceitos.
Batista, instituição de ensino tradicional dirigida por Para Freyre, o Brasil colonial apresentou uma so-
algum tempo por seu pai. Freyre despontou-se desde ciedade que miscigenou e integrou africanos, índios e
cedo como um talento para a literatura e as ciências brancos, e era isso que teria formado uma raça mais
humanas. Ainda no colégio, o sociólogo participou forte, mais intelectualmente capaz e com uma cultura
como editor e redator do jornal O Lábaro, produzido mais elaborada.
pelo Colégio Americano Gilreath. A teoria mais difundida de Gilberto Freyre per-
Freyre estudou sociologia, mas não no Brasil, pois passou toda a sua obra. Em Casa grande e senzala,
ainda não havia sido fundado o primeiro curso supe- ela começou a ser discutida, apesar de ainda não ter
rior de sociologia no país, o que somente aconteceu sido enunciada. Era a teoria da democracia racial, cri-
em 1933. Em 1918 o intelectual partiu para os Esta- ticada por defensores da luta contra o racismo por
dos Unidos, onde cursou, na Universidade de Baylor, apresentar-se como um mito de que havia democracia
o bacharelado em artes liberais e a especialização nas relações entre senhores e escravos no período
em ciências políticas e sociais. Na Universidade de colonial. Para Freyre, a miscigenação era um fator
Columbia, Freyre cursou o mestrado e o doutorado corroborativo para pensar-se em uma relação demo-
crática entre senhores e escravos, apesar da relação
em ciências políticas, jurídicas e sociais, defendendo
de escravidão impregnada entre os dois.
a tese de doutorado intitulada A vida social no Brasil
A obra Casa-Gande e Senzala foi a mais difundida
em meados do século XIX.
de Gilberto Freyre, sendo traduzida para mais de 10
Na década de 1920, ele retornou ao Brasil após
idiomas. A escrita do livro iniciou-se num momento
os seus estudos nos Estados Unidos e várias viagens
em que o autor se exilou em Portugal, por conta da
pela Europa, voltando também a residir em Recife.
divergência política com o novo governo de Getúlio
Em 1926 participou da formulação do Manifesto Re-
Vargas, que chegou ao poder com um golpe em 1930.
gionalista, grupo contrário à Semana de Arte Moder-
Em Casa-Gande e Senzala, Freyre procurou sair
na de 1922, de caráter nacionalista. Os regionalistas
do óbvio nas análises sociais: política, economia,
eram contra a “deglutição” da cultura europeia para
sociedade em geral. Ele preferiu aprofundar-se em
formular uma cultura brasileira, defendida pelos mo- outros temas: vida doméstica, constituição familiar,
dernistas, valorizando somente aquilo que era origi- formação das casas-grandes (onde viviam os senho-
nalmente brasileiro. res brancos) e senzalas (onde viviam os negros), para
Entre 1927 e 1930, Freyre foi chefe de gabinete entender o engenho de açúcar e a propriedade rural
do governador de Pernambuco, Estácio Coimbra, e, como os centros do Brasil colonial.
107
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Uma mistificação que Freyre ajudou a promover, subordinada à ética, suas discussões envolviam temas
talvez por influência de seu professor de antropologia historicamente tradicionais.
em Columbia, foi a de que a miscigenação e a loca- Tendo como objeto a riqueza, o filósofo transitava
lização geográfica do Brasil (na linha tropical) eram por dois níveis distintos: macro e micro. No primeiro,
fatores negativos que colocavam o país em uma po- se lida com os assuntos da cidade-estado. Enquanto no
sição inferior à Europa. A teoria da democracia racial segundo, se lida com os assuntos do espaço doméstico.
trata-se de uma mistificação ideológica que Freyre, A riqueza era investigada nos aspectos produtivos
infelizmente, ajudou a construir baseado na ideia (agricultura, pesca e caça), pautando-se nas ativida-
errônea de que a relação entre senhores e escravos des ligadas à satisfação de necessidades essencial, e
era pacífica, que os índios aceitaram a colonização de acumulativa, onde a riqueza é um fim em si próprio.
maneira pacífica e que isso promoveu uma relação O grego postulava pelo eventual bene�cio da acu-
democrática e a miscigenação. mulação de riqueza, dado que esta possibilitava à co-
Essa visão freyreana, apesar de ter algum valor para mercialização daquilo que excedia a autossuficiência.
o entendimento da vida colonial no Brasil, não se con- Mas uma das preocupações da cidade-estado era
cretiza. As análises atuais sobre a desigualdade social, a distribuição justa dessas riquezas (no nível micro),
inclusive, associam verdadeiramente a desigualdade e a visando o progresso (no nível macro). A lógica econô-
exclusão com a questão social. Talvez o ponto de partida mica seria: atingir a autossuficiência em um primeiro
de Freyre que o levou a formular a teoria da democracia momento para, posteriormente, acumular e admi-
racial (e que era a relação racial explicitamente segrega- nistrar a riqueza. No espaço domiciliar, a natureza
cionista dos Estados Unidos) tenha o levado a perceber das operações econômicas manifestava-se de forma
uma democracia racial no Brasil por haver nele uma distinta entre determinados agentes. O homem, li-
relação mais branda entre negros e brancos. vre, intelectual e trabalhador, eram responsáveis
No entanto, o racismo velado e estrutural nunca pela administração da propriedade e da produção
deixou de existir por aqui, e a desigualdade social agrícola. A mulher, socialmente subordinada ao pri-
mostra-se como um fator fortemente provocado pela meiro, cumpria a função de reprodutora. O escravo
escravidão e pela relação de submissão à qual negros seria responsável pela produção de bens materiais e
e índios foram obrigados pelo homem branco. Portan- serviços, operação também desempenhada por ci-
to, a tese principal de Casa-Grande e Senzala parece dadãos livres, embora o trabalho assalariado fosse
não se sustentar, ao passo que o livro constitui uma considerado menos valoroso e essa categoria social,
interessante ferramenta para a compreensão da vida pouco aceitável. Os bens produzidos poderiam ser
cotidiana da sociedade colonial. caracterizados como: criativos (meios de produção)
PORFÍRIO. Francisco. Gilberto Freyre. Brasil Escola. Disponível em: ou práticos (meios de consumo). Em suas conjecturas
encurtador.com.br/jX589. Acesso em: 15 ago. 2022. monetárias, Aristóteles propôs duas propriedades da
moeda – meio de troca e unidade de conta – ten-
AULA 1 – FILOSOFIA do rejeitado a função de reserva de valor. A moeda
não possuiria valor intrínseco (fiduciária), sendo esse
AS RAÍZES FILOSÓFICAS DA CIÊNCIA ECONÔMICA proveniente exclusivamente da lei (nomisma). Seria
responsabilidade de a cidade-estado zelar pelas flu-
A ciência econômica está passando por mudanças, tuações de demanda por moeda, causa possível de
com conjecturas teóricas sendo menos enfatizadas, turbulências sociais por sua inelasticidade.
enquanto dados e evidências ganham maior nível de
importância. No entanto, as raízes da disciplina estão Ibn Khaldun, o primeiro cientista social
na filosofia. Afinal, Adam Smith – considerado como
o pai da economia moderna - ocupava a cadeira de Ibn Khaldun, polímata
filosofia moral na Universidade de Glascow. Mas as mouro do século XIV, é con-
raízes da economia, vão muito além de Smith e da siderado um primeiro dos pri-
Escócia do século XVIII. meiros cientistas sociais. Ao
criticar o processo de trans-
Aristóteles, o primeiro analista econômico missão da história por ser
fundamentado na autoridade
Aristóteles, filósofo gre- da figura que a reproduz, ad-
go anterior ao século III a.C., vogou por um novo rigor metodológico: investigar a
é considerado o primeiro organização social humana com o objetivo de abstrair
analista econômico. Embora parâmetros analíticos.
a economia tenha sido abor- Khaldun identificava a importância da divisão do
dada por ele como matéria trabalho como alicerce de uma sociedade civilizada.
108
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Essa divisão tinha papel essencial na obtenção de essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar,
excedentes de valor, contribuindo para o bem-estar ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e
coletivo por meio da cooperação, assim como possi- de qual das ciências ou faculdades constitui o obje-
bilitando que relações de mercado fossem estabele- to. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença
cidas (relações de oferta e demanda). à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente
As análises econômicas do mouro se ramificavam, se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra
observando tradicionais temas (e fatores) como a pro- ser dessa natureza, pois é ela que determina quais
dução (e os salários), o comércio (e o lucro), sujeito às as ciências que devem ser estudadas num Estado,
interferências maléficas por parte dos governantes, e quais são as que cada cidadão deve aprender, e até
o setor público (assim como a tributação). que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em
Para o setor público, foram postuladas ideias pró- maior apreço, como a estratégia, a economia e a re-
ximas à contemporânea curva de Laffer. O início de tórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza
uma dinastia seria marcado pelos altos rendimentos as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o
tributários, dado um reduzido contingente pagador. que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade
O fim de uma dinastia, entretanto, seria caracterizado dessa ciência deve abranger as das outras, de modo
por rendimentos decrescentes ainda que o contingen- que essa finalidade será o bem humano.
te pagador fosse numeroso, sendo necessária uma ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1991 (adaptado).
boa gerência do governante para que o desperdício
ou a repressão de recursos sejam evitados.
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a or-
SILVEIRA. Paulo. As raízes filosóficas da ciência econômica. Ter-
raço Econômico. 2018. Disponível em: encurtador.com.br/rvY25. ganização da pólis pressupõe que o/a
Acesso em: 15 ago. 2022. (A) bem dos indivíduos consiste em cada um perse-
guir seus interesses.
(B) sumo bem é dado pela fé de que os deuses são
os portadores da verdade.
(C) política é a ciência que precede todas as demais
SUGESTÃO DE ATIVIDADE na organização da cidade.
(D) educação visa formar a consciência de cada pes-
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi- soa para agir corretamente.
bilidades: (E) democracia protege as atividades políticas neces-
sárias para o bem comum.
ATIVIDADE 01 –
Em todas as ciências e em todas as artes, o alvo é um ATIVIDADE 03 –
bem; e o maior bem acha-se principalmente naquela No Mediterrâneo, “os cristãos não conseguem fazer
dentre todas as ciências que é a mais elevada; ora essa flutuar sequer uma tábua”. Afirmativa de Ibn Khaldun,
ciência é a política, e o bem em política é a justiça, historiador muçulmano (1332-1406), autor da História
isto é, a utilidade geral. dos Árabes e dos Berberes.
AQUINO ET AL. 1980. p. 343.
Aristóteles. A política, s/d.
No excerto, Aristóteles define a política como a mais A análise do historiador árabe do século XIV diz res-
peito ao/à
elevada das “ciências” pelo fato de
(A) parceria estabelecida entre muçulmanos e judeus
(A) preparar os cidadãos para a guerra e a defesa da
para o estabelecimento do monopólio no comér-
pólis.
cio marítimo mediterrâneo.
(B) garantir a autonomia econômica da pólis.
(B) autossuficiência da economia feudal europeia na
(C) priorizar os interesses coletivos dos cidadãos.
Baixa Idade Média, o que desestimulava o acesso
(D) exigir clareza de raciocínio e de expressão verbal
às rotas marítimas comerciais do Mediterrâneo.
dos cidadãos.
(C) controle da navegação comercial no contexto do
(E) sustentar a igualdade social entre os cidadãos da
mar Mediterrâneo, estabelecido pelos árabes,
pólis.
excluindo os reinos europeus da circulação co-
mercial.
ATIVIDADE 02 – (D) atraso no conhecimento da navegação comercial
Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim pelos reinos europeus, especialmente os localiza-
que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é dese- dos na península itálica.
jado no interesse desse fim; evidentemente tal fim (E) ausência de portos marítimos no sul da Europa, o
será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o que dificultava a ancoragem de embarcações nas
conhecimento, porventura, grande influência sobre atividades comerciais.
109
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
AULA 2 – FILOSOFIA partir de Mill, o utilitarismo passou a ser visto como
uma doutrina que visa ao maior bene�cio ao maior
O UTILITARISMO número de pessoas possível e, quando necessário, o
menor sofrimento possível. Para ele, a qualidade dos
Foi uma doutrina ética fun- tipos de prazer e dor deve ser levada também em
dada na Inglaterra por Bentham consideração. Isso opera uma mudança no cálculo
e Mill. Essa doutrina visa à finali- utilitário.
dade ou à consequência de uma Cálculo utilitário: o agente moral deve visar, como
ação moral, e não ao modo como finalidade, a uma ação moral que beneficie o maior
ela foi praticada. número de pessoas da melhor maneira e, caso seja
“Agir sempre de forma a produzir a maior quanti- necessário prejudicar alguém em detrimento da maio-
dade de bem-estar”, essa é a principal máxima utilita- ria, que os prejuízos sejam os menores possíveis.
rista. O utilitarismo é uma doutri- A teoria utilitarista é uma doutrina ética que tem
na ética proposta primeiramente aplicações imediatas na economia, mas também pode
por Jeremy Bentham (1748-1832) ser aplicada à política. Em suma, é uma corrente que
e John Stuart Mill (1806-1873). visa mais à intenção do agente moral do que a própria
Tal doutrina fundamenta-se no ação, tendo como medida definitiva para saber se a
princípio de utilidade, que deter- ação moral foi boa ou ruim o próprio resultado da
mina que a ética deve basear-se referida ação.
sempre em contextos práticos, Disponível em: encurtador.com.br/jxCET. Acesso em: 15 ago.
pois o agente moral deve anali- 2022.
sar a situação antes de agir, e sua ação deve ter por
finalidade proporcionar a maior quantidade de pra- As contribuições e o pensamento de John Stuart
zer (bem-estar) ao maior número de pessoas possível Mill no campo da economia.
para que seja moralmente correta. Dessa maneira, o
utilitarismo descarta por completo o imperativo ca- Presentemente, é percebido pela maioria dos
tegórico kantiano, tirando toda a correção moral de pesquisadores do pensamento econômico, que a
uma razão universal e oferecendo-a ao sujeito. maioria das formulações teóricas que aparecem em
“Uma investigação sobre as causas da riqueza das
Jeremy Bentham nações” (1776), do célebre filósofo e economista es-
cocês, Adam Smith (1723-1790), não são inteiramente
Bentham foi um economista, jurista e filósofo in- originárias do autor. Adam Smith abordou questões
glês e o primeiro a teorizar o utilitarismo. Ele pensou como a Teoria do Valor-Trabalho, que já aparecera
em uma doutrina moral consequencialista, ou seja, nos escritos de William Pe�y (1623- -1687), ou do
que visa às consequências das ações morais em de- liberalismo econômico, das obras de seu grande mes-
trimento das próprias ações morais. O que importa, tre, David Hume (1711-1776), de forma elegante,
nesse sentido, é o resultado de certa ação, e não a vigorosa e essencialmente acadêmica, por meio de
própria ação. Isso significa que o agente moral deve
uma combinação dos métodos dedutivos e históricos
estar sempre atento ao que vai acontecer se fizer
indutivos. Smith organizou um ideário previamente
algo. Também abre brechas para que o agente moral
elaborado, averiguou as fontes do crescimento eco-
possa praticar certas ações que foram, muitas vezes,
condenadas pela ética, como a mentira. nômico e ofereceu notáveis considerações pessoais.
Cálculo utilitário: o agente moral deve sempre Mesmo assim, a sua obra mais conhecida não perdeu
realizar um cálculo para prever o resultado de sua em qualidade, tornando-se um paradigma teórico no
ação. Entre as possibilidades, o agente deve optar final do século XVIII e a pedra angular da Economia
pela ação que proporcione a maior quantidade de Política. “Princípios de economia política” (1848), de
prazer ao maior número de pessoas possível e pela John Stuart Mill (1806-1873), também não foi mar-
maior quantidade de tempo. cado pela integral originalidade das ideias expostas.
Quando necessária uma quantidade de dor para Todavia, a obra apresenta o principal do corolário
alguns para que ocorra o maior número de prazer, teórico da Economia Política Clássica, com um im-
devem-se reduzir ao máximo os danos possíveis. Por portante pormenor: o autor não se limitou a repro-
isso, atribui-se a Bentham um utilitarismo quantitati- duzir os pressupostos clássicos. Mill, de forma airosa
vo, pois visa apenas à quantidade de prazer. e clara, expôs as principais ideias de Jean Baptiste Say
(1767-1832) e David Ricardo (1772- 1823), revitali-
John Stuart Mill zando-as, completando-as, mas não as vulgarizando
de forma doutrinária. Apresentou considerações que,
Mill, por sua vez, aprimorou a teoria do amigo. em muitos casos, acabavam por destoar de muitas
Ele adicionou ao utilitarismo a noção de qualidade. A
110
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
das premissas básicas, como nos casos da Teoria do gunda metade do século XIX. Uma geração de eco-
Valor-Utilidade, da distribuição da riqueza e do inter- nomistas ingleses, notadamente influenciados pelas
vencionismo do Estado. ideias contidas no livro. O historiador do pensamento
O ecletismo intelectual de Mill, um ponto coinci- econômico, HUNT (1981, p. 202), chegou a afirmar
dente com Smith, vindo da educação que seu pai (o corretamente que Mill foi o precursor da escola ne-
renomado economista James Mill, 1773-1836) impôs oclássica de Marshall.Alfred Marshall (1842-1924),
desde os 5 anos de idade, contribuiu para que a sua foram extremamente. Sendo apontado por muitos
obra não se encerrasse em uma postura totalmente como o filósofo do liberalismo clássico e do utilitaris-
rígida em relação aos economistas clássicos e tampou- mo, a obra “Princípios de economia política” confirma
co à Economia Política. Aos 12 anos, Mill já possuía tal posição, Mill, por outro lado, se inclinava nas pon-
um grande conhecimento em história, lógica, filosofia derações de reformadores sociais como Henri Saint-
clássica, poesia, álgebra e geometria, além do total -Simon (1760-1825) e C. L. S. Sismondi (1773- 1842),
domínio do latim e do grego. A tutela de David Ri- verificando as dificuldades no processo de distribuição
cardo e as lições diárias de seu pai, que enfatizavam da riqueza e o emprego do utilitarismo como meio
o pensamento de seu tutor, de T. R. Malthus (1766- para fins estreitos, por exemplo. Não considerava que
1834) e Jeremy Bentham (1748-1832) despertaram o o estado mínimo, a livre concorrência na iniciativa
interesse pela economia e, principalmente, pelo uti- privada e a propriedade privada representassem o
litarismo do último autor. O aprendiz, diariamente, estágio mais evoluído da economia. Acreditava que
apresentava resumos que, mais tarde, serviram de o sistema cooperativo de produção seria o último es-
base para a obra de seu pai, “Elementos de economia tágio, se aproximando muito do socialismo utópico.
política” (1821), apesar de ele não fazer menção à Estas questões foram abordadas mais claramente em
contribuição do filho. seus escritos de ciência política tais como “O utilita-
Até os 20 anos, Mill estava totalmente imerso na rismo” (1863), “Sobre a liberdade” (1859), “Conside-
Economia Clássica e no utilitarismo Bentham (A con- rações sobre o governo representativo” (1860).
vicção de Mill no utilitarismo de Bentham e na Teoria Sendo apontado por muitos como o filósofo do
da População de Malthus era visível. Aos 17 anos, liberalismo clássico e do utilitarismo, a obra “Princí-
plenamente absorvido pela Teoria da População de pios de economia política” confirma tal posição, Mill,
Malthus, Mill foi preso por distribuir panfletos defen- por outro lado, se inclinava nas ponderações de re-
dendo o controle da natalidade e da contracepção). formadores sociais como Henri Saint-Simon (1760-
Depois de uma grave depressão, revê suas conside- 1825) e C. L. S. Sismondi (1773- 1842), verificando as
rações e crenças, e neste período as mais variadas dificuldades no processo de distribuição da riqueza
áreas da atividade intelectual, como a poesia român- e o emprego do utilitarismo como meio para fins es-
tica de William Wordsworth, alteraram muitas das treitos, por exemplo. Não considerava que o estado
suas antigas convicções. O romancista Charles Dickens mínimo, a livre concorrência na iniciativa privada e a
(1812-1870), um dos melhores relatores dos efeitos propriedade privada representassem o estágio mais
da Revolução Industrial sobre a população pobre in- evoluído da economia. Acreditava que o sistema coo-
glesa, descritos em obras como “Oliver Twist” (1837), perativo de produção seria o último estágio, se apro-
“Christmas Carol” (1843) e “Hard Times” (1854), e o ximando muito do socialismo utópico. Estas questões
cartista inglês Thomas Carlyle (1795-1881), que cha- foram abordadas mais claramente em seus escritos
mou a Economia Política de ciência lúgubre, contribuí- de ciência política tais como “O utilitarismo” (1863),
ram também nas novas concepções de Mill. Questões “Sobre a liberdade” (1859), “Considerações sobre o
como o sufrágio universal, reformas econômicas, o governo representativo” (1860).
governo representativo, o voto feminino, abolicionis-
mo, dentre outros, passam a permear as suas preocu-
pações cotidianas. No entanto, seria a jovem Harriet
Taylor (1808-1858), quem Mill desposaria em 1853,
a maior influência. Segundo Mill (1986, p. 8), em sua
autobiografia publicada em 1873, Harriet Taylor “foi
a autora do que há de melhor em minha obra”.
Após 5 anos da publicação de “Sistema de lógi-
ca” (1843), trabalho influenciado pelo positivismo
de Auguste Comte (1798-1857), Mill publica a sua
contribuição máxima para a Economia, “Princípios de
economia política”. Tal obra teria uma grande influên-
cia e se tornaria o livro-texto da cadeira de Economia Execução de Torrijos e seus homens em 1831.
Política da maioria das universidades inglesas na se-
111
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
O rei espanhol Fernando VII tomou medidas re- ATIVIDADE 02 –
pressivas contra as forças liberais em seu país. Pesquise e responda. Quais são as principais diferen-
Tal posicionamento fez com que Karl Marx (1818- ças entre a teoria do valor e da distribuição na abor-
1883), em suas obras “Contribuição para a crítica da dagem clássica e a teoria do valor e da distribuição
economia política” (1859) e “O capital” (1867), levasse na abordagem marginalista (neoclássica)?
a sério Mill como oponente intelectual. Mesmo as-
sim, o filósofo/economista/ sociólogo alemão desferiu
uma severa crítica à obra “Princípios...”, acerca da AULA 1 – GEOGRAFIA
separação da produção e a distribuição, pois as duas
estavam intimamente ligadas. Terceira etapa (o Nacionalismo): período que
John Stuart Mill permanece como uma figura ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que a in-
ímpar na Economia Política. A sua obra econômica dústria recebeu muitos investimentos dos ex-cafei-
vem à luz quando a Economia Clássica (basicamente cultores e em logística. Assim, houve a construção de
as ideias de David Ricardo) estavam sendo postas à vias de circulação de mercadorias, matérias-primas
prova. A materialização de algumas ideias de Ricardo, e pessoas, proveniente das evoluções nos meios de
tais como o lastro da libra com o ouro, que levou a transporte que facilitaram a distribuição de produtos
uma crise sem precedentes na Inglaterra em meados para várias regiões do país (muitas ferrovias que ante-
do século XIX, por exemplo, atirou os esquemas e riormente transportavam café, nessa etapa passaram
os modelos interpretativos clássicos em uma vala de a servir os interesses industriais). Foi instalada no país
dúvidas e suspeitas. Mill, e possuía uma enorme ca- a Companhia Siderúrgica Nacional, construída entre
pacidade, para tanto, buscou recuperar as premissas os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema impor-
dos seus mestres, mesmo que mais tarde chegasse a tância no sistema produtivo industrial, uma vez que
conclusões por vezes díspares deles. abastecia as indústrias com matéria-prima, principal-
Mill apresentou influentes teorias como a do va- mente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das
lor, da distribuição, dos salários e do intervencionismo mais promissoras empresas estatais: a PETROBRAS.
do Estado. O propósito da presente pesquisa é apre-
sentar alguns aspectos de seus pensamentos na área
econômica. Alguns são incoerentes e contraditórios
e outros extremamente intrigantes dentro do debate
econômico. Poucos economistas – e o fato de também
ser um filósofo é cabal para tal constatação – tiveram
uma obra tão vasta e aberta para discussões realmen-
te relevantes para o progresso da Economia Política. Logo da CSN.
Disponível em: encurtador.com.br/rzBHU. Acesso em: 15 ago.
2022.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
ATIVIDADE 01 –
Qual é a diferença do utilitarismo de Jeremy Bentham
para o de John Stuart Mill? Explique.
112
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
pré-capitalistas, sendo que a primeira se caracteri-
za pela impessoalidade do trabalhador com o que
produz, enquanto na segunda o produto do trabalho
SUGESTÃO DE ATIVIDADE estava intimamente associado ao trabalhador. Essa
diferença, segundo Marx, é a que rege as relações
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi- de trabalho dentro de uma sociedade capitalista, na
bilidades: qual o trabalhador que não dispõem dos meios de
produção para produzir o que necessita para sobre-
ATIVIDADE 01 – viver passa a vender a única “mercadoria” que tem:
O processo de desenvolvimento da indústria no Brasil sua força de trabalho.
intensificou-se a partir do século XX. Desse modo, a Como conceito, o trabalho é definido como ativi-
industrialização brasileira; dade humana em que os indivíduos têm como objeti-
(A) resultou em uma melhor distribuição de renda vo, por meio de sua força de trabalho, produzir uma
para toda a população. forma de manutenção de sua subsistência. Embora
(B) ocorreu de maneira tardia em relação aos países essa não seja a única definição de trabalho, e esse
mais desenvolvidos. não se resuma apenas na obtenção do sustento do
(C) derivou da instalação de grandes centrais de ge- trabalhador, uma vez que o trabalho doméstico que
ração de energia solar. realizamos diariamente, sem que ganhemos nenhuma
(D) surgiu em razão do investimento privado na pro- remuneração, é ainda uma forma de trabalho, nosso
dução automobilística. objeto em questão é o trabalho assalariado.
(E) decorreu da intensa utilização de novas tecnolo- Esse trabalho assalariado da sociedade pós-revo-
gias na produção fabril. lução industrial se diferencia do trabalho em socieda-
des pré-capitalistas na relação do trabalhador com o
ATIVIDADE 02 – seu trabalho, ou do fruto do seu trabalho. Enquanto o
Os anos 1930 marcam uma virada no processo de servo de um senhor feudal trabalhava a terra de for-
industrialização brasileiro. Nesse período, a indústria ma a produzir diretamente o seu sustento, cedendo
brasileira registrou um forte crescimento. São fatores parte da produção ao senhor como forma de tribu-
que contribuíram para esse cenário o to, o trabalhador assalariado trabalha em função de
(A) investimento em energia limpa e a implantação uma moeda, para só então poder ter contato com
de indústrias automobilísticas. seu sustento. Marx afirma que essa “coisificação” da
(B) papel das grandes empresas privadas na produção força de trabalho – a transformação do trabalho em
local e o uso de tecnologia. um objeto que passa a ter valor monetário agregado
(C) processo internacional de renovação da indústria – é o que possibilita a exploração, ou a alienação, do
e a preocupação ambiental. trabalhador e de sua força de trabalho pelo capitalista
(D) aumento da produção de petróleo e o emprego detentor dos meios de produção.
de trabalhadores qualificados.
(E) apoio estatal na produção industrial e a queda do O trabalho e a modernização do mundo
volume da produção cafeeira.
Foi apenas com os adventos da revolução indus-
trial europeia que a ideia do trabalho coisificado de
AULA 1 – SOCIOLOGIA Karl Marx passou a existir. Os processos de cerca-
mento – a compra das terras férteis pelos que pos-
Para definirmos o que é trabalho, é preciso antes suíam maior poder econômico – forçaram a saída dos
compreendermos por que trabalhamos e as razões trabalhadores rurais dos campos, que passaram a se
pelas quais justificamos a dedicação de 8 horas, as amontoar nas áreas urbanas. Sem a terra para poder
vezes mais, de nossas vidas a uma determinada ati- produzir seu sustento, ao trabalhador rural restaria
vidade, com o fim último de obtermos o salário ao apenas a venda de sua força de trabalho ao detentor
fim do mês. A resposta pode parecer óbvia: para nos dos “direitos da terra”. Este, pagaria o trabalhador
sustentar. Mas a história nos mostra que a associação uma quantia monetária que julgava ser equivalen-
entre trabalho e salário é relativamente recente, ten- te ao que era produzido, sendo apenas o necessário
do se configurado no cenário da revolução industrial. para que o indivíduo permanecesse vivo. Estava então
Karl Marx é um dos maiores teóricos que traba- estabelecido o trabalho assalariado, o único meio de
lhou com os problemas e as questões relacionadas subsistência do novo trabalhador urbano.
às relações do trabalho, do capital e do trabalhador. Temos que notar, no entanto, que as relações de
Para Marx, existe uma diferença histórica nas relações trabalho em nossa modernidade se modificaram mui-
de produção capitalistas e nas relações de produção to. De forma que são tão diferentes que não existiam
113
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
na realidade social observada por Marx. Pelo menos depois de ter estudado profundamente as ideias dos
não em escala suficientemente notável. As prestações principais filósofos da história.
de serviços que não envolvem nenhuma forma de John Maynard Keynes (1883-1946), considerado
compra ou de venda de bens materiais, são uma das o maior economista do século 20 – embora, para meu
novas formas de relação de trabalho. O prestador de gosto, Ludwig von Mises foi bem maior –, também
serviço não necessariamente está ligado ou depende foi estudioso e escritor em assuntos de filosofia. Ke-
de meios de produção, de forma que uma faxineira ynes situava-se entre as ideias liberais e as ideias de
vende a ação de limpar para a conveniência daquele que o Estado deveria ter presença maior na economia,
que compra seu serviço. As prestações de serviço são sobretudo em períodos de recessão, como meio de
hoje a maioria esmagadora de forma de trabalho e elevar a demanda agregada por meio do gasto públi-
de movimento de capital, enquanto o trabalho de co. Ainda hoje, é grande o debate no interior do ca-
produção industrial, que necessita de trabalhadores pitalismo entre as ideias liberalizantes e antiestati-
humanos em linhas de produção, está em constante zantes de Mises e as ideias de forte presença estatal
declínio. Declínio esse que se relaciona aos avanços de Keynes.
tecnológicos e à automação das linhas de produção, Por fim, o marxismo é uma
que diminuem a necessidade de força de trabalho corrente de pensamento que
humana, diminuindo o custo de produção de bens se estrutura a partir das ideias
materiais e aumentando lucros. de Karl Marx e Friedrich Engels.
RODRIGUES. Lucas Oliveira. Trabalho. Mundo Educação. Socio- Os principais fundamentos da
logia. Disponível em: encurtador.com.br/agj36. Acesso em: 15 sua interpretação acerca da
ago. 2022. economia e das teorias eco-
nômicas se encontra na obra
O Capital. Neste livro comple-
xo Marx elabora a teoria da
mais-valia, segundo a qual a exploração do trabalho
humano consistiria na fonte de acumulação do capital.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Isso é, no capitalismo, o lucro dos donos dos meios
de produção seria resultado da expropriação do tra-
ATIVIDADE 01 – balho alheio. Essa forma de produção, permeada de
Faça uma análise da situação atual do mercado de contradições internas, tornaria o capitalismo um sis-
trabalho no Brasil. Qual é a relação deste mercado tema extremamente instável, marcado por lapsos de
com os jovens? Como se dá a preparação da mão de crescimento seguidos de momentos de estagnação.
obra para o trabalho? Logo, a leitura que o marxismo faz das crises é que
elas são inerentes ao capitalismo e devem se repetir
incessantemente, até que esse sistema seja superado
e dê lugar a uma nova forma de organização política
e social. O marxismo foi essencial para desnatura-
lizar as teorias clássicas do liberalismo, declarando
seu caráter ideológico na defesa do mercado e das
empresas privadas.
SANDRONI, Paulo. (Org.) Novíssimo dicionário de economia. São
Paulo: Ed. Best Seller, 1999. Disponível em: encurtador.com.br/
osHKZ. Acesso em: 15 ago. 2022.
AULA 1 – FILOSOFIA
Keynesianismo
A ECONOMIA E A FILOSOFIA
Formulado durante a Gran-
Entre os críticos do capitalismo no tempo da Re- de Depressão, que se estendeu
volução Industrial, Karl Marx (1813-1883) se destaca, da década de 30 até a Segunda
e sua produção é volumosa tanto na Economia quanto Guerra Mundial, o pensamen-
na Filosofia. Sobre Marx não é necessário falar muito, to keynesiano surge como um
pois sua influência na história humana desde 1850 an�doto que prometia salvar o
até hoje é fartamente conhecida. Ludwig von Mises capitalismo de suas crises. Suas
(1881-1973), ícone genial das ideias liberais, talvez o ideias se baseiam na adoção
mais importante pensador da chamada “escola austrí- das políticas econômicas sugeridas por John Maynard
aca”, somente adentrou o campo das teorias econô- Keynes para solucionar o desemprego e a estagnação
micas, da teoria política e das liberdades individuais, econômica. Contrariando o liberalismo ortodoxo, Ke-
114
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
ynes propunha maior intervenção do Estado como entre as três melhores do mundo. Mas foi em 1922
agente regulador do mercado, que, por si só, era que, ao ler a obra “Socialismo” – uma crítica devas-
incapaz de produzir equilíbrio. Essas políticas foram tadora ao planejamento central –, ele decidiu assistir
adotadas durante a década de 1930 por Roosevelt nos aos seminários des Ludwig von Mises. Na época, este
Estados Unidos, gerando uma situação favorável de era o centro do debate econômico em Viena. Logo, o
estabilidade e pleno emprego. O keynesianismo con- professor passou a exercer profunda influência sobre
cebeu, nos países desenvolvidos, o que ficou conheci- a obra de Friedrich Hayek. O jovem acadêmico agora
do como Estado de Bem-Estar Social, que provia um concordava com as conclusões de Mises de que o livre
padrão básico de vida para a população através, por mercado era superior às interferências governamen-
exemplo, da criação do salário-mínimo e da garantia tais. Inclusive, Hayek trabalhou no aperfeiçoamento
de serviços públicos básicos. Esse sistema mostrou dos argumentos de seu mentor.
seus limites a partir do final dos anos 1960, o que Com o apoio de Mises, ele fundou o Instituto Aus-
permitiu a fortalecimento de teorias liberais, que se tríaco de Pesquisa de Ciclos Econômicos, tornando-se
reergueram no cenário mundial através do chamado posteriormente professor da Universidade de Viena.
neoliberalismo. Em 1929, publicou “Teoria Monetária e os Ciclos do
SANDRONI, Paulo. (Org.) Novíssimo dicionário de economia. São Comércio”, obra em que expandiu a premissa de que
Paulo: Ed. Best Seller, 1999. Disponível em: encurtador.com.br/ os preços e serviços, incluindo as taxas de juros, são
osHKZ. Acesso em: 15 ago. 2022. vitais aos empreendimentos dos consumidores e pro-
dutores.
Friedrich Hayek (1899- A ideia central de Friedrich Hayek era a de que os
1992), autor de várias obras preços continham sinais de informação, promovendo
na área do Direito, Economia ajustes harmoniosos e espontâneos dentro de uma
e Filosofia, é considerado um sociedade de mercado. Por outro lado, a intervenção
dos maiores representantes do estado na economia poderia causar falhas, levan-
da escola austríaca. Defensor do, eventualmente, a investimentos ruins. Em última
do liberalismo, Hayek orga- análise, isto resultaria em recessões econômicas e
nizou o pensamento liberal desemprego. Em outras palavras, para o austríaco
clássico e o adaptou para o os preços transmitem conhecimento a fim de que a
século 20, e suas obras ver- economia funcione adequadamente, mas isso poderia
sam sobre filosofia do direito, economia, epistemo- ser distorcido por ações governamentais.
logia, política, história das ideias, história econômica, Dessa forma, desde sua primeira obra, o jovem
psicologia, entre outras. Hayek entrou em rota de colisão com as duas tendên-
SANDRONI, Paulo. (Org.) Novíssimo dicionário de economia. São cias dominantes do pensamento econômico presente
Paulo: Ed. Best Seller, 1999. Disponível em: encurtador.com.br/
osHKZ. Acesso em: 15 ago. 2022. na primeira metade do século XX: o socialismo e o
keynesianismo.
Friedrich Hayek nasceu na cidade de Viena em
1899, sendo descendente da nobreza austríaca. Na in- A IMPOSSIBILIDADE DO SOCIALISMO
fância e adolescência, manifestou diversos interesses,
como botânica, fotografia e teatro, além de esquiar, Hayek participou do debate acadêmico sobre o
velejar e escalar. cálculo econômico do socialismo, incrementando o ar-
Até a Primeira Guerra Mundial – ocasião em que gumento inicial de Mises, segundo o qual o socialismo
foi obrigado a lutar por um ano no front italiano pelo era tecnicamente impossível. Afinal, sem o ajuste de
exército austríaco – o jovem Hayek pensava em se preços baseado na propriedade privada não haveria
tornar psiquiatra. Porém, os eventos deste período, sinais para os planejadores socialistas calcularem o
assim como a Revolução Russa, o influenciaram a valor relativo de bens e serviços. Além disso, tam-
mudar seus planos, encantado pela “nova ordem” e pouco existiriam informações para decidirem quais
pelo socialismo. métodos de produção eram mais eficientes.
Hayek admitiu anos mais tarde que a tentativa de O conhecimento econômico, para Hayek, estava
resolver os males sociais aplicando o planejamento disperso entre todos os indivíduos, o que tornava o
governamental e controle da economia o fascinou. planejamento central desejado pelos socialistas im-
Contudo, ele sempre abominou as violentas revolu- possível de ser realizado com a mesma eficiência da
ções defendidas pelos marxistas. Assim, o austríaco iniciativa privada. Com um alerta: uma vez posto em
preferiu o socialismo Fabiano que, em contraposição, prática, os resultados seriam catastróficos. Dessa
propunha intervenções graduais e pacíficas. forma, Hayek argumentou que as intervenções cen-
Aos 23 anos ele já era doutor em Direito e Eco- tralmente planejadas eram não apenas arbitrárias,
nomia Política pela Universidade de Viena, à época como também poderiam ser destrutivas para a pros-
115
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
peridade econômica e social. Mais de 100 milhões de individualizadas e dispersas. Por conseguinte, a aná-
mortes sob o comunismo não o deixariam mentir. lise deveria se concentrar em transações individuais.
Em 1936, contudo, a obra de Keynes “Teoria Ge-
O PRIMEIRO EMBATE ENTRE FRIEDRICH HAYEK E ral do Emprego, do Juro e da Moeda” representou
KEYNES um ataque à economia liberal clássica. Hayek não se
dispôs a atacar publicamente a obra por considerar
No início da década de 1930, Friedrich Hayek foi que as ideias de Keynes não teriam sucesso — o que
convidado a ministrar palestras em Londres para ex- se mostrou um grande erro. O austríaco também le-
por sua visão da Grande Depressão Americana. vou em conta o fato de Keynes frequentemente mu-
Sua palestra, fundamenta- dar de ideia após ser rebatido por ele. Nesse sentido,
da na ideia de que a origem da a opinião pública passou a pender para o controle
crise se devia a interferências governamental sobre a vida econômica, e contra as
do estado no mercado, foi con- ideias de Hayek. O presidente americano Franklin
siderada certeira e completa, Roosevelt aderiu às ideias de Keynes. Inclusive, alas-
arrebatando a plateia. Assim, trando os limites constitucionais dos Estados Unidos
foi convidado para lecionar na em relação à participação do governo na atividade
London School of Economics, econômica. Não à toa, o fim dos anos 1930 e início
onde ficou famoso por sua pes- dos anos 1940 foi um período di�cil para Hayek.
quisa sobre Ciclos de Negócios Ainda na LSE, Hayek de-
(booms e busts). A partir daí, Hayek se envolveu num senvolveu melhor sua Teoria
debate público com John Maynard Keynes, com quem da Ordem Espontânea, na
disputa o �tulo de economista mais importante do qual ele argumentava que os
século XX. preços transmitiam sinais de
O economista inglês era contrário à nacionaliza- informação necessários para
ção de toda a economia apregoada pelos socialistas, o funcionamento da socieda-
mas considerava papel do governo estimular o cres- de em geral. Hayek afirmava,
cimento. Ele argumentava que a única forma para de forma contraintuitiva, que
superar um quadro de alto desemprego e de baixo poderia haver ordem em uma sociedade, mesmo que
consumo era a partir de uma intervenção governa- não houvesse ninguém ordenando. Ademais, socie-
mental de larga escala e com gastos públicos. dades não poderiam ser organizadas adequadamente
Hayek contra-argumentava dizendo que tais me- sem os sinais que provêm de um sistema de empreen-
didas resultariam em inflação e que os ajustes do mer- dedorismo sustentado livremente por preços e lucros.
cado — como se referia à recessão e ao desemprego A divisão do trabalho pensada inicialmente por
— eram uma parte inevitável do ciclo de negócios, Adam Smith tornou-se, na visão dele, a “divisão do
quando empreendedores realizavam investimentos conhecimento”. O mercado, portanto, seria um meio
ruins. Mais: Hayek sustentava que a origem de toda a para que as pessoas pudessem se beneficiar, empre-
crise provocada pela grande Depressão teria se dado gando livremente suas ideias e conhecimentos em
a partir de intervenções anteriores do governo ame- seus propósitos de vida. Para Hayek, ao fazerem es-
ricano, que estimulou investimentos ruins do merca- sas ações, elas estava, por intermédio de suas ações,
do. Ele concluiu que os preços deveriam flutuar sem compartilhando “conhecimento”.
interferência. Além disso, o austríaco afirmava que Consequentemente, um planejador central não
as distorções nos preços gerados pelas intervenções poderia reunir todo o conhecimento da sociedade
sugeridas por Keynes resultariam em bens errados para criar a mesma ordem e prosperidade que ocorre
sendo produzidos em quantidades erradas e no tem- espontaneamente em um livre mercado. Se pudesse,
po errado. isso impediria qualquer tipo de inovação.
Hayek sugeria deixar o sistema recuperar-se natu-
ralmente, dizendo que as intervenções artificiais de- A ORIGEM DE SEU INTERESSE PELA FILOSOFIA PO-
fendidas por Keynes apenas adiavam e agravavam uma LÍTICA
correção necessária. Por mais paradoxal que parecesse,
a melhor solução para lidar com uma crise gerada pelo Em meio a um entusiasmo crescente pela inter-
governo, segundo ele, seria “não fazer nada”. venção do governo e pelo planejamento central no
As discordâncias entre ambos também se davam contexto da Segunda Guerra Mundial, Hayek mudou
por meio do método: Keynes utilizava indicadores seu foco de interesse. Ele notou que o debate entre
agregados macroeconômicos, como o percentual de a economia planejada e o livre mercado não era uma
desemprego e o PIB. Para Hayek, contudo, esses da- questão meramente econômica, mas um ponto fun-
dos escondiam informações econômicas importantes, damental de liberdade política.
116
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Friedrich Hayek percebeu que planejar a economia elas eram mais importantes que a atividade políti-
significava, na prática, controlar a vida das pessoas. ca. Como forma de proteger as ideias favoráveis a
Dessa forma, permitir que autoridades governamen- uma sociedade de mercado, ele liderou, em 1947, a
tais interferissem na vida econômica fixaria as bases reunião de notáveis estudiosos para encorajar uma
para a ascensão do totalitarismo. Portanto, defender renovação dos fundamentos políticos, econômicos e
um papel ativo do Estado na economia era “ajudar a culturais de uma sociedade livre.
chocar o ovo da serpente”. Até aquele momento, ele Por influência do austríaco, Antony Fisher fundou
era considerado um economista técnico, atuante nos o Instituto de Assuntos Econômicos na Grã-Bretanha,
debates acadêmicos da época. Mas, a partir dos anos “a primeira usina de ideias internacionais inspiradas
1940, passou a se deslocar para a filosofia política. no professor Hayek”, dedicada à pesquisa e publica-
O resultado foi sua obra mais famosa, “O Cami- ção sobre liberdade e economia de livre mercado. O
nho da Servidão”. O austríaco estava frustrado com think tank foi decisivo para influenciar o debate pú-
os muitos analistas do período que demonstravam blico britânico e políticos a ele ligados foram eleitos,
entusiasmo pelo nazismo e fascismo. Eles acredita- apregoando ideias antes impensáveis ao eleitorado.
vam que tanto o nazismo quanto o fascismo eram
reações capitalistas à experiência socialista – quando A CONSTITUIÇÃO DA LIBERDADE
se tratava justamente do contrário.
Em 1950, Friedrich Hayek vai para a Universida-
O CAMINHO DA SERVIDÃO de de Chicago, um das frontes acadêmicas na defesa
de livre mercado mais relevantes do mundo. Neste
Declaradamente contrário aos nazistas, o best-
período, contribuiu à psicologia e à história, além de
-seller acusou o Nacional-socialismo de cometer os
ter realizado seu trabalho mais ambicioso, o “A Cons-
mesmos erros que o socialismo-marxista. Assim, o
tituição da Liberdade”.
livro foi um aviso de que o resultado da experiência
seria a negação da liberdade e a desumanização dos Na obra, o professor defendeu que o papel do es-
que não se encaixavam na sociedade idealizada pelos tado era assegurar a liberdade e o progresso humano
burocratas. a partir do Império da Lei. Assim como, reafirmou que
A despeito da preocupação de Hayek pelo co- a atuação do governo só era aceitável quando fosse
munismo e o papel global da União Soviética, o alvo para manter o funcionamento espontâneo do mer-
do acadêmico também foi o chamado “socialismo cado e para impedir agressões de indivíduos. Hayek
doméstico”. Isso porque ele prenunciava a ascensão defendia veementemente a propriedade privada e
de um planejamento central proeminente a partir do os contratos. Ele escreveu que uma sociedade livre
governo trabalhista na Inglaterra. somente seria possível a partir de regras que se apli-
O austríaco manifestou tamanho ceticismo que cassem a todos, inclusive ao Estado, capaz de agir
chegou a alertar que uma mínima intervenção go- contra forças coletivistas que ameaçassem solapar
vernamental poderia levar a um Estado totalitário. o primado da lei.
Mesmo bem-intencionado, o planejamento acabaria Para ele, a Lei é baseada em precedentes. Ou seja,
gerando consequências indesejadas que, por sua vez, compõe um sistema de tentativas e erros, no qual
exigiriam maiores intervenções a fim de corrigir as os princípios sociais mais eficazes são passados de
falhas de governo. geração em geração. Estes princípios, por sua vez,
O livro se tornou extremamente popular na Grã- são consolidados e refinados ao longo do tempo pe-
-Bretanha e nos Estados Unidos, sendo concomitante los costumes, tradição e experiência, dando origem à
“uma benção” e “uma maldição” na vida do profes- justiça, à propriedade privada e ao contrato.
sor. Por um lado, ele foi alçado ao status de um pro- A Lei permitiria a liberdade, na medida em que
eminente intelectual de orientação liberal em todo o criaria uma estrutura racional dentro da qual os in-
mundo. Porém, o apelo também veio acompanhado divíduos podem viver sua vida. Já as regras da socie-
de desdém por parte dos acadêmicos que, à época, dade deveriam ser gerais. Isto é, estavam vetados
tendiam ao intervencionismo e viviam um período de comandos centralizados específicos, que poderiam
pleno entusiasmo pelo New Deal. Apesar dos apelos abrir brechas à distribuição de privilégios.
do livro, os Trabalhistas na Inglaterra promoveram na- O austríaco ainda argumenta que a legislação de-
cionalizações de indústrias e estabeleceram um vasto veria dizer aos indivíduos o que não poderiam fazer
Estado de bem-estar social. Assim, o livre mercado de modo a não causar danos a outros indivíduos, mas
perdia, cada vez mais, espaço para as ideias de Keynes.
jamais deveria dizer o que os indivíduos deveriam
fazer. Por fim, Hayek entende que o governo talvez
A SOCIEDADE MONT PÈLERIN
precise garantir um mínimo de proteções específicas,
como nas áreas da saúde e do meio ambiente, mas
Hayek defendia que a mudança em direção da
de forma subsidiária e específica.
liberdade deveria enfatizar, sobretudo ideias, pois
117
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
PRÊMIO NOBEL EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS sunção de que instituições sociais e suas práticas her-
dadas simplesmente podem ser alteradas ou abolidas
Em meados dos anos 1960, Hayek recebeu convite para servir a objetivos momentâneos de reformas
para lecionar em Freiburg, na Alemanha Ocidental, e radicais.
voltou a desenvolver suas ideias sobre ordem espon- Ainda em vida, ele recebeu reconhecimentos do
tânea. Seu objetivo era publicar um extenso trabalho governo austríaco, da Rainha da Inglaterra e do pre-
em três volumes, expandindo suas preocupações ex- sidente americano George H Bush.
pressas em “A Constituição da Liberdade”. Mas os
anos de nadar contra a maré acadêmica e opinião O RENASCIMENTO DAS IDEIAS DE FRIEDRICH HAYEK
popular cobraram seu preço: o professor Hayek foi E DA ESCOLA AUSTRÍACA
acometido por uma profunda depressão, atordoado
com a ideia de que toda sua vida tinha sido um enor- Hayek testemunhou a Queda do Muro de Berlim
me desperdício. O nível de abatimento era tamanho e o fim da União Soviética, vítimas do planejamento
que, na maioria das vezes, nem sequer permitia que governamental impraticável e de crescente pressão
ele saísse de sua cama. por liberdade. Fatos que contribuíram à visão de toda
O inesperado Nobel em Ciências Econômicas de a sua obra, que afirmava ser o socialismo uma visão
1974, entretanto, significou para ele sua consagração de sociedade condenada ao fracasso. Desse momento
profissional. Sua reputação foi revitalizada, assim consolidou-se novo consenso acadêmico enfatizando
como sua energia e saúde, e Hayek voltou a ter um o papel restrito do Estado. Mas, os métodos da Esco-
enorme rendimento intelectual. la Austríaca defendidos por Hayek continuaram, em
Nesse contexto, ele con- grande parte, marginalizados até a Crise do subprime.
cluiu a obra “Direito, Legis- Em 2007-08, o subsequente resgate dos bancos
lação e Liberdade”. No livro, provocou interesse renovado por suas doutrinas. In-
ele critica veementemente o clusive, o socorro aos bancos promovido pelo governo
termo “Justiça Social”. Para americano foi considerado, por boa parte da opinião
Hayek, a justiça verdadeira pública e acadêmica, uma interferência injustificada
seria a igualdade genuína no mercado. Em meio a uma economia dominante e
dos indivíduos sob o impé- em frequente estado de agitação, a Escola Austríaca
rio da Lei. Nesse sentido, teve oportunidade de exercer nova influência aca-
ele considerava ainda que dêmica e no debate público. O principal legado de
a mera condição diferente Friedrich Hayek, entretanto, talvez seja sua postura
entre indivíduos e grupos, exemplar como defensor da liberdade. No início de
caso não fosse resultado de sua carreira, ele foi considerado um proeminente
intervenções governamentais não implicaria na falta economista, mas, diante de suas visões impopula-
de justiça social. res, foi rejeitado e ridicularizado por seus próprios
Outra contribuição da obra é sua análise de que a pares. Mesmo assim, não cedeu às pressões e man-
democracia, per se, não necessariamente seria proteção teve ao longo de toda sua vida a coerência de apoio
suficiente para garantir a liberdade. Friedrich Hayek pro- à propriedade privada e aos mercados livres. Bem
pôs, para tanto, uma ordem constitucional que limitasse como, um profundo ceticismo diante da capacidade
o poder do governo de interferir na ordem espontânea dos governos de moldar a sociedade.
da sociedade. Ao contrário da ideia de que é a opinião Esse é o melhor exemplo deixado pelo maior fi-
da maioria o que determina aquilo que o governo faz, lósofo político do século XX e que o torna um ho-
Hayek mostra que um governo buscar satisfazer grupos mem cuja obra deve ser lida e admirada em todas
de interesses a fim manter sua governabilidade. as épocas.
No início dos 1970, as ideias de Hayek começavam SPERANDIO. Luan. A vida e obra de Friedrich Hayek: Maior filósofo
a ter maior influência perante a verificação de um Político do século XX. Ideias Radicais. Disponível em: encurtador.
estagflação – aumento de inflação simultaneamente com.br/gkOY0. Acesso em: 15 ago. 2022.
com altos índices de desemprego -, contrariando em
larga medida os keynesianos. No Reino Unido, a Pri-
meira-Ministra Margaret Thatcher mudou os rumos
da economia britânica essencialmente a partir das
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
teorias de Hayek. Já Ronald Reagan, então presidente
dos Estados Unidos, conduziu a economia baseado
parcialmente nas ideias do austríaco. Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
Sua última obra, “Os Erros Fatais do Socialismo”, bilidades:
foi publicada em 1988. Trata-se de uma crítica à pre-
118
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
ATIVIDADE 01 – MÓDULO 03 – MOMENTO 03
O que foi o Keynesianismo? Explique.
COMPONENTE CURRICULAR
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
HISTÓRIA – GEOGRAFIA – SOCIOLOGIA -FILOSOFIA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA
Analisar e avaliar criticamente as relações de dife-
rentes grupos, povos e sociedades com a natureza
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos
ATIVIDADE 02 – econômicos e socioambientais. Portanto, com vistas
Por que para Friedrich Hayek o socialismo é impossível à proposição de alternativas que respeitem e promo-
de se concretizar? Explique. vam a consciência, a ética socioambiental e o consu-
mo responsável em âmbito local, regional, nacional
e global.
HABILIDADE DA BNCC
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os
impactos de diferentes modelos socioeconômicos no
uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
tabilidade econômica e socioambiental do planeta
(como adoção dos sistemas da agro biodiversidade
ATIVIDADE 03 – e agroflorestal por diferentes comunidades, entre
O que é a Teoria da Ordem Espontânea? Explique. outros).
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCHS306A) Identificar a relação ser huma-
no-natureza predominante em diferentes modelos
socioeconômicos (capitalista, socialista, feudalismo,
escravismo etc.), utilizando textos filosóficos, histó-
ricos, obras de arte que demonstrem a concepção de
ATIVIDADE 04 – ser humano em cada época e contexto histórico para
Quando a forma de governo era aceitável e sobre desenvolver a criticidade em relação a degradação do
quais princípios a lei é baseada para Friedrich Hayek? meio ambiente no Brasil e no mundo.
Explique. (GO-EMCHS306B) Compreender o papel dos países
com diferentes níveis de desenvolvimento socioeco-
nômico quanto à degradação ambiental, comparando
dados para posicionar-se em relação aos impactos
dos modelos socioeconômicos no uso dos recursos
naturais e a sustentabilidade.
(GO-EMCHS306C) Analisar a relação entre agrone-
gócio e o meio ambiente, utilizando sites, textos e
outros recursos audiovisuais para argumentar sobre
as relações dos diferentes grupos, povos e sociedades
ATIVIDADE 05 – com a natureza.
Qual foi o principal legado de Friedrich Hayek? (GO-EMCHS306D) Sintetizar os conhecimentos so-
bre outras propostas e modelos de desenvolvimento
(como os conceitos de desenvolvimento sustentável,
agrobiodiversidade, agrofloresta etc.), escrevendo
textos diversos (cartas, declarações e notas de repú-
dio e apresentações orais) e atividades de observa-
ção e comparação para argumentar sobre o equilíbrio
entre desenvolvimento socioeconômico e exploração
de recursos naturais.
119
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
OBJETO DE CONHECIMENTO (D) utilização de fontes de energia renováveis no par-
O Desenvolvimento sustentável. que industrial do país.
Economia nos governos FHC e Luiz Inácio Lula da Silva. (E) promoção da abertura econômica do país para as
Sociologia das cidades. empresas multinacionais.
Filosofia e contemporaneidade.
ATIVIDADE 02 –
AULA 1 – GEOGRAFIA Tradicionalmente, o processo de industrialização bra-
sileira, até meados dos anos de 1980, foi altamente
concentrado. Qual região brasileira concentrou o
Quarta etapa (internacionalização da economia
maior volume de indústrias nesse período?
– A modernização): teve início em 1955, e segue até
(A) Centro-Oeste.
os dias de hoje. Essa fase foi promovida inicialmente
(B) Nordeste.
pelo presidente Juscelino Kubitschek, que promoveu
(C) Norte.
a abertura da economia e das fronteiras produtivas,
(D) Sudeste.
permitindo a entrada de recursos em forma de em-
(E) Sul.
préstimos e em investimentos com a instalação de
empresas multinacionais. Com o ingresso dos milita-
AULA 1 – SOCIOLOGIA
res no governo do país, no ano de 1964, as medidas
produtivas tiveram novos rumos, como a intensifica-
ção da entrada de empresas e capitais de origem es-
trangeira comprometendo o crescimento autônomo
do país, que resultou no incremento da dependência
econômica, industrial e tecnológica em relação aos
países de economias consolidadas.
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi- Para Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895), a
bilidades: cidade ocidental moderna constitui o local da produ-
ção e reprodução do capital, produto da sociedade
ATIVIDADE 01 – capitalista, e, portanto, parte integrante de processos
O governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956- sociais mais amplos. Ela expressa a miséria e a de-
1961) ficou marcado, no contexto da industrialização gradação da classe operária, denunciadas com con-
brasileira, pelo/a tundência em A situação da classe trabalhadora na
(A) ascensão da economia do país como um impor- Inglaterra (Engels, 1845), retomadas posteriormente
tante mercado emergente. em O Capital (Marx, 1867). Para os autores, “a história
(B) criação de empresas estatais de exploração de de qualquer sociedade até nossos dias é a história da
petróleo e gás natural. luta de classes” (Manifesto Comunista/1848); deriva
(C) incentivo da prática do desenvolvimento susten- daí a concepção do papel histórico e estratégico que
eles imputam à cidade industrial no século XIX, como
tável nas fábricas.
120
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
locus da luta de classes. Berço da burguesia e de sua se, não é uma ciência, e sim uma ideologia. Essa crí-
ascensão revolucionária, a cidade é também o espaço tica, mesmo procedente, não invalida a importância
onde se evidencia a exploração dos trabalhadores e dessa abordagem que se orienta pelos conceitos da
onde, dialeticamente, tal exploração será superada, ecologia humana. A teoria de Robert Park, ilustre re-
por meio da revolução operária. A cidade capitalista presentante da Escola, sobre a ecologia humana e as
nessa perspectiva tem concretude histórica. áreas naturais pressupõe uma analogia entre o mundo
É diferente, nesse sentido, a ótica de Weber, vegetal e animal, de um lado, e o mundo dos homens,
(1864-1920), que concebe a cidade como tipo-ide- de outro. Utiliza os conceitos de competição, processo
al, demarcando um outro campo teórico. Interessa de dominação e processo de sucessão, para explicar
ao autor explicitar a origem e o desenvolvimento do tal similaridade. A cidade é apreendida por meio de
capitalismo moderno e da racionalidade que o atra- um referencial de análise analógico que tem por base
vessa em todas as suas esferas, destacando o papel a ecologia animal, daí identificar a Escola de Chicago
que a cidade desempenha na emergência desses pro- como Escola Ecológica.
cessos. Sua reflexão mais sistemática sobre a cidade Louis Wirth, outro autor de destaque da Escola,
está em The City (1922), posteriormente incorporada afirma que a cidade produz uma cultura urbana que
à obra Economia e Sociedade sob o �tulo de A do- transcende os limites espaciais da cidade, afirmação
minação não-legítima (tipologia de cidades). Nesse totalmente inovadora. A cidade atua e se desdobra
texto, Weber reúne um conjunto de estudos sobre a para além de seus limites �sicos, através da propa-
Antiguidade, sobre a ética protestante e o espírito do gação do estilo de vida urbano, e torna-se o locus do
capitalismo e sobre a moral econômica das grandes surgimento do urbanismo como modo de vida.
religiões. Esse conjunto de estudos mostra a intenção O empirismo que marca a abordagem da Escola
do autor de pesquisar a política econômica urbana, - que transforma a cidade de Chicago em um “labora-
tal como se desenvolveu na cidade medieval, o que tório social”- resulta do interesse de buscar soluções
visava compreender o papel da cidade no desenvolvi- concretas para uma cidade caótica marcada por in-
mento do capitalismo moderno. Na sua forma �pica tenso processo de industrialização e de urbanização,
ideal, a cidade caracteriza-se por constituir-se como que ocorre na virada do século XIX para o XX. Seu
mercado e por possuir autonomia política. A cidade crescimento demográfico espantoso, seu imenso
medieval ocidental é a que mais se aproxima de seu contingente imigratório, seus guetos de diferentes
tipo ideal de cidade. nacionalidades geradores de segregação urbana, sua
Para encerrar os clássicos, é preciso mencionar concentração populacional excessiva e suas condições
Durkheim (1971), que se interessa indiretamente pela de vida e de infraestrutura precaríssimas, favorecem
cidade, graças à atenção que concede à morfologia a formulação pela Escola da ideia da cidade como pro-
social. Toma como referência para a análise da socie- blema, que dificulta a articulação de um pensamento
dade a disposição, em determinado território, de uma com maior grau de abstração acerca da cidade.
massa de população de certo volume e densidade,
concentrada nas cidades ou dispersa nos campos, A sociologia francesa: o urbano capitalista
que, servida por diferentes vias de comunicação, es-
tabelece diferentes tipos de contato. É, portanto, no Para os sociólogos franceses (bem como para os
contexto da anatomia da sociedade, em seus aspectos norte-americanos fundadores da eloquentemente
marcadamente estruturais, que a cidade surge como intitulada “new urban sociology”, C. Wright Mills e
substrato da vida social, acumulando e concentrando Floyd Hunter, para citar apenas os mais influentes),
parcelas significativas da população. o urbano deveria ser compreendido como espaço so-
Os preceitos teóricos e o alto grau de abstração e cialmente produzido, assumindo diferentes configura-
de generalidade presentes no pensamento dos clássi- ções de acordo com os vários modos de organização
cos da Sociologia opõem-se à abordagem largamente socioeconômica e de controle político em que está
empiricista que marca a Escola de Chicago. inserido. Ganha importância a interação entre as re-
lações de produção, consumo, troca e poder que se
A Escola de Chicago: o nascimento da Ecologia Urbana manifesta no ambiente urbano. Esse enfoque expres-
sa o descontentamento dos neomarxistas franceses
A Escola de Chicago inaugura uma reflexão inédita com a ideia defendida pela Escola de Chicago de que
ao tomar a cidade como seu objeto privilegiado de haveria um urbano per se, a partir do qual era pos-
investigação, tratando-a como variável isolada, o que sível explicar toda uma série de fenômenos sociais
em si não constituiria um mérito, mas o que renderia (Valladares e Freire-Medeiros, 2001).
à Escola os créditos da criação da Sociologia Urbana Assim, no final da década de 1960, Castells, Lo-
como disciplina especializada. A validade dessa re- jkine, Ledrut e Lefebvre propõem novos marcos para
verência é discu�vel. Para Castells, essa sociologia a renovação da reflexão sobre a cidade. Com tal en-
que advoga a ideia da existência de um urbano per foque, politiza-se a questão urbana e surgem novas
121
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
questões: os movimentos sociais urbanos, os meios Sociologia urbana no Brasil
de consumo coletivo, a estruturação social do terri-
tório na sociedade capitalista e o papel do Estado na Enquanto nos Estados Unidos e na Europa, a
urbanização. Gonçalves, 1989, p. 71. década de 1960 inaugura um confronto entre uma
Lojkine (1981) discute a questão do Estado na so- sociologia urbana de cunho ecológico e uma “nova
ciedade de capitalismo avançado, com base na hipóte- sociologia” preocupada com o urbano de forma mais
se de que a urbanização, como uma forma desenvol- abrangente, no Brasil, essa mesma década marca o
vida da divisão social do trabalho, é um dos maiores próprio surgimento da sociologia urbana como dis-
determinantes do Estado do Bem-estar Social. Analisa ciplina especializada. Apesar de esforços isolados de
o papel do Estado na urbanização capitalista, a relação pesquisa e reflexão sobre pequenas comunidades
da política urbana e suas dimensões com a luta de urbanas desde fins dos anos 1940 (inspirados, so-
classes e a questão dos movimentos sociais urbanos bretudo, por antropólogos americanos como Donald
diante do Estado. Pierson e Charles
Henri Lefebvre, outro expoente dessa vertente Wagley), a sociologia brasileira só aparece de fato
francesa, traz um novo enfoque sobre a cidade, con- e de direito, como uma “ciência do urbano”, com a
cebendo-a como o reino da liberdade e do novo ur- publicação, em 1968, do livro Desenvolvimento e
banismo. Mesmo reverenciado como um dos maiores Mudança Social: formação da sociedade urbano-in-
teóricos do marxismo contemporâneo, Lefebvre tem dustrial no Brasil, de J. B. Lopes, a primeira grande
suas últimas obras criticadas, no campo da discussão tentativa de reflexão sociológica sobre a relação entre
urbana, tanto por Castells (1977) quanto por Ledrut desenvolvimento industrial, falência do modelo patri-
(1976). Argumentam que o autor expulsa o marxis- monial e urbanização (Valladares e Freire Medeiros,
mo do campo das lutas de classe para o da “cultura”, 2001). O trabalho de Lopes, bem como os estudos
formulando assim uma concepção ideológica do urba- latino-americanos, motivaram os sociólogos brasilei-
no. Pode-se, em defesa de Lefebvre, dizer que na sua ros da década de 1960, que, entretanto, rejeitaram
ótica o urbano não representa apenas a transformação, criticamente o paradigma da marginalidade. Pesqui-
pelo capitalismo, do espaço em uma mercadoria, mas sas pioneiras, como as de Francisco Oliveira, de Paul
também a arena potencial do cotidiano vivido como Singer, de Maria Célia Paoli, de Manoel Tostes Berlink,
jogo, como festa (1970). Considera simplista “a concep- demonstram que a marginalidade resulta não de um
ção que coloca, de um lado, a empresa e a produção problema de integração social, mas de uma questão
e, de outro, a cidade e o consumo”, o que não permite estrutural: a preservação da pobreza ocorre através
desvendar a verdadeira dimensão do espaço (1990), de mecanismos institucionais que nada têm de “mar-
numa clara alusão às críticas de Castells e Ledrut. ginais” ao sistema. Instala-se, então, uma ruptura com
as concepções anteriores sobre migração e margina-
A cidade na visão latino-americana lidade e se traz à tona o papel desempenhado por
formas não capitalistas de produção na acumulação
A década de 1960 inaugura também a reflexão do capital.
latino-americana sobre urbanização e desenvolvimen- Como resultado, as noções de “espoliação urba-
to em “países periféricos”. Aníbal Quijano, José Nun, na” (Kowarick, 1979) e de “periferização” orientam
entre outros, elegem a teoria da marginalidade e da novas pesquisas. Ganha destaque a dimensão política
pobreza como seu principal foco de atenção. Esse pa- da urbanização e proliferam os estudos sobre a dupla
radigma, que sempre fornece explicações veladamen- espoliação sofrida pelas classes populares: como força
te funcionalistas à desigualdade socioeconômica, será de trabalho subjugada pelo capital e como cidadãos
por isso criticado por estudiosos urbanos brasileiros. submetidos à lógica da expansão metropolitana que
lhes negava o acesso aos bens de consumo coletivos
(Valladares e Freire, 2001).
Quanto aos clássicos da Sociologia, foi o pensa-
mento de Marx que mais influenciou a produção so-
bre a cidade, quer por meio da sociologia urbana fran-
cesa, quer na visão crítica da teoria da marginalidade.
No que se refere à Escola de Chicago, sabe-se que
ela exerceu grande influência entre os pensadores
brasileiros. Sua herança foi marcante, seja fundando,
curiosamente, os estudos de comunidade próprios
da Sociologia Rural, que têm na obra de Antonio
SILVA. Marcos Aurélio. Goiânia é a 10ª maior cidade do país mas Candido Parceiros do Rio Bonito (1964) seu exemplo
segue preservando qualidade de vida. Jornal Opção. Set/2021. Dis- emblemático, seja na Antropologia Urbana que até
ponível em: encurtador.com.br/mpzDG. Acesso em: 15 ago. 2022.
122
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
hoje trabalha com os métodos e alguns conceitos da agroexportador e como uma resposta “espontânea”
Escola de Chicago, como por exemplo a noção de às crises internacionais que abriam novas oportuni-
“zona moral” de Park. dades para os empreendedores nativos.
Por sua vez, os preceitos da sociologia urbana A crise de 1929, as respostas adotadas pelas na-
francesa marcaram os anos 1980 como pano de fundo ções à crise no decorrer da década de 1930 e a Se-
teórico e como início dos estudos sobre as contradi- gunda Guerra Mundial provocaram transformações
ções urbanas, sobretudo o estudo da grande novidade profundas na evolução da indústria no Brasil. No de-
temática da década: os movimentos sociais urbanos. correr desses quinze anos, as relações de troca inter-
Hoje os estudiosos urbanos continuam impor- nacionais sofreram um abalo gigantesco, a ponto de
tando paradigmas, mas permanece o empenho de provocar uma revisão profunda nos ideais livre-cam-
investigar e de explicar as particularidades da reali- bistas que dominavam as relações internacionais. A
dade urbana brasileira. A temática da globalização, grande instabilidade do mercado mundial fortaleceu
por exemplo, está presente nos estudos sobre as a convicção, entre todas as nações, de que a continui-
metrópoles brasileiras. A discussão sobre dual city, dade de desenvolvimento passava, necessariamente,
uma cidade de estrutura social polarizada, dual, em por um esforço de mobilização nacional. A retomada
que o espaço dos ricos se contrapõe ao dos pobres, do ideário nacionalista foi generalizada no Ocidente,
resultante da globalização das economias urbanas, existindo situações nas quais ele se tornou extremo e
não deixa de motivar os pesquisadores urbanos, mas agressivo, caso do nazifascismo, e outras nas quais a
há uma preocupação com os limites da aplicabilidade preocupação com a reconstrução das economias na-
de tal noção. O que se nota como peculiar à reflexão cionais não excluía medidas visando reativar o merca-
contemporânea sobre a cidade é que ela se torna cada do mundial, caso dos Estados Unidos e da Inglaterra.
vez mais ampla e multidisciplinar incrementando o No Brasil, o colapso do mercado mundial em 1929
leque temático da Sociologia Urbana. catalisou os conflitos intra-oligárquicos e produziu
SAN’ANNA. Maria Josefina Gabriel. A cidade como objeto de es- uma convergência entre várias classes e grupos sociais
tudo: diferentes olhares sobre o urbano. ComCiencia. 2002. Dis- que se opunham tanto às práticas políticas das frações
ponível em: encurtador.com.br/emAB3. Acesso em: 15 ago. 2022. oligárquicas lideradas por São Paulo e Minas Gerais
quanto ao modelo agroexportador que submetia o
conjunto da nação às necessidades de reprodução do
AULA 1 – FILOSOFIA capital vinculado ao negócio cafeeiro. Essa convergên-
cia agregou à classe média, os trabalhadores urbanos,
O surgimento do pensamento desenvolvimentis- a média oficialidade do Exército (tenentismo), frações
ta no Brasil está intimamente relacionado ao surto das oligarquias ligadas ao mercado interno, frações
industrial em andamento desde o final do século da intelectualidade e o nascente contingente de em-
XIX. Nas três primeiras décadas do século XX esse presários industriais que encararam esse momento
processo se intensificou no eixo São Paulo–Rio em político como uma oportunidade de tirar o setor in-
virtude de vários fatores. Em primeiro lugar, a defesa dustrial do papel de coadjuvante no cenário econô-
dos interesses do polo agroexportador do café, que mico nacional. Coube a Getúlio Vargas a habilidade
orientou a República Velha, implicava várias medidas política para articular esse conjunto de interesses num
de valorização do produto, entre as quais o recurso movimento que acabou chegando ao poder em 1930
frequente às desvalorizações da moeda. A elevação por um golpe de Estado.
dos preços dos produtos importados, combinada a De imediato, os grupos que chegaram ao poder
um acelerado processo de urbanização ocorrido nesse em 1930 adotaram medidas que visavam a fortale-
período, abriu espaço para o surgimento de um inci- cer o poder central e promover uma modernização
piente setor industrial voltado à produção de bens de do Estado sob a égide de uma ideologia nacionalista.
consumo populares, especialmente nas áreas têxtil e Do ponto de vista econômico, o novo pacto de po-
de alimentos. der reafirmava seu compromisso com a cafeicultura,
Com o agravamento das dificuldades de impor- mas sinalizava que o desenvolvimento do país passava
tação durante a Primeira Guerra Mundial, o setor se pelo apoio à indústria. Apesar de essa orientação ter
expandiu, ampliando sua presença no setor de bens se evidenciado apenas a partir do Estado Novo (1937),
de consumo, ao mesmo tempo em que teve de en- sua simples enunciação consistia numa grande novi-
frentar os problemas decorrentes da impossibilidade dade, pois a industrialização se tornava, pela primeira
de renovação do parque produtivo, só superados com vez, uma questão de Estado. Coube ao pensamento
o final da guerra, nos primeiros anos da década de desenvolvimentista o papel decisivo de articular a
1920. ideologia do nacionalismo, em franca ascensão, com
Até o final da década de 1920, esse surto industrial a defesa da industrialização.
avançou condicionado às necessidades do sistema Disponível em: encurtador.com.br/kzRV5. Acesso em: 15 ago.
2022.
123
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Roberto Campos como um homem que via o governo apenas como um
mal necessário e o Capitalismo como indispensável
Aqui no Brasil, Roberto Campos (1917-2001), um para o avanço do país, ele começou na vida pública
dos maiores intelectuais e homem de Estado, primeiro como um keynesiano, defensor do controle estatal na
se formou em Filosofia e Teologia para somente de- economia. Por isso, ele esteve envolvido na criação de
pois, trabalhando na embaixada do Brasil nos Estados diversas empresas estatais no Brasil, tal como a Ele-
Unidos, formar-se em Economia, na graduação e no trobrás. Mas mesmo nessa época ele era um defensor
mestrado, em Washington e Nova Iorque. Roberto da fiscalização dos gastos públicos. Pouco a pouco
Campos ocupou vários cargos públicos desde que Campos transformou-se num defensor do Liberalismo
ngressou na carreira diplomática em 1939, foi um Econômico, chegando a admitir que só deveria ter
incansável doutrinador das ideias liberais e, até sua lido Friedrich Hayek, economista da Escola Austríaca
morte em 2001, um crítico das escolhas políticas e e antagonista de John Maynard Keynes.
LIMA. Evellyn Caroline Santos. Roberto Campos. InfoEscola 2019.
econômicas feitas pelo Brasil nos últimos 100 anos,
Disponível em: encurtador.com.br/uHIJ7. Acesso em: 15 ago.
às quais ele responsabiliza pelo país ter permaneci- 2022.
do no atraso, na pobreza e na inexpressividade no
cenário mundial. Ao refletir sobre desenvolvimento econômico
Olhando a história, percebe-se que a instrução
em Filosofia, formal ou não, é requisito essencial para Roberto Campos desenvolve sua tese de que
quem quer entender com profundidade a Economia existe uma incompatibilidade entre desenvolvimento
(a ciência) e desvendar os meandros da economia econômico e redistribuição de renda. Nesse sentido,
(o sistema produtivo). Quando falo a estudantes de coloca o desenvolvimento como prioritário sobre as
Economia, recomendo que busque, em algum mo- questões sociais e entende que a redistribuição do
mento, instrução em Filosofia. Sugiro que estudem bem-estar é uma “ilusão” que “consiste em buscar-
os filósofos clássicos, não gurus que se intitulam filó- -se o desenvolvimento social, isto é, a distribuição do
sofos e nada mais são que palestrantes de autoajuda bem-estar, em ritmo mais rápido que o possibilitado
simplória. pelo estágio de desenvolvimento econômico, e, fre-
A Filosofia cobre, entre outras, seis áreas impor- quentemente, em detrimento deste”. Consequente-
tantes para o desenvolvimento intelectual. A meta- mente, desenvolve sua ideia afirmando:
�sica, que estuda o universo e a realidade. A lógica, [...] a opção pelo desenvolvimento implica a acei-
que estuda o raciocínio, os métodos de indução e tação da ideia de que é mais importante maximizar
dedução, e como criar um argumento válido. A episte- o ritmo do desenvolvimento econômico do que cor-
mologia, que é o estudo do conhecimento e de como rigir as desigualdades sociais. Se o ritmo do desenvol-
o adquirimos. A estética, que é o estudo da arte e da vimento é rápido, a desigualdade é tolerável e pode
ser corrigida a tempo. Se baixa o ritmo de desenvol-
beleza. A política, que estuda os direitos políticos,
vimento por falta de incentivo adequado, o exercício
o governo e o papel dos cidadãos na vida comum.
da justiça distributiva se transforma numa repartição
A ética, que é o estudo da moralidade (costumes e
da pobreza.
condutas) e de como viver.
A tecnologia agrícola
Um tema relevante diz respeito à possibilidade matou o demônio malthu-
do conhecimento. A descoberta da verdade e a apre- siano na primeira metade
ensão da essência da realidade se dão pela relação do século XX. E a tecnolo-
entre sujeito (o ser humano) e objeto (a realidade gia bioquímica o ressusci-
exterior ao homem). tou nesta segunda meta-
MARTINS. José Pio. A economia e a filosofia. Paranashp. de do século... Malthus,
Maio/2020. Disponível em: encurtador.com.br/chDY2. Acesso lembremo-nos, em seu
em: 15 ago. 2022.
ensaio sobre o princípio
da população, de 1798,
Roberto Campos foi o
profetizara uma tragédia social, pelo fato de a popu-
maior defensor da liberali- lação crescer geometricamente, enquanto os meios
zação da economia brasilei- de subsistência cresciam apenas aritmeticamente. A
ra no século XX, e nasceu no reprodução superaria a subsistência, gerando uma
ano de 1917, o mesmo ano situação explosiva, que poderia ser precariamente
da Greve Geral no Brasil, moderada por um freio positivo – a disciplina mo-
da revolução comunista na ral da castidade e do casamento tardio –, mas que,
Rússia e em plena provavelmente, teria de ser contida pelos freios ne-
Primeira Guerra Mun- gativos – a guerra, a fome, a doença e a miséria...
dial, no dia 17 de abril. Essa visão apocalíptica [continua Campos] parecia ter
Apesar ser lembrado
124
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
sido destruída na virada do século, de um lado pelos ser corrigida a tempo. Se baixa o ritmo de desenvol-
enormes avanços na tecnologia agrícola – a genética vimento por falta de incentivo adequado, o exercício
de sementes, os fertilizantes e o trator – e, de outro, da justiça distributiva se transforma numa repartição
pelo espontâneo decréscimo da fertilidade humana da pobreza.
em função da urbanização e do desenvolvimento eco- A tecnologia agrícola matou o demônio malthu-
nômico. Mas, se a tecnologia agrícola desmoralizara siano na primeira metade do século XX. E a tecnolo-
o malthusianismo, as novas técnicas médicas e higi- gia bioquímica o ressuscitou nesta segunda metade
ênicas, e, sobretudo dos antibióticos, fizeram cair a do século... Malthus, lembremo-nos, em seu ensaio
mortalidade em ritmo mais rápido que a fertilidade. sobre o princípio da população, de 1798, profetizara
De outro lado, os países que mais sofreram com a ex- uma tragédia social, pelo fato de a população crescer
plosão populacional são os menos capazes de aplicar geometricamente, enquanto os meios de subsistên-
a moderna tecnologia agrícola. cia cresciam apenas aritmeticamente. A reprodução
A incorporação da teoria da população, por parte superaria a subsistência, gerando uma situação ex-
de Campos, encaminhou-o, logicamente, para conclu- plosiva, que poderia ser precariamente moderada por
sões semelhantes, ou seja, de que é inútil redistribuir um freio positivo – a disciplina moral da castidade
a renda entre as classes. Campos, então, conclui: e do casamento tardio –, mas que, provavelmente,
Não só o Brasil é um país pobre no contexto in- teria de ser contida pelos freios negativos – a guerra,
ternacional, mas a sua pobreza é agravada por uma a fome, a doença e a miséria... Essa visão apocalípti-
injusta distribuição de renda. Entretanto, mesmo que ca [continua Campos] parecia ter sido destruída na
a renda fosse irmãmente distribuída por toda a popu- virada do século, de um lado pelos enormes avanços
lação, estaríamos apenas coletivizando a miséria. [...] na tecnologia agrícola – a genética de sementes, os
Sendo a renda por habitante o quociente da divisão fertilizantes e o trator – e, de outro, pelo espontâneo
do produto global pela população, ele pode ser au- decréscimo da fertilidade humana em função da urba-
mentado de três formas: pela elevação do dividendo, nização e do desenvolvimento econômico. Mas, se a
pela diminuição do divisor, ou por uma combinação tecnologia agrícola desmoralizara o malthusianismo,
dessas providências. as novas técnicas médicas e higiênicas, e, sobretudo
Campo, finalmente, esboça as bases de sua teoria dos antibióticos, fizeram cair a mortalidade em ritmo
do crescimento do bolo concluindo: mais rápido que a fertilidade. De outro lado, os países
[...] ao contrário do que pensam os socialistas ro- que mais sofreram com a explosão populacional são
mânticos, hoje em franca superprodução no nosso os menos capazes de aplicar a moderna tecnologia
clero, o problema brasileiro não é meramente, nem agrícola.
sequer principalmente, de distribuição injusta da renda A incorporação da teoria da população, por parte
nacional. Mesmo que ela fosse irmãmente distribuída, de Campos, encaminhou-o, logicamente, para conclu-
objetivo impraticável em virtude da básica desigualda- sões semelhantes, ou seja, de que é inútil redistribuir
de dos dotes de inteligência e operacionalidade com a renda entre as classes. Campos, então, conclui:
que fomos brindados pelo Criador – ainda que fosse Não só o Brasil é um país pobre no contexto in-
possível, repito, uma distribuição equitativa da ren- ternacional, mas a sua pobreza é agravada por uma
da, estaríamos apenas distribuindo a miséria. A rigor, injusta distribuição de renda. Entretanto, mesmo que
estaríamos talvez a agravando, pela diminuição dos a renda fosse irmãmente distribuída por toda a popu-
es�mulos para investimento. [...] Mas, por maior êxito lação, estaríamos apenas coletivizando a miséria. [...]
que se obtenha na tarefa da justiça distributiva, o nosso Sendo a renda por habitante o quociente da divisão
problema básico e grave é a insuficiência de produção. do produto global pela população, ele pode ser au-
Roberto Campos desenvolve sua tese de que mentado de três formas: pela elevação do dividendo,
existe uma incompatibilidade entre desenvolvimento pela diminuição do divisor, ou por uma combinação
econômico e redistribuição de renda. Nesse sentido, dessas providências.
coloca o desenvolvimento como prioritário sobre as Campo, finalmente, esboça as bases de sua teoria
questões sociais e entende que a redistribuição do do crescimento do bolo concluindo:
bem-estar é uma “ilusão” que “consiste em buscar- [...] ao contrário do que pensam os socialistas ro-
-se o desenvolvimento social, isto é, a distribuição do mânticos, hoje em franca superprodução no nosso
bem-estar, em ritmo mais rápido que o possibilitado clero, o problema brasileiro não é meramente, nem
pelo estágio de desenvolvimento econômico, e, fre- sequer principalmente, de distribuição injusta da renda
quentemente, em detrimento deste”. Consequente- nacional. Mesmo que ela fosse irmãmente distribuída,
mente, desenvolve sua ideia afirmando: objetivo impraticável em virtude da básica desigualda-
[...] a opção pelo desenvolvimento implica a acei- de dos dotes de inteligência e operacionalidade com
tação da ideia de que é mais importante maximizar o que fomos brindados pelo Criador – ainda que fosse
ritmo do desenvolvimento econômico do que corrigir possível, repito, uma distribuição equitativa da ren-
as desigualdades sociais. Se o ritmo do desenvolvi- da, estaríamos apenas distribuindo a miséria. A rigor,
mento é rápido, a desigualdade é tolerável e pode estaríamos talvez a agravando, pela diminuição dos
125
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
es�mulos para investimento. [...] Mas, por maior êxito cremento acelerado da procura de bens e serviços e,
que se obtenha na tarefa da justiça distributiva, o nosso sobretudo, de produtos básicos da alimentação, pelo
problema básico e grave é a insuficiência de produção. menos na fase inicial da elevação das rendas. Está aí
um germe inflacionário intrínseco”.
O modelo take-off Disponível em: encurtador.com.br/hpMY1. Acesso em: 15 ago.
2022
Foi muito utilizado na obra de Campos: [...] a teo-
ria da arrancada (take-off), imaginosamente formula-
da por Walt Rostow, vem como uma resposta à frase-
ologia obsoleta do manifesto comunista. Ao invés da
evolução do feudalismo para a burguesia mercantil, o SUGESTÃO DE ATIVIDADE
capitalismo industrial e o socialismo teriam, com apli-
cação muito mais genérica, independente de sistemas Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
ideológicos, a transmutação da sociedade tradicional bilidades:
para a sociedade transacional, na qual se processaria a
“arrancada” para o desenvolvimento, passando-se em ATIVIDADE 01 –
seguida à sociedade industrial madura e à civilização Qual é o contexto histórico do surgimento do desen-
de alto consumo. volvimentismo?
ATIVIDADE 02 –
Pesquise como Roberto Campos descreveu o fenô-
meno inflacionário brasileiro ao longo de sua obra?
126
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM agrobiodiversidade, agrofloresta etc.), escrevendo
(GO-EMCHS306A) Identificar a relação ser huma- textos diversos (cartas, declarações e notas de repú-
no-natureza predominante em diferentes modelos dio e apresentações orais) e atividades de observa-
socioeconômicos (capitalista, socialista, feudalismo, ção e comparação para argumentar sobre o equilíbrio
escravismo etc.), utilizando textos filosóficos, histó- entre desenvolvimento socioeconômico e exploração
ricos, obras de arte que demonstrem a concepção de de recursos naturais.
ser humano em cada época e contexto histórico para
desenvolver a criticidade em relação a degradação do OBJETO DE CONHECIMENTO
meio ambiente no Brasil e no mundo. Neoliberalismo no contexto Global.
(GO-EMCHS306B) Compreender o papel dos países Características da Crise 2008 no Mundo.
com diferentes níveis de desenvolvimento socioeco- Modelos econômicos atuais, Filosofia e Economia,
nômico quanto à degradação ambiental, comparando Sociologia das cidades.
dados para posicionar-se em relação aos impactos
dos modelos socioeconômicos no uso dos recursos
naturais e a sustentabilidade. AULA 1 – GEOGRAFIA
(GO-EMCHS306C) Analisar a relação entre agrone-
gócio e o meio ambiente, utilizando sites, textos e Uma nova fase? (O neoimperialismo): No fim do
outros recursos audiovisuais para argumentar sobre século XX houve um razoável crescimento econômico
as relações dos diferentes grupos, povos e sociedades no país, promovendo uma melhoria na qualidade de
com a natureza. vida da população brasileira, além de maior acesso ao
(GO-EMCHS306D) Sintetizar os conhecimentos so- consumo. Houve também a estabilidade da moeda,
bre outras propostas e modelos de desenvolvimento além de outros fatores que foram determinantes para
(como os conceitos de desenvolvimento sustentável, o progresso gradativo do país.
127
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Últimas décadas do século XX: Nas décadas 70, 80
e 90, a industrialização do Brasil continuou a crescer,
embora, em alguns momentos de crise econômica, ela
tenha estagnado. Atualmente o Brasil possui uma boa SUGESTÃO DE ATIVIDADE
base industrial, produzindo diversos produtos como,
por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões, Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
equipamentos, produtos alimen�cios industrializa- bilidades:
dos, eletrodomésticos etc. Apesar disso, a indústria
nacional ainda é dependente, em alguns setores, (in- ATIVIDADE 01 –
formática, por exemplo) de tecnologia externa. Uma característica que permeia a industrialização
brasileira até os dias atuais é a
Consequências da Industrialização no Brasil (A) dependência de tecnologias produzidas por países
desenvolvidos.
C������� �� W��������� (B) dificuldade de exportação de bens manufaturados
para o exterior.
(C) indisponibilidade de matérias-primas em todo o
território nacional.
(D) política pro�cua de investimento em pesquisa e
desenvolvimento.
(E) pequena diversidade do parque fabril existente
no interior do país.
ATIVIDADE 02 –
Assinale a alternativa que apresenta um elemento
característico da industrialização do Brasil na atua-
lidade:
(A) Diminuição da participação da agroindústria na
economia.
(B) Diversificação dos ramos de atividade industrial
do país.
(C) Distribuição homogênea do parque industrial bra-
sileiro.
(D) Utilização de mão de obra fabril muito bem re-
munerada.
(E) Atenuação da desigualdade econômica nas cida-
des grandes.
ATIVIDADE 03 –
O processo de industrialização está intimamente li-
gado ao de urbanização. No Brasil, a industrialização
culminou na
(A) realização de investimentos voltados para habi-
tações populares.
(B) diminuição do custo de vida nas principais cidades
do país.
(C) retração das regiões periféricas localizadas nas
metrópoles.
(D) preservação das áreas de vegetação nativa das
zonas rurais.
(E) intensificação da saída da p
(F) opulação do campo para as cidades.
ATIVIDADE 04 –
O processo de desconcentração da industrialização
brasileira foi decorrente, entre outros fatores, da
(A) diminuição dos custos de produção nas maiores
cidades do país.
128
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
(B) concentração de mão de obra qualificada no in- Perante o cenário econômico descrito, o Estado bra-
terior brasileiro. sileiro assume, a partir de 1930, uma política de in-
(C) implementação de políticas públicas de desenvol- centivo à
vimento regional. (A) industrialização interna para substituir as impor-
(D) redução da participação da agropecuária na eco- tações.
nomia nacional. (B) nacionalização de empresas estrangeiras atingidas
(E) criação de grandes centros de pesquisa fora das pela crise.
capitais estaduais. (C) venda de terras a preços acessíveis para os pe-
quenos produtores.
ATIVIDADE 05 - (Unesp/2021-Adaptada) (D) entrada de imigrantes para trabalhar nas indús-
Leia o texto a seguir. trias de base recém-criadas.
(E) abertura de linhas de financiamento especial para
Até fins da década de 1980, a industrialização brasi- empresas do setor terciário.
leira estava baseada em uma política de importações
sustentada por tarifas aduaneiras elevadas, controles FILGUEIRAS, Luiz. O Neoliberalismo no Brasil: Estrutura, Dinâmica
discricionários, entre outros. Essa política viabilizou e ajuste do modelo econômico. Flexibilização. UFBA. Disponível
um parque industrial relativamente amplo e diversi- em: encurtador.com.br/�yzT. Acesso em: 15 ago. 2022.
ficado, mas acomodado ao protecionismo exagerado.
Em 1990, o governo anunciou medidas que alteravam AULA 1 – SOCIOLOGIA
profundamente a condução da política de comércio
exterior do país. Simultaneamente a uma flexibiliza- CIDADE E SOCIEDADE
ção do regime cambial, foi deslanchado um programa
de liberalização das importações. A nova política de Em apenas cinquenta anos, o Brasil se transfor-
importação buscava promover uma reestruturação mou de um país rural em urbano, com 82% da po-
produtiva. pulação vivendo atualmente em suas cidades. Esta
Honorio Kume et al. “A política brasileira de importação no pe- brusca alteração da realidade nacional, reflexo do
ríodo 1987-1998”. In: Carlos Henrique Corseuil e Honorio Kume crescimento e desenvolvimento econômico do país,
(coords.). A abertura comercial brasileira nos anos 1990, 2003. não foi acompanhada do desenvolvimento social para
Adaptado. a maior parte da população, proporcionando a inten-
sificação dos contrastes sociais tradicionalmente for-
O programa de liberalização das importações ado- tes, dadas as condições históricas, políticas e culturais
tado no Brasil a partir da década de 1990 teve como que enfrentamos.
consequências o/a Para a socióloga Sylvia Ostrowetsky, o espaço “é
(A) falência de indústrias nacionais e o aumento do uma dimensão constitutiva da sociedade, é considerar
desemprego estrutural. o espaço não somente como suporte técnico de uma
(B) queda da qualidade dos produtos importados e atividade ou como suporte simbólico de uma orga-
o aumento da geração de lixo eletrônico. nização, não somente como produto ou meio, mas
(C) crescimento da variedade dos produtos disponí- tudo de uma vez como psique e como materialidade.
veis e o superávit da balança comercial. O espaço é, além do discurso teórico e prático que o
(D) aumento dos preços dos produtos nacionais e a define, dimensão constitutiva do social. O social, ao
ampliação da oferta de mercadorias falsificadas. inverso, é dimensão constitutiva do espaço.”
(E) acirramento da concorrência entre empresas e A “individualidade metropolitana é a intensifica-
a interrupção de acordos comerciais com blocos ção da vida emocional decorrente da mudança brusca
econômicos. e continuada dos es�mulos internos e externos” G.
Simmel.
ATIVIDADE 06 - (ENEM/2019-Adaptada)
Leia o texto a seguir.
129
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
A cidade é o cenário da diversidade, em algumas AULA 1 – FILOSOFIA
localizações essa afirmação toma contornos bem
acentuados, como as grandes metrópoles, em ou- O QUE É ECONOMIA?
tros o contorno fica mais sutil. A cidade é o lócus
do trabalho, da produção e reprodução do capital, Tanto a definição quanto o domínio preciso da
também é espaço de lazer e todo o tipo de atividade economia são temas de controvérsia dentro da filo-
relacionado ao entretenimento. sofia da economia. À primeira vista, as dificuldades
A Sociologia que examina as transformações que em definir economia podem não parecer sérias. Afi-
as cidades passam e como os seus habitantes se re- nal, a economia está preocupada com aspectos da
lacionam com a própria cidade é conhecida como produção, troca, distribuição e consumo de merca-
Sociologia Urbana. Das cidades medievais europeias dorias e serviços. Mas essa afirmação e os termos que
com as suas muralhas separando-as do restante do ela contêm são vagos; e é discu�vel que a economia
mundo às cidades atuais, para as quais os muros re- seja relevante para muito mais. Isso ajuda a abordar
presentariam retração (econômica, social, cultural) a questão “o que é economia?” historicamente, antes
há muito que se analisar. de passar aos comentários sobre as características
A cidade industrial sofre mutações violentas e contemporâneas da disciplina.
repentinas. O seu crescimento quase sem limite é “Filosofia da economia” con-
acompanhado de um êxodo dos campos para a cida- siste em indagações sobre (a) a
de. Estas veem surgir novas funções urbanas, e surge escolha racional, (b) a avaliação
a necessidade de se adaptarem à sociedade que nelas dos resultados, instituições e pro-
habita. As necessidades humanas são identificadas no cessos econômicos, e (c) a onto-
quadro de quatro funções: habitar, trabalhar, loco- logia dos fenômenos econômicos
mover-se e cultivar o corpo e o espírito. Os processos e as possibilidades de adquirir co-
de urbanização se generalizaram praticamente em nhecimento sobre eles. Embora essas investigações
todo o globo, as dinâmicas que lhes estão associadas se sobreponham de muitas maneiras, é útil dividir a
divergem de país para país ou de continente para filosofia da economia dessa maneira em três assuntos
continente, originando resultados diferentes. que podem ser considerados, respectivamente, como
Qualquer que seja a definição de cidade (demo- ramos da teoria da ação, ética (ou filosofia social e
gráfica, produtiva, histórica entre outros elementos),
política normativa) e filosofia da ciência. Teorias eco-
a compreensão é de que funciona em termos públi-
nômicas de racionalidade, bem-estar e escolha social
cos, isto é, os espaços mesmo com todos os ambientes
defendem teses filosóficas substantivas frequente-
Privados,ela é aberta a todos. Até existem ideias
mente informadas por literatura filosófica relevante
sobre a criação de cidade privadas (e governos igual-
e de interesse evidente para aqueles interessados
mente privados), mas por enquanto, está apenas no
na teoria da ação, psicologia filosófica e filosofia so-
plano de projetos.
cial e política. A economia é de particular interesse
Sendo o maior espaço público existente a cidade
daqueles interessados em epistemologia e filosofia
também é o principal foco de conflitos e debates so-
da ciência, tanto por causa de suas peculiaridades
bre cidadania, especialmente em relação à ocupação
detalhadas quanto porque possui muitas das carac-
do espaço, hoje vamos iniciar a reflexão acerca da
terísticas evidentes das ciências naturais, enquanto
privatização do espaço público.
Primeiro, vamos relembrar o que é privatização? seu objeto consiste em fenômenos sociais.
FERRAZ. Gabriel. A filosofia da economia. EcM. Nov. 2021. Dis-
Privatização é quando o Estado transfere uma em-
ponível em: encurtador.com.br/ryBEX. Acesso em: 15 ago. 2022.
presa ou instituição pública para o setor privado. No
Brasil, foi a partir da década de 1980, com a Comissão
Economia contemporânea e suas várias escolas
Especial de Privatização que o Estado pôde vender
e passar o controle de uma empresa estatal para
A economia contemporâ-
uma empresa privada. Vale lembrar que concessão
nea é diversa. Existem mui-
é quando a transferência é temporária, a titularidade
tas escolas e muitos ramos.
permanece com o Estado.
Mesmo a chamada economia
A privatização de espaços públicos está direta-
mente relacionada à capacidade que algumas empre- “ortodoxa” ou “mainstream”
sas observam em monetizar esses espaços (ganhar tem muitas variantes. Parte
dinheiro com entradas, realização de eventos, shows, da economia mainstream é
entre outros usos). Desde 2019 vários parques nacio- altamente teórica, embora a
nais foram privatizados ou sofreram concessão. maior parte dela seja aplicada e se baseie em teoria
Disponível em: encurtador.com.br/ciAG2. Acesso em: 15 ago.
rudimentar. Os trabalhos teóricos e aplicados podem
2022. ser distinguidos como microeconomia e macroecono-
130
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
mia. Há também um terceiro ramo, a econometria, especialmente os problemas relativos ao ciclo eco-
que se dedica à estimativa empírica, à elaboração e, nômico e à influência da política monetária e fiscal
até certo ponto, ao teste de modelos micro e macro- nos resultados econômicos. Muitos economistas con-
econômicos (mas ver Summers, 1991; Hoover, 1994). vencionais gostariam de unificar a macroeconomia e a
microeconomia, mas poucos economistas estão satis-
Economia contemporânea e suas várias escolas feitos com as tentativas que têm sido feitas para fazer
isso, especialmente por meio dos chamados “agentes
economia contemporânea é diversa. Existem mui- representativos” (Kirman, 1992; Hoover, 2001a). A
tas escolas e muitos ramos. Mesmo a chamada econo- macroeconomia é imediatamente relevante para a
mia “ortodoxa” ou “mainstream” tem muitas variantes. política econômica e, portanto, (e não surpreendente-
Parte da economia mainstream é altamente teórica, mente) sujeita à controvérsias muito mais acaloradas
embora a maior parte dela seja aplicada e se baseie em (e politicamente carregadas) do que a microecono-
teoria rudimentar. Os trabalhos teóricos e aplicados po- mia e a econometria. As escolas de macroeconomia
dem ser distinguidos como microeconomia e macroeco- incluem keynesianos (e “novos-keynesianos”), mo-
nomia. Há também um terceiro ramo, a econometria, netaristas, “nova economia clássica” (teoria das ex-
que se dedica à estimativa empírica, à elaboração e, pectativas racionais – Begg, 1982; Carter e Maddock,
até certo ponto, ao teste de modelos micro e macro- 1984; Hoover, 1988, Minford e Peel, 1983) e teorias
econômicos (mas ver Summers, 1991; Hoover, 1994). do “ciclo de negócios real” (Kydland e Presco�, 1991,
A microeconomia se concentra nas relações entre 1994; Enviado, 1998).
os indivíduos (com empresas e famílias frequente- Ramos da economia mainstream também se de-
mente contando como indivíduos honorários e pouco dicam a questões específicas relativas a crescimento,
se fala sobre as idiossincrasias da demanda de deter- finanças, emprego, agricultura, habitação, recursos
minados indivíduos). Os indivíduos têm preferências naturais, comércio internacional e assim por diante.
completas e transitivas que regem suas escolhas. Os Na economia ortodoxa, também existem muitas
consumidores preferem mais commodities a menos abordagens diferentes, como a teoria da agência
e têm “taxas marginais de substituição decrescentes” (Jensen e Meckling, 1976; Fama, 1980), a escola de
– i. e. eles pagarão menos por unidades de uma mer- Chicago (Becker, 1976) ou a teoria da escolha pública
cadoria quando já a possuem em grande quantidade (Brennan e Buchanan, 1985; Buchanan 1975). Elas tra-
do que quando a possuem pouco. As empresas ten- tam de questões relativas aos incentivos dentro das
tam maximizar os lucros em face dos retornos decres- empresas e famílias e as formas como as instituições
centes: mantendo fixos todos os insumos na produ- orientam as escolhas.
ção, exceto um, a produção aumenta quando há mais Embora a corrente principal da economia seja do-
insumos restantes, mas a uma taxa decrescente. Os minante e exija mais atenção, existem muitas outras
economistas idealizam e supõem que em mercados escolas. Os economistas austríacos aceitam visões
competitivos, empresas e indivíduos não podem in- ortodoxas de escolhas e restrições, mas enfatizam a
fluenciar os preços, mas os economistas também incerteza e questionam se devemos considerar os re-
estão interessados em interações estratégicas, nas sultados como equilíbrios, e são céticos sobre o valor
quais as escolhas racionais de indivíduos separados da modelagem matemática.
são interdependentes. A teoria dos jogos, que se de-
dica ao estudo das interações estratégicas, é de cres-
cente importância na economia. Os economistas
modelam o resultado das atividades de maximização
do lucro das empresas e as tentativas dos consumi-
dores de satisfazer suas preferências de forma otimi-
zada como um equilíbrio no qual não há excesso de
demanda em nenhum mercado. O que isso significa
é que qualquer pessoa que queira comprar qualquer
coisa ao preço de mercado atual pode fazê-lo. Não
há excesso de demanda e, a menos que um bem seja Disponível em: encurtador.com.br/diILR. Acesso em: 15 ago.
2022.
gratuito, não há excesso de oferta.
A macroeconomia trata
das relações entre os agrega- Economistas institucionalistas tradicionais ques-
dos econômicos, como as re- tionam o valor da teorização geral abstrata e enfa-
lações entre a oferta de moe- tizam conceitos evolutivos (Dugger, 1979; Wilber e
da e a taxa de juros ou a taxa Harrison, 1978; Wisman e Rozansky, 1991; Hodgson,
de crescimento, focalizando 2000, 2013, 2016; Hodgson e Knudsen, 2010; Delor-
131
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
me, 2010; Richter, 2015). Eles enfatizam a importância vem considerar as teorias como, na melhor das hipó-
de generalizações sobre normas e comportamentos teses, conjecturas interessantes. Passar em um teste
dentro de instituições particulares. O trabalho aplica- não confirma uma teoria nem fornece aos cientistas
do em economia institucional às vezes é muito seme- razões para acreditar nela. Justifica apenas, por um
lhante à economia ortodoxa aplicada. Trabalhos mais lado, continuar a empregar a hipótese (uma vez que
recentes em economia, que também são chamados ainda não foi falsificada) e, por outro lado, dedicar
de institucionalistas, tentam explicar as características maiores esforços para tentar falsificá-la (visto que até
das instituições enfatizando os custos das transações, agora sobreviveu aos testes). Popper defendeu o que
a incompletude inevitável dos contratos e os proble- chama de “lógica situacional” (que é basicamente a te-
mas que os “diretores” enfrentam no monitoramento oria da escolha racional) como o método correto para
e direção de seus agentes (Coase, 1937; Williamson, as ciências sociais (1967, 1976). Parece haver sérias
1985; Mäki et al., 1993; North, 1990; Brousseau e tensões entre o falseacionismo de Popper e sua defesa
Glachant, 2008). da lógica situacional, e sua discussão da lógica situa-
Economistas marxistas e socialistas tradicional- cional não foi tão influente quanto seu falseacionismo.
mente articularam e desenvolveram as teorias eco- Para uma discussão de como a lógica situacional se
nômicas de Karl Marx, mas recentemente muitos aplica à economia, consulte Hands (1985a).
economistas socialistas revisaram conceitos e temas Dado o falseacionismo de Popper, parece haver
marxistas tradicionais com ferramentas emprestadas pouca esperança de entender como simplificações
da teoria econômica ortodoxa (Morishima, 1973; Ro- extremas podem ser legítimas ou como a prática eco-
emer, 1981, 1982; Bowles, 2012; Pike�y, 2014; Le- nômica atual pode ser cientificamente confiável. As
bowitz, 2015; Auerbach, 2016; Beckert, 2016; Jacobs teorias e modelos econômicos são quase todos infal-
e Mazzucato, 2016). sificáveis e, se fossem, a ampla aceitação das visões
Existem também socio economistas, que se pre- metodológicas de Friedman asseguraria que eles não
ocupam com as normas que governam as escolhas , seriam submetidos a testes sérios. Quando os mode-
economistas comportamentais, que estudam os deta- los aparentemente falham nos testes, raramente são
lhes do comportamento de escolha, pós-keynesianos, repudiados. Em vez disso, os economistas concluem
que olham para o trabalho de Keynes e especialmente apenas que escolheram o modelo errado para a ta-
sua ênfase na demanda, economistas evolucionistas, refa ou que havia causas perturbadoras. Os modelos
que enfatizam a importância das instituições , neo-ri- econômicos, que não foram bem testados, costumam
cardianos, que enfatizam as relações entre as classes ser considerados guias de políticas bem estabelecidos,
econômicas, e até mesmo neuroeconomistas, que es- em vez de meras conjecturas. Os críticos da economia
tudam concomitantes economia e fatores neurológi- neoclássica fizeram essas críticas (Eichner, 1983), mas
cos do comportamento de escolha. A economia não a maioria dos que adotaram a filosofia da ciência de
é uma ciência de pensamento homogêneo. Popper não repudiaram a economia mainstream e
seus praticantes não foram duramente criticados.
Abordagem Popperiana Mark Blaug (1992) e Teren-
ce Hutchison (1938, 1977, 1978,
A filosofia da ciência de Karl Popper tem sido in- 2000), que são os metodologistas
fluente entre os economistas, assim como entre outros popperianos mais proeminentes,
cientistas. Popper defende o que chama de metodolo- criticam características particula-
gia falsificacionista (1968, 1969). Os cientistas devem res da economia e ambos exigem
formular teorias que são “logicamente falsificáveis” mais testes e uma atitude mais
– isto é, inconsistentes com alguns relatórios de ob- crítica. Por exemplo, Blaug elogia
servação possíveis. “Todos os corvos são pretos” é Gary Becker (1976) por sua recusa em explicar as dife-
logicamente falsificável; é inconsistente com (e seria renças nas escolhas por diferenças nas preferências,
falsificado por) um relatório de observação de um cor- mas o critica por não seguir em frente e testar suas
vo vermelho. (Afirmações probabilísticas obviamente teorias severamente (1980a, capítulo 14). No entanto,
não são falsificáveis nesse sentido). Popper insiste na tanto Blaug quanto
falseabilidade com base no fato de que afirmações
não falsificáveis que não excluem nenhuma observa- Hutchison subestimam o radicalismo
ção não são informativas. Elas não fornecem nenhu-
ma orientação sobre o que esperar e não há nada a das opiniões de Popper e consideram sua mensa-
ser aprendido ao testá-las. Em segundo lugar, Popper gem pouco mais do que a de que os cientistas devem
sustenta que os cientistas devem submeter as teorias ser críticos e preocupados em testar suas teorias.
a testes severos e devem estar dispostos a rejeitá-las Por serem teorias econômicas impossíveis de tes-
quando falham nos testes. Terceiro, os cientistas de- te, as críticas de Blaug e Hutchison às vezes foram
132
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
questionadas em razão de suas cláusulas ceteris pari- o problema de como avaliar a teoria econômica domi-
bus e suas muitas suposições subsidiárias necessárias nante argumentando que o que importa é o progresso
para derivar implicações testáveis (Caldwell, 1984). ou retrocesso empírico, e não o sucesso ou fracasso
Mas essa resposta ignora a insistência de Popper de empírico. As opiniões de Lakatos têm, portanto, sido
que o teste requer decisões metodológicas para não mais atraentes para os metodologistas econômicos
atribuir falhas de previsões a erros em suposições sub- do que as de Popper.
sidiárias ou a “interferências”. Para visões da filosofia Desenvolvendo a noção de um “paradigma” de
de Popper e sua aplicabilidade à economia, ver de Thomas Kuhn (1970) e algumas dicas de Popper, Laka-
Marchi (1988), Caldwell (1991), Boland (1982, 1989, tos também apresentou uma visão da estrutura da te-
1992, 1997), Boylan e O’Gorman (2007), Backhouse oria global de empreendimentos teóricos inteiros, que
(2009) e Thomas (2017). ele chamou de “programas de pesquisa cien�fica”.
Aplicar as opiniões de Popper sobre a falsificação Lakatos enfatizou que existe um “núcleo duro” de pro-
seria literalmente destrutivo. Não apenas a econo- posições teóricas básicas que definem um programa
mia neoclássica, mas todas as teorias econômicas de pesquisa e que não devem ser questionadas dentro
significativas seriam condenadas como não cien�fi- do programa de pesquisa. Além disso, os membros de
cas, e não haveria como discriminar entre as teorias um programa de pesquisa aceitam um corpo comum
econômicas. Um grande problema com uma leitura de heurísticas que os orientam na articulação e mo-
ingênua das visões de Popper é que não se pode de- dificação de teorias específicas. Essas visões também
rivar implicações testáveis de teorias por si mesmas. têm sido atraentes para os metodologistas econômi-
Para derivar implicações testáveis, também são ne- cos, uma vez que o desenvolvimento da teoria em
cessárias suposições subsidiárias sobre distribuições economia é fortemente restringido e uma vez que
de probabilidade, dispositivos de medição, proxies a economia parece à primeira vista ter um “núcleo
para variáveis não medidas, a ausência de interferên- duro”. O fato de os economistas não renunciarem a
cias e assim por diante. Este é o chamado “problema postulados teóricos básicos que parecem falsos pode
Duhem-Quine” (Duhem ,1906; Quine, 1953; Cross, ser explicado e justificado por eles os considerarem
1982). Esses problemas surgem de maneira geral, e como parte do “núcleo duro” do “programa de pes-
Popper propõe que sejam resolvidos por uma decisão quisa neoclássico”.
metodológica de considerar um fracasso da implica- No entanto, as opiniões de Lakatos não fornecem
ção testável deduzida um fracasso da teoria. Mas em uma explicação satisfatória de como a economia pode
economia as suposições subsidiárias são duvidosas e, ser uma ciência respeitável apesar de sua dependên-
em muitos casos, sabidamente falsas. Tomar a decisão cia de simplificações extremas. Pois é questionável
metodológica exigida por Popper não é razoável e se o desenvolvimento da teoria econômica neoclás-
levaria a rejeitar todas as teorias econômicas. sica demonstrou progresso empírico. Por exemplo,
a substituição da teoria da utilidade “cardinal” pela
Imre Lakatos (1970), que foi teoria da utilidade “ordinal” (ver abaixo a Seção 5.1)
durante a maior parte de sua na década de 1930, que é geralmente considerada
carreira filosófica um seguidor um grande passo à frente, envolveu a substituição
de Popper, oferece uma solução de uma teoria por outra que não tinha conteúdo em-
amplamente popperiana para pírico adicional. Além disso, apesar de sua ênfase na
esse problema. Lakatos insiste heurística como modificação da teoria orientadora,
que o teste é sempre compara- Lakatos ainda enfatiza o teste. A ciência é para Lakatos
tivo. Quando as teorias enfren- mais empiricamente orientada do que a economia
tam dificuldades empíricas, como tradicional (Hands, 1992). Também é duvidoso se as
sempre acontece, tenta-se modificá-las. Modificações empresas de pesquisa em economia têm “núcleos
cientificamente aceitáveis (na terminologia de Laka- rígidos” (Hoover, 1991; Hausman, 1992, cap. 6). Para
tos “teoricamente progressivas”) devem sempre ter tentativas de aplicar as visões de Lakatos à economia,
algumas implicações testáveis adicionais; caso con- ver Latsis (1976) e Weintraub (1985). Como é apa-
trário, são puramente ad hoc. Se algumas das novas rente em de Marchi e Blaug (1991), escritores sobre
previsões forem confirmadas, então a modificação metodologia econômica têm nos últimos anos se tor-
é “empiricamente progressiva”, e alguém tem razão nado cada vez mais desencantados com a filosofia de
para rejeitar a teoria não modificada e empregar a Lakatos (Backhouse, 2009).
nova teoria, independentemente de quão malsuce- Há um segundo grande problema com a filosofia
dida em geral qualquer uma das teorias possa ser. da ciência de Popper, que também atormenta a visão
Embora o progresso possa ser di�cil de ocorrer, as de Lakatos. Ambos sustentam que não existe algo
opiniões de Lakatos não têm as mesmas implicações como confirmação empírica (para alguns escrúpulos
destrutivas que as de Popper. Lakatos parece resolver tardios, ver Lakatos, 1974). Popper e Lakatos susten-
133
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
tam que a evidência nunca fornece razão para acre- ( ) É o modo comum, corrente e espontâneo de co-
ditar que as afirmações cien�ficas são verdadeiras, e nhecer, que se adquire no trato direto com as
ambos também negam que os resultados dos testes coisas e os seres humanos: “é o saber que pre-
podem justificar confiar em afirmações em esforços enche nossa vida diária e que se possui sem o
práticos ou em investigação teórica. Não há melhor haver procurado ou estudado, sem a aplicação de
evidência para uma proposição não falsificada do que um método e sem se haver refletido sobre algo”
para outra. Nessa visão, alguém que questiona se há (Babini, 1957:21).
evidência suficiente para alguma proposição que justi- ( ) É caracterizado pelo esforço da razão pura para
fique confiar nela em estudos teóricos ou para fins de questionar os problemas humanos e poder discer-
política estaria cometendo o “erro” metodológico de nir entre o certo e o errado, unicamente recorren-
supor que pode haver evidência em apoio a hipóteses. do às luzes da própria razão humana. É valorativo,
Com a notável exceção de Watkins (1984), poucos pois seu ponto de partida consiste em hipóteses,
filósofos dentro da tradição popperiana enfrentaram que não poderão ser submetidas à observação.
essa consequência desafiadora. ( ) Apoia-se em doutrinas que contêm proposições
FERRAZ. Gabriel. A filosofia da economia. EcM. Nov. 2021. FERRAZ. sagradas (valorativas), por terem sido reveladas
Gabriel. A filosofia da economia. EcM. Nov. 2021. Disponível em: pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse mo-
encurtador.com.br/ryBEX. Acesso em: 15 ago. 2022. tivo, tais verdades são consideradas infalíveis e
indiscu�veis (exatas); é um conhecimento siste-
mático do mundo (origem, significado, finalidade
e destino).
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Identifique a alternativa que apresenta a sequência
correta.
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi- (A) 3, 2, 1, 4.
bilidades: (B) 3, 4, 1, 2.
(C) 4, 3, 2, 1.
ATIVIDADE 01 – (D) 3, 1, 2, 4.
Qual a diferença existente entre Microeconomia e (E) 1, 3, 4, 2.
Macroeconomia? Como elas estão presentes na sua
vida? Justifique a sua resposta. ATIVIDADE 03 –
Leia o texto a seguir.
134
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
assistemáticas desenvolvidas pelo pesquisador,
para que por meio do seu problema de pesquisa
possa alcançar o objetivo - conhecimentos válidos,
verdadeiros e infalíveis -, traçando o caminho a
ser seguido, detectando erros e auxiliando as de-
cisões do cientista.
(D) O método é o conjunto das atividades que buscam
viabilizar a organização do trabalho do pesquisa-
dor, para que assim encontrar as respostas para
seu problema de pesquisa, com maior segurança
e economia, permite alcançar o objetivo - conhe-
cimentos válidos, verdadeiros e infalíveis -, traçan-
do o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.
(E) O método é o conjunto das atividades definidas
pelo pesquisador para que suas hipóteses possam
ser verificadas e nunca negadas e para que, com
maior segurança e economia, permita alcançar o
objetivo do problema de pesquisa - conhecimen-
tos válidos, verdadeiros e imutáveis -, traçando o
caminho a ser seguido, detectando erros e auxi-
liando as decisões do cientista.
ATIVIDADE 04 –
Qual foi a solução amplamente popperiana criada
por Imre Lakatos (1970) para as questões da ciência
econômica? Explique.
ATIVIDADE 05 –
Qual é o segundo grande problema com a filosofia da
ciência de Popper, que também atormenta a visão
de Lakatos. Ambos sustentam qual opinião sobre a
afirmação cien�fica? Justifique a sua resposta.
ATIVIDADE 06 –
que você entende por economia e qual a importância
dela em sua vida? Justifique a sua resposta.
135
Projeto
de Vida
PROJETO DE VIDA
COMPONENTE CURRICULAR Quando você elabora
PROJETO DE VIDA um plano de carreira,
você ainda tem o tempo
PERGUNTA NORTEADORA necessário para se prepa-
rar para os cargos que
Já ouviu falar nos direitos assertivos?
almeja, por meio de cur-
sos, treinamentos, parti-
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
cipação em palestras, a
(EM3PV35) Listar características essenciais para cons- leitura de mais livros voltados para sua área de atu-
truir uma trajetória profissional no curto, médio e ação, entre outras atividades que permita que você
longo, prazo, analisando aspectos pessoais e profis- aprimore seus conhecimentos.
sionais de algumas personalidades para reconhecer Você pode elabo-
pontos fortes e limites, talentos, valores e interesses rar um plano de car-
compa�veis com o seu Projeto de Vida. reira de curto, médio
ou longo prazo, de-
COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL pendendo do seu ob-
Tomada de decisão responsável autoconsciência. jetivo, conhecimento
e perspectivas den-
QUAL A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE CARREIRA? tro da empresa que
atua no momento. Tudo é questão de organização!
Nossa vida é feita por meio de planejamento, Você já elaborou seu plano de carreira? O que
por mais desorganizada que uma pessoa pareça, ela você pensa em fazer com sua carreira em 1 sema-
sempre planeja alguma coisa no seu dia a dia, seja o na, e em 1 ano e daqui a 5 anos? Você sabe como
horário que levanta ou que vai fazer suas refeições. diferenciar um plano de carreira de curto, médio e
Planejar e organizar são comportamentos fundamen- longo prazo?
tais para a vida de qualquer ser humano.
Mas não são apenas comportamentos do nosso Plano de carreira – curto prazo
cotidiano que devem ser planejados, quanto mais
organizarmos os diversos setores de nossa vida pes- Como o próprio nome já diz, o planejamento de
soal, profissional e espiritual, mais qualidade de vida carreira de curto prazo é algo quase imediato.
proporcionamos a nós mesmos. Em um processo de recrutamento, por exemplo,
Como anda o seu planejamento profissional? Você o entrevistador pode perguntar: _ “quais primeiros
tem um plano de carreira bem elaborado ou simples- passos você dará se for contratado?”. De forma mais
mente deixa as coisas acontecerem com o tempo? simplificada, um plano de carreira de curto prazo é
Você sabe qual a real importância de um plano de elaborado para que você tenha metas que deseja al-
carreira não apenas para sua vida profissional, mas cançar em alguns dias, semanas ou no máximo em
como ele influência nos outros setores da sua vida? alguns meses. Os objetivos a curto prazo são aqueles
Quando começamos a trabalhar em qualquer em- que exigem ações imediatas de execução para que ele
presa, nosso objetivo é crescer, afinal, ninguém deseja aconteça. Por exemplo: “Meu objetivo a curto prazo é
passar o resto da vida na mesma função dentro de ser contratado por uma empresa X que sempre sonhei
uma empresa, não é mesmo? E para que cresçamos em trabalhar, para isso, estou participando do pro-
profissionalmente, é preciso que haja um planeja- cesso de seleção que está ocorrendo nela esse mês.”
mento, que metas sejam impostas por nós mesmos, Veja que esse foi um exemplo simples, porém, claro
delimitando um prazo para que cada coisa aconteça. de um plano de carreira de curto prazo de uma pessoa
A partir do momento que você impõe limites, um que deseja um novo emprego, o emprego dos seus
ano específico, por exemplo, para atingir uma meta, sonhos. E por que ele é importante? Se você não tem
a sua vida profissional tende a fluir de forma mais um plano de carreira de curto prazo bem elaborado,
harmoniosa e com mais sucesso, isso é fazer plano de forma um pouco dura, você nunca saíra do sofá de
de carreira. casa. A partir do momento que você estabelece um
Ao traçar um plano de carreira, você consegue de- determinando prazo para conseguir um novo empre-
terminar de forma clara até onde quer chegar dentro go – como o exemplo que foi dado – você começa a
da empresa que trabalha ou em sua vida profissional almejar o seu crescimento profissional, pois, quando
como um todo. Você consegue determinar por exem- você está focado em um objetivo, você consegue se
plo, que determinado cargo você quer ter, em tantos manter focado em uma determinada direção e assim
anos, em uma empresa específica. começar a planejar sua carreira a médio prazo.
138
PROJETO DE VIDA
Plano de carreira – médio prazo mudanças, mas ser flexível não significa desistir do seu
projeto ou postergar por muito tempo, apenas que
Para ter um plano caso haja algum contratempo durante esse período,
de carreira a médio pra- você reorganize sua agenda, sendo que aquela parte
zo é fundamental que do projeto que atrasou por algum motivo, você de-
você esteja focado em termine um curto prazo para resolver, pois, só assim
sua carreira profissio- você conseguirá atingir suas metas de longo prazo.
nal, com objetivos bem
claros e trabalhando Plano de carreira – longo prazo
constantemente para
concluir essa meta, sem desistir ou pensar em desis- Um plano de carreira de
tir. Além disso, você precisa concluir sempre os pla- longo prazo, pode ser con-
nejamentos que se propor a executar a curto prazo. siderado como um projeto
Um plano de carreira de médio prazo corresponde mais ambicioso, no qual suas
a cerca de um planejamento profissional de 5 anos metas serão alcançar cargos
– obviamente essa não é uma regra, apenas uma es- em que você se torne indis-
timativa. Esse período é suficiente, por exemplo, para pensável para a empresa,
que você conclua um curso universitário ou cresça por exemplo. Nesse estágio
no cargo e alcance alguns cargos acima do que você da sua carreira é preciso que você tenha maturidade
ocupa atualmente. profissional, que domine, senão todos, praticamente
Nesse estágio da sua carreira, você já deve domi- todos os setores da empresa. Aqui você precisa ter
nar pelo menos um pouco do setor que você atua, e uma visão de empresário e empreendedor. Um plano
buscar sempre aumentar o seu conhecimento, para de carreira de longo prazo é um compromisso que
crescer cada vez mais. Por exemplo, se você já tem você assume com você mesmo com o objetivo de ser
uma graduação em administração, dentro do seu pla- um profissional reconhecido e respeitado no seu setor
no de carreira de médio prazo, você pode se compro- de atuação. Para colocar os seus planos de carreira de
meter a fazer um MBA em gestão de projetos ou fazer longo prazo em ação, você deve ser extremamente
um intercâmbio para melhorar seu inglês. focado e disciplinado, sempre buscando aprimorar
Como elaborar um plano de carreira a médio pra- cada vez mais os seus conhecimentos. Assim como no
zo é algo um pouco complicado, afinal, todos temos plano de carreira de médio prazo, é importante que
contratempos no dia a dia, sugiro que você desenvol- você registre cada passo que você acredita que deva
va esse plano em pequenos blocos, assim fica mais dar para alcançar sua meta, e sempre comemorar
fácil alcançar cada objetivo. cada conquista. Isso é importante para que você te-
Por exemplo: “Em 5 anos eu pretendo ser diretor nha energia para dar o próximo passo em sua carreira
de marketing de uma empresa, para isso vou fazer de sucesso. Mas tenha uma coisa sempre em mente,
uma especialização de 2 anos, e nas férias vou fazer por mais focado que você esteja no planejamento e
um intercâmbio. Quando voltar faço um MBA e co- execução dos seus projetos profissionais, jamais se
meço a apresentar projetos que já tenho em mente esqueça de cuidar dos outros setores de sua vida,
para a empresa que trabalho.” pois, um complementa o outro. Lembre-se: equilíbrio
Considere também durante esse planejamento a sempre.
forma que você vai chegar nesse cargo desejado. Na
função que você desempenha hoje como, você pode Os bene�cios do plano de carreira
“mostrar mais serviço” e conseguir uma boa promo-
ção? Você tem alguma ideia que você acredita que
Você terá perspectivas da sua vida profissional,
pode inovar o setor que você trabalha? Como você
uma vez que impõe metas e prazos para concluir cada
pode apresentar esse projeto? Busque uma oportu-
projeto; você não ficará “perdido” na empresa, sem
nidade para isso.
saber o que fazer, pois, você tem objetivos claros e
E o principal, coloque tudo isso em um papel.
prazos para cumpri-los; Você terá uma visão mais
Escreva o passo a passo do seu plano de carreira
clara do seu futuro profissional, uma vez que o seu
de médio prazo, e deixe em um local visível, se não
futuro está planejado e você tem o passo a passo já
quiser deixar em sua mesa na empresa, cole em sua
geladeira – assim quando você cumprir um estágio descrito para chegar lá;
do planejamento, você risca e se anima para iniciar Você poderá se dedicar mais a sua família e ami-
uma nova fase desse processo. gos, já que não terá que ficar fazendo horas extras
Finalmente, no caso do plano de carreira a médio diariamente para elaborar projetos que você já po-
prazo, é muito importante que você seja flexível as deria ter colocado no papel;
139
PROJETO DE VIDA
Você terá um melhor autoconhecimento, dessa COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL
forma conseguirá controlar suas emoções em mo- Tomada de decisão responsável habilidade de
mentos de crise. relacionamento consciência social.
Disponível em: encurtador.com.br/fgiD4. Acesso em: 15 ago.
2022.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
140
PROJETO DE VIDA
tir competências aos indivíduos, como capacidades primordial que haja conexão entre o setor produtivo
para mobilizar aptidões, conhecimentos e atitudes. e as escolas de ensino técnico.
Tudo isso para que seja possível exercer plenamente Disponível em: encurtador.com.br/dxzG0. Acesso em: 15 ago.
uma ou mais atividades profissionais. O foco desse 2022.
processo é a integração das pessoas no mercado de
trabalho. Nesse sentido, o Código do Trabalho estabe-
lece alguns objetivos da formação profissional. Vamos
conhecê-los?
Existem várias modalidades de ensino profissional SUGESTÃO DE ATIVIDADE
e diferentes tipologias de formação. É importante es-
tar atento a qual categoria se encaixa melhor ao seu Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
perfil. É importante levar em consideração a área de bilidades:
interesse, o tempo disponível e traçar metas para o
futuro. ATIVIDADE 01 –
Qual a importância de investir na formação profis-
Ter uma profissão aumenta chances de emprego. sional?
141
PROJETO DE VIDA
MÓDULO 03 – MOMENTO 03 Devemos ter resiliência e continuar a refletir sobre
PROJETO DE VIDA o que nossas realizações ou frustrações acrescenta-
ram na nossa vida particular e profissional, em como
PERGUNTA NORTEADORA você tem tratado os outros e como as suas ações
Você é uma pessoa persistente? afetam seja de forma positiva ou negativa os outros
ao seu redor.
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
Qual é o legado que você quer deixar?
(EM3PV34) Refletir sobre aspectos da comunidade
Qual a lembrança você deseja guardar por último
escolar elencando pessoas, grupos e situações que
com as pessoas a sua volta?
impulsionaram a elaboração do Projeto de Vida até
Como você quer ser lembrado em um determi-
esse momento para identificar aspectos da família,
nado momento de sua vida?
dos amigos e da escola que podem colaborar com
sua jornada pós Ensino Médio.
Muito dos nossos valores são construídos ou in-
fluenciados pelos membros da comunidade em que
COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL
vivemos, pelos membros da família e até mesmo pelos
Tomada de decisão responsável - Habilidades de re- ensinamentos e rede de amizades que construímos
lacionamento. no ambiente escolar, mas não devemos confundir os
valores necessários e maiores para a vida em socie-
O sucesso demanda persistência dade do que somente com os valores econômicos. Os
valores morais é o que temos como sistema norteador
Em determinados momentos podemos ter a visão e organizador da nossa vida.
errada de que o sucesso seja uma meta que após Em uma palestra denominada “valores e lideran-
alcançada determinara o fim do trabalho. E que se ça”,que durou cerca de uma hora e meia o jornalista
poderá relaxar, mas a realidade demonstra o oposto, e filósofo Clóvis de Barros Filho discutiu a questão
o sucesso é algo diário e que é específico para cada acerca da ética e moral, segundo ele a moral é indi-
meta em prol de um determinado objetivo que temos, vidual. A ética é pensar junto, de maneira coletiva, os
e ao concluir esse objetivo teremos êxito ou fracasso princípios que queremos respeitar. Clóvis apresentou
em um. Isso não significa o abandono ou fim dos seus
outros objetivos e sucesso. Isso me faz lembrar de A ética e os valores como base da gestão de con-
um discurso do ator estadunidense Denzel Washin- flitos
gton em que ele afirmava “sem comprometimento,
você nunca começará. Mas, o mais importante, sem Com um discurso enérgico, Clóvis expôs assuntos
consistência, você nunca terminará. Não é fácil... En- profundos sobre o comportamento humano com boa
tão, continue trabalhando, continue lutando, nunca dose de bom humor. Ele disse que as pessoas são
desista. Caia sete vezes e se levante oito! Facilidade ensinadas desde cedo a colocar o bem-estar próprio
é uma ameaça ao progresso do que as dificuldades! acima de qualquer coisa, mas que esse tipo de atitude
Então, continue andando, continue crescendo, con- pode e deve ser transformado.
tinue aprendendo!” Você é os valores que representa.
Para ele, uma sociedade é desenvolvida quando a
ética está em constante evolução. O debate, porém,
pode se tornar complexo, já que não existe um ma-
nual de como ser ético.
A ética está longe de ser uma tabela pronta por-
que estamos a todo momento diante de novos de-
safios.
Clóvis destacou que as pessoas são livres para es-
colher seus princípios e reforçou a importância de se
construir relações confiáveis. No caso das empresas,
disse que os líderes precisam, acima de tudo, confiar
em suas equipes, sob o risco de prejudicar o negócio.
Se não existir alinhamento entre valores e atitu-
des, não há confiança. E isso destrói o coletivo.
142
PROJETO DE VIDA
a segunda série). O terceiro e último passo é aper-
feiçoar o marketing e atendimento da empresa para
que venha a atender as necessidades de mercado da
comunidade em que vivem.
MÓDULO 04 – MOMENTO 04
PROJETO DE VIDA
PERGUNTA NORTEADORA
O que são valores pessoais?
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(EM3PV36) Identificar quais os valores inspiram a vida
Agora lembre-se que o seu sucesso é comparti- pessoal, social e profissional, produzindo um quadro
lhado, porque você será um exemplo para alguém em coletivo dos valores estruturantes da profissão para
um determinado momento, e as nossas conquistas compartilhar com a comunidade escolar as motiva-
só são possíveis porque conhecemos pessoas, fomos ções da busca por uma profissão específica.
solidários ou alguém foi solidário com você, existia um
interesse em comum. Na sua jornada para a realização COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL
do seu sonho sempre existirá aqueles que te apoiam Tomada de decisão responsável
(ou apoiaram), aqueles que são seus amigos e cole-
gas e os que não são, os que querem o seu sucesso VALORES PESSOAIS!
e os que querem o seu fracasso e principalmente os
conflitos que teremos seja existencial e/ou com ou- Viver por seus valores pessoais parece fácil - pelo
tras pessoas e não porque são nossas inimigas, mas menos em teoria. Seus valores, afinal de contas, são
porque as vontades e objetivos de ambos são opos- simplesmente as coisas que são importantes para
tas e se colidem. Mas nunca deixe de ser verdadeiro, você na vida, por isso deve ser natural viver com eles.
principalmente para consigo mesmo e relembrar o E, no entanto, muitos de nós não vivem consis-
seu caminho, de onde você veio e o que você trouxe, tentemente de acordo com nossos valores. Você já
melhorou e conquistou e como todas as experiências esteve em alguma dessas situações?
e pessoas foram necessárias para o seu desenvolvi- Alguém disse ou fez algo com o que você discor-
mento e o tanto que você está disposto a investir dou, mas você não falou sobre isso e ficou com ver-
nos seus esforços, despertas os seus potenciais e a gonha depois.
confiança em si. Você definiu metas para si mesmo e depois falhou
BARBOSA. Gustavo Henrique José. O sucesso demanda persis- em cumpri-las.
tência. Sociologia/Filosofia. Seduc-Goiás. 2022. Sua vida ou carreira não funcionaram do jeito que
você queria.
O que você quer geralmente se choca com o que
você tem que fazer ou o que é “prático”.
Você está tão ocupado agradando as outras pes-
SUGESTÃO DE ATIVIDADE soas que nem sabe quais são seus valores verdadeiros.
Se algum destes entrar em ressonância com você,
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as pos- então este tutorial irá ajudá-lo. Nela, você aprenderá
sibilidades: quais são os valores pessoais e porque são importantes.
Então, passaremos por todas as etapas envolvidas na
ATIVIDADE 01 – definição e priorização de seus valores, alterando-os
Os estudantes da terceira série, devem entrevistar conforme necessário e vivendo de acordo com eles, para
os estudantes da primeira série sobre as empresas que suas ações estejam alinhadas com seus valores.
e propagandas criadas na aula de Geografia (para Quando você vive de acordo
a primeira série) e escolher a empresa que ele/ela com seus valores, você se sente
julga melhor para ser o seu parceiro de negócios. A melhor consigo mesmo e está
segunda etapa é a contratação de funcionários em mais focado em fazer as coisas
que os estudantes do terceiro ano deverão analisar o que são importantes para você.
currículo dos estudantes do segundo ano (referentes Neste tutorial, você verá como
a produção feita na aula de mundo do trabalho para conseguir isso.
143
PROJETO DE VIDA
1. O que são valores pessoais (e por que eles são também podem ser um bom guia para seus valores.
importantes)? Quando você se sentiu desapontado consigo mesmo
Vamos começar com uma definição de valores ou como se fosse uma fraude? Que comportamento
pessoais. Valores pessoais são as coisas que são im- levou a isso?
portantes para nós, as características e comportamen- Aqui estão mais algumas perguntas para você
tos que nos motivam e guiam nossas decisões. começar:
Por exemplo, talvez você valorize a honestidade. O que é importante para você na vida?
Você acredita em ser honesto sempre que possível Se você pudesse ter alguma carreira, sem se
e acha importante dizer o que realmente pensa. preocupar com dinheiro ou outras restrições
Quando você não fala, provavelmente se sente de- práticas, o que você faria?
sapontado consigo mesmo. Ou talvez você valorize Quando você está lendo no�cias, que tipo de
bondade. Você aproveita a oportunidade de ajudar história ou comportamento costuma inspirar
outras pessoas e é generoso ao dedicar seu tempo você?
e recursos a causas dignas ou a amigos e familiares. Que tipo de história ou comportamento te dei-
Esses são apenas dois exemplos de valores pesso- xa com raiva?
ais de muitos. Todo mundo tem seus próprios valores O que você quer mudar sobre o mundo ou so-
pessoais e eles podem ser bem diferentes. Algumas bre você mesmo?
pessoas são competitivas, enquanto outras valorizam Do que você mais se orgulha?
a cooperação. Algumas pessoas valorizam a aventura, Quando você foi o mais feliz?
enquanto outras preferem segurança. Os valores são
importantes porque você provavelmente se sentirá Pegue uma folha de papel em branco e faça ra-
melhor se estiver vivendo de acordo com seus valores pidamente algumas respostas para essas perguntas.
e se sentir pior se não estiver. Isso se aplica tanto Em seguida, use essas respostas como guias para des-
às decisões do dia a dia quanto às escolhas de vida cobrir seus valores pessoais.
maiores. Em alguns casos, os valores serão fáceis de desco-
Se você valoriza a aventura, por exemplo, pro- brir. Se você escreveu “um relacionamento amoroso”
vavelmente se sentirá sufocado se for pressionado em resposta à pergunta sobre o que é importante
pelos pais ou por outras pessoas a fazer escolhas para você, o “amor” é um valor pessoal importante
“seguras”, como um trabalho de escritório estável para você. Se você escreveu “ser feliz”, então você
e uma vida familiar estável. Para você, uma carreira valoriza a felicidade.
que envolve viagens, começar seu próprio negócio Outros podem exigir um pouco mais de trabalho,
no entanto. Por exemplo, se você é inspirado por his-
ou outras oportunidades de risco e aventura pode
tórias de empreendedores de sucesso, talvez você
ser mais apropriada.
valorize determinação ou conquista, ou talvez seja
Por outro lado, se você valoriza a segurança, o
riqueza e sucesso. Se você é inspirado por ativistas
oposto se aplica. O que algumas pessoas veriam como
que tentam mudar o mundo, talvez você valorize a
uma oportunidade de “sonho” de viajar pelo mundo
coragem ou a integridade, ou talvez seja justiça ou
e ser seu próprio patrão pode deixá-lo se sentindo
paz. Tente examinar o que exatamente é sobre es-
inseguro e desejando uma existência mais estável.
sas histórias ou experiências com as quais você se
Todo mundo é diferente, e o que faz uma pessoa
relaciona.
feliz pode deixar outra pessoa se sentindo ansiosa ou
desembaraçada. Definir seus valores pessoais e de-
3. Como priorizar seus valores pessoais
pois vivê-los pode ajudá-lo a se sentir mais realizado
Depois de criar uma lista, é im-
e a fazer escolhas que o deixem feliz, mesmo que não
portante priorizar seus valores. Por
façam sentido para outras pessoas. Você verá como
quê? Porque a priorização pode aju-
fazer isso nas secções a seguir.
dar você a se aproximar ainda mais
da definição do que é importante
2. Como definir seus valores pessoais
para você.Sua lista geral de valores
O que faz você se sentir bem? Esse é um bom lu-
pode incluir valores bastante díspa-
gar para começar a descobrir quais são seus valores.
res. Se você valoriza honestidade, saúde, bondade,
Não, sorvete não é um valor.
aventura e meia dúzia de outras coisas, isso não lhe
O que estamos falando aqui são características
dá uma direção clara. Mas se você colocar “saúde”
ou formas de se comportar no mundo. Como vimos
no topo da sua lista, saberá que estabelecer uma ro-
acima, alguém que valoriza a honestidade vai se sen-
tina diária de exercícios e eliminar a comida lixo deve
tir bem quando diz a verdade. Por outro lado, essa
ser uma prioridade para você. Se “aventura” está no
mesma pessoa se sentirá mal consigo mesma quan-
topo, por outro lado, talvez planear essa viagem para
do não contar a verdade. Então, emoções negativas
a América do Sul virá primeiro.
144
PROJETO DE VIDA
O ideal é que você viva de acordo com todos os
valores da sua lista. Mas seu tempo e energia são
limitados. A priorização ajuda você a garantir que
você as gaste nas coisas mais importantes que terão SUGESTÃO DE ATIVIDADE
a maior recompensa em sua vida. Portanto, reser-
ve algum tempo para reordenar os itens da sua lista Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possi-
usando o sistema de pontuação que abordamos na bilidades:
última secção. Ou você poderia comparar cada item
por vez e perguntar a si mesmo em qual você traba- ATIVIDADE 01 –
lharia se pudesse fazer apenas um. Tome seu tempo Quais são seus valores pessoais? Como você define
e continue até que você termine com o pedido final e viver por eles?
que você está feliz.
145
PROJETO DE VIDA
MÓDULO 05 – MOMENTO 05 COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL
PROJETO DE VIDA Tomada de decisão responsável Habilidades de rela-
cionamento Autogerenciamento.
PERGUNTA NORTEADORA
O que é plano de ação? LUZES, CÂMERAS, PLANOS E AÇÃO
146
PROJETO DE VIDA
devida atenção. Dessa forma, as chances de a estraté- Para isso siga os seguintes passos:
gia ser bem-sucedida aumentam consideravelmente. 1. Saiba onde quer chegar.
2. Crie metas mensuráveis.
Quais as melhores metodologias para criar um 3. Liste as tarefas a serem executadas.
plano de ação? 4. Divida as grandes tarefas em partes menores
e mais gerenciáveis .
Você já viu que o plano de ação precisa estar de 5. Decida os prazos para as entregas cotidianas
acordo com os objetivos e a realidade da sua empresa. 6. Crie uma representação visual para o seu plano
Isso significa que não adianta copiar métodos ou apli- de ação.
car algo sem um planejamento estratégico correto. 7. Acompanhe as ações com frequência.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Como SUGESTÃO DE ATIVIDADE, observe as possibilidades:
ATIVIDADE 01 –
Faça o seu plano de ação.
147
PROJETO DE VIDA
MÓDULO 06 – MOMENTO 06 mas ideias erradas sobre o termo “vendas” e saber
PROJETO DE VIDA aproveitar o que isso tem de melhor a nos oferecer.
148
PROJETO DE VIDA
3. Compartilhe seu conhecimento bre o seu dia. Devem relatar as outras pessoas como
Depois que você estu- personagens (podendo usar nomes fic�cios para os
dou sobre algo e decidiu personagens), quando todos (as) terminarem de es-
em qual habilidade sua você crever o(a) professor(a) mediador(a) devera recolher
quer focar, que tal compar- os textos e entregar os mesmos trocados. Cada estu-
tilhar seu conhecimento dante devera ler o texto trocado que lhe foi entregue
com outras pessoas? e interpretar os personagens da história.
Sempre tem alguém
que sabe menos sobre algo do que você e que você
pode ajudar com isso.
Hoje em dia, você pode
compartilhar conhecimento
nas redes sociais. Inclusive
muitos profissionais têm se
destacado com o uso no das
redes sociais tanto para ATIVIDADE 02 –
mostrar o currículo quanto Faça o seu marketing pessoal, e diga o porquê você
para escrever textos e criar é importante e especial
a autoridade no seu nicho.
Caso você goste de es- a) para a sua família?
crever e quer trabalhar fir-
me no seu marketing pes-
soal, pode até criar um blog
com seus conhecimentos
sobre determinado assun-
to. Esse passo é essencial
para o seu marketing pes-
soal, pois nada adianta você ter o conhecimento e
b) para o seu emprego (caso tenha)?
deixar guardado com você.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE_____
ATIVIDADE 01 –
Os/As estudantes devem escrever sobre os desafios
(dificuldades) e superação que teve ou relatando so-
149
PROJETO DE VIDA
MÓDULO 07 – MOMENTO 07 de acordo com sua avaliação.
PROJETO DE VIDA Na segunda ficha dos estudantes: Autoconheci-
mento há três questões de auto avaliação para serem
PERGUNTA NORTEADORA respondidas pelos estudantes utilizando a escala de
Autoavaliação e autoconhecimento, o que é? 0 a 10, sendo: SIM, SEMPRE com valor da escala cor-
responde de 8 a 10; ÀS VEZES com valor da escala
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM corresponde de 4 a 7 e NÃO, NUNCA com valor da
escala corresponde de 0 a 3. O mediador irá utilizar
(EM3PV38) Construir através de metáforas, utilizan-
a mesma ficha no decorrer de cada bimestre, dessa
do-se de filmes, músicas, livros e/ou outras produções
forma o estudante poderá perceber como está seu
ar�sticas, uma reflexão sobre o processo vivenciado
desenvolvimento nas questões levantadas. Neste caso
no componente curricular durante o ano para promo-
é importante que os estudantes elenquem os pontos
ver o autoconhecimento e a integração com os pares
de atenção que precisarão ficar atentos durante a
na trajetória final do Ensino Médio, preparando-se
construção do Projeto de Vida.
para a transformação dos vínculos.
Na terceira ficha dos estudantes: autoconheci-
mento os estudantes irão avaliar sua assiduidade,
COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL
disciplina, iniciativa, Responsabilidade, produtividade
Tomada de decisão responsável Habilidades de rela- e descrição. As seis questões também serão respondi-
cionamento Autogerenciamento. das com base na escala de 0 a 10 sendo: SIM, SEMPRE
com valor da escala corresponde de 8 a 10; ÀS VEZES
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO com valor da escala corresponde de 4 a 7 e NÃO,
NUNCA com valor da escala corresponde de 0 a 3.
Esta aula será dedicada para a autoavaliação do(a) Ao finalizar a auto avaliação das três fichas, os
estudante. Iremos utilizar o processo de avaliação estudantes poderão somar todos os resultados, sendo
qualitativo nessa aula. que esse número/total poderá chegar a 100. Com
base nos valores dessa escala os estudantes poderão
ORIENTAÇÃO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO perceber como estão evoluindo no decorrer de cada
QUALITATIVA bimestre.
Acreditamos que o processo de avaliação de de-
O processo de avaliação do desempenho e do sempenho, a auto avaliação dos estudantes e a ava-
autoavaliação dos estudantes poderá ser realizado liação qualitativa dos mediadores sendo realizada de
a partir das três fichas propostas para os estudantes forma con�nua poderá contribuir significativamente
e uma ficha para o(a) professor(a). Cada estudante no processo do autoconhecimento dos estudantes
deverá ter as três fichas de auto avaliação durante colaborando com a maturidade dos estudantes para
os 04 bimestres para que possam responder. No final a construção do projeto de Vida.
da avaliação realizada pelos estudantes o mediador
irá recolher as fichas e colocar num arquivo. A cada
bimestre o mediador poderá propor a ficha 1 com
outras atividades e aplicar as fichas 2 e 3.
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PROJETO DE VIDA
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PROJETO DE VIDA
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PROJETO DE VIDA
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PROJETO DE VIDA
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GABARITO
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GABARITO
2. Utilize a tabela apresentada com “perguntas e 5. From Primark, she bought a pair of pyjamas, a
tipos de respostas” para criar uma conversa com dressing gown, and lovely slippers.
um colega.
6. She went to New Look last.
Regras:
• Cada diálogo deve ter no mínimo 4 perguntas e 7. She bought a beautiful red cardigan, a silk purple
4 respostas. blouse, and an evening dress for herself.
• Cada dupla deve apresentar, representando a
situação escolhida(teatralizar) 8. Yes, she was tired.
Não tem gabarito, mas os estudantes podem
usar as frases apresentadas na apostila 9. Yes, she took a rest.
CLASS 04(AULA 04) 10. When she got tired, she went to Costa.
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
11. She drank a cup of coffee.
1. According to the text, the big question is:
How to use less energy? 12. She ate a piece of chocolate cake.
156
GABARITO
Aula 5 (Ritmos latinos y hispánicos) Análise Sintática
1- La salsa es uno de los bailes sociales latinos más
1. E
populares. Se baila al ritmo de la música que lleva el
2. E
mismo nombre. Es un baile de pareja, pero también
3. C
se puede bailar en solo.
4. C
2- Fue creada por puertorriqueños, cubanos y otros 5. C
hispanoamericanos. Sus pasos 6. E
tienen influencias africanas y europeas. 7. C
3- Pessoal 8. A
9. D
4- Pessoal 10. E
11. E
Aula 6 (Perífrasis de futuro) 12. D
1- Voy a cortar el pasto, voy a pintar la cerca, voy a 13. E
podar la ligustrina. 14. C
15. D
2- A las siete de la mañana.
16. B
3- Ele quis dizer que não são de muita conversa, mas 17. A
se conhecem muito bem. 18. E
4- 19. C
a- Voy a tomar uma ensalada mixta. 20. B
b- Voy a comprar uno deportivo. 21. D
c- Vamos a ver una obra de arte. 22. D
d- Voy a la playa. 23. D
e- Voy a llamar a mi padre. 24. C
f- Vamos a tomar vino de la casa. 25. B
g- Voy a veranear a la costa. 26. A
h- Vamos a comer en casa. h�ps://portuguesemfoco.com/exercicios-de-analise-
i- Voy a dormir en un hotel. -sintatica-com-gabarito/
j- Vamos a visitar la ciudad.
k- Voy a quedarme en casa. LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
l- Van a ir de compras.
m- Voy a dormir la siesta. Exercício resolvido da questão 1 –
Alternativa correta: d) Árcade, contemporâneo, mo-
5- dernista.
a- van
b- vamos Exercício resolvido da questão 2 –
c- vais/voy/va Alternativa correta: b) uma crítica às concepções re-
d- van ligiosas que negam a possibilidade de reencarnação.
e- vamos
Exercício resolvido da questão 3 –
Alternativa correta: b) defende, por meio do enredo,
COMPONENTE CURRICULAR a ideia de que amar envolve sacri�cios que não valem
LÍNGUA PORTUGUESA a pena.
157
GABARITO
Exercício resolvido da questão 6 – 5–D
Alternativa correta: c) Todas as afirmações são cor- 6–C
retas 7–D
8–D
Exercício resolvido da questão 7 – h�ps://www.projetoagathaedu.com.br/questoes-e-
Alternativa correta: c) à expressão multifacetada da nem/literatura/contemporanea.php
tradição autoritária na sociedade brasileira.
158
GABARITO
ATIVIDADE 06 – Resposta: A ATIVIDADE 03 – Resposta: C
QUESTÃO 02 – Resposta: D
COMPONENTE CURRICULAR - FÍSICA
QUESTÃO 03 – Resposta: D
AULA 1 - FÍSICA
QUESTÃO 04 – Resposta: E
ATIVIDADE 01– Resposta: E
QUESTÃO 05 – Resposta: A
AULA 2 - FÍSICA
QUESTÃO 06 – Resposta: D
ATIVIDADE 01– Resposta pessoal.
QUESTÃO 07 – Resposta: C
AULA 3 - FÍSICA
QUESTÃO 08 – Resposta: B
ATIVIDADE 01 – Resposta: D
QUESTÃO 09 – Resposta: E
ATIVIDADE 02 – Resposta: E
QUESTÃO 10 – Resposta: D
ATIVIDADE 03 – Resposta: A
QUESTÃO 11 – Resposta: A
ATIVIDADE 04 – Resposta: E
QUESTÃO 12 – Resposta: B
ATIVIDADE 05 – Resposta: B
159
GABARITO
ATIVIDADE 03 – Resposta: A AULA 1 - MATEMÁTICA
ATIVIDADE 01 – Resposta: E
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
ATIVIDADE 02 – Resposta: A
COMPONENTE CURRICULAR – MATEMÁTICA
ATIVIDADE 03 – Resposta: B
AULA 1 - MATEMÁTICA
ATIVIDADE 04 – Resposta: C
ATIVIDADE 01 – Resposta: B
ATIVIDADE 05 – Resposta: B
ATIVIDADE 02 – Resposta: B
AULA 1 - MATEMÁTICA
ATIVIDADE 03 – Resposta: D
ATIVIDADE EXTRA 01 – Resposta: C
ATIVIDADE 04 – Resposta: C
ATIVIDADE EXTRA 02 – Resposta: B
ATIVIDADE 05 – Resposta: C
ATIVIDADE EXTRA 03 – Resposta: B
ATIVIDADE 06 – Resposta: B
ATIVIDADE EXTRA 04 – Resposta: C
ATIVIDADE 07 – Resposta: E
ATIVIDADE EXTRA 05 – Resposta: C
ATIVIDADE 08 – Resposta: C
AULA 1 - MATEMÁTICA
ATIVIDADE 09 – Resposta: D
ATIVIDADE 01 – Resposta: D
ATIVIDADE 10 – Resposta: C
ATIVIDADE 02 – Resposta: D
ATIVIDADE 11 – Resposta: A
ATIVIDADE 03 – Resposta: C
ATIVIDADE 12 – Resposta: B
ATIVIDADE 04 – Resposta: D
AULA 1 - MATEMÁTICA
ATIVIDADE 05 – Resposta: B
ATIVIDADE 01 – Resposta: C
AULA 1 - MATEMÁTICA
ATIVIDADE 02 – Resposta: A
ATIVIDADE EXTRA 01 – Resposta: B
ATIVIDADE 03 – Resposta: E
ATIVIDADE EXTRA 02 – Resposta: C
ATIVIDADE 04 – Resposta: C
ATIVIDADE EXTRA 03 – Resposta: D
ATIVIDADE 05 – Resposta: A
160
GABARITO
ATIVIDADE EXTRA 04 – Resposta: C oliberais.
b) Redução significativa da desigualdade e aumento
ATIVIDADE EXTRA 05 – Resposta: C do PIB per capita.
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