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é assunto do Coração
Proposta Educativa da Escola Salesiana
Dimensão da Educação à Fé
Estruturas de Animação
Antropologia Cristã como forma Dimensão Educativa-Pastoral
Chaves Educativas-Pastorais
expressamente evangelizadoras Amor Educativo
Estimulação Precoce
Aprendizagem Significativa
1. Pátio
A Proposta Educativa da Escola Salesiana pretende Ao ancorarmos esta Proposta no aforismo inspirador
ser um documento orientador, de pensamento pastoral de D. Bosco, a educação é assunto do coração, não só
convergente, que inspire as Escolas Salesianas a pretendemos ilustrar o seu Sistema Preventivo, como
serem capazes de se sintonizar plenamente com os também explorar um conjunto de opções concretas,
adolescentes e os jovens de hoje e com o seu mundo, baseadas em evidências científicas, quer ao nível
para os educar e evangelizar, prepará-los para a vida pedagógico, didático, metodológico, quer formativo e
e acompanhá-los para o encontro com o Senhor. “Eles pastoral, consistentes e estratégicas, que fazem da Escola
precisam de nós e esperam-nos, especialmente os mais Salesiana uma escola com caráter próprio e diferenciadora.
pobres e necessitados, os excluídos e os descartados, Estas opções desejam rasgar horizontes, na esteira da
os mais frágeis e os privados dos direitos fundamentais.” inovação pedagógica e da integração tecnológica, e a
sua finalidade é posicionar a Escola Salesiana no mundo
O mundo sempre mais complexo e a experimentar mudanças global, com o intuito de formar os nossos alunos cidadãos
velozes configura-se como um tabuleiro de incertezas, de esperança alegre, responsáveis nos deveres da cada
de indefinições e de complexidade, que nos fazem parar dia e santos - patamar excelso da síntese de educar e
o relógio e suspender o tempo. Mas não se vislumbra a evangelizar.
menor pausa nas proporções e ritmo das mudanças que
nos transportam para distintos futuros. Mas, mais do que apresentar um quadro de teorias,
metodologias e estratégias, que não constituem um fim em si
A resposta da educação a essas circunstâncias será um mesmo, este documento quer sublinhar que o foco da nossa
elemento singular e enérgico na hora de moldar o futuro. ação educativa se situa, essencial e carismaticamente, em
aspetos humanísticos, na pessoa integral, mais do que em
A Proposta Educativa da Escola Salesiana projeta nestas aspetos técnicos e/ou tecnológicos.
páginas o referencial educativo salesiano, situando a
educação numa gramática que vai para além da escolar, a Oxalá que a Proposta Educativa da Escola Salesiana,
gramática do coração, constituindo-se assim uma resposta também mediante o seu valor figurativo, possa ser esse
capaz de proporcionar ao jovem aquilo que é próprio da elemento energizante e inspirador para as nossas escolas,
sua natureza, “sonhar coisas grandes, buscar horizontes na hora de moldarmos o futuro dos jovens com quem
amplos, ousar mais, ter vontade de conquistar o mundo, trabalhamos, para se constituírem, nos distintos futuros,
ser capaz de aceitar propostas desafiadoras e desejar “honestos cidadãos e bons cristãos”.
contribuir com o melhor de si mesmo para construir algo.”,
como destaca o Papa Francisco na Exortação Apostólica
Christus vivit §15. Para além do referencial educativo
salesiano revisitado, propomos também um conjunto de
chaves educativas e pastorais prioritárias, interpelações
para a ação evangelizadora das nossas escolas.
5
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração
7
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
Critério Oratoriano
2.2. Plataforma de evangelização que atualiza e aprofunda o sistema preventivo de D. Bosco
8 D. Bosco viveu uma peculiar
experiência pastoral no seu
primeiro oratório, que foi para os
jovens casa que acolhe, paróquia
Sistema Preventivo que evangeliza, escola que
de D. Bosco como Pedagogia forma para a vida e pátio para se
encontrarem com os amigos e
e Espiritualidade Animação viverem em alegria.
Caridade Pastoral
6 Como estilo educativo que
contribui para a formação integral
Trata-se do ambiente ideal para
a construção (Lab-Oratório) da
pessoa com um chamamento e um
do jovem, e que molda os valores
Formação Integral
4 É o centro e a síntese da de pertença e espírito de equipa, preceito de existir um para o outro
2 do jovem, orientado para Cristo, espiritualidade salesiana. de cooperação, de superação de (Co-Lab-Oratório).
que promove o desenvolvimento É o impulso apostólico desafios pessoais, de aceitação e Hoje a experiência de Valdocco
harmonioso e progressivo de todas as que impele a buscar Deus conhecimento de si e dos outros, continua a ser critério permanente
dimensões e de todas as virtualidade e a levar a mensagem do do compromisso, responsabilidade, de discernimento e de renovação
da pessoa. A Escola é o espaço do Evangelho de Jesus. honestidade, sacrifício, esforço e da nossa missão.
Ser em desenvolvimento. autodisciplina.
“Honestos Cidadãos
e Bons Cristãos”
Educar
Evangelizando
e Evangelizar
Educando
Personalização Exigente
1 encontramo-nos com cada jovem
circunstanciado à sua situação real.
Amor Educativo Oração Critério Preventivo
3
Está motivada pelo desejo de levar
Fazemos-lhe propostas de
crescimento exigentes, adaptadas
e a sua força libertadora.
Os jovens para desenvolverem 5 o Evangelho à vida dos jovens.
Oração juvenil, criativa, unida à
7 gerador de um conjunto de atitudes
e ações no relacionamento entre
as energias que têm dentro de educador e educando, em vista ao
ao seu ritmo, que transformem a sua vida, vai ao essencial. É a palavra
si precisam do contacto com os futuro, na consciência de que é melhor
situação, de maneira a que se sintam de Deus, Eucaristia, reconciliação
educadores que manifestam uma prevenir do que reprimir, criando
únicos, especiais e capazes de muito. e presença de Maria Auxiliadora.
profunda amabilidade (amorevolezza) resiliência e disposições para encarar
educativa; por isso, valorizamos as a sua narrativa, o mundo e a realidade
relações interpessoais, marcadas com estruturas sólidas, convicções,
pela confiança, a colaboração e o valores profundos e vivência do
acolhimento mútuo. otimismo e verdade, que ajudam em
todas as situações da vida.
8 9
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração
3. O Projeto Educativo-Pastoral 1 2
O Projeto Educativo-Pastoral (PEPS) é a proposta que a Dimensão da Educação à Fé: Dimensão Educativa-Cultu
Dimensão da Educação à Fé:
Escola Salesiana oferece aos desafios da sociedade e Evangelizar os
Evangelizar osjovens
jovenséa
é primeira
a primeira está intimamente
e e fundamental finalidaderelacionada c
fundamental finalidade da nossa missão, educação à fé. A educação req
da juventude. O PEPS atualiza a Missão Salesiana num da nossa
através do missão, através do
desenvolvimento desenvolvimento
da dimensão da dimensão
da situação concreta dos joven
tempo e espaços concretos. Por isso, é uma ferramenta religiosa, aprofundando
religiosa, aprofundando a da
a fé, fé, participação
da participação da liturgia
estratégias e guiem para
que os
de análise e programação pastoral. na celebração, e mediante itinerários de interiorização e forte, num
da liturgia e na celebração, e mediante integral e identidade
itinerários de interiorização e propostas de emotivo, promovendo uma cult
propostas de serviço
serviço e trabalho e trabalho apostólico.
apostólico. no humanismo cristão e trabal
Apresentamos, em primeiro lugar, os elementos essenciais humana e a competência huma
que o definem. 3
1 2 4
Dimensão Experiência Associativa:
Dimensão Vocacional:
Dimensão da Educação à Fé: valorizando
DimensãooEducativa-Cultural:
grupo como presença
Dimensão Educativa-Cultural:
educativa, constrói-se um ambiente de as três primeiras dimensões co
Evangelizar os jovens é a primeira e está intimamente relacionada a com a os
dimensão da
vocacional,
3.1. Antropologia cristã como forma
fundamental finalidade da nossa missão,
está
1 intimamente
família,
educação
jovens,
relacionada
dando protagonismo
à fé. A educação
educando com o
todoscom
requere que,
coração o partindo 2 da horizonte
a dimensão
acompanhando
edu- último da
os jovens na fo
de entender o seratravés
humano do desenvolvimento da dimensão cação à
da situação
estilo
fé. A educação requer que, partindo da situa-
concreta dos jovens, se elaborem de vida pessoal, criando comu
de animação.
religiosa, aprofundando a fé, da participação Dimensão
estratégias
ção concreta da dos
que Educação
os guiem
jovens, àseFé:
para oelaborem
amadurecimento Dimensão
estratégias
onde seja que Educativa-Cultu
ose crível a exp
visível
da liturgia e na celebração, e mediante integral e identidade
Evangelizar os jovens forte, num mundo
é a primeira afetivo está
eintegral e intimamente relacionada c
A nossa visão educativa-pastoral
itinerários de inspira-se noeEvangelho guiem para o
emotivo, promovendo
amadurecimento e identidade forte,
interiorização propostas de fundamental finalidadeuma cultura
da nossa que se inspira
missão, educação à fé. A educação req
e na pessoa de Jesusserviço
Cristo.e Atrabalho
nossa apostólico.
solicitude pelos jo- num
no mundo
humanismo afetivo
cristão e emotivo,
trabalhando
através do desenvolvimento da dimensão promovendo
a promoção uma cultura
da situação concreta dos joven
vens bebe da mesma caridade pastoral do Bom Pastor, humana
que
religiosa, eaprofundando
a competência
se inspira no humanismohumanista
a fé, e profissional.
cristão e trabalhando
da participação estratégias aque
pro-
os guiem para
3 os apascenta, os protege dos da liturgia
moção e na celebração,
humana e mediante
e a competência humanista integral e identidade forte, num
e profissional.
que os chama pelo nome,
4
itinerários de interiorização e propostas de emotivo, promovendo uma cult
perigos e dá a vida por eles. (in Experiência
Dimensão Quadro de Referência da
Associativa: serviço e trabalho apostólico. no humanismo cristão e trabal
1 Dicastério
Pastoral Juvenil Salesiana, da Pastoral Juvenil
2
Dimensão Vocacional: humana e a competência huma
valorizando o grupo como presença
Salesiana, pág. 78. 3.ªDimensão
ed. 2014.constrói-se
educativa, Roma).
da Educação à Fé: de
um ambiente as3
três primeiras
Dimensão dimensões convergem na dimensão
Educativa-Cultural:
família, dando protagonismo a todos os vocacional, horizonte último da nossa pastoral, 4
Evangelizar os jovens é a primeira e está intimamente
acompanhando
Dimensão osrelacionada
jovens na
Experiência com a dimensão
formulação
Associativa: da
do projeto
jovens, educando com o coração e o
fundamental
Convencidos do carácter
estilosagrado
finalidade
de todadaa nossa
de animação.
missão,
pessoa e da Dimensão
educação à fé.Experiência
de vida pessoal,
valorizando
Acriando
educação
oconcreta
grupo como
requerAssociativa:
comunidades
presença
que,departindo
Dimensão Vocacional:
crentes,
através do desenvolvimento da dimensão da
ondesituação
seja visível dosajovens,
e crível se elaborem
experiência de fé. as três
sua dignidade radicalreligiosa,
como Filhos de Deus, a nossa ação valorizando
educativa, o grupo como presençade educativa, primeiras dimensões co
constrói-se
aprofundando a fé, da participação estratégiasconstrói-se
que um
os guiem ambiente
para o amadurecimento
educativa é uma açãoda“salvadora”,
liturgia e na na medida eque
celebração, atende
mediante família,
um
integral dando
ambiente protagonismo
de família,
e identidade a todos
dando
forte, num mundoos afetivo vocacional,
protagonismo e
horizonte
a todos os último da
jovens, educando com o coração e o acompanhando os jovens na fo
itinerários
à integridade da pessoa, de interiorização
procurando o seu edesenvolvi-
propostas de emotivo,educando
jovens, promovendo umaocultura
com coração quee se inspirade animação.
o estilo
estilo de animação. de vida pessoal, criando comu
serviço e trabalho apostólico. no humanismo cristão e trabalhando a promoção
mento em todas as dimensões próprias do Homem. Neste onde seja visível e crível a exp
humana e a competência humanista e profissional.
sentido, o Evangelho implica uma visão antropológica que
3
descreveríamos através de quatro dimensões inerentes 4
Dimensão Experiência Associativa:
ao nosso Projeto Educativo-Pastoral: Dimensão Vocacional:
valorizando o grupo como presença Dimensão Vocacional:
educativa, constrói-se um ambiente de as três primeiras dimensões convergem na dimensão
família, dando protagonismo a todos os as três primeiras
vocacional, dimensões
horizonte último convergem
da nossa pastoral, na dimensão
jovens, educando com o coração e o acompanhando os jovensúltimo
vocacional, horizonte na formulação
da nossado pastoral,
projeto acompa-
estilo de animação. de vida pessoal,
nhando criando
os jovens comunidadesdo
na formulação de projeto
crentes, de vida pes-
onde seja visível e crível a experiência de fé.
soal, criando comunidades de crentes, onde seja visível e
crível a experiência de fé.
11
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
3.2. A Pessoa que estamos a descobrir Partindo desta visão integral do ser humano e à luz das
quatro dimensões, inerentes ao nosso Projeto Educativo-
A formação integral dos alunos -Pastoral, apontamos um conjunto de características que
A pedagogia Salesiana, inspirada no Sistema Preventivo de definem a Pessoa que queremos descobrir, para que possa
S. João Bosco, parte da pessoa e das suas emoções, para viver em plenitude.
a dispor para a aprendizagem, para a projetar para a cons-
ciência do ambiente que a rodeia e para a capacitar para
entender a sociedade, com o objetivo de se converter num Alegre Comunicativa
agente de transformação permanente. Partimos da convic- Capaz de sair de si mesmo e ir ao encontro dos outros, Capaz de comunicar de forma verbal e visual em situações
ção de que “em todo o jovem há algo de bem e o nosso com alegria e entusiasmo, uma alegria que implica uma diversas e plurilingues, fazendo uso de todas as possi-
primeiro dever como educadores é descobrir este ponto, tomada de consciência clara e justa, para procurar fazer bilidades pragmáticas, discursivas e iconográficas, com
esta corda sensível do coração e tirar o proveito disso” sempre e melhor para os outros e para nós mesmos. a finalidade de adaptar a sua comunicação aos requisi-
(D. Bosco). É a gramática do coração que, paradigmati- tos do contexto de maneira efetiva e socialmente positiva,
camente, promove o desenvolvimento integral, a pessoa Autónoma sempre apreciando a diversidade cultural.
emocional e intelectual, colocando em especial atenção Capaz de organizar a sua aprendizagem, avaliar o pro-
a vida em plenitude e respeitando a condição evolutiva do cesso e buscar o suporte necessário para superar as Criativa
jovem. Aliás, corroboramos a afirmação do Papa Francisco dificuldades, através do uso consciente de estratégias de Capaz de compreender, desfrutar e avaliar criticamente
ao sublinhar que uma das maiores alegrias dum educador é aprendizagem idóneas e a reflexão crítica sobre o próprio manifestações culturais e artísticas e de produzir com a
ver um aluno constituir-se como uma pessoa forte, integra- processo, construindo-se assim como uma pessoa perse- diversidade de materiais, suportes e ferramentas, de ma-
da, protagonista e capaz de se doar. (Christus vivit, §221). verante e motivada para aprender ao longo da vida. neira individual ou coletiva, representações divergentes
para enriquecer a expressão de ideias e sentimentos.
Colaboradora
Capaz de cooperar e trabalhar em equipa aplicando as Crítica
competências sociais, as ferramentas de gestão de con- Capaz de pesquisar, obter, selecionar e tratar a infor-
flitos e de negociação, assim como gerir a mudança e mação para a transformar em conhecimento, apreciar e
valorizar a participação do outro, para se converter numa acrescentar valor a diferentes tipos de produtos e repre-
pessoa tolerante e segura de si mesma. sentações, participar em redes colaborativas com uma
atitude reflexiva.
Comprometida
Capaz de atuar com critérios de justiça e solidariedade, Digital
segundo os princípios e valores do Evangelho, e mediante Capaz de aprender o domínio de ferramentas que transfor-
o conhecimento da dinâmica histórica para se converter mam o mundo, consciente do bom uso da potencialidade
numa pessoa comprometida com os outros e disponível do mundo digital, para desenvolver a sua capacidade
para trabalhar de maneira empática, assertiva e construti- empreendedora.
va para a melhoria da sociedade.
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
Flexível Responsável
Capaz de se aceitar a si própria e aos outros, adaptar-se Capaz de participar de maneira eficaz e construtiva na
a diferentes contextos, gerir emoções para desenvolver a vida social e profissional, através da compreensão das
sua autoestima e chegar a ser uma pessoa equilibrada, normas de convivência social e dos contextos laborais
flexível e feliz, preparada para desenvolver ao máximo o assim como dos conceitos básicos relativos ao indivíduo,
seu talento pessoal e potenciar com os outros relações grupo, organização do trabalho, igualdade, dimensões
plenas e ajustadas. multiculturais e socioeconómicas e da identidade cultural,
para gerar uma participação comprometida e coerente.
Global e com vários Idiomas
Capaz de se relacionar e de entender a diversidade de Resolutiva
pontos de vista, as culturas diferentes ou os contextos Capaz de resolver, argumentar e discutir situações e pro-
complexos, comunicando em várias línguas. blemas quotidianos, sendo fiel à verdade e procurando
certificar a sua validade, baseando-se em vários métodos
Multicultural de representação e de pensamento.
Capaz de se posicionar na perspetiva de outras culturas,
costumes, formas de expressão e de relacionamento..
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
a
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Edu Dim
de
ão à Fé
Co
çamos a viagem! ca
tiv Recorrer ao simbolismo da chave é tornar a nossa Pro- O material de que são feitas estas chaves é de grande
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Edu ens
o
en Pasto
nhe
Preparar os nossos alunos para o trabalho, a cidadania posta Educativa coerente. O simbolismo da chave está, significado evangélico. Aliás, o Papa Francisco, na Exor-
çã
Apr
sã
o-
Dim
ca
o
e vida, constitui um enorme desafio. Perguntamo-nos que com toda a evidência, relacionado como o seu duplo pa- tação Apostólica Christus vivit, §222, faz referência a um
cer
competências fundamentais precisam de desenvolver e A viagem da pel de abertura e fecho. O poder das chaves é aquele conjunto de “critérios inspiradores” em ordem a uma re-
ral
dominar hoje as pessoas de amanhã? Com que capacida- Pessoa que que permite ligar e desligar, abrir ou fechar o coração/ novação e relançamento das escolas e universidades “em
queremos saída” missionária, tais como a experiência do querigma, o
iv a
des os jovens precisam contar para enfrentar os desafios educação. Queremos que a chave seja aqui o símbolo
Di m e n
descobrir
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s
inesperados e inconstantes que enfrentarão no futuro? do mistério a penetrar, do enigma a resolver, da ação a diálogo a todos os níveis, a interdisciplinaridade e a trans-
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As da
A pr e
disciplinaridade, a promoção da cultura do encontro, a ne-
so
empreender, das etapas que conduzem à iluminação e
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o
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É com “tração” que queremos iniciar cada viagem com en à construção dos Projetos Educativo-Pastorais de cada cessidade urgente de “criar rede” e a opção pelos últimos,
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cada aluno. Por isso, e com tração às 4x4, propomos que n al iê
r escola Salesiana. por aqueles que a sociedade descarta e abandona; e tam-
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“as 4 dimensões antropológicas”, inerentes ao nosso ra bém a capacidade de integrar os saberes da cabeça, do
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ze e
Projeto Educativo-Pastoral, se pensem e se estruturem r
A pr en d coração e das mãos.
em função dos “4 pilares da educação”, Aprender a Ser, A conceção integral da educação incorpora todas as di-
Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer e a Aprender mensões do ser humano, que encontram em Jesus Cristo
a Viver Juntos. (In Relatório para a UNESCO da Comissão a sua plenitude: espiritual; ética; cognitiva; afetiva/emo-
Internacional sobre Educação para o séc. XXI. 1996. Jac- cional; comunicativa; estética, corporal; sócio-política.
ques Delors)
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
À medida que vamos avançando nesta viagem peda- Nos tempos que correm, a pastoral juvenil tem vindo a ser de confiança, compreensão e familiaridade onde o diálogo
gógica, sentimos o pulsar do coração a bater cada “abalroada pelas mudanças sociais e culturais (…) Embo- e a apropriação de valores podem crescer. Por esta ra-
vez com maior intensidade. Quantas vezes procura- ra nem sempre seja fácil abordar os jovens, estamos a zão, a qualidade das relações educativas entre educado-
mos descobrir a melhor forma de sentir essa batida crescer em dois aspetos: a consciência de que é toda a res e alunos baseia-se na reacionalidade das exigências,
do coração, forte e ritmada, e associá-la à intensidade comunidade que os evangeliza e a urgência de que os jo- na apreciação da vida quotidiana e no acompanhamento
do momento?! vens sejam mais protagonistas nas propostas pastorais”. educativo. Para além da atenção aos deveres de estudo,
Quem faz este diagnóstico é o Papa Francisco na Exorta- investigação e trabalho, de um ponto de vista educativo, é
Pois bem, o que faz pulsar e ritmar este coração são as ção Apostólica Christus vivit, §202. Aliás, nos parágrafos importante assegurar o respeito e o cuidado pelos recur-
suas raízes que transportam uma seiva profunda. Enraiza- 203 e 204, assinala que os “próprios jovens são agentes sos utilizados nos processos de ensino e aprendizagem,
dos no Evangelho, podemos educar na profundidade. Se- da pastoral juvenil, acompanhados e orientados mas li- bem como pelas instalações e espaços em vida escolar,
guir Jesus dá resposta a muitas das grandes questões da vres para encontrar caminhos sempre novos, com criati- como expressão de co-responsabilidade e pertença.
vida. E queremos seguir oferecendo-O! vidade e ousadia.” (…) “Fazem-nos ver a necessidade de
assumir novos estilos e estratégicas. (…) A pastoral juvenil Destacamos estas opções educativas-pastorais, para
Esta é a realidade essencial da Identidade da Escola Sa- precisa de adquirir outra flexibilidade.” inspirar a ação educativa da Escola Salesiana e a pro-
lesiana: educar evangelizando e evangelizar educando. gramação dessa mesma ação, plasmando-as no Projeto
A ação pastoral da escola é o coração da escola como Na esteira do Papa Francisco, queremos renovar este Educativo-Pastoral da Escola e integrando-as no desen-
centro evangelizador, cuja pedagogia é a de Jesus como compromisso educativo-pastoral, uma vez que na Escola volvimento curricular.
Mestre. Salesiana o processo de evangelização não está desco-
nectado do processo pedagógico. O nosso aluno está
no centro da nossa ação evangelizadora da mesma forma
▯ Que se aproxima existencialmente do outro; que está no centro da aprendizagem, pois a ação evange-
▯ Que sabe adaptar-se aos processos pessoais;
▯ Que reconhece e valoriza a riqueza e a experiência
lizadora tem uma intrínseca dimensão educativa e o agir
educativo está objetivamente orientado para o Evangelho,
educar
dos outros;
▯ Que manifesta uma atitude de escuta;
numa educação segundo a fé.
evangelizando
▯ Que instrui;
▯ Que educa na liberdade responsável;
Um currículo evangelizador é preparar uma comunidade
capaz de anunciar e desenvolver de forma orgânica e sis-
e evangelizar
▯ Que acompanha na definição do projeto existencial;
▯ Que em cada comunidade descobre e desfruta da
temática, as atitudes e competências reveladoras dos va-
lores propostos por Jesus, a partir das várias dimensões
educando
multiplicidade e diversidade dos talentos e carismas e ambientes (Projeto Educativo, Regulamentos, convívios,
pessoais; aprendizagens, planificações e programações, didáticas e
▯ Que ensina iluminando com a Palavra metodologias, experiências, etc.)
e o testemunho de Vida;
Na tradição salesiana, as pessoas, o tempo, o espaço, as
relações, o ensino, o estudo, o trabalho e todas as ativi-
dades são realizadas num clima de serenidade, alegria e
empenho: este é o ambiente educativo, uma atmosfera
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
As chaves psicopedagógicas suportam o nosso trabalho vivências que facilitam a apropriação dos saberes median- Personalização dos processos
educativo, para que a intervenção pedagógica seja ade- te múltiplas vias de acesso, o que permite uma integração Personalização dos processos é o coração da nossa ação
quada a cada aluno e a cada ambiente. mais consolidada das aprendizagens e facilita a adequação educativa-pastoral, pois atendemos à singularidade de
A par das chaves educativas-pastorais, dão nota da con- ao estilo de aprendizagem próprio de cada aluno. cada pessoa: contextos vitais, familiares, opções livres.
fluência da nossa tradição educativa com as ideias, técni- Uma vez que a pessoa aprende de variadíssimas formas
cas e avanços que a sociedade põe à nossa disposição. Estimulação Precoce e seleciona múltiplas vias para adquirir competências, a
Ao mesmo tempo que validam o método e o estilo de D. Facilitamos nos alunos uma correta organização neuro- educação deve reorganizar-se à volta de cada “trajetó-
Bosco renovam-no. lógica que os capacita para conseguir a excelência inte- ria de pessoal de aprendizagem” (Leadbeater, 2008)*. A
lectual, artística, social, física e espiritual, permitindo-lhes personalização tem consequências sobre o quê, como e
Fator emocional desfrutar de uma boa compreensão, ao mesmo tempo que onde ensinamos, e na informação sobre as atitudes os
A importância do fator emocional, o amor educativo, amo- os favorece a expressar-se em múltiplas linguagens. Aten- desempenhos e o progresso dos alunos. (Redecker et
revolezza, como a inspiração fundamental para a estrutu- tos à neuroplasticidade como um processo coordenado, al. 2011)*. A finalidade da aprendizagem personalizada
ração da personalidade e o energizante da aprendizagem. dinâmico e contínuo, e conscientes das diferentes etapas é motivar, animar e autonomizar os alunos de forma a
Esta dimensão sócio-afetiva assume nas nossas escolas do desenvolvimento pessoal projetamos precocemente que controlem a sua própria aprendizagem. A motivação
um papel fundamental no desencadear dos processos atividades que constroem alicerces sólidos e seguros e a capacidade para aprender de forma autónoma são
cognitivos, numa interligação indissociável entre inteli- para as aprendizagens e competências futuras. Quando essenciais para a personalização, porque reduz a depen-
gência/cognição e afetividade/emoção. O acolhimento, a a criança chega à escola, pela primeira vez, já é intensa- dência do professor e dos estilos de instrução baseados
escuta, a motivação, o conhecimento do aluno e o “espí- mente ativa, pois traz consigo quatro capacidades, a de na aula tradicional. Por outro lado, motiva os professores
rito de família” do nosso ambiente educativo são requisi- comunicar, a de construir, a de indagar e a de expressar- para idealizarem formas de chegar a cada um dos seus
tos favoráveis para o crescimento e desenvolvimento da -se de forma precisa, que constituem recursos naturais, o alunos, facilitando assim a realização de objetivos e crité-
pessoa. As emoções têm para nós um valor diagnóstico, capital para investir, o exercício do qual depende o cresci- rios comuns. O desenho didático será fundamental para
porque revelam cognições subjacentes, compromissos e mento ativo da criança. que a aprendizagem realize os seus objetivos.
preocupações. Conscientes do que motiva os alunos e
sensíveis às emoções, usamos esta informação de forma Aprendizagem significativa e ao longo da vida
útil para configurar a aprendizagem. Aprendizagem significativa e ao longo da vida onde a pes-
soa aprende a resolver dúvidas e desata nós complexos. A
Aprendizagem Multissensorial - em todos aprendizagem significativa tem lugar quando as pessoas evi-
os sentidos tam limitar-se a memorizar e repetir factos e conhecimentos
Os sentidos ajudam-nos a compreender o mundo à nossa desconexos (de aplicação limitada). Em vez disso, aproveitam
volta através do que ouvimos, vemos, saboreamos, cheira- as oportunidades de compreender conceitos difíceis e ideias
mos e/ou tocamos. A aprendizagem multissensorial envolve complexas, avaliá-los e sintetizar as suas próprias reações e
os alunos em atividades que integram o uso de modalidades reflexões. O objetivo é promover a transferência de aprendi-
sensoriais, permitindo-lhesw dar significado às suas apren- zagem, ou seja, aplicar os novos conhecimentos e praticar
dizagens, mediante a exploração sensorial e o desenvolvi- as novas habilidades em diferentes situações, contextos e ao Leadbeater, e. (2008). What’s next? 21 Ideas for 21st Century Learning. The Innovation. Unit. London
mento das capacidades percetivas. As rotinas dos nossos longo da vida. Precisaremos de pessoas com conhecimen- Redecker et al., (2011). The future of Learning: Preparing for change. Publiations office of the European Union.
ambientes de aprendizagem desenvolvem experiências e tos e competências (valores, atitudes e habilidades). Luxembourg
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração
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A Educação A Educação
é assunto do Coração
FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração
4
3
FUNDAÇÃO SALESIANOS
2
3 7
A natureza social da aprendizagem Construir conexões horizontais
A interação que cada jovem estabelece com o ambiente, a O ambiente de aprendizagem promove a “conexão hori-
experiência pessoalmente significativa, é fundamental para zontal” entre áreas do conhecimento e entre diferentes
4
o seu
3 desenvolvimento e crescimento, questionando-se
matérias, assim como a conexão com a comunidade e
sobre o sentido da vida à luz dos valores do Evangelho. com o mundo, pois o conhecimento é experiência e o sa-
ber integrado. A comunicação é indispensável e o nosso
mundo exige e a capacidade de se expressar e com-
preender diferentes línguas, para se poder evoluir nesta
realidade complexa, conhecida como sociedade do co-
5 nhecimento, caracterizada pela globalização, pluralismo,
4
Dumont, H., Instance D. e Benavides, F. (eds), The Nature of Learning: emergência do valor das redes e por uma realidade digital
Using Research to Inspire Practice, OECD, 2010
e hipertextual.
26 27
6
5
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração
Por que razão falar em modelo pedagógico? Faz sentido D. Bosco, ao afirmar que a educação é assunto do coração,
apresentar um modelo? O que é, então, um modelo? conduziu-nos o olhar para o centro da pessoa e dotou o
significante de um amplo quociente semântico cuja finalida-
Podemos dizer que um modelo é um esquema de interpre- de é estimular a sensibilidade e inteligência do educador.
tação da realidade, uma tentativa de conceptualização O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Christus vivit,
através da representação seletiva das características es- §34, prolonga o aforismo de D. Bosco, ao definir que “ser
senciais do fenómeno que queremos explicar. É que tornar jovem, mais do que uma idade, é um estado do coração”.
real a escola que queremos implica elaborar um discurso/ Por isso, é que “o coração de cada jovem deve ser con-
modelo enquadrador, para que o modelo seja uma espécie siderado «terra santa», diante da qual nos devemos «des-
de mediador entre a realidade e a teoria e que, dependen- calçar» para poder aproximar-nos e penetrar no Mistério”,
do da sua operatividade, possa confirmar a teoria. procurando uma clarividência que consiste na “capacida-
de de individuar percursos onde outros só veem muros” e
Ao desenharmos este modelo, pretendemos clarificar o “reconhecer possibilidades onde outros só veem perigos”,
processo de aprendizagem, pois a forma como aprende- aponta no §67.
mos é crucial para determinar como ensinamos.
O nosso modelo deve permitir-nos, por um lado, explicar Convencidos e convictos de que a educação é assunto
melhor o presente e, por outro, abrir-nos caminhos para do coração, descobrimos que a anatomia e a fisiologia do
construir o que queremos. Sentimos, de facto, que o mode- coração poderiam muito bem inspirar o desenho do nos-
lo anterior tende a ficar obsoleto e que é este o momento de so modelo pedagógico, pois, se estamos a promover uma
repensar a sua interpretação e introduzir novos elemen- atualização do modelo, a linguagem terá de ser nova. Te-
tos e correspondências. Não podemos só mudar algumas remos de ampliar o nosso dicionário educativo.
peças, porque o que entrou em crise é a constelação de
ideias de fundo. Há que pensar um novo modelo cuja maio- O nosso modelo pedagógico aparece como um losango,
ria das peças (alunos, professores, aulas, conteúdos, etc.) formado por quatro triângulos retângulos, tal como as
se mantém, mas terá de se dispor de outro modo. duas bombas musculares que compõem o coração, as
aurículas e os ventrículos, e que batem em simultâneo, a
É fundamental preparar o terreno para criar as condições fazer lembrar um papagaio de papel, o que não deixa de
para que as iniciativas pedagógicas não fiquem anuladas ser também uma interessante metáfora. Os papagaios em-
por limitações estruturais, organizativas ou económicas. A belezam, disputam espaços, fazem acrobacias e mapeiam
reinvenção dos sistemas educativos depende da transfor- os céus. São a extensão material da mão, querendo tocar
mação da pedagogia e do redesenho das estratégias de nas ilusões.
ensino. É necessário recuperar a pedagogia.
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
Os quatros triângulos organizam-se também de maneira orgânica para funcionarem, afetando todos os elementos (cada Este triângulo articula os alunos, o contexto e as
um dos doze vértices) e segmentos do sistema educativo. Todos os elementos se relacionam, gerando implicações entre famílias.
si, não dependendo nenhum de si próprio. Procuramos que o modelo se caracterize pela sua organicidade e correlação
dos elementos que compõem a gramática escolar, contribuindo para a formação da pessoa como o fim a atingir. Os alunos têm um papel protagonista e ativo na apren- aprendizagem. Contamos com elas e pedimos-lhes co-
dizagem. Trabalham para produzir conhecimentos, fa- laboração para que a implementação deste modelo seja
Apresentamos, de seguida, uma aproximação panorâmica do modelo. bricá-los, assimilá-los e partilhá-los. Deixar os alunos possível.
contarem o que fazem e o que aprendem é uma das ex-
periências mais reveladoras daquilo que o Projeto Educa- Estamos conscientes de que educar - não importa a par-
tivo-Pastoral esconde: a implicação ativa de cada aluno tir de que idade - é sempre educar para a vida, por isso
Contexto
na aprendizagem. as aprendizagens e as atividades que se programam ao
Famílias
longo do currículo têm como objetivo colaborar com as fa-
Queremos que essa implicação venha da interação entre mílias na educação integral de cada aluno, tendo em conta
os alunos, os professores/educadores e as aprendizagens. a globalidade da pessoa, para que sejam úteis ao longo
Alunos Estabelecemos vias de comunicação entre os professores da vida, nos diferentes âmbitos: pessoal, familiar e social.
/educadores e os alunos, entre os professores/educadores
Espaço + Tempo
e as aprendizagens, entre os alunos e aprendizagens, mas
Agrupamento também entre alunos e entre professores/educadores.
de alunos
Ambientes de aprendizagem O contexto é também um dos fatores equacionados no vér-
tice do nosso modelo, uma vez que a existência de fatores
Equipa de professores/ culturais, educacionais e económicos do meio envolvente
educadores são importantes na determinação do desenvolvimento e
crescimento dos alunos. Ainda que esta relação a um nível
Professores/
micro (aluno) possa ser transportada para um nível macro
educadores
(escola), implicamos o aluno na construção do seu projeto
Organização Avaliação de vida para minimizar eventuais e expectáveis efeitos ne-
dos professores/educadores gativos do contexto na construção da sua pessoa.
32 33
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
novos módulos de aprendizagem e apoiando-se nas me- iluminados, propomos um conjunto de conceitos, basea-
Sendo assim, os espaços facilitam a implementação des- todologias ativas. dos em evidências científicas, que funcionam como inter-
te modelo pedagógico. Vários espaços polivalentes que ruptores, que serão acionados, concomitantemente, pela
permitam o trabalho individual, trabalho cooperativo, au- Estes professores/educadores desempenham diferentes equipa docente na hora de criar e desenhar esses am-
las magistrais, apresentações e outras atividades lúdicas, papéis, temporais ou rotativos (tutoria, participação, apre- bientes, para que respeitem não só as características da
bem iluminados, alegres e com cores, onde se minimize o sentação, avaliação, observação, instrução, etc.). Com esta Pessoa que queremos descobrir, como também os Princí-
ruído e com mobiliário adequado que permita as diferen- organização, potenciamos a personalização dos proces- pios de Aprendizagem, propostos anteriormente, e o de- Aprendizagem
tes formas de trabalho que o nosso modelo contempla. O sos de ensino-aprendizagem, bem como o acompanha- senvolvimento do nosso modelo pedagógico.
ambiente fomenta a criatividade e o trabalho de grupos de mento-tutoria dos alunos. A equipa de professores/
alunos organizados de forma flexível e equipas de pro- educadores planifica, programa as atividades e a parti-
fessores/educadores que trabalham de forma integrada cipação ativa dos alunos, trabalha na aula, acompanha o
e colaborativa. Os alunos dispõem de tempo para o traba- aluno individualmente e os grupos, e avalia conjuntamen-
lho individual e também de tempo para o trabalho coope- te, dando feedback sistemático aos alunos.
rativo em grupos homogéneos e heterogéneos. Intervenção
Além disso, e para garantir esta interação, garantimos um e avaliação
No nosso modelo repensamos a estruturação tradicional conjunto de recursos que facilitam a aplicação do modelo,
do tempo. Integramos o conhecimento através, por exem- quer físicos, quer digitais.
plo, do agrupamento de disciplinas em núcleos, projetos A nossa proposta tem por base os trabalhos de investiga-
transversais que integram conhecimentos, habilidades e Sentimos que é um tempo mais próximo da realidade dos ção de Erik de Corte (2004), The CLIA-Model: a framework
competências, e que estão próximos da vida real e que alunos, com mais sentido e potência operativa e vivencial, for designing powerful learning environments for thinking
terminem em produtos tangíveis e integrados. para criarmos constantemente experiência e conhecimento. and problem solving.
34 35
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
Assim, e antes mesmo da sua aplicação, a equipa docente 5.3. Metodologias ativas e diversas
avalia se o ambiente de aprendizagem que criou é:
As metodologias que aqui destacamos estão de acordo
com os princípios metodológicos estabelecidos e conce-
bem a aprendizagem como um processo construtivo e
não recetivo. Uma das suas principais características é o
papel protagonista atribuído ao aluno, que deve construir
Construtivo (active construction)
o conhecimento a partir de indicações, atividades ou cená-
Os alunos constroem ativamente os seus conhecimentos
e capacidades? Constata-se a implicação atenta e esforço rios desenhados pelos professores/educadores.
dos alunos nos processos de aquisição de conhecimentos e A força das metodologias é dada pela sua conexão com a
capacidades em interação com o contexto? aprendizagem. As metodologias não são o fim em si mes-
mo, mas sim estratégias a utilizar. Queremos sublinhar
também que estas metodologias sintonizam bem com al-
guns dos princípios educativos do Sistema Preventivo
de D. Bosco: (Arensal Junqueira, 2009)
36 37
Queremos que todos
usufruam desta viagem
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração ao ritmo do coração! é assunto do Coração
Princípio da centralidade do jovem, 1 Ao elegermos esta metodologia, o objetivo é transformar o Os alunos compreendem que há diferentes tipos de pen-
tratando cada um como o centro do ambiente de aprendizagem numa cultura de pensamento. samento e que se utilizam em diferentes momentos de uma
seu desenvolvimento integral. investigação. Compreendem que quando pensam bem fa-
David Perkins (1995) diz-nos que “o objetivo de ensinar a zem algumas destas atividades: podem estar a observar
pensar é o de preparar os alunos para que, no futuro, pos- algo em detalhe, podem estar a fazer perguntas ou olhar
2 Princípio do amor e da bondade, sam resolver problemas com eficácia, tomar decisões bem as coisas debaixo da superfície, podem estar a identificar
que cria um clima de estima, pensadas e desfrutar de toda uma vida de aprendizagem”. e explorar perspetivas múltiplas, estabelecer conexões,
compreensão e apreço. gerar explicações, avaliar, visualizar, esclarecer, clarificar,
Realmente, o saber pensar é fundamental e deve-se con- sintetizar informação, raciocinar a partir de evidências,
Queremos que todos verter em prática quotidiana. O ambiente de aprendiza- criar ideias, solucionar problemas, interpretar, criar con-
usufruam desta viagem gem é um dos meios privilegiados para isso, ao envolver jeturas ou resumir.
Princípio da comunicação educativa.
ao ritmo do coração! 3 os alunos a refletir sobre o seu próprio pensamento e a
estimulá-los para que usem e construam estratégias de
pensamento como resposta a desafios intelectuais e de
aprendizagem.
38 39
1 A Educação
é assunto do Coração
FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação
é assunto do Coração
FUNDAÇÃO SALESIANOS
A cooperação consiste em trabalhar juntos para alcançar 3 Apresenta-se aos alunos um problema da vida real ini-
21
3
objetivos comuns. Este método contrasta com a aprendi- ciando um processo de investigação que os leva a pro-
zagem competitiva, em que cada um procura o seu êxito curar possíveis soluções para a situação apresentada.
pessoal, e com a aprendizagem individualista em que cada porque tem interesse pastoral, pois desenvolve a dimensão Reúnem-se os alunos, com a interajuda do professor,
um trabalha por si para atingir objetivos à margem dos res- 4 e ética e gera nas crianças e nos jovens atitudes
social para analisar e resolver o problema que foi previamen-
tantes companheiros. 3
2
coincidentes com a visão da vida e os valores evangélicos te desenhado para se alcançar objetivos concretos de
1
que queremos promover. aprendizagem.
Então, por que razão a Aprendizagem Cooperativa na
Escola Salesiana? Porporcionamos aos alunos oportunidades que desenvol-
3
4 vem capacidades em contexto de projetos complexos e
2
4
significativos, que requeiram compromisso de forma sus-
porque desenvolve nos alunos a dimensão interpessoal: tentável, colaboração, investigação, gestão de recursos e
a que nos permite compreender os outros e comunicar- melhoria do desempenho ou desenvolvimento de produtos
mos4com eles, estabelecer e manter relações e assumir enriquecedores e geradores de mais-valias.
3
diversos papéis dentro dos grupos, quer como membros,
quer como líderes. A interação entre os alunos para entender e resolver o
problema permite que, para além da aprendizagem dos
conteúdos exigidos pela matéria, sejam capazes de ela-
4 borar um diagnóstico das suas próprias necessidades de
aprendizagem, reconheçam o que já sabem e o que de-
porque cria uma comunidade de aprendizagem onde vem aprender, compreendam e valorizem a importância da
todos os alunos não só aprendem juntos, mas também trabalhar cooperativamente, desenvolvam habilidades de
aprendem uns com os outros, de maneira que o conheci- análise e síntese da informação e se reconheçam compro-
mento de um enriquece o conhecimento dos outros. metidos com o seu processo de aprendizagem e o respe-
tivo resultado. Lu, J., Bridges, S. & E. Hmelo-Silver, C., (2006) Problem-based learning. In
Johnson, W. D., Johnson, T. R. & Holubec, J. Ed. (1994). Cooperative Keith Sawyer, R. (ed.) The Cambridge Handbook of The Learning Sciences.
Learning in the Classroom. Association for Supervision and Curriculum 2.ª ed. 2014, Cambridge University Press.
Development. Michigan.
40 41
A Educação Queremos que todos FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração usufruam desta viagem é assunto do Coração
ao ritmo do coração!
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
Ao se assumir que o aluno é o principal protagonista da sua dia-a-dia, em todos os momentos e contextos que propi- Um novo paradigma de avaliação tem de saber responder informação envolva os alunos em contextos avaliativos
aprendizagem, a avaliação comporta uma dimensão dinâ- ciem o registo de observações válidas sobre os desempe- às exigências que o mundo de hoje impõe a um sistema cada vez mais próximos de situações autênticas. Saber
mica, baseada em evidências (“authentic assessment”), nhos de cada aluno; classificamos no final, ou seja, apenas formativo de qualidade a que a escola tem de saber res- preparar uma apresentação oral, elaborar um relatório
com um objetivo claro: avaliar para aprender melhor. no momento em que for necessário traduzir numa classifi- ponder. Passámos há muito a fase em que o saber, em si de uma qualquer atividade de aprendizagem, conceber
cação a súmula do trabalho realizado e da validação das mesmo, era considerado o valor essencial no desenvolvi- e organizar um portefólio que constitua a mostra do tra-
Entendemos por “avaliação baseada em evidências” um observações efetuadas. mento de um ensino de excelência. Hoje, o saber, o co- balho desenvolvido, participar num debate, saber fazer
sistema que continuadamente recolhe informação sobre nhecimento, só tem sentido se puder ser posto ao serviço uma pesquisa na internet, participar num projeto trans-
a forma como se desenrola a aprendizagem, colocando o Esta apropriação de uma nova dinâmica de viver a inter- de uma aprendizagem que propicie aos nossos jovens um disciplinar, revelando sentido crítico e capacidade para
aluno como agente ativo na apropriação do seu percurso ligação entre aprendizagem e avaliação, em contraponto leque diverso de capacidades e competências em que o avaliar a qualidade e a pertinência da informação que se
como aprendente. O aluno com acesso a informação que com um modelo focado primordialmente na classificação, aprender a continuar a aprender, ao longo da vida, já não recolhe, são muitas das possíveis formas de expressar o
lhe permite autoavaliar-se sempre que obtiver informação leva-nos à dimensão verdadeiramente formativa da avalia- pode ser dissociado da qualidade do ensino que preten- domínio de capacidades e competências essenciais para
relativa a qualquer tarefa de avaliação a que esteja sujeito, ção, onde um feedback preventivo, concreto, objetivo, cen- demos assegurar. uma plena integração no mundo de hoje.
podendo desta forma desenvolver uma consciência meta- trado no que o aluno ainda não sabe fazer, no que já con-
cognitiva que lhe vai conferir maior autonomia e capacida- segue realizar, e sobretudo na forma como vai conseguir Já não basta saber e saber reproduzir o que memorizá- Acompanhar o processo que está a acontecer pressupõe
de de autorregulação da sua atividade. ultrapassar os seus desafios como aprendente, se torna o mos. Hoje temos de ser capazes de resolver problemas que esta avaliação seja contínua e ampla, para, sistema-
pilar do trabalho quotidiano, dos educadores e dos alunos. complexos, desenvolver o pensamento crítico, a capaci- ticamente, darmos feedback e retroalimentar o processo
Destacamos quatro propósitos para este tipo de avaliação: dade de argumentação, a criatividade, a capacidade para de aprendizagem dos alunos e tomar decisões durante o
Centrar o processo de avaliação no aluno, conferindo ao trabalhar em equipa, sermos capazes de avaliar e decidir percurso para melhorar a sua eficácia.
1 observar o aluno para o conhecer melhor; ato educativo a individualização que se reconhece como perante situações e contextos diversos e não programa-
fundamental numa escola inclusiva, de todos e para todos, dos, entre muitas e novas exigências que o ritmo de mu- Implica repensar o valor do erro, tantas vezes o estig-
acompanhar o processo que está respeitando ritmos e dinâmicas de aprendizagem, de de- dança nos vai demonstrando no correr dos tempos. Em ma que na sala de aula (e ao longo da vida) impede a
2 a acontecer; senvolvimento de capacidades e competências de cada um, suma, desenvolver e saber usar a flexibilidade cognitiva livre expressão dos mais inseguros, a forma de expres-
é um processo complexo e que exige uma monitorização como a ferramenta fundamental que a escola deve ser ca- sar a dúvida e a procura do bom conhecimento, o que
documentar a sua aprendizagem atempada e coerente do trabalho realizado. Implica o recur- paz de propiciar a todos os alunos. pressupõe que, no contexto funcional de uma avaliação
3 formativa, os registos das observações, sempre que nos
com evidências; so a ferramentas de diagnóstico e de verificação das apren-
dizagens indispensáveis para possibilitar a cada professor Esta dimensão da avaliação, inclusiva, centrada no alu- mostrem aprendizagens não consolidadas, têm de dar lu-
proporcionar uma avaliação e uma a concretização da sua ação. Implica ainda poder dispor no, respeita a diversidade de processos, de formas de gar à recuperação e ao retomar do processo. O sistema
4
classificação válidas e fiáveis. de sistemas de registo que alimentem a referida avaliação aprender: o aluno pode demonstrar de diferentes ma- preventivo da avaliação é isto mesmo, prevenir que, ao
dos processos, compatíveis com as exigências e dinâmicas neiras uma ampla gama de conhecimentos e habilida- longo do tempo, as aprendizagens que não se vão fazen-
Esta forma de avaliar implica, em primeiro lugar, colocar o de trabalho de cada professor, e que, de forma expedita e des. Daí que utilizamos e valorizamos sempre diferentes do, e que cumulativamente levam à perda da perceção do
foco do processo de avaliação na verificação da qualida- funcional, permitam aos alunos um conhecimento atempa- instrumentos de avaliação. A aposta na sua diversifica- que é necessário fazer para abrir as portas ao sucesso,
de das aprendizagens realizadas por cada aluno. Implica do e permanente da qualidade da sua aprendizagem. E, por ção implica que a avaliação seja algo para além dos “tes- dando lugar a intervenção formativa atempada, capaz de
também que para todos os interlocutores, famílias, alunos seu intermédio, poder facultar aos pais e encarregados de tes”, que não ficando excluídos do processo, passam a inverter o rumo ao insucesso.
e educadores, se torne clara a distinção entre avaliação e educação a mesma qualidade de informação avaliativa que ter um papel mais diluído no contexto da avaliação, face
classificação: avaliamos sempre, ao longo do processo, no a qualquer momento permite dispor de pontos de situação. à necessidade e urgência em assegurar que a recolha de
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
E, é nesta linha de ação que se concretiza plenamente a Em suma, e o que é que se avalia? Como e quando se Em relação ao como e quando se avalia? das aprendizagens concretas que têm de desenvolver, e
distinção entre avaliação e classificação: a primeira como avalia? até a forma como o podem fazer, podem e devem reco-
regulação do processo, que o acompanha ao longo das 1. nhecer a qualquer momento o desenvolvimento da sua
atividades letivas e vai promovendo a progressão da apren- Quanto aos conhecimentos, capacidades e competên- Este tipo de avaliação, que alguns chamam “avaliação aprendizagem e avançar, de nível para nível, até atingirem
dizagem; a segunda que, no final do caminho, deverá tra- cias: o que é que se avalia? de aula”, realiza-se de maneira formal, a partir de um es- o seu pleno potencial de aprendizagem. Desta forma, são
duzir o nível de proficiência alcançado em cada domínio quema de observação, através de atividades desenhadas os alunos o elo fundamental do seu percurso de sucesso
de aprendizagem e de forma conjunta em cada disciplina. 1. previamente, e informal, no desenvolvimento habitual do e os principais protagonistas no potencial incremento da
A classificação perde a sua métrica centrada na média de De cada área do saber avaliamos se o aluno se apropriou processo, através da observação, do acompanhamento qualidade das aprendizagens e da melhoria dos resulta-
desempenhos medidos ao longo do percurso, onde todos do conhecimento essencial para que em diferentes situa- e documentação, a partir de múltiplas perspetivas: a do dos escolares.
os erros eram contabilizados, e passa a ser um registo final ções seja capaz de o aplicar no desenvolvimento de ativi- educador, a do próprio aluno, a dos companheiros, mas
que concretiza e formaliza uma avaliação que potenciou dades concretas e na resolução de problemas aplicados sempre tendo presente o objetivo fundamental: uma ava- 5. Tendo em conta que os alunos nem todos aprendem
o erro como uma poderosa ferramenta de aprendizagem. em situações que reflitam contextos reais, ou próximos, liação para a aprendizagem e não tanto da aprendizagem. da mesma maneira, os instrumentos de avaliação são di-
devidamente contextualizados. versos. Os instrumentos que selecionamos e as atividades
Este novo processo implica também olhar para a própria 2. que propomos são uma espécie de “lente” para os conhe-
avaliação como aprendizagem. Para o aluno fica reserva- 2. A avaliação como tal não tem lugares determinados nem cer melhor, abrindo a possibilidade a uma indispensável
do o papel principal: o de aprender com sua avaliação, Valoriza-se a profundidade da compreensão, as chama- tempos específicos assinalados, ainda que, se sequen- multiplicidade de contextos avaliativos que convergem
melhor dizendo, com a sua autoavaliação. O aluno autoa- das aprendizagens significativas, as que ficam depois do cial às atividades, se exija o seu cumprimento num tempo para o desenvolvimento das aprendizagens e das com-
valiador, capaz de reconhecer o que fez bem, menos bem, esquecimento, e não apenas a capacidade de recordar e concreto. petências complexas que congregam as aprendizagens
como pode fazer melhor, que aprende a pedir ajuda, a reproduzir a informação. Avaliamos a relação do conheci- profundas.
tempo e horas, antes que se acumulem os fracassos, que mento adquirido com outras matérias ou outros aspetos 3.
aprende a avaliar os seus pares, e que de forma tenden- da mesma matéria e capacidade de o transferir para situa- A avaliação existe para mostrar, em cada momento, o pro-
cialmente autónoma aprende a autorregular-se. É o alu- ções da vida real. gresso do aluno. Não é uma “fotografia” que reflete o que
no que vai ser capaz de aprender sempre, vai ser poder o aluno faz num determinado momento, ou um álbum de
procurar a todo o tempo ser melhor, logo ficando melhor 3. fotografias do qual se extrai uma média, se a cada foto-
preparado para enfrentar os desafios da imprevisibilidade Realiza-se a avaliação em contextos significativos: resol- grama tivesse sido atribuído um dado valor. É antes um
que marcará o seu futuro. ver um problema, desenvolver um projeto, concretizar o “filme” que demonstra a sua evolução. Isto dá ao aluno a
que se aprendeu depois de uma visita de estudo, apresen- oportunidade de acompanhar a sua própria aprendizagem
tar o resultado de uma pesquisa, de uma experiência aos e demonstrá-la com evidências, mas acima de tudo de
seus pares ou à comunidade, e, sempre que necessário, poder melhorar sempre, ao longo do processo, sem ser
responder a questões integradas num teste… penalizado pelos erros e acidentes de percurso que de-
vem ser interiorizados e valorizados, por todos, como uma
das principais fontes de aprendizagem.
4.
Ao darmos a conhecer os critérios de avaliação, desde o
princípio, à comunidade educativa, em geral, e em parti-
cular aos alunos, tendo ainda estes acesso à explicitação
46 47
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é assunto do Coração é assunto do Coração
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
6. Comunidade Educativa-Pastoral
Todo este trabalho educativo-pastoral, que aqui propomos, 6.1. Estruturas de animação
desenvolve-se num âmbito comunitário que chamamos
“Comunidade Educativa-Pastoral” (CEP) e que é o sujei- Os organismos e equipas ao serviço da animação da Co-
to pastoral e o âmbito onde tem lugar a experiência de munidade Educativa-Pastoral são:
fé, vivida em conjunto por adultos e jovens. Para nós esta
maneira de viver só tem sentido como “espírito de família”, Conselho da CEP
assente em profundas relações de amizade. O “espírito É o organismo que anima e coordena a obra salesiana
de família” é a nota primeira do nosso Sistema Preventivo. através da reflexão, o diálogo, a programação e a revisão
da ação educativa-pastoral. As funções do Conselho da
Mais que uma estrutura, a CEP é uma realidade viva, que CEP consistem em coordenar a elaboração e revisão do
cresce e se desenvolve. Por isso, não cuidamos só da sua Projeto EducativoPastoral Salesiano; colaborar na forma-
organização, mas, sobretudo, da vida que gera. A CEP ção dos professores; manter em comunhão e colaborar
requere acompanhamento e cuidado, de modo que seja com os diversos grupos da Família Salesiana que traba-
em todo o momento uma experiência em crescimento lham no território;
e com o dinamismo próprio das pessoas que nela se in-
tegram. Esse acompanhamento e cuidado é assegurado
pelas múltiplas modalidades de animação e acompanha- A equipa diretiva da escola
mento que são possíveis estabelecer, dinamizadas pelas A sua missão é velar pelo desenvolvimento integral da es-
“estruturas de animação”. cola. A sua primeira função é priorizar a identidade da
Escola Salesiana e de todos os que a integram.
Equipa docente
É a responsável por dinamizar todas as iniciativas pasto-
rais propostas na programação. Participa na programação
pastoral geral, revê-a e avalia a ação educativa-pastoral
que lhe compete.
Os alunos
Que se convertem progressivamente em sujeito protago-
nistas da sua educação e da vida da escola.
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A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração é assunto do Coração
As famílias 6.2. Tempos de intervenção o acompanhamento pastoral e a leitura da própria vida 6.3. Formação e atualização pastoral
Primeiras responsáveis pela formação dos seus filhos, à luz da mensagem cristã. Estes momentos devem confi-
queremos torná-las participantes das ações pastorais da 6.2.1 Intervenções explícitas de evangelização gurar-se a partir da necessidade real dos destinatários e A formação e a atualização dos membros da Comunidade
escola, desde a informação, à implicação ativa em iniciati- aplicando também as novas abordagens metodológicas. Educativa-Pastoral como agentes educativo-pastorais é
vas concretas. A formação e o acompanhamento das famí- Um dos pilares que sustenta a identidade da Escola Sa- uma grande oportunidade para toda a instituição educati-
lias deve ser um compromisso irrenunciável, com o objeti- lesiana é a clara e orgânica articulação de intervenções Celebrações da fé e experiência sacramental va e para quem nela trabalha.
vo de se converterem nos melhores educadores dos filhos. explicitamente evangelizadoras. A proposta educativa- Toda a escola Salesiana propõe e cuida os momentos de Destacamos aqui as chaves para o Plano de Formação a
-pastoral concretiza-se em experiências e atividades mui- celebração. Desenvolvemos com todos, inclusive com os ser concretizado pelas Escolas Salesianas, em articula-
to enraizadas na tradição salesiana. alunos pertencentes a outras confissões, uma visão trans- ção com o Centro de Formação Salesianos:
cendente da vida e promovemos a sua expressão. Entre
O tema pastoral do ano as celebrações, destacam-se a Eucaristia e a Reconcilia- Âmbito do desenvolvimento pessoal;
O tema anual da pastoral tem como finalidade combinar as ção, devidamente programadas e previstas no calendário
diferentes propostas educativas-pastorais do ano à volta das atividades formativas anuais. Âmbito pedagógico-profissional;
de um elemento aglutinador.
Aprendizagem da oração e o cultivo da interioridade Âmbito da identidade carismática salesiana;
Os Bons Dias Cada vez ganha mais interesse, no contexto da escola ca-
São um breve espaço no começo do dia, inspirados nas tólica, o aspeto da espiritualidade/interioridade. São os Âmbito da experiência espiritual cristã.
“Boas noites” praticadas por D. Bosco com os jovens de processos de aprofundamento na própria consciência do
Valdocco. Os “Bons dias” têm um formato breve e o seu ser e abertura à transcendência. Estas metodologias in-
estilo é narrativo, onde cabem o relato, os episódios de corporam ferramentas como a consciência corporal, as
vida, as notícias relevantes, a imagem e a música… para visualizações, o jogo, a dança, a meditação, entre outras.
fazer deles uma leitura sapiencial da vida. Costumam in-
cluir a escuta da Palavra de Deus, como chave interpreta- Festas Salesianas
tiva da realidade e concluir-se com uma Oração. Ao longo do ano letivo, estão previstos tempos de en-
contro e de festa, como ocasiões de agradecimento e de
Campanhas solidárias pertença. São momentos de crescimento no espírito de
Tradicionalmente, na escola propõem-se campanhas sob família e de gratidão (Peregrinação ao Santuário de Ma-
o signo da cooperação e da solidariedade. Contribuem ria Auxiliadora em Mogofores, Santidade Juvenil, Festa da
para a tomada de consciência da realidade e favorecem o Imaculada, de São João Bosco, Jogos Nacionais Salesia-
trabalho interdisciplinar entre áreas. nos, Peregrinação Nacional ao Santuário de Fátima, Festa
de Maria Auxiliadora…).
Retiros e tempos litúrgicos fortes
Ao longo do ano escolar, oferece-se aos alunos, aos pro-
fessores e a outros educadores, a possibilidade de viver
experiências de carácter formativo-espiritual. Desenvolvi-
dos durante o ano letivo em diversas modalidades e tem-
pos, são um espaço favorável para o crescimento pessoal,
52 53
A Educação FUNDAÇÃO SALESIANOS
é assunto do Coração
Título
A Educação é assunto do Coração
Proposta Educativa da Escola Salesiana
Autores
Marco Dias da Silva (Coordenação)
Álvaro Pinto do Lago
Artur Guilhermino Pereira
José Aníbal Mendonça
José Morais
Maria Helena Revez
Orlando Jacinto Camacho
Sandra Ribeiro
Susana Marques da Cunha
Tarcízio Morais
Editor
Fundação Salesianos
Data
Julho de 2022
A Educação
é assunto do Coração
Proposta Educativa da Escola Salesiana